MODOS DE TRANSPORTE: DIVERSIDADE E DESIGUALDADE ESPACIAL DAS REDES
Quais os principais modos de transporte? Em que situações os diferentes modos de transporte são mais competitivos? Que complementaridades existem entre os diversos modos de transporte? Como se caracterizam e distribuem as redes de transporte em Portugal e na União Europeia? Num mundo que se organiza no sentido de uma crescente globalização globalização,, os transportes assumem um papel estruturante, fomentando as trocas comerciais e sustentando a partilha de ideias e conhecimentos entre os diferentes habitantes do planeta. planeta. Pela sua importância no desenvolvimento global, a evolução deste sector permite aferir com elevado grau de fiabilidade o nível de desenvolvimento dos diferentes países. países. É também um indicador que revela a estrutura económica e social bem como o tipo de organização espacial da sociedade em questão.
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Doc. 1 - Densidade da rede de transportes
De uma maneira geral, quanto mais desenvolvidos são os transportes melhor a acessibilidade aos lugares.. Se a acessibilidade melhora, aumenta a possibilidade de contactos, reforçando as lugares trocas comerciais e a coesão económica e social desse território. território. A melhoria das acessibilidades, especialmente nas áreas mais remotas do território nacional, contribuiu para a difusão de novos hábitos de consumo, aumentou a proximidade a determinado tipo de ofertas (culturais, por exemplo) e contribuiu para que muitas áreas do interior conseguissem tornartornar-se atractivas na captação de novos investimentos. O desenvolvimento das redes e dos meios de transporte contribuiu decisivamente para o encurtamento das distâncias relativas (Doc. 4), através da redução dos tempos e dos custos de deslocação. Deste modo, os transportes promovem a interacção entre diferentes espaços, criando dinamismo económico e social. social. Além da sua importância na mobilidade de pessoas e bens, os transportes geram riqueza (Doc. 2) e empregam um grande número de pessoas (Doc. 3), ou seja, o desenvolvimento deste sector promove também a terciarização da sociedade. Em 2000, estimavaestimava-se que cerca de 175 mil pessoas trabalhassem em Portugal neste conjunto de actividades (cerca (cerca de 3,4% da população activa). activa).
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Doc. 2 - Evolução do VAB do sector dos
Doc. 3 - Evolução da contribuição dos
transportes e comunicações
transportes e comunicações para o emprego
Em Portugal, Portugal, tem vindo a registarregistar-se um grande desenvolvimento e modernização do sector dos transportes,, tanto no domínio das infratransportes infra-estruturas, como no que respeita aos veículos, às empresas e à qualidade dos serviços. Esta evolução poderá ser um factor de desenvolvimento das regiões desfavorecidas e, consequentemente, de redução das assimetrias territoriais. territoriais.
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Doc. 4 - O território nacional e a sua contracção, em função do conceito de distânciadistância-tempo, entre 1989 e 1995
COMPETITIVIDADE DOS DIFERENTES MODOS DE TRANSPORTE
A importância relativa de cada modo de transporte depende da natureza do tráfego, do tipo de mercadorias, dos trajectos a percorrer e do custo das deslocações. Cada modo de transporte apresenta vantagens e desvantagens relativamente aos outros, sendo mais utilizado nas situações a que melhor se adequa. adequa. Em Portugal Continental, o transporte rodoviário é o mais utilizado no tráfego interno de mercadorias e no tráfego de passageiros (Doc. 5). O tráfego intracomunitário fazfaz-se preferencialmente por terra, terra, destacandodestacando-se igualmente o transporte rodoviário, seguido, no caso das mercadorias, pelo marítimo de curta distância (Doc. 6 e 7).
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Doc. 3 - Movimento de mercadorias por modos de transporte comercial no Continente, em 2005 e 2006
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Doc. 6 - Estrutura do tráfego de passageiros
Doc. 7 - Estrutura modal do tráfego de
na UEUE-25, em 2005
mercadorias na UEUE-25, em 2005
O papel dominante do transporte rodoviário explica explica--se pela maior flexibilidade de itinerários, itinerários, que permite a comodidade do transporte porta a porta,, e pela maior diversidade de veículos, porta veículos, no que respeita à dimensão e à especialização - adequação à carga e aos espaços em que vai circular. Face ao desenvolvimento do transporte rodoviário, o ferroviário perdeu capacidade competitiva. competitiva. Evidencia, porém, uma tendência de recuperação: recuperação: • no tráfego suburbano, suburbano, pela maior segurança e rapidez (não enfrenta filas) e pelo menor impacte ambiental. Em Portugal, nos últimos anos, houve um aumento de passageiros no tráfego ferroviário suburbano, devido à modernização dessas linhas e à expansão do metropolitano (Doc. 8); • no tráfego interinter-regional de passageiros, passageiros, com o desenvolvimento das linhas de alta velocidade.
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Doc. 8 – Metro do Porto
No tráfego externo de mercadorias, mercadorias, tanto para Portugal como para a UE, é o transporte marítimo que ocupa o primeiro lugar, lugar, por ser o mais adequado para o tráfego de mercadorias volumosas e pesadas (combustíveis fósseis, cereais, recursos minerais, etc.) a longas distâncias (Doc. 9). Este modo de transporte, com o aparecimento dos chamados navios rápidos, rápidos, mais leves e velozes, e com a modernização dos portos marítimos, ganha ainda maior competitividade, sobretudo no que respeita às deslocações de curta e média distância. _________
Doc. 9 - Mercadorias entradas e saídas a nível nacional, segundo o modo de transporte, em 2006
O transporte aéreo, aéreo, devido à sua velocidade e comodidade, é o mais importante no tráfego de passageiros de longa distância,, mas tem ainda fraca representatividade no tráfego distância interno, tanto nacional como comunitário. O aumento da capacidade de carga e da autonomia de voo das aeronaves confere maior competitividade ao transporte aéreo de mercadorias, mercadorias, tanto das que melhor se adaptam a este modo de transporte - bens leves, perecíveis ou _________
valiosos, - como de outras cada vez mais pesadas.
Doc. 9 - Navio porta porta--contentores
Fonte: Adaptado de ARINDA, Rodrigues [et [et al al], ], Geografia A 11.º Ano, Ano, 1.ª Edição, Texto Editores, 2008.
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