Introdução ao Método de Viola Caipira Sugerimos que o método de aprendizado de Viola Caipira seja seguido na ordem dos capítulos, mas nada impede que sejam estudados somente os capítulos que forem de interesse particular de cada um. Ainda, sugerimos fortemente que seja estudada a parte de Teoria Musical que é desenvolvida com base nas suas aplicações práticas na Viola Caipira. O estudo da teoria musical aplicada à viola caipira permite o entendimento mais profundo do instrumento, fazendo com que o estudante possa ter uma gama maior de recursos para utilizar ao tocar. t ocar. Entretanto, o Método Prático está estruturado de forma que sem a Teoria Musical o estudante tenha condições de tocar, mas sem ter um conhecimento mais profundo do que está por trás do que se está tocando. Qualquer dúvida ou problema entre em contato conosco através do link SOS Viola no índice ao lado. Bons Estudos, Eric Aversari Martins
O Sistema
de Cifras
O sistema de cifras é uma representação de notas e acordes através de letras. Assim, cada letra representa uma nota (ou acorde): A = Lá B = Si C = Dó D = Ré E = Mi F = Fá G = Sol # = Sustenido b = Bemol Assim, Assim, uma nota (ou acorde) representada por A# lê-se Lá Sustenido, ou Cb lê-se Dó Bemol. Nesse site nos referiremos às notas pelas suas respectivas cifras. Quando uma cifra (letra) se referir a um acorde, ela poderá vir acompanhada acompanhada de números ou ou letras, bem como pelos pelos símbolos símbolos de Sustenido ou Bemol. Assim, se a cifra se referir a um acorde, e não for seguido de nenhuma outra letra, o acorde é maior. Se for seguido de um m minúsculo, o acorde é menor. Por ex emplo: A = Acorde de Lá maior Bm = Acorde de Bi menor G# = Acorde de Sol Sustenido Ebm = Acorde de Mi Bemol Menor
Como Afinar a Viola Afinar a viola caipira pode muitas vezes ser uma tarefa ingrata! Dependendo do modelo da viola e princip almente das tarrachas, afinar a viola pode ser muito difícil. Mais difícil ainda pode ser a viola se manter afinada. Entretanto, as violas mais modernas já estão se apresentando com modelos de tarrachas parecidas com de guitarras ou violões de aço, que seguram bem a afinação e permitem uma boa precisão. A foto da viola apresentada na página Viola Caipira mostra esse tipo de tarracha. Mas se sua viola não possui esse tipo de tarracha, não se desespere. Ela pode ser afinada, só que com um pouco mais de trabalho. Para as pessoas iniciantes, que nunca tocaram nenhum tipo de instrumento, recomendamos que seja adquirido um afinador eletrônico, do tipo cromático, que dá todas as notas. Com ele a tarefa de afinar a viola fica extremamente facilitada. A seguir, apresentaremos os passos básicos para se afinar uma viola em Cebolão Ré Maior, utilizando-se um diapasão que dá a nota Lá 440 Hz. Entretanto, se não tiver um diapasão não tem problema, um outro instrumento qualquer pode servir de fonte para afinar a viola. O gráfico abaixo é muito útil para se afinar a viola. Veja:
(Para aqueles que não conhecem cifras, ou seja, os nomes das notas representadas por letras, clique aqui. Sempre iremos nos referir às notas pelas suas letras) O gráfico acima, representa o braço da viola e a relação entre as cordas. Ele é como se estivesse com a viola no colo, com as cordas para cima e a cabeça do instrumento para a esquerda. Assim, o par
que vemos no gráfico como o par de baixo, é o par mais grave, e o par de cima, o mais agudo. As notas A, D, F#, A, D, mostradas à esquerda, dentro do que representa a cabeça da viola, são as notas emitidas por cada par quando as cordas são tocadas soltas. Assim temos as notas em que cada corda deve ser afinada: 1º par - uníssono: D (mais agudo) 2º par - uníssono: A 3º par - oitavado: F# 4º par - oitavado: D 5º par - oitavado: A (mais grave)
Primeiro Passo No gráfico, na sétima casa do 1º par, temos uma nota A apresentada e um diapasão apontando para ela. Isso significa que, se se estiver utilizando um diapasão, essa nota será o A 440 Hz. Assim pressiona-se a 7ª casa do primeiro par e se afina as duas cordas de acordo com o diapasão. Se não se tiver um diapasão, qualquer outro instrumento pode dar a nota necessária para se afinar a viola. Assim, um violão ou um piano pode dar a nota D para se afinar o primeiro par solto. Com o primeiro par afinado, pode-se afinar a corda mais fina do 4º par. Essa corda fina do 4º par deve estar afinada em uníssono (mesma nota e altura) que as duas cordas do primeiro par. Já temos assim, três cordas afinadas.
Segundo Passo Pode-se notar, pelo gráfico acima, que ao se tocar o 2º par na quinta casa, produz-se a nota do 1º par solto. Como nesse momento já temos as duas cordas do 1º par afinadas, podemos afinar o 2º par, apertando ou soltando as cordas dele de forma que a nota produzida seja igual às do 1º par quando tocado solto.
Com as duas cordas do 2º par afinadas, devemos afinar a corda fina do 5º par (mais grave) com a mesma nota do 2º par, assim como fizemos no primeiro passo com a corda fina do 4º par. Entretanto, agora, a corda fina do 5º par deve ser igual às cordas do 2º par solto. Assim temos seis cordas afinadas ao todo.
Terceiro Passo Vamos agora afinar a corda grossa do 3º par. Como podemos ver no gráfico, pressionando-se a corda grossa do 3º par, temos a nota dada pelo 2º par solto. Assim afinamos somente a corda grossa do 3º par. Temos 7 cordas afinadas.
Quarto Passo Da mesma maneira que a corda grossa do 3º par, iremos afinar a corda grossa do 4º par, só que tocando-a na quarta casa (veja o gráfico). Temos 8 cordas afinadas.
Quinto Passo Afinar a corda grossa do 5º par, pressionando-à na quinta casa (veja o gráfico). Temos 9 cordas afinadas.
Sexto Passo Falta somente a corda fina do 3º par. Vamos afiná-la através da corda fina do 4º par, tocada na quarta casa. Pronto, temos as dez cordas afinadas.
Vale dizer que é sempre bom dar uma repassada na afinação depois que se executa os seis passos. Isso porque quando a viola está muito desafinada (principalmente quando se coloca cordas novas), ao se modificar a tensão de uma corda é através do processo de afinação, o braço dá uma pequena arqueada, imperceptível aos olhos, mas que faz com que as outras cordas fiquem ligeiramente desafinadas.
N otas
no Braço da Viola
Se a viola estiver afinada em Cebolão em Ré Maior (conforme explicado no item Como Afinar a Viola, as notas terão a seguinte disposição no braço:
Nota de Atenção: Chamamos a atenção para o fato de que o desenho acima, dependendo da
resolução que se estiver utilizando na tela do computador, pode não caber na janela, podendo ficar parte dele para à esquerda. Desta maneira, pode-se utilizar a barra de rolagem inferior para se ver o gráfico todo. Optamos por deixar a figura grande sem caber na tela inteira, entretanto com uma legibilidade bem maior do que se ela fosse reduzida para caber na tela.
O Sistema
de Tablatura
Nosso método estará baseado em partituras dos exercícios propostos e, complementarmente, nas tablaturas. Uma tablatura é uma representação gráfica/numérica das notas a serem tocadas. Ela se parece muito com uma p artitura, entretanto, as linhas representam as cordas da viola, e os números nela apresentados, as casas que devem ser tocadas. Veja o exemplo abaixo.
O conjunto de 5 linhas no topo, com as notas musicais, é a partitura. Para aqueles que não conhecem a partitura, é muito mais fácil aprender a ler a tablatura, que é o conjunto de 5 linhas na parte de baixo da partitura, onde estão os números. As linhas representam os pares de cordas. A linha de cima representa o 1º par, ou seja, o mais agudo, e a linha de baixo o 5º par, o mais grave. Assim, quando olhamos para a tablatura, as linhas representam os pares da viola como se estivéssemos olhando a viola deitada no colo, com a cabeça para a esquerda e as cordas para cima. Por sua vez, os números representam a casa onde os pares devem ser tocados. Assim, o primeiro número à esquerda (0), indica que o 5º par deve ser tocado solto (emitindo a nota A). Já o segundo número, o 2, indica que deve ser tocado o 4º par, na casa dois (pressionando as cordas na segunda casa, emitindo a nota E - veja quadro de notas). Os números seguintes, 0 e 2 alinhados verticalmente, indicam que devem ser tocados, ao mesmo tempo, o 5º p ar solto e o 4º par na segunda casa dois. Os últimos números, 2 e 2 alinhados verticalmente, indicam que devem ser tocados os 1º e 2º par, ambos na casa dois.
As Escalas Duetadas (Vamos dividir o estudo das escalas duetadas em duas páginas de forma que a página da web não fique muito pesada, pois contém muitas fi guras)
A primeira e principal coisa para se aprender a tocar viola é tocar as escalas duetadas. Elas são escalas em que são tocadas, como o próprio nome já sugere, notas em dueto, ou seja, duas notas ao mesmo tempo. Essas escalas representam uma grande parte do aprendizado da viola, e com base nela serão efetuados muitos exercícios para se aprender o ponteado. Sem elas, o violeiro perde a principal ferramenta para se tocar a viola. Assim, sugerimos que esse capítulo seja estudado com muito cuidado e atenção, pois ele será a base para os demais que virão. Para executar as seguintes escalas, tocaremos, com a mão esquerda, com o polegar, ferindo as duas cordas indicadas ao mesmo tempo. Já os dedos da mão esquerda também são indicados abaixo da tablatura.
Dicas de Execução Procure tocar as escalas abaixo procurando obter um som limpo, claro. Também procure tocar as notas em um ritmo constante. Toque lentamente no início e somente aumente a velocidade quando o som, na velocidade que estiver tocando, seja limpo e claro. Toque sem pressa, buscando qualidade de som, e não velocidade na execução. A velocidade virá com o tempo. Os dedos das mãos são indicados conforme a figura abaixo:
Escala 1 A primeira escala é tocada nos 4º e 3º par da viola (D e F# respectivamente):
Note que está sendo indicado, à esquerda da tablatura, o dedo da mão direita (polegar - p), e abaixo da tablatura, os dedos da mão esquerda a serem utilizados na execução. Note também, que, com exceção das primeiras notas que são executadas no par solto, o dedo 2 sempre toca no 4º par. Assim, o dedo 2 da mão esquerda funciona como guia para essa escala.
Escala 2 A segunda escala é tocada nos 3º e 2º par da viola (F# e A respectivamente):
Note que está sendo indicado, à esquerda da tablatura, o dedo da mão direita (polegar - p), e abaixo da tablatura, os dedos da mão esquerda a serem utilizados na execução. Aqui não indicamos os dedos a serem utilizados na escala descendente, uma vez que são os mesmos dedos utilizados na escala ascendente. Aqui também temos um dedo guia, o dedo 3 da mão esquerda.
Escala 3 A terceira escala é tocada nos 2º e 1º par da viola (A e D respectivamente):
Nesta escala, o dedo guia da mão esquerda é o dedo 1.
As Escalas Duetadas - Continuação Escala 4
Esta escala toca-se exatamente da mesma maneira que a escala 3, com os mesmos dedos da mão esquerda. Note que na escala três usamos os pares cujas notas soltas são A e D. Na escala 4 também, as notas soltas são A e D. Assim, o "desenho" da escala é o mesmo, só que em pares diferentes.
Escala 5
A indicação dos dedos foi omitida para uma parte da escala. Descubra você mesmo qual deve ser a digitação (Dica: ela deve seguir os mesmos padrões das notas indicadas). A escala 5 é diferente das demais anteriormente apresentadas, uma vez que ela é tocada em pares não consecutivos. Aqui, conforme indicado, deve ser utilizado o polegar e o indicados da mão direita.
Escala 6
A escala 6 é muito parecida com a 5, mas nã o é totalmente igual, atenção!
Escala 7
A escala 7 é uma junção de várias delas. Note que podemos tocar uma escala duetada sem necessariamente irmos até a 12ª casa do braço da viola. Podemos tocar uma somente nas cinco primeiras casas. Tente descobrir a melhor digitação para essa escala (Dica: siga as escalas já aprendidas).
Exercícios de Ponteios Vamos apresentar agora alguns exercícios de ponteio, ou seja, uma forma típica de tocar viola caipira. Esses exercícios que seguem seguem uma lógica de dificuldade crescente. São baseados nas escalas duetadas aprendidas nos capítulos anteriores. Ne m todas as escalas são vislumbradas nos seguintes exercícios, mas se eles forem bem estudados, certamente gerarão excelente resultados e o aluno poderá passar a fazer seus próprios exercícios e melodias ponteadas. Vale dizer que a escrita na partitura é extremamente simplificada para fins didáticos. Ponteio 1 Esse primeiro exercício é baseado na escala duetada 1. Muito simples. Atenção aos indicadores dos dedos que devem ser utilizados (p - polegar e i - indicador)
Ponteio 2 Esse exercício também é baseado na escala duetada 1. É derivado do exercício de Ponteio 1, acima.
Quando esses dois exercícios estiverem sendo tocados habilmente, sugerimos que seja tocado o Estudo 1. Ponteio 3 Esse exercício também é baseado na escala duetada 1. É derivado do exercício de Ponteio 2, acima.
Ponteio 4 Esse exercício já se baseia na escala duetada 2. Também é muito simples. Muita atenção aos dedos indicados, pois eles são diferentes dos que foram utilizados na escala duetada 2.
Ponteio 5 Esse exercício já possui um nível de dificuldade mais elevado. Muita atenção deve ser prestada na passagem do segundo para o terceiro compasso, onde o padrão de ponteio é modificado!
Sugerimos que, nesse momento, seja experimentado o Estudo 2. Ponteio 6 Exercício baseado na escala duetada 3. Esse exercício é muito importante, pois muitas músicas se utilizam do recurso que ele explora, ou seja, a escala 3 junto com os 5º e 4º pares. Muita atenção deve ser prestada na passagem do segundo para o terceiro compasso, onde o padrão de ponteio é modificado!
Quando esse exercício estiver sendo executado habilmente, tentar tocar o Estudo 3. Ponteio 7
Exercício baseado na escala duetada 5.
Ponteio 8 Esse exercício é uma derivação do exercício anterior. Muita atenção deve ser prestada na passagem do segundo para o terceiro compasso, onde o padrão de ponteio é modificado!
Padrões de Escala Maior Nesse tópico apresentamos os padrões para se tocar uma escala maior na viola. O estudo das escalas é um dos principais meios de se conhecer qualquer instrumentos. Anteriormente estudamos as escalas chamadas duetadas, que nada mais são do que escalas maiores tocadas com duas notas. Agora vamos ver como tocar uma escala maior com somente uma nota, em uma determinada posição no braço. (Para um estudo teórico das esca la maiores veja o capítulo 8 da parte teórica.) Os gráficos abaixo indicam as notas que devem ser tocadas. Ao lado (ou abaixo conforme estiver a visualização do seu navegador) dos gráficos colocamos uma tablatura para demonstrar como o gráfico deve ser tocado. Por exemplo, o primeiro padrão de escala, que chamamos de 1, começa na corda A grave (5º par) solta. As "bolinhas" indicam quais casas devem ser tocadas. Começa -se pelo 5º par solto, toca-se a segunda casa e depois a quarta. Como não tem mais bolinhas nessa corda, passa -se para o próximo par solto, depois a segunda casa. Passa-se então para o 3º par solto e depois a primeira casa e a terceira casa. Passa-se para o quarto par na segunda casa, depois na quarta. Por fim o quinto par solto e depois segunda e quarta casa, depois se volta tocando ao contrário. As bolinhas com a letra T indicam a tônica da escala. Nos exemplos abaixo as escalas são de Ré maior, começando por cada um das notas que a compõem. Caso se queira tocar a escala de Sol maior, por exemplo, basta tocar qualquer padrão abaixo, transpondo para uma posição no braço onde o T esteja na nota sol, e não no ré como abaixo. Por exemplo, uma maneira de se tocar a escala d e Sol maior é utilizando o padrão 2 iniciando na sétima casa, ao invés de na segunda. Isso vale para qualquer padrão e para qualquer escala maior. Já os números em romano indicam o traste na viola em que o padrão deve ser tocado. Para desenvolver os padrões abaixo tomamos como base a escala de Rá maior. Entretanto, todas as escalas maiores devem ser praticadas, em todos os tons. Mas aqueles que não quiserem tocar todos os tons devem executar pelo menos os tons de D, G e A.
Padrões de Escala Menor Nesse tópico apresentamos os padrões para se tocar uma escala menor na viola. Todos os comentários sobre as escalas maiores se aplicam para as menores também! Aqui tomamos como base a escala de Si menor, relativa menor da de Ré maior. Pode-se notar que os padrões são os mesmos da escala maior!! Só que a tônica aqui é o si, não o ré! Isso ocorre pois a escala de si maior, como já dito, é a relativa menor da escala de ré maior, portanto as notas são as mesmas, por isso os padrões sáo iguais. Por isso também optamos por não colocar as tablaturas ao lado dos padrões. Entretanto, todas as escalas menores devem ser praticadas, em todos os tons. Mas aqueles que não quiserem tocar todos os tons devem executar pelo menos os tons de Dm, Am e Bm.
Estudos Para se visualizar os estudos abaixo é necessária a instalação do Acrobat Reader. Para aqueles que não tem esse recurso instalado, basta dar o download, gratuito do programa através do botão abaixo. O procedimento de download e instalação é muito simples e vale a pena, pois além desse, inúmeros outros sites utilizam essa tecnologia. O uso do Acrobat Reader está sendo adotado nesse capítulo pois ele permite uma melhor visualização dos arquivos, com zoom e outros recursos, bem como uma maior capacidade de impressão.
Os estudos não são músicas propriamente ditas. São, como o nome diz, estudos que busca m solucionar apresentar algum tipo de problema para ser resolvido. Para aqueles que lêem partitura vale dizer que a escrita, na partitura, é feita de uma forma muito simplificada. Estudo Estudo muito simples que busca aplicar o conhecimento da 1escala duetada 1 e dos exercícios de ponteios relacionados a ela. Ajuda a demonstrar como esses exercícios podem ser úteis para se tocar uma melodia. Estudo Estudo muito simples como o 1. Nele se trabalha a escala 2duetada 2 juntamente com a 1 Estudo Estudo muito simples. Nele se trabalha a escala duetada 3. 3Esse tipo de "toque" desse estudo é largamente utilizado nas músicas caipiras, principalmente pagodes.