MANUAL MANUAL DE TA TAXIDERMIA XIDERMIA Introdução Apesar dos crescentes esforços, nos últimos 20 anos a perda de diversidade biológica continua em todo o mundo, principalmente devido à destruição dos habitates. Este trabalho pretende ser uma contribuição para ue possamos estudar melhor o mundo animal animal ue nos nos cerca cerca,, dando dando por meio meio da con conser servaç vação ão das peças peças ta!ide ta!idermi" rmi"ada adas, s, material para estudos cient#ficos e pedagógicos. $odos dos os proc proced edim imen ento toss da ta!i ta!ide derm rmia ia estã estãoo mais mais t%cn t%cnic icos os e a tecn tecnol olog ogia ia tem tem contribu#do muito no sentido de chegarmos a um resultado perfeito, para ue esses animais continuem despertando a curiosidade e nos fascinando com sua bele"a, mesmo depois de mortos. As t%cnicas aui descritas, atrav%s de uma linguagem de f&cil entendimento e aplicação, tornam este manual bastante ob'etivo e pr&tico. (e muita import)ncia esclarecer ue este trabalho não incentiva a matança de animais mas sim, o aproveitamento de animais mortos por causas naturais.
Uma breve historia da Taxidermia *& milhares de anos atr&s uando o homem passou a caçar para se alimentar, ele descobriu ue as peles de suas caças uando tratadas com certas subst)ncias, podiam ser preservadas e usadas como roupas e cobertas. +s primeiros ta!idermistas eram caçadores primitivos ue davam forma às peles dos animais utili"ando barro e pedras, para uso nos rituais de caçada. omo o m%todo para preservar essas peles se desenvolveu e a necessidade de curtir os couros aumentou, o artesão encarregado desta tarefa tornou-se um dos mais importantes membros da tribo. omo a demanda pela ualidade do couro e das peles cresceu, os m%todos foram se tornado mais sofisticados. $a!ide !iderm rmia ia,, conc concei eito to prov proven enie ient ntee do greg gregoo t&!i t&!i org organ ani" i"aç ação ão// e derm dermee pel pele/ e/.. ignificando a arte de empalhar animais. $a!idermia no final do s%culo 11 deu a arte campestre uma nova roupagem, al%m do fato de ue os ta!idermistas de sucesso são considerados ho'e em dia, artistas em seu mais puro sentido. E!istem muitos m%todos
diferentes para se produ"ir formas ou recriar/ de diferentes esp%cies. Al%m de servirem como peças de decoração, os animas ta!idermi"ados são tamb%m utili"ados na pesuisa cient#fica e educação ambiental contribuindo em muito para a preservação da biodiversidade. A ta!idermia serve sobretudo, aos amantes da nature"a e aueles ue na observação das v&rias esp%cies da vida animal, compreende a harmonia do ritmo de suas formas.
$emos dois tipos de empalhamento aui a estudar
3. 4odemos empalhar o animal para fins de coleção cientifica em posição seriado deitado/ 2. 4odemos empalhar o animal para fins ornamental em posição montado/
Equipamento + euipamento e uma coisa ue varia muito com as prefer5ncias e necessidades do ta!idermista, por%m alguns são de uso comum. A seguir relacionamos os materiais mais utili"ados na preparação de aves, mam#feros e pei!es.
Materia! "ir#r$i"o 67$897 $E+89A 47:;A A<8=*A E =7:*A E97:
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Materia! para monta$em A=7A$E (E +9$E A=7A$E 4=A:+ A=7A$E (E 4+:$A 9E(+:(A >89A(E79A
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Utens%!ios auxi!iares 47:B7 (E ?@97+ $AA:*+ $7:$A (E ?@97A +9E >7$A B$97A +=A +=*+ A9$77>77A7 A9AE (E ?@97A E4E89A A=<+(A+ *7(9C>+6+ 4A9A>7:A 6A96A:$E A(E79A =71A 49E<+
Materia! &u%mi"o @7(+ 6C97+ @=++= >+9+= A=DE <=7E97:A :>+9A A6+:A$+ (E 4+$@7+ A9F:7+ @7(+ AB$7+ 8=>A$+ (E A=8G:7+
'ubst(n"ias "onservadoras Estas subst)ncias são utili"adas para impedir ue as peles entrem em estado de decomposição e a'udam a manter a fle!ibilidade original. ão empregadas segundo cada caso antes e depois do curtimento. omo são &cidos e venenos, aconselhamos ue durante o manuseio de tais subst)ncias o ta!idermista utili"e m&scara e luvas, em ra"ão da grande to!idade destes produtos. A pele devera ser retirada no menor tempo poss#vel após a morte do animal, se não for trabalhada em seguida, dever& ser acondicionada em saco pl&stico no caso de ser guardada em free"er/.
)RE)ARA*+, DE MAM-.ER,' /uidados pre!iminares $odas as medidas devem ser e!pressas em mil#metros mm/, devem ser feitas em animais recentemente mortos e nunca sobre a pele '& ta!idermi"ada. As medidas tamb%m devem ser tiradas, 'unto com a identificação da esp%cie e a se!agem do animal.
, que deve ser medido A6E;AH+94+ A8(A 4B +9E=*A A=$89A (+ A:7A=
Es"a!pe!amento 8tili"aremos o mesmo processo para peuenos mam#feros. 7niciaremos o escalpelamento com uma e!cisão a partir da e!tremidade do esterno at% o inicio do rabo, tendo o cuidado para não cortar os órgãos genitais. 8ma ve" feita à incisão no e!terno, segue rebatendo a pele separando-a da massa muscular at% a co!a do animal ue ser& separada do corpo cortando na articulação. 9epetir a mesma operação no outro lado do animal. >eito isto, separa-se a cauda e continua rebatendo a pele das costas at% chegar nos membros anteriores. 4ara a retirada da cauda % necess&rio cuidado com o bisturi, rebati-se os primeiros cent#metros de cauda, aperta-se firme a cauda entre as duas hastes de uma tesoura, mas devagar. :ormalmente a cauda se desprende com facilidade e vira do avesso. ontinuado o escalpelamento, prossegue-se, e!pondo o pescoço at% chegar à cabeça. orta-se o ouvido interno bem rente ao cr)nio, para ue não danifiue a orelha. Após isto com muito cuidado, desloca-se às p&lpebras, sem cort&-las para não pre'udicar na finali"ação do trabalho montagem. 4rossegue-se deslocando a pele da boca rente aos dentes, tomando cuidado para não cortar os l&bios. Em seguida, separa-se o nari" isolando, então, a pele da carcaça. + pró!imo passo % a limpe"a do cr)nio, para maior rapide", co"inhamos o cr)nio em uma solução de &gua e
carbonato de pot&ssio por 30 minutos. Este tempo de co"imento % utili"ado para cr)nio de animais de grande porte, para cr)nios peuenos aconselha-se não mais I minutos de co"imento.
Monta$em do manequim
4ara animais de m%dio e grande porte, sugerimos ue o maneuim se'a feito com barra de ferro de construção, em seguida começamos a encher a pele com serragem, iniciando pelo pescoço com o animal deitado de barriga para cima. om o au!ilio de cabo de vassoura, vamos comprimindo a serragem para ue fiue bem compactada. 4rossegue-se o trabalho introdu"indo serragem e compactando bem nos membros anteriores e peito. A medida em ue o enchimento vai sendo feito, no restante do corpo com a agulha e linha ou cordone/ vai-se costurando o corte ue foi feito para a retirada da carcaça at% ue toda a pele este'a cheia. Ao t%rmino desta fase % então feito o posicionamento dos membros, pescoço e cabeça em posição definitiva. A pró!ima e ultima etapa % a colocação dos olhos, pintura de partes como nari", casco e escovação dos pelos.
/onservação A peça % posta para secar a sombra e posteriormente em uma vitrine com s#lica e naftalina em seu interior, evitando manipulação desnecess&ria.
,'TE,T0/NI/A' 1 2 Introdução +s ossos usados em estudos de Anatomia podem ser obtidos naturalmente, após maceração, ou preparados a partir de moldes feitos com resinas polimeri"&veis. A obtenção natural de ossos consiste, simplesmente, na coleta destes em cemit%rios ou em escavaçJes arueológicas. onsiderando-se a fragilidade em ue esses elementos geralmente se encontram nesses casos, a coleta deve ser cuidadosa de forma a evitar inutili"açJes. 4ara aumentar a resist5ncia daueles mais antigos deve-se imergilos em parafina ou em resina sint%tica logo após a coleta. :ão % aconselh&vel a utili"ação de ossos obtidos em cemit%rios para estudo, pois na maioria das ve"es eles apresentam alteraçJes acentuadas em suas superf#cies, ou mesmo partes destru#das, como ocorre, por e!emplo, com ossos ue constituem as fossas nasais. $ais alteraçJes dependem da composição u#mica do solo. :ormalmente, nos laboratórios de Anatomia usam-se ossos preparados de cad&veres recentes ou formali"ados.
3 2 )reparação de esque!etos desarti"u!ados Esta consiste, em linhas gerais, na retirada dos músculos, f&scias, ligamentos, vasos e nervos. :ão devem ser usados cad&veres de velhos ou de indiv#duos mais obesos, ou ainda, daueles portadores de tumores ósseos, sendo prefer#veis cad&veres de adultos ou de 'ovens. As salas de maceração devem ser amplas e ventiladas com e!austores ou ventiladores. oloca-se o cad&ver sobre a mesa comum de dissecação, de prefer5ncia, com &gua corrente. om au!#lio de bisturi, retiram-se a pele, tela subcut)nea e músculos, evitando-se tocar com este instrumento as superf#cies ósseas. A seguir, separam-se os grandes segmentos corporais membros superiores, inferiores, cabeça e tronco/, ao n#vel das articulaçJes do ombro, do uadril e da nuca, lembrando-se sempre de $er cuidado para não provocar lesJes nas superf#cies ósseas, nas cartilagens articulares e metafisi&rias nos 'ovens e, nos processos da base do cr)nio, uando este % separado da coluna vertebral. :a retirada da l#ngua, procurar-se-& conservar o osso hióide, retirando-a em bloco com a laringe e a faringe. :o tronco retiram-se v#sceras, vasos e nervos. :essas condiçJes, passa-se à fase seguinte, ue % a maceração.
4 2 Ma"eração A maceração dos ossos pode ser feita com a utili"ação de &gua corrente, fria ou uente, ou com certas subst)ncias u#micas, en"imas ou insetos.
451 2 Ma"eração em 6$ua "orrente
+ laboratório deve dispor de vasilhames ou cubas de maceração, ou ainda de peuenos tanues constru#dos em alvenaria ou outro material. As medidas indicadas para as cubas são K0 cm de largura, K0 cm de comprimento e L0 cm de profundidade, e outra maior de 3L0 cm de comprimento. (ois canos devem ser instalados nestas cubas um no fundo, por onde entrar& a &gua corrente, e outro pró!imo à borda, por onde a &gua escoar&. 4ara cada cuba % recomend&vel a instalação de um registro para entrada e outro para sa#da de &gua. Al%m das cubas de alvenaria podem-se usar tamb%m tanues constru#dos de polietileno ou de aço ino!id&vel, ue são mais resistentes e de f&cil deslocamento, sendo e!celentes para maceração de esueletos de animais de peueno porte ou partes de esueletos maiores. :eles pode-se adaptar uma torneira para esva"iamento após ou durante a maceração. A &gua deve ser continuamente renovada para ue os ossos fiuem claros, o ue torna demorada a maceração. A não renovação favorece a r&pida putrefação, com os inconvenientes de maior proliferação bacteriana e tamb%m de larvas e insetos, produ"indo odor desagrad&vel. +s ossos gordurosos podem manchar-se uando em contato com o ar, o ue ser& evitado dei!ando-se a peça completamente submersa. Após alguns dias de maceração, as peças são retiradas uma a uma, passando por uma limpe"a mais fina, tirando-se o periósteo, restos de tendJes e c&psulas articulares para ue a maceração se processe mais satisfatoriamente e a sa#da de gordura se'a facilitada. A maceração dos ossos em &gua uente tamb%m pode ser utili"ada, mas não % essencial.
35 2 Ma"eração qu%mi"a
Esse tipo de maceração % adotado, preferencialmente, em cr)nios peuenos e partes de esueleto, ao inv%s de esueleto inteiro. :a maceração u#mica usa-se solução de hipoclorito de sódio a 3 ou 2M. 4odese usar tamb%m soluçJes comerciais de hipoclorito &gua sanit&ria/. Esse m%todo, no entanto, tem a desvantagem de destruir, principalmente, ossos peuenos e sali5ncias de ossos longos, sendo necess&rio, portanto, observar os seguintes cuidados especiais •
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olocar as peças em recipientes de vidro ou de pl&stico, à temperatura ambiente, durante seis ou oito diasN 9enovar a &gua diariamenteN Escovar as peças com uma escova de nOlonN 9etirar os tendJes com um bisturiN ergulhar a peça em &gua contendo solução de amPnia comercial, o ue redu"ir& o tempo em uatro ou seis dias 3 litro de amPnia para K0 litros de &gua, durante vinte e uatro horas/N (ei!ar por tr5s ou uatro dias em &gua correnteN
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anter por um per#odo de do"e a vinte e uatro horas em solução contendo 2L a QKg de fosfato trisódico e Q.L00 ml de &guaN Escovar o esueleto em &gua correnteN 7mergir o esueleto em &gua contendo hipoclorito de sódio a 3 ou 2M, durante vinte e uatro horasN
4ode-se usar hipoclorito de sódio a 3 ou 2M, dissolvido em &gua uente a R0S. A peça % mergulhada durante dois ou tr5s minutos, lavando-se, alternadamente, em duas soluçJes diferentes de hipoclorito. 9emovem-se as partes moles com um bisturi ou outro instrumento. + processo deve ser repetido uatro ve"es, se necess&rio, lavando-se a peça. A maceração u#mica pode ser feita tamb%m com hidró!ido de pot&ssio a 3 ou 2M, em recipiente fechado contendo &gua uente, sendo a solução agitada pela passagem de ar comprimido, ue entra e sai por orif#cios especiais locali"ados no recipiente. Esse processo pode durar uma semana. +utra t%cnica ue sugerimos foi descrita por
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(issolver 3K0g de carbonato &cido de sódio em 2K0 ml de &gua e 30 g de hipoclorito de sódio em VK0 ml de &guaN misturar as duas soluçJes e agitar com intervalos, durante tr5s horasN filtrar e acrescentar volumes de solução auosa de hipoclorito de sódio a 3KM, preparada com &gua destiladaN 8sar uma parte da solução pronta para L a 30 partes de &guaN Auecer levemente a solução durante uma hora, se estiver completamente livre dos tecidosN 9emover os tecidos com escova.
9osa et al. Aconselham o uso de carbonato de c&lcio a VM para a maceração de ossos retirados de cad&veres fi!ados em formol. + processo leva de vinte a trinta dias. +s res#duos devem ser tirados com escova de pl&stico.
2. W Ma"eração por di$estão dos te"idos
Esse m%todo % útil principalmente para fetos e animais peuenos, e, segundo *arris e ahoneO, não % indicado para pei!es.
A tripisina e a papa#na são usados nos m%todos ue serão descritos abai!o. $5m a desvantagem de desarticular os esueletos, mas não alteram a morfologia óssea, como ocorre em outros m%todos u#micos. Após a retirada da pele e das v#sceras, coloca-se o esueleto em uma solução de tripisina a 3M, misturada com uma solução de bicarbonato de sódio a 0,KM, a QVS. a digestão se processa em dois dias. 9etira-se o l#uido superficial, tendo-se cuidado de não remover os ossos peuenos. En!uga-se bem a peça. ugerimos consultar a t%cnica de $aOlor para melhores esclarecimentos. + esueleto pode ficar articulado, dependendo de certos cuidados. 9etira-se a pele e as v#sceras do esp%cime, imergindo-a logo depois em solução de sulfato de sódio 3g/ e pancreatina 2g/ com 3.000ml de solução salina. Auece-se em fogo brando durante trinta minutos, sendo esse tempo vari&vel de acordo com o tamanho da peça. (epois ue os tecidos ficarem amolecidos, lavam-se em &gua uente e escovam-se os ossos para retirada dos res#duos. 9osa et al. 7ndicam o uso de uma solução de papa#na a 0,KM para a fase de cocção de ossos retirados de cad&veres '& fi!ados, num processo ue dura cerca de duas horas. Em seguida os ossos devem ser colocados numa solução de bicarbonato de c&lcio a VM, durante o per#odo de dois dias. +s ossos são retirados dessa solução, lavados em &gua corrente e postos para secar.
7 2 Monta$em de esque!eto
4ara se processar a montagem de esueletos desarticulados, o laboratório de anatomia precisar& dos seguintes materiais m&uina peuena de perfurar, brocas de diferentes calibres, fios de nOlon nS V0, L0, 30 e 200, hastes met&licas, parafusos de cobre e arames de aço. :a montagem da mão ou do p% sugerimos utili"ar fio de nOlon nS L0 nos ossos do metacarpo e dos dedos. :as articulaçJes do 'oelho, ombro e uadril deverão ser usadas hastes met&licas e porcas, grampos de bron"e ou outra liga met&lica. As dimensJes dessas peças são vari&veis, e ficarão a crit%rio do t%cnico respons&vel pela montagem. A peça em forma de T$U, usada na montagem da articulação do 'oelho, ter& di)metro entre Q e Imm ao n#vel da cavidade do ramo hori"ontal. A parte vertical dessa peça ter& comprimento de Icm, e ser& fi!ada ao n#vel da emin5ncia intercondilar. + esueleto assim montado não poder& sofrer movimentos bruscos ou cont#nuos, pois h& risco de ruptura das peças, dos fios de pl&stico ou das hastes met&licas.
