MANUAL DE GONIOMETRIA – Membro superior Publicado em 22/04/2011 | 10 Comentários
MANUAL DE GONIOMETRIA – Como medir as amplitudes dos movimentos dos MMSS
Este trabalho foi desenvolvido desenvolvido por mim e pela minha amiga e colega de profissão, Sabrina Raíssa, ainda em nosso tempo acadêmico. Nesta época sentimos a necessidade de aprofundarmos nossos estudos sobre a goniometria que é uma técnica muito utilizada por fisioterapeutas fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. A goniometria é um processo de medição da Amplitude de Movimento – ADM – que cada articulação consegue realizar. Este método de medição da ADM é o mais utilizado na prática clínica. Existem diferentes tipos de instrumentos para avaliar estas medidas, como o goniômetro fluido, o eletrogoniômetro e o goniômetro universal, que é o mais comumente utilizado. Este manual mostrará como se fazer medições utilizando o goniômetro universal. Com o goniômetro universal, pesquisamos e praticamos as várias medidas articulares do corpo humano, chegando a estas informações valiosas no estudo da Cinesiologia, informações estas que serão apresentadas a seguir. Para uma maior validade e confiabilidade nas medidas, é preciso observar alguns detalhes, como posicionar o paciente de forma definida e correta; localizar o ponto anatômico no qual será colocado o eixo do instrumento; posicionar corretamente a barra fixa; e acompanhar o m ovimento articular, seja ele ativo ou passivo, com a barra móvel. É fundamental observar também os valores para amplitude articular, levando em conta a idade, o sexo, a profissão, o tamanho e a constituição física do indivíduo, além de diversas outras características e circunstâncias. Vale lembrar que o lado contra-lateral do paciente é, provavelmente, o valor em graus mais normal para a comparação. O movimento deve ser executado lentamente para ser observada a resposta do paciente quanto à dor, ao desconforto e a outras manifestações. Há outros pontos importantes aos quais devemos estar atentos, como a estabilização do membro a ser medido para evitar possíveis compensações; a tranqüilização do paciente, explicando como
serão realizados a medição e o movimento; e a realização de mais de uma leitura da medida, para confirmação da mesma. Enfim, é imprescindível ser cauteloso e observador para que a medição articular seja o mais fiel possível.
OBJETIVOS DA GONIOMETRIA: •Determinar a presença ou não de disfunção •Estabelecer um diagnóstico •Estabelecer os objetivos do tratamento •Direcionar a fabricação de órteses •Avaliar a melhora ou recuperação funcional •Modificar o tratamento
O GONIÔMETRO UNIVERSAL É um instrumento de medição da Amplitude de Movimento – ADM – de fácil aplicação, de baixo custo, de fácil higienização, não invasivo e durável. Por esses motivos, é utilizado na clínica da Terapia Ocupacional e da Fisioterapia. Abaixo, a ilustração identifica as partes desse instrumento:
MEDIÇÕES DO MEMBRO SUPERIOR
1 – ARTICULAÇÃ O
DO OMB RO
Flexão de ombro – Grau 0° a 180° Posição: De pé ou sentado, braço aduzido. Eixo: Localizar o acrômio e medir aproximadamente dois dedos abaixo dele. Barra fixa: Em direção ao solo. Barra móvel: Acompanha o movimento de flexão do ombro, lateral ao úmero, na direção do epicôndilo lateral, para cima.
Extensão de ombro – Grau 180° a 0° (é a volta da flexão) Posição: De pé ou sentado, em flexão. Eixo: Localizar o acrômio e medir aproximadamente dois dedos abaixo dele. Barra fixa: Em direção ao solo. Barra móvel: Acompanha o movimento de extensão do ombro, lateral ao úmero, na direção do epicôndilo lateral, para baixo.
Hiperextensão de ombro – Grau 0° a 45° Posição: De pé ou sentado, braço aduzido. Eixo: Localizar o acrômio e medir aproximadamente dois dedos abaixo dele. Barra fixa: Em direção ao solo. Barra móvel: Acompanha o movimento de hiperextensão do ombro, lateral ao úmero, na direção do epicôndilo lateral, para trás.
Abdução de ombro – Grau 0° a 180° Posição: De pé, com braço aduzido.
Eixo: Localiza o acrômio e mede aproximadamente dois dedos abaixo dele, segue em direção a espinha da escápula. Barra fixa: Em direção ao solo posteriormente. Barra móvel: Acompanha o movimento de abdução, na região dorsal.
Adução de ombro – Grau 180° a 0° (é a volta do movimento da abdução) Posição: De pé, com braço abduzido. Eixo: Localiza o acrômio e mede aproximadamente dois dedos abaixo dele, segue em direção a espinha da escápula. Barra fixa: Em direção ao solo posteriormente. Barra móvel: Acompanha o movimento de adução, na região dorsal.
Abdução horizontal de ombro – Grau 0° a 90° Posição: Sentado. Eixo: Com o braço estendido anteriormente, coloca-se o eixo sobre o acrômio. Barra fixa: Em direção ao úmero anteriormente (para frente). Barra móvel: Paralela ao úmero, segue o movimento de afastar o braço da linha mediana (para fora).
Adução horizontal de ombro – Grau 0° a 40° Posição: Sentado. Eixo: Com o braço estendido anteriormente, coloca-se o eixo sobre o acrômio. Barra fixa: Em direção ao úmero anteriormente (para frente). Barra móvel: Paralela ao úmero, segue em direção a linha média do corpo (para dentro).
Rotação interna de ombro – Grau próximo de 0° a 90° Posição: Posição em decúbito dorsal, com o braço abduzido a 90° e cotovelo em flexão de 90°, em supinação. Eixo: No olécrano. Barra fixa: Paralela ao solo em direção à cabeça. Barra móvel: Fica lateral à ulna e acompanha o seu movimento para frente.
Rotação externa de ombro – Grau 0° a 90° Posição: Posição em decúbito dorsal, com o braço abduzido a 90° e cotovelo em flexão de 90°, em supinação. Eixo: No olécrano. Barra fixa: Paralela ao solo em direção ao tronco. Barra móvel: Fica lateral à ulna e acompanha o seu movimento para cima. 2 – ARTICULAÇÃ O DO COTOVELO
Flexão de cotovelo – Grau 0° a 145° Posição: De pé ou sentado. Eixo: Epicôndilo lateral do úmero na região do cotovelo com braço aduzido. Barra fixa: Lateral ao úmero em direção ao acrômio. Barra móvel: Paralela ao antebraço, acompanha o movimento de flexão.
Extensão de cotovelo – Grau 145° a 0° Posição: De pé ou sentado. Eixo: Epicôndilo lateral do úmero na região do cotovelo com braço aduzido.
Barra fixa: Lateral ao úmero em direção ao acrômio. Barra móvel: Paralela ao antebraço, acompanha o movimento de extensão. 3 – ARTICULAÇÃ O RADIOULNA R
Pronação – Grau 0° a 80° Posição: De pé ou sentado, com o braço aduzido e em posição intermediária. Cotovelo em flexão de 90°. Eixo: Sobre a articulação do punho, na direção da linha do 3° dedo, colocando o goniômetro na parte posterior do antebraço. Barra fixa: Voltada para o solo. Barra móvel: Oposta à barra fixa, acompanha o movimento de pronação.
Supinação – Grau 0° a 90° Posição: De pé ou sentado, com o braço aduzido e em posição intermediária. Cotovelo em flexão de 90°. Eixo: Sobre a articulação do punho, na direção da linha do 3° dedo, colocando o goniômetro na parte anterior do antebraço. Barra fixa: Voltado para o solo. Barra móvel: Oposta à barra fixa e acompanhar seu movimento, acompanha o movimento de supinação. 4 – ARTICULAÇÃ O DO PUNHO
Flexão de punho – Grau 0° a 80° Posição: Braço aduzido, antebraço fletido em 90°, punho reto. Eixo: Na articulação do punho, em direção à prega distal
do lado ulnar. Barra fixa: Em direção ao antebraço. Barra móvel: Na direção do 5° metacarpo acompanhando o seu movimento de flexão (mão caída).
Extensão de punho – Grau 0° a 70 ° Posição: Braço aduzido, antebraço fletido em 90°, punho reto . Eixo: Na articulação do punho, em direção à prega distal do lado ulnar. Barra fixa: Em direção ao antebraço. Barra móvel: Na direção do 5° metacarpo acompanhando o seu movimento de extensão (para cima).
Desvio Ulnar – Grau 0° a 45° Adução de punho é medida em pronação. Posição: Braço em adução, antebraço apoiado com a mão reta, em prono. Eixo: Na articulação do punho na prega distal, sobe até a direção da linha do 3° dedo, posteriormente, apoiada emuma mesa. Barra fixa: Sobre o antebraço. Barra móvel: Acompanha o movimento na direção da linha do 3° dedo em direção à ulna.
Desvio Radial – Grau 0° a 15° Abdução de punho é medida em supinação. Posição: Braço em adução, antebraço apoiado com a mão reta, em prono.
Eixo: Na articulação do punho, na prega distal, sobe até a direção da linha do 3° dedo, em pronação, apoiada em uma mesa. Barra fixa: Sobre o antebraço. Barra móvel: Acompanha o movimento na direção da linha do 3° dedo em direção ao rádio. 5 – A R T IC U L A ÇÃ O M E T A C A R P O F A L A N G IA N A
Flexão Metacarpofalangiana – Grau 0° a 90° Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a m ão na posição intermediária, mantendo o punho e os dedos estendidos. Eixo: Articulação metacarpofalangiana. Barra fixa: Paralela ao metacarpo. Barra móvel: Paralela às falanges, acompanhando seus movimentos de flexão.
Extensão Metacarpofalangiana – Grau 90° a 0° (é a volta da flexão ) Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a m ão na posição intermediária mantendo o punho e dedos estendidos. Eixo: Articulação metacarpofalangiana. Barra fixa: Paralela ao metacarpo. Barra móvel: Paralela às falanges, acompanhando seus movimentos.
Hiperextensão Metacarpofalangiana – Grau 0° a 30° Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a m ão na posição intermediária mantendo punho e dedos estendidos. Eixo: Articulação metacarpofalangiana.
Barra fixa: Paralela ao metacarpo. Barra móvel: Paralela às falanges, acompanhando seus movimentos para trás.
Flexão interfalangiana proximal – Grau 0° a 90° Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária. Eixo: Articulação interfalangiana proximal. Barra fixa: Paralela ao metacarpo. Barra móvel: Paralela à falange medial acompanhando seu movimento de flexão.
Flexão interfalangiana distal – Grau 0° a 90° Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a m ão na posição intermediária. Eixo: Articulação interfalangiana medial. Barra fixa: Paralela ao metacarpo. Barra móvel: Paralela à falange distal acompanhando seu movimento de flexão.