Kuatsu

FROSI, Tiago Oviedo; MAZO, Janice Zarpellon. Kuatsu: técnicas de reanimação e sua aplicação no Karatê.

1

KUATSU :

Técnicas de reanimação e sua aplicação no Karatê

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Educação Física Grupo Interinstitucional de Estudos Olímpicos

Tiago Oviedo Frosi Janice Zarpellon Mazo

Endereço para correspondência: Rua Itagiba, 21, Santa Tereza – Porto Alegre. CEP: 90850-310. Email: [email protected] / [email protected] [email protected]

Revista Corpo em Movimento. Canoas: Ed. ULBRA, 2008. v.6, n.1.

Titles you can't find anywhere else

Try Scribd FREE for 30 days to access over 125 million titles without ads or interruptions! Start Free Trial Cancel Anytime.








2

RESUMO Este estudo visa desmistificar certos aspectos da técnica chamada Kuatsu . A técnica que consiste na estimulação de certos pontos do corpo através de golpes de percussão (socos, golpes com a mão espalmada e até chutes), tem origens muito antigas, comuns às das artes marciais japonesas. Nestas artes, o kuatsu se configura como um instrumento usado pelo professor para o pronto socorro a uma série de lesões que podem ocorrer na sessão de treinamento. Para este trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica, consultando-se diversos materiais que abordassem a técnica do kuatsu e a questão das lesões no desporto Karate. Tendo o kuatsu sido explorado por autores ocidentais, já a algumas décadas, foi possível identificar suas aplicações sob uma ótica da fisiologia e dos socorros, bem como ao identificarem-se as principais lesões ocorridas na competição e no treinamento do karate, concebe-se o Kuatsu como uma alternativa viável ao instrutor de artes marciais como uma opção de pronto socorro ao atleta ou aluno vítima de um traumatismo.

Palavras Chave: Kuatsu , Reanimação, Karatê, Traumatismo, Lesões, Socorros.

ABSTRACT This study search demystifies certain aspects of the Kuatsu technique. The technique that consists on stimulates certain points of the human body through hitting with punches and kicks with controlled power, has ancient origins, common to the Japanese martial arts. On these arts, the Kuatsu is an instructor‟s instrument to give first aid to an injuries series that can occur in the training session. To this article, was realized a bibliographic revision, consulting various materials that approach to the Kuatsu technique and the injuries in Karate as a sport. Kuatsu has explored by western authors by decades, mainly in France, and was possible identify their applications under the eyes of physiology and the giving of the first aids. So, identifying the main injuries occurred in Karate competition and training, conceive the Kuatsu like an alternative of first aid to the athlete or practitioner victim of concussion or traumatism.

Key Words:








3

1 INTRODUÇÃO A partir de um processo gradual, deixou-se de produzir guerreiros no Japão, e haviam agora dois segmentos da antiga cultura militar japonesa: os exércitos e os Dô .

No exército, mesmo usando-se da influência cultural samurai (que chegou a criar soldados únicos como os pilotos kamikazes ), ), existia agora homens com treinamento pouco especializado, que carregavam equipamento tecnológico e faziam diferença no campo de batalha através do número de combatentes, e não mais pela excelência individual, como acontecia no período feudal. Nos Dô (Caminhos Marciais) procurava-se passar aqueles conhecimentos marciais do bujutsu (técnicas de luta), mas sempre buscando a construção de um cidadão pacífico, como uma disciplina de desenvolvimento integral. A este processo originaram-se as diversas artes marciais modernas, com um caráter semelhante em diversos aspectos ao bujutsu feudal, porém com técnicas adaptadas para evitar confrontos mortais e o início da introdução das competições. Passando assim a haver diversos Dô que acabaram tornando-se esportes, dos quais destacam-se por sua atual expressão mundial o judô, o karate-do e o Kendô (esgrima). Das modalidades que não passaram por um processo tão visível de esportivização, mas que também estão presentes hoje como herança daquelas disciplinas praticadas pelos bushi (guerreiros), são o kyudo (tiro com arco) e o aikidô. O processo de esportivização de diversas modalidades às levou a adotar regras e o uso de protetores para evitar lesões. Neste caminho, mesmo com diversas medidas tomadas pelas pessoas que pensam o esporte, diversos professores negligenciam essas definições e realizam treinamentos que expõe os alunos aos mais variados tipos de lesões. Além disso, acidentes, e a falta de perícia dos próprios alunos, parecem ser causa de grande porcentagem destes desagradáveis acontecimentos. Uma forma de dar um atendimento imediato a diversos tipos de concussões, desmaios e paralisia de áreas atingidas por algum golpe é a aplicação do Kuatsu .








4

2 METODOLOGIA Esta é uma pesquisa indireta de método bibliográfico. Foi realizado um estudo histórico com análise documental (ou de conteúdo) utilizando fontes primárias e secundárias. O método bibliográfico é desenvolvido exclusivamente com fontes já elaboradas, ou seja, a partir da leitura das chamadas fontes de “papel”.

A coleta de informações foi realizada em fontes impressas primárias e secundárias. As fontes primárias, ou de primeira mão, são a evidência real, tais como relatórios de competição, enquanto que as fontes secundárias, ou literatura existente, incluem o corpo existente de livros, artigos, jornais e revistas. A análise documental foi realizada após a localização das fontes primárias, essas são submetidas a um processo avaliativo: crítica externa a crítica interna. A crítica externa envolve a determinação da forma do material. Essa fase de avaliação estabelece a autenticidade da fonte por meio de análise textual e estilística dos documentos. Já a crítica interna trata da natureza da fonte. Envolve, portanto, problemas de consistência e precisão. pr ecisão. Segundo Struna (2001) há três regras a serem aplicadas no processo de crítica interna aos documentos coletados: A regra do contexto, a qual mantém que uma palavra deve ser entendida em relação às palavras que a precedem e a seguem – não no uso contemporâneo do próprio historiador. A regra de perspectiva, a qual, como segunda pauta, encoraja a perguntar quem (ou que agência ou grupo) deixou o registro, qual foi a relação da fonte com um evento ou grupo, e até mesmo como a fonte coletou a informação. A regra de omissão ou edição livre, a qual sustenta que a maioria das fontes históricas – registros oficiais, narrativas das cenas completas. Assim, há a necessidade de utilizar mais do que uma fonte para visualizar qualquer evento, programa, ou pessoa no passado.








5

3 ARTES MARCIAIS Durante o desenvolvimento da sociedade japonesa, diversos aspectos e mudanças sociais moldaram o que conhecemos como Budô. Segundo Stevens (2001, p.9), a palavra Budô, formada pelos caracteres BU ( ) e DO ( ), “embora o caractere BU geralmente seja traduzido por marcial, os componentes originais deste ideograma tem o sentid o de „parar o conflito com armas‟, o que implica, exatamente, restaurar a paz”, caracterizado pelo machado estilizado, parado, no caractere BU .

Da mesma maneira, o caractere DO significa „caminho‟, ou “Tao , o caminho da verdade, a vereda para a libertação”. (STEVENS, 2001, p.9)

Esses caracteres se unem, formando a palavra que pode ser interpretada como “o caminho para atos de coragem e iluminação” (STEVENS, 2001, p.9),

sendo, o Budô, o conjunto de princípios que guiaram a conduta dos guerreiros japoneses durante séculos. séculos. Como um grande símbolo dentro do Budô, existe desde tempos indetermináveis a figura do instrutor que era (e continua sendo) o responsável pela passagem de todos os conhecimentos práticos e teóricos em artes marciais. Como relata Westbrook, frequentemente, no coração do ryu encontramos essa misteriosa figura da qual dependia a existência do bujutsu , assim como a preservação do desenvolvimento de sua teoria e de sua prática: o mestre de armas, o professor, o instrutor de artes marciais, o sensei . (2006, p.185)

Geralmente, o ryu (escola de artes marciais) era comandado por um sensei , que tinha, dentro do dojo , autoridade maior do que os chefes de clã e governantes devido a aura sobrenatural e de poder que cercava esta figura. O mestre foi, portanto, uma figura de destaque na sociedade japonesa da antiguidade, possuindo certos direitos aos quais os demais membros das diversas camadas sociais não possuíam. Fora do Buke (classe militar) que era a dominante nesta época, haviam








6

feudal, enviar seus filhos a mosteiros para receberem a educação oferecida pelo clero. Essa prática, que sempre foi proibida, passou a ser cada vez mais reprimida, até que no período Tokugawa foi punida de tal forma que acabava geralmente com a morte do pai e dos filhos que receberam a educação “fora da lei”. Nesta época,

cabia apenas ao Buke , o direito de receber a educação (mesmo havendo limites de instrução dentro da própria classe guerreira de acordo com o nível que o clã, ou uji , ocupava). É importante perceber que a educação nos templos não era a mesma que existia nas escolas de guerreiros ( ryu ). ). Como descrito em seguida, a instrução nos templos budistas era baseada na tradição do patriarca budista Bodhidharmna (ou Daruma, como é conhecido no Japão), que compreendia o ekkikin (práticas corporais baseadas em exercícios semelhantes ao yoga e na prática de artes marciais) e o senzui (estudo literário e religioso formal agregado a práticas de meditação e controle mental). Além das artes marciais e da guerra, onde o samurai aprendia a luta individual e a estratégia, havia uma preocupação imensa com disciplinas que diz-se „educavam o espírito‟. Para tanto havia o aprofundado estudo da religião, marcada

pelo inicial estudo do xintoísmo (a religião indígena japonesa) e posteriormente do budismo (ou zen budismo) importado da Índia e da China. Nestas práticas, buscavase além da estabilização energética pela vibração das notas musicais (nas canções executadas com instrumentos como o sho ), ), uma harmonia de pensamentos capaz de “responder imediatamente os ditados de uma realidade perigosa sem vacilar para refletir, e muito menos para duvidar”. (RATTI & WESTBROOK, 2006, p.487)

As práticas japonesas buscavam, portanto, a construção de um indivíduo completo. Podemos evidenciar isto com princípios como o do Yin Yang (o círculo representativo das energias constituintes do universo formando o conjunto), as disciplinas que formavam o ensino no Japão Antigo (compreendendo práticas corporais como as técnicas marciais, a literatura e caligrafia e o estudo religioso), além do conjunto de princípios morais e éticos passados através do Budô.










7

4 LESÕES MAIS MAIS COMUNS NO KARATE KARATE O Karatê é uma arte marcial originada a partir das técnicas de defesa pessoal sem armas de Okinawa, e tem como base a filosofia do Budo japonês (filosofia que busca, através das artes marciais, promover o desenvolvimento do bom caráter no praticante). O Karatê de torneio é um jogo de reflexos que exige "timing", velocidade, técnica, estratégia, camaradagem e controle, onde prevalecem honra, lealdade e senso de compromisso. Não existindo registros exatos do início das artes marciais, sabe-se que a origem da maioria das técnicas t écnicas é chinesa, datando de aproximadamente 10 mil anos atrás. Houve, também, grandes influências de artes japonesas. Isso se deveu a Okinawa localizar-se num ponto estratégico entre os países do extremo oriente, sendo, assim, grande centro comercial. O desporto Karatê vem simular um combate onde são usadas primordialmente técnicas de percussão (socos, golpes de mão espalmada, chutes etc). Sendo assim, são utilizados protetores de boca, luvas, caneleiras com protetor de pé, protetor genital e para as mulheres protetor de seios. De acordo com dados obtidos em recentes competições de Karate (KUJALA et al, 1995; CRITCHLEY et al, 1999; CARVALHO, 2004; MACAN et al, 2006), levantou-se para o presente estudo as características dos principais tipos de lesões na prática desta modalidade. Vão existir três situações que identificamos de maior perigo no treinamento do Karatê: os exercícios de preparação física (situação I), a competição de Kumite, ou seja, luta propriamente dita (situação II), e o treinamento de Kata, a performance que simula o combate contra vários adversários (situação III).








8

Na competição de Kumite (situação II) ocorrem a maioria dos acidentes do Karatê. Como ocorre o confronto direto com um adversário, mesmo com as regras e o uso de protetores ocorrem acidentes, principalmente nas ligas de menor nível técnico (campeonatos locais e estaduais). As lesões mais comuns estão associadas as técnicas mais utilizadas neste evento. Sendo assim são comuns golpes diretos a pontos vulneráveis do rosto e no plexo solar. Alguns acidentes mais incomuns, normalmente associados a erros técnicos, tanto do „atacante‟ como do „atacado‟.

Nestas situações geralmente o que ocorre são golpes nos membros inferiores (geralmente chutes) e na região genital (normalmente associada a descuido do atleta que vai desferir um chute). Uma terceira situação, raríssima é aquela em que dois atletas se atacam de forma mais abrupta em que um, ou os dois se encontra no solo. Neste caso, tanto o atleta caído (mais vulnerável) quanto o que permaneceu de pé estão sujeitos a lesões pelo tipo de contra-ataque que geralmente se ensina. As lesões mais comuns no treinamento de Kata (situação III) são aquelas ocasionadas por desgaste músculo-tendíneo pela repetição de gestos onde é exercida grande carga sobre certos grupos musculares, além dos impactos gerados pela recepção de acrobacias, que no karate são geralmente muito pesadas, na verdade movimentos peculiares e bem distintos das ginásticas e artes marciais chinesas.

5 KUATSU








9

5.1 História O corpo humano é dotado de uma estrutura sutil, conforme sugere Bull (1998, p. 72), “[...] que promove a troca do nosso ki (energia vital) com o meio externo e a circulação dessa energia pelo nosso corpo”. Esse sistema é conhecido

como sistema humano de meridianos, ou sistema de chakras . Esses pontos de fluxo energético já apareciam em antigos manuscritos da época em que se praticava o Todê (karatê primitivo – como explicado em Nakayama, 2000). Eram então pontos

vitais golpeáveis ou passíveis de aplicação de técnicas de acupuntura, representados sob a imagem do “homem de bronze” (uma figura que se perpetuou

entre aquelas gerações de okinawanos). O sistema de chakras é subdividido em dois grandes blocos: os sete grandes chakras , por onde a energia presente no ambiente é absorvida (ou nossa energia é transmitida para fora), e os diversos tenketsu , por onde a nossa energia é conduzida similarmente a um grande sistema circulatório. Da mesma maneira que os sete grandes chakras se localizam em regiões comuns a importantes glândulas ou órgãos do nosso corpo físico, os pequenos chakras (ou tenketsu ), ), se revelam posicionados em pontos comuns a nervos sensitivos e outras estruturas biológicas importantes. Sabe-se que surgiram diversas técnicas de se tratar o corpo dos lutadores na antiguidade. Temos evidências por exemplo, de um método de massagens com os pés, dos chamados “pontos de acupuntura”, ou “pontos de pressão”, no

Kalariphayith indiano. Esta técnica era não apenas uma forma de se aprimorar a

performance corporal, como também um rito importante de relação mestre-discípulo.








10

Percebemos que este conjunto de conhecimentos, geralmente baseados na cultura oriental e em sua medicina tradicional, foi passada dos países continentais para os Ryukyus e para o Japão, nas clássicas viagens dos monges que tinham o intuito de difundir a doutrina

C’han

(ou Zen ) e dos mercadores e militares chineses

peritos em Wu Shu . Importante destacarmos que o trabalho do professor Lasserre (1971) à frente da Federação Francesa de Judô foi muito importante para dar uma visão da aplicabilidade dos kuatsu sob a ótica da anatomia e fisiologia da medicina ocidental, àquela a qual estamos mais familiarizados.

5.2 Objetivos O objetivo da aplicação dos Kuatsu é recuperar ou reanimar um praticante de artes marciais após uma síncope ou lesão sofrida durante o treinamento. Para tanto, utilizando-se das técnicas de forma apropriada, é possível ativar centros nervosos e proprioceptivos, auxiliando na volta do indivíduo à lucidez ou, pelo menos, ao recobrar dos sentidos. Sendo assim, a utilização do kuatsu é uma medida de „primeiro-socorro‟ ou atendimento imediato, onde a vítima é acudida ainda no dojo (local de treinamento e desenvolvimento).

5.3 Técnicas








Situação I

Situação II

11

Situação III

Ippon Ken à 7ª vértebra cervical – Palpitações

Shuto à 1ª vértebra cervical – Ippon Ken ou Hiza Age ate à Epistaxe 1a vertebra lombar – – síncope

Teisho à base do peito Sufocação

Teisho ao processo espinhoso da 7ª vértebra cervical - Síncope Koshi Geri à 3ª vértebra lombar – – traumatismo nos testículos

Ippon Ken ao ponto Kong Soun – traumatismo dos testículos durante a transição de bases Ippon Ken à 3ª vértebra lombar – – traumatismo no cérebro após queda errônea de acrobacia ou execução de bunkai

Empi Uchi à 3ª vértebra – traumatismo no lombar – cérebro

5.3.1 Descrição das técnicas técnicas da situação I Como explicado antes, as técnicas da situação I vão ser utilizadas em eventos que podem ocorrer no treinamento de qualquer esporte. São decorrentes do próprio esforço excessivo. Na situação da ocorrência de palpitações, utiliza-se o Ippon Ken (Golpe com o nó do dedo), ou Nakadaka Ken (NAKAYAMA, 2000, p.18), sem que se tome mais de 20cm de distância do alvo para execução da técnica. Todo kuatsu deve ser executado com grande força, mas de curtas distancias. Atinge-se então a 7ª vértebra cervical, de baixo para cima, duas ou três vezes. Devido a grandes esforços o atleta ou praticante podem entrar em estado de sufocação pelo aumento exacerbado da freqüência respiratória. Para auxiliar no retorno à freqüência respiratória normal se faz pressão à base do peito, pelos lados,










12

Na epistaxe (sangramento nasal), se golpeia com Shuto (espada da mão, ou cutelada) a primeira vértebra cervical, tendo o crânio apoiado ao nível do queixo, pela outra mão e num estado de total relaxamento da musculatura do pescoço e ombros. Dois ou três golpes serão capazes de interromper por instantes a corrente sanguínea na região, estancando o sangramento. No caso de síncope causada por golpes ao nível dos órgãos da região abdominal, se utiliza o Teisho contra a 7ª vertebral cervical. Alguns golpes, vindos de baixo para cima, devem ser desferidos com força até que o atleta recobre os sentidos. Em todos os casos de síncope é importante fazer o traumatizado respirar e relaxar após o recobrar dos sentidos. No caso de ocorrência de traumatismo aos testículos, o mais comum é solicitar que a vítima sente, estendendo os membros inferiores. Em seguida aplicase o Koshi Geri (chute com o pé boleado, ou seja dedos erguidos atingindo com a porção logo abaixo dos mesmos) à 3ª vértebra lombar. Outras estratégias válidas são solicitar que o atleta salte caindo diretamente sobre os calcanhares, com força ou, ainda, agarrá-lo por trás apoiando pelas axilas, executando os movimentos de erguer o lesionado do solo, largando-o com força diretamente ao solo, sem deixar de oferecer o apoio dos braços.








13

Às vezes nas transições de bases, ou dachi (posturas assumidas na execução do kata), principalmente em atletas de musculatura da coxa mais avantajada, se tem um mecanismo de trituração dos testículos, principalmente se esta transição é feita de forma explosiva. Para aliviar as dores, pode-se golpear o ponto Kong Soun (centro da borda medial do pé) utilizando o Ippon Ken. Na execução de acrobacias ou na do bunkai (luta simulada representando a aplicação dos movimentos do kata), podem haver quedas com traumatismo do cérebro ou região cervical. No caso do traumatismo do cérebro, utiliza-se o Ippon Ken à 3ª vértebra lombar. Caso esta intervenção não dê resultado pode-se utilizar o

método descrito na situação II. No caso de traumatismo da região cervical, geralmente uma forte pressão com a Washide (bico de águia) de mão contra a região da base inferior do nariz auxilia no recobrar da consciência.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após este breve levantamento histórico e abordagem descritiva das








14

REFERÊNCIAS BULL, Wagner J.. Aikido, The Way of Wisdom / Aikido, o Caminho da d a Sabedoria. São Paulo: DAG Gráfica e Editorial, 1988. CARDOSO, Joel. Reiki: Primeiras Luzes. Rio de Janeiro: Escala, 2001. 3 v. CARVALHO, José Gastão Rocha de. Sobre trauma e eventos cardíacos na prática de carate: da realidade à prevenção. Revista Médica do Paraná, n. 62, 2004. p. 41-47. CRITCHLEY G.R.; MANNION S.; MEREDITH C . Injury Rates in Shotokan Karate. British Journal of Sports Medicine (BrJSM), n.33, 1999. p. 174-177. FUNAKOSHI, Gichin. Karatê-Do Nyumon: Texto Introdutório do Mestre. São Paulo: Cultrix, 1999. KUJALA, Urho; TAIMELA, Simo; ANTTI-POIKA, Iikka, ORAVA, Sakari; TUOMINEN, Risto; MILLYNEN, Pertti. Acute injuries in soccer, ice hockey, volleyball, basketball, judo, and karate: analysis of national registry data. British Medicine Journal, 1995. p.1465-1468. LASSERRE, Robert. O Livro do Kiai e dos Kuatsu: Técnicas Secretas de Reanimação. São Paulo: Mestre Jou, 1971. MACAN, J; BUNDALO-VRBANAC D; ROMI´C G. Effects of the new karate rules on the incidence and distribution of injuries. British Journal of Sports Medicine (BrJSM), 2006, n°40. p. 326-330.








ANEXOS Anexo 1 Pontos de utilização utilização de kuatsu kuatsu

15








16

Anexo 2 – Ilustrações das técnicas uilizadas

Teisho

Shuto

Nakadaka-ken

Ippon-ken

Empi Uchi

Hiza Age Ate

Koshi

Washide

Kuatsu

Recommend Documents