Uma análise bíblica, teológica teoló gica e devocional devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu
J o s é G o n ç a lv lv e s
José Gonçalves
PORÇÃO DOBRADA Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu
Ia Edição CPAD
Rio de Janeiro 2012
Todos os direitos reservados. Copyright © 2012 para a língua portuguesa da Casa Publieadora das Assembleias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina. Preparação Prepa ração dos originais: originais: Verônica Verônica Araújo Capa: Wagner Almeida Projeto gráfico e editoração: editoração: Fagner Machado M achado CDD: 248-Vida Cristã ISBN: 85-263-0360-0 As citações bíblicas foram foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de 1995, da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário. Para maiores inf ormações ormações sobre livros, revistas, r evistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD, visite nosso site: site: http://www.cpad.com.br . SAC — Serviço de Atendimento Atendim ento ao Cliente: Cliente: 0800-021 -7373 Cas a Publiea Publiea dora das As se mbleias bleias de Deus Deus
Av. Brasil, Brasil, 34.401 34 .401 - Bangu - Rio de Janeiro —RJ CEP 21.852-002 21.852-002 1" edição: 0utubro/2012 Tiragem: 15.000
Dedicatória
edico esse livro a todos àqueles que diretamente têm feito par te do meu ministério, dando-me cobertura espiritual. Maria Regina, Mará, minha amada esposa e coluna ministerial. Você tem me feito enxergar que o ministério m inistério não é um fardo pesado, pesado, mas uma um a bênção que o Senhor nos confiou para compartilhar. Minha irmã Antonia Gonçalves, a Toinha do Joel, uma guerreira incansável na oração. Não foi só uma ou duas vezes que me alertou sobre as intenções e ações do inimigo: “G “G uarda ua rda-te -te de d e passar passares es por tal lugar” luga r” (2 Rs Rs 6.8-12). A m i nha irmã Raimunda Raim unda Gonçalve G onçalves,s, Dade, uma mulher mu lher que trás trás no corpo asas marcas de uma u ma vida de oração. oração. Devo muito m uito a você você.. M eu irmão Francisco Gonçalves, o Hagar, um zeloso servo servo de Deus. Foi ele quem me influen influ en ciou a mergulhar no caudaloso rio da Teologia Bíblica. Carlos Alberto, pastor, profeta e um amigo mais chegado do que um irmão. Seus con selhos, que para mim foram verdadeiros avisos proféticos, foram de cisivos na minha vida. Irmã Domingas, a Domingas de Agua Branca, uma um a intercessora treinada na n a arte de ora orar.r. Sua Sua simplicidade e humildad hum ildadee fizeram-me fizeram -me ver que que a féfé verdadeira não precisa de retoques. João Albert A lbertoo Maciel, o Beto do Monte Castelo, grande amigo, companheiro e um zeloso servo de Deus. Sua sinceridade e amor pelo Senhor são fontes de inspiração para mim. Fábio Francisco, o Fábio do Bairro São Pedro, um gigante espiritual que muito tem me ensinado sobre dedicação e rendi ção ao Senhor. A sua fé simples e espiritualidade contagiosa, somadas ao seu profundo amor ao Senhor são fontes de motivação para a minha vida ministerial.
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Agradecimentos
gradeço ao Senhor por me abençoar com mais esta obra. Estou consciente clue se não fosse a sua abundante graça eu não teria a inspiração e motivação necessária para a produção deste livro. Como Paulo, eu tai^bém digo: “Sou grato para com aquele que me taleceu, Cristo JeJesuí» suí» nosso Senhor, que me m e consid c onsiderou erou fiel, fiel, designand design andoome para o ministéri0” (1 Tm 1.12). A Ele, pois, toda honra e glória! Agradeço também a minha esposa Maria Regina (Mará) pelo in centivo, apoio e sugestões na produção desse texto! Suas palavras de âni mo, somadas com seu extraordinário senso de humor, me motivaram a mergulhar no caud;Joso ri° da pesquisa bíblica. Que o Senhor continue te abençoando, me meU amor! am or!
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Apresentação
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com um profundo sentimento de gratidão ao Senhor que escrevo mais este liv livro! Enco E ncontr ntrava ava-m -mee em Israel com minh m inhaa espo esposasa,, M aria ar ia Regina, Regina, mai maiss especif especificame icamente nte a caminho do Mon M ontete Carmelo quan q uan do recebi recebi o e-mail da da Casa Publicadora (CPAD (CP AD)) solicitando-me solicitando-me que eu creves crevessese um comentári comentárioo sobre as vidas dos profetas Elias Elias e Eliseu. A inda inda em em cima daquele Monte a contemplar a imensa planície de Jezreel e as ruínas de Megido Meg ido ao fundo, fundo, senti toda a dramaticidade dramaticidade do relato r elato de 1 Rs 18.20-40. Emocionado, glorifiquei a Deus pelas vidas dos profetas Elias e Eliseu! Mas a minha admiração pelos profetas Elias e Eliseu começou muito antes daquela viagem viagem turística. turística. Iniciou-se Iniciou-s e no início dos anos 80 quando quan do me converti à fé evangélica. No final daquela década eu fui acometido de uma grave grave enfermidade pulmonar, o que me levou levou a uma um a sedenta sed enta busca pela pre sença do Senhor. Foi lendo lendo a história his tória do profeta de Tisbe, Elias e do profeta de Abel-Meolá, Eliseu, que eu deparei-me com o relado da por porçção dobr dobrad ada! a! Com uma um a fé ainda infantil, pois contava apenas com c om seis anos anos de conversão conversão,, comecei a pedir ao Senhor que me desse também uma porção dobrada! Em 1991, eu e um grupo de irmãos fomos a Belém, Estado do Pará para participarmos das festividades da Igreja-Mãe. Fiquei ma ravilhado com tudo o que vi ali, desde a estrutura daquele majestoso templo, bem como com as mensagens e reflexões bíblicas pregadas por renomados expositores bíblicos. Havia um deles que já havia chamado a minha atenção - tratava-se do reverendo Bernhard Johnson, um dos mais renomados renom ados pregadores de cruzadas cruzadas das das Assembleias de de Deus. E m uma manhã de domingo, quando todos haviam acabado de ministrar a Palavra de Deus, eu me desloquei até ao púlpito, onde os preletores se confraternizavam, para falar com o missionário Bernhard Johnson. Ao me aproximar daquele homem de Deus e obter a sua atenção, eu disse-lhe: “Irmão Bernhard, eu gostaria que o irmão orasse por mim a fim
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de que eu recebesse os dons espirituais, pois eu creio nos dons espirituais”. Ainda consigo lembrar com precisão as suas palavras, ditas em uma voz rouca, uma característica dos grandes pregadores de cruzada: “Muito bem meu filho, vamos orar”. As suas palavras seguintes foram as que me deixa estejov jovem em aporção dobrada”. dobrada”. Fiquei maravilhado, ram perplexo: “Senhor .; dá a este as lágrimas começaram a correr pela minha face! Quem havia dito a ele que eu estava fazendo aquele pedido? Como ele soube que eu estava buscando uma uma porção dobrada dobrad a para realizar realizar a obra do meu m eu Senhor? Senhor? São mistérios mistérios do Senhor! Senhor! Nada N ada de extraordinário extraordinário aconteceu aconteceu naquele naquele momento mom ento,, excet excetoo o im pacto que aquelas aquelas palavra palavrass do missionário Bernhard B ernhard Johnso Joh nsonn causaram causaram em mim. mim . Terminada Term inada a festa, festa, voltamos voltamos para nosso estado de origem. Pouco tempo depois desse episódio, recebi em minha casa, na cidade de Altos, Piauí, a visita visita de um u m estimado irmão irmão proveniente de Fortaleza, Fortaleza, estado estado do Ceará. Havia cinco anos que não nos víamo víamos.s. Ele fora um viciado viciado em dro gas que se convertera à fé evangé evangélica lica pouco tempo tem po antes da minha inha conv convers ersão ão.. O seu testemunho de conversão provocou um enorme impacto na cidade, visto ser filho de um Juiz de Direito e ser considerado a “ovelha negra da família”! Tendo se convertido, o seu desejo pelas coisas espirituais ficou logo visíve visívell a todos! todos! Gostava Gostava muito muito de ler a Bíblia, orar e praticar pratic ar o jeju jejumm bíblico bíblico.. A sua família possuía um sitio localizado a cerca de doze quilômetros da cidade de Altos, Altos, que naqueles dias estava estava sendo cuidado cuidad o apenas por um u m caseiro caseiro,, visto que os donos haviam se mudado paraTeresina, capital do estado. Eu e um outro irmão fomos convidados por ele para passarmos um dia com Deus naquele sítio, sítio, orando, lendo a Bíblia Bíblia e jejuando. Foi Foi naquela oração que tive tive uma das experiências experiências mais mais marcantes marcante s da d a minha minh a vida. Após lermos todo o livro de Provérbios e tirarmos um período de oração, aquele irmão recebeu uma visitação do Senhor! O impacto foi muito forte a ponto dele se lançar com o rosto em terra e chorar qua se que convulsivamente. Dizia-nos que o Senhor estava ali! Tendo se refeito daquele momento, ele olhou para mim e disse: “José, o Senhor colocou duas porções porções em teu espírito!” espírito!” D e fato eu havia sentido na ora ção uma profunda liberdade espiritual e sabia que o Senhor havia me tocado! Seria a mesma porção a qual o missionário Bernhard Johnson falara meses antes? Olhando para mim ele completou: “É uma porção maior e uma outra menor, acredito tratar-se de dons espirituais”. “Duas porções”, o que seria aquilo? Foi a pergunta que martelava a minha mente. No caso de Eliseu, o Senhor deu-lhe a porção dobrada de 6
Apresentação
Elias, Elias, e Eliseu passou a operar oper ar duas vezes vezes mais milagres milagres do que Elias. Elias. Mas Ma s eu estav estavaa consciente consciente de que não n ão era nenhu ne nhumm Elias, muito mu ito menos Eliseu Eliseu!! O que seria, portan po rtantoto “as “as duas duas porções” que o Senh S enhoror me dera naquele dia? dia? Eu Eu só sabia que aquele amado irmão irm ão dissera que se tratava tratav a de “dons “dons espirituais”. espir ituais”. Nenhuma informação adicional fora acrescentada. Eu apenas possuía um vago discernime discer nimento nto de que isso tudo tud o tinh t inhaa a ver com o ministér ministério! io! Mas Ma s não deveria deveria ser na esfera esfera pastoral, pensava eu, visto que a simples ideia de ser um pastor m e deixav deixavaa aborreci aborrecido. do. Eu E u não queria ser pastor! pastor! Cheg Ch egou ou o ano de 1993, 1993, e numa num a sexta-f sexta-feira eira eu me encontrava encontrava no tem plo orando ao Senhor, pedindo que ele me desse orientação para a minha vida. vida. Naquela Naq uela oração eu eu fui envolvi envolvido do em um profun pro fundo do queb q uebranta rantame mento nto e as express expressões ões em uma u ma língua desconhecida jorravam jorrav am na minha m inha alm alma! Pela primeira vez na minha min ha vida percebi o que estivera estivera dizendo naquela língua desconhecida: “Eu tenho uma aliança com você”. Eu não tinha dúvidas, era o Senhor! Em 2001, oito anos depois dessa experiência, eu aceitei a chamada de Deus e ingressei no ministério pastoral de tempo integral. As coisas então começaram a se encaixar e o meu discernimento da “porção dobrada” começou a acontecer. Um dia após haver sido consa grado ao ministério de evangelista, o Senhor me falou em um momento de oração: “Você vai falar para líderes”. Teria, pois, a expressão “porção dobrada” dobrad a” alguma relação relação com o Ministé M inistério rio no qual eu havia ingres ingressado? sado? As coisas pareciam caminhar nessa direção. Tendo ingressado no ministério pastoral, senti o desejo de es crever e compartilhar com alguma editora o que havia escrito. Assim comecei escrevendo um livro para apoiar a Secretaria de Missões da igreja, intitulado: Missões —o mundo pede socorro! (Editora Halley). Posteriormente escrevi alguns artigos para a revista Defesa da Fé, periódico do IC P - Institu In stitutoto Cristão de Pesquisas, Pesquisas, e em seguida seguida para a Revista Manual do Obreiro e Mensageiro da Paz, periódicos da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Outros textos escritos por mim foram enviados para a CPAD, sendo que no ano de 2002 fui informado que a editora publicaria o texto: Por que Caem os Valentes? Em 2006, quatro anos depois dessa notícia, foi lançado o Por Que Caem os Valentes? Na sequência dezenas de artigos de minha autoria foram publicados em todos os periódicos dessa editora, e outros livros também. Foi assim que surgiram os livros: As A s Ovelhas Ovel has Também Gemem (2007); Defendendo o Verdadeiro Evangelho (2009); 7
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Da D a v i: vitó vi tória riass e derrotas de um u m homem de Deus Deu s (2 (200 09); 09 ); A Prosperidade á Luz da Bíblia (2011) e Rastro Ras tross de Fogo Fogo 2012 20 12).). A s Ovelha Ovelhass Tam Também bém Gem Gemem em,, fui con Logo Log o após o lançamento lançam ento do liv livro: ro: As vidado para fazer um teste como escritor de Liç Liçõões Bíbl Bíblic icas as para a Escola Dominic Dom inicalal da CPAD CP AD.. Primeiramente Primeiram ente foi solicitad solicitadoo que fizes fizessese três lições lições bí blicas tomando por base a epístola de Tiago e posteriormente que eu escre
vesse treze lições sobre o rei Davi. Foi esse último comentário que originou D avi:i: vitórias vitórias e der erro rota tass de um hom homem em de a revista de lições lições bíblicas intitulada: int itulada: Dav Deus! Após a publicação publicação dessa revi revista sta,, que teve um eco muito grande entre os evangélicos brasileiros, outras revistas e livros se seguiram. M as o que tem haver tudo isso isso com por porçã çãoo dobr dobrad adaa ou com as duas duaspor ções? Será que eu faria chover fogo do céu, como fez o profeta profe ta Elias ou mul tiplicaria algum azeite, como fez Eliseu? Eliseu? A cada dia que passava eu percebia percebia que aquilo que o Senhor falara tinha a ver com uma capacidade espiritual que Ele me dera para realizar a sua obra, e que quando isso começasse a acontecer acontecer eu não teria teria dúvidas de que era Ele E le e não eu o responsável responsável por essa essa habilidade. Ele passou a me fazer entender que a porç porçãão maior tinha a ver porção menor menor com o ministério da pregação. com o Ministério do Ensino En sino e a po Ensinar as igrejas nas quais pastoreio, escrever Liç Liçõões Bíblic íblicas as para a ED e vários livros, que tem ultrapassado fronteiras, e ministrar em dezenas de porçãão ma maior! ior!.. Por Escolas Bíblicas para Obreiros (EBO) fazem parte dessa porç outro lado, exercer o ministério da pregação, o que tem acontecido não na porç rçãão menor. mesma mesma porção do ministério do ensino, configura configura essa essa po Escrevo tudo isso não para chamar a atenção para mim e muito me nos para fazer alguém acreditar que eu sou um novo Elias ou Eliseu. Não, não é isso isso.. Nem Ne m tem tampouco tampo uco a pretensão de tornar torna r o Senho S enhorr respo responsáv nsávelel por po r eventuais insucessos insucessos ministeriais, em especial especial quando quando não tratamo tratamoss com zelo os seus dons. Se por alguma razão não nos esmerarmos no ensino da Palavra e não pregarmos como convém, a responsabilidade é nossa e não dEle. Escrevo, pois, com intenção de mostrar que o mesmo Deus desses profetas continua sendo o mesmo Deus ainda hoje. E que mesmo sabendo que somos imperfeitos e que fazemos pedidos aparentemente infantis, Ele está pronto pron to a nos abençoar com toda tod a sorte de bênçãos bênçãos espir espiritu ituaiais!s! Espero, pois, que esse livro, que evidentemente possui muitas lacu nas, possa abençoar você de uma forma especial. A Deus, pois, pois, toda honra h onra e toda a glor gloriaia!! José José Gonça onçalv lves es - Agua Ag ua Bran Branca ca,, Piauí, Piauí, Agosto Agosto de 2012
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D e d ica ic a t ó r ia ...... ......... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ....3 .3 Agradecimentos.....................................................................................4 A p r esen es entt a çã çãoo ...... ......... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ..... 5 P r e fá c io ............ .................. ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ ............ .........11 ...11 Capítulo 1
A Apostasia Apostasia no Reino Reino de Israel Isra el ........................................................... 13
Capítulo Ca pítulo 2
Elias, Eli as, o Tes Te s b ita it a ...................... ................................ ..................... ...................... ...................... ...................... ..................... ............25 ..25
Capítulo Ca pítulo 3
A L on onga ga Seca sobre Is I s r a e l........... l............... ........ ....... ....... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........37 37
Capítulo Ca pítulo 4
Elias e os Falsos Profetas Profe tas de B a a l ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........49 ....49
Capítulo Ca pítulo 5
Um Homem de Deus em Depressão.................................................. 60
Capítulo Ca pítulo 6
A Viúva de Sarepta................................................................................71
Capítulo Ca pítulo 7
A V in inha ha de N a b o t e ........ ........... ....... ........ ........ ........ ........ ........ ....... ....... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ...... 81
Capítulo Ca pítulo 8
Elias Eli as Prepa Pre para ra o seu Suc S uces esso sor...... r.......... ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ...... ....... 92
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Capítul Ca pítuloo 9
Elias Eli as no Mon M ontete da Transfiguração Transfiguração.................................................... 102
C apítulo ap ítulo 10 10
H á um Milagre Milagre em em sua sua Cas C asaa ...................... ................................ ..................... ...................... .................. ....... 11 1133
Capítulo 11
O s Milagres Mila gres de E l i s e u ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ....... ..... 124
Capítulo 12
Elise El iseuu e a Escola Esc ola dos Profe Pro feta tas.................. s........................... ................... ..................... ...................... ............. 131
Capítulo 13
A Morte de Eliseu.............................................................................. 144
Bibliografia.....................................................................................................154
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P refácio
Movimento Pentecostal, com a sua maior expressão no Brasil nas Assembleia Assembleiass de Deus, D eus, longe longe de de se fundamentar fundam entar unicam unica m en te na subjetividade da experiência do indivíduo, encontra nas Escrituras Sagradas as suas sólidas bases doutrinárias. D esde esd e os seus seus primórdios, primórd ios, no início início do século XX, seguindo alguns movimentos anteriores, como, por exemplo, o pietismo alemão, o metodismo wesleyano e as campanhas de avivamento holiness, o pentecostalismo clássico rejeitou o modelo majoritário acadêmico teológico da época, com a sua agenda liberal e secularizada, que se servia da teologia para mera especulação. Os fundadores fundado res do pcntecostalismo pcnteco stalismo clás clássisico co,, por po r desejarem desejarem uma teo te o logia mais prática p rática,, criaram escolas bíblicas bíblicas para alcançar alcan çar os seus seus objetivos. objetivos. Grandes oradores e escritores foram assim preparados, e contribuíram para a disseminação desse grande movimento evangélico, que marcou o presente século, alcançando as principais denominações protestantes históricas e reformadas, e fazendo faze ndo com que outras surgis surgissem. sem. Ao longo do século XX, em especial aqui no Brasil, com o excelen te trabalho da CPAD — Casa Publicadora das Assembleias de Deus, a literatura pentecostal clássica ganhou espaço, respeito e notoriedade. Isso não seria possível sem a colaboração e o talento de escritores com o perfil perfil do meu amigo José Gonçalves, Gon çalves, levantado nesta nes ta geração geração para con co n tribuir para edificação da igreja através da palavra falada e escrita, com as marcas de quem de fato vive na dimensão de uma “porção dobrada”, de quem busca e ama a primazia prim azia do santo ministério, e nele nele poder servir servir como pastor, pregador, mestre e escritor. E m Porção Dobrada, obra escrita com os rigores de uma exegese e hermenêutica bíblica sadia, o leitor poderá ter uma clara visão do pa ralelo entre os dias de Elias e Eliseu e os nossos, o que inclui as crises
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religiosas, religiosas, socia sociais, is, morais, mo rais, políticas e econômicas econôm icas vivenciadas pelos pro pr o fetas. fetas. E nesse contexto de crise crise que o Senh S enhor or levanta homens hom ens e mulheres mulheres como porta-vozes, dando aos líderes e ao seu povo a oportunidade de se arrependerem de seus pecados e de se voltarem para Ele. Um dos grandes problemas da liderança é também abordado em Porção Dobrada, a sucessão sucessão ministerial. ministe rial. Prepar Pre pararar um sucess sucessor, or, e isso isso den de n tro da direção direção e da vontade de Deus, é tão importante importan te quan q uantoto cumprir cum prir a própria missão. Pastores, líderes em geral e crentes que amam e temem ao Senhor, com certeza encontrarão e extrairão destas páginas grandes lições a serem aplicadas no ser e fazer cristão. Poder prefaciar este livro de José Gonçalves, se reveste para mim de grande gran de hon h onrara e privil privilégio égio.. O público ledor brasileiro brasileiro está de parabéns por mais esta excelente obra que chega às suas mãos. Pr. Altair Germano Agosto Agosto de 2012 20 12
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Capítulo 1 A A p o s t a s ia n o R e in o d e I s r a e l
história da apostasia no reino do norte, Israel, começou bem cedo. As palavras do profeta Elias, por ocasião do seu confronto com o rei Acabe antes do desafio do monte Carmelo, revelam esse fato. Elias disse que o monarca do reino do norte e a casa de seup a i eram de fato a causa causa do julgam jul gament entoo divino. divino. A denúncia denú ncia feita pelo profeta de Tisbe nos ajuda a formar uma correta compreensão desse período da história do povo de Deus (1 Rs 18.15-18).
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Ador ação canane canan eia As palavras: “tu e a casa casa de teu t eu p a i ”, não apenas denunciam denun ciam a apostasia
instaurada no reino do norte, mas também revelam que ela possuía uma tradição histórica. Muitos anos antes dos ministérios proféticos de Elias e Eliseu, Israel havia alcançado a estrutura de uma grande nação com o reinado de Davi (1010-972 a.C). Davi foi um grande estadista e graças à sua piedade religiosa e sua extraordinária capacidade políticoadministrativa, adm inistrativa, conseguiu conseguiu unificar o fragilizado fragilizado estado hebreu. Nos No s dias de Davi, portanto, havia uma só terra, um só povo, um só Deus, um só Templo e uma só Lei. Q uand ua ndoo Salomão Salomão,, filho do rei Davi, ascendeu ao trono em 970 a.C, a.C , Israel gozava de uma invejável estabilidade política. Laurence Richards (2004, pp. 286,28 286 ,287) 7) observa que “o “o reinado de Salomão S alomão foi um período de riqueza e grandiosidade sem paralelo em Israel. Foi também um pe ríodo áureo na literatura. Associamos os salmos a Davi. Mas Salomão e sua época estão relacionados com os Provérbios. De acordo com a tradição, ele escreveu também Eclesiastes e o Cântico dos Cânticos”.1 Salomão, portanto, se fortaleceu graças a sua extraordinária capacida de administrativa e diplomática. Esse fato ficou demonstrado quando ele fez alianças com outras nações visando o fortalecimento político e
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econômico. Foi assim com a aliança firmada com o Egito e com Irão, o rei rei de Tiro. Entretan En tretanto, to, como observou observou Paul Gardne Ga rdnerr (2011, p.571), p.571), “a“a maior demonstração d emonstração da sabedori sabedoriaa de Salomão foi a construção construção do Tem plo do Senhor Deus de Israel. 1 Reis 5 a 7 contém os detalhes das ne gociações, dos preparativos, do início e fim da obra. A sua inauguração foi celebrada com a introdução da Arca da Aliança na parte santíssima da estrutura estru tura (1 Rs 8.1-11). 8.1-11 ). Esse ato foi foi seguido bela bela bênção de Salomão sobre o povo e sua oração dedicatória, onde falou das promessas que Deus fizera a Davi, seu pai, e intercedeu pelo bem-estar do povo e da terra (1 Rs 8.12-66)”.2 Salomão tomou, portanto, algumas medidas administrativas a fim de que essa gigantesca máquina estatal funcionasse. Para isso ele dividiu a nação em doze distritos, visando uma melhor arrecadação de impos tos; fortaleceu também o comércio com a África, Arábia e índia. Ainda cobrou tributos de nações que haviam haviam sido subjugadas subjugadas bem como com o explo rou a mão de obra escr escrava ava.. Em um primeiro pr imeiro mom mo m ento esse trabalh trabalhoo ser vil era executado apenas por estrangeiros, mas com o peso da máquina administrativa, Salomão passou a exigir exigir também dos seus seus patrícios. patrícios. É exatamente exatamente essa aliança aliança firmada com nações nações vizinhas e a pesada carga carga tributá tributária ria imposta imposta à nação, os agentes respo responsáve nsáveisis pelo declínio do reinado de Salomão. A narrativa bíblica registrada registrada em 1 Reis Reis 11.1-8 destaca esse fato. fato. Aqui aparecem as primeiras raízes da apostasia no reino unido he breu. Salomão com seu ideal expansionista casa com mulheres estrangei ras e passa a adotar seus deuses como objetos de adoração. Esse sincretismo de elementos pagãos com a verdadeira adoração ao Deus verdadeiro com certeza aproximou Salomão dos povos pagãos, mas afastou Deus e o povo de si. Salomão ganhou a glória do mundo, mas perdeu a divina. Paul R. House (2005, pp.323,324) observa que “depois de uma prolon gada era de glória, Salomão rejeita a sabedoria e a adoração monoteísta. Casa-se com muitas mulheres estrangeiras a fim de garantir a paz com as nações vizinhas, constrói locais de adoração para os deuses de cada uma de suas esposas estrangeiras e até mesmo envolve-se com o politeísmo. Essas atividades são uma violação de Êxodo 34.11-16 e Deuteronômio 7.1-5, que advertem contra casamentos com politeístas de outros países. Deuteronômio 17.14-20 afirma que os reis devem apegar-se à aliança e não devem demonstrar sua grandeza mediante a multiplicação do núme ro de esposas. A idolatria de Salomão é um claro rompimento do acordo 14
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entre o rei e Yahweh em 1 Reis 6.11-13 e 9.1-9. Também mostra que esse esse hom ho m em de visã visãoo tornou torn ou-se -se tolo e deixou deixou um péssimo exemplo para o povo segui seguir.r. Uma Um a idolatria partilha pa rtilhada da entre líderes e povo só só pode resultar num nu ma sociedade que faz lembrar lemb rar a era dos juizes”. juize s”.33 O beze bezer r o de ouro ur o
Pois bem, a adoração cananeia introduzida por Salomão não foi apenas a primeira prim eira semente de apostasia apostasia plantad plan tadaa no regime monárquico, mas também a causa de sua posterior fragmentação. Um dos colabora dores de Salomão, Jeroboão, filho de Nebate, fora posto pelo rei para supervisionar os negócios do reino junto à tribo de José (1 Rs 11.28). O texto bíblico de 1 Reis 11.26-33 detalha. Com a morte de Salomão, seu filho Roboão (931-913) assumiu o trono, mas não teve teve a mesma mesm a habilidade do pai. T ão logo logo assumiu o po p o der adotou medidas que tornaram a carga tributária ainda mais pesada, o que provocou um descontentamento generalizado e divisão do até então entã o reino unido. Dez De z tribos seguiram seguiram a Jeroboão, filho filho de Nebate, Ne bate, que passou a formar o reino do Norte, também denominado de “Israel”. So mente me nte a tribo de Judá Jud á permanec perm aneceu eu fiel fiel à cas casaa de Davi (1 Rs 12.16-20). Tendo Ten do assumi assumido do o pod p oderer sobre sobre o reino nortista, no rtista, Jeroboão procurou descentralizar descen tralizar o culto da capital, Jerusalém, para os centros de adoração que ele mesmo havia criado: Dã e Betei, locais situados respectivamente nos extremos norte e sul do seu reino. Jeroboão temia que o povo nor tista fosse influenciado pela adoração sulista, realizada no Templo de Salomão sediado em Jerusalém. Para que isso fosse evitado ele construiu altares em Dã e em Betei e neles pôs seus bezerros de ouros como ob jeto je toss de adoração ador ação.. Ele tam ta m bém cons co nstitu tituii sacerd sacerdote otess ilegítim ilegítimos, os, já que os seus componentes não pertenciam à tribo de Levi (1 Rs 12.25-33). O culto idólatra foi fomentado pelo próprio Jeroboão no altar lo calizado em Betei. Quando ele se encontrava nesse altar para queimar incenso aos seus deuses falsos, foi confrontado por um homem de Deus. O profeta anônimo predisse a derrocada do Reino do Norte como sinal da reprovação divina pela medida que Jeroboão tomara (1 Rs 13.1-10). Infelizmente a semente da apostasia semeada havia nascido e se rami ficaria por toda a existência do Reino do Norte nos seus dois séculos de existência. Todos os reinos nortistas posteriores a Jeroboão, em um total de 19 reis, seguiram seus passos, sendo infiéis ao verdadeiro culto a Deus. 15
Po r ç ã o D o b r a d a
A fórmula de aferição desses reis passou a ser um refrão no texto bíblico: “E fez o que era mau perante o S e n h o r ; porque andou nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel; não se apartou deles” (2 Rs 13.2,11; 14.24; 15.9,18,24,28). A casa asa de On r i
Entre os anos de 885-874 a.C, o Reino do Norte foi ocupado por Onri, o sexto rei de Israel e que governou por 12 anos. Onri era coman dante do exército de Israel e a maneira pela qual chegou ao poder foi turbulenta. Quando ele se encontrava com suas tropas em missão militar perto de Gibeton, foi informado que Zinri, um dos oficiais do exército, havia usurpado o trono tron o e matado a Elá, fil filho ho de Baasa, Baasa, para reinar reina r em seu lugar. As tropas de Onri entraram em confronto com as de Zinri e nessa disputa dispu ta Onr O nrii saiu venced vencedor. or. No contexto de 1 Reis, onde o cronista enfatiza mais a fidelidade a Deus do que as conquistas políticas, Onri não recebe muito destaque. Todavia ele foi um governante habilidoso tanto na sua política interna como externa. Documentos arqueológicos registram que os assírios se referiam à dinastia fundada fund ada por po r Onr O nrii como “a cas casaa de On O n ri” ri ”. Foi visando visando expandir suas relações comerciais com outras nações que Onri casou seu filho Acabe com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidonios. Tendo se legitimado como rei, Onri comprou a colina de Samaria, estabelecendo nesse local a nova capital do seu reino. Paul Gardner (2011, p.498) destaca que “pouco se sabe sobre esse rei, exceto que foi o mais perverso “aos olhos do Senhor” do que todos os que foram antes dele, até mesmo Jeroboão, filho de Nebate. Adorava e encorajava a adoração de ídolos, um ponto que foi lembrado na profecia de Miqueias (6.16). A má influência dessa dinastia afetou mesmo o reino do Sul. Acazias, de Judá, era filho de Atalia, neta de Onri. Sob a influência da mãe, ele “fez o que era mau aos olhos do Senhor” (2 Cr 22.2-4; 2 Rs 8.26). Finalmente Onri morreu e seu filho Acabe o sucedeu no trono de Israel (1 Rs 16.28-30)”.4
A altar altar de d e Baal Baal
E exatamente durante o reinado de Acabe que a apostasia ameaça suplantar supla ntar totalmente totalm ente a adoração adoração ao Deus verdadeiro verdadeiro e é ness nessee período que surge Elias, um dos maiores profetas da história bíblica. Os estudiosos estão de acordo em dizer que pela primeira vez a verdadeira fé no Deus 16
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vivo vivo corria real perigo. perigo. A apostasia, que teve raízes raízes no reinado reina do de Salomão; que cresceu durante o reinado de Jeroboão, e que havia se generalizado no reinado de Acabe, tornara-se a razão principal do Senhor ter levantado o profeta Elias. O abandono da fé no Deus De us viv vivo coloca colocava va em perigo perigo a iden id en tidade do povo escolhido. O texto bíblico faz um resumo sobre os atos desastrosos do rei Acabe durante o seu reinado em 1 Reis 16.29-33. Esse texto detalha detalh a sem retoque uma um a das das eras mais sombrias sombrias da histó hi stó ria do Reino do Norte. Acabe governou entre os anos de 874 e 853 a.C, e o seu reinado marcou a conciliação dos elementos do culto cananeu com a adoração a Iavé. Uma primeira leitura dos capítulos 16.29 —- 22.40 do livro de 1 Reis, revela que essa mistura provou ser desastrosa para o povo de Deus. Na prática, o culto ao Deus verdadeiro foi substituído pela ado ração ao deus falso Baal, trazendo como consequência uma apostasia sem precedentes, pondo em risco até mesmo a identidade do povo de Deus. Causas Ca usas da apos a postasi tasiaa Casamento misto
Ao longo da história bíblica a mistura do povo de Deus com outros povos foi sempre um perigo real. Vez por outra os limites que demar cavam a separação entre o santo e profano era ultrapassado e então o povo caía em pecado. Nos dias pós-cativeiro, Neemias precisou tomar medidas drásticas para frear essa prática (Ne 13.23-29). O texto bíblico põe o casamento misto de acabe com Jezabel, filha de Etbaal rei dos sidônios, como uma das causas da apostasia no Reino do Norte. Norte. As Escrituras destacam que Acabe Acabe “tom “tomou ou por p or mulher m ulher a Jezabel, Jezabel, fifi lha de de Etb E tbaa aal,l, rei dos sidônios; e foi e serviu serviu a Baal, e o adorou ado rou””(1 Rs 16.31). 16.31). Foi em decorrência dess dessee casamento casamento pagão que a idolatria entrou entro u com com força em Israel. Embora se fale de um casamento político, as consequências dele foram, na verda verdade, de, espirit espirituais uais.. A mistura sempre foi foi um perigo constante na história do povo de Deus. Os cristãos devem tomar todo o cuidado para evitar as uniões mistas. A Palavra de Deus, tanto no Antigo como em o Novo Testamento, condena esse tipo de união (Dt 7.3; 2 Co 6.14,15). Nos dias atuais, a prática pastoral tem mostrado que esse ainda continua sendo um dos grandes problemas para o povo de Deus. Todo pastor pode constatar que a estabilidade de um casamento misto, onde um evangélico se une com uma outra pessoa fora da sua confissão de fé, 17
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é exceção e não a regra. A regra geral mostra que os conflitos advindos pelo confronto de duas culturas e, principalmente por realidades espi rituais diferentes tornam o relacionamento tenso e, em muitos casos, insustentável. O culto culto idólatra estatal esta tal
Quando o rei Acabe casou-se com Jezabel, as consequências desse ato tiveram um efeito imediato, pois, instigado por sua mulher, ele “le vantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria” (1 Rs 16.32). O culto idólatra promovido pelo estado hebreu foi formalizado quando Acabe “fez um poste-ídolo, de maneira que cometeu mais abo minações para irritar ao Senhor, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele” (1 Rs 16.33). Não há dúvida que o culto a Baal esta estava va substitu su bstituindo indo o verdadeiro culto a Deus. Havia H avia uma um a idolatria institucionalizada e financiada pelo poder estatal. A Bíblia nos revela que existem principados espirituais que domi nam até mesmo nações (Dn 10.13-21). Esses seres malignos se valem do poder po der estatal para oprimir opri mir as pessoas pessoas.. Vez Vez por po r outra, ou tra, temos visto sa tanás tentando se valer dos governantes para financiar práticas que são contrárias contrá rias aos aos princípios prin cípios cristãos. cristãos. Isso pode ser claram clar amente ente percebido nos projetos de leis que descriminalizam o uso de drogas; torna legal o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo. Além de orar, a igreja deve também fazer ouvir a sua voz para que a nação seja um canal de bênção e não de maldição. A apos ap osta tasi siaa e seus seus age a genn tes Acabe
Já vimos que tanto Salomão como Jeroboão, filho de Nebate e Onri, foram agentes da apostasia quando plantaram as suas sementes. Todavia, como destacou o expositor bíblico Earl D. Radmacher “Acabe representa o nível mais baixo da degeneração espiritual dos reis de Israel. Cada um dos reis do reino do Norte desde Nadab (15.26), até o filho de Jeroboão, O nri nr i (16.26), (16.26), foram culpados culpados por andar and ar pelo caminho de Jeroboão Jerobo ão I. Sem Sem dúvida, Acabe agiu como se os pecados de Jeroboão tivessem sido leves. Isso se deve por duas razões: a primeira porque se casou com Jezabel e a segunda porque promoveu o culto a Baal como religião do estado”.5O 18
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pecado de Acabe, portanto, foi andar nos caminhos idólatras de seu pai e também ter aderido aos maus costumes dos cananeus trazidos por sua esposa Jezabel (1 Rs 16.31). Esse fato fez com que Acabe se tornasse um instrumento muito eficaz na propagação do culto a Baal. Jez J ezab abel el
Jezabel (cujo nome significa onde está o Príncipe?,ou ainda opríncipe prínc ipe existe!) teve teve uma um a verdadeira verdadeira obstinação na implantação imp lantação da adoração a Baal Baal em território israelita. O Nuevo Nu evo Comen Comentár tário io Ilustrado Ilustrado de L a Biblia observa que “Jezabel era uma mulher poderosa, mui dotada e competente, pelo que incrivelmente perversa. perversa. El Elaa pode ser quem influenciou negativamente negativamen te seu marido (1 Rs 21), já que quando quan do ela ela estav estavaa longe de Acabe, este pos suía suía uma condut con dutaa relativamente boa (1 Rs 20)”.6 O primeiro dos livros de Reis relata que Jezabel trouxe para p ara Israel seus seus deuses falsos falsos e tamb ta mbém ém seus seus falsos profetas (1 Rs 18 .19 ). Foi, sem dúvida alguma, uma agente do mal na tentativa de suprimir ou acabar de vez com o verdadeiro culto a Deus. Não fosse a intervenção do Senhor através dos profetas, em especial Elias, ela teria conseguido o seu intento. O Senhor sempre conta com alguém a quem ele levanta em tempos de crise.
A ap ostasia ostasia e suas suas con con sequ sequ ências! ências! A perd pe rdaa da identid id entidade ade nacional naci onal e espiritu esp iritual al
A Bíblia assegura que “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (SI 33.12). Desde a sua criação como nação eleita, Israel foi identificado como povo de Deus (Ex 19.5). A identidade dessa nação como povo escolhido é algo algo bem definido nas Escrituras Sagradas.Todavia Sagradas.T odavia nos dias dias de Acabe Aca be o povo estava estava dividido. As palavr palavras as de Elias: “até “até quand qua ndoo coxe areis entre dois pensamentos?” (1 Rs 18.21), revela a crise de identidade dos israelit israelitas as do Reino do Norte N orte.. A adoração a Baal havia havia sido fomen fom enta ta da com tanta força pela casa real que o povo estava totalmente dividido em sua adoração. adoração. Q uem ue m deveria ser adorado, Baal ou o Senhor? Senhor? Sabe Sab e mos pelo relato bíblico que Deus havia preservado alguns verdadeiros adoradores, mas a grande massa estava totalmente propensa à adoração falsa. A nação que sempre fora identificada pelo nome do Deus a quem servia, estava agora perdendo essa identidade. 19
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O julg ju lgam am en ento to d iv ivin inoo
Como Com o quem surge surge do nada, o profeta Elias aparece aparece no cenário nacional nacional nortista para predizer predize r uma grande gran de seca (1(1 Rs 17.1; 17.1; 18.1). 18.1). A fim de que a na ção não vies viessese a perd perderer de vez a sua sua identida ident idade de espiritual e até mesm m esmoo deixar de ser vista como povo de Deus, o Senhor enviou o seu mensageiro para trazer um tratamento de choque ã nação. Sem dúvida Elias se distinguia dos falsos profetas, porque enquanto estes prediziam o que o povo gostaria de ouvir, aquele anunciava o que estava na mente de Deus. E hoje, que tipo de profecia estamos ouvindo? Parece que os “profetas” de hoje se renderam à inspiração triunfalista, pois somente profetizam o que é bom. Um verda deiro profeta de Deus não se rende aos apelos da cultura que o cerca. Por outro lado, Elias não previu julgamento apenas para o Reino do Norte. O Reino do Sul, com sua sede em Jerusalém, experimentou julg ju lgam amen entoto semelh sem elhante ante.. Isso ocorreu ocor reu dura du rantntee o reino reino de Jeor Jeorão, ão, filho de Josafá e genro de Acabe, que recebe uma carta do profeta Elias. Nela é anunciado o juízo divino sobre a sua vida e reinado (2 Cr 21.1-20). O Senhor mostrou claramente que a causa do julgamento estava associada ao abandono aban dono da verdadeira verdadeira fé nEle. Tempos Tem pos depois depois o apóstolo dos gentios irá nos lembrar da necessidade de nos corrigirmos diante do Senhor (1 Co 11.31,32). O s per igos igos da apos ap osta tasi siaa Um perigo real
A apostasia era algo bem real no reino do Norte e estava espalha da por toda parte. Na verdade a palavra apostasia significa, segundo os expositores, abandon abandonoo da f é ou mudar de religião.7Foi exatamente isso que os israelitas estavam fazendo. Estavam abandonando a adoração devida ao Deus verdadeiro para seguirem aos deuses cananeus. Estavam trocando troca ndo o jeovismo pelo baalaism baalaismo.o. Em o Novo Testamento observamos que os cristãos são advertidos sobre o perigo da apostasia! Na epístola aos Hebreus o autor coloca a apostasia como um perigo real e não apenas como uma mera suposição (Hb 6.1-6). Se o cristão não mantiver a vigilância é possível sim que ele venha ven ha a naufragar na fé. fé. Em um artigo que escrevi para a revista Ensinador Cristão (CPAD), fiz uma exposição do texto de Hebreus 6.1-6, como creem 20
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as duas principais escolas teológicas — a calvinista e arminiana. John MacArthur em sua Bíbl Bí blia ia de Estudo Estu do M acAr ac Arth thur ur,, que reflete a posição calvinista, comenta a passagem de Hebreus 6.4-8 da seguinte forma: “A frase ‘uma vez foram iluminados’ frequentemente se toma como uma referência a cristãos, e a advertência que a acompanha se toma como uma indicação do perigo de perder a sua salvação se ‘recaí ram’ e ‘crucificaram de novo para si mesmo o Filho de Deus’. Pelo que não há menção de que sejam salvos e não são descritos com nenhum termo que se aplique unicamente a crentes (tais como santo, nascido de novo, justo ou santos). Este problema emana a partir de uma identifi cação imprecisa da condição espiritual daqueles aos quais o autor está se dirigindo. Neste caso, caso, eram incrédulos incrédulos que haviam chegado ao ponto pon to de ter uma salvação genuína. Em 10.26, faz-se referência uma vez mais a cristãos apóstatas, não a crentes genuínos de quem frequentemente se pensa que perdem sua salvação por seus pecados”.8
O argumento de Mac M acAA rthur rth ur é bem construído, mas apresenta apresenta alguns alguns problemas de natureza exegética. Daniel B. Pecota, teólogo de tradição pentecostal, observ observaa que no Novo Testamento encontramos encon tramos apoio apoio para a doutrina da segurança do crente, todavia não como querem os calvinistas extremados. Ele destaca, por exemplo, passagens bíblicas que mostram que nada de tudo quando Deus De us deu a Jesus Jesus sese perderá (Jo 6.38-40); Que Q ue as suas suas ovelhas ovelhas jamais perecerão (Jo 10.27-30); Jesus orou para que Deus De us protegesse os seus seguidores (Jo 17.11); Somos guardados por Cristo (ljo 5.18); Que o Espírito Santo é o selo de garantia da nossa salvação (Ef 1.14); O seu poder nos guardará (1 Pe 1.5) e que o Deus que habita em nós é maior do que qualquer coisa fora de nós (1 Jo 1.4). Bíb lia de Estudo Pentec Pentecos ostal tal, ao comentar a mes Por outro lado, a Bíblia ma passagem bíblica bíblica de Hebr H ebreu euss 6.4-8, 6 .4-8, diz: diz: “Nestes “Nestes três três versíc versículo uloss (Hb (H b 6.4-6) o escritor de Hebreus trata das consequências da apostasia (de cair da fé). Esta palavra (recaíram, gr. parapesontas, de parapipto) é um particípio aoristo e deve ser traduzido no tempo passado — literalmen te: “tendo decaído”. O escritor de Hebreus apresenta a apostasia como algo realmente possível.”9 D aniel an iel B. Pecota observa ainda que os calvini calvinista stass desconsideram de zenas de passagens bíblicas bíblicas que se contrapõem contrap õem a teoria teor ia de “um “umaa vez sal salvo voss para sempre salvos”. Observa-se que os teólogos da tradição calvinista ou reformada reform ada fazem dezenas de contorções teológ teológicas icas para fundam fun damenta entarr suas suas convicçõ convicções. es. John Jo hn M acArthu acA rthur,r, como já vimos, vimos, tenta ten ta anular a possibilidad possibilidadee 21
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de o crente vir a perder a sua salvação argumentando que as pessoas ci tadas na epístola aos Hebreus 6 não eram crentes genuínos ou que eram incrédulos. Mas como poderia o autor falar da possibilidade de alguém perder algo que nunca teve? Por outro lado, Millard Erickson, renomado expositor bíblico, também de tradição calvinista, argumenta que o autor fala de uma “apostasia” apenas hipotética! Ele argumenta que o autor diz que poderíamos apostatar, porém, mediante o poder de Cristo para nos conservar, isso não vai acontecer. Se é uma possibilidade que não existe, então por p or que o autor au tor falaria falaria del dela? a? U m argumen argu mentoto que se autoanul autoanula!a! Há dezenas de passagens bíblicas que, de fato, mostram que alguém pode apostatar ou perder a sua salvação. Jesus, por exemplo, diz que o amor de muitos esfriará (Mt 24.12,13). Ele adverte que aqueles que olham para trás são indignos do reino (Lc 9.62). Adverte-nos também a nos lembrarmos da mulher de Ló (Lc 17.32). O Senhor advertiu ainda que se alguém não permanecer nEle será cortado (Jo 15.6). Paulo, o apóstolo da graça, graça, adverte adverte que podemo pod emoss cair da graça (G15.4). (G 15.4). Ele ainda lembra-nos de que alguns naufragaram na fé (1 Tm 1.19) e que outros abandonarão a fé (1 Tm 4.1). Para Paulo, aquele que negar o Senhor será negado por Ele (2 Tm 2.12). E Pedro cita aqueles que escaparam da corrupção dò mundo pelo conhecimento do Senhor Jesus Cristo e que depois se desviaram. To dos esses textos mostram a possibilidade real, e não apenas hipotética, de alguém vir a perder a salvação. Como se desencadeia esse processo: 1) O cristão deixa de levar a sério as advertências da Palavra (Lc 8.13; Jo 5.44,47); 2) Quando o mundo passa a ser mais importante do que o Reino de Deus (Hb 3.13); 3) Uma tolerância para com o pecado (1 Co 6.9,10); 4) Dureza do coração (Hb 3.8,13); e 5) Entristecer o Espírito Santo deliberada e continuamente (Ef 4.30).10 Um mal ma l evitável
A apostasia, portanto, é uma real possibilidade, mas não devemos nos centrar centra r nela, nela, mas mas na graça de Deus. Ainda Ain da ao tratar desse assunto, assunto, a Bíblia de Estudo Estudo Pente Pentecos costal tal observa observa que, que, embora seja seja um perigo para todos os que vão vão se desviando da fé e se apartam de Deus, a apostasia não se consuma sem o constante e deliberado pecar contra a voz do Espírito Santo. As Escrituras afirmam com clareza que Deus não quer que ninguém pereça (2 Pe 3.9) e declaram que Ele receberá todos que já desfrutaram da graça salvadora, se 22
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arrependi arrependidos, dos, voltare voltaremm para Ele (cf. G15. G1 5.4;4; 2 Co 5.1-11; Rm R m 11.20 11 .20-23 -23;Tg ;Tg 5.19,20). Fica a advertência bíblica para nós: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações (Hb 3.7,8,15; 4.7). No caso de Acabe, observamos que este foi um rei mau (1 Rs 16.30). Em vez de seguir os bons exemplos, como os de Davi, esse monarca do reino do Norte preferiu seguir os maus exemplos. O cronista destaca que “ninguém houve, pois, como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mal pera p erante nte o Senhor, porque porque Jezabel sua mulher, mul her, o instigava” instigava”(1 Rs 21.25). Ainda de acordo com esse mesmo capítulo, Acabe se contristou quando foi repreendido pelo profeta, mas parece que foi um arrependimento tar dio (1 Rs 21.17-29). Tivesse ele tomado essa atitude antes, o seu reinado teria sido diferente. Por que não seguir os bons exemplos e assim evitar o amargor de um arrependimento tardio? Ficou perceptível neste capítulo que a apostasia no Reino do Norte pôs em perigo a exist existência ência do povo de Deus dur d urant antee o reinado de Acabe. Acabe. A sua sua união com Jezabel Jezabel demonstrou dem onstrou ser ser nociv nocivaa não somente para Aca be, que teve o seu reino destroçado, mas também para o povo de Deus que por muitos anos ficou dividido entre dois pensamentos em relação ao verdadeiro culto. As lições deixadas são bastante claras para nós: não podemos fazer aliança com o paganismo mesm m esmoo que isso isso traga algumas vantagens polí ticas ou sociais; sociais; a verdadeira verdad eira adoração a doração a Deus deve prevalecer sobre sobre toda to da e qualquer oferta que nos seja feita. Mesmo que essas ofertas tragam grandes ganhos no presente, todavia nada significam quando mensura das pela régua da eternidade.
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1 RICHARDS, RICHARDS, Laurenc ence. Comentário Bíblico do Professor. São Paulo: Editora Vida, 2004. 2 G A RDN RD N ER, ER , Paul. Paul. Quem Qu em é Quem Q uem na Bíbli Bíblia - a histór históriia de todas as perso nagens da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2011. eologiaa do Antigo Ant igo Testa Testamento. mento. São Paulo: Editora Vida, 3 HOUSE, HOUSE, Paul. T eologi 2005. 4 GARDNER, Paul. Quem é Quem na Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2011 .
5 RADMA RAD MACHER CHER,, Earl Earl,, ALLEN, B.B. Ron Ronalald,d, HOUSE, HOUSE , H. Wayn Wayne.e. Nuevo Comentár Coment ário io Ilustrad Ilustr adoo de La Biblia. Biblia. Grupo Nelson, USA, 1999. 6 RADM RA DMAC ACHH ER, ER , Earl, Earl, ALLEN, ALLE N, B. Ronald Ronald,, H OUSE OU SE,, H. Wayne Wayne.. Nuevo Gru po Nelson, Nasvi Nasville lle,, USA. Comentár Coment ário io Ilustr Ilustrado ado de La Biblia. Biblia. Ed. Grupo ' BROMILEY, Geoffrey. International Bible Encyclopedia. Books for the Ages, OR, 1997. Biblia de Estudio Estud io MacAr MacAr thur . Ed. Porta 8 MCARTHU MCARTHUR, R, Jonh. Biblia P orta Voz, oz, Grand Rapids, Michigan, 2004. 9 Bíblia de Estud Est udoo Pentecosta Pen tecostal.l. Rio de Janeiro: CPAD CP AD.. 10 Veja Veja o livro: livro: Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal (HOR T O N , Stanle Stanleyy M . CPAD, CPA D, Rio Rio de Janei Janeiro.) ro.) 24
Capítulo 2 E l i a s , o T e s b it a
este capítulo capítulo estudaremos estudaremo s de uma um a forma mais detalhada detalha da os fatos fatos relacionados à vida e a obra de um dos maiores personagens da história bíblica: Elias, o tesbita! Elias aparece nas páginas da Bíblia como com o se viess viessee do nada. De D e fato, a Escritu Es criturara silencia-se a respeit identida ide ntidade de de seus seus pais pais e também tam bém de sua parentela, apenas diz que ele ele era tesbita, dos moradores de Gileade (1 Rs 17.1-7)! Parece pouca informação para um homem que irá ocupar um grande espaço na literatura bíblica posterior. Raymond B Dillard (2011, p.21), destaca que “Elias aparece em cena de maneira surpreendentemente repentina. Ele é apresentado sem qualquer informação sobre sua vida anterior, sem referência à sua família ou tribo em Israel, e até mesmo seu lugar de nascimento (Tisbe) não é conhecido ao certo ainda hoje. Não lhe é atribuída nenhuma linhagem elaborada, por meio da qual talvez pudéssemos identificá-lo no registro social do antigo Israel, e não é mencionado nenhum grupo específico do qual ele pudesse ser considerado o porta-voz; habitava em Gileade, uma área periférica no antigo Israel, isolada do outro lado do Jordão. Ele não tinha fama nem notoriedade, nenhuma influência política específica, não tinha credenciais para comandar um interrogatório, nenhum títu lo acadêmico acompanhando o seu nome”.1 Todavia é esse esse homem hom em enigmático enigm ático que protagon prota goniza iza os fatos fatos mais impactantes na história do profetismo de Israel. Isso acontece quando de nuncia nun cia os desmando desm andoss do governo gov erno dos seus seus dias e desafia desafia os falsos falsos profetas que infestavam o antigo Israel. O expositor bíblico Oracio Simian Yofre (2010, pp. 516,5 51 6,517 17)) observa observa que “do “do pont p ontoo de vista vista da história h istória da religião religião de Israel, a importância do profeta Elias reside no fato de que com ele se chega chega a um novo nível nível no desenvolvimento da profecia bíbl bíblica ica.. De modo mod o mais claro do que acontece com Balãao ou Natã, estabeleceu-se em Elias
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a clara distinção entre o profeta escolhido pela vontade divina explícita e os grupos proféticos (ou escolas proféticas), movimentos carismáticos mais ou menos espontâneos, dos quais nos falam outros textos do Antigo Testamento. Testamen to. Com Co m efeito, efeito, os profetas profetas do tempo tem po de Elias e também tam bém os ante riores mostram-se como um grupo (1 Sm 10.5,10-13; 2 Rs 10.19); estão ligados a um lugar de culto (um lugar alto ou bamah 1 Sm 9.12) ou mais propriamente a um santuário (Guibeá: 1 Sm 10,5.10; Shiló: 1 Sm 3.1921); atuam em êxtase profético (1 Sm 19,18-24); muitas vezes ocasiona dos pela música (2 Rs 3.15) e pela dança (1 Rs 18.26-29). A eles pertence a interrogação sobre o futuro (1 Sm 28,4-7; 1 Rs 14,1-18). Elias se en contra, porém, mais próximo dos profetas individuais dos “tempos novos” (profetas “escritores” a partir do séc. VIII) do que das escolas proféticas. Com Elias se atinge assim alguns traços do profetismo que permanecerão estáveis no desenvolvimento ulterior da profecia bíblica”.2 A identidad e de Elias Elias Seu nome, sua terra terr a e sua gente gent e
Como vimos, o relato sobre a vida do profeta Elias inicia-se com uma declaração declaração sobre a sua sua pessoa, pessoa, sua terra e seu povo: povo: “Ent “Então, ão, Elias, o tesbita, dos dos moradores de Gileade” (1 Rs 17.1). O nome Elias, deriva do termo hebraico Hel Heloh ohim im,, traduzido como Deu Deus.s. Helo Helohim him aparece muitas vezes na sua forma abreviada El. Por outro lado, a palavra Jah é uma abreviação hebraica para o lahvé, o nome nome impronunciável impronunciável de Deus para os judeus. Dessa forma o nome “Elias” é uma combinação das abreviaturas dos nomes E l (Deu (Deus) s) e Jah (Se (Se nhor). Quando levamos em conta o pronome possessivo hebraico, a tradução Deus é Jeo Jeová. vá. do nome Elias é O Senhor é o meu Deus ou ainda Meu Deus Elias era de Tisbe, um lugarejo situado na região de Gileade e a leste do rio Jordão.3Esse lugar não aparece em outras passagens bíblicas, mas é citado somente no contexto do profeta Elias (1 Rs 21.17; 2 Rs 1.3,8; 9.36). Charles Charles R. Swindoll (2010, pp. 28,29) destaca que Gileade, região região onde vivia o profeta Elias, “era um lugar solitário e de vida ao ar livre, onde seus habitantes eram provavelmente rudes, queimados do sol, musculosos e fortes. Nunca foi um lugar de educação, sofisticação e diplomacia. Era uma terra árida, e muitos acham que a aparência de Elias tinha muita relação com sua terra. Seus hábitos beiravam o grosseiro e o áspero, o violento e o 26
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seve severoro — não muito diferente de outros personagens fortes fortes que Deus intro int ro duzira na cena em certos momentos da história de um mundo insuspeito. Estes personagens podem não ter muitos amigos, mas uma coisa é certa: eles não são ignorados. Os profetas são sempre assim”.4 Elias se tornou muito maior do que o meio no qual viv viviaia.. N a verdade verdade não foi Tisbe que deu nome a Elias, mas foi Elias que colocou Tisbe no mapa! “Elias foi um grande campeão de Deus. Sua vitória estava estava no fato de que ele fazia o que Deus lhe ordenava e confiava que Deus não o decepcionaria. A vida de Elias nem sempre transcorreu tranquila. Ele viveu em uma época de grande cormpção política, moral e espiritual. A sua vitória é prova de que o crente pode ser vencedor, mesmo que tenha de viver e trabalhar entre ímpios. Quant ua ntoo maiores maiores são são asas trev trevasas,, maior é o brilho da luz (M ( M t 5.14-16)” 5.14- 16)”..5 Davi, Pedro, Pedro, Paulo, Paulo, também tam bém construíram uma u ma história his tória cheia de sen tido e significância. Da mesma forma Gunnar Vingren, Daniel Berg, Emílo Conde, etc. Todos nós deveríamos imitá-los e viver de tal modo que a nossa história se tornasse um testemunho para a posteridade. Suaf é e se seu Deus
Para termos termos uma um a compreensão sobre o lugar que o Deus de Israel Israel ocupa no contexto dos profetas Elias e Eliseu, se faz necessário entendermos a teo logia dos livros livros dos Reis. Reis. A teologia teologia desse desse livr livroo mostra mos tra claramente claramente que há h á um único Deus bem como um único local de adoração, o Templo. Thomas Romer (2010, p.377) destaca que “a veneração do Senhor em Betei ou em Dan constitui o “pecado de Jeroboão” (2 Rs 10.30). Seu culto em outros “lugares altos” altos”e sua veneração veneração em com c ompa panh nhiaia de Baal, de Ashera Ash era ou outras divindades caracterizam o “pecado dos pais” (isto é, dos reis anteriores, cf. 1 Rs 15.3). A ideologia de Reis é, portanto portanto,, antipoliteísta, antipoliteísta, exclu exclusivi sivista sta e antissamaritana”. antissamaritana”.66 Elias era um homem comprometido com a adoração verdadeira. Como um israelita professava sua fé no Deus verdadeiro que através da história havia se revelado ao seu povo. Com o desenrolar dos fatos, vemos o profeta afirmando essa verdade. Quando ele desafiou aos pro fetas de Baal, orou: “Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel e que eu sou teu servo e que segundo a tua palavra fiz todas essas coisas” (1 Rs 18.36). Essa oração do profeta revela pelo menos três fatos que são cruciais no contexto do livro de 1 Reis: 27
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1. Uma teologia correta sobre a divindade — “Tu és Deus”. O deus Baal existia existia na mente m ente do povo, mas ele não era Deus. Deu s. Se a teologia do povo estava estava errada, errada, então sua crença forçosamente também tam bém estava estava.. Sem uma u ma teologia correta a fé fica fica deformada. deformada. Elias procura corrigir esse aleijão da fé israelita quando cha ma-lhes a atenção para o fato de uma única divindade — essa divindade é o Deus dos patriarcas. Infeliz Inf elizmm ente ent e os problemas problem as com as igrej igrejas as evangélicas evangélicas hoje também estão no campo teológico. Uma teologia deformada, onde Deus D eus é entendido enten dido como um grande g rande garçom a serv serviço iço dos dos mais variados desejos, sem dúvida alguma é a grande respon sável pelo processo de fragmentação que ora passamos. Esta mos crescendo, crescendo, mas é um crescimento com espumas. teu se serv rvo” o”. As cultu 2. Uma correta antropologia — “E u sou teu ras pagãs possuíam não só uma teologia errada, mas também uma antropologia errada. Sem uma compreensão adequada do papel do homem na religião, se torna muito fácil o culto se perverter. O estudo das religiões comparadas revela que os homens são divinizados e os deuses humanizados. Nos dias de Elias, Baal era o deus não apenas da natu reza, mas também da fertilidade. Nesses rituais era natural a prostituição prostituiçã o como com o parte do culto. O nde nd e a teologia está errada, errada, a antropologia também está. Merrill F. Unger (2008, p.174) comenta que “os textos ugaríticos de Ras Shamra (Ugarite), datados do século X IV a.C., a .C., mostram mo stram Baal Baal como filho de El, o rei rei do panteão panteã o cananeu, deus da chuva chuva e da tempestade. tem pestade. Em Ugarite, a consorte de Baal era sua irmã, Anat, mas na Samaria do século 9o a.C., Aserá assume esse posto (18.19). Como Anat, ela era a padroeira do sexo e da guerra. Culto à serpente, prostituição masculina e feminina, assassinato e sacrifícios de crianças e todo vício concebível estavam asso ciados à religião Cananeia. Os sacerdotes e profetas de Baal eram assassinos oficiais de criancinhas, por isso mereceram a morte (18.40).7 3. Uma correta bibliologia — “Conforme Conforme a tua Palavra Palavra f i z essas coisas”. O desprezo à Palavra de Deus esposada nos livros da 28
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Lei Le i de Moisés M oisés sem dúvida fora a causa dessa dessa apostasia. Os erros erros na teologia, antropologia ou em qualquer outra área da fé, tem sua origem numa compreensão inadequada da Palavra de Deus. Antonio Vieira, escritor do século XVI, costumava dizer que a Palavr Palavraa de Deus quando dita no sentido sentido daquilo daqu ilo que Deus D eus dis se, se, é a Palavr Palavraa de de Deus.T De us.Toda odavia via quando qu ando dita no n o sentido daquilo que Deus não disse, são antes palavras do demônio. De fato existem milhares de cultos e crenças usando a Bíblia nos seus rituais. Todavia a Bíblia pregada por eles não são a Palavra de Deus, porque são ditas no sentido daquilo que Deus não disse. São interpretações para apoiar uma doutrina ou crença equivo cada. São palavras do demônio.8 O m inistér io pr oféti ofético co de Elias Elias Sua vocação e chamada
Em suas notas homiléticas sobre a Missão do profeta Elias, a obra The Pulpit Commentary destaca: 1. D e onde ond e foi derivada. derivada. Ele não foi ensinado por homem. Ele era inculto e iletrado. O Deus que o separou desde o ventre de sua mãe o chamou pela sua graça. Ele era um mensageiro extraordinário para uma grande emergência. Mas observe: quando Deus usa tal men sageiro, homens cuja missão é derivada diretamente do alto, os “sinais de um apóstolo” são realizadas por eles. Nós Nó s não somos obrigados a ouvir um anjo do céu, a menos que ele nos mostre as suas credenciais. 2. Quando foi conferida. (1) (1) Foi quando a iniquidade abunda abundava. va. Q uand ua ndoo Hiel tinha construí con struído do Jericó Jericó;; quando quan do Acabe Acab e levantou levantou um templo temp lo para Baal Baal;; quando Jezabel reuniu seu exército de falsos profetas; quando a fé dos eleitos de Deus estava em perigo. A hora mais escura é sempre antes do amanhecer. (2) Quando os meios ordinários eram insuficientes. Havia verdadeiros verdad eiros sacerdotes sacerdotes em Jerusalém; Jerusalém ; havia “filhos “filhos dos profetas”, provavelm prov avelmente ente em Betei e Samaria; Samaria; havia sete sete mil fiéis fiéis em Israel, Israel, 29
Po
rção
Dobrada
mas o que eram estes contra uma rainha como Jezabel, contra toda essa propaganda e um sistema como o dela? A própria existência do povo de Deus estava em jogo. Elias foi convocado para fazer um julgamento, ele estava armado com “poder de fechar o céu que não choveu nos dias de sua profecia”. Somente a luz da verdade, a luz que iluminou a escuridão do mundo, preservou preservou a nação da extinção extinção total.9 to tal.9 A vocação e chamada de Elias foram, portanto, divinas da mesma forma como foram as vocações e chamadas dos demais profetas canôni cos. cos. Esse fato é logo percebido quan q uando do vemos o profeta profe ta Elias colocar Deus Deu s como a fonte por trás de suas enunciações proféticas: “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1 Rs 17.1). Em outra passagem bíblica Elias diz que suas ações obedeciam diretamente a uma determinação divina (1 Rs 18.36). Somente um profeta chamado diretamente diretam ente pelo Senhor Senhor poderia falar dessa dessa forma. A vocação de Elias se manifesta em um contexto onde: ha via re refe fere renc ncia iaisis — no antigo Israel os reis não agiam 1. Não havia apenas apenas como governantes do povo, mas também tam bém como referen cial espiritual. Quando um rei fazia o que era mau aos olhos do Senhor, as consequências de suas ações eram logo sentidas pelo povo. Se havia uma apostasia generalizada, como de fato havia, isso se devia a falta de um modelo ou referencial para seguir. Acabe com sua esposa, Jezabel, infelizmente eram modelos, mas modelos de um culto idólatra. E nesse contexto que Deus levanta o profeta de Tisbe Tis be para p ara trazer traze r o povo novamente novam ente para o verdadeiro modelo de adoração. Elias se torna uma referência. Ha via uma privatização do minis ministér tério io profé rofétic ticoo — Logo que 2. Havia chegou à posição de rainha em Israel, Jezabel empreendeu uma campanha para exterminar os profetas do Senhor (1 Rs 18.4). O holocausto sósó não foi total porque o Senhor Se nhor preservou os sete sete mil que não se dobraram diante de Baal (1 Rs 19.18). No lugar dos verdadeiros profetas, Jezabel pôs seus profetas particulares: “Vendo-o, disse-lhe: És tu, ó perturbador de Israel? Respondeu Elias: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixas deixastes tes os os mand m andamen amentos tos do S e n h o r e seguistes os baalin baalins.s. Agora, pois, pois, manda man da ajuntar ajuntar a mim todo todo o Israel no monte mon te 30
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Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas do poste-ídolo que comem da mesa de de Jezabel” Jezabel”(l(l Rs 18.17-19). Os profetas que “comiam da mesa de Jezabel” eram aqueles aos quais ela havia alugado. Eram profetas comprados, profetizavam somente o que ela e seu marido gostavam de ouvir. O verdadeiro profeta não se vende porque nenhuma profecia parte da vontade humana (2 Pe 1.20). Nenhum sistema é profético e nenhum profeta se rende ao sistema. Os profetas do Senhor geralmente dizem coisas que não queremos ouvir, mas que precisamos ouvir. Eles não satisfazem vontades, mas necessidades. É um perigo quando nos cercamos de “profetas particulares” que estão sempre amaciando o nosso ego. Ninguém gosta de ser confrontado, mas a crítica também faz parte do nosso crescimento. Quando o cristão cai na tentação de se autovitimar, ficando sempre na defensiva achando que todos estão contra ele, então corre um sério perigo. Ele corre o risco de rejeitar um conselho divino apenas porque ele veio veio na forma de confronto con fronto ou crítica. crítica. Evide Ev idenn temente não podemos viver em função das críticas, mas não devemos nos fechar ao ponto de não vermos em algumas delas um instrumento divino para nos corrigir. Aprecio o que escreveu John Maxwell (2002, pp.151-156) sobre como tratar corretamente com as críticas: “Não veja veja somente o crítico; veja veja sese há uma um a multid m ultidão”. ão”. A história a seguir ilustra esse ponto: A Sra. Jones convidou um grande e famo so violonista para entreter o seu chá de tarde. Quando ele acabou a sua apresentação, todos se aglomeraram ao redor. “Eu tenho que ser honesto com você”, disse um dos convidados: “Eu acho que o seu de sempenho foi absolutamente terrível. Ouvindo aquela crítica, a anfi triã interpôs: interpôs: não preste atenção atenç ão nele. nele. Ele não sabe o que que está dizendo. Ele só repete o que ouve ouve de todo mundo. Eu estou e stou sugerindo que você você amplie sua visão; vá além do crítico e veja se ele possui um pouco de humor. Considere a possibilidade de que você está ouvindo a mesma crítica crítica de várias pessoas. pessoas. Se este é o caso, caso, e os críticos estiverem certos, ce rtos, então você precisa perceber que tem um desafio a encarar.”10 A n a ture tu reza za do seu ministério minis tério
A natureza divina e, portanto, sobrenatural do ministério do pro feta Elias é atestada pela inspiração e autoridade que o acompanhavam. 31
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A história do profeta de Tisbe é uma história de milagres. De fato, o primeiro livro dos livros de Reis atribui ao profeta Elias sete grandes milagres: Elias f Elias faa z cessar sar as chu chuva vas; s; multiplica a comida comida da viú v iúva va;; re resta staur uraa
à vida o filh fi lhoo da viúv vi úva; a; f faa z desce descerfrfog ogoo do do cé céu no no monte Carmelo Carmelo;; resta restaur uraa as as chuvas; invocafogo sobre soldados e divide as águas do Jordão.11 É, portanto,
uma história de intervenções divinas no Reino do Norte. Encontramos por toda parte nos livros de Reis as marcas da inspiração profética no ministério de Elias. Isso é facilmente confirmado pelo cronista bíblico quando se refere à morte de Jezabel (2 Rs 9.35,36). Assim como Elias predisse, aconteceu! Elias possuía inspiração e autoridade espiritual. Mas não são somente os milagres e a inspiração divina os elemen tos autenticadores do ministério profético de Elias, mas o seu caráter também. As palavras de Elias eram autenticadas por suas ações. Os fal sos profetas também possuem uma certa margem de acertos em suas predições, todavia as suas práticas distanciadas da Palavra de Deus são quem os desqualificam. Elias, portanto, possuía carisma e caráter. Pode mos então dizer que o caráter pode não ter dado fama a Elias, mas com certeza lhe deu nome (1 Rs 17.1); pode não lhe ter dado notoriedade, mas certamente lhe conferiu autoridade (1 Rs 17.1); não o transformou em herói, mas o fez reconhecido como profeta (1 Rs 17.2,3); e fez com que ele enxergasse Deus até mesmo onde aparentemente Ele não estava (1 Rs 17. 8-9 — foi sustentado por uma mulher, gentia, viúva e pobre). Com acerto, o pastor Claudionor de Andrade (2007, pp.16,17) destaca com muita precisão alguns dos aspectos do caráter de Elias como sendo: ‘'fidelidade; coragem; determinação; obediência; coragem efragilidade. ”12 Elias Elias e a monar qui qu ia Buscando a just ju stiç içaa social social
Na história do profetismo bíblico observamos a ação dos profetas exortando, exortando , denuncian denun ciando do e repree rep reend ndend endoo aos reis reis (1(1 Rs 18.18). O livro livro de 1 Reis mostra m ostra que o profeta profe ta Elias foi o pioneiro pione iro a atuar atua r dessa forma. Na verdade, as ações dos profetas revelam uma luta incansável não somente em busca do bem-estar espiritual, mas também social do povo de Deus. Quando um monarca como o rei Acabe se afastava de Deus, as conse quências poderiam logo ser percebidas na opressão do povo. A morte de Nabote, por exemplo, revela esse fato de uma forma muita clara (1 Rs 32
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21.1-16). Acabe foi confrontado e denunciado pelo profeta Elias pela forma injusta in justa como agiu agiu!! Os expositores bíblicos Bill T. Arnold e Bryan E. Beyer (2001, pp. 232-234) comentam que: “O famoso episódio da vinha de Nabote (capítulo 21) ilustra a extensão do pecado de Acabe e sela o seu destino. Nabote era um ci dadão cuja propriedade era vizinha ao palácio em Samaria. O rei que ria anexar a vinha de Nabote às propriedades reais, mas a antiga lei israelita proibia a venda de uma um a herança. A ideia pareceu absurda para Nabote (v.3) e Acabe tinha respeito suficiente pela lei para saber que ele não conseguiria fazer Nabote voltar atrás em sua decisão (v.4).
Sendo a filha do rei de Sidom, Jezabel supôs que o rei de Israel deveria estar acima da lei, como era o caso em outros países. Ela tomou para si a responsabilidade de resolver resolver a questão questão.. M edian ed iantete traição traição,, enga no e o assassinato assassinato de Nabote, Nab ote, ela adquiriu a vinha para Acabe. M ais uma um a vez, o profeta Elias estava lá para anunciar o julgamento (w. 17-24). Acabe “se vendeu para fazer o que era mau perante o Senhor” (v.25; ver também tam bém o v. 20). Com Co m o resultado resultad o disso disso,, Elias declarou que a dinastia dina stia de Acabe seria completamente destruída.”13 Restauração do cult cultoo
C o m o vimos, os monarcas bíblicos bíblicos serviam serviam tanto ta nto de guias guias políticos políticos como espirituais do povo. Quando um rei não fazia o que era reto diante do Senhor, logo suas ações refletiam nos seus súditos (1 Rs 16.30). A religião, portanto, era uma grande caixa de ressonância das ações dos reis hebreus. Nos dias do profeta Elias, as ações de Acabe e sua mulher Jezabel sofreram oposição ferrenha do profeta porque elas estavam pul verizando o verdadeiro culto (1 Rs 19.10). Em um diálogo que teve com Deus, Deu s, Elias afirma que a casa casa real havia havia derrubado derrub ado o altar de adoração ao Deus verdadeiro e em seu lugar levantado outros altares para adoração aos deuses pagãos. Como profeta de Deus, coube a Elias a missão de restaurar o altar do Senhor que estava em ruínas (1 Rs 18.30). Matthew Polle (2010, pp. 701,702) comenta que a prioridade do profeta Elias foi reparar o altar. Isso foi feito rapidamente visto que ele pode ter contado com a ajuda do próprio povo. Esse altar foi reparado especificamente para aquele momento. Poole ainda observa que esse altar fora construído pelos antepassados objetivando a oferta do sacrifício, mas 33
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por haver sido negligenciado necessitava de reparos. Os danos causados a esse altar, que estava quebrado, pode ter sido feito pelos próprios sacer dotes de Baal ou por seguido seguidores res do baalismo que rivalizav rivalizavam am com o culto culto ao Deus verdadeiro.14 E lias lias e a liliteratu ter aturr a bí b íblica blica
Nos livros da literatura bíblica de 1 e 2 Reis, a história do profeta Elias deve ser vista em um contexto onde “os profetas são enviados por Javé para exortar a que não se renegue o verdadeiro culto a Javé. Ele dispõe de poderes milagrosos, e sua palavra se realiza. Esse elemento vale também e sobretudo para os seus prenúncios da ruína do reinado e dos estados de Israel e Judá. O arrependimento do rei pode provocar um adiamento da chegada da desgraça (1 Rs 21.17-29; 2 Rs 22.15-20; 2 Rs 20.1-11).”15 No N o A n tig ti g o T estamen estam ento to
Até aqui vimos que os dois livros de Reis e uma porção do livro das Crônicas trazem uma um a ampla cobertura do ministério profético de Elia Elias.s. O Antigo Testamento mostra que com Elias tem início a tradição profética dentro do contexto da monarquia. Foi Elias que abriu caminho para outros profetas que vieram depois dele. Mas Elias não possuía apenas um ministé rio de cunho cu nho profético e soci socialal.. Seu ministério também tamb ém é usado na literatura bíblica em um sentido escato escatológ lógico ico.. O profeta Malaquias predisse o apare cimento de Elias antes “do grande e terrível dia do Senhor” (Ml 4.5). No N o Nov N ovoo T estamen estam ento to
Em o Novo Testamento encontramos vários textos associados à pessoa e ministério do profeta Elias. Jesus identifica João, o batista, como aquele que viria no espírito e poder de Elias (Lc 1.17; Mt 1.14; 17.10-13). No monte da transfiguração, o evangelista afirma que Elias e Moisés falavam com o Salvador acerca da sua “partida” (Mt 17.3). Quando o Senhor censurou a falta de fé em Israel, ele trouxe como exemplo a visita que Elias fizera à viúva de Sarepta (Lc 4.5-26). No jud ju daísm aí smoo dos tem te m pos po s de Jesus, Eli Eliasas era uma um a figura bem be m popul op ularar devido devid o aos feitos miraculosos, o que levou alguns judeus a acharem que Jesus seria o Elias redivivo (Mt 16.14; Mc 6.15; 8.28).16 34
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Os comentaristas bíblicos observam que os capítulos 17 à 22 do livro de 1 Reis, que cobre o período do reinado de Acabe, mostra que o declínio religioso termina com arrependimento ou julgamento divino. De fato observamos que a mensag me nsagem em profética pro fética de Elias vis visav avaa primeira prim eira mente me nte a produção prod ução de arrepen a rrependim dimento ento e não a manifestação da ira divina divina.. Isso é visto claramente quando Acabe se arrepende e o Senhor adia o julg ju lgaam ento en to que havia sido sid o pro p rofefetiz tizad adoo par p araa os seus dias (1 Rs 21 2 1.27 .2 7-29) -2 9).. Fica, pois, a lição para nós revelada na história do profeta Elias, que a graça de Deus é maior do que o pecado e suas consequências. Fomos alcançados por essa graça!
1 DILLA DILLARD, RD, Raymond B. Fé em Face Fa ce da Apostasia: o evangelho se gundo gun do Eli E lias as e E liseu. liseu. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2011. 2 Y O FRE, FR E, Oracio Simian. Simian. In: Dici Dicioná onárr io de H omilética. omilética. São Paulo: Ed. Paulus/Loyola, 2010. 35
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3 Keil & Delitzsc De litzschh argume argu mentam ntam que o complem com plemento ento “dos moradores de Gileade” nos informa que Elias não vivia em seu lugar natal senão que foi estrangeiro em Gileade. Toshav em si não se refere aos não-israelitas ,mas da mesma forma como ger refere-se àquele que vivia fora de sua pátria e de sua tribo sem ser parte desta, como em Lv 25.41 e Jz 17.7 onde vivia um levita originário de Betei, chamado de gar da tribo de Efraim” (KEIL & DELITZSCH in Comentário Al Texto Hebreo Del Antiguo Testam Testamento ento - Pentat Pent ateuco euco e histór icos, icos, tomo 1. Editorial CLIE, Barcelona, Espana. 4 SWIN SW INDO DOLL LL,, Charles Charles R. Elias Elias:: um u m homem h omem de her oísmo oísmo e humildad humildade. e. São Paulo: Editora Vida, 2010. 5 G IL B E R T O , Antonio. Elias, o campeão de Deus. In: Lições Bíblicas para a Escola Escola Dominical, Dom inical, CPAD, I o trimestre de 1984. An tigo Testamento: Testam ento: his h istór tória, ia, escritur escritur a e teolo teologi gia. a. 6 R O M ER, ER , Thomas. Thomas. Antigo São Paulo: Ed. Loyola, 2010. Ma nual al Bíblic Bíblico. o. São Paulo: Vida Nova, 7 U N G ER, ER , M erril Frederick. Frederick. Manu 2008. 8 V IEIRA, Antonio. Sermões. Ed. Lello &c Irmãos, Porto, Portugal. 9 HAM HA M M OND, ON D, J. In: The Pulpit Pulp it Commentary, Commentar y, vol. vol. V, 1 Kings. Hen drickson Publishers Marketing. Ma rketing. USA, USA , 2011. 2011. 10 MAXWE MA XWELL LL,, Jo h n C. C . Seja o Líder Líder Q ue Todos Qu erem Ter — usando usan do o seu seu caris car isma ma para motivar pessoas. pessoas. Ed. SEPAL, 2002. 11 Para Para um comentário detalhado sobre sobre os milag milagres res de de Elias, Elias, veja veja o liv livro ro de Larry Richards: Todos os Milagres Pres esss, Milagr es da Bíblia. Bíblia. Editora United Pr 2003. ições Bíblic Bíblicas aspara A Esco Escola la Domin Do minica ical:l: A 12 ANDRADE, Cl Claudionor. In Liçõ 13 14 15 16
Bu Busca sca do do Caráte Caráterr Cri Cristã stãoo apren aprende dendo ndo com com home homens ns e mulh mulher eres es da Bíblia, Bíblia, CPAD,3o trimestre de 2007. ARNO ARNOLD LD,, Bill &c BEYER, Bryan E. Desco Descobr br indo o Antigo Ant igo Testa mento — uma um a perspe per specti ctiva va cris cr istã. tã. São Paulo Paulo:: Ed. E d. Cultura C ultura Cristã, 2001 2001.. POOLE, POOLE, Matthew. Matt Ma tthew hew Poole’s Poole’s Commentar Comment aryy on the t he H oly Bible, ible, ndrick ickson son,, USA, SA, 2010. volume 1 — Gen G enesis esis to J ob. He b. Hendr An tigo Testa Testa ZENGER, ZENG ER, Erich Erich Sc Sc BRAU BRAULI LIK, K, Ge Georg. rg. Intr odução ao Antigo Ediçõ es Loyola, Loyola, 2003. 2003. mento. Edições Mun do Cris Cristão tão.. Enci En ciclo clopéd pédia ia de Cultur a Bíblic Bíblica. a. Editora Mundo 36
Capítulo
3
A L o n g a Sec a s o b r e Is r a el
s dados meteorológicos atuais nos informam que a seca é um fenômeno climático e como tal é imprevisível a sua ocorrência. Todavia, no contexto do reinado de Acabe, ela ela ocorreu ocorreu não so mente como algo previsível, mas também anunciado. Não era um fenô meno simplesmente meteorológico, mas profético. Aqui veremos como se deu esse fato e como ele revela a soberania de Deus não somente sobre a história, mas também sobre os fenômenos naturais e como eles podem atender aos seus propósitos. A historicidade dessa longa seca é atestada no Novo Testamento pelo apóstolo Tiago: “Elias era homem semelhante a nós e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis me ses, não choveu” (Tg 5.17). Esse é o testemunho do Novo Testamento sobre a ocorrência ocorrência desse fenômeno fenôm eno.. Todavia há registros fora das páginas da Bíblia sobre a sua existência. Os eruditos alemães Keil & Delitzsch comentam que “da história fenícia Jose Josefo fo (Ant. VIII, 13,2) menciona:
O
‘abrochia abrochia te et et autou autou (sc. Itho Ithobá bálo lou) u) 'egneto egneto apo tou Yperberetaiou Yperberetaiou menos heus tou erchomenou etous Yperbetaiou [Durante seu reinado houve uma seca
que durou do mês de hiperberetmo até ao mês hiperberetmo do ano seguinte] O hiperberetmo hiperbere tmo corresponde ao mês Tisri dos hebreus (cf.
Ben B enfe feyy yy Stern, Die Di e Monatsn Mon atsnam amen, en, p.18)" p.1 8)".1 .1
O que qu e m otivou a se seca Disc D iscipl iplin inar ar a naçã naçãoo
O culto a Baal financiado pelo estado nortista afastou o povo da ado ração verdadeira. O profeta Elias estava consciente disso e quando con frontou os profetas de Baal, logo percebeu que o povo não mantinha mais fidelidade ao Deus D eus de Israe Israel:l: “En “Então tão,, Elias se achegou a todo o povo e disse disse::
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até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, Baal, segui-o” (1 Rs 18.21). 18.21). D e fato a palavra palavra hebraica hebraic a asiph, traduzida como pen pensa sam mento entos,s, mantém o sentido de ambivalência ou opinião dividida.2 A idolatria havia dividido o coração do povo. Para corrigir um coração di vidido somente um remédio amargo surtiria efeito (1 Rs 18.37). Matthew Henry (1999,p.383) observa que Elias “predisse uma seve ra escassez escassez com a qual Israel ia ser castigado por po r seus pecados. Proclam P roclamou ou ante o rei, em cujas mãos estava o poder de reformar o país e evitar o castigo. castigo. A menos men os que se arrependesse e se reformasse, haveria de sobrevir sobrevir sobre o país este castigo. Não haveria chuva chuva nem orvalho orvalho ne nesses an anos, se sennão por po r sua palavra pala vra (v.l). “Orou Oroufer fervor vorosam osament entee para pa ra que não cho chovess vessee", e os seus se fizeram duros como o bronze, até que “outra vez orou, e o céu deu chuva” (Tg (T g 5.17,18). 5.17,18). Elias faz saber a Acabe: Acabe: Jehová, vá, a quem ele Deus de Israel. 1. Que Jeh ele havia havia abandonado, abandonado, era o Deus 2. Que era um Deus vivo, não como os deuses que Acabe adorav adorava,a, que que eram ídolos ídolos mudos m udos e mortos. 3. Q ue o mesmo mesm o (Elias (Elias)) era um servo servo de Deus em e m missã missão,o, um mensageiro enviado por Ele. 4. Que, Qu e, apesar da atual prosperidade prosperida de e paz do reino reino de Israe Israel,l, Deus estava enjoado com eles por causa de sua idolatria e ia castigar-lhes com a falta de chuva, com que se lhe mostraria a impotência deles e a insensatez de quem havia deixado o Deus vivente para prestar serviço de adoração a deuses que não podiam fazer nem nem bem nem mal. mal. 5. Fazer saber a Acabe o pode po derr que Deus De us pôs na palavra do chuva... se senã nãoo por po r minha mi nha pala pa lavv r a ”.3 próprio Elias: Elias: “não haverá chuva... Rev R evel elaa r a divin div inda dade de verdadeira ve rdadeira
Quando Jezabel veio para Israel não veio sozinha. Ela trouxe con sigo a sua religião e uma vontade obstinada de fazer seus deuses o prin cipal objeto de adoração. adoração. D e fato, fato, observamos observamos que qu e o culto ao Senho S enhorr foi foi substituíd subs tituídoo pela adoração a Baal e Aserá, principais divindad div indades es dos sidônios (1 Rs 16.30-33). 16.30-3 3). A consequência desse desse ato foi uma tota t otall decadência decadência moral e espiritual. Baal era o deus do trovão, do raio e da fertilidade, e supostamente possuía poder sobre os fenômenos naturais. A longa seca 38
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sobre o Reino do Norte criou as condições necessárias para que Elias desafiasse os profetas de Baal e provasse que o mesmo não passava de um deus falso (1 Rs 17.1,2; 2 Rs 18.1,2; 21.39). O Deus de Elias
Se prestarmos atenção aos detalhes dessa passagem (1 Rs 17), des cobriremos que três dos principais atributos de Deus são revelados na narrativa da predição da grande seca sobre Israel. que governa a natureza naturez a — Ele é Em primeiro lugar, Ele é o Deus que Onipotente! (1 Rs 17.1). A crença cananeia dizia que Baal era o deus que controlava a natureza, natu reza, inclusive inclusive as estações. estações. O comenta com entarist ristaa bíblico LaLa wrence Richards (2010, p. 234) destaca que: “A seca foi uma arma apro priada neste conflito. Baal e Aserá eram deidades da natureza, suspeitos de controlar contro lar as chuvas chuvas e a fertilidade da terra. Ao anunciar anun ciar uma um a estiagem no nome do Senhor, Elias demonstrou conclusivamente que Iahweh, e não Baal, é supremo”.4 Nunca devemos esquecer que o nosso Deus é Onipotente. Foi o próprio Jesus Cristo, Cristo , o Filho de Deus D eus quem afirmou: afirmou: “E “E dizia dizia:: Aba, Pai, Pai, tudo te é possível” (Mc 14.36). Saber desse fato é relevante porque uma nova heresia anda à espreita — o teísmo aberto ou teologia relacional. Essa nova crença, que é mais um artifício filosófico do que teológico, argumenta argum enta que o Deus da Bíblia é limitado.5E limitado .5Emm outras palavra palavras,s, ele ele não é Onipotente; não é Onisciente e nem tampouco Onipresente. Vários Teólogos de renome internacional, tais como: D. A. Carson; John Piper e Bruce A. Ware levantaram suas vozes contra esse ataque à fé cristã.6 Bruce A. Ware (2010, (2010, pp.13-15), pp.13-1 5), por exempl exemplo,o, cita cita textos textos da literatu ra do teísmo aberto onde esse fato é percebido claramente: “Quando “Quando a tragédia entrar entr ar em sua vida, vida, por favor favor,, não pense que Deus tem algo a ver com isso! Deus não deseja que a dor e o sofri mento ocorram e, quando isso acontece, ele se sente tão mal com a situação como aqueles que estão sofrendo. Não pense que, de alguma maneira, essa tragédia deva cumprir algum propósito final. E bem provável que não seja assim! O mal que Deus não deseja acontece a todo momento momen to e, com com frequência, frequência, não serv servee para nenhum nenhum bom pro pósito. Porém, quando sobrevêm a tragédia, podemos confiar que Deus está conosco conosco e nos nos ajuda a reconstruir reconstruir o que se perdeu. Afinal, Afinal, de uma coisa temos certeza, a saber: Deus é amor. Então, embora não 39
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po possa ssa evitar que que uma bo boa parc parcel elaa de de co coisas ruins ruins ac aconteç teça, ele sempre
está conosco quando elas acontecem!”7 (grifo nosso).
Palavras bonitas e carregadas de sentimentalismo, mas totalmente fora do ensino sobre a soberania e majestade divinas. Em palavras mais simples, Deus De us está está vendo a coisa coisa acontecer, mas infelizmen infeliz mentete ele ele não pode impedir que ela aconteça! Só lhe resta então lamentar juntamente com você você.. Uma Um a heresia gro grosse sseira ira!! A história de Elias Elias mostra claramente que o nosso Deus pode sim enviar uma seca, como sinal de julgamento, como pode da mesma me sma forma form a barrar uma catástrofe e suspender seus seus efei efeitotos.s. conhece toda todass as co coisa isas — Ele é Em segundo lugar, Ele é o Deus que co Onisciente! (1 Rs 17.1). Ware continua denunciando em seu texto no que creem os teólogos relacionais. Aqui é a Onisciência de Deus que é atacada. Para o teísmo aberto Deus não sabe de todas as coisas: “Deus assumiu um risco enorme ao criar um mundo com criaturas morais que poderiam usar sua liberdade para se voltarem contra o que Ele desejava e queria que ocorresse. Por toda a história, vemos evidên cias de pessoas (e anjos caídos) usando sua liberdade, dada por Deus, para provocar um mal terrível e causar incalculável dor e miséria. E antemão o que suas suas criaturas criaturas claro que, conquanto Deus nãopudesse saber de antemão livres livresfari fariam am, ele certamente nunca quis que aquilo acontecesse! Ele é amor, e não quer que suas criaturas sofram. Mas uma coisa podemos saber com certeza é que Deus vencerá, afinal! Por isso, não se preocupe, pois Deus se certificará de que tudo tu do o que Ele mais deseja deseja que aconteça venha a se cumprir. Você pode confiar nEle de todo seu coração!”8
A profecia de Elias desm d esmonta onta essa vis visão ão limitada sobre Deus, D eus, pois pois o profeta previu previu que por po r um espaço espaço de três anos anos e meio não choveria choveria sobr sobree Israel (1(1 Rs 17.1; 17.1; T g 5.17). 5.17). Com Co m o o profeta saberia saberia que a chuva voltaria voltaria somente após três anos e meio? Deus o havia revelado porque somente Ele conhece o futuro. Em terceiro terceiro lugar, lugar, Deus não não está limitado limitad o pelo tempo nem pelo es espaço — Ele é Onipresente. Deus pode estar ao mesmo tempo em todos os lugares. Para a teologia cristã isso é confortador, pois jamais estaremos a sós. O Senhor Jesus Cristo afirmou: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28.20). Os teólogos relacionais não acreditam dessa forma. A sua crença deixa o devoto entregue à sua própria sorte e Deus apenas assistindo de braços cruzados: 40
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“Deus é Deus de amor e, como tal, respeita você e os seus dese jos. Ele El e não é alguém que ‘força’sua vontade sobre outra ou tra pessoa. pessoa. Desse modo, Deus não está interessado em planejar o seu futuro por você, nem em deixar-lhe sem direito de voz sobre o que fazer em sua vida! Não mesmo. Na verdade, grande parte do futuro ainda não foi plane jada jad a e Deus Deu s espera que você tome tom e suas suas próprias decisões decisões e escolha o seu rumo, de maneira que Ele saiba como melhor traçar seus próprios planos. É claro que ele deseja que você o consulte durante o processo, embora embora o que você vier a decidir seja seja sua própria própria escolha, e não dEle. dE le. O que Deus De us deseja deseja é que você e Ele trabalhem juntos, traçando o rumo de sua vida. E você pode estar seguro de que Ele fará tudo tud o o que estiver estiver ao alcance dEle para ajudá-lo a ter a melhor vida que você pode ter.”9
Anteriormente, Deus apenas assistia as coisas acontecerem, mas sem poder fazer nada; depois Ele não tem conhecimento das coisas que ocor rerão e agora assiste assiste asas coisa coisass acontecere acont eceremm impossibili imp ossibilitado tado de fazer alguma algu ma coisa coisa.. Esse “deus” “deus” não é o Deu D euss de Elias. Não, esse esse não n ão é o nosso Deus. D eus. O s efeit efeit os da seca seca Escassez e fo e fom me
Com Co m o nordestino, estou familiarizado familiarizado com a linguagem linguagem dos capítulos capítulos 17 e 18 do primeir prim eiroo livro livro de Reis. Reis. Esses capítulos trazem traze m um um relato sobre o longo período de estiagem em Israel Israel durante durante o reinado de Acabe. Acabe. Agora mesmo quando escrevo este capítulo, o sul do meu estado, Piauí está sendo duramente castigado por uma severa seca. Centenas de cabeças de gados e outros animais nativos da caatinga e do semiárido nordestino estão morrendo. Os criadores, em um gesto de desespero, estão alugando pastos em outras partes do estado para tentarem salvar seus rebanhos. Euclides da Cunha tinha razão quando disse, em seu livro Sertões, que qu e o nordestino nordestino acima de tudo é um for fo r tef1 te f100 M as ninguém consegui conseguiuu enxergar enxergar todo o drama do nativo nativo do do semiárido como co mo Patativa do Assaré, poeta e filós filósof ofoo social social nordestin no rdestino.1 o.111 E m uma coletânea de poesias, Patativa conseguiu expressar em palavras o que passa o sertanejo nesse período sombrio: Setembro passou, com outubro e novembro Já J á es esta tam mos em dezem dezembro. bro. Meu M eu Deus, Deus, o que que se será rá de nós? nós? 41
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Assim Ass im f a l a opobre do do seco Norde Nordeste ste,, Com medo da peste, Da D a fom fo m efer ef eroz oz.. A treze trez e do mês mês ele ele fe f e z a expe experiê riênc ncia, ia, Perdeu a sua crença Nas Na s pedras pedras de sal. Mas M as noutra experiê experiênc ncia ia com com gost gostoo se agar agarra ra,, Pensando na barra Do aleg alegre re Natal. Rompeuse Rompeu se o Natal, Nat al, porém a barra barra não vei veio, o, O sol, bem vermelho, Nasceu Nasceu muito além além. Na N a copa da da mata, buzi bu zina na a cig cigarra rra, Ning Ni ngué uém m vê a barr barra, a, Pois a barra não tem. Sem chuva na terra descamba descambajaneiro, janeiro , Depo Depois, is,fevereiro, E o mesmo verão. verão. Então o roceiro, pensando consigo, Diz D iz:: iss isso é castig stigo! o! Não Nã o chove chove mais mais não! não! [.....] E vende vende o se seuu burro, burro, ojum ju m ento e o cava cavalo, lo, At A t é mesm mesmoo o galo galo Vendeu também, Pois Pois logo logo aparecef aparecefeliz eliz fazend faz endeir eiro, o, Por pouco dinheiro dinheiro Lhe Lh e com compra pra o que que tem tem. E m cima cima do carr carroo se sej u n ta a fam fa m ília; íli a; Chegou o triste dia, Já J á v a i viajar. viajar. A seca terrível, que tudo devo devora ra,, Lhe Lh e bota pra pr a fora fo ra Da D a terra terra natal n atal
Dramático! Realista! É exatamente assim que nos sentimos durante uma um a seca. seca. M as ao verif verificarmo icarmoss o texto bíblico bíblico onde o nde se encontra enc ontra a narrativ narrativaa da 42
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predição do profeta Elias, descobrimos igual dramaticidade e realismo. Elias entra no cenário profético quando o reinado de Acabe e sua esposa Jezabel, experimentava relativa prosperidade. Foi então que o profeta Elias vaticinou: “T ão certo como viv vivee o S e n h o r , Deus de Israel, perante cuja cuja face face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra” (1 Rs 17.1).
As consequências dessas palavras carregadas de inspiração profética são logo sentidas. Confira o relato bíblico em 1 Reis 18.1-8. A Escrit Es critura ura afirma que “a fome era extrema em Samaria” (1 Rs 18.2). 18.2). A seca seca já havia provado que Baal era um deus impote imp otente nte frente aos fenô fen ô menos naturais e a fome demonstrou à nação que somente o Senhor é a fonte de toda provisão. Sem Ele não haveria chuva e consequentemente não haveria alimentos. O texto de 1 Reis 18.5, revela que até mesmo os cavalos da montaria real estavam sendo dizimados. O desespero era geral. A propósito pro pósito,, o texto hebraico de 1 Reis 18.2 diz que que a estiagem foi violenta e severa. A verdade é que o pecado sempre traz consequências amargas! Endurecimento Endurecimen to ou arrependimen arrependimento to
É interessante interessante observarmos observarmos que o julgamento de Deus Deu s produziu efei efei tos diferentes sobre a casa real e o povo. Percebemos que à semelhança de Faraó (Êx 9.7), o rei Acabe e sua esposa, Jezabel, não responderam favoravelmente ao juízo divino. Acabe, por exemplo, durante a estiagem confrontou-se com o profeta Elias e o acusou de ser o perturbador de Is rael (1 Rs 18.17). Quem resiste à ação divina acaba por ficar endurecido! Somente no caso de Nabote ele viria demonstrar algum arrependimento. Por outro lado, o povo que não dera nenhuma resposta ao profeta Elias quando questionado (1 Rs 18.21), respondeu favoravelmente ante a ação soberana do Senhor: “O que vendo todo o povo, caiu de rosto em terra e disse: O Senhor é Deus! O Senhor é Deus! (1 Rs 18.39). O Novo Testamento alerta: “quando ouvires a sua voz não endure çais o vosso coração” (Hb 3.8). A pr ovis ovisão ão d ivina ivina na n a seca seca Provisão pessoal
O fenôme fenô meno no da seca seca e como o profeta Elias se conduziu durante duran te o mesmo é rico rico em ensinamentos. ensinamentos. Aprendemos Aprendem os que Deus D eus é um Deus de pro43
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visão. Quando o apóstolo Paulo fez a pergunta: “Acaso, é com bois que Deus se preocupa?” (1 Co 9.9), ele esperava a resposta “Não”. Nesse texto o apóstolo mostra que o trato primeiro de Deus não é com animais, mas com o homem. Deus trata com pessoas, não com coisas. Pedro, o apóstolo, diss dissee “que Ele E le tem t em cuidado de nós” (1 Pe 5.7). 5.7). Dura Du rantntee o longo período p eríodo de estiagem no Reino do Norte observamos esse cuidado pessoal do Senhor com o profeta. H á sempre uma provi provisão são de de Deus D eus para aquele aquele que o serve serve em tempos de crise. crise. E m bora bo ra houvesse uma um a escassez escassez generalizada generali zada em Israel, Deus cui dou de Elias de uma forma especial que nada lhe faltou (1 Rs 17.1-7). A forma como o Senh S enhor or conduz con duz o seu servo servo é de grande gran de relevân relevância cia.. Primei ramente ram ente Ele o afasta afasta do local local onde o julgamento julgam ento seria seria executa executado: do: “Retira“Retirate daqui” (1 Rs 17.3). Deus julga e não quer que seu servo experimente as consequências amargas desse juízo! Em segundo lugar, o Senhor o orienta a sese esconder: esconder: “Esconde “Esco nde-te -te junto jun to a torrente de Que Q uerite rite”” (1 Rs 17.3). 17.3). Deus não estava fazendo espetáculo. Quando a situação é para aparecer, Deus manda se esconder. Em terceiro lugar, Elias deveria ser suprido com aqui lo que o Senh Se nhor or providenciasse providenciasse:: “Os “Os corvos corvos lhe traziam tr aziam pão pão e carne” carn e” (1 Rs 17.6). Não era uma iguaria, mas era uma provisão divina! Vejamos mais algumas lições extraídas desse episódio: C ondu ond u zin zin do-se em em tempos temp os de cr cr ise ise a) Ouvindo O uvindo a palav pa lavra ra (17.2) (17.2)
O texto diz: “Veio-lhe a palavra do Senhor (1 Rs 17.2). Essa é a primeira lição que aprendemos com o profeta de Tisbe: ouça a palav pa lavra ra de Deus e se seja ja orienta orientado do por po r ela ela. O aparecimento do profeta Elias está condicionado à Palavra de Deus bem como todas as suas ações. Ele não se movia fora da esfera da Palavra de Deus.
b) Fugindo
O Senhor também disse ao profeta: “Esconde-te” (1 Rs 17.3). I louve a hora de aparecer, agora era hora de se esconder! Há mo mentos de publicidade, mas há momentos nos quais devemos estar sozinhos. Elias foi um profeta pro feta solitário, solitário, asas suas suas aparições são são repen repe n tinas e sem glamour. Talvez essa seja a principal característica que diferencia o profeta de Tisbe dos “profetas” modernos. Enquanto aquele aquele procurava sese esconder para cum c umprir prir o desígnio de Deus, es 44
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tes procuram os holofotes para serem notados. Eles gostam da mí dia e fazem de tudo para permanecerem em evidência. c) D ependendo epende ndo de Deus De us
O Senhor Sen hor falou falou ao profeta: profeta: “Beberás Beberás da torrente; ordenei aos aos corvos que ali mesmo te sustentem” (1 Rs 17.4). Elias precisava de pão e água e o Senhor proveu isso para ele. Os corvos eram animais imundos imundo s (Dt (D t 14.11-14), mas a comida comida que traziam traziam para o profeta era era santa. Se até até o mal cumpre os propósitos de Deus Deu s (1 Sm 16.14; 16.14; 19.9), quem somos nós para questionar? Elias, sem dúvida, possuía mais co nhecimento teológico do que muitos eruditos, pois se alimentou da carne trazida traz ida pelos pelos corvos corvos sem fazer questionamentos. questionamen tos. Quan Q uantas tas vezes vezes perdemos perdem os a oportunid opo rtunidade ade de sermos sermos abençoados porque construímos “muros teológicos” e passamos a acreditar que o Senhor, para operar, necessita trabalhar dentro de seus limites!
d) Obedecendo
“Foi, pois, e fez segundo a palavra do Senhor” (1 Rs 17.5). O manual já existe e está aí à nossa disposição — A Palavra de Deus. Elias fez segundo o manual do fabricante e foi abençoado. Se se guirmos a orientação do manual, a Bíblia Sagrada, com certeza se remos bem-sucedidos. bem-sucedidos.
Provisão coletiva
Ficamos sabendo pelo relato bíblico que além de Elias, o profeta de Tisbe, o Senhor também trouxe a sua provisão para um grande nú mero de pessoas. Primeiramente encontramos o Senhor agindo através de Obadias, mordomo do rei Acabe, provendo livramento e suprimento para esses profetas: “Obadias tomou cem profetas, e de cinquenta em cinquenta os escondeu numa cova, e os sustentou com pão e água” (1 Rs 18.4). Lawrence Richards põe em destaque essa ação de Obadias como sendo um canal de Deus no auxílio coletivo aos profetas: “Como podia Obadias ser um adorador de Deus e ainda servir à corrupta casa real de Acabe? Não deveria ele ter tomado uma posição contra as mortes dos profetas de Deus por Jezabel, mesmo se isso lhe custasse sua própria vida? Alguns pensam assim. Contudo, Obadias foi capaz de usar sua posição para salvar vidas de centenas de profetas! É fácil criticar aquele 45
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que têm decisões morais difíceis para tomar. Mas cada indivíduo deve ser guiado pelo senso próprio da liderança de Deus. O que pode nos parecer ser “comprometimento” pode, em vez disso, ser uma corajosa decisão em seguir um caminho difícil e perigoso”.12 E m segundo lugar o próprio Senho S enhorr faz faz conhecido a Elias, Elias, que Ele ainda contava com sete mil pessoas que não haviam dobrado os seus joel jo elho hoss dian diantete de Baal: “Tam “Tam bém bé m conser con servei vei em Isra Israelel sete m il” (1 Rs 19.18). Deus é um Deus que cuida! A s lições lições dei d eixada xadass pel p elaa seca A majestade d ivin iv inaa
Já vimos alguns dos atributos de Deus quando falamos do “Deus de Elias”. Todavia cabe aqui fazermos uma pequena síntese desses atributos, porque a majestade divina é uma das lições reveladas pela seca. Os fatos que já comentamos e que vale a pena relembrar sobre a ação do Deus de Elias, estão registrados nos primeiros versícu los do capítulo 17 do livro de primeiro Reis. Primeiramente vimos a sua onipotência, quando Ele demonstrou total controle sobre os fenômenos naturais (1 Rs 17.1). Em segundo lugar, Deus mostrou a sua Onipresença durante esses fatos. Elias ao se referir ao Senhor reconheceu-o como um Deus presente: “Tão certo como vive o Se nhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1 Rs 17.1). Em ter ceiro lugar, vimos como Deus Onisciente, quando demonstrou a sua capacidade para conhecer o futuro. Não haveria nem orvalho nem chuva, e não houve mesmo! Opecado pecado tem tem o seu custo custo
Quando o profeta Elias encontra-se com Acabe durante o período da seca, Elias responde ao monarca e o censura por seus pecados: “Res pondeu pon deu Elias: Elias: eu não tenho ten ho pertu p erturba rbado do a Israe Israel,l, mas tu e a casa casa de teu pai, pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins” (1 Rs 18.18). Em outras palavras, Elias afirmava que tudo o que estava aconte cendo em Israel era resultado resultado do pecado. O pecado pode ser atraente e até mesmo desejável, mas tem um custo muito alto. Não vale a pena! Por outro ou tro lado, lado, Franz Delitzsch destaca d estaca a morte mo rte dos profetas de Baal Baal como consequência do pecado de idolatria. Em seu comentário ao livro 46
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dos Reis, escreve: “Elias usou a euforia do povo pelo Senhor para acabar com os profetas de Baal que haviam apartado o povo do Deus vivente. Ordenou ao povo prendê-los e os fez degolar no ribeiro de Quison. Não fez por po r motivo de vingança, vingança, porque porq ue eles eles haviam motivado m otivado a rainha Jezabel para mata m atarr os profetas profetas do Deus D eus verdadeiro (ver (ver 13), senão por causa da lei lei do Antigo Antig o Reino de Deus do Antigo An tigo Testamento Testam ento que proibia proibia a idolatria e ordenava exterminar os falsos profetas” (Dt 17.2; 13.13ss).13 Observamos que a longa seca sobre o Reino do Norte agiu como um instrumento de juízo e disciplina. Embora o coração do rei não te nha dado uma resposta favorável ao chamamento divino, os propósitos do Senh S enhor or foram alcançados. alcançados. O povo povo voltou para o Senh S enhor or e o perigo de uma um a apostasia ap ostasia total foi afastado. afastado. A fome revelou como é vão adorar os deuses falsos e ao mesmo tempo demonstrou que o Senhor é um Deus soberano! Ele age como quer e quando quer. Fica, pois a lição que até mesmo em uma escassez violenta a graça de Deus se revela de forma maravilhosa.
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Coment ár io al Texto Texto 1 KEI KEIL, Car Cari Fri Friedr edrich & DELITZSC DEL ITZSCH, H, Fr Franz anz. Comentár Hebreo Hebr eo dei Antiguo Ant iguo Testa Testamento mento — Pentateuco Penta teuco e históric histór icos. os. Tomo 1, Editoriald CLIE. 2 DRIVE DR IVER, R, F. Brown Brown & BRIGG BR IGGS,S, C. The Brown — Driver-Briggs HeHen drickson son Publishers, Publishers, LIS LISA, A, 2010. br ewan ewandd Engli E nglish sh Lexico Lexicon. n. Hendrick 3 HENRY, Matthew, Comentário Bíblico de Matthew Henry, traducido e adapta adap tado do al castellano cast ellano por Fran Fr anci cisc scoo Lacueva, Lacueva, 13 tomos tom os em 1 — obr obr a com com pleta sin abre abr eviar. Editorial CLIE, Barcelona, Espanha, 1999. 4 RICHA RIC HARD RDS,S, Lawrence Lawrence.. Guia do d o Leitor da Bíbl Bíblia ia - uma anál aná lise ise de Gê CPA D, 2010. 2010. nesis a Apocalipse, Apoca lipse, capítulo por capítu ca pítulo lo.. Rio de Janeiro: CPAD, 5 Bruce A. Ware Ware explica explica que o teísmo aberto “é“é assim assim denomin denominado ado pelo fato de seus seus adeptos verem grande parte pa rte do futuro futuro como algo que está em “aberto”, aberto”, e não fechado, mesmo para Deus. Boa parte do futuro está ainda indefinida e, conse quentemente, Deus Deu s o desconh desconhece ece.. Deus conhece conhece tudo tudo o que pode pode ser conhecid conhecido,o, asseguram-nos os teístas abertos. Mas livres escolhas e ações futuras, por não te rem ocorrido ocorrido ainda, não existem e, desse modo, Deus (até mesmo Deus) De us) não pode conhecê-las. conhecê-las. Deus não conhece o que não existem — afirmam eles — e, uma vez que o futuro não existe, Deus não pode conhecê-lo agora. Mais especificamente, ele ele não pode conhece conhecer,r, de antemão, uma uma grande parte parte do futuro futuro que virá virá à tona à medida que criaturas livres decidirem e fizerem tudo segundo lhes aprouver. Em conformidade conformidade com com isso, isso, momento momento após após momento Deus Deus aprende o que fazemos, fazemos, e seus seus planos devem constantem const antemente ente se ajustar ao ao que acontece de fato, na medida em que isso isso for diferente diferente do que ele previu” previu” (pp.1 (pp.14,15) 4,15).. 6 Veja Veja um estudo estudo exaustivo sobre esse tem te m a em: Teísmo Teísmo Aberto Aber to — uma teo Joh n Piper, Piper, Justin Taylor, Taylor, Paul K. Helseth. logia além dos lim lim ites bíblic bíb licos. os. John Editora Ed itora Vida, 2006. 2006. ' WARE, WA RE, Bruce Bruce A. Teísmo Teísmo Aber Aberto to — a teologia teologia de um Deu s limitad limitado. o. São Paulo: Paulo: Vida V ida Nova, Nov a, 2010. 2010. 8 W A RE, Bruce A. id.p.14. 9 W ARE, AR E, Bruce A. id. Ibid. 10 DA C U N H A , Euclides. Sertões. São Paulo Paulo:: Editora Ed itora Mar M artin tin Claret, 2002 2002.. 11 Veja eja na íntegra íntegra uma u ma coletânea coletânea de todas as poes poesiaiassde Patativa doAssaré, doAssaré, na filoso sofifiaa de um tr ovad ovador or nordes nor destino. tino. obra: Cante Lá que eu Canto Cá —filo Nessa obra a Editor Edit oraa Voz Vozes es optou por p or manter manter a fonética do trovador. trovador. Gu ia do Leitor da Bíblia. Bíblia. Rio de Janeiro: 12 RICHARDS, Law Lawren rence. Guia CPAD, CPA D, 2010. 2010. Texto Hebr H ebreo eo Del Antig Ant iguu o Testa Testa 13 DELITZSCH, DELITZSCH , Fr Franz. Comentár io al Texto mento — Pentat Pent ateuco euco e histór icos. icos. Editorial Editorial CLIE. CLIE . 48
Capítulo
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E l i a s e o s Fa l s o s P r o f e t a s d e Ba a l
/ " V uand an d o em outu ou tubrbroo de 2011 2011 recebi recebi a solici so licitaç tação ão da C P A D para pa ra I 1 escrever um comentário sobre os profetas Elias e Eliseu, eu e a minha esposa, Maria Regina, encontrávamo-nos no Monte Carmelo em Israel. Jamais havia sentido toda a dramaticidade do relato de 1 Reis 18.20-40 como senti naquele dia. No topo daquele monte a contem co ntemplar plar a imensa planície de Jezreel e asas ruínas de Megido Me gido ao fundo, glorifiquei a Deus por um dia haver levantado o profeta Elias naquele local e dessa forma dar uma nova direção à história do seu povo.1 O confronto do profeta Elias com os profetas de Baal, conforme nar rado no décimo oitavo capítulo do livro de 1 Reis, foi um dos fatos mais significativos significativos para a história história bíblica. Mais Mais significativa ainda ainda foi a vitória que o profeta de Tisbe obteve sobre esses falsos profetas. Ela significou a continuidad contin uidadee da existência existência de Israel como povo de Deus Deu s (1 Rs Rs 18.20-40). Neste capítulo nós estudaremos como o profeta Elias foi um instru m ento usado pelo Senhor Senhor para confront con frontarar os os falso falsoss profetas profetas com seus seus fal sos deuses e fazer com que o povo de Deus abandonasse a falsa adoração. C onfr ontan ont an d o os os falsos alsos d euses Ma M a is fa is fato toss sobre sobre Baal Ba al
Não há dúvida de que Baal era a principal divindade Cananeia (1 Rs 16.31; 11.1-8). 11.1- 8). Por Po r diversas diversas vezes vezes fizemos referência a ess essee fato, mas aqui iremos conhecer mais detalhadamente esse falso deus, e assim en tender porque ele causava tanto fascínio no mundo cananeu e também proprietário, marido ou ou se senh nhor or.2 .2 no estado Judeu. Judeu . A palavra Baal signifi significa ca proprietário, Os estudiosos observam que esse nome traz esses significados para de monstrar que a divindade pagã exercia controle e posse não somente sobre o lugar onde se encontrava, mas também sobre as pessoas.
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Andrew An drew K. Helmbold Helm bold (2010, (2010, pp.766,767) destaca destaca que a adoração adoração a Baal no Antigo An tigo Testame Testa mento nto se torno tor nouu uma u ma séria séria rival rival do culto a Jeov Jeová:á: “A ampla supremacia do seu culto é comprovada pela aparição do seu nome em fontes da Babilônia, aramaicas, fenícias, púnicas, de Ugarite Ugar ite e do Egito. Dura D urante nte o período de Ramessés Ramessés ele foi equipara do a Sete. Os seus títulos eram Zabul, ‘exaltado, senhor da terra’; Ba’al Shamen, ‘senhor dos céus’ (em fenício, mas não na antiga Ugarite); Rokeb Rokeb ‘arufot, arufot, ‘o que cavalga as nuvens’. O lugar egípcio de nome Baal Saphon (lit. Baal do Norte, Baal do monte Cássio) indica que o seu culto culto era conhecido conhecido no Egito. O Antigo A ntigo Testamento refere-se àsàs mui tas imagens locais de Baal com Baalins, a forma plural de Baal.
Ele era adorado nos lugares altos de Moabe (Nm 24.41). Havia altares dedicados a ele na época dos juizes (Jz 2.13; 6.28-32). Talvez a sua adoração tenha atingido o seu ápice na época de Acabe e Jezabel (1 Rs 16.32; 18.17-40), embora tenha havido novas ocorrências poste riormente riorm ente (2 Rs 3.2ss. 3.2ss.;; 10,18-28; 18.4,22; 18.4,22; 21,3; 21,3; 2 Cr C r 21.6; 22.3). A sua sua adoração foi abolida por Joiada (2 Rs 11.18) e Josias (2 Rs 23.4,5). A adoração a Baal era acompanhada por rituais lascivos (1 Rs 14.24; 2 Rs 23.7). Está comprovado que a sua imagem era beijada (1 Rs 19.18; Os 13.2). O sacrifício de crianças no fogo era parte do seu culto (Jr 19.5). A adoração a Baal estava associada à adoração de Astarote (1 Rs 18.19; 2 Rs 23.4) e os seus altares frequentemente tinham aserás nas proximidades (Jz 6.30; 2 Rs 16.32,33).”3 Os profetas pro fetas estavam conscientes con scientes dessa realidade e sabiam que não havia como aceitar esse fato entre o povo de Deus, e por isso levanta ram suas vozes em protesto contra essa prática (1 Rs 21.25,26). Identificando Identifican do a fa a falslsaa divin div inda dade de Aserá Ase rá A crença crença Cananeia Cana neia dizia dizia que E l seria o deus principal, princip al, isto é, o pai dos
outros deuses, e Aserá era a deusa-mãe. O texto bíblico de 1 Reis 18.17 posteídolo neste texto 19, 19, faz referência referência a essas essas duas divindades. divindades . A palavra posteídolo Aserá, á, e mantém o significado é a tradução do termo hebraico 'ashera ou Aser de bosque para adoração de ídolos. Aserá, conhecida também como Astarote ou Astarte, era era uma deusa ligada ligada à fertilidade fertilidade humana hum ana e animal anim al e também da colheita. No texto bíblico observamos que ela exerceu grande influ ência negativa entre o povo de Deus (Jz 2.13, 3.7; 1 Rs 11.33). Assim entendemos o porquê da resistência profética a esse culto. 50
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O s enciclop e nciclopedist edistas as observam que: que: “N “N o Anti A ntigo go Testamento, Testamen to, a adoração adoração a ela ela está associada à adoração a Baal (Jz (Jz 3.7; 1 Rs 18.19; 2 Rs 23.4). Gideã Gi deãoo teve que destruir o altar que o seu pai havia erigido a Baal e à companheira Aserá, para par a qualificar-se qualificar-se como líder de Israel (Jz 6.25-30). 6.25-3 0). A adoração a ela ela durante a época dos reinos reinos hebraicos é atestada pela image imagemm feita pela mãe de Asa (1 Rs 15.13) e pela imagem colocada por Manassés no Templo (2 Rs 21.7). Josias tentou tent ou extinguir extinguir a adoração a esta esta deusa (2 Rs 23.4-7). Alguns textos do Antigo Testamento indicam uma fusão da divin dade com o objeto de culto usado na adoração a esta deusa (Ex 34.13; Jz 6.25-30; 2 Rs 18.4), um fenômeno comum em muitas religiões(...). Alguns estudiosos, baseando-se em Deuteronômio 16.21 e em outras evidências, julgam que (Aserá) se tratava de uma árvore viva. No en tanto, a maioria dos estudiosos pensa que se tratava de uma imagem de Aserá, talvez uma árvore da vida estilizada, porque se não fosse assim o silêncio dos profetas sobre o assunto seria estranho. Mas eles efetiva mente men te condenaram a idolatri idolatria,a, o que incluiri incluiriaa o asherim”.4 C onfr ontan ont an d o os os falso falsoss pro pr ofetas P rofet ro fetiza izava vam m sob sob enco encomen menda da
Os fatos ocorridos no reinado de Acabe vêm mais uma vez confir mar uma verdade: Nenhum sistema é profético, nenhum profeta per tence ao sistema. O texto de 1 Reis 18.19, destaca essa verdade. Eram profetas, mas comiam com iam da mesa de Jezabel. Jezabel. Eram Era m profetas, mas possuíam seus ministérios alugados para Acabe e sua esposa. Eles profetizavam o que o rei queria ouvir, pois faziam parte do sistema estatal de governo. Nenhum homem de Deus, nem tampouco a igreja, pode ficar compro m etido com qualquer esquema religio religioso so ou político. político. Se assim assim o fizerem, fizerem, perdem suas vozes proféticas (1 Rs 22.13). Esses profetas “comiam da mesa de Jezabel”. Estavam debaixo de sua sua influência. A inda ind a hoje o espírito de Jezabel atua, e atua com grande gran de forç força.a. John Jo hn Paulja Pa uljack ckson son (2011, pp.215-218) enumera enum era 14 caract caracterí eríststicas icas que identificam ide ntificam o espírito espírito de Jezabel: Jezabel: 1. Embo Em bora, ra, a princípio, seja seja difíci difícill perceber, perceber, o indivíduo sente-se sente- se profundamente ameaçado pelos profetas, os quais são seu prin cipal alvo. Embora ele pareça ter o dom da profecia, seu alvo na verdade é controlar aqueles que se movem na esfera profética. 51
Po r ç ã o D o b r a d a
2. Para aumen aum entar tar seu favor favor,, o indivíduo indivíd uo muitas vezes vezes sese apro xima do pastor pa stor e dos líderes líderes locais locais e depois depois busca enco en contra ntrarr o elo mais fraco a fim de dominá-lo. Seu objetivo final é gover nar toda a igreja. 3. E m busca de reconhecimen reconh ecimentoto do pastor e dos membros, mem bros, o indivíduo forma associações estratégicas com pessoas que são reconhecidas como espirituais e têm influência na igreja. 4. Para parecer espiritual, espiritual, o indivíduo indivíduo busca busca reconhecim recon hecimento ento manipulando as coisas e buscando tirar vantagem. Muitas ve zes, compartilha sonhos e visões provenientes de sua própria imaginação ou que ouviu de outros. 5. Quando o indivíduo recebe um reconhecimento inicial, geralmente responde com falsa humildade. No entanto, tal atitude não dura muito. 6. Q uand ua ndoo é confrontado, confront ado, o indivíduo sese coloca na defensi defensiva. va. Ele justifica suas ações com frases do tipo: “Estou obedecendo a Deus De us”” ou “De “Deus us me disse disse para par a fazer fa zer isso” isso”. 7. M uitas uit as vezes, vezes, o indivíduo indivíduo alega ter te r grandes revelaç revelações ões espi espi rituais sobre o governo da igreja, mas não busca as autoridades legítimas. Em geral, primeiro compartilha suas opiniões com outras pessoas. pessoas. Sua opinião opinião pessoal muitas vezes se torna tor na a “úl tima palavra” sobre várias questões, fazendo com que se sinta superior ao pastor. No entanto, mesmo que sua revelação seja proveniente de Deus, ele prefere sair falando, em vez de orar. 8. Com Co m motivos impuros, o indivíduo busca se aproximar de outros. Parece desejar fazer “discípulos “discípulos”” e precisa de constan con stantete afirmação de seus seguidores. 9. Esse indivíduo indivídu o prefere prefere orar pelas pessoas pessoas em particu pa rticular lar (em outra sala ou num canto isolado), para não ter de prestar contas a ninguém. Assim, suas revelações e falsas “profecias” não podem ser questionadas. 10. Ansioso para conseguir o controle, ele reúne as pessoas e procura ensiná-las. Embora, a princípio, o ensino possa ser 52
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correto, ele apresenta “doutrinas” que não possuem funda mento na Palavra de Deus. 11. 11. Enga En gana nando ndo os outros com profecias profecias carnais e falando aquilo que as pessoas gostam de ouvir, ele busca, acima de tudo, conseguir credibilidade. Profetiza meias verdades ou fatos pouco conhecidos, como se fossem revelações divinas. Também tira proveito da memória fraca das pessoas, torcen do seus pronunciamentos anteriores e fazendo parecer que se cumpriram na íntegra. 12. Embora a imposição de mãos seja um princípio bíblico, esse indivíduo gosta de compartilhar um nível “mais eleva do” no espírito ou derrubar as paredes que prendem as pes soas, por meio da imposição de mãos. No entanto, seu toque transmite maldição. Em vez de uma bênção santa, o que ele transmite mediante seu toque é um espírito maligno. 13. Mascarando uma autoestima deficiente com orgulho es piritual, ele deseja ser visto como a pessoa mais espiritual da igreja. igreja. Pode ser o primeiro prim eiro a chorar, chorar, clamar, clamar, etc., afirmando es tar recebendo uma um a carga de Deus. No entanto, não é diferen diferentete dos fariseus que queriam que suas boas ações fossem vistas e suas suas virtudes, reconhecidas pelos homens. hom ens. 14. 14. Lamentavelm Lam entavelmente, ente, a vida familiar desse desse indivíduo é turb t urbuu lenta. Ele pode ser solteiro ou casado. Quando é casado, seu cônjuge em geral é espiritualmente fraco, não convertido ou miserável. Esse indivíduo tem a tendência de dominar todos os membros de sua família.5 Já estou no pastorado de tempo integral por mais de uma década e pude comprovar de forma prática prátic a essa palavra palavra de Jackson. Pelo menos três vezes identifiquei claramente esse espírito querendo controlar as pessoas e o meu ministéri ministério.o. Graças Graças a Deus D eus porque p orque Ele me deu o discernimento discernimento para que eu não ficas ficasse se prisioneiro de Jezabel. Eram mais numerosos
Acabe e sua esposa Jezabel haviam institucionalizado a idolatria no reino do Norte. Baal e Aserá não eram apenas os deuses principais, 53
Po r ç ã o D o b r a d a
mas também oficiais. O culto idólatra estava presente em toda a nação, de norte a sul e de leste a oeste. Dessa forma, para manter a presença da religião pagã na mente do povo, a casa real necessitava de um grande número de falsos profetas (1 Rs 17.32,33). O texto sagrado, por diversas vezes, vezes, destaca esse esse fato (1 Rs 18.19). Qu Q u ando an do na presença pres ença do povo, Elias pôs isso em evidência (1 Rs 18.22), não havia verdade, autenticidade, nem tampouco qualidade no culto falso, mas apenas quantidade. C onfronta onfr ontand nd o a fals falsaa ador ador aç ação ão
U m a leitura cuidadosa cuida dosa do capítulo cap ítulo 18 de 1 Reis, nos revelará algu alguns ns aspectos interessantes sobre o culto falso: 1. No culto culto falso há rito ritoss litú litúrgic rgicoos, mas mas nenhuma adora doraçã çãoo — “To maram o novilho que lhes fora dado, prepararam-no e invoca ram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, Baal, responde-nos! Porém não havia uma um a voz que respon desse; e, manquejando, se movimentavam ao redor do altar que tinham feito” (1 Rs 18.26). O baalismo era organizado, seu serviço de culto também o era. Havia tudo o que uma religião precisa para sobreviver, mas fal tava o elemento essencial — o Deus eterno para quem a verda deira adoração é devida. Eles dançavam, possivelmente ao som de instrumento instrum entos,s, pulavam pulavam e manquejavam ao redor do altar, altar, mas não havia vida. Não Nã o houve resposta. O culto para ser vivo vivo neces sita de que a sua divindade divindade seja seja també tam bémm viva. viva. O baalismo baalism o era um culto falso como são dezenas de crenças hoje. Possuem estrutu ra, ritual e seus deuses, mas não possuem a adoração verdadeira. 2. No culto culto fals falsoo há muito muito grito, grito , mas não há ec eco — “Ah! Baal, responde-nos! Porém não havia uma voz que respondesse” (1 Rs 18.26). 18.26). Havia voz, voz, grito, mas não havia ec eco! Era E ra uma um a ado ad o ração muda! Não houve respostas. No livro de minha autoria: Rastros de Fogo: go: o que que difer diferenc encia ia opent pentec ecos ostes tes bíbl bíblic icoo do do neopente neopente costalismo atual, escrevi: “O Pentecostes bíblico possui voz — “Veio do céu um som" (At 2.2). Na verdade a palavra som som traduz o termo grego echos, de onde provém o nosso vocábulo português eco. O Pentecostes bí54
E l l a s e o s Fa l s o s P r o f e t a s d e Ba a l
blico não apenas produz som, mas possui eco! Mas isso não é exatamente o que diferencia o Pentecostes bíblico do moderno? O Pentecostes bíblico possui uma voz que ecoa enquanto o de hoje faz apenas barulho! O Pentecostes contemporâneo é zuadento! Ninguém mais aguenta esses pregadores “pentecostais” fazendo barulho para se manter ma nterem em no ar! ar! Com Co m o a Televis Televisão ão é um veículo de comunicação extremamente caro, eles estão migrando para a internet. Estão criando blogs a todo instante! Fazem de tudo para serem notados! Foi Zygmunt Bauman, sociólogo po lonês, quem refez a famosa frase de René Descartes: Penso, logo existo para: Falam de mim, logo existo.b Sim, um grande número de pregadores pentecostais está gritando a pleno pulmões para serem notados. Fazem barulho, mas suas vozes não conseguem produz pro duzirir um eco eco positivo positivo na n a sociedade.”7 sociedade.”7 Quando a adoração deixa de produzir eco, então ela transfor ma-se em uma falsa adoração. 3. No culto falso falso há a pre rese senç nçaa do sangue, mas mas é um san sangu guee impu impuro ro — eles clamavam em altas vozes e se retalhavam com facas e com lancetas, segundo o seu costume, até derramarem sangue” (18.29). Havia por parte dos profetas de Baal uma autoflagelação! Eles se cortavam com lancetas e derramavam seu próprio sangue, mas nada disso fez com que descesse fogo do céu. Por quê? Por que esse sangue derramado não possuía poder remidor! Era um sangue impuro. Qua Q uand ndoo Elias sacrif sacrifico icouu os animais e clamou clamou ao Senhor, esse sacrifício teve valor. O sangue dos animais ofereci dos por po r Elias em sacrif sacrifícícioio eram um tipo do sangue s angue do Cordeiro Corde iro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). 4. N o culto cultofals fa lsoo há há profetas, mas não não há inspiraçã inspiração! o! — “Disse Elias aos profetas de Baal”(l Rs 18.25). A Escritura afirma que “nenhuma profecia da Escritura pro vém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram falaram da parte pa rte de Deus, D eus, movidos pelo Espírito Es pírito San S an to” (2 Pe 1.20,21). Juntando os profetas de Baal e os de Aserá, somavam um total de 850 homens. h omens. Imaginem Imag inem esse esse número núm ero de pessoas pessoas profetizando 55
Po r ç ã o D o b r a d a
juntas! juntas! H avia av ia um rio de profecia, profecia, mas nenh ne nhum umaa inspiraçã inspiraçãoo e consequentemente nenhum cumprimento delas! Uma profecia de Baal faz muito barulho, mas não produz nenhum resultado. No N o que ela imit im itaa a verdadeira verdadeir a
O relato do capítulo 18 de 1 Reis revela revela que a adoração a Baal Baal pos suía suía rituais rituais que possuíam certa semelhança semelh ança com o ritual hebreu. Usavam Usavam altar; havia música, danças e também tamb ém havia sacri sacrifíc fícios. ios. Todavia Elias sabia que aquela religião falsa com suas crenças e rituais não consegui ra produzir fogo (1 Rs 18.24). O teste seria, portanto, a produção de fogo! Observamos que os profetas de Baal ficaram grande parte do dia tentando produzir fogo e não conseguiram (1 Rs 18.26-29). Uma das marcas do culto falso é exatamente a tentativa de copiar ou reprodu zir o verdadeiro e não conseguir. Encontramos, ainda hoje, dezenas de religiões e seitas tentando produzir fogo e não conseguem. Somente o verdadeiro culto a Deus produz fogo (1 Rs 18.38)! Para que houvesse a produção de fogo, era necessário: 1. Congregar — ‘Então En tão,, Elias diss dissee a todo o povo: povo: ChegaiChega ivos a mim. E todo o povo se chegou a ele” (1 Rs 18.30). Sem congregar congre gar ou jun ju n tar ta r o povo, povo, o fogo não nã o desce desce!! E preciso congre con gre gar o povo com urgência! Sem dúvida urna das grandes causas porque tarda o pleno avivamento seja esta — estamos disper sos, fragmentados e sem congregar. Há muitos crentes, mas são crentes “desigrejados” e que não mais congregam. São crentes da igreja eletrônica! São crentes online com a mídia eletrônica, mas estão offline nos relacionamentos. A igreja eletrônica pro duz adeptos, mas não discípulos e seguidores. Não há o corpo a corpo tão necessário à vida cristã. 2. Restaurar — ‘Elias restaurou o altar do S e n h o r , que estava em ruínas” (1 Rs 18.30). O altar havia sido danificado pelos próprios adoradores de Baal, de forma que necessitava de re paros. Para que a adoração voltasse a ser como antes, o altar deveria deveria ser primeiramente primeiram ente restaurado. restaurado. 3. Pactuar — “Tomou doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a palavra do S e n h o r , 56
E l i a s e o s Fa l s o s P r o f e t a s d e Ba a l
dizendo: Israel será o teu nome”(l Rs 18.31). Deus é o Deus dos pactos! A fim de que o culto fosse restaurado, Elias tomou doze pedras como um símbolo da alian aliança ça do Senho S enhorr com Isra el. el. A aliança com o Senho Se nhorr jamais deverá ser esquecida. esquecida. Israel Israel havia esquecido esquecido esse esse pacto quando quan do foi seduzido pela adoração Cananeia e necessitava voltar urgentemente à aliança com o Senhor novamente. 4. Sacrificar — ‘Então, armou a lenha, dividiu o novilho em pedaços, pô-lo sobre a lenha e disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. lenha. Disse ainda: Fazei-o segunda vez; e o fizeram.” ( Rs 18.33,34). 5. Orar — “No “No devido tempo, tem po, para sese apresentar apresen tar a oferta de manjares, aproximou-se o profeta Elias e disse: O S e n h o r , D eus eu s de Abraão, de Isaque Isaqu e e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas. Responde-me, S e n h o r , responde-me, para que este povo saiba que tu, S e n h o r , és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles. Então, caiu fogo do S e n h o r , e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava no rego”(l Rs 18.36-38). No N o que a ador adoraç ação ão fals fa lsaa se diferencia da verdadeira verd adeira
A adoração adoração verdadeira se diferencia da falsa em vários vários aspectos, mas o relato do capítulo 18 de 1 Reis destaca alguns que consideramos es senciais. Em primeiro lugar, a adoração verdadeira se firma na revelação de Deus na história (1 Rs 18.36). Abraão, Isaque e Jacó foram pessoas reais assim como foram reais as ações de Deus em suas vidas. Em se gundo lugar, ela se distingue também pela participação do adorador no culto. Elias disse: “E que eu sou teu servo” (1 Rs 18.36). A Bíblia diz que Deus procura adoradores (Jo 4.24). Israel havia sido uma nação escolhida pelo Senhor Senh or (Ex 19.5). 19.5). Elias invocou invocou,, como servo servo pertencente pertenc ente a esse povo, os direitos da aliança. Em terceiro lugar, ela se diferencia pela Palavra Palavra de Deus, que é o instrum ins trument entoo usado para pa ra fazer fazer acontecer os planos e propósitos de Deus (1 Rs 18.36). 57
Po r ç ã o D o b r a d a
C onfronta onfr ontand nd o o sinc sincrr etismo etismo r elig eligios iosoo es estatal tat al Operig perigoo do sincretismo re relig ligios iosoo O dicionário Aurélio de língua portuguesa define o vocábulo sincretismo como sendo a: “fusão de elementos culturais diferentes, ou até
antagônicos, em um só elemento, continuando perceptíveis alguns si nais originais”. Essa definição se ajusta bem ao culto judeu no Reino do Norte durante o governo de Acabe. A adoração verdadeira havia se misturado com a falsa e o resultado não podia ser mais desastroso. Esse problema da d a “mis “mistura” tura” do culto jude ju deuu com outras crenças foi uma ame aça bem presente ao longo da história do povo de Deus (Êx 12.38; Ne 13.3). O sincretismo religioso foi uma ameaça, é uma ameaça ainda hoje e sempre será. A fé bíblica não pode se misturar com outras crenças! A re resp spost ostaa d ivin iv inaa ao sincretismo sincretismo
O texto sagrado diz que logo após o Senhor ter respondido com fogo a oração de Elias (1 Rs 18.38,), o profeta de Tisbe deu instrução ao povo: “Lançai mão dos profetas de Baal, que nem um deles escape. Lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou.” (1 Rs 18.40). Parece uma decisão muito radical, mas não foi. O remédio para extirpar o mal precisava ser tomado. A decisão de Elias não foi tomada por sua própria conta, mas seguia seguia a orientação divina divina dada pelo Senhor Senh or a Moi M oi sés. sés. A lei deuteron deute ronôm ômica ica dizia que era necessário destruir destru ir todos todos aqueles aqueles que que arrastass arrastassem em o povo povo de Deus Deus para a idolatria (D ( D t 13.12-18; 20.12,13). O desafi desafioo do profeta Elias contra con tra os profetas profetas de Baal foi foi muito além além de uma simples simples luta do bem contra con tra o mal. mal. Ele serviu serviu para demons dem ons trar quem de fato era o Deus verdadeiro e, portanto, merecedor de toda adoração. Foi decisivo para fazer retroceder o coração do povo até então dividido. Mostrou que o pecado deve ser tratado como pecado e que a decisão de extirpá-lo deve ser tomada com firmeza. A luta contra c ontra a fals falsaa adoração adoração continua con tinua ainda hoje por parte p arte dos que que desejam ser fiéis a Deus. Não há como negar que ao nosso redor ecoam ainda os dons advindos de vários cultos falsos, alguns deles, transvestidos da piedade cristã. Assim como Elias, uma igreja triunfante deve levantar a sua voz a fim de que a verdadeira adoração prevaleça. Steven Sampson (2008, p.13) sintetizou bem esse assunto quando escreveu: 58
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“A verdadeira batalha que se trava contra o espírito de Jezabel é pelo controle das pessoas. O que esse espírito deseja é dominar e controlar o povo de Deus. Se não formos pessoas decididas, ficaremos fascinados por esse espírito. Exaltar Exa ltar a posição posição em vez do caráter é uma um a descrição descrição sucinta do d o que são suas intenções. Jezabel apoia organizações religiosas e políticas e é bastante influente sobre elas. Embora seja religiosa, ela dirige seu falso poder contra o verdadeiro fluir profético de Deus. Ela odeia os profetas e todo o ministério profético. De maneira mais específica, odeia o arre pendim pen dimento ento,, a humildade hum ildade e a oração oração intercessóri intercessória,a, porque destroem suas suas fortalezas de orgulho e rebelião”.8
1 Raymond B. B. Dillar Dillardd desta destaca ca que que o Monte Mo nte Carmelo “esta estavva loca localiliza zado do ao ao longo da faixa maior das colinas que formavam a fronteira sul da planície de Jezreel. A altura dele era de mais ou menos 550 metros acima da planície circundante e estava situado perto da costa do mar Mediterrâneo, acima do atual porto de Haifa. No século 9o a.C., o monte Carmelo marca a fronteira sul da fenícia. Como o ponto mais alto da região, era um lugar conveniente Face da Apostasia Apostasia — o evangelho segund segundoo Elia Eliass e Eliseu. para a adoração” {Fé em Face Ed. Cultura Cristã). 2 HOLLADAY, HOLLADAY, AND ARAMAIC ARAM AIC LEXICON (HOL). Bible Wor Wor ks, 7.0. USA.
3 HELMB HE LMBOL OLD, D, An A ndrew K. in Dicion Dicion ár io Bíblico Wyclif Wycliffe fe.. Rio de Ja neir neiro:o: CPAD,20 CPA D,2010. 10. 4 PF PFEE IF IFFF E R , Charles Charles & VOS, Howard How ard F. Dicionár Dicioná r io Bíblico Wycliffe Wycliffe.. Rio de Janeiro: Janeiro: CPAD, CPA D, 2010. 5 JACKS ACKSON ON,, John Paul. Desmasc Desmascar arand andoo o Espíri Espír ito de J ez ezabel abel.. Rio de Janeiro: Danprewan Editora, 2011. Vida à Crédi Cr édito. to. Rio de Janeiro: 6 BAUM BA UMAN AN,, Zygmunt. Vida Janeiro: Jorge Zaha Za harr Editor. Ed itor. 7 GONÇ GONÇAL ALVE VES, S, José. Rastros Rastr os de Fog F ogoo - o que difer difer encia encia o pentecostes pen tecostes bíbli bíb lico co do neopentecostalismo neopen tecostalismo atual. atu al. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. 8 ST E V E N, Sampson. Confrontan Confr ontando do J ezabel - disce discerr nindo e vence vencend ndoo o espír espírito ito de contr control ole. e. Rio de Janeiro: Editora Vida, 2008. 59
Capítulo
5
U m H o m e m d e D eu s e m D e pr e s s ã o
ial o limite de um homem? Como ele se comporta quando e encontr enc ontraa numa situação-limite? situação-limite? Nessas Nessas circunstâ circunstâncias, ncias, há ia vida algum sentido ou significado? Foi com a proposta de a estas perguntas que o psiquiatra vienense Viktor E. Frankl escreveu o livro: Em Busca de Sentido.1 Frankl foi um dos poucos sobreviventes de campo de concentração nazista nazista durante duran te a segunda Guerra Gu erra Mund M undial, ial, respo responsá nsável vel pelo pelo extermínio extermínio de seis seis milhões milhões de judeus! judeus! Gord G ordon on W. W . Allport, amigo de Frankl F rankl e renomado psicólogo da Universidade de Harvard, destaca o fato que Frankl foi prisioneiro durante muito tempo em campos de concentração, onde seres humanos eram tratados de modo pior do que se fossem animais, e que ele se viu reduzido à existência nua e crua. O pai, a mãe, o irmão e a esposa de Viktor Frankl morreram em campos de concentração ou em crematórios, e, excetuando sua irmã, toda tod a a sua sua família morreu m orreu nos cam pos de concentração. Como foi que ele — tendo perdido tudo o que era seu, com todos os seus valores destruídos, sofrendo fome, frio e brutali dade, esperando a cada momento mom ento a sua exterminação exterminação final — conseguiu conseguiu encarar a vida como algo que valia a pena preservar? Nas páginas 16 e 17 de seu livro, Frankl narra a dramaticidade de viver em um campo de extermínio: “O não iniciado que olha de fora, sem nunca ter estado num cam po de concentração, geralmente tem uma ideia errada da situação num campo desses desses,, imagina a vida vida lá dentro dentro de modo sentiment sentimental, al, simplifica simplifica a realidade e não tem a menor ideia da feroz luta pela existência, mes mo entre os próprios prisioneiros e justamente nos campos menores. É violenta a luta pelo pão de cada dia e pela preservação e salvação da vida. vida. Luta-se Luta-se sem dó nem piedade piedade pelos próprios interesse interesses,s, sejam ele eless do indivíduo ou do seu grupo mais íntimo de amigos. Suponhamos, por exemplo, que seja iminente um transporte para levar certo número
S
Um H o m e m d e D e u s e m D e p r e s s ã o
de internados para outro campo de concentração, segundo a versão ofi cial, mas há boas razões para supor que o destino seja a câmara de gás, porque o transporte de pessoas doentes e fracas representa uma seleção dos prisioneiros incapacitados de trabalhar, que deverão ser dizimados num campo maior, equipado com câmaras de gás e crematório. E neste momento que estoura a guerra de todos contra todos, ou melhor, de uns grupos e panelinhas contra outros. Cada qual procura proteger a si mesmo ou os que lhe são chegados, pô-los a salvo do transporte, ‘requisitá-los’ requisitá-los’ no último momen mo mentoto da lista lista do transporte. Um U m fato está claro para todos: para aquele que for salvo salvo dessa dessa maneira, maneira , outro terá que entrar entr ar na n a lista. lista. Afinal de contas, o que importa im porta é o número; o transpor tran spor te terá que ser completado com determinado número de prisioneiros. Cada Ca da qual então representa representa pura e simplesmente simplesmente uma cifra cifra,, pois na lista lista constam cons tam apenas os números dos prisioneiros. Afinal de contas, é preciso considerar que em Auschwitz, por exemplo, quando o prisioneiro passa pela recepção, ele é despojado de todos tod os os havere haveress e assim também tam bém aca ba ficando sem nenhum documento, de modo que, quem quiser, pode simplesmente adotar um nome qualquer, alegar outra profissão etc. Não são poucos os que apelam para esse truque, por diversas razões. A única coisa que não dá margem a dúvidas e que interessa aos funcioná rios do campo de concentração, é o número do prisioneiro, geralmente tatuado tatua do no corpo. Nenh Ne nhum um vigia vigia ou superviso supervisorr tem a ideia de de exigir exigir que que o prisioneiro se identifique pelo nome, quando quer denunciá-lo, o que geralmente acontece por alegação de ‘preguiça’. Simplesmente verifica o número que todo prisioneiro precisa usar, costurado em determinado pontos da calça, do casaco e da capa, e o anota (ocorrência muito temi da por suas consequências)”.2
O que faz sentido numa situação dessas? Como bem observaram os editores editores da d a obra de Frankl, ele ele toca na essência essência do que é ser humano: hum ano: usar a capacidade capacidade de transcender uma um a situaçã situaçãoo extremamente desumanizadora, manter a liberdade interior e, desta maneira, não renunciar ao sentido da vida, apesar dos pesares. E manter-se aberto para a vida, mesmo naquelas situações aparentemente sem sentido e dessa forma encontrar o sentido mais profundo da transcendência humana.3 A história de Viktor Frankl possui alguma similaridade com a do profeta Elias — ambos viveram situações-limite. Frankl era um ju ju d e u que qu e sobrev sob revive iveuu ao exte ex term rmínínioio prom pr omov ovididoo pelo pe lo nazis na zismo mo;; El Elias ias,, também judeu, sobreviveu ao extermínio promovido pelo rei Acabe. Assim como Frankl, Elias era humano! Estava sujeito aos mesmos sentimentos (Tg 5.17). 61
Po r ç ã o D o b r a d a
Muitas vezes ficamos tão fascinados com o registro bíblico sobre ho mens e mulheres de Deus que acabamos esquecendo de que os mesmos eram humanos! Passamos a enxergá-los como heróis e como tal acredita mos que eles não possuem falhas. Todavia a Escritura mostra os homens de Deus D eus como de fato os são — homens hom ens vigoro vigorosos sos,, destemidos, cora corajos josos os e ousados — mas ainda assim humanos. Com Elias também foi assim. Elias foi um profeta que deixou seu legado na história bíblica como um gigante espiritual. Um servo de Deus de profunda convicção espiritual e consciente de sua missão pro fética. Por causa disso, enfrentou soberanos, falsos profetas e o coração de um povo dividido. Isso deixou uma sobrecarga sobre ele, e foi isso que fez aflorar na vida do profeta de Tisbe todo o seu lado humano, frágil e carente da ajuda divina (1 Rs 19.1-18). Elias Elias — um h omem om em com com o os os outr outr os Um homem homem sentimental sentimenta l
O apóstolo Tiago destacou em sua epístola a dimensão humana do profeta Elias. Elias era homem, estava também sujeito aos sentimentos peculiares aos seres humanos. E isso o que o apóstolo diz: “Elias era ho mem semelhante a nós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não n ão choves chovesse se sobre a terra, e, por po r três anos a nos e seis seis meses, meses, não choveu”(Tg (T g 5.17).T 5.1 7).Tiago iago diz duas coisas coisas importantís imp ortantíssimas simas sobre sobre Elias Elias que nós parecemos esquecer: primeiramente “Elias era homem”. Elias foi um gigante gigan te espiritual, mas era homem! Não era um anjo anjo!! Q uand ua ndoo escre screvivi um comentário para a Escola Dominical sobre a vida do rei Davi, des taquei esse fato: “Davi era humano, demasiado humano! Foi Nietzsche quem usou essa expressão em um outro contexto. Todavia, acredito que ela se aplica bem a Davi. Davi era tudo aquilo que podemos identificar como humano. Um homem espiritual, mas humano. Um guerreiro forte, mas mas ao mesmo tempo tem po um líder quebrantado (S (SII 34.18). 34.18). Um homem home m que que sabia pensar e ao mesmo tempo chorar (2 Sm 12.22). Davi em algumas vezes vezes sese mostra mo stra extremamente extremam ente racional e em outras um hom h omem em altamente emocional. Davi era humano! As vezes ficamos com um sentimento de decepção decepção quando qu ando vemos vemos Davi se emaranh emar anhand andoo nas teias teias do pecado sexu sexualal.. E evidente que a Escritura reprova veementemente essa ação de Davi, 62
U m H o m f .m d e D e u s e m D e pr pr e s s ã o
todavia todavia iss issoo nos mostra m ostra um outro ou tro lado da moeda moed a — Davi era um homem! E como homem, estava sujeito a falhas. Ele não era um anjo, ou um semideus ou ainda um dos heróis an tigos, mas um homem que amava a Deus mesmo com todas as suas fragilidades. As vezes esquecemos que, ao escolher Davi, o profeta Samuel, sob direção divina, disse: “já tem buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração coração”” (1 Rs 13.14). 13.14). Deus procuro pr ocurouu um homem hom em,, e não não um semideus. Não um herói. Não devemos esquecer a nossa humani dade. Às vezes encontramos crentes que não querem mais ser humanos, eles buscam um projeto de espiritualidade destituído da parte humana. Isso é extremamente perigoso. Devemos ser crentes espirituais, mas não esquecendo de que ainda habitamos neste tabernáculo (2 Pe 1.14).4 Assim como Davi, Eli Elias as também tam bém era humano. human o. Ele estava estava sujeito sujeito aos aos “mesmos sentim sen timento entos” s”.. Elias não era apenas apenas espiritual, era era também tamb ém sen timental! Alegrava-se, mas também se entristecia! Talvez o que distin gue Elias dos demais mortais é que ele não maquiava seus sentimentos. Ele os punha para fora. Um homem homem espiritual espiritua l
Como vimos, há muitas semelhanças nas histórias de Frankl e do profeta de Tisbe, Tis be, em especial especial quand qu andoo levamos levamos em conta co nta a dimensão psi ps i cológica ou subjetiva. Todavia há diferenças também. Elias não era psi quiatra, quiatra, não possuía formação formação em comportam com portamento ento humano, mas era um profeta com uma um a profunda pro funda vida espiritual. espiritual. Se Frankl se valeu valeu do que ele ele mesmo batizou com o nome de logoterapia, uma técnica que busca um sentido para a existên existência, cia, Elias buscou o sentido dessa mesma existência existência em Deus. Elias era servo do Deus vivo, razão última de toda a existência humana! Dizendo isso de uma outra forma, o profeta de Tisbe era um homem espiritual. Elias era um homem espiritual e vários fatos narrados nas Escritu ras atestam essa verdade. Primeiramente vemos Elias como um profeta profun pro fundam damen entete envolvi envolvido do com a Palavra Palavra de Deus: “E, que segundo a tua palavra fiz todas essa coisas” (1 Rs 18. 36). Em segundo lugar, observa mos que o prof p rofeta eta de Tisbe Tis be possuía p ossuía uma um a profunda profu nda vida devociona devocional.l. Elias Elias era um hom ho m em de oraçã oração:o: “Subiu “Subiu Acabe a comer e a beber; Elias, Elias, porém, subiu ao cimo do Carmelo, e, encurvado para a terra, meteu o rosto en tre os joelhos, e disse ao seu moço: Sobe e olha para o lado do mar. Ele 63
Po r ç ã o D o b r a d a
subiu, olhou e disse: Não há nada. Então, lhe disse Elias: Volta. E assim por po r sete sete vezes” (1 Rs 18.42,43). Elias apren a prender deraa a arte da d a oraçã oração! o! As causas dos conflitos conflitos de d e E lia lia s
Decepç Decepção ão
O capítulo 18 de 1 Reis narra a fantástica vitória que o profeta Elias obtivera obtivera sobre os os profetas de Baal. Baal. O Senhor Sen hor havia respondido respon dido a oração oração do seu serv servoo e respondeu com uma um a demonstração dem onstração inequívoca do seu seu po der — O Senhor Sen hor enviou fogo fogo do céu em resposta à oração de Elias Elias (1 Rs 18.38). O que Elias esperava em resposta a esse avivamento era um total quebrantamento do povo, incluindo a casa real. Todavia o avivamento não alcançou as proporções desejadas. A casa de Acabe ficou insensível a ele. Jezabel mandou dizer a Elias, em tom de ameaça: “Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como como fizeste a cada um deles” d eles” (1 Rs 19.2). Parece que q ue a vitória vitória havia se convertido em derrota! Sem dúvida Elias ficou decepcionado, não com o seu Deus, mas com o príncipe de seu povo! Para a psicóloga Esther Carrenho (2001, pp.148-149) essa sem dú vida foi a razão que motivou o profeta Elias ficar deprimido. Em sua excelente obra, Carrenho faz uma análise detalhada sobre os principais conceitos conceitos da Depressão, em especial especial quando quan do ela sese manifesta em persona perso na gens bíblicos tais como: Jó, Moisés, Davi D avi e Elias. Elias. Na sua análise sobre o profeta de Tisbe, Carrenho destaca que: “Quan Quando do analisam analisamos os psicologicamente psicologicamente os fatos na na vida de Elias, Elias, po demos também concluir que sua depressão poderia ser chamada de “de pressão após o sucesso”. Esse é um tipo de depressão que também pode cair sobre muitas pessoas. Normalmente, diante de um desafio, o corpo passa a produzir um excesso de adrenalina para que a pessoa dê conta de executar todo seu plano até ver o desafio cumprido. Uma vez que a tarefa está encerrada, a produção de adrenalina também cessa, trazendo para o corpo uma prostração e um cansaço de tal forma que algumas pessoas demoram alguns dias para se recuperarem novamente”.5
Medo
D iante ian te da ameaça ameaça de morte mo rte sentenciada pela pela rainha rain ha Jezabel, a reaçã reaçãoo de Elias foi imediata: “Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar a sua vida, se foi, e chegou a Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço” (1 Rs 19.3). Elias teve medo e fugiu! O homem que havia con 64
Um H o m e m d e D e u s e m D e p r e s s ã o
frontado Acabe e os falsos profetas de Baal e Aserá, agora fugia temendo morrer pela mão de uma u ma mulher! Não N ão devemos esquecer que Elias Elias era um homem semelhante a nós e sujeito aos mesmos sentimentos (Tg 5.17). Os gigantes também também possuem seus seus momentos momen tos de fraquez fraqueza!a! Não Nã o há dúvi das de que aqui os sentimentos falaram mais alto do que a fé! Esther Carrenho destaca que: “Acabe relata tudo para sua mulher, Jezabel, que se enfurece com Elias ao saber da morte dos profetas de Baal. Baal. Ela manda manda um aviso aviso dandodandolhe 24 horas de prazo; depois disso, ela o destruirá da mesma forma com que ele destruiu e matou os profetas. Elias sentiu medo diante da ameaça de Jezabel. E esse medo vai desencadear uma depressão que faz com que Elias, o grande herói e vencedor, se prostre em total desânimo”.6 As consequ ências dos con confl flitos itos Fuga e isolamento
O texto sagrado destaca a fuga do profeta Elias (1(1 Rs 19.3) 19.3).. O h o mem de Deus que havia enfrentado situações tão adversas, agora se vê impotente diante das ameaças de uma rainha pagã. Ele se viu sem esca patória diante dessa nova situação e temeu por sua vida. Humanamente falando, era ficar e morrer. Devemos observar que o Senhor não recri minou min ou Elias por p or iss issoo, nós também tamb ém não devemos devemos fazê-lo. fazê-lo. Por outro lado, lado, Elias não apenas fugiu, ele também se isolou. “Ele mesmo, porém, se foi ao deserto” (1 Rs 19.4). Essa é uma marca de uma pessoa deprimida — ela busca o isolamento. Somos seres sociais e como tal não podemos viver no isolamento. Carrenho (pp. 150,151) vê o medo e isolamento de Elias como os dois primeiros sintomas depressivos do profeta: “O primeiro sintoma da depressão presente em Elias é o medo. Ele se deu conta de que, humanamente falando, não tinha escapató ria, e diante dia nte da sensação sensação de impotên imp otência cia foge para salvar salvar a própria próp ria vida. vida. ‘Elias teve medo e fugiu para salvar a vida.’ O segundo sintoma é o isolamento. ‘Em Berseba de Judá ele deixou o seu servo e entrou no deserto, caminhando um dia.’ Foi no deserto e sozinho que ele achou que poderia pod eria se proteger do ataque de Jezabel”.7 Jezabel”.7
Autop Aut opied iedad adee e dese desejo jo de morrer
Vemos ainda as marcas do comportamento depressivo do profeta na sua atitude de autopiedade, um termo sinônimo para autocomise 65
Po r ç ã o D o b r a d a
ração,
cunhado pelos psicólogos. Elias achava que somente ele ficara como um servo fiel do Senhor. “Eu fiquei só” (1 Rs 19.10). Ele achava que todos haviam apostatado ou abandonado a fé. Não havia mais fiéis, somente ele. Como o texto deixa claro, isso era ver a realidade de forma distorcida. Deus possuía ainda seus sete mil (1 Rs 19.18). M as Elias foi mais além — ele agora queria morrer. “E pediu ped iu para si a morte” (1 Rs 19.4). Os psicólogos observam que este é um sintoma de uma pessoa com depressão profunda. Ela perde o encanto pela vida. Elias, portanto, precisava urgentemente da ajuda do Senhor. Carrenho destaca com muita propriedade que: “O desejo de morrer não significa desejo de se matar. Há diferença entre sentir o desejo de mor rer, rer, não querer cont c ontinu inuarar a vive viver,r, e o desejo de se matar. matar. Elias pede que Deus Deu s tire a vida dele, que na verdade é uma forma de ter a vida terminada, mas sem a própria própria participação. Para muitas muita s pessoas, pessoas, o simples fato de pensar pensar em morrer já se torna um peso insuportá insuportável, vel, pela pela culpa que elas elas sentem”.8 sentem”.8 O soco ocor r o divi divino
Um breve esboço da estadia do profeta Elias no Monte Horebe ou Sinai, que é uma espécie de resumo do que foi dito até aqui, pode ser dado como segue: A) Elias entrando na caverna a) Decep De cepção ção (1 Rs 19.2) b) M edo ed o (1 Rs 19.3) 19.3) B) Elias dentro da caverna a) Fuga Fuga (1 Rs 19.3) b) Isolame Isola mento nto (1 Rs 19.4) 19.4) c) Autop Au topieda iedade de (1 Rs 19.10) 19.10) d) Desejo de desistir desist ir e morrer mo rrer (1 Rs 19.4,18) Eli as saindo saindo da caverna C) Elias A terceira e última parte é a que iremos analisar agora — Elias saindo da Caverna. Foi o escritor americano John Jo hn G ray (1995, pp.42,43) quem popularizou a figura da caverna como símbolo de conflitos psico ar te e as as Mulheres Mulhere s são de Venus, lógicos. Em seu livro: Homens São de M arte que se tornou bestseller, ele escreveu: 66
Um H o m e m d e D e u s e m D e p r e s s ã o
“Quando um homem está estressado, ele se retira para dentro de uma um a caverna na sua mente e sese concentra na resolução resolução de um proble pro ble ma. Ele geralmente escolhe o problema mais urgente ou mais difícil. Ele fica tão concentrado na resolução desse problema que perde tem porariamente a noção de tudo o mais. Outros problemas e responsa bilidades desaparecem gradualmente no pano de fundo. Em tais momentos, ele se torna progressivamente distante, es quecido, insensíve insensívell e preocup preo cupado ado em seus seus relacionamentos. relacionam entos. Por exem plo, quando tiver uma conversa com ele em casa, parece que somente 5% de sua mente estão disponíveis para o relacionamento enquanto os outros 95% ainda estão no trabalho. Sua plena consciência não está presente porque ele está ruminando o próprio problema, esperando encontrar uma solução. Quanto mais es tressado estiver, mais preso ao problema ficará. Em tais momentos, ele é incapaz de dar a uma mulher a atenção a tenção e o sentimento sentimento que ela normalmen normalmen te recebe e certamente merece. Sua mente está preocupada, e ele se sente impotente para liberá-la. Se, no entanto, ele puder encontrar a solução, ele se sentirá melhor instantaneame instant aneamente nte e sairá da cavern caverna;a; repentinamente repentinamente ele estará à disposição para participar do relacionamento novamente. Entretanto, se ele não puder encontrar uma solução para seu problema, então permanecerá enfiado na caverna. Para sair, ele ficará atraído pela resolução de pequenos problemas, como ler o jornal, ver televisão, dirigir seu carro, fazer fazer exercícios exercícios físicos, físicos, assistir a um jogo jogo de futebol, jogar joga r basquete, e por aí afora. afora. Qualqu Qu alquerer atividad atividadee desafiado desafiadorara que inicialmente requeira somente 5% de sua mente pode ajudá-lo a esquecer seus problemas e a sair. Assim, no dia seguinte, ele será capaz de redirecionar seu foco para seu problema com mais sucesso”.9
No caso de Elias, fica evidente o fato que se não fosse a mão do Senhor, Elias jamais teria conseguido sair daquela caverna. E sther sth er Carrenho Carren ho destaca esesse fat fato:o: “Elias, na minha opinião, é o exemplo bíblico mais forte e signifi cativo de uma pessoa deprimida. Primeiro, porque sua depressão poderia ser classificada como severa. Há todos os indícios e sintomas de alguém que se prostra sem recursos próprios para sair da situação sem ajuda ex terna. Só depois que Elias é assistido, até de maneira sobrenatural, é que ele recobra suas forças e consegue caminhar novamente em direção ao monte monte Horeb Horebe”.1 e”.100 Provisão fí Provisão físs ica ic a
O socorro do Senhor S enhor chegou chegou até o profeta na forma de provisão provisão fís físicicaa ou material: “Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o 67
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tocou e lhe dis disse se:: Leva L evanta-t nta-tee e come”( come” ( l Rs 19.5) 19.5).. Os psicólogos veem aqui aqui um dos sintomas da depressão de Elias — a inapetência ou alteração dos hábitos alimentares. Nesse estado a pessoa pode não querer comer como também pode possuir um apetite exagerado. Em ambos os casos é neces sário o auxílio de terceiros. Esse sintoma é denominado pelos psicólogos de inapetência, isto é, “a alteração nos hábitos alimentares, quando tanto pode ocorrer a falta de apetite como o comer co mer exagera exagerado. do. N o caso caso de Elias, Elias, ele só dorme e não tem nenhum interesse em providenciar o alimento. E preciso que o anjo traga a alimentação pronta. Os familiares e aqueles que cuidam de pessoas com depressão precisam saber que em muitos casos é preciso tomar a iniciativa de, respeitosa e amorosamente, por um tempo, cuidar do deprimido.”11No caso do profeta, o anjo do Senhor é quem o auxilia providenciando-lhe alimento. Ele precisava alimentar-se e Deus fez com que isso fosse providenciado: “Olhou ele e viu, junto à cabeceira, um pão cozido sobre sobre pedras em brasa e uma um a botija de de água. Comeu, Com eu, bebeu bebeu e tornou a dormir” (1 Rs 19.6,7). Provisão Provisão espiritual espiritu al
Observam Observamos os que que Elias sese alimento alimentouu de pão e água, água, sem dúvida alguma, elementos de natureza material material.. Todavia a forma e o instrume instru mento nto usado por Deus para fazê-los chegar até ao profeta era de natureza espiritual. Como já vimos, o texto sagrado diz que um anjo do Senho Senhorr foi quem qu em providen provide n ciou aqueles víveres para o profeta (1 Rs 19.5,6). Mas não foi apenas um anjo que prestou auxílio ao profeta. O próprio Deus a quem Elias servia o conduziu durante todo o tempo. A própria ida de Elias ao monte Horebe fez parte dessa terapia. Ali Elias seria revitalizado não apenas na sua vida espiritual, mas também na sua vida emocional (1 Rs 19.8-15). O Dr. Rodrigo Pires do Rio (2010, pp.82,83) destaca esse momen to na vida vida do profeta p rofeta El Eliaias:s: “A experiência do deserto marcou a caminhada de Elias. Deserto não apenas como região externa, mas, principalmente, como experi ência interior. Elias viveu em uma época de corrupção e suborno, de uso abusivo e absurdo do poder, de ruptura com as coisas de Deus e culto de idolatrias. Ele teve momentos de não saber, de estar perdido, de ter medo, de achar que tudo estava terminado, de querer fugir e morrer. Ele procurou Deus nos sinais tradicionais (terremoto, vento, fogo) e não O encontrou. 68
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Pareceu-lhe, como para muitos de nós hoje, que não havia sen tido na vida, nem direção a ser seguida. Os sinais tradicionais eram para Elias nada mais que lâmpadas que já não se acendiam. Elias só encontrou a Deus, de maneira inesperada, na brisa leve, que significa voz de calmaria suave. A brisa leve indica algo, um fato que, de repen te, faz a pessoa ficar calada, cria nela um quebrantamento e, assim, a dispõe para escutar; provoca nela expectativa. A brisa leve é o “sair de si próprio” para se encontrar novamente, é rever as próprias convicções pela Palavra de Deus; é redescobrir o sen tido da vida pela vida que vem de Deus. Elias desesperou-se, perdeuse, procurou, perseverou e reencontrou-se em Deus (2 Rs 2.11)”.12 Acabamos de observar que os homens de Deus também têm con flitos. Padecem também dos males comuns a todos os mortais. Todavia é perceptível que o servo de Deus conta com uma forma de auxílio di ferenciado — ele não está sozinho neste mundo e por isso não depende apenas dos limitados recursos humanos. O Senhor se faz presente nas horas conflituosas da vida e presta-nos o seu auxílio. Lemos nos Salmos as palavras: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas angústias” (SI 46.1). O psiquiatra cristão cristão John Jo hn W h ite observ observaa que que:: “Todos nós experimentamos tais sentimentos de vez em quan do. As soluções são muitas: uma boa caminhada, contar as bênçãos, uma boa noite de sono, uma conversa com os amigos, alguns hinos de louvor, uns momentos a sós com Deus. Quando, entretanto, os sentimentos continuam a nos assaltar por semanas e meses, devemos procurar ajuda de alguém [...] Infelizmente, os cristãos têm uma inclinação para considerar suas depressões só em termos espirituais. Acham que desapontaram a Deus. Os judeus religiosos fazem o mesmo, interpretando suas experiências dentro de uma estrutura religiosa. E os conselheiros espirituais, presos nessa mesma estrutura, podem muito bem diagnosticar um problema espiritual em algum cliente, mas não perceber uma um a enfermidade enfermida de depres siva em outro, de modo que a fé vai ser encorajada onde ela não existe, ou o louvor em um coração murcho como uma ameixa seca”.13
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Po r ç ã o D o b r a d a
1 FRANK RANKLL, Vik Viktor E. E. Em Busca Busca de Sentido. 31a edição, Rio de Janeiro: Editoras Sinodal/Vozes, 2011. Busca de Sent Sentido. ido. Rio de Janeiro: Ed. 2 FRAN FR ANKL KL,, Viktor Vik tor e. Em Busca E d. Sinodal/ Vozes, Vozes, 2011. 2011. 3 John Joh n Whi W hitete,, psiquiatra cris cristão tão,, no entanto enta nto oberva que: que: “Frankl “Frankl é um de leite e uma um a frustração frustraç ão para osos cristãos. cristãos. E um prazer pra zer na sua concepção concepção do do fato fundame fund amental ntal de que que precisamos entender entend er porque estamos viv vivoos. Mas é uma frustração porque ele foge à questão básica (o significado final da exis tência), confinando-se ao significado idiossincrático da existência de cada pessoa. Uma mãe abandonada, por exemplo, pode ser ajudada a suportar as dificuldades entendendo que o significado de sua vida consiste na criação de um futuro pra os eu filho aleijado” (WHITE, John. As Máscaras da 4 5
Melancoli Melancoliar arum um psiquiatr psiquiatraa cristão aborda a proble pr oblemá mátic ticaa da depressão depressão e Edi tora ABU, 2001). do suicídio, p. 103, Editora GON GO N ÇALV ÇA LVES ES,, José et al. Davi - as vitór vitórias ias e derrotas derr otas de um homem de Janeiro: CPAD, CPA D, 2010. Deus. Rio de Janeiro: CARRE CARRENHO, NHO, Esther. Depr Depr essão: essão: tem t em luz luz no fim fim do túnel. tú nel. São Paulo:
Editora Edito ra Vida, 2007. 2007. 6 CARR CA RREN ENHH O , Esthe Esther.r. Depr Depr essão: essão: tem luz no fim fim do tún t únel el.. Idem. CARE CA REEN ENHO HO,, Esth Estherer.. Depressão. Idem. 8 CARR CARREN ENHO, HO, Es Esther. Depressão. Idem. 9 GRAY, John Jo hn.. Os Homens Hom ens são de Marte Mar te e as Mulher Mu lheres es são são de Vênus - um guia prático pr ático par par a melhorar melhorar a comu comunicação nicação e conseguir conseguir o que qu e voc vocêê quer quer nos seus relacionamentos. 12° edição. Rio de Janeiro: Editora Rocco,
1995. 10 CARREN CAR RENHO HO,, Esth Estheer. Depressão. Idem. 11 CARREN CAR RENHO HO,, Esth Estheer. Depressão. Idem. Poder da Fé Contr Contraa a Depr Depres essão. são. Belo Hori 12 D O RIO, Rodr Rodrigo igo Pir Pires es.. O Poder zonte: Ed. Dynamus, Dynam us, 2010 2010.. 13 W HITE, HITE , John. hn. As Máscaras Máscaras da Melancolia: Melancolia: um u m psiquiat psiquiatrr a cris cr istão tão abo a borr da a pr oblemática oblemát ica da depres depr essão são e do suicídio. suicídio. São Paulo: Editora ABU, 2001.
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Capítulo
6
A V i ú v a d e Sa r e p t a
uando uan do dá início início ao seu seu ministério m inistério na Galileia, G alileia, Jesus pregou prego u em Nazaré, cidade onde fora criado. Foi nessa cidade onde pro feriu um dos seus mais famosos sermões registrado em Lucas Nessa passagem bíblica, Jesus faz referência ao profeta Elias, à grande fome e à viúva de Sarepta de Sidom. O texto deixa claro que a viúva de Sarepta de Sidom fica em evidência nas palavras de Jesus. Ele disse claramente que havia “muitas viúvas em Israel no tempo de Elias” e não somente a viúva de Sarepta. O que faz a história des sa mulher ser diferente das demais? Por que ela foi abençoada e as outras não? Por que ela recebeu uma menção honrosa por parte do próprio Cristo? A história da visita do profeta Elias à terra de Sarepta, onde foi acolhido por uma viúva pobre, é emblemática por algumas razões. Pri meiramente a história revela o cuidado de Deus para com seus servos que se dispõem a fazer sua vontade. Não importa onde estejam, Deus cuida deles. Elias foi o agente de Deus para confrontar a apostasia no Reino do Norte. Esse fato fez com que o profeta não fosse mais aceito entre sua gente. Necessitava, pois, de um lugar seguro para se refugiar. Em segundo lugar, o episódio revela a soberania de Deus sobre as na ções e que mesmo em se tratando de um povo pagão, Deus escolhe dentre uma de suas moradoras aquela que será o instrumento usado por Ele na construção de seu projeto. projeto. Quand Qua ndoo o Senho S enhorr ordenou ao profeta profeta se deslocar até Sarepta, Ele revelou qual era o propósito disso: “Ordenei a uma mulher viúva que te dê comida” (1 Rs 17.9). Elias precisava sair da região controlada por Acabe e isso, como vimos, ele fez quando se dirigiu para Sidom, na Fenícia. O texto é bem claro em se referir à viúva como sendo um instrumento que o Senhor iria usar para auxiliar Elias:
Po r ç ã o D o b r a d a
“ordenei a uma viúva”. Quem era essa viúva ninguém sabe, todavia foi a única escolhida pelo pelo Senhor Senho r dentre den tre várias várias para fazer fazer cumpri cum prirr seu seu projeto projeto (Lc 4.25,26). Era uma gentia que, graças à soberania divina, contribuiu para a construção do projeto divino (1 Rs 17.8-16). A fo A fonn te de Querite Qu erite
Já vimos vimos que tão logo logo tenha tenh a profetizado profe tizado a vinda de uma um a grande seca seca sobre o reinado de Acabe, Elias recebeu orientação divina: “Retira-te daqui, vai para o lado oriental e esconde-te junto a torrente de Querite, fronteira ao Jordão” (1 Rs 17.3). Elias se tornara uma persona non grata no reinado de Acabe e, devido a esse fato, precisava sair de cena por um tempo. E seguindo a orientação divina que ele ele sese refugia refugia primeiram prim eiramente ente próximo próximo à fonte de Querite. Q uerite. W arren Wiersbe W iersbe (2008, (2008, pp. 462,463) des taca que “Na torrente de Querite, Elias teve segurança e sustento. Até o dia em que secou, o ribeiro proveu água e, a cada manhã e tarde, os corvos levaram carne e pão ao profeta. Na lista mosaica de animais e de alimentos proibidos (Lv 11.13-15; Dt 14.14), o corvo era considerado “imundo” e, no entanto, Deus usou esses animais para ajudar a susten tar a vida de seu servo. Os corvos não levaram a Elias as carcaças que estavam acostumados a comer, pois esse tipo de comida seria imunda para um israelita devoto. O Senhor proveu a comida, e os pássaros for neceram o meio de transporte! Assim como com o Deus fez cair maná man á sobre sobre o acampamento acampa mento de Israel Israel durante sua jornada jornad a pelo deserto, deserto, também en viou o alimento necessário a Elias enquanto o profeta aguardava um si nal para mudar-se de lá. Deus alimenta os animais e os corvos (SI 147.9; Lc 12.24) e os usou para levar comida a seu servo”.1 Querite, portanto, era um lugar de sombra e água fresca, mas Que rite não era o ponto po nto final final da da jornad jorn adaa do profeta. Elias Elias não poderia poder ia fixar fixar-se naquele local porque Querite não era uma fonte permanente (1 Rs 17.7). Querite é uma provisão divina em tempos de crise! Quem faz de Querite seu ponto final terá problemas, porque Querite secará! “C om a intensificação da seca, seca, a torrent torrentee secou, deixando deixando o profeta pro feta sem água; mas ele não tomou atitude alguma enquanto a Palavra de Deus não lhe veio para dizer o que fazer. Alguém disse bem que a vontade de Deus nunca nos conduz a um lugar em que Deus não pode nos proteger ou cuidar cuidar de nós, e Elias descobriu isso por experiência própria (ver Is 33.15,16).”2 72
A V i ú v a d e Sa r e p t a
Ainda em Querite, o profeta recebe o chamado de Deus para se deslocar deslocar para a Fenícia. Fenícia. Se já vimos em capítulos capítulos anteriores como a Es E s critura revela como age o Deus de Elias, aqui podemos observar como age o Elias de Deus. E m primeiro lutar, lutar, Elias Elias se dispôs — ‘D ispõe isp õe-te -te,, e vai vai a Sarepta, que que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida” (1 Rs Rs 17.9). 17.9). Disposição aqui pode ser entend en tendida ida como com o sinônimo de atitude. De nada adianta recebermos um chamado divino se não tomarmos uma atitude com relação a mesma. Elias se dispôs e dessa forma criou condições para que o plano de Deus em sua vida se concretizasse. Não vale, portanto, somente as boas intenções, é preciso tomarmos uma atitude em relação ao desafio imposto. Esse fato é per cebido na história do filho pródigo, conforme registrado no Evangelho de Lucas: “E, levantando-se, foi para seu pai” (Lc 15.20). Em segundo lugar, ele soube esperar — “demora-te ali” (17.9). Al guns intérpr inté rprete etess falam que a estadia esta dia de Elias na casa da viúva levou cerca cerca de dois anos, mas pode ter t er sido mais ma is já que q ue a seca seca durou du rou três anos e meio. meio. O certo mesmo é que Elias obedeceu a ordem divina sabendo esperar. fa stfo fooo d, estamos acostumados a querer as coisas ra Na nossa cultura fast pidamente, mas no reino espiritual as coisas não andam dessa maneira. E preciso saber esperar. Foi Davi quem disse: “Esperei com paciência pela ajuda ajuda de Deus D eus,, o S e n h o r . Ele me escutou e ouviu o meu pedido de socorro” (SI 40.1). Em terceiro terceiro luga lugar,r, Elia Eliass dem d emonstrou onstrou humildade quando pedia a uma mulher, viúva, estrangeira e pobre que lhe desse alimento — “traze-me também tamb ém um u m bocado de pão pão na tua tu a mão” mã o” (1 Rs 17.11). N a cultura antiga as mulheres eram desvalor desvalorizada izadas.s. N ão era, portanto, porta nto, comum comu m um homem hom em se dirigir a uma mulher, muito menos se essa era estrangeira e pobre. Mas Elias seguia a direção divina e não teve dúvidas que aquela era a viúva a qual o Senhor se referira. Prosperid ridade ade à L u z da Bíblia , chamei a atenção para Em meu livr livroo A Prospe a relação existente entre humildade e prosperidade: Fica bem claro na epístola aos filipenses que o segredo do con tentamento de Paulo é resultado de sua dependência do Senhor. As suas carências levaram-no a abandonar o orgulho, que era marca de seu antigo viver, para com humildade buscar no Senhor suprir suas necessidades, tanto materiais com espirituais (2 Co 11.18-28). 73
Po r ç ã o D o b r a d a
Geralmente a prosperidade exibida hoje no meio evangélico expri me mais uma atitude de orgulho do que de humildade. O “tudo posso” passou a significar o desvendamento de um segredo que torna aquele que possui sua chave capaz de conquistar o que quiser. Possuir uma casa já j á não satisfaz, satisfaz, é necessário necessário poss po ssuiuirr uma um a mansã mansão.o. Poss Po ssuiuirr um carro 1.0 pode ser um sinal de pobreza, é necessário, portanto, possuir um 4x4 o ff Road Road.. Ser pastor de uma igreja pequena é um testemunho contra a prosperidade, portanto faz-se necessário pastorear uma grande catedral. Estamos na época dos pastores pop stars stars e das mega igrejas! Não se está afirmando aqui que possuir esses bens seja errado ou pecado, mas a ati tude e o objetivo com que se possui pode estar.3 f é e confiança quando se dirigiu Em quarto lugar, Elias demonstrou fé pedindo ajuda à viúva de Sarepta (1 Rs 17.9). Pedir água em tempo de seca e alimento em um período onde imperava a fome é sem dúvida alguma uma clara demonstração demo nstração de fé do profeta de Tisbe. Tis be. Elias Elias apenas sabia que o Senhor “havia ordenado a uma viúva” que lhe desse alimen to, mas a forma form a como com o isso isso seria feito não lhe fora revelado. revelado. A fé no Deus da provisão estava operando na vida do profeta. Em quinto lugar, Elias foi um profeta de ação — “Então, ele se le vantou van tou e se foi” (1 Rs 17.10). 17.10). Já falamos falam os da atitude atit ude do profet pro fetaa e, essa essa ati tude é demonstrada de uma forma objetiva pela prática. Antonio Vieira disse que a “omissão é um pecado que se faz não fazendo”. Omissão é falta de ação! Todos nós somos desafiados todos os dias, mas as respostas dadas a esses desafios é que vão nos distinguir um dos outros. Alguns apenas contemplam, mas não tem coragem de encarar o desafio à sua frente. frente. Com Elias foi diferente diferente — o profeta de Tisbe Tisb e esperou quando foi preciso esperar e agiu quando foi necessário agir. A casa da viú v iúvv a
A providência divina para com o profeta Elias se revelou naquilo que Paulo, o apóstolo, muito tempo depois lembrou — Deus usa as coisas fracas para envergonhar as fortes! (1 Cor 1. 27). Um gigante espiritual ajudado por uma frágil mulher! Uma mulher viúva e pobre. Muito pobre! Ficamos a pensar o que teria passado pela cabeça do profeta Elias quando o Senhor lhe disse que havia ordenado a uma mulher viúva que o sustentasse com alimentos. Era de se imaginar que essa mulher possuísse algum recurso. Como em toda a história de 74
A V i ú v a d e Sa r e p t a
Elias, a provisão de Deus logo fica em evidência. A providência divina já havia hav ia se m anife ni feststad adoo nos nos alim al imen entotoss prov pr ovididen enciciad ados os pelos pelos corvos corv os (1 Rs 17.4-6); agora se revelaria através de uma viúva pobre. Elias se afasta de seu povo e de sua terra indo se refugiar em territó rio fenício (1 Rs 17.9). A geografia bíblica nos informa que Sarepta era uma pequena localidade situada a poucos quilômetros de Sidom, terra da temida tem ida Jezabe Jez abell (1 Rs 16.31).4 16.31 ).4As vezes o Sen S enho horr faz coisa coisass que parece não ter lógica nenhuma! No entanto, esse foi o único lugar no qual o rei rei Acabe jamais pensou em procurar pro curar o profeta: profeta: “Não Nã o houve houve nação nem n em reino aonde o meu senhor (Acabe) não mandasse homens a tua procura” (1 Rs 18.10). São nas coisas menos prováveis que Deus realiza seus de sígnios! Sarepta parecia ser uma terra de ninguém, mas estava no roteiro de Deus para a efetivação do seu propósito. A casa da viúva é o local onde os milagres acontecem. Milagres na Bíblia são comuns, mas não são naturais já que se tratam de fenômenos sobrenaturais. E é na casa da viúva de Sarepta que conhecemos a dinâ mica de um milagre. 1. Primeiram Prim eiramente ente convém dizer que o milagre acontece a pa p a rtir rt ir do que se tem — “Há somente um punhado de farinha num nu m a panela pane la e um pouco de azeite numa num a botija” (1 Rs 17.12). 17.12). Deus é poderoso para fazer o existente a partir do inexisten te! Todavia Tod avia o texto bíblico bíblico mostra mos tra que o norm no rmalal é o Senho Sen horr abençoar-nos a partir do que dispomos! O que temos? Pode ser pouco, pouco , mas se Deus De us puse p userr a sua bênção bênçã o então e ntão fica fica muito. Já vi isso acontecer aco ntecer em igrejas, igrejas, ministério min istérioss e em comércios com ércios que se encontravam raquíticos. Quando o Senhor foi invocado para fazer multiplicar, multiplicar, então houve uma u ma multiplica multiplicação. ção. locado em em primeiro prim eiro lu2. O milagre acontece acontece quando quan do Deus é coloc gar — “Elias lhe disse: Não temas; vai e faze o que disseste; mas primeiro faze dele para mim um bolo pequeno e trazemo aqui fora; depois, farás para ti mesma e para teu filho” (1 Rs 17.13). O profet pr ofetaa entrega entr ega à viúva viúva de Sarepta Sare pta a chave chave do milagre quando qu ando lhe diz: diz: “prim “primeiro eiro faze dele dele para mim um bolo bolo pequeno e traze-mo aqui fora; depois, farás para ti mesma e para teu filho” (1 Rs 17.13). O profeta era um agente de Deus e atendê-lo primeiro significava pôr Deus em primeiro lugar. 75
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O texto sagrado afirma que “foi ela e fez segundo a palavra de Elias” (1 Rs 17.15).Tivesse ela dado ouvidos à sua razão e não obedecido às diretrizes do profeta com certeza teria perdido a bênção. O segred segredo,o, portanto po rtanto,, é colocar Deus Deu s em primeiro p rimeiro lugar lugar (Mt (M t 6.33). 6.33). Deus é um Deus de prim primícíciaias!s! A tender ten der primei ramente ao profeta era pôr Deus em primeiro lugar. Não po demos inverter a ordem. Quando priorizamos primeiramente nossos projetos pessoais em vez de colocar Deus em primeiro lugar, então começam os problemas. Jesus afirmou que deve mos colocar em primeiro lugar lug ar o Reino R eino de Deus De us e a sua sua justiça, justiça, então teremos todas as coisas acrescentadas. 3. O milagre acontec acontecee quando qua ndo obedecemos à Palavra de Deus — “Foi ela e fez segundo a palavra de Elias; assim, comeram ele, ela e a sua casa muitos dias” (1 Rs 17.15). A mulher que Deus havia levantado para alimentar Elias durante o período da seca disse não possuir nada ou quase nada: “nada tenho cozido; há somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois cavacos e vou pre parar esse resto de comida para mim e para o meu filho; comêlo-emos e morreremos” (1 Rs 17.12). De fato o que essa mulher possuía como provisão era algo humanamente insignificante! A propósito, o termo hebraico usado para punhad pun hadoo, dá a ideia de algo muito pouco! Era pouco, mas ela possuía! Deus queria operar ope rar o milagre a partir partir do que a viúva viúva tinha. tinh a. A suficiência suficiência di vina se revela na escassez humana. O pouco com Deus se torna muito! Quando Elias desafiou aos profetas de Baal, ele afirmou que “segundo a Palavra de Deus estava fazendo aquelas coisas” (1 Rs 18.36). Da mesma forma a viúva agora fazia “segundo a palavra de Elias”, e a palavra de Elias aqui deve ser entendida como a Palavra Palavra de Deus, Deu s, já que o profeta não falava falava dele mesmo. Esse é o segredo: agir de acordo com a Palavra de Deus. Ao assim fazermos, o milagre acontece! O poder poder da or or aç ação ão
E. M. Bounds (1835-1913), autor de diversos livros sobre oração, escreveu: 76
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O que seria dos líderes de Deus sem a oração? Se fosse retirado o poder de Moisés na oração, precisamente o dom que o fez eminente diante dos pagãos, e se a coroa fosse retirada de sua cabeça, tanto o alimento, quanto o fogo de sua oração se acabariam. Elias, sem a ora ção, não teria lugar ou registro no legado divino, e sua vida teria sido insípida e covarde, sua energia, destemor e fogo teriam desaparecido. Sem a oração de Elias, o Jordão jamais teria dado espaço ao toque de seu manto (2 Rs 2.6-8). O argumento usado por Deus para acalmar os medos de Ananias e o convencer da condição e da sinceridade de Paulo (ver Atos 9.10-15) é o exemplo ideal da história de Paulo, a resposta para sua vida e obra pois, “o Senhor lhe ordenou: Dispõete, e v ai à rua que que se chama chama Dire Direita ita , e, na casa casa de Judas, Judas, procura procura por Saulo, apelidado de Tarso;pois ele está orando" (v. 11). Paulo, Lutero, Wesley, o que seria destas pessoas escolhidas por Deus sem que fossem distinguidos e controlados pelo advento da ora ção? Estes eram líderes para Deus porque foram fortes na oração. Ao contrário, não foram líderes por causa de seu pensamento brilhante, ou por conta de seus recursos sem fim, sua cultura magnífica, ou seus dons naturais, mas mas sim eram líderes líderes porque, mediante median te o poder da ora o ra ção, eram capazes de direcionar o poder de Deus. E importante ter pesso soaas de oração significa muito mais que “pessoas mos em mente que pes com hábit hábitoo de orar”, ora r”, significa, significa, pois, “pessoas nas quais a oração é força poderosa”, é a energia que move o céu e derrama tesouros incalculá veis de bondade na terra.5 A oraç ração intercess intercessória ória
O texto de 1 Reis 17.1 trás as palavras de Elias em uma profecia sobre a seca em Israel. A seca de fato aconteceu. Todavia o apóstolo Tiago destaca que essa predição profética de Elias foi acompanhada de oração: “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos senti mentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra” (Tg 5.17). 5.17). Foram Fo ram palav palavrarass proféticas, mas mas uma um a profecia construída com ora ção. Talvez isso explique porque hoje há muitas profecias, mas poucos resultados. Não há oração. Novamente o profeta se encontra diante de um novo desafio e somente a oração provará a sua eficácia. O filho da viúva morreu e Elias toma as dores daquela pobre mulher pondo-se em seu lugar e clama ao Senhor (1 Rs 17.19,20). Deus ouviu e respondeu ao seu servo. Em seu comentário bíblico, Matthew Henry (1999, pp.383,384) destaca que: 77
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Elias não respondeu palavra à mulher, mas se dirigiu a Deus e expôs o caso, pois, não sabia que explicação dar-lhe a este triste acon tecimento. Logo tomou o cadáver do menino dos braços da mulher e o levou levou ao seu próprio leito (v.1 (v.19)9).. Ali apelou ao Senh S enhoror com com humildes humil des razões (v.20) e lhe rogou que devolvesse a vida do menino (v.21). Este é o primeiro caso que encontramos na Bíblia de um morto voltar à vida; pelo que Elias debaixo do impulso do mesmo Deus, orou pela ressurreição desse menino (...) Posteriormente, em uma ocasião simi lar, Eliseu realizou o mesmo milagre estendendo-se duas vezes sobre o menino da Sunamita (2 Rs 4.34), e Paulo se estendeu somente uma vez no caso de Êutico (At 20.10). Deve-se observar a oração de Elias: ‘Rogote que tragas de volta a alma deste menino a ele' (V.21). Ainda que o hebraico nephesh significa significa também tam bém “vida” (e é também tamb ém um sinônimo sinôn imo de pe pessoa soa — ver Gn G n 14.21), 14.21), é sabido sabido que na mentalidade men talidade judaica, a “alm “alma” a” ficava três dias ao lado do cadáver (v. o comentário a João 11 — nota do tradutor); assim que estes lugares supõe a existência da alma em um estado estado de separação do corpo e consequentemente consequentemen te sua sua imortalidade.6 A oraçã raçãoo persevera perse verante nte
Elias orou, mas orou com insistência: “E estendendo-se três ve zes sobre o menino, clamou ao Senhor e disse: O Senhor, meu Deus, rogo que faças a alma desse menino tornar a entrar nele” (1 Rs 17.21). Elias se estendeu sobre o menino três vezes! Isso demonstra a natureza perseverante de sua oração. Muitos projetos não se concretizam, ficam pelo caminho, porque não são são acompanhad acom panhados os de oração perseverante. perseverante. O Senhor Jesus destacou a necessidade de sermos perseverantes quando narrou a parábola do juiz iníquo: “E ensinou-lhes uma parábola sobre o dever de orar sempre sem pre e nunca nu nca esmorecer” esm orecer” (Lc 18.1). 18.1). E com perseverança perseverança que conseguiremos alcançar nossos objetivos. Ao destacar a oração perseverante de Elias, o expositor bíblico Warren Wiersbe (2008, pp.464,465) comenta: A resposta de Elias foi levar o menino para seu quarto no andar de cima da casa casa,, talvez talvez no terraço, e clamar ao Senho S enhorr pela vida da criança. criança. O profeta não podia crer que o Senhor proveria alimento miraculosa mente para os três e, depois, permitiria que o menino morresse. Não fazia sentido. Elias não se estendeu sobre o corpo morto do menino na esperança de transferir sua vida para a criança, pois sabia que somente Deus pode dar vida aos aos mortos. mortos. Sem Se m dúvida dúvida,, sua sua postura indicou uma identificação total com o menino e com sua necessidade, fato impor tante quando intercedemos por outros. Foi depois de Elias ter se es 78
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tendido sobre a criança pela terceira vez que o Senhor ressuscitou, uma lembrança de que nosso Salvador ressuscitou no terceiro dia. Porque o Senhor vive, podemos tomar parte na sua vida ao crer nEle (ver 2 Rs 4.34 e At 20.10). O resultado desse desse milagre foi a confissão confissão pública da mulher mu lher de sua fé no Deus de Israel. Ela sabia, sem sombra de dúvida, que Elias era um verdadeiro servo de Deus, não apenas outro mestre religioso à procura de sustento. Também sabia que a Palavra que ele havia lhe ensinado era, de fato, a Palavra do verdadeiro Deus vivo. Durante o tempo tem po em que ficou ficou hospedado hosped ado com a viúv viúvaa e seu seu filho, filho, Elias Elias mostrou mo strou que Deus sustenta a vida (a farinha e o óleo não acabaram) e que Deus dá vida (o menino foi ressurreto).7
A soberania de Deus sobre a história e sobre os povos e o seu cuidado para com aquele que o teme se revelam de uma forma maravi lhosa no episódio envolvendo o profeta Elias e a sua visita a Sarepta. Não há limites quando quan do a soberania divina quer revelar revelar a sua graça e tampouco tamp ouco há circunstância demasiadamente difícil que possa impedir o Senhor de revelar o seu poder provedor. Deus é Deus dentro e fora dos limites que os homens costumam conhecer! E com acerto que Raymond B. Dillard conclui essa história: Mais uma vez, foi levantada a questão do poder na terra natal de Baal, Sarepta — uma cidade entre as duas principais cidades dos mesmos fenícios que exportaram Jezabel e seu deus para Israel. O poder de Baal sobre a vida era no máximo indireto. Segundo os pa drões climáticos da antiga Canaã, as chuvas vinham ou não vinham, e as pessoas sofriam o impacto nos ciclos graduais de abundância ou escassez. Mas, o que poderia Baal fazer frente à morte das pessoas, corações silenciosos, paradas respiratórias (1 Rs 17.1)? Até mesmo na mitologia Cananeia, o próprio Baal não conseguia escapar do sub m undo und o sem ajuda. ajuda. O que poderia pode ria ele fazer pela vida do filho da viúv viúva? a? Na realidade, Baal estava morto, do mesmo modo que as árvores que foram cortadas para fazer imagens imagens dele dele.. Era simplesmente produto produ to da imaginação imaginação humana.8 hum ana.8
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Expositivo — histórico histór icos.s. Rio 1 W1ER W1ERSSBE, BE, War Warren. Comentár io Bíblico Expositivo de Janeiro:Editora Central Gospel, 2008. 2 W IERSB IER SBE, E, Warren. Idem. Idem. Pr osper peridade idade à Luz Lu z da Bíbli Bíbliaa — a vida vida cristã 1 GONÇ GONÇAL ALVE VES, S, José. A Pros abundante. Rio de Janei Janeiro: ro: CPAD, CPA D, 2012. 4 “A cidade estava estava localizada a aproximadamente aproximadament e treze quilômetros quilômetros ao sul de Sidom, ao longo da costa mediterrânea, na estrada para Tiro. Também é conhe cida como Zarefat Zarefatee em algumas algumas versões (Ob (O b 1.20), 1.20), e como Sarepta no Novo Testamento (Lc 4.26). É a moderna Sarafand. Sarepta é mencionada em texto ugaríticos do século século XIV XI V a.C. e em papiros egípcios egípcios do século século XIII II I a.C. junto jun to com Bíblos, Beirute, Sidom e Tiro como uma das principais cidades da costa”
s
(Dicionár (Dicioná r io Bíblico Wyclif Wycliffe, fe, CPAD, 2010). BOUND BOU NDS,S, E. M. O Propó Pr opósi sito to da Oração Or ação.. Minas Gerais: Editora Dynamus. Bounds é autor do clássico sobre oração: Poder Poder Através Atr avés da Oraç Or ação, ão,
lançados pelas editora: Imprensa Batista Regular e Vida. 6 HENRY, Mat Matthew. Comentár Comentár io Bíbli Bíblico co de Matthew Matth ew Henr Hen r y - traduc tr aduciido e '
adaptado adapt ado al cast castell ellan anoo por por Fr ancis an cisco co Lacueva, 13 13 t omos om os em 1, obr obraa com com pleta e sin sin abre abr eviar. Editorial CLIE, Barcelona, Espanha. W IERSBE, IERSB E, Warren. Warren. Comentár Coment ário io Bíblico Expositivo Expositivo —h istór icos. Rio de
Janeiro:Editora Central Gospel, 2008. 8 DILL DILLAR ARD, D, Raymond B. Fé em em Face F ace da Apostasia Aposta sia — o evangelho evan gelho se gundo Eli E lias as e Eliseu. Editora Cultura Cristã. 80
Capítulo V A Vinha d e Na b o t e
A
história do rei Acabe é a evolução de uma sequência de erros: Pri meiramente ele trocou o Deus verdadeiro por um falso. Isso ele fez quando tentou erradicar o culto ao Senhor e implantar a adoração cananeia no deus Baal. Em segundo lugar, ele tentou substituir os profet do Senhor pelos profetas de Baal. Para que seu intento fosse alcança promoveu o extermínio dos profetas verdadeiros e pôs em seus lugares os profetas de Baal e de Aserá. Em terceiro lugar, ele tenta transformar uma vinha em uma horta. O problema residia no fato de que a vinha não era dele, mas de um dos seus súditos que como legítimo proprietário possuía seu direito de posse. E m conluio conluio com sua esposa, esposa, a famigerada Jezabel, esse esse rei fraco fraco e sem personalidade arquiteta ar quiteta uma um a das mais sórdidas tramas regis tradas nas páginas Sagradas — a morte do inocente Nabote. E exatamente nesse último episódio que Acabe recebe a visita do profeta Elias, que ao contempláconte mplá-lolo anuncia um duro d uro julgamen julga mentoto sobre ele ele (1(1 Rs 21.1-29). O episódio envolvendo o rei Acabe e a vinha de Nabote é um dos mais tristes do registro bíblico. Uma grande injustiça é cometida contra um homem inocente. Triste porque vemos até onde pode chegar um coração cobiçoso.1Por outro lado, esse fato é um dos que melhor revela a manifestação da justiça divina ante as injustiças dos homens. Acabe matou Nabote e apropriou-se de suas terras, todavia não pôde participar do fruto de seu pecado porque o Senhor, através do profeta Elias, o de nunciou e o disciplinou. Infelizmente a injustiça está presente em todas as culturas e povos, e se manifesta das mais variadas formas, como essa narrada na poesia de Patativa do Assaré: ‘Seu moço, me escute uma triste verdade, Que Qu e até dá vont vontade ade
Po r ç ã o D o b r a d a
Da gente chorar; chorar; Escute quem foi que azarou azarou a minh m inhaa vida, vida, Nas terras querida Do meu Ceará. Eu era rend r endeiro eiro do J. Veloso eloso,, Um rico invejoso, Malvado sem par, Senhor de dinheiro e de léguas de terras, De baixa e de serra, Disponível para arrendar. Eu, vendo as terras daquele ricaço, Um certo pedaço Com gosto arrendei, Pois vi que o terreno para tudo convinha, A terra só tinha Madeira de lei. Joguei-me deveras na serra fechada, De foice Conrad, Machado Collins Jucá Jucá revirava, pau pa u d ’arco caía, caía, E a cobra fugia Com medo de mim. Depois de algum tempo, no dito baixio, De carga de milho Quebrei mais de cem. Havia de tudo, tudo , melão, macax macaxeira, eira, E muita fruteira fruteira Vingando também De tudo o tributo correto eu pagava, E sempre me achava De bom a melhor. 82
A VINHA VINHA DE N a BOTE
Vivia contente, gostando da vida, Com minha querida querida Maria Loló. Então, seu moço, fugiu a penúria, Chegou Chego u a fartura fartura Me enchendo de fé; Mas veio depois uma inveja danada, A filha gerada gerada Do monstro Lusbel. O J. Veloso Veloso,, me vendo ve ndo arranjado, Ficou afobado, afobado, Pegou a invejar, Falando zangado, com raiva e com grito, Dizendo que o sitio Me vinha toma tomar.r. Pedi a justiça com muito respeito, Meu justo direito Naquela Naq uela questã questão,o, Porém ao matuto sem letra e grosseiro, Faltando dinheiro, Ninguém dá razão. Deixei minha terra, a querida Mombaça, Que Qu e grande desgra desgraça ça Seu moço, eu sofri! Deixei as belezas da terra adorada, E triste e sem nada, Cheguei por aqui. Por causa de inveja, por esse motivo, Doente hoje eu vivo No seu Maranhão. Sofrendo saudade, saudade, tormento torm ento e cansei canseira, ra, Gemendo na esteira Com febre e sezão. 83
Po r ç ã o D o b r a d a
M e resta somente a feliz feliz sepultura, sepultura, E a vida futura Que Nosso Senhor Promete a quem sofre e padece inocente; A vida presente Para mim acabou. acabou. Eu hoje devia viver sossegado, No sitio arrendado, No caro torrão: Porém ao matuto sem letra e grosseiro, Faltando o dinheiro, Ninguém dá razão!”2 O direito direito à propriedade propriedad e no A nt ntig igoo Israel
D e acordo acordo com o liv livro ro de Levítico, Levítico, a terra pertencia ao Senho S enhorr (Lv 25.23). Um israelita da Antiga Aliança estava consciente de que o Se nhor havia lhe dado o direito de explorar a terra como uma concessão. Assim sendo, ele ele não poderia po deria vender vend er aquilo que lhe lhe fora dado dad o como com o uma um a herança do Senhor. O livro de Números destaca esse fato: “Assim, a he rança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os filhos de Israel se hão de vincular cada um à herança da tribo de seus pais” (Nm 36.7,9). Com isso isso o Senhor Senh or queria protege pro tegerr seu povo povo da d a cobiça, além além de garantir-lhe o direito de cultivar a terra para sua subsistência. A heranç herançaa de N abo ab o te
Acabe queria a vinha de Nabote de qualquer jeito, mas diante de sua insistênci insistência,a, Nabo Na botete contra argum arg umento entouu (1 Rs 21.3). Nabo Na botete era obe diente ao Senhor Senhor e invocou o poder da d a lei lei para se proteger. proteger. Dian D iantete dess dessee fato o rei cobiçoso ficou triste, pois sabia que até mesmo um monarca hebreu heb reu precisava precisava sese submeter subm eter à lei lei divina (1 Sm 10.25). M as Jezabel, sua sua esposa, que viera de um reino pagão, ficou escandalizada com esse fato. E ntre nt re os reinos pagãos os os governantes não eram apenas soberanos, eram também tiranos (1 Rs 21.5-7). Dessa forma ela arquitetou um plano para se apossar apossar da vinha vin ha de Nabote Nab ote (1 Rs 21.8-14). Os comentaristas Jamieson, Fausset e Brown (1994, pp.288,289) des tacam que: “Acabe estava desejoso, devido à proximidade do seu palácio, de 84
A Vi n h a d e Na b o t e
possuir possuir esta esta vinha vinha para fazer fazer uma horta. Propôs a Nabote Nabo te dar-lhe uma um a melhor melh or em troca, ou obtê-la obtê-la por po r compra; mas o dono do no se negou nego u a se desfazer dela; e ao persistir em sua negat negativa iva,, Nabote Nabote não foi motivado por po r sentimentos sentimentos de desle aldade aldade ou por falta falta de respeito ao rei, senã senãoo por po r uma um a consideraç consideração ão consciente da lei divina, a qual por razões importantes havia proibido a venda de uma herança herança paterna; paterna; ou se por extrema pobreza pobreza ou dívida, fosse fosse inevitá inevitável vel a cess cessão ão dela, dela, a transferência transferência era feita sob a condição de d e que fosse fosse resgatada a qualquer momento; e em todo caso, que seria devolvida a seu dono no ano do jubileu. Enfim Enfim,, não poderia poderia ser desanexada da família, família, e foi por po r esse esse motivo (v.3 (v.3)) que Nabote Nabote se negou a cumprir a demand dema ndaa do rei. rei. Não foi, pois, pois, alguma ignorân igno rân cia ou falta de respeito que irou e desgostou desgostou a Acabe, senão seu espírito egoísta que não podia podia tolerar ser ser frustrado em seu propósito”. propósito”.3 A casa casa de camp campoo de de Acabe e sua horta
Como já ficou demonstrado, o livro de 1 Reis destaca que Acabe possuía uma segunda residência em Jezreel (1 Rs 18.45,46). Era uma casa de verão. Já vimos que a vinha de Nabote estava, pois, localizada próxima a residência de Acabe (1 Rs 21.1). Acabe possuía uma casa real real,, uma um a casa casa de campo, mas mas não n ão estava estava satisfeito satisfeito enquan en quantoto não possu po ssu ísse a pequena vinha do seu súdito Nabote.4 Há um grande número de pessoas, mesmos sendo ricas, que não se satisfazem com o que tem. Es tão sempre querendo mais, todavia não conseguem encontrar satisfação verdadeira nesse nesse proces processo. so. N enhu en humm ser ser humano hum ano conseguirá sese satisfazer satisfazer plenamente se o seu centro de satisfação não estiver em Deus. Acabe estava dominado pelo desejo de “ter”, de possuir. Somente a casa de verão, que sem dúvida era majestosa, não lhe satisfazia. Queria agora construir constru ir ao seu seu lado uma horta ho rta para que seus seus dese desejojoss pudessem ser ser realiza realizados. dos. Não Nã o se importava em quebrar o mand m andam amento ento divino divino:: “Nã “Nãoo co biçarás” (Êx 20.17). Queria por que queria aquilo que pertencia a outrem (1 Rs 21.1,2). Mais do que qualquer motivação externa, Acabe estava to talmente dominado pelos desejos cobiçosos de seu coração. Acabe, por tanto, estava mais preocupado com questões estéticas do que éticas. Ele não estava estava preocupado como agradar a Deus através através de sua administração, administração, mas como desfrutar prazerosamente a vida. Uma excelente exposição sobre o ato de “desejar”, tanto em seu as pecto positivo como negativo, foi feito pelo reverendo J.A. MacDonald na obra The Pulpit Commentary (2011, pp.520,521). 85
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Em primeiro lugar, MacDonald observa que o simples desejo não se configura como cobiça. Ele destaca que a troca é um dos princípios naturais do comércio, visto que se as pessoas não tivessem vontade de irem além do que já possuem, então não haveria motivos para se fazer negócio algum. Todo comércio está fundamentado sobre o desejo de se fazer intercâmbio. Em segundo lugar, MacDonald destaca que o comércio pode se configurar como uma fonte de bênçãos. Ele põe em relevo os males que se juntam ao comércio como, por exemplo, quando práticas desonestas se agregam a ele. Mas ele observa oportunamente que essas intrusões ilegítimas devem ser vistas vistas como exceções exceções e não como c omo se fossem fossem a regr regra.a. O fato é que o comércio genuíno coloca os países e povos do mundo inteiro em intercâmbio. intercâmb io. Dessa forma, o comércio comércio amplia o nosso conhe con he cimento desses países, seus povos e produtos, o que de outra maneira estimula a ciênc ciência. ia. Ele também també m incentiva a filantropia. filantropia. Socorro é ofere ofere cido para angústias que vem através de: fomes, inundações, incêndios, terremotos, e dessa forma missões religiosas são organizadas. Em terceiro lugar, observa MacDonald que o desejo ilícito se con figura em cobiça. Assim sendo não devemos desejar aquilo que Deus já proibiu. Nesse Nesse sentido, Acabe Acabe estava estava errado em querer a vinha vin ha de Nabo N abo-te. Era herança de seus pais, transmitida na família de Nabote, desde os dias de Josué, e que teria sido ilegal se ele se desfizesse dela. (Lv 25.23; Nm 34.7). Acabe estava errado em tentar fazer Nabote transgredir o mandamento do Senhor. Ele nunca deveria ter incentivado o desejo, uma gratif gratificaçã icaçãoo que teria uma consequência. c onsequência. M acDona acD onaldld conclui chamando a atenção para o estudo sistemátic sistemáticoo da Palavra de Deus como uma forma de proteção contra toda prática errada. Não podemos alegar ignorância quando temos a Bíblia em nossas mãos. Também não podemos transferir agora a nossa responsabilidade para os outros. Fazemos pouco po uco uso de nossas nossas Bíblias? Bíblias? Será que a lemos em oração? oração? Não devemos devemos vender vender a herança moral que temos recebido do passado.s Falso testemunho, assassinato e apropriação indevida
As atitudes de Acabe foram acontecendo como uma reação em ca deia. Ê evidente que um desejo pecaminoso não pode dar frutos bons. O problema agora não era somente de Acabe, mas também da sua fa migerada mulher, Jezabel (1 Rs 21.7). Foi ela que arquitetou um plano 86
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sórdido para se apossar da propriedade de Nabote. Diz o texto sagrado que ela envolveu várias pessoas nesse intento, incluindo os nobres do reino (1 Rs 21.8). Nobres sem nenhuma nobreza! Escreveu uma carta e selou com o anel de Acabe, portanto, com o seu consentimento, para que Nabote, o Jezreelita, fosse acusado de ter blasfemado contra Deus e contra o rei (1(1 Rs 21.10).6Um 21.10).6 Um fals falsoo testemunho. testem unho. Um simples simples desejo desejo que que evoluiu para a cobiça e transformou-se em falso testemunho. A trama precisava ser bem feita para não gerar desconfiança, e por isso isso um jejum deveria deveria ser ser proclamado, proclamad o, como sinal de lamento lam ento por po r haver Nabote blasfemado contra Deus (1 Rs 21.9). Uma prática religiosa foi usada para dar uma roupagem espiritual ao caso. Como foi planejado, Nabote foi apedrejado e morto injustamente! (1 Rs 21.13). Quantas vezes a Bíblia é usada para justificar práticas pecaminosas! Resolvido o problema, agora o rei poderia se apoderar da vinha de Nabote (1 Rs 21.16). Um abismo chama outro abismo. O pecado havia evoluído da cobiça para um assassinato! Julgam Jul gamento ento divi di vino no
Acabe e sua esposa Jezabel estavam convencidos de que ninguém mais sabia dos seus intentos. De fato ninguém dentre o povo soube dos bastidores desse estratagema diabólico, exceto Elias, o Tesbita. Tão logo Acabe se apossou da vinha de Nabote, a Escritura diz: “Falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o S e n h o r : Mataste e, ainda por cima, tomaste a herança? Dir-lhe-ás mais: Assim diz o S e n h o r : No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo” mesm o” (1 Rs 21.17-20). 21.1 7-20). Deus, D eus, portanto, portan to, envia envia o seu seu julgam julg amento ento como punição contra a desobediência (Lv 26.14-16; 2 Co 7.19,20); desprezo às advertências advertências divinas divinas (2 Cr C r 36.16; Pv 1.24-31; J r 44.4-6); murmuração murm uração contra Deus D eus (Nm (N m 14.29); 14.29); idolatria (2(2 Rs 22.17; Jr 16.18); 16.18); iniquidade iniquid ade (Is (Is 26.21; Ez 24.13-14); pecados dos líderes (1 Cr 21.2,12).7
Arr A rrep epen endi dim m ento en to e morte
Duas atitudes podem ser tomadas diante de uma sentença divina de julgamento: arrepender-se ou rejeitar a correção. No caso de Acabe o texto sagrado destaca que logo após receber receber a profecia profecia sentenciando a sua morte, mo rte, ele: ele: “rasgou “rasgou as suas vestes, vestes, cobriu de pano p ano de saco o seu corpo corp o e jeje 87
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juou juou;; dorm do rmiaia em e m pano panoss de saco saco e andava andav a cabisbai cabisbaixo. xo. Entã En tão,o, veio a palavra do S e n h o r a Elias, o tesbita, dizendo: Não viste que Acabe se humilha perante mim? Portanto, Portanto , visto visto que sese humilha hum ilha perante peran te mim, m im, não trarei este este mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho o trarei sobre a sua casa” (1 Rs 21.27-29). Acabe arrependeu-se, mas mesmo assim não teve como se livrar das consequências de suas ações (1 Rs 22.29-40; 2 Rs 1.1-17). O pecado sempre tem seu alto custo! Mesmo no caso de Acabe, a graça de Deus superabunda! A graça de Deus é de fato algo surpreendente! A graça faz com que um julgamento iminente seja adiado! É, contudo, no Novo Testamento que encontramos quão maravilhosa é a graça de Deus. Vejamos alguns fatos sobre essa graça: 1. A graç graçaa ésalvadora ésalvador a — “Porque pela graça sois sois sal salvo vos,s, mediant medi antee a fé; fé; e isto não vem de vós; vós; é dom do m de Deus; Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9). A nossa salvação tem origem na graça de Deus; não foi fruto de méritos pessoais! Todos pecaram (Rm 3.23), mas a graça foi estendida a todo pecador. Onde de veria haver o julgamento, a graça trouxe o perdão! Onde deveria haver morte, morte, a graça trouxe a vida. O texto do capítulo 27 de Atos A tos dos Apóstolos ilustra o pode p oderr dessa graça. Esse capítulo revela revela que o apóstolo Paulo, com muitos outros detentos, era conduzido a Roma Rom a para ser julgado. No total estavam no navio navio 276 pessoas pessoas.. O texto não diz, mas podemos imaginar que havia no meio dos de tentos aqueles que haviam sido presos por roubo, homicídios, etc. Quando o navio ameaçou afundar, os soldados eram de opinião que os presos, inclusive o apóstolo Paulo, deveriam ser mortos! Todavia Paulo já havia sido sido revelado que Deus, D eus, por por sua graça, não permitiria que ninguém daquele navio morresse naquele naufrá gio. Deus poupou a vida não somente da tripulação do navio, mas de todos os demais preso presoss (At (A t 27.22-44)! 2. A graça impede que opassado nos nos machuque machuque —- ‘Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, apóstolo, pois persegui perse gui a igreja igreja de Deu D eus.s.110Mas, Mas, pela graça de Deus, Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça graça de Deus De us comigo” (1 Co 15.9-10). 15.9-1 0). Paulo disse disse que não merecia ser um apóstolo e, se dependesse do seu passado jamais 88
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teria sido. Mas a graça foi muito além disso, ela não levou em conta o seu passado e não permitiu que ele machucasse o apóstolo. Não havia mais passado! 3. A graça graça nos fa f a z oper operan ante tess — “Trabalhei mais do que todos eles” (1 Co 15.10). Sem dúvida, Paulo foi o mais ativo dos apóstolos. Por quê? A resposta está no poder da graça de Deus na vida dele. A graça nos tira de uma vida sem sentido e inoperante para nos dar um u m sentido para viv viver. A graça nos fort fortalalec ece!e! 4. A graça graça nos nos ajuda a convi con viver ver com com as adversidades — “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foime posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, esb ofetear, a fim de que não me exalte.8Po exalte.8Porr causa disto, três três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.9Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraque zas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.10Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, perseguições, nas nas angústias, por amor de Cristo. Porque, Porque, quan qu an do sou fraco, então, é que sou forte” (2 Co 12.7-10). A graça de Deus fez com que o apóstolo encontrasse até mes mo no sofrimento razão para se alegrar! Isso soa muito dife rente das mensagens pregadas hoje em dia por aqueles que se intitulam “apóstolos”. Esses apóstolos de hoje pregam uma vida abastada e livre de sofrimento. Todavia é um evangelho desprovido da graça de Deus. 5. A graça graça no nos f a z vito vitorio rioso soss — ‘Graça a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 15.57). A graça nos faz vitoriosos! O relato da vinha de Nabote revela que o pecado não compen sa. Todas as nossas ações terão consequências, e algumas delas extremamente amargas. Deveríamos medir nossas intenções primeiramente pela Palavra de Deus e somente assim evitaría mos dar vazão aos nossos instintos. Nossas ações glorificariam a Deus em vez de satisfazer nossos egos. Acabe fracassou por que se esqueceu da Palavra de Deus, preferindo ouvir e seguir a orientação de uma pagã que nada sabia sobre a Lei do Senhor. 89
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Quando alguém quebra a Palavra de Deus, na verdade é ele quem está se quebrando! O texto nos mostra que o nosso Deus é em primeiro prim eiro lugar onisciente. Acabe fez suas ações sem o conhecimento do povo, mas não de Deus. Ele inspeciona todas as ações dos homens. Ele é um Deus que perscruta todas as nossas motivações. Isso nos leva à conclusão que nada está oculto aos seus olhos. Por grande deju juiz iz.. Ele outro lado, o relato nos mostra que o Senhor é gran faz com que experimentemos o amargor de nossas ações quan do elas estão erradas. Essa passagem também demonstra que todo julgamento julgam ento atende ao ao propósito de Deus.
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1 A obra The Pulpit Commentary, relaciona os sete pecados de Acabe: 1 O pecado da divisão — mantendo a adoração falsa em Dã e Betei; 2. O pecado de seu casamento — uma clara violação da lei (Dt 7.1-3); 3. O pecado da idolatria — ele cometeu abominação seguindo os ídolos; 4. O pecado da impureza — ele seguiu a impureza da adoração Cananeia; 5. O pecado de perseguir os profetas —ele também concordou com as ações de sua esposa; 6. O pecado de se relacionar com o perseguidor do povo de Deus —quando poupou poup ou Bem-Ha Bem -Hadad dade,e, rei da Síria; Síria; 7.7. O pecado de assass assassina inarr Nabote Nabo te e seus seus filhos (vol. 5, Kings, pp.517,518). 2 Todas as poesias poesias de Patativa Pata tiva do Assará foram compiladas na íntegra ínteg ra no que eu eu Canto Canto C á — filosofia filosofia de de um trovador nordestino. Nessa livro: Cante L á que excepcional obra a editora Vozes optou por manter a fonética do trovador. 3 JAMIESO JAM IESON, N, Robe Robertrto,o, FAUS FAUSSE SET, T, A.R, BROWN, BROW N, Dav Daviid. Comentário Exegetico Exegetico Y Explic Explicat ativ ivoo de La Bibli Bibliaa - tomo tom o I: El E l Antiguo Ant iguo Testament Testa mento. o. Casa Bautista de Publicaciones. El Paso, Texas, USA. 4 “Kimchi informa-nos informa-nos que era costu costumeiro meiro àsàs pesso pessoas as mais mais rica ricass ocupar-se ocupar-se de pequenos projetos agrícolas, próximo de suas casa, a fim de embelezá-las, além de dar-lhes um suprimento de verduras frescas. Acabe ofereceu uma vinha melhor, ou dinheiro, se Nabote assim preferisse: mas esse homem não queria fazer nenhum tipo de negócio. Isso lhe custaria a própria vida. A oferta ofer ta de Acabe, pois, foi “cortês e liberal (ellicott, (ellicott, in loc). Mas era contrária à herança herança dos hebreus.” hebreus.” (CH (C H A M PL PLIN IN,, Russe Russell N. O Antigo Tes t ament am entoo Inter I nterpr pretado etado Ver Ver sícul sículoo por por Versíc Versículo ulo,, CPAD). 5 MACD MA CDON ONAL ALD, D, J.A. in The Pulpit Commentar Commentar y, vol V, Kings. Hendrickson, USA. Tradução e adaptação do autor. literalm ente “tem abençoad a bençoado.” o.” Porque era era considerado blasfêmia 6 (bera rakkt a) é literalmente mencionar uma maldição contra Deus (cf. Jó 1.5; 2.5, 9; SI 10.3), os judeus empregavam um eufemismo para mencionar essa prática. A NVI coloca a mensagem no discurso indireto e dá o sentido pretendido: “amaldiçoado” (The (The E xpositor s Bible Bible Commentar Comment ar y - 1 & 2 Kings, 1 & 2 Chr C hr onicle onicles,s, Ezra, Nehem Nehemiah, iah, Esther,J ob. Vol. 4. Zondervan, 1988. 1 E nciclopédia Temática da Bíblia. Bíblia. São Paulo: Shedd Publicações. 91
Capítulo
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escritor norte-americano A.W. Tozer disse certa vez que nada morre de Deus quando um homem de Deus morre! Essa máxima é verdadeira em relação ao profeta Elias e ao seu sucessor, Eliseu. Elias exerceu um ministério excepcional no Reino do Norte e sem dúvida foi o responsável por ajudar o povo de Deus a manter a sua identidade. Todavia, assim como todos os homens, chegou o dia em que precisou parar. Elias teve o cuidado de seguir a orientação orientação divina na escolha do seu sucesso sucessorr bem como em prepará-lo prepar á-lo da forma correta. correta. Neste Neste capítulo capítulo veremos como se deu esse processo e como podemos aprender com ele (1 Rs 19.15-21). A história da sucessão do profeta Elias e o chamamento do profeta Eliseu nos ensina uma verdade muitas vezes esquecida: não somos in substituíveis, embora não sejamos descartáveis. Talvez a atual crise na liderança evangélica reside no fato da ausência de líderes substitutos. No livro de minha autoria, intitulado: Rastros de Fo Fogo, escrevi sobre a realidade dessa crise, tomando por base o período dos juizes. Ali observei que a crise ministerial contemporânea assemelha-se àquela vivida vivida pela pela escass escassez ez sacerd sacerdotal otal naquele naquele período. Com Co mo um u m período período de transi ção entre um um governo governo tribal tribal e a monarquia, os juizes tiveram de conviver conviver com com as ame ameaça açass constantes de uma anarquia anarquia generalizad generalizada.a. O texto tex to bíblico em Juizes 17.1-13 relata o ápice dessa crise. Nele podemos extrair lições que servem para mostrar que uma crise institucional pode ter sérios reflexos no ministério vocacional. Em primeiro lugar havia uma crise de modelos — “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto” (v.6). Por natureza somos dependentes depe ndentes de modelos. modelos. Na nossa infância eram nossos pais, professores ou até mesmo um amigo. Os modelos são neces sários e não há nada de errado em tê-los (1 Co 11.1)! O termo “modelo” paradigma, e mantém traduz a palavra grega paradigma, man tém o sentido em nossa língua de de
O
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um referencial. referencial. Sem referenciais ficamos à deriva assim como com o os israelitas israelitas beiravam o caos por falta dos mesmos. Quando um povo não possui um modelo ou paradigma paradig ma para seguir então ele corre corre perigo. perigo. Foi assim assim com os israelitas no período dos juizes e parece ser assim na igreja atual! Em segundo lugar havia uma crise no ministério sacerdotal — “Havia um homem da região montanhosa de Efraim cujo nome era Mica (...) consagrou a um dos seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote” (v.l, 5). Aqui não havia nenhum respeito pelo ministério vocacional e o que determinava o exercício do sacerdócio não era a vocação, mas a ocasião. M ica adorava a Deus Deu s e aos deuses (v.5 (v.5)) e ele mesm me smoo consagrou consagrou um de seus filhos para lhe oficiar como sacerdote! Possuía um sacerdote particular. R. N. Champlim observa que essa passagem mostra que: “Ocorreram desvios idólatras que violavam o segundo mandamen to da lei de Moisés (cf Jz 8.27; Mq 1.7; 1 Rs 12—13). Yahweh estava sendo cultuado, mas com o acompanhamento de ídolos e através de um sacerdócio não autorizado. Era uma situação própria do sincretismo, que de modo algum se harmonizava com a legislação mosaica”.1
Quando o assunto é vocação pastoral, devemos observar o binômio: vocação-q vocação-quali ualifica ficação. ção. H á o perigo de termos um u m ministro vocacion vocacionado, ado, mas não qualificado; como podemos tê-lo qualificado, mas não vocacionado. Somente um ministro vocacionado e qualificado pode exercer a contento e com êxito o ministério pastoral. No caso do filho de Mica ele poderia até mesmo ser qualificado, mas não era vocacionado pela simples razão de não pertencer à tribo de Levi — Mica era de Efraim! (v.l). Mica pareceu ficar incomodado com esse fato, pois posteriormente consagrou uma outra pessoa, agora da tribo de Levi, para lhe oficiar como sacerdote (Jz 17.12). Mas o problema não se resolveu, pois se primeiramente temos alguém que poderia ser qualificado, mas não era vocacionado, agora temos alguém que é vocacionado, vocacionado, pois pertence à tribo de Levi, Levi, mas demon de monstra stra ser desquali desqualifi fi cado •— era era um um andarilho andari lho e que ficava ficava onde melho me lhorr lhe parecesse parecesse (v.8 (v.8).). Essa não era uma um a atribuição atribuição de um sacerdote sacerdote levita levita (Ex 28 — 29). E m terc tercei eiro ro lugar havi ha viaa uma cr crisisee de propósitos propósitos — “Sou levita de Be lém de Judá Ju dá e vou ficar onde m elhor elho r me parecer” (Jz 17.9). 17.9). Era um sacerdote sem propósitos. O ministério sacerdotal para ele era um meio e não um fim! Não possuía propósito algum em ser um sacer sacerdot dote!e! Apareceu Ap areceu a oportun opo rtunidad idadee e ele ele oportun opo rtunam ament entee abra abraçou. çou. H á sites que oferecem, e em várias parcelas sem juros, o título de pastor. Bas93
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ta pagar e pronto: é pastor! Isso se parece muito com essas reportagens que a T V faz sobr sobree a venda venda da C N H (Carteira Nacional de Habilitação). Habilitação). Vemos pessoas que jamais fizeram prova de legislação e muito menos de percurso receber a habilitação para dirigir. São verdadeiras armas que se movem no trânsito! Qual a diferença disso para o ministério pastoral? Apenas esta esta:: enqua enq uanto nto um u m usa o carro carro como arma para matar, o outro usa a Bíb Bíblilia!a! Com Co m eterão eter ão crimes crimes da mesm m esmaa form forma!a! Em quarto lugar havia uma crise éticomoral (ver 10—12; 18.4,18,19,20) Essa crise se manifestava de três maneiras: ministério leg legal, mas não não moral— Nem a) E m um ministério Ne m tudo o que é leg legal é mora moral!l! Um Um a coisa pode ser ser amparada amparada por por um costume ou lei, lei, ist istoo é, ter ter respaldo legal ou jurídico, mas mesm m esmoo assim não se enquadra enqu adrarr no padrão estabelecido pelas Escrituras Sagradas! O divórcio, por exemplo, exemplo, é ampla amplamen mentete amparado amparado pela legi legislaç slação ão e é aceito pela so ciedade ciedade como um u ma prática normal. Todavia encontramos um sério sério conflito entre aquilo que preceitua a Bíblia e o que diz a legislação (Mt 5.31,32; Mt 19.1-12). Há pastores de renome que afirmam que qualidade de liderança nada tem a ver com divórci divórcio,o, enquanto outros simplesmente ignoram o que diz a Escritura para se ajustar ao modelo adota adotado do pela sociedade sociedade secula secular.r. E evidente que devemos levar em conta conta as exce exceçõ çõeses preceituadas na Palavra de Deus, Deu s, todavia jamais fazendo da exceç exceção ão uma uma regra (1 Co 7.15). 7.15). b) Em um ministério sacerdotal controlado pelas leis de mercado — A razão do levita oficiar como sacerdote é dada por ele mesmo: “Assim e assim me fez Mica; pois me assalariou, e eu lhe sirvo de sacerdote” (Jz 18.4). O pastor que quer ser um ministro de Deus jamais deve condicionar o seu ministério à lei da oferta e da procura. As vezes, vezes, determinadas determinad as ofertas ofertas são são financeiramente financeiram ente tentadoras, mas não são acompanhadas pela aprovação divina. c) Em um ministério determinado pela posição e não pela unção — “Entran “En trando do eles eles,, pois pois,, na casa casa de Mica M ica e tomand tom andoo a imagem imagem de escultura, a estola sacerdotal, os ídolos do lar e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que estais fazendo? Eles lhe disseram: Cala-te, e põe a mão na boca, e vem conosco, e sê-nos por pai e sacerdote. Ser-te-á melhor seres sacerdote da 94
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casa casa de um só home ho memm do d o que sere seress sacerdote sacerdote de uma um a tribo e de de uma família em Israel? Então, se alegrou o coração do sacer dote, tomou tom ou a estola estola sacerdotal, sacerdotal, osos ídolos ídolos do lar e a imagem de escultura e entrou no meio do povo” (Jz 18.19,20). O texto diz que o Levita se alegrou porque seria sacerdote de uma tribo inteira e não de uma casa apenas! Visivelmente possuía um ministério condicionado pela po posiçã ição em vez de fundamentá-lo na unção. Nosso sistema de governo episcopal possui suas vanta gens, porém tem suas desvantagens. Uma delas está no perigo de se viver em função do título! Esses títulos dão grandes honrarias para quem quem os possui e por po r isso isso essas essas posições, posições, que são biblicamente ape nas funções, são, às vezes, disputadas a tapas! Quando um obreiro dirige seu ministério com essa atitude, assemelha-se àquele homem que fez um esforço enorme para colocar sua escada em uma parede muito alta. Quando chegou em seu topo descobriu com enorme tristeza que havia posto a escada na parede errada!2 E lias lias n o M on te Sin Sin ai — a rev r evel elação ação da su su ce cess ssão ão Uma volt v oltaa às origens origens
Voltando à história de Elias, observamos que ele fez um longo percurso até chegar ao monte Horebe, também conhecido na literatura bíblica como monte Sinai (Êx 3.1; Èx 19.1). O percurso era de aproxi madam ma damente ente seiscentos seiscentos quilômetros. Foi Foi nesse nesse monte mo nte que o Senhor Senh or havia havia se revelado a Moisés muito tempo antes como o grande EU SOU (Êx 3.1). Posteriormente foi nesse mesmo monte que o Senhor revelou a Lei a Moisés (Êx 19.1-25; 20.1-26). A distância era grande, mas Elias necessitava voltar às origens da sua fé! Sem dúvidas esses fatos estavam na mente m ente de Elias quando q uando ele ele para ali se dirigiu. dirigiu. Para reorientar a cami cam i nhada, nada melhor do que uma volta às origens! O expositor expositor bíbli bíblico co Musa Mu sa Goto G otomm (2010, (2010, pp.440,441) destaca destaca o fato fato que “o Senh S enhor or não havia havia dito para Elias voltar ao m onte on te Sinai, Sinai, de modo m odo que lhe perguntou: perguntou : Quefazes aqui, Elias1? (19,9). Deus De us fez essa essa pergu per gunta nta ao profeta para lembrá-lo de que ele poderia ter buscado ao Senhor em qualquer parte de Israel. Se o Senhor ouviu às suas orações e respondeu a elas no monte Carmelo, podia ouvi-las em qualquer lugar. Elias dese java java busc bu scarar ao Senho en horr da aliança alia nça no luga lugarr onde on de ele se enco en contntrararara com com 95
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Moisés e Israel. O Senhor de Israel, porém, não é um Deus local, mais acessível no Sinai do que em qualquer outro lugar.”3 Uma revelaç revelação ão impactan impac tante! te!
Vendo que Elias havia se enclausurado em uma caverna, o próprio Senhor trata de provocar um diálogo com o profeta. É nesse diálogo que percebemos que Elias estava vendo as coisas de forma distorcida. Charles Swindoll Swindoll destaca que “Elias “Elias tinha uma um a visão visão tão deturpad de turpadaa da situação que que não considerou a origem de sua ameaça. Pense nisso. A ameaça não viera de Deus: fora feita por um ser humano carnal e ímpio que vivia uma vida sem Deus e distante de suas coisas. Se Elias estivesse pensando de maneira realista e clara teria percebido isso. Sua boa avaliação do momento, assim como sua fé, teriam produzido o seguinte tipo de conversa consigo mesmo: “Ei, é Deus Deus quem quem está está no controle dessa dessa situação situação, não não Jezabe Jezabel.l. Não Nã o dê a mínima mínima
para su suas ameaças. Confie onfie em Deus, eus, do do jeito je ito que você temfeito temfeit o tod todos esses anos!'H s!'H
Duas Duas coisa coisass ficam patente patentes:s: Deus Deus continuava sendo Senho Senhorr da história e Elias não havia trabalha trabalhado do em vão vão (1 Rs 19.9-14). 19.9-14). O Senho Sen horr revela revela ao profeta a existência de sete mil remanescentes da adoração verdadeira (1 Rs 19.18). Q uem ue m eram? eram? Ningu Nin guém ém sabe sabe,, mas mas com certeza ce rteza pesso pessoas as do povo que nem mes mo eram vistas, mas que amavam ao Senhor. Foi o próprio Deus quem os havia conservado. Mas a revelação continuou: Deus revelou a Elias a neces sidade de um sucessor (1 Rs 19.16). A propósito, Charles Swindoll destaca que “graças ao modo gentil e bondoso de Deus, Elias arrastou-se para fora da caverna. “Partiu, pois, Elias dali”. De maneira graciosa Deus o alimentara e dera descanso, refrigério e sábios conselhos, fazendo que Elias se sentisse novamente novamente parte parte significa significativa tiva de seu plano. Isso é que é compaixão! compaixão! Então Deus permitiu que Elias passasse seu manto para Eliseu, seu sucessor. Mas fez mais do que isso, muito mais, pois Eliseu “se dispôs, e seguiu a Elias, e o servia”. Deus não deu a Elias apenas um sucessor: deu também um amigo próximo, pessoal, alguém que amava Elias e o compreendia suficientemente bem para servi-lo e encorajá-lo.5
E lias lias na n a casa de E liseu liseu — a seleção seleção da suce su cess ssão ão A exclusividade da chamada chamada
O texto de 1 Reis 19.19-21, 19. 19-21, tratan tra tando do sobre a vocação vocação de Elise Eliseuu é rico em detalhes sobre a sua chamada. Alguns deles se sobressaem nesse relato. Pri 96
E l i a s P r e p a r a o s e u Su c e s s o r
meiramente observamos que Deus chama pessoas fiéis. Sem dúvida, Eliseu fazia parte da estatística divina divina dos sete mil. mil. Em segundo lugar lugar,, Deus chama para o seu serviço serviço pessoas pessoas que são ocupadas. ocupadas. Ele estava trabalhan trabalhando do com doze juntas juntas de bois bois!! A obra de Deus De us não é profissã profissãoo nem ne m tampouco tam pouco emprego. emprego. E vocação. Em terceiro lugar, Eliseu percebeu que o ministério tem custo! Ele sacrificou os bois e deu como comida ao povo. Quem põe a sua mão no arado não pode olhar para trás. Em quarto lugar, Eliseu entendeu que o ministério profético é um “servir”. Eliseu passou a servir a Elias. Rayond B. Dillard destaca que “o chamado de Deus para todos nós é a sinceridade ao comprometimento. Para alguns, isso significa deixar um negócio ou empre go para seguir uma vocação profissional no ministério. Para outros, significa servi servirr dedicadamente em muitos diferentes empreendimentos. empreendiment os. Seja Seja qual for o nosso nosso trabalho, trabalho, quer no ministério ou num emprego, o chamado de Deus para pa ra o serviço serviço e compromisso compromisso deve eclipsar todos os outros o utros.”.”66 A autoridade autori dade da chamada
Quando Elias encontrou Eliseu, o texto sagrado registra: “E lançou o seu manto sobre ele” (1 Rs 19.9). Na cultura bíblica o manto mantém um símbolo da autoridade profética (2 Rs Rs 1.8; 1.8; Zc 13.4 13.4;; M t 3.4). 3.4). Lançá-lo, portanto, sobre outrem demonstrava poder e autoridade. Com esse gesto Eliseu estava estava sendo credenciado para o ofício ofício profético. profético. Raymond Raymo nd Dillard D illard destaca que “uma maneira na qual os escritores do Antigo Testamento descrevem a possessão pelo Espírito de Deus é dizer que o Espírito “re vestia” um profeta. [Obs: Isso no original em hebraico; nas diversas ver sões, sões, às vezes vezes foram usadas outras outr as palavras, palavras, como vemos a seguir — N .R.] .R .] (1 Cr 12.18-19 [“entrou”]; 2 Cr 24.20 [“se apoderou”]; Jz 6.34). Esse é o pano de fundo para o simbolismo envolvido quando Elias lançou o seu m anto anto sobre Eliseu E liseu (1 Rs 19.19). Eliseu, como Elias, E lias, seria revestido com o Espírito de Deus, e introduzido na ordem dos profetas. profetas. Mais tarde, quan do Elias foi levado para o céu, Eliseu apanhou o manto de Elias e dividiu as águas águas do rio Jordão Jord ão e, então, o grupo de profetas profetas que testemunh testem unhou ou essa ação, ação, soube soube que “o “o espírito de Elias repousa r epousa sobre Eliseu” Eli seu” (2 Rs 2.132.1 3-15 15).”7 ).”7 De nada adianta, portanto, o ofício se a unção não o acompanha! Não é, portanto, o ofício que determina a unção, mas a unção que valida o ofício! Eliseu de fato recebeu autoridade divina, divina, pois possuiu possuiu um ministério mar m ar cado por milagres. milagres. H oje há muita m uita titulação titulação,, mas pouca unção! unção! 97
Po r ç ã o D o b r a d a
Elias e o disci discipu pulado lado de Eliseu E liseu— — a lapidaç apida ção do sucess sucessor or As A s virtud vir tudes es de Elise El iseuu
O relato relato de 2 Reis 2.1-8 mostra algumas fases fases do discipulado de Eli E li seu. seu. Elias vai a vários lugares diferentes e em cada um deles se observa que o profeta põe o discípulo à prov prova.a. Primeiram Prim eiramente ente Eliseu demon dem onstrou strou estar familiarizado com aquilo que o Senhor estava prestes a fazer (2 Rs 2.1). Ele estava consciente de que algo extraordinário envolvendo o profeta Elias aconteceria a qualquer momento (2 Rs 2.3) e que ele também fazia parte dessa história. Em segundo lugar, Eliseu demonstrou perseverança quando quand o se recusou recusou a largar Elias Elias.. Ele o acom a companh panhou ou em Gilgal, Betei, Betei, Je rico e Jordão (2 Rs 2.1-6). Tivesse ele ficado pelo caminho não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim fim.. Em terceiro terceiro lugar, lugar, Eliseu Eliseu provou provou ser ser um homem hom em vigilante quando “viu” Elias sendo assunto aos céus! (2 Rs 2.12). A história da chamada de Eliseu e como se deu o seu discipulado deveria servir de padrão para os ministros hodiernos! Infelizmente a qualidade dos ministros evangélicos da atualidade tem caído muito e a fragmentação das Convenções e Concílios tem uma boa parcela de con tribuição nesse processo. Geralmente o processo acontece pela disputa de domínio de determinado espaço ou território entre as lideranças, que não chegando chegan do a um u m consenso cons enso sobre asas suas esfera esferass de atuação, atuação, resolvem dividir de forma litigiosa determinado campo pastoral. Feito isso, a parte menor passa a consagrar ministros para que uma nova Convenção ou Concílio seja formado. E exatamente aí que as qualificações exigidas para a apre sentação de um Ministro da Palavra costumam ser esquecidas. O alvo agora não é mais a qualidade, mas a quantidade, visto que se procura quorum para a nova Convenção formada! Já vi e ouvi por esse Brasil afora de Convenções consagrando consa grando ao ministério: ministério: sodomitas, pedófilos, pedófilos, estelionatários, etc, etc., para oficiarem como ministros do Senhor! A consequência de tudo isso isso é refletida refletid a nas igre igrejas jas,, que passam pass am a atuar simples sim plesme mente nte como meros clubes sociais e não como o verdadeiro Corpo de Cristo.
A nobreza nobrez a de um pedido ped ido
O pedido que Eliseu fez ao profeta Elias antes deste ser assunto aos céus é algo que merece uma reflexão à parte. Na verdade esse pedido de Eliseu revela a nobreza da sua chamada. Diante de uma oportunidade única, Eliseu 98
E l i a s P r e p a r a o s e u Su c e s s o r
não teve dúvidas: pediu a porção dobrada do espírito de Elias (2 Rs 2.9). Eliseu tomou conhecimento daquilo que seu mestre fazia, e em outras ocasiões ele mesmo fora testemunha desses milagres. Ele não tinha dúvidas, queria aquilo para ele, só que em uma proporção bem maior. Deus se agradou do pedido de de Eliseu como se agradara do pedido de Salomão (1 Rs 3.10). 3.10). Em o Novo Testamento Testamen to encontramos enco ntramos o apóstolo apóstolo Paulo Paulo dizendo: “Fiel “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja” (1 Tm 3.1). Desejar Des ejar ser um ministro min istro da d a Palavra Palavra é um dos desejos desejos mais nobres! nobres! Todavia contrastando aquilo que diz a Escritura com a prática ministerial hodierna, constatamos algumas anomalias. Como essa divulgada por Bill McCartney, diretor de de um grande ministéri ministérioo para homens. Em uma pes quisa feita entre pastores americanos ele descobriu dados assustadores: 80% creem que o exercício do ministério tem empobrecido sua vida familiar; 33% creem que a igreja é responsável pelos desastres familiares em suas famílias; 50% sentem-se incapazes para o exercício ministerial; 90% rejeitam o treinamento que receberam, acham que os seminários seminários são inadequados para a tarefa de treinar trein ar pastores; 70% 70% têm uma autoestima mais baixa hoje do que quando começaram o mi nistério; 37% estiveram ou estão envolvidos em uma aventura sexual ilícita com membros de sua igreja; 70% disseram que não tem um só amigo; 40% pensam seriamente em desistir do ministério.8
Esses dados revelam que muitos obreiros não possuem a cosmovisão bíblica do ministério pastoral, mas o veem como uma camisa de força que os oprime. Evidentemente que não é isso que a Bíblia mostra sobre sobre a prática do episcopado episcopado.. Necessitamos urgen ur gentem temente ente voltar para o ensino bíblico sobre sobre a verdadeira função ministerial m inisterial e como ela enriqu en riquee ce a nossa vida e não o contrário. O legad legadoo de Eli Elias Espiritual
Elias saiu de cena, mas deixou para seu discípulo um grande legado. Elias Elias não era um homem hom em rico, rico, portanto, portanto, não deixou deixou bens bens materiai materiais.s. Mas Ma s Elias foi um gigante espiritual e como tal deixou para Eliseu essa herança. Elias foi foi um hom ho m em zeloso zeloso e foi ess essee zelo zelo que o fez ir até as últimas últimas conse quências na sua defesa da adoração verdadeira (1 Rs 18.1-36) 1 8.1-36).. Elias també tam bémm foi um homem extremamente ousado. Isso é facilmente percebido quando ele enfrenta enfrenta o rei Acabe e prediz pred iz a grande seca seca sobre Israel (1(1 Rs 17.1). 17.1). Por 99
Po r ç ã o D o b r a d a
outro lado, Elias foi um homem de grande fé. Somente um homem com a confiança e fé que Elias demonstrou ter, poderia ser capaz de protagonizar os fatos narrados nos livros de Reis (1 Rs 17.8-23; 18.41-46). Eliseu viveu nesse contexto, foi influenciado por ele e teve esse le gado como herança. Mo M o ral ra l
Elias não foi um homem apenas de grandes virtudes espirituais, mas também tam bém portador port ador de virtudes morais. morais. E perceptível perceptível no relato bíblico que Elias Elias possuía fortes valores valores morais. morais. Elias denuncia denuncia os profetas que qu e comiam comiam da mesa de Jezabel (1 Rs 18.19). Como pode alguém comprado possuir autoridade para profetizar? profetizar? A percepção do que era certo ou errado, errado, do que era justo ou injusto também també m eram bem b em patentes na vida do profeta de Tisbe. Esses valo valoreress morais se tomam evidentes quando ele demonstra grande indignação diante da ação do rei Acabe. Acabe assassina assassina Nabo Na botete para para ficar com a vinha vinh a deste (1 Rs 21.17-20). Para Elias, Acabe havia se vendido para fazer o mal. Acerca dos valores fundamentais, o filósofo Battista Mondin des taca que eles são: “Os guias que o ajudam (o homem) a realizar o próprio projeto de humanidade. Eis, portanto, o critério para estabelecer a hierarquia de valores: ele é constituído pela contribuição que uma coisa, uma pessoa, uma ação pode dar para a realização do projeto-homem e do valorhomem. Uma realidade realidade ocupa um degrau tanto tan to mais elevad elevadoo na n a hierar quia dos dos valores valores quanto quanto maior é a sua contribuição contribuição nesse sentido senti do e tanto tan to mais baixo baixo é meno me norr sua contribuição. De D e fato, asas hierarquias de d e valores valores foram estabelecidas por quase todos os estudiosos com esse critério. E, se as hierarquias aparecem tão contrastante contra stantess e disparatadas, deve-se deve-se so mente ao desacordo que reina entre os filósofos em relação ao projetohomem. Se aceitarmos o projeto nietzscheano, obtemos uma hierarquia que tem no ápice a vontade de poder. Se acolhermos o projeto marxista, o primeiro lugar na hierarquia de valores cabe ao trabalho. Se assumir mos um projeto freudiano, elaboramos uma hierarquia fundada sobre o primado do prazer [...] Um projeto-homem, para ser fiel a todos os dados de nossa experiência, leva leva em consideração também também a experiência da transcendência e, portanto, no ápice da escala dos valores outro que não o próprio Deus. Ele, já digno da máxima estima, respeito e louvor por si mesmo, é também digno da máxima consideração em relação ao projeto-homem, porque só Ele é capaz de assegurar ao homem a atuação atuação plena do próprio p róprio projeto de humanida hum anidade.” de.”99 100
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Eliseu aprendera que ninguém conseguirá ser um homem de Deus como Elias o foi, se não possuir valores morais e espirituais bem definidos. A história de Elias e de seu sucessor Eliseu é instrutiva para a lide rança espiritual. Nestes dias onde há uma crise de liderança, as vidas de Elias e Eliseu sese erguem como um u m memorial mem orial para o qual devemos devemos olhar. olhar. Aprendemos com Elias que os líderes são humanos e, portanto, susce tíveis a falhas. Aprendemos que existe a hora de ir, mas também a de voltar (1(1 Rs 19.15). 19.15). Líderes também tam bém recuam recuam!! Aprende Apre ndemm os que além dos Elias, Deus também vê Eliseu. Aprendemos, pois, a história do reino é construída por homens que se dispõem em obedecê-lo.
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An tigo Testamento Testam ento Inte Int er pre pr etado CHA CH A M PL PLIM IM,, Nor Norman man Rüs Rüsse sell. O Antigo Ver Ver sículo por Ver Ver sículo. sículo. Rio de Janeiro: CPAD. GONÇ GO NÇAL ALVE VES,S, José José.. Rastros Rastr os de Fog F ogoo - o que difer diferenci enciaa o pentecos pen tecostes tes bíblico do neopentecostalismo neopen tecostalismo atual. atua l. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. G O T O M , Musa. Musa. In Comentár Coment ário io Bíblico Bíblico Afr Afr ican icano. o. São Paulo: Editora M undo un do Cristão, Cristão, 201 2010.0. Elias — um homem h omem de her oísmo oísmo e humildade. SWIND SW INDOL OLL, L, Char Charlles. es. Elias São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2010. Elias - um homem de heroísmo heroísmo e humildade. humildade. São SWINDOL SWINDOLL, L, Ch Charles. Elias Paulo: Editora Mundo Cristão, 2010. D ILLA IL LARR D , Raymond B. Fé em em Face da da Aposta Ap ostasia sia — o evangelho segun do Eli E lias as e Elis E liseu. eu. Editora Cultura Cristã. D ILLA IL LARD RD,, Raymond B. B. Fé em Face da Apostasia — o evangelho se gundo gun do Eli E lias as e Eliseu. Eliseu. Editora Cultura Cristã. Veja uma exposi exposiçã çãoo mais mais detalhada em em meu liv livro ro:: As Ovelha Ovelhass Também Tam bém Janeiro: CPAD CP AD,, 2007. 2007. Gemem. Rio de Janeiro: M O N D IN, IN , Batti Battiststa.a. O s Valor alor es Fundam Fun damentais. entais. São Paulo: Edusc, 2005. 101
Capítulo
9
E l i a s n o M o n t e d a T r a n s f ig u r a ç ã o
relato sobre a transfiguração, conforme narrado nos evangelhos sinóticos é um dos mais emblemáticos do Novo Testamento (Mt (M t 17.1-13; M c 9.2-8; 9.2-8; Lc 9.28-36). 9.28-36). Além do nome nom e de Moi M oi sés, sés, o texto põe em evidência evidência também també m o nome nom e de Elias.Todav Elias.T odaviaia diferen temente dos outros textos até aqui estudados, Elias não aparece como a figura central, mas como uma um a figura secundária! secundária! O centro c entro é deslocado deslocado do profeta pro feta de Tisbe Tis be para o Profeta de Nazaré. Jesus, Jesus, e não mais Elias, Elias, é o centro da revelação bíblica. Moisés, Elias, Pedro, Tiago e João, tam bém nominados nesse texto aparecem como figurantes numa cena onde Cristo, o Messias prome p rometido, tido, é a figura figura principal. Antes de uma análise puramente exegética e teológica da passagem de Marcos 9.2-29, quero compartilhar o seu lado devociona devocionall que muito mu ito tem t em me edificado. Resolvi estender a leitura do capítulo 9 do Evangelho de Marcos até o versículo 29, incluindo o episódio da libertação de um jovem possesso, porque uma leitura paralela paralela do Evangelho de Lucas (Lc 9.28-43) 9.28-4 3) reve revelala que que a libertação libertação dele aconteceu “no “no dia seguinte, quando quand o eles eles desceram do mont monte” e” (Lc 9.37). 9.37). Em Em outras palavr palavras, as, os eventos eventos da da transfiguração e da libertação l ibertação do jovem lunátic lunático,o, ocorreram dentro da mesma me sma sequência dos fatos ali ali narrado narrados.s. Pois bem, a pergunta chave que aparece logo após ter ocorrido a li bertação do jovem lunático e, portan po rtanto, to, após o evento da Transfiguração é: “Porque nós não pudemos expulsá-lo?” (Mc 9.28). Acredito que essa é uma das perguntas perg untas mais mais pertinente pertin entess para pa ra o atu al momento em que vive a igreja evangélica brasileira. Essa pergunta poderia ser feita de uma outra forma e ainda assim o seu sentido seria o mesmo: “Qual “Qu al a causa de nossa ineficiência?” ineficiência?” Por Po r que estamo e stamoss crescendo numericamente, mas ainda assim padecemos de um cristianismo fraco e que pouco tem salgado a sociedade? Qual a razão de nosso caos teológi co? São perguntas que demandam uma resposta.
O
Elias n o M o n t e da T ransfiguração
Se olharmos com cuidado para o que revela o texto de Marcos 9.229, observaremos algumas características do cristianismo transfigurado, isto é, que brilha. Quais, pois, seriam essas características desse cristianismo nismo que brilh br ilha? a? Aqui vão algumas delas: 1. E le esca escala la montes montes — “dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte” (Mc 9.2). 9.2). E interessante observarmos que os outros discípulo discípulos,s, nove deles, haviam ficado embaixo, pois, o Senhor Jesus levou consigo somente a Pedro, Tiago e João (v.2). Os outros ha viam ficado embaixo, não subiram o monte. Quem não sobe o Monte não terá vitória nas lutas espirituais. Escrevi sobre isso quando tratei sobre a vida do patriarca Abraão: “Vai-te a terra de Moriá” (Gn 22.1). Deus mandou Abraão subir o monte Moriá! Ninguém será abençoado sem escalar o monte! É necessá necessário rio subir o Mori M oriáá de Deus e encontrar enc ontrar a bênção bênção no seu cimo. cimo. Hoje Ho je está na moda m oda subir o “m “m onte” on te” como um lugar místico em busca da bênção! Mas a Escritura mostra que como princípio, princíp io, subir o m onte on te está es tá associado associado à necessidade de se buscar ou subir s ubir até a presença de Deus D eus e não a geografia geografia de um lugar lug ar (Jo 4.20-24). O monte mon te pode ser o nosso nosso quarto ou o templo templo da igre igre ja ou aind aindaa qualqu qualquerer outro ou tro lugar lugar (M t 6.6; A t 16.13,16). 16.13,16). Q uem ue m ora hoje hoje no monte mon te Sinai, Sinai, monte mo nte Moriá M oriá ou mesmo em Jerusalém Jerusalém não leva leva nenhum nenh umaa vantagem sobre sobre quem, por po r exemplo exemplo,, ora ora numa num a pequena cidade do sertão nordestino ou na grande São Paulo. A geografia não é mais importante e sim a esfera e a atitude na qual a oração acontece, acontece, isto isto é, no Espírito Esp írito (Ef (E f 6.18; 6.18; 1 T m 4.7)”.1 4.7)”.1 2. E le é metamorfose metamorfoseado ado — “Foi transfigurado diante deles” (v.2). A palavra traduzida em português como “transfigurado” corresponde ao vocábulo grego metemorphôté, que é o aoristo passivo de metamorphóô? Esse mesmo vocábulo é usado pelo apóstolo Paulo em Romanos 12.1,2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transfor mai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimen teis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. 103
Po r ç ã o D o b r a d a
O expositor expositor bíblico bíblico William Wi lliam Barclay em seu comentário da d a Epís Ep ís tola aos Romanos, observa que: “Não devemos adotar as formas do mundo; sem transformar-nos, quer dizer, adquirir uma nova maneira de viver. Para expressar esta verdade Paulo usa duas pa lavras gregas quase intraduzíveis, que requerem uma frase para transmitir seu sentido. A palavra que usa para amoldar-nos ao mundo é syschematizesthai, da raiz schema— de onde vem a palav palavrara for ma portuguesa e quase internacional schema —, que quer dizer forma exterior que muda de ano em ano e quase de dia a dia. O schema de uma pessoa pessoa não não é o mesmo quand qu andoo tem te m 17 anos anos e quando quan do tem 70; nem quando sai do trabalho e quando está numa festa. Está mudando mud ando constantemente. constan temente. E como se Paulo Paulo diss dissesessese:: Não cuidei cuideiss de estar sempre em dia com todos os modismos deste mundo; não sejais ‘camaleões’, tomando sempre a cor do ambiente”.3 Por outro lado, continua Barclay em sua análise: “A palavra que (Paulo) usa para transformaivos de uma manei ra distinta da palavra do mundo é metamorphusthai, da raiz morfê, que nature reza za esse essenc ncia iall e inalte i nalteráve rávell de alg algoo. Uma pessoa não tem quer dizer a natu o mesmo schema aos 17 e aos 70 anos, todavia possui a mesma morphè (essência); o macacão não tem o mesmo schema do vestido de uma ce rimônia, mas possui a mesma morphè, muda seu aspecto exterior; pelo que segue sendo a mesma pessoa. Assim, disse Paulo, para dar culto e servir a Deus temos que experimentar uma mudança, não de aspecto, senão de personalidade. Em que consiste essa mudança? Paulo diria que, por nós mesmos, vivíamos kata sarka (segundo a carne), domina dos pela natureza humana em seu nível mais baixo; em Cristo vivemos kata Christon (segundo Cristo) ou kata Pneuma fsegundo o Espírito), sob o controle de Cristo e do Espírito. O cristão é uma pessoa que mudou em sua essência: agora vive, não uma vida egocêntrica, senão cristocêntrica. Isto deve ocorrer, diz Paulo, pela renovação da mentalidade. A renovação é anakainosis. anakainosis. No grego há duas palavra que ele emprega para renovação palavras para novo: neós e kainós. Neós se refere ao tempo, e kainós ao ca ráter e. a natureza. Um lápis lápis recém fabricado é neós; mas uma pessoa que que era antes pecadora e agora e está chegando a ser santa é kainós. Quando Cristo entra na vida de um homem, este é um novo homem; tem uma mentalidade diferente, porque tem a mente de Cristo.”4 3. Ele é fundamentad fund amentadoo na Palavra de Deus Deus — ‘E apareceu-lhes Elias com Moisés” (v.4). Todos os intérpretes entendem que os nomes “Elias” e “Mo “Moisés isés””representa repre sentamm figuradament figuradamentee a Palavra de 1 04
Elias n o M o n t e d a Tr a n s f i g u r a ç ã o
Deus. Elias representa os os profetas enquanto enqua nto Moisés, Moi sés, a Lei. O cris tianismo deixa de ser autêntico quando se distancia da palavra de Deus. Em outro livro de minha autoria, escrevi: Uma igreja mo delo possui como fundamento a Palavra e o Espírito. Somente o Espírito sem a Palavra de Deus incorre-se em fanatismo; todavia a Palav Palavrara sem o Espírito não passa passa de ortodoxia morta. O correto correto é termos o equilíbrio equilíbrio entre a Palavr Palavraa e o Espírito. O principal mal do pentecostalismo contemporân contem porâneo eo é essa falta de equilíbrio entre a Palavra e o Espírito. Como vimos um carismatismo sem fun dament dam entoo bíblico bíblico transforma-se trans forma-se em desvio desvios,s, modismos, inova inovaçõe ções,s, desv desvioioss doutrinários evoluindo evoluindo para doutrinas doutrinas heréticas.5 4. Ele Ele promov promovee es espa pant ntoo — ‘Pois não sabiam o que dizia, porque estavam assombrados” (v.6). Uma das tragédias do cristianismo hodierno é que ele não promove mais espanto! Um grande nú mero de cristãos parece ter se acostumado com uma vida religiosa onde ond e nada nada mais é nov novo.o. Não Nã o há há espanto algum! algum! Mas experimentar espanto diante do sagrado é um fenômeno presente nas religiões. Mircea Mirc ea Elliade (2008, pp.16,17) destaca destaca que o hom h omem em “desc “descobre obre pa vor r diante do sagrado, diante desse mysterium o sentimento de pavo tremendum, dessa majestas que exala uma superioridade esmaga dora de poder; encontra o temor religioso diante do mysterium fascinans fascinans, em que se expande a perfeita plenitude do ser.”6 Esse espanto diante do sagrado, do totalmente outro, nós encon tramos no relato da Pesca Maravilhosa (Lc 5.1-11) Quando Pedro viu o que ocorrera, prostrou-se aos pés do Senhor e exclamou: “Retira-te de mim, porque sou pecador” (v.8). E o texto ainda diz que a admiração apoderou-se de seus companheiros! (v.9). Esse é um cristianismo que promove es panto! Que causa admiração! El e possui imanência imanência — ‘Saiu da nuvem uma voz que dizia: 5. Ele Este é o meu filho amado; a ele ouvi”(v.7). O cristianismo bíbli co é transcendente, isto é, Deus é totalmente outro e não pode ser confundido com suas criaturas. Todavia ele possui também imanência. Não está solto em um universo metafísico onde a realidade espiritual é algo inatingível. Não, o nosso Deus se faz presente no nosso dia a dia (SI 46.1). Ele possui voz, portanto, 105
Po r ç ã o D o b r a d a
possui a faculdade da fala. Não é mudo! É bom sabermos que quando oramos não estamos presos em um monólogo, mas esta mos nos relacionando relacionando com com um u m Deu D euss que também fala ala. 6. Ele não não f a z publici publicidad dadee — “E, descendo eles do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto” (v.9). Isso me chama a atenção, pois quem não gostaria de no ticiar um feito desses? O cristianismo midiático de hoje faz isso o dia todo. Gosta de ser visto, admirado e paparicado. È exibici exibicionist onista!a! Todavia o cristianism cristia nismoo bíblico não faz prop pr opag agan an da, da, mas mas é visto. visto. E visto visto porque é uma obra do Espírito E spírito Santo e não do homem. O cristianismo da mídia gosta de números, de multidões e de muito dinheiro. Mas é um cristianismo pobre! 7. Ele tem ressurreição, mas também tem morte — “E eles eles retive retive ram o caso caso entre si, si, perguntan pergu ntando do uns aos aos outros que seria seria aqui aqu i lo, ressuscitar dos mortos (...) E, respondendo ele, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas restaurará; e como está escrito do filho do homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado” (v.10,12). O cristianismo bíblico possui ressurreição, mas também possui morte! O texto de Lucas 9.31, que é paralelo a esse e diz: “os quais apareceram com glória, e falavam da sua morte, a qual ha via de cumprir-se em Jerusalém.’’Hoje se fala muito cm “vitória”, mas nada de morte. O cristianismo contemporâneo tem pavor da morte! Não quer morrer, mas não tem vida! Só há ressurreição se houver morte! Precisamos morrer morr er para para que possamos viv viverer.. 8. Ele tem tem consciência consciência escatoló escatológica gica — ‘E interrogaram-no, di zendo: por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro prim eiro?” ?” (v. 11). 11). O cristianism cristia nismoo bíblico possui um for te apelo escatológico, pois não é imediatista e preso a esta era. Ele tem seu olhar no futuro! Crer na parousia do Senhor. Ele sabe que tudo aqui é efêmero, como a neblina que se dispersa! de Fogo, escrevi: Em meu livro: Rastros de “É falso falso qualquer suposto movimento mov imento espiritual espiritual que alega alega ser ser herdeiro do avivamento bíblico, mas que possui uma visão esca tológica deformada ou mutilada. Os autênticos movimentos de avivamento avivamento ao longo da história da d a igreja foram logo reconhecidos 106
E l i a s n o M o n t e d a Tr a n s f i g u r a ç ã o
como tal porque possuíam um entendimento correto da escatologia bíblica. No atual pentecostalismo observa-se um distancia ment me ntoo cada vez mais crescente da escatologia bíblica. E a pregação do imediatismo, do ineditismo e mercantilismo que tem reinado nesses últimos anos no carismatismo contemporâneo”.7 9. Não pode pode ser ser resumido resumido a um simples debate teol teolóógico gico — “E, quando se aproximou dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão, e alguns escribas disputavam com eles”. Quando a fé cristã se resume a uma simples controvérsia te ológica, então ela perdeu sua essência. O cristianismo bíblico não pode ser resumido a um mero debate de ideias. Há muita “teologia” sendo debatida por ai, mas são debates estéreis que não promovem a verdadeira edificação. Ela se resume na sua maioria a um confronto ideológico entre confissões religiosas. Cristianismo é vida, é Espírito, é a Palavra de Deus. O texto mostra que os discípulos que ficaram no vale se limitaram a de bater com os escribas, e pelo visto estavam em desvantagem. Os escribas eram bons de debates teológicos, mas ineficientes em promover uma fé viva no povo. A teologia não deve servir apenas como alimento do intelecto, mas também da alma. O Senhor Sen hor Jesus afirmou que “N “N ão só de pão viverá viverá o homem, home m, mas de toda tod a palavra que sai da boca de Deus” De us” (Mt (M t 4.4) 10. Ele não se resume a um produto cultural — “Ó geração in crédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei ainda ainda?? (v. (v. 19). Enten En tendo do que o termo “gera “geração” ção”aqui pode ser traduzido como cultura. Por que as pessoas daquela cultura eram tão incrédulas? Não foi aquela geração a escolhida por Deus para ver a manifestação do Messias (G1 4.4)? Parece que os discípulos estavam também influenciados por po r aquela cultura cultura incrédula e por po r isso isso apresentaram dificuldade em se render diante do sobrenatural de Deus. Preci savam viver à sombra do Senhor, quando o Senhor cobrou deles a responsabilidade responsabilidade por aquele momento. mom ento. Era E ramm eles eles que deveriam deveriam ter expelido aquele demônio e não ficarem ineficientes diante da ação ação do mal. Será Será que que a cultura contemporânea contemporâ nea também tam bém não tem moldado a fé e o comportamento de muitos cristãos? 107
Po r ç ã o D o b r a d a
11. Ele Ele nãopode pode ser resumido resumido a fórmulas fórm ulas — ‘Por que não pudemos
nós expulsá-lo?” (v.28). Eles estavam atônitos diante do fracas so! Essa perg p ergunta unta ganha g anha o sentido: sentido: “Po “Porr que a nossa nossa fórmula não funcionou?” Não é que eles não tivessem tentado, porque o texto deixa claro que os discípulos tentaram expelir esse espírito, mas não conseguiram. “Roguei aos teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam” (v. 18). Não tenho dúvidas que eles se valeram dos métodos e fórmulas aprendidas, mas nada aconteceu! O pró prio Senho Senhorr dissera que que os demônio dem ônioss são expulso expulsoss não pelo uso de uma técnica ou fórmula, mas pelo poder do Espírito Santo (Mt 12.28). Um cristianismo preso a formulas ou métodos fracassará! 12. 12. Ele é relacional— ‘E sta st a casta não pode sair sair senão senão por po r meio de oração [e jejum]” (v.29). Já dissemos que o cristianismo bí blico não se prende a fórmulas, por quê? Porque ele é relacio nal, isto é, se fundamenta em relacionamentos. A fé cristã é construída pela comunhão com Deus! De nada adianta fór mulas, técnicas, recursos de marketing, se não houver relacio namentos! Deus quer que seus filhos se relacionem com ele e então a vida vitoriosa tão almejada chegará. Vejamos agora uma análise mais exegética dessa passagem para descobrirmos a relação que Elias, o profeta de Tisbe, possui com Jesus de Nazaré, o Messias de Deus. E lias, lias, o M essia essia s e a tr ansfigur ansfiguração ação Metamor Meta morfose fose
O texto sagrado relata que tão logo subiram ao Monte, Jesus foi “transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz”. (Mt 17.2). Como já disse, a pa lavra transfigurar , traduz o termo grego metamorfose. Mantém o sentido de mudança de aparência ou forma, mas não mudança de essência. A transfiguração transfiguração não transformou transform ou Jesus em Deus, D eus, mas mostrou mo strou aos aos discípu los aquilo que ele fora o tempo todo: o verbo encarnado (Jo 1.1; 17.1-5). Os discípulos observaram que o seu rosto brilhou como o sol (Mt 17.2). O texto revela também que suas vestes resplandeceram (Mt 17.2). Esses fatos fatos põem em evidência a identidade do Messias, o filho filho de Deus. 108
El i a s n o M o n t e d a Tr a n s f i g u r a ç ã o
Shekiná
Mateus detalha que durante a transfiguração “uma nuvem lumi nosa os envolveu” (Mt 17.5). E relevante o fato de que Mateus, que escreveu o seu evangelho para judeus, quer por em evidência o fato de que Jesus é o Messias anunciado e isso pode ser visto na manifestação da nuvem luminosa. No Antigo Testamento essa nuvem recebe o nome de shekiná, e relacionada com a manifestação da presença de Deus (Ex 14.19,20; 24.15-17; 1 Rs 8.10, 11; Ez 1.4; 10.4). Tanto Moisés como Elias, quando estiveram no Sinai, presenciaram a manifestação dessa glória. Todavia não como agora os discípulos estavam vivenciando (Ex 19; 24; 1 Rs 19). Donald Carson, em seu comentário ao Evangelho de Mateus, destaca que: “A “nuvem” é associada, no Antigo Testamento e no judaísmo interbíblico, com a escatologia (SI 97.2; Is 4.5; Ez 30.3; D n 7.13; 7.13; Sf S f 1.15 1.15;; cfcf. 2 Baruc 53.1-12 53 .1-12;; 4 Ed E d 1.3; 1.3; 2 Mac M ac 2.8; b Sanhedrin 98a; cf Lc 21.27; 1 Ts 4.17) e com o Êxodo (Êx 13.21,22; 16.10; 19.16; 24.15-18; 24.15-1 8; 40.34 4 0.34-38). -38). Dos D os sinóticos, sinóticos, só só M ateus ateu s diz que a nuvem era era “res “res plandecente”, detalhe que lembra a glória shekiná * E lias, lias, o M essia essia s e a r estau estaurr ação Tipologia
No evento da transfiguração observamos observamos que o texto destaca os no mes de Moisés e Elias (Mt 17.3). Há um entendimento na igreja cristã que Moisés prefigura a Lei enquanto Elias, os profetas. E perceptível nessa passagem que Moisés aparece como uma figura tipológica. De fato, Mateus procura mostrar isso quando põe em evidência o próprio Deus falando aqui: “A Ele ouvi” (Mt 17.5). Moisés pronuinciou exa tamente estas palavras citadas nesse texto quando se referia ao Profeta que viria depois dele: “O S e n h o r , teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás” (Dt 18.15). A transfiguração revela que Moisés tem seu tipo revelado em Jesus de Nazaré e que toda a lei apontava para Ele. Escatologia
Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento da trans figuração, Elias aparece em um contexto escatológico. O texto de Malaquias 4.5,6 apresenta Elias como o precursor do Messias vindouro. O 109
Po r ç ã o D o b r a d a
Novo Testamento aplica a João, o Batista, o cumprimento dessa Escri tura: tura: “E “E irá adiante do Senhor Senh or no espírito e poder pode r de Elias, para par a conver ter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado” (Lc 1.17; Mt 11.14). Assim como Elias, João foi um profeta de confronto (Mt 3.7); um profeta ousado (Lc 3. 1-14) e um profeta rejeitado (Mt 11.18). A presença do Batista, o Elias que havia de vir, era uma clara demonstra ção da messiandade de Jesus. E lia lia s, o M essias essias e a r ejei ejeição O Messia Messiass espera esperado do
Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes do advento do Messias, Elias apareceria (Ml 4.5,6; Mt 17.10; 16.14). O relato de Mateus sugere que os escribas não reconheceram a Jesus como o Messias porque porqu e falta faltava va um sinal que para eles eles era determ de terminan inantete — o aparecimento de Elias Elias antes da manifestação manifestação do Messias (M ( M t 17.10). 17.10). Com Co m o Jesus pode ria ser o Messias se Elias ainda não viera? Jesus revela então que nenhum evento no programa profético deixara de ter o seu cumprimento. Elias já viera e os fatos demonstr demo nstravam avam isso isso.. Elias havia sido um profeta prof eta do deserto, João também o foi; Elias pregou em um período de transição, João prega na transição entre as duas Alianças; Elias confrontou reis (1 Rs 17.1,2; 2 Rs 1.1-4), João da mesma m esma forma (M ( M t 14.1-4). Mais uma vez ficara ficara cla claro: ro: João Joã o era o Elias que havia de vir vir e Jesus era o Messias. O Messias rejeitado rejeitado
O texto de Mateus 17.1-8, narrando o episódio da transfiguração inicia-se com a sentença: “Seis dias depois” (Mt 17.1). O texto coloca a transfiguração num contexto onde uma sequência de fatos devem ser observados. Os eruditos observam que “seis dias” é uma outra forma de dizer: “uma semana depois”. De fato o texto paralelo de Lucas fala de “oito dias”, isto é, uma semana depois (Lc 9.28). O contexto, portanto, põe o evento evento no contexto conte xto da con confis fissão são de Pedro (M ( M t 16.13-20) e no dis curso curso de Jesus Jesus sobre a necessid necessidade ade de se tomar tom ar a cruz (M t 16.24-28). 16.24-2 8). O Messias revelado, portanto, em nada se assemelhava ao herói da crença popular. Pelo contrário, a sua mensagem, assim como a do Batista, não agradaria a muita gente e provocaria rejeição. 110
Elias n o M o n t e d a Tr a n s f i g u r a ç ã o
E lia lia s, o M essia essia s e a exal exaltação tação Humilha Hum ilhação ção
Os intérprete inté rpretess observam que havia uma um a preocupação dos discípulo discípuloss sobre a relação do aparecimento de Elias e a manifestação do Messias. Esse fato é demonstrado na pergunta que eles fazem logo após descer o monte da transfiguração (Mt 17.10). Como D. A. Carson observa, o fato é que a profecia referente refere nte a Elias falava falava de “res “restau taurar rar todas as coisas” (Mt 17.11) e os discípulos não entendiam como o Messias tanto espe rado pudesse morrer m orrer em um u m contexto de restauraç restauração. ão. Cristo corrige corrige esse esse equívoco mostrando que a cruz faz parte do plano divino para restaurar todas as coisas (Mt 17.12; Lc 9.31; F1 2.1-11).9
Exaltação
Muito tempo depois desses acontecimentos da transfiguração, o após tolo Pedro ainda lembra dos fatos ocorridos e os cita em relação à exaltação e glorificação de Jesus e também como prova da veracidade da mensagem da cruz: “Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo Cris to seguindo fábul fábulas as engenhosamente engenhosa mente inventadas, mas mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra hon ra e glória, glória, quando quando pela Glória Excelsa Excelsa lhe foi foi enviada enviada a seguin te voz voz:: Este Es te é o meu meu Filho amado, em quem me m e comprazo comprazo (2 Pe 1.16,17). 1.16,17). Vimos, pois, que os eventos ocorridos durante a Transfiguração aconteceram para demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado e que tanto a Lei, tipificada aqui em Moisés, como os Profetas, repre sentado no texto pela figura de Elias, apontavam para a revelação má xima de Deus — o Cristo, Jesus. Esses personagens tão importantes no contexto bíblico não possuem glória própria, mas irradiam a glória proveniente do Filho de Deus. Ele, sim é o centro das Escrituras, do Universo e de todas as coisas (Cl 1.18,19; Hb 1.3; F12.10,11).
111 11 1
Po r ç ã o D o b r a d a
1 GONÇ GONÇAL ALVE VES, S, José. A Pr P r osperidade osperidade à Luz L uz da Bíblia. Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, CPAD , 2012. 2012. 2 K1TTEL K1T TEL,, Gherard. Ghe rard. Theo Th eolo logi gical cal Diction Dictionar ar y of the th e New New Testamen Testam en t . 10 volum volumes, es, Editor Ed itor Eerdmans, Eerdm ans, USA. USA. 3 BARCLAY, Will William. am. Comentá Comentárr io Al Nuevo Testa Testamento. mento. 17 tomos em 1.Editorial CLIE CL IE,, Barcelon Barcelona,a, Espana. Espana. 4 BARCLAY, W illiam. illia m. Idem. difer encia o p entecostes ent ecostes 5 GONÇ GONÇAL ALVE VES, S, José. Rastros de Fogo - o que difer CP AD,, 2012. 2012. bíblico bíblico do neopentecos neopen tecosta talilismo smo atual. at ual. Rio de janeiro: CPAD agr ado e o Prof Pr ofan ano. o. Editora Martins 6 ELI ELIADE, ADE, Mircea. O Sagrado Mar tins Fontes, 2008 2008.. 7 GONÇALVES, José. Rastros Rastr os de Fogo. Fogo. Op.cit. Comentár ário io de M ateus. at eus. São Paulo: Shedd Publica 8 CA R SON, D. A. O Coment ções, 2010. 9 CARS CA RSON ON,, D. A. O Comentá Comentárr io de Mateus. Ma teus. Idem. 112
Capítulo
10
H A u m M il a g r e e m s u a Ca s a
N
este capítulo estudaremos o texto bíblico sobre a multiplicação do azeite na casa da viúva (2 Rs 4.1-7). Não há dúvidas de que esta é uma das mais surpreendentes passagens bíblicas. Nela vemos o pouco ficar muito, a escassez se converter em abundância vazio ficar cheio! Vemos ainda como a graça de Deus alcança os rações desesperados. Esse texto, portanto, é bem claro em revelar que os milagres acontecem primeiramente em decorrência da bondade de Deus e em resposta a uma fé obediente. Em abril de 2012 fui convidado para ministrar em uma Escola Bí blica blica para Obreiros. Ob reiros. Usei como base da minh m inhaa palestra os os primeiros sete sete versículos do quarto capítulo do segundo livro de Reis. Fundamentei meu sermão no versículo: “E o azeite parou” (2 Rs 4.6). Sabemos que à luz da Escritura, o azeite é um dos muitos símbolos do Espírito Santo e podemos usá-lo de forma apropriada como uma metáfora para ilustrálo. A pergunta a ser feita no atual contexto evangélico brasileiro é: Por que o azeite está parando? Dizendo isso de uma outra forma, por que a influência do Espírito Santo em nosso meio parece estar diminuindo? Por que os pentecostais, que já somam mais mais de meio bilhão de seguido res, parecem influenciar cada vez menos o mundo a sua volta? Alguma coisa parece estar errada ou no mínimo fora de lugar. Acredito que esse capítulo traz uma resposta satisfatória para nós. Vamos Vamos analisá-lo de uma um a forma form a mais mais detalhada detalhada e detectar porque o atu a tu al avivamento aviva cada vez menos! Por que o azeite aze ite es está táparando? para ndo?
Em primeiro lugar, o azeite para quando ele não está sendo usado ferafa fam m ilia il iar r — ‘Dize-me que é o que tens em casa” (2 Rs 4.2). na esfera Essa foi a pergunta feita pelo profeta Eliseu. Todo avivamento genuíno
Po r ç ã o D o b r a d a
tem início início a partir par tir da d a família. família. Sem famílias famílias renovadas renovadas não há avivamenavivamento. Recentemente o escritor norte-americano Wayne Gruden escreveu um livro intitulado: Famílias Fortes, Igrejas Fortes.1 E a pura verdade. O contrário também é verdade — famílias fracas, igrejas fracas! Por que estamos vivendo um avivamento que parece cada vez mais influenciar cada vez menos? Queremos uma igreja revitalizada, mas as famílias es tão doentes e por essa razão os avivamentos são tão superficiais. Aqui cabe cabe a pergunta: perg unta: o que que temos em casa? casa? Quem Que m somos na igreja igreja é um reflexo do que temos em casa. Quando Paulo escreveu sobre as qualificações exigidas para os ministros do evangelho, ele pôs a família na ordem de prioridade (1 Tm 3.2,4). Aqui está o modelo mode lo ideal de famíl famíliaia e de um ministério autêntico. A in da lembro da norte-americana que foi minha professora de Novo Testa mento no Seminário Batista no qual me formei. Aquela amada professora fora missionária por longos anos na China e viera concluir seu ministério como professora de Novo Testamento e Teologia Bíblica naquele Semi nário. Ela costumava dizer que o obreiro que tivesse filhos indisciplinados ou desviados do evangelho estava desqualificado para liderar. Segundo ela, o pastor que se encontrava nessa situação deveria pedir uma licença para cuidar da família. Nós sabíamos que não se tratava de uma análise super ficial, mas a reflexão de alguém que devotou toda a sua vida ao ministério, inclusive escolhendo ser celibatária para melhor servir ao Senhor. Muitos anos já se passaram depois que ouvi aquelas palavras, mas elas continuam ecoando em minha mente. Será que estamos levando a sério ess essas as recomenda recom endações ções do apóstolo, pond po ndoo a família em lugar lu gar de des taque no ministério? Infelizmente muitos obreiros não educaram seus filhos e muito menos os criaram sob disciplina. A consequência disso são frequentes escândalos envolvendo filhos de pastores. E o que é pior, parece que nos encontramos totalmente despreparados para enfrentar uma cultura mundanizada. Não tenho dúvidas de que o advento da cultura pós-moderna abriu uma fissura enorme na tradição cristã ocidental. Com o advento da pósmodernidade mode rnidade a partir par tir dos anos anos 60 e 70, uma um a era de incerteza incerteza e de verdade verdadess fragmentadas passaram a imperar em todos os segmentos da sociedade, inclusive mudando a sua cosmovisão.2 Antes, os valores judaico-cristãos dominavam em nossa cultura ocidental, mas com o advento do pós-modernismo, novos valores passaram a nortear a nossa forma de pensar. Pa 114
HA u m M i l a g r e e m s u a C a s a
rece que a igreja foi pega de surpresa e seus líderes ficaram como barco à deriva sem saber bem o que fazer. Quando um paradigma cai, ensinou Thomas K uhn em sua teoria das revo revoluç luções ões científ científica icas,s, um outro parad p aradig ig ma ocupa o lugar do antigo.3O problema é que muitas vezes não há um modelo devidamente estruturado para preencher o espaço deixado pelo antigo paradigma que deixou de existir. Traduzindo isso em palavras mais simples, quando o modelo pósmoderno de enxergar as coisas chegou oficialmente, ficamos a observar os valores tradicionais que protegiam nossa sociedade, e consequente mente nossas famílias, serem pulverizados e ficamos apenas assistindo a tudo isso isso sem dar uma um a resposta, à altura, a ess essee ataque. Muitos Mu itos anos de d e pois, os pastores, pastore s, teólogos teólogos e filósofos filósofos cristãos acordaram acorda ram para p ara a seriedade da coisa e passaram a atacar de forma sistemática esse sistema maligno que fragmentou a estrutura dos valores da cultura judaico-cristã. Infe lizmente parece que a reação aconteceu muito tarde e hoje vemos uma nova cosmovisão imperando em nossa sociedade e ditando como deve ser a vida do nosso povo e consequentemente de nossas famílias. De acordo com a educadora Maria Cândida, os novos referenciais norteadores da educação educação pós-modern pós-m odernaa são: 1. Totalidade indivi ind ivisa sa — O universo, incluindo o observador, se fundem num todo indiviso. Não existem partes. As partes, na verdade, são fios de uma teia inseparável de relações. O universo é, portanto, relacional. 2. Pensament Pens amentoo sistêmico sistêmico — O mundo físico é compreendido como uma rede de relações, de conexões, e não mais como uma entidade fragmentada, uma coleção de coisas separadas. Não existem partes isoladas. 3. E m holomovimen holomovimento to — O mundo é concebido em termos de movimento, fluxo de energia e processos de mudança e transformação. A consciência de que todo o universo está em movimento tem implicações sobre a educação. 4. Pensa Pensamen mento to em proces processo so — Tudo é fluxo e está em processo. N ada ad a é defini definitiv tivo.o. Não pode haver haver uma forma f orma definiti definitiva va de um determinado determ inado pensamento. Este tem te m que ser visto visto como estando estando em processo, como forma e conteúdo em perpetua mudança. 115
Po r ç ã o D o b r a d a
5. Conhecimento em rede — Passa-se do conhecimento como blocos fixos e imutáveis para o conhecimento em rede. Não existe mais uma ciência ou disciplina, que seja mais funda mental do que qualquer outra coisa. O enfoque disciplinar atual é fruto do racionalismo científico que modelou o pensa mento humano durante séculos. 6. Teorias Teorias transit transitóri órias as — E ilusória a natureza da verdade factual. Não há verdade absoluta. Não existem dogmas. Não existe certeza científica. 7. Unidade Unidade do conhecimen conhecimento to — O conhecimento do do objeto objeto de pende do que ocorre dentro do sujeito, de seus pressupostos internos, intern os, o que nos leva leva a crer que cada cad a indivíduo organiza org aniza sua própria experiência.4 O que fazer, pois diante desse desafio cultural emergente? O que tens em tua casa? Que valores estão norteando a nossa família? Será que são valores cristãos que estão orientando a nossa fé ou é um paganismo cristianiz cristianizado? ado? Com Co m o confron c onfrontar tar ess essee novo paradigma? O escritor Stanley G renz ren z aponta aponta os seguintes pressupos pressupostos tos:: 1 Anunciando o nú núcleo leo da daf é se o homem moderno se interessava mais com a mente do que com o corpo, hoje a coisa está invertida. O evangelho não deve desprezar essa tendência humana; 2. Dar D ar respostas tas àspergu pergunt ntas as básica básicass do ser humano. O problema da culpa é o grande mal do homem pós-moderno. O evangelho deve buscar forma de alcançar esse homem; 3. Pregar a ética do arrependimento — o home h omemm que acei acei Re itou a Cristo não pode viver como se nada tivesse acontecido; 4. Reivindicar uma moral de bússola — a moral pós-moderna é denominada de moral de radar, enquanto a moral cristã é denominada de moral de bússol bússolaa — apontando apontan do para um norte; 5. Fomen Fomenta tarr a es espe pera ranç nçaa — o ver ver D ar a conhecer dadeiro evangelho alimenta uma visão escatológica; 6. Dar a Escritura — a Bíblia deve ser o livro inspirador da evangelização; 7. Mostrar a razo razoab abili ilida dade de do cr crisistia tiani nism smoo — a pós-modernidade pós-mo dernidade se carac carac teriza pelo auge do sentimentalis sentim entalismo mo e a igreja deve deve culti cultivar var,, dentro dentro dos limites limites lógico lógicos,s, esta dimensão emotiva em otiva do ser ser humano; human o; 8. Não Não confu confunndir universalidade com universalismo — o evangelho é universal sem, contudo, ser universalista; 9. Princípios morais — é necessário resistir à .
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HAu HA u m M i lal a g r e em em s u a C a s a
tentação de substituir a voz viva de Cristo por uma simples propagan da publicitária; 10. 10. Conscienti Conscientizar zarse se de que o evangelho não se resume resume a um rígido código moral — quando a evangelização se reduz a um conjunto de proibições perdeu-se o significado do evangelho.5 Em segundo lugar, o azeite para quando a porta po rta não não está fechada fechad a — “Então, “Então , entra, e fecha a porta” port a” (2 Rs 4.4). A port p ortaa deveria deveria estar fechada a fim de que o milagre pudesse acontecer! Deus não faz shows. Quem gosta de pirotecnia são os pregadores midiáticos que até mesmo para espirrar chamam as câmeras de televisão para mostrar! Eles gostam de holofotes! Adoram glamour! Mas a Bíblia mostra aqui que o milagre deve acontecer com as portas fechadas! Isso faz lembrar a ressurreição da filha de de Jairo (Lc (L c 8.49-56). Jesus mando ma ndouu sair a todos, exceto exceto Pedro Pe dro,T ,Tiag iagoo e João! João! Ele não gos go s tava de publicidade ou de marketing como os pregadores de hoje! Ele buscava buscava a glória para Deus. D eus. A propósito, comenta com enta o expositor bíblico bíblico F.F. B. B. Meyer Me yer (2002, p.203) que: “O ministério de Eliseu não teve nada de bombástico. Foi redentor e construtivo. Viúvas o procuravam buscando auxílio contra credores; mães apelavam em favor de seus filhos; o veneno perdeu sua ação mor tífera; e pães foram multiplicados. Não julguemos alguém pelo barulho que ele faz. O orvalho chama menos a atenção do que uma trovoada, mas pode ser mais revitalizador. Quem tem um ministério tranquilo não temerá comparação com o de outrem cujas explosões de paixões costumam ser acompanhadas por reações e depressões. E preferível go zar doze horas diárias de sol, todos os anos, do que ter um longo dia de vários meses seguido por uma longa noite, como ocorre nos poios.”6 estrutura ura fic fi c a inadeEm terceiro lugar, o azeite para quando a estrut quada — “Não há mais vasilha nenhuma” (2 Rs 4.6). O azeite parou porque não cabia mais nas vasilhas ou porque a estrutura ficou ina dequada dequad a para o tam tamanho anho do milagre. milagre. O pentecostalismo pentecostalismo surgiu surgiu como um “Movimento” e não como uma denominação! Isso é importante porque nenhum nen humaa denominaçã denom inaçãoo pode pode reivindica reivindicarr sua sua patente. O p en tecostes não pode ser patenteado! O que parece estar acontecendo no atual avivamento brasileiro é a inadequação das estruturas existentes para conter o azeite pentecostal. A nossa estrutura parece se asseme lhar com as cisternas do tempo do profeta Jeremias que não podiam conter água: “Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me 117
Po r ç ã o D o b r a d a
deixaram, o m anan an ancia ciall de águas águas vivas vivas,, e cavaram cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retém as águas.” (Jr 2.13). Em quarto lugar, o azeite para quando não há pre preststaç ação ão de de con contas tas — ‘Vende o azeite e paga pa ga a tua dívida” dívida”(2 Rs 4.7). H á um avivamento brasileiro brasileiro que é totalmente inconsequente. Ninguém presta contas de nada! É escân dalo por cima c ima de escândal escândalo! o! A imprensa mostra, quase que diariamente, diariament e, os truques usados por pregadores midiáticos para arrancar dinheiro de seus fiéi fiéis.s. Temos um clero clero com a mesma estrutura estru tura do período medieval medieval onde on de os privilégios se tornaram escandalosos e isso pode ser facilmente observado. Basta verificarmos os super salários pagos a muitos líderes religiosos para constatar esse fato. Há líderes enriquecendo à custa do espólio das igrejas.7 fic a rançoso — ‘Ordenarás Em quinto lugar, o azeite para quando ele fica aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira” (Êx 27.20). O azeite tinha que ser puro, não podia ser estragado. Quando o azeite está estragado estragad o ele fica fica rançoso. rançoso. Temos muit m uitoo óleo ó leo no n o atual contexto co ntexto evangélico evangélico brasil brasileir eiro.o. As estatísticas estatísticas atualizadas atualizadas inform inf ormam am que o pentecostalismo foi foi o segmento segmento que mais cresceu, cresceu, correspondendo correspon dendo a 60% da membresia mem bresia evan gélica brasileira. Ê um crescimento espetacular, mas há muito óleo mistu rado e rançoso nesse meio. É essa mistura que tem estragado o azeite. A motivação motivação do m ilagr e A neces necessid sidad adee huma hu mana na
As bênçãos de Deus vêm em resposta a uma necessidade humana. O milagre ocorrido na casa da viúva de um dos discípulos dos profetas confirma esse esse fato (2 Rs 4.1-7). 4 .1-7). O texto expõe a extrema situação situação de pe núria na qual essa essa pobre mulher mulh er havia havia ficad ficado.o. Perdera o marido, marido , que ha via falecido, falecido, e agora corria co rria o risco risco de per p erde derr os filhos filhos para os credores se não quitasse uma dívida. Era costume naqueles dias um credor obrigar um devedor a saldar a sua dívida através do trabalho servil ou escravo (2 Rs 4.1b). Essa mulher, portanto, necessitava urgentemente que alguma coisa fosse feita para tirá-la daquela situação. Sabedora de que o profeta Eliseu era orientado por Deus, recorreu a ele (v.l). A Escritura mostra que o Senhor socorre o necessitado (SI 40.17; 69.33; Is 25.4; Jr 20.13). Warren W. Wiersbe põe em evidência esse fato quando comenta: “De acordo com a lei hebraica, um credor poderia tomar um devedor e seus filhos como servos, mas não deveriam tratá-los como escravos (Êx 21.1-11; Lv 25.29-31; Dt 15.1-11). Seria uma grande tristeza para essa 118
H á u m M i l a g r e em su a Ca sa
mulher mu lher perder pe rder o marido m arido para a morte m orte e os dois dois filhos filhos para a servidã servidão,o, mas Deus Deu s é aquele que qu e “faz “faz justiça jus tiça ao órfão e à viúva” viúva”( D t 10.18; SI 68.5; 146.9) e enviou Eliseu para ajudá-la.”8 A misericórdia d ivin iv inaa
O milagre ocorrido na casa da viúva aconteceu como resposta a uma carência humana, mas não apenas isso. Ele ocorreu também graças à compaixão divina. Não foi apenas por ser pobre que a viúva foi so corrida, nem tampouco por haver sido esposa de um dos discípulos dos profetas (2 Rs 4.1). O texto diz que ela “clamou” ao profeta Eliseu (2 Rs 4.1). O termo hebraico que traduz essa palavra é tsa'aq, que possui o sentido de clamar por ajuda, chorar em voz alta. O profeta ficou sen sibilizado; Deus se compadeceu daquela mulher sofredora. O Senhor é compassivo, misericordioso e longânimo (Ex 34.6; 2 Cr 30.9; SI 116.5). “Esse acontecimento” acontecime nto” comenta com enta William M acDona acD onald, ld, “ilu “iluststrara graça para com o devedor, suficiente para atender às necessidades presentes e pro ver ver sustento futuro. A graça de Deus D eus para pa ra com os pecadores pecadores necessitados necessitados nos liberta da dívida e da escravidão, além de prover tudo de que preci samos para uma vida nova.”9
A d inâm nâ m ica do milagre milagre Um pouco de azeit az eitee
D iante ian te do clamor da viú viúva va,, o profeta Eliseu Eliseu perguntou-lhe: “Q “Q ue te ei de fazer? Dize-me o que é que tens em casa. Ela respondeu: tua serva não tem nada nada em casa casa,, senão senão uma um a botija de azeite” (2 Rs 4.2). Duas Dua s coisas coisas preci sam ser observadas aqui. E m primeiro prime iro lugar, lugar, como com o já destacamos, o milagre deve acontecer aconte cer na n a esfera esfera familiar: “o que tens tens em e m casa” casa”.. O lar e a família são importantes para Deus. Em segundo lugar, um pouquinho pode se tornar muito se ele vem com a bênção de Deus. De fato o texto hebraico destaca que a porção de azeite da mulhe m ulherr era tão mingua m inguada da que ela ela quase quase esquece esqueceuu que o possuía. Todavia foi esse pouco que o Senhor usou para operar esse grande milagre milagre.. O que possuímos pode ser ser bem pouco, mas é suficient suficientee para Deus operar seus seus prop propósito ósitos.s. Donal D onaldd J. W isem ise m an (2008, (2008, pp.177,178 pp.177,178)) des taca que “a botija ( asúk) de azeit azeite” e” (AV (AV; NV NV I um pouco) é, aqui, aqui, um exemplo singular singular,, provavelmente referind re ferindo-se o-se a um pequ pe queno eno frasco de óleo óleo.. O socor ro sempre começa a fluir com o pouco que temos em mãos. Eliseu evoca 119
Po r ç ã o D o b r a d a
ação e fé com perguntas e palavras (“não poucas”) de encorajamento. A quantidade de azeite foi limitada apenas por conta da falta de fé da mulher vasilhass vazias vaz ias (AV “vasilhas”, ao não conseguir mais vasilha vasilhas”, kelim) — uma um a palav palavrara genérica para utensílios, utensílios, independent indep endentee do tipo ou tama ta manho nho.”.”110 Uma f Uma féé obediente obediente
A instrução dada pelo profeta Eliseu para solucionar o problema da viúva é bastante reveladora sobre como se dá a dinâmica desse milagre (2 Rs 4.3-5). 4.3-5). Observa-se que em em um primeiro mom m omento ento o profeta chamou a mulher à ação: “Vai, pede emprestadas vasilhas”. A fé é demonstrada pela ação (Tg 2.17). Jesus também viu a fé do paralítico e dos homens que o conduziram em Cafarnaum (Mc 2.1-12). Em segundo lugar, com já foi destacado, o milagre deveria deveria acontecer de port p ortas as fechadas: fechadas: “Fech “Fechaa a porta”, por ta”, disse o profeta. profeta. E possível que uma das d as causas que justifique justifiqu e a escassez escassez de de milagres hoje esteja no fato de se buscar publicidade. Deus quer privaci dade, mas os homens gostam de notoriedade. Gostam de aparecer e se vangloriar (Lc 12.15). Deixam a porta aberta para serem vistos! O s instr instr um entos do milag milagrr e O instrumento humano
Por várias vezes no livro de 2 Reis, o profeta Eliseu é chamado de “Homem de Deus” (2 Rs 4.7; 4.9; 4.16; 6.9). Sem dúvida esses textos demonstram que Eliseu era um instrumento de Deus para a operação de milagres. Deus usa homens! Esse é um fato fartamente demonstrado na Bíblia. Para forma for marr uma um a nação e atrav através és dela revelar seu seu plano de salva salvaçã çãoo para a humanidade, o Senhor Senho r chamou Abraão (Gn (G n 12); para tirar os isra isra elitas elitas do Egito, Deus usou Moisés (Ex 4.1-17); 4.1-17 ); para lev levarar a mensagem mens agem do evangelho aos gentios, o Senhor usou a Pedro (At 10,11). Deus também chamo cha mouu a Paulo Paulo para ser “um instrum ins trumento ento escolhido” escolhido”para levar levar seu nome perante os nobres (At 9.15). Para nos salvar, Deus se humanizou na pes soa bendita bend ita de Jesus Cristo C risto (Jo 1.1; 1 .1; 1.18, 1.18, Fp 2.1-11). O instrumento instrumento divino divin o
Quando uma grande fome assolava S amaria, o profeta Eliseu pro fetizou abundância de alimentos: “Então, disse Eliseu: Ouvi a palavra do Senhor; assim diz o Senhor: Amanhã, a estas horas mais ou menos, dar1 20
HAu HA u m M i lal a g r e em e m su su a C a s a
se-á um alqueire de flor de farinha por um siclo, e dois de cevada, por um siclo, à porta de Samaria” (2 Rs 7.1). O cumprimento dessa profecia parecia pouco provável naqueles dias, a ponto do capitão em cujo braço o rei se apoiava apoiava haver ironizado: “Ain “Ainda da que o Senh Se nhor or fizesse janelas no céu, céu, poderia suceder isso?” (2 Rs 7.1). Mas a profecia se cumpriu literalmente, exatamente como Eliseu havia predito (2 Rs 7.16-20). O texto põe a pa lavra do Senhor como agente causador desse milagre. O cronista observa que esses fatos ocorreram “segundo a palavra do Senhor” (2 Rs 7.16). O que o Senhor faz, Ele o faz através de sua Palavra. O objetivo do milagr milagree Uma resposta resposta ao ao sofrimento sofrime nto
Todos os textos narrando os milagres realizados através do profeta Eliseu deixam bem claro que os mesmos ocorreram em resposta a uma necessidade humana e também em resposta ao sofrimento (2 Rs 4.1-7; 4.8-38; 5.1-19; 6.1-7). Nos dias de Eliseu e ainda no reinado de Acabe, Samaria foi cercada por po r Ben B en-H -Had adad ade,e, rei da Síria. O efeito desse desse cerco cerco foi: foi: “Houve Houv e grande gran de fome em Samaria; Samaria; eis eis que a sitiaram, a ponto de se vender a cabeç cabeçaa de um jumen jum entoto por p or oiten oit entata ciclo cicloss de prata e um pouco de esterco esterco de pombas por cinco ciclos de prata” (2 Rs 6.24,25). Era evidente o sofri mento do povo! Foi no contexto desse sofrimento que o Senhor conduziu Eliseu a profetizar abundância abundân cia de víve vívereress (2 Rs 7.1). O Novo Testamento Testame nto mostra mo stra que o Senhor Senh or Jesus Jesus Crist C ristoo libertava libertava e curava curava porque se compadecia do sofrimento humano (Lc 13.10-17; Mc 1.40-42). Glorificar a Deus D eus
Os milagres, portanto, são uma resposta de Deus ao sofrimento hu mano; todavia eles não se centralizam no homem, mas em Deus. Os mi lagres narrados nas Escrituras, tanto no Antigo com em o Novo Testa mento, objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento encontramos os profetas buscando chamar a atenção para si. Quem tentou fazer isso e se beneficiar de forma indevida dos milagres de Deus foi Geazi, o moço de Eliseu. Quando assim procedeu foi punido de uma forma dura (2 Rs 5.20-27). Em o Novo Testamento observamos Pedro e Paulo pondo em destaque esse fato e mostrando que Deus e não os homens devem ser glorifica glorificados dos (At (A t 3.8,12; 3.8,12; At A t 14.14,15). 14.14,15). 121 12 1
Po r ç ã o Do b r a d a
Larry Richards vê o propósito desse milagre da seguinte forma: “Novamente, esse foi um evento extraordinário claramente causado por Deus. Mas qual foi o propósito religioso desse milagre? Por um lado, ele testificou o amor compassivo de Deus e a preocupação do seu profeta. Porém, mais que isso, isso, revelou revelou nitidam nitid amen entete que a féfé ainda aind a é um recurso para os desamparados. O Deus que podia derrotar exércitos, também pode suprir as necessidades dos fracos que confiam nEle.”11 O milagre milagre da multiplicação multiplicação do azeite é um testemu teste munho nho do poder pod er da graça de Deus De us que se compadece dos sofredores que a ele ele buscam. buscam . O foco foco,, portanto, portan to, dessa dessa bela história não é a viúva viúva nem tampouco tampo uco o profeta Eliseu, Eliseu, mas o Senhor que através da instrumentalidade do seu servo abençoa a essa essa pobre mulher. mulher. A história nos faz lembrar lem brar um u m outro feito extraordiná extra ordiná rio e muito mais relevante do que esse: a multiplicação dos peixes e pães por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele, sim foi o verdadeiro pão que desceu do céu: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá viverá eter et erna namm ente” en te” (Jo 6.51). El Elee foi, é e sempre será a resposta resposta para todo sofrimento humano.
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1 GRUDE GRUDEN, N, Wa Wayne. Famílias Famílias Fortes, For tes, Igr Igr ejas Fortes. For tes. São Paulo: Editora Vida. 2 Conceito desenvolvido por Ilya Prigogine em seu livro O Fim F im das das Cer Cer te zass - tempo, caos e as leis da natureza. São Paulo: Editora UNESP, 1996. za Prigogine é professor da Universidade Livre de Bruxelas e da Universidade do Texas e ganhador do prêmio Nobel de Química. 3 KHUN, KHUN, Thomas. A Estrutu Estr uturr a das Revol Revoluções uções Cient Científífic icas. as. São Paulo: Editora Ed itora Perspec Perspectiv tiva.a. 4 MORAES, Mar Maria Câ Cândida. O Paradi Par adiggma Educaci Ed ucacional onal Emerge Emer gente. nte. Edi tora Papirus. s G R ENZ EN Z , St Stan anleleyy J. Pós-Modernismo — um guia para entender a filo sofia sofia de nosso tempo. t empo. São Paulo: Editora Vida Nova, 1997. Antonio Cruz Postmod odern ernida idad, d, defende pressupostos semelhantes. em seu livro La Postm 6 M E Y E R , F.B F.B. Comentário Bíblico F.B. Meyer. Minas Gerais: Editora Betânia, 2002. 7 MCGRATH, Alister. As Or Editorara Mun M un O r igens igens Intel In telec ectua tuaiis da Refo Refor ma. Edito do Cristão. 8 W1ER W1ERSB SBE, E, War Warren W. W. Comentário Bíblico Expositivo - históricos. Vol. 2, Rio de Janeiro: Editora Central Gospel. 9 M ACDO AC DONN ALD, AL D, William. William. Comentár Coment ár io Bíb Bíb lico lico Popular. Popular. São Paulo: Edi tora Mundo Mu ndo Cristão, Cristão, 2010. 2010. 10 W ISEMAN ISEM AN,, Dona Donaldld J. 1 e 2 Reis - introdução e comentário. São Paulo: Editora Vida Nova. 11 RICHARD RICH ARDS, S, La Larry. T odos os Milagr es da Bíblia. Paulo:: Editora Edito ra Uni U ni Bíblia. São Paulo ted Press, 2005. 123
Capítulo Os M
E
il a g r e s d e
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E l is e u
liseu era um lavrador pertencente a uma família abastada de Israel quando foi chamado para uma missão profética (1 Rs 19.19-21). Sem dúvida, ele era um dos sete mil que não ha via se dobrado diante da adoração idólatra a Baal e foi escolhido pelos critérios da soberania divina. As estatísticas mostrando as intervenções sobrenaturais, através de curas e outros milagres são impressionantes na vida desse profeta de Abel-Meolá (1 Rs 19.16). O escritor escritor Larry Richards (2006, (2006, pp.145,146) pp.145,146) destaca o fato de que “Eli “Eli seu fora auxiliar e aprendiz de Elias durante os últimos anos do ministério deste. deste. A transição que as Escrituras fazem do do ministério de Elias para o mi nistério de Eliseu é relatada relatada em 2 Reis 2.2. Enquanto Enqu anto os dois dois homens home ns andavam juntos juntos no vale vale do Jordão Jordão no último dia de Elia Eliass na terra, Elias Elias disse disse a seu seu ami go Eliseu: ‘PedePede-me me o que que quere queress que eu te faça, faça, antes que seja seja toma tomado do de ti.’ ti.’ O pedido de Eliseu foi: ‘Peço-te que me toque por herança porção dobra do brada da do teu espí e spírito”. rito”. E m Israel, o filho filho mais mais velho da família fa mília recebia uma porção dobrada da riqueza da família como herança (Dt 21.17). Eliseu pediu para ser o sucessor dele e herdar seu ofício como profeta principal de Deus em Israel. O pedido não seria atendido por Elias. O próprio Deus chama seus porta-vozes. M as Elias prometeu prome teu que, se Eliseu testemunhasse testemunh asse a partida de Elias, Deus lhe daria o que desejava. Eliseu viu os anjos que levaram Elias para a glória (para comentários sobre essa aparição angelical, veja odos os Anjo An joss Bons e Malig Malignos nos na Bíb Bíblilia) a).. Eliseu o outro volume da série, Todos realmente sucedeu Elias. Na verdade, os milagres registrados de Eliseu realmente são, em número, o dobro dos milagres operados por Elias. Deus deu ainda mais a Eliseu do que ele pediu”.1 Neste capítulo, dividi as narrativas desses milagres em quatro gru pos apenas por questões didáticas didáticas.. Nem todos os milagres milagres operados por p or
O s M i l a g r e s d e E l is e u
Eliseu são estudados aqui, mas aqueles que foram analisados servem para ilustrar como os eles atenderam a um propósito divino. O s milagr milagr es de pr ovi ovisão 1. A multiplicação dos dos pães
Esse é um milagre de provisão. Eram cem homens do grupo dos discípulos dos profetas e apenas vinte pães foram ofertados por um ho mem de Baal-Salisa (2 Rs 4.42-44). A lei da procura era maior do que a da oferta! O que fazer diante dessa situação? O profeta Eliseu não olha as evidências naturais, mas seguindo a direção de Deus profetiza que todos comeriam e ainda sobrariam pães! Como? Não havia lógica nenhuma nessa predição do profeta. Todavia, milagres não se explicam, são aceitos pela pela féfé! Muit M uitoo tempo te mpo depois depois encontramos o Novo Testamento Testam ento detalhan do como Jesus Cristo Cris to operou o perou um milagre milagre com a mesma mesm a dinâmica, dinâmica, todavia todavia com maior proporção (Jo 6.9). Nas duas histórias a graça de Deus em prover o imprescindível para p ara os necessitados fica em evidênci evidência.a. “Q uando uan do compartilhamos o que temos”, temos”, observa observa William Wi lliam MacDonald Mac Donald,, “e deixamos as consequências nas mãos de Deus, ele provê as nossas neces sidades, bem como às dos outros, e pode até haver sobra” (Pv 11.24,25).2 2. Abundâ Abu ndância ncia de víveres
Jorão, filho se Acabe, estava assentado no trono do Reino do Norte e a exemplo do pai envolvido em idolatria e apostasia (2 Rs 6.24 — 7.120). A consequência de suas ações pecaminosas foi o cerco à cidade de Samaria Samaria promovida por po r Ben-A B en-Adade dade II. Com C om a cidade cidade sitiada sitiada,, o resul resultado tado natural foi foi a esca escasse ssezz de alimentos. alim entos. Vendia-se Vendia-se desde cabeça de jumen jum entoto até mesmo esterco de pombo na tentativa de amenizar a fome. Pressio nado pela crise, o rei procurou o profeta Eliseu e o responsabilizou pela tragédia. Sempre o Diabo querendo culpar Deus pelas mazelas que ele induziu os homens a praticarem! Mais uma vez Deus comprova a sua graça e orienta Eliseu a profetizar o fim da fome! Como nos outros mi lagres, esse tem seu cumprimento de forma inteiramente sobrenatural. O s mi m ilagr es de r estitui estituição ção 1. A re ressu ssurr rrei eiçã çãoo dofilh dofilhoo da sunamit suna mitaa
Mesmo tendo deixado o filho morto em casa, essa rica mulher de Suném demonstra uma fé inabalável (2 Rs 4.8-37). Quando a caminho e 125
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interrogada por Geazi, moço de Eliseu, sobre como iam as coisas, ela respondeu: “Tudo bem!” Nada está fora de controle quando Deus está no comando. Para o Comentário Bíblico Vida Nova, “a ação da mulher em colocar a criança morta na cama de Eliseu e ir rapidamente buscá-lo sugere que ela possuía fé suficiente de que ele seria capaz de ressuscitar a criança. A volta da criança à vida e o reencontro dela com a sua mãe são contados de modo simples e comovente. Por intermédio do homem de Deus, mais mais uma vez o Senhor tinha tinh a manifestado o seu seu poder pod er sobre sobre a vida e a m orte” orte ”.3A sequência sequência da história histó ria mostra m ostra o profeta Eliseu orando ao Senhor sobre o corpo inerte do garoto (2 Rs 4.33). O relato é dra mático e desafia a lógica humana. Os gestos do profeta parecem não ter sentido, mas sem dúvida são de orientação divina (2 Rs 4.34,35). Deus não deve explicações a ninguém sobre a forma como Ele quer operar milagres! O Senhor responde à oração do profeta e a vida volta nova mente ao filho da sunamita (2 Rs 4.35-37). 2. O machado que f que fll u t u o u
Um dos discípulos dos profetas perdera a ferramenta que havia to mado emprestado (2 Rs 6.1-7). Naqueles dias os instrumentos feitos de ferro eram escassos e valiosos. Daí seu desespero quando perdeu aquele objeto. Duas coisas observamos nesse texto: primeiramente a motivação do milagre milagre que está expre expressa ssa no lamento lam ento daquele que perdera o machado. O que nos faz lamentar? A nossa motivação está correta? Em segundo lugar, vemos o profeta procurando identificar o local onde a ferramenta havia caído ou se perdido. O Senhor está pronto a restituir ou restaurar quem perdeu alguma coisa desde que se tome consciência disso. E tam bém o porquê dela ter sido perdida! As vezes a falta de reconhecimento por po r parte de alguns que perderam alguma coisa, coisa, como por p or exemplo, a co munhão com Deus pesa mais do que o machado que Eliseu fez flutuar. O s milagr milagrees de r estaur aç ação ão 1. A cura cura de N aam aa m ã
Aqui algumas coisas nos chamam a atenção no relato desse milagre (2 Rs 5.1-19). Em primeiro lugar, observamos que o general sírio fica in dignado quando o profeta não age da forma que ele imaginou (2 Rs 5.11). Deus De us não faz shows, shows, nem tampouco opera para satisfa satisfazer zer nossa nossa curiosidad curiosidade.e. 126
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Em segundo lugar, observamos que Deus não estava interessado na aná lise lógica de Naamã (2 Rs 5.11,12), mas apenas em sua obediência. Em terceiro lugar, Naamã recebe a cura quando desce do cavalo (2 Rs 5.14). Não há quem goste de desc descerer,, todos gostam go stam de subir subir.. Todavia Abigail Abigail para salv salvarar seu casamento, casamento, tev tevee que descer do jum ju m ento en to (1 Sm 25.23)! 25.23)! Ningu Ni nguém ém será restaurado se não descer! Naamã desceu e foi curado. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4.6). Em quarto lugar, Naamã tentou recompensar o profeta pelo milagre recebido (2 Rs 5.15,16). Eliseu recus recusou ou!! A graça não aceita pagame pag amento nto por por aquilo que faz. faz. 2. A s águas águas deJericó Jericó
O texto de 2 Reis 2.19-22, narra a história das águas amargas de Jericó que se tornaram saudáveis através da ação do profeta Eliseu. Aqui jar ra,, tigela Eliseu pede um prato novo, termos traduzidos do hebraico, jarra e chadash, significando: novo, recen recente, te,fresco; fresco; também pede que se ponha nesse recipiente sal. Feito isso ele profetiza que aquelas águas se torna riam saudáveis saudáveis segundo a palavra do Senhor. Essas exigências exigências do profeta pro feta possuíam um valor simbólico, visto que o sal representa um elemento purificador (Lv 2.13; Mt 5.13) enquanto o prato novo seria um instru mento de dedicação especial ou exclusiva para aquele momento. Em todo caso, foi o poder de Deus quem purificou as águas e não o poder em si desses objetos e ingredientes. O s mi m ilagres de jul ju lgam ento 1. M aldição aldiç ão do dos rapazinhos rapazinh os
No relato desse milagre Eliseu invoca um julgamento sobre alguns jovens jov ens zom zo mbado ba doreress (2 Rs 2.23.2 3-25 25).). O efeito efe ito desse julga julgame mento nto foi o aparecimento de dois animais selvagens que atacaram aqueles jovens. A lição que fica é que não se pode brincar com as coisas sagradas e muito menos ficar impune quem escarnece de um fiel servo de Deus.4 2. A doen doença ça de Geazi
Nesse relato de 2 Reis 5.19-27, observamos as razões pelas quais Geazi foi julgado. O moço Geazi viu apenas apenas uma uma ação humana hum ana quando deveria deveria ver uma uma ação divina (2 Rs 5.20). Ele achava a chava que a recusa de Eliseu era apenas apenas uma um a questão questão pessoal pessoal do profeta, quando quando na verdade verdade não era. era. Geazi também trocou a verdade pela mentira (2 Rs 5.22). Usou o nome do profeta de Deus para 127
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validar sua cobi cobiça. ça. Ele procurou proc urou torn tornarar aceitável aceitável o que Deus Deus havia recusado (2 Rs 5.22). Deus não vende suas bênçãos, Ele as oferece gratuitamente. Geazi trocou o arrependimento pelo fingimento (2 Rs 5.25). Fez de conta que não havia havia acontecido acontecido nada. Ele trocou a bênção pela maldição (2 Rs 5.27). Como Com o consequência consequência,, passou a conviver conviver com a lepra lepra pelo pelo resto resto da sua vid vida!a! Min istros rosfic ficam am doen doente tess, M i O julgam julgamento ento de Geazi nos nos mostra que Minist nistérios nistérios também! também ! Aprendemos com ele que: a) Não devemos devemos edific edificar ar sob sobre aquilo que que Deusj á refiu fiugou — “Vol “Vol tou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; veio, pôs-se diante dele e disse: Eis que, agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço aceites um presen p resentete do teu te u serv servo.o. Porém, Porém , ele ele disse disse:: T ão certo com c omoo viv vivee o Senhor, em cuja presença estou, não o aceitarei. Instou com ele para que o aceitasse, mas ele recusou” (2 Rs 5.15,16). Geazi, moço de Eliseu, tenta obter ganho pessoal naquilo que o profeta já havia rejeitado. A recusa de Eliseu era a recusa de Deus! Ele queria obter ganho naquilo que o Senhor já havia considerado como perda. Onde Deus havia proibido que hou vess vessee vantagem vantag em pessoa pessoal,l, Geazi tenta ten ta obtê-la. Não tenho tenho dúvidas de que muitos ministérios ministérios estão ficando ficando doentes porque estão sendo edificados edificados sobre sobre refugos divinos divinos.. Na maioria maioria são teologias recicladas. Não são fundamentadas na autêntica Palavra de Deus. Isso pode ser visto no próprio campo da teologia bíbli ca. Foi assim com a Teologia da Prosperidade; com a Teologia do Domínio; com a Teologia Ariana; com a Teologia Unicista; com a Teologia Relacional etc. Esses modelos teológicos em sua maioria são reciclagens de antigas heresias ou crenças heterodoxas. O certo é que não podemos edificar sobre aquilo que a própria Palavra de Deus e a história da igreja já mostraram que são refugos teológicos. podemos sacralizar sacralizar aquilo aquilo que que éprofano — ‘G eazi, b) Não podemos ea zi, o moço de Eliseu, homem de Deus, disse consigo: Eis que meu senhor impediu a este siro Naamã que da sua mão se lhe desse alguma coisa do que trazia; porém, tão certo como vive o Senhor ; hei de correr atrás dele e receberei dele alguma coisa” (2 Rs 5.20).5 Geazi invocou o nome santo do Senhor (tão certo como vive o Senhor) para validar validar uma ação erra errada da!! Ele Ele proc procurou urou santificar o pecado, quan do diz que essa sua ação desastrosa será feita em nome do Senhor! 128
O s M i l a g r e s d e E l is e u
Não Não podemos invocar o nome nome do Senhor Senhor sobre sobre coisa coisa alguma alguma que não esteja esteja de acordo com com a sua Palavra Palavra.. O pecado jamais jamais pode pode ser santifi santifi cado nem tampouco aquilo que é pagão pode ser cristianizado. Na história da igreja vimos isso acontecer. Primeiramente quando quand o Constantino, Con stantino, imperado im peradorr convertido convertido à fé cris cristãtã,, cristia cristia niza muitas práticas pagãs. O mesmo ocorre quando Tomás de Aquino cristianizou os ensinos do filósofo grego Aristóteles. Mais recentemente temos os teólogos da prosperidade ten tando, a todo custo, cristianizar os ensinos da Ciência Cristã. Aquilo que é pecado não pode ser santificado, mesmo que se invoque sobre sobre ele ele alguma doutrin do utrinaa bíblica. bíblica. Nã o podemos podemos re rela lativ tivizizar ar absol bsolut utos os — “Ele respondeu: Tudo c) Não vai bem; meu Senhor me mandou dizer: Eis que, agora mesmo, vieram a mim dois jovens, dentre os discípulos dos profetas da região montanhosa de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas vestes festivais” (2 Rs 5.22). O profeta Eliseu jamais havia mandado dizer tal coisa. Geazi mentiu! Quando tentou aproveitar o que Deus havia refuga do, Geazi agora deu um outro passo — tornou relativo aquilo que era absoluto. Criou uma mentira e passou a acreditar nela. Quando se faz concessão onde não pode haver nenhuma, pas sa-se a adotar comportamentos relativistas. Nã o podemos podemos substitui subs tituirr organis organismo mopor po r organ organizaç ização ão — “Pergund) Não tou-lhe Eliseu: Donde vens, Geazi? Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma. Porém ele lhe disse: Porventura, não fui contigo em espírito esp írito quando qua ndo aquele aquele hom ho m em voltou vo ltou do seu carro, carro, a encontrar-te?” (2 Rs 5.25,26). O que se percebe é que Geazi se comportou diante desse inciden te como quem vivia apenas para uma organização — a Escola dos Profetas, e não para o Deus vivo. Geazi esquecera do lado espiritual do seu ministério, ministério, isto é,é, a instituição instituição profética como um u m organismo divino, divino, para para servir apenas a Escola de Profetas, enquant enqu antoo instituição instituição humana. Esquecer que não há organização sem organismo; forma sem função e muito m uito menos preceitos preceitos sem princíp princípios. ios. Nã o deve devemo moss troc trocar ar o "se ser" r"ppelo elo ter ”, a vocação pela carreira — e) Não “E ra isto ocasião para tomares tom ares prata pra ta e para tomares tom ares vestes, vestes, oliva olivaisis 129
Po r ç ã o D o b r a d a
e vinhas, vinhas, ovelhas ovelhas e bois, servo servoss e servas? servas? Portan Po rtanto, to, a lepra de NaN aamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. sempre. Então En tão,, saiu saiu de diante dele leproso, branco como a neve” (2 Rs 5.26,27). Geazi foi à procura de Naamã em busca de “alguma coisa” e terminou sem “coisa alguma”. Foi em busca de valores mate riais, mas perdeu os espirituais. É um perigo quando alguém troca o “ser” pelo “ter”. Quando transforma a vocação em car reira. Quando o ministério deixa de ser um projeto divino para se transformar em algo algo meramente meram ente humano. Os milagres operados pelo profeta Eliseu são uma clara demons tração do poder de Deus. De us. Todos tiveram um propósito especí específic ficoo de de monstrar a graça de Deus e sua glória nas mais diferentes situações. Em nenhum momento essas intervenções sobrenaturais exaltam as virtudes pessoais de um homem nem tampouco deixam transparecer que se tra tava de algo que o profeta conseguia manipular através do domínio de alguma técnica. Eram ações inteiramente imprevisíveis e não repetitivas, o que deixa claro que em todas elas estava a unção de Deus.
1 RICH RICHAR ARDS DS,, La Larry. T odos os Milagr es da Bíbli U nited Pr Pres esss, Bíblia. a. Editora United São Paulo, 2006. Comentár ário io Bíblico Bíblico Popular Popular - ver ver sículo sículo por por 2 M CDON CD ONAA LD, LD , William. William. Coment versículo. Antigo Testamento. Testamento. Editora Mun M undo do Crist Cristão. ão. 3 CARS CARSON ON,, Don Donald. Comentár Comentá r io Bíblico Bíblico Vida Vida Nova. Editora Vida Nova, São Paulo. 4 “o contexto precisa ser levado em consideração, consideraçã o, e aqui sugere um bando ban do de moleques à espera numa emboscada , que sai após o profeta para zombar dele” (BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI — Antigo e Novo Testa mento. Editora Vida. 5 Para uma discu discussã ssãoo mais aprofundada sobre ess essee assunto, assunto, veja veja osos livr livroos: O Sagr Sagr ado e o Prof Pr ofan ano, o, de Mircea Eliade (Ed. Martins Fontes) e O Sagrado, de Rudolf O tto, Editora Edito ra Si Sino nodal dal/V /Voze ozes.s. 130
Capítulo
12
E l is e u e a E s c o l a d o s P r o f e t a s
P
or diversas vezes vemos a expressão “filhos dos profetas (hb. bene banabiim)” aparecer nos livros de 1 e 2 Reis. Observamos pelas Escrituras que os filhos dos profetas estavam radicados em locais como Betei, Jericó e Gilgal (1 Rs 20.35; 2 Rs 2.3,5,7,15; 4.1,38; 6.1). contexto dessas passagens não deixa dúvidas de que esta expressão pod ser entendida como sendo sinônimo para “Escola de Profetas”. Esse fato serv servee para nos m ostrar ostra r que a educação religio religiosa sa ou formal forma l já já recebi recebiaa dest de staq aque ue no A ntig ti g o Israel. Isra el. Deve D eve ser lem le m brad br adoo que essas esco e sco las de profetas não tinham como propósito ensinar a profetizar. Isso é uma atribuição divina. Todavia a Escola de Profetas é um testemunho vivo de que o povo de Deus em um passado tão distante se preocupava em passar às gerações posteriores sua herança cultural e espiritual. Entender os princípios que fundamentavam a Escola de Profetas é de suma importância para a Educação Cristã do século XXI, pois através deles é possível fazer um contraste entre o ensino bíblico e o paradigma educacional emergente. E fato que o paradigma educacional da cultura ocidental vem sofrendo mudanças radicais nos últimos anos. Esse fato tem provocado o espanto de especialistas que demonstram preocupação diante dos novos desafios impostos por essa reviravolta no mundo dos valores. Mas não é somente a cultura secular que tem refletido os efeitos dessas mudanças de valores na educação. A igreja evangélica como uma instituição formad for madora ora de valores valores também també m espelha ess essas as mudanças. mudanças. O que a igreja deve saber sobre esse novo modelo ou paradigma educacional emergente emergente e como agir diante dele? dele? O que a Escola de de Pro P ro fetas, liderada pelo profeta Eliseu, tem a nos ensinar? E a pergunta que nos proporemos a responder aqui. Antes de estudarmos a Escola de Profetas como uma entidade de dicada à instrução instruç ão religi religiosa, osa, procurarei dar um u m a visã visãoo panorâmica pano râmica sobre sobre
Po r ç ã o D o b r a d a
o novo modelo educacional, também denominado de Paradigma Edu cacional Emergente. Os valores fu valores funn d a m e n tais ta is da edu educaç cação Em seu livro Os Valores Fundamentais, o teólogo e filósofo italiano
Battista Mond Mo ndinin trouxe uma importa im portante nte refl reflex exão ão sobr sobree o valor da edu cação hodierna. Mondim observa que a escola é uma fábrica de cultura e que para ela realizar essa função, deve deve ter t er em vista o cultivo cultivo do d o homem hom em,, que ele destaca como sendo as exigências fundamentais de cada cultura. São elas: simbólica, tecnológica, ética e axiológica (porque quatro são os fundamentos da cultura: linguagem, costumes, técnicas e valores). “A escol escola,a, como é conhecida e realizada r ealizada hoje”, destaca Mon M ondidimm “atua ao máximo máximo somen so mentete as duas duas primeiras tarefas, a simbólica e a tecnológica. tecnológica. Provê a primeira com o estudo da língua, da escrita, da gramática, da história, da geografia, do desenho, da literatura, liter atura, das ciências, ciências, da fil filos osofi ofia.a. A segunda, com a aprendizagem do uso de instrumentos e de máquinas. Ela deixa de lado (e nas escolas estatais parece até que isso é dever) tudo o que é mais necessário para a determinação do projeto-homem e de sua realiz realizaçã ação,o, isto é, asas outras outras duas tarefas. tarefas. Descubra, Descubra, antes de tudo, tudo, a tarefa axiológica que é a de fazer a criança, o jovem, conhecer os valores abso lutos, perenes, fazê-los conhecer e apreciar o valor absoluto, ajudá-los a descobrir a vocação que o chama à realização de seu projeto, de seu valor. Consequentemente, Consequentemente, deixa de ensinar aos aos estudantes o caminho para par a rea lizar o próprio projeto de humanidade que é o caminho da virtude.”1
Ele destaca que no campo dos valores a escola anda na direção opos ta daquilo que pretende uma instituição que é vista como uma fábrica de cultura, cultura, isto é, como um u m a instituição instituição que cuida da formação do home ho memm em sociedade. Para esse filósofo italiano, a escola age dessa forma quando: “Critica e nega, sistemática e venenosamente, os valores absolu tos, espirituais, transcendentes, perenes e favorece nos jovens a má xima libertinagem, ensinando um permissivismo completo. Assim, ela acaba por depauperar aquele tesouro precioso de sentimentos e instintos que a natureza doa à criança, ao invés de canalizá-la, como a água água impetuosa impetuo sa de um um rio para irrigar o terreno e torná-lo torná -lo fecundo, fecundo, permite que escapem livremente e que se transformem (como no caso da violência, da luxúria e da droga) em vícios que bloqueiam o cami nho em direção à realização daquele valor absoluto, daquele projeto de humanidade a que somos chamados e destinados”.2 132
E l is e u e a E s c o l a d o s P r o f e t a s
Dizendo isso de uma outra forma: a educação contemporânea com sua proposta de total rompimento com os valores tradicionais herdados da cultura judaico-cristã, promove uma educação secularizada onde não existem valores perenes ou absolutos nem tampouco a mais tênue noção de verdade. Em vez disso, há apenas “verdades”, e valores relativos que devem devem ser ajus ajustatados dos ao comportamento comportam ento do educando. Cada um tem a sua sua verdade, verdade, já que não existem mais metanarrativas metanarrativas e a história perdeu perde u o seu sentido. A noção de certo e errado, verdade ou mentira, deixa de ser um fenômeno universal para se ajustar à localidade de cada cultura. Cada cul tura tem a sua verdade e, portanto, a sua noção de valores ético-morais. O relatório relatório da U N E SCO SC O para pa ra a educ educaç ação ão do sé sécu culo lo X X I
A fim de avaliar o impacto desse novo desafio que a educação do sécu séculolo XXI enfrenta, enfrenta, a U N E S C O preparou um relatório relatório minucios minucioso.o. O re latório que foi presidido pelo educado e ducadorr francê francêss Jacques Delors, aponta apon ta os desaf desafios ios e os caminhos para o fenômeno fenôm eno educacional no mundo mu ndo do sécul séculoo XXI.3A XX I.3A edição brasile brasileira ira desse desse relatório relatório foi apresentada apresen tada pelo pelo ex-ministro ex-m inistro da educação Paulo Renato. Em sua fala, o ex-ministro destaca aquilo que o Relatório Delors sintetiza sobre a realidade educacional global. Ele pôs em evidência esse novo cenário para esse paradigma educacional emergente, conforme de monstrado no Relatório Delors: “Existe hoje uma arena global na qual, gostemos ou não, é até certo ponto jogado o destino de cada indivíduo. [...] Apesar de uma promessa latente, a emergência desse novo mundo, difícil de aprender e ainda mais difícil de prever, está criando um clima de incertezas, para não dizer de apreensã apreensão,o, que torna torn a a busca de um enfoque verdadeiramente verdadeiramente global para os problemas problemas ainda mais angustiantes.” angustia ntes.”44 Observa-se que os educadores estão conscientes e preocupados com os novos desafios que a cultura emergente impõe sobre a educação. Da mesma forma form a a igreja igreja como uma um a instituição socia sociall e formadora de valores valores não deve fazer vista grossa grossa para pa ra esse essess alertas.5 Pressuposto Pressupostoss apontados para pa ra a educ educaç ação ão do sécu século lo X X I O ministro da educação indiano, Karan Singh, que também é um dos colaboradores do Relatóri Rel atórioo Delors, Delors, apontou alguns pressupostos de
uma filosofia holística para a educação do século XXI. Devemos ficar 133
Po r ç ã o D o b r a d a
atentos a esses pressupostos educacionais, pois serão eles que formarão a cultura das gerações vindouras. De acordo com Singh: 1. O planeta p laneta Terra que habitamos e de que todos somos somos cidadão cidadãoss é uma entidade entidade única, fervilhante de vida; a espécie espécie human hum anaa é, em ultima anális análise,e, uma um a grande família em que q ue todos os membros são são solidários; as diferenças de raça e de religião, de nacionalidade e de ideologia, ideologia, de sexo e de preferências preferências sexuais sexuais,, de estatut est atutoo econô e conô mico social — embora em si importantes — devem ser repostas no contexto contexto mais geral desta unidade unida de fundamental. 2 . O ódio e o sectaris sectarismo mo,, o fundamenta fundamentalismo lismo e o fanatismo, a inveja inveja e o ciúme, entre entre pessoas, pessoas, grupos grupos ou nações, são são paixões paixões des truidoras que é preciso vencer agora que nos achamos no limiar de um novo sécu século; lo; o amo amorr e a compaixã compaixão,o, a preocupação pelo outr o utroo e a caridade, a amizade e a cooperação devem ser estimuladas, agora que a nossa consciência desperta para a solidariedade planetária. 3. As grandes grandes religiõ religiõeses do mundo mundo na luta luta pela supremacia devem parar de sese combater combater e cooperar cooperar para o bem b em da humanidade, humanidade, a fim de refor reforça çar,r, graças a um diálogo perm perman anen entete e criativo entre entre as dife rentes rentes confissões, o filão de ouro que que são as suas suas aspirações aspirações espirit espirituu ais comuns, renunciando aos dogmas e anátemas que as dividem. 4. A educação holística deve deve ter em conta con ta as múltiplas múltipla s face face tas tas — física físicas,s, intelectuais, estéticas, emocionais emocio nais e espirituais espiritua is da personalidade hum h uman anaa e tender, assim, assim, para a realizaç realização ão deste d este sonho eterno: um ser humano perfeitamente realizado viven do num mundo em harmonia.6 Não há como negar nega r que ess esses es pressupostos educacionais apontados por Singh refletem os princípios de uma educação holística, mística e destituída na sua grande maioria dos valores cristãos. Algo semelhan te àquilo que Battista Mondim já havia criticado como princípios que estão na contramão de uma educação verdadeiramente humanística. O relat relatório, ório, portanto, portan to, é bem intencionado, intencionado, mas utópico na medida m edida em que prega um ecumenismo universal entre todos os povos e religiões. São esse essess vetor vetores es que procuram proc uram nortear norte ar a educação secula secularr contemporânea. contem porânea. Merece destaque dest aque que esse essess mesmos pressupostos pres supostos educacionais, vistos vistos por uma outra perspectiva, são defendidos por renomados educadores. 134
El i s e u e a Es c o l a d o s Pr o f e t a s
Em seu conceituado livro 0 Novo No vo Paradigma Paradigma Educaciona Educacionall Emergen Emergente, te, a educadora M aria Cândida Cân dida resume esse esse modelo emergente como sendo: sendo: 1. Construtivista — o ser humano hum ano está em constante processo processo de transformação transformaçã o diante dia nte de sua ação ação no mund m undo,o, em sua rela relação ção constante consta nte com o objeto. objeto. Pensar é resultado de uma um a construção, construção, da ação do indivíduo sobre o objeto e da transformação desse objeto, que tem o educando como centro gerador em processo constante de construção. 2. Interacionista — sujeito e objeto estão em constante intera ção de forma que um modifica o outro e modificam-se entre si. 3. Sociocultural— o homem é um ser relacional que interage constantemente, através do diálogo, com seus pares e com o mundo físico. 4. Transcendente — isto quer dizer: ir além, ultrapassar-se, superar-se. O homem é um devir a ser.7 Essas são as tendências de uma nova Paideia, de um novo modelo educacional emergente. Embora seja perceptível a roupagem científica com que esse esse modelo mod elo está adornad ador nado,o, todavia é inegável que ele ele é mais re ligioso do que científico. Mais espiritual do que racional. O físico nucle ar e adepto adep to do misticismo misticismo oriental, Fritijof Fri tijof Capra, Cap ra, foi foi uma das primeiras vozes pós-modernas na defesa desse novo paradigma. Capra afirma: “Precisamos de um novo paradigma — uma nova visão da re alidade, uma mudança fundamental em nossos pensamentos, per cepções e valores. Os primórdios dessa mudança, da transferência da concepção mecanicista para p ara a holística da realidade, já são são vis visívíveieiss em todos os campos e suscetíveis de dominar a década atual.”8 Defe ndendo ndo o Verd Verdad adeir eiroo No livro de minha autoria, intitulado Defende Evangelho, mostrei as implicações que essa nova ciência tem sobre os valores cristãos, em especial sobre a Educação. Mais uma vez fiz uma análise das palavras de Fritjof Capra, principal guru dessa Nova Era:
“Vivemos hoje num mundo globalmente interligado, no qual os fenômenos biológicos, psicológicos, sociais e ambientais são todos interdependentes. Para descrever esse mundo apropriadamente, ne cessitamos de uma perspectiva ecológica que a visão do mundo car tesiana não oferece” (O Ponto de Mutação — a Ciência, a Sociedade e a Cultura Emergente p . 14). Em outro texto, também de sua autoria, ele 135
Po r ç ã o D o b r a d a
diz: “Não existe nenhum organismo individual que viva em isolamen to. Os animais dependem da fotossíntese das plantas para terem aten didas as suas necessidades energéticas; as plantas dependem do dió xido de carbono produzido pelos animais, bem como do nitrogênio fixado pelas bactérias em suas raízes, e todos juntos, vegetais, animais e microorganismos, regulam toda a biosfera e mantêm as condições propícias à perspectiva da vida” (As Conexões Ocultas — a Ciênciapara uma Vida Sustentável).9
O lado espiritual e místico desse novo paradigma fica claro em outro Tao da Física Física — um paralelo entre a livro de Fritijof Capra, intitulado: 0 Tao Física Física Moderna e o Misticismo Mistici smo Oriental. Nessa obra, diz: “Há cinco anos, experimentei algo de muito belo, que me levou a percorrer o caminho que acabaria por resultar neste livro. Eu es tava sentado na praia, ao cair de uma tarde de verão, e observava o movimento das ondas, sentindo ao mesmo tempo o ritmo de minha própria respiração. Nesse momento, subitamente, apercebi-me inten samente do ambiente que me cercava: este se me assegurava como se participasse de uma gigantesca dança cósmica (...) senti o seu ritmo e ouvi’o seu som. Nesse momento, compreendi que se tratava da dança de Shiva, o deus dos dançarinos, adorado pelos hindus.”10 Desafios Desafios à educ educaç ação ão contemporâ contemporânea nea
É, pois, possível percebermos que o conflito existente entre a cultura moderna, fundamentada no modelo cartesiano, e a pós-moderna, finca da na física quântica e em princípios holísticos, está na desconstrução dos valores tradicionais da educação que esta última produz. O sociólogo polonês Zygm Zy gmun untt Bauman, Baum an, um dos maiores analis analistas tas do impacto que a cultura pós-moderna causa na educação contemporânea, escreveu sobre as dimensões desse conflito: “A história da educação conheceu muitos momentos críticos nos quais ficava evidente que premissas e estratégias já testadas e apa rentemente confiáveis não davam mais conta da realidade e exigiam revisõ revisõeses e reformas. reformas. Contudo Contudo,, a crise crise atual parece parece ser diferente daque daque las do passado. Os desafios do presente desferem duros golpes contra a própria essência da ideia de educação, tal como ela se formou nos primórdios da longa história da civilização: eles questionam as inva riantes dessa ideia, as características constitutivas da educação que resistiram a todos os desafios passados e emergiram intactas de to das as crises anteriores; os pressupostos que antes nunca haviam sido 136
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colocados em questão e menos ainda encarados como se já tivessem cumprido sua missão e necessitassem de substituição.”11
Vejamos, portanto, como esse sociólogo polonês analisa esse novo paradigma paradig ma educacio educacional nal:: 1. Um produto produto descartável
Bauman chama a atenção que para esse modelo emergente de educação, a simples “ideia de que a educação pod p odee const c onstituir ituir em ‘produ pro duto’fei to’feitoto para ser apropriado e conservado é desconcertan desconce rtan te, e sem dúvida não depõe a favor da educação institucionali zada”. Bauman Bau man diz acertadam acertad amente ente que, visto desta forma, a edu ed u cação é um produto descartável, “um pacote de conhecimento criado para usar e jogar fora. A justificativa que os pais davam para par a convencer os filhos filhos a estudarem: estudarem: aquilo que voc vocêê aprendeu apren deu ninguém vai poder tirar,’perde sua razão de ser.” 2. Uma realida realidade de instáv ins tável el
“Em todas as épocas”, observa Bauman, “o conhecimento foi avaliado com base em sua capacidade de representar fielmen te o mundo. Mas como fazer quando o mundo muda de uma forma form a que desafia desafia constante cons tanteme mente nte a verdade do saber saber existente, existente, pegando de surpresa até os mais ‘bem-informados?’” Ainda segundo ele, Werner Jaeger, que sem dúvidas foi um dos maiores pesquisadores e teóricos da Educação, destacava que os fun damentos da pedagogia e da aprendizagem se fundamentavam em dois pressupostos básicos básicos,, quais seja sejam: m: a ordem imutável im utável do mundo m undo e a natu na tu reza igualmente eterna das leis que governam a natureza humana. Bau man destaca que o “primeiro pressuposto justificava a necessidade e os benefícios da transmissão do conhecimento dos professores aos alunos. O segundo infundia nos professor professores es a autoconfiança necessária necessária para pa ra es culpir na personalidade dos alunos, como fazem os escultores com o mármore, a forma que se presumia sempre justa, bela, boa e, portanto, virtuosa e nobre”.12 A re rela laçã çãoo professor e aluno
Igualmente pertinente é o que Bauman chama de cultura offline e
online:
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Po r ç ã o D o b r a d a
“Para os jovens”, destaca Bauman, “a principal atração do mundo virtual deriva da ausência de contradições e objetivos contrastantes que infestam a vida offline. O mundo online, ao contrário de sua alternativa offline, torna possível pensar na infinita multiplicação de contatos como algo plausível e factível. Isso acontece pelo enfraquecimento dos laços — em nítido contraste com o mundo offline, orien tado para a tentativa constante de reforçar os laços, limitando muito o número de contatos e aprofundando cada um deles.”13 Depois dessa dessa visão visão geral geral do novo novo paradigm para digmaa educacional emergente em ergente e suas implicações na cultura judaico-cristã, voltemos, pois, à Escola de Profetas para uma um a avaliaçã avaliaçãoo dos seus fundamentos: fundamen tos: Disseram os discípulos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos contigo é estreito demais para nós. Vamos, pois, até ao Jordão, tomemos de lá, cada um de nós uma viga, e construamos um lugar em que habitemos. Respondeu ele: Ide. Disse um: Serve-te de ires com os teus servos. Ele tornou: Eu irei. E foi com eles. Chegados ao Jordão, cortaram madeira. Sucedeu que, enquanto um deles derribava um tronco, o machado caiu na água; ele gritou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado. Perguntou o homem de Deus: Onde caiu? Mostrou-lhe ele o lugar. Então, Eliseu cortou um um pau, e lançou-o lançou- o ali, ali, e fez flutuar o ferro, ferro, e diss disse:e: Levanta-o. Levanta-o. Estendeu ele a mão e o tomou” (2 Rs 6.1-7) E m primeiro lu luga gar r ; a Escola Escola de Profetas deve de ve ser vist vi staa sob a perspectiv persp ectivaa insti in stitu tucio ciona nall ou estrutural. 1. Noção Noção de organização eform efo rmaa
O texto de 2 Reis 6.1, mostra o lado institucional da Escola de Profeta. Eles viviam em comunidade e, portanto, careciam de um espaç espaçoo físic físicoo não somente para pa ra habitar, mas mas onde pudessem ser instruídos: “Disseram os discípulos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos contigo é estreito demais para nós. Vamos, pois, até ao Jordão, tomemos de lá, cada um de nós uma viga, e construamos um lugar em que habitemos”. Observa-se nesse texto que a estrutura acabou ficando inade quada e um espaço maior foi reclamado. Para que se tenha uma educação educação de qualidade necessita-s necessita-see de uma um a estrutura estru tura adequada. Não podemos educar sem primeiro estruturar! 138
E l is e u e a E s c o l a d o s P r o f e t a s
2. Noção de organismo e funçã fu nçãoo
Essa Escola de Profetas estava sob uma supervisão e, portan to, possuíam um líder espiritual que lhes dava orientação. Os estudiosos acreditam que as Escolas de Profetas surgiram com Samuel (1 Sm 10.5,10; 10.5,10; 19.20) e posterio po steriorm rmente ente se consolidou com a monarquia nos ministérios de Elias e Eliseu. No texto de 2 Reis 6.1, verificamos que esses discípulos dos profetas estavam estavam sob a orientação do profeta Eliseu E liseu e era era com o profeta de Abel-meolá que eles buscavam instrução. Eliseu não era apenas um homem com dons carismáticos capaz de prever o futuro ou operar milagre milagress poderosos, poderosos, mas também tam bém um profeta que possuía uma missão pedagógica. Nesse contexto a unção vem junto com a educação. Em segundo lugar ; a Escola Escola de Profetas deve dev e ser v ista is ta sob sob a perspec per spectiva tiva teleol teleológ ógic ica, a, dos dos fin fi n s , dos objetivo objetivos.s. 1. Treinamento
O texto de de 2 Reis Reis 2.15,16, 2.15,1 6, mostra que fazia fazia parte desse desse treina trei na mento trabalhar sob as ordens do líder, obtendo assim permis são para a execução de determinadas tarefas: “Vieram-lhe [os filhos dos profetas] ao encontro e se prostraram diante dele em terra. E lhe disseram: Eis que entre os teus servos há cinquen ta homens valentes; ora, deixa-os ir em procura do teu senhor; pode ser que o Espírito do S e n h o r o tenha levado e lançado nalgum dos montes ou nalgum dos vales. Porém ele respondeu: Não os envieis.” Esse processo interativo entre o líder e o lide rado, entre o educador e o educando, é vital para a produção do conhecimento. Em outras situações observamos que os filhos dos profetas, profetas, quando já treinados, treinados, podiam agir por conta própria própria em determinadas situações (1 Rs 20.35). O discipulado ocorre quand qu andoo aquele que foi instruído é capaz de repetir repe tir com com outros o processo do seu aprendizado.
2. Encorajamento
Os expositores bíblicos observam que o profeta Eliseu não limi tava o seu ministério à pregação itinerante e à operação de mi lagres, mas agia também como um supervisor de várias escolas 139
Po r ç ã o D o b r a d a
de profetas nos seus dias. Nessas escolas ele fornecia instrução e encorajamento aos jovens que ali chegavam. O contexto dos li vros de 1 e 2 Reis não deixam dúvidas de que esses dois profetas se preocupavam em transmitir à geração mais nova aquilo que aprenderam do Senhor. Nessas escolas, portanto, esses alunos eram encorajados a buscarem uma melhor compreensão da Pa lavra lavra de Deus. Não Nã o há objetiv objetivoo maior para um educador ed ucador do que encorajar o educando a buscar a excelência no ensino. Em terceiro lugar ; a Escola Escola de Profetas deve d eve ser vist v istaa sob sob a perspe per spectiv ctivaa curricula curricular,r, dos dos cont conteú eúdo dos.s. 1. A Escritura Escritura
Quando Quand o fazemos fazemos um acompanhamento acom panhamento do ministério ministério do pro feta Elias, Elias, vemos que a Palavr Palavraa de Deus De us fazia fazia parte do conteúdo conteú do ensinado nas Escolas de Profetas. Eliseu recebeu essa herança. Q uando uan do se encontrava encontrava no monte mo nte Sinai, Elia Eliass se queixou queixou que os israelitas haviam abandonado a Aliança com Deus, destruíram os locais de cultos e exterminaram os profetas (1 Rs 19.10). A Palavra de Deus, em especial o livro de Deuteronômio, espe cificava que princípios e preceitos regiam a Aliança de Deus com seu povo. povo. A Palavra de D eus era essa essa alianç aliança!a! Assim como Elias, Eliseu também estava familiarizado com as implicações dessa Aliança. Era essa palavra que ele ensinava aos seus discí pulos. E essa palavra que devemos ensinar hoje.
2. A Experiência Experiência
Tanto Elias como Eliseu eram homens experientes e comparti lhavam com os outros aquilo que haviam aprendido (2 Rs 2.15; 2.19-22; 4.1-7 4 .1-7,42-4 ,42-44). 4). No entanto, no contexto con texto bíbli bíblico co,, a experi ência não está acima da revelação de Deus conforme se encontra escrita na Bíblia. Bíblia. A Palavra Palavra de Deus De us é quem julga a experiência e não o contrário. Elias, por exemplo, afirmou que suas experiên cias tiveram como fundamento a Palavra de Deus (1 Rs 18.36). Os mais mais jovens devem ter a humildade hum ildade de aprender apren der com os mais experientes e os mais experientes não devem desprezar os sabe res dos mais jovens. O aprendizado se dá através do processo de interação e a experiência faz parte desse processo. 140
Eliseu e a Es c o l a d o s Pr o f e t a s
E m quarto lugar, lugar, a Escola Escola de Profetas Prof etas deve ser vist vi staa sob sob a perspectiv persp ectivaa metod metodoló ológic gica. a. 1. Ensi En sino no através do exemplo exemplo
Os estudiosos estão de acordo que essas Escolas de Profetas se guiam o idealismo hebreu concernente à educação. Havia uma relação entre professor e aluno na comunidade onde viviam. A educação acontecia também na sua forma oral e o exemplo era um desses métodos adotados no processo educativo. Não há como negar que Eliseu ensinava através do exemplo. Há vários relatos sobre os milagres de Eliseu onde se percebe que o apren dizado acontecia através da observação das ações do profeta de Abel-meolá. Abel-m eolá. Geazi, G eazi, moço de Eliseu, sabia sabia que seu mestre era um exemplo de honestidade. No Novo Testamento, Jesus Cristo se colocou como o exemplo máximo a ser seguido e Paulo também se pôs como um modelo a ser imitado (Mt 9.9; 1 Co 11.1). 2. Ensino Ensin o através através da palavra pala vra
Eliseu não deixou nada escrito. O que sabemos dele é através do cronista bíblico. Mas esse fato não significa que esse profeta não usasse a Palavra de Deus em sua vida devocional e também como instrumento de instrução na Escola de Profetas. A forma como esses homens julgavam o comportamento dos reis, aprovando-os ou reprovando-os não deixa dúvidas de que eles usam a Palavra de Deus escrita para discipular seus alunos. Eliseu, por exemplo, mediu a iniquidade de Acabe através da piedade de Josafá. Acabe era um rei mal por que não andava conforme a Palavra de Deus enqua enq uanto nto Josaf Josafáá era estimado estimad o por fazer o camin ca minho ho inve inversrso.o. Observamos através do ministério do profeta Eliseu que os filhos dos profetas pertenciam a uma escola dedicada ao ensino formal. Ali era ensinado a Palavra de Deus tanto na sua forma oral como escrita. Esse fato é por si só de grande relevância para nós porque demonstra a preocupação desse homem de Deus em passar a outros o conhecimento correto sobre Deus. Os tempos mudam e a cultura também. Hoje sabemos que a edu cação secular possui grande importância e infelizmente para muitos é a única forma de educação existente. Não podemos negligenciar a edu 141
Po r ç ã o D o b r a d a
cação humanista, mas não podemos de forma alguma perder de vista a dimensão espiritual do conhecimento. Um ensino fundamentado na Bíblia, mesmo sem se tornar místico, atende aos propósitos propósitos de uma educação educação humanitária, hum anitária, conforme preten prete n dido pelos educadores da UNESCO, que são: 1. Apre Ap rend nder er a conh conhec ecer er — aprender a conhecer é algo que se refere não somente à aquisição de conhecimento, mas também à forma como o indivíduo lida com o conhecimento no desen volvimento do seu cotidiano. 2. Aprender a fa z e r — as aprendizagens devem evoluir e não podem mais ser consideradas como simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras. 3. Aprender a conviver — Num primeiro nível, a descoberta pro gressiva do outro. Num segundo nível, e ao lado dc toda a vida, a participação em projetos comuns. O outro aqui não se limita apenas ao indivíduo, mas a outros povos também. 4. Aprend Apr ender er a ser — um sujeit sujeitoo capaz de tomar tom ar decisõ decisões es na vida, vida, dirigido por valores próprios e de maneira crítica.14
142
Eu s e u e a Es c o l a d o s Pr o f e t a s
M O N D IN, IN , Bat Batttist ista. O s Valo Valorr es Fundamentais Fundam entais.. Ed. Edusc, 2005. 2 M O N D IN, IN , Battist Battista.a. idem. idem. 3 DELO DELORS RS,, Jacques. Educação: um tes t esour ouros os a desco descobr brir: ir: r elatór elatório io para 1
a UNESC UNE SCO O da Comissão Comissão Inter In ternacio nacional nal sobr sobree Educação Educação para para o século século XXI. Editora Cortez/UNESCO/MEC. 10a Edição, 2006. 4 SOUZA, Paulo Renato. Educação Edu cação:: um tesouro tesour o a desc descobrir. obrir . Ed. Cortez,
5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
10a edição, 2006. Veja eja um estudo estudo mais mais aprofundado aprofundado sobr sobree o assunt assuntoo no liv livro de Jacques Jacques DeDe lors: A Educação para o Século XXI: questões e perspectivas. Editora Artmed, Porto Alegre, 2005. Educ Educaç ação ão:: um tes tesou ouro ro a des descobr cobririr.. MORA MO RAES ES,, Maria Cândida. Cândida. O Novo Paradigma Paradigma Educacional Educacional Emer gen gen Edito ra Papiru Papirus.s. t e. Editora CAPR CA PRA, A, Fri Fritij tijof. of. O Ponto Pon to de d e Mutação Mut ação - A Ciência, a Soci Sociedade edade e a Cu C u l tura Emerge Emer gente. nte. Editora Cultrix , 1999. GONÇALV GON ÇALVES, ES, José. José. Defendend Defend endoo o Verdadei Verdadeirr o Evangelho. Evangelho. Rio de Ja neiro: neiro: CPA C PAD, D, 2007. 2007. CAPR CA PRA, A, Fritjo Fritjof.f. O Tao T ao da Física: Física: um parale par alelo lo entre entr e a físi física ca moderna modern a e o misticismo oriental. Ed Cultrix. BAUMAN, Zygmunt. Capita Ca pitalilismo smo Parasi Par asitár tário io.e .ed. d. Jorge Zahar. JAERG JAE RGER, ER, Werne Werner.r. Paideia: a fofor mação do homem hom em greg gr ego. o. Editora Mar tins Fontes. BAUMAN, BAUM AN, Zygmunt Zygmunt.. Capita Ca pitalilismo smo Parasi Par asitár tário io.. Idem. Op. cit. cit. DELO DE LORS RS,, Jacq Jacque ues.s. Educaç Edu cação: ão: Um Tesour Tesouroo a Desc Descobr obrir. ir. Op. 143
Capítulo
13
A M o r t e d e E l is e u
E
liseu teve um ministério longo e profícuo e a sua vida causou um grande impacto na história bíblica. Não há como minimi zar a importância do profeta de Abel-meolá sobre a cultura juda ju daicico-o-crcrisistãtã.. Neste capítulo iremos acompanhar os últimos passos do profeta Eliseu e os fatos relacionados a ele. Constataremos que Eliseu foi de fato um gigante gigante espiritual, mas como todos os mortais, m ortais, estava estava sujeito sujeito as limita lim ita ções comuns a todos os homens — nasceu, cresceu, envelheceu e morreu. Eliseu morreu, mas não como morre um “famoso”. Quando escrevia sobre a história do profeta Eliseu, achei interessante a análise que fez o escritor Ricos e Famosos sos M ichael Largo em seu inusitado livr livroo: Assim Morreram osos Ricos (2008, pp.8,9). Ao escrever sobre a morte dos famosos, disse: “No caso das celebridades, em que cada gesto é alvo de atenção das publicações populares, a morte é inteiramente outra história: entre elas, a verdadeira causa do falecimento em geral é o detalhe íinal que costuma ser omitido ou ocultado. Existem centenas de revistas que se dedicam a acompanhar os atos mais insignificantes de pessoas famosas. Livros e programas de televisão documentam os altos e baixos de suas carreiras. Quando elas morrem, porém, seu decesso é sujeito à maquia gem final: assessores de imprensa, agentes, empresários e curadores de suas suas heranças procura proc uramm evitar evitar que a verdade chegue aos jornais. Em E m bo ra reis reis,, políticos políticos e membros da alta sociedade sempre tenham tenh am sido fonte de notícias e fofocas, hoje a mídia transforma muitas figuras públicas em artistas, de certa maneira, cuja imagem precisa ser “administrada” mesmo após sua morte. No entanto, como observou o escritor irlandês Percival Arland Usher, ‘um homem não morre de amor, do fígado ou mesmo de velhice — ele morre de ser homem”.1
Fica, portanto, em destaque o fato de que os homens fazem parte da história, inclusive morrendo, enquanto Deus se mostra como Senhor
A M o r t e d e E l is e u
dela dela.. No caso caso de de Eliseu, a Escritura Es critura não maquio ma quiouu nenhu nen humm detalhe deta lhe da da sua morte, mas mostrou como Deus foi glorificado, mesmo na morte desse homem de Deus (2 Rs 13.14-25). A doença doença term inal na l de Elise Eliseuu A velhice velhice de Eliseu Elis eu
Um bom tempo já havia se passado desde a última aparição do profeta de Abel-meolá no registro bíblico (2 Rs 9.1). De fato entre os capítulo 9 e 13 de 2 Reis Reis há um intervalo intervalo de aproximadame aproxim adamente nte quarenta qua renta anos. Os estudiosos acreditam que por essa época Eliseu deveria estar com a idade aproximada de oitenta anos. Eliseu fora chamado cha mado quando quando ainda era jovem, mas agora esta estava va velh velhoo e doente. Às vezes idealizamos de tal forma os homens de Deus que aca bamos esquecendo que ele eles são humanos. Envelhecem, Env elhecem, adoecem adoecem e também tamb ém morrem. O texto bíblico deixa patente o lado humano do profeta. Fora um grande home ho memm de Deus e ainda o era, era, com tudo isso isso era era um homem. O sofrimento de Eliseu
O mesmo mesm o texto que trata da doença e velhice velhice de Eliseu fal falaa tam também bém do seu sofrimento (2 Rs 13.14; 20). Eliseu estava doente (hb. choliy), e isso sem dúvida lhe causava algum sofrimento. E muito difícil dizer que Eliseu padeceu, mas não sofreu. Mas o foco aqui não é o sofrimento em si, mas como Deus trata o profeta nesse momento de sua vida e como ele responde a isso. Mesmo alquebrado pelos pelos anos, Eliseu continuava com o mesmo mesm o vigor vigor espiritual de antes. Possuía ainda a mesma visão da obra de Deus. Em nada a doença, sofrimento ou quaisquer outras coisas impediu-o de continuar sendo uma u ma voz profética. profética. Prospe peririda dade de à Lu L u z da Bíblia (CPAD, (CPAD, No livro de minha autoria, A Pros 2012), refutei a crença dos teólogos da Confissão Positiva acerca do so frimento. Para esses mestres, os crentes não precisam mais sofrer, pois segundo eles, eles, todo sofrimento sofrim ento já foi levado levado na cruz do calv calvárárioio e o Diabo D iabo deve deve ser responsabilizado por toda to da e qualquer situação situação de desconforto en e n tre os crentes. crentes. Aqui Aq ui há h á uma um a clara influência influência da Ciência Cristã que também não admitia a existência do sofrimento. A Bíblia diz que o cristão não deve deve temer o sofrimento nem n em tampouco negá-lo (Cl (C l 1.24 1.24;; T g 5.10). 5.10). 145
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John Jo hn Anke A nkerber rbergg e Dillon Dill on Burroughs Burroughs (2010, p.53), escrevem escrevem que que:: O sofrimento geralmente não é uma experiência agradável. No entanto, o bem pode ser encontrado em tempos de sofrimento, até mesmo nas situações mais extremas. Em nosso livro Defend Defending ing Your Faith (Defendendo a sua Fé), compartilhamos algumas razões por que às vezes as pessoas experimentam o sofrimento: • Para nos tornarmos exemplos para os outros. • Para melhor nos compadecermos dos outros. • Para permanecermos humildes • Como uma ferramenta de aprendizado. • Para dependermos do poder de Deus. • Para crescermos no nosso relacionamento com Cristo (desen volvendo o fruto do Espírito — Gálatas 5.22,23). • Para revelar a necessidade da disciplina de Deus em nossa vida. • Para promover a obra de Cristo (quando os maus tratos a um missionário abrem oportunidades para impactar outros com o amor de Cristo). Um grande exemplo pode ser encontrado em Filipenses 1.12-14, onde lemos: “Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho; de maneira que as minhas cadei cadeias, as, em Cristo, se tornaram torn aram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais; e a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus”.2 Ainda Ain da nessa nessa obra, em um capítulo capítulo onde procurei mostrar mo strar a melhor interpretação das palavras do apóstolo Paulo em Filipenses 4.13, tratei mais exaustivamente sobre a questão das adversidades da vida: “Ora muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade. Não digo isto como por necessidade, porque já j á aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei sei também ter ter abun dância: em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece. Todavia fi zestes bem em tomar parte na minha aflição. E bem sabeis também vós, 146
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ó filipens filipenses, es, que, que, no princípio princípio do evangelho, evangelho, quando part partii da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós vós somente. Porque també tambémm uma uma e outra vez me mandastes mandastes o necessá necessário rio a Tessalôn Tessalônica. ica. Não que procure dádiva dádivas,s, mas mas procuro procuro o fruto fruto que abunde para a vossa conta. Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância: cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus. O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidad necessidadeses em glória, por por Cristo Cristo Jesus” Jesus”(Fp 4.10-19). 4.10-19). Aqui estão as palavras que tem sido o carro-chefe do triunfalismo neopentecostal: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece (Fp 4.13). Estas palavras foram escritas pelo apóstolo Paulo e endereçadas à igreja de Filipos por ocasião de sua segunda viagem missionária (At 16.6-40). Os estudiosos da Bíblia estão de acordo que o apóstolo endereçou essa essa carta à igreja igreja de de Filipos por p or ocasião ocasião de seu aprisionamento aprisionam ento em Roma. Rom a. Mas o que essas palavras de Paulo significam não tem tido o mesmo con senso entre os evangélicos. O sentido mais popular dado a ela expõe mais presunção do que confiança confiança;; mais triunfalismo do que uma um a verdadeira verdadeira fé. fé. Fora do seu contexto, o entendimento que lhe é atribuído é que o crente pode possuir o que quiser, já que é Deus quem lhe garante isso. “Tudo posso” ganhou o sentido de “Tenho Posse”. Passa, então a ser usado como um mantra que garante a conquista de bens materiais seja em que condi ção for. Mas será esse o real sentido desse versículo? Como já vimos, uma das regras básicas dos princípios de inter pretação da Bíblia é a análise do contexto da passagem que se está estudando. A grande maioria m aioria dos erro erross doutrinários do utrinários surg surgee por conta con ta da violação desse princípio. O texto ora em estudo não foge a essa regra. Quan Qu ando do alguém usa asas palav palavras ras de Paulo para justificar uma vida vida em to tal saúde e riqueza e isenta de problemas, evidentemente evidentemente que está fazendo uso indevido do pensamento do apóstolo. Isso por uma razão bastante simples — antes de declarar sua total suficiência em Cristo, o apóstolo diz: “Sei estar abatido, e sei sei também tamb ém ter abundância: em toda toda a maneira, e em todas as coisa coisass estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Somente após afirmar que passou por po r situações mais advers adversasas nas quais viveu viveu em escassez escassez e em outras nas quais experimentou abundância é que ele diz poder todas as coisas naquEle que o 147
Po r ç ã o Do b r a d a
fortalecia. Ao estudar exaustivamente as palavras de Paulo em sua carta aos filipipen fil enseses,s, o erudito erudito Willia Wil liamm Hendr He ndriks iksen en (2005, (2005, p.593) p.593) destacou que que:: “Paulo não é nenhum nenhum presunçoso presunçoso para proclamar: ‘Eu ‘Eu sou o capitão da minha vida’. Nem tampouco é um estoico que, confiando em seus pró pr prios ios recursos, e supostamente imperturbável ante o prazer ou dor, busque com todas as suas forças supor, sem a menor queixa, sua irremediável necessidade. Conhece (pessoalmente) tanto as alegrias quanto as aflições, e aprendeu a permanecer contente. Seu contentamento, porém, tem sua razão razão em um outro, além de sisi mesmo. mesmo. O verdadeiro Manancial ou ou Fonte da suficiência espiritual de Paulo está mencionado no versículo 13. E essa fonte jamais secará, não importa quais forem as circunstâncias (...) aque les que rejeitam a Cristo não podem compreender como um cristão pode permanecer permanecer calmo na adversid adversidade ade e humilde humilde na na prosperidade.” prosperidade.”33 Dizer, portant portanto,o, que que Paulo “deu “deu a volta por por cima”é forçar a Escritu Escriturara dizer uma coisa que ela não diz. Paulo não serve como exemplo de alguém que co meçou pobre e terminou rico. Paulo nunca se preocupou por estar por baixo e também também nunca se preocupou em ficar por por cima. cima. Paulo começou seu ministério fazendo tendas, tendas, que era um trabalho trabalho duro (At (A t 18.3), 18.3), e terminou terminou em uma uma prisão em Roma (Fp 3.12; At 28.30). A prosperidade do apóstolo não dependia da abundância ou escassez de bens materiais, mas da sua suficiência em Cristo. Hendrikson resume as palavras do apóstolo nesse contexto como segue: 1. Viver em circunstâncias de apertura O apóstolo de fato sabia o que era passar necessidade (At 14.19; 16.22-25; 17.13; 1812; 20.3; 21—27; 2 Co 4.11; 6.4,5; 11.27,33). Ele sabia o que era fome, sede, jejum, frio, nudez, padecimentos físic físicos os,, tortu tor turara mental, mental, perseguição, perseguição, etc. etc. 2. Terfome Fome e sede são com frequência frequência mencionadas mencionadas junta juntass (Rm (Rm 12.20; 1 Co 4.11; 2 Co C o 11.27; cf. cf. como anseio espiritual: espiritual: M t 5.6). 3. Ter Ter carência carência O apóstolo, com frequência, não tinha o necessário. Sua falta de conforto era tanta, que sua situação chegava à mais dura penúria. Todavia Todavia,, nenh ne nhum umaa dessa dessass cois coisas as o privou de seu contentamento contentam ento.. 4. Terfartura Antes de sua conver conversão são,, Paulo era um fariseu fariseu preeminente. preeminente . O futu ro se lhe divisava brilhante e promissor. Paulo possuía abundância, 148
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e isso de várias maneiras. Todavia, ele tinha carência do tesouro mais precio precioso: so: a paz centrada cent rada em e m Cris C risto. to.44 Para o apóstolo, a sua prisão estava sendo uma fonte de bênçãos para o progresso progresso do evangelho evangelho da mesma me sma forma que a sua liberdade havia havia sido (Fp 1.13,14). O que importava naquele momento não era uma conquista pessoal, mas ser Cristo Jesus engrandecido pelo seu testemunho, mesmo que esse esse fos fosse se dado de dentro den tro de uma um a masmorra. Não Nã o vemos vemos em Paulo um escapismo triunfalista que nega o sofrimento através da confissão positiva do tipo “tudo posso, tudo posso!”. Nem vemos lamentando tampouco por Deus haver permitido tal situação. O que prevalece é o contentamento em tudo! Somente pessoas amadurecidas na fé são conscientes de que a alegria espiritual pode brotar em meio ao sofrimento (2 Co 12.10). O expositor bíblico R.C. Sproul (199, p.305,306), comenta que: “As vezes, a presença da dor em minha vida traz o beneficio práti co de me santificar. Deus trabalha em mim através da aflição. Por mais desconfortável que a dor possa ser, sabemos que as Escrituras nos dizem constantemente que a tribulação é um meio pelo qual somos purificados e conduzidos a uma dependência mais profunda de Deus. Há um be nefício a longo prazo que presumivelmente perderíamos não fosse pela dor que somos chamados a “suportar por um pouco”. As Escrituras nos dizem para suportar por um pouco, porque a dor que experimentamos agora não pode ser comparada com as glórias reservadas para nós no futuro. futuro. Do D o outro lado, lado, o prazer pode pod e ser ser narcótico narcótico e sedutor, de modo que quanto mais o apreciamos e mais o experimentamos, menos conscientes nos tornamos de nossa dependência e necessidade da misericórdia, au xílio e perdão de Deus. Prazer pode ser um mal disfarçado, produzido pelo Diabo para nos levar à ruína final. Essa é a razão porque a procura do prazer pode ser perigosa. Quer experimentando dor ou prazer, não queremos perder Deus de vista, e nem a necessidade que temos dele”.5 A p r ofec ofeciia fina finall de Eli E liseu seu A ação ção de Deus De us na n a profecia
Hoje está na moda o famoso jargão: “Eu profetizo sobre a tua vida”. Esse jargão é muito bonito e vem vestido de roupagens espirituais, mas não passa passa de uma um a presunção presunção humana. humana. Isso por uma uma razão bem simpl simpleses:: nenhu nen huma ma profeci profecia,a, que se ajust ajustee ao modelo bíblico, bíblico, tem seu pont po ntoo de partida partida na vonta vo nta de humana (2 Pe 1.20,21). Esse fato é demonstrado pela expressão: “Assim diz o Senhor” (2 Rs 2.21; 3.16). As palavras de Eliseu: “Flecha da vitória do 149
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(2 Rs 13.17), possui sentido semelhante. semelh ante. A profecia tem te m sua origem em Deus e não no homem. Eliseu não profetizou antes para depois se inspi rar, mas foi primeiramente inspirado para depois profetizar (2 Rs 3.15). Infelizmente há pregadores que se passam por profetas tomando como ponto de partida em suas mensagens não mais as Escrituras Sagra das, mas o ocultismo ensinado na Cabala, no judaísmo rabínico e em di versos liv livroross apócrifos. Para esse essess “prof “profetas etas”” o mun m undo do espiritual espiritua l é formado forma do por ciclos que se materializam neste mundo físico. Dessa forma alegam que quando Deus criou o mundo, passou-se o primeiro, o segundo, o ter ceiro dia até chegar ao ciclo completo que é o sábado! Depois do sábado o ciclo começa novamente! Para eles, a Bíblia é cheia de códigos e esse arranjo matemático provaria que o ciclo muda a cada “sete”, sendo que esse “sete” seria o número de Deus enquanto o seis seria o número do ho mem! Fundamentado nesse artifício, que não tem uma só letra do Novo Testamento a seu favor, derramam suas falsas profecias do tipo: “Daqui a cinquenta cinquenta dias algo tremend trem endoo vai vai acontecer em sua vida” vida”.. A propósito, Wayne Grudem (2004, pp.232,233) faz uma impor tante observação sobre o profetizar no Novo Testamento: Se n h o r ”
“No NT, a palavra “profeta” parece não descrever oficio formalmente reconhecido ou posição. posição. Em vez disso, disso, é um termo funcional. funcional. Os que pro pro fetizam fetizam regularmente são são chamados chamados de profetas. profetas. Contudo, Contudo, mesmo quem não profetiza com regularidade podia profetizar ocasionalmente.”6 A participação hum hu m ana an a na n a profecia
Vimos que uma um a profecia profecia genuiname genuin amente nte bíblica bíblica tem sua origem origem em Deus. Todavia a Escritura mostra que existe também a participação do homem nesse processo. A indignação de Eliseu deixa clara a sua decep ção com a falta de discern di scernim imento ento do rei. Faltou ao rei Jeoás a féfé! Ele não percebeu que não se tratava de um mero ritual no qual ele teria apenas uma participação técnica. A sua vitória seria do tamanho da resposta que ele desse ao profeta. Deveria ter ferido a terra cinco ou seis vezes, mas fez apenas três. Uma fé tímida obtém uma vitória pela metade. O escritor C. Samuel Sorms, pertencente ao Movimento Terceira Onda, põe esse fato sobre a profecia em destaque quando diz: “A chave se acha em reconhecer que, com cada profecia, existem quatro elementos, dos quais somente um é seguramente da parte percep cepção ção de Deus: existe a revelação propriamente dita; existe a pe 150
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ou recepção, por parte do crente, daquilo que foi revelado; existe a interpretação daquilo que foi revelado, ou a tentativa de averiguar seu significado; e existe a aplicação daquela interpretação. Deus é responsável responsável exclusivamente exclusivamente pela revela revelação ção.. Tudo Tu do quanto qua nto ele ele desvenda diante da mente humana é totalmente isento de erro. E tão infalível quanto o próprio próprio Deus. Não contém nenhu n enhuma ma falsidade; falsidade; é totalmente verdadeiro em todas tod as as suas suas partes. Realmente, Re almente, a revelação, revelação, que é a raiz de toda expressão verbal profética genuína, é tão inerrante e infalível quanto quan to a própria Palavra Palavra de Deus registrada registrada por escrito (a Bíb Bíblia lia).). Em termo de revelação somente, o dom profético no NT não difere em nada do dom profético no AT. O erro entra quando quan do o ser humano hum ano que recebe a revelaçã revelaçãoo de Deus a percebe, a interpreta e/ ou a aplica erroneamente. O fato de Deus ter falado de modo perfeito não significa que os seres humanos escuta possível el que interpretem e apliquem, sem erro, ram de modo perfeito. E possív aquilo que Deus revelou. Mas a mera existência de uma revelação di vina não garante, por si só, só, que a interpretação inter pretação ou aplicação aplicação da verdade verdade revelada revelada por Deus D eus compartilhará compar tilhará daquela daquela mesma perfeição.”7 perfeição.”7 O ú ltim ltim o milagr milagree de E liseu liseu A eternidade eternid ade efidelid efid elidade ade de Deus De us
É interessante observarmos que o último milagre de Eliseu se deu postumamente. Eliseu já estava morto quando ocorre algo envolvendo seus restos mortais que desafia toda a razão humana (2 Rs 13.19,20). Essa passagem revela pelo menos dois aspectos dos atributos de Deus — em primeiro lugar ela mostra que Deus é eterno eterno.. A. W .Tozer .To zer (2000 (2000,, p p .l 1,12 1,12)) chamou chamou a atenção para esse esse fato quando comento com entouu o texto bíblic bíblico:o: “Com Co m o fui com Moisés, assim serei contigo”. Tozer destacou que: “A incondicional prioridade de Deus em seu universo é uma ver dade no Antigo e no Novo Testamentos. Testamentos. O profeta cantou ca ntou essa essa verdade verdade em linguagem de êxtase: ‘Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, ó meu Santo?’O apóstolo João a expõe com cuidadosas palavras de denso significado: ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.’[...] Não podemos pod emos pensar pensar certo sobre Deus enquan enquantoto não come çamos a pensar nEle como estando sempre ali, e ali primeiro, sempre existente antes de tudo mais. Josué teve que aprender isso. Ele fora servo de Moisés, servo servo de Deus, Deus , e com tanta tant a segurança segurança recebera recebera em sua 151
P o r ç ã o D o br a d a
boca a Palavra de Deus, que Moisés e o Deus de Moisés se fundiram na mente dele, em fiisão tal que ele mal podia separar os dois pensa mentos; por associação sempre apareciam juntos em sua mente. Agora Moisés estava morto e, para que o jovem Josué não seja abatido pelo desespero, Deus lhe fala para dar-lhe segurança: ‘Como fui com Moi sés, assim serei contigo.’ Moisés estava morto, mas o Deus de Moisés continuava continuava viv vivoo. Nada Nad a mudara e nada se perdera. perdera. De Deus nada morre quando morre um homem de Deus.”8
Em segundo lugar, a Escritura revela aqui a Fidelidade de Deus. Aquilo que Ele prometeu, Ele cumpre, mesmo quando as circunstâncias parecem dizer o contrário. Ao permitir que o toque nos restos mortais de Eliseu desse vida a um morto, Deus mostrava ao rei Jeoás que a morte de Eliseu não iria impedir aquilo que há algum tempo ele havia prometido a ele. Deus é fiel e vela sobre a sua palavra para a cumprir. A honra de Eliseu Elise u
Mas além da fidelidade e eternidade de Deus que ficam bem patentes nesse último milagre de Eliseu, há ainda mais uma lição que o texto deixa em relevo. Aqui é possível perceber que mesmo morto, o nome de Eliseu continuaria sendo lembrado como um homem de Deus. Elias subiu ao céu vivo. Eliseu deu vida mesmo estando morto. Os intérpretes destacam que esse milagre de Eliseu mostra que o Senhor possui planos diferenciados para cada um de seus filhos filhos e que, que, porta po rtantnto,o, não devemos fazer comparações nem questionar os os atos divinos divinos (Jo 21.19-23). 21.19- 23). A Bíblia Bíblia fal falaa de homen ho menss cuja cujass açõe açõess continuam continua m falando mesmo depois de suas suas mortes (Hb (H b 11.4). 11.4).
O legad legadoo de Eliseu Eliseu Legado sóciocultural
Já estudamos que Eliseu supervisionava a escola de profetas (2 Rs 6.1). Esse sem dúvida foi um dos seus grandes legados. Todavia Eliseu fez muito mu ito mais. mais. Ele E le teve teve uma um a participação ativa ativa na vida social social da nação. nação. Enqu En quan antoto Elias era um profeta do deserto, Eliseu teve teve uma atuação mais mais urbana. Eliseu tinha acesso aos reis e comandantes militares e possuía influência suficiente para deles pedir algum favor (2 Rs 4.13). Como povo de Deus não podemos viver isolados da vida social da nação, mas aproveitar as oportunidades para abençoar os menos favorecidos. 152
A
M o r te t e d e E lil i s eu eu
Legado esp e spiri iritua tuall
Há uma extensa lista de obras e milagres operados através do profeta Eliseu. Sem dúvida eles demonstram seu grande legado espiritual. Podemos enumerar alguns aqui: Abertura do Jordão (2 Rs 2.13,14); a purificação da nascente de água (2 Rs 2.19-22); O azeite da viúva (2 Rs 4.1-7); o filho da sunamita (2 Rs 4.8-37); a panela envenenada (2(2 Rs 4.38-41); A multiplicação multiplicação dos pães pães e das sementes (2 Rs 4.42-44); a cura cura de Naam Naa mã (2 Rs 5); 5); o machado machado que flutuou flutuo u (2 RS 6.1-7); o caso de Dotã Do tã (2 Rs 6.11-23); 6.11-23); escass escassez ez e festa em Samaria (2 Rs 6.24—7.20); revelação a Hazael (2 Rs 8.7-15); profecia ao rei Jeoás (2 Rs 13.14-19) e a ressurreição de um homem (2 Rs 13.21). Assim termina a vida do profeta de Abel-meolá. Um grande ho mem de Deus que nunca deixou de ser servo. Começou pondo água nas mãos de Elias (2 Rs 3.11), um gesto claro de sua presteza em servir, e terminou sendo exaltado por Deus. Mesmo sem ter escrito uma linha, se levanta como um dos maiores profetas bíblicos de todos os tempos. Deixou sua marca na História, mas em nenhum momento atraiu para si a atenção pelos milagres feitos. Deus a quem ele amava e servia era sua fonte de satisfação. Devemos imitá-lo nisso. 1 LARG LA RGO, O, Mich Michae aell. Assim Assim Morreram Os Ricos Ricos e Famoso Famososs — como como foi foi a morte das grandes personalidades da história. Ed. Larousse, São Paulo, 2008. 2 ANKERBERG, John John 8c BURROUGHS, Dillo Dillon.n. Por que que Deus permite o Sofrimento e o Mal? São Paulo: Ed. Holy Bible. 3 HEND HE NDRIK RIKSO SON, N, Will Williaiam. m. Comentário C omentário do do Novo Testamento — Efési Efésios os e Filipenses. Ed. Cultura Cristã, 2005. 4 Idem Id em,, p. 594. 5 SP SPRO ROUL UL,, R.C. Boa Pergu Pe rgunta nta — mais mais de 300 pergunta perg untass sobre sobre fé e vida res pondida pon didass com honestida hon estidade de e clareza. Ed. Cultura Cristã, Cristã, 199 1999. 6 G R U DEM DE M , Wayn Wayne.e. O Dom D om de Profecia Profecia — do Novo Nov o Testamento Testam ento ao nossos nos sos dias. Editora E ditora Vida Vida.. 7 SORM SO RMS,S, C. Samu Samuelel.. In: Cessaram Cessara m os D ons on s Espirituais? Esp irituais? — quatro qua tro p o n tos de vista. vis ta. Org. Wayne Grudem. Grud em. Editora Vida. Vida. 8 TOZ TO Z ER, ER , A. A. W. A Conquista Divi Divina: na: a nece necessssididade ade de de ter ter Cristo Cristo como como Senh Se nhor or na n a vida. Editor E ditor Mun M undo do Cristão, Cristão, São São Paulo, Paulo, 2000. 2000. 153
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PORÇÃO %
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Em Porção Dobrada, obra escrita com os rigores de uma exegese e hermenêutica bíblica sadia, o leitor poderá ter uma clara visão do paralelo entre os dias de Elias e Eliseu e os nossos, o que inclui as crises religiosas, sociais, morais, políticas e econômicas vivenciad vivenciadas as pelo p eloss profe p rofetas. tas. É nesse nesse c ontexto ontex to de d e crise que o Senho Senhorr levanta levanta homens e mulheres como c omo portavozes, d ando aos lídere líderess e ao seu povo a oportunidade de se arrependerem de seus pecados e de se voltarem para Ele. A sucessão suc essão minister ministerial ial,, um dos grandes grand es problemas p roblemas da lideranliderança, também é abordada nesta obra. Pastores, líderes em geral, e c rentes rentes que q ue amam e tem temem em ao Senhor Senhor com certeza encontrarão encontrarão e extrairão destas páginas grandes lições a serem aplicadas no ser e fazer cristão. Este livro foi escrito com a intenção de mostrar que o Deus desses profetas continua sendo o mesmo Deus ainda hoje. E que mesmo sabendo que somos imperfeitos e que fazemos pedidos aparentemente infantis, Ele está pronto a nos abençoar com toda sorte de bênçãos espirituais. José Gonçalves é pastor, graduado em Teologia pelo Seminário Batista de Teresina e em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí. É presidente do Conselho de Doutrina da Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Piauí e vicepresidente da Comissão de Apologética da CGADB. É comentarista de Lições Bíblicas e autor dos livros Por que
Caem os Valentes, As Ovelhas Também Gemem, Defendendo o Verdadeiro Evangelho, Rastros de Fogo e coautor de Davi — as vitórias e derrotas de um homem de Deus, editad ed itados os pela CPA CPAD. ISBN ISBN
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