Para entender el valor del oro y la plata hay que entender la historia del dinero y las propiedades principales que debe tener dinero de calidad. En este libro se presenta la historia de la …Descripción completa
Como trabalhar e alquimizar a Energia do Dinheiro Dra. Sandra Regina (21) 996593332Descrição completa
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Descrição: Eu sou Kuthumi-Agrippa e manifesto-me nos raios solares do amor e sabedoria, para saudar cada um de vocês neste momento e levar-lhes as bênçãos da transcendência, abundância, verdade e confiança.
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As medalhas, moedas e cédulas brasileiras revelam o domínio da maçonaria em todos os tempos, numa atitude injusta e vergonhosa para com a maioria dos brasileiros.Mostra como fizeram 388 anos…Descrição completa
Descrição: DINHEIRO
As sete leis do dinheiroDescrição completa
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A Mente Sobre O DinheiroDescrição completa
Descrição: Universo
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A História do Dinheiro Jack Weatherford Editora Campus Reeditado por SusanaCap WWW .PORTALDETONANDO.COM.BR/FORUMNOO/
PREFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA No final fin al do próximo pró ximo século séc ulo,, qua quando ndo um importa impo rtante nte antrop ant ropólo ólogo go estiver publicando um livro - ou outro produto que venha a substituí-lo - sobre sob re a história do dinheiro, dinheiro, como será analisado analisado o final do século XX? ual acon aconte teci cime ment ntoo marc marcan ante te terá terá fica ficado do pa para ra a hist histór ória ia?? ! qu quee ninguém ninguém conseguirá conseguirá entender entender quando aquele historia historiador dor mais curioso curioso afirmar afirmar que era uma uma grande g rande preocupa"#o naqueles tempos? $alve% as pessoas que nunca tenham visitado um museu, ou lido um livro de história, n#o saibam o que se&a papel-moeda' a express#o (bolso-cheio( n#o fa"a o menor sentido' valores de centavos a milh)es ocupar#o ocupar#o o mesmo espa"o físico, tudo restrito dentro de um cart#o* +as pouco po uco adian adi anta ta ficar fic ar espe es pecu cula land ndoo sobr so bree o futu fu turo ro'' co com m a ve velo loci cida dade de da dass mud udan an"a "as, s, ele ele será será altera alterado do várias várias ve%es ve%es até até que se transf transform ormee no tempo presente pres ente do final final do do sécul séculoo XX* XX* sso sso n# n#oo qu quer er di%e di%err qu quee n# n#oo de deve vem mos estar star aten atenttos a ele, le, esfor sfor"a "and ndoo-no noss pa parra ter um pape pell ativo na sua de dettermina"#o "#o e prep pr epar arad ados os pa para ra os impac imp acto toss qu quee po poss ssam am no noss afet af etar ar dire di reta tame ment nte* e* +as +a s isso também n#o quer di%er que n#o devamos valori%ar a história, o pode po derr da an anál ális isee do pa pass ssad adoo e do doss impac imp acto toss qu quee de deci cis) s)es es mome mo ment ntn nea eass tiveram no decorrer do tempo* . por essa ra%#o que a leitura deste livro é fundamental para todos aqueles que se interessam interessam em entender a evolu"#o econ/mica econ/mica do mun undo do,, os mov ovim imen ento toss do po pode derr de uma uma na na"# "#oo pa para ra ou outr tra, a, o qu quee determi determinou nou a sua situa"#o atual e o que pode vir a acontecer acontecer no futuro* 0, de modo modo mais ais prát prátiico e atre atrela lado do ao diadia-aa-di dia, a, co como mo as co cois isaas funcionam, pois para viver precisamos vender nossa for"a de trabalho e comprar comprar produtos e servi"os servi"os que nos s#o importantes* ! lan"amento do euro com certe%a estará no livro do próximo século, mas ho&e esse movimento é impossível de ser analisado pelo viés histór stóriico co,, tudo tudo aind aindaa é muit muitoo ince incert rto* o* 1e co conc ncre reto to,, ho ho&e &e po pode dem mos conhecer como foi a inven"#o das moedas na 2ídia' como, mesmo no passado pass ado,, os mercad mer cados os &á dist di stri ribu buíam íam e co cobr brav avam am po pode derr de seus se us
part pa rtici icipa pant ntes es'' e co como mo impor imp orta tant ntes es aspe as pect ctos os qu quee fa%e fa %em m pa part rtee da no noss ssaa real realid idad adee &á acon aconte tece cera ram m no pa pass ssad ado* o* +uit +uitas as ve ve%e %es, s, no calo calorr do doss acontecimentos, ficamos tentados a acreditar que a situa"#o situa"#o é inusitad inusitada, a, despre%amos a sabedoria da história para explicar ou a&udar a encontrar solu")e solu")ess ou pelo pelo menos menos entendi entendiment mentos os para para os fato fatos* s* . ób óbvi vioo qu quee a evolu" evo lu"#o #o tecno tecnológ lógica ica sofist sofistica ica os acont aconteci ecimen mentos tos,, mas mas n#o devemos cometer o pecado de entender e analisar a base do passado* 3eat 3eathe herf rfor ord, d, tra" tra"an ando do pa para rale lelo loss en entr tree regi regi)e )ess e mome moment ntos os,, conseg con segue ue de deix ixar ar clar claroo todo todo o impac impacto to qu quee o dinh dinhei eiro ro teve teve em no noss ssaa soci socied edad ade, e, um impa impact ctoo qu quee au aume ment ntaa ap após ós a leit leitur uraa da dass próx próxim imas as página pág inass e esclar esc larec ecee todo tod o o mapa map a do pod poder er polític pol íticoo mundia mun diall e, para par a nós, nós , brasile bra sileiro iros, s, ilustra ilus tra alguns alg uns co conc ncei eito toss econ ec on/m /mic icos os ba bast stan ante te atre at rela lado doss 4 nossa história* ! livro também serve para deixar claro que o mundo, 4s ve%es, fala fala po porr meio eio da dass metá metáfo fora ras5 s5 o +ági +ágico co de !% n# n#oo era era ap apen enas as uma uma história infantil*
PREFÁCIO R EINVENTANDO EINVENTANDO O DINHEIRO O dinheiro é uma das ideias mais simplificadoras de todos os tempos... ele cria sua própria revolução. Paul J. Bohannan
! dólar está morrendo, e também o iene iene,, o marc marco, o, e as demai demaiss moedas nacionais do mundo moderno* Nosso sistema monetário global está infectado por um vírus mortal e &á está seriamente enfraquecido, agora é apenas uma quest#o de tempo até sucumbir* ! dólar, o marco e o iene se unir#o ao ducado, 4s conchas e ao guinéo no cesto de lixo da hist histór ória ia,, co como mo iten itenss de inte intere ress ssee prin princi cipa palm lmen ente te de an anti tiqu quár ário ioss e exc6ntricos*
No exato exa to momen mo mento to da histór his tória ia em qu quee o dinhe din heiro iro do domin minaa toda tod a a nossa soci socied edad ade, e, tamb também ém en enfr fren enta ta algu alguns ns de desa safi fios os est estranh ranhos os e amea"adores* Nas 7ltimas décadas do século XX, o sistema monetário glob global al co come me"o "ouu a fraq fraque ue&a &arr e esmo esmore rece cer, r, a empu empurr rrar ar e trop trope" e"ar ar** 8s moedas de várias na")es mais fracas inesperadamente adoeceram e morr morrer eram am em um pa para radox doxoo infl nflacioná nárrio, enq nqua uant ntoo as taxas de cmbio da dass moeda dass mais fort ortes e sau saudá dávveis camb ambalea leava vam m e se lan"a lan"ava vam m incon incontr trol olave avelm lment entee em uma uma dire dire"# "#oo e de depo pois is na dire dire"# "#oo opo possta* 1epois de impe perrarem como omo as principais institui itui") ")ees fina financ ncei eira rass do mun undo do de desd sdee a 9ena 9enasc scen en"a "a,, os ba banc ncos os so sofr frer eram am oscila")es e perdas de bilh)es de dólares que pareciam ocorrer inexplicavelmente da noite para o dia* !s 0stados :nidos continuaram alimentando uma crescente dívida nacional, desequilíbrios na balan"a comercial, ataques ocasionais 4 infla"#o e, a longo pra%o, uma queda no valor do dó dóllar* ar* 8p 8peesar sar de inte interv rven en") ")es es um tant tantoo inef inefic ica% a%es es mas exte ex tens nsiv ivas as em dive divers rsos os níve níveis is,, ne nenh nhum um go gove vern rnoo pa pare rece ce capa capa%% de controlar sua própria moeda, e novas institui")es financeiras agora se espalham pelo globo em uma rede de empresas interconectadas com pode po derr nu nunc ncaa an ante tess vist vi stoo na histór his tória* ia* ;upos ;up ostam tament ente, e, órg#os órg #os globai glo baiss como o ode >o demos mos ve verr uma um a image ima gem m tremu tre mula lant ntee daquele novo sistema no suave brilho da tela do computador, sentir seu aroma picante entre os cabos elétricos que se estendem para reali%a"#o reali%a"#o de qualquer opera"#o de cmbio internacional* >odemos ouvi-lo no %umbido eletr/nico de chips codificados em cart)es plásticos passando por po r leito lei tore ress eletr el etr/n /nico icoss qu quee &á est# es t#oo subst sub stii tuindo tuin do as antigas antig as caixas caix as registradora oras* No campo do cbersp spaace, o dinheiro est está send sendoo reinventado como uma for"a que pode aparecer instantaneamente em qualquer lugar do mundo e em qualquer quantia* N#o mais atrelada 4s fortunas do governo ou a um 7nico país, o novo dinheiro está surgindo de diversas formas* ! novo dinheiro é poder puro*
8 nova tecnologia &á está mudando a forma como recebemos e empregamos o dinheiro e criará um sistema totalmente novo de ricos e pobres* ! novo sistema monetário irá transformar a maneira como distribuímos os produtos e a forma como subsidiamos a vida civil* 9eorgani%ará o mapa político do mundo e criará entidades locais e globais totalmente novas que dificilmente imaginamos ho&e* ! sistema que vem surgindo irá mudar o significado do dinheiro* 8 atual mudan"a revolucionária na nature%a e usos do dinheiro constituem a terceira grande muta"#o no dinheiro* 8 primeira gera"#o come"ou com a inven"#o das moedas na 2ídia há aproximadamente @ mil anos e resultou no primeiro sistema de mercados abertos e livres* 8 inven"#o e dissemina"#o das moedas e o mercado que as acompanharam criaram um sistema cultural totalmente novo - as civili%a")es clássicas do +editerrneo* ! novo sistema monetário e de mercado finalmente se propagou pelo mundo e gradualmente destruiu os grandes impérios tributários da história* 8 segunda gera"#o do dinheiro dominou desde o início da 9enascen"a até a revolu"#o industrial e resultou na cria"#o do moderno sistema capitalista mundial* Nasceu nos bancos da tália e acabou dando origem ao sistema de bancos nacionais e ao papel-moeda que emitiram para uso no comércio diário* 8 inven"#o do sistema de opera")es bancárias e do papel-moeda destruiu o feudalismo, mudou a base da organi%a"#o, passando de hereditariedade para posse de dinheiro, e alterou também a base do poder econ/mico, passando de posse de terras para posse de a")es, títulos e corpora")es* Aada um dos dois tipos iniciais de dinheiro criou suas próprias culturas singulares que diferiam notadamente de todas as anteriores* 8gora, no início do século XX, o mundo está entrando na terceira etapa de sua história monetária - a era do dinheiro eletr/nico e da economia virtual* ! nascimento do dinheiro eletr/nico produ%irá mudan"as na sociedade t#o radicais e amplas quanto as duas revolu")es monetárias anteriores causaram em suas próprias eras* ! novo dinheiro fará mudan"as radicais nos sistemas políticos, na organi%a"#o das empresas e na nature%a da organi%a"#o de classes* ! dinheiro virtual promete criar sua própria vers#o de civili%a"#o que será t#o diferente do mundo moderno quanto este é do mundo dos astecas ou dos viquingues*
AGRADECIMENTOS Bostaria de agradecer Coltaire, pela inspira"#o especial enquanto escrevia este livro, devido a seu comentário de que (é mais fácil escrever sobre dinheiro do que ganhá-lo, e aqueles que ganhamno %ombam bastante daqueles que só sabem escrever sobre ele(* 8grade"o também as muitas contribui")es de meus colegas da +acalester Aollege5 0llis 1e, 8r&un Buneratne, 1avid +cAurd, 8nna +eigs, 0mil ;chult% e 8nne ;utherland* 8o pessoal da 1e3itt 3allace 2ibrar, bem como meus maravilhosos alunos por seus comentários, sugest)es e críticas* 8grade"o imensamente a a&uda de meu agente 2ois 3allace, minha editora no campus +ar Cincent elo aconselhamento profissional e expertise, agrade"o 0dDard 1eAarbo, 1an Betsch, Eath GduHe, 0dDard +* Eadlet% e Aaroln Ibarra* 1evo especialmente pela contribui"#o de Beorge +cAandless do 1epartamento de 0conomia da :niversidade de ;an 8ndres em =uenos 8ires, 8rgentina* $rabalhar frequentemente com ele me fa%ia lembrar da advert6ncia que Beorg ;immel escreveu aos leitores em sua obra $he philosoph of mone J8 filosofia do dinheiroK declarando que (nem uma 7nica linha dessas investiga")es pretende tratar sobre economia(* 8grade"o Aind Germann, >eter Fohnson, 9ochelle Fones, EirH
INTRODUÇÃO O MERCADO MUNDIAL O que diferencia o homem dos animais é o dinheiro.
Gertrude Stein
:ma &ovem m#e, com os pés descal"os e os seios nus sai apressada de uma cabana feita de barro levando seu bebé preso ao lado do corpo por uma faixa feita de tecido, e seis ovos flutuando em uma vasilha de leite que equilibra delicadamente sobre sua cabe"a* 0mbora o sol ainda n#o tenha irrompido no hori%onte, o suor lhe escorre pelo rosto e pinga da argola de ouro que atravessa seu lábio infe rior ao meio* 1a argola, o suor escorre pelo tórax e chega 4s cicatri%es decorativas que brilham em sua barriga* :ma em cada cinco manh#s, ela acorda antes de amanhecer para come"ar a viagem de LM quil/metros da aldeia em que mora, Eani Eambole, no país do oeste africano, +ali, até a cidade de =andiagara, onde acontece uma feira a cada cinco dias* 0la se apressa para se reunir 4s suas irm#s, primas e as outras mulheres da aldeia que &á come"aram a lenta escalada do rochedo íngreme que guarda os t7mulos de seus ancestrais e que fa% parte da 0scarpa de =andiagara, uma inclina"#o de cerca de OP metros até o planalto acima* 8 medida que as mulheres sobem a face rochosa da escarpa lentamente e com respira"#o ofegante, a lama e as cabanas de sapé gradualmente distanciam-se na paisagem até parecerem nada além de castelos de areia na praia* No calor, as cabanas de dois e tr6s andares, as frágeis choupanas que arma%enam espigas de milho e os currais que abrigam cabras parecem derreter diante dos primeiros raios do penetrante sol tropical* 8s mulheres marcham por cerca de tr6s horas* Aarregam seus bebés com elas, mas t6m que deixar para trás os filhos mais pesados, que s#o &ovens demais para percorrer a árdua &ornada* Na cabe"a ou nas costas, cada mulher carrega algo para vender no mercado - um saco de tomates, um fardo de cebolas pequenas, uma tigela de pimentas, ou um pacote de batatas-doces* 8s moscas constantemente voam em volta delas, atraídas pelo banquete móvel* Ce% ou outra as mulheres param para descansar em algumas rochas 4 sombra de um solitário baobá em um cenário outrora austero* $omam pequenos goles do leite da vasilha, mas n#o podem descansar por muito tempo* mportunadas por um enxame cada ve% maior de insetos, e sempre com pressa para chegar ao mercado antes de seus clientes e antes de o calor do sol atingir seu pico, as mulheres prosseguem com dilig6ncia*
8 uma curta distncia das mulheres, uma pequena caravana de homens marcha com burros carregando pilhas t#o altas de palha que mais parecem um desfile de montes de feno* 0mbora todos os via&antes venham da mesma aldeia e frequentemente das mesmas famílias, os homens e mulheres via&am em grupos separados em suas miss)es distintas* 1o outro lado do mundo em um prédio de apartamentos na regi#o oeste superior de +anhattan, um &ovem rapa% segurando uma pasta de couro nova que ganhara como presente de formatura espera pelo elevador* :sando um terno cin%a, sapatos esportivos e uma capa-dechuva, mas sem gravata, ele entra no elevador que &á está lotado* Aom um movimento silencioso, o rapa% coloca a pasta entre os &oelhos e desa&eitado veste a gravata de seda sem acotovelar os que o cercam* uando sai do prédio e vai para a cal"ada, &unta-se a uma fileira de pessoas que sai apressadamente dos edifícios vi%inhos rumo ao metro onde se encontram mais pessoas ainda, espremidas dentro dos veículos que as levam na dire"#o sul, até o 1istrito
mais do que todo o carregamento de legumes ou leite que ela p/de tra%er ao mercado* 0xceto nas comunidades mu"ulmanas, em que quase todas as atividades p7blicas s#o masculinas, as mulheres operam e gerenciam os mercados por todo o oeste africano* 8s mulheres carregam os produtos para o mercado e do mercado e negociam a compra e venda* 8 maioria das pessoas que v6m ao mercado como compradores ou vendedores s#o mulheres* 0mbora os homens possam percorrer em miss)es específicas, o estilo de intera"#o do mercado é feminino e baseia-se enormemente em la"os duradouros de parentesco, ami%ade e conhecimento pessoal umas das outras* 8pesar do analfabetismo e da completa falta de educa"#o formal, a maioria das mulheres do mercado de =andiagara pode negociar, comprar e vender com grande facilidade* 0las trocam produtos por produtos, aceitem pagamento em moedas e em papelmoeda - frequentemente em diversas moedas diferentes - e providenciam o troco* 0mbora n#o possam s palavras impressas nas moedas, conseguem reconhecer o valor de diferentes notas principalmente pela cor, formato, tamanho e imagens impressas* >elo fato de as transa")es serem feitas publicamente em frente na fileira de outras mulheres atentas, o mercado abunda em conselhos em cada transa"#o para garantir obedi6ncia 4 tradi"#o* 8s mulheres barganham e fa%em trocas com frequ6ncia, mesmo sem falarem o mesmo idioma* $udo o que precisam é de algumas palavras e de um con&unto de gestos feitos com as m#os indicando n7meros* :m punho cerrado significa cinco, uma batida de palmas significa de%* !s concorrentes principais dos vendedores de leite em =andiagara n#o s#o outras mulheres como ela na vi%inhan"a* ;#o os fa%endeiros de leite de 3isconsin, Nova Qelndia e dos >aíses =aixos* ! leite importado é condensado, enlatado e distribuído gratuitamente nos países pobres da Rfrica* 0mbora claramente marcado (venda proibida( em ingl6s, frequentemente é encontrado sendo vendido no estande vi%inho ao da &ovem m#e de Eani Eombole* 8 quantia de leite enlatado para ser vendido depende em parte das condi")es econ/micas da 8mérica do Norte, da 0uropa e do >acífico ;ul* 1epende de quanto leite a Nestlé, a Gershe ou a Eraft compram para a produ"#o anual e do valor flutuante do dólar norte-americano, do florim holand6s e do dólar
neo%eland6s em rela"#o ao franco franc6s, ao qual o franco do oesteafricano de +ali está atrelado, 1epende da intensidade do calor no ver#o e de quanto sorvete as pessoas consomem, depende da produ"#o mundial de gr#os-de-so&a, um dos maiores concorrentes dos produtos derivados de leite* 8 quantia de leite enlatado para venda em =andiagara em qualquer m6s também depende dos subsídios leiteiros e dos auxílios do exterior concedidos pelo Aongresso dos 0stados :nidos em 3ashington, 1*A*, das políticas de alimentos das comiss)es das Na")es :nidas para refugiados em Benebra e do +ercado Aomum 0uropeu sediado em =ruxelas e dos inconstantes programas de auxílio de organi%a")es religiosas e outras organi%a")es de caridade privadas pelo mundo* uando existe abundncia de leite doado no mercado de =andiagara, a &ovem m#e tem menor probabilidade de vender leite fresco* uando as latas de leite desaparecem, ela ganha mais dinheiro e consegue levar mais produtos para casa naquele dia* !s ovos que vende representam uma modesta garantia financeira que, de certo modo, a&uda a estabili%ar sua renda, &á que programas alimentares estrangeiros frequentemente doam produtos derivados de leite, mas raramente enviam ovos para o exterior* 0la geralmente consegue vender os ovos, até mesmo nos dias em que sua família consome a vasilha de leite que n#o foi vendido em ve% de carregá-lo de volta para Eani Eombole* A Rede do Dinheiro
! preg#o da =olsa de Calores de Nova IorH parece t#o su&o quanto o do mercado de =andiagara* >orém, em ve% de cascas de amendoim, palha de milho e folhas de banana, o ch#o fica coberto com peda"os de papel multicoloridos resultantes das transa")es financeiras* ualquer negociante experiente pode determinar instantaneamente o volume de atividades e as áreas em que ocorreram pelo n7mero de papéis brancos e amarelos empilhados em uma área como cacos de cermica na regi#o mais quente de um forno*
que provavelmente nunca ir#o conhecer ou mesmo encontrar* 8s mesmas linhas de comunica"#o que trouxeram os pedidos transmitir#o, por sua ve%, informa")es sobre a venda para monitores de computadores de todo o mundo, influenciando assim outros envolvidos na decis#o a participar ou evitar o mercado nesse mo mento específico* uando o sol cai no hori%onte, e o calor abrasador diminui, a &ovem m#e apanha seu bebé, a vasilha de leite va%ia e as tr6s sementes de cola que comprou com o que recebeu* 0nt#o, entra na longa fileira de mulheres que marcham saindo da cidade rumo 4s aldeias, de encontro 4s tarefas noturnas que as aguardam em casa* ;em o leite pesando sobre a cabe"a, seus pés caminham mais rapidamente e ela corre em dire"#o ao complexo familiar em Eani Eombole, onde a&udará a ordenhar as cabras da família antes da noite cair* 8o final de um longo dia na bolsa de valores, o rapa% afrouxa sua gravata e se re7ne com amigos para tomar uma cerve&a e trocar ideias misturadas a uma análise extensa sobre o que aconteceu nos mercados naquele dia e especular sobre o provável rumo do mercado no dia seguinte* 8 caminho de casa ele passa para apanhar comida italiana para viagem, para si e seus colegas, e acaba descobrindo que eles n#o est#o em casa, ent#o acaba dividindo o &antar com o cachorro do colega enquanto assistem ao &ogo de basquete pela televis#o* 1epois de &antar, ele liga seu computador portátil, atuali%a os valores dos próprios investimentos e verifica as correspond6ncias entre contas e propagandas que chegaram pelo correio eletr/nico* 8 &ovem m#e do mercado de +ali e o &ovem negociante de Nova IorH n#o moram no mesmo país ou sequer no mesmo continente* 0les provavelmente nunca se encontrar#o, nem mesmo saber#o da exist6ncia um do outro* 0le é um católico irland6s que mora em uma das cidades mais populosas, afluentes e tecnologicamente avan"adas do mundo, ela pertence 4 tribo animista de 1ogon e mora em uma pequena aldeia desprovida de água corrente ou eletricidade* 0le usa o que há de mais recente em tecnologia avan"ada em comunica")es no mundo, enquanto ela n#o sabe ler ou escrever e precisa barganhar fa%endo sinais com as m#os* 0les falam idiomas diferentes, vivem em mundos diferentes e apesar dos modernos meios de comunica"#o e
transporte, cada um deles pode ter sérias dificuldades para entender os valores e estilo de vida um do outro* $odavia, est#o unidos em uma rede, em uma 7nica grade de institui")es interligadas que se estende pelo globo, ligando os mercados de a")es de Gong Eong, ;an ortugal, liras da tália, riais iranianos, dracmas gregos, sheqel israelenses, iuanes chines es, qu et%als guatemaltecos, paSangas de $onga, ngultrums de =ut#o, ouguias da +auritnia, r7pias do >aquist#o, shillings austríacos ou afghanis do 8feganist#o, todos operam essencialmente como elementos menores de um sistema monetário internacional que atinge cada fa%enda, ilha ou aldeia pelo mundo* N#o importa onde ou qual a moeda local, o sistema moderno permite o fácil e rápido fluxo de dinheiro de um mercado para outro* ;e retirássemos as máquinas barulhentas, os bips eletr/nicos, os monitores de vídeo, os telefones celulares, os teclados de computadores e os quil/metros de cabos, a bolsa de valores ficaria muito mais parecida com um dia de feira em =andiagara, em que os comerciantes se aconchegam em suas tendas em miniatura, persistentemente oferecendo suas escassas mercadorias* ;e&a a transa"#o feita com base em rolos de tecido, placas de sal, pe"as de peles tingidas, vasilhas de leite fresco ou uma pequena parte de uma grande corpora"#o, as atividades fundamentais do mercado diferem muito pouco* ! dinheiro criou uma economia mundial unificada que inclui o pre"o de leite e ovos no mercado de =andiagara bem como o pre"o de
a")es da ;ara 2ee epsiAo na =olsa de Calores de Nova IorH* 0mbora elementos como política, religi#o, tecnologia e até condi")es do tempo possam desempenhar um papel relevante em qualquer um desses empreendimentos, o dinheiro constitui a base de todo o sistema e forma o elo decisivo na fixa"#o de valores, facilita"#o de troca e cria"#o do comércio* ! dinheiro re7ne todos esses elementos em um 7nico sistema global* . o elo que liga todos nós* 1aqui a cem anos, as mulheres do mercado da Rfrica ainda estar#o reali%ando negócios prósperos, mas a bolsa de valores provavelmente terá desaparecido* 8s pessoas sempre precisar#o de contato pessoal para suprir as necessidades diárias da vida, mas n#o precisam disso para reali%ar transa")es financeiras* ! mercado eletr/nico está substituindo rapidamente o mercado frente a frente da bolsa de valores de um modo que provavelmente nunca fará com os alimentos* A Coni!"r#$%o do Dinheiro
0mbora o &ovem de Nova IorH e a &ovem de +ali vivam em um mundo economicamente unido e trabalhem em mercados semelhantes existem muitas diferen"as óbvias, porém importantes entre suas culturas e vidas Na ess6ncia dessas diferen"as está o papel fundamental que o dinheiro desempenha nas vidas das pessoas de 1ogon em compara"#o com aquele que ocupa na vida dos americanos* 8 mulher de 1ogon usa dinheiro somente uma ve% a cada cinco dias quando vai ao mercado, o homem de Nova IorH usa dinheiro todos os dias e quase toda hora em que está desperto* ! dinheiro constitui uma parte ínfima da vida da mulher de 1ogon longe da aldeia em que mora e raramente é usado dentro do povoado, onde as intera")es se concentram em sua família e marido* ! dinheiro é parte de praticamente toda intera"#o no dia do americano, do trabalho e refei")es 4s consultas que fa% pelo computador em sua casa* ! dinheiro penetra na ess6ncia de sua vida* ! rapa% americano e a mo"a de 1ogon vivem em culturas com valores centrais e pontos de converg6ncia diferentes*
Aada cultura organi%a a vida em torno de alguns princípios, atividades e cren"as simples* 8s outras institui")es e atividades da sociedade derivam desse eixo como galhos partem de um tronco* 0sses atos, institui")es e valores centrais formam o que 9uth =enedict demonstradamente a antropóloga americana mais perceptiva do século XX - denominou (configura"#o cultural(* 8 cultura de 1ogon configura-se em torno de uma arte, ritual e mito centrais* >elo mundo, museus esbo"am as esculturas, máscaras e turbantes singulares dos artes#os de 1ogon* 8lém dessas artes, as pessoas decoram suas cabanas feitas de barro, roupas e corpos e passam grande parte do tempo em um ciclo de dan"as cerimoniais e rituais intimamente ligados a sua cosmologia e seus mitos 7nicos* ! ritual e a arte tornaram-se formas centrais de express#o em torno dos quais e pelos quais eles organi%am sua vida política, econ/mica e social* 8 6nfase que os membros de 1ogon d#o 4s artes é incomum no inventário da cultura mundial, as tradicionais tribos Gopi e >ueblo dos 0stados :nidos, e algumas outras culturas do mundo compartilham seu enfoque na arte, no mito e nos rituais* 8 maior parte das culturas, porém, s#o formadas por configura")es culturais bem mais mundanas do que as artísticas* No leste africano, os sistemas culturais e sociais das tribos nómades tinham seu foco no gado* 0m seu clássico estudo da tribo Nuer do ;ud#o, o antropólogo britnico 0* 0* 0vans->ritchard descreveu-os como obcecados pelo gado* !s garotos pegam o nome do touro favorito e escrevem m7sicas romnticas sobre o gado* 8s mulheres se autodenominam vacas e chamam seus maridos de touros* !s casamentos se oficiali%am somente pela transfer6ncia de vacas para a família da esposa, e homicidas t6m que ser restabelecidos e remidos de suas faltas concedendo vacas 4 família da vítima* ! gado é mais do que um suprimento de rique%a ou valor* Cacas e bois constituem a linguagem social da vida na tribo Nuer* !s beduínos da 8rábia e Rfrica do Norte tinham seu foco nos camelos* !s nava&os e os antigos hebreus nas ovelhas* !s plains indians da 8mérica do Norte, os ga7chos da 8mérica do ;ul e os mongóis e turcos da Rsia nos cavalos* ! sistema social e cultural dos saami, ou lapps do norte da 0scandinávia, focali%ava nas renas, e os cree do
Aanadá, no caribu* 0ssa focali%a"#o significava mais do que simplesmente um interesse apaixonado, como o interesse dos americanos por carros ou o fascínio dos &aponeses por dispositivos eletr/nicos* 0m ve% disso, esses animais tornaram-se o ponto de converg6ncia em torno do qual toda a cultura se configurou* !s antigos egípcios focali%avam a autoridade de uma poderosa burocracia estatal centrada em um culto de morte e funeral* !s trabalhadores passavam décadas construindo as pirmides e outras tumbas de seus faraós, e a organi%a"#o econ/mica de todo o país visava atender e completar esses grandes pro&etos* 0m compara"#o com as culturas monetárias nas quais o ouro servia como base de troca e organi%a"#o econ/mica, no antigo 0gito, ele servia como ob&eto para o funeral* !s egípcios enterraram mais ouro e outros artigos preciosos do que qualquer outra civili%a"#o conhecida na história* 8 cultura nem sempre dirige seu foco para um animal ou ob&eto* 8 cultura do $ibete, por exemplo, centrava-se nos rituais, ritos e medita")es da variedade 7nica do budismo daquela na"#o* 8s maiores constru")es dos tibetanos foram templos e monastérios que serviam como centros políticos e econ/micos, bem como centros religiosos e de aprendi%agem* 8ntes de o $ibete ser sub&ugado pelos chineses, os monges governavam o país e cerca de um quarto da popula"#o masculina ingressou no sacerdócio* +uitas das sociedades tribais da Nova Buiné e +elanésia se organi%avam em torno de disputas políticas dos chamados (grandes homens( Jbig menK que arran&avam casamentos, cultivavam inhame e distribuíam porcos* 0ntre os papuans, esses (grandes homens( arran&avam casamentos para formar boas alian"as e ter esposas que pudessem cultivar inhames e criar porcos gordos com os quais eles poderiam ent#o fa%er mais alian"as para si mesmos e para seus filhos que, por sua ve%, a&udavam-nos a produ%ir mais inhames e porcos* ! ciclo culminou no que ficou conhecido como moHas, uma grande comemora"#o com festa, dan"as e discursos durante a qual o (grande homem( se desfa%ia de quantos porcos e quanto alimento pudesse para estabelecer novas alian"as econ/micas e políticas e, portan to, dar início a uma nova série de casamentos, inhames, porcos e moHas* ! sacrifício humano serviu como princípio central de organi%a"#o do mpério 8steca no antigo +éxico* Nos primeiros anos, os astecas
sacrificavam prisioneiros de guerra, mas assim que tivessem derrotado todos os seus vi%inhos, enfrentavam uma escasse% de vítimas de sacrifício* 0les solucionaram o problema promovendo guerras cerimoniais, que decretavam envolvendo o povo com o ob&etivo de capturar &ovens rapa%es para o sacrifício* 0rgueram pirmides enormes para a reali%a"#o desses rituais e organi%aram suas guerras e até &ogos de bola em torno de rituais que expressavam as principais cren"as de sua cultura* . difícil para nós entender como os membros de 1ogon poderiam ter organi%ado suas vidas em torno da arte e do ritual, os Nuer em torno de vacas, os antigos egípcios em torno da morte, os astecas em torno do sacrifício humano, e os papuans em torno de casamentos, inhames e porcos, mas cada um deles oferecia um enfoque para condu%ir as atividades essenciais da vida* >rovavelmente seria igualmente difícil para eles compreender o nosso mundo, organi%ado como é, em torno dessa curiosa abstra"#o chamada dinheiro* !s papuans reconhecem que se pode comer inhames e porcos* ! casamento tra% satisfa"#o sexual e filhos* !s membros de 1ogon reconhecem que a arte é bela de se contemplar e que os rituais podem ser atividades e passatempos agradáveis* Aomparado com essas formas de satisfa"#o estética e biológica, porém, o dinheiro é desprovido de imedia"#o* +as na sociedade moderna, o dinheiro serve como a chave que abre as portas de quase todos os pra%eres - e também de muitas dores* ! dinheiro constitui o ponto de converg6ncia da cultura mundial moderna* 1efine as rela")es entre as pessoas, n#o só entre cliente e comerciante no mercado ou empregador e funcionário no local de trabalho* Aada ve% mais na sociedade moderna, o dinheiro define as rela")es entre pais e filhos, entre amigos, entre políticos e eleitores, entre vi%inhos e entre o clero e os paroquianos* ! dinheiro forma as institui")es centrais da economia e mercado modernos, e em torno dele se encontram agrupadas as institui")es subordinadas por parentesco, religi#o e política* ! dinheiro é o idioma do comércio no mundo moderno*
U& Idio Co&'reendido 'or Tod#( #( N#$)e(
8phra =ehn, uma dramaturga do século XC que cresceu no ;uriname, escreveu em sua pe"a $he 9over, em LTMM5 (! dinheiro fala com significado em um idioma compreendido por todas as na")es(* ! dinheiro n#o só fala com significado, como também imp)e esse significado sobre qualquer sociedade que conquistar, e fa% isso de uma forma que sub&uga todas as outras institui")es e sistemas* >raticamente a partir do instante de sua inven"#o, o dinheiro foi ficando cada ve% mais importante na sociedade ocidental e finalmente dominou o sistema feudal e as hierarquias aristocráticas de civili%a")es anteriores* 0nquanto o dinheiro se espalhava rapidamente pela história e pelas sociedades, seu impacto pareceu surpreendentemente semelhante na antiga Brécia e 9oma até o moderno Fap#o e 8lemanha* 8 tend6ncia do dinheiro a substituir os valores familiares surgiu muito cedo no Fap#o nas obras do autor do século XC, ;aiHaHu hara* 0le foi contemporneo de 8phra =ehn, porém, do outro lado do mundo, mas suas observa")es a respeito da vida parecem bastante familiares5 (! nascimento e a linhagem n#o significam nada5 o dinheiro é a 7nica árvore genealógica para um cidad#o*** 0mbora nossos pais e m#es nos d6em a vida, é o dinheiro que a preserva*(L ! que escreveu no século XC ecoou em LU@T com Bertrude ;tein, que afirmou que (o que diferencia o homem dos animais é o dinheiro(* 0mbora pouco mais unisse as culturas de ambos, o dinheiro produ%ia sentimentos semelhantes em uma poetisa do século XX, um filósofo romano do século e um autor &apon6s que escrevia sobre negócios no século XC* ;eus comentários demonstram como o dinheiro veio se transformando no elemento-chave em um tipo novo e complexo de sociedade t#o diferente da de 1ogon, Gopi ou dos Nuer* ! dinheiro causou um impacto muito maior na vida do &ovem americano que trabalha no preg#o da =olsa de Calores de Nova IorH do que na vida da &ovem de 1ogon no mercado de =andiagara, mas a diferen"a se dá em grau e n#o em género* 8 diferen"a é mais quantitativa do que qualitativa porque os integrantes de 1ogon também trilharam o mesmo percurso que as culturas monetárias do mundo* !s membros de 1ogon est#o caminhando um pouco mais devagar do que o restante de nós, mas nosso estilo
econ/mico de vida pode estar prestes a desaparecer com a mesma rapide% que passou a existir* ! &ovem que trabalha no preg#o da =olsa de Calores de Nova IorH logo parecerá t#o estranho e ultrapassado quanto a mulher carregando leite e ovos sobre a cabe"a* 8mbos trabalham em sistemas de mercado que est#o rapidamente se tornando obsoletos, 4 medida que o dinheiro assume uma nova forma que exige novos tipos de mercados, novas maneiras de fa%er transa")es financeiras e novos tipos de negócios*
FASE I DINHEIRO CLÁSSICO O dinheiro sozinho pe todo o mundo em movimento. Pu !ulius S"rus
C#ni*#i(+ Cho,o-#.e e Dinheiro O!servamos o #ltimo conflito no qual a civilização rece!e sua forma conclusiva $ o conflito entre o dinheiro e o san%ue. Os&ald Spen%ler
No centro da capital imperial asteca de $enochtitlán, os sacerdotes reali%avam seus sacrifícios* +archavam levando a vítima pela escadaria íngreme até o topo da pirmide, onde quatro sacerdotes agarravam seus bra"os e colocavam-na de costas em um grande altar de pe dra* :m dos sacerdotes mais temidos e sanguinários erguia uma faca obsidianaVL sobre sua cabe"a e a mergulhava no peito suspirante da vítima no altar 4 sua frente* 9ápida, porém delicadamente, ele abria-lhe o peito e enfiava a m#o entre as costelas procurando o cora"#o da vítima* ! sacerdote retirava o cora"#o ainda pulsando e o atirava a um braseiro - uma oferenda a
Gut%ilopchtli* ! sacrifício podia ser reali%ado em WP segundos, porém o cora"#o continuaria palpitando no braseiro em chamas por até cinco minutos* >ara os comerciantes astecas, o clímax do ano lit7rgico de sacrifícios se dava durante o festival de inverno de >anquet%ali%tli, a 0leva"#o das =andeiras J9aising of the =annersK, quando eles podiam exibir seu sucesso e rique%a promovendo um desses sacrifícios humanos* 1iferente dos guerreiros que capturavam pessoalmente soldados inimigos no campo de batalha para um eventual sacrifício no altar, os comerciantes tinham de comprar suas vítimas de sacrifício por um pre"o equivalente a até P mantos de tecido* 1epois de pagar por sua vítima, um comerciante tinha de alimentá-la, vesti-la e cuidar dela com generosidade durante muitos meses enquanto estava sendo preparada para o grande espetáculo* >ara promover o sacrifí cio, o comerciante tinha de oferecer quatro banquetes fartos e festas para outros comerciantes e líderes militares* Aada banquete exigia novas roupas, &óias e regalias para o comerciante e a vítima a ser sacrificada* 1epois de conseguir os itens em abundncia especialmente para os banquetes, o comerciante tinha de oferec6-los como presentes aos convidados em agradecimento pela presen"a na festa* ;omente depois de concluídas todas as cerimónias apropriadas, oferecidos os banquetes e entregues presentes caros, o comerciante finalmente acompanhava sua vítima pela longa escada que levava ao altar em que os sacerdotes arrancavam-lhe o cora"#o* 1epois do sacrifício, o comerciante levava o corpo mutilado para casa, onde a mulher o limpava e co%inhava* ! comerciante ent#o o servia em outro ritual com milho e sal, mas sem as habituais pimentas-malaguetas* $odos ficavam 4 vontade para desfrutar da carne, exceto o próprio comerciante, para quem a vítima do sacrifício era como um filho* ;ob a orienta"#o do supremo-sacerdote, chamado tlenamacac ou (doador do fogo(, os astecas reali%avam uma série de sacrifícios durante o ano* 1urante o preparo para esses rituais, os sacerdotes perfuravam diversas partes de seus próprios corpos, incluindo a língua e os genitais, com espinhos oferecendo o próprio sangue aos deuses* :m sacerdote realmente devoto sempre tinha pequenas feridas abertas nas t6mporas das quais escoava sangue e escorria pelos lados da cabe"a* ;eu cabelo era longo e ficava emaranhado pelo sangue, dando-lhe uma apar6ncia
assustadora e um odor terrível que sem d7vida os punha aparte dos demais no mundo asteca* Aada deus e cada local comemorativo no complexo calendário asteca implicava seu próprio tipo de sacrifício* No início da primavera, por exemplo, as pessoas &e&uavam pedindo chuva e concediam sacrifícios, inclusive de crian"as, aos deuses $laloque e Ahalchiuhtlicue* +ais tarde, na primavera, reali%avam outras cerimónias pela chuva dedicadas a Xipe $otec, a divindade fértil, na forma de sacrifícios gladiatórios* !s sacerdotes amarravam a vítima a uma pedra e armavam-na com uma vara enfeitada com penas no lugar das lminas* Aom essa arma para o ritual, ele tinha de lutar contra guerreiros com armas verdadeiras feitas com afiadas lminas obsidianas* !s guerreiros se esfor"avam para cortar a vítima levemente, ferindo-a muitas ve%es, sangrando-a tanto quanto possível e com o máximo de lentid#o, visando prolongar o espetáculo e o poder do sacrifício* !s sacerdotes prendiam vítimas menos cooperativas que se recusavam a entrar no ritual de gladiador, que ent#o eram amarradas com cordas e oferecidas ao deus do fogo, e lentamente assadas vivas* 0m cerimónias posteriores durante o ano ritualístico, os sacerdotes esfolavam homens e torturavam crian"as até a morte para que as lágrimas convencessem os deuses a enviar mais chuva* !s deuses supostamente tinham predile"#o especial por bebés nascidos com dois tufos de cabelos logo acima da testa' os sacerdotes arrancavam esses bebés de suas m#es ao nascerem e mantinham-nos em um ber"ário especial até o momento do sacrifício* :m imitador do deus $e%catlipoca tinha de ser um &ovem belo sem marca alguma* 1urante um ano, ele vivia como o deus, participava de rituais, cantava, dan"ava e tocava flauta pela cidade* 8s pessoas o regalavam com presentes e flores* 0le tinha quatro belas esposas, mas, no final do ano, tinha que deixá-las e subir na pirmide, onde tinha seu cora"#o arrancado e sua cabe"a cortada* ! sacrifício mais dramático ocorreu durante uma dan"a quando sacerdotes prenderam o imitador de Xipe $otec e arrancaram sua pele rapidamente* :m sacerdote vestiu a pele do morto e deu sequ6ncia 4 cerimónia* 0m uma vers#o feminina da mesma cerimónia, uma mulher foi sacrificada e sua pele vestida por um sacerdote pela deusa $oci*
0mbora os sacrifícios reali%ados pelos comerciantes acabassem na mesa de &antar em um banquete especial, a maioria das vítimas dos sacrifícios tinha uma finalidade menos mercantil* 1epois do sacrifício, os sacerdotes atiravam o corpo desprovido de cora"#o pela mesma escada que a vítima havia subido com vida alguns minutos antes* No final da pirmide, os criados cortavam-lhe a cabe"a e dispunham-na em uma prateleira de trofeus ao lado das cabe"as das vítimas anteriores que apodreciam lentamente* 0les estripavam o cadáver e enviavam as fatias selecionadas de carne ao tianqui%tli, o mercado da cidade, onde eram vendidas para comprar chocolate* Cho,o-#.e ,o&o Dinheiro
!s astecas usavam chocolate como dinheiro, ou, mais precisamente, usavam sementes de cacau, geralmente chamados gr#os* Aom essas sementes de cacau, era possível comprar frutas e legumes como milho, tomates, pimentas, abóbora e amendoins* Fóias de ouro, prata, &ade e turquesa* >rodutos manufaturados como sandálias, roupas, capas emplumadas, armaduras acolchoadas com algod#o, armas, cermica e cestos* Aarnes como de peixe, veado, pato* 0 produtos especiais como álcool e escravos* !s mercados astecas geralmente ficavam ao lado dos edifícios principais do governo para que a troca de produtos pudesse ocorrer sob a atenta supervis#o de agentes do governo* +ercados como o do centro de $enochtitlán ocupavam uma área ampla, mas o governo proibia qualquer atividade de compra ou venda fora da %ona comercial oficialmente prescrita* 8gentes do governo regulavam os pre"os e vendas e estavam prontos a punir e até executar qualquer um que desobedecesse 4 lei do mercado* ! governo também patrocinava 4 distncia uma casta hereditária de comerciantes, os pochteca, que detinham importante condi"#o oficial no 0stado e tinham seu próprio deus, o Iahcateuctli* 8lém dos pochteca, os astecas enviavam coletores oficiais de tributos, ou calpixque, a todas as partes do império para tra%er produtos para a administra"#o central nos vales montanhosos do +éxico*
! império operava originalmente com base em tributos, os mercados funcionavam como partes subsidiárias da estrutura política e diversos artigos padroni%ados serviam como formas aproximadas do dinheiro* Cárias listas de impostos sobreviveram e revelam a quantia devida por várias províncias em forma de milho, amaranto, gr#os, armaduras revestidas de algod#o, facas obsidianas, sinos de cobre, &ade, ouro, sandálias, escudos, capas emplumadas, cacau, conchas, penas e outros artigos de uso prático e ornamental* ! vasto volume de produtos que passou pelo mpério 8steca passou originalmente como imposto das partes periféricas do império até a capital* uanto a isso, o mpério 8steca era praticamente como todos os outros impérios da era anterior 4 propaga"#o do dinheiro* ! antigo 0gito, >eru, >érsia e Ahina, todos funcionavam como sistemas tributários em ve% de sistemas de mercado* 1entro desse sistema tributário, os mercados locais desempenhavam um papel secundário na distribui"#o de produtos, mas o cacau tinha um papel importante naquela esfera menor de atividade* 1e todas as formas de dinheiro asteca, o cacau demonstrou ser o mais comumente disponível e o mais fácil de usar* !s cacaueiros produ%em grandes vagens amarelo-esverdeadas que parecem mel)es cantalupos* uando madura, a fruta tem uma deliciosa e carnuda polpa branca, embora o sabor n#o tenha nada a ver com chocolate* uando preservados por um processo de secagem e torragem, os gr#os podem durar muitos meses antes de serem moídos para fabrica"#o de chocolate* ! cacau cresceu principalmente na regi#o sul do +éxico, no que agora s#o os estados de !axaca, Ahiapas, $abasco e Ceracru%, e nas na")es da 8mérica Aentral* 1essas regi)es era comerciali%ado e enviado como tributo a todas as partes do mpério 8steca, particularmente para a capital, $enochtitlán, regi#o da moderna Aidade do +éxico* ! cacau tornou-se t#o importante como meio de troca que produ%iu sua própria ind7stria de fal sifica"#o* !s criminosos apanhavam as pequenas cascas dos gr#os de cacau, as esva%iavam e enchiam-nas de lama* 1epois fechavam a casca e misturavam os gr#os falsos com verdadeiros para disfar"á-los ainda mais* ! uso do dinheiro commodit, como o cacau, funcionava em um sistema baseado mais na troca do que na compra* :m asteca trocaria um iguana por uma carga de lenha ou um cesto de milho por uma réstia de pimentas, e se os
produtos n#o tivessem exatamente o mesmo valor, os negociantes usavam cacau para equipará-los* ! gr#o de cacau servia como meio de calcular o valor e arredondar a troca, mas n#o servia como meio exclusivo de troca* ! vendedor que quisesse trocar um nopal JcáctusK que valesse cinco gr#os de cacau por uma espiga de milho valendo seis gr#os, por exemplo, daria o nopal e um gr#o de cacau para equiparar a negocia"#o* >ara compras maiores, os comerciantes calculavam valores em sacos de aproximadamente W mil gr#os, mas essas quantidades demonstraram ser desa&eitadas demais para serem usadas em transa")es diárias* 8ssim como em muitos sistemas primitivos onde o comércio focali%ava em certos produtos importantes, os astecas usavam mais de um artigo para padroni%ar as trocas* 8lém dos gr#os de cacau, usavam guachtli, mantos de algod#o, e o valor de cada um variava de TP até @PP gr#os de cacau* ! quachtli servia para transfer6ncias financeiras maiores como a compra de escravos ou vítimas para sacrifícios, pelos quais os sacos de cacau eram pesados demais* !utros artigos de troca padroni%ados incluíam contas, conchas e sinos de cobre que eram comerciali%ados até a regi#o norte que atualmente é o 0stado do 8ri%ona* ! dinheiro commodit tem a enorme vantagem de ser um item de consumo, bem como um meio de troca* !s astecas moíam facilmente os gr#os de cacau que eram dinheiro, transformando-os em uma pasta de chocolate, depois agitavam vigorosamente em um recipiente com água para fa%er uma bebida deliciosa que adoravam* 1iferente do papelmoeda e de moedas baratas que podem perder facilmente o valor nominal, a commodit tem um valor em si mesmo e assim sempre pode ser consumido - n#o importando qual a situa"#o do mercado* ! chocolate, assim como todos os tipos de dinheiro, n#o tem valor inerente fora de um contexto cultural* >ara assumir valor, as pessoas precisam quer6-lo e saber usá-lo* ! amor dos mesoamericanos por chocolate como alimento e como meio de troca contrastava muito com os valores dos primeiros piratas europeus para que saqueassem um navio cheio de gr#os de cacau5 os piratas confundiram os gr#os de cacau com esterco de coelho e &ogaram toda a carga no mar* ! mpério 8steca do +éxico ilustra como as rela")es econ/micas e políticas podem se tornar complicadas mesmo na aus6ncia do
dinheiro* ;eu sistema de distribui"#o alcan"ou um nível t#o complexo quanto um império e um sistema de mercado-embrionário poderiam atingir nas limita")es de um império tributário, com dinheiro primitivo, ou commodit* 8pesar do uso de artigos específicos, quase chegaram ao ponto de criar um sistema monetário moderno, mas nunca o fi%eram efetivamente* Co&&odi./ 0Mer,#dori#( ,o&o Dinheiro1
0m todo o mundo, artigos que v#o de sal a tabaco, de toras de madeira a peixe seco, e de arro% a tecido foram usados como dinheiro em diversas épocas da história* !s nativos de regi)es da índia usavam am6ndoas* !s guatemaltecos usavam milho, os antigos babilónicos e assírios usavam cevada* Nativos das lhas Nicobar usavam cocos, e os mongóis computavam ti&olos de chá* >ara as pessoas das or causa de sua pure%a, o sal pode ser cortado facilmente em um n7mero de tamanhos padroni%ados* !s comerciantes geralmente embrulhavam as por")es menores de sal em uma coberta protetora feita de &unco para
redu%ir o risco de o sal lascar e evitar que as pessoas raspassem partes dele entre as negocia")es* 8 moderna palavra inglesa salare a italiana, espanhola e portuguesa salário derivam da palavra latina sal, que significava (sal( ou, mais precisamente, de salrius, que significa (de sal(* 8credita-se que os soldados romanos eram pagos em sal ou que recebiam dinheiro para comprar sal para saborearem sua comida* +embros pastorais frequentemente usavam animais vivos como dinheiro tomando-os como base para calcular o valor de tudo* 8s tribos siberianas usavam renas, as tribos de =ornéu usavam b7falos, os antigos hittites mediam o valor em ovelhas, e os gregos da época de Gomero usavam bois* !nde quer que as pessoas tivessem gado, tendiam a usá-lo como se fosse dinheiro* !s membros pastorais calculavam e pagavam praticamente tudo - de escravos e esposas a multas por adultério e assassinatos em Cacas ! gado desempenhou um papel igualmente importante na economia de muitas antigas tribos europeias da rlanda 4 Brécia e por todo o subcontinente indiano* ! culto ao gado sobrevive em tempos modernos no leste e sul da Rfrica em tribos como a dos masai, samburu, dinHa e nuer* 8 importncia tradicional do gado sobrevive indiretamente em vários idiomas europeus modernos* 8 palavra pecuniário, que significa (relativo ao dinheiro(, deriva do latimpecuniarius, que significa (rique%a em gado(* ! as, uma antiga moeda romana, representava o valor equivalente a um cem-avos de uma vaca* >alavras inglesas afim incluem pecunious, termo obsoleto que significa (rico( e o usado mais comumente, impecunious, que significava (pobre(* 8 importncia do modismo bovino na cultura europeia é ilustrado pela palavra cattle JgadoK, que deriva da mesma rai% latina que resultou em capital, um termo mais amplo para dinheiro* Ahattel Jbem móvelK qualquer item de propriedade pessoal móvel como um escravo - tem a mesma origem* 8ssim, nomes modernos de dois dos sistemas econ/micos mais importantes na história da 0uropa, capitalismo e feudalismo, podem ser relacionados aos sistemas baseados em gado* 8té mesmo seres humanos serviram como medida monetária* Na antiga rlanda, escravas tornaram-se o valor comum em rela"#o ao qual
itens como vacas, cabras, terra e casas eram calculados* nvasores viquingues e comerciantes vendiam mulheres &ovens para comerciantes de escravos no +editerrneo, onde tinham valor elevado por causa dos cabelos ruivos e loiros* Gomens irlandeses valiam bem menos como escravos* 0m partes da Rfrica equatorial, por sua ve%, escravos valiam mais do que as escravas e crian"as, sendo que essas 7ltimas eram medidas como meras fra")es do valor de um macho* 1e todas as formas de dinheiro, os escravos provaram ser uma das menos confiáveis devido ao grande índice de mortalidade e tend6ncia 4 fuga* Co&&odi.ie( Modern#(
! uso de mercadorias como dinheiro nunca desapareceu e ressurge sempre que o fluxo normal de comércio e da vida econ/mica é interrompido* Aigarros, chocolate e chiclete preencheram, temporariamente, as lacunas monetárias pela 0uropa no final da Buerra +undial* 1esde a queda do mpério 8steca, o chocolate nunca teve tamanho poder de compra quanto quando os soldados americanos chegaram na 0uropa* 1urante o reinado tirano do presidente Nicolae Aeausescu, na 9oménia, o país tinha um enorme suprimento de papel-moeda e moedas de alumínio, mas o dinheiro praticamente n#o tinha valor algum porque o ditador e sua esposa exportavam quase tudo o que era produ%ido no país* 0les racionavam alimentos, permitindo um consumo inferior a W mil calorias por dia para cada cidad#o, e a temperatura nas casas e escritórios n#o podia ser superior a L@ A* ;ob um regime t#o austero, cigarros - particularmente da marca Eent - funcionavam como a moeda real da na"#o* 0ra possível comprar qualquer coisa em troca de cigarros - alimentos, produtos eletr/nicos, sexo ou álcool* Aaixas de cigarros ofereciam a vantagem de ser facilmente divididas em de% pacotes por caixa, sendo que cada um podia ser posteriormente dividido em WP cigarros* !s artigos de consumo como tabaco e chocolate serviram como meio adequado de troca, mas n#o podiam cumprir todas as fun")es do dinheiro* >or exemplo, eles s#o pouco capa%es de ac7mulo de valor*
ualquer pessoa que tenha tido que acumular sacos de gr#os ou uma carga de tabaco como forma de ac7mulo de rique%a logo veio a descobrir que os gr#os apodreciam ou eram atacados por insetos e ratos, e o tabaco logo perdia seu sabor e come"ava a se despeda"ar* >ara acumular rique%a para uso futuro, as pessoas precisam de itens mais duráveis como tecido, peles, plumas, dentes de baleia, dentes de &avali ou conchas* 0ssas commodities duram mais do que alimentos, entretanto também deterioram e perdem o valor* tens alimentícios podem funcionar adequadamente para troca de produtos, mas n#o s#o bons para ac7mulo de valor* >eles de animais eram extremamente 7teis na 97ssia, na ;ibéria e na 8mérica do Norte, mas tinham pouco uso prático em mercados de climas mais quentes como o Aaribe, Rfrica, 8mérica do ;ul e sul da Rsia* !s canadenses usavam as grossas e luxuosas peles de castor que o país produ%ia em larga escala e que eram t#o populares com os fabricantes de roupas e chapéus da 0uropa* +ais ao sul, nas col/nias britnicas, os coloni%adores usavam a pele do cervo norte-americano, que adquiriu grande importncia comercial* Aada pele era conhecida como um bucH, termo que sobrevive ainda ho&e como gíria equivalente a dólar* >or toda a história, as commodities e artigos valiosos 4s ve%es criaram um sistema econ/mico que superficialmente se assemelhava a um sistema monetário, mas tais sistemas invariavelmente eram limitados em escopo e utilidade* ! dinheiro primitivo funciona melhor em uma comunidade tribal ou em um mercado altamente regulamentado* 0m um extremo do espectro político e econ/mico, impérios como o dos in"as, no >eru, organi%avam todo seu reino sem o uso de qualquer mercado ou dinheiro* No outro, a capital asteca, $enochtitlán, construiu um 0stado tributário permitindo o uso limitado do dinheiro como um sistema embrionário altamente controlado por uma classe militar governante* 1entes de baleia serviam como itens de grande valor em
enquanto meio de troca nas lhas 8dmiralt, mas cidad#os de outros lugares frequentemente os consideravam repugnantes e n#o dese&avam comerciali%á-los* ! dese&o por ob&etos raros e valiosos frequentemente indu%iu indivíduos empreendedores a lan"arem-se em &ornadas arriscadas ao topo de montanhas, profunde%as de florestas, ou em meio ao altomar* !s itens tornaram-se importantes enquanto presentes, particularmente relacionados a momentos importantes do ciclo de vida como nascimento, puberdade, casamento ou morte* 0les também se tornaram importantes como presentes entre amigos ou como parte da forma"#o e ruptura de alian"as entre vilare&os ou grupos específicos de pessoas* Aommodities duráveis como conchas, pedras e dentes oferecem um ac7mulo de valor a longo pra%o, mas pelo fato de ocorrerem naturalmente, seu tamanho, textura, cor e qualidade variam, e tal fato impede que se&am totalmente fungíveis* :m dente de baleia n#o terá valor precisamente igual a outro, e assim fica difícil permutá-los em um sistema comercial* 8lguns itens como conchas também podem ser abundantes em áreas costeiras a ponto de serem comuns demais para servir como dinheiro, entretanto podem ser raras demais em áreas montanhosas para funcionar como dinheiro em geral* 8té mesmo a concha de cauri, que era muito popular em boa parte da Rfrica e em outras áreas que fa%iam fronteira com o !ceano Yndico, n#o tinha utilidade para a maioria das pessoas do mundo* 0las n#o viam o seu valor, portanto as conchas sempre circulavam de maneira limitada em áreas específicas* Aom itens como conchas, contudo, membros de tribos se aproximaram muito de desenvolverem economias reais* 8s conchas deixaram de ser meramente um aspecto decorativo da cultura e tornaram-se uma forma de acumular rique%a bem como um mecanismo de comércio* ! dinheiro nunca existe em um vácuo cultural ou social* N#o é um mero ob&eto sem vida, mas uma institui"#o social* >ara funcionar como dinheiro, um material n#o pode existir simplesmente enquanto ob&eto* . preciso um sistema sociocultural específico* 8ssim que o sistema passar a existir, muitos ob&etos diferentes podem servir como dinheiro*
podem ser usados para comprar títulos, marcar mortes, arran&ar casamentos, para alegar o direito de usar encantos, ou adquirir melodias poderosas em rituais* +ais raramente, foram usados na troca de terras, de gados e outros produtos importantes, mas até mesmo essas trocas aconteciam como partes subsidiárias de uma negocia"#o maior, política ou matrimonial, em ve% de meramente atividades comerciais* O A&or #o Dinheiro
8o lado dos alimentos, os seres humanos parecem valori%ar o metal como uma das commodities mais populares para troca* 1e todas as substncias que podem ser usadas para fa%er o dinheiro, o metal tem aplica")es mais práticas e conservou seu valor por um período de tempo mais longo e em lugares mais distantes do que qualquer outra* >or isso é duradouro, e é bem empregado no ac7mulo de valor* >elo fato de poder ser dividido em partes maiores e menores, é um bom meio de troca* N#o é t#o pesado quanto as toras usadas pelos hondurenhos, nem t#o desa&eitado como os sacos de milho usados pelos guatemaltecos* 1iferentemente de commodities do género alimentício, que desaparecem quando usadas, o metal pode ser convertido em algo 7til em qualquer momento e ainda assim conservar seu valor* >ode ser uma &óia ou uma ponta de lan"a em um dia e servir como dinheiro no outro* 1a 0scandinávia 4 Rfrica equatorial, as pessoas usaram ob&etos específicos padroni%ados como dinheiro feito de ferro* !s sudaneses transformavam ferro em enxadas* !s chineses usavam uma enxada com formato ligeiramente diferente feita de bron%e e também facas em miniatura do mesmo material* !s antigos egípcios usavam cobre, enquanto as pessoas do sul da 0uropa preferiam o bron%e* 8s pessoas da =irmnia usavam chumbo, e as da >enínsula +alaia usavam estanho, abundante naquela regi#o* No oeste africano, as pessoas usavam anéis de cobre conhecidos como manillas como uma forma especial de moeda* >or toda a 2ibéria e outras partes do oeste africano, usavam longas tiras de ferro achatadas em ambas as extremidades e conhecidas como Eissi pennies, depois que a tribo Eissi as fabricou* 8s tribos do Aongo usavam barras de lat#o e no leste africano, muitas tribos fabricavam ob&etos de metal em
formatos diferentes para serem usados somente em sua própria sociedade* ! formato da moeda de ferro deles era também uma forma de identifica"#o para as pessoas e seu idioma* Z medida que se desenvolveu a tecnologia, o tipo de ob&eto dese&ado tornou-se mais sofisticado e fe% grandes avan"os com a descoberta de metais diferentes* 0ntre todos os metais, o ouro tem sido o mais valori%ado universalmente* 9elativamente, o ouro tem poucos usos práticos além de decora"#o e algumas sofisticadas aplica")es tecnológicas modernas* 0ntretanto, pessoas de todo o mundo se sentem atraídas por ele* +esmo que se&a limitado em termos de utilidade, a evid6ncia empírica demonstra que os seres humanos de toda parte dese&aram tocá-lo, usá-lo, brincar com ele e possuí-lo* 1iferente do cobre, que fica esverdeado, do ferro, que enferru&a, e da prata, que perde o lustre, o ouro permanece puro e imutável* >essoas por todo o mundo associaram o ouro e a prata intimamente 4 mágica e 4 divindade* Zs ve%es, a lista de substncias divinas incluía outros produtos preciosos como tecido de seda na índia, vicunha do antigo >eru, a%eite de oliva da Fudéia e manteiga do $ibete, mas pessoas de quase todos os lugares consideravam ouro e prata substncias sagradas* Na maioria das culturas, os deuses apreciavam a oferta de metais preciosos mais do que de flores, alimentos, animais ou até mesmo seres humanos* !s maias de Iucatán sacrificavam ob&etos de ouro, prata e &ade por seus deuses e seus altares sagrados, denominados cenotes, profundas po"as de água formadas na base calcária da península* 0m uma das comunidades da regi#o montanhosa da Aol/mbia, antes da chegada dos europeus, os índios Ahibcha reali%avam um ritual anual em que cobriam seu cacique com pó de ouro* uando ele mergulhava no lago sagrado, a água retirava o ouro, que se tornava um presente aos deuses* ! cacique era conhecido pelos espanhóis como 0l 1orado, e sua rique%a tornou-se ob&eto da maior busca na história do mundo* >articularmente, o ouro era considerado uma substncia divina 8s pessoas por todo o mundo notavam a semelhan"a de sua cor com 4 do sol, uma coincid6ncia 4 qual atribuíam um significado mais profundo* !s antigos egípcios acreditavam que o ouro era sagrado para 9á, o deus do sol, e enterravam grandes quantidades do metal com os cadáveres de seus faraós* 0ntre os in"as da 8mérica do ;ul, o ouro e a prata
representavam o suor do sol e da lua, e eles revestiam as paredes de seus templos com esses metais preciosos* +esmo depois da conquista, quando os espanhóis levaram ouro e prata, os nativos decoraram seus novos templos crist#os folhando-os em ouro para imitar as substncias sagradas e espalhavam confetes prateados e dourados pelo ar em ve% de pó de ouro* :ma antiga tribo da índia considerava o ouro o sémen sagrado de 8gni, o deus do fogo* >ortanto, davam ouro em troca de qualquer servi"o reali%ado pelos sacerdotes de 8gni* Pri&2rdio( do Dinheiro
Fá no final do terceiro milénio a*A, as pessoas da +esopotmia come"aram a usar lingotes de metais preciosos em troca de produtos* $abletes de argila da +esopotmia com escrita cuneiforme em WOPP a*A* mencionam o uso de prata como forma de pagamento* 8s pessoas chamavam esses pesos padr)es de ouro e prata de sheHels ou talentos* 1epósitos inteiros de a%eite, cerve&a ou trigo poderiam ter seu valor transformado em uma quantidade facilmente transportável de lingotes de ouro ou prata* 0sse sistema provou-se eficiente para os mercadores acostumados a transacionar com carregamentos e grandes quantidades de um produto, mas o ouro manteve-se escasso e muito valioso para as pessoas comuns que queriam vender uma cesta de trigo ou comprar um pouco de vinho* 0ssas pessoas n#o tinham acesso aos lingotes de ouro e prata* uando a tecnologia humana e a organi%a"#o social se desenvolveram ao ponto de usar quantidades padr)es de ouro e prata nas trocas, o aparecimento e uso de pequenas moedas foi uma quest#o de muito pouco tempo* ! salto cultural e tecnológico das moedas primitivas constituiu a primeira revolu"#o monetária da história e, para vantagem do conhecimento numismático, aconteceu apenas uma ve%* !correu na Rsia ocidental onde ho&e fica a $urquia e de lá espalhou-se pelo mundo para tornar-se o sistema monetário global ancestral do sistema no qual vivemos e trabalhamos ho&e* ! dinheiro n#o existe na nature%a, e n#o existe vers#o ou análogo a ele entre quaisquer membros do reino animal* ! dinheiro, assim como a linguagem, é exclusivamente humano* ! dinheiro constituiu uma nova forma de pensamento e a"#o que mudou totalmente o mundo* ;omente
agora, depois de aproximadamente @ mil anos, o poder total do dinheiro está-se tornando aparente nas quest)es humanas, 4 medida que suplanta e domina muitos dos la"os sociais tradicionais baseados na família, tribo, comunidade e na"#o* O 3"in.o E-e&en.o O dinheiro é um dos principais materiais com os quais a humanidade er%ue a arquitetura da civilização. 'e&is 'apham
8 palavra mais antiga gravada na literatura europeia é uma grega que designa raiva no início da líada de Gomero* Beralmente se tradu% a primeira linha da obra como (Aanto, ó +usa, a cólera de 8quiles,( mas o texto original come"a com a palavra que significa (raiva(, (ira( ou (cólera( e essa emo"#o ganha destaque no relato de Gomero sobre a Buerra de $róia, de% anos de conflito durante os quais os gregos sacrificaram, mataram, torturaram, estupraram, mutilaram e escravi%aram uns aos outros* 0sses homens orientados pela raiva viveram no que os estudiosos ho&e chamam de era heróica ou homérica, no limiar dos grandes impérios antigos da época* ! mundo deles teria permanecido nas sombras da escurid#o histórica n#o fosse pelas duas grandes obras épicas gregas, a líada e a !disseia, de Gomero, que consistem em uma oferta de registros da civili%a"#o e seus próprios desdobramentos* !s gregos apresentados para nós na obra de Gomero eram pessoas combatentes, n#o comerciantes* !s heróis procuravam uma vida de guerra, atacando seus vi%inhos e defendendo a honra da família* Gomero descreveu com rique%a de detalhes as armas usadas por esses heróis, a armadura que usavam, os desenhos nas chapas do tórax e cada implemento que usavam em combate* 1escreveu a bele%a dos navios, mas também relatou de forma repugnante qual parte da cabe"a do guerreiro a lan"a perfurava, por onde saía e quanto a m#e e esposa do guerreiro morto choravam em seu funeral*
! dinheiro n#o tinha lugar nos poemas épicos de Gomero, assim como n#o tinha lugar nas vidas dos seus heróis* Nas palavras de Coltaire, (8gamemnon pode ter tido um tesouro, mas certamente n#o tinha dinheiro*( ! comércio n#o apareceu no poema de Gomero em que os homens buscavam a honra, n#o a rique%a - eles impunham sua vontade sobre os outros a todo custo* N#o negociavam, se comprometiam, ou discutiam sobre o valor de produtos mundanos* !s mais fortes exigiam que os bens lhes fossem dados para uso em suas campanhas* N#o se submetiam a pechinchar com lo&istas* >alácios refor"ados, como o de 8gamemnon em +cenas e >ríamo em $róia, formavam o centro da vida em comunidade na época de Gomero, e os mercados n#o eram lugares importantes* Aada cidade tentava produ%ir o máximo de seus próprios produtos para que tivesse que negociar o mínimo possível com outras cidades* No tempo que tinham livres, os heróis de Gomero ca"avam, feste&avam e reali%avam &ogos de guerra com rituais* Gomero n#o concede pista ou auto-reflex#o alguma por meio de seus heróis* ;uas ideias e impulsos vinham de um dese&o profundo de aumentar a honra pessoal ou como inspira"#o dos deuses sussurrada em seus ouvidos* !s heróis de Gomero eram homens apaixonados, e n#o moderados, t#o admirados na Brécia clássica* 8 frase gnothi seauton Jconhe"a-te a ti mesmoK, que posteriormente tornou-se lema dos gregos clássicos da 0ra 1ourada de 8tenas, n#o teria praticamente nenhum significado para 8quiles, :lisses, >aris, Geitor, 8gamemnon, >ríamo e os outros heróis homéricos, que eram homens de a"#o, n#o de reflex#o* Aomo poderíamos imaginar :lisses voltando para casa, depois de de% anos de viagem, para montar uma oficina de cermica, supervisionar uma fa%enda, ou abrir uma lo&a de vinhos? 8ssim como os outros heróis de Gomero, :lisses andava com seres divinos, lutava contra monstros terríveis, bebia muito, sedu%ia mulheres Jtanto mortais quanto divinasK e vivia com outros heróis em um eterno &ogo de defesa e aumento da honra* ! comércio tinha pouco significado para :lisses e seus camaradas porque eles viviam em um mundo que ainda n#o conhecia o dinheiro* 8pesar da falta de conhecimento do dinheiro, este nasceu muito perto das fronteiras de $róia*
humanos produ%iram, pela primeira ve%, as moedas, e foi nesse mesmo local que a grande revolu"#o come"ou* 0ssa revolu"#o destinava-se a ter um impacto muito maior em nosso mundo do que todos os heróis da antiga Brécia* T%o Ri,o 3"#n.o Cre(o
No decorrer dos milénios, uma sucess#o de reinos surgiu, floresceu e decaiu ao longo da costa &/nia e ilhas ad&acentes* Aada um deixou algo que seus vi%inhos e sucessores posteriormente incorporaram a sua própria cultura* 0ntre as muitas grandes civili%a")es que floresceram e decaíram na antiga 8natólia, a civili%a"#o lídia n#o está entre as mais conhecidas* !s lídios falavam um idioma europeu e viveram em 8natólia aproximadamente depois do ano WPPP a*A* ara tanto, ele contou com outra inven"#o de seus ancestrais - moedas, uma nova e revolucionária forma de dinheiro* 8lgo semelhante ao dinheiro e aos mercados podia-se encontrar na +esopotmia, Ahina, 0gito e muitas outras partes do mundo, mas na verdade, eles n#o usaram moedas até a ascens#o da 2ídia e subsequente cunhagem das primeiras moedas, que ocorreu entre TP
e T@P a*A* 8 g en ia li da de d os r ei s l íd io s p od e s er v is ta n o re co nh ec imen to da necessidade de lingotes bastante pequenos e de fácil transporte que valessem menos do que alguns dias de trabalho ou uma pequena parte da colheita de um agricultor* ara assegurar sua autenticidade, o rei gravava em cada uma delas o emblema da cabe"a de um le#o* 8 marca também achatava sua superfície protuberante, dando início 4 transi"#o de uma pepita oval para uma moeda achatada e circular* 1eixando as pepitas com o mesmo peso e aproximadamente o mesmo tamanho, o rei eliminou uma das etapas mais demoradas do comércio5 a necessidade de pesar o ouro cada ve% que se reali%ava uma transa"#o* 8gora os comerciantes podiam calcular o valor facilmente, apenas contanto o n7mero de moedas* 0ssa padroni%a"#o redu%iu muito a possibilidade de trapa"a em rela"#o 4 quantia ou qualidade do ouro e prata em uma troca* N#o era preciso ser um especialista no manuseio de uma balan"a ou em &ulgar a pure%a do metal para comprar um cesto de trigo, um par de sandálias, ou uma nfora de a%eite de oliva* ! uso de moedas que haviam sido pesadas e marcadas na oficina real possibilitou ao comércio prosseguir com maior rapide% e honestidade e permitiu 4s pessoas participar mesmo que elas n#o tivessem uma balan"a* ! comércio de moedas abriu novas dimens)es para novos segmentos da popula"#o* 8 rique%a de Areso e seus ancestrais n#o surgiu a partir da conquista, mas do comércio* 1urante seu reino JOTP-OT a*AK, Areso criou novas moedas de puro ouro e prata em ve% de electro* :sando suas moedas recém-criadas como um meio padroni%ado de troca, os comerciantes lídios negociavam para suprir as necessidades diárias da vida - gr#os, óleo, cerve&a, vinho, couro, cermica e madeira - bem como de produtos de luxo, como perfumes, cosméticos, &óias, instrumentos musicais, lou"a
esmaltada, estatuetas de bron%e, pele angora, tecido de cor p7rpura, mármore e marfim* 8 variedade e abundncia dos produtos comerciais levaram rapidamente a outra inova"#o5 o mercado vare&ista* 0m ve% de deixar os compradores procurar em alguém que tivesse óleo ou &óias para vender, os reis de ;ardes montaram um novo sistema inovador no qual qualquer pessoa, até mesmo um desconhecido que tivesse algo para vender, poderia vir ao mercado central* :ma série de pequenas lo&as se enfileiravam pelo mercado, e cada comerciante especiali%ava-se em produtos específicos* :m vendia carne e outro oferecia gr#os* :m vendia &óias, outro tecido* :m vendia instrumentos musicais, outro panelas* 0sse sistema de mercado come"ou no final do século XC a*A, mas seus descendentes podem ser vistos claramente na 8gora grega, nos mercados medievais montados em pra"as do norte europeu e em shoppings centers dos 0stados :nidos nos dias de ho&e* ! mercado e as transa")es tornavam-se t#o importante para os lídios que Geródoto os chamava de uma na"#o de Hapeloi, que significava (comerciantes( ou (vendedores(, mas com uma conota"#o um tanto negativa semelhante a (mascates(* Geródoto viu que os lídios haviam-se tornado uma na"#o de lo&istas* 0les haviam transformado meras trocas comerciais e permutas em comércio de verdade* 8 revolu"#o comercial na cidade de ;ardes provocou amplas mudan"as em toda a sociedade lídia* Geródoto relatou com grande assombro o costume lídio de permitir que as mulheres escolhessem seus próprios maridos* 8cumulando moedas, as mulheres conquistavam a liberdade de ter seus próprios dotes e assim tinham maior liberdade de escolher um marido* Novos servi"os rapidamente entraram no mercado* +al as primeiras lo&as haviam sido colocadas em funcionamento e alguns indivíduos empreendedores ofereciam uma casa especiali%ada em servi"os sexuais para os muitos homens que entravam para o comércio* !s primeiros bordéis de que se sabe foram construídos na antiga ;ardes* >ara acumular dotes, muitas mulheres solteiras de ;ardes supostamente trabalhavam nos bordéis por tempo suficiente para assegurar a quantia necessária em dinheiro para terem o tipo de casamento que dese&avam*
!s &ogos de a%ar logo surgiram, e os lídios s#o considerados inventores n#o só das moedas mas também dos dados* 0scava")es arqueológicas indicam claramente que as apostas e os &ogos de a%ar eram abundantes em torno do mercado* ! comércio criou as fabulosas rique%as de Areso, mas ele e as famílias de elite da 2ídia esban&aram sua rique%a* 0les desenvolveram apetite exacerbado por produtos luxuosos e se atolaram em um &ogo cada ve% mais intenso de consumo* Aada família procurava, por exemplo, construir um t7mulo maior do que as famílias que a cercavam* 0les decoravam esses t7mulos com marfim e mármore adornados e reali%avam funerais preparados com esmero, sepultando seus falecidos parentes com turbantes, pulseiras e anéis de ouro* 0m ve% de gerar mais rique%a, eles estavam destruindo a rique%a que seus ancestrais haviam acumulado* 8 elite de ;ardes usava sua nova rique%a em prol do consumo, em ve% de investir em produ"#o* >or fim, Areso colocou sua rique%a nos dois po"os sem fundo de consumo t#o comuns entre os reis5 constru")es e soldados* 0le conquistou e construiu* Areso usou sua vasta rique%a para conquistar quase todas as cidades gregas da Rsia +enor, incluindo a grande .feso, que ent#o reconstruiu em estilo ainda superior* 0mbora ele fosse lídio, e n#o grego, Areso desenvolveu enorme inclina"#o pela cultura grega, incluindo idioma e religi#o* >elo fato de ser um tanto helenófilo, governava as cidades gregas sem severidade* 0m um famoso episódio na história grega, Areso consultou o oráculo grego de 8poio para saber que chance teria em uma guerra contra a >érsia* ! oráculo respondeu que se ele atacasse a temida >érsia, um grande império cairia* Areso considerou a profecia favorável e atacou os persas* Na sangrenta campanha de OM-OT a*A, o que caiu foi o poderoso império mercantil dos lídios* Airo derrotou facilmente o exército mercenário de Areso e ent#o marchou sobre a capital lídia de ;ardes* 0nquanto o exército persa saqueava e incendiava a cidade rica de ;ardes, Airo tratava Areso com sarcasmo, vangloriando-se do que seus soldados estavam fa%endo 4 cidade e 4 rique%a do grande Areso* Areso respondeu a Airo5 (N#o pertence mais a mim* Nada aqui pertence a mim agora* . a sua cidade que eles est#o destruindo e o seu tesouro que est#o roubando*(
Aom a conquista da 2ídia por Airo, o reino de Areso teve fim, sua dinastia +ermnadas acabou e o reino lídio desapareceu das páginas da história* 0mbora o grande reino da 2ídia e seus governantes nunca tenham ascendido novamente ao poder, o impacto daquele pequeno e relativamente desconhecido reino permaneceu vastamente desproporcional 4 dimens#o geográfica e papel relativamente secundário na história antiga* +uitos povos vi%inhos rapidamente adotaram a prática lídia de fabricar moedas e uma revolu"#o comercial ganhou espa"o no mundo mediterrneo, particularmente para a vi%inha mais próxima da 2ídia, a Brécia* A Re4o-"$%o de Mer,#do
0mbora os grandes exércitos da >érsia tenham conquistado 2ídia e muitos dos estados gregos, o sistema persa altamente centrali%ado n#o podia competir efica%mente com o novo sistema mercantil de mercados revolucionário com base no uso do dinheiro* 8 tempo, esses novos mercados baseavam-se no dinheiro espalhado pelo +editerrneo e continuaram opondo-se a autoridade dos tradicionais estados tributários* 8 grande luta entre as cidades de mercado da Brécia e o império da >érsia representava um conflito entre o novo e o antigo sistema de cria"#o de rique%a* 9epresentava um conflito entre o sistema de mercado baseado em princípios democráticos e um sistema tributário baseado no poder autocrático, e foi um conflito que ocorreu repetidas ve%es na história até a modernidade* 0nriquecidos pelos mercados que despontavam, os gregos substituíram os fenícios conservadores como grandes comerciantes do leste mediterrneo* 8 revolu"#o monetária desencadeada pelos reis da 2ídia encerrou a tradi"#o heróica dos gregos e p/s em movimento a evolu"#o dos gregos em uma na"#o baseada no comércio* Aom a propaga"#o das moedas e do alfabeto &/nio, teve origem uma nova civili%a"#o nas ilhas gregas e ao longo da terra ad&acente*
8 cunhagem concedeu grande impulso ao comércio, garantindo-lhe uma estabilidade com a qual n#o contava antes* 8s moedas tornaram-se, no sentido literal, um parmetro frente ao qual outros produtos e servi"os podiam ser mensurados e trocados com maior facilidade* 8s moedas concediam aos antigos comerciantes, fa%endeiros e consumidores um meio permanente de troca que era facilmente arma%enado e facilmente transportado* 0ssa facilidade de uso, padroni%a"#o de valor e durabilidade como provis)es de rique%a familiar atraíam ainda mais pessoas para o novo produto* !s clássicos atenienses desfrutavam da vantagem de terem descoberto depósitos abundantes de prata em 2aurium, que ficava cerca de P quil/metros ao sul de 8tenas* 8s minas produ%iram prata desde o século C até o a*A* 8lcan"avam em média WT a OW metros de profundidade e algumas chegavam a uma profundidade de aproximadamente LP metros* 8 singularidade da cultura grega, em contraste com a persa e egípcia, n#o estava na forte autoridade do 0stado apoiado por um exército massivo* !s gregos nem mesmo podiam se unir em um 7nico estado* 0les permaneciam divididos em muitos, cada um deles compartilhando um grau variado da economia e cultura que desabrochava dessa nova terra* ! poder e a for"a da Brécia nunca dependeram do exército* N#o até o apogeu da clássica civili%a"#o grega tra%er a uni#o de toda a área sob um 7nico líder e um exército, quando o rei
províncias, classes e administradas por uma burocracia com um sistema bem estabelecido de manuten"#o de registros* ! uso do dinheiro n#o exige a intera"#o frente a frente e as intensas rela")es de um sistema baseado em parentesco* 0 nem requer sistemas administra tivos, policiais e militares t#o extensivos* ! dinheiro passou a ser o ponto social que ligava os seres humanos em muitas outras rela")es sociais, n#o importando o fator distncia ou transitoriedade, do que anteriormente era possível* ! dinheiro ligava os seres humanos de uma forma mais extensiva e eficiente do que qualquer outro meio* Ariava mais la"os sociais, mas ao formá-los com maior rapide% e por serem mais transitórios enfraquecia os la"os tradicionais baseados no parentesco e no poder político* ! dinheiro também tornou-se o meio para a express#o de mais valores, proporcionando um grande salto adiante quando seu uso era expandido do setor de artigos e produtos para algo abstrato como trabalho* >ode-se pagar um homem ou uma mulher por limpar os estábulos, pelo trabalho de um dia na ro"a, por a&udar a cortar lenha ou alimentar os animais ou por um ato sexual* ! trabalho e a m#o-de-obra humana em si tornaram-se um item com valor que podia ser fixado em dinheiro de acordo com a importncia, o nível de habilidade ou for"a necessários e o tempo que levava* 8o mesmo tempo em que o dinheiro se tornava valor-padr#o para o trabalho, também passava a ser valor padr#o para o próprio tempo* 8s pessoas constataram que o dinheiro era um substituto conveniente para vários servi"os e tributos devidos a autoridades políticas e religiosas* 0m ve% de dar uma por"#o de sua safra para o senhor, o lavrador simplesmente pagava um tributo* 0m ve% de dar uma parte da própria produ"#o 4 gre&a ou templo, as pessoas podiam fa%er contribui")es monetárias* 8té mesmo o servi"o a 1eus passou a ser valori%ado em termos monetários* 1eus n#o queria mais os primeiros frutos da colheita ou os animais nascidos na primavera* 1eus, ou pelo menos os padres, queriam dinheiro* ! valor de uma obra de arte ou de uma apresenta"#o musical podia ser facilmente expresso em termos monetários, assim como o valor de uma cabra ou de uma ma"#* 8té a própria &usti"a passou a ser uma atividade monetária* 0m ve% de pagar olho por olho, membro por membro, vida por vida, as pessoas podiam pagar seus crimes com
dinheiro* ! dinheiro também se difundiu atingindo o casamento e a heran"a pelos dotes, aquisi")es da noiva e distribui"#o dos bens em caso de divórcio ou morte* Aom a rápida monetari%a"#o do valor, praticamente tudo podia ser expresso por um denominador comum - pelo dinheiro* 1esse modo, estabeleceu-se um sistema de valores compartilhados para calcular o valor de praticamente tudo, de um p#o a um poema, de uma hora de servi"os sexuais a impostos, ou de uma prateleira de carne de cordeiro ao aluguel de algo por um m6s* $udo podia ser expresso em um sistema simplificado* A Geni#-id#de Gre!#
8 introdu"#o das moedas causou um impacto tremendo e imediato sobre os sistemas políticos e a distribui"#o do poder* 8s tens)es da antiga sociedade grega apareceram notavelmente nas reformas feitas na lei ateniense de ;ólon, o grande legislador, em OU-OU@ a*A* !s atenienses tinham perdido o controle sob as dívidas de tal maneira que ;ólon proscreveu dívidas existentes e cancelou todas as dívidas empregáveis para come"ar com situa"#o financeira e comercial limpas* !utros políticos do milénio desde ;ólon tentaram utili%ar a mesma estratégia, mas invariavelmente o cancelamento de dívidas produ%iu apenas uma suspens#o política de curta dura"#o, e os mesmos problemas financeiros logo retornaram* 0ntretanto, a reforma mais radical reali%ada por ;ólon foi a aboli"#o da prática tradicional de limitar a elegibilidade a um cargo p7blico a homens nascidos nobres* ! dinheiro tinha um efeito liberador sobre os atenienses, e, dali em diante, a elegibilidade para escolha de cargo p7blico seria baseada na rique%a em terras* Na época, tal a"#o foi radical e muito mais democrática do que o sistema anterior* ! dinheiro estava a&udando a democrati%ar o processo político, estava destruindo a antiga aristocracia baseada nos direitos, rela")es e cargos herdados* 8 democracia despontou em cidades-estados como 8tenas, que tinham um forte mercado baseado em uma moeda sólida* 1e todas as cidades gregas, 0sparta foi a que apresentou maior resist6ncia 4 democracia, 4 cunhagem de moedas e ao surgimento de um sistema de
mercado* Aonta-se que os governadores de 0sparta permitiam que fossem usadas somente barras de ferro e pontas de lan"a como dinheiro* sso, de certa forma, permitia o comércio interno mas minimi%ava efetivamente o comércio privado fora da cidade-estado* ;omente após o século a*A* 0sparta come"ou a cunhar suas próprias moedas* 8 sonoridade da difus#o revolucionária do comércio entre os gregos produ%iu novos templos, constru")es urbanas, academias, estádios e teatros, &untamente com um glorioso corpo artístico, filosófico, dramático, poético e científico* ! centro da clássica cidade grega n#o era o palácio de um grande rei, as for"as do exército, ou mesmo o templo* 8 vida p7blica grega centrava-se na 8gora - o mercado* 0ra essencialmente uma civili%a"#o comercial* 1epois de milhares de anos de impérios pelo mundo, o mercado emergiu na era grega e mudou o curso da história* $oda grande civili%a"#o anterior 4 grega havia sido baseada na for"a e uni#o política, apoiada pelo poder militar* 8 Brécia, que ent#o foi unificada, despontou do mercado e comércio - havia criado um tipo de civili%a"#o totalmente novo* 8 rique%a gerada por esse comércio ampliou o tempo de la%er da elite grega, criando assim oportunidade de gerar uma vida cívica rica e buscar luxos sociais incluindo política, filosofia, esportes e artes, bem como boa comida e comemora")es festivas* Nunca antes na história tantas pessoas tiveram tanta rique%a' apesar de na época existirem no mundo apenas alguns produtos de luxo, eles gastavam aquela rique%a em consumo de la%er* !s estudiosos ainda ho&e exploram os ricos depósitos intelectuais de palavras e ideias esbo"adas pelos gregos, e sua 0ra marca o início das disciplinas académicas de história, ci6ncias, filosofia e matemática* ! surgimento do sistema monetário e seu irm#o, o mercado p7blico, imp/s um novo tipo de disciplina mental sobre os seres humanos* +uito antes de as pessoas precisarem tornar-se alfabeti%adas, o mercado exigiu que eles pudessem contar e usar os n7meros* 8s pessoas eram for"adas a equiparar coisas que antes nunca haviam sido equiparadas*
8 contagem existe há muito mais tempo do que o dinheiro, mas fora da cidade sua utilidade era somente limitada* :m bom pasto S n#o precis pre cisava ava sabe sa berr ap apen enas as qu quan anta tass va vaca cass ou ov ovel elha hass esta es tava vam m sob so b seu se u comando, ele tinha de reconhecer cada uma pela apar6ncia, pelo som que emitia e pelas pegadas* N#o adiantava nada para ele saber que faltava uma vaca* 0le precisava saber qual estava faltando* faltando* Aonhecendo aquela vaca em particular, sua apar6ncia, sua história e seus hábitos individuais, o pastor sabia se era provável que ela estivesse em um bosque bos que dan dando do cria ou se hav havia ia volta vol tado do 4 bica para mais um gole dSá dSágua* gua* 0le sabi sabiaa on onde de proc procur urar ar a va vaca ca e co com mo identi identific ficá-l á-laa caso caso tives tivesse se se &unt &u ntad adoo a ou outr troo reba re banh nho* o* ! uso da contagem e dos n7meros, do cálculo e da numera"#o impeliram impeliram uma tend6ncia 4 racionali%a"#o racionali%a"#o do pensamento pensamento humano que n#o se apresenta em outra cultura tradicional tradicional sem o uso do dinheiro* ! dinh dinhei eiro ro n# n#oo torn tornav avaa as pe pess ssoa oass mais mais espe espert rtas as,, as fa%i fa%iaa pe pensa nsarr de form ormas difer iferen enttes, em n7meros e seus equiva vallentes* $orn ornou o raciocínio muito menos personali%ado e muito mais abstrato* 1urante a maior parte da vida humana, a religi#o usou histórias e rituais para despertar emo")es como medo do desconhecido, avide% de con contr trola olarr o invisí invisível vel,, viver viver eterna eternamen mente te ou algum algum outro outro produt produtoo quee outro qu outrora ra n# n#oo se po podi diaa ob obte terr na terr terra* a* 8s inst instit itui ui") ")es es po polí líti tica cass també ambém m reco recorr rria iam m 4s emo" emo")es )es,, freq freque uent ntem emen ente te ao medo medo qu quee as pess pe ssoo as tin ti n ha ham m d e ag agen ente tess intr in trus usos os ou de seus se us próp pr ópri rios os go gove vern rnan ante tes* s* ! dinh dinhei eiro ro e as inst nstitui itui") ")es es ergu erguid idas as ao redo redorr de dele le resp respon ondi diam am prim pr imee iram ir amen ente te ao inte in tele lect ctoo em ve ve%% de 4s emo" em o")e )es* s* ! dinh di nhei eiro ro e a cultura ura 4 sua volt olta for"a r"avam um tipo de processo intelectu ctual decididamente nte lógico e racional, diferente de qu qual alqu quer er outra utra insti nstitu tui" i"#o #o hu hum man ana* a* Ao Aonf nfor orme me ob obse serv rvou ou Be Beor orgg ;imm ;immel el no $he philo ph iloso soph ph of mone mo ne J8 filo fi loso sofia fia do dinh di nhei eiro roK, K, (a idei id eiaa de qu quee a vida vi da base ba seia ia-s -see esse es senc ncia ialm lmen ente te no inte in tele lect cto, o, e qu quee o inte in tele lect ctoo é acei ac eito to na vida prática como a mais valiosa de nossas energias mentais, anda de m#os dadas com o crescimento de uma economia monetária*(W Aom a asce ascens ns#o #o de su suaa no nova va econ econom omiia ba base sead adaa no dinh dinhei eiro ro,, os greg gregos os esta estava vam m mudan mudando do a form formaa co como mo as pessoa pessoass enx enxerg ergava avam m o mundo mundo** 0ssas novas formas de pensamento e organi%a"#o do mundo deram origem a novas ocupa")es intelectuais* ;immel escreveu que (aquelas clas classe sess prof profis issi siona onais is cu cu&a &a produt produtiv ivid idade ade resi reside de fora fora da econo economi miaa surgiram somente na economia monetária - aquelas preocupadas com
uma uma ativ ativid idade ade inte intele lectua ctuall espe especí cífi fica ca co como mo prof profes esso sore ress e pe pess ssoa oass letradas, artistas, médicos, estudiosos e funcionários do governo*( O( Pri&eiro( E,ono&i(.#(
!s antigos gregos reconheciam o ar, a água, o fogo e a terra como os qu quaatro eleme ementos ntos na natturais a pa parrtir do doss qu quaais toda dass as substncias s#o feitas* >ara muitos deles, contudo, o dinheiro constituía um quinto elemento, embora fosse muito mais cultural do que natural* sso sso ia ao en enco cont ntro ro de um prov provér érbi bioo greg grego, o, (Ah Ahre rem mata ata an aner er([ ([oo dinheiro é o homemK* 0m tex exttos greg gregoos, ob obse serv rvaamos dive diverrsos sos po pont ntos os de vist vistaa na nass palavra pala vrass de cida ci dad# d#os os e mesmo mes mo escr es crav avos os qu quee escr es crev evia iam m suas su as próp pr ópria riass pe"a pe "as, s, po poema emass e diál di álog ogoo s filo fi losó sófi fico cos* s* !s greg gr egos os esba es ban& n&ar aram am reg re g istr is tros os dos aspectos mais mundanos mundanos do cotidiano cotidiano em casa ou nas vinhas vinhas bem como com especula")es sobre tudo, desde a origem da vida até o pre" pr e"oo flut fl utua uant ntee do trig tr igo* o* 8 tría tríade de filo filosóf sófic icaa forma formada da por ;ócr ;ócrat ates, es, >lat >lat#o #o e 8ris 8ristó tóte tele less parece par ece ex exemp empli lific ficar ar a era er a cláss clá ssica ica,, mas até at é qu quee po pont ntoo eles ele s fora fo ram m representativos no que se refere ao espírito espírito e 4 cultura que os cercavam? cercavam? 8fina finall, os próp própri rios os aten atenie iens nses es co cond nden enar aram am ;ócr ;ócrat ates es 4 mort morte* e* 0m termos gerais, os filósofos constituíam uma parte um tanto aberrante da mente grega, uma mente dotada de uma capacidade muito mais prát pr ática ica do qu quee se po pode de ob obse serv rvar ar na nass gran gr ande dess ob obra ras* s* Xenofonte provavelmente é quem exemplifica melhor o caráter da cultura grega clássica* 0le seguiu várias correntes no decorrer de sua carr carrei eira ra co como mo po polí líti tico co,, prof profes esso sor, r, ge gene nera rall e escr escrit itor or,, mas mas po pode de ser ser desc de scri rito to mais mais ad adeq equa uada dame ment ntee co como mo um filó filóso sofo fo prát prátic ico* o* 0m uma uma expedi"#o militar 4 >érsia, ele e seus amigos atenienses derrotaram os inimigos, mas seu líder, Airo, o +o"o, morreu durante a batalha* sso deixou deixou os gregos gregos encalhados a centenas centenas de quil/metros de distncia distncia de casa em uma na"#o inimiga* 8s for"as armadas gregas, conhecidas na hist histór óriia co com mo um 0xé xérrcit cito de 1e 1e%% +il +il Go Gome mens, ns, de depo posi sita tara ram m sua sua conf co nfia ian" n"aa e co colo loca cara ram m suas suas vida vidass na nass m#o #oss de Xe Xeno nofo font nte, e, qu quee os condu%iu em uma &ornada de tr6s meses de volta por terras hostis até a
pátria pát ria grega gr ega** Ao Aomo mo muitos mui tos gen genera erais is famos fam osos os,, po post ster erio iorm rmen ente te ele el e escreveu um livro best seller sobre essa aventura* Na ob obra ra 8n 8naba abasis sis,, Xen Xenof ofon onte te de descr screv eveu eu a longa lon ga campa ca mpanh nha, a, mas diferente de Gomero, Xenofonte n#o colocou a si mesmo ou seus oficiais como heróis do tipo descrito nas obras de Gomero* Aomo um homem prático, práti co, ele reconhe reco nheceu ceu que o enfoqu enf oquee da histór his tória ia era os própri pró prios os soldados* ;em frases extravagantes nem retórica elaborada, 8nabasls prov pr ovav avel elme ment ntee repr re pres esen enta ta a melhor melh or prosa pros a ática que &á foi escrita* escr ita* 0m algu alguns ns aspe aspect ctos os,, Xe Xeno nofo font nte, e, o homem homem práti prático, co, igualm igualment entee 4 von vontad tadee com co m func funcio ioná nári rios os,, so sold ldad ados os e fa%ende fa%endeiro iross qua quanto nto com académ académico icos, s, pare pa rece ce muit mu itoo ser se r um pred pr edec eces esso sorr da dass mente men tess mais ma is mode mo dern rnas as de +ich +i chel el de +ontaigne, Fohann von v on Boethe e =en&ami =en&aminn ara >ara Gomero Gomero,, as mulhe ulhere ress eram eram trof trofeu euss de gu guer erra ra qu quee au aume ment ntav avam am a ho honr nraa de um herói, ofertas sacrificiais em mome omentos difíceis, ou meras prop pr opri ried edad ades es do domés mésti tica cass qu quee tecia te ciam m e espe es pera ravam vam etern ete rname amente nte po porr seus se us pais, pai s, marido mar idoss e filh f ilhos os vo volta ltare rem m da 7ltima 7lt ima inva inv a s#o s# o ou camp ca mpan anha ha** 0mbora 0mbora Xenofonte Xenofonte n#o fosse feminist feministaa do tipo moderno, moderno, ele levava levava muit muitoo a sério o trabalho doméstico e descrevia descrevia a mulher como a abelhaabelharainha de um lar* 0nchia seu livro com as informa")es mais práticas e simp simple less sobre sobre como como admini administr strar ar uma casa, casa, trein treinar ar servos servos,, arma%e arma%enar nar v i n h o e a li m e n t o s e o r g a n i % a r t o d o s o s a s p e c t o s d a e c o n o m i a doméstica* 0nquanto a mulher administrava o lar, o marido cuidava da fa%enda e de seu próprio negócio bem como das quest)es cívicas da polis po lis,, ou cidad cid ade-e e-esta stado do** 8ssim 8ss im co como mo em muitos mui tos livro liv ross da épo época, ca, o !iHonomiHos6 apresentado na forma de diálogo, este entre ;ócrates e schomachus, um dos mais ricos homens de negócios de 8tenas* No !iHon !iHonom omiH iHos, os, co contu ntudo, do, o filósof filósofoo ;ócrat ;ócrates es n#o elucubr elucubraa tanto, tanto, nem pare pa rece ce t#o t# o inte in teli ligg en ente te qu quan anto to no noss diálo di álogo goss socr so crát ático icoss mais mai s co conh nhec ecid idos os escr escrit itos os po porr >lat >lat#o #o** 0m ve ve%% disso disso,, sch schom omac achu hus, s, o co come merc rcia iant ntee
simples, tem muito mais a di%er e surge como o (herói( da história* schomachus n#o conseguiu um lugar muito importante na literatura ou na filosofia e até chegou a admitir que com sua rique%a rique%a e estilo estilo de vida simples n#o era bem quisto por muitas pessoas* pes soas* 0m uma uma escala escala de valor literário, as obras de Xenofonte n#o podem ser comparadas 4s de Gomero Gomero** schom schomach achus us certa certamen mente te n#o é um 8g 8gaamemno emnonn ou 8quiles* >orém, cidad#os práticos como schomachus impulsionaram o mundo clássico grego para o ápice do sucesso artístico e comercial que atingiu* 8 maior aioriia do doss estud studiiosos sos gre grego goss era de desp spro rovi vida da do ampl amploo envolvimento na guerra e na pa%, que era característico a Xenofonte, e n#o compartilhava de seus interesses em atividades financeiras* Aom uma atitude que prognosticava a de muitas gera")es de estudiosos por vir, vir, tant tantoo >lat >lat#o #o qu quan antto 8rist ristót ótel eles es,, seu seu alun aluno, o, tinh tinham am gran grande de dificuldade com alguns dos conceitos de dinheiro e mercado* >lat#o, >lat#o, o grande ditador das quest)es quest)es morais, queria banir o ouro e a prata bem como o dinheiro estrangeir estrangeiro* o* 1e acordo com sua obra $he laD aDss J8s J8s leis leisK, K, em ve ve%% de dinh dinheeiro iro real real de deve veri riam am ex exis isti tirr algu algum mas moe oeda dass sem sem va valo lor, r, um tipo tipo de símb símbol oloo ou scri script pt do go gove vern rno, o, pa para ra manter os registros entre os vare&istas* ualquer um voltando de um porto por to estran est rangei geiro ro com dinheiro dinh eiro deveria deve ria ser for"ado for" ado a entregáentre gá-lo lo ao chegar* 1e acordo com >lat#o, nen nenhum hum homem homem hone honesto sto &amais &amais po p o d e r i a s e r r i c o , u m a v e % q u e a de deso sones nestid tidad adee sempr se mpree tra%ia tra %ia melho mel horr remunera"#o do que a honestidade* Aonsequentemente, quanto mais rico fosse um homem, menos honesto e virtuoso deveria ser* Aonforme a vis# vis#oo de >lat >lat#o #o,, as pe pess ssoa oass de deve veri riam am ser ser pun punid idas as caso caso tent tentas assem sem comprar ou vender casas ou terras loteadas* 8s propostas de >lat#o para a regulamenta"#o do mercado nos pare pa rece cem m t#o t# o seve se vera ras, s, até at é mesm me smoo em um sécu sé culo lo de econ ec onom omia iass estritamente plane&adas* No livro C da obra $he laDs, por exemplo, ele ele escr escrev evee qu quee o mercad mercadoo deveria deveria ser control controlado ado por guardi) guardi)es es que impo impori riam am pu puni ni"# "#oo a qu quaalque lquerr um qu quee viol violas asse se as regr regras as,, e ha havi viaa muita muitas* s* 8lém 8lém das ven vendas das no vare& vare&oo real reali% i%ada adass por repr repres esent entant antes es da vi%inhan"a, >lat#o permitiria a reali%a"#o de tr6s feiras de produtos espec specííficos icos po porr m6s, uma uma a cad adaa de de%% dias, ias, e as pe pess ssoa oass teri teriam am de comp co mpra rarr supr suprim iment entos os o sufi sufici cien ente te pa para ra durar durar um m6s* 6s* ! prim primei eiro ro merca ercado do ve vend nder eria ia gr#o gr#os, s, o segu segund ndo, o, de depo pois is de de de%% dias dias,, ve vend nder eria ia
líquidos e o terceiro venderia animais, escravos e outros produtos afins, como couro, artigos t6xteis e roupas* 8ristóteles nunca compartilhou das tend6ncias de >lat#o, mas tinha algumas ideias estranhas sobre mercados* 0le n#o acreditava que todos no mercado devessem cobrar o mesmo pre"o* >ara ele, isso parecia natural somente se as pessoas com mais dinheiro tivessem de pagar mais do que as pessoas mais pobres* 0le n#o via princípios impessoais de mercado em opera"#o, via rela")es individuais* ! resultado da intera"#o, conforme 8ristóteles, deveria ser determinada pela condi"#o dos participantes, n#o pelo valor da mercadoria* >ara ele, o propósito do mercado n#o era meramente trocar produtos, mas também satisfa%er a ganncia* Aonsequentemente, o mercado aprovisionava um instinto humano basicamente indese&ável e tinha de ser monitorado cuidadosamente* 8ristóteles via a opera"#o do mercado em termos pessoais muito mais do que abstratos* 0mbora ele certamente fosse capa% de pensar de forma abstraía, podemos ver em suas obras a luta de uma pessoa tentando entender o fenómeno recém-surgido do dinheiro e dos mercados* 8ntes da inven"#o do dinheiro em forma de moedas, os capítulos da história est#o repletos de histórias de muitas civili%a")es em diferentes continentes falando idiomas e louvando deuses diferentes, mas encontramos em praticamente todas elas um padr#o comum* 0ste&amos falando dos antigos egípcios ou dos astecas, dos hititas ou dos babilónios, dos cretenses ou dos misteriosos povos de +ohen&o1aro, verificamos que todos eles parecem ter vindo de um nível semelhante da civili%a"#o* . como se cada um deles encontrasse a mesma parede invisível, que eram incapa%es de atravessar* 0les desenvolveram sua própria arquitetura e religi#o, ci6ncia e comércio, poesia e m7sica, pouco antes de estagnarem* !s gregos, contudo, romperam essa barreira* 1e repente, arquitetura, filosofia, ci6ncias, literatura e outras artes e ci6ncias atingiram um nível de reali%a"#o desconhecidos para qualquer civili%a"#o anterior* 8lguns estudiosos nos fariam acreditar que essa inova"#o surgiu de alguma cultura, ra"a, psique ou mente grega de qualidade superior, de uma sensibilidade mais avan"ada em rela"#o aos seres humanos e 4 nature%a, mas encontramos pouco na história antes ou depois daquela época para indicar que os gregos eram 7nicos
entre os muitos povos do mundo* ! que era diferente para os gregos era que eles viviam ao lado dos lídios, que inventaram o dinheiro* 1iferente de outros vi%inhos, como os fenícios e os persas que &á contavam com sistemas sociais sofisticados sem o dinheiro, os gregos eram uma civili%a"#o ainda n#o totalmente organi%ada, e a ado"#o do dinheiro os fe% dar um passo adiante, 4 frente de todos os outros povos da regi#o* 8 Brécia foi a primeira civili%a"#o a ser transformada pelo dinheiro, mas em um período de tempo relativamente curto, todas as culturas seguiram os gregos pela mesma estrada e sofreram a mesma metamorfose* !s seres humanos encontraram muitas formas de p/r ordem ao fluxo fenomenológico da exist6ncia, e o dinheiro foi uma das mais importantes* ! dinheiro é estritamente uma inven"#o humana por se tratar, em si mesmo, de uma metáfora - ele quer di%er outra coisa* >ermite que os seres humanos estruturem a vida de formas incrivelmente complexas que n#o se encontravam disponíveis antes da inven"#o do dinheiro* 8 qualidade metafórica concede-lhe um papel de enfoque na organi%a"#o do significado na vida* ! dinheiro representa uma forma infinitamente ampliável de estruturar o valor e as rela")es sociais - pessoais, políticas e religiosas bem como comerciais e econ/micas* >or toda parte em que o dinheiro esteve, criou mercados* ! dinheiro criou uma nova geografia urbana dando origem a cidades e metrópoles centrali%adas em um mercado e n#o em um palácio* 8 troca de produtos necessitava de novas rotas comerciais por terra e por mar de um nódulo urbano para o seguinte, unindo assim a Brécia e as terras vi%inhas em uma nova rede de comércio* 0ssa nova rede social constituída no comércio e no dinheiro deu origem a um novo sistema político*
liga"#o entre os gregos comerciantes e as rique%as mais isoladas do vale do rio Nilo* >or causa de 8lexandre, o grego passou a ser o idioma do comércio* !s comerciantes do delta do Nilo, na ilha de ;icília, ao longo da costa da $unísia e nas cidades de srael usavam o grego como idioma para o comércio* ! grego falado nos mercados da béria e da >alestina n#o era o mesmo grego clássico de 8ristóteles e certamente n#o o grego antigo de Gomero* !s comerciantes usavam uma forma simples, e quase um dialeto grego nas compras, mas esse idioma demonstrou ser capa% de transmitir grandes ideias, muito além das necessidades da simples troca no mercado* !s mercados do +editerrneo tornaram-se pontos para discuss#o de um novo tipo de religi#o* !s seguidores de Fesus usavam o grego simplificado do mercado para difundir suas ideias de um centro comercial a outro* ;eus discípulos e seguidores falavam nos mercados de cidades como .feso, Ferusalém, 1amasco, 8lexandria e 9oma* 0screviam suas histórias nesse grego comercial - 4s ve%es chamado (pobre grego de 1eus( - e seus escritos passaram a ser o Novo $estamento 8ntes da ascens#o do sistema comercial grego, cada país tinha seus próprios deuses* !s deuses dos egípcios eram diferentes dos deuses dos gregos, dos persas e dos hebreus* 8 cultura comercial comum, contudo representava uma oportunidade para a ascens#o de uma religi#o comum, aberta a todos os povos* ! cristianismo marcou o caminho por cidades do +editerrneo como um conceito totalmente novo e revolucionário na religi#o* 0ra uma religi#o exclusivamente urbana, que n#o tinha nenhum dos deuses da fertilidade ou do tempo, como do sol, do vento, da chuva e da lua associados aos agricultores*
humana* 1epois de aproximadamente OPP anos de rápida mudan"a social, todas essas for"as passaram a focali%ar na ascens#o de um novo tipo de império centrado em 9oma* 0sse império singular deveria ser a maior extens#o da civili%a"#o clássica criada pelo dinheiro, mas também deveria ser o início do fim do dinheiro como um sistema baseado em moedas metálicas* 9oma tornou-se tanto o clímax do mundo clássico quanto o seu destruidor* A Mor.e Pre."r# do Dinheiro Seu dinheiro morre com voc(. )ros *+,-
8s antigas ruínas da era imperial espalham-se pelo centro da 9oma moderna como ossos de baleia levados para uma costa rochosa e limpos pelos pássaros e roedores que fa%em seus ninhos e tocas em meio 4s ruínas* ! Aoliseu permanece a maior dessas ruínas, um foco simbólico da civili%a"#o romana no que ela tem de melhor, a arquitetura, e de pior, a moral* 0ngenheiros romanos transformaram o solo daquela arena em um grande local no qual eram reali%adas imita")es de batalhas marítimas resultando, na realidade, em morte e sangue* :m sistema extensivo de t7neis e &aulas subterrneas mantinha animais e gladiadores que lutavam no Aoliseu, e al"ap)es os lan"avam repentinamente na arena para o deleite das multid)es* mperadores importavam le)es, tigres, elefantes, rinocerontes, avestru%es, crocodilos, ursos e outros animais exóticos para exibi")es em combate uns contra os outros e contra seres humanos* 8n)es lutavam contra ursos, pigmeus africanos enfrentavam pálidos gigantes celtas* Bladiadores perseguiam crist#os pela arena, golpeando-os até morrerem ou deixando-os para serem devorados por animais famintos* 8 constru"#o do Aoliseu, que era oficialmente conhecido como 8nfiteatro
qual a estrutura era conhecida na época romana provavelmente derivava de colossus, em refer6ncia 4 grande estátua do imperador Nero, locali%ada próxima 4 arena* ! Aoliseu comportava O mil a OP mil espectadores, e para proteg6-los do forte sol de ver#o, funcionários estendiam uma grande cobertura de lona sobre ele* 1urante meio milénio de uso, o Aoliseu passou sete ve%es por renova")es, mas com a queda de 9oma, tornouse uma pedreira explorada por gera")es posteriores que precisavam de pedras para constru"#o* Go&e, resta somente um ter"o da estrutura original* 8pesar das histórias sangrentas associadas ao Aoliseu e sua importncia simbólica no cristianismo como lugar em que um n7mero incerto de santos e mártires morreram de forma horrível, o Aoliseu foi muito mais um sintoma do que uma causa do apodrecimento de 9oma* No fundo, a história é outra, a de uma economia aparentemente frenética, uma situa"#o na qual os entretenimentos bi%arros do Aoliseu e a persegui"#o dos crist#os parecia normal* >ara entender o ritmo econ/mico e a história do dinheiro em 9oma, bem como a causa final da queda do império, precisamos observar além do Aoliseu, em dire"#o ao +onte Aapitolino, morada do grande deus F7piter Aapitolino, a divindade oficial dos &ogos do Aoliseu* 0mbora se&a a menor dentre as sete colinas de 9oma, o +onte Aapitolino sempre se destacou como o mais importante, pois lá ficava tanto a maior fortale%a de 9oma quanto o Aapitólio, o principal templo do império* ! templo servia como morada do rei dos deuses, F7piter !ptimus +aximus, que ocupava o centro do templo, e as cmaras laterais dedicadas a +inerva, a deusa da sabedoria, e Funo, irm# e esposa de F7piter e m#e de +arte* Funtos, F7piter, Funo e +inerva constituíram a trindade romana conhecida como a $rindade do Aapitólio, mas cada um aparecia com diversos aspectos diferentes com um sobrenome diferente para cada aspecto* ! dinheiro ocupava um lugar sagrado em muitos templos, mas particularmente em um dedicado a Funo 9egina, a mais respeitada deusa romana, que era rainha do firmamento e ocupava uma posi"#o como a da deusa
Gera, esposa de Qeus, na mitologia grega* Funo representava o espírito feminino e era protetora das mulheres, do casamento e do parto* Aomo Funo >ronuba, %elava pelas negocia")es matrimoniais' como Funo 2ucina, protegia as gestantes' e como Funo ;ospita, o parto e o nascimento* Aomo extens#o de seu papel como protetora das mulheres e guardi# da família, Funo tornou-se protetora do 0stado romano* 1e acordo com historiadores romanos, no século C a*A, o grasnar irritado dos gansos sagrados em torno do templo de Funo no +onte Aapitolino alertou o povo da probabilidade de um ataque noturno dos gauleses, que escalavam secretamente os muros da fortale%a* 8 partir desse acontecimento, a deusa adquiriu outro sobrenome - Funo +oneta, do latim monere JadvertirK* Aomo padroeira do estado, Funo +oneta presidia várias atividades do estado, incluindo a atividade primária de emiss#o de dinheiro* 0m WTU a*A, os romanos introdu%iram uma nova moeda de prata, o denário, que fabricavam no templo de Funo +oneta* 8 moeda tra%ia a imagem da deusa e seu sobrenome, +oneta* 1e seu primeiro nome, Funo, deriva o nome do m6s &unonius, ou &unho, o m6s mais favorável ao matrimónio* $ambém de moneta derivaram as palavras inglesas mint Jcasa da moedaK e mone JdinheiroK e, finalmente, do latim a palavra que significava DarningJadvert6nciaK* Aognatos em outros idiomas europeus também derivam de +oneta, incluindo o espanhol moneda, que quer di%er (moeda(* 1e épocas clássicas muito primitivas, o dinheiro revelou uma rela"#o íntima com o divino e com o feminino* 8inda podemos ver essa liga"#o em palavras relacionadas ao dinheiro, que frequentemente pertencem ao género feminino, como é o caso do termo em espanhol a moneda e em alem#o die +arH e die +7n%e JmoedaK* ! frequente derretimento e reemiss#o de moedas manteve as casas da moeda no $emplo de Funo +oneta quase sempre em contínuo funcionamento, aumentasse ou n#o o suprimento de ouro e prata* 8s moedas parecem ter saído da casa da moeda em um fluxo constante, e o termo moderno currenc, dinheiro, deriva da palavra latina currere, que significa (correr( ou (fluir(, &untamente com outras palavras afins como current e courier* 8s moedas desvalori%adas &orravam como um imenso rio do +onte Aapitolino por todo o império*
Go&e, a posi"#o do $emplo de Funo +oneta, a fonte da grande torrente de dinheiro romano, deu lugar 4 antiga, porém repulsiva igre&a de ti&olos de ;anta +aria em 8racoeii* Gá séculos, os arquitetos das igre&as incorporaram as ruínas do antigo templo 4 nova constru"#o* 0ntretanto, com tantos locais mais atraentes e impressionantes espalhados pela cidade, o ponto da antiga casa da moeda agora atrai pouca aten"#o* U& I&'5rio Fin#n,i#do 'e-# Con6"i(.#
9oma desenvolveu a economia mais sofisticada de qualquer civili%a"#o até aquela época* ;omente alguns séculos depois de serem cunhadas as primeiras moedas na 2ídia, os gregos difundiram a economia do dinheiro pelo +editerrneo* !s romanos, por sua ve%, levaram-na para grande parte do sul e oeste europeu* Aomo nenhum império &amais fe%, 9oma organi%ou uma imensa área e a operou conforme um novo sistema com fortes heran"as da tradi"#o dos antigos impérios, mas combinou aquela tradi"#o a novas ideias revolucionárias baseadas em mercados e dinheiro* 9oma construiu o primeiro império do mundo em torno do dinheiro* 0nquanto os grandes impérios egípcio, persa e outros re&eitavam o dinheiro a favor do governo como princípio organi%acional central, 9oma promoveu o uso do dinheiro e organi%ou todas as suas quest)es em torno de um novo artigo* ! mpério 9omano alcan"ou seu apogeu econ/mico por volta do reinado de +arco 8urélio* >ela primeira ve%, praticamente todo o +editerrneo e muitas das terras ad&acentes encontraram-se unidas sob o comando de um 7nico governante político, o imperador romano* 8 unifica"#o oferecia prote"#o e portanto encora&ava o comércio* $ambém promovia a padroni%a"#o de produtos e medidas e aumentava os tipos e a qualidade do dinheiro disponível no mercado* 8 maior parte do crescimento comercial de 9oma ocorreu durante sua era republicana, antes de F7lio Aésar assumir o trono e os demais imperadores que o sucederam* Aésar e os primeiros imperadores demonstraram uma consci6ncia agu"ada do valor do comércio e mercados por seu poder imperial, e usando esse conhecimento,
procuraram formas de manter e até aperfei"oar algumas das reali%a")es republicanas* 8pesar do sucesso comercial obtido durante o início da era imperial, imperadores posteriormente demonstraram pouco interesse pelo comércio* ;ua fama e glória tinham origem no exército e nas conquistas, e suas rique%as, também, derivavam muito mais das reali%a")es do exército do que das dos comerciantes* Aontanto que o império continuasse a expandir-se, o imperador podia apropriar-se da rique%a das terras recém-conquistadas e usá-las para financiar seu exército, pagar o governo e apoiar os pro&etos que pudesse imaginar* Aada conquista tra%ia um novo saque de ouro e prata bem como escravos para venda nos mercados* $ambém tra%ia novos soldados ao imperador para serem treinados e se voltarem contra o próximo inimigo* 1iferentemente de 8tenas e ;ardes, 9oma produ%ia poucas coisas e nem funcionava como uma estrada mercantil principal* 9oma era simplesmente uma importadora de rique%a* ! que entrava em 9oma ficava lá* Aomo escreveu G*B* 3ells em $he outline of histor[P perfil da históriaK, 9oma era (uma capital política e financeira*** um novo tipo de cidade* 0la importava lucros e tributos, e muito pouco saía de lá(* 9oma havia descoberto o dinheiro, n#o somente a rique%a e o tributo, que todas as civili%a")es haviam dese&ado, mas o dinheiro que podia ser usado para especula"#o, compra e venda de terras, e que apoiava uma classe montada totalmente nova que disputava e irritava os patrícios tradicionais* Aonforme 3ells escreveu, (o dinheiro era &ovem e selvagem na experi6ncia humana - ninguém tinha controle sobre ele* 0le flutuava muito* 0ra, de uma hora para outra, abundante e escasso* !s homens montavam esquemas astutos e brutos para monopoli%á-lo, acumulá-lo e elevar os pre"os liberando metais acumulados(* !s imperadores romanos n#o operavam conforme um or"amento, poucos deles economi%avam dinheiro, mas a maioria gastava o quanto podia* 8 aquisi"#o de cada novo reino ou província produ%ia um salto temporário na receita romana e subsequentemente, nos gastos* 8s despesas do governo dobraram de LPP para WPP milh)es de sestércios Jum sestércio correspondia a um quarto de denárioK com a aquisi"#o do tesouro do reinado de >érgamo em L@P a*A* 0m T@ a*A, o or"amento
havia subido para @P milh)es de sestércios após a conquista e saque da ;íria, e ent#o continuava com a conquista do 0gito, da Fudéia, de Bália, da 0spanha, da 8ssíria, da +esopotmia e todas as outras na")es ao longo do +editerrneo* 1urante o reinado de 8ugusto, quando o império alcan"ou seu auge, o custo do governo pela primeira ve% ultrapassou um milh#o de sestércios* 8pós a morte de 8ugusto, os gastos extravagantes feitos em in7teis campanhas militares, pro&etos de constru"#o e pra%er pessoal pelos seus sucessores Aalígula, Aláudio e Nero ficaram cada ve% mais difíceis de calcular* 8s conquistas e os saques demonstraram ser capa%es de financiar o império por algum tempo* 8s legi)es romanas logo conquistaram e saquearam todas as áreas ricas ao seu redor* Aom o reinado de $ra&ano, de U\ a LLM, o custo da conquista havia ultrapassado o valor das rique%as tra%idas para o império* >ara novas conquistas, os imperadores tinham de investigar áreas bastante marginais, como as lhas =ritnicas e a +esopotmia, onde o custo da conquista demonstrou mal compensar as despesas, e os recursos naturais e os produtos gerados pela área n#o eram suficientes para pagar as tropas necessárias para ocupar e guardar a área* 9oma produ%ia pouco, e assim que saqueou as terras 4 sua volta, o império desenvolveu um crescente desequilíbrio na balan"a comercial 4 medida que continuava importando produtos da Rsia* ncapa% de oferecer produtos manufaturados de qualidade em troca desses produtos importados, 9oma tinha de pagar em ouro e prata* sso criou um escoadouro de ouro e prata em barras, fa%endo com que o imperador $ibério reclamasse que (a nossa rique%a é transferida para na")es estrangeiras e até hostis(* 0m MM d*A, >línio, o Celho reclamava que até OOP milh)es de sestércios por ano iam para a índia para pagar os luxos* 0m grande parte, a maior despesa do mpério 9omano teve origem no financiamento desse enorme e amplamente disperso exército* Z medida que as fronteiras do reino se ampliavam, as longas e cru%adas linhas de comunica"#o e transporte &á n#o podiam suportar a expans#o* $ornou-se cada ve% mais difícil para os imperadores em 9oma conservar a lealdade de soldados que eram recrutados de diversas na")es, falavam idiomas diferentes e serviam longe da cidade de 9oma, mal podendo ser mantidos* +esmo depois que os
imperadores pararam de conquistar novos territórios, eles tinham de manter um exército pesado e, frequentemente, utili%á-lo para conter revoltas e lutar contra tribos invasoras que testavam cons tantemente as resolu")es dos romanos em defesa de suas fronteiras* 8pesar da decadente capacidade de gerar renda para o estado, o exército continuou crescendo em tamanho* 8té mesmo durante os séculos e C, quando a dimens#o geográfica do império sofreu declínio, o n7mero de soldados ainda dobrou, passando de aproximadamente @PP mil para TOP mil homens* !s equipamentos e armas militares tornaram-se cada ve% mais elaborados e caros 4 medida que o exército necessitava de mais cavalos para transporte por rotas mais longas e 4 medida que a tática militar mudou para um uso crescente da cavalaria montada em ve% da confian"a que os romanos tradicionalmente depositavam na infantaria* !s novos equipamentos e cavalos aumentavam ainda mais o or"amento militar e for"avam o tesouro imperial* O( E7,e((o( do Go4erno
0mbora consideravelmente menor em n7mero do que o exército, o corpo governamental de 9oma aumentava aproximadamente no mesmo ritmo enquanto o império sofria uma retra"#o, e passou a ser uma institui"#o paga durante a época de 8ugusto, que come"ou a remunerar funcionários para servi"os p7blicos que haviam sido reali%ados gratuitamente durante a 9ep7blica 9omana* 8 partir do reinado de 8ugusto, o n7mero de funcionários e assistentes assalariados cresceu de forma regular* ncapa% de refrear o declínio imperial com o exército, os imperadores organi%avam e reorgani%avam suas administra")es imperiais, buscando desesperadamente uma fórmula para a&udá-los a superar os problemas que os assolavam* Ariaram um n7mero maior de províncias menores, dividiram o império e o cargo de governador entre um imperador e dois ou mais césares que agiam como assistentes ou imperadores regionais* Aada mudan"a, contudo, acrescentava uma nova camada de administra"#o a hierarquia e criava novas capitais locais e regionais com todos os supernumerários, palácios, templos e outras
constru")es p7blicas 4s quais até mesmo as capitais regionais aspiravam* 8pesar do constante fluxo de reformas organi%acionais, raramente se eliminava funcionários da folha de pagamento do governo* 8o contrário, acrescentava-se cada ve% mais* 1e acordo com as evid6ncias disponíveis, apenas durante o reinado de 1iocleciano, a burocracia do governo pode ter dobrado* 1iante de crescentes despesas governamentais, os imperadores procuraram novas taxas e novas formas de fa%er a renda existente se estender ainda mais* Nero come"ou a mexer com a cunhagem propriamente dita* 0m T d*A, em uma tentativa ingénua de enganar o povo, Nero diminuiu o conte7do de prata das moedas e redu%iu ligeiramente o tamanho tanto das moedas de prata quanto das de ouro* 9ecolhendo as moedas existentes e reemitindo-as, mas usando menos prata, Nero provocou um aumento monetário de prata e ouro* 8 mesma quantidade de prata que anteriormente havia produ%ido \ denários agora produ%ia UT, garantindo a Nero quase LO] de (lucro(* 1e forma semelhante, ele aumentou de P para O o n7mero de aurei fabricado a partir de meio quilo de ouro, conferindo 4s moedas cerca de LL] menos ouro* uando pressionados para obter mais dinheiro ainda, os imperadores seguintes deram sequ6ncia 4 estratégia de Nero e continuaram depreciando o suprimento monetário da na"#o* :sando a provis#o disponível de prata e ouro para produ%ir mais moedas, o imperador tinha mais moedas para gastar sem aumentar os impostos* 8umentar o n7mero de moedas, contudo, n#o significava aumentar a quantia em dinheiro* 1urante seu reinado, Nero havia redu%ido o conte7do da prata no denário para UP]* Na época de +arco 8urélio, o denário tinha somente MO] de prata e ao final do século , Aommodus havia redu%ido o conte7do para apenas TM]* 0nt#o, quando o imperador ;evero concedeu aumento aos soldados, foi for"ado a redu%ir o conte7do de prata do denário para menos de OP]* Aaracalla apresentou uma moeda totalmente nova chamada antoninianus, ou o duplo denário, que continha menos prata ainda, mas tinha um valor nominal equivalente a dois denários antigos* Na época de reinado de Baliano, de WTP a WT\, o antoninianus continha menos de O] de prata* 8ssim, com o passar de WPP anos, o conte7do de prata foi redu%ido de quase LPP] para
praticamente nada* 8 quantia de prata anteriormente usada para cunhar um 7nico denário acabou produ%indo LOP denários, e 4 medida que o conte7do em prata diminuía, o pre"o dos produtos aumentava em propor"#o direta* ! trigo que havia sido vendido por meio denário no século , aumentou para LPP denários um século mais tarde, um aumento de WPP ve%es sobre o pre"o original* Aontanto que os imperadores mantivessem o suporte do exército, nenhum outro poder em 9oma parecia capa% de desafiá-los* Aom poder político t#o vasto, a ganncia dos imperadores os impulsionou 4 aquisi"#o de rique%as ainda maiores* 8lém de apossarem-se da rique%a de povos estrangeiros conquistados por seus exércitos, os imperadores cobi"avam as grandes rique%as geradas pela agricultura e comércio dentro de seu próprio império e encontravam novas formas de adquiri-las* 1esde o reinado de 8ugusto, sen#o antes disso, a receita tributária do império derivava de duas fontes primárias* ! tributum capitis, que era um imposto individual pago todos os anos por cada adulto entre as idades de LW e TO anos'O o tributum soli, um imposto territorial sobre todas as terras, de florestas a planta")es, bem como navios, escravos, animais e outras propriedades móveis* 0ste 7ltimo parecia equivaler aproximadamente a L] do valor total da propriedade e o impacto dessa carga tributária afetou muito mais a agricultura do que o comércio, encora&ando assim a atividade comercial* 8 maior parte desses impostos ia para o tesouro do governo central locali%ado em 9oma, ent#o as cidades e províncias arrecadavam seus próprios impostos para cobrir pro&etos cívicos e salários* 8lém disso, criavam impostos de cidade e província sobre produtos transferidos pelo território* 0sses dois impostos primários eram suficientes, contanto que o exército trouxesse grandes quantias de saque de suas conquistas, mas eles come"aram a ser insuficientes 4 medida que os custos militares e do governo aumentavam* !s imperadores tiveram de impor novos impostos* 0les aumentaram os impostos territoriais, e, conseq^entemente, os agricultores abandonaram os campos menos produtivos e a produ"#o agrícola sofreu declínio* !s imperadores passaram a prestar cada ve% mais aten"#o 4 taxa"#o comercial e de heran"as, chegando a criar um imposto sobre vendas* 0m busca de maior
renda tributária, $ibério ordenou que cada homem do império levasse sua esposa e filhos para a comunidade de nascimento para fa%er um censo, a partir do qual seria cobrado um imposto individual* 1e acordo com os evangelhos, foi durante essa época que Fosé de Na%aré retornou 4 cidade natal de =elém com sua esposa, +aria, quando esta deu 4 lu% Fesus em um estábulo* N#o só a taxa"#o imposta pelo império romano desempenhou um papel indireto e estranho no nascimento de Aristo, como o Novo $estamento contém várias refer6ncias 4 taxa"#o romana, 4 indigna"#o que causou, 4 avers#o que as pessoas tinham pelos coletores fiscais e até 4 discuss#o sobre se os seguidores de Aristo deveriam ou n#o pagar impostos* Fesus liquidou essa quest#o de maneira afirmativa mostrando a seus seguidores uma moeda que levava o retrato do imperador e instruindo-os a (dai a Aésar o que é de Aésar e a 1eus o que pertence a 1eus( J2ucas WP5WOK* o cristianismo nasceu quando come"aram a se delinear os esfor"os econ/micos do mpério 9omano, e embora poucos pudessem ter suspeitado disso na época, a nova religi#o desempenharia um papel importante nessa luta somente alguns séculos mais tarde* No século , o imperador ordenou um indictio, uma arrecada"#o especial e supostamente temporária para requisi"#o de óleo, vinho, trigo, carne, couro e roupas em apoio ao exército* 0ssas arrecada")es logo tornaram-se uma nova camada da taxa"#o permanente, muito semelhante aos impostos nas economias palacianas* !s pequenos negociantes e comerciantes suportavam encargos cada ve% mais elevados do opressivo imposto chamado chrsargron sobre produtos manufaturados e de vare&o* 0mbora este imposto tenha rendido relativamente pouco para os cofres da na"#o, causou enorme pre&uí%o aos artes#os e pequenos comerciantes por todo o império* uanto mais as pessoas produ%iam, mais impostos pagavam* Na época de 1iocleciano, muitos romanos n#o ganhavam dinheiro suficiente para pagar seus impostos anuais* >ara atender aos lan"amentos anuais de impostos, foram for"ados a vender seus animais, ferramentas e até a própria terra* Aada ve% mais, aos comerciantes menores que n#o tinham terra n#o restava alternativa além de vender seus próprios filhos e, 4s ve%es, a si mesmos, como escravos para pagar seus impostos* 8ssim, mais e mais famílias eram submetidas 4 pobre%a*
Aom menos fontes externas para explorar, o governo encontrava formas cada ve% mais grotescas de explorar os cidad#os* :m método simples surgiu da antiga prática de confiscar a propriedade de qualquer indivíduo considerado traidor de 9oma ou, mais precisamente, do imperador* 2ogo, os imperadores usavam a acusa"#o de trai"#o como argumento para confiscar a propriedade de qualquer um que fosse suficientemente rico para atrair a aten"#o do imperador, mas n#o próximo o bastante dele para manter o benefício* Aaracalla, por exemplo, aumentou o pagamento do exército em OP] para assegurar seu apoio, depois financiou boa parte do aumento confiscando a propriedade de um n7mero cada ve% maior de pessoas que considerava desleais a ele* No final do século C o soldado romano e estudioso 8miano +arcelino escreveu uma das primeiras histórias do mpério 9omano* 0le reconhecia o império &á havia atingido o auge e atribuía seu declínio 4 taxa"#o e 4 burocracia* 8té o imperador Calentiniano reconheceu a dificuldade ao afirmar que (se reivindicarmos esses valores do proprietário das terras, além do que ele &á nos paga, tal extors#o acabará por esmagar suas 7ltimas for"as* ;e, por outro lado, exigirmos dos comerciantes, eles inevitavelmente ir#o 4 ruína com o peso de tal obriga"#o(* 0ntretanto, depois de fa%er essa observa"#o racional e compassiva, Calentiniano imp/s um novo imposto sobre vendas* Z medida que os impostos aumentavam, o imperador e seus protegidos eram isentos de impostos e desfrutavam de uma vida cada ve% mais luxuosa, enquanto os agricultores, negociantes e artes#os que criavam a abundncia viviam na mais despre%ível pobre%a* ! ponto central de toda a economia era a manuten"#o do governo* No mpério 9omano, n#o se completava a &ornada rumo 4 rique%a e fortuna através do trabalho árduo, pela agricultura ou comércio, ou mesmo nascendo em uma família nobre* 0m ve% disso, era possível trilhar esse caminho tornando-se preferido dos imperadores exc6ntricos, sendo assim nomeado para um cargo elevado e ganhando o direito de reivindicar ou obter grandes somas de dinheiro 4s escondidas* 0ntre a elite, a prefer6ncia pelo luxo crescia continuamente* 0les evitavam o linho simples e roupas de l#, dando prefer6ncia 4 seda importada de milhares de quil/metros de distncia, desde a Ahina, e a um custo elevadíssimo* :savam grandes quantidades de perfume e
incenso árabe, quantias cada ve% maiores de &óias em ouro e prata bem como peles e mbar vindos do =áltico e outras pedras preciosas vindas de todo o reino, e usavam mais e mais cosméticos da 8natólia* ! dinheiro passava de m#o em m#o diversas ve%es 4 medida que esses produtos via&avam por rotas de caravanas até as regi)es mais distantes do império, mas o dinheiro acabava deixando o mpério 9omano para custear os produtos vindos da Ahina, da índia, Rfrica e do =áltico* ! dese&o por esses produtos luxuosos consumia cada ve% mais recursos e criava um escoadouro de prata e ouro da 0uropa e Rsia que devia continuar até o século XX* ! dese&o romano por produtos luxuosos asiáticos criou o primeiro desequilíbrio na balan"a comercial em uma escala global* >elo fato de os romanos produ%irem comparativamente pouco, tinham pouco a oferecer no mercado mundial além de ouro e prata em troca de produtos luxuosos vindos da Rsia* ! contínuo dese&o por produtos orientais enriqueceu a dinastia 8ndhra reinante no sul da índia e a dinastia Gan da Ahina, o grau de comércio existente entre a Rsia e 9oma na antiguidade tornou-se evidente nas décadas recentes em que os arqueólogos e construtores descobriram os maiores esconderi&os de moedas romanas enterradas em regi)es distantes como o sul da índia* O Pri&eiro E(.#do do Be&8E(.#r So,i#-
!s membros da elite que cercavam o imperador n#o eram as 7nicas pessoas a beneficiarem-se dos sucessos romanos* 8 partir dos dias da re p7blica, antes da funda"#o do império, os políticos romanos descobriram que eles frequentemente podiam aumentar seu poder subornando as massas com p#o e espetáculos circenses* 8lém dos exóticos entretenimentos gratuitos que eram encenados no Aoliseu, os políticos isentavam cidad#os livres da cidade de 9oma da taxa"#o e lhes concedia trigo subsidiado ou até de gra"a, pago por impostos e tributos arrecadados no interior do império* 0ssa prática logo se institucionali%ou como doa"#o p7blica* uando F7lio Aésar ocupou o poder pela primeira ve%, quase um ter"o das pessoas, aproximadamente @WP mil, recebeu trigo de gra"a na forma de doa"#o p7blica, mas, por meio de manobras habilidosas, redu%iu a quantia em mais da metade, para ainda substanciais LOP mil* 1epois do assassinato de
Aésar, os n7meros come"aram a subir novamente,\ e os benefícios aumentaram* 8lém do trigo, o imperador ;evero deu ao povo de 9oma a%eite de oliva* 1e tempos em tempos, os imperadores concediam pagamentos em dinheiro como parte de uma doa"#o* ! imperador 8ureliano, que adquiriu o título de 9estaurador do mpério, mudou a distribui"#o do trigo para uma por"#o de p#o, visando poupar as massas do custo de assar* 0le também subsidiou o pre"o do vinho, do sal e da carne de porco para as massas na cidade de 9oma* Aomo pessoas de toda parte, assim que os encargos tributários ficaram elevados demais em compara"#o aos benefícios e servi"os oferecidos pelo governo, os romanos encontraram maneiras de evitar a taxa"#o* Gouve um declínio no comércio* 8s pessoas produ%iam mais o que precisavam para consumo próprio e negociavam menos no mercado aberto* 0nquanto os pobres sofriam com os pesados impostos sobre propriedades, os latif7ndios, grandes detentores de terras, cresciam imensamente, particularmente aqueles que haviam recebido isen"#o de impostos* !s impostos elevados levaram mais agricultores a abandonar suas terras e mudar para estados isentos de impostos onde pelo menos tinham um suprimento fixo de alimentos e os bens essenciais produ%idos na propriedade* Z medida que as pessoas saíam das pequenas fa%endas e cidades, as grandes propriedades cresciam e, finalmente, sem comércio suficiente para mant6-las vivas e em funcionamento, as grandes cidades come"aram a sofrer declínio e a ser vitimadas por tribos de saqueadores* 0mbora ninguém na época tivesse pensado em termos de política econ/mica, eram as a")es cumulativas do governo que sufocavam a economia de 9oma e de grande parte do restante do mundo mediterrneo e europeu também* !s imperadores avistaram os sinais de morte na economia e propuseram medidas ativas para ressuscitá-la, mas essas decis)es serviram apenas para piorar a situa"#o* 1iocleciano, que governou de W\ a @PO, foi de certo modo o primeiro governador moderno a tentar a&ustar a economia, reconhecendo o fato de que era o verdadeiro motor do império* >ara preservar o sistema, em @PL, emitiu seu .dito de >re"os, que obrigou um congelamento de todos os pre"os e salários* Na prática, contudo, em ve% de congelar os pre"os, o edital fe% com que os comerciantes e agricultores retirassem seus produtos do mercado* Gouve uma queda na produ"#o*
1iocleciano ent#o ordenou que todos os homens tomassem o lugar de seus pais* ! filho de um comerciante deveria ser comerciante, o filho de um agricultor deveria ser agricultor e o filho de um burocrata, outro burocrata* !s filhos dos soldados tinham de ser soldados, criando assim uma classe militar hereditária* 8té mesmo os filhos dos trabalhadores que produ%iam moedas tinham de se tornar funcionários da casa da moeda* ! edital de 1iocleciano proibia que os agricultores que sofriam forte imposi"#o tributária vendessem suas terras, limitando-os permanentemente ao mesmo peda"o de terra - uma prática que prenunciou a era do feudalismo* ! império come"ou a ganhar as características de uma sociedade estática e casta, uma tend6ncia que se acentuava cada ve% mais na 0uropa medieval* Nos 7ltimos séculos do mpério 9omano, os imperadores operavam sem uma moeda viável' assim como os impérios antigos que o precederam, 9oma recorreu 4 conscri"#o e for"ou a m#o-de-obra a atender suas necessidades* ! governo frequentemente n#o permitia que os cidad#os pagassem impostos com o dinheiro adulterado que ele ainda emitia* 0m ve% disso, os funcionários do governo exigiam pagamento em produtos, safras ou m#o-de-obra* 0nquanto as políticas tributárias continuavam inibindo o comércio e a produtividade, os imperadores achavam cada ve% mais difícil fornecer a seus exércitos e burocracia os equipamentos e produtos necessários para governar o império vasto, mas em declínio* !s mercados haviam decaído* 8té mesmo o imperador &á n#o podia contar com o mercado aberto para lhe tra%er sandálias, armaduras, selas, barracas e outros produtos que um exército precisava* 1iante do desespero, 1iocleciano criou oficinas subsidiadas pelo governo para fabricar armamentos e outros mate riais* Z medida que o embarque financiado por entidades particulares e outros empreendimentos de transporte sofria declínio, 1iocleciano também tinha de criar empresas de transporte do governo para deslocar os produtos que eram fabricados nas oficinas* +uito antes do final do século , essas mudan"as tornaram o imperador e o governo os maiores fabricantes do império, além de serem os maiores proprietários de terras, minas e pedreiras* >asso a passo, o governo imperial assumiu o controle direto da economia e pressionou os pequenos comerciantes independentes, proprietários de terras, fabricantes e empreendedores*
8s oficinas do governo e sistemas de transporte nunca funcionaram com tanta efici6ncia quanto os mais antigos, que foram baseados em uma rede de rela")es entre muitos comerciantes diferentes* 8 cria"#o dessas oficinas sufocou ainda mais o comércio e expulsou empresários dos negócios ou os deixou totalmente dependentes dos contratos do governo* :ma parte cada ve% maior da economia ficou sob o controle direto do governo, que consumia uma parte ainda maior do resultado nacional dos produtos manufaturados e agrícolas* Nas 7ltimas décadas, 9oma havia-se tornado outra economia administrada pelo estado, um império sem dinheiro e mercados* Gavia revertido para um sistema palaciano mais semelhante ao faraónico 0gito ou 4 Ahina imperial do que ao sistema republicano em que havia sido construído* L",ro( d# Per(e!"i$%o
0nquanto a economia do império romano continuava a deteriorarse, os imperadores desesperados procuravam solu")es ainda mais radicais fora do setor econ/mico* >ara assegurar o apoio do povo e ao mesmo tempo aumentar seu poder sobre ele e sobre o exército, 1iocleciano ordenou que todos os cidad#os adorassem-no como um deus* 0nt#o, em @P@, deu início a uma terrível persegui"#o aos crist#os que duraria uma década* 8 persegui"#o aos crist#os tra%ia mais dinheiro aos cofres do 0stado e gerava grande n7mero de vítimas para os espetáculos no Aoliseu* 8 curto pra%o, as medidas de 1iocleciano e as de seu sucessor, Aonstantino, a&udaram a conter os aumentos de custos, mas eles ainda sufocavam a economia* !s esfor"os de Aonstantino, que governou de @PT a @@M, de ressuscitar o império foram ainda mais drásticos porque ele parecia cada ve% mais estar indo do mundo econ/mico para a esfera religiosa, visando encontrar uma solu"#o para os problemas do império* 1epois de supostamente ter uma vis#o da cru% com as palavras in hoc signo vinces Jpor este sinal, voc6 conquistaráK pouco antes de uma batalha, Aonstantino aboliu as políticas religiosas de 1iocleciano e p/s fim 4 persegui"#o aos crist#os* 0nt#o, ele mudou o curso da história
religiosa romana em @L@ emitindo o 0dito de +il#o, concedendo liberdade aos crist#os para praticarem sua religi#o e devolvendo as propriedades confiscadas a eles* 0mbora o próprio Aonstantino permanecesse pag#o, em @WO ele presidiu o Aoncílio de Nicéia, que adotou uma teologia comum para todos os crist#os e produ%iu o Aredo de Nicéia, uma declara"#o de cren"as que os crist#os tradicionais de muitas denomina")es recitam ainda ho&e* Aonstantino reconheceu que as persegui")es haviam tra%id o pouquíssimos benefícios a quem quer que fosse* Aomo fa%ia com todos os traidores, o 0stado havia confiscado grande parte da propriedade crist#, mas a pequena fac"#o tinha relativamente pouca propriedade ou rique%a* 8 persegui"#o de um grupo religioso, contudo, demonstrou ser uma nova ferramenta bi%arra elaborada pelo 0stado, e assim que estivesse pronta, procuravam novas ra%)es para usá-la* ;e o imperador n#o pudesse obter muita propriedade dos crist#os, ent#o precisaria ob&etivar um grupo mais rico para o confisco de propriedades* Aonstantino encontrou essa rique%a nos muitos e atraentes templos pag#os de todo o reino* ncapa% de financiar sua administra"#o através da taxa"#o e impossibilitado de saquear novas terras, Aonstantino come"ou a confiscar as rique%as nos templos de seu próprio império* Aondu%ia um saque sistemático desses templos, e com o ouro e a prata cunhava moedas para financiar a constru"#o de sua nova capital, Aonstantinopla* 0ssas constru")es eliminaram as verbas de 9oma e debilitaram ainda mais a condi"#o econ/mica das terras romanas* 0mbora se&a difícil determinar a ra%#o precisa depois de terem se passado tantos séculos, é bem possível que o dese&o de Aonstantino de adquirir a rique%a dos grandes templos tenha desempenhado um papel importante em seu apoio aos crist#os e sua convers#o 4 religi#o* ndependentemente de quais tenham sido as ra%)es, ele certamente se beneficiou muito com o confisco da rique%a do templo* Aonstantino esperou até encontrar-se moribundo para converter-se ao cristianismo e permitir ser bati%ado em @@M* 0le deixou o cristianismo como sendo praticamente a religi#o oficial do império e, ao fa%er isso, fortaleceu ainda mais a posi"#o do imperador no sistema imperial* Aom o império firmemente estabelecido no leste, o oeste mediterrneo e europeu foram levados cada ve% mais para o caos mesmo enquanto permanecia sendo chamado de mpério 9omano por mais de um século* >elo
fato de os agricultores viverem su&eitos a tributos de t#o onerosos impostos por seu próprio governo, muitos deles receberam bem a conquista das tribos bárbaras que lhes ofereciam muito mais liberdade do que os romanos* 0les se uniam aos bárbaros, massacrando impulsivamente seus próprios governadores e saqueando as cidades restantes do império, incluindo a outrora poderosa cidade imperial de 9oma* No século C, quando a metade ocidental do império decaiu, a casa da moeda de 9oma interrompeu a produ"#o de sua moeda totalmente adulterada* !s ostrogodos se apossaram de boa parte da tália e governaram de 9avena, tornando a casa da moeda lá a principal em seu reino* uando o governador bi%antino Fustiniano conquistou a tália, usou a casa da moeda de 9oma para produ%ir algumas moedas para o mpério =i%antino, mas funcionava como uma mera oficina subsidiária de Aonstantinopla* 8 fabrica"#o de moedas em 9oma havia acabado e, com ela, também a economia clássica* 0m MT d*A, data do segundo saque de 9oma e geralmente tida como o colapso do império, a economia monetária clássica que sobreviveu por somente mil anos também havia desmoronado* 8 economia romana havia sofrido tamanha deteriora"#o que quase mil anos passariam antes de a economia monetária retornar com toda for"a* 1urante o longo período conhecido como 8nos das $revas e depois dade +édia, o dinheiro desempenhou somente um papel ínfimo em rela"#o ao que havia desempenhado no auge da Brécia e 9oma clássicas* 1epois de mais de mil anos usando moedas em uma cultura baseada na vida urbana, as pessoas refugiaram-se em uma economia rural e praticamente desprovida do dinheiro* A E(.r#d# '#r# o Fe"d#-i(&o
Go&e, espalhados pelo antigo mpério 9omano na 0uropa, da nglaterra até a tália, encontram-se muitas grandes propriedades no campo - senhorios, chteaux, castelos e monastérios* 1urante quase mil anos desde a queda de 9oma, em MT, até a 9enascen"a, por volta de L@OP, essas propriedades serviram como centros de produtividade e poder criando uma das maiores civili%a")es rurais &á conhecidas* 8 era medieval, que também pode ser chamada de era senhorial, em virtude da importncia dos senhorios, representou o principal afastamento da
cultura clássica mediterrnea* 0nquanto a cultura clássica estava centrali%ada na cidade, a cultura medieval estava centrali%ada no senhorio do campo* 0nquanto a cultura clássica enfati%ava o comércio, a cultura medieval locali%ava-se na auto-sufici6ncia, e enquanto a economia clássica focali%ava o dinheiro, a economia medieval mantinha seu foco nos servi"os hereditários e o pagamento em espécie* 8 cultura medieval, ent#o, rompeu radicalmente com a era clássica, especialmente pelo fato de o mundo medieval ter renunciado ao uso do dinheiro* 0m ve% de coletar impostos em moedas, os proprietários de terras exigiam pagamento em safras e servi"os agrícolas* 0m ve% de fabricar produtos para o comércio, cada um procurava ser o mais auto-suficiente possível produ%indo seu próprio alimento e roupas e até fabricando suas próprias ferramentas* N#o mais capa%es de vender seus servi"os, as pessoas se tornavam servos limitados 4s terras* >raticamente, até a escravid#o cessou durante essa era, com exce"#o dos criminosos, pag#os e prisioneiros mu"ulmanos capturados em guerra* 0m fun"#o do declínio na educa"#o, menos pessoas podiam ler ou calcular, fato que tornava todas elas mais desconfiadas e relutantes em usarem moedas* 8s moedas continuaram sendo cunhadas durante a era medieval mas variavam muito em qualidade de regi#o para regi#o e de ano para ano*
inatividade, o sistema gradualmente ressurgiu durante a era das Aru%adas, quando os europeus ocidentais invadiram terras mu"ulmanas do leste* ! dinheiro adquiriu um papel importante no financiamento de novas e extensas rotas de comércio entre o leste e oeste e no financiamento de grandes expedi")es militares que eram lan"adas por grandes distncias e longos períodos de tempo* C#4#-eiro( do Co&5r,io a fé e/iste lucro. Sai0a0u 1hara
Na ter"a-feira, LW de maio de L@LP, soldados franceses carregaram O homens em carro"as e os levaram para o interior, longe de >aris, onde rasgaram as roupas dos homens e amarraram-nos a estacas cercadas por pilhas de madeiras* 0nquanto os prisioneiros gritavam declarando inoc6ncia, os guardas incendiavam as madeiras sob eles* 8s chamas subiam, chamuscando seus cabelos e atingindo seu corpo* ! calor provocava o surgimento de bolhas e a pele fendia enquanto a gordura de seu corpo derretia escorrendo por seus bra"os e pernas em meio 4s chamas* ! rugido das chamas gradualmente sufocou os gritos dos homens que eram queimados* Aom essa execu"#o em massa dos Aavaleiros da !rdem do $emplo nos bucólicos campos próximos ao Aonvento de ;aint-8ntoine, o primeiro sistema bancário internacional da 0uropa come"ou a ruir* 0mbora a maioria dos homens queimados naquele dia n#o fossem os líderes principais da institui"#o financeira, o sistema nunca se recuperou da divulgada execu"#o de seus membros e da humilha"#o de sua empresa em p7blico* 0m quatro anos, os poderosos chefes desses homens enfrentaram o mesmo tipo de morte em uma ilha no rio ;ena, e todo o sistema bancário deles ruiu com a extin"#o da ordem*
O( B#n6"eiro( Vir!en(
8 primeira institui"#o bancária importante surgiu n#o da comunidade mercante mas de uma estranha e aparentemente improvável ordem de cavaleiros religiosos conhecida como $emplários* ara evitar qualquer intera"#o potencialmente inapropriada, a ordem n#o tinha uma se"#o feminina e, diferentemente de outras ordens, n#o
permitia o ingresso de &ovens* Aomo precau"#o final para evitar o pecado, os $emplários dormiam usando blusa e cal"as com um cord#o em torno da cintura para lembrar-lhes do voto d e castidade* +antinham uma vela acesa no quarto durante toda a noite para desencora&ar qualquer ato imoral so%inhos ou acompanhados* No século X, de acordo com relato de uma testemunha ocular, os cavaleiros ingressaram silenciosamente em uma batalha, mas no momento do ataque come"aram a cantar sonoramente com um dos ;almos de 1avi, (N#o a nós, ;enhor***( +antinham um rigoroso código de guerra que praticamente impedia rendi"#o ou derrota no campo de batalha* >ela sua disposi"#o, e até nsia por morrer, os $emplários estavam entre os guerreiros mais temidos do mundo* !s $emplários serviram como o modelo romntico dos cavaleiros da ópera >arsifal de 9ichard 3agner no século XX* 0ntretanto, até mesmo os códigos mais rigorosos, e bem construídos cont6m algumas falhas que aumentam com o passar dos séculos até que a estrutura original se&a finalmente alterada além do reconhecimento* 8pesar de fundada em completa pobre%a, uma sequ6ncia de bulas papais concedeu 4 ordem o direito de conservar todos os espólios que haviam capturado dos mu"ulmanos durante as Aru%adas* Aomo praticamente todas as ordens religiosas, eles também aceitavam presentes e legados daqueles que retornavam* ! mais infame desses presentes veio do rei Genrique da nglaterra, que doou dinheiro aos $emplários como repara"#o ao assassinato de $homas 4 =ecHet, arcebispo de Aanterbur, por quatro cavaleiros de Genrique, em LLMP* ! rei doou dinheiro suficiente para sustentar WPP cavaleiros por ano na $erra ;anta e deixou, por vontade própria, um adicional de LO mil marcos para os $emplários e uma outra ordem, a dos Aavaleiros Gospitalários* Aom o decorrer dos anos, os templários adquiriram mais terras e ob&etos de valor, todos destinados a auxiliar o trabalho da ordem na >alestina* !s cavaleiros transportavam regularmente os lucros de seus bens europeus para a sede em Ferusalém* >elo fato de os $emplários serem donos dos castelos mais fortes do mundo e por constituírem uma das for"as de combate mais amea"adoras da época, seus castelos serviam como locais ideais para depositar dinheiro e outros artigos de valor* !s bravos e respeitados
$emplários também ofereciam um meio ideal de transportar esses artigos de valor por longas distncias, e até mesmo cru%ando o +editerrneo, uma ve% que tinham responsabilidade pela seguran"a nas estradas e nas pistas de embarque* :m cavaleiro franc6s podia depositar dinheiro ou retirar a quantia referente a uma hipoteca pelos $emplários em >aris, mas receber o dinheiro em forma de moedas de ouro quando necessário em Ferusalém* !s $emplários, é claro, cobravam uma taxa pela transa"#o, e como pagavam em uma moeda diferente da que recebiam, podia haver uma redu"#o adicional no dinheiro em fun"#o da troca* 8lém de servir como depositário e transportador de tesouro, os $emplários administravam os fundos obtidos de fontes religiosas e seculares para financiar as Aru%adas* $ambém concediam empréstimos aos reis, incluindo 2uís C da aris passou a ser uma das maiores casas do tesouro da 0uropa* >ara assegurar honestidade, a ordem proibia seus cavaleiros de possuírem dinheiro* 0ssa proibi"#o era t#o rigorosa que qualquer cavaleiro que morresse com dinheiro sem ter autori%a"#o considerava-se que tinha morrido fora do estado de gra"a* >erdia o direito a um funeral crist#o e assim, de acordo com a religi#o deles, era condenado 4 maldi"#o eterna* $ais cren"as e regras t#o rígidas evitavam o furto e desonestidades insignificantes na história da ordem* No decorrer do século X, essa ordem de cavaleiros educados e honestos serviu como agente financeira para o papado e cuidou de muitos assuntos para os reis franceses, incluindo suas contas domésticas* Aomo banqueiros dos reis e pagas, os $emplários
cresceram enquanto institui"#o de forma semelhante a um departamento do tesouro moderno* 0xceto pelo fato de que n#o coletavam impostos* No auge de suas operac)es, empregavam aproximadamente M mil pessoas e possuíam \MP castelos e casas espalhadas pela 0uropa e +editerrneo, da nglaterra a Ferusalém* 8pesar da dedica"#o dos $emplários 4 sua miss#o, eles regularmente perdiam espa"o na >alestina para os mamelucos egípcios, um exército amea"ador de escravos militares, sendo que a maioria deles havia sido recrutada de famílias crist#s e se convertido ao sl#* 0m LWUL, os $emplários perderam a cidade de 8cre, sua 7ltima fortale%a no continente e foram para a ilha de Ahipre* 8pesar do recuo militar, as empresas financeiras continuavam a florescer* O( Ri(,o( do S",e((o
8pesar da pobre%a de seus membros, a ordem ficou rica e cresceu, mas aparentemente estava fora do controle de qualquer na"#o ou rei* $ornou-se um alvo fácil, esperando um monarca suficientemente forte e ganancioso para agarrá-la* 0sse monarca finalmente apareceu na forma auda% do rei aris* 1epois, deu início a uma campanha que visava tomar posse tanto das extensivas propriedades quanto do tesouro dos $emplários* 8 nsia desenfreada de
LWTT por 2uís X* ara atender sua constante necessidade de dinheiro, aris, no refor"ado castelo que servia como casa do tesouro para a rique%a dos $emplários* 0ntretanto, para obter essa rique%a teria que destruir a ordem, e ele se mostrou disposto e capa% de fa%6-lo* 0m L@PM, apa Alemente C* !s aliados de
antigos da ordem assinaram confiss)es de terem fornecido detalhes sensacionais sobre suas atividades enquanto adoradores de imagens, profanadores de ob&etos sagrados, conspira"#o com o demónio e por perpetuarem o desvio sexual entre si* 8s declara")es incluíam acusa")es de atos sexuais praticados pelos $emplários com cadáveres de nobres, adora"#o de um gato, alimentarem-se de cadáveres de cavaleiros e fa%erem alian"as de sangue com mu"ulmanos* !utras testemunhas alegavam que os $emplários sedu%iam virgens para gerar filhos e usar a gordura de seus corpos para a fabrica"#o de um óleo sagrado para seus ídolos* !s promotores que defendiam
anos* >or quase uma década, as autoridades francesas torturaram os $emplários para extrair confiss)es deles* uando apresentados publicamente, contudo, os $emplários se reuniam e retratavam suas confiss)es, local em que um novo ciclo de tortura e confiss#o come"aria* Aurvando-se 4 press#o da monarquia francesa, o >apa Alemente C aboliu a ordem em uma bula papal, denominada Cox in 0xcelso, em WW de mar"o de L@LW* P papa considerou mais prudente sacrificar os cavaleiros de sua gre&a do que desafiar a vontade do rei franc6s* 8o abolir a ordem, o papa esperava manter algum controle sobre as propriedades dos $emplários, que transferiu para outros grupos religiosos, sendo que o de maior destaque era o dos Gospitalários, uma outra ordem de cavaleiros religiosos* uatro anos depois da execu"#o em massa dos $emplários fora de >aris, o grande mestre Facques de +ola e Beoffroi de Aharne foram levados de suas celas e queimados em uma pequena ilha no rio ;ena em L\ de mar"o de L@L* 8ssim, o rei aris, exigiu grande parte dele dos Gospitalários para compensar o dinheiro gasto em investiga")es e &ulgamentos dos $emplários* 1epois de ver o que havia acontecido aos irm#os $emplários, os Gospitalários rapidamente submeteram-se 4s amea"as de
>ela primeira ve% desde a queda de 9oma, um governo no oeste europeu reafirmou sua autoridade e poder de controlar institui")es financeiras e quebrou o poder comercial da gre&a* Nunca, outra ve%, a gre&a ou suas institui")es exerceram tanta influ6ncia sobre as atividades financeiras do oeste europeu* 8 destrui"#o dos $emplários, contudo, criou uma lacuna financeira e comercial que a gre&a era fraca e temerosa demais para preencher e que o governo ainda n#o era suficientemente grande e forte para ocupar* A A(,en(%o d#( F#&9-i#( B#n6"eir#( I.#-i#n#(
Nesse momento decisivo na história econ/mica europeia, quando o poder financeiro da gre&a havia minguado e o poder do 0stado ainda n#o havia ficado t#o forte para substitui-la, um novo grupo de homens e institui")es entrou em cena* 8s famílias das cidades-estados de >isa,
8s famílias italianas diferiam de outra forma importante dos cavaleiros religiosos* 0las n#o operavam de castelos fortes, nem via&avam em comboios fortemente armados* 0m ve% disso, moravam e trabalhavam no mercado entre as pessoas comuns, atendendo o quanto podiam 4s necessidades de pequenos proprietários, comerciantes e fabricantes como também aristocratas e funcionários da gre&a e do 0stado que mantinham cargos elevados* 0nquanto os $emplários serviam somente a nobre%a, os novos banqueiros italianos serviam a todos* 0m suas buscas financeiras, os negociantes italianos via&avam para mercados e feiras pela 0uropa* Aomo outros itinerantes, eles montavam mesas e bancos grandes de onde n#o só negociavam seus produtos mas também trocavam dinheiro, concediam empréstimos, tratavam de receber dinheiro como pagamento por uma dívida por alguém na cidade seguinte e reali%avam outros servi"os financeiros* 8 palavra moderna (banco( deriva da forma como esses primeiros negociantes de dinheiro fa%iam negócios* 1eriva de uma palavra que significa (mesa( ou (banco(, o apoio que literalmente formava a base de suas opera")es nas feiras* 1o italiano, as palavras banH, banco e banque logo se espalharam para outros idiomas europeus e por todo o mundo* !s empréstimos concedidos de uma forma ou outra parecem existir desde que existe o dinheiro, mas os bancos tornaram-se algo além de uma institui"#o para concess#o de empréstimo, porque os banqueiros n#o lidavam com ouro e prata como com peda"os de papel que representavam ouro e prata* 8s opera")es bancárias, como praticadas pelos $emplários, enfrentaram grande limita"#o pelo fato de a gre&a proibir a agiotagem e a cobran"a de &uros sobre empréstimos, e contornar essa barreira foi um dos maiores obstáculos que as famílias italianas tiveram de superar para construir seus extensivos empreendimentos bancários* 8 proibi"#o crist# contra a agiotagem baseou-se em duas passagens da =íblia5 (N#o exi&as dele nem interesse nem proveito, mas teme teu 1eus*** n#o lhe emprestará teu dinheiro a &uros, e n#o lhe darás teus víveres com a inten"#o de tirar daí algum benefício( J2evítico WO5@T-@MK' e (***se ele emprestar com rebate ou cobrar &uros5 este tal n#o
salvará sua vida* ;e ele fe% todas essas coisas abomináveis, morrerá e seu sangue ficará sobre ele( J0%equiel L\5L@K* 8 proibi"#o contida nas sagradas escrituras nunca erradicou por completo a usura, mas certamente dificultou sua prática* Fudeus frequentemente concediam empréstimos, &á que, aos olhos da gre&a, eles &á estavam condenados 4 maldi"#o eterna, mas se os crist#os emprestassem dinheiro a &uros, a gre&a Aatólica os excomungava, excluindo-os assim de todos os servi"os e da ;agrada Aomunh#o* 8 lei afirmava com especificidade que quidquidsorti accedit, usura est Jo que excede o fundamental é usuraK* !s banqueiros italianos, contudo, encontraram uma forma de contornar essa proibi"#o e enriqueceram sem arriscar suas almas* 8plicava-se a usura somente aos empréstimos' ent#o, por meio de uma fina distin"#o técnica entre um empréstimo e um contrato, os comerciantes italianos construíram uma opera"#o de empréstimo e capta"#o sem que a usura ficasse demonstrada* 0les escrupulosamente evitavam fa%er empréstimos* 0m ve% disso, comerciali%avam letras de cmbio, uma ordem de pagamento em que uma pessoa ordena que uma segunda pessoa pague determinada quantia a uma terceira, e deve tra%er, de forma explícita, o valor do pagamento, a data e o local* ! nome latino para o documento é cambiumper lettras, que significa (troca por meio de documentos escritos ou notas(* 0ssa transa"#o era uma venda de um tipo de dinheiro por outro tipo que seria pago em outra moeda em uma data futura específica* :m indivíduo que precisasse de dinheiro se dirigia a um banqueiro na tália* ! banqueiro lhe dava o dinheiro necessário, em florins de
penhoristas de mais baixo valor, t#o menospre%ados por todos* Na prática, os banqueiros tornaram-se prestamistas para os ricos, e os penhoristas e concessores de empréstimos menores continuaram emprestando aos pobres* 0ssas letras de cmbio funcionavam bem nos países crist#os, mas n#o no mundo mu"ulmano* ! 8lcor#o proibia a usura de forma muito mais severa e clara do que a =íblia* >roibia qualquer tipo de lucro resultante de troca de prata ou ouro* +aomé disse5 (N#o vender ouro por ouro exceto em quantidade equivalente*** nem prata por prata exceto em quantidade equivalente*( ! 8lcor#o proibia especificamente o uso de letras de cmbio, condenando a venda de (qualquer coisa que este&a presente pelo que está ausente(* A M:!i,# do P#!#&en.o B#n,:rio
! uso de letras de cmbio tinha outro efeito benéfico sobre o comércio a&udava a superar um grande obstáculo do tempo, a complica"#o das moedas e a dificuldade de lidar com elas em grandes quantidades* 8s moedas eram pesadas, difíceis de transportar, eram roubadas facilmente, frequentemente falsificadas e su&eitas a vários outros problemas nas estradas mal policiadas, nas terras de nobres corruptos e nas feiras e mercados ocasionalmente mal administrados que surgiam como os novos centros comerciais da 0uropa* ! novo sistema de pagamento bancário italiano impulsionou o comércio fa%endo-o se expandir muito mais rápido* 0m L@@\, um carregamento de moedas levava tr6s semanas para concluir o percurso de 9ouen, ao norte da or sua ve%, uma letra de cmbio podia ser enviada em meros oito dias, e, se fosse roubada, o ladr#o n#o poderia compensá-la* 8s letras de cmbio, em outras palavras, eram mais rápidas de transportar e protegiam todos os envolvidos na transa"#o* 8pesar do custo extra de \] a LW], uma letra ainda apresentava custo inferior ao de contratar uma escolta armada para uma embarca"#o de barras ou
moedas de ouro e prata* 8s letras de cmbio a&udaram a livrar o dinheiro de suas limita")es espaciais* 8s letras de cmbio também livraram o dinheiro dos limites de qualquer moeda e da escasse% de prata e ouro que podia ocorrer no país que cunhava as moedas* 0ra possível fixar a letra em ducados vene%ianos, talers sax)es, florins florentinos, rasíaoesmilaneses, ecus franceses ou qualquer outra moeda existente* 8 quantidade de letras que podia ser emitida naquela moeda n#o dependia mais da provis#o de ouro e prata que aqueles 0stados tinham' dependia meramente da confian"a que os negociantes tinham na moeda* ;e perdessem a confian"a em uma moeda, rapidamente come"avam a emitir suas letras de cmbio em outra* 8s letras de cmbio criaram novo dinheiro, rompendo as limita")es físicas impostas pelo uso de cédulas, ou de moedas metálicas* 0mbora as atividades e servi"os dos bancos permanecessem confinadas a um n7mero relativamente pequeno de pessoas e n#o envolvessem os camponeses em geral ou os habitantes da cidade, os bancos tinham, com efeito, encontrado uma maneira de colocar mais dinheiro em circula"#o* ;ob o novo sistema uma maleta com LPP florins que podia ter permanecido inativa por vários anos em uma caixa-forte da nobre%a agora podia ser depositada, ficando protegida em um banco italiano que tinha acesso a filiais pelo continente* ! banco ent#o emprestava o dinheiro e circulava a letra de cmbio como dinheiro* ! nobre ainda teria seus LPP florins, que agora eram depositados em um banco* ! banco tinha LPP florins em seus registros* ! negociante que tomasse emprestado os florins estava mais rico, e a pessoa que detinha a letra de cmbio agora tinha também LPP florins* 0mbora somente cem moedas de ouro fossem envolvidas, o milagre dos empréstimos e depósitos bancários as haviam transformado em muitas centenas de florins que podiam ser usados por diferentes indivíduos em diferentes cidades ao mesmo tempo* 0ssa nova estrutura de opera"#o bancária abriu vastas avenidas comerciais novas para comerciantes, fabricantes e investidores* $odos tinham mais dinheiro - era pura mágica* !s negociantes italianos condu%iam as opera")es bancárias como uma empresa privada de raí%es familiares, como os >eru%%i, =ardi e 8cciaiuoli de
Ahipre 4 nglaterra* Funtas, as famílias banqueiras da tália financiaram a monarquia inglesa sob o comando de 0duardo e 0duardo nas campanhas para conquistar Bales e a 0scócia* 8poiando a monarquia inglesa, as famílias banqueiras italianas tinham mais dinheiro do que simplesmente o que recebiam em &uros sobre esses empréstimos de alto risco* Aom o rei ingl6s como devedor, adquiriram acesso especial aos mercados ingleses, e, em particular, uma rela"#o especial com a monarquia, que concedeu-lhes quase o monopólio na comerciali%a"#o de artigos de l# no continente* 1e acordo com contratos assinados entre o papa e as institui")es bancárias de >eru%%i e =ardi em U de &unho de L@LM, o dinheiro coletado de todas as igre&as católicas na nglaterra e destinado ao papa seria depositado &unto aos representantes dos >eru%%i e =ardi em 2ondres* 0les mantiveram o dinheiro em 2ondres, mas enviaram uma letra de cmbio para a tália, onde os bancos pagaram o papa por meio de seu tesouro* !s banqueiros >eru%%i e =ardi em 2ondres usaram ent#o o dinheiro depositado pela gre&a para comprar artigos de l#, que expediam para venda no continente* ! banco manti nha o dinheiro da venda na tália* 8ssim, o dinheiro (ia e vinha( da tália e da nglaterra e entre mercados no continente* (>assava( dos cofres do 0stado para os cofres da gre&a* 1epois, ia para os banqueiros e voltava para os comerciantes, onde podia ser pago como impostos antes de recome"ar sua &ornada* $udo isso, porém, podia ser feito sem o uso de uma 7nica moeda* 8 movimenta"#o era de colunas em registros contábeis* 8s opera")es bancárias representavam uma inova"#o comercial que estimulava o comércio em todas as suas etapas e beneficiava todos - do agricultor ao rei e dos sacerdotes locais ao papa - em todos os lugares em que as famílias banqueiras abriam um escritório* 8s letras de cmbio provocaram um aumento das atividades nos mercados europeus, a&udando a superar os suprimentos extremamente insuficientes de moedas de ouro e prata*
Aom a amplia"#o das opera")es bancárias pela 0uropa, as moedas de rimeiramente cunhada em LWOW, a moeda florentina levava o retrato de ;#o Fo#o =atista em um lado e um lírio do outro' essa moeda de ouro ficou conhecida como o fíorino dSoro, ou florim* 8 cidade emitia o florim tanto em prata quanto em ouro, sendo que o de ouro tinha valor de% ve%es superior ao de prata* No momento em que toda cidade de qualquer tamanho ou com qualquer reivindica"#o de importncia cunhava suas próprias moedas com tamanho e nome próprios, o florim de
!s banqueiros italianos lutaram, mas assim como seus antecessores, os $emplários, foram aniquilados como resultado de seu sucesso e suas rela")es com o governo* Cárias das principais famílias banqueiras italianas apoiaram 0duardo no início da Buerra dos Aem 8nos entre
>ara tornarem-se respeitados depois de alcan"arem a rique%a, os banqueiros precisavam adquirir a equipagem da antiga vida medieval* >recisavam de bens imóveis, locais urbanos, títulos aristocráticos e cargos elevados na gre&a* 0m seus esfor"os para alcan"ar tal pompa, as ricas famílias banqueiras da 0uropa criaram a 9enascen"a e nenhuma família teve tamanho sucesso como os +edici* A Ren#(,en$#; Dinheiro No4o 'or Ar.e An.i!#