Iniciação Ketu Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa
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Iniciação é um rito de passagem candomblé. Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não, no Candomblé, o Babalorixá ou Iy alorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun, onde terá as respostas. Essa é uma da s formas de saber. A outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra em transe profundo. Esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em púb lico do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher. A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem. Saliente-se que todo o ritual da in iciação não é público. Saliente-se também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de Odu ijè. Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser Iaô, Ogan ou Ekedi, essa questão só é re solvida durante a iniciação. Se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entra r em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.
Índice [esconder] 1 Barco de Iaô 2 Iniciação 3 Saída de Iaô 4 Momento mais esperado da iniciação 5 Banquete 6 Seguimento da iniciação chamado Urupim. 7 Ritual do Panã. 8 Caída de kelê 9 Obrigações 10 Iniciação de Ogans e Ekedis 11 Referências Barco de Iaô [editar]
A iniciação pode ser de apenas um Iaô ou pode ser de muitos. Nesse caso recebe o nome de "Barco de Iaô". Quando entra para fazer o santo sozinho será chamado de Dofono (h omem) ou Dofona (mulher), por ser o primeiro e único. No caso do barco, o primeiro Iaô será chamado de Dofono, o segundo dofonitinho, o te rceiro será chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, o quinto de Gamo, o sexto de G amutinho, o sétimo de Vimo, o oitavo de Vimutinho, o nono de Gremo, o decimo de Gr emutinho, o décimo primeiro de Caçula e daí por diante. Essa sequência de nomes é usada na maioria das casas de candomblé de cultura Jeje-nagô. Já houve barcos com quinze Iaôs, mas isso é muito raro, pois implica muito trabalho e dedicação de muitas pessoas para cuidar dos Iaôs. A maioria das casas recolhe no máximo três ou quatro. Existem Orixás que não podem ser iniciados junto com outros; nesse cas o será recolhido sozinho. No ano de 2011,em Salvador houve um barco com dezoito Iaôs. Iniciação [editar] Nos 3 primeiros dias a pessoa ficará descansando e fazendo os ebós de limpeza, que s erão apurados no jogo de búzios e tomando banhos com folhas sagradas e abô. Ficará recol hida no roncó (quarto específico de recolhimento) próximo ao peji e será feita a primeir a obrigação, que é o bori. No final dos três dias é suspenso o bori e passa para as fases seguintes. Em seguida começa a contar o período de 16 dias. Aí tem início o longo aprendizado das r ezas, costumes, práticas, lendas, histórias e a iniciação propriamente dita, que consist e em raspar a cabeça, fazer curas (pequenos cortes), assentamento do orixá, serão ofer ecidos animais, comida ritual, flores e frutas. Saída de Iaô [editar]
Segunda saída de Iaô, pintura colorida candomblé. No final tem a festa que é chamada de "saída de iaô", essa festa é dividida em 4 partes: A primeira saída no barracão é interna sem a presença do público, somente os membros da c asa estarão presentes. Pode ter variação de uma casa para outra ou de nação para nação, uns f zem três saídas públicas outros fazem quatro. Inicia-se o candomblé normalmente despachando o Padê (pode ser despachado durante o dia também, depende da casa) e canta-se algumas cantigas para cada um dos Orixás, en quanto isso os Iaôs estão sendo preparados para a primeira saída no barracão de festas. Na primeira saída pública o Iaô sai do roncó (nome dado ao quarto onde ficam recolhidos) para o barracão todo vestido de branco, essa saída é em homenagem a Oxalá, trás na testa uma pena vermelha chamada Ekodidé e na parte superior da cabeça o adoxu e pintado co m efun, ele vem acompanhado de sua mãe pequena, da Iyalorixá e todos que ajudaram na feitura. Nessa saída o Iaô deverá saudar a porta, os atabaques o Axé do centro do barra cão onde estar o fundamento da casa e a Iyalorixá. Em seguida é recolhido para mudar d e roupa. A segunda saída pública do Iaô no barracão as roupas são coloridas em homenagem à todos os o rixás e a pintura é feita com o pó azul wáji, branco efun, e vermelho osùn. O Iaô sendo de o xalá ou determinados orixás funfuns a roupa não pode ser colorida, predominando o bran co, todavia a pintura colorida seja relevante em quantidade discreta. Momento mais esperado da iniciação [editar]
Orunkó. Hora do nome do Iaô candomblé. A terceira saída do Iaô é a mais esperada por todos da comunidade, nota-se um momento de tensão muito grande e a expectativa dos sacerdotes que contribuíram nesta sagrada iniciação, que pode ser afirmada ou negada pelo noviço de que tudo foi bem feito ou não , com o grito triunfal do seu nome. Novamente o Iaô é trazido ao ile axé, desta vez se m a pintura geral, só com uma pintura de wáji no centro da cabeça (cuia de wáji) ou bori lé (ritual feito com ejé do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. O Orixá dirá seu Orunkó para todos ouvirem, nesse caso é escolhida uma pessoa (normalmente um Babalor ixá ou Iyalorixá de outra casa) presente para tomar o nome do Orixá, são feitas algumas cerimônias onde a pessoa pergunta por três vezes o nome do Orixá e na terceira ele gri ta em voz alta seu Orunkó para todos ouvirem. Depois do nome dado o Iaô é recolhido no vamente para trocar a roupa. A quarta e última saída o Orixá vem todo paramentado com roupas e ferramentas caracterís ticas de cada Orixá, para dançar e ser homenageado por todos os presentes. No final canta-se para Oxalá e a festa é encerrada. Banquete [editar]
Banquete no ritual de candomblé. Quando é encerrado o candomblé todas as filhas da casa ocupam seus postos e começam a distribuir a comida ritual do banquete farto. Sempre tem comida para todos e sem pre sobra. Esse banquete é composto de cabritos assados ou cozidos, galinhas, pato s, pombos, canjica, milho cozido, inhame, pipoca, acaçá e acarajé. Toda comida ritual servida ao Orixá é distribuída para os presentes. Muitos candomblés não permitem bebidas a lcoólicas e nesse caso é servido o Aluá. Nas casas que permitem, é servido refrigerante e cerveja. Algumas casas atualmente não servem comida de santo para os presentes. Dependendo das posses do iniciado, poderá se contratar um Buffet para o banquete, onde serão se rvidos aos convidados todos os requintes contratados. Seguimento da iniciação chamado Urupim. [editar] No mesmo dia ou não, dependendo do costume da casa, as luzes elétricas são desligadas, e inúmeras velas são acesas, ouve-se um cântico tristonho como nos rituais fúnebres axe xê, o Iaô cercado dos mais velhos, Iyaefun, Iyadagan, iyamorô, Iyabassê Iyakekerê e puxada pelo Babalorixá ou Iyalorixá é trazido do peji ao ile axé com um alguidá ou balaio cobert o com pano branco e ornado com flores brancas e mariwô, contendo inúmeros objetos, c omida ritual e o cabelo rapado no inicio da obrigação. Este ritual é denominado pelo p ovo do santo de carrego de urupim e pode ser assistido por alguns membros da com unidade, mas não chega a ser uma festa pública, fechando um ciclo do rito de passage m de abiã "não nascido" para iaô "noviço ou recém nascido". Passada a festa o Iaô ficará mais uns dias na roça dependendo do jogo de búzios e a conf irmação no merindilogun, depois será levado para sua casa pela Iyalorixá que a entregará a sua família. Ritual do Panã. [editar] O iaô ainda desorientado devido ao longo período de transe e clausura, com os movime
ntos ainda trôpegos, recebe orientação do seu Babalorixa ou Yalorixa para executar as tarefas que serão usadas em seu dia a dia, tais como varrer, costurar, lavar, pass ar, sentar-se à mesa, cozinhar, etc. Numa dramatização muito divertida onde todos da c omunidade tem um grande prazer de participar, rindo e até mesmo ajudando o novo in iciado. O ritual de apanã tem a finalidade de fazer com que o noviço reaprenda as at ividades do mundo profano e cotidiano, para que nada lhe seja prejudicial no fut uro e também entenda que já é hora de voltar à sua vida normal, apesar de aproveitar mai s um pequeno período do seu mundo sobrenatural, estabelecendo neste momento o ewo temporário ou permanente, que o noviço terá a responsabilidade de obedecer, finalizand o este ritual com outro rito chamado Kàrô (juramento feito diante do obi e uma quart inha). Caída de kelê [editar]
Kelê de Obaluaye colocado em uma escultura do próprio orixá para tirar a foto - cando mblé. Porém a Iaô ainda não terminou as obrigações terá ainda que cumprir um resguardo normalmente de três meses e continuar usando o kelê (uma gargantilha de contas) que foi colocad a em seu pescoço no início da feitura de santo. Durante esses três meses o Iaô continuará dormindo numa esteira, usará roupas brancas e seguir uma série de restrições denominada de ewo. Terminado o período de quelê, é feita a retirada do mesmo e outra festa é feita para comemorar a comumente chamada "caída de quelê". É o período mais difícil para o Iaô que precisa voltar a trabalhar, muitos se iniciam no período de férias do trabalho e quando termina as férias precisam voltar para um ambi ente onde sem dúvida será notado por todos, discriminado por alguns e terá que se mant er calado, terá muitos problemas na hora das refeições, pois está proibido de entrar em bares e restaurantes, terá que levar uma marmita e aceitar os olhares de curiosida de. Algumas casas atualmente por esse motivo têm feito alguns acordos com os Orixás para que o Iaô que precisa trabalhar já saia da roça sem o kelê, mas terá que cumprir todos os itens do resguardo nos mínimos detalhes. Nesse caso não precisará usar somente branco , poderá usar roupas de cores bem claras como azul, rosa, bege, cinza, tudo para não chamar muito a atenção. Existem casos de firmas que o uniforme é preto, marrom, azul marinho, nesses casos o Orixá permite, não vai querer que seu filho perca o emprego.
Obrigações [editar] Iyawo São os novos iniciados de Orixá da Casa de Candomblé, durante o período de sete an os, e serão subordinados pelas pessoas de Cargos/Posto da casa. E deve obediência ao s seus mais velhos. E deverão concluir suas obrigações de 1, 3 e 7 anos. Ser Iyawo, além de outros preceitos, é permanecer recolhido por um período de 21 dias, passando por doutrinas e fundamentos, para conceber a força do Orixá. Saem da vida material e na scem na vida espiritual com um novo nome orùnkò. O Mòócan e os Delègún são os comprovantes e diploma do iniciado. Obrigação de um ano (Odueta) ou (odú Kíní) É às obrigações muito importantes é considerada como fim do resguardo Iyawo após sua iniciação. Somente esta obrigação dará ao iniciado à liberdade de viver materi lmente sem restrições na sociedade e no seu convívio familiar e pessoal. Até fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigação de um ano (odú Kíní), ainda terá algumas r strições (ewo temporário. como cortar cabelo, tomar banho de mar e outros. Será feita na
obrigação de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde serão ofere cidos comida ritual, frutas e flores. Obrigação de três anos (Oduetá) Esta obrigação é considerada a confirmação da continuidade do iniciado no Axé, e já autorizado a conceber o seu ajuntó, e a começar ser liberado e graduado pelo seu bab alorixá, a usar fios com Seguis e Bràjà dependendo do Orixá, e poderá deixar de usar Mòócan e Delègún. (conforme orientação do babalorixá) Outra obrigação é feita aos três anos de feitura (odú kétà), algumas casas ou nações fazem ta a de cinco anos, mas no candomblé ketu considera-se um ano, três e sete anos. Ele ou ela permanecerá como Iaô até completar os sete anos de feitura e fazer a obrigação de set e anos (odu ejé). Obrigação de sete anos (Oduijé) ou Odu ejé (a pronúncia do acento é fechada) É uma das maiores obrigações de uma cas de Candomblé, que todos os iniciados serão obrigados a tomar sem exceção. Com essa obri gação o iniciado poderá receber posto, cargo, titulo e direitos de independência do seu babalorixá. Só quando fizer a obrigação de sete anos Odu ejé é que será considerado um Egbomi. A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa obrigação é que se definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não. A Iyalorixá entregará para o Egbomi no a to da festa seus pertences (jogo de búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, nava lha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs) no Ketu é chamdo Odu Ijê com Oyê, em outra s nações é chamado de Deká, Peneira, Cuia, etc. Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça da Iyalori xá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés da Iyalorixá e sua filha não abrirá uma c sa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para ajudar a Iyalorixá. Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está se ndo consagrada como uma nova Iyalorixá se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que pr ovidenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar um novo Ile axé. - OIYE - quer dizer titulo independência, são pessoas que já tomaram seus sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo seu babalorixá, para ser independente e Zelador (a) de Orixás, sacerdócio. Esse Oiye pode ser também um cargo na casa do babalorixá onde fez a obrigação. - DEKA - é autorização (direitos) de conduzir a sua própria casa de Candomblé, atendimento de seus adeptos e consulentes, jogar búzios, tirar ebós e iniciar pessoas no Orixá, o u Vodum dependendo da nação etc.. Na nação Jeje receberá um Húnjèbé é o Titulo de sacerdócio vo da nação Jeje e um amuleto do Egbònme, é o diploma dado pelo Voduno para dar continui dade do aprendizado dos fundamentos dos Voduns. Iniciação de Ogans e Ekedis [editar] Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente são pessoas escolhidas pela I yalorixá ou por algum Orixá da casa, serão pessoas de sua inteira confiança, pois ficarão com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto a iyalorixá estiver em transe. Uma vez que não entram em transe, Ogans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigação constatado que não entrará em transe, é confirmado através do jogo de búzios no erindilogun o Orixá que trará o Orunkó do Ogan ou da Ekedi na festa. Se foi escolhido pelo Orixá da Iyalorixá ou Babalorixá ou pelo Orixá de uma das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é que sairá no barracão acompanhando o iniciado. Nesse c aso a festa não terá tantas saídas como as saídas de Iaô. Mas no final terá o mesmo banquete
de confraternização entre todos presentes. Quanto ao resguardo e ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com o jogo de búzi os, mas geralmente é de 21 dias de Quelê e normalmente cumpridos na roça, no caso de i mpossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para trabalhar e vem dormir na roça até terminar o período de Quelê. Normalmente o Ogan e a Ekedi não cumprem o mesmo re sguardo do Iaô, por não ter realizado todos os preceitos necessários ao último. Quando i niciados, equivalem ao Ebômi em idade de santo, tendo portanto os 7 anos de idade perante os Iaôs.