in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
ADRIANO RODRIGUES
Natal TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 1 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
2002 ADRIANO RODRIGUES
IN MEMORIAN:
CEM I TÉ TÉRI RI O VER VERTI TI CAL E CRE REMATÓRI MATÓRI O
Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Norte, do semestre letivo de 2002.1. Orientador: Prof. Fabrício de Paula Leitão
NATAL- RN
Setembro de 2002
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 2 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
AGRADECIMENTOS
Com o inestimável apoio da minha família este trabalho se concretizou
num esforço individual que se tornou coletivo. A gradeço gradeço especialmente a meus Pais, Adilson Costa e Silbene Rodrigues, a meu irmão Giorgio Rodrigues. A Sinval Sousa e ao restante da minha família soteropolitana. A Luanda Jucyelle pelas traduções e incentivos
ao longo de todo o trabalho. Ao meu Orientador Prof. Fabrício de Paula Leitão. A gradeço aos meus colegas de turma pelo apoio que me deram principalmente: Sirley, Leila, Mauro, Ana Guedes e Alexandre. A gradeço a Luís Carlos, Glênio Leilson pela ótima perspectiva, a Mozart Soares pela maquete. A Daniella Leal. A Michelle Dos Santos pela atenção e paciência. A Arquiteta Isabel Costa. A Dona Mercês. A Eduardo Vila. Ao Prof. Márcio Medeiros e aos demais professores do Departamento de Arquitetura, principalmente a Prof(a) Sônia Marques, Prof(a) Edja, Prof(a) Amadja, Prof(a) Mônica, Prof(a) Iana. Enfim, a todos que, citados ou não citados, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho, meu muito obrigado.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 3 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
1.0 – INTRODUÇÃO
Finalizando o curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN, com este est e
Anteprojeto almejamos demonstrar a capacidade adquirida e aplicar neste
projeto arquitetônico os conhecimentos desenvolvidos ao longo do curso. V isando minimizar as agruras do sepultamento este Anteprojeto de Cemitério e Crematório almeja modificar o espaço cerimonial do sepultamento e tornátorná-lo menos fugidio e com circulações mais abertas e livres. A o longo da história os cemitérios se modificaram, assim como a forma de morar das pessoas. Atualmente cresce a demanda por cemitérios do tipo parque e do tipo vertical. Os cemitérios parque são compostos de grandes áreas gramadas e os jazigos são identificados por placas no nível do gramado para que não interfiram na contemplação da paisagem que geralmente estes cemitérios querem proporcionar. Contudo, os cemitérios do tipo vertical se tornam mais atrativos no sentido do custo benefício do empreendedor e também pela higiene e limpeza que podem proporcionar. Esses cemitérios podem funcionar vinte e quatro horas por dia e, a depender do projeto, estão livres das intempéries que podem prejudicar um sepultamento ao ar livre, por exemplo. A opção por um complexo que fosse capaz de atender as mais
variadas religiões surgiu da necessidade de unificar um espaço e torná- lo universal no sentido da multiplicidade, pois além de cemitério vertical este
Anteprojeto Anteprojeto também é um Crematório. A cremação é um processo tão antigo quanto o sepultamento. No forno cremador as temperaturas podem chegar a 900ºC e a cremação pode durar até três horas para se completar, posteriormente os restos cremados são separados e acondicionados em urnas para serem entregues as famílias. O In Memorian Cemitério Vertical e Crematório surge com o objetivo de proporcionar um complexo ecumênico onde as religiões predominantes no país possam realizar seus ritos com comodismo e liberdade, este Anteprojeto focaliza o visitante e não no “morador”, pretende-se uma arquitetura para os vivos na “necrópole dos mortos”.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 4 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Este trabalho está dividido nos seguintes itens: “Morrer e Depois?”
trata a questão da morte e a forma dos católicos de vê-la. O terceiro item mostra como os cemitérios deixaram as igrejas e se tornaram pontos específicos nas cidades. Trata também da origem dos cemitérios na Cidade do Natal. O quarto item fala da origem dos crematórios e mostra um fornecedor forn ecedor
de equipamentos para crematórios. O quinto item trata da metodologia aplicada, dos estudos de caso e da evolução da proposta arquitetônica. O sexto item trata das considerações do projeto como localização, justificativa, especificidades da proposta, das legislações pertinentes, do programa de necessidades, das definições de partido adotadas, da funcionalidade do complexo, das questões referentes ao conforto ambiental na edificação, do partido estrutural adotado, dos materiais de acabamento utilizados e de diretrizes para o paisagismo no In Memorian
Cemitério Vertical e Crematório. O sétimo item indica as referências bibliográficas abordadas no texto.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 5 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
2.0 –
MORRER E DEPOIS?
N a Natureza estão presentes os componentes da Vida e da Morte. O
ciclo de vida e morte atinge a todos os seres biologicamente vivos e não há como escapar desse ciclo. Não há se quer um indivíduo que tenha escapado deste ciclo que é uma das leis da Natureza.“..., seres vivos só morrem porque estão vivos ”
(VALLE, 1997, p-29), este autor refere-se aos Minerais que não
morrem, pois também nunca estiveram vivos. Fisiologicamente a morte acontece quando os sinais vitais param, contudo é nas religiões que podemos encontrar conforto e abrigo nos momentos mais difíceis. A maioria das religiões tenta de alguma forma
explicar para onde vamos depois da morte e de onde viemos. A qui no Ocidente existe uma supremacia da idéia de vida, não que isso não seja bom, mas algumas vezes a falta de reflexão ignora a morte e daí “... a cultu ra do Ocidente, Ocidente, .. ., m ais volt ada para a ânsia incontid a do ‘ter mais´ do
,...” que para a busca do ‘ser ‘ser m ais´ , prefere negar a mort e ,...”
(Ibid, p-30). Uma
recusa em aceitar o inevitável, já que começamos a morrer assim que nascemos. Parece que quando nos deparamos com a morte de um ente próximo nos deparamos com a nossa própria possibilidade de morrer e com isso ainda não sabemos lidar. “E nfrentar n frentar a morte de uma pessoa é confrontar-se com a realidade de sua própria morte,..., na medida em que eu negar a morte de uma pessoa, est arei criando a minha própria imortalidade ”.(D’ASSUMPÇÃO,
1984, p-22).
Não há a necessidade de encarar a morte como um fato bom na vida, mas a aceitação do inevitável é importante no nosso processo de desenvolvimento
pessoal. “N este bens
são
mundo, ninguém, a rigor, é proprietário de nada. Todos os
concedidos
ao
ser
humano
a
título
de
empréstimo,
por
um
determinado lapso de tempo. Vão passando de umas para outras mãos, numa silenciosa lição de desapego a todos os caminhantes da Vida ”.(VALLE,
1997,
p-33). Desta forma nos apegamos de forma ansiosa aos objetos que estão em nossa volta e o medo de perdê-los definitivamente não nos agrada. Essa força que nos prende eternamente a pessoas e objetos contribui para a rejeição do morrer.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 6 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
M uitas pessoas que tiveram experiências muito próximas ao instante
de morrer como um coma, um acidente violento ou perigos iminentes, relatam suas histórias e declaram que nasceram de novo. Para essas pessoas que foram atingidas por essas experiências o sentido da vida se torna outro, a concepção
da
morte
também
se
alterar
e
muitas
vezes
mudam
completamente os valores dessas pessoas. A morte poderia ser encarada como um fato e não como um fim da
vida ou o fim de tudo. Ao pensarmos na vida como finita é que percebemos o quanto ela é curta e prazerosa.
2.1 – Quanto às Religiões A s religiões nos dão parâmetros e éticas a seguir e são de extrema
importância para a formação das pessoas. Muitas delas são conhecidas por nós desde o início das civilizações, mas não se sabe qual delas é a corret a. Não há uma religião correta. A melhor delas é aquela que nos conforta e nos
torna melhores com os outros e consigo mesmo. O Judaísmo e o Islamismo não aceitam a cremação como cerimônia fúnebre, por serem religiões mais ortodoxas e conservadoras. N o extremo oriente a cremação é mais aplicada na Índia e no Japão basicamente pela influência Budista tão forte nesses países. Na Índia o Hinduísmo é outra religião bastante difundida e detêm algumas semelhanças com o Budismo.
2.1.1 – Brasil Brasil Católico Católico O s católicos são a porção do Povo de Deus reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que professam a sua fé em Jesus Cristo, em comunhão com a Igreja de Roma. Compõem aproximadamente 74% da população brasileira segundo o censo do IBGE em 2000. O s católicos romanos acolhem a Palavra de Deus contida na Bíblia, celebram o mistério de Cristo nos Sacramentos, particularmente na Santa Ceia, professam a fé apostólica expressa nas formulações dos antigos Credos recebidos na Tradição, procuram viver em comunhão pela prática do mandamento do amor.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 7 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
O s católicos romanos consideram a Igreja de Jesus Cristo una, santa,
católica e apostólica, Corpo do qual Cristo é a Cabeça. Sabem que a Igreja visível, desde a origem, se apresenta com uma grande diversidade que não se opõe à unidade da Igreja de Jesus Cristo. Fiéis ao mandato missionário, procuram testemunhar Jesus Cristo e anunciar o Evangelho a toda a humanidade, particularmente aos pobres, num diálogo respeitoso com as demais religiões do mundo e as culturas. Têm como símbolo a Cruz, com ou
sem a imagem de Cristo. O dia da morte inaugura, para o católico, ao final de sua vida sacramental, a consumação de seu novo nascimento iniciado no batismo, a semelhança definitiva à imagem do Filho, conferida pela unção do Espírito
Santo, e a participação na festa do Reino, antecipada na eucaristia. O s que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo. São para sempre ace. “A outra vida semelhantes a Deus porque o vêem "tal como ele é", face a f ace. será um ‘estar´ com Deus.” ”.(VALLE, 1997, pp -71). O s católicos crêem firmemente - e assim esperam - que, da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, e vive para sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão para sempre com Cristo ressuscitado e que ele os ressuscitará no último dia. A "ressurreição da carne" significa que, após a morte não haverá somente a vida da alma imortal, mas que mesmo os nossos "corpos mortais" readquirirão vida. É fato lembrar que ressurreição e reencarnação são atos diferentes e os católicos não acreditam em reencarnação. A tualmente a Igreja Católica aceita a cremação e em alguns países existe uma cerimônia específica para essas ocasiões. Para o Brasil as adaptações estão sendo est udadas e serão disseminadas quando possível.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 8 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
3.0 – CEMITÉRIOS S egundo Silva (2001), na Europa após a Revolução Francesa de 1789
os mortos foram separados dos vivos, criando-se cemitérios ao ar livre longe
dos perímetros urbanos de acordo com as idéias hi gienistas da época. D este modo o Brasil Colônia também adere á idéia, e em 1801 o príncipe regente lança a primeira lei colonial, Carta Régia Nº 18, de 14 de Janeiro, regulamentando as práticas vigentes de sepultamento e combatendo todo o tipo de enterros dentro dos limites urbanos. No entanto, não houve apoio religioso nem popular tendo em vista que as irmandades religiosas temiam pela perda das fortunas, dos donativos e heranças direcionadas a elas quando o falecido não tivesse herdeiros. Por parte da população no sentido de que a mentalidade da época herdada da Idade Média, expressava que os
sepultados fora da igreja, ou muito longe de suas imediações, não alcançariam a graça de Deus. (Ibid, 2001). Entretanto, ficou estabelecido que a igreja enterraria seus mortos e o cemitério ficaria para aqueles que não fizessem parte das irmandades. Posteriormente, os nobres do Império perceberam que os cemitérios permitiriam mais condições de ostentação do que as lápides sepulcrais das igrejas, e então começaram a proliferar, nos primeiros cemitérios, os grandes mausoléus, com o objetivo único de mostrar a posição de destaque econômico, social e político dos seus ocupantes. (Ibid, 2001). N o Brasil os cemitérios tomaram mais significado na segunda metade do século XIX devido as grandes epidemias ocorridas na época e que causaram altas mortalidades. Neste mesmo século os avanços tecnológicos foram muito marcantes na indústria, no comércio e nos transportes o que tornou a circulação das pessoas mais facilitada. A concentração das populações nas cidades se torna mais efetiva e com isso uma série de problemas novos surgiram. Com progresso desordenado e aumento demográfico, assim como a facilidade de trânsito das pessoas tornaram os centros urbanos um local ideal para a proliferação de epidemias. Doenças como a malária, a tifo, a tuberculose, a peste bubônica e o cólera causaram pânico na população das grandes cidades européias. Essas
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 9 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
epidemias também se espalharam para outras partes do mundo.(CANUTO, 2002, pp-12). O cólera-morb cólera-morbo o teria matado umas duzentas mil pessoas nos anos de
1855 e 1856 no Brasil, então Império. (SANTOS FILHO, pp -479). Era comum sepultar em solo sagrado, nas igrejas, ou nas
proximidades. Achava-se que enterrar no solo sagrado garantiria um lugar no
“paraíso”. O ritual fúnebre era cuidadoso e prolongado envolvendo até a vestimenta do defunto. (REIS, 1999, p -96). P ortanto, com o crescente aumento da taxa de mortalidade ocorrida pelas epidemias, um número maior de sepultamentos tendia a acontecer. Nesta época os médicos acreditavam que os sepultamentos nas igrejas contribuíam para a contaminação do ambiente, favorecendo a proliferação das epidemias. Já que as igrejas estavam lotadas era preciso um local mais adequado e afastado da cidade para os sepultamentos. (CANUTO, 2002, p-
14). Desta forma surgem os cemitérios semelhantes aos atuais.
3.1 - Origem dos Cemitérios Em Natal A té aproximadamente 1856 não havia cemitérios católicos na capital
do Rio Grande do Norte. Os sepultamentos aconteciam dentro das igrejas e nos seus arredores, nas laterais ou próximos ao cruzeiro. (CASCUDO, 1999, p 100). Comprovando este fato Cascudo (p-104) declara que teria encontrado um Atestado de Óbito com data de falecimento a 8 de Agosto de 1774 e sepultura na capela do Senhor Bom Jesus das Dores, este documento teria sido o mais antigo encontrado por ele.
Figura 1: Fachada da Igreja Matriz. Fonte: LOPES et al,2002.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 10 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Conta-se onta-se que na Igreja Matriz (Figura 1) “... dormem, anônimos na terra sagrada, milhares de seres que fizeram a nossa cidade, dirigiram o governo e olharam essa mesma paisagem. Cada ponta de ladrilho cobre os corpos ,
...” (CASCUDO, 1999, p-101). Esta Igreja seria a mais antiga de Natal
com aproximadamente três séculos e várias reformas. É de salientar também que os mais inf luentes luentes - políticos, militares, religiosos, etc - eram sepultados no interior da igreja (Figura 2) o mais próximo possível do altar, ao contrário da população comum que eram sepultadas nos seus arredores.
Figura 2: Sepultura de André de Albuquerque Maran hão, sepultado no
piso da Igreja Matriz. Fonte: LOPES et al,2002. A segunda igreja mais antiga desta cidade seria a Igreja Nossa Senhora do Rosário com aspecto mais bucólico e simplificado de onde se tem uma boa vista do Rio Potengi. Segundo Cascudo (p-101) deve ter sido construída entre 1713 ou 1714 e era naquele solo que foram sepultados os apenados de morte. Cita também que quatro homens teriam sido executados por lei na Cidade do Natal (Ibid, p-161). Desses quatro homens três foram à forca e um fora fuzilado, desta forma eram enterrados na capela de Nossa
Senhora do Rosário (Ibid, p-165). P or questões sanitaristas os sepultamentos nas igrejas foram abandonados, isso por volta de 1855 quando o Presidente Passos determinou que construíssem o Cemitério do Alecrim. Até o século XIX a medicina doméstica tomava conta dos doentes, as simpatias e os remédios sem efeito
científico faziam parte do cenário. A s epidemias assolaram o Rio Grande do Norte na metade do século do-cólera, (Ibid, 1999, XIX e tendo o ano de 1856 mais conhecido como o Ano-dop-125) além do cólera, a varíola, a febre amarela e a sífilis também
participaram dessa grande mortandade.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 11 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
N o entanto, novos pensamentos e hábitos mais higiênicos importados
da Europa que também sofrera com as grandes epidemias, chegaram ao
Brasil. Como conta Cascudo (p-213): “ ... sugiram as instalações
de assistência, Hospital, Asilo de
Mendicidade com seção de orfanato, cuidado aos variolosos do Lazareto, no Asilo São João de Deus para tuberculosos. Melhoramentos no sistema de encanamento d’água potável, forno de incineração cremando o lixo, asseio noturno de toda a cidade, visitas aos prédios particulares antes de habitação, campanha campanha pela vacina ...” ...”
A pós milhares de mortes na Província do Rio Grande, os novos tempos
trouxeram novos hábitos e também médicos. S egundo Cascudo (p-264, 2002) o Cemitério dos Ingleses “... foi o primeiro e muito antes de 1855” .
Na outra margem do Rio Potengi, perto da
praia da Redinha, estava localizado este cemitério com formato circular e determinado determinado para os marinheiros, estrangeiros e não católicos serem
sepultados. O Presidente Passos teria mando escolher um local bem longe da cidade, como descrito, e teriam sido os empregados de firmas inglesas e suíças os primeiros sepultados no local. Como havia filiais dessa natureza na cidade do Natal atraídas pela larga produção de cana-de cana-de-açúcar -açúcar e colheita do algodão e com a chegada das grandes epidemias, tornou-se necessário um local para enterrar protestantes e luteranos que eram chamados ingleses. p-264). (Ibid, pEm 1856 por ordem do Presidente Passos ficou determinada a construção do primeiro cemitério oficial da cidade do Natal. Este ficava no caminho das Quintas, junto à bifurcação da estrada do Pitimbu. Segundo consta, o cemitério seria quadrado com duzentos e cinqüenta palmos craveiros de extensão, pelo lado de dentro, e com nove palmos de altura, da qual teria na parte superior adornos simples. A porta de entrada teria dez palmos de abertura e ao fundo do cemitério, na frente do portão, erguia-se a capela com vinte e cinco palmos por quinze de fundo. (Ibid, p-264). Nascia o cemitério do Alecrim. Como o cemitério ficava longe do restante da população era necessário
um carro de transporte que teria sido providenciado e vindo do Recife. Da
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 12 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Ribeira, a população era conduzida num trem da estrada de ferro até o Oitizeiro e depois conduzia-se, o defunto, a braço até o cemitério. (CASCUDO, 1999, pp-266). Conta Cascudo (p-266), que o Prefeito Gentil Ferreira, em 1941,
reformou o cemitério, abrindo ruas mais amplas, reconstruindo a capela,
reformando os muros e ampliando a área de sepultamentos. sepultamentos. S egundo Cascudo (p-266), o primeiro túmulo de mármore teria vindo de Portugal e trabalhado por um artista-marmorista com muita pompa. Sepultura de advogado e deputado provincial. Deste modo já percebemos a importância que se dava aos túmulos (Figura 3), tornando-se uma homenagem e lembrança viva do parente enterrado.
Figura 3: Túmulo da Família Cicco em mármore rosa, estátuas
esculpidas representam a influência da família e a forma de homenagem. Cemitério do Alecrim. Fonte: Tribuna do Norte, 2001. P reservar os esses vínculos com os antepassados é conservar e
manter a identidade da comunidade, que se distingue das outras e torna
constante a memória dos que vieram antes e já não mais estão presentes. A tualmente Natal possui oito cemitérios municipais em funcionamento
distribuídos nos bairros que dão nome aos cemitérios: Alecrim, Bom Pastor, Igapó, Nova Descoberta, Pajuçara, Ponta Negra e Redinha. No bairro do Bom Pastor existem o Cemitério do Bom Pastor 1 e Bom Pastor 2, sendo este
último uma ampliação do primeiro. (Figura 4). N o bairro do Guarapes será implantado o mais novo cemitério
municipal da Cidade do Natal, o Cemitério do Guarapes ou Cemitério Parque das Rosas contará com 7281 lóculos (SENSUR, 2002). A aprovação do seu projeto já foi efetuada restando a execução a ser efetivada posteriormente TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 13 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
pela Prefeitura Municipal do Natal. Neste projeto esteve à frente a Arquiteta da SENSUR Isabel Cristina Costa Medeiros. Tabela 01
Situação dos Cemitérios no Município de Natal. Cemitério Bom Pastor I:
Área: 29.700m²
5.300 lóculos
Cemitério Bom Pastor II:
Área: 28.322m²
6.200 lóculos
Cemitério da Redinha:
Área: 3.000m²
1.300 lóculos
Cemitério de Igapó:
Área: 7.776m²
1.600 lóculos
Cemitério de Pajuçara:
Área: 1.920m²
600 lóculos
Cemitério de Ponta Negra:
Área: 2.700m²
800 lóculos
Cemitério do Alecrim:
Área: 24.200m²
5.600 lóculos
Cemitério Pq. Nova Descoberta: Área: 51.597m² Cemitério do Guarapes
Área: 44.073m²
5.400 lóculos. 7.281 lóculos.
Fonte: DA MATA; RUBENS, 1993. Dados do Cemitério do Guarapes,
SENSUR, 2002. P ercebe-se ercebe-se que os maiores cemitérios em área são também os que
possuem mais lóculos já que todos são do tipo tradicional. (Tabela 1). A tualmente os cemitérios da Capital desse Estado detêm uma média de vinte sepultamentos mensais, contando-se os oito em funcionamento, tabela abaixo. Tabela 02
Sepultamentos nos Cemitérios Cemitérios do Município de Natal em 2001. Cemitério:
Quantidade:
Cemitério Bom Pastor I:
298
Cemitério Bom Pastor II:
736
Cemitério da Redinha:
26
Cemitério de Igapó:
93
Cemitério de Pajuçara:
30
Cemitério de Ponta Negra:
64
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 14 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Cemitério do Alecrim:
338
Cemitério Pq. Nova Descoberta:
330
Média Geral Mensal
19,95
Fonte: SENSUR, 2002. N a Tabela 2 temos dados de sepultamentos e os referidos cemitérios.
O Cemitério do Bom Pastor II é o de maior volume de sepultamentos mensais no ano de 2001, este atente a população mais carente. Temos então uma média de quase vinte sepultamentos por mês nos cemitérios do Município de Natal no ano de 2001
Figura 4: Mapa de Natal com a localização dos cemitérios municipais. Fonte: Elaboração do Autor.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 15 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
4.0 –
CREMATÓRIOS
A cremação data da antiguidade das civilizações ocidentais. Entre os
anos de 1400 a.C e 200 d.C. era a forma mais comum de destino aos mortos, principalmente pela aristocracia romana. (OEI - Organización de Estados Iberoamericanos , 2002). A té o século XIX as doutrinas cristãs proibiam a cremação porque
pensavapensava-se que destruindo o corpo não se poderia ressuscitar. (Ibid, 2002). O Judaísmo e o Islamismo não aceitam a cremação como finalidade aos mortos. As culturas Ocidentais como o Budismo e o Hinduismo aceitam e
pregam esta prática. A tualmente a Igreja Católica reconhece a cremação como um fim digno aos mortos desde que o respeito e a orientação da cerimônia sejam compatíveis com a Igreja. O Código do Direito Canônico, Cânon N. 1176 e a Congregação
Romana para a Doutrina da Fé, de 8 de maio de 1963, menciona que a cremação não mais atenta contra os costumes da Igreja Católica e como se diz popularmente: “ do pó viestes e ao pó retornarás”. (CEMENTERIO PARQUE
VALLES DEL TUY, 2002). A opinião da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, através do Padre Dimas Lara Barbosa, Secretário do Instituto Nacional de Pa storal, declara que não existem por parte da Igreja restrições quanto à forma de sepultamento e que mais importantes são as motivações determinantes como, por exemplo, as questões de saúde pública; as motivações religiosas entre outras. (BARBOSA, 2002). O s católicos professam a ressurreição do corpo. Isso não significa voltar ao que se era antes (segundo o Pe Dimas), com as mesmas características mortais, frágeis, de nosso corpo atual, mas à sua glorificação, à semelhança do que aconteceu com Jesus. Por isso, não seria de acordo com a fé católica uma cremação feita por motivos estranhos a esta parte do credo, como por exemplo, para que as cinzas levem o corpo a uma comunhão com o universo considerado corpo da divindade, ou outras motivações sincréticas. Feitas Feitas estas ressalvas, muito mais de natureza religiosa, não há restrições quanto à cremação.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 16 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
O Pe Dimas Lara Barbosa declara também que está previsto no novo
ritual das exéquias, ainda em estudos, um rito especifico para o caso de cremação. O mesmo se diga do sepultamento em gavetas. O importante é
tratar com respeito católico o cadáver. A Cremação é um processo através do calor que transforma um corpo em restos cremados realizado por um forno cremador de tecnologia americana, geralmente, e projetado especialmente para isso. A cremação se faz individualmente e juntamente com o caixão que não pode ser retirado. Recomenda-se apenas que as próteses mecânicas, marcapassos e jóias sejam retiradas. Um período de aproximadamente três horas é suficiente para todo o p rocesso no forno cremador. A pós a cremação e a separação, os restos cremados são armazenados
em urnas específicas e entregues aos familiares. Estes podem ou devem, de acordo com a legislação vigente, guardá-las nos Columbários de cemitérios que são os ambientes destinados aos restos cremados e são formados por
nichos com tampos de vidro - ou levá-las consigo dando outros fins. A lgumas culturas determinam que uma parte dos restos cremados seja dispersa em mares, rios, etc. E que o restante retorne com a família do enlutado. A cremação é um processo antigo. Atualmente, no Ocidente, principalmente nos países mais desenvolvidos se tornou largamente utilizado e com grande aceitação. Em países como Japão quase 99% dos mortos são cremados. Na GrãBretanha cerca de 70%, na Austrália 50%. Nos Estados Unidos são cerca de 26% e esse índice vem crescendo (CREMATÓRIO METROPOLITANO, 2002). A tualmente, no Brasil, o número de cremações ainda é pequeno se comparado com outros países, no entanto, a disponibilidade do tempo d o serviço bem como a falta de informação contribuem contribuem para os baixos números. A s maiores vantagens da cremação são a higiene do processo, que é praticamente não poluente e seu custo que é algumas vezes mais reduzido se comparado ao sistema tradicional. Quem opta pela cremação, portanto, está apenas acelerando a transformação da matéria (CREMATÓRIO METROPOLITANO, 2002).
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 17 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
4.1 – Fornecedor de Equipamentos para Crematórios A All Crematory (2002) se diz líder de segurança e eficiência em
equipamentos para cremação. Com tradição de quase meio século a All Crematory tem
fabricado cremadores e equipamentos para crematórios, casas
funerárias e cemitérios ao redor do mundo. Seus equipamentos são utilizados em quarenta e oito estados dos Estados Unidos da América e também em
trinta e um países espalhados pelos seis continentes. A All Crematory oferece a mais avançada pesquisa, engenharia e serviços capacitados disponíveis na Indústria de hoje. Conduzem uma das maiores empresas do ramo no mundo e reparam todos os modelos de
cremadores já fabricados. Possui sede na cidade de Orlando, Flórida.
4.1.1 - Cremadores Fabricados 4.1.1.1 - Modelo All 2500 Elite - Completa uma cremação em duas horas ou menos; - Aprovado ambientalmente nos cinqüenta estados dos Estados Unidos da América e no Canadá; - Cremador mais eficaz em custo-benefício desta categoria.
Figura 5: Cremador Modelo All 2500 Elite. Fonte: All Crematory, 2002. rematory 2500 Elite inclui sistema de controle O modelo padrão da All C rematory automático, porta elétrica, mesa movida à força hidráulica, frente removível para limpeza e um sistema de Controle de Emissão que monitora continuamente a emissão de gases liberados e controla o processo de cremação para uma geração sem fumaça e sem odor.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 18 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
4.1.1.2 - Modelo All 2001 O cremador mais popular do mundo (vendido exclusivamente fora dos Estados Unidos da América): Completa uma cremação em duas horas; Porta elétrica com ponto para observação; Botões de controle. -
-
-
Figura 6: Cremador Modelo All 2001. Fonte: All Crematory, 2002. É o cremador mais silencioso de todos os modelos. Os queimadores e
motores são abrigados em compartimentos completamente fechados, sua operação silenciosa permite flexibilidade na sua locação. Apresenta lateral removível para limpeza em aço refratário.
4.1.1.3 - Modelo All 3000 P rojetado para alta eficiência: Capacidade aumentada em um design compacto; Completa uma cremação a cada setenta e cinco a noventa minutos; Atende com a mais atualizada regulamentação ambiental americana; Máquina de carregamento automático opcional e Sistema de Controle por Computador disponível. -
-
-
-
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 19 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Figura 7: Cremador Modelo All 3000. Fonte: All Crematory, 2002. O Cremador All 3000 foi projetado para satisfazer a demanda por uma
máquina de alta produção em um design mais compacto. D ispõe de frente rem ovível para limpeza. Apresenta porta elétrica. T empo de cremação e troca entre cremações mais rápidas, faz desse modelo de cremador um dos mais escolhidos.
4.1.1.4 - Modelo All 4000 Cremador de alta performance: performance: Projetado para facilitar alto volume de cre mações; Completa uma cremação a cada sessenta ou oitenta minutos; Apresenta o mais rigoroso padrão ambiental; Opera continuamente vinte e quatro horas por dia; Equipado com máquina de inserção automática. -
-
-
-
-
Figura 8: Cremador Modelo All 4000. Fonte: All Crematory, 2002. Este modelo estabeleceu um novo padrão em produção e performance.
Ele apresenta um carregador automático removível para rápida remoção dos restos cremados. Um sistema de controle de emissão monitora continuamente
a limpidez dos gases emitidos. Executa automaticamente ação corretora para uma operação sem fumaça e sem odores. Existe um sistema opcional computadorizado para uma operação ainda mais eficiente.
4.1.2 -
Acessórios
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 20 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
A Empresa oferece todos os equipamentos e acessórios que se precisa
na operação de uma cremação. - 096 ACP - 4.1.2.1 - Processador de Cinzas All – Modelo ACP Silencioso e fácil de limpar; Completamente Completamente automático. -
-
Figura 9: Processador de Cinzas. Fonte: All Crematory, 2002. O mais avançado processador no mercado. O
resíduos da cremação a menos de 200 pol
ACP - 0 - 096
reduz os
em aproximadamente trinta
segundos.
4.1.2.2 - Estação Processadora All Em aço inoxidável, design completo. Esta estação transfere os restos cremados para as urnas definitivas ou compartimentos compartimentos temporários.
Figura 10: Estação Processadora. Fonte: All Crematory, 2002.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 21 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
A exaustão dessas unidades compactas e o sistema de filtração
eliminam a necessidade de aberturas de ventilação horizontais ou verticais com o exterior. Esta estação acomoda o Processador de Cinzas
ACP - 0 - 096 .
- 0993 4.1.2.3 - Refrigerador Mortuário All – Modelo ACC ACC - R eferencial de alta qualidade é completo e provido de fácil acessibilidade. Apresenta controle automático de refrigeração. Proporciona segurança até o armazenamento final. Capacidades disponíveis para três, quatro ou cinco corpos. Estes refrigeradores estão disponíveis em vários tamanhos e opções.
Figura 11: Câmara Frigorífica Mortuária. Fonte: All Crematory, 2002.
4.1.2.4 - Mesa Hidráulica Elevatória A All Crematory oferece quatro modelos de mesas com elevações variadas. Manuais ou elétricas são utilizadas para transportar corpos e ataúdes para os automóveis, mesas de preparação, nichos de sepultura em gavetas, etc.
Figura 12: Mesa Hidráulica Elevatória. Fonte: All Crematory, 2002.
4.1.2.5 – Urnas Cinerárias
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 22 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
S ão os recipientes para guardar os restos cremados, ornados das mais
variadas formas e elegâncias. São, muitas vezes, uma forma de arte e expressão como homenagem póstuma. Vendidos em vários modelos: - Esculpidas e fabricadas em bronze;
Figura 13: Urna Cinerária esculpida em bronze. Fonte: All Crematory, 2002. - Madeira e bronze;
Figura 14: Urna Cinerária em bronze com detalhes em madeira. Fonte: All Crematory, 2002. - Diversos tipos de madeiras;
Figura 15: Urna Cinerária em madeira. Fonte: All Crematory, 2002. - Porcelana;
Figura 16: Urna Cinerária em porcelana. Fonte: All Crematory, 2002.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 23 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
- Mármores.
Figura 17: Urna Cinerária em esculpida em mármore. Fonte: All Crematory, 2002.
4.1.2.6 – Outros Acessórios
-
Container de mantimento temporário: para abrigar os restos
cremados cremados com capacidade capacidade de 192 pol . Composto Composto em polipropileno polipropileno oferece
também um container especial com 300 pol ;
Figura 18: Container temporário para os restos cremados. Fonte: All Crematory, 2002.
-
Rodos de cremação: rodos em papelão para serviços pesados,
reduzindo a abrasão com o chão; Discos de identificação: em aço inoxidável, ajudam a manter os registros de cremação em ordem; Containeres de cremação de papelão: rígidos, seguros e com preço reduzido são largamente utilizados; Mão magnética: permite uma segura remoção de fragmentos de feno dos restos cremados; Escovas: com 6” e 12” de largura. São menos abrasivas e proporcionam proporcionam mais segurança para varrer os restos cremados na câmara; Ferramentas: para limpeza e trabalho; -
-
-
-
-
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 24 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
-
Kit de proteção: consiste em uma máscara, óculos, luvas, sabão,
bolsa, etiquetas e instruções de uso. O kit luxo proporciona proteção dos pés à cabeça; Aventais: laváveis, em couro ou alumínio (proporciona isolamento contra o calor de radiação); Macacões; Luvas; Jalecos; Máscara de proteção ao pó; Mangas de -
-
couro; Escudo para o rosto; Panelas de cinzas. *Obs: Os itens referentes ao All Crematory foram traduzidos do
original em inglês com o auxílio de Luanda Jucyelle.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 25 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
5.0 –
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A s pesquisas se iniciaram à procura de monografias, contudo a
dificuldade em se obter materiais sobre o tema direcionou a busca para sites
de Internet. A pesar disso algumas propostas semelhantes foram pesquisadas em materiais locais como é o caso do Cemitério Parque e Crematório (DA MATA ; RUBENS, 1993) e Crematório (GEBARA, 1999), todos Trabalhos Finais de
Graduação da UFRN. A busca pela funcionalidade dessa tipologia nos levou a observar o
funcionamento da Funerária São Francisco e também do Cemitério Morada da Paz, ambos do Grupo Vila. A Funerária São Francisco dispõe de três capelas de velório e de suítes
familiares para cada uma respectivamente. Dispõe também de circulação de serviço,
sala
de
higienização,
mostruário,
recepção,
administração,
lanchonete, garagem, pátio coberto, estacionamento.
5.1 –
Estudos de Caso
A lém dos citados anteriormente temos também, a título preliminar, os
seguintes Estudos de Caso, pesquisados via Internet, abaixo relacionados:
5.1.1 - Memorial do Carmo, Rio de Janeiro -
RJ
O Memorial do Carmo (2002) reúne em um único edifício de cinco
pavimentos, jazigos e nichos perpétuos, com completa infra-estrutura de
serviços. Também detêm área convencional para sepultamentos. P ossui: Capelas com ar-condicionado; Loja de flores; Lanchonete; Posto de enfermagem; Quarto de repouso com banheiro privativo; Sepultamento noturno; Sala de embalsamamento; Jazigo Perpétuo familiar com ossário. Dispõe de três elevadores com capacidade para até 29 pessoas, preparados para receber os carrinhos com a urna funerária, além de escadas de escape, prevendo a segurança da edificação. TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 26 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
S erviços funerários disponibilizados por telefone; Segurança 24 horas;
Estacionamento Estacionamento privativo; Traslados gratuitos. O s jazigos (Figura 19) são invioláveis e a manutenção permanente. permanente. Funciona 24 horas por dia, inclusive finais de semana e feriados.
Figura 19: Jazigos modulados com espaço para flores e guarnecidos por vidro. Fonte: Memorial do Carmo, 2002.
5.1.2 - Memorial Vicentino, São Vicente – SP T rata-se de uma obra composta de oito andares, com capacidade para 500 lóculos por andar, perfazendo 4000 novas vagas e mais 1000 ossuários. Cada lóculo do Memorial Vicentino (2002) atende até sete sepultamentos individuais, dentro dos prazos legais. Contém também recepção, dois velórios, capela, sala de estar, elevadores, lanchonete lanchonete e segurança interna. P ossui 5.025,97 m² de área construída. Funcionamento informatizado e atendimento 24 horas. Sepultamentos realizados com técnicas de solidificação de necrochorume e livre de odores devido ao sistema de ventilação forçada e lavadores de gazes.
Figura 20: Jazigos sobrepostos em quatro unidades.
Fonte: Memorial Vicentino, 2002.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 27 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
5.1.3 - Memorial Cemitério, Santos –
SP
O Memorial Cemitério (2002) é conhecido pelo seu planejamento
inteligente, contando com uma completa infra-estrutura de serviços de segurança e informação. Tudo foi planejado para atender a todas as normas de higiene e segurança. Os visitantes sentem-se num local agradável,
acabando com a imagem de que cemitério é um lugar triste. T ambém o cuidado com a preservação da natureza é outra prioridade. Todo o projeto foi realizado para não prejudicar o lençol freático e a mata em volta do Memorial. Por toda a sua estrutura e beleza, o Memorial foi incluído como ponto turístico, nas secretarias de Turismo de Santos e do Estado de São Paulo. Em média, são realizados 50 sepultamentos por mês. Dispõe de salas
amplas de velório; estacionamento; ambulatório médico, áreas arborizadas e jardins com lago de carpas e a Capela Nossa Senhora de Assunção, visando atender todas as religiões para missas, cultos e orações.
Figura 21: Ossuário com cobertura translúcida. Fonte: Memorial Cemitério, 2002. P ossui também: Banco de dados informatizado (localização, datas,
etc.); Auxílio e conferência de documentos, seguros, atestados e normas legais; Segurança 24 horas; Ambulatório médico e psicológico; Manutenção constante de higiene e limpeza; Proteção contra sol e intempéries na realização de visitas e cerimônias; Amplo estacionamento; Elevadores localizados estrategicamente; Espaço para realização de eventos culturais; Atendimento especial para deficientes. Também oferece serviço de crematório.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 28 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Figura 22: Vista da Ala dos jazigos duplos e ou únicos. Fonte: Memorial Cemitério, 2002.
Figura 23: Vista da Ala dos jazigos familiares. Fonte: Memorial Cemitério, 2002.
5.1.4 - Metropolitano Cemitério Vertical, São Vicente –
SP
Este complexo (METROPOLITANO CEMITÉRIO VERTICAL, 2002) dispõe
de 12 andares e 13.200 lóculos. Além de quatro salas para velório com ar condicionado e isolamento acústico. Dispõe de uma sala de estar, sala de orações, praça de alimentação e um jardim interno com cascata. Su Suas as instalações também oferecem estacionamento no subsolo e segurança 24
horas.
Figura 24: Foto da Maquete do conjunto. TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 29 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Fonte: Metropolitano Cemitério Vertical, 2002. O bservações: -
Total de 13.097,79 m², divididos em subsolo, térreo, 12 de
pavimentos -tipo. Subsolo: 1.081,45 m² de área, possui estacionamento, vestiários -
masculino e feminino, copa-cozinha, refeitório e sala de estar para funcionários, ambulatório, sala de almoxarifado, sala de necropsia e depósito
de lixo séptico; Térreo: 930,84 m² de área, possui praça de alimentação, -
dependências administrativas, sala de estar, sala de orações, caixa de escada, quatro salas para velórios, dois elevadores sociais e mais dois para ataúdes e átrium; -
Pavimento-Tipo: Pavimento-Tipo: 919,40 m², possui 1.100 lóculos, sobrepostos
em 05 níveis, com acesso através de corredores abertos;
Figura 25: Vista parcial dos jazigos. Detalhe dos arranjos florais. Fonte: Metropolitano Cemitério Vertical, 2002.
-
Lóculos: em placas de concreto pré-moldado, na espessura de
0,05 m, frontal de granito verde ubatuba (0,70x0,65 m) e caixilho de alumínio
com vidro. (Figura 25).
5.2 – Evolução da Proposta
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 30 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Logo abaixo estão dispostas figuras que abordam a evolução da
projetação. Essas figuras demonstram a busca pela boa projetação e a vontade de se adequar a boa funcionalidade com uma visão estética mais elaborada, tentando aliar essas duas questões sem que o crescimento de uma seja a derrota da outra. Dessa forma as Figuras 26, 27 e 28 mostram o pavimento-tipo pavimento-tipo sendo adequada a idéia inicial que seria circulações livres e de onde fosse possível visualizar o cenário do entorno de praticamente qualquer
ponto dos corredores de circulação. Esses pavimentos-tipo tem semelhanças na circulação vertical centralizada e que poderia ter sido adotada na proposta final, no entanto a idéia de ter um vazio central fez com que a circulação vertical não tomasse o
centro dos pavimentos-tipo. A s Figuras 26 e 27 são em formato de estrela de oito pontas, basicamente esse formato foi abandonado pelo lançamento estrutural da Torre no pavimento térreo que pela sua não ortogonalidade causaria transtornos na projetação desse pavimento.
Figura 26: Proposta de pavimentopavimento -tipo. Fonte: Elaboração do Autor, 2002.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 31 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Figura 27: Proposta de pavimentopavimento -tipo. Fonte: Elaboração do Autor, 2002.
Figura 28: Proposta de pavimentopavimento -tipo. Fonte: Elaboração do Autor, 2002. A Figura 28 se apresenta muito semelhante a proposta final porém
com outro lançamento estrutural. A circulação vertical também se diferencia
neste caso, onde se localiza no centro. N a Figura 29, abaixo, temos uma proposta inicial para o pavimento térreo. Esta proposta foi abandonada pelo excesso de circulações que proporcionava proporcionava e pela falta de visibilidade para o exterior nas Salas de Velório. A s propostas adotadas no Anteprojeto estão descritas no próximo item.
Figura 29: Proposta de pavimento térreo. Fonte: Elaboração do Autor, 2002.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 32 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
6.0 -
O PROJETO
Cemitério Vertical e Crematório localiza-se no município de Parnamirim – RN, no bairro de Emaús (Figura 30). Limita-se ao O In
Memorian
Norte com Rua Projetada e testada de 48,90m (Quarenta e Oito metros e Noventa centímetros), ao Sul com a Rua Professora Soliana de Andrade e testada de 49,24m (Quarenta e Nove metros e Vinte e Quatro centímetros), a Leste com a Rua Nossa Senhora de Lourdes e testada de 114,30m (Cento e quatorze metros e Trinta centímetros) e a Oeste com a Rua Projetada e testada de 112,27m (Cento e doze metros e vinte e sete centímetros), num total de 5.477,27m² (Cinco mil, Quatrocentos e Setenta e Sete, Vinte e Sete metros quadrados de terreno).
Figura 30: Mapa de Parnamirim, Bairro de Emaús em destaque. Sem
Escala. Fonte: Elaboração do Autor com base no Plano Diretor de Parnamirim (2000). Este terreno (Figura 31 e 32) encontra-se em área pouco urbanizada,
mas com infra-estrutura preparada para atender a qualquer tipologia. Pertence a Prefeitura Municipal de Parnamirim que desta forma não poderia vendê-lo, vendê-lo, pois está destinado como área de equipamento comunitário do bairro, mas poderia cedê-lo em troca de serviços de infra-estrutura para o
município ou o bairro de Emaús, por exemplo.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 33 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Figura 31: Locação do Projeto no Bairro de Emaús, Parnamirim. Sem
Escala. Fonte: Elaboração do Autor com base no Plano Diretor de Parnamirim (2000).
Figura 32: Vista do terreno no Bairro de Emaús, Parnamirim. Fonte: Arquivo Arquivo do Autor.
6.1 – Justificativa A princípio este Anteprojeto de Cemitério Vertical e Crematório seria
de domínio privado, já que desta forma, por ser verticalizado e valorizar mais o aproveitamento do solo urbano, o grupo proprietário poderia ter mais lucro em seu investimento. P ortanto, toma-se este exemplo como aproveitamento do terreno, na
Tabela 03, abaixo, percebe-se que a área ocupada pelo Cemitério Parque de Nova Descoberta é da ordem de quase dez vezes superior a área do In Memorian e
que, considerando considerando-se -se o número de jazigos abaixo relacionados,
respectivamente, tem-se que o aproveitamento da área do terreno no In
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 34 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Memorian é
da ordem de mais de dez vezes o aproveitamento do Cemitério
Parque de Nova Descoberta, de tipologia tradicional. Portanto, percebemos que, se de uma forma temos uma edificação marcante na paisagem, com vantagens e desvantagens nesta questão, temos também uma racionalização
mais efetiva e lucrativa do ponto de vista do custo benefício do empreiteiro. Tabela 03 Comparativo de aproveitamento do solo em metros quadrados por
jazigos. Cemit. Pq. de Nova Descoberta In Memorian – Cemit. Vertical e Crematório Área (m²) 51.597,00
5.477,27
Jazigos
7.416
5.400
Aproveitamento
(Área / Jazigos)
9,55 m²/jazigo 0,74 m²/jazigo
Fonte: DA MATA; RUBENS, 1993. Dados do Cemitério Parque de Nova
Descoberta. N o entanto, a verticalização o torna mais marcante na paisagem em
que está inserido que tem predominância de edificações térreas, e desta forma o complexo se torna, também, um marco visual para o bairro de Emaús. O seu significado fica então, mais expressivo no local já que sua altura (aproximadamente 70,70m), o torna um ponto de referência para a vizinhança. Desta forma o complexo em si pode ser uma forma de homenagear o enlutado pela sua imponência e estética considerando-se o entorno. O In Memorian visa atender principalmente a população da Capital do Rio Grande do Norte, entretanto está inserido também no mercado da Grande Natal que compreende os municípios de Natal, Parnamirim, Ceará-mirim, Ceará- mirim, Extremoz, São Gonçalo do Amarante e Macaíba. P arnamirim conta atualmente com quatro cemitérios públicos, um localiza-se no Bairro de Santos Reis e outro na Área de Expansão Urbana ao Sul do Município, ambos na região metropolitana da cidade. Os outros dois se encontram próximos ao litoral do município em Pium e Pirangi do Norte. O TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 35 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Cemitério Morada da Paz encontra-se no bairro de Emaús nas proximidades do Rio Pitimbu e é de domínio privado. Parnamirim detêm um total de cinco cemitérios, sendo que este último atende principalmente ao município de Natal. A escolha por Parnamirim se deu pelo fato do município estar mais
disposto em atrair investimentos dessa natureza do que a capital do Estado. Desta forma o In Memorian encontra-se próximo ao Cemitério Morada da Paz por questão de infrainfra -estrutura e facilidade de acesso pela BRBR -101. P arnamirim é o terceiro maior município do Estado e conta com 86.000 habitantes (IBGE, 1986) e com uma população estimada pela Secretaria Municipal
de
Planejamento
(1999)
com
cerca
de
1 06.000 106.000
habitantes.(RELATÓRIO DA CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO, 1999, p -10). Este município, como dito anteriormente, faz parte da Grande Natal ou Região Metropolitana de Natal, isso abrange um total de mais de 36% da p -10). população total do Estado do Rio Grande d o Norte.(Ibid, 1999, pP arnamirim também dispõe de uma taxa de crescimento alta, cerca de 6,3% entre 1991 e 1996. Uma população essencialmente urbana, cerca de 90,9% e está inserida em franco processo de conurbação com a capital do Estado (Ibid, 1999, p-10).
6.2 - Especificidades N o caso do forno cremador o modelo escolhido é do fabricante All
Crematory Modelo All 2001 (Figura 6, p-16), tido como o modelo mais popular do mundo e atende as condições de aprovação ambiental dos Estados Unidos
da América. Com dimensões de 2,16m de altura por 1,52m, considerando o painel de controle temos, 1,80m de largura e 4,57m de profundidade. Este equipamento pesa 8,165kg e funciona a eletricidade e combustível para o forno com Gás Natural. Este modelo completa uma cremação em duas horas e dispõe de lateral removível para limpeza. O Ossuário é o local onde se guardam as ossadas provenientes dos
jazigos que após três anos podem ser transferidos ou não. Essas ossadas
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 36 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
tanto podem vir de outros cemitérios como dos jazigos disponíveis no conjunto. Os nichos do Ossuário são compartimentos de 0,50x0,50x0,50m e lacrados com tampos em pedra polida. O Pavimento Columbário é o local adequado ao repouso das Urnas com
os restos cremados. As dimensões dos nichos correspondem ao do ossuário contudo os tampos são em vidro temperado para que se possa visualizar as urnas decorativas. A cremação se dá com a porta do forno fechada. Após o período os
"restos cremados", e não "cinzas" como popularmente se diz, são retirados do forno e colocados em um processador para que os ossos que ainda permaneçam inteiros se desagreguem. O processo de cremação utilizado é a "pirólise", que representa a queima total do caixão, das roupas, e do corpo, restando apenas os ossos já profundamente calcinados. Nenhuma matéria orgânica sobrevive a este processo. O que resta no final são apenas restos calcários (semelhantes à areia da praia). Os restos não são submetidos a trituração porque utiliza-se um equipamento e um processo moderno que não polui, não sai fumaça e nem qualquer cheiro. Os ossos ficam praticamente pulverizados. O processador apenas realiza uma pequena trepidação por 15 a
20 segundos para que estes se separem (SCHILLING, (SCHILLING, 2002). A decomposição dos corpos dentro dos jazigos, na Torre, se faz como numa numa sepultura tradicional. O processo de decomposição não se faz pelo solo mas sim pelas bactérias já presentes em nossos corpos. Assim, o não contato com o solo não prejudica esse processo. Após três anos a exumação pode ocorrer e a ossada pode ser transferida para o Ossuário, a depender da opção da família. A transferência para o Ossuário também depende do tipo de embalsamamento aplicado isso porque alguns processos são praticamente uma mumificação e que após alguns anos não restam apenas os ossos como seria o procedimento normal para a transferência t ransferência até o Ossuário. O s jazigos podem ser pré-moldados e montados no local, contudo é
necessária uma impermeabilização desses jazigos e uma tubulação de
ventilação. O s Jazigos Completos se diferenciam dos Simples por apresentarem um espaço adicional para comportar, além do ataúde, uma ossada. Portanto, a
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 37 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
família pode dispor de uma sepultura e ossuário ao mesmo tempo, não
precisando transportar a ossada, permanecendo assim no mesmo jazigo.
6.3 - Legislações Incidentes no Projeto Arquitetônico A s legislações específicas pertinentes a cemitérios e crematórios foram
pesquisadas com base em outras cidades, já que Parnamirim não dispõe de legislações específicas para esses fins. Desta forma seguem abaixo as legislações pertinentes a elaboração do projeto de arquitetura, bem como as
legislações cabíveis num projeto com estes parâmetros.
6.3.1 - Plano Diretor de Parnamirim, Prefeitura Municipal de Parnamirim, 2000 O Plano Diretor de Parnamirim de acordo com o Art. 1º é o
instrumento básico da política de desenvolvimento urbano, que é parte do processo de planejamento urbano. T em como objetivos estratégicos de acordo com o Art. 3:
compatibilizar,
estabelecer,
planejar,
estimular,
promover,
garantir,
proporcionar, orientar e criar mecanismos para a integração do Município com o Estado. Declara que todo o território do Município é Zona Urbana. D e acordo com o Plano Diretor de Parnamirim-RN de 2000, o In Memorian Cemitério
Vertical e Crematório encontra-se no bairro de Emaús na
SZ II (Sub-área II), Figura 33, da AEPA (Área Especial Preferencial de
Adensamento).
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 38 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Figura 33: Mapa de Parnamirim, SubSub -área II em destaque. Sem
Escala. Fonte: Elaboração do Autor com base no Plano Diretor de Parnamirim (2000). O Art. 25 divide a totalidade do município em duas zonas: Zona
Adensável que é aquela adequada à urbanização, efetivamente ocupada ou destinada à expansão da cidade e a Zona de Proteção Ambiental com restrições de ocupação urbana. O Art. 28 esclarece a Área Especial Preferencial de Adensamento como
sendo destinada, prioritariamente, para intensificação de adensamento, por apresentar infra-estrutura instalada e para conter o crescimento urbano desordenado. Esta área se subdivide em duas: SZ I e SZ II. P ara esta área fica determinado que:
-
Taxa de Permeabilidade de 20%. (Art. 67). Área mínima do lote de 200,00m² e frente mínima de 8,00m. (Art.
-
Recuo Frontal de 2,50m para o primeiro e segundo pavimentos de
-
78). edificações em vias locais e quando o passeio público apresentar largura for
inferior a 2,50m. (Art. 112). Pavimentos elevados acima do segundo pavimento, aplicam-se, no caso deste projeto, 5,00m e adiciona-se 0,28m para cada pavimento acima de 24,00m de altura. (Art. 114). Cálculo do Recuo Frontal: T emos o Pavimento Térreo e o Primeiro Pavimento com 3,85m de péesquerdo, num total de 7,70m. São mais vinte pavimentos para a torre num total de 59,85m para 3,15m de pé-esquerdo nestes pavimentos. Acima de 24,00m (que são o Pavimento Térreo + o Primeiro Pavimento + Seis -
Pavimentos, num total de 26,60m) na torre temos 14 pavimentos
acrescentados, acrescentados, totalizando 3,92m (0,28 x 14). T emos então: 5,00 + 3,92 = 8,92m de Recuo Frontal com a Rua Professora Soliana de Andrade. Recuos Laterais e Posterior: Primeiro Pavimento ou até 3,00m de -
altura o recuo mínimo é dispensado. Para o Segundo Pavimento ou até 6,00m
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 39 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
de altura, recuo mínimo de 1,50m. Para cada pavimento elevado acima de
6,00m de altura acrescenta-se 0,28m ao recuo mínimo. (Art. 115). Cálculo dos Recuos Laterais e Posterior: T emos que o Segundo Pavimento está elevado acima de 6,00m, no caso a 7,70m, desta forma contamos os adicionais como 20 pavimentos, num total de 20 x 0,28m = 5,60m. T emos então: 1,50 + 5,60 = 7,10m de Recuos Laterais e Posterior.
Altura até a laje de cobertura do último pavimento: 70,70m. As edificações verticalizadas, em todo o município, devem observar os critérios conforme orientação do Corpo de Bombeiros do Estado. (Art. 119). Na zona adensável, serão permitidos todos os usos, observando-se a taxa de ocupação de 80% da área do terreno. (Art. 123). O Art. 137 refere-se a reserva para estacionamento e que as atividades enquadradas como geradoras de impacto no sistema viário devem apresentar cálculos referentes à demanda de vagas para estacionamento. N este caso, calculamos 4.486,50m² de área ocupada pelas sepulturas (jazigos) e dividimos por 300,00m², de acordo com o Decreto Nº 7914 de 1988 do Estado do Rio de Janeiro que estabelece a previsão de uma vaga para cada 300,00m² de área ocupada pelas sepulturas. Ficamos então com 15 vagas mínimas para estacionamento. No entanto, calculamos que num velório de grande movimento poderemos ter até 200 pessoas aglomeradas, considerando-se considerando-se que todas venham em automóveis de passeio e numa média de 5 pessoas por automóvel, teremos então uma necessidade de 40 vagas de estacionamento. S erão 40 vagas mais as 15 vagas mínimas, chegando a 55 vagas, restar acrescentar que o complexo In Memorian dispõe de um total de 86 vagas, um número superior ao estimado. O In Memorian fica caracterizado como Causador de Impacto por -
-
-
-
liberar gases, ou odores e também por ser um complexo com atividades que podem concentrar mais de duzentas pessoas, ao mesmo tempo, ou por promover concentração de fluxo e trânsito em horário específico de acordo com o Art. 128. Desta forma ficaria sujeito a uma avaliação preliminar geradora de um Relatório de Impacto, expedida pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente, caso comprovada a compatibilização desses
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 40 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
efeitos com a vizinhança, aí então o projeto seria aprovado e liberado para execução. Com bat e a I ncênd io e Pânico. 6.3.2 - Norm as de Preven ção e Com Lei Nº 4.436, 1974. Estado do Rio Grande do Norte D e acordo com esta norma do Corpo de Bombeiros o Anteprojeto In Memorian Cemitério
Vertical e Crematório está classificado quanto a ocupação
como de Reunião Pública. Por similaridade com templos religiosos e por atrair a aglomeração de pessoas em períodos diversos, quando acontecem os
velórios. O s dispositivos de proteção estão separados por grupos, no caso
temos uma “cota coberta”, que é a distância do piso no pavimento térreo até o piso do último pavimento tipo, temos então uma altura de h = 67,55m. Desta forma se enquadra em: Cota coberta superior a sessenta metros. Recebendo
as seguintes diretrizes: Prevenção móvel (extintores); Prevenção fixa (hidrantes); Prevenção automática nas circulações e áreas comuns; Escada enclausurada; Alarme sonoro conjugado com o funcionamento da prevenção automática; Iluminação de emergência; Elevador de segurança; PáraPára-raios; Instalação de hidrantes; Área de refúgio (Plataforma de Resgate); -
-
-
-
-
-
-
-
-
-
A Escada Enclausurada tem as seguintes exigências: -
Iniciar no último pavimento útil e acabar no pavimento de
descarga, mantendo continuidade de enclausuramento até a saída; -
-
Possuir antecâmara ventilada por dutos de ventilação; As portas de acesso à antecâmara e à escada deverão ser do tipo
cortacorta-fogo, podendo ter resistência, cada uma, a 60 min de fogo;
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 41 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
-
Não poderá ser utilizada como depósito ou localização de
equipamento; -
Não poderá ter abertura para tubulação de lixo, eletricidade, gás,
telefone, etc...; Deve ser provida de iluminação de emergência, com fonte discriminada em planta; A iluminação natural deve ser obtida por aberturas providas de caixilho fixo, guarnecido de vidro aramado com espessura mínima de 6 mm e malha de 12,50mm2, com área no máximo igual a 0,50m2; As portas para o acesso à escada serão do tipo corta fogo de abrir -
-
-
com resistência mínima a 90 minutos de fogo; As portas abrirão no sentido da saída e a sua abertura não influirá no tráf ego ego da escada ou do acesso à saída; A escada deve ser sinalizada quanto aos seus acessos e números de -
-
pavimentos. Os lances serão retilíneos não se permitindo degraus em leque; O espelho do degrau pode variar entre 16 a 18 cm; Q uanto ao Reservatório Superior de Água esta norma especifica um mínimo para combate a incêndio de 7.200 litros. T emos então a seguinte estimativa de consumo diário: aproximadamente 1.400,00m² de área ajardinada, isso significa 2.100 litros ( 1,5 litros por m² ). Classificado por similaridade com as igrejas, temos 2,0 litros por lugar. Estimando uma média de 70 pessoas por velório e um total de seis salas de velório no projeto, temos 70 x 6 = 420 x 2 litros = 840 litros por dia. U m total diário de:2.100 + 840 = 2.940 litros, com uma reserva para três dias, teremos: 8.820 litros. No geral teremos 8.820 + 7.200 = 16.020 -
-
litros.
6.3.3 - Decreto Municipal da Prefeitura do Natal O município de Natal dispõe de uma lei antiga e desatualizada sobre
cemitérios. Um decreto municipal Nº 735 de 18 de agosto de 1965
condicionando condicionando a cemitério públicos e tradicionais.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 42 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
O Art. 1º adota uma cova funerária com dimensões de 2,20m de
comprimento por 0,80m de largura e 1,30m de profundidade. O Art. 6 declara que no recinto dos cemitérios, além das áreas
destinadas destinadas a ruas e avenidas, serão reservados espaços para a construção de capelas, depósitos mortuários e necrotérios (entenda-se como sala de preparação). A rt. 19 - É de três anos o prazo mínimo a vigorar entre duas
inumações (sepultamentos), (sepultamentos), na mesma sepultura.
6.3.4 - Decretos Municipais da Prefeitura do Rio de Janeiro 6.3.4.1 - Decreto- Lei Nº 88, 1969 A rt. 4 - Não se permitirá o estabelecimento de cemitérios particulares
cujas sepulturas sejam inferior a: b) 2.000, se cemitérios do tipo vertical.
6.3.4.2 - Decreto “E” Nº 3.707, 1970 A rt. 12 - Todo cemitério deverá possuir: I - Instalações administrativas constituídas por escritórios, almoxarifado, vestiários e sanitários de pessoal, e depósito para materiais de construção; II - Capelas para velório - uma para cada dez mil sepulturas ou fração, em se tratando de cemitérios dos tipos tradicional e parque; uma para cada mil sepulturas ou fração em se tratando de cemitério do tipo vertical; III - Loja para venda de refrigerantes e pequenas refeições; IV - Loja para venda de artigos funerários; V - Loja para venda de flores; VI - Agência Funerária; VII - Local para informações; informações; VIII - Sanitários públicos; IX - Posto de telefones públicos; X - Local para estacionamento de veículos; XI - Incinerador de lixo; lixo ; XII - Forno crematório;
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 43 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
XIII - Depósito de ossos; XIV - Sala de necropsia; XV - Pequena enfermaria; A rt. 17 - Por sepultura entende-se o lugar, no cemitério, destinado à
inumação de cadáveres. A rt. 76 - O cemitério vertical contará, além do previsto no art.12, no mínimo, os seguintes compartimentos, instalações ou locais: III - Três elevadores, dois dos quais, pelo menos, com dimensões suficientes para o transporte do féretro; IV - Gerador de energia elétrica próprio, capaz de suprir as necessidades de todo o cemitério, em caso de emergência. A rt. 77 - O cemitério vertical obedecerá ainda às seguintes exigências:
I - O pé direito de cada pavimento não poderá ser inferior a dois metros e sessenta centímetros; II - as circulações de acesso ao jazigo deverão ter no mínimo três metros de largura, dotados de ventilação. A rt. 78 - Os jazigos deverão obedecer, internamente, as seguinte
dimensões mínimas: I - largura: oitenta centímetros II - altura: sessenta centímetros III - comprimento: dois metros e trinta trinta centímetros Parágrafo Único - Os jazigos poderão ser sobrepostos e justapostos, de modo a formar um conjunto, obedecida as seguintes características: a - A sobreposição poderá ser no máximo quatro jazigos por pavimento. b - A justaposição poderá ser no máximo vinte e cinco jazigos c - A cada vinte e cinco jazigos justapostos deverá ser prevista a circulação de acesso.
6.3.4.3 - Decreto Nº 7.914, 1988 P arágrafo a rágrafo único . No caso de cemitério vertical, a previsão será de uma vaga para cada 300,00m2 (trezentos metros quadrados) de área construída e ocupada por sepultura.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 44 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
6.3.4.4 - Decreto Nº 20.061, 2001 A rt. 8º - A Concessionária e as permissionárias prestadoras prestadoras de serviços funerários terão que possuir, no mínimo, dois veículos apropriados para remoção do corpo cadavérico humano. 6.3.5 - Decretos Municipais da Prefeitura de Belo Horizonte. Lei N. 6725, 1994 A rt. 23 - A inumação do cadáver poderá ser substituída pela sua
cremação nos termos e condições estabelecidos nos artigos seguintes. A rt. 24 - Só poderá haver cremação nos casos em que não houver dúvidas quanto à causa mortis e absoluta insuspeição, por parte das autoridades policial ou judicial competentes, de que ela tenha decorrido de ação criminosa. A rt. 25 - Será cremado o cadáver: I - daquele que houver houver demonstrado esse desejo, por instrumento público ou particular; II - se a família do morto assim o desejar, desde que o de cujus não haja feito declaração em contrário, por uma das formas a que se refere o item anterior. A rt. 28 - Os restos mortais, após a regular exumação, poderão se incinerados, mediante consentimento consentimento expresso da família do de cujus. A rt. 29 - As cinzas resultantes da cremação do cadáver ou incineração de restos mortais serão recolhidas em urnas e estas guardadas em nichos.
6.3.6 - Conselho Nacional de Meio Ambiente
D isciplina os processos de tratamento térmico de resíduos e outros
materiais. Seção IV. Crematórios T odo sistema crematório deve ter, no mínimo, a câmara de combustão
e a câmara secundária para queima dos voláteis.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 45 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
P arágrafo arágrafo 1º.
A câmara secundária deverá operar à temperatura
mínima de 800º C, e o tempo de residência do resíduo em seu interior não poderá ser inferior a 1s (um segundo). P arágrafo 2. O sistema só pode iniciar a operação após a temperatura
da câmara secundár ia atingir a temperatura de 800º C. O s corpos, fetos ou as peças anatômicas recebidas no crematório
deverão ser processados, preferencialmente, no prazo máximo de 08 (oito)
horas. P arágrafo único: Na impossibilidade de processamento no prazo
estabelecido no “caput”, os corpos, peças ou fetos deverão ser mantidos em
equipamento com refrigeração adequada.
6.4 - Programa de Necessidades Este programa de necessidades se deu com base nas Legislações
Específicas e nas pesquisas realizadas via Internet e também visitas in loco realizadas ao Cemitério Morada da Paz e a Funerária São Francisco em Natal,
bem como os estudos de caso avaliados anteriormente. anteriormente.
Estacionamento Externo: 50 vagas. Guarita
Estacionamento Estacionamento Interno: 36 vagas.
Setor Visitantes:
Atendimento Lanchonete Floricultura
Ossuário: ambiente destinado às ossadas.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 46 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Capela/ Sacristia: pode funcionar como a sétima sala de velório.
Salas de Velório: seis salas. Repouso Familiar: seis salas. Enfermaria. Sala de Urnas e Ataúdes: catálogos dos modelos oferecido s. Escada BWCs Varandas Elevadores Jazigos
Columbário: pavimento pavimento destinado às urnas com os restos cremados. Lanchonete Mirante: no último pavimento.
Setor Serviços:
Garagem Depósito BWCs funcionários
Estar de funcionários Serviço/ Lavanderia Espera Preparação/ Preparação/ Higienização: embalsamamento, lavagem, conservação
dos defuntos. Sala do Cremador: cremação e separação dos restos cremados. Elevadores Gerador Depósito de Lixo Casa de Gás: fonte de combustível para o Forno Cremador. TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 47 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Setor Administração:
Recepção Almoxarifado/ Arquivo Administração Diretoria WCs Informática: Monitoramento do prédio com câmeras de segurança; transmissão das imagens de velórios via Internet; Arquivamento eletrônico
geral (cadastro dos sepultados, ossadas e urnas). O In Memorian Cemitério Vertical e Crematório conta com seis
pavimentos diferenciados diferenciados e 21 andares. Á rea do Terreno com 5.477,27m².
6.5 - Definições de Partido
P rocurou-se rocurou-se apoiar a atividade do In Memorian Cemitério Vertical e
Crematório com os estacionamentos externos a Leste e a Oeste. Optamos por recuar o conjunto e obtermos com isso uma área de estacionamento frontal e interno. Desta forma poderíamos ter uma edificação com mais suporte ao
urbanismo local, proporcionando proporcionando uma área externa mais usual e visível. O s acessos de automóveis encontram-se a Norte e a Sul, sendo de
entrada de serviço e principal, respectivamente. O acesso do visitante se dá pela entrada social ao Sul, passando pelo estacionamento interno até a passarela de entrada. Tentando valorizar a entrada do visitante que teria a vista da passarela de entrada em meio às árvores e palmeiras assim que transpusesse o estacionamento.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 48 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
N o Pavimento Térreo (Figura 34) os cômodos mais ao Norte são
setores de serviço e de administração. Na parte Sul da edificação, neste
pavimento, ficam os setores de visitas e lanches.
Figura 34: Planta do Pavimento Térreo. In Memorian. LEGENDA: 11-Entrada/ Passarela; 2-Espelho d´água; 3-Lanchonete; 4Ossuário; 55- Atendimento; 7-Administração; 88-Serviços. Atendimento; 6-Capela; 7Fonte: Elaboração do Autor. P ara proteger o Ossuário dos incômodos solares, já que este ambiente
fica a Oeste, tomou-se como partido a proteção com pérgulas de ponta a ponta do ambiente. O Paisagismo é um ponto em destaque no Pavimento Térreo. A
predominância de gramíneas no solo e árvores de folhagem perene são uma
opção neste sentido. As palmeiras também devem fazer parte do conjunto. N o Primeiro Pavimento (Figura 35) alguns ambientes se interligam diretamente com o Pavimento Térreo, é o caso do mezanino da Lanchonete e do Ossuário. N este pavimento adotou-se a idéia de salas de velórios precedidas de halls de circulação. A preocupação com entradas e saídas de ar pelas varandas fica notório.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 49 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Figura 35: Planta do Primeiro Pavimento. In Memorian. M emorian. LEGENDA: 11-Varanda; 22-Lanchonete; Lanchonete; 33-Ossuário; 44-Vazio; 55-Velório. Fonte: Elaboração do Autor. O s vazios funcionam como ampliadores da noção de perspectiva que
se pretendia obter de um pavimento ao outro e também da interação entre os
mesmos. S ão quatro os Pavimentos-tipo (Figuras 36, 37, 38 e 39), dois
pavimentos essencialmente de jazigos, um terceiro pavimento destinado às urnas com os restos cremados e um último pavimento, e mais alto, com duas
salas de velório, jazigos e lanchonete. O formato em cruz do pavimento-tipo pavimento-tipo - com vinte an dares - foi uma simbologia cristã que se adotou no conjunto. Já que este símbolo é tão marcante para o cristianismo e que a solução encontrada correspondia ao planejamento planejamento inicial, houve um excelente encontro. A diferença entre os dois pavimentos-tipo destinados aos jazigos está na posição das jardineiras e o formato do vazio central.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 50 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Figura 36: Planta do Pavimento Tipo Andares Pares. In Memorian. LEGENDA: 11-Vazio; 22-Circulação; 3-Jardineira; 44 -Jazigos Completos; 5-Jazigos 5-Jazigos Simples; 66 -Elevadores; 77-Escada. Fonte: Elaboração do Autor.
Figura 37: Planta do Pavimento Tipo Andares Ímpares. In Memorian.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 51 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
LEGENDA: 1-Vazio; 2-Circulação; 3-Jardineira; 4-Jazigos Completos; 5-Jazigos 5-Jazigos Simples; 66 -Elevadores; 77-Escada. Fonte: Elaboração do Autor.
Figura 38: Planta do 20 Pavimento - Columbário. In Memorian. LEGENDA: 11-Vazio; 22-Nichos para as Urnas Cinerárias; 3 -Estar; 44Elevadores; 5-Escada. Fonte: Elaboração do Autor.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 52 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Figura 39: Planta do 21 Pavimento. In Memorian. LEGENDA: 11-Vazio; 22-Lanchonete/ Mirante; 33-Repouso Familiar; 4Velório; 5-Elevadores; 5-Elevadores; 6-BWCs; 6-BWCs; 77-Escada. Fonte: Elaboração do Autor.
6.6 – Funcionalidade Cemitério Vertical e Crematório tenta aliar a funcionalidade com o conforto ambiental e a plasticidade. Desta forma a O In
Memorian
racionalização do projeto iniciou-se com a resolução dos problemas e as ordens funcionais exigentes num projeto desta natureza. Com as definições de partido tomadas, já citadas anteriormente,
restava aliar as idéias iniciais do Partido Arquitetônico com os quesitos quesit os funcionais e desta forma obter um projeto de boa qualidade. P ara esse fim foram analisados três quesitos importantes para o bom
funcionamento de um complexo com essas características. São eles: O fluxo dos visitantes; O fluxo dos ataúdes e as Circulaçõe s.
6.6.1 - Fluxo dos Visitantes
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 53 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
P riorizamos as distinções entre: as circulações dos visitantes das
circulações dos ataúdes (caixões). Portanto, temos uma entrada social, pela
Guarita, e outra entrada de serviço ao Norte. D esta forma o visitante tem um caminho que vindo de automóvel ou a pé é obrigatória a passagem pelo estacionamento interno devidamente arborizado e sempre verde, percebendo primeiro o paisagismo que faz parte do conjunto. P osteriormente, dirige-se a passarela de entrada, passando pelo espelho espelho d’água, jardins e Floricultura, chegando ao Atendimento. No Atendimento o visitante se informará sobre qual andar deverá se dirigir. Se pretende ir a uma das Salas de Velório, visitar algum jazigo, visitar o Ossuário, visitar o Columbário. Desta forma o funcionário pode informá- lo rapidamente ou acessar o terminal de computador, onde estão os arquivos, e pesquisar. Informando qual o pavimento encontraencontra -se a sepultara procurada. Caso o visitante deseje dirigir-se a algum velório deverá caminhar até
a Escada ou Elevadores. Chegando ao Primeiro Pavimento o visitante pode aproveitar os espaços de convívio, as circulações e as varandas. Neste pavimento também estão localizados - além dos velórios - BWCs adaptados para portadores de deficiência, Enfermaria, Repousos familiares, Lanchonete com mezanino e Ossuário. Caso
o
visitante
desejasse
falar
com
a
Administração
do
empreendimento ou desejasse escolher qual a urna ou ataúde para a família
ou mesmo quisesse ir à Capela, o faria logo após o Atendimento, caminhando. caminhando. P ara visitar qualquer jazigo o visitante dirige-se ao pavimento pelos Elevadores Sociais. Os pavimentos-tipo são dotados de circulações abertas, cuja sensação de confinamento é drasticamente reduzida, além disso, proporciona proporciona uma vista panorâmica do local.
6.6.2 - Fluxo dos Ataúdes A entrada de serviço, ao Norte, é o ponto de chegada dos defuntos que
vindos do Hospital ou das residências devidamente documentados com o Atestado de Óbito, expedido por um médico registrado, são transportados da
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 54 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Garagem através de maca para a Espera ou a Sala de Preparação e Higienização. N a Espera aguarda-se o momento do Velório, caso já estejam prontos
os detalhes da cerimônia. De outra forma, se o defunto não vier devidamente preparado para o sepultamento ou o velório, será preparado na Sala de Higienização onde ocorrerá o embalsamamento, caso necessário, a lavagem
do corpo e a colocação das vestimentas. O tipo de embalsamamento decorre dos objetivos a que se pretende alcançar. Por exemplo, se o sepultamento ocorre até poucas horas da morte ou se o defunto precisará percorrer longas distâncias até o local do sepultamento, sepultamento, o embalsamamento embalsamamento será diferenciado e adequado aos fins. P reparações à parte, um funcionário conduzirá o ataúde pelo Elevador de Serviço até as Salas de Velório. Posteriormente para o jazigo prédeterminado ou para a Sala do Cremador. O s Velórios Crematórios estão equipados com monta-cargas que quando acionados conduzem o ataúde até a Sala do Cremador, logo abaixo. Como a cerimônia de cremação está mais determinada aos horários, a finalização da mesma com o acionamento do monta-carga que levemente descerá, torna este momento marcante já que as despedidas seguem até este momento, daí em diante a cremação, na Sala do Cremador, acontecerá.
6.6.3 – Circulações A s circulações horizontais neste projeto se fazem de um modo peculiar
da maneira em que estão colocadas. No Pavimento Térreo e no Primeiro o eixo de circulação dos visitantes se faz pelos átrios criados pelos vazios, de onde se pode perceber o movimento de um pavimento ao outro. D esta forma, os ambientes têm em comum um grande hall de circulação de onde podem partir para outros locais. A s circulações verticais que são os Elevadores Sociais, Elevadores de Serviço e a Escada de Emergência, estão dispostas a atender com facilidade tanto os visitantes quanto aos funcionários. A Escada de Emergência está em conformidade com as Normas do Corpo de Bombeiros. Possui Ante-câmara, portas corta-fogo, esquadrias com
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 55 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
vidro aramado e o formato da escada atende as diretrizes específicas como a
altura do espelho e o comprimento do piso. O s Elevadores Sociais (duas unidades) são de modelo padrão da
Elevadores Otis, correspondente ao modelo ADV-1210 ADV-1210-9C. -9C. Comporta 12 pessoas e mantêm uma velocidade de 1,0m/s com acionamento de porta
corrediça com abertura central. O s Elevadores de Serviço destinam-se ao transporte dos ataúdes e comportam, além do ataúde logo acima da maca, um a três pessoas ou funcionários que porventura possam seguir no mesmo momento. Este modelo não segue nenhum padrão dimensional da Elevadores Otis, contudo pode ser encomendado facilmente, elevando o preço do equipamento a até 30% de um modelo semelhante constante no catálogo do fabricante.
6.7 - Conforto A s condicionantes climatológicas, para este projeto, levaram em
consideração às mesmas condicionantes da capital do estado, já que não se dispunha de dados referentes a cidade de Parnamirim. Pela proximidade das duas cidades, esses dados climatológicos devem corresponder muito próximos uns dos outros, não chegando a comprometer as análises feitas. N a região dispomos de clima quente e úmido com temperaturas mais
amenas à noite e brisa constante durante todo o dia e à noite. D esta forma podemos nos orientar pelas seguintes diretrizes, com
base no Método Mahoney (1998) para uma boa relação da arquitetura com o clima, são elas: Os edifícios, preferencialmente, devem estar orientados para Norte-Sul, Norte-Sul, com o maior eixo para Leste-Oeste; Devem haver espaços abertos para penetração das brisas vindas do Sudeste; Aproveitar o movimento permanente do ar direcionando uma ventilação cruzada; Paredes leves porém isolantes; Coberturas leves porém isolantes; Necessidade de proteção contra chuvas. O estudo da insolação inicialmente foi derivado a insolação incidente
nas quatro faces do terreno (Figura 40), para que assim pudéssemos perceber e zonear adequadamente os ambientes, bem como planejar proteções ou
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 56 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
aberturas nas direções corretas. Desta forma percebemos que a face Oeste é a mais castigada pelo Sol, recebendo insolação durante todo o ano nos períodos vespertinos, daí a indicação de elaborar uma parede cega, no Ossuário, e pergolado no intuito de barrar os raios solares e projetar sombra
no restante dos pavimentos térreo e primeiro.
Figura 40: Cartas solares incidentes nas faces do terreno. In Memorian. Fonte: Elaboração do Autor. É sabido que o fenômeno da renovação de ar no interior dos edifícios
se dá pela diferença de pressão, “...quando o vento incide em um edifício, dá origem,
na
superfície
externa
do
mesmo,
a
zonas
de
sobrepressão
e
.” subpressão, isto é, pressões maiores ou menores do que a atmosférica .” (TOLEDO,1999, p-93). Desta forma a direção dos ventos nas edificações segue a direção das zonas de alta pressão para as zonas de baixa pressão (Figura 41) e quanto maior a diferença de pressão, maior a velocidade do vento no percurso.
Figura 41: Direção dos ventos dominantes. Zonas de pressão. In Memorian. TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 57 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Fonte: Elaboração do Autor. P ortanto, foi levando estas diretrizes em consideração que as
aberturas, principalmente no Primeiro Pavimento, foram localizadas para a direção dos ventos (zonas de alta pressão), no caso do terraço e da varanda, são maiores que as aberturas de saídas de ar (zonas de baixa pressão) fazendo com que a velocidade dos ventos aumente no interior do pavimento. Os vazios, principalmente o que percorre toda a Torre, também proporcionam espaços para a circulação livre dos ventos predominantes.
6.8 - Estrutura O sistema construtivo adotado na construção deste projeto segue os
padrões atuais de mercado. Alvenaria de tijolos para as paredes divisórias, concreto armado para a estrutura portante e lajes pré-moldadas ou lajes nervuradas, isso a depender do vão a ser vencido. O s jazigos nos pavimentos da Torre podem ser pré-moldados e
fabricados em outros locais. Podem ser construídos em argamassa armada para que as secções sejam reduzidas. A lguns erros de projeto referente a não compatibilização entre Sistema
Estrutural e Projeto de Arquitetura são, algumas vezes, detectados no canteiro de obras. Desta forma as modificações corretivas se tornam onerosas financeiramente financeiramente e muitas vezes inviáveis estrutural ou arquitetonicamente. Com o intuito de corrigir erros e aplicar um lançamento estrutural correto foi necessário o auxílio de informações mais detalhadas e específicas da Engenharia. Portanto, o lançamento estrutural da Torre de 21 andares foi auxiliado pelo Eng Calculista Márcio Dantas de Medeiros, formado pela UFRN e Mestre pela UNICAMP. Ficou recomendado o dimensionamento dos pilares com dimensões de: 45x70cm; 45x120cm e 30x120cm. Num total de 24 pilares para a Torre com vãos livres de até 12,75m. P ortanto, devido aos grandes vãos ficou decido por um sistema de lajes que correspondesse em segurança a esses requisitos. Desta forma
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 58 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
optou-se optou-se por Laje Nervurada, modelo ATEX 900 com altura total de 50cm. Vigas de Boço também foram especificadas com 60cm de altura para os menores vãos e 120cm para os quatro maiores vãos da estrutura que se encontram nas extremidades. A s Formas e Especificações da Atex do Brasil são indicativas de um
processo seguro e viável. As maiores vantagens das lajes nervuradas são a aplicação de vãos maiores que os usuais; a liberdade da aplicação de layouts diferenciados, já que o posicionamento das paredes não está amarrado às vigas presentes na estrutura convencional. convencional.
6.9 - Acabamentos Foi pensado um padrão de acabamento sofisticado para o In
Memorian, de modo a demonstrar mais sofisticação e simplicidade ao mesmo tempo. O uso de materiais comuns no mercado regional seria uma boa
escolha, como, por exemplo, o piso do arruamento interno seria em bloquetes de concreto que além de resistentes, são também de fácil montagem. P ara o piso nas áreas internas, especificamos porcelanato. Os
banheiros públicos podem dispor dessas mesmas peças. Já os banheiros restritos aos funcionários podem receber cerâmica com resistência PEI 4 mas
com padrão inferior ao porcelanato. A s paredes recebem tinta PVA látex, em cores a escolher. O forro utilizado para todo o conjunto nas áreas de visitantes é em lambri de madeira devidamente lixado e impermeabilizado. impermeabilizado. A s portas mais simples são laminadas e outras em vidro temperado, como é o caso das portas nas Salas de Velório. As janelas e brise-soleils são em alumínio preto com película reflexiva na cor cinza. Também seria utilizado esquadria tipo pele de vidro no Ossuário e na Lanchonete.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 59 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Para o revestimento externo nas fachadas propomos a utilização de cerâmica 10x10cm nas cores branca, amarela e cinza de acordo com as vistas das perspectivas. (Figuras 42 e 43).
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 60 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Figura 42: Vista do In Memorian a partir do estacionamento interno.
Fonte: Elaboração da perspectiva por Glênio Leilson com base no projeto do Autor.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 61 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Figura 43: Vista do In Memorian.
Fonte: Elaboração da perspectiva por Glênio Leilson com base no projeto do Autor.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 62 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
6.10 – Paisagismo D evido a grande área verde que o projeto proporciona bem como a
grande quantidade de jardineiras nos pavimentos elevados é importante que
se proponham diretrizes quanto ao paisagismo a ser adotado no conjunto. É preferível o uso de folhagem sempre verde e rasa. No caso do Pavimento Térreo existem grandes áreas para gramíneas, optando-se pela Grama Esmeralda. P ode-se ode-se compor o cenário com árvores caducas e arbustos. Propomos
então a Sucupira e Palmeira Imperial para o Estacionamento Interno. O uso de arbustos floridos como Hibiscos Brancos e Amarelos podem trazer mais cores ao local. N o Estacionamento Externo, ficamos com a Palmeira Imperial e nas áreas remanescentes de canto o Pereiro como árvore caduca. N as jardineiras da Torre podemos utilizar Alamandas Amarelas que
ficam pendentes no parapeito das jardineiras, e além de resistentes são de fácil manutenção.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 63 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
7.0 –
REFERÊNCIAS
/www.allcrem.com/> Acesso ALL CREMATORY. Disponível em: < http:/ /www.allcrem.com/> em 30 jan. 2002. ATEX DO BRASIL. Disponível em: < http://www.atex.com.br> Acesso em 23 jul. 2002. BARBOSA, Padre Dimas Lara. Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Secretário do Instituto Nacional de Pastoral. Re: Sobre a cremação . [mensagem
pessoal].
Mensagem
recebida
por:
<
[email protected] > em 14 de mai. de 2002. BELO HORIZONTE. DecretoDecreto-lei n. 6725, de 1994.
BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente, 2002.
CANUTO, Jeane Fialho. O Cemitério do Alecrim: uma análise das representações da morte em Natal . Natal, 2002. Monografia (Graduação) -
Curso de História, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. CASCUDO, Luís da Câmara. Câm ara. História da Cidade do Natal . 3. ed.
Natal: Instituto Histórico e Geográfico, 1999. CEMENTERIO
PARQUE
VALLES
DEL
TUY.
Disponível
em:
Acesso em: 03 de jul de 2002. CREMATÓRIO
METROPOLITANO.
Disponível
em:
Acesso em 20 mar. 2002. D’ASSUMPÇÃO, Evaldo A. Diálogo Médico. Tanatologia e o Doente Terminal. In: Diálogo Médico . Ano 10. n.2 1984.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 64 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
DA MATA, Rucélia ; RUBENS, Antônio. Cemitério Parque . Natal, 1993.
Monografia
(Graduação).
Curso
de
Arquitetura
e
Urbanismo,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
ELEVADORES OTIS. Manual do Projetista . 7. ed. Nov. de 1996. GEBARA, Michelle dos Santos. Crematório . Natal, 1999. Monografia (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IBGEIBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2000. LOPES, Brenda; BARCELLOS, Daniella; CARVALHO, Kelly; LISBOA, Nossa Senhora Senhora da Apresentação . Natal, 2002. Mariana. I greja Ma triz de Nossa
Trabalho de Disciplina (Teoria e História da Arquitetura Brasileira e Urbanismo I) - Curso de Arquitetura e Urbanismo. Universidade Universidade Potiguar. MEMORIAL
CEMITÉRIO.
Disponível
em:
Acesso em 23 fev. 2002. MEMORIAL
DO
CARMO.
Disponível
em:
Acesso em 12 jan. 2002. MEMORIAL
VICENTINO.
Disponível
em:
http://www.memorialvicentin morialvicentino.com.br/ o.com.br/> > Acesso em 17 jan 2002.
CEMITÉRIO
VERTICAL.
Disponível
em:
> Acesso em 05 jan 2002.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 65 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
NATAL. Decreto-lei n. 735, de 18 de agosto de 1965. Aprova o Regulamento dos Cemitérios Públicos de Natal e dá outras providências. Diário Oficial do Município ,
p.06, 11 de set. de 1965.
OEI - Organización de Estados Iberoamericanos Para la Educación, la Ciencia
y
la
Cultura.
Disponível
em:
Acesso em: 11 de jul de 2002. PARNAMIRIM. Plano Diret or . Prefeitura Municipal de Parnamirim, 2000. REIS, João José. O cotidiano da morte no Brasil oitocentista. In: ALENCASTRO, Luís Felipe de (Org.) História da vida privada no Brasil . São
Paulo: Companhia das Letras, 1999. v. 2. RIO DE JANEIRO. Decreto “E” n. 3.707, de 1970. Disciplina a criação,
construção e funcionamento de cemitérios tipo tradicional, parque e vertical. RIO DE JANEIRO. Decreto n. 20.061, de 2001. RIO DE JANEIRO. Decreto n. 7.914, de 1988. RIO DE JANEIRO. Decreto-lei n. 88, de 7 de ago. de 1969. Dispõe sobre a criação de cemitérios particulares, dá outras providências. 5 de dezembro de 1968. RIO GRANDE DO NORTE. Lei n. 4.436, de 1974. Normas de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico . Comando do Corpo de
Bombeiros. Polícia Militar.
RIO RIO GRANDE DO NORTE. Município .
Relatório
da
Caracterização
do
Plano Diretor. Prefeitura Municipal de Parnamirim. Secretaria de
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 66 de 67
in Memoria ian C E M I T É R IO IO V E R T I C A L E C R E M A T Ó R I O
Estado do Turismo. Programa de Ação para o Desenvolvimento do Turismo. Parnamirim, 1999. SANTOS FILHO, Lycurgo. Medicina no período imperial. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de (Dir.) História da civilização brasileira . São Paulo:
DIFEL, v. 2. SCHILLING, Fernando. Re:_Informações_CORTEL. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por: < [email protected] [email protected]> > em 22 de mar. de 2002. SENSURSENSUR-Secretaria de Serviços Urbanos. Prefeitura da cidade do Natal, 2002. SILVA, Edmar da. Titular de História. Universidade Estadual de Goiás. Jornal O Popular . Coluna Opinião. 2 de nov de 2001. Disponível em :
, />, , . Acesso em 02 mar. 2002. TOLEDO, Eustáquio. Ventilação natural das habitações . Maceió:
EDUFAL, 1999. TÚMULOS são testemunhas da história. Tribuna do Norte , Natal, 02 de nov. de 2001. VALLE, Waldo Lima do Valle. Morrer... e depois? : como vivem os que morrem. João Pessoa: A União, 1997.
TFG : ARQUITETURA E URBANISMO :: UFRN :: ADRIANO RODRIGUES MOTA FREIRE
Página 67 de 67