A Revolução do Simples Por Guenji Ymayuki Adaptado de: Rainer, Thom S. e Geiger, Eric, Simple Church . Muitos pastores vivem o drama de estarem sobrecarregados com excesso de compromissos e programações da igreja e, ao mesmo tempo, frustrados em não sentir que vidas são efetivamente transformadas por não conseguirem alcançar modelos ideais de ministério e de igreja. Os autores do livro “Igreja Simples” propõe não uma nova programação a competir por uma brecha no calendário cheio de um pastor, mas uma eliminação delas, a fim de obter um processo de discipulado simples. A tese do livro é que, baseada em pesquisas com igrejas norte-americanas, há uma forte correlação entre uma igreja vibrante/viva e a simplicidade do seu processo de discipulado. O mundo dos negócios tem buscado a eficiência na simplicidade; por exemplo, a tela limpa do iPod ou o minimalismo do Google, em contraste com páginas carregadas do YAHOO! ou MSN. Entretanto, a proposta não é a igreja imitar a cultura, cuja complexidade maior, em realidade, tem produzido uma geração sobrecarregada de informações e que anseia pela simplicidade. “Precisamente porque as coisas são tão intensas e fora de controle é que as pessoas respondem ao simples. A sobrecarga e a complexidade da vida tornam to rnam o simples uma qualidade qualidade a desejar” . Ao contrário, esta percepção é intuitivamente partilhada pelas igrejas simples e vibrantes, pois é a maneira como Deus trabalha. Jesus revolucionou ao sumarizar 613 leis judaicas em apenas duas (Mt 22:37-40). Ele limpou duas vezes o Templo de entulhos. Entulhos que impedem as pessoas de terem um encontro com a simples e poderosa mensagem de Cristo. Muitas igrejas são como fariseus, sepulcros caiados. Pastores admitem que suas igrejas sobrecarregadas estão sem vida. Falta direcionamento direcionament o ao calendário entulhado de atividades, que tem tido cada vez menos impacto. Freqüentemente, uma grande quantidade de atividades não produz mudança de vida, mas apenas a impressão de que algo está acontecendo, como se houvesse vida. Muitos líderes de igreja sofrem de esquizofrenia espiritual – espiritual – falta identidade. Renunciaram ao modelo de simplicidade bíblica em favor de diferentes métodos e filosofias, muitas vezes conflitantes entre si. A palavra “simples”, porém, não significa “fácil”. Um ministério m inistério sempre será complicado e difícil, pois as pessoas são complicadas e difíceis. A liderança
local é sempre desafiadora. Mas a estratégia de igreja não precisa ser necessariamente complicada. Como líder de igreja, o pastor deve ser um projetista – projetista – arquitetar oportunidades de crescimento espiritual dos membros – membros – e não um executor de programas – programas – que focam apenas num programa de cada vez. O objetivo deste é fazer de cada programa o melhor. O foco daquele, ao contrário, é o resultado final, num quadro mais amplo do conjunto das atividades. Como construtor experimentado, Paulo exorta os líderes de igreja a projetar um ambiente que proporcione mudança de vida (I Co 3:10). Para se ter um processo simples de discipulado, ele deve ser claro, deve mover naturalmente pessoas à maturidade, deve estar plenamente integrado inte grado à sua igreja e deve estar livre de entulhos que o podem cercar, eliminando-se sistematicamente atividades desnecessárias. Uma Comparação
Da ampla amostra de igrejas, escolheram-se duas representativas a fim de confrontá-las. Igreja Complexa Igreja Simples Características Sólida reputação na comunidade; Igreja ainda desconhecida; Equipe talentosa e carismática; Equipe desconhecida; Movido a grandes eventos, como Crescimento acelerado nos últimos Programa de Natal; anos; “Estabilização” dos números nos As pessoas experimentam Cristo e últimos 5 anos; têm permanecido na igreja; Poucos membros experimentam Os membros estão engajados em crescimento em Cristo; diversos ministérios. Mudança de oficiais sem grandes tumultos; Há certo incômodo com a situação de marasmo, sem, no entanto, haver ruptura. Declaração de Variadas, longas e confusas; Há apenas uma declaração de propósitos Cada departamento tem a sua; propósito – propósito – clara e concisa: O foco da igreja é nebuloso. “Amar a Deus, amar ao próximo e servir ao mundo” ; É reforçada sistematicamente. Pastor Frustração implícita, apesar do esforço Ministério consistente com o de manter controle emocional; propósito; Cansado das atividades da igreja; O propósito é o próprio processo de Percepção de que a igreja segue discipulado; direções divergentes; Sonho biblicamente original: fazer Medo de esfriar entusiasmo isolado ao discípulos. interferir; Não sabe COMO a igreja pode alcançar O QUE Deus pede dela. Liderança Não internalizou a declaração de Internalizou o propósito da igreja; propósitos da igreja; Freqüentemente relembrado; Não está unida num propósito único; Compromisso com a simplicidade Não sabe como é o processo de do processo de discipulado. discipulado de sua igreja – igreja – ocorre mais por acidente.
Programações
Definição de Calendário
Medição de Números Novas Idéias
Eleição de Oficiais
Anúncio
Muitas atividades e cultos múltiplos: 8 Programa como instrumento de grandes programas semanalmente; crescimento no discipulado; Competição entre departamentos; Apenas 3 grandes programas Não há um claro ponto inicial do semanais: discipulado; Culto semanal: ajudar a “amar a Falta de conexão entre programas; Deus”; A programação é um fim em si Pequeno Grupo: ajudar a “amar o mesmo; próximo”; Grandes eventos que consomem Ministérios: ajudar a “servir ao tempo e energia; mundo” Importância na tradição. Maior parte do tempo disputando Maior parte do tempo discutindo a datas. programação semanal – se ela está cumprindo seu propósito no processo de discipulado. Número de presentes em cada Número de membros que estão em programa; cada estágio de crescimento no discipulado; Visão vertical – visão isolada. Visão horizontal – visão colateral. Cria-se uma nova atividade; Insere-se na programação existente; Nova programação. Nova oportunidade. Melhor equipe possível; Primeiramente comprometidos com Pressuposição: “quanto melhor, maior o processo de discipulado; impacto”; Convicção na importância do Desunião; processo e liberdade e Choque de filosofia de trabalho, por criatividade ao implementá-lo; mais que haja unidade teológica. Muitos anúncios; Breve; Múltiplas opções de atividades. Basicamente atividades relacionadas com etapas do discipulado.
Segundo a definição dos autores, uma Igreja Simples é “uma congregação projetada em torno de um processo estratégico e objetivo que move as pessoas através dos estágios de crescimento espiritual” . A igreja simples compreende que as pessoas estão em diferentes níveis na sua jornada espiritual, e que o crescimento espiritual é um processo. A igreja foi elaborada para que, em parceria com Deus, mova pessoas através dos diferentes estágios de transformação espiritual. Muitas igrejas, infelizmente, não foram estruturadas ou perderam de vista essa finalidade. A Pesquisa
O trabalho de Rainer e Geiger foi dar um embasamento científico às suas percepções empíricas através de uma ampla pesquisa de campo. A constatação, a priori, foi de que nas igrejas existe uma forte correlação entre ser simples e ser efetivo, ou seja, aquelas que se estruturam de maneira simples e objetiva em torno do processo de discipulado são as que têm mais vitalidade.
Foi então criada uma metodologia para se avaliar esse processo de discipulado. Uma vez constatado que realmente as igrejas vibrantes possuíam um processo simples, percebeu-se a presença consistente de quatro elementoschave: clareza, movimento, alinhamento e foco. A pesquisa foi conduzida em duas fases. Em ambas as fases, as amostragens de igrejas foram separadas em dois estratos: igreja vibrante/em crescimento, cujo parâmetro é ter registrado um crescimento no comparecimento ao culto de no mínimo 5% ao ano, durante os últimos três anos consecutivos, e igreja de comparação/sem crescimento, cujo parâmetro é ter tido crescimento menor que 1% no mesmo período de três anos. Infelizmente, a pesquisa mostrou que apenas 2% das igrejas nos EUA podem se classificar no primeiro estrato. Na primeira fase, foram escolhidas somente congregações da Igreja Batista do Sul. Das que retornaram resposta, 163 foram classificadas no estrato vibrante/em crescimento, e 153 no estrato de comparação/sem crescimento. Esta opção se deve ao fato de que uma avaliação dentro de uma mesma denominação proporciona comparações qualitativas. Outra razão é pelo fato de a Convenção Batista do Sul ser a maior denominação americana, o que permite abranger variações geográficas e culturais. Além disso, o modelo congregacional dessa denominação possibilita que cada igreja local adote modelos distintos de gestão. As igrejas vibrantes obtiveram sistematicamente melhor pontuação que as igrejas de comparação (85 x 69, respectivamente numa escala de 20 a 120). Na segunda fase, aproximadamente 100 igrejas representativas das diversas igrejas evangélicas foram convidadas a participarem, obtendo-se igualmente 44 igrejas para cada estrato de comparação. Curiosamente, essa fase produziu resultados que melhor corroboram a tese da Igreja Simples (87 x 62, respectivamente numa escala de 20 a 120). Essa dupla constatação reforça a necessidade de as igrejas efetuarem uma revolução a fim de se tornarem simples. Essa diferença de pontuação foi verificada também na avaliação dos quatro elementos chaves de um processo simples. Assim, uma definição mais detalhada seria que “Igreja Simples é projetada em torno de um processo estratégico e objetivo que move pessoas através dos estágios de crescimento espiritual. A liderança e a igreja são claras sobre o processo (clareza) e estão comprometidos em executá-lo. O processo flui logicamente (movimento) e está implementado em cada área da igreja (alinhamento). A igreja abandona tudo que não faz parte do processo (foco)” . A Reforma de Ezequias
Segundo Reiner e Geiger, o rei Ezequias foi um revolucionário em favor do simples. Ele era extremamente focado em remover entulhos da vida
espiritual. Ele trouxe o povo de Deus de volta ao Senhor através de uma grande reforma. Primeiramente ele removeu os lugares altos e os postes ídolos a Astarote (II Rs 18:4). Ele simplesmente jogou fora entulhos de deuses que competia pela atenção do povo. Eliminar ídolos pagãos é um ato compreensível e até desejado mesmo para os adoradores nominais de Deus contemporâneos a ele. Entretanto, o que Ezequias fez além foi algo mais radical, algo que muitos líderes de igreja teriam dificuldade de fazer. Ele destruiu a serpente de bronze de Moisés. Uma serpente que foi moldada pelo grande líder, instruído pelo próprio Deus. Ela representava a salvação para as pessoas mordidas pelas cobras peçonhentas (Nm 21: 6-8). Mas o rei se livrou da serpente porque se tornara um entulho; um entulho pois as pessoas passaram a adorá-la, desviando a atenção do Salvador real. O que era algo bom se tornara um ídolo. Em muitas igrejas, instrumentos originalmente criados para dar vida tornaramse entulhos. Programas se tornaram um fim em si mesmos. Para Ezequias, eliminar serpente de bronze não foi uma decisão popular, especialmente em meio a religiosos fincados na tradição. Assim também, reformas profundas em meio ao povo de Deus são difíceis. Mas o ato de Ezequias agradou a Deus, pois não houve rei como ele nem antes nem depois (II Rs 18:5). As igrejas necessitam de Ezequias modernos. Cristo já determinou que as portas do inferno não prevaleceriam sobre Sua igreja (Mt 16:18). A questão não é se vamos vencer ou não, mas o quanto temos prevalecido sobre o reino das trevas. Entre a timidez de muitas igrejas, seguem três exemplos de igrejas que têm causado danos sérios às portas do inferno: Três Exemplos
–
Igreja Emmanuel Característica
Clareza
Localizada numa cidade de 16.000 habitantes, no meio do “Cinturão da Bíblia” do meio-oeste americano. Quase todos da comunidade pertencem a uma igreja. Mas esta tem avançado com vigor, dobrando a presença ao culto nos dois últimos anos. Foco ao discipulado como um processo: “Conectando, Crescendo e Servido”
Igreja Christ Fellowship Igreja multicultural com 70 nacionalidades localizada em Miami, cidade resistente ao evangelismo. Com 89 anos, é uma igreja de longa tradição. Teve apenas dois pastores no últimos 45 anos. Preferência ao statusquo.
Igreja Northpoint A igreja cresceu de um punhado de membros para 1.600 em 10 anos. Localizado em Alpharetta, ao norte de Atlanta.
Reduziu as várias “Do Hall de Entrada à declarações de propósito Cozinha” mostra o processo em uma: “Conectando-se a de crescimento em Deus, a outros, ao comunhão e ministério e aos perdidos”. comprometimento.
Movimento
Alinhamento
Foco
Tema do culto semanal sincronizado com o tema dos Companheiros da Bíblia, que, por sua vez, está ligado aos vários pequenos grupos de serviço.
Ajustou a programação semanal ao processo. O último passo não é um programa, mas um estilo de vida relacional. Uma pessoa é desencorajada a se tornar neófito se não pretende seguir o processo. Membros são encorajados a participarem de um “testdrive” de pequeno grupo de 6 semanas.
É o elemento chave da igreja. Todos estão em contínuo movimento. O “hall de entrada” é o serviço de culto. “Sala de estar” é um programa não semanal. “Cozinha” é o pequeno grupo para aprofundamento no estudo da Bíblia. Mesmo neste último nível, as pessoas são encorajadas a se movimentarem. Ministérios das crianças e Os ministérios para Todos os departamentos dos adolescentes seguem crianças, ensino usam a mesma linguagem o mesmo processo. Todos fundamental e ensino e se complementam para usam a mesma médio têm o mesmo alcançar o mesmo objetivo. terminologia. processo. O processo é ilustrado por 3 círculos concêntricos. Ao contrário das outras Eliminaram-se programas e Há excelência na execução igrejas, tem menos fundiram-se outras para dos programas, pois são programas e eventos maximizar o impacto do poucos. Em Northpoint, especiais. Apesar disso, processo. Programa social menos é mais. Eliminaramtem crescido aos estudantes foi se escola cristã, cultos no numericamente. reposicionado após o culto meio da semana, da noite de sábado. O ministérios dos homens e programa especial de Natal das mulheres, coral de foi absorvido na crianças, apresentação de programação normal do Páscoa e Natal e ministério final de semana. da recreação.
Analisar-se-ão em profundidade, a seguir, os quatro elementos chaves de um processo simples de discipulado Clareza:
Clareza é a habilidade de o processo ser comunicado e compreendido pelas pessoas. Clareza envolve certeza, e ela elimina confusão. Clareza e simplicidade andam de mãos dadas. A liderança e a igreja sabem como estruturar a igreja para que as pessoas se movam em direção ao seu crescimento espiritual. O processo (o COMO) é discutido, ensinado e ilustrado. E as pessoas entendem-no. A compreensão sempre precede o comprometimento. Além da compreensão, é necessário que as pessoas internalizem o processo. A liderança deve ser o primeiro a mostrar essa qualidade.
Clareza (pontuação média de 6 a 30 pontos)
Fase 1 (319 igrejas) Fase 2 (88 igrejas)
Igrejas vibrantes 20 20
Igrejas de comparação 15 13
Diferença 20% 29%
Paulo deixou instruções específicas para os líderes de igreja como construtores: “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, ... com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:11-12). O termo “edificação” vem do grego oikodome , um termo usado em construção. O quadro é de construção de uma casa. O chamado se refere à construção de uma vida. Esta imagem aparece em outros trechos do Novo Testamento: “Ora, como recebestes de Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graça” (Cl 2:6-7). O termo “edificados” está no particípio do presente, o que indica uma ação contínua. A casa sempre está sendo retocada. A aplicação é simples – construir vidas é uma ação contínua. É um processo. A expansão do reino de Deus é também comparada à edificação de uma casa em I Pedro 2:5 e Efésios 2:22. Em ambos os sentidos, o líder é chamado a ser um parceiro de Deus no grande projeto de construção de vidas, ao trazer pessoas a um relacionamento com Deus, fazendo-os passarem por um processo de fé. De acordo com o apóstolo Paulo, deve-se tomar seriamente esse papel (I Co 3:14). Deve-se ser cuidadoso em COMO construir. O COMO é importante. Como construtores, precisamos de uma planta. Sem a planta bem definida da casa, a construção se torna caótica. Em termos ministeriais, a planta representa o processo de discipulado. Um processo bem definido e claro, que seja compreensível a todos. Há 5 fatores chaves para se obter clareza: definir, ilustrar, medir, discutir e aumentar a compreensão a) Definir O processo não deve conter afirmações genéricas e ambíguas. Isso gera apenas confusão e frustração. Os líderes devem ter não somente o propósito (o O QUE) da igreja, mas devem definir o processo (o COMO). Para tanto, deve-se levar em conta três conceitos: - Determinar o tipo de discípulo que você deseja produzir em sua igreja – Tomando o exemplo da Igreja Simples, você quer que os seus discípulos sejam apaixonados por Deus, sejam conectados numa relação vibrante com as pessoas e sejam servos no reino de Deus. - Descreva esse propósito em forma de processo – Colocando numa ordem seqüencial, fica fácil compreender o propósito. Na Igreja Simples, a pessoa deve primeiro se comprometer em amar a Deus. Então ela se conecta numa relação vibrante com outros e, finalmente, expressa seu amor a Deus e a
outros servindo ao mundo. Essa seqüência é importante ser ressaltada e mantida. - Decida como cada programa semanal pode tomar parte no processo – Programas e ministérios são o que é visível às pessoas, e não declarações de propósitos. Portanto, a programação é que deve refletir o processo de discipulado. Na Igreja Simples, o culto ajuda pessoas amarem a Deus. O pequeno grupo ajuda pessoas a amarem outros. E as pessoas são desafiadas a servir o mundo tomando parte em algum ministério. b) Ilustrar De acordo com a pesquisa, ilustrar o processo é algo vital, para que haja uma compreensão clara por parte dos membros. As pessoas são visuais, e tendem a lembrar melhor se for bem ilustrado. O processo de discipulado bem ilustrado deve ser visível à igreja local. O processo diz, essencialmente, “este é o tipo de pessoa que acreditamos que Deus está chamando a se tornar, e aqui está COMO Ele irá transformar-nos nesse tipo de pessoa”. É uma afirmação pessoal, que os membros conseguem internalizar. O processo deve estar cravado nas suas mentes para que eles efetivamente abracem o desafio. Deus é um especialista nessa obra. Não somente se comunicou por meio de palavras, mas recorreu a recursos visuais para impressionar os ouvintes. Usou profetas, como Oséias e Jeremias, para levar ilustrações vívidas a fim de tocar o coração do povo. O Santuário era um recurso áudio-visual didático das verdades da salvação. Jesus usou ilustrações como “pão da vida”, “videira”, “água da vida”, etc. Instituiu práticas como batismo e Santa Ceia. Quer seja diagrama ou metáfora, o importante é impregnar uma imagem mental nas pessoas. A ilustração deve ter os seguintes componentes: - A ilustração deve refletir o seu processo – Se há três etapas, a ilustração deve as ter também. - A ilustração deve mostrar progressão. - A ilustração deve ajudar a simplificar. c) Medir Para que as pessoas levem a sério o processo ministerial, ele deve ser medido. Vale a máxima: “o que é avaliado, é cumprido”. Se não há medição, as pessoas acham que tem pouca importância. Portanto, para haver um efetivo acompanhamento deve-se enxergar os dados de duas maneiras: - Aprenda a ver os números horizontalmente, e não verticalmente – Ao invés de olhar apenas a presença de pessoas num programa isoladamente, deve-se
olhar a movimentação: quantos por centos dos jovens passaram do estágio inicial para a participação efetiva nos pequenos grupos, por exemplo. - Meça a participação em cada nível/estágio do seu processo – Especialmente a participação no último estágio, os diversos ministérios. Uma visão completa da realidade permite planejar e focar as orações. d) Discutir Sempre que passa o calor de uma programação especial, as coisas tendem retornar ao estado anterior. Entretanto, para que o processo se torne parte da identidade da igreja, ela precisa ser discutida, e freqüentemente. Não basta falar dela somente no lançamento, por meio de séries de sermão ou palestra. A clareza deve ser acompanhada de consistência. Portanto, requer-se uma discussão consistente do processo na rotina da igreja. Antes, porém, é necessário que faça parte da cultura da liderança. Deve fazer parte do seu vocabulário e tratado de maneira natural. Se o processo de discipulado não bate no coração da liderança de forma apaixonada, certamente haverá indiferença entre os membros. Primeiramente a liderança, que tem perspectiva mais ampla e autoridade necessária, deve enxergar o alcance do processo e remover obstáculos. O sentimento de que são donos do processo e, portanto, responsáveis por ele deve começar com a liderança. Se a discussão sobre o processo pertence ou não à cultura da igreja local faz toda diferença. Isso deve ser implantado de maneira sutil. - Veja tudo através da lente do seu processo simples – Avalie, decida, analise as atividades da igreja sempre pela lente do processo de discipulado. - Faça surgir comentários sobre o processo nas reuniões – A recorrência faz com que se torne parte do vocabulário da igreja. - Teste a liderança em relação ao processo – Faça de forma descontraída um “testezinho” desenhando o processo e deixando espaços em branco para os líderes responderem. Repita uma semana depois, um mês depois. - Faça brainstorm para descobrir novas maneiras de comunicá-la – Fatalmente a discussão sobre o processo se tornará “batido” , perdendo o frescor de novidade. Alguns mais afoitos irão buscar outras “novidades”. Ironicamente, quando a liderança estiver cansada de falar sobre o processo, esse é o momento em que as pessoas da igreja começarão a entender. Assim, quando o processo estiver “cansativo”, é hora de um brainstorm com a participação dos líderes. Novas idéias mantêm o frescor e ajudam a não perder o foco na execução do processo. e) Aumentar a compreensão
A compreensão das pessoas não acontece de maneira fácil, num ato único e mágico de comunicação. Aumentar a compreensão então é um trabalho ainda mais duro, que precisa ser monitorado continuamente. Mas produz frutos. Quando os membros entendem o processo, são capazes de adotá-lo pessoalmente, e ocorre o movimento em direção à transformação espiritual. Eles se tornam naturalmente em multiplicadores, aumentando o potencial da igreja. Assim, para aumentar a compreensão, há três fatores críticos, em ordem reversa de importância: - Fale constantemente à congregação sobre o processo – A voz da liderança é apenas mais uma entre as outras que existem na vida das pessoas. Portanto, se o processo é importante e se se quer sobressair na mente dos indivíduos, repita e repita. Não é necessário criar ocasiões especiais para comunicar o assunto. Basta fazer parte naturalmente dos anúncios e mensagens regulares. Mencione histórias reais de pessoas que estão crescendo no discipulado. Isso ajuda as pessoas a compreenderem a importância do processo. - Compartilhe com outros a discussão sobre o processo – A abordagem sobre o processo deve acontecer dentro de um diálogo também. Atenção: “não basta falar sobre a visão ou sobre o processo de discipulado nos púlpitos. O processo deve ser compartilhado nas mesas de jantar e nas reuniões”. Quando as pessoas perceberem que o tema não é só “coisa de sermão”, entenderão a sua importância. - Viva o processo pessoalmente – Este é o item mais importante. A melhor maneira de ajudar as pessoas a entenderem o processo de discipulado é através do comportamento pessoal do pastor – vivendo e fazendo o que você pede às outras pessoas viverem e fazerem. Se você quer que as pessoas entrem em contato com indivíduos que não conhecem a Deus, comece a se encontrar com seus vizinhos ou a conversar com o senhor que corta o seu cabelo. Não seja apenas um agente de viagem. Este profissional mostra os mais maravilhosos destinos turísticos, mas, depois da venda, se despede com apenas “faça uma boa viagem”. Seja um guia turístico apaixonado pela profissão. Daqueles que vibram em mostrar e explicar cada ponto interessante da viagem, que tem prazer em instruir a melhor maneira de aproveitar a jornada, e que fale com conhecimento de causa, pois é prazeroso ouvir quem tem autoridade. Pessoas precisam de um “guia turístico” espiritual. Guie-os pela jornada da transformação espiritual. Assim, o processo de discipulado se tornará vivo e fará todo sentido a você.
Movimento:
Movimento são os passos seqüenciais do processo que levam as pessoas a se moverem para um grau maior de comprometimento. Esse é o elemento mais difícil de ser compreendido. A melhor maneira de ilustrá-lo seria comparar ao revezamento com bastão. Essa competição é definida mais na habilidade de a equipe passar o bastão do que na qualidade individual. O “movimento” é o que acontece entre as programações. É a maneira como uma pessoa é levada de um estágio a outro no comprometimento espiritual. A ênfase deve ser na fluidez. Os programas devem ser apenas instrumentos ao longo do processo de discipulado. Para tanto, é necessário que a liderança acompanhe o calendário semanal e a programação regular da igreja. Toda a programação deve estar colocada em forma seqüencial, na ordem lógica do processo de discipulado.
Movimento (pontuação média de 6 a 30 pontos)
Fase 1 (319 igrejas) Fase 2 (88 igrejas)
Igrejas vibrantes 22 22
Igrejas de comparação 17 16
Diferença 21% 25%
Estado de congestão é muito frustrante. Quer seja o congestionamento na hora do pico, quer seja a congestão nasal devido à sinusite, a fluidez fica represada, o movimento impedido. Muitas igrejas estão congestionadas, não tanto por falta de membros novos, mas mais pelo fato de haver muitas pessoas paradas, sem mudança, sem transformação há anos. Crentes estagnados são sintomas de uma igreja congestionada, cheia de entulhos que não permitem o seu pleno desenvolvimento. Eles são a antítese do plano de Deus, que é a transformação contínua do crente de glória em glória (II Co 3:18). A transformação é Deus quem faz. O papel do líder é colocar as pessoas nos passos do poder transformador de Deus, estruturando um processo de discipulado simples, que desafie e movimente de forma natural as pessoas para um nível de comprometimento maior. Há cinco remédios para curar essa congestão espiritual, comprovados pela pesquisa. Se você quer que o seu processo movimente as pessoas, a sua programação deve ser estratégica e seqüencial, deve movimentar intencionalmente as pessoas, oferecer um claro “próximo passo” e prover uma classe para novos membros. a) Programação estratégica
Para se tornar uma Igreja Simples, a liderança deve montar a programação estrategicamente, de acordo com o processo de discipulado, definido claramente e de forma simples. - Comece sempre a partir do processo definido – Nunca planeje a partir dos programas, pois a tendência acaba sendo a de ajustar o processo ao programa. - Escolha um programa para cada fase do seu processo – Cada departamento da igreja deve ter apenas um programa para cada fase. Múltiplos programas para cada fase do processo dividem atenção e energia. - Planeje o programa para atender um aspecto específico do processo – Cada programa deve ser distinto do outro, tendo a identidade adequada ao seu propósito. Garanta que ele esteja cumprindo o seu papel crucial no processo. Avalie e melhore o programa constantemente. b) Programação seqüencial Colocar as programações numa ordem seqüencial. Uma boa ilustração é o rafting . Um bom instrutor jamais colocaria um iniciante numa corredeira nível quatro. Primeiro, o aluno começa recebendo orientações, ouve recomendações e histórias que vão levá-lo a decidir experimentar a jornada. Segundo, o aluno conhece outros que fazem parte do bote. O guia mostra a importância do trabalho em equipe. Faz parte da experiência ouvir gritos de susto dos outros dentro do bote. Terceiro, o aluno se torna um participante ativo da jornada. No começo o guia fazia tudo, mas, à medida que a jornada progride para corredeiras mais fortes, a remada de cada um no bote contribui para o sucesso da jornada. Por último, quando a pessoa volta para casa, conta histórias emocionantes a vizinhos e amigos. Se a jornada do rafting não tivesse sido projetada na seqüência, poderia ser uma experiência horrível. Sem as etapas iniciais, o final seria traumático e provavelmente levaria à desistência na primeira oportunidade. Mas se o processo foi seguido corretamente, a pessoa certamente se tornará um entusiasta do esporte. Os idealizadores posicionaram estrategicamente os eventos numa seqüência lógica para que a jornada fosse feita prazerosamente. A programação seqüencial da igreja deve produzir também um movimento natural. - Ordene a seqüência da sua programação para refletir o seu processo – Conforme o exemplo da Igreja Simples, de acordo com o lema “amar a Deus, amar ao próximo e servir ao mundo”, o primeiro programa na seqüência é o culto semanal. O próximo na ordem lógica é o programa do pequeno grupo. No nível final está a estrutura dos diversos ministérios. À medida que a pessoa
participa progressivamente dos programas, ela vai passando pelo processo de discipulado. - Estabeleça claramente um ponto de entrada no seu processo – Sem um início definido, o processo se torna confuso. Normalmente as pessoas começam a conhecer a igreja pelos cultos semanais. Se este é o ponto inicial, deve fazê-lo com excelência. As pessoas tomarão conhecimento sobre Deus pelas primeiras impressões. - Identifique os próximos níveis do processo – O grau de comprometimento requerido deve ser maior conforme progressão a um nível mais elevado. Assim, é natural que a participação decresça conforme avança o nível. Esse quadro permite captar automaticamente o grau de comprometimento da sua igreja. c) Movimentação intencional Pessoas gostam de permanecer nas suas zonas de conforto. Universitários, por exemplo, que adiam sua graduação para poderem continuar vivendo sem responsabilidades maiores refletem a síndrome do comodismo, que deve ser combatido por uma igreja que queira ser saudável. Como líder projetista de uma Igreja Simples, o foco deve estar nos movimentos entre os programas. Sem movimentação, o programa se torna um fim em si mesmo. Para tanto, deve-se considerar as seguintes sugestões: - Crie passos de curta duração – Esses passos não devem ser novos programas, mas oportunidades de curta duração que expõe a pessoa a um aspecto do processo que ela ainda não experimentou. Por exemplo, para promover a transição da etapa de culto semanal para a de pequeno grupo, a igreja pode realizar uma campanha de quarenta dias de crescimento espiritual. Durante este período, a igreja alinha todos os ensinos em torno de um mesmo tema. Assim, durante seis semanas, os pequenos grupos trabalham o mesmo assunto pregado nos cultos e todos são desafiados a se engajar em algum grupo. Pessoas que ainda não conhecem este formato estarão propensas a experimentarem por seis semanas, pois sabem que o compromisso é por tempo limitado. Uma vez que “pegue o gostinho”, a tendência é de os grupos continuarem a se reunir mesmo depois do prazo. Para mover pessoas da etapa de pequenos grupos para o ministério, a igreja pode desafiar todos os grupos a realizarem algum projeto de serviço fora da igreja. Todos os grupos, então, têm oportunidade de servir por um período de dois meses. Muitas pessoas são, assim, expostas pela primeira vez a uma situação de servir. - Capitalize o relacionamento – Pessoas não se progridem no processo de discipulado por anúncios no púlpito ou nos cartazes promocionais. Elas o fazem porque alguém as trouxe ao processo. Relacionamento é a ponte para o
processo de discipulado. Crie oportunidade para estabelecer relacionamentos entre a liderança e os membros novos e inseguros. - Enfatize o “e agora?” – Nenhum programa deve ser um ponto de chegada. Sempre deve haver um “e agora?”. Desafie as pessoas a sempre estarem progredindo. Ofereça novas oportunidades de crescimento. - Conecte pessoas aos grupos – As pessoas permanecem na igreja quando estão envolvidas em algum pequeno grupo. d) Esclareça o “próximo passo” Há histórias trágicas de orfanatos na Rússia e Romênia. Nesses orfanatos superlotados há poucas “mães”. Por mais que a necessidade material fosse provida, crianças careciam do toque e da atenção afetivos. Quando os jornalistas visitaram pela primeira vez ficaram chocados pelo que eles não ouviram ou viram. Não havia choro ou risos. Uma criança de três anos não conseguia falar ou chorar. Sem a atenção e o toque, o crescimento normal da criança fora prejudicada. Infelizmente, muitas igrejas tratam os recémconversos da mesma maneira que esses orfanatos. Há pouca atenção e nutrição. Eles são colocados de lado. Normalmente não há acompanhamento. Eles não sabem o que fazer dentro da igreja. É essencial orientar o “próximo passo” do neófito. Isto faz sentido, porque os recém-conversos freqüentemente são os mais vocacionados missionários que a igreja possui. Eles têm a chama dentro delas, que outros perderam. Eles não têm os vícios e jargões da igreja e podem falar abertamente da graça redentora de Cristo que acabara de descobrir. Produzindo ou não fruto, nutrir o recém-converso é uma obrigação, pois são pessoas e não nomes numa lista. Eles acabaram de cruzar a linha da fé para adentrar num mundo novo. Como bebês espirituais, precisam de cuidado. Conforme Rainer, “novos cristãos que imediatamente se tornaram ativos em um pequeno grupo são cinco vezes mais propensos a permanecerem na igreja dentro dos próximos cinco anos do que aqueles que foram ativos somente nos cultos”. As estratégias podem ser: providenciar um grupo de recém-conversos, engajá-lo num grupo existente ou designar uma pessoa responsável pelo seu mentoreamento. Qualquer que seja a estratégia, tenha uma! O discipulado de um neófito não acontece ao acaso; deve ser intencional. Deve ser um dos motores da igreja. e) Classe para Novos Membros Pela observação de Rainer, “a relação entre a efetividade da assimilação e classe de novos membros é extraordinário. Igrejas que exigem dos
candidatos a presença na classe de novos membros têm uma taxa de retenção muito maior que aquelas que não o fazem”. Tipicamente, essas classes discutem crenças, práticas e diretrizes da igreja. Pessoas têm assim a chance de entender exatamente ao que elas estão se unindo. Grandes diálogos ocorrem e as pessoas saem com uma ligação mais profunda com a igreja. Líderes deveriam aproveitar para: - Ensinar o processo de discipulado simples – Pessoas entenderão COMO a sua igreja funciona, de acordo com o processo divino. - Pedir o comprometimento com o processo – Esse é o único tempo que um líder tem exclusivamente com os novos membros. Aproveite para desafiá-los e também para eles trazerem outros amigos. No Evangelho de Lucas, vemos Jesus expondo o seu método de discipulado. Em Lucas 5 e 6, Jesus faz o chamado aos seus discípulos, provendo a cada um oportunidade de encontrar e experimentá-Lo. Em Lucas 7 e 8, vemos Jesus provendo oportunidade para que eles cresçam na fé. Eles têm oportunidade de observar o mestre trabalhando na linha de frente do ministério. Em Lucas 9, eles são então enviados a servirem. Podemos ver o discipulado estratégico elaborado por Jesus, movendo os doze a um nível maior de compromisso e crescimento. Alinhamento:
Alinhamento é o arranjo de todos os ministérios e equipes em torno de um mesmo processo simples de discipulado. Este deve reger as atividades de cada departamento. Alinhamento possibilita que o corpo da igreja se movimente em uma mesma direção. Evita o individualismo e a competição por recursos ou tempo. O desalinhamento deve ser corrigido, mesmo à custa de insatisfações pessoais, pois ignorá-lo acarreta sérios danos à igreja, como o que uma roda fora de eixo pode fazer com o conjunto do carro.
Alinhamento (pontuação média de 6 a 30 pontos)
Fase 1 (319 igrejas) Fase 2 (88 igrejas)
Igrejas vibrantes 22 22
Igrejas de comparação 17 16
Diferença 21% 25%
Um time unido é capaz de derrotar as mais fortes seleções. É o milagre da unidade. Deus deseja também esse milagre à Sua igreja. Em Seus momentos finais, Jesus orou para que os Seus seguidores fossem um. Ele orou ao Pai, “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti,
também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17:21). A unidade não somente reflete o caráter de Deus, como também chama a atenção do mundo (cf. Jo 13:35). Paulo também exorta o mesmo. Ele desafia a igreja para que “penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento” (Fp 2:2). Unidade é algo poderoso, magnético, belo e impactante. Isso é a essência do alinhamento. A igreja deve estar unida não somente no propósito (o O QUE), mas também no processo (o COMO). Deve haver consenso sobre a abordagem do discipulado. Se se pretende maximizar a energia da igreja deve então recrutar pessoas baseado no comprometimento com o processo, prestar conta, implantar o mesmo processo em todos os lugares, unir os líderes em torno do processo e assegurar que novos ministérios se adéqüem a ele. a) Recrutar pessoas baseado no comprometimento com o processo. O critério para escolha de líderes na posição chave deve ser o seu alinhamento com a filosofia de trabalho, se está comprometido com o processo de discipulado. b) Prestar conta Sem prestação de conta, pessoas tendem a se desviar do foco do processo de discipulado. Deve-se evitar os extremos do micro-gerenciamento ou da negligência. O primeiro tolhe criatividade e obstrui a delegação de tarefas. O último provoca complacência, que acaba fragmentando a equipe. Muitos líderes de igreja têm receio de prestar contas. Mas isso não precisa ser necessariamente doloroso. Ela pode ser libertador. Pode abrir linha de comunicação honesta que gera discussões produtivas sobre o processo de discipulado. Um Plano de Ação Ministerial de cada departamento serve como um instrumento para acompanhar e ajustar as atividades individuais conforme o processo maior de discipulado. Se houver sintonia, gera-se energia, porque as equipes percebem que fazem parte de um todo e que todos estão se movendo na mesma direção. c) Implantar o mesmo processo em todos os lugares Na igreja existem múltiplos grupos de pessoas. Se houver alinhamento na igreja, o mesmo processo de discipulado pode nortear as atividades do ministério das crianças, dos adolescentes, dos jovens e dos adultos. Há três benefícios ao se adotar o mesmo processo em todos os lugares: - Primeiro, a compreensão aumenta – Alinhamento é uma redundância benéfica. Se uma pessoa compreende o processo de discipulado do adulto, compreende também o dos jovens.
- Segundo, a unidade é promovida – Evita-se que a igreja tenha múltiplas direções para sua filosofia de trabalho. - Terceiro, as famílias experimentam o mesmo processo – Cada membro de uma mesma família podem experimentar e compreender o estágio de discipulado que o outro está passando. d) Unir os líderes em torno do processo A Escritura se refere à igreja como o corpo de Cristo. Quando esse corpo funciona corretamente, o resultado é belo. Todas as partes estão em seus lugares apropriados. Todas desempenham corretamente a sua parte e tem a noção de que fazem parte de um mesmo corpo (I Co 12:12). Se não está unido, há confusão. E o mundo observará isso. O processo pode prover unidade ao corpo por indicar uma única direção. Unidade não é sinônimo de uniformidade, que é “sem graça”. De fato, a unidade é melhor expressa em meio a diversidade. Freqüentemente, a divisão dentro da igreja se deve menos à diferença teológica e mais à diferença filosófica e de abordagem do trabalho. “Por que não fazemos dessa maneira?” ou “Por que não se faz mais isto?” são perguntas que refletem diferenças na preferência, estilo e abordagem. Um processo de discipulado simples pode ser um fator unificador da filosofia de trabalho. Para tanto, deve-se reforçar os seguintes fatos: - Relembrar as pessoas do processo – O dito “pessoas precisam mais ser relembradas do que instruídas” é verdadeiro. Pessoas tendem a esquecer do direcionamento da igreja. Lembrar que a igreja abraçou um processo de discipulado divinamente ordenado é, portanto, necessário. Todos detalhes importantes da igreja, como orçamento, mudança de recursos materiais, projeto de reconstrução, etc., devem ser avaliadas à luz do processo. - Ressalte as contribuições ao processo – Mostre a cada líder como eles têm contribuído no processo de discipulado. Caminhe pela igreja. Lembre cada membro que ele é parte de um processo importante. Mostre como a tarefa de cada um contribui para o cumprimento do propósito da igreja. e) Assegurar que novos ministérios se adéqüem a ele Para mobiliar uma casa, é mais fácil de trabalhar com um móvel novo do que com um já existente. É mais difícil realinhar um ministério ou equipe existente do que orientar um novo. Este é mais fácil de direcionar. Caso não se encaixe no processo, basta não permitir começar. Uma vez iniciado, entretanto, é mais difícil fazer o ajuste.
Há que se fazer distinção entre ministério e programa. Programas tendem a ser enxugadas. Novos ministérios podem ser acrescentados. Pode ser por expansão de ministério – quando ela atende uma faixa etária ou estágio de vida, e tende a constituir um novo departamento. Como exemplo, ministério para jovens casais ou para estudantes universitários. É uma grande oportunidade de destacar a importância da simplicidade do processo de discipulado. Pode ser por adição de ministério – quando atende uma função específica dentro do processo de discipulado. Esse tipo de ministério deve ajudar as pessoas ao longo do processo de transformação. Como exemplo, ministério de recepção, de louvor. Se não está claro a sua contribuição no processo de discipulado, evite-o. Unidade: há muita coisa envolvida no jogo. Na história do Êxodo, Deus providenciou tudo para ter um povo unido. As pragas para quebrar o orgulho egípcio; a destruição do exército do faraó para não haver temor de perseguição; nuvem de dia e fogo de noite, maná e água da rocha para a jornada; a aliança no Sinai para selar compromisso mútuo. Entretanto, ao invés de um povo unido à agenda divina, tem-se um grupo de reclamadores. Em Números 13 eles estão diante da terra prometida por Deus. Os espias enviados não tinham a incumbência de determinar se deveriam entrar ou não na terra, mas apenas de explorá-la. Com exceção de Josué e Calebe, a malignidade do relatório dos espias se deve não aO QUE foi falado, mas à maneira COMO a informação foi disseminada. Como resultado, aquela geração fora condenada (Nm 14: 20-30). O final trágico se deve à opção de não se unir ao plano de Deus de um futuro glorioso. Negaram-se a confiar e seguir. Ao contrário, se uniram na crítica, negativismo e dissensão. E Deus levou a sério essa decisão. Ele sempre leva a sério a unidade. Muita coisa está envolvida: redenção, eternidade, transformação, etc. Unidade, portanto, é essencial. Foco:
Foco é o compromisso em abandonar tudo o que não se encaixa no processo simples de discipulado. Ter foco significa muitas vezes dizer “não”. O foco é o elemento mais difícil de ser implantado. Requer profunda convicção e “estômago” para agüentar reações contrárias. Foco torna o líder impopular. Sem foco, entretanto, a igreja se torna entulhada, a despeito de existir um processo. Requer-se da liderança o comprometimento irrestrito com o foco.
Foco (pontuação média de 6 a 30 pontos)
Fase 1 (319 igrejas) Fase 2 (88 igrejas)
Igrejas vibrantes 22 22
Igrejas de comparação 18 17
Diferença 17% 21%
Há algum tempo, um documentário independente de baixo custo causou sensação no meio cinematográfico, Super-Size Me de Morgan Spurlock. Neste filme o próprio produtor se submetia a uma “rigorosa” dieta à base somente do menu oferecido pelo McDonalds por 30 dias. O que era uma dieta dos sonhos de muitos, revelou-se um pesadelo ao personagem principal. Engordou quase 10 quilos, aumentou a pressão arterial e açúcar no sangue, teve dores de cabeça, fadiga e indigestão. O alerta foi geral: fast food não é saudável. Na verdade, fast food apenas capitaliza os nossos gostos e escolhas infelizes. A nossa sociedade está pagando suas escolhas com a perda de saúde e obesidade infantil cada vez mais precoce. Há também uma epidemia de fast food espiritual entre os crentes atualmente. Gostamos de um grande menu espiritual, com muitas opções, servidas rapidamente. Muitas igrejas se tornaram um estabelecimento de fast food . Assim que surgem novas idéias elas são incorporadas no menu. Alguns oferecem um evento especial de forma particular e novamente o menu é expandido.Pessoas presumem que quanto mais programas e eventos especiais são oferecidos, maior é o impacto. Pesquisas mostram que a verdade é o oposto. Infelizmente, menus grandes não produzem igrejas vibrantes. Conclusão: fast food espiritual não é saudável. De fato, oferecer menu grande e rápido tem matado as igrejas. A resposta adequada é: mantenha-se focado no seu processo simples de discipulado. Diga não a tudo mais. Manter o foco, dizendo não, contraria a natureza de muitos pastores. É necessário, porém, negar com sabedoria de Deus. Deve-se lembrar que lidamos com pessoas que têm sentimentos. A Bíblia ensina o princípio do “uma coisa”. “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida” (Sl 27:4). “Mas uma coisa eu faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:13-14). Para Paulo, nessa jornada espiritual tudo mais se tornou refugo diante dessa “uma coisa” (Fp 3:8). Para Timóteo, Paulo aconselha a se focar na sua transformação operada por Deus (I Tm 4:7-8). Paulo em Hebreus aconselha a desembaraçarmo-nos de tudo entulho para correr a carreira que está proposta,
tendo um foco: fixar os olhos em Cristo (Hb 12:1-2). O desafio é se livrar de tudo que obstrui o caminho da transformação espiritual. Lembre-se, somos construtores. Imagine-se construindo uma casa. Depois de discutir com sua família, você tem uma planta da casa. Mas, assim que se inicia a obra, seus filhos e sua esposa começam a mudar de idéia. Querem modificações na planta com a construção em andamento. O que você fará? Você tem um processo simples de discipulado, claramente definido, que promove o movimento e com os departamentos da igreja alinhados com ela. Mas eis que surgem pressões para modificar, acrescentar e acomodar o processo. O que você fará? Sem foco tudo isso é posto a perder. Você, como construtor, tem compromisso com o foco. Embora clareza, movimento e alinhamento sejam essenciais, sem foco tudo se torna sem sentido. Há cinco elementos essenciais para a manutenção do foco: eliminar programas não-essenciais, limitar acréscimos de programas, reduzir eventos especiais e assegurar que o processo seja fácil de comunicar e simples de entender. a) Eliminar Muitos agem como ratos acumuladores de entulho. Pessoas com esse comportamento têm problemas neurológicos. Embora isso não seja a causa dos acumuladores na igreja, há problemas de ordem histórica. Considerações à tradição e aos sentimentos dos apreciadores impedem que programas nãoessenciais sejam eliminados. O fato é que igrejas que eliminaram essas programações se tornaram mais focadas nos elementos mais essenciais e se tornaram mais vibrantes. Tome-se o exemplo inicial do Google. Por que os concorrentes não conseguem imitá-lo? Simplesmente porque, segundo Marissa Mayer, responsável pelo home page da Google, uma vez que se inicia uma página como a da YAHOO! ou MSN, não se consegue eliminar ícones facilmente sem que patrocinadores fiquem irados. É doloroso simplificar. Mas, com a provisão divina, não é impossível a igreja se tornar simples. Certamente será difícil e requer-se foco absoluto. Porém, não é impossível porque líderes são chamados para serem mordomos de Deus. E se foram chamados, Deus os capacita. O fundamento é que eliminação também é uma questão de fidelidade na mordomia. Efésios 5:15-16 adverte, “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus”. O “tempo” usado por Paulo não é chronos , tempo genérico, mas kairos , um tempo predeterminado, específico, mensurado e fixado. O que ele diz é que temos um
montante específico de tempo aqui na terra. Já está estabelecido. E cada dia que passa se esgota, mesmo agora. Então, faça o melhor dela. Não a desperdice. Invista nela. Seja sábio. Seja sábio com o kairos que Deus lhe deu. Eliminar programas, segundo a orientação de Deus, é escolher ser mordomo fiel do tempo e dos recursos que Ele tem dado. Se não eliminar programas nãoessenciais, você estará desperdiçando tempo limitado das pessoas, e elas não têm disponibilidade de freqüentar a abundância de opções que são oferecidas. Se há muitas opções, energias são diluídas. Se está diluída, programas serão mais medíocres. Oferecer mediocridade é péssima mordomia com as coisas de Deus. b) Limitar acréscimos Deve-se tomar cuidado para não acrescentar programas ao processo de discipulado. Se o fizer, o processo se torna longo, e, quanto mais longo, menos pessoas serão capazes de passar por ele. A solução é a liderança procurar atender as necessidades por meio dos programas existentes, dando uma ênfase especial, ao invés de acrescentar outro programa. Se, por exemplo, há necessidade de enfatizar o tema da mordomia, pode-se usar a estrutura existente dos pequenos grupos para disseminar palestras sobre o assunto, fazendo menções especiais nos anúncios. Pode ser um motivo a mais para que pessoas que ainda não conhecem pequeno grupo virem a participar. A disciplina de usar os programas existentes permite que a liderança faça constantes promoções do processo de discipulado e dos programas que fazem parte dele. Não se perde tempo criando novos programas e evita que o processo se torne complicado. Aqui vale um conceito paradoxal, “menos é mais”. Travis Bradshaw da Universidade da Flórida conduziu uma pesquisa com a premissa contrária, “mais é mais”. Igrejas que oferecessem mais programas crescem mais que as que oferecem menos. Seu trabalho provou o contrário. Justamente as igrejas que ofereciam menos programações eram os que tinham maior percentual de crescimento. Menos é realmente mais! Menos programa significa maior foco naquela que é oferecida. Significa mais energia, mais recurso alocado, mais pessoas comparecendo e maior atenção dos participantes Isso não significa que devemos ignorar tudo que é novo. O novo cria energia, prende atenção, produz crescimento. Mas o novo não precisa ser mais um. Novo pode ser parte do menos que já existe. Há diferença fundamental entre um novo programa e uma nova opção. Limitar acréscimo se refere a novo programa. Nova opção é apenas uma expansão do programa que já existe. Esta distinção não pode ser ignorada. Acrescentar um novo pequeno grupo não é criar um novo programa; é prover uma outra oportunidade de alguém se
engajar no pequeno grupo. Nova opção não compete com a programação, promove-a. c) Reduzir eventos especiais Canalize eventos especiais na programação existente. Normalmente a necessidade espiritual das pessoas é atendida de forma rápida e sem maiores compromissos através de eventos especiais. É mais cômodo que caminhar junto com as pessoas através da situação. Essas necessidades podem ser melhor atendidas dentro da programação existente, pois é algo contínuo e não temporário como eventos especiais. Por exemplo, se há preocupação sobre a saúde conjugal dos membros, ao invés de marcar um seminário de final de semana, que compete com a programação regular e que acaba tendo participação baixa, pode-se estabelecer pequenos grupos de curta duração dentro do ministério de pequenos grupos existente. O mesmo conteúdo pode ser ministrado enquanto as pessoas continuam a participar de uma programação essencial do processo de discipulado. Essa combinação traz também atenção à programação essencial. Mais pessoas são convidadas e expostas a ela. Isto aumenta a probabilidade de elas retornarem. Abaixo alguns exemplos de possíveis combinações: - Jantar especial – Pode ser colocado junto a um culto regular de noite, tornando-se uma noite especial, mas dentro da programação regular. - Programa de Natal – Ao invés de gastar energia numa data específica, poderia ser oferecida ao longo de diversos cultos do final de semana. Assim, mais pessoas teriam oportunidade de participar e a divulgação de um evento pode beneficiar as múltiplas ocasiões. - Evento Jovem – Pode ser combinada com programa regular de “entrada”. Se um evento não pode ser encaixado na programação regular, deve-se pelo menos fazer ligação com a programação regular. Por exemplo, após um curso “Como criar filhos”, ao final deve ter o gancho “e agora?”. A continuidade pode ser oferecida num grupo de discussão sobre o tema. d) Fácil de comunicar À medida que se elimina programações e se reduz eventos especiais, essas ações enérgicas mostram a seriedade do compromisso, chama atenção, força discussão e leva à compreensão do processo. Ou seja, o processo deve ser compreendido à medida que ocorrem mudanças. Caso contrário, haverá divisão. Conforme programas são eliminados, deve ser justificado à luz do processo simples de discipulado. Essa comunicação deve estar sempre
presente, administrando a tensão da mudança. O processo deve ser pregado com convicção e de forma natural e com facilidade. e) Simples de compreender O processo deve ser simples para ser compreendido. Simples não somente à liderança, mas também aos ouvintes, que devem internalizá-lo. As pessoas estarão aptas a participarem do processo de transformação espiritual somente quando realmente captam a mensagem. Isso é importante principalmente quando se deve dizer não. O não é mais fácil de aceitar quando as razões são claras. - Use linguagem simples – qualquer palavra que necessite de explicação adicional deve ser evitada. - Seja breve – No mundo sobrecarregado de informações poucas permanecem na mente das pessoas. Textos devem ser curtos para que sejam lidos pelas pessoas. Tornando-se Simples:
Nos EUA, a probabilidade de a nova geração se tornar cristã é de apenas 4%. McDonalds é mais influente que as igrejas, cada vez mais estagnadas espiritualmente e decrescendo numericamente. Quanto mais a igreja faz, menos diferença ela tem feito na sociedade. Uma das causas da perda da relevância é a sua complexidade. Diversas iniciativas apenas mascaram o fato de ela continuar no mesmo paradigma. É tempo de ação e menos discussão. É tempo de implantar processo simples de mover pessoas à transformação espiritual. Ser humano é resistente à mudança. Aproximadamente 600 mil americanos sofrem intervenção cirúrgica no coração. Esperava-se que essas pessoas mudassem radicalmente o hábito, largando fumo, mudando a dieta, reduzindo stress, etc. Entretanto, 90% deles não mudaram de hábito mesmo depois de dois anos da cirurgia. Ao invés de mudarem, eles escolhem morrer. Mudança é realmente difícil a eles. Da mesma forma, a maioria das igrejas prefere não mudar. Tragicamente, em muitas igrejas a dor da mudança é maior que a dor da inatividade. É difícil se tornar uma igreja simples. Em meio à rotina sobrecarregada, igrejas complexas não sabem COMO operar o processo de discipulado. Em Malaquias 1, Deus confronta os líderes e sacerdotes por oferecerem sacrif ícios defeituosos a Deus. “O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se
eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível. Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal?... Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta” (Ml 1:6-10) Os sacerdotes estavam apenas cumprindo o seu dever, desconsiderando que a Deus deve ser dado o melhor. Os sacerdotes não estavam chamando as pessoas a um padrão mais elevado. Na mente deles, tudo estava bem contanto que os sacrifícios fossem oferecidos, cumprindo com O QUE. Mas Deus se preocupa também com o COMO. Importa a Deus o COMO os sacerdotes O serviam. Os sacerdotes criaram a cultura da mediocridade e isso profanava o nome de Deus. Isso violava o Seu caráter, que é sobremodo excelente. Muitos pastores compartilham da sua frustração. Sentem a necessidade de tornar a igreja simples. Para haver mudança, são necessários quatro passos consistentes. Projetar um Processo Simples (Clareza) – Explore inicialmente na sua mente como seria o processo de discipulado na sua igreja. Ainda não é o momento de abrir para a congregação. Aproveite essa fase para causar incômodo na sua igreja. Mostre que não há um processo de discipulado. Não tente desenhar a partir dos programas existentes. Comece com papel em branco. Abra a Bíblia. Permita que Deus inspire em você o tipo de discipulado que deve haver na sua igreja. Envolva outros líderes na discussão. Aperfeiçoe sua definição de discipulado. Quanto mais sucinto melhor. Então é o momento de pensar em COMO isto vai acontecer.Como vai ocorrer a transformação espiritual das pessoas. Coloque-os numa ordem seqüencial. Quanto mais claro for o processo de transformação espiritual às pessoas da sua igreja, mais fácil será a transição para o próximo passo. Passo 1
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Coloque seus programas chaves ao longo do processo (Movimento) – Uma vez desenhado o processo no papel, é hora de implantá-lo. Aqui a dificuldade aumenta. Escolha um programa abrangente para cada fase do seu processo simples. O propósito deve coincidir com a etapa. Ainda não é a hora de eliminar programas que não se encaixam. É hora de mudar o foco de alguns de seus programas. Aqui surgem as primeiras resistências à mudança. O primeiro programa deve ser o ponto de entrada. As demais devem elevar o Passo 2
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nível de comprometimento. Deve haver uma lógica que movimente as pessoas pelas etapas. Uma todos os ministérios ao redor do processo (Alinhamento) – É hora de ajustar o discurso e a filosofia dos departamentos. Deve haver grande envolvimento da liderança na discussão. Se eles estão tomando parte efetiva na elaboração, sua tarefa é desafiá-los a colocar em prática aquilo que eles concordam. Passo 3
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Comece a eliminar coisas fora do processo (Foco) – Aqui é que realmente a mudança começa a ser sentido. Pessoas se sentirão gratas por tomarem parte de um processo realmente significativo. Elas apreciam a simplicidade. Outros relutarão em abandonar certos programas. É necessário sabedoria para lidar com elas. Se você discute consistentemente o processo, elas terão interesse em discutir as alterações. Você tem que mostrar convicção no processo. Embora tornar-se simples seja difícil, ela compensa. A nova geração se beneficiará de um evangelho puro, isento de entulhos. Passo 4
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