História da comunicação humana
Introdução É imp impossí ossível vel ima imagin ginarm armos os que atu atualm alment entee exista exista alg alguém uém que nun nunca ca tenha assistido assistido a um programa de televisão, televisão, lido um jornal jornal ou revista, ouvido notícias ou músicas no rádio, ido ao cinema ou assistido a um vídeo, assim como é quase inimaginável uma pessoa que não tenha ouvido falar ou tenha usado computadores computadores ou a Internet. Internet. Obviamente, Obviamente, como todos sabemos, existem milhares, senão milhões, de pessoas em várias partes do mundo que nunca tiveram acesso a esses meios de comunicação, mas, mesmo assim, para nós que vivemos em grandes e médios centros urbanos, é muito difícil conceber tal situação. Hoje em dia vivemos no que se convencionou chamar de sociedade midiática, midiática, ou seja, numa sociedade onde as relações sociais são mediat mediatizadas, izadas, são mediadas, pela mídia, ou seja, pelo conjunto dos meios de comunicação, tais como jornal, rádio, televisão, Internet, cinema, outdoors, outdoors , propagandas, etc.. Se vocês tiverem curiosidade e forem procurar no Dicionário Aurélio, irão descobrir que a palavra mídia vem do latim medium, medium, que significa meio, centro, e é, normalmente, classificada em quatro grupos: - mídia alternativa – uma mídia de menor custo que se utiliza de veículos de recu recurs rsoo e de alca alcance nce rest restri rito tos, s, como como os pa pain inéi éiss qu quee en enco cont ntra ramo moss em mobiliários urbanos, em cartazes no metrô e pontos de ônibus, em luminosos de táxis, em filipetas, etc.; - mídia digital – aquela baseada na tecnologia digital, como a Internet e a TV digital, e que utiliza a gravação digital de dados, como disquetes, CD-ROMs, fita DAT, etc.;
- mídia mídi diaa qu quee incl inclui ui,, espe especi cial alme ment nte, e, o rád ádio io e a mídia eletrôni eletrônica ca – mí televisão, sendo que também podem ser incluídos nessa categoria o cinema e outros recursos audiovisuais; e, - mídia impressa – jornais, revistas, catálogos, folders, mala-direta, etc. No livr livroo Uma histó história ria soci social al da mídia mídia:: de Guten Gutenbe berg rg à Internet , os historiadore historiadoress Asa Briggs Briggs e Peter Burke, baseados no Oxford English Dictionary Dictionary , nos informam que foi somente na década de 1920 que as pessoas começaram a fa fala larr de “míd “mídia ia”” e me menç nçõe õess sobr sobree um umaa “rev “revol oluç ução ão da comu comuni nica caçã ção” o” só apareceram a partir dos anos 50. Para esses autores, entretanto, o interesse sobre os meios de comunicação é muito mais antigo, remontando à Grécia e à Roma antigas, com seus estudos sobre a retórica. Mas, Ma s, se pe pens nsar armo moss na comu comuni nica cação ção ape apena nass como como o ato ato de emi emititirr, transmitir transmitir e receber mensagens mensagens vamos descobrir sua importância importância mesmo entre os mais primitivos animais, incluindo entre eles nossos remotíssimos ancestrais, os primatas superiores. O que estamos querendo dizer aqui, e que veremos a seguir, é que a comunicação precede o uso da palavra articulada ou escrita como meio de expressão e de diálogo entre as pessoas, ou seja, o ato da comunicação antecede, de muito, a linguagem. Os teóricos da comunicação Melvin L. DeFleur e Sandra Ball-Rokeach defendem que a história da existência humana deve ser explicada em função das etapas distintas no desenvolvimento da comunicação humana: a era dos símbolos e sinais, a era da fala e da linguagem, a era da escrita, a era da impressão e a era da comunicação de massa. Lucia Santaella, atualmente pesquisadora em mídias digitais, acrescenta entre essas eras, que ela prefere chamar de formações culturais, a cultura das mídias e a cultura digital. Lembrem-se de que quando falamos em eras, em divisões di visões temporais, não estamos dizendo que esses são períodos lineares, onde uma era desaparece para dar lugar a seguinte. Como enfatiza Santaella, e todos os teóricos que traba trabalh lham am com com da data taçã çãoo cult cultur ural al,, há semp sempre re um proc process essoo cumu cumula latitivo vo de
complexificação, onde uma forma de comunicação vai se integrando na anterior, provocando nela reajustamentos e refuncionalizações. Isso quer dizer que, ao contrário do que pregam os apocalípticos, uma nova tecnologia não determina a morte da que a antecedeu, ela faz com que esta se aperfeiçoe. aperfeiçoe. Dessa forma, forma, a fotografia não matou a pintura, assim como o cinema não matou o teatro ou a televisão e a Internet não mataram o livro ou a mídia impressa. Neste curso iremos fazer uma viagem através da história da comunicação humana, desde os seus primórdios até o surgimento do ciberespaço, para que possamos compreender nossa evolução como espécie, para que possamos encar enc arar ar de fo form rmaa consc conscie ient ntee e pa part rtic icip ipar ar ativ ativam amen ente te des dessa sa soci socied edade ade da informação onde vivemos cada vez mais, como diz o sociólogo catalão Manuel Castells, entre a rede e o ser. Embo borra
resp speeitemos
a
periodiza dizaçção
defendida
pelos
autores
anteriormente citados, nossa jornada começará um pouco antes da era dos símbolos e sinais, afinal, como todos sabem, no princípio p rincípio não era o verbo.
1.1
No princípio eram somente sons....
E também o gesto, as expressões faciais e corporais, o olhar, o cheiro, o tato. No alvorecer da espécie humana não havia a linguagem, nem a falada e ta tamp mpou ouco co a escri escrita ta.. No Nosso ssoss ma mais is remot remotos os anc ances estr trai ais, s, con conhe heci cido doss como como primatas (SAIBA MAIS - Animais mamíferos que, em sua maioria, costumam viver
principalmente em árvores, mas possuem hábitos terrestres também. Algumas de suas principais princip ais característica característicass são os membr membros os muito muitoss desenv desenvolvido olvidos, s, a exist existência ência de duas tetas na região peitoral, cinco dedos, com unhas achatadas e com os polegares geralmente opostos, e a visão e a audição bem desenvolvidas. Seu olfato é menos desenvolvido do que em outras espécies. Entre os primatas estão os micos, macacos, gorilas, chimpanzés, orangotangos, lêmures e babuínos, conhecidos como símios, e os seres humanos e outros humanóides), comunicavam-se entre si por meio de gritos,
urros, grunhidos, rosnados, uivos, expressões corporais e faciais que mostravam a necessidade de comer, de acasalar, de brincar, a dor, o imperativo de lutar ou alertas de perigo. Difícil de acreditar, não é? Mas, para que possamos entender melhor, façamos um pequeno exercício de imaginação. Vamos fantasiar que estamos vivendo, por exemplo, em alguma região do continente africano há mais ou meno me noss cinc cincoo ou qu quat atro ro milh milhõe õess de an anos os.. Na Naqu quel elaa ocas ocasiã ião, o, segu segund ndoo a paleantropologia (SAIBA MAIS – ciência que estuda as espécies ancestrais da
humanidade, a família dos hominídeos, a partir das evidências fósseis.), ainda não
éramos classificados como humanos e sim como membros de uma das 180 espécies da ordem dos primatas que, na realidade, surgiu há, pelo menos, 70 milhões de anos, quando os grandes répteis foram extintos. Esses primatas eram eram divi dividi dido doss em prim primat atas as infe inferi rior ores, es, con conhec hecid idos os como como pross prossím ímio ios, s, qu quee significa “quase macacos”, e os primatas superiores, denominados símios, onde se incluem, por exemplo, os macacos, os gorilas e os hominídeos. Muito bem, se, em nossa fantasia, fantasia, há quatro quatro milhões de anos, somos da mesma espécie do macaco e do gorila, não é natural que nos comuniquemos
como como eles eles?? Pois Pois era era assi assim m qu quee acon aconte teci cia, a, pe pelo lo me meno noss na op opin iniã iãoo do doss estudiosos no assunto. Mas, mesmo dentre os primatas superiores, algumas espécies foram evoluindo mais do que outras, dando origem, primeiro, aos antropóides, ou préhominídeos, e, depois, aos hominídeos, criaturas que já possuíam a forma (SAI AIBA BA MA MAIS IS/A /ATI TIVI VIDA DADE DE – Alé Além m do doss seme semelh lhan ante te à do ho home mem m mo mode dern rno. o. (S especialistas acadêmicos, escritores e cineastas tentaram reproduzir esse período tão distante de nós. Dentre eles, merece destaque o filme 2001: Uma odisséia no espaço , do diretor americano Stanley Kubrick, baseado no livro do mesmo nome, do escritor inglês Arthur C. Clarke, que escreveu o roteiro em parceria com Kubrick. Na primeira parte do filme, que foi lançado em 1968, podemos assistir de que maneira a espécie humana foi evoluindo tecnologicamente, a partir do surgimento de um monólito, que é um enorme bloco de pedra, até chegarmos ao ano 2001. Vale a pena assistir).
Conforme essas espécies iam evoluindo morfologicamente suas formas de comunicação, em conseqüência, iam se tornando mais complexas. O que inic inicia ialm lmen ente te era era um umaa ma mani nife fest staç ação ão na natu tura rall de ne nece cess ssid idad ades es físi física cass e momentâneas, com o tempo foi se transformando no que chamamos hoje de linguagem linguagem onomatopaic onomatopaica, a, ou seja, aqueles primeiros hominídeos hominídeos começaram começaram a imitar, de forma intencional, os sons dos animais e da natureza para expressar suas necessidades, assim como, quem sabe, seus sentimentos e pensamentos, como defendia o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau. Em seu Ensaio sobre a origem das línguas , Rousseau considera que desde que um homem foi reconhecido por p or outro como um ser sensível, pensante e semelhante a si próprio, ele sentiu a intensa necessidade de comunicar a esse outr ou troo suas suas em emoç oçõe õess e refl reflex exõe õess ou idéi idéias as,, na nasc scen endo do de dess ssaa prec precis isão ão a linguagem. Se concordarmos com Rousseau, poderemos determinar o início desse processo com o surgimento do Homo habilis, habilis , o representante mais antigo do gênero gêne ro hom homo. o. Homo habilis habilis sig signif nifica ica hom homem em hab habili ilidoso doso,, com hab habili ilidade dadess manuais. manuais. Esse homin hominídeo, ídeo, que viveu aproximadamen aproximadamente te há 2,5 milhões de anos antes ant es de no noss ssaa era, era, rece recebeu beu ta tall clas classi sifificaç cação ão po porr tere terem m sido sido en enco cont ntra rado doss vestígios de ferramentas confeccionadas com fragmentos de pedras entre seus
fósseis. Embora haja discussões se ou não o Homo habilis pertence ao gênero Homo, Homo, principalmente por suas características – já uma forma bípede, mas ainda com os braços muito longos, as características características faciais mais próximas das dos Australopithecus , ou Australopitecos, e uma cavidade craniana menor do que a do Homo Homo erectus –, uma grande parte dos especialistas defende que sua inteligência e sua rudimentar organização social eram bem mais sofisticadas so fisticadas que as de seus antecessores, podendo, por isso, ser considerado o ancestral mais remoto do homem moderno. O fa fato to de conf confec ecci ciona onare rem m fe ferr rram amen enta tass e po possu ssuír írem em um mí míni nimo mo de organização organização social nos leva a acreditar acreditar que esses hominídeos hominídeos já faziam faziam uso da palavra articulada, mesmo que de forma ainda muito rudimentar. rudimentar. Talvez Talvez tenha se originado aqui o primeiro elo de uma cadeia de códigos, signos, símbolos, sinais que compõe o processo comunicacional. Finalmente, há aproximadamente dois milhões de anos, surgiu o Homo erectus, erectus , um tipo com a postura definitivamente ereta e um volume cerebral médio bem próximo do volume do homem moderno (SAIBA MAIS – O volume cerebral médio do homem moderno é de 1500 cm3, enquanto que o do homo erectus variava de 900 a 1200 cm2).
Vocês devem estar se perguntando: mas o que isso significa? Ora, o aumento da massa encefálica, entre outras mudanças morfológicas, permitiu não só o fa fabr bric icoo cres cresce cent ntee de fe ferr rram amen enta tass e ou outr tros os produ produto toss da indú indúst stri riaa paleolítica, mas, principalmente, sua padronização, o que endossa a hipótese de transmissão dos conhecimentos e das técnicas de fabricação de instrumento, fato que só é possível, todos nós sabemos, com a presença de uma linguagem razoavelmente eficiente. Outro fator que apóia a proposição acima é o processo migratório do Homo erectus, erectus , da África para a Ásia e Europa. Os arqueólogos descobriram inúm inúmer eros os arte artefa fato toss fa fabr bric icad ados os po porr este estess an ance cest stra rais is,, em dist distin into toss síti sítios os arqueológicos dos três continentes, apresentando bastante semelhança entre si. Para Para o prof profes esso sorr Ro Rober berto to Go Godof dofre redo do Fabr Fabrii Ferr Ferrei eira ra,, do De Depa part rtame ament ntoo de Morfologia da Universidade Federal Fluminense, a presença de uma indústria de
arma armas, s, fe ferr rram ament entas as e ou outr tros os ut uten ensí sílilios os de uso uso coti cotidi dian ano, o, obe obede dece cendo ndo a características comuns nos três continentes e mantendo-se por centenas de milhares de anos, indica um padrão artesanal estável e comprova a presença de uma linguagem transmissora de tais conhecimentos1. Ainda segundo o professor professor Ferreira, Ferreira, antropólogo antropólogoss e neurofisiolo neurofisiologistas gistas defende def endem m a hip hipóte ótese se de um des desenv envolvi olvimen mento to concomi concomitan tante te dos process processos os lingüísticos e motores, ou seja, tanto as áreas anatômicas da expressão da linguagem quanto os centros de planejamento motor e dos movimentos faciais e das mãos, encontram-se em estreita associação evolutiva. Essa Essa cami caminh nhad adaa de milh milhões ões de an anos os culm culmin inar ará, á, fina finalm lmen ente te,, com com o surgim surgiment entoo da est estirp irpee do Homo Homo sapi sapi ens, ens, ou Homo sapiens sapiens sapiens sapiens,, en entr tree 100.000 e 35.000 anos atrás. (SAIBA MAIS – Embora não seja da alçada deste curso discussões paleoantropológicas, é interessante saber, mesmo que só por curiosidade, que a comunidade paleoantropológica divide-se em relação ao conceito de Homo sapiens. De um lado, há os que defendem que o Homo sapiens teria surgido na África,
há cerca de 1 milhão de anos, e de lá, movido pela necessidade de abrigo e comida, teria migrado para outro outross contin continentes entes,, sendo o antec antecessor essor direto do homem moderno. Do outro lado, estão os que, baseados em pesquisas genéticas mais recentes, são favoráveis à hipótese de que o Homo sapiens passou por uma mudança genética brusca e teria se transformado no Homo sapiens sapiens , isso entre 300 mil e 50 mil anos, ano s, se sendo ndo es este te o no noss ssoo ant antep epas assa sado, do, já qu que, e, me melho lhore ress pre prepa para rado dos, s, ha havi viam am provocado a extinção do Homo sapiens. Em relação à migração da África para os demais continentes, também não há um consenso. Enquanto alguns estudiosos defendem a hipótese da radiação, da África para o mundo, outros defendem a evolução multiregional, ou seja, várias populações regionais foram evoluindo lentamente e se espalharam por miscigenação, ou fluxo gênico, que significa a transferência de genes de uma população para outra).
1 A filogênese da linguagem: novas abordagens de antigas questões . In www.scielo.br/pdf/anp/v58n1/1279.pdf . Consultado em 24/10/2006.
1.2
E, então, finalmente, fez-se o verbo.
Se Homo sapiens ou Homo sapiens sapiens, sapiens , não temos competência para discutir. O que nos interessa é que esse antepassado, conhecido como homem de Cro-Magnon, já havia trocado a pedra lascada pelo sílex, havia aprendido a polir a pedra produzindo lâminas de corte, machados e serras, entre outros instrumentos, começava a utilizar-se da cerâmica para a produção de jarros, potes, vasos e panelas em que pudesse armazenar, conservar e cozinhar alim alimen ento tos, s, assi assim m como como de osso ossoss e ou outr tros os ma mate teri riai aiss pa para ra a conce concepç pção ão de adornos, de fibras vegetais e pêlos de animais a nimais para a criação de roupas, etc.. Esse homem já havia aprendido a exprimir suas idéias, sentimentos e crenças desenhando nas paredes e tetos de grutas e cavernas, assim como em superfícies rochosas ao ar livre, símbolos e figuras que representavam suas necessi nece ssidade dadess cot cotidi idiana anass e situaçõ situações es mág mágico ico-re -relig ligios iosas. as. Essas Essas pin pintur turas as são conhecidas como pinturas rupestres ou parietais e as mais antigas são as encontradas na França, na caverna de Lascaux, e na Espanha, na caverna de Altamira. Além da pintura, também se dedicavam à gravura e à escultura, sendo a mais antiga a de Vênus de Willendorf , uma estatueta de 11.1 cm de altura encontrada nas proximidades de Willendorf, na Áustria, em 1908. Além Além da Vênus Vênus de Wille Willend ndorf orf , foram foram enc encont ontrad radas as out outras ras est estatu atueta etass femininas, como a Dame de Sireuil (França), a Mulher com corno de Bisonte (relevo na rocha, França), a Vénus de Vĕstonice (República Checa) e aquela que é cons consid ider erad adaa a ma mais is an antitiga ga repr represe esent ntaç ação ão de um umaa face face hu huma mana na,, a estat est atue ueta ta de Kost Kostie ienki nki,, en enco cont ntra rada da na Rú Rúss ssia ia.. São São figu figura rass que mo most stra ram m deformações significativas, seios grandes e enormes ventres e nádegas, que proc procur urava avam, m, prov provave avelm lmen ente te,, simbo simboliliza zarr a fert fertililid idad ade, e, a fecu fecund ndid idad adee e a abundância nutricional. Essas estatuetas são conhecidas entre entre os especialistas como Vênus Esteatopígeas (SAIBA MAIS – Esteatopigia é o acúmulo excessivo de gordura nas nádegas). (ATIVIDADE: Seria interessante que vocês procurassem em livros de História da Arte ou na Internet imagens image ns dessas estatuetas). Essas estatuetas,
utensílios domésticos e sítios de arte rupestre, ou parietal, por representarem a referência mais antiga da atividade humana, de seu cotidiano, de suas crenças, de sua sensibilidade, são patrimônios cultural da humanidade, não apenas em seu valor histórico, mas também em seu valor estético. Esse Essess prim primei eiro ross acon aconte teci cime ment ntos os da data tam m do pe perí ríod odoo de deno nomi mina nado do paleolítico. No final dessa era, passando pelo período mesolítico, e chegando ao neolítico, que significa Idade da Pedra Polida, a terra atravessou o fim da última era glacial, provocando mudanças profundas, tanto climáticas quanto em relação à fauna e à flora. A alteração climática, a escassez de alimentos e as hordas que chegavam à Europa e Ásia modificaram de maneira intensa o modo de viver dos vári vários os grup grupos os espa espalh lhad ados os po porr vári várias as reg egiõ iões es.. De caça caçado dore ress nô nôma made dess e colet col etor ores es,, come começa çara ram m a cons constr trui uirr ha habi bita taçõ ções es de junco junco,, pel peles es de ani anima mais is,, madei mad eira ra e barro barro e de dedi dica carr-se se ao cult cultivo ivo de cere cereai ais, s, tubé tubérc rcul ulos os,, frut frutas as e hortaliças, à domesticação de animais e ao pastoreio, que lhes propiciava leite e carne, vestuário e a possibilidade de puxar objetos pesados e arar a terra. Esse período é historicamente designado como revolução neolítica. Com o sedentarismo, a produção e aperfeiçoamento de artefatos e o dese de senv nvol olvi vime ment ntoo da ag agri ricu cultltur uraa e do pa past stor orei eioo é na natu tura rall o proc proces esso so de acumulação de bens e, logo, a comercialização dos mesmos entre os vários grupos agora espalhados pela Europa, Oriente Médio, África e Ásia. Mas, vocês devem estar se perguntando, se esses povos estavam vivendo em regiões tão distintas e distantes, como eles se comunicavam na hora de comercializar seus produtos? Seria possível que todos falassem uma mesma e única língua? Aqui existe, ainda hoje, uma grande interrogação. Com Co mo os lingü ingüis ista tass ou cien cientitist stas as da lingu inguag agem em traba rabalh lham am co com m docum doc umen ento tos, s, escr escrititos os e/ e/ou ou fa fala lados dos,, con consi sider deraa-se se qu quee nã nãoo pa pass ssaa de me mera ra especulação a defesa de um monogenismo lingüístico, ou seja, a existência de uma língua original comum a todos os povos, já que não existem quaisquer regi regist stro ross de como como os ho home mens ns prépré-hi hist stór óric icos os fala falava vam. m. Por Por ou outr troo lado lado,, se ousarmos ingressar na área da narrativa mítica, única maneira que todas as sociedades possuem para explicar a origem da linguagem e a diversidade das
línguas, segundo o lingüista José Luiz Fiorin [2002], descobriremos que tudo não passou de um castigo de Deus. Para Fiorin, “As línguas e a linguagem inscrevem-se num espaço real, num tempo histórico e são faladas por seres situados nesse espaço e nesse te temp mpo. o. No en enta tant ntoo suas suas orig origen enss se dã dãoo nu num m temp tempoo mí mítitico co,, nu num m mu mund ndoo desa de sapa pare reci cido do e os prot protag agon oniistas stas de se seuu ap apar arec eciime ment ntoo são os herói eróiss fu fund ndado adore res” s”.. No caso caso da dass civi civililiza zaçõe çõess juda judaic icas as-c -cri rist stãs ãs en enco cont ntra ramo moss seus seus protagonistas nos relatos de Moisés sobre a Criação, o Dilúvio e sobre o Começo das Nações e dos Idiomas, eventos citados no livro do Gênesis, Gênesis , o primeiro dos cinco livros bíblicos que compõem o Pentateuco. No capítulo 1 do Gênesis, Gênesis , que, como vocês sabem, significa Origem, Origem , Nascimento, Nascimento, lemos que no princípio de tudo a terra era sem forma e vazia e, nesse momento, Deus cria o mundo falando. “Deus “Deus disse: haja luz. E houve luz. Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas ”. Por ser a linguagem um atributo da divindade, ao mesmo tempo em que Deus vai fazendo as coisas, vai também nomeando-as: “E “E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhă, o dia primeiro ”. (SAIBA MAIS - Caso vocês se interessem pela leitura da Bíblia, e não a tenham impressa, sugerimos dois endereços na rede Internet que têm a edição do Antigo e do Novo Testamento on-line. O Bíblia Católica Online, em www.bibliacatolica.com.br e o Bíblia Sagrada - Introdução e comentários - tradução protestante, em http://protestantes.renascebrasil.com.br/bibliaonline/)) http://protestantes.renascebrasil.com.br/bibliaonline/
Nos capítulos seguintes vamos entendendo a criação do primeiro homem, Adão, e de seus descendentes, a procedência das nações e das línguas. Tudo começou come çou no sexto dia. Dep Depois ois de criar os animais animais e os répteis répteis,, Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança ”. E o homem foi feito, modelado com o pó da terra e com o sopro divino, que o transformou numa alma vivente. Deus atribui ao homem o dom da linguagem, já que é ele quem nomeará todas as coisas viventes, inclusive a mulher que havia sido feita de sua costela: “Esta “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada ”.
Expulsos do Jardim do Éden por terem comido o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, Adão e Eva foram lavrar a terra e, de seus descendentes, nascerão Sem, Cam e Jafé, filhos de Noé, que depois do dilúvio, gerarão suas famílias que serão responsáveis pelo povoamento da terra, dando orig origem em às na naçõ ções es e às líng língua uas, s, fina finaliliza zand ndoo o pred predom omín ínio io da ling lingua uage gem m primordial, a língua adâmica. No capítulo 11 Moisés narra que até então a terra tinha uma só língua e um só idioma e que os descendentes de Sem haviam se deslocado para a região de Sinar, no extremo sul da Mesopotâmia, nome dado pela Bíblia à Suméria. Ali eles começaram a edificar uma cidade e uma torre “cujo “ cujo cume toque no céu, e façamo-nos façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados espalhados sobre a face de toda a terra ”. Ao ver a cidade e a torre Deus entendeu que, se os filhos do homem continuassem, continuassem, não haveria haveria restrições restrições para suas pretensões. pretensões. Decidiu Decidiu ali mesmo chamar a cidade de Babel e confundir aquela linguagem até então única. Deus disse “Que sejam confundidos”. A partir desse instante os homens deixaram de se entender e, espalhando-se pelo mundo, deram origem às primeiras primeiras famílias lingüísticas, que foram denominadas a partir dos nomes dos três filhos de Noé. A família de Sem suscitou as línguas semíticas, da linhagem de Cam nasceram as línguas camíticas, enquanto os descendentes de Jafé fomentaram as línguas jaféticas. Precisamos lembrar que estamos aqui falando de um dos infinitos mitos que envolvem a história humana, ou seja, da palavra que narra a origem dos deuses, do mundo, dos homens, das técnicas, como o fogo e a agricultura, e da vida do grupo social ou da comunidade. Para a filósofa Marilena Chauí [2000: 137-138], “pronunciados em momentos especiais – os momentos sagrados ou de relação com o sagrado – os mitos são mais do que uma simples narrativa; são a maneira pela qual, através das palavras, os seres humanos organizam a realidade e a interpretam. O mito tem o poder de fazer com que as coisas sejam tais como são ditas ou pronunciadas”.
Falamos a pouco sobre a criação das famílias lingüísticas, mas, o que vem a ser isso? Uma família lingüística é um grupo de línguas que derivam de um an ances cestr tral al comu comum, m, a prot protoo-lílíng ngua, ua, como como,, po porr exem exempl plo, o, a famí famíliliaa indo indo-européia, a sino-tibetana e a afro-asiática. Hoje em dia existem centenas de famílias lingüísticas, sendo que os maiores grupos são os das famílias NígerCongo, Austronésia, Trans-Nova Guineense, Indo-européia, Sino-tibetana e Afroasiá asiátitica ca,, conf confor orme me da dado doss cole coleta tado doss po porr Ra Raym ymon ondd Go Gord rdon on Jr, Jr, ed edititor or do Ethnologue: Languages of the World 2, em 2005.(SAIBA MAIS - Existem línguas que não possuem parentesco com nenhuma língua conhecida, como, por exemplo, a língua basca e a língua suméria. Essas línguas são denominadas como línguas isoladas. Existem também as línguas planejadas, como o esperanto, e as línguas artificiais, conhecidas como conlangs, do inglês constructed language , língua construída, como, por exemplo, as criadas por J.R.R. Tolkien, autor dos livros da série O Senhor dos Anéis).
Ao explicarmos o que é uma família lingüística, devemos, naturalmente, escclare es arecer o qu quee ve vem m a ser a própria líng nguua. Todos sabe bem mos qu quee anatomicamente a língua é um órgão muscular alongado, móvel, situado na cavidade cavidade bucal, a cuja parede inferior inferior está preso pela base, e que serve para a degustação e para a deglutição, e desempenha papel importante na articulação de sons. Por outro lado, é o conjunto das palavras e expressões usadas por um povo e o conjunto de regras da sua gramática. É o idioma que falamos. Para os ling lingüi üist stas, as, é um sist sistem emaa de sign signos os qu quee pe perm rmititee a comu comuni nicaç cação ão en entr tree os indiv indivíd íduo uos, s, send sendoo qu quee esse essess sign signos os são são conve convenc ncio iona nais is,, isto isto é, surg surgem em de condições históricas, geográficas, econômicas e políticas determinadas. Agora vocês devem estar se perguntando o que são esses signos, uma vez que vocês já deduziram que não estamos falando aqui daqueles doze sign signos os da Astr Astrol olog ogia ia.. Um sign signoo é um umaa uni unidad dadee ling lingüí üíst stic icaa qu quee po poss ssui ui um significado, aquilo que uma língua expressa acerca do mundo em que vivemos
ou acerca de um mundo possível, e um significante, a expressão oral de uma líng língua ua.. Enqu Enquan anto to o sign signifific icad adoo corr corres espo pond ndee ao conc concei eito to,, o sign signifific ican ante te corresponde à forma. 2 Em www.ethnologue.com/. Consulta realizada em 10/2006.
Um signo também é, em termos semiológicos, todo objeto, forma ou fenômeno que representa algo distinto de si mesmo, como, por exemplo, a cruz significando ‘cristianismo’; a cor vermelha significando ‘pare’ (código de trânsito); uma pegada indicando a ‘passagem’ de alguém, etc.. Em termos correntes, entretanto, o termo signo significa a palavra, aquela mesma palavra que os gregos chamavam de mythos, mythos, em contraposição à palavra logos, logos , que exprime a faculdade de raciocinar. É o discurso, a razão, a verdade. Colocados numa mesma dimensão, o mythos e o logos constituem o que chamamos de linguagem. E o que é a linguagem? No Novo Dicionário Aurélio lemos que linguagem é o uso da palavra articulada ou escrita como meio de expressão e de comunicação entre pessoas; é a forma de expressão própria de um indivíduo, de um grupo; é o vocabulário específico usado numa ciência, numa arte, numa profissão; é tudo quanto serve para para express expressar ar idé idéias ias,, sen sentim timent entos, os, mod modos os de com compor portam tament ento, o, com como, o, por exemplo, a linguagem musical; é o vocabulário; é todo sistema de signos que serve de meio de comunicação entre indivíduos e pode ser percebido pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a distinguir-se uma linguagem visual, uma lingu linguag agem em au audi dititiva, va, um umaa ling linguag uagem em táti tátil,l, etc. etc.,, ou ou,, ainda ainda,, out outra rass ma mais is complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos; é, por fim, a fa facu culd ldad adee hu huma mana na da fa fala la,, um umaa vez vez qu quee os hu huma mano noss na nasc scem em com com um umaa apar ap arel elha hage gem m físi físicca, an anat atôm ômiica ca,, ne nerv rvos osaa e ce cerreb ebrral qu quee lhe hess pe perrmite ite expressarem-se, naturalmente, pela pela palavra, e é essa capacidade de expressão natural que distingue o homem dos demais animais. Para Aristóteles, filósofo grego nascido em 384 a.C., o homem é um animal político porque é dotado de linguagem, porque possui a palavra (logos (logos), ), enquanto os demais animais possuem apenas voz phone). (phone ). Enquanto essa permite expressar dor e prazer, aquela exprime o bom e o mau, o justo e o injusto. Exprimir e possuir valores comuns é o que torna possível a vida social e política. Voltando oltando aos nos nossos sos primit primitivos ivos anc ancest estrai raiss vim vimos os que ele eless já hav haviam iam alcançado alcançado esse estágio cultural, cultural, ou seja, eles já dominavam dominavam a linguagem linguagem falada
e esta estava vam m a um pa pass ssoo de sair sair da prépré-hi hist stór ória ia pa para ra en entr trar ar na hist histór ória ia.. Adivinharam o que falta?
1.3 O nascimento nascimento da escrita. escrita.
Vimos anteriormente que nossos ancestrais, em determinado momento, começaram a representar animais e caçadores nas cavernas que habitavam, provavelmente provavelmente como uma parte importante importante de seus rituais de magia. Talvez Talvez no princípio fizessem isso de maneira aleatória, mas, com certeza, com o tempo foram foram des desenvo envolve lvendo ndo sig signif nifica icados dos pad padron roniza izados dos para para suas repres represent entaçõe açõess pictóricas. A instauração da agricultura e o crescimento da atividade comercial e outras necessidades necessidades pertinentes pertinentes a uma economia agrícola exigiram exigiram a criação criação e padr pa dron oniiza zaçã çãoo de símb símbol olos os que rep epre rese sent ntas asse sem m os ob obje jettos e se serres comercializados a fim de que pudessem ser registrados. Essas alegorias, assim como a arte rupestre, podem ser vistas como a primeira tentativa de armazenar informações. Segundo os pesquisadores Philippe Breton e Serge Proulx [2202: 18], a história da invenção da escrita, como técnica de transcrição da língua falada, se realiza em duas grandes ondas sucessivas, correspondentes a dois modos de escrita materialmente diferentes: a escrita ideográfica e a escrita alfabética. No prin princí cípi pioo de sua sua at ativi ivida dade de come comerc rcia ial,l, os ho home mens ns prépré-hi hist stór óric icos os controlavam os volumes negociados por meio da utilização de seixos de vários tamanhos. Com o tempo os seixos passaram a ser substituídos por marcações gravadas em pedras de argila e, a seguir, por figuras que representavam os anim an imai aiss e os ob obje jeto toss ne negoc gocia iado dos, s, assim assim como como sua suass qu quant antid idad ades. es. De fáci fácill comp compre reen ensã sãoo en entr tree to todo doss os po povo vos, s, esse esse sist sistem ema, a, com com o au aume ment ntoo da dass trans transaç ações ões,, ap apre rese sent ntou ou do dois is grave gravess prob proble lema mas: s: o volu volume me exces excessiv sivoo do doss símbolos, que ia aumentando em conformidade com o avanço social, econômico
e cultural das civilizações civilizações (calcula-se (calcula-se que existiam existiam mais de 2000), 2000), e o volume e peso do suporte. O primeiro povo a usar esse sistema pictográfico de escrita foi o sumério, quee hab qu abiitava tava a reg egiião su sull da Me Meso sopo potâ tâm mia, ia, em torno orno de 34 3400 00 a.C a.C.. Considerados os construtores da mais antiga das civilizações, os sumérios também foram os primeiros a estilizar seus desenhos para que estes perdessem a conotação direta com as coisas representadas e os primeiros a tentarem representar os sons da linguagem falada, passando de uma escrita pictórica para uma escrita ideográfica, mais abstrata que a anterior e que possibilitava a representação não apenas de animais, objetos ou idéias mas também dos sons com que tais animais, objetos e idéias eram nomeados nomeado s no respectivo idioma. Para que você possa entender melhor a diferença entre essas duas formas de escrita vamos imaginar que você viveu na Suméria naquela época e negociou um camaleão com o seu vizinho. Na época da escrita pictográfica você simplesmente pegaria uma tábua de argila e desenharia o camaleão exatamente como você o via. No caso da escrita ideográfica, a palavra camaleão seria designada por intermédio do desenho de uma cama e de um leão. O passo seguinte foi a tentativa de representar os sons da linguagem falada, que culminou com a instauração da escrita silábica, uma forma de escrita totalmente abstrata, composta de uma série de marcas na forma de cunhas e com um nú núme mero ro mu muititoo me meno norr de cara caract cter eres es.. Esta Esta form formaa de escri escrita ta fico ficouu conhecida como cuneiforme (do grego, em forma de cunha) e era escrita em tabletes de argila molhada, usando-se uma espécie de caneta de madeira, com a ponta na forma de cunha, que eram postas para secar ao sol ou cozidas numa espécie de forno, garantindo sua durabilidade e longevidade. (SAIBA MAIS – Inicia Ini cialme lmente nte os sum suméri érios os reg regist istrav ravam am sua suass inf inform ormaçõ ações es em seq seqüên üência ciass ver vertic ticais ais e descob des cobrir riram am que podi podiam am rot rotaci aciona onarr aqu aquele eless ideo ideogra gramas mas,, pas passan sando do a esc escrev revê-l ê-los os horizontalmente). [Imagem
1
–
Exemplo
cias.com/e.o/cuneiform_img.htm]
de
uma
tabuleta
sumeriana.
In
http://i-
Além Além de armazen armazenare arem m con contra tratos tos leg legais ais,, ven vendas das e transf transferê erênci ncias as de terras, animais e objetos, inventários, registros e contabilidade dos templos, essas placas de argila com sua escrita cuneiforme permitiram a preservação de hinos, de textos divinatórios e das primeiras obras-primas da literatura [SAIBA MAIS – Como exemplo, podemos destacar o Épico de Gilgamesh , poema lírico sumério escrito na primeira metade do segundo milênio antes de Cristo, que conta a história de um tirânico e poderoso poderoso rei de Uruk, Gilgames Gilgamesh, h, que saiu em busca da imortalidade imortalidade a fim de se transformar num ser mais completo. Foram encontrados traços desse poema na Odisséia de Homero e no Antigo Testamento (In GONTIJO, Silvana, 2001: 36)],
como deram origem a um sistema postal na região. Naturalment Naturalmentee o sistema sistema de escrita escrita cuneiforme cuneiforme envolveu várias culturas culturas e líng língua uass e, du dura rant ntee ap aprox roxim imad adam ament entee 3. 3.00 0000 an anos os,, foi foi o ma mais is difu difund ndid idoo e importante importante sistema de escrita escrita no antig antigoo Oriente Oriente Próximo, permitindo, permitindo, como dito anteriormente, armazenar a memória da história, ciência e literatura da biblioteca da Babi Babilô lôni nia. a. Pode Podemo moss dize dizerr qu quee esse esse sist sistem emaa foi foi o prim primei eiro ro me meio io de comunicação gráfico internacional da história. história. A escrita pictográfica era utilizada também pelos egípcios que, em torno de 3100 a.C. desenvolveram a sua hierós glyphós, glyphós , ou “escrita sagrada”, como os gregos a chamavam. chamavam. Era uma escrita criada a partir partir de desenhos desenhos estilizados de cabeças humanas, pássaros, animais, plantas e flores que permitiam o registro quase completo da língua falada. A escr escrititaa hier hierog oglílífifica ca além além de pict pictog ográ ráfifica ca era era ao me mesm smoo temp tempoo ideo ideogr gráf áfic ica, a, ou seja seja,, além além de usar usar imag imagens ens ba bast stan ante te simp simplilififica cadas das para para repr repres esen enta tarr ob obje jeto toss concr concret etos os,, usava usava-a -ass tamb também ém pa para ra repr repres esen enta tarr idéi idéias as abstratas. Empregava o princípio do rébus, o ideograma no estágio em que deixa de significar diretamente o objeto que representa para indicar o fonograma correspondente ao nome desse objeto. Um fonograma, como vocês sabem, é um sinal gráfico que representa um ou mais sons. Segun Segundo do a cal calíg ígra rafa fa Izab Izabel el Ce Cecc cchi hini ni,, com comoo esse essess de dese senh nhos os eram eram freqüentemen freqüentemente te mal interpreta interpretados, dos, já que o mesmo som era utilizado utilizado em várias
palavras, foram introduzidos mais dois sinais, sendo um para indicar como elas deveriam ser lidas e outro para lhes dar um sentido geral. Esses sinais são chamados de determinativos. Vamos dar um exemplo com a palavra ra, que significava sol para os egípcios. Essa única palavra contém dois fonogramas, r e onde de r sign signifific icav avaa um umaa bo boca ca ab aber erta ta e o a sim simbol bolizav izavaa um ant antebr ebraço aço a, on estendido. Então, a união dos dois fonogramas não significava absolutamente que tinha alguém de boca aberta com o antebraço estendido, expressava, como dito anteriormente, o sol. [Imagem Imagem 2 – Uma tábua com os hieróglifos e seus correspondentes em nosso alfabeto. In
http://www.jimloy http://www .jimloy.com/hiero/yourname.htm .com/hiero/yourname.htm]
Os hieróglifos eram escritos em vários sentidos, da esquerda para a direita, da direita para a esquerda ou mesmo de cima para baixo. A colocação das palavras, do ponto de vista gramatical, era seqüencial, primeiro o verbo, seguido pelo sujeito e pelos objetos direto e indireto. A escri escrita ta hier hierog oglílífifica ca era era mo monu numen menta tall e reli religi gios osa, a, um umaa vez vez qu quee era era utiliz utilizada ada princi principal palmen mente te para para ins inscri crições ções formai formaiss nas paredes paredes de tem templo ploss e túmulos e para registrar os acontecimentos mais importantes do império. Para o uso cotidiano, os egípcios desenvolveram mais dois tipos de escrita: a hierática, por volta de 2400 a.C., escrita cursiva utilizada na maior parte dos textos literários, administrativos e jurídicos, e o demótico, a escrita do povo, por volta de 500 anos antes de nossa era. A escrita demótica era uma simplificação da escrita hierática, que, por sua vez, era uma redução da hieroglífica. [Imagem 3 – A pedra de Roseta3, no Museu Britânico. In http://i-cias.com/e.o/index.htm]
Além de escreverem nas paredes dos templos e túmulos, os egípcios também utilizavam pedras, madeira e couro. Mas, um dos grandes legados da 3 A pedra de Roseta foi descoberta em 1799 pelos soldados de Napoleăo na cidade de Rashid (Roseta), a leste de Alexandria e tem gravado um decreto de Ptolomeu V, datado de 196 A.C., registrado em caracteres hieróglifos, em caracteres demóticos e em caracteres gregos. A pedra foi decifrada pelo francês Jean François Champollion em dois anos, de 1822 a1824. .
cultura cultura egípcia, egípcia, segundo Melvin Melvin L. DeFleur e Sandra Ball-Rokeach Ball-Rokeach [1993], foi a criação da primeira mídia portátil: o papiro. A utilização da pedra como suporte de registro tinha a capacidade da durabilidade, mas não a da transportabilidade através do espaço, o que exigiu dos povos antigos a necessidade de desenvolver novos meios com os quais a escrita pudesse ser transportada mais facilmente. Por volta de 2500 a 2200 a.C. os egípcios descobriram que podiam utilizar as películas da parte exterior da haste da planta aquática papiro como suporte para seus registros. Primeiro eles cortavam as películas em lâminas muito finas e as colavam formando uma espécie de compensado de folhas. Essas folhas eram superpostas com as fibras cruzadas para aumentar a espessura e a resi resist stên ênci ciaa do prod produt uto, o, eram eram po polilida dass com com óleo óleo,, colo coloca cada dass pa para ra seca secarr e comprimidas com uma pedra lisa. [Imagem 4 – Papyrus of Nes-Min. In
http://www.dia.org/collections/ancient/egypt/1988.10.13larger http://www .dia.org/collections/ancient/egypt/1988.10.13larger.html .html]
Como suporte de escrita o papiro foi adotado pelos gregos, romanos, bizantinos e árabes, provocando uma mudança significativa na organização social e cultural da sociedade. Destacam Destacamos os aqui apenas as escrit escritas as sumé suméria ria e egí egípci pcia, a, mas out outros ros povo po vos, s, como como os chin chines eses es,, os hind hindus us,, os ma maia ias, s, tamb também ém já util utiliz izav avam am a linguagem escrita. A escrita predominantemente ideográfica atendeu, durante muito tempo, às ne neces cessi sida dades des de to todos dos,, cont contud udo, o, com o de dese senv nvolv olvim imen ento to do comé comérc rcio io,, principalmente quando este começou a se estender para a região mediterrânica, descobriu-se as vantagens de unir a praticidade do silabário cuneiforme, que permitia que com poucos caracteres se escrevesse qualquer palavra, com o grafismo da escrita egípcia, mais especificamente da escrita hierática, mais atra at raen ente te ta tant ntoo pa para ra ser escr escrititaa qu quant antoo lida, lida, prin princi cipa palm lmen ente te na nass ativi ativida dade dess cotidianas.
Em 1905 de nossa era, em Serabit el Khadim, na península do Sinai, arqueólogos descobriram 30, ou 31, inscrições, de 1600 a.C., que mostram tanto sign signos os hier hierog oglílífifico coss qu quan anto to sina sinais is da líng língua ua semí semítitica ca ocid ociden enta tal.l.
Esse Essess
pesquisadores nomearam essa escrita como proto-sinaítica e a consideram comoo o sist com sistem emaa prec precur urso sorr do prim primei eiro ro alfa alfabet betoo cons conson onant antal al,, um umaa vez qu quee conseguiram identificar de maneira inequívoca as letras B, H, L, M, N, Q, T e dois sons hebraicos, aleph e ayin. ayin. Esse primeiro alfabeto foi criado e disseminado pelos fenícios entre 2000 e 1700 a.C e era constituído por vinte e oito letras, das quais vinte e seis eram consoantes. consoantes. Com o tempo tempo,, o alfab alfabeto eto passou a ter apenas vinte vinte e duas letras e foi adaptado por vários povos em consonância com suas línguas, tais como a árabe, a hebraica, a aramaica, a tamúdica, a púnica e, principalmente, a grega. Embora fosse utilizado por praticamente todas as culturas, o alfabeto fe fení níci cio, o, pe pela la au ausê sênc ncia ia de voga vogais is,, te term rmin inav avaa po porr da darr ma marg rgem em a mu muititas as ambigüidades. Se os semitas e fenícios provocaram uma verdadeira revolução na estr estrut utur uraa soci social al e cult cultur ural al da an antitigu guid idad adee com com a cria criaçã çãoo do alfa alfabe beto to consonantal, consonantal, foram os gregos, entre os séculos séculos VIII e IV antes de nossa era, os responsáveis por uma das mais significativas realizações dos seres humanos: a inserção de vogais no alfabeto fenício, sendo este um dos fatores históricos preponderant preponderantes es para o desencadeament desencadeamentoo dos grandes grandes movim movimentos entos da ciência, ciência, das artes e da religião.
[Imagem 4 – Tabela do alfabeto grego com os vários tipos de sinais usados pelas diferentes polis. In http://victorian.fortunecity.com/vangogh/555/Spell/Gk-alph2.gif ].
Em paralelo à evolução das formas escritas, o desenvolvimento de outras técnicas também foi fundamental nesse processo de emancipação. Podemos resumi resumirr esse esse lon longo go períod períodoo his histór tórico ico parafr parafrase aseando ando Ésquil Ésquilo, o, em Prometeu acorrentado: acorrentado : os “seres indefesos chamados humanos”, agora dotados de lucidez e razão, aprenderam também a construir casas com tijolos endurecidos pelo sol e a usar a madeira, foram instruídos sobre a ciência básica da elevação e do
crepúsculo dos astros e sobre a ciência dos números e das letras, aprenderam a subjugar as bestas e a atrelar os carros aos cavalos, a construir navios e a usar as fo folh lhas as e frut frutos os qu quee servi serviri riam am como como alim alimen ento tos, s, remé remédi dios os e bá báls lsam amos os e adquiriram conhecimento sobre as artes divinatórias, os presságios e sobre os sonhos. (SAIBA MAIS – Ésquilo é um dos maiores autores trágicos da Grécia antiga e é considerado o fundador da tragédia. Os historiadores acreditam que ele tenha escrito entre 79 e 90 tragédias, das quais sobreviveram apenas sete: Os persas , Os sete contra Tebas, As suplicantes, Prometeu acorrentado e a trilogia que compõe a Oréstia – Agamêmnon, Coéforas e Eumênides.).
Descobriram também que era sua capacidade de produzir, armazenar e fazer circular a informação a força motriz de sua evolução e sobrevivência como espécie humana.
As informações começam a circular.
Os primeiros registros de um serviço postal datam de aproximadamente 2000 a.C., e foi utilizado primeiro pelos egípcios. Eram basicamente despachos governamentais levados por cavaleiros de uma região a outra. Os persas, os chineses e os gregos usavam o mesmo sistema e, em casos de longa distância, utilizavam-se de um sistema de revezamento. A cada número de quilômetros, o mensageiro mensage iro parava em uma casa postal para trocar de cavalo ou para passar a correspondência a outro emissário que a levaria le varia adiante. Fora Foram m os roma romano noss qu quee de desen senvo volve lvera ram m o ma mais is efic eficie ient nte, e, segu seguro ro e duradouro duradouro serviço postal da antig antiguidade, uidade, o cursus publicus. publicus . Seus mensageiros chegavam a percorrer, por dia, 70 quilômetros a pé ou 200 quilômetros a cavalo Havia, ainda, um sistema de inspeção constante para prevenir seu uso abusivo pra propósitos privados. Breton e Proulx defendem a idéia de que Roma, tanto na República quanto no Império, foi, por excelência, uma sociedade de comunicação e nela tudo se organizava em torno da vontade de fazer da comunicação social uma
dass figu da figura rass cent centra rais is da vida vida coti cotidi dian ana. a. Tan anto to assi assim m qu quee difu difund ndir iram am e universalizaram, no tempo e no espaço, a cultura latina e foi o pragmatismo de sua língua que permitiu o nascimento da idéia de informação, ou seja, de um conh co nhec ecim imen entto qu quee se po pode de elab elabor orar ar,, su sust sten enta tarr, e, sob obre retu tudo do,, de um conhecimento transmissível, notadamente por meio do ensino. A palavra latina informatio designa, de um lado, a ação de moldar, de dar forma. De outro, significa, de acordo com o contexto, ensino e instrução, ou idéia, noção, representação. A coexistência desses dois sentidos, segundo os autor aut ores es,, indi indica ca qu que, e, ao cont contrá rári rioo da cult cultur uraa greg grega, a, a cult cultur uraa roma romana na nã nãoo dissociava a técnica do conhecimento. Por Por es essa sa alt altura, ura, o rolo olo de pa papi piro ro já ha havi viaa sido sido su subs bstititu tuíd ídoo pe pelo lo pergaminho, produto feito geralmente com peles de gado, antílopes, cabras e ovelhas, ovel has, esp especi ecialm alment entee ani animai maiss recémrecém-nasc nascido idos, s, por est estee ser mai maiss flexív flexível el possibilitando a dobra de suas folhas para a montagem de cadernos, conhecidos como co mo có códi dice cess ou ma manu nusc scrritos itos.. Os pri prime meir iros os livr livros os foram oram es escr criitos tos em pergaminho, como, por exemplo, os livros do antigo testamento, a Ilíada e a Odisséia e as primeiras tragédias gregas. Embora o papel tenha sido inventado na China, no ano 105, por Ts'ai Lun, um alto funcionário da corte do imperador Chien-Ch'u, da dinastia Han (206 a.C. a 202 da era cristă) contemporânea do reinado de Trajano em Roma, só em 1150, através dos árabes, chegou à Espanha, onde foi criada a primeira indústria de papel da Europa. Ainda como códice o livro começou a ser um suporte de comunicação e, segundo Pierre Grimal, “Em Roma, as livrarias, como as salas de declamação, eram o ponto de encontro encontro dos connaisseurs, connaisseurs , que debatiam problemas literários: os jovens escutavam, os antigos clientes peroravam, em meio aos livros cujos rolos, cuidadosamente reproduzidos, alinhavam-se acima deles. A porta da loja era coberta de inscrições inscrições que anunciavam anunciavam as obras à venda. (...) A publicida publicidade de este estend ndia ia-s -see no noss pila pilare ress vizi vizinh nhos os.. Essa Essass loja lojass de livr livrei eiro ross situ situav avam am-s -se, e, naturalmente, nas vizinhanças do fórum”4.
4 Apud BRETO, Philippe & Prouxl, Serge.
Foi em Roma, também, que surgiu o primeiro verdadeiro jornal, os Acta os Acta diurna, diurna , uma publicação gravada em tábuas de pedra e afixada nos espaços públicos, criada em 59 a.C. por ordem de Júlio César, que registrava trabalhos do Sena Senado, do, fa fato toss ad admi mini nist stra ratitivos vos,, no notí tíci cias as mili milita tare res, s, ob obitituá uári rios os,, crôn crônic icas as esportivas, e vários outros assuntos. No final do Império Romano, e antes do advento da imprensa, já haviam sido estabelecidos pelo menos quatro tipos de redes de comunicação, segundo estima John B. Thompson [1998]: A primeira era a estabelecida e controlada pela Igreja Católica; a segunda, aquelas mantidas pelas autoridades políticas dos estados e principados, que operavam tanto dentro dos territórios particulares de cada estado quanto entre os estados que mantinham relações relações diplomática diplomáticas; s; a terceira rede estava ligada à expansão da atividade comercial; e, finalmente, a constituída por comerciantes, mascates e entretenedores ambulantes. Esses disseminavam as informações nas reuniões em mercados ou em encontros nas tabernas. Segundo Thompson, ao longo dos séculos XV, XVI e XVII, essas redes de comunicação foram submetidas a dois desenvolvimentos-chave. Em primeiro lugar, lugar, alguns estados começaram a estabe estabelecer lecer serviços postais regulares que rapidamente cresceram em disponibilidade para uso geral, e, em segundo, foi o uso da imprensa na produção e disseminação de notícias.
Dos incunábulos ao Le Journal de Paris.
[Imagem. 5 - Summa de vitiis et virtutibus – 1270 - Guilelmus Peraldus. In www.dartmouth.edu/~speccoll/westmss/003104.shtml]] www.dartmouth.edu/~speccoll/westmss/003104.shtml
[Imagem 6 - Book of hours, use of Paris. Paris . Paris: Phillippe Pigouchet for Simon Vostre, 25 April 1500. Printed on vellum. In http://www.grolierclub.org/incunabula.htm]
Os có códi dice ces, s, ta tall co como mo os rolos olos de pa papi piro ro e pe perg rgam amiinh nho, o, eram eram,, natura nat uralme lmente nte,, escrit escritos os à mão mão,, daí serem serem den denomi ominad nados os man manuscr uscrito itos, s, e sua
confecção, principalmente na Idade Média, entre os séculos VII a XIII, tornou-se uma ativid atividade ade essenci essencialm alment entee mon monást ástica ica,, princi principal palment mentee pel peloo alto alto custo custo do suporte e da cópia, pela lentidão em sua confecção – um bom copista trabalhava em média duas folhas e meia por dia – e para evitar a disseminação do conhecimento entre os homens comuns.