T. Hawkins
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0017586032
HOMILÉTICA PRÁTICA Tradução de Edson Machado
3* edição.
A J U E R P
Publicado sob os auspícios da União Pan-Americana de Homens Batistas Tradução Autorizada do Original em Castelhano, HOMILETICA PRACTiCA. Publicado conjuntamente pela Junta Bautista de Publicaciones, Buenos Aires, Argentina e Casa Bautista de Publicaciones, El Paso, Texas, USA. Copyright, 1968. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução par cial ou total sem a permissão por escrito da parte do editor, a não ser pequenas citações em trabalhos de revisão e pesquisa.
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Haw-hom Hawkins, Thomas Homilètica Prática, Tradução de Edson Machado. 3* edição Rio de Janeiro. Junta da Educação Religiosa a Publicações, <980.
108
p.
Titulo original em castelhano: Homilètica Practica. 1. Sermões — Hom ilètic a. I. Titulo . CDD-251.02
Capa de Cecconl 3.000/1980 Número de Código para Pedido: 29.412 Junta de Educação Religiosa e Publtcaçóes da Convenção Batista Brasileira Caixa Postal 320 — ZC 00 Rua Silva Vale, 781 — Tomás Coelho 20.000 — Rio de Janeiro, RJ, Brasil impresso em Gráficas Próprias
SUMÁRIO Apresentação .................................................................................... Prefácio .............................................................................................
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PRIMEIRA PARTE — Normas Fundamentais Como Estudar a Homilética . Partes Fundament ais de um Sermão .................................... Recolhendo Material ............................................................... Regras para Interpretação de um Texto Bíblico .................... Aplicação da Psicologia à H o m il ét i c a Aplicação da Lógica à Hom il ética .......................................... Ilustrações Como Falar e Ler Bem em Público Recursos Visuais para Apresentação de Mensagens A Vida Int ima do Pregador e a Efic iênc ia da Sua Mensagem 11 Sugestões Práticas para Dirigir Reuniões .......................... 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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SEGUNDA PARTE — Como Preparar Sermões 1 Sermões Baseados em Quatro Perguntas .......................... 2 Sermões Baseados em Textos Que Têm Divisões Naturais ................................................................................ 3 Sermões Baseados em uma Só Palavra 4 Textos dos Quais Se Necessi tam Deduzir as Verdades . . . 5 Sermões Baseados em Capítul os da Bíbli a ........................ 6 Estudos Bíblicos ................................................................... 7 Ensinamentos de um Livro Inteiro sobre um Determinado Assunto ........................................................... 8 Sermões Baseados em Acontecimentos Importantes 9 Estudos Biográficos ............................................................. .............................
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10 Sermões Baseados em Contrastes ..................................... 11 Estudo Biblico Baseado na Biblia e num Livro de Estudo .................................................................................... 12 Sermões Baseados em Milagres ......................................... 13 Sermões Baseados em Parábolas ....................................... 14 Sermões sobre um Livro Inteiro da Biblia ........................... 15 Sermões Baseados em Antitipos ......................................... 16 Culto Cantado ...................................................................... 17 Sermões Baseados em um Hino ......................................... 18 Assuntos Semi-religiosos ................................................... 19 Sermões Baseados em Resumos de Livros ........................ 20 Sermões Que Mostram como Resolver Problemas Pessoais ................................................................................ 21 Sermões Baseados em Livros de Estudos Bíblicos Ilustrados .............................................................................. 22 Como Usar o Projetor ........................................................... 23 Sermões Objetivos ...............................................................
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APRESENTAÇÃO Doze anos trabalhando com a Sociedade Cooperadora de Homens, temos sentido de perto o interesse sempre crescente dos homens evangélicos pela arte de pregar. Não poucas vezes temos ouvido o testemunho de pastores, impres sionados com a avidez com que os homens de sua igreja acorrem às aulas de homilètica por eles ministradas. Os homens estão sentindo o desafio do presente século e, da melhor maneira possível, preparam-se para cumprir a sua missão. Os homens evangélicos são pregadores natos, e a leitura deste livro vai ajudá-los a variar o seu repertório, e dar novo colorido às suas mensagens. O autor reúne, de maneira clara e objetiva, preciosos subsídios para os pregadores leigos. Na primeira parte do livro encontra-se o ABC — o mínimo que um pregador precisa conhecer sobre a arte de pregar. Na segunda parte, o pregador descobrirá como fugir da rotina — as múltiplas maneiras de se apresentar uma mensagem. Considero Homilètica Prática uma preciosidade para a biblioteca do pregador leigo. Uma fonte de recursos para os que desejam disseminar a Palavra de Deus.
Edson Machado
PREFÁCIO O estudo de homilètica abrange tudo o que tem a ver com a preparação e apresentação de práticas religiosas. Geralmente se pensa na homilètica em relação aos sermões. Todavia, é igualmente aplicável aos discursos religiosos em geral, bem como aos programas que se apresentam na embaixada, na SCH, no GAM, na Escola Biblica Domi nical e União de Treinamento. Também em qualquer ocasião em que se precise comunicar com o público através de discurso. Neste livro procurei mostrar não somente como preparar sermões (especialmente esboços), como também a melhor maneira de recolher material da Bíblia e de outras fontes para ter uma base para o sermão. Mostrei ainda como apresentar a mensagem ao público de maneira atraente para se obter os melhores resultados. Procurei, sobretudo, fazer o possível para incluir o máximo de coisas práticas e o minimo de teoria. Esta é a finalidade principal deste livro:
mostrar aos que são pregadores leigos como preparar e apresentar sermões de maneira mais efetiva. Mas gostaria que todos os que se dedicam a proclamar a Palavra de Deus em público possam tirar proveito deste escrito.
T. Hawkins
Primeira Parte NORMAS FUNDAMENTAIS
1 COMO ESTUDAR A HOMILÉTICA
1. Estudo de Livros de Textos Existem vários livros que nos podem ensinar muitas verdades úteis quanto à homilética. A Arte de Pregar, do Dr. John Broadus, é, provavelmente, o livro mais conhecido so bre oassunto. Foi traduzido em muitos idiomas eé usado em seminários de muitas denominações. Para o pregador leigo, todavia, é um tanto avançado. Também, por ter sido escrito há muitos anos, não se adapta totalmente às condições atuais. Entretanto, se alguém tiver a oportuni dade de lê-lo, terá, sem dúvida, muito proveito. Existe um livro em espanhol, escrito há bastante tempo, mas que em certo sentido é bastante atual e interessante. Trata-se de Discursos a Mis Estudiantes, de C. H. Spurgeon. São sermões que ele pregou para os alunos do seu colégio, que na realidade era um seminário. A obra contém muitos conselhos práticos, mas são poucas as informações sobre como preparar sermões. Todavia, levando em conta a abundância de conselhos e a natureza do livro, recomendo que todos o leiam atenciosamente. Recentemente publicados pela JUERP, existem vários livros dedicados aos leigos. Manual para Pregadores Lei gos, Esboços Úteis para Leigos e José da Silva — Um Pregador Leigo oferecem farto e precioso material. Mere cem fazer parte da biblioteca de todo pregador. 2. Análise de Sermões Aprende-se muito de análises de sermões de pregadores importantes, tais como Spurgeon, Moody, Talmadge, Carrol, Varetto, Billy Graham e muitos outros que se poderia mencionar. Todavia, a primeira coisa que se nota é a 13
inspiração que se recebe ao ter comunhão com eles através da leitura de seus sermões. Também se aprende multo deles vendo os métodos que usaram para apresentar com tanta eficiência a Palavra de Deus. Além disso, se adquire muito material em forma de ensinamento, ilustra ções e frases que sempre se pode usar. E, sem dúvida, em muitas ocasiões se encontrará no sermão em geral algo que se possa usar com muita eficiência, amoldando-o ã sua própria modalidade. Passos na análise de um sermão escrito: 1) Atentar para a maneira de expressar o tema, para ver se há algo importante. Por exemplo, no livro de C. H. Spurgeon, ao olhar o conteúdo, os seguintes temas me chamam a atenção: «Da Estrebaria ao Trono» e «A Voz do Sangue». 2) Ler cuidadosamente a base bibiica do sermão. 3) Fazer um breve resumo da introdução, atentando especial mente para o seu conteúdo, se è extenso ou curto e se, a seu juízo, introduz de maneira eficaz o corpo do sermão que segue. 4) Examinar o encabeçamento de cada divisão e fazer um breve resumo de cada um. 5) Fazer uma lista das ilustrações que lhe chamem a atenção. 6) Fixar-se na maneira de aplic ar os ensinamentos do .s.-’ sermão. Alguns pregadores fazem a aplicação à medida que desenvolvem os pensamentos; outros o fazem ao terminar cada divisão, e muitos o fazem somente na conclusão. 7) Observar a natureza da conclusão e fazer um breve resumo. Esta análise será proveitosa se for escrita, E deve ser guardada. 3. A Prática na Preparação de Mensagens
O objetivo da homilêtica é auxiliar na elaboração de temas que apresentem em forma atraente uma mensagem da Palavra de Deus, e com tal eficiência que os ouvintes 14
compreendam o que devem fazer e sejam movidos para fazê-lo. Todavia, não há outro caminho para o bom êxito do que a experiência no trabalho. Isto dizer que se deve praticar, e seguir praticando até poder preparar e apresen tar um trabalho com facilidade e eficiência. Tomaremos como exemplo os «textos que têm em si certas divisões». Não basta estudar as explicações encontradas na página 55 deste livro. O ideal é praticar uma série de esboços baseados em diferentes passagens da mesma natureza. E ainda seria melhor ler a Bíblia cuidadosamente e descobrir muitos desses textos, e depois praticar com eles. O mesmo deve ser feito com os demais tipos de esboços, que se encontram neste e em outros livros. Fazendo isso, você se surpreenderá ao ver com que facilidade e em quão pouco tempo você preparará tão bons esboços!
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2 PARTES FUNDAMENTAIS DE UM SERMÃO
O primeiro passo na preparação de um sermão deve ser estudar cuidadosamente a passagem biblica. Isso é básico e constitui o fundamento de todas as partes que se seguem. O segundo passo consiste em determinar qual será o pensamento central a desenvolver. Geralmente se encon tram vários pensamentos numa passagem biblica, mas é necessário escolher um só fio de pensamento e desen volvê-lo. Mesmo quando se deseja fazer uma análise completa de uma passagem biblica, é aconselhável esco lher um só fio de pensamento, que una todos os de talhes do texto. Por exemplo: Para se estudar o capitulo 12 de Romanos, pode-se desenvolver o tema geral «As Carac terísticas do Crente», e abordar todo o capitulo. Ou limitarse ao assunto principal do versículo 1 — «A Apresentação do Corpo a Deus». Ou desenvolver o tema: «O Que Cada Um Deve Pensar de Si Mesmo» (v. 3). Ou ainda tomar como pensamento central: «Os Crentes como Membros do Cor po de Cristo» (vv. 4-8). Vê-se, pois, que o essencial é escolher um só pensamento e segui-lo desde o princípio até o fim da mensagem. Assim, o pensamento principal se constituirá realmente no tema da pregação. 1. A Introdução A introdução deve estar intimamente relacionada com o pensamento central (tema). Deve ser apresentada de tal maneira que ajude os ouvintes a entrar na trilha do pensa mento e a se interessar em segui-lo até o fim. Por exemplo: A mensagem baseada em Romanos 12:1, to mando como tema principal «A Apresentação do Corpo a 17
Deus», podería ter como introdução a lembrança do fato de que todos temos corpo e que nossa atuação no mundo se limita ao uso do nosso corpo. Querendo, pode-se dizer algo sobre o instrumento maravilhoso que é o corpo humano, e quanto o corpo pode fazer para Deus quando dedicado a ele. Então se estaria pronto para entrar nas divisões do tema, e analisar o que disse Paulo sobre a apresentação do corpo a Deus. Deve-se ter muito cuidado para que as divisões sigam o mesmo fio do pensamento principal (tema). Por exemplo: Tomando como base João 3:16, e como pensamento principal «Verdades Primordiais Quanto à Salvação», as divisões poderíam ser as seguintes: 1. A fonte da salvação: o amor de Deus. 2. O meio da salvação: Jesus Cristo. 3. A extensão da salvação: todo o mundo. 4. A condição da salvação: crer em Cristo. 5. O resultado da salvação: vida eterna. Estas divisões se desenvolvem de maneira ordenada e dentro do tema e pensamento central. Quanto ao aconselhamento aos ouvintes, para que po nham em prática o que foi dito, pode ser feito no desen volvimento ou no término de cada divisão. Também pode ser feito na conclusão. Comprovadamente uma combina ção dos dois sistemas é o melhor. 2. A Conclusão A conclusão deve ser o ponto alto do pensamento principal. Por exemplo: A conclusão da pregação sobre João 3:16 poderia ser mais ou menos a seguinte: Já que Deus nos ama tanto que enviou seu único Filho para morrer em nosso lugar, e que a cada um de nós oferece a salvação por meio dele, contanto que tomemos este passo tão simples de crer em Cristo, e o crer nele nos assegura que gozaremos a vida eterna, apressemo-nos, cada um, em aceitar Cristo como Salvador. 18
Depois de bem elaborada a conclusão, é bom costume escrevê-la para poder transmiti-la aos ouvintes com bas tante clareza. Pois, além de ser um resumo de tudo o que foi dito, a conclusão é a parte da pregação que fixa a mensagem na mente dos ouvintes.
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3 RECOLHENDO MATERIAL 1. Estudo Geral Quase toda pesquisa serve como base para sermões. Todavia, è verdade incontestável que, quanto mais instru ção tem uma pessoa, tanto mais condições terá para preparar e apresentar sermões. O pregador leigo deve formar o hábito de estudar sistematicamente e aproveitar todo o seu tempo livre para instruir-se. Deve ler jornal diariamente, para estar a par do que se passa no mundo. Isso constitui uma fonte inesgotável de ilustrações. Tam bém é proveitosa a leitura de qualquer revista que trate de atualidades. Quanto aos livros, pode-se dizer que a leitura de qual ; quer livro de natureza elevada muito ajudará: bons roman ces, livros>de história, de ciência, de psicologia, de atua lidades mundiais, etc. 2. Formação de Biblioteca
Toda pessoa que deseja ocupar-se na obra do Senhor, e especialmente falar diante do público, deve formar paulatinamente uma biblioteca segundo suas capacidades men tais e financeiras. Os quatro primeiros livros a serem adquiridos e que devem servir como base da sua biblioteca são: 1) Uma Bíblia para estudo — com letras grandes e capa dura. Pode-se ter outra com letras menores, papel mais fino e capa de couro para carregar quando sair; 2) um dicionário bíblico; 3) uma concordância; 4) um comentário bíblico (especialmente sobre o Novo Testamento). Depois de conseguir esses livros, pode-se ir adquirindo outros, de acordo com a sua necessidade, interesse e recursos financeiros.
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3. Arquivo de Materiais
É muito importante ter algum sistema para guardar recortes, cópias de artigos que não se podem recortar, escritos de próprio punho e uma relação de assuntos que se encontram em livros ou revistas, com a indicação do volume, página, etc. Muitos são os sistemas de arquivo. Sem dúvida, os comerciais em forma de caixa são os melhores. Mas há outros mais simples e baratos, que podem ser consegui dos ou confeccionados. Existe um, muito prático, em forma de livro, com compartimento para cada letra. Há quem prefere pregar os recortes em cadernos. Outros usam envelopes. Qualquer sistema é bom, mas, sem dúvida, alguns são melhores que outros. O importante, todavia, é ter alguma forma de guardar os materiais úteis na preparação de futuras mensagens.
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4 REGRAS PARA INTERPRETAÇÃO DE UM TEXTO BÍBLICO Uma vez escolhido o texto para a pregação, é impor tante observar estas regras para uma perfeita interpretação do mesmo. 1. Identificar os Termos Não Conhecidos Se na primeira leitura do texto forem encontrados nomes de lugares, pessoas ou objetos desconhecidos, deve-se consultar o dicionário biblico e informar-se a respeito dos mesmos. 2. Entender o Texto Consultar o comentário bíblico, no caso de haver dúvi das quanto à interpretação do sentido do texto ou passa gem. Conhecer o contexto, a menos que se trate de um livro inteiro, um capítulo que tenha unidade em si, ou uma seção que seja uma unidade. Deve-se ler cuidadosamente o que vem antes e depois do texto escolhido. Se a passagem trata de um acontecimento, é necessário ler atenciosamente tudo o que se relacione com o mesmo, fixando bem cada detalhe. Se o texto é uma biografia, é conveniente procurar saber tudo o que a Biblia diz a respeito. E se se tiver à mão livro sobre o personagem, será mais do que útil a sua leitura. 3. Familiarizar-se com o Texto Para bem compenetrar-se do espirito e sentido da passa gem, deve-se lê-la repetidas vezes. O eminente pregador, 23
Dr. G. Campbell Morgan, costumava ler a passagem que ia expor pelo menos cínqüenta vezes como preparação para cada mensagem. Concluindo, dizemos que quem se propõe a interpretar aos outros uma passagem bíblica, deve primeiramente entendê-la em todos os seus detalhes.
5 APLICAÇÃO DA PSICOLOGIA A HOMILÉTICA 1. Preparo e Apresentação Ao se preparar e apresentar um sermão é necessário fazê-lo de maneira a atingir três faculdades da mente: inteligência, emoções e vontade. 1) Inteligência. A meta de qualquer sermão ê fazer com que os ouvintes compreendam a significação de determi nada passagem bíblica, assim como as explicações e aplicações que se deduzem da mesma. Assim sendo, torna-se necessário esclarecer o assunto o melhor possí vel. Mas não basta alcançar somente esses objetivos, por que, no final das contas, os ouvintes ficariam entendendo o assunto, mas não seriam induzidos ao terreno da prá tica. 2) Emoções. Também é necessário apelar às emoções dos ouvintes, a fim de movê-los a pôr em prática em suas vidas e em favor de outros o que se lhes ensina. As emoções ás quais o pregador deve apelar são: amor a Deus e ao próximo; compaixão pelos que vivem no pecado; paciência para consigo mesmo e para com os que o cercam; aversão ao mal que prejudica o que o pratica e os demais, enfim, tudo o que é contrário à vontade de Deus. 3) Vontade. Apôs instruir a inteligência e despertar as emoções conforme o exposto acima, torna-se necessário apelar à vontade, mostrando-se como executar o que foi ensinado e incentivando os ouvintes a o experimentarem na prática. Sem isso, todo esforço terá sido em vão e nenhum resultado se conseguirá. 25
2. Análise Psicológica Simples dos Ouvintes Ao se falar a um auditório, ê de bom aLvitre proceder a uma ligeira análise psicológica das pessoas presentes. Os detalhes mais importantes a observar são: 1) A idade do s ouvintes. Torna-se mais fácil a comu nicação quando todos são mais ou menos da mesma idade. Mas a situação muito se complica quando estamos diante de meninos que não sabem falar e anciãos de mais de 60 anos de idade, como acontece muitas vezes em um culto de pregação. 2) Sua instrução. É muito comum em um mesmo grupo de pessoas de mais ou menos a mesma idade encontrar mos alguns que são analfabetos, e outros, professores. 3) O conhecimento que têm do evangelho. Muitas vezes há, no mesmo auditório, pessoas que são crentes de muita experiência, e outras que peia primeira vez ouvem o evangelho. 4) A capacidade de prestar atenção ao que se lhes diz. Alguns podem prestar bastante atenção e aprender com facilidade o que se lhes diz, mas temos que reconhecer que a maioria, em qualquer auditório, se constitui de ouvintes que se distraem. real mente muito importante avaliar as condições psi cológicas dos nossos ouvintes e fazer o possível para captar e reter sua atenção, adaptando, da melhor maneira possível, a mensagem a eles. é
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6 APLICAÇÃO DA LÓGICA A HOMILÊTICA O objetivo da lógica é ensinar-nos a conhecer a verdade. Considerando que o pregador enyj.da todos os seus esfor ços ante o público com a finalidade precipua de conseguir que seus ouvintes compreendam a verdade e a ponham em prática, é,-portanto, de suma importância a aplicação da lógica à mensagem. Levando em conta todas as suas ramificações, a lógica tem muitos detalhes. Mas, neste estudo, vamos limitarnos aos que se aplicam diretamente à homilética.
1. Definições Claras Não há discurso em que o orador não sinta necessidade de definir claramente muitas palavras. Isso é justificável. Uma vez que a pregação visa instruir os ouvintes, é absolu tamente necessário definir claramente o que se fala. Como aprender a fazer definições claras? Sugiro os três passos seguintes: Dedicar algum tempo às definições de um dicionário geral. Depois, fazer uma relação das definições do dicionário bíblico e, finalmente, praticar muito. Cita remos um exemplo do Dicionário de Ia Bíblia. Tomaremos a palavra «Trindade». Diz-se que é a doutrina de que Jeová é um só Deus, que existe eternamente em três pessoas, o Pai, o Filho e o Espirito Santo, todas iguais quanto à sua perfeita e suprema divindade. Não é completa e clara esta definição?
2. Divisões em Ordem Lógica Quase sempre as divisões de um sermão são passos ordenados que levam á conclusão lógica do sermão. E, 27
para que o assunto em conjunto seja claramente entendi do, é necessário que, no desenvolvimento, cada divisão esteja em seu lugar. Deve-se dar muita atenção a este detalhe. Vou dar um exemplo para demonstrar como isso é Importante. Suponhamos que alguém desenvolvesse um sermão à base das quatro perguntas, cuja ordem lógica ê: 1a Quê? 2a Por quê? 3a Como? 4a Quais serão os re sultados? Agora imagine como ficaria desconexo se o pregador falasse dos «resultados» como primeira divisão! Sempre que se faz uma análise de uma passagem, convém anotar os pontos à medida que se apresentam, e então ordená-los logicamente. 3. Aplicação da Lógica nos Argumentos e nas Provas
1) Cuidado com as generalizações. Ouvindo-se sermões com um pouco de atenção, percebe-se facilmente a impor tância que as conclusões tem em todo tema espiritual. E há muito perigo quando as conclusões não são baseadas na realidade e na verdade, mas em convencionalismos, no que se tem lido ou ouvido de outros, que, por sua vez, não fizeram as Investigações necessárias para descobrir a verdade quanto ao assunto, ou que se baseiam em um número demasladamente limitado de observações. Por exemplo: Uma pessoa que jamais tivesse visto rosas, se se deparasse com uma dezena de roseiras com flores ver melhas, e saísse a declarar, ante o público, que todas as rosas são vermelhas. Ao ouvir dizer isso, todos saberiam que essa é uma conclusão imprecisa. E todos nós estamos sujeitos ao mesmo erro quanto a verdades e experiências espirituais, e a deveres espirituais. Por isso devemos estar seguros antes de afirmar que tal ou qual coisa seja certa. 2) Argumentos baseados em causa e efeito. Algumas vezes conclul-se que certas causas trazem determinados efeitos e consequências. Por exemplo: É muito comum um
pregador dizer que, se uma pessoa aceita C risto como seu Salvador e faz dele o Senhor de sua vida, pode esperar determinados resultados. Outras vezes, o argumento parte do efeito, para chegar à causa. Isto é, pelo fato de constatar certos efeitos, con clui-se que houve uma determinada causa. Por exemplo: O fato de os cristãos guardarem o domingo como o dia de descanso e de dedicação ao Senhor é prova de que Jesus ressuscitou de entre os mortos nesse dia. São de muito valor essas duas formas de argumento e prova. Todavia, é importante que se façam as investiga ções necessárias para se ter uma base bastante firme para suas conclusões. 3) Testemunho. Para que o testemunho de alguém seja válido e digno de confiança é necessário que satisfaça a certos requisitos. Deve ser considerado o caráter daquefe que dá testemunho, se está em condições para testemu nhar, e ainda a sua capacidade para falar com autoridade sobre o assunto. Enfim, devem ser tomadas em conta todas as circunstâncias que rodeiam o caso e podem influenciar nas impressões recebidas pela testemunha.
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7 ILUSTRAÇÕES 1. Motivos para Usar Ilustrações 1) Realçar os detalhes. A finalidade principal de uma ilustração é a de lançar luz sobre determinados detalhes ou princípios, que se apresentem na mensagem. Para^alcançar esse objetivo, a ilustração tem que ser máls conhe cida e mais simples do que a afirmação básica. 2) Aumentar a compreensão. Também as ilustrações são usadas para levar ao terreno do concreto afirmações abstratas, e dessa maneira tornar mais compreensível a apresentação da mensagem. 3) Adornar. Finalmente as ilustrações servem para en feitar e tornar mais interessante um tema. Todo orador observa como aumenta o interesse e a atenção por parte dos ouvintes quando se começa uma narrativa. 2. Fontes de Onde Se Podem Tirar Ilustrações 1) Comparações. Jesus usava muito essa forma de ilustrar. Lendo os quatro Evangelhos, encontramos, mui tas vezes, a expressão: «O reino dos céus é semelhante a...» Antes de usar comparações, é importante pensar bem no assunto de antemão e estar seguro de què verdadeira mente existe semelhança entre o que se deseja ilustrar e a comparação, e que a comparação é mais conhecida do que o que se deseja ilustrar. 2) Experiências próprias. São de muito valor como ilustrações, contanto que se tenha muito cuidado quanto a certos detalhes: Primeiro, só se relata como experiência própria o que realmente o é. Em segundo lugar, deve-se ter 31
muito cuidado para não exagerar a experiência. Também é importante relatá-la de forma natural e sem vaidade. 3) Jornais e revistas. São de importância especial recor tes que tratem de grandes acontecimentos, situações mundiais e experiências pessoais proveitosas. Serão ainda de mais utilidade se se tiver um arquivo classificado em que guardá-los. Mas conheço um pregador que faz muito bom uso de recortes e usa o sistema de pregá-los em um caderno. 4) Sermões escritos. Ê um bom costume copiar de sermões escritos as ilustrações que interessam. Deve-se providenciar alguma forma de guardá-las, e, se possível, tê-las classificadas. Isso é fácil quando se tem um arquivo apropriado. Neste caso, basta escrever as ilustrações em folha de papel e guardá-las no arquivo. 5) Fontes diversas de informações. Pode-se anotar e usar ilustrações que se ouvem em sermões. Sendo um bom ouvinte, pode-se recolher ilustrações das conversa ções. Também pode-se usar as experiências de outras pessoas, mas sempre com o cuidado de saber se o que relatam é digno de confiança. Todas as ilustrações dessas fontes devem ser anotadas e em seguida arquivadas, para não serem esquecidas. «
6) Livros de ilustrações. Muitos desses livros já foram publicados. Alguns têm até mil ilustrações. Algumas pessoas os julgam muito úteis, outras não. Para que esses iivros sejam de mais utilidade, convém repassá-los todos, lendo com cuidado cada ilustração e fazendo uma lista das que forem mais interessantes. No caso de se ter um arquivo, pode-se colocar na classificação correspondente uma folha de papel em que se anotou o titulo da ilustração e o número da página do livro em que se encontra.
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3. Como Usar as Ilustrações 1) Fazer uma seleção. Apresentar somente as que são real mente necessárias e evitar que a mensagem seja nada mais que um conjunto de ilustrações. 2) Simplificá-las. Devem ser relatadas o mais rápido possível, eliminando-se os detalhes desnecessários. 3) Interpretá-las. A narração deve ser agradável e im pressionante.
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8 COMO FALAR E LER BEM EM PÚBLICO 1. Algumas Maneiras de Falar Bem em Público 1) Utilizar da melhor maneira possivel o conjunto de músculos que se usam quando se fala. São numerosos
esses músculos, começando dos lábios, abrangendo os da mandibula inferior, a língua e a garganta, incluindo tam bém os da caixa toráxica, o diafragma e alguns do abdô men. Vê-se, pois, que o falar é um processo complexo e que é preciso vencer a timidez e outros obstáculos para se falar bem em público. Logo, é necessário muita prática para fazê-lo corretamente.
2) Falar de tal maneira que todos os ouvintes possam entender até a última palavra dita. Para se conseguir isso são necessárias duas condições: a) Falar com bastante força para que todos que não sejam completamente surdos entendam. b) Pronunciar claramente cada palavra. Existe o perigo de se falar tão rapidamente que se emendam as palavras. Outro perigo é o de baixar a voz e ao mesmo tempo Juntar as palavras no final das frases. Se alguém comete uma dessas duas falhas, facilmente pode se corrigir com um pouco de força de vontade e alguma prática.
3) Pensar no que se vaf dizer. Antes de falar, pensar no
que se vai dizer, para que os sentimentos que correspon dem aos pensamentos se apoderem do que fala, e, através da sua voz, da expressão do seu rosto e da sua atitude, sejam transmitidos aos ouvintes.
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4) Usar somente palavras que os ouvintes compreen dam. É muito fácil um pregador usar palavras técnicas da linguagem religiosa que o auditório não entende. Por exemplo: É melhor dizer «novo nascimento» do que «re generação»; ou «Jesus voltou a viver» do que «ressusci tou». 5) Expressar os pensamentos de forma simples, clara e concreta, usando frases curtas. 6) Encarar os ouvintes. Não ficar a olhar para o chão, ou para o teto, ou por cima de suas cabeças. Olhá-los tranqüilamente, e não de maneira demasiadamente concentra da. O olhar tem muita força magnética, que deve ser usada. O não poder fixar os olhos nos ouvintes é resultado da timidez e da falta de confiança em si mesmo. O pregador tem que convencer-se de que Deus lhe entregou uma mensagem importante para ser transmitida aos que o escutam, e que está com ele para fortalecê-lo. 7) Falar com o corpo todo. Uma pessoa não fala somen te com sua boca, mas também com os movimentos do corpo, e especialmente com os braços e as mãos. O maior problema para quase todo orador é saber o que fazer com os braços e as mãos. Há certas coisas que devem ser evitadasf como segurar as bordas da mesa ou do púlpito; manter as mãos unidas e sob tensão ou movê-las conti nuamente (embora seja melhor movê-las demasiadamente do que ir ao outro extremo). Algumas pessoas preferem ter uma Biblia na mão es querda enquanto falam, e somente fazer um ou outro gesto com a mão direita. Não há nada de mal nisso (especial mente para uma senhora). Não resta dúvida de que o ideal é fazer somente gestos que tenham verdadeira significação e concordem com o que o pregador esteja dizendo. Deve ser feito de forma natural e não artificialmente, como fazem muitos declamadores. Eis alguns gestos básicos: 36
a) Expressa-se a idéia de grandeza estendendo-se as mãos. b) A idéia de ir a alguma parte pode ser expressa colocando-se a mão direita no peito e depois esten dendo-a. c) Se se deseja dirigir a mente a algum conceito (como Deus), pode-se levantar as mãos. d) A idéia de extensão (como a extensão do evangelho até os confins da terra) pode ser expressa colocandose as mãos unidas sobre o peito e, a seguir, esten dendo-as ao nivel dos ombros. e) Oferecer algo se expressa inclinando-se para os ouvintes com os braços estendidos e as palmas das mãos voltadas para cima. f) Ao explicar alguma coisa, deve-se ter as mãos afas tadas uns 30 cm uma da outra, com os dedos ligeira mente separados. É aconselhável exercitar estas po sições diante de um espelho. 2. Alguns Exercidos para Melhorar a Voz 1) Relaxamento da mandibula Inferior. Para se falar bem em público é necessário abrir suficientemente a boca. E, para se fazer isso, torna-se necessário relaxar a mandibula inferior. Não são poucas as pessoas que têm a mandibula inferior sempre tensa. O exercício para acostumar-se a relaxá-la é demasiadamente fácil, mas exige prática, e por bastante tempo. Consiste simplesmente em inspirar pro fundamente e, com a garganta relaxada, dizer «a» com a mandibula inferior caida. 2) Desenvolvimento da flexibilidade dos lábios. São muitas as pessoas que têm os dois lábios, um lábio, ou ainda uma parte de um lábio sob tensão. Tal pessoa encontra dificuldade para falar bem. O exercício para desenvolver a flexibilidade dos lábios consiste tão-somente em pronunciar a palavra «sopa», estendendo os lábios de madeira exageradaaõ dizer'«so» é. recolhendo-os ao (fizer «pa». A mandibula inferior fica 37
tensa ao se pronunciar «so» e completamente relaxada ao dizer «pa». 3) Desenvolvimento da ressonância nasal. Este desen volvimento è necessário para se falar em tom vivo e atraente. São vários os exercidos. O-primeiro consiste em repetir palavras, tais como: cantando, trazendo, horrendo, bqndo; graduando o tom do nariz e insistindo nò som «nd». Depois exercitar a pronúncia das letras «m» e «n», usando palavras tais como «minimo». Também são neces sários exercícios, enfatizando especialmente o som «ng», usando palavras como araponga, pingo, Hong-Kong.
4) O dominio da respiração. O orador precisa saber respirar corretamente e depois controlar a expiração do ar, como faz um bom nadador. O exercido para domínio da respiração consiste em colocar-se em boa posição, com o abdômen para dentro e o. peito para fora_ (com a barriga encolhida e o pelto estofador: Colocar até onde possa, com comodidade, as pontas dos ombros para trás. A boa posição se toma automaticamente. Então Inspira-se profundamente de ma neira controlada. Em seguida, começa-se a pronunciar a letra «a», atê esvaziar os pulmões. Praticar este exercício até acostumar-se a reter ar nos pulmões por um tempo cada vez maior.
3. Como Aprender a Ler de Forma Atraente O ideal é que a forma de ler não sejd monótona, mas atraente e interpretando a passagem lida. Os exercidos para se alcançar este objetivo são muito simples. Consistem nos três passos seguintes: 1) Sublinhar as palavras. Ao estudar as passagens, convém sublinharas palavras que, a seu ver, são as chaves da passagem que vai ler ante o público.
Exemplo de como sublinhar um texto ou passagem: 38
«Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele cré não pereça, mas tenha a vida eterna.» 2) Praticar a leitura. Ler a passagem, dando ênfase às palavras sublinhadas, è conveniente mesmo exagerar, no exercido para poder aprendê-lo bem. Todavia, ante o público deve-se ler com mais naturalidade. 3) Ler em voz alta. Ler a passagem em voz alta vàrlas vezes antes de sair para o culto, mesmo quando se vai repetir uma mensagem.
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9 RECURSOS VISUAIS PARA APRESENTAÇÃO DE MENSAGENS Na apresentação de qualquer mensagem é sempre con veniente fazer uso do sentido da vista juntamente com o do ouvido. Os recursos visuais podem ser usados, com muita eficiência, em reuniões realizadas em classes pequenas ou em residências. Dtercem grande influência quando os ouvintes são pessoas que pouco oü nada sabem do evangelho. Por exemplo, em reuniões realizadas em ca deias tem-se conseguido muito bons resultados com ravuras ou com o esboço da mensagem escrita em folhas e cartolina. Também em pontos de pregação recémorganizados nota-se que o povo presta muito mais atenção e compreende melhor a mensagem, quando as explicações são acompanhadas com alguma apresentação visual.
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Além do projetor de filmes fixos, temos vários recursos visuais que se prestam muito bem para o nosso uso. 1. Quadro-de-glz
Pode ser usado para desenhos e especial mente para se escrever o esboço da mensagem. É muito bom quando se pode ter um quadro grande, mas, isto não sendo possível, pode-se usar mesmo um pequeno. Este tem a vantagem de ser facilmente levado para qualquer parte. No caso de não ser possível conseguir um quadro de madeira, pode-se usarfoihas de papel de embrulho, de cor escura. São surpreendentes os resultados que se obtém. 41
2. Cartazes
O mais conveniente é fazê-los de cartolina branca, com tinta nanquim ou pincel atômico, escrevendo-se com letras de imprensa. Para se conseguir uniformidade nas letras, risca-se a lápis três linhas guias e escreve-se sobre elas, obtendo, assim, a mesma altura, tanto nas maiuscu las como nas minúsculas. Depois de se praticar um pouco, consegue-se escrever com muita rapidez. Na falta de cartolina, pode-se usar qualquer folha de papel. Convém fazer cartazes com diferentes esboços, geral mente os mais usados. Também com desenhos ou figuras ilustrativos de passagens bíblicas, e guardá-los, para serem usados quando necessário. 3. Gravuras 1. As gravuras grandes servem muito bem quando se fala a grupos maiores. Podem servir como base para toda a exposição e não somente para ilustrar certos detalhes. O importante é estar bem informado sobre a gravura e saber usá-la de maneira atraente e eficiente. 2. Para *grupos menores, pode-se usar também figuras pequenas que se relacionem com a mensagem que se deseja desenvolver. Por exemplo: Certa vez um pregador ilustrou de maneira muito atraente o tema «Mães da Bíblia», usando figuras pequenas, coladas em pedaços de cartolina. Começou com uma figura de Eva e terminou com uma de Maria, a mãe de Jesus. Usou esse recurso, com muito sucesso, em um salão onde se reuniam umas cinquenta pessoas. 4. Flanelógrafo Para quem prefere preparar o material e desenvolver os temas no flanelógrafo, este recurso oferece muitas possi42
biIidades. Conheci um pregador que fazia excelente uso dessa forma de apresentação. Seu material era muito variado e usado com muita imaginação. Possuia muitas figuras e recortes comuns, desses que se compram no comércio. Também guardava uma variedade de recortes de revistas. Para completar, ele mesmo desenhava muitas figuras, que apresentava na exposição de suas mensa gens.
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10 A VIDA ÍNTIMA DO PREGADOR E A EFICIÊNCIA DA SUA MENSAGEM
Não resta dúvida de que há muita verdade neste pensa mento: «O que o pregador é fala mais alto_e claramente do que aquilo que o pregador diz.» Esta afirmação se refere especialmente à sua espiritualidade e às manifestações da mesma. Mas também pode ser aplicada a toda a vida intima do pregador e a todas as suas reações frente aos estímulos que o afrontam. Existem sete características muito importantes e que devem predominar na vida intima do pregador. Elas são indispensáveis e se refletirão em suas atitudes para com seus ouvintes e na maneira de reagir ante eles. 1. Verdadeira Aceitação de Cristo como Salvador É claro que isso pode ser considerado óbvio. Mas, sem dúvida, todo pregador deve examinar-se com a ajuda de Deus, para estar seguro de que realmente aceitou Cristo como seu Salvador pessoal, e não tão-somente aceitou como verdade o fato de que ele é o único Salvador. 2. Consagração É perfeitamente possível uma pessoa aceitar Cristo como seu Salvador, sem, no entanto, aceitá-lo como Rei e Senhor de sua vida. É claro que todo crente deve dar ambos os passos. Todavia, isso é sumamente importante para aquele que se propôs a ensinar a religião de Cristo aos outros. 45
O ideal é que a consagração a Deus aumente constante mente. E isto deve ser uma realidade para o crente. Temos que reconhecer que a conservação da consagração se consegue à custa de vigilância e esforços constantes, sempre com a ajuda de Deus. 3. Boa vontade O pregador precisa sentir-se amigo de todos e deve demonstrar isso em suas atitudes, t.hnuito natural uma pessoa sentir certa apatia por seus ouvintes, pelos defei tos que eles têm. O pregador tem que lutar também contra a tendência de sentir-se superior aos outros. 4. Consideração É necessário desenvolver o senso de delicadeza para com os demais em todo momento, mas especialmente quando se tem a palavra e se está falando a um grupo sobre as coisas espirituais. Por meio de palavras ou modos ásperos e duros alguém pode neutralizar todas as verdades elevadas que pronunciar com a boca. 5. Compaixão Uma das características principais de Jesus era ter compaixão das pessoas. Não nos surpreende saber que o ouviam alegremente. Até onde nos seja possível, devemos procurar compreender cada ouvinte; seus pontos fracos e fortes, suas provações, suas tentações, seus sofrimentos, suas limitações, seus anelos, sua capacidade. E, como conseqüência desta compreensão, devemos tratá-los com bondade, amor, suavidade, mostrando desta maneira o espirito de Cristo mesmo. 6. Sabedoria Biblicamente, esta palavra significa «saber agir acertadamente sob todas as circunstâncias e em todas as si tuações». O pregador, ao falara um grupo de pessoas, tem 46
que saber falar com sabedoria. Mas tam b é m tem q u e s a b e r agir com sabedoria, f r e n t e a qu alq u er s itu a ç ã o in e s p e r a d a que se lhe apresente enquanto e s t i v e r f a l a n d o . P o r e x e m plo, controlar seus nervos se um v isita n te q u e ig n o ra nossos costumes disser algo em voz a lta. R e p re e n d e n do-o, pode muito facilm ente ofe n d ê -lo de ta l m a n e ira q u e não volte mais. 7. Domínio de Si Mes m o
É muito necessário para vencer o te m o r, q u e é m a is o u menos natural quando se tem qu e fa la r em p ú b lic o . Também é necessário para corrigir alguma falha especial que se tenha, como o gaguejar. Ainda é necessário para dominar a voz e falar de tal m aneira qu e to d o s c o m p r e e n dam cada palavra e que as palavras e x p re s s e m s e u s s e n timentos. E muito especialmente se n e c e s s ita d e le fr e n te a situações desconcertantes que in e sp e ra d a m e n te p o s s a m se apresentar.
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11 SUGESTÕES PRÁTICAS PARA DIRIGIR REUNIÕES
Quem trabalha na obra de Cristo tem que dirigir muitos tipos de reuniões. Algumas delas são na Escola Bíblica Dominical, uniões de treinamento, organizações missioná rias, cultos de oração, de estudo bíblico, cultos em congregações, reuniões ao ar livre, cultos em cadeias ou hospitais, e, finalmente, reuniões normais no templo da igreja. Há diversidade de condições nos diferentes tipos de reuniões. É natural que não seja possível fazer sugestões que se apliquem a todos os casos, por isso limitar-me-ei a estes: 1. Elaborar o Programa É sempre interessante preparar, com .antecedência o programa. Além dos elementos que integram todo progra ma, tenho observado alguns que a meu ver merecem um cuidado todo especial para que a reunião se desenvolva de maneira ordenada. Um detalhe é que se deve determinar de antemão os hinos que serão usados. Causa muita confu são se no momento de cantar um hino pergunta-se aos ouvintes qual querem cantar. Desta maneira também torna-se impossível coordenar os hinos com o pensamento principal do tema, lição ou programa. Outro detalhe importante é sugerir aos que geralmente oram em público que o façam em voz bem alta e com bastante expressão e clareza para que todos possam ouvi-los. Pode-se mesmo avisar-lhes com antecedência 49
que vão ser indicados para orar. Sendo conveniente, pode-se pedir que o que vai orar venha à frente e ore virado para o auditório. Outro detalhe interessante é repartir, antes da reunião, tira de papel indicando os textos bíblicos a serem lidos por determinadas pessoas, no caso de se pedir a participação do auditório em uma leitura biblica. 2. Variar a Reunião Ê de suma importância introduzir variações no programa de uma reunião, qualquer que seja a sua natureza. Por exemplo: Algumas vezes todos podem repetir um texto de chamada à adoração (invocação). Outras vezes, pode-se começar com a leitura de um salmo ou de uma poesia devocional. Também a leitura bíblica pode ser variada, lendo-se em uníssono ou responsivamente. Outras vezes pode-se pedir a uma pessoa, que leia corretamente, que faça a leitura. Neste caso, é conveniente que ela venha à frente. 3. Selecionar a Música Deve-se dar especial atenção à música. Mesmo não entendendo muito do assunto, o que dirige deve engenhar maneiras eficientes para dirigir a música. Quando a reu nião não é muito formal, ê conveniente cantar alguns hinos ou corinhos novos. A melhor maneira de ensiná-los é fazer o auditório repetir a letra. Depois fazer tocar a melodia para que todos se acostumem à mesma. Então pedir que cantem somente os que já saibam. O resto toma-se fácil. 4. Estim ular a Reverência
Todo esforço deve ser feito para se criar um ambiente de reverência. O que dirige tem que planejar isso com ante cedência. Pedir que, ao chegarem, se sentem tranqOiiamente, orem e leiam silenciosamente suas Biblias ou cantores. Uma música suave, tocada por alguns minutos antes do inicio do programa, ajuda muito. Conveniente
também é tocar música suave no término da reunião. 5. Considerar os Ouvintes
Todos os elementos da reunião devem ser bem adapta dos à natureza do auditório. Em pontos novos de pregação é mais aconselhável cantar corinhos do que hinos longos. Também é recomendável ensinar pequenos textos bíbli cos, que tenham em si a mensagem do evangelho. O sermão ou a lição devem ser adaptados à capacidade, à compreensão e ao interesse dos ouvintes. Esta última recomendação ê talvez a mais importante para que a reunião tenha ordem, reverência e eficácia espiritual.
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Segunda Parte COMO PREPARAR SERMÕES
1 SERMÕES BASEADOS EM QUATRO PERGUNTAS AS quatro perguntas básicas para asta mnriatiriada dft setraãQ são: Que? Por quê? Como? Quais serio os resultados? ~ ' Basear o sermão nessas quatro perguntas ê uma forma lógica e prática para o desenvolvimento de um grande nú mero de temas, especialmente quando se quer apresentar o que a Bíblia inteira ensina sobre determinados assuntos. Por exemplo: «A Salvação», «O Novo Nascimento», «A Fé», «A Justificação», «O Gozo Cristão», «A Perseverança», «A Paz Cristã», «O Crescimento Cristão», etc. Vejamos o esboço de um sermão baseado nas quatro perguntas, sobre o tema «Poder Espiritual»:
1. Que É Poder Espiritual? 1) Negativamente: a) Não é magnetismo pessoal. b) Não é eloqüência. c) Não ê cultura.
2) Positivamente: E o poder que há em nós como resultado de havermos recebido de Deus seu Espirito.
2. Por Que Precisamos de Poder Espiritual? 1) Porque com ele evitamos os muitos fracassos espirituais que sobrevêm aos crentes: 55
a) Falta de vitória sobre o pecado. b) Falta de testemunho eficaz por Cristo. c) Falta de influência positiva em favor da causa de Cristo. 2) Porque sem este poder nada podemos fazer que espiritual mente valha a pena: a) Em nossas experiências como crentes. b) Em nossas atividades como cristãos. 3. Como Se Pode Conseguir Poder Espiritual? 1) Desejando-o verdadeiramente. 2) Mantendo-nos livres do pecado pelo arrependi mento. 3) Entronizando a Cristo na Vida. 4) Obedecendo és ordens do Espirito. 4. Quais Serão os Resultados do Poder Espiritual Sobre o Indivíduo? 1) Vitória sobre o pecado. 2) Coragem para testificar de Cristo. 3) Trabalho eficiente. 4) Vida cristã progressiva. 5) Recompensa pelo serviço fiel. Esse método de pregação, à base das quatro perguntas, além de ser vantajoso para os de pouca experiência, também tem a virtude de apelar de maneira muito eficiente às três faculdades mentais que têm que ser atingidas para se obter os resultados desejados. Em uma resposta bem dada à segunda pergunta — Por quê? — apela-se, em parte, à inteligência, e, em parte, às emoções, convencen do os ouvintes de que ê necessário pór em prática o que foi recomendado na primeira pergunta. Depois, ao responder à terceira pergunta — Como? — além da inteligência, é 56
atingida também a vontade. Finalmente, ao mostrar os resultados de se pôr em prática o recomendado, faz-se uso das três faculdades mentais mencionadas, mas apela-se especialmente à vontade para que se aceite o exposto.
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2 SERMÕES BASEADOS EM TEXTOS QUE TÊM DIVISÕES NATURAIS
Há textos bíblicos que trazem em si mesmos as suges tões para as divisões do sermão, e nos permitem dois tipos de esboços: Esboços nos quais cada palavra do tema se constitui uma divisão. Temos um bom exemplo em Romanos 5:8. Tema: Cristo Morreu por Nós. 1. «Cristo» 1) Era um homem bom em todos os sentidos. 2) Ao mesmo tempo era Deus. 2. «Morreu» 1) Como mártir. 2) Em sacrifício voluntário. 3. «Por» Em nosso lugar. 4. «Nós» 1) Pela humanidade. 2) Particularmente por mim. Esboços baseados em várias palavras ou frases do texto. 59
Consistem em se usar um ou vários versículos que têm pensamentos relacionados e formar o tema destes pensa mentos. Em I Tessalonicenses 1:9,10 encontramos dois versícu los muito bons para esse tipo de esboço. Tema: Passado, Presente e Futuro do Crente. 1. No passado:... «Vos Convertestes» 1) Negativamente: «Dos ídolos» 2) Positivamente: «A Deus» 2. No presente: «Para servirdes» 1) Motivo social: «Ao Deus vivo» 2) Motivo moral: «Ao Deus verdadeiro» 3. No futuro: «E esperardes» 1) De onde? «Dos céus» 2) O quê? «Seu Filho» João 1:29 è um excelente exemplo de um só versículo que tem em si divisões naturais. Tema: «O Cordeiro de Deus» •
1. «Eis»: Atenção chamada para Jesus. 2. «O Cordeiro»: Sacrifício proplciatório. 3. «De Deus»: Quem ofereceu o sacrifício. 4. «Que tira o pecado»: Virtude do sacrificio. 5. «Do mundo»: Para quem foi oferecido o sacrificio.
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3 SERMÕES BASEADOS EM UMA SÔ PALAVRA
Nos tempos bíblicos dava-se muito mais importância à significação das palavras do que na atualidade. Por exem plo: São raros os casos, nos dias de hoje, quando uma pessoa sabe o significado do seu nome. Mas nos tempos biblicos os nomes tinham tanta significação que represen tavam as características (ou possivelmente uma só carac terística) do indivíduo. Por isso, pela importância que naqueles tempos se dava às palavras é que encontramos hoje, na Biblia, muitas palavras que em si mesmas encer ram toda uma mensagem. Deve-se estudar muito o dicio nário biblico para melhor entender o significado das palavras da Biblia, e assim estar em condições de usá-las como base de mensagens. No livro Sermones de Diez Eminentes Predicadores en contramos um sermão do grande evangelista do passado, Dr. W. A. Sunday, que ê um bom exemplo dessa classe de exposições: Texto: Isaias 9:6: «E o seu nome será: Maravilhoso...» Tema: Maravilhoso Na introdução, o pregadoxjttzque há 256 npmes que se_ deram ao Senhor Jesus Cristo, e, sem dúvida, ele era infinitamente superior a tudo o que se podia expressar com esses nomes. A seguir, o pregador define a palavra «maravilhoso», explicando que é o que está muitíssimo além do comum, e pergunta: Jesus correspondia verdadeiramente a esse no me? 6T
Passa então a demonstrar que Jesus é realmente mara vilhoso através das 11 subdivisões do sermão (e ainda muito mais divisões poderia ter acrescentado). Foi Maravilhoso:
1. Seu nascimento, porque jamais ocorreu outro como o seu. 2. Seu caráter, pois ninguém jamais se aproximou dele na perfeição. 3. Sua vida, por sua abnegação, sua pureza e utilidade. 4. Seu ensino, pelo seu modo de transm iti-lo, sua sen sibilidade, sua clareza e sua adaptação ao individuo. 5. Sua originalidade e doutrinas. 6. As profecias acerca de si mesmo. 7. Sua condenação à morte. 8. A grande publicidade da sua morte.
9. Sua ressurreição e aparições. 10. A salvação que vem operando nos indivíduos atra vés dos séculos. 11. Porque salvou-me a mim.
4 TEXTOS DOS QUAIS SE NECESSITAM DEDUZIR AS VERDADES A maioria dos textos curtos da Biblia contém em si verdades e ensinamentos que somente são percebidos quando submetidos a um estudo cuidadoso e profundo. Sem dúvida, podem ser entendidos, e suas verdades po dem ser descobertas mesmo por um crente de pouca instrução, se fizer o esforço necessário para entendê-los, sob a direção de Deus. Os passos na preparação de sermões baseados em tais textos são os seguintes:
1. Fazer um Estudo Cuidadoso do Texto em Si, sem Nenhuma Ajuda, Procurando Compreendê-lo o Me lhor Possível. 2. Depois Lançar Recursos.
Mão
de
Comentários e Outros
3. Preparar o Esboço. Exemplos de textos dessa classe: Nesse sentido são importantes os textos que fazem afirmação sobre Deus, como: «Deus é amor»; «Deus ê luz»; «Deus é forte e valente»; «A Comunhão íntima de Jeová é com os que o temem»; etc. Também temos outros textos, como as bem-aventuranças, que encerram em si princí pios básicos. Também existem muitas afirmações categó ricas de Cristo, com relação a ele mesmo, como, por exemplo,Mateus 5:17:«Não penseis que vim destruira lei ou 63
os profetas; não vim destruir, mas cumprir.» Nas cartas de Paulo encontramos muitos textos desta natureza, como Filipenses 4:13; «Posso todas as coisas naquele que me fortalece.»
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5 SERMÕES BASEADOS EM CAPÍTULOS DA BÍBLIA São muitos os capítulos da Bíblia que podem ser usados como base para sermões. Provavelmente o melhor livro sobre sermões que abordam capítulos inteiros da Biblia seja Os Grandes Capítulos da Biblia, de G. Campbel Morgan. Todos devem estudá-lo, para aprender como interpretar capítulos da Bíblia. Algumas vezes, como se vê no livro do Dr. Morgan, a divisão dos capítulos não acompanha as divisões de um determinado assunto. Em tais casos, convém fixar-se mais na divisão lógica do que na do capitulo.
1. Passos no Desenvolvimento Desse Tipo de Sermão 1 ) Escolher um texto que se possa explicar. Hà passa
gens que são muito difíceis para o principiante. Pelo menos terá que estudá-las bastante para poder desenvol vê-las. 2) Entender o texto. Sem recorrer a comentários bíblicos, estudá-lo até compreender ao máximo seus ensina mentos. O melhor é lê-lo muitas vezes. A seguir, fazer um esboço dos pensamentos mais importantes, e que tenham ordem mais ou menos lógica. 3) Confrontar interpretações. Só então estudar a passa gem em comentários bíblicos e modificar o seu esboço, trocando a ordem dos assuntos, caso isto lhe pareça necessário. 4) Reverá matéria. No caso de as divisões não aparece65
rem bem ordenadas no texto biblico, escolher a melhor maneira de apresentá-las. 2. Exemplo de um Sermão Sermão Basea Baseado do em um C apitu ap itulo lo da Biblia. Texto: Romanos 12 Tema: Deus Gloiíflcado em Nós 1) Consag Con sagremo remo-no -nos s a Deus Deus (v.1). a) A mente b) O corpo 2) Não Não nos nos conformemos conformemo s com o que seja contrário con trário à vontade de Deus (v.2). 3) Pensemos Pensemos em nós nós mesmos, mesm os, sem orgulh org ulho o e sem sem huhu mlldade excessiva (v.3). 4) Cumpramos nossa nossa missão com o membros do corc orpo de Cristo, desenvolvendo e usando os dons recebidos (w. 4-8). 5) Devemos amar uns aos outros com sinceridade (W. 9, 10). 6) Támo Támos s que ser d iligen ilig ente tes s na obra do Senhor (v. 11). 11). 7} Precisamos suportar todos os contratempos (v. 12) .
8) Temos que qu e ser consta con stante ntes s na oração (v. (v. 12). 9) Devemos ter boa vontade para com as demais pessoas (w. 13-18). 10) Precisamos vencer o mal com o bem (w . 12-21). 12-21).
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6 ESTUDOS BÍBLICOS Consistem os estudos bíblicos em escolher uma idéia central e depois, através da Bíblia, fazer um estudo das passag passagens ens que se relacionem com co m a idéia central. cen tral. Para Para se consegu con seguir ir isso, geral geral mente mente se necessit ne cessita a de uma conco co ncorr dância. O segundo passo é escolher e determinar os pensamen tos que vão ser usados como divisões do tema. Depois escolher, dentre os muitos textos relacionados com o assunto, quais vão ser usados no desenvolvimento da exposição. Geralmente se usa um ou dois textos, dos mais Importantes e claros, no desenvolvimento de cada divisão. Para desenvolver de maneira continua a mensagem, e não ter que parar para procurar as passagens na Bíblia, convém copiá-las no esboço, ou então escrevê-las em tirinhas de papel, o lugar onde se encontram, e depois co locá-las na na Bíblia, no lugar correspondente correspo ndente,, para para,, dessa maneira, encontrá-las rapidamente. Essa Essa forma form a de exposição exposiçã o tem m uito valor, porque apre apre senta o ensinamento globai da Bíblia referente a um assunto, e é fácil de se desenvolver. Exemplo: Tema: Algumas Profecias a Respeito de Cristo 1. Seria da Semente da M ulher ulh er («Po («Pore reii Inimizade entre en tre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça...» — Gên. 3:15).
2. Seria Descend Des cendente ente de Abraão Abra ão 3. Seria Descend Desc endente ente de Dav Davii 4. Nascería em Belém 5. Suas Suas Mãos e Seus Pés Pés Seriam Traspassados Traspass ados pelo p elos s Cravos 6. Não Permanecería Permanecería no Túmu Tú mulo lo
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7 ENSINAMENTOS DE UM LIVRO INTEIRO SOBRE UM DETERMINADO ASSUNTO Consiste em estudar todo um livro da Bíblia e, de ante mão, anotar tudo o que se diz sobre determinado assunto. Geralmente convém apresentaras datas na ordem em que aparecem no livro, ainda que algumas vezes convenha organizá-las de uma forma diferente, para que a apresenta ção seja mais lógica. Alguns exemplos são o que o livro diz a respeito de Deus, Jesus Cristo ou o Espirito Santo. Também pode-se enfatizar a principal doutrina do livro, como «O Gozo em Filipenses». São mais convenientes os livros curtos para esse tipo de estudo, embora sirvam muito bem para se estudar alguns dos seguintes assuntos nos Evangelhos: As profecias mencionadas, as parábolas, os milagres, etc.
Como exemplo dessa forma de mensagem podemos apresentar: «O Que a Carta aos Gáiatas Diz a Respeito de Cristo»
1. Chamou Paulo para o Apostolado (1:1). 2. Ê o Doador de Graça e Paz (1:3). 3. Deu-se a Si Mesmo para livrar-nos dos Nossos
Pecados (1:4).
4. Revelou-se Diretamente a Paulo (1:12). 5. Foi Revelado por Deus, o Pai (1:16).
6. O Crente Tem Liberdade em Cristo (2:4).
7. O Crente É Justificado com Cristo e Vive com Ele (2:20).
8. Cristo Redime o Crente da Maldição da Lei (3:13). 9. Os Crentes em Cristo São Verdadeiros Filhos de Abraão (3:14). 10. Os Crentes São Filhos de Deus pela Fé em Cristo (3:26). 11. Os Crentes São Um em Cristo (3:28). 12. Os Crentes, para Cumprir a Lei de Cristo, Devem Levar a Carga uns dos Outros (6:2). 13. O Crente Deve Gloriar-se Somente na Cruz de Cristo (6:14).
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8 SERMÕES BASEADOS EM ACONTECIMENTOS IMPORTANTES Relatos de acontecimentos Importantes são abundantes em toda a Bíblia. Dificilm ente em outros livros se encontrarão relatos que superem as seguintes histórias: O Dilúvio; Abraão e o sacrifício de Isaque; o sonho de Jacó; a divisão das águas do Mar Vermelho: a tomada de Jericó; a vitória de Davi sobre Gol ias; a resta de Belsazar; Daniel na cova dos leões; Jonas no ventre do grande peixe; etc. Sugestões para o preparo de um sermão baseado em um acontecimento: 1. Ler a narração repetidas vezes, até descobrir e com preender todos os grandes e pequenos detalhes, 2. Escolher o tema (titu lo) para a mensagem e, a seguir, preparar um esboço que desenvolva o pensamento do tema. Por exemplo, o titulo para uma mensagem baseada na história da festa de Belsazar poderia ser: «Pesado, Condenado e Destruído.» 3. A narração deve ser desenvolvida no sentido crescente, até chegar á culminância do acontecimento. 4. A medida que se desenvolve o relato, deve-se fazer as aplicações apropriadas da história. Em alguns casos ê mais conveniente deixar as aplicações para o final da mensagem e, então, apresentà-las em forma de uma boa conclusão. Um exemplo: 71
Texto: II Reis 5:1-14 Tema: O Remédio para um Ma) Incurável Esboço:
1. O remédio necessário (v. 1) 1) Naamã ocupava um alto posto. 2) Naamã era leproso. Lepra ê um antitlpa ou fig ura do pecado. 2. 0 remédio conhecido (w . 2-4) 1) Uma menina israelita teve conhecimento do poder que Deus havia dado a Ellseu. Elfseu aparece como um antitipo de Cristo. 2) A menina revelou a Naamã o que sabia a respeito. Este é um bom exemplo para o crente. 3. 0 remédio procurado (w . 5-10) 1) Primeiramente Naamã procurou o rei de (srael. que não o pôde curar. Da mesma forma muitos buscam a salvação fora de Cristo, mas não a podem encon trar. 2) Finalm ente, Naamã encontrou o profeta Ellseu e lhe pediu que o curasse. 4. O remédio recusado (w . 11 e 12) 1) Não agradaram a Naamã as condições exigidas. Mpitos não recebem a salvação por não estarem dispostos a negarem a si mesmos, tomar a cruz e seguir a Cristo. 2) O servo fiel fez sugestões sábias a Naamã. 5. O remédio aceito e aplicado (w . 13 e 14) 1) Naamã satisfez as exigdncias sugeridas pelo profe ta. 2) Naamã ficou curado. 3) Naamã demonstrou lealdade a Deus, que o havia curado por intermédio de Ellseu.
9 ESTUDOS BIOGRÁFICOS PASSOS NA PREPARAÇÃO E EXPOSIÇÃO DE ESTUDOS BIOGRÁFICOS 1. Ler Cuidadosamenta, Várias Vezes, a História Biblica da Pessoa Que Se Vai Estudar
Não se limitar somente à história ocorrida, mas estudar também outras referências sobre o personagem em outras partes da Biblia. Por exemplo, para se fazer um estudo bio gráfico sobre Abel, Enoque, Noé, Abraão ou Moisés, é de suma importância estudar os detalhes que se encontram em Hebreus 11, além dos que se encontram em Gênesis e Êxodo, Também, ao estudar a história de Enoque, é muito importante fazer uma análise cuidadosa do que se diz dele em Judas versos 14 e 15. 2. O Segundo Passo É Ler Algum Livro sobre o Per sonagem Ê bem possível que depois dessa leitura já se esteja em condições de preparar o esboço da mensagem. Havendo qualquer outro escrito sobre o personagem, também é aconselhável a sua leitura. 3. Diferentes Maneiras de Se Desenvolver Biografias Pode-se desenvolver uma biografia de diferentes pontos de vista. Todas as formas são interessantes. Assim sendo, a melhor maneira de apresentar uma biografia depende do propósito que se tem em vista e da natureza dos ouvintes. 73
As formas mats usadas: 1} Cronológica Tema: A Vida de Paulo a) b) c) d) e)
Sua meninice e Juventude em Tarso Seus anos de estudo em Jerusalém Suas atividades como perseguidor Sua conversão Os anos entre a sua conversão e a sua chegada a Antioquia da Síria f) Suas viagens missionárias g) Seus últimos anos em Roma h) Sua morte 2) Funcional (ponto de vista de atividades)
Tema; Estudo Funcional da Vida de Paulo a) O estudante b) O perseguidor c) O pregador d) O missionário Itinerante e) O organizador e diretor de igrejas f) O mestre g) O escritor h) O.teólogo i) O estadista missionário 3) Análise de Caráter Tema: Características de Daniel
a) Cortês (Dan. 1:8-12) b) Atraente (Dan. 1:4-9) c) Controlado (Dan. 1:8) d) Conceitos elevados (Dan. 1:9) e) Estudioso (Dan. 1:17-19) f) Valente (Dan. 2:13-16: 6:7-11) g) Humilde (Dan. 2:30; 9:7-20) h) Fiel (Dan. 6:4) i) Devoto (Dan. 2:18; 6:10; 9:4)
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4) Lições Práticas Tema: Lições da Vida de João Batista a) b) c) d) e) f) g) h)
Sacrificial (Mat. 3:4) Ativo (Mar. 1:4) Homem de fé (Mat. 3:11) Humilde (Mat. 3:14) Obediente (Mar. 1:2,3) Consagrado (João 1:23) Fiel à sua tarefa (Mar. 6:18) Justo e santo (Mar. 6:20)
5) Â Base de Comparação Tema: Alguns Meninos da Bíblia a) b) c) d) e)
Um Um Um Um Um
menino menino menino menino menino
alegre: Isaque (Gèn. 21:5) ambicioso: José (Gên. 37:5-8) devoto: Samuel (I Sam. 2:18) patriota: Davi (I Sam. 17:40). heróico: Daniel (Dan. 1:8)
10 SERMÕES BASEADOS EM CONTRASTES Muitos são os textos ou passagens que contêm duas idéias opostas. São excelentes para se usar quando se quer ressaltar a verdade. Todavia, as mensagens para eles precisam ser muito bem estudadas. No livro de Provérbios encontramos maior número de textos com contrastes do que em qualquer outra parte da Biblia. Mas também os encontramos em outros livros. Não são poucos os textos bíblicos que encerram em si contras* tes. Seria interessante, e de muita utilidade para o prega dor, preparar uma lista de todas essas passagens.
Sugestões para o desenvolvimento de sermões à base destas passagens: 1. Estudar Cada Lado do Contraste, até Compreendê-los Bem.
Por exemplo, os contrastes no livro de Provérbios são quase que muito breves, em muitos casos bastante filo sóficos. Assim, alguns deles são bastante fáceis de se entender, e outros não. Mas todos exigem bastante estudo para se deduzir deles as verdades que encerram e suas aplicações práticas: «A justiça dos perfeitos endireita o seu caminho; mas o ímpio cai pela sua impiedade.» Em comparação, 11:14 é bem mais difícil de se entender: «Quando não há sábia direção, o povo cai; mas na multi dão de conselheiros há segurança.» Assim, pois, um contraste como o que encontramos em Salmos 1, entre o homem bom e o homem mau, dá-nos suficientes detalhes para formar o esboço sem muita difi culdade; todavia, è sempre necessário estudar o signifi cado de cada detalhe. 77
2. Estudar os Contrastes, Escrevendo-os em Colunas Pode-se estudar também fazendo-se duas divisões no esboço, e estudar cada elemento separadamente. Geral mente, na maioria dos casos, dá melhor resultado o sistema das colunas. Exemplo: Gálatas 5:19-26 Obras da carne Prostituição Impureza Lascívia Idolatria Feitiçaria Inimizades Contendas Ciúmes Ira Facções Dissensões Partidos Invejas Bebedices Orgias
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Fruto do Espirito
Amor Gozo Paz Longanimidade Benignidade Bondade Fidelidade Mansidão Domínio Próprio Andar no Espirito Viver pelo Espirito
11 ESTUDO BÍBLICO BASEADO NA BlBLIA E NUM LIVRO DE ESTUDO Es s e jipo de estudo abrange_uma infinidade de assun tos, comòà geografia'(lugares, riós, lagos,"montanhas), o clima, as colheitas, as arvores, as enfermidades, os ré£ médios, costumes sociais, a guerra e as armas, minerais, forma de castigo, a magia, os animais, insetos, pássaros, festas religiosas, edifícios, povos vizinhos, e uma infini dade de outros assuntos. É de suma Importância compreender esses assuntos, porque formam como que uma base para o relato bíblico. Por exemplo: As parábolas de Jesus se baseiam nos cos tumes dos tempos em que vivia: o que disse a respeito da ovelha; das dez virgens que haviam ido às bodas; do se meador; e o que aconteceu com a semente que semeou; do negociante de pérolas; dos meninos brincando na praça; do rico néscio que guardou sua colheita; das lições deduzidas da figueira; etc. Os passos na preparação e uso dessa forma de men sagem podem ser: 1. Fazer uma lista dos assuntos que se deseja estudar, em um caderno ou caderneta. 2. Examinar cuidadosamente o que o dicionário bíblico diz a respeito. 3. Estudar detalhadamente as passagens bíblicas citadas. Também o uso da Concordância Bibllea fornecerá algu mas passagens mais. 79
4. A medida que se tenha tempo, lr preparando esboços sobre os diferentes assuntos. 5. Usar esses estudos em reuniões onde sejam apropriados. Sei, por experiência, que despertam muito interesse nas reuniões matutinas, em reuniões de senhoras, e especialmente de jovens. Fornecem excelente material para classes especiais.
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12 SERMÕES BASEADOS EM MIL a u h e s Na sua maioria, os milagres do Velho Testamento estão relacionados com Moisés, Elias e Ellseu. De modo geral, são muito Interessantes e constituem bases muito boas para estudos. No Novo Testamento os relatos de milagres se encon tram nos quatro Evangelhos e em Atos dos Apóstolos. Algumas maneiras de prepará-los: Nos Evangelhos, os mesmos milagres, não raro, apare cem duas ou mais vezes. Em tais casos, deve-se estudar o milagre em todos os lugares onde se encontra, para ficarem conhecidos todos os dados a respeito. 1. Ler o Relato do Milagre Cuidadosamente e Prestar Muita Atenção a Todos os Detalhes da Narração. 2. Organizar o Esboço na Mesma Ordem em Que os Fatos Aparecem no Texto Biblico. 3. A Aplicação Pode Ser Feita na Conclusão Gerai, no final, ou no desenvolvimento de cada divisão do esbo ço. Exemplo: Texto: Marcos 5:1-20 Tema: A Cura do Homem Que Tinha Espirito Imundo 1. A Tris te Condição do Homem Possesso Representa a Condição de Toda Peeeoa Perdida. 81
1) Tinha um espírito imundo. 2) Morava nos sepulcros. 3) Era violento. 4) Feria-se em pedras. 2. Jesus teve compaixão do possesso, como tem de todo pecador. 3. Jesus mandou o espirito imundo sair do homem, e o espirito obedeceu. 4. Jesus permitiu aos espíritos imundos entrarem nos porcos. 5. Devido à perda dos porcos, os criadores pediram a Jesus que se retirasse daquela região. Assim acontece a muitos cujos negócios sofrem por causa da influência da obra de Cristo. 6. O Homem Curado Quis Acompanhar Jssus. 7. Jesus mandou o homem curado voltar para sua casa, e contar o que se havia passado, e ele o fez. Todo crente em Jesus deve testemunhar de Jesus onde ele mandar. 8. Muitos Creram em Jesus pelo Testemunho do Homem Curado. Todo aquele que testifica fielmente de Jesus verá igual resultado.
13 SERMÕES BASEADOS EM PARÁBOLAS Os passos são os seguintes: 1. Ler a Parábola Várias Vezes e com Muita Atenção. 2. Analisar Cuidadosamente Cada Detalhe da Narração. 3. Descobrir a Lição Principal da Parábola e Procurar Compreendê-la Bem. Mão é tão fácil fazer isso, mas, sem fazê-lo, è impossível interpretar acertadamente uma parábola. Provavelmente será necessário consultar um comentário ou algum livro sobre as parábolas, para se chegar a uma conclusão.
4. A Seguir, Descobrir as Lições Secundárias e Compreen dê-las Bem. 5. Mesmo Que Custe Algum Esforço, Procurar Formar uma Imagem Clara de Tudo o Que Se Refere na Parábo la. 6. Preparar o Esboço de Acordo com os Passos do De senvolvimento da Narração. Muitas delas se dividem em cenas, e nesses casos as divisões devem acom panhá-las. 7. Quanto à Aplicação, Esta Deve Ser Feita á Medida em Que Se Desenvolve a Parábola, e no final fazer uma aplicação geral.
Exemplo: Texto: Mateus 13:45, 46 Tema: A Pérola de Grande Preço 1. O Homem da Parábola Buscava Boas Pérolas. São muitos os que buscam a melhor religião. m
2. 0 Homem Teve a Grande Sorte de Encontrar uma Pérola Multo Perfeita, Formosa e Preciosa. O que busca a salvação, tarde ou cedo a achará. 3. O Homem Vendeu Tudo o Que Tinha com a Finalidade de Comprar Aquela Pérola. Cristo disse que para se encontrar a salvação nele é necessário negar-se a si mesmo, e segui-lo, buscando primeiramente o reino de Deus.
4. O Homem Comprou a Pérola Preciosa. A pessoa que confia em Cristo é feliz, e encontra nele a salvação da sua alma.
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14 SERMÕES SOBRE UM LIVRO INTEIRO DA BÍBLIA É de grande proveito, tanto para o pregador quanto para os ouvintes, a reflexão sobre os grandes eventos ou ensina mentos mais importantes de um livro da Bíblia, ou também o desenvolvimento geral do mesmo. E se alguém se dispu ser a fazer isso, verá que não é tão dificil quanto pode parecer à primeira vista. Passos no preparo desse tipo de sermão: 1. Verificar Culdadosamente o Que o Dicionário Bíblico Diz sobre o Livro. Prestar especial atenção ao esboço do livro, para ter a base e fazer o próprio esboço. Também, se possivel, consultar um comentário bíbli co ou outro livro de estudo. 2. Como Segundo Passo, Ler com Toda a Atenção Possí vel o Livro Que Se Pretende Explanar, 3. Preparar o Esboço de Acordo com o que Foi Pos sivel Compreender do Livro. Provavelmente, no princípio será preciso usar, em grande parte, o esboço encontra do em um dos livros estudados. Dois exemplos: Livro de Eclesiastes Tema: O Significado da Vida 1. A Primeira Dedução do Autor É Que a Vida Ê uma Rotina de Experiências de Passageiro Valor (1:1-18). 85
2.
Resultado de uma Investigação Mais Profunda (2:1-26).
Existem três coisas que não satisfazem ao ser huma no: 1) As diversões. 2) A instrução. 3) A riqueza. 3. Três Perguntas Importantes Apresentadas (3:1-6; 12): 1) Por que se repetem as experiências? 2) Por que há na vida tantas lutas e misérias? 3) Por que predomina tanto o que è material na vida humana? 4. Algumas Observações Importantes (7:1-11:10): 1) 2) 3) 4)
ê muito
desejável o dominio de si mesmo. A verdadeira sabedoria considera Deus. A humanidade è sempre frágil. A vida oferece grandes oportunidades.
5. Três Conclusões Inevitáveis (12:1-14):
1) Todos devem buscar a Deus em sua juventude. 2) é necessário ter grandes sonhos enquanto se vive. 3) E necessário temer a Deus. e guardar os seus mandamentos. Carta aos Hebreus
Tema: As Melhores Coisas 1. 2. 3. 4.
A A A A
Melhor Religião Tem o Melhor Fundador (1-4). Melhor Religião Tem o Melhor Mediador (5-7). Melhor Religião Provê um Sacrificlo Adequado (8-9). Melhor Religião Se Baseia na Adoração Verdadeira
( 10 ).
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5. A Melhor Religião Exalta a Verdadeira Fé (11). 6. A Melhor Religião Produz os Melhores Resultados: 1) 2) 3) 4) 5) 6)
Perseverança (12:1-13). Diligência (12:14-17). Reverência (12:18-29). Consagração (13:1-7). Fidelidade (13:8-14). Espírito serviçal (13:15-21).
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15 SERMÕES BASEADOS EM ANTÍTIPOS Muitos destes elementos são encontrados na Bíblia. São, em geral, muito difíceis de Interpretar, e dão traba lho até mesmo aos pregadores mais experimentados. Como há na Bíblia muito material fácil de se compreender e Interpretar, tanto pelo pregador veterano como pelo de pouca experiência, seria melhor não entrar muito no terreno das passagens e figuras que dificilmente podem ser interpretadas satisfatoriamente. Essa regra geral tem as suas exceções. Algumas delas são os símbolos de Daniel e do Apocalipse, mas quase todos são pouco menos que incompreensíveis. No caso de se desejar pregar um sermão sobre antítlpos, símbolos,“Visões ou sonhos, deve-sé èstüdà-los o melhor possível, tendo várias vezes o próprio texto. Depois pro curar o melhor comentário possível de se encontrar, e ler cuidadosamente o que diz a respeito. E, finalmente, depender de Deus e ser muito moderado em sua interpre^ tação, evitando todo tipo de exagero,. Exemplo de uma mensagem baseada em um símbolo: Texto: Apocalipse 21:1: «E o mar já não existe.» Tema: No Céu Já Não Haverá Mar Apresentaremos algumas lições práticas sobre o que o mar representa, simbolicamente, no Velho Testamento.
1. Inquietude 1) A água do mar sempre se move. 89
2) A pessoa humana sempre tem algo de inquietude. 3) No céu não haverá inquietação. 2. Rebeldia 1) Ninguém pode controlar os movimentos do mar. 2) Em todo ser humano há algo de rebeldia. 3) No céu não haverá rebelião. 3. Mistério 1) As profundezas do mar falam do misterioso. 2) Em nossas vidas hâ muitas coisas que não entende mos. 3) No céu tudo se entenderá. 4. Separação 1) Para o judeu antigo, viajar pelo mar representava uma separação muito grande. 2) Em nossa experiência humana, temos que enfrentar muitas separações. 3) No céu não haverá mais separação.
16 CULTO CANTADO
A experiência dos que tèm feito uso do canto para a apresentação.das verdades bíblicas confirma que Isso é de muito valor. É uma forma atraente e impressionante de se pregar o evangelho. Oferece também uma oportunidade para variar a natureza das reuniões rotineiras. Serve para qualquer tipo de reunião, seja de evangelizaçâo ou para crentes. Se experimentarmos usar os hinos do nosso cantor, juntamente com o grande número de corlnhos que todo mundo conhece, teremos uma infinidade de temas para usar. Passos na preparação e apresentação desse tipo de mensagem: 1. 0 Tema
Escolher com cuidado o tema da reunião. 2. O Esboço
Elaborar o esboço como se fosse para um sermão comum. 3. A Música
Escolher os hinos ou os corlnhos que expressem as verdades usadas nas observações do esboço. Multas vezes uma só estrofe de um hino reúne essa condiçãÕ;'Ô, nessè caso, é meihor usar só a estrofe do.gue o hino todo. 4. Partes Especiais Se hà bons cantores, convém deixá-los apresentar a maior parte das seleções como música especial. Mas também é aconselhável ter algumas partes cantadas pela 91
congregação. Além disso, algumas músicas tocadas em instrumento tornarão o programa mais atraente. 5. Sugestões Quanto à Apresentação do Programa Escrever no quadro-de-giz ou numa folha de cartolina o esboço com as passagens bíblicas e os hinos, ou estrofes de hinos, que vão ser cantados, ou, ainda, mimeografá-lo. No desenvolvimento, o pregador unirá com breves pala vras, as diferentes partes. Terminar com a leitura de um hino, uma poesia ou uma passagem da Biblia que desta que o pensamento central do programa, e com uma oraçào.
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17 SERMÕES BASEADOS EM UM HINO Os hinos contêm muitos pensamentos e ensinamen tos espirituais de grande valor. Mas, na maioria deles, não ê fácil extrai-los, uma vez que aparecem misturados vá rios pensamentos numa mesma estrofe. Como exemplo, vamos fazer um esboço dos principais pensamentos do hino 433 do Cantor Cristão. Tema: Semeando a Semente do Evangelho
1. A Resolução de Semear a Semente Preciosa (5a estrofe). 2. A Determinação de Semear Enquanto Viver (1e estro fe). 3. Tipos de Corações em Que Se Semeará a Semente Preciosa (2® e 3a estrofes). 4. O Resultado da Semente Será Deixado nas Mãos de Deus (4a estrofe e coro).
5. Encontrar-se na Casa de Deus É Ter a Certeza da Colheita (Estribilho e coro).
Aumenta muito o beneficio recebido ao se cantar os hinos, se houver uma explicação do significado das pala vras dos mesmos, pelo fato de que quase todo mundo, ao cantá-ios, presta mais atenção à música do que ao signi ficado das palavras. Se alguém analisar alguns hinos em forma de esboço, em um caderno ou caderneta, receberá muitos benefícios, a saber: exercitar-se-á em fazer esboços; compreenderá melhor os hinos; descobrirá material preciso para se usar em diferentes reuniões, e, sobretudo, receberá grande ins piração para a sua alma. 93
Sempre que for possivel, usar o quadro-de-giz para apresentar os esboços dos hinos. Pode-se prestar alguns esclarecimentos sobre o autor do hino e o m otivo que teve para escrevê-lo. Estes dados servem como boa introdução, mas devem ser apresentados em poucas palavras. De grande utilidade para o pregador, na preparação de sermões com base em hinos, ê a leitura da série do Pastor Bill Ichter, Se os Hinos Falassem, editada pela JUERP.
18 ASSUNTOS SEMI-RELIGIOSOS
Muitas vezes o pregador tem que tratar de assuntos dessa natureza. Alguns exemplos Importantes são: «O Alcoolismo». «A Paz e a Guerra», «O Comunismo», «A Separação da lgréi4.e..a£stãdoj>, «As Implrcações.dã£orca Afòrnlíia», etc. Também no terreno da moralidade e da êiícá, sé encontram muitos assuntos intimamente relacio nados com a religião, mas não propriamente espirituais. Como exemplo disso temos «A Honestidade nos Negó cios e na Política». Eis algumas sugestões de como preparar e apresentar os assuntos: 1. Fazer um estudo extenso e intenso sobre o assunto, até compreendê-lo bem, e recolher todos os dados possí veis sobre o mesmo. 2. Procurar algumas referências bíblicas mais ou menos coerentes com o assunto, para assim relacionar os dados que se apresentam e seus argumentos com a religião. 3. Mostrar como, através da religião, se pode resolver os problemas relacionados com o assunto. Um bom exemplo disso é o uso que a organização «Alcoólatras Anônimos» faz da confiança em Deus como base de seus esforços, tão eficazes para ajudar aos alcoólatras pato lógicos. 4. É necessário explicar a importância que para a prática da religião tem uma determinada maneira de resolver um assunto. Por exemplo, é importante mostrar como a separação da Igreja e o Estado afeta o funcionamento da Igreja e a eficácia da religião. 95
5. Mostrar o co nflito e a com petição entre certas ten dências e movimentos e a religião, como por exemplo, o comunismo e as diversões comercializadas. . 6. Tratando-se de assunto semi-religioso, fazer o me lhor uso possível da lógica, da psicologia e do melhor método de apresentar o m aterial, procurando persuadir por meio de argumentos corteses, o que é meihor do que criticas e ofensas.
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19 SERMÕES BASEADOS EM RESUMOS DE LIVROS Consistem em apresentar em forma de resumo um livro que trate de um assunto religioso, em uma ou mais reuniões. Essa apresentação atrai muito a atenção dos ouvintes, e ao mesmo tempo fornece alimento espiritual. Com um pouco de esforço e prática, consegue-se fazer resumos muito atraentes. Existe um bom número de livros que se prestam para esse tipo de apresentação. Alguns dos mais importantes são:
Passa Jesus — S. Caudini A Paradoxal Vitória da Cruz — S. Caudini A Oração Eficaz — N. Ailen Doutrinas para Ganhar Almas — J.E. Tumer A Mordomia da Vida — F.A . Agar O Próximo Avfvamento — R.C. Campbell O Tríplice Segredo do Espirito Santo — J.McConkey Todo o Mundo em Toda a Palavra — A.W. Carver O Peregrino — J. Bunyan Paixão pelas Almas — E.F. Hallenbeck 1, Como Preparar Esse Tipo de Sermão 1) Ler cuidadosamente o livro, sublinhando as frases que mais chamarem a atenção e as passagens bíblicas que se quiser usar. 2) Na maior parte dos livros, pode-se usar os títulos dos capítulos como divisões do sermão. O Peregrino é uma exceção a essa regra. Para este e outros 97
livros parecidos é necessário fazer uma divisão especial. 3) Escrever de maneira bem explicada e mais resumida possível:os pensamentos mais importantes de cada capitulo, e usá-los no esboço do sermão. Também è conveniente copiar do livro as frases que se deseja usar eos textoaJúblicos quajse quiser ler. 2. Apresentação 1) Procede-se da mesma forma como para qualquer sermão. Evitar impressionar os ouvintes com o rato de que se vai apresentar todo o conteúdo de um livro em apenas 30 minutos. Isso pode causar desinteres se. 2) Escrever o esboço em um álbum seriado ou no uadro-de-giz facilita rá a apresentação, permitirá um esenvolvimento mais rápido, e ainda ficará melhor gravado na mente dos ouvintes.
a
3) Ter sempre à mão o livro em estudo, mostrando-o aos ouvintes de vez em quando, e mesmo lendo nele os pensamentos mais importantes. 4) Dependendo da ocasião, pode-se oferecer e vender o livro aos ouvintes no final da mensagem. 3. Exemplo de Esboço Baseado no Livro O PEREGRINO
1) O Peregrino, da Cidade da Destruição até a Cruz: (1) Ao saber que a cidade seria destruída, foge. (2) O Sr. Evangelista indica-lhe o caminho da porta estreita. (3) Ele cai no pântano do desânimo. (4) Desvia-se pela montanha da lei. (5) Entra pela porta estreita. (6) Recebe instrução na casa do Sr. Intérprete. (7) Chegando à cruz, seu fardo cai.
2) Da Cruz até o Rio da Morte: (1) Perde suas credenciais no Pântano das Díffculdades (2) Luta com Apoio no Vale da Humilhação, e vence nela fé (3) Passa pelo Vale da Sombra da Morte. (4) Perde o seu companheiro, o Sr. Fiel, na Feira da Vaidade, mas consegue o Sr. Esperança em seu lugar. (5) Os dois ficam presos vários dias no Castelo das Dúvidas. 3) Do Rio da Morte até a Cidade Celestial: (1) Os dois passam o rio; o Sr. Cristão o faz com dificuldade. (2) Dois seres resplandescentes os acompanham até a cidade. (3) Ao entrarem, recebem suas recompensas e uma grande saudação. (4) Recebem vestidos novos. (5) O autor demonstra grande tristeza porque não pôde ficar com eles.
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20 SERMÕES QUE MOSTRAM COMO RESOLVER PROBLEMAS PESSOAIS São numerosos os problemas que toda pessoa tem e precisa resolver. Por esse motivo, não há outra forma de discurso ou estudo que toca tão de perto o indivíduo como aquele que o ajuda a compreender seus problemas, e o orienta como resolvê-los. Seria Impossível fazer uma lista completa de tais proble mas, mas algüns-efos mais impõrtãntéssão: depressão, tristeza, desalento, dúvida, intranquilidade, preocupa ções, temores mórbidos, inconstância, falta de ambiçao, falta de orientação na vida, tentações, consciência moral demasiadamente amortecida ou muito sensivel, zelos, ciúmes, soberba, sentimento de inferioridade, sentimento de culpa, etc. Passos na preparação e apresentação desse tipo de sermão:
1. Estudar Pormenorizadamente o Problema, Tanto do Ponto de Vista Psicológico como Bibllco. 2. Como Primeiro Passo na Preparação do Tema, Fazer uma Boa Análise do Problema. 3. Como Segundo Passo, Mostrar a Importância de Resolver o Problema e Desfazer-se do Mesmo. 4. Finalmente, Indicar Claramente como Libertar-se do Problema. Exemplo desse tipo de sermão:
Tema: Como Conseguir Tranqiiilidade 101
0 Desejo de Toda Pessoa Ê Ter Tranquilidade de Espírito. 2. Sem Dúvida, São Muito Poucas as Pessoas Que Alcançam Essa Meta. 3. Isso Acontece Porque São Muitas as Condições Que Podem Causar a Intranquilidade. 1) Saúde física. 2) O pão de cada dia. 3) Os conflitos internos. A) Fracassos individuais. 5) As más relações sociais. 6) A falta de Deus no centro da vida.
4. Como Conseguir Tranqüilidade 1) 2) 3) 4) 5) 6) 1 7)
Conhecer devidamente a si mesmo. Amar devidamente a si mesmo. Viver bem com seus semelhantes. Ser serviçal. Reconciliar-se com Deus em Cristo. Praticar constantemente o arrependimento e a confissão de pecados. Ao receber o perdão de Deus, perdoar-se a si mes mo. 8) Ter Cristo como centro de sua vida. 9) Permitir que a paz de Deus seja a bússola para o seu coração.
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21 SERMÕES BASEADOS EM LIVROS DE ESTUDOS BÍBLICOS ILUSTRADOS Há vários livros que combinam estudos bíblicos com desenhos simples à guisa de ilustração. Todos contêm esboços apresentados em diferentes formas, e quase sem pre têm referências bíblicas correspondentes à divisão. Contêm uma variedade de estudos, tanto para o crente como para o incrédulo. Sugestões quanto ao uso desse material: 1. Praticar os Desenhos até Que Se possa Desenhá-loe Bem.' Isto poderá ser feito no quadro-de-giz. 2. Praticar Não som ente os Desenhos, Mas Também as Letras.
3. Também Seria Muito Prático Fazer os Desenhos em Cartazes Avulsos ou Álbum Seriado, a Cores, para Tê-los à Mão Sempre Que Se Precisar. 4. Mesmo Tendo os Desenhos Colecionados, È Útil Saber Fazê-los a Qiz. Fazê-los ligeiramente, para poder usá-los em qualquer momento, quando apa nhado de surpresa.
5. Também Podem Ser Usados com Sucesso os Esbo ços, Quando Não Se Quiser Usar os Desenhos. 6. Em uma Reunião Mais intim a, Pode-se Escrever em Tiras de Papel as Indicações das Passagens Bíblicas, distribui-las com os presentes, e fazê-los participar da apresentação lendo os textos indicados.
7. No Desenvolvimento do Tema, Deve-se Explicar os Pontos, os Textos Que os Acompanham. Depois, 103
relacionar tudo com o pensamento ilustrado pelo desenho. Seria interessante fazer uma coleção de outros dese nhos e gravuras que possam ilustrar a mensagem do evangelho.
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22 COMO USAR O PROJETOR
Um projetor de «slides» ê de muita utilidade. Os melho res sôo os que servem para projetar também filmes fixos. Dessas duas qualidades de material pode-se ter um grande sortimento. Dos «slides» é necessário fazer uma classificação cuidadosa, para poder encontrá-los quando se precisar. Os passos para se fazer bom uso de. um projetor são os seguintes: 1. Manejo do Projetor. A reunião perde muito em sua eficácia, se o operador do projetor não sabe usá-lo correta mente, e ante o público tem que aprender a colocar ou retirar o filme. Ou, ao colocar os «slides», o faz de maneira errada, aparecendo as pessoas de cabeça para baixo. Também é necessário saber o que fazer quando o projetor trava. Quanto aos «slides», muitas vezes, se deformam quando se esquentam demasiadamente e o operador tem que saber como tirá-lo sem se queimar e sem projetar seus dedos na tela. 2. Comentário do Filme. O melhor è limitar-se a ler as explicações, tomando cuidado para não perder a numera ção das cenas. No caso de «slides», quando não há comentário, deve-se, em primeiro lugar, fazer uma boa seleção. É melhororganizá-los em torno de um tema que se deseja desenvolver. Em segundo lugar, estudar muito bem cada detalhe da figura que se projeta (especialmente tratando-se de algo relacio nado com a Bíblia). Quanto ao ambiente escuro, indispen sável à boa projeção, nao vejo necessidade de comentar. 105
No caso de vistas pouco conhecidas, convém projetá-las particularmente e estudá-las bem. 3. Localização Conveniente. Quanto ao problema de onde ou como colocar-se ao explicar as cenas, se não há outra pessoa que saiba manejar o projetor, o jeito é ficar ao lado do projetor. Mas se fo r possível deixar alguém encarregado de manejar o projetor, o pregador deve colo car-se jun to à tela. Deve ter o cuidado de não dar as costas aos ouvintes. Talvez a melhor maneira seja ficar a um canto da sala, podendo ver o que se projeta na tela, estando de frente para o auditório. Dessa maneira também haverá melhor entendimento. Desejando apontar detalhes, é conveniente usar uma régua, vara ou instrumento próprio usado por professores. As projeções luminosas podem ser usadas em qualquer tipo de reunião, desde as reuniões de crianças até os cbltos de evangelização.