GUIA PRÁTICO DE
PRIMEIROS SOCORROS O que fazer em casos de
EMERGÊNCIA
Dr. Gerson Trevilato
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA TAT UÍ - SÃO PAULO
P R E F Á C I O
este início de século, acúmulo de informações científi cas, com a aceleraç ão das das ati vidades do dia-a-dia, com o aumento da expectativa de vida, muitos conhecimentos e paradigmas na área de saú de estão sendo derrubados diante do esclarecimento de dúvidas que por muito tem po dificultaram tratamento prevenção de doenças. Ho H o j e as palavras de ordem são renovação, atualização Gerson Trevilato revisão freqüente do c o n h e c i m e n t o , de forma a se obter melhor qualidade de vida, tanto física quanto mental, espi ritual social. Nesse contexto insere-se esta obra, com o objetivo de abordar, de modo inovador, diversos aspectos da saúde dos primeiros socorros, estimulando leitor incrementar seus conhecimentos. Temos ao mesmo tempo alvo de desfazer mal-enten didos, sepultar formas arcaicas ou perigosas de prestar so corro possibilitar que, de forma prática, estejam ao al c a n c e dos que manusearem este volume, informações me lhores atualizadas na área de saúde.
Esta obra nã pretende ser definitiva e nem constituir a última palavra quanto primeiros socorros. Sua propos é, t a m b é m , a d estimular leitor manter-se em c o n s tante atualização a p e rf rfeiçoamento. Não poderíamos terminar estas linhas sem agradecer aos muitos colaboradores anônimos, que durante três anos con tribuíram, direta ou indiretamente, para realização desta obra; e em especial às famílias de cada um dos co-autores. Eles merecem homenagem agradecimentos especiais, pela disposição em participar desta obra. Aos doutores Everton, Bernardo, Kiefer Marlus, gratidão pelo apoio, estímulo c o l a b o r a ç ã o . Não poderia deixar de reconhecer capacitada gentil revisão técnica, brilhantemente efetuada pelo Dr. Hélio Grellmann. leitura e exame deste livro contribuam para manutenção da vida promoção da saúde. Qerson Trevilato 0
Dr. Dr.
Gerso n
Trevi lato
é formado for mado
em
Medici Medici na
pela
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, tendo durante o curso trabalhado e estagiado no Hospital Adventista do Pênfigo, no mesmo Estado. Prestou Serviço Militar em 1987, no Hospital Geral de Campo Grande, ainda mantendo atividades no Hospital do Pênfigo. Sua Especialização em Dermatologia foi feita na Escola Paulista de Medicina, nos anos de 1988 a 1990, com ênfase, no último ano, nas áreas de Dermatologia Pediátrica e Cirurgia
Dermatológica.
Realizou
curso
de
extensão
em
Alergologia Clínica, em 1994, na Policlínica de Alergia do Rio de Janeiro. Desde 1992 está em atividade na Clínica Adventista de Porto Alegre.
As orientações deste livro dispensam nem substituem consultas periódicas médico.
SUMÁRIO
«ÍTRODUÇÃO PREVENIR
-
IMPORTÂNCIA SOCORROS
PRIMEIROS 07
M E L H O R QUE S O C O R R E R
SEÇÃO
BÁSICOS
Capítulo
C U I D A D O S I N D I S P E N S Á V E I S AO S O C O R R E R
Capítulo
COMO A
Capítulo 3
MA TER IAIS NECESSÁ RIOS PARA PARA PRESTAR SOCO RRO
Capítulo
C O M O L I D A R COM OS F E R I M E N T O S M A I S C O M U N S
Capítulo
OS SINAIS VITAIS
Sã
QUE FAZER EM CASO DE H E M O R R A G I A
Capítulo
CURATIVOS
Capítulo
DICAS PARA PREVENIR ACIDENTES COM CRIANÇAS
Ti
Capítulo
RESGATE
1%
T I P O S DE P R O T E Ç Ã O
FERIMENTOS
T R A N S P O R T E DE F E R I D O S
PROBLEMAS DE SAÚDE MAIS
Capítulo Capítulo
- P R O B L E M A S DO S I S T E M A D I G E S T I V O - P R O B L E M A S DO S I S T E M A N E R V O S O
Capítulo
- CÓLICAS MENSTRUAIS E
Capítulo 13 - FEBRE,
DOR DE DENTE, COCEIRA, DESIDRATAÇÃO
E SOLUÇO
SEÇÃO 3
PRIMEIROS SOCORROS SITUAÇÕES ESPECIFICAS
Capitulo
INSOLAÇÃO, QUEIMADURAS, CÂNCER DE PELE E HIPOTERMIA
Capítulo 15 -
PICADAS
COBRAS, INSETOS
ARACNÍDEOS
Capítulo 16 -
INTOXICAÇÕES, ENVENENAMENTOS
REMOÇÃO
CORPOS ESTRANHOS Capítulo 17 -
FRATURAS, LUXAÇÕES
TRAUMATISMO
Capítulo 18 -
TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR
Capítulo 19 -
FRATURA DE CRÂNIO
TRAUMATISMO
CRANIOENCEFÁLICO CapítUlO 20 Capítulo 21
CONCLUSÃO
QUE FAZER EM CASO DE CHOQUES P A R A DA DA C A R D I O R R E S P I R A T Ó R I A (TÉCNICAS RESSUSCITAÇÃO)
SAÚDE TOTAL
ÍNDICE REMISSIVO
"Cada centavo gasto com prevenção, torna possível economia de quatro centavos!
Preven ir
^
é tnelhm O / /
MUDANDO CONCEITOS Nos últimos anos assistiu-se a uma pro gressiva conscientiza ção coletiva quanto à necessidade de mu danças na área de saú A maneira de en carar esse assunto pre cisava ser revista, atendendo à proposi ção da Organização Mundial de Saúde (OMS), de abranger os aspectos físico, mental, espiritual e social do ser humano. Acompanhando essa ampliação de conceitos, tor nou-se claro que, ao serem avaliadas propostas quanto ao atendimento de emergências, preparação e treina mento de pessoas para a área de Primeiros Socorros e Saúde (tanto por razões econômicas quanto técnicas), o trabalho preventivo seria muito mais efetivo e eco nômico. E afirmação conente em epidemiologia que, a cada centavo centavo gasto gasto com prevenção, tomate economia de quatro centavos.
possível
Este guia foi concebido dentro dessa perspectiva educacional, objetivando firmar na mente do leitor
PRIMEIROS SOCORROS
as idéias idéias de preven ção, trein am ento e preparação preparação para con tingênc ias de maior gravidade, de forma a atenuar o imp acto das agressõ agressões es a que todos indistintamente estamos submetidos no dia-a-dia.
2. EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE Sob as teorias pedagógicas e grades grades curriculares das escola s, a idéia de fornecer conhecimen tos teóricos de saúde às pessoas é bem aceita. Contudo, existe ampla discordância quanto ao tipo de conhecimento, à carga horária que deve ser ministrada e ao modo como deve ser provi do esse tipo de ensino. Pontos comuns, geralmente bem aceitos, são orientações sobre higiene e noções de ana tomia e fisiologia. Pontos mais controversos incluem, entre outros, orientações práticas sobre primeiros socorros e funções repro dutivas. Grandes divergências existem nas abordagens sobre sexua lidade, prevenção de doenças venéreas e contracepção, embora a AIDS venha mudando algumas posturas mais conservadoras. Os meios de comun icação também dedicam dedicam espaço ao assunto, assunto, de for for ma programada (programações agendadas agendadas a intervalos regulares regulares)) ou com resposta resposta a questionam entos d o público (através de cartas cartas ou telefon em as). Ambas as abordagens - nos meios estudantis e através da mídia têm dificuldade em atingir o alvo. As escolas sofrem restrições e as veiculações nos meios de comunicação, embora com menores blo queios (alguns assuntos nunca são selecionados por falta de interes se espontâneo, ou por gerarem constrangimento), nem sempre con seguem atingir de maneira seqüencial os ouvintes/leitores. Por ve zes, quem assiste a um programa ou adquire um jornal ou revista não consegue manter a seqüência, sendo prejudicado o objetivo da cons cientização. Fica, assim, mais que justificada a existência de obras como esta, cujo objetivo é prover informações de conjunto ao lei tor, mantendo-se o encadeamento de idéias.
A IMPORTÂNCIA DOS PRIMEIROS SOCORROS INTRODUÇÃO
Outra forma útil de sé estimular a noção da importância da saú de é repassando pessoalmente informações bem fundamentadas, re ferenciadas, ensinando o que é relevante e mostrando como man ter constante aprendizado „ , ^ , „ „ _ _ ^ ^ (tão importante quanto ensinar é a orientação de como aprender). A educação em saúde de ve ter em vista, sobretudo, a prevenção. Deve-se pro curar transformar a postura passiva e descompromissada em atitude vigilante; transformar pontos de risco para a saúde saúde - hábito s errô neos, problemas sanitá rios/epidemiológicos, con ceitos errôneos na área de prevenção e saúde - em ati vidades que ajudem a melhorar a expectativa e a qualidade de vida. E importante discutir com a comunidade a adoção de medidas sa nitárias de forte forte imp acto, co mo ob ten ção de água água tratada, serviço serviço de esgoto residencial, tratamento de esgoto, despoluição de fontes ou áreas ambientais, proteção de mananciais, desassoreamento de rios para evitar enchentes, etc. São medidas que demandam trabalho a longo prazo, mas trazem benefícios inegáveis. Outro ponto que requer atuação consciente e apresenta efeitos positivos, é o que relaciona a educação em saúde e a melhora da ca pacidade individual e coletiva com o melhor aproveitamento dos serviços médicos e paramédicos ofertados pela rede oficial de aten dimento (Sistema Único de Saúde) e a rede auxiliar (tanto filan trópica como particular e planos pré-pagos de saúde). No s serviços serviços de eme rgência, em virtude do volume de atend imen tos, torna-se impossível manter adequado acompanhamento, reali zação de exames mais profundos e o estabelecimento da relação mé dico/paciente. A educação em saúde redireciona o atendimento dos pacientes desses serviços para o atendimento em postos de saúde, consultórios e clínicas, onde as necessidades do paciente podem ser melhor satisfeitas.
PRIMEIROS SOCORROS
TRABALHO PREVENTIVO Dentro dessa nova postura mais ativa, de antecipação das ações de saúde, existem aspectos individuais e coletivos que se interrela-
cionam quando as pessoas começam a trocar informações e idéias sobre saúde total e preventiva, gerando, mais adiante, postura cole tiva e comunitária. No aspecto pessoal, destacamos, além da educação em saúde e da higiene e saneamento: • O desenvolvimento de hábitos saudáveis, como o abandono dos tóxicos legais (álcool, fumo, medicamentos para emagrecer e para dormir). • O uso correto de água pura (de modo abundante, tanto interna quanto externamente). • O uso de alimentação predominantemente vegetariana e com baixo índice de gorduras. • Exposição adequada (e na medida certa) ao sol. • Exercícios físicos adaptados ao porte e à idade da pessoa. • Repouso adequado e controle do estresse, entre outros. Devido à importância destes aspectos, reservamos espaço especí fico no final desta obra para abordá-los. o aspecto coletivo, destacamos com o impo rtantes rtantes as ações comu nitárias de saneamento e o treinamento de grupos de pessoas através de igrejas, igrejas, associações de classe classe e com unitárias, de m odo a disseminar idéias idéias preventivas, c om imp acto adequado d iante das necessidades necessidades de cada população. De forma coletiva, sempre que possível, devem ser avaliadas opções vacinais para prevenção de doenças, trabalhando em colaboração com as autoridades, de modo a proteger: • Crianças (calendário normal de vacinações). • Gestantes (tétano e mães Rh-negativas, casadas com homens cujo sangue seja Rh positivo). • Idosos (vacinas contra gripe e pneumonia). • Áreas de endemicidade de algumas doenças (por exemplo, nas regiões Centro-Oeste e Norte: vacinações para febre amarela; no Norte: vacinação para hepatite B; etc).
IMPORTÂNCIA DOS PRIMEIROS SOCORROS INTRODUÇÃO
É importante levar os membros da comunidade a compreender a ina dequação das conentes de medicina alternativa contrárias à vacinação.
CORRELAÇÃO SANITÁRIA/EPIDEMIOLÓGICA É importante notar que, paralelamente aos avanços obtidos indi vidual e coletivamente, o foco de atenção vai se deslocando aos poucos das atividades atividades de cunh o cu rativo para as as de de cunh o preven ti vo (da reversão de moléstias infecciosas para as doenças de cunho degenerativo), sendo por isso importante a revisão periódica do fo co de atuações coletivas, de acordo com estatísticas de atendimen dúvidas e queixas individuais ou de grupo. Além disto a capacidade de atuar rapidamente de forma coletiva deve ser estimulada, através da divulgação periódica de dados esta tísticos, demonstrando o impacto de cada atuação sanitária, seja de orientação (exemplo: em co munidades rurais, a promo ção de palestras sobre into xicação com defensivos agrícolas), seja preventiva (exemplo: campanhas de vacinação), seja através da introdução de novos pro fissionais na comunidade, e t c , sobre o bem-estar co l e t i v o . Am Ampliando-se o número de pessoas envol vidas na área sanitária e epidemiológica, obtém-se maior rapidez nas ativida des subseqüentes. Finalizamos este capítulo inicial e normativo dos objetivos da obra (e por isso um pouco filosófico), sugerindo que talvez seja útil lê-lo no início e no final deste estudo, reavaliando os conhecimen tos obtidos sob o prisma da mudança de conceitos, adaptando-os à realidade realidade pessoal pessoal e com unitária em cada caso, para obter m elhor b e nefício e maior capacidade preventiva possível. Parafraseando um famoso deputado brasileiro que dizia serem as empresas aéreas o melhor hospital de Brasília (pois permitiam a rá-
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SOCORROS
pida remoção do paciente para hospitais de São Paulo ou Rio de Ja neiro), poderíamos dizer que uma das formas mais importantes de prestar socorro em grande número de situações, é o meio de trans porte (carro, ambulância), visando encaminhar o adoentado para o ser rem ovid a). pronto-socorro pronto-socorro mais próximo (se a vítim a puder ser Ressaltamos, por tanto, o papel temporário, pido
inicial, rá transitório
que deve desempe nhar o socorrista. A expressão as sim o indica: primei ros socorros, ou seja, o que se deve fazer nos instantes ini ciais, após o que de ve a vítima ser rapi damente encami nhada a um médico ou hospital, se ne cessário.
William
SEÇÃO
Primeiros Socorros asicos
Capítulo 1 -
CUIDADOS INDISPENSÁVEIS AO SOCORRER
Capítulo 2 -
COMO AVALIAR OS SINAIS VITAIS
Capítulo 3
M A T E R I A I S N E C E S S Á R I O S P A RA RA P R E S T A R S O C O R R O
Capítulo
4
Capítulo 5 -
C O M O L I DA DA R C O M
28
FERIMENTOS MAIS COMUNS ....44
QUE FAZER EM CASO TIPOS
HEMORRAGIA
Capítulo 6 -
CURATIVOS
Capítulo 7 -
DICAS PARA PREVENIR ACIDENTES COM CRIANÇAS
Capítulo 8 -
RESGATE
TRANSPORTE
PROTEÇÃO
FERIDOS
FERIMENTOS
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i U L O
Cuidados
indispensáveis
TIPOS DE PRIMEIROS SOCORROS a) Quanto ao tempo de atuação - Quanto melhor treinado e preparado o socor rista, tanto mais rápido será o tempo de atendimento (e mais com ple to). O grau grau de ca pacitação da pessoa que presta atendimento pode influir na rapidez com que o socorro é prestado e na agilidade da avaliação (isso é especialmen te importante nos casos gra ves, que necessitam de atuação médica imediata). Também nos casos onde existam indicações de ações contínuas ou de manutenção, o socorrist socorristaa bem preparado preparado pode com plem entar de ma neira eficiente as orientações e condutas médicas. b) Quanto ao local de atuação - Além do treina mento do socorrista, o local da ocorrência tem in fluência importante na forma como o socorro é con duzido. Em locais inóspitos, ou com recursos inade possível. Já quando o local permite - e de acordo
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PRIMEIROS SOCORROS
com o treinamento individual e o equipamento disponível -, a ati vidade de socorro pode ser estendida. E importante notar que, nos casos em que o paciente não possa ser removido de forma simples (em caso de traumatismo craniano ou raquimedular - coluna -, por exemplo), o socorrista deve ade quar o local onde estiver o acidentado, provendo condições de su porte até a chegada de transporte especializado.
2, TIPOS DE SOCORRISTAS a) Sexo Por razões físicas, geralmente o socorrista mas culino pode efetuar manobras mais intensas, especialmente na área de transporte. Embora creditadas diferenças de preci a única diferença de capa cidade entre socorristas - em termos de sexo - é realmente no tocante à força, não estan do o sexo feminino prejudica do na realização dos atendi mentos. Ocasionalmente po de haver algum constrangi mento quando o socorrista for de sexo diferente do acidentado, em especial quando a área afetada for íntima; porém, via de regra, na hora de maior urgência estas diferenças são (ou devem ser) esqueci das. E de bom tom que, quando possível, socorrista e socorrido se jam do mesmo sexo, facilitando a fluidez do atendimento. ) Idad e - O aspec to idade pode influir de várias formas: um so corrista de mais idade despertará maior confiança (pode ocorrer intranqüilidade se quem presta o atendimento for um adolescente ou juvenil); o desembaraço ao lidar com áreas íntimas de uma pes soa mais velha (ou o embaraço do acidentado e do socorrista, quan do houver grande diferença de idade entre ambos). É especialmente importante que haja calma e tranqüilidade por parte de quem presta a ajuda, não forçando auxílios que não ve nham a ser bem recebidos. Deve-se ganhar a confiança e atuar de
CUIDADOS
INDISPENSÁVEIS INDISPENSÁVEIS AO SOCORR ER CAPÍTULO I
maneira pacífica, de molde a acalmar quem já se sente prejudicado por uma agres agressão são ao seu seu bem-estar físico, não lhe a crescen tand o um constrangimento mental ou social.
senso, para que se faça somente aquilo que se tem segurança, evitando-se o
desnecessário e não demorando na transferência do paciente.. O socorrista mais capacitado, experiente e melhor treinado, encaminhará rapidamente o caso às mãos do médico, possibili tando que o atendimento profissional se inicie num patamar mais avançado. Mesmo o socorrista menos habilitado, porém, deve ter consciência de suas limitações, evitando piorar o caso ao produzir novas lesões (conforme veremos no capítulo sobre transporte de feridos).
d) Como obter treinamento prático Com o objetivo de dimi nuir o tempo necessário para prestar socorro adequado, a obtenção capacitaçãx) prática é fundamental a fim de que haja segurança e tranqüilidade por parte do socorrista, no momento do atendimento. Sem treinamento, a insegurança do socorrista pode levá-lo a ser muito tímido ou muito agressivo (dois extremos) ao lidar com o evento crítico, além de deixar o paciente mais ansioso. Por isso, é importante que o leitor não se limite apenas à leitura desta obra, procurando antes utilizá-la como fonte motivadora da aplicação de procedimentos p ráticos. ráticos. A esta altura pode surgir a dúvida: "Fazer o treinamento de forma individual ou coletiva?" Ambas as formas têm o seu lugar.
19
PRIMEIROS SOCORROS
Individu al - A forma individual sempre sempre será será o po nto de partida para alguém alguém que se dispô dispôss a conscientizar sua com unidad e. G eralm ent e, após o início individual, outras pessoas acabam se unindo (a convite ou espontaneamente) ao "pioneiro da comunidade" ou da família. Os locais de treinamento são abundantes e podem ser divididos em dois tipos: treinamento profissional e eventual. Treinamento profissional (para os que desejam abraçar profissão na
área de saúde): • Cursos profissionalizantes de enfermagem (nível de Ensino Mé dio) - SENAC, escolas de Ensino Médio, hospitais privados ou uni versitários, etc. • Cursos voltados para profissionais que já atuam na área (como acadêmicos de medicina, enfermeiros, dentistas, etc). Treinamento eventual ou parcial (para aqueles que querem ser so
corristas voluntários ou que desejam maiores conhecimentos na área de saúde): • Cursos em entidades como Cruz Vermelha, SENAC, Corpo de Bombeiros, hospitais, Anjos da Guarda, etc. Co letivo - Sob a perspectiva perspectiva de ca pacitação da comunidade na área de Primeiros Socorros e Saúde, muitas vezes, segue-se ao treinamento indi vidual o convite para expandir este con hec im en to, trazendo trazendo para para o grupo grupo os instrutores da instituição-mãe on de o primeiro interessado interessado fez o tre ina mento (ou de instituições correlatas). Inicialmente este trabalho pode ser feito através de palestras (para atrair um grupo de potenciais interessados). Depois, por meio de cursos cursos com cargas horárias reduzidas (para atuar em setores específicos como doenças venéreas, drogas, vacinas, intoxicações, etc), porém, mais profundos, que farão uma triagem secundária, separando candidatos que se dirigirão dirigirão a cursos cursos mais esp ecíficos nas instituições especializadas. especializadas. Gradualmente vai se se formando formando um núcleo com maior conh ecimen to,
UIDADOS INDISPENSÁVEIS INDISPENSÁVEIS AO SOCORR ER
CAPÍTULO I
o qual pode atuar fornecendo orientações simples. Ao mesmo tempo, o grupo grupo se ante rá atualizado atualizado devido ao fluxo de novo s integran tes, que es tarão ingressando como aprendizes básicos, ou retornando de instituições mais avançadas, ma ntend o a "cha a da curiosidade" curiosidade" pelo aprendi aprendizado. zado.
INFORMA ÇÕES BÁSICAS BÁSICAS a DISPO NIBIL IZAR Ao se deparar com a situação de urgência, é necessário que o so corrista busque e forneça algumas informações de importância que nortearão o atendimento, estabelecendo uma ponte entre o evento inicial e o atendimento médico. Durante o socorro - Ao reconhecer a situação de urgência que demanda atuação, caso existam outras pessoas presentes, deve o so corrista perguntar-lhes: "Existe alguém com treinamento ou capaci tação para atender esta situação?" Com isso, ele estará buscando identificar pessoas com qualificação igual ou superior à sua, a quem possa auxiliar ou que possam ser-lhe de ajuda no atendimento. Após este passo, caso a vítima esteja consciente, deve o socorris ta apresentar-se expondo suas qualificações, de forma a tranqüilizar o paciente, assegurando-lhe que está capacitado para atuar no caso. Deve obter então da pessoa que está sendo atendida dados sintomatológicos, como: • O que a pessoa está sentindo no momento; • Se já apresentou estes sinto mas antes; • Se há doenças em curso ou em tratamento; • Que medicações está utilizan do ou fazendo uso contínuo; • Func ionam ento das das funções fi siológicas nas últimas 24 horas (número de vezes que urinou e/ou evacuou). Também é importante obter dados do cotidiano, como: pressão arterial rotineira, se a pessoa se alimentou
PRIMEIROS SOCORROS
no dia da ocorrência, telefones de contato com familiar familiares es ou com o m édico do paciente, etc. Se a vítima estiver inconsciente, a obtenção dessas informações é secundária, devendo vir em primeiro lugar a avaliação rápida do paciente, conforme se explica a seguir. Após esse atendimento é que se deve procurar obter informações através através de documentos que a vítima esteja portando. Lem bre-se que se o atendimento se fizer em via pública, sempre que possível deve ser acompanhado por, no mínimo, duas testemunhas, enquanto outra pes soa é incumbida de procurar auxílio da autoridade policial, tanto por razões legais quanto para providenciar eventual auxílio na remoção. Após o socorro - Havendo prestado o atendimento possível, de ve o socorrista, socorrista, ao transm itir o caso ao médico , fornecer todas as as in formações coletadas, tanto do paciente quanto de suas observações pessoais, tais como: sinais vitais (ver próximo capítulo), forma co mo a vítima foi enco ntrad a, impressã impressãoo pessoal pessoal do caso, condutas t o madas, forma de transporte, etc.
SEQÜÊNCIA BÁSICA DE EXAME DO PACIENTE Para exemplificar de maneira prática a seqüência que sugerimos, analisaremos o atendimento realizado em dois casos:
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Caso 1 - Pessoa idosa encontrada gemendo no chão. Socorrista se aproxima e pergunta: - Posso ajudar? O que você está sentindo? - A perna direita está doendo, e as costas, na parte baixa, também. - Que ocorreu? - Caí e bati estas áreas. Até este momento o socorrista so mente conversou com o paciente avaliando indiretamente possíveis sinais de embriaguez, confusão men tal e o grau de intensidade da dor através da expressão facial e da voz do paciente. - Consegue mexer as pernas?
CUIDADOS INDISPENSÁVEIS AO SOCORRER
CAPÍTULO
Solicitar à vítima consciente que faça por si mesma os movimentos de teste nos membros, para diminuir o risco de possível agravamento da lesão, uma vez que ao sentir dor, automaticamente a pessoa interromperá a atividade. Exceção importante: Sempre que o paciente referir dor nas costas, deve ser orientado a manter-se imóvel, inclusive evitando m over o pescoço, um a vez vez que isso pode representar a diferença entre a recuperação e a incapacitação. Como se trata de pessoa idosa, existe chance de fratura devido à osteoporose. Caso o idoso consiga mover as pernas, o próximo pas so é apalpar cuidadosamente a área onde ele sente dor. Se esta pal pação leve não piorar a dor, pode-se encaminhar o acidentado ao seu médico ou a um pronto-socorro, de modo a comprovar através de radiografia se houve algum dano maior (ver orientações no capí ao contrário, o acidentado não conseguir mover-se, ou se, ao se apalpar apalpar as costas na área onde h á dor, ocorrer piora, melhor é acalm ar o paciente enquanto se espera socorro. Nunca se deve deixá-lo sozi nho; pode-se colocá-lo em posição confortável sem movê-lo (cobrilo apoiar-lhe a cabeça, etc), pois pode ter ocorrido algum tipo de le são na medula espinhal. Ressalte-se aqui a importância de obter auxí lio de outras pessoas ao prestar o so corro. Enquanto dois ou três atuam junto à vítima, outra pessoa faz con tato com ambulância ou polícia. Caso 2 Adolescente encontra pessoa (aparentando uns 40 anos de idade) estirada no chão de uma sala, na escola. Pode ter ocorrido desde um simples desmaio até uma síncope cardíaca. O primeiro passo é avaliar o grau de consciência da pessoa, achegandose a ela, tocando-a e sacudindo levemente seu corpo, perguntando:
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PRIMEIROS SOCORROS
- Olá! Tudo bem? Como se chama? Se o caso decorre de simples tontura, ou perda momentânea dos sentidos, somen te o fato de ter ido ido ao ch ão pod erá ser ser suficiente suficiente para que a pessoa pessoa recobre a con sciên cia. E importan te não cometer o erro comum de tentar levantar a pessoa. Ao socorrer alguém, o ideal é permitir que o próprio paciente se levante. No máximo, deve-se auxiliá-lo ou apoiá-lo, de forma a que se estabilize em posição normal. Não devemos ten tar levantar por nossas próprias forças alguém que estamos socorrendo, pois podemos passar pelo despra desprazer zer de ter que deitá-la nova ente , a fim de evitar que caia. Assim, se a pessoa apenas perdeu a consciência, em vez de levantá-la, devemos erguer-lhe as pernas e dei xar a cabeça o mais baixa possível, de modo a fornecer ao cérebro o máximo de oxigênio. Caso não haja resposta após dois ou três cha mados ou estimulações táteis (dentro de 10 a 15 segundos), conferir a presença de pulsação na ví tima - no pescoço (artéria carótida) ou no pulso (artéria radial), conforme descrito no capítulo sobre sinais vitais (ver capítulo 2, pág. 29). Se houver pulsação ativa, o passo seguinte é verificar a respiração (pode ocorrer inicialmente parada respiratória e, logo após, parada cardíaca). Havendo pulso e respiração, o pró ximo passo é avaliar a pupila (menina dos olhos). Deve-se observar se a pupila reage à lu minosidade (sob o estímulo da luz, ela deve se contrair) e se ambas ambas estão estão do mesmo ta ma nho Toda esta avaliação deve ser completada em 30 a 45 segundos. Caso seja positiva em todos aspectos (pulso e respiração presen tes, pupilas fotorreagentes), devem ser ava liados outros aspectos passíveis de causar perda de consciência: hematomas no couro cabeludo, indicando trauma concussional (batida na cabeça), eventuais hemorragias, etc. Se não houver perigo iminente para a vítima inconsciente que
CUIDADOS INDISPENSÁVEIS AO SOCORRER CAPÍTULO I
apresenta pulso normal (60 a 80 batimentos por minuto) e respira ção normal (12 a 20 respirações por minuto), pupilas isométricas (do mesmo mesmo tam anh o) e fotorrea fotorreagentes gentes (que alteram alteram o tamanho com a luminosidade), ela deve ser mantida no local em que está, sob ob servação, enquanto algum auxiliar do socorrista procura auxílio (evitar deixar a pessoa sozinha). Se há pulso e respiração, mas ocorrem diferenças nas pupilas (ta manhos diferentes entre os dois olhos ou pupilas fixas, não reagin do à luz), a vítima pode estar sofrendo um acidente vascular cere bral (derrame cerebral) ou estar intoxicada com alguma substân cia (medicamentosa ou do ambiente). Enquanto pede auxílio, o socorrista deve procurar recolher indícios de quais substâncias po deriam estar relacionadas a uma eventual intoxicação (ver capítu lo 16, pág. 215). Se há pulso mas não há respiração, a vítima pode ter desmaiado e estar com as vias aéreas obstruídas (pela própria língua, próteses dentárias, e t c ) . Após verificar se não há obstru ção mecânica na boca ou garganta do paciente, deve-se tracionar-lhe o queixo (suave mas firmemente) para trás, de modo a liberar as vias aéreas. Em muitos casos esta simples mano bra pode ser suficiente para o retorno da respiração e recuperação da cons ciência. Caso isto não seja suficiente, iniciar a respiração artificial (ver capítulo 21, pág. 258). Se não houver respiração nem pulso, iniciar de imediato a reani mação cardiopulmonar, deixando outras avaliações para momento posterior, posterior, pois é vital restabelecer o batim ento cardíaco e a ox igena ção cerebral (após cinco minutos começa a ocorrer a degeneração das células cerebrais). Deve-se, portanto, deixar outros procedimen tos para depois. Mais uma vez é necessário frisar que, enquanto transcorre a ava liação da vítima, a cada intervalo possível durante o atendimento do acidentad o, deve o socorrista estar procurando recrutar o auxílio de outras pessoas. Isto para evitar o cansaço de ter de efetuar o aten dimento sozinho (com o cansaço, as medidas de segurança e a efi-
PRIMEIROS
OCORROS
ciência do atendimento vão diminuindo), como também para que seja providenciado socorro mais especializado, e, caso seja necessá rio, efetuar o transporte do paciente inconsciente. Sendo este um capítulo introdutório, vários aspectos serão repeti dos e ampliados nos capítulos seguintes, de forma que o leitor fixe os conhecimentos. No caso de dúvidas específicas, sugerimos uma procura direta no índice remissivo.
ROTEÇÃO PESSOAL E l e g a l AO PRESTAR SOCORRO Alguns cuidados de ordem legal devem ser tomados ao prestar auxílio, uma vez que, embora todo esforço em salvar vidas seja elogiável, nem por isto o socorrista está liberado do cumprimento das leis atinentes. Sugerimos que, ao prestar socorro, sempre que possível sejam convocadas outras pessoas, de forma a garantir testemunhas de co mo se desenrolou o proced imen to de auxílio à pessoa - especial mente se a vítima estiver inconsciente ou com alteração de percep ção ("grog ue"). Já hou ve casos de socorris socorristas tas acusados de de ter provo cado ou participado do evento agressor, ou de se haverem aproveitado da situação para roubar a vítima. Sempre que a situação clíni ca for adequada para isto, é ideal solicitar auxílio da auto ridade policial ou do corpo de bombeiros, no transporte, de modo a garantir o melhor atendimento possível, tanto no trajeto quanto na recepção hospitalar.
RISCOS PARA O SOCORRISTA Outro cuidado a ser tomado na atenção a vítimas é a prevenção da transmissão de eventuais doenças do acidentado para o socorris ou vice-versa (um verdadeiro socorro indesejável).
CUIDADOS INDISPENSÁVEIS AO SOCORRER CAPÍTULO I
É essencial evitar ao máximo o contato direto de áreas feridas ou cortadas, com secreções orgânicas (como sangue) e as de feridas (linfa ou pus), não importa se provenientes do socorrido socorrido ou do socorrista. socorrista. Dentre as doenças transmissíveis, acham-se algumas definidamente fatais, como a hepatite B e a AIDS; outras de alta morbidade, como a doença de Chagas (ainda sem cura); para não falar de outras doenças infecciosas, como a sífilis, ou infecções bacterianas e micóticas.
ENTENDENDO OS MEIOS DE TRANSMISSÃO DOENÇAS Existem doenças cuja taxa de transmissibilidade é muito alta, co mo a hepatite B. Outras podem ser rechaçadas ou controladas com re lativa facilidade pelo organismo agredido. Em todo caso, é funda mental considerar o estado da de fesa imunológica como fator que determinará o curso de evolução do contato. Algumas formas de transmissão dependem do contato direto de pe le lesada, ou mucosas, com as secre ções humanas, ou até mesmo com gotículas de saliva (é o caso da mononucleose e da tuberculose). Outras formas de contágio ocorrem por meio de vetores (como o pernilongo, no caso da malária, ou o carrapato, no caso da doença de Lyme). Em outros casos ainda, o agente infeccioso pode ficar no meio am biente, com o ovos de lombriga, larva larvass de esquistossoma, esquistossoma, ou os fungos da blastomicose (fato importante que deve ser levado em conta ao se prestar socorro em ambientes hostis). Por isso é necessário que o socorrista esteja ciente dos riscos en volvidos na prestação de auxílio a um acidentado, e das doenças mais freqüentes na área onde vai atuar, de modo a proteger-se e ao mesmo tempo prestar socorro eficiente. Não queremos com essas advertências inibir a atividade do socorrista, mas capacitá-lo a pre servar sua própria saúde ao ajudar o semelhante. Assim continuará ajudando sempre.
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Como (WúliúT sinais vitáis SINAIS VITAIS A importância deste capí tulo é auto-explicativa, se o leitor consultou o capítulo anterior. A correta medida dos sinais vitais é fundamen tal para a avaliação do pa ciente nos momentos iniciais do atendimento (por isso mesmo chamados de vitais). através deles que o socorrista avalia a gravidade do inciden te e a urgência do atendimen Abordaremos o assunto na seqüência que sugerimos se jam os dados coletados, se qüência esta comum aos procedimentos de socorro. As doenças citadas de forma resumida durante o estudo de cada item, e que forem de relevância para o atendimento de urgência, serão analisadas em maiores detalhes nos capítulos específicos.
MEDIDA DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA (PULSO) Objetiva principalmente avaliar se o coração está
COMO AVALIAR OS SINAIS VITAIS CAPÍTULO 2
batendo (uma vez que a sensação detectada como pulsação é causa da pela contração cardíaca ao impulsionar o sangue pelas artérias), e subseqüentemente se o faz com ritmo e freqüência adequados. Comumente realizada no antebraço, também é chamada de "to mar o pulso" ou "medir o pulso", embora nem sempre seja realizada neste local do membro superior. O primeiro passo passo é detectar a pulsação e a segui seguirr conta r os batim en tos, observando depois a regularidade dos mesmos. Os locais para afe rição da freqüência são geralmente o pulso pulso (artéria (artéria radial) e o pescoço (artéria carótida), pela facilidade de acesso que estes oferecem. E im portante conhecer as demais áreas, uma vez que num acidente nem sempre temos as áreas preferenciais disponíveis, em virtude de acesso bloqueado (vítima sotenada), sangramento ativo ou sujeira (sangue coagulado ou detritos) no trajeto arterial a ser palpado/pressionado. As técnicas variam um pouco segundo a área de aferição, embora tenham pontos em comum. a. Como detectar a pulsação Deve-se utilizar a polpa digital (ponta) dos dedos indicador e médio. Não deve ser utili zado o dedo polegar, devido à possibilidade de confundir a própria pulsação pulsação com a do pa ciente (existe uma artéria cujo trajeto vai até a extremidade do polegar). Os dedos devem exercer pressão gentil, mas com certa intensidade, sobre o trajeto arterial visado (pressão muito fraca não capta nada), di retamente sobre a pele (tentar sentir a pulsação por cima da roupa ge^ ralmente é inútil), procurando procurando captar o ritmo; ritmo; depois depois se procede a contagem dos batimentos. Caso não sejam captadas neste local (nu ma urgência, o pulso pode estar fraco, ou o nervosismo nervosismo p ode atrapalhar a percepç ão), as pulsações serão pesquisadas em trajetos arte riais de maior intensidade, como no pescoço (artéria carótida), ou na dobra da coxa/viri lha (artéria femoral), dependendo da facili dade de acesso (geralmente se prefere o pescoço). Outras artérias uti lizadas em casos de acidentes automobilísticos ou em desabamentos,
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quando somente algumas áreas do corpo do paciente são acessíveis, podem ser a artéria umeral (face interna do braço), a artéria tibial posterior (face interna do calcanhar), e a ar téria dorsal do pé (peito do pé). A identificação das artérias e seus trajetos será novamente abordada no capítulo sobre hemorragias, de forma a familiarizar o leitor com a nomenclatura e localização. Outra forma de contagem da pulsação é através do estetoscópio (dispositivo que am plifica plifica os sons), de forma a obter diretamen te do coração a freqüência, ritmo e sonoridade dos batimentos cardíacos. Neste caso podem ser escolhidos vários locais na porção esquer da central do tórax, de acordo com a situação, idade, sexo, etc. . Valores normais e alterações fisiológicas A freqüência das pulsações no adulto geralmente varia entre 60 e 80 batidas por minuto (bpm). Na criança é mais rápida quanto mais jovem ela for (no recém-nascido pode ser de 120 a 140 bpm, dimi nuindo para 100 a 120 bpm por volta dos dois anos, e mantendo-se entre 80 a 100 bpm após os dois anos). As variações desses valores normais são muitas, em função de: sexo (na mulher a freqüência é ligeiramente mais rápida que no homem), idade (maior na infância; diminui paulatinamente com o crescimen voltando a aumentar na terceira idade), temperatura (em extremos de calo r e de frio pod em ocorrer alte raçõ es), estres estresse/n se/nerv ervosi osismo/emo smo/emo ções (por estimulação causada pela adrenalina), alterações na pressão arterial (a diminuição dela aumenta a pulsação e vice-versa). Levando em conta essas variações, o ideal é que cada pessoa te nha conhecimento de sua pulsação habitual. As variações indivi duais serão importantes na avaliação da forma física da pessoa. tros comuns e suas cansas O mais freqüente freqüente equívo co ao se tomar o pulso pulso é fazê-lo fazê-lo com o de do errado - o polegar. Isso pode ocasionar confusão com a própria
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pulsação de quem está fazendo a medida, uma vez que, diferente mente dos demais dedos, onde a circulação se dá sobretudo nas la terais, no polegar ela ocorre também na polpa digital. Outro equívoco é fazer a medida da pulsação por tempo muito curto. O intervalo mais adequado é de 30 segundos a 1 minuto. Por causa da pressa em finalizar o aten dimento, o socorrista às vezes to ma a medida durante 5 a 10 segun dos e faz faz a mult iplica ção , o que po de ocasionar margem de erro bas tante grande. Lembre-se: não se deve dar im portância isolada ao pulso (como o faz a medicina chinesa), já que este é apenas um dos sinais vitais. Ao socorrista deve interessar o conjunto dos sinais.
MEDIDA DA FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA Imediata ou paralelamente à verificação da pulsação, deve o so corrista avaliar a respiração da vítima. Caso o coração esteja impul sionando o sangue, mas não esteja havendo troca de gás carbônico por oxigênio, nos pulmões, brevemente o batimento cessará, pois a falta de oxigenação levará as células cerebrais à morte, e são elas que controlam o batimento cardíaco. Além disso, as células do coração, que realizam o batimento, também morrerão. A respiração é tão essencial quanto o batimento. Devemos ava liá-la também nos primeiros instantes. a. Tipos e freqüência normal A divisão em tipos de respiração refere-se mais ao tipo de muscu latura utilizada na produção de movimentos respiratórios: torácica (mais observada nos homens) e abdominal (mais observada nas mu lheres e crianças). Conhecer os tipos torna-se necessário face às téc nicas de mensuração. Como pode ocorrer alteração no número de respirações efetuadas
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pelo paciente consciente, por razões emocionais, recomendamos nun ca informar o que estamos fazendo (disfarce e aparente estar fazendo apenas a contagem do pulso). Se o paciente está inconsciente, obvia mente a freqüência não será alterada, pelo menos num curto período. Técnicas de verificação Pode ser realizada através de inspe ção visual da movimentação do tó rax/abdome (adultos), acrescida da movimentação das asas nasais (em crianças ou em pessoas com insufi ciência respiratória). Pode também ser medida com o estetoscópio, sendo pre ferível neste caso auscultar a parte central direita do tórax, a fim de evitar que os sons cardíacos atrapalhem a contagem. Daniel
Importância da medida correta A avaliação da freqüência respiratória tem impacto vital na ava liação da necessidade ou não de se enviar o paciente para hospita lização ou para atendimento mais especializado. Em muitos casos o acompanhamento das alterações na freqüência respiratória pode indicar agravamento do quadro (em pacientes pós-traumatizados, diabéticos, asmáticos, e t c . ) . Recomenda-se, pois, que a medição seja feita a intervalos curtos, especialmente nas primeiras horas de assistência. d. Valores normais em repouso e alterações fisiológicas A freqüência respiratória do adulto costuma oscilar entre 12 e 20 respirações por minuto (rpm), sendo também mais rápida na crian ça do que no adulto, tal como a pulsação. Apresenta diminuição gradu gradual al com o crescimento crescimento (4 0 a 45 rpm no recém-nascido, ba ixan do para 20 a 25 rpm até 6 anos, e 18 a 20 rpm acima dos 6 anos). As condições que causam alterações na pulsação, geralmente, agem também na respiração, e no mesmo sentido.
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PRESSÃO ARTERIAL A pressão arterial reflete de forma específica a força e a velocida de com que o coração impulsiona o sangue pelas artérias, a resistên cia dessas vias sangüíneas e a composição e quantidade de sangue que circula no sistema. Problemas cardíacos podem diminuir a pressão, a arteriosclerose (endurecimento e entupimento das artérias) pode aumentá-la, e a perda de sangue pode diminuí-la. Para o socorrista, a medida da pressão arterial pode sinalizar im portantes indicações diagnosticas, combinando-se a mesma com os outros sinais vitais. Por exemplo, em caso de acidente com trauma tismo torácico ou abdominal, o aumento progressivo da pulsação e queda gradual da pressão, sugere a possibilidade de hemorragia in terna, recomendando procedimento mais agressivo e urgente. a. Técnicas de verificação A mensuração da pressão é efetua da utilizando-se um aparelho deno minado esfigmomanômetro. Este, através de uma bolsa de ar acoplada a um sistema de medida, registra as al terações de impulsão das artérias de maneira visual (escala nos manóme tros de mercúrio, ou relógio, nos ma nómetros aneróides). A percepção da diferença entre a pressão aplicada pela bolsa de ar e a pressão exercida pelas artérias, se faz utilizando um estetoscópio jun to com o esfigmomanômetro, de modo a se perceber o ruído presen te de acordo com as pulsações. Efetua-se a medida colocando o esfigmomanômetro ao redor do braço do paciente, ajustando-o firmemente, de modo a deixar o mí nimo de folga. O uso de aparelho com fecho de velcro permite me lhor adaptação. Coloca-se então o estetoscópio na projeção da arté ria umeral (na face interna do braço, próximo ao cotovelo), ou na dobra anterior do cotovelo. O aparelho é insuflado fechando-se a saída de ar e bombeando-se
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a pêra do mesmo até a marca de aproxi m a d a m e n t e 18 0 a 2 0 0 m m H G ( m i l í m e tros de mercúrio, a unidade de medida de pressão). Caso o paciente sinta dor, devese insuflar menor quantidade de ar ao re petir a medida. Um certo desconforto sempre ocorre pela compressão da área. Atingida a marca desejada, a desinsuflação d eve ser lenta , deixan do escapar o ar aos poucos, atentando para a marcação n a esca la ou no relógio aneróide, de modo a captar o momento em que iniciam os sons da pul sação arterial, em especial o instante em que se tornam mais intensos (pressão sistólica), e quando eles desaparecem (pressão diastólica). Caso haja dúvida, pode-se repetir a medida após cinco minutos, ou utilizar o braço oposto. Em alguns casos de doenças de obstrução arterial pode haver grande grande diferença diferença entre um braço e outro, mas no mo men to do socoreo socoreo do pa ciente isto isto nã o deve representar representar grande dificuldade. dificuldade. Ap arelhos digitais, digitais, por sua sua menor precisão, são menos confiáveis, não sendo a primeira escolha para aquisição (além disso, também são mais caros). Valores normais em repouso e alterações fisiológicas Os valores variam variam entre adultos adultos e crianças, mas com o a medida da pressão em crianças requer aparelhagem especial (do tipo que geral mente só os pediatras têm), citaremos os valores do adulto, que po dem variar entre 100 e 130 de pressão sistólica e 70 e 85 de pressão diastólica, originando resultados como 100x70 ou 120x80 ou 130x85. Via de regra, isto é referido suprimindo-se o último zero (as sim o paciente pode mencionar: "Minha pressão é por 7 e meio, ou 12 e meio por 8). Estando intimamente relacionada com circulação e respiração, a pressão arterial também sofre influência das emoções, de esforços fí sicos, da temperatura, etc. Existe ainda o fato de que é alterada pe lo horário do dia, sendo um pouco maior no final da tarde e na me tade inicial da noite. Ao atender uma pessoa, é importante não rotulá-la como hi pertensa logo na primeira medida, exceto nos casos em que a
G AVALI AVALIAR AR OS SINAIS SINAIS VITAIS VITAIS CAPÍTULO 2
pressão é claramente alta e a pessoa não esteve praticando exercícios. Por exemplo: uma pessoa está assentada durante 10 ou 15 minutos. Quando lhe medem a pressão, esta chega a va lores de 200x120. Fontes comuns de erros Entre os aspectos que podem atrapalhar a precisão na medida da pressão, um dos mais comuns é a pressa em medi-la, já de início, não obedecendo ao período de cinco minutos de intervalo, com a pes soa em repouso e na mesma posição. Sugerimos o posicionamento do esfigmomanômetro, seguido da colocação do paciente em posi ção de repouso, a medida da freqüência respiratória e cardíaca, e en tão a medida da pressão arterial. Outro aspecto importante é dispor de aparelho bem calibrado e conferido com freqüência. Sempre que houver dúvidas, deve ser re feita a medida com outro aparelho. Assim, se todas as pessoas em que é feita a medida com determinado aparelho apresentarem pres são baixa ou alta, deve-se trocar de esfigmomanômetro. Detalhe comum nos consultórios, e que pode ocorrer num acidente devido ao estresse e à preocupação do paciente com seu real estado de saúde, é que o ato de realizar a medida pode desencadear um pico hipertensivo. o consultório isto isto é chamado de hipertensão branca, um vez vez que é provoca da pela presença e atuação de alguém alguém v estido de bran co (enfermeiro ou médico). Assim, não devemos definir como hiper tensa um a pessoa ao med ir-lhe a pressão pressão „ pela primeira vez, nem dizer-lhe a pressão real, se indagada. Diga-lhe que está boa e torne a medi-la após cinco minutos. .
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Diferen tem ente de outros outros sinais sinais vitais, vitais, os valores normais da temperatura cor poral variam menos em função da idade do paciente, embora em crianças meno res res seja seja estavelm ente mais alta, alta, próxima 37° C (gra (graus us Celsiu s). Varia mais em função do local o nde é realiza realizada da a medida (temperatura oral, axilar ou retal).
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A medida é realizada usándose termômetros de vários tipos, des de os de bulbo de mercurio simples (com escala interna impressa), passando pelos de sinalização eletrônica, até os termômetros timpá nicos, quase completamente instantâneos. Existem outros dispositivos planos, como o termômetro de fita, que medem a temperatura na pele do rosto e fazem a devida corre ção. Podem apresentar ampla margem de erro e não são recomenda dos para uso pelo socorrista, podendo ser aceitos no uso doméstico. Usualmente é feita a medida da temperatura axilar, com variação normal entre 35,8°C, durante a madrugada ou cedo de manhã, até 37,3°C. Temperaturas mais altas costumam ocorrer ao final da tarde e no início da noite. A variação média ocorre entre 36 e 37°C. A temperatura retal é geralmente 0,4 a 0,5°C maior que a bucal. Diferenças maiores são indícios indícios de processo infeccioso intestinal, tal como apendicite. Alguns fatores não patológicos podem influir na temperatura cutânea: ansiedade, atividade física e exposição prolongada ao sol (que será abordada na seção sobre insolação e intermação, capítulo 14, pág. 173).
SINAIS INDIRETOS Ijj
O socorrista pode avaliar muitos si nais indiretos, de modo a complemen tar os quatro sinais vitais clássicos, le vando-o a obter visão mais clara da si tuação do paciente. Citaremos os mais simples e mais importantes:
Co l o ração das mucosas es pecial as mucosas labial e ocular (parte interna do lábio e da pálpebra), uma vez que alterações nelas podem sugerir perda sangüínea progressiva, diminuição da pressão, intoxicação por gases ou anemia. Procure avaliar sob adequada iluminação. Se tiver dúvida, ilumine a mucosa ocular com lanterna.
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Di âm etro e reflex o pupilar - O primeiro aspecto imp ortante analisar o diâmetro da pupila. Se muito dilatada (maior que 5mm)
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ou muito contraída (me nor que 3mm), pode ser indicação de alterações a serem pesquisadas (into xicações medicamentosas, dor intensa, etc). Outro ponto importan te é se existe diferença no diâmetro das duas pu pilas, e se essa alteração (anisocoria) se mantém quando um dos olhos é exposto à luz. Também é importante analisar se existe esta reação (contração de ambas as pupilas quando apenas uma delas for estimulada com luz), e se é rápido o retorno ao normal ao ser retirado o estímulo luminoso. Alterações na fotorreatividade das pupilas podem suge rir lesão intracraniana (estando a pupila mais dilatada do lado afe tado) ou lesões oculares.
AVALIAÇÃO DO CONJUNTO DE SINAIS VITAIS E SUA UTILIDADE PRATICA A soma das avaliações prove rá um quadro sugerindo maior ou menor gravidade, necessida de de transporte imediato, con vocação de ambulância e pes soal especializado, ou ainda um tratamento simples pelo próprio familiar ou socorrista. Sempre é importante avaliar o conjunto, não valorizando um item mais que outro. Um dos itens pode estar estar incorreto , ou po de requerer reavaliação antes de se tom ar decisão mais definitiva. Da evolução dos sinais vitais ao longo do atendimento pode ser inferido o prognóstico do caso e sugeridas prospectivas de aten dimento médico.
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AVALIAÇÃO DE PACIENTES INCONSCIENTES ATRAVÉS DAS ÁREAS-CHAVE Cabeça - Paciente com face congestionada (intoxicação alcoólica); rosada (intoxicação por monóxido de carbono). Depressões lo calizadas (fraturas ou concussões). Perda de líquido claro pelo nariz ou ouvido (fraturas (fraturas em áreas que perm item a saída de liquor - risco de meningite). Múltiplas cicatrizes (antecedentes de epilepsia). Pele - Vermelhidão geral distribuída em pontinhos muito próxi mos (coma por medicação para dormir, do tipo barbitúrico). Suor intenso e frio (diabético com falta de glicose no sangue). Hálito - Característico em alguns casos: álcool (intoxicação al coólica), acetona (diabetes), pútrido (infecções tipo sinusite, amig dalite, pneumonia). Vômito - Em caso de ocorrência, procurar coletar parte do mate rial para envio ao médico, em especial nos casos de suspeita de in toxicação ou envenenamento. Braços ou pernas em posição incomum - Possibilidade de fratu ra ou luxação de articulações. Dep ressões torácicas ou alterações da d a superfície abdominal Possibilidade de lesões de vísceras, com hemorragia interna.
Materiais necessários para prestar socorro Neste capítulo você encon trará orientações tanto para socorrer acidentados como pa ra prevenir doença s. Por mo ti vos práticos e didáticos, divi dimos o equipamento em al guns grupos: Material individual cio so corrista - Deve estar em local de fácil acesso, tanto para uso doméstico como para trans porte, ou ainda para efetuar socorro externo. Material de uso familiar - Mais amplo, pode abranger itens de uso interno, dos membros do lar. Exemplo: medicamentos de uso prolongado, como anti-hipertensivos. E importante a sua centralização em um único local, para facilitar seu acesso e dimi nuir o risco de uso acidental por crianças, evitando assim intoxicações. Material semi-profissional - Para uso de pes soas com mais experiência, que tenham partici pado de treinamento prático na área de primeiros
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socorros ou sejam profissionais de saúde (enfermeiros, fisiotera peutas, dentistas e médicos). Material de apoio - Itens não envolvidos diretamente no atendi mento, mas que podem auxiliar de alguma forma, por facilitá-lo, proporcionar conforto, permitir melhor visualização, e por poderem ser ser usados usados para para ministrar me dicaçã o. Algun s materiais só poderão ser utili utilizados zados adequadam ente p or pro fissionais com treinamento específico e em atividade. Não se justifica o gasto com itens que o socorrista não saiba manejar. Melhor é adqui rir materiais apenas depois de adequadam ente treinado para o seu seu uso. uso. Deve-se ter uma caixa de primeiros primeiros socorros socorros e com eçar pelos itens mais usados e mais baratos. De acordo com a necessidade, deve-se fazer gradativamente os acréscimos. De início será possível acondicionar o material numa bolsa. Com o aumento gradual, tem-se a opção das caixas de pesca com várias divi sões, de modo a ter todos os itens facilmente acessíveis. A montagem completa do conjunto pode demorar algum tempo, mas não precisa haver pressa. Basta manter-se aprendendo e repon do o material mais utilizado. Outro ponto importante é que, após o uso, alguns materiais de vem ser adequad amente limpos limpos e desinfetados, desinfetados, ou então descartados descartados com o aviso de que contêm material biológico. Tendo em vista facili facilitar tar ao leitor a obtenç ão dos medicamentos para para a sua caixa de primeiros soconos, estaremos, na medida do possível e /ou necessário, fornecendo o nome químico (genérico) seguido, quando desejável, pelo nome fantasia entre parênteses. Quando o produto for sem similar similares es em sua class classee ou resultado resultado da co bina ção de várias várias substâncias, forneceremos apenas o nome fantasia, seguido sempre pelo símbolo ®. Com a constante evolução científica e a freqüente descoberta de novas substâncias, pode ser importante a atualização dessa listagem de medicamentos com o seu médico, ao iniciar a montagem da caixa de primeiros socorros.
MATERIAL INDIVIDUAL DO SOCORRISTA • Gaze - 6 envelopes de 5 unidades • Agua oxigenad a - 10 volumes em frasco frasco plástico de lOOml lOOml • Esparadrapo antialérgico - Johnson®, Micropore® ou Leucopore®
MA TERIA IS NECESSÁRIOS PARA PARA PRESTAR SOCORRO CAPÍTULO 3
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Curativo tipo Band-Aid® - vários formatos e tamanhos Bandagem (faixa) de crepe 5/6cm e 10/12cm, não adesiva Pacote de algodão hidrófilo pequeno (25g) Alfinete de segurança - 2 pequenos, 2 médios, 2 grandes Verutex®, Cauterex®, Plastenan®- para curativo em feridas ou machucados • Advantam® , Steronide ou Elocom - para picadas de insetos ou queimadura solar • Cotonetes • Pinça de sobrancelhas • Tesoura com ponta (Os cotonetes e a pinça de vem ser protegidos para evitar que acumulem sujeira; e a tesou ra deve ser esterilizada através de fervura em panela de pressão por 20 a 30 minutos, após uso.) • Termômetro clínico • Luvas - se possível de vinil, por serem antialérgicas, ou então de plástico, descartáveis
2. MATERIAL DE USO FAMILIAR • Antiinflamatório Nimesulida gotas e comprimidos - para dor e prevenir queimadura solar • Analgésico Acetaminofen (Tylenol® ou Dôrico® 750mg) e go tas - para dor e febre • Anti-histam ínico Dexclorfeniramina Dexclorfeniramina (Polaramine®) (Polaramine®) ou Clemastina (Agasten® ) - para coceira (dá sono, prefir prefiraa usar usar à noit e); Loratadina (Claritin®/Loranil®) ou Cetirizina (Zyrtec®/Zetir®) ou Epinastina (Talerc®) - para picadas picadas de insetos insetos (nã o dão sono • An tiem ético Bromoprida Bromoprida (Plamet® ou Digesan®) Digesan®) ou Trimebutina Trimebutina (Debridat®), cápsulas e gotas - para náuseas e vômitos • Sais para reidratação oral (27,9g) da CEME ou Pedialyte® 90/Hidrafix® 90 • Sorine® adulto e infantil - descongestionante nasal • Hexomedine® spray, Flogoral® colutório, Omcilon® orabase, Gingilone® pomada - dor de garganta/aftas
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• Otosynalar® gotas - dor de ouvido • Proteto r solar solar - Spectrab an® T, Sundow n® 30 , Episol Episol® ® 4 Helioblock® 60 ou de acordo com o tipo de pele Obs.: Já existem à venda filtros solares com repelente incorpora Geralmente são de baixo fator de proteção (de 8 a 15), mas constituem uma opção para as pessoas mais morenas. • Protetor solar para lábios - Spectraban® 15, Helioblock® Lips ou Sundown® 15 • edica me nto de us próprio: anti-hipertensianticonvulsivante, diabetes, etc. • Lidocaína gel 2% e po mada 5%, ou a fórmula para queimaduras (EMLA® creme) • Lâminas de barbear no vas - devem ser manti das na embalagem até o momento do uso e de pois ser descartadas; im portante não reutilizar. • Álcool gel, álcool iodado ou Chlorexidina alcoólica, para de sinfecção e limpeza das mãos e lesões • S oro fisiológico - 1 Frasco de 25 l para limpeza de lesões não infectadas, nebulizações e lavagem dos olhos para remoção de corpo estranho • nti áci do Sim eco-plus® ou Riopa n® líquido/c líquido/comprimi omprimidos dos para azia e dor estomacal • Epitezan® pomada ou pomada oftálmica equivalente, sem corticosteróide - para uso em caso de traumatismo ocular (fazer oclusão) • Colírio Anestésico Frumtost® ou Anestalcon® • Antitussígeno Zyplo®, Seki® ou Silomat®, xarope e gotas • ntia sm átic o B ricanyl® xarope e comprimidos Duriles, Bamifix® comprimidos, Aerotide®, Duovent® ou Combivent® spray • Bolsa térmica para aplicações quentes ou frias • Ca rvão ativado para casos de diarréi diarréi
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA PRESTAR SOCORRO CAPÍTULO 3
MATERIAL DE USO SEMI-PROFISSIONAL Esfigmomanômetro Estetoscópio Nebulizador e itens como Berotec®, Atrovent® e Mu cosolvan®, em solução para nebulização
:. MATERIAL DE APOIO* Caixa de fósforos Lanterna elétrica com pilhas Copos de plástico Colheres de plástico Dermacyd® sabonete líquido ou Cetaphil® Jornais Jogo extra de pilhas para lanterna
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(*) Este material não es tá diretamente envolvido no atendimento, mas pode ser útil durante o socorro: • Jor na is para forrar o chão, reduzindo a conta minação durante o aten dimento; • Lanterna para os aten dimentos noturnos, etc.
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Com o lidar lidar com os feri f eri entos mais comuns Dr. Gerson Trevilato Dr. Everton Ricardo de Abreu Netto
Dentre as medidas a tomar no socorro ao ferido, um dos passos é identificar que tipo de lesão a pessoa sofreu e quão intensa é a gravidade do caso. E um assunto que envolve muitos aspectos e pode ser classificado de várias formas, com o objetivo de facilitar a compreensão e memorização. A classificação mais simples divide as lesões básicas em su perficiais (escoriações e alguns tipos de contusão sem formação de hematoma) e profundas (todas as demais). Outra maneira de dividir as lesões seria entre sim ples (as quatro lesões básicas: contusão, escoriação, lesão cortante e lesão perfurante) e complexas/mistas (onde ocorrem combinações de lesões). Também podem ser classificadas como fechadas, quando a integridade da pele é mantida, o que reduz este grupo às contusões, tanto profundas (com for mação de hematoma, ou "galo", quando ocorre na cabeça), quanto superficiais; e lesões abertas (quan do a pele é rompida).
COMO LIDAR COM OS FERIMENTOS MAIS COMUNS CAPÍTULO
Um último aspecto a considerar na introdução ao assunto, são as complicações das lesões básicas que também demandam providências, tais como o grau de contaminação e intensidade do sangramento. Estas orientações gerais visam a organizar os primeiros cinco mi nutos de atendimento, sempre baseando-se nos três aspectos: dor, hemo stasia (ou interrupção do sang ram ento) e limpeza limpeza das lesões. lesões. O sucesso dos procedimentos seguintes tem direta relação com a for ma como foram resolvidos os três problemas iniciais. Abordaremos individualmente cada tipo de lesão.
CONTUSÃO Lesão não penetrante, de profun didade didade variável, criada por força co n tundente (impacto), exercendo ação lesionai por pressão abrupta ou com pressão contínua, associadas ou não ao deslizamento, podendo ou não causar lesões subcutâneas: equimoses (superficiais), (superficiais), hem atom as (área sob sob a pele contendo sangue) ou seromas (área sob a pele contendo plasma ou soro), estes últimos de maior profun didade. Normalmente a força contun dente dá-se em sentido perpendicular à superfície atingida, sendo tanto mais profunda a lesão quanto maior a intensidade do impac Pode ser causada por instrumentos de superfície ampla e sem ponta (barras de ferro, pedras, tocos de madeira), assumindo a lesão um formato que lembra o objeto traumatizante. Não há contaminação proveniente do meio externo nem sangra mento inicial visível. Lesões internas que causem ruptura de vasos sangüíneos formarão equimoses equimoses e hemato mas ("galos"). Se o co ne r traumatismo traumatismo de vasos vasos lin lin fáticos ou de áreas extensas de tecido subcutâneo, teremos os seromas. Raramente esse tipo de lesão necessita de tratamento médico, exce to se houver suspeita de fratura, ou ocorrer perda de movimento da área contundida. Mesmo nesses casos simples a área afetada deve ter sua sua mobilidade mobilidade parcialm ente restri restringida, ngida, ficando em repouso e elevada nas primeiras 12 a 24 horas, visando diminuir o edema (inchaço).
PRIMEIROS SOCORROS
O tratamento deve iniciar logo após a ocorrência do trauma, pela aplicação de frio local (bolsa de gelo, compressas frias), mantido nas primeiras 24 horas, com o objetivo de dimi nuir o inchaço local e até a formação de he matomas, diminuindo assim a dor da lesão. Após 24 horas deve ser iniciada a aplica ção de temperaturas alternadas, começando com o calor úmido mais intenso suportável (em banhos locais ou compressas), por três minutos e meio. Imediatamente alternar com o frio frio - que não precisa ser ser mu ito in ten so pode ser de temperatura ambiente, ape nas para fazer contraste térmico - por meio minuto. Esse contraste de temperatura deve ser repetido quatro vezes (total de 16 minu tos). Os banhos ou compressas de contraste objetivam estimular a circulação linfática, diminuindo a dor e o in chaço decorrentes da contusão, e devem ser repetidos de três a seis vezes ao longo do dia. Supondo-se que não haja fraturas ou perda de movimento do lo cal atingido, também podem ser utilizados antiinflamatórios por via oral, como a nimesulida. Se a dor for muito intensa, pode ser asso ciado à nimesulida (Nisulid®/Scaflan®) o acetaminofen (Tylenol® ou Dôrico®). E bom lembrar, contudo, que a maioria dos antiinfla matórios são potenciais agressores da mucosa gastroduodenal, sobre tudo em uso prolongado. No caso de lesões subcutâneas associadas (superficiais), as equimoses ou arroxeamentos costumam desapare cer entre alguns dias e um mês, mas se forem muito intensas podese fazer uso local de cremes à base de enzimas (Hirudoid®/Hyalozima®/Thiomucase®) para acelerar a absorção. Caso se formem seromas ou hematomas, o paciente deve ser en cam inhad o para drenagem pelo m édico, co m o uso uso de seri seringa nga e agu agu lha hipodérmica, após limpeza prévia da pele com álcool. No caso específico de hematomas sob a unha, extremamente dolorosos, a perfuração cuidadosa da unha com agulha hipodérmica é um proce dimento simples e de eficiência comprovada. a reabsorção do hem ato ma segue-s segue-see uma escala de de cores: verme lho arroxeado, seguido por um tom esverdeado, a seguir amarelado, e, finalmente, cor normal da pele, podendo demorar até três sema-
COMO LIDAR COM OS FERIMENTOS MAIS COMUNS CAPÍTULO
nas a recuperação total. Assim a coloração da pele pode ser usada como guia para avaliar a evolução do caso.
2. ESCORIAÇÃO Conjunto de arranhões superficiais, produzidos por atrito violen to de uma superfície irregular, áspera, que não ultrapassam as pri meiras camadas da pele (epiderme e derme reticular), podendo ser muito dolorosos se atingirem o nível cutâneo das terminações ner vosas. Geralmente apresentam grande quantidade de sujeira que precisa ser removida para evitar infecção. Ocorrem em áreas descobertas e na porção externa de articulações ou juntas (cotovelos, joelhos) ou face e mãos, podendo situar-se em áreas cobertas em caso de impacto mais forte. O sangramento, se ocoree, é pequeno, sendo possível estancá-lo com compressão local (ve ja o capítulo 5, sobre sobre hemo reagias). O estan cam ento deve ser ser real realiza izado do após lim lim peza, uma vez que o próprio sangramento pode ser de auxílio na remoção de detritos. O tratamento consiste em cuidadosa limpeza manual da área afetada, usando água água e sabão sabão (se possí possível vel antisséptico, como Hibitane® ou So apex® para remover o máximo de sujeira e corpos estranhos. Caso as lesões sejam muito dolorosas, pode ser necessário o uso de anestésicos lo cais, como o EMLA®, para manipulação adequada e remoção de toda contaminação. Após a limpeza mecânica, faz-se uso de soluções antissépticas tópicas como Povidine® ou Clorhexidina, objetivando inibir ao máximo a multiplicação de bactérias no lo cal. Depois da limpeza deve ser aplicado curativo para proteger a lesão de sujeira e poeira, e restabelecer o ambiente úmido da pele abaixo da camada córnea da epiderme. Assim, eventuais crostas que se formem se rão sempre macias, sem atrasar a cicatrização. Outra opção são os curativos com camada de hidrocolóide aderi-
PRIMEIROS SOCORROS
da (Duo derm ®), que simulam a situação de uma pele substi substituta tuta ade rida à ferida. Para obter umidade no curativo, existem algumas opções de po madas, que dividimos em três grupos: • Ferida bem limpa, sem secreção, sem contaminação bacteriana - usar usar Plastenan crem e, que é um cicatrizante cicatrizante puro, sem sem an tibiótic o. • Ferida onde não se obteve limpeza completa, ou onde haja pos sibilidade de contaminação bacteriana - sugerimos o uso do Verutex, que é um antibiótico de excelente penetração cutânea e bom espectro de ação sobre bactérias da pele. • Ferida onde haja secreção ou onde existam muitas fímbrias de pele, ou ainda onde a cicatrização esteja sendo lenta - usar Cauterex® com Gentamicina, que combina um estimu lante de cicatrização com antibiótico. Outra opção para evitar que o curativo grude na ferida, é o uso de gaze vaselinada (embebida em vaselina líquida), posta sobre a pomada escolhida. Deve-se evitar a todo custo: • Talcos ou pós antissépticos, pois res secam a crosta, tornando mais difícil sua remoção. • Agua Oxigenada - pode ser utilizada no máximo até o quinto dia após a lesão; a partir de então começa a atrasar a cicatrização por inibir a multiplicação das células da pele. • Substâncias coloridas ou que venham a colorir a pele (mer cúrio, mertiolate, rifocina, permanganato de potássio ou furac i n ) . Além de alguns poderem causar alergias (mercúrio, mertio late e furacin), atrapalham a avaliação da evolução da pele, difi cultando a análise de possíveis infecções, cujo primeiro sinal é a vermelhidão local. • Pomadas que contenham neomicina (risco de desenvolver aler gia ao longo do tratamento). Lembre-se de usar analgésico para diminuir a dor do traumatis mo e a que decorre do tratamento. Geralmente o uso de acetaminofen é suficiente.
COMO LIDAR COM OS FERIMENTOS MAIS COMUNS CAPÍTULO
LESÃO PERFURANTE Essa denominação para esse tipo de lesão caracteriza a ação de perfuração (penetração) que nela costuma ocorrer. E produzida por objetos pontiagudos, longos, e geralmente finos (com diâme tro transverso pequeno), tais como estilete, compasso, prego, arame, espinho, agulha. Produz-se afastamento das fi bras do tecido atingido, com mínima secção das mesmas, deixando um orifí cio de entrada de diâmetro menor que o objeto, graças à elasticidade dos teci dos cutâneos. Isso vem a constituir um dos problemas desse tipo de lesão, por permitir a permanência de sujeira e material contaminante na profundida de dos tecidos. Havendo pouca lesão de tecido, também se produz pouco sangra mento, exceto se ocorrer perfuração de um vaso. Isso também favo rece a manutenção de detritos no interior da pele. Mesmo ao ocor rerem perfurações vasculares, estas são geralmente controladas ape nas com compressão local. Dependendo do tamanho do agente traumatizante e do local atingido (tórax, abdome), podem ocorrer lesões profundas. Pode-se requerer cirurgia de emergência para reparar os danos causados às estruturas mais nobres (pulmões, coração, vasos sangüíneos e órgãos abdominais como fígado ou intestinos). Devido à contaminação na profundidade, são freqüentes as infec ções e diversos casos de tétano, razão pela qual é necessário especial cuidado na limpeza dessas lesões. Recomenda-se que o socorrista proceda apenas a hemostasia, encaminhando o paciente para ava liação médica, para ampliação do orifício de entrada com lâmina de bisturi ou outro objeto cortante estéril, seguida de limpeza mecâni ca do trajeto. Fazê-lo mesmo nos casos aparentemente simples. Talvez Talvez o pac iente te nh a de receber vacina c ontra o téta no, que de ve ser repetida a cada 10 anos. Se já foi vacinado dentro desse perío do e o caso é realmente simples, sem lesões profundas ou internas, deve-se deve-se proceder a limpez limpezaa me cân ica d etalhada do local, co m água água e sabão e uso de analgésicos leves (como acetaminofen ou dipirona).
Cartoon Estúdio
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PRIMEIROS SOCORROS
Nestes casos é importante a reavaliação freqüente do caso, pois po de ser necessário o uso de antiinflamatórios e de antibióticos, os quais preferencialmente devem ser recomen dados pelo médico. Devem ser ser evita evitados dos os mesmos mesmos itens m encio nados no capítulo 4, pág. 48, com a observação adicional de que a água oxigenada na profundi dade pode causar ne crose asséptica asséptica das estrutu estrutu ras atingidas, causando dor local e retardando a cicatrização. Além disso, pela visualização ex terna nem sempre se consegue avaliar a profun didade da ferida. Assim, nas lesões penetrantes, a água oxigenada jamais deve ser utilizada. Em caso de perfuração de tórax, deve-se realizar limpeza rápida e oclusão imediata da perfuração com esparadrapo. Devido à pressão negativa do tórax, pela ocorrência de perfuração começa a ser suga do ar atmosférico para a cavidade torácica, restringindo a expansão dos pulmões, podendo levar à insuficiência respiratória. Qualquer perfuração torácica deve ser encarada como emergência médica gra efetuando-se o encaminhamento imediato para o hospital (po derá ser ser necessária drenagem cirúrgica). Lesões de abdome, após os cuidados gerais, também devem ser enca minhadas para atendimento hospitalar, pela possibilidade de lesão de órgãos órgãos interno s e subseqüentes sang ramentos graves. Podem ser de vís ceras sólidas (fígado ou baço) ou ocas (estômago ou intestinos). Existe ainda o risco de infecções potencialmente fatais, como peritonite. Nas lesões de tórax ou abdome, não dar medicação (analgésicos), nem alimento s ou água, uma vez que o pacien te estará sujeito a pro cedimento cirúrgico. O curativo deve ser o mais compressivo possí vel, para evitar sangramento.
LESÃO CORTANTE OU INCISA Possui bordas nítidas, geralmente regulares. Há secção das fibras do tecido; o co mp rimen to da lesão lesão é maior que a profundidade, profundidade, e em geral, o centro é mais profundo que as extremidades. E produzida por objeto cortante, podendo comprometer outros planos além da pele, e é causada por instrumentos com gume afiado como lâmina de barbear, lâmina de bisturi, etc.
COMO LIDAR COM OS FERIMENTOS MAIS COMUNS CAPÍTULO
A contaminação costuma ser facilmente removível, pois o sangraent o lava a feri ferida da de dentro para fora. Se n ecessário, esta pode ser aberta para retirada de fragmentos estranhos. A dor vai de modera da a intensa, mas após limpeza e aplicação de curativo, em geral, é controlável com analgésicos simples. A atuação do socorrista deve objetivar a limpeza inicial e a hemostasia - geralmente só com compressão local, mas em sangra mentos mais abundantes pode ser necessário efetuar compressão à distância. Geralmente o paciente necessita de médico, já que o tra tamento consiste na reconstituição cirúrgica das estruturas lesadas, sendo imp ortante p roceder sutur suturaa cirúrgica cirúrgica (dar po ntos) sob aneste sia local, para acelerar o processo de cicatrização e obter uma cica triz mais estética. Para que a sutura ocorra de modo mais seguro, deve ser efe tuada até seis horas após o momento do corte. Passado este pe ríodo, devido à chance de infecção local, não se efetuam re constituições (a não ser em caso de lesões de f a c e ) , sendo pre ferível a cicatrização espontânea para os casos em que decorreu tempo maior. Outra opção quando não for possível suturar, é o ponto falso ou curativo em grade (utilizar esparadra po colocado em tiras paralelas, per pendiculares às linhas de tensão da ferida para aproximar as bordas - ver descrição na pág. 68). om sutura sutura ou não, deve ser feito cura tivo compressivo, mantido por 24 horas, para evitar hematomas ao redor da lesão.
LESÃO PERFUROCORTANTE Lesão mista ou com plexa , causada por instrumentos de gume afia afia do (faca, canivete). Demanda maior cuidado, porque ocorre por me canismo misto, penetrando com a ponta e cortando com o gume. São geralmente mais graves, apresentando contaminação maior e sangramento provavelmente intenso. A dor é variável de acordo com a profundidade e extensão da le-
P R I M E I R O S SOCORROS
são, sendo maior em casos de área sob tensão ou de dobras. Como
pode ocorrer lesão de profundidade, é freqüente o sangramento pa ra dentro das cavidades abdominal ou torácica, devendo por isso ser objeto de extensa e cuidadosa avaliação médica. A atuação do socorrista prende-se muito mais à hemostasia da le são (geralmente por meio de curativo compressivo local) e transpor te urgente do paciente ao pronto atendimento médico. Não esque cer o risco associado de tétano. O paciente não deve ser alimenta do nem medicado, já que provavelmente será submetido a cirurgia para exploração do ferimento e reparação das lesões internas.
LESÃO PERFUROCONTUNDENTE
Cartoon Estúdio
Causada por arma de fogo. O orifício de entrada é, em geral, ar redondado ou ovalado, dependen do da direção de penetração do projétil. Se o disparo ocorreu de muito perto, poderão ocorrer bor das invertidas e queimadura de pólvora na pele adjacente. Quan do há orifício de saída, é de forma irregular, bordas evertidas, e, via de regra, maior que o orifício de entrada. A contaminação imediata é pequena, devido ao calor do projétil. Assim, uma das medidas de atendimento é a proteção dos orifícios da lesão. Como o sangramento é variável, potencialmente grave, a proteção será compressiva, de acordo com a intensidade do sangra mento. Pode ser necessária compressão local e à distância. A dor va ria bastante, dependendo da área atingida. Impõe-se rápido encaminhamento do paciente ao hospital, após hemostasia. Lembre-se de fazer ocorrência policial. Se pos sível, leve seus documentos e os do paciente. 7.
LESÃO C O R T O C O N T U N D E N T E
Causada por instrumento de gume afiado, com ação contundente devido ao seu próprio peso, ou pela força de quem o maneja: facão, foi52
COMO LIDAR COM OS FERIMENTOS MAIS COMUNS CAPÍTULO
machado, dentes (mordida), enxada. O formato da lesão é variá vel, dependendo do instrumento. Geralmente apresenta grande con taminação e sangramento variável, segundo a área e órgãos atingidos. Geralmente bastante dolorosa, sobretudo quando ocorre fratura. Não administrar medicação ou alimentos por via oral (probabilida de de cirurgia). Devido à possibilidade de fraturas, estar atento ao estancar o san gramento (médio a intenso, via de regra). Compressão à distância, se possível, possível, só fazendo-a loca lme nte se existir certeza certeza de que não há fratura. fratura. ão realizar realizar torniq uete, a não ser em caso de perda perda de mem bro ou risco iminente de vida (ver capítulo 5, pág. 59). Provavelmente será necessário fazer raios X (para análise de even tuais fraturas) e cirurgia. Por isso, a rapidez é fundamental. Proceder limpeza superficial e encaminhar com curativo o mais compressivo possível, mas que não piore a dor do paciente.
ORPOS ESTRANHOS Terminaremos este assunto com algumas considerações so re corpos estranhos, seu impacto no organismo organismo e risco risco de comp li cações que podem ocorrer após as lesões básicas. As substâncias estranhas de vem ser removidas desde que: • Estejam se projetando atra vés da pele ou sob a mesma; • Causem sintoma; • Atrasem ou impossibilitem a cicatrização de uma ferida. Listamos a seguir algumas dessas 'substâncias estranhas": Te rra - é a mais com um ; deve ser ser removida por escovação ou por dissecção, quando da impossibilidade do uso da escova. Sempre usar água em abundância. Fragmentos de madeira ou metal - em geral são superficiais, fáceis de se ver, percorrem linha reta e podem ser puxados com pinça, se a
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PRIMEIROS SOCORROS
extremidade se encontrar visível. Se de ma deira, a remo ção é necessária e obrigatória, pa ra prevenir infecção. Se o fragmento for metá lico e assintomático, e difícil de localizar, po de ser deixado no local. Tecido - normalmente são fragmentos de roupa introduzidos por traumatismos pene trantes, junto com outros corpos estranhos. Se possível, devem ser totalmente removi dos, pois costumam dificultar a cicatrização da ferida, ou formar granulomas (tecido de reação em volta do corpo estranho). Mui tas vezes tornam necessária a exploração profunda de ferida que não cicatriza. Vidro - são os fragmentos de remoção mais difícil, necessitando por vezes de monitoração radiográfica se o vidro contiver chumbo ou algum outro metal. Anzóis - uma vez que a fisga entre completamente sob a pe le o modo mais fácil e menos doloroso de remoção é empur rá-lo e exteriorizá-lo por uma segunda ferida, cortando-lhe a extremidade e puxando-o de volta pela ferida de entrada.
9. MORDEDURAS As feridas produzidas por mor deduras apresentam complicações específicas, que podem diferir conforme o agente causador.
C a r t o o n Estúdio
um ana s - a cavidade cavidade oral or al hum ana apresenta apresent a grand g randee co ntam i nação por bactérias muito lesivas ao tecido subcutâneo. As feri das devem ser tratadas com limpeza mecânica intensiva, usándo se bastante água, removendo-se todo tecido desvitalizado e evi tando-se o fechamento da ferida (permitindo-se uma aproxima-
COMO LIDAR COM OS FERIMENTOS MAIS COMUNS CAPÍTULO 4
ção parcial dos bordos, se ela for muito extensa), pela grande chance de infecção. De animais - neste caso, além de grande contaminação, outro perigo é a possibilidade de transmissão da hidrofobia (raiva). Sempre que pos sível, o animal causador deve ser mantido vivo, isolado alimentado, para observação por um período de 10 a 14 dias. O tratamento é seme lhante ao das feridas por mordedu ra humana, e a decisão sobre vaci nação pode ser feita com calma, pois é longo o período de incuba ção da hidrofobia. De cobras - tipo específico de mordedura animal, que ne cessita de tratamento médico especializado, conforme defi nido no capítulo 15, sobre aci dente ofídico.
55
caso
( p i e fazer em
hemorragia HEMORRAGIA
do extravasamento de sangue do seu trajeto original (vaso sangüíneo: arterial, venoso ou capilar). Pode ser imperceptí vel, drenando para o tecido ou cavidade do organismo (he porque pode demorar a ser diagnosticada); ou exterior mente visível (hemorragia ex terna, cuja gravidade depende rá do volume de sangue perdi do e da rapidez com que isso ocorreu). .
H
A
é
finida como todo processo utilizado para estancar uma hemorragia. Partindo desta introdução, necessitam-se alguns conceitos adicionais: • A rté ria - Vaso sangüíneo de parede mais espes sa com elasticidade mais definida, e que conduz o sangue do coração para os tecidos, o que faz com que este seja mais claro, pelo alto conteúdo de oxigênio. Ao diminuir de calibre, é chamada de arteríola.
O QUE FAZER EM CASO CASO DE H EMORRAGIA CAPÍTULO
• Veia - Vaso sangüíneo, de parede mais fina, com elasticidade menor que a da artéria, e que conduz o sangue dos tecidos para o co ração, o que faz com que este seja mais escuro pelo baixo teor de oxi gênio e alto teor de gás carbônico. Quando menor, é chamada de vênula. Apresenta válvulas no seu interior. O mau funcionamento das mesmas gera as varizes. • Capilar - Vaso sangüíneo muito fino, conduz o sangue nos te cidos, fazendo a ponte entre vênulas e arteríolas. Em alguns pontos são tão finos, que dão passagem a apenas uma hemácia (célula san güínea que transporta o oxigênio). O capítulo aborda uma série de lesões lesões que podem levar à hem orra gia. Para se realizar hemostasia adequada, é de vital importância esta belec er a diferença en tre hem orragia arterial e venosa. Nas lesões de ar térias térias de calibre médio é recomen dada a reparação (sutura) das mesmas; já as veias, só só quando de gross grossoo calibre é que necessitam reparação (co mo regra, geralmente cada artéria é acompanhada de duas veias). Costumeiramente, as hemorragias arteriais devem ser avaliadas por médico, enquanto que hemorragias venosas muitas vezes podem ser resolvidas pelo socorrista. Observe esta comparação esquemática: HEMORRAGIA ARTERIAL
HEMORRAGIA VENOSA
• Jorra da lesão de maneira for perceptível, de acordo com o batimento cardíaco (em le sões superficiais).
• Escorre da lesão continuamen em maior ou menor quanti dade, de acordo com o calibre do vaso afetado.
• Sangue vermelho vivo, claro (sangue bem oxigenado).
• Sangue vermelho escuro, qua se roxo (sangue com pouco oxigênio).
• Mais intens a e m ais rápida (perde-se maior quantidade de sangue), por isso é mais grave.
• Intensidade geralmente menor so), geralmente menos grave.
PRIMEIROS SOCORROS
HEMORRAGIA ARTERIAL
HEMORRAGIA VENOSA
• É necessário compressão local por mais ou menos cinco minutos, e à distância, sobre o tronco arte rial afetado.
• Geralmente só a compressão local é suficiente.
A hemorragia capilar costuma ocorrer em escoriações ou lesões puntiformes superficiais; em geral cessa espontaneamente e não se rá abordada em termos de hemostasia. Conhecidas as características de cada hemorragia, é preciso en tender o processo que diminuirá o fluxo de sangue, levando o orga nismo a efetuar efetuar a coagulação da área rompida rompida e bloquear co mp leta mente o sangramento. Duas formas são corretas, sendo uma pouco usual e geralmente realizada de modo inadequado.
OMPRESSÃO
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CAL — Utili zan do várias várias ca madas de gaze ou tecido lim é realizada pressão sobre o ponto onde o sangramento é mais intenso, com a palma da mão. O tempo de com pressão variará segundo a avaliação do paciente, levan do em conta os aspectos que diferenciam hemorragias ar teriais e venosas. Se a suspei ta é de lesão arterial, o tem po mínimo a se manter com pressão é de cinco minutos; se venosa, de dois a três mi nutos. Passado esse tempo, pode ser aliviada a compres são e reavaliada a lesão, utili zando o material compressivo em alguma área onde persista sangr sangramento. amento. Enquanto se realiza o bloqueio da hemorragia, devem ser toma-
O QUE FAZER EM CASO DE H EMORRA GIA CAPÍTULO
das medidas em outras áreas, como verificação do pulso, medida da pressão, preparo para o transporte do paciente, etc.
COMPRESSÃO
DISTÂNCIA - Ca so o sangramen
to se mantenha importante após duas ou três revisões da compres são local, deve-se analisar a possibilidade de realizar compressão à distância, sobre a área do vaso (geralmente arterial) que alimenta o sangramento. Faz-se necessário conhecer os trajetos dos principais vasos sangüíneos, descritos a seguir e nas figuras.
T O R N I Q U E T E — É realizado atando uma faixa, tira de pano ou outro material macio sobre a área onde se possa bloquear a circulação de um membro ou dedo. Para um torniquete ser efe tivo, é necessário realizá-lo na coxa ou no braço, pois no antebra ço e na perna a circulação arterial é mais profunda e protegida en tre dois ossos. Devido ao grande número de procedimentos incorretos, e que produzem uma segunda lesão no local da aplicação (por uso de ma terial incorreto ou pressão pressão excessiva, excessiva, não relaxada a interv alos), n ão indicamos o torniquete, exceto em caso de perda de membro, quan do deve ser feito sempre na raiz do membro afetado.
PRIMEIROS SOCORROS
instrumento permite usar a menor pressão necessária para cessar o san gramento. Seu uso deve ser associado à compressão local, e após 10 a 15 minutos diminui-se 1/5 da pressão e se reavalia o sangramento. Para se considerar como efetiva a hemostasia por torniquete, é necessário que o sangramento cesse completamente ou diminua de modo substancial. Na última situação, torna-se necessário comple mentá-lo com compressão local.
MEDIDAS AUXILIARES PARA A HEMOSTASIA • Para minimizar a perda de sangue, o local sangrante deve ficar em posição supe rior ao coração. Por exem plo, elevar o membro afeta do enquanto se faz simulta neamente compressão local e à distância. • O paciente deve ser man tido aquecido para evitar o choque. • O paciente com hemor ragia deve ter sua pressão e pulso monitorizados freqüente mente e, se possível, pela mesma pessoa, para avaliar eventuais he morragias internas ou determinar se a hemostasia está sen do efetiva. • Manter o paciente deitado com a cabeça ao nível do corpo ou mais baixa. Estar aten to a si nais de choque circulatório. Se o paciente estiver em pré-choestar a caminh o do que, já deve estar pronto-socorro. O paciente deve ser consi derado em pré-choque e neCartoon Estúdio
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cessitando de urgente atendi mento médico quando em qualquer sangramento ocorrer:
O QUE FAZER EM CASO DE HEM ORRAGIA CAPÍTULO 5
• • • •
Queda contínua de pressão; Aumento progressivo da pulsação; Queixa de fraqueza, tonturas, falta de ar ou sede; Presença de palidez, cianose de lábios, mucosas e unhas.
LOCAIS DE HEMORRAGIAS E PONTOS DE PRESSÃO PARA HEMOSTASIA • Hemorragia na cabeça - efetuar compressão no local sangrante. • Hemorragia no braço e antebraço - efetuar compressão local e com rolete axilar (bola ou faixa de pano que se coloca no oco axilar para ser comprimida pelo socorrista ou pelo próprio pa c i e n t e ) . Se a hemorragia for abaixo do acesso da artéria artéria umeral, comprimi-la em lugar da artéria axilar. • Hemorragia na mão - efetuar compressão local. • Hemorragia no dedo - efetuar compressão local e na base do dedo. • Hem orragia no tórax ou abdom e - efetuar compressão local. Es tar atento à possibilidade de perfurações; existindo dúvidas, en caminhar para avaliação médica. • Hem orragia na coxa e perna - efetuar efetuar compressão compressão local e na ar téria femoral. • H emorragia no dorso dorso do pé - compressão local e tibial anterior. • Hem orragia na planta do pé - compressão local e tibial posteri posterior. or. Ao fazer compressão local, tomar cuidados de limpeza e assepsia para evitar infecções posteriores. Como preparo para o próximo capítulo, procure localizar nas fi guras a seguir as seguintes artérias, que serão usadas como pontos de compressão à distância:
ARTÉRIA AC AL
. ARTÉRIA TEMPORAL
. ARTÉRIA CARÓTI CARÓTIDA DA
ARTÉRIA MORAL MORAL
ARTÉR ARTÉRA A TIBIAL AL ANTERIOR
ARTÉR ARTÉRA A TIBIAL AL POSTERIOR
A localização das artérias carótida e radial é importante para a medida dos batimentos cardíacos através da pulsação, conforme visto no capítulo sobre sinais vitais (pág. 28).
Curativos Cu rativos e tipos tipos de proteção a ferimentos PROCEDIMENTOS Este capítulo complementa o de "Lesões Básicas" e o de "Hemostasia", quanto à atua ção do socorrista no atendi mento de lesões. Pressupõe-se que as medidas de maior ur gência tenham sido efetuadas, e que doravante a atuação será de manutenção, ou objetivan do o transporte para atendi mento especializado. Será necessária a realiza ção de curativo sobre as le sões, e este procedimento tem vários objetivos superpostos, todos eles visando restaurar a prote ção perdida pelo organismo quando a pele foi le sada. O curativo deve: • Proteger a lesão, tanto quanto possível, do con tato com corpos estranhos, sejam eles agentes físicos (poeira), substâncias agressivas (materiais químicos irritantes ou dolorosos), ou agentes biológicos (bac térias ou vírus). • Restabelecer o ambiente originalmente úmido da pele abaixo da camada córnea da epiderme (ca mada externa composta de células mortas, que fun63
PRIMEIROS SOCORROS
ciona como capa), o que facilita a migração das células da pele, ace • Manter sempre macias, flexíveis e facilmente removíveis as crostas que se formam sobre a lesão, de forma a não criarem um obs táculo mecânico que atrase a cicatrização. O que não utilizar E importante avaliar primeiro a natureza do atendimento. Se o obje tivo inicial foi alcançado, mas o paciente será transferido para atendi mento especializado, o curativo deve ser primordialmente protetor (em lesões estabilizadas), ou compressivo (em lesões hemoreágicas), sem adi ção de pomada, creme ou solução, nem realizada oclusão intensa, com uso de muitas faixas ou esparadrapos, cuja remoção posterior seja difícil. Caso não seja necessário outro tratamento, com o paciente man tido em acompanhamento ou tratamento caseiro, certamente será necessária alguma medida adicional na realização do curativo. Observe estes procedimentos: • Para efetuar limpeza da área, visando a remoção de crostas, se creções ou medicações aplicadas, não usar água oxigenada, a menos que exista secreção mais intensa, e mesmo assim assim no m áxim o até o dia da ocorrência do trauma. Após esse perío do a água oxigenada inibe a recuperação das estruturas da pele. • Não usar qualquer substância colorida: mercurocromo (pode produzir alergia); Mertiolate® (pode causar alergia, inflamação adi cional e dor); Rifocina® (uma boa substância em si, mas colore a área e atrapalha a visualiza ção de uma possível infecção); permanganato de potássio (também uma boa substância, mas que resseca a pele e pode causar reações cutâ neas se não for bem dissolvido, além de escurecer a pele, atrapalhan do a visualização de infecções); ou furacin (pode causar alergias e é um produto colorido capaz de atrapalhar a visualização de infecções). • Não usar qualquer tipo de substâncias alergizantes, como Neomicina, Fenergan®, Sulfa ou Penicilina, devido à possibilidade de reação no momento do uso (reação imediata) ou reação posterior (reação tardia ou sensibilização).
CURATIVOS E TIPOS DE PROTEÇÃO A FERIMENTOS CAPÍTULO 6
Sabendo-se o que não usar, o primei ro passo para o curativo é efetuar a limpeza local. Deve-se lavar sempre a área da lesão, exceto sob sangramento ativo. Para isto existem diversas for mas, dependendo do tipo de contami nação ocorrida. • A primeira opção é o simples uso de água e sabão. Prefira sempre um sabão de baixa agressividade, como o de glicerina, e se possível sem cheiro, por ser menos alergênico. Esta opção é per feitamente válida em lesões de baixa contaminação bacteriana, on de tenha ocorrido apenas contaminação física (fragmentos de vidro, metal ou pedras). • Opção um pouco mais ampla é o uso de sabonete antisséptico (como o Hibitane® ou o Soapex®). Pode ser utilizada em le sões com maior grau de contaminação, especialmente se existe suspeita de contaminação bacteriana ou de material que possa causá-la (madeira, terra, ou itens com alto teor de fragmentação, como barro, argila e areia). • Desejand o-se limpeza limpeza ampla, co na preparação para desbridamento cirúr gico, pode ser usado sabão antisséptico e soro fisiológico estéril em lugar de água, o que garante desinfecção mais extensa. • Caso haja restos de curativos ou me dicações tópicas, pode ser necessário usar alguma solução com maior poder de re moção de substâncias aderentes, tal como álcool ou éter, mas o uso destes pode ser doloroso e irritante para as áreas feridas. Por isso use apenas se realmente necessário, e com moderação. Depois de efe tuada a limpeza, recupere a vitalidade da área onde foi feito o desengorduramento, aplicando soro fisiológico. Após a limpeza, é necessário avaliar qual medicação tópica é pas sível de utilização. Já sabemos que não devem ser utilizadas substân cias alergizantes ou coloridas. Queremos sugerir algumas opções com o fim de contribuir na recuperação das condições de proteção e umidade originais da pele íntegra. São elas:
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PRIMEIROS SOCORROS
• Se a ferida foi bem limpa (ou no caso de a lesão, já antes tra tada, estiver estiver se se man tend o limp a), sem sem secreção ou presença de pus pus (provavelmente sem contaminação bacteriana), pode ser usado Plastenan® creme, que é uma medicação tópica com efeito cicatri zante puro, sem nenhum antibactericida ou antifungicida em sua composição. • Se a ferida ocorreu em ambiente de alta contaminação (praias, esgotos), ou foi foi causada causada por atrito (esco riaçã o), e não se obteve lim peza completa, ou se está em área de fácil contaminação bacteriana (próxima a orifícios naturais do organismo, como boca, nariz, área genital), uma opção inicial seria o uso de Verutex® creme, que é uma medicação tópica composta por um antibiótico de excelente penetração cutânea (ácido fusídico), e que tem bom efeito sobre as bactérias da pele. • Para os casos onde haja secreção purulenta, ou onde existam muitas franjas (fímbrias) de pele lesada, ou ainda onde a cicatriza ção esteja sendo lenta, outra possibilidade é o uso de Cauterex® com Gentamicina, que combina um removedor enzimático de áreas desvitalizadas com ação estimuladora de cicatrização, e um antibió tico de amplo espectro. Com o objetivo de recuperar a situação do organismo anterior ao trauma, e encerrando os itens que terão contato direto com a lesão, existem diversos tipos de curativos, contendo várias subs tâncias gelatinosas ou hidrocolóides, aderidos em camadas, isoladas por material plástico, que praticamente reproduzem a condição de umidade normal dos tecidos. Dentre os vários existentes no mercado, citamos o Duoderm®, muito usado em queimaduras e escaras.
2, TIPOS DE CURATIVOS Ao mesmo tempo em que objetiva prote ção e aceleração do processo de cicatriza ç ã o , o curativo deve ser o mais simples pos sível, tanto para não encarecer o tratamen t o q ua n t o p a r a n ã o r e p r e s e n t a r i n c ô m o d o a o p a c i e n t e , d i m i nuindo sua capacidade de desempenhar tarefas por estar osten tando um curativo volumoso.
CURATIVOS E TIPOS DE PROTEÇÃO A FERIMENTOS CAPÍTULO 6
RESUMIREMOS OS TIPOS DE CURATIVOS EM E OS ESPECIAIS:
dois grupos -
OS SIMPLES
Curativos simples envolvem itens de fácil acesso e utilização, não demandam materiais complexos, e são de fácil confecção. Al guns exemplos: • Curativo adesivo do tipo banà-aid (tudo em um: m aterial absor vente, antisséptico e adesivo, compactados), aplicado em corte su perficial ou lesão puntiforme. • Curativo simples composto de gaze estéril, medicação tópica de acordo com o exposto acima e esparadrapo antialérgico, aplicados em corte mais profundo ou escoriação. • Curativo simples composto de gaze estéril, medicação tópica apropriada, bandagem de crepe e esparadrapo de qualquer tipo, utilizados em corte ou laceração mais extensa, ou ferimento san grante, onde haja necessidade de compressão maior. Tal compres são será obtida utilizando-se a bandagem ou faixa fixa com espara drapo. Por poder causar alergia, o esparadrapo não deve entrar em contato com a pele, devendo ser aplicado sobre a faixa. Os curativos especiais representam proteções mais complexas e podem exigir algum treinamento ou conhecimento específico, já que demandam materiais pouco disponíveis ou de custo maior. Al guns exemplos: a) Curativo oclusivo com gaze vaselinada estéril (gaze embebi da em vaselina líquida e subse qüentemente esterilizada). E uti lizado em casos de queimaduras mais extensas. Demanda, além de material específico, a utiliza ção de faixas de algodão ortopé dico para servirem de base de ab sorção entre a gaze e a faixa de crepe que se aplica sobre ambos. A aplicação deve ser feita obser vando-se as seguintes etapas: • Limpeza da área. • Aplicação da medicação tópica solicitada pelo médico. • Colocação das gazes vaselinadas sobre a área afetada, previa mente coberta pela pomada prescrita.
PRIMEIROS SOCORROS
• Fixação frouxa da gaze com algodão ortopédico, utilizando-se bandagem em espiral. • Fixa ção mais firme de todo o conju nto utilizando-se utilizando-se faixa de crepe disposta em espiral. b) Outro exemplo é o curativo em grade ou ponto falso, cuja com plexidade está mais em sua correta realização do que nos materiais utilizados. Efetua-se de acordo com as seguintes etapas: • Limpeza da área afetada, que deve ter a forma de uma linha reta ou mesmo Irregular, estar suturada ou sem nenhuma secreção ou sangra mento. Não deve ser aplicado nenhum tipo de medicação tópica, ex ceto soluções soluções de rápida rápida eva poração (álcool iodado iodado ou Chloroh ex a lcoólico); as pomadas poderiam atrapalhar a adesão do es paradrapo às bordas da lesão. • Pinçar com o indicador e o polegar as duas bordas da ferida, aproximando-as. Esta manobra deve ser mantida até o término completo do curativo. Preferencial mente deve produzir um pequeno enrugamento da área lateral à ferida, indicando existir certo grau de compressão, que terá efeito hemostático, e representará também pe quena hipercorreção da junção das bordas, folga esta que com o passar dos dias se ajustará com a tração lo cal provocada pela movimentação. • Aplicar o esparadrapo antialérgico, na forma de pequenas tiras previamente cortadas, uma a uma, ini ciando em uma das extremidades da ferida e seguindo até a outra, colocando cada tira sobre a metade da tira anterior, formando uma escada ou grade superposta. Em áreas com grande movi mentação, pode-se repetir sobre esta primeira grade, efetuada bem próximo à borda da ferida, uma segunda grade um pouco mais larga e mais afastada da borda, de forma a garantir que as bordas da ferida fiquem próximas uma da outra, facilitando a cicatrização. • Esse tipo de curativo pode permanecer apos to de um a sete dias, dependendo da presença ou não de secreção 6a
URATIVOS
TIPOS DE PROTEÇÃO A FERIMENTOS CAPÍTULO 6
brotando da ferida. Como regra geral, sempre que o curativo apre sentar alteração de coloração interna, deve ser trocado em, no máxi seis horas. Para que o mesmo não fique molhado após a higiene pessoal, recomenda-se que seja seco com secador de cabelo, na fase morna. Deve-se evitar o atrito de toalha, que poderia tracionar a feri ferida da (contribu in do para o retardo da cicatrização), ou des colar o esparadrapo.
BANDAGENS OU ATADURAS São empregadas com o objetivo de manter no lugar um curativo volumoso, efetuar imobilização temporária de fratura ou luxação, ou conter provisoriamente al guma parte do corpo. Na falta de ataduras prontas, improvise com tiras limpas de lençol ou saia, lenço, guar danapo ou toalha. Na aplicação de uma bandagem é necessário tomar os seguin tes cuidados: • A lesão deve estar limpa, com o curativo (no caso de feridas) ou suporte acolchoado (em fraturas e lu xações) corretamente colocado. • O paciente deve relaxar a muscula tura da área, assumindo posição con fortável. • Enfaixe sempre da extremidade pa ra o centro (nos membros superiores, no sentido da mão para o braço), ini ciando com várias voltas no ponto ini cial (atadura circular) e desenvolvendo uma espiral cuja volta cubra dois terços ' da volta anterior. Assim, uma volta contribuirá para fixar a outra, evitando que a bandagem escorre gue (atadura em espiral). • Se for necessário enfaixar uma articulação, ao dela se aproxi mar, transforme a espiral novamente em atadura circular, e após duas ou três voltas da faixa, faça uma atadura em "X" ou em "8", deixando o espaço da dobra da articulação relativamente livre.
PRIMEIROS SOCORROS
Por ser mais complexa, pode ser necessário solicitar demonstra ção a algum enfermeiro ou profissional de saúde. • Não aplique pressão excessiva ao en faixar. A circulação deve ser mantida. Deixe sempre as extremidades (dedos) li vres, para observar precocemente qual quer arroxeamento ou frio na pele local. Se isso ocorrer, deve ser desfeita a atadu ra para recompor a circulação, recoloca ndo-a mais frouxa posteriormente. • Para maior estabilidade, pode-se apli car tiras de es paradrapo paradrapo nas áreas áreas de maior mo vim ento de modo a fixar duas ou três voltas de fai mas sem circular o membro, para não provocar bloqueio circulatório. Qualquer faixa ou bandagem que pro voque dor ou arroxeamento da região posterior à afetada, deve ser afrouxada imediatamente. Outro tipo de bandagem que pode ser utilizada com relativa tran qüilidade e facilidade, é a triangular, efe tuada na mão, couro cabeludo ou torno zelo, apenas com o objetivo de manter a área protegida (por suas características, esta bandagem fornece apenas proteção da área). Devido à relativa complexidade, que demanda treinamento para coneta apli cação, atualmente não se propõe o uso por socorristas leigos de bandagens do tipo espiga, em "T", ou que envol vam múltiplos segmentos do corpo (braço, ombro e tronco, ou coxa e abdome), recomendando-se que este tipo de fixação seja realizado por profissional de saúde ou após treinamento prático.
C A P Í T U L O
Dicas para prevenir acidentes com crianças Dr. Gerson Trevilato Dr. Marlus M. Marconcin
O acidente doméstico é um prob lema de saúde saúde públi ca mundial, sendo a princi pal causa de mortalidade em crianças maiores de um ano. Destacamos o fato de que os adultos precisam estar aten tos às atividades das crian ças, para tentar evitar aci dentes. Sempre ouvimos a clássica declaração: "Doutor, eu virei as costas apenas al guns instantes!" A vigilância da criança não é suficiente para evitar acidentes. Deve-se pensar em ações preventivas. Brinquedos em ordem, grades nas janelas, panelas com cabo para dentro do fogão (nunca para o lado de fora), venenos e materiais de limpeza em armá rios trancados, constituem, entre outras, medidas preventivas de acidentes domésticos. E necessário pensar em "tudo" o que deve ser evitado ou providenciado para segurança das crianças. Sempre que deixar a criança com alguém, forneça orientaçõ es claras e deixe todos os telefones úteis úteis à mão
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PRIMEIROS SOCORROS
CIDENTES DE ZERO A SEIS MESES a) Queimaduras Nesta idade a criança não tem como se defender. Por isso, verifi' que sempre a temperatura da água do banho com o cotovelo. Nunca fique com a criança no colo ao beber líquido quente. Cuidado com Vaporizadores
mantenha-os longe da crian ça durante o uso. b) Quedas Nunca deixe o bebê sem vi gilância ao trocar a fralda. Os locais mais seguros são o car rinho e o berço. Nunca deixe a criança no carrinho ou no bebê-conforto sem cinto de segurança. c) Brinquedos Esta é a fase em que o be b ê c o n h e c e o m uunn d o p e l a boca. Por isso, os brinque dos têm que ser grandes o suficiente para não ser en golidos, sem arestas ou pontas, e de material agra dável de ser tocado e desco berto (Ex.: borracha). d) Objetos peq LCBOS e pontiagudos ant enh a fora de alcance o bjetos com o moedas, botões, alfinetes alfinetes e outros semelhantes. ENVENENAMENTOS
ão use talco na higiene do bebê (além de uritante para a mucosa na
sal, sal, pode ser aspir aspirado, ado, causando sérios sérios prob lema s). Prefira Prefira amido de m ilho Mantenha sempre remédios, detergentes e substâncias tóxicas na embalagem original, por causa do prazo de validade e das bulas.
D I C A S PARA PREVENIR ACIDENTES COM CRIANÇAS CAPÍTULO
Nunca dê remédios sem orientação médica. Leia antes o rótulo.
Não os troque de embalagem.
f) Sufocamento» Sacos plásticos, fios de telefone longos, cordões de brinquedos ou de chupeta podem asfixiar ou sufocar. Não permita que a criança brinque com objetos que possam sufocar ou ser aspirados. Não utili ze travesseiros fofos. g) Afogamentos Nunca deixe a criança so zinha na banheira ou pisci mesmo que seja daque las para bebês. Na piscina us sempre a bóia-braçadeimesmo com adultos por perto. h) Irmão mais VELHO Cuidado com as crianças maiores. Elas não têm no ção de perigo e, mesmo brincando, podem machu car o bebê. i) Automóvel A criança deve sempre fi car no banco de trás. Nunca leve a criança no assento dianteiro; jamais no colo. Faça-lhe uma contenção adequada no assento traseiro, fixando-a na estrutura do banco. Existem diversos modelos de cadeirinhas próprias pa ra este fim. 2. A C I D E N T E S M E S E S
A
M
SEIS AN
Nessa fase a criança começa a movi mentar-se e os perigos passam a incluir o meio ambiente.
Além de todos os cuidados desta fase, mantenha-se atento aos citados anteriormente.
PRIMEIROS SOCORROS
a) Choques
as tomadas cobertas com protetores próprios, Cuidado com fios: a mãozinha curiosa pode puxá-los para si e cau sar sérios acidentes. b) Quedas Quand o a criança com eçar a engati nhar ou a sustentar-se de pé, com apoio, procure manter o ambiente no qual ela está, livre de móveis com qui nas pontiagudas ou objetos leves e fá ceis de ser virados ao servirem de apoio. Cuidado com grandes objetos de decoração eletrificados, como aba jures, e com escadas, berço alto, portoes com dobradiças, Procure limitar o espaço, de mod o que a criança se sinta livre para descobertas, mas segura de acidentes. c) Queimaduras Nessa faixa etária o espaço mais perigoso é a cozinha. Como re gra, não permita a entrada da criança, ou limite sua movimentação neste espaço com "cercadinhos" ou com um "portãozinho" na porta do cômodo. A cozinha é local de altíssimo risco de acidentes para a criança, não somente de queimaduras, mas também de acidentes com materiais pontiagudos/cortantes e envenenamento. Não sendo possível manter a criança fora deste espaço, procure manter sempre um adulto na cozinha, se o fogão ou o forno estiverem sendo uti lizad lizados os.. M ant enh a os cabos das das panelas panelas voltados para para dentro. N ão deixe a porta do forno aberta, mesmo estando ele frio.
ACIDENTES DE UM A TRÊS ANOS Escalar, abrir, descobrir, são as palavraschave desta nova fase. Além dos cuidados anteriores, observe:
Além de todos os cuidados desta fase, mantenha-se atento aos citados anteriormente.
Quedas Gra deie todas as janelas e varandas. Elas são são fonte de inesgotável
DICAS PARA PREVENIR ACIDENTES COM CRIANÇAS CAPÍTULO
curiosidade. Retire de perto das janelas os móveis que possam ser es calados. Mantenha portas e portões sempre fechados. Use tapete antiderrapante no banheiro. b ) C h o q uuee s Cuidado com aparelhos ligados na rede elétrica. c) Animais Atenção.' Todo animal morde, se indevidamente manuseado. Ensine a criança a não mexer com animais que estejam comendo ou dormindo, mesmo que sejam conhecidos. Qualquer animal pode atacar ao se sentir ameaçado. Em caso de mordida de animal, lave imediatamente o local com sa bão de coco, enxágüe bastante e verifique, se possível, a condição de vacinação do animal. Pro cure o Posto de Saúde m ais próximo, com estes dados em mãos. d) Cortes Use louças de plástico no dia-a-dia da criança. Cuidado com brinquedos quebráveis, que se estilha çam, e com facas ou obje tos pontiagudos/cortan tes. Lembre-se: Criança, longe da cozinha!
e) Sufocamento* Nã o dê à criança: pipoca, amendoim, castanha, chiclete, bola de gude, plásticos em geral. Acidentes por engasgamento são freqüentes nessa faixa etária. f) Afogamentos Além do que foi dito quanto às piscinas, atente para que, em ca so de passeio de barco ou bote, seja usado o colete salva-vidas. Atenção.' Mesmo as águas rasas são perigosas. Inicie os fundamen tos da natação nessa fase da vida.
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PRIMEIROS SOCORROS
g) Queimaduras Cuidado com fósforos e acendedores de cigarros. Jamais fume ou per mita que alguém fume próximo de seu filho ou com ele no colo. Cuidado com armas de fogo! Cuida do com fogos de artifício! artifício!
h) Brinquedos Verifique se os brinquedos utili zados no play-ground ou em casa são adequados à faixa etária. i) Envenenamentos Nesta faixa etária ocorre o maior risco destes acidentes. Ob serve atentamente as instruções já fornecidas. Além disso: diga que remédio é d oce. • Nunca diga • Nunca deixe bebidas alcoóli cas ao alcance. • Ensine a criança a não aceitar nada de estranhos. • Jogue fora os remédios com prazo vencido. • Mantenha o material de lim peza e inseticidas/raticidas fora do
alcance de crianças. • Ten ha à mão os telefones telefones de seu seu médico, hospital hospital próximo próximo e do C en tro de Intoxicações. • o caso de suspei suspeita ta ou ou ingestão ingestão acide ntal de medicam entos ou de substâncias tóxicas, leve a criança ao hospital com as embala gens encontradas próximas ou rompidas, ou restos de folhagens. Se ela vomitar, recolha para análise o que for expelido.
ACIDENTES DE TRÊS A SEIS ANOS
Além de todos os cuidados desta fase, m a n t e n h a - s e atento aos citados anteriormente.
Nesta fase a criança ainda não tem no ção clara do perigo, mas deve-se conversar sobre 76
DICAS PARA PREVENIR ACIDENTES COM CRIANÇAS CAPÍTULO 7
ele. Observe o seu próprio comportamento: você é um espelho. Vo cê é um adulto cuidadoso?
a) Áreas e brincadeiras perigosas Cuidado com construções, terrenos baldios, ferro-velho, etc. Não permita que a criança brinque em pedreiras, minas, escavações ou próximo a cisternas ou poços. b) No tráfego O cinto de segurança deve ser usado por todos os que viajam. Dê o exemplo: dirija com cuidado, obser ve as leis de trânsito, ex plique o significado dos si nais, ensine a atravessar corretamente a rua. Não permita que ela an de de bicicleta nas ruas, sobretudo as movimenta das. Ao pedalar, verifique se ela está devidamente calçada e usando bicicleta de tamanho apropriado. A partir desta idade, a criança passará algum tempo longe de você. Procure assegurar-se de que está preparada para cuidar de i, promovendo desde já a participação em sua auto-segurança. Essa é a melhor prevenção. Ensine o correto manuseio dos ob jetos, o perigo da água e do fogo e as regras de trânsito. Seguindo-se todas as precauções, treinamentos e orientações da das até este ponto, a partir dessa idade os riscos de acidentes domés ticos são similares aos já descritos, em tipo e freqüência. Lembre-se que boa parte dos aspectos abordados também pode ocorrer com adultos. Esteja atento e precavenha-se em todos os itens possíveis. "Mais
vale
um quilo
grama de
de prevenção
que
um
tratamen to." Tl
Resgate e
transporte f e r i d o
1. O
IS
IMPORTANTE
É importante frisar algu mas premissas centrais de to do atendimento de primei ros socorros: • O atendimento deve ser seguro tanto para quem pres ta quanto para quem recebe o socorro. • O primeiro atendimento deve ser o mais completo dentro
do menor tempo possível.
• Durante o atendimento deve ser providenciado transporte adequado para a situação. Imediatamente após o socorro, se necessário, o paciente deve ser re movido para avaliação médico-hospitalar. • Durante o transporte, se necessário, deve poder ser mantido o atendimento; o paciente deve ser con servado em boas condições, sem que piore sua situa ção clínica. Deve-se preparar a ampliação do atendi mento com maiores recursos, sob avaliação médica. Nos casos mais simples, onde a pessoa resgatada estava apenas perdida, o atendimento pode se limi78
RESGATE E TRANSPORTE DE FERIDOS CAPÍTULO 8
tar à hidratação e alimentação do resgatado. Em outros casos, pode envolver até imobilização total, como na suspeita de fratura de vér tebra. A correta avaliação de cada caso é muito importante.
2. QUESTÕES BÁSICAS SE RE M
AN ALIS AD AS
MA AVALIAÇÃO
• E possível resgatar ou auxiliar a vítima sem colocar em perigo o socorrista? • Se não , qual a urgência urgência do resgat resgat e qual o risco pot encia l para o socorris socorris ta (relação custo/benefício)? Exemplo: a vítima cone risco de vida, e o risco para o socorcista é de sofrer queimadu ras ras leves ou pequenas esco riações. • E possível reduzir o risco imedia to para a vítima sem movê-la? Ex em plos: apagar o fogo, aplicar analgésico em caso de choque neurogênico, aquecê-la em caso de hipotermia. • Poderá ocorrer lesão adiciona l se a vítima for transportada (fra turas expostas, coluna vertebral, hipotermia) • Pode o socorro ser prestado no local, ou é necessário solicitar auxílio também para o tratamento, além do transporte? • Os meios de transporte necessários são terrestres, marítimos ou aéreos? Que forma de transporte o paciente pode suportar (sentado, deitado, amarrado)? • E necessário algum tipo de adaptação do veículo para o trans porte (retirada de banco; colocação de suporte reto, como tábua ou porta)? Se forem necessárias muitas adaptações, não seria melhor aguardar um veículo apropriado, como uma ambulância? • De que métodos precisamos ou dispomos para o transporte imediato (puxando, levantando, arrastando, cadeira de três ou quatro mãos, maca, levantamento por três, quatro ou seis pessoas, uso de cordas, etc.)? Nem sempre aquilo de que dispomos é o que precisamos. • Transportar para para onde? O hospital mais próxim o dispõe dos dos recur recur sos sos necessários? necessários? E necessário avisá-lo avisá-lo com anteced ência? E xem plo: ca-
PRIMEIROS SOCORROS
so com diagnóstico bem estabelecido, que necessite de algum atendi mento específico: anestesia, soro antiofídico, hidratação endovenosa. • Se o local é de difícil acesso, com a vítima gravemente fe rida, é possível oferecer acesso seguro à equipe de socorro e manter o fluxo de materiais, até a remoção especializada pelo Corpo de Bombeiros ou Anjos do Asfalto (sinalizar o local, afastar curiosos, etc.)? É igualmente importante levar em conta possíveis razões para um
transporte
imediato:
• Ferimento na cabeça, com grande perda de sangue, inconsciên cia ou fratura. • Ferimento perfurante abdominal, mesmo sem grande perda de sangue (risco de infecção). • Sangramento de qualquer tipo, que altere os sinais vitais (pres são ou pulso). • Desidratação, interm ação ou choque térm ico em ambiente sem
água.
• Ferimento na caixa do tórax, que permite entrada de ar pela ferida. • Hipotermia/congelamento. • Perigo iminente no local: desmoronamento, incêndio, inun dação, etc. O transporte deve ser feito de preferência por várias pessoas e com meios adequados (se necessário, em padiola), para maior se gurança e conforto do paciente, até um veículo adequado. Em ca sos especiais, o paciente pode ser transportado manualmente, va riando as formas de acordo com o grau de consciência e o tipo de ferimento. Sempre que o transporte for feito por duas ou mais pessoas, uma delas assumirá o comando dos movimentos para torná-los suaves e lentos, evitando-se que sejam bruscos e haja solavancos.
TRANSPORTE COM PADIOLA OU MACA Como improvisar uma maca: Deve-se testar antes, com uma pessoa sã, de peso equivalen se a padiola suporta bem o peso. Pode ser carregada por duas ou quatro pessoas. Se for carregada por quatro, cada um
RESGATE E TRANSPORTE
pode pegar em uma ponta (os dois à direita com a mão esquer da e os dois à esquerda com a mão direita), ou dois em quatro pontas (uma pessoa em duas pontas) e cada um dos outros dois em um lado . Cada forma tem suas vantagens: com uma pessoa em cada ponta o peso fica melhor distribuído. Com duas pessoas segurando as pon tas e duas outras segurando as laterais, a estabilidade e a segurança são melhores. Usar as alternativas de acordo com o terreno e o tra jeto a percorrer.
\ .... .
.. .
•I
a ) C o m u m c o b e r t o r e d u a s v a r a s o u s a r r a f o s , e n r o l an d o o c o b e r t o r p a r a q u e fique com a largura de 60cm e usando seis alfinetes de segurança (dois nas margens, dois na primeira dobra e dois na segunda). . ,
\
:
c) Com dois ou três casacos, tendo ás man gass viradas para deni ro, ab otoadas, o pas ga sando « s v a r a s p e l a s m a n g a s . A p a r l e d a s
costas será a face superior da padiola (evi tar os botões).
PRIMEIROS SOCORROS
TRANSPORTE MANUAL Pode ser dividido em transporte por uma, duas, três e quatro pessoas. Por uma pessoa: a) Com o paciente consciente
• Se puder caminhar, oferecerlhe apoio. • Se não puder caminhar, le var como "cavalinho".
b) Com o pa ciente incons ciente
• Colocá-lo sobre as costas, le vando-o de modo que seu abdo me fique apoiado sobre o om bro/costas do transportador. Prende-se as pernas e um dos braços do paciente, de modo que fique quase como um "U" sobre os ombros do transportador.
caso de fratura o transporte não deverá ser feito por um a só pessoa.
Por duas pessoas: a) Com o paciente consciente
b) Com o paciente in consciente
• Cruzada (três mãos) - quan do o paciente não consegue le vantar-se ou apoiar-se. A quarta mão e o braço servem de apoio às costas do paciente. • Qu atro mãos - quan do o paciente consegue levantar-se e apoiar-se. • Usando uma cadeira • Em posição sentada - o socorrista de trás APOIA o dor so do paciente em seu próprio tó rax e abdome, passa os braços pe la axila do socorrido e segura-lhe o tronco. O socorrista da frente sustém as pernas do paciente.
Não deve ser usado em caso de fratura, devido à maior
instabilidade. instabilidade.
R E S G A T E E TRANSPORTE DE FERIDOS CAPÍTULO
Por três pessoas: Duas pessoas de um lado e uma do outro. Pode ser feita alternando as mãos, ou com a pessoa que está sozi nha pegando a mão esquerda e direi ta das duas do outro lado. Em caso de fratura de membro superior, colocar duas pessoas do lado fraturado, de modo a prover melhor apoio à área mais afetada. Não pode ser usado em caso de fratura de coluna ou de membro inferior.
Por quatro ou mais pessoas: Necessário para transporte de pacientes com suspeita de fratura de coluna ou de membro inferior, ficando um dos socorristas respon sável pela cabeça e pela coluna cer vical, e distribuindo-se os demais de acordo com o caso.
TRANSPORTE
VEÍCULOS
Deve-se forrar a padiola ou o pa ciente com palha ou colchão. Se pos sível, alguém deverá ir ao lado do pa ciente, para evitar que ele se mova com freadas e solavancos. Melhor no caso de caminhão ou camioneta, onde possa ir mais de uma pessoa, para segu rar mais firmemente a padiola. Cuidar para que ela não sofra desnível. Em automóveis comuns, retirar ou dobrar o banco dianteiro e dobrar o banco traseiro; posicionar a pa diola de modo que não oscile, já que em veículos pequenos é difícil colocar uma pessoa para segurá-la. Ou aguardar uma ambulância.
PRIMEIROS SOCORROS
Pontos a serem lembrados EM situações específicas; • Sempre que disponí veis, leve aparelhos para medir os sinais vitais du rante o transporte. Lem bre-se de proteger e moni torar áreas/funções vitais: cabeça, pescoço, coluna vertebral (pelo risco de lesões que afetem o bati mento cardíaco, a respira ção e a mo tricidade); c on trole de temperatura, uri na, pulso, pressão arterial, respiração, etc. • MU " • o resgate de vítim as de incêndio, certifique-se antes de que há realmente alguém a ser resgatado. Se entrar em ambiente enfumaçado, proteja as vias aé reas com pano molhado para filtrar a fumaça e esfriar o ar aspirado. Rasteje rente ao chão ou agache-se: fumaça e ar quente sobem. • Avalie a situação ra pidamente, mas levando em c on ta várias possibili possibili dades. dades. Tom e o tempo ne cessário para chegar a uma decisão de consenso com os demais socorris tas, avaliando os riscos da decisão a ser tomada. Não entre em pânico. • Leve em co nta conforto da vítima du rante o transporte, viabilizando formas para que ela tenha suas ne cessidades fisiológicas atendidas, esteja aquecida, medicada para dor e hidratada. Caso não seja candidata à cirurgia, ao chegar ao ponto final do transporte, deve receber alimentação.
Cartoon Estúdio
SEÇÃO
Problemas Saúde mais Freqüentes
Capítulo 9 -
PROBLEMAS
SISTEMA RESPIRATÓRIO
87
Capítulo 10 -
PROBLEMAS
SISTEMA DIGESTIVO
Capítulo 11 -
PROBLEMAS
SISTEMA NERVOSO
Capítulo
CÓLICAS MENSTRUAIS
43
FEBRE, DOR E SOLUÇO
50
2
Capítulo 13 -
28
DENTE, COCEIRA, DESIDRATAÇÃO
ma doença é identificável através de um conjunto de si nais (eventos visíveis ou capazes de ser medidos por quem está prestando o socorro) e sintomas (eventos re feridos pelo paciente). Associando-se um conjunto de sinais e sintomas, obtemos uma síndrome. Às vezes o socorrista se depa ra com situações onde o socorrido pouco ou nada pode informar, por estar inconsciente ou por achar-se confuso com o acidente. Assim, é vital estar atento a ambos os aspectos - sinais e sinto mas -, se desejamos avaliar corretamente cada situação. Um ponto importante é que alguns sinais e sintomas podem assumir relevância tendo em vista a sua evolução (como se com portam ao longo do tempo de acompanhamento, uma vez que podem ser indicativos indicativos de doenças em in cuba ção), associação soma de um sinal e um sintoma pode ser indicativo de uma doença completamente diferente de cada um deles isolados) ou resposta a atuações terapêuticas (medicamentosas ou não). Outro aspecto crucial é que o objetivo maior do socorrista deve ser muito mais que resolver um sintoma. Como bom "de tetive", deve analisar e investigar o que pode estar por trás do sintom a, ou o que se se associa associa a ele, ele, facilitando, adiantand o e im pulsionando o trabalho do profissional médico, de forma a ace lerar o tratamento da pessoa socorrida. Destacaremos estes sintomas e síndromes por serem de maior importância na atuação do socorrista: azia, afta, cefaléia, coceira, cólica menstrual e intestinal, convulsão, crise asmática, desidra tação, diarréia, dor de dente, febre, flatulência, gripes e resfriados, insolação, m á digestão, digestão, tensão pré-menstrual, tontura e vertigens, tosse, soluço e vômitos.
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Problemas do sistema respiratório RESFRIADO, GRIPE E RINITE ALÉRGICA O resfriado e a gripe são doenças causadas por vírus, e em geral confundidas pela maioria das pessoas. Aborda remos ambas as doenças, até porque alguns de seus sinto mas ocorrem em conjunto. Quase sempre a infecção das vias aéreas superiores é descrita como gripe, seja qual for a região acometida, já que a maioria das gripes e resfriados é transitória, relativa mente benigna e sara sem medicação. Procuraremos diferenciar gripe, resfriado e crise de alergia respirató ria. Isso é importante, pois pessoas sensíveis à brusca variação de temp eratura, ou mais mais expostas à poluição, tornam-se presas fáceis dos vírus. O local de trabalho e a escola não poderiam ser mais apropriados ao contágio. Temendo proble mas no emprego, muitos adultos gripados não fal tam ao trabalho, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e Europa (o repouso é importante
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para a melhora das defesas orgânicas). Esse comportamento pio ra o quadro clínico da gripe, pelo estresse de trabalhar adoenta e ajuda a espalhar o vírus, aumentando a chance de epide mias e casos fatais. Além disso a desnutrição, o estresse e a convivência com doenças crônicas - problemas comuns no Brasil - aumentam as chances de contaminação. Enfraquecendo o organismo, os vírus contribuem para o aparecimento de doenças mais graves. Álcool e fumo atuam como fatores agravantes. A bebida resseca as secreções, dificultan do sua eliminação, e afeta as células do sistema de defesa do organismo, propiciando infecções sucessivas. Já o cigarro destrói ou paralisa os cílios das vias respiratórias, que funcionam como "vassouras" microscópi cas, responsáveis por empurrar as secreções (muco) para fora e remover agentes agressores e produtos alérgicos. Sempre que a pessoa suspei te estar com uma infecção res piratória mais agressiva (gri procurar auxílio m é pe), deve procurar dico, evitar aglom erações e re cintos fechados, e repousar. Gripe E causada pelo vírus influenza (dos tipos A, B e C, com vários subtipos). Embora só existam três tipos principais, sofrem cons tantes mutações, levando a novas epidemias, de tempos em tempos. Caracterizada por sintomas mais intensos e mais duradouros que o resfriado, a gripe apresenta: • Febre de início mais repentino e mais intensa ( 3 8, 8 , 5 °C °C a 40°C). • Tosse inicialmente seca, pode apresentar secreção tardia ou nos casos de complicações, com sintomas respiratórios baixos (o resfria do geralmente apresenta apenas sintomas altos). • Dor de cabeça e dores musculares/articulares que ocasionam mal-estar acentuado, obrigando a pessoa a manter repouso.
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• Coriza e obstrução nasal. • Dor de garganta. • Nas crianças podem ocorrer náuseas, vômitos e diarréia, devido ao mal-es tar geral (pela ação de subs tâncias que o organismo produz para combater a agressão virai, chamadas interferon).
• Oc orrên cia tipo epi dêmica, com acometi mento de escolas, bairros e cidades, mais nos meses de inverno, pois a chance de contágio é maior, com as pessoas protegendo-se do frio e aglomerando-se em ambientes fechados. A temperatura baixa contrai os vasos sangüíneos da mucosa respiratória; com menos sangue circulan é menor a quantidade de anticorpos contra a invasão do ví rus. Com a diminuição das chuvas, há o ressecamento, esfria mento e maior poluição do ar, o que também contribui para a redução das defesas orgânicas. • Complicações mais graves, tanto pelo vírus como por bactérias oportunistas, com ocorrência de otite, pneumonia, insuficiência respiratória, e mesmo casos fatais. • Prevenível através de vacinas, com efeitos positivos em 80 a das pessoas. Devido às constantes mutações do vírus, as va cinas devem ser repetidas a cada ano, no final do verão e do ou tono - pois seu pleno efeito pode demorar algumas semanas. Mesmo que a vacina não evite por completo a ocorrência da gri tem papel importante ao diminuir a ocorrência de complica ções potencialmente fatais ou que podem levar a seqüelas audi tivas e respiratórias. • Duração dos sintomas um pouco mais extensa (sete a 14 dias). • Em alguns casos, presença de foto fob ia (dor e inc ôm od ocular provocado pela exposição à luz, e que melhora em am bientes escuros).
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Resfriado O nome poderia sugerir que o resfriado ocorre pela mudança de temperatura ou ingestão de gelados, mas ele se propaga pelo contato com pessoas conta minadas por algum dos 200 sorotipos de 12 grupos dife rentes de virus (rinovírus, parainfluenza, adenovírus, virus sincicial respiratorio, coronavírus, entre outros). Outras formas de contágio incluem exposição a mãos e objetos de doentes e transmissão por gotículas suspensas no ar, mormente em ambientes fechados. E interessante notar que ' adultos que convivem com escolares, apresentam maior ocorrência de resfriados, uma vez que essa faixa etária é mais afetada e tal convívio facilita a transmissão. E caracterizado por sintomas mais brandos e mais breves do que os da gripe, apresentando: • Febre baixa (3 7,8 °C a 38,5 °C) ou ausência de febre. • Dor de garganta. • Ob struç ão nasal; coriza (maior nos dois primeiros dias, diminui depois; de início clara e aquosa, sempre se torna mucopurulenta - amarelada - com o aumento de leucócitos nas se c r e ç õ e s ) ; e espirros (no que pode confundir-se com a rinite, pois também apresenta sintomas res piratórios altos). • Tosse persistente e irritativa (pode haver escarro). • Dor de cabeça (que pode indicar a presença de sinusite).
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• Com plicaç ões são mais brandas, pois pois o período período de estado em ge ral é menor. Restringem-se ao trato respiratório superior, com sinu sites, faringites e otites. Também é raro o doente apresentar dores no corpo ou mal-estar geral intenso e duradouro, cansaço ou fraqueza. • Mais comum no início do outono e da primavera. • Duração mais curta dos sintomas, em torno de quatro a sete dias. • Ainda não existem vacinas, uma vez que a quantidade de vírus é muito grande. Existem pesqui pesquisas sas no sentido de encon trar m ecanis mos comuns de penetração do vírus no organismo, com o objetivo de dificultar esse acesso. Rinite alérgica Embora a princípio não pareça razoável que ocorra tanta confu são entre alergia e resfriado, é relativamente comum pessoas se de clararem em estado de perm anen te resfri resfriado. ado. Após as descrições aci ma, ficou relativamente fácil diferenciar, mas aqui estão algumas di ferenças adicionais: • Em geral o pa cien te c om rinite alérgica possui possui história fami liar de alergias. • Os sintomas se repetem de tempos em tempos, ou são contínuos (rinite perene). • Presen ça de outros problem as alérgicos, como dermatite atópica e asma. • Coriza presente, mas é aquosa e contínua - responde bem a antihistamínicos tópicos e orais. • Co ng estã o nasal - responde de forma mais rápida e estável à medicação. • Presença de prurido nasal (uma das características mais marcantes, inclusive no sentido físico, pois gera uma linha no dorso do nariz, devido ao atrito e movimentação no ato de coçar). Tal não ocorre nem na gripe nem no resfriado. Pode ocorrer coceira na garganta. • Ataques de espirros. Se entendermos que o espirro está para o nariz como a tosse está para o pulmão, fica fácil entender que o ob-
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jetivo básico do espirro não alérgico é a remoção de substâncias acumuladas na mucosa nasal, como as secreções do resfriado. No caso da alergia isso é impossível. Assim, o espirrar mais de quatro ou cinco vezes seguidas deve ser considerado indicativo de alergia (nos casos mais intensos podem ocorrer de 10 a 20 espirros). • Os sintomas são progressivos durante alguns anos. Sem trata mento, começam as complicações, como sinusite, pólipos nasais e hipertrofia de cornetos (carne esponjosa no nariz). • Conjuntivite que piora ao piorarem os sintomas respiratórios. Os agentes alergênicos e as substâncias com as quais o organismo reage podem ter contato direto com a mucosa do olho ou migrar pe lo canal que liga o olho ao nariz. • Inexistência de febre. • Agravamento da situação sempre que o paciente entra em con tato com substâncias às quais é alérgico. Pode ocorrer piora no iní cio do inverno, pelo contato com roupas de frio guardadas durante o ano e que acumularam mofo, ou na primavera, pela floração e li beração de pólens. Tratamento Com tantos sintomas em co mum, existe superposição de al gumas terapêuticas: • Em c aso de febre, usar usar ant itér micos do tipo acetaminofen (Dôrico® rico® ), uma vez que a aspirina aspirina pode piorar os sintomas alérgicos. • Se houver dor de garganta ou outro sintoma inflamatório, opte por antiinflamatório seleti vo, que não piore a alergia nem cause dor dor de de estômago, com o a ni-
mesulida (Scaflan®/Nisulid®). • Outra opção para a garganta são as pastilhas analgésicas (Fonergin®, Benalet®, Cepacaína®) ou mentoladas, que estimulam a produ ção de saliva e oferecem alívio enquanto usadas. • Em caso de dores musculares, prefira miorrelaxantes puros, co mo a flupirtina (Katadolon®), tizanidina (Sirdalud®) ou tiocolchicosídeo (Coltrax®).
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• Para congestão nasal, prefir prefiraa medicações d escongestionantes orai (Allegra D®/Claritin D®) em vez dos descongestionantes tópicos (fa migeradas gotas nasais) que, se usados além de quatro dias consecuti vos, podem provo car alterações alterações locais (rinite vaso mo tora). Se o uso for imprescindível, evite a aplicação diurna, reservando-os para uso à noi te com o objetivo de melhorar a qualidade do sono. Neste caso, use use me dicamentos que não causem ardência local (Sorine® adulto ou simi lar). Evite assoar assoar o nariz nariz com mu ita força para para não piorar a ardência lo cal. Durante o dia use bastante soro fisiol fisiológico ógico (Rin oso ro® ), para man ter as narinas bem higienizadas. • Ingira muito líquido (como os famosos chás para gripe), uma vez que o organis organismo mo estará estará aumentando a taxa de metabolismo para com bater a infecção ou alergia, e assim necessitará de uma quantidade maior de fluidos. Prefira os líquidos mornos ou quentes, para maior sensação de bem-estar na garganta e na árvore respiratória superior. • Outra maneira de aumentar a quantidade de líquidos na ár vore respiratória são as nebulizações (a frio, com aparelho e solu ções adequadas, prescritas por médico), inalações (a quente, ca seiras) e saunas úmidas (além de ajudarem a secreção respirató ria, têm o mérito de aliviar do res musculares). • Medicações para tosse (as sim como gotas nasais) devem ser usadas apenas no período noturno ou no final da crise, quando tiver deixado de ser produtiva. Só a tosse seca ou noturna deve ser combatida (ver pág. 103). • Lembre-se que o tratamen to visa tornar toleráveis os sin tomas, e que deve ser dada ên fase especial ao repouso e à boa alimentação. Independente' mente de tratamento, a infecção virai será resolvida em quatro a 14 dias, dependendo de ser gripe ou resfriado. • Não use antibióticos, exceto sob orientação médica. Doen ças causadas por vírus não reagem a este tipo de tratamento que,
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além de caro, pode causar efeitos colaterais e desenvolver resis t ê n c i a m i c rroo b i a n a . • Medicações sem comprovação para gripes e resfriados incluem os complexos vitamínicos, que muitas vezes contêm doses maiores do que o organismo pode absorver. Prefira utilizar as vitaminas das frutas e ver duras, numa dieta equilibrada. • Procure imediata avaliação médica, se a qualquer época oconer dor de ouvido intensa, tosse com expectoração amarelo-esverdeada ou com sangue, dor de cabeça intensa, dores musculares incapacitan tes, febre alta e persistente (acima de 39°C), presença de sangue na urina, alterações visuais, dificuldades respiratórias (falta de ar), dor em pontada nas costas, ao respirar fundo, ou ainda se os sintomas, mesmo que brandos, persistirem por mais de quatro dias. • Alguns casos precisam ser tratados pelo médico com substâncias mais potentes, como ribavirina ou outros antibióticos antivirais, nos ca sos de infecção secundária. Em caso de sintomas mais intensos que sugiram influenza (gripe), procure seu médico em, no máximo, 36 horas após o início dos sintomas mais fortes, para medicação adequada. Pode ser ne cessária internação para medidas de su porte mais avançado. • Casos de alergia devem ser anali sados por profissional da área, com exames apropriados para a detecção de determinantes alergênicos, e tratados adequadamente com profilaxia am biental, medicações e talvez uso de va cinas. Casos provocados por alimentos alergênicos podem ocorrer, sobretudo os causados por determinadas carnes, laticínios e frutos do mar, fato este muitas vezes ignorado até por profisI sionais não afeitos a essas situações. Como prevenir gripes e resfriados • Evite a perm anên cia em locais fechados ou mal ventilados. M an tenha o ar circulando para que os vírus não se concentrem no local. • Lave com freqüência as mãos, se possível com sabonete anti séptico (Stiefderm® ou Dermacyd®), para eliminar os germes cau-
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sadores de resfriado ou gripe. A reinoculação de partículas virais ajuda a manter o quadro infeccioso por mais tempo. • Beba muito líquido (8 a 12 copos diários). Prefira água pura, su co de fruta ou chá. Os líquidos mantêm o corpo hidratado, além de ajudar a eliminar as toxinas produzidas pelos vírus ou pelo processo de combate aos mesmos. • Mantenha o ar dentro de casa com umidade adequada, pois o ar muito seco provoca irritação das vias aéreas, facilitando a penetra ção dos germes que provocam resfriados e gripes. Se necessário, use umidificador umidificador de ar nos am bientes m ais freqüentados. Já o excesso de umidade facilita o aparecimento de mofos e bolores. • Mantenha as narinas bem hidratadas. Se o ar estiver muito seco e não for possível umidificá-lo, coloque algumas gotas de soro fisiológico glicerinado nas narinas, para evitar que fiquem ressecadas e se irrite a mucosa respiratória. • Respire pelo nariz. A mucosa nasal tem a função de aquecer e umedecer o ar inspirado, evi tando que chegue frio ou se co aos pulmões. Se você res pirar pela boca, o ar não re cebe o tratamento adequa do facilitando as doenças respiratórias. • Use lenços de papel ma cio em vez vez de lenços de pano, que acumulam grande quanti dade de germes e secreções, reinfectando tanto o portador como as pessoas à sua volta. Lave sempre as mãos após as soar q nariz. • E melhor ficar em casa ao suspeitar de um quadro infeccioso. Se você estiver gripado ou resfriado, mante nha repouso. Com descanso e relaxamento o sistema imunológico se torna mais ativo, fazendo a infecção virai sarar mais rápido. Além disso, agindo assim você evita passar a doença a outros.
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• Reduza o estresse. Pesquisas mo stram que pessoas estressadas estressadas adoecem mais, em função da diminuição das defesas do organismo. • Torne seu ambiente mais saudável, com menos poluição, menos alérgenos ambientais, nem fumaça de cigarro; pois todos esses fato res aumentam a freqüência das infecções, seja por diminuição das defesas do organismo, seja por destruição das camadas de proteção das vias respiratórias. Esse Esse processo é causado pelo cigarro ou por in flamações provocadas por alérgenos. • Tenha uma alimentação natural. Coma com equilíbrio, ajudando a manter o organismo com boa resistência contra infecções. Alguns ali mentos ajudam a dar maior resistência ao corpo, como frutas, verduras cruas, iogurte, alho, g engibre, ginseng e geléia real, devido ao seu cont eú do de vitaminas vitaminas e sais sais minerais. minerais. Você tamb ém economiza ao não usar usar os caros caros suplementos vitam ínicos, cu jo excesso pod e ser causa de doenças. • Vacine-se contra a gripe no início do outono, para evitar qua dros mais graves no inverno. Dependendo de sua idade, pode estar indicada também a vacina contra o pneumococo. • Trate os processos alérgicos. Eles podem contribuir para maior freqüência de infecções.
2. CRISE ASMÁTICA A asma é uma doença crô nica recorrente. Apresentase controlada em certos está gios, e há momentos em que escapa ao controle. Pode apresentar crise mais aguda. Abordaremos a situação de urgência, sem entrar em to das as minúcias do tratamen to cotidiano (preventivo) da doença, mas sugerindo dire trizes para que as crises não fujam ao controle. O papel que esta doença assume é ca da vez mais importante, com aumento gradativo de pessoas afetadas na população (incidência da doença acima do esperado em relação ao aumento populacional).
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Durante muito tempo foi atribuída à asma uma origem unicamente alérgica, alérgica, mas mas o enfoque atual a encara com o uma doen ça inflamatória crônica das vias aéreas de múltiplas causas. Produz aumento da secreção dos brônquios (subdivisões da árvore respiratória), edema (inchaço) no tecido de revestimento das vias aéreas e aumento da resposta da musculatura brônquica a substâncias alergênicas (hiper-reatividade). Assim, embora a alergia continue sendo o fator mais importante, pois está envolvida envolvida nos três mecanismos da doen ça, o seu com bate n ão m ai constitui o único objetivo do tratamento. As conseqüências da reação alérgica têm igualmente papel importante na manutenção e repetição das crises. Todas as três alterações fazem com que a área útil de passa gem de ar diminua, conduzindo à crise asmática. O paciente em crise apresenta tosse (pela alergia e aumento de se creção), chiado no peito (alergia e edema das vias aéreas) e sensa ção de falta falta de ar (hiper-reatividade, (hiper-reatividade, edem a e aumento de secreçã o). Os sintoma s pioram à noite (por diminuir a produção de substâncias substâncias que relaxam o brônquio e facilitam a passagem do ar). Pode ocorrer dor no peito/costas, devido ao esforço muscular durante inspirações forçadas, em especial nas crises intensas. O estreitamento da aber tura do brônquio em geral é reversível, espontaneamente ou com uso de medicações. Com o passar do tempo e das crises, porém, po de ocorrer obstrução irreversível das vias aéreas e redução da área útil respiratória. O que desencadeia ou agrava a crise asmática A asma tem numerosas cau sas, sendo mais freqüentes as reações alérgicas a substâncias em suspensão no ar (pólen, mo ios, pó de casa), liberadas pelos ácaros ou animais domésticos; penas (as do periquito são mais alergênicas); cosméticos; taba fumaça de lareira. Outras fontes são alimentos (nozes, me lão, amêndoa, trigo, banana, camarão e outros frutos do mar, cho colate, ovos, leite, cerveja); medicamentos (aspirina, outros antiin-
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flamatóri flamatórios, os, an tibió tico s, remédios para o cora ção à base de bet abloqueadores, alguns tipos de gotas oftálmicas). Existem ainda os fatores físicos, como exercício, frio (sobretudo na transição de ambientes com temperaturas muito diferentes), e excesso de calor ou sol. ão devemos esqu ecer a asma ocup acion al, causada por substâncias químicas, poluentes e alérgenos no ambiente de trabalho. Lembramos por fim os fatores emocionais, como estresse e mudanças de vida (residência, emprego, localidade); endocrinos (gravidez, doen ças da tiróide); causas infecciosas (infecções respiratórias virais, sinusi tes); doenças como o refluxo gastro-esofágico (ver azia, na página 114). Com o passar do tempo, pacientes asmáticos ou seus familiares aprendem a distinguir sinais e sintomas da crise próxima, tais como dor de garganta, coceira na garganta/nariz, crises de espinos; isso torna pos sível medicar o paciente antes que se instale uma crise mais grave. O que fazer em uma crise asmática • Primeiro passo: avaliar a gravidade da situação. Doentes com sinto mas intensos serão mais beneficiados com remoção imediata para atendi mento médico e tratamentos portáteis realizados enquanto se busca o pronto atendimento, do que com tratamentos realizados pelo soconista. Geralm ente o paciente em crise grave grave se se encon tra agitado, agitado, com dific dificulda ulda de para falar, falar, usando a m usculatura usculatura acessória da respiração, co m sibilos sibilos au díveis díveis em toda a respiração, com fre qüência respiratória e cardíaca au mentada e movimentação das asas do nariz. Pacientes gravís gravíssimos simos,, com risco de parada parada respiratóri respiratóriaa imin en te tornam-se sonolentos, arroxea dos, com freqüência cardíaca e res piratória diminuída, sem resposta a estímulos e ausência de sibilos audí veis, dando uma falsa impressão de melhora. Assim, pessoas em crise grave e que melhoram de repente, sem razão aparente, podem na verdade verdade estar agonizantes. • Casos de maior gravidade devem ser imediatamente removidos, administrando-se no transporte medicações através de sprays com espaçadores (Aerotide®/Duovent®/Combivent®) ou pós inaláveis (Bricanyl Turbhaller®/Foradil®), sendo preferíveis os últimos em função
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da maior facilidade de controle de sua inalação, mesmo em momentos de transporte. o chegar à unidade unidade de emergência, deve o pacien te es tar acom panh ado por quem o atendeu, de forma a ser encam inhad o ra pidamente para outros tratamentos, inclusive uso de oxigênio. • Sendo a crise mais leve, com o paciente lúcido, pouco chiado, sem arroxeamento de lábios, indagar-lhe qual sua medicação habi tual e atuar de forma complementar, descrita a seguir: a) Se o paciente usa beta-agonistas (Aerolin®, Brycanil®, Berotec®), dar bamifilina (Bamifix® 600mg) ou teofilina solução para crianças (18 a 20mg/kg/dia, divididas a cada seis ou oito horas). b) Se o paciente já usa alguma xantina (teofilina, aminofilina, ba mifilina), dar Aerolin® (0,2mg/kg/dia, dividido de oito em oito ho ras até o máximo de 2mg por dose). c) Como a medicação oral só fará efeito em 45 a 60 minutos, adminis trar um ou dois "puífs" de Aerotide®/Duovent®/Combivent®, Aerotide®/Duovent®/Combivent®, usando espaçadores; ou fazer nebulização com Berotec® (1 gota para cada 5kg até o máximo de oito gotas por nebulização) associado ao Àtrovent® (5 gotas para crianças, 10 gotas para juvenis juvenis e 2 0 gotas para para adultos) e soro fisioló fisioló Aguardar. Se em 3 0 minutos não ho uver melhora, repetir repetir a dose gico. Aguardar. d) Se em 6 0 minutos não houver melhora, ou ela for pequena, encam i nhar o paciente de imediato para atendimento médico. Considerar como caso grave mesmo sem os sintomas descritos descritos an tes, uma vez que a cri se não respondeu respondeu à m edicação. e) Mesmo crises leves devem ser ser encaminhadas a curto ou mé dio prazo para revisão médica, análise das causas da crise e reali zação de testes respiratórios, exa mes de alergia e pesquisa de pos síveis doenças associadas. Aspectos importantes para orientação de pacientes e familiares • A asma necessita de trata mento nas crises e nos períodos entre elas, de modo a possibilitar espaços cada vez maiores sem sintomas e crises gradativamente mais leves.
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• A fumaça do tabaco em suas diversas formas (cigarro, cachim charuto) agride as vias respiratórias, aumentando os sintomas da asma, ou atrapalhando a atividade normal dos pulmões e favo recendo a ocorrência de infecções respiratórias- O asmático deve evitar não apenas o uso, mas também a permanência em ambien tes com presença de fumo. • Certas infecções respiratórias aumentam a chance de crise aguda de asma ou seu agravamento. Devem ser prontamente avaliadas por médico quanto à necessidade de antibiótico. Este não deve ser iniciado sem orientação específica, até porque al guns antibióticos podem desencadear ou piorar a crise asmática. S e m p r e q u e a um p a c i e n t e a s m á t i c o f o r r e c e i t a d a a l gu m a m e dicação, sua condição deve ser informada ao profissional que o está atendendo. • Podem ocorrer ataques agudos de as ma em pacientes que pratiquem esforços fí sicos superiores à sua capacidade normal por mais de cinco mi nutos. Esse tipo de as ma é prevenível atra vés de medicamento, que deve ser usado 20 a 30 minutos antes do início de uma ativida de intensa. • Estresse, tensão nervosa e estados emocionais podem precipitar crises asmáticas. Em muitos casos pode haver benefício com o acompanhamento psicológico, tanto do paciente isoladamente co mo em associação com terapia familiar. Como ocorre em qualquer doença crônica (branda ou grave), a asma afeta psiquicamente em maior ou me nor grau grau o doen te e a família. O e nten dim ento deste fa to constitui parte essencial do tratamento global do doente. • Sob controle e acompanhamento, a vida do asmático é se melhante à das demais pessoas, tanto no aspecto de outros tra tamentos (mesmo cirúrgicos, uma vez que existem anestésicos que aumentam o fluxo de ar nas vias respiratórias, tornando a
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anestesia geral mais segura), como nos planos de vida profissio nal e particular. Não existem restrições de atividades ou quan to à gravidez, pois há razoável segurança no uso de várias me dicações durante a maior parte do período de gestação: salbutamol (Aerolin®), fenoterol (Berotec®), terbutalina (Bricanyl®) e teofilina (Talofilina®); prefere-se a via inalatória à oral. Tam bém é considerado seguro o uso de corticóides após a sétima se mana e em especial no final da gestação, quando passam a ser preferidos nos casos em que o controle clínico tenha sido difí cil até o oitavo mês. • A manutenção do tratamento deve incluir corticóides inalados, tais como a fluticasona (Flixotide®), budesonida (Pulmicort®) ou similar. Se preferida a via oral, podem ser incluídos os bloqueadores da degranulação de mastócitos, como o cetotifeno (Zaditen®) ou inibidores de leucotrienos, como o zafilurkast. Se a adesão ao trata mento for correta, ainda pode ser usado o nedocromil (Tilade®) ou o cromoglicato de sódio (Intal®), embora este apresente a desvan tagem de necessitar quatro usos diários. • A f i s i o t e r a p i a r e s p i ra ra t ó r i a , c o m r e e d u c a ç ã o e t r e i n a m e n t o da musculatura pertinente e aprendizado de manobras que fa cilitam a expiração completa durante a crise (com a finalida de de combater a hiperinsuflação, más posturas e assincronismos respiratórios), embora não atue no sentido de diminuir as crises, possibilita melhor travessia das mesmas. Capacita o doente - no desencadeamento da e durante a crise - a poupar e melhor utilizar os músculos expiratórios. Combate o cansaço que agrava a falta de ar. Educação física e prática de desportos melhoram a capacidade respiratória, devendo fazer parte do plano de vida do asmático. Como evitar crises asmáticas A ação do paciente é vital para evitar crises de asma, com medi das bem simples, como: • Evitar contato com substâncias desencadeadoras (com o pas sar do tempo estas vão sendo identificadas e reconhecidas). O controle dos alérgenos ambientais é parte fundamental do trata mento - um objetivo a ser perseguido e mantido. Inclui remoção de carpetes, cortinas e outros itens que sirvam de abrigo ou ali mento para ácaros e baratas, ou que acumulem poeira.
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• Manter alimentação saudável, com frutas e verduras, de mo do a ter o sistema imunológico corretamente estimulado. Acima de tudo, evitar alimentos alergizantes (sobretudo na infância, incentivando o aleitamento materno) e diminuir o uso de pro teína animal. • Usar líquidos em abundância, para manter secreções bem fluidas e facilmente elimináveis. • Evitar o excesso de peso (a obesidade au menta a dificuldade res piratória). • Prevenir-se da fadiga excessiva; dormir o nú mero de horas suficientes para sentir-se descansado e disposto pela manhã. • Evitar mudanças re pentinas de ambiente, em especial sob condições de grande diferença de tem peratura, umidade ou ressecamento do ar. • Evitar o contato com pessoas que sofrem de infecções respiratórias. • Seguir as instruções do médico no tocante a medicamentos. • Manter um programa de exercícios diários, preferencialmente aeróbicos aeróbicos - caminhadas, ginástica de d e baixo impacto e nata ção, en tre outros. • Evitar o fumo (cigarros, lareiras, oficinas) e ambientes poluídos.
TOSSE A tosse é um poderoso mecanismo de defesa do sistema respirató rio, com as seguintes funções: • Expulsar substâncias estranhas que atinjam as vias aéreas, nariz, boca e faringe. • Mo bilizar bilizar e remover o catarro, que é a secreção protetora da ár ár vore respiratória. Isto se torna necessário porque, embora as vias aéreas superio-
PROBLEMAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO CAPÍTULO 9
res filtrem, aqueçam e umedeçam o ar para adaptá-lo à tempera tura do corpo, junto com o ar por vezes ultrapassam as barreiras do organismo elementos agressivos, tais como poeira, pêlos, fumaça (especialmente em fu m a n t e s ) , os quais ficam retidos no muco (subs tância gelatinosa de proteção formada pela mucosa respiratória). Com o acúmulo desses elementos, ou pelo au mento da produção de muco devido a algum agente infeccioso, irri tante ou alérgico, ocorre o estímulo das termina ções nervosas da mucosa respiratória da laringe das vias aéreas inferiores. Estas enviam impulsos para o sistema nervoso central; a resposta é um reflexo, com a contração do dia fragma, um dos principais músculos da respiração. Ocorre a ex pulsão rápida e violenta do ar, que é a tosse. A tosse tosse ocorre em em 5 % a % das das pessoas, pessoas, dependendo do núm e ro de fumantes e de outros fatores ambientais (poluição e demais fatores alergênicos nas diferentes comunidades). Causa comum de tosse são as infecções por vírus (resfriados e gri pes) levando à afecção aguda do trato respiratório superior. Nestes casos a tosse vem sem grande quantidade de catarro, dura pouco tempo e cessa com o término da infecção. Antigamente a coquelu che era comum, e caracterizada por tosse espasmódica. Hoje está in tegrada aos esquemas normais de vacinação, e deve ser prevenida dessa maneira. Em outros casos a tosse vincula-se ao aumento da produção de muco, por alergia ou alterações genéticas, ou a uma doença res piratória crônica, como asma (alguns equivocadamente a cha mam de bronquite). Em alguns pacientes, entretanto, não há causa óbvia e a tosse pode durar anos, necessitando de exames
PRIMEIROS SOCORROS
aprofundados. Embora seja importante resolver sintomas, é fun damental determinar os fatores causais ou o mecanismo fisiopatológico associado. Ao efetuar o tratamento da tosse e de qualquer outro sintoma, é importante não prejudicar os mecanismos de auto-regulação e limpeza do organismo, ou atrapalhar suas funções básicas de res piração, pulsação, digestão, sono, etc. Assim, o tratamento da tosse assume importância, pois é um sintoma que le va à piora do sono e da qualidade de vida do pa ciente. A tosse seca, que não esteja cumprindo função útil na remoção de detritos ou material infectado, deve ser blo queada, mas sem causar sonolência ou alterações no ciclo respiratório. A última causa a ser mencionada é a tosse co mo efeito colateral de alI guns medicam entos conI tra hipertensão arterial (captopril e similares). Se apos o inicio de alguma me dicação a pessoa pessoa com eça a apresentar apresentar tosse, tosse, deve conta tar seu médi co para reavaliação do caso. Que fazer nos casos de tosse Avalie os sintomas associados à mesma. Talvez a situação exija análise médica. Se impossível, ou se a tosse for seca e pouco inten sa opte pelo uso de medicações, sobretudo à noite. Assim, man tém-se a qualidade do sono, com menos risco de efeitos colaterais, como sonolência. Inicialmente prefira medicações com apenas uma substância, tais como butamirato (Besedan®), dropropizina (Tussiflex®, Vibrai®), levodropopizina (Zyplo®), dextrometorfano (Helifenicol®), cloperastina (Seki®), clobutinol (Silomat®) e pipazetato (Selvigon®), sempre utilizando as doses mínimas indica-
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das na bula e promovendo aumentos gradativos, se necessários. Caso n ão ob tenh a bons resulta resultados, dos, pense em trocar a medicação ou em usar medicamentos com associações, como o Notuss®, Revenil®, Santussal®, Silencium®, Silomat Plus®, Tetrapulmo®, Toplexil®, Trifedrin®. Evite medicações à base de gluconato de cálcio, cloreto de amó nio, citrato de sódio, iodeto de potássio, guaifenesina (éter-glicerilguaiacólico), tinturas de plantas, sulfaguaiacolato de potássio, benzoato de amónio, becantex, citrato de fenetilamina, bromofórmio, dibunato de sódio, benzoato de sódio, prometazina (iso ladamente ou em asso ciação). Estes, ou não têm efeito cientifica mente comprovado, ou apresentam efeito infe rior aos citados anterior mente, ou desenvolvem efeitos colaterais. Caso essa terapêutica seja insuficiente, existem medicamentos de ação mais específica, mas todos necessitam de receita médica, portanto, é importante uma análise pessoal com profissional habilitado.
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