Guia do Cultivador de Sálvia divinorum Traduzido por Corcel
Conteúdo:
Ø Introdução Introduçã o Ø História Históri a Ø Fazendo cortes Ø Construção Construç ão de uma câmara de d e enraizamento enraiza mento Ø Enraizando Enraiza ndo em água ág ua Ø Formação das raízes raíze s Ø Enraizando Enraiza ndo no solo sol o Ø Construção Construç ão de uma tenda de umidade Ø Crescimento Crescimen to em exterior ext erior Ø Parâmetros Parâmetr os ideais de cultivo cultiv o ....Ø Solo ....Ø Temperatura ....Ø Transplante, rega e fertilização ....Ø Luz Ø Cultivo hidropônico hidropôni co ....Ø Meios de cultivo ....Ø Fertilizantes ....Ø PH Ø Parasitas Parasita s ....Ø Mosca Branca ....Ø Ácaros de Aranha ....Ø Afídeos/Pulgões ....Ø Cochinilha
....Ø Caracóis Ø Problemas ....Ø Ponta e bordas das folhas secas ....Ø Folhas amarelas ....Ø Crescimento lento e aspecto desigual Ø Poda para um maior crescimento crescimen to Ø Colheita das folhas Ø Secagem das d as folhas Ø Produção de sementes semente s Ø Retirada de cortes
Introdução: Existem cerca de 1000 espécies no gênero Sálvia, porém nenhuma se compara à "menta dos videntes", a Sálvia divinorum. Como seu nome familiar inglês sugere, a interação da Sálvia divinorum com a mente humana é algo muito misterioso. Seus autores têm sido realmente abençoados por ter uma relação crescente com esta amiga exótica, e o nosso desejo é que você também aprenda e se inspire sobre esta verdadeira "pérola rara".
História: A Sálvia divinorum é uma planta muito rara conhecida somente pelos índios Mazatecas do México desde a última metade deste século. Por rumores sobre esta planta, disseram ser usada em cerimônias mágicas, médicas e de adivinhação, através de alguns antropólogos e botânicos norte‐americanos que começaram a estudá‐la no final dos anos 30 e começo dos anos 40. Contudo, não antes de outubro de 1962 um espécime viável alcançou a mão de alguns norte‐ americanos. Tendo viajado a cavalo pela serra Mazateca em busca da planta misteriosa, R. Gordon Wasson e o Doutor Albert Hofmann foram recompensados no dia 8 de outubro de 1962. Nesta data, em San José Tenango, uma velha curandeira com o nome de Natividad Rosa soube que eles buscavam pela planta e lhes trouxe uma quantidade de cortes (Hofmann 1990). Ao voltar aos Estados Unidos, Wasson e Hofmann deram um dos espécimes a Carl Epling, um especialista no gênero Sálvia. Epling determinou que a planta era uma espécie até então desconhecida do gênero Sálvia. Ele a chamou de Sálvia divinorum por causa do seu emprego ritual pelos Mazatecas para a adivinhação (Epling y 1962 Játiva). Um dos muitos mistérios da Sálvia divinorum é que ela muito raramente fabrica sementes. Você não encontrará sementes da Sálvia divinorum para venda em parte alguma. Para todos os objetivos práticos, no entanto, estamos de acordo com nosso amigo Dale Pendell: "... se você deseja uma "ska Pastora", você terá que consegui‐la pelo mesmo método que todos os demais tem usado durante os últimos mil anos: um corte (muda) de alguém que a cultiva" (Pendell 1995). A aquisição de tal corte é a sua iniciação em uma matriz mística única. Provavelmente, qualquer corte que você obtiver será uma reprodução da mesma planta que Natividad Rosa deu a R. Gordon Wasson e ao Doutor Albert Hofmann em 1962. Cortes desta planta têm sido distribuídos por todo o mundo, e são conhecidos hoje por "reproduções Wasson". Como todos os cortes, eles são geneticamente idênticos à planta‐mãe. Entretanto, outros pesquisadores voltaram, desde então, à Europa com outros cortes de Sálvia divinorum de várias regiões da Serra Mazateca, mas a maior parte destas variações não receberam ampla distribuição.
Em 1991, o antropólogo Bret Blosser recolheu dois espécimes de Sálvia divinorum perto do Município de San José Tenango, no México. Os cortes da planta obtida por Blosser têm sido distribuídos e são conhecidos como "a reprodução saborosa" porque quando o Sr. Blosser os ingeriu, na Serra Mazateca, eram notavelmente menos amargos que as folhas das plantas cultivadas pelas "reproduções Wasson". Notamos uma pequena diferença na amargura entre a folhagem da reprodução Wasson e a folhagem da reprodução saborosa, porém nenhuma diferença quanto a potência, tampouco notamos qualquer distinção morfológica. Contudo, não chegamos a provar a folhagem das plantas cultivadas na Serra Mazateca. O Sr. Blosser têm sugerido que talvez o solo e outros fatores de cultivo podem ser responsáveis pela diferença de gosto (Blosser 1998). Considerando que a Sálvia divinorum nunca foi observada fabricando sementes em seu habitat natural, se reproduzindo apenas pelos ramos longos que são induzidos a enraizar quando tocam a terra, especulamos que a reprodução Wasson e a reprodução saborosa são do mesmo exemplar.
Fazendo cortes Diferente da maioria das plantas, que possuem talos relativamente redondos, os talos da Sálvia divinorum são quadrados e ocos no centro. Um corte recém feito, visto de baixo, revela o misterioso símbolo de um círculo dentro de um quadrado. Um círculo inscrito dentro de um quadrado é um antigo símbolo cabalista, revelando a faísca de divindade que reside dentro do talo. O círculo há muito tempo representa o divino e o eterno, enquanto que o quadrado simboliza o terrestre e finito. A primeira coisa que se deve fazer para obter um corte de S. divinorum é simplesmente cortar um talo que contenha ao menos um nó e retirar todas as folhas grandes. Ponha o talo cortado horizontalmente sobre solo úmido e cubra‐ o com uma tenda de umidade. O talo enraizará ao longo de sua longitude e fará subir novos ramos (Siebert 1998). Se você não deseja utilizar esta técnica, é necessário assegurar‐se de que o final do corte cresça. Determinar a posição correta do corte é um processo simples de observação. Examine os nós, pois quando estão corretamente posicionados, o segmento acima de um nó é geralmente, porém não sempre, ligeiramente menos redondo que o segmento abaixo. Em outras palavras, os segmentos do talo são geralmente mais delgados acima da planta. Também, um exame cuidadoso de qualquer nó deveria revelar cicatrizes de folhas viradas para cima, que logo crescem. Uma vez que você determinou a posição correta do corte, o passo seguinte é prepará‐lo para o enraizamento.
Construção de uma câmara de enraizamento O enraizamento e crescimento da Sálvia divinorum são conseguidos muito mais facilmente se você fornecer um ambiente de alta umidade. Portanto, a não ser que você viva em um ambiente naturalmente úmido, recomendamos a
preparação de uma câmara de umidade para o corte ainda frágil enquanto ele produz suas raízes. Temos enraizado centenas de cortes de S. divinorum em aquários de dez galões (aprox. 40 litros). Para converter um aquário em uma câmara de umidade, simplesmente meça o seu topo e corte um pedaço de vidro que encaixe corretamente. Lave bem o aquário com esponja e vinagre. Seja bastante cuidadoso para retirar qualquer resto de alga ou depósitos parecidos com fungos do vidro. Cole um pequeno pedaço de madeira em cima do vidro para servir como puxador. Com a tampa fechada e uma garrafa cheia de água potável filtrada e em temperatura ambiente, sua câmara de umidade proporcionará um ambiente perfeito para os cortes frágeis e jovens. Dica do tradutor: a umidade pode ser ainda maximizada utilizando-se de uma bomba de aquário dentro da garrafa (com a parte de cima cortada), com a mangueira de coleta de ar dentro do aquário e a bomba completamente submersa na água.
Enraizando em água O enraizamento em água é o método mais comum e eficaz de enraizar um corte de Sálvia divinorum. Seguir corretamente os passos seguintes certamente será seguro. Obtenha uma garrafa, uma jarra, ou outro recipiente alto e estreito que contenha água. A Sálvia divinorum enraíza ao longo do talo. Seu recipiente deve ter aproximadamente 2/3 da longitude de seu corte. Recomendamos um recipiente para cada corte, pois qualquer putrefação de talo que ocorra permanecerá isolada. Um cultivador que conhecemos utiliza garrafas de cerveja esterilizadas (Hanna 1998). As folhas dos cortes descansarão sobre o gargalo estreito da garrafa enquanto que a área do talo a enraizar permanecerá completamente suspensa. Se você utilizar garrafas de cerveja como recipiente, duas coisas devem ser avaliadas. Primeiro, assegure‐se de limpar muito bem as garrafas, já que a reminiscência mais leve de cerveja aumentará a possibilidade de putrefação do talo. Segundo, mesmo um volume relativamente pequeno de água que sobre na garrafa, combinado com misteriosas formações comuns nas garrafas de cerveja, aumenta o risco de que o nível de água na garrafa seja insuficiente e passe despercebido. Portanto, tenha cuidado e de vez em quando examine os níveis de água. Encha seu recipiente com água potável filtrada em temperatura ambiente (faça isso antes da colocação dos cortes para impedir derramar água dentro do talo oco e baixar a possibilidade de putrefação). Não recomendamos utilizar produtos de enraizamento. Não são compostos tóxicos, mas não temos julgado necessário. Se você quiser utilizar produtos, sugerimos o Gel de Reprodução de Oliva®, uma mistura equilibrada de agentes para enraizar e fertilizante em uma base de gel viscosa solúvel em água que cicatriza o corte e pode ajudar a protegê‐lo contra infecções. Um velho jardineiro
disse que o truque é colocar um corte de salgueiro junto com os outros cortes que você deseja enraizar. Os salgueiros são fortes produtores de auxina, um hormônio de crescimento solúvel em água (com os cortes de salgueiro na água a formação de raízes começará em menos dias). Como a auxina é solúvel na água, ela sai dos talos de salgueiro e é absorvida pelos cortes de S. divinorum, induzindo assim a formação da raiz. Você pode conseguir cortes frescos de salgueiro em qualquer floricultura. O inconveniente em se utilizar cortes de salgueiro é que você, se inexperiente, pode introduzir patógenos na água. Alguns cultivadores lavam seus cortes em fungicidas para reduzir o risco de putrefação do talo. Não achamos isto necessário enquanto a água potável for filtrada e o recipiente esteja bem limpo. Uma alternativa aos fungicidas comerciais é uma mistura de uma colher de alvejante em 4 litros de água (1 galão). Se o seu corte foi arrancado de uma planta‐mãe, pegue uma lâmina bem afiada e corte de novo a parte inferior, aproximadamente 6mm abaixo do nó mais baixo. Imediatamente depois da fabricação do corte fresco, com cuidado coloque o corte no recipiente com água. Ao menos um nó deveria estar acima do nível da água e ao menos um abaixo. Imediatamente coloque o recipiente dentro da câmara de umidade. Dica do tradutor: 1. Corte os ramos com um estilete bem afiado através de um corte em diagonal, o mais longo possível, desde que constantemente afinando (sem partes retas). Será maior a superfície em contato com a água a produzir as primeiras raízes. 2. Muitas vezes a putrefação se dá por agentes patógenos existentes na superfície do próprio ramo a ser enraizado, ou, como o autor pontuou acima, através dos ramos de salgueiro adicionados no recipiente. Você deve lavar bem os ramos que irão para o recipiente, e pode inclusive colocar algumas gotas (3 ou 4) de detergente (de preferência natural ou neutro) no próprio recipiente de enraizamento, caso os ramos tenham sido coletados em lugares contaminados (jardins com animais, pastos, lugares muito úmidos ou com muitos insetos). Bons fungicidas também servem para imergir os ramos antes de irem para o recipiente final.
Formação de raízes Seu corte agora deve passar todo o tempo dentro da câmara de umidade. Será ótimo se você puder manter a temperatura interior da câmara ao redor de 21°C (70°F). A câmara deve ser bem iluminada, porém não com sol direto. A umidade dentro da câmara deve chegar próxima dos 100%. Isto é facilmente alcançado, portanto de vez em quando é conveniente abrir a câmara e aspergir o interior com água potável filtrada. Você pode aliviar a tensão e promover um enraizamento mais rápido. Para fazer isto, encha uma garrafa com ¼ de Stern Gro ® ou com duas colheres de extrato de alga para cada 4 litros. Cada vez que você abrir a câmara, pulverize e abane o ar um pouco para proporcionar uma troca benéfica de ar.
Em nossa experiência, se você seguir estes procedimentos e manter a câmara na luz do sol indireta ou sob lâmpadas fluorescentes, o corte deverá produzir raízes em duas ou três semanas. O primeiro sinal de raízes será pequeno, serão "do tamanho de um alfinete" os cílios brancos que aparecerão sobre o caule. Alguns dias depois começarão a se alargar, rapidamente fazendo raízes delicadas e finas. Na câmara de umidade, aspergindo água diariamente, não é raro que as raízes se formem acima do nível da água e se estendam pelo ar úmido. Quando as raízes tiverem aproximadamente 2,5 cm, é hora de plantar seus cortes no solo.
Enraizando no solo Uma vez que o seu corte tenha enraizado na água, o seguinte passo é plantá‐lo em seu primeiro vaso. Este deve ser bastante alto para permitir ao solo cobrir todas as raízes recém formadas. O vaso deve possuir furos de drenagem suficientes. Vários furos ao redor da extremidade permitem uma melhor drenagem do que um vaso com furos no centro. Uma planta saudável pode produzir um grande volume de raiz rapidamente. Recomendamos que você comece com um pote de ao menos 4 litros para evitar o transplante a um novo vaso muito cedo. Para a S. divinorum somente usamos vasos de plástico, não de barro, pois nossa experiência com vasos de barro nos revelou uma evaporação excessiva. O solo em vasos de plástico seca mais demoradamente e força a água a evaporar‐se pela superfície do solo, permitindo assim que a parte inferior da planta receba um orvalho bem fino e ascendente. Os vasos plásticos, porém, são mais conducentes à putrefação que os vasos de barro. Uma vez que você tenha misturado seu solo, encha o inferior do vaso com a mistura. Então, com cuidado coloque seu corte sobre o solo e coloque punhados de sua mistura ao redor do talo, mas seja muito cuidadoso para não romper os cabelos finos das raízes. O solo deve ser firme, porém não se deve apertá‐lo muito forte. Uma vez no solo, regue lenta e cuidadosamente a planta com água à temperatura ambiente (solução de emulsão de pescado parece ser muito eficiente). Imediatamente, coloque a planta na câmara de umidade ou sob uma tenda de umidade.
Construção de uma tenda de umidade A câmara de umidade descrita acima é de grande ajuda para o enraizamento dos cortes. Porém, é muito pequena e, sendo de vidro, muito frágil para receber um grande volume de plantas. Portanto, sugerimos que antes de que você transplante o corte, prepare um ambiente maior com controle de umidade, que chamamos de "tenda" de umidade.
Pequenas tendas de umidade de aproximadamente 90cm de altura, feitas de plástico e parecidas com guarda‐chuvas, podem ser encontrados em lojas de floricultura. Estas tendas trabalham bem para as plantas jovens. A umidade pode ser controlada por um pequeno umidificador ultra‐sônico junto a um temporizador, ou simplesmente com um borrifador de água algumas vezes ao dia Um ambiente muito bom com a umidade controlada é capaz de armazenar mais de duzentas plantas, e pode ser encontrado por cerca de 140 dólares. A melhor tenda para os nossos objetivos deve permitir a entrada de luz solar indireta e conter a umidade, todavia permitindo a circulação de ar. Outra vantagem é a proteção contra insetos. Cada pessoa que vê a nossa tenda de umidade de maior tamanho, fica maravilhado com o ambiente ideal que produzimos à Sálvia divinorum. As folhas de nossas plantas crescem uma média de 18cm de longitude e às vezes alcançam 25cm. Se você vive em um lugar árido, quente, ensolarado ou com muito vento, recomendamos que você utilize esta tenda. Nos meses de inverno, a tenda de umidade é facilmente coberta com uma proteção plástica. Em lugares com um inverno acentuado, ela cria um ambiente barato porém funcional no qual as suas plantas podem sobreviver às temperaturas baixas. Chegada a primavera, abra as janelas maiores na cobertura de proteção plástica para modular a umidade relativa e a temperatura durante o período de uma semana até que você possa retirar toda a cobertura plástica.
Crescimento em exterior Ao contrário do que muitas pessoas pensam, é possível cultivar Sálvia divinorum fora de um ambiente com umidade controlada, é somente necessário alguns cuidados e atenções especiais. Muitos cultivadores desistiram desta alternativa depois de tirar a planta do ambiente controlado e vê‐la murchar algumas horas depois. O crescimento da S. divinorum em um ambiente controlado faz com que as plantas fiquem "delicadas" e menos capazes de enfrentar mudanças climáticas, porém se você ajudá‐las a se adaptarem elas serão capazes sim. Nunca tire uma S. divinorum de um ambiente controlado e deixe‐a ao ar livre repentinamente. Você deve fornecer à planta cada vez mais exposição ao ar seco, ao vento, e à luz do sol. A melhor técnica é a seguinte. Regue bem a sua planta, tire‐a da tenda de umidade, e coloque‐a em um lugar com sombra, protegida do vento. Utilize um temporizador para lhe avisar depois de uma hora passada, e devolva a planta ao seu ambiente controlado. Cada dia, deixe a planta por mais hora adicional, de modo que no final de duas semanas ela passe o dia todo ao ar livre. Preste atenção no movimento do sol para se certificar de que a planta colocada na sombra de manhã não receba luz solar direta de tarde. Uma vez que a planta esteja aclimatada, você deve lhe oferecer um lugar final fixo, protegida para que receba a luz do sol indiretamente. Você pode instalar um sistema automático de rega por perto para facilitar o cultivo.
Parâmetros ideais de cultivo Solo A Sálvia divinorum cresce melhor em solo fofo e nutritivo, com boa drenagem. Não usamos perlita ou vermiculita, porém muitos outros cultivadores de sucesso usam. Evitamos os solos que contenham secóia ou pedaços de cedro. Nossos melhores resultados têm sido obtidos usando cortes de ervas um pouco envelhecidas como adubo misturadas com um solo bom, rico e escuro, composto orgânico e areia grossa. Os solos nos ambiente tropicais como a Serra Mazateca tipicamente contém uma grande quantidade de material orgânico. A interrupção no fornecimento deste material orgânico produz um pH que é ligeiramente ácido e também aera o solo. Temos visto que a S. divinorum cresce bem com estas condições de solo. A mistura de solo que usamos é: 1 parte de cortes de ervas 1 parte de composto orgânico 1 parte de areia grossa ½ parte de adubo 3 partes de terra rica Outro cultivador de sucesso que conhecemos (Chomicz 1998) utiliza a seguinte mistura: 2 partes de fibra de coco 1 parte de areia grossa 1 parte de vermiculita 1 parte de perlita 1 parte de terra rica 1 parte de composto orgânico Um pouco de uma mistura de partes iguais de substâncias nutritivas como: fosfato coloidal, greensand, e bloodmeal. Leander Valdés, que estudou a S. divinorum na Universidade de Michigan, usa a seguinte mistura: 4 partes de terra 2 partes de musgo de turfa 1 parte de vermiculita
1 parte de perlita Independentemente da mistura de solo que você utilizar, trate de manter o PH do seu solo entre 6.1 e 6.6. Você é capaz de alcançar isto regando a planta aproximadamente uma vez ao mês com uma solução de 1 colher de vinagre natural de maçã (5%) com 4 litros de água. Se o seu solo é muito alcalino (acima de 7.0) você pode torná‐lo mais ácido misturando, em pouca quantidade, enxofre. Se o seu solo for muito ácido, adicione calcário ou conchas de ostras esmagadas para aumentar a alcalinidade.
Temperatura Em seu ambiente "natural" na Serra Mazateca, a temperatura mais elevada não passa de 26°C (78°F), e normalmente vai de 16‐21°C (60‐70°F). A Sálvia divinorum cresce melhor em um clima relativamente fresco e ameno. Acima dos 29°C (85°F), qualquer planta que não esteja aclimatada, ou dentro de uma tenda de umidade, mostrará sinais de murchamento. Se a sua planta estiver corretamente aclimatada e/ou dentro de uma tenda de umidade, ela deveria suportar dias quentes sem qualquer dano. Se a temperatura está abaixo do congelamento, a S. divinorum rapidamente morrerá, murchando ficando escura da noite para o dia. Portanto, se você vive em uma localização fria terá que mover sua S. divinorum para dentro ou em uma câmara aquecida (com calefação) durante os meses mais severos de inverno. Não descobrimos nenhum modo de ressuscitar uma planta congelada. O melhor que você pode fazer é cortar o talo aproximadamente 26 cm acima do nível do solo, e esperar que ela sobreviva. Quando as temperaturas mais quentes chegarem a planta poderá se recuperar, porém muitas não conseguem. A maior parte dos cultivadores que trazem as suas plantas para dentro durante o inverno, realizam uma colheita das folhas principais ao final do verão. Recolhem uma quantidade substancial de folhagem também fazendo muito mais fácil o transporte das plantas com menos risco de dano. Reduza as plantas a aproximadamente 26 cm acima do nível do solo. Elas se curarão e crescerão. Outra opção de inverno é forçar as suas plantas à inatividade reduzindo‐as e movendo‐as a um refúgio iluminado não mais frio que 4°C. Com poucas ou nenhumas folhas, as plantas necessitam de uma rega a cada seis semanas e podem suportar ao menos quatro meses em tais condições sem danos (Beifuss 1998). Esta é uma boa técnica para aqueles que desejam viajar e manter suas plantas por todo o ano.
Transplante, rega e fertilização Se você possui apenas algumas plantas, a rega pode ser feita com um regador comum com água filtrada a temperatura ambiente. A qualidade da água notavelmente afeta a S. divinorum. Você poderia experimentar regá‐la com água da chuva, a não ser que você viva em uma área afetada pela chuva ácida (teste o pH da água da chuva antes da sua utilização).
Evite a água de torneira que possui acima de 150 ppm, ou a água com níveis de sódio acima de 50 ppm. A água com níveis superiores a estes tem um efeito deletério sobre a S. divinorum. Se você possui várias plantas, recomendamos que compre uma garrafa com borrifador de tipo "bomba". Estas garrafas suportam aproximadamente dois litros de água e têm uma bomba em uma mochila. Se suas plantas são cultivadas ao ar livre ou em uma tenda de umidade, recomendamos que você estabeleça um sistema de irrigação, pois estes sistemas fornecem aproximadamente 15 litros de água por hora. Este é seguramente o caminho mais eficiente para regar as suas plantas. Você pode utilizar este sistema com um temporizador durante cinco minutos várias vezes ao dia, ou ativando‐o manualmente. Regamos nossas S. divinorum a cada 7 ou 10 dias com uma mistura de emulsão de pescado, segundo as indicações do frasco. Usamos Alaska ®, "o fertilizante de pescado ", que é 5‐1‐1 (N‐P‐K). Porém, há algumas desvantagens na utilização de emulsão de pescado. Como se é de esperar, a emulsão de pescado cheira forte, e você realmente deveria considerar isto antes de regar as suas plantas em ambientes interiores com ele. Inclusive para plantas exteriores, o odor de pescado é forte o suficiente para chamar gatos de rua, cachorros e outros animais. Portanto, se você alimentar suas plantas com emulsão de pescado esteja certo de que elas estejam em um lugar bem protegido, aonde animais curiosos não vão alcançar! Também, mais que fertilizantes pulverizados, a emulsão de pescado parece atrair os insetos parasitas. Todas essas coisas consideradas, esta é certamente nossa opção de fertilizante. Também usamos Miracid de Stern ®, um fertilizante 30‐10‐10 que contém ferro, magnésio e zinco. Isto ajuda a manter nosso solo ligeiramente ácido. Regamos mais raramente nos meses de inverno. Em seus experimentos na Universidade de Michigan, Valdés fertilizou suas plantas uma vez por semana com o Milagro Stern Gro ®, um fertilizante 15‐30‐15. Para aumentar a acidez da solução dele adicionou uma solução fosfórica ácida de 85% por 25 litros de água. Nunca deve‐ se permitir que o solo fique seco. Regando uma vez a cada 7 a 10 dias, e fertilizando a cada três regas, nossos solos ficam muito molhados imediatamente depois de regar, e quase secos durante o dia que precede a rega seguinte. Este modo proporciona a aeração e protege contra a putrefação da raiz.
Luz A Sálvia divinorum cresce melhor na luz solar indireta. A crença convencional é que se deve evitar toda luz solar direta e tal conselho é, geralmente, muito correto. Temos percebido, no entanto, que uma vez aclimatada, a S. divinorum realmente suporta alguma luz solar direta por dia. Uma planta que receba muita luz solar direta começará a desenvolver folhas mais pequenas, disformes e grossas.
Uma vez que elas estejam dispostas em grande número, cultivamos todas as nossas plantas em luz solar natural. Uma melhor alternativa à luz solar é uma lâmpada de alta pressão de sódio (HPS). Uma lâmpada HPS é mais eficiente que as lâmpadas alógenas de watt correspondente e seu espectro de luz é mais apropriado para o enraizamento de cortes novos. Como um complemento à luz natural, 400 watts de HPS iluminarão um espaço de apenas 2 metros quadrados (aproximadamente 6 x 6 pés). Para cultivadores com três plantas ou menos, 250 watts de HPS deveriam bastar. Portanto, se você cultiva S. divinorum sem qualquer luz natural e quer maximizar o seu crescimento vegetativo, uma lâmpada alógena é a melhor opção (Chomicz 1998). Valdés divulgou que suas plantas cresceram bem embaixo de lâmpadas fluorescentes brancas VHO (Valdés et al. 1987). Outro cultivador tem satisfatoriamente usado uma lâmpada alógena de 400 watts para iluminar 2,5 metros quadrados (aproximadamente 8 x 8 pés) (Beifuss 1997). Foi notado que as plantas atenuam suas cores, porém isto não parece lhes causar danos, nem afetar sua potência. Usando uma lâmpada de muitos watts (HPS ou alógena), mantenha‐a ao menos a dois pés acima das plantas para evitar queimá‐las. Um avermelhamento das folhas indica que a luz esta muito próxima das plantas. Como as lâmpadas de muitos watts emitem um calor seco, borrifá‐las pode ser necessário. Antes de fazer isto, no entanto, proteja a lâmpada das gotas de água. Lâmpadas quentes podem explodir em contato com a água! Sob iluminação artificial, a folhagem é beneficiada com 18 horas de luz por dia. Para produzir flores, reduza a luz artificial a não mais que 11 horas por dia.
Cultivo hidropônico A Sálvia divinorum pode ser cultivada hidroponicamente. Um sistema básico utiliza um meio de crescimento especial em lugar do solo, e um sistema de irrigação rudimentar conduzido por uma bomba de aquário que circula uma corrente de solução nutritiva pelo meio. A solução é recolhida em um depósito, oxigenada por uma segunda bomba de aquário, e depois espalhada novamente. O cultivo hidropônico requer bastante atenção adicional por parte do cultivador. Pelo menos um cultivador muito experiente, Sr. Andrés Chomicz, relata que o cuidado adicional é recompensado com resultados excelentes. As seções seguintes são inspiradas em sua longa pesquisa da S. divinorum com técnicas de hidropônica (Chomicz 1998).
Meios de cultivo A Sálvia divinorum se desenvolve bem em uma mistura de 75/25 de argila expandida e fibra de coco, que oferecem uma oxigenação superior à lã de rocha e são bem mais ecológicos. A fibra de cuco é uma invenção recente no cultivo hidropônico ‐ uma alternativa bem‐vinda aos materiais como a turfa. A fibra de coco é um material completamente natural e possui excelentes propriedades lidando com o oxigênio assim como com a água, favorecendo assim a aeração. Também ajudam a
estabilizar o pH, evitam a formação de flutuações nutritivas e o mal funcionamento dos equipamentos rudimentares. A fibra de coco também parece desencorajar algum patógeno nas plantas. O Sr. Chomicz tem experimentado na cultura em água um sistema que prescinde completamente um meio de crescimento sólido. Na cultura em água as raízes das plantas ficam suspensas ou postas flutuando em um banho constante de circulação e oxigenação de substâncias nutritivas.
Fertilizantes Existem numerosas marcas de fertilizante que são fabricadas exclusivamente para sistemas hidropônicos. Nenhuma marca ou fórmula particular se destacam como melhor para a Sálvia divinorum. Como a S. divinorum parece apreciar os meios ricos em minerais, busque uma fórmula que contenha substâncias nutritivas micro acima da quantidade comum de substâncias nutritivas macro. Use uma fórmula para o crescimento vegetativo e siga as instruções do fabricante para misturar a solução. Se o fabricante der instruções de mistura diferentes para plantas específicas, você irá obter bons resultados. Se você tiver um metro de CE (um instrumento que mede a condutividade elétrica ‐ uma função da concentração de sais de fertilizante dissolvidas na solução nutritiva) aspire um nível de CE entre 1.6 e 2.4. É muito importante que você troque a solução nutritiva com regularidade. Quando as plantas crescem rapidamente, forneça uma troca completa de solução a cada quatro ou seis semanas. A não ser que a solução nutritiva seja recolhida em um depósito e difundida novamente, a quantidade de líquido em circulação diminuirá devido a respiração da planta e pela evaporação. Despeje em cima do depósito ½ dose de solução nutritiva a mais. Adicionando ½ dose de solução ajudará contra a acumulação de certas substâncias nutritivas, acrescentando as que foram esgotadas. Por esta razão, isto ajuda a oxigenar a solução nutritiva quando esta é coletada pelo depósito. Isto é facilmente realizado utilizando uma segunda bomba de aquário colocada no depósito. Você também pode aproveitar o fato de que o oxigênio é mais solúvel em água fresca. Normalmente, quanto mais fria a água, maior o teor de oxigênio. Simplesmente mantendo sua solução nutritiva fresca, você aumentará o seu teor de oxigênio e beneficiará consideravelmente as suas plantas. A temperatura ideal da solução nutritiva está entre 18‐21°C (65‐70°F). A utilização de uma solução muito quente não será positiva à planta e favorecerá o aparecimento de patógenos sérios como o fungo pythium, que apodrece a raiz. Portanto, é importante manter o depósito nutritivo livre do sol direto a partir do final da primavera. Nos meses de inverno, pode ser necessário aquecer ligeiramente a solução nutritiva. Use um aquecedor de aquário no depósito, ou use um depósito pintado de preto para absorver a luz do sol.
PH O cultivo hidropônico requer uma atenção muito cuidadosa do pH da solução nutritiva. Para o meio, um pH entre 5.5 e 6.0 é o ideal. Tiras de medida de pH das mais baratas são o melhor método de se checar o pH da solução, a não ser que você deseje investir dinheiro em um medidor de pH. O ácido fosfórico pode ser usado para baixar o pH, enquanto a adição de hidróxido de potássio elevará o pH. O pH da solução deve ser medido ao menos a cada três dias, e imediatamente ajustado como indicamos.
Parasitas Existem alguns insetos que comumente atacam a Sálvia divinorum e que, se não controlados, podem ser fatais para a planta. Evitamos todos os pesticidas não orgânicos e recomendamos que você faça o mesmo. Todos os parasitas comuns da Sálvia divinorum são relativamente fáceis de controlar, e um jardinero atento deveria notar os sintomas antes que qualquer infestação se torne crítica. Cada um dos parasitas mais comuns será descrito abaixo com conselhos de controle específicos. Além das táticas de controle descritas abaixo para cada parasita em particular, temos tido grande sucesso no controle de afídeos (pulgões) e da mosca branca pulverizando a seguinte solução sobre as folhas infestadas sempre que notamos estes parasitas. A solução não prejudica a planta e não é tóxica: 4 partes de água 1 parte de álcool 90 graus 1 parte de sabonete líquido Se suas plantas se infestarem com ovos de mosca branca, trate de lavá‐la com o líquido. Coloque suas mãos em um pote com sabonete líquido e com cuidado esfregue as folhas infestadas com seus dedos, e então pulverize‐as com a mistura para evitar novos ovos da mosca. Não se preocupe, o resíduo deixado sobre as folhas é inofensivo. Em casos extremos de infestação, utiliza‐se um produto natural extraído de flores de Crisântemo. Esta mistura envenena os insetos e é comumente usada para controlar os parasitas que ficam sobre as frutas e verduras. Ela mata todos os insetos, contudo também mata alguns insetos benéficos como as joaninhas. Pyrethrin é o ingrediente ativo de muitos produtos comercializados para uso em frutas e verduras. Apesar de ser orgânico e comumente utilizado em utensílios e alimentos, recomendamos usá‐lo somente em último caso. É moderadamente tóxico a mamíferos e pode provocar a febre do feno em algumas pessoas. Também recomendamos evitar qualquer produto que contenha piperonyl butoxide (BTO), um aditivo sinergético que aumenta a eficácia do Pyrethrin, e pode afetar o sistema nervoso humano.
Mosca Branca (Trialeurodes Vaporariorum) Parasita da Sálvia divinorum, que se não controlado pode debilitar a planta. Você provavelmente não as notará até que você esfregue uma folha e de repente note algo como alguns pontos brancos de aproximadamente 1 mm. As moscas brancas se congregam sobre o lado debaixo das folhas e ali colocam ovos. Eles danificam a planta sugando a sua seiva e produzindo excreções parecidas com mofo. Para controlar a mosca branca exploramos sua atração natural pelo amarelo. Fazemos uma armadilha não‐tóxica pegajosa de cor amarela. Os parasitas são atraídos para a substância amarela, e se grudam na superfície. A recente pesquisa da Universidade da Califórnia indica que a colocação de papel de estanho sobre a terra ao redor da planta suscetível à mosca branca confunde os parasitas por refletir o céu fazendo eles pensar que estão sobre o lado errado da folha. Em qualquer caso, o truque, como se disse, impede as moscas brancas de aterrisarem. Se suas plantas são cultivadas em um ambiente fechado como uma tenda de umidade, as vespas podem ser muito eficientes no controle da mosca branca (algumas espécies de vespa são muito pequenas e não picaram as pessoas). As vespas colocam seus ovos dentro das feridas das moscas, matando‐as. Entretanto, funciona melhor durante os meses quentes do verão.
Ácaros de Aranha (Tetranoychidae spp.) Ácaros de Aranha podem ser um problema para a Sálvia divinorum, especialmente quando as plantas são cultivadas em tenda de umidade. Os ácaros de aranha, geralmente, são descobertos quando causam pequenas manchas amarelas sobre a superfície superior das folhas. Quando você inspeciona o lado de baixo você a verá como um pequeno ponto amarelo, bronze ou esverdeado. O Phytoseiulus persimilis é eficaz contra os ácaros de aranha; os insetos que devoram os ácaros de aranha não comeram a S. divinorum ou outras plantas.
Afídeos/Pulgões (Aphididae spp.) O sinal revelador dos afídeos na Sálvia divinorum é um ondulamento ou franzimento das folhas mais jovens e sensíveis. A partir de uma inspeção você verá pequenos bichos verdes sobre as pontas e o lado de baixo das folhas. Os afídeos trazem enfermidades à planta, como a mosca branca, debilitando a S. divinorum, sugando sua seiva e excretando substâncias. Temos encontrado grande êxito no controle dos pulgões através da solução de álcool com sabão descrita acima. Se você é um admirados de joaninhas, ou tem que controlar uma invasão realmente séria de pulgões, introduzir joaninhas quase sempre tem solucionado o problema e não causa qualquer dano à S. divinorum. Como com outros biocontroles, as joaninhas trabalham melhor em ambientes interiores como uma tenda de umidade.
Cochinilha (Coccidae spp.) Apesar de que nós nunca tivemos um ataque desses parasitas, temos ouvido vários casos de cochinilha na S. divinorum. Cochinilhas são insetos, que em sua etapa mais prematura, parecem cascas de amêijoa (um marisco) muito pequenas
no lado de baixo das folhas. Eles podem ser de qualquer cor, e danificam a planta sugando sua seiva e injetando um fluído tóxico em seus tecidos. Não conhecemos nenhum biocontrole realmente eficaz para a cochinilha, porém com sorte eles são facilmente eliminados pulverizando‐os com a fórmula de álcool e sabonete descrito acima.
Caracóis Os caracóis podem rapidamente danificar a Sálvia divinorum, mastigando suas folhas em apenas uma noite. Os caracóis geralmente desaparecem durante o dia. A coberta de cobre tem sido usada por jardineiros durante várias décadas para formar uma linha que os caracóis não cruzarão. A coberta de proteção de cobre está disponível na maior parte de lojas para jardim. Coloque‐as ao redor de seus vasos ou deixe‐a de lado no solo, fazendo uma cerca na base de suas plantas. Como o cobre conduz um choque eletroquímico nos caracóis, isto só vai funcionar enquanto o cobre for brilhante. Ao mesmo tempo que você colocar a barreira de cobre, com cuidado cheque o lado de baixo de cada folhas, pois um caracol, de vez em quando, pode estar por ali, e uma vez que a barreira seja posta eles não vão mais entrar, nem sair.
Problemas Ponta e bordas das folhas secas A maioria das pessoas que cultiva Sálvia divinorum, em um momento ou outro, perceberá a ponta e as bordas das folhas marrons sem nenhuma razão evidente. Normalmente isso se limita à ponta e às bordas das folhas, porém de vez em quando pode envolver toda a folha e tornar‐se crítico. Pelo que sabemos, ninguém tem sido capaz de entender a causa deste fenômeno. Alguns cultivadores tem postulado que certas enfermidade são sistêmicas, estando inativas até que a planta sofra tensões suficientes para causar a aparição da enfermidade. Esta enfermidade sistêmica, talvez um vírus, pode ter sua origem junto a S. divinorum devido a extensa reprodução que esta tem sofrido. O genótipo estático da S. divinorum pode ter permitido que um vírus de folhas se desenvolvesse na planta ‐ Algo que não poderia ter se desenvolvido se a reprodução da planta ocorresse pela mistura normal de material geneticamente variado. Se esta teoria for correta, o fenômeno só pode ser evitado mantendo suas plantas em condições ideais de cultivo evitando toda tensão. Na verdade, temos notado que o fenômeno quase exclusivamente ataca as plantas que são mais fracas ou que sofrem grande tensão. Seguramente, uma planta retirada de um ambiente controlado por umidade sem a aclimatização devida pode desenvolver folhas marrons, porém é mais comum o murchamento da planta e a queda de algumas folhas. Temos notado este fenômeno mais comumente em plantas que têm passado a sua vida inteira dentro de câmaras/tendas de umidade de vidro ou plásticas. Em tais casso, suspeitamos que pode ser o resultado de uma pobre circulação de ar. Uma planta cultivada em um ambiente fechado que alcança 32°C (90°F) pode desenvolver folhas marrons talvez para reduzir sua capacidade de transpirar.
Similar à tendência de nosso corpo de se resfriar em um ambiente quente e úmido, a planta pode se resfriar por uma inabilidade de transpirar de maneira eficiente. A carência de fertilizante, ou seu excesso, também podem induzir o escurecimento das folhas. Em muitas plantas, as folhas marrons indicam que a planta recebe muito fertilizante, que combinado com a água inadequada podem aumentais os sais químicos no solo e isto queima as bordas sensíveis das folhas. A solução comum é reduzir o fertilizante e limpar o solo com água em abundância. As folhas marrons também podem ser o resultado de putrefação da raiz em uma planta com drenagem pobre ou em um solo pesado. Se a putrefação da raiz for o problema, troca‐se a planta de vaso em um solo mais leve.
Folhas amarelas Geralmente é um sinal de que a planta está recebendo muita água. O regue excessivo elimina substâncias nutritivas que a planta utiliza para criar clorofila. Temos percebido isto na costa ocidental durante a estação chuvosa de inverno. Quando perceber um verde claro em cima das folhas, reduza a água e alimente a planta com ferro em pó ou líquido seguindo as indicações do frasco.
Crescimento lento e aspecto desigual Em condições ideais, a Sálvia divinorum cresce rápido, às vezes mais de um pé em um mês de verão. Rapidamente pode‐se notar a raiz saindo de um pequeno pote. Portanto, conforme a sua planta começa aumentar em tamanho, você deve transplantá‐la em vasos cada vez maiores. Em algum vaso sua planta parecer ter reduzido seu crescimento apesar das condições serem ideais, isto provavelmente quer dizer que ela necessita ser transplantada para um vaso maior.
Poda para um maior crescimento Não queremos parecer grosseiros, mas para a maioria das pessoas o cultivo de Sálvia divinorum deve maximizar a quantidade de folhas na colheita. Isto requer a poda. O melhor momento de podar é durante a primavera e o verão, quando a S. divinorum cresce mais rápido. Para fazer uma planta arbustiva, que produzirá mais folhas, use uma lâmina afiada para cortar as pontas que crescem dos talos principais. Faça o corte em cima de um nó. Isto forçará o talo a bifurcar‐se naquele ponto na direção das folhas nodais. Não desperdice os ramos cortados durante a poda. Eles deveriam ser enraizados e replantados.
Colheita das folhas Uma vez que a sua Sálvia divinorum esteja estabelecida, deveria ser capaz de resistir à colheita das folhas. Muitos cultivadores, com frequência, retiram folhas de suas plantas, escolhendo as folhas de maior tamanho. Esta técnica pode manter o consumo de um simples usuário com folhas secas e frescas.
Secagem das folhas As folhas frescas de Sálvia divinorum podem ser usadas para objetivos visionários e divinos. Tradicionalmente, os Mazatecas usam somente as folhas frescas, porém as folhas secas também são ativas e podem ser armazenadas para uso posterior. O processo de secamento das folhas é muito importante. Todo o seu trabalho não servirá para nada se as folhas apodrecerem. Por sorte, seu princípio ativo, a salvinorina A, é muito estável e pode suportar um certo grau de falta de cuidados. No entanto, é importante conservar as folhas para que sofram a menor quantidade de troca química possível. Você deve querer retirar todo o conteúdo de água, porém deixar todo o mais inalterado. Isto pode ser facilmente alcançado colocando as folhas em um forno no ajuste mais baixo possível ‐ abaixo de 93°C (200°F) ‐ que secará a folhagem em cerca de 15 minutos. Existem várias técnicas de secagem lenta de folhas colhidas. Em uma delas, deve‐se colocar as folhas colhidas em uma caixa de papelão e colocar esta caixa em um local com sombra e circulação de ar. É melhor fazer isto durante um dia em que a temperatura esteja entre 26‐38°C (80‐100°F). Sacuda a caixa várias vezes por dia para expor uma nova superfície de folhas ao ar. As folhas devem secar‐se em poucos dias. Outra técnica é colocar as folhas entre telas e colocá‐las próximas a um ventilador de potência baixa para proporcionar uma corrente de ar constante sobre as telas. Uma técnica final é utilizar um desidratador de comida em uma temperatura média, aos 63°C (145°F). As folhas colocadas geralmente são secas dentro de três horas e conservam a maior parte de sua cor verde. Em qualquer método, as folhas estarão secas quando estiverem crocantes e se quebrando facilmente. Então devem ser colocadas em embalagens herméticas e guardadas em um local fresco, seco e escuro. Geralmente, as folhas contém um pouco mais de 80% de água, de modo que aproximadamente 28 gramas de folhas frescas proporcionam cinco ou seis gramas de folhas secas.
Produção de sementes Quando Wasson e Hofmann receberam os espécimes de Sálvia divinorum de Natividad Rosa no começo de outubro, muitas das plantas estavam com flores. Aaron Reisfield, um botânico que havia feito várias visitas à Serra Mazateca para investigar sobre a S. divinorum, relatou que pôde ver a S. divinorum florindo de outubro a maio (Reisfield 1993). Valdés as observou florindo a partir do final de agosto até março, em um período em que os dias são mais curtos no México (Valdés et al. 1987). Os experimentos na Universidade de Michigan mostraram qual a planta pode dar flores encurtando o fotoperíodo a onze horas de luz por dia (Valdés et al. 1987). A introdução de qualquer luz durante "o período escuro" impossibilitará a floração. É fácil conseguir que a S. divinorum dê flores, porém não é nenhuma tarefa fácil conseguir que as plantas produzam sementes viáveis. Como mencionado antes, nenhuma planta foi vista pondo sementes em seu habitat natural.
Acreditamos que a planta, de fato, escolheu um método diferente de se propagar, e que sua produção de sementes é quase rudimentar. A não ser que sejam apoiados por algo natural ou artificial, os talos da S. divinorum, sendo ocos e frágeis, caem quando alcançam aproximadamente 5‐7 pés de altura. Quando a planta toca a terra ela começa a produzir raízes desde que haja umidade. Desta maneira, a S. divinorum se reproduz e depois se expande. Desde então, sua forma principal de propagação tem sido através da união com seus amigos humanos. Na nossa opinião, tratando de se conseguir que a S. divinorum produza sementes, é uma luta contra a natureza da planta. No entanto, sementes viáveis podem ser conseguidas através da polinização natural. Para fazer isto, uma vez com a planta florida, com cuidado retire alguns estames da flor e imediatamente esfregue suas pontas contra as superfícies interiores dos ramos. Você deverá ver alguns grãos de pólen aderindo‐se aos estigmas, seja através da polinização de uma mesma flor com seus próprios estames, de flores diferentes sobre a mesma planta, e com a utilização de estames de uma planta para polinizar estigmas de uma outra planta. Não se preocupe se você não obtiver sucesso, menos de 5% das fertilizações manuais produzem sementes viáveis (Reisfield 1993).
Retirada de cortes A propagação da Sálvia Divinorum é feita retirando‐se cortes, um processo muito mais fácil do que forçar a planta a produzir sementes. Apesar de os cortes poderem ser retirados em qualquer período do ano, temos percebido que os cortes retirados durante o outono ou inverno enraízam mais lentamente. Assim, é melhor fazer os seus cortes de propagação na primavera ou verão. Também temos notado que é proveitoso fazer os cortes sob a luz amena do próprio ambiente, para manter os estomas das folhas fechados. Para retirar cortes com a finalidade de propagação, prepare um recipiente cheio de água filtrada e coloque este ao lado da planta‐mãe. Use lâminas afiadas para cortar o talo que contém ao menos dois nós de folhas. Um novo crescimento de ponta de ramo vigorosa é melhor, porém o meio do segmento de um talo também enraizará. Faça o corte somente embaixo de um nó. Retire todas as folhas debaixo do nó mais alto e imediatamente coloque o corte no recipiente com água. Então, volte a sua atenção ao corte feito na planta‐mãe. Reduza‐o a somente a parte de cima do nó mais alto.
Fim... Ou será só o começo?