Resumo de Língua Portuguesa 1.
Tipos e Formas de Frases
Tipos
- Declarativo (Refere, informa, caracteriza, descreve situações) - Interrogativo (Formula uma questão) - Exclamativo (Exprime sentimentos sentimentos e emoções) - Imperativo (Transmite um conselho, pedido, ordem) Formas
- Afirmativa (Exprime uma afirmação) - Negativa (Exprime uma negação) - Enfática (Inclui-se um elemento dispensável mas que dá realce à frase) - Neutra (Não se incluiu o elemento dispensável) - Activa (O sujeito pratica a acção expressa pelo verbo) - Passiva (O sujeito recebe ou sofre a acção expressa pelo verbo)
2.
Forma activa/passiva
- Nas frases em forma activa, activa, o sujeito pratica a acção expressa pelo verbo. Ex.: Esta personagem representa toda a nobreza. - Nas frases em forma passiva, o sujeito sofre (ou recebe) a acção indicada pelo verbo. Ex.: Toda a nobreza é representada por esta personagem. Nota: Quando se muda a forma da frase, os elementos sintácticos desta podem passar a desempenhar funções diferentes na frase. (sujeito passa a complemento indirecto, etc..
3. y
Subordinação/Coordenação
Orações Subordinadas
Orações subordinadas
Conjunções
Locuções Conjuncionais
Causais Condicionais Finais Temporais Comparativas Consecutivas Consec utivas
Porque, pois, como Se Para (= para que) Quando, enquanto Como, conforme Que (antecedida por "tanto, de tal modo")
Visto que, pois que, por causa de Salvo se, excepto se, a não ser que Para que, a fim de que Logo que, depois que, desde que Assim como... assim também, tão... como De maneira que, de forma que, de modo que
y
Orações Coordenadas
Orações Coordenadas
Conjunções
Locuções Conjuncionais
Copulativas
E, nem, também
Adversativas Disjuntivas
Mas, porém, todavia, contudo Ou (repetido ou não)
Conclusivas
Pois, portanto, logo
Não só...mas também, tanto...como, não só...como também No entanto, apesar disso, ainda assim, não obstante Ora...ora, quer...quer, seja...seja, seja...ou, já...já, nem...nem Por consequência, por conseguinte, pelo que, por isso
4. y y
y y y y
y y y y
y y y y
Figuras de Estilo (Recursos Estilísticos)
Aliteração: Repetição de consoantes. Anáfora: Repetição de uma palavra ou palavras no início de uma frase para fazer sobressair o que
se repete. Antítese: Aproximação de ideias opostas para criar um contraste. Apóstrofe: Interpelação a alguém, real, imaginário ou inanimado. Assonância: Repetição de vogais. Comparação: Estabelecimento de uma relação de semelhança entre dois elementos diferentes, aproximando-os. É estabelecida através de uma palavra ou expressão comparativa (como, tal como) ou verbos equivalentes (parecer, lembrar). Enumeração: Apresentação sucessiva de vários elementos de natureza semelhante. Eufemismo: Suavização de uma ideia desagradável. Hipérbole: Exagero da realidade. Ironia: Transmitir uma ideia dizendo precisamente o contrário do que se pensa, com entoação que revela a verdadeira intenção. Metáfora: Comparação sem expressão comparativa para aproximar dois elementos diferentes. Perífrase: Dizer por varias palavras o que pode ser resumido numa ou em poucas. Personificação: Atribuição de características humanas a coisas, animais ou ideias. Sinédoque: Expressão da parte pelo todo ou do todo pela parte
5.
Funções Sintácticas
Os elementos que podem constituir uma oração são: Sujeito , Predicado, Atributo, Vocativo, Complemento Determinativo, Complemento Circunstancial, Agente da passiva e Aposto. De entre estes, apenas o Sujeito e o Predicado são essenciais. Sujeito quem pratica a acção Tipos: Simples (um nome, palavra ou expressão), Composto (mais que um nome, palavra ou ex pressão), Omisso/ Subentendido (não está expresso mas é possível identificá-lo), Indeterminado (não pode ser determinado, ou seja, não se sabe que praticou a acção) ou Inexistente (quando não existe fenómenos naturais, verbo haver com o sentido de existir , verbo ser indicando tempo). Predicado é o que se diz acerca do sujeito - Predicado Nominal (constituído por um verbo copulativo «ser, estar, continuar, parecer, ficar» que exige predicativo do sujeito, que é o elemento que atribui a característica do sujeito. Ex.: Essas peças são textos cómicos. Sujeito + predicado nominal [verbo copulativo + predicativo do sujeito]) Predicado Verbal
- Com verbo intransitivo: o verbo só por si transmite o conteúdo da acção. - Com verbo transitivo: o verbo passa a acção para um ser ou ideia. Transitivo Directo: Exige complemento directo [o quê] (ser sobre o qual recai directamente a acção do verbo) Predicativo do Complemento Directo: Nome que caracteriza o Complemento Directo. É pedido pelos verbos transitivos directos: «achar, considerar, declarar, nomear». Transitivo Indirecto: Exige complemento indirecto [a quem] (ser sobre o qual recai indirectamente a acção) Transitivo Directo e Indirecto: Exige complemento directo e complemento indirecto [o quê, a quem]. y
y
y
Atributo Adjectivo que se junta ao nome para o caracterizar. É acessório e dispensável. Vocativo Nome ou expressão que se chama ou invoca. É acessório na oração, e próprio do discurso
directo. Complemento Determinativo
Preposição de + Nome - De posse - De parentesco - De qualidade - De origem - De matéria - De fim Complemento Circunstancial
- De tempo - De lugar - De companhia - De modo - De causa - De fim - De instrumento - De meio Agente da Passiva ser que pratica a acção sofrida pelo sujeito na frase passiva. Aposto nome ou expressão que dá uma explicação sobre outro nome ou expressão.
6.
Formação de Palavras
Composição:
Consiste na formação de uma nova palavra a partir da junção de duas, ou mais, palavras primitivas. A palavra adquire um novo significado. Aglutinação: união de palavras primitivas, sofrendo alterações e ficando sujeitas a um único acento. EX.: embora (em+boa+hora) Justaposição: união de palavras primitivas por um hífen, mantém os acentos. EX.: beija-flor (beija+flor) Derivação:
Formação de uma nova palavra a partir um outro elemento (prefixo ou sufixo). Derivada por prefixação: elemento no início da palavra primitiva. EX.: rebobinar (re+bobinar) Derivada por sufixação: elemento no fim da palavra primitiva. EX.: malvadez (malvado+ez) Derivação imprópria: a palavra muda de classe ou subclasse, não ocorre alteração. EX.: O pinto saiu da casca. e Telefonei ao Sr. Pinto. A palavra mudou de nome comum para próprio.
7.
Discurso Directo e Indirecto
Discurso Directo
Discurso Indirecto
Sinais de pontuação: o dois pontos (:), o travessão (-), as aspas (""), o ponto de esclamação (!) e o ponto final (.). Verbos intrudutórios: dizer, afirmar, declarar, acrescentar, responder, inquirir, pedir, perguntar seguidos de ":" e um "-" Tempos Verbais:
Geralmente, o ponto final (.).
Presente do Indicativo
Pretérito Imperfeito do Indicativo
Pretérito Perfeito
Pretérito Mais-Que-P erfeito Indicativo
Futuro do Indicativo
Condicional
Presesnte do Conjuntivo
Pretérito Imperfeito Conjuntivo
Modo Imperativo
Pretérito Imperfeito Conjuntivo/Infinitivo
Verbos Intrudutórios: dizer, afirmar, declarar, contar, acrescentar, responder, inquirir, pedir, perguntar seguidos de "que" ou "se" Tempos Verbais:
8.
Classes Morfológicas
Classes Variáveis :
Substantivos, Determinantes, Pronomes, Adjectivos, Verbos, Numerais. Classes Invariáveis:
Advérbios, Preposições, Conjunções, Interjeições. a.
Substantivos
Os nomes (substantivos) designam seres, objectos ou sentimentos. Flexionam-se em Género, Número e em Grau. Dividem-se em: - Concretos: Designam tudo o que é físico ou palpável (livro, papel). - Comuns: Indicam qualquer um dos seres de uma espécie (árvore). - Próprios: Individualizam um ser (Lisboa) - Colectivos: Designam um conjunto de seres ou objectos da mesma espécie (multidão). - Abstractos: Designam sentimentos, estados, acções, qualidades, estados ou conceitos, seres não físicos/palpáveis (amor, colheita). b.
Determinantes
Os determinantes precedem o nome, concordando com este em número e género e muitas vezes definindo-o. - Artigos - Definidos: Definem o nome (o/a, os/as) - Indefinidos: Não definem o nome (um/uma, uns/umas) - Demonstrativos: Demonstram o estado ou posição do nome (este, esse, aquele, o mesmo, o outro, o
tal os mesmos no feminino e no plural). - Possessivos: Exprimem a posse do ser/objecto - Um possuidor: (meu/minha, teu/tua, seu/sua os mesmos no plural) - Vários possuidores: (nosso, vosso, seu os mesmos no feminino e no plural) - Indefinidos: Referem-se ao nome de modo vago (Variáveis: algum, nenhum, todo, muito, pouco, tanto, outro, certo, qualquer os mesmos no feminino e no plural; Invariável: cada) - Interrogativos: Questionam o nome (Variáveis: qual/quais, quanto/quantos; Invariável: que). c. Número
Singular Plural
Pronomes
Sujeito
C. Directo
C. I. com preposição
sem preposição
eu, tu, ele/ela me, te, se/o/a me, te, lhe mim, ti, si/ele/ela nós, vós, eles/elas nos, vos, se/os/as nos, vos, lhes nós, vós, si/eles/elas Os pronomes substituem os substantivos, para evitar repetições de nomes.
- Pessoais: Indicam quem fala, com quem se fala ou de quem se fala. - Possessivos: Exprimem a posse do ser/objecto - Um possuidor: (meu/minha, teu/tua, seu/sua os mesmos no plural) - Vários possuidores: (nosso, vosso, seu os mesmos no feminino e no plural) - Demonstrativos: Demonstram o estado ou posição do ser/objecto (este, esse, aquele, o mesmo, o outro, o tal os mesmos no feminino e no plural). - Indefinidos: Referem-se ao ser/objecto de modo vago (Variáveis: algum, nenhum, todo, muito, pouco, tanto, outro, certo, qualquer os mesmos no feminino e no plural; Invariáveis: alguém, algo, ninguém, tudo, outrem, cada, nada) - Interrogativos: Questionam o ser/objecto (Variáveis: qual/quais, quanto/quantos; Invariável: que, o quê, quem, onde). - Relativos: Fazem referência, ao ser/objecto (Variáveis: o qual, cujo, quanto os mesmo no feminino e no plural; Invariáveis: que, quem, onde)
d.
Adjectivos
São palavras variáveis que caracterizam o nome/substantivo, atribuem-lhe características, qualidades ou propriedades. Género: podem ser biformes, quando têm duas formas: masculina e feminina, e uniformes, quando têm apenas uma forma. Número: podem ser biformes, quando têm d uas formas: masculina e feminina, e uniformes, quando têm apenas uma forma. y
y
Flexão em Graus
Grau Normal: o adjectivo caracteriza o nome. (ex.:O Zacarias é inteligente.) Grau Comparativo: estabelece-se a comparação entre dois nomes. - Comparativo de Superioridade (ex.: O Albano é mais inteligente que o Zacarias) - Comparativo de Igualdade (ex.: A Ca tarina é tão inteligente como o António) - Comparativo de Inferioridade (ex.: A Daniela é menos inteligente que o Tomás) Grau Superlativo Absoluto: a característica atribuída pelo adjectivo é intensificada. - Superlativo Absoluto Analítico (ex.: O Diogo é muito inteligente ) - Superlativo Absoluto Sintético (ex.: A Diana é inteligentíssima) Grau Superlativo Relativo: a característica destaca o sujeito. - Superlativo Relativo de Superioridade (ex.: A Ana Vanessa é a mais inteligente) - Superlativo Relativo de Inferioridade (ex.: O Osvaldo é o menos inteligente). Nota: Alguns adjectivos têm graus Superlativos Absolutos Sintéticos irregulares. (ex.: nobre nobilíssimo). Os adjectivos bom , mau , grande e pequeno são casos especiais de comparativos e superlativos (óptimo, péssimo, boníssimo, malíssimo...). y y
y
y
e.
Verbos
Os verbos indicam a cções, qualidades ou estados situados no tempo. Nota: Os tempos compostos estão no mesmo Modo que se está a abordar. Junta-se sempre o Particípio Passado do verbo principal. O auxiliar pode sempre ter ou haver . Modo Indicativo (Tempos Simples)
- Presente: Indica uma a cção praticada no momento em que se fala, que é contínua ou habitual ou que é verdadeira. - Pretérito Perfeito: Indica uma acção passada completamente realizada. - Pretérito Imperfeito: Mostra uma acção passa da mas não concluída ou ainda em realização. - Pretérito Mais-que-perfeito: Exprime uma acção anterior a outra passada. - Futuro: Indica uma acção que se realizará, ou ainda uma dúvida. Modo Indicativo (Tempos Compostos)
- Pretérito Perfeito: Presente do auxiliar - Pretérito Mais-que-perfeito: Pretérito Imperfeito do auxiliar - Futuro Perfeito: Futuro simples Indicativo do verbo auxiliar Modo Conjuntivo (Tempos Simples)
Apresenta uma acção, qualidade ou estado como possibilidade, desejo ou dúvida. - Presente (ex.: Talvez eles nos oiçam) - Pretérito Imperfeito (ex.: Tomara o treinador que o cão melhorasse) - Futuro (ex.: E se eu não souber o código de entrada?) Modo Conjuntivo (Tempos Compostos)
- Pretérito Imperfeito: Presente do auxiliar - Pretérito Mais-que-perfeito: Pretérito Imperfeito do auxiliar - Futuro Perfeito: Futuro simples do auxiliar
Modo Imperativo
Ordem, conselho ou pedido (só apresenta a 2ª pessoa do Singular e do Plural. Ex.: Passa a bola!; Espere um pouco., etc...). É característica do discurso directo. Modo Condicional
Acção, qualidade ou estado dependente de uma condição. - Simples (ex.: faria (se)... dirias (se)... viríamos (se...)) - Composto: Auxiliar no condicional Modo Infinitivo (Pessoal)
Apresenta uma acção, qualidade ou estado de modo vago ou abstracto. - Simples (ex.: Para conseguires isso, tens que te esforçar mais) - Composto: Infinitivo pessoal do auxiliar Modo Infinitivo (Impessoal) Forma Nominal
Este infinitivo é uma forma nominal porque pode desempenhar, de certa forma, a função de um nome. - Simples (ex.: É preciso avisá-lo! [avisar = o aviso]) - Composto: Infinitivo do auxiliar Nota: Ver páginas 249 a 2 55 do Manual para finalizar o estudo.
f.
Advérbios
São palavras invariáveis que servem para determinar ou intensificar o sentido de verbos , adjectivos ou outros advérbios. y y y
y y y y y y y y
Advérbios de Lugar: abaixo, acima, acolá, adiante, aí, além, algures, ali, antes, aqui... Advérbios de Tempo: agora, ainda, amanha, anteontem, antes, cedo, tarde, hoje... Advérbios de Modo: assim, bem, como, depressa, devagar, mal, bem, sobretudo, simplesmente, bruscamente (e outros com o sufixo mente , os quais nunca levam acentuação!) Advérbios de Intensidade ou Quantidade: bastante, bem, demasiado, muito, pouco, tanto... Advérbios de Afirmação: já, sim, certamente, efectivamente, também... Advérbios de Negação: jamais, nunca, não... Advérbios de Inclusão: ainda, também, mesmo... Advérbios de Exclusão: apenas, somente, só, unicamente... Advérbios de Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, talvez Advérbios de Designação: eis Advérbios Interrogativos: onde, quando, porque, porquê
Locuções Adverbiais (preposição + nome/advérbio): à antiga, a cada, de manhã, de novo, em breve, por vezes...
g.
Preposições
Palavras invariáveis que estabelecem uma relação entre elementos da frase. Essa relação pod e ser de: tempo, lugar, modo, companhia, causa, fim, oposição, carência, falta, conteúdo ou existência. As preposições simples são: a, ante, após, a té, com, contra, de, desde, durante, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. As preposições podem contrair-se e formar preposições contraídas (ex.: a+a = à). Existem ainda Locuções Prepositivas (abaixo de, acerca, de, diante de, à volta de, em vez de...).
h.
Conjunções
Palavras invariáveis que servem para relacionar orações dentro da frase. Coordenativas (ver 3 Coordenação/Subordinação) - C opulativas - Adversativas - Disjuntivas - C onclusivas Subordinativas (ver 3 Coordenação/Subordinação)
- Causais - Temporais - Condicionais - Finais - Comparativas - Concessivas - Consecutivas - Completivas/Integrantes
9.
Frase simples e frase complexa
A frase pode ser constituída por uma ou mais orações. Uma oração é a unidade gramatical organizada à volta de um verbo.
Frase simples é aquela que é constituída por uma única oração, contendo, portanto, um só verbo
conjugado (apresenta, assim, apenas um sujeito e um predicado). Ex.: Os meus pais oferecem-me muitos livros.
Frase simples (uma só oração, um só verbo conjugado)
Frase complexa é aquela que é constituída por duas ou mais orações. Apresenta, portanto, mais do que
um predicado e muitas vezes mais do que um sujeito. Ex.: Os meus pais oferecem- me muitos livros porque eu gosto muito de ler. Frase complexa (duas orações, dois verbos conjugados)
Na frase complexa, há duas ma neiras de ligar as orações: pela coordenação e pela subordinação.
Coordenação (Orações coordenadas)
Os meus pais saíram. Eu fiquei em casa a ler. (Frase simples) + (Frase simples) Estas duas frases simples e independentes podem ser transformadas numa frase complexa, estabelecendo-se entre elas uma relação de coordenação a través de uma conjunção coordenativa. Ex: Os meus pais foram ao cinema, mas eu fiquei em casa a ler. (oração coordenada) + (oração coordenada) mas = conjunção coordenativa
Como verificas, as orações coordenadas não dependem uma da outra; podem, por isso, separar-se e constituir orações independentes. Nas orações coordenadas, cada uma das orações tem um sentido próprio e independente da outra oração. As orações coordenadas podem ser copulativas, adversativas, disjuntivas e conclusivas conforme a conjunção coordenativa que as liga.
Subordinação (Orações subordinadas) Ex: Os meus pais foram ao cinema quando acabaram de jantar.
(oração subordinante) + (oração subordinada temporal) quando = conjunção subordinativa temporal Ex: Os meus pais foram ao cinema porque queriam distrair-se
(oração subordinante) + (oração subordinada causal) porque = conjunção subordinativa causal Como verificas, as orações quando acabaram de jantar e porque queriam distrair-se apenas podem ocorrer em articulação com a oração principal (subordinante) Nas orações subordinadas há uma oração que tem sentido próprio (oração subordinante) e outra (ou mais) que não tem sentido próprio (oração subordinada) e que, para ter sentido, está dependente da outra, está subordinada à outra. As orações subordinadas podem ser temporais, causais, finais, consecutivas, condicionais, comparativas conforme a conjunção subordinativa que as introduz.
10. Funções da linguagem
As funções da linguagem são seis, segundo Roman Jacobson, e categorizam as diversas finalidades com que a linguagem pode ser usada. Claro, as diversas funções raramente surgem sozinhas num mesmo discurso escrito ou falado sendo que é preciso distinguir a predominante para se perceber a função de um discurso. A função expressiva ou emotiva exprime uma atitude em relação à mensagem que se quer transmitir, sendo um discurso marcado pela subjectividade, fazendo uso de adjectivação, interjeições, frases exclamativas e repetições. As cartas de amor, biografias, memórias e poesia lírica são exemplos do discurso com função expressiva. A função informativa ou referencial centra-se na mensagem sobre um referente, sendo um discurso marcado pela objectividade, neutralidade e imparcialidade, fazendo uso de pouca adjectivação e de frases claras do tipo declarativas (também é comum o uso da terceira pessoa ele, elas). As notícias jornalísticas e as informações técnicas e científicas são exemplos do discurso com função informativa. A função apelativa ou persuasiva procura influenciar ou convencer, persuadir, fazendo uso de vocativos, interjeições e frases do tipo imperativo, assim como usando a segunda pessoa (tu, vós). A propaganda política, sermões e publicidade. A função fática centra-se sobre o canal de comunicação, procurando estabelecer, prolongar ou verificar o contacto. Quando se testa um microfone ou telefone, em saudações militares e afins, usa-se a função enfática. A função poética ou estética centra-se na mensagem evidenciando o lado significante. As marcas que apresenta são as palavras usadas com outros sentidos, vocabulário seleccionado, rima, ritmo e sonoridade. Esta função surge em provérbios, slogans e em todas as obras de arte e não só na poesia e prosas que procurem criar ritmos, sonoridades e estruturas inovadoras pois as mensagens-objecto possuem um significado próprio. A função metalinguística utiliza a linguagem para falar dela própria, procurando definir os signos por meio de outros signos. A poesia que reflecte sobre a poesia e o poeta, textos de teoria literária ou linguística são exemplos de discursos com função metalinguística.
11. Figuras de Estilo (Recursos Estilísticos) - Continuação y
Aférese: Supressão de fonema no princípio do vocábulo. Ex: Fugindo, a seta o Mouro vai tirando
y
Alegoria: Expressão de ideias através de imagens. Um símbolo, por meio de imagens, dá a
y
y
impressão de ideias. Ex: Assi que sempre, enfim, com fama e glória, teve os troféus pendentes da vitória Anacoluto: Frase quebrada, mudada a concordância inicial para outra diversa. Ex: Este povo que é meu, por quem derramo, por ele a ti rogando, choro e bramo Anástrofe: Inversão da ordem natural das palavras. Ex: Esses seus muito azuis olhos.
y
Antanáclase: Repetição da mesma palavra, mas com outro sentido. Ex: Eles assim vão, andando em
vão. y
y y
y
y
Antonomásia: Uso de um nome o u expressão sugestivos em lugar do nome próprio. Ex: Fala-se do
Glorioso e todos sabem que se referem ao Benfica Apócope: Supressão de fonemas no fim do vocábulo. Ex: Esse mui nobre senhor Apóstrofe - Interrupção do discurso para fazer uma invocação de alguém real ou fictício. Ex: Ó mar salgado quanto do teu sal Assíndeto: Supressão das conjunções. Ex: Fere, mata, derriba denodado Catacrese - Uso de palavra ou frase desviada do seu sentido natural, por falta de outra apropriada. Ex: Comparação Aproximação de dois objectos para precisar a natureza do primeiro. Ex: Os lábios como duas cerejas Crase: Contracção de duas vogais numa só. Ex: Podias ir ao Brasil (ao=a+o)
y
Diácope: Uso da mesma palavra com outras pelo meio. Ex: Tu só tu minha querida Diástole -
Alongamento de uma sílaba breve, ou acentuação de uma sílaba átona. Ex: Oralmente, é mais fácil. Nós dizemos "café" e no Alentejo, dizem "caféi" y
y y
y
y
y y
y
y y y
y y
y
Disfemismo: Emprego de um termo ou expressão grosseiro e pouco elegante para dar intensidade à
frase. Ex: Esticou o pernil Ectlipse: Supressão do m final de certas palavras. Ex: Co a breca! Elipse: Omissão de palavras necessárias ao sentido explícito. Ex: (vinde) Á barca, à barca! Quando se fala de narração, uma elipse é um recuo no tempo. Ex: Vi-a passar com a cesta na mão. Enálage: Uso de palavras com categoria gramatical diferente da própria. Ex: Era ele o seu prometido. Ênfase: Pompa ou exagero do discurso. Ex: Deu-me um murro que até vi estrelas! (cientificamente impossível, a não ser que fosse de noite!) Epanáfora: Repetição da palavra no princípio dos versos. Ex: Qual vai dizendo / Qual em cabelo Epêntese: Aumento de um fonema o u sílaba no meio dos vocábulos. Ex: No que disse Mavorte valeroso (Mavorte é a expressão em Latim para Marte) Epifonema: Exclamação sentenciosa com que se termina o discurso. Ex: Tanta ve neração aos pais se deve! Repetição: Repetição de uma palavra para enfasiar ou ordenar. Ex: Foge, foge depressa! Exclamação: Expressão espontânea de um súbito sentimento. Ex: Ó glória de mandar! Gradação: Disposição das palavras e ideias por ordem crescente ou decrescente do seu significado. Ex: Por uma omissão perde-se uma inspiração; por uma inspiração perde-se um auxílio; por um auxílio, uma contrição Hendiadis: Figura pela qual se divide uma ideia em duas. Ex: Olha o muro e edifício resistente Hipálage: Quando se atribui a certas palavras o que parece próprio de outras. Ex: Fumava um cigarro austero. (Austero é a qualidade da pessoa que fumava o cigarro.) Hipérbato: Inversão violenta da ordem natural das palavras. É uma anástrofe mais evidente. Ex:
Casos, que o marido teve passados. y
y
y
y
y
y
Hipértese: Transposição de fonemas de uma palavra para outra. Ex: Imagem - Representação mais
rica e animada do que a comparação ou a metáfora, que se estende a toda a frase. Intercalação Eufónica: Adição de um elemento fónico entre dois vocábulos para melhorar a pronúncia. Ex: Não no pode estorvar Interrogação: Pergunta retórica, que não procura resposta mas sim dar realce ao pensamento. Ex: Ó mar salgado, quanto do teu sa l são lágrimas de Portugal? Metalepse: Figura em que se toma o antecedente pelo consequente e vice-versa. Ex: Sonorosas trobetas incitavam, os ânimos alegres ressoando Metátese: Transposição de fonemas ou sílabas de um vocábulo. Ex: E com ventos contrairos a desvia Metonímia: Substituição de um termo por outro com o qual está intimamente ligado. Ex: O escritor
pela obra: ler Camões O abstracto pelo concreto: a juventude é generosa y y y
y
y
y
Onomatopeia - Representação dos sons. Ex: Cra c, zigue-zague, pumba Paragoge: Aumento de fonema ou sílaba no fim das palavras. Ex: O mártire Vicente Parêntese - Interposição de frase num período onde forma sentido à parte. Ex: Foi quando percebi (e raramente percebo alguma coisa tão depressa) que havia mais alguém em casa. Paronomásia: Uso, na mesma frase, de palavras semelhantes no som e diferentes no sentido. Ex: Pelo campo foge a lebre, a raposa ganhando campo Pleonasmo: Uso de palavras que parecem desnecessárias por repetirem ideias, mas que s ervem para dar mais força expressiva. Ex: Subir para cima, descer para baixo Polissíndeto: Repetição de conjunções. Ex: E salta e pula e so be e desce e gira
y
Prótese: Aumento de fonema ou sílaba no começo das palavras. Ex: outro valor mais alto se alevanta
y
Q uiasmo: Disposição de um período em 4 membros, em que o 1º corresponde ao 4º e o 2º ao 3º.
y
Reticência - Verifica-se nesta figura a suspensão do sentido. Ex: Mas moura enfim, nas mãos das brutas
y
y y y y
y
gentes, que pois eu fui
Silepse: Concordância de uma palavra segundo a ideia que se tem no pensam ento e não segundo a
ideia gramatical. Ex: Um bando de ab utres pairavam so bre aquele lugar Síncope: Supressão de fonemas no meio das palavras. Ex: Que lindo colar de perlas ! Sinestesia: Confusão dos sentidos Ex: C heira a mel, sa be a vento Sístole: Figura que abrevia uma sílaba longa ou torna átona uma sílaba acentuada. Ex: Tmese: Colocação de uma palavra dentro de outra, dividida ao meio. Por exemplo, os mesoclíticos dos tempos verbais. Ex: Dar-te-ei, olhar-me-às Zeugma: Figura que consiste na omissão de palavras já expressas noutra oração do mesmo período. Ex: O lobo ataca com os dentes, o veado com as hastes (Subentende-se "o veado ataca")