C la u d io n o r C o r r ê a de A n d r a d e
FUNDAMENTOS BÍBLICOS DE UM AU AUTÊNTICO
AVIVAMENTO
O CPAD
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Todos os direitos reservados. Copyright © 2004 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina. Capa e projeto gráfico: Eduardo Evangelista Editoração:Josias Finamore Santos
CDD: 269 - Avivamento Espiritual ISBN: 85-263-0602-2
Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD, visite nosso site: http://www.cpad.com.br
As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de 1995, da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário.
Casa Publicadora das Assembléias de Deus Caixa Postal 331 20 00 1-9 70 , R io de Janeiro, R J, Brasil P ediçâo/2004
DEDICATÓRIA \ todos os que oram e suplicam a Deus por um autêntico avivamento espiritual.
S U M Á R IO Dedicatória...................................................................................................5 I. A Chama Arderá continuamente............................................. ............ 9 1 O que É o Avivamento....................................................................... 39 3. O Avivamento e a Soberania das Sagradas Escrituras..................... 47 4 O Avivamento e a Proclamação da Palavra de Deus....................... 65 5.0 Avivamento e a Oração................................................................... 77 6 .0 Avivamento Produz a Santificação e a Integridade...................... 87 ” O Avivamento e o Batismo com o Espírito Santo.............................99 S. O Avivamento e os Dons Espirituais............................................107 9 .0 Avivamento e a Operação de Milagres........................................ 117 10.0 Avivamento e o Formalismo...................................................... 125 11.0 Autêntico Avivamento Pentecostal Tem o Espírito Santo..............133 12. O Verdadeiro Avivamento Tem Equilíbrio....................................141 r o
. O Avivamento não E meramente Místico. E, acima de tudo, Espiritual...........................................................153
14. O Avivamento e a Perspectiva Histórica...................................... 165 15. Somente uma Igreja Avivada Pode Mudar a História do Brasil.... 171 16.0 Avivamento e a Iminência da Volta de Cristo............................179 17. Aviva, ó Senhor, a tua Obra!...........................................................187
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SUMÁRIO: Introdução; I. O Avivamento nos Primeiros Séculos; n. O Avivamento na Idade Média; III. O Avivamento na Era PréReforma; IV. O Avivamento durante a Reforma; V. O Avivamento Pós-Reforma; VI. O Avivamento Wesleyano; VII. Os Grandes Avivamentos Americanos; VIII. O Avivamento Pentecostal; Conclu são; Questionário.
INTRODUÇÃO Em junho de 2001, tive o privilégio de participar, na acalorada e encantadora Belém do Pará, das comemora ções dos noventa anos de fundação das Assembléias de Deus no Brasil. Em meio a tantos monumentos históricos e espaços de mem ória; em m eio às recordações que os an tigos diluíam entre os mais novos; em meio àquelas cara vanas vindas do Sul, chegadas do Nordeste, procedentes do Centro-Oeste e do Sudeste; em meio àqueles homens,
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mulheres e crianças que marchavam pela cidade que, no início do Século XX, acolhera Daniel Berg e Gunnar Vingren, senti-me como se estivesse no Cenáculo quando da descida do Espírito Santo. Durante aqueles dias de intensas celebrações, dei-me conta da grande za, do alcance e da pujança do Avivamento Pentecostal. Aliás, que avivam ento não é pentecostal? Noventa anos se haviam passado desde que Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém dispostos a im plantar, em terras brasileiras, o Evan gelho Pleno de N osso Senhor, proclam and o a todos que Jesus C risto salva, bati za no Espírito Santo, cura os enfermos, opera maravilhas e, em breve, virá buscar a sua Igreja. Embora os historia dores seculares não o reconheçam, o Avivamento Pente costal imp rimiu nov o ritm o ao Brasil. D esde aqu ele já d is tante junho de 1911, começamos a desvencilhar-nos das amarras do Catolicismo Romano, a fim de vivermos uma nova realidad e esp iritual. As raízes do Avivamento Pentecostal remontam ao cenáculo em Jerusalém. Ao contrário do que dizem os cessacionistas, o batismo no E spírito Santo, os dons espiri tuais e as maravilhas do Senh or não se limitaram ao perío do apostólico; são tão atuais hoje quanto há dois mil anos. O pentecostes jamais deixou de existir; são recursos que sem pre estiveram à disposição da Igreja. Neste capítulo, verem os um pouco da história dos gran des avivamentos que, reprisando a efusão do Espírito Santo em Jerusalém, vêm despertando a Igreja, impu lsionando-a a agir como a agência por excelência do Reino de Deus.
I. 0 AVIVAMENTO NOS PRIMEIROS SÉCULOS Ap esar da preocupação dos primeiros doutores da Igre ja em fazer a apologia dos cristãos diante dos potentados romanos que, arbitrária e discricionariam ente, perseguiamnos, não deixaram aqueles teólogos de registrar os diversos
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arr.entos que se iam alastrando entre o povo de Deus. 'sz t l tempo de grandes visitações dos céus; eram períorc s i e inefáveis refrigérios. 1 Ignácio. Revivendo a expansão da mensagem cristã ~rus primórdios, Ignácio fala dos pastores que, não : - :: r ~e as perseguições que lhes moviam as autoridades ■: manas, foram abrindo igrejas até aos confins da terra. Que rcrça os m ovia? A m esma que, efundida no Pentecostes, le: _ os primeiros discípulos a evangelizar a Judéia, a odia' Samaria, a cosm opolita An tioquia e a orgulhosa Rom a. 2. Tertuliano. Nascido em C artago, no Norte da África, 7 7r volta de 160, teve ele um a esm erada educação. Vivendo r Tensamente a promessa da efusão do Espírito Santo, fezse arauto da mensagem pentecostal. Testemunha ele que, entre os cristãos daquela época, não eram poucos os que r^ava m línguas, interpretavam-nas e profetizavam. Tertuliano, que também foi um brilhante advogado, dis corre sobre o avanço da Igreja aos potentados de Roma: Embora sejamos no viços de não longa d ata, temos enchido todos os lugares de vossos d om ínios - cidades, ilhas, com u nidades, concílios, exércitos, tribos, senado, o palácio, as cortes de justiça. E se os crentes tivessem espírito de vin gança, seu grande nú m ero seria ameaçador, pois é apreciá vel, não só nessa ou naquela província, mas em todas as regiões do m un do". 3. Agostinho (354-430). Bispo de Cartago, Agostinho é considerado um dos maiores teólogos de todos os tempos. Sua influência estend e-se tanto aos católicos quan to aos pro testantes. Acerca da doutrina penteco stal, estava ele sufici entemente seguro quan to à atualidade do batismo no Espí rito Santo e dos dons espirituais: "Nós faremos o que os apóstolos fizeram quando impuseram as mãos sobre os sam aritanos, pedindo que o Espírito Santo caísse sobre eles: esperamos que os convertidos falem novas língu as". Tal era o avivamento da Igreja que o historiador Harnack calculou que, por volta de 303, o número de crentes, só na
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Ásia Menor, já beirava os 50 porcento de toda a população dessa rica e representativa província. Impressionado com o vigor da com unidade cristã, o imperador Constantino resol ve fazer-se discípulo de Cristo. Sua conversão, porém jam ais comprovada, traria uma série de problemas à Obra de Deus.
II. 0 AVIVAMENTO NA IDADE MÉDIA O Império Romano estava fadado a desaparecer, como desapareceram outros impérios e reinos da antigüidade. Em sua longa e orgulhosa existência, dom inou povo s e nações, e destruiu formidáv eis potências m ilitares. De tal forma di latou suas fronteiras que, avançando em sucessivas ondas desde o Latium, veio a alcançar os confins da terra. Mas, agora, depois de todos aqueles séculos de dissolução, des potism o, violência e soberba, jazia fraco; não m ais possuía o vigor dos primeiros romanos que, forjados no crisol das lutas, construíram u m reino que se faria república e desem bocaria no im pério sublimad o por Virgílio em sua Eneida. Foi justamente este império que se ergueu feramente contra o povo de Deus. Prim eiro, hum ilhou e avassalou os israelitas, destruindo-lhes o Santo Templo e dispersandolhes as tribos. Em seg uida, pôs-se a oprim ir a Igreja de Cris to; prende os discípulos do Senhor, mete-os nos cárceres, desterra-os como se fossem criminosos com uns e coloca-os nas arenas para satisfazer a bestialidad e de Roma. Os cris tãos eram executados aos milhares. As autoridades romanas, porém, não conseguem des truir a Igreja de Cristo. Quanto mais a perseguem, mais ela cresce. Se os seus mem bros são executad os às centenas, aos milhares se multiplicam. As portas do inferno não logram prevalecer contra os santos do Senhor. Com respeito ao Im pério Romano, retratado por Daniel como o ferro da está tua que Nabucodonosor vira em seus sonhos, e tipificado como aquele terrível animal contem plado p elo profeta, de saparece em 476. A Igreja, entretanto, sobrevive. E, de avi-
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a~_ento em avivamento, não se deixa dominar quer pela _: ade Média, quer pelo sistema papal que se ia plasm ando n : s formalismos e indiferenças dos cristãos nominais. 1. O avivamento na Igreja Britânica Primitiva. No ano 500, enquanto a Europa Ocidental mergulhava na Idade M édia, a Obra de Deus exp andia-se nos territórios que pas sariam a ser conhecidos como as Ilhas Britânicas. Gildas, um sábio missionário de origem galesa, dá este testemu nho, confirmando o pentecostes que varria aquela região: ' A Igreja está espalha da p ela nação inteira. Além disso, ela se espalhara na Irlanda e Escócia. Era também uma Igreja instruída; tinha sua própria versão das Sagradas Escrituras e a sua própria liturgia". Patrício, que dedicara trinta anos de sua vida a evangelizar a Irlanda, confirma o quanto crescia a Igreja: "E u fui for mado de novo pelo Senhor, e ele me capacitou a ser nesse dia o que antes estava mui longe do meu alcance, para que eu me interessasse pela salvação dos outros, quando eu costu mava não pensar nem mesm o na m inha própria salvação". Ia o Senhor, assim, levantando obreiros fervorosos e ple nos de ousadia, a fim de ench er aquelas ilhas do E vangelho de Cristo. O irlandês Colum ba, por exem plo, foi a lona onde fundou um a igreja que, em pouco tem po, se faria missioná ria. Ele estabeleceu congregações desde Orkneys e Sul das Hébridas até ao Humter. 2. O avivamento dos Valdenses. Esta confissão evan gélica, iniciada por Pedro Valdez em 1170, no território abrangido pela moderna cidade francesa de Lyon, tinha como ideal pregar a mensagem de Cristo em toda a sua pureza. A princípio, foram os valdenses favorecidos pelo papa Alexandre III. Todavia, devido à sua independência em relação ao clero romano e à sua fidelidade às Sagradas Escrituras, tornaram-se abomináveis ao sistema papal que acabaria por interditá-los. De tal forma viviam os valdenses o pentecostes que, até mesmo em sua morte, propagavam a mensagem do cenáculo;
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eis o que relata um historiador: "N ão há um a rocha que não seja um mon um ento, uma campina que não tenha presencia do uma execução, nem uma vila que não registre os seus mártires". O avivamento, comandado pelo próprio Valdo, abalou a Europa do Século XII. Escreve o pastor Clarke: "O s valdenses espalharam -se com extraordinária rapidez e estenderam-se desde Aragon à Pomerânia e Boêmia, embora m ais numerosos no sul da França, Alçácia e nos bairros monta nhosos de Savóia, Suíça e Norte da Itália". Não foram poucos os avivamentos que surgiram na Ida de Média. A Igreja Romana, porém, não somente buscou abafá-los, quer através da infâmia e da calúnia, quer por meio da tortura e da espada, como tam bém esforçou-se por apagar q ualquer indício histórico da existência desses m o vimentos do Espírito. Felizmente, a verdade sempre acaba prevalecendo.
III. 0 AVIVAMENTO NA ERA PRÉ-REFORMA Por mais que o sistema papal tentasse, não conseguiu sufocar o avivamento espiritual que, desde o Século XIV, vinha se traduzindo nu m a am pla reforma da Igreja. O mo vim ento, nascido nos conv entos e nas congrega ções subter râneas, não tinha qualquer conotação política; sua princi pal dem anda era espiritual, como espiritual, o seu alvo: con duzir os crentes a um comprom isso maior com a Palavra de Deus. Pois todos já estavam cansados dos tentáculos cada vez m ais opressos do Catolicism o que, trocando a cruz pe los favores do Estado, tornara-se um a m era instituição. Neste período, tem os a destacar três grandes avivalistas: João Huss, João W ickliffe e Jerônim o Savonarola. João H uss. Historiadores atestam que, por volta de 1. 1315, havia na Boêmia 80 mil crentes em Jesus Cristo. Este grande m ovimen to do Espírito, que em n ada diferia do Avi vam ento Pentecostal do Brasil, começou a sacudir os alicer ces do sistema papal. Para incendiar aquele país europeu,
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: - : território hoje é ocup ado pe la Checoslováquia, Deus _ s : u três homens: Conrado de Waldhausen, Milic da : fáv ia e M atias de Janov. Todos eles ab riram caminho para çrande despertamento que haveria de ser desencadeado por um dos mais proem inentes precursores da Reform a Pro testante do Século XVI. João Huss (1369-1415) foi p rofessor na Universid ade de Praga e capelão da corte. Culto, eloqüente e convicto das reivindicações apresentadas pelas Sagradas Escrituras, ar rebatava a audiência com os seus sermões e hom ílias. Não :emia ele esbravejar con tra os desmand os da Igreja Católica nem contra a idolatria que, de Roma aos mais escondidos recantos da Europa, vinha afastando o povo de Deus da salvação em Cristo Jesus. Intimado a comparecer ao Co ncilio de C onstança, soli citou um salvo-conduto ao imperador Sigismundo. Mas o documento de nada lhe serviria. Num ato de escandalosa arbitrariedade, os membros do concilio condenaram-no à fogueira. Se a Igreja Católica pensava que, com a m orte de H uss, o grande avivamento da Boêmia iria gorar, enganaram-se. Quando da Reforma Protestante, havia no país quatrocen tas igrejas e uma versão com pleta da Bíblia em língua ch e ca. A obra de João Huss sobreviveu através da Igreja dos Irmãos Unidos. Conta-se que João Huss, no momento de sua morte, proferiu uma das mais famosas elocuções proféticas da Igreja Cristã: "Hoje, vós queimais um ganso. Daqui a cem nos, porém, nascerá um cisne; contra ele nada podereis fazer". Huss, cujo significado em língua checa é "g an so ", havia de fato profetizado; um século depois de sua m orte, M artinho Lutero deflagrava a Reform a Protestante; não ho uve quem calasse a voz do cisne alemão. 2. João W ikcliffe. Qu ando a Igreja C atólica arvorava-se como dona ab soluta de todas as coisas, inclusive das Sag ra
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das Escrituras; quando o papa arrogava-se como o vigário de Cristo, achan do-se no direito de proibir a leitura da Pala vra de Deus; quando o romanismo colocava-se acima dos profetas hebreus e dos apóstolos de Nosso Senhor, eis que se ergue um ho m em que ousa declarar: "A s Sagradas Escrituras são um a propriedade do povo, e um a possessão que ningu ém pode arrancar do povo. Cristo e seus apóstolos converteram o mundo para fazer conheci das as Escrituras, e eu oro de todo coração que, por obede cermos ao que está contido neste livro, possamos provar a vida eterna". Tem início o avivamento de John Wickliffe (1330-1384). A fim de que o povo viesse a conhecer a Palavra de Deus, traduziu ele a Bíblia para o inglês, colocando o Santo Livro à disposição de seus evangelistas. Seu maior anelo era educar os britânicos no Evangelho de Cristo. Em virtude de sua obra, Wickliffe pode ser considerado, com justa razão, o patrono dos tradutores do texto sagrado. Além disso, empreendeu ele uma luta renhida e sem quartel contra a corrupção do clero romano que, ao invés de cuidar das pobres almas, de leitava-se em gastar as ofertas e os dízimos dos fiéis em fes tas e orgias. Para Wickliffe, a Igreja somente haveria de me lhorar quando deixasse de lado as influências de Roma. O historiador Pedro R. Santidrián assim resume a bio grafia do reformador inglês: "A vida, a obra escrita e a atividade de Wickliffe devem ser entendidas a partir da exigência de limpar a teologia e a prática cristãs das degenerações e excrescências de sua épo ca. Queria levar à consciência e ao ânimo dos fiéis a diferença entre a igreja como é e o ideal da Igreja como devia ser. Isso pressupõe uma visão crítica e histórica ao mesmo tempo: ambas estão presentes em Wickliffe, como o estão, mais ou menos claramente, em muitos outros contemporâneos seus". 3. Jerônim o Savonarola (1452-1498). Tinha Savonarola vinte e três anos quando resolveu entregar-se à vida monás-
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n S u a convicção, eloqüência e fervor espiritual tornaram■: ramoso com o pregador. A sem elhança dos primeiros dis—pulos, proclamava o Evan gelho de Cristo em toda a sua r-ireza, m ostrando a todos ser este o único caminho que nos pede conduzir a Deus. Embora alguns historiadores não o admitam, era Savonarola um autêntico pentecostal. Doutra :: nua, como hav eria de protestar com toda aquela veem ên cia e unção contra a imoralidade que grassava em Florença? Ouçamos com o Villari descreve o avivam ento desen ca rnado por Savonarola: "A pregação do Superior do Convento confun diu os seus inimigos, pois mudou completamente o aspecto da cidade. As mulheres largavam o uso de jóias e passavam a trajar com simplicidade. Os moços libertinos eram transformados em ressoas sóbrias e espirituais e as igrejas ficavam repletas nas horas de oração. Tam bém a Bíblia era lida com diligência. "A fama deste maravilhoso pregador divulgou-se en tão por todo o mundo, por meio dos seus sermões impres sos. O próprio sultão da Turquia ordenou que fossem tra duzidos para o turco, para o seu próp rio estudo. Sem dúvi da, o alvo de Savonarola era ser meramente o regenerador da religião. C om o um dos primeiros protestantes e um dos arautos da Reforma, Savonarola logo entrou em conflito com o papa e como resultado d isso foi executado em 1498". Em seu sermão do advento, Savonarola conclama a to dos os seus com patriotas a que sirvam a Deus na beleza de sua santidade: "N ossa Igreja tem m uitas belas cerimônias externas para dar solenidade aos ofícios eclesiásticos, com belas vestimentas, com muitos estandartes, com candelabros de ouro e prata. Tu vês ali aqueles grandes prelados com ma ravilhosas mitras de ouro, e esses homens te parecem de grande prudên cia e santidade. E não acreditas que possam esquivar-se, senão que tudo o que dizem e fazem deve ob servar-se no Evangelho. Eis como está construída a Igreja moderna. Os hom ens contentam -se com essas folhagens. Os
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que te odeiam , Senhor, são os pecadores e os falsos cristãos, e principalmente os que estão constituídos em dignidades. E estes são glorificados hoje por terem acabad o com a rigi dez e a severidade dos cânon es, com as instituições dos san tos homens de Deus, com a observância das boas leis. Vês hoje os prelados e os pregadores prostrados com seu afeto em terra, o cuidado das almas já não lhes inquieta o cora ção, somente p ensam em tirar proveito". Savonarola m uito com bateu o papa Alexandre VI e sua corte mundanizada, despótica e ímpia. Por causa de sua coragem, foi excom ungado pela Igreja Católica em 1497. No ano seguinte, o grande pregador, o arauto que Deus tinha em Florença era q ueimado nu m a fogueira; seu testemunho continua a arder até aos dias de hoje.
IV. 0 AVIVAMENTO DURANTE A REFORMA A profecia de João Huss cum priu-se. Se os adversários da Obra de Deus conseguiram qu eimar o ganso da Boêm ia, não haveriam de calar a voz do cisne de Eisleben. A partir de Martinho Lutero, iria a Igreja de Cristo voltar aos tem pos de refrigério dos Atos dos Apóstolos. Não seria uma mera reforma; deflagrar-se-ia um grande avivamento que, a partir da Aleman ha, haveria de mudar radicalmente a vida da Europa e do mundo. No Século XVI, temos a destacar dois grandes avivalistas que, por força das circunstâncias, entraram para a história como reformadores: Martinho Lutero e João Calvino. Mui to devemos ao trabalho destes cam peões de Deus. Sua obra influenciou profundamente a vida política, econômica, so cial, cultural e espiritual de seus contemporâneos. Max Webber, por exemplo, afirma que, sem a Reforma Protes tante, o M undo Ociden tal jam ais teria alcançado o atual es tádio de desenvolvimento. Consideremos, porém , Calvino e Lutero como dois frá geis vasos que Deus, em sua insondáv el graça, usou pode-
■ d m m a a r d e r á continuamente
•: sam ente para reformar e avivar a sua Igreja que jazia des~r_irada pelos desmandos, pecados e iniqüidades do siste ma t?apal. 1. M artinho Lutero (1483-1546). Lutero é oriundo de -ma família humilde e operária da antiga cidade alemã de z_~.eben. Em 1505, já doutor em filosofia, entrou para a or:e m dos agostinianos, onde, em profundo recolhim ento, mergulhou nas obras de Agostinho. Todavia, é nas epísto:-i de Paulo que o disciplinad o e piedoso m onge en contraa tão esperada paz com Deus. N a Epístola aos Roman os, : - - :obre ele que o hom em jam ais será justificado por suas : rras; qu em o justifica é Deus através da fé em Cristo Jesus A vida de Lutero não era só estudo; dedicava-se ele a : ngas e profundas orações. Escreve William E. Allen: "Lutero orava, horas seguidas cada dia. Certa vez um espia o acom panhou a um hotel. No dia seguinte contou ao patrão que Lutero tinha orado por quase toda a noite e que ele jamais poderia vencer uma pessoa que orava daquele jeito". Foi esse gigante que D eus usou para d eflagrar a maior reforma da Igreja. No dia 31 de outubro de 1517, fixou ele nas portas da catedral de Witemberg suas Noventa e Cinco Teses, nas quais cond enava os desm andos p apais quanto às indulgências. Com igual ímpeto, realçava a dou trina da sal vação pela fé nos méritos de Cristo Jesus. M artinho Lu tero foi um au têntico pentecostal. De con formidade com alguns teólogos e historiadores, entre os quais o pastor batista norte-americano Jack Deere, era ele batizado no Espírito Santo, falava línguas, profetizava e possuía todos os dons espirituais. Afinal, como poderia Lutero haver executado um trabalho tão árduo e difícil quan to à Reform a Protestante? Infelizmente, como salienta Deere, os revisores que se encarregaram de atualizar a linguagem dos grandes clássicos evangélicos, substituíram a semân ti ca original de muitas obras por um vocabulário liberal, humanista e sem a força que os seus autores lhes haviam imprimido. Ao invés de dizer, por exemplo, que Martinho
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Lutero era cheio do Espírito Santo e profetizava, escreve ram ter sido ele um h om em pleno de entusiasmo pela refor ma que empreendia, e que era dotado de um agudo senso de oportunidade para compreender o seu tempo. Na ver dade, o que Martinho Lutero e outros campeões de Deus possu íam era a unção que levou Pedro e os demais apó sto los a levar a m ensag em de Cristo até aos confins da terra. 2. Joã o C alvin o (1509-1564). A cidade suíça de Gen ebra era um antro de iniqüidades. Ali, a porta do inferno acha va-se escancarada. Calvino, porém, resolveu provar que, através do Evangelho de Cristo, é possível mudar não so mente pessoas como cidades e civilizações. Com base nas Escrituras Sagradas, implantou ele em Genebra um regime teocrático tão eficiente que, passados alguns anos, a cidade já era contada entre as melh ores da Europa. Nos vinte anos em que João Calvino esteve em Gene bra, testemun haram os suíços o que pode fazer um hom em que tem a Bíblia como a sua única regra de fé e prática. As tavernas tiveram suas portas cerradas; os casamentos fo ram regularizados; os pecados contra a castidade, severa mente punidos. As modas escand alosas e ofensivas à moral e aos bon s costum es, substituídas pela m odéstia. Genebra, agora, era a cidade de Deus. Universidades são criadas; o ensino fun damental torna-se modelo para toda a Europa. Quanto ao trabalho, encaravam-no todos como dádiva dos céus, e não como a maldição imposta sobre os filhos de Adão e Eva. E foi exatam ente aí, conform e opinam alguns historiadores, que nasce o capitalismo. Um capita lismo, aliás, que nada tem a ver com o capitalismo selva gem de nossos dias; era um cap italismo que g erava riqueza e distribuía eqüan imem ente a renda. Teólogo, reformador, avivalista. Mas, acima de tudo, um hom em usado poderosamente por Deus para expurgar a Igre ja dos erros e tradições romanistas que, há séculos, vinham enfermando o corpo m ístico de Cristo. Teve o seu avivam en to um alcance tão gran de que, decorridos cinco séculos, Ge-
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ne b ra ainda conserva, apesar de todos os excessos do mundo ~ :demo, sua austeridade, progresso e cultura. Xeste período, temos a destacar também a João Knox 1:13-1572), que, diante da situação em que vivia o seu país, : a a incessantem ente: "Oh, Senhor, dá-me a Escócia, ou eu — rro!" Desde 1559, quando começou ele a percorrer o país, è é ao mom ento de sua morte, milhares de pessoas converte ram-se ao Senhor Jesus. E a Escócia, dantes tão agregada a ornai religiosidade sem vida, foi convertida à fé cristã.
V. 0 AVIVAMENTO PÓS-REFORMA Os sucessores de Lutero e Calvino, infelizmente, não souberam manter o ímpeto da Reforma Protestante. Igno rando as bases do avivamento bíblico; menosprezando o «xercício da piedade; deixand o de lado as poderosas armas >iv*s reformadores: a oração e o jejum; desviando-se da rota raquela geração que, embora ameaçada por forças tão su periores, ousaram tremular o estandarte da fé; e fraquejando ar te as demandas mais legítimas das Escrituras, acabaram por cair naquilo que os historiadores denominam de E scolástica Protestante. 1. O que é a Escolástica Protestante . Assim é conhecida a teologia dos reformadores elaborada no s sem inários e uni versidades ao longo do Século XVII. A Escolástica Protestan te tinha como principal objetivo dirimir as dúvidas que ain da persistiam acerca dos princípios que levaram Martinho Luterano, no século anterior, a deflagrar a Reforma Protes tante. Embora minuciosa em suas definições, e apesar de tra tar os temas com precisão, lógica e coerência, a Escolástica Protestante pouca importância dava à teologia prática. E claro que os cristãos neces sitam os de doutrinas claras e bem definidas. Não podemos, contudo, nos perder em conceitos e discussões estéreis. É uma tragédia quando a Igreja considera a teologia mais importante que Deus, ou quando coloca as definiçõe s acima do o bjeto a ser definido.
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Tais querelas levaram os crentes reformados a perder a for ça do primeiro amor. O Espírito Santo, porém , já estava prep arand o o terreno para outros avivam entos e reformas. 2. A devoção germana. Assim é conhecido o m ovimen to desencadeado na Igreja Luterana, em 1666, pelo pastor Spenner. Já não podendo mais suportar a religiosidade amorfa e apática dos herdeiros de Lutero, clamou ele a Deus, pedindo-lhe uma intervenção mais que urgente. Orando e jeju ando, milhares de crentes lu teranos puseram -se a estu dar a Bíblia e a evangelizar os estados alemães. Cada leigo transformou-se num poderoso evangelista. Relegando a segundo p lano as discussões travad as nos seminários e universidades, os crentes demonstraram, na prática, que a igreja, quando verdad eiramen te pentecostal, sempre acaba por triunfar sobre o reino de Satanás. 3. O avivam ento dos M orávios. Até a chegada do Co n de Zinzend orf a Herrnhu t, os colonos dessa região não con seguiam viver em paz. Ach avam -se eles, à semelhança dos coríntios, divididos em pa rtidos e grupos. Zinzen dorf, con tudo, pôs-se a orar para que aqueles irmãos vivessem de fato com o irmãos. No dia 12 de maio de 1727, todos os grupos, deixando de lado suas diferenças e velhas rixas, resolveram agir como Igreja de Cristo. Tinha início, naquele momento, um dos maiores avivamentos de todos os tempos. Eis o que escreve o historiador A. Bost: "D esd e aquele tempo houve a dm irá vel efusão do E spírito Santo sobre esta ventur osa Igreja, até o dia 13 de agosto, quando a medida da graça divina pare cia transbordar completamente". Prossegue o historiador: "Todo o dia trazia alguma nova bênção. O Conde se pôs a visitar os irmãos. Este foi o começo d aqueles pequenos agru pamen tos que foram depois chamad os 'grupos de oraç ão'". Coroando aquele avivamento, Deus levanta os morávios. A semelhança dos primitivos cristãos, saíram eles
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a :: r.quistar o mundo para Cristo. Cheg aram à Groenlândia, í b índias O cidentais, às Américas, à África do Sul, à Ásia e à - - r rrãlia. Os morávios arrebataram multidões de alm as das £srras de Satanás.
VI. 0 AVIVAMENTO WESLEYANO A reforma protestante abraçada pela Inglaterra não era ■em reforma nem protestante. Era mais um ato político de - t 'ri que VIII. A fim de se vingar do papa que lhe não havia : t rrritido divorciar-se, resolvera criar sua própria igreja. Atrawés iesta não somente ele, como vários de seus descendencontariam sempre com o devido suporte teológico para B vem ar de acordo com as suas conven iências e caprichos. Deus, porém , levantaria um homem para reverter essa situaíã : Desafiando o poder da igreja estatal, haveria ele de con: _zrr os ingleses a um p odero so avivamento. João Wesley (1703-1791) é uma prova in contestável do ruanto pode Deus operar na vida daqueles que, sem reseras, se entregam a Ele. Insusp eitos historiado res são unânirn.es em afirmar que, não fora o avivamento wesleyano, a mglaterra certamente enfrentaria uma provação tão cala mitosa quanto à Revolução Francesa. Eis o que escreve Pedro 5antidrián: "A p regação e a obra de J. W esley inspiram-se no m o vimento 'revivalista' inglês imbuído no pietismo e no pu~ ritanismo da época. Sua doutrina fundamental é baseada na justificação pela graça por meio da fé individual. Daí a insistência na conve rsão. 'O sincero desejo de salvar-se do pecado pela fé em Jesus Cristo e de dar provas disso na vida e na conduta' é a condição única para ser admitido r a Igreja. "Sua experiência e sua atividade de missionário dnerante estão reunidas em seus Diários de Campanha. Sua obra de organizador e legislador está nas Regras (1743) para as sociedades metodistas. O Livro dos Ofícios, de caráter
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anglicano, guarda seu espírito e insiste na prédica da Pala vra e no canto de hinos, em sua m aior parte com postos por ele. Desta forma, Wesley e seus 'evan gelizado res' pregaram e cantaram a fé em Cristo. Nesta obra, seu irmão Charles tem o m érito de ser o principal colaborador, sobretudo na com posição de hinos, dos quais é considerado com o o m ai or com positor em língua inglesa. "O m ovimen to 'revivalista' de Wesley influiu muito nas chamadas Igrejas Livres da Inglaterra: presbiterianos, congregacionalistas e batistas. A própria Igreja Anglicana, embora oposta à prédica metodista, sofreu sua influência. A vida inglesa passou por um a profunda transform ação em sua m oral privada e pública. O nom e de Wesley ficará para sempre com o o do grande prega dor que 'revitalizou a vida religiosa e m oral dos ingle ses"'. O ev angelista João Wesley é considerado u m dos mais autênticos pais do pen tecostalismo . A experiência do cora ção ardente foi, na verdade, o recebimento do batismo no Espírito Santo.
VII. OS GRANDES AVIVAMENTOS AMERICANOS Grandes foram as provações en frentadas pelos Estados Unidos ao longo de sua história. Todavia, os americanos, educados n a Palavra de Deus, hav eriam de vencer todos os obstáculos; sabiam que bem -aventurad a é a nação cujo Deus é o Senhor. Se as provações foram gran des, os avivam entos foram maiores. O que dizer do Grande Despertam ento con duzido por Jônatas Edw ards? 1. O grande despertamento. Tendo início em 1735, o avivamento alastrou-se por toda a América, preparando o povo para as tem pestades que já apareciam no horizonte daquele imenso continente. Neste empreendimento, Edw ards contou com a ajuda do eloqüente pregador inglês Jorge W hitefield . Sobre este períod o, discorre W illiam Conant:
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"A pregação do Evangelho era acomp anhada do poder mais admirável em toda a parte de Nova Inglaterra; e os avivamentos deram nova vida e multiplicaram membros para as igrejas, em m aior núm ero de cidades do que po de mos assinalar neste pequeno espaço, por todo o Estado de Xova Inglaterra e Estados do Centro. "Os novos convertidos eram fervorosos em espírito. Eles tinham paixão pela salvação de almas. Empreendi mentos nunca vistos foram empregados imediatamente para a divulgação do Evang elho. A lguns iam de casa em casa, em suas respectivas vizinhanças, admoestando a todo o homem, exortando a todos a voltar-se ao Senhor. Pastores piedo sos eram desp ertados a um esforço fora do comum, e crentes antigos renovavam a mocidade. O Se nhor dava a mensagem e grande era o número dos que a anunciavam". Este é o testemunho de Edwards: "H avia notáveis sinais da presença de Deus em quase toda casa. Era um tempo de alegria nos lares por causa da salvação que neles entrava; pais se regozijavam pela conversão dos filhos; esposos, pelas esposas; e esposas pelos esposos. Os passos de Deus eram visíveis em seu santuário. Os domingos eram um deleite, e os seus tabernáculos eram cativantes". 2. O avivam ento de Bra inerd. Enqu anto se dedicava à conversão dos índios, Brainerd pôs-se a orar por um avivamento que viesse a sacudir os americanos da letar gia em que se encontravam . Suas orações foram ouvidas. Em 1745, começou a relatar em seu diário as etapas do que Deus começou a operar não somente entre os aborí genes da América como também entre os homens bran cos; afinal, todos precisavam desesperadamente de Cris to. Não fora o despertam ento de Da vid Brainerd, a tragé dia entre os índios am ericanos teria sido bem maior. M as aprouve a Deus intervir, a fim de que muitos homens de pele vermelha viessem receber a Cristo como seu pessoal salvador.
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3.
Outros avivam entos na A m érica. Tivéssemos mais
espaço, certamente pod eríamos discorrer sobre o avivam en to puritano e acerca dos quakers. O que dizer de Finney? M oody? Todavia, estava o Senhor preparan do o terreno para um grande, poderoso e irresistível desp ertamen to que, ten do início na Am érica do N orte, iria logo espraiar-se por todo o mundo.
VIII. 0 AVIVAMENTO PENTECOSTAL Para discorrer acerca do Avivam ento Pen tecostal, fran quearemos a palavra ao jornalista E mílio Conde reconheci do como o apóstolo da im prensa ev angélica do Brasil: "O s historiadores que se ocupam do Avivamento Pen tecostal do século 20 são unânimes em mencionar a Rua Azusa, em Los Ang eles, Califórnia, em 1906, como o centro irradiador de onde o avivamento se espalhou para outras cidades e nações. Em verdad e, a Rua Azu sa transformou-se em poderosa fogueira divina, onde centenas e milhares, de todos os pon tos da América, atraídos pelos acontecimentos, iam ver o que se passava, eram batizados com o Espírito Santo, e le vavam para suas cidades essa cham a viva - o batism o com o Espírito Santo. "Porém quem levou a mensagem pentecostal a Los Angeles, foi um a senhora m etodista, que, por sua vez, a re cebeu na cidade de Houston, quando aí fora visitar seus parentes. Podíam os citar aqui os avivam entos na Suécia em 1858, e 1740 na Inglaterra. N a Am érica do Norte, pode m -se mencionar os avivamentos nos Estados de Nova Inglaterra em 1854, e na cidade de M oorehead, em 1892, seguidos dos de Galena, Kan sas, em 1903, e Orchard e Ho uston, em 1904 e 1905 respectivam ente. "Reportemo-nos, pois, aos acontecimentos do ano de 1906, na Rua Azusa. Em um edifício de forma quadrangular, que anteriormen te servira como arm azém de cereais, reuni
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am-se am -se m ilhares ilhares de hom ens e m ulheres sedentos pela graça graça divina, clamando por um avivamento, intercedendo pelos pecadores, desejosos de vida abundante, vida de triunfo sobre o pecado. "O pastor W. J. Seymour, que servia nessa igreja, não era pregador eloqüente; porém seu coração ardia de zelo pela pureza da obra do Senhor, e sua mensagem era vivificada vivificada pelo Esp íri írito to Santo. O pasto r Seym our pregava a Palavra de Deus, anunciava a promessa divina, o batismo com o Espírito Es pírito Santo , e, a seguir seguir,, sentava-se sentav a-se no pú lpito, ten do o rosto entre as mãos, e orava para que Deus operasse nos corações dos ouvintes. O que acontecia, então, é inexplicável: O poder de Deus pousava sobre a congrega ção; a convicção das verdades divinas inundava os cora ções; o desejo de santidade dominava as almas; e, repenti namente, brotavam os louvores dos corações; muitos eram batizados com o Espíri Esp írito to Santo, falavam falavam em línguas; outros profetizavam; outros ainda cantavam hinos espirituais. espirituais. "A notícia desses desses acontecimentos foi anunciada anunciada em toda a cidade, inclusive nos jornais seculares, que enviaram re pórteres para descreverem os fatos. "Os membros das várias igrejas, uns por curiosidade, outros por desejo de receber mais graça do céu, iam i am ver v er com os próprios olhos, o que parecia ser obra de fanáticos; todos saíam convencidos de que era um m ovimento ovim ento divino, divino, e trans formavam-se em testemunhas testemunhas e propagandista propagandistass do Movimen Mov imen to Pentecostal que estava em ação em Los Angeles. "Simultaneam ente com o de Los Angeles, outros outros aviva mentos aconteciam na Inglaterra e na índia. De várias cidades da América do Norte, crentes e ministros, atraídos pelos fatos, foram foram até Los Angeles, An geles, para constatarem a vera cidade destes. destes. Quando Q uando esses visitantes visitantes voltava m às suas ci ci dades, eram com o tochas tocha s a arder e a espalhar o fogo de Deus. "Dentro em pouco os grandes centros urbanos norteamericanos foram alcançados pelo avivamento. Uma das cidades que mais se destacaram e se projetaram no Movi
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m ento Pentecostal foi foi Chicago. Chicago. As boas-novas do avivam en to alcançaram , praticam ente, todas as igrejas evangé eva ngélicas licas da cidade. Em algumas, houve oposição da parte de uns pou cos, porém o avivam ento triunfou. triunfou. "O avivamento, além de outras características que o re com endavam , destacava-se pelo espírito espírito evangelís evang elístico tico e pelo pelo interesse que despertava por outros povos, isto é, cada um que se convertia, transformava-se, tamb ém ém,, em missionário. "Enquanto o avivamento conquistava terreno e domi nava a vida religiosa de Chicago, fatos de alta importância envolviam dois dois jovens que estão estão intimam ente ligados ligados à H is tória das das A ssem bléias de Deus do Brasil Brasil.. Na cidade de South Bend, no Estado de Indiana, que dista cerca de cem quilô metros de Chicago, morava um pastor batista que se cha mava Gunnar Vingren. Atraído pelos acontecimentos do avivam ento de C hicago, o jovem , originário originário da Suécia, foi a essa cidade cidade a fim de certificar-se certificar-se da verdade; verda de; ante a dem ons on s tração do po der divino, divino, ele creu, creu, e foi batizado com o Esp í rito rito Santo. "Pouco tempo depois, Gunnar Vingren participava de um a conve nção de igrej igrejas as batistas, em Ch icago, que aceita ram o Mo vimento Pentecostal, Pentecostal, onde conheceu outro jovem sueco sueco que se chamava D aniel Berg que também fora batiza do com o Espírito Santo. "Os dois jovens trocaram idéias, e descobriram, então, que Deus os guiava no m esmo esm o sentido, isto isto é, que o Senhor desejava enviá-los enviá-los com a men sagem a terras terras distantes, distantes, m as não sab iam aond e seria. seria. "A lgum tempo depois, Daniel Berg Berg foi visitar visitar o pastor pastor Gunnar Vingren em South Bend. Nessa ocasião, em uma reunião de oração, Deus, através de uma mensagem profé tica, tica, falou falou ao coração de D aniel Berg e Gu nnar Vingren, que partissem a pregar o Evangelho, E vangelho, e as bênçãos do Avivamento Pentecostal. Pentecostal. O local fora men cionado n a profecia: profecia: Pará. N e nhum dos presentes conhecia tal lugar. Após a oração, os dois joven s foram a uma livrari livrariaa a fim fim de consultar um m apa
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que lhes mostrasse onde estava localizado o Pará. Desco briram, en tão, que se se tratava tratava de um estado do Norte do B ra sil. sil. Am bos ardiam de zelo pela causa de Cristo; eram tochas dessa fogueira que ardia em Chicago. "A chamad a divina divina foi confirmada, confirmada, m ais tarde, tarde, quando se reuniam para orar nesse sentido, não uma vez, mas três dias seguidos. Tratava-se de uma chamada de fé, e só a fé poderia conduzi-los à vitória. Eles não tinham qualquer promessa de auxílio, quer de igrejas, quer de particulares, mas tinham o coração cheio de confiança em Deus, e isso lhes dava mais segurança do que qualquer promessa hu mana que acaso lhes fosse feita. "G un nar Vingren e Daniel Berg Berg despediram-se da igre igr e ja j a e d o s irm ir m ã o s e m C h ica ic a g o , p o is a o r d e m d ivin iv inaa e r a m a r char para on de lhes fora d esignad o ir ir. A igreja leva levantou ntou uma coleta para auxiliar os missionários que partiam; a quantia que lhes fora entregue, dava exatamente para a passagem até Nova Iorque. Mas não sabiam como conseguirem di nheiro para comp rar a passag em até o Pará. Esse pen sa mento, parece, não os preocupava, pois eles não se detive ram à espera de recursos. "A primeira etapa da viagem foi iniciada com oração. Na estação da estrada de ferro, antes de embarcarem para Nova Iorque, ante os olhares da multidão, ajoelharam-se, deram graças a Deus, e pediram direção para a jornada, e partiram partiram para um a terra terra que não conheciam. conheciam. "Chegaram à grande metrópole, Nova Iorque, sem conhecerem ninguém, e sem dinheiro para continuar a viagem. N aquela cidade, tudo era grande e majestoso e im im pressionante. O movimento das grandes avenidas; os edi fícios imponentes e mais altos do que quaisquer outros, pareciam alheios à missão dos dois viajores. As multidões apressadas, e as grandes lojas poderiam causar admiração aos dois provincianos recém-chegados, porém não lhes ofus cava a visão da grandeza da missão de que haviam sido incumbidos.
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"Não sabemos o que pensavam os dois forasteiros ao contemp larem o esplendor da babel m oderna, na expectati va de um a viagem que lhes custaria 90 dólares, e sem terem tal importância. Supom os que eles, entre aquele vaivém da m ultidão, orava m ao Senhor que os protegesse e guiasse. "Caminhavam os nossos irmãos por uma das ruas de Nova Iorque, quando encontraram um n egociante que co nhecia apenas o jov em Gunnar. N a noite anterior, enquanto estava em oração, o negociante sentira que devia env iar certa importância ao irmão Vingren. Pela manhã colocou a refe rida imp ortância em um env elope, para mandá-la pelo cor reio, mas logo a seguir encontrou-se com os dois enviados do Senhor; contou-lhes o que Deus lhe fizera sentir, isto é, que mandara entregar aquela quantia ao irmão Vingren, e entregou-lhe o envelope. "Quand o o irmão Vingren abriu o envelope, quase não pod ia acreditar; nele havia 90 dólares - exatam ente o custo da viagem até ao Pará. Quantas glórias a Deus os nossos irm ãos deram, naquela hora, não sabemos, m as que foram m uitas, disso tem os certeza. "Aquela oferta de 90 dólares tinha grande significação, não só porque era suficiente para a passagem, mas também porque confirmava, mais uma vez, que os novos missionári os estavam, de fato, na vontade de Deus. Não se encontra vam eles empen hados em um a obra de fé? A fé tinha de ser provada para ter valor. Por isso Deus lhes enviara 90 dólares; nem mais nem menos do que o necessário, mas o suficiente. "N o dia 5 de novem bro de 1910, a bordo do Clem ent, os m issionários deixavam a frígida Nova Iorque, com destino à cálida Belém do Pará. A missão dos nossos irmãos iniciou-se ali mesmo, a bordo do navio, entre tripulantes e passageiros. Eles distribuíram folhetos e evangelhos; fala ram a Palavra de Deus e testificaram a todos. C laro está que nem todos receberam a m ensagem, porém os m issionários tiveram o privilégio de ver um dos tripulantes aceitar a Cris to, o qual, mais tarde, foi batizado nas águas, e, com eles,
A CHAMA ARDERÁ CONTINUAMENTE
por muito tempo, manteve correspondência. Era o primei ro fruto de sua missão; mais uma prova de que o Senhor estava com os seus servos. "No dia 19 de novembro de 1910, em um dia de sol causticante dos trópicos, os dois m issionários d esembarca ram em Belém. Não possuíam eles amigos ou conhecidos nessa cidade; não traziam endereço de alguém que os enca minhasse; vinham , unicam ente, encomendad os à graça de Deus; tinham a protegê-los o Deus de Abraão. "Carregand o suas malas, enveredaram por uma rua. Ao alcançarem um a praça, sentaram-se em u m banco para des cansar; e aí fizeram a primeira oração em terras brasileiras. Oraram por um povo que lhes era desconhecido, mas que já amavam, e pelo qual estavam dispostos a sacrificar-se. "Não é fácil imaginar-se quais foram as primeiras im pressões dos jovens missionários, naquela tarde em uma praça de Belém , sentindo o sol a aquecer-lhe as roupas gros sas e pesadas. Naquela época, Belém não possuía muitas atrações; além d isso, fora invadida p or m ultidões de lepro sos vindos até de nações limítrofes com o Am azonas, atraí dos pela notícia da descoberta de uma erva que, diziam, curava a terrível doença. A pobreza do povo também con trastava com o padrão de vida da outra América. Aprovei tou-se de tudo isso o diabo para d esanim ar os recém-chegados. Estes, contud o, vieram por ordem do Rei dos reis: nada os amedrontaria nem os faria recuar". Emílio Conde narra, a seguir, como foi solidificado o Movimento Pentecostal do Brasil e a fundação da Assem bléia de Deus em nossa pátria: "P or insistência de alguns passageiros com os quais vi ajaram, os missionários Gun nar Vingren e Daniel Berg hos ped aram -se num m odesto hotel, cuja diária completa era de oito mil réis. Em uma das m esas do hotel, o irmão Vingren encontrou um jornal que tinha o endereço do pastor metodista Justus Nelson. No dia seguinte, foram procurálo, e contaram-lhe o que Deus fizera com eles.
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"Como Daniel Berg e Gunnar Vingren estivessem até aquele mom ento ligados à Igreja Batista na Am érica (as igre jas que aceitavam o avivam ento perm aneciam com o m es mo nome), Justus Nelson acompanhou-os à igreja batista, em Belém, e apresentou-os ao responsável pelo trabalho, Raimundo Nobre. E, assim, os missionários passaram a m orar nas dep endências da igreja. "Alguns dias depois, Adriano Nobre, que pertencia à igreja presbiteriana, e m orava nas ilhas, foi a Belém avistarse com o primo Raimundo Nobre. Este apresentou os m is sionários a A driano que, de imediato, mo strou-se interessa do em ajudá-los. Adriano, que falava inglês, convidou-os, então, a passarem alguns m eses nas ilhas. "E foi uma surpresa para os moradores do Rio Tajapurú a chegada dos missionários suecos em compa nhia de A driano que possuía várias propriedades na re gião. O local em que se ho sped aram cham ava-se Bo ca do Ipixuna. "É de se supor que os missionários ficassem surpresos com a exuberância e armadilhas da selva. "Eles passaram a morar no quarto de Adrião, irmão de Adriano. Adrião, que nesse tempo ainda não éra cren te, contou que ficara imp ressionado com a vida de oração dos jovens m issionários. A qualquer hora da noite que des pertasse, lá estavam os joven s orand o, a sós com Deus, em voz baixa, para não incom odar os que dormiam . "Ao fim de algum tempo, os missionários voltaram a Belém, e continu aram a freqüentar a igreja batista. Ago ra já podiam falar português. Vingren continuou a estudar a lín gua, enquanto Daniel trabalhava como fundidor. Passado algum tempo, Berg com eçou a dedicar-se ao trabalho de colportagem. "Os avivamentos nascem na oração, e aqueles que vi vem nos avivamentos alimentam-se da oração. Como os jo vens m issionário s tin ham o coração avivado pelo Espírito Santo, oravam de dia e de noite. Eles oravam sem cessar.
HAMA ARDERÁ CONTINUAMENTE
"Esse fato chamou a atenção de alguns mem bros da igrea, que passaram a censurá-los, consideran do-os fanáticos por dedicarem tanto tempo à oração. Mas isso não os abalaa. Com desenvoltura e eloqüên cia, pregavam a salvação em Cristo Jesus e o batism o com o Espírito Santo, sempre baseados nas Escrituras. "E, assim, alguns membros daquela igreja batista creram nas verdades do Evangelho Completo que os missio nários anunciavam. Os primeiros a declararem publicame n te sua crença nas promessas divinas foram as irmãs Celina Albuquerque e Maria Nazaré. Elas não som ente creram, mas determinaram p erm anecer em oração até que Deus as bati zasse com o Espírito Santo conforme o que está registrado em Atos 2.39. "Numa quinta-feira, à uma hora da manhã de dois de ju nho de 1911, na Rua Siq ueira M endes, 67, na cidade de Belém, Celina de Albuquerqu e, enqu anto orava, foi batiza da com o Esp írito Santo. C om eçaria aí, tam bém , a luta acir rada contra uma verdade doutrinária tão bem documenta da nas Sagradas Escrituras - a atualidade do batism o com o Espírito Santo e dos dons espirituais. "Logo que amanheceu, a irmã Nazaré apressou-se em ir à casa de José Batista de Carvalho, na Avenida São Je rô n im o , 224, a le v a r as boas n o v as de que C elin a Albuquerque recebera a promessa. Na casa de José Batista, achavam -se reunidos vários irmãos, entre eles, M anoel Ro drigues, que até então era diácono da igreja batista. Mais tarde, testemunharia o irmão Manoel: Foi nesse momento que passei a crer no batismo do Espírito Santo. "O acontecimento foi imediatamente divulgado. Na igreja batista, alguns creram, porém outros não se predis puseram a, sequer, a compreender a doutrina do Espírito Santo. Dois partidos estavam criados. "N esse dia, o culto mais parecia um cam po de disputas, um duelo de palavras. Alguns crentes, aferrados a um tradicionalismo sem qualquer base bíblica, ameaçavam exal-
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tadamente os partidários da doutrina que tanto caracteri zara a Igreja Primitiva e os grandes avivam entos que se su cederam. "Apó s o culto, vários irmãos resolveram ir à casa da irmã Celina a fim de verificarem, pesso almente, o que estava acon tecendo. Entre aqueles que foram à rua Siqueira Mendes, encontrava-se José Plácido da Costa, Antônio Marcondes Garcia e esposa, Antônio Rodrigues e Raimundo Nobre. "No dia 10 de junho, a igreja estava em efervescência. Ninguém faltou. A irmã Celina, que fora batizada com o Espírito Santo, com pareceu, porém não lhe perm itiram que dirigisse a classe de Escola D om inical. O irm ão José Plácido da Costa, conquanto superintendente desta, nada pôde fa zer a respeito. "A igreja ainda não tinha pastor. Foi então que Raimundo Nobre, sem qualquer autoridade legal, convo cou a igreja para reunir-se extraordinariamente no dia 12. "N esse dia, Raim undo N obre apoderou-se do púlpito, e atacou os partidários do M ovim ento P entecostal. O gru po atacado reagiu como outrora reagiram os discípulos quando am eaçados pelo Sinédrio. E lá estava a irmã Celina exaltando a Cristo em línguas estranhas. N ão havia m ais o que se discutir; as posições estavam definidas. Nesse mo mento, Raimundo Nobre, de forma arbitrária, propôs que ficassem de pé todos aqu eles que aceitavam a dou trina do Esp írito Santo. "A maioria pôs-se de pé. "Imed iatamente R aimundo N obre propôs à minoria que excluísse a maioria. N ão poderia haver ilegalidade m ais fla grante. Os membros atingidos, porém, não se atemoriza ram. O irmão Manoel Rodrigues levantou-se e, ousa dam ente, leu em Atos dos Ap óstolos 2.39, onde claramente está escrito: Porque a promessa voz diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senho r chamar. O irmão Plácido també m se le vantou, e leu em 2 Coríntios 6.17,18. A seguir, os "re beld es"
HAM A ARDERÁ CONTINUAMENTE
oraram, e, de mãos erguidas, dando glória ao Cristo ama do, abandon aram o local. "Para conhecimento da posteridade, registramos aqui os nom es dos que, arbitrariam ente, foram excluídos d aqu e la igreja batista por haverem recebido a fé apostólica: Celina e seu marido H enrique d e Albuquerque; Maria Nazaré; José Plácido, Piedad e e Prazeres da Costa, estas, respectivamente esposa e filha daquele; Manoel Maria Rodrigues e espo sa, Jerusa Rodrigues; Emília Dias Rodrigues; Manoel Dias Rodrigues; João Domingues; Joaquim Silva; Benvindo Sil va, Teresa Silva de Jesus e Isabel Silva, respectivamente es posa e filhos; José Batista de Carvalho e esposa, Maria José de Carvalho; Antônio Mendes Garcia. Dessa lista, 17 eram mem bros, e os outros, m enores de idade. "Após os empolgantes acontecimentos que duraram exatamen te dez dias, o peq ueno grupo, no dia 18 de junho de 1911, convid ou Daniel Berg e Gunn ar Vingren a com pa recerem na rua Siqueira Mendes, 67, em Belém. Com estas 17 pessoas, expulsas arbitrariamente da igreja batista, fundava-se a Assembléia de Deus que, nas décadas seguintes, espantaria o mundo com a pujança de seu crescimento. "E m tudo isso, pode-se notar a mão de D eus operando através de homens e mulheres humildes. Como se vê, esta obra não pertence a hom em algum, mas a Deus somente. "A nova igreja estava livre para evangelizar. E, ousadamente, anunciava a salvação, a cura divina, o batismo com o Espírito Santo e a volta de Jesus. Estavam todos cheios do poder de Deus. Em resposta às suas orações, o Senhor operava sinais e maravilhas. Vivificando cada testemunho e sermão, o Espírito Santo conve ncia os m ais vis pecadores. Emílio Conde realça o espírito missionário da nova igreja: "H aviam -se passado apenas dois anos desde que a A s sembléia de Deus iniciara suas atividades em terras brasi leiras. Talvez alguém pensasse ser ainda muito cedo para enviar m issionários a outros países. M as, para Deus, o tem po oportuno é sem pre hoje. O ago ra é o tempo de D eus.
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"A o iniciar-se o ano de 1913, Gunnar Vingren sentiu que devia falar a José Plácido da Costa sobre a necessidade de se levar as Boas Novas a outras terras. O missionário Vingren foi direto ao assunto: Irmã o Plácido, por que não v ai pregar o Evangelho ao povo português? Em bora não pudesse res pond er afirmativamente naquele mom ento, Plácido da Cos ta com preendeu que esta era a von tade de D eus. "A m ensag em pentecostal traz, em si, o espírito m issio nário. Como resistir ao apelo da Grande Comissão? Foi assim na Igreja Primitiva, e não poderia ser diferente em nossos dias. Por este motivo, o irmão Plácido não pôde re sistir ao chamado divino. "N o dia 4 de abril de 1913, José Plácido da Costa e fam í lia embarcaram no navio Hildebrand, na cidade de Belém, com destino a Portugal. Essa foi a primeira demonstração viva e prática do espírito missioná rio de um a igreja que con tava apenas dois anos de organização. "Segundo o relatório prestado por Plácido da Costa, o trabalho em Portug al foi estabelecido logo no m ês seguinte. Ou seja: em maio de 1913. A mensagem pentecostal já era triunfante em terras lusitanas".
CONCLUSÃO A oração de H abacuqu e não foi esquecida: "Senh or, avi va a tua obra". Desde aqueles dias até hoje, vem Deus reavivando sua obra. Não obstante nossas fraquezas, seu poder vem operando eficazmente em cada um de seus fi lhos. Operand o Ele, quem impedirá? Não pod em os viver sem avivamento. Ore por um urgente despertar na casa de Deus; em bre ve, virá Cristo buscar a sua Igreja. E se não estiverm os prep a rados? O que acontecerá conosco? Não podemos perder as visitações que nos quer mandar o Senhor da Seara. Aviva mento não é privilégio; acima de tudo, é o sopro que impul siona a Igreja de Cristo. Todavia, o que é, realmente, um avi vam ento? E o que entraremos a ver no próximo capítulo.
:h a m a
arderá continuamente
QUESTIONÁRIO 1. Que testemunho nos dá Tertuliano acerca do avivamen to? 2. O que disse Agostinho sobre os dons espirituais? 3. Podem os considerar Martinho Lutero um v erdadeiro pen tecostal? 4. Por que Wesley é considerad o um dos pais do M ovim en to Pentecostal? 5. Discorra sobre o avivame nto nos E stados U nidos? 6. Quando teve início o moderno Movimento Pentecostal? 7. Faça um resumo da história do Movimento Pentecostal no Brasil.
0 Q U E E O A V IV A M EN T O
SUMÁRIO: Introdução; I. Definindo o Avivamento; II. O Objetivo do Avivamento; III. O Avivamento no Antigo Testamento; IV. O Avi vamento no Novo Testamento; Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO Qu ando M ood y chegou à Inglaterra, talvez não im agi nasse o que tencionava fazer o Senhor naqu elas ilhas. Bas taram, porém, os primeiros dias de labor, e agora já com preendia estar sendo usado p ara conduzir um dos maiores avivam entos da história da Igreja Cristã. Se tomarmos em prestada a figura cristalizada pelo pastor B oanerges R ibei ro, diríamos ter-se incendiado a seara naquele pedaço de Europa, que já com eçava a perder a pujança dos avivam en tos anteriores. Recuem os no temp o, e perguntemo s a Moo dy: "O que é o avivame nto?"
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Vivendo-o intensamente, o evangelista norte-americano responder-nos-á tratar-se de um movimento do Espírito Santo. Que é um movimento do Espírito, não há dú vida. O difícil, entretanto, é definir esse poderoso mover do Espíri to Santo que tem m uito do vento men cionado p elo Senhor. Um v ento que sopra ond e quer; ouvimos-lhe a voz; não sa bem os porém de onde vem , nem para on de vai. Com o as perguntas recusam-se a calar, garimpemos uma definição.
I. DEFININDO 0 AVIVAMENTO N ão busco aqui discutir qual a term inologia mais corre ta: avivamento ou reavivamento? Difiram embora quanto ao étimo, sinonimizou-as a história da Igreja Cristã. Hoje, ambos os vocábulos são usados quase que indiferentemen te. Como avivamento tornou-se um termo mais comum nos arraiais evangélicos luso-brasileiros, optemos por ele. O avivamento pode ser definido como o retorno aos princípios que caracterizavam a Igreja Primitiva. É o retor no à Bíblia como a nossa única regra de fé e prática. É o retorno à oração com o a mais bela expressão do sacerdócio universal do cristão. É o retorno às experiências genuínas com o Cristo, sem as quais inexistiria o corpo místico do Senhor. É o retorno à Grande C om issão, cujo lema continua a ser: "...até aos con fins da te rra..." O av ivamento, enfim, é o reaparecimento da Igreja como a agência por excelência do Reino de Deus. De acordo com Arthur Wallis, o avivamento é a inter venção divina no curso normal das coisas espirituais: "É o Senhor d esnudando o seu braço e operando com extraordi nário poder sobre santos e pecado res". Depois de hav er reanima do tantas igrejas que jaziam à morte, Charles Finney já tinha condições de afirmar ser o avivamento um novo começo de obediência a Deus. Onde buscaríamos outras definições? Em Lutero? Wesley? Ou,
ÍEÉ O AVIVAMENTO
quem sabe, naqueles puritanos que procuravam alicerçar 'ua fé em ex periências cada vez m ais vividas? Infelizmente, não podemos esquecer-nos dos céticos. Ao invés de estudarem o avivamento como um todo, vêem-no apenas como um "movimento dentro da tradição cristã que enfatiza o apelo da religião à natureza emotiva e afetiva dos indivíduos". Não! O avivamento não é só emoções. Não é só carga afetiva, nem aquela euforia que hoje nos embala, e ama nhã desaparece como que por taumaturgia. Leve-nos embora às mais ruidosas manifestações, não é este o seu objetivo primacial, conforme acentuaria Ernest Baker: "U m avivamen to pode produzir barulho, mas não é nisso que ele consiste. O fator essencial é a obediência de todo o coração". Ficássemos aqui a rebuscar outras definições, ver-nos-íamos obrigados a produzir volumo sa antologia do que d isseram e afirmaram os camp eões do Evangelho. Seguindo, contudo, o conselho de Horatius Bonar, lancemo-nos a clamar pelo m o vimento do Espírito Santo. Vejamos, em primeiro lugar, qual o seu real objetivo.
II. 0 OBJETIVO DO AVIVAMENTO O principal objetivo do avivamento é manter a Igreja como a agência por excelência do Reino de Deus. E preservar-lhe as características de movimento. E arrancá-la ao denominacionalismo. E compungi-la a reassumir aquela missão que lhe deu o Cristo de forçar as portas do inferno. E conscientizá-la de que é, na verdade, um organismo e não uma organização que jaz sepultada em tradições meram ente humanas. Segundo J. Edwin Orr, o avivam ento visa recondu zir a Igreja aos tempos de refrigério. Tempos estes que, estar no cenáculo, não era privilégio apenas daqueles que com parti lhavam da experiência readquirida na rua Azuza no princí pio do século XX; era um privilégio de todo o povo de Deus. Mas para que estejam os no cenáculo com os 120, faz-se ne
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cessário vigiarmos com o Senhor no Getsêmani. Faz-se ur gente chorar por um avivam ento até que este ressurja ape sar dos olhos pesados e do coração sonolento. Enfim, o objetivo primordial do avivamento é levar a Igreja a agir como Reino de Deus. Igreja avivada não é ins tituição; é o Reino em movimento. Encarava assim Habacuque a Obra de Deus.
III. 0 AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO Foi num momento de profunda crise, que Habacuque lançou o pun gen te e inadiável clamor: "A viva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e no decurso dos anos faze-a con he cida" (Hc 3.2). Se nos detivermos nos sucessos imed i atos da história do povo de Deus, seremos forçados a con cluir: a súplica do profeta não foi ouvida, porquanto Judá estava prestes a desaparecer com o reino. Com a herança de Jacó, pereceriam Jerusalém e o Santo Tem plo. Não obstante tais contrários, a alma do profeta pers istia a gritar: "Aviva a tua obra, ó Senhor". De um a forma ou de outra, o Senhor ouviu-lhe a prece. E certo que os tempos de refrigério não vieram de imediato; o exílio já campeava pelas cercanias da Cidade Santa. Mas quem disse ser o avivamento só bonança? Não fora a de portação à Babilônia; não fora esta amarga disciplina que, em tudo, se mostrava castigo; não fora este açoite de Jeová que levou Jeremias a escrever as Lamentações, os hebreus te riam desaparecido com o povo, e como congregação do Se nhor haveriam de desaparecer para sempre. A oração do profeta não deixou de ser ouv ida; seu grito jam ais se perderia no vazio. Habacuq ue não foi o único representante da Antiga Ali ança a preocupar-se com o avivamento. Im plícita ou expli citamente, os profetas todos de outra coisa não se ocupa ram que não fosse em m anter reavivada a flama da Obra de Deus. Logo nos primórdios da raça, vem os brotar e flores
: QU QUE E É 0 AVIVAMENTO AVIVAMENTO
cer um avivamento: cer avivamento: " A Sete Sete nasceu-lhe nasceu-lhe tam tam bém u m fil filho, ao qual pôs o nome de Enos: daí se começou a invocar o nom e do Senh or" (Gn 5.26) 5.26).. Deste movim ento, do qual qual sa sa bemos tão pouco, dependeria a sobrevivência do plano di vino naque les idos idos já tão obscuros. obscuros. N ão com eçassem os an an tigos tigos a invoc invocar ar o Senhor, Senhor, não teríam os um Enoq ue piedoso nem um Noé incorruptível. A semente de Adão não teria vingado, nem arca arca algum a teria teria sido construída para flutu ar no dilúvio de Deus. Os avivamentos não pararam aí. Como as ondas da praia, os avivamentos fluíam e refluíam. refluíam. A vivam ento é a luta de Jacó Jacó com o anjo em Jaboque. E o fogo do altar que arde contínua e incessantemente. É a lira lira de Davi que se nega a calar calar mesm m esmoo refugiada. refugiada. E a presen ça de D eus que enche o Santo Santo Templo, e emp ana de Salomão a singular glória. É Elias que desafia os profetas de Baal no atônito Carmelo. E Eliseu que mantém a escola de profetas num Israel que se paganizava. Avivamento é a coragem de Am ós e o amor sofrido sofrido de Oséias; a intemperan ça missioná ria de Jonas e o serviço de Ageu e Zacarias. Ainda que outros casos possam ser citados, não ha veríam os de esqu ecer o exem plo clássico de Josias. O avi vam ento prom ovido por este este piedoso m onarca onarca jud jud aíta aíta foi essencialmen te evangelical. evangelical. Em nada difere difere dos m ovim en tos tos desen cad ead os por Moody, Finn ey ou Spurgeon . Tudo Tudo com eçou q uand o o Livro Livro da Lei foi achado no San to Tem plo (2 Cr 34.14-17). Infelizmente, a revolução espiritual encetada por esse santo rei seria insuficiente para salvar a nação da tragédia de 586 a.C. O avivamento durou en quanto viveu Josias; morrendo este, foi sepultado o avi vamento. No encerramento do cânon do Antigo Pacto, contudo, dá Malaqu ias a entend entender er que, apesar das ameaças todas que pairavam sobre a verdadeira religião, o Reino de Deus ja mais seria inumado. O Sol da Justiça haveria de refulgir e trazer salvação sob suas asas (Ml 4).
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IV. 0 AVIV AV IVAM AMEN ENTO TO NO NOVO TESTAMENTO TESTAMENTO Desde a derradeira profecia do Antigo Testamento, passar-se-iam cerca de quatrocentos anos até que a voz de um arauto do Senhor ecoasse por toda a Judéia. Voz solitária; em tudo, singular singular.. Tinha, porém, porém , muito do Testamento Antigo. Antigo. As cores do sacerdócio sacerdócio e os matizes do profetismo de Moisés, Samuel Sam uel e Elias, tinha aquela voz. Dir-se-ia que os profetas todos ali aportaram, aportaram , para dar início início ao novo no vo pacto. N o Novo N ovo Testamen Testamento, to, não encontramos encontramos a palavra avivamen to. E para quê? A essência da aliança aliança nova é justamente a vida que se refaz refaz em cada um dos evangelhos, espalhando-se em Atos, nas epístolas e na revelação de Patmos. O avivamento jamais esteve ausente do organismo que, concebido na n a Galiléia Galiléia dos Gentios, veio à luz no cenáculo no n o Dia D ia de Pentecostes. Pentecostes. Na N a célebre célebre declaração declaração de Cesaréia, já havia afirmado o Cristo: "Bem-aventurado és tu, Simão mã o Barjonas, Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, sangue, mas me meu u Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra ped ra edificarei a m inha igreja, igreja, e as portas do infer no não prevalecerão contra ela" (Mt 16.17,18). Em essência, o que significa esta declaração? Que a Igreja haveria de ser não uma um a mera organizaç organização; ão; e, sim sim um organis organis mo! E, como com o tal, a vida jam jamais ais a deixaria; deixaria; renovar-se-ia renovar-se-ia em suas Escrituras e revelações, em suas ordenanças e ministérios, em suas celebrações e adoração, em seus dons e carismas; em sua própria natureza, renovar-se-ia. Os Atos e epístolas despertam-nos a viver não um a nova nov a religi religião; ão; e, e, sim, um m ovi mento em expansão permanente. permanente. Um U m movimento m ovimento que não pôde ficar fic ar em Jerusalém, Jerusalém, nem se deter deter na Judéia. Judéia. Um U m movimento mo vimento que invadiria Sica Sicar. r. E, agora, em Antioquia, prepara-se prep ara-se a conquistar con quistar o império do Tibr Tibre. e. E, de fato, fato, tomou tom ou o mund mu ndoo vassalo! vassalo!
CONCLUSÃO Na Epístola aos Efésios, sintetiza Paulo como deve andar a Igreja de Cristo: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
É O AVIVAMEN AVIVAMENTO TO
Cristo, Cristo, o qual nos abençoou abenç oou com c om todas as bênçãos espirituais espirituais nos lugares lugares celesti celestiais ais em Cristo C risto"" (Ef 1.3) 1.3).. Sim, para o apóstolo que era tão íntimo de Deus, a Igreja de Cristo não haveria de trafegar r.outro r.outro lugar que qu e não fossem as regiões celestiai celestiais. s. Isto implica num nu m viver de vida em vida. Renovand Ren ovando-se o-se sempre. Avivando-se con tinuamente. tinuamente. Reavivando-se Reaviv ando-se a cada c ada estação. O avivamento evangélico implica num viver contínuo nas regiões regiões celesti celestiais ais em Cristo Jesus. Implica em e m nun n unca ca deixar mor rerr o amor re amo r primeiro. primeiro. Mas M as se tal vier a ocorrer ocorrer,, o avivamento aviva mento já não nã o tem de esper esperar. ar. Se este não for buscado, a advertência do Cristo Cristo toma-se toma -se mais que qu e enérgica: enérgica: "Tenho, porém, porém , contra ti que deixas te o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, breve mente men te a ti virei, e tirarei tirarei do seu se u lugar luga r o teu castiçal, se não se arrependeres" (Ap 2.4.5). Avivamento Avivamento é retomo. retomo. É um retomo ao amor primeiro e so frido fri do do Calvário. Sem S em ele, ele, pode haver hav er até igreja igreja enquanto enqu anto insti insti tuiçã tuição, o, jamais porém p orém como Reino de Deus.
QUESTIONÁRIO 1. O que é o avivamento? 2. Qual o objetivo do avivamento? 3. Cite os nomes de três grandes avivalistas? 4. Qual o primeiro indício de avivam ento no G ênesis? ênesis? 5. Que R ei de Judá prom oveu um grande avivamento? 6. Qual a duração do avivamento promovido por Josias? 7. Você pode citar outros indícios de avivamento no Anti go Testamento? 8. Que Q ue profeta do An tigo tigo T estam estamento ento usou o verbo avivar? 9. A palavra avivam ento é encontrada n o Novo N ovo Testament Testamento? o? 10. 10. Que Qu e igreja igreja do Nov N ovoo Testamento vivia nas n as regiões celestes? celestes?
III
0 A V IV A M EN TO E A SO BER A N IA D A S SA G R A D A S E SC R IT U R A S
SUMÁRIO: Introdução; I. A Bíblia É a Inspirada Palavra de Deus; II. A Palavra de Deus É Inerrante; III. A Palavra de Deus É Infalível; IV. A Palavra de Deus É a Suprema Autoridade em Matéria de Fé, Prática, Conduta e tudo o que Diz Respeito ao Relacionamento do Homem com o seu Criador e com o seu Semelhante; V. A Clareza dãsx Escrituras Sagradas; VI. A Necessidade das Sagradas Escrituras; VII. A Suficiência da Palavra de Deus; Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO Algu ém afirmou, certa vez, que o Pentecostalismo é um movim ento à procura de uma teologia. Todavia, se estudar mos atentamente o avivamento pentecostal, deparar-nosemos com outra realidade: os pentecostais, desde o seu nascedouro, sempre se preocuparam com a doutrina bíblica, e jamais descuraram de suas bases teológicas. Haja vista as
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Assembléias de Deus. Anunciando o Evangelho Pleno de Cristo, nossos pioneiros, sempre com base nas Sagradas Es crituras, ensinavam fervorosamente que Jesus salva, batiza no Espírito Santo, cura as enfermidades, opera sinais e mara vilhas e que, em breve, voltará para arrebatar a sua Igreja. Fôssemos, de fato, um movimento à procura de uma teologia, estaríamos, hoje, no rol das seitas. Achamo-nos, porém , entre as igrejas mais bíblicas, ortodoxas e conserva doras. Segundo Hank Hanegraaf, presidente do Instituto Cristão de Pesquisas, encontra m-se os teólogos pentecostais entre os mais bíblicos, conservadores e coerentes. Isto não significa, entretanto, que não haja desvios doutrinais isola dos na com unidad e de fé pentecostal; infelizm ente há como o há nas dem ais confissões evang élicas. Todavia, sempre fi zemos questão de confessar, particular e publicame nte, ser a Bíblia Sagrada a inspirada, infalível, inerrante e completa Palavra de Deus. Quanto aos desvios, são devidamentes corrigidos. N este capítulo, haveremos de m ostrar que uma das ca racterísticas do verdadeiro avivamento é ter a Bíblia como irrecorrivelmente soberana. Se a não elegermos como a nossa única regra de fé e prática, jam ais viverem os um autêntico avivamento; pois este não pode ser dissociado das Sagra das Escrituras.
I. A BÍBLIA É A INSPIRADA PALAVRA DE DEUS Realçando a inspiração e a singular beleza da Bíblia, escreveu Thom as Brow ne: "A Palavra de Deus, pois é o que creio serem as Sagra das E scrituras; se se tratasse de obra do homem, seria a mais singular e sublime, desde o primeiro instante da Criação". Diante da assertiva de Browne, não podemos evitar a interrogação: N ão fosse a Bíblia a inspira da Palavra de Deus, teria ela todos esses donaires e encan tos? Os livros das outras religiões, apesar de toda a apa rên cia de piedade, são desestimulantes justamente por não
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possuírem os enlevos d os profetas hebreus e a devoção dos apóstolos de Nosso Sen hor Jesus Cristo. Send o porém a Bí blia, o Livro dos livros, pode ser continuamente lida sem jam ais perder os seus ím pares e celestiais atrativos. Aliás, é a Bíblia a causa da beleza dos idiomas mais desen volvidos e admirados por sua exatidão. Se o alemão até Lutero era contado entre as línguas bárbaras, a partir da tradução que o reformador fez das Sagradas Escrituras, passou a figurar, em que pese suas idiossincrasias, como o mais perfeito instrumento da teologia, da filosofia e das ciências. E a Bíblia da Inglaterra? Macaulay, extasiado pelas peregrinas formosuras desta tradu ção, que teve no rei Tiago o seu maior incentivador, dá-nos este testemunho sobre a influência espiritual e literária da Pa lavra de Deus: "A Bíblia inglesa - um livro que se todo o resto escrito em nossa língua perecesse, seria ainda suficiente para mostrar toda a extensão de sua beleza e pod er". Prova-nos isto serem as Sagradas Escrituras a inspirada Palavra de Deus; sem esta inspiração seria impossível a sua beleza. 1. O que é inspiração. Proveniente do vocábulo latino inspiratione, a palavra "inspiraçã o" evoca o ato de inspirar-se ou de ser inspirado. Fisiologicamente, é a ação de introduzir o ar nos pulm ões, de inspirar. 2. Sentido original da palavra grega. Se nos voltarmos ao grego koinê, verificaremos que a palavra inspiração, pro veniente de dois vocábulos: Theo, Deus e pneustos, sopro, en cerra um altíssimo significado. Literalm ente, significa, no idi oma no qual foi escrito o Novo Testamento, aquilo que é dado pelo sopro de Deus. 3. Definição teológica. Já que sabem os o significado original da palavra insp iração, pod em os dar-lhe a segu in te definição teológica: "A ção sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores sacros, que os levou a produzir de ma neira inerrante, infalível, única e sobrenatural, a Palavra de Deus - a Bíblia Sagrad a" (D icionário Teológico da CPAD). Embora largamente ensinada em todos os seminários conservadores, vem esta verdade sofrendo repetidos ata
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ques de Satanás. Alguns buscam igualar a inspiração da Bíblia a uma inspiração literária qualquer como a tiveram Homero, Virgílio, Camões e Castro Alves. Estamos, contu do, lidando com uma singularíssima inspiração: divina e não hum ana; única e de maneira algum a comum ; achamonos diante de um milagre na área do conhecimento que, com eçando a atuar em M oisés, foi encerrado no evan gelista João na ilha de Patm os. Observem os que, em todos os avivam entos, foi a inspi ração da Bíblia destacada excelsamente. Tomemos como exemplo, uma vez mais, o Movimento Pentecostal. De seu nascedouro aos dias de hoje, jamais transigim os em relação a este artigo de fé. 4. A inspiração plenária e verbal da Bíblia Sagrada. Assegura esta verdade ser a Bíblia, em sua totalidade, pro duto da inspiração divina. Quando proclam am os que a ins piração da Bíblia é plenária, afirmam os, explicitamen te, que todos os seus livros, sem qualquer exceção, foram totalmente inspirados por Deus. E quando asseveram os que a sua ins piração é tam bém verbal, queremos deixar bem claro que o Espírito Santo guiou os seus autores não som ente quanto às idéias, mas também quanto às palavras dos arcanos e con certos do Altíssimo (2 Tm 3.16). A inspiração p lenária e verbal da Bíblia não elim inou, porém, a participação dos profetas e apóstolos de Nosso Senhor no processo de sua produção. Porque foram to dos eles usado s de acordo com seus traços perso nais, ex pe riências e estilos literários. M as, sem pre gu iados e ins pirados pelo Espírito Santo, atuaram de man eira ab solu tamente inerrante. E por isto que aceitamos, sem quais quer reservas, a Bíblia Sagrada com o a nossa ún ica regra de fé e prática. 5. D eclaração do utrinária das A ssem bléias de Deus no Brasil. Àqueles que nos acusam de sermos um m ovimento
à procura de uma teologia, deixamos aqu i um dos m ais im portantes artigos de nosso credo: "Crem os na inspiração ver
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bal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé norm ativa para a vida e o caráter cristão". Pode um m ovim ento sem teologia ou doutrina ser tão cristalino quanto o Pentecostalismo? Conquanto acredi temos nos dons espirituais, entre os quais o da profecia, não os colocamos acima da Bíblia; acham-se submissos a esta e por esta são julgados conforme no-lo recomenda o apóstolo Paulo. Somente as Sagradas Escrituras possu em a nece ssária inerrância e infalibilida de para julga r to das as coisas. James H. Rayley, Jr., um dos mais abalizados teólogos pentecostais expõe, mui apropriadamente, como estes enca ram a Bíblia Sagrada: "Re conhecem os também que somente a Bíblia, por ser a Palavra de Deus, tem a resposta definitiva. Todas as palavras meramente humanas são, na melhor das hipóteses, meros ensaios, e só são verdadeiras à medida que se harm onizam com a revelação da Bíblia. Não nos conside ramos superiores em virtude de nossas experiências. Pelo contrário: somos companheiros que, ao longo da viagem, desejam compartilhar o que têm aprend ido a respeito de Deus e de suas diversas maneiras de lidar cono sco".
II. A PALAVRA DE DEUS É INERRANTE Não são poucos os teólogos que, aparentando piedad e, e mostrando-se fervorosos defensores da Bíblia Sagrada, afirmam que esta, de fato, é inerrante, mas apenas quanto às questões doutrinais e teológicas. Quanto às outras ques tões, não desfruta ela da mesma inerrância. Ora, quem de nós c onfiaria o seu destino eterno a um livro parcialm ente inerrante? E se é parcialmente inerrante, não estaria toda a sua inerrância comprometida? Meio inerrância não é inerrância; é meia verdade, e meia verdade não passa, às vezes, de uma mentira completa. Pode acaso Deus mentir? Ou faltar com a verdade? Que seja Deus verdad eiro e todo hom em mentiroso!
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Os pentecostais sempre defendemos a absoluta inerrância da Bíblia. Sem este preciosíssim o instituto da teo logia evangélica, seria ela um admirável livro, jamais a Pa lavra de Deus. Quem pode negar as belezas de Homero, Virgílio e Shakespeare? Eles, todavia, não eram inerrantes com o inerrantes não são os escritores atuais. Não passavam de poetas que, desfrutando de um a inspiração natural, pro duziram obras perfeitamente estéticas, mas espiritualmen te imperfeitas e eivadas de erros filosóficos e teológicos. Vejamos, pois, o que significa inerrância no âmbito bíblico-teológico. 1. O que é a inerrância. A palavra inerrância é oriun da do vocábulo latino inerrantia, e significa "qualidade do que é inerra nte "; que não contém quaisquer erros. Sen do, pòis, a Bíblia inerrante, logo se conclui que ela tam bém é perfeita. Q uan to aos que a rejeitam , para a sua p ró pria ruína e danação eterna a rejeitam. Acerca dos tais, afirma Walter B. Knight: "Os homens não rejeitam a Bí blia porque ela se contradiz, mas po rque ela contradiz os ho m ens". Pode haver contradição m aior do que aceitar a Bíblia como a inspirada P alavra de Deu s, e rejeitá-la como inerrante? 2. Definição teológica. Em no sso D icionário Teológico, damos a seguinte definição de inerrância da Bíblia: "Dou trina, segundo a qual a Bíblia Sagrada não contém quais quer erros. Ela é, pois, inerrante em todas as informações que nos transm ite, e, nos prop ósitos que esboça. O testem u nho da arqueologia e das ciências afins tem confirmado a inerrân cia da Bíblia. Por conseguinte, a inerrân cia da Bíblia Sagrada é plena e abso luta". Somente aqueles que se deixam contaminar pelo ví rus do m odernismo teológico ousariam negar a inerrância das Sagradas Escrituras. Pois esta doutrina acha-se pa tente em toda a Bíblia. Foi exatam ente isto o que nos trans mitiram os fundadores do Movimento Pentecostal. E ja mais transigiremos quanto a este princípio: a nossa fé e
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segurança dependem de como encaramos a Palavra de Deus. Wayne Gruden a este respeito é mais do que cate górico: "A Bíblia sempre diz a verdade a respeito de to das as coisas de que trata". Os teólogos pentecostais, quer os primeiros, quer os últimos, sempre defenderam, ardentemente, a inerrância das Sagradas Escrituras. John R. Higgins discorre sobre o imprescindível artigo de fé: "Conseqüentemente, a inerrância é a qualidade que se espera da Escritura inspi rada. O crítico que insiste em haver erros na Bíblia (em algumas passagens difíceis) parece ter outorgado para si mesmo a infalibilidade que negou às Fscrituras. Um pa drão passível de erros não oferece nenhu m a m edida segu ra da verdade e do erro. O resultado de negar a inerrância é a perda de uma Bíblia fidedigna. Se for admitida a exis tência de algum erro nas Sagradas Escrituras, estaremos alijando a veracidade divina, fazendo a certeza desapare cer". Mais adiante, aduz o irmão Higgins: "A verdade de Deus é expressada com exatidão, e sem quaisquer erros, nas próprias palavras das Escrituras ao serem usadas na construção de frases. A verdade de Deus é exp ressada com exatidão através de todas as palavras da totalidade das Escrituras, e não meramente através das palavras de con teúdo religioso ou teológico". 3. O testem unho da própria Bíblia quanto à sua iner rância. Muitas são as assertivas da Bíblia quanto à própria
inerrância. O salmista, enaltecendo a Deus por sua Palavra, com põe este belíssimo cântico: "As palavras do SENHOR são palavras puras como prata refinada em forno de barro e purificada sete vezes" (SI 12.6). Se recorrermos ao hebraico, constataremos que este versículo poderia ser desta forma ver tido: "As declarações do eterno são confiáveis e sinceras". Que outra literatura poderia erguer-se de forma tão sobranceira, e falar de sua própria autoridade e inerrância? Nos Lusíadas, Luis de Camões declara que o seu objeti vo é cantar a glória daqueles "ba rões a ssinalad os" que, de
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safiando os mares, dilatou o império de Portugal. Todavia carece o poeta, com o ele m esm o o reconhece, de engenho e arte, a fim de que o seu poem a atinja os objetivos propo stos. Já o sábio Salom ão, que tam bém foi poeta, põe-se a versejar a pureza das Sagradas Escrituras: "Toda palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam n ele " (Pv 30.5). Afiança o autor sagrado ser toda a Palavra de Deus refinada como se estivera no m ais perfeito dos crisóis. Tudo nela é perfeito e inerrante. Houvesse na Bíblia algum erro, de que forma viríam os a acreditar que ela é a mais completa e absoluta verdade? Eis porque Moisés afirmou de maneira contun dente: "Deus não é homem, para que minta; nem filho de hom em , para que se arrependa; porv entura, d iria ele e não o faria? O u falaria e não o co nfirm aria?" (Nm 23.19). Acredito que "perfeição" é o mais pleno sinônimo de "inerrância". Achando-se algo isento de erros, esse algo só pode ser perfeito. Foi por isto que o salmista cantou: "A toda perfei ção vi limite, mas o teu mandam ento é amplíssim o" (SI 119.96). Nas Sag radas Escrituras, por consegu inte, não há quais quer erros, quer d outrinários, quer teológicos, sejam cultu rais, sejam geográficos, cronológicos ou lógicos. A Bíblia é absolutamente perfeita; logo inerrante. Ora, se é de fato inerrante, ela também é infalível.
III. A PALAVRA DE DEUS É INFALÍVEL Professando a infalibilidade da Bíblia, asseverou Henry More: "A s Escrituras são infalíveis e, com o Palavra de Deus, são tam bém suficientes para conduz ir o hom em à Salvação em C risto". Ressalvam os, desde já, que os pentecostais sem pre nos destacam os na defesa desta doutrina; de sua obser vância depende o nosso progresso e desenvolvimento na santíssima fé que nos entregou o Senhor Jesus. Aliás, não pode h aver avivamento sem um a crença forte e m ui crista lina acerca da infalibilidade da Bíblia Sagrada. O que vem a ser, porém, esta doutrina?
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1. O que é a infalibilidade. Infalibilidad e é um atributo
exclusivo de Deus e de sua Palavra. É a qualidade, ou virtu de, daquilo que, sob hipótese alguma, pode falhar; é algo que não pod e ser atingido pelo engan o ou pelo erro. Se não pode falhar, esse algo também é sumamente perfeito. Lou vand o a Deus pela perfeição de sua Palavra, escreveu o pre sidente norte-am ericano, Abraham Lincoln: "E u creio que a Bíblia é a m elhor dádiva que Deus o fertou ao homem . Toda a bondade do Salvador do mundo nos é comunicada atra vés deste livro". Conta-se que Lincoln, durante a Guerra Civil dos Estados U nidos, ape gou-se de tal forma à Bíblia, e m ui particularmen te ao livro de Jó, pois tinha um a singular fé na infalibilidade das Escrituras Sag radas. E foi assim, que achou todos os consolos durante aquele período de lutas e de intensas agonias. 2. D efinição teológica. A final, como poderíam os de finir teologicamente a doutrina da infalibilidade da Bí blia? Atenhamo-nos a esta definição: "Doutrina que en sina ser a Bíblia infalível em seus prop ósitos. E is porque a Palavra de Deus pode ser assim considerada: 1) Suas promessas são rigorosamente observadas; 2) Suas profe cias cumprem-se de forma detalhada e clara (haja vista as Setenta Sem anas d e D aniel); 3) E o Plano de Salvação é executado apesar das oposições satânicas. Nenhuma de suas palavras jam ais caiu, nem cairá, por terra" (Dicioná rio Teológico da CPAD). Um a das maiores provas da infalibilidad e da Bíblia Sa grada é o derramamento do Espírito Santos nestes últimos dias. De repen te o que parecia distante, e já história, com eça a ocorrer e a assom brar o mundo. Cum prem -se as profecias de Joel, Isaías, João Batista e do próprio Cristo. E, a partir daí, ninguém mais foi capaz de conter as ondas do aviva mento pen tecostal que, na plenitude do Espírito Santo, levanos a anunciar o Evangelho de Cristo até aos confins da ter ra. A Obra Pentecostal é uma realidade, porque a Palavra de Deus é infalível.
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3. A Bíblia dá testemunho de sua infalibilidade. Os escritores sagrados sem pre estiveram cientes de que a m en sagem que Deus transmitia por seu intermédio era absolu tamente infalível. Escreveu Moisés, fazendo nítida distin ção entre a verd adeira e a falsa profecia: "Q uand o o tal pro feta falar tem nom e do SENH OR , e tal palavra se não cum prir, nem suceder assim, esta é palavra que o SEN H OR não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele" (Dt 18.22). Samuel foi de tal modo despertado a profetizar, que a Escritura dá-lhe este testemunho: "E crescia Samuel, e o SEN H O R era com ele, e nenhum a de todas as suas palavras deixou cair em terra" (1 Sm 3.19). E o testemunho dos ou tros profetas? Todos eles inquestionavelmente infalíveis. Discorrendo sobre os arcanos proferidos p or Jerem ias, presta-lhe D aniel este inequívoco testemun ho de sua infalibili dade: "N o ano prim eiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o núm ero de anos, de que falou o SEN HOR ao profeta Jerem ias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta ano s" (Dn 9.2). Se os escritores do Antigo Testamento tinham convic ção de que aquilo que escreviam era a mais pura verdade, o que não direm os dos escritores do No vo que viam o Antigo se cum prir de maneira tão fidedign a e fiel? Vejamos o teste munho de Mateus: "Tud o isso aconteceu para que se cum prisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta" (Mt 1.22). O próp rio Cristo fala da infa libilidade de sua Palavra: "Pa ssará o céu e a terra, mas as m inhas palavras não pass a rã o" (Mc 13.31). Já no livro de Atos, testifica Lucas acerca da ressurreição de Jesus: "Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis pro vas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e fa lando do que respeita ao Reino de Deus" (At 1.3). Eis porque os pentecostais temos a Bíblia Sagrada como a nossa única regra de fé e prática: ela é em tudo infalível. Por isto tem ela toda a autoridade sobre todos os negócios hum anos.
0 AVIVAMEN AVIVAMENTO TO E A SOBERANIA DAS SAGRADAS SA GRADAS ESCRITURA ESCRITURASS
IV . A PA PALA LAV VRA DE DEUS EUS É A SUPR SUPREM EMA A AUTORI AUTORIDADE DADE EM MATÉ MA TÉRI RIA A DE DE FÉ, PRÁTICA, PRÁTIC A, CONDUT CONDUTA A E TUDO O QUE DI DIZ Z RESPEITO RESPEITO AO RELACIONAMENTO DO HOMEM COM O SEU CRIADOR E COM O SEU SEMELHANTE Ao contrário dos jude us do tempo de Cristo Cristo e dos cató licos licos romano s, guiados m ais por suas tradições do que pela Palavra de D eus, os pentecostais proclamam os ser a Bíblia Bíblia a nossa ú nica regra de fé e prática. Isto sign ifica ifica que a Pala vra de D eus, e som som ente ela, é a nossa inqu inquestionável estionável au tori dade. Um dos mais fortes artigos de fé das Assembléias de Deus, tanto nos Estados Unidos como em outros países, é jus ju s t a m e n t e este es te:: " A s E s c r i t u r a s S a g r a d a s , tan ta n to o A n tig ti g o quanto o Nov o Testamento, Testamento, são inspiradas inspiradas verbalm ente por Deus. Elas são a revelação revelação de D eus à hum anidad e, e nossa infalível infalível e autorizada regra de fé e prá tica". Vejamos, antes de mais nada, o que significa autoridade. 1. Autoridade. Oriunda do vocábulo latino autoritatem, a palavra "autoridade" significa: "Direito absoluto e inquestionáv inqu estionável el de se fazer obedecer, de dar ordens, de estabe lecer decretos e, de acordo com estes, tomar decisões e agir, a fim de que cada decreto seja seja rigorosamente rigorosamente observa do". Ora, sendo a Bíblia Sagrada a suprema autoridade autoridade em matéria de fé e conduta, em hipótese algum a haverá de ser questionada. questionada. Os teólogos pentecostais pentecostais não pod eríamos vê-la doutra forma. 2. Definição teológica. Teologicamente, Teologicamente, assim podem os definir a autoridade da Bíblia Sagrada: "Poder absoluto e inquestionável reivindicado, dem onstrado e sustentado pela pela Bíblia em m atéria de fé fé e prática. Tal Tal autoridad au toridad e advém adv ém -lhe -lhe do fato de ela ser a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus". (Dicionário Teológico da CPAD). Por que a Bíblia Bíblia é assim considerada? Stanley Horton e William W. Menzies, dois dos maiores expoentes do Avi-
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vamento Pentecostal, respondem-nos: "A origem divina e autoridade das Escrituras asseguram-nos ser a Bíblia tam bém infalível, ou seja: incapaz de erro, ou de orientar de maneira enganosa, ludibriadora ou desapontadora a seus leitores. Alguns eruditos estabelecem distinção entre a inerrrância inerrrânc ia (estar isenta isenta de erro) e a infalibilidade , mas am bos os termos termos são sinônimos sinônimos bem próx imo s". Vejamos, a seguir, como a Bíblia fala acerca de sua inquestionáv el autoridade autoridade tanto em m atéria de fé com o em matéria de prática. 3. O testem un ho da B íblia íb lia a respeito de sua autoridade. autoridade. A expressã expressãoo "assim diz diz o Senho r" é encontrada encontrada aproximada m ente 2.600 na Bíblia Sagrada. Isto eqüiv ale a dizer que foi foi o próprio Deus quem falou por intermédio dos profetas hebreus e dos apóstolos de Nosso Senhor. Isaías não admitia outra autoridade que não fosse a Palavra de Deus. Aos que procuravam procu ravam outros caminhos, protesta o m ensageiro divino: divino: "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, palavra , nunca nu nca verão a alva " (Is (Is 8.20). 8.20). M ais adiante, reverbera: "Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda" (Isaías 30.21). Os apóstolos apóstolos tam bém sabiam sabiam perfeitamente perfeitamente estar estar falan falan do da parte do Senhor. Senhor. De m aneira incontestável, protesta o apóstolo Paulo aos irmãos de Corinto que lhe questiona vam a autoridade espiritual: "Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor" (1 Co 14.37). Embora Paulo não fizesse parte dos doze apóstolos, sua autoridade como ho m em de Deus e doutrinador era por po r todos reconhecida como o atesta Pedro: "Pelo que, amados, aguardando estas coi sas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensívei irr epreensíveiss em paz e tende tende por p or salvação a longanimidade de nosso nosso Senhor, Senhor, como tamb ém o nosso am ado irm irm ão Pau lo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, fa lando disto, com o em todas tod as as suas epístolas, entre as as quais há pon tos difíceis de de entender, que os indoutos indo utos e inconsta inco nstan n
I AVIVAMENTO E A SOBERANIA DAS SAGRADAS ESCRITURAS
tes torcem torcem e igualmen te as outras Escrituras, Escrituras, para sua p ró pria perd ição" (2 Pe 3.14-16) 3.14-16).. Os pentecostais, por conseguinte, vivendo como vivem, a plenitude de um avivamento que vêm sacudindo o mun do, jamais colocaram sua experiência acima das Escrituras. Pois todas as nossas nossa s experiências, experiên cias, por mais inequ ívocas, têm de passar, necessariamente, pelo crivo da Palavra de Deus. Higgins, neste ponto, não adm ite transigências. transigências. Sendo Send o ele um autêntico penteco stal, tem tem absoluta convicção de que a credi credi bilidade do Pentecostalismo reside na forma como encara mos a Bíblia: Bíblia: "O s sessenta sessen ta e seis livros da Bíblia Bíblia reivindicam autoridade autoridad e plena e total no tocante à auto-revelação de D eus e a todas as implicações quanto à fé e à prática. Embora a autoridade da Bíblia seja histórica, porque Deus se revelou em eventos históricos, sua autoridade é primariamente teo lógica. A Bíblia revela Deus à humanidade, e explica o seu relacionamento com a sua criação. Pelo fato de Deus ter de ser conhecido através deste livro, suas palavras têm de ser igualmente igualm ente autorizadas. A autoridade autoridade d a Palavra é absoluta - as palavras palavras do próprio próprio Deus a respeit respeitoo dEle m esm o". A autoridade das Sagradas Escrituras advém-lhe, de igual modo , através da clareza clareza com que suas reivindicações são apresentadas ao ser hum ano.
V. A CLAR CLAREZA EZA DA DASS ESCRITURAS ESCRITURAS SAGRADAS SAGRADAS Em todos os períodos de avivam ento espiritual, espiritual, tem tem-se -se notado uma volta de toda a igreja às Sagradas Escrituras. Sem quaisquer exceções, leigos ou ministros, de tal forma se apegam à Palavra de Deus, que passam a ser identifica dos pelo San to Livro. O ra, não fora a Bíblia Bíblia um livro livro claro e compreensível, como poderiam os fiéis se lhe voltarem de maneira tão amorosa e incondicional? Definamos, pois, a doutrina da clareza clareza das E scrituras scrituras Sagradas. 1. O que é clareza. N um a primeira instância, clareza clareza é a propriedade do que é claro, claro, inteligí inteligível vel e perfeitamen perfeitamen te com
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preensível. No caso que estamos a considerar, porém , "é uma das principais características das Sagradas Escrituras, atra vés da qual tornam-se elas perfeitamente inteligíveis aos que se põem a estudá-las com um coração sincero, humilde e predisposto a aceitá-las como a inspirada, infalível e inerrante Palavra de Deus." A clareza das Escrituras é conhecida também como perspecuidade da Palavra de Deus revelada ao ser hu mano, a fim de que este venha, plenamente, a compreen der o plano reden tivo que Ele estabeleceu em seu Am ado Filho. 2. O testem un ho da B íb lia quan to à sua clareza. M ui tos são os testem unh os da Bíblia quanto à sua própria clare za. Eis o que diz o salmista: “A lei do SEN H OR é perfeita e refrigera a alma; o testemu nho do SEN H OR é fiel e dá sabe doria aos sím plices" (SI 19.7). M ais adiante, refere-se ele ao ensino da Bíblia: "A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices" (SI 119.130). Tão clara é a Bíblia, que até as crianças pod em entendêla: "E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu cora ção; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentad o em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te" (Dt 6;6,7). Enganam-se, pois, os que alegam não serem as Sagra das Escrituras claras e inteligíveis.
VI. A NECESSIDADE DAS SAGRADAS ESCRITURAS Os pentecostais sempre sentimos uma ingente necessi dade pelas Sagradas Escrituras. Temos fom e e sede da Pala vra de Deus. Desde os primeiros dias, até hoje, jamais dei xamos de conviver com a Bíblia Sagrada; porquanto sem esta nenhum avivamento é possível. Daniel Berg, um dos fundadores das Assembléias de Deus no Brasil, cruzava nossos sertões e perdia-se nos longes de nossa terra, para difundir e popularizar o uso das Sagradas Escrituras. Ele é
O AVIVAMENTO E A SOBERANIA DAS SAGRADAS ESCRITURAS
considerado, com justa razão, um dos mais dinâmicos colportores da Bíblia em nossa terra. Entremos a ver, agora, o que é um a necessidade; em se guida, aplicá-la-em os às Sagrad as Escrituras. 1. O que é necessidade. Oriunda do vocábulo latino necessariu, a palavra necessida de significa: aquilo que não se pod e dispensar, pois essen cial e indispensáv el. Quan do M oisés afirm ou que nem só de pão vive o hom em, m as de toda a palavra que sai da boca de Deus, deixava ele bem claro aos israelitas que as Sagrada s Escrituras são ab solu tamente necessárias (Dt 8.3). Não pod em os passar sem elas. A alm a, verd ade iram ente av ivada, recusa-se a existir sem um contato diário e intenso com a Palavra de Deus. 2. Definição teológica. A necessidade das Escrituras, portan to, é o caráter de sua essencialidad e e urgência para a vida espiritual e prática do ser humano; sem elas jamais entraremo s de posse da vida eterna. 3. A Bíblia dá testemu nh a de sua necessidad e. A Bíblia mesma testifica de seu caráter essencial e absolutamente necessário. Em seus arcanos, proclama Joel: "E há de ser que todo aquele que invocar o nom e do SEN H OR será sal vo; porque no m onte Sião e em Jerusalém haverá livram en to, assim como o SENHOR tem dito, e nos restantes que o SEN H OR cha m ar" (J1 2.32). Sentindo-se isolado e quase que ao desamparo, excla ma o salmista: "Lâm pa da pa ra os m eus pés é a tua palavra e luz, para o meu caminho" (SI 119.105). Eis com que afei ção e ternu ra M oisés fala acerca da ind ispensab ilidad e da Palav ra de Deus: "P orq ue esta palavra não vos é vã; antes, é a vossa vida; e por esta mesma palavra prolongareis os dias na terra, a que, passando o Jordão, ides para possuíla" (Dt 32.47). Por que a Bíblia é absolutamente necessária? Porque é toda-suficiente em si mesm a, para dar-nos todas as respos tas de que precisamos, a fim de que tenhamos uma vida plena em C risto Jesus.
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VIL A SUFICIÊNCIA DA PALAVRA DE DEUS O Movimento Pentecostal, embora acredite na atuali dade do batismo no Espírito Santo e nos dons espirituais, ja m ais aceitou outra fonte de autorid ade que contrarie a Bíblia Sagrada nem que se considere igual ou superior a esta. E claro que tem havido desvios doutrinais isolados. Estes, porém, são de imediato rechaçados e postos na marginalidade. Pois acreditamos serem as Sagradas Escri turas suficientes, em si m esm as, para guiar-nos em todas as questões de fé e conduta. A Palavra de Deus é completa; não carece de quaisquer adendos humanos. A seguir, veremos o que significa realmente a suficiên cia da Bíblia Sagrada. 1. O que é suficiência. E aquilo que, pela excelência de suas qualidades, satisfaz plenamente. Assim é a Bíblia. É tão suficiente hoje como o foi no tempo antigo, pois a sua excelência, apesar de transcorridos tod os esses milênios, não perdeu nenhuma de suas qualidades. Por conseguinte, er ram, e até blasfemam, aqueles que, ansiando por novas re velações, buscam apensar à Bíblia os trapos de suas fantasi as e a miséria de suas loucuras. 2. D efinição teológica. Assim Wayne Gruden define a su ficiência das Sagradas Escrituras: "A Bíblia contém todas as palavras divinas que Deus quis dar ao seu povo em cada está gio da história da redenção e que hoje contém todas as pala vras de Deus de que precisamos para a salvação, para que, de maneira perfeita, nele possamos confiar e a ele obedecer". Pod emos até aceitar, como de boa mente o fazem os, os credos, declarações doutrinárias e artigos de fé de nossas igrejas e denom inações. Todavia, se algum desses institutos contrariar a Bíblia, que seja condenado. Se o aceitarmos, estaremos abrindo espaço para uma heresia ou para uma virulenta apostasia que, certamente, haverá de desviar mi lhões de crentes do verdadeiro caminho.
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3. O testemunho da Bíblia quanto à sua suficiência.
Paulo escreve ao jovem Timóteo, m ostrando-lhe quão sufi ciente é a Palavra de Deus: "E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em C risto Jesu s" (2 Tm 3.15). Aduz o apóstolo: "Toda Escritura divinamente inspirada é pro veitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para ins truir em ju stiça " (2 Tm 3.16). Sabend o M oisés que a Palavra de Deus é suficiente em si, e estando ciente de que muitos se acham dispostos a adulterá-la, faz esta recomendação: "Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos m an do " (Dt 4.2). No último livro das Escrituras, encerrando já toda a re velação, o Evangelista é mais do que categórico; é firme e sentenciai: "Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acres centar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer pala vras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro. Aque le que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Am ém! Ora, vem , Senhor Jesus! A graça de nosso Senh or Je sus Cristo seja com todos vós. Am ém !" (Ap 22.18-21). N ão necessitamos, pois, de nenhum a revelação ad icio nal, porque a Bíblia, em si mesma, é mais do que suficiente para guiar-nos em toda a verdade. Quanto àqueles que, enfatuados e já corrompidos pelo orgulho, caso não se ar rependam , o seu lugar será em torm entos eternos.
CONCLUSÃO Encerrand o este capítulo, citaremos um a declaração de um dos mais lúcidos e respeitados teólogos do M ovimento Pentecostal: "A Bíblia jamais nos induzirá ao erro. Ela é a
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adm irável revelação de Deus com o nosso Criador e Red en tor; um Deus pessoal que nos ama e se interessa por nós; um D eus que tem u m plano e que enviou a seu Filho a fim de morrer em nosso lugar (1 Co 15.3). Um Deus que conti nuará a operar até que Satanás seja esmag ado, e estabeleci dos novos céus e nova terra. A Bíblia toda mostra-nos que Ele é digno de confiança; podemos depender totalmente dEle. Sua próp ria natureza garante a autoridade, a infalibi lidade e a inerrância de sua Palav ra". Com o não con cordar com Stanley Horton? A Bíblia, de fato, é a palavra inspirada, inerrante, infalível, completa e suficientemente soberana de Deus. Por conseguinte, os pentecostais jam ais descreram, ou duvidaram , deste artigo de fé. Erram os que afirmam que somos um movimento à procura de uma teologia. Nossa teologia é bíblica, clara e conservadora.
QUESTIONÁRIO 1. O que é a Bíblia Sagrada? 2. O que é a inspiração da Bíblia? 3. O que é a inerrância da Bíblia? 4. O que é a infalibilidade da Bíblia? 5. O que é a suficiência da Bíblia? 6. O que é a clareza da Bíblia? 7. Como os pentecostais encaram a Bíblia? 8 .0 verdadeiro avivamento dispensa a autoridade da Bíblia? 9. Por que não podemos colocar outra autoridade acima da Palavra de Deus? 10. O que diz o Credo das Assembléias de Deus sobre a Bí blia Sagrada?
IV
0 A V IV A M EN T O E A PR O C L A M A Ç Ã O D A PA L A V RA D E D E U S
Sumário: Introdução; I. O Avivamento Tem uma Mensagem Bíblica; II. O Avivamento Tem uma Mensagem Evangélica; III. O Avivamento Tem uma Mensagem Profética; Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO O ano de 1859 fora relativamente calmo à Inglaterra. O grande império, onde o sol jamais se punha, dilatava seus limites e fazia-se mais op ulento. Na índia, os m otins já ha viam sido sufocados; nas demais colônias, nenhuma revol ta à vista. Se do outro lado da Mancha havia conflitos, a neutralidade inglesa era flagrante. E, assim, ia a rainha Vi tória cumprindo os seus sessenta e quatro anos de tediosas funções protocolares. Quanto ao primeiro-ministro Palmerston, não tinha muito a fazer. Esse ano estava fadado a passar à história com o um ano sem história. Com o aqu eles raros anos onde o céu m ostra-se
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azul, e as noites jamais metem medo. Vinha o Senhor, po rém, montando o cenário para um dos maiores avivam entos da história de sua Igreja. Foi exatamente no início de 1859, que o jovem Charles Haddon Spurgeon começa a ser usado pelo Espírito Santo para desen cadear um gran de movimento espiritual. A data jam ais seria esquecida: 4 de janeiro. Nesta terça-feira à noi te, Spurgeon assume a tribuna do Exeter Hall, e balança a igreja plantada nas ilhas britânicas. Ao term inar 1859, o prín cipe dos pregadores já não tinha qu alquer dúvida: "O s dias de refrigério pela presença do Senhor, finalmente se deixam sentir em nossa n ação". Qual o segredo de Spurgeon? Ao contrário dos que, ho je, cerram fileiras ora com os nom inais, ora com os libe rais, optava o príncipe dos pregadores por ser essencial m ente bíblico. Não som ente bíblico, mas igua lmente ev an gélico e profético.
1.0 AVIVAMENTO TEM UMA MENSAGEM BÍBLICA Que a igreja avivada há de ser visceralmente bíblica, todos concordam os. A história cala-se acerca dos avivam entos que começaram sem um retorno imediato e incondicio na l às Sagradas Escrituras. Da reform a de Josias à de Lutero, fez-se a Bíblia presen te e mais que soberana. Basta H ilquias anunciar: "Achei o Livro da Lei na casa do Senhor", para que a impenitente Judá abandone suas iniqüidades, e volte-se ao Eterno. Priva-se o mon ge alem ão com a Epístola de Paulo aos Romanos, em Wittemberg, e a Europa toda estremece sob a doutrina da justificação pela fé. Sim, a igreja avivada tem de ser bíblica; entranhada e es sencialmente bíblica. Fundou-a Cristo sobre os profetas e apóstolos para que outra não fosse a sua proclamação. Se a igreja é bíblica, sua mensagem não há de se aventurar por
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outras searas; irá ao encalço daqueles pastos verdejantes e remansos de águas tranqüilas. Se a multidão tem fome, a igreja avivada multiplicará os pães na presença do Senhor; falará à rocha, e esta não negará o frescor e o cristalino de suas águas. Se optarmos por outros fundam entos, como haverem os de socorrer esta geração? Os que perecem , lançam -nos olha res já desm aiados com o a esperar por um a solução imp aci ente e, daqui a pouco, m oribunda. Durante a Idade M édia, buscaram os escolásticos cons truir o edifício da teologia cristã a partir dos alicerces lança dos por Aristótles. O resultado não poderia ter sido mais desastroso ao Reino de Deus! Viu-se o mundo, em virtude dessa volta aos seus próprios rudimentos, mergulhado em densas trevas. Pela forma com o Tomás de Aquino e Anse l mo falavam do estagirita; pela man eira como lhe louvavam a lógica e a metafísica; pelo modo como lhe enalteciam os diversos pronunciamentos, chega-se a pensar ter sido o fi lósofo mais imp ortante que M oisés e Paulo. Naquela época, não havia doutrina; tudo era erigido em sistemas. Não ha via revelação; a especulação era a ordem. Teologia bíblica não havia, o que havia eram súm ulas que, apesar das cores evangélicas, em nada diferiam dos discursos proferidos pelos inquiridores gregos. Não queremos desmerecer a filosofia. Teve ela um im portante papel na educação da hum anidade. Ensinando-nos a pensar corretamente, levou-nos a mesurar a própria mi séria; induziu-nos a indagar acerca do Suprem o Ser. Fez com que sentíssem os na alma um va zio tão grande quanto Deus. Segundo Clem ente de Alexandria, a finalidade da filosofia foi justamente preparar a família adâmica a receber a in comparável mensagem do Evangelho. O apóstolo mesmo reconhece-lhe a utilidade: "P orq ue as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, com o a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescu sáveis" (Rm 1.21).
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Foi através da filosofia que Aristóteles logrou descobrir estar toda a criação sustentada por um Ente que é a causa de tudo quanto existe. Através da sistematização do bom senso, o filósofo educou os seus contemporâneos e quantos mais tarde viessem a lê-lo. Não foi sem razão que os árabes cognom inaram-no de o preceptor da raça humana. Consideremos, porém, que a pouca luz obtida por Aristóteles veio-lhe através da especulação. N ão contava ele com o Antigo Testamento nem com o Testamento Novo. Ja mais tivera o privilégio de debruçar-se sobre as profecias de Moisés e Isaías; não viveria o suficiente para enternecer-se com os sermões do Cristo nem com as epístolas de Paulo. Contava apenas com a luz natural para resolver todos os problemas da vida; esta seria a finalidade principal da filo sofia. Aliás, afirmou Blaise Pascal, certa vez, e xistirem dois deuses. O primeiro é o Deus da Bíblia - o Ún ico e Verdadei ro Deus; o segundo, o deus dos filósofos - a idéia de um ser que, em bora tido com o suprem o, está sempre subm isso aos caprichos da lógica e da especulação. Ora, se o filósofo viu-se às voltas com tantas limitações para interpretar os dramas da existência; se jamais usufruíra daquela revelação pleníssima vinda de Deus; se não pôde ge rar suas obras sob o apanágio da inspiração e inerrância que só o Pai das luzes garante; se, enfim, nada discernia espiritual mente, como lhe clamaremos por ajuda para compreender os mistérios que nem os mesmos profetas, às vezes, conseguiam elucidar. Haja vista Daniel. No térm ino de seu ministério, pro curou o profeta entend er os arcanos que lhe transm itia o anjo, mas não lhes logrou o significado. Viu-se constrangido a selar o livro até que chegasse o momento certo de tudo se descortinar. Outros o entenderiam; ele não. Por conseguinte, nossos recursos hão de ser garimpados sempre nas Sagradas Escrituras. Os artigos de fé e os sermões; as homilías e as doutrinas; os credos e as teologias sistemáticas têm de se caracterizar com o essencial e visceralmente bíblicos. Se temos dificuldades para interpretar a Bíblia, é na própria
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Bíblia que devemos procurar ajuda: ela é mais que suficiente para interpretar-se a si mesm a. Se não sabemos como posicionar-nos diante do mundo, é ainda na Bíblia que temos de ir buscar orientação: ela é a nossa única regra de fé e prática. Se nos vemos perplexos diante de um século que jaz no maligno, é na Bíblia, e tão-somente na Bíblia, que haveremos de encon trar refúgio: ela é a arca de todas as consolações. No início de sua carreira, Martinho Lutero deleitava-se com os filósofos. Via-os não somente como a luz, mas como a própria fonte da luz. Tão logo po rém descobre os inesgo táveis tesouros da Bíblia, passa a privar-se com os profetas e apóstolos. Sua m ensagem , a partir de agora, jamais dei xará de ser bíblica. Foi exatamente desse posicionamento, que a reforma nasceu, cresceu e levou o m undo evangélico à maturidade. Até do mesmo Agostinho começou a apartar-se Lutero, porque já tinha aquela nascente inesgo tável que até do deserto faz manancial. Apresentando-se ao mundo com o Livro dos livros, a Igreja deixa bem patente a sua natureza sobrenatural. Ela está no mundo, mas a sua mensagem não é deste mundo. Acha-se no mundo, mas as soluções que apresenta vêm di retamente dos céus. Ainda que possa ser vista no mundo, sua fonte de poder é o invisível. Sim, a fonte e a razão de seu poder é a Bíblia. Tão logo ela brada, todos lhe reconhe cem o caráter iminen temente evangélico. No entanto, como adiante veremos, sua mensagem não haverá de ser apenas bíblica. Um outro requisito lhe é sum am ente importante.
II. 0 AVIVAMENTO TEM UMA MENSAGEM EVANGÉLICA Voltemos a Charles Spurgeon. Ouçamos seus sermões. Todos eles têm pelo menos duas características: não eram somente bíblicos, mas igualmente evangélicos. O príncipe dos pregadores jamais deixou de mencionar a morte vicária
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de Cristo. Jamais deixou de referir-se à ressurreição do Se nhor. Jamais deixou de enfatizar o poder do Ev angelho. E m suas prédicas, o Plano de Salvação não era meramente es boçado ; era explanad o e detalhado. Em nada ficava a dever a Filipe que, ao sequioso eunuco de Candace, decom pôs todo o edifício da redenção. Spurgeon estava cônscio de que não basta abrir a Bíblia para que as almas se convertam. Tem de se man ejá-la bem , e bem patente deixar a suprem acia do Evangelho. Há de se agir como aquele escriba de quem o Senhor um dia falou. Do seu tesouro, sabe tirar todas as preciosidades. Ele vai com binando de tal forma as gemas; vai incrustando-as com tanta mestria; e, agora, vai cinzelando aquelas partes que pareciam ter relevo algum. De repente, uma jóia de inimaginável valor. Discorramos sobre a vida dos patriarcas. Falemos sobre as realizações de Davi e Salomão. Entremos nos pavilhões das profecias. Privem o-nos com os sacerdotes. Vislumbremos o Tabernáculo e o Santo Templo. Busquemos, enfim, discur sar sobre todo o Testamento Antigo. Façamos isto tudo, e a nossa m ensagem não deixará de ser bíblica... m as ainda não é evangélica. Se não men cionarmos a morte vicária de Cris to, se não nos remontarmos ao Calvário e ao sepulcro vazio, nossa m ensagem não surtirá os resultados esperados. O Evangelho é a pérola de raríssimo v alor que o escriba um dia procurou adquirir. Sabe ele que, sem esta jóia, seus tesouros estarão incomp letos. Se o Antigo Testamento bastasse a si mesmo, não teria o Senhor Deus providenciado o Novo. N ão teria o Pai enviado o seu amado Filho para que efetivasse a esperança dos patriar cas, e desse vida aos salmos de Davi. Para que se cumprissem as profecias e aparecesse um a ordem sacerdotal superior à de Arão, fez-se necessário o Senhor chancelar o Novo Concerto. A mensagem até pode com eçar com Abraão, m as no fi nal todos terão de estar cientes de que, em Jesus, todas as famílias da Terra foram abençoadas. Que tenha o filho de
O AVIVAMENTO E A PRO CLAM AÇÃ O DA PALAVRA DE DEUS
Jessé como tem a; na peroração, contudo, é p reciso saber de quem falava Davi nos salmos messiânicos. É-lhe lícito que faça apanágio da glória de Salomão; no encerramento, po rém, será obrigada a m ostrar por que a glória do Nazareno é infinitamente maior. A mensagem evangélica tem a Jesus como tema. Aliás, como haveria de ser doutra forma? Em todos os seus con tornos, fala de Cristo: de seu nascimento, ministério, sofri m ento, m orte e ressurreição. Os maiores serm ões jam ais fu giram a estes temas. Que o diga Moody. Não tivesse proce dido assim, o evange lista norte-am ericano jam ais teria con dições de apresentar ao Senhor uma colheita tão abundan te. Leiamos os sermõ es de W hithfield e de Wesley, e hav ere mos de constatar que suas mensagens tinham a Cristo por temática. Não temos de remeter-nos ao passado para com provar a eficácia da mensagem evangélica. O maior pregador do sé culo XX logo cedo com preendeu que somente teria êxito em seu ministério se fizesse da cruz o tema de suas mensagens. Quem ouve os sermões de Billy Grahan, depara-se com temáticas sempre evangélicas. Ele não se perde em abstra ções. Não vai buscar recursos na liberalidade teológica, com o o fazem os que se esforçam por mostrar um evangelho ale gre, descompromissado com Deus e comprometido com o mundo. A fonte de sua inspiração é a cruz de Cristo. O maior dos apóstolos do Senhor tinha um credo simples e facilmente assimilável: "Porque não me envergonho do evan gelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé" (Rm 1.16,17). Para o mais valoroso dos seguidores do Nazareno; para o responsável pela expansão do Cristianismo em seus primórdios; para o maior dos estadistas missionários; para este grande campeão, o Evangelho é o mais alto sinônimo do poder de Deus. Eis porque ousou afirmar: "Ai de mim se não pregar o Evangelho".
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III. 0 AVIVAMENTO TEM UMA MENSAGEM PROFÉTICA Além de bíblica e evangélica, a mensagem de aviva m ento há de ter ainda outra característica. Refiro-me àquele toque dos céus que levou Moisés e Samuel a se erguerem com o os maiores arautos de Jeová na Aliança A ntiga, e que im pulsionou Isaías e os demais hagiógrafos a perenizarem as palavras que lhes ia insuflando o Eterno. Este toque é a autoridade que força o profeta a apresentar-se como em baixador de Deus. Este toque faz-se tão necessário, hoje, como naqueles idos já tão distantes, quando a idolatria am eaçava afogar cada aliança. Elaborar um sermão que prime pela biblicidade não é difícil; nas Escrituras os temas são mais que abundantes. Pregar um a m ensagem evangélica também não exige qual quer sacrifício adicional; eis aí os quatro evangelhos, os Atos, as epístolas e o Apocalipse. Todavia, para que a pregação bíblica arvore-se em profecia; para que a mensagem cristã incom ode o mu ndo; para que as hom ilías abalem as fortale zas do adversário; e para que nos sintamos na Palavra e com a Palavra, é-nos urgente a prece de Habacuque: "Avi va, ó Senhor, a tua obra". Voltemos uma vez mais a Charles Spurgeon, e veja mos o quanto era profética a sua mensagem. Surtiu esta tremendos efeitos não porque fosse ele consumado ora dor. Ninguém lhe pode negar a eloqüência e as demais qualidades tribunícias. Ninguém lhe pode negar os ta lentos e a formidável cultura. Era Spurgeon um homem singular. Quando Deus o fez, afirmou um de seus bió grafos, em seguida quebrou a forma para que Charles Haddon Spurgeon fosse o único. Tivesse nascido na G récia de Péricles, com certeza seria estud ado ho je com o clássico obrigatório. Seus discu rsos sup eram a retórica de D em óstenes. Não ob stante, suas m ensagens só conse gui
0 AVIVAMENTO E A PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
ram abalar a Inglaterra porque não eram simplesmente mensagens; profecias eram. Além de bíblicas e evangélicas, tinham elas um caráter profético. Incomodavam o mundo, pois denunciavam-lhe os pecados e a impenitência. Eis o que o próprio Spurgeon relata no sermão acerca da "H istória dos Poderosos Feitos de Deu s": "Considerem o grande avivamento que está ocorrendo em Belfast e arredores. Depois de tê-lo acompanhado cui dadosam ente e após ter falado com um querido irmão que morou naqu ela região, e que merece a minha confiança, es tou convencido, apesar do que os inimigos possam dizer, que se trata de uma genuína obra da graça e que o Senhor está operan do m aravilhas ali. U m am igo que veio me visi tar ontem informou que os hom ens m ais sórdidos e vis, as sim com o as mu lheres mais dep ravad as de Belfast, têm sido alcançados por esta extraordinária epilepsia - como diz o m undo - mas que sabem os ser a influência poderosa do Espírito. H om ens costumeiramente bêbado s de repente sen tiram um grande impulso que os obrigou a orar. Eles resis tiram, voltaram à bebida, a fim de se livrem daquilo; mas m esm o no m eio de suas blasfêm ias e tentativas de apagar o Espírito, Deus os fez dob rar os joelhos e se viram o brigados a pedir misericórdia com gritos desesperados, e a agoniar em oração. Então, depois de certo tempo, o maligno parece ter saído deles; e, com a m ente sossegad a, santa e feliz, eles fizeram p rofissão de sua fé em Cristo e têm and ado em Seu temor e am or". Qu eira Deus fossem todas as nossas m ensagen s assim! Vivemos dias tão terríveis, tão comprometedores e vergo nho sos, que os ministros do altar preocu pam -se mais com a simpatia do povo do que com a aprovação de Deus. O Espí rito San to, todavia, insta-nos a que n os conscientizemo-nos: não fomos convocados para ser homens do povo, e, sim hom ens de Deus. C omo tais, não podemos falar o que o povo quer ouvir, mas o que o rebanho de Cristo precisa e tem de ouvir. Se não agirmos assim; se não assumirmos com ur
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gência nossa postura profética; se não vestirmos a capa de Elias para enfrentar os poderosos, nosso cajado jam ais flo rescerá. C onseqüentem ente, seremos tragados p elo mesm o solo no qual pretendíamos co nstruir o edifício de um nom e cujo topo alçasse os céus. Neste momento, quando as instituições ameaçam ruir; quando tudo se degrada, até mesm o obreiros e igrejas; quan do os arautos do Senhor prestam-se a assumir os púlpitos para adular os poderosos; quando as vozes santas e incorruptíveis acham-se roucas para se fazerem ouvir em meio a tanta balbúrd ia; quando os servos de Deus já se cur vam à teologia da prosperidade em b usca da p rosperidade da teologia; quando as nego ciatas já cam peiam p elas searas do Mestre; quando, enfim, já esmorecem todos os referenciais da moral e da espiritualidad e cristãs, carecemos de vozes proféticas que, à semelhança de Savonarola, ma druguem bradan do contra o pecado. E que não saiam a con temporizar com o príncipe deste mundo, mas que se cur vem ao Rei dos céus para lhe propagarem a verdade. Este século precisa saber que, diante de Deus, não há verdades relativas; há verdad es e valores absolutos que precisam ser acatados e assimilados com urgência, antes que o azeite da candeia se esgote. Se a nossa mensagem é bíblica, evangélica e proféti ca, com certeza o perverso Acabe não deixará de ser re preendido. Ainda que nos achemos cercados, o anjo do Senhor há de nos proteger das hordas assírias. Incomo daremos Herodes, e não permitiremos que as portas do inferno preva leçam contra a Igreja. M as é nec essário que a nossa m ensagem tenha um caráter im inentem ente pro fético; que não se comprometa com os poderosos, e que não seja um instrum ento p olítico; que não bajule os gran des, nem descanse contra o pecado; que fale realmente da cruz, e que esteja disposta a sofrer todas as afrontas do Salvador. Nosso púlpito é o Calvário!
0 A V I V A M E N T O E A P R O C L A M A Ç Ã O D A P A LA V R A D E DE US
CONCLUSÃO Certo pastor americano achava que sua eloqüência e cultura bastavam para manter cativo o rebanho. Do púlpi to, tratava ele dos mais diversos assuntos. Buscava dar aos temas da atualidade um tratamento m eramente hum anista. Falava sobre tudo: econom ia, política, esportes, ecologia etc. Da cruz de Cristo, não. Transcorrer-se-iam alguns anos até que a sua igreja se cansasse. Ao adentrar o santuário num domingo, depara-se ele com um a grande faixa atrás do púlpito: "Pa stor, fale-nos de Cristo, pelo am or de D eus". A partir daquele instante, viu-se constrangido a buscar um avivam ento antes que a sua igre ja exalasse o últim o suspiro. Como a partir deste instante, sua mensagem passasse a ser bíblica, evangélica e proféti ca, os resultados foram surpreendentes. Este é o tipo de mensagem que a igreja precisa transm itir ao mundo! Esta é a legítima mensagem de avivamento.
QUESTIONÁRIO 1. Por que a m ensag em tem de ser bíblica? 2. Por que a m ensag em tem de ser evangélica? 3. Por que a men sagem tem de ser profética? 4. No contexto deste capítulo, o que significa uma mensa gem profética? 5. Qual a principal característica da mensagem de Spurgeon?
0 A V IV A M EN TO E A O R A Ç Ã O
Sumário: Introdução; I. O que É a Oração; II. Os Elementos da Ora ção; III. O Clamor pelo Avivamento; IV. Grandes Intercessores, Poderosos Avivamentos; Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO Quem não se lem bra das cenas iniciais d'O Peregrino de John Bunyan? De repente, aparece aquele viajor com o seu livro, e à medida que progride na jorna da , vai orand o e cho rando. Foi exatam ente assim: orando intensam ente e copiosamente chorand o, que aquele persona gem , que representa cada um de nós em suas ânsias e dores, experimentou um grande avivamento. Como está a Igreja de Cristo? Está orando e chorando como O Peregrino ? Ou já tem uma alternativa para a ora ção? É só ler a História da Igreja Cristã, a fim de se inteirar de uma verdade que, apesar de estar tão patente aos nossos
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olhos, vem sendo relegada ao esquecimento: a oração é uma das mais fortes características dos seguidores de Nosso Se nho r Jesus Cristo. Não nos enganem os! Se quisermos, de fato, experime n tar um grande avivamen to, temos de nos voltar im ediata mente à oração; a história tam bém se cala acerca dos avivamentos e reformas que começaram sem oração.
1,0 QUE É A ORAÇÃO A palavra oração provém do vocábulo latino orationem, e significa, numa primeira instância, súplica, prece. É um ped ido qu e, através da fé, a criatura endereça ao Criador. O doutor Wakefield assim a define: "É a oferta dos nossos d e sejos a Deus através da mediação de Jesus Cristo, sob a in fluência do Espírito Santo, com disposições apropriadas para com tudo o que é agradável à sua vontade". Entre os vários tipos de oração, relacionem os as seguintes: 1. Oração fervorosa. E a oração que encerra um pedido mais que urgente. Ela tem a ver, conform e escreveu um teó logo, com "aquelas aspirações secretas e freqüentes no co ração para com Deus, com v istas às bênçã os gerais ou parti culares pelas quais podemos expressar a nossa dependên cia habitual de Deus e os nossos desejos e perigos enquan to estamos entregues aos afazeres comuns da vida". 2. Oração particular. É o momento no qual o filho de Deus, fechando-se em seus aposentos, passa a dialogar docemente com o Pai Celeste. Não fazia assim o Divino Mestre? Eis por que recomenda-nos: "Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará" (Mt 6.6). Da oração particular, escreve Billy Graham: "Feliz é o homem que aprendeu o segredo de se apresentar a Deus diariamente em oração. Quinze minutos a sós com Deus, em cada manhã, antes de começar o dia, podem mudar as circunstâncias e remover montanhas".
0 AVIVAMENTO E A ORACÃO
3. Oração em família. É a oração feita no âmbito do
méstico; é o cerne da devoção familiar. É urgente que, em todas as casas evangélicas, haja um m om ento diário de ora ção e intercessão. Os laços entre os entes queridos tornarse-ão mais firmes; os elos entre os cônjuges, inquebrantáveis e amorosos. 4. Oração congregacional. Dirigida ao Todo-Poderoso por toda a igreja, tem esta oração, por objetivo, pedir a ajuda divi na aos diversos projetos eclesiásticos, visando à expansão do Reino. Nenhuma igreja deve prescindir das reuniões de ora ção. É através das preces e súplicas congregacionais, que ire mos alargar as fronteiras do Evangelho, arrebatando as almas de Satanás, e efetivando o avivamento que, começando no Pentecostes, reivindica um movimento contínuo em cada igreja. Sem a oração congregacional não pode haver um a igre ja santa e poderosa no Espírito Santo.
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II. OS ELEMENTOS DA ORAÇÃO
A oração n ão se constitui apenas de pedidos. Ela é, an tes de tudo, um mom ento de ado ração. E o ato no qual nos recolhem os de todas as fainas diárias, a fim de reconhecer a soberan ia do Único e Verdadeiro Deus, e para m agn ificar o seu Unigênito que se deu, incondicionalm ente, para redimirnos de nossos pecados. Assim podemos listar os elementos da oração: 1) Adoração; 2) Gratidão; 3) Reconciliação; 4) Intercessão; 5) Petição; 6) Disposição para o serviço. 1. Adoração. A palavra adoração provém do vocábulo latino adorationem, e encerra este significado: Veneração ele vada que se presta a Deus, reconhecendo-lhe a soberania so bre o Universo, o governo m oral e a força de seus decretos. A verdadeira adoração está associada ao amor que de votam os a Cristo. E um ato perm anente na vida do filho de Deus; não pode ser uma atitude episódica. Em tudo o que fizermos, há de ser ressaltada nossa atitude de adoração.
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Nos Salmos, todas as súplicas são precedidas e sucedidas por arrebatadas e piedosas adorações a Deus. O salmista não se detinha em pedir; entretinha-se em adorar o Eterno. 2. G ratidão. O que significa agrad ecer? Vejamos a força desta palavra: m ostrar-se grato; manifestar gratidão. Assim agia Paulo todas as vezes que se punh a de joelhos. Sua o ra ção era um preito de gratidão ao Senhor; era um culto em ação de graças. Eis com o se com portou o ap óstolo ao rogar pelos filipenses: "Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo sempre, em todas as minhas orações, súplicas por todos vós com alegria pela vossa cooperação a favor do evangelho desde o primeiro dia até agora; tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós com eçou a boa obra a aperfei çoará até o dia de Cristo Jesus, como tenho por justo sentir isto a respeito de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós sois participantes comigo da graça, tanto nas minhas prisões como na defesa e confirmação do evangelho. Pois Deus me é testemunha de que tenho saud ades de todos vós, na terna m isericórdia de Cristo Jesus. E isto peço em ora ção: que o vosso amor aumente m ais e mais no pleno conheci mento e em todo o discernimento. (Fp 1.1-10). Por conseg uinte, que jamais nos esqueçam os de ser gra tos a Deus por tudo o que dEle temos recebido. A recom en dação é claríssima: "Em tudo dai graças; porque esta é a von tade de Deus em Cristo Jesus para con vosco (1 Ts 5.18). 3. Reconciliação. E neste momento que rogaremos a Deus no s perdoe as faltas e os pecados. C onfiados nos m é ritos de Cristo, declaremos-lhe, pois, nossas iniqüidades. Se nós nos tratarmos com placentem ente, jam ais lhe alcançare mos as misericórdias. No entanto, se lhe confessarmos os pecados, Ele é justo para reconciliar-nos consigo mesm o atra vés de Jesus Cristo (Jo 1.7). Qu ando intercedia pelos filhos de Jacó, o profeta Daniel, embora irrepreensível, colocou-se entre os repreensíveis para buscar a reconciliação entre Israel e o Senhor Deus:
0 A V I V A M EN T O E A O R A Ç Ã O
"N o ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linha gem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus. No ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, enten di pelos livros que o número de anos, de que falara o Se nhor ao profeta Jeremias, que haviam de durar as desola ções de Jerusalém , era de setenta anos. Eu, pois, dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza. E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: O Senhor, Deus grande e tremendo, que guardas o pacto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; pecamos e cometemos iniqüidades, procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus preceitos e das tuas ordenanças. N ão dem os ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nom e falaram aos nossos reis, nossos príncipes, e nossos pais, como tam bém a todo o povo da terra " (Dn 9.1-6). 4. Intercessão. Antes de pedirmos qualquer coisa a Deus em nosso favor, desdobremo-nos em intercessões, e destas cer quemos nossas preces. Interceder pressupõe sofrer com os que sofrem, chorar com os que choram e tomar, como de fossem nossas, as dores alheias. É confessar ao Amoroso Pai que nos importamos com infortúnios de nossos semelhantes. Nas Sagradas Escrituras, o ministério da intercessão cabia oficialmente aos sacerdotes. Todavia, encontramos profetas, reis e patriarcas a interceder em favor dos filhos de Israel e até pelos estrangeiros intercediam eles. Com o mesurar a intercessão de Jeremias por seu povo? (Jr 14.11). O que dizer da oração de Abraão por Sodoma e Gomorra? (Gn 19). E o ofício intercessório de Moisés e Sam uel? (Jr 15.1,2) No capítulo sete de 2oCrôn icas, despren de-se Salomão ardentemente em prol do seu povo. Ao inau gurar o Santo Templo, o sapientíssimo rei deixa bem claro que a casa de Deus é um lugar de intercessões contínuas. Como não ler o capítulo 17 de João sem ter os olhos marejados de lágrimas? Nesta passagem, Jesus mostra por que recebeu o sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeq ue.
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Se verdadeiramen te nos e ntregarmos à intercessão, este será o nosso lema: "E , quanto a m im, longe de mim que eu peq ue contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direto" (1 Sm 12.23). 5. Petição. Somente depois de adorarmos a Deus, reco nhecer-lhe o senhorio sobre todas as coisas, agradecer-lhe por quanto dEle tem os recebido e rogar-lhe o perdão por nossas iniqüidades, é que devem os preocupar-nos com as nossas ne cessidades. Ainda que específicas, nossas petições devem ter por modelo a Oração Dominical que, segundo Tertuliano, é um perfeito com pêndio do Evangelho de Cristo. Confortem o-nos com esta recomendação de Paulo: "Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças (Fp 4.6). 6. Disposição para o serviço. E neste ponto de sua ora ção, que o crente há de se consagrar integral e incondicio nalm ente ao serviço do D ivino M estre. E a santificação para o trabalho no R eino de Deus. Se a nossa o ração não for en cerrada com esta disposição, de nada adianta-nos perma necer uma ou duas horas de joelhos. O missionário brasileiro José Satírio, autor do livro M is são em Cúcuta, disse certa vez que o fracasso de muitos cris tãos reside no fato de estes limitarem -se, em suas orações, à linha do perdão, quando deveriam ultrapassar a linha do serviço e da consagração. A oração também é serviço; sem serviço não p ode hav er oração.
III. 0 CLAMOR PELO AVIVAMENTO Um grito por avivamento foi um livro que li quando jo vem. Tinha na ocasião 18 ou 19 anos. Infelizmente não me recordo o nom e do autor. Mas d em onstrava este uma preo cupação m uito grande com respeito ao avivamento. Eis por que, segundo ele, não devemos apenas orar por um aviva mento; choremos e gritemos pelo reavivamento espiritual
0 AVIVAMENTO E A ORAÇÃO
de nossas igrejas. Se assim não agirmos, como poderemos desejar venham os tem pos de refrigério? Conquanto presente em todos os livros da Bíblia, explí cita ou implicitamente, acredito que a Teologia do Aviva mento nasceu com Habacuque. Vivendo a ruína iminente de Jerusalém e a desdita do povo de Deus, viu o profeta que só havia um m eio de se evitar o inevitável: um avivamento que levasse o povo aos princípios da Lei Divina. Por isso, o grito do profeta: "Aviva a atua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da m isericórdia" (Hb 3.2). Os dias de hoje não são diferentes. Os valores se inver tem. A incredulidad e vai conqu istando guarida até mesmo em corações dantes piedosos. Como as iniqüidades se mulplicam, o amor dos santos enregela-se. E a liberalidade na teologia? E o m odernism o na doutrina? E o mund anismo que nos entra pelas igrejas sob a capa da contextualização? Diante de um quadro tão crítico, resta-nos apenas um a esperança: um avivam ento bíblico e centrado no Cristo de Deu s. Mas este avivam ento só virá quando o povo , que se chama p elo nom e de D eus, orar e suplicar-lhe a santíssima presença. Pois a oração pressupõe avivamento, e o aviva mento é um dos mais perfeitos sinônimos de oração. O avivam ento só é deflagrado quando a Igreja de Cris to põe-se a clamar. E, assim, orand o e chorand o, vão os san tos clamando por um avivamento, e, em prantos copiosos, logo hão de exp erimentar um a singular visitação dos céus. Os tempos de refrigério não nos faltarão.
IV. GRANDES INTERCESSORES, PODEROSOS AVIVAMENTOS Com o esquecer este notável homem da igreja? Além de teólogo, foi John Knox (1514-1572) um notabilíssimo intercessor. Num momento de crise, derramou toda a sua
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alma diante de Deus: "Senho r, dá-me a Escócia senão mo r rerei!" E, a partir desse singular clamor, a história de sua pátria modificar-se-ia de forma radical. Sem a sua prece, como se haveriam os escoceses naqueles dias tão difíceis? Exem plo inesquecível dá-nos Abraão Lincoln. O adm i rável presidente norte-americano enfrentou gravíssimas dificuldades em seu governo. H aja vista a Guerra da Sece s são. Durante aqueles anos de lutas fratricidas, quando o número de cadáveres multiplicava-se a cada dia, Lincoln viu-se constrangido a reconhecer: "Tenho sido im pulsiona do a me ajoelhar, m uitas vezes, pela conv icção esm agadora de que não há mais outro caminh o a segu ir". Deus ajudou o presidente Lincoln a pacificar a sua na ção, lançando as bases de um futuro promissor e imparmente glorioso. Se orarmos de forma súplice e ardente, haveremos de m odificar não som ente a história de nossa igreja, mas a es trutura de nossa sociedade. A igreja evangélica precisa de um avivamento; o Brasil carece de um avivamento. Temos de experimentar novo s tempo s de refrigério. Se não estiver mos atentos, tornar-nos-emo s tão nom inais quanto àqueles cristãos americanos e europeus que já nem se lembram de que suas nações foram, um dia, nascedouros de inesquecí veis avivamentos.
CONCLUSÃO É desnecessário dizer que a oração é indispensável ao povo de Deus. A Igreja, além de ser uma comunidade adoradora, é também um a sociedade de clamor e súplicas. Somos conh ecidos pela com unhão que mantemos com o Pai Celeste. Que esta reflexão de Stanley Jones aumente-nos o anseio pela oração: "Já descobri que sou melhor ou pior à medida que oro mais ou menos. Quando oro, sou igual a uma lâmpada colocada no lugar adequado: fico pleno de luz e pod er".
0 AVIVAMENTO E A ORAÇÃO
Como Igreja de Deus, temos de retornar ao Jardim do Getsêm ani, onde se acha o Cristo em perene oração. Somente assim, haveremos de vencer as dificuldades que nos cer cam, e firmar-nos como a agência por excelência do Reino de Deus. Se de fato queremos um avivamento, não podemos ol vidar a observação mui pertinente de Elanor L. Doan: "O progresso da história da Igreja é a história da oraç ão".
QUESTIONÁRIO 1. O que é a oração? 2. O que é a oração intercessória? 3. Como deve ser a oração do crente? 4. Qual o teor da oração de Habacuque? 5. Por que o povo de Deus deve dedicar-se à oração?
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0 A V IV A M EN TO PRO D U Z A SA N T IF IC A Ç Ã O E A IN T EG R ID A D E
SUMÁRIO: Introdução; I. O que É a Santificação; II. O Grande Para doxo - um Povo Santo não Santificado; III. O Avivamento Exige uma Vida Santa, Pura e Integra; IV. A Santificação e a Integridade; Con clusão; Questionário.
INTRODUÇÃO Uma bênção esquecida. Foi assim que um teólogo de nom inou a dou trina da santificação. Se considerarm os, po rém, a crise que vem assolando igrejas, dantes tão pod ero sas, seremos obrigados a considerar a santificação, e con seqüentemente a integridade, não apenas um a bênçã o es quecida, mas fatalmente negligenciada. Porque, embora todos os crentes saibam que ser santo não é uma opção, mas uma imposição divina, muitos são os que se confor mam com este século, e entregam-se à iniqüidade e à ignomínia.
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Só um avivamento poderá arrancar-nos a este torpor espiritual, e guindarmos à posição a que fomos chamados como povo especial, íntegro e comprovadamente santo. Repassemos a história dos avivamentos, e vejamos com o se comportavam os filhos de Deus nesses períodos de visitações celestes. Tão logo sentiam o sopro do Espírito Santo, abando navam suas práticas pecaminosas, deixavam os vícios e os maus costumes, e passavam a andar como Cristo andou. Haja vista o que aconteceu no País de Gales. Bordéis e cassinos eram fechados; os donos de bares e adegas, constrangidos pela Pa lavra de Deus, não mais vendiam bebidas alcoólicas. E os cren tes demonstravam não somente por palavras, mas principal mente por obras, ser uma nação santa, sacerdotal e profética. Neste capítulo constataremos quão importante é a dou trina da santificação. E a seguir, entraremos a ver por que é a integridade uma das mais fortes evidências de uma v ida re almente avivada. Santificação e integridade! Que o Senhor nos ajude a ser santos como Ele santo é, e a portar-nos com integridade como aqueles homens e mulheres das Sagradas Escrituras que, para preservar a sua vocação celeste, não te meram entregar o próprio corpo à morte. Eis aqui uma das mais fortes evidências de um avivamento.
1.0 QUE É A SANTIFICAÇÃO A santificação não significa apenas estar separado do mundo. Pois não são poucos os crentes que, apesar de não viverem no mundo, permitem que o mundo neles viva. A santificação leva o homem a separar-se do mundo, separan do-se integralmente para Deus. Tem a santificação, por con seguinte, dois lados: um negativo e outro positivo. Separarse do mundo até que não é difícil. Assim agem aqueles mo n ges do Tibet. Alienam-se de tudo e até da própria vida, alie nam-se. Entretanto, são incapazes de se entregarem a Deus. Quanto ao segundo aspecto da santificação, somente o Espírito Santo pode operá-lo. Tratando do duplo aspecto
0 AVIVAMENTO PRODUZ A SAN TIFICAÇÃ O E A INTEGRIDADE
desta tão sublime doutrina, afirmou Eleanor L. Doan: "A com unhão com um Deus santo produz a santidade entre os ho m ens". Portanto, quando alguém se entrega totalmen te à santificação, conforme a Bíblia no-lo requer, sua influ ência torna-se indisfarçável. 1. O qu e é a san tificação. Assim pod em os defini-la: "Se paração do mal e do pecado , e dedicação ao serviço do Rei no de Deus. E a forma pela qual o filho de Deus ap erfeiçoase à semelhança do Pai Celeste" (Dicionário Teológico da CPAD). Isto significa que, de acordo co m Em ery H. Bancroft, "a santidade de Deus se manifesta em seu ódio contra o pecado e em seu deleite na retidão, e na separação entre ele e os que vivem no peca do". 2. A máxima reivindicação das Sagradas Escrituras. Den tre todas as reivindicações e dem andas das Sagradas Escritu ras, esta é, sem dúvida, a mais elevada e altaneira: "Portan to, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vos so Deus" (Lv 20.7). Se no Antigo Testamento este imperativo não admitia meios termos, o que não diremos da ordem do Novo? Na Epístola aos Hebreus, o autor é mui categórico: "Segu i a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senho r" (Hb 12:14). 3. Os m eios para se ob ter a santificação. Dentre os meios da graça de que dispomos para obter a santificação, a Palavra de Deus e o sangue de Cristo Jesus são os principais. a) A Palavra de Deus. Em sua oração sacerdotal, roga o Senhor ao Pai Celeste em favor da santificação de seus dis cípulos: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verda de" (Jo 17.17). b) O sangue de Jesus. "Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos com unhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 Jo 1.7). Discorrendo sobre esta tão imprescindível doutrina, posto que esquecida, J. E. Davies assevera claramente: "O cristão é chamado a viver uma vida de santidade, de ino cência, de pureza, e de continuada consag ração a De us".
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II. 0 GRANDE PARADOXO - UM POVO SANTO NÃO SANTIFICADO De acordo com Adolph Sophir os "santos são pecado res salvos pela graça". Acredito que, neste ponto, todos estamos de acordo com Sophir. Todavia, como p ode existir um povo santo não santificado? N este paradoxo, encon trava-se a igreja de Corinto. O após tolo Pau lo parece não ter se impressionado com este aparente paradoxo; pois, logo no início de sua primeira carta àquela igreja, trata todos os seus membros de santos (1 Co 1.2). Mas logo em seg uida, exortaos a uma v ida de pureza e integridade. Em bora cham ados santos, achavam-se aqueles crentes mui distantes de um a vida exemp larmen te santificada e ín tegra. Não aceitavam eles a pregação de Paulo, por teremna como simplória e despojada dos arroubos da retórica helena; encontravam-se divididos em facções; toleravam grotescas imoralidades; levavam uns aos outros aos tribu nais; não sabiam como se portar na Ceia do Senhor; ignora vam a exata função dos dons espirituais; desconheciam a essência da lei do am or; não criam na ressurreição dos mo r tos e até da de Cristo duvidavam. Apesar de tudo eram, posicionalm ente, santos. Aparentemente, viviam os coríntios um grande aviva mento. Infelizmen te, conqu anto fervorosos, não eram espi rituais. Eis porque Paulo lhes endereçou duas espístolas, nas quais envida todos os esforços, a fim de recondu zi-los a uma vida realmente santa e comprovadamente íntegra. Sem es tes ingredientes é im possível o avivamen to. O que estam os a assistir, em m uitas de nossa s greis, não nos lembra a igreja de Corinto? Nunca foram os cultos tão fervorosos, e nunca esteve a espiritualidade tão em baixa. Jam ais foram as reuniões tão m ovim entadas; onde, porém, o mov imento do Espírito Santo? E, assim, de aparênc ia em aparência, não poucas igrejas vão vivendo um avivamento
0 A V I V A M EN EN T O P R O DU DU Z A S A N T I F I C A Ç Ã O E A I N TE TE G R ID ID A D E
artificial e morto; um avivamento mui distante do padrão bíblico que, com urgência, reivindica reivindica uma v ida santa e irre irre preensível preen sível daqueles que se identificam com o filhos filhos de Deus.
III. 0 AVIVAME AVIV AMENTO NTO EXIG EXIGEE UMA UMA VIDA VI DA SANT SANTA, A, PURA E ÍNTEG ÍNTEGRA RA Charles Finney, Finney, um dos maiores teólogos de todos os tem pos, descre d escreve ve um a igreja igreja que, desesp eradam ente, precisa de um avivamento. Ele, que foi usado por Deus não somente para fazer teologia, mas também para incendiar a América com um poderoso despertar, sabia muito bem que o verda deiro deiro avivam ento dem d emanda anda um u m a vida santa, pura e ínteg íntegra: ra: "Quando existe falta de amor fraternal e confiança en tre tre os crentes, faz-se faz-se necessário um reavivamen to. H á nesse m omento, om ento, um forte forte clamor para que D eus reavive reavive a sua obra. obra. Espere por um reavivamento quando existirem dissensões, ciúmes e rumores maldosos entre os crentes. Essas coisas m ostram que os cristãos cristãos se afastaram afastaram de Deus e que é hora de pensar seriam seriam ente em um reavivamento. reavivamento. "O reavivamento é necessário quando há um espírito m undano und ano na igrej igreja. a. Ela se afunda afunda num estado de apostasia quando se vêem os cristãos conformes com o mundo em vestimenta, festas, buscas de diversões mundanas e leitu ras de romances imorais. "Quando a igreja encontrar seus membros caindo em pecados escandalosos e indecentes é tempo de despertar e clam cl am ar a Deus por um reavivam ento". Tais Tais palavras pa lavras não parecem parec em ter sido sido escritas para os dias de hoje? hoje? C um pre-se, em nosso tem po, o que disse disse o Senhor Je J e s u s n o S e r m ã o P r o f é tic ti c o : " P o r se m u lti lt i p lic li c a r a in i q ü i d a de, o amor de m uitos se esfriará?" Q uantas igrejas, igrejas, outrora outrora fortes e espiritualmente pujantes, não se acham prestes a morrer espiritual e moralmente; algumas já foram sepulta das; outras acham -se a dar os os últim últim os susp iros. E os os atalaias atalaias
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de Deus? Não se acham , porven tura estes, estes, com prom etidos etidos também com o mundo? As igrej igrejas as foram transformad as em palco; seus corredo res, em pistas de dança; seus púlpitos, em meras tribunas onde se apregoa a teologia da prosperidade, a confissão positiva e um triunfalismo escarnecedor e ímpio. Os bons costumes são negligenciado s e até escarnecidos, com o se o povo de Deus não tivesse a obrigação de ser íntegro e dife rente do pagan ismo que, sistematicamen sistematicamen te, vai se apossan do do presen te século. século. E os pecados sexuais? Desgraçadamente, os jovens já não têm muitos referenciais que os estimulem a ser cada vez mais santos, puros e íntegros. Muitos desses moços e m oças que nos freqüentam as igrej igrejas as já não sabem diferençar diferençar entre a mão direita e a esquerda. Se não forem alcançados por um p oderoso av ivamento, perecerão eles em seus deli deli tos e pecados. E no dia do Juízo Final, haverá Deus de lhes requerer o sangue de nossas m ãos.
IV. A SANTIFICAÇÃO E A INTEGRIDADE INTEGRIDADE Do que já temos visto, há que se concluir que a santifi cação, na vida do povo de Deus, não pode ser meramente posicionai; tem de se manifestar numa vida íntegra e de absoluta retidão. Uma vida semelhante à de Jó que, apesar dos milênios milênios já já transcorridos, continua a inspirar inspirar todos os os que porfiam por an dar com integridade. Vejamos, a segui seguir, r, o que é a integridade. 1 .0 que que é a inte integri gridade. dade. Tanto Tanto no Antigo como n o N ovo Testamento, "integridade" é uma palavra que comporta os seguintes significados: inteireza, retidão, imparcialidade, inocência e pureza. No hebraico, a palavra integridade é representada pelo vocábulo tamim, que traz estes sentidos: completo, pronto, perfeito e inculpável. A Versão Versão Corrigida C orrigida de Alme ida, influen influenciada ciada ainda pelo portugu ês do Século Século XVII, utiliza utiliza o vocábu lo "sin cerid ad e"
O AVIVAMENTO PRODUZ A SANTIFICAÇÃO E A INTEGRIDADE
em lugar da palavra "in tegrida tegr idade de ". Apesar de ambos ambos os ter m os serem tidos tidos com o sinônimos, o segundo é mais enfáti co: retrata de m aneira ane ira vivida, a postura d aquele aque le que jam ais trafica a sua fidelidade ao Senhor. 2. A vida íntegra de Jó. Em bora co berto de úlceras e já vestido de uma angústia peregrina, Jó não traficou a sua integridade nem transigiu quanto aos seus compromissos morais. Em tudo, ma nteve-se sincero sincero e íntegro. íntegro. No m om en to mais agudo de sua provação, quando a esposa perguntou-lhe: tou-lhe: "A inda ind a ireténs a tua integridade? integridade? Am aldiçoa a Deus e morre", ele não vacilou em dar-lhe uma resposta que ja m ais seri seriaa esquecida: "C om o fala fala qualquer doida, assim assim fa tu ; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o las la s tu; mal?" (Jó 2.9,10). Em tudo isto, registra o autor sagrado, o patriarca não pecou com os seus lábios". Neste Ne ste mom ento tão crucial, em que os filhos filhos de Deus cla mamos por um reavivamento, não podemos ignorar algu mas ma s perguntas que, posto que incômodas, precisam ecoar bem forte: Nossa vida pessoal é íntegra? Nosso ministério é ínte gro? E íntegra a nossa mensagem? E a nossa postura como homem de Deus? E politicamente correta? Ou reconhecida mente men te íntegra íntegra e santa? santa? O m omento om ento é críti crítico! co! Não contempla rodeios nem h ipocrisias. ipocrisias. Exige decisão. Há som ente duas res postas cabíveis: Sim e Não. O que disto passar é dissimula ção e consumada iniqüidade. Nos tópicos a seguir, entrare mos mo s a enfocar o ministro de Deus em particula particular, r, por ser jus tamente ele quem estará a rogar-l rogar-lhe he por um u m avivamento. 3. Uma vida pessoal íntegra. Não pod emos dissoci dissociar ar a vida pessoal da ministerial. O êxito desta muito depende daquela. Se a primeira não for eloqüente em virtudes, a se gunda não n ão convencerá co nvencerá co m as palavras. palavras. Se a tribuna do ínti mo não tiver argumentos, o púlpito ficará sem respostas. Desgraçadamente, muitos são os púlpitos que já não passam de meras plataformas. plataformas. P ois o mensageiro, men sageiro, ao ao sepa rar o ministério de sua vida particular, não quis atentar a esta irrecorrível realidade: ambos são tópicos do mesmo
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sermão; formam um só discurso. Nossa vida privada não é apenas o exórdio da m ensagem ; é também a sua conclusão. É a peroração que convence. E o apelo respondido. 4. U m a vida conjugal íntegra. Se o obreiro não v ive bem com a esposa, se não a respeita, se alimenta contatos equí vocos com outras mulheres, como poderá conduzir uma cerimônia de casamen to? Co m o poderá dirigir as bod as de prata e de ouro das ovelhas se as suas não passam de um mero pap el quando deveriam ter a consistência do diam an te? Estaríamos nós na mesma condição dos sacerdotes a quem Malaquias censurou? Brada o profeta: "O Senhor foi testemu nha entre ti e a m ulher da tua mocidade , com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua com pan heira e a m ulher do teu concerto", Ml 2.14. Como ministros de Deus, saibamos também como or denar nossos filhos, a fim de que tenhamos condições de aconselhar os joven s do rebanho. Se não agirmo s de ma nei ra coerente, nossos filhos jam ais verão a igreja com o o Rei no de Deus; vê-la-ão como se fora uma m era capitânia here ditária. Eles lançam m ão do tesouro sagrad o; você nada diz. Oprimem os santos; você não os disciplina. Agem impudentem ente; você não os censura. Logo estarão oferecendo fogo estranho no altar, e não estará você presente para evi tar que sejam eles consumidos pela ira divina. 5. Uma vida econômica íntegra. Se o mensageiro de Deus bu rla o fisco, e em tudo busc a du vidosas vantagens, como poderá ensinar que uma das evidências do verda deiro avivamento é a liberalidade nos dízimos e ofertas. As ov elhas sem pre dão a D eus o que é de D eus, m as você nega tanto o que é de Deus quanto o que é de César. Já não se contenta com a porção cotidiana. Se os filhos de Eli roubavam os fiéis com o garfo, desfalca você a igreja de Cristo com o tridente do usurpador (1 Sm 2.13). Se o arauto de Deus vive de ostentação em ostentação, com o poderá discorrer sobre a m anjedoura? A igreja preci sa de servos, não de m onarcas que, desprezando a singele
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za dos lírios, já não se conformam com o próprio campo. Quando censurado, o que você diz? Alega que, como mi nistro de Deus, precisa viver como príncipe. Veja todavia com o estão as suas ovelhas! E as viúvas que você não quis socorrer? Os órfãos que se recusou a amparar? A dor que jam ais aliviou? Enquanto você vive com o príncip e, suas ovelhas gemem como vassalas de sua descabida luxúria. 6. Uma cidadania íntegra. Se o atalaia menospreza as honras do ministério cristão, como pod erá enaltecer a cida dania celeste? O Se nhor o cham ou para o ministério da Pa lavra, mas você tem obsessão pelo m inistério público. Quer uma cadeira no parlamento, e reputa por nada a cátedra dou trinai que, em sua igreja, está sem pre vazia. Deixe a coi sa pública aos que dela sabem cuidar; zele pelo bem comum das ovelhas que o Senhor lhe entregou. Se o pregoeiro, enfim, não prega com a vida terrena, com o poderá pregar a vida eterna? O Senhor Jesus pregava a vida com a vida, entregand o por nós a própria vida. É por isso que, mesmo calado, incomodava. E, você? Ainda que brade, já não convence. É nuvem sem água; troveja, mas não chove testem unhos nem orvalha exemp los. 7. Um ministério íntegro. Se a sua vida não é íntegra, com o pod erá ser íntegro o seu m inistério? Você não se con tentou em ser obreiro; quis logo o título de ministro. Esqueceu-se porém de algo básico: a essência do m inistério cris tão é o serviço sacrificial e amoroso que se deve prestar a Deus e aos santos. E, já m inistro, o que fez? Ao invés de negociar os talentos, foi fazer negociata das coisas santas. Adulou para subir, mas continua a descer no conceito daquEle que tudo vê e sonda todas as coisas. Burlou as normas; desrespeitou o ministério e ignorou as conven ções. E, já à frente da igreja, descobriu-se sem o cajado de pastor. Adm inistra os bens da igreja, mas jamais pastoreou o rebanho de Cristo. Não é pastor; é mercenário. Com o poderá você rogar a Deus por um avivamento em seu ministério?
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Aliás, deseja você realmente um avivamento? Porque um avivamento requer compromissos, ao passo que você vive descomprom issadamente para com o Senhor da Seara. 8. Um a m ensagem íntegra. Se a sua vida e ministério não são íntegros, como esperar que a sua men sagem o seja? Você já não assum e o púlpito com o hom em de Deus; agora você é homem do povo. Já não lhe interessa o que a igreja necessita receber. Você só fala o que o grupo majoritário e poderoso quer ouvir. Do p úlpito você decreta a prosperidade, e nunca se viu tanta miséria espiritual em seu redil. De tanta confissão positiva, você já nem parece guia espiritual: é mais guru que pastor. Antes fosse apenas guru; sua condenação seria menor. Menospreza o pecado, dizendo já estarem todas as ovelhas predestinada s à vida eterna. Ilude-as com u ma fal sa esperança; engana-as com uma teologia que não é nem próspera nem positiva, mas duas vezes maldita. Não satisfeito em engan ar o rebanho, ainda franqueia o púlpito aos lobos e chacais. D epois, reparte com eles o des pojo dos santos. Com a sua palavra fácil e azeitada, você tira tudo das ovelhas, SI 55.21. Mas chegará o dia em que, para o seu desespero, não hav erá nem a lã nem o leite; ha verá apenas a necessidad e serôdia. O seu púlpito não é proclamação; é uma peça de m a rketing. Lem bra-se dos não-regenerados que você prom o veu? Dos impenitentes a quem estendeu a destra da co m unhão? D os poderosos que adulou? Dos corruptos que acolheu como se fossem do Senhor ungidos? O seu m a rketing foi infalível; o inferno está m ais po pu lar que nun ca. O seu reban ho já não sab e a diferença en tre o santo e o profano. E a sua mensagem alternativa? Não tem a agonia do Getsêmani, nem a paixão do Calvário. Mas também não possui a glória da ressurreição nem a esperança do arrebatamento. Sua mensagem alternativa deixou o rebanho que Deus lhe confiou sem qualquer opção.
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No púlpito você se lembra de tudo, menos da integri dade da m ensagem . Que tal colocar-se na porta do templo e sofrer as afrontas todas de Jeremias? Ou ser incompreendido como Amós? Ou ainda oferecer a vida por libação como o apóstolo Paulo? Nenhum destes pregou uma mensagem alternativa; a única alternativa da Palavra de Deus é a obe diência, que sem pre nos leva a experim entar o refrigério de um pod eroso avivamento.
CONCLUSÃO Não há avivamento sem santificação e integridfade. O avivam ento, o verdadeiro av ivamento espiritual pressupõe a santificação de todo o povo de D eus. Quer no Antigo, quer no Novo Testamento, o povo de Deus semp re foi incitado a busca r a Deus e a comp ungir-se diante dEle, pois todos sa bem os que sem a santificação ningu ém verá o Senhor. Com o, pois, ignorar as reivindicações bíblicas quan to a um a vida pu ra, santificada e que, em todas as coisas, se con forme com a vida de Nosso S enhor Jesus Cristo? Qual a sua postura como homem de Deus? É politica mente correta? O anjo de Laod icéia tinha um a postura politi camente correta, o Senhor porém estava prestes a vomitá-lo de seus desígnios. A postura do Iscariotes era de igual mod o correta, contudo ele não titubeou em vender o Mestre. No momento em que Pilatos buscava ser politicamente correto, soltou um hom icida, e entregou um inocente à morte. Nossa postura, como homens de Deus, não deve limi tar-se ao politicam ente correto; tem de ser reconhecidamente ju sta e íntegra. Por isso, mais do que nunca, temos de res pon der a esta pergunta: "Ainda reténs a tua integridade?" Não pod em os vacilar. Se não levarm os a sério as reivin dicações bíblicas qua nto à santificação e à integridade, fica remos envergonhados quando a última trombeta tocar, anu nciando o arrebatam ento da Igreja.
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QUESTIONÁRIO 1. O que é a santificação? 2. Quais os dois lados da santificação? 3. O que disse Finney sobre a santificação? 4. O que diz o autor da Epísto la aos H ebreus sobre a san tifi cação? 5. Por que a santificação é um dos mais fortes indícios do avivamento?
VII
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0 A V IV A M EN TO E O BA T ISM O C O M O ESPÍRITO SA N TO
Sumário: Introdução; I. A Promessa do Derramamento do Espírito Santo no Antigo Testamento; II. A Promessa do Derramamento do Espírito Santo no Novo Testamento; III. O Dia de Pentecostes; IV. A Atualidade da Experiência Pentecostal; V. O Testemunho da História; Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO "E is qu e vejo a glória de Israel, pois esta m ulher falou a nossa próp ria líng ua !" Esta declaração não foi feita por ne nhum peregrino hebreu do Antigo Testamento, nem por aqueles anacoretas que se enfurnavam nas solidões do de serto. Apesar de seu tom profético, esta declaração foi pro ferida por um judeu que, pelos inícios do século XX, andejava pelo então Território Federal do Amapá. No dia 25 de dezembro de 1917, os pastores Clímaco Bueno Aza e José de M attos achav am -se a batizar mais uma
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leva de novos conv ertidos naquele extrem o norte do Brasil, quando a irmã Paula de Araújo, ao descer às águas, recebe a prom essa pentecostal. Nesse mom ento, põe-se ela a falar uma língua tão sonora, tão doce e tão eloqüente, que mais lembrava a dicção dos escritores sagrados. Não havia dúvida; a irmã Paula estava a falar o hebraico. Foi o que comprovou o Sr. Leão Zafury. Não sabemos se este errante judeu veio a converter-se em decorrência daquela mensagem vinda diretamente do Deus de Abraão. Mas de uma coisa temos certeza: naquele momento, veio ele a testemunhar um poderoso derramamento do Espírito Santo que, tendo começad o no Dia de Pentecostes, em Jeru salém, haveria de prosseguir confirmando a poderosa in tervenção de Deus nos negócios humanos. Ap esar dos cessacionistas, que alegam ter sido o batis mo no Espírito Santo uma experiência exclusivam ente apos tólica, continua o Senhor Jesus a manifestar-se entre o seu povo, d ispensand o-lhe avivam entos, visitações e refrigérios. Não há nen hum a base bíblica, ou histórica, para se du vidar da atualidade da Obra Pentecostal. E um fato mais que comprovado pelas Sagradas Escrituras. Uma das principais características do verdadeiro avi vamento é o derramamento do Espírito Santo. E uma pro messa que permeia toda a Bíblia; vai do Antigo ao Novo Testamento.
I. A PROMESSA DO DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO Quase todos os profetas da Antiga Aliança aludiram ao derramamento do Espírito Santo. Tinham eles plena con vicção de que, nestes últim os dias, haveria uma singular efusão do Espírito, assinalando a inauguração de um a nova era do Reino de Deus na terra: a era da Igreja, através do Messias de Israel.
0 AVIVA MEN TO F. O BATISMO COM O ESPÍRITO SAN TO
Isaías, que viveu no VIII século antes de Cristo, vis lumb rou estes nossos tempos: "De rram arei água sobre o sedento e torrentes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, a minha bênção sobre os teus desc en de nte s"(Is 44.3). O profeta talvez nem im a ginasse que implicações teria semelhante previsão. Esta va ciente, porém, de que se tratava de algo grandioso, admirável, inusitado. Afinal, em sua época, o Espírito Santo não era dado por efusão; era outorgado sob medi da; era dispensado de acordo com as necessidades da comunidade de Israel. Mas com o derramamento do Es pírito, todo s viriam a ter direito a esse m arav ilhoso e ine fável dom. Joel tam bém profetiz ou acerca da efusão do Espírito Santo. Este antigo profeta literário, cujo m inistério é situa do no nono século antes do Salvador, teve uma claríssima visão do derramam ento do Espírito. Nenhum outro m en sageiro de Jeová tivera jamais uma tão clara visão desse pod eroso feito de Deus. Tanto é que, por unanim idade, cham am -no de o profeta pentecostal. Eis o que previu ele para estes dias: "E há de ser que, depois, derramarei o meu Es pírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jo vens terão visões. E tamb ém sobre os servos e sobre as ser vas, naqu eles dias, derram arei o m eu Es p írito" (J12.28,29). Joel p rofetizou tão m erid ianam ente acerca do derram a mento do Espírito Santo que, no Dia de Pentecostes, nin guém no cenáculo teve qualquer dúvida; o que naquele m om ento ocorria era o cum primento da palavra que envia ra o Senhor através de seu profeta. Eis como Pedro exordia o seu discurso: "O que ocorre é o que foi dito por intermé dio de Jo el" (At 2.16). Além de Isaías e Joel, muitos outros escritores, direta ou indiretamente, fizeram menção do derramamento do Espírito em nossos dias. Vejamos a seguir o que disseram os escritores do Novo Testamento.
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II. A PROMESSA DO DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO Ao iniciar o seu ministério, tinha João Batista com o ine vitável o derramam ento do Espírito Santo anunciado pelos profetas do An tigo Testamento. Suas palavras não adm item hesitação: "Eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependim ento; mas aquele que vem após m im é mais po deroso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fog o" (Mt 3.11). Confirmando as palavras de seu precursor, o Senhor Jesus prom eteu, em diversas ocasiões, a liberal efusão de seu Espírito Santo. Quando dispensava as consolações aos atônitos discípulos, afiançou-lhes: "Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador... o Espírito de verdade" (Jo 14.16,17). Já ressurrecto, recom endou -lhes: "Perm ane cei em Jeru salém até que do alto seja is revestidos de p o d er" (Lc 24.49). E, agora, prestes a ser assunto, reafirma a pro messa: "M as recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testem unh as tanto em Jerus a lém com o em toda a Jud éia" (At 1.8). Com o o atestariam os apóstolos, as palavras do Senhor Jesus cum prir-se-iam de m aneira extraordinariam ente sin gular. Era só esperar pelo Dia de Pentecostes!
III. 0 DIA DE PENTECOSTES Ao relatar o derramamento do Espírito Santo sobre os discípulos, Lucas foi claro e mui perceptível. Ele não expli ca, por exemplo, porque foi escolhido justamente o Dia de Pentecostes. Po deria ser algum a outra festa judaica. Tem o Senhor, porém , os seus propósitos. Em sua econom ia, nada é feito por acaso; tudo tem o seu significado e importância; em nad a deixa de mos trar os seus desígnios. Poderia haver ocasião mais significativa que o Pente costes para que o Senh or efundisse o seu Espírito? D urante
0 AVIVAMENTO E O BATISMO COM O ESPlRITO SANTO
essa celebração, os judeus dedicavam as primícias de todas as suas lavouras e culturas ao Senhor (Êx 23.16; Nm 28.26). O melhor do campo a Jeová! A colheita pentecostal seria extraordinariamente grande, pois grandemente extraordi nária haveria de ser a chuva sobre o cenáculo: "Cu m prind o-se o dia de Pentecostes, estavam todos reu nidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veem ente e im petuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E foram todos cheios do Espírito San to e com eçaram a falar em outras línguas, conform e o Esp í rito Santo lhes co ncedia que falas sem " (At 2.1-4). Nesse d ia, em decorrência do sermão de Pedro, conver teram-se quase três mil almas (At 2.41). Tendo em vista se m elhante resultado, insistiu o evan gelista Stanley Jones: "A vida do cristão com eça no Ca lvário, mas o trabalho eficien te no Pentecostes". Mas que implicações tem o evento pen tecostal para os no ssos dias? Teria sido a efusão do Espírito Santo um a experiência exclusiva e única para aqueles dias? O que nos atesta a Bíblia e a mesma história?
IV. A ATUALIDADE DA EXPERIÊNCIA PENTECOSTAL Há um grupo de teólogos que, se não peca por comis são, está sempre a pecar pelas omissões incabíveis e até impiedosas que perpetram contra a doutrina pentecostal. Alegam eles, entre outras coisas, que o batismo no Espírito Santo e os dons esp irituais já não têm qu alquer serventia ou préstimo p ara estes últimos dias. E que só foram n ecessári os àqueles dias primeiros da Igreja. As Escrituras Sagradas e a história do Cristianism o os desm entem; d em ostram que a experiência pentecostal jamais se ausentou dos arraiais cristãos. E tão atual hoje como o foi aos tempos antigos.
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Em seu d iscurso, o apó stolo Pedro é m ais do que con clusivo: "P orq ue a prom essa vos diz respe ito a vós, a v os sos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos D eus, no sso Senhor, ch am ar" (At 3.39). Ao com entar essa passagem , o pastor Don ald Stamp s confirma: "A prom es sa do batismo no Esp írito Santo não foi apenas para aqu e les presentes no dia de Penteco stes, m as tamb ém p ara to dos os que cressem em Cristo durante toda esta era. O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompa nha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja". Não é somente a Bíblia que nos está a atestar essa ver dade; a próp ria história com prova a realidade do Penteco s tes em todas as eras.
V. 0 TESTEMUNHO DA HISTÓRIA No ano 156, Montano, sentindo-se pesaroso por causa da decadência que ameaçava a Igreja, deflagrou um movi mento reformista cuja ênfase recaía na manifestação dos dons espirituais. Segundo o insuspeito testemunho de Tertuliano, entre os m ontanistas não eram p oucos os que rece biam o batismo no Espírito Santo e manifestavam -se em lín guas estranhas e profecias. No segundo século, podemos buscar este depoimento em Ireneu: "Tem os em no ssas igrejas, irmãos que possuem dons proféticos e, pelo Espírito Santo, falam toda a classe de idiom as". Ago stinho também acreditava na continuidade das pro m essas pentecostais. De seus escritos, concluímos que viva men te buscava ele a efusão do Espírito: "N ós faremos o que os apóstolos fizeram quando impuseram as mãos sobre os sam aritanos, pedindo que o Espírito Santo caísse sobre eles: esperamos que os convertidos falem novas línguas" No quinto século, o m agistral orador, João C risóstom o, chegou a com entar: "P ortan to, o apóstolo o cham a de m a
0 AVIVAMENTO E O BATISMO COM O ESPÍRITO SANT O
nifestação do Espírito [refere-se à manifestação dos vários dons espirituais], que é dado a todo o hom em também para proveito". Na Idade Média, muitos foram os movimentos que se caracterizaram pelas experiências pentecostais. Muito da quilo a que cham avam h eresia era na verdade pentecostes. Com a Reform a Protestante, testem unhar-se-ia o adven to de um gigante espiritual que haveria de abalar irresisti velmente os alicerces da civilização. Foi este titã um autên tico pentecostal. Segundo o historiador Sour, Martinho Lutero falava línguas, interpretava-as, profetizava e achava-se revestido de todos os dons do Espírito Santo. Teve a Reforma ainda outros profetas. O que dizer de Jorge Wishart? Ou do in flam ado escocês João Knox? É-nos permitido citar ainda outro escocês: João Welsh. Esses ho mens foram de tal forma tomados pelo poder do Espírito, que fizeram tremer as estruturas dos potentados terrenos. O segrego? Eram eles todos au tênticos pentecostais. No século 18, temos a destacar os irmãos Wesley e o príncipe dos pregadores ao ar livre, George Withefield. De conform idade com um relato fidedigno da época, fo ram os três de tal m aneira visitados pelo Sen hor qu e, cer ta vez, rolaram p elo chão, tam anho era o pod er e a graça experimentados. E o que diremos de Charles Finney? Moody? E daque les pietistas que sempre preocup avam -se em ter uma exp e riência cada vez mais profunda com o Senhor? Finalmente, chegamos ao século XX. Ninguém jamais poderá esquecer o avivamento da rua Azuza em Los Angeles, nos Estados Unidos. Foi aqui que teve início o Movimento Pentecostal, que se espraiaria por toda a América do Norte, e de onde haveria de sair a Assembléia de Deus. Dos Estados U nidos, foi a doutrina pentecostal trazida ao Brasil pelos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren. E, hoje, mercê de Deus, som os a maior nação p en tecostal do mundo.
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CONCLUSÃO O derram amento do Espírito Santo é visto como um dos mais fortes sinais dos ú ltimos dias. Foi o que pro fetizou Joel. O que teve início no Dia de Pentecostes, prossegu e em no s sa era, e há de continuar até que venh a o Senhor Jesus arre batar a sua Igreja. Os avivam entos que hoje sacodem o mu n do são em tudo singulares. Haja vista a Coréia do Sul. É ju stam ente neste país, até há bem pouco tempo domin ado çelo bu d is m o, <\ue se etvcotxteam. as m&voxes vgce^as do m\mdo. E que avivamento não vivem nossos irmãos coreanos! Levemo s em conta também a experiência que vêm ten do m uitas deno minações históricas. Cristo está a derramar de seu Espírito não somente sobre os pentecostais como tam bém sobre os batistas, metodistas, presbiterianos, m enonitas e congrega cionais. E hora de buscar poder! Se você ainda não recebeu o batismo no Espírito Santo, busque-o agora mesmo. O Se nhor Jesus deseja que todos os seus filhos tenha m m ais po der para testemun har e resistir aos ataques de Sataná s nes tes dias que se ultimam em sinais e maravilhas. Como pentecostais, não podemos esquecer nosso lema: "Jesu s C risto salva, batiza no Espírito Santo e em breve virá arrebatar a sua Igreja".
QUESTIONÁRIO 1. O que é o derramamento do Espírito Santo? 2. Por que Joel é considerad o o profeta pen tecostal? 3. O que disse João Batista sobre o batism o no Espírito Santo? 4. O que nos prometeu Jesus qu anto ao Espírito Santo? 5. Quando começou a se cumprir a promessa pentecostal?
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SUMÁRIO: Introdução; I. O que São os Dons Espirituais; II. Os Dons Atuam através dos Membros da Igreja de Cristo; III. A Classificação dos Dons Espirituais; IV. A Função dos Dons Espirituais; V. A Rela ção dos Dons Espirituais com os Ministeriais; VI. O Desvio dos Dons Espirituais; Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO Fui criado numa igreja autenticamente pentecostal. Naq uela congregação ainda pequena, mas já tão dinâm ica e tão ciente de suas possibilidad es espirituais, habituara-m e às manifestações do sobrenatural. As salvações de almas e os batismos no E spírito Santo não eram algo que causassem espécie: ocorriam em quase todas as reuniões. Os dons es pirituais operavam em nosso cotidiano, tornando a igreja um centro operoso do R eino de Deus. Em nada diferíamos do cenáculo.
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Todo culto era um penteco stes. Saíamo s com os cora ções ardentes pelas visitações constantes do Espírito. Os tempos de refrigério jamais deixavam aquelas estações; era sempre época de colheita; o avivam ento era contínuo. A orquestra, o coral e os vários conjuntos musicais readquiriam, a cada semana, um brilho que somente o céu poderia conceder. E as mensagens? Era unção sobre unção naquele púlpito; proclamava-se o Evangelho de Cristo com autoridade p rofética. Os enfermo s eram cura dos; as marav ilhas suced iam -se; os sinais semp re nos ba tiam às portas. M inha igreja era autenticamen te bíblica, apostólica, avi vada. Os dons e spirituais eram usados com sabedoria, res ponsabilidade, equilíbrio; não eram motivo para exibicionismo. Edificavam eles os santos e expandiam o Reino de Deus. A lembrança desses fatos levou-me a refletir: Como a igreja de nossos dias está se havendo em relação aos dons do Espírito Santo? Este capítulo é fruto dessas reflexões. Comecemos a tratar do assunto por suas definições mais básicas e elementares.
1.0 QUE SÃO OS DONS ESPIRITUAIS Com o pentecostais, precisam os com preender a natu reza e o correto funcionamento dos dons espirituais. Ao que parece, os coríntios, embora possuíssem todos os carismas, ignoravam tanto a procedência quanto a utili dade destes. Eles achavam fossem os dons oriundos de variegado s esp íritos. Por isso foi nec essário que lhes d e talhasse Paulo a função dos dons do Espírito Santo. En tre outras coisas, explica-lhes o apóstolo que, apesar de serem vá rios os don s, o Esp írito era o m esm o (1 Co 12.4). E que o Espírito acionava os dons de acordo com as ne cessidades da Igreja. Mas, o que são os dons espirituais?
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São os recursos extraordinários que o Senhor Jesus, mediante o Espírito Santo, colocou à disposição da Igreja, visando: •O aperfeiçoamento dos santos; •A ampliação do conhecimento, do poder e da procla m ação do povo de D eus; e: •C ham ar a atenção dos incrédulos à realidade divina. Ao con trário do que a legam os cessacion istas, os dons espirituais n ão ficaram restritos à E ra Apo stólica. A histó ria e a m esm a experiência provam que continua m eles tão atuais como nos dias de Pedro e Paulo. Jack Deere, um dos m ais proeminentes professores do Sem inário Teológico Ba tista de Dalas, comprovou esta realidade após minuciosa pesquisa: "Acredito que o Senhor realmente quer trans formar toda a Igreja. As últimas estatísticas indicam que a Igreja está movendo-se rápida e inevitavelmente para os dons do Esp írito Santo. Ela está retornando à sua heran ça do primeiro século. Quanto a mim, acho-me convencido de que, enqu anto toda a Igreja não abraçar os dons do E s pírito, não conseg uirem os cu m prir as tarefas que nos con fiou o Senh or Jesu s".
II, OS DONS ATUAM ATRAVÉS DOS MEMBROS DA IGREJA DE CRISTO Quanto à natureza dos dons espirituais, há três posicionamentos teológicos: 1. Os dons espirituais são capacidades m eram ente na turais. Ou seja: são inerentes ao ser humano com o a poesia,
a música ou a eloqüência. Ora, se não passam de dotes na turais, como podem eles ser tidos na conta de espirituais? Não há aí uma contradição? Não está uma possibilidade a anular a outra? 2. Os dons espirituais são básica e essencialmente so brenaturais. Neste caso, atuam independentemente da
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anuência e da vontade hum ana, não passando no sso corpo de um mero recipiente para a atuação dos dons. A Bíblia, porém, afirma estar o espírito do profeta submisso ao pro feta (1 Co 14.32). 3. Os dons atuam através dos m em bros da Igreja de Cristo, quando estes colocam suas mentes, corações e von
tade, amorosa e voluntariamente, a serviço de Deus. Esta é a forma como a Bíblia revela a natureza dos dons espiritu ais. A atuação destes, embora sobrenaturais, não anula de forma alguma a personalidade hum ana. Pelo contrário: usaa de tal forma, a fim de que a sublimidade divina tenha em tudo a preem inência. Observemos, outrossim, que, de acordo com o padrão de Atos dos Apóstolos e das experiências pentecostais sub seqüentes, os dons espirituais ou nos são entregues quando recebemos o batismo no Espírito Santo ou posteriormente a este; não antecedem nem são conferidos independente m ente do batism o no Espírito Santo.
III. A CLASSIFICAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS Quantos dons do Espírito Santo temos registrados no Novo Testamento? O renomado teólogo das Assembléias de Deus nos Estados Unidos, Stanley Horton, arrola pelo m enos 21. Além dos nove dons mencionados em 1 Corínti os 12, temos os referidos em Romanos 12.6-8 e Efésios 4.11. Por enquanto não nos ateremos a estudar os chamados dons m inisteriais. Deter-nos-emos nos dons m encionados na Pri m eira Epístola de Paulo aos Co ríntios. Didaticamente, os dons mencionados no Novo Testamen to são classificados em espirituais e ministeriais. Os primei ros visam a edificação, consolação e exortação dos fiéis. Os segundos têm com o primacial função a consolidação doutri nária do corpo de Cristo. A discussão que se trava entre am bos os grupos é: Não são ambos espirituais? Genericamente, sim. Mas em termos didádicos, a classificação é válida.
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A seguir, vejamos como poderemos classificar os dons espirituais propriamente ditos. Os dons espirituais dividem-se em três categorias: •Dons de alocução: profecia, línguas e interpretação; •Dons de revelação: sabedoria, ciência e discernimento; •Dons de poder: fé, maravilhas e cura divina. Ao classificar os dons espirituais, o pastor Ralph M. Riggs assim destaca os principais dons: no primeiro grupo, o principal dom é a profecia; no segund o, a sabedoria; e, no terceiro, a fé. Através dos dons do Espírito Santo, a Igreja fala de m aneira sobrenatural, age de forma sobren atural e de modo sobrenatural conhece. São ferramentas indispensáveis ao povo de Deus. Não pod emos prescindir de nenhum carisma do Espírito, pois fundamentais todos eles na proclamação do Evangelho de Cristo. Escreve o pastor Estevam Ângelo de Souza: "Sem os dons do Espírito, ao invés de a Igreja ser um organism o vivo e poderoso, seria apenas mais uma organização humana e religiosa".
IV. A FUNÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS Organismo espiritual por excelência, a Igreja necessita de recursos de igual modo espirituais. Ao discorrer sobre tal necessidade, Paulo situa a Igreja nos lugares celestiais: "N ão temos de lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os prin cipados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lu gares celestiais" (Ef 6.12). Em seguida, o apóstolo passa a descrever a armadura de Deus, com a qual haveremos de apagar todos os dardos inflamados do adversário. N esse arsen al, que o Esp írito Santo nos coloca à disp o sição, encon tram -se os dons esp irituais. De posse destes, a Igreja estará agindo não somente espiritual mas sobrena turalmente. Sua atuação deslocar-se-á do mero campo es
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piritual para a dimensão celestial; é aí que se travam as m aiores batalhas do Universo. Essa é a dimen são onde os santos tornam -se ainda m ais santos; onde os guerreiros de Cristo m ostram a sua bravu ra; onde o am or cristão realça todo o seu valor. Os dons fazem-se imprescindíveis. Muitas igrejas vie ram a desaparecer por não saberem conservar a chama do avivamento. Haja vista as igrejas da Ásia Menor. Se no iní cio eram autenticamente pentecostais, deixaram-se absor ver pelos séculos e milênios daquele co ntinente. Quem visi ta a região, hoje ocupada pela Turquia, encontra apenas ru ínas daquelas igrejas e congregações tão operosas. Nem som bra há de Esmirna, nem de Filadélfia. Efeso, apesar de seu ativismo, também desapareceu. Todas essas igrejas perderam a dimensão do cenáculo, a simplicidade dos primitivos cristãos e a vivacidade daquelas comunidades que, embora perseguidas, souberam como re agir à incompreensão e à intolerância daquele mundo. Hoje, fala-se muito em avivamento. Quer nos arraiais pentecostais, quer nas chamadas denom inações históricas, há um grito por um imediato retomo aos tempos de refrigério. Algumas igrejas, porém, querem o avivamento, mas não ad mitem o pentecostes; acham que este é apenas emoção e desequilíbrio; que não há arcabouço doutrinário em nosso meio e que somos um movimento à procura de um a teologia. Tais preconceitos são totalmente descabidos. Em primeiro lugar, os pentecostais não são apenas em o ção e desequilíbrio. São uma comunidade de fé que se fir mou na experiência do cenáculo. Agora, como evitar as emoções se os céus ainda se manifestam? Há desequilíbrios e exageros? Em Corinto também havia. Mas nem por isso Paulo proibiu as manifestações sobrenaturais do Espírito nessa igreja. Antes disciplinou-as para que todas as coisas fossem feitas com decência e ordem. Quanto a sermos um m ovim ento à procura de uma teologia, não pod eria ter apa recido absurdo maior. Hank H anegraaff, presidente do Ins
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tituto Cristão de Pesquisas, afirmou que alguns dos mais lúcidos teólogos deste século acham -se entre os pentecostais. O teólogo D avid Lim po siciona-se a respeito da pujan ça do Movim ento Pentecostal: "O reavivamento e crescimen to do Cristianismo ao redor do globo, especialmente nos países do Terceiro Mundo, é um testemunho poderoso de que os dons espirituais estão operando na promoção do Reino de Deus. O Movimento Pentecostal cresceu de 16 milhões, em 1945, a 405 milhões até 1990. As dez maiores igrejas do m undo p ertencem a esse mov imen to". Que rom pam os, pois, com tais preconceitos e clamemos por um avivamento bíblico, apostólico e evangélico; por um avivamento que nos leve de volta à Igreja Primitiva. E que não tenham os med o das manifestações divinas, pois a com provação bíblica da atualidad e do batism o no Espírito e dos dons esp irituais não pode ser negada.
V. A RELAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS COM OS MINISTERIAIS Os dons espirituais não têm com o função dirigir a Igreja; foram-nos concedidos com a finalidade de exortar, edificar e consolar os santos. Infelizmente, alguns detentores de dons, que jamais se preocuparam com o fruto do Espírito, arvo ram-se em potentados da herança do Senhor, reivindicando uma autoridade que Jesus jamais lhes daria. São pessoas so berbas, cheias de si. Neófitas, estas pessoas desco nhecem por completo o governo da Igreja de Cristo. Embora importantes, os dons espirituais não são governativos, nem administrativos. Para estas funções, o Senhor Jesus designou os dons ministeriais: "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoam ento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de C risto" (Ef 4.11,12).
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N essa lista, Paulo cita os profetas. Tod avia, há que se diferençar o profeta, como dom ministerial, do dom pro fético. Em bora parecido s, há um a grande diferença entre ambos. Agabo, por exemplo, tinha o ministério proféti co, o m esm o não aco ntecend o com as filhas de Filipe (At 11. 28; A t 21.9). N a Igreja de A ntioq uia, os pro fetas eram também conhecidos como os doutores: "Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: B arnabé, Sim eão, cham ado Niger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo" (At 13.1). Quem eram esses profetas? Investidos de tão importan te m agistério, proclam avam a palavra de Deus com autori dade sobrenatural. Apesar de não possuírem as mesmas prerrogativas dos profetas do Antigo Testamento, eram de tentores de elevada idoneidade espiritual e moral. Eram pre gadores que anunciavam a Palavra de Deus com especial revestimento de poder. Haja vista os reformadores e avivalistas que, no transcorrer da história da Igreja Cristã, revolucionaram o mundo com uma mensagem urgente e autorizada. Segundo abalizados historiadores, tanto M artinho Lutero quanto John Knox eram verdadeiros pro fetas do Senhor. Não obstante, não tinham autoridade in contestável sobre a Igreja de Cristo. Tal autoridade era exercida, única e eclusivamente, pelos doze apóstolos de Nosso Senhor. Na Bíblia de Estudo Pentecostal, temo s esta apropriada explicação acerca do ministério profético: "A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética (1 Co 14.29-33; 1 Jo 4.1)". Ela é realmente de Deus? Em al gum momento contradita as Sagradas Escrituras? Tem conotação espiritual ou não passa de frases habilmente costuradas?
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VI. 0 DESVIO DOS DONS ESPIRITUAIS De que forma os dons espirituais são desvirtuados? Eis uma pergunta que tem incomodado a muitos teólogos e pas tores? De um lado, todos sabemos que os dons espirituais são imprescindíveis ao crescimento da Igreja. Sem eles, o povo de Deus jamais poderá enfrentar com eficiência o adversário. Por outro, estamos cientes de que não podem os com ungar com o abuso, nem com o desvio dos dons. Caso contrário: escandali zaremos não som ente o mundo como os próprios santos. Tenho participado de alguns cultos, onde há muito baru lho e nenhum a edificação ou conselho. As línguas estranhas, sem interpretação. As profecias, confusas, antibíblicas, incon venientes. As visões, exóticas e fantasiosas. Certa vez, ouvi um a irmã descrever os anjos de Deus como se fossem crian ças vestidas de rosa. Quanto às revelações, não saem do ca minho do óbvio, do observável e daquilo que se pode apurar sem o auxílio de qualquer recurso sobrenatural. O desvio dos dons espirituais têm início quando deixa mos de lado o amor. Este é o dom mais excelente de que fala o apóstolo Paulo em sua Primeira Epístola aos Coríntios. Portanto, antes de se receber qualquer dom, é de fund am en tal importância que se tenha o dom sublime, eterno e inigualável do amor. Se eu tenho amor, hei de usar todos os dons em favor dos irmãos em Cristo. E, assim, estarei edificando-os, consolando-os e exortando-os. Se de fato tenho amor, não usarei os dons para promo ver-me, nem para ostentar a minha espiritualidade. Cada vez que for usar um dom, visarei, prioritariamen te, o bemestar espiritual do povo de Deus. O am or há de me tornar também hum ilde. Jamais sairei de minha posição para assumir posições alheias. Contertarme-ei com o que Deus me tem proporcionado. E, assim, ja mais haverei de cair na tentação do diabo: o orgulho, a vai dade espiritual, a prepotência. Amorosa e humildemente, usarei os dons para edificação e não para a ruína dos santos.
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CONCLUSÃO Nenhum dom deve ser usado para auferir bens terre nos, garantir posições m inisteriais ou alimen tar apetites ilí citos e desordenados. Os ca rismas são distribuídos pelo Es pírito Santo para o que for útil (1 Co 12.7). E que estas palavras de Paulo sirvam-nos de reflexão: "Se alguém cui da ser profeta ou esp iritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são man dam entos do Senhor, mas, se alguém ign o ra isso, que ignore" (1 Co 14.37). Chegou o momento de nos conscientizarmos que os dons espirituais foram entregues à Igreja, a fim de que esta se m antenha sempre avivada. E um fator de avivamen to. E que jamais percam os este sublime alvo!
QUESTIONÁRIO 1. O que são os dons espirituais? 2. O que são os dons de alocução? 3. O que são os dons verbais? 4. Qual o supremo dom de acordo com I a aos Coríntios 13? 5. O que são os dons de poder?
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0 A V IV A M EN T O E A O P ER A Ç A O D E M ILAG RES
SUMÁRIO: Introdução; I. O que É o Milagre; II. Quando o Milagre Torna-se Banal; III. A Grande Pergunta de Orígenes; IV. Sofrer ou Fazer Milagres? Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO Encontrava-me a discorrer, certa vez, acerca da Teolo gia do Avivamento, quando me vi constrangido a respon der a uma pergu nta que já vai criando ranço em nossos ar raiais: "Por que os milagres não se repetem hoje como outrora?" Em bora teologicam ente justificável, tal curiosidade não procede. Histórica e biblicam ente, não procede. Revirando o Antigo e o Novo Testamentos, há de se ve rificar que semelhante preocupação não é nova. Era já ma nifestada nos dias dos salmos. Nesses dias antigos e quase imem oriais, quan do a inspiração do Esp írito Santo fazia-se sentir nas escrituras que se iam lavrand o, e quando os mila
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gres do Êxodo e os de Canaã ainda po diam ser recordados sem a ajuda de qualquer registro. Sim, nesses dias encanecidos, o saudosismo já se fazia coevo. Eis a queixa que os filhos de Coré endereçam ao Senhor: "Ouvimos, ó Deus, com os próprios ouvidos: nossos pais nos têm contado o que outrora fizeste, em seus dias (SI 44.1). Para o Israel daqueles dias, a pergunta também era teo logicamente justificável. Histórica e escrituristicamente, não. Encontravam-se os israelitas na mesm a situação em que nos achamos. Sentiam um vazio mui grande e desconfortável. Não era vazio de milagres. É algo bem m ais grave; doentia mente crônico. Antes que entremos a descobrir a etiologia dessa enfermidade, vejamos o que é o milagre.
1.0 QUE É 0 MILAGRE Na versão revista e atualizada da Bíblia de Almeida, a palavra milagre pode ser encontrada pelo menos 23 vezes. Originando-se do vocábulo latino miraculum, etimologicamente significa espanto, assombro. Explica-nos Silveira Bueno que a forma portuguesa da palavra surgiu com os antigos cancioneiros. E atribuída à influência dos monges cluniacenses que a trouxeram de França. Classicamente, o m ilagre é definido como a suspensão , ou derrogação, temporária das leis da natureza por uma força sobrenatural. M ario Ferreira dos Santos aprofunda-se no assunto: "Fato ou acontecimento que ultrapassa a natu reza de uma coisa ou de um conjunto de coisas, um fato, em suma, sobrenatural (ou extranatural) e que exige, portanto, para a sua explicação, a aceitação de uma causa eficiente, que não pode pertencer à natureza de nenhuma das coisas finitas, sendo, portanto, atribuído à divindade. Por exten são, e em sentido popular, todo fato extraordinário, para o qual não é encontrada uma e xplicação satisfatória". E do professor M aximilian Rast a próxima definição: "O milagre é um acontecimento perceptível e extraordinário que,
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ultrapassando as forças meramente naturais, tem em Deus seu autor imediato ou mediato. Só recebe o nom e de milagre o acontecimento sobrenatural manifesto, percep tível".
II. QUANDO 0 MILAGRE TORNA-SE BANAL A ocorrência de m ilagres não d enota, necessariam ente, avivam ento; a característica principal deste é o amor a Cris to que nunca deixa de ser primeiro. Amamos a Jesus não pelos sinais e m aravilhas que opera; am am o-lo pelo sacrifí cio do Calvário que ousou por todos nós. Se não tomarmos cuidado, pode o milagre encaminhar-nos até mesmo à incredulidade. Mostre-se embora paradoxal, essa assertiva é teológica, histórica e biblicamente mais do que jus tificável. E só adentrar os diversos pavilhões do Livro Santo para se lhe comprovar a validade. No Antigo Testamento, nenhuma geração presenciou tan tos milagres como aquela que Moisés arrancara ao cativeiro. Maravilhas no Egito. Prodígios na travessia do M ar Vermelho. Sinais e portentos no deserto. Enfim, nenhuma outra gente ja mais assistira, ou assistiria, a tantos atos sobrenaturais. O m es mo Deus o testemunha: "Eis que faço uma aliança; diante de todo o teu povo farei maravilhas que nunca se fizeram em toda a terra, nem entre nação alguma: de maneira que todo este povo, em cujo meio tu estás, veja a obra do Senhor; porque cousa terrível é o que faço contigo" (Êx 34.10). Infelizmente, todos esses milagres não foram suficientes para erradicar a incredulidade de Israel. Quando o maná cobriu pela primeira vez o arraial hebreu, causou espanto. Diante daquela maravilha que nem nome tinha, o povo resolveu colocar uma interrogação como apelido ao singular alimento. Que é isto? E assim "m an á" passou a designar o pão dos anjos. Não era pro priamente pão; interrogação era. Israel alimentado por uma perguata que jamais seria respondida! Pode haver maravilha maior? Contudo, o objetivo de Deus não era matar a curiosida de de Israel; mitigar-lhe a fome era o seu desígnio.
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Que é isto? No primeiro dia, milagre. No segundo, maravilha. No terceiro, não deixava de causar espécie. Mas os dias se pas saram e se fizeram semanas; estas acharam -se em m eses. E, agora, o maná já serve de tropeço em Israel. O que era um portento, agora cansa e enfastia Israel. Que paradoxo! Uma interrogação que, embora não elucidada, já não é sensação. E por causa desse milagre que se fez rotina às portas hebréias, murmuram os israelitas amargamente: "Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma cousa vemos se não este maná" (Nm 11.6). Nessa queixa dos hebreus, não vemos apenas incredu lidade. Há de se divisar aquela amargura tão própria de quem já se fez indiferente ao extraordinário. Tantos eram os milagres, que eles já não os suportavam. Pois tão logo descerravam a porta de suas tendas, o que viam era justamente o milagre. Tudo branco. O pão dos anjos caía de m adrug a da, orvalhava o deserto, tornando-o ameno. Mesmo assim, enfadaram -se do sobrenatural: "Lem bram o-nos dos peixes que no Egito comíam os de graça; dos pep inos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos" (Nm 11.5). Como preferir a opressão aos milagres? Infelizmente, os sentidos de Israel já se achavam embotados. À semelhança dos israelitas, vem o-nos às vezes saturados pelo sob renatu ral devido à nossa mente natural, que nos induz a ver os grandes atos de Deus como se fossem m eros espetáculos. É por isto que, em todas as manifestações sobrenaturais, é m ister que façamos a pergu nta de Orígenes.
III. A GRANDE PERGUNTA DE ORÍGENES Na Teologia do Avivamento, temos de nos conscienti zar de algo de sum a importância: milagre não é espetáculo. Ele acontece tendo em mira triplo objetivo: 1) glorificar o nome de Deus; 2) promover a doutrina apostólica; e: 3) for talecer a fé aos santos. O m ilagre não ocorre para aguçar-nos
0 AVIVAMENTO E A OPERAÇÃO DE MILAGRES
a curiosidade. H aja vista o que aconteceu a Herodes q uan do lhe enviaram a Jesus naquela noite de paixão e dor. Es perava o rei ver algum sinal por parte do Cristo, mas o Se nhor nada fez. O que buscava Herodes? Um espetáculo! Era o que toda a Judéia, e em especi al Jerusalém, buscara durante todo o ministério terreno de C risto. Segu iam-no os judeu s não porque vissem nE le o Messias; e, sim, para assistir algo grandioso, que lhes excitasse os sentidos. Por isto, toda aquela geração, à se melhança dos contemporâneos de Moisés, morreu em suas iniqüidades. Sim, apesar dos incontáveis prodígios e m aravilhas operados pelo Nazareno, pereceram na in credulidade que se vinha cristalizando desde que Israel saíra do Egito. As vezes, não entend em os por que o Cristo ressurrecto não se apresentou a Israel. M as não é preciso rebuscar ex plicações para se con cluir um a resposta. Tivesse isto acon tecido, teríamo s certam ente um gran de espetáculo. Basta riam , porém , algum as sem ana s, e o m ilagre teria acabado por saturar os judeus como o maná impacientara a gera ção do Êxodo. E, assim, não vacilariam em matar nova m ente o Messias. Não intentaram fazer o m esmo ao Lázaro de Betânia? Foi pensan do na seriedade do milagre que nos aconse lha Orígenes a fazer sempre esta pergunta qu ando da o cor rência de qualquer sinal ou prodígio: "Qual o seu objeti vo?" Desta pergunta que, sem dúvida, nos levará a um la borioso exercício teológico, haverem os de obter um a solíci ta e gravíssima resposta. Sim, qual o objetivo do milagre? Se é para glo rificar a D eus, é m ilagre ; mas se tem por fim end eusar o hom em , não. Se é para confirm ar a fé aos féis, continua m ilagre; mas se tem por o bjetivo prom over um espetáculo, não. Se é para referendar as verdades bíblicas e administrar os meios da graça, permanece mi
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lagre; mas se tem como alvo a promoção do efêmero, ja m ais será m ilagre. Se é para efetivar o avivam ento, é m i lagre; mas se tem por meta aguçar os sentidos humanos, nunca será milagre. Vejamos o caso de M oisés e Aarão diante do Faraó. Os servos de Deus visavam , com a dem onstração de seus m ila gres, duas coisas: fortalecer a fé aos hebreus, e convencer a Faraó a deixar partir os filhos de Israel. Todavia, lá estava o rei do Egito pronto a resistir aos arautos de Jeová. Lá estava com os seus magos e adivinhos. Lá, os chefes das ciências ocultas: Janes e Jambres. Q ueria o egípcio apenas um a coi sa: ostentar o poder trevoso de sua equipe. E, dessa manei ra, prom over um grande evento que acabasse por perverter a fé dos filhos de Jacó. Como vivemos hoje momentos difíceis, carecemos re petir a pergunta de Orígenes. Pois, infelizm ente, nem todos os milagres são de Deus. No Apocalipse, por exemplo, ve mos a besta e o falso profeta realizarem grandes sinais e m aravilhas que enganarão toda a terra. Diante do m ilagre, não vacilem os em perguntar: Q ual o seu objetivo? Se glorificar o nome de Deus, é milagre. Caso contrário, não. Porque Deus não tem por objetivo promo ver exibições. Espetáculo é para mimar os olhos; apenas a piedade há de fortalecer a crença. O verdadeiro avivamento tem como motivação o amor, e não o exibicionismo barato e malévolo de alguns.
IV. SOFRER OU FAZER MILAGRES? Por que o autor da Epístola aos Hebreus detém-se a mencionar apenas dois sucessos concernentes à peregrina ção dos filhos de Israel - a travessia do Ma r Vermelho e a derribada das mu ralhas de Jericó? Sendo que, entre ambos os eventos, houve muitos outros prodígios e maravilhas. Acerca destes, porém, cala-se o apóstolo.
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A resposta parece óbvia. O escritor sagrado lim itou-se a mencionar apenas esses dois episódios, pois outra coi sa não fez Israel, durante os quarenta anos de suas andanças, senão sofrer o sobrenatural. Por isso, o batis mo no Mar de Juncos e o sítio de Jericó foram tidos como atos de fé. Na travessia do Mar Vermelho, os filhos de Deus pu seram -se em marcha até que se abrissem as ondas. Não estavam dispostos a sofrer o milagre; seu intento era fazêlo acontecer. Israel vivia o seu prim eiro avivam ento! O m es mo se deu quando as tribos hebréias chegaram a Canaã. No Jordão, não padeceram o milagre; realizaram-no. Bas taram os pés dos levitas pisarem o caudaloso das águas para que se abrisse o rio. E, quand o do sítio de Jericó, tam bém não quiseram pad ecer o milagre. Rodearam a cidade seis dias. E, no sétimo, deitaram os muros todos por terra com o soar das trombetas. Israe l retom a, aqui, as prim ícias de seu avivamento. Não resta dúvida de que, em ambos os eventos, a ope ração foi divina, ma s a iniciativa, hum ana. Isto se cham a fé. O milagre aconteceu. Mas a fé não se achava ausente. Ela estava lá; bem presente em todos aqueles atos e faça nhas. Quanto às maravilhas havidas durante a peregrina ção, pobres hebreus! Passaram quarenta anos sofrendo m i lagres e prodígios. E, como não tivessem fé, acabaram por naufragar no sobrenatural. Morreram em sua incredulida de: " E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, se não aos que foram desobedientes? E vemos que não pude ram entrar por causa da sua incred ulidad e" (Hb 3.18,19). Nas águas de Ma ra, sofreram o m ilagre. Na rocha, su portaram o m ilagre. No orvalhar do maná, padeceram o milagre. Enfim, em toda a sua peregrinação agiram pas sivamente no tocante ao milagre. Não é sem razão que a sua jornad a é conh ecida como a provo cação do deserto. A indiferença e a passividade tornam-se insuportáveis diante de Deus.
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CONCLUSÃO Na Grande Comissão, o Senhor instiga a Igreja a fazer milagre. Ele exige que façamos o sobrenatural acontecer: "Ide por todo o m undo, pregai o evangelho a toda a criatu ra, quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas: pegarão em serpentes; e, se beberem alguma coisa mo rtífe ra, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os en fermos, e os curarão" (Mc 16.15-18). Como se vê, o Senhor é bastante claro quanto ao sofrer o sobrenatural, e é mais claro ainda concernente ao fazer o sobren atural acontecer. Se a Igreja se puser em marcha, com certeza todos os sinais a acom panharão, pois já é o Reino de Deus em movimento. Mas se parar, os milagres desapare cem. E, mesmo que aconteçam, dificilmente arrancarão o povo à sonolência espiritual. Quando evangeliza, a Igreja não sofre o milagre; realiza-o. Entretanto, se já não liga importância à Grande Co m issão, cai no saudosismo. E como o saudosism o é prejudi cial ao Reino de Deus! Sim, a igreja avivada não sofre o milagre. Ela faz o sobre natural acontecer. O avivamento instiga a igreja a marchar de vitória em vitória, fazendo o sobrenatural acontecer.
QUESTIONÁRIO 1. O que é o milagre? 2. Qual o significado literal desta palavra? 3. Sobre as maravilhas do Senhor, o que disseram os filhos de Coré? 4. Pode o sobrenatural viciar os sentidos do crente? 5. Com o a igreja realmen te avivada deve encarar o milagre?
0 A V IV A M EN TO E O FO R M A LISM O
SUMÁRIO: Introdução; I. O que É o Formalismo; II O Formalismo no Tempo de Malaquias; III. O Formalismo Cansa a Deus; IV. O For malismo Destrói a Espiritualidade da Igreja; V. O Formalismo Gera a Iniqüidade; VI. Somente Existe um Antídoto contra o Formalismo - o Avivamento; Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO Aquele culto seria marcante não apen as para mim , mas para quantos que, naqu ela noite de dom ingo, celebrávam os ao Senhor na Assem bléia de Deus em São Bernardo do C am po, SP. Desde o início dos trabalhos, já podíamos sentir a presença de Deus. Não estaria exagerando se dissesse que, naquela já distante noite, abrira-se o céu de forma extraor dinária sobre a nossa igreja. O culto transcorria de um a forma tão bela, tão perfeita e tão celestial, que nem dava para ver o tempo passar. À se
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melhança de Pedro, João e Tiago, tínhamos vontad e de cons truir cabanas para ficar perm anen temente ao lado de Jesus naqu ele monte de transfigurações e poder. Nossos louvores eram, de imed iato, enlevado s ao tro no de Deus. C om que júbilo o coral se apresentou! C om que vigor a orquestra executou aqu eles hinos avivado s e singe lamente pentecostais! Eu diria que, naquela noite, ajuntaram-se os coros celestes às nossas vozes para, em perfeita harm onia, ad orar a Cristo no poder do Espírito. Houve, naquela noite, conversões de almas, batismos no Espírito Santo, curas divinas e manifestações de dons espirituais. Naquela minha igreja, pouco ouvira falar de formalis m o; era uma palavra que inexistia em nossas dev oções. Éra mos um autêntico cenáculo. Tínham os a impressão de estar na Jerusalém dos apóstolos e dos ardentes discípulos de Nosso Senhor. Infelizm ente, não são pouca s as igrejas que vêm caindo nas malhas do formalismo. E este, conforme veremos no transcorrer deste capítulo, somente poderá ser desestruturado por um poderoso avivamento. E, assim, à semelhança dos primeiros discípulos, haveremos de usu fruir os tempos de refrigério. Urge qu e voltemos de imedi ato ao cenáculo!
1.0 QUE É 0 FORMALISMO O Formalismo pode ser definido como a ênfase exage rada às formas externas da religião em detrimento de sua essência - a com unhão plena com o Deus Ún ico e Verdadei ro. Também é conhecido como liturgismo e ritualismo. É a liturgia pela liturgia. Muito combatido pelos profetas e por Nosso Senhor (Is 29.13; Mt 6.1-6), é um dos maiores obstá culos à expansão do Reino de Deus. A própria Igreja Católica, que o stenta um pom poso ce rimonial, condena o ritualismo que, em sua terminologia,
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recebe a alcunha de rubricismo por causa d as letras verm e lhas que, nos missais e breviários, indicam o modo de se recitar ou celebrar o ofício. Não obstante tal preocupação, os católicos emprestam à liturgia uma importância exage rada. E o mesmo parece estar acontecendo com algumas igrejas evan gélicas que, ao invés de bu scar o pod er de Deus, conformam-se com um culto epidérmico e sem a presença do Espírito Santo. Era o que acontecia com os judeus nos dias do último p rofeta do Antigo Testamento.
II. 0 FORMALISMO NO TEMPO DE MALAQUIAS Apesar dos setenta anos de exílio em Babilônia, os ju deus, já de volta à terra de seus pais, demonstraram que pouco hav iam aprendido com as amargas experiências do cativeiro. Pois tomaram a cair no mesmo formalismo que hou vera enferm ado a religião divina. Como sói acontecer em tempos de frieza e apostasia, o formalismo acabou por engend rar gravíssim os pecados em todas as camadas da sociedade judaica. Do sum o sacerdote ao mais obscuro dos adoradores, todos em pecado s. Do go vernador ao mais hum ildade dos cidadãos, todos metidos em iniqüidades. Tivessem embora a Lei e quase todos os Profetas e Escritos, agiam com o a mais vilã das gentes. Ofen diam a Deus e oprim iam o semelhante. E, depois, com pare ciam aos costum eiros sacrifícios, com o se isso fora suficien te para torná-los favoráveis diante do Sen hor dos Exércitos. Eis que em meio à apostasia renascida, suscita Jeová ao profeta Malaquias. E este conclama o povo à piedade; intenta levá-lo à adoração do Eterno. A nação, contudo, parecia embriagada em seu liturgismo iniqüamente árido e aridamente afastado dos verdejantes pastos salmodiados por Davi. Quantas igrejas não se acham em igual situação! Do for malismo, caíram na apostasia; da apostasia, precipitaram-se nas mais abjetas impiedades. N ão obstante, reúnem -se elas a cada domingo como se o serviço matutino fosse suficiente
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para lhes endireitar as veredas. Reexam inemos imediatamen te o nosso culto. Se já não estivermos adorando a Deus em espírito e em verdade, voltemos sem mais tardança ao pri meiro amor, antes que venha o Senhor a se cansar de nós.
III. 0 FORMALISMO CANSA A DEUS O culto levítico fora instituído, a fim de que Israel adoras se a Deus de forma verdadeira e amorosa (Lv 20.7). Os seus vários sacrifícios, oferendas e oblações deveriam ser suben tendidos como figuras dos bens futuros (Hb 10.11). Infelizmen te, os israelitas passaram, com o decorrer do tempo, a adorar a própria adoração. Acabaram por considerar o culto superior ao cultuado. E isso trouxe-lhes consideráveis prejuízos. Haja vista o que aconteceu à serpente de bronze (Nm 21.8; 2 Rs 18.4). Na vida dos judeus, cumprira-se o que, certa feita, afirmou Charles Montesquieu: "A maior ofensa que se pode fazer aos hom ens é tocar nas suas cerimônias e nos seus uso s". De tal maneira o formalismo contagiou os judeus que, no tempo de Jeremias, passaram eles a considerar o Templo do Senhor como mais importante que o Senhor do Tempo (Jr 7.4). Achavam que, apesar de suas iniqüidades, os sacrifícios e oblações, que pensavam eles endereçar ao Altíssimo, ser-lhesiam mais do que suficientes para torná-los aceitáveis diante de Deus (Jr 3.1-15). Com o estavam enganados! Afim de que tam bém não nos enganemos, recitemos esta oração feita por John L. Williams: "Senhor, que a nossa preocupação não seja ape nas pelo ritual, mas, sim, pela abertura de nossos corações". Assim é o cristianismo nominal. Supõe que o seu credo, ortodoxia, história e costumes são suficientes, em si mesmos, para m anter os benefícios da graça. Todavia, não basta ser cris tão; é urgente ter o Cristo. Não é suficiente ser pentecostal; é necessário ser a habitação do Espírito Santo. Não é bastante ser ortodoxo; é imperioso acreditar na Palavra de Deus, e obe decê-la incondicionalmente. Não é muito ter uma linda histó ria, é indispensável prosseguir como um movimento do Espí
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rito; caso contrário: ficaremos estagnados como uma denomi nação burocrática e empírica. Enfim, não basta ser igreja; é necessário que sejamos Reino de Deus e corpo de Cristo. Se não buscarmos de imediato o avivamento, o forma lismo acabará por comprometer-nos dolorosa e irremedia velmente a espiritualidade.
IV. 0 FORMALISMO DESTRÓIA ESPIRITUALIDADE DA IGREJA Algumas igrejas supõem que lhes basta a ortodoxia para serem tidas como Reino de Deus. H aja visto a Igreja de Éfeso. Em todo o Novo Testamento, não hav ia igreja mais confor mada à sã doutrina que essa. No entanto, já não possuía o primeiro amor (Ap 2.4). Além da ortodoxia doutrinária, a Igreja verdadeiramente avivada haverá de ser o templo do Deus vivo e a morada do Espírito Santo (1 Tm 3.15). Dou tra forma: será destruída pelo formalismo. Se a igreja não viver de avivam ento em avivam ento; se não voltar ao cenáculo; se não reviver a realidade do Pen te costes, acabará por ser abso rvida por um culto frio e estere otipado. E, não dem orará m uito, deixará de existir. Não fo ram poucas as igrejas que desapareceram no decurso da história. Existiam, mas não tinham vida. E o que é isso se não evidência de óbito espiritual?
V. 0 FORMALISMO GERA A INIQÜIDADE Além de destruir a espiritualidade da igreja, o formalismo sempre acaba por gerar iniqüidades e pecados gravíssimos. O que aconteceu a Israel e a Judá, nos tempos dos profetas Oséias, Amós, Isaías e Jeremias, repete-se hoje nas igrejas que se dei xaram dominar pela frialdade e indiferença. O form alismo leva a igreja a perder as características de corpo de Cristo (1 Co 12.27). E, de repente, deixa ela de ser o
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órgão por excelência da com unhão dos santos para tornarse num mero ajuntamento. Torna-se um grupo que vai aprofundando as diferenças sociais e a acepção de pessoas (Tg 2.1). O que é isto senão iniqüidade? Stanley Jones pare ce haver compreendido, perfeitamente, a função dos ritos no culto divino: "R itos e cerim ônias colocam -se entre Deus e mim, e se tornam um ídolo, a não ser que me cond uzam a Cristo". Se os ritos forem assim compreendidos, nenhuma iniqüidade haverão de gerar. Doutra forma, induzirão o povo ao pecado e à idolatria. A igreja, verdadeiramente espiritual e avivada, destaca-se tam bém como agência de justiça social. Pois tem com o lei suprema o amor que o Senhor Jesus nos dispensou (Rm 12.10). A igreja de Cristo não precisa imiscuir-se politica m ente para prom over a justiça. Ela só precisa de uma coisa: viver a Palavra de Deus, socorrer os domésticos na fé, am parar os que se afadigam no magistério eclesiástico e mos trar à sociedade a excelência de suas obras estim uladas pela santíssima fé em Cristo (G1 6 .1 0 ;lT m 5 .1 7 ). A igreja avivada pratica a verdadeira religião: "A reli gião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo" (Tg 1.27).
VI. SOMENTE EXISTE UM ANTÍDOTO CONTRA 0 FORMALISMO - 0 AVIVAMENTO Há som ente um an tídoto contra o formalismo. E parece que os pentecostais já nos esquecem os deste pod erosíssim o contraveneno: o avivamento contínuo, eficiente e que tem a Palavra de Deus como a regra áurea (Is 8.20). Voltemos, pois, às nossas origens. Retom em os à simp licidade da me n sagem pentecostal: Jesus Cristo salva, batiza no Espírito Santo, cura as enfermidades, opera maravilhas e em breve buscar-nos-á para que estejam os para semp re consigo.
0 AVIVAMENTO E O FORMALISMO
Não temos de ficar importando modismos e pseudoavivam entos; estes só trazem co nfusão e irreverência à casa de Deus. Tam bém não podem os transform ar nossas igrejas em casas de espetáculo, onde se apresentam muitas vezes pregadores e cantores destituídos da graça divina. O aviva mento de que necessitamos prima pela obediência às Sa gradas Escrituras, investe nas missões transculturais, pro move o evangelismo pátrio, torna a igreja mais santa, e levanos a nos preocuparm os mu ito m ais com o Reino de Deus do que com os nossos p articulares impérios. A igreja avivada m antém -se vigilante. Sabe que, a qual quer mom ento, o Senhor Jesus virá buscá-la.
CONCLUSÃO Como seria triste se Deus viesse a enfadar-se de nós! O que nos restaria se deixássemos de ser o seu povo, e nos fizéssemos um mero ajuntamento? Não perm itam os isso ve nha a acontecer. Deixemos de lado o formalismo; busque mos o avivamento. É hora de voltarm os ao cenáculo. Os tem pos de refrigério não n os faltarão. O Senh or Jesus quer visitar o seu povo, salvando, batizand o no Espírito Santo, curando e operando maravilhas. O cristianismo destes últimos dias não pod e ser caracterizado pela indigência espiritual. Tem de ser mais rico do que nos tem pos primitivos (Ec 7.10). Jesus continua o mesmo. Ele não mudou n em m udará.
QUESTIONÁRIO 1. O que é o formalismo? 2. O que Malaquias d isse sobre o formalismo? 3. Por que o form alismo can sa a Deus? 4. Por que o form alismo g era iniqüidades? 5. Qual o único antídoto con tra o formalismo?
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SUMÁRIO: Introdução; I. O Perigoso Adversário; II. O Nome do Inimigo; III. O Pentecostalismo sem Pentecostes; IV. O Pentecostalismo sem Pentecostes não Tem o Espírito; V. Os Perigos do Pentecostalismo sem Pentecostes; VI. Onde Nasceu o Pente costalismo sem Pentecostes; VII. O Pentecostalismo sem Pentecos tes não É Invencível; VIII. A Responsabilidade dos Pentecostais; Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO Avultando-se como o maior avivamento espiritual dos últimos séculos, o Movimento Pentecostal não precisou de muitas décadas para sobrepujar as denom inações históricas e ameaçar a hegem onia do catolicismo romano na Am érica La tina. O Pentecostalismo venceu dificuldades e preconceitos, malquerenças e perseguições. E, assim, de vitória em vitória, logrou espalhar a genuína fé apostólica em quase todos os países, alargando prodigam ente os frontões do Reino de Deus.
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O Movimento Pentecostal espantou o mundo; os atos dos apóstolos nunca se fizeram tão coevos. Hoje, os frutos de seu trabalho acham -se mais do que patentes. É um a for ça que transcende divisas, limites e fronteiras. Constrangidos emb ora pela m odéstia, som os obrigados a reconhecer: o Pentecostalismo é o esperado avivamento para estes últim os dias. Estejamo s, porém , atentos a um insidioso adversário que não poupa esforços para arrefecerlhe o fervor.
I. 0 PERIGOSO ADVERSÁRIO Apesar de todos os poderosos feitos do Movimento Pen tecostal, há um inim igo que ainda não logramos v en cer totalm ente. Trata-se de um adv ersário ladino e mu i sor rateiro. É todo finório esse antagonista. Suas artimanhas dificilmente são detectadas. Age com astúcia e não se in com oda em tom ar as cores de todas as ocasiões; adapta-se as m ais v afia òa s circunstancias, lim a\gumas o portunida des, ei-lo todo fanático; é o mais santo dos místicos. Em outras, é o mesmo formalismo. Apresenta-se como liberal e conservador. Inventa visões e fabrica vaticínios. Com a mesma sanha, debela as revelações e arrefece as mensa gens de D eus. E um oponente incomum esse predador. Vem sempre como amigo; apresenta-se sempre como irmão. Não me re firo aos políticos. Estes apare cem nas eleições; aquele, com o eleito. Também não é uma organização, todavia enferma qualquer organismo. Já podemos descobrir-lhe o espectro em quase todas as nossas reuniões. Ele não come, nem bebe; alimenta-se do fervor da Igreja de Cristo.
II. 0 NOME DO INIMIGO No passado, esse inimigo destruiu o ardor da igreja em Lao dicéia, e roubou o prim eiro am or ao anjo de Éfeso.
0 AUTÊNTICO AVIVAM ENTO PENTECOSTAL TEM O ESPÍRITO SANTO
Insatisfeito ainda, espalhou a doutrina de Balaão em Pérgamo, e a morte semeou em Sardo. Foi mais longe este algoz. Em Tiatira, instalou Jezabel, e muitos acreditaram em suas profecias. Só não conse guiu g uarida em Filadélfia e Esmirna. Em sua passagem , esfriou mov imentos. Fez da sim pli cidade do Evangelho, pomposa liturgia. Transformou os m inistros de C risto em fantoches. Ex altou a idolatria e tor ceu as Escrituras. Agora, este implacável opositor tenta barrar o ritmo do Movimento Pentecostal. Qual o nome deste inim igo? Ele não tem um nom e esp ecífico, nem uma alcunha definida, mas vam os cham á-lo de Pentecostalism o sem Pentecostes.
III. 0 PENTECOSTALISMO SEM PENTECOSTES O Pentecostalismo sem Pentecostes é burocrático e institucional. Sobrevive de velhas fórmulas e das am arelecidas páginas dos grandes avivam entos e reformas. Tem história, mas já não faz história; conform a-se às crôni cas. O Pentecostalismo sem Pentecostes é uma mera deno minação; não tem a pujança dos movimentos. Existe e não tem vida. Vegeta saudo sismos, pois já não con segue semear a boa semente. Em sua tardonha cam inhada, resmunga pre téritas glórias. Avança para trás, porém não retorna às ori gens de Atos. O Pentecostalismo sem Pentecostes cultua a liberta ção, mas não adora o Libertador. Fala da teolog ia da pro s peridade, porém despreza a prosperidade da teologia b í blica e neotestamentária. E confissão positiva, afronta contudo o Eterno Confessor. O Pen tecostalism o sem Pen tecostes é casuísta e cheio de modismos, entretanto é in capaz de refazer as trilhas antigas, onde os milagres se guiam os crentes. Hoje, segue-se os sinais; a fé no entan to acha-se ausente, pois este pentecostalismo não tem o pe ntecos tes e já não reconhece o Espírito. É m ovim ento e
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não avança; é avivamento e está morto; é religião e está desligado de Deus.
IV. 0 PENTECOSTALISMO SEM PENTECOSTES NÃO TEM 0 ESPÍRITO O Pentecostalismo sem Pentecostes é carismático apesar de extinguir o Espírito. Julga-se bíblico mesmo negando a soberania de Deus. Revela-se ortodoxo ape sar de abjurar os principais artigos de fé. Declara-se es piritual não obstante compactuar-se com o mundo e do mundo fazer-se amigo. O Pentecostalismo sem Pente costes é tudo, menos pentecostal; jamais é encontrado no cenáculo. O Pentecostalismo sem Pentecostes não é movimento; é um m onum ento do que éramos, e já não o som os. Jazen do como m ausoléu, tem ele a aparência de uma tum ba que, toda caiada por fora, por d entro acha-se contam inada com a ossada seca dos que se recusaram a viver de avivam ento em avivamento.
V. OS PERIGOS DO PENTECOSTALISMO SEM PENTECOSTES Do batismo, este oponente tira o fogo. Das estranh as lín guas, a variedade e a interpretação. Das profecias, a genuinidade da voz divina. Do conhecimento, a revelação. Da palavra da sabedoria, a orientação dos céus. Do discerni mento de espíritos, a distinção de manifestações. Das curas divinas, a própria saúde da alma. Das maravilhas, suas fei ções sobrenaturais. Da fé, consegue tirar suas conquistas. Tão perigoso é o Pentecostalismo sem Pentecostes que só falta tirar o Cristo do Cristianismo. Mas, em algumas igrejas, já expulsou tanto o Cristo quanto o Cristianismo. Até o Espíri to, extinguiu ele.
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VI. ONDE NASCEU O PENTECOSTALISMO SEM PENTECOSTES Não sabemos determinar-lhe a gênese. De um a coisa, po rém, estamos certos: não foi na manjedoura. Talvez, em Laodicéia: a mornidão espiritual é uma de suas principais características. Ou, quem sabe, em Éfeso? Do Pentecostalismo sem Pentecostes, podem os dizer: O primeiro amor morreu; o segundo am or morreu; o terceiro, também. Restaram-lhe ape nas fósseis. A paródia não é perfeita. Revela entretanto uma aflitiva realidade. No Pentecostalismo sem Pentecostes, o amor desmaia nos braços do formalismo; falece no re gaço do denominacionalismo. Morre o amor às almas. Morre o amor às missões. Morre o amor às obras sociais. M orre até o amor ao amor. Só não m orre o amor ao com o dismo. Este renasce todos os dias. Na liturgia fria, renas ce. No abafar das profecias, renasce. Na mumificação da fé apostólica, renasce. Na hipocrisia religiosa não pára de renascer, e há de renascer em mentiras e escândalos, falsidades e tropeços.
VII. 0 PENTECOSTALISMO SEM PENTECOSTES NÃO É INVENCÍVEL Em bora seja o Pentecostalismo sem P entecostes um ini migo implacável, não é invencível. Desde o início, tem lan çado variados ataques contra o movim ento do Esp írito, mas em vão. O Pentecostes tem renascido em todos os continen tes. Até agora, ainda não tivemos um único século sem avivamentos. Em suas respectivas épocas, Tertuliano e João Crisóstomo, foram testemunhas de autênticos pentecostes. Martinho Lutero e John Wesley viveram sob o poder do alto. Neste século, temos a impressão de que há um cenáculo em cada continente. O que dizer de Daniel Berg e Gunnar
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Vingren? O pentecostalismo que proclamavam não tinha apenas o pentecostes; possuía o Espírito. Eis porque, já de corridas todas essas décadas, continua tão pujante quanto àqueles começos. Todavia, não podemos ignorar o inviso inimigo que é o Pentecostalismo sem Pentecostes.
VIII. A RESPONSABILIDADE DOS PENTECOSTAIS Os pentecostais não podemos deixar que o Pentecostalismo sem Pentecostes destrua-nos as bases do movimento. Temos de lutar amorosa e sacrificialmente contra esse adversário manhoso e eivado de sagacidade. Caso contrário, passaremos à história como um avivamento a mais. Creio não ser este o nosso destino. O pentecostalismo no Brasil nasceu pentecos tal, continua pentecostal e prosseguirá pentecostal. No entanto, só continuaremos genuinamente pentecostais se reavivarmos nosso am or pelas almas perdi das. Ao contrário do que m uitos pensam , a principal carac terística do pentecostalismo não são os dons espirituais. A principal característica do pentecostalismo irresistivelm en te pen tecostal é o amor à obra missionária. Eis o texto áureo do livro de Atos: "M as recebereis a virtude do Espírito San to, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemu nhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra" (1.8).
CONCLUSÃO Só pode haver abundância de dons, quando a Igreja evan geliza e se lança às m issões. P erm aneça inativa e fi cará paupérrima. E assim que nasce o Pentecostalismo sem Pentecostes. Nosso perigosíssimo inimigo surge da letargia esp iritua l e da falta de pa ixão pelas a lmas. Qu e o Senhor nos ajude a retornar às origens, e a evangelizar enquanto é dia. O Brasil está à nossa espera; o mundo geme e pede-nos socorro. Chegou o momento de mos
0 AUTÊNTICO AVIVAMENTO PENTECOSTAL TEM O ESPÍRITO SANTO
trarmos que o nosso pentecostalismo é autenticamente pentecostal. A liás, não som ente pen tecostal, mas tam bém missionário. Roguemos a Deus por um avivamento ain da maior.
QUESTIONÁRIO 1. O que é o pentecostalismo sem pentecostes? 2. Onde nasceu o pentecostalism o sem pentecostes? 3. Quais os perigos do pentecostalismo sem pentecostes? 4. Por que dizem os que o pentecostalismo sem pentecostes não tem o Espírito Santo? 5. Qual a responsabilidade dos pentecostais?
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0 V E R D A D EIR O A V IV A M EN TO T E M EQ U ILÍBRIO
SUMÁRIO: Introdução; I. O que É o "Cair no Es pírito"; II. O cair no Espírito na Bíblia; III. Como os Legítimos Representantes de Deus Portavam -se quando alguém Caía por Terra; IV. Nas Efusões do Espírito Santo, Registradas em Atos, Houve Casos de Prostra ção? Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO Em 1923, o missionário sueco Gunnar Vingren, um dos fundadores da Assembléia de Deus no Brasil, fora informado de que um certo movimento pentecostal co meçava a alastrar-se por Santa Catarina. Sem perda de tempo, Vingren deixou Belém do Pará, berço do pentecostalismo brasileiro, e embarcou para o Sul. No endereço ind icado, veio ele a constatar sem m aiores difi culdades: "N ão se tratava de pen tecostes, mas de feitiça ria e baixo espiritismo".
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Embora fervoroso pentecostal, Gunnar Vingren não se deixou embair pelo emocionalismo nem pelas aparências. Ele sabia que nem tudo o que é místico, é espiritual; pode brilhar, mas não é avivamento. O misticismo manifesta-se também em rebeldias e mentiras. H aja vista as seitas profé ticas e messiânicas. Teve o nosso pioneiro, como precavido condutor de ovelhas, suficiente discernimento para não aceitar aquele arremedo de pentecostes. Fosse um desses teólogos que colocam a experiência acima da Bíblia Sagrada, o aviva mento pentecostal autêntico jamais teria saído do nasced ouro. Ele, porém , estava consciente de que o verd a deiro avivamento tem equilíbrio. Entre as manifestações presenciadas por Gunnar Vingren, achava-se o "cair no po d er" que, já naquela época, era conhecido também como "arrebatamento de espírito". À p rimeira vista, im pressionava; fazia espécie. N ão resistia, contudo, ao mínimo confronto com as Escrituras. E nada tinha a ver com as experiências semelhantes que se acham nas páginas da Bíblia. Irreverente e apócrifo, esse misticismo não se limitou à geração de Vingren. Continua a assaltar a Igreja de Cris to com demonstrações cada vez mais peregrinas e contra ditórias. O seu alvo? Levar a confusão ao pov o de D eus, e comprometer o legítimo avivamento. No combate a tais coisas, haveremos de ser enérgicos, sábios, convincentes. M as semp re equilibrados. A través da Bíblia, temos a obri gação de mostrar a pu reza e a essên cia de nossa crença, e a "ba talh ar pela fé que um a vez foi dada aos san tos" (Jd 3). Neste capítulo, detenhamo-nos no fenômeno do "cair no Espírito". Até que pon to há de ser aceito? Como lhe aferir a legitimidade? É realmente indispen sável ao crescimento da vida cristã? Vejamos, a seguir, como esse movimento ganhou notoriedade em nossos dias. Teremos, assim, con dições de aferir as legítimas m anifestações que acompanham os avivamentos comprovadamente espirituais.
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I .0 QUE É 0 “CAIR NO ESPÍRITO" /
Em bora não seja nenhum a novidade, o "cair no Espíri to" , como vem sendo caracterizado, começou a ganha r no toriedade a partir de 1994. Neste ano, a Igreja Comunhão da Videira do Aeroporto de Toronto, no Canadá, passou a ser visitada por milhares de crentes - todos à procura de uma bênção especial. Ao contrário das demais igrejas pentecostais, que buscam preservar a ordem em seus cul tos, mas sem m atar o fervor nem extinguir o Espírito, a Igreja do Aeroporto, como passou a ser conhecida, granjeou sur preendente popularidade em decorrência das manifestações que oco rriam em seus cultos. Dizendo-se ch eios do Espírito, os freqüentad ores dessa igreja com eçaram a manifestar-se de m aneira estranha e até exótica. Em dado mom ento, todos punh am -se a rir de ma neira incontrolável; alguns cheg avam a rolar pelo chão. Jus tificando essa bizarria, alegavam tratar-se de santa garga lhada. Ou ga rgalhada santa? O utros iam m ais longe: não se lim itavam ao estrepitoso dos risos; saíam urrando com o se fossem leões; balindo, como carneiros; ou gritando, como guerreiros. E ainda outros "caíam" no Espírito. À primeira vista, tais manifestações impressionam . Impressionam, apesar de não contarem com o necessá rio respaldo bíblico. Entretanto, não podemos nos deixar arrastar pelas aparências nem pelo exotismo desses "fenô menos". Temos de posicionar-nos segundo a Bíblia que, apesar desses modismos e ondas, continua a ser a nossa única regra de fé e conduta.
II. 0 CAIR NO ESPÍRITO NA BÍBLIA Nas Sagradas Escrituras, o cair no Espírito não chega a ser um fenômeno; é mais uma reação reverente diante do sobrenatural. Registra-se apenas, tanto no An tigo quanto no Novo Testamento, pouco mais de 10 casos de pessoas que
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caíram prostradas, com o rosto em terra, em sinal de adora ção a Deus. E tais casos não se constituem n um histórico; são episódios isolados. Não têm foro de doutrina, nem argum en tos para se alicerçar um costume, nem para se reivindicar uma liturgia; não podem sacramentar nenhum a prática. Afi nal, reação é reação; apesar de sem elhantes, diferem entre si. Como hão de fundamentar dogmas de fé? Verifiquemos, pois, em que circunstâncias deram -se os diversos casos de cair por terra nos relatos bíblicos. 1. A força de uma visão nitidamente celestial. As vi sões, na Bíblia, tinham uma força impressionante. Agitavam, enfraqueciam e até deitavam por terra home ns santos de Deus. Que o diga Daniel. Já encerrando o seu livro, o profeta registra esta formidável experiência: "Fiquei, pois, eu só e vi esta gran de visão, e não ficou força em mim; e transmudou-se em mim a minha formosura em desmaio, e não retive força alguma. Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e ouvindo a voz das suas ç alavtas, e.u.C3Íç.Q^o> vasu. tosto <ík\texxa , te adormecido" (Dn 10.8,9). Em sua primeira visão, Ezequiel tam bém assusta-se com o que vê. Apavora-se o profeta: "Este era o aspecto da se m elhança da glória do Senho r; e, vend o isso, caí sobre o meu rosto" (Ez 1.28). Sem liturgia, ou intervenção humana, o mensageiro de Jeová prostra-se todo. E quem não haveria de prosternar-se? Mesmo o mais forte dos homens, não se agüentaria diante de tam anho pod er e glória. Recurv ar-seia; lançar-se-ia com o rosto em terra. Mais tarde, encontraremos Ezequ iel noutro caso de pros tração: "E levantei-me e saí ao vale, e eis que a glória do Senhor estava ali, como a glória que vira junto ao rio Quebar; e caí sobre o meu rosto" (Ez 3.23). Novamente pergunta mos: Quem não cairia ante as singularidades da glória de Deus? Quem a resistiria? Já no final de seus arcanos, Ezequiel vê-se mais uma vez constrangido a com portar-se de igual maneira: "E o as pecto da visão que vi era com o o da visão que eu tinha visto
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quando vim destruir a cidade; e eram as visões com o a que vira junto ao rio Quebar; e caí sobre o m eu rosto" (Ez 43.3). Nesses casos, as visões divinas foram tão fortes, que le varam tanto Ezequiel quanto Daniel a caírem por terra. Nou tras ocasiões, porém, a ocorrência de visões, igualmen te pod erosas, não provocou ne nhu m a prostração. H aja vis ta o caso de Isaías. Embora se mostrasse aterrorizado e com pungido com a visão do trono divino, não se men ciona ter o profeta caído por terra. Isto significa que as experiên cias, embora sem elhantes, possu em suas particularidades e idiossincrasias. Cada experiência, ou encontro com Deus, é única. Seria tolice pretender repeti-las para que a sua repe tição adquirisse foros de doutrina. 2. O impacto de um encontro com D eus. Além das vi sões, certos encontros com Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, levaram à prostração. Mencione-se, por exemplo, o que aconteceu a Saulo no caminho de D amasco. O encontro com o Cristo foi tão formidável, que forçou o implacável perseguidor a cair por terra, e a reconhecer a autoridade e a soberania do Filho de Deus: "E caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 9.4). Como nos casos anteriores, nada havia sido programa do. Saulo foi levado a recurvar-se em virtude da sublimida de do Senhor Jesus. Noutras ocasiões, porém, os encontros com Deus deram-se de maneira suave. A entrevista de Natanael com o Cristo é um exemplo bastante típico dessa suavidade tão santa. O que também dizer do encontro de Gideão com o anjo do Senhor? Ou do encontro de Jeremias com Jeová? Este encontro veio na m edida certa; veio de acor do com o caráter reservado e melancólico do profeta. Mas tivesse Jeremias o temperam ento colérico de Paulo, certamen te o Senhor teria agido com impacto para que o vaso fosse quebrado e moldado conforme a sua vontade. Como se vê, as experiências variam de acordo com as circunstâncias e a personalidade das pessoas envolvidas no plano de Deus.
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3.
D iante da autorida de de Cristo. A autoridade do
nome de Cristo é mais que suficiente para fazer com que todos os joelhos dobrem-se diante de si. Aliás, chegará o m om ento em que todos os seres, quer nos céus, quer na ter ra, quer sob a terra, hão de se curvar diante da infinita gran deza do nom e do Senhor Jesus: "Pe lo que tam bém Deus o exaltou soberanam ente e lhe deu um no me que é sobre todo o nom e para que ao nom e de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp 2.9,10). Na noite de sua paixão, o Senhor demonstrou quão grande era a sua autoridade: "Quando, pois, (Jesus) lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra" (Jo 18.6). Ao contrário dos casos anteriores, nessa passagem quem cai por terra são os ímpios. Recurvam-se estes não em sinal de reverência a Deus, mas em razão da autoridade e da soberania irresistíveis do Cristo. Caso sem elhante ocorreu com Ananias e Safira. Am bos caíram por terra em decorrência de sua iniqüidade: "Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu cora ção, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. E Ananias, ouvindo estas palavras caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouv iram " (At 5.3-5). Tais casos não são raros. Em nossos dias, muitos são os ímpios que, por se levantarem contra os escolhidos do Senhor, caem por terra e, às vezes, fulminados. Noutras ocasiões o Senhor se revelou de maneira tão serena, que se fez hom em diante dos hom ens. Quer encon tro mais doce do que aquele que se deu junto ao poço de Jacó? O Senhor revela-se de m aneira surpreendentem ente afável à mu lher samaritana. E a experiência de Nicodem os? Ou a de Zaqueu?
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III. COMO OS LEGÍTIMOS REPRESENTANTES DE DEUS PORTAVAM-SE QUANDO ALGUÉM CAÍA POR TERRA Ao contrário dos que hoje portam-se como deuses, quan do alguém lhes cai aos pés, os apóstolos de Cristo jamais aceitaram tal deferência. Em toda s as instâncias, buscava m glorificar ao nom e do Senhor. Até os m esmos anjos agiram com reconhecida e santa modéstia. Tendo Pedro chegad o à casa de Corn élio, a prim eira re ação deste foi cair de joelhos diante do apóstolo: "M as Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que tam bém sou ho m em " (At 10.25,26). O que fariam os astros do evangelismo dos dias atuais? Humilhar-se-iam como o apóstolo? Ou usari am o evento para increm entar o seu marketing pessoal? M esmo um pod eroso anjo não se aproveitou da ocasião para atrair a si as glórias devidas somente a Deus. O relato é de João: "Prostrei-me aos seus pés para o adorar. E disseme: Olha, não faças tal, porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus" (Ap 22.8,9). Bem sabia o anjo que o apóstolo prostrara-se aos seus pés por uma circunstância bastante especifica: não há ser hum ano que não se extasie diante do sobrenatural. A apari ção de um ser angélico sempre perturbou os pobres mor tais. Nos dias dos juizes, acreditava-se que a visão de um anjo significava morte certa. Por isso, a primeira reação de uma pessoa, ao ver um anjo, era curvar-se diante deste. Quem pod eria resistir a tanta glória? Os anjos, porém , recusavam tal deferência. Houv e oca siões em que o anjo do Senhor aceitou elevadas honrarias. Com o conciliar tais questões? No Antigo Testamento, sem pre que isso ocorria, era devido a presença de um ser espe cial, que alguns teólogos não vacilam em apontar como a pré-encarnação do Cristo. De uma forma, ou de outra, os
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anjos eram santos o suficiente para agirem com m odéstia e humildade, tributando a Deus todo poder e toda a glória. Que esta também seja a nossa postura! Quand o alguém, por alguma circunstância, nos cair aos pés, levantemo -lo para que tribute a Deus, e somente a Deus, toda a honra e toda a glória. E jamais, sob hipótese alguma, o induzamos a pros trar-se com o rosto em terra, pois isto contraria a ética e a postura que o hom em de Deus deve ter.
IV. NAS EFUSÕES DO ESPÍRITO SANTO, REGISTRADAS EM ATOS, HOUVE CASOS DE PROSTRAÇÃO? Na ânsia por justificar o cair por terra, muitos doutrinadores afoitos e ignorantes cheg am a colocar tal re ação como se fora uma das evidências da plenitude do Es pírito Santo. Que pode have r prostração qu ando da efusão do Espírito, não o negamos. Pode haver, mas não tem de haver necessariam ente, nem precisa haver para que se con figure o derram am ento do Espírito Santo. A prostração não pode ser vista como evidência, mas como uma reação oca sional e esporádica. Nos diversos casos de efusão do Espírito Santo, nos Atos dos Apóstolos, não se observou nenhum caso de prostra ção. No Dia de Pentecostes, segundo n o-lo notifica o minu cioso e detalhista Lucas, estavam todos assentados no cenáculo (At 2.2). Na casa de Cornélio, onde o Espírito foi derramad o pela primeira vez sobre os gentios, tam bém não se observou o cair por terra (At 10.44-47). Entre os discípu los de Efeso não se registrou, de igual modo, nenh um a pros tração (At 19.6). Em todos esses casos, porém , a evidência inicial e física do batismo no Espírito Santo fez-se presente - o falar nou tras línguas. Conclui-se, pois, que não se deve confundir evidência com reação. A evidência é a mesma em todos os
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que recebem a plenitude do Espírito Santo. A reação, toda via, varia de pessoa p ara pessoa. Mesmo quando o lugar santo tremeu, não se observou caso algum de prostração (At 4.31). Poderia ter havido? Sim! Mas não necessariamente.
CONCLUSÃO D aquilo que até agora vim os, podem os tirar as seguin tes conclusões, tendo sempre como base as Sagradas Es crituras: 1. Não se pode realçar a experiência, nem guindá-la a um a posição su perior à da Palavra de Deus. A experiência é importante, mas varia de pessoa para pessoa; cada experi ência é uma experiência; tem suas p articularidades. A expe riência tem de estar subm issa à doutrina, e não há de m odi ficar, por mais extraordinária, nenhum artigo de fé. 2. O cair por terra não pode ser visto nem como evidên cia da plenitude do Esp írito Santo, nem como sinal de uma vida consagrada. A evidência do batism o no Espírito Santo são, como vim os, as línguas estranhas; e a vida co nsagrada tem com o característica o fruto do Espírito. O cair por terra pod e ser adm itido, no máxim o, como reação esporádica de alguma visitação dos céus. Se provocado, ou repetido, dei xa de ser reação para tornar-se costume. 3. Caso ocorra alguma prostração, deve-se fazer as se guintes pergun tas: 1) Qual a sua procedência? 2) Teve como objetivo promover o homem ou glorificar a Deus? 3) Foi usada para catalisar a atenção dos presentes? 4) Foi provocada por sopros, toques ou por algum objeto lançado no auditório? 5) Houve sugestão coletiva? 6) Prejudicou a boa ordem e a decência da igreja? 7) Conta com o respaldo bíblico suficiente? 8) Tornou-se o centro do culto? 4. Devem os estar sempre atentos, pois o adversário tam bém opera sinais espetaculares com o objetivo de enganar os escolhidos: "Surgirão falsos cristos e falsos profetas e fa
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rão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, engan ariam até os esco lhidos" (Mt 24.24). 5. Nos diversos exem plos de prostração que fomos bus car na Bíblia, observamo s o seguinte: Não era algo progra mado. Ou seja: ninguém precisou soprar ou tocar nos per sonagens envolvidos para que estes viessem a cair. Tais m odism os têm levado a irreverência e a bizarria ao seio do povo de Deus. Há alguns que se tornaram tão ousados que jo gam até os seus paletós a fim de provocar prostrações co letivas. Isto é um absurdo! É antibíblico! 6. Os casos de prostração, narrados na Bíblia, deram-se em virtude da reverência e temor que os já citados persona gens sentiram ao presenciar a glória divina. No Novo Testa mento, o termo usado para prostração é pesotes prosekinsan que, no original, significa: cair por terra em sinal de devoção. Em A pocalipse 5.14, a expressão grega aparece para mostrar os anciãos prostrados aos pés do Cristo glorificado. 7. Voltemos à questão. Pode acontecer prostração num a reunião evangélica? Pode! Mas não tem de acontecer neces sariamente; pode, mas não precisa acontecer, nem ser provocada. Caso ocorra, deve ser encarada como reação e não como fato doutrinário. John e Charles Wesley, por exem plo, experim entaram um p oderoso avivamento, mas jamais elevaram suas experiências à categoria de doutrina. As he resias nascem quando se supervaloriza a experiência em detrimento da doutrina. Não pod emos esquecer-nos de que algumas das mais notáveis heresias, como a Igreja Só Jesus , nasceram em pleno período de avivamento. 8. De uma certa forma, todo avivamento provoca rea ções exageradas. Cabe-nos, porém, buscar o equilíbrio tão necessário à Igreja de Cristo. Era o que ocorria em Corinto. Não resta dúvida de que os irmãos daquela igreja haviam recebido uma forte visitação dos céus. Todavia, tiveram de ser doutrinados e disciplinados. A esses irmãos, escreveu Paulo: "E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profe
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tas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos" (1 Co 14.32,33). Finalmente, jamais devemos abandonar a Bíblia. Ênfa ses, como o cair no Espírito, hão de surgir sempre. Não po dem os impressionar-nos com elas; tratemo-las com a dev i da moderação. Pois o equilíbrio bíblico e teológico haverá de manter a igreja de Cristo em perm anente avivamen to. E o verdadeiro avivam ento não extingue o Espírito, mas sabe com o evitar os excessos. No c apítulo seguinte, veremos ou tros excessos que dev em tam bém ser evitados, para que não comprometam o verdadeiro avivamento espiritual.
QUESTIONÁRIO 1. Como Gunnar Vingren tratou do caso narrado na intro dução deste capítulo? 2. Com o pod em os classificar o chamad o cair no Espírito? 3. Era isto um a prática comum ? 4. Como a Bíblia posiciona-se a este respeito? 5. Como devem os encarar tal ocorrência?
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0 A V IV A M EN TO N Ã O É M E R A M E N T E M ÍSTIC O . É A C IM A D E TU D O , ESPIRITU A L SUMÁRIO: Introdução; I. O que É o Misticismo; II. O Misticismo na Bíblia; III. Uma Postura Digna de Aceitação; IV. O Papel dos Dons Espirituais: V. Os Sonhos e Visões: VI. O Culto aos Anjos; Conclu são; Questionário.
INTRODUÇÃO Quem já não ouviu falar no apóstolo dos pés sangren tos? Ainda hoje sua mem ória é reverenciada até pelos mes m os adversários da fé cristã. Ele foi um autêntico cam peão de Deus. M ovido po r um amor altruísta e em tudo singular, cruzou a inclemência da índia para falar de Cristo às mais recuadas aldeias. Ele era conhecido como o hom em que se parecia com Jesus. Sadhu Sundar Singh foi espiritual para alguns; místico, para outros; e, para todos, um h om em santo. U m autêntico sadul A semelhança dos primeiros discípulos, enfatizava o
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espiritual em detrimento do terreno. Mas nunca estava sa tisfeito. Não se contentava em ser apenas cristão. Buscava em tudo ser como o Cristo. Com o passar dos tempos, porém, com eçou a perceber que alguns de seus exercícios espirituais eram um sacrifí cio que não podia recom endar aos conversos. Com o pres crever um jejum de quarenta dias? Ou uma vida de total isolamento? Ou, ainda, uma existência celibatária? E que efeitos práticos teriam semelhantes sacrifícios na comuni dade dos fiéis? Repassando a vida do grande evangelista indiano, vem o-nos co nstrangido s a perguntar: Até que ponto o m is ticismo é ben éfico ao d esenvolvimento da carreira cristã? E que relação pod em os estabelecer entre o m isticismo e o avi vam ento da Igreja de Cristo? Vejamos, antes de mais nada, o que é o misticismo.
1.0 QUE É 0 MISTICISMO A palavra misticismo provém do vocábulo grego mústes que, literalmente, significa iniciado nos mistéri os. M ystica é o termo latino correspondente; seu signifi cado pou co d ifere do grego. A lguém já o definiu com o o "con ju nto de norm as e práticas que tem p or objetivo a l cançar uma comunhão direta com Deus". É a procura que tem como base a experiência, e não propriamente a revelação. Para os que temo s a Bíblia com o a única regra de fé e prática, o misticismo só é benéfico se tem a Palavra de D eus como soberana e não p orfia em co locar-se em pé de igualdade com ela. Doutra forma, que seja ele completa mente erradicado. O autêntico misticismo é aquilo que os evangélicos cham am os de verdadeira espiritualidad e. Ir além dessas fronteiras é mui perigoso. Porque fatal m ente haverá de desm erecer a Bíblia, colocando -a numa posição subalterna.
0 AVIVAMENTO NÃ O É MERAM ENTE MÍSTICO. É AC IMA DE TUDO ESPIRITUAL
II. 0 MISTICISMO NA BÍBLIA Na História Sagrada, os místicos jamais puderam ser ignorados. Eles sempre apareciam nos mom entos de crise e emergência. O seu aparecim ento não era apenas dramático; assem elhava-se àqueles terremotos que destroem cidades e engolem milênios. Elias, Isaías, Jeremias, Ezequiel e João Batista. Todos es tes santos submetiam-se a uma rigorosa disciplina que, via de regra, não lhes era exigida. Havia até comunidades de tem perança como a dos recabitas (Jr 35.1-19). Espontaneamente, renunciavam alegrias e confortos para se dedicarem exclusi vamente às tarefas que lhes confiava o Deus de Israel. Eles jam ais perm itiram, entretanto, qtte o seu misticismo (ou ex periências espirituais) suplantasse a Palavra de Deus. Pelo contrário: todas as vezes que esta se via ameaçada, levanta vam -se eles, e protestavam de maneira veemente e im petuo sa. Haja vista o repto de Isaías: "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva" (Is 8.20). Lamentavelmente, a apostasia de que falou o após tolo Paulo (1 Tm 4.1) já começa a alastrar-se por nossas igre jas sob o manto de um im pressionante misticismo. Embora se mostre piedoso, esse movimento nada tem a ver com a devoção preconizada pelos p rofetas do Antigo Testamento e pelos apóstolos de Nosso Senhor. Trata-se de algo estranho à Bíblia e contrário à genuína experiência cristã; em nada dife re do joio da parábola: lançado entre a boa sementeira, sem pre causa irreparáveis prejuízos à Igreja de Cristo. Alimentando-se de modismos e de falsas ondas de es piritualidade, esse pseudo-misticismo m uito vem perturban do o arraial dos santos. O que dizer dos dentes de ouro? Do cair no espírito? E daqueles obreiros que, de igreja em igre ja , espoliam os fiéis com a oferta de Isaque, mas sem o des prend imen to de Abraão? Como se todas essas asneiras não bastassem , temos de enfrentar, ainda, a Teologia da Prospe ridade, a Confissão Positiva, o Triunfalismo, a maldição
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hereditária, a regressão psicológica e as d ivinas revelações do inferno e do céu. E mais: Com o esquecer o injurioso G12? Sob as mais diversas alcunhas a gasalhad o, vem esse si m ulacro de teologia canceran do igrejas até então sadias na doutrina e saudáveis nos costumes. Diante de tudo isto, com o ter uma postura digna do nom e de Deus?
III. UMA POSTURA DIGNA DE ACEITAÇÃO Se os santos do Antigo e do Novo Testamentos sou beram como se portar diante da autoridade, soberania e imarcescibilidade da Palavra de Deus; se jamais se colo caram acima das Sagradas Escrituras que se iam lavran do; e se jamais arrogaram a si o instituto da infalibilida de, por que iríamos nós adotar postura diferente? Sim, eles que eram tidos na conta de mestres irrecorríveis da revelação divina assim agiram , por que agiríam os de for ma diferente? Hoje, porém, não poucos indivíduos, a pretexto de ex periências, sonhos e visões, colocam -se acima da Bíblia Sa grada. E, quando questionados, saem-se com esta evasiva: "O Espírito Santo mo revelou". Se o Espírito Santo lhos re velou, como esta revelação pode c ontrariar a Palavra que o mesmo Espírito inspirou e preserva de todos os ataques e sanhas do adversário? Ora, este não é o verdadeiro aviva m ento pelo qual vêm ansiando os santos de Nosso Senhor. Principiemos por examinar o papel dos dons espiritu ais na Igreja de C risto.
IV. 0 PAPEL DOS DONS ESPIRITUAIS Em algumas igrejas, o uso indevido dos dons espiritu ais tem levado muitos crentes a ostentarem uma autorida de que, biblicamen te, jamais lhes seria delegada. Ach am que, pelo fato de haverem sido agraciados com o dom de profe tizar, ou de interpretar, ou mesmo de falar línguas estra
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nhas, podem dirigir a igreja, o ministério e até o próprio pastor. Era o que acontecia em Corinto. Em virtude dessa dificuldade, que sempre acarreta séri os transtornos ao corpo de Cristo, viu-se o apóstolo Paulo constrangido a dedicar, a este complexo assunto, os capítu los 1 2,1 3 e 14 de sua Primeira Epístola aos Coríntios. Os que hoje profetizam, ao contrário dos profetas do Antigo Testa mento, não possuem autoridade incontestável e infalível em matéria de fé e prática. Aliás, devem antes ser julgados e, só então, a sua mensagem há de ser acatada (1 Co 14.29). Na Bíblia de Estudo Pentecostal, temos esta apropriada ex plicação acerca do ministério profético: "A mensagem do profeta atual não dev e ser considerada infalível. Ela está su je ita ao julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética (1 Co 14.29-33; 1 Jo 4.1)". Ela é realmente de Deus? Em algum momento contradita as Sagradas Escrituras? Tem coerência espiritual ou não passa de frases habilmente costuradas? Conscientizemo-nos, pois, desta verdade cristalinamente teológica: A Igreja de Cristo não é dirigida pelos dons espirituais; é administrada e governada pelos dons minis teriais (Ef 4.8-11). Os dons espirituais têm a sua utilidade; são imprescindíveis. Através deles, a Igreja conhece, fala e age sobrenaturalmente. Servem também de consolo, edifi cação e exortação aos fiéis. Agora, que nen hum detentor de dom espiritual arvore-se em governo da Igreja. Pois esta, como já o frisamos, é dirigida por aqueles que receberam de Cristo os dons ministeriais, e acham -se investidos do ma gistério sagrado. Nenhum dom deve ser usado para auferir bens terre nos, ga rantir posições m inisteriais ou alimen tar apetites ilí citos e d esordenados. Isto porque os carism as são distribu ídos pelo Esp írito para o que for útil (1 Co 12.7). E que estas palavras de Paulo sirvam-nos de reflexão: "Se alguém cui da ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos
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escrevo são mand am entos do Senhor, mas, se alguém igno ra isso, que ignore" (1 Co 14.37).
V. OS SONHOS E VISÕES Além dos dons de elocução que, indevida e erradam en te, podem ser usados para minar a soberania das Sagradas Escrituras, outras formas de autoritarismos místicos vêm arvoran do-se na Igreja de Cristo: os sonh os e visões. Levantam-se os sonhadores e visionários com tantos rompantes que, com um único enunciado, solapam a legitimidade da Bíblia e dos ministros por ela constituídos. Os tais sonhoso s são m estres em torcer a Palavra, esvaziar o m agistério cris tão, deturpar as práticas legitimamente neotestamentárias e minar a base do ministério pastoral. Eles são calibrados na intriga e nos casuísm os. Jogam com as palavras, circuns tâncias e com o momento psicológico dos mais frágeis e desavisados. Ora, não pretendemos negar a validade dos sonhos e das visões; constituem-se estes num a gloriosa prom essa para os nossos dias (J12.28-31). Destinam -se eles, porém , ao con forto e à edificação pessoais, e não ao governo da igreja. Nenhum ministro de Nosso Senhor deve tomar decisões baseadas unicamente em sonhos e visões. Ainda que os te nha, há de esperar por uma confirmação cabal do Espírito Santo (Jz 6.36-40). Nos tempo s de Jeremias, mu itos eram os que se exalta vam , dando con otações canô nicas aos seus sonhos e visões. E, com isso, buscavam igualar-se às Escrituras até então la vradas. Deu s, porém , se levantou contra esses embusteiros e, severam ente, repreendeu-os: "Tenho ou vido o que dizem aqueles profetas, proclam ando m entiras em m eu nom e, di zendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no cora ção dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano. O profeta que tem sonh o conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra, fale a
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m inha palavra com verdade. Qu e tem a palha com o trigo? diz o Senhor" (Jr 23.25,26,28). Através de seus sonhos, sempre m entirosos, iam os fal sos profetas minando a autoridade de Jerem ias, e derruindo a soberania da Palavra de Deus. E, tão longe foram os tais sonhadores, que desviaram a Judá dos cam inhos do Senhor. Apesar da urgência daquele mom ento, os judaítas não mais prestavam atenção à Palavra de Jeová. O d esfecho da histó ria, todos conhecem os. Vieram os babilônios, sitiaram Jeru salém, derrubaram o Templo, sumiram com a arca e, para Babilônia, levaram os desventurados, e, ainda, contum azes, filhos de Israel. Quantas profecias não são urdidas, hoje, para dividir igrejas e separar grandes a migos? Q uantos oráculos não são enun ciados com o único fito de obter vantagens m ateriais e ascensões eclesiásticas? Quantos sonhos não são sonhados para destruir lares ou unir cônjuges que Deus jamais uni ria? Quantas visões não são visadas, nos bastidores da in triga, para promover a injustiça, o desrespeito e a irreverência? Enfim, quantas miscelâneas doutrinárias não aparecem cobertas de ortodoxias? Vêm às vezes tão maquiadas que já deslustram os dons, já desacreditam os carismas, já tiram os créditos às verdadeiras profecias e já desviam as finalidades dos meios da graça. E o que dizer daqueles que, enganando-se a si mesmos, e levados pelos ventos de dou trinas, com eçam a prestar aos anjos um culto que somente Deus pode receber?
VI. 0 CULTO AOS ANJOS Os promotores dessa nova "revelação", dizendo-se privi legiados por visões angélicas e até por entrevistas com altas patentes celestes, tomaram-se tão atrevidos e arrogantes, que já nenhum pejo demonstram em propor a desconstrução de nosso mais sublime artigo de fé, que tem a Bíblia Sagrada com o a inspirada, inerrante, infalível e completa Palavra de Deus.
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Certa vez, fui chamado por um amigo para ver uma página na internet, mantida pelo fundador dessa nova or dem religiosa, na qual ele apresentava um livro que, "dita do por Deus e intermediado por anjos", teria a mesma au toridade da Bíblia. Se eu mesmo não hou vera assistido àque le deprimente e ignominioso espetáculo, jamais teria acre ditado se alguém mo relatasse. Todavia, lá estava aquele líder! Acompanhado por um conhecido evangelista, distri buía entre os fiéis uma cópia "d a m ais recente revelação de Deus". Teria ele visto realmente algum anjo? Ter-lhe-ia al gum ser angélico confiado aquele livro que, superando a própria Bíblia, revelava o irrevelável? Não estou insinuando haja o aludido pastor faltado com a verdade ao narrar suas visões angélicas. Longe de mim tal coisa! Vejamos com o posicion a-se o Doutor dos Gentios: "E não é marav ilha, porque o próprio Satanás se transfigu ra em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em m inistros da justiça; o fim dos qu ais será conforme as suas obras" (2 Co 14.15). Do apóstolo Paulo é também esta advertência: "Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim tam bém sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evan gelho que não abraçastes, com razão o sofrereis" (2 Co 11.3,4). Em sua Epístola aos C olossenses, alerta-nos o apóstolo quanto aos que, sob o manto da despretensão, querem ar rastar-nos aos seus cultos exóticos e divorciados da Palavra de Deus: "N ingué m vos dom ine a seu bel-prazer, com pre texto de hu m ildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal com preensão, e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, pro vido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. Se, pois, estais mortos com Cristo
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quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no m un do" (Cl 2.1820). Ora, se os irmãos de Colossos foram assediados pelos promotores d essas aberrações teológicas, maiores foram as dificuldades enfrentadas pelos irmãos da Galácia. Em am bos os casos, a ação daninha de Satanás. Possui o Diabo um irresistível poder de persuasão, atra vés do qual esforça-se por corromper os mais conservado res e ortodoxos rebanhos. Haja vista o que ocorreu com os gálatas. Tinham estes recebido a mensagem do Evangelho através de Paulo como se, entre eles, estivera o próprio Se nhor. Ausentando-se p orém o apóstolo, fizeram-se presen tes alguns m ercenários que, contradizendo-o abertamente, induziram as igrejas da região a um a virulenta apostasia. O desvio daqueles irmãos fora tão escandaloso, que chegou a maravilhar, inclusive, o doutor dos gentios: "M arav ilho-m e de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cr isto" (G 11.6,7). Em seguida, protesta o apóstolo: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim como já vo-lo d issemos, agora de novo tam bém vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja an átem a" (G 11.8,9). Por conseguinte, todos os que tencionarem mudar o Evangelho de Cristo noutro evangelho, serão duplam ente amaldiçoados. Ora, não é apenas o adultério, ou o homicídio, que lança o homem no lago de fogo; a heresia também o faz. Além disso, não é missão dos anjos doutrinar, e, sim, res guardar os que hão de herdar a vida eterna (Hb 1.14). Veja mos, por exemplo, o caso de Cornélio. Encontrando-se o centurião romano a orar, apareceu-lhe um ente celeste, que lhe recomendou chamar Simão Pedro, a fim de que este lhe anun ciasse o Evangelho de Cristo (At 10.1-6). Não seria mais con
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vincente e prático ao anjo pregar a Cornélio? Sua missão, po rém, não é proclamar as Boas N ovas, conforme ressalta Pedro: "A os quais (os santos do Antigo Testamento) foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coi sas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, para as quais coisas os anjos desejam bem atentar" (1 Pe 1.12).
CONCLUSÃO Apesar de toda essa miscelânea doutrinária, não nos perturbemos. Tudo isto foi predito nas Sagradas Escritu ras: "Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espí ritos enganadores e a doutrinas de dem ôn ios" (lT m 4.1). Tais ensinos, como o demonstra o apóstolo, visam uma única coisa: desviar os santos dos caminhos do Senhor. E com o a história no-lo relata, vêm eles acom pan had os, via de regra, de aparições angélicas, aparatos proféticos e falsos milagres que, com o passar dos tempos, redunda rão em seitas. Assim se deu com Joseph Smith. Bastou que ele se entrevistasse com um suposto anjo de luz, para que um a endêmica seita surgisse e arreban hasse m ilhões de incautos. Vigiemo s, pois, em todo o tempo! Pois aqueles que des prezam a Palavra de Deus, buscam apenas uma única coi sa: dominar o rebanho de Cristo. Sim, vigiemos! Porque, se lhes for possível, dominarão inclusive os escolhidos (Mt 24.24). Eles, porém , não irão adiante, pois N osso Sen hor Je sus Cristo continua a velar por sua herança. No trato com essa agente, que se acha a desprezar o sacrifício de Cristo, ajamos consoante ao que nos reco menda o apóstolo Paulo: "Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido e peca, estando já em si mesmo condena do" (Tt 3.10).
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Portanto, cuidado! M uito cuidado com o outro evange lho! Não vamos deixar que tais coisas nos tirem a força o verdadeiro avivamento.
QUESTIONÁRIO 1. O que é o m isticismo? 2. Como devemos encarar os sonhos e visões? 3. Quem governa a Igreja, os dons espirituais ou os m iniste riais? 4. O que a Bíblia diz sobre os anjos? 5. Por que não d evem os adorar os anjos?
XIV
0 A V IV A M E N T O E A PER SPEC TIV A HISTÓRICA
SUMÁRIO: Introdução; I. Nossas Indecisões na Encruzilhada da História; II. Lucas e a Verdadeira Concepção da História; III. O que Pretendia Lucas; Conclusão; Questionário.
INTRODUÇÃO João Wesley costumava ler os jornais todos os dias para ver o que Deus andava fazendo pelo mundo. O evangelista inglês, que revolucionou as ilhas britânicas no século XVIII, sabia muito bem que Jeová comanda todas as coisas; que os reis e governantes estão submissos à sua vontade; e, que, de acordo com os seus desígnios, ascendem e caem os potenta dos. Wesley acreditava ser Deus o Senhor da História. Como tal, interessa-se o Altíssimo pela humanidade; está sempre pronto a intervir em favor de seus filhos. João W esley tam bém sabia com o a Igreja de C risto deveria posicionar-se em relação à história. Eis porque
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obteve tanto sucesso em seu ministério. Ele não se dei xava em bair pelos casuísm os, nem pelas circunstâncias. Seu compromisso com o Reino de Deus era único e inadiável. Para Wesley, as portas do processo histórico não haveriam de prevalecer contra a igreja verdadeira mente avivada. O m esmo, infelizm ente, parece já não acontecer com m uitas igrejas. Em bora cam inhem os com celeridade para o dia de Cristo, acham os que ter um lugar na história é a máxima realização para o povo que deveria postar-se como sacerdote, aprumar-se como profeta e levantar-se como nação real. Acontece, porém, que não fomos cha mados para ter um lugarzinho lamentado na história. Fomos intimados para uma missão mais alta e, infinita mente, mais sublime. Desta vocação, jamais fugiremos, como não fugiram os apóstolos e os m issionários que lhes seguiram os passos na grande jornada para instauração do Reino de Deus. Veremos, a seguir, o que precisam os fazer para retom ar mos os rumo s que nos legaram os gigantes que viveram de avivamento em avivamento.
I. NOSSAS INDECISÕES NA ENCRUZILHADA DA HISTÓRIA Neste mom ento tão decisivo, parece que a Igreja com e ça a oscilar entre a história e os atos. Desv enturadam ente, já estamos a remoer o que éramos e não o que d everíam os ser. Lembramo-nos dos fundadores, como se jamais pudésse mos ser pioneiros; dos alvores do século, como se já não houvesse colheitas e com o se a seara já não estivesse bran ca. Cantamos os grandes avivamentos, como se já tivésse mos escrito toda a epopéia do cenáculo. Selamos nossas ações, como se já fossem h istória recontada, e não com o um livro em ab erto como o são os Atos dos Ap óstolos.
0 AVIVAMENTO E A PERSPECTIVA HISTÓRICA
Não é de hoje que vim os d ividindo a história da Igre ja em três fases distintas. N a prim eira, o m ovim ento. Na segunda, o denominacionalismo. E, agora, o institucionalism o que mata tanto o m ovimen to como a denom i nação. O que virá depois? Teremos o mesmo destino da Igreja de Éfeso que, embo ra severam ente adv ertida a vo l tar ao primeiro amor, resolveu ignorar a exortação do Cristo? Segun do o filósofo francês, Augu sto Com te, a história é cíclica e se repete nas mais diversas sociedades humanas. M as a Igreja de Cristo não foi constituída pa ra andar de ci clo em ciclo; ei-la estabelecida p ara caminhar de vitória em vitória. E inaceitável uma igreja cíclica, que rumina o on tem com o se o hoje não existisse. Que am anhã v iverá o hoje, como se não tivéssemos nenhum caminho a percorrer se não o pretérito. Neste ciclo vicioso, a Igreja perde toda no ção de eternidade. Se já é possível con tar a história da Igreja em fases, che gou o momento de medí-la em eternidades. Não importa, se já fomos m ovimento e, hoje, denom inação e se um a pos sível institucionalização já nos bate à porta. O que importa, agora, é nos posicionarm os diante da história e mostrar que, como pov o de Deus, podem os tornar-nos im unes à ação do tempo. E, que apesar de tudo, ainda nos colocaremos em m ovim ento, pois outra coisa não é a Igreja senão o Reino de Deus em movimento. Nas sociedades humanas, há um conformismo mórbi do quanto à inexorabilidade da história. Dizem os pensa dores seculares que tudo se há de fazer por ciclos; e, que sem os ciclos, nada se faz. Se há um início, hav erá de se ter também uma média idade; e, se há uma idade média, o declínio é uma sina da q ual ninguém pod erá fugir. Todavia, a Igreja de Cristo não há de se conformar com estas fases. Basta ler os Atos dos Apóstolos para verificar como cami nhava a Primitiva Igreja; de avivamento em avivamento caminhavam os primeiros cristãos.
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II. LUCAS E A VERDADEIRA CONCEPÇÃO DA HISTÓRIA No segundo tratado que endereçou a Teófilo, Lucas buscou mostrar que, como povo de Deus, não podemos acorrentar-nos aos ciclos da história. Aliás, rigorosamente falando, a igreja avivada não tem história nem ciclos; tem atos. É que a história fossiliza-se; os atos, não. A história é própria de quem sofre a história; os atos são característicos de quem faz história. A história faz a denominação; os atos revelam a Igreja. Pela história, os crentes nutrem-se das gló rias passad as; pelos atos os discípulos a lim entam o mundo com as glórias sempre presentes. Eis porque Lu cas não nos deixou um a história da Igreja e, sim, os Atos dos Apóstolos. Nos livros seculares, a história é dividida em idades. Na Bíblia, não; os relatos d a Igreja de C risto são d i v i d i d o s em milagres, sinais e maravilhas. Se nos referirmos, por exemplo, ao ministério de Pedro, mencionaremos, mesmo sem o quererm os, os atos que lhe m arcaram a passagem por Jerusalém , Sam aria e Jope. Afinal, m in istério lem bra m inis-, trar; e, ministrar, servir. Por isto eram os antigos diáconos conhecidos como ministros. Se os relatos bíblicos são divididos em milagres, si nais e maravilhas, não encontraremos uma pré-história nos evangelhos. Também não encontraremos uma idade média. A única idade que encontraremos nos Atos dos A póstolos é a do fogo que, veem entem ente, caiu sobre os apóstolos e despertou-os a uma realidade de conquistas e glórias. Nos Atos dos Apóstolos, não há um a pré-história: há os discípulos no cenáculo à espera do poder do alto; não há um a idade do bronze: há os obreiros percorrendo a Judéia e chegando à Samaria; não há um período florescente: a florescência é o período todo. Agora, não indag ues sobre a idade média da Igreja, pois a média da idade da igreja avi vada é a da águia: renova-se sempre. Logo, não se pode fa-
0 AVIVAM ENTO E A PERSPECTIVA HISTÓRICA
lar num apogeu: a Igreja de Cristo não está aqu i para viver declínios; encontra-se nas regiões celestiais.
III. 0 QUE PRETENDIA LUCAS Alguns críticos modernos, por não compreenderem como a história da Igreja se desenvolve, dizem que Lucas era um historiador que nada tinha de historiador. Seu mé todo não era histórico, nem histórica sua planilha dos fatos. Por isto, insinuam , não se pode confiar nas obras lucanas. O que estes críticos não sabem , todavia, é que o m édico am a do não se preocupou em escrever uma história da Igreja. Seu objetivo era bem outro. No evan gelho: relatar as cousas que Jesus com eçou a fazer e a ensinar (At 1.1). No Atos dos Apóstolos: o que o Espírito Santo, através dos apóstolos, continuou a fazer depois de assunto o Cristo. Vê-se, m eridianam ente, ser o objetivo de Lucas em pre ender uma história sem a inumação da história. É mais re velação do que história. A primeira é dinâmica e sempre ressurreta; a segunda jaz nas velhas crônicas e só vem à tona quando exumada. Aliás, quando se fala na revelação divi na, há de se levar em conta não somente o que Deus disse, mas principalmente o que Ele faz. Eis o que afirmou A. B. Langston: "U m dos livros mais interessantes da Bíblia é in dubitavelmente o dos Atos dos Apóstolos. Nele vemo s Deus revelando-se na vida de seus servos. A revelação consta m ais do que Deus fez do que daquilo que d isse".
CONCLUSÃO A Igreja de Deus não deve se conform ar com u m lugarzinho lam entado na história. Se, de fato, fomos intimad os a fazer história, cumpram os integralmente nossa m issão. Len do os Atos dos Apóstolos e as crônicas eclesiásticas su bse qüentes, verificamos que a Igreja faz história quando cum
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pre os itens da Grande Comissão; quando evangeliza e se torna m issionária; quand o se curva ao Cristo e intercede por aqueles que vão exp irando sem ter esperanças de ver Deus. Ela faz história, quando se conscientiza de suas respon sabi lidades sociais e não se conform a com este mun do; quan do assume sua identidade como a agência por excelência do Reino de Deus e não se deixa embair pela burocracia da denominação, nem pelas peias de uma institucionalização fria e sem razão de ser. Em suma, a Igreja de Cristo faz história quan do deixa o Espírito Santo dirigir os seus negócios e coloca a Palavra de Deus em primeiro plano; quando se submete ao senhorio de Cristo, porque, sem Ele, a história seria incompreensí vel. A Igreja faz história quando se volta ao retorno do M es tre e o aguarda em santo amor. A Igreja faz história quando m antém o fogo do av ivamento. E este fogo, no santuário de Deus, não deve jamais se apagar.
QUESTIONÁRIO 1. Como deve a Igreja de Cristo posicion ar-se dian te da His tória? 2. Com o Lucas en focou a história da Igreja em seus primei ros tempos? 3. Por que a história da Igreja de Cristo não é cíclica? 4. Com o a Igreja pode fazer história? 5. O que significa viver de avivam ento em avivamento?
XV
SO M EN TE U M A IG R EJA A V IV A D A PO D E M U D A R A H IST Ó R IA D O BR A SIL
SUMÁRIO: Introdução; I. O Momento mais Decisivo de nossa His tória; II. É Hora de Mudar Nossa História; Conclusão; Questioná rio.
INTRODUÇÃO Vivia a Inglaterra um dos períodos m ais críticos de sua história. A corrupção já havia tomado conta de todos os escalões do governo; a justiça estava enferma; e, a moral debruav a-se pelas enlamea das sarjetas de Londres. A pros tituição e a jogatina armavam suas tendas em cada logradouro. N esta época crivad a de frustrações e desesp e ranças, o consum o de bebidas alcoólicas aum entara assus tadoramente. Os ingleses embriagavam-se tanto, que não con segu iam vo ltar para casa. Mu itos caíam p elas ruas e lá ficavam até se enregelarem ; morriam como se fossem cães sarnentos.
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O século X VIII apressava-se em sepultar a brava nação saxônica. Os m inistros anglicanos não d iferiam m uito dos repre sentantes de Roma. Estavam mais preocupados com o seu bem-estar do que com a saúde espiritual dos paroquianos. Os requisitos da Grande Comissão não eram observados, nem levados em consideração os reclamos de uma vida pi edosa e santa. Para a igreja oficial britânica, religião era si nônimo de prestígio, poder e riqueza. Foi por esta época que o filósofo francês, Voltaire, visi tou a Inglaterra. Ao retornar a Paris, optou por ficar com o seu ceticismo: p arecia-lhe este melhor que a emproada reli giosidade de Cantuária. Deus, porém, não havia abandonado as ilhas britâni cas. Estava prestes a enviar-lhes alguém com uma mensa gem tão poderosa, que as abalaria do Canal da Mancha ao M ar do Norte. Centrada na plenitude do Evang elho de Cris to, esta mensagem haveria também de sacudir a América e as mais distantes possessões de Sua Majestade. Este alguém seria John Wesley. Após anos de intenso preparo espiritual, o intrépido evangelista dá início a um trabalho que, na opinião de aba lizados h istoriadores, livraria o povo inglês de um a revolu ção semelhante àquela que tantos transtornos trouxe à Fran ça. A partir de Wesley, começa a Inglaterra a experimentar um grande progresso. Os ingleses com preendem finalmen te a eficácia deste texto-áureo: "Fe liz é a nação cujo Deus é o Senh or". Em pouco tempo, ingressa o estado britânico numa nova e decisiva fase de sua história. Juntam ente com a pros peridade espiritual, aportam naquelas terras a fartura e a segurança. Confirmaria mais tarde a rainha Vitória ser a obed iência á Palavra de Deus a razão da grandeza e singu laridade da Inglaterra. É de um av ivamento assim que necessita o Brasil. Sem este sopro do Espírito, não conseg uiremos sair do marasm o em que nos encontramos. Nosso país há de ser sacudido
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pelo pod er de Deus; doutra forma: não resistiremos as pro vações que se avizinham de nossas crônicas.
1.0 MOMENTO MAIS DECISIVO DE NOSSA HISTÓRIA Nesta altura tão dolorosa de nossa história, urge-nos arvorar como a voz profética da Igreja de Cristo. Somente assim a pátria há de sobreviver m oral e espiritualm ente. As medidas tomadas, até agora, pelas autoridades, visando sanear nossas instituições, têm-se revelado inócuas e inefi cazes. Vivemos uma situação semelhante á de Roma. Lá, segundo o filósofo francês, Montesquieu, morriam os cor ruptos, mas ficava a corrupção. Ex ibia-se esta como se fora uma hidra; morria nunca. Outras vezes, renascia como o phoenix; embora cinzas, reditzia a pó o capitólio. Não é o que vem acontecendo ao nosso país? Com o im pedimento do presidente Collor, no início da década de 1990, fomos induzidos a pensar que o Brasil se reergueria moral mente de toda aquela provação. Passad a a primeira euforia, contudo, reparamos que a corrupção continuava a afrontar nossas mais caras heranças. D avam-lhe, agora, outros nom es; não deixava, porém, de ser corrupção. Apesar dos métodos novos, corrupção. Já se conclui, pois, que o problema de nos so país não é moral: é espiritual. Não é uma luta que se trava no campo da ética, ou no terreno do direito. É uma batalha que se rompe nas regiões celestiais, onde Satanás cancera as nações para espalhar a m etástase de seu governo ap óstata e inimigo de Deus e de seus santos. Este é um conflito tão anti go, quanto a própria história do homem. É só ler o capítulo 10 de Daniel para se inteirar das astutas e inescrup ulosas in tervenções do adversário no governo dos Estados. Se a luta é espiritual, as armas hão de ser espirituais. Se as leis que regem esta guerra são também espirituais, por que lançar mão de recursos meramente humanos? De for ças tão débeis? E de aparências tão aparentes? Esta guerra
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mal combatida, levou o nosso país a enfermar-se gravem en te. E, para a desve ntura desta geração, não há m ais centros de tratam ento intensivo. O atendim ento já é feito nos corre dores do poder, nas macas do o portunism o e com os garrotes que nos deixaram os colonizadores. Tendo em vista o gra víssim o estado clínico de nossa p átria, afirmo u, certa feita, M iguel Pereira: "O Brasil é um vasto hosp ital." Com o d iagnosticar a doença que definha o Brasil? Rui Barbosa, diagnosticou-a desta forma: "Todas as crises, po rtan to, que pelo B rasil estão passan do , e que dia-a-dia sentimos crescer aceleradamente, a crise política, a crise econ ôm ica, a crise finan ceira, não v êm a ser mais do que sintomas, exteriorizações parciais, manifestações reveladoras de um estado mais profundo, uma suprema crise m ora l." O grande tribuno estava certo; acredito, todavia, não ter ele descoberto a verdadeira gravidade da doença que, desde o seu tempo, vem debilitando o organismo deste grande pais. Neste particular, Paulo Mendes Campos foi m ais feliz: "Im aginem os um ser hum ano m onstruoso que tivesse a metade da cabeça tomada por um tumor, mas o cérebro funcionando bem; um pulmão sadio, o outro co mido pela tísica; um braço ressequido, o outro vigoroso; um a orelha lesada, e outra perfeita; o estôm ago em ótimas condições, o intestino carcomido de vermes... Esse mons tro é o Brasil." Ora, não é necessário rebuscar os manuais de medici na, para se saber que há um tumor carcom endo o vigor de nossa pátria. Por mais que intervenham os médicos, este tumor cresce, alastra-se e deita raízes nos tecidos ainda sãos. E por m ais que se abra este organ ismo, já de sfigu ra do por tantas cirurgias, o velho câncer não cede. Lá está ele atacand o os anticorpos e aum entand o seu raio de ação. Será que as fibras deste corpo corromper-se-ão todas? Com o povo de Deus, não podem os nos conformar com esta intum escência maligna.
SOMENTE UMA IGREJA AVIVADA PODE MUDAR A HISTÓRIA DO BRASIL
Se a Igreja no Brasil, por conseguinte, cumprir cabal mente a sua missão profética e sacerdotal, o castelo da corrupção, que se ergue em todos os rincões da pátria, há de ser abalado. Sim, há de ser abalado este ma ldito castelo e as suas portas não hão de resistir o ímp eto do povo de Deus. No entanto, como agiremos com o m odelo, se já não somos paradigma? Como nos conduziremos como voz, se já nos calamos nos comodismos de uma denominação que deve ria continuar m ovimento? Com o haveremos de m odificar a política de nosso país se as armas que agora contamos são m eram ente humanas? Que as nossas arm as sejam as de John K nox. Este bravo campeão de Deus logrou alterar não apenas a política, como a própria história de seu país. Que segredo detinha Knox? Oração e confiança irrestrita na intervenção divina no curso natural dos negócios hu manos. N as caladas de sua aflição, orava: "Senhor, dá-me a Escócia senão morrerei! Dá-me a Escócia, senão morrerei!" Espero que ainda haja homens como John Knox em nosso país. Embora lhes acenem os favores seculares, que mantenham eles reservas espirituais e morais necessárias para se conduzirem como profetas e sacerdotes. Nunca o m und o careceu tanto destes ministérios. Q ue os m inistros do Senhor se ergam para condenar o pecado; não se es queçam , todavia, de interceder por aqueles que cam inham para o inferno. Que tenham voz e lágrimas, exemplos e conselhos! Ao invés de se curvarem ante os po deroso s, de monstrem suficiente fibra para interpretar a escritura na parede, e desvendar as alucinações dos que se levantam contra Deus. Ajamos assim e haveremos de alterar pro fundamente a nossa história.
II. É HORA DE MUDAR NOSSA HISTÓRIA O que a Igreja de Cristo poderá fazer para alterar nossa história? Em primeiro lugar, há de se portar como a agência
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por excelência do Reino de Deus. Nesta sublime e intransferível vocação, deve ela retomar imediatamente às Sagradas Escri turas, e tê-las como a inspirada, infalível, inerrante e completa Palavra de Deus. Caso contrário, jamais haveremos de experi mentar o avivamento de que tanto necessitamos. Como já dis semos, a história da Igreja Cristã se cala a respeito dos avivamentos que começaram sem a Bíblia. Em seguida, a Igreja de Cristo, no Brasil, há de cum prir todos os itens da Grande Comissão. Não nos esqueçamos de que foi exatamente assim que João Calvino deu novos rumos à Suiça do século XVI. E mu dando o caráter dos ho mens que se muda a sociedade; é mudando os indivíduos que se mud a o Estado e o itinerário de um a história já caóti ca e já viciada. De nada nos adianta propugnar por uma m udança m ais radical em nossa legislação, se não lutarmos para mudar o ser hum ano. De que nos há de valer, por exem plo, a pena de morte se a im punidade cam peia em cada escaninho da legislação?
CONCLUSÃO Como Igreja de Cristo, não podemos esquecer-nos de nossa tríplice m issão. Fom os cham ados para ser um a nação real, sacerdotal e profética. C omo nação real, fomos ch am a dos para reinar na vida através de Cristo Jesus. Como na ção sacerdotal, jamais haverem os de nos esquecer de rogar para que o Senhor ab ençoe nossos patrícios e conduza -os à vida eterna. E, como nação profética, cumpre-nos bradar a Palavra de Deus. Quando desempenharmos plenamente nossa missão, arrancaremos o Brasil deste atoleiro. Afinal, com o já dissemos, a solução para os nossos problemas n ão está num a m era mudança de cenário político, e, sim, num a m udança de rumos em no ssa história através de um rigoro so avivamento espiritual. Socorramos, pois, o Brasil enquanto é tempo. À seme lhança de Joh n Wesley, pod em os alterar os destinos de nos
SOMENTE UMA IGREJA AVIVADA PODE MUDAR A HISTÓRIA DO BRASIL
sa pátria, através da anunciação da Palavra de Deus. Que o Senhor avive n ossa pátria!
QUESTIONÁRIO 1. Com o vivia a Inglaterra antes do Avivamen to Wesleyano? 2. Por que vive o Brasil uma crise espiritual e moral tão aguda? 3. D e que forma po dem os alterar a história do nosso país? 4. Como deve a Igreja de Cristo ajudar o Brasil a sair deste atoleiro? 5. Que oração fez John Kn ox em relação à Escócia?
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XVI
0 A V IV A M EN TO E A IM IN ÊN C IA D A VO LTA D E CR ISTO
SUMÁRIO: Introdução; I. O que É a Segunda Vinda de Cristo; II. A Iminência da Vinda de Jesus; III. Como Devemos nos Preparar para a Vinda de Cristo; IV. A Expectativa da Vinda de Cristo Deve Levar-nos ao Avivamento; Conclusão; Questionário
INTRODUÇÃO Um a das principais características de uma igreja verda deiramente avivada é o seu am or pela vinda de Cristo. Pois sabe ela que, neste mundo, não passam os de viajores cansa dos e mui exaustos, e que a nossa alma só achará repouso, quando for recebida nas mansões celestes. Mas, pela fé, já podemos usufruir desse inefável gozo apesar das lutas e das dificuldades qu e, diariam ente, nos querem afastar des ta tão grande e relevante verdade das Escrituras. Como estamos aguardando a vinda do Senhor Jesus? Você sabia que a sua vind a é certa? Todos os sinais pra tica
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m ente já se cum priram . O m aior de todos: o renascim ento de Israel, com o nação soberana, já é um a incontestáv el re alidade histórica. Por conseguinte, esperemos pela vinda de Cristo Jesus com redobrada vigilância e prudência. Ele não tarda a vir. Que as nossas candeias estejam apercebidas com o azeite do avivamento autêntico do Espírito Santo. Caso contrário, como haverem os de sair ao encontro do esposo? Am ado Jesus, que naquele grande dia, não fiquemos envergonhados.
1.0 QUE É A SEGUNDA VINDA DE CRISTO É a segunda vinda de Cristo, uma das doutrinas mais bem fundam entadas das Sagradas Escrituras. Desta mara vilhosa e abençoada verdade, encontramos p elo menos tre zentas referências tanto no Antigo quanto no Novo Testa mento. Por que tantas referências? Quer o Senhor, em seu imensurável amor, que todos nos m antenham os apercebidos e vigilantes a fim de que, naque le grande dia, não fiquem os confundidos. Vejamos, pois, o que é a segunda vinda de Nosso Senhor. 1. Definição. No Dicionário de Escatologia Bíblica, assim definim os a vinda de Cristo: "V olta pesso al do Senhor Jesus à terra que, de acordo com o que pod em os concluir das Es crituras do Novo Testamento, dar-se-á em duas fases dis tintas. Na primeira, virá Ele arrebatar os santos (1 Ts 4.1317). Na segunda, há de vir com os santos para: a) destruir o sistema criado pelo Anticristo durante a Septuagésima Se m ana, b) libertar Israel de seus ad versários e: c) imp lantar o Reino de Deus" (Ap 20.2-7). 2. A vinda de Cristo como a p a r o u s i a . A vinda do Senhor Jesus é descrita também como a parousia. "N o mundo grecoromano, o termo era usado para descrever a visita oficial e solene de um príncipe a determinado lugar. O anúncio da che gada do potentado obrigava os cidadãos desse lugar a se pre
0 AVIVAMENTO E A IMINÊNCIA DA VOLTA DE CRISTO
pararem devidamente para que nada saísse errado. "Tendo em vista tão alto significado, o vocábu lo passou a ser usado pelos escritores sacros para descrever o glorioso retorno de Cristo para buscar a sua Igreja (1 Co 15 e 1 Ts 4). "Se os antigos esmeravam -se para a chegada de seu prín cipe, porque iríamos nós, os redimidos, mostrar-nos des cuidados quanto à vinda do Rei dos reis e Senhor dos se nhores?" 3. A imp ortância da doutrina. Acerca da importância da segunda vinda de Cristo, o iminente teólogo Bancroft m ostra-se mui categórico: "Se devemos aquilatar a importância de uma doutrina pelo destaque que lhe é dado nas Escrituras, então o Segund o Ad vento de Cristo é realmente uma das doutrinas mais impor tantes da fé cristã. Nota-se particularm ente esse realce nas pro fecias do Antigo Testamento, onde há muito maior número de previsões da Segunda Vinda do que da primeira".
II. A IMINÊNCIA DA VINDA DE JESUS Se o profeta M alaquias já encarava com o iminente a volta de Cristo Jesus, como agiremos nós que vivemo s estes últi mos dias? A Palavra de Deus é clara: Jesus está às portas; não pod em os vacilar, nem esp ecular quanto a esta verdade. As passagen s da im inência são fortíssim as; não comportam dúvidas. 1. Pa ssagen s da im inê n cia. São trechos, tanto do A nti go quanto do Novo Testamento, que realçam a brevidade e o inesperad o do retorno de Cristo Jesus para arreb atar a sua Igreja. Eis algumas passagen s da iminência: "Porqu e vós mesm os sabeis perfeitamen te que o dia do Senhor virá como vem o ladrão de noite" (1 Ts 5.3). "M as vós, irmãos, não estais em trevas, para que aquele dia, como ladrão, vos surpreenda" (1 Ts 5,4). "Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os
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céus passarão com grande estrondo, e os elem entos, arden do, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas" (2 Pe 3.10). "Lembra-te, portanto, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. Pois se não vigiares, virei como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei" (Ap 3.3). "Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nu dez" (Ap 16.15). Estas e outras passagens de igual teor, têm como objeti vo alertar o povo de Deus com respeito à iminência do re torno de Cristo. Pois o Senhor não quer que nenh um de seus filhos fique envergon hado e confuso naquele grande dia. 2. Encaran do com seriedade a prom essa da segund a vinda de Cristo. A prom essa da segunda vinda de Cristo é
a que mais sofre ataques dos incrédulos como adverte o apóstolo Pedro: "Amados, já é esta a segunda carta que vos escrevo; em ambas as quais desperto com admoestações o vosso ânimo sincero; para que vos lem breis das p a lavras que dantes foram ditas pelos santos profetas, e do m andam ento do Senhor e Salvador, dado m ediante os vos sos apóstolos; sabendo p rime iro isto, que nos último s dias virão escarnecedores com zombaria andando segundo as suas próprias concu piscências, e dizendo: O nde está a pro m essa da sua vinda? porqu e desde que os pais dorm iram , todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação" (2 Pe 3.1-5). O mesmo apóstolo discorre agora acerca da essência da prom essa: "P ois eles (os incrédulos) de prop ósito ign o ram isto, que pela palavra de Deus já desde a antigüidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no m eio da água subsiste; pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água; mas os céus e a terra de agora, pela m esm a palavra, têm sido guardado s para o fogo, sen do reservados para o dia do juízo e da perdição dos ho mens ímpios. Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa:
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que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos com o um dia. O Senho r não retarda a sua prom essa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para con vosco , não q uerendo que ningué m se perca, senão que todos venham a arrepender-se. Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande es trondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas" (2 Pe 3.5-10).
III. COMO DEVEMOS NOS PREPARAR PARA A VINDA DE CRISTO Eis alguns cuidados especiais que os crentes devemos tomar em v irtude da iminência da volta de Cristo: 1. Man ter a flam a da abenç oada esperança que é a con vicção de que o Senho r Jesu s está às portas: "Aguardando
a bem -aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grand e Deus e Salvado r Cristo Jesu s" (Tt 2.13). 2. Guardar o que se recebeu como resultado do cha mam ento do Evangelho: "Venho sem demora; guarda o que
tens, para que ningu ém tome a tua coro a" (Ap 3.11). 3. Manter-se puro num mundo corrupto e que jaz no maligno: "E todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si m esm o, assim como ele é puro" (1 Jo 3.3). 4. Amar a vinda de Cristo: "Desde agora, a coroa da ju stiça me está guardada, a qual o Senhor, ju sto ju iz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a to dos os que amarem a sua vin da " (2 Tm 4.8). 5. Trabalhar enquanto é dia; "Imp orta que façamos as obras daquele que m e enviou, enqu anto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar" (Jo 9.4). Tais preparações são imprescindíveis. Sem elas, haverá apenas tristeza, vergonha e confusão naquele grande dia. M as para os que aguardam os a vinda de Cristo, tal expecta tiva deve levar-nos a um constante avivam ento.
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IV. A EXPECTATIVA DA VINDA DE CRISTO DEVE LEVAR-NOS AO AVIVAMENTO A expectativa da iminência da volta de Cristo tem de levar a Igreja ao cum prim ento urgente e zeloso dos itens da Grande Comissão. Evitemos, pois, estas duas posições ex tremadas: a escatofobia e a escatomania. 1. Escatofobia. Leva o crente a ter medo das últimas coisas. Há pessoas que sentem p avor ante a expectativa da volta de Cristo. No entanto, a Bíblia quer que encaremos o arrebatamento da Igreja com indizível alegria. Ora vem, Senhor Jesus! 2. Escatomania. Por outro lado, há mu itos cristãos que, diante da iminência do retorno de Cristo, não mais se em penham na expansão do Reino de Deus. Tornam-se esses crentes até desleixados quanto à vida pessoal. Mas não de vem os agir assim. O Senh or Jesus insta-nos a que estejam os sempre vigilantes e trabalhando em sua Obra. A doutrina das últimas coisas não v isa satisfazer-nos a curiosidade quanto ao futuro. Sua finalidade é prática e mui piedosa. E um incentivo àqueles que, na esperança de se encontrarem com o Senhor Jesus, vencem os maiores desa fios e os mais agudos transes por uma esperança que não murcha nem se desfaz com os séculos e milênios.
CONCLUSÃO O Senhor Jesus está às portas. Em breve virá buscar a sua Igreja. Eis um grande m otivo para se buscar um grande e poderoso avivamento, que venha a abalar o mundo. Tal expectativa não deve, de forma alguma, amedrontar-nos, m as incentivar-nos a trabalhar enqu anto é dia. Você está preparado para o arrebatam ento da Igreja? Sua família está preparada? E sua igreja? Está você orando pe dindo um avivamento, ou já se conformou com este mun do? O mom ento exige um firme po sicionam ento. É hora de
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se voltar à Palavra de Deus! Chegou o momento de se retornar ao cenáculo! Levan temos bem alto a band eira pen tecostal!
QUESTIONÁRIO 1. O que é a segunda vinda de Cristo? 2. O que acontecerá na primeira fase da segunda vinda de Cristo? 3. O que significa parousia ? 4. O que são as passagens da iminência? 5. Como devem os encarar a expectativa da volta de Cristo?
X.VII
A V IV A , Ó SEN H O R , A T U A O B R A !
Ro guem os, pois, ao Senh or Jesus C risto, que nos m an de um avivam ento com provadam ente autêntico. Eis as ca racterísticas do avivamento de que tanto precisamos: 1. O verdadeiro avivam ento tem a Bíblia Sagrada com o a inspirada, infalível, inerrante e com pleta Palavra de Deus. 2. O verdadeiro avivam ento não admite qualquer outra revelação que venh a a contrariar as Sagradas Escrituras, pois estas são soberanas e irrecorríveis. 3. O verdadeiro avivam ento prima pela ortodoxia bíbli ca e pela sã dou trina. 4. O verdadeiro avivam ento é espiritual, mas não adm i te o misticismo herético e apóstata que, sob a capa da hu mildade, busca desviar os fiéis das recomendações dos profetas do Antigo Testamento e dos apóstolos do Novo Testamento.
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5. O verdadeiro avivam ento prega o Evangelho com pleto de No sso Senhor, anunciando que Jesus salva, batiza no Espírito Santo, cura os enfermos, opera m aravilhas e que, em breve, have rá de nos buscar, a fim de que estejam os para sempre ao seu lado. 6 .0 verdadeiro avivamento enfatiza a salvação pela gra ça através do sacrifício vicário do Filho de Deus. 7. O verdadeiro avivamento é pentecostal; realça a atua lidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. 8. O verdadeiro avivamento tem um firme compromis so com o imperioso ide de Nosso Senhor Jesus Cristo, por isto não poupa recursos humanos e financeiros na evangelização local, nacion al e transcultural. 9. O verdadeiro avivamento acredita na necessidade e na possibilidade de todos os crentes viverem uma vida de santidade e inteira consagração a Deus. 1 0 . 0 verdadeiro avivamento é intercessor. Leva os cren tes a rogar ao Pai Celeste por aqueles que ainda não foram alcançados pelo Evangelho. 11. O verdadeiro av ivamen to estim ula os crentes a vive rem como irmãos e a amar uns aos outros como Cristo nos am ou e por nós se entregou. 12. Enfim, o verdadeiro avivamento leva os fiéis a devo tar um amor incondicional pelo Senh or Jesus Cristo, e ansi ar por sua volta gloriosa - nossa ben dita esperança.