Frithjof Schuon Uma grande obra poética em língua alemã
A Base da Religião e da Metafísica Entrevista concedida por Frithjof chuon a !eborah "ase# Por que Deus nos deu o dom da fala? Para a oração. Pois a quem confia, a graça penetra No coração. É uma prece nosso primeiro grito Nesta vida. E o suspiro último, voz de esperança Por Deus concedida. !ual " a su#st$ncia de que " feito o %omem, &eu mais profundo eu? É aquela palavra que nos d' a salvação( )e escuta, Deus meu*
Nos primeiros anos do século XX, René Guénon e Ananda Coomaraswamy Coomaraswamy deram início a uma escola p%ilosop%ia perennis. perennis. Esta ilosoia é a de pensamento pensamento centrada centrada na enunciaç enunciação ão e explicaç explicação ão da p%ilosop%ia !erdade metaísica intemporal su"#acente $s di!ersas reli%i&es, cu#as ontes escritas são as escrituras re!eladas, "em como as o"ras dos %randes mestres espirituais. 'elo ato de estas !erdades serem permanentes e uni!ersais, tal ponto de !ista pode ser c(amado de )perenialista). Esta perspecti!a tem atraído cada !e* mais atenção nos +ltimos anos, tanto em círculos acadmicos como entre leitores sérios, e -rit(#o c(uon é recon(ecido como um de seus principais porta/!o*es. Nascido em 0123, na cidade de 4asiléia, na uíça, em uma amília de ori%em alemã, c(uon escre!eu mais de !inte li!ros so"re ilosoia, estudos de reli%ião comparada e espiritualidade. ua o"ra oi tradu*ida do rancs ori%inal para o in%ls, o alemão, o italiano, o espan(ol, o portu%us e !5rias outras lín%uas. 'or mais de 62 anos, seus escritos, respeitados tanto por acadmicos como por autoridades espirituais, tm tido pu"licação %arantida e sido tema (a"itual de resen(as em uma ampla !ariedade de re!istas so"re reli%ião comparada.
7
eu primeiro livro intitula$se A Unidade Transcendente das Religiões % "omo se deve entender essa unidade& Frithjof chuon $ Nosso ponto de partida é o recon(ecimento do ato de 8ue (5 di!ersas reli%i&es, 8ue se excluem umas $s outras. 9sto poderia si%niicar 8ue uma reli%ião est5 certa e 8ue todas as outras são alsas: poderia si%niicar tam"ém 8ue todas são alsas. Na realidade, si%niica 8ue todas estão certas, não em seu exclusi!ismo do%m5tico, mas em sua si%niicação interior un;nime, 8ue coincide com a metaísica pura ou, em outros termos, com a p%ilosop%ia perennis. "omo podemos saber 'ue este significado metafísico é a verdade& chuon $ A perspecti!a metaísica "aseia/se na intuição intelectual, a 8ual, por sua pr
a !erdade, a pr5tica espiritual, a moral. A !erdade pura e sem !éus coincide com a metaísica: os do%mas reli%iosos são sím"olos de !erdades metaísicas: o entendimento proundo do sim"olismo reli%ioso é esoterismo. A metaísica pura est5 oculta em toda reli%ião. E o 'ue di*er da pr+tica espiritual& chuon $ A pr5tica espiritual é essencialmente a oração. ?5 trs ormas de oração> em primeiro lu%ar, a oração can@nica, por exemplo, o 'ai Nosso: em se%undo lu%ar, a oração pessoal, cu#o mel(or modelo é dado pelos almos: em terceiro, a oração contemplati!a do coração: esta #5 é espiritualidade mística, 8ue re8uer certas condiç&es. A narrati!a do )pere%rino russo) d5 uma ima%em dela: como tam"ém textos (indus acerca do #apa/yo%a, a in!ocação met
, senhor mencionou h+ pouco a intui-ão intelectual% .odos possuem esta faculdade& chuon $ im e não. Em princípio, todo (omem é capa* de intelecção, pela simples ra*ão de 8ue o (omem é o (omem: mas, de ato, a intuição intelectual o )ol(o do coração) est5 oculta so" uma camada de %elo, por assim di*er, por causa da de%eneração da espécie (umana. Então podemos di*er 8ue a intelecção pura é um dom e não uma aculdade da (umanidade em %eral. / possível desenvolver esta intui-ão mais elevada& chuon $ Não é necess5rio desen!ol!/la. 'odemos ser sal!os somente pela é. Bas é e!idente 8ue uma pessoa muito piedosa ou contemplati!a possui mais intuição 8ue uma pessoa mundana.
, 0apel da Arte 1ostaria de perguntar 'ual é o papel da arte na e2ist3ncia espiritual humana% chuon $ 'oderíamos di*er 8ue, depois da moral, a arte no sentido mais amplo do termo é uma dimensão natural e necess5ria da condição (umana. 'latão disse> )A "ele*a é o esplendor do !erdadeiro.) i%amos então 8ue a arte, incluindo o artesanato, é uma pro#eção da !erdade e da "ele*a no mundo das ormas: ela é ipso facto uma pro#eção de ar8uétipos. E é essencialmente uma exteriori*ação com !istas a uma interiori*ação. Arte não si%niica dispersão, si%niica concentração, um camin(o de !olta a eus. =oda ci!ili*ação tradicional criou um arca"ouço de "ele*a: um meio circundante natural, ecolo%icamente necess5rio para a !ida espiritual. 4uais são os critérios para saber o valor de uma obra de arte( seu nível de inspira-ão& chuon $ Ds ar8uétipos da arte sacra são interpretaç&es celestes: todas as outras o"ras de arte tiram sua inspiração da personalidade espiritual do artista. Ds critérios para sa"er o !alor da arte são o conte+do da o"ra, seu modo de expressão e sua técnica, seu estilo. ,s critérios são diferentes para os v+rios tipos de arte 5 pintura( escultura( dan-a( m6sica( poesia e ar'uitetura& chuon $ Não, os critérios não são dierentes para os !5rios tipos de arte. )a bele*a( h+ o 'ue se poderia chamar de um elemento ambíguo( j+ 'ue ela pode contribuir para uma auto$insufla-ão mundana ou( ao contr+rio( para uma lembran-a do divino% , 'ue h+ em algumas artes 5 a m6sica( a poesia e a dan-a( por e2emplo 5 'ue torna o elemento ambíguo mais pronunciado nelas& chuon $ A pintura e a escultura são em certo sentido mais cere"rais e o"#eti!as do 8ue a poesia, a m+sica e a dança, 8ue são mais psí8uicas e su"#eti!as: assim, o elemento am"í%uo é mais pronunciado nestas trs artes. 0ode$se di*er 'ue a no-ão hindu de darshan tem uma aplica-ão na e2peri3ncia da arte e da bele*a&
chuon $ Certamente, a noção (indu de dars%an aplica/se a 8ual/8uer experincia estética ou artística: mas nestes casos ela en!ol!e tam"ém percepç&es mentais e auditi!as, não apenas a !isão. 0ode$se di*er 'ue h+ uma liga-ão natural entre a bele*a( no sentido mais amplo( e o esoterismo& chuon $ im, (5 uma li%ação entre a "ele*a e o esoterismo, por8ue )a 4ele*a é o esplendor do erdadeiro.) A arte tradicional é esotérica, não exotérica. D exoterismo est5 interessado na moral, não na "ele*a: ocorre até mesmo de o exoterismo poder se opor $ "ele*a em ra*ão de um preconceito moralista.
eria legítimo di*er 'ue o esoterismo tem certos direitos em rela-ão 7 arte e 7 bele*a( direitos 'ue transcendem os limites e proibi-8es estabelecidos pelos v+rios e2oterismos& chuon $ Em princípio, o esoterismo tem certos direitos 8ue transcendem as proi"iç&es do exoterismo, mas de ato o esoterismo raramente pode a*er uso desses direitos. Não o"stante, isto #5 ocorreu, por exemplo no caso de danças de der!ixes ou de pinturas ti"etanas aparentemente indecentes. Além das 9belas artes9( h+ 5 no :apão( por e2emplo 5 a arte do arranjo floral( a cerim;nia do ch+ e mesmo as artes marciais( 'ue são 5 ou eram( originalmente 5 reconhecidas como manifesta-8es de nature*a espiritual% "omo se e2plica 'ue uma atividade tão 9cotidiana9 como preparar ch+ possa tornar$se veículo de uma gra-a espiritual& chuon $ As artes do *en/"udismo, como a cerim@nia do c(5, cristali*am al%umas maneiras de a%ir do 4udd(a ou, di%amos, do (omem primordial: ora, o 4udd(a nunca empun(ou uma espada, mas se o ti!esse eito seria como um mestre *en. A%ir como o 4udd(a, mesmo num ní!el como o do preparo do c(5, si%niica assimilar al%o da nature*a do 4udd(a: é uma porta a"erta para a iluminação. A arte moderna não é tradicional%
0rimordialidade eu livro The Feathered Sun =9, ol de 0enas9> revela seu interesse pelos índios norte$ americanos% 4ual o estímulo por tr+s deste interesse ou afinidade&
chuon $ Ds índios norte/americanos e especialmente os das pradarias tm muito em comum com o samurai #apons, 8ue muito re8Fentemente pratica!a a espiritualidade *en. Boralmente e esteticamente alando, os índios das pradarias constituíam um dos po!os mais ascinantes do mundo. D %rande erro do século X9X oi distin%uir apenas entre )ci!ili*ados) e )sel!a%ens). ?5 distinç&es 8ue são muito mais reais e importantes, pois é <"!io 8ue a )ci!ili*ação), no sentido comum do termo, não é o !alor mais ele!ado da (umanidade, e tam"ém 8ue o termo )sel!a%em) não é ade8uado aos índios. D 8ue determina o !alor das pessoas não é nem sua cultura mundana nem sua inteli%ncia pr5tica ou in!enti!a, mas sua atitude em ace do A"soluto. A8uele 8ue tem o senso do A"soluto nunca es8uece a relação entre os (omens e a nature*a !ir%em, pois a nature*a é nossa ori%em, nossa p5tria natural e a mais transparente mensa%em de eus. 'ara o (istoriador 5ra"e 9"n (aldun, a condição mesma de uma ci!ili*ação realista é o e8uilí"rio entre os "eduínos e os (a"itantes das cidades, ou se#a, entre n@mades e sedent5rios: entre os il(os saud5!eis da nature*a e os representantes de !alores culturais mais desen!ol!idos.
eus livros de arte( O Sol de Penas e especialmente Imagens de Beleza Primordial e Mística ( abordam o mistério da nude* sagrada% , senhor poderia e2plicar o significado desta perspectiva& chuon $ A nude* sa%rada 8ue tem um papel importante não apenas entre os (indus, mas tam"ém entre os índios americanos "aseia/se na correspondncia anal<%ica entre o )mais externo) e o )mais interno)> o corpo é então !isto como o )coração exteriori*ado), e o coração, por seu lado, )a"sor!e), por assim di*er, a pro#eção corporal: )os extremos se tocam). i*/se na 9ndia 8ue a nude* a!orece a irradiação de inluncias espirituais, e tam"ém 8ue a nude* eminina em particular maniesta HaIs(mi e, conse8Fentemente, tem um eeito "enéico so"re o meio circundante. e uma maneira "em %eral, a nude* expressa e !irtualmente actuali*a uma !olta $ essncia, $ ori%em, ao ar8uétipo, portanto ao estado celestial. )E é por isso 8ue, nua, eu danço), como disse a %rande santa da Cac(emira, Halla Jo%is(wari, depois de ter encontrado o i di!ino em seu coração. 'or certo, na nude* (5 tam"ém uma am"i/%Fidade de facto por causa da nature*a passional da (umanidade: mas não (5 apenas a nature*a passional, (5 tam"ém o dom da contemplati!idade, 8ue pode neutrali*5/la, como, precisamente, no caso da )nude* sa%rada). imilarmente, não (5 apenas a sedução das aparncias, (5 tam"ém a transparncia metaísica dos en@menos, 8ue permite perce"er a essncia ar8uetípica atra!és da experincia sens
Mensagem 4ual seria sua mensagem para as pessoas em geral& chuon $ A oração. er um ser (umano si%niica estar li%ado a eus. A !ida não tem sentido sem isto. A oração e tam"ém a "ele*a, é claro: pois !i!emos entre ormas e não num !a*io. 4ele*a da alma em primeiro lu%ar, e depois "ele*a de sím"olos ao nosso redor.
, senhor falou de metafísica% 0osso perguntar$lhe 'ual é o principal conte6do desta sabedoria perene& chuon $ Betaísica si%niica essencialmente discernimento entre o Real e o aparente ou o ilus o con(ecimento metaísico exi%e a assimilação intelectual, psí8uica e moral: o discernimento exi%e a concentração, a contemplação e a união. 'ortanto, a teoria metaísica não é uma ilosoia no sentido moderno da pala!ra: ela é essencialmente sa%rada. D senso do sa%rado é uma 8ualiicação indispens5!el para a reali*ação metaísica, como o é para todo camin(o espiritual. 'ara o índio americano, como tam"ém para o (indu, tudo na nature*a é sa%rado: isto os (omens modernos tm de aprender, pois é uma 8uestão de ecolo%ia no sentido mais amplo da pala!ra. D 8ue é necess5rio em primeiro lu%ar é a oração, e então a !olta $ nature*a. 'oder/se/ia o"#etar 8ue é muito tarde para isso: ainda assim, cada pessoa é respons5!el pelo 8ue ela a* não pelo 8ue os outros a*em , pois cada um est5 diante de eus e pode a*er o 8ue é necess5rio para sua alma imortal. D primeiro passo de retorno $ nature*a é a di%nidade, di%nidade de ormas e de comportamento: isso cria o clima no 8ual as oraç&es sentem/se $ !ontade, pois a di%nidade participa da erdade imut5!el.
http://www.schuon.com.br/Interview.htm 10/09/2007 às 20h30min
Biografia -rit(#o c(uon nasceu na 4asiléia, uíça, em 0K de #un(o de 0123. eu pai, !iolinista cl5ssico e proessor no Conser!at
e mes8uitas, e mesmo do templo de An%Ior Oat, 8ue tin(am sido er%uidas para a ocasião. 7 Em 01P e no!amente em 016, c(uon passou !5rios meses na Ar%élia, e ap
Com o irmão
7 c(uon esta"eleceu/se em Hausanne e lo%o se p@s a escre!er. M5 em 01, seus arti%os tin(am começado a aparecer em Études 1raditionn2lles re!ista rancesa ori%inalmente dedicada $ pu"licação de ensaios de Guénon. e 01 em diante, c(uon oi um cola"orador re%ular da re!ista in%lesa &tudies in 3omparative 4eligion , ao mesmo tempo em 8ue continua!a a cola"orar para Études 1raditionn2lles. D primeiro de seus li!ros 5 6nidade 1ranscendente das 4eligi7es oi pu"licado em 01SK, e a ele lo%o se se%uiu 8 8l%o do 3oração e Perspectivas Espirituais e 9atos :umanos . Estes e os tra"al(os su"se8Fentes oram escritos em rancs. Anteriormente c(uon tin(a pu"licado um li!ro em alemão intitulado )editação Primordial , "em como dois !olumes de poesia lírica, tam"ém escritos em alemão. ?o#e, a o"ra de c(uon totali*a PS li!ros escritos em rancs, tradu*idos, em maior ou menor medida, em de* outras lín%uas. ?5 tam"ém um !olume de pinturas ;mages of Primordial and )stic -eaut , um !olume de poemas em in%ls 4oad to t%e :eart e, mais recentemente, cerca de trinta li!ros de poesias em alemão, a maior parte não ainda pu"licados. 7 Em 01S1, c(uon se casou com Cat(erine -eer, il(a de um diplomata suíço de lín%ua alemã mas 8ue, como ele pr
Thomas Yellowtail
marcado dom para a pintura. -oi depois de seu casamento 8ue c(uon começou a pintar re%ularmente, de!otando a maior parte de suas telas a retratar os índios americanos em seu am"iente tradicional. Ainda menino, c(uon tin(a ou!ido muito so"re os índios com sua a!< paterna, 8ue 8uando #o!em !i!era certo tempo em Oas(in%ton, con(ecendo pessoalmente um índio sioux mem"ro de uma dele%ação de c(ees, o 8ual c(e%ou a pedi/la em casamento: em"ora não ti!esse aceitado seu pedido, ela nunca es8ueceu seu ami%o índio ou seu po!o, e depois transmitiu aos netos seu amor e admiração pelos índios. Ap
Com Titus Burckhardt
Barrocos. Na prima!era de 01K, !isitou na =ur8uia 9stam"ul, 4ursa e usadasi esta +ltima a im de ir $ Casa da antíssima ir%em, numa re%ião montan(osa perto de Weso. Em 01K0, os c(uon emi%raram para os Estados Unidos, esta"elecendo/se no estado de 9ndiana. Ali, numa casa de madeira num condomínio situado em meio a uma loresta, c(uon !i!eu 03 anos, !indo a alecer em 6 de maio de 011K. <1rec%os de te=to de -. Perr contido em prospecto a respeito das pinturas de &c%uon pu#licado quando da e=posição de suas telas em 3olorado &prings, E65, em >@>.A