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Filosofia da Educação Livro:
Filosofia da Educação, de ARANHA, ARANHA, Maria Lúcia Lúcia de de Arruda. Arruda. 2 a. edição Moderna Resumo do Capítulo 1 – Cultura e Humanização
Aluno: Paulo Sérgio Dias Curso: Licenciatura em Física - UNISO
1. Noção de Cultura
As sociedades ditas “ civilizadas” costuram separar as atividades intelectuais das atividades manuais, e chama de “ cultura” apenas os conhecimentos relacionados ao intelecto, desvalorizando os conhecimentos conhecimentos práticos. práticos. No entanto, entanto, outras sociedades, sociedades, tais como como as sociedades indígenas, não fazem distinção entre os conhecimentos conhecimentos intelectuais intelectuais e manuais. O pensar e o agir estão intimamente relacionados. Em seu sentido amplo, cultura é tudo o que o ser humano faz, seja intelectual ou material, seja pensamento pensamento ou ação. As culturas culturas são múltiplas e variadas. 2. O animal e a natureza
As atividades dos animais animais são condicionadas condicionadas por condições biológicas. biológicas. Não são livres para agir, e por isso o comportamento de cada espécie espécie animal é sempre idêntico. Eles agem por instinto, e somente modificações genéticas, provenientes da evolução das espécies, podem mudar seu comportamento. Quando examinamos o comportamento de animais superiores na escala zoológica, passando, por exemplo, de insetos a répteis, e destes até os mamíferos, chegando aos primatas, observamos que existe existe uma flexibilid flexibilidade ade maior maior nos atos destes destes últimos. últimos. Certos Certos animais, animais, como cachor cachorros ros ou macacos, chegam chegam a aparentar aparentar algum grau daquilo que consideramos “inteligência”. “inteligência”. No entanto, essa essa “intel “inteligê igênci ncia” a” animal animal é do tipo tipo concreto, difere diferenci nciand ando-s o-see da inteli inteligên gência cia humana humana,, que podemos classificar classificar também como “abstrata”. “abstrata”. 3. A experiência humana
Ao reproduzir técnicas usadas por outros seres humanos, e inventar outras novas, a ação humana se torna fonte de de idéias. A esse fenômeno de aprendizado e criação criação de experiência, e ela se deve ao caráter abstrato da inteligência humana, que consegue superar o aqui e agora, e funcionar também no tempo passado (analisando acontecimentos já ocorridos) ou no tempo futuro (fazendo previsões daquilo daquilo que poderá vir vir a ocorrer). É a linguagem humana que permite substituir as coisas por símbolos, tais como palavras e gestos, e por meio dessas representações mentais passamos a navegar no tempo passado e futuro, além de vivenciar apenas o presente.
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As diferenças entre o ser humano e os animais não apenas de “ grau”. O próprio mecanismo da inteligência humana funciona de modo diferenciado, em relação à inteligência animal. O animal permanece inserido na natureza sem modificá-la, enquanto o ser humano, através de sua inteligência e seu trabalho, é capaz de transformar a natureza. Cultura é o que resulta do trabalho humano: a transformação realizada pelos instrumentos, as idéias que tornam possível essa transformação e os produtos dela resultantes. Além disso, a ação humana é social , pois os seres humanos, para poderem sobreviver, relacionam-se entre si, para atender às necessidades do grupo. 4. Cultura e socialização
Ao nascer, a criança encontra um mundo de valores dados, já estabelecidos: a língua que aprende, a maneira de se alimentar, o jeito de sentar, andar, correr, brincar, o tom de voz nas conversas, etc. Até mesmo a emoção, que surge esponteamente, é sujeita-se a regras que dirigem sua expressão (exemplo: “ homem não pode chorar ”). Porém, a cultura não possui características universais e eternas, pois variam as maneiras pelas quais os seres humanos respondem socialmente aos desafios, a fim de realizar sua existência. Pessoas conservadoras tendem a definir sua própria cultura como a correta, estranhando os comportamentos de outros povos, ou mesmo de segmentos diferentes em sua própria sociedade. Chegam a considerar “naturais” certos valores, e se opõem a outros, considerados “exóticos”. É importante aceitar as diferenças entre as culturas, para evitar o etnocentrismo (julgamento de outros padrões, a partir dos valores de seu próprio grupo), que muitas vezes leva à xenofobia (horror ao estrangeiro), e à violência.
5. Sociedade e indivíduo
A sociedade molda o ser humano e este, por sua vez, elabora e interpreta a cultura recebida através de sua perspectiva pessoal, e assim transforma a si próprio e a sociedade em que vive. Não há sociedade totalmente estática, embora as mudanças nas sociedades tecnológicas se verifiquem muito mais rapidamente que em relação nas sociedades tradicionais, onde a tecnologia ainda é incipiente. O ato de poder transformar a natureza, a si próprio, e a sociedade, é um ato de liberdade do ser humano. O indivíduo recebe uma herança cultural, mas ao mesmo tempo tem a necessidade de modificar e superar aquilo que ele herda, transformando, recriando e criando cultura.
6. As três esferas da cultura
- Relações de trabalho: são relações materiais, produtivas e caracterizadas pelo desenvolvimento das técnicas e atividades econômicas
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- Relações políticas: são as relações de poder, que possibilitam a organização social e a criação das instituições sociais - Relações culturais ou comunicativas: resultam da produção e difusão do saber e deveriam pertencer ao âmbito das relações intencionais, subjetivas Quando apenas um desses tipos de relações se sobrepõe aos outros, ocorrem efeitos perversos, como no caso de sociedades extremamente hierarquizadas e elitizadas, em que a produção e difusão da cultura se torna privilégio de poucos.
7. Cultura e educação
A cultura é uma criação humana, por meio da qual tentamos resolver nossos problemas e garantir a satisfação de nossas necessidades. Através do trabalho, que é o modo como o humano transforma a natureza, são instauradas relações sociais, modelos de comportamento, instituições e saberes – enfim, cultura. O aperfeiçoamento dessas atividades só é possível pela transmissão dos conhecimentos de geração para geração. É a educação que se encarrega de manter essa transmissão cultural, e garantir condições de sobrevivência material e espiritual para a sociedade.