Universidade Federal de Alagoas Curso:: História Licenciatura Curso Disciplina:: História do Brasil 2 Disciplina Aluno:: Joaquim Gomes de Farias Neto Aluno Professor:: Gian Carlo de Melo Silva Professor
GINZBURG, Carlos. Carlos . “Raízes de um Paradigma Indiciário” Indiciário ”. In: Mitos, Emblemas, Sinais. Sinais. Tradução de Frederico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 143179. 1. Contextualização Carlo Nello Ginzburg nasceu em Turim, na Itália, no ano de 1939. Em 1957 ingressa na universidade, Scuola Normale Superiore de Pisa, Pisa , e acaba optando pela história geral, por meio de influências de obras como, Os Reis Taumaturgos Taumaturgos de Marc Bloch, e Heréticos e Heréticos Italianos do Século XVI , de seu professor Delio Cantimori. Se formou f ormou em 1961, onde inicialmente a ensinou história moderna na universidade de Roma, sua cadeira mas duradoura foi a de Renascimento Italiano, na universidade da Califórnia, de 1988 a 2006. Posteriormente voltou a Itália, onde leciona na Escola Normal Superior de Pisa até os dias de hoje. Seus principais trabalhos publicados datam a partir da década de 1960, estes foram: Os Andarilhos do Bem (1966); O Queijo e os vermes (1976); vermes (1976); História História Noturna (1989); Noturna (1989); e Indagações sobre Piero Piero (1981). Dentre essas a principal, e mais reconhecida mundialmente, foi O Queijo e os Vermes. Vermes . (VIEIRA, 2014)
1.1. Informações temporais e espaciais sobre a produção do texto O livro foi publicado originalmente em 1986, dois anos antes de Carlo ocupar a cadeira de Renascimento Italiano no Departamento de História na Universidade da Califórnia. Neste período, Ginzburg, segundo bibliografia consultada (VIEIRA, 2014), foi professor visitante em diversas universidades nos EUA, o que conclui-se que provavelmente ele estaria morando por lá.
2. O paradigma indiciário: Investigação, enigmas, sintomas e autenticidade através de fatores singulares aparentemente irrelevantes “O que caracteriza esse saber é a capacidade de, a partir de dados aparentemente negligenciáveis, remontar uma realidade complexa não experimentável diretamente” (GINZBURG, (GINZBURG, 2011, p.152)
“Se a realidade é opaca, existem zonas privilegiadas – Sinais, indícios – que permitem decifrá-la”. (Idem, 2011, p.177) 2.1. Diferentes áreas e similar metodologia “Uma disciplina como a psicanálise constitui-se [...] em torno da hipótese de que por menores aparentemente negligenciáveis pudessem revelar fenômenos profundos de notável alcance”. (Idem, 2011, p.178) “Para tanto, porém (dizia Morelli), é preciso não se basear, como normalmente se faz, em características mais vistosas, portanto mais facilmente imitáveis, dos quadros [...] Pelo contrário, é necessário analisar os pormenores mais negligenciáveis e menos influenciados pelas características da escola a que o pintor pertencia [...]”. (Idem, 2011, p.144) “ Nos três casos, pistas talvez infinitésimas permitem captar uma realidade mais profunda de outra forma intangível. Pistas: Mas precisamente, sintomas (no caso de Freud), indícios (no caso de Sherlock Holmes, signos pictóricos (no caso de Morelli) ”. (Idem, 2011, p.150) 2.2. O método semiótico da medicina nas ciências humanas “No final do século XIX – mais precisamente, na década de 1870-80 – , começou a se afirmar nas ciências humanas um paradigma indiciário baseado justamente na semiótica.”. (Idem, 2011, p.151) “Freud era um médico; Morelli formou-se em medicina; Conan Doyle havia sido médico antes de dedicar-se a literatura. Nos três casos, entrevê-se o modelo da semiótica médica: A disciplina que permiti diagnosticar as doenças inacessíveis a observação direta na base de sintomas superficiais, ás vezes irrelevante s aos olhos do leigo [...].” (Idem, 2011, p.150 -151) “Nesse sentido, o historiador é comparável ao médico, que utiliza os quadros nosográficos para analisar o mal especifico de cada doente. E, como o do médico, o conhecimento histórico é indireto, indiciário, conjetural”. (Idem, 2011, p.157) 3. Análise Epistemológica 3.1. Teoria e Metodologia O autor se utiliza na obra da teoria do materialismo histórico de Karl Marx como forma de enxergar as fontes históricas a partir de produções culturais produzidas e deixadas pelo
homem na construção de sua trajetória. Utiliza-se também da teoria metodológica da Escola dos Annales, partindo de um princípio, teoria (problemática) que desencadeia toda uma pesquisa já direcionada para solucionar o problema a qual se propões resolver. E por fim, a sua marca registrada, o método teórico o qual se aplica o conteúdo do texto acerca do paradigma indiciário: A micro história; que se fundamenta no princípio de entender as partes, muitas vezes marginalizadas e subestimadas, para entender o contexto do todo. 3.2 Fontes utilizadas: Sobre Morelli: E. Wind , “ Arte e Anarchia”, Milão, 1972, p.527,
166-8;
R.
Wolheim ,
“Giovanni
Morelli and the origins of scientific
connoisseurship”, em On art and the mind. Essays and lectures, Londres, 1973, p.177201 (GINZBURG, p. 144); Comparação entre Morelli e Sherlock Holmes: E. Castelnuevo, “Attribution”, em Encyclopaedia Universalis, vol II, 1968, p.782; (GINZBURG, p. 145) 4. Conclusões sobre o texto O texto vem tratar de uma metodologia que se aplica em diversas áreas do conhecimento humano partindo de um princípio investigativo simples, intuitivo, e muito antigo, que pode ser observado e aperfeiçoado por qualquer um, trata-se, do que o autor denomina de paradigma indiciário. Esse paradigma consiste em conseguir observar nas entrelinhas aquilo que não está obviamente explicito, que foge do padrão da normalidade de análise, para se conseguir a solução, ou resolver o enigma, pelos indícios naturais e marginais deixados pelo objeto de estudo, que são dificilmente perceptíveis a uma primeira vista. Este conhecimento pode ser visto em diversas áreas de atuação, na medicina, onde por meio dos sintomas o médico consegue diagnosticar a doença; na investigação, onde por meio das pistas e rastros o detetive pode desvendar o caso; ou até mesmo na história (e nas diversificadas áreas das ciências humanas) por meio daquilo que não está explicito na fonte, mas pode ser logicamente deduzível a partir dos índices e rastros inconscientes deixados por ela. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR VIEIRA, BEATRIZ. “Carlo Ginzburg (1939)”, cap. 12. In: Os Historiadores Clássicos da História. RJ: Vozes: PUC-Rio, 2014, p. 241-267.