EXPLICANDO O TDAH Texto elaborado por Cláudia Ferreira
O Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, ou TDAH, é um transtorno neuropsicológico que ocorre principalmente devido a contribuições biológicas e genéticas. Mais especificamente, trata-se de um transtorno do desenvolvimento do auto controle com características de desatenção, hiperatividade e impulsividade mais intensas que o usual, se compararmos um indivíduo com seus semelhantes. Segundo o DSM-IV (Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais da American Psychiatric Association quarta edição), o TDAH caracteriza-se caracteriza- se por dois grupos de sintomas: sintomas: 1 – desatenção e 2 – hiperatividade e impulsividade. A pessoa deve apresentar 6 ou mais dos seguintes sintomas de desatenção persistentes por no mínimo mínimo um período de 6 meses meses em um grau que compromete compromete a adaptação e que é incompatível com o nível de desenvolvimento: a) frequentemente não presta atenção á detalhes detalhes ou comete erros por descuido descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras. b) frequentemente tem dificuldade para manter a atenção em tarefas e/ou atividades lúdicas. c) frequentemente parece parece não ouvir ouvir quando lhe dirigem dirigem a palavra. d) frequentemente tem dificuldade em seguir instruções e não não termina seus deveres deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções). e) frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades. atividades. f) com frequência evita ou reluta em envolverenvolver-se se em tarefas que exijam exijam um esforço mental continuado (como tarefas escolares ou deveres de casa). g) com frequência perde coisas necessárias necessárias para tarefas ou atividades atividades (brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais. h) distrai-se facilmente por estímulos estímulos alheios à tarefa. i) com frequência apresenta apresenta esquecimentos esquecimentos em atividades diárias. A pessoa deve apresentar apresentar 6 ou mais dos seguintes sintomas de hiperatividade: 1. frequentemente agita as mãos e/ou os pés ou se remexe remexe na cadeira. 2. frequentemente abandona sua cadeira na sala sala de aula ou outras situações situações nas quais se espera que permaneça sentado. 3. frequentemente corre ou escala em demasia, em situações impróprias ou tem uma sensação interna de inquietude. 4. com frequência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente silenciosamente em atividades de lazer. Impulsividade: 1. está frequentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo vapor"; 2. frequentemente fala em demasia. 3. frequentemente dá respostas precipitadas antes que as perguntas antes de terem sido completamente formuladas. 4. com frequência tem dificuldade para aguardar a vez. 5. frequentemente interrompe ou se intromete em assuntos alheios (conversas (conversas ou brincadeiras).
É importante observar se alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam comprometimento estavam presentes antes dos 7 anos de idade, se algum comprometimento devido aos sintomas está presente em pelo menos dois contextos (social, escolar e/ou familiar), se são persistentes por no mínimo um período de 6 meses em um grau que compromete a adaptação, se é incompatível com o nível de desenvolvimento e se existem claras evidências de interferência no funcionamento social, acadêmico e/ou ocupacional. Além de observar estes critérios, para definir um quadro de TDAH deve-se levar em conta também o nível de funcionamento do indivíduo quanto à sua memória de trabalho, senso de tempo, discurso interno, auto-controle da motivação e persistência direcionada. São perguntas de coisas à fazer, habilidades de administração de tempo, capacidade de planejar em direção aos próprios objetivos, resistência à distração durante este processo e coordenação entre pensamentos, fala e comportamentos. Estas investigações adicionais rendem ao profissional informações preciosas a serem utilizadas na avaliação e no planejamento do tratamento. Como o TDAH se associa a vários outros problemas (ao que se chama comorbidade) e tem características semelhantes a outros transtornos, para se fazer um diagnóstico com precisão é interessante que seja realizado um psicodiagnóstico, no qual o psicólogo ou o psiquiatra avaliem as áreas intelectual, psicomotora, emocional e escolar de acordo com o esperado para cada faixa de desenvolvimento, além de um exame neurológico complementar realizado por um neurologista. Com o objetivo de investigar a presença de sintomas semelhantes em ambientes diferentes, um contato com a escola e a entrevista aos pais são fundamentais. Uma vez detectado o TDAH, na maioria das vezes é indicado o uso de medicação associada a uma terapia de preferência com base na teoria Cognitiva, por esta ser breve e objetiva. O quanto antes se fizerem estas intervenções, mais significativas serão as melhoras e menores os riscos de conseqüências negativas.
TDAH E SUPERDOTADOS Crianças superdotadas com distúrbios de aprendizagem são difíceis de identificar. O seu distúrbio de aprendizagem mascara sua superdotação e vice-versa. Por esta razão, tais crianças frequentemente se parecem com crianças comuns. Como resultado, elas não são tratadas como precisam tanto no que se refere à superdotação quanto à dificuldade de aprendizagem. Além disso, as crianças superdotadas com inabilidades usam frequentemente sua inteligência para tentar lograr a inabilidade. Isto pode fazer com que ambas as excepcionalidades pareçam menos extremas: a inabilidade pode parecer menos severa porque a criança está usando a inteligência para superar, enquanto os esforços dispendidos nesse sem tido podem atrapalhar outras expressões do superdotado. As listas abaixo têm a intenção de facilitar o reconhecimento de superdotados com outros distúrbios. Superdotados com transtornos de aprendizagem elevada habilidade de raciocínio abstrato;
boa habilidade de raciocínio matemático; boa memória visual, habilidade espacial; extenso vocabulário; senso de humor sofisticado; imaginativo e criativo; habilidade excepcional na geometria, ciência, artes e música; bom na resolução de problemas e tarefas; dificuldade com memorização, computação, fonemas e soletração; distração e desorganização; supersensibilidade; perfeccionismo; dificuldade com metáforas e analogias; compreensão de sistemas complexos; frequentemente, falha em terminar suas atribuições; dificuldades com tarefas seqüenciais; ampla variedade de interesses. Características de estudantes com TDAH fraqueza na sustentação da atenção; persistência diminuída nas tarefas que não têm conseqüências imediatas; pouca aderência a comandos para regular ou inibir seus comportamentos em contextos sociais; frequentemente muda de uma atividade incompleta para outra; impulsividade; mais ativo e agitado que outras crianças; frequentemente conversa excessivamente dificuldade em aderir às regras; perde frequentemente as coisas necessárias para tarefas ou atividades em casa ou na escola; pode parecer inatento aos detalhes; altamente sensível à crítica; os problemas de comportamento existem em todas as áreas, mas em algumas são mais severos; variação na resolução de tarefas e no tempo usado para terminá-las. As pesquisas indicam que em muitos casos, uma criança diagnosticada com TDAH, de fato é superdotada e está reagindo a um currículo inapropriado. A chave para distinguir entre TDAH e superdotação é a extensão da conduta inadequada. Se esta conduta for específica para algumas situações, o comportamento da criança se assemelha mais ao do superdotado; por outro lado, se o comportamento inadequado persistir em todas as situações, ele se assemelha mais ao da criança com TDAH. Também é possível que a criança tenha tanto a superdotaçãp quanto o TDAH. As perguntas abaixo são para identificar as similaridades entre ambas. Sinais de superdotação e sintomas de TDAH são muito parecidos, tornando difícil determinar se uma criança brilhante é simplesmente superdotada e entediada ou tem TDAH. Como não existem testes para identificar o TDAH, seu diagnóstico fica ainda mais
difícil. Abaixo encontram-se algumas perguntas retiradas do site da Academia Americana de Pediatria. Superdotado
TDAH
O contato com colegas inteligentes diminui os comportamentos inapropriados.
O contato com colegas inteligentes não tem efeito positivo no comportamento.
Adequações acadêmicas apropriadas diminuem os comportamentos inadequados.
Adequações acadêmicas apropriadas não tem efeito positivo no comportamento
Modificações curriculares diminuem comportamentos inapropriados.
os
Modificações curriculares não tem efeito positivo no comportamento
A criança tem explicações lógicas (para a criança) para os comportamentos inapropriados.
A criança não pode explicar os comportamentos inapropriados
Quando ativa, a criança gosta de movimento e não se sente for a de controle.
A criança se sente fora de controle.
A
aprendizagem de habilidades sociais adequadas diminuiu os comportamentos impulsivos e inapropriados.
A aprendizagem de habilidades sociais adequadas não diminuiu os comportamentos impulsivos e inapropriados.
As crianças tem explicações lógicas (para ela) do porque.
A criança não consegue explicar o porque as atividades e tarefas não são completadas.
A criança dispende alguns comportamentos inapropriados quando interessada em um assunto ou projeto.
Os comportamentos da criança não são influenciados pelo seu interesse na atividade.
A criança atribui seu excesso de verbalização ou interrupções à necessidade de partilhar informações, à necessidade de mostrar que ela sabe a resposta ou à necessidade de resolver o problema imediatamente.
A criança não pode atribuir seu excesso de verbalização ou interrupções às necessidade de aprendizagem ou partilha de informações.
A criança que parece desatenta pode repetir instruções.
A criança que parece desatenta é incapaz de repetir instruções.
A criança tem sucesso no trabalho com tarefas múltiplas.
A criança muda de uma tarefa para outra sem razão aparente.
Comportamentos inadequados não são persistentes – parecem ocorrer em função do assunto em questão.
Comportamentos inadequados persistem independente do assunto em questão.
Inappropriate behaviors are not persistent – seem to be a function of teacher or instructional style
Inappropriate behaviors persist regardless of teacher or instructional style
A criança bagunça para chamar a atenção.
A criança bagunça independente de atenção.
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E O TDAH Você tem as habilidades para completar o trabalho, certamente tem a habilidade para completar a tarefa, tem a inteligência para saber o trabalho, até mesmo tem a vontade, mas ainda, de alguma maneira, você não pode ainda ter tudo isto totalmente junto. Você sempre acaba sentindo como um fracasso e sem muito a mostrar pelo seu esforço. O problema não pode minimizado, inúmeras vezes você nem mesmo tem certeza por que acontece. Você chega no trabalho na hora certa, trabalha duro para compensar suas dificuldades causadas pelo TDAH e tenta entregar os trabalhos nos prazos. Qual é o problema e por que você não consegue superá-lo? Muitos adultos com TDAH tendem a mudar de um emprego para o outro. Eles vagueiam e tentam achar um lugar ao qual eles pertencem e onde eles possam ter sucesso. Quanto mais empregos eles têm, mais difícil se torna adquirir um outro trabalho. E ainda, eles não entenderam onde eles erraram ou o que aconteceu. É somente um outro emprego ao qual ele não se ajusta, um outro trabalho que deu errado. Maturidade emocional com desenvolvimento mais lento De acordo com vários estudos, a maturidade emocional de alguns indivíduos com TDAH é bem abaixo de seus semelhantes. Os lóbulos frontais do cérebro, que estão afetados pelo TDAH, continuam amadurecendo até os 35 anos. O processo de maturação é mais lento para os indivíduos com TDAH. Alguns podem não alcançar o nível de maturidade emocional de 21 anos de idade até alcançar os 30. Em 1990, John Mayer e Peter Salovey, professores americanos, cunharam a frase "Inteligência Emocional". Eles usaram esta frase para descrever a habilidade para entender e administrar sentimentos em você e nos outros, bem como também usar este sentimento na tomada de decisão. Em 1998, John Mayer, escreveu Working With Emotional Intelligence. Este livro levou este conceito ao local de trabalho e ele explica que o sucesso vem principalmente para aqueles cuja inteligência emocional é desenvolvida. Em seu livro ele explica que habilidades, educação, e um QI alto são secundários à inteligência emocional. Alguns dos principais componentes da Inteligência Emocional são: Autoconsciência - é observar-se e se dar conta de suas próprias emoções, entendendo como você se sente (suas forças e fraquezas) e sendo capaz de rotular tais sentimentos; saber a relação entre pensamentos, sentimentos e reações. Tomada de decisão pessoal: examinar suas ações e conhecer as consequências delas; saber se uma decisão está sendo governada por pensamento ou sentimento. Regulamento ou Administração - esta é a habilidade para equilibrar suas emoções e também usar suas emoções para estabelecer metas, criar planos e motivar a si mesmo a alcançar metas. Consciência de outros - Isto é considerado comumente como "empatia". É a habilidade para entender a natureza emocional daqueles ao seu redor (sentimentos e preocupações), reconhecer diferenças no modo como as pessoas se sentem em relação as coisas e criar relações melhores. Habilidades sociais - Esta habilidade lhe permite trabalhar bem com os outros e ler os sinais de forma a dirigir as situações sociais fluentemente, resolver problemas de relacionamentos, aprender a motivar os outros, criar cooperação e trabalho de equipe. Comunicação: falar efetivamente de sentimentos; tornar-se um bom ouvinte e perguntador; distinguir entre o que alguém faz ou diz e suas próprios reações ou julgamento a respeito;. Estas habilidades, embora às vezes comuns em adultos com TDAH, podem ser aprendidas. Eles necessariamente não são habilidades que você têm ou não têm. Com trabalho, você pode melhorar sua "IE" e pode ajudar seu desempenho profissional.
Dicas para aumentar a Inteligência Emocional: 1.
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nomeie seus sentimentos. Vários vezes durante o dia, gaste um momento para pensar de fato em como você sente. Agora mesmo, você está contente, triste, irritado, bravo, desesperado ou esperançoso? Se você está experimentando uma emoção negativa, pense em como esta emoção poderia impactar negativamente o que você está fazendo agora mesmo e como você poderia administrar aquela emoção para ter certeza que sua tarefa atual não sofrerá por causa de suas emoções. tenha responsabilidade por seus sentimentos. Em vez de culpar outra pessoa por fazê-lo se sentir de um certo modo, entenda que eles não podem te fazer sentir nada, você faz isso por conta própria. Por exemplo, as ações de alguém podem ativar uma resposta de braveza em você, mas eles não o forçaram a ser bravo. Mude seus pensamentos para "Eu sinto ___" em vez de "Você me faz sentir ___". aceite e reconheça seus sentimentos para uma situação ou pessoa, no lugar de rotular a situação ou a pessoa. Por exemplo, se você está esperando na fila por 20 minutos e está ficando irritado, aceite que está irritado com a situação e não que a situação é ruim. Reconheça seu sentimento de ficar aborrecido com alguém no lugar de lhes falar que eles estão sendo chatos. use o recente conhecimento de seus sentimentos para ajudar na tomada de decisão. Pense em como você se sentiria se fizesse algo, e como você sentiria se você não fizesse. quando estiver bravo com alguma coisa, use sua energia para mudar a situação ao invés de piorá-la. Use sua raiva produtivamente para criar uma situação melhor. sempre mostre respeito pelos sentimentos de outras pessoas. Use frases como "Você importaria se eu ________?". reconheça os sentimentos dos outros. Apenas deixar alguém saber que você pode ver ou ouvir como eles estão se sentindo, pode ajudar muito. crie um desejo de melhorar sua situação. Sempre pergunte a si mesmo o que você sente agora e o que você pode fazer para sentir-se ainda melhor. Quando conversar com outra pessoa sempre pergunte como eles se sentem e o que vocês podem fazer para se sentirem ainda melhor. Desenvolva uma estratégia de aceitar seu sentimento e criar algo melhor. quando falar com outros, escute mais do que fale. Resista ao desejo de criticar, julgar ou fazer comentários negativos. Escute com compreensão os sentimentos deles/delas, ao invés de julgar suas ações. preste atenção em com quem você passa o tempo. Se você está passando tempo com pessoas que não se preocupam com seus sentimentos, então tente gastar menos tempo com eles.
O TDAH E OS TRANSTONOS DE APRENDIZAGEM
A infância e, principalmente, a adolescência são fases difíceis do desenvolvimento de um indivíduo, quando fatores de toda a ordem (orgânicos, psicológicos e sociológicos) interferem de forma ativa e conflitiva no comportamento da criança/adolescente e aumentam, ainda mais, sua insegurança. Violam as regras da casa, negligenciam as tarefas domésticas, opõem-se ao para casa e às vezes perturbam a paz.
Um fator muito presente é o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. O TDAH consiste num transtorno do desenvolvimento do autocontrole que tem três características básicas: a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade. Sua causa se deve principalmente à hereditariedade. O TDAH é um transtorno que aparece na infância, mas sua sintomatologia pode permanecer até a idade adulta, especialmente se não for tratado desde cedo. Os sintomas característicos do quadro, tais como dificuldades de atenção, a impulsividade e a hiperatividade, podem trazer conseqüências complexas, pois se associam a problemas emocionais de diferentes magnitudes, como consequência das reações do meio.
A forma mais indicada de tratamento e um trabalho multimodal, com bastante integração dos profissionais envolvidos. Em termos de psicoterapia, a prática que tem obtido mais sucesso é a com base na Teoria Cognitiva Comportamental (TCC), dado o caráter dinâmico e breve deste tipo de terapia. Durante o tratamento, a terapia cognitiva tem com princípio básico que a maneira como percebemos uma situação e pensamos diante dela (e não a situação em si) determina nossas emoções e comportamentos.
Situação => pensamento automático negativo => comportamento (reações fisiológicas, sentimento e ação). O objetivo da TCC não é unicamente ajudar o paciente com seus problemas, mas dotá-lo de um novo instrumental cognitivo e comportamental, por meio da prática regular, a fim de que ele possa perceber e responder ao real de forma funcional em busca de suas metas. Junto ao TDAH, é comum aparecem outros transtornos simultaneamente ao que chamamos de comorbidade. Alguns bastante comuns são os distúrbios de aprendizagem: a disgrafia (alterações da escrita relacionadas a problemas perceptivos motores), a dislexia (caracterizado por dificuldade de decodificar palavras simples, dificuldade na aprendizagem da leitura, automatização da identificação das palavras e desenvolvimento da escrita com grande dificuldade, comprometendo a compreensão do texto), a disortografia (erros na escrita e no traçado, originados de uma dificuldade na linguagem) e a discalculia (perturbação relativa a uma dificuldade na simbolização dos números e na capacidade aritmética). A linguagem é um sistema simbólico de representação da realidade e pode ocorrer na forma gestual, oral e escrita. Alguns sintomas observados em crianças com TDAH, tais como os citados abaixo, podem comprometer, principalmente, a linguagem escrita. Esta consiste na conversão de pensamentos e informações em símbolos gráficos e seqüenciais, pois a palavra escrita sem significado é apenas cópia. déficit motivacional e imaturidade perceptual déficit na internalização de normas déficit na fluidez verbal e na comunicação confrontativa déficit na internalização da linguagem déficit na memória de trabalho déficit no planejamento e na organização déficit no processamento da informação déficits no rendimento acadêmico déficit na coordenação motora e no sequenciamento.
De maneira geral, escrever é mais difícil que ler, pois a habilidade motora necessária na escrita envolve a coordenação motora fina e grossa, os mecanismos de visualização, a memória motora e a melodia motora. FUNÇÃO COGNITIVA atenção seletiva sequenciação memória
DISTÚRBIO DA ESCRITA escrita errada e inconsistente narrativa e organização desordenados regras gramaticais e pontuação
Quadro comparativo de TDAH e Distúrbio de aprendizagem nas diferentes idades. IDADE TDAH DIST. APRENDIZAGEM 6 a 9 anos Problemas de comportamento Dif.para aprendera a ler e escrever Baixo rendimento Tendência à escrita espelhada Conduta e pensamentos Dif.. com direita e esquerda impulsivos Pouca tolerância a frustração Dif. com sequenciações (alfabeto e tabuada) Baixa auto-estima Falta de atenção e concentração 9 a 12 anos Aumento da intensidade dos Escrita com muitos erros de problemas anteriores ortografia Problemas comportamentais Dif. de compreensão da leitura Erros na leitura oral Mais de 12 Desenvolvimento de condutas Escrita descuidada e anos anti-sociais incompreensível Possibilidade de abuso de Inconsistências gramaticais, álcool e drogas erros ortográficos e problemas de grafia Acidentes Dif. planejar e redigir redações Dif. para aprendizagem de língua estrangeira Aversão a leitura e escrita Baixa auto-estima Cabe algumas dicas rápidas aos pais e aos educadores em geral, que constituem os personagens envolvidos diretamente na tarefa de formar indivíduos, tanto na sua dimensão individual quanto na escolar e social. Vale lembrar que as orientações para lidar com crianças com TDAH, também são indicadas para todas as crianças: 1. 2. 3. 4.
Comprometer toda a família no tratamento. Consistência de disciplina, para fixar hábitos e evitar a geração de conflitos. Funcionar como modelo para a criança Ter atenção na entonação de voz. Uma mesma frase pode parecer um pedido de por favor.... e também pode parecer uma ordem. 5. Treinar a resolução de problemas: o que acontece aqui? Porque isto acontece? Quais as formas de resolver? Avaliar se resolveu e, se necessário, escolher e tentar outra forma. 6. Usar sistemas e estratégias de reforço que contribuam para aumentar as condutas positivas e extinguir as negativas. 7. Desenvolver habilidades sociais através da introdução de novas formas de relacionamento e da ampliação do olhar na forma de resolver problemas. 8. Ajudar no estabelecimento de metas e planejamento de ações que lhe permita viver de acordo com os objetivos fixados. 9. Melhorar os hábitos de estudo. 10. As rotinas de trabalho devem ser claras, sem variações imprevistas. 11. Partir uma tarefa grande em várias pequenas para favorecer sua execução 12. Encapar os livros e cadernos de uma mesma matéria com a mesma cor.
A ESCOLA E O TDAH A tríade diagnóstica do TDAH (déficit de atenção, hieratividade e impulsividade) se manifesta fortemente nos ambientes estruturados tanto do ponto de vista comportamental quanto cognitivo. Por isso, na maioria das vezes a primeira suspeita de TDAH vem da escola. É como se os pais, mesmo suspeitando de algo errado, esperassem um “grito” vindo da escola. Por ser
um local com ampla amostragem e regida por regras e limites, geralmente é a primeira a identificar os sintomas de TDAH em uma criança. E uma vez que estas crianças com frequência têm problemas para manter a atenção em tarefas que exigem concentração, a finalização de trabalhos escolares (geralmente executados na carteira) é um tanto inconstante. Dois são os fatores fundamentais para o sucesso com estas crianças:
1º) a informação; o professor deve estar familiarizado com os sintomas de TDAH, bem como os sintomas das comorbidades associadas; deve estar por dentro das formas de tratamento e de intervenção mais indicadas para essas crianças. 2º) relação positiva; este tipo de relação (positiva) entre o professor e o aluno é fundamental para a criança com TDAH melhorar as adaptações sociais e acadêmicas a curto e a longo prazo. Caso contrário, tais crianças podem piorar suas já tão pobres conquistas, reduzindo sua motivação para aprender e praticá-las na escola, rebaixando sua auto-estima. Isso tudo pode resultar em insucesso e mesmo em abandono da escola. Algumas orientações para lidar com estas crianças no âmbito escolar: estruturar os tempos de instrução; visar a exigência nos resultados e não na apresentação; diminuir a quantidade de cópias, se possível; a abordagem da criança com TDAH deve ser feita por todos os professores, para ser mais eficaz; a matéria deve ser introduzida em módulos curtos de trabalho; as avaliações devem ser menos espaçadas; a criança com TDAH frequentemente necessita de tempo extra para realizar as atividades; instruir sobre a necessidade de uso da agenda escolar; cuidar para não estimular demais durante as aulas; instruir os companheiros de sala a ignorar determinados comportamentos; estruturar parcialmente os recreios; comprometer os pais no processo de socialização; supervisionar o aluno de forma freqüente e consistente; dar preferência aos métodos de instrução que permitam ao aluno ter uma participação ativa na aula; utilizar instruções multisensoriais; fracionar a entrega de trabalhos/projetos; no ensino da Matemática usar folhas quadriculadas para assegurar o alinhamento das operações; manter um estreito contato visual; evitar proibir o recreio como forma de castigo.
ADULTOS COM O TDAH Pesquisas atuais comunidade científica que investiga o TDAH sugerem que 50-65% das crianças com TDAH continuam a apresentar sintomas quando atingem a vida adulta, e,
devido ao seu comportamento anti-social e seu fraco autocontrole, têm dificuldade de se manter no emprego. O adulto com TDAH é marcado por problemas significativos de capacidade de trabalho no que diz respeito à supervisão, à pontualidade, aos prazos, às escalas de trabalho, à persistência, à produtividade no cumprimento das funções designadas, a atividades que exigem longos períodos de tempo em silêncio e sentado em um escritório realizando tarefas de rotina. Por outro lado, indivíduos com este tipo de transtorno, se adaptam especialmente bem a atividades ligadas a arte. Isto acontece porque no trabalho artístico pode-se inovar e criar, não precisando de se ater necessariamente a horários, rotinas e regras rígidas. O mesmo acontece em cargos que requerem energia, adaptabilidade a situações alteráveis e entusiasmo, como é o caso do trabalho com vendas, marketing e área comercial em geral. Na vida adulta, os sintomas do TDAH vão atrapalhar o relacionamento com os outros e causar dificuldades no trabalho. Eles se baseiam na impulsividade, na desatenção e na hiperatividade, como descrito abaixo: Impulsividade: não existe sinal amarelo, apenas o verde e o vermelho. No casamento, por exemplo, o TDAH toma uma decisão sem consultar o outro e a põe em prática, o que geralmente causa problemas. Há uma tendência a interromper os demais, seja quando estão falando ou quando estão executando alguma tarefa, uma inclinação para falar em excesso e perder o fio do discurso. •
• Desatenção: comprometimento da memória; incapacidade de se lembrar de pequenos
pedidos, de cumprir coisas prometidas e de se lembrar de datas importantes passa a imagem de um indivíduo desligado e que não se importa com o outro. Dificuldade para realizar esforços mentais sustentados e erros por distrações causadas por estímulos irrelevantes. mesma atividade, principalmente se forem monótonas ou pouco excitantes como muitas das atividades diárias do adulto (como rotinas de trabalho e compromissos sociais). • Hiperatividade: dificuldade em permanecer numa
• Impaciência: falta de tolerância com atividades demoradas e monótonas (como filas e
engarrafamentos).
• Incapacidade de manter -se
com energia e disposição suficientes por muito tempo (é como se o indivíduo se cansasse rapidamente das coisas e precisasse de situações novas para se estimular). • Comportamentos de risco: parecem sempre buscar situações muito estimulantes (talvez,
para evitar o tédio).
• Déficit na inibição da conduta: interfere significativamente no funcionamento do cotidiano
e no desempenho profissional, no que se refere à memória de trabalho, ao controle do afeto, à motivação, ao estado de alerta, ao autocontrole e a capacidade de conduta dirigida para metas.
O diagnóstico do TDAH no adulto é particularmente difícil, porque este transtorno envolve uma imensidão de sintomas e há uma grande possibilidade de outros transtornos se esconderem sob o diagnóstico de TDAH. Deve-se sempre lembrar que quando se trata do TDAH, os sintomas devem ter começado antes dos 7 anos de idade. Uma vez diagnosticado e tratado os seus sintomas principais (desorganização, impulsividade e distratibilidade) há ainda que se superar os sintomas secundários desenvolvidos durante os anos sem tratamento: auto-imagem deteriorada, baixa auto-estima, depressão, timidez nos relacionamentos, desconfiança na própria capacidade, inconstância e temores. O tratamento deve ser feito por um psicólogo e um neurologista. O objetivo do tratamento psicológico é melhorar a auto-estima do indivíduo, aumentar suas condutas reflexivas, desenvolver mecanismos de auto-controle, ajudá-lo a identificar seus sentimentos e a enfrentá-los. O objetivo de uma consulta médica é, principalmente, o de determinar a necessidade de uma ajuda farmacológica, bem como adequar a sua dosagem.
Conhecer e entender o próprio comportamento é fundamental para uma mudança de perspectiva que possibilite um redirecionamento na vida do portador de TDAH. O importante é aceitar o seu modo de ser e acreditar sinceramente em seus talentos com a curiosidade da criança, a paixão do adolescente e a determinação do adulto, capita-lizando as características em prol de um bom ajuste familiar, profissional e social.
ORIENTAÇÕES PARA DIMINUIR OS SINTOMAS DE TDAH NO ADULTO
1. Tenha certeza de que o diagnóstico do TDAH foi feito por profissionais adequados. 2. Entenda que suas dificuldades pessoais podem estar relacionadas com o TDAH, e não com uma incapacidade, algum fracasso pessoal ou algum problema irremediável da personalidade. 3. Descura como você gosta de estudar (lendo, resumindo, fazendo esquemas, etc). 4. Ajude a melhorar a memória através de rimas, códigos, dicas, bilhetes, etc 5.
Use
um
gravador
(com
permissão,
é
claro).
6. Peça a um colega para dividir cópia de suas anotações. 7. Tome notas mesmo que esteja gravando, para dobrar o reforço. 8. Desenhe figuras para ajudar a fazer a conexão entre o fato apresentado e o a figura que você desenhou. 9. Faça resumos de cada página estudada 10. Use marcadores de texto. 11. Desligue o telefone e a TV, ou saia de perto deles na hora de estudar.
12. Leia uma página por vez como se fosse a única coisa que você tivesse para estudar. Quando terminar, passe para a seguinte. 13. Maneje corretamente seu tempo através do uso de uma agenda eletrônica, tipo palm top ou mesmo um lap top. 14. Anote na agenda todos os compromissos, atividades, consultas, aniversários e tarefas domiciliares (levar as crianças na escola na 4ª, consertar a TV) e mantenha-a sempre com você. 15. Faça uma lista de "tarefas a cumprir" e reserve um tempinho diário para ir diminuindo a lista (ticar quando terminar cada coisa). 16. Construa um calendário semanal de atividades e de estudo. É importante que este calendário fique em local bem visível para consulta frequente. 17. Se policie para não se evolver em diversos projetos diferentes ao mesmo tempo aprenda a dizer "não". 18. Evite conflitos, parando e pensando antes de agir. 19. Tente modificar os hábitos de percepção mediante uma observação diferenciada de si e dos outros. 20. Inclua atividade física o seu dia-a-dia para intercalar com as atividades "chatas". 21. Tenha especial cuidado com a qualidade do seu sono, para não exacerbar os sintomas de TDAH. 22. Tome cuidado com as frequentes mudanças de humor; se policie e vá para o seu canto. 23. Procure a sintonia sexual com sua parceira. 24. Estabeleça prioridades em sua vida. 25. Leve em consideração os comentários daqueles em quem confia, para compensar sua dificuldade de auto-observação. 26. Mude o foco e o discurso do negativo para o positivo. 27. Cuide para não ser o centro das atenções e preocupações da família. 28. Certifique-se de que cada integrante da família sabe o que é TDAH e está comprometido em ajudar. 29. Use a estratégias de resolução de problemas: identifique (defina) o problema e suas características; veja quais as possibilidades de solução; avalie os prós e contras; escolha e use uma; reveja sua efetividade e escolha outra, se necessário.