DIDÁXIS-VALE S.COSME
O pioneirismo português no processo de expansão europeu A Europa do século XV reunia condições propícias ao Expansionismo que nessa altura se iniciou. Portugal foi um dos países que esteve na vanguarda desse processo. O mundo antes das Descobertas Após a crise do século XIV, com a Peste Negra, a fome e as guerras, a Europa tinha necessidade de encontrar novas áreas comerciais, aprofundando os contactos anteriorme anteriormente nte estabelecidos entre mercadores italianos e muçulmanos, através da Rota do Levante, pela qual chegavam à Europa as especiarias, as sedas e as porcelanas do Oriente. Mas a recuperação da crise só seria possível através de um movimento de expansão que expansão que fizesse chegar à Europa, de uma forma mais rápida, os produtos orientais necessários ao desenvolvimento do comércio europeu. Um conhecimento geográfico do mundo limitado li mitado Os Europeus tinham um conhecimento muito limitado do mundo. O espaço conhecido limitava-se à Europa, ao norte de África, a uma parte da Ásia e desconheciam a existência de uma ligação marítima entre os oceanos Atlântico e Índico. Recuperação económica, política e social a partir do século XV A partir do século XV, a crise começou a ser superada: a população aumentou, assim como a produção agrícola e artesanal e acentuou-se a necessidade de comercializar diferentes produtos e de descobrir novas rotas comerciais. Condições técnicas e científicas da prioridade portuguesa no processo de expansão europeia A excelente localização geográfica de Portugal, bem como a grande extensão de costa e a existência de portos naturais favoreceram a expansão marítima portuguesa. Os Portugueses tinham conhecimento e prática das técnicas de navegação e navegação e ciência náutica, dominando a técnica de bolinar (navegar com ventos contrários), possibilitada pelo uso da vela triangular e do leme fixo à popa, aplicados na caravela caravela.. Aperfeiçoaram, ainda, os instrumentos de orientação já usados por outros povos, como a bússola bússola,, o quadrante quadrante,, o astrolábio astrolábio e e a balestilha balestilha,, que permitiam a navegação astronómica através astronómica através do cálculo da latitude de um lugar. Foram também elaborados portulanos portulanos,, mapas com registo dos portos e das linhas de rumo. Fatores sociais, políticos e económicos decisivos no arranque da Expansão portuguesa: O clero pretendia alargar a sua área de influência religiosa e aumentar as suas rendas.
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A nobreza desejava novos cargos e rendimentos. A burguesia mostrava-se interessada na procura de novos centros de comércio e queria comprar os produtos que escasseavam tanto em Portugal como no resto da Europa. O povo ansiava pela melhoria das suas condições de vida. O rei D. João I, aclamado nas cortes de Coimbra, precisava de aumentar o seu prestígio e autoridade dentro e fora do país. Portugal atravessava dificuldades económicas e financeiras: falta de cereais, de mão de obra, de matérias-primas e de ouro para a cunhagem de moeda.
O império colonial português A conquista de Ceuta Em 1415, os Portugueses conquistaram Ceuta. Esta cidade muçulmana do Norte de África era rica em especiarias, ouro e cereais. Era, também, um importante porto de pesca e uma base de pirataria moura que atacava os barcos cristãos. Contudo, esta conquista revelou-se um fracasso. O período henriquino O Infante D. Henrique distinguiu-se como o grande impulsionador dos Descobrimentos. Mandou colonizar os arquipélagos da Madeira e dos Açores, tendo estes sido divididos em capitanias. As ilhas foram povoadas e, rapidamente, passaram a explorar diversos produtos, nomeadamente: cereais, açúcar e vinho na Madeira; gado e trigo nos Açores. Conquistas e viagens de exploração A partir de 1422, os Portugueses intensificaram a exploração da costa africana. Após a passagem do cabo Bojador, em 1434, continuaram as viagens de exploração. Em 1640, ano em que morreu o Infante D. Henrique, os Portugueses atingiram a Serra Leoa. O rei D. Afonso V interessou-se pela conquista de praças no norte de África, deixando a exploração da costa africana entregue, mediante certas condições, a Fernão Gomes, um rico mercador de Lisboa que alcançará o Cabo de Santa Catarina. Ao longo da costa africana, foram sendo construídas fortalezas e feitorias. D. João II retoma a seu cargo a expansão marítima e, em 1488, é dobrado o Cabo das Tormentas, passando este a designar-se Cabo da Boa Esperança, pelas
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possibilidades que se abriam graças a este sucesso.
A chegada à Índia e ao Brasil Em 1498 Vasco da Gama e a sua armada, no reinado de D. Manuel, chegam à Índia, e aí impuseram o seu domínio com a ação dos vice-reis D. Francisco de Almeida e D. Afonso de Albuquerque. Em 1500, o Brasil foi oficialmente descoberto por Pedro Álvares Cabral. O sistema de capitanias foi inicialmente utilizado, contudo não se verificaram os resultados esperados e, em 1549, o rei estabeleceu uma forma de governo centralizada, o governo-geral, tendo D. João III nomeado Tomé de Sousa governador deste território.
A expansão dos Impérios Peninsulares e a rivalidade luso-castelhana A conquista e a construção do Império Espanhol da América A formação do Império Espanhol iniciou-se em 1492, com a chegada de Cristóvão Colombo à América. A partir daí, os Espanhóis lançaram-se na conquista da América central e meridional. Estas expedições eram lideradas pelos conquistadores, que saquearam e destruíram três grandes civilizações: os Astecas; os Maias; os Incas. A conquista foi rápida e violenta, em grande parte devido às armas de fogo usadas pelos Espanhóis e que estas civilizações desconheciam. Nas regiões conquistadas, exploraram minas de ouro e de prata, recorrendo à mão de obra escrava de indígenas e africanos. Como consequência, a população indígena diminuiu, vítima dos massacres e do trabalho escravo, mas também das doenças trazidas pelos Europeus. A rivalidade luso-castelhana A expansão marítima conduziu a conflitos entre Portugal e Castela, ambos interessados no domínio dos mares e na descoberta de novas terras. A chegada de Cristóvão Colombo à América reacendeu a rivalidade lusocastelhana. Invocando o Tratado de Alcáçovas (1479), que concedia a Portugal as terras a sul das ilhas Canárias, D. João II entendia que os novos territórios descobertos pertenciam a Portugal. Os Reis Católicos defendiam que estes pertenciam a Espanha,
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pois tinham sido descobertos por um navegador ao seu serviço. Para resolver este diferendo, o papa apresentou uma proposta na qual o mundo seria dividido por dois grandes meridianos. A proposta foi aceite e em 1494, foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que definia a posse das terras descobertas ou a descobrir por Portugal e Espanha: a ocidente do meridiano, as terras pertenciam a Espanha, a oriente, pertenciam a Portugal. Estava assim estabelecida a doutrina do mare clausum ("mar fechado"), princípio que impedia a navegação marítima de outros países. Portugal e Castela: as duas grandes potências mundiais do século XVI Os Impérios Peninsulares – Portugal, na primeira metade do século XVI, e Castela, na segunda metade do mesmo século – foram os impérios mais poderosos a nível mundial.
Comércio à escala mundial: novas rotas do comércio intercontinental Com os Descobrimentos, o comércio passou a desenvolver-se à escala mundial. Os Portugueses e os Espanhóis dinamizaram novas rotas comerciais como: ●
do Atlântico;
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do Cabo;
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do Extremo Oriente;
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de Manila.
por estas rotas passaram variados produtos e riquezas. Portugal e Espanha desempenharam um papel de transportadores de produtos entre as suas colónias e a Europa.
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