HIGIENE OCUPACIONAL
Autores: Jorge Luiz Ramos Teixeira Teixeira Marcela Machado Magalhães de Sá Co-autor: Frederico de Azevedo Maia
HIGIENE OCUPACIONAL
Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P. É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora do ambiente PETROBRAS. Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES RESERVADAS". Órgão gestor: E&P-CORP/RH
HIGIENE OCUPACIONAL
Autores: Jorge Luiz Ramos Teixeira Marcela Machado Magalhães de Sá Co-autor: Frederico de Azevedo Maia
Ao final desse estudo, o treinando poderá: • Reconhecer os possíveis riscos do ambiente de trabalho, através do conhecimento dos conceitos de Higiene Ocupacional, de sua aplicação e de seus desdobramentos à atividade executada.
Programa Alta Competência
Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das atividades prossionais na Companhia. É com tal experiência, reetida nas competências do seu corpo de empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes desaos com os quais ela se depara no Brasil e no mundo. Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força de trabalho às estratégias do negócio E&P. Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa a participação ativa dos técnicos na estruturaç estruturação ão e detalhamento das competências necessárias para explorar e produzir energia. O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados e a reciclagem de antigos. Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de sucesso que ela é. Programa Alta Competência
Agradecimentos
À equipe de professores e funcionários na pessoa do Professor Mano Vidal, do CESERG (Centro de Especialização Superior em Ergonomia); À equipe de enfermeiras do E&P - SERV / US - AP - SMS, na pessoa de Cristina de Araújo Couto; Ao Gestor Setorial (AB-CR / SMS / AS) Regina Lucia Melo Dias.
Como utilizar esta apostila
Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila está organizada e assim facilitar seu uso. No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.
ATERRAMENTO DE SEGURANÇA
Autor
Ao final desse estudo, o treinando poderá: • Identicar procedimentos adequados ao aterramento e à manutenção da segurança nas instalações elétricas; • Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao aterramento de segurança; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.
Objetivo Geral
O material está dividido em capítulos. No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo.
1 o l u t í p a C
Riscos elétricos e o aterramento de segurança
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos; • Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.
No nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem. Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão.
Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança
Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança
1.4. Exercícios
1.7. Gabarito
1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso:
O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão (B)
B) Risco de contato
“Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas denições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente identicados, pois estão em destaque. Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão.
3.1. Problemas operacionais Os principais problemas operacionais vericados em qualquer tipo de aterramento são: • Falta de continuidade; e • Elevada resistência elétrica de contato. É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 dene o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato.
Alta Competência
3.4. Glossário Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica. Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
49
Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografia ao nal de cada capítulo.
Alta Competência
1.6. Bibliografia CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira.Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410.Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos. A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado de um determinado item do capítulo.
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente.
“Importante” é um lembrete das questões essenciais do conteúdo tratado no capítulo.
IMPORTANTE! É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela!
Já a caixa de destaque “Resumindo” é uma versão compacta dos principais pontos abordados no capítulo. RESUMINDO...
Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig , inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas
Em “Atenção” estão destacadas as informações que não devem ser esquecidas.
ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles.
Todos os recursos didáticos presentes nesta apostila têm como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo. Aproveite este material para o seu desenvolvimento prossional!
Sumário Introdução
17
Capítulo 1 - Noções de Higiene Ocupacional Objetivos 1. Noções de Higiene Ocupacional 1.1. Histórico 1.2. Princípios 1.2.1. Antecipação dos riscos ambientais 1.2.2. Reconhecimento 1.2.3. Avaliação 1.2.4. Controle
1.3. Agentes ambientais 1.3.1. Agentes físicos 1.3.2. Agentes químicos 1.3.3. Agentes biológicos
1.4. Exercícios 1.5. Glossário 1.6. Bibliograa 1.7. Gabarito
19
21 21 22 23 23 24 24
25 25 40 56
58 65 70 72
Capítulo 2 - Noções de toxicologia Objetivos 2. Noções de toxicologia 2.1. Toxicidade 2.2. Ação tóxica 2.3. Monitoramento biológico 2.4. Exercícios 2.5. Glossário 2.6. Bibliograa 2.7. Gabarito
79 81 81 84 85 88 91 92 94
Capítulo 3 - Noções de Ergonomia Objetivos 3. Noções de ergonomia 3.1. História da ergonomia 3.1.1. Transformação do sistema de produção 3.1.2. Instrumentação de energia
3.2. Conceitos de ergonomia 3.2.1. Ergonomia 3.2.2. Conhecimentos básicos 3.2.3. Aplicação dos conhecimentos de sustentação à ergonomia
3.3. Ergonomia física 3.4. Ergonomia cognitiva 3.5. Ergonomia organizacional 3.6. Modelos de intervenção ergonômica 3.7. Legislação e políticas e diretrizes da Petrobras
97
99 99 100 101
104 104 105 106
108 114 115 116 117
3.7.1. Processo de trabalho 3.7.2. Legislação complementar 3.7.3. Políticas e diretrizes da Petrobras em ergonomia
118 120 121
3.8. Políticas e diretrizes da Petrobras em ergonomia
124
3.8.1. Critérios para a ação ergonômica 3.8.2. Formas de ação ergonômica 3.8.3. Sistemática SPM (Situação, Problema, Melhoria) de vericação ergonômica 3.8.4. Construção social e AET 3.8.5. Programas de ergonomia 3.8.6. Análise ergonômica do trabalho
3.9. Recomendações gerais em ergonomia 3.10. Exercícios 3.11. Glossário 3.12. Bibliograa 3.13. Gabarito
124 125 127 132 133 135
138 140 144 146 147
Introdução
A
Higiene Ocupacional é a ciência que tem como objetivo antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os agentes ambientais originados no local de trabalho que podem causar doenças, comprometer a saúde e o bem-estar ou signicante desconforto e ineciência entre os empregados ou membros da comunidade. Este estudo aborda conceitos de Higiene Ocupacional, toxicologia ocupacional e ergonomia, sempre tendo como base a legislação vigente aplicável, nas operações do E&P da Petrobras. Ao se abordar os conceitos de Higiene Ocupacional, é importante destacar os conhecimentos técnicos sobre antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos agentes ambientais, bem como o estudo de cada um desses agentes. No que diz respeito às noções de toxicologia ocupacional, faz-se necessário enfoque aos conhecimentos técnicos sobre toxicidade, ação tóxica e monitoramento biológico. Em relação à ergonomia, alguns conceitos serão apontados e também oportunidades de melhoria no ambiente de trabalho por meio de soluções úteis, práticas e aplicáveis.
RESERVADO
17
RESERVADO
Noções de Higiene Ocupacional
1 o l u t í p a C
Ao final desse capítulo, o treinando poderá: •Conceituar Higiene Ocupacional, identicando seus princípios básicos; • Caracterizar agentes físicos, químicos e biológicos.
RESERVADO
Alta Competência
20
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
1. Noções de Higiene Ocupacional
A
Higiene do Trabalho, também chamada Higiene Ocupacional é a ciência que objetiva a proteção dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos agentes ambientais originados no local de trabalho que possam causar o comprometimento da saúde e do bem-estar, ou signicante desconforto e ineciência entre os trabalhadores ou membros da comunidade eventualmente afetada.
1.1. Histórico Ao longo dos anos, muitas iniciativas visando à saúde no trabalho foram tomadas. Observe a seguir algumas delas. 1700
– Bernardino Ramazzini publica o livro “As doenças dos trabalhadores”, que descrevia um grande número de doenças originadas dentro dos ambientes de trabalho. A partir do séc. XVIII, com a Revolução Industrial, as primeiras leis proibiram o trabalho noturno aos menores de 18 anos e a 69 horas semanais a jornada de trabalho.
No Brasil é criada a primeira lei de Seguros e Acidentes do Trabalho.
21 1914 –
Criação da National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH), órgão de pesquisa em Segurança e Saúde no Trabalho. Atualmente, a NIOSH estabelece as metodologias para avaliação de exposição ocupacional.
1919 –
– É criado o American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH), uma associação dos higienistas do governo americano e que desenvolve pesquisas sobre os limites de exposição ocupacional para os agentes físicos, químicos e biológicos e índices biológicos de exposição (IBE).
– É criado, no Brasil, o Ministério do Trabalho. 1930
1938
– É criada a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO, como um compromisso do Brasil perante a Organização Internacional do Trabalho (OIT) de investimento em segurança e medicina do trabalho.
– É promulgada a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) no Brasil. 1943
1966
– É introduzido o mapa de riscos, possibilitando a participação dos trabalhadores no reconhecimento e na avaliação qualitativa dos ambientes de trabalho.
– O Ministério do Trabalho elabora a Portaria nº. 3214 com 28 normas regulamentadoras sobre segurança e medicina do trabalho. 1978
1992
– É criada a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO). 1994
RESERVADO
Alta Competência
1.2. Princípios Para o gerenciamento dos riscos ambientais na higiene ocupacional são focados os quatro pilares básicos que estão inter-relacionados que são: antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos. Gerenciamento de riscos ambientais
Antecipação dos riscos ambientais
22
Avaliação dos riscos ambientais
Reconhecimento dos riscos ambientais
Controle dos riscos ambientais
A NR-9 Norma Regulamentadora do Programa de Prevenção de Riscos ambientais (PPRA), estabelece às empresas a obrigatoriedade da elaboração e implementação deste Programa. É com base nessa norma e nos seus conceitos que serão estudados no conteúdo. O objetivo do PPRA é a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através de etapas estabelecidas no Programa, e que estabelecem como devem ser o controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho. As etapas do PPRA são antecipação, reconhecimento e avaliação e controle dos riscos ambientais.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
1.2.1. Antecipação dos riscos ambientais A antecipação dos riscos ambientais envolve a análise de projetos, métodos, equipamentos, materiais ou processos de trabalho, ou de alteração nos já existentes, com o objetivo de identicar os agentes ambientais potencialmente nocivos e incorporar preventivamente medidas de proteção para o controle dos seus riscos. A antecipação dos riscos deve ocorrer desde as fases de concepção do projeto, seu detalhamento e implementação, devendo estar integrada com as ações de gestão de mudanças (Diretriz 6 - Gestão de Mudanças). 1.2.2. Reconhecimento A etapa de reconhecimento dos riscos ambientais envolve: • Identicação do risco; • Determinação e localização das possíveis fontes geradoras; • Identicação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho; • Identicação das funções e do número de trabalhadores expostos a cada família de riscos; • Caracterização das atividades e de como se dá a exposição; • Obtenção de registros existentes na empresa, principalmente através da CIPA, indicativos de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho; • Relacionar os possíveis danos à saúde ligados às exposições identicadas, disponíveis na literatura técnica; • Descrição das medidas de controle dos riscos já existentes.
RESERVADO
23
Alta Competência
1.2.3. Avaliação A avaliação dos riscos ambientais busca qualicá-los com os seguintes objetivos: • Comprovar a existência dos riscos identicados nos mapas de riscos e na etapa de reconhecimento (por ex. medir a concentração ou a intensidade de um ou mais agentes e compará-la com referências apropriadas); • Subsidiar o trabalhadores;
dimensionamento
da
exposição
dos
• Subsidiar o grau das medidas de controle. 24
1.2.4. Controle Nesta etapa são estabelecidas as medidas necessárias para a eliminação e minimização dos riscos ambientais. O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva devem obedecer à seguinte prioridade: 1) medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; 2) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; 3) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho. Quando for comprovada a inviabilidade da adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estas não forem sucientes ou estiverem em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, devem ser adotadas outras medidas, obedecendo-se à seguinte prioridade:
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
1) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho (por ex. mudança de procedimentos, redução de carga horária), retirando o empregado da exposição; 2) utilização de Equipamento de Proteção Individual - EPI.
1.3. Agentes ambientais Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Esses agentes ambientais são divididos em três grupos que serão detalhados a seguir: 25
• agentes físicos; • agentes químicos; • agentes biológicos. 1.3.1. Agentes físicos Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som. Ruído Pode-se entender o som como qualquer variação de pressão em um meio elástico (no ar, água ou outro meio) que o ouvido humano possa detectar, ou seja, uma vibração que é transmitida na forma de ondas e percebida pelo indivíduo como “agradável”. Quando o som não é desejado ou incômodo, ou possui uma combinação não harmoniosa, diz-se que o mesmo se transformou em ruído ou barulho.
RESERVADO
Alta Competência
Existem alguns fatores responsáveis por transformar um som agradável em um ruído irritante e desagradável. Observe a seguir alguns desses fatores: • Duração da exposição - se um indivíduo ca exposto a uma
fonte de ruído por um período curto, menor é a probabilidade de ele vir a desenvolver problemas auditivos; • Distância da fonte geradora de ruído - se um indivíduo se
afasta da fonte de ruído, menor é o nível a que ele está exposto, entretanto, ele ainda corre risco de perda auditiva, dependendo da intensidade e tempo de exposição a este ruído; • Tipos de ruído - há três tipos de ruído: o ruído contínuo, que
26
permanece estável com variações máximas de 3 a 5 dB(A) durante um longo período, por exemplo, furadeira ou britadeira em operação, trânsito na cidade; o ruído intermitente tem variações de intensidade, maiores ou menores, em períodos muito curtos, por exemplo, alarme do rádio relógio, alarme de carros; e o ruído de impacto apresenta picos com duração menor que um segundo, a intervalos superiores a um segundo, por exemplo, o disparo de armas de fogo ou explosões em pedreiras; • Freqüência - é o número de vezes que a oscilação de pressão
é repetida, na unidade de tempo. Normalmente, é medida em ciclos por segundo ou Hertz (Hz), por exemplo, alta freqüência: sons agudos; baixa freqüência: sons graves; • Intensidade - volume do som ou ruído, cuja unidade é o decibel
(dB). É caracterizada por som forte ou fraco, por exemplo, alta intensidade: o volume do rádio quando alto; baixa intensidade: o volume do rádio quando baixo; • Susceptibilidade individual - cada indivíduo possui uma
sensibilidade diferente do outro no que se refere à audição. Isso signica que cada pessoa percebe os sons de formas diferentes. A sensibilidade pode variar com a idade, sexo, etnia e exposições anteriores.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
IMPORTANTE!
A perda auditiva ou diminuição da acuidade auditiva é a conseqüência mais imediata causada pela exposição excessiva ao ruído. Mas os efeitos do ruído não se limitam a isso. A exposição em excesso ao ruído pode acarretar outros problemas de saúde ou piorá-los, além de impactos na qualidade de vida do indivíduo exposto. Por exemplo, aumento da pressão sanguínea, ansiedade, perturbação da comunicação, irritção, fadiga e diminuição do rendimento no trabalho. Disponível em: . Acesso em: 12 ago 2008. 27
a) Fatores que podem levar à perda da audição A exposição a níveis excessivos de ruído pode causar vários danos ao aparelho auditivo, dentre esses danos destaca-se a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR). Além deste, existem outros fatores que podem levar à perda da audição: • Diversas combinações entre agentes físicos agressivos e agentes químicos facilmente encontrados no ambiente de trabalho; • Exposição durante lazer, trabalho ou atividades como: prática de tiro ao alvo, música alta, marcenaria doméstica etc.; • Envelhecimento do sistema auditivo – presbiacusia; • Causas patológicas, como rubéola, meningite, infecções do aparelho auditivo; • Surdez hereditária; • Trauma na cabeça; • Drogas ototóxicas - consumo de medicamentos, como por exemplo, certos antibióticos, antidepressivos etc.; • Agentes químicos ototóxicos , que por si só ou quando combinados ao ruído, podem causar danos à audição. RESERVADO
Alta Competência
b) Avaliação da exposição ocupacional A avaliação da exposição ocupacional ao ruído é uma atividade do prossional de segurança da unidade, que deve realizar as medições de ruído, cálculos das doses de exposição, denição dos critérios de amostragem e interpretação dos resultados obtidos. Essa avaliação é feita através da medição da dose diária de ruído ou do nível de exposição ao qual o trabalhador é exposto. Esses critérios, dose diária ou nível de exposição, devem estar de acordo com a Norma de Higiene Ocupacional - Procedimento Técnico de Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído NHO - 01. É importante ressaltar que essa norma aplica-se à exposição ocupacional a ruído contínuo ou intermitente e a ruído de impacto, em quaisquer situações de trabalho, contudo não está voltada para a caracterização das condições de conforto acústico. 28
A avaliação de ruído deve cobrir todos os trabalhadores envolvidos no estudo, porém, caso haja grupos de trabalhadores expostos aos mesmos níveis de exposição, não há necessidade de avaliar individualmente cada um. A avaliação, nesse sentido, envolverá um ou mais trabalhadores que estão submetidos à mesma situação de exposição. c) Controle da exposição ao ruído O controle da exposição ao ruído é uma ação que tem como objetivo reduzir a exposição dos indivíduos ao ruído, através da gestão do tempo de exposição ou da redução da geração do ruído, ou seja, reduzir a dose de exposição diária do empregado. Como o controle do ruído pode ocorrer em três níveis – fonte, trajetória e indivíduo, a dose se refere ao impacto nocivo do ruído ao empregado. IMPORTANTE!
É importante observar que existe uma prioridade da aplicação dos controles, e que a forma mais adequada para reduzir os riscos de perda da capacidade auditiva dos trabalhadores é através do controle por engenharia. As práticas mais comuns podem ser observadas na tabela a seguir.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Práticas mais comuns
Características
Redução do ruído na fonte
• Modicações ou substituições de máquinas e equipamentos; • Isolamentos entre superfícies que vibram e dos dispositivos que produzem as vibrações; • Modicação do processo de produção; • Manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos; • Mudanças para técnicas menos ruidosas de operação.
Redução do ruído na trajetória
• Alteração das características acústicas do ambiente de trabalho pela introdução de materiais absorventes, revestimentos; • Assentamento com material anti-vibrante; • Isolamento do posto de trabalho do local de transmissão da vibração; • Barreiras, silenciadores, enclausuramentos parciais ou completos; Quando os controles ou práticas de trabalho não conseguirem a redução do ruído a um nível seguro, a maneira mais efetiva de proteger os trabalhadores é a Redução da Exposição ao Ruído no Indivíduo, reduzindo a dose de exposição diária.
Redução do ruído no indivíduo
• Revezamento entre ambientes, postos, funções ou atividades; • Posicionamento remoto dos controles das máquinas; • Enclausuramento do trabalhador em cabine tratada acusticamente; • Alterações da posição do trabalhador em relação à fonte de ruído ou do caminho da transmissão durante etapas da jornada de trabalho; • Uso de equipamento de proteção individual, reduzindo a dose de ruído diária recebida.
RESERVADO
29
Alta Competência
d) Programa de conservação auditiva O principal objetivo do programa de conservação auditiva (PCA) é estabelecer as medidas para o controle do ruído, de maneira a proteger o sistema auditivo do trabalhador, ou seja, prevenir que os trabalhadores expostos a níveis de ruído no ambiente de trabalho desenvolvam perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR). O PCA deve estar perfeitamente integrado com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de Prevenção de Riscos (PPRA). Observe no quadro a seguir, as etapas de um PCA.
30
Reconhecimento e avaliação de riscos para audição
Identicar e avaliar todos os riscos que possam afetar a audição: níveis elevados de pressão sonora, produtos químicos, vibrações e outros levando em conta as possibilidades de interações entre estes agentes. A caracterização da exposição só é possível por meio de avaliação individual ou coletiva e por função.
Gerenciamento Audiométrico
Padronização dos procedimentos para a realização e análise de exames com o objetivo de identicar alterações audiométricas ocupacionais ou não ocupa cionais.
Medidas de Proteção Coletiva (Engenharia, Administrativas)
Uma vez identicados e avaliados os agentes de risco, sugerese a seguinte hierarquia de ações sempre que possível: 1º Controle da emissão na fonte principal de exposição ou risco; 2º Controle da propagação do agente no ambiente de trabalho; 3º Controles administrativos.
Medidas de Proteção Individual
Seleção, indicação, adaptação e acompanhamento da utilização do equipamento de proteção individual adequado aos riscos.
Educação e Motivação
Desenvolvimento de atividades que propiciem informação, treinamento e motivação tanto dos trabalhadores como dos prossionais das áreas de saúde, segurança e administração da empresa.
Gerenciamento dos Dados
Sistematização dos dados obtidos nas etapas anteriores, de modo a subsidiar ações de planejamento e controle do PCA.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Avaliação do Programa
Nesta etapa são avaliados: a abrangência e a qualidade dos componentes do programa, comparados com os resultados dos exames audiométricos individual e setorialmente, de maneira a avaliar a sua ecácia.
Fonte: Acesso em: 12 ago 2008.
e) EPIs para ruído Uma das formas de se proteger os ouvidos contra ruídos é usar um protetor auricular. Este aparelho tem por objetivo atenuar a potência da energia sonora transmitida ao canal auditivo. “ Uma vez que existem muitos tipos diferentes de protetores, que podem ser utilizados em diversos ambientes de trabalho é desejável que se escolha o protetor auditivo mais adequado para cada caso. ” (GERGES)
A habilidade em ajustar os protetores auditivos é essencial para que haja uma vedação ao ruído e também para que o trabalhador tenha conforto ao usar esse equipamento. Além da vedação, outras considerações são importantes na seleção e uso de protetores auditivos: capacidade do protetor auditivo (atenuação) de redução a ruídos; exposição diária ao ruído; variações no nível de ruído (dose); preferências do usuário no que diz respeito ao conforto; necessidades de comunicação; perda auditiva, caso haja; compatibilidade com outros equipamentos de segurança; habilidades físicas; clima e outras condições do ambiente de trabalho; requerimentos de troca; cuidado e instruções de uso do equipamento. IMPORTANTE!
A ecácia do protetor depende de alguns fatores, que são os elementos da proteção efetiva: colocação e uso corretos, qualidade da vedação no canal auditivo, tempo de uso e atenuação oferecida.
RESERVADO
31
Alta Competência
Seguem abaixo alguns tipos de protetores auriculares:
Protetores Auditivos de Inserção Pré - Moldados
Protetores Auditivos de Inserção Moldáveis
32 Protetores Auditivos Tipo Concha
Protetores Auditivos Tipo Capa de Canal
Tabela - Tipos de protetores auriculares
Os protetores auditivos muitas vezes são utilizados de forma inadequada, sejam eles do tipo plugues ou concha. Esse modo impróprio de utilizar os protetores auditivos é resultante da falta de treinamento, da desmotivação e do desconforto ao utilizar esses equipamentos. Por isso é necessário que os protetores auditivos sejam retirados e recolocados, fora da área de riscos, após algumas horas de uso, porque ao transpirar ou fazer alguns movimentos, com a cabeça ou a boca, o protetor ca fora do lugar, necessitando ser ajustado novamente.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Um protetor do tipo concha, com a haste atrás da nuca, pode ter a haste deteriorada, as conchas sem pressão, as espumas externas ressecadas, os plugues alterados devido ao calor e suor, além do vazamento ocasionado pelo uso junto com outros EPIs. Todos esses elementos prejudicam a vedação oferecida pelo equipamento. IMPORTANTE!
Antes de utilizar qualquer Equipamento de Proteção Individual (EPI), conforme exigência na NR-6 (Norma Regulamentadora de Equipamento de Proteção Individual), o usuário deve ser informado pelo empregador sobre a obrigatoriedade do uso e ser devidamente treinado para a correta utilização do mesmo. f) Limites de tolerância para ruído 33
A dose de ruído é calculada de acordo com os tempos de exposição permitidos para cada nível de ruído. No Brasil, a NR-15 (Norma Regulamentadora de Atividades e Operações Insalubres), no seu Anexo 1, estabelece tais limites, partindo de 85 dB(A) para uma exposição de 8 horas e um fator de 5 dB(A) para a redução à metade da exposição, conforme tabela que se segue. Nível de ruído db (a)
Máxima exposição diária permissível
85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 98
8 horas 7 horas 6 horas 5 horas 4 horas e 30 minutos 4 horas 3 horas e 30 minutos 3 horas 2 horas e 40 minutos 2 horas e 15 minutos 2 horas 1 hora e 45 minutos 1 hora e 15 minutos
RESERVADO
Alta Competência
Nível de ruído db (a)
Máxima exposição diária permissível
100 102 104 105 106 108 110 112 114
115
1 hora 45 minutos 35 minutos 30 minutos 25 minutos 20 minutos 15 minutos 10 minutos 8 minutos 7 minutos
As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído superiores a 115 dB(A) - contínuo ou intermitente - sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente. 34
Onde: D - Dose a que o trabalhador está exposto; C - Tempo real de exposição ao ruído sob um determinado nível; T - Tempo máximo permitido a este nível de ruído, segundo o critério de avaliação adotado.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Dose Diária (%)
NEN dB(A)
Consideração técnica
Atuação recomendada
0 a 50
até 82
Aceitável
No mínimo manutenção da condição existente
50 a 80
82 a 84
Acima do nível de ação
Adoção de medidas preventivas
80 a 100
84 a 85
Região de incerteza
Adoção de medidas preventivas e corretivas visando à redução da dose diária
Acima de 100
> 85
Acima do limite de exposição
Adoção imediata de medidas corretivas
Radiação não ionizante e ionizante
35
a) Características gerais O processo pelo qual a energia é transmitida através do espaço é denominado radiação. A energia radiante pode ser transmitida de um ponto a outro do espaço sem a presença de meios materiais, ou seja, no vácuo, propagandose como onda eletromagnética ou com partículas. Apresentam velocidade de deslocamento e carregam energia, sendo uma delas a cinética. As radiações podem ser geradas por fontes naturais ou por dispositivos construídos pelo homem. Possuem energia variável, desde valores muito pequenos até muito elevados. As radiações são divididas em: • Radiações ionizantes : possuem energia suciente para
arrancar elétrons dos átomos. Exemplos: os raios-x, gama e cósmicos provenientes do espaço, que neste caso, são ondas. Aquelas apresentadas na forma de partículas, diferentemente das ondas eletromagnéticas, apresentam massa. São elas: os elétrons, prótons, as partículas alfa, beta e os nêutrons;
RESERVADO
Alta Competência
• Radiações não ionizantes : não possuem energia suciente
para ionizar ou arrancar elétrons dos átomos, mas podem provocar, por exemplo, o aquecimento de materiais. Exemplos: luz visível, as ondas de rádio (AM, FM, celular etc.), os raios de calor, as microondas, o infravermelho e o ultravioleta. Nas atividades do E&P, na Petrobras, as radiações ionizantes estão presentes nas seguintes atividades: • Gamagrafia: radiograa industrial usada na Petrobras para o
controle de qualidade de textura do material e na vericação da integridade de soldas de tubulações, tanques, vasos e componentes como válvulas e estruturas metálicas; • Perfilagem: atividade extremamente importante para se
36
descobrir as fases de gás, óleo e água. Nessa atividade, utilizamse ferramentas que introduzem no poço uma fonte radioativa que produz nêutrons em conjunto com um detector de radiação. O perl das camadas do reservatório é denido de acordo com as diferenças de densidades do óleo, gás e água; • Medidores nucleares : utilizados para a identicação, em uma
corrente proveniente do poço, contendo gás, óleo e água, da vazão individual de cada um dos componentes antes de separá-los. Este equipamento é útil para a comparação com as leituras de vazão dos medidores scais que contabilizam a produção e os royalties do petróleo. Esses medidores scais utilizam ultra-som; • Ocorrência de TENORM : o TENORM é um sólido formado a
partir de sulfatos de cálcio, estrôncio, bário e rádio que ou forma borras oleosas nos separadores, ltros e em outros equipamentos, ou se acumula formando incrustações nas colunas de produção do poço causando a obstrução destes. A prevenção à formação de TENORM é feita com um tratamento da água de injeção e com o controle constante da qualidade da água de injeção, para avaliar o potencial de formação de sólidos.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Tanto na gamagraa, na perlagem de poços de petróleo, no uso de medidores nucleares quanto na ocorrência de TENORM, a exposição é controlada e seus limites estão abaixo dos permissíveis.
?
VOCÊ SABIA?
Um dos métodos mais utilizados para a prevenção de TENORM na Bacia de Campos é a adição de agentes seqüestrantes que inibem a formação de sólidos porque estes roubam o cálcio, bário, estrôncio e rádio. Outro método de tratamento utilizado é o da osmose reversa que retira os sais da água de injeção.
Toda instalação radioativa está sujeita a regras especiais de proteção radiológica e é obrigada a delimitar suas áreas. Classica-se como área livre toda aquela isenta de regras especiais de segurança. Nessas áreas, os níveis de radiação são necessariamente menores que 1 mSv/mês. Classica-se como área restrita toda aquela que deva ter seus acessos controlados, por apresentar níveis de radiação maiores que 1 mSv/ mês. Os limites permissíveis são dados na norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN 3.01.
RESERVADO
37
Alta Competência
IMPORTANTE!
Em caso de acidentes ou situações de emergência envolvendo radiação, tome as seguintes providências: • Isole a área; • Afaste as pessoas; • Identique a fonte de contaminação ou irradiação; • Informe ao Supervisor de Proteção Radiológica; • Proceda a análise da estimativa de doses;
38
• Descontamine a área, no caso de fontes não seladas; • Convoque os potencialmente irradiados ou contaminados para se submeterem aos exames médicos; • Analise o ocorrido e implemente procedimentos para evitar novos acidentes. b) EPI para radiação As vestimentas são protetores utilizados contra as radiações ionizantes. O avental de chumbo (longos ou curtos) é um exemplo de vestimenta que possui equivalência e especicações em chumbo adequado ao tipo de exposição, não permitindo a passagem da radiação. Além desses aventais de chumbo, há outros tipos de vestimentas, dentre os mais usados, são citados: protetores de tireóide e de gônadas, óculos plumbíferos, luvas e mangas protetoras. Além disso, pode-se também fazer uso de anteparos móveis de chumbo (biombos de chumbo).
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Devem-se tomar alguns cuidados ao manusear os EPIs. O avental de chumbo, por exemplo, é frágil e requer cuidado, portanto, deve ser guardado em cabide apropriado ou sempre na posição horizontal sem dobras, após o uso. A má utilização do avental pode causar ssuras e romper o lençol de chumbo, reduzindo a proteção e diminuindo sua vida útil. c) Limites de tolerância para radiação Para avaliar as doses de radiação num determinado ambiente são utilizados monitores de área. Estes cam em locais de fácil acesso e visualização e são acionados sempre que os níveis de radiação ultrapassam os limites de segurança. Para a monitoração individual, são encontrados vários tipos de equipamentos: lme dosimétrico, TLD (dosímetro termoluminescente), caneta dosimétrica e outros. O uso do dosímetro é geralmente obrigatório, a não ser que a monitoração de área demonstre que não há risco. Um dos tipos de dosímetro individual mais utilizado é o dosímetro de tórax. Este deve sempre ser posicionado na parte superior do tórax. É um dosímetro que registra a dose de corpo inteiro. No caso do uso de avental de chumbo, o dosímetro deve ser posicionado sobre o avental. IMPORTANTE!
O dosímetro individual é de uso pessoal e nunca deve ser usado por mais de uma pessoa. Os limites permissíveis de radiação são dados na norma CNEN 3.01, que fornece a quantidade de radiação que um trabalhador e um indivíduo do público podem receber. A CNEN permite que em 1 ano o trabalhador receba até 50 mSv de dose. Porém, a média de 5 anos de trabalho deve ser de 20 mSv.
RESERVADO
39
Alta Competência
1.3.2. Agentes químicos Os agentes químicos são substâncias, compostos ou produtos que podem ser absorvidos no organismo pela via respiratória, contato com a pele ou através da ingestão. Podem assumir formas físicas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores. Como exemplos de agentes químicos líquidos, são citados os solventes, ácidos e oxidantes. Entretanto, os mais usados na atividade industrial são os solventes, denidos como “líquidos capazes de dissolver outras substâncias”.
40
As principais características dos líquidos são: pressão de vapor, ponto de ebulição, ponto de fulgor, ponto de combustão e ponto de ignição. Embora os líquidos tenham importância relevante para a Higiene Ocupacional, os agentes que estão dispersos no ar, tais como os gases e vapores, são os de maior preocupação para a Higiene Ocupacional. IMPORTANTE!
Conceitualmente, gás e vapor são diferentes. Gás é o estado físico normal de um agente químico na temperatura e pressão ambiente. Vapor é a fase gasosa de um agente químico, líquido ou sólido, na temperatura e pressão ambiente. Os agentes químicos são classicados não só quanto à sua forma – sólida, líquida ou gasosa – mas também de acordo com os efeitos que produzem no organismo. Veja no quadro a seguir essa classicação.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Irritantes
Produzem irritação (inamação) nos tecidos com os quais mantém contato, determinada por uma ação física ou química. Agem principalmente sobre a pele, mucosas e conjuntiva. As conseqüências das exposições estão mais relacionadas à concentração do que ao tempo de exposição (intoxicação aguda).
Asfixiantes
Impedem ou reduzem a oxigenação dos tecidos. Podem ser divididos em: • Asfixiantes simples: não têm interação com o organismo, mas reduzem a concentração de oxigênio (O ) do ar. Caso essa concentração seja inferior a 18% caracteriza-se como risco grave e iminente. São exemplos: nitrogênio (N ), metano (CH ), dióxido de carbono (CO ), etano (C H6), nobres, acetileno. • Asfixiantes químicos (ação bioquímica) - interferem no transporte ou na utilização do O . Atuam na hemoglobina ou inibem a ação das células que usam o O . São exemplos: monóxido de carbono (CO), ácido cianídrico (HCN), nitrobenzeno e nitritos. 2
2
4
2
2
2
2
Anestésicos ou Narcóticos
Gases e vapores que atuam como depressores do Sistema Nervoso Central (SNC), causando perda parcial ou total das sensações. Na exposição prolongada pode ocorrer perda da consciência, parada respiratória e morte. Ex: propano (C H8), butano (C H10), benzeno, tolueno. 3
4
Alergênicos
Agem na estrutura das proteínas provocando resposta imunológica (anticorpos). A exposição pode causar sensibilização. Os efeitos podem surgir de imediato ou após algum tempo da exposição. A redução da exposição ao agente, em geral, reduz a incidência de reações alérgicas. Ex: acrilato de etila, isocianato de metila.
Teratogênicos (Alteração Genética)
Causam má formação não hereditária no embrião. São exemplos: diclorobuteno, talidomida, esteróides, mercúrio.
Mutagênicos (Mutação Genética)
Causam mudança no material genético (DNA), com danos nos cromossomos (mutação). Quando ocorre nos óvulos ou nos espermatozóides, torna-se hereditária. Em outras partes do organismo pode desenvolver tumores benignos ou malignos. São exemplos: óxido de etileno, benzidina, acrilato de butila, chumbo, manganês.
RESERVADO
41
Alta Competência
Cancerígenos
Induzem ou aceleram o aparecimento de tumor maligno como conseqüência de exposição aguda ou crônica. O contato ou exposição com os agentes cancerígenos não deve ser permitido. São exemplos: benzeno, cromo hexavalente, difenilamina, cloreto de vinila.
Pneumoconióticos
Partículas (poeiras, bras e fumos) que atuam nos pulmões causando enfermidades crônicas que resultam de irritações prolongadas. São exemplos de fumos: ferro (siderose), estanho (estaniose), alumínio (aluminose). São exemplos de poeiras e bras: carvão (antracose), sílica (silicose), asbesto (asbestose).
1.3.2.1. Controle da exposição
42
O controle da exposição é uma ação que visa diminuir a exposição dos indivíduos aos agentes químicos, ou seja, reduzir a exposição diária. Este controle pode ocorrer em três níveis, fonte, meio e indivíduo. É importante observar que existe uma hierarquia e que a forma ideal de diminuir os riscos para os empregados é através do controle por engenharia, em que as práticas mais comuns são: a) Controle na fonte; b) Controle no meio; c) Controle no indivíduo. a) Controle na fonte • Modificações de projeto (planta, projeto de equipamento, instalação etc). Substituição ou modificação de uma matéria prima ou de um reagente por outro de menor toxicidade ou a modificação no estado físico são métodos práticos de reduzir a exposição (por ex. substituição do benzeno pelo tolueno ou xileno; substituição do chumbo tetra etila pelo álcool etílico na gasolina); • Modicação no Processo ou Operação (por ex. hidrojateamento em substituição ao jateamento abrasivo com areia;
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
• Isolamento de uma operação ou processo onde haja a formação ou a dispersão de agente químico (por ex. capela no laboratório). b) Controle no meio A primeira medida a ser tomada para o controle dos agentes químicos é a limpeza. Pode ser uma medida simples, mas eciente. No caso de particulados, a deposição no solo, em equipamentos e outras superfícies permite que haja a dispersão causada por correntes de ar, trânsito de pessoas e de veículos. O procedimento para a remoção de particulados deve evitar a dispersão no ar. Uma segunda medida de controle da exposição no meio é a instalação no local de trabalho de um sistema de alarme. Esse sistema tem a função de ao ser acionado (visual / sonoro), interromper o processo, comandar a operação de sistemas conjugados (ventilação, redução de pressão e temperatura), ou ainda comandar o fechamento de portas e outras aberturas para evitar a dispersão do agente químico para outro local. Outra medida seria a ventilação, usada para reduzir a concentração dos agentes químicos (ventilação geral diluidora) ou para remover o agente (ventilação local exaustora). c) Controle no indivíduo Caso os métodos de controle anteriores não sejam tecnicamente viáveis, ou então não ofereçam proteção adequada, deve ser realizado o controle da exposição no indivíduo. São exemplos: • Controle médico feito através dos exames médicos periódicos; • Treinamento; • Utilização de EPI.
RESERVADO
43
Alta Competência
1.3.2.2 Aerodispersóides Dispersões no ar de partículas sólidas ou líquidas, de tamanho inferior a 100 µ (100 micra), ou seja, de tamanho tão reduzido que conseguem permanecer em suspensão por longo tempo, são chamados de aerodispersóides ou aerosóis. Quanto mais tempo essas partículas permanecerem no ar, maior a possibilidade de serem inaladas pelos trabalhadores. Os aerodispersóides são classicados conforme a tabela seguinte.
44
s o d i l ó S
Poeiras
Resultam da desagregação mecânica de um sólido.
Por ex.: lixamento, trituração, polimento, corte, explosão e esmerilhamento.
Fibras
Particulado lamentoso que possui uma relação entre o comprimento e o diâmetro.
Por ex. utilização de amianto (asbesto).
Fumos
Resultam da condensação de vapores após a fusão de um sólido. Nos fumos metálicos a condensação é acompanhada de oxidação.
Por ex.: operações de solda, corte com maçarico e fundição.
Fumaças
Partículas de carbono que resultam de um processo de combustão incompleta.
Por ex.: processo de combustão incompleta.
Neblinas
Resultam da condensação de vapores de líquidos.
Por ex.: Ocorrência rara nos locais de trabalho, devido a condensação ocorrer quando há saturação do ar.
Névoas
Resultam da desagregação mecânica de um líquido (spray).
Por ex.: pintura e galvanoplastia.
s o d i u q í L
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Alguns destaques em relação aos aerodispersóides ou aerosóis: a) Sílica Poeiras inorgânicas que resultam de materiais existentes em grande quantidade na crosta terrestre, tais como, rochas, minérios e areias. Apresenta-se geralmente como dióxido de silício (SiO 2), nas formas cristalina (por ex. quartzo) e amorfa (por ex. sílica gel, sílica precipitada). A forma cristalina é a sílica livre, não combinada com outras substâncias. Quando ligada ao ferro, alumínio, magnésio, cálcio ou sódio, formam os silicatos. Por apresentar grandes riscos, a forma cristalina é a de maior interesse para a Higiene Ocupacional. A forma cristalina apresenta o maior risco, podendo causar uma grave pneumoconiose chamada de silicose, que é a enfermidade pulmonar mais conhecida, relacionada ao trabalho. A silicose é uma doença crônica, de evolução lenta, progressiva e irreversível. A exposição à sílica pode ocorrer de forma significativa em várias atividades, como por exemplo, jateamento com areia, mineração e demolição. b) Amianto A bra mineral de maior importância na Higiene Ocupacional é o amianto, também conhecido como asbesto. Essas bras apresentam propriedades importantes para a indústria, tais como: são incombustíveis, isolantes elétricos e térmicos, resistem à ação de ácidos, álcalis e microorganismos. As principais utilizações das bras de amianto são: fabricação de materiais de bro-cimento (telhas, caixas d’água, tubos, placas), fabricação de superfícies de atrito (freios e embreagens), fabricação de tecidos incombustíveis, isolantes térmicos e ltros.
RESERVADO
45
Alta Competência
No Brasil, o setor de bro-cimento responde aproximadamente por 90% do consumo de amianto. O percentual nesses produtos varia de 8 a 12%. O amianto foi muito utilizado na América do Norte e na Europa como isolante térmico, aplicado por jateamento (spray). Essa aplicação expunha os trabalhadores a grande quantidade de bras. Por esse motivo o jateamento foi proibido em muitos países, inclusive no Brasil. As doenças pulmonares relacionadas com a exposição às bras de amianto nos locais de trabalho são: asbestose, câncer e mesotelioma. c) Processos de soldagem A soldagem e a metalurgia são atividades que expõem a radiação não ionizante e aos fumos um signicativo número de trabalhadores. 46
Processos de soldagem produzem gases e fumos, no caso destes últimos, podendo ser de elevada toxicidade, como: chumbo, arsênico, cromo, cádmio e manganês. Entretanto, não é prático mudar a quantidade ou a composição dos fumos, através da modicação do processo ou dos consumíveis (eletrodos). Quando o soldador estiver em locais abertos, em geral, não são requeridas medidas especiais para a remoção dos fumos, mas ele deve ter cuidado de posicionar-se de forma que os fumos não alcancem a sua zona de respiração. Quando o trabalho se realizar em locais com ventilação deciente, deve ser usada a ventilação local exaustora e o equipamento de proteção respiratória adequado. É importante destacar que a soldagem em metais revestidos (pintados, galvanizados, cromados, cobreados) libera fumos muito tóxicos (zinco, cádmio, cobre, chumbo). Sempre que possível o revestimento deve ser removido através de esmerilhamento.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
A soldagem a arco elétrico próxima a solventes clorados (tricloroetileno, percloroetileno) pode resultar em emissões de elevada toxicidade (fosgênio, cloreto de hidrogênio) devido à possibilidade da decomposição desses solventes pelo calor ou pela radiação ultravioleta. Não deve ser permitida a presença desses solventes no ambiente onde for realizada a soldagem. Já na soldagem com proteção gasosa, são usados gases inertes (argônio, hélio) e o dióxido de carbono (CO 2). Em locais com ventilação deciente esses gases podem reduzir a concentração de oxigênio e resultar na asxia do soldador. Cabe ressaltar que o monóxido de carbono (CO) pode ser produzido na soldagem do aço se o CO 2 for utilizado como gás de proteção. Óxidos de nitrogênio podem ser detectados próximos a operações de corte e solda. Em geral é difícil compatibilizar o uso do equipamento de proteção respiratória com os demais equipamentos necessários ao trabalho de soldagem, assim, tais equipamentos só devem ser usados quando não for possível a redução da concentração dos gases, vapores e fumos a valores seguros, através da ventilação. 1.3.2.3. Programa de Proteção Respiratória (PPR) Ao se falar sobre preservação da saúde e integridade física do trabalhador, é extremamente importante mencionar o Programa de Proteção Respiratória (PPR). A execução do programa inclui: medição de contaminantes na área; avaliação médica; treinamento; seleção e aquisição de equipamentos, higienização e guarda de equipamentos de proteção respiratória; e teste e vericação de vedação nos usuários. IMPORTANTE!
• Antes de usar uma máscara de proteção, verique as condições da mesma em relação a defeitos, deformações, arranhões, limpeza, conservação e validade do ltro. • Esteja atento à vedação da sua máscara, pois falhas na vedação podem levar a uma intoxicação;
RESERVADO
47
Alta Competência
IMPORTANTE!
• Verique a vedação da máscara após cada colocação e ajuste da mesma. Em caso de dúvida, consulte o técnico de segurança; • Prejudicam a vedação da máscara: barba, costeleta, bigode longo, cicatriz profunda, cabelo grande e má colocação da mesma (tirantes torcidos, frouxos etc); • Troque a máscara sempre que detectar alguma anormalidade e informe ao seu supervisor ou técnico de segurança;
48
• Troque o ltro, ao sentir diculdade de respiração ou cheiro de contaminantes, ou se o mesmo estiver fora da embalagem por mais de seis meses; • Guarde a máscara de proteção quando não estiver em uso, de modo conveniente para que não se danique (longe da luz solar e de ambiente quente ou contaminado), dentro de saco plástico, em local limpo e sem objetos em cima do mesmo; • Deixe imediatamente a área contaminada se observar que a máscara de proteção não está funcionando e comunique ao seu supervisor; • Não use máscara com ltro em ambiente com deciência de oxigênio, concentrações IPVS, ou connado. Nesses casos, use máscara com ar mandado ou autônoma; • Teste a máscara com ar mandado ou autônoma (reserva de ar) antes de entrar em ambiente contaminado ou connado (deciente de oxigênio ou atmosfera inerte); • Não tente fazer manutenções ou alterações na máscara de proteção.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
1.3.2.4. Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno - PPEOB O benzeno é um líquido incolor, lipossolúvel, inamável, pouco solúvel em água e estável a temperatura ambiente. Possui alta pressão de vapor e ponto de fulgor de - 11 ºC. Pode atingir concentrações perigosas em locais pouco ventilados. É obtido pela destilação do petróleo e do carvão mineral. A indústria petroquímica é o principal usuário, empregando-o como matéria-prima para a produção de vários produtos. No passado foi muito usado em tintas, vernizes, solventes e colas, sem cuidados na exposição dos empregados. Apesar do uso intenso, são relativamente poucos os casos de doenças do trabalho com comprovação médica de exposição ao benzeno. 49
IMPORTANTE!
Por ser um cancerígeno humano, as exposições ao benzeno devem ser evitadas e, caso ocorram, a concentração deve ser a mais baixa possível. No Brasil, empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulam o benzeno ou líquidos que contenham 1 % ou mais de benzeno devem possuir o Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno - PPEOB. 1.3.2.5. Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos A Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ) fornece informações sobre vários aspectos relacionados aos produtos químicos quanto à proteção, segurança, saúde e meio ambiente, proporcionando, para esses aspectos, conhecimentos básicos sobre os produtos químicos, recomendações sobre medidas de proteção e ações em situação de emergência. Em alguns países, essa ficha é chamada de Material Safety Data Sheet (MSDS). A referência para a elaboração dessas fichas é a norma ABNT NBR 14725 - Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ.
RESERVADO
Alta Competência
Um exemplo de FISPQ pode ser encontrado na intranet da Petrobras na página do SMS-Corporativo (http://www.sms. petrobras.com.br). 1.3.2.6. Equipamentos de Proteção Individual - EPI Para a exposição a agentes químicos, diversos EPIs são de utilização obrigatória de a cordo com o tipo de agente e o tipo de atividade. Não inicie nenhum trabalh o sem o conhecimento e a utilização das proteções recomendadas para o manuseio do produto. Alguns exemplos: • Uso de luvas impermeáveis em PVC ou Nitrilon, ou outro material similar;
50
• Uso de proteção facial para o rosto, olhos; • Uso de óculos de segurança tipo ampla visão, destinada a proteção contra possíveis respingos do produto químico; • Uso de aventais, mangas impermeáveis e resistentes ao produto; • Uso de roupas especiais; • Uso de equipamentos de proteção respiratória compatível com a substância a ser manipulada, de forma que seja atendida a proteção exigida na Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico – FISPQ. IMPORTANTE!
Disponibilizar simplesmente os Equipamentos de Proteção Individual não é suciente. A empresa deve também ser responsável pelo treinamento dos trabalhadores sobre o uso adequado, guarda e conservação dos EPIs.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
1.3.2.7. Limites de tolerância A etapa de avaliação é um processo quantitativo que permite observar a possibilidade de risco para a saúde dos trabalhadores e adotar as medidas corretivas necessárias. Pode ser realizada no ambiente ou no organismo, sendo dessa forma dividida em: ambiental e biológica. A avaliação ambiental objetiva determinar a concentração dos agentes no ambiente e comparar os valores obtidos com as referências legais ou cientificamente aceitos (limites de exposição), enquanto que à avaliação biológica cabe determinar a concentração de agentes químicos ou seus metabólitos em tecidos, secreções, excreções, ar expirado e comparar os valores obtidos com as referências legais ou cientificamente aceitas (limites de exposição biológica). 51
Para os agentes químicos, os limites de exposição ambiental, referem-se às concentrações no ar, representando concentrações às quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, dia após dia, sem efeitos adversos para a saúde. Devido à susceptibilidade individual, uma pequena percentagem de trabalhadores pode apresentar desconforto com relação a alguns produtos químicos, em concentração inferior ao limite de exposição.
RESERVADO
Alta Competência
?
VOCÊ SABIA?
O ano de 1950 representou um marco importante para a Higiene Ocupacional. A American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH publicou pela primeira vez uma proposta de limites de exposição, conhecidos mundialmente como Threshold Limits Values – TLV, que até hoje é a referência mais conhecida e aceita cientificamente. No Brasil, somente a partir de 1978, foram publicados na NR-15 alguns limites de tolerância para agentes químicos e físicos que tiveram como referência a publicação do ACGIH do ano de 1976. Apesar de a ACGIH anualmente rever alguns valores estabelecidos como limites de exposição, a NR-15 manteve-se praticamente inalterada.
52
A Organização Internacional do Trabalho - OIT estima que existam em torno de 17 milhões de produtos químicos, dos quais 100 mil são usados e 6 mil têm potencial tóxico. A ACGIH publica limites de exposição para aproximadamente 700 desses produtos, enquanto que na NR-15, Anexo 11, estão disponíveis limites de tolerância para aproximadamente 138 produtos. Embora a lista de limites de exposição publicada pela ACGIH seja grandiosa, ela não contempla todos os agentes químicos usados na indústria. Para muitos produtos tóxicos não se dispõe de dados sucientes para estabelecer os limites. Nesse sentido, os agentes que não estão listados pela ACGIH não devem ser considerados como não prejudiciais à saúde. AGENTE
LT (NR-15)
TLV (ACGIH)
Etanol
780 ppm
1000 ppm
Monóxido de carbono
39 ppm
25 ppm
Sulfeto de hidrogênio
8 ppm
10 ppm
Tabela - Exemplos de limites de tolerância, conforme NR-15 e Manual da ACGIH
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
ATENÇÃO Quando ocorre exposição acima de determinada concentração, alguns agentes químicos irritantes apresentam elevada toxicidade aguda podendo ocasionar distúrbios orgânicos imediatos e signicativos. Tanto a NR-15, quanto a publicação da ACGIH, citam que para esses agentes, os limites de exposição não podem ser ultrapassados em qualquer momento da jornada de trabalho. Esses limites são chamados de valor teto.
Para os agentes que não possuem “valor teto”, a exposição dos trabalhadores não deve exceder o valor máximo. Esse valor é determinado pela aplicação de um fator de desvio, conforme a NR-15. Caso o valor obtido seja maior que o valor máximo, será considerado como situação de risco grave e iminente. A ACGIH substituiu o “fator de desvio” pelos procedimentos do TLV-STEL ( Threshold Limit Values - Short Term Exposure Limit ), ou seja, “Limite de Exposição de Curta Duração”, definido pela concentração a que os trabalhadores podem ficar expostos continuamente por curto período de tempo sem sofrer alterações orgânicas significativas (irritação, lesão tissular crônica ou irreversível e narcose). Esse “Limite de Exposição” deve atender as condições seguintes: • O TLV-TWA diário não deve ser excedido; • Períodos de 15 minutos; • No máximo, 4 períodos diários; • Intervalos de 60 minutos entre os períodos; • O TLV-STEL (média da exposição em cada período de 15 minutos) não pode ser excedido; • Os efeitos tóxicos de exposições de curta duração devem ser conhecidos. RESERVADO
53
Alta Competência
Se uma dessas condições não for atendida, o limite de exposição é considerado excedido na exposição em concentração entre o TLVTWA e o TLV-STEL. IMPORTANTE!
• Os limites de exposição devem ser usados como referências para o controle dos riscos à saúde das pessoas expostas aos agentes ambientais e nunca como uma i nterface entre a saúde e a doença. Dessa forma é conveniente considerar a concentração a partir da qual devem ser tomadas as ações, visando controlar a exposição a esses agentes nos locais de trabalho, ou seja, um Nível de Ação (NA). A NR- 9 determina que o Nível de Ação seja a referência para o planejamento e a elaboração dos programas de controle dos riscos ambientais.
54
• Para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional será considerada como nível de ação.
% DO LT
0 a 50
CONSIDERAÇÃO TÉCNICA
Concentração abaixo do nível de ação
ATUAÇÃO RECOMENDADA • No mínimo manutenção da condição existente; • Analisar a conabilidade da estratégia e das freqüências das amostragens; • Analisar os resultados dos exames médicos periódicos; • Vericar a possibilidade de fazer avaliação biológica.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
% DO LT
50 a 100
Acima de 100
CONSIDERAÇÃO TÉCNICA
ATUAÇÃO RECOMENDADA
Concentração entre o nível de ação e o limite de tolerância
• Medidas preventivas e corretivas para redução da exposição; • Analisar a estratégia e a freqüência das amostragens; • Analisar os resultados dos exames médicos periódicos; • Estudar a possibilidade de fazer avaliação biológica; • Identicar as possibilidades de reduzir a concentração dos contaminantes no ambiente.
Concentração acima do limite de tolerância
• deve ser tomada ação imediata para o controle da exposição; • analisar o procedimento, a manutenção, o layout, o processo e os equipamentos.
55
IMPORTANTE!
O IPVS ou (Imediatamente Perigoso à Vida ou à Saúde) – também conhecido como IDLH ( Imediatelly Dangerous for Life and Health ) é a concentração que supõe um risco de exposição ao contaminante no ar tal, que a exposição poderia causar a morte ou efeitos imediatos ou, com o tempo, adversos para a saúde. Acima da concentração IDLH, a presença de pessoas só deve ser permitida em emergências, com proteção respiratória autônoma. É conveniente lembrar que para muitos gases e vapores a percepção através do odor ocorre quando a concentração supera o Limite de Exposição. Alguns produtos inibem o olfato acima de determinadas concentrações e outros não são nem percebidos pelo olfato (inodoros). Alguns exemplos:
RESERVADO
Alta Competência
PRODUTO
LIMIAR OLFATO (ppm)
TLV-TWA (ppm) ACGIH
IPVS (ppm)
Álcool etílico
49 - 716
1000
3300
Benzeno
34 - 119
0,5
1000
Cloro
0,08
0,5
10
1.3.3. Agentes biológicos A exposição constante aos mais diversos tipos de microrganismos causadores de doenças, tais como: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros pode fazer parte do dia a dia na atividade do trabalhador. Em geral, na indústria petrolífera, esses agentes biológicos estão presentes em áreas de tratamento de resíduos, estações de tratamento de esgoto, estabelecimentos de serviços de saúde em geral (por ex. enfermaria), entre outros. 56
A contaminação por microrganismos pode ocorrer, por exemplo: • Pelo contato com materiais contaminados e com pessoas portadoras de alguma doença contagiosa; • Por transmissão através de vetores (roedores, baratas, mosquitos e animais domésticos); • Por contato com roupas e objetos de pessoas doentes; • Por meio de contaminação em ambientes fechados; • Por acidentes com objetos pontiagudos. Os trabalhadores que estão sob risco de agentes biológicos devem realizar os exames periódicos pertinentes e receber um conjunto de vacinas para os agentes presentes em seu ambiente de trabalho.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Devem utilizar todos os equipamentos de proteção individual (EPI) para proteger-se de contaminações e prevenir acidentes. As medidas de controle desses agentes podem ocorrer através de diversas ações, como por exemplo: • Educação sanitária; • Campanhas de vacinação; • Desinfecção de áreas contaminadas; • Controle de poeira; • Uso de proteções individuais; • Ventilação adequada.
57
RESERVADO
Alta Competência
1.4. Exercícios 1) Conceitue Higiene Ocupacional e indique seus quatro pilares básicos. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
58
2) Complete as lacunas, identicando as etapas do programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA). a) É a identicação de um risco em um local ou atividade ainda na fase de projeto, visando à introdução “antecipada” de medidas de controle: ____________________. b) É a identicação de um risco já existente em um local ou atividade: ____________________. c) É a análise da exposição ocupacional através da medição de concentração ou intensidade de um agente, comparando com referências apropriadas: __________________. d) É o conjunto de procedimentos destinados a eliminar a exposição ocupacional ou reduzi-la a um nível aceitável: __________________.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
3) Cite dois exemplos de medidas de controle para o caso de acidentes ou situações que envolvam a inviabilidade da adoção de medidas de proteção coletiva ou ainda de caráter emergencial ou complementar. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
4) Correlacione os tipos de agentes ambientais da primeira coluna de acordo com os respectivos exemplos na segunda. Tipos de agentes ambientais
Exemplos de agentes ( ) Bactérias ( ) Ruído
( 1 ) Agentes físicos
( ) Radiação
( 2 ) Agentes químicos
( ) Poeiras
( 3 ) Agentes biológicos
( ) Vírus ( ) Gases ( ) Vapores
5) Qual o objetivo de um programa de conservação auditiva (PCA)? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
RESERVADO
59
Alta Competência
6) Considerando aspectos relacionados com as perdas auditivas induzidas pelo ruído (PAIR) e o uso de EPI, marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das armativas: ( ) A perda auditiva ou diminuição da acuidade auditiva é a conseqüência mais imediata da exposição excessiva ao ruído. ( ) Uma vez que existem muitos tipos diferentes de protetores, que podem ser utilizados em diversos ambientes de trabalho, não é preciso escolher o protetor auditivo mais adequado para cada caso. ( ) A PAIR relacionada ao trabalho é uma doença passível de prevenção e pode acarretar ao trabalhador alterações funcionais e psicossociais capazes de comprometer sua qualidade de vida. 60
( ) Os protetores somente oferecerão proteção adequada se a colocação, uso e manutenção também forem adequados. ( ) A PAIR relacionada ao trabalho não pode ser agravada pela exposição simultânea a outros agentes, como por exemplo produtos químicos e vibrações. 7) Algumas atividades desenvolvidas nas unidades de E&P podem envolver o uso de fontes de radiação e, consequentemente, algum risco de exposição a esses agentes. Indique qual o principal tipo de radiação potencialmente causadora de riscos à saúde e cite dois exemplos de situações em que há o risco de exposição a essas fontes de radiação na indústria petroquímica. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
8) Quais são as principais propriedades dos líquidos, importantes na prevenção de acidentes? _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
9) Quais as diferenças entre gás e vapor? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
10) Os agentes químicos podem produzir diversos efeitos no organismo humano. Em quais categorias eles podem ser classicados e de que forma podemos controlar a exposição dos trabalhadores aos agentes químicos? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
11) Correlacione a coluna à esquerda onde estão listados os aerodispersóides com a sua respectiva denição. Tipos
Denição ( ) Particulado lamentoso que possui uma relação entre o comprimento e o diâmetro.
( 1 ) Poeiras
( ) Partículas de carbono que resultam de um processo de combustão incompleta.
( 2 ) Fibras ( 3 )Fumos
( ) Resultam da condensação de vapores de líquidos.
( 4 ) Fumaças
( ) Resultam da desagregação mecânica de um sólido.
( 5 ) Neblinas
( ) Resultam da desagregação mecânica de um líquido ( spray ).
( 6 ) Névoas
( ) Resultam da condensação de vapores após a fusão de um sólido.
RESERVADO
61
Alta Competência
12) Associe as doenças ocupacionais com os agentes químicos causadores, os materiais/ objetos e as atividades que envolvem o risco de inalação. Marque com um “X” os parênteses que são coerentes com cada uma das doenças.
Doença ocupacional
Silicose
Agente químico causador
Materiais ou objetos que podem envolver algum risco de contaminação
( ) Mercúrio
( ) Rochas
( ) Sílica
( ) Solda
( ) Chumbo
( ) Chumbo
( ) Amianto
( ) Areia
( ) Cobre
( ) Mercúrio
Atividades que representam risco de exposição em ambos os casos
( ) Lixamento ( ) Operação de solda ( ) Combustão incompleta
62
Asbestose
( ) Sílica
( ) Areia
( ) Chumbo
( ) Solda
( ) Mercúrio
( ) Telhas
( ) Amianto
( ) Rochas
( ) Cobre
( ) Caixas d’água
( ) Pintura ( ) Polimento
13) Cite três medidas que podem ser adotadas por um Programa de Proteção Respiratória (PPR), em relação ao uso de equipamentos de proteção respiratória, para preservar a saúde e integridade física do trabalhador. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
14) Para quais empresas é obrigatória a implementação do Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno – PPEOB? _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
15) O que é a cha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ)? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
16) Cite 3 exemplos de equipamentos de proteção individual (EPI) importantes na prevenção contra exposição a agentes químicos. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
17) Quais ações são necessárias quando a concentração de um agente químico, em um ambiente de trabalho, está entre o nível de ação e o limite de tolerância? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
RESERVADO
63
Alta Competência
18) Analise as armativas marcando V para as verdadeiras e F para as falsas. ( ) A etapa de avaliação é um processo quantitativo que permite observar a possibilidade de risco para a saúde dos trabalhadores e adotar as medidas corretivas necessárias. Pode ser realizada no ambiente ou no organismo, sendo dessa forma dividida em: ambiental e biológica. ( ) Para muitos produtos tóxicos não se dispõe de dados sucientes para estabelecer esses limites. Então estes produtos devem ser considerados como não prejudiciais a saúde. ( ) Entende-se por valor teto os limites de exposição que não podem ser ultrapassados em qualquer momento da jornada de trabalho.
64
( ) Na indústria petrolífera não é possível encontrar agentes biológicos em áreas de tratamento de resíduos. ( ) O controle de poeira e a manutenção de ventilação adequada são medidas de controle dos agentes biológicos.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
1.5. Glossário ABHO - Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais. ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists. Conferência Americana Governamental da Indústria Higienista. Aerodispersóides - quaisquer elementos (sólidos, líquidos ou gasosos) que estejam dissolvidos no ar, estranhos à sua composição. Agentes ambientais - substância ativa (química, física ou biológica) capaz de produzir um efeito. Agentes químicos - produtos ou substâncias que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Agentes químicos ototóxicos - gases asxiantes, metais pesados e solventes, capazes de causar a hipoacusia ototóxica; uma perda auditiva do tipo neurosensorial, induzida por substâncias químicas. Alergênico - substância que causa alergia. Anestésico - substância, produto ou medicamento que diminui ou elimina a sensibilidade. Anticorpos - proteína do soro sangüíneo segregada pelos linfócitos B em reação à entrada no organismo de uma substância estranha (antígeno). Asbesto - silicato do gênero anbólio, broso, inalterável ao fogo, cuja variedade mais pura é o amianto. Usado como isolante térmico, acústico e elétrico, em cimento-amianto, roupas antifogo etc. Cancerígeno - substância, gás ou tóxico que gera câncer. Caneta dosimétrica - câmara de ionização de bolso que possui dimensões de uma caneta comum. CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. CLT - Consolidação das Leis do Trabalho. CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear. Conjuntiva - a conjuntiva é uma membrana presente que reveste a parte interna da pálpebra dos olhos dos vertebrados e a superfície exposta do branco do olho (esclera). Depressor - o que deprime.
RESERVADO
65
Alta Competência
Dosímetro - medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional ao ruído. Droga ototóxica - substância química, encontrada em poluentes e medicamentos, que podem ocasionar perda auditiva. EPI - Equipamentos de Proteção Individual. Gás - estado físico normal de um agente químico na temperatura e pressão ambiente. Gônadas - glândulas do sistema endócrino, responsáveis pela reprodução: testículos e os ovários. Hemoglobina - proteína existente no interior das hemácias, no plasma e em certas plantas e cuja principal função é o transporte de oxigênio. IBE ou Índice Biológico de Exposição - valores que representam os níveis de alerta das respostas biológicas da exposição aos agentes químicos ou de seus metabólitos, nos tecidos, uidos biológicos ou ar expirado, independente da via de penetração no organismo.
66
Infra-som - vibração da mesma natureza que o som, mas de freqüência inferior a dos sons audíveis. IPVS ou Imediatamente Perigoso à Vida ou à Saúde - também conhecido como IDLH (Imediatelly Dangerous for Life and Health) concentração que supõe um risco de exposição ao contaminante no ar tal, que a exposição poderia causar a morte ou efeitos imediatos ou, com o tempo, adversos para a saúde. Acima da concentração IDLH, a presença de pessoas só deve ser permitida em emergências, com proteção respiratória autônoma. Limite de tolerância (ACGIH) - Threshold Limit Values Time Weighted Average (TLV TWA) - concentração média ponderada para uma jornada de trabalho de 8 horas por dia e 40 horas por semana, na qual a maioria dos trabalhadores pode estar repetidamente exposta, dia após dia, sem efeitos adversos à saúde. Limite de tolerância (NR-15) - concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral. Lipossolúvel - aquilo que pode ser dissolvido em lipídios (gorduras). Medidores nucleares - dispositivos que usam fontes de radiação associadas a um detector, numa geometria tal que permite por atenuação ou espalhamento da radiação, saber se o material medido está ou não presente no nível préestabelecido. Mesotelioma - tumor maligno da pleura (camada de revestimento do pulmão e da cavidade torácica), ou do peritônio (camada de revestimento do abdome), que na maioria dos casos é causado pela exposição prévia ao asbesto (amianto).
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Metabólitos - qualquer substância, em especial os compostos de carbono, produzida por metabolismo. Produzido e excretado por organismo. Mucosa - membrana que reveste certas cavidades do organismo e que segrega muco. Narcótico - substâncias que fazem adormecer, reduzem ou eliminam a sensibilidade (chama-se a esse estado narcose). NIOSH - National Institute of Occupational Safety and Health. Instituição Nacional para Segurança e Saúde Ocupacional. NHO - Norma de Higiene Ocupacional. Nível de ação - valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico. (NR-9). Óculos plumbíferos - óculos que têm a função de impedir a penetração nos olhos de raios ionizantes. OIT - Organização Internacional do Trabalho.
67
Particulados - partículas muito nas de sólidos ou líquidos suspensos num gás. PCA - Programa de Conservação Auditiva. PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) - a perda auditiva induzida pelo ruído relacionada ao trabalho, diferentemente do trauma acústico, é uma diminuição gradual da acuidade auditiva, decorrente da exposição continuada a níveis elevados de ruído. Pneumoconiose - designação genérica de várias doenças pulmonares, frequentemente de natureza profissional, causadas pela inalação prolongada de partículas irritantes. Por exemplo: doença respiratória provocada pela inalação do pó de carvão por períodos prolongados. Ponto de combustão - temperatura poucos graus acima do ponto de fulgor na qual a quantidade de vapores é suciente para iniciar e manter a combustão. Ponto de ebulição - temperatura ou a faixa de temperatura em que a pressão de vapor se iguala à pressão atmosférica. Os líquidos voláteis possuem pressão de vapor elevada e baixa temperatura de ebulição. Os líquidos impuros possuem uma faixa de temperatura onde ocorre a ebulição. Ponto de fulgor - menor temperatura na qual ocorre o limiar da mistura inamável. Na presença de uma fonte de ignição, inicia a reação de combustão. A quantidade de vapores é insuciente para continuá-la.
RESERVADO
Alta Competência
Ponto de ignição - menor temperatura (de uma centelha ou de uma superfície) que resulta no início da combustão da mistura inamável. A mistura inamável de cada gás ou vapor tem o seu ponto de ignição. PPR - Programa de Proteção Respiratória. PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Presbiacusia - diminuição auditiva relacionada ao envelhecimento, por alterações degenerativas, fazendo parte do processo geral de envelhecimento do organismo. Pressão de vapor - pressão relacionada a uma temperatura, na qual um líquido que ocupa parcialmente um recipiente fechado tem “interrompida“ a passagem de suas moléculas para a fase de vapor. PVC - Poli Cloreto de Vinila.
68
Radiação - método de transferência de energia calorífera ou de qualquer outra forma de energia emitida sob a forma de ondas ou partículas, que não necessita de um material como meio de propagação, como por exemplo, a energia calorífera que a Terra recebe do sol, a luz, o som, os raios X, a radiação eletromagnética, os raios infravermelhos etc. Revolução Industrial - ocorreu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII. Pode ser considerada como a fase que nalizou a transição entre feudalismo e capitalismo e, ainda, como a que concluiu o movimento da revolução burguesa iniciada no século XVII. Risco ambiental - os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, podem causar danos à saúde do trabalhador. Ruído contínuo ou intermitente - todo e qualquer ruído que não está classicado como ruído de impacto ou impulsivo. Ruído de impacto ou impulsivo - ruído que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. Susceptibilidade - vulnerabilidade. Qualidade de susceptível; disposição especial, física ou moral, para sentir e acusar vivamente qualquer inuência externa; melindre; idiossincrasia; tendência para se melindrar com facilidade. SMS - Segurança, Meio Ambiente e Saúde. SNC - Sistema Nervoso Central. Teratogênico - agente capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Relativo a teratogenia, ou seja, à produção de monstruosidades ou anomalias. Tireóide - também denominada tiróide. Glândula de secreção interna, situada na parte ântero-superior da laringe; cartilagem que, à frente, protege a laringe.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
Toxicidade aguda - capacidade de uma substância química produzir um efeito nocivo quando interage com um organismo vivo. TLD - dosímetro termoluminescente. TLV - Threshold Limits Values. Orientações (não padrões), elaborado pela Conferência Americana de Higienistas Industriais Gonamentais, Inc. (ACGIH) higienistas industriais para ajudar na tomada de decisões em relação a níveis seguros de exposição a vários perigos encontrados no local de trabalho. TLV-STEL - Threshold Limit Values - Short Term Exposure Limit . Denido como um 15minutos, média ponderada no tempo para a qual não deve ser ultrapassado em qualquer momento durante um dia de trabalho, mesmo se o período de 8 horas de tempo médio ponderado é dentro do TLV. Valor máximo (VM) - valor associado a um Limite de tolerância tipo Média Ponderada, conforme denido Anexo 11, NR-15. Vapor - fase gasosa de um agente químico que é líquido ou sólido na temperatura e pressão ambiente.
69
RESERVADO
Alta Competência
1.6. Bibliografia ACGIH - Threshold Limit Values for Chemical Substances and Physical Agents. AMERICO, Sérgio. Higiene Industrial - Agentes Químicos. Apostila Técnica do Curso de Pós graduação de Engenharia de Segurança do Trabalho. UFRJ, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Ficha de informação de segurança de produtos químicos, NBR-14725. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Acústica: Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade, NBR-10151. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Níveis de ruído para conforto acústico, NBR-10152. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Equipamentos de proteção respiratória: ltros químicos e ltros combinados, NBR-13696.
70
BRASIL. Centro Técnico Nacional. NHO 01: Norma de Higiene Ocupacional Procedimento Técnico: Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído. Disponível em: . Acesso em: 19 dez 2008. BRASIL. Comissão Nacional de Energia Nuclear. Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica, CNEN-NN-3.01. Disponível em: . Acesso em: 19 dez 2008. BRASIL. Lei nº 6514, de 22/12/1977. Disponível em: . BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.Atividades e Operações Insalubres, Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15). BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Disponível em: . Acesso em: 09 abr 2008. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Portaria nº 3214 de 08/06/1978. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Portaria nº 99 de 19/10/2004. BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene Ocupacional: Agentes Físicos, Químicos e Biológicos. 2ª Ed. Editora SENAC, 2006. MICHEL, Oswaldo da Rocha. Toxicologia Ocupacional. Editora Revinter, 2000. NORMA TÉCNICA PETROBRAS. Avaliação da exposição a níveis de ruído em ambientes de trabalho com o uso de audiodosímetros, N-2428.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
NORMA TÉCNICA PETROBRAS. Exames Médicos Ocupacionais, N-2691. PETROBRAS. Equipamentos de proteção individual (EPI), Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6). PETROBRAS. PG-03-00020 - Gestão de Higiene Ocupacional. PETROBRAS. PP-03-00007 - Procedimento para Implementação do PPRA. PETROBRAS. PP-03-00008 - Estratégia de Amostragem de Agentes ambientais para o Desenvolvimento do PPRA. PETROBRAS. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7). PETROBRAS. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Norma Regulamentadora nº 9 (NR-9). PETROBRAS. Regulamento Técnico sobre Equipamentos de Proteção Respiratória, Instrução normativa nº 1 de 11/04/1994. SGARBI, Flavio. Curso básico de radioproteção nas atividades de exploração e produção da Petrobras.
RESERVADO
71
Alta Competência
1.7. Gabarito 1) Conceitue Higiene Ocupacional e indique seus quatro pilares básicos. Higiene Ocupacional, também denominada de Higiene do Trabalho, é a ciência que objetiva a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos agentes ambientais originados no local de trabalho, que podem causar doença, comprometimento da saúde e do bem-estar ou significante desconforto e ineficiência entre os trabalhadores ou membros da comunidade. Seus quatro pilares básicos são: • Antecipação; • Reconhecimento; • Avaliação; • Controle dos riscos.
2) Complete as lacunas, identicando as etapas do programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA).
72
a) É a identicação de um risco em um local ou atividade ainda na fase de projeto, visando à introdução “antecipada” de medidas de controle:Antecipação dos riscos ambientais. b) É a identicação de um risco já existente em um local ou atividade: Reconhecimento. c) É a análise da exposição ocupacional através da medição de concentração ou intensidade de um agente, comparando com referências apropriadas: Avaliação. d) É o conjunto de procedimentos destinados a eliminar a exposição ocupacional ou reduzi-la a um nível aceitável: Controle. 3) Cite dois exemplos de medidas de controle para o caso de acidentes ou situações que envolvam a inviabilidade da adoção de medidas de proteção coletiva ou ainda de caráter emergencial ou complementar. • Isolar a área; • Afastar as pessoas; • Identicar a fonte de contaminação ou irradiação; • Contatar o Supervisor de Proteção Radiológica; • Proceder a análise da estimativa de doses; • Descontaminar a área, no caso de fontes não seladas; • Convocar os potencialmente irradiados ou contaminados para se submeterem a exames médicos; • Analisar o ocorrido e implementar procedimentos para evitar novos acidentes.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
4) Correlacione os tipos de agentes ambientais da primeira coluna de acordo com os respectivos exemplos na segunda. Tipos de agentes ambientais
Exemplos de agentes ( 3 ) Bactérias ( 1 ) Ruído
( 1 ) Agentes físicos
( 1 ) Radiação
( 2 ) Agentes químicos
( 2 ) Poeiras
( 3 ) Agentes biológicos
( 3 ) Vírus ( 2 ) Gases ( 2 ) Vapores
5) Qual o objetivo de um programa de conservação auditiva (PCA)? O principal objetivo do Programa de conservação auditiva – PCA é estabelecer as medidas para o controle do ruído, de maneira a proteger o sistema auditivo do trabalhador, ou seja, prevenir que os trabalhadores expostos a níveis de ruído no ambiente de trabalho desenvolvam Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR). 6) Considerando aspectos relacionados com as perdas auditivas induzidas pelo ruído (PAIR) e o uso de EPI, marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das armativas: ( V ) A perda auditiva ou diminuição da acuidade auditiva é a conseqüência mais imediata da pela exposição excessiva ao ruído. ( F ) Uma vez que existem muitos tipos diferentes de protetores, que podem ser utilizados em diversos ambientes de trabalho, não é preciso escolher o protetor auditivo mais adequado para cada caso. Justificativa: o protetor é especificado considerando o tipo de ruído. ( V ) A PAIR relacionada ao trabalho é uma doença passível de prevenção e pode acarretar ao trabalhador alterações funcionais e psicossociais capazes de comprometer sua qualidade de vida. ( V ) Os protetores somente oferecerão proteção adequada se a colocação, uso e manutenção também forem adequados. ( F ) A PAIR relacionada ao trabalho não pode ser agravada pela exposição simultânea a outros agentes, como por exemplo, produtos químicos e vibrações. Justificativa: alguns remédios interferem.
RESERVADO
73
Alta Competência
7) Algumas atividades desenvolvidas nas unidades de E&P podem envolver o uso de fontes de radiação e, consequentemente, algum risco de exposição a esses agentes. Indique qual o principal tipo de radiação potencialmente causadora de riscos à saúde e cite dois exemplos de situações em que há o risco de exposição a essas fontes de radiação na indústria petroquímica. Radiação ionizante. Situações com fontes de radiação : radiografia industrial tipo gamagrafia, perfilagem de poços de petróleo, uso de medidores nucleares, uso de traçadores radioativos e ocorrência de TENORM. 8) Quais são as principais propriedades dos líquidos, importantes na prevenção de acidentes? Pressão de vapor, ponto de ebulição, ponto de fulgor, ponto de combustão e ponto de ignição. 9) Quais as diferenças entre gás e vapor? Gás - Estado físico normal de um agente químico na temperatura e pressão ambiente.
74
Vapor - Fase gasosa de um agente químico que é líquido ou sólido na temperatura e pressão ambiente. 10) Os agentes químicos podem produzir diversos efeitos no organismo humano. Em quais categorias eles podem ser classicados e de que forma podemos controlar a exposição dos trabalhadores aos agentes químicos? Irritantes, asfixiantes, anestésicos ou narcóticos, alergênicos, mutagênicos, teratogênico, cancerígenos e pneumoconióticos. Este controle pode ocorrer em três níveis: fonte, meio e indivíduo. 11) Correlacione a coluna à esquerda onde estão listados os aerodispersóides com a sua respectiva denição. Tipos
Denição
( 1 ) Poeiras
( 2 ) Particulado lamentoso que possui uma relação entre o comprimento e o diâmetro.
( 3 )Fumos
( 4 ) Partículas de carbono que resultam de um processo de combustão incompleta. ( 5 ) Resultam da condensação de vapores de líquidos.
( 4 ) Fumaças
( 1 ) Resultam da desagregação mecânica de um sólido.
( 5 ) Neblinas
( 6 ) Resultam da desagregação mecânica de um líquido (spray ).
( 6 ) Névoas
( 3 ) Resultam da condensação de vapores após a fusão de um sólido.
( 2 ) Fibras
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
12) Associe as doenças ocupacionais com os agentes químicos causadores, os materiais/ objetos e as atividades que envolvem o risco de inalação. Marque com um “X” os parênteses que são coerentes com cada uma das doenças.
Doença ocupacional
Silicose
Asbestose
Agente químico causador
Materiais ou objetos que podem envolver algum risco de contaminação
( ) Mercúrio ( X ) Sílica ( ) Chumbo ( ) Amianto ( ) Cobre
( X ) Rochas ( ) Solda ( ) Chumbo ( X ) Areia ( ) Mercúrio
( ) Sílica ( ) Chumbo ( ) Mercúrio ( X ) Amianto ( ) Cobre
( ) Areia ( ) Solda ( X ) Telhas ( ) Rochas ( X ) Caixas d’água
Atividades que representam risco de exposição em ambos os casos
( X ) Lixamento ( ) Operação de solda ( ) Combustão incompleta ( ) Pintura ( X ) Polimento
75
13) Cite três medidas que podem ser adotadas por um Programa de Proteção Respiratória (PPR), em relação ao uso de equipamentos de proteção respiratória, para preservar a saúde e integridade física do trabalhador. • Antes de usar uma máscara de proteção, verique as condições da mesma em
relação a defeitos, deformações, arranhões, limpeza, conservação e validade do ltro; • Esteja atento à vedação da sua máscara, pois falhas na vedação podem levar a uma intoxicação; • Verique a vedação da máscara após cada colocação e ajuste da mesma. Em caso de dúvida, consulte o técnico de segurança; • Troque a máscara sempre que detectar alguma anormalidade e informe ao seu supervisor ou técnico de segurança; • Troque o ltro, ao sentir diculdade de respiração ou cheiro de contaminantes, ou se o mesmo estiver fora da embalagem por mais de seis meses; • Guarde a máscara de proteção quando não estiver em uso, de modo conveniente
para que não se danifique (longe da luz solar e de ambiente quente ou contaminado), dentro de saco plástico, em local limpo e sem objetos em cima do mesmo; • Deixe imediatamente, a área contaminada, se observar que a máscara de proteção não está funcionando e comunique ao seu supervisor; • Não use máscara com ltro em ambiente com deciência de oxigênio,
concentrações IPVS, ou confinado. Nesses casos, use máscara com ar mandado ou autônoma; • Teste a máscara com ar mandado ou autônoma (reserva de ar), antes de entrar
em ambiente contaminado ou confinado (deficiente de oxigênio ou atmosfera inerte); • Não tente fazer manutenções ou alterações na máscara de proteção.
RESERVADO
Alta Competência
14) Para quais empresas é obrigatória a implementação do Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno – PPEOB? Empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulam o benzeno ou líquidos que contenham 1 % ou mais de benzeno. 15) O que é a cha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ)? A FISPQ fornece informações sobre vários aspectos desses produtos químicos quanto à proteção, à segurança, à saúde e ao meio ambiente. A FISPQ fornece, para esses aspectos, conhecimentos básicos sobre os produtos químicos, recomendações sobre medidas de proteção e ações em situação de emergência. 16) Cite 3 exemplos de equipamentos de proteção individual (EPI) importantes na prevenção contra exposição a agentes químicos. • Uso de luvas impermeáveis em PVC ou Nitrilon, ou outro material similar; • Uso de proteção facial para o rosto, olhos; • Uso de óculos de segurança tipo ampla visão, destinada a proteção contra possíveis respingos do produto químico; • Uso de aventais, mangas impermeáveis e resistentes ao produto;
76
• Uso de roupas especiais; • Uso de equipamentos de proteção respiratória compatível com a substância a ser
manipulada, de forma que seja atendida a proteção exigida na FISPQ. 17) Quais ações são necessárias quando a concentração de um agente químico, em um ambiente de trabalho, está entre o nível de ação e o limite de tolerância? • Medidas preventivas e corretivas para redução da exposição; • Analisar a estratégia e a freqüência das amostragens; • Analisar os resultados dos exames médicos periódicos; • Estudar a possibilidade de fazer avaliação biológica; • Identicar as possibilidades de reduzir a concentração dos contaminantes no
ambiente.
RESERVADO
Capítulo 1. Noções de Higiene Ocupacional
18) Analise as armativas marcando V para as verdadeiras e F para as falsas. ( V ) A etapa de avaliação é um processo quantitativo que permite observar a possibilidade de risco para a saúde dos trabalhadores e adotar as medidas corretivas necessárias. Pode ser realizada no ambiente ou no organismo, sendo dessa forma dividida em: ambiental e biológica. ( F ) Para muitos produtos tóxicos não se dispõe de dados sucientes para estabelecer esses limites. Então estes produtos devem ser considerados como não prejudiciais a saúde. Justificativa: o produto só deve ser considerado inócuo à saúde quando comprovado tecnicamente. ( V ) Entende-se por valor teto os limites de exposição que não podem ser ultrapassados em qualquer momento da jornada de trabalho. ( F ) Na indústria petrolífera não é possível encontrar agentes biológicos em áreas de tratamento de resíduos. Justificativa: agentes biológicos podem estar presentes em resíduos. ( V ) O controle de poeira e a manutenção de ventilação adequada são medidas de controle dos agentes biológicos.
77
RESERVADO
RESERVADO
2 o l u t í p a C
Noções de toxicologia
Ao final desse capítulo, o treinando poderá: • Conceituar toxicidade e ação tóxica; • Identicar os fatores que inuenciam na toxicidade de uma substância; • Distinguir os principais meios de penetração das substâncias químicas no organismo; • Citar as vantagens e desvantagens do monitoramento biológico.
RESERVADO
Alta Competência
80
RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia
2. Noções de toxicologia
A
toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos produzidos pelas substâncias no organismo. Em função do número crescente de substâncias químicas, a toxicologia industrial é uma ciência em constante evolução. Esse é um fato preocupante, por não existirem substâncias químicas desprovidas de toxicidade. Dependendo da quantidade absorvida pelo organismo mesmo aquelas classicadas como “relativamente atóxicas” podem causar danos. “Tudo é veneno, nada é veneno. A dose é que diferencia um veneno de um remédio.” (PARACELSUS, 1493 - 1541).
81
ATENÇÃO Para um melhor entendimento, indicamos a leitura da bibliografia em que são listadas algumas exigências legais referentes à Toxicologia.
2.1. Toxicidade A toxicidade é uma capacidade latente, inerente, que uma substância química possui. É a medida do potencial tóxico de uma substância. Não existem substâncias químicas atóxicas (sem toxicidade). Não existem substâncias químicas seguras, que não tenham efeitos lesivos ao organismo. Por outro lado, também é verdade que não existe substância química que não possa ser utilizada com segurança, pela limitação da dose e da exposição ao organismo humano. Os maiores fatores que influenciam na toxicidade de uma substância são: • Concentração da substância presente no ambiente; • Freqüência da exposição;
RESERVADO
Alta Competência
• Duração da exposição; • Via de administração. Existe uma relação direta entre o meio de absorção e a quantidade. Por exemplo: uma substância administrada por via oral numa dosagem de 100mg pode apresentar apenas sintomas leves, ao passo que 10mg da mesma substância por via intravenosa podem levar a sintomas graves. Para se avaliar a toxicidade de uma substância química, é necessário conhecer: que tipo de efeito ela produz, a dose para produzir o efeito, informações sobre as características ou propriedades da substância, informações sobre a exposição e o indivíduo. 82
?
VOCÊ SABIA?
A informação da toxicidade de uma substância é obtida pelos parâmetros de toxicidade: concentração letal (CL50) e dose letal (DL50). Esses valores são obtidos em estudos com cobaias e servem apenas como indicadores de toxicidade e não devem ser usados como parâmetros para exposição nos locais de trabalho. Para alguns produtos químicos são as únicas informações toxicológicas disponíveis nas Fichas de Informação de Segurança (FISPQ). • CONCENTRAÇÃO LETAL (CL50): concentração de gás ou de vapor em um intervalo de tempo que resultou na morte de 50% de um grupo de animais cobaias da mesma espécie expostos. • DOSE LETAL (DL50): dose (mg/Kg corpóreo) que resultou na morte de 50% de um grupo de animais cobaias da mesma espécie expostos quando submetidas a uma dose única.
RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia
O grau de toxicidade de uma substância pode ser classicado de várias formas, conforme as seguintes tabelas:
AGUDA
Aquela em que os efeitos tóxicos são produzidos por uma única ou por múltiplas exposições a uma substância, por qualquer via, por um curto período, inferior a um dia. Geralmente as manifestações ocorrem rapidamente.
SUBCRÔNICA
Aquela em que os efeitos tóxicos produzidos por exposições diárias repetidas a uma substância, por qualquer via, aparecem em um período de aproximadamente 10% do tempo de vida de exposição do animal ou alguns meses.
CRÔNICA
Aquela em que os efeitos tóxicos ocorrem depois de repetidas exposições, por um período longo de tempo, geralmente durante toda a vida ou aproximadamente 80% do tempo de vida.
Fonte: Acesso em: 12 ago 2008. Tabela 1 - Classicação da toxicidade segundo o tempo de resposta
LEVE
Aquela em que os distúrbios produzidos no corpo humano são rapidamente reversíveis e desaparecem com o término da exposição ou sem intervenção médica.
MODERADA
Aquela em que os distúrbios produzidos no organismo são reversíveis e não são suficientes para provocar danos físicos sérios ou prejuízos à saúde.
SEVERA
Aquela em que ocorrem mudanças irreversíveis no organismo humano sucientemente severas para produzirem lesões graves ou a morte.
Fonte: http://www.ocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/hipertextos/up1/toxicidade. html Acesso em: 12 ago 2008. Tabela 2 - Classicação da toxicidade segundo a severidade
Os principais meios de penetração das substâncias químicas no organismo são: • Inalação - principal via de intoxicação no ambiente de trabalho.
É de grande risco devido à rapidez com que os pulmões absorvem as substâncias químicas;
RESERVADO
83
Alta Competência
• Absorção - via de intoxicação por meio da pele através do
contato com substâncias químicas. A absorção é extremamente crítica quando se lida com produtos lipossolúveis, que são absorvidos através da pele; • Ingestão - via de ingresso de substâncias químicas no organismo,
principalmente, por descumprimento de normas de higiene e segurança.
2.2. Ação tóxica Quando uma substância química exerce um efeito nocivo no organismo, chamamos de ação tóxica. Esta pode ser: • Local - atuação diretamente na via de penetração;
84
• Sistêmica - ação seletiva em um órgão, em geral distante do
local de penetração. Para tal, é necessário o sangue como meio de transporte. Ao estudar os efeitos de uma substância química no organismo, esse processo ocorrerá em quatro fases: 1ª) Fase da exposição: a caracterização da exposição irá variar em função das seguintes variáveis: dose, vias de introdução, tempo/ freqüência, característica das substâncias e susceptibilidade individual; 2ª) Fase toxicocinética: absorção, distribuição, biotransformaçãometabolização, armazenamento e eliminação; 3ª) Fase toxicodinâmica: ocorre interação do poluente com moléculas que irão provocar os primeiros efeitos no organismo. São estudados os danos bioquímicos; 4ª) Fase clínica: aparecimento dos primeiros efeitos – sinais e sintomas.
RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia
2.3. Monitoramento biológico Devido às limitações pertinentes a avaliação ambiental (representatividade das amostras, métodos de análise, limites de exposição restritos a penetração dos agentes químicos somente pela via respiratória, susceptibilidade individual), tornou-se necessário desenvolver outro critério que, isoladamente ou em conjunto com a avaliação ambiental, tornasse mais conável a avaliação da exposição dos trabalhadores aos agentes químicos. O ser humano é o detector mais sensível e el dos efeitos nocivos do ambiente de trabalho. A avaliação biológica considera a resposta própria de cada trabalhador em relação à sua exposição. O principal objetivo é a detecção precoce de alterações orgânicas antes que estas se manifestem através de prejuízo para a saúde dos trabalhadores, ou seja, a avaliação biológica consiste em medir a concentração do agente químico ou de seus produtos de bio-transformação (metabólitos) no sangue, tecidos, secreções, excreções, ar exalado e comparar com uma referência cientíca ou legal. VANTAGENS • O trabalhador é o monitor da sua exposição; • Informa a exposição global, ou seja, a exposição no ambiente de trabalho, bem como a absorção do agente através de distintas vias de penetração no organismo; • Considera a atividade física e as diferenças de susceptibilidade individual (sexo, idade etc.); • Fornece melhor correlação com os efeitos sobre a saúde.
DESVANTAGENS • São poucos os agentes que possuem limites de exposição biológica; • Não se aplica aos agentes que não podem ser identicados nos uidos biológicos ou que não causam alterações orgânicas capazes de serem detectadas precocemente; • Carência de procedimentos analíticos; • Instabilidade de algumas amostras.
Em programa de avaliação biológica, cinco etapas devem ser denidas: 1ª) Parâmetro biológico a ser controlado - deve identicar desvios subclínicos e reversíveis dos efeitos tóxicos de um agente químico de forma mais precoce, exata e conável;
RESERVADO
85
Alta Competência
2ª) Fluido biológico a ser pesquisado - os uidos de maior representatividade para a análise de agentes químicos no organismo humano são o sangue e a urina. Inicialmente pode parecer que o sangue seja o uido mais idôneo para identicar a presença de determinado agente, pois é o meio de transporte até um determinado local de ação no organismo. Entretanto, em muitos casos a análise do sangue não permite identicar a concentração já absorvida e, portanto disponível para produzir efeitos tóxicos. A urina para alguns agentes é o uido mais apropriado. A norma regulamentadora NR-7 indica o uido biológico a ser avaliado;
86
3ª) Metodologia para a coleta de amostras - a vida média biológica do agente químico - ou de seus metabólitos - não deve ser inferior a 5 horas. Este comportamento deve ser levado em consideração, tanto para determinar o momento mais apropriado para a coleta da amostra como para a interpretação dos resultados. Em geral a amostra é coletada no início ou ao nal da jornada de trabalho. Na metodologia analítica, as principais diculdades a serem superadas são: a complexa composição das amostras e as concentrações muito pequenas dos agentes a serem determinadas. Outros aspectos importantes inerentes à metodologia analítica estão relacionados ao controle estatístico, ao constante controle de qualidade e a reprodutibilidade dos resultados; 4ª) Limites de exposição biológica - somente na década de 1970 surgiram os primeiros valores de referência para agentes químicos no organismo ou nos uidos biológicos. Desde 1985, a ACGIH publica anualmente uma lista com os limites biológicos, denominados de Biological Exposure Indices (BEI). Os valores biológicos publicados em lista pela ACGIH representam os níveis de alerta das respostas biológicas da exposição aos agentes químicos ou aos seus metabólitos, nos tecidos, uidos biológicos ou ar expirado, independente da via de penetração no organismo;
RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia
5ª) A Norma Regulamentadora NR-7 (Norma Regulamentadora de Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional ) – Essa norma indica, para alguns agentes químicos, os parâmetros biológicos e respectivos uidos biológicos, a metodologia, os Índices Biológicos de Exposição (IBE) e os exames médicos complementares que devem ser executados.
Agente Químico
Metanol
Monóxido de Carbono
Tolueno
Indicador Biológico Material Biológico
Análise
Urina
Metanol
Sangue
Urina
Carboxihemoglobina
Ácido Hipúrico
IBMP (Índice Biológico Máximo Permitido)
Método Analítico
15mg/l
Cromatograa em Fase Gasosa
3,5 NF
Espectrofotometria Ultravioleta/ Visível
2,5 g/g creat.
Cromatograa em Fase Gasosa ou Cromatograa Líquida de Alto desempenho
Tabela - Exemplo de parâmetros para controle biológico da exposição ocupacional a alguns agentes químicos
RESERVADO
87
Alta Competência
2.4. Exercícios 1) Correlacione os conceitos da primeira coluna de acordo com as características da segunda. Conceitos
Características
( 1 ) Dose-resposta ( ) Aquela em que os efeitos tóxicos são produzidos por uma única ou por múltiplas exposições a uma substância, por qualquer via, por um curto período, inferior a um dia. Geralmente as manifestações ocorrem rapidamente.
88
( 2 ) Índice biológico de exposição (IBE)
( ) Relação entre o grau de resposta do sistema biológico e a quantidade de tóxico administrada; muito usada em toxicologia experimental.
( 3 ) Toxicidade aguda
( ) Aquela em que os efeitos tóxicos produzidos por exposições diárias repetidas a uma substância, por qualquer via, aparecem em um período de aproximadamente 10% do tempo de vida de exposição do animal ou alguns meses.
( 4 ) Toxicidade crônica
( ) Valores que representam os níveis de alerta das respostas biológicas da exposição aos agentes químicos ou de seus metabólitos, nos tecidos, uidos biológicos ou ar expirado, independente da via de penetração no organismo.
( 5 ) Toxicidade subcrônica
( ) Aquela em que os efeitos tóxicos ocorrem após repetidas exposições, por um período longo de tempo, geralmente durante toda a vida ou aproximadamente 80% do tempo de vida.
RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia
2) O que se entende por toxicidade e quais os fatores que inuenciam na toxicidade de uma substância? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
3) Identique os termos a partir de suas denições. a) Concentração de gás ou de vapor em um intervalo de tempo que resultou na morte de 50% de um grupo de animais cobaias da mesma espécie expostos. _______________________ b) Dose que resultou na morte de 50% de um grupo de animais cobaias da mesma espécie expostos quando submetidas a uma dose única. ____________________ 4) Complete as lacunas, no que diz respeito à classificação da toxicidade. a) A toxicidade __________ é aquela em que ocorrem mudanças irreversíveis no organismo humano sucientemente severas para produzirem lesões graves ou a morte. b) A toxicidade ___________ é aquela em que os distúrbios produzidos no organismo são reversíveis e não são sucientes para provocar danos físicos sérios ou prejuízos à saúde. c) A toxicidade ____________ é aquela em que os distúrbios produzidos no corpo humano são rapidamente reversíveis e desaparecem com o término da exposição ou sem intervenção médica.
RESERVADO
89
Alta Competência
5) Marque V para as armativas verdadeiras e F para as alternativas falsas. ( ) A inalação possui o maior grau de risco devido à rapidez com que as substâncias químicas são absorvidas pelos pulmões, daí a importância que deve ser dada aos sistemas de ventilação. ( ) A absorção é o contato das substâncias químicas com a pele. A absorção é extremamente crítica quando se lida com produtos lipossolúveis, que são absorvidos através da pele. ( ) A ingestão, via de regra, acontece por descumprimento de normas de higiene e segurança. Representa uma via primária de ingresso de substâncias químicas no organismo.
90
6) Devido às limitações de uma avaliação ambiental (representatividade das amostras, métodos de análise, limites de exposição restritos à penetração dos agentes químicos somente pela via respiratória, susceptibilidade individual), tornou-se necessário desenvolver outro critério que isoladamente ou em conjunto com a avaliação ambiental tornasse mais conável a avaliação da exposição dos trabalhadores aos agentes químicos. Como é denominada esta avaliação e em que ela consiste? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
7) Correlacione a primeira coluna com a segunda. Seqüência de etapas
Descrição das etapas
( 1 ) 1ª Etapa
( ) Metodologia para a coleta de amostras.
( 2 ) 2ª Etapa
( ) Parâmetro biológico a ser controlado.
( 3 ) 3ª Etapa
( ) Fluido biológico a ser pesquisado.
( 4 ) 4ª Etapa
( ) Limites de exposição biológica.
( 5 ) 5ª Etapa
( ) Metodologia analítica.
RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia
2.5. Glossário ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists. Conferência Americana Governamental da Indústria Higienista. Agentes químicos - produtos ou substâncias que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. BEI - Biological Exposure Indices - Índice de Exposição Biológica. IBE ou Índice Biológico de Exposição - valores que representam os níveis de alerta das respostas biológicas da exposição aos agentes químicos ou de seus metabólitos, nos tecidos, uidos biológicos ou ar expirado, independente da via de penetração no organismo. Lipossolúvel - aquilo que pode ser dissolvido em lipídios (gorduras). Metabólitos - qualquer substância, em especial os compostos de carbono, produzida por metabolismo. Produzido e excretado por organismo. NR-7 - Norma Regulamentadora de Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Susceptibilidade - vulnerabilidade. Qualidade de susceptível; disposição especial, física ou moral, para sentir e acusar vivamente qualquer inuência externa; melindre; idiossincrasia; tendência para se melindrar com facilidade. Vapor - fase gasosa de um agente químico que é líquido ou sólido na temperatura e pressão ambiente.
RESERVADO
91
Alta Competência
2.6. Bibliografia ACGIH - Threshold Limit Values for Chemical Substances and Physical Agents. AMERICO, Sérgio. Higiene Industrial - Agentes químicos. Apostila Técnica do Curso de Pós graduação de Engenharia de Segurança do Trabalho. UFRJ, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Ficha de informação de segurança de produtos químicos, NBR-14725. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Acústica: Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade, NBR-10151. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Níveis de ruído para conforto acústico, NBR-10152. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Equipamentos de proteção respiratória: ltros químicos e ltros combinados, NBR-13696.
92
BRASIL. Centro Técnico Nacional. NHO 01: Norma de Higiene Ocupacional Procedimento Técnico: Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído. Disponível em: . Acesso em: 19 dez 2008. BRASIL. Comissão Nacional de Energia Nuclear. Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica, CNEN-NN-3.01. Disponível em: . Acesso em: 19 dez 2008. BRASIL. Lei nº 6514, de 22/12/1977. Disponível em: . BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Disponível em: . Acesso em: 09 abr 2008. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Portaria nº 3214 de 08/06/1978. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Portaria nº 99 de 19/10/2004. BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene Ocupacional: Agentes Físicos, Químicos e Biológicos. 2ª Ed. Editora SENAC, 2006. MICHEL, Oswaldo da Rocha. Toxicologia Ocupacional. Editora Revinter, 2000. NORMA TÉCNICA PETROBRAS. Avaliação da exposição a níveis de ruído em ambientes de trabalho com o uso de audiodosímetros, N-2428. NORMA TÉCNICA PETROBRAS. Exames Médicos Ocupacionais, N-2691. PETROBRAS. Atividades e Operações Insalubres, Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15).
RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia
PETROBRAS. Equipamentos de proteção individual (EPI), Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6). PETROBRAS. PG-03-00020 - Gestão de Higiene Ocupacional. PETROBRAS. PP-03-00007 - Procedimento para Implementação do PPRA. PETROBRAS. PP-03-00008 - Estratégia de Amostragem de Agentes Ambientais para o Desenvolvimento do PPRA. PETROBRAS. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7). PETROBRAS. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Norma Regulamentadora nº 9 (NR-9). PETROBRAS. Regulamento Técnico sobre Equipamentos de Proteção Respiratória, Instrução Normativa nº 1 de 11/04/1994. SGARBI, Flavio. Curso básico de radioproteção nas atividades de exploração e produção da Petrobras.
93
RESERVADO
Alta Competência
2.7. Gabarito 1) Correlacione os conceitos da primeira coluna de acordo com as características da segunda. Conceitos
Características
( 1 ) Dose-resposta ( 3 ) Aquela em que os efeitos tóxicos são produzidos por uma única ou por múltiplas exposições a uma substância, por qualquer via, por um curto período, inferior a um dia. Geralmente as manifestações ocorrem rapidamente. ( 2 ) Índice biológi- ( 1 ) Relação entre o grau de resposta do sistema biolóco de exposigico e a quantidade de tóxico administrada; muito ção (IBE) usada em toxicologia experimental.
94
( 3 ) Toxicidade aguda
( 5 ) Aquela em que os efeitos tóxicos produzidos por exposições diárias repetidas a uma substância, por qualquer via, aparecem em um período de aproximadamente 10% do tempo de vida de exposição do animal ou alguns meses.
( 4 ) Toxicidade crônica
( 2 ) Valores que representam os níveis de alerta das respostas biológicas da exposição aos agentes químicos ou de seus metabólitos, nos tecidos, uidos biológicos ou ar expirado, independente da via de penetração no organismo.
( 5 ) Toxicidade subcrônica
( 4 ) Aquela em que os efeitos tóxicos ocorrem após repetidas exposições, por um período longo de tempo, geralmente durante toda a vida ou aproximadamente 80% do tempo de vida.
2) O que se entende por toxicidade e quais os fatores que inuenciam na toxicidade de uma substância? É a capacidade latente, inerente, que uma substância química possui. É a medida do potencial tóxico de uma substância. Não existem substâncias químicas atóxicas (sem toxicidade). Não existem substâncias químicas seguras, que não tenham efeitos lesivos ao organismo. Por outro lado, também é verdade que não existe substância química que não possa ser utilizada com segurança, pela limitação da dose e da exposição ao organismo humano. 3) Identique os termos a partir de suas denições. a) Concentração de gás ou de vapor em um intervalo de tempo que resultou na morte de 50% de um grupo de animais cobaias da mesma espécie expostos. Concentração letal (CL50). b) Dose que resultou na morte de 50% de um grupo de animais cobaias da mesma espécie expostos quando submetidas a uma dose única. Dose letal (DL50).
RESERVADO
Capítulo 2. Noções de toxicologia
4) Complete as lacunas, no que diz respeito à classicação da toxicidade. a) A toxicidade severa é aquela em que ocorrem mudanças irreversíveis no organismo humano suficientemente severas para prod uzirem lesões graves ou a morte. b) A toxicidade moderada é aquela em que os distúrbios produzidos no organismo são reversíveis e não são sucientes para provocar danos físicos sérios ou prejuízos à saúde. c) A toxicidade leve é aquela em que os distúrbios produzidos no corpo humano são rapidamente reversíveis e desaparecem com o término da exposição ou sem intervenção médica. 5) Marque V para as armativas verdadeiras e F para as alternativas falsas. ( V ) A inalação possui o maior grau de risco devido à rapidez com que as substâncias químicas são absorvidas pelos pulmões, daí a importância que deve ser dada aos sistemas de ventilação. ( V ) A absorção é o contato das substâncias químicas com a pele. A absorção é extremamente crítica quando se lida com produtos lipossolúveis, que são absorvidos através da pele. ( F ) A ingestão, via de regra, acontece por descumprimento de normas de higiene e segurança. Representa uma via primária de ingresso de substâncias químicas no organismo. Justificativa: a inalação sim é uma via primária de intoxicação no ambiente de trabalho. A ingestão é considerada uma via secundária. 6) Devido às limitações de uma avaliação ambiental (representatividade das amostras, métodos de análise, limites de exposição restritos à penetração dos agentes químicos somente pela via respiratória, susceptibilidade individual), tornou-se necessário desenvolver outro critério que isoladamente ou em conjunto com a avaliação ambiental tornasse mais conável a avaliação da exposição dos trabalhadores aos agentes químicos. Como é denominada esta avaliação e em que ela consiste? Avaliação biológica. Ela consiste em medir a concentração do agente químico ou de seus produtos de biotransformação (metabólitos) no sangue, tecidos, secreções, excreções, ar exalado e comparar com uma referência científica ou legal. 7) Correlacione a primeira coluna com a segunda. Seqüência de etapas
Descrição das etapas
( 1 ) 1ª Etapa
( 3 ) Metodologia para a coleta de amostras.
( 2 ) 2ª Etapa
( 1 ) Parâmetro biológico a ser controlado.
( 3 ) 3ª Etapa
( 2 ) Fluido biológico a ser pesquisado.
( 4 ) 4ª Etapa
( 5 ) Limites de exposição biológica.
( 5 ) 5ª Etapa
( 4 ) Metodologia analítica.
RESERVADO
95
RESERVADO
3 o l u t í p a C
Noções de Ergonomia
Ao final desse capítulo, o treinando poderá: • Reconhecer a importância da ergonomia em seu dia-a-dia através da compreensão de seu conceito; • Identicar as políticas e legislações aplicáveis à ergonomia; • Citar as soluções ergonômicas que podem evitar e resolver problemas de saúde e de produtividade do trabalho; • Relacionar os critérios utilizados na metodologia geral de vericação ergonômica.
RESERVADO
Alta Competência
98
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
3. Noções de ergonomia
A
eciência, produtividade, segurança e saúde no ambiente de trabalho podem ser melhoradas a partir de intervenções ergonômicas.
3.1. História da ergonomia O homem primitivo, ao utilizar um determinado formato de pedra ou madeira, buscava encontrar a melhor forma de vencer obstáculos do meio com maior eciência. Portanto, a procura da adequação do trabalho ao homem é tão antiga quanto a própria humanidade. A isto chamamos ergonomia. IMPORTANTE!
99
Ergonomia - Estudo cientíco dos problemas relativos ao trabalho humano, e que devem ser levados em conta na projeção de máquinas, equipamentos e ambiente de trabalho.
RESERVADO
Alta Competência
?
100
VOCÊ SABIA?
Ergonomia é um neologismo formado pelos termos gregos “Ergon” (trabalho) e “Nomos” (regras). A primeira referência histórica à ergonomia é datada de 1857, quando o pesquisador europeu Jastrezebowisky publicou um artigo intitulado “Ensaios de Ergonomia ou Ciência do Trabalho”. No Brasil, os estudos relacionados à Ergonomia somente tomaram vulto a partir dos anos 70 do século XX, com a propagação de cursos de mestrado e graduação. A Ergonomia não se limita apenas à utilização de equipamentos adequados ao trabalho. Dela fazem parte todas as melhorias das condições de trabalho, incluídas a comunicação interpessoal, humanização do ambiente de trabalho e ginástica laborativa. Fonte:
Podemos armar que a Ergonomia procurou desde muito cedo compreender o trabalho sem juízos de valor ou suposições pessoais acerca do modo como acontecem. 3.1.1. Transformação do sistema de produção A Revolução Industrial, não podendo ser limitada apenas a avanços nos processos de tecnologia, ocasionou toda uma evolução das diversas maneiras de divisão do trabalho e das formas de interação entre pessoas e equipamentos (máquinas). Essa revolução causou um impacto profundo no processo de produção, principalmente em relação ao trabalho, como podemos ver no esquema a seguir.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
Antes da Revolução Industrial
Com a Revolução Industrial
O artesão era dono da sua própria ocina, de suas ferramentas e de todos os outros meios necessários à produção. Geralmente, eram ocinas pequenas que funcionavam na própria casa. Junto ao artesão trabalhavam um, dois ou três aprendizes. O próprio artesão adquiria a matéria-prima em entreposto e levava para casa a m de executar a atividade (couro, tintas, linhas etc.), preparando o couro, cortando, costurando, pintando. Enm, fazendo todo o material. Em algumas confecções esse tipo de prática ainda é freqüente.
Foram criados postos de trabalho que rapidamente se diferenciaram das instalações de produção doméstica, pois os trabalhadores (antes artesãos) passaram a controlar as máquinas que realizariam a produção nas manufaturas e cada um passou a ter uma função denida (um cortava o couro, outro curtia, outro costurava etc.). As fábricas eram geralmente sujas, barulhentas e os trabalhadores passaram a realizar atividades quase como escravos sem descanso ou folga semanal.
3.1.2. Instrumentação de energia A Revolução Industrial trouxe a energia para dentro do dia-a-dia de trabalho, agregando maior produtividade na produção de bens e materiais. A seguir, podemos ver alguns exemplos de utilização da energia no processo de produção. Século XVIII - Criação do primeiro tear movido à tração animal, puxado pela mula chamada “ Jenny ”, de propriedade de seu inventor James Watt.
RESERVADO
101
Alta Competência
Início do século XX - Surge a proposta do engenheiro mecânico americano F.W.Taylor que, procurando melhorar a eciência industrial, realizou um estudo sobre pás. Ele observou que pás de capacidade maior eram indicadas para o manuseio do carvão (material mais leve) e as de menor capacidade, para o minério (material mais pesado). Sem dúvida, esta foi uma das primeiras concepções de Ergonomia, tendo sido Taylor um dos precursores das modicações nas máquinas que levariam maior ecácia com gasto menor de energia do ser humano. O tempo passou e veio a Primeira Guerra Mundial.
102
Século XX - Em razão do avanço da Indústria da Guerra, na Inglaterra, foi criado um comitê voltado para o estudo da saúde dos trabalhadores. Tal comitê, formado por médicos, siologistas e engenheiros, procurou apontar questões de inadequação entre trabalho e trabalhadores envolvidos nessa produção. Exemplo: trabalhadores de baixa estatura tentando operacionalizar um equipamento gigantesco. No início do pós-guerra, uma nova denição de Ergonomia passou a ser adotada: Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, siologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento. (Ergonomics Research Society )
Na Segunda Guerra Mundial, podemos visualizar exemplos da falta de segurança e conforto para os combatentes.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
Os aviões passaram a voar mais alto e mais rápido. Os pilotos, porém, sofriam da falta de oxigênio nas grandes altitudes e perda de consciência nas rápidas variações de altitude exigidas pelas manobras aéreas. Os projetistas não consideraram as alterações do funcionamento do organismo em diversas altitudes quando submetidos a acelerações importantes! Faltou compatibilidade entre o projeto das máquinas e dispositivos e os aspectos mecânicosiológicos do ser humano. Surgiram, então, novos grupos interdisciplinares com a participação de psicólogos, engenheiros e médicos cujo objetivo era “aumentar a ecácia combativa, a segurança e o conforto dos soldados, marinheiros e aviadores. Tudo foi feito para a adaptação de veículos militares, aviões e demais equipamentos às características, sobretudo em situações de emergência e de pânico”. Todo esse esforço de guerra relatado levou grupos de cientistas para a produção civil, o que resultou, em 1947, no aparecimento de uma corrente de Ergonomia denominada Fatores Humanos (Human Factors e Ergonomics ou HFE ).
?
VOCÊ SABIA?
No pós-2ª guerra, a fábrica de automóveis Renault é a primeira indústria francesa a criar um laboratório industrial voltado para a Ergonomia. Na mesma época surge a famosa Escola Francesa de Ergonomia que tem como ponto inicial uma questão: Como conceber adequadamente os novos postos de trabalho a partir do estudo da situação existente? Pensando nesse contexto, surge a partir de 1949 a preocupação de produzir nas indústrias a análise da atividade de trabalho em situação real, ou seja, olhar o processo de produção no posto de trabalho de cada trabalhador.
RESERVADO
103
Alta Competência
A nova proposta de análise, a partir do estudo da situação existente, será difundida e aperfeiçoada a partir de 1955. Mas como? Os ergonomistas da época discutiram, então, sobre a importância de um estudo etnográco para a formação de um posto de trabalho, por exemplo, ao inaugurar uma fábrica, é necessário um estudo prévio dos postos de trabalho a m de implementar corretamente o estudo ergonômico e garantir os resultados plenos. Esse novo processo serviu de embrião para a efetivação da prática da AET (Análise Ergonômica do Trabalho).
3.2. Conceitos de ergonomia Para entender a ergonomia é preciso que antes sejam compreendidos seus conceitos. 104
3.2.1. Ergonomia Embora já tenhamos conceituado ergonomia, é interessante que você saiba que, segundo o Estatuto da ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia (art 3º, parágrafo único), a ergonomia também pode ser denida como o estudo das Interações das Pessoas com a Tecnologia, a Organização e o Ambiente de Trabalho, buscando intervenções e projetos que visem melhorar de forma integrada e não dissociada: • A segurança; • O conforto; • O bem-estar; • A ecácia das atividades humanas.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
3.2.2. Conhecimentos básicos A ergonomia é a aplicação de conhecimentos necessários para a adequação do trabalho aos trabalhadores. Para tanto, é necessário que haja a aplicação de alguns conhecimentos. Observe a seguir um esquema que mostra os conhecimentos de sustentação à ergonomia. Conhecimento de Fisiologia
+ Ergonomia
=
Conhecimento de Psicologia
Conhecimentos necessários
+ Conhecimento de organização do trabalho
105
A Ergonomia integra os conhecimentos siológicos, psicológicos e organizacionais de trabalho. É a partir desses conhecimentos que se elaboram as melhorias das condições de trabalho.
RESERVADO
Alta Competência
3.2.3. Aplicação dos conhecimentos de sustentação à ergonomia Vejamos os três conhecimentos relacionados com suas respectivas características básicas:
Conhecimento de Fisiologia
106
Como funciona o movimento dos músculos do braço? Como funciona o movimento da articulação do punho?
Tais respostas, importantes para o ergonomista, sairão dos conhecimentos de Fisiologia do Corpo Humano.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
Conhecimento de Psicologia
O nosso processador perceptivo advém das informações coletadas pelos nossos sentidos (tato, visão, audição, olfato e gustação) e é através desta percepção que produzimos memória. A memória é a “peça” que podemos chamar de Processador Cognitivo (processador de interpretações e signicados). Como funciona este processo na aplicação da Ergonomia?
A resposta, importante para o ergonomista, sairá dos conhecimentos do Processo Mental Humano.
Conhecimento de Organização do Trabalho
Para a perfeita adequação do trabalho aos trabalhadores é fundamental o conhecimento de organização de trabalho. Mas, o que seria um trabalho organizado para a aplicação da ergonomia?
A resposta, importante para o ergonomista, sairá dos conhecimentos do Processo Organizacional.
RESERVADO
107
Alta Competência
3.3. Ergonomia física É a parte da ergonomia que focaliza os aspectos físicos de uma situação de trabalho, que busca adequar as exigências do trabalho aos limites e capacidades do corpo. F o n t e : P e t r o b r a s
108
Os aspectos físicos de uma situação de trabalho são inegavelmente reais, pois, o ato de trabalhar engaja o corpo do trabalhador, exigindo-o de várias formas ao longo da jornada de trabalho. A ergonomia física busca adequar estas exigências aos limites e capacidades do corpo, através do projeto de interfaces adequadas ao relacionamento físico homem-máquina.
?
VOCÊ SABIA?
O peso máximo que um empregado pode remover individualmente, é de 60Kg, ressalvadas as disposições relativas ao trabalho do menor e da mulher (art. 198 da CLT). Lei é Lei!
Para o bom entendimento de Ergonomia Física são necessários diversos conhecimentos sobre o corpo e o ambiente físico onde a atividade se desenvolve. Vejamos:
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
a) Postura Quando posicionamos o nosso corpo de forma a ter um bom relacionamento entre as partes, a utilizar um menor esforço, a evitar a fadiga, estamos colocando em prática o conceito de balanço (equilíbrio), coordenação entre músculos e nervos e adaptação ao espaço, e deve ser aplicada a um determinado momento corporal e para uma determinada circunstância. Observe os tipos de posição que podemos utilizar ao longo de nossa vida: • Posição ereta Quando estamos na posição ereta possuímos estruturas anatômicas para a nossa sustentação. A coluna cervical possui a função de equilibrar e sustentar a cabeça; a coluna lombar, de equilibrar e sustentar a cabeça, a coluna cervical e o tronco; já a cintura pélvica possui a função de equilibrar e sustentar a cabeça, a coluna cervical, o tronco e a coluna lombar. • Boa postura A boa postura é o equilíbrio entre as estruturas de suporte do corpo, músculos e ossos, que protegem o corpo contra a agressão ou deformidade progressiva. A boa postura tem como objetivo central envolver o mínimo de estiramento e de estresse das estruturas do corpo, e com o menor gasto de energia para se obter o máximo de eciência no uso do corpo. Uma boa postura (em pé, sentado ou deitado), depende do bom funcionamento de nervos, músculos e ossos. Esses segmentos podem ser afetados durante as atividades de trabalho, podendo provocar desconforto, mal-estar, dor, insegurança no trabalho desenvolvido e conseqüente diminuição da produtividade. Um dos segmentos do corpo humano mais importante para a postura é a coluna vertebral.
RESERVADO
109
Alta Competência
Região Cervical (pescoço)
Região Dorsal ou Toráxica (tórax) Imagem de coluna vertebral
Região Lombar
Região Sacrococcígea
• Má postura 110
Chamamos de má postura a falta de relacionamento, de várias partes corporais, que induz um aumento da agressão às estruturas de suporte (corpo, músculos, ossos), resultando em equilíbrio ineciente do corpo sobre sua base de suporte. A seguir, vamos ver exemplos de casos estudados pela ergonomia física no que diz respeito a posturas desfavoráveis. Fatores Mecânicos: Posições inadequadas Repetitividade
Fatores Orgânicos: Cifose Escoliose
Fatores Emocionais: Estresse Percepção do corpo
Má Postura
Doença Mal-estar
Exemplos: • Dorsalgia Postural • Hérnia de Disco
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
A dorsalgia postural, freqüentemente é chamada de lombalgia ou dor na região da coluna lombar. A hérnia de disco é considerada uma complicação da degeneração discal (discos ósseos da coluna vertebral) • Posturas desfavoráveis No nosso dia-a-dia, há casos em que utilizamos as mesmas posturas para uma situação de trabalho, o que ocasiona uma desvantagem por exigir sempre a contração do mesmo conjunto de músculos. b) Forças excessivas demandadas Nosso corpo está preparado para o trabalho, mas ele também tem limites, sejam limites físicos ou mentais. Logo, para cada trabalho, há uma força exigida que, às vezes, supera os limites e capacidades do corpo, ocasionando uma inadequação antropométrica.
Exemplo: A inadequação antropométrica ou incompatibilidade do biotipo do empregado versus o que o mesmo se propõe a realizar de atividade no trabalho poderá produzir um desequilíbrio postural, agravando a saúde.
RESERVADO
111
Alta Competência
c) Movimentos repetitivos Em diversas situações de trabalho, executamos movimentos repetitivos ou posturas forçadas que sobrecarregam músculos, tendões, ossos, articulações e nervos. Por isso a importância de adaptar o local de trabalho aos trabalhadores, a m de que eles utilizem os objetos de maneira adequada. IMPORTANTE!
112
Caso você perceba sinas de LER (Lesões por Esforços Repetitivos), dores nos membros superiores, procure ajuda médica na própria empresa ou o serviço especializado de um ortopedista, de modo que este tome as medidas necessárias para ajudálo. Lembre-se que as chances de recuperação serão maiores se a LER for diagnosticada nos seus estágios iniciais. Exemplo: um digitador, quando a boa prática da Ergonomia não é aplicada, poderá ter a síndrome de LER - Lesões por Esforços Repetitivos. F o n t e : P e t r o b r a s
Serviço de Help Desk da Tecnologia de Informação - TI RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
?
VOCÊ SABIA?
A síndrome de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) também é conhecida por LTC (Lesão por Trauma Cumulativo) ou por DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho).
d) Transporte de cargas Para a Norma Regulamentadora NR-17, o transporte manual de cargas “designa todo o transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga ”. F o n t e : P e t r o b r a s
113
Lembrando que, conforme artigo 198 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 60kg é o peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições relativas ao trabalho do menor e da mulher.
RESERVADO
Alta Competência
Em relação ao levantament l evantamento o e transport transportee manual de cargas, o mais importante é a adequação antroprométrica ou compatibilidade do biotipo do empregado versus o que o mesmo se propõe a realizar de atividade no trabalho, salientando que o empregado deverá passar por um processo de treinamento para a melhor adequação a cada atividade exigida.
3.4. Ergonomia cognitiva Os processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e cognitiva . Esses resposta motora são focalizados pela ergonomia cognitiva. aspectos mentais, em uma situação de trabalho, afetam inte rações entre seres humanos e outros elementos elemento s de um sistema. Por isso a ergonomia não deve levar em consideração apenas a adaptação do local de trabalho ao trabalhador trabal hador,, mas também, as necessidades mentais e emocionais desse trabalhador. 114 F o n t e : P e t r o b r a s
Aprendemos, então, que os técnicos de operação não são apenas simples executantes de tarefas, e sim, pessoas capazes de detectar sinais e indícios importantes para o melhor desempenho de suas funções.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
3.5. Ergonomia organizacional Quando ocorrem problemas de adaptação do homem ao seu ambiente de trabalho, é necessário tomar medidas sócio-técnicas, como por exemplo, melhorias na estrutura organizacional e nas políticas de gerenciamento. A organização geral (macroergonomia) é fundamental para que o indivíduo possa executar suas funções de forma eciente. Nesse sentido, a organização do trabalho trata dos aparelhos funcionais internos de uma organização produtiva (Petrobras) e que lhe dão sentido motor. motor. Alguns exemplos desta organização são: • Metodologias de trabalho; • Escalas; •
115
Lay-out para melhor organização do espaço;
• Equipamentos adequados ao local de trabalho e ao trabalhador. trabalhador. Vejamos a seguir exemplos da falta de organização versus a organização em uma estação de trabalho. Candeeiro de secretária mal posicionado
Teclado mal posicionado
Pescoço virado para olhar para o monitor
Monitor mal posicionado
Costas não apoiadas no encosto da cadeira Cactus crescem em ambientes secos e quentes !
Mouse longe causando força no ombro Almofadado a pressionar a zona inferior da coxa
Pés não apoiados no chão
RESERVADO
Alta Competência
Monitor à altura dos olhos e braços distanciados
Olhar em frente Cabeça levantada Ombros relaxados Mãos alinhadas com o antebraço
Costas erectas e apoiadas
Material de referência bem posicionado
Pressão moderada do almofadado da cadeira Pés firmes no descanso de pés
116
RESUMINDO...
A ergonomia organizacional visa à otimização dos sistemas de trabalho, simplificando e trazendo maior agilidade e bem-estar para o trabalhador e, conseqüentemente, maior produtividade para a empresa. 3.6. Modelos de intervenção ergonômica Pensar em segurança, conforto, bem-estar e eficácia das atividades humanas é pensar em modelos de Ação Ergonômica. Ergonômica . Esta pode ser definida como um conjunto conjun to de ações de ergonomia que se fundamenta nos resultados de uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET), previamente executada na empresa. Esses Projetos que modelos possuem como objetivos Intervenções e Projetos visem melhorar o ambiente de trabalho.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
Ergonomia de Correção
Ergonomia focada na modificação, transformação ou replanejamento de situações de trabalho que apresentam problemas. Demanda gerada – fadiga, absenteísmo, baixa produção, acidentes, doenças relacionadas ao trabalho.
Ergonomia de Concepção ou Preventiva
Ergonomia voltada para o planejamento de propostas e recomendações, obtido por pesquisas e estudos. Exemplo – Planejamento de máquinas.
Ergonomia de Produção
Ergonomia obtida a partir de estudos e pesquisas voltados para a otimização de máquinas, instrumentos ou tarefas. Finalidade – Alcançar o mínimo de risco, esforço e o máximo de eficiência para o operador.
Ergonomia de Produto
Ergonomia originada de estudos e pesquisas voltados para a otimização de máquinas, tendo em vista as características do produto. Exemplo - “Design” de uma cadeira.
Ergonomia do Posto de Trabalho
Ergonomia resultante de estudos e pesquisas tanto para a correção quanto para a concepção de um Posto de Trabalho ou Sistema Homem-Máquina isolado dos demais, a fim de melhor adaptá-lo ao Homem.
Ergonomia de Sistemas
Ergonomia fruto de estudos e pesquisas para a correção ou concepção de um conjunto de postos de trabalho ou Sistemas Homens-Máquinas.
3.7. Legislação e políticas e diretrizes da Petrobras Na legislação brasileira, especicamente na Norma Regulamentadora NR-17 de Ergonomia (Portaria 3214 do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE), são citados parâmetros para o ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e o seu trabalho, procurando adaptar o processo de trabalho às características das pessoas executantes.
RESERVADO
117
Alta Competência
A Constituição Federal, promulgada em 5 de Outubro de 1988, traz em seu Título II (dos Direitos e Garantias Fundamentais), Capítulo II (Dos Direitos Sociais), o Artigo 7º que, gostaríamos de destacar: “Art.7º - São Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social”. No Art.7º, destacamos o inciso XXII: Inciso XXII – “Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, Higiene e Segurança do Trabalho”
IMPORTANTE!
118
Você pode encontrar a Norma Regulamentadora Nº17 (NR-17) no site do Ministério do Trabalho e Emprego. Entre e faça sua pesquisa! http://www. mte.gov.br Outras Normas Regulamentadoras, da Portaria 3214, do Ministério do Trabalho e Emprego farão interface com a Norma Regulamentadora NR-17 da Ergonomia. Vamos ao Exemplo: Norma Regulamentadora nº5 (NR-5) Esta Norma, que regulamenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Dentro das atribuições da CIPA, encontramos a identicação dos riscos do processo de trabalho. 3.7.1. Processo de trabalho Um processo de trabalho é a forma como acontece a atividade humana em um processo produtivo.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
Exemplo: atividade dos cozinheiros e auxiliares em uma cozinha de restaurante forma um dos processos de trabalho (o outro é o atendimento pelos garçons). Há dois conceitos importantíssimos para a Ergonomia no que diz respeito ao processo de trabalho: No processo produtivo, há a articulação de meios de produção para transformar as matérias primas em produtos. Exemplo: uma cozinha dispõe de fogão, geladeira, utensílios, pratos para transformar cebolas, peixes, batatas e tomates em um prato saboroso. Já no processo de produção há a articulação de processos de trabalho num dado contexto (local, país, época do ano etc). Exemplo: uma grande churrascaria possui um processo de produção diferente de um pequeno restaurante. F o n t e : P e t r o b r a s
Atividade de detonação de explosivos pela equipe de sísmica terrestre ES-27
Voltando à interface da NR-5 com a NR-17, a NR-5 também oferece aos seus membros a atribuição de elaborar o mapa de riscos. Mapa de riscos é uma ferramenta solicitada pela NR-5, em que os riscos de um determinado setor de trabalho (risco físico, químico, biológico, ergonômico e mecânico) são mapeados e descritos quanto à sua intensidade (que poderá ser leve, média ou máxima). Tal ferramenta deverá ser elaborada após treinamento prévio por membros da CIPA.
RESERVADO
119
Alta Competência
É importante iniciarmos um processo de aprendizado, visando, no futuro, saber identicar o que no mapa de riscos classicamos como riscos ergonômicos: • Esforço físico intenso; • Levantamento e transporte manual de carga; • Exigência de postura incorreta; • Controle rígido de produtividade; • Trabalho em turno e noturno; • Iluminação inadequada; 120
• Monotonia e repetitividade; • Outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico. IMPORTANTE!
Você pode encontrar a Norma Regulamentadora Nº5 (NR-5) no site do Ministério do Trabalho e Emprego. Entre e faça sua pesquisa! http://www.mte.gov.br 3.7.2. Legislação complementar As transformações em curso no mund o do trabalho, decorrentes da introdução de novos modelos organizacionais e de gestão, têm repercussões sobre a saúde dos trabalhadores, dentre as quais se destacam LER (Lesões por esforços repetitivos) e DORT (Doenças do Sistema Osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas ao trabalho).
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
O Ministério da Previdência Social considerando a freqüência e a complexidade de LER/DORT, lançou uma Norma Técnica do INSS sobre DORT, a Ordem de Serviço/INSS nº 606/1998. Na verdade a ordem de Serviço mencionada é um documento da prática médica.
IMPORTANTE!
LER e DORT não ocorrem apenas com o uso de computadores, mas em toda atividade prossional e doméstica que exija o uso forçado e repetitivo de grupos musculares associados à postura inadequada. A prática da Ergonomia ajudará, nesse sentido, a transformar o trabalho de modo a preservar a saúde dos trabalhadores, evitando o aumento da incidência de LER/DORT. Portanto, ter noções básicas de Ergonomia é fundamental para podermos aplicar em nosso cotidiano, em nossa empresa, em casa e na cidade. 3.7.3. Políticas e diretrizes da Petrobras em ergonomia A Política de Ergonomia na Petrobras é estabelecida pelo Padrão Corporativo (PG-OV3 – 00023). Seu objetivo visa estabelecer orientações corporativas para implantação e Gestão de Ergonomia na Petrobras, alinhados às Diretrizes e Padrões Corporativos de SMS (Diretrizes de Segurança, Meio Ambiente e Saúde). As SMSs possuem o objetivo de “delimitar as fronteiras dentro das quais todos os executivos, gerentes e equipes da companhia devem atuar, consolidando as melhores práticas nessa área em que a busca da excelência se tornou requisito tão indispensável quanto crescimento e rentabilidade.” (Retirado do conjunto de Diretrizes Corporativas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde.) A Política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) é constituída por quinze (15) Diretrizes, as quais, em relação à Ergonomia destacamos sete:
RESERVADO
121
Alta Competência
“As atividades da empresa devem estar em conformidade com a legislação vigente nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde” .
Diretriz 2 Conformidade legal
122
Diretriz 3 - Avaliação e gestão de riscos
Requisitos: em relação à Ergonomia Er gonomia a Petrobras deverá vericar permanentemente o atendimento: • Às Normas Regulamentadoras da Portaria 3214, de 08/06/01978, em particular a Norma Regulamentadora NR-17; • À Portaria 3751, de 23/11/1990 que reeditou a NR-17; • Ao manual de Aplicação da NR-17 editado pelo Ministério do Trabalho Trabalho e Emprego em 2002. “Riscos inerentes às atividades da empresa devem ser identicados, avaliados e gerenciados, de modo a evitar a ocorrência de acidentes e/ou assegurar a minimização de seus efeitos”.
Requisitos: em relação à Ergonomia a Petrobras deverá promover a realização de avaliações de riscos periódicos (incluindo risco ergonômico) ou à medida que se identiquem mudanças nos processos. “Os novos empreendimentos devem estar em conformidade com a legislação e incorporar, em todo o seu ciclo de vida, as melhores práticas de segurança, meio ambiente e saúde”.
Diretriz 4 - Novos empreendimentos
Diretriz 5 - Operação e manutenção
Requisitos: em relação à Ergonomia, a Petrobras deverá promover adoção de práticas e tecnologias que assegurem aos novos empreendimentos padrões de excelência ao longo de todo ciclo de vida, desde a sua concepção, projeto, construção e pré-operação até sua eventual desativação, sempre atendendo à NR-17 e ao Padrão de Gestão da Ergonomia da Petrobras Petrobras.. “As Operações da empresa devem ser executadas de acordo com procedimentos estabelecidos e utilizando instalações e equipamentos adequados, adequados, inspecionados e em condições de assegurar o atendimento às exigências de segurança, meio ambiente e saúde”.
Requisitos: em relação à Ergonomia, a Petrobras deverá promover a adoção de práticas operacionais seguras, que preservem a saúde da força de trabalho e reduzam ao máximo os riscos de acidentes, sempre em atendimento à NR-17 e ao Padrão de Gestão de Ergonomia da Petrobras. Petrobras.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
“Mudanças, temporárias ou permanentes, devem ser avaliadas visando à eliminação e/ou minimização de riscos decorrentes de sua implantação”.
Diretriz 6 - Gestão de mudanças
Diretriz 7 Aquisição de bens e serviços
Requisitos: em relação à Ergonomia, a Petrobras deverá promover a implementação de mecanismos que permitam avaliar e controlar riscos inerentes a mudanças, desde a fase de planejamento, até sua efetiva incorporação ao processo; garantir que as mudanças atendam às exigências legais; sempre atendendo à NR-17 e ao Padrão de Gestão de Ergonomia da Petrobras Petrobras.. “O desempenho em segurança, meio ambiente e saúde de contratados, fornecedores e parceiros deve ser compatível com o do Sistema Petrobras”.
Requisitos: em relação à Ergonomia , a Petrobras deverá garantir aos operadores contratados, fornecedores e parceiros o atendimento às exigências legais; sempre atendendo à NR-17 e ao Padrão de Gestão de Ergonomia da Petrobras.
123
Diretriz 13 - Análise de acidentes e incidentes
“Os acidentes e incidentes decorrentes das atividades da empresa devem ser analisados, investigados e documentados de modo a evitar sua repetição e/ou assegurar a minimização de seus efeitos”.
Requisitos: em relação à Ergonomia , a Petrobras deverá garantir a implementação de procedimentos que permitam a identicação, registro e análise das causas dos acidentes (principalmente aos relacionados à Ergonomia) e a quanticação das perdas, sempre atendendo à NR-17 e ao Padrão de Gestão de Ergonomia da Petrobras. Petrobras.
IMPORTANTE!
Os Padrões Petrobras Ergonomia são:
importantes
para
a
• PG – OV3 – 00023 – Padrão de Gestão de Ergonomia. • PG – 03 – 00019 – Padrão Gerencial de Diagnóstico, Registro e Acompanhamento de Doenças Ocupacionais da Petrobras.
RESERVADO
Alta Competência
3.8. Políticas e diretrizes da Petrobras em ergonomia Podemos dizer que ergonomia tem como meta prática conseguir com que o trabalhador, ao m do dia, apresente apenas o nível de fadiga comum à sua atividade e à duração de sua jornada de trabalho sem a intervenção de outros fatores que venham a interferir com o seu conforto ou agravem problemas como lesões e acidentes. Para tanto, o ergonomista recorre às diversas formas metodológicas que apontamos no contexto legal que acabamos de estabelecer para identicar os problemas. No nosso entendimento uma forma ecaz é a vericação ergonômica ergonômica.. 3.8.1. Critérios para a ação ergonômica
124
A Análise Anál ise Ergonômica Ergonômica do Trabalho, ou AET AET,, é o estudo sistemático das inter-relações do repertório do comportamento humano, incluindo-se as respostas motoras, cognitivas, emocionais e siológicas, com os eventos (demandas ergonômicas) físicos e sociais, associados às tarefas e atividades desempenhadas em um posto de trabalho específico. Realizar uma AET significa estabelecer e compreender essas inter-relações. inter-relações. Uma característica do ser humano é procurar soluções rápidas, mas esta tendência não deve ser levada para a ergonomia. Somente após um amadurecimento das idéias é que se pode estabelecer um diagnóstico correto e preconizar uma solução adequada para a situação em apreço. Isso signica dizer que para se fazer uma Análise Ergonômica, não se pode car apenas no exame do posto de trabalho, é necessário também verificar as características do ambiente, analisar o método de trabalho, assim como o sistema de trabalho onde se insere e examina o aspecto cognitivo da atividade. atividade . IMPORTANTE!
Todos os aspectos positivos e negativos de uma situação de trabalho devem ser avaliados, pesados e testados.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
Uma solução adequada de ergonomia deve atender a pelo menos seis critérios:
Critério Biomecânico
Após a ação ergonômica, a mecânica do corpo humano deve funcionar melhor e conseqüentemente o indivíduo deve se cansar menos.
Critério Cognitivo
Em uma situação adequada o operador poderá tomar as decisões nos momentos corretos.
Critério Epidemiológico
Na situação recomendada, ocorrerá redução das lesões e acidentes.
Critério de Produtividade
Na nova situação recomendada, as pessoas devem trabalhar com melhor rendimento.
Critério Econômico
As mudanças ergonômicas devem propiciar retorno do investimento a curto prazo.
Critério Social
Trabalhadores e Gestores devem aceitar bem as mudanças.
Esses Critérios são observados e conduzidos no processo de transformação positiva da realidade do trabalho, a Ação Ergonômica. 3.8.2. Formas de ação ergonômica Uma ação ergonômica pode produzir diferentes resultados a partir da demanda que a engendra. Esses tipos de resultados, combinados com a natureza das demandas (correção, remanejamento e concepção) dão origem a uma tipologia de ações ergonômicas:
RESERVADO
125
Alta Competência
Apreciação ergonômica
Estágio mais simples da ação ergonômica. Consiste no estudo do enquadramento normativo de um conjunto de situações de trabalho, a partir de um processo bem definido na empresa. Este estudo é orientado para a produção de laudos e rgonômicos sobre o estado atual do processo de trabalho num dado segmento da organização.
Verificação ergonômica
Consiste no exame de situações de trabalho com base em uma apreciação à qual se acrescem o apontamento de aspectos causais, sua fundamentação, assim como a indicação de oportunidades de melhoria bem como ações de ergonomia plausíveis no contexto de cada situação analisada. Este estudo é orientado para a produção de planos de ação sobre o estado atual do processo de trabalho num dado segmento da organização.
Diagnóstico ergonômico
Trata da estruturação de um conjunto de vericações ergonômicas orientado para a produção de indicadores globais de desempenho ergonômico, produzindo como resultado um Mapa Global de Riscos Ergonômicos (MGR), também chamado de Quadro Ergonômico da Empresa.
Projeto ergonômico
Compõe-se da conceituação e especicação de soluções ergonômicas dentro de enquadres normativos e de padrões que tenham sido estabelecidos previamente ou no decorrer do próprio projeto. Como resultado deste projeto, é gerada a indicação precisa dos ajustes necessário aos processos de trabalho da organização. Os projetos ergonômicos – que podem variar de intervenções triviais a desenvolvimentos mais elaborados – asseguram a impactação positiva dos indicadores de gestão de pessoas e de processos.
Certificação ergonômica
Também chamada de vericação ergonômica de projeto, consiste no exame de projetos de situações de trabalho e espaços arquitetônicos, combinados com avaliações de situações de referência de um dado projeto. É orientada para certicar ergonomicamente os projetos e produz, como resultado, o Atestado de Conformidade destes projetos às Normas e Requisitos Legais existentes e praticados no contexto de uso futuro do projeto. Ou seja, podemos dizer que o Programa de Ergonomia se consolida através de uma estratégia combinada de diagnóstico fundamentada no conjunto estruturado de apreciações, projetos e vericações realizados numa empresa. É orientado como Política Corporativa ou Filosoa Empresarial.
126
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
3.8.3. Sistemática SPM (Situação, Problema, Melhoria) de verificação ergonômica A metodologia geral da ergonomia compreende três conteúdos essenciais para elaboração de um programa: • Diagnóstico Ergonômico com base na AET; • Plano de Ações fundamentado no diagnóstico; • Treinamento de transferência de tecnologia. O Diagnóstico ergonômico de locais pode ser realizado de várias formas em função da demanda da empresa (no caso a Petrobras), podendo variar desde um mapeamento simples até a elaboração de modelos operantes sosticados em situações críticas ou estratégias. Diante deste quadro ca claro que a depender dos métodos e técnicas selecionadas, a AET pode ser de aplicação tanto rápida como prolongada e isso de acordo com a natureza dos problemas, mas também pela sistemática que for adotada em cada circunstância. O método que devemos preconizar para a atuação de uma equipe de ergonomistas é a Sistemática SPM (Situação, Problema, Melhoria), desenvolvida para propiciar uma resposta rápida em situações que até o presente tiveram pouca ou nenhuma contemplação de aspectos ergonômicos no planejamento de suas atividades e processos de trabalho. Inteiramente conforme as exigências da Norma Regulamentadora NR-17, o SPM fornece uma primeira apreciação de conjunto, eventualmente, apontando locais e situações que, por sua relevância e complexidade, podem vir a ser objeto de Análises Ergonômicas mais aprofundadas e orientadas para aspectos muito especícos. A partir de uma diretriz geral, a sistemática SPM se instala como uma Análise Qualitativa, seguida de um enquadramento normativo e a emissão de um relatório. Em alguns casos, pode gerar um treinamento especíco em Ergonomia para a Companhia.
RESERVADO
127
Alta Competência
A seguir serão apresentadas as principais características da sistemática SPM e a forma como é aplicada. a) Aspectos gerais do SPM Em termos técnicos, o SPM propicia um diagnóstico ergonômico básico de locais de trabalho consistindo das seguintes rubricas: • Caracterização - descrição do lugar de trabalho, com ilustração
fotográca elucidativa ou esquema explicativo básico (quando se trata de ênfase cognitiva ou organizacional de difícil caracterização fotográca); • Impacto - destaque dos problemas existentes no lugar
128
de trabalho e que prejudicam o bom andamento da atividade. Podem ser pontos de perturbação ou desconforto, desconformidades (ferindo padrões locais) ou resultados de naturezas diversas; • Enquadramento Legal e Normativo - correlação entre os
impactos, seus aspectos e a conformidade legal e normativa a que se referem; • Aspecto ou causa-raiz - caracterização causal dos impactos,
assinalando preferencialmente causas raízes dos impactos assinalados; • Oportunidade de Melhoria - indicação de supressão, controle
ou atenuação de fatores causais. Em certos casos, podem vir acompanhados de um desenho de conceito de solução; • Justificativa - explicação argumentativa acerca da razão
de ser da oportunidade de melhoria, da pertinência de soluções apontadas. A justicativa, eventualmente, pode ser acompanhada de uma análise de custo / benefício. A obtenção de um diagnóstico ergonômico de locais mediante esta sistemática implica em um conjunto de visitas técnicas aos locais, entrevistas com os operadores, exame da documentação existente sobre os locais a serem diagnosticados. É, nesse sentido, que falamos em Análise Qualitativa e é o que se explica a seguir. RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
b) Análise qualitativa SPM A vericação ergonômica SPM se fundamenta em uma Análise Qualitativa. Essa ferramenta possibilita uma série de anotações através do seguinte esquema de trabalho: • Observação e registro de aspectos positivos e negativos; • Análise de dados do SPM; • Entrevistas com funcionários; • Aplicação e listas de vericação. Observe no quadro a seguir, o detalhamento desses procedimentos. Tema
Aspectos
Métodos e técnicas
Caracterização da situação
1) Localização da situação 2) Revisão da demanda inicial 3) Descrição macro-situada e microlocalizada
Observação e registro de aspectos e seus impactos
4) Posturas adotadas 5) Movimentos repetitivos 6) Tomada de decisão 7) Incidentes e regulação
Ergo-foto Ação conversacional Ergo-clip
Fatores ocultos
8) Horas extras, dobras de turnos 9) Produtividade 10) Tensões
Ação conversacional Análise Documental
Análise Quantitativa
11) Dimensionamento dos postos de trabalho 12) Análise do PPRA*1
Análise Documental
Enquadramento legal e normativo
13) Vericação das NR*2 14) Checagem de outras referências 15) Referências empíricas
Busca bibliográca
Verificação final
16) Referências empíricas
Lista de Vericação
129
Quadro 1- Detalhamento dos Procedimentos Metodológicos de Vericação Ergonômica *1 – PPRA – Programa de Prevenção de riscos ambientais previsto pela Norma Regulamentadora NR-9 do MTE. *2 – NRs – Normas Regulamentadoras do MTE.
RESERVADO
Alta Competência
A realização da Análise Qualitativa, por essencial que seja, é insuciente para ns empresariais, dado que a realização das ações ergonômicas (AE) está, via de regra, atrelada a uma demanda, seja ela de natureza corporativa ou advinda de injunções diretas ou indiretas do poder público. De onde necessita ser guarnecida com uma referência aos textos legais normativos ou corporativos, e é disso que trata o Enquadramento Normativo. c) Enquadramento normativo SPM
130
Os relatórios de campo são trabalhados de forma a classificar as anotações realizadas em categorias gerais de probl emas que possibilitem a formação de um caderno de encargos referentes às melhorias possíveis nas áreas apreciadas. Essas categorias se relacionam com os textos e orientações de conformidade leg al ou normativa assim como outras diretrizes da corporação, como por exemplo, o Padrão Corporativo de Gestão de Ergonomia da Petrobras. O referencial normativo não deve limitar-se à NR-17, já que esta deve servir apenas como base, e isso pode signicar uma razoável atividade de localização e análise técnica. Assim é que a inserção dos dados coletados num Universo de conformidade requer um eciente trabalho de retaguarda onde é examinado todo o Quadro Legal Normativo e Padrões ou Boas Práticas apontadas para o setor apreciado preliminarmente pela equipe de campo. d) Relatório SPM Com o enquadramento se torna possível a elaboração do Documento Padronizado de Diagnóstico Ergonômico que comporta a descrição do realizado. Novamente, o Diagnóstico é necessário, mas não suciente para as nalidades da empresa e, portanto, devemos acrescê-los de um rol de medidas preventivas. A elaboração de medidas preventivas consiste na transformação do Diagnóstico em Parâmetros e Encargos para o desenvolvimento de projeto de execução de mudança ergonômica dos locais.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
Esse processo se encerra com a validação do modelo operante através de documento padronizado de parâmetros para o projeto ergonômico (especicação SPM). Nesse caso, as oportunidades e o conceito são desenvolvidos para nalidades práticas de licitação e compra, construção e implementação ou normatização corporativa. O documento de vericação ergonômica assim obtido consta de uma caracterização das áreas físicas, da estrutura organizacional, dos problemas ali anotados e da indicação justicada da oportunidade de melhoria para cada impacto detectado e analisado. e) Treinamento SPM A simples passagem deste relatório (relatório SPM) pode não ser suciente caso a empresa tenha ainda muitas outras áreas a explorar e pretenda fazer funcionar seu Comitê de Ergonomia. Nesses casos há necessidade de um treinamento, o que fecha o ciclo e deixa a empresa não apenas preparada para trabalhar com a Ergonomia, mas igualmente maximiza a contratação de assessorias e consultorias. A isso, denominamos Treinamento ergonômico SPM. O Treinamento Ergonômico SPM se divide em três etapas: • Conscientização - ocorre durante o diagnóstico e a elaboração
de medidas preventivas; • Treinamento Operativo - somente pode intervir após a
implantação da solução tipicada para a(s) situação(ões) em apreço; • Formação Gerencial - pode acontecer em paralelo com ambas
as etapas anteriores e visa à capacitação da equipe que irá cuidar da Gestão de Ergonomia na Empresa.
RESERVADO
131
Alta Competência
3.8.4. Construção social e AET A Ergonomia preconiza que é preciso saber trabalhar com o aporte de outros especialistas. Com a formação de sua equipe, o Ergonomista já tem à disposição uma boa variedade de competências externas. Como buscar as competências internas? A Ergonomia reconhece os Operadores como Peritos nos seus sistemas de trabalho. Eles, melhores do que quaisquer outros, sabem onde estão os problemas mesmo que não saibam tratá-los adequadamente. A equipe de Ergonomia busca trabalhar com times de empregados em todos os níveis organizacionais e passa a contar com essas pessoas enquanto recurso interno de competências ao longo da ação, que é denominada Construção Social do Projeto.
132
Exemplos: o Grupo de Decisão (GD) é integrado por pessoas de poder de decisão da organização, a quem a equipe de Ergonomia se reportará durante toda a ação. Cada momento de pontuação da AET deve ser chancelado por este grupo. O Grupo de Acompanhamento (GA) tem fundamento similar ao GD, mas uma natureza distinta, pois aqui se reúnem pessoas que têm autoridade técnica para tomar decisões nesse âmbito. Naturalmente, além da equipe de Ergonomia, haverá pessoas da Cia, cuja presença e atuação se dará em ambos os grupos (GD e GA). A razão de ser destes grupos está na natureza da maior parte das organizações, que contratam consultorias, mas, via de regra, não se dotam de um dispositivo de tornar máxima esta contratação. Por outro lado é importante que as pessoas da equipe de Ergonomia tenham consciência de que terão, com “Pessoas de Peso” na estrutura da empresa, momentos de reunião que devem ser bem aproveitados para ao sucesso da Ação Ergonômica. A constituição do GD e do GA, no entanto, é condição necessária, mas não suciente. A AET é, sem dúvida, conduzida pela equipe de ergonomia, mas ela requer que nos diversos locais por onde transitar, seja formado um grupo local de trabalho que participe no levantamento dos dados e na validação dos diversos momentos da análise mais localizada. Esses grupos locais irão estabelecer e pontuar os momentos importantes da AET.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
A condição necessária e suciente é a articulação desses dois planos em um poderoso dispositivo de escuta e de interações (Construção Social). A equipe de Ergonomia dialoga com todas as pessoas envolvidas através das representações existentes sobre a situação de trabalho nos diferentes interlocutores, confrontando-as com o modelo perante a atividade gerada pela AET em seus diversos momentos. É esse dispositivo que permite que, em cada momento da AET, a objetividade e o consenso prevaleçam sobre a subjetividade e as opiniões dos analistas e das pessoas que trabalham na organização, e, nisso consiste o poder no método. Uma segunda e importante vantagem da construção social advém do fato de que os diversos níveis envolvidos na Ação Ergonômica (AE) – os grupos de trabalho, o grupo de acompanhamento (GA) e o grupo de suporte (GS) – mantêm apenas ligações e interações por meio da organização formal, ou por meio de ligações informais que acabam sendo pouco efetivas para as mudanças necessárias: Grupo de Acompanhamento (GA) Grupo de Trabalho (GT)
No nosso caso GT de Ergonomia
Integrados por pessoas que têm autoridade técnica para tomar decisões, que seja no âmbito da Cia., quer seja no âmbito da Metodologia.
Grupo de Suporte (GS)
Integrado por pessoas com poder de decisão na organização, a quem o GAE(Grupo de Ação Ergonômica) se reporta durante toda a ação.
Grupo de Ação Ergonômica (GAE)
É formado pela articulação das equipes de Ergonomia externa (GEx) e a interna da Cia.(GEi).
3.8.5. Programas de ergonomia De forma perene, progressiva e articulada, em contraposição ao trabalho eventual - pontual e localizado - os Programas de Ergonomia (PROERGO) têm como objetivo básico viabilizar a prática da ergonomia na Cia.
RESERVADO
133
Alta Competência
O sentido maior de um Programa de Ergonomia é o de estabelecer a função de Ergonomia dentro de um ideário de racionalidade econômica da Cia. Nesse contexto, diremos que um Programa de Ergonomia deverá articular os seguintes elementos: • Condução pela direção e participação dos trabalhadores; • Identicação, análise, prevenção e controle de riscos ergonômicos; • Informação e comunicação permanente; • Treinamento constante; • Avaliação contínua da efetividade do Programa.
134
O PROERGO é uma gestão integrada do trabalho, ambiente interno e saúde, que combina e estrutura estas ações integrantes das diversas intervenções que compõem o Programa. F A S E
Instrução da Demanda
Formação dos Multiplicadores
1
F A S E
Bases para o PROERGO
Aprovação pelo comitê de ergonomia
Sensibilizações Ações com as chefias
Conscientização Ações com os funcionários
Ações situadas (AET, PROJETO e IMPLEMENTAÇÂO)
2 Validação
F A S E
Relatório Gerencial
Workshop de Providências
Relatório Público Vidal e Col. 1998
3
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
3.8.6. Análise ergonômica do trabalho Para falar sobre a Análise Ergonômica do Trabalho, vamos rever a denição ocial de Ergonomia proposta pela ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia): Entende-se por Ergonomia... O estudo das interações das pessoas com a Tecnologia, a Organização e o Ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar de forma integrada e não dissociada a segurança, o conforto, o bem-estar e a ecácia das atividades humanas.
Análise Ergonômica
Uma ação de Ergonomia é qualquer ação que modifique as contingências do trabalho com o objetivo de adequar aos trabalhadores os padrões de conforto, segurança, saúde e de produtividade. a) O que é ação ergonômica? Como já denimos anteriormente, a Ação Ergonômica é um conjunto de ações de ergonomia que se fundamenta nos resultados de uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET), previamente executada na empresa. Observe um esquema sobre a prática da ergonomia x a ação ergonômica resultante:
RESERVADO
135
Alta Competência
Análise Ergonômica do trabalho (AET)
Saúde
Gestão
Projeto
Resultados
Ação Ergonômica
A ação ergonômica em uma empresa levará em conta os aspectos legais e normativos, devendo utilizar um método de tratamento integrado de Situação, Problemas e Melhorias (SPM). 136
IMPORTANTE!
Análise Ergonômica do Trabalho – Um método questionável? Alguns autores sugerem que a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) não seja a metodologia central em Ergonomia, cabendo outras abordagens. Acreditamos que a AET é uma proposta metodológica que sugere o exame in loco da situação de trabalho e da atividade do trabalhador, sem entrar nos méritos acerca de métodos e técnicas de avaliação. A nosso ver, não existe outra forma (ou fórmula) capaz de substituir essa abordagem da realidade do trabalho que forneça uma esquematização clara, objetiva e fértil para sustentar as transformações positivas do trabalho. Inclusive, no Brasil, a AET é prevista na regulamentação a partir da Portaria 3751, de 23 de novembro de 1990.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
b) Aspectos legais e normativos para a AET Os itens que estão listados a seguir são destaques importantes para análise Ergonômica no trabalho. Normas Regulamentadoras A Portaria 3214 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 08/06/78, aprova as Normas Regulamentadoras (NR) do Capítulo V do Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho e suas subseqüentes modicações e todas as suas demais reedições. Lei 6514 de 22 de dezembro de 1977 É a Lei que modicou a redação da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), em particular os artigos de 154 à 201 e que propiciou a normatização de segurança, higiene e saúde ocupacional pela Portaria 3214 de 8/06/1978. Portaria 3751, do MTE, de 23/11/1990 – Principais pontos Esta Portaria reedita a NR-17, Norma Regulamentadora que visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicosiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eciente; O próprio MTE adverte que a palavra “parâmetros” criou uma falsa expectativa de que a NR-17 forneça valores precisos normatizando toda e qualquer situação de trabalho. Isso não ocorre, pois apenas para a entrada eletrônica de dados é que há referências a números com alguma precisão. O MTE e, por decorrência, sua auditoria scal, entende que o legislador optou pelo estabelecimento de parâmetros qualitativos e genéricos no intuito de:
RESERVADO
137
Alta Competência
• Objetivar, em primeiro lugar, que a norma propusesse a adaptação das condições de trabalho às características psicosiológicas dos trabalhadores; • Que neste objetivo estivessem integrados o máximo de conforto, segurança e desempenho eciente; • As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho; • Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicosiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho (AET), conforme estabelecido na norma em questão. 138
Fontes: Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora nº17, 2ª edição, Brasília, MTE/ SIT,2002; Manual de instrumentação da NR-17 e Padrão Petrobras, PD-0V3 – 00023. Acesso em: 18 jun 2008.
3.9. Recomendações gerais em ergonomia Para o nosso melhor desempenho no dia-a-dia de trabalho, de casa, ou seja, para o nosso melhor bem-estar, vamos ver algumas dicas importantes de Ergonomia. Mobiliário - um bom Mobiliário é o que permite regulagens, exibilidade, variações. Cadeiras sem braço e sem regulagens são em geral inadequados. Equipamento - precisamos de equipamentos com mostradores facilmente visíveis e comandos manuseáveis de maneira fácil, sem malabarismos ou contorcionismos. O monitor, por exemplo, deve permitir ser olhado sem curvamento da cabeça. Manuais em português - o que é bom para os Estados Unidos, nem sempre é bom em nosso país. Manuais e programas em português facilitam muito a vida de todos.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
Processo cognitivo - possuímos muitas informações em nosso banco de dados do computador, então, por que tanto esforço de memória? Vamos manter sempre papel e lápis à mão para trabalhar com o computador. Trabalhe sentado - nossa postura em pé é oriunda de processos culturais. Por que você lava os pratos de pé, por exemplo? Mude seu paradigma e examine isso a começar por sua própria casa. Som x barulho - entre dois equipamentos, o menos barulhento é o melhor, mas atenção, pois nem todo som é indesejável. Iluminação - “Só é cego aquele que não quer ver”, ou quem é vítima de uma iluminação mal projetada. Os casos mais agudos acontecem no trabalho com micros. Condicionamento do ar - calor é muito ruim e deve se combatido. Ar condicionado mal regulado também! A mistura dos dois é gripe na certa! Pausas ao longo do dia - Pausas são muito úteis, de preferência em outro lugar que não o próprio setor de trabalho. Evite trabalhar mais de uma hora sem se levantar e dar uma pequena caminhada, conforme dita a NR-17. Uso do telefone - o telefone se compõe de um teclado para digitar os números e uma manopla que foi feita para se pegar com as mãos e não com o ombro. Organização de prateleiras - Como organizar uma prateleira? A melhor zona de alcance em pé se situa entre o peitoral e a cintura. Acima sobrecarrega o coração e abaixo força a coluna. Ordenação de tarefas - fazer tudo ao mesmo tempo é impossível. Vamos pensar nisso quando delegamos atividades e quando cumprimos atividades. Ginástica laboral - de preferência, façamos uma ginástica de distensionamento em casa ou seguindo exercícios determinados pela ginástica laboral oferecida pela Petrobras.
RESERVADO
139
Alta Competência
3.10. Exercícios 1) Explique o que é ergonomia e, em seguida, relacione a importância da ergonomia no seu dia-a-dia. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
2) Relacione as especicações apresentadas na primeira coluna com as políticas e legislações listadas na segunda coluna:
140
( 1 ) Parâmetros para o ( ) Constituição Federal, proajuste confortável e mulgada em 5 de Outubro produtivo entre o ser de 1988, traz em seu Título II (dos Direitos e Garantias humano e o seu trabalho, procurando Fundamentais), Capítulo II adaptar o processo de (Dos Direitos Sociais), o Artitrabalho às caracterísgo 7º - destacamos o inciso ticas das pessoas exeXXII. cutantes ( 2 ) “Redução dos riscos ( ) Constituição Federal, proinerentes ao trabalho, mulgada em 5 de Outubro por meio de normas de de 1988, traz em seu Título II Saúde, Higiene e Segu(dos Direitos e Garantias Funrança do Trabalho” damentais), Capítulo II (Dos Direitos Sociais), o Artigo 7º. ( 3 ) “São Direitos dos tra- ( ) Norma Regulamentadora balhadores urbanos e nº5 (NR-5) da Portaria 3214. rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social” ( 4 ) Regulamenta a Co- ( ) Norma Regulamentadora NR missão Interna de Pre17 de Ergonomia (Portaria venção de Acidentes 3214 do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE). (CIPA)
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
3) Complete de acordo com as diretrizes da Política de Segurança, meio Ambiente e Saúde (SMS) da Petrobras: a) Diretriz 2 – Conformidade legal As atividades da empresa devem estar em conformidade com a ______________________ nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde. b) Diretriz 3 – Avaliação e gestão de riscos Riscos inerentes às atividades da empresa devem ser ______________, ______________ e ______________. c) Diretriz 4 – Novos empreendimentos A Petrobras deverá promover adoção de práticas e tecnologias que assegurem aos novos empreendimentos padrões de excelência ao longo de todo ciclo de vida, desde a sua ______________, ______________, ______________ e pré-operação até sua eventual desativação. d) Diretriz 5 – Operação e manutenção A Petrobras deverá promover a adoção de _________________________ seguras, que preservem a saúde da força de trabalho e reduzam ao máximo os riscos de acidentes. As Operações devem ser executadas de acordo com procedimentos estabelecidos e utilizando ______________ e ______________ adequados, inspecionados de acordo com as exigências de segurança, meio ambiente e saúde. e) Diretriz 6 – Gestão de mudanças Mudanças, temporárias ou permanentes, devem ser avaliadas visando à ______________ e/ou ______________ de riscos decorrentes de sua implantação.
RESERVADO
141
Alta Competência
4) Cite a forma de ação ergonômica relacionada a cada uma das soluções ergonômicas especicadas: a) Consiste no exame de situações de trabalho com base em uma apreciação à qual se acrescem o apontamento de aspectos causais, sua fundamentação, assim como a indicação de oportunidades de melhoria bem como ações de ergonomia plausíveis no contexto de cada situação analisada. _____________________________________________________________
b) Compõe-se da conceituação e especicação de soluções ergonômicas dentro de enquadres normativos e de padrões que tenham sido estabelecidos previamente ou no decorrer do próprio projeto. Como resultado desse projeto, é gerada a indicação precisa dos ajustes necessários aos processos de trabalho da organização. 142
_____________________________________________________________
c) Estágio mais simples da ação ergonômica. Consiste no estudo do enquadramento normativo de um conjunto de situações de trabalho, a partir de um processo bem denido na empresa. _____________________________________________________________
d) Trata da estruturação de um conjunto de vericações ergonômicas orientado para a produção de indicadores globais de desempenho ergonômico, produzindo como resultado um Mapa Global de Riscos Ergonômicos (MGR), também chamado de Quadro Ergonômico da Empresa. _____________________________________________________________
e) Também chamada de vericação ergonômica de projeto, consiste no exame de projetos de situações de trabalho e espaços arquitetônicos, combinados com avaliações de situações de referência de um dado projeto. _____________________________________________________________
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
5) Cite os critérios utilizados na metodologia geral de vericação ergonômica. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
6) Observe com atenção a gura apresentada e indique sete erros cometidos na estação de trabalho que podem comprometer o conforto, bem-estar e a ecácia das atividades do prossional. Em seguida, descreva os sete erros apontados por você:
143
_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________
RESERVADO
Alta Competência
3.11. Glossário ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia. AE - Ações Ergonômicas. AET - Análise Ergonômica do Trabalho. Antropométrica - relativo à antropometria. Parte da antropologia que trata das mensurações do corpo humano ou de alguma das suas partes. Biotipo - conjunto de características físicas geneticamente herdadas por um indivíduo ou grupo de indivíduos. CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. CLT - Consolidação das Leis do Trabalho. Degeneração discal - desgaste do disco intervertebral como conseqüência da sua função amortecedora.
144
Dorsalgia postural - dores causadas pela má postura do indivíduo. DORT - Doenças do Sistema Osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas ao trabalho. Entreposto - vasto depósito de mercadorias. Ergonômica - diz respeito a aspectos físicos propícios ao trabalho humano com bem-estar, como dimensões (altura, largura etc.), iluminação, temperatura, ruído, de uma máquina/equipamento com que um trabalhador interaja diretamente, ou com todo um ambiente de trabalho em que esta máquina/ equipamento esteja inserida. Ergonomista - prossional da área de ergonomia. Estiramento - tensão demasiada dos músculos ou ligamentos de articulações do corpo humano. Estresse - conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras capazes de perturbar a homeostase (equilíbrio). Etnográfico - atua no processo de revelar o signicado cotidiano no qual as pessoas agem e encontrar o signicado das suas ações. Fatores Humanos - corrente da Ergonomia que foi formada em 1947, no Pós-Guerra, que tem buscado responder o que a Ergonomia sabe sobre os trabalhadores e o que se sabe acerca do ser humano e o que pode ser empregado nos projetos de instrumentos, dispositivos e sistemas. GA - Grupo de Acompanhamento. GAE - Grupo de Ação Ergonômica.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
GD - Grupo de Decisão. GEi - Grupo de Ergonomia Interna. GEx - Grupo de Ergonomia Externa. GS - Grupo de Suporte. GT - Grupo de Trabalho. Inadequação antropométrica - inadequação das medidas do indivíduo em relação a vestimentas, postos de trabalho ou atividades. LER - Lesões por Esforços Repetitivos. LTC - Lesão por Trauma Cumulativo. Macroergonomia - terceira geração da ergonomia, resultante do aumento progressivo da automação de sistemas em fábricas e escritórios e do surgimento da robótica. Manufaturas - processo de produção de bens em série padronizada, ou seja, são produzidos muitos produtos iguais e em grande volume. MGR - Mapa Global de Riscos Ergonômicos. Neologismo - palavra ou termo de formação nova, a partir de elementos gramaticais da própria língua ou estrangeiros. NR-17 - Norma Regulamentadora de Ergonomia. NR-5 - Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho. PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Processador perceptivo - responsável pela trasmissão da informação captada pelos órgãos dos sentidos para a Memória de Curta Duração. PROERGO - Programas de Ergonomia. Revolução Industrial - ocorreu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII. Pode ser considerada como a fase que nalizou a transição entre feudalismo e capitalismo e, ainda, como a que concluiu o movimento da revolução burguesa iniciada no século XVII. Repetitividade - qualidade ou caráter de repetitivo. Síndrome - conjunto de sinais e sintomas. SMS - Segurança, Meio Ambiente e Saúde. SPM - Situação, Problema, Melhoria.
RESERVADO
145
Alta Competência
3.12. Bibliografia BRASIL. Estatuto da Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO. Art 3º, parágrafo único. COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia Aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina humana. Belo Horizonte: Ergo, 1996. BRASIL. Ergonomia: Aplicação Prática. Breve Histórico da Ergonomia. Disponível em: . Acesso em: 25 mai 2008. BRASIL. Ministério da Previdência Social. Disponível em: . Acesso em: 09 abr 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em: . Acesso em: 09 abr 2008.
146
PETROBRAS. Diretrizes e Padrões da Petrobras. Disponível em: . Acesso em: 09 abr 2008. TEIXEIRA, J. Luiz R. Teoria e Prática do PCMSO. Teoria e Prática Editora. VIDAL, M.C. Ergonomia na empresa: prática e aplicada. Coleção Trabalho Útil. Rio de Janeiro: Editora Virtual Cientíca, 2002. VIDAL, Mario César. Introdução à Ergonomia. Disponível em: . Acesso em: 09 de abr 2008.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
3.13. Gabarito 1) Explique o que é ergonomia e, em seguida, relacione a importância da ergonomia no seu dia-a-dia. A ergonomia focaliza as interações das Pessoas com a Tecnologia, a Organização e o ambiente de trabalho, buscando intervenções e projetos que visem melhorar de forma integrada e não dissociada: a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas. 2) Relacione as especicações apresentadas na primeira coluna com as políticas e legislações listadas na segunda coluna: (1)
Parâmetros para o ajuste ( 2 ) confortável e produtivo entre o ser humano e o seu trabalho, procurando adaptar o processo de trabalho às características das pessoas executantes
Constituição Federal, promulgada em 5 de Outubro de 1988, traz em seu Título II (dos Direitos e Garantias Fundamentais), Capítulo II (Dos Direitos Sociais), o Artigo 7º -destacamos o inciso XXII.
(2)
“Redução dos riscos inerentes ( 3 ) ao trabalho, por meio de normas de saúde, Higiene e Segurança do Trabalho”
Constituição Federal, promulgada em 5 de Outubro de 1988, traz em seu Título II (dos Direitos e Garantias Fundamentais), Capítulo II (Dos Direitos Sociais), o Artigo 7º.
(3)
“São Direitos dos trabalhado- ( 4 ) Norma Regulamentadora nº5 (NR-5) res urbanos e rurais, além de da Portaria 3214. outros que visem à melhoria de sua condição social”
(4)
Regulamenta a Comissão ( 1 ) Norma Regulamentadora NR 17 de Interna de Prevenção de Ergonomia (Portaria 3214 do Ministério Acidentes (CIPA) do Trabalho e Emprego - MTE).
3) Complete de acordo com as diretrizes da Política de Segurança, meio Ambiente e Saúde (SMS) da Petrobras: a) Diretriz 2 – Conformidade legal As atividades da empresa devem estar em conformidade com a legislação vigente nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde. b) Diretriz 3 – Avaliação e gestão de riscos Riscos inerentes às atividades da empresa devem ser identificados, avaliados e gerenciados. c) Diretriz 4 – Novos empreendimentos A Petrobras deverá promover adoção de práticas e tecnologias que assegurem aos novos empreendimentos padrões de excelência ao longo de todo ciclo de vida, desde a sua concepção, projeto, construção e pré-operação até sua eventual desativação.
RESERVADO
147
Alta Competência
d) Diretriz 5 – Operação e manutenção A Petrobras deverá promover a adoção de práticas operacionais seguras, que preservem a saúde da força de trabalho e reduzam ao máximo os riscos de acidentes. As Operações devem ser executadas de acordo com procedimentos estabelecidos e utilizando instalações e equipamentos adequados, inspecionados de acordo com as exigências de segurança, meio ambiente e saúde. e) Diretriz 6 – Gestão de mudanças Mudanças, temporárias ou permanentes, devem ser avaliadas visando à eliminação e/ou minimização de riscos decorrentes de sua implantação. 4) Cite a forma de ação ergonômica relacionada a cada uma das soluções ergonômicas especicadas: a) Consiste no exame de situações de trabalho com base em uma apreciação à qual se acrescem o apontamento de aspectos causais, sua fundamentação, assim como a indicação de oportunidades de melhoria bem como ações de ergonomia plausíveis no contexto de cada situação analisada. Verificação ergonômica.
148
b) Compõe-se da conceituação e especicação de soluções ergonômicas dentro de enquadres normativos e de padrões que tenham sido estabelecidos previamente ou no decorrer do próprio projeto. Como resultado deste projeto, é gerada a indicação precisa dos ajustes necessários aos processos de trabalho da organização. Projeto ergonômico. c) Estágio mais simples da ação ergonômica. Consiste no estudo do enquadramento normativo de um conjunto de situações de trabalho, a partir de um processo bem denido na empresa. Apreciação ergonômica. d) Trata da estruturação de um conjunto de vericações ergonômicas orientado para a produção de indicadores globais de desempenho ergonômico, produzindo como resultado um Mapa Global de Riscos Ergonômicos (MGR), também chamado de Quadro Ergonômico da Empresa. Diagnóstico ergonômico. e) Também chamada de vericação ergonômica de projeto, consiste no exame de projetos de situações de trabalho e espaços arquitetônicos, combinados com avaliações de situações de referência de um dado projeto. Certificação ergonômica. 5) Cite os critérios utilizados na metodologia geral de vericação ergonômica. • Critério Biomecânico; • Critério Cognitivo; • Critério Epidemiológico; • Critério de Produtividade; • Critério Econômico; • Critério Social.
RESERVADO
Capítulo 3. Noções de Ergonomia
6) Observe com atenção a figura apresentada e indique sete erros cometidos na estação de trabalho que podem comprometer o conforto, bem-estar e a eficácia das atividades do profissional. Em seguida, descreva os sete erros apontados por você:
1. Não apoio do membro superior do empregado na cadeira. Isso ocorre devido a uma mesa de trabalho inadequada, a posição do corpo fica forçada pela lateralidade do teclado e tela, fazendo com que o empregado não consiga o apoio correto do membro superior na cadeira. 2. Joelhos dobrados e pés não apoiados no piso - Isso ocorre porque os pés não estão apoiados e o ângulo dos joelhos é menor que 90º, o que acarreta má postura, que resultará em agravos à saúde. 3. Mesa instável ou inadequada - Isso ocorre porque a mesa não suporta o material necessário para a realização do trabalho, não possuindo espaço suficiente para o conforto e bem-estar do empregado. 4. Monitor e teclados lateralizados - Isso ocorre porque houve a lateralização de monitor e teclado devido à inadequação da mesa de trabalho. 5. Exigência de postura inadequada do pescoço (torção da região cervical) - Isso ocorre devido à inadequação da mesa de trabalho, houve lateralização de monitor e teclado, o que ocasiona má postura. 6. Flexão dos punhos. - Isso ocorre quando a cadeira está má posicionada e a mesa inadequada ao trabalho. 7. Falta de suporte para documentos - Isso ocorre, pois a falta desse suporte, em razão de uma mesa inadequada, faz com que o pescoço seja forçado para o lado.
RESERVADO
149
Anotações
150
Anotações
Anotações
151
Anotações
152
Anotações
Anotações
153
Anotações
154
Anotações
Anotações
155
Anotações
156
Anotações
Anotações
157
Anotações
158
Anotações
Anotações
159