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Costumamos chamar alguns vegetais de ervas-daninhas ou plantas inva soras. Muitas são comestíveis (nossas queridas Pancs (http://teiaorganica.com.br/blog/tag/pancs/)), mas outras não. To das, contudo, são vegetais extremamente importantes para a reparação de solos e, sobretudo, indicam qual a qualidade de um solo em determinado momento. Em vez de querer nos livrar delas, vamos aprender o que as “daninhas” têm a ensinar! E veja se você consegue identificar o que se passa com a terra a partir da leitura dessa matéria.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/Oxalis_oregana.jpg) Trevo (Oxalis Oregana ) Por Guilherme Ranieri* / Blog Matos de Comer
Mais do que errado, o termo é preconceituoso e baseado numa visão utilitarista. Repare, o termo daninhas já indica que elas são prejudiciais, perniciosas, que causam dano. Mas, elas causam mesmo? Na natureza não existe nada que cause dano. Felizmente só conseguimos falar de bem e mal, um discurso que envolve a moral, para questões humanas, e as plantas são vegetais. Nem bons, nem maus. Nunca daninhos, danosos. Só a partir desse raciocínio, o termo “erva daninha” já começa a parecer errado. O termo é sinônimo de ervas-daninhas, mas sem esse juízo de valores em cima delas. significa “planta que acompanha o homem”. Ou seja, onde o homem vai e desmata, queima, corta, lá vem as plantas ruderais para ocupar o solo. As plantas espontâneas, que nascem sozinhas.
Essas plantas têm a habilidade de deixar o ambiente sempre mais fértil, mais solto, mais úmido e mais rico em vida. Sempre. São aquelas que nascem onde nada mais nasce, e vão preparando terreno até que as plantas mais sensíveis possam nascer, seguidas de plantas maiores, até a reposição da vegetação. Dessa forma, raramente você verá as plantas ruderais, “daninhas”, numa floresta com solo rico e fértil. Ali, elas não tem mais trabalho a fazer. Aliás, há sementes que ficam décadas no solo esperando o solo ficar compactado, seco, pobre e raso para brotarem. É o plano de saúde do solo. A esse “plano de saúde” natural damos o nome de banco de semente do solo. Se a terra fica doente, essas sementinhas entram em ação. E não, não estou inventando nada disso. Ana Primavesi (http://teiaorganica.com.br/blog/ana-mariaprimavesi-apaixonada-pelo-solo/) já escreveu sobre isso. Aí está a mágica! Certas plantas têm essa função na natureza, a de equilibrar, reetabelecer. Por exemplo, se o solo está muito compacto, a tendência é que nasçam plantas de raízes longas e profundas. Elas naturalmente descompactam o solo e o deixam fofinho, permitindo a entrada de água. Espécies não comestíveis como a vassourinha de botão e a guanxuma são terríveis de arrancar porque a raiz vai fundo na terra. Quando a planta morre, essas raízes viram túneis onde a água e a fertilidade penetram. E a terra vai afofando, afofando. Ou, ainda, se o solo é rico em nitrogênio e pobre em outros nutrientes, plantas que toleram esses altos teores crescem rapidamente. Isso explica, por exemplo, a presença de picão e guasca em locais que se joga água de reúso, beira de calçada e até perto de ralos – porque são ricos nesse nutriente, que será reciclado por essas plantas. Calçadas onde cachorro faz xixi (xixi é rico em nitrogênio), também são infestadas por essas plantinhas. Assista a esse vídeo super explicativo sobre as condições de germinação do solo e as funcionalidades das daninhas. Entendendo as Ervas Daninhas from
Cultivo Orgânico
04:24
O texto acima foi editado. Veja a versão completa aqui (http://matosdecomer.blogspot.com.br/2015/08/as-plantas- bioindicadoras-nao-e-tudo.html). *Guilherme Ranieri é cozinheiro amador, gestor ambiental de formação e palpiteiro profissional. Conheça também a página de Facebook do Matos de Comer (https://www.facebook.com/matosdecomer? fref=ts).
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/Euphorbia_heterophylla.jpg) (Euphorbia heterophylla ) Desequilíbrio entre Nitrogênio e micronutrientes, sobretudo Molibdênio e Cobre.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/azedinha2.jpg) (Oxalis articulata ) Terra argilosa, pH baixo, deficiência de Cálcio e de Molibdênio.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/10/barba-
de-bode.jpg)
(Aristida pallens ) Solos de baixa fertilidade.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/beldroega.png) (Portulaca oleracea ) Solo fértil, não prejudica as lavouras, protege o solo e é planta alimentícia com elevado teor de proteína.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/10/carex-
sp.jpg)
(Carex sp.) Compactação e pouco Cálcio.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/10/capim-
amargoso.jpg)
(Digitaria insularis ) Aparece em lavouras abandonadas ou em pastagens úmidas, onde a água fica estagnada após as chuvas. Indica solos de baixa fertilidade.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/10/caoim-
caninha.jpg)
(Andropogon lateralis ) Solos temporariamente encharcados, periodicamente queimados e com deficiência de Fósforo.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/Cenchrus_echinatus.jpg) (Cenchrus echinatus ) Indica solos muito decaídos, erodidos e compactados. Desaparece com a recuperação do solo.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/10/capim-
papuã.jpg)
(Brachiaria plantaginea ) Típico de solos constantemente arados, gradeados e com deficiência de Zinco; desaparece com o plantio de centeio, aveia preta e ervilhaca; diminui com a permanência da própria palhada sobre a superfície do solo; regride com a adubação corretiva de Fósforo e Cálcio e com a reestruturação do solo.
(Andropogon sp.) Típico de terras abandonadas e gastas – indica solos ácidos com baixo teor de Cálcio, impermeável entre 60 e 120 cm de profundidade.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/carrapicho.jpg) (Cenchrus spp.) Solo empobrecido e muito duro, deficiência de Cálcio. (Erygium ciliatum ) Húmus ácido, desaparece com a calagem e rotação de culturas; freqüente em solos onde se praticam queimadas.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/carqueja.jpg) (Bacharis articulata ) Pobreza do solo, compactação superficial, prefere solos com água estagnada na estação chuvosa.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/carrapicho-de-carneiro.jpg) (Acanthospermum hispidum ) Deficiência de Cálcio.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/Equisetum_sp.jpg) (Equisetum sp.) Indica solo com nível de acidez de médio a elevado. (Eupatorium bunifolium ) Aparece nos solos ricos em Molibdênio.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/10/dente-
de-leao.jpg)
(Taraxacum officinale ) Indica solo fértil. (Cynodon dactylon ) Indica solo muito compactado.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/10/sida-
sp.jpg)
(Sida sp.) Solo compactado ou superficialmente erodido. Em solo fértil fica viçosa; em solo pobre fica pequena.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/10/lingua-
de-vaca.jpg)
(Rumex obtusifolius ) Solos compactados e úmidos. Ocorre freqüentemente após lavouras mecanizadas e em solos muito expostos ao pisoteio do gado.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/10/maria-
mole.jpg)
(Senecio brasiliensis ) Solo adensado (40 a 120 cm). Regride com a aplicação de potássio e em áreas subsoladas. (Baccharis coridifolia ) Ocorre em solos rasos e firmes, indica deficiência de Molibdênio.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/raphanus_raphanistrum.jpg) (Raphanus raphanistrum ) Deficiência de Boro e Magnésio.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/10/picao-
preto.jpg)
(Galinsoga parviflora ) Solo com excesso de Nitrogênio e deficiente em micronutrientes, principalmente Cobre.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/pte_aqu1_p2.jpg) (Pteridium aquilinium ) Alto teor de alumínio. Sua presença reduz com a calagem. As queimadas fazem voltar o alumínio ao solo e proporcionam em retorno vigoroso da samambaia. (Imperata exaltata ) Indica solos ácidos, adensados e temporariamente encharcados. Ocorre também em solos deficientes em Magnésio.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/tansagem.jpg) (Plantago maior ) Solos com pouca aeração, compactados ou adensados.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/tiririca1.jpg) (Cyperus rotundus ) Solos ácidos, adensados, anaeróbicos, com carência de Magnésio.
(http://teiaorganica.com.br/blog/wp-
content/uploads/2015/10/urtiga.jpg) (Urtica urens ) Excesso de Nitrogênio (matéria orgânica). Deficiência de Cobre. Fontes: Matos de Comer e Embrapa. Fotos: divulgação
(Visited 7.181 times, 5.974 visits today) Analise o solo e saiba se ele é adequado para plantio (http://teiaorganica.c o-solo-e-saiba-seele-e-adequadopara-plantio/)
(http://teiaorganica.com.br/blog/analise-o-solo-e-saiba-se-ele-e-adequado-para-plantio/)
a base para a produção de alimentos… (http://teiaorganica.c saudaveis-sao-abase-para-aproducao-dealimentossaudaveis/)
(http://teiaorganica.com.br/blog/solos-saudaveis-sao-a-base-para-a-producao-de-alimentossaudaveis/)
Ana Maria Primavesi, apaixonada pelo solo (http://teiaorganica.c maria-primavesiapaixonada-pelosolo/)
(http://teiaorganica.com.br/blog/ana-maria-primavesi-apaixonada-pelo-solo/)