Epé Layé Terra Viva
Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi
Epé Laié é uma estória Que todos nós devemos ver! Leonardo on"alves Santos # $% anos Morador da &omunidade do 'l( Axé Op) A*on+,-
(Epé Layé conta a história de Fernando, um menino de 10 anos, extremamente preocupado com os problemas do mundo, do mundo dos adultos.) A preo&upa"ão de .ando-
Nando, na erdade Fernando, sentia!se um nada diante da imensid"o dos problemas do mundo. #e$ anos apenas era a sua idade, mas a sua cabe%a era pooada por problemas &ue, se n"o lhe pertenciam, pelo menos deeriam pertencer ao mundo dos adultos. 'or&ue tanta ente passando ome* 'or&ue tantas crian%as +oadas na rua* 'or&ue com tanto seri%o a ser eito e as m"es preerem usar seus ilhos para pedir esmolas*... perunta de Nando era outra &ue eu posso a$er para diminuir os problemas do mundo* Nando a$ia essa perunta a si e aos outros. #os outros ele recebia a seuinte respostaNada/ oc n"o pode a$er nada/ Ninuém pode a$er nada/ 2esposta simples, muito simples, para uma perunta t"o complexa. #o seu cora%"o, Nando obtinha outra resposta3oc pode/ oc pode muito/ 4m muito &ue pode parecer pouco, mas é um pouco &ue é muito/5 uir o cora%"o é uma arte e ser artista, um priiléio.
.ando es&uta o &ora"ão e planta uma ,rvore-
Nando escutou, pensou sentiuuir o cora%"o é uma arte... 3 &ue, ent"o, posso a$er* E resoleuou plantar uma 6rore/ 7 o m8nimo &ue posso a$er. Nando plantou Ep Lai (Epé Layé 9 palara yorub6, &ue siniica :erra ia). Ep Lai nasceu, cresceu e herdou de Nando as mesmas preocupa%;es &ue eu posso a$er para a+udar a diminuir os problemas do mundo* Lai tinha ra8$es, estaa preso. N"o podia air, mas podia sonhar. E sonhaa com um mundo muito mais harmonioso.
Ossãe Osanyin- d, o dom da lo&omo"ão a Ep( Lai(-
ss"e (sanyin) 9 o orix6 ( ) eiticeiro, conhecedor dos poderes das olhas 9 ouiu os pensamentos e sentimentos de Ep Lai. 2etirou, ent"o, de uma de suas caba%as, um pó m6ico e soprou em Ep Lai, dando!lhe o dom da locomo%"o, o poder da a%"o. ss"e nada alou, ss"e n"o ala/ ?as o seu insepar6el companheiro roni disse3Ep Lai, aora oc +6 pode ocupar!se com os assuntos &ue tanto lhe preocupam5.
Exu a&onsel/a Ep( Lai( a pro&urar a+uda dos deuses-
Foi uma itória, uma rande itoria. ?as Ep Lai sentia &ue so$inho seria muito di8cil a$er aluma coisa. @uscou parceiros entre as arores da sua idade, nada conseuiuA tentou as mais elhas, e nada. Ele n"o sabia nem como, nem por onde come%ar. B6 estaa icando desanimado &uando Exu ( CsD) 9 enhor do
moimento e da a%"o 9 eio em seu socorro e disse!lhe &ue &uando os nossos semelhantes n"o nos a+udam, deemos buscar o apoio dos deuses. idéia oi bem recebida. ?as onde encontrar esses deuses 9 se peruntou a esperta arore$inha. Exu, &ue n"o precisa &ue os homens alem para &ue ele os entenda, deu a resposta3Na nature$a. 'rocure os deuses na nature$a.5
Ep( Lai( en&ontra Oxum-
Ep Lai sabia &ue na loresta onde nasceu e cresceu existia uma linda cachoeira. Loo imainouA a&uele deeria um luar escolhido para morada diina. arore$inha n"o estaa errada- nas cachoeiras e nos rios mora oxum (Ọṣun), a linda deusa &ue, coberta de ouro e com o$ doce como mel, sedu$ a todos. charmosa e aceira xum &ue, denosa, cobre de deno os seus proteidos. Esperan%oso, Ep Lai correu para a cachoeira. ual n"o oi a sua surpresa, &uando da linda cachoeira de &ue tanto ouiu alar só restaa um ino io dG6ua. Homo tinha aprendido com Exu, a diindade respons6el pela comunica%"o, a a$er as sauda%;es necess6rias para entrar em contato com os deuses, Ep Lai, emocionado, eocou oxum di$endoxum, Ere ii I/ (Jsun re Kyé) 9 xum, amia &ue arada, &ue a$
todas as ontades. Ep Lai esperou, esperou, esperou, mas a deusa n"o deu o ar de ua ra%a. Ele icou sem entender o estaa acontecendo'or&ue a deusa das 6uas doces n"o atendia ao seu chamado* E por&ue a cachoeira &ue ele tinha conhecimento &ue era t"o linda, aora estaa t"o su+a, raca, sem ida* entou desolado e implorouMb6 >+é < b6 Mb6 >+é < b6 Jsun
(auda%;es a oc, xum). Hondo8da, xum apareceu. ?as apareceu chorando... E as l6rimas da deusa se uniram >s de Ep Lai. Nada alaram. cachoeira estaa raca. xum estaa raca. orte e r6il arore$inha pensou em desistir. e até os deuses estaam desistindo, o &ue poderia ela a$er* ?as Exu suriu, como sempre repentinamente, e arumentou3Ep Lai, sempre se pode a$er aloA se xum est6 raca, alimente!a. Fortalecida, ela n"o lhe near6 apoioG.
Ep( Lai( e a o*erenda para Oxum-
Foi assim &ue mais uma e$ orientado por Exu, Ep Lai oertou > deusa ua comida predileta- ei+"o radinho com oos 9 um omoluOu!olelé.
Ep( Lai( en&ontra 0eman+,1 a mãe de todos os Orix,s-
Ep Lai depositou a&uele belo prato na beira da cachoeira e seuiu em dire%"o ao mar. @uscaria apoio em Keman+6 (Keman+6), a deusa m"e de todos os rix6s &ue, com irme$a e autoridade, é respons6el pela cabe%a dos homens e por mostrar!lhes o caminho correto para &ue cumpram com dinidade os seus destinos. ue surpresa tee Ep Lai ao er o mar... entiu o mistério da ida ibrar dentro de si e encantado saudoudIia/ (d< Py6)
Keman+a n"o respondeu, esta irada/ s pessoas, irresponsaelmente, +oaam latas, arraas, sacos...tudo no mar. b+etos &ue leam séculos para sumirem da nature$a. indina%"o da Qrande ?"e aitaa ortemente as ondas, &ue deoliam aos homens o lixo &ue eles depositaam na sua morada. Esta oi a orma &ue Kemana+6 encontrou para punir seus ilhos e assim, mais uma e$, tentar mostrar!lhes as conse&Rncias dos seus inconse&Rentes atos. Ep Lai até podia ter tido medo de Keman+6, mas n"o tee. Era raia de m"e. 2aia &ue brota do amor. Ent"o ele pensou3limentei xum para &ue Ela icasse orte, e Py6, o &ue posso a$er para acalm6!L6* ura e$ Exu, o mais humano dos deuses, eio ao seu socorro3Ep Lai, o cheiro da olha ala$ema sempre acalma, porém o melhor calmante para uma m"e é continuar acreditando &ue seus ilhos est"o se esor%ando para estarem em harmonia consio, com os seus semelhantes e com a nature$a como um todo5. Era o &ue a arore$inha precisaa ouir. ?esmo so$inha, come%ou a retirar da areia da praia o lixo deolido por Keman+6. mar reolto oi se acalmando e yeman+6 adormeceu. Ep Lai preeriu deix6!La descansando. #escanso de m"e é sarado/ utro dia ele oltaria para pedir eus conselhos. Ep Lai sentiu &ue precisaa oltar para a loresta.
Ep( Lai( en&ontra O2um e Orix, O3)-
No caminho de olta encontrou um (JSn), o deus &ue abandonou as ca%adas para dedicar!se ao o8cio de erreiro e assim a+udar os homens no trato com a terra.
um andaa r6pido. Ep Lai saudou, mas um continuou andando em passos laros. 'arecia ter destino certo. Pndo em busca do apoio de oum, Ep Lai seuiu o seu rastro e encontrou em uma conersa nerosa com rix6 OI 9 o deus da aricultura. arore$inha nem ousou saud6!Los, pois tinha conhecimento do +eito explosio de um. lém do mais, seria muita alta de educa%"o interromper a conersa de dois deuses. ?esmo aastado, Ep Lai n"o deixou de ouir a conersa entre os deuses, deido ao tom de o$ de um e até mesmo de rix6 OI, &ue conhecidamente calmo, também estaa exaltado. N"o era para menos, tanto empenho tieram para a+udar o homem a sobreier- um pra criar a enxada, o ac"o e outras erramentas necess6rias para arar a terraA rix6 OI para criar e desenoler a aricultura de orma sustent6el, e aora ia os homens simplesmente a$endo &ueimadas, &ue só contribuem para &ue o planeta i&ue mais destru8do*/
Ep( Lai( resolve voltar para &asa-
#a ira de Pyeman+6, Ep Lai n"o tee medo, mas da ira de um, sim. E preeriu, realmente, oltar loo para sua 3casa5, onde pensaa encontrar a tran&Rilidade necess6ria para reletir sobre sua 3pererina%"o5. ?as a loresta &ue ira Ep Lai crescer estaa uma conus"o só- m6&uinas e mais m6&uinas derrubando as suas companheiras. ora n"o tinha mais +eito/ 9 pensou Ep Lai 9 N"o contaa com ninuém, nem mesmo com os deuses, só lhe restaa desistir.
Ep( Lai( volta a en&ontrar Exu e .ando1 o rapaz 4ue l/e plantou trazendo os outros orix,s-
Nesse momento, no entanto, Ep Lai iu de lone um permanente companheiro seu, acompanhado de aluém &ue ele sabia conhecer, mas n"o identiicaa &uem era. Exu ent"o, disse!lhe3Estamos a&ui, meu amio/ Eu e Nando, o rapa$ &ue lhe plantou. lhe para a&uela montanha/ e+a o &ue ninuém - todos os deuses est"o descendo. N"o só os deuses &ue oc conhece, como tambémTano (anó) #eus da Busti%a, xal6 (sal6) #iindade da 'a$, molu (molu) ?édico por excelncia, i6 (ya) #eusa dos entos e das :empestades, xumare ( sumaré) enhor do E&uil8brio e Eu6 (EUa) ua companheira insepar6el,...
:odos eles sendo uiados por xossi ( sosi) #eus protetor dos animais e das lorestas5. Ep Lai, ao ouir as palaras de Exu e isuali$ar a cheada dos #euses, percebeu &ue nunca estee só e &ue sua pererina%"o oi necess6ria apara descobrir a sua capacidade de acreditar nos outros.
Os orix,s *azem uma assem5léia para de&idir &omo a+udar Ep( Lai(-
s orix6s, sentados em c8rculo, i$eram uma assembléia, um conselho (Qbimoran), para decidir como cada um deles poderia a+udar Ep Lai na sua nobre miss"o- xal6 e TanI ariam uma mistura de &uiabo com 8b8n (caramu+o) para por nas 6uas, a im de limp6!lasA rix6 OI e um trabalhariam no sentido de transormar a su+eira da terra em eneria aproeit6elA Keman+6 orientaria os homens e xum as crian%as, para &ue se ocupassem mais com os problemas &ue ossem comum a todosA xossi pediria >s aes &ue pusessem os seu de+etos em luares apropriados, de orma &ue se transormassem em eetais. xumar, respons6el pelo e&uil8brio cósmico, deixaria cair chua de orma orani$ada. Nesse eento, Exu, como sempre, ora indispens6el. Ele é o rande amio dos homens, &uele &ue entende como nenhum outro as necessidades e conlitos humanos.
s orix6s seuiram para o run, n"o sem antes deixar uma mensaem escrita nas nuens para todos os homens do planeta-
E oc, o &ue pode a$er para contribuir com o e&uil8brio do mundo* Fim
Epé Layé de Maria1 Stella de Azevedo Santos,
alador 9 @ahia 9 @rasil ! V00W, Mãe Stella de Oxóssi