Tema de Estudo para Obreiros
— Uma Proposta de Hermenêutica Simplificada
I. TEMA
Princípios Básicos de Interpretação Interpretação Bíblica. Bíblica. “Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei”. Salmo 119.18
II. Objetivo Principal
Apresentar aos obreiros presentes ao estudo formas básicas de interpretação do texto bíblico para serem utilizadas em seus devocionais particulares e nos cultos de doutrina, provendo alimento de qualidade ao seu rebanho.
III. Objetivos Secundários
III. Objetivos Secundários 1. Apre Aprese sent ntar ar form formas as de int inter erpr pret etaç ação ão bíb bíblilica ca facilmente aplicáveis por qualquer obreiro; 2. Dem Demons onstra trarr mét método odoss de int interp erpret retaçã ação o bíb bíblic lica a que prescindem de outros recursos além do texto bíblico; 3. De Demo mons nstr trar ar que que não não é obr obrig igat atór ório io pos possu suir ir um um curso ou diploma(*) para interpretar a Bíblia para uso em sermões básicos; 4. Apl Aplica icarr algu algumas mas reg regras ras e orie orienta ntaçõe çõess útei úteiss para para interpretar a Escritura de forma adequada. (*) se houver oportunidade de fazer um curso, não
desperdice essa chance.
IV. Desenvolvimento
1. Conceitos Básicos
Hermenêutica O termo "hermenêutica" provém do verbo grego " hermēneuein" e significa "declarar", "anunciar", "interpretar", "esclarecer" e, por último, "traduzir". Significa que alguma coisa é "tornada compreensível" ou "levada à compreensão". Ex.: Ne 8.8, 12; Dn 5.7-17 e At 8.30, 31. Alguns defendem que o termo deriva do nome do deus da mitologia grega Hermes Hermes.. O certo é que este termo originalmente exprimia a compreensão e a exposição de uma sentença "dos deuses", a qual precisa de uma interpretação para ser compreendida corretamente. Existem vários tipos de hermenêutica, sendo que a bíblica e a jurídica são as mais conhecidas, mas existem outras como a corânica (do corão) e a talmúdica (do talmude).
Hermenêutica - enfatizando
Esclarecer o sentido: propósito da hermenêutica
Exegese É a interpretação profunda de um texto bíblico bíblico,, jurídico ou literário literário.. A exegese como todo saber, tem práticas implícitas e intuitivas. A tarefa da exegese dos textos sagrados da Bíblia tem uma prioridade e anterioridade em relação a outros textos. Isto é, os textos sagrados são os primeiros dos quais se ocuparam os exegetas na tarefa de interpretar e dar seu significado. A palavra exegese deriva do grego exegeomai , exegesis; ex tem o sentido de ex-trair, externar, ex-teriorizar, ex-por; quer dizer, no caso, conduzir, guiar. Ex.: Daniel faz a exegese das palavras escritas na parede, como consta em Dn 5.25-28. A Exegese Bíblica aplica-se na correta interpretação dos manuscritos sagrados, tendo como princípio básico a correta interpretação de uma palavra a partir da língua original em que a mesma foi escrita, abrangendo inúmeras vertentes e variantes de uma mesma palavra em seus variados sentidos e aplicação.
Exegese - enfatizando
Extrair o sentido: propósito da exegese
Eisegese Por eisegese, compreendermos todo movimento feito a partir de um texto bíblico, indo na direção contrária da proposta pela exegese. Em outras palavras, se a exegese dedica-se a revelar ao leitor o que o texto diz, extraindo dele, o texto, seu significado original; a eisesege, por sua vez, dedica-se a inserir no texto algum significado que o leitor acha que este possui, ou meramente quer que possua. Mas a Bíblia diz À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais “ À verão a alva”, em Is 8.20 (ARA).
Na exegese o leitor extrai da Bíblia o sentido pretendido pelo autor enquanto na eisegese, o leitor injeta (inocula) na Bíblia o sentido que ele considera ser o correto. Enquanto a exegese busca o sentido real do texto, a eisegese infere no texto um significado já pré-concebido pelo intérprete. ● É a ferramenta mais utilizada por seitas para criarem heresias.
Eisegese - enfatizando
Inserir outro sentido: propósito da eisegese
Lembre-se: exegese = ExTRAIR, eisegese =
Introduzir .
Homilética O termo Homilética é derivado do Grego " HOMILOS" o que significa, multidão, assembléia do povo, derivando assim outro termo, "HOMILIA" ou pequeno discurso do verbo " OMILEU " conversar. O termo Grego "HOMILIA" significa um discurso com a finalidade de convencer e agradar. Portanto, Homilética significa " A arte de pregar ". ". A arte de falar em público nasceu na Grécia antiga com o nome de Retórica. O cristianismo passou a usar esta arte como meio da pregação, que no século 17 passou a ser chamada de Homilética. Ex.: Paulo e seu discurso no areópago, em At 17.19. Homilética é o estudo dos fundamentos e princípios de como preparar e proferir sermões. É a ciência cuja arte é a pregação e cujo resultado é o sermão. É a arte do preparo e pregação de sermões.
Homilética - exemplo
Retórica A retórica é a técnica (ou a arte, como preferem alguns) de convencer o interlocutor através da oratória oratória,, ou outros meios de comunicação. Classicamente, o discurso no qual se aplica a retórica é verbal (oral), mas há também — e com muita relevância — o discurso escrito e o discurso visual. ● Exemplo de retórica no discurso escrito, quando Elias mandou um “recado de Deus ” para o rei Jeorão, em 2Rs 21.12. ● Exemplo de retórica no discurso visual, quando Ezequiel serve de modelo, encenando o exílio para a nação, em Ez 12. Em verdade, a oratória oratória é um dos meios pelos quais se manifesta a retórica, mas não o único. único. Logo, a retórica, enquanto método de persuasão, pode se manifestar por todo e qualquer meio de comunicação. A eloquência é também uma das formas pelas quais a retórica se expressa, e uma pessoa eloquente é aquela que transmite corretamente sua mensagem e consegue persuadir seus ouvintes.
Retórica = persuadir, convencer
Oratória Trata-se de método de discurso discurso,, da arte de como falar em público ou o conjunto de regras e técnicas que permitem apurar as qualidades pessoais de quem se destina a falar em público. Na Grécia Antiga, Antiga, e mesmo em Roma Roma,, a oratória era estudada como componente da retórica (ou seja, composição e apresentação de discursos), e era considerada uma importante habilidade na vida pública e privada. privada. Ari Arist stóteles óteles e Quintiliano estão entre os mais conhecidos autores sobre o tema na antiguidade. Na pregação, a oratória pode ajudar na beleza do discurso, mas jamais no impacto da pregação. Esse impacto se dá, basicamente, através da oração e estudo da Palavra. Em resumo: mais vale uma pregação sem beleza, mas impactante, do que um belo discurso vazio de sentido espiritual e que não transforma os ouvintes.
Oratória = comunicar ao público
Observação: A oratória é componente da retórica
Loquacidade (tagarelice) É o hábito de falar muito, e embora na antiguidade fosse quase um sinônimo de eloquência, hoje a loquacidade tem sentido pejorativo e se confunde com prolixidade que, por sua vez, é a exposição cansativa e inútil de palavras ou argumentos. É o excesso de palavras para exprimir poucas ideias. Ao texto ou discurso prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa o leitor. O apóstolo Paulo foi acusado de loquaz ( paroleiro ou tagarela em algumas versões) pelos atenienses, em At 17.18. Para se prevenir da prolixidade é necessário que se tenha atenção à concisão e precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se
Loquacidade (tagarelice)
IV. Desenvolvimento
2. Princípios Básicos
Como devemos interpretar a Bíblia? 1. Diretrizes seguras de interpretação da Bíblia: a. Crendo que a Bíblia é a Palavra de Deus: 1Tm 3.16, 17; b. Orando e meditando: Sl 1 e 119.15; c. Lendo repetidamente o texto: Fp 3.1; d. Respeitando a literalidade do texto, exceto se o mesmo assim o permitir: Is 8.20; e. Conhecendo e respeitando suas próprias limitações: Pv 3.5 e Jr 9.23, 24;
Como NÃO devemos interpretar a Bíblia? 1. Cuidados que devemos ter ao interpretarmos a Bíblia: a. Não negligenciar o texto ● Nã Não o lend lendo o o sufi sufici cien ente te par para a ente entend nder er o que que o tex texto to realmente diz; ● Le Lend ndoo-o o com com de desi sint nter eres esse se,, des desat aten ençã ção; o; b. Não desrespeitar o texto ● Deturpação : atribuindo ao texto aquilo que ele não diz, ex.: Jr 28; ● Adição: colocando palavras no texto que não estão lá, ex.: Pv 30.6 e Ap 22.18; ● Omissão: suprimindo palavras do texto, seja por não entendê-las, seja por não gostar do que o texto diz, ex.: Jr 23.30 e Ap 22.18; c. Não superestimar sua própria capacidade de interpretação ● Moi Moisés sés est estava ava cer certo to de de que que seria seria o liber libertad tador or do do povo, povo, mas errou o tempo e a forma que o Senhor faria isso por meio dele, em At 7.22-27.
Outras formas de se interpretar a Bíblia 1. Comparando passagens paralelas em versões diferentes: a. Mesm Mesma a passagem passagem em em Almeida Almeida Corrigi Corrigida da e Atualiza Atualizada, da, p. ex. ex. com o intuito de expandir o texto com palavras diferentes, mas com mesmo sentido; 2. Contextualizando a passagem bíblica: a. Historicamente: quando aconteceu e em que circunstâncias, possíveis causas; b. Geograficamente: onde ocorreu e no meio de qual povo ou cultura, possíveis influências. 3. Aplicando o textos (traga-os para a vida vida real de seus ouvintes): ouvintes): a. À realidade realidade dos dos ouvintes ouvintes:: situações situações específ específicas icas que que ocorrem ocorrem com com pessoas da comunidade ou fatos bem conhecidos da audiência, demonstrando como o texto bíblico pode ser útil ao ouvinte; b. Às situações situações cotidi cotidianas anas:: eventos eventos genéricos genéricos que podem podem acontece acontecerr com qualquer pessoa ou e qualquer lugar, servindo o texto bíblico de orientação no proceder.
Mais formas de se interpretar a Bíblia 1) Por meio de analogias (sinonímia) a) Subs Substitui tituindo ndo palavras palavras por por outras com com significado significado semelha semelhante, nte, para para enriquecer a interpretação; 2) Por meio de antíteses (antinonímia) a) Subs Substitui tituindo ndo palavras palavras por por seus antônim antônimos os (palavras (palavras contrár contrárias) ias),, para descobrir o que o texto proíbe ou censura; 3) Por meio de omissões a) Refletir sobre aquilo que o texto deixa de mencionar, tentando descobrir o porquê de sua omissão;
(esse recurso - das palavras não ditas – deve ser usado com cautela, pois pode levar a interpretações equivocadas) equivocadas)
IV. Desenvolvimento
3. Colocando em prática
Exemplos Práticos 1. Texto: Tiago 5.16b “ A A oração de um justo justo pode muito em seus efeitos”. efeitos”. a. Ler em vers versões ões dif difere erente ntess para para expa expandi ndirr o enten entendim diment ento; o; i. ARC: a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. ii. ARA: Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. b. Explor Explorar ar o cont context exto o histór histórico ico-ge -geogr ográfi áfico co da épo época ca de Tiag Tiago, o, procurando entender o texto como se fosse seu contemporâneo, demonstrando que os crentes da época tinham poucas opções de justiça, amparo à saúde e segurança, mas recorriam à oração constantemente. Se orar não desse resultado, por que continuariam a orar e incentivar os outros a tal? Contextualizar é o mesmo que aproximar os ouvintes do texto; c. Aplica Aplicarr o texto texto à reali realidad dade e dos ouvi ouvinte ntes, s, ou seja seja,, aproxi aproximan mando do o texto texto dos ouvintes, tornando-o fácil de ser assimilado, e a melhor forma de fazer isso é por meio de ilustrações, tal como Jesus fazia utilizando-se das parábolas, como a do semeador , por exemplo;
Exemplos Práticos d. Explorar os sinônimos de i. oração: súplica (pedir com humildade, reverência), clamor (gritar); ii. justo: justificado, íntegro, sem folgas (apertado). Esse recurso deve obedecer o seguinte: identificar o pré-requisito (oração), verificar o atendimento a esse pré-requisito (orar) e o resultado esperado (resposta), ou seja: ➔ fez o que o texto diz e espere o resultado que ele promete; e. Explorar os antônimos de i. oração: exigência, irreverência (arrogância), ordem; ii. justo: injusto, faltante, folgado. Esse recurso expressa o seguinte entendimento: identificar o pré-requisito (oração), demonstre o não-atendimento a esse requisito (não orar) e revele o resultado inesperado (sem resposta ou resposta contrária), ou seja: ➔ faça o contrário do que o texto diz e colha as consequências dessa desobediência, que é o contrário do que foi prometido.
Exemplos Práticos f. Omissões do texto, que é um recurso que nem todo texto aceita e deve ser usado com discernimento e cautela. ● Exempl Exemplo: o: por que a oraçã oração o de ape apenas nas UM (01 (01)) justo justo pro produz duz efeito? Jesus não prometeu estar no meio de dois (02) ou três (03) em Seu nome, então por que não dois ou três justos deveriam orar? ● Será Será que que é porq porque ue a ora oração ção é tão tão pode poderos rosa a que que apenas apenas UM já já consegue fazer diferença? Veja os exemplos de orações solitárias que mudaram a história: 1. Abraão e Sodoma; 2. Elias e os profetas de Baal; 3. Ezequiel e os ossos secos; 4. Davi e Golias. ❏
você se sente desanimado quando ora sozinho, achando que sua
V. Conclusões
Exemplos Práticos
É um dever de todo líder, não apenas para prover um crescimento sadio das ovelhas como para vaciná-los de heresias e falsas doutrinas que proliferam no universo religioso, para o qual a maioria não está preparada. Além disso, o obreiro deve saber interpretar a Bíblia corretamente para que sua vida seja moldada à vontade de Deus, e essa vontade seja aplicada às situações cotidianas e orientando suas decisões nas mais diversas áreas.
Somente um líder que ama, lê e compreende adequadamente a Palavra de Deus pode ser exemplo para a congregação e capaz de ensinar a sã doutrina aos seus liderados. Muitas vezes, os maiores inimigos do Cristianismo não são os que rejeitam a Palavra de Deus, mas aqueles que a ensinam mal. Grandes heresias surgiram por pessoas bemintencionadas que interpretaram erroneamente a Palavra de Deus, e a ensinaram como se fosse uma revelação divina.
A Palavra de Deus deve ser corretamente compreendida para que os falsos mestres possam ser desmascarados, como ocorreu em Ap 2.2 onde a igreja de Éfeso confrontou os falsos apóstolos e os reprovou. Ademais, a Palavra de Deus, como a espada do Espírito, é nossa maior e melhor arma contra os poderes das trevas, fato demonstrado e comprovado no embate entre Jesus e Satanás no deserto, em Mt 4.