2009 Profiforma
[PREVENÇÃO E PRIMEIROS SOCORROS - GERIATRIA] Pretende-se que no final desta UFCD os formandos possuam competências para identificar e utilizar as medidas que contribuem para a prevenção de úlceras de pressão. Devem ainda identificar alguns factores que contribuem para as situações de socorro mais frequentes nas pessoas idosas e estar preparados para actuar numa emergência.
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PREVENÇÃO E PRIMEIROS SOCORROS - GERIATRIA
ÚLCERAS DE PRESSÃO Com o envelhecimento, a pele sofre algumas alterações, tais como: a pele mais seca e fina e com menor elasticidade. É fundamental manter a pele íntegra, para que o organismo se possa defender contra o vento, o frio, micróbios, etc. Uma alimentação e hidratação adequadas, uma boa higiene corporal e ambiental e actividade física são alguns dos factores que ajudam a manter a pele saudável. São diversas as situações que podem provocar feridas na pele, sendo as mais comuns nos idosos que passam muito tempo sentados ou acamados, as escaras ou úlceras de pressão. A úlcera de pressão é uma ferida causada pela pressão constante da área do corpo sobre o colchão, da cadeira ou outros, que, por diminuir a chegada de sangue ao local, prejudica assim a nutrição e oxigenação da área. Há, portanto, uma falta de circulação no local. As úlceras de pressão são, também conhecidas, por “úlceras de decúbito”, “úlceras dos acamados” e “escaras”. As Úlceras de Pressão resultam duma lesão dos tecidos de revestimento, decorrente de um prolongado período de isquémia tecidular, originada pelo compromisso da circulação e do sistema linfático. O aparecimento de úlcera de pressão é considerada um indicativo da qualidade dos cuidados prestados ao doente, de tal modo que, por vezes, os cuidadores, condenamse e ficam embaraçados perante o seu desenvolvimento nos doentes que cuidam. O aumento da esperança de vida e o progresso da medicina, trazem como consequência uma multiplicidade de factores intrínsecos e extrínsecos ao doente que muitas vezes são
difíceis de controlar, são
exemplo a imunodepressão, tratamentos de
quimioterapia, radioterapia, estádios avançados de doença oncológica, instabilidade hemodinâmica, etc. Assim, o aparecimento de úlcera de pressão não deve ser considerado, necessariamente, sinónimo de incapacidade dos cuidadores. As regiões do corpo com proeminências ósseas, podem sofrer grandes pressões, por descuido ou falta de informação. Estas regiões têm de ser protegidas, usando-se
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artifícios para distribuir o peso exercido sobre estas regiões, ou seja, fazer uma distribuição do peso. Caso uma força fique concentrada num ponto, o peso exercido é intenso. Esta concentração de carga provoca pressão da pele, músculos e gorduras sobre os ossos, diminuindo ou interrompendo o fluxo sanguíneo nesta região. Desta forma, o sangue não consegue transportar o oxigénio e os alimentos até às células, provocando a morte das mesmas. Quanto mais células forem atingidas, maior será a úlcera. As úlceras podem-se expandir tanto em largura como em profundidade, podendo atingir as camadas superficiais da pele, os tecidos gordurosos, musculares e ósseos. Existem cinco estádios de classificação, que variam de acordo com a gravidade da Ulcera de Pressão: 1. Rubor e calor local (Pré Ulceroso); 2. Aparecimento de flictenas (bolha de água), acompanhado de rubor, calor e dor (Úlcera de Grau I); 3. Morte do tecido ao nível da pele (Úlcera de Grau II); existe o risco de infecção; 4. Morte do tecido ao nível da pele e do músculo (Úlcera de Grau III); tratamento muito demorado; 5. Morte do tecido ao nível da pele, do músculo e do osso (Úlcera de Grau IV); implica tratamento cirúrgico.
As áreas em que as úlceras surgem com maior frequência são: Quando o doente está em decúbito dorsal: Região sacro-coccígea / região sagrada; Calcanhares; Cotovelos; Omoplatas.
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Quando o doente está em decúbito lateral: Trocanter (osso a nível da anca); Maléolo (tornozelo); Ombro; Orelha.
Locais vulneráveis á formação de Úlceras de Pressão
Prevenção A pele, para além de proteger o corpo transmite grande parte das sensações que a pessoa mantém com o meio ambiente. Por isso, deve ser muito bem cuidada prevenindo o aparecimento de úlceras de pressão, já que provocam grande sofrimento na pessoa e a cicatrização da ferida é demorada. Estas feridas podem ocorrer em qualquer parte do corpo onde tenha saliência óssea. Se a pessoa não tem controle da urina e fezes e tem dificuldades para ter uma boa alimentação o problema pode agravar-se no entanto certas medidas podem ser usadas para diminuir o problema:
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1- A pele deverá ser limpa no momento que se sujar. Evitar água quente e usar um sabão suave para não causar irritação ou ressecamento da pele. A pele seca deve ser tratada com cremes hidratantes; 2- Se a pessoa tem incontinência urinária, usar fraldas descartáveis ou trocar de roupa as vezes necessárias. 3- Os posicionamentos adequados e a utilização de técnicas correctas para transferência da cama para a cadeira e as alternâncias de decúbitos podem diminuir as feridas causadas por fricção. A pessoa precisa ser erguida ao ser movimentada e nunca arrastada contra o colchão. 4- Os idosos com défices nutricionais necessitam receber suplementos alimentares para que não fiquem com défices que provocam fragilidade cutânea. 5- A mudança de posição ou decúbito deve ser feita pelo menos a cada duas horas se não houver contra-indicações; 6- As almofadas de espuma podem ser usadas para evitar o contacto directo das proeminências ósseas (como os joelhos); 7- Nos decúbitos laterais deve evitar-se a posição directamente sobre o trocanter; 8- A cabeceira da cama não deve ficar muito tempo elevada para não aumentar a pressão nas nádegas, o que leva ao desenvolvimento da úlcera de pressão; 9-Se a pessoa ficar sentada na cadeira, usar uma almofada de ar, água ou gel; 10- Usar aparelhos como o trapézio, ou o resguardo da cama para mobilizar (em vez de puxar ou arrastar) a pessoa que não colabora na transferência, ou nas alternâncias de decúbito; 11- Diariamente deve examinar-se a pele do idoso. Se apresentar início do problema não permitir que a pessoa fique sentada ou deitada sobre a região afectada e descobrir a causa do problema para que não agrave; 12- Para o tratamento da úlcera é necessário uma avaliação de um profissional saúde. Em todos os casos lavar com soro fisiológico ou água, não usar: sabão, sabonete, álcool, mercúrio ou eosina.
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Tratamento As Úlceras de Pressão requerem tratamento para restabelecer a sua integridade fisiológica. Um penso ideal deveria proteger a ferida, ser bio-compatível e fornecer uma hidratação ideal. Uma regra nesse caso é manter o tecido da úlcera húmido e a pele ao seu redor intacta e seca.
Prevenção da Infecção As úlceras do estágio II, III e IV são invariavelmente colonizadas por bactérias e na maior parte dos casos, uma limpeza adequada, pode evitar que a colonização bacteriana determine uma infecção clínica.
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ISOLAMENTO E IMOBILIDADE
O envelhecimento ocorre ao longo da vida. Os factores genéticos e os hereditários, os do meio ambiente, os hábitos de vida e os comportamentos influenciam o envelhecimento. O isolamento e a imobilidade a que alguns idosos são sujeitos, reflectem muitas vezes um separação, no âmbito da sociedade, entre as pessoas em idade activa e as pessoas de idade mais avançada. São vários os factores que conduzem a esta situação, mas entre eles estarão certamente a maior incidência e prevalência de algumas patologias nesta fase. Essas doenças são, efectivamente, próprias do indivíduo idoso. Assim, como na criança observamos uma prevalência maior de diversas doenças, que por este motivo, são chamadas doenças próprias da infância, como o sarampo, entre outras, o envelhecimento traz consigo uma maior probabilidade de aparecimento de algumas outras doenças, como os problemas vasculares, arteriais ou venosos; a osteoartrose, a osteoporose, os problemas cerebrais referentes à memória, as alterações do equilíbrio e da marcha e outros, que poderiam assim ser chamadas doenças próprias do envelhecimento, na medida em que reflectem o desgaste dos diversos órgãos do organismo.
PROBLEMAS CARDIOVASCULARES Hipertensão Arterial A Hipertensão Arterial (HTA) é um factor de risco importantíssimo de doença cardiovascular, e a principal causa de morte e incapacidade no nosso País. Hoje sabese que a adopção de um estilo de vida saudável pode prevenir, pelo menos em parte, o aparecimento de HTA. Por outro lado, sabe-se que existe um enorme potencial para reduzir a incidência de doença e de morte cardiovascular se a HTA for detectada precocemente e controlada adequadamente.
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O termo médico para pressão arterial elevada é hipertensão. "Hiper" significa "demais", e "tensão" refere-se à pressão nas paredes das artérias. Algumas pessoas pensam que só quem é tenso ou nervoso pode sofrer de hipertensão, mas mesmo as pessoas calmas e tranquilas podem ter a pressão alta. As principais doenças associadas à HTA, e por ela causadas, são: o acidente vascular cerebral, a cardiopatia isquémica, incluindo angina de peito, o enfarte do miocárdio e a morte súbita; a insuficiência cardíaca; o aneurisma dissecante da aorta e a insuficiência renal. Sinais e Sintomas A hipertensão geralmente não produz quaisquer sinais ou sintomas de alerta. A pessoa pode não sentir a sua pressão arterial mesmo quando ela está elevada. Algumas pessoas têm sintomas, como tonturas, hemorragias nasais ou dores de cabeça, que podem ser sinais de hipertensão ou de outros problemas médicos. A maioria das pessoas não sabe se a sua pressão arterial está alta até que esta seja detectada por um profissional de saúde. Nos primeiros anos, a HTA não provoca geralmente quaisquer sintomas ou sinais de doença, à excepção dos valores tensionais elevados detectáveis através da medição da pressão arterial. Contudo, com o decorrer dos anos, a pressão arterial acaba por lesar os vasos sanguíneos e os principais órgãos vitais do organismo, ou seja o cérebro, o coração e o rim, provocando sintomas e sinais. Causas e Factores de Risco Na maioria dos casos, não se sabe exactamente quais as causas pelas quais a pressão arterial se desequilibra. No entanto, o excesso de peso, as bebidas alcoólicas, os hábitos alimentares inadequados e a falta de exercício físico têm um papel importante na elevação da pressão arterial. Existem alguns casos em que o aumento da pressão é causado por doenças renais ou por alterações hormonais ou pela hereditariedade. Diagnóstico e Prevenção A prevenção e o tratamento da Hipertensão Arterial constituem um enorme desafio de saúde pública. Embora se tenha assistido a importantes avanços no campo da terapêutica farmacológica nos últimos 40 anos, é consensual que muito há ainda a
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fazer, no sentido de reduzir a morbilidade e a mortalidade associadas à Hipertensão Arterial. Existem motivos importantes que justifiquem que os portugueses devam medir a pressão arterial regularmente: a HTA é um problema muito comum em Portugal, ao atingir mais de um quarto da população adulta (25 a 30%). Inicialmente, a HTA não causa quaisquer sintomas: só se descobre medindo. A HTA não tratada implica um risco elevado de doença cardiovascular, que pode progredir, silenciosamente, durante anos. Em Portugal, só cerca de metade dos hipertensos (2 milhões) sabe ter a pressão arterial elevada, apenas um quarto está medicado e apenas um sexto (16%) está controlado (de notar todavia que estes números representam já um grande avanço destes últimos anos, pois há quinze ou vinte anos só 5 ou 6 em cada 100 doentes hipertensos estavam bem tratados). Com base nos motivos atrás apontados, todos os adultos devem medir a sua pressão arterial, pelo menos uma vez por ano, se ela for normal (isto aplica-se com maior razão aos indivíduos obesos, diabéticos, fumadores, ou
com história de doença
cardiovascular na família). Mesmo quando se sente bem, é muito importante que a sua pressão seja tratada e mantida sob controlo. Se ela não for controlada, ficará provavelmente mais alta, aumentando a probabilidade da pessoa desenvolver sérias complicações, como ataque cardíaco, insuficiência cardíaca, acidentes vasculares cerebrais (derrames) e insuficiência renal. Por isso, é importante um adequado controlo da pressão arterial para reduzir o risco de complicações mais sérias ou mesmo fatais. A pessoa pode ter hipertensão durante 15 ou 20 anos até que os sintomas se manifestem, mas poderá ter já uma lesão permanente desenvolvida nos seus órgãos vitais. Mesmo a hipertensão ligeira pode reduzir a sua esperança de vida. Tratamento não farmacológico A adopção de um estilo de vida saudável proporciona geralmente uma descida significativa da pressão arterial, que pode ser suficiente para baixar até valores tensionais normais. As vantagens que advêm de não ser, nestes casos, necessário recorrer a medicamentos (ou ser possível reduzir a sua quantidade) são por demais evidentes para necessitarem de ser enumeradas.
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- Reduzir o consumo de sal. A diminuição do consumo de sal reduz a pressão arterial em grande número dos hipertensos. Esta redução pode ser efectuada, não adicionando sal (ou reduzindo gradualmente a sua quantidade) quer durante a confecção dos alimentos, quer à mesa, evitando ainda ingerir alimentos salgados. - Exercício físico. Através de uma prática física regular pode-se reduzir significativamente a pressão arterial. O exercício escolhido deve compreender movimentos cíclicos (marcha, corrida, natação, dança). Os hipertensos devem evitar esforços (levantar pesos, empurrar móveis pesados), que aumentam a pressão arterial durante o esforço. - Perca peso em excesso – Mantenha uma alimentação saudável, incluindo vegetais, frutas frescas, pão, cereais, leite desnatado e derivados, peixes, aves e carnes magras. Deve comer menos gordura e açúcar, reduzir o álcool e o sal. A ingestão exagerada de sal contribui para o aumento da pressão arterial. Evite usá-lo na preparação da comida ou à mesa. Prefira alimentos frescos e feitos em casa, pois os industrializados têm geralmente um alto teor de sal. - Evite o álcool – Muitos estudos demonstraram uma ligação entre o álcool e a pressão alta. As pessoas que tomam o equivalente a três ou mais copos de cerveja por dia apresentam uma probabilidade três vezes maior de ter pressão arterial elevada do que os que não bebem. O álcool também pode interferir no tratamento. Se tiver pressão alta e, especialmente, se tomar medicamentos, deixe de beber ou reduza ao máximo a ingestão de álcool. - Não Fumar – O seu médico aconselhá-lo-à a deixar de fumar. O tabaco não causa pressão alta, mas pode agravar o quadro clínico, levando à ocorrência de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e alterações na circulação sanguínea das pernas, além de outras lesões. Entre vários componentes químicos, o tabaco contém monóxido de carbono e nicotina, substâncias que reduzem o abastecimento de oxigénio ao coração e aumentam o consumo cardíaco de oxigénio. Assim que deixar de fumar, esse risco é rapidamente reduzido.
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Angina de Peito Angina ou angina pectoris, ou ainda angina de peito, é uma dor ou desconforto localizada tipicamente no centro do peito. As pessoas descrevem-na como um peso, um aperto, um desconforto ou ainda como uma pressão geralmente localizada atrás do osso esterno. Algumas vezes a dor pode se estender para os braços (mais frequente o esquerdo), pescoço, queixo ou raramente nas costas. A dor aparece quando o suprimento de sangue para uma parte do coração é insuficiente em relação ás suas necessidades. Nesta situação o coração não recebe a quantidade de oxigénio e nutrientes necessários para funcionar, o que se traduz em isquémia (dor). Ocorre mais frequentemente durante o exercício ou stress emocional, pois nestas situações a frequência cardíaca (número de batimentos do coração) e a pressão arterial aumentam e consequentemente o coração necessita de mais oxigénio para que o músculo cardíaco funcione. Para trabalhar mais, o seu coração precisa de mais oxigénio. Se as artérias coronárias não conseguem fornecer o oxigénio suplementar quando o coração necessita dele, a dor e o desconforto provocados pela angina fazemse sentir. No entanto, é importante entender que uma deficiência repentina de abastecimento de oxigénio ao coração e episódios de agravamento da isquémia miocárdica podem ocorrer sem causar dor ou outros sintomas perceptíveis. Estes episódios indolores são geralmente descritos como isquémia silenciosa ou assintomática e, em muitos indivíduos, podem ocorrer mais frequentemente do que as crises dolorosas É também importante entender que a isquémia miocárdica silenciosa apresenta o mesmo risco que os episódios dolorosos para problemas cardíacos mais graves, tais como ataques cardíacos e, por fim, insuficiência cardíaca. Portanto, se seu médico lhe disser que tome determinada medicação independentemente de você manifestar ou não sintomas de angina, é muito importante fazê-lo porque a medicação pode reduzir a frequência e a gravidade das crises, tanto silenciosas como dolorosas.
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Sinais e sintomas É importante notar que a dor provocada pelas crises de angina não é igual em duas pessoas. A sensação de dor e desconforto, a sua localização e a frequência com que ocorre variam de uma pessoa para outra. Geralmente, a dor ou desconforto são breves, durando apenas alguns minutos. Têm sido descritos pelos doentes como uma sensação de peso, tensão, queimadura, pressão ou aperto, geralmente atrás do esterno (osso frontal do peito). Pode também parecer indigestão, falta de ar ou sufocação. O desconforto pode espalhar-se para outras partes do corpo, causando entorpecimento ou dor nos ombros, braços ou pulsos, dor no maxilar, pescoço, garganta, dentes, gengivas ou mesmo nos lóbulos das orelhas. Embora a angina varie de pessoa para pessoa, tem geralmente as mesmas características em todos os episódios de um mesmo indivíduo. Isto significa que em cada episódio de angina, irá provavelmente sentir o mesmo grau de dor e desconforto na mesma parte do corpo e durante o mesmo período de tempo. Factores de Risco Os factores de risco que não pode controlar são os chamados "não-modificáveis" e incluem: •
História de antecedentes familiares de doença cardíaca, isto é, se alguém da sua família sofre ou sofreu de insuficiência coronária, o seu risco de vir a desenvolver o mesmo tipo de doença é maior;
•
Ser do sexo masculino, porque a insuficiência coronária ocorre mais frequentemente em homens do que em mulheres;
•
Ter diabetes. Actualmente, sabe-se que a manutenção de um nível adequado de açúcar no sangue com o uso de medicamentos irá reduzir o risco de complicações ateroscleróticas;
•
Ter mais de 40 anos de idade.
Os factores de risco que se podem controlar são os chamados "modificáveis" e que incluem: •
Pressão alta ou hipertensão;
•
Hábitos tabágicos
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•
Excesso de peso;
•
Episódios de tensão nervosa e stress excessivos;
•
Valores elevados de colesterol.
Tratamento As principais metas do tratamento são o alívio da dor, impedir o aparecimento de futuros episódios anginosos e desacelerar a progressão de insuficiência coronária. O tratamento da angina pode ser conseguido através de medicamentos, cirurgia e controlo de determinados factores de risco que aumentam as suas hipóteses de desenvolver insuficiência coronária.
Enfarte do Miocárdio O Enfarte Agudo do Miocárdio caracteriza-se pela interrrupção total do fornecimento de sangue a determinada região do coração, provocada pela obstrução dos vasos sangüineos que irrigam esta região (artérias coronárias) seja por espasmo (contração) do vaso, seja por um coágulo formado pela ruptura de uma placa de gordura que obstrui um vaso. Nesta situações, o fornecimento de oxigénio e outros nutrientes necessários, levados pelo sangue, é interrompido, provocando sofrimento das células, traduzindo-se em dor. Factores de Risco Ocorre mais frequentemente durante os exercícios ou 'stress' emocional, pois nestas situações a frequência cardíaca (número de batimentos cardíacos) e a pressão arterial aumentam e o coração necessita de mais oxigénio. O suprimento de sangue para o músculo cardíaco é feito pelas artérias coronárias. Modificações nesse suprimento geralmente causadas por alguma obstrução nas artérias coronárias podem causar problemas. Os principais factores de risco são: - Tabagismo; - Diabetes Mellitus; - Obesidade;
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- Hipertensão Arterial; - Sedentarismo; - Stress; - Heditariedadade( pesoas na família que sofrem da doença); - Dislipidemias( aumento da taxas de gordura no sangue). Sinais e Sintomas Sintomas clássicos: dor na região precordial (região anterior e esquerda do tórax) ou no meio do peito (retroesternal), em sensação de aperto, queimação, pressão ou peso, com intensidade variável, prolongada (acima de 30 minutos) e que não melhora com o repouso ou o uso de medicação específica (nitrato) por via sublingual; Sintomas associados: naúseas, vómitos, dispneia (cansaço), sudorese fria, palidez, fraqueza; Sintomas atípicos: IMPORTANTE!!!: são sintomas que simulam outras doenças: dor ou desconforto nos braços, pescoço, dorso (costas) e mandíbulas (queixo), palpitações (sensação das batidas do coração); dor epigástrica ("boca do estômago", e azia simulando gastrite e úlcera (encontrado com certa frequência); Sem sintomas (assintomáticos): principalmente em idosos e diabéticos, manifestando-se através de síncope (desmaio), sintomas e agravamento de insuficiência cardíaca, AVC, "indigestão"; Paragem Cardio-Respiratória (PCR): provocando morte súbita. Prevenção Os doentes com angina de peito devem evitar situações nas quais ela normalmente aparece e informar o médico sobre modificações ou aparecimento de novos sintomas. Alguns hábitos devem ser modificados: abandonar o fumo, controlar a dieta e o colesterol e, ainda controlar a hipertensão arterial. Caso não existam estes factores agravantes fique vigilante, através de consultas e exames periódicos orientados pelo médico.
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AVC – Acidente Vascular Cerebral Um AVC é, antes de mais, um Acidente Vascular Cerebral, ou seja, é uma doença associada a alterações nos vasos sanguíneos do cérebro. Estas alterações são de 2 tipos: isquémicas e hemorrágicas. As primeiras implicam uma redução no fluxo (circulação) sanguíneo cerebral. Esse fluxo é importante porque permite transportar para o cérebro oxigénio e nutrientes essenciais ao funcionamento das células que o constituem. Se esse fluxo é reduzido ou interrompido, as células cerebrais deixam de receber esses elementos essenciais e acabam por morrer. As alterações hemorrágicas correspondem a alterações da permeabilidade dos vasos sanguíneos cerebrais ou mesmo a ruptura dos mesmos. Assim, há saída de sangue desses vasos provocando a formação de um aglomerado de sangue que comprime e irrita as estruturas cerebrais, alterando o seu funcionamento. Quando as células nervosas ou os nervos do encéfalo se lesionam, perdem a capacidade de transmitir mensagens a outras partes do organismo, com o prejuízo provável de funções importantes, como o pensamento, a fala, a coordenação e o controlo motor. Existem tantas manifestações quantas as funções do cérebro. Factores de risco de AVC - Idade (acima dos 50-60 anos) - Sexo masculino (embora seja mais frequente nos homens, nas mulheres há mais mortalidade) - História de AVC na família mais próxima - Hipertensão arterial - Diabetes - Alimentação incorrecta: sal e gorduras - Tabagismo - Alcoolismo (especialmente no caso do AVC hemorrágico) - Anticonceptivos orais (“pílula”) - Stress - Doença cardíaca
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- Imobilização prolongada - Obesidade - Sedentarismo
PROBLEMAS MUSCULOESQUELÉCTICOS
Os distúrbios do sistema músculo-esquelético são causas importantes de dor crónica e de incapacidade física. Embora os componentes deste sistema possam apresentar um bom desempenho, podem ainda assim sofrer desgaste, lesões ou inflamações. As lesões ósseas, musculares e articulares são muito frequentes e com gravidade variável, que pode ir de um estiramento muscular leve a uma distensão ligamentar ou de uma luxação articular a uma fractura. Embora estas lesões geralmente sejam dolorosas e possam acarretar complicações a longo prazo, quase todas apresentam um prognóstico favorável, excepto perante situações de grande debilidade física. A inflamação é uma resposta natural à irritação ou à lesão e produz edema, rubor, calor e limitação funcional. A inflamação de uma articulação é denominada artrite e a de um tendão é denominada tendinite. A inflamação pode ser limitada a uma pequena área do corpo (localizada), como por exemplo uma articulação ou um tendão ou pode ser disseminada, como ocorre em determinadas doenças inflamatórias (artrite reumatóide, entre outras). A inflamação pode tornar-se crónica e persistente, algumas vezes como consequência de movimentos contínuos e de sobrecargas mecânicas e outras vezes por causa de reacções imunes, infecções ou depósitos de materiais anormais. Infecções de ossos e articulações podem limitar gravemente a mobilidade da pessoa idosa e conferir-lhe algum grau de invalidez. O tratamento imediato pode impedir danos permanentes nas articulações. Tumores benignos e cancros por vezes têm origem nos ossos e em algumas situações, mesmo não tendo origem nestes, alastram-se até eles a partir de locais do corpo. Desequilíbrios metabólicos ou hormonais também podem afectar os ossos e as articulações.
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Um exemplo frequente de uma doença óssea é a osteoporose, uma rarefacção dos ossos resultante da perda excessiva de minerais nos ossos. Outro exemplo é a gota, em que cristais se formam nas articulações de indivíduos susceptíveis, que apresentam um nível anormalmente elevado de ácido úrico no sangue. Os exames laboratoriais podem fornecer informações úteis relativas a alguns distúrbios músculo-esqueléticos.
PROBLEMAS NEUROLÓGICOS E SENSORIAIS Doença de Alzeimer A Doença de Alzheimer é a forma mais frequente de demência nos países industrializados e a sua incidência aumenta proporcionalmente ao aumento da densidade populacional. A evolução da doença é muito lenta e a maior parte dos casos são precedidos de uma fase pré-clínica com a duração de alguns anos que é caracterizada por perturbações de memória. A incidência da Doença de Alzheimer aumenta com o avançar da idade, mas pode atingir pessoas mais novas, nao sendo, portanto, um problema da velhice. As características clínicas da Doença de Alzheimer podem variar significativamente de pessoa para pessoa, com um início dissimulado que dificulta o diagnóstico. Porém, como a evolução é crónica e progressiva, é indispensável uma identificação correcta e precoce da doença nas primeiras fases, a fim de permitir tratar os doentes e lhes prolongar a autonomia. Sinais e Sintomas A expresão clínica da Doença de Alzheimer caracteriza-se pela progressiva decadência das funções cognitivas e por uma grave redução da autonomia pessoal e da adequação do comportamento. Os sinais de alarme •
Perda da memória de factos recentes
•
Dificuldade na execução das actividades domésticas e manuais
•
Desorientação
•
Alteração da capacidade de apreciação e raciocínio
•
Dificuldade em fazer contas
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•
Colocar as coisas nos sítios errados
•
Alterações do comportamento
•
Alterações do temperamento
Factores de risco A causa da doença de Alzheimer é desconhecida, mas todos os estudos realizados ao longo dos últimos anos levaram a reconhecer alguns factores de risco, entre os quais os mais importantes são: •
Sexo feminino (ligeiro aumento da prevalência);
•
Idade;
•
Hereditariedade;
•
Traumatismos cranianos;
Doença de Parkinson A doença de Parkinson (DP), é uma doença de evolução lenta e progressiva, na qual se perdem os mensageiros químicos produzidos no cérebro que são responsáveis pelo controlo de movimentos tais como: andar, virar na cama, levantar da cama ou de uma cadeira, falar, vestir , escrever ou outros. Daí a DP ser classificada entre as chamadas “doenças do movimento”. Os sintomas mais comuns são: tremor, rigidez muscular; dificuldade em iniciar os movimentos e lentidão na sua execução; alteração na marcha; alteração do equilíbrio. A doença ainda pode ser responsável por outros sintomas como: depressão, excesso de saliva, dores musculares, prisão de ventre, etc. Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, isto é, um doente pode ter mais tremor e outro ser mais lento nos seus movimentos.
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RISCOS DE ACIDENTE E PRIMEIROS SOCORROS
Os primeiros socorros são a primeira ajuda ou assistência dada a uma vítima de acidente ou doença súbita para estabilizar a sua situação antes da chegada de uma ambulância ou profissional qualificado. Pode envolver o improviso de material valendose das condições e materiais disponíveis no momento. Primeiro socorro é o tratamento inicial e temporário ministrado a acidentados e/ou vítimas de doença súbita, num esforço de preservar a vida, evitar o agravamento do seu estado e promover o restabelecimento.
ACTUAÇÃO NUMA EMERGÊNCIA ABORDAGEM Deve ser feita de uma forma rápida mas calma e controlada, Certifique-se de que não está a correr nenhum perigo ao aproximar-se da vítima. Ao chegar ao local do acidente, declare que é um socorrista diplomado e, se não estiverem presentes médicos, enfermeiros ou pessoas mais experientes, encarregue-se do caso.
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO Assumida a responsabilidade do caso, é fundamental proceder a uma avaliação precisa da situação e decidir sobre as prioridades de actuação. Os factores a ter em conta são os seguintes: segurança para o sinistrado, solicitar ajuda dos “mirones”, determinar as prioridades de socorro e pedir assistência. Os princípios básicos dos primeiros socorros – P.A.S. (Prevenir, Alertar e Socorrer) – aplicam-se a todas as lesões ou doenças, independentemente da sua gravidade. Qualquer que seja o acidente, é dever do socorrista actuar rápida, calma e correctamente. A melhor maneira de actuar é cumprir o plano de acção do socorrista:
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PREVENIR Efectuar uma abordagem rápida mas calma para afastar o perigo da vítima ou a vítima do perigo de modo a que o acidente não se agrave. O socorrista deve actuar consoante o tipo de acidente, prevendo ainda, os riscos decorrentes do mesmo. Diminua o risco de perigo para si, para a vítima e para quaisquer circunstantes e tome precauções no sentido de evitar mais acidentes. Alguns exemplos são: Acidentes rodoviários – Encarregue um circunstante de desviar o trânsito, afastando-o de si e da vítima (retirar o perigo da vítima). Tenha cuidado com os riscos de incêndio, especialmente quando há derramamento de combustível, e desligue a ignição dos veículos envolvidos no acidente. Gases venenosos – Se possível, corte a saída de gás e assegure ventilação adequada. Choque eléctrico – Se possível, interrompa a corrente e tome as precauções necessárias para evitar novos choques. Incêndio e desmoronamento de edifícios – Leve imediatamente a vítima para local seguro, se puder, sem fazer perigar a sua vida (retirar a vítima do perigo). ALERTAR Deve avaliar rapidamente a situação e o sinistrado para fazer o diagnóstico correcto do estado da vítima, baseado na história do acidente, nos sintomas e nos sinais mais importantes, para ser dado o alerta, ligando para o n.º 112. Alguns circunstantes podem ser extremamente úteis e capazes de ajudar o socorrista a estancar uma hemorragia grave, ou a suspender um membro seriamente lesionado. Outros circunstantes há que só perturbam, pelo que deve mantê-los ocupados e assim evitar que interfiram no trabalho. Pode pedir-lhes para regularem o trânsito, impedirem as pessoas de se aproximar ou ainda para irem telefonar a pedir assistência. No entanto, quando mandar um circunstante telefonar, certifique-se de que este compreendeu a mensagem que deve enviar. Faça-o sempre repeti-Ia antes de o mandar e, se possível, peça-lhe para a escrever. Diga o seu nome e comunique as suas habilitações como socorrista. Os pormenores que se seguem são essenciais:
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O seu número de telefone (para que, se por qualquer razão a chamada for cortada, possa ser contactado); A localização exacta do acidente; se possível o nome da rua e quaisquer indicações de cruzamentos ou pontos de referência; O tipo e gravidade do acidente, por exemplo: "acidente de trânsito, dois carros, estrada cortada, há três pessoas encarceradas”; O número, sexo e idade aproximada das vítimas e qualquer informação sobre o seu estado, por exemplo "homem, na casa dos cinquenta, possível ataque de coração, paragem cardíaca”; Informações sobre quaisquer riscos como gás, substâncias perigosas, avaria eléctrica, ou condições climatéricas relevantes, como geada ou nevoeiro. NÃO desligue antes de o seu interlocutor o ter feito. SOCORRER Qualquer que seja a situação, prestar socorro imediato e adequado, conforme está descrito ao longo deste manual. Posicionar correctamente a vítima, de acordo com a lesão ou o seu estado e providenciar a sua evacuação, que inclui levantamento e transporte. Só nesta altura daremos por terminada a nossa actuação.
SITUAÇÕES PRIORITÁRIAS DE SOCORRO Em seguida, são apresentadas as quatro situações de emergência em que o sinistrado corre maior risco devido à interferência com necessidades vitais. São situações prioritárias em relação a todas as outras, quer na prestação do Primeiro Socorro, quer na evacuação para um centro hospitalar, uma vez que comprometem rapidamente a vida da(s) vítima(s). São 4 situações cujas iniciais formam o acrónimo ACHE e que significa, respectivamente: A – ASFIXIA (incapacidade de oxigenação das células por situações relacionadas com a função respiratória); C – CHOQUE (estado de insuficiência circulatória); H – HEMORRAGIA GRAVE (perda abundante de sangue); E – ENVENENAMENTO (absorção ou inalação de tóxicos ou venenos).
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ASFIXIA Há muitas situações que podem conduzir à asfixia, que ocorre quando os tecidos orgânicos não dispõem de oxigénio suficiente, o que pode ser fatal. Esta falta pode ser devida a uma quantidade insuficiente de oxigénio no ar inspirado ou a qualquer outra interferência ou lesão no aparelho respiratório. Sem a quantidade adequada de oxigénio, os tecidos deterioram-se muito rapidamente (células nervosas do cérebro podem morrer após três minutos sem oxigénio). Situações que afectam as vias aéreas • Via aérea obstruída devido à deslocação da língua para o fundo da garganta, numa vítima consciente: comida, vómito ou outros corpos estranhos na via aérea; edema dos tecidos da garganta resultante de queimaduras, picadas ou infecção; • Asfixia com almofadas ou sacos plásticos; • Fluidos nas vias respiratórias; • Compressão da traqueia por garroteamento ou estrangulamento; Situações que afectam os pulmões • Compressão do peito provocada por uma queda de terra ou de areia, por • Esmagamento contra uma parede ou no meio duma multidão; • Lesão nos pulmões; • Lesão na parede torácica, por exemplo, por perfuração; • Ataques que impeçam a ventilação normal. Situações que afectam o cérebro ou os nervos que controlam a respiração • Choques eléctricos; • Envenenamento; • Paralisia em consequência dum ataque ou lesão na medula espinal. Situações que afectam a quantidade de oxigénio no sangue • Ar com oxigénio insuficiente, como o que se encontra em edifícios e túneis cheios de gás ou fumo;
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na
pressão
atmosférica,
a
grandes
altitudes,
num
avião
despressurizado ou na prática de mergulho a grandes profundidades; Situações que impedem a oxigenação dos tecidos do corpo • Envenenamento por monóxido de carbono; Sintomas e sinais gerais • Dificuldade em ventilar: a frequência e a profundidade ventilatória aumentam; • A ventilação pode tornar-se ruidosa com roncos e sibilos; • Possível aparecimento de espuma na boca; • Face, lábios e unhas azulados (cianose); • Confusão; • Possível inconsciência; • Possível paragem ventilatória.
ENGASGAMENTO Ocorre normalmente quando a via aérea fica parcial ou totalmente obstruída pela deglutição dum objecto grande ou quando alguma coisa entra para a traqueia em vez de descer pelo esófago. Contudo, o engasgamento pode também ser causado por espasmos musculares. Os adultos podem engasgar-se com pedaços de comida que foram mal mastigados e engolidos à pressa; as crianças correm um risco maior porque gostam de levar tudo à boca. Na obstrução parcial, o fluxo inspiratório está diminuído e ruidoso. O estridor inspiratório é consequência de obstrução alta da via aérea, enquanto que os sons expiratórios sugerem obstruções das pequenas vias aéreas que tendem a colapsar e obstruir durante a expiração. Há ainda outros ruídos característicos tais como o gorgolejo (que sugere a presença de líquido ou fluído a obstruir a via aérea) e o ressonar (comum na obstrução parcial da faringe pela língua). A obstrução completa da via aérea num doente que se esforça por ventilar resulta num movimento ondulatório paradoxal toraco-abdominal exagerado pelo uso dos músculos acessórios da ventilação. Esta situação pode ser confundida com o esforço ventilatório
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sem obstrução, devendo ser confirmada a obstrução total pela ausência de sons ventilatórios. Se as vias aéreas estão parcialmente obstruídas, a vítima consciente pode fazer deslocar o corpo estranho tossindo, mas se a obstrução for completa é urgente uma intervenção para prevenir uma situação ainda mais complexa. Assim: Vitima consciente, ventilando apesar da evidência da obstrução: • Faça com que continue a tossir, estimulando-a verbalmente e nada mais. Obstrução completa, mostrando a vítima sinais de exaustão ou desenvolvendo cianose e mantendo-se de pé ou sentada: 1 - Fique a seu lado e ligeiramente por detrás; 2 - Coloque-se em posição de equilíbrio; 3 - Sustenha o tórax da vítima com uma mão e incline-a para a frente; 4 - Com a outra mão, aplique cinco pancadas intercostais entre as omoplatas. A manobra interrompe-se logo que reverte a obstrução, podendo não ser necessárias as cinco pancadas; 5 - Se as cinco pancadas não surtirem o efeito desejado (desobstrução), proceda à execução da manobra de Heimlich (também chamada de compressão abdominal), mantendo-se por detrás da vítima e abraçando-a em redor da região epigástrica (entre o apêndice xifóide e o umbigo); 6 - Cerre o seu punho sobre essa região e agarre-o com a outra mão; 7 - Faça um máximo de cinco movimentos bruscos para dentro e para cima, com o objectivo de, ao empurrar o diafragma, diminuir a cavidade torácica, aumentar a pressão no interior das vias aéreas e provocar uma expulsão súbita de ar; 8 - Se necessário, repita a sequência (pancadas/Heimlich) até que o corpo estranho se desaloje da via aérea, ou seja possível retirá-lo com os dedos envolvidos num pano. A obstrução é completa e a vítima está inconsciente: 1 - Use os dedos para tentar remover os corpos estranhos da boca;
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2 - Se não conseguir e não suportar o peso da vítima, inicie as manobras de Suporte Básico de Vida.
CHOQUE A situação de choque é uma condição de fraqueza generalizada do corpo que resulta de uma lesão ou doença que tenha reduzido drasticamente o volume de sangue circulante no corpo, particularmente a nível do cérebro. Isto acontece porque o sangue que é desviado para os órgãos vitais é insuficiente para os manter fornecidos de oxigénio e a funcionar. É uma situação grave que pode tornar-se fatal mesmo quando as lesões tenham sido devidamente socorridas. Há muitas causas de estado de choque, mas elas situam-se em dois grupos principais. Incapacidade de o coração funcionar como bomba A pressão de sangue circulante baixa. Exemplos deste grupo incluem os efeitos da electrocussão e trombos nos vasos coronários que irrigam o coração. Reduzido volume de sangue circulante Exemplos deste grupo englobam as perdas de sangue por hemorragias externas e internas, perdas de plasma por queimaduras graves, de água nos vómitos, diarreias, obstrução intestinal aguda. Neste grupo, as perdas determinam a redução do volume do sangue circulante e, portanto, o estado de choque. O organismo reage ao estado de choque canalizando mais sangue para as artérias que irrigam os órgãos vitais (p. ex., cérebro, coração e rins) em detrimento de tecidos menos importantes (p. ex., músculos e pele). Uma dor aguda ou o medo podem conduzir a um estado de choque especial (neurogénico) ou agravar um estado de choque já existente tal como o faz a posição de pé. Sintomas e sinais À medida que o estado da vítima se agrava, os sintomas e sinais tornam-se mais pronunciados.
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•
A vítima sente-se fraca, a desmaiar, estonteada, ansiosa e inquieta;
•
A vítima pode sentir-se agoniada e vomitar;
•
A vítima pode sentir sede;
•
A pele torna-se pálida ou acinzentada (lábios), fria e húmida e pode começar a suar cada vez mais;
•
Ventilação superficial e acelerada; a vítima pode bocejar e suspirar.
•
A pulsação acelera-se mas enfraquece, tornando-se, por vezes, irregular.
•
Pode sobrevir o estado de inconsciência.
•
Podem haver sinais de lesão associada, externa ou interna.
Objectivo Assegurar um fornecimento adequado de sangue ao coração, pulmões e cérebro, determinar e tentar anular a causa do choque e providenciar o transporte para o hospital. Socorro NÃO desloque desnecessariamente a vítima – pode agravar o seu estado. 1 - Sossegue e conforte a vítima. Tente anular qualquer causa (hemorragia externa). Mova a vítima só o estritamente necessário. 2 - Se o seu estado permitir, deite a vítima de costas sobre um cobertor. Mantenha-lhe a cabeça baixa e voltada para um dos lados (para não perturbar a irrigação sanguínea do cérebro e diminuir os perigos do vómito). 3 - Levante-lhe as pernas e mantenha-as apoiadas sobre roupa dobrada ou de qualquer outro modo apropriado. 4 - Desaperte quaisquer peças de roupa justas para facilitar a circulação e auxiliar a ventilação. 5 - Abrigue a vítima de temperaturas extremas. Mantenha-a confortável. Tape-a com um cobertor ou um casaco. Se a vítima se queixar da sede, humedeça-lhe os lábios com água, mas não dê de beber. 6 - Socorra quaisquer outras lesões. 7 - Verifique a ventilação, a pulsação e os níveis de consciência, de 10 em 10 minutos. 8 - Se a ventilação da vítima se tornar difícil, se o vómito parecer iminente e/ou se a vítima ficar inconsciente, abra-lhe a via aérea e verifique se ventila. Se necessário execute manobras de SBV e coloque em PLS.
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9 - Envie do imediato a vítima para o hospital. Transporte-a numa maca, mantendo a posição adequada.
HEMORRAGIA GRAVE Quando existe uma lesão na pele, ocorre perda de sangue porque a pressão no interior dos vasos sanguíneos força a saída deste. No caso de hemorragia arterial, o sangue vermelho-vivo sai ao ritmo dos batimentos cardíacos; no caso da hemorragia venosa, o sangue é vermelho mais escuro e sai com menos pressão; nos capilares, o sangue sai em toalha. O organismo tem alguns mecanismos naturais que reduzem ou estacam espontaneamente a hemorragia. Quando ocorre um ferimento, a extremidade cortada do vaso sanguíneo contrai-se, reduzindo a perda de sangue e fazendo baixar a pressão sanguínea. Formam-se então coágulos que fecham os vasos lesados. Quanto mais lentamente o sangue sair duma ferida, mais fácil é a formação do coágulo; quanto mais depressa o sangue sair, mais difícil é a conservação dos coágulos formados. HEMORRAGIAS EXTERNAS GRAVES Ocorrem com muita frequência depois duma incisão profunda ou laceração na pele. É uma situação dramática e deve prender a sua atenção no âmbito das prioridades de socorro. Não esqueça que, se a vítima não ventilar, tem de começar imediatamente a ventilação artificial, se a vítima estiver inconsciente, mantenha a via aérea desobstruída e só depois deve socorrer a hemorragia. Caso não se verifique nenhuma destas situações, coloque a vítima na posição que for mais conveniente para controlar a hemorragia. Uma hemorragia grave deve ser estancada o mais depressa possível. Nalguns casos, chegará à conclusão de que só lhe é possível reduzir, e não propriamente estancar, o fluxo sanguíneo, mas isto pode ser o suficiente para salvar a vida do sinistrado. Actue pela ordem indicada: aplique primeiro uma compressão directa sobre a ferida e, só se não for possível fazê-lo ou não resultar e suspeitar de hemorragia arterial, deve aplicar a compressão indirecta. Por fim, coloque a vítima numa posição que lhe permita controlar o fluxo sanguíneo. Lave as suas mãos com água e sabão depois de prestado o primeiro socorro.
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O uso de garrote apenas deve ocorrer nos casos em que o número de situações de socorro essencial excede o número disponível de socorristas. Normalmente, a perda de 500 cm3 de sangue num adulto não interfere significativamente com o seu metabolismo (por exemplo, num dador). Mas quando essa perda atinge 1,5 litros, as consequências podem ser graves porque deixa de haver sangue suficiente para circular através do corpo. Se não actuar rapidamente para estancar uma hemorragia grave, a vítima corre o risco de entrar em estado de choque ou até de morrer. Sintomas e sinais São devidos, por um lado, à própria perda sanguínea e, por outro, à reacção do organismo a essa perda; mas nem sempre são todos visíveis. A cara e os lábios da vítima tornam-se pálidos e a pele fria e húmida à medida que os vasos sanguíneos que a irrigam se contraem para fazer chegar o sangue aos órgãos vitais. Para compensar a perda de sangue, a pulsação acelera-se mas enfraquece. Se a hemorragia se prolongar, pode haver uma diminuição do fluxo sanguíneo que irriga o cérebro e daí resultar perda de visão, de equilíbrio, perturbações da consciência e desmaio. A vítima pode, além disso, mostrar-se ansiosa, inquieta e faladora pela mesma razão. A hemorragia pode também provocar uma sensação de sede que resulta da necessidade natural do organismo de substituir o fluido perdido e uma ventilação sôfrega para superar a falta de oxigénio. Deve actuar-se rapidamente para estancar qualquer hemorragia se: estiver a perder-se uma grande quantidade de sangue; a hemorragia for arterial – sangue vermelho vivo que sai em jactos regulares; a hemorragia se tiver prolongado por um período anormalmente longo. O princípio para estancar uma hemorragia é restringir o fluxo sanguíneo do ferimento e, para isso, favorecer a formação de um coágulo. Isto pode ser conseguido por dois processos: compressão e elevação. Há dois tipos de compressão: compressão directa sobre a ferida e compressão indirecta sobre a artéria que irriga aquela zona. Deve
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tentar-se sempre primeiro a compressão directa. Só se esta falhar, for difícil de fazer ou estiver contra-indicada pela existência de fracturas ou corpos estranhos, se deve recorrer à compressão indirecta. Compressão directa Para estancar uma hemorragia sem interferir no resto da circulação, deve exercer-se de imediato uma pressão directa sobre a ferida. Esta pressão directa comprime os vasos sanguíneos que irrigam a zona e ajuda a reduzir o fluxo de sangue para que se forme o coágulo. A pressão tem de ser mantida entre cinco e quinze minutos porque o fluxo sanguíneo leva um certo tempo a parar. Se houver um corpo estranho alojado na ferida deve exercer-se a pressão ao lado dela. Se possível, deve também levantar-se a zona lesionada e segurá-Ia nessa posição. Isto abrandará o fluxo de sangue devido à diminuição da pressão sanguínea local. Socorro 1 - Cubra a ferida com um penso estéril e aplique a compressão directa sobre a ferida com o polegar e/ou restantes dedos. Se não dispuser de um penso adequado, coloque uma compressa de gaze sobre a ferida, cubra-a com um bocado de algodão e uma ligadura bem apertada 2 - Deite a vítima numa posição adequada e confortável. Levante a zona lesionada o mais alto possível e segure-a. 3 - Aplique um penso esterilizado certificando-se de que cobre uma superfície maior que a da ferida. No caso dum membro, cubra o penso com uma ligadura. 4 - Comprima-o e segure-o com uma ligadura suficientemente apertada para estancar a hemorragia, mas não a ponto de cortar a circulação. Suspenda a região, se for um membro superior, e mantenha-a imóvel (ver suspensões). Se o sinistrado for capaz, peça-Ihe para ele próprio fazer a compressão directa. Se não dispuser de um penso estéril, pode improvisar um com qualquer material limpo e adequado. Se a hemorragia não parar, aplique mais pensos ou compressas e ligue firmemente. Não retire o primeiro penso, pois pode destruir os coágulos e reactivar a hemorragia. Compressão indirecta Se a hemorragia não puder ser controlada através da compressão directa ou se for impossível aplicá-la (por exemplo, no caso de lacerações graves), deve tentar estancáIa exercendo uma pressão indirecta em pontos determinados. Contudo, este método só pode ser usado para estancar hemorragias arteriais nos membros.
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Um ponto de compressão é o local onde se pode comprimir uma artéria contra um osso subjacente, de forma a estrangulá-la e a impedir a passagem do fluxo sanguíneo. Contudo, uma vez que por este processo é cortada a irrigação dos tecidos de todo o membro, não deve ser aplicado por mais de quinze minutos. Há dois pontos de compressão utilizados para estancar hemorragias graves: um na artéria umeral, no braço, e outro na artéria femoral, na virilha. A artéria umeral percorre o interior do braço entre os músculos, seguindo mais ou menos a mesma costura das mangas. Para aplicar a compressão passe os seus dedos por baixo do braço da vítima e exerça uma pressão entre os músculos para cima e para dentro, empurrando a artéria de encontro ao osso. A artéria femoral passa no membro inferior no centro da virilha e percorre o interior da coxa. Para aplicar a compressão, deite a vítima com o joelho flectido. Localize a artéria na virilha e comprima-a contra o rebordo da pélvis, com o punho ou a base da mão. Garroteamento É o último dos recursos e só se deve utilizar em caso de desespero. A sua utilização pressupõe o corte completo de irrigação sanguínea ao membro garroteado.
ENVENENAMENTO Um veneno é uma substância que, ao penetrar no corpo em quantidade suficiente, poderá causar lesões temporárias ou permanentes. Ocorrem todos os anos, em Portugal, muitos casos de envenenamento, alguns deles fatais, tanto em crianças como em adultos. Enquanto alguns são tentativas de suicídio, outros são acidentais e relacionam-se com substâncias usadas no dia-a-dia. Qualquer que seja a causa do envenenamento, a ajuda médica deve ser procurada o mais rapidamente possível. Em cada caso será necessário avaliar rigorosamente as vantagens e riscos da indução (provocação) do vómito. Com alguns tipos de veneno, como determinados medicamentos, petróleo e derivados, cáusticos, venenos inalados ou injectados, e
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quando a vítima está inconsciente, é formalmente contra-indicada (não aconselhada) a execução de qualquer manobra indutora do vómito. Seja de forma acidental ou intencionalmente, os venenos podem entrar no corpo por vários locais: • Boca – ingestão de substâncias venenosas. • Pulmões – inalação de gases domésticos ou industriais, vapores químicos, fumo de incêndios, fogões e escapes de motores de combustão. • Injecção na pele – como resultado de picadas de alguns animais, insectos, peixes ou répteis venenosos ou, ainda, por meio de uma seringa. • Absorção na pele – pelo contacto com aerossóis venenosos, como pesticidas e insecticidas. Quando entram no corpo, os venenos actuam de várias formas. Após a entrada em circulação, alguns venenos actuam sobre o sistema nervoso central, impedindo a ventilação, a acção do coração e outras funções vitais. Outros venenos desalojam o oxigénio do sangue, impedindo a sua distribuição pelos tecidos (respiração celular). Ingeridos, os venenos também reagem directamente nos canais de passagem dos alimentos, tendo como consequência vómitos, dores e, muitas vezes, diarreia. Os venenos corrosivos podem queimar gravemente os lábios, a boca, o esófago e o estômago, causando, deste modo, dores intensas. Prevenção Em casa Explique às crianças o risco de tomar remédios de que não estão a precisar e o perigo de provocar ou mexer em produtos perigosos; Guarde os medicamentos e os outros produtos químicos (produtos de limpeza, pesticidas, tintas, petróleo, diluentes) fora do alcance das crianças; Não aplique raticidas ou naftalina em locais acessíveis às criança;. Não tome nem dê medicamentos às escuras e não exceda as doses prescritas; Não utilize embalagens vazias para guardar outros produtos; Guarde os produtos nas suas verdadeiras embalagens;
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Leia as instruções de aplicação com cuidado e aplique os produtos dentro das regras de segurança, principalmente quando usar pesticidas, produtos corrosivos ou cáusticos, tira nódoas e vernizes; Feche as embalagens e guarde os produtos imediatamente após o uso; Não ponha produtos de uso doméstico junto de comidas ou bebidas; Não dê embalagens vazias às crianças para brincar, deite-as no lixo; Após usar, feche as torneiras do gás, mantenha sempre as instalações em bom estado e se possível com dispositivos de segurança; Não tenha instalações de gás na casa de banho; Guarde em segurança as bebidas alcoólicas; Não esqueça que os perfumes, águas de colónia e loções para a barba podem ser soluções alcoólicas; Não tenha plantas tóxicas em casa ou no jardim e tenha cuidado com as bagas, se tiver crianças pequenas. No campo Não ande descalço nem com sandálias, em locais onde apareçam lacraus (use sapatos fechados, de preferência botas). Não coma bagas ou sementes de plantas desconhecidas. Não apanhe cogumelos se não os distingue com toda a exactidão. Use os pesticidas cumprindo todas as regras de preparação e aplicação e respeite os intervalos de segurança. Não deixe abandonadas embalagens de pesticidas destapadas, vazias ou vasilhas com restos de caldas. Não se aproxime das colmeias. Nas praias Se há notícias de “peixe-aranha”, use sandálias. Se tem alergias evite tomar banho em locais com alforrecas. Não apanhe mariscos em locais conspurcados. Não se aventure a fazer pesca submarina, sem ser acompanhado de conhecedor de peixes perigosos. Nos locais de trabalho Procure conhecer os perigos do manuseamento, da produção e do transporte dos produtos químicos. Cumpra rigorosamente as regras de segurança estabelecidas.
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Não fume, nem beba ou coma em locais interditos.
Sintomas e sinais gerais Os sintomas e sinais variam conforme a natureza do veneno e o local de entrada no organismo. É no entanto possível destacar os mais frequentes. • Informação da vítima ou de um observador indicando contacto com um veneno. • Presença, perto da vítima, de um recipiente que se saiba conter ou ter contido veneno ou uma planta venenosa. • Delírios ou convulsões, sem história anterior deste tipo de sintomas. • Sintomas e sinais de asfixia. • Pode verificar-se inconsciência. • Se o veneno foi ingerido, a vítima pode começar a ter “arranques” ou vómitos e também diarreia. • Queimaduras em volta da boca da vítima. Uma pessoa que tenha tentado suicidar-se pode esconder as pistas externas. Deve procurar quaisquer vestígios de seringas ou comprimidos no lixo ou nos sanitários. Objectivo Manter a via aérea desobstruída e verificar as outras funções vitais (pulso, temperatura). Entregar a vítima aos cuidados de um médico ou enviá-Ia para o hospital o mais rapidamente possível. Socorro geral 1 - Se a vítima estiver consciente, pergunte-lhe rapidamente o que aconteceu. Lembrese de que a vítima pode perder a consciência a qualquer momento. Quando possuir todas as informações disponíveis acerca da situação: qual o veneno (se possível), quantidade, há quanto tempo, via de administração (digestiva, respiratória, cutânea, sanguínea), idade, peso, sexo, estado da vítima, funções vitais, cheiro da vítima, aspecto, cor e outras particularidades, contacte telefonicamente o CIAV, o qual, funcionando 24 horas por dia, sem excepção, lhe poderá prestar todos os esclarecimentos sobre a melhor forma de proceder, nomeadamente, até, a propósito
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da indução do vómito e do modo de a conseguir. O CIAV poderá ser contactado através dos números 808250143, 217950143, 217950144, 217950146. NÃO tente induzir o vómito nos casos formalmente contra-indicados. Se tiver dúvidas, contacte o CIAV. Se os lábios ou a boca mostrarem sinais de queimaduras, arrefeça-os dando à vítima água ou leite para beber. Mesmo sem estes sinais, e desde que feita com moderação e em pequenos goles, a administração de líquidos (água ou leite) ajuda à diluição do veneno. No entanto, saiba que, nalguns casos (venenos lipossolúveis), o leite não poderá ser administrado. 2 - Coloque-a em PLS mesmo que consciente. Pode vomitar. 3 - Sempre que não houver contra-indicações ao uso de vomitórios (ex., perturbações da consciência, cáusticos, petróleo e derivados, produtos que façam espuma, fósforo) ou de laxantes (ex., fósforo), o socorro geral para venenos ingeridos consistirá em: eliminação, prevenção da absorção e eventual neutralização. 4 - Para intoxicações por via cutânea, o socorrista deve precaver-se, através do uso de luvas, lavando abundantemente com água e sabão a zona atingida de modo a arrastar o veneno em causa. 5 - Nas intoxicações por via parentérica (sanguínea), a difusão do tóxico pode ser combatida pelo uso do frio local que, provocando vasoconstrição, diminui a propagação sistémica do veneno, situação que também pode conseguir-se pelo uso do garrote improvisado. 6 - Em situações de intoxicação respiratória, deve colocar-se a vítima num local fresco e arejado. 7 - Se a vítima ficar inconsciente, siga imediatamente manobras de SBV. 8 - Tenha cuidado para não se deixar contaminar com qualquer veneno que possa estar em volta da boca. 9 - Se houver perigo de contaminação (pesticidas) e for necessário executar uma manobra de ventilação artificial, os métodos de ventilação artificial orais (boca-a-boca e boca-a-nariz) podem ser aplicados desde que se tomem algumas precauções, nomeadamente, se aplicar preferencialmente a variante boca-a-nariz e proteger a pele da vítima com um plástico ou celofane na face, devidamente perfurado na zona das fossas nasais. 10 - Promova o transporte imediato da vítima para o hospital, enviando juntamente com ela quaisquer amostras de vómito.
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OUTRAS SITUAÇÔES DE SOCORRO FRACTURAS Uma fractura é um osso partido ou estalado. Apesar da sua parte exterior ser dura, o osso pode estalar ou partir se apanhar uma pancada, se for torcido ou submetido a uma pressão excessiva. Normalmente, é necessária uma força considerável para partir um osso, mas os ossos velhos são frágeis e uma ligeira pressão é suficiente para os fracturar. Em contrapartida, os ossos das crianças são flexíveis e fracturam-se como ramos verdes. Todas as fracturas devem ser socorridas com muito cuidado. Movimentos incorrectos executados por pessoas inexperientes podem agravar as lesões dos tecidos adjacentes. As fracturas podem ser causadas por força directa e indirecta. Sintomas e sinais gerais • A vítima pode ter ouvido o osso estalar. • Dor no local de fractura ou junto dele, agravada pelos movimentos. • Dificuldade ou impossibilidade da vítima em mexer normalmente a zona lesionada. • Sensibilidade no local de fractura, ao ser aplicada uma ligeira pressão na zona afectada. • Inchaço e, mais tarde, equimose na zona lesionada. Esta última pode não surgir de imediato, mas aparecerá à medida que o sangue for penetrando nos tecidos. Poderá também esconder a verdadeira natureza da lesão. • Deformação no local da fractura que poderá ser provocada pela irregularidade do osso; encurtamento, desvio ou rotação do membro (p. e., o membro ultrapassa o seu limite normal de torção – é vulgar um pé torcido ficar voltado para fora devido a uma fractura de colo de fémur; ou ainda depressão, num osso plano. • Durante o exame, pode ouvir-se ou sentir-se uma crepitação – no entanto, isto não deve ser deliberadamente procurado.
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• Sintomas e sinais de choque. O estado de choque será particularmente evidente em casos de fractura de fémur ou da bacia. Nem todos estes sinais e sintomas estarão presentes em todos os tipos de fracturas. O maior número possível deverá, no entanto, ser constatado através da simples observação, sem mover desnecessariamente qualquer zona. Sempre que possível, compare a forma do membro lesionado com a do são. Se tiver dúvidas sobre a natureza da lesão, socorro-a como uma fractura. Objectivo Prevenir o movimento no local lesionado e providenciar o transporte para o hospital. Socorro geral 1 - Fixe e apoie o membro fracturado, segurando-o com uma das mãos acima e outra abaixo do local de fractura. Mantenha o membro fixo até que fique efectivamente imobilizado. 2 - Imobilize o membro fracturado com talas. As talas mais naturais são o corpo da vítima. Para fracturas de membro superior, aplique almofadas e gravatas e ligue o braço ao tronco. Para fracturas de membro inferior, ligue a perna lesionada à oposta. Coloque a perna alinhada, movendo a perna sã de encontro à lesada. 3 - Coloque a vítima na posição mais confortável possível e apoie-a com cobertores enrolados ou materiais similares, especialmente nas zonas proeminentes, cotovelos, joelhos ou zonas côncavas (entre o braço e o tronco). 4 - Para imobilizar uma fractura, deve impedir-se todo o movimento na articulação acima e abaixo do foco da fractura. Utilize ligaduras e talas improvisadas, fazendo suspensão e travamento contra o corpo, no caso de se tratar de um membro superior. 5 - As ligaduras devem estar suficientemente apertadas para evitar movimentos, mas não ao ponto de interferirem com a circulação ou provocarem dor. Verifique a circulação regularmente e lembre-se de que o edema aparece rapidamente. 6 - Se possível, eleve a zona lesionada, depois de imobilizada, para minimizar o desconforto, a hemorragia, o edema e o choque.
QUEIMADURAS
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São lesões nos tecidos provocadas pelo calor ou frio, agentes químicos ou radiações. As queimaduras provocadas pelo calor «húmido», como vapor ou líquidos quentes, são chamadas escaldaduras. Em termos práticos, o socorro das queimaduras e escaldaduras é o mesmo. As queimaduras podem lesionar, além da pele, as camadas dos tecidos subjacentes. A sua gravidade varia em função da profundidade, do tamanho, da localização e idade. A maior parte delas necessita de cuidados médicos. A causa mais comum das queimaduras é o calor. As outras causas incluem o contacto com produtos químicos ou líquidos corrosivos, tanto ácidos como alcalinos, e a sobreexposição a radiações ou a raios solares. As queimaduras apresentam um risco considerável de infecção porque, ao danificar a pele, reduzem a protecção contra os germes proporcionada por esta. Existe também o perigo de choque porque o soro sanguíneo (fluido dos tecidos) liberta-se do sistema circulatório, penetrando na zona queimada. ÁREA A área de uma queimadura indica-nos, de uma forma aproximada, se há probabilidade de se verificar um estado de choque. Quanto maior for a área queimada, maior é a probabilidade de choque resultante da perda de fluidos. Por exemplo, um adulto saudável, com uma queimadura superficial que abrange 9% ou mais da área do corpo, necessitará de cuidados hospitalares. PROFUNDIDADE Há três níveis de queimaduras: superficiais, médias e profundas. No entanto, em regra, é difícil distinguir estes níveis, particularmente nas primeiras fases. Uma queimadura extensa englobará, geralmente, os três tipos. Queimaduras superficiais ou do 1.º grau Estas queimaduras envolvem apenas os tecidos superficiais da pele e provocam vermelhidão, edema e uma forte sensação dolorosa. Normalmente, curam-se rapidamente. Queimaduras médias ou do 2.º grau Estas queimaduras provocam a formação de bolhas e a zona à sua volta ficará vermelha e inchada. Este tipo de queimaduras pode infectar, pelo que deve procurar assistência médica.
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Queimaduras profundas ou do 3.º grau Este tipo de queimaduras atinge todas as camadas da pele. A pele fica branca, esponjosa e, por vezes, enegrecida. Não provoca muitas dores porque, geralmente, verificam-se também lesões nas terminações nervosas. As queimaduras profundas necessitam sempre de cuidados médicos.
QUEIMADURAS SECAS E ESCALDADURAS São os tipos mais comuns de queimaduras, tanto em casa como na indústria, e são uma causa importante das mortes acidentais, tanto entre crianças como entre pessoas idosas. As queimaduras e escaldaduras devem ser arrefecidas o mais rapidamente possível para evitar maiores danos aos tecidos subjacentes, para aliviar a dor, o edema e obviar à possibilidade de choque. O método mais eficaz consiste em colocar a zona afectada sob água ou soro fisiológico frios durante pelo menos dez minutos. Queimaduras ou escaldaduras muito ligeiras podem, normalmente, ser socorridas no local. No entanto, se tiver dúvidas sobre a gravidade de uma lesão ou se a vítima for uma criança, um doente ou uma pessoa idosa, procure sempre assistência médica. Objectivo Reduzir o efeito do calor, evitar a infecção, aliviar a dor e atenuar o choque. Promover o transporte urgente da vítima para o hospital, se as queimaduras forem graves e extensas. Socorro de Queimaduras ligeiras ou Escaldaduras 1 - Acalme a vítima. Coloque a zona lesionada sob uma corrente, não muito forte, de água fria durante 10 minutos – ou mais, se a dor persistir porque o calor pode não ter sido suficientemente retirado da área queimada fazendo com que os tecidos «cozam». Se não houver água ou soro fisiológico frios, pode usar qualquer líquido frio ou inócuo como leite ou cerveja. 2 - Cuidadosamente, retire anéis, relógios, cintos, sapatos ou quaisquer peças de vestuário apertadas da zona lesionada, antes que esta comece a inchar. 3 - Faça um penso na zona lesionada, usando um material limpo, de preferência esterilizado, e compacto. NÃO use adesivos.
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NÃO Aplique loções ou unguentos. Se for do 1.ºgrau pode aplicar um hidratante, como por exemplo a vaselina. NÃO rebente as bolhas, não retire qualquer pedaço solto de pele nem, de algum modo, interfira com a lesão. 4 - Se tiver dúvidas sobre a gravidade da lesão, procure assistência médica.
Socorro de Queimaduras graves 1 - Deite a vítima numa posição confortável. Se puder, proteja as zonas queimadas do contacto com o solo. Se a área queimada estiver ainda quente, deite água, soro fisiológico frio ou outro líquido frio apropriado por cima da queimadura até que a dor passe(+ ou – dez minutos). 2 - Retire cuidadosamente anéis, relógios, cintos e roupas apertadas na zona lesionada, antes que esta comece a inchar. 3 - Cuidadosamente, dispa à vítima qualquer roupa que tenha ficado molhada com líquido fervente, mal ela comece a arrefecer. NÃO retire nada que esteja agarrado a uma queimadura. 4 - Cubra a área lesionada com um penso esterilizado ou outro material compacto sem qualquer medicamento e prenda-o com uma ligadura. Tenha o cuidado de separar zonas de junção (membros, dedos) e pregas de flexão (nádegas, virilhas, pescoço) para evitar a colagem de pele lesionada. NÃO aplique loções, unguentos ou gordura na lesão. NÃO fure bolhas, não retire a pele solta, nem interfira, de qualquer outro modo, com a lesão. 5 - Imobilize um membro que apresente grandes queimaduras (ver Fracturas). 6 - Para atenuar o choque, proceda como aprendeu (ver Choque). 7 - Se a vítima ficar inconsciente, abra-lhe a via área e verifique se ventila. Execute manobras de SBV se necessário e coloque-a em PLS. 8 - Envie imediatamente a vítima para o hospital, mantendo-a na posição adequada. Se necessário, transporte-a numa maca.
ALTERAÇÕES DE GLICÉMIA (HIPOGLICÉMIA) A glicose é a principal fonte de energia do cérebro, sendo utilizada pela maior parte das suas células sem intervenção da insulina. As reservas cerebrais de glicose e de
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glicogénio esgotam-se cerca de 2 minutos após a cessação do fornecimento de glicose ao cérebro, pelo que a concentração desta no sangue é um dos factores mais importantes para a manutenção do metabolismo cerebral. A hipoglicémia severa e prolongada pode ser causa de morte ou de lesões cerebrais irreversíveis. A correcção precoce da hipoglicémia no contexto da assistência pré-hospitalar pode ser um factor determinante da diminuição da mortalidade e morbilidade associadas a esta situação. À medida que os valores de glicémia baixam, a gravidade da situação traduz-se pela instalação progressiva de sinais e sintomas neurológicos. Essa escalada de gravidade, se não for interrompida com o tratamento adequado, acaba por resultar em coma e morte. A determinação da glicemia capilar com tiras reagentes e aparelhos de leitura óptica é um procedimento simples, rápido e suficientemente preciso para ser utilizado como base de diagnóstico e orientação terapêutica. Sinais e sintomas Os sinais e sintomas de hipoglicemia encontrados no contexto da emergência préhospitalar são habitualmente os decorrentes de alterações do estado de consciência. Pensar na hipótese e pesquisar. • Taquicardia e hipertensão • Taquipneia • Palidez e pele fria • Sudorese • Trémulo • Excitabilidade • Discurso arrastado • Comportamento bizarro • Agitação • Comportamento agressivo e hostil • Confusão • Défices neurológicos • Convulsões • Coma Objectivo
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Elevar os níveis de açúcar no sangue.
SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) O conceito de Suporte Básico de Vida Pediátrico pressupõe um conjunto de procedimentos encadeados com o objectivo de fornecer oxigénio ao cérebro e coração, sem recurso a equipamentos diferenciados, até que o suporte avançado de vida possa ser instituído.
Perante uma vítima inconsciente, deve sacudir suavemente os ombros perguntandolhe, ao mesmo tempo e em voz alta "Está a sentir-se bem?” SE A VÍTIMA RESPONDE OU SE MOVE: 1 - Deixe-a na posição em que a encontrou, desde que isso não represente um perigo acrescido e verifique se há sinais de ferimentos; 2 - Reavalie-a periodicamente e peça ajuda se necessário. SE A VÍTIMA NÃO RESPONDE: Peça ajuda, GRITANDO se necessário; 1 - Desaperte a roupa à volta do pescoço, tórax e abdómen; 2 - Vire a cabeça de lado e desobstrua a boca removendo corpos estranhos, incluindo próteses dentárias soltas, mas deixando as dentaduras que estão bem ajustadas na sua posição normal; 3 - Se possível, com a vítima na posição em que a encontrou, coloque a sua mão no cimo da testa, exercendo pressão para inclinar a cabeça, mantendo o polegar e o indicador livres para tapar o nariz, no caso de ser necessário praticar ventilação com ar expirado; 4 - Com as extremidades de dois dedos levante o queixo pela ponta. Esta manobra permite frequentemente o reinício da
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respiração e, em conjunto com a manobra descrita em 3, designa-se por extensão da cabeça. OBSERVE, SINTA E OUÇA A VENTILAÇÃO: 1 - Observe os movimentos do tórax; 2 - Ouça junto da boca, os sons ventilatórios; 3 - Sinta na sua face o ar expirado pela vitima; 4 - Observe, sinta e ouça (Ver, Ouvir e Sentir), durante dez segundos antes de concluir pela ausência de ventilação.
SE A VITIMA VENTILAR: 1 - Coloque-a em posição lateral de segurança, a menos que haja risco de agravar uma lesão; 2 - Mantenha-a sob observação atenta, certificando-se de que ventila livremente. SE NÃO VENTILA OU APRESENTA RESPIRAÇÃO INEFICAZ: 1 - Coloque a vítima de costas. Certifique-se que se encontra sobre uma superfície lisa e firme; 2 - Inicie as compressões torácicas. Para tal, coloque a base da mão apoiada na porção média da metade inferior do esterno; 3 - Coloque a base da outra mão sobre a primeira e entrelace os dedos das duas mãos para assegurar que a pressão não é exercida sobre as costelas; 4 - Debruce-se sobre a vítima, com os braços bem esticados, exercendo pressão sobre o esterno e provocando uma depressão do tórax de cerca de 4 a 5 centímetros, aplicando apenas e só a pressão suficiente para atingir este objectivo. Nunca permita que as mãos abandonem o contacto com o tórax da vítima; Tente que o tempo gasto na fase da compressão e na fase de descompressão seja o mesmo; A frequência de compressão num adulto deve ser de 100 por minuto; 5 – Abra a via aérea fazendo a extensão da cabeça e levantando o queixo;
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6 – Aperte o nariz, entre o Indicador e o polegar, de modo a que fique obstruído; 7 – Inspire profundamente e coloque os seus lábios à volta da boca da vítima, certificando-se de que não há fugas de ar; 8 – Sopre firmemente duas vezes para o interior da boca da vítima, observando a expansão do tórax. Cada insuflação completa deve demorar cerca de 1 segundo. Mantendo a cabeça em extensão e o queixo levantado afaste a sua boca da vítima e verifique que o tórax se esvazia com a saída do ar; Combine a ventilação com as compressões, de modo a que o sangue ao circular artificialmente esteja devidamente saturado com oxigénio, de acordo com a seguinte sequência: Após cada grupo de 30 compressões deve proceder a 2 insuflações com a cabeça em extensão e o queixo levantado. Deve existir apenas o intervalo mínimo necessário entre a sequência de 30 compressões e 2 insuflações; Se existirem 2 socorristas intercala-se 2 ventilações entre cada 30 compressões, cujo ciclo regular se interrompe apenas para permitir a insuflação. Fica um socorrista a fazer insuflações e outro, compressões. O importante é o ritmo e não o número exacto de compressões por minuto. CONTINUAR AS MANOBRAS DE SBV ATÉ QUE: • A vítima apresente sinais de vida (movimentos ou respiração); • Chegue ajuda diferenciada; • Fique exausto e incapaz de continuar o SBV. Embora a ventilação boca a boca pareça ser relativamente segura na maioria das situações, há uma maior segurança utilizando utensílios de interposição tais como máscaras de bolso, em particular se a vítima tem sangue na saliva. Se não possuir estes utensílios e considerar que não existem condições para proceder às insuflações, deve ainda assim, iniciar as compressões cardíacas pois estudos indicam que este procedimento, por si só, permite alguma ventilação pulmonar. O ritmo deve ser de 100 por minuto de forma ininterrupta, havendo lugar a substituição do socorrista, quando necessário
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´ POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA (PLS) Os sinistrados inconscientes que ventilam e que têm batimentos cardíacos devem ser colocados na posição lateral de segurança. Esta posição permite que a via aérea da vítima se mantenha desobstruída, impede que a língua caia para a parte de trás da garganta, conserva a cabeça e o pescoço em extensão, e assim mais aberta a passagem do ar fazendo com que qualquer vómito, ou outro fluido saia livremente pela boca. É a colocação dos membros do sinistrado que proporciona a estabilidade necessária para manter o corpo apoiado numa posição segura e confortável. Conforme os ferimentos ou o estado da vítima poderá ter de modificar a técnica, de lhe modo a evitar um agravamento das lesões. A posição lateral de segurança pode não ser inicialmente a ideal, se estiver a examinar um sinistrado ou a socorrer uma lesão da coluna. Contudo, tem de ser imediatamente utilizada, se a ventilação da vítima se tornar difícil ou ruidosa (e não melhorar com a técnica apropriada – desobstrução da via aérea) ou se o sinistrado tiver de ser deixado sem socorro. Se a vítima usar óculos, estes devem ser removidos antes virar a cabeça, para evitar lesões oculares. 1 - Ajoelhe-se ao lado da vítima, distanciado dela cerca de 20 cm. Tire-lhe o óculos e retire dos bolsos quaisquer objectos volumosos, como telemóvel ou molhos de chaves. Não procure objectos pequenos. Vire a cabeça de lado para si e incline-a para trás. 2 - Certifique-se de que ambas as pernas da vítima estão esticadas. 3 - Dobre o braço mais perto de si em ângulo recto (90 graus) com o corpo da vítima. 4 - Puxe o braço mais afastado de si sobre o peito da vítima e coloque-lhe as costas da mão na face oposta. Com a sua outra mão, puxe a perna mais afastada de si acima do joelho, mantendo o pé completamente pousado no chão. 5 - Mantendo a mão da vitima contra a face, puxe a perna mais afastada para a virar de lado e em direcção a si.
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6 - Ajuste a perna de cima de forma a que a anca e o joelho estejam dobrados em ângulos rectos. 7 - Incline a cabeça da vítima para trás para manter as vias aéreas abertas. Se necessário, ajuste a mão sob a face para assegurar que a cabeça fica inclinada e as vias aéreas abertas. 8 - Verifique a estabilidade da posição final e que o sinistrado não pode voltar-se para qualquer dos lados Certifique-se de que somente metade do seu peito está em contacto com o chão e de que a sua cabeça está em hiperextensão com o maxilar puxado para diante de modo a manter uma via aérea desobstruída. 9
Se
ainda não o fez, ligue o “112” para chamar uma ambulância. Observe e registe os sinais vitais - nível de consciência, pulsação e respiração. 10 - Se a vítima tem de ficar na posição lateral de segurança por mais de 30 minutos, vire-a de costas e faça-a rodar para o lado contrário - excepto se houver lesões que o impeçam de o fazer.
MODIFICAÇÕES Não siga o método acima descrito quando há fracturas na parte superior ou inferior do corpo, quando o sinistrado está deitado num espaço acanhado ou se não for possível usar os membros dobrados como apoios. Nestes casos, a vítima pode ser mantida em PLS, colocando um cobertor enrolado junto à parte lateral do corpo. Este processo pode também ser utilizado para transportar, numa maca, um sinistrado na posição lateral de segurança.
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