O COTIDIANO E SUAS VIVÊNCIAS EM SALA DE AULA Paula Souza Nunes Adriano Jorge Carneiro Nunes Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Matemática (MAD 0033) – Estágio II 26/11/2012
RESUMO Este Este trabal trabalho ho reflet reflete e sobre sobre a prátic prática a realiz realizada ada na Escola Escola Profes Professor sora a Iracy Iracy D’Araújo Leal, situada à Avenida Coqueiro, no município de Mairi, com turma de 8 o ano no turno vespertino, sob tutela da professora Bárbara dos Santos Silva. Busca compreender e identificar os fatores de objetivação do espaço da sala de aula em consonância com o cotidiano do estudante quando se trata da disciplina Matemática, estreitando laços entre a vida real de cada aluno e o que é proposto no currículo escolar, de forma a relacionar, modificar e construir estratégias que suponham uma maior interação entre o teórico e o prático vivenc vivenciad iado o nos dois dois âmbito âmbitos. s. Além Além disso, disso, traz traz à tona tona as dificu dificulda ldades des dos doce docent ntes es da rede rede públ públic ica a muni munici cipa pal, l, quan quanto to a essa essa muda mudanç nça a que que se faz faz premente e que busca atrelar à realidade o espaço escolar, como sendo esse próprio um componente do mundo real dos alunos e próprios professores, permitindo-lhes uma maior compreensão das estratégias para a construção de um conhecimento que se torna ávido por informações, e que além de modificar a real realid idad ade e e a vida vida de todo todos, s, prom promov oven endo do uma uma rela relaçã ção o entr entre e todo todos s os aspectos sociais, históricos e culturais, com vias a enriquecer e favorecer a constituição de uma identidade social cidadã, saudável e positiva.
Palavras-chave: Matemática; educação; conhecimento.
1 INTRODUÇÃO O Centro Escolar de Ensino Fundamental Marc Thein, onde funciona a Escola Professora Iracy D’Araújo Leal, é um prédio grande, composto por 04 (quatro) pavilhões, cujas salas de aula totalizam 11 (onze). São salas amplas e arej arejad adas as,, bast bastan ante te ilumi ilumina nada das, s, que que traz trazem em cert certo o conf confor orto to aos aos alun alunos os e profes professor sores es que que ali lecion lecionam. am. Além Além desta destas, s, tem um pavilh pavilhão ão onde onde estão estão situadas as salas destinadas à equipe gestora e pedagógica da escola. Há 01 (uma) sala de professores, 01 (uma) secretaria/direção, 01 (um) depósito, onde são guardados guardados os materiais materiais de expediente expediente,, bem como a merenda merenda escolar, 01
(um) laboratório de informática, com 10 (dez) computadores com acesso à internet e impressora disponível, 01 (uma) biblioteca contendo um acervo bastante vasto, 01 (uma) sala de recursos multifuncionais, adequada para atender aos alunos portadores de necessidades especiais que estudam na escola, 01 (uma) sala de coordenação e 01 (uma) quadra escolar, que está em fase de reforma para cobertura, de acordo com o PAR – Plano de Ações Articuladas do município, que incluiu esta como uma ação a ser financiada pelo FNDE. Além das coisas supracitadas, a escola conta com uma extensa área,o que favorece os momentos de integração e entrosamento dos alunos nos horários em que as aulas estão acontecendo ou não. Esse estágio buscou compreender as situações que existem no espaço da escola e da sala de aula, que podem estar intimamente relacionadas a casos corriqueiros e cotidianos, que ultrapassam os limites do teoricamente aplicável, e finalmente chegam-nos trazendo à tona a realidade de que a escola está tão ou mais próxima de nós mesmos do que parece, e seus componentes curriculares nada mais são que parte dessa possibilidade de integração e aplicabilidade no dia a dia do homem. Se a Matemática faz parte de um conhecimento vivo e dinâmico, e sua usualidade acaba por ser uma delimitação histórica e social, sabemos que cada cultura lida de forma diferente com as possibilidades de interpretação dessas possibilidades, fomentando a busca pela sistematização do saber e transformação da realidade. E, nada mais óbvio que a utilização dos conceitos mais práticos atrelados à Matemática, a fim de que eles incentivem e promovam a simbolização das vivências do espaço da sala de aula no cotidiano das pessoas, encurtando os caminhos entre eles, e proporcionando uma real vivência do que são os fundamentos básicos da educação matemática, e como eles podem estar inseridos no nosso meio. Utilizando as quatro operações (adição, subtração, multiplicação e divisão), que são a base da Matemática, os conceitos mais importantes para que se possa seguir adiante buscando a solução de problemas, pode-se partir do pressuposto de que como a própria vida, as situações no fim acabam produzindo problemas, que devem ser resolvidos da forma mais prática e
responsável possível, a fim de culminar com a transformação dos processos de ensino-aprendizagem, e, talvez, da forma de lidar com os problemas no dia-adia. Talvez esse seja o maior objetivo do homem ao considerar a Matemática como uma estratégia de abstração e apreensão de conhecimento, já que esta permite uma maior interiorização das finalidades da mesma enquanto promotora da educação, e propiciadora da solução de dificuldades e problemas. As Quatro Operações Básicas da Matemática, são o apoio para a fundamentação de todas as outras que porventura existem na Matemática enquanto ciência, e sem o conhecimento prévio destas, sabemos que é impossível lidar com as outras áreas que surgem e compõem o currículo das escolas. Permitir uma maior conexão entre o que é estudado em sala de aula e o que é necessário para a solução dos problemas cotidianos, é a finalidade maior dessa demonstração de prática, com alunos do 8o ano de Ensino Fundamental.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E VIVÊNCIA DO ESTÁGIO Quando pensamos em fazer Matemática, geralmente nos vêm à mente imagens do que é fazê-lo: cálculos, números, adicionar, subtrair, multiplicar e dividir. E na verdade, esse é o pressuposto e finalidade básica da educação, a partir dessas simples ações, a Matemática seja capaz de proporcionar uma gama de possibilidades, fomentando a busca pela resolução de problemas que perpassam a ideia da sala de aula, e se apresentam inclusive na vida real de cada um. Sabemos que mesmo nesse estágio do Ensino Básico (8o ano), os alunos ainda tem dificuldades de lidar com as quatro operações, principalmente no que tange à multiplicação e divisão. E esse é um problema premente na educação, e impossibilita muitas outras situações que são provinciais para o desenvolvimento de um pensamento lógico, matemático, racional e efetivo. Exercitando o raciocínio, a capacidade de argumentação e de análise crítica, a criatividade e a autonomia, criamos estudantes cidadãos, que estarão
dispostos a modificar o espaço ao seu redor, melhorando-o, talvez, e enriquecendo o seu dia a dia a partir de alterações que são inerentes ao desenvolvimento psicossocial do ser humano como um todo. Observa-se com frequência que a prática pedagógica apresentada pelos docentes tem com foco a valorização do vigor, do exercício e a autoridade dele como detentor do conhecimento, na relevância aos conteúdos presentes nos livros didáticos e na visão que todos os alunos aprendem da mesma forma, com pouca ou nenhuma discussão a respeito de sua importância para o desenvolvimento pessoal do educando e sua atuação no meio social. Consequentemente, esse ensino provoca desmotivação, diminuindo o desejo de aprender matemática, uma vez que as metodologias adotadas não estimulam o aluno ao pensamento crítico e reflexivo, não respeitando as particularidades de cada estudante. Para estimular esses pressupostos, é preciso utilizar situações práticas, que contribuam para que o aluno construa os resultados com todas as combinações possíveis. E para isso, podemos explorar vivências e situações corriqueiras, que nos remetem ao uso dos cálculos numéricos, a facilitar a capacidade de compreensão da aplicabilidade daqueles temas e conceitos no cotidiano do aluno. Quando foi pedido que fizessem o estudo do orçamento e despesas da casa, foi suscitada uma ideia completamente nova de util ização da Matemática, que perpassa o currículo estático da escola, e traz à luz do dia as situações em que precisamos e utilizamos as quatro operações, embora nem percebamos, nos levando a realizá-las até com números racionais, que são também uma séria dificuldade do estudante quanto às aulas da disciplina. Após essa conceituação, a vivência nos remete a outra situação matemática: a tabulação de dados e construção de gráficos. Sabemos que a interpretação de gráficos é de extrema importância para a compreensão das informações do mundo, haja vista a maior parte delas hoje virem condensadas em dados e gráficos estatísticos, que facilitam tanto a transmissão quanto à captação das informações. A Estatística hoje é cada vez mais utilizada, e isso é perceptível através, por exemplo, dos meios de comunicação. O que eles divulgam, como resultados de pesquisas, nas mais diversas áreas do conhecimento, e as suas
formas de apresentação de dados, possibilita o desenvolvimento de competências e habilidades que permitem lidar com as informações do mundo moderno. Mônica Cerbella Freire (2010), em seu artigo “O Tratamento da Informação” afirma:
[...] as pesquisas sociais, econômicas, de saúde, educacionais, sobre segurança e violência etc., estão presentes em conversas do dia a dia, e influenciam muitas decisões políticas, governamentais e até pessoais. A compreensão crítica das informações disponibilizadas depende do desenvolvimento da capacidade de ler tabelas e gráficos. Mas isso não basta. A compreensão crítica dessas informações também implica formas de raciocínio e pensamento para lidar com a incerteza, ou seja, com fenômenos aleatórios [...].
E de posse desse conhecimento, compreendendo que a difusão e compreensão das informações do mundo são imprescindíveis para a efetivação da democracia e cidadania, passamos a estar atentos também para a necessidade de que os alunos comecem a tratar a Estatística enquanto ramo da Matemática, com um olhar mais alusivo e reflexivo, a fim de que se possa utilizá-la, abrangê-la em seu próprio círculo social, e torná-la importante para a sua convivência social. Se para Freire (1996), “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”, então, o conhecimento é algo inacabado, cabendo ao professor o papel de mediador, facilitando o processo de ensino-aprendizagem, em todos os sentidos em que isso puder ser efetivado, posto que essa interação e troca mútua são extremamente ricas e importantes, para a criação de cidadãos participativos e competentes. Por fim, a interdisciplinaridade, altamente difundida nos PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Brasileira, foi cumprida com a criação de peças teatrais, poemas, cartazes com citações, paródias e jograis, que enriqueceram ainda mais o trabalho, explorando as quatro operações de forma sutil, fácil e usual, fomentando a tomada de decisões racionais e corretas, influenciando uma real aprendizagem a partir dos processos de construção de conhecimento e estratégias para essa construção.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os conhecimentos matemáticos utilizados no cotidiano são uma realidade para os estudantes e para todos em geral. Essa Matemática cotidiana ultrapassa os limites do efetivamente financeiro e concebe a ideia de que temos de estar atentos para acompanhar as mudanças que o mundo tem sofrido. Sendo assim, essas mudanças podem ser apreendidas em detrimento do espaço da sala de aula, já que o próprio dia a dia do homem, apresenta inúmeras e riquíssimas situações que contribuem para o desenvolvimento de um pensar matemático. Se a disciplina curricular Matemática está incluída em todos os anos do ensino fundamental e médio, por
sua importância na
valorização
e
compreensão dos processos sociais e históricos, precisamos que ela também seja inerente à realidade dos que se propõem a trabalhá-la e utilizá-la, facilitando o entendimento do mundo em que vivem, e dos seus processos de desenvolvimento. Se o que é ensinado na escola não tiver referência com a formação para a cidadania ou a preparação para o mercado de trabalho, estaremos realizando ações que não surtirão o efeito esperado, pois não partem da praticidade e não requerem estratégias e programação para serem transmitidas. Estaremos enquanto professores, difundindo ideias imutáveis, que não enriquecem nem evidenciam os seus propósitos. A escola pública ainda encontra dificuldades no que tange a organização das suas aulas e efetivação das mesmas, a começar com a apatia e falta de entusiasmo de boa parte da equipe discente e docente, também, que se encontram entediados ao lidar com salários baixos, condições de trabalho precárias, falta de formação específica e falta de motivação como um todo. Porém, é possível a exploração de formas lúdicas, especiais e precisas de aquisição de conhecimento por parte dos alunos, haja vista eles já estarem ali, no espaço escolar, vendo-se obrigados a frequentarem as aulas. Essa possibilidade faz-se óbvia quando precisamos a relevância de uma educação objetiva, pouco enfadonha e mais prática, promovendo uma maior empatia entre o professor, sua proposta pedagógica, e o aluno.
REFERÊNCIAS BRIZUELA, Bárbara M. Desenvolvimento Matemático na criança: explorando notações. Porto Alegre: Artmed, 2006. MANDARINO, Mônica Carbella Freire. Coleção Explorando o Ensino Matemática. II. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. III, Brasília, 2010. SOARES, Eduardo Sarquis. Ensinar Matemática – desafios e possibilidades. Belo Horizonte: Dimensão, 2009.
TOLEDO, Marília Barros de Almeida. Teoria e Prática da Matemática: como dois e dois, volume único. São Paulo: FTD, 2009.
ANEXOS