Sobre o Sermão do Monte – Parte I John Wesley 'Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos: E ele abriu sua boca, e falou com eles dizendo': "Abençoados sejam os pobres de espírito: para eles será o reino dos céus. Abençoados são aqueles que choram: porque eles serão consolados". (Mateus 5:1-4)
1. Nosso Senhor tinha 'percorrido quase toda a Galiléia', (Mateus 4:23), começando no tempo 'em que João havia sido lançado na prisão' (Mateus 4:12), não apenas 'ensinando em suas sinagogas, e pregando o Evangelho do reino', mas igualmente, 'curando toda forma de enfermidade, e todas os tipos de doenças entre o povo'. Foi como conseqüência natural disto, que 'o seguiu uma grande multidão: da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e da região além do Jordão' (Mateus 4:25). 'E vendo a multidão', que nenhuma sinagoga poderia conter, mesmo que houvesse alguma à mão, 'ele foi para as montanhas', onde havia um lugar para todos que vieram até ele, de todos os cantos. 'E, quando ele se assentou', como era costume dos judeus, 'seus discípulos vieram até ele. E ele abriu sua boca', (uma expressão denotando o começo de um discurso solene), 'e ensinou a eles, dizendo:' -2. Vamos observar, quem é este que está aqui falando, e poderemos dar atenção ao que ouvimos: Trata-se do Senhor dos céus e terra; o Criador de tudo; que,. como tal, tem o direito de dispor de todas suas criaturas; o Senhor, nosso Governador, cujo reino é para sempre, e reina sobre tudo; o grande Legislador; quem pode bem impingir todas as suas leis, sendo 'capaz de salvar e de destruir', sim, punir com a 'destruição eterna, de sua presença e da glória de seu poder'. Trata-se da Sabedoria eterna do Pai, que sabe para o que fomos feitos, e entende nossa mais íntima estrutura: que conhece como nos posicionamos com relação a Deus; ao outro; a todas as criaturas que Deus tem feito, e, conseqüentemente, como adaptar cada lei que ele prescreve, para todas as circunstâncias nas quais ele tem nos colocado. Trata-se daquele, que 'ama cada homem; cuja misericórdia é sobre todas as suas obras'; o Deus do amor, que tendo esvaziado a si mesmo de sua glória eterna, veio de seu Pai declarar sua vontade para com todos os filhos dos homens, e, então, retornou ao Pai; aquele que é enviado de Deus 'para abrir os olhos do cego, e dar luz àqueles que estão na escuridão'. É o grande Profeta do Senhor, concernente a quem Deus declarou solenemente muitos anos atrás: 'E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele'. (Deut. 18:19), ou como o Apóstolo expressa: 'Toda a alma que não ouvir este Profeta, deverá ser destruído de entre as pessoas'. (Atos 3:23). 3. E o que Ele está ensinando? O Filho de Deus, que veio dos céus, está aqui mostrando-nos o caminho para o céu; para o lugar que Ele tem preparado para nós; a glória que Ele tem, mesmo antes do mundo. Ele nos está ensinando o verdadeiro caminho para a vida eterna; o caminho real que nos conduz ao reino; e o único caminho verdadeiro, -- já que não existe outro além; todos os demais conduzem à destruição. Do caráter do Orador, nós estamos bem seguros de que ele tem declarado a perfeita e completa vontade de Deus. Ele não tem afirmado coisa alguma mais – nada mais do que ele recebeu do Pai; nem muito menos, -- Ele não tem evitado declarar toda a deliberação de Deus; muito menos, ele tem afirmado alguma coisa errada; alguma coisa contrária à vontade daquele que o enviou. Todas as suas palavras são verdadeiras e corretas, concernentes a todas as coisas, e deverão permanecer para sempre e sempre. Nós podemos facilmente notar, que, em explicar e confirmar esses dizeres fiéis e verdadeiros, ele toma cuidado para refutar não apenas os erros dos Escribas e Fariseus, que, então, faziam comentários falsos, por meio dos quais os professores judeus daqueles tempos tinham pervertido a Palavra de Deus, mas todos os erros práticos, os quais eram inconsistentes com a 1
salvação, que poderiam se levantar na Igreja Cristã; todos os comentários, por meio dos quais os Professores Cristãos (assim chamados) de alguma época ou nação poderiam perverter a Palavra de Deus, e ensinar às almas descuidadas a buscar a morte no erro de suas vidas. 4. E daí, nós somos naturalmente conduzidos a observar, quem eram aqueles que Ele está ensinando. Não apenas aos Apóstolos; se assim fosse, ele não precisaria ter ido até as montanhas. Uma sala na casa de Mateus, ou algum de seus discípulos poderia conter todos os Doze. Nem, de forma alguma, parece que os discípulos que vieram até ele eram apenas os Doze. Sem colocar qualquer ênfase sobre a expressão, pode ser entendido que se trata de todos os que desejaram aprender dele Mas, para colocar isto fora de toda questão, e tornar inegavelmente claro que, onde é dito, 'Ele abriu sua boca e ensinou a eles', a palavra eles inclui toda aquela multidão que seguiu com Jesus até a montanha, nós precisamos observar os versos conclusivos do Capítulo sétimo: 'E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas'. (Mateus 7:28-29). E não apenas para aquela multidão que estava com Ele no monte, aos quais Jesus agora ensinava o caminho da salvação; mas a todos os filhos dos homens; toda a raça da humanidade; os filhos que já nasceram; e todas as gerações que estavam por vir; mesmo para o fim do mundo, e aos que nunca ouviram palavras como esta na vida. 5. E isto todos os homens concordam, com respeito a algumas partes do discurso resultante. Nenhum homem, por exemplo, nega que o que ele disse de pobreza de espírito refere-se a toda a humanidade. Mas muitos têm suposto que outras partes, dizem diretamente apenas aos Apóstolos, ou aos primeiros Cristãos, ou aos Ministros de Cristo; e nunca foram designadas para a generalidade dos homens que, conseqüentemente, não tinha coisa alguma a ver com elas, afinal. Mas nós não podemos justamente inquirir, quem foi que disse isto a eles - que algumas partes concernem apenas aos Apóstolos, ou aos Cristãos da era apostólica, ou aos Ministros de Cristo? Expor afirmações não é uma prova suficiente para estabelecer um ponto de tão grande importância. Então, foi o próprio nosso Senhor que nos ensinou que algumas partes do discurso não dizem respeito à toda a humanidade? Se tivesse sido assim, sem dúvida, Ele teria nos dito; Ele não poderia ter omitido uma informação tão necessária. Mas ele nos disse dessa forma? Onde? No próprio discurso? Não! Aqui não existe a menor insinuação disto. Ele teria dito em algum outro lugar? Em alguma outra parte dos seus discursos? Nenhuma palavra que sugira isto nós podemos encontrar em alguma coisa que ele tenha falado – tanto para as multidões, quanto para os discípulos. Algum dos Apóstolos, ou outros escritores inspirados deixaram tal instrução registrada? Não tal coisa. Nenhuma afirmação desse tipo é encontrada em todos os oráculos de Deus. Quem, então, são os homens que são mais sábios do que Deus? – tão sábios que estão acima do que está escrito? 6. Talvez eles irão dizer que a razão da coisa requer tal restrição a ser feita. Se for assim, deve ser sobre um desses dois relatos; porque, sem tal restrição, o discurso seria aparentemente absurdo, tanto quanto contradiria alguma outra escritura. Mas este não é o caso. Claramente irá aparecer, quando nós estivermos examinando as diversas particularidades, que não há absurdo, afinal, em aplicar tudo o que nosso Senhor tem aqui entregue para toda a humanidade. Nem irá inferir qualquer contradição a qualquer coisa que ele tenha entregue; nem a alguma outra escritura tão pouco. Mais ainda: irá aparecer, mais além, que todas as partes desse discurso devem ser aplicadas a todos os homens em geral, e não parte deles; vendo que eles estão todos conectados; todos unidos como as pedras em uma colunata; as quais você não pode tirar uma fora, sem destruir toda a estrutura. 7. Nós podemos, por fim, observar, como nosso Senhor ensina aqui. E, certamente, como em 2
todo o tempo, e, particularmente neste, Ele fala¸'como nenhum homem falou antes'. Nem como os homens santos do passado; embora eles também falassem, 'como que movidos, pelo Espírito Santo'. Nem como Pedro, ou Tiago, ou João, ou Paulo: eles eram realmente sábios arquitetos em suas igrejas; mas, ainda assim, nos patamares da sabedoria divina, o servo não é como seu Senhor. Não; nem mesmo como ele próprio, em algum outro tempo, ou em alguma outra ocasião. Não parece que fosse sempre seu objetivo, em algum outro momento ou lugar, estabelecer, de uma só vez, todo o plano de sua religião; nos dar um panorama completo do Cristianismo; para descrever amplamente a natureza daquela santidade, sem o que nenhum homem poderá ver o Senhor. Ele tem realmente descrito, em milhares de ocasiões diferentes, as ramificações particulares disto; mas nunca antes, além daqui, ele forneceu, deliberadamente, uma visão geral do todo. Mais ainda, nós não temos coisa alguma como esta, em toda a Bíblia; a menos que alguém exclua aquele pequeno esboço de santidade entregue por Deus, naquelas Dez Palavras, ou Mandamentos de Moisés, no monte Sinai. Mas, mesmo aqui, quão larga diferença existe entre um e outro! 'Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória. (2Cor 3:10). 8. Acima de tudo, com que amor surpreendente, o Filho de Deus revela aqui a vontade de seu Pai para o homem! Ele não nos traz novamente 'para o monte que queima com fogo, nem para a negridão, e escuridão e tempestade'. Ele não fala como quando ele 'trovejou dos céus'; quando o Altíssimo 'despejou seus trovões, granizos e carvões de fogo'. Ele agora se dirige a nós com sua voz ainda pequena, -- 'Abençoados', ou felizes, são os pobres em espírito'. Felizes são os que choram; os mansos; aqueles que têm fome de retidão; os misericordiosos; os puros de coração: Felizes em seus resultados; no caminho; felizes nessa vida; e na vida eterna! Como se ele tivesse dito: 'Quem é ele que, entregando-se à luxúria para viver, com prazer, verá bons dias? Observem: eu mostro a vocês aquilo que suas almas almejam! Vejam o caminho que vocês buscaram, tanto tempo, em vão; o caminho do deleite; o caminho da calma; da paz jubilosa; do paraíso abaixo e do paraíso acima!', 9. Ao mesmo tempo, com que autoridade ele ensina! Bem poderiam eles dizer: 'Não como os escribas'. Observem a maneira, o servo de Deus; não como Abraão, seu amigo; não como algum dos Profetas; nem como quaisquer dos filhos dos homens. É alguma coisa mais do que humana; mais do que pode concordar algum ser criado. Ele fala, como um Criador, afinal! Um Deus; um Deus visível! Sim; o Uno; o Onisciente; Jeová; o Onipotente; o Supremo; o Deus que está sobre todos, abençoado para sempre! 10. Esse discurso divino, entregue, no método mais excelente, com todas as partes subseqüentes, ilustrando aquelas que precedem, é, comumente, e não impropriamente, dividido em três ramificações principais: A Primeira, contida no quinto, -- A segunda, no sexto, -- e a Terceira, no sétimo capítulo. I – Na Primeira, a soma de toda a religião verdadeira é colocada, em oito pormenores, que são explicados e guardados contra as interpretações falsas do homem, nas partes seguintes do quinto capítulo. II – Na Segunda, estão as regras para aquele propósito correto, que nós deveremos preservar, em todas as nossas ações exteriores; não misturadas com desejos mundanos, ou cuidados ansiosos, até mesmo, para com as necessidades da vida. III – Na Terceira, estão as precauções contra as principais obstruções da religião, estritas com uma aplicação do todo.
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1. Nosso Senhor, Primeiro, estabelece a soma de toda religião verdadeira em oito pormenores, que ele explica e guarda contra as interpretações falsas dos homens, para o final do quinto capítulo. Alguns têm suposto que ele designou, nesses, apontar os diversos estágios do curso cristão; os passos que um cristão toma sucessivamente em sua jornada para a terra prometida; -- outros, que todas as particularidades aqui colocadas pertencem, todo o tempo, a todos os cristãos. E por que nós não podemos aceitar tanto uma, quanto a outra? Que inconsistência existe entre elas? Sem dúvida, é verdade que, tanto a pobreza de espírito, quanto todos os outros temperamentos que estão aqui mencionados, são encontrados, em um grau maior ou menor, o tempo todo, e em todo cristão real. E é igualmente verdade que o Cristianismo verdadeiro sempre começa na pobreza de espírito, e segue na ordem aqui colocada, até que o 'homem de Deus seja feito perfeito'. Nós começamos com o menor desses dons de Deus; ainda que não para desistir disso, quando somos por Deus, para irmos para mais alto: Mas o que já temos alcançado, seguramos firmes, 'enquanto prosseguimos, para o que ainda está mais à frente, para as mais altas bênçãos de Deus em Jesus Cristo. 2. O fundamento de tudo é a pobreza de espírito: Aqui, por conseguinte, nosso Senhor começa: 'Abençoados', diz ele,' são os pobres de espírito;porque deles é o reino dos céus'. Não se pode supor, que nosso Senhor olhou aqueles que estavam ao redor dele, e, observando que os ricos não estavam lá, mas os pobres do mundo, ele aproveitou a oportunidade de fazer uma transição das coisas temporais para as espirituais. 'Abençoados', diz ele, (ou felizes, -então, a palavra poderia exprimir ambos os significados, neste verso e nos versos seguintes) 'são os pobres de espírito'. Ele não diz, eles que são pobres, como circunstâncias exteriores, -- não sendo impossível, que alguns desses possam estar tão longe da felicidade quanto um monarca encima de seu trono; mas, por 'pobre em espírito', -- eles que, quaisquer que sejam as circunstâncias exteriores, têm aquela disposição do coração que é o primeiro passo para a felicidade real e substancial, tanto neste mundo, quanto naquele que está para vir. 3. Alguns têm julgado que, pobres em espírito, são aqueles que amam a pobreza; aqueles que estão livres da cobiça; do amor do dinheiro; que temem, preferivelmente, a desejarem, as riquezas. Talvez, eles tenham sido induzidos a assim julgarem, através de um completo confinamento de seus pensamentos ao sentido exato do termo; ou por considerarem aquela observação convincente de Paulo de que 'o amor ao dinheiro é a raiz de todo o mal'. E, daí, muitos têm se privado totalmente, não apenas das riquezas, mas de todos os bens materiais. Daí, também, os votos de pobreza voluntária que parece ter-se erguido na Igreja Papista; supondo-se que, tão eminente degrau dessa fundamental graça deva ser um passo largo em direção ao 'reino dos céus'. Mas esses não parecem ter observado, Primeiro, que a expressão de Paulo deve ser entendida com alguma restrição; do contrário, não é verdadeira; já que o amor ao dinheiro não é a raiz, ou a única raiz, de todo o mal. Existem milhares de outras raízes do mal no mundo, como as tristes experiências diárias mostram. Seu significado pode apenas ser que ele é a raiz de muitos males; talvez, mais do que algum vício sozinho. – Em Segundo lugar, que esse sentido da expressão 'pobre de espírito', de modo algum se adequará ao presente objetivo de Nosso Senhor, que é estabelecer o alicerce geral, sobre o qual toda a estrutura do Cristianismo pode ser construída; um objetivo que poderia ser, de maneira alguma, respondido precavendo-se de um único vício em particular: assim sendo, mesmo que esse fosse suposto ser uma parte do seu significado, não poderia possivelmente ser o todo. – Em Terceiro Lugar, não se poderia supor que esta seja uma parte do seu significado - a menos que nós o responsabilizemos com tautologia [vício de linguagem que consiste na repetição de idéias] declarada: Vendo que, se a pobreza de espírito fosse apenas 4
liberdade da cobiça; do amor do dinheiro; ou do desejo dos ricos, iria coincidir com o que Ele menciona, logo depois; seria apenas uma ramificação da pureza de coração. 4. Quem, então, são os 'pobres de espírito?'. Sem dúvida, os humildes; eles que conhecem a si mesmos; que estão convencidos do pecado; aqueles a quem Deus tem dado aquele primeiro arrependimento, que é anterior à fé em Cristo. Algum desses já não pode dizer, 'Eu sou rico, e próspero nos bens materiais, e não preciso de nada'; agora que ele sabe que é 'vil, e pobre, e miserável, e cego, e nú'. Ele está convencido que é, de fato, pobre espiritualmente; tendo nenhum bem espiritual habitando nele. 'Em mim', ele diz, 'não habita coisa boa', mas o que quer que seja pecaminoso e abominável. Ele tem um profundo sendo da repugnante podridão [o Sr. Wesley usa a expressão lepra - que é hoje um termo preconceituoso] do pecado, que foi trazido com ele desde o útero; que se espalhou por toda a sua alma, e corrompeu totalmente todo o poder e faculdade nela. Ele vê, mais e mais, os temperamentos maus que brotam da raiz da pecaminosidade; do orgulho e arrogância do espírito; da inclinação constante de pensar em si mesmo, mais do que deveria pensar; da vaidade; da sede de estima e honra que vem dos homens; do ódio ou inveja; do ciúme e vingança; da ira; malícia; ou amargura; da animosidade nata, contra Deus e homem, que aparece de dez mil formas; do amor do mundo; da vontade própria; dos desejos tolos e danosos, que penetram no mais íntimo de sua alma. Ele está consciente do quão profundamente ele tem ofendido, através de sua língua; se não, por palavras profanas, insolentes, inverídicas, ou indelicadas; ainda assim, através de discursos que não são 'bons para o uso da edificação', não 'apropriados para ministrarem graça aos que ouvem', o que, conseqüentemente, era, na consideração de Deus, corrupto e aflitivo ao seu Espírito Santo. Suas obras diabólicas estão agora igualmente à sua vista: se ele diz delas, elas são mais do que ele é capaz de expressar. Melhor pensar no número dos pingos da chuva, das areia do mar, ou dos dias da eternidade. Sua culpa está agora, diante de sua face: Ele conhece a punição que ele tem merecido; ela seja, apenas, um relato de sua mente carnal; a inteira e universal corrupção de sua natureza; quanto mais, um relato de todos os desejos e pensamentos pecaminosos; de todas as palavras e ações pecadoras! Ele não pode duvidar, por um momento, que o menor desses merece a condenação ao inferno --, 'o remorso que não morre; e o fogo que nunca é extinto'. Acima de tudo, a culpa de 'de não crer no nome do único Filho criado de Deus', cai pesada sobre ele. Como, diz ele, eu poderei escapar; aquele que 'negligenciou tão grande salvação?'. 'Ele que não crê já está condenado', e 'a ira de Deus habita nele'. 6. Mas o que poderá ser dado em troca da sua alma, que foi confiscada para a justa vingança de Deus? 'Com o que ele deverá se apresentar diante do Senhor?'. Como ele deverá pagar o que deve? Tivesse ele, desse momento em diante, cumprido a obediência mais perfeita a todos os mandamentos de Deus, isto não faria qualquer reparo a um simples pecado; a cada ato de desobediência do passado; vendo que ele deve a Deus todos os serviços que ele é capaz de executar, desse momento, até a eternidade: Pudesse ele pagar isto, não faria, de qualquer maneira, emendas ao que ele deve ter feito anteriormente. Ele se vê, por conseguinte, totalmente desamparado com respeito à expiação de seus pecados passados; inteiramente incapaz de fazer qualquer reparo a Deus; a pagar qualquer resgate por sua própria alma. Mas, se Deus pode perdoá-lo de tudo o que se passou, apenas nesta única condição - a de que ele não peque mais; que para o tempo que está por vir, ele obedeça inteiramente e constantemente a todos os seus mandamentos; ele bem sabe que isto não seria de proveito algum, uma vez que esta é uma condição que ele nunca cumpriria. Ele sabe e sente que ele não é capaz de 5
obedecer, até mesmo, os mandamentos exteriores de Deus; já que esses não podem ser obedecidos, enquanto seu coração permanece, na pecaminosidade e corrupção natural; porquanto uma árvore má não pode produzir bons frutos. Ele não pode limpar um coração pecador: Para o homem, isto é impossível: De maneira que ele está inteiramente perdido; até mesmo, em como começar a caminhar, nos caminhos dos mandamentos de Deus. Ele não sabe como dar um passo adiante neste caminho. Cercado pelo pecado, e tristeza, e medo, e não encontrando caminho para escapar, ele só pode clamar: 'Senhor, salve, ou perecerei!'. 7. Pobreza de espírito, então, como ela implica no primeiro passo que nós tomamos na corrida que se apresenta diante de nós, ela significa a justa sensação de nossos pecados interiores e exteriores, e de nossa culpa e impotência. Isto, alguns têm disformemente intitulado de 'a virtude da humildade'; assim, nos ensinando que estarmos orgulhos do saber faz com que mereçamos a condenação! Mas a expressão de nosso Senhor é completamente de outro tipo; transmitindo nenhuma idéia ao ouvinte, a não ser aquela da mera necessidade, da nudez do pecado, da culpa e miséria, impotentes. 8. O grande Apóstolo, onde ele se esforça para trazer os pecadores para Deus, fala de uma maneira exatamente respondível a isto. 'Porque do céu, a ira de Deus', diz ele 'é revelada sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detém a verdade em injustiça' (Rom. 1:18 em diante); a responsabilidade que ele fixa imediatamente sobre o mundo pagão, e, por meio disto, prova que eles estão debaixo da ira de Deus. Ele depois mostra que os judeus eram nada melhores do que eles, e estavam, por conseguinte, debaixo da mesma condenação; e tudo isto, não com o objetivo de que eles alcançassem a 'virtude nora da humildade', mas 'que toda boca fosse fechada, e todo o mundo se tornasse culpado diante de Deus'. Ele prossegue, para mostrar que eles eram impotentes, tanto quanto culpados; o que é o sentido claro de todas aquelas expressões: 'Portanto, pelas obras da lei, não haverá carne justificada': -- 'Mas, agora, a retidão de Deus, que é pela fé em Jesus Cristo, sem a lei, é manifesta': -- 'Nós concluímos que um homem é justificado, através da fé, sem as obras da lei': -Expressões todas se inclinando, ao mesmo ponto; até mesmo a 'ocultar o orgulho do homem'; para humilhá-lo ao pó, sem ensiná-lo a refletir sobre sua humildade, como uma virtude; para inspirá-lo com aquela convicção completa e penetrante de sua extrema pecaminosidade, culpa e impotência. Que lança o pecador, despojado de tudo, perdido e arruinado, em seu forte Ajudador, Jesus Cristo, o Justo. 9. Nós não podemos deixar de observar aqui, que o Cristianismo começa, justamente onde a moralidade pagã termina; pobreza de espírito; convicção do pecado; a renúncia de nós mesmos; o não ter a nossa própria retidão (o mesmo primeiro ponto na religião de Jesus Cristo); deixando todas as religiões pagãs para trás. Isto sempre foi ocultado dos homens sábios desse mundo; de tal maneira, que todo o idioma romano, até mesmo com todos os melhoramentos da era Agostiniana, não dispõe, tanto assim, de um nome para a humildade; (a palavra de onde nós emprestamos disso, como é bem conhecido, tendo em Latim um significado completamente diferente); não, nem uma foi encontrada em todo o rico idioma do Grego, até que ela foi criada pelo grande Apóstolo. 10. Ó, que nós possamos sentir o que elas não foram capazes de expressar! Pecador, acorda! Saibas, por ti mesmo! Saibas e sintas, que tu fostes 'formado na maldade', e que, 'no pecado tua mãe te concebeu'. E que tu mesmo tens empilhado pecado sobre pecado; mesmo depois de discernires o bem do mal! Mergulha nas poderosas mãos de Deus, como culpado da morte eterna; e lança fora; renuncia; abomina, toda imaginação de sempre seres capaz de ajudar a ti mesmo! Seja toda a tua esperança seres lavado no sangue Dele, e renovado pelo seu poderoso Espírito, já que Ele mesmo 'suportou todos os nossos pecados, em seu próprio corpo, no madeiro!' Assim sendo, que tu 6
sejas testemunha de que 'Felizes são os pobres de espírito; porque deles é o reino dos céus'. 11. Isto é aquele reino dos céus, ou de Deus, que está dentro de nós; mesmo 'retidão, e paz, e alegria no Espírito Santo'. E qual é a 'retidão', se não, a vida de Deus na alma; a mente que estava em Jesus Cristo; a imagem de Deus, estampada no coração, agora renovada depois da semelhança Dele que o criou? O que significa, a não ser o amor de Deus, porque ele primeiro nos amou, e o amor de toda a humanidade, por causa Dele? E qual é esta 'paz'; a paz de Deus, a não ser aquela serenidade calma da alma que docemente repousa no sangue de Jesus, que não deixa dúvida de nossa aceitação nele; que exclui todo o medo, a não ser o medo de amor filial de ofender nosso Pai que está nos céus? Este reino interior implica também 'na alegria no Espírito Santo'; que sela em nossos corações 'a redenção que está em Jesus', a retidão de Cristo, imputada sobre nós 'para a remissão dos pecados que se passaram'; que nos dá agora 'a garantia de nossa herança', a coroa que o Senhor, o Juiz justo, irá dar naquele dia. E isto pode bem ser denominado 'o reino dos céus', vendo que ele é o paraíso já aberto em sua alma; o primeiro brotar daqueles rios de prazer que fluem da mão direita de Deus eternamente. 12. 'Deles é o reino dos céus'. Quem quer que tu sejas, a quem Deus tem determinado ser 'pobre em espírito', sentindo-te perdido, tu tens direito a isto, através da graciosa promessa Dele que não pode mentir. È a tua aquisição, através do sangue do Cordeiro, está bem perto: Tu estás à porta do paraíso! Um outro passo, e estás, no reino da retidão, paz e alegria! Tu és todo pecado? 'Observa o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!' -- todo impuro? Veja teu 'advogado com o Pai Jesus Cristo o Justo!' – Tu és incapaz de expiar, pelo menor de teus pecados? 'Ele é o sacrifício expiatório para' todos os teus 'pecados'. Agora, creia no Senhor Jesus Cristo, e todos os teus pecados serão apagados! – Tu és totalmente impuro, na alma e no corpo? Aqui está a 'fonte de água para lavar todo o pecado e imundície!'. 'Levanta-te e lava teus pecados!'. Não cambaleia mais, na promessa do descrente! Dá glória a Deus! Atreve-te a crer! 13. Então, tu aprendeste, dele, a ser 'humilde de coração'. E esta é a humildade cristã verdadeira e genuína que flui da sensação de amor de Deus, reconciliado para nós, em Jesus Cristo. Pobreza de espírito, nesse significado da palavra, começa quando a sensação da culpa e da ira de Deus termina; e é uma sensação ininterrupta de nossa dependência total nele; para todo pensamento, palavra ou obra; de nossa inaptidão absoluta para todo o bem; a não ser que ele 'nos irrigue, todo momento'; e tenhamos aversão ao elogio dos homens, sabendo que todo louvor é devido a Deus apenas. Com isto, junta-se a vergonha amorosa, a humilhação terna, diante de Deus; mesmo para os pecados que nós sabemos ele já perdoou de nós, e para o pecado que ainda permanece, em nossos corações; embora saibamos que ele não é imputado para nossa condenação. Não obstante, a convicção que sentimos do pecado inato, é mais e mais profunda, dia após dia. Quanto mais crescemos na graça, mais vemos a maldade desesperada de nosso coração. Quanto mais avançamos no conhecimento e amor de Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo, (mesmo parecendo àqueles que não conhecem o poder de Deus para a salvação, um grande mistério), mais discernimos de nossa alienação de Deus; da inimizade que está em nossa mente carnal; e da necessidade de nossa existência, inteiramente renovada, na retidão e santidade verdadeira.
II 1. É verdade, que aquele que agora começa a conhecer o reino dos céus interior dificilmente tem qualquer concepção disto. 'Em sua prosperidade ele diz, eu nunca sairei do lugar; tu Senhor 7
construíste minha colina tão forte!'. O pecado está tão inteiramente esmagado, debaixo de seus pés, que ele mal pode acreditar que ele permanece nele. Mesmo a tentação é silenciosa, e não fala novamente: Ela não pode se aproximar, mas permanece à distância. Ele é nascido nas alturas, nas carruagens de alegria e amor: Ele se eleva 'como nas asas de uma águia'. Mas nosso Senhor bem sabe que esse estado triunfante não continua freqüentemente. Ele, por conseguinte, daqui a pouco, acrescenta: 'Abençoados sejam todos os que choram; porque serão confortados'. 2. Nem podemos imaginar que essa promessa pertence àqueles que murmuram, apenas por causa de motivos mundanos; aqueles que estão tristes e angustiados, meramente por causa de problemas ou desapontamentos materiais --, tais como a perda da reputação, amigos, ou diminuição de suas fortunas. Quão pouco direito a ela têm aqueles que estão se afligindo, por causa do medo de algum mal temporal; ou que se consomem com cuidados ansiosos, ou aquele desejo de coisas mundanas que 'torna o coração doente'. Não vamos pensar que esses 'devam receber alguma coisa do Senhor'. Jesus não está em todos os pensamentos deles. Por conseguinte, é que eles assim 'caminham, em uma tristeza vã, e se inquietando também em vão'. 'E para que vocês tenham o meu auxílio', diz o Senhor, 'vocês devem se prostrar na tristeza'. 3. Os murmuradores, de quem nosso Senhor fala aqui, são aqueles que murmuram por um motivo totalmente diferente: Aqueles que murmuram, em busca de Deus; em busca Dele, em quem eles 'se regozijaram, com alegria inexprimível', quando Ele deu a eles 'a oportunidade de provar o bem', o perdão, 'a palavra e poderes do mundo que há de vir'. Mas Ele agora 'oculta a sua face, e eles estão aflitos': Eles não podem ver a Ele, através das nuvens escuras. Mas eles vêem a tentação e pecado, que eles credulamente supuseram nunca mais retornarem; erguerem-se novamente; seguindo em busca deles, com toda a velocidade, e segurando-os por todos os lados. Não é de se estranhar que suas almas estejam agora perturbadas; e a preocupação e aflição tomaram posse deles. Nem o grande inimigo deles fracassa em tirar proveito da ocasião, para perguntar: "Onde está teu Deus agora? Onde está a bem-aventurança, da qual falaste, agora? O começo do reino dos céus? Sim, foi mesmo Deus quem disse que 'teus pecados foram perdoados de ti?'. Certamente, Deus não deve ter dito isso! Tudo não passou de apenas um sonho; uma mera ilusão; uma criação de tua própria imaginação. Se teus pecados foram perdoados, por que tu ainda estás assim? Pode um pecador que fora perdoado ser, dessa maneira, pecaminoso? – E, se, então, ao em vez de clamarem imediatamente a Deus, eles argumentarem com ele que é mais sábio, eles estarão angustiados de fato; com uma tristeza no coração; com uma angústia que não podem ser expressas. Não; mesmo quando Deus brilha novamente sobre a alma, e tira toda a dúvida de sua misericórdia passada; ainda assim, ele que é fraco na fé pode ser tentado e afligido, por causa do que virá; especialmente, quando o pecado interior revive, e leva tormento até ele, de maneira que ele pode cair". 4. Certo, é que essa 'aflição', para o presente, 'não é jubilosa, mas dolorosa; não obstante, depois disto, ela produza o fruto da paz, junto a eles que foram exercitados nela'. Abençoado, portanto, são aqueles que assim murmuram, se eles permanecem no descanso do Senhor', e não sofrem para buscarem os consoladores miseráveis do mundo; se eles resolutamente rejeitam todos os confortos do pecado, da leviandade, e vaidade; todas as diversões e deleites inúteis do mundo; todos os prazeres que 'perecem ao uso', e que apenas tendem ao entorpecimento e estupidez da alma, para que ela não esteja consciente de si mesma, nem de Deus. Abençoados são aqueles que 'continuam ininterruptamente no conhecimento do Senhor', e firmemente recusam todo outro conforto. Eles serão confortados, pelas consolações de seu Espírito; através da manifestação renovadora do seu amor; por meio de tal testemunho da aceitação deles no Amado, para não mais ser arrancado deles. Esta 'segurança total da fé' absorve toda a dúvida, e todo o tormento do medo; 8
Deus dá a eles agora a esperança certa de uma essência duradoura, e 'consolação forte, por meio da graça'. Sem questionar se será possível a alguns desses 'caírem; os que foram, uma vez, iluminados pelo Espírito Santo, e feitos seus parceiros', é suficiente para eles perguntarem, através do poder agora sobre eles, 'quem poderá separá-los do amor de Cristo' – Eu estou persuadido de que, nem a morte, nem a vida, nem as coisas presentes, nem as que virão, nem a altura, nem a profundidade, serão capazes de nos separar daquele amor de Deus que está em Jesus Cristo, nosso Senhor'. (Romanos 8:35-39) 5. Todo esse processo, ambos de murmurar pela ausência de Deus, e de recuperar a alegria de seu semblante, parece fora do que nosso Senhor falou aos seus Apóstolos, na noite anterior a sua paixão: 'Vocês indagam daquilo que eu disse: um pouco mais, e vocês não me verão: Em novamente, um pouco mais, e vocês irão me ver? Na verdade, na verdade, eu lhes digo que vocês chorarão e lamentarão'; ou seja, quando vocês não me virem; 'mas o mundo irá se regozijar'; deverá triunfar sobre vocês, já que a esperança de vocês chegou agora ao fim. 'E vocês deverão ficar tristes', por causa da dúvida, do medo, das tentações, do desejo veemente; 'mas a tristeza de vocês irá se transformar em alegria', por causa do retorno Dele, a quem a alma de vocês amou. 'Uma mulher, quando ela está para dar a luz, tem tristeza, porque é chegada a sua hora. Mas, tão logo lhe é entregue o filho, ela não mais se lembra da angústia, porque um homem nasceu no mundo. E vocês agora têm tristeza'; vocês murmuram e não podem ser confortados; 'mas eu irei vêlos novamente; e seus corações se regozijarão', com calma e alegria interior, 'e essa alegria, nenhum homem tirará de vocês'. (João 16:19-22). 6. Mas, embora essa murmuração esteja no fim, perdida na alegria santa, por causa do retorno do Confortador; ainda assim, existe um outro - e que choro abençoado é este que habita nos filhos de Deus: Eles ainda murmuram, pelos pecados e misérias da humanidade: Eles 'lamentam com aqueles que lamentam'. Eles choram por aqueles que não choram por si mesmos; pelos pecadores, que estão contra suas próprias almas. Eles murmuram, por causa da fraqueza e deslealdade daqueles que estão, em alguma medida, salvos de seus pecados. 'Quem é fraco, e eles não são fracos? Quem está ofendido, e eles não se ofenderam?. Eles estão aflitos por causa da desonra continuamente feita à Majestade dos céus e terra. Todo o tempo, eles tem uma terrível sensação disto, o que traz uma seriedade profunda em seus corações; a seriedade que não está pouco ampliada, desde que os olhos de seu entendimento foram abertos, por continuamente verem o vasto oceano da eternidade, sem o fundo ou a orla, que já tragou milhares e milhares de homens, e está abrindo espaço para devorar os que ainda restam. Eles vêem aqui a casa do Deus eterno nos céus; lá, inferno e destruição, sem uma cobertura; e, por isto, sentem a importância de cada momento, que apenas surge, e se vai para sempre! 7. Mas toda essa sabedoria de Deus é tolice para o mundo. Todo esse assunto de choro e pobreza de espírito é estupidez e idiotice para eles. Mais ainda; está tudo bem, se eles tiverem um julgamento favorável sobre isto; se eles não o elegem como uma mera lástima e melancolia; insanidade e distração manifesta. E não é de se admirar, afinal, que esse julgamento possa se passar por aqueles que não conhecem a Deus. Supondo-se que duas pessoas fossem caminhar juntas; uma de repente pare, e com os mais fortes sinais de medo e espanto, exclame: 'Sobre que precipício nós estamos! Veja, você, nós estamos a ponto de sermos feitos em pedaços! Mais um passo, e caímos no imenso abismo! Pare! Eu não seguirei em frente, por todo o mundo!'. – quando o outro, que parece, pelo menos a si mesmo, perspicaz, olha em frente e não vê coisa alguma disso; o que ele pensar poderá com respeito a seu companheiro, a não ser que ele está fora de si; que sua cabeça está confusa; que muita religião (se ele não for culpado de 'muito aprendizado) tem certamente o enlouquecido! 8. Mas não permitam que os filhos de Deus, 'os murmuradores em Sião', sejam afligidos por 9
essas coisas. Vocês, cujos olhos estão iluminados, não se preocupem, por causa daqueles que ainda seguem na escuridão. Vocês que não seguem em uma sombra vã: Deus e eternidade são coisas reais. Céu e inferno estão na mesma realidade, aberta diante de vocês; e vocês estão na extremidade do grande abismo. Ele já levou para suas profundezas, mais do que as palavras podem expressar, nações e famílias, e povos, e línguas, e ainda se abre para devorar - quer eles vejam isto ou não - os levianos e miseráveis filhos dos homens. Ó gritem alto! Não poupem esforços! Ergam suas vozes, até Ele que compreende o tempo e a eternidade; ambos para vocês mesmos e seus irmãos, para que vocês possam ser considerados merecedores de escapar da destruição que virá como um furacão. Para que vocês possam ser trazidos a salvo, através de todas as ondas e tempestades, para o céu, onde vocês deverão estar! Lamentem, por si mesmos, até que Ele seque fora as lágrimas de seus olhos. E, mesmo então, lamentem as misérias que virão sobre a terra, até que o Senhor de todos, possa por um fim na miséria e pecado; possa enxugar as lágrimas de todas as faces, e 'o conhecimento do Senhor cubra a terra, como as águas cobrem o mar'. [Editado por Kimberly Horner, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções de George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
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Sobre o Sermão do Monte – Parte II John Wesley 'Bem-aventurados são os mansos: porque eles herdarão a terra. Abençoados serão eles que têm forme e sede de justiça: porque eles serão fartos. Bem-aventurados os que misericordiosos: porque eles obterão misericórdia'. (Mateus 5:5-7)
I. 1. Quando 'o inverno passa', quando 'o tempo de cantar se foi, e a voz da tartaruga marinha é ouvida da terra'; quando Ele que conforto os murmuradores retornar, 'para que possa habitar com eles para sempre'; quando, à luz de sua presença, as nuvens se dispersarem; a nuvens escuras da dúvida e incerteza; as tempestades de medo desaparecerem; as ondas de tristeza diminuírem, e seus espíritos se regozijarem novamente no Deus, seu Salvador; então, esta palavra estará eminentemente cumprida; então, aqueles que ele tem confortado poderão dar testemunho de que 'Bem-aventurado', ou feliz, 'são os mansos, porque eles herdarão a terra'. 2. Mas quem são 'os mansos?'. Não aqueles que se angustiam por nada, porque nada sabem; aqueles que não estão transtornados, por causa das maldades que ocorrem, já que não discernem o mal do bem. Não aqueles que estão abrigados dos golpes da vida, por causa da insensibilidade estúpida; que têm, por natureza ou arte, a virtude de mão se deixarem abalar, e não se ressentem de coisa alguma, porque nada sentem. Filósofos brutos estão totalmente despreocupados sobre esse assunto. Apatia está tão longe da mansidão, quanto da benevolência. De modo que alguém não conceberia facilmente, como alguns cristãos das épocas mais inocentes; especialmente, alguns dos Patriarcas da Igreja, puderam confundir-se com estes, e equivocar-se com um dos mais sórdidos erros do Paganismo, como uma ramificação do Cristianismo verdadeiro. 3. Nem a mansidão cristã implica em se ser, sem zelo, para com as coisas de Deus, mais do que praticar ignorância ou insensibilidade. Não; ela se mantém distinta de todo extreme, se, por excesso ou falta. Ela não destrói, mas equilibra as afeições, as quais o Deus da natureza nunca designou que pudessem ser extirpadas pela graça, mas apenas traz e mantém debaixo de devidas regras. Ela equilibra a mente. Ela retém uma escala nivelada, com respeito à ira, tristeza, e medo; preservando o significado, em cada circunstância da vida, e não declinando, nem para a direita, nem para a esquerda. 4. Mansidão, portanto, parece propriamente relatar-se a nós mesmos. Mas pode se referir tanto a Deus quanto ao nosso próximo. Quando esta oportuna compostura da mente faz referência a Deus, ela é usualmente denominada resignação; uma aquiescência calma a qualquer que seja sua vontade, concernente a nós, mesmo que ela não possa ser agradável à natureza; dizendo continuamente: 'É o Senhor; e que ele faça o que lhe pareça bom'. Quando nós a consideramos mais estritamente com respeito a nós mesmos, nós a intitulamos de paciência ou contentamento. Quando é manifesta em direção a outros homens, então, é brandura para com o bom, e gentileza para com o mau. 5. Aqueles que são verdadeiramente mansos, podem claramente discernir o
que é mal; e podem também suportá-lo. Eles são sensíveis a todas as coisas desse tipo, mas, ainda assim, a mansidão segura as rédeas. Eles são excessivamente 'zelosos, para com o Senhor das multidões'; mas o zelo deles é sempre dirigido pelo conhecimento, e equilíbrio, em cada pensamento, e palavra, e obra, para com o amor do homem, assim como, para com o amor de Deus. Eles não desejam extinguir alguma das paixões que Deus tem implantado em sua natureza, com objetivos sábios; mas têm o domínio delas: Eles a mantêm em sujeição, e as empregam apenas na subserviência àquelas finalidades. E. assim, mesmo as paixões mais dissonantes e mais desagradáveis são aplicadas para os mais nobres propósitos; até mesmo ódio, ira, medo, quando comprometidos contra o pecado, e regulados pela fé e amor, são os caminhos e baluartes para a alma, de maneira que o perverso não pode aproximar-se para causar dano. 6. É evidente, que esse temperamento divino não apenas habita, mas cresce em nós, dia a dia. As oportunidades de exercitá-lo, e, por meio disto, melhorá-lo, nunca faltará, enquanto permanecermos sobre a terra. 'Nós necessitamos da paciência, para que, depois que tivermos feito' e suportado 'a vontade de Deus, possamos receber a promessa'. Nós necessitamos de resignação, para que possamos, em todas as circunstâncias dizer: 'Não como eu quero, mas como Tu queres'. E precisamos 'ser gentis para com todos os homens'; mas, especialmente, em direção ao mal e ingrato: do contrário, seremos dominados pelo mal, em vez de pagarmos o mal com o bem. 7. Nem a mansidão se restringe apenas à ação exterior, como os Escribas e Fariseus ensinaram no passado, e os Professores miseráveis, não foram ensinados por Deus, não irão falhar de fazer isto, em todas as épocas. Nosso Senhor guarda contra isto,e mostra a extensão verdadeira dela, nas seguintes palavras, em (Mateus 5:21-22) 'Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu em juízo. Eu, porém, vos digo que, qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo, e, qualquer que chamar a seu irmão de raca [mentecapto] será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno'. 8. Nosso Senhor aqui classifica, como assassínio, mesmo aquela raiva que tem nenhum outro pai que o coração; que não se mostra, através da indelicadeza exterior; não; não mais, do que uma palavra impetuosa. 'Quem quer que tenha raiva de seu irmão', de algum homem vivente, vendo que todos somos irmãos; quem quer que sinta alguma indelicadeza, em seu coração; algum temperamento contrário ao amor; quem quer que esteja raivoso, sem uma causa, sem uma causa suficiente, ou mais além do que aquela causa requeira, 'correrá o risco de julgamento', de, naquele momento, ser réu para o juízo justo de Deus. Mas quem não se inclinaria a preferir ler aquelas cópias que omitem a palavra que significa 'sem uma causa'?. Ela não é inteiramente supérflua? Já que, se a raiva para com as pessoas é um temperamento contrário ao amor, como pode existir uma causa, uma causa suficiente para ela, -- alguma que irá justificá-la, aos olhos de Deus? Esta causa seria a raiva ao pecado. Neste sentido, nós podemos estar raivosos, e ainda assim, não estaremos pecando. Neste sentido, o próprio nosso Senhor uma vez, registrou ter estado raivoso: 'Ele olhou a todos, em sua volta, com raiva, afligido
por causa da dureza de seus corações'. Ele estava angustiado, diante dos pecados, e com raiva, por causa dele. E isto é, sem dúvida, correto diante de Deus. 9. 'E qualquer que diga para seu irmão, raca'; -- quem quer que dê motivo para a raiva, como proferir alguma palavra desdenhosa. Alguns comentaristas observam que raca é uma palavra Siríaca [da língua Aramaica] que significa propriamente: inútil, vão, tolo; de maneira que ela é uma expressão inofensiva que pode ser usada em direção a alguém, com quem estamos insatisfeitos. Mas, ainda assim, quem quer que a use, como nosso Senhor nos assegurou, 'será réu do Concílio'; antes, deverá ser réu nisto: Deverá estar sujeito a uma sentença mais severa do Juiz de toda a terra. 'Mas quem quer que diga, Tu, tolo'; -- quem quer que dê lugar ao diabo, como irromper injurioso, em uma linguagem intencionalmente vergonhosa e insultante, 'será réu no fogo do inferno'; será, naquele momento, capaz da mais alta condenação. Deverá ser observado que nosso Senhor descreve todos esses, como réus, para a punição capital. A primeira, por estrangulamento, usualmente infligida àqueles que foram condenados em uma das cortes inferiores; a segunda, por apedrejamento, que era freqüentemente infligida àqueles que foram condenados pelo grande Concílio em Jerusalém; a terceira, condenação ao fogo, infligida apenas aos mais altos ofensores, no 'vale dos filhos de Hinnom'; do qual aquela palavra é evidentemente tomada, e que nós traduzimos como 'inferno'. 10. E, considerando que os homens naturalmente imaginem que Deus irá desculpar suas deficiências em alguns deveres, pela precisão deles em outros; nosso Senhor a seguir cuida de arrancar aquele pensamento vão da imaginação comum. Ele mostra que é impossível a algum pecador comutar com Deus; que Ele não aceitará algum dever por outro; nem tomará parte da obediência, como obediência total. Ele nos adverte que realizar nosso dever para com Deus não irá nos desculpar de nossa obrigação para com nosso próximo; aquelas obras de misericórdia, como elas são chamadas, estarão, tão longe, de nos recomendar a Deus, como se estivéssemos em falta com o amor; muito ao contrário, que essa falta de amor fará com que todas essas obras sejam uma abominação para nosso Senhor. 'Por conseguinte, se tu trouxeres tua oferta ao altar, e lá, te lembrares de que teu irmão está contra ti', -- por causa de teu comportamento indelicado, em direção a ele, ou por tê-lo chamado de 'raca', ou 'tu, idiota; não pense que tua oferta irá reparar teu ódio, ou que ela irá encontrar alguma aceitação com Deus, por quanto tempo tua consciência esteja suja com a culpa do pecado do qual tu não te arrependeste. 'Deixa lá tua oferta, diante do altar, e vá, no teu caminho; primeiro, reconciliar –te com teu irmão', (a fim de que tudo que é imposto a ti, seja reconciliado), e, então, vem e oferece a tua oferta'. (Mateus 5:23-24). 11. E que não haja demora, no que tão proximamente concerne a tua alma. 'Entra em acordo com teu adversário rapidamente'; -- agora; imediatamente; 'enquanto tu estás indo a ele'; se for possível, antes dele vir até ti; para que o adversário, a qualquer tempo, não te entregue ao juiz'; a fim de que ele não apele a Deus; o Juiz de todos; e o Juiz entregue a ti ao oficial'; para Satanás, o executor da ira de Deus; e 'tu sejas lançado na prisão'; no inferno, para que sejas reservado para o julgamento do grande dia: 'Verdadeiramente, digo a ti, tu não deverás, de modo
algum, tornar-te conhecido, por isto, até que tu tenhas pago, até a última moeda'. Mas isto é impossível de tu fazeres sempre; vendo que tu não tens coisa alguma a pagar. Portanto, se tu já estás na prisão, a fumaça de teu tormento deverá 'elevar-se para sempre e sempre'. 12. Nesse meio tempo, 'os mansos deverão herdar a terra'. Tal é a insensata sabedoria mundana! O sábio do mundo os tem advertido, diversas vezes, -- que, se eles não se ressentirem de tal tratamento; se eles não se submeterem a serem assim maltratados, não haverá vida para eles sobre a terra; que eles nunca serão capazes de procurar as necessidades comuns da vida, nem se alegrarem por coisa alguma. E o mais verdadeiro, -- supondo-se que não houvesse Deus no mundo; ou supondo-se que ele não se preocupasse com os filhos dos homens: a não ser, 'quando Deus surge ao julgamento, para auxiliar a todos os mansos sobre a terra', o quanto Ele não iria rir de toda essa sabedoria pagã, que ridiculariza e se transforma na ferocidade do homem em seu louvor!'. Ele toma um cuidado peculiar para provê-los com todas as coisas necessárias para a vida e religiosidade; Ele assegura a eles a provisão que tem feito, a despeito da força, fraude, ou malícia dos homens; e o que Ele assegura, Ele dá a eles abundantemente para desfrutar. É agradável a eles, seja pouco ou muito. Já que eles se conformaram a esperar com paciência; de maneira que eles verdadeiramente se conformaram com o que quer que Deus possa dar a eles. Eles estão sempre contentes; sempre satisfeitos, com o que quer que tenham: e isto agrada a eles, porque agrada a Deus: assim sendo, enquanto seus corações; seus desejos; a alegria deles está nos céus, deles se pode verdadeiramente dizer: 'herdarão a terra'. 13. Mas, parece haver ainda um significado, mais além, nessas palavras; a de que eles terão uma parte mais eminente na 'nova terra, onde habitará a retidão'; naquela herança, cuja descrição geral (e as particularidades, nós iremos saber, daqui a diante), através do que João nos deu no Capítulo Vigésimo de Apocalipse: 'E vi descer dos céus um anjo que tinha a chave do abismo, -- e ele prendeu o dragão, a velha serpente, -- e os encerrou por mil anos. – E eu vi as almas deles, que foram decapitados, para o testemunho de Jesus, e por causa da palavra de Deus; e daqueles que não adoraram a Besta; nem sua imagem; nem receberam sua marca em suas testas, ou em suas mãos; e eles viveram e reinaram com Cristo mim anos. Mas o restante dos mortos não tornou à vida, até que os mil anos tivessem terminado. Esta é a primeira ressurreição. Abençoado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes, a segunda morte não tem poder; eles serão os sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos'.(Apocalipse 20:1-6).
II 1. Nosso Senhor tem, até aqui, estado mais imediatamente ocupado, em remover os obstáculos da religião verdadeira. Tal como o orgulho, que é o primeiro e grande impedimento a toda religião, que é tirado fora, através da pobreza de espírito; tal como a leviandade e negligência, que impede alguma religião de criar raiz na alma, até que eles sejam removidos, através do murmurar santo; tal como a ira, impaciência, descontentamento, que são curados pela mansidão cristã. E, quando, alguma vez, esses empecilhos forem removidos, essas doenças pecaminosas da alma, que, continuamente, erguiam desejos falsos nela, e a preenchiam com apetites doentios, o
apetite do espírito nascido dos céus retorna; ele que tem sede e fome de retidão: Assim sendo, 'bem-aventurados sejam aqueles que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados'. 2. Retidão, como foi observado antes, é a imagem de Deus; a mente que estava em Jesus Cristo. Ela é todo temperamento santo e divino em um; brotando do amor de Deus, e terminando nele, como nosso Pai e Redentor, e o amor de todos os homens por sua causa. 3. 'Abençoados são os que têm fome e sede' disto: com o objetivo de entender completamente o que significa essa expressão, devemos observar: 1o. Que fome e sede são os mais fortes desejos de nossos apetites corpóreos. De igual maneira, é a sede na alma; essa sede, em busca da imagem de Deus, que é o mais forte de todos os apetites espirituais, quando uma vez despertado no coração: Sim. Ela engloba tudo o mais, naquele único desejo, -- sermos renovados na imagem Dele que nos criou. 2o. Que, do momento em que começamos a sentir fome e sede, esses apetites não cessam, mas são, mais e mais, ardentes e importunos, até que possamos comer e beber, ou morrer. E, mesmo assim, do momento em que começamos a sentir fome e sede, em busca de toda a mente que estava em Cristo, esses apetites espirituais não cessam, mas clamam em busca de seu alimento, com mais e mais importunidade; nem eles podem possivelmente cessar, antes que estejam satisfeitos, enquanto existir alguma vida espiritual restando. 3o. Que fome e sede só se satisfazem com carne e bebida. Se você der àquele que tem fome, o mundo todo; toda a elegância do vestuário; toda a pompa; todos os tesouros sobre a terra; sim, milhares de ouro e prata; se você pagar a ele com mais honra; -- ele se importará com nada disto. Todas essas coisas não terão, então, consideração com ele. Ele ainda dirá: 'Estas não são as coisas que desejo; dê-me o que comer, ou perecerei'. O mesmo acontece com cada alma que verdadeiramente tem fome e sede de justiça Ela não encontrará conforto, em coisa alguma, a não ser isto: Ela não estará satisfeita com coisa alguma. O que quer que lhe seja oferecido além, é pouco considerado: sejam riquezas, honra, prazer, ela ainda dirá: 'Não é isto que quero! Dê-me amor, ou perecerei!'. 4. E é impossível satisfazer tal alma; uma alma que está sedenta de Deus; do Deus vivo; com o que o mundo relaciona religião; com o que eles consideram felicidade. A religião do mundo implica em três coisas: (1) Não causar dano; abster-se do pecado exterior; pelo menos, de tais como escândalo, roubo, furto, praguejamento comum, bebedeira: (2) Fazer o bem; aliviar o pobre; ser caridoso – como isto é chamado: (3) Usar os meios da graça; pelo menos, indo à igreja, e comparecendo à Ceia do Senhor. Aqueles, nos quais estas três marcas são encontradas, são denominados, através do entendimento do mundo, homens religiosos. Mas isto tudo irá satisfazer aquele que tem sede de Deus? Não! Isto tudo não significa alimento para sua alma. Ele necessita
de uma religião de um tipo mais nobre; uma religião mais elevada e mais profunda do que esta. Ele não mais se alimenta dessa coisa formal, pobre e superficial, do que ele poderia 'preencher seu estômago com o vento leste'.A verdade é que ele está cuidadoso, em abster-se da mesma aparência do mal; ele está zeloso das boas obras; ele atende a todas as ordenanças de Deus: Mas tudo isto não é o que ele almeja. Esta é apenas o exterior daquela religião, da qual ele tem fome. O conhecimento de Deus, em Jesus Cristo; 'a vida que está oculta com Cristo em Deus'; o estar 'uno com o Senhor, em um só Espírito'; o ter 'camaradagem com o Pai e o Filho'; o 'caminhar, na luz, como Deus está na luz'; o estar 'purificado, assim como Ele é puro'; -- esta é a religião, a retidão, dos quais ele tem sede; e ele não poderá descansar, até que ele possa assim descansar em Deus. 5. 'Bem-aventurados são eles que' assim 'têm sede de justiça; porque serão saciados'. Eles serão preenchidos com as coisas que eles almejam; mesmo com retidão e santidade verdadeira. Deus irá satisfazê-los com as bênçãos de sua excelência, com a felicidade de sua escolha. Ele os alimentará com o pão dos céus. Com o maná de seu amor. Ele dará a eles de beber do seu prazer, de um rio em que eles nunca mais terão sede, a não ser, mais e mais da água da vida. E essa sede permanecerá para sempre. 6. Quem quer que tu sejas; a quem Deus tem dado 'a fome e sede de retidão', clame a ele, para que nunca mais tu percas este dom inestimável; -- para que este apetite divino nunca possa cessar de ti. Mesmo que muitos te repreendam, e ofereçam a ti reter tua paz, não te preocupes com eles; sim; clama ainda mais: 'Jesus, Mestre, tenha misericórdia de mim. Que eu não possa viver; a não ser, sendo santo, como tu és santo!'. Não mais, 'gasta teu dinheiro, com aquilo que não é pão; teu trabalho, com o que não te satisfaz'. Tu esperas encontrar a felicidade na terra; -- encontrá-la, nas coisas do mundo? Ó, pisa em todos os teus prazeres, a despeito de tuas honras, considerando-nos esterco e refugo; -- todas as coisas que estão debaixo do sol; -- 'pela excelência do conhecimento de Jesus Cristo', para a completa renovação de tua alma, na imagem de Deus, de onde ela foi originalmente criada. Cuida de não extinguir essa fome e sede abençoada, por causa daquilo que o mundo chama de religião; a religião da forma, do espetáculo exterior, que deixa o coração ainda mais mundano e sensual do que nunca. Que ninguém possa satisfazer a ti, a não ser o poder da santidade; a não ser uma religião, que é espírito e vida; tu vivendo em Deus, e Deus em ti; -- o ser um habitante da eternidade; o entrar, através do sangue derramado, 'tirando o véu', e sentando-te 'em lugares celestiais com Jesus Cristo'.
III 1. E, quanto mais eles são preenchidos com o amor de Deus, mais ternamente eles irão se preocupar com aqueles que ainda estão sem Deus no mundo; ainda mortos, em transgressões e pecados. Nem deve interessá-los que os outros percam sua recompensa. 'Bem-aventurados os misericordiosos; porque eles obterão misericórdia'. A palavra usada por nosso Senhor implica mais imediatamente no compassivo; no bondoso de coração; naqueles que, muito longe de desprezar, sinceramente se afligem por aqueles que não estão famintos de Deus.
Esta eminente parte do amor fraternal está aqui, através de uma figura comum, colocada para o todo; de modo que 'os misericordiosos, em seu sentido completo do termo, são aqueles que 'amam seus próximos como a si mesmos'. 2. Por causa da vasta importância desse amor, -- sem o que, 'embora falemos com a língua de homens e anjos; embora tenhamos o dom da profecia, e entendamos todos os mistérios, e todo o conhecimento; embora tenhamos toda a fé, capaz de remover montanhas; mesmo que demos todos os nossos bens para alimentar o pobre; e nossos corpos sejam queimados, de nada aproveitaria em nós', -- a sabedoria que Deus tem nos dado, através de Paulo; um completo e particular relato dela; no que nós devemos mais claramente discernir quem são os misericordiosos, que deverão obter misericórdia. 3. 'Caridade', ou amor (como seria de se esperar, tivesse sido ela reproduzida, em seu sentido completo, já que se trata de uma palavra muito mais clara e menos ambígua); o amor ao nosso próximo, como Cristo nos tem amado, 'nos suportado'; é paciente, para com todos os homens. Ele suporta toda a fraqueza, ignorância, erros, enfermidades; toda a obstinação e insignificância da fé dos filhos de Deus; toda a malícia e maldade dos filhos do mundo. E sofre tudo isto, não apenas por um tempo, por um breve período, mas até o fim; ainda alimentando nosso inimigo, quando ele tem fome; se ele tem sede; ainda, dando-lhe água; assim, continuamente, 'empilhando carvões no fogo'; despejando amor, 'sobre sua cabeça'. 4. E, em cada passo, em direção a esse objetivo desejável; o 'domínio do mal pelo bem'; o amor é 'crhsteuetai' (uma palavra difícil de ser traduzida). Ele é leve, moderado benigno. Ele se coloca muito distante da melancolia; de toda aspereza e acidez do espírito; e inspira imediatamente o sofredor, com a delicadeza mais amável, e a mais fervorosa e terna afeição. 5. Conseqüentemente, 'o amor não sente inveja': É impossível que ele possa sentir; ele é diretamente oposto àquele temperamento pernicioso. Aquele que tem essa afeição terna por todos, que sinceramente deseja todas as bênçãos temporais e espirituais; todas as coisas boas deste mundo, e do mundo que há de vir, a todas as almas que Deus fez, não pode se afligir que Ele conceda algum bom dom a algum filho do homem. Se ele próprio recebeu o mesmo, ele não se aflige, mas regozija-se, que outro compartilhe do benefício comum. Se ele não recebeu, ele dá graças a Deus que seu irmão, pelo menos, o tenha; e nisto, ele está mais feliz do que estaria se fosse consigo. E quanto maior é seu amor, mais ele se regozija pelas bênçãos a toda a humanidade; e mais ele remove todo tipo e grau de inveja, em direção a qualquer criatura. 6. 'O amor não trata com leviandade'; o que coincide com as palavras seguintes; mas, preferivelmente, (como a palavra propriamente significa), não é imprudente ou precipitado no julgamento; ele não irá precipitadamente condenar quem quer que seja. Ele não dará uma sentença severa, devido a visão superficial ou apressada das coisas: Ele primeiro pesa todas as evidências; particularmente aquelas que são trazidas em favor do acusado. Aquele que verdadeiramente ama seu próximo não é como a generalidade dos homens, que, mesmo nos casos de natureza mais precisa, 'vê pouco, presume muito, e precipita-se na conclusão'. Não: Ele procede com prudência e circunspeção; dando atenção a cada passo; concordando de boa-
vontade com aquela regra dos antigos pagãos, (Ó, aonde os modernos cristãos irão se mostrar!) 'Eu estou tão longe de acreditar superficialmente, no que um homem diz contra outro, que não facilmente eu irei acreditar no que um homem diz contra si mesmo. Eu sempre permitirei a ele uma segunda opinião, e muitas vezes, mudar de idéia também'. 7. Segue-se que 'o amor não se envaidece'. Ele não se inclina ou faz com que algum homem 'pense mais altamente sobre si mesmo, do que deveria pensar', mas, antes, pondera com juízo: Sim. Ele reduz a alma ao pó. Ele destrói todos os altos conceitos; orgulho engendrado; e faz com que nos regozijemos de sermos nada; sermos poucos e vis; os mais desprezíveis dos homens; os servos de todos. Aqueles que estão 'cordialmente afeiçoados ao outro com amor fraternal', não pode, a não ser 'pela honra, preferir ao outro'. Aqueles que têm o mesmo amor estão em harmonia, e fazem, na humildade da mente, 'com que cada um estime ao outro, mais do que a si mesmos'. 8. 'Ele não se porta com indecência': Ele não é rude, ou de boa-vontade ofensivo a algum outro. Ele 'retribui a todos o que é justo; respeito a quem respeita; honra a quem honra'; cortesia, civilidade, humanidade a todo o mundo; em seus diversos níveis, 'reverenciando a todos os homens'. Um escritor recente define como boas maneiras; mais ainda, o mais alto nível dela, como cortesia, 'um desejo contínuo de agradar, aparecendo em todo o comportamento'. Mas se for assim, não existe alguém tão educado como um cristão, um amante de toda a humanidade; já que ele não pode deixar de almejar 'agradar a todos os homens, pelo bem de sua edificação': E esse desejo não pode ser oculto; ele necessariamente aparece, em todo o seu intercurso com outros homens. Já que seu 'amor não é hipócrita': Ele surge, em todas as suas ações e conversas; sim, e o constrange, embora sem fraude, 'a se tornar todas as coisas a todos os homens, se através de algum desses meios, ele pode salvar alguns'. 9. E, em se tornando todas as coisas a todos os homens, 'o amor não busca seus próprios interesses'. Em empenhar-se a agradar a todos os homens, o amante da humanidade não tem olho para suas vantagens temporais. Ele não almeja ao homem prata, ouro ou vestuário: Ele não deseja coisa alguma, a não ser a salvação de suas almas: Sim, em um sentido, pode-se dizer que ele não busca sua vantagem espiritual, mais do que a temporal; enquanto ele se dedica a salvar suas almas da morte, ele, como se diz, se esquece de si mesmo. Ele não pensa em si mesmo, por quanto tempo aquele zelo pela glória de Deus o consome. Mais ainda; algumas vezes, devido ao seu muito amor, ele pode quase parecer desistir de si mesmo, da sua alma e do seu corpo; enquanto ele clama como Moisés, em (Êxodo 32:31-32): 'Ora, este povo pecou pecado grande, fazendo para si deuses de ouro; agora, pois, perdoa o pecado deles; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito'. Ou, como Paulo, em (Romanos 9:3) 'Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes, segundo a carne'. 10. Não é de se admirar que tal 'amor não se irrita' ou paroxunetai: Que se observe que a palavra, facilmente inserida de modo singular na tradução, não está no original: As palavras de Paulo são perfeitas. 'O amor não se irrita': Ele não se ofende à descortesia, em direção a quem quer que seja. De fato, oportunidades para isto irão freqüentemente ocorrer; provocações exteriores de vários tipos; mas o amor não se
rende à provocação; ele triunfa sobre tudo. Em todas as tentativas, ele olha para Jesus, e é mais que vencedor em seu amor. Não é improvável que nossos tradutores inseriram aquela palavra, como se ela fosse, para desculpar o Apóstolo; que, como eles supuseram, poderia, do contrário, pareceria estar em falta com o mesmo amor que ele tão belamente descreve. Eles parecem ter suposto isto da frase em Atos dos Apóstolos; que está igualmente muito inadequadamente traduzida. Quando Paulo e Barnabé discordaram, com respeito a João, a tradução seguiu-se dessa forma: 'E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus.e passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas' (Atos 15:39). Isto naturalmente induz o leitor a supor que eles estavam igualmente mordazes nisto; que Paulo, que está indubitavelmente certo, com respeito ao ponto em questão, (sendo completamente impróprio levar João com seles novamente, quem tinha desertado deles anteriormente), estava tão alterado quanto Barnabé, que deu tal prova de sua ira, que deixou a obra, pela qual ele tinha sido separado pelo Espírito Santo. Mas o original não importa tal coisa; nem afirma que Paulo estava alterado afinal. Ele simplesmente diz, 'E houve uma veemência', um paroxismo de raiva; em conseqüência do que Barnabé deixou Paulo, pegou a João e seguiu seu caminho. Paulo, então, 'escolhe a Silas, e parte, sendo recomendado pelos irmãos para a graça de Deus'; (o que não é dito com respeito a Barnabé); 'e segue através da Síria e Cilícia', como ele tinha proposto, 'confirmando as igrejas' . (Atos 15:39-41). Mas, retornando.... 11. O amor impede milhares de provocações que, do contrário, se ergueriam, porque ele não 'suspeita mal'. Realmente, o homem misericordioso não pode evitar saber muitas coisas que são ruins; ele não pode deixar de vê-las, por si mesmo, e ouvir delas, ele mesmo. Já que o amor não tira fora seus olhos, é impossível a ele não ver que tais coisas são feitas; nem tira fora seu entendimento, não mais do que seus sentidos, de maneira que ele não pode deixar de saber que elas são más. Por exemplo: quando ele vê um homem golpear seu próximo, ou o ouve blasfemar contra Deus, ele não pode questionar a coisa feita, ou as palavras faladas, ou duvidar de que sejam pecaminosas. A palavra 'suspeitar' não se refere ao nosso ver e ouvir, ou aos primeiros e involuntários atos de nosso entendimento; mas à nossa disposição em pensar o que não precisamos; nossa dedução do mal, onde ele não aparece; ao nosso raciocínio concernente às coisas que não vemos; nossa suposição ao que nós não vemos, nem ouvimos. Isto é o que o amor verdadeiro absolutamente destrói. Ele rasga em pedaços; completamente, toda a idéia do desconhecido. Ele atira fora toda desconfiança; toda a maldade presumível; toda prontidão a acreditar no mal. Ele é franco, aberto, sem malícia; e, como ele não pode ocasionar, então, ele nem teme o mal. 12. 'Ele não folga com a iniqüidade'; tão comum quanto isto seja, mesmo entre aqueles que testemunham o nome de Cristo, e que têm escrúpulos, em não se regozijarem sobre seus inimigos, quando eles caem seja na desgraça, no erro, ou no pecado. De fato, quão dificilmente podem evitar isto, os que estão tão zelosamente atados a alguma parte! Quão difícil é para eles não se agradarem com qualquer falta
que eles descobrem, naqueles da parte oposta, -- com alguma mancha real ou suposta, tanto em seus princípios, quanto em sua prática! Que defensor fervoroso de alguma causa é mais perspicaz do que esses? Sim; quem está tão sereno, para ser completamente livre? Quem não se regozija, quando seu adversário dá um passo em falso, o que ele pensa irá trazer vantagem a sua própria causa? Apenas o homem que verdadeiramente ama. Apenas ele chora, tanto sobre o pecado, quanto sobre a tolice de seu inimigo; não tendo prazer em ouvir, ou em repetir isto, mas, preferivelmente, deseja que ele possa ser esquecido para sempre. 13. Mas ele 'se regozija na verdade', onde quer que ela se encontre; na 'verdade que busca a santidade', que produz seus frutos próprios, santidade de coração e santidade de conversa. Ele se regozija se certificar que mesmos esses que se opõem a ele, se com respeito às opiniões, ou alguns pontos da prática, são, não obstante, amantes de Deus, e em outros aspectos, irrepreensíveis. Ele fica feliz em ouvir falar bem deles, e fala tudo o que ele pode consistentemente com a verdade e a justiça. Realmente, o bem, em geral, é sua glória e alegria, em qualquer parte, espalhado, através da raça humana. Como um cidadão do mundo, ele clama por uma porção na felicidade de todos os habitantes dele. Porque ele é um homem, ele não está despreocupado com o bem-estar de qualquer homem; mas se alegra com o que quer que traga glória a Deus, e promove a paz e boa-vontade entre os homens. 14. Este 'amor encobre todas as coisas': (assim, sem dúvida, 'suporta todas as coisas'): Porque um homem misericordioso não se regozija na iniqüidade; nem de boa vontade faz menção disto. O que quer de mal que ele veja, ouça, ou saiba, ele, porém, se cala. Tanto quanto ele pode, sem tornar-se 'parceiro no pecado de outrem'. Onde quer, ou com quem quer que ele esteja, se ele vê alguma coisa que ele não aprova, isto não sai de sua boca; exceto para a pessoa a quem diz respeito, se, por acaso, ele pode ganhar um irmão. Ele está, muito longe, de fazer, das faltas ou falhas de outros, o assunto de sua conversa, já que do ausente ele nunca fala, afinal; a não ser, se ele puder falar bem. O fofoqueiro, o caluniador, o murmurador, o maledicente, é para ele como um assassino. Assim como ele cortaria a garganta de seu próximo, ele mataria sua reputação. Assim como ele pensaria em se divertir, ateando fogo na casa de seu próximo, ele 'distribuiria flechas a sua volta; tição e morte', dizendo, 'eu não estou praticando esporte?'. Ele faz apenas uma exceção; algumas vezes, ele está convencido de que é para a glória de Deus, ou (o que vem a ser o mesmo) o bem de seu próximo, que um mal não deva ser encoberto. Nesse caso, para o benefício do inocente, ele é constrangido a declarar o culpado. Mas, mesmo aqui: 1o. Ele não falará, afinal, até que o amor; o amor superior, o obrigue; 2o. Ele não fará isto, de uma visão geral confusa em fazer o bem, ou promover a glória de Deus, mas de um sinal claro de alguma finalidade pessoal; algum bem determinado que ele persiga; 3o. Ainda assim, ele não pode falar, a menos que ele esteja completamente convencido de que esse mesmo meio é necessário para aquela finalidade; que a finalidade não pode ser respondida; pelo menos, não tão efetivamente, através de algum outro caminho;
4o. Ele, então, o faz, com a mais extrema tristeza e relutância; usando isto como um último e pior remédio; um remédio extremo, em um caso extremo; uma espécie de veneno, que nunca deverá ser usado, a não ser para expelir o veneno; 5o. Conseqüentemente, ele usa isto tão frugalmente quanto possível. E o faz com temor e tremor, a fim de que não transgrida a lei do amor, por falar demais; mais do que ele poderia ter feito, não falando, afinal. 15. O amor 'acredita em todas as coisas'. Ele está sempre disposto a pensar o melhor; a colocar a mais favorável construção sobre tudo. Ele está sempre pronto a acreditar, no que quer que possa tender ao proveito do caráter de alguém. Ele é facilmente convencido da inocência (o que ele sinceramente deseja), ou integridade de qualquer homem; ou, pelo menos, da sinceridade de seu arrependimento; se ele, uma vez, errou no seu caminho. Ele fica feliz em desculpar o que quer que seja inoportuno; a condenar o ofensor, tão pouco quanto possível; e a dar toda permissão para a fraqueza humana, que possa ser feita, sem trair a verdade de Deus. 16. E quando ele não puder acreditar mais, então, o amor 'terá esperança, em todas as coisas'. Algum mal está relacionado a algum homem? O amor espera que a relação não seja verdadeira; que a coisa relacionada nunca tenha sido feita. É certo que ela foi? – 'Mas, talvez, não tenha sido feita, em tais circunstâncias, como está relatada; de maneira que, aceitando o fato, existe uma oportunidade de esperar que ela não seja tão ruim quanto está reproduzida'. A ação foi inegavelmente pecaminosa? O amor espera que a intenção não tenha sido tanto. Está claro que o objetivo foi pecaminoso também? – 'Ainda assim, ele não deveria brotar de um temperamento firme do coração, mas de um ímpeto de paixão, ou de alguma tentação veemente, que precipita o homem fora da compreensão de si mesmo'. E, mesmo quando não houver dúvida de que todas as ações, objetivos, e temperamentos são igualmente maus; ainda assim, o amor espera que Deus estenda seu braço, e leve a si mesmo à vitória; e haverá 'alegria nos céus, por conta', deste 'único pecador que se arrepende, do que por causa de noventa e nove pessoas que não precisam de arrependimento'. 17. Por fim: Ele 'suporta todas as coisas'. Isto completa o caráter daquele que é verdadeiramente misericordioso. Ele não suporta apenas algumas; não muitas coisas apenas; nem a maioria; mas, absolutamente todas as coisas. O que quer que a injustiça, malícia, crueldade dos homens podem infligir, ele será capaz de suportar. Ele não considera coisa alguma intolerável; ele nunca diz de alguma coisa, 'Isto não pode ser suportado'. Não; ele não apenas faz, mas suporta todas as coisas, através de Cristo, que o fortalece. E tudo o que ele suporta não destrói seu amor; não o enfraquece, por fim. É evidência contra tudo. É a chama que queima, mesmo no meio do grande abismo. 'Muitas águas não podem extinguir' o seu 'amor; nem pode a inundação sucumbi-lo'. Ele triunfa sobre tudo. Ele 'nunca falha', tanto no tempo, quanto na eternidade. Em obediência ao que o céu decreta o conhecimento pode falhar, e a profecia cessar; Mas a maior influência do amor eterno,
não limitado pelo tempo, nem sujeito à decadência, em triunfo feliz viverá para sempre; e o bem infinito espalhará, e o louvor infinito receberá.
Assim deverá 'o misericordioso obter misericórdia'; não apenas, pela bênção de Deus sobre todos os seus caminhos; por retribuir agora o amor que eles suportaram, por seus irmãos, milhares de vezes, em seus próprios peitos; mas, igualmente, pelo 'peso excessivo e eterno da glória', no 'reino preparado para eles, desde o começo do mundo'. 18. Por enquanto, você pode dizer, 'Ai de mim, que' estou constrangido 'a habitar com Mesech, e ter minha morada entre as tendas de Kedar!'. Você pode verter sua alma, e lamentar a perda do amor verdadeiro e genuíno na terra: Perdido, realmente! Você bem pode dizer, (mas não, em um sentido remoto): 'Veja como esses cristãos amam uns aos outros!'. Esses reinos cristãos, que estão dilacerando suas entranhas mutuamente; devastando uns aos outros, com o fogo e a espada! Esses exércitos cristãos que estão sendo enviados, aos milhares, rapidamente para o inferno! Essas nações cristãs que estão sendo tomadas pelo fogo; pelas contendas; partido contra partido; facção contra facção! Essas cidades cristãs, onde o dolo e a fraude; opressão e iniqüidade; sim, roubo e assassinato, não saem de suas ruas! Essas famílias cristãs, feitas em pedaços, pela cobiça, ciúme, ira, disputa doméstica, inumerável, interminável! Sim. E o que é mais terrível; o mais lamentável de tudo, essas igrejas cristãs! – Igrejas ('não diga isto, em Gath' -- mas, meu Deus, como nós poderemos ocultar isto dos judeus, turcos ou dos pagãos?); que testemunhamos o nome de Cristo, o Príncipe da Paz, promovendo guerra contínua uns com os outros! Que os pecadores convertidos, os queimam vivos! Que estão 'embriagados pelo sangue dos santos!' – Será que essa glória pertence apenas à grande Babilônia, 'a mãe das meretrizes e abominações da terra?'. Mais do que isto; as Igrejas Reformadas (assim chamadas) têm sinceramente aprendido a trilhar em seus passos. As Igrejas Protestantes também sabem oprimir, quando elas têm poder, em suas mãos; mesmo com sangue. E, nesse meio tempo, como elas também anatematizam umas às outras! Consagram umas às outras, ao mais baixo inferno! Que ira; que contenda; que malícia; que amargura está em todos os lugares, encontradas, em meio delas; mesmo quando elas concordam nos princípios básicos, e apenas diferem em opiniões, ou em pormenores da religião! Quem segue em busca apenas das 'coisas que trazem paz; e das coisas onde nós podemos edificar o outro?'. Ó Deus! Por quanto tempo ainda? Será que tua promessa irá falhar? Não a tema, pequeno rebanho! Contra a esperança, acredite na esperança! É o bom prazer de seu Pai ainda renovar a face da terra. Certamente, todas as coisas chegarão ao fim, e os habitantes da terra deverão aprender a retidão. 'Nações não erguerão espadas contra nação; nem elas conhecerão a guerra mais'. 'As montanhas da casa do Senhor serão edificadas, no topo das montanhas'; e 'todos os reinos da terra tornar-se-ão os reinos de nosso Deus'. 'Eles', então, 'não causarão dano, ou destruição, em todas as suas santas montanhas'; mas chamarão os 'seus muros de salvação, e seus portões de louvor'. Eles todos serão, sem mácula ou mancha; amando uns aos outros, como Cristo nos tem amado – Sê tu parte dos primeiros frutos, se o
tempo da colheita ainda não chegou. Tu amas a teu próximo como a ti mesmo? O Senhor Deus preencherá teu coração com tal amor por cada alma, que tu estarás pronto a entregar tua vida, pela causa dele! A tua alma pode continuamente ser dominada pelo amor, consumindo cada temperamento indelicado e impuro, até que Ele te chame para a região do amor, para que reines com ele para sempre e sempre! Editado por William A. Buckholdt III com correções de Ryan Danker and George Lyons para o Wesley Center for Applied Theology. Copyright © 1999 by the Wesley Center for Applied Theology. O texto pode ser usado livremente para propósitos pessoais e escolares, ou colocados em outros web sites, providenciando que esta informação seja deixada intacta. Qualquer uso desse material para propósitos comerciais de qualquer natureza é estritamente proibido, sem permissão expressa da Wesley Center at Northwest Nazarene University, Nampa, ID 83686. Contate o webmaster para permissão.
Sobre o Sermão do Monte – Parte III John Wesley 'Bem-aventurados os puros de coração: Porque eles verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados de filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição, por causa da justiça, porque deles é reino dos céus, Bem-aventurados sóis vós, quando vos injuriarem, e perseguirem; e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Regozijem-se e alegrai-vos, porque é grande a vossa recompensa nos céus. Porque assim perseguiram os Profetas que vieram antes de vós'. (Mateus 5:8-12)
I 1. Quão excelentes coisas são faladas do amor de nosso próximo! Ele é 'o cumprimento da lei', 'a finalidade do mandamento'. Sem isto, tudo o que temos; tudo que fazemos; tudo que sofremos, não tem valor algum aos olhos de Deus. A não ser o amor ao nosso próximo, que brota do amor de Deus: Do contrário, ele mesmo de nada vale. Cabe a nós, portanto, examinarmos bem sobre que alicerce nosso amor ao próximo se sustenta; se ele é realmente construído em cima do amor de Deus; se nós 'o amamos, porque Ele primeiro nos amou'; se nós somos puros de coração: porque este é a fundação a qual nunca deverá ser movida. 'Abençoados, os puros de coração; porque eles verão a Deus!'. 2. 'Os puros de coração' são aqueles cujos corações Deus tem 'purificado, assim como Ele é puro'; que são purificados, através da fé, no sangue de Jesus, de toda afeição profana; que, sendo, 'limpos de toda imundícia da carne e espírito; santidade perfeita no temor' amoroso 'de Deus'. Eles são, pelo poder de sua graça, purificados do orgulho, através da mais profunda pobreza de espírito. Da ira, e de toda paixão indelicada ou turbulenta, através da humildade e gentileza. De todo desejo, a não ser o de agradar e alegrar a Deus, para conhecer e amá-lo, mais e mais, através daquela fome e sede de retidão, que agora ocupa toda a sua alma: De maneira que, agora, eles amam ao Senhor seu Deus com todo seu coração, com toda sua alma, mente e forças. 3. Mas quão pouco, essa pureza de coração tem sido cuidada, pelos falsos professores de todas as épocas! Eles têm ensinado os homens a absterem-se, mal e mal, de tais impurezas exteriores que Deus tem proibido, através da aparência; mas elas não tocam o coração; e, por não se guardarem contra, em feito, encorajaram as corrupções interiores. Um exemplo notável disto, nosso Senhor nos tem dado, nas seguintes palavras, em (Mateus 5:27) 'Ouvistes o que foi dito aos antigos: não cometerás adultério', e, em explicar isto, aqueles líderes cegos apenas insistiram que os homens se abstivessem dos pecados exteriores. 'Eu porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiça, já em seu coração, cometeu adultério contra ela'. (Mateus 5:28); já que Deus requer a verdade, daquilo que está, no interior do homem: Ele inspeciona o coração, e experimenta as afeições; e, se você está inclinado à iniqüidade com seu coração, o Senhor não irá ouvi-lo. 4. E Deus não admite desculpa, para reter qualquer coisa que dê oportunidade para a impureza. Por conseguinte, 'se teu olho direito te escandalizar, arranca-o fora,
e atira-o, para longe de ti. Pois é de maior proveito que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado no inferno'. (Mateus 5:29). Se pessoas queridas a ti, como teu olho direito, derem uma oportunidade de, assim, escandalizares a Deus, como estimulando desejos impuros em tua alma, sem demora, com toda veemência, afasta-te delas. 'E, se tua mão direita te escandalizar, corta-a, fora, e a atira para longe de ti; porque te é melhor que um dos seus membros se perca, que todo o teu corpo seja lançado no inferno'. (Mateus 5:30): Se alguém, que pareça ser tão necessário a ti, quanto a tua mão, for motivo do pecado, do desejo impuro; mesmo que ele nunca vá mais além do que teu coração; nunca se manifeste por palavra ou ação; constranja a ti mesmo a um rompimento inteiro e decisivo: tire-o fora de tua vida, num só golpe: e o entregue aos cuidados de Deus. Qualquer perda, se de prazer, ou substância, ou amigos, é preferível a perder a tua alma. Dois passos apenas não serão impróprios tomar, antes de tal separação absoluta e decisiva: 1o. Experimente que o espírito impuro não possa ser expulso, através de jejum e oração; cuidadosamente, abstendo-se de toda ação, palavra, olhar, que você possa se certificar dê oportunidade ao mal; 2o. Se, por esses meios, você não for liberto, então, peça conselho a Ele que conhece a sua alma; ou, pelo menos, a alguém que tenha experiência, nos caminhos de Deus, no tocante ao tempo, e a maneira de proceder àquela separação; mas não outorgue à carne e ao sangue, a fim de que 'não venha a se entregar a uma forte ilusão, por acreditar numa mentira'. 5. Nem pode o próprio casamento, santo e honrado quanto ele seja, ser usado como pretexto, para dar livre vazão aos nossos desejos. De fato, 'tem sido dito que, qualquer que repudie a sua esposa, que ele dê a ela carta de divórcio: E, então, tudo estará bem; embora ele não alegue causa, a não ser que ele não a ama, ou ama mais a uma outra. 'No entanto, eu digo que, quem quer que repudie sua mulher, exceto em caso de fornicação', (ou seja, adultério; a palavra 'porneia' significando 'falta de castidade', em geral; tanto sendo casado, como sendo solteiro) 'dará oportunidade a que ela cometa adultério', se ela se casar novamente: 'E qualquer que se casar com ela, que foi repudiada, cometerá adultério, também', conforme (Mateus 5:31-32). Toda poligamia é claramente proibida nessas palavras, nas quais nosso Senhor declara expressamente que, qualquer mulher que tenha um marido vivo, se, se casar novamente, cometerá adultério. Por analogia, é adultério para qualquer homem que se casar novamente, por quanto tempo ele tenha uma esposa viva; sim, mesmo que ele seja divorciado; a menos que aquele divórcio tenha sido por causa de adultério: apenas neste caso, não existe escrita que o proíba de se casar novamente. 6. Tal é a pureza de coração que Deus requer e opera naqueles que acreditam no Filho de seu amor. E 'abençoados sejam' os que são assim 'puros no coração; porque eles verão a Deus'. Ele 'manifestará a si mesmo, junto a eles', não apenas 'como ele faz, para com o mundo', mas como ele nem sempre faz aos seus próprios filhos. Ele os abençoará com as mais claras comunicações de seu Espírito; a mais íntima 'camaradagem com o Pai e com o Filho'. Ele fará com que sua presença esteja continuamente diante deles, e a luz de seu semblante brilhe sobre eles. Esta é a
incessante oração de seus corações: 'Eu implore a ti que me mostre a tua glória'; e eles têm a petição que pediram dele. Eles agora vêm a Ele, através da fé, (o véu da carne estando agora transparente); mesmo nas suas obras menores, e em tudo que os circunda; em tudo que Deus tem criado e feito. Eles vêem Deus, nas alturas, e nas profundezas abaixo; eles vêem a Ele sendo tudo em tudo. Os puros de coração vêm todas as coisas completas de Deus. Eles vêem a Ele no firmamento dos céus; na lua; caminhando no esplendor; no sol, quando se regozija como um gigante que segue seu curso. Eles vêem a Ele 'fazendo das nuvens suas carruagens, e caminhando nas asas do vento'. Eles vêem a Deus 'preparando a chuva para a terra, e abençoando o crescimento dela; fornecendo grama para o gado; e vegetais para o uso do homem'. Eles vêem o Criador de tudo, sabiamente governando a todos, e 'mantendo todas as coisas, através da palavra de seu poder'. 'Ó, Senhor, nosso Governador, quão excelente é teu nome em todo o mundo'. 7. Em todas as suas providências relacionadas a si mesmos, às suas almas ou corpos, os puros de coração vêem mais particularmente a Deus. Eles vêem Sua mão sobre eles, sempre para o bem; dando a eles todas as coisas, no peso e na medida, numerando os cabelos de suas cabeças, e fazendo uma cerca, em volta deles, e de tudo o que eles têm, e dispondo todas as circunstâncias de suas vidas, de acordo com a profundidade de sua sabedoria e misericórdia. 8. Mas de uma maneira mais especial, eles vêem Deus em suas ordenanças. Se eles aparecem em uma grande congregação, para 'retribuir a Ele uma honra devida a Seu nome, e adorá-lo na beleza da santidade'; ou 'entrar em seus aposentos', e lá, derramarem seus corações diante de seu 'Pai que está em secreto'; se eles buscam os oráculos de Deus, e ouvem os embaixadores de Cristo proclamando as boas novas da salvação; ou, comendo daquele pão, e bebendo daquele cálice, 'anunciando sua morte, até que ele venha', nas nuvens dos céus; -- em todos esses seus caminhos apontados, eles encontram tal aproximação que não pode ser expressa. Eles vêem a Ele, como se fosse, face a face, e 'falam com ele, como um homem fala com seu amigo'; -- uma preparação adequada para aquelas mansões acima, onde eles poderão vê-lo como Ele é. 9. Mas quão longe de ver Deus, estão aqueles que têm ouvido 'o que foi dito aos antigos: não perjurarás; mas cumprirás teu juramento ao Senhor'. (Mateus 5:33), e o interpretado assim: Não perjurarás, quando tu jurares, através do Senhor Jeová. Tu 'cumprirás, junto ao Senhor' esses teus 'juramentos'; mas, assim como para outros juramentos, Ele não tomará conhecimento deles. Assim os Fariseus ensinaram. Eles não apenas permitiram toda as maneiras de juramento, em conversas comuns; mas consideraram mesmo como perjuro uma coisa pequena, de maneira que eles não tinham jurado, através do peculiar nome de Deus. Mas nosso Senhor aqui proíbe absolutamente todo juramento comum, tanto quanto todo juramento falso; e mostra a atrocidade de ambos, através da mesma consideração terrível de que toda criatura está em Deus, e ele está presente em todo lugar, em tudo, e sobre tudo. 'Eu, porém,vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de Deus' (Mateus 5:34); e, por conseguinte, isto é o mesmo que jurar, através Dele que se senta no trono dos céus: 'Nem jurarás pela
terra; porque é o escabelo de seus pés' (Mateus 5:35); e ele está tão intimamente presente na terra, quanto no céu: 'Nem por Jerusalém; porque é a cidade do grande Rei'; e Deus é bem conhecido em seus palácios. 'Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto' (Mateus 5:36); porque mesmo isto, é evidente, não te pertence, mas a Deus; o único que pode dispor de tudo que há nos céus e terra. 'Seja, porém, o vosso falar', (Mateus 5:37); sua conversa; seu discurso um com o outro 'ser: Sim, sim; Não, Não'; uma afirmação ou negação sim e séria; 'porque o que passar disso, será de procedência maligna'; procedera do diabo, e é a marca de seus filhos. 10. Que nosso Senhor não proíbe aqui o 'jurar em julgamento e verdade', quando nós somos requeridos a assim fazê-lo, através de um Magistrado, pode aparecer: 1o. Quando da ocasião dessa parte de seu discurso, -- o abuso que ele estava aqui reprovando, -- era o do falso juramento e do juramento comum; sendo o jurar diante de um Magistrado uma coisa totalmente fora de questão. 2o. Das mesmas palavras onde ele forma a conclusão geral: 'Que sua comunicação', ou discurso, 'seja:Sim, sim; Não, não'. 3o. Do seu próprio exemplo; já que ele mesmo respondeu sob juramento, quando requerido pelo Magistrado. Quando o Alto Sacerdote disse junto a ele: 'Pelo Deus vivo, conjuro-te que nos digas, se tu és o Cristo, o Filho de Deus'; Jesus imediatamente respondeu na afirmativa: 'Tu o dissestes'; (ou seja, a verdade); 'não obstante', (ou, antes, além disso), 'digo-vos que, em breve, vereis o Filho do Homem assentado á direita do Todo-Poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu'. (Mateus 26:63-64) 4o. Do exemplo de Deus, mesmo o Pai, que 'Querendo mais abundantemente mostrar aos seus herdeiros da promessa a imutabilidade de seu conselho, confirmoua com juramento'. (Hebreus 6:17). 5o. Do exemplo de Paulo, que nós acreditamos, tinha o Espírito de Deus, e bem entendia o pensamento de seu Mestre, 'Deus é minha testemunha', diz ele, aos Romanos, 'que eu, sem cessar, fiz menção sempre de vocês em minhas orações': (Romanos 1:9). Aos Coríntios, 'Invoco, porém a Deus, por testemunha sobre a minha alma, que, para vos poupar, não tenho até agora ido a Corinto': (2 Cor. 1:23). E as Filipenses, 'Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição a Jesus Cristo'. (Fil. 1:8). Disto, aparece, inegavelmente que, se o Apóstolo conhecia o significado das palavras do Senhor, ele não proibira jurar, em ocasiões importantes, mesmo um ao outro. Quanto menos, diante de um Magistrado! E, por fim, da afirmação do grande Apóstolo, concernente ao juramento solene em geral: (o que é impossível que ele pudesse ter mencionado, sem algum toque de vergonha, se seu Senhor tivesse proibido totalmente isto): 'Porque os homens certamente juram, por alguém superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda'. (Hebreus 6:16). 11. Mas a grande lição que nosso abençoado Senhor repisa aqui, e que Ele
ilustra, através desse exemplo, é que Deus está em todas as coisas, e que nós podemos ver o Criador no espelho de cada criatura; que nós podemos usar e olhar sobre nada, como estando separada de Deus; o que, de fato, seria uma espécie de ateísmo prático; mas, com a verdadeira magnificência do pensamento, inspecionar céus e terra, e tudo o que nela há, como contida em Deus, na concha de sua mão; quem, pela sua profunda presença os possui na existência; quem penetra e impulsiona a forma criada, e é, em um sentido verdadeiro, a alma do universo.
II 1. Assim sendo, nosso Senhor tem estado mais diretamente ocupado em ensinar a religião do coração. Ele tem mostrado o que os cristãos devem ser. Ele prossegue mostrando o que eles devem fazer também, -- como a santidade interior deve se inserir em nossa conversa exterior. 'Bem-aventurados', diz ele, 'são os pacificadores; porque eles serão chamados de filhos de Deus'. 2. 'Os pacificadores': A palavra, nos escritos sagrados, implica toda maneira do bem; toda benção que se relaciona tanto com a alma, quanto com o corpo; com o tempo ou a eternidade. Desse modo, quando Paulo, nos documentos de suas Epístolas, deseja graça e paz aos Romanos ou aos Coríntios, é como se ele dissesse: 'Que vocês possam desfrutar de todas as bênçãos, espiritual e temporal; todas as boas coisas que Deus tem preparado para aqueles que o amam, como um fruto do voluntário e desmerecedor amor e favor de Deus'. 3. Daqui, nós podemos facilmente aprender, em que sentido ampliado, o termo 'pacificadores' deve ser entendido. Em seu significado literal, ele implica aqueles amantes de Deus e homem, que detestam e abominam extremamente toda contenda e debate; toda divergência e contenção; e, conseqüentemente, trabalham com todas as suas forças, tanto para impedir esse fogo do inferno de ser acesso, quanto, quando ele está acesso, de expandir-se, ou, quando expandido, de se espalhar para mais longe. Eles se esforçam para acalmar os espíritos tempestuosos dos homens; para aquietar suas paixões turbulentas; para suavizar as mentes das partes opostas; e, se possível, reconciliá-las. Eles usam de todas as artimanhas inocentes, e empregam todas as suas forças, todos os talentos que Deus lhes tem dado, tanto para preservar a paz, onde ela se encontra, como para restaurá-la, onde ela não está. É a alegria de seus corações promoverem, confirmarem, aumentarem, a boa-vontade mútua entre os homens; mas, mais especialmente, entre os filhos de Deus; não obstante, distinto, através das coisas de menor importância; que, como eles têm todos 'um só Senhor, uma só fé'; como eles estão todos 'atraídos na única esperança de seus chamados', de maneira que eles possam todos 'caminhar merecedores da vocação, por meio da qual, foram chamados; com toda a humildade e submissão; com longanimidade; pacientes uns com os outros em amor; esforçando-se para manterem a unidade do Espírito nos laços da paz'. 4. Mas, na extensão completa da palavra, um 'pacificador' é alguém que, quando ele tem a oportunidade, 'faz o bem a todos os homens'; alguém que, estando preenchido com o amor a Deus e a toda humanidade, não pode confinaras manifestações desse amor, à sua própria família, ou amigos, ou conhecidos, ou partido, ou aqueles de suas próprias opiniões, -- não, nem àqueles que são parceiros de igual fé preciosa; mas ultrapassa todos esses limites estreitos, para que ele possa fazer
o bem a todos os homens; para que ele possa, de um modo ou de outro, manifestar seu amor a seu próximo e estranhos; amigos e inimigos. Ele faz o bem a eles todos, como se tivesse oportunidade, ou seja, em todas as ocasiões possíveis; 'compensando o tempo', com o objetivo de, nisto, 'aproveitar toda a oportunidade; propiciando cada hora; não perdendo o momento em que ele possa ser proveitoso a outro'. Ele faz o bem; não de uma espécie particular, mas o bem em geral, de todas as formas possíveis; empregando nisto todo seu talento, de todos os tipos; todos os seus poderes e faculdades do corpo e alma; toda sua fortuna; seus interesses; sua reputação; desejando, apenas, que, quando seu Senhor vier, Ele possa dizer: 'Bravo! Meu bom e fiel servo!'. 5. Ele pratica o bem, até a última gota de seu poder; igualmente, aos corpos de todos os homens. Ele se regozija em 'repartir seu pão com o faminto', e 'em cobrir o nu com uma peça de roupa'. Existe algum estranho? Ele o faz entrar, e o alivia, de acordo com suas necessidades. Alguém está doente ou na prisão? Ele o visita, e administra tais socorros, de acordo com o que mais precisa. E tudo isto ele faz, não, junto a homem; mas lembrando-se Dele que disse: 'Porquanto, o que você fizer ao mais simples destes meus irmãos, será a mim você estará fazendo'. 6. O quanto ele se regozija, se ele pode fazer algum bem à alma de algum homem! Esse poder, de fato, pertence a Deus. É Ele apenas que muda o coração, sem o que, todas as outras mudanças seriam mais frívolas do que a vaidade. Não obstante, agrada a Ele, que opera tudo em todos, ajudar o homem; principalmente, através do homem; para tornarem conhecidos seu próprio poder, benção e amor, por meio deles. Portanto, embora seja certo que a 'a ajuda que é feita na terra, seja o próprio Deus quem a faz';ainda assim, nenhum homem precisa, por isso, permanecer inútil em seu vinhedo. O pacificador não pode: Ele está sempre se ocupando nele, e é como um instrumento, nas mãos de Deus, preparando o solo para seu Mestre usar, ou semeando as sementes do reino, ou regando o que já está semeado, se, por acaso, Deus pode fazê-lo progredir. De acordo com a medida da graça que recebe, ele usa de toda diligência; tanto para reprovar o pecador grosseiro; para reclamar daqueles que se precipitam, para o caminho mais largo da destruição; quanto para 'fornecer luz àqueles que se sentam na escuridão', e estão prontos a 'perecer, por falta de conhecimento'; ou para 'auxiliar o fraco; erguer as mãos que estão abaixadas, e os joelhos débeis; ou para trazer de volta e curar aquele que estava incapacitado, ou estava fora do caminho. Nem ele é menos zeloso, ao confirmar aqueles que já estão se esforçando para entrar, pelo portão estreito; ao fortalecer aqueles que permanecem, a fim de que possam 'correr, perseverantes, a corrida que se coloca diante deles'; ao edificar, na fé mais santa deles, aqueles que sabem em quem eles têm acreditado, exortando-os a estimular o dom de Deus, que está neles, para que, crescendo na graça diariamente, 'uma permissão possa ser dada a eles, abundantemente, no reino eterno de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo'. 7. 'Bem-aventurados' são estes que estão assim continuamente empregados na obra da fé e trabalho do amor; 'porque eles serão chamados', ou seja, eles deverão ser (um Hebraísmo comum) 'os filhos de Deus'. Deus deve estender junto a eles o Espírito de adoção; sim, deverá derramá-lo mais abundantemente em seus corações. Ele deverá abençoá-los com todas as bênçãos de seus filhos. Ele deverá reconhecê-los,
como filhos, diante de anjos e homens; 'e, uma vez filhos, seus herdeiros; herdeiros de Deus, e co-herdeiros com Cristo'.
III 1. Alguém poderia imaginar que tal pessoa, como a que tem sido acima descrita, tão cheia de humildade genuína; tão impassivelmente séria; tão equilibrada e gentil; tão livre de todo objetivo egoísta; tão devotado a Deus, e tal amante ativo dos homens, seria o preferido da humanidade. Mas nosso Senhor está mais familiarizado com a natureza humana, em seu estado presente. Ele, por conseguinte, conclui o caráter desse homem de Deus, mostrando a ele o tratamento que ele deve esperar do mundo: 'Bem-aventurados', diz ele, 'são os que são perseguidos por causa da justiça; porque deles é o reino dos céus'. 2. Com o objetivo de entender isto, totalmente, Primeiro, vamos inquirir, quem são eles que são os perseguidos? E isto pode ser facilmente aprendido de Paulo: (Gal. 4:29) 'Mas, como, então, aquele que era gerado, segundo a carne, perseguia o que o era, segundo o Espírito; assim, é também agora'. (2 Tim. 3:12) 'Sim', diz o Apóstolo, 'também, todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições'. (I João 3:13-14) O mesmo nós aprendemos, através de João: 'Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos aborrece. Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte'. Como se ele tivesse dito: os irmãos, os cristãos, não podem ser amados, a não ser por aqueles que passaram da morte para a vida. E, mais expressamente, através de nosso Senhor em: (João 15:18-20) 'Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, ele odeia a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes, eu vos escolhi do mundo, por isso, é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também perseguirão a vós'. Através de todas essas Escrituras, aparecem, manifestadamente, aqueles que são os perseguidos; ou seja, os justos: Aqueles 'que são nascidos do Espírito'; 'todos que viverão divinamente em Jesus Cristo'; aqueles que 'passaram da morte para a vida'; os que 'não são do mundo'; todos esses que são mansos e humildes de coração; que murmuram por Deus; que têm fome de sua semelhança; todos os que amam a Deus e seu próximo; e, que, por conseguinte, quando têm oportunidade, praticam o bem a todos os homens. 3. Em Segundo Lugar, se for inquirido, por que eles são perseguidos; a resposta é igualmente clara e óbvia: É 'por causa da justiça'; porque eles são justos; porque eles são nascidos do Espírito; porque eles 'irão viver divinamente em Cristo Jesus'; porque eles 'não são do mundo'. O que quer que possa ser pretendida, esta é a causa real: sejam suas enfermidades, mais ou menos; ainda assim, se não fosse por isto, eles iriam nascer do mundo, e o mundo iria amar o que lhe pertence. E eles são
perseguidos: Porque eles são pobres em espírito; ou seja, diz o mundo, 'serem pobres em espírito, significa, que suas almas são fracas, covardes; boas para coisa alguma; nada adequadas a viverem nele': -E, porque eles murmuram: 'Eles são tais criaturas estúpidas, grosseiras, indolentes, prontas para fundar o espírito de qualquer um que os procure! Eles são meras cabeças mortas. Eles matam a alegria inocente; e danificam as sociedades onde quer que eles cheguem'. – Porque eles são humildes: 'Eles são subjugados, tolos passivos, adequados exatamente para serem maltratados': -Porque eles têm fome e sede de justiça: 'são uma parcela dos entusiastas histéricos; abrindo a boca atrás do que eles não sabem o que; não satisfeitos com a religião racional, mas enlouquecidos em busca de êxtase e sentimentos interiores:' – Porque eles são misericordiosos e amam a todos; amam o mau e o ingrato: 'Eles estão encorajando todas as formas de maldade; mais ainda, tentando as pessoas a causarem dano, através da impunidade: e são homens que, devem ser temidos; têm as suas próprias religiões, ainda para buscarem; muito vagos, em seus princípios': Porque eles são puros de coração': 'São criaturas sem caridade; que amaldiçoam todo o mundo; a não ser aqueles que são da sua própria estirpe! Patifes blasfemadores, que pretendem fazer de Deus um mentiroso, estando sem pecado!' – Acima de tudo, porque são pacificadores; porque eles aproveitam todas as oportunidades para praticarem o bem a todos os homens. Esta é a grande razão, porque eles são perseguidos, em todas as épocas; e assim será, até a restituição de todas as coisas. 'Se eles pudessem manter a religião deles, para si mesmos, isto seria tolerável: Mas é isto que está espalhando seus erros; infectando tanto outros; o que não poderá ser mais suportado. Eles causam tanto dano no mundo, que eles não deverão mais ser tolerados. É verdade que esses homens fazem algumas coisas bem feitas; eles aliviam alguns pobres; mas também isto é feito, apenas para ganhar mais adeptos; e, assim, de fato, causarem mais prejuízo!'. Desta maneira, os homens do mundo sinceramente pensam e falam. E quanto mais o reino de Deus prevalece; mais os pacificadores são capacitados a propagar a mansidão, humildade, e todos os outros temperamentos divinos; mais dano é causado, por conta deles: Conseqüentemente, quanto mais eles ficam enraivecidos contra os autores disto, mais veementemente eles os perseguem. 4. Em Terceiro Lugar, vamos inquirir, quem são aqueles que os perseguem? Paulo responde: 'Aqueles que são nascidos, segundo a carne': Todos os que não são 'nascidos do Espírito', ou, pelo menos, não estão desejosos de assim o serem; todos os que não trabalham para 'viverem divinamente em Jesus Cristo'; todos os que 'não passaram da morte para a vida', e, conseqüentemente, não podem 'amar o irmão'; 'o mundo', ou seja, de acordo com o relato de nosso Salvador, aqueles que 'não conhecem a Ele que me enviou; que não conhecem a Deus; ou mesmo o amor e
redenção de Deus, através do ensinamento de seu próprio Espírito'. A razão é simples: o espírito que está no mundo, está diretamente em oposição ao Espírito que está em Deus. E ele precisa estar, por conseguinte, para que aqueles que são do mundo estejam em oposição àqueles que são de Deus. Existe o mais extremo antagonismo entre eles; em todas as suas opiniões; seus desejos; objetivos; e temperamentos. E, até aqui, o leopardo e a criança não podem se deitar juntos em paz. O orgulhoso, porque ele é orgulhoso, não pode deixar de perseguir o humilde; o leviano e animado, aqueles que murmuram: E, assim, em todos os outros tipos; a dessemelhança de disposição (onde não existe outra) sendo um alicerce perpétuo da inimizade. Portanto, seja apenas por esse motivo, todos os servos do diabo irão perseguir os filhos de Deus. 5. Em Quarto Lugar, se for inquirido, como eles irão persegui-los, poderá ser respondido, de uma maneira geral, exatamente naquela forma e medida que o sábio Disponente vê que será melhor para sua glória, -- irá inclinar mais ao crescimento de Seus filhos na graça, e o alargamento de seu próprio reino. Não existe uma ramificação do governo de Deus do mundo que seja mais admirável do que este. Seus ouvidos nunca estão cansados para as ameaças do perseguidor; ou o clamor dos perseguidos. Seus olhos estão sempre abertos, e sua mão, sempre estendida para dirigir cada uma das menores circunstâncias. Quando a tempestade deverá começar; quão alto ela deverá se erguer; que caminho ela apontar seu curso; quando e como ela deverá terminar, tudo é determinado, através de Sua sabedoria infalível. O descrente é apenas uma espada Dele; um instrumento que Ele usa a seu prazer, e que, ela mesma, quando o gracioso fim de sua providência é respondido, é lançada no fogo. Em alguns momentos raros, como quando o Cristianismo foi primeiramente plantado, e enquanto ele foi criando raiz na terra; como também, quando a doutrina pura de Cristo começou a ser plantada novamente em nossa nação; Deus permitiu que a tempestade se erguesse alto, e seus filhos fossem chamados para resistir com sangue. Existiu uma razão peculiar, porque eles sofreram isto, com respeito aos Apóstolos: para que a sua evidência pudesse ser a mais inquestionável. Mas, dos anais da igreja, nós aprendemos uma outra; uma razão muito diferente, do porquê eles sofreram perseguições pesadas, que se ergueram, no segundo e terceiro séculos; ou seja, porque 'o mistério da iniqüidade operou' tão fortemente; por causa das corrupções monstruosas que, então, reinaram na igreja. Esses, Deus puniu, e ao mesmo tempo, esforçou-se para curar, através daquelas severas, mas necessárias visitações. Talvez, a mesma observação possa ser feita, com respeito à grande perseguição em nossa própria terra. Deus tem tratado muito graciosamente nossa nação. Ele tem derramado várias bênçãos sobre nós: Ele nos tem dado paz, em casa, e além de nossas fronteiras; e um Rei sábio e bom, ao longo de seus anos: E, acima de tudo, ele tem feito com que a luz pura de seu evangelho se erguesse e brilhasse em meio de nós. Mas que retorno Ele tem encontrado? 'Ele procurou por retidão; mas encontrou um clamor! – um clamor de opressão e engano; de ambição e injustiça; de malícia, e fraude, e cobiça. Sim, o clamor daqueles que, mesmo então, morreram nas chamas, que entraram nos ouvidos do Senhor do Sábado. Foi, então, que Deus ergueuse para manter sua própria causa, contra aqueles que asseguraram a verdade na injustiça. Assim, ele os entregou nas mãos de seus perseguidores; através de um
julgamento misturado com misericórdia; uma aflição para punir; e, ainda assim, um remédio para curar, as graves apostasias de seu povo. 6. Mas raramente Deus consente que a tempestade se erga tão alta, como tortura, morte, cativeiros ou prisão. Considerando que seus filhos são freqüentemente chamados para suportar essas espécies mais leves de perseguição; eles freqüentemente sofrem a desavença da parentela, -- e a perda de amigos que eram como suas próprias almas. Eles se certificam da verdade das palavras de seu Senhor (no que concerne ao evento, embora não ao objetivo de sua vinda): (Lucas 12:51) 'Cuidei vós que vim trazer paz à terra? Eu vos digo, não; mas, antes, dissensão'. E, disso, segue-se naturalmente a perda de negócio ou empreendimento, e, conseqüentemente de bens materiais. Mas todas essas circunstâncias, igualmente, estão debaixo da sábia direção de Deus, que distribui proporcionalmente a todos o que é mais expediente para ele. 7. Mas a perseguição que atende a todos os filhos de Deus é aquela que nosso Senhor descreve nas seguintes palavras: 'Bem-aventurados sóis vós, quando vos injuriarem, e perseguirem; e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa'. Isso não pode falhar; este é o mesmo emblema de nosso discipulado; é um dos selos de nosso chamado; é a porção certa requerida sobre todos os filhos de Deus: Se nós não tivermos isto, nós seremos bastardos e não filhos. Direto, através da boa ou má reputação, se estende o único caminho para o reino. O manso de coração, o sério, o humilde, os amantes zelosos de Deus e homem são os que têm boa reputação, em meio aos seus irmãos; mas os de má reputação para com o mundo, que os julga e os ameaça 'são como a sujeita e refugo de todas as coisas'. 8. De fato, alguns têm suposto que, diante da abundância dos gentios que devem vir, o escândalo da cruz irá cessar [Wesley se refere à perseguição que ele e seus ministros sofreram]; que Deus fará com que os cristãos sejam estimados e amados, mesmo por aqueles que estão ainda em seus pecados. Sim; e é certo que, mesmo agora, Ele, algumas vezes, interrompe temporariamente a contenda, tanto quanto a ferocidade dos homens; 'ele faz com que os inimigos dos homens estejam em paz consigo, por algum tempo, e dá a eles favor com seus mais amargos perseguidores'. Porém, colocando de lado esse caso singular, o escândalo da cruz, ainda, não está terminado; embora um homem ainda possa dizer, 'Se eu agradar a homens, eu não sou servo de Cristo. Que nenhum homem, portanto, leve em consideração aquela sugestão prazerosa (prazerosa, sem dúvida, para a carne e sangue), de que os homens maus apenas fingem odiar, e desprezar aqueles que são bons; em vez disto, os amam e estimam em seus corações'. Não é assim: Eles podem empregá-los, algumas vezes; mas é para o próprio proveito deles. Eles podem colocar confiança neles; já que eles sabem que seus métodos não são como de outros homens. Mas, ainda assim, eles não os amam; exceto, na medida em que o Espírito de Deus possa lutar com eles. As palavras de nosso Senhor são expressas: 'Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que lhe pertence; mas, porque vocês não são do mundo, por conseguinte, o mundo odeia vocês'. Sim, (colocando de lado as exceções que possam ser feitas, através da graça preventiva ou providência peculiar de Deus), ele odeia a eles tão cordialmente e sinceramente, como sempre o fizeram para com seu Mestre. 9. Resta apenas inquirir: Como os filhos de Deus devem se comportar com respeito à perseguição: Primeiro, eles não devem intencionalmente ou
propositadamente trazê-la sobre si mesmos. Isto é contrário, tanto ao exemplo, quanto ao conselho de Nosso Senhor e todos seus Apóstolos, que nos ensinaram - a não apenas não a buscarmos, mas a evitarmo-la, tanto quanto nos seja possível, sem afligirmos nossa consciência; sem desistirmos de alguma parte daquela retidão, que nós devemos preferir diante da própria vida. Assim sendo, nosso Senhor expressamente diz: 'Quando eles o perseguirem nesta cidade, fuja para outra'; o que de fato, quando pode ser feito, é a mais irrepreensível maneira de evitar a perseguição. 10. Ainda assim, não pense que você pode sempre evitá-la; tanto por esse meio, quanto por outros. Sempre que aquela imaginação desocupada roubar, dentro de seu coração, faça-a voar, através daquela precaução severa: 'Lembrem-se do que eu disse a vocês: o servo não é maior do que seu Senhor. Se eles perseguiram a mim, certamente, irão perseguir a vocês'.'Sejam sábios como serpentes, e inofensivos como pombas'. Mas isto irá abrigá-los da perseguição? Não; a menos que vocês sejam mais sábios do que seu Mestre, ou mais inocentes do que o Cordeiro de Deus. Nem desejem evitá-la; escaparem dela totalmente; porque, se vocês o fizerem, vocês não serão dele. Se vocês escapam da perseguição, vocês escapam da benção; da benção daqueles que são perseguidos, por causa da retidão. Se vocês não forem perseguidos por causa da retidão, vocês não poderão entrar no reino dos céus. 'Se nós sofremos com ele, nós devemos também reinar com ele. Mas, se nós os negamos, ele irá negar a nós'. 11. Mais do que isso, antes, 'regozijem-se e estejam excessivamente satisfeitos', quando os homens os perseguem por causa Dele; quando eles os perseguem, insultando a vocês, e dizendo 'todo o mal contra vocês, falsamente', o que eles não irão falhar em misturar com todo tipo de perseguição: Eles precisam difamar vocês, para desculparem a si mesmos: 'Porque assim perseguiram os Profetas que vieram antes de vocês!' – aqueles que eram mais eminentemente santos no coração e vida; sim, e todo o justo que alguma vez existiu, desde o começo do mundo. Regozijem-se, porque, por essa marca, vocês também serão conhecidos, junto àqueles a quem pertencem. E, 'porque grande é o seu galardão no céu', -- a recompensa adquirida, através do sangue da aliança, e concedida livremente, na proporção de seus sofrimentos, tanto quanto da santidade do coração e vida de vocês. Estejam excessivamente satisfeitos; sabendo que 'essas aflições leves, que são apenas por algum momento, operam para vocês um peso muito maior e eterno na glória'. 12. Nesse meio tempo, não permita que a perseguição faça com que você saia do seu caminho de humildade e mansidão; de amor e beneficência. 'Ouvistes o que foi dito: olho por olho, dente por dente'.(Mateus 5:38), e seus miseráveis professores têm, desde então, permitido vingarem-se; retornarem o mal com o mal: 'Mas eu digo a vós, que não resistais ao mal': -- Não dessa forma; não o retornando dessa maneira. 'Mas, preferivelmente a isto, quando baterem em teu rosto, oferece-lhe a outra também. E, se algum homem quiser pleitear contigo, e tirar a tua vestimenta, largalhe também a capa. E, qualquer que vos obrigar a caminhar com ele uma milha, caminha com ele, duas'. Permita que tua mansidão seja assim invencível. E teu amor seja adequado a isto. Dá a ele o que pediu a ti; e dele que obteve emprestado de ti, não pede de volta'. Apenas não dá o que pertence a outro homem, e que não seja teu. Por conseguinte:
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Cuida de não deveres coisa alguma a homem algum: porque o que tu deves não te pertence, mas a outro homem. Supre aqueles de tua própria casa: Isto também Deus tem requerido de ti; e o que é necessário para sustentá-los na vida e religiosidade também não te pertence. Então, dá ou faze empréstimo de tudo que restar, do dia a dia; de ano a ano. Apenas, primeiro, vendo que tu não podes dar ou emprestar a todos, contempla o lar com a fé..
13. A mansidão e amor que vocês devem sentir; a delicadeza que vocês devem mostrar a eles que os perseguem, por causa da retidão; nosso Senhor descreve, mais além, nos seguintes versos, em (Mateus 5:43), 'Vocês têm ouvido o que lhes disseram: Amem ao seu próximo; e odeiem ao seu inimigo'. Deus, de fato, havia dito apenas a primeira parte: 'Vocês devem amar ao seu próximo': mas, os filhos do diabo acrescentaram a segunda: 'e odeiem ao seu inimigo': 'Mas eu digo a vocês': (1) (2)
(3) (4)
'Amem aos seus inimigos': Vejam que vocês testemunhem uma boavontade terna, para com aqueles que têm um espírito mais amargo contra vocês; aqueles que desejam a vocês toda a forma de mal. 'Abençoem aqueles que os praguejam'. Alguns dos amargos de espírito irrompem em palavras ásperas contra vocês? Eles estão continuamente praguejando e reprovando vocês, quando vocês estão presentes, e dizendo 'toda forma de maldade contra vocês', quando estão ausentes? Tanto mais, preferivelmente, vocês devem abençoá-los: nas conversas com eles, usem de todo equilíbrio e delicadeza de linguagem. Reprovem-nos, sendo bons exemplos, diante deles; mostrando a eles como eles deveriam ter falado. E, ao falarem deles, digam tudo de bom que vocês puderem, sem violarem as regras da verdade e justiça. 'Faça o bem aos que os odeiam'. Que suas ações mostrem que vocês são tão verdadeiros no amor, quanto eles no ódio. Paguem o mal com o bem. 'Não sejam dominados pelo mas, mas dominem o mal, com o bem'. Se vocês não puderem fazer mais coisa alguma, pelo menos, 'orem por eles que, acintosamente, usam vocês e os perseguem'. Vocês nunca deverão ser incapazes de fazerem isto; nem toda a malícia e violência deles poderão impedir vocês. Derramem suas almas a Deus; não apenas por aqueles que fizeram isto uma vez, mas agora se arrependeram: --
Está é uma pequena coisa: 'E, se pecar contra ti, sete vezes no dia, e, sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: arrependo-me, perdoa-lhe' (Lucas 17:4); ou seja, se, depois de tantos relapsos, ele der a ti motivo para acreditares que ele está realmente e totalmente mudado; então, tu deverás perdoá-lo; de maneira a confiares nele; a colocá-lo em teu seio, como se ele nunca tivesse pecado contra ti, afinal: -Mas ora; luta com Deus, por aqueles que não se arrependeram; que agora maliciosamente usam a ti e te perseguem. E os perdoa; 'não até sete vezes; mas setenta vezes sete' (Mateus 18:22). Quer tenham se arrependido ou não; sim, embora eles parecem muito e muito distante disto; ainda assim, mostra a eles este exemplo de bondade: 'Para que possas ser filhos'; para que possas aprovar a ti mesmo, como filhos legítimos, 'do Pai que está nos céus', aquele que mostra Sua bondade, através
de tais bênçãos, de que eles são capazes, mesmo aos seus mais intratáveis inimigos; 'aquele que faz o sol brilhar sobre o mal e o bom; e envia a chuva sobre o justo e o injusto'. 'Pois, se amares os que vos amam, que galardão tereis? Os publicanos não fazem também o mesmo? (Mateus 5:46) – os que não fingem ter alguma religião; os que vocês mesmos reconhecem que estão sem Deus no mundo. 'E, se vocês saudarem'; mostrarem delicadeza, na palavra ou ação, para com 'seus irmãos', seus amigos, ou parentela, 'apenas; o que farão de mais?' – àqueles que não têm religião, afinal? 'Os publicanos não fazem o mesmo?' (Mateus 5:47). Mais do que isto, sejam um modelo melhor do que eles. Na paciência, na longanimidade; na misericórdia, na beneficência de toda espécie, para com todos; mesmo aos seus mais intratáveis perseguidores; 'sejam' cristãos, 'perfeitos', na maneira, embora não na proporção, 'como seu Pai, que está nos céus, é perfeito'. (Mateus 5:48).
IV Observem o Cristianismo em sua forma nativa, como entregue, através de seu grande Autor! Esta é a religião legítima de Jesus Cristo! Tal ele apresente àqueles cujos olhos estão abertos. Veja a imagem de Deus, tanto quanto ela pode ser imitável pelo homem! Uma imagem feita pelas próprias mãos de Deus: 'Observem, vocês, blasfemadores, e se admirem, e pereçam!' Ou, antes, maravilhem-se e adorem! Preferivelmente, clamem: 'Esta é a religião de Jesus de Nazaré? A religião que eu persegui! Que nunca mais eu seja achado em luta contra Deus. Senhor, o que queres que eu te faça?'. Que beleza aparece no todo! Que justa simetria! Que exata proporção em cada parte! Quão desejável é a felicidade aqui descrita! Quão venerável; quão amorosa é a santidade. Este é o espírito da religião; a quinta-essência dela. Esses são, de fato, os fundamentos do Cristianismo. Ó, que nós não sejamos apenas ouvintes dele! – 'como um homem, olhando seu próprio rosto no espelho; e que segue seu caminho, diretamente, esquecendo-se da espécie de homem que ele era'. Mais ainda; que nós, firmemente, 'busquemos, essa lei perfeita de liberdade, e continuemos nela'. Que não descansemos, até que toda sua linha seja transcrita em nossos corações. Que vigiemos, e oremos, e acreditemos, e amemos, e 'esforcemo-nos para a maestria', até que cada parte dela possa aparecer em nossa alma; gravada lá, pelos dedos de Deus; até que sejamos 'santos, como Ele, que nos tem chamado, é santo; perfeitos, como nosso Pai, que está nos céus, é perfeito'. Editado por Jennette Descalzo – correções de Ryan Danker e George Lyons - para a Wesley Center for Applied Theology.
Sobre o Sermão do Monte – Parte IV John Wesley 'Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com o que há de se salgar? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado por homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire; mas no velador, e dá luz a todos que estão em casa. Assim, resplandeça a vossa luz, diante dos homens, para que eles possam ver as suas boas obras, e glorificarem seu Pai que está no céu'. (Mateus 5:13-16) 1. A beleza da santidade interior, daquele do homem de coração, que é renovado na busca da imagem de Deus, não pode deixar de atingir cada olho que Deus tem aberto, -- cada entendimento erudito. O ornamento do manso, do humilde, do espírito amoroso, irá, por fim, estimular a aprovação de todos aqueles que são capazes, em algum grau, de discernirem o bem e o mal espirituais. Do momento em que os homens começam a emergir da escuridão que cobre o mundo leviano e insensato, eles não podem deixar de perceber quão desejável é ser assim transformado na semelhança daquele que os criou. Essa religião interior carrega a forma de Deus, tão visivelmente gravada sobre ela, que uma alma deverá estar totalmente imersa na carne e sangue, para duvidar de sua origem divina. Nós podemos dizer sobre isso, em um sentido secundário, até mesmo do próprio Filho de Deus, que é 'o esplendor de sua glória; a imagem expressa de Si mesmo'; -- 'a irradiação de sua' eterna 'glória'; que, ainda assim, ele é tão suave e agradável, que mesmo os filhos dos homens podem ver Deus nele, e viverem; -- 'o caráter, o selo, a impressão viva de Si mesmo', aquele que é a fonte da beleza e amor; a fonte original de toda excelência e perfeição. 2. Se a religião, no entanto, não fosse levada, mais além do que isto, eles não teriam dúvidas concernente e ela; eles não teriam objeção, em irem ao seu encalço, com todo o ardor de suas almas. 'Mas, por que', eles perguntam, 'ela está obstruída com outras coisas? Qual a necessidade de oprimi-la - com fazer e sofrer? Não são essas coisas que refreiam o vigor da alma, e a fazem sucumbir a terra novamente? Não é suficiente seguir em busca do amor?'; elevar-se nas asas do amor? Não será suficiente adorar a Deus, que é um Espírito, com o espírito de nossas mentes, sem sobrecarregarmos a nós mesmos, com coisas exteriores; ou mesmo, pensando sobre elas, afinal? Não é melhor que toda a extensão de nossos pensamentos possa ser elevada, através de uma contemplação elevada e divina; e que, ao em vez de ocupar a nós mesmos, afinal, com coisas externas, nós poderíamos apenas comungar com Deus em nossos corações? 3. Muitos homens iminentes têm falado assim; têm nos aconselhado a 'pararmos com as ações exteriores'; retirarmo-nos totalmente do mundo; deixando o corpo atrás de nós; abstraindo-nos de todas as coisas sensíveis; não termos preocupação com respeito à religião exterior, a não ser para operar todas as virtudes na vontade; como uma maneira mais excelente; mais perfeita da alma; tanto quanto mais aceitável para Deus. 4. Não é necessário que alguém fale a nosso Senhor dessa obra-prima de nossa sabedoria; esse mais fiel de todos os conselhos, por meio dos quais, Satanás tem pervertido os caminhos corretos do Senhor! E, Ó, que instrumentos ele tem encontrado, de tempos em tempos, para empregar nesse seu serviço; para manejar
essa grande máquina do inferno contra algumas das mais importantes verdades de Deus! – Os homens que 'ludibriariam, se fosse possível, os próprios escolhidos'; os homens de fé e amor; sim, que têm, por algum tempo, enganado e conduzido fora um número não insignificante deles, que têm caído, em todas as épocas, na armadilha dourada; e, dificilmente, escapado com o esmalte de seus dentes. 5. Mas nosso Senhor tem estado em falta sobre o que lhe cabe? Ele não nos tem suficientemente guardado contra essa ilusão prazerosa? Ele não nos tem armado aqui com a armadura do testemunho, contra Satanás 'transformado em anjo de luz?'. Sim, verdadeiramente: Ele aqui defende, da maneira mais clara e forte, a religião ativa e paciente que ele tinha justamente descrito. O que pode ser mais completo e claro do que as palavras que ele anexa imediatamente ao que ele tem dito sobre fazer e sofrer? 'Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com o que há de se salgar? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado por homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire; mas no velador, e dá luz a todos que estão em casa. Assim, resplandeça a vossa luz, diante dos homens, para que eles possam ver as suas boas obras, e glorificarem seu Pai que está no céu'. (Mateus 5:13-16) Com o objetivo de explicar e reforçar completamente essas importantes palavras, eu vou me empenhar para mostrar: 1o. Que o Cristianismo é essencialmente uma religião social; e que fazer dele uma religião solitária é destruí-lo. 2o. Que ocultar essa religião é impossível, assim como extremamente contrário ao objetivo de seu Autor. 3o. E responder algumas objeções; e concluir o todo, com uma aplicação prática.
I 1. Eu vou me esforçar para mostrar que o Cristianismo é essencialmente uma religião social; e que torná-lo uma religião solitária é de fato destruí-lo. Por Cristianismo, eu quero dizer aquele método de adoração a Deus, que está aqui revelado ao homem, através de Jesus Cristo. Quando eu digo que ele é essencialmente uma religião social, eu não quero dizer apenas que ele não subsistiria assim tão bem, mas que ele não subsistiria, afinal, sem a sociedade, -- sem viver e conversar com outros homens. E, em mostrando isto, eu devo confinar a mim mesmo àquelas considerações que irão se erguer do mesmo discurso diante de nós. Mas, se for assim mostrado, então, sem dúvida, tornar isto uma religião solitária é destruí-la. Não que devemos, de maneira alguma, condenar a solidão e retiro, misturados, com a sociedade. Isto não é apenas permitido, mas conveniente; mais ainda, isto é necessário, como as experiências mostram diariamente, a todos que, tanto já são, quanto os que desejam ser cristãos verdadeiros.
Dificilmente, pode ser que nós passemos um dia inteiro, em um intercurso continuado com homens, sem sofrermos perda, em nossas almas; e, em alguma medida, afligirmos o Espírito Santo de Deus. Nós temos necessidade diariamente de nos retirarmos do mundo, pelo menos de manhã e à noite, para conversarmos com Deus, para comungarmos mais livremente com nosso Pai, que está em secreto. Nem, de fato, pode um homem de experiência condenar mesmo as mais longas épocas de retiro religioso, de modo que eles não implicam alguma negligência do emprego mundano, onde a providência de Deus tem nos colocado. 2. Ainda assim, tal retiro não deve ocupar todo o nosso tempo; isto iria destruir, e não trazer progresso à verdadeira religião. Já que aquela religião, descrita por nosso Senhor, nas palavras precedentes, não pode subsistir, sem a sociedade; sem nosso viver e conversar com outros homens, fica evidente nisto, que diversas das mais essenciais ramificações dela não terão lugar, se nós não tivermos um intercurso com o mundo. 3. Não existe disposição, por exemplo, que seja mais essencial ao Cristianismo do que a humildade. Agora, até porque ela implica resignação para com Deus, e paciência, na dor e sofrimento, ela pode subsistir no deserto, em uma cela hermética, na total solidão; ainda assim, como ela implica (o que não é menos necessariamente feito), indulgência, gentileza, e longanimidade, ela não pode possivelmente ter uma existência; ela não teria lugar debaixo dos céus, sem um intercurso com outros homens. De maneira que, tentar tornar isto em uma virtude solitária, é destruí-la da face da terra. 4. Um outro ramo necessário do verdadeiro Cristianismo é a pacificação; ou fazer o bem. Que isto é igualmente essencial, com alguma das outras partes da religião de Jesus Cristo, não pode existir argumento mais forte para evidenciar, (e, por esta razão, é absurdo eleger algum outro), do que aquele que está aqui inserido, no plano original, no qual Jesus tem estabelecido os fundamentos de sua religião. Por conseguinte, colocar de lado isto, é o mesmo que ousar insultar a autoridade de nosso Grande Mestre; assim como colocar aparte a misericórdia, pureza de coração ou qualquer outro ramo de sua instituição. Mas isto é aparentemente colocado de lado, por todos que nos chamam ao deserto; que recomendam a inteira solidão, tanto aos bebês, aos jovens, quanto aos adultos em Cristo. Pode algum homem afirmar que um cristão solitário (assim chamado, embora seja pouco menos do que uma contradição, em termos) possa ser um homem misericordioso, -- ou seja, alguém que aproveita todas as oportunidades para fazer o bem a todos os homens? O que pode ser mais claro do que, sem a sociedade; sem nosso viver e conversar com outros homens, este ramo fundamental da religião de Jesus Cristo não pode possivelmente subsistir? 5. 'Mas, será oportuno, contudo', alguém poderia naturalmente perguntar, 'conversar apenas com homens bons, -- apenas com aqueles que nós sabemos serem mansos e misericordiosos, -- santos de coração, e santos na vida? Não é conveniente refrearmo-nos de alguma conversa ou intercurso com homens de caráter oposto, -homens que não obedecem, talvez, nem acreditem, no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo?'. O conselho de Paulo aos cristãos, em Corinto, pode parecer favorecer isto: 'Já por carta vos tenho escrito que vos associeis com os que se prostituem'. (1
Cor. 5:9). E certamente não é aconselhável estar, assim, em companhia deles, ou quaisquer outros trabalhadores da iniqüidade; como ter alguma familiaridade particular; ou alguma amizade estreita com eles. Contrair ou continuar uma intimidade com alguns como esses, não é expediente para um cristão. Isto necessariamente o exporia a uma abundância de perigos e armadilhas, em que ele não poderia ter esperança razoável de livramento. Mas o Apóstolo não nos proíbe de ter algum intercurso, afinal; mesmo com os homens que não conhecem a Deus! 'Porque, para isto', diz ele, 'nós precisaríamos sair do mundo!'; o que ele nunca poderia aconselhá-los a fazer. Mas, ele anexa: 'Se algum homem que seja chamado de irmão', que professe a si mesmo como um cristão, 'for um adúltero, um avarento, um idólatra, um maldizente, um bêbado, um extorquidor';(I Co. 5:11); eu agora tenho escrito a vocês, para não estarem em companhia deles; com estes, não comam'. Isto deve necessariamente implicar que nós devemos romper toda a familiaridade; toda a intimidade de conhecimento com estes. 'Todavia, não o tenhais', diz o Apóstolo, em outro lugar, 'como um inimigo, mas admoestai-o como irmão' (2 Tess. 3:15); mostrando claramente que, mesmo em tal caso como este, nós não devemos renunciar toda amizade com ele. De modo que aqui não é aconselhável separar-se totalmente, até mesmo do homem pecaminoso. Sim. Essas mesmas palavras nos ensinam a fazer completamente ao contrário. 6. Mais do que isto, as palavras de nosso Senhor; estão longe de nos direcionar a romper todo o comércio com o mundo, o que sem ele, de acordo com sua consideração de Cristianismo, nós não podemos ser cristãos, afinal. Seria fácil mostrar que alguns intercursos, mesmo com os homens descrentes e impuros, são absolutamente necessários, com o objetivo de uma completa aplicação de cada temperamento que ele tem descrito, como caminho para o reino; e que são indispensavelmente necessários, para o completo exercício da pobreza de espírito, do murmurar e de qualquer outra disposição que tenha um lugar aqui, na religião genuína de Jesus Cristo. Sim. Eles são necessários, para a própria existência de diversos deles; -- daquela mansidão, por exemplo, que, em vez de exigir 'olho por olho; dente por dente', 'não resiste ao mal', mas faz com que, preferivelmente, quando lhe baterem 'na face direita, seja-lhe dado a outra, também'; -- daquela misericórdia, por meio da qual, 'nós amamos nossos inimigos; abençoamos a quem nos praguejam; fazemos o bem a todos que nos odeia; e oramos por aqueles que maliciosamente nos usam e nos perseguem'; -- daquele enredamento do amor e todos os temperamentos santos que são exercitados no sofrer por causa da retidão. Agora, todos esses, é claro, não teriam existência, não tivéssemos intercurso com algum deles, a não ser com os cristãos reais. 7. Realmente, fosse para nos separarmos totalmente dos pecadores, como possivelmente poderíamos responder àquele caráter que nosso Senhor dá nessas mesmas palavras? "Vocês" (cristãos; vocês que são humildes, sérios e mansos de coração; vocês que têm fome de justiça; que amam a Deus e ao homem; que fazem o bem a todos, e, no entanto sofrem o mal; vocês) 'são o sal da terra': É da própria natureza de vocês temperarem o que quer que esteja em sua volta. É da natureza de seu divino sabor, o que está em vocês, entremearem-se ao que quer que vocês toquem; espalharem-se, para todos os lados, para todos esses, entre os quais vocês estão. Esta é a grande razão, porque a providência de Deus tem tanto misturado vocês, com outros homens – para que qualquer que seja a graça que vocês tenham recebido de Deus, ela
possa, através de vocês, ser comunicada a outros; para que todo temperamento santo, e palavra, e obra de vocês, possam ter uma influência sobre eles também. Para que, por meio disto, uma repressão, em alguma medida, seja feita à corrupção que está no mundo; e uma pequena parte, pelo menos, seja salva da infecção geral, e se coloque santa e pura diante de Deus. 8. Para que possamos mais diligentemente trabalhar, para temperarmos tudo que pudermos, com todo temperamento santo e divino, nosso Senhor prossegue mostrando o estado desesperado daqueles que não comungam com a religião que eles têm recebido; o que, de fato, eles possivelmente fracassam ao fazer, por quanto tempo ela permanece apenas em seus corações. 'Se o sal for insípido, com o que há de se salgar? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado por homens'. Se vocês que têm sido santos e religiosos, e conseqüentemente, zelosos das boas obras, não tiverem, por mais tempo, o sabor em vocês mesmos; e, por conseguinte, não mais temperarem a outros; se vocês que cresceram monótonos, insípidos, mortos; tanto negligentes de suas próprias almas, quando inúteis às almas de outros homens; 'de que maneira poderão se tornar novamente o sal da terra? Como vocês poderão ser recuperados? Com que ajuda? Com que esperança?Pode um sal insípido recuperar seu sabor? Não; para nada mais presta, senão para ser lançado fora', mesmo no atoleiro das ruas, 'e ser pisado por homens', para ser esmagado com desprezo eterno. Se vocês nunca antes tinham conhecido ao Senhor, poderia existir esperança, - se você nunca tivessem sido 'encontrados Nele: Mas o que vocês podem dizer para aquela declaração solene dele, justamente paralela ao que ele tem aqui falado? 'Todo ramo em mim que não dá fruto', ele, o Pai 'tira fora. Ele que habita em mim, e eu nele, produziremos muitos frutos'. 'Se alguém não estiver em mim; ou não produzir frutos, será lançado fora, como vara, e secará; e os homens o colhem, não o plantam novamente, mas 'o atiram ao fogo, para arder'. (João 15:2, 5,6) 9. Com respeito àqueles que nunca provaram da boa palavra, Deus está realmente compadecido, e tem uma misericórdia terna. Mas a justiça toma lugar, no que se refere àqueles que já provaram que o Senhor é gracioso; mas, mais tarde, voltaram atrás, 'nos santos mandamentos', então, 'entregues a eles'. 'Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados' (Hebreus 6:4-6); em cujos corações Deus uma vez brilhou, para iluminá-los com o conhecimento da Sua glória, na face de Jesus Cristo; 'e provaram o dom celestial' - a redenção em seu sangue, o perdão dos pecados; 'e se fizeram participantes do Espírito Santo', da humildade, da mansidão, e do amor de Deus e homem, espalhados por todo seu coração, através do Espírito Santo que foi dado junto a eles: mas 'caíram'; -- (aqui não se trata de uma suposição, mas de uma declaração clara do fato) 'para renová-los novamente no arrependimento; vendo que eles de novo crucificaram o filho de Deus e o expuseram à vergonha declarada'. Mas, para que ninguém possa interpretar mal essas terríveis palavras, deve ser cuidadosamente observado: 1o. Quem são estes, de quem se está falando aqui; ou seja, eles, tão somente, que uma vez foram, assim, 'iluminados'; eles apenas, 'que provaram' daquele 'dom celestial, e foram', assim, 'feitos parceiros do Espírito Santo'; de modo que todo aquele que não experimentou essas coisas está totalmente fora deste contexto?
2o. Do que se trata o terem caído, de que se fala aqui: trata-se de uma apostasia [mudança de religião] absoluta e total. Um crente pode cair; porém, não cair fora. Ele pode cair; mas se erguer novamente. E, se ele pode cair, até mesmo no pecado, ainda assim, esse caso, terrível como ele é, não é desesperador. Porque 'nós temos um Advogado com o Pai, Jesus Cristo, o justo; e Ele é a reparação de nossos pecados'. Mas que o crente possa, acima de todas as coisas, tomar cuidado, a fim de que seu 'coração não se endureça por causa da aparência enganosa do pecado'; a fim de ele não possa sucumbir, para mais e mais baixo, até que tenha caído totalmente; até que ele se torne como o sal que perdeu seu sabor: Porque, se nós pecamos, assim, intencionalmente, depois de termos recebido 'o conhecimento' experimental 'da verdade; não restará lá sacrifício algum para os pecados; a não ser, certamente, um olhar temeroso, por causa da indignação flamejante, que devora os adversários'.
II 1. 'Mas, embora não possamos nos separar totalmente da humanidade; embora seja afirmado que nós devemos temperá-la, com a religião que Deus tem forjado em nossos corações; ainda assim, isto não pode ser feito de maneira menos sensível? Nós não podemos comunicar isto aos outros, em segredo, e de uma maneira quase imperceptível, de modo que dificilmente alguém seja capaz de observar, como e quando é feito? – assim como o sal transmite seu próprio sabor, naquilo em que ele é temperado, sem alarde, e sem estar sujeito a alguma observação exterior? E, sendo dessa forma, por conseguinte, nós podemos não sair do mundo, mas, ainda assim, estarmos escondido nele. Nós podemos, então, manter nossa religião, para nós mesmos; sem melindramos aqueles a quem não podemos ajudar'. 2. Com respeito a este raciocínio plausível da carne e sangue, nosso Senhor esteve atento também. E Ele deu uma resposta completa a isto, naquelas palavras que agora serão consideradas; na explicação das quais, eu me esforçarei para mostrar, como eu me propus fazer, em segundo lugar, que, por quanto tempo a religião verdadeira habite em nossos corações, é impossível ocultá-la; assim como é absolutamente contrário ao desígnio do seu grande Autor. Primeiro, é impossível para qualquer que a tenha, ocultar a religião de Jesus Cristo. Isto nosso Senhor torna claro, além de toda contradição, por dupla comparação: 'Vocês são a luz do mundo? Uma cidade situada em cima de uma colina não poderá ser oculta'. Vocês, cristãos, 'são a luz do mundo' - com respeito a ambos: temperamento e ações. Sua santidade torna vocês tão evidentes, como o sol no meio do firmamento. Já que vocês não podem sair fora do mundo; nem podem estar nele, sem se apresentarem a toda humanidade.Vocês não podem fugir de homens; e, enquanto vocês estão, entre eles, é impossível que vocês escondam sua humildade, mansidão, e todas aquelas outras disposições, por meio das quais, vocês aspiram ser perfeitos, como seu Pai, que está nos céus é perfeito. O amor não pode se ocultar mais do que a luz; e, menos ainda, quando ele brilha publicamente em ação; quando vocês exercitam a si mesmos nas tarefas do amor, em beneficência de toda espécie. Assim como os homens pensam em esconder uma cidade, eles pensem em ocultar um cristão; sim, tanto quanto eles podem ocultar uma cidade, situada em cima de uma colina, eles podem ocultar um amante de Deus e homem, santo, zeloso e presente.
3. É verdade que os homens que amam a escuridão, preferivelmente, à luz, porque seus atos são pecaminosos, irão fazer todo o possível para provar que a luz que está em vocês é treva. Eles irão falar mal; dizer toda forma de maldade, e falsidade, a respeito do que existe de bom em vocês; eles irão colocar, como sendo da responsabilidade de vocês, o que está muito longe de seus pensamentos; o que é contrário a tudo aquilo que vocês são, e a tudo o que vocês fazem. E a sua permanência contínua, na beneficência, sua mansidão, sofrendo todas as coisas por causa do Senhor, sua calma; alegria humilde, em meio à perseguição, e seu trabalho incansável, para pagar o mal com o bem, irão fazer com que vocês sejam ainda mais visíveis e proeminentes do que eram antes. 4. Tão impossível quanto é manter nossa religião, sem ser vista, a menos que nós a lancemos fora; tão tolo quanto é o pensamento de esconder a luz, a menos que a coloquemos fora! Certo é que a religião secreta, desapercebida, não pode ser a religião de Jesus Cristo. Qualquer que seja a religião que possa ser oculta, ela não é Cristianismo. Se um cristão pudesse ser oculto, ele não teria sido comparado a uma cidade sobre uma colina; à luz do mundo; ao sol que brilha no firmamento, e que é visto por todo o mundo abaixo. Por conseguinte, que nunca entre no coração daquele que Deus tem renovado no espírito de sua mente, esconder esta luz; guardar sua religião para si mesmo; especialmente considerando que não é apenas impossível ocultar o Cristianismo verdadeiro, mas que isto é, de igual forma, absolutamente contrário ao desígnio do grande Autor dele. 5. Isto aparece claramente nas seguintes palavras: 'Nem os homens deverão ascender a candeia e colocá-la debaixo do alqueire'. [Esta expressão também significa: não esconda seus talentos. O Sr. Wesley a usou, referindo ao talento de John Fletcher, seu pregador preferido, que ele acreditava seria seu sucessor natural. O Sr. Fletcher morreu antes do Sr. Wesley]. Como se ele [Jesus] tivesse dito: assim como os homens não podem
esconder a candeia, apenas para depois cobri-la e ocultá-la; assim, Deus não ilumina alguma alma, com seu glorioso conhecimento e amor, para tê-la coberta e oculta; tanto pela prudência, falsamente assim chamada, quanto pela vergonha, ou humilhação voluntária; e tê-la escondida, tanto em um deserto, quanto no mundo; tanto se esquivando dos homens, quanto conversando com eles. 'Mas eles a colocam em um castiçal, e ela ilumina tudo o que está na casa': De igual maneira, é o objetivo de Deus, que cada cristão possa estar em um lugar estratégico; para que ele possa iluminar tudo a sua volta; para que ele possa visivelmente expressar a religião de Jesus Cristo. 6. Assim, Deus tem falado, em todas as épocas, ao mundo; não apenas por preceitos, mas por exemplo também. Ele não tem 'deixado a si mesmo, sem testemunha', em qualquer nação, onde o som do Evangelho tenha surgido, sem que alguns tenham testificado sua verdade, através de suas vidas, tanto quanto, através de suas obras. Esses têm sido 'como as luzes, brilhando em um lugar escuro'. E, de tempos em tempos, eles têm sido os meios de iluminar alguns; preservando uma sobra, uma pequena semente que foi 'confiada junto ao Senhor por gerações'. Eles têm conduzido algumas pobres ovelhas, para fora da escuridão do mundo, e guiado seus pés para o caminho da paz. 7. Alguém poderia imaginar que, onde ambas, a Escritura e a razão das coisas, falam tão claramente e expressamente, não poderá haver muito avanço do outro lado, pelo
menos não com alguma aparência de verdade. Mas eles, que pensam dessa forma, sabem pouco das profundezas de Satanás. Afinal de contas, toda esta Escritura e razão têm dito que os pretextos para a religião solitária; para que um cristão saia do mundo, ou, pelo menos, se esconda nele, são tão excessivamente plausíveis; que nós precisamos de toda a sabedoria de Deus para vermos, através da armadilha, e todo o poder de Deus, para escaparmos dela; tantas e fortes são as objeções que têm sido trazidas contra o fato de serem cristãos sociais, abertos e presentes.
III 1. Para responder a esses, eu proponho uma terceira coisa. Primeiro, que tem sido freqüentemente objetado que a religião não se situa nas coisas exteriores; mas no coração, no mais íntimo da alma; que se trata da união da alma com Deus; a vida de Deus, na alma do homem; que a religião exterior não é válida - vendo que Deus 'não se satisfaz com as burnt-offerings, nos serviços exteriores, mas que um coração - puro e santo - é 'um sacrifício que ele não irá desprezar'. Eu respondo que é mais do que verdade que a raiz da religião se situa no coração, no mais íntimo da alma; que esta é a união da alma com Deus; a vida de Deus na alma do homem. Mas, se essa raiz estiver realmente no coração, ela não poderá deixar de desenvolver seus ramos. E esses são os diversos exemplos da obediência exterior, que compartilham da mesma natureza da raiz; e, conseqüentemente, não são apenas marcas ou sinais, mas partes substanciais da religião. É verdade também que essa religião exterior desnudada, que não tem raiz no coração, não tem valor; que Deus não está satisfeito com tais serviços exteriores; não mais do que com as 'burnt-offerings' dos judeus; e que um coração puro e santo é um sacrifício do qual ele se agrada. Mas ele também está muito feliz com todo aquele serviço exterior que se ergue do coração; com o sacrifício de nossas orações (quer públicas ou privadas), de nossos louvores e ações de graça; com o sacrifício de nos bens, humildemente devotados a ele, e empregados totalmente para sua glória; e com aquele de nossos corpos, que ele peculiarmente reivindica; que o Apóstolo implora a nós, 'pelas misericórdias de Deus, que apresentemos junto a Ele, como um sacrifício vivo, santo e aceitável ao Pai'. 2. Uma segunda objeção, proximamente relacionada a isto, é aquele amor que é tudo em tudo; que é 'o cumprimento da lei'; 'finalidade do mandamento', de todo o mandamento de Deus; que tudo o que fazemos, e tudo o que sofremos, se nós não tivermos caridade ou amor, de nada valerá; e, por conseguinte, o Apóstolo nos direciona a 'ir a busca do amor' e aplicar isto 'da maneira mais excelente'. Eu respondo: Admite-se que o amor de Deus e homem, surgindo da fé sincera, é tudo em todos; o cumprimento da lei; a finalidade de todo mandamento de Deus. É verdade que, sem isto, o que quer que façamos; o que quer que soframos, de nada vale. Mas não se segue que este amor é tudo, em tal sentido, como para relegar, tanto a fé ou as boas obras. Ele é 'o cumprimento da lei'; não, por nos livrar dela; mas, por nos constranger a obedecê-la. 'E a finalidade do mandamento', uma vez que todo mandamento conduz a ele, e faz convergir a ele. É permitido, que, o que quer que façamos ou soframos, sem amor, não tem proveito algum. Mas, sobretudo, o que quer
que façamos ou soframos no amor, embora seja apenas o sofrer reprovação por causa de Cristo, ou dar um copo de água fria, em seu nome, não deverá, de maneira alguma, perder seu galardão. 3. 'Mas o Apóstolo não nos direciona a seguir em busca do amor?'. E ele não denomina isto 'um caminho mais excelente?' – Ele nos direciona a 'seguir em busca do amor'; mas não em busca dele apenas. Suas palavras são: 'seguir em busca do amor'; e 'procurar com zelo os dons espirituais'. (I Cor. 14:1). Sim. 'Busque o amor', e deseje usar e ser usado por seus irmãos. 'Seguir em busca do amor'; e quando tiver oportunidade, fazer o bem a todos os homens. No mesmo verso também, no qual ele denomina o caminho do amor, 'um caminho mais excelente', ele direciona os Corintios a desejarem outros dons além dele; sim, a desejarem sinceramente. Portanto, procurai com zelo', diz ele, 'os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente. (I Cor 12:31). Mais excelente do que? Do que os dons da cura, do falar em línguas, e de interpretála, mencionado no verso precedente; mas não mais excelente do que o caminho da obediência. Disto o Apóstolo não está falando; nem ele está falando da religião exterior, afinal: De modo que este texto está completamente fora da presente questão. Mas supondo-se que o Apóstolo tenha falado da religião exterior, assim como da interior, e as comparado, uma com a outra; supondo-se que, na comparação, ele tenha dado preferência muito mais à segunda; supondo-se que ele tenha preferido (como ele justamente poderia) o coração amoroso, diante de todas as obras exteriores, quaisquer que fossem; ainda assim, isto não significaria que nós deveríamos rejeitar, tanto uma quanto a outra. Não. Deus as tem reunido, desde o começo do mundo; e que nenhum homem as coloque em separado. 4. "Mas 'Deus é um Espírito; e eles o adoram; devem adora-lo, em espírito e verdade'. E isto não é suficiente? Mais ainda... Nós não devemos empregar toda a força de nossa mente nisto? Não atende às coisas exteriores, frear a alma, para que ela não possa elevar-se nas alturas, na contemplação santa? Isto não amortece o vigor de nosso pensamento? Isto não tem uma tendência natural de dificultar e distrair a mente? Considerando que Paulo nos teria dito para que fôssemos 'sem esmero', e para 'esperarmos no Senhor sem abstração?'". Eu respondo que 'Deus é um Espírito; e eles que o adoram, devem adorar a Ele em espírito e verdade'. Sim, e que isto é suficiente: Nós devemos empregar toda força de nossa mente nisto. Mas, então, eu perguntaria: Por que adorar a Deus, um Espírito, 'em espírito e em verdade?'. Porque é adorá-Lo, com nosso espírito; adorá-Lo, da maneira que ninguém mais é capaz, a não ser os espíritos. É para crer Nele, como um Ser sábio, justo e santo; os mais puros olhos que observam a iniqüidade; e, ainda assim, sendo misericordioso, gracioso, e longânime; perdoando a iniqüidade, transgressão e pecado; jogando todos os nossos pecados, atrás de suas costas, e aceitando-nos no Amado. Significa amá-Lo, deleitarmo-nos Nele, desejarmos a Ele, com todo nosso coração, e mente, e alma, e força; para imitarmos a Ele, nós amamos, purificando a nós mesmos, assim como Ele é puro; e obedecemos a Ele, a quem amamos, e em
quem cremos - tanto em pensamento, palavra e obra. Conseqüentemente, um ramo da adoração a Deus, em espírito e em verdade, é manter seus mandamentos exteriores. É glorificá-Lo, por conseguinte, com nossos corpos, tanto quanto com nossos espíritos; seguirmos através das obras exteriores, com os corações erguidos até ele; para tornarmos nosso empreendimento diário, um sacrifício a Deus; quer comprando, ou vendendo; comendo e bebendo, sendo para Sua glória; -- isto é adorar a Deus, em espírito e verdade, assim como, o orar a Ele, na solitude. 5. Mas, em assim sendo, então, a contemplação é apenas um caminho da adoração a Deus, em espírito e verdade. Por conseguinte, nos entregando inteiramente a isto, seria destruir muitos outros ramos da adoração espiritual; todos igualmente aceitáveis a Deus, e igualmente proveitosos, e em nada prejudiciais, para a alma. Por isso, trata-se de um grande equívoco, supor que uma atenção a essas coisas exteriores, por meio das quais a providência de Deus nos tem chamado, é algum obstáculo para um cristão, ou algum impedimento, afinal, a que ele sempre busque a Ele que é invisível. Isto, afinal, não impede o ardor de seu pensamento; não obstrui ou distrai sua mente; não significa um cuidado inquietante e prejudicial àquele que faz isto junto ao Senhor; àquele que tem aprendido que, o que quer que ele faça, em palavra ou ação, deverá ser tudo feito, no nome do Senhor Jesus; a sua alma tendo apenas um olho, que se move em torno das coisas exteriores, e um que se fixa em Deus, imóvel. Aprendam o que isto significa, vocês pobres reclusos, para que vocês possam discernir claramente sua própria insignificância de fé. Sim. Que vocês possam não mais julgar os outros, por vocês mesmos, e seguirem e aprenderem o que aquilo significa: -Tu, Ó Senhor, em terno amor, torna todos os meus fardos suportáveis. Eleva meu coração para as coisas acima. E o fixa sempre lá. Calmo, nas rodas do tumulto, eu me sento; Sozinho, em meio às multidões atarefadas; Docemente esperando, a teus pés
6. Mas a grande objeção ainda está atrás: 'Nós apelamos', eles dizem, 'para a experiência. Nossa luz brilhou; nós usamos de todas as coisas exteriores, durante muitos anos; e, ainda assim, elas não valeram de nada. Nós atendemos a todas as ordenanças; mas nós não ficamos coisa alguma melhor; nem, realmente, qualquer outro. Mais do que isto, nós ficamos piores; já que nós nos supúnhamos cristãos, por assim estarmos agindo, quando nós não sabíamos o que o Cristianismo significava'. Eu reconheço o fato: Eu concordo que você, e outros dez mil mais, têm assim abusado das ordenanças de Deus; tomando os meios pelos fins; supondo que fazendo essas, ou outras obras exteriores, tanto seria a religião de Jesus Cristo, quanto seria aceitável no lugar dela. Mas permita que esse abuso seja tirado fora, e use o que permanecer. Agora, use todas as coisas exteriores, mas a use com um olho constante, para a renovação de sua alma, na retidão e santidade verdadeira. 7. Mas isto não é tudo: Eles afirmam: 'A experiência mostra igualmente, que tentar fazer o bem é trabalho perdido. Que proveito existe em alimentar e vestir o corpo dos homens, se ele serão atirados no fogo eterno? E que bem estará algum
homem fazendo às suas almas? Se essas coisas pudessem mudar, Deus mesmo se incumbiria disto. Tanto dos homens que são bons, ou desejosos de assim serem, quanto os que são obstinadamente maus. Agora, os primeiros não precisam de nós; que eles peçam, então, ajuda a Deus, e ela será dada a eles: E os últimos, não irão receber o que se pode considerar ajuda de nós. Mais ainda: nosso Senhor proíbe 'atirar pérolas aos porcos!'. Eu respondo: 1o. Quer eles estejam finalmente condenados ou salvos, você é expressamente ordenado a alimentar o faminto e a vestir o desnudo. Se você puder fazê-lo, e não o fizer, no que quer que eles se tornem, você irá direto para o fogo eterno! 2. Embora seja Deus unicamente quem muda os corações; ainda assim, Ele geralmente o faz, através do homem. Esta é a parte que nos cabe fazer, em tudo o que ele nos coloca, tão diligentemente, como se nós pudéssemos mudá-los por nós mesmos; e, então, deixarmos o que for acontecer a Ele. 3o. Deus, em respeito às orações deles, edificou seus filhos, um por um, com todo bom dom: nutrindo e fortalecendo todo o 'corpo, para que com isso, todas as juntas sejam supridas'. De maneira que 'o olho não possa dizer para a mão: eu não preciso de ti'; não; nem mesmo 'a cabeça aos pés: eu não tenho necessidade de você'. Por fim, como vocês podem afirmar que essas pessoas, diante de vocês, são cães ou porcos? Não os julguem, até que vocês tenham tentado. 'Quanto tu sabes, ó homem,a não ser que tu podes ganhar um irmão'; -- a não ser que tu podes, debaixo de Deus, salvar sua alma da morte? Quando ele rejeitar teu amor, e blasfemar das boas palavras, então, será hora de entregá-lo aos cuidados de Deus. 8. 'Nós tentamos; nós trabalhamos, para reformar pecadores; e do que adiantou? Em muitos nós não causamos impressão alguma, afinal. E, se alguns mudaram, por algum momento, ainda assim, a santidade dele foi como o orvalho da manhã, e eles logo estavam maus; mais ainda, estavam piores do que nunca: De modo que nós apenas causamos dor a eles e a nós mesmos, também; já que nossas mentes estavam tão preocupadas e perturbadas. – talvez, cheia de raiva, em vez de amor: Por conseguinte, melhor seria que tivéssemos mantido nossa religião para nós mesmos'. É muito provável que este fato também seja verdadeiro; que vocês tenham tentado fazer o bem, e não tenham tido sucesso; sim, que esses que pareceram reformados, reincidiram no pecado, e seu estado final tenha sido pior do que o anterior. E qual a admiração disto? É o servo acima de seu mestre? Quão freqüentemente, Ele se esforçou para salvar pecadores, e eles não puderam ouvir; ou quando o seguiram, por algum momento, eles voltaram atrás, como um cão para seu vômito! Mas ele, no entanto, não desistiu de se esforçar em fazer o bem: Quanto mais, vocês, qualquer que seja o resultado. É a parte de vocês, fazerem como ele ordenou: O resultado está nas mãos de Deus. Vocês não são responsáveis por isto. Deixem com ele que ordena todas as coisas para o bem. 'Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas igualmente serão boas'. (Eclesiastes 11:6)
Mas a tentativa inquieta e aborrece suas almas. Talvez, isto aconteça, nessa mesma ocasião, porque vocês pensaram que fossem responsáveis pelo resultado, o que homem algum é, e nem de fato pode ser, -- ou, talvez, porque vocês não estavam se protegendo; vocês não estavam vigiando seus próprios espíritos. Mas isto não é motivo para vocês desobedecerem a Deus. Tentem novamente; mas façam, com maior prudência do que antes. Faça o bem (como vocês esqueceram) 'não sete vezes apenas, mas até setenta vezes sete'. Apenas sejam mais sábios, através da experiência? Empreendam isto, todo o tempo, mais cuidadosamente do que antes. Sejam mais humildes, diante de Deus; mais profundamente convencidos de que de vocês mesmos, vocês não podem fazer coisa alguma. Sejam mais zelosos, sobre seu próprio espírito; mais gentis, e atentos junto às orações. Assim, 'mesmo lançando seu pão nas águas, vocês irão encontrá-lo novamente, depois de muitos dias'. IV 1. Não obstante todas esses pretextos plausíveis para ocultá-la, 'permitam que a luz de vocês brilhe, diante dos homens; que eles possam ver suas boas obras, e glorificarem o Pai que está nos céus'. Esta é a aplicação prática que o próprio nosso Senhor faz nas considerações a seguir: 'Permitam que a luz de vocês brilhe': -- Sua mansidão de coração; sua gentileza; sua humildade de sabedoria; sua preocupação séria e ponderada, com respeito às coisas da eternidade; e tristeza pelos pecados e misérias dos homens; seu sincero desejo de santidade universal, e completa felicidade em Deus; sua disposição terna para com toda a humanidade, e o ardoroso amor para com seu supremo Benfeitor. Não se esforcem para esconderem essa luz, por meio da qual, Deus tem iluminado suas almas; mas permita que ela brilhe diante de homens; diante de todos com quem vocês estão; em todo teor de sua conversação. Que ela brilhe ainda mais eminentemente, em suas ações, em vocês fazerem todo o bem possível a todos os homens; no seu sofrer por causa da retidão, enquanto vocês 'se regozijam e estão excessivamente felizes, sabendo que grande é o galardão de vocês nos céus'. 2. 'Permitam, assim, que a luz de vocês brilhe diante de homens, de modo que eles possam ver as boas obras': -- Tanto quanto um cristão está sempre objetivando ou desejando ocultar a própria religião! Pelo contrário, que seja desejo de vocês não escondê-la; não colocar a luz, debaixo do alqueire. Que seja a tarefa de vocês colocála 'sobre um castiçal, para que possa iluminar a todos que estão na casa'. Apenas, atentem para não buscarem o seu próprio mérito nisto; a não desejarem alguma honra para vocês mesmos. Mas que seja seu único objetivo, que todos aqueles que vejam suas boas obras 'possam glorificar seu Pai que está nos céus'. 3. Seja este seu objetivo final, em todas as coisas. Com esta visão, sejam claro, abertos, sem disfarces. Permitam que o amor de vocês seja sem dissimulação: Por que vocês esconderiam um amor justo e desinteressado? Que a malícia não seja encontrada em suas bocas: Permitam que suas palavras sejam a pintura genuína do coração de vocês. Que não haja escuridão, ou segredos em suas conversas; nenhum disfarce em seus comportamentos. Deixem isto para aqueles que têm outros objetivos em vista; objetivos que não suportam a luz. Sejam naturais e simples, para com toda a humanidade; para que todos vejam a graça de Deus que está em vocês. E, embora alguns venham endurecer os próprios corações; ainda assim, outros levarão ao
conhecimento, que vocês têm estado com Jesus, e, ao retornarem para si mesmos "para o grande Bispo da alma deles, 'glorificarem o Pai de vocês que está nos céus'". 4. Com este único objetivo, que os homens possam glorificar a Deus em vocês, sigam em nome Dele, e no poder de Sua força. Não se envergonhem mesmo que fiquem sós; que seja nos caminhos de Deus. Permitam que a luz, que está em seus corações brilhe, em todas as boas obras – obras de devoção e obras de misericórdia. E, com o objetivo de ampliar a sua habilidade em fazer o bem, renunciem a toda as superficialidades. Cortem foram toda despesa desnecessária, em comida, móveis, vestuário. Sejam bons mordomos de todo dom de Deus; mesmo desses seus dons menores. Eliminem todos os gastos desnecessários de tempo; todos os empreendimentos supérfluos e inúteis; e 'o que quer que suas mãos encontrem o que fazer, que vocês façam com toda a força de vocês'. Na palavra, sejam cheios de fé e amor; façam o bem; sofram o mau. E, nisto, sejam 'firmes, imutáveis'; sim, 'sempre abundando nas obras de Deus; visto que vocês sabem que o trabalho de vocês não será em vão no Senhor'. [Edited por John Edwin Walker, Jr., estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções por George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
Sobre o Sermão do Monte – Parte V John Wesley 'Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque, em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um jota ou til se omitirá da lei, até que ela seja cumprida. Qualquer, pois, que violar um desses menores mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no Reino dos céus: aquele, porém, que os cumprir e os ensinar, será chamado grande no Reino dos céus' (Mateus 5:17-20). 1. Em meio à imensidade de reprovações que caíram sobre Ele, que 'era o menosprezado e rejeitado dos homens', não seria de se surpreender, que Ele fosse o professor das boas novas; o introdutor da nova religião. Isto poderia ser afirmado, com muitas cores, porque muitas das expressões que Ele usou não eram comuns entre os judeus: ou eles não as usaram, afinal; ou não as usaram no mesmo sentido; ou no seu significado completo e forte. Acrescente a isto que o adorar a Deus 'em espírito e verdade' parecia ser uma religião nova àqueles que não conheceram, até o momento, a não ser a adoração exterior; coisa alguma, a não ser a 'forma de santidade'. 2. E não é improvável que alguns poderiam esperar que Ele fosse abolir a velha religião e trazer uma outra, -- uma em que eles tivessem a esperança de ser um caminho mais fácil para os céus. Mas nosso Senhor refuta isto, nessas palavras, tanto as vãs esperanças de uns, quanto as calúnias infundadas de outros. Eu devo considerálas, na mesma ordem, em que elas se colocam, tomando cada verso do discurso, num título distinto.
I I. ''Não pensem que vim destruir a Lei, ou os Profetas: eu não vim destruir, mas cumpri-las'. A lei ritual ou cerimonial, entregue por Moisés para os filhos de Israel, contendo todas as injunções e ordenanças que eram relacionadas aos antigos sacrifícios e serviços do templo, nosso Senhor, de fato, veio destruir, dissolver e abolir completamente. Para isto, foram testemunhas todos os Apóstolos; não apenas Barnabé e Paulo, que veementemente opuseram-se contra todos que ensinaram que os cristãos deveriam 'manter a lei de Moisés' (Atos 15:5) 'Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés'; não apenas Pedro, que denominou o insistir nisso, na observância da lei ritual, 'por Deus à prova', e 'colocar um jugo no pescoço dos discípulos, que nem nossos anciãos', diz ele, 'nem nós, somos capazes de suportar', mas todos os Apóstolos, presbíteros, e irmãos, estando reunidos em um só acordo (Atos 15:22)¸ declararam que ordenar a eles que mantenham esta lei, era 'subverter suas almas'; e que 'pareceu bem ao Espírito Santo' e para eles, não impor tal fardo sobre eles. (Atos 15:28). Essas 'ordenanças escritas' nosso Senhor destruiu, jogou fora, e pregou em Sua cruz. 2. Mas a lei moral, contida nos Dez Mandamentos, - e reforçada pelos profetas, Ele não tirou fora. Não era o objetivo de Sua vinda, ab-rogar alguma parte dela. Esta é uma lei que nunca poderá ser quebrada; que resiste, como uma
testemunha fiel nos céus. A lei moral se situa, em uma fundação completamente diferente da lei cerimonial ou ritual, que foi apenas designada para uma restrição temporária, em cima da desobediência e obstinação das pessoas; considerando que isto foi no começo do mundo, não sendo 'escrita em tábuas', mas nos corações de todos os filhos dos homens, quando eles vieram das mãos do Criador. E, não obstante, as letras, uma vez escritas pelo dedo de Deus, estejam agora, em grande parte, desfiguradas pelo pecado; ainda assim, elas não podem ser apagadas, enquanto nós tivermos alguma consciência de bem e mal. Cada parte dessa lei deve permanecer em vigor, sobre toda a humanidade, e em todas as épocas; não dependendo de tempo ou lugar; ou quaisquer outras circunstâncias, sujeitas a mudanças; mas sobre a natureza de Deus e a natureza do homem, e a relação imutável para com um e outro. 3. 'Eu não vim destruir a lei, mas cumpri-la'. Alguns têm imaginado que nosso Senhor quis dizer, -- Eu vim para cumpri-la, através de minha inteira e perfeita obediência a ela. Mas isto não parece ser o que Ele pretende aqui, sendo estranho à extensão de seu presente discurso. Sem dúvida, seu significado neste lugar é, (consistentemente com tudo o que vem antes e segue depois) – Eu vim estabelecê-la, em sua plenitude, a despeito de todo a aparência enganosa dos homens: Eu vim situála, em seu entendimento completo e claro, por mais difícil de entender e obscura que seja: eu vim declarar a verdade, e o completo significado de cada parte dela; para mostrar o comprimento e largura; a inteira extensão de todo mandamento contido nela; e a altura e profundidade, a sua pureza e espiritualidade inimagináveis, em todas as suas ramificações. 4. E isto nosso Senhor tem abundantemente demonstrado nas partes precedentes e subseqüentes do discurso, diante de nós, nas quais ele introduziu uma nova religião no mundo. Mas a mesma,desde o início: -- a religião, cuja essência é sem dúvida, tão antiga quanto a criação, sendo contemporânea do homem, e tendo procedido de Deus, no momento em que 'o homem tornou-se uma alma vivente'; (a essência, eu digo; porque algumas circunstâncias dela, relaciona-se agora ao homem como uma criatura caída); -- a religião testemunhada, tanto pela lei, quanto pelos profetas, em todas as gerações que se seguiram. Ainda assim, ela nunca foi tão completamente explicada, nem tão inteiramente entendida, até que o próprio grande Autor condescendeu em dar à humanidade esse comentário autêntico sobre todas as ramificações essenciais dela; ao mesmo tempo, declarando que ela nunca deverá ser mudada, mas deverá permanecer em vigor até o fim do mundo.
II 1. 'Em verdade eu digo a vocês', (um prefácio solene, que denota a importância e a certeza do que estava sendo falado) 'até que o céu e terra passem, nem um jota ou um til, deverá, de forma alguma, serem tirado da lei, até que ela seja cumprida'. 'Um jota':-- Literalmente, nem um iota [letra grega]; nem a mais insignificante vogal: 'Nem um til', -- um ângulo, ou ponto de uma consoante. Esta é uma expressão proverbial que significa que nenhum mandamento contido na lei moral; nem a menor parte de algum dele, por mais insignificante que seja, deverá ser anulado.
'Não deverá, de maneira nenhuma, deixar de cumprir a lei'. A negativa dupla, aqui usada, fortalece o sentido, de modo a admitir nenhuma contradição: E pode ser observado, que não se trata apenas do futuro, declarando o que será; mas tem igualmente a força de um imperativo, ordenando que deverá ser. Esta é uma palavra de autoridade, expressando a soberana vontade e poder Dele que fala; Dele, cuja palavra é a lei do céu e terra, e se mantém para sempre e sempre. 'Um jota ou um til deverá, de maneira alguma, passar, até que o céu e terra passem'; ou como está expresso imediatamente depois, até que tudo (ou melhor, todas as coisas) sejam cumpridas; até a consumação de todas as coisas. Aqui não existe, por conseguinte, lugar para aquela pobre evasão (com a qual alguns têm livrado a si mesmos grandemente) de que 'nenhuma parte da lei deveria para passar, até que toda a lei fosse cumprida: Mas ela já foi cumprida por Cristo; portanto, agora, deverá passar, para que o Evangelho possa ser estabelecido'. Não é assim; a palavra todo não significa toda a lei, mas todas as coisas no universo; nem o termo 'cumprida', faz qualquer referência à lei, mas a todas as coisas no céu e terra. 2. De tudo isto nós podemos aprender que não existe contradição entre a lei e o Evangelho; que não existe necessidade da lei ser extinta, para que o Evangelho possa ser estabelecido. De fato, nem um deles substitui o outro, mas concordam perfeitamente bem juntos. Sim, as mesmas palavras, consideradas em diferentes aspectos, são partes, tanto da lei, quanto do Evangelho. Se eles são considerados como mandamentos, eles são parte da lei; se, como promessas, do Evangelho. Assim, 'Tu deves amar ao Senhor teu Deus com todo teu coração', quando considerado como um mandamento, é uma ramificação da lei; quando levado em conta de promessa, é uma parte essencial do Evangelho; -- o Evangelho, sendo nada mais do que os mandamentos da lei, dispostos, através do caminho das promessas. Assim sendo, pobreza de espírito; pureza de coração e qualquer outro que esteja anexa na santa lei de Deus, não é outra coisa, quando vista sob a luz do Evangelho, do que as tão grandes e preciosas promessas. 3. Existe, por conseguinte, uma conexão intima que pode ser concebida, entre a lei e o Evangelho. De um lado, a lei continuamente cria o caminho para o Evangelho, e nos aponta até ele; do outro, o Evangelho continuamente nos conduz a um cumprimento mais exato da lei. A lei, por exemplo, requer que amemos a Deus, que amemos nosso próximo, que sejamos humildes, mansos e santos. Nós sentimos que não somos suficientes para essas coisas; sim, que 'com o homem isto é impossível': Mas nós vemos a promessa de Deus, nos dando aquele amor, e nos tornando humildes, mansos e santos: Nós nos agarramos a esse Evangelho; a essas boas novas; e isto é feito junto a nós, de acordo com nossa fé; e a 'retidão da lei é cumprida em nós', através da fé que está em Jesus Cristo. Nós podemos ainda observar, mais além, que todo mandamento nas Escrituras Sagradas é apenas uma promessa encoberta. Porque, através daquela declaração solene: 'Esta é a aliança que eu farei, diz o Senhor; eu irei colocar as leis em suas mentes, e escrevê-las em seus corações'. Deus se comprometeu a dar o que quer que ele ordene. Ele nos ordena, então, que 'oremos, sem cessar?'. Que 'nos regozijemos, mais e mais?'. 'Que sejamos santos, como Ele é santo?'. É o suficiente. Ele irá operar em nós essas mesmas coisas. Elas serão em nós, de acordo com sua palavra.
4. Mas, se essas coisas são assim, nós não podemos estar perdidos quanto ao que pensar sobre aqueles que, em todas as épocas da Igreja, têm empreendido mudar ou substituir alguns mandamentos de Deus, como eles professaram, através da direção peculiar de seu Espírito. Cristo aqui tem nos dado uma regra infalível, por meio da qual, julga todas essas pretensões. O Cristianismo, como ele inclui toda a lei moral de Deus; tanto pelo caminho da injunção, quanto da promessa, se nós entendermos que ele é designado de Deus para ser a última de todas as suas revelações; não haverá outra a vir depois disso. Isto deve durar até a consumação de todas as coisas. Como conseqüência, essas tais novas revelações são de Satanás, e não de Deus; e todas essas pretensões à outra revelação, por mais perfeitas que sejam, caem por terra, afinal.'Céus e terra passarão'; mas esta palavra 'não passará'.
III 1. 'Qualquer, pois, que violar um desses menores mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no Reino dos céus: aquele, porém, que os cumprir e os ensinar, será chamado grande no Reino dos céus'. Quem, ou o que são eles que darão à 'pregação da lei', um caráter de reprovação? Será que eles não sabem, em quem a reprovação deles irá cair, -- quais cabeças ela deverá golpear, por fim? Qualquer um que, por este motivo, menosprezar a nós, menosprezará a Ele que nos enviou. Por que homem algum pregou a lei como Ele; mesmo quando ele veio, não para condenar, mas para salvar o mundo; quando ele veio propositadamente para 'trazer vida e imortalidade à luz, através do Evangelho?'. Pode alguém pregar a lei mais expressamente, mais rigorosamente, do que Cristo faz nessas palavras? E quem é ele que deve corrigi-la? Quem é ele que deve instruir o Filho de Deus, em como pregar? Quem irá ensinar a Ele um caminho melhor, para entregar a mensagem que Ele recebeu do Pai? 2. 'Qualquer, pois, que violar um desses mandamentos', ou um dos menores desses mandamentos. – Nós podemos observar, que 'esses mandamentos' é um termo usado por nosso Senhor, como equivalente com a lei e os Profetas, -- o que é a mesma coisa; vendo que os Profetas nada acrescentaram à lei; apenas declararam, explicaram ou reforçaram-na, quando movidos, pelo Espírito Santo. 'Qualquer que violar alguns desses menores mandamentos'; especialmente, se for feito propositadamente ou presunçosamente: -- Apenas um; -- porque 'ele que mantém toda a lei, e', mesmo assim, 'viola em um ponto, é culpado afinal'; a ira de Deus habita nele, tão certo, quanto se ele tivesse violado cada um. De modo que nenhuma tolerância é feita para uma única concupiscência predileta; nenhuma ressalva para um ídolo; nenhuma desculpa por se reprimir de todas as demais; apenas dando caminho para um único pecado íntimo. O que Deus exige é uma obediência total; como se tivéssemos um olho único para todos Seus mandamentos; do contrário, nós perderemos todo o trabalho que tivemos em manter alguns, e as nossas pobres almas para todo o sempre. 'Algum desses menores', ou um dos menores desses mandamentos: -- Aqui está uma outra desculpa eliminada, por meio da qual, muitos que não enganaram a Deus, miseravelmente ludibriaram as suas próprias almas. 'Este pecado', diz o pecador, 'não
é um pecado pequeno? O Senhor não irá me poupar nisso? Certamente, que ele não será extremista para marcar este, já que eu não ofendi nas maiores questões da lei'. Esperança vã! Falando como homens, nós podemos denominar esses, de grandes, e aqueles, de pequenos mandamentos; mas, na realidade eles não são assim. Se nós usarmos a propriedade da linguagem, não existe tal coisa como um pequeno pecado; todo pecado é uma transgressão da lei santa e perfeita; e uma afronta à grande Majestade dos céus. 3. 'E ensinarem aos homens dessa maneira'. De alguma forma, pode ser dito que, qualquer que abertamente viola algum mandamento, ensina aos outros o mesmo; porque o exemplo fala, e muitas vezes, mais alto do que a regra. Neste sentido, é aparente que cada bêbado declarado é um professor de alcoolismo; todo aquele que viola o sábado, constantemente ensina seu próximo a profanar o dia do Senhor. Mas isto não é tudo: Um violador habitual da lei, raramente está satisfeito em parar por aqui; ele geralmente ensina outros homens a fazerem o mesmo, através de palavras, assim como, de exemplo; especialmente, quando ele se embrutece, e odeia ser reprovado. Tal pecador, logo se principia, em um advogado para o pecado; ele defende o que ele está resolvido a não renunciar; ele desculpa o pecado que ele não irá deixar, e, assim, ensina diretamente todo pecado que ele comete. 'Ele será chamado o menor no reino dos céus'; -- ou seja, não terá parte nele; Ele é um estranho ao reino dos céus, que está na terra; ele não terá porção naquela herança; não compartilhará daquela 'retidão, e paz, e alegria no Espírito Santo'. Nem, em conseqüência, poderá ter alguma parte na glória a ser revelada. 4. Mas, se até mesmo esses que assim violam, e ensinam a outros a violarem 'um dos menores desses mandamentos, serão chamados menores no reino dos céus'; não terão parte no reino de Cristo e de Deus; se estes deverão ser lançados para dentro da 'escuridão exterior, onde existe lamentação e ranger de dentes', então, como será para aqueles que nosso Senhor, principalmente e originalmente, pretende nessas palavras, -- aqueles que, não obstante, levem o caráter de Professores enviados de Deus, violam seus mandamentos; sim, e abertamente ensinam a outros a assim procederem; sendo corruptos tanto na vida quanto na doutrina? 5. Esses são de diversos tipos. Os do primeiro tipo, vivem em algum pecado terrível habitual. Agora, se um pecador comum ensina, através do seu exemplo, quanto mais um Ministro pecaminoso, -- mesmo que ele não pretenda defender, desculpar ou minorar seu pecado! Se ele faz isto, ele é um assassino, de fato; sim, um assassino geral de sua congregação! Ele povoa as regiões da morte. Ele é o instrumento preferido do príncipe das trevas. Quando ele procede assim, 'o inferno move-se para encontrá-lo em sua vinda'. Nem ele pode afundar no abismo insondável, sem carregar uma multidão atrás de si. 6. Próximo a estes, estão os agradáveis; um tipo de homens bons: os que vivem uma vida fácil, e inofensiva; não se preocupando com pecado exterior, nem com santidade interior; homens que não são notáveis, nem por um caminho, nem por outro; nem para a religião, nem para a descrença; que são bastante regulares, tanto em público, quanto em privado, mas que não pretendem ser alguém mais perfeito do que seu próximo. Um Ministro deste tipo não apenas viola um, ou alguns dos menores mandamentos de Deus; mas todas as grandes e importantes ramificações de sua lei,
que se relaciona ao poder da santidade, e a tudo que requer que 'passemos o tempo de nossa hospedagem em temor'; para 'operarmos nossa salvação com temor e tremor'; ' tendo sempre nossos quadris amarrados, e nossas luzes queimando'; nos esforçando ou nos afligindo 'para entrarmos pelo portão estreito'. E ele ensina os homens assim, através de toda a forma de sua vida, e no teor geral de sua pregação, que uniformemente tende a confortar aqueles que, em seus sonhos prazerosos, se imaginam cristãos e não o são; para persuadir a todos que atendem ao seu ministério, a dormirem e descansarem. Não seria de se maravilhar, por conseguinte, que ele, e aqueles que o seguem acordassem juntos no fogo eterno'. 7. Mas, acima de todos estes, no mais alto pódio dos inimigos do Evangelho de Cristo, estão aqueles que abertamente e explicitamente 'julgam a lei', por si mesma, e 'falam mal dela'; aqueles que ensinam os homens a violarem, (a dissolverem, a desprenderem-se, a se desobrigarem dela), não apenas de um mandamento, quer seja ele o menor, ou o maior, mas de todos, de uma tacada só; os que ensinam, sem qualquer pretexto, em tantas palavras: 'O que nosso Senhor fez com a lei? Ele a aboliu. Não existe outra obrigação, a não ser crer. Todos os mandamentos são inadequados para nossos tempos. Nenhum homem é obrigado agora a seguir um passo; a gastar um centavo; a retirar ou omitir um pedaço, de qualquer exigência da lei'. Isto, realmente, é levar os assuntos com um pulso forte; isto é opor-se a nosso Senhor, e dizer a Ele que Ele não soube como entregar a mensagem para o qual Ele fora enviado. Ó, Senhor, não coloque este pecado na responsabilidade deles! Perdoa-lhes, Pai; porque eles não sabem o que fazem! 8. A mais surpreendente de todas as circunstâncias que atendem a essa forte ilusão, é que eles que desistiram dela, realmente acreditam que eles honram a Cristo, subvertendo sua lei, exaltando seu trabalho, enquanto destroem sua doutrina! Sim, eles o honram, assim como fez Judas, quando ele disse: 'Saudações, Mestre', e o beijou. E Jesus pode justamente dizer a cada um deles: 'Traístes o Filho do Homem com um beijo?'. Isto não é nada diferente, do que traí-lo com um beijo; falar de seu sangue, e tirar fora sua coroa; estabelecer a luz, através de alguma parte de sua lei, debaixo da pretensão de melhorar seu Evangelho. Não, de fato, pode alguém escapar dessa responsabilidade, quem prega fé, de tal maneira, que tanto direta, quanto indiretamente tende a colocar de lado algum ramo da obediência. Que prega Cristo, como que a ab-rogar, ou enfraquecer, de qualquer modo, o menor dos mandamentos de Deus. 9. É impossível, de fato, ter tão alta estima pela 'fé do eleito de Deus'. E nós devemos todos declarar: 'Pela graça,você é salvo, através da fé; não da obras, a fim de que homem algum possa gabar-se'. Devemos clamar alto para todo pecador penitente: 'Creia no Senhor Jesus Cristo, e você será salvo'. Mas, ao mesmo tempo, nós devemos cuidar que todos os homens saibam, que nós não estimamos a fé, a não ser aquela que é operada, através do amor. 'Porque em Jesus Cristo, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim a fé que opera pelo amor'. (Gálatas 5:6); e que nós não somos salvos pela fé, a menos que sejamos libertos do poder e da culpa do pecado. E, quando nós dizemos: 'Creia, e você será salvo'; nós não queremos dizer: 'Creia, e você dará um passo do pecado para o céu, sem alguma santidade entre eles; a fé substituindo a santidade'; mas: 'Creia, e você será santo; acredite em nosso Senhor Jesus, e terá paz e poder juntos. Você terá a paz Dele, em que você crê, para colocar o pecado debaixo de seus pés; terá poder, para
amar o Senhor teu Deus, com todo o seu coração; e para servi-lo com todas as suas forças:terá poder 'pela perseverança continua em fazer o bem, em buscar pela glória, e honra e imortalidade; você deverá tanto cumprir, como ensinar os mandamentos de Deus - do menor até o maior: Você deverá ensiná-los, através de sua vida, assim como de suas palavras, e assim sendo, 'ser chamado grande no reino dos céus'. 1. Qualquer que seja o outro caminho que ensinemos para o reino dos céus, para a glória, honra e imortalidade; seja ele chamado de caminho da fé, ou por algum outro nome, ele será, na verdade, o caminho para a destruição. Ele não irá trazer paz ao homem, por fim. Para isto, disse o Senhor: '[Verdadeiramente] digo a vocês, que com exceção à sua retidão que deve exceder a retidão dos Escribas e fariseus, você, de maneira alguma, entrará no reino dos céus'. Os Escribas, tão freqüentemente mencionados no Novo Testamento, como alguns dos mais constantes e veemente opositores de nosso Senhor, não eram apenas os secretários, ou homens encarregados das escritas, como este termo nos inclinaria a acreditar. Nem eram advogados, como em nosso senso comum da palavra; embora ela tenha sido assim transcrita em nossa tradução. A ocupação deles não tinha afinidade com aquela de um advogado, entre nós, afinal. Eles eram familiarizados com as leis de Deus, e não com a lei dos homens. Essas eram a matéria dos estudos deles: Era ocupação pessoal e peculiar deles, lerem e exporem as leis e os Profetas, particularmente nas sinagogas. Eles eram os pregadores costumeiros e declarados entre os judeus. De maneira que, se o sentido da palavra original era para ser observada assim, nós podemos reproduzi-la como, os Clérigos. Porque esses eram os homens que fizeram da Teologia sua profissão: e eles eram geralmente (como os nomes deles literalmente significam), homens de letras; os maiores homens do saber que existiam, então, na nação judaica. 2. Os fariseus eram uma facção, ou um corpo de homens, muito antigos, entre os judeus; originalmente assim chamados da palavra hebraica PRS – que significa separar ou dividir. Não que eles tivessem feito alguma separação formal, ou divisão dentro da igreja nacional. Eles eram apenas distinguidos de outros, através da maior rigor de vida; através de uma conversa mais precisa. Já que eles eram zelosos da lei, em seus mínimos pontos; pagando o dízimo de hortelã, anis verde, e cominho: e, por isto eles eram honrados, por todas as pessoas, e geralmente, estimados como os homens mais santos. Muitos dos Escribas eram da seita dos fariseus. Assim o próprio Paulo, que foi educado por um Escriba, primeiro na Universidade de Tarsus; e, mais tarde, naquela em Jerusalém, sob a responsabilidade de Gamaliel, (um dos mais ilustrados Escribas ou Doutores da lei que existiam, então, na nação) declara de si mesmo, perante o Concílio: 'Varões, irmãos, eu sou um fariseu, filho de fariseu!' (Atos 23:6). E, diante do Rei Agrippa: 'Sabendo de mim, desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu'. (Atos 26:5). E todo o corpo de Escribas, geralmente, estimava e atuava, em concordância com os fariseus. Por isto, nós encontramos nosso Senhor, tão freqüentemente, unindo os dois, em muitos aspectos, debaixo da mesma consideração. Assim sendo, eles parecem ter sido mencionados juntos, como os mais eminentes professores de religião; os primeiros deles, considerados os mais sábios, -- os últimos, os mais santos dos homens.
IV 3. O que 'a retidão dos Escribas e fariseus' realmente eram, não é difícil determinar. Nosso Senhor tem preservado um relato autêntico, do que um deles deu de si mesmo: E ele é claro e completo na descrição de sua própria retidão; e não se pode supor que tenha omitido alguma parte dele. Ele fora, realmente, 'até o templo para orar'; mas estava tão concentrado em suas próprias virtudes, que ele se esqueceu do porquê tinha vindo. Porque é digno de nota, que ele não orou propriamente, afinal. Ele apenas disse a Deus quão sábio e bom ele era. 'Deus, eu agradeço a ti, que eu não seja como os outros homens, extorquidores, injustos, adúlteros; ou mesmo como esse publicano. Eu jejuo duas vezes, na semana: Eu dou o dízimo de tudo que possuo'. Sua retidão, por conseguinte, consistiu de três partes: 1o. Disse ele,'eu não sou como os outros homens'; Eu não sou um extorquidor, um homem injusto, um adúltero; nem 'mesmo como esse publicano'. 2. 'Eu jejuo duas vezes na semana': 3o. 'Eu dou o dízimo de tudo que possuo'. 'Eu não sou como outros homens são'. Este não é um ponto pequeno. Não é todo homem que pode dizer isto. Isto é como se ele tivesse dito: 'Eu não me deixarei levar embora por esta grande correnteza, o hábito. Eu não vivo, através do que é de costume, mas, através da razão; não pelos exemplos de homens, a não ser a Palavra de Deus. Eu não sou um extorquidor, um injusto, um adúltero; não obstante, o quão comuns esses pecados sejam, mesmo entre esses que são chamados o povo de Deus; (extorsão, em particular, -- uma espécie de injustiça legal, não punível, através de alguma lei humana; o obter ganho da ignorância ou carência de outro, tendo preenchido cada canto da terra): nem mesmo como esse publicano; nem culpado de algum pecado declarado ou presumido; nem um pecador exterior; mas um homem justo e honesto, de vida e conversa irrepreensíveis". 4. 'Eu jejuo duas vezes na semana'. Existe mais coisa incluída nisto, do que nós podemos, a princípio estar sensíveis a respeito. Todos os estritos fariseus observavam os jejuns semanais; ou seja, toda segunda e quinta-feira. No primeiro dia, eles jejuavam, em memória de Moisés ter recebido, naquela data, (como a tradição deles ensina), as duas tábuas de pedra escritas pelo dedo de Deus; no último, em memória da expulsão deles de suas terras, quando ele viu o povo dançando em volta do bezerro de ouro. Nesses dias, eles não se alimentavam, afinal, até três horas da tarde; a hora que começavam a oferecer o sacrifício vespertino no templo. Até esta hora, era costume deles permanecerem no templo, em alguns cantos, salas, ou pátio dele; para que eles pudessem estar prontos para assistir todos os sacrifícios, e reunirem-se em todas as orações públicas. O tempo de espera eles estavam acostumados a empregar, parcialmente em recomendações pessoais a Deus; parcialmente no estudo das Escrituras, em ler a Lei e os Profetas, e em meditação depois disso. Assim, muito está subtendido em 'Eu jejuo duas vezes na semana'; a segunda ramificação da retidão de um fariseu. 5. 'Eu dou o dízimo de tudo que possuo'. Isto os fariseus faziam com a mais extrema exatidão. Eles não faziam exceção da coisa mais insignificante; não, nem
hortelã, anis verde, e cominho. Eles não trariam de volta a menor parte do que eles acreditavam pertencer propriamente a Deus; mas davam um décimo inteiro de todo recurso anualmente, e de todo o ganho, qualquer que ele fosse. Sim, os estritos fariseus (como tem sido freqüentemente observado, por aqueles que são versados nos escritos judeus antigos), não satisfeitos em dar um décimo do que tinham para Deus, nos seus sacerdotes e Levitas [membro da tribo de Levi, entre os judeus]; dar outro décimo para Deus, nos pobres; e assim continuamente; eles davam a mesma proporção de tudo que tinham em donativos, como eles estavam acostumados a dar em dízimo. Ele isto igualmente eles ajustavam com a mais extrema exatidão; para que não trouxessem de volta alguma parte, mas devolvendo completamente a Deus as coisas que eram de Deus, como eles consideravam isto ser. De modo que, sobre o total, eles tiravam, de ano a ano, um quinto completo de tudo que eles possuíam. 6. Esta era 'a retidão dos Escribas e fariseus'; uma retidão que, em muitos aspectos, vai muito além da concepção que muitos estão acostumados a tomar em consideração, no que concerne a ela. Mas, talvez, seja dito: 'Era tudo falso e dissimulado; porque eles eram todos uma companhia de hipócritas'. Alguns deles, sem dúvida, eram; homens que não tinham religião alguma realmente; nenhum temor a Deus, ou desejo de agradá-lo; que não tinham preocupação pela honra que vem de Deus, mas apenas pelo reconhecimento de homens. E esses são aqueles que nosso Senhor condena severamente; reprova tão categoricamente, em muitas ocasiões. Nós não podemos supor, porque muitos fariseus eram hipócritas, que, por conseguinte, todos eram assim. Nem de fato é a hipocrisia, por meio de algum significado, os princípios básicos do caráter de um fariseu. Esta não é a marca característica da seita deles. Ela é, preferivelmente, de acordo com o relato de nosso Senhor, isto: 'Eles confiavam em si mesmos, que eles eram retos, e menosprezavam outros'. Este é o distintivo genuíno deles. Mas o fariseu desse tipo não era um hipócrita. Ele devia ser, em um senso comum, sincero; do contrário, ele não poderia 'confiar em si mesmo que ele fosse justo'. O homem que estava aqui recomendando a si mesmo a Deus, inquestionavelmente acreditava que era reto. Conseqüentemente, ele não era hipócrita; ele mesmo não era consciente de alguma insinceridade. Ele agora falava para Deus, exatamente o que ele pensava; ou seja, que ele era abundantemente melhor do que outros homens. Mas o exemplo de Paulo, não existisse algum outro, é suficiente para colocar isto fora de toda questão. Ele não poderia apenas dizer, quando cristão, 'E, por isto, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, em direção a Deus e em direção a homens' (Atos 24:16); mas mesmo concernente ao tempo em que era um fariseu, 'Varões e irmãos, eu tenho vivido em boa consciência, diante de Deus, até esse dia'. (Atos 23:1). Ele era, portanto, sincero, enquanto fariseu, tanto quanto, quando foi um cristão. Ele não era mais hipócrita, quando ele perseguia a Igreja, do que quando ele pregou a fé que uma vez ele perseguiu. Que a isto, então, seja acrescentado: 'a retidão dos Escribas e fariseus', -- uma crença sincera de que eles eram justos, e, em todas as coisas, fazendo o serviço de Deus'. 7. E ainda, 'com exceção de sua retidão', diz nosso Senhor, exceder a retidão dos Escribas e fariseus; ainda assim, de maneira alguma, entrará no reino dos céus'.
Uma declaração solene e importante, e que coube a todos os que eram chamados pelo nome de Cristo, considerarem séria e profundamente. Mas, antes que perguntemos como nossa retidão pode exceder a deles, vamos examinar se, no momento, nós nos aproximamos dela. Primeiro, um fariseu não era 'como outros homens eram'. No exterior ele era singularmente bom. Nós somos assim? Nós nos atrevemos a sermos singulares, afinal? Nós não preferimos nadar com a correnteza? Nós não prescindimos da religião e da razão juntas, muitas vezes, porque não pareceríamos singulares? Nós não estamos mais temerosos de estarmos fora da moda, do que de estarmos fora do caminho da salvação? Nós temos coragem de enfrentar a maré? – de andar na contramão do mundo? – 'de obedecer a Deus, preferivelmente, a homem'. Do contrário, o fariseu nos deixa para trás, no mesmo primeiro passo. Seria bom, se nós o alcançássemos mais. Mas, para chegar perto, nós podemos usar sua primeira justificativa com Deus, que é, em substância: 'Eu não causo dano: Eu não vivo em pecado exterior. Eu não faço coisa alguma, pela qual meu coração me condena'. Você não faz? Você está certo disto? Você não vive, em uma prática, pela qual seu coração o condena? Se você não é um adúltero, se você não é lascivo, tanto na palavra ou ação, você não é injusto? A grande medida da justiça, assim como da misericórdia é: 'Não faça aos outros, o que você não quer que seja feito a você'. Você caminha por esta regra? Você nunca fez a alguém o que você não gostaria que ele fizesse a você? Mais ainda: você não é grosseiramente injusto? Você não é um extorquidor? Você não obtém ganho com a ignorância e carência de alguém; nem comprando, nem vendendo? Suponha que você esteja envolvido em um comércio: Você demanda; você recebe não mais do que o valor real do que você vende? Você demanda; você recebe, não mais do ignorante do que do instruído, -- de uma criança pequena, do que de um experiente comerciante? Se você faz, porque seu coração não o condena? Você é um extorquidor descarado! Você não exige de alguém que esteja em necessidade premente, mais do que o preço usual das mercadorias, -- a quem você deve, e isto sem demora, as coisas com as quais você apenas pode prover a ele? Se você procede assim, isto também é uma extorsão clara. De fato, você não alcança a retidão de um fariseu. 8. Em Segundo lugar, um fariseu (para expressar seu sentido em nosso caminho comum) usou todos os meios da graça. Como ele jejuava freqüentemente e muito, duas vezes em cada semana, então ele atendia todos os sacrifícios. Ele era constante nas orações públicas e privadas, e em ler e ouvir as Escrituras. Você chega a tanto? Você jejua muito e freqüentemente? – duas vezes na semana? Eu temo que não! Uma vez, pelo menos, 'todas as sextas-feiras do ano?' (assim nossa igreja, clara e categoricamente ordena a todos os seus membros a fazerem; a observarem todos esses, tanto quanto as vigílias, e os quarenta dias de quaresma, como dias de jejum e abstinência). Você jejua duas vezes por semana? Eu temo que alguns, entre nós, não podem alegar até mesmo isto! Você não negligencia a oportunidade de atender e participar do sacrifício cristão? Quantos são eles que chamam a si mesmos cristãos, e, ainda assim, são extremamente descuidados disto, -- ainda assim, não comem daquele pão; ou bebem daquela taça, por meses; talvez, anos, juntos? Você ouve, lê e medita sobre as Escrituras, todos os dias? Você se reúne em oração com a grande congregação,
diariamente, se você tem oportunidade; se não, quando você pode; particularmente, naquele dia que você 'lembra de mantê-lo santo?'. Você se esforça para 'criar oportunidades?'. Você fica feliz, quando eles dizem a você: 'Vamos à casa do Senhor?'. Você é zeloso e diligente nas orações privadas? Você não suporta um dia passar sem elas? Antes, alguns de vocês não estão tão longe de passarem nisto, (como os fariseus) diversas horas, no dia, de maneira a pensarem que uma hora já é completamente suficiente, se não, muito? Você passa uma hora de um dia, ou de uma semana, em oração para o Pai que está em secreto? Sim, uma hora em um mês? Você passa uma hora, reunido em oração privada, desde que você nasceu? Ah! Pobres cristãos! O fariseu não deveria se levantar em julgamento contra vocês e condena-los? A retidão dele está tão acima da sua, quanto os céus estão acima da terra! 9. Em Terceiro lugar, o fariseu dava os dízimos, e fazia donativos de tudo o que possuía. E de que maneira profusa! De modo que ele era (como nós expressamos isto) 'um homem que fazia muito o bem'. Nós o alcançamos aqui? Qual de nós é assim tão abundante como ele, nas boas obras? Qual de nós dá a quinta parte de tudo que tem a Deus? Tanto do essencial, quanto do lucro? Quem de nós, em vez de (supondose) cem libras por ano, dá vinte a Deus e ao pobre; em vez de cinqüenta, dez; e assim em uma proporção maior ou menos: Quando nossa retidão, usando de todos os meios da graça; atendendo a todas as ordenanças de Deus; evitando o mal e fazendo o bem, irá se igualar, por fim, à retidão dos Escribas e fariseus? 10. E, mesmo que apenas se iguale à deles, de que proveito seria? 'Porque, verdadeiramente, eu digo, que, exceto, se a retidão de vocês excederem à retidão dos Escribas e fariseus, vocês, de modo algum, entrarão no reino dos céus'. Mas como ela poderá exceder a deles? Em que a retidão de um cristão excederia aquela de um Escriba e fariseu? A retidão cristã excede a deles: Primeiro, na extensão dela. A maioria dos fariseus, embora fossem rigorosamente exatos, em muitas coisas, ainda assim, eram encorajados, pelas tradições dos presbíteros a prescindirem de outras de igual importância. Assim, eles eram extremamente pontuais em manter o quarto mandamento, -- eles não roubariam uma espiga de milho, no sábado judeu; mas, não em manter o terceiro, afinal, -- tendo a menor consideração ao mais leve, ou até mesmo falso juramento. De modo que a retidão deles era parcial; considerando que a retidão de um cristão real e universal. Ele não observa uma, ou algumas partes da lei de Deus, e negligencia o restante; mas mantêm todos os seus mandamentos, amando-os todos, valorizando-os acima do outro e pedras preciosas. 11. Realmente, pode ser que alguns dos Escribas e fariseus se esforçaram para manterem todos os mandamentos; e, conseqüentemente foram, no tocante à retidão da lei, ou seja, de acordo com a letra dela, irrepreensíveis. Mas, ainda assim, a retidão de um cristão excede todas essas retidões de um Escriba e fariseu, no cumprimento do espírito, tanto quanto da letra da lei; através da obediência interior e exterior. Nisto, na espiritualidade dela, não se admite comparação. Este é o ponto que nosso Senhor tem tão largamente provado, em todo o teor deste discurso. A retidão deles era apenas externa: a retidão cristã está no intimo do homem. O fariseu 'limpava o exterior da taça e da travessa'; o cristão é limpo por dentro. O fariseu esforçava-se para apresentar a Deus uma vida boa; o cristão, um coração santo. Um livrava-se das folhas, talvez dos frutos do pecado; o outro, 'deitava o machado na raiz', não estando
contente com a forma da santidade exterior, por mais exata que ela pudesse ser, a menos que a vida, o Espírito e o poder de Deus junto à salvação, fossem sentidos, no mais íntimo da alma. Assim sendo, não causar mal, fazer o bem, e atender a todas as ordenanças de Deus (a retidão de um fariseu) eram todas externas; considerando que, ao contrário, a pobreza de espírito, o murmurar, a humildade, a fome e sede em busca da retidão, o amor nosso próximo, e a pureza do coração - (a retidão de um cristão) - são todas internas. E mesmo a pacificação (ou fazer o bem), e sofrer por causa da retidão, dão direito às bênçãos anexadas a eles, apenas porque implicam nessas disposições interiores que brotam deles, são exercitadas e confirmadas neles. Assim, considerando que a retidão dos Escribas e fariseus era tão somente externa, pode-se dizer, em algum sentido, que a retidão de um cristão é apenas interna: todas as suas ações e sofrimentos, como não sendo nada em si mesmos, e sendo considerados, diante de Deus, apenas, através dos temperamentos do qual elas brotam. 12. Quem quer que, por conseguinte, você seja, que carregue o nome santo e honrado de um cristão, veja, primeiro, que a sua retidão não se resuma na retidão de um Escriba e fariseu. Não seja você, 'como os outros homens'. Ouse permanecer sozinho, em ser 'um exemplo contra o singularmente bom'. Se você 'seguir a multidão', afinal, será como 'praticar o mal'. Não permita que o costume e a moda sejam seus guias, mas a razão e a religião. A prática de outros é nada para você: 'Cada homem dará um relato de si mesmo a Deus'. De fato, se você não pode salvar a alma de outro, tente, pelo menos, salvar a sua, -- a própria alma. Caminhe, não nos passos do morto, porque é largo, e muitos caminham nele. Mais ainda, por essa mesma marca, você pode identificá-lo. É este o caminho, no qual você caminha – um caminho largo, bem freqüentado, moderno? Então, ele infalivelmente o conduzirá para a destruição. Oh! Não seja 'condenado, apenas por companhia!'. Cesse o mal; fuja do pecado, como da face de uma serpente! Por fim, não cause dano. 'ele que comete o pecado é do diabo'. Que você não seja encontrado neste número! No tocante aos pecados exteriores, certamente a graça de Deus é, mesmo agora, suficiente para você. 'Nisto', pelo menos, 'exercite-se para ter uma consciência que evita a ofensa, em direção a Deus, e em direção ao homem'. Segundo. Não permita que sua retidão esteja abaixo da deles, com respeito às ordenanças de Deus. Se a sua força de trabalho ou corpórea não lhe permite jejuar duas vezes na semana, de qualquer modo, proceda fielmente com sua alma, e jejue tão freqüentemente quanto suas forças permitam. Não omita a oportunidade pública ou privada de derramar a sua alma em oração. Não negligencie a ocasião de comer do pão e beber daquela taça que é a comunhão do corpo e sangue de Cristo. Seja diligente em buscar as Escrituras: leia-nas, o quanto pode, e medite nelas dia e noite. Regozije-se em abraçar cada oportunidade de ouvir 'a palavra da reconciliação' declarada pelos 'embaixadores de Cristo', os 'administradores dos mistérios de Deus'. Em usar todos os meios da graça; em um atendimento constante e cuidadoso a cada ordenança de Deus, esteja à altura (até que você possa ir além) 'da retidão dos Escribas e fariseus'. Em Terceiro lugar: Não esteja abaixo de um fariseu, no fazer o bem. Dê donativos de tudo o que possui. Alguém está faminto? Alimente. Está com sede? Dêlhe de beber. Nu? Cubra-o com uma vestimenta. Se você tem esses bens materiais, não limite sua beneficência a uma proporção insuficiente. Seja misericordioso, ao
extremo do seu poder. Por que não, tanto quanto esse fariseu? Agora, 'faça amizade com eles', enquanto o tempo é do 'espírito de cobiça da retidão', para que, quando caíres¸ quando esse tabernáculo terrestre for dissolvido, 'eles possam receber a ti nas habitações eternas'. 13. Mas não fique por aqui. Deixe que sua 'retidão exceda a retidão dos Escribas e fariseus'. Não fique satisfeito 'em manter toda a lei, e ofender em algum ponto'. Cumpra rapidamente todos os mandamentos Dele, e, todos 'os falsos caminhos, abomine totalmente'. Faça todas as coisas que Ele tem ordenado, e isto, com toda a sua força. Você pode fazer todas as coisas, através de Cristo que o fortalece; embora, sem ele, você nada possa. Acima de tudo, permita que sua retidão exceda a deles, na pureza e espiritualidade dela. Qual é a mais diligente forma de religião para você? A mais perfeita na retidão exterior? Vá mais além e mais profundamente do que todas essas! Permita que sua religião seja a religião do coração. Seja pobre em espírito; pequeno, comum, desprezível e vil aos seus próprios olhos; maravilhado e humilhado, diante do 'amor de Deus, que está em Jesus Cristo, seu Senhor. Seja sério: Permita que toda a correnteza de seus pensamentos, palavras e obras sejam tais que fluam da mais profunda convicção de que você está na beira do grande abismo; você e todos os filhos dos homens; prontos para caírem, tanto na glória, quanto no fogo eterno! Seja manso: Deixe que sua alma seja repleta com a brandura, gentileza, perseverança, longanimidade, em direção a todos os homens; ao mesmo tempo, que tudo que existe em você, esteja sedento de Deus, do Deus vivo, desejando acordo em busca de Seu semblante, e estar satisfeito com ele. Seja um amante de Deus, e de toda a humanidade. Neste espírito, suporte todas as coisas. Assim, 'excedido a retidão dos Escribas e Fariseus', você será 'chamado o maior no reino dos céus'. *.* [Editado por Dekek e Beryl Johnson (semi-aposentado pastor Metodista e esposa, em Meadpark, UK,) com correções de George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology of Northwest Nazarene College (Nampa, ID.)]
Sobre o Sermão do Monte – Parte VI John Wesley Guarda-te de fazer a tua oferta, diante de homens, para que sejas visto por eles: Do contrário, não terás recompensa junto a teu Pai que está nos céus. Por conseguinte, quando deres tua oferta, não faças alarde diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas, e nas ruas, a fim de que possam ter a glória de homens. Verdadeiramente eu vos digo, que eles já tiveram a recompensa deles. Quando, portanto, tu deres a tua oferta, não permite que tua mão esquerda saiba o que tua mão direita faz: tua oferta deve ser feita em secreto: E teu Pai, que vê em secreto, Ele mesmo irá recompensar a ti abertamente. E, quando tu orares, não usa de repetições vãs, como os ateus o fazem: Já que eles pensam que serão ouvidos, por muito falarem. Não sejas, por conseguinte, como eles: Porque teu Pai sabe daquilo que tu precisas, antes de peças a Ele. Em vez disto, ora, assim: 'Pai nosso, que estás no céu. Santificado seja teu nome. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, na terra, como ela é feita nos céus. Dá-nos, este dia, o nosso pão. E perdoa os nossos débitos, como perdoamos os nossos devedores. E não nos permita a tentação, mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém'. Porque se perdoares as transgressões dos homens, o teu Pai celeste irá perdoar a ti: Mas se tu não perdoares as transgressões de homens; nem o teu Pai irá perdoar as tuas (Mateus 6:1-15). I. Cuide para que sua oferta não vise a sua própria glória. II. A insinceridade, nas orações e obras de misericórdia, é a primeira coisa do qual devemos nos guardar. III. A oração do Senhor é um modelo e padrão para todas as nossas orações. 1. No capítulo precedente, nosso Senhor tem descrito a religião interior em suas várias ramificações. Ele tem colocado diante de nós essas disposições da alma, que constituem no Cristianismo verdadeiro; os temperamentos interiores contidos naquela 'santidade, sem a qual nenhum homem verá ao Senhor'; as afeições que, quando fluindo de suas fontes apropriadas; de uma fé viva em Deus, através de Jesus Cristo, são intrinsecamente e essencialmente boas e aceitáveis para Deus. Ele prossegue mostrando, nesse capítulo, como nossas ações, igualmente, mesmo aquelas que são indiferentes à nossa própria natureza, podem se tornar santas, boas e aceitáveis para Deus, através de uma intenção pura e santa. O que for feito, sem isto, ele declara largamente, que não terá valor diante de Deus. Considerando que, quaisquer que sejam as obras exteriores, se elas forem assim consagradas a Deus, elas serão, aos Seus olhos, de grande valor. 2. A necessidade dessa pureza de intenção, ele mostra, primeiro, com respeito àquelas que são usualmente consideradas ações religiosas, e de fato, o são, quando
executadas com a intenção correta. Algumas dessas são comumente denominadas de obras de devoção; a restante, obras de caridade ou misericórdia. As obras desse segundo tipo, ele particularmente chama de assistência aos pobres; as obras do primeiro tipo, de oração e jejum. Mas as direções dadas para essas são igualmente para serem aplicadas a todas as obras, se de amor ou misericórdia.
I 1. Primeiro, com respeito às obras de misericórdia: 'Cuidem', diz o senhor, 'que vocês não façam donativos, diante de homens, para que não sejam vistos por eles: Do contrário não terão recompensa junto a seu Pai que está no céu'. 'Que vocês não façam doações': -- Embora se referindo especificamente a isto; ainda assim, em toda a obra de caridade está incluída tudo o que você dá, ou fala, ou faz, e, por meio do qual, nosso próximo possa ter proveito; por meio do qual, outro homem possa receber alguma vantagem, tanto em seu corpo, quanto em sua alma. O alimentar o faminto, o vestir o nu, o entreter ou assistir ao estranho, o visitar aqueles que estão doentes, ou na prisão, o confortar o aflito, o instruir o ignorante, o reprovar o pecaminoso, o exortar e encorajar o benfeitor; e se houver alguma outra obra de misericórdia, ela estará igualmente incluída nessa direção. 2. 'Cuidem que vocês não façam donativos diante de homens, para que não sejam vistos por eles'. – A coisa que está aqui proibida, não é meramente o fazer o bem às vistas dos homens; essa circunstância apenas, a que outros vejam o que nós fazemos, não torna a ação nem pior, nem melhor; mas o fazer isto diante de homens, 'para que sejam vistos por eles', visando essa intenção apenas. Eu digo, essa intenção apenas; já que isto pode, em alguns casos, ser uma parte de nossa intenção; nós podemos objetivar que algumas de nossas ações possam ser vistas, e ainda assim, elas possam ser aceitáveis para Deus. Nós podemos pretender que nossa luz brilhe, diante de homens, quando nossa consciência é testemunha com o Espírito Santo, que nossa finalidade maior, em desejar que eles possam ver nossas boas obras, é 'que eles possam glorificar nosso Pai que está no céu'. Mas cuidem que vocês não façam a menor coisa, visando a própria glória de vocês. Guardem que o cuidado para com a oração de homens não tenha lugar, afinal, em suas obras de misericórdia. Se vocês buscam a sua própria glória; se vocês têm como objetivo ganhar a honra que vem dos homens, o que quer que seja feito com essa visão de nada valerá; se não for feito junto ao Senhor; Ele não aceitará. 'Vocês não terão galardão', por isto, 'do seu Pai que está no céu'. 3. 'Portanto, quando vocês derem o seu donativo, não façam alarde, como os hipócritas o fazem, nas sinagogas e nas ruas, para que possam ter louvor de homens'. -- A palavra sinagoga não significa aqui um lugar de adoração, mas algum lugar público muito freqüentado, tal como um mercado, ou casa de câmbio. Era uma coisa comum, em meio aos judeus, que eram homens de grandes fortunas, particularmente entre os fariseus, fazerem alarde diante deles, na maioria das partes públicas da cidade, quando eles estavam prestes a dar alguma doação considerável. A razão pretendida para isto era reunir os pobres para recebê-la; mas o real objetivo era que eles tivessem louvor de homens. Mas que vocês não sejam como eles. Não deixem que uma trombeta seja ouvida diante de vocês. Não usem de ostentação ao fazerem o bem. A honra do donativo vem de Deus apenas. Aqueles que buscam o louvor de homens já têm sua recompensa: Eles não terão o louvor de Deus.
4. 'Mas, quando vocês doarem, que a mão esquerda não saiba o que a direita faz' – Está é uma expressão proverbial, e o significado dela é – Façam-no em secreto, da maneira que for possível; tão secreto quanto seja consistente com o fazê-la afinal, (já que ela não poderá deixar de ser feita; não omitam oportunidade alguma de fazerem o bem; se secretamente ou abertamente), e ao fazerem isto, da maneira mais efetiva. Porque aqui também existe uma exceção a ser feita: quando vocês estão completamente persuadidos, em suas mentes que, por não ocultarem o bem que é feito, isto tanto irá capacitá-los, quanto instigará outros a fazerem mais o bem, então, vocês não podem esconder o que estão fazendo. Deixem que a luz de vocês apareça, e 'brilhe para todos que estão na casa'. Mas, a menos onde a glória de Deus, e o bem da humanidade os obriguem ao contrário, ajam da maneira tão privada e desapercebida, quanto a natureza das coisas admitir; -- 'para que os donativos possam ser em secreto; e o Pai que vê em secreto irá recompensar a vocês abertamente'; talvez, no mundo presente, -- muitos exemplos disto mantém-se registrado em todas as épocas; mas infalivelmente, no mundo que há de vir, diante da assembléia geral de homens e anjos.
II 1. Das obras de caridade ou misericórdia, nosso Senhor prossegue naquelas que são denominadas obras de devoção. 'E quando orarem', diz Ele, 'não sejam como os hipócritas; porque eles amam orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para que eles possam ser vistos pelos homens'. – 'Não sejam como os hipócritas'. Hipocrisia, então, ou insinceridade, é a primeira coisa do qual devemos nos guardar nas orações. Precavenham-se de não falarem o que vocês não pretendem. Orar é erguer o coração a Deus: todas as palavras da oração, sem isto, são mera hipocrisia. Portanto, quando forem empreender orar, vejam que seja objetivo de vocês, conversarem intimamente com Deus, elevarem seus corações a ele, derramarem suas almas diante Dele; não como os hipócritas que amam, ou estão habituados, 'a orar de pé nas sinagogas', casas de câmbio, ou mercados, 'e nas esquinas das ruas', onde quer que a maioria das pessoas esteja, 'para que eles possam ser vistos pelos homens': Este é o único objetivo, o motivo e finalidade das orações que eles repetiram. 'Verdadeiramente, eu digo a vocês que eles não terão suas recompensas'. – Eles não poderão esperar coisa alguma do Pai que está no céu. 2. Mas não se trata apenas de ter um olho para o louvor de homens, que elimina qualquer recompensa no céu: que não nos deixa espaço para esperar a bênção de Deus sobre as nossas obras, se de devoção ou misericórdia. Pureza de intenção e igualmente destruída, visando-se alguma recompensa temporal qualquer que seja. Se nós repetimos nossas orações; se nós atendemos à oração pública de Deus; se nós aliviamos o pobre, com vista a algum ganho ou interesse, não será, nem um pouco, mais aceitável para Deus, do que se estivéssemos fazendo com o objetivo do louvor próprio. Qualquer visão temporal; qualquer motivo desse lado da eternidade; qualquer objetivo, a não ser aquele de promover a glória de Deus, e a felicidade de homens, por amor a Deus, tornam toda a ação, não obstante, quão justa ela possa parecer aos homens, uma abominação junto ao Senhor. 3. 'Mas, quando vocês orarem, entrem em seus aposentos, e, quando vocês fecharem a porta, orem ao seu Pai que está em secreto'. – Existe um momento em
que vocês devem glorificar a Deus, abertamente; orarem e louvarem a ele, na grande congregação. Mas, quando vocês desejam mais largamente, e mais particularmente fazerem seus pedidos conhecidos junto a Deus, quer seja à tarde, ou de manhã, ou ao meio-dia, 'entrem em seus aposentos, e fechem a porta'. Usem de toda privacidade que puderem. (Apenas não a deixem sem ser feita, quer tenham algum quarto, alguma privacidade, ou não. Orem a Deus, se for possível, quando ninguém está vendo, a não ser Ele; caso contrário, orem a Deus) assim, 'orem ao Pai que está em secreto'; derramem seus corações diante dele, 'e o Pai que está em secreto, irá recompensá–los abertamente'. 4. 'Mas quando vocês orarem', mesmo em secreto, 'não usem de repetições vãs, como os pagãos o fazem'. Não usem de abundância de palavras, sem qualquer significado. Não diga a mesma coisa, repetidas vezes; não pensem que o fruto de suas orações depende da extensão delas, como os pagãos; que 'pensam que eles serão ouvidos, por muito falarem'. A coisa aqui reprovada não é simplesmente a extensão, mais do que a brevidade de nossas orações; -- mas, Primeiro, extensão, sem significado; falando muito, e significando pouco ou nada; o uso (não todas as repetições; porque o próprio nosso Senhor orou três vezes, repetindo as mesmas palavras, mas) vãs repetições, como os pagãos fazem; recitando os nomes de seus deuses, repetidas vezes, como eles fazem, em meio aos cristãos, (vulgarmente assim chamados), e não entre os papistas apenas, que dizem repetidas vezes a mesma seqüência de orações, sem nunca sentirem o que estão falando: -- Em Segundo lugar, pensarmos que seremos ouvidos, por nosso muito falar; imaginarmos Deus medindo as orações, por sua extensão, e mais satisfeito com aquelas que contém a maioria das palavras, que soam mais longas aos seus ouvidos. Estes são os tais exemplos da supertição e insensatez, como todos os que são chamados pelo nome de Cristo deixariam aos pagãos; a eles em quem a luz gloriosa do Evangelho nunca brilhou. 5. 'Não sejam, portanto, como eles'. –Vocês que testaram da graça de Deus, em Jesus Cristo, estão totalmente convencidos de que 'seu Pai sabe quais as coisas de que precisam, antes que peçam'. De maneira que a finalidade de suas orações não é informar a Deus, como se ele já não soubesse de suas necessidades; mas, antes, informar a vocês; fixar o sentido daquelas necessidades mais profundamente, em seus corações; e o sentido de sua contínua dependência Dele, único capaz de suprir tudo que precisam. Não é mais importante sensibilizar a Deus, que está sempre mais pronto a dar do que a pedir, quanto sensibilizar vocês mesmos de que vocês podem estar desejosos e prontos para receber as boas coisas que Ele tem preparado para vocês.
III 1. Depois de ter ensinado a verdadeira natureza e finalidade da oração, nosso Senhor junta um exemplo disso; até mesmo aquela forma divina de oração que parece, aqui, ser proposta, por via padrão principalmente; como um modelo e norma de todas as nossas orações: 'Antes disto, contudo, vocês orem --'. Não obstante, em outra parte ele ordene o uso dessas mesmas palavras: 'Ele diz junto a eles: Quando orarem, digam ---' (Lucas 11:2). 2. Em geral, concernente a essa oração divina, nós podemos observar:
Que ela contém tudo o que nós podemos razoavelmente e inocentemente pedir. Não há o que necessitamos de Deus; nada que podemos pedir, sem causar ofenda a Ele, que não esteja incluído, tanto diretamente, quanto indiretamente, nessa forma abrangente . 1o.
Que ela contém tudo que nós razoavelmente ou inocentemente desejamos; se para a glória de Deus, se necessário e proveitoso, não apenas a nós mesmos, mas para cada criatura no céu e terra. E, de fato, nossas orações são o teste adequado de nossos desejos; nada sendo ajustado para ter um lugar em nossos desejos, que não seja ajustado para ter um lugar em nossas orações. O que nós não podemos pedir, nós também não podemos desejar. 2o.
Que ela contém todas as nossas obrigações, para com Deus e homem; quer as coisas sejam puras ou santas; o que quer que Deus requeira dos filhos dos homens; o que quer que seja aceitável aos seus olhos; o que quer que ela seja, por meio da qual nós podemos favorecer nosso próximo, estando expresso e subtendido nela. 3o.
3. Ela consiste em três partes: -- o prefácio, as súplicas, e a doxologia, ou conclusão. O prefácio, 'Nosso pai que estás nos céus', estabelece uma fundação geral para a oração, incluindo o que nós devemos primeiro saber de Deus, antes de podermos orar, na confiança de estarmos sendo ouvidos. Ela igualmente nos indica todos os nossos temperamentos, com os quais nós devemos nos aproximar de Deus; e que são mais essencialmente requisitados, se nós desejamos que tanto nossas orações quanto nossas vidas encontrem aceitação com Ele. 4. 'Nosso Pai': Se ele é o Pai, então, Ele é bom; então, Ele é amoroso para com seus filhos. E aqui está a primeira e grande razão para a oração. Deus está desejoso de abençoar; vamos pedir por uma benção. 'Nosso Pai', -- nosso Criador; o Autor de nossa existência; Ele que nos ergueu do pó da terra; que soprou em nós o fôlego da vida, e nos tornamos almas viventes. Mas, se ele nos fez, permita-nos pedir, e ele não irá reter coisa alguma boa das obras de suas próprias mãos. 'Nosso Pai'; -- nosso Preservador; aquele que, dia a dia, mantém a vida que ele deu; de cujo amor contínuo, nós agora e todo o momento, recebemos vida e fôlego, e todas as coisas. Tanto mais evidentemente, permita-nos ir até ele, e nós 'obteremos misericórdia, e graça para ajudar em tempo de necessidade'. Acima de tudo, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, e de todo que nele crê; quem nos justifica 'livremente pela sua graça, através da redenção que está em Jesus'; quem 'apagou todos os nossos pecados, e curou todas as nossas enfermidades'; quem nos recebeu como seus próprios filhos, por adoção e graça; e, 'porque' nós 'somos filhos, enviou o Espírito de Seu Filho até' nossos 'corações, clamando, Abba, Pai'; quem 'nos recriou da semente incorruptível', e ' nos fez novas criaturas em Jesus Cristo'. Por conseguinte, nós sabemos que ele nos ouve sempre; portanto, nós oramos a ele, sem cessar. E oramos, porque nós o amamos; e 'nós o amamos, porque ele primeiro amou a nós'.
5. 'Nosso Pai', -- Não apenas meu, quem agora clama junto a ele; mas nosso, no sentido mais extensivo. O Deus e 'Pai dos espíritos de toda carne'; o Pai dos anjos e homens. Assim, mesmos os pagãos reconhecem que ele é o Pai do universo, de todas as famílias; tanto no céu, quanto na terra. Portanto, com ele não existe relação de pessoas. Ele ama a todos que ele fez. 'Ele é amoroso, para com cada homem, e sua misericórdia está sobre todas as suas obras'. E o deleite do Senhor é neles que o temem, e colocam sua confiança em Sua misericórdia; nos que confiam nele, através do Filho de Seu amor, sabendo que eles são 'aceitos no Amado'. Mas, 'se Deus nos amou assim, nós devemos amar também uns aos outros; sim, toda a humanidade; vendo que 'Deus amou de tal maneira o mundo, que deu seu Filho Primogênito', até mesmo, para morrer, para que eles 'não perecessem, mas tivessem a vida eterna'. 6. 'Que estás nos céus'. – Nas alturas e suspenso; Deus sobre todos, abençoado para sempre: Quem, sentando no círculo dos céus, observa todas as coisas, ambas dos céus e terra; cujos olhos penetra toda a esfera do ser criado; sim, e da noite não criada; junto a quem 'são conhecidas todas as suas obras', e todas as obras de cada criatura; não apenas 'do começo do mundo', (uma tradução pobre, vulgar e fraca), mas desde toda a eternidade; do eterno para o eterno; que constrange a multidão dos céus, tanto quanto os filhos dos homens, a clamarem com admiração e espanto: Ó, profundeza!'. 'A profundeza dos ricos, ambos da sabedoria e conhecimento de Deus'. 'Que estás nos céus': -- O Senhor e Soberano de tudo; administrando e dispondo de todas as coisas; tu és o Rei dos reis; Senhor dos senhores; o abençoado e único Potentado; és forte e estás envolto com poder; fazendo o que quer que te agrade; o Altíssimo; que, quando quer que tu desejes, o fazer está presente contigo. 'Nos céus': -- Eminentemente lá. O céu é teu trono, 'o lugar onde está a tua honra'; onde, particularmente, 'habitas'. Mas não sozinho. Porque tu preencheste céu e terra e toda extensão do espaço, 'Os céus e terra estão cheio de tua glória. Glória seja dada a ti. Ó Senhor, Supremo Deus'. Portanto, nós devemos 'servir ao Senhor com temor, e nos regozijarmos junto a Ele, com reverência'. Nós devemos pensar, falar e agir, como continuamente debaixo dos olhos, e presença imediata do Senhor, o Rei. 7. 'Santificado seja teu nome'. – Esta é a primeira das seis petições, de onde a própria oração é formada. O nome de Deus é o próprio Deus; a natureza de Deus, tanto quanto possa ser revelado ao homem. Quer dizer, portanto, junto com sua existência, todos seus atributos e perfeições; Sua Eternidade, particularmente significada por seu grande e incomunicável nome, Jeová, como o Apóstolo João o interpreta: 'O Alfa, o Omega; o Começo e o Fim; Ele que é, e que foi, e que será'; -Sua Plenitude de Ser, denotada pelo seu outro grande nome: Eu Sou o que Sou! – Sua Onipresença; -- Sua Onipotência, que é realmente o único Agente no mundo material; toda a matéria, sendo essencialmente inerte e inativa; e movendo-se apenas quando movida pelo dedo de Deus; e Ele é a fonte da ação, em cada criatura, visível e invisível, que não poderia agir, nem existir, sem o influxo e ação de seu poder Onipotente; -- Sua sabedoria, claramente deduzida das coisas que são vistas, da ordem considerável do universo; -- Sua Trindade, e Unidade em Tríade, revelada a nós, na mesma primeira linha de sua palavra escrita; literalmente, os Deuses criou, um nome plural, junto com um verbo na terceira pessoa do singular; tanto quanto, em cada parte das suas revelações subseqüentes – feitas, através da boca de todos os seus Profetas e Apóstolos santos; -- Sua pureza e santidade essenciais; -- e, acima de tudo,
seu amor, que é o próprio esplendor de sua glória. Orando para Deus, ou para seu nome, para que possa 'ser santificado', ou glorificado, nós oramos para que ele possa ser conhecido, tal como ele é, através de todos que sejam capazes disto; através de todos os seres inteligentes, e com afeições adequadas àquele conhecimento; para que ele possa ser devidamente honrado, e temido, e amado, por todos no céu, e na terra; através de todos os anjos e homens, aos quais para esta finalidade ele tem tornado capazes de conhecer e amá-lo para a eternidade. 8. 'Venha o teu reino'. – Isto tem uma conexão intima com aquela petição precedente. Com o objetivo de que o nome de Deus possa ser santificado, nós oramos para que seu reino, o reino de Cristo, possa vir. Esse reino, então, vem para uma pessoa em particular, quando ele 'se arrepende e crê no Evangelho'; quando ele é ensinado de Deus, não apenas para conhecer a si mesmo, mas para conhecer Jesus Cristo, e nele crucificado. Que 'esta é a vida eterna; conhecer o único Deus verdadeiro, e Jesus Cristo a quem Ele enviou'; assim, é o reino de Deus, trazido para baixo, estabelecendo-se no coração do crente; o Senhor Deus Onipotente', então, 'reina'; quando ele é conhecido, através de Jesus Cristo. Ele toma, junto a si, seu poder imenso, para que possa subjugar todas as coisas em si mesmo. Ele segue na alma, conquistando, e para conquistar, até que tenha colocado todas as coisas debaixo de seus pés; até que 'todo pensamento seja trazido cativo para a obediência de Cristo'. Quando, portanto, Deus 'dará a seu Filho os pagãos, para sua herança, e as partes mais extremas da terra para sua possessão'; quando 'todos os reinos se curvarão diante dele, e todos as nações o obedecerão; quando 'a montanha da casa do Senhor', a Igreja de Cristo, 'for estabelecida no topo das montanhas'; quando 'a plenitude dos gentios vierem, e toda a Israel for salva'; então, será visto que 'o Senhor é Rei, e colocou sua vestimenta gloriosa', aparecendo a toda a alma humana, como Rei dos reis, e Senhor dos senhores. E certificando-se que todos os que amam sua vinda; oram para que ele possa apressar o tempo; para que este seu reino, o reino da graça, venha rapidamente, e absorva todos os reinos da terra; para que toda a humanidade, recebendo-o como seu Rei, verdadeiramente crendo em seu nome, possa ser preenchida, com retidão, paz, alegria; com a santidade e felicidade -- Até que seja removida para seu reino celeste; e lá, reine com ele, para sempre e sempre. Para isto, também, nós oramos nessas palavras: 'Venha o teu reino': Nós oramos para que a vinda de seu reino eterno; o reino da glória no céu; que é a continuação e a perfeição do reino da graça na terra. Conseqüentemente esta, tanto quanto a petição precedente, é oferecida ao alto, por toda a criação inteligente; por aqueles que estão interessados neste grande evento: a renovação final de todas as coisas; Deus colocando um fim na miséria e pecado, na enfermidade e morte; tomando todas as coisas em suas próprias mãos, e estabelecendo o reino que permanece através de todos os tempos. Precisamente respondível a isto são aquelas terríveis palavras na oração fúnebre: 'Suplicando-te que possa agradar a ti e à tua santidade graciosa, para concluir, em breve, o número de teus eleitos, e apressar o teu reino: para que nós, com todos aqueles que estão mortos, na fé verdade de teu santo nome, possamos ter
nossa consumação e felicidade, perfeitas, ambos no corpo e alma, em tua glória eterna'. 9. 'Tua vontade seja feita na terra, como no céu'. – Esta é a conseqüência necessária e imediata, onde quer que o reino de Deus venha; onde quer que Deus habite na alma, pela fé, e Cristo reine no coração, pelo amor. É provável que muitos, talvez, a generalidade dos homens, à primeira vista dessas palavras, estejam aptos a imaginar que elas sejam apenas uma expressão, ou petição, ou resignação para o reino; uma prontidão para subjugar-se à vontade de Deus, qualquer que seja ela, concernente a nós. E este é um temperamento inquestionavelmente divino e excelente; o mais precioso dom de Deus. Mas isto não é o que nós oramos nessa petição; pelo menos, não no sentido principal e primário dele. Nós oramos, não tanto, para uma passiva, quanto ativa conformidade à vontade de Deus ao dizermos: 'Seja feita a tua vontade na terra, como ela é feita no céu'. Como a vontade de Deus é feita, através dos anjos no céu, -- por aqueles que agora circundam Seu trono, regozijando-se? Eles o fazem, de boa vontade; eles amam Seus mandamentos, e agradavelmente escutam com atenção Suas palavras. É o comer e beber deles fazer a vontade de Deus; é a mais alta glória e alegria. Eles a praticam continuamente; não existe interrupção em seus serviços de boa vontade. Eles não descansam de dia, nem de noite; mas empregam cada hora (humanamente falando; uma vez que, nossas medidas de duração – dias, noites e horas - não têm lugar na eternidade), em cumprir Seus mandamentos; em executar seus desígnios; em desempenhar o conselho de Sua vontade. E eles a fazem, perfeitamente. Nenhum pecado, nenhum defeito pertence a essas mentes angelicais. É verdade, 'as estrelas não são puras aos Seus olhos', mesmo as estrelas da manhã que cantam diante Dele. 'Aos seus olhos', ou seja, em comparação a Ele, os próprios anjos não são puros. Mas isto não implica que eles não sejam puros, em si mesmos. Sem dúvida, eles são; eles são sem mácula e culpa. Eles são completamente devotados à sua vontade, e perfeitamente obedientes a todas as coisas. Se nós virmos isto, sob uma outra luz, podemos observar que os anjos de Deus no céu fazem todas as vontades Dele. Nada mais, a não ser o que eles absolutamente asseguram seja Sua vontade. E novamente: Eles fazem a vontade de Deus, como Ele a deseja; da maneira que agrada a Ele, e não a outro. Sim. E eles fazem isto, apenas porque é a vontade Dele; para esta finalidade, e nenhuma. 10. Quando, portanto, oramos, para que a vontade de Deus possa 'ser feita na terra, como ela é feita no céu', o significado é que todos os habitantes da terra, mesmo toda a raça humana, possa fazer a vontade de seu Pai que está no céu, de tão boa vontade quanto os anjos santos; que possam fazê-la continuamente; assim como eles, sem qualquer interrupção de seu serviço de prontidão; sim, e fazê-la perfeitamente, -que o Deus da paz, através do sangue de sua aliança eterna, possa torná-los perfeitos, em cada boa obra; para realizar Sua vontade, e operar neles tudo 'o que for prazeroso aos seus olhos'. Em outras palavras, nós oramos para que nós e toda a humanidade possamos fazer a completa vontade de Deus, em todas as coisas; e nada mais; nem a menor coisa, a não ser o que é a santa e aceitável vontade de Deus. Nós oramos para que
possamos fazer a vontade de Deus, como ele deseja; da maneira que agrada a Ele: E, por fim, que nós possamos fazê-la, porque é a Sua vontade; para que esta possa ser a única razão e alicerce; o motivo total e único do que quer que pensemos, falemos ou façamos. 11. 'Dê-nos hoje o pão nosso de cada dia' – Nas três primeiras petições nós temos orado por toda a humanidade. Viemos agora, mais particularmente, desejar um suprimento para nossas próprias necessidades. Não que estejamos direcionados, mesmo aqui, a confinar nossas orações completamente a nós mesmos; esta, e cada uma das petições seguintes, podem ser usadas para toda a Igreja de Cristo na terra. Por 'pão', nós podemos entender todas as coisas necessárias; se para nossas almas ou corpos; -- as coisas concernentes à vida e santidade: Nós entendemos não meramente o pão exterior, que nosso Senhor denomina 'o alimento que perece'; mas muito mais o pão espiritual, a graça de Deus, o alimento 'que dura a vida eterna'. Foi o julgamento de muitos de nossos antepassados, que nós devemos entender aqui o pão sacramental também; recebido diariamente, no início, por toda a Igreja de Cristo, e altamente estimado, até que o amor de muitos se tornou frio, assim como o grande canal, por meio do qual a graça de seu Espírito era transportada para as almas de todos os filhos de Deus. 'Nosso pão diário'. -- A palavra, diário, tem sido diferentemente explicada por diferentes estudiosos. Mas o sentido mais simples e natural dela parece ser este, que é mantido, na maioria das traduções, tanto antigas, quanto modernas; -- o que seja suficiente para este dia; e assim, para cada dia, quando ele sucede. 12. 'Dá-nos': -- Porque reivindicamos nada por direito, mas apenas pela misericórdia gratuita. Nós não merecemos o ar que respiramos, a terra que nos carrega, ou o sol que brilha sobre nós. Todo nosso deserto, o nosso próprio, é o inferno: Mas Deus nos amou livremente; portanto, nós pedimos a ele para dar, o que não podemos obter por nós mesmos, não mais do podemos merecer de suas mãos. Nem a benevolência ou o poder de Deus é motivo para ficarmos à toa. É Sua vontade que possamos usar de toda diligência, em todas as coisas; que possamos empregar nossos esforços extremos, como se nosso sucesso fosse um efeito natural de nossa sabedoria ou força: E, então, como se não tivéssemos feito nada, devemos depender Dele, o doador de todos os dons bons e perfeitos. 'Este dia': -- Porque não devemos nos preocupar com o amanhã. Para esta mesma finalidade nosso sábio Criador dividiu a vida nessas pequenas porções de tempo, tão claramente separadas umas das outras, que nós podemos observar cada dia, como um dom renovado de Deus, uma outra vida, que nós podemos devotar para Sua glória; e que cada anoitecer possa ser como o encerrar da vida, além do que, nós podemos ver mais nada, a não ser a eternidade. 13. 'E perdoa as nossas transgressões, assim como perdoamos os que nos tem ofendido'. – Como nada, a não ser o pecado pode impedir a generosidade de Deus de fluir adiante sobre cada criatura, então esta petição naturalmente segue a anterior; para que todos os obstáculos sejam removidos, para que possamos mais claramente confinar no Deus de amor, para cada coisa que seja boa.
'Nossas transgressões': -- A palavra significa propriamente nossos débitos. Assim, nossos pecados estão freqüentemente representados nas Escrituras; cada pecado, deitando-se sobre nós, debaixo de um novo débito a Deus, a quem nós já devemos, como se fossem dez mil talentos. O que, então podemos responder, quando Ele diz: 'Paga-me o que tu deves? Que nós estamos completamente falidos; nós não temos com o que pagar; nós destruímos todo nosso capital. Portanto, se ele negociar conosco, de acordo com o rigor da lei; se ele cobrar o que Ele justamente pode, ele deverá ordenar que tenhamos as mãos e pés amarrados, e sejamos entregues aos atormentadores'. De fato, nós já estamos com as mãos e pés amarrados, através das correntes de nossos próprios pecados. Estes, considerados com respeito a nós mesmos, são correntes de ferro, e algemas de bronze. Eles são os ferimentos, por meio dos quais, o mundo, a carne, e o diabo, têm nos atacado profundamente, e nos destroçado, por todos os lados. Esses são as enfermidades que esvaziam nosso sangue e espíritos, que nos trazem para as sepulturas. Mas considerados, como eles são aqui, com respeito a Deus, são débitos imensos e incontáveis. No entanto, embora vendo que não temos com o que pagar, que possamos clamar junto a Ele. para que Ele possa 'francamente perdoar' a todos nós! A palavra traduzida, perdoar, implica tanto em perdoar um débito, quanto em soltar a corrente. E, se nós alcançamos a primeira, a última evidentemente se segue: se nossos débitos são perdoados, as correntes soltam-se de nossas mãos. Tão logo quanto, através da graça de Deus em Cristo, nós 'recebemos perdão dos pecados', nós recebemos igualmente 'muitos, entre esses que são santificados, através da fé que está Nele'. O pecado perde seu poder. Ele não tem domínio sobre aqueles que 'estão debaixo da graça', ou seja, no favor com Deus. Como 'não existe condenação para aqueles que estão em Cristo', assim eles estão livres do pecado, tanto quanto da culpa. 'A retidão da lei é cumprida' neles, e eles 'caminham, não segundo a carne, mas segundo o Espírito'. 14. 'Como perdoamos os que nos tem ofendido'. – Nessas palavras, nosso Senhor claramente declara, em que condição, e em que grau ou maneira, nós podemos buscar sermos perdoados por Deus. Todas as nossas transgressões e pecados são perdoados, se nós perdoarmos, e como nós perdoamos, aos outros. [Primeiro, que Deus nos perdoa, se nós perdoamos outros]. Este é um ponto da maior importância. E nosso abençoado Senhor é tão zeloso, para que, a qualquer tempo, não possamos divagar em nossos pensamentos, que ele não apenas a insere no contexto de Sua oração, mas presentemente depois, a repete mais duas vezes. 'Se', diz Ele, 'perdoarem aos homens suas transgressões, seu Pai celeste irá perdoar a vocês' (Mateus 6:14-15). Em Segundo Lugar, Deus nos perdoa, assim como perdoamos aos outros. Assim sendo, se nenhuma malícia ou amargura; se nenhuma mancha de indelicadeza, ou ira, permanecerem; se nós não claramente e completamente, do nosso coração, perdoamos as transgressões de todos os homens, seremos impedidos de termos o perdão para os nossos: Deus não pode claramente e completamente perdoar a nós: Ele pode nos mostrar alguns graus de misericórdia, mas nós não experimentaremos dele o
apagar nossos pecados, e perdoar todas as nossas iniqüidades. Nesse meio tempo, enquanto nós não perdoamos, do fundo de nosso coração, as ofendas de nosso próximo, que tipo de oração estamos oferecendo a Deus quando exprimimos essas palavras? Nós, de fato, estamos colocando Deus em um desafio declarado: nós estamos desafiando a Deus que faça o seu pior. 'Perdoe a nós, nossas transgressões, tanto quanto perdoamos as transgressões deles contra nós!'. Que significa, em termos claros: 'Tu não nos deve perdoar, afinal; nós desejamos nenhum favor de tuas mãos. Nós oramos para que tu mantenhas nossos pecados na memória, e para que tua ira habite sobre nós'. Mas, você pode seriamente oferecer tal oração a Deus: E ele já não o terá lançado rapidamente no inferno? Ó não o tente mais! Agora, mesmo agora, pela sua graça, perdoa, assim como você seria perdoado!Tenha compaixão agora do seu próximo, assim como Deus teve e terá piedade de você'! 15. 'E não nos deixa cair em tentação, mas livra-nos do mal', -- '[E] não nos conduza a tentação'. A palavra traduzida, tentação, significa experimentação de algum tipo. A palavra inglesa para tentação foi tomada antigamente, em um sentido indiferente, embora agora, ela seja usualmente entendida da solicitação para pecar. Tiago usa a palavra, em ambos esses sentidos; primeiro, em sua generalidade; então, em sua restrita aceitação. Ele a toma no primeiro sentido, quando diz: 'Meus irmãos, tende grande gozo, quando cairdes em várias tentações... Bem aventurado o varão que sofre a tentação, porque quando for tentado', ou aprovado de Deus, 'receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. (Tiago 1:12-13). Ele imediatamente acrescenta, tomando a palavra em seu segundo sentido: 'Que nenhum homem, quando tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada homem é tentado, quando traído e engodado pela sua própria concupiscência', ou desejo, saindo de Deus, em quem apenas ele está salvo, -- 'e seduzido'; pego, como um peixe com a isca. E assim é, quando ele se aparta e é seduzido, que ele propriamente 'entra em tentação'. Então, a tentação o cobre como uma nuvem; ela cobre toda sua alma. E quão dificilmente ele escapará da armadilha! Entretanto, nós suplicamos a Deus 'não nos conduzir à tentação', ou seja (vendo que Deus não tenta o homem), não consinta que sejamos conduzidos a ela. 'Mas livrai-nos do mal': Antes, 'do próprio mal'; é, inquestionavelmente, do diabo, enfaticamente assim chamado, o príncipe e deus desse mundo, quem opera com considerável poder nos filhos da desobediência. Mas todos que são filhos de Deus, pela fé, estão livres de suas mãos. Ele pode lutar contra eles; e assim fará. Mas ele não poderá conquistar, a menos que eles traiam suas próprias almas. Ele pode atormentar, por algum tempo, mas ele não poderá destruir; porque Deus está do lado deles, quem não irá falhar, no final, 'em vingar seu próprio eleito, que clama junto a Ele, dia e noite'. Senhor, quando formos tentados, não permita que caiamos em tentação! Crie um caminho para que escapemos; para que o diabo não nos toque! 16. A conclusão dessa oração divina, comumente chamada de Doxologia, é uma ação de graças solene; um reconhecimento conciso dos atributos e obras de Deus. 'Porque teu é o reino' -- O soberano direito de todas as coisas que são, ou sempre foram criadas; sim, teu reino é um reino eterno, e teu domínio persiste, através de todos os tempos. 'O poder' -- o poder executivo, por meio do qual, governas todas as coisas em teu reino eterno; por meio do qual fazes o que agrada a ti, em todos os
lugares de teu domínio. 'E a glória' – o louvor devido de cada criatura, pelo teu poder, e a grandeza de teu reino, e por todas as tuas obras maravilhosas, que tu operas desde a eternidade, e deverá operar, do mundo sem fim, 'para todo o sempre. Amém'. Que assim seja! [Editado por Vince Bos, estudante na Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções de George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.] Web Server http://gbgm-umc.org/
Sobre o Sermão do Monte – Parte VII John Wesley 'Além do mais, quando jejuares, não sede como os hipócritas de semblante triste. Porque eles desfiguram seus rostos, para que pareçam aos homens que jejuam, Verdadeiramente eu digo que eles já receberam as suas recompensas. Mas tu, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava seu rosto; para que não pareças aos homens que jejuam, mas junto ao teu Pai que está em secreto: E teu Pai, que está em secreto, os recompensará. (Mateus 6:16-18)
1. Tem sido empenho de satanás, desde o começo do mundo, separar o que Deus tem juntado; separar a religião interior da exterior; colocar uma dessas, em contradição com a outra. E, nisto, ele tem encontrado não pouco sucesso, em meio àqueles que eram 'ignorantes de seus conselhos'. Muitos, em todas as épocas, têm um zelo para com Deus, mas não de acordo com o conhecimento; têm estado rigorosamente atados à 'retidão da lei'; na execução das obrigações exteriores; mas, nesse meio tempo, completamente descuidados da retidão interior; a 'retidão que é de Deus, pela fé'. E muitos têm corrido para o extremo oposto, descuidando das obrigações exteriores; talvez, até mesmo, falando mal da lei, e criticando a lei', na medida em que ela ordena o desempenho deles. 2. É, através desse mesmo conselho de satanás, que a fé e as obras têm sido, tão freqüentemente, colocadas em conflito, uma com a outra. E muitos que tinham um zelo por Deus, têm, por um tempo, caído na armadilha, contrária. Alguns têm exaltado a fé, até a completa exclusão das boas obras; não apenas de ser a causa de nossa justificação, (porque nós sabemos que o homem é justificado livremente pela redenção que está em Jesus), mas de ser o fruto necessário dela; sim, por ter algum lugar na religião de Jesus Cristo. Outros, ansiosos para evitar esse engano perigoso, têm corrido para o caminho extremamente oposto; tanto sustentando que as boas obras foram a causa, ou pelo menos a condição prévia, da justificação, -- quanto falado delas, como se elas fossem tudo em tudo, a completa religião de Jesus Cristo. 3. Da mesma maneira, a finalidade e os meios da religião têm sido colocados em contradição, um com o outro. Alguns homens bem-intencionados parecem ter colocado toda a religião, no atendimento às orações da Igreja; no receber a Ceia do Senhor; no ouvir sermões; em ler os livros de devoção; negligenciando, nesse meio tempo, a finalidade disso tudo: o amor a Deus e ao próximo. E esta mesma coisa tem confirmado outros, na negligência, se não, menosprezando as ordenanças de Deus, -insultando, de maneira tão infame, para corroer e destruir a mesma finalidade que eles designaram estabelecer. 4. Mas, de todos os meios da graça, dificilmente existe algum concernente aos homens que vão para os grandes extremos, do que aquele do qual nosso Senhor fala, nas palavras acima mencionadas: o jejum religioso. Como alguns o têm exaltado, além de toda Escritura e razão; -- e outros têm descuidado disto extremamente. Como que se desforrando, através da depreciação, tanto quanto os primeiros, da supervalorização! Aqueles que têm falado dele, como se ele fosse tudo em tudo; se não, a finalidade em si mesmo, ainda assim infalivelmente unido a ele: Estes, como se ele fosse exatamente nada; como se ele fosse um trabalho infrutífero, que não tem
relação, afinal, com isso. Visto que é certo que a verdade se situa entre ambos. Ele não é tudo; nem, ainda assim, é nada. Ele não é a finalidade, mas é um meio preciso; o meio que o próprio Deus tem ordenado, e no qual, entretanto, quando é propriamente usado, ele irá certamente nos dar sua bênção. Com o objetivo de colocar isto tudo de uma maneira mais clara, eu me esforçarei para mostrar: I. II. III. IV.
Qual a natureza do jejum, e quais os tipos e graus dele. Quais as razões, os alicerces, e as finalidades dele: Como nós podemos responder à maioria das objeções plausíveis: De que maneira ele pode ser executado.
I. 1. Eu vou me esforçar para mostrar, Primeiro, qual é a natureza do jejum, e quais os diversos tipos e graus dele. Quanto à natureza dele, todos os escritores inspirados, ambos no Velho e no Novo Testamento, tomaram a palavra jejuar, em um sentido simples: não comer; abster-se do alimento. Isto está tão claro, que seria trabalho perdido citar as palavras de Davi, Neemias, Isaias, e os Profetas que se seguiram, ou nosso Senhor e seus Apóstolos; todos concordando nisto, que jejuar é não comer, por um tempo determinado. 2. A isto, outras circunstâncias foram usualmente anexadas, pelos antigos, que não tinham conexão necessária com ele. Tais coisas eram o negligenciar de suas vestimentas; deixar de lado aqueles ornamentos, que eles estavam acostumados a usar; o colocar-se em murmuração; o espalhar cinza sobre suas cabeças; ou de colocar aniagem próxima à pele. Mas nós encontramos pouca menção feita no Novo Testamento de alguma dessas circunstâncias indiferentes. Nem parece que alguma pressão tenha sido colocada sobre elas, pelos cristãos das épocas mais puras; contudo, alguns penitentes poderiam voluntariamente usá-las, como sinais exteriores da humilhação interior. Muito menos, os Apóstolos ou os cristãos contemporâneos a eles, batiam ou rasgavam suas próprias carnes: Tal disciplina como esta não era inconveniente aos sacerdotes ou adoradores de Baal. Os deuses dos pagãos, eram demônios; e isto era, sem dúvida, aceitável ao ser deus demoníaco, quando seus sacerdotes (I Reis 18:28) 'E eles clamavam a grandes vozes, e se retalhavam com facas e lancetas, conforme o seu costume, até derramarem sangue sobre si'. Mas isto não pode ser agradável a Ele, nem eles se tornam Seus seguidores; daquele que 'não vem para destruir a vida dos homens, mas para salvá-las'. 3. Quanto aos graus ou medidas do jejum, nós podemos ter exemplos de alguns que têm jejuado diversos dias seguidos. Assim, Moisés, Elias, e nosso abençoado Senhor, estando dotados de força supernatural, para aquele propósito, registraram ter jejuado, sem intermissão, 'quarenta dias e quarenta noites'. Mas o tempo do jejum, mais freqüentemente mencionado nas Escrituras, é um dia, de manhã, até a noite. E este foi o jejum comumente observado em meio aos cristãos antigos. Mas além desse, eles tinham também os seus meio-jejuns (semijejum, como Tertuliano os denomina), no quarto e sexto dia da semana (quarta e sexta-feira), durante o ano, no qual eles não tomam substância alguma, até as três horas da tarde; o tempo em que eles retornam do serviço público.
4. Proximamente relatado a isto, é o que nossa igreja parece peculiarmente significa pelo termo abstinência; que pode ser usado, quando não jejuamos inteiramente, por motivos de enfermidade ou fraqueza corpórea. Isto é comer pouco; a abstinência em parte; o tomar a menor quantidade de alimento do que usual. E não me lembro da algum exemplo bíblico disto. Mas nem posso eu condená-lo; já que a Escritura não o faz. Pode ter seu uso, e receber a bênção de Deus. 5. O menor tipo de jejum, se pode ser chamado por este nome, é o abster-se de alguma comida agradável. Disto, nós temos diversos exemplos nas Escrituras., além daquele de Daniel e seus irmãos, quem de uma consideração pessoal, ou seja, a que eles 'não poderiam se corromper com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar', (uma provisão diária a qual o Rei tinha designado para eles), requerida e obtida, do príncipe dos eunucos, grãos de leguminosas para comer e água para beber. (Daniel 1:8-12). Talvez, de uma imitação enganosa disto poderia brotar o mesmo costume antigo de abster-se de carne e vinho, durante tais épocas, como era reservarse para o para jejum e abstinência; -- se, antes, esse costume não se erguesse da supertição de que esses eram os alimentos mais preferidos, e uma crença de que era próprio usar o que era menos agradável naquele tempo de solene aproximação a Deus. 6. Nas igrejas judias, havia alguns jejuns determinados. Tais eram o jejum do sétimo mês, apontado pelo próprio Deus, para ser observado por toda Israel, debaixo de mais severa penalidade. E o Senhor falou a Moisés dizendo: No décimo dia desse sétimo mês, será o Dia da Expiação: tereis santa convocação, e afligireis a vossa alma, e oferecereis oferta queimada ao Senhor. E, naquele mesmo dia, nenhuma obra, vós fareis, porque é o Dia da Expiação, para fazer expiação por vós, perante o Senhor vosso Deus. Porque, toda alma que naquele mesmo dia, se não afligir, será extirpada do seu povo' (Levítico 23:26-30). Diversos outros jejuns determinados foram acrescidos a esse, no tempo subseqüente. Assim, menção é feita, pelo Profeta Zacarias, do jejum, não apenas 'do sétimo, mas também do quarto, do quinto e do décimo mês'. (Zacarias 8:19) 'Assim diz o Senhor dos exércitos : O jejum do quarto mês , e o jejum do quinto, e o jejum do sétimo, e o jejum do décimo mês, serão para a casa de Judá, gozo, e alegria, e festividade solene; amai pois, a verdade e a paz'. Nas igrejas cristãs antigas, havia igualmente jejuns determinados, e esses, ambos anual e semanalmente. Do primeiro tipo, era aquela antes da Páscoa, observada por alguns, durante vinte e quatro horas; por outros, por uma semana inteira; por muitos, por duas semanas; não fazendo uso de alimento até o entardecer de cada dia: Do último, aqueles do quarto e sexto dias da semana, (como Epifanius escreve, comentando como um fato inegável), -- que eram observados, em toda terra habitável; pelo menos, em cada parte onde alguns cristãos construíram sua morada. Os jejuns anuais em nossa Igreja são os 'quarenta dias da Quaresma; o Têmpora [Os três dias de jejum prescritos pela Igreja Católica na primeira semana da quaresma, na primeira de pentecostes, nas terceiras semanas de setembro e dezembro], nas quatro estações; o Rogação [segunda, terça e quarta-feira antes da Ascensão do Senhor], e o Vigília ou Véspera, com diversas festivais solenes; -- o Semanal, todas as sextas-feiras do ano; com exceção do Natal'.
Mas, além desses que foram fixados, em cada nação temente a Deus, havia sempre jejuns ocasionais, apontados, de tempos em tempos, como as circunstâncias e ocasiões particulares de cada necessidade. Então, quando 'os filhos de Moabe, e os filhos de Amon, e com eles alguns outros doa amonitas vieram à peleja contra Josafá. Então, vieram alguns que deram aviso a Josafá, dizendo: vem contra ti uma grande multidão de além mar e da Síria; e eis que já estão em Hazazom-Tamar, que é EmGedi. Então, Josafá temeu e pôs-se a buscar o Senhor; e apregoou jejum em todo Judá' (2 Cron. 20:1-3). E, assim, 'E aconteceu, no ano quinto de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá, no mês nono', quando eles estavam temerosos do Rei da Babilônia, os Príncipes de 'Judá apregoaram jejum diante do Senhor a todo o povo em Jerusalém'. (Jeremias 36:9). E, de igual maneira, pessoas comuns, que prestam atenção aos seus caminhos, e desejam caminhar humildemente e intimamente com Deus, irão encontrar freqüentes oportunidades para, em determinadas épocas, afligirem assim suas almas diante de seu Pai que está em secreto. E é para este tipo de jejum que as direções, dadas aqui, principalmente e primeiramente se referem.
II 1. Eu prossigo mostrando, em Segundo lugar, quais são os fundamentos, as razões, e as finalidades do jejum. Primeiro, os homens que estão debaixo de fortes emoções da mente, que foram afetados com alguma paixão veemente, tais como tristeza e medo, são freqüentemente tragados por elas, e, até mesmo, se esquecem de comer do seu pão. Em tais ocasiões eles têm pouco cuidado com o alimento, nem mesmo com o que é necessário para sustentar a natureza; muito menos, por alguma iguaria ou variedade; sendo tomado por pensamentos completamente diferentes. Assim, quando Saul disse: 'Mui angustiado estou, porque os filisteus guerrearam contra mim, e Deus se tem desviado de mim, e não me responde mais, nem pelos ministérios dos profetas; nem por sonhos; por isso te chamei a ti, para que me faças saber o que hei de fazer'. É registrado que 'Ele não tinha comido ´pão todo o dia, nem toda a noite' (I Samuel 28:15-20). Assim, aqueles que estavam no navio com Paulo, quando nenhuma pequena tempestade caiu sobre eles, e toda a esperança de que pudessem ser salvos tinha ido embora... É já hoje o décimo-quarto dia que esperais e permaneceis sem comer, não havendo provado nada'; nenhum alimento regular, por quatorze dias seguidos (Atos 27:33). E, assim, Davi, e todos os homens que estavam com ele, quando eles ouviram que as pessoas fugiram da batalha, e que muitas das pessoas tinham caído mortas, e Saul e Jônatas, seu filho, estavam também mortos. 'E prantearam, e choraram, e jejuaram, até à tarde por Saul, e por Jônatas, seu filho, e pelo povo do Senhor, e pela casa de Israel, porque tinham caído à espada'. (2 Samuel 1:12). Mais ainda: Muitas vezes, eles, cujas mentes estavam tão profundamente comprometidas, são impacientes de alguma interrupção, e, até mesmo repugnam de seu alimento necessário, como que, desviando seus pensamentos do que eles desejam, fosse ocupar toda sua atenção: Até mesmo Saul, quando, na ocasião mencionada anteriormente, tinha 'caído, durante todo o tempo, sobre a terra, e não havia forças nele', ainda assim, disse: 'Eu não irei comer', até 'que seus servos, juntos com a
mulher, o obrigaram'. 2. Aqui, então, está o alicerce natural do jejum. Alguém que está debaixo de profunda aflição, oprimido com a tristeza, por causa do pecado, e uma forte compreensão da ira de Deus, ele poderia, sem qualquer regra, sem saber ou considerar se seria um comando de Deus ou não, 'esquecer-se de comer seu pão'; abster-se, não apenas do que lhe é agradável, mas, até mesmo do alimento necessário; -- como Paulo, que, depois de ser conduzido a Damasco, 'ficou três dias sem ver, e não comeu, nem bebeu' (Atos 9:9). Sim, quando a tempestade se levantou alta; 'quando um pavor horrível subjugou' alguém que tinha estado sem Deus no mundo, sua alma poderia ter 'repugnado toda forma de alimento'; teria sido desagradável e cansativo para ele; ele poderia ficar impaciente por nada que pudesse interromper seu clamor incessante: 'Senhor, salve-me, ou perecerei'. Quão fortemente, isto é expresso por nossa igreja, na primeira parte da Homilia sobre o Jejum! – 'Quando os homens sentem em si mesmos o pesado fardo do pecado, vêem a condenação ser a recompensa deles, e observam, com os olhos de suas mentes, o horror do inferno, eles tremem, e são intimamente tocados pela tristeza do coração, e não podem deixar de acusar a si mesmos, e declarar sua aflição ao Deus Todo-Poderoso, e clamar junto a ele por misericórdia. Isto, sendo feito seriamente, suas mentes ficam tão ocupadas, [tomadas], parcialmente com a tristeza e pesar; parcialmente com um sincero desejo de serem libertos, desse perigo do inferno e condenação, que todo o desejo de alimento e bebida é colocado aparte, e a repugnância [ou aversão] de todas as coisas e prazeres mundanos tomam o lugar. De modo que nada, então, eles preferem a prantear, lamentar, murmurar, e ambos com palavras e comportamento do corpo, para mostrarem a si mesmos cansados da vida'. 3. Uma outra razão ou fundamento do jejum é este: Muitos dos que temem a Deus estão profundamente sensíveis pelo quão freqüentemente eles pecaram contra Ele, pelo mau uso dessas coisas legítimas. Eles sabem o quanto eles têm pecado pelo excesso de comida; por quanto tempo eles têm transgredido as santas leis de Deus, com respeito ao equilíbrio, se não, a sobriedade também; como eles têm se cedido aos seus apetites sexuais, talvez, enfraquecendo sua saúde corpórea, -- certamente, para o não pequeno dano de suas almas; já que, por meio disto, eles continuamente alimentaram, e aumentaram aquela insensatez divertida; aquela volubilidade da mente; aquela frivolidade de temperamento; aquela divertida desatenção para com as coisas do mais profundo interesse; aquela irreflexão e descuido de espírito, que eram não outro que a embriaguez da alma, que entorpeceu todas as suas faculdades mais nobres, não menos do que o excesso de vinho ou bebida forte. Para remover, entretanto, o efeito, eles removem a causa. Eles se mantêm distantes de todo o excesso. Eles se abstêm, tanto quanto possível, daquilo que tem, por acaso, os arrastado para a perdição eterna. Eles freqüentemente refreiam totalmente; sempre cuidado para serem frugais e equilibrados em todas as coisas. 4. Eles se lembram bem, igualmente, como a abundância de alimento aumentou, não apenas o descuido e leviandade de espírito, mas também os desejos tolos e profanos, e as afeições impuras e vis. E esta experiência não deixou dúvidas.
Mesmo a sensualidade gentil, regular, está continuamente erotizando a alma, e fazendo-na mergulhar no mesmo nível das bestas que perecem. Não pode ser declarado qual o efeito que a variedade e a frugalidade de alimento têm sobre a mente, tanto quanto sobre o corpo; tornando isto justamente oportuno para todo prazer do sentido, tão logo a oportunidade é convidada. Portanto, nesse alicerce também, todo homem sábio irá refrear sua alma, e mantê-la humilde; irá desapegar-se, mais e mais, de todas essas indulgências dos apetites inferiores, que naturalmente tendem a acorrentá-la a terra, e corrompê-la, tanto quanto aviltá-la. Aqui está uma outra razão permanente para o jejum; remover o alimento da luxúria e sensualidade; retrair os incentivos dos desejos tolos e danosos, das afeições vis e inúteis. 5. Talvez, nós precisemos não omitir completamente (embora eu não saiba se fará bem colocar um grande estresse sobre isso) uma outra razão para o jejum, que alguns homens bons têm largamente insistido a respeito; ou seja, o punir a si mesmos por terem abusado dos bons dons de Deus, por, algumas vezes, refreando-se deles; assim exercitando uma espécie de vingança santa sobre si mesmos, pela insensatez e ingratidão passada, em transformar as coisas que tinham sido para a saúde deles, uma ocasião de queda. Eles supõem que Davi teve um olhar para isto, quando disse: 'Eu pranteio e disciplino', ou puno. 'minha alma com jejum'; e Paulo, quando menciona: 'que vingança', a tristeza santa ocasionou nos Corintos. 6. A quinta e a mais forte razão para o jejum, é que ele é um auxiliar na oração; particularmente, quando nós reservamos porções maiores de tempo para as orações pessoais. Então, é, especialmente, quando Deus freqüentemente se agrada de erguer as almas de seus servos, acima de todas as coisas da terra, e, algumas vezes, levá-las para mais alto, como se fosse, para o terceiro céu. E é, principalmente, como um auxiliar na oração, que ele tem, tão freqüentemente, encontrado um significado, nas mãos de Deus, de conformidade e crescimento, não apenas de uma virtude; não apenas de pureza, (como alguns têm imaginado, em vão, sem qualquer fundamento, tanto Bíblico, racional, quanto experimental), mas também seriedade de espírito, sinceridade, sensibilidade e brandura de consciência, indiferença para com o mundo, e, conseqüentemente, o amor de Deus, e cada afeição santa e divina. 7. Não que exista alguma conexão natural e necessária entre jejuar e as bênçãos que Deus transmite por meio disto. Mas Ele irá ter misericórdia, quando Ele tiver misericórdia; e Ele irá transmitir o que quer que lhe pareça bom, através de qualquer que seja o meio que lhe agrade apontar. E Ele tem designado este, em todas as épocas, para ser os meios de prevenirmos sua ira, e obtermos quaisquer bênçãos que nós, de tempos em tempos, temos necessidade. E quão poderoso instrumento isto é para impedir a ira de Deus, nós podemos aprender do notável exemplo de Acabe. 'Não existe ninguém como aquele que não vendeu a si mesmo' -- que deu a si mesmo totalmente ao alto, como um escravo comprado com dinheiro – 'para operar perversidade'. Ainda assim quando ele rasgou suas roupas e colocou aniagem sobre sua carne e jejuou, e veio mansamente, a palavra do Senhor veio a Elias dizendo: 'Vê tu, como Acabe humilhou-se diante de mim? Porque ele se humilhou diante de mim, eu não irei trazer o mal aos seus dias'. (I Reis 21:27-30). Foi para essa finalidade, impedir a ira de Deus, que Daniel buscou a Deus 'com
jejum, e aniagem, e cinzas'. Isto aparece de todo o teor de sua oração; particularmente, da solene conclusão dela: 'Ó Senhor,de acordo com toda tua retidão', ou misericórdias, 'permita que tua ira se vá de tua montanha sagrada. – Ouça a oração de teu servo, e faça tua face brilhar sobre o teu santuário, que está devastado, -- Ó Senhor, ouve; Ó Senhor, perdoa;Ó Senhor,escuta atentamente e faze, por amor do Senhor'. (Daniel 9:3, 17). 8. Mas não é apenas do povo de Deus que podemos aprender, quando sua ira é movida para buscar a Ele, através de jejum e oração; mas mesmo dos pagãos. -Quando Jonas declarou: 'E levantou-se Jonas e foi a Nínive, segundo a Palavra do Senhor; era, pois Nínive uma grande cidade, de três dias de caminho. E começou Jonas a entrar na cidade, caminho de um dia, e ´pregava, e dizia: Ainda quarenta dias e Ninive será derrotada', o povo de Nínive proclamou um jejum, e vestiu aniagem, do maior ao menor. 'Para que o Rei de Nínive se levantasse de seu trono, e tirasse de si as suas vestes, e se cobrisse com panos de saco, e sentasse em cinzas. E ele fez com que fosse proclamado e publicado, através de Nínive, que não era permitido que homem ou animal; rebanho, nem manada, provassem alguma coisa: Que eles não se alimentem, nem bebam água': (não que o animal tivesse pecado, ou pudesse se arrepender; mas que, pelo exemplo deles, o homem pudesse ser admoestado, considerando que, por seus pecados, a ira de Deus estava dependurada sobre todas as criaturas): 'Quem poderá dizer se Deus irá voltar atrás e arrependerse, e se apartar do furor de sua ira, para que não pereçamos?'. E o trabalho deles não foi em vão. O furor da ira de Deus afastou-se dele. 'Deus viu suas obras": (os frutos daquele arrependimento e daquela fé que ele tem forjado neles, por seu Profeta); 'e Deus arrependeu-se do mal que ele tinha dito que viria sobre eles, e não o fez'. (Jonas 3:4, em diante). 9. E o jejum não é apenas um meio de afastar a ira de Deus, mas também de obter quaisquer que sejam as bênçãos que estejamos precisando. De modo que, quando as outras tribos foram derrotadas diante dos Benjamitas, 'todos os filhos de Israel foram para a casa de Deus, e murmuraram, e jejuaram naquele dia, até à tarde'; e, então, o Senhor disse: 'Levantem-se' novamente; 'amanhã, eu irei entregálos, em suas mãos'. (Juízes 20:26, em diante). Assim, Samuel reuniu toda Israel, quando eles foram cativos dos filisteus, 'e eles jejuaram naquele dia' diante do Senhor: E, então, 'os filisteus se aproximaram para a batalha contra Israel, o Senhor fez trovejar' sobre eles 'com um grande trovão e os confundiu; e eles foram derrotados diante de Israel. (I Samuel 7:6-10). Assim, Esdras: 'Eu proclamei um jejum no rio Aava, para que pudéssemos afligir a nós mesmos diante de nosso Deus, e buscar a ele no caminho certo para nós, e para os nossos filhos; e suplicamos a ele'. (Esdras 8:21). Assim, Neemias: 'Eu jejuei e orei diante do Deus dos céus e disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, prospere-me, eu oro a ti, teu servo esse dia, conceda a ele misericórdia aos olhos desse homem'. E Deus concedeu a ele misericórdia aos olhos do rei (Neemias 1:4-11). 10. De igual modo, os Apóstolos sempre se reuniram para jejuarem com oração, quando eles desejavam a bênção de Deus em qualquer empreendimento
importante. Assim, nós lemos em (Atos 13 1:13) ' Havia na igreja de Antioquia, certos Profetas e Professores: Quando eles ministraram ao Senhor e jejuaram', sem dúvida, para a direção nesse mesmo assunto, 'o Espírito Santo disse: Separa-me a Barnabé e Saul, para o trabalho a que eu os tenho chamado. E, quando eles tiveram' uma segunda vez, 'jejuado e orado, e colocado suas mãos sobre eles, eles os despediram'. Assim, também o próprio Paulo e Barnabé, quando nós lemos no capítulo seguinte, em que eles 'retornaram novamente para Listra, Icônio e Antióquia, confirmando as almas dos discípulos quando eles os ordenaram aos Deões, em cada Igreja, e tinham orado e jejuado, recomendaram-nos ao Senhor' (Atos 14:21-23). Sim, que as bênçãos são para serem obtidas, na utilização desses meios, as quais, de outro modo, não são atingíveis, nosso Senhor declara expressamente na resposta aos seus discípulos dizendo: 'Então,os discípulos, aproximando-se de Jesus, em particular,disseram: Por que não podemos nós expulsá-los? E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pequena fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá – e há de passar, e nada vos será impossível. Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum'. (Mateus 17:19-21). – Esses sendo os meios designados de obter aquela fé, por meio da qual mesmos os demônios ficam sujeitos a você. 11. Esses foram os meios apontados: Já que não foi meramente pela luz da razão, ou da consciência natural, como ela é chamada, que o povo de Deus tem sido, em todas as épocas, direcionados a fazer uso de jejuns como um meio para esses fins; mas eles têm sido ensinados do próprio Deus, de tempos em tempos, através das revelações claras e declaradas de sua vontade. Tal como aquela notável, através do Profeta Joel: 'Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração, e isso com jejuns e com choro e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e vos convertei ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência e se arrepende do mal. Quem sabe, se ele se voltar e se arrepender, e deixar uma bênção, atrás dele? Tocai a trombeta de Sião, santificai o jejum, congregai solenemente: -Então, o Senhor terá zelo da sua terra e se compadecerá do seu povo. Sim, e o senhor responderá e dirá ao seu povo: eis que envio o trigo, e o mosto, e o óleo, e deles sereis fartos, e vos não entregarei mais ao opróbrio entre os pagãos'. (Joel 2:12-19) Agora, não são apenas as bênçãos temporais que Deus direciona seu povo a esperar do uso desses meios. Já que, ao mesmo tempo, que ele prometeu àqueles que pudessem buscá-lo com jejum, e prantear, e murmurar, 'eu irei restaurar a você os anos que o gafanhoto tem comido; e as locustas, e o pulgão, e a oruga, o meu grande exército que enviei contra vocês'; ele anexa, 'De modo que poderão também saberão que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o Senhor seu Deus'. E,então, imediatamente segue a grande promessa evangélica: E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão; os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões: E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito'. (Joel 2:25-29) 12. No entanto, quaisquer que tenham sido as razões para estimular aqueles do
passado, no zelo e constante desempenho dessa obrigação, eles têm a mesma força para ainda estimular a nós. Mas acima de todos esses, nós temos um motivo pessoal para 'jejuarmos freqüentemente', ou seja, a ordem Dele, através de cujo nome somos chamados. De fato, nesse lugar, Ele não ordena expressamente, tanto o jejum, o fazer donativos, quanto o orar; mas suas direções, em como jejuar, fazer donativos, e orar, são da mesma força que tais injunções. Enquanto, nos ordenar para fazer alguma coisa assim, é uma ordem inquestionável para que façamos aquela coisa; é impossível executa-la dessa forma, se ela não for executada afinal. Conseqüentemente, o dizer: 'Faça donativos, ore, jejue', dessa maneira, é uma ordem clara para executar todas essas obrigações; tanto quanto executá-las, da maneira que possa, de modo algum, perder sua recompensa. E este é ainda um motivo e encorajamento mais além para executar essa obrigação; até mesmo a promessa que nosso Senhor tem graciosamente anexado ao devido desempenho dela; 'Teu Pai, que vê em secreto, irá recompensar a ti, abundantemente'. Tais são os planos, fundamentos, razões e finalidades do jejum; tal nosso encorajamento para perseverar nisto, não obstante a quantidade de objeções, que os homens, mais sábios do que seu Senhor, têm continuamente levantado contra ele.
III 1. A mais plausível dessas objeções, eu vou considerar agora. Primeiro, tem sido freqüentemente dito: 'Que o cristão jejue do pecado, e não da comida: Isto é o que Deus requer de suas mãos'. Assim é o que Ele quer; mas Ele requer o outro também. Portanto um deve ser feito, e o outro, não deixado sem fazer. Veja seu argumento nessas dimensões completas; e você julgará facilmente a extensão dele: -Se um cristão deve se abster do pecado, então, ele não deve se abster da comida: Mas um cristão deve se abster do pecado. Portanto, ele não deve se abster da comida. ---------------Que um cristão deve se abster do pecado, é a mais completa verdade; mas como se segue que ele não deve se abster da comida? Sim, que ele possa fazer tanto uma coisa quanto a outra. Que ele, pela graça de Deus, se abstenha sempre do pecado; e que ele freqüentemente se abstenha da comida; porque tais motivos e finalidades, as experiências e Escrituras mostram terem respondido plenamente a isto. 2. 'Mas não é melhor' (como tem sido objetado, em Segundo Lugar) 'abster-se do orgulho e vaidade; da insensatez e desejos danosos; da impertinência, e ira, e descontentamento do que da comida?'. Sem duvida. Mas aqui também nós temos necessidade de lembrar você das palavras do Senhor: 'Essas coisas vocês devem fazer; e as outras, não devem deixar sem serem feitas'. E, de fato, a posterior é apenas em
ordem da anterior; é um meio para aquela grande finalidade. Nós nos abstemos da comida com essa visão, -- para que, pela graça de Deus, transmitida às nossas almas, através desse meio exterior, em conjunção com todos os outros canais da graça, que Ele tem apontado, possamos ser capazes de nos abster de toda paixão e temperamento que não são agradáveis aos seus olhos. Abstermo-nos de uma, fornecida do alto, nós possamos ser capazes de refrear a outra. De maneira que seu argumento prova justamente o contrario do que você pretendeu: Ele prova que devemos jejuar. Porque se nós devemos nos abster dos temperamentos e desejos pecaminosos, então, nós devemos nos abster da comida; já que esses pequenos exemplos de abnegação são os caminhos que Deus tem escolhido, por meio do qual concede aquela grande salvação. 3. 'Mas nós não nos certificamos disto de fato': (Esta é a Terceira objeção) 'Nós temos jejuado, muito freqüentemente; mas qual tem sido o proveito? Nós não ficamos em nada melhores; nós não encontramos bênçãos nisso. Mais ainda: nós temos nos certificado que ele é um empecilho, em vez, de ajuda. Ao contrário de prevenir raiva, por exemplo, ou mau-humor, ele tem sido um meio do crescimento deles; de tal maneira, que nós nem podemos suportar os outros, nem a nós mesmos'. Isto, muito provavelmente, deva ser o caso. É possível jejuar e orar, de tal maneira, a nos sentirmos piores do que antes; mais infelizes, mais impuros. Ainda assim, a falha não está nos meios, por si só, mas na maneira de usá-los. Utilize-se deles ainda, mas de uma maneira diferente. Faça o que Deus ordena, da maneira que Ele ordena; e então, sem dúvida, a promessa Dele não falhará: Suas bênçãos não ficarão retidas por mais tempo; mas, quando você jejuar em secreto, 'Ele que está em secreto, irá recompensá-lo abertamente'. 4. 'Mas, não se trata de mera supertição', (então, este tem sido a Quarta objeção) 'imaginar que Deus leva em consideração, tais pequenas coisas como essas?'. Se você diz que é assim, você condena todas as gerações anteriores dos filhos de Deus. Mas você poderá dizer que esses eram todos homens fracos e supersticiosos? Você pode tão duramente afirmar isto, ambos de Moisés e Josué; de Samuel e Davi; de Josafá, Esdras, Neemias, e todos os outros profetas? Sim; daquele que está acima de todos eles, -- do próprio Filho de Deus? O certo é, que nosso Mestre e todos esses seus servos não imaginaram que o jejum fosse uma coisa sem importância, e que Ele, que é o Altíssimo, deu atenção a ele. Do mesmo julgamento, evidentemente, foram todos os seus Apóstolos, depois que foram 'preenchidos com o Espírito Santo, e com sabedoria'. Quando eles tiveram a 'unção do Espírito de Deus, os ensinando todas as coisas', eles, ainda assim, confirmaram a si mesmos como Ministros de Deus, 'através do jejum', tanto quanto, 'através da armadura da retidão, na mão direta e na esquerda'. Depois 'do noivo ter sido levado deles, então, eles jejuaram naqueles dias'. Depois que 'o noivo foi levado deles, então, eles jejuaram naqueles dias'. Nem poderiam tentar alguma coisa (como vimos acima), por meio da qual a glória de Deus fosse proximamente afligida, tais como enviar trabalhadores para a colheita, sem o jejum solene, assim como a oração. 5. 'Mas se jejuar for, de fato, uma coisa de tão grande importância, e atendeu tais bênçãos, não seria melhor' — dizem alguns, em Quinto lugar, — 'jejuarmos
sempre? Não o fazermos, de vez em quando, mas nos mantermos em um jejum continuo? Usarmos de tanta abstinência, todo o tempo, até onde as forças corpóreas suportarem?'. Que ninguém seja desencorajado de fazer isto. De qualquer maneira, faça uso de alimento em pequena quantidade, e modestamente; exercite abnegação nisto, todo o tempo, tanto quanto suas forças corpóreas suportarem. E isto poderá conduzi-lo, pelas bênçãos de Deus, a diversas das grandes finalidades acima mencionadas. Mas isto não é jejum; não o jejum bíblico; e não foi denominado assim, em toda a Bíblia. Ele, em alguma medida, responde algumas das finalidades; mas ainda assim, se trata de uma outra coisa. Pratique isto, de qualquer forma; mas não de tal maneira a colocar de lado, por meio disto, um mandamento de Deus, e um meio instituído de prevenir Seus julgamentos, e obter as bênçãos dos Seus filhos! 6. Use continuamente, então, de quanta abstinência você se agradar; que, considerada assim, não é outra coisa do que a temperança cristã; mas essa necessidade, afinal, não interfere com nosso observar os momentos solenes de jejum e oração. Por exemplo: Sua abstinência, ou temperança habitual, não o impediria de jejuar em secreto, se você fosse subitamente afligido por enorme tristeza e remorso, e com medo e desânimo terríveis. Tal situação de mente quase sempre o constrangeria a jejuar; a repugnar seu alimento diário; você dificilmente suportaria, até mesmo tomar tais alimentos necessários para o corpo; até que Deus 'o erguesse desse buraco horrível, e colocasse seus pés sobre a rocha, e ordenasse suas atividades'. O mesmo poderia ser o caso, se você estivesse em agonia de desejo, veementemente lutando com Deus pela bênção Dele. Você não precisaria de alguma mais para instruir você a não comer do pão, até que tivesse o seu pedido atendido. 7. Novamente, você esteve alguma vez em Níneve, quando foi proclamado, por toda a cidade: 'Que nem homem, nem besta; rebanho ou manada prove coisa alguma: Que eles não comam ou bebam água, mas permita que clamem imensamente junto a Deus'; -- o seu jejum contínuo teria sido alguma razão para não fazer parte naquela humilhação geral? Indubitavelmente, não. Você estaria tão preocupado quanto os outros de não provar alimento naquele dia. Nem a abstinência; nem a observação do jejum contínuo, teria desculpado alguns dos filhos de Israel de jejuar,no décimo dia do sétimo mês, para que não fosse afligido, 'não jejuar, naquele dia, faria com que ele fosse extirpado de entre seu povo'. Por fim: Você já esteve com os irmãos em Antioquia, no tempo em que eles jejuaram e oraram, antes do envio de Barnabé e Saul; pode você possivelmente imaginar que sua temperança e abstinência teriam sido causa suficiente para não se juntar nisso? Sem dúvida, se você não tivesse feito, você poderia ter sido extirpado da comunidade cristã. Você teria sido, merecidamente, extirpado de entre eles, como que trazendo confusão dentro da Igreja de Deus.
IV 1. Eu vou, por fim, mostrar de que maneira nós devemos jejuar, para que ele possa ser um serviço aceitável junto ao Senhor. Primeiro: Que ele seja feito, junto ao Senhor, com nosso olho, isoladamente, fixo Nele. Que nossa intenção nisto seja esta; apenas esta: glorificar nosso Pai que está nos céus; expressar nossa tristeza e vergonha, por nossas muitas transgressões à
sua santa lei; esperar pelo crescimento da graça purificadora; conduzir nossas afeições para as coisas do alto; acrescentar seriedade e sinceridade às nossas orações; impedir a ira de Deus; e obter todas as grandes e preciosas promessas que ele tem feito a nós em Jesus Cristo. Que possamos nos precaver de zombar de Deus, ao fazermos com que nosso jejum, tanto quanto nossas orações, sejam uma abominação a Ele, através da mistura de qualquer visão temporal; particularmente, o louvor de homens. Contra isto, nosso abençoado Senhor mais particularmente nos orienta nas palavras do texto: 'Além do mais, quando jejuares, não sede como os hipócritas' -- Assim eram os muitos que foram chamados de povo de Deus; 'de semblante triste': amargurado, sensivelmente triste, colocando seus olhares de uma forma peculiar. 'Porque eles desfiguram seus rostos', não apenas, através de distorções artificiais, mas também os cobrindo, com poeira e cinzas; 'para que pareçam aos homens que jejuam'; esta era o principal, se não o único objetivo. 'Verdadeiramente eu digo que eles já receberam as suas recompensas'; até mesmo a admiração e louvor de homens. 'Mas tu, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava seu rosto; para que não pareças aos homens que jejuam'; que isto não faça parte de tua intenção; se eles souberem disto, sem qualquer desejo de tua parte, não importa, tu não serás o melhor, nem o pior; --'mas junto ao teu Pai que está em secreto: E teu Pai, que está em secreto, os recompensará. (Mateus 6:16-18) 2. Em Segundo Lugar: Mas, se nós desejamos essa recompensa, que possamos nos precaver de fantasiar que merecemos alguma coisa de Deus, pelo nosso jejum. Nós também não podemos ser freqüentemente advertidos disto; visto que está tão profundamente enraizado em todos os nossos corações, como um desejo de 'estabelecer nossa própria retidão', o procurar a salvação de débitos, em vez da salvação da graça. Jejuar é apenas um caminho que Deus tem ordenado; no qual esperamos por sua imerecida misericórdia; e no qual, ele prometeu nos dar livremente sua bênção, se não houver alguma desistência de nossa parte. 3. Nem devemos imaginar que, executando a mera ação exterior, iremos receber qualquer benção de Deus. 'Tal jejum que tenho escolhido, disse o Senhor, significa um dia para o homem afligir sua alma? É com o objetivo de baixar sua cabeça como um junco, e espalhar aniagem e cinzas sobre ele?'. São essas ações exteriores, por mais que estritamente executadas, tudo o que Ele quer dizer pelo homem 'afligir sua própria alma?'. – 'Irás tu chamar a isto um jejum, e um dia aceitável para o Senhor?'. Certamente que não: se for apenas um mero serviço exterior, será tudo um trabalho perdido. Tal performance poderá possivelmente afligir o corpo; mas quanto à alma, não terá sido de proveito algum. 4. Sim, o corpo pode algumas vezes ser muito afligido; de maneira a ficar incapacitado para as obras de nosso chamado. Isto também nós, diligentemente, nos guardamos contra; já que devemos preservar a saúde, como um bom dom de Deus. Portanto, deve-se tomar cuidado, quando quer que jejuemos, de tornar o jejum proporcional às nossas forças. Porque nós não podemos oferecer a Deus um assassinato como sacrifício, ou destruirmos nossos corpos, para ajudarmos nossas almas.
Mas, nessas épocas solenes, nós podemos, mesmo em grande fraqueza do corpo, evitar o outro extremo, pelo qual Deus condena aqueles que no passado discutiram com ele por não aceitar seus jejuns. 'Para que temos jejuado, dizem eles, se tu não vês? – Observem, se no dia do jejum de vocês, vocês encontraram prazer, diz o Senhor'. Se nós não podemos nos abster totalmente do alimento, que, pelo menos, nos abstenhamos do alimento prazeroso; e, então, nós não estaremos buscando a face do Senhor, em vão. 5. Que cuidemos de afligir nossas almas, tanto quanto nossos corpos. Que cada ocasião, em jejum público ou privado, seja uma oportunidade de exercitar todas aquelas afeições santas, que estão inseridas, no coração quebrantado, e arrependido. Que seja uma oportunidade do murmurar religioso; da tristeza santa pelo pecado; tal tristeza como aquelas dos Coríntios, concernente ao que o apóstolo diz: 'Agora, me regozijo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para o arrependimento; pois fostes contristados, segundo Deus; de maneira que por nós tu não padeceste dano em coisa alguma. Porque a tristeza santa' -- a tristeza que é de acordo com Deus, que é um dom precioso de seu Espírito, elevando a alma para Deus de quem ela flui – 'opera arrependimento para a salvação, do qual ninguém se arrepende'. Sim, que nossa tristeza em busca da santidade opere em nós a mesma mudança completa de coração - renovado na imagem de Deus -, na retidão e santidade verdadeira; e a mesma mudança de vida, até que sejamos santo como Ele é santo; em toda maneira de conversação. Que opere em nós o mesmo esmero, encontrado Nele, sem mancha e sem culpa; a mesma limpeza, em nós mesmos, através de nossas vidas, preferivelmente, do que em palavras; por abstermonos da aparência do mal; a mesma indignação e veemente aversão a todo pecado; o mesmo temor de nosso próprio coração enganoso; o mesmo desejo de sermos, em todas as coisas, conformes com a vontade santa e aceitável de Deus; o mesmo zelo, para o que quer que possa ser um meio para sua glória, e crescimento no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo; e o mesmo revanchismo contra Satanás e todas as suas obras; contra toda sujidade da carne e espírito (2 Cor. 7:9 em diante). 6. E ao jejum, que possamos sempre juntar a oração fervorosa, derramando toda nossas almas diante de Deus; confessando nossos pecados com todos os seus agravantes; humilhando-nos debaixo de sua poderosa mão; colocando diante dele todas as nossas necessidades, todas as nossas culpas e impotência. Esta é uma ocasião para ampliarmos nossas orações, em favor de nós mesmos ou de nossos irmãos. Que possamos agora lamentar os pecados de nosso povo; e clamar alto pela cidade de nosso Deus; que o Senhor possa edificar Sião, e fazer com que Sua face brilhe sobre suas desolações. Assim, nos podemos observar que os homens de Deus, nos tempos antigos, sempre juntaram oração e jejum; assim como os Apóstolos, em todas as instâncias acima citadas; e assim nosso Senhor os reuniu no discurso diante de nós. 7. Resta apenas, com o objetivo de observarmos o jejum, como algo aceitável ao Senhor, que acrescentemos os donativos; as obras de misericórdia, em nosso poder, tanto para os corpos, quanto para as almas dos homens: 'De tais sacrifícios' também 'Deus se agrada. Assim, o anjo declara para Cornélio, jejuando e orando em sua casa: 'Este, fixando os olhos nele, e muito atemorizado disse: Que é, Senhor?e o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus'. (Atos 10:4 em diante). E isto o próprio Deus declara expressa e largamente: 'Por
ventura, não é este o jejum que eu escolhi? Para que você se livre do vínculo do pecado; para que se desfaça dos fardos pesados; para que permita que o oprimido seja liberto, e para que você quebre todo jugo?'. Porventura, não é também para que repartas teu pão com o faminto, e para que recolhas em tua casa o pobre que foi expulso? E vendo o nu, o cubras; e não ocultes a ti mesmo de tua própria carne? Então, que a tua luz possa brilhar como a manhã, e tua cura possa brotar rapidamente; e tua retidão possa seguir diante de ti; a glória do Senhor será a tua recompensa. Assim, tu chamarás e o Senhor irá te responder: Tu clamarás, e ele dirá: 'Aqui eu estou'. – Se, 'quando jejuaste, tu abristes a tua alma ao faminto; e satisfizeste a alma aflita; então tua luz se erguerá na obscuridade, e tua escuridão será como o meio-dia. E o Senhor será teu guia continuamente, e satisfará tua alma na estiagem, e fortificará teus ossos: E tu serás como um jardim regado, e como uma fonte de água, cujas águas nunca faltam'. (Isaías 58:6 em diante). [Editado por Jason Boldt, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções de George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
Sobre o Sermão do Monte – Parte VIII John Wesley 'Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubo. Mas ajuntai tesouros nos céus, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Os olhos são a luz do corpo: de modo que, se teus olhos forem bons, todo teu corpo será cheio de luz. Mas, se teus olhos foram maus, todo teu corpo será cheio de escuridão. Se, portanto, a luz que há em ti for trevas, quão grandes serão tais trevas' (Mateus 6:19-23).
1. Dessas que são comumente denominadas ações religiosas, e que são ramificações reais da verdadeira religião, de onde nascem de uma intenção pura e santa, e são executadas de uma maneira adequada a isto, -- nosso Senhor procede para as ações da vida comum, e mostra que alguma pureza de intenção é tão indispensavelmente requerida, em nosso trabalho ordinário, como fazer donativos, jejuar, ou orar. E, sem dúvida, a mesma pureza de intenção, que faz com que nossos donativos e devoções sejam aceitos, também deve fazer com que nosso trabalho ou empreendimento seja um oferecimento apropriado para Deus. Se um homem exerce seu trabalho, de modo que ele possa elevar-se a um estado de honra e riqueza no mundo, não por muito tempo, ele irá servir a Deus em sua ocupação, e não terá mais direito à recompensa de Deus, do que aquele que dá donativos, para que ele possa ser visto; ou aquele que ora, de modo que seja ouvido por homens. Porque desejos vãos e mundanos não são mais aceitáveis, em nossas ocupações, do que em nossas doações e devoções. Eles não são apenas maus, quando eles se misturam com nossas boas obras; com nossas ações religiosas, 'mas eles têm a mesma natureza má, quando eles entram na tarefa comum de nossas ocupações. Se fosse permitido desempenhá-las, em nossos empreendimentos mundanos, seria permitido desempenhá-las em nossas devoções. Mas, como nossos donativos não são um serviço aceitável, a não ser quando procedem de uma intenção pura, assim nossa ocupação comum não pode ser considerada um serviço para Deus, a não ser quando é executada com a mesma fidelidade de coração'. 2. Isto nosso abençoado Senhor declara, da maneira mais eficaz, naquelas fortes e compreensivas palavras, que Ele explica, reforça, e se estende sobre, através desse capítulo todo. 'Os olhos são a luz do corpo: se, portanto, teus olhos forem bons, todo teu corpo será cheio de luz: mas, se teus olhos forem maus, todo teu corpo estará na escuridão'. O olho é a intenção: o que o olho é para o corpo, a intenção é para a alma. Como um conduz todos os movimentos do corpo, assim o outro, aqueles da alma. Esse olho da alma é, então, único, quando ele olha para uma única coisa somente; quando nós não temos outro objetivo, a não ser, 'conhecer a Deus,e Jesus Cristo a quem ele enviou', -- para conhecer a ele com afeições adequadas; amá-lo como Ele nos amou; agradar a Deus, em todas as coisas; servir a Deus (como nós o amamos), com todo nosso coração, e mente, e alma, e forças; e deleitarmo-nos em Deus, em tudo e nas coisas do alto, no tempo e na eternidade. 3. 'Se os teus olhos forem'', assim, 'único'; assim, fixado em Deus, 'todo teu corpo será cheio de luz'. 'Todo teu corpo'. – tudo que é guiado pela intenção, como o corpo é pelo olho. Tudo o que você é; tudo o que você faz; seus desejos,
temperamentos, afeições; seus pensamentos, palavras e ações. A totalidade desses 'deverá ser cheia de luz'; cheia do conhecimento divino. Esta é a primeira coisa que podemos aqui entender por luz. 'Em Sua luz, tu verás a luz'. 'Ele que, do passado, ordenou que a luz brilhasse nas trevas, deverá brilhar em teu coração': Ele iluminará os olhos do teu entendimento com o conhecimento da glória de Deus. Seu Espírito revelará a ti as coisas profundas de Deus. A inspiração do Espírito Uno dará a ti entendimento, e fará com que conheças a sabedoria secretamente. Sim. A unção que tu recebestes dele 'irá habitar em ti e ensinar-te todas as coisas'. Como a experiência confirma isto! Até mesmo depois que Deus abriu os olhos de nosso entendimento, se nós buscamos ou desejamos alguma coisa a mais do que Deus, quão breve nosso tolo coração é enegrecido! Então, novamente as nuvens descansam sobre nossas almas. Dúvidas e medos novamente nos oprimem. Somos sacudidos de lá para cá, e não sabemos o que fazer; ou qual o caminho que devemos tomar. Mas, quando desejamos ou buscamos nada mais, a não ser Deus, as nuvens e dúvidas desaparecem. Nós que 'estivemos, algumas vezes, nas trevas, agora, somos luz no Senhor'. A noite agora brilha como dia, e nós nos certificamos 'que o caminho correto é a luz'. Deus nos mostrou o caminho, por onde devemos ir, e tornou claro o caminho diante de nossa face. 4. A segunda coisa que nós podemos entender aqui, por luz, é santidade. Enquanto buscas a Deus nas coisas, tu o encontras em tudo; a fonte de toda santidade, continuamente preenchendo a ti, com sua própria semelhança, com justiça, misericórdia e verdade. Enquanto tu olhas para Jesus, e para Ele somente, tu és preenchido, com a mente que estava nele. Tua alma é renovada, dia a dia, na busca da imagem Dele que a criou. Se o olho de tua mente não for afastado dele; se tu resistes 'na busca dele que é invisível'; buscando nada mais no céu ou na terra, então, como tu olhaste a gloria do Senhor, tu serás transformado 'na mesma imagem, de glória em glória, pelo Espírito do Senhor'. E também é assunto de experiência diária que, 'pela graça, nós somos' assim 'salvos pela fé'. É pela fé que o olho da mente é aberta, para ver a luz do amor glorioso de Deus. E, tanto quanto ela está firmemente fixada nisto, sobre Deus, em Cristo, reconciliando o mundo em si mesmo, nós somos mais e mais preenchidos com o amor de Deus e homem; com a humildade; gentileza; longanimidade; com todos os frutos da santidade, que são, através de Jesus Cristo, para a glória do Deus, o Pai. 5. A luz que preenche a ele que tem um olho bom, implica, em Terceiro Lugar, felicidade, tanto quanto santidade. Certamente, 'a luz é doce e uma coisa agradável é ver o sol': Mas, quanto mais, é ver o Sol da Retidão, continuamente brilhando sobre a alma! Se existe alguma consolação em Cristo; se existe algum conforto de amor; alguma paz que excede todo entendimento; se existe algum regozijo na esperança da glória de Deus, eles todos pertencem àqueles que têm o olho puro [único]. Assim é 'todo seu corpo cheio de luz'. Ele caminha na luz, como Deus está na luz; regozijandose, mais e mais; orando sem cessar; e em todas as coisas dando graças; desfrutando do que quer que seja a vontade de Deus, concernente a ele, em Jesus Cristo. 6. 'Mas, se teu olho for mau, todo teu corpo será cheio de escuridão'. 'Se teu olho for mau': -- Nós vemos que não há meio termo entre um olho bom, e um olho mau. Se o olho não é bom, então, ele é mau. Se a intenção, no que quer que façamos,
não for unicamente endereçada a Deus; se buscarmos alguma coisa mais, então, 'nossa mente e consciência estarão corrompidas'. Nossos olhos são maus se, em alguma coisa que fazemos, nós almejamos uma outra finalidade do que Deus; se nós temos alguma visão, a não ser conhecermos e amarmos a Deus; agradarmos e servimos a Ele, em todas as coisas; se nós temos algum outro objetivo do que nos regozijarmos em Deus, do que sermos felizes nele, agora e para sempre. 7. Se teu olho não estiver unicamente fixado em Deus, 'todo teu corpo será cheio de trevas'. O véu ainda deve permanecer sobre teu coração. Tua mente deverá ser mais e mais cega, através 'do deus desse mundo', 'a fim de que a luz do glorioso Evangelho de Cristo não possa brilhar sobre ti'. Tu serás cheio de ignorância e erro no tocante às coisas de Deus; não sendo capaz de receberes ou de a discernires. E, mesmo quando tu tens algum desejo de servir a Deus, tu estarás cheio de incerteza, quanto à maneira de servi-lo; encontrando dúvidas e dificuldades em todo lado, e não vendo algum caminho para escapar. Sim. Se teu olho não for único; se tu buscares algumas das coisas da terra, tu serás cheio de descrença e iniqüidade; teus desejos, temperamentos, afeições, estarão fora de curso, permanecendo nas trevas, sendo vis e inúteis. E tua conversa será pecaminosa, assim como teu coração, não 'temperado com sal', ou 'apropriado para ministrar graça junto aos que ouvem'; mas ineficiente, não proveitoso, corrupto e repugnante para o Espírito Santo de Deus. 8. Ambas a destruição e infelicidade estão em teus caminhos; 'já que o caminho da paz tu não conheces'. Não existe paz, não a paz segura e sólida, para aqueles que não conhecem a Deus. Não existe verdade, nem contentamento permanente para qualquer um que não busque Ele com todo seu coração. Enquanto tu almejas quaisquer das coisas que perecem, 'tudo que virá é vaidade'; sim; não apenas vaidade, mas 'inquietação de espírito', e ambos na busca e no desfrute também. Tu que caminhas, de fato, na sombra inútil, e te inquietas em vão. Tu que caminhas na escuridão que pode ser sentida. Dormindo, mas sem conseguir descansar. Os sonhos da vida podem trazer dor, e isto tu sabes; mas eles não podem trazer bemestar. Não existe descanso nesse mundo ou no mundo que há de vir, mas, apenas em Deus, o Pai de todos os espíritos. 'Se a luz que está em ti for escuridão, quão grande é esta escuridão!'. Se a intenção que deve iluminar toda a alma; preenchê-la com conhecimento, e amor, e paz, e o que, de fato, acontece, por quanto tempo ela é pura; por quanto tempo ela almeja a Deus somente – se ela for escuridão; se ela almejar alguma coisa além de Deus, e, conseqüentemente cobrir a alma com escuridão, em vez de luz; com ignorância e erro; com pecado e miséria: Ó quão enorme será esta escuridão! Ela é a mesma fumaça que sobe do abismo insondável! É a noite essencial que reina na depressão profunda, na terá de sombra e morte! 9. Portanto, 'Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubo'. Se você faz isto, é porque os seus olhos são maus; não estão fixados unicamente em Deus. Com respeito à maioria dos
mandamentos de Deus, se relativo ao coração ou à vida, os ateus da África ou América, se situam no mesmo nível daqueles que são chamados cristãos. Os cristãos observam os mandamentos (alguns poucos, apenas, sendo exceção) muito proximamente ao que os ateus observam. Por exemplo: a generalidade dos nativos da Inglaterra, comumente chamados cristãos, é tão abstinente quanto moderada, como a generalidade dos ateus perto de Cabo e Boa Esperança. E assim os cristãos alemães e franceses são tão humildes e tão virtuosos quando os índios Choctaw ou Cherokee. Não é fácil dizer, quando nós comparamos a maior parte das nações da Europa com esses na América, se a superioridade se estenda de um lado ou de outro. Pelo menos os americanos não têm muita vantagem. Mas nós não podemos afirmar isto com respeito aos mandamentos agora diante de nós. Aqui o ateu tem uma adiantada pré-eminência. Ele deseja e busca nada mais do que um alimento simples e um vestuário simples para vestir. E ele busca isto apenas, dia a dia. Ele não reserva; ele não armazena coisa alguma; a não ser tanto milho, de uma estação do ano, quanto ele irá precisar antes que aquela estação retorne. Esse mandamento, entretanto, os ateus, embora o desconheçam, o observam contínua e prontamente. Eles armazenam para si mesmos, nenhum tesouro sobre a terra'; nenhum estoque de púrpura, ou fino linho; de ouro ou prata, que 'a traça e a ferrugem podem consumir', ou 'os ladrões minam e roubam'. Mas como os cristãos observam o que eles professam receber como tal mandamento tem sido sempre dado ao homem. Mesmo os bons cristãos, como eles são considerados por outros, e por si mesmos, não se preocupam com isto. Ele poderia bem estar ainda oculto em seu Grego original, já que algum registro eles tomam dele. Em que cidade cristã nós encontramos um homem de quinhentos anos que tenha o menor escrúpulo de armazenar tanto tesouro quanto ele possa? – de aumentar seus bens, tanto quanto seja capaz? Realmente, existem aqueles que não fariam isto injustamente; existem muitos que não irão roubar, nem furtar; e alguns que não irão trapacear seu próximo; mais ainda, que não irão tirar proveito tanto de sua ignorância quanto de sua necessidade. Mas isto é completamente outro ponto. Mesmo esses não têm escrúpulos da coisa, mas da maneira dela. Eles não têm escrúpulos de 'deitarem tesouros na terra', mas de deitá-los, através da desonestidade. Eles não começam desobedecendo a Cristo, mas numa brecha da moralidade pagã. De modo que mesmo esses homens honestos não mais obedecem a esse mandamento do que um ladrão de estrada ou um ladrão que invade residências. Mais ainda, eles não objetivaram obedecer isto. Desde a juventude isto nunca entrou em seus pensamentos. Eles foram educados por seus pais, mestres, e amigos cristãos, sem qualquer instrução, concernente a isto, afinal; exceto se fosse este – violá-lo tão logo, e tanto quanto eles pudessem, continuando a violá-lo, até o fim de suas vidas. 10. Não existe, no mundo, exemplo algum de obsessão espiritual que seja mais espantoso do que este. A maioria desses mesmos homens lê ou ouve a leitura Bíblica, -- muitos deles, todos os dias do Senhor. Eles têm lido ou ouvido essas palavras, centenas de vezes, e, ainda assim, nunca suspeitam que eles mesmos estão condenados por isso; mais do que por aqueles que proíbem pais de oferecerem seus filhos ou filhas junto a Moloch [ídolo fenício, para quem as crianças eram entregues em sacrifício]. Ó que Deus possa falar, com sua própria voz; sua voz poderosa, para esses miseráveis que enganam a si mesmos! Que eles possam, por fim soltarem-se das
armadilhas do diabo, e as escamas possam cair de seus olhos! 11. Você pergunta o que significa 'deitar tesouros na terra?'. Será necessário examinar isto completamente. E nos permita observar, primeiro, o que não é proibido nesse mandamento, para que possamos, então, discernir claramente o que significa. Nós não estamos proibidos nesse mandamento: 1o. De 'provermos coisas honestas aos olhos de todos os homens'; provermos recursos para que possamos retribuir tudo que lhes é devido, -- o que quer que eles possam justamente reclamar de nós. Longe disto, nós somos ensinados por Deus, a 'não devermos coisa alguma a homem algum'. Nós devemos, portanto, usar de toda diligência, em nosso chamado, com o objetivo de não devermos a homens; isto sendo, não mais, do que uma lei clara da justiça comum, a qual nosso Senhor 'não veio destruir, mas cumprir'. 2o. Nem o Senhor nos proíbe aqui de provermos tais coisas, para nós mesmos, quando são necessárias para o corpo; uma suficiência do alimento básico e saudável; e vestuário discreto para vestir. Sim; é nossa obrigação, por quanto tempo Deus coloca em nosso poder, providenciar essas coisas também; para que possamos 'comer de nosso próprio pão', e não sermos onerosos para homem algum. 3o. Nem ainda, estamos proibidos de provermos para nossos filhos, e para aqueles de nossa própria família. Isto também é nosso dever fazer; mesmo que sobre os princípios da moralidade pagã. Todo homem deve prover as necessidades básicas da vida, para sua esposa e filhos; e colocá-los em condições de providenciarem essas, para si mesmos, quando ele se for dali, e não mais puder ser visto. Eu quero dizer com providenciar isto, prover as necessidades básicas da vida; não regalos; nem superficialidades; -- e que, por meio do trabalho diligente deles; já que não é obrigação do homem supri-los, e nem a si mesmo, com os meios da luxúria ou ócio. Mas se algum homem não provém, tanto assim, para seus filhos (tanto quanto para as viúvas de sua própria casa, das quais, Paulo fala principalmente naquelas bem conhecidas palavras a Timóteo, ele praticamente terá 'negado a fé, e será pior do que um infiel', ou ateu). Por último: Nós não estamos proibidos, por essas palavras, de economizar, de tempos em tempos, o que é necessário para a sustentação de nosso trabalho secular; de tal maneira e grau, a ser suficiente para responder os propósitos precedentes; -- de tal maneira a, Primeiro, não dever a homem algum; Segundo, prover a nós mesmos as necessidades da vida; e, Terceiro, suprir aqueles de nossa própria casa, enquanto vivermos, e com os meios de conseguirem, por si mesmos, quando tivermos ido para Deus. 12. Nós podemos agora, discernir claramente (a menos que não estejamos dispostos a discernir isto) o que está proibido aqui. É o procurar intencionalmente mais dos bens do mundo, que irá responder aos propósitos precedentes; o trabalhar em busca de uma maior quantidade de bens materiais; um grande acúmulo de ouro e prata, -- armazenar além do que essas finalidades requerem, -- é o que está expressamente e absolutamente proibido aqui. Se as palavras têm algum significado, afinal, ele deve ser este; porque elas não são capazes de outro. Conseqüentemente,
aquele que não deve a homem algum; e tem alimento e vestuário para si mesmo e sua família, junto com a suficiência para conduzir seu trabalho secular, dessa forma, responde esses propósitos precedentes; entretanto, eu digo que, quem já estiver, nessas circunstâncias, e ainda assim, buscar uma maior porção na terra; estará vivendo uma declarada negação habitual ao Senhor que o comprou. Ele está praticamente negado a fé, e é pior do que um africano ou americano 'infiel'. 13. Ouçam isto, vocês, que habitam no mundo, e amam o mundo, onde habitam. Vocês podem ser 'grandemente estimados por homens'; mas vocês são 'uma abominação aos olhos de Deus'. Por quanto tempo, suas almas serão fiéis ao pó? Por quanto tempo, vocês irão transportar, vocês mesmos, nessa argila espessa? Quando vocês irão acordar e ver que os pagãos declarados e especulativos estão mais perto do reino dos céus do que vocês? Quando vocês serão persuadidos a escolher a melhor parte; esta que não pode ser tomada de vocês? Quando vocês buscarão apenas 'armazenar tesouros no céu'; renunciando, temendo, e tendo repugnância de todos os outros? Se vocês almejarem 'juntar tesouros na terra', vocês não estarão meramente perdendo seu tempo e gastando suas forças, por aquilo que não é alimento: já que qual é o fruto do sucesso de vocês? - Vocês assassinaram suas próprias almas! Vocês extinguiram a última centelha de vida espiritual nela! Realmente, em pleno vigor da vida, vocês estão mortos! Vocês são homens viventes, mas cristãos mortos. 'Porque onde o tesouro de vocês está, lá estarão também os seus corações'. O coração de vocês está submerso no pó, suas almas aderidas ao chão. Suas afeições estão ficadas, não nas coisas acima, mas nas coisas da terra; no pobre exterior, sem qualquer valor, e que pode envenenar, mas não pode satisfazer um espírito eterno feito por Deus. O amor de vocês; sua alegria; seus desejos estão em todos colocados nas coisas que perecem ao uso. Vocês jogaram fora os tesouros do céu: Deus e Cristo estão perdidos! Vocês obtiveram riquezas e o fogo do inferno! 14. Ó 'quão dificilmente eles que têm riquezas devem entrar no reino de Deus!'. Quando os discípulos de nosso Senhor ficaram atônitos de ouvi-lo falar assim, Ele esteve tão longe de retroceder nisso, que repetiu a mesma verdade importante, nos termos mais fortes do que antes. 'É mais fácil um camelo passar pelo olho de uma agulha, do que para um homem rico entrar no reino de Deus'. Quão difícil é isto para aqueles cujas mesmas palavras são aplaudidas, não por serem sábias aos seus próprios olhos! Quão difícil não ver felicidade em suas riquezas, ou nas coisas subordinadas a elas; em gratificar o desejo da carne; o desejo dos olhos; o orgulho da vida! Quão difícil é para eles não pensarem que são melhores do que o pobre, o simples, a massa inculta de homens! O quanto não é difícil buscarem felicidade em suas riquezas, ou nas coisas subordinadas a elas; na gratificação do desejo da carne, no desejo do olho, ou o orgulho da vida! Ó, vocês que são ricos, como poderão escapar da condenação do inferno? Apenas com Deus, todas as coisas serão possíveis! 15. E mesmo que vocês não tenham sucesso, qual será o fruto de seu esforço, ao juntarem tesouros na terra? 'Eles que serão ricos'; (eles que desejam; que se esforçam em busca disso, quer tenham sucesso ou não), 'caem na tentação, e na armadilha', -- numa cilada, no laço do diabo; 'e entregam-se a luxúrias tolas e danosas'; desejos, com os quais a razão não tem coisa alguma a fazer; desejos tais que não pertencem propriamente às existências racional e imortal, mas apenas às bestas rudes que não têm entendimento; -- 'que submergem os homens na destruição e perdição', na miséria presente e eterna. Que nós possamos abrir nossos olhos, e
vermos diariamente as provas melancólicas disto, -- homens que, desejando, decidindo-se serem ricos, sujeitando-se, em busca do dinheiro, a raiz de todo o mal, já têm perfurado a si mesmos, com muitas tristezas, e antecipado o inferno para o qual estão indo! As precauções, das quais os Apóstolos falam aqui são grandemente observáveis. Eles não afirmam isto absolutamente do rico: porque um homem pode possivelmente ser rico, sem qualquer falta sua; através da Providência dominante, obstruindo sua própria escolha: Mas ele afirma isto daqueles que desejam buscar serem ricos. As riquezas, perigosas como elas são, nem sempre 'levam os homens à destruição e perdição'; mas o desejo de riqueza o faz: aqueles que calmamente desejam e deliberadamente buscam se aterem a ela, quer consigam de fato, ganhar o mundo ou não, infalivelmente, perderam suas próprias almas. Estes são aqueles que vendem a Ele que os comprou com Seu sangue, por algumas poucas peças de ouro ou prata. Esses entram em aliança com a morte e o inferno; e suas alianças permanecem. Porque eles estão diariamente compartilhando suas heranças com o diabo e seus anjos! 16. Ó quem deverá aconselhar essa geração de víboras a fugir da ira que está por vir! Não esses que se deitam em seus portões, ou são servis aos seus pés, desejando serem alimentados com as migalhas que caem de suas mesas. Não aqueles que cortejam seus favores ou temem suas carrancas: nenhum desses que se dedicam às coisas terrenas. Mas, se existe um cristão sobre a terra; se existe um homem que tem dominado o mundo, que deseja nada, a não ser a Deus, e não tema a ninguém, mas a Ele que é capaz de destruir ambos o corpo e sua alma no inferno; tu, Ó homem de Deus, fala e não economiza; ergue a tua voz como uma trombeta! Grita alto, e mostra a esses honoráveis pecadores as condições miseráveis em que se encontram! Pode ser, que um em mil, possa ter ouvidos para ouvir; possa erguer-se e tirar de sobre si mesmo o pó; possa abrir as algemas que o mantêm atado a terra, e por fim, armazenar tesouro nos céus. 17. E se, alguns desses for, pelo imenso poder de Deus, acordado, e perguntar, 'O que devo fazer para ser salvo?', a resposta, de acordo com os oráculos de Deus é clara, completa e rápida. Deus não diz a ti, 'Vende tudo que possuis'. Realmente, Ele que vê o coração dos homens, vê que é necessário dar a isto, um caráter peculiar, daquele do rico administrador jovem. Mas ele nunca impõe uma regra geral para todos os homens ricos, em todas as gerações sucessivas. Sua direção geral é, Primeiro, 'não sejas presunçoso'. Deus não vê como o homem vê. Ele estima a ti, não por causa de tua riqueza, grandeza ou equipagem; por qualquer qualificação ou habilidade que seja direta ou indiretamente devido à tua prosperidade, que pode ser comprada ou buscada por meio disto. Todos esses são para Ele como esterco e refugo: que eles sejam assim para contigo também. Cuida-te para não pensares que tu sejas um mínimo mais sábio e melhor, por causa de todas essas coisas. Pese a ti mesmo em outra balança: estime a ti mesmo apenas pela medida da fé e amor que Deus tem dado a ti. Se tu tens mais do conhecimento e amor de Deus do que ele, tu és por esse motivo, e não outro, mais sábio e melhor, mais valoroso e honrado, do que ele que está com os cães de teu rebanho. Mas se tu não tens esse tesouro, tu és mais tolo, mais vil, mais verdadeiramente desprezível, eu não direi, do que o servo mais inferior debaixo do seu teto, mas do que o mendigo deitado em teu portão, cheio de feridas.
18. Em segundo Lugar, 'não confia em riquezas incertas. Não confia nelas para ajuda: Não confia nelas para a felicidade. Primeiro. Não confia nelas para auxiliar-te. Tu serás miseravelmente enganado, se tu buscares por isto em ouro ou prata. Esses não serão mais capazes de fixar a ti acima do mundo, do que de fixar a ti acima do diabo. Saibas que ambos, o mundo e o príncipe do mundo, riem, afinal, de tais preparações contra eles. As riquezas serão de pouco proveito, em dias de dificuldades constantes, se elas permanecem nas horas penosas. Mas não é certo que elas irão permanecer; porque, muitas vezes, elas 'criam asas e voam embora!'. Mas, se não, que apoio elas irão se permitir, mesmo nas preocupações comuns da vida? O desejo de teus olhos, da esposa de tua juventude, teu filho, teu filho único, ou o amigo que é como tua própria alma, são levados embora de um só golpe. Irá tua riqueza reanimar a argila sem vida, ou trazer de volta seu último habitante? Ela irá proteger-te das doenças, enfermidades, dor? Essas coisas visitam os pobres, apenas? Ao contrário: ele que alimenta teu rebanho, ou cultiva teu chão tem menos doenças e dores do que você. Ele é mais raramente visitado por essas convidadas indesejáveis: e se elas chegam, afinal, elas são mais facilmente dirigidas para fora de uma pequena choupana, do que de um palácio no topo das nuvens. E durante o tempo em que teu corpo é castigado com dores, ou consumido pela enfermidade, como teus tesouros irão socorrer a ti? 19. Mas existe, à mão, uma preocupação maior do que todas essas. Tu deverás morrer! Tu deves virar pó; retornares ao chão do qual foste tomado, para misturar-te com a argila comum. Teu corpo tornará a terra como era, enquanto teu espírito retornará para Deus que o deu. E o tempo aproxima-se: os anos passam velozes, mesmo que em passos silenciosos. Talvez, teu dia esteja longe de terminar: O meiodia da vida, e as sombras do entardecer comecem a descansar sobre ti. Tu sentes, em ti mesmo, uma decadência aproximando-se. As primaveras da vida passaram a passos acelerados. Agora que ajuda existe em tuas riquezas? Elas amenizam a morte? Elas tornarão agradáveis estas horas solenes? Completamente o reverso! Ó morte, quão amarga tu és para o homem que viveu apoiado em suas posses!'. Quão inaceitável é para ele esta terrível sentença, 'Esta noite, tua alma será requerida de ti!'. – Ou as riquezas irão impedir o golpe inoportuno, ou prolongar hora terrível? Elas poderão livrar tua alma, para que ela não possa ver a morte? Elas poderão restaurar os anos que se passaram? Elas poderão acrescentar, ao teu tempo determinado, um mês, um dia, uma hora, um instante? – Ou as boas coisas que tu escolheste para tua porção aqui irão seguir-te para o grande abismo? Não assim. Nu como vieste ao mundo; nu tu deverás retornar. Tuas terras, tua mansão, tua agradável esposa, Estes tu deves deixar; é a sentença da natureza Nenhuma árvore, cujo plantio ostente tua vida Salvo o triste cipreste, espera tua tumba
Seguramente, não fossem essas verdades muito simples para serem observadas, porque são muito simples para serem negadas, nenhum homem que estivesse para morrer, iria possivelmente confiar na ajuda de riquezas incertas. 20. E não confia nelas para a felicidade: Porque também aqui, elas se revelarão 'enganosas se consideradas atentamente'. Na verdade, isto, todo homem razoável
pode inferir do que já tem sido observado. Porque, se nem milhares de ouro e prata, nem quaisquer das vantagens e prazeres adquiridos por meio deles, pode impedir de sermos miseráveis, evidentemente se segue, que elas não poderão nos tornar felizes. Que felicidade elas podem fornecer a ele que, em meio a tudo, sente-se constrangido a clamar alto: De fato, a experiência aqui é tão completa, forte e inegável, que torna todos os outros argumentos desnecessários. Apelemos, portanto, aos fatos. Os ricos e poderosos são os únicos homens felizes? E cada um deles é mais ou menos feliz, na proporção da medida de suas riquezas? Afinal, eles são felizes? Eu, a pouco, disse que eles eram, de todos os homens, os mais miseráveis! Homens ricos, pelo menos uma vez, fala a verdade de teu coração. Fala, por ti mesmo, e por teus irmãos! Certamente, que confiar nas riquezas para a felicidade é a maior tolice de todas que estão debaixo do sol! Estás tu convencido disso? É possível que ainda esperes encontrar felicidade no dinheiro, ou em tudo que ele pode proporcionar: O que! Podem a prata e ouro; o comer e beber; cavalos, servos; vestuário resplandecente; e diversões e prazeres (como são chamadas) fazer com que sejas feliz? Eles podem tão logo te tornar imortal! 21. Essas são todas aparências mortas. Não as leva em consideração. Confia no Deus vivo; e então, estarás a salvo debaixo da sombra do Altíssimo; sua fidelidade e verdade serão teu escudo e proteção. Ele é um socorro bem presente, nos momentos de aflição; tal ajuda que nunca falha. Assim sendo, deverás dizer, se todos os teus amigos morreram, 'O Senhor vive, e abençoado seja meu forte ajudador!'. Ele irá te lembrar que quando tu estiveres doente acamado; quando a ajuda de homens for inútil. Quando todas as coisas na terra não puderem dar suporte, ele 'afofará tua cama em tua enfermidade'. Ele irá amenizar tua dor; as consolações de Deus farão com que batas as mãos em chamas. E mesmo quando tua casa na terra estiver quase por desmoronar; quando ela estiver preste a cair no pó, Ele irá ensinar-te a dizer, "O, morte, onde está tua dor aguda? Ó, sepultura, onde está tua vitória? Abençoado seja Deus que me deu 'a vitória através' de meu Senhor 'Jesus Cristo'". Ó confia Nele para a felicidade, assim como para a ajuda. Todas as fontes de felicidade estão Nele. Confia Nele 'que nos deu todas as coisas ricamente para desfrutarmos', -- quem, de sua própria riqueza e livre misericórdia, as segurou firme para nós, como em suas próprias mãos; para que, as recebendo como seu dom, e como garantia de seu amor, pudéssemos desfrutar de tudo que possuímos. É seu amor que nos deu o paladar de tudo que provamos, -- colocou vida e doçura em tudo, enquanto cada criatura nos conduz para o alto para o grande Criador, e toda a terra é uma escala para o céu. Ele transfunde as alegrias, que estão em sua mão direita, em tudo que ele concedeu aos seus filhos agradecidos; que, tendo camaradagem com o Pai, e com seu Filho, Jesus Cristo, desfrutam Dele, em tudo e acima de tudo. 22. Em Terceiro Lugar, não busca aumentar os bens materiais. 'Não junteis para' ti mesmo 'tesouros na terra'. Este é um mandamento claro e positivo; tão claro quanto - 'tu não deves cometer adultério'. Como, então, é possível para um homem rico, ficar ainda mais rico, sem negar o Senhor que o comprou? Sim; como pode algum homem que já tem o necessário da vida ganhar ou almejar ainda mais, e estar sem culpa? 'Não junteis', diz o Senhor, 'tesouros na terra'. Se, a despeito disto, você
o faz, e armazena dinheiro ou bens, que 'as traças e a ferrugem consomem, ou os ladrões mimam e roubam'. Se você adiciona casa a casa; ou campo ao campo, -- por que você chama a si mesmo cristão? Você não obedece a Jesus Cristo. Você não objetiva isto. Por que você denomina a si mesmo por seu nome? 'Por que você chama a mim, Senhor, Senhor', diz ele mesmo, 'e não faz as coisas que eu digo?'. 23. Se você perguntar: 'Mas o que devo fazer com meus bens, vendo que tenho mais do que tenho oportunidade de usar, se eu não posso armazená-los? Posso jogálos fora?'. Eu respondo: Se você jogá-lo ao mar; se você atirá-los ao fogo, e consumilos, eles terão melhor uso do que agora. Você não poderá encontrar uma maneira tão prejudicial de jogá-los fora; de armazená-los para a posteridade, ou juntá-los para si mesmos, em tolices e superficialidades. De todos os métodos possíveis de jogá-los fora, esses dois são os piores; os que mais se opõem ao Evangelho de Cristo, e os mais perniciosos para sua própria alma. Quão pernicioso para sua própria alma é o último desses, tem sido excelentemente mostrado por um recente escritor: 'Se nós gastamos nosso dinheiro, nós não somos apenas culpados de desperdiçar um talento que Deus nos deu, mas culpados de causarmos a nós mesmos um dano além, o de tornamos esse talento útil, um meio poderoso de corromper a nós mesmos; gastando de maneira errada; para sustentarmos alguns temperamentos errados, gratificando alguns desejos vãos e irracionais, que como cristãos nós somos obrigados a renunciar'. 'Como sabedoria e habilidades não podem tão somente ser menosprezadas, a não ser que exponham aqueles que as têm às tolices maiores; então, o dinheiro não pode ser tão somente menosprezado, a não ser que ele não seja usado de acordo com a razão e a religião, fazendo com que as pessoas vivam uma vida mais tola e extravagante, do que elas poderiam ter vivido sem ele. Se, por conseguinte, você não gasta seu dinheiro, em fazer o bem a outros, você deverá gastá-lo para o prejuízo de si mesmo. Você agirá como aquele que nega o cordial [medicamento estimulante] para seu amigo doente, já que ele não pode beber, sem inflamar seu sangue. Porque este é o caso do dinheiro supérfluo, se você o dá para aqueles que precisam dele, é um medicamento estimulante; se você o gasta consigo mesmo em alguma coisa, que você não precisa, é apenas para inflamar e inquietar sua mente'. "Ao usarmos as riquezas onde eles não têm uso real; e nem nós mesmos temos alguma necessidade real, nós apenas as usamos para nosso grande prejuízo, em criarmos desejos desmedidos, em alimentarmos temperamentos doentios, em induzirmos às paixões tolas, e sustentando uma mudança vã de mente. Porque comida e bebida dispendiosas, finas roupas e finas casas, propriedades e equipagem, prazeres e diversões animadas. Todos eles naturalmente causam dano e desordem ao nosso coração. Eles são o alimento e a nutrição de todas as tolices e fraquezas de nossa natureza. Eles todos são o suporte de alguma coisa que não deve ser sustentada. Eles são contrários àquela sobriedade e devoção de coração que têm prazer nas coisas divinas. Existem tantos pesos sobre a nossa mente, que nos tornam menos capazes e menos inclinados a erguermos nossos pensamentos e afeições para as coisas do alto".
'De maneira que, aquele dinheiro assim gasto, não é meramente desperdiçado ou perdido, mas é gasto para propósitos maus e efeitos miseráveis; para a corrupção e desordem de nossos corações; para nos tornar incapazes de seguir as doutrinas sublimes do Evangelho. É como sonegar o dinheiro do pobre para comprar veneno para nós mesmos'. 24. Igualmente indesculpáveis são aqueles que armazenam o que eles não precisam para alguns propósitos razoáveis: 'Se um homem tivesse mãos, e olhos, e pés, que pudesse dar para aqueles que têm necessidade deles; se ele os guardasse à chave em um baú, em vez de dá-los aos seus irmãos que são cegos e aleijados, nós não poderíamos justamente supor que ele é um patife inumano? Se ele, antes, escolhesse entreter-se, juntando-os, do que se dar direito à recompensa eterna, por dá-los àqueles que necessitam de olhos e mãos, nós não poderíamos justamente considerá-lo louco? 'Agora o dinheiro tem a mesma natureza dos olhos e pés. Se, portanto, nós o trancamos em um baú, enquanto o pobre e aflito precisa dele para seu uso necessário, nós não estamos longe da crueldade daquele que escolhe, antes, armazenar mãos e olhos do que dá-los para aqueles que necessitam deles. Se nós escolhemos ajuntar, preferivelmente, do que nos darmos direito a uma recompensa eterna, por dispormos de nosso dinheiro bem, nós somos culpados de sua loucura que, antes, escolhe guardar, em um baú, olhos e mãos, do que tornar a si mesmo, para sempre abençoado, por dá-los àqueles que necessitam deles'. 25. Esta não pode ser uma outra razão, porque os homens ricos tão dificilmente entram no reino dos céus? A vasta maioria deles está debaixo de uma maldição; debaixo de uma maldição peculiar de Deus; não obstante, no teor geral de suas vidas, essas pessoas não estejam apenas roubando a Deus continuamente, apropriando-se e desperdiçando os bens do Senhor, e por esses mesmos meios, corrompendo suas próprias almas; mas também roubando o pobre, o faminto, o nu; causando injustiça à viúva e órfão; e tornando a si mesmas responsáveis por todas as necessidades, aflições e infortúnio que elas podem remover, mas não o fazem. Sim; será que o sangue de todos esses que perecem, por necessitarem daquilo que elas tanto economizam quanto gastam desnecessariamente, grita contra elas da terra? Ó que relato terão eles dado a Ele que está pronto para julgar os vivos, e os mortos! 26. O caminho verdadeiro de empregar o que vocês não necessitam para si mesmos, vocês podem, em Quarto lugar, aprender daquelas palavras de nosso Senhor, que são a contraparte do que veio antes: 'Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubo. Mas ajuntai tesouros nos céus, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam'. Distribuam o que quer que possas considerar em melhor segurança do que esse mundo pode dispor. Ajuntem teus tesouros no banco dos céus; e Deus irá restaurá-los naquele dia. 'Aquele que se compadecem dos pobres, emprestam a Deus; e olhem: o que eles derem, lhes será pago novamente'. 'Coloca isto', diz Ele, 'em minha conta. Todavia, tu me deves a ti mesmo além!' Dê ao pobre com um olho bom; com um coração honesto, e escreva: 'Tanto foi dado a Deus'. Porque 'não obstante, o que for feito ao menor desses meus irmãos, a mim será feito'.
Esta é a parte de uma 'administração fiel e sábia': Não vender suas casas ou terras, ou suprimento principal, sejam eles, mais ou menos; exceto, se alguma circunstância peculiar requeira isto; e não desejar ou se esforçar para aumentá-los, mais do que desperdiçá-los em vaidade; mas empregá-los totalmente naqueles propósitos sábios e razoáveis, para os quais seu Senhor os tem depositado em suas mãos. O mordomo sábio, depois de ter providenciado sua própria família com o que seja necessário para a vida e santidade, faz a si mesmo amigos com tudo que sobra, de tempos em tempos, do 'espírito de cobiça da iniqüidade, para que, quando ele cair, eles possam recebê-lo nas habitações eternas', -- para que, quando quer que seu tabernáculo terrestre seja dissolvido, eles que foram antes carregados para o seio de Abraão, depois de terem comido de seu pão, e vestido a lã de seu rebanho, e louvado a Deus pelo conforto, possam dar boas-vindas a ele no paraíso, e na 'casa eterna de Deus, nos céus'. 27. Nós 'instruímos' você, portanto, 'que é rico neste mundo', como tendo autoridade do grande Senhor e Mestre, -- a habitualmente fazer o bem; viver em um curso de boas obras. 'Seja misericordioso, como seu Pai que está nos céus é misericordioso'; aquele que faz o bem, e não cessa. 'Seja misericordioso', -- até onde? De acordo com o seu poder; com toda a habilidade que Deus lhe deu. Faça esta sua única medida de fazer o bem; não apenas axiomas desprezíveis, ou costumes do mundo. Nós instruímos você a 'ser rico em boas obras'; quando você tiver muito, dar abundantemente. 'Livremente, nós temos recebido. Livremente, damos'; assim é não juntar tesouros, a não ser no céu. Esteja 'pronto para distribuir' a todos, de acordo com a sua necessidade. Distribua amplamente; dê ao pobre; reparta seu pão com o faminto; cubra o nu com uma vestimenta; entretenha o estranho; traga ou envie alívio àqueles que estão na prisão. Cure o doente; não por milagre, mas através da bênção de Deus, sobre sua assistência adequada. Permita que as bênçãos dele que está pronto a perecer, pela necessidade, seja imputada a você. Defenda o oprimido; advogue a causa do órfão; e faça o coração da viúva cantar de alegria. 28. Nós exortamos você, em nome do Senhor Jesus Cristo, a estar 'disposto a comunicar-se'; a ser do mesmo espírito (embora não do mesmo estado exterior) daqueles crentes dos tempos antigos, que permaneceram firmes, naquela abençoada e santa camaradagem, onde 'ninguém dizia que alguma coisa era sua própria, mas eles tinham todas as coisas em comunidade'. Seja um mordomo; um fiel e sábio administrador de Deus e do pobre; diferindo deles nessas duas circunstâncias apenas: que suas necessidades sejam, primeiro, supridas, fora da porção dos bens de seu Senhor, que permanecem em suas mãos, e que você tenha a bem-aventurança de dar. Assim, 'estabeleça para você mesmo um bom alicerce', não no mundo que agora existe, mas, preferivelmente, 'para o tempo que há de vir, para que você possa se agarrar à vida eterna'. O grande alicerce, na verdade, de todas as bênçãos de Deus, se temporais ou eternas, é o Senhor Jesus Cristo, -- sua retidão e sangue, -- o que Ele fez, e o que Ele sofreu por nós. E o 'outro alicerce', nesse sentido, 'nenhum homem pode estabelecer'; não; nem um Apóstolo; nem um anjo do céu. Mas, através de seus méritos; o que quer que nós façamos, em seu nome, é alicerce para a boa recompensa naquele dia, em que 'cada homem receberá o seu galardão, segundo as suas próprias obras'. Portanto, 'trabalhe, não para a carne que perece, mas para o que preserva a vida eterna'. Por conseguinte, o que quer que sua mão' agora 'encontre o que fazer,
faça-o com toda a sua força'. Assim sendo, que nenhuma ocasião justa passe desapercebida; agarra os momentos dourados, quando eles fogem; tu, através dos poucos anos fugazes, asseguras a eternidade! 'Sejas, tu, pacientemente, persistente, em buscar a beneficência, para a glória, e honra e imortalidade'. Em uma execução constante, e zelosa de todas as boas obras; espera por aquela hora feliz, quando o Rei dirá: Eu tive fome, e tu me deste de comer; eu tive sede, e tu me deste de beber. Eu era um estranho, e tu me acolheste; nu, e tu me vestiste. Eu estava doente, e tu me visitaste; eu estava na prisão, e tu vieste me ver. -- Vem, abençoado de meu Pai, recebe o reino preparado para ti desde a fundação do mundo!'. [Editado por Jean Fogerson, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções por George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
Sobre o Sermão do Monte – Parte IX John Wesley Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. (Mateus 6:24-
34) 1. Está registrado que as nações que o Rei da Assíria estabeleceu nas cidades de Samaria, depois de ter levado Israel cativo, temiam ao Senhor, e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses'. 'Essas nações', diz o escritor inspirado, 'temiam o Senhor'; desempenhavam um serviço exterior a Ele (uma prova clara de que eles tinham um temor por Deus, embora não de acordo com o conhecimento); 'e serviam suas próprias imagens esculpidas; ambos seus filhos, e os filhos de seus filhos: Assim como seus antepassados; e como eles até esse dia'. (2 Reis 17:33 em diante). Quão proximamente, a prática da maioria dos cristãos modernos assemelha-se a esta dos pagãos antigos! 'Eles temiam ao Senhor'; eles também executavam os serviços exteriores a Ele, e, por meio disto, mostravam que tinham algum temor a Deus; mas eles igualmente 'serviam aos seus próprios deuses'. Existem aqueles que 'os ensinam' como era ensinado aos Assírios, 'a maneira do Deus da terra'; o Deus cujo nome a cidade carrega até esse dia, e quem foi uma vez adorado lá, com adoração santa. 'Todavia', eles não O serviam sozinho; eles não O temiam suficientemente para isto; Mas 'cada nação criou seus próprios deuses': Cada nação, nas cidades, nas quais eles habitam'. Essas nações temiam ao Senhor'; elas não tinham colocado de lado as formas exteriores de adoração a Ele; mas 'elas serviam as suas imagens esculpidas, prata e ouro; a obra das mãos dos homens: Dinheiro, prazer, e aplaudo; os deuses desse mundo, mais do que divide seus serviços com o Deus de Israel. Essa é a maneira de ambos: 'seus filhos e os filhos de seus filhos; e como fizeram seus antepassados, assim eles fazem até esse dia'. 2. No entanto, falando de uma maneira ampla, seguindo a maneira comum dos homens, dizia-se que esses pobres pagãos 'temiam ao Senhor'; ainda assim, podemos observar que o Espírito Santo imediatamente acrescenta, falando de acordo com a natureza verdadeira e real das coisas: 'Eles não temiam ao Senhor, nem seguiam de acordo com a lei e o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó; com os quais o Senhor fez uma aliança, e os instruiu, dizendo:Vocês não devem temer outros
deuses, nem servi-los. – Mas ao Senhor, seu Deus, vocês devem temer, e Ele irá livrá-los das mãos de todos os seus inimigos'. O mesmo julgamento é passado, através do infalível Espírito de Deus; e, realmente, através dos olhos todos desse entendimento, ele tem permitido discernir as coisas de Deus, sobre esses pobres cristãos, comumente assim chamados. Se nós falamos de acordo com a natureza verdadeira e real das coisas, 'eles não temiam ao Senhor, nem o serviam'. Uma vez que eles não 'seguiam a aliança que o Senhor fez com eles, nem a lei e os mandamentos, os quais ele ordenou a eles dizendo: deveis adorar o Senhor, teu Deus, e a ele tão somente, deveis servir'. 'Eles servem outros deuses, até esse dia'. E 'nenhum homem pode servir a dois mestres'. 3. Quão inútil, é para qualquer homem visar isto: -- tentar servir a dois mestres! É difícil prever qual deva ser a conseqüência inevitável de tal tentativa? 'Tanto ele irá odiar um, e amar o outro; quanto irá dedicar-se a um, e desprezar o outro'. As duas partes dessa sentença, embora separadamente propostas, devem ser entendidas, em conexão uma com a outra; porque a última parte é uma conseqüência da primeira. Ele irá naturalmente dedicar-se a quem ele ama. Ele irá, então, apegar-se a ele, prestando a ele um serviço concorde, fiel e diligente. E, nesse meio tempo, ele irá, da mesma forma, desprezar o mestre que ele odeia, e não terá o menor cuidado com respeito às suas ordens, e irá obedecê-las, se, afinal, de uma maneira inadequada e descuidada. Portanto, quaisquer que sejam os homens sábios do mundo, podemos supor que 'não se pode servir a Deus e a mammon'. 4. Mammon era o nome de um dos deuses pagãos, que se supunha presidir sobre as riquezas. É aqui entendido sobre os próprios ricos; ouro e prata; ou, em geral, dinheiro; e através de uma figura de linguagem, sobre tudo que possa ser comprado por meio disto, tal como conforto, honra e prazer sexual. Mas o que podemos entender aqui, por servir a Deus, e o que significa servir a mammon? Nós não podemos servir a Deus, exceto se acreditarmos Nele. Este é a única condição verdadeira para servi-lo. Por conseguinte, acreditando em Deus, como 'reconciliando o mundo para si mesmo, através de Jesus Cristo; o acreditar Nele, como um Deus amoroso, redentor, é a primeira grande ramificação de seu serviço. E assim, acreditarmos em Deus implica, confiarmos Nele, como nossa força, sem a qual não podemos fazer coisa alguma; quem a todo momento, nos dota com o poder do alto, sem o qual é impossível agradar a Ele; como nosso ajudador, nosso único auxílio nos momentos de preocupação; quem nos circunda com músicas de libertação; como nosso escudo; nosso defensor; e quem ergue nossas cabeças acima de todos os nossos inimigos que estão à nossa volta. Isto implica, em confiarmos em Deus, como nossa felicidade; como o centro dos espíritos; o único descanso de nossas almas; o único bem que é adequado para todas as nossas capacidades, e suficiente para satisfazer todos os desejos que Ele nos tem dado. Isto implica (o que está proximamente ligado ao outro), em confiarmos em
Deus como nossa finalidade; termos um único olho para Ele, em todas as coisas; usarmos todas as coisas apenas como meios de agradarmos a Ele; onde quer que estejamos, ou o que quer que façamos, vê-lo que é invisível, nos observando bem satisfeito, e submetendo todas as coisas a Ele, em Jesus Cristo. 5. Assim sendo, acreditar é a primeira coisa que devemos entender por servirmos a Deus. A segunda é amá-lo. Agora, amarmos a Deus da maneira que as Escrituras descrevem; da maneira que o próprio Deus requer de nós, exigindo compromisso, para operar em nós, -- é amarmos a Ele como o Único Deus; ou seja, 'com todo nosso coração, e com toda a nossa alma, e com toda a nossa mente, e com toda as nossas forças'; -- é desejarmos a Deus somente, por amor a Ele; e nada mais, a não ser com referência a Ele; -regozijarmo-nos em Deus; -- deleitarmo-nos no Senhor; não apenas para buscarmos, mas para encontrarmos felicidade Nele; para desfrutarmos de Deus como o Superior; descansarmos Nele, como nosso Deus e nosso tudo; -- em uma palavra, é termos tal possessão de Deus, que nos torna sempre felizes. 6. A terceira coisa que devemos entender por servir a Deus é assemelharmonos a Ele ou o imitarmos. Assim dizem os antepassados: 'a melhor adoração ou serviço a Deus, é imitar a Ele que você adora'. Nós aqui falamos de imitar ou assemelhar-se a Ele, no espírito de nossas mentes: porque é aqui que a verdadeira imitação cristã de Deus começa. 'Deus é um Espírito'; e eles que o imitam ou se assemelham a Ele, devem fazer isto 'em espírito e em verdade'. Agora Deus é amor: Portanto, eles, que se assemelham a Ele, no espírito de suas mentes, são transformados na mesma imagem. Eles são misericordiosos, assim como ele é misericordioso. A alma deles é todo amor. Eles são gentis, benevolentes, compassivos, bondosos de coração; e isto não apenas para com o bom e gentil, mas também para com o obstinado. Sim. Eles, assim como Eles amam a todo homem, e sua misericórdia se estende para todas as suas obras. 7. Uma coisa mais, nós devemos entender por servir a Deus, e esta é obedecermos a Ele; glorificarmo-lo, com nossos corpos, assim como, com nossos espíritos; mantendo seus mandamentos exteriores; zelosamente fazendo aquilo com a qual Ele se agrada; cuidadosamente, evitando o que Ele tem proibido; executando todas as ações comuns da vida, com um olhar único, e um coração puro; oferecendo todas elas, no amor santo e ardente, como sacrifícios a Deus, através de Jesus Cristo. 8. Vamos considerar agora o que nós entendemos, por outro lado, como servirmos a mammon. Primeiro, isto implica em confiarmos nas riquezas; no dinheiro; ou nas coisas adquiridas por meio dele, como nossa força, -- como os meios para conseguirmos o que quer que tenhamos em mão; em confiarmos nele como nosso ajudador, -- através do qual, buscamos ser confortados, ou libertos da preocupação. Isto implica em confiarmos no mundo para a felicidade; supondo que 'a vida do homem', o conforto de sua vida, 'consiste na abundância de coisas que ele possui'; buscarmos descanso nas coisas que são vistas; contentamento, na plenitude exterior;
esperarmos satisfação nas coisas do mundo, e que nunca poderão ser encontradas fora de Deus. E, se nós fazemos isto, nós não podemos deixar de fazer do mundo nossa finalidade; nosso objetivo último; se não, de todos, pelo menos, de muitos de nossos entendimentos; muitas de nossas ações e desígnios; nos quais nós almejamos apenas a melhora da saúde; obter prazer ou louvor; ganhar uma maior medida de coisas temporais, sem qualquer referência às coisas eternas. 9. O servirmos a mammon implica, em segundo lugar, amarmos o mundo; desejando-o apenas por amor a ele; colocando nossa alegria nas coisas dele; e fixando nossos corações sobre elas; buscarmos (o que, de fato, é impossível que possamos encontrar) nossa felicidade nisso; o descanso, com todo o peso de nossas almas, sobre o apoio de juncos quebrados, embora a experiência diária mostre que eles não poderão suportar, mas irão apenas 'entrar em nossa mão e perfurá-la'. 10. Assemelharmo-nos; estarmos em conformidade com o mundo, é a terceira coisa que entendemos por servirmos a mammon; não termos apenas desígnios, mas desejos, temperamentos, afeições, adequados àqueles do mundo; termos uma mente mundana, sensual, presa às coisas da terra; sermos obstinados, amantes desordenados de nós mesmos; pensarmos grandemente, em nossas próprias realizações; desejarmos e deleitarmo-nos no louvor de homens; temermos, evitarmos, e abominarmos reprovação; estarmos descontente com a censura; sermos facilmente provocados, e rápidos para retornarmos o mal com o mal. 11. Servirmos a mammon é, por último, obedecermos ao mundo, exteriormente confirmando suas máximas e costumes; caminharmos como outros homens caminham, numa estrada comum, em um caminho largo, sem obstáculos, e muito usado; é estarmos na moda; seguirmos à multidão; fazermos como o restante de nosso próximo; ou seja, fazermos a vontade da carne e da mente, para gratificarmos nossos apetites e inclinações; sacrificarmos a nós mesmos; almejarmos nosso próprio bem-estar e prazer, no curso geral, de nossas palavras ou ações. Agora, o que pode ser mais inegavelmente claro do que não podermos, assim, servir a Deus e a mammon? 12. Será que os homens não vêem que não se pode confortavelmente servir a ambos? Que se posicionar, entre Deus e o mundo, é o caminho certo para ficar desapontado em ambos, e não ter descanso, tanto em um, quanto em outro? Em que condição desconfortável está aquele que teme a Deus, mas não o ama, -- que, serve a Ele, mas não com todo seu coração, -- que tem apenas as lutas, mas não as alegrias da religião! Ele tem religião suficiente para torná-lo miserável, mas não o suficiente para fazê-lo feliz: Sua religião não o deixará desfrutar o mundo, e o mundo não permitirá que ele se alegre com Deus. Assim sendo, hesitando entre ambos, ele perde a ambos; e não tem lugar tanto em Deus quanto no mundo. 13. Será que os homens não vêem que ele não pode servir a ambos consistentemente consigo mesmo? Que consistência mais evidente pode ser concebida, do que a que deve continuamente aparecer em todo o comportamento, daquele que está se esforçando para obedecer a ambos esses mestres, -- empenhando-
se para 'servir a Deus e mammon?'. Ele é, na verdade, 'um pecador que segue dois caminhos'; dando um passo adiante, e um outro para trás. Ele está continuamente construindo com uma mão, e colocando abaixo com a outra. Ele ama e odeia o pecado: Ele está sempre buscando, e, ainda assim, sempre fugindo de Deus. Ele poderia e não poderia. Ele não é o mesmo homem, um dia inteiro; não, nem por uma hora consecutiva. Ele é uma mistura heterogênea de tuas espécies de contrariedades; um amontoado de contradições misturadas desordenadamente em um. Ó seja consistente consigo mesmo; ou um caminho, ou o outro! Vire para a direita, ou para a esquerda. Se mammon for seu deus, sirva a ele; se o Senhor o for, então sirva ao Senhor. Mas nunca pense em servir um e outro, afinal, exceto de todo o seu coração. 14. Será que cada homem razoável, racional, não vê que ele não pode possivelmente servir a Deus e a mammon? Porque existe a mais absoluta contrariedade; a mais irreconciliável animosidade entre eles. A contrariedade entre as coisas mais opostas na terra; entre fogo e água; escuridão e luz; desfazendo-se em nada, quando comparadas com a contrariedade entre Deus e mammon. Assim sendo, no que quer que sirva a um, você necessariamente renuncia ao outro. Você acredita em Deus, através de Cristo? Você confia Nele como sua força; sua ajuda; seu escudo; e sua grande recompensa? Como sua felicidade? Sua finalidade em tudo, acima de todas as coisas? Então, você não pode confiar nas riquezas. É absolutamente impossível que você possa, por quanto tempo você tenha fé em Deus. Confia assim nas riquezas? Então, você tem negado a fé. Você não confia no Deus vivo. Você ama a Deus? Você busca e encontra felicidade Nele? Então, você não pode amar o mundo; nem as coisas do mundo. Você está crucificado para o mundo, e o mundo crucificado para você. Você ama o mundo? As suas afeições estão fixadas nas coisas abaixo? Você busca felicidade nas coisas terrenas? Então, é impossível que você possa amar a Deus. Então, o amor do Pai não está em você. Você se assemelha a Deus? Você é misericordioso como o Pai é misericordioso? Você está transformado, através da renovação de sua mente, na imagem Dele que o criou? Então, você não pode estar em conformidade com o mundo presente. Você tem renunciado a todas essas afeições e luxúrias. Você está de acordo com o mundo? A sua alma ainda carrega a imagem terrestre? Você obedece a Deus? Você é zeloso para fazer Sua vontade na terra, como os anjos fazem no céu? Então, é impossível que você possa obedecer a mammon. Você coloca o mundo em desafio declarado. Você coloca seus costumes e máximas debaixo de seus pés, não segue, e nem é conduzido por eles. Você segue o mundo? Você vive como os outros homens? Você agrada a homens? Você agrada a si mesmo? Então, você não pode ser um servo de Deus. Você é um servo de seu mestre e pai, o diabo. 15. Portanto, 'você deve adorar o Senhor seu Deus; e a Ele apenas servir'. Deve colocar de lado todos os pensamentos de obedecer a dois mestres; de servir a Deus e a mammon. Não deve propor a si mesmo, resultado, ajuda, felicidade, a não ser Deus. Não deve buscar coisa alguma na terra, ou no céu, a não ser ele: Não deve almejar coisa alguma, a não ser conhecer, amar e deleitar-se Nele. E porque este é todo o seu trabalho abaixo; a única visão que você pode razoavelmente ter; o único
objetivo que você deve perseguir em todas as coisas, -- 'Por isso vos digo': (como nosso Senhor continua seu discurso) 'Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir':-- Uma direção profunda e convincente, que nos importa considerar e entender completamente bem. 16. Nosso Senhor, não requer aqui que possamos estar completamente sem propósito, mesmo no tocante ao que concerne a esta vida. Um temperamento leviano, descuidado, está bem distante de toda a religião de Jesus Cristo. Nem Ele requer que sejamos 'indolentes no trabalho'; sejamos negligentes e dilatórios nisso. Isto, igualmente, é contrário a todo espírito e caráter de Sua religião. Um cristão abomina preguiça, assim como bebedeira; e foge da inatividade, assim como ele faz do adultério. Ele conhece bem que existe uma espécie de pensamento e cuidado com que Deus está bem agradado; que é absolutamente necessário para a devida execução dessas obras exteriores, junto as quais a providência de Deus o tem chamado. É a vontade de Deus, que cada homem possa trabalhar para comer seu próprio pão; sim, e que cada homem possa prover para si mesmo; e para aqueles de sua própria casa. É igualmente Sua vontade que 'não devamos a homem algum, mas que providenciemos as coisas, honestas aos olhos de todos os homens'. Mas isto não pode ser feito, sem tomar algumas considerações; sem ter algum cuidado sobre nossas mentes; sim, e freqüentemente, não, sem uma reflexão longa e séria; não, sem muito cuidado, e cuidado sincero. Conseqüentemente, essa preocupação, para prover para nós mesmos, e para os de nossa casa; essa preocupação, em como restituir o que devemos a eles, nosso abençoado Senhor não condena. Sim, isto é bom e aceitável aos olhos de Deus, nosso Salvador. É bom e aceitável para Deus, que tenhamos preocupação, no que concerne ao que temos em mão; como a ter uma compreensão clara do que estamos por fazer; e planejar nossa tarefa, antes de darmos início a ela. E é certo que nós podemos, de tempos em tempos, considerar cuidadosamente quais são os passos que devemos tomar nisso; assim como, que devemos preparar todas as coisas de antemão, para conduzi-la da maneira mais efetiva. Esse cuidado, denominado por alguns como 'a preocupação da cabeça', de maneira alguma foi o que nosso Senhor objetivou condenar. 17. O que Ele condena aqui, é o cuidado excessivo do coração; a ansiedade; a inquietação desconfortável; a que traz aflição; toda aquela preocupação que causa dano à alma e ao corpo. O que Ele proíbe, é aquela agitação, que a experiência triste mostra, que enfraquece o sangue e esvazia o espírito; que antecipa toda a miséria que ela teme, e vem nos atormentar antes do tempo. Ele proíbe apenas aquela excitação que envenena as bênçãos de hoje, por temer o que possamos ser amanhã; que não pode desfrutar o presente plenamente, em meio às apreensões das necessidades futuras. Essa inquietação não é apenas uma doença desagradável, uma enfermidade grave da alma, mas também uma abominável ofensa contra Deus; um pecado dos mais abjetos. É uma alta afronta para o gracioso Governador, e sábio Disponente de todas as coisas; necessariamente implicando que o grande Juiz não está agindo corretamente; que Ele não está ordenando todas as coisas bem. Implica plenamente que Ele necessita, tanto de sabedoria – já que Ele não sabe quais as coisas de que necessitamos; quanto de santidade – se não as provém a todos aqueles que depositam
sua confiança Nele. Cuide, portanto, que você não se aflija nesse sentido: Que não esteja ansiosamente preocupado, com coisa alguma. Que não tenha um pensamento desconfortável. Esta é uma regra clara, e certa. Cuidado inquietante, é cuidado ilegítimo. Com um olho fixo em Deus, faça tudo que estiver ao seu alcance para prover as coisas, de maneira honesta, aos olhos de todos os homens. E, então, entregue tudo em mãos melhores; deixe todo o resultado para Deus. 18. 'Não tenham preocupação' desse tipo; não tenham preocupação inquietante, mesmo 'pela vida; pelo que vocês devam comer; ou o que beber; ou que vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?'. Se, então, Deus deu a vida, o maior dom de todos, Ele não dará alimento para sustentá-la? Se Ele deu a vocês um corpo, como vocês podem duvidar de que Ele dará o vestuário para cobri-lo? Mais especificamente, se vocês derem a si mesmos a Ele, e servirem-no com todo seus corações. 'Observem'; vejam, diante de seus olhos, 'as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros';e elas não têm falta de coisa alguma; 'seu Pai celestial as alimenta. Não são vocês muito mais do que elas?'. Vocês que são criaturas suscetíveis de Deus; não serão mais considerados aos olhos de Deus? Ou num grau e escala maior entre todos os seres? 'Ora, qual de vocês, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?'. Que proveito vocês têm, então, desse pensamento ansioso? Será, de qualquer modo, infrutífero e inútil. 'E por que se preocuparem com o vestuário?'. Vocês já não têm uma reprovação, para onde quer, que vocês virem seus olhos? 'Olhem para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo eu lhes digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno', (que é cortada, queimada e não mais vista) 'quanto mais não vai vestir a vocês, homens de pouca fé?'. Vocês, aos quais Ele fez para que vivessem para sempre; para serem os retratos de sua própria eternidade! Vocês são, de fato, de pouca fé; do contrário, não poderiam duvidar de seu amor e cuidado; não; nem por um momento. 19. 'Portanto, não se preocupem, dizendo: Que havemos de comer', se nós não ajuntamos tesouros na terra? 'Que havemos de beber', se nós servimos a Deus com toda nossa força; se nossos olhos estão unicamente fixados Nele? 'Com que nos havemos de vestir', se nós não estamos em conformidade com o mundo; se nós não obedecemos aqueles, através dos quais poderíamos ter proveito? 'Pois a todas estas coisas os gentios procuram', -- os ateus que não conhecem a Deus. Mas vocês estão conscientes de que 'seu Pai celestial sabe que vocês têm necessidade de todas essas coisas'. E Ele tem apontado um caminho infalível de vocês estarem constantemente sendo supridos nisto: 'Busquem, primeiro o Seu reino, e a Sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas'. 20. 'Busquem, primeiro o reino de Deus': -- Antes de dar lugar a alguma outra preocupação ou cuidado, que seja sua única preocupação que o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (que 'deu Seu único Filho Unigênito', para que, todo que nele crer, 'não pereça, mas tenha a vida terna') possa reinar em seus corações; possa manifestar a si mesmo em suas almas; e habitar, e lá comandar; que Ele possa 'atirar ao chão toda coisa imponente que exalta a si mesma contra o conhecimento de Deus, e traga cativo todo pensamento de obediência a Cristo'. Que Deus tenha o único domínio sobre vocês: Deixem-no reinar sem rival: Deixem que Ele possua todo o
coração de vocês, e os comande sozinho. Que Ele seja o único desejo de vocês; a alegria, o amor; de modo que tudo que está em você possa continuamente clamar: 'O Senhor Deus Onipotente reina'. 'Busque o reino de Deus, e sua retidão'. Retidão é o fruto do reino de Deus no coração. E o que é retidão, se não, amor? – o amor a Deus e a toda a humanidade, fluindo da fé. em Jesus Cristo, e produzindo humildade de mente; mansidão, gentileza, longanimidade, perseverança, morte para o mundo; e cada disposição correta do coração, em direção a Deus e ao homem. E, através disto, ela produz todas as ações santas; o que quer que seja amável ou de boa reputação; o que quer que seja obras da fé e trabalho do amor são aceitáveis para Deus, e adequado ao homem. 'Sua retidão'. – Isto é toda sua retidão ainda: É o seu próprio dom, livre para nós, por amor a Jesus Cristo, o justo, através de quem unicamente é conseguida para nós. E é sua obra; é Ele apenas que opera isto em nós, através da inspiração do Espírito Santo. 21. Talvez, observar bem isto, possa dar uma luz para algumas outras Escrituras, que nós não temos entendido sempre tão claramente. Paulo, falando em sua Epístola aos Romanos, concernente aos descrentes judeus, disse: 'Eles, sendo ignorantes da retidão de Deus, e pretendendo estabelecer sua própria retidão, não têm se submetido à retidão Dele. Eu acredito que isto possa ser o único sentido das palavras: Eles eram 'ignorantes da retidão de Deus'; não apenas da retidão de Cristo, imputada a cada crente, por meio da qual, todos os seus pecados são apagados, e ele é reconciliado para o favor de Deus: Mas (o que parece aqui ser mais imediatamente entendido) eles eram ignorantes daquela retidão interior; daquela santidade de coração, que é, com a mais extrema propriedade, denominada retidão de Deus; como sendo seus dons livres, através de Cristo; e sua própria obra, por meio de seu TodoPoderoso Espírito. E, porque eles eram 'ignorantes' disso, eles 'empreenderam estabelecer sua própria retidão'. Eles trabalharam para estabelecer aquela retidão exterior que poderia muito propriamente ser denominada sua própria. Já que ela nunca foi forjada pelo Espírito de Deus, nem pertenceu ou foi aceita por Ele. Eles teriam operado isto, eles mesmos, através da própria força natural; e, quando o fizeram, foi um fedor para suas narinas. Ainda assim, confiando nisso, eles 'não se submeteram à retidão de Deus'. Sim; eles se endureceram contra aquela fé, por meio da qual apenas, é possível ater-se a ela. 'Porque Cristo é a finalidade da lei, para a retidão de todo que crê'. Cristo, quando disse, 'Está terminado!', colocou um fim àquela lei, -- à lei dos ritos e cerimônias externas, que ele poderia trazer para uma melhor retidão, através de seu sangue; através daquela única oblação de si mesmo, uma vez oferecida, até mesmo a imagem de Deus, no mais íntimo da alma de cada um que crê. 22. Proximamente relacionado a essas são aquelas palavras do Apóstolo, em sua Epístola aos Filipenses: 'Eu considero todas as coisas como esterco, para que eu possa ganhar a Cristo'; uma entrada em seu reino eterno; 'e ser encontrado nele', acreditando nele, 'não tendo minha própria retidão, que é da lei, mas aquela que é através da fé de Cristo, a retidão que é de Deus pela fé'. – 'Não tendo minha própria retidão, que é da lei'; uma retidão meramente externa; a religião exterior que eu primeiramente tive, quando eu esperei ser aceito de Deus, porque eu fui 'tocado pela retidão que é da lei, sem culpa'; -- 'mas aquela que é através da fé em Cristo, a retidão que é de Deus pela fé'; (Filipense 3:8-9) aquela santidade do coração; aquela
renovação da alma, em todos os seus desejos, temperamentos e afeições, 'que é de Deus', (é a obra de Deus, e não do homem) 'pela fé'; através da fé de Cristo, através da revelação de Jesus Cristo em nós, e pela fé em seu sangue; por meio do qual somente, nós obtemos a remissão de nossos pecados, e uma herança entre aqueles que são santificados. 23. 'Busquem, primeiro' este 'reino de Deus', em seus corações; esta retidão, que é o dom e obra de Deus; a imagem de Deus renovada em suas almas; 'e todas essas coisas devem ser acrescidas a vocês'; todas as coisas necessárias para o corpo; tal a medida de tudo como Deus vê, a maioria para a promoção de seu reino. Essas serão acrescentadas, -- elas serão acrescentadas, além. Em buscar a paz e o amor de Deus, vocês não apenas encontrarão o que vocês mais imediatamente procuram, mesmo o reino que não pode ser movido; mas também o que vocês não buscam, -não, afinal, por causa dele, mas apenas em referência ao outro. Vocês encontrarão em seu caminho para o reino, todas as coisas exteriores, tanto quanto elas sejam convenientes para vocês. Esse cuidado Deus tem tomado sobre si mesmo: Joguem sobre Ele todas as suas preocupações. Ele conhece suas necessidades; e o que quer que esteja faltando, Ele não falhará em suprir. 24. 'Portanto, não se preocupem com o amanhã'. Não apenas não tenham preocupação em como ajuntarem tesouros na terra; como fazerem aumentar os bens materiais; não se preocupem, em como procurarem mais alimento do que aquele que vocês podem comer; ou mais vestuário do que podem vestir; ou mais dinheiro do que o dia a dia de uma vida simples e com propósitos razoáveis pode requerer; -- nem tenham um pensamento inquietante, mesmo no que concerne àquelas coisas que são absolutamente necessárias para o corpo. Não aflijam a si mesmos agora, com o que deverão fazer numa época ainda distante. Talvez, aquela época nunca chegue; ou não dirá mais respeito a vocês; -- antes, então, vocês terão passado por todas as ondas, e terão embarcado na eternidade. Todas essas visões distantes não pertencem a vocês; vocês são criaturas do dia a dia. Mais ainda, o que vocês poderão fazer pelo amanhã, mais estritamente falando? Por que causarem confusão a si mesmos, sem necessidade? Deus providencia para vocês hoje o que é necessário para sustentarem a vida que Ele tem dado a vocês. É o suficiente. Entreguem-se nas mãos deles. Se vocês forem viver mais um dia, Ele providenciará para este também. 25. Acima de tudo, não tenham preocupação com coisas futuras, com a pretensão de negligenciarem o dever presente. Este é o caminho mais fatal de 'se preocupar com o amanhã'. E quão comum é isto entre os homens! Muitos, se nós os exortamos a manterem a consciência isenta de ofensa; para absterem-se daquilo que estamos convencidos seja mal, não têm escrúpulos em replicar: 'Como, então, devemos viver? Nós não devemos nos preocupar conosco mesmos e com nossas famílias?'. E isto eles imaginam ser razão suficiente para continuarem em pecado conhecido e terrível. Eles dizem, e talvez pensem, que poderiam servir a Deus agora, não fossem eles, mais tarde, perder seu alimento. Eles se preparariam para a eternidade; mas estão temerosos pela falta do que é necessário para a vida. Assim, eles servem o diabo, por causa de um pedacinho de pão; eles se apressam para o inferno, por medo da necessidade; eles atiram fora suas pobres almas, a fim de que eles não possam, algum tempo ou outro, não alcançar o que é necessário para seus corpos! Não é estranho que eles que lidam com o assunto, fora das mãos de Deus,
possam estar tão freqüentemente desapontados das mesmas coisas que eles buscam; que, enquanto eles atiram fora o céu, para assegurar as coisas da terra, eles perdem uma, mas não ganham a outra? O zeloso Deus, no sábio curso de sua providência, freqüentemente permite isto. De maneira que, estes que não colocam suas preocupações em Deus; que têm aflições por coisas temporais, têm pouco interesse pelas coisas eternas; perdem a mesma porção que eles têm escolhido. Existe uma influência maléfica visível, em todas as suas incumbências; o que quer que eles façam, não prospera; de tal maneira que, depois de terem preterido Deus ao mundo, eles perdem o que eles buscaram, tanto quanto o que eles não buscaram: Eles não alcançam o reino de Deus, e sua retidão; nem ainda as outras coisas são acrescentadas a eles. 26. Existe uma outra maneira de 'nos preocuparmos com o amanhã', que é igualmente proibido nessas palavras. É possível preocuparmo-nos de modo errado, mesmo com respeito às coisas espirituais; sermos tão cuidadosos a respeito do que pode acontecer mais tarde, a ponto de negligenciarmos o que é requerido agora de nossas mãos. Quão insensivelmente nós deslizamos nisto, se não estamos continuamente vigiando com oração! Quão facilmente somos levados, em uma espécie de sonho acordado, projetando cenas remotas, e desenhando cenários aprazíveis em nossa própria imaginação! E nós pensamos, no que iremos fazer, quando estivermos em tal lugar, ou quando tal tempo chegar! Quão útil seria; quão produtivo nas boas obras, quando nós estivermos mais facilmente nessas nossas condições. Quão sinceramente serviremos a Deus, quando tal obstáculo estiver fora do caminho! Ou, talvez, vocês estejam agora na opressão da alma: Deus, como aconteceu, esconde sua face de vocês. Vocês vêem pouco da luz de seu semblante: vocês não podem testar seu amor redentor. Em tal temperamento de mente, quão natural é dizer: 'Ó como eu irei louvar a Deus, quando a luz de seu semblante tiver novamente se erguido na minha alma! Como eu irei exortar outros a louvá-lo, quando seu amor estiver novamente espalhado em meu coração! Então, eu irei fazer assim e assim: eu irei falar para Deus em todos os lugares: Eu não irei me envergonhar do Evangelho de Cristo. Eu irei redimir o tempo: e usar o mais aprimorado talento que eu tenho recebido'. Não acreditem em si mesmos. Vocês não irão fazer isto, então, a menos que o façam agora. 'Aquele que é fiel no pouco', de qualquer espécie que seja, se for bens materiais, ou o temor, ou amor de Deus, 'será fiel naquilo que é muito'. Mas se vocês agora escondem um talento na terra, vocês irão esconder, então, cinco: Ou seja, se eles alguma vez forem dados; mas existe uma pequena razão para esperar que eles sempre serão. De fato, 'junto a ele que tem', ou seja, que usa o que tem, 'será dado, e ele terá mais abundantemente. Mas aquele que não tem', ou seja, que não usa da graça que ele já tem recebido, que, menor ou maior grau, 'será tomado mesmo o que ele tem'. (Lucas 8:18). 27. E não se preocupem pelas provas do amanhã. Esta também é uma armadilha perigosa. Não pensem: 'Quando tal prova vier, o que irei fazer? Como deverei ficar? Eu sinto que não tenho forças para resistir. Eu não sou capaz de dominar aquele inimigo'. A maior verdade: Vocês não têm agora o poder do qual vocês não necessitam. Vocês, neste momento, não estão capacitados para vencerem
aquele inimigo; e nesse momento, ele não irá atacá-los. Com a graça que vocês têm agora, vocês não podem resistir às tentações que vocês não estão sofrendo. Mas, quando as provas vierem, a graça virá. Nas maiores experimentações, vocês terão a maior força. Quando os sofrimentos abundarem, as consolações de Deus virão, na mesma proporção, abundantes também. De maneira que, em cada situação, a graça de Deus será suficiente para vocês. Ele não irá permitir que vocês 'sejam tentados hoje', acima daquilo que vocês sejam capazes de suportar, e 'em cada tentação ele irá criar um caminho para escape'. 'Como forem teus dias, assim serão tuas forças'. (Deuteronômio 33:25) 'Seja de ferro e de metal o teu calçado; e a tua força seja como os teus dias'. 28. 'Deixem que o amanhã', portanto, 'preocupe-se consigo mesmo'; ou seja, quando o amanhã vier, então, pensem nele. Vivam o hoje. Seja o sincero cuidado de vocês, melhorarem a presente hora. Isto compete a vocês; e isto é tudo com que devem se preocupar. O passado é como nada; como se nunca tivesse existido. O futuro é nada para vocês. Ele não lhes pertence; talvez, nem nunca chegue a pertencer. Não se pode estar na dependência do que está por vir; porque vocês 'não sabem o que o dia poderá trazer'. Portanto, vivam o presente: não percam uma hora. Usem esse momento; porque ele é a sua porção. 'Quem, debaixo do sol, já sabia das coisas que vieram antes dele, ou o que deverá vir depois?'. As gerações que existiram desde o começo do mundo, onde elas estão agora? Passaram rapidamente: Estão esquecidas. Elas se foram; elas viveram seus dias; elas foram tiradas da terra, como as folhas de suas árvores: Elas viraram pó comum! Outra e outra raça sucederam; e, então, 'seguiram a geração de seus antepassados, e nunca mais viram a luz'. Agora são vocês que estão sobre a terra. 'Regozijem-se', ó jovens, nos dias de sua juventude! Desfrutem muito, muito agora, alegrando-se com Ele, 'cujos dias não acabam'. Permitam que seus olhos estejam singularmente fixos Nele, 'que não é inconstante, nem demonstra a menor mudança!'. Agora dêem a Ele os seus corações; permaneçam Nele? Sejam santos, como Ele é santo. Abracem a oportunidade abençoada de fazer a Sua vontade aceitável e perfeita. Regozijem-se 'para suportarem a perda de todas as coisas', assim, vocês poderão 'ganhar a Cristo'. 29. Felizes, por suportarem hoje, por amor a Seu nome, o que quer que Ele permita que venha, neste dia, sobre vocês. Mas não se preocupem com o amanhã. 'É suficiente a cada dia o seu mal'. O mal é, falando da maneira dos homens, a reprovação, a necessidade, a dor ou enfermidade; mas na linguagem de Deus, tudo é bênção: É o precioso bálsamo preparado pela sabedoria de Deus, e distribuído, diferentemente, entre seus filhos, de acordo com as várias enfermidades de suas almas. E Ele dá, em um dia, o suficiente para aquele dia; proporcionado à necessidade e força do paciente. Se, por conseguinte, vocês quiserem hoje, o que pertence ao amanhã; se vocês acrescentarem isso ao que já é dado a vocês, isto será muito mais do que poderão suportar: Este é o caminho não para a cura, mas para a destruição de suas próprias almas. Tomem, portanto, a medida exata do que Ele deu a vocês, hoje. Hoje, façam e suportem o que é da vontade Dele! Hoje, entreguem-se; seus corpos, almas e espírito, a Deus, através de Jesus Cristo; desejando nada mais, a não ser que Deus possa ser glorificado em tudo que vocês são; em tudo que vocês fazem; em tudo que suportam; não buscando coisa alguma, a não ser conhecer a Deus, e ao Seu Filho, Jesus Cristo, através do Espírito eterno; nada almejando, a não ser amar a Ele, servilo, e alegrar-se Nele nessa hora, e para toda a eternidade!
Agora, junto 'a Deus, o Pai, que fez a mim e a todo o mundo'; junto a 'Deus, o Filho, que tem me redimido e a toda a humanidade' junto 'a Deus, o Espírito Santo, que santificou a mim e a todo o povo eleito de Deus'; seja a honra e louvor; majestade e domínio, para sempre e sempre! Amém! . [Editado por Joel Nye, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções por George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
Sobre Sermão do Monte – Parte X John Wesley Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes, vós sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que tu reparas no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? - E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lo também vós, porque esta é a lei e os profetas. (Mateus 7:1-12)
1. Nosso abençoado Senhor, tendo agora terminado seu principal objetivo; primeiro, entregando a soma da religião verdadeira, cuidadosamente guardando-se contra aqueles comentários de homens, por meio dos quais, eles tornariam a Palavra de Deus sem efeito; em seguida, colocando as regras no tocante à correta intenção que temos de preservar, em todas as nossas ações exteriores, agora prossegue, apontando os principais entraves dessa religião, e concluindo com toda a aplicação adequada. 2. No quinto capítulo, nosso grande Professor tem descrito completamente a religião interior em suas várias ramificações. Lá, Ele colocou diante de nós, aquelas disposições de alma que constituem o Cristianismo real; os temperamentos contidos nesta 'santidade, sem a qual nenhum homem verá ao Senhor'; as afeições que, quando fluem de sua fonte própria, da fé viva em Deus, através de Jesus Cristo, são intrínseca e essencialmente boas, e aceitáveis para Deus. No sexto, Ele mostrou como todas as nossas ações igualmente, mesmo aquelas que são indiferentes, em sua própria natureza, podem se tornar santas, boas e aceitáveis para Deus, através de uma intenção pura e santa. O que quer que seja feito, sem isto, Ele declara sem valor algum para Deus: considerando que, quaisquer que sejam as obras exteriores, assim consagradas a Deus, são, a seus olhos, de grande valor. 3. Na primeira parte desse capítulo, ele indica o mais comuns e fatais obstáculos a essa santidade: No último, Ele nos exorta através de motivos diversos, a abrir caminho por entre eles, e assegurar o prêmio de nosso alto chamado. 4. O primeiro obstáculo do qual Ele nos previne é o julgamento. 'Não julgueis, para que não sejais julgados'. Não julgarmos os outros, para que não sejamos julgados pelo Senhor, para que não tragamos a vingança sobre nossas próprias cabeças. 'Porque com o juízo com que julgardes, vós sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós': -- Uma regra clara e eqüitativa, por meio da qual, Deus permite que determinemos para nós mesmos, de que maneira Ele
deverá proceder conosco no julgamento do grande dia. 5. Não existe situação da vida, em qualquer período de tempo, do momento de nosso primeiro arrependimento e crença no Evangelho, até que estejamos perfeitos no amor, onde essa advertência não seja necessária para cada filho de Deus. Porque oportunidades de julgamento nunca faltarão. E as tentações a ele são inumeráveis: muitas, tão ardilosamente disfarçadas, que nós caímos no pecado, antes mesmo de suspeitarmos de algum perigo. E inexplicáveis são os enganos produzidos, daí em diante, -- sempre àquele que julga o outro, assim prejudicando sua própria alma, e expondo a si mesmo ao julgamento justo de Deus; -- e freqüentemente àqueles que são julgados, que se tornam impotentes; enfraquecidos e obstruídos em seu curso, se não, totalmente fora dele, fazendo com que retornem mesmo à perdição. Sim; quão freqüentemente, 'muitos se corrompem', quando essa 'raiz da amargura brota'; já que, por meio disto, o próprio caminho da verdade é mal falado, e aquele nome honrado, pelo qual somos chamados, é caluniado! 6. Ainda assim, não parece que nosso Senhor designou essa advertência apenas, ou principalmente para os filhos de Deus; mas, preferivelmente, para os filhos do mundo – para os homens que não conhecem a Deus. Esses não podem deixar de ouvir desses que não são do mundo; que seguem em busca da religião acima descrita; que se esforçam para serem humildes, sérios, gentis, misericordiosos, e puros de coração; que sinceramente desejam tais medidas daqueles temperamentos santos, quando eles não obtiveram, e esperam por eles, fazendo todo o bem a todos os homens, pacientemente suportando o mal. Quem quer que vá, assim tão longe, não pode ser oculto – não mais do que 'uma cidade encima de uma colina'. E por que não aqueles que 'vêem' suas 'boas obras glorificarem seu Pai que está no céu?'. Que desculpa, eles têm para não trilharem seus passos? — para não imitarem o exemplo deles, e serem seus seguidores, como eles também são seguidores de Cristo? Por que, com o objetivo de providenciarem uma desculpa para si mesmos, eles condenam aqueles a quem eles deveriam imitar? Eles passam seu tempo, em se certificarem das faltas de seu próximo, em vez de emendarem as suas próprias. Eles estão tão ocupados a respeito dos outros saírem de seus caminhos, que eles mesmos nunca entraram nele, afinal; pelo menos, nunca avançaram; nunca seguiram além da pobre forma morta de santidade sem poder. 7. É, mais especialmente, para esses, que nosso Senhor diz: 'E por que tu reparas no argueiro que está no olho do teu irmão', -- as enfermidades, os enganos, a imprudência, a fraqueza dos filhos de Deus; -- 'e não vês a trave que está no teu olho?'. Tu não ponderaste a condenável obstinação no erro; o orgulho satânico; a execrável vontade própria; o amor idólatra ao mundo, que estão em ti mesmo, e que fazem com que toda a sua vida seja uma abominação para o Senhor. Acima de tudo, com que indolente negligência e indiferença tu estás dançando sobre a boca do inferno! E 'como, então', com que graça, com que decência e modéstia, 'tu irás dizer ao teu irmão, deixa-me tirar o argueiro de teu olho'; -- o excesso de zelo; a abnegação extrema; o imenso desembaraço das preocupações e empreendimentos mundanos; o desejo de estar, dia e noite, em oração; ou ouvir as palavras da vida eterna? – 'Observa a trave que está em teu próprio olho!'. Não um cisco, como um desses. 'Tu, hipócrita!', que pretendes cuidar dos outros, e não tens cuidado com tua própria alma; que mostras um zelo pela causa de Deus, quando, na verdade, tu nem
amas, nem temes a Ele! 'Primeiro, tira a trave de teu próprio olho': Joga fora a trave da impenitência! Conhece a ti mesmo! Vê e sente que tu mesmo és um pecador! Sente que teu interior é muito perverso; tu és completamente corrupto e abominável; e que a ira de Deus habita sobre ti! Atira fora a trave do orgulho; abomina a ti mesmo; afunde como na poeira e cinzas; sejas cada vez menor, e insignificante, e comum, e vil aos teus próprios olhos! Tira a trave da vontade própria! Aprende o que significa, 'se algum homem quiser me seguir, que ele renuncie a si mesmo'. Nega a ti mesmo, e tome tua cruz diária. Deixa que toda tua alma clame: 'Eu vim do céu', -- porque assim tu vieste; teu espírito imortal, se tu o conheces ou não, -- 'não para fazer minha própria vontade, mas a vontade Dele que me enviou'. Atira fora a trave do amor ao mundo! Não ama o mundo, nem as coisas do mundo. Sê tu crucificado para o mundo, e o mundo crucificado para ti. Usa o mundo apenas para agradar a Deus. Busca toda tua felicidade Nele! Acima de tudo, atira fora a maior trave: o descuido e a indiferença, indolentes! Considera profundamente, que 'uma coisa é necessária'; a única coisa que tu tens dificilmente pensado a respeito: Sabe e sente que tu és um miserável ser humano, pobre vil e culpado, tremendo sobre o grande abismo! O que tu és? Um pecador nascido para morrer; uma folha levada pelo vento; um vapor pronto a desaparecer; apenas surgindo, e, então, movimentandose depressa no ar, para não mais ser visto! Vê isto! E, assim, tu deverás ver claramente, para lançar fora o cisco do olho de teu irmão'. Então, se tiveres tempo livre das preocupações de tua própria alma, tu saberás como corrigir teu irmão também. 8. Mas qual é propriamente o significado dessas palavras: 'Não julgueis?'. Qual o julgamento que está aqui proibido? Não é o mesmo que a maledicência, embora esteja freqüentemente unida a ela. A maledicência é o relatar alguma coisa que seja má, com respeito a uma pessoa ausente; considerando que o julgamento pode indiferentemente se referir tanto ao ausente, quanto ao presente. Nem necessariamente implica em falar mal, afinal, mas apenas o pensar mal de outro. Não que toda espécie de pensamento mau de outros seja aquele julgamento que o Senhor condena. Se eu vejo alguém cometendo roubo ou assassinato; ou o ouço blasfemar o nome de Deus, eu não posso refrear-me de pensar mal do ladrão ou assassino. Ainda assim, não se trata de pensar mal. Não existe pecado nisso, nem alguma coisa contrária a exprimir sentimento. 9. O pensar a respeito do outro, de uma maneira que seja contrária ao amor, é aquele julgamento que está aqui condenado; e isto pode ser de várias espécies. Primeiro, nós podemos pensar que alguém é culpado, quando ele não é. Nós podemos colocar sob sua responsabilidade (pelo menos em nossa própria mente), as coisas das quais ele não é culpado; as palavras que ele nunca disse, ou as ações que ele nunca realizou. Ou podemos pensar que sua maneira de agir seja errada, embora, na realidade, não seja. E mesmo onde nada pode justamente ser acusado, tanto nas próprias coisas, quanto na maneira de executá-las, nós podemos supor que sua intenção não foi boa, e, assim condená-lo por este motivo, ao mesmo tempo em que Ele, que conhece o coração vê sua simplicidade e sinceridade santa. 10. Mas nós não podemos apenas cair no pecado de julgamento, por condenarmos o inocente; mas também, em Segundo Lugar, por condenarmos o culpado, além do que ele merece. Esta forma de julgamento é igualmente uma ofensa
contra a justiça, assim como a misericórdia; e ainda, tal ofensa, quando nada mais pode, nos assegura, a não ser da mais forte e terna afeição. Sem isto, nós rapidamente suporíamos que alguém, reconhecidamente em falta, seja mais culpado do que ele realmente é. Nós subestimaríamos qualquer bem que fosse encontrado nele. Mais ainda, nós não seríamos facilmente induzidos a acreditar que alguma coisa boa pode permanecer nele, em quem nós teríamos encontrado nada que fosse mal. 11. Tudo isso mostra a manifesta necessidade daquele amor que não pensa mal; que nunca esboça uma conclusão injusta ou indelicada, quaisquer que sejam as premissas. O amor nunca irá inferir da queda de alguém, uma vez encontrado numa atitude de pecado declarado, o qual está acostumado a praticar, que ele já é culpado: E se ele foi culpado uma vez, o amor não conclui que ele ainda seja, muito menos, que se ele é agora culpado disso, por conseguinte, deve ser culpado de outros pecados também. Essas conclusões maldosas pertencem àquele julgamento pecaminoso, do qual nosso Senhor nos alerta contra; e do qual nós estamos altamente preocupados a evitar, se nós amamos a Deus ou nossas próprias almas. 12. Mas, supondo que nós não condenamos o inocente, nem o culpado, mais além do que ele merece; ainda assim, nós não podemos estar completamente fora da armadilha: Porque existe, em Terceiro Lugar, uma forma de pecado de julgamento, que é o condenar alguma pessoa, onde não existe evidência suficiente, afinal. E mesmo que os fatos que supomos sejam verdadeiros; ainda assim, isto não nos absolve. Porque eles não deveriam ter sido supostos, mas provados; e ainda que fossem, nós não deveríamos ter formado julgamento; -- eu digo, ainda que fossem; nós não poderíamos ser desculpados; mesmo que os fatos admitissem sempre provas tão fortes; a menos que aquelas provas tivessem sido produzidas, antes que executássemos a sentença, e comparadas com a evidência de outro lado. Nem poderíamos ser desculpados, se alguma vez, nós executamos a sentença completa, antes que o acusado tenha falado por si mesmo. Mesmo um judeu poderia nos ensinar isto, como uma mera lição de justiça abstraída do amor misericordioso e fraternal. 'Não julgue', diz Nicodemos, 'porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?' (João 7:51). Sim, um pagão poderia responder, quando o chefe da nação judaica desejou julgar seu prisioneiro: 'Não é a maneira dos romanos' julgar 'homem algum, antes que o acusado esteja face a face com seus acusadores, e tenha permissão de responder por si mesmo, concernente ao crime que lhe é imputado'. 13. De fato, nós não cairíamos facilmente no pecado de julgamento, se nós apenas observássemos aquela regra, que outro [Sêneca] daqueles ateus romanos afirmou ter sido a medida de sua própria prática. 'Eu estou tão distante', diz ele, 'de levemente acreditar em todo homem, ou em alguma evidência dos homens contra outro, que eu não facilmente ou imediatamente acredito na evidência de um homem contra si mesmo. Eu sempre permito a ele uma segunda opinião, e muitas vezes o aconselho também'. Assim sendo, tu que és chamado de cristão faças o mesmo, a fim de que o pagão não se levante e condene a ti naquele dia! 14. Mas quão raramente nós poderíamos condenar ou julgar um outro, pelo menos, quão logo poderia aquele mal ser remediado, se nós caminhássemos através daquela regra clara e expressa que o próprio nosso Senhor nos ensinou! – 'Se teu irmão cometer falta contra ti', ou, se tu ouvires, ou acreditares que ele o fez, 'vai e
dize a ele da sua falta, entre ele e ti somente'. Este é o primeiro passo que deves tomar. 'Mas se ele não ouvir, toma contigo um ou dois mais, para que na boca de duas ou três testemunhas, toda palavra possa ser estabelecida'. Este é o segundo passo. 'Se ele negligenciar ouvi-los, diga-o à igreja', tanto ao inspetor nela, ou à congregação toda. Tu terás, então, feito a tua parte. Assim sendo, não te preocupes mais, mas recomenda tudo a Deus. 15. Mas supondo que tu tenhas, pela graça de Deus, 'tirado a trave de teu próprio olho', e agora 'podes ver claramente o cisco ou a trave que está no olho de teu irmão', cuida de não causares dano a ti mesmo, por esforçar-te para ajudá-lo. Ainda assim, 'não dá o que é santo aos cães'. Não tenha a mais leve preocupação que alguém possa ser dessa forma; mas, se evidentemente parecer que ele mereça o título, então, 'não atira pérolas aos porcos'. Toma cuidado quanto aquele zelo que não está de acordo com o conhecimento. Porque este é um outro grande obstáculo no caminho daqueles que poderiam 'ser perfeitos, como o Pai celestial é perfeito'. Eles que desejam isto, não podem deixar de desejar que toda humanidade possa fazer parte da bênção comum. E, quando nós mesmos, primeiro participarmos do dom celestial, da 'evidência divina das coisas que não são vistas', nós nos admiraremos que toda a humanidade não veja as coisas que nós vemos tão claramente; e não teremos dúvida, afinal, de que devemos abrir os olhos de todos aqueles com os quais temos intercurso. Conseqüentemente, nos dedicaremos, sem demora, inteiramente ao trabalho, com todos aqueles que encontrarmos, e os constrangeremos a ver, quer eles vejam ou não. E, pelo sucesso desfavorável desse zelo excessivo, nós freqüentemente afligimos nossas próprias almas. Para prevenir esse gasto de nossa energia em vão, nosso Senhor acrescenta essa precaução necessária (necessária a todos, mas, mais especificamente, àqueles que estão agora aquecidos no seu primeiro amor) 'Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem' (Mateus 7:6). 16. 'Não dêem o que é santo aos cães'. Acautelem-se para não pensarem que alguém mereça essa apelação, até que haja prova completa e incontestável, tal como vocês não poderão resistir muito tempo. Mas, quando for provado, claramente e indiscutivelmente, que eles são homens impuros e pecaminosos, não apenas estranhos, mas inimigos de Deus, e de toda retidão e santidade verdadeira; 'não dêem o que é santo', -- 'as coisas santas' – enfaticamente, assim chamadas – a esses. As doutrinas santas e peculiares do Evangelho – tais que estiveram 'ocultas nas épocas e gerações' dos antigos, e agora se tornaram conhecidas a nós, através da revelação de Jesus Cristo, e a inspiração de seu Espírito Santo. Não que os embaixadores de Cristo possam refrear de declará-las na grande congregação, onde alguns desses provavelmente estejam; nós devemos falar, quer os homens vão ouvir, ou quer eles reprimam; mas este não é o caso com os cristãos privados. Eles não suportam esse terrível caráter; nem estão debaixo da obrigação de forçar essas grandes e gloriosas verdades neles, que as contradizem e blasfemam; que tem a inimizade enraizada contra elas. Mais ainda, eles não devem proceder assim, mas preferivelmente conduzilos, na medida em que eles sejam capazes de suportar. Não comecem um discurso sobre remissão dos pecados e o dom do Espírito Santo; mas falem com eles da maneira própria deles, e de acordo com seus próprios princípios. Com o racional, honorável, e injusto epicurista, a razão 'da retidão, temperança e julgamento a vir'. Este é o caminho mais provável de fazerem Felix tremer. Reservem os seus assuntos
mais importantes para homens de grande entendimento. 17. 'Nem atirem pérolas aos porcos'. Mas relutem muito em fazer esse julgamento a algum homem. Porém, se de fato for claro e inegável; claro, além de toda controvérsia; se os "suínos" não se esforçarem, para dissimularem a si mesmos, antes, glorificam-se em suas vergonhas, não tendo pretensão de purificar tanto o coração quanto a vida, mas executam toda sujeira com ganância; então, 'não atirem' suas pérolas diante deles. Não falem sobre os mistérios do reino; sobre as coisas que os olhos não vêem; nem os ouvidos ouvem; o que, em conseqüência de eles não terem outros meios de conhecimento, nenhum dos sentidos espirituais, não pode entrar em seus corações conceberem. Não digam a eles 'das promessas excessivamente grandes e preciosas', que Deus nos tem dado, no Filho de seu amor. Que concepção, aqueles que nem mesmo desejam escapar da corrupção que está no mundo, através da luxúria, podem ter de serem feitos parceiros da natureza divina? Tanto quanto o conhecimento que os suínos têm das pérolas; tanto quanto o prazer que têm por elas; assim eles serão quanto às coisas profundas de Deus; ao que conhecem dos mistérios do Evangelho; imersos que estão, na mira desse mundo; nos prazeres, desejos e cuidados terrenos. Ó, não atirem pérolas diante desses, 'para que não as pisem!' – a fim de que eles não desprezem extremamente o que eles não podem entender, e falem mal das coisas que eles não conhecem. Mais ainda, é provável que esta não seja a única inconveniência que poderia se seguir. Não seria estranho se eles, de acordo com a sua natureza, 'se virassem contra vocês, e os despedaçassem'; se eles retribuíssem o bem com o mal; praguejando e blasfemando; e a boa vontade com o ódio. Tal é a inimizade da mente carnal contra Deus e todas as coisas de Deus. Tal é o tratamento que vocês devem esperar desses, se vocês oferecerem a eles uma imperdoável afronta de esforço para salvar suas almas da morte; para tirá-los, como se fossem carvões, do fogo. 18. E ainda assim, vocês não precisam se desanimar extremamente; mesmos por causa destes, que, para o presente, 'viram-se contra vocês e os despedaçam'. Porque se todos os seus argumentos e persuasões falharem, existe ainda um outro remédio restante; um que é freqüentemente considerado efetivo, quando nenhum outro método tem eficácia: a oração. Por conseguinte, quer vocês desejem ou necessitem, tanto para outras, como para suas próprias almas, 'peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam e abrir-se-lhes-ão'. O negligenciar isto, é o Terceiro grande obstáculo da santidade. Se ainda 'não tivemos, é porque não pedimos'. Ó quão mansos e gentis; quão humildes de coração, quão cheios de amor a Deus e aos homens, vocês poderiam ter sido, até então, se vocês tivessem apenas pedido; --se vocês tivessem continuado em oração constante! Por conseguinte, agora, pelo menos, 'peçam, e lhes será dado'. Peçam, que vocês poderão experimentar completamente, e perfeitamente, a prática de toda aquela religião que nosso Senhor tem aqui tão maravilhosamente descrito. E vocês deverão ser santos, como Ele é santo, no coração, e em tudo que falarem. Busquem, no caminho que ele ordenou; estudando as Escrituras; ouvindo Sua Palavra; meditando nela; jejuando; partilhando da Ceia do Senhor, e, certamente, encontrarão: Vocês encontrarão está pérola de grande valor; aquela fé que supera o mundo; aquela paz que o mundo não pode dar; aquele amor que é a garantia da herança de vocês. Batam; continuem em oração, e em todo o outro caminho do Senhor: Não sejam enfadonhos e
fracos em suas mentes. Prossigam até a marca do verdadeiro cristão: não rejeitem: não deixem que Ele se vá, antes que Ele os abençoe. E as portas da misericórdia, da santidade, dos céus possam estar abertas a vocês 19. É pela misericórdia à dureza de nossos corações, tão hesitantes em acreditarem na santidade de Deus; que nosso Senhor se agradou de se estender sobre esse assunto, repetindo e confirmando o que Ele falou. 'Porque todo aquele', diz o Senhor, 'que pedir, receberá'; de modo que ninguém precisa ser insuficiente de bênçãos; 'e todo aquele que buscar', mesmo qualquer um que buscar, 'encontrará' o amor e a imagem de Deus; 'e para ele que bater', para todo aquele que bater, o portão da retidão lhe será aberto. De maneira que aqui não existe motivo para alguém ser desencorajado, ainda que eles perguntassem ou batessem em vão. Apenas lembrem-se sempre de orarem, buscarem, baterem, e não esmorecerem. E, então, a promessa permanece certa. Ela será firme, como os pilares dos céus; -- sim, muito mais firmes; porque os céus e terra irão passar, mas Suas palavras não passarão. 20. Para eliminar toda pretensão à descrença, nosso abençoado Senhor ilustra, nos seguintes versos, ainda mais além do que Ele disse, através de um apelo quanto ao que se passa em nossos próprios sentimentos. 'Que homem', diz ele, 'existe entre vocês, que, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra?'. Será que mesmo a afeição natural irá permitir que vocês recusem um pedido razoável de alguém que vocês amam? 'Ou se ele pedir um peixe, lhe dará uma serpente?'. Vocês irão dar a ele algo nocivo, em vez de proveitoso? De modo que, mesmo daquilo que vocês sentem e vocês mesmos fazem, vocês possam receber a mais completa segurança, de que, por um lado, nenhum mau propósito pode possivelmente atender seu pedido; e, por outro, que ele será atendido com aquele bom propósito; um completo suprimento de todas as suas necessidades. Porque 'se vocês que são maus, sabem dar o que é bom para seus filhos, quanto mais seu Pai que está no céu', que é puro, e essencialmente bom, 'dará boas coisas àqueles que pedirem a Ele!'. Ou, (como Ele expressa isto em outra ocasião), 'dar o Espírito Santo àqueles que pedem a Ele?'. Nele estão incluídas todas as boas coisas; toda a sabedoria, paz, alegria, amor; todos os tesouros da santidade e felicidade; tudo que Deus tem preparado para aqueles que o amam. 21. Mas para que sua oração possa ter seu valor completo para com Deus, veja que vocês sejam misericordiosos com todos os homens; porque, do contrário, será mais igualmente como trazer uma maldição, do que uma bênção sobre suas cabeças; nem vocês poderão esperar receber alguma bênção de Deus, enquanto vocês não tiverem misericórdia em direção ao seu próximo. Portanto, permitam que esse obstáculo seja removido sem demora. Confirmem seu amor para com o outro, e para com todos os homens. E os amem, não apenas na palavra, mas na ação e na verdade. 'Por conseguinte, em todas as coisas,o que quer que vocês queiram que os homens façam a vocês, façam o mesmo a eles; porque esta é a lei e os profetas'. 22. Esta é aquela lei real, a regra de ouro da misericórdia, assim como da justiça, que, mesmo o Imperador pagão fez com que fosse escrita sobre os portões de seu palácio; uma regra que muitos acreditam estar naturalmente gravada na mente de cada um que vem para o mundo. E, sendo assim, é certo que ela ordena a si mesma, a toda consciência e entendimento do homem, tão logo seja ouvida; considerando que nenhum homem pode sabidamente desobedecê-la, sem carregar sua condenação em seu próprio peito.
23. 'Esta é a lei e os profetas'. O que quer que esteja escrito naquela lei que Deus dos antigos revelou para a humanidade, e quaisquer que sejam os preceitos que Deus tem dado, através de seus santos profetas, desde que o mundo começou, está tudo resumido nessas poucas palavras; está contido nessa direção resumida. E isto, corretamente entendido, condensa a totalidade daquela religião que nosso Senhor veio estabelecer sobre a terra. 24. Ela pode ser entendida, tanto em um sentido positivo quanto negativo. Se entendida em um sentido negativo, o significado é: 'o que quer que vocês não queiram que os homens façam a vocês, não façam a eles também'. Aqui está uma regra clara; sempre pronta à mão; sempre fácil de ser aplicada. Em todas as circunstâncias, relacionadas ao seu próximo, façam das circunstâncias dele as suas próprias circunstâncias. Supondo-se que as circunstâncias devam ser mudadas, e vocês mesmos devam ser justos como ele é agora. Então, cuidem para que vocês não favoreçam algum temperamento ou pensamento; para que nenhuma palavra saia de seus lábios; para que vocês não dêem um passo que possa condená-los, diante de tais mudanças de circunstâncias. Se entendido, em um sentido direto e positivo, o significado claro é: 'o que quer que vocês possam razoavelmente desejar dele, supondo-se que vocês mesmos estejam nessas circunstâncias, que façam, ao extremo de seu poder, a todos os filhos do homem'. 25. Para aplicar isto, em um ou dois exemplos óbvios: Está claro à consciência de todos os homens que nós não gostaríamos que os outros nos julgassem; que pudessem, injusta ou levianamente, pensar mal de nós; muito menos gostaríamos que alguém pudesse falar mal de nós - pudesse espalhar nossas faltas ou enfermidades reais. Apliquem isto em si mesmos: Não façam ao outro, o que não gostariam que fosse feito a vocês; e nunca mais irão julgar seu próximo; nunca, injustamente ou levianamente, pensarão mal de alguém; muito menos falarão mal; vocês nunca irão mencionar, até mesmo a falta real de uma pessoa ausente, a menos que vocês estejam assim convencidos de que seja necessário para o bem de outras almas. 26. Novamente: Nós gostaríamos que todos os homens pudessem nos amar e nos estimar; e se comportassem em direção a nós, de acordo com a justiça, misericórdia e verdade. E nós podemos razoavelmente desejar que eles possam fazer a nós todo o bem que eles puderem, sem afligirem a si mesmos. Agora, então, que possamos caminhar pela mesma regra: que façamos a todos como gostaríamos que eles nos fizessem. Que amemos e honremos todos os homens. Que a justiça, misericórdia, e verdade governem nossas mentes e ações. 27. Esta é a moralidade pura e genuína. Façam isto, e viverão. 'E a todos quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles', porque eles são 'o Israel de Deus'. (Gálatas 6:16). Que seja observado que ninguém pode caminhar por esta regra (nem mesmo, desde a criação do mundo); ninguém pode amar seu próximo como a si mesmo, a menos que primeiro ame a Deus; e ninguém pode amar a Deus, a menos que acredite em Cristo; a menos que tenha redenção através de seu sangue, e o Espírito de Deus testemunhe com seu espírito que ele é filho de Deus. Fé, portanto, é a raiz de tudo; da salvação presente, assim como da futura. Ainda nós podemos dizer a todos os pecadores: 'Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo'. Tu poderás ser salvo agora, para que possas ser salvo para sempre; salvo na terra; para
que possas ser salvo no céu. Crê nele, e tua fé será operada pelo amor. Tu irás amar o Senhor teu Deus, porque ele amou a ti: Tu irás amar teu próximo como a ti mesmo: E, então, será tua glória e alegria, manifestar e aumentar esse amor; não meramente por abster-te do que é contrário a isto, de todo pensamento indelicado, palavra e ação, mas por mostrares toda esta delicadeza, para com todos os homens, da mesma forma que tu gostarias que eles pudessem mostrar para contigo. [Editado por Dekek e Beryl Johnson (pastor Metodista e esposa em Meadpark, UK,) com correções de George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
Sobre o Sermão do Monte – Parte XI John Wesley 'Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem'.(Mateus 7:13-14) 1. Nosso Senhor, tendo nos alertado quanto aos perigos que facilmente nos atacam, em nosso primeiro ingresso na religião; aos obstáculos que naturalmente surgem nela; às maldades de nossos próprios corações; agora prossegue, para nos avisar dos obstáculos de fora; particularmente, o mau exemplo e o mau conselho. Através de um ou outro desses, milhares, que uma vez seguiram bem, retornaram para a perdição; — sim, muitos desses que não eram noviços na religião, e que fizeram algum progresso na retidão. A precaução Dele, portanto, contra esses ele impõe sobre nós, com toda a gravidade possível, e repete isto, várias vezes, nas mais variadas expressões, a fim de que não permitamos, por quaisquer que sejam os meios, que ela passe desapercebida. Assim, Ele nos protege eficazmente contra a primeira: 'Entrem', Ele diz, 'pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem': Para nos assegurar da última, 'Tomem cuidado', diz Ele, 'com os falsos profetas'. Nós iremos, no momento, considerar apenas a primeira. 2. 'Entrem', diz nosso abençoado Senhor, 'pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem': 3. Nessas palavras nós podemos observar: I. Primeiro, as propriedades inseparáveis do caminho para a o inferno: 'Portão largo, caminho amplo, que conduz à destruição, e muitos entram através dele'. II. Em Segundo Lugar, as propriedades inseparáveis do caminho para o céu: 'Estreito é o portão, e poucos o encontram'. III. Em Terceiro lugar, uma exortação séria fundamentada nisso: 'Entrem pelo portão estreito'.
I 1. Nós podemos observar, Primeiro, as propriedades inseparáveis do caminho para o inferno: 'Largo é o portão, e amplo é o caminho que conduz à destruição. E muitos existem que entram por ele'. 2. Largo é realmente o portão, e amplo o caminho que conduz à destruição! Porque o pecado é o portão do inferno, e a maldade o caminho para a destruição. E quão largo é o portão do pecado! Quão espaçoso é o caminho da maldade! O 'mandamento' de Deus 'é excessivamente amplo'; não se estendendo apenas a todas as
nossas ações, mas a cada palavra que sai de nossos lábios; sim, cada pensamento que surge em nossos corações. E o pecado é igualmente amplo com o mandamento, uma vez que se trata de pecado, qualquer brecha do mandamento. Sim, antes, é, milhares de vezes, maior; já que existe apenas um caminho de manter o mandamento; porque nós não o mantemos devidamente, a menos que a coisa feita, a maneira de fazê-la, e todas as outras circunstâncias estejam de acordo: Por outro lado, existem milhares de maneiras de romperem com cada mandamento; portanto esse portão é amplo, de fato. 3. Para considerar isto um pouco mais particularmente: quão amplos são aqueles pecados, dos quais todos os demais derivam suas existências; — a mente carnal que é inimiga de Deus; o orgulho do coração; a vontade própria; o amor ao mundo! Nós podemos fixar alguns limites a eles? Eles não se difundem, através de nossos próprios pensamentos, e se misturam com todos os nossos temperamentos? Eles não estariam influenciando, mais ou menos, toda a massa de nossas afeições? Nós não podemos, num exame íntimo e fiel de nós mesmos, perceber essas raízes de amargura, continuamente brotando, infectando todas as nossas palavras, e corrompendo todas as nossas ações? E quão inumeráveis frutos elas produzem, em todas as épocas e nações! Suficientes, até mesmo, para cobrirem toda a terra com escuridão e habitações desumanas. 4. Ó quem é capaz de calcular seus frutos execráveis; contar todos os pecados, quer contra Deus ou nosso próximo; não os que a imaginação poderia descrever, mas os que podem ser motivo de experiência diária e melancólica? Nem precisamos percorrer toda a terra para encontrá-los. Inspecionando qualquer um dos reinos; uma simples região; ou município; ou cidade; e quão farta será esta colheita! E estes, que estão assim espalhados, não se tratam de maometanos ou da escuridão pagã; mas daqueles chamados pelo nome de Cristo, e que professam ver a luz de seu glorioso Evangelho. Indo não muito além do reino ao qual pertencemos, a cidade onde nós estamos agora! Nós nos denominados cristãos; sim, e estes da mais pura espécie: Nós somos protestantes; cristãos reformados! Mas, ai de mim! Quem poderá continuar a reforma de nossas opiniões, em nossos corações e vidas? Não existe um motivo? Porque quão inumeráveis são nossos pecados; — e estes dos mais abjetos! Será que as mais grotescas abominações, de toda a espécie, não abundam entre nós, dia a dia? Os pecados, de toda a sorte, não cobrem a terra, como as águas cobrem o mar? Quem poderá contá-los? Melhor contar as gotas da chuva, ou as areias do ancoradouro. Então, 'largo é o portão', assim 'amplo é o caminho que conduz à destruição!'. 5. 'E muitos existem que entram', por aquele portão; muitos que caminham naquele caminho; — quase tantos quanto entram para o portão da morte; os que mergulham nas câmaras das sepulturas. Porque não pode ser negado, (embora nem nós podemos conhecer isto, a não ser com a vergonha e tristeza do coração), que, mesmo nestas que são chamadas de regiões cristãs, a generalidade de todas as idades e sexo, de toda profissão e empreendimento; de todo nível e grau; alto e baixo; rico e pobre, estão caminhando no caminho da destruição. A maior parte dos habitantes dessa cidade, até esse dia, vive no pecado; em alguma transgressão palpável, costumeira e conhecida da lei que eles professam observar; sim, em alguma transgressão exterior; alguma espécie de descrença e iniqüidade grosseira e visível; alguma violação declarada de suas obrigações; para com Deus ou homem. Esses,
então, ninguém pode negar, estão todos no caminho que conduz à destruição. Acrescente a esses, aqueles que têm um nome que, de fato, eles vivem, mas que nunca estiveram vivos para Deus; aqueles que exteriormente parecem justos para os homens, mas que interiormente estão cheios de imundície; cheios de orgulho e vaidade; de ira ou desejo de vingança; de ambição ou cobiça; amantes de si mesmos; amantes do mundo; amantes do prazer mais do que amantes de Deus. Esses, na verdade, podem ser altamente estimados por homens; mas eles são uma abominação para o Senhor; e quão grandemente irão esses 'santos do mundo' aumentar o número dos filhos do inferno! Sim, acrescente a todos, o que quer que eles sejam na consideração de outros; o que quer que eles tenham, mais ou menos, da forma da santidade; quem 'sendo ignorantes da retidão de Deus, buscam estabelecer sua própria retidão', como alicerce da reconciliação deles com Deus, e a aceitação Nele, e, em conseqüência, não têm 'submetido a si mesmos à retidão que é de Deus', pela fé. Agora, junte todas essas coisas, em uma só, quão horrível verdade é aquela afirmação de nosso Senhor: 'Largo é o portão, e amplo o caminho que conduz à destruição, e muitos são os que entram por ele!'. 6. Nem isto diz respeito apenas ao rebanho vulgar, — à parte pobre, e simples, da humanidade. Homens de eminência no mundo; homens que têm muitos campos e juntas de bóias, não desejam ser excluídos desses. Pelo contrário, 'muitos homens sábios, segundo a carne', de acordo com os métodos humanos de julgamento; 'muito consideráveis', no poder, na coragem, na riqueza; muitos 'nobres', são chamados; chamados para o caminho amplo, através do mundo, da carne e do diabo; e eles não são desobedientes daquele chamado. Sim, quanto mais alto se erguem em suas fortunas e poder, mais profundamente eles mergulham na iniqüidade. Quanto mais bênçãos receberam de Deus, mais pecados cometem; usando suas honras ou riquezas; seu aprendizado ou sabedoria, não como meio de operarem sua salvação, mas, antes, de distinguirem-se no vício, e assim assegurarem sua própria destruição!
II 1. E a mesma razão que muitos desses seguem, tão seguramente nesse caminho amplo, é porque ele é amplo; não considerando que esta é a propriedade inseparável do caminho para a destruição. 'Muitos existem', diz o Senhor, 'que entram nele': pela mesma razão que eles deveriam fugir dele, mesmo 'porque, estreito é o portão, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que o encontram'. 2. Esta é a propriedade inseparável do caminho para o céu. Tão estreito é o caminho que conduz à vida - à vida eterna, — tão estreito é o portão, — que nada impuro; nada não santo, pode entrar. Nenhum pecador pode passar, através daquele portão, até que ele seja salvo, de seus pecados. Não apenas dos pecados exteriores, de sua 'conversa maldosa, recebida por tradição de seus antepassados'. Não será suficiente 'cessar de praticar o mal', e 'aprender a praticar o bem': Ele não deve apenas ser salvo de toda ação pecaminosa, de todo o discurso diabólico e inútil; mas mudar interiormente; renovar-se totalmente no espírito de sua mente: Do contrário, ele não poderá passar através do portão da vida; ele não poderá entrar para a glória.
3. Porque, 'estreito é o caminho que conduz à vida'; o caminho da santidade universal. Estreito, de fato, é o caminho da pobreza de espírito; o caminho do murmurar santo; o caminho da humildade; daquela fome e sede em busca da retidão. Estreito é o caminho da misericórdia; do amor verdadeiro; o caminho da pureza de coração; de praticar o bem a todos os homens; e de alegremente sofrer o mal; toda a forma de mal, por causa da retidão. 4. 'E poucos existem que o encontram'. Ai de mim! Quão poucos encontram, mesmo o caminho do pagão, honestamente! Quão poucos existem, que não fazem ao outro o que eles não gostariam que fosse feito a eles! Quão poucos são inocentados, diante de Deus, por agirem de acordo com a injustiça ou indelicadeza! Quão poucos 'não ofendem com suas línguas'; não falam coisa alguma indelicada, e mentirosa! Que proporção pequena da humanidade é inocente, mesmo das transgressões exteriores! E quão menor proporção tem seu coração correto, diante de Deus, -- limpo e santo aos seus olhos! Onde estão eles, a quem Seu olhar minucioso discerne serem verdadeiramente humildes; abominando a si mesmos, no pó e cinza, na presença de Deus seu Salvador, para ser profunda e firmemente sérios, sentindo suas necessidades, e 'passando o tempo de sua permanência curta com medo'; verdadeiramente humildes e gentis, nunca 'dominando o mal, mas sobrepujando o mal com o bem'; totalmente sedentos por Deus, e continuamente buscando a renovação em sua semelhança? Quão escassamente eles estão espalhados sobre a terra; cujas almas são engrandecidas no amor para com toda a humanidade; e que amam a Deus com todas as suas forças; que deram a Ele seus corações, e desejam nada mais na terra ou céu! Quão poucos são esses amantes de Deus e homens que gastam todas as suas forças, em fazer o bem a todos os homens; e estão prontos para sofrer todas as coisas, sim, morrendo em si mesmo, para salvar uma alma da morte eterna! 5. Mas, enquanto tão poucos são encontrados no caminho da vida, e tantos são encontrados, no caminho da destruição, existe um grande perigo de que a torrente de exemplos possa nos arrastar com eles. Mesmo um simples exemplo, se ele estiver sempre à nossa frente, está apto a causar muita impressão sobre nós; especialmente, quando ele tem a natureza do seu lado; quando ele incorre em nossas próprias inclinações. Quão grande, então, deve ser a força de tão numerosos exemplos, continuamente diante de nossos olhos; e todos conspirando juntos com nossos próprios corações, para nos levar para baixo da correnteza da natureza! Quão difícil deve ser represar a maré, e nos mantermos 'incólumes no mundo'. 6. O que aumenta a dificuldade ainda mais, é que eles não são a parte rude e insensível da humanidade, pelo menos, não esses somente, que nos apresentam o exemplo, que enchem o caminho declinante, mas o polido; o bem educado; o sábio; os homens que entendem o mundo; os homens de conhecimento; de aprendizado profundo e diverso; o racional; o eloqüente! Esses são todos, ou quase todos, contra nós. E como nós devemos nos colocar contra eles? As línguas deles não gotejam maná; e eles não aprenderam todas as artes da sutil persuasão? — E de raciocínio também; porque esses são versados em todas as controvérsias, e discussão oral. Portanto, trata-se de uma pequena coisa, para eles, provarem que o caminho está correto, porque é amplo; que ele que segue a multidão não pode fazer mal, mas apenas aquele que não a segue; que o caminho de vocês deve estar errado, porque é estreito, e porque existem poucos que o encontram. Esses irão tornar claro para uma
demonstração, que o mal é bom, e o bom é mal; que o caminho da santidade é o caminho da destruição, e o caminho do mundo, o único caminho para o céu. 7. Ó, como podem os homens incultos e ignorantes manter sua causa contra tais oponentes! E ainda, esses não são todos, com os quais eles devem contender; de qualquer modo, eles não estão à altura para a tarefa: Porque existem muitos homens consideráveis, nobres e poderosos, tanto quanto sábios, na estrada que conduz à destruição; e esses têm um menor caminho de contestação, do que aquele da razão e argumento. Eles usualmente recorrem, não ao entendimento, mas aos medos de alguém que se oponha a eles; — um método que raramente fracassa, mesmo onde o argumento não tem proveito algum, colocando-se no mesmo nível de competência de todos os homens; porque todos podem temer, quer possam raciocinar ou não. E todos que não têm uma confiança firme em Deus, uma esperança certa no seu poder e amor, não podem deixar de temer dar algum desgosto a esses que têm o poder do mundo em suas mãos. Qual a surpresa, portanto, se o exemplo desses é uma lei para todos que não conhecem a Deus? 8. Muitos ricos estão igualmente no caminho amplo. E esses recorrem às esperanças dos homens, e a todos os seus desejos tolos, tão fortemente e efetivamente, quanto o poderoso e o nobre recorrem aos seus medos. De modo que dificilmente você pode firmar-se no caminho do reino, a menos que você esteja morto para tudo abaixo; a menos que você esteja crucificado para o mundo, e o mundo crucificado para você; a menos que você não deseje nada a não ser Deus. 9. Porque quão escuro, quão desconfortável, quão proibitivo é o panorama do lado oposto! Um portão estreito! Um caminho apertado! E poucos encontram o portão! Poucos caminham por ele! Além do que, mesmo esses poucos não são homens sábios; não são homens de aprendizado ou eloqüência. Eles não são capazes de raciocinar fortemente e claramente: Eles não podem propor um argumento para alguma vantagem. Eles não sabem como provar o que eles professam acreditar; ou explicar mesmo o que eles dizem; o que eles experimentam. Certamente, tais defensores como esses nunca irão recomendar, mas, antes, irão desconsiderar a causa que eles aderiram. 10. Acrescentem a estes, aqueles que não são homens nobres e honrados: Se eles fossem, vocês poderiam tolerar suas loucuras. Eles são homens de nenhum interesse, nenhuma autoridade, nenhuma consideração no mundo. Eles são simples e comuns; inferiores na vida; e tal como não têm poder, não têm desejo de causar dano a vocês. Portanto, não existe nada, afinal, que deva ser temido deles; e não existe coisa alguma, afinal, para se esperar: Uma vez que a grande parte deles pode dizer: 'Prata e ouro eu não tenho'; pelo menos, uma quantia moderada. Mais ainda, alguns deles dificilmente têm alimento, ou vestuário para colocar. Por essa razão, tanto quanto porque seus caminhos não são iguais àqueles dos outros homens, falam mal deles, em qualquer lugar; são menosprezados; eles têm seus nomes banidos como prejudiciais; são variavelmente perseguidos; e tratados como a imundície e refugo do mundo. De modo que, tanto os seus temores, as suas esperanças, e todos os seus desejos (exceto aqueles que você têm imediatamente de Deus), sim, todas as suas paixões naturais, continuamente inclinam você a retornar para o caminho largo.
III
1. Assim sendo, é que nosso Senhor tão sinceramente exorta: 'Entrem pelo portão estreito'. Ou (como a mesma exortação está expressa em outra parte): 'Esforcem-se para entrar', — 'lutem, como em agonia': 'Porque muitos', diz nosso Senhor, 'o buscarão, esforçando-se indolentemente, 'e não serão capazes'. 2. É verdade, que Ele anuncia o que pode ser considerada uma outra razão para o fato de não serem capazes de entrar, nas palavras que imediatamente se seguem a essas. Porque, depois de ter dito: 'Em verdade, eu lhes digo, que muitos buscarão entrar, e não serão capazes'; Ele anexa: 'Quando o pai de família se levantar, e cerrar a porta, e vocês começarem, de fora', — permanecer do lado de fora parece ser apenas uma expletiva elegante [partícula, palavra ou frase desnecessária ao enunciado estrito, mas que confere ênfase ou colorido à linguagem] — 'a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo Ele, lhes disser: Não sei de onde vocês são; apartem-se de mim, vocês todos que praticam a iniqüidade. Ali haverá choro e ranger de dentes' (Lucas 12:24-28). 3. Pode parecer, numa visão superficial dessas palavras, que a demora para buscar, afinal, preferivelmente, à maneira deles buscarem, era a razão porque eles não eram capazes de entrar. Mas isto é, em efeito, a mesma coisa. Eles eram, portanto, ordenados a partir, porque eles tinham sido 'trabalhadores da iniqüidade'; porque eles tinham caminhado na estrada larga; em outras palavras, porque eles não tinham se afligido 'para entrarem pelo portão estreito'. Provavelmente, eles buscaram, antes que a porta fosse fechada; mas não foi o suficiente: E eles se esforçaram, depois que a porta foi fechada; mas, então, era tarde demais. 4. Portanto, se esforcem, nesse seu dia, 'para entrar pelo portão estreito'. E com esse objetivo, coloquem, em seus corações; e permitam que predomine, em seus pensamentos, que vocês estão no caminho largo; que vocês estão o caminho que conduz à destruição. Se muitos vão com vocês, tão certo quanto Deus existe, eles, assim como vocês, estão indo para o inferno! Se vocês estão caminhando como a generalidade dos homens caminha, vocês estão caminhando para o abismo sem fim! Muitos dos sábios, ricos, poderosos ou nobres estão viajando com vocês nesse mesmo caminho? Por esse sinal, sem ir mais longe, vocês sabem que ele não conduz à vida. Aqui está uma regra resumida, clara e infalível, antes de vocês entrarem nos particulares. Em qualquer profissão que vocês estejam engajados, vocês devem ser singulares, ou serão condenados! O caminho para o inferno não tem nada singular nele; mas o caminho para o céu é singularidade em seu todo. Se vocês moverem, a um passo que seja, em direção a Deus, vocês não serão como os outros homens. Mas não se esqueça disto. É muito melhor permanecerem sós, do que caírem em um abismo. Corram, então, com perseverança, a corrida que se coloca diante de vocês, embora suas companhias sejam poucas. Não será sempre assim. Mais algum tempo, e vocês terão 'a inumerável companhia de anjos, para a assembléia geral da Igreja de seu primogênito, e os espíritos dos homens justos que se tornaram perfeitos'. 5. Agora, então, 'esforcem-se para entrar no portão estreito', sendo penetrados com o mais profundo senso do inexprimível perigo, em que suas almas estão, enquanto vocês estiverem no caminho largo, -- por quanto tempo, vocês evitarem a pobreza de espírito, e toda aquela religião interior, que os muitos ricos, e sábios, consideram loucura. 'Esforcem-se para entrar'; sendo perfurados com a tristeza e
vergonha por terem, por tanto tempo, corrido com a multidão insensata, extremamente negligenciando, se não, desprezando, aquela 'santidade, sem a qual é impossível algum homem ver ao Senhor'. Esforcem-se, como em agonia do temor santo, a fim de que 'a promessa feita a vocês de fazerem parte do que restou, mesmo daquele 'restante que permanece para o povo de Deus', vocês não possam, todavia, 'alcançar'. Esforcem-se fervorosamente, com 'gemidos que não podem ser articulados'. Esforcem-se, orando sem cessar; em todos os momentos, erguendo seus corações a Deus, e dando a eles nenhum descanso, até que vocês 'acordem em busca da santidade Dele', e estejam 'satisfeitos com ela'. 6. Para concluir: 'Esforcem-se para entrar no portão estreito', não apenas, através dessa agonia da alma, da convicção, da tristeza, da vergonha, do desejo, do medo, da oração incessante; mas igualmente, ordenando sua conversa corretamente, caminhando com todas as suas forças, em todos os caminhos de Deus; o caminho da inocência; da devoção e da misericórdia. Abstenham-se da aparência do mal: Façam todo o bem possível a todos os homens: Neguem a si mesmo, a sua vontade própria, em todas as coisas, e tomem suas cruzes diariamente. Estejam prontos a cortar a sua mão direita; a arrancarem seu olho direito, e atirá-lo para longe de vocês; sofrer a perda dos bens, dos amigos, da saúde, e todas as coisas na terra, assim vocês poderão entrar para o reino dos céus!. [Editado por Diane Williams, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções de George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
Sobre o Sermão do Monte – Parte XII John Wesley 'Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura se colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis'. (Mateus 7:15-20)
1. É muito difícil expressar ou conceber as multidões de almas que se voltaram para a destruição, porque não foram persuadidas a caminhar pelo caminho estreito, embora ele fosse o caminho para a salvação eterna. E a mesma coisa nós podemos ainda observar diariamente. Tal é a insensatez e loucura da humanidade, que milhares de homens ainda prosseguem no caminho do inferno, porque ele é amplo. Eles mesmos caminham nele, porque outros o fazem: Porque tantos perecem, ele irão se somar a este número. Tal é a espantosa influência do exemplo sobre os fracos e miseráveis filhos dos homens! Ele continuamente povoa as regiões da morte, e arrasta as numerosas almas para a perdição eterna! 2. Para advertir a humanidade disso; para preservar tantos quantos for possível contra esse contágio, Deus tem ordenado aos seus vigias para gritarem bem alto, e mostrarem às pessoas o risco que elas correm. Para esta finalidade, ele tem enviado seus servos, os Profetas, em suas sucessivas gerações, para indicar o caminho estreito, e exortar todos os homens a não estarem de acordo com esse mundo. Mas o que fazer, se os próprios vigias caem na armadilha, contra a qual eles deveriam advertir a outros? O que fazer, se 'os Profetas profetizam fraudes?'. Se eles 'fazem com que as pessoas errem o caminho?'. O que deve ser feito, se eles indicam, como o caminho da vida eterna, o que, em verdade, é o caminho da morte eterna; e exortam outros a caminhar, como eles mesmos fazem, no caminho largo, e não no estreito? 3. Mas será que esta é uma coisa sem precedente; uma coisa incomum? Não; Deus sabe que não. Os exemplos dela são quase incalculáveis. Nós podemos encontrá-la em todas as épocas e nações. Mas quão terrível é isto! – quando os embaixadores de Deus tornam-se agentes do diabo! –quando eles que são comissionados para ensinar o caminho para o céu aos homens, de fato, ensinam a eles o caminho para o inferno! Estes são como os gafanhotos do Egito, 'que comeram o resíduo que tinha escapado; que permaneceu depois do granizo'. Eles devoram até mesmo o restante dos homens que tem escapado; que não foi destruído pelo exemplo maléfico. Não é, portanto, sem motivo, que nosso sábio e gracioso Mestre, tão solenemente, nos acautela contra eles, 'Acautelem-se, diz Ele, 'dos falsos profetas, que vêm até vocês com roupas de cordeiro, mas interiormente são como lobos vorazes'. 4. Vamos inquirir uma advertência da mais extrema importância – que possa mais efetivamente mergulhar em nossos corações: I. Primeiro, quais são esses falsos profetas? II. Em Segundo Lugar, que aparência eles têm? III. Em Terceiro Lugar, como nós podemos saber quem eles são realmente,
não obstante a aparência honesta?
I 1. Nós vamos, primeiro, inquirir quais são os falsos profetas. E isto é necessário fazer mais diligentemente, porque esses mesmos homens têm trabalhado 'para deturpar o sentido dessa Escritura, para si próprios', mesmo que não apenas para a própria 'destruição'. Com o objetivo, portanto, de eliminar toda disputa, eu não devo fazer alarde (como é costume de alguns desses); nem usar de quaisquer exclamações incorretas e retóricas, para ludibriar os corações dos simples; mas falar duramente, as verdades claras, tais que, aquele que tiver algum entendimento ou modéstia restante, não poderá negar; e tais verdades que têm a mais íntima conexão com o teor do discurso precedente: Considerando que muitos têm interpretado essas palavras, sem qualquer atenção ao que veio anteriormente; como se elas não tivessem nada a ver com o sermão, em que se situam. 2. Aqui, a palavra profetas (como em muitas outras passagens das Escrituras; particularmente, no Novo Testamento) não significa aqueles que predizem as coisas que estão por vir, mas aqueles que falam em nome de Deus; aqueles homens que professam ser enviados de Deus, para ensinarem a outros o caminho do céu. Esses são os falsos profetas, que ensinam o caminho falso para o céu; um caminho que não conduz a ele; ou, (o que vem para o mesmo ponto), aqueles que não ensinam a verdade. 3. Todo caminho largo é infalivelmente um falso caminho. Portanto, a regra clara e certa é que 'eles que ensinam os homens a caminharem no caminho largo, em que muitos caminham, são os falsos profetas'. Novamente: O caminho verdadeiro para o céu é o caminho estreito. Por conseguinte, esta é uma outra regra clara e certa que, 'aqueles que não instruem os homens a caminharem no caminho estreito, para serem singulares, são os falsos profetas'. 4. Para ser mais específico: O único caminho para o céu é aquele indicado no sermão precedente. Portanto, são falsos os profetas que não ensinam os homens a caminharem por ele. Agora, o caminho para o céu indicado no sermão precedente, é o caminho da humildade, do murmurar, da submissão, do desejo santo, do amor a Deus e ao próximo, do fazer o bem, tudo suportando pela causa de Deus. Na verdade, os falsos profetas são os que ensinam, como caminho que conduz ao céu, qualquer outro que não este. 5. Não importa como eles chamam este outro caminho. Eles podem chamá-lo de fé; ou de boas obras; ou fé e obras; ou arrependimento; ou arrependimento, fé, e nova obediência. Todas essas são palavras boas: Mas, se sob esses, ou quaisquer outros termos que forem, eles ensinam aos homens algum caminho distinto desse, eles são propriamente falsos profetas.
6. Quanto mais incorrem naquela condenação, os que falam mal desse bom caminho; -- acima de tudo, aqueles que ensinam o caminho diretamente oposto: o caminho do orgulho, da leviandade, da paixão, dos desejos mundanos, do amor ao prazer, mais do que o amor a Deus, da indelicadeza para com nosso próximo, da despreocupação pelas boas obras, enfrentando o mal, e não sendo perseguidos por causa da retidão! 7. Se for perguntado: 'Quem são os que sempre ensinaram, e ensinam que este é o caminho para o céu?'. Eu respondo que são os milhares de homens sábios e honrados; mesmo todos aqueles de qualquer denominação, que encorajam o orgulho; o frívolo; o passional; o amante do mundo; o homem de prazer; o injusto ou indelicado; o vulgar; o negligente; o inofensivo; a criatura inútil; o homem que não sofre reprovação por causa da retidão, por imaginar que ele está no caminho do céu. Esses são os falsos profetas, no mais alto sentido da palavra. Esses são os traidores tanto de Deus quanto do homem. Esses não são outros do que os primogênitos de satanás; os filhos mais velhos de Apollyon, o Destruidor. Esses estão muito acima da categoria dos degoladores comuns; já que eles são assassinos das almas dos homens. Eles estão continuamente povoando os reinos da noite; e quando eles seguirem as pobres almas que eles destruíram, 'o inferno se moverá nas profundezas para encontrá-los na sua vinda!'.
II 1. Mas eles vêm agora em sua forma própria? De modo algum. Se fosse assim, eles não poderiam destruir. Vocês poderiam ficar alertas, e tentariam salvar suas vidas. Entretanto, eles se revestem de uma aparência completamente diferente: (o que será a segunda coisa a ser considerada) 'Eles vêm até você, em roupas de ovelhas, embora interiormente, sejam lobos ferozes'. 2. 'Eles vêm até você, em roupas de ovelhas'; ou seja, com uma aparência benéfica. Eles vêm de uma maneira mansa e inocente, sem qualquer marca ou sinal de animosidade. Quem poderia imaginar que essas criaturas quietas causariam algum dano a quem quer que fosse? Talvez, eles não possam ser tão zelosos e ativos em fazerem o bem, como alguém poderia esperar que eles fossem. Entretanto, vocês não vêem motivos para suspeitarem que eles tenham mesmo o desejo de causarem algum dano. Mas isto não é tudo. 3. Eles vêm, em Segundo Lugar, com uma aparência benéfica. Realmente, para isto, para fazerem o bem, eles são particularmente chamados. Eles são colocados aparte para essa mesma coisa. Eles são particularmente comissionados para vigiarem as suas almas, para instrui-los para a vida eterna. É toda tarefa deles, 'fazerem o bem, e curarem aqueles que estão oprimidos pelo diabo'. E vocês têm estado sempre acostumados a vê-los sob esse prisma; como mensageiros de Deus; enviados para trazerem a vocês uma bênção. 4. Eles vêm, em Terceiro Lugar, com uma aparência de religião. Tudo o que eles fazem é por causa da consciência! Eles asseguram a vocês, que não é pelo mero zelo por Deus, que eles estão fazendo Dele um mentiroso. Não é pela pura preocupação com a religião, que eles destruiriam a raiz e ramificações dela. Tudo o que eles falam, é apenas de um amor à verdade, e um temor, a fim de que ela não
venha a sofrer; e, pode ser por uma preocupação pela igreja, e um desejo de defendê-la de todos os seus inimigos. 5. Acima de tudo, eles vêm com uma aparência de amor. Eles tomam todas essas dores, apenas para o bem de vocês. Eles não deveriam se preocupar com respeito a vocês, a não ser em benefício de vocês. Eles farão grandes declarações, de bom grado; com respeito ao perigo em que vocês se encontram; e do sincero desejo de preservarem vocês do erro, e de que sejam envolvidos nas novas e prejudiciais doutrinas. Eles sentiriam muito de ver alguém que estivesse bem, apressar-se para algum extremo, perplexo com noções estranhas e ininteligíveis, ou iludido pelo entusiasmo. É por este motivo que eles aconselham a vocês a se manterem quietos, no meio termo, e para se precaverem de 'serem demasiadamente retos', a fim de que não possam 'destruir a si mesmos'.
III 1. Mas como nós podemos saber o que eles realmente são, apesar da aparência honesta deles? Esta é a Terceira coisa, na qual foi proposto inquirir. Nosso abençoado Senhor viu quão necessário foi para todos os homens conhecerem os falsos profetas, mesmo que, disfarçados. Ele viu, igualmente, quão incapaz a maioria dos homens foi de deduzir a verdade, através de uma longa sucessão de conseqüências. Ele, por conseguinte, nos forneceu uma regra breve e clara, fácil de ser entendida pelos homens das mais inferiores capacidades, e fácil de ser aplicada a todas as ocasiões: 'Nós podemos conhecê-los, através dos seus frutos'. 2. Para todas as ocasiões vocês podem facilmente aplicar essa regra. Com o objetivo de saber, se os que falam em nome de Deus são falsos ou verdadeiros profetas, é fácil observar: Primeiro: Quais são os frutos sobre a doutrina deles, sobre eles mesmos? Que efeito ela tem sobre suas vidas? Eles são santos e sem culpa, em todas as coisas? Que efeito ela tem sobre seus corações? Aparece através do teor geral de suas conversas, que o temperamento deles é santo, sagrado e divino? Que a mente que está neles, é a que estava em Jesus Cristo? Eles são meigos, humildes, pacientes, e amantes de Deus e homem, e zelosos das boas obras? 3. Vocês podem facilmente observar: Em Segundo Lugar: Quais são os frutos da doutrina deles, sobre aqueles que os ouvem; em muitos, pelo menos, embora não em todos; já que nem mesmo os Apóstolos converteram todos os que os ouviram. Esses têm a mente que estava em Cristo? E eles caminham como Ele também caminhou? E foi por ouvir esses homens que eles começaram a assim proceder? Eles eram interiormente e exteriormente pecaminosos, até que eles os ouviram? Se assim for, é uma prova manifesta de que eles são verdadeiros profetas, professores enviados de Deus. Mas, se não for assim, se eles efetivamente não ensinam nem a si mesmos ou aos outros a amarem e servirem a Deus, é uma prova manifesta de que eles são falsos profetas; de que Deus não os enviou. 4. Uma declaração dura esta! Quão poucos podem suportá-la! Disto nosso
Senhor era sensível, e, por esta razão, dignou-se a provar, amplamente, através de argumentos claros e convincentes. 'Os homens', diz Ele, 'porventura, colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?' (Mateus 7:16). Será que eles esperam que esses homens pecaminosos possam trazer bons frutos? Igualmente, vocês poderiam esperar que espinheiros produzissem uvas, ou que os figos pudessem crescer em abrolhos! 'Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus' (Mateus 7:17). Todo profeta verdadeiro, todo professor que eu tenho enviado, produz os bons frutos da santidade. Mas um falso profeta, um professor que eu não tenho enviado, produz apenas pecado e maldade. 'Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons'. Um falso profeta, um professor enviado de Deus, não apenas produz bons frutos, algumas vezes apenas, mas sempre; não acidentalmente, mas através de um tipo de necessidade. De igual maneira, um falso profeta, alguém a quem Deus não enviou, não pode produzir frutos maus acidentalmente, ou algumas vezes apenas, mas sempre, e da necessidade. 'Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo' (Verso 19). Tal infalivelmente acontecerá a uma grande quantidade de profetas que não produz bons frutos; que não salva almas do pecado; que não traz os pecadores ao arrependimento. 'Portanto', que esta seja uma regra eterna, 'pelos seus frutos os conhecereis'. (Mateus 7:20). Eles que, de fato, fazem com que os amantes do mundo, orgulhosos, passionais, e cruéis, se tornem humildes, gentis, amantes de Deus e homem, - são os verdadeiros profetas; são os enviados por Deus, que, por conseguinte, confirma a palavra deles. Por outro lado, eles, cujos ouvintes, se pecaminosos antes, permanecem pecaminosos ainda, ou, pelo menos, invalidam qualquer retidão que 'exceda a retidão dos escribas e fariseus', -- são os falsos profetas; eles não foram enviados de Deus; portanto, a palavra deles cai ao chão: E, sem o milagre da graça, eles e seus ouvintes caem no abismo sem fim! 5. Ó, 'que vocês se acautelem desses falsos profetas!'. Porque, embora eles 'venham vestidos como ovelhas, ainda assim, interiormente são como lobos ferozes'. Eles apenas destroem e devoram o rebanho: Eles os rasgam em pedaços, se não existe quem os ajude. Eles não irão, não podem, conduzir vocês ao caminho do céu. Como eles poderiam, quando não conhecem isto em si mesmos? Ó, cuidem que eles não os tirem do caminho, e façam com que vocês 'percam o que já conseguiram!'. 6. Mas , talvez, vocês perguntem: 'Se existe tal perigo de ouvi-los, eu devo ouvi-los, afinal?. Esta é uma questão importante, tal que merece a mais profunda consideração, e não deve ser respondida, a não ser com o pensamento mais sereno, a reflexão mais deliberada. Por muitos anos, eu tenho estado temeroso de falar, afinal, concernente a ela; estando incapaz de determinar um caminho ou o outro; ou fazer qualquer julgamento sobre ele. Muitas razões existem que prontamente ocorrem, e inclinam-me a dizer, 'Não os ouçam'. E, ainda assim, o que nosso Senhor fala concernente aos falsos profetas de seu próprio tempo, parece deduzir o contrário. 'Então Jesus, falou à multidão, e para seus discípulos dizendo, Os escribas e fariseus que se sentam no trono de Moisés' -- são os professores comuns, mencionados em sua igreja: Tudo, por conseguinte, o que quer que eles ordenem vocês observarem, que observem e façam. Mas não façam segundo suas obras; 'porque eles dizem e não fazem'. Agora, que esses foram falsos profetas, no mais alto sentido, nosso Senhor tem mostrado durante todo o curso de seu ministério; como, realmente, eles fazem nessas mesmas palavras, 'Eles dizem e não fazem'. Portanto, por seus frutos seus discípulos
não podem deixar de conhecê-los, vendo que eles foram revelados aos olhos de todos os homens. Portanto, Ele os adverte, várias vezes, para se precaverem desses falsos profetas. Mas, ainda assim, não os proíbe de ouvirem, até mesmos esses: Mais do que isto, Ele, em efeito, ordena a eles para assim o fazerem, nessas palavras: 'Tudo, por conseguinte, que eles ordenem vocês observarem e fazerem': Porque, a menos que eles os ouçam, eles não poderiam saber, muito menos observar, o que eles têm ordenado fazer. Aqui, então, o próprio nosso Senhor oferece uma direção clara, a ambos os seus Apóstolos, e toda multidão, em algumas circunstâncias, para ouvirem, até mesmo, os falsos profetas, conhecidos e reconhecidos por serem assim. 7. Mas, talvez, seja dito: 'Ele apenas direciona ouvi-los, quando eles lêem as Escrituras na congregação'. Eu respondo que, ao mesmo tempo, em que eles assim lêem as Escrituras, eles geralmente as expõem também. E aqui não é uma espécie de sugestão que eles devam ouvir aquele, e não o outro também. Mais ainda, os mesmos termos, 'Todas as coisas que eles os ordenam observar', excetua qualquer tal limitação. 8. Novamente: A eles, aos falsos profetas, inegavelmente, é freqüentemente confiada (Ó, que tristeza falar! Porque certamente essas coisas não deveriam ser assim) a administração do sacramento também. Direcionar, portanto, os homens a não os ouvirem, poderia ser, em efeito, tirá-los das ordenanças de Deus. Mas isso nós não ousamos fazer, considerando que a validade da ordenança não depende da santidade daquele que a administra, mas da fidelidade Dele que a ordenou; quem nos fará e nos faz conhecer seus desígnios. Por conseguinte, sobre esse relato, igualmente, eu receio dizer, 'não ouçam, certamente, os falsos profetas'. Até mesmo, através desses que estão sob uma maldição, Deus pode e nos dá sua benção. Porque o pão que eles repartem, nós sabemos experimentalmente ser 'a comunhão do corpo de Cristo': E o cálice que Deus abençoou, até mesmo, através dos lábios profanos deles, tem sido para nós a comunhão do sangue de Cristo. 9. Tudo, portanto, que eu posso dizer, é isto: em quaisquer circunstâncias, esperem em Deus, através de oração humilde e sincera, e, então, ajam de acordo com a melhor compreensão que vocês tiverem: Sobre tudo, ajam de acordo com o que vocês estão persuadidos ser o melhor para o proveito espiritual de vocês. Tomem grande precaução para que não julguem precipitadamente; para que vocês não pensem levianamente que alguém seja falso profeta: E, quando vocês tiverem uma prova completa, vejam que a raiva ou a contenda não tenha lugar em seu coração. Depois disso, na presença e no temor de Deus, concluam para si mesmos. Eu apenas posso dizer que, se, pela experiência, vocês acharem que ouvi-los machuca suas almas, então, não os ouçam; então, calmamente abstenham-se, e ouçam aqueles que trazem proveito a vocês. Se, por outro lado, vocês acham que isto não causa dano às suas almas, então, vocês podem ouvi-los ainda. Apenas 'dêem atenção ao que ouvem': Afastem-se deles e de suas doutrinas. Ouçam com temor e tremor, a fim que não possam se enganar, e se entreguem, como eles, a uma forte desilusão. Como eles continuamente misturam verdade e mentiras, facilmente, vocês podem se enganar com ambas! Ouçam com oração fervorosa e contínua a Ele que tão somente ensina ao homem sabedoria. E vejam que vocês tragam tudo o que ouvirem 'para o discernimento da lei e do testemunho'. Recebam nada que não esteja provado; não receba coisa alguma, até que seja pesado na balança do santuário: Acreditem em nada do que eles dizem, a menos que seja claramente confirmado pelas passagens dos
santos escritos. Rejeitem completamente o que quer que difira dela, o que quer que não seja confirmado por ela. E, em particular, rejeitem com a mais extrema abominação, o que quer que seja descrito como o caminho da salvação, que seja tanto diferente, quanto completamente contrário ao caminho que nosso Senhor tem apontado no discurso precedente. 10. Eu não posso concluir, sem endereçar algumas poucas palavras àqueles de quem eu tenho falado ultimamente. Ó, vocês, falsos profetas! Ó, vocês, de ossos secos! Ouçam, pelo menos uma vez, a palavra do Senhor! Por quanto tempo, vocês continuarão mentindo, em nome de Deus, dizendo: 'Deus tem falado'; e Deus não tem falado através de vocês? Por quanto tempo, vocês irão perverter os caminhos certos do Senhor, irão trocar as trevas pela luz, e a luz pelas trevas? Por quanto tempo, vocês irão ensinar o caminho da morte, e chamar a isto de caminho da vida? Por quanto tempo, vocês irão entregar a satanás as almas às quais vocês professam trazer para Deus? 11. 'Ai de vocês, líderes cegos de cegos! Porque vocês fecham os reinos dos céus para os homens. Nem vocês mesmos entram, nem permitem que aqueles que estão entrando, entrem'. Aqueles que 'estão se esforçando para entrarem pelo portão estreito', vocês chamam de volta para o portão largo. Aqueles que, com dificuldade, têm dado um passo nos caminhos de Deus, vocês diabolicamente advertem para não irem mais longe. Aqueles que mal começaram ' a sentir fome e sede de justiça', vocês avisam para não 'serem demasiados retos'. Assim, vocês fazem com que eles tropecem no mesmo limiar; sim, com que venham a cair, e não mais se ergam. Ó, por que motivo, vocês fazem isto? Que proveito existe no sangue deles, quando eles caem no precipício? Proveito miserável a vocês! 'Eles devem perecer em suas iniqüidades; mas o sangue deles, Deus irá requerer das tuas mãos!'. 12. Onde estão seus olhos? Onde está o entendimento de vocês? Vocês irão enganar os outros, até que enganem a si mesmos também? Quem tem requerido de suas mãos, para que ensinem o caminho que vocês nunca conheceram? Vocês não estarão se entregando a tão 'forte desilusão', de maneira que vocês não apenas ensinam, mas 'acreditam na mentira?'. E como é possível acreditarem que Deus os tem enviado? Que vocês são Seus mensageiros? Mais ainda, se foi o Senhor quem os enviou, a Sua obra iria prosperar em suas mãos. Assim como o Senhor vive, se vocês forem os mensageiros de Deus, ele iria 'confirmar a palavra de seus mensageiros'. Mas a obra do Senhor não prospera nas mãos de vocês. Vocês não trazem os pecadores ao arrependimento. O Senhor não confirma a palavra de vocês; porque vocês não salvam as almas da morte. 13. Como vocês podem se evadir da força das palavras de nosso Senhor, -- tão completas, tão fortes, tão claras? Como vocês podem se esquivar de se conhecerem por seus frutos, -- os frutos maus, de árvores más? E como pode ser mostrado o contrário? 'Porventura se colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?'. Tomem isto para si mesmos, vocês a quem isto pertence! Ó, vocês árvores estéreis, por que vocês obstruem o solo? 'Toda árvore boa, produz bons frutos'. Vocês vêem que vocês não, e que aqui não existe exceção? Reconheçam, então, que vocês não são boas árvores; porque vocês não produzem bons frutos. 'Mas uma árvore corrupta produz maus frutos'; e assim vocês têm feito, desde o início. A conversa de vocês, como sendo de Deus, tem apenas confirmado aqueles que a ouvem, nos
temperamentos, se não, nas obras, do diabo. Ó tomem a advertência Daquele, em cujo nome vocês falam, antes que a sentença que ele tem pronunciado tome seu lugar: 'Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo'. 14. Meus queridos irmãos, não endureçam seus corações! Vocês têm, há tanto tempo, fechado seus olhos para a luz. Abram-nos, antes que seja muito tarde; antes que vocês sejam lançados para a mais distante escuridão! Não permitam que alguma consideração temporal tenha influência sobre vocês; porque a eternidade está em jogo! Vocês têm participado, antes de terem sido enviados. Ó, não vão mais longe! Não persistam em condenar a si mesmos e a eles que os ouvem! Vocês não têm os frutos de seu trabalho. E por que é isto? É porque o Senhor não está com vocês. Vocês podem ir à luta às suas próprias custas? Não podem. Então, humilhem-se diante Dele. Clamem junto a Ele, como pó, para que Ele possa, primeiro, vivificar suas almas; e fornecer a fé que é operada pelo amor; que é humilde e mansa; pura e misericordiosa, zelosa das boas obras, regozijando-se na tribulação, na reprovação, na aflição, na perseguição por causa da retidão! Assim, 'O Espírito da glória e de Cristo repousarão sobre vocês', e parecerá que Deus os tem enviado. Desse modo, vocês, realmente, 'farão a obra de um Evangelista, e produzirão a prova completa de seus ministérios'. Dessa forma, a palavra de Deus, na boca de vocês, será 'um martelo que quebra as rochas em pedaços!'. E, então, pelos frutos de vocês, vocês serão conhecidos como os profetas do Senhor, até mesmo, pelos filhos que Deus tem dado a vocês. E tendo 'transformado a muitos para a retidão', vocês deverão 'brilhar como estrelas, para todo o sempre!'. Editado por Kristen Chamberlain, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções por George Lyons for the Wesley Center for Applied Theology.]
Sobre o Sermão do Monte – Parte XIII John Wesley 'Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, nós não profetizamos em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, eu compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda'. (Mateus 7:21-27)
1. Nosso Mestre Divino, tendo declarado todo o conselho de Deus, com respeito ao caminho da salvação, e observado os principais obstáculos daqueles que desejam caminhar nele, encerra agora o conjunto, com essas palavras poderosas; por meio das quais, assim como foi, Ele coloca seu selo para sua profecia, imprimindo toda a sua autoridade sobre o que Ele entregou, para que possa permanecer firme para todas as gerações. 2. Para que assim, diz o Senhor, ninguém possa alguma vez conceber que existe algum outro caminho do que este, 'Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, nós não profetizamos em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, eu compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda'. 3. Eu pretendo, no discurso seguinte: I. Primeiro, considerar o caso daquele que construir sua casa sobre a areia: II. Segundo, mostrar a sabedoria daquele que construiu sobre a rocha: III. Terceiro, concluir com uma aplicação prática.
I 1. Primeiro, eu vou considerar o caso daquele que constrói sua casa sobre a areia. 'Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus'. E este é um decreto que não pode passar; que permanece firme para todo sempre. Ele, por conseguinte, nos importa, no mais alto grau, para que possamos entender completamente a força dessas palavras. Mas, o que nós entendemos por aquela expressão, 'Aquele que diz a mim, Senhor,
Senhor?'. Ela indubitavelmente significa supor ir para o céu, por algum outro caminho do que aquele que eu tenho agora descrito. Ela implica, portanto, (para começar do ponto mais baixo) todas as boas obras, toda a religião verbal. Ela inclui quaisquer que sejam os credos que possamos exercitar; quaisquer que sejam as profissões de fé que façamos; qualquer que seja o número de orações que possamos repetir; quaisquer que sejam as ações de graças que leiamos ou façamos para Deus. Nós podemos falar bem do Seu nome, e declarar a Sua bondade para com os filhos dos homens. Nós podemos falar de todos os seus atos poderosos, e dizer de sua salvação dia a dia. Confrontando as coisas espirituais com o intelecto, nós podemos mostrar o significado dos oráculos de Deus. Nós podemos explicar os mistérios do Seu reúno, que tem estado oculto, desde o começo do mundo. Nós podemos falar com a língua dos anjos, preferivelmente, à língua dos homens, no que se refere às coisas profundas de Deus. Nós podemos proclamar os pecadores, 'a observarem o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo!'. Sim, nós podemos fazer isto, com tal medida do poder de Deus, e tal demonstração de seu Espírito, como para salvar muitas almas da morte, e ocultar uma grande quantidade de pecados. Mas, ainda assim, é muito provável, que tudo isto possa ser não mais do que dizer, 'Senhor, Senhor'. Que, depois de eu ter pregado com êxito para outros, eu mesmo possa ser um réprobo. Eu posso, pelas mãos de Deus, arrebatar muitas almas do inferno, mas, ainda assim, cair nele, quando eu terminar. Eu posso trazer os muitos outros para o reino dos céus, e eu mesmo não entrar lá. Leitor, se, alguma vez, Deus abençoou minhas palavras para sua alma, ore para que Ele possa ser misericordioso para comigo, um pecador! 2. O dizer, 'Senhor, Senhor', pode, em Segundo Lugar, implicar, em não causar dano. Nós podemos nos abster de todo pecado insolente, de todo tipo de maldade exterior. Nós podemos nos refrear de todos aqueles caminhos de ação ou falar, que são proibidos nos santos escritos. Nós podemos ser capazes de dizer para todos aqueles, em meio dos quais vivemos, 'qual de vocês convenceu me do pecado?'. Nós podemos ter uma consciência que evite qualquer ofensa externa, em direção a Deus e ao homem. Nós podemos ser limpos de toda sujidade, descrença, e iniqüidade; assim como de toda ação exterior; ou, (como o Apóstolo testifica, concernente a si mesmo), 'tocar na retidão da lei', que é a retidão exterior, 'sem culpa'. Mas, ainda assim, nós não seremos, por meio disto, justificados. Ainda isto não é mais do que dizer, 'Senhor, Senhor'; e, se nós não formos além disso, nós nunca 'entraremos no reino dos céus'. 3. O dizer, 'Senhor, Senhor', pode, em Terceiro Lugar, implicar muito daquilo que denominamos boas obras. Um homem pode atender a Ceia do Senhor; pode ouvir abundância de excelentes sermões; e não omitir uma oportunidade de tomar parte em todas as outras ordenanças de Deus. Eu posso fazer o bem ao meu próximo; repartir meu pão com o faminto, e vestir o desnudo. Eu posso ser zeloso das boas obras, até mesmo, 'dar todos os meus bens para alimentar o pobre'. Sim, e eu posso fazer tudo isso, com um desejo de agradar a Deus, e uma crença real de que eu o agrado por isso; (o que, inegavelmente, é o caso daqueles que nosso Senhor apresenta, dizendo a Ele, 'Senhor, Senhor'); e mesmo assim, não tomar parte na glória que deverá ser revelada. 4. Se algum homem ficar chocado com isso, que ele reconheça que é um estranho para toda a religião de Jesus Cristo; e, em particular, para aquela imagem, a qual Ele coloca diante de nós, nesse discurso. Porque quão resumido é tudo isto,
diante daquela retidão e santidade verdadeira que Ele tem descrito nisto! Quão extensamente distante daquele reino dos céus interior que está agora aberto na alma do crente, -- que é a primeira semente no coração, como um grão de mostrada, e que, mais tarde, estenderá grandes ramos, nos quais crescerão todos os frutos da retidão; todo bom temperamento, e palavra e obra. 5. Mesmo assim, tão claramente quanto Ele tem afirmado isto; tão freqüentemente quanto Ele tem repetido que ninguém que não tenha esse reino de Deus nele, entrará no reino dos céus; nosso Senhor bem soube que muitos não receberiam essa palavra, e, até por isso, confirma novamente: 'Muitos', (diz Ele: não uma pessoa; não algumas apenas: este não é um caso raro ou incomum) 'deverão dizer a mim, naquele dia, não somente, nós temos feito muitas orações; nós temos louvado a Ti; nós temos reprimido o mal; nós temos exercitado a nós mesmos em fazer o bem -- mas, o que é abundantemente maior do que isto, 'nós temos profetizado em Teu nome; em Teu nome nós expulsamos demônios; em Teu nome fizemos muitas obras maravilhosas. 'Nós temos profetizado'; -- nós temos declarado Tua vontade à humanidade; nós temos mostrado aos pecadores o caminho da paz e glória. E nós temos feito isto, 'em Teu nome'; de acordo com a verdade do Teu Evangelho; sim, e através de Tua autoridade, que confirmou a palavra com o Espírito Santo enviado dos céus. Porque em Teu nome, ou através do Teu nome; pelo poder do Teu Espírito, 'nós temos expulsado demônios'; das almas que eles, há muito, têm pretendido como sendo deles próprios, e das quais eles têm posse completa e tranqüila. 'E em Teu nome', pelo Teu poder, não o nosso, 'nós temos feito muitas obras maravilhosas'; de tal maneira que, 'mesmo o morto ouviu a voz do Filho de Deus', falando através de nós, e viveu. 'E eu irei afirmar', até mesmo, 'junto a eles, que eu nunca conheci vocês'; não, nem mesmo, quando vocês estavam 'expulsando demônios, em meu nome': Eu não conheço vocês como meus; porque os corações de vocês não foram corretos em direção a Deus. Vocês não foram submissos e humildes; vocês não foram amantes de Deus, e de toda humanidade; vocês não foram renovados na imagem de Deus; vocês não foram santos como eu sou santo. 'Afastem-se de mim, vocês', que, não obstante, tudo isso, são 'trabalhadores da iniqüidade' -- anarquistas -- Vocês são transgressores de minha lei, e minha lei do amor santo e perfeito. 6. É com o objetivo de colocar isto, além de toda possibilidade de contradição, que nosso Senhor confirma, através daquela comparação oposta: 'Todo aquele', diz Ele, 'que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, eu compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia'; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa'; -- como eles irão certamente fazer, cedo ou tarde, com a alma do homem; mesmo com a inundação da aflição exterior, ou da tentação interior; as tempestades de orgulho, ira, temor, ou desejo; -- 'e ela caiu, e foi grande a sua queda'. De maneira que pereceu para todo o sempre. Tal deve ser a porção de todo aquele que descansa em algum tipo daquela religião que está acima descrita. E maior será a queda, porque eles 'ouviram aquelas palavras, e', ainda assim, não as praticaram'.
II 1. Eu vou, em Segundo Lugar, mostrar a sabedoria daquele que as praticou; daquele que construiu sua casa sobre a rocha. De fato, é sábio 'aquele que faz a
vontade de meu Pai que está no céu'. É verdadeiramente sábio, aquele cuja 'retidão excede a retidão dos escribas e fariseus'. Ele é pobre em espírito; conhecendo a si mesmo, assim como ele também é conhecido. Ele vê e sente todo seu pecado, e toda a sua culpa, até que ela é varrida, pelo sangue redentor. Ele está consciente de seu estado perdido, da ira de Deus habitando nele, e de sua mais extrema inabilidade de ajudar a si mesmo, até que ele é preenchido com a paz e alegria no Espírito Santo. Ele é humilde e gentil; paciente em direção a todos os homens; nunca 'pagando o mal com o mal, ou insultos com insultos, mas, ao contrário, com bênçãos', até que ele domina o mal com o bem. Sua alma não é sedenta por coisa alguma na terra, a não ser apenas pelas coisas de Deus, do Deus vivo. Ele tem muito amor para com toda humanidade, e está sempre pronto a dar sua vida por seus inimigos. Ele ama o Senhor, com todo seu coração, e com toda a sua mente, e alma, e forças. Apenas aquele que, neste espírito, faz o bem a todos os homens, deverá entrar no reino dos céus; e aquele que sendo por esse motivo menosprezado e rejeitado pelos homens; sendo odiado, reprovado, e perseguido, regozija-se e está 'excessivamente feliz', sabendo em quem ele tem acreditado; e estando assegurado por essa luz, que as aflições momentâneas irão 'trazer para ele o ônus da glória eterna'. 2. Quão verdadeiramente sábio é esse homem! Ele conhece a si mesmo; -- um espírito eterno, que veio de Deus, e foi enviado para a sua casa de argila, não para fazer a sua própria vontade, mas para fazer a vontade Dele que o enviou. Ele conhece o mundo -- o lugar no qual ele passará os poucos dias e anos, não como um habitante, mas como um hóspede estranho, em seu caminho para as habitações eternas; e conseqüentemente, ele usa o mundo, de modo a não abusar dele, e sabendo que a sua forma dele passa. Ele conhece a Deus; -- seu Pai e seu Amigo, a origem de todo bem, o centro dos espíritos de toda carne, a única felicidade de todos os seres inteligentes. Ele vê, mais claro que a luz do sol do meio-dia, que este é o objetivo do homem, glorificar a Ele que o fez para si mesmo, amar e deleitar-se Nele para sempre. E com igual clareza, ele vê os meios para aquela finalidade, para o prazer de Deus na glória; mesmo agora, para conhecer, amar, imitar a Deus, e crer em Jesus Cristo a quem ele tem enviado. 3. Ele é um homem sábio, mesmo na consideração de Deus; uma vez que 'ele construiu sua casa sobre a rocha'; sobre a Rocha dos Tempos, a rocha eterna, o Senhor Jesus Cristo. Ele é assim, adequadamente chamado; porque Ele não muda: Ele é 'o mesmo ontem, hoje, e para sempre'. A Ele, ambos o homem de Deus do passado e o Apóstolo, mencionando suas palavras, testemunham: 'Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos:Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto, os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão' (Hebreus 1:10-12). Sábio, portanto, é o homem que é construído sobre Ele; aquele que tem a Ele como seu único alicerce; que se edifica apenas sobre seu sangue e retidão; sobre o que Ele tem feito e sofrido por nós. Nessa pedra angular, ele fixa sua fé, e descansa todo o peso de sua alma. Ele é ensinado por Deus a dizer: 'Senhor, eu tenho pecado; eu mereço o mais baixo inferno; mas eu estou justificado livremente, pela Tua graça, através da redenção que está em Jesus Cristo; e a vida que eu agora vivo; isto é, uma vida divina, sagrada;é a vida que está oculta com Cristo em Deus. Eu agora vivo, mesmo na carne; a vida do amor; do amor puro a Deus e ao homem; a vida de santidade e felicidade; louvando a Deus, e fazendo todas as coisas para sua glória'.
4. Ainda assim, que alguém não pense que ele não mais verá a guerra; que ele está agora fora do alcance da tentação. Ela ainda permanece, para que Deus prove a graça que Ele tem dado: Ele deverá ser tentado como ouro no fogo. Ele deverá ser tentado, não menos do que eles que não conhecem a Deus: Talvez, abundantemente mais; porque satanás não irá falhar ao tentar, ao extremo, aqueles a quem ele não será capaz de destruir. Assim sendo, 'a chuva' irá cair, impetuosamente; apenas que, em tais momentos, e de tal maneira, como se parecesse bom, não ao príncipe do poder do ar, mas a Ele 'cujo reino reina sobre tudo'. 'As correntezas', ou torrentes, virão; elas erguerão suas ondas e rugirão horrivelmente. Mas a elas também, o Senhor que se situa acima das correntezas das águas, que permanece Rei para sempre irá dizer. 'Até aqui, vocês deverão vir, e não mais longe. Aqui suas ondas de orgulho deverão estar situadas'. 'Os ventos irão soprar, e bater contra a casa', como se eles pudessem fazêla em pedaços, desde o alicerce: Mas eles não prevalecerão: Ela não cairá; porque está alicerçada sobre a rocha. Ele habita em Cristo, pela fé e amor; por conseguinte, não deverá se abater. 'Não deverá temer, mesmo que a terra se mova, e mesmo que as colinas sejam levadas para o alto mar'. 'Embora as águas do mar se enfureçam e aumentem de volume, e as montanhas estremeçam com seu movimento; ainda assim, 'habitará debaixo da defesa do Altíssimo, e estará a salvo debaixo da sombra do Onipotente'.
III 1. Quão proximamente, então, concerne a cada filho do homem, aplicar praticamente essas coisas em si mesmos! Diligentemente, examinar sobre que alicerce ele constrói; se sobre a rocha, ou sobre a areia! Quão profundamente você está preocupado para inquirir: 'Qual é o alicerce da minha esperança?'. Sobre qual eu construí minha expectativa de entrar no reino do céu? Será que ela está construída na areia? Sobre minhas opiniões ortodoxas ou corretas, que, pelo abuso grosseiro das palavras, eu tenho chamado de fé? Sobre um conjunto de noções que eu suponho sejam mais racionais ou bíblicas do que a que os outros têm? Ai de mim! Que loucura é isto! Certamente, ela está construída na areia, ou, antes, nas espumas do mar! Diga, 'Eu estou convencido disso: Eu não estarei construindo novamente minha esperança no que é igualmente incapaz de suportá-la? Talvez, por eu pertencer 'a tão excelente igreja; reformada segundo o modelo bíblico verdadeiro; abençoada com a mais pura doutrina, a mais primitiva liturgia, a forma mais apostólica de governo?'. Essas são, sem dúvida, as tantas muitas razões para louvar a Deus, já que elas podem ser as muitas esperanças para a santidade; mas se elas estão separadas dela, elas não irão ser de proveito alguma para mim; mais ainda, elas irão me deixar, no mais, sem justificativa, e exposto a uma condenação maior. Portanto, se eu construo minha esperança sobre esse alicerce, eu ainda estou construindo sobre a areia. 2. Você não pode, você não se atreveria, descansar aqui. Sobre o que mais você irá construir sua esperança de salvação? – sobre a sua inocência? Sobre o seu não causar dano? Sobre o fato de não cometer injustiça ou causar prejuízo a alguém? Bem; permitindo que esse argumento seja verdadeiro. Você é justo em toda as suas condutas; você é evidentemente um homem honesto; você paga todo homem o que lhe pertence; você nunca trapaceia, nem extorque; você age fielmente com toda a humanidade; e você tem uma consciência em direção a Deus; você não vive em
pecado algum conhecido. Assim tão longe está tudo bem: Mas ainda assim, não é isso. Você pode chegar assim, tão distante, mas nunca vir para o céu. Quando toda essa inocência flui de um princípio correto, ela é a menor parte da religião de Cristo. Mas, em você, ela não flui de um princípio correto, e, portanto, não faz parte, afinal, da religião. De modo que, em alicerçar sua esperança de salvação nisto, você estará ainda construindo sobre areia. 3. Você chega assim tão longe? Você acrescenta o não causar dano, o atender a todas as ordenanças de Deus? Você, em todas as oportunidades, toma parte da Ceia do Senhor? Usa das orações públicas e privadas? Jejua freqüentemente? Ouve e busca as Escrituras, e medita nela? Essas coisas, igualmente, você deve ter feito, desde os primeiros momentos em que você fixou seu rosto em direção aos céus. Ainda assim, essas coisas também não são nada, estando sozinhas. Elas são nada, sem 'o peso as questões mais relevantes da lei'. E essas questões você tem esquecido: Pelo menos, não as tem experimentado: -- Fé, misericórdia, e amor a Deus; santidade de coração; e o céu escancarado, na alma. Portanto, ainda assim, você constrói sobre a areia. 4. Além disso tudo, você é zeloso das boas obras? Você, quando tem tempo, faz o bem a todos os homens? Você alimenta o faminto, veste o desnudo, e visita o órfão e a viúva, nos momentos de aflição deles? Você visita aqueles que estão doentes? Conforta os que estão na prisão? Se alguém é estranho, você o acolhe? Amigo, vá para mais alto! Você 'profetiza' em 'nome' de Cristo? Você prega a verdade como ela está em Jesus? E a influência do Espírito Dele atende sua palavra, e a transforma no poder de Deus para a salvação? Ele o capacita para trazer os pecadores, das trevas para a luz; do poder de satanás, para o poder de Deus? Então, vá e aprenda o que você tem ensinado freqüentemente: 'Através da graça, você será salvo pela fé': 'Não pelas obras da retidão que nós temos feito, mas da própria misericórdia Dele, Ele nos salva'. Aprenda a se pendurar, despido, na cruz de Cristo, considerando tudo o que tem feito como esterco e coisa inútil. Recorra a Ele, como no espírito do ladrão moribundo; da prostituta com seus sete demônios! Do contrário, você ainda estará na areia; e mesmo depois de salvar outras almas, você irá perder sua alma! 5. Senhor, aumente minha fé, se eu agora creio! Caso contrário, dê-me a fé, mesmo que como um grão de mostarda! – Mas 'que proveito terá um homem que tem fé, e não tem as obras? Pode aquela 'fé salvá-lo?'. Ó não! Aquela fé, sem obras; a fé que não produz a santidade interior e exterior, que não estampa a imagem total de Deus no coração, e nos purifica como Ele é puro; aquela fé que não produz a totalidade da religião descrita nos capítulos precedentes, não é a fé do Evangelho, não é a fé cristã, não é a fé que conduz à glória.Ó, tome cuidado, acima de tudo, com as outras armadilhas do diabo – o descansar na fé não santa, que não salva! Se você não dá a devida consideração a isto, você estará perdido para sempre. Você ainda estará construindo sua casa sobre a areia. Quando 'a chuva cair, e a inundação vier, ela irá certamente cair, e grande será sua queda!'. 6. Agora, portanto, construa sobre uma rocha. Pela graça de Deus, conheça a si mesmo. Saiba e sinta que você foi moldado na maldade; e, no pecado, sua mãe o concebeu; e, desde que não pôde discernir o bem do mal, você tem empilhado pecado sobre pecado. Reconheça-se culpado da morte eterna; e renuncie toda a esperança de ser capaz de salvar a si mesmo. Seja esta toda a sua esperança: ser lavado no sangue de Jesus Cristo, e purificado pelo Seu Espírito, 'que apagou' todos 'os seus pecados,
em seu próprio corpo sobre o madeiro'. E, se você sabe que Ele levou embora todos os seus pecados, tanto mais humilhe a si mesmo, diante Dele, em um contínuo senso de sua dependência total Nele, para todo bom pensamento, e palavra, e obra; e de sua extrema incapacidade para todo bem, a menos que Ele 'o preencha a todo o momento'. 7. Agora, lamente por seus pecados, e murmure em busca de Deus, até que ele transforme a sua aflição em alegria. E, mesmo então, lamente com aqueles que lamentam; e por aqueles que lamentam, não por si mesmos. Murmure pelos pecados e misérias da humanidade; e veja, bem diante de seus olhos, o oceano imenso da eternidade, sem fundo e sem margem, que já tem tragado milhões e milhões de homens, e está abrindo uma brecha para devorar aqueles que ainda permanecem! Veja aqui, a casa de Deus, eterna nos céus! E lá, o inferno e a destruição, sem uma cobertura – e, por esta razão, aprenda a importância de todo momento, que apenas surge, e se vai para sempre! 8. Agora acrescente à sua seriedade, mansidão de sabedoria. Mantenha até mesmo uma gradação em todas as suas paixões, mas em particular, na ira, tristeza e medo. Calmamente, consinta, no que quer que seja a vontade de Deus. Aprenda, em todo o estado em que você se encontra, com o que estar satisfeito. Seja meigo com o bom: Seja gentil, em direção a todos os homens; mas, especialmente, em direção ao maldoso e ingrato. Cuide, não apenas das expressões exteriores de raiva, como chamar seu irmão, raca, ou tolo; mas de toda emoção interior contrária ao amor, embora ela não vá mais além do que o coração. Fique indignado, diante do pecado, como uma afronta oferecida à Majestade do céu; mas, ainda assim, ame o pecador: Como nosso Senhor, que 'olhou indignado para os fariseus a sua volta, estando aflito, por causa da dureza de seus corações'. Ele estava aflito pelos pecadores, e irado diante do pecado. Portanto, esteja 'indignado, e não peque!'. 9. Agora, estejam famintos e sedentos, não pela 'carne que perece, mas pelo que dura a vida eterna'. Pisoteie o mundo, e as coisas do mundo; todas essas riquezas, honras, e prazeres. O que é o mundo para você? Deixe que os mortos enterrem seus mortos; mas siga em busca da imagem de Deus. Abstenha-se de extinguir aquela sede abençoada, se ela já excitou a sua alma, pelo que é vulgarmente chamado religião; um pobre e estúpido disfarce; a religião da forma, da mostra exterior, que deixa o coração ainda apegado ao pó; tão mundano e sensual, como nunca. Que nada satisfaça a você, a não ser o poder da santidade; a não ser a religião, que é espírito e vida; o habitar em Deus, e Deus em você; o ser um habitante da eternidade; o entrar, através do sangue do aspergido 'sem máscara', e 'sentando-se em lugares celestiais com Jesus Cristo!'. 10. Agora, vendo que você tudo pode, porque Cristo o fortalece, seja misericordioso como seu Pai que está no céu é misericordioso! Ame ao seu próximo como a si mesmo! Ame seus amigos e inimigos como a sua própria alma! E permita que o seu amor seja longânime e paciente em direção a todos os homens. Que ele seja gentil, delicado, benigno; inspirando você com a doçura mais amável, e a mais fervorosa e terna afeição. Que ele se regozije na verdade, onde quer que ela seja encontrada; a verdade que está em busca da santidade. Desfrute do que quer que traga a glória para Deus, e promova a paz e a boa-vontade entre os homens. No amor, cubra todas as coisas, -- do morto e do ausente não fale coisa alguma, a não ser o que é bom; creia em todas as coisas que, de alguma forma, possa limpar o caráter de seu próximo; espere todas as coisas em seu favor; e suporte todas as coisas, triunfando
sobre toda oposição: porque o amor verdadeiro nunca falha, no tempo, ou na eternidade. 11. Agora, seja puro de coração; purificado, através da fé, de toda afeição não santa; 'limpando a si mesmo de toda sujidade da carne e espírito; e aperfeiçoando a santidade no temor de Deus'. Sendo, através do poder de sua graça, purificado do orgulho, pela profunda pobreza de espírito; da ira, de toda paixão indelicada e turbulenta, pela humildade e misericórdia; de todo desejo, a não ser o de agradar e satisfazer a Deus, pela fome e sede de justiça; agora, ame ao Senhor seu Deus, com todo o seu coração, e com todas as suas forças!. 12. Em uma palavra: Que sua religião seja a religião do coração. Que ela se estenda profundamente, no mais íntimo de sua alma. Seja pequeno, comum, insignificante e vil (além do que as palavras possam expressar) aos seus próprios olhos; maravilhado e humilhado ao pó, pelo amor de Deus que está em Jesus Cristo. Seja sério. Permita que todo o fluxo de seus pensamentos, palavras e ações fluam da mais profunda convicção de que você se situa na beira do grande abismo – você, e todos os filhos dos homens, prontos para caírem, tanto na glória eterna, quanto no fogo eterno! Permita que sua alma seja preenchida com mansidão, gentileza, paciência, longanimidade, em direção a todos os homens; -- ao mesmo tempo, tudo que esteja em você seja sedento de Deus, do Deus vivo; desejando acordar em busca de sua semelhança, e estar satisfeito com ela! Seja um amante de Deus e de toda a humanidade! Em seu espírito faça e sofra todas as coisas. Assim, mostre a sua fé, através de suas obras; assim, 'faça a vontade de seu Pai que está nos céus!'. E, assim, como é certo que agora você caminha com Deus na terra, você também reinará com Ele na glória!
[Editado por Debi Carter, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções de George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]