AULA Nº 01 – Professora Andreza Silva de Araújo Física Radiológica iografia de Wilhelm Conrad Röntgen !N"R#$U%
Ao descobrir o que tinha encontrado, Wilhelm Conrad Röntgen sabia Röntgen sabia que isto alteraria o curso na história da Medicina em todos os tempos. A utilização dos raios-X, vem sendo gradativamente renovada com a tecnologia, mas ainda, alguns princípios como os da produção dos raios-X, uncionamento do tubo tubo de raios-X, ormação da imagem, a t!cnica " ser aplicada para uma e#posição radiogr$ica e o controle de qualidade das imagens produzidas pelo sistema convencional, estes, soreram poucos impactos no decorrer deste tempo, mas, não dei#aram de ter prounda necessidade de compreensão para os proissionais das t!cnicas radiológicas, assim como para, os estudantes que pretendem atuar neste campo.
'is(ória da Radiologia
%ilhelm &onrad '(ntgen.
iografia de R)n(gen
)ascido em *+ de março março de /, era ilho 0nico de um um industrial e comerciante comerciante de tecidos em 1ennep, 1ennep, Alemanha2 3m 4*, entrou na escola t!cnica de 5trecht, de onde, entretanto, oi e#pulso acusado de ter produzido uma caricatura de um dos proessores2 proessores2 6 rapaz se preparou por um ano para ingressar em uma aculdade particular e, "s v!speras do teste, o e#aminador que simpatizava com '(ntgen adoeceu e oi substituído por um dos proessores que havia votado na sua e#pulsão2 A 3scola 7olit!cnica de 8urique aceitava estudantes menos qualiicados desde que passassem num rigoroso teste de admissão. 9essa orma, '(ntgen começou a estudar em 8urique em 4/ e dois anos e meio depois recebeu o diploma de engenheiro mec:nico. 9epois de ormado, oi convidado a permanecer como assistente do proessor de ísica, 9r. August ;undt. rzburg e depois, em +, para 3strasburgo, levando consigo '(ntgen2 3m +/, '(ntgen aceitou o cargo de proessor de Matem$tica e ?uímica na Academia Agrícola de @ohenheim. &omo não oi possível realizar suas e#perincias, retornou a 3strasburgo, agora com o posto de 7roessor associado de =ísica teórica que lhe permitia dedicar bastante tempo " investigação2 )o ano de +B, aceitou o cargo cargo de 7roessor e 9iretor 9iretor do Cnstituto de =ísica =ísica da 5niversidade @essian@essian1udDigs, em Eiessen. 3m , a 5niversidade de 5trecht, que o havia eliminado como aluno, oereceu-lhe a c$tedra de =ísica, mas '(ntgen não a aceitou2 3m * de outubro de , retomou " 5niversidade de %>rzburg, que dispunha de um impressionante instituto de ísica com v$rios laboratórios e salas de conerncias2 3m B, '(ntgen oi nomeado reitor da 5niversidade.
R)n(gen e a desco*er(a dos Raios+,
3m de novembro de B/, '(ntgen estava reproduzindo em seu laboratório, em %>rzburg, o trabalho de 1enard sobre raios catódicos, quando teve a id!ia de observar se eles se propagavam para ora da ampola de &rooFes2 Ao passar uma corrente el!trica por uma ampola de &rooFes, notou luminescncia em uma placa de platinocianureto de b$rio que se encontrava encontrava sobre a mesa mesa que estava muito aastada aastada para reagir aos raios catódicos2 Gornou a repetir o e#perimento v$rias vezes aastando cada vez mais a placa do tubo de descarga.
Aula nº 01 – Hiograia de Wilhelm Conrad Röntgen Página
7ara testar essa conIectura, '(ntgen, colocou v$rios obIetos entre o tubo e a tela, todos, praticamente, não alteravam a luminescncia da tela, e#ceto chumbo e platina2 Ao segurar estes materiais entre o tubo e a tela para testar os raios novos, viu os ossos de sua mão indicada claramente em um esboço das partes moles2 A seguir, substituiu a tela luorescente por uma chapa otogr$ica e conseguiu produzir uma imagem usando o tubo de descarga como se osse uma onte luminosa. '(ntgen mergulhou em sete semanas de e#perincias meticulosas de planeIamento e e#ercícios, a im de determinar a natureza dos raios2 Grabalhou isolado e decidiu manter seu trabalho em segredo at! que tivesse certeza da validade das observaçJes2 )este período, pedia a sua esposa Anna Hertha que lhe servisse as reeiçJes no laboratório e chegou a mudar sua cama para l$. '(ntgen convenceu a esposa a participar de um dos seus e#perimentos, ao imobilizar por cerca de / minutos a mão dela no traIeto dos raios e sobre uma placa otogr$ica, observou o aparecimento das imagens das sombras dos ossos da mão e de um anel que ela usava, cercado pela penumbra dos tecidos moles, os quais eram mais perme$veis aos raios e, conseq>entemente, produziam uma sombra mais raca2 3sta oi a primeira radiograia da história.
'adiograia da mão da esposa de '(ntgen.
Pro-riedades dos Raios+,
'(ntgen designou de KtransparnciaL a relação do brilho de uma tela luorescente colocada diretamente atr$s do material, ao brilho da t ela sob condiçJes idnticas sem a interposição do material2 6 agente que emana da parede do aparelho de descarga produz sombras muito regulares e breves, desta orma, sugeriu usar o termo raios, e para distingui-los de outros tipos, usou a e#pressãoN raios-XK2 Mostrou que os novos raios, assim como a luz, podiam impressionar chapas, propagar-se em linha reta, entretanto, não eram reletidos nem reratados e tinham a capacidade de atravessar muitos corpos opacos " luz2 6bservou, tamb!m, que a intensidade dos raios se reduz proporcionalmente ao quadrado da dist:ncia entre a onte e a tela. 9emonstrou que, dierentemente dos raios catódicos, o ar e as demais subst:ncias absorviam muito menos os raios-X. )otou que os raios atravessavam acilmente um livro com .OOO p$ginas e soriam pouca atenuação ao passar por uma t$bua de madeira com * a P cm de espessura2 Ao utilizar uma olha de alumínio com poucos milímetros, os raios reduziam de orma importante seus eeitos, por!m não aziam com que a luorescncia desaparecesse totalmente. 3ram barrados por chapas de prata ou cobre com ,/ mm de espessura2 Ao contr$rio dos raios catódicos, os novos raios não eram desviados por um campo magn!tico. '(ntgen mostrou que a região na parede do tubo onde a luorescncia era mais intensa podia ser considerada como o ponto principal de emissão dos raios-X que a partir deste ponto se irradiavam em todas as direçJes2 '(ntgen concluiu que os novos raios não eram ultravioleta, pois não eram reratados ao passarem do ar para outras subst:ncias como $gua, dissuleto de carbono, alumínio, zinco, entre outras2 não eram polarizados, nem reletidos de orma regular e que a 0nica propriedade dos materiais capaz de inluenciar sua absorção ! a densidade destes.
Revela./o dos raios+,
3m * de dezembro de B/, '(ntgen entregou seu relatório preliminar ao presidente da Qociedade de =ísica M!dica de %>rzburg, acompanhado por radiograias e#perimentais e pela imagem da mão da sua esposa2 )os dias subseq>entes enviou aos amigos atrav!s da 3uropa um impresso onde relatava a descoberta dos raios-XK e descreveu algumas de suas propriedades2 'eeriu tamb!m que o platinocianureto de b$rio não era a 0nica subst:ncia que emitia luz quando e#posta aos raios-X e considerou de e#trema import:ncia o ato de que uma placa otogr$ica envolta em um papel grosso ou colocada no interior de uma cai#a permitia que as imagens ossem documentadas, inclusive " luz do dia. 3m R de Ianeiro de B4, '(ntgen enviou cópias do artigo e de algumas radiograias a v$rios ísicos de renome na tentativa de adiantar a leitura e a avaliação do seu trabalho2
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A inormação sobre a sensacional descoberta chega a 8.;. 1echer, dono do rzburg2 A notícia oi logo reproduzida por outros Iornais da 3uropa e na noite de 4 de Ianeiro de B4 oi transmitida por tel!grao de 1ondres para o resto do mundo2 A luz nova v os ossos atrav!s da carneT publicaram os Iornais em meados de Ianeiro de B4, Iuntamente com imagens radiogr$icas e diagramas detalhados na geração dos raios. 9entro de uma semana, as demonstraçJes eram realizadas em muitas instituiçJes de pesquisa.
Radiografia e -ú*lico
)a noite de *P de Ianeiro de B4, numa palestra na Qociedade de =ísica M!dica de %>rzburg, '(ntgen, após e#planaçJes teóricas sobre seus e#perimentos, radiograou a mão do amoso anatomista Albert Son ;UlliFer2 Gamanho oi o entusiasmo do p0blico que oi aprovada por unanimidade a proposta de que os raios ossem chamados de 'aios '(ntgen, não apenas uma homenagem ao descobridor, mas tamb!m, pelo ato de que, quando demonstrou os novos raios, descreveu muitas de suas propriedades e, assim, a radiação dei#ava de ser desconhecida.
3squema montado por '(ntgen.
Raios R)n(gen
7rocurado por muitas pessoas para que suas novas descobertas ossem e#ploradas comercialmente, mantinhase irme na tradição dos proessores universit$rios alemães que acreditavam que suas descobertas e invençJes pertenciam " humanidade e de orma alguma deveriam ser controladas por patentes e licenças2 3m evereiro de B4, '(ntgen realizou uma radiograia de um braço raturado e enviou ao Hritish Medical
!ncor-ora./o dos raios+ 2 -r3(ica 4dica
6 p0blico icou ascinado com os raios-X e o mundo m!dico reconheceu imediatamente a import:ncia e#traordin$ria da descoberta. 9entro de alguns meses após o an0ncio uma ininidade de raturas, corpos estranhos e c$lculos I$ haviam sido radiograados2 A primeira radiograia diagnóstica, com uma ratura de &olles, oi realizada nos 3stados 5nidos, em P de evereiro de B4, sendo creditada ao 9r. 3dDin Eeada W44-BP/, de 9artmouth2 )o Hrasil, o primeiro aparelho de raios X, adquirido pelo 9r.
'is(ória da Radiologia
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9r.
7rimeiro aparelho de raios-X do Hrasil
7rimeira radiograia eita no Hrasil, B
La*ora(órios de raios+
Alguns laboratórios equipados com aparelhos de raios-X se especializaram na radiologia m!dica. 7acientes começavam a ser encaminhados para estes estabelecimentos para a realização de estudos por operadores e#perientes. At! o im de B4, o laboratório de Qchmidt @arnischI$ tinha e#ecutado mais de .OO e#ames2 A disponibilidade do equipamento apropriado para a produção dos raios-X nos laboratórios permitiu que os ísicos, os osteologistas, os dentistas e outros investigadores estudassem o enUmeno novo.
Raios+, nos 5os-i(ais
5ma solução apropriada era o estabelecimento de laboratórios dos raios-X dentro dos hospitais. A integração da radiologia na unção di$ria do hospital seguiria dois traIetos b$sicos dierentesN 6 primeiro consistia na dedicação de m!dicos especializados, o segundo se baseava na necessidade da documentação do e#ame ser eita por photographers do hospital, os precursores dos G!cnicos em 'adiologia M!dica2 Assim, surgem as primeiras instalaçJes permanentes dos raios-X nos hospitais. A associação da maravilha m!dica ao hospital oi de imensa import:ncia e permitiu um enorme avanço na pr$tica m!dica.
6onse789ncias dos raios+,
3m evereiro de B4, um proessor de ísica da 5niversidade de Sanderbilt persuadiu o decano da escola m!dica a sentar-se para uma radiograia e#perimental do cr:nio. Grs semanas mais tarde o cabelo do decano caiu, ato relatado com muito humor pelos que presenciaram o e#perimento2 @ouve relut:ncia para responsabilizarem os novos raios por algumas reaçJes incomuns. Alegava-se que não havia nenhuma razão para supor que seus eeitos poderiam ser mais ou menos preIudiciais do que aqueles produzidos pela eletricidade2 )o inal de B4, 3lihu Ghomson induziu uma dermatite em seu próprio dedo e concluiu que os raios a tinham causado. %illiam 'ollins, em sua s!rie sobre a 1uz X, advogou o cuidado e#tremo e o uso de protetores necess$rios para sua utilização. Mas a maioria negligenciava estes atos. 3m BO, morre &larence 9allY, assistente de Ghomas 3dison, devido a queimaduras e uma s!rie de amputaçJes. Qomente então os m!dicos se convenceram de que os raios poderiam ser atais. Mesmo assim, era diícil acreditar em um eeito carcinognico direto dos raios-X2 &om o passar dos anos, os Iornais começam a publicar com certa regularidade notas sobre o alecimento dos pioneiros da radiologia, associando o ato de que os novos raios assim como aIudavam poderiam matar2 Muitos dos pioneiros da radiologia não acreditavam nos eeitos mal!icos da e#posição di$ria aos raios para calibrar a orça dos tubos, azer demonstraçJes, posicionar pacientes durante a terapia e calcular a dose necess$ria para produzir eritema, eita em suas próprias mãos.
AmputaçJes por necrose secund$rias a e#posiçJes di$rias aos raios-X
9ierentemente dos demais, o descobridor dos raios-X era e#tremamente cuidadoso quanto " e#posição2 Apesar do importante papel diagnóstico, não acreditava que seus raios ossem inócuos2 )ão se tem notícia de que '(ntgen teve qualquer lesão por radiação.
Pr9ios -ara R)n(gen
&om a descoberta dos raios-X, '(ntgen recebeu numerosas condecoraçJes e honrarias de todas as partes do mundo2 '(ntgen ganhou o primeiro prmio )obel na =ísica, em BO, absteve-se de procurar patentes ou reivindicaçJes mesmo do epUnimo de sua descoberta e de suas aplicaçJes2 'ecusou-se a dar uma palestra oicial ao receber o prmio, mas no banquete que se seguiu " cerimUnia ez um pequeno discurso de agradecimento. 6 dinheiro do prmio oi doado " 5niversidade de %>rzburg, local da descoberta, para que osse aplicado em pesquisas cientíicas.
:l(ios anos de R)n(gen
3m BOO aceitou os cargos de proessor de ísica da 5niversidade de Munique e diretor do rec!m criado Cnstituto de =ísica. &om a derrota da Alemanha na 7rimeira Euerra Mundial, doou ao governo suas medalhas de ouro para aIudar o esorço de guerra2
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Qua esposa, Anna Hertha, aleceu em outubro de BB, depois de longa enermidade. 3m sua solidão, '(ntgen lia notícias de Iornal para o retrato da esposa, azendo de conta que ela ainda compartilhava seus pensamentos2 3m O de evereiro de B*P, o descobridor dos raios-X aleceu em Munique. 6 uneral de '(ntgen reuniu cientistas de toda a Alemanha e dos países vizinhos. 3m seguida, conorme as instruçJes que dei#ou, seu corpo oi cremado e seus pap!is e correspondncia pessoal, lançados "s chamas.
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