CINTILOGRAFIA

1 GESIANE G. FERREIRA

CINTILOGRAFIA Trabalho de Biofísica

UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNICO CARLOS – Ipatinga 2009

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2 GESIANE G. FERREIRA

CINTILOGRAFIA Trabalho de Biofísica

Trabalho Trabalho apresent apresentado ado pela aluna aluna do 2º período de Biomedicina.















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ÍNDICE LISTA DE FIGURAS E TABELAS.................................. TABELAS......................................................... .............................................. ........................2 .2 RESUMO...................................... RESUMO............................................................. .............................................. .............................................. .......................................3 ................3 ABSTRACT................................ ABSTRACT........................................................ ............................................... .............................................. .......................................4 ................4 INTRODUÇÃO À MEDICINA NUCLEAR.................................. NUCLEAR.......................................................... ..................................5 ..........5 1. FUNDAMENTOS FÍSICOS DAS IMAGENS CINTILOGRÁFICAS........................6 1.2 Conceitos gerais sobre radioatividade............ radioatividade................................... .............................................. ..........................6 ...6 1.2.1 A partícula Alfa (α)............................................. (α).................................................................... ..............................7 .......7 1.2.2 A partícula Beta (β)............................................. (β).................................................................... ..............................7 .......7 1.2.3 As radiações Gama (γ).............................................. (γ)..................................................................... ........................7 .7 2. INSTRUMENTAÇÃO ........................................... .................................................................. .............................................. ...............................9 ........9 3. RADIOFÁRMACOS............................... RADIOFÁRMACOS...................................................... .............................................. .............................................1 ......................122 3.1 Características Características físico-químicas físico-químicas (radiotraçadadores)............ (radiotraçadadores)................................... ..........................13 ...13 4. DIFERENÇAS ENTRE RAIO-X E CINTILOGRAFIA................................... CINTILOGRAFIA........................................... ........ 14 5. TÉCNICAS DE ESCANEAMENTO........................... ESCANEAMENTO................................................... ............................................... .......................15 15 5.1 Administração Administração do Traçador.............................. Traçador..................................................... .............................................1 ......................144 5.1.2 Doses de Radiação....................... Radiação.............................................. .............................................. ............................14 .....14 5.1.3 Efeitos Colaterais..................... Colaterais............................................ .............................................. ................................18 .........18 5.2 Indicações....................... Indicações.............................................. .............................................. .............................................. .................................18 ..........18 6. APLICAÇÕES DA CINTILOGRAFIA.................................. CINTILOGRAFIA......................................................... ....................................19 .............19 6.1 Cardiovascular................. Cardiovascular........................................ .............................................. .............................................. ................................19 .........19 6.1.1 Cintilografia de Perfusão Miocárdica ............................................19 ............................................19 6.1.2 Cintilografia Miocárdica com Pirofosfato .....................................21 .....................................21 6.1.3Ventriculografia Radioisotópica (Gated) Cintilografia Sincronizada das Câmaras Cardíacas.......................... Cardíacas................................................. .............................................. .......................................22 ................22 6.1.4 Cintilografia Cardíaca com Gálio 67........................................ 67..............................................24 ......24 6.1.5 Linfocintilografi Linfocintilografiaa ............................................ ................................................................... ...............................24 ........24 6.2 Endocrinologia............ Endocrinologia................................... .............................................. .............................................. .....................................25 ..............25 6.2.1 Cintilografia Cintilografia de Tireóide ........................................... ................................................................2 .....................255 6.2.2 Pesquisa de corpo inteiro com Iodo-131 ........................................27 ........................................27 6.2.3 Cintilografia Cintilografia da Paratireóide Paratireóide ............................................ ..........................................................28 ..............28 6.2.4 Cintilografia das glândulas glândulas adrenais com MIBG................ M IBG............................28 ............28 6.3 Gastroenterologia......... Gastroenterologia................................ .............................................. .............................................. ........................29 .29 6.3.1 Trânsito Esofágico Esofágico ............................................. .................................................................... ............................29 .....29 6.3.2 Pesquisa de Refluxo Gástro-Esofágico Gástro-Esofágico ..........................................30 ..........................................30 6.3.3 Esvaziamento Esvaziamento Gástrico ............................................. ...................................................................3 ......................300 6.3.4 Pesquisa de Mucosa Gástrica Ectópica (Pesquisa de Divertículo de Meckel) ............................................ ................................................................... .............................................. ............................................3 .....................311 6.2.5 Pesquisa de Sangramento Intestinal.................. Intestinal......................................... ............................. ...... 31 6.3.6 Cintilografia Cintilografia Hepato Esplênica ............................................ ......................................................32 ..........32 6.3.7 Cintilografia Cintilografia Hépato-Biliar Hépato-Biliar ............................................. ............................................................32 ...............32 6.3.8 Outros diagnósticos diagnósticos Gastroenterológicos..... Gastroenterológicos............................ ...................................34 ............34 6.4 Nefrologia....................... Nefrologia.............................................. .............................................. .............................................. .................................34 ..........34 6.4.1 Cintilografia Renal Dinâmica (DTPA) Fundamentos................... Fundamentos.....................34 ..34 6.4.2 Cintilografia Cintilografia Renal Estática (DMSA)................. .....36















4 6.5.3 Cintilografia Cintilografia Cerebral com Tálio ou MIBI – SPECT.................... 40 6.5.4 Cisternocintilografi Cisternocintilografiaa ............................................. .................................................................... ..........................41 ...41 6.6 Pneumologia.................. Pneumologia......................................... .............................................. .............................................. ..................................41 ...........41 6.6.1 Cintilografia Pulmonar - estudo de perfusão.............................. perfusão..................................41 ....41 6.6.2 Cintilografia Pulmonar - estudo de inalação ..................................42 6.6.3 Cintilografia pulmonar com Galio 67 ............................................4 ............................................433 6.7 Sistema esquelético............. esquelético.................................... .............................................. .............................................. .............................44 ......44 6.8 Processos inflamatórios e tumorais ..................................................... .............................................................. ......... 47 6.8.1 Cintilografia Cintilografia com Gálio ............................................................ .................................................................47 .....47 6.8.2 Processos tumorais ............................................ ................................................................... ............................47 .....47 6.8.3 Processos inflamatórios............... inflamatórios...................................... .............................................. ............................ ..... 48 6.8.4 Imunocintilografia Imunocintilografia ........................................... .................................................................. ...............................49 ........49 6.8.5 Cintilografia com Leucócitos Leucócitos marcados ........................................49 ........................................49 7. CONCLUSÃO................................ CONCLUSÃO........................................................ ............................................... .............................................. ..............................51 .......51 8. ANEXOS...................................... ANEXOS............................................................. .............................................. .............................................. .................................52 ..........52 9. BIBLIOGRAFIA...................................... BIBLIOGRAFIA............................................................. .............................................. ............................................5 .....................566















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LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura1. Esquema dos processos ocorridos dentro do cristal de cintilação e do tubo fotomultiplicador..... fotomultiplicador............................ .............................................. .............................................. .............................................. ...........................10 ....10 Figura 2 Esquema do sistema de detecção de varredura linear............................ linear.............................11 .11 Tabela 1. Resumo Resumo de algun algunss dos dos radiof radiofárm ármac acos os “bem “bem estab estabele elecid cidos” os” e suas suas aplicações.................. aplicações......................................... .............................................. .............................................. .............................................. ..................................14 ...........14 Figura 3 - Esquema do trajeto da radiação numa radiografia........................... radiografia................................15 .....15 Figura 4 - Esquema do trajeto da radiação numa cintilografia............ cintilografia..............................15 ..................15















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RESUMO A Cintilografia é um método de captação de imagens a partir dos fótons emitidos do paciente que interagem com cristal da gamacâmara, produzindo pontos cintilantes. O uso do material radioativo iniciou-se em 1927, porém, somente em 1948, cien cienti tist stas as util utiliz izar aram am o clor cloret etoo de sódi sódioo marc marcad adoo com com sódi sódioo radi radioa oati tivo vo ( 24 Na) intravenosamente e obtiveram o primeiro radiocardiograma. Hoje, podem-se efetuar os estudos clínicos in vivo ou in vitro. Na Medicina Nuclear a radiação Gama é o fundamento para a obtenção destas imagens, porque se assemelha aos raios X, diferindo apenas por sua origem nuclear e, por ter maior poder de penetração. A radiação Gama emitida atravessa os tecidos do corpo e pode ser captada ou registrada no exterior pelas câmaras Gama que fornecem as imagens chamadas de cintilografias. Um exemplo típico de substância capaz de emitir tal radiação é o Tecnécio ( 99mTc). A radiação Beta é utilizada utilizada na terapia em Medicina Nuclear para fins terapêuticos. O principal isótopo utilizado é o iodo 125 ( 125I). Os radiofármacos são medicamentos inertes que, para serem úteis na formação das imagens precisam ser incorporadas a elementos artificialmente radioativos. Os efeitos colaterais causados por radiofármacos são raros e, em geral, de pouca gravidade. Isso acontece porque a quantidade de substância que o paciente recebe é extremamente pequena. O exame cintilográfico não deve ser substituído, porém pode ser complementado por por qualq qualquer uer out outro ro exame exame por im image agem. m. Ele Ele é um excel excelent entee meio meio para para local localiza izar r quantidades extremamente pequenas de substâncias radioativas, para descobrir lesões, ante antess que que outr outros os meio meioss diag diagnó nóst stic icos os poss possam am fazê fazê-l -lo. o. Além Além diss disso, o, é um exam examee funcional/metabólico que, além do diagnóstico, serve para avaliar e acompanhar os efeitos da terapêutica. A cint cintil ilog ogra rafi fiaa tem tem exte extens nsas as apli aplica caçõ ções es,, como como por por exem exempl plo, o, para para exam examee cardiovascular, cardiovascular, endocrinológico, endocrinológico, gastroenterológico, neurológico e etc.

















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ABSTRACT The scintigraphy is a method of capturing images from the photons emitted from the patient to interact with crystal gamma camera, producing highlight points. The use of radioactive material began in 1927, but only in 1948, scientists used sodium chloride labeled with radioactive sodium ( 24 Na) intravenously and obtained the first radiocardiograma. Today, clinical studies can be performed in vivo or in vitro. vitro. In the Nuclear Medicine, the gamma radiation is the basis for obtaining the images, because it resembles the X-rays, differing only in their nuclear origin, and it has a greater penetrating power. The gamma radiation emitted through the tissues of the body and can be captured or recorded outside the range cameras that provide images called scintigraphy. scintigraphy. A typical example of a substance capable of emitting such radiation is Technetium ( 99mTc). The beta radiation is used in nuclear medicine for therapeutic purposes. The main isotope used is iodine 125 ( 125I). The radiopharmaceuticals are drugs inert that, to be useful in the formation of images need to be incorporated into artificially artificially radioactive elements. The side effects or the adverse effects induced by the radiopharmaceuticals are rare and generally of low severity. This is because the amount of substance that the patient receives is extremely small. The scintigraphy should not be replaced, but it can be supplemented by any other imag im agin ingg diag diagno nost stic ic.. It is an exce excell llen entt way way to find find extr extrem emel elyy smal smalll amou amount ntss of radioactive radioactive substances, to discover injuries before any other diagnostic method could do it. Furthermore, it is a functional/metabolic that, in addition to diagnosis, it serves to evaluate and monitor the effects of therapy.

















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INTRODUÇÃO À MEDICINA NUCLEAR O uso do material radioativo iniciou-se em 1927, quando Herrmann Blumgart e Soma Weiss injetaram na veia de um braço o radioisótopo natural rádio C (radon), e mediram o intervalo de tempo que esse levou para chegar ao outro braço, usando como detector uma câmara de Wilson. Essa medida permitiu estimar a velocidade do fluxo sanguíneo entre os dois braços. Em 1948, M. Prinzmetal, E. Cordey e colaboradores obtiveram o primeiro radiocardiograma com um contador Geiger-Muller acoplado a um registrador, após injetar, intravenosamente, o cloreto de sódio marcado com sódio radioativo 24 Na. Com o desenvolvimento de aceleradores nucleares, como o ciclotron, e de reatores nucleare nucleares, s, radioisó radioisótopo toposs artifici artificiais ais foram foram produzido produzidoss e, posterio posteriorment rmente, e, um grande grande número deles foi usado na marcação de compostos para estudos biológicos, bioquímicos e médicos. A produção desses compostos é efetuada pela área de radiofarmácia, onde radioisótopos são incorporados a drogas por mecanismos específicos. Podem-se efetuar os estudos clínicos in vivo ou in vitro. No primeiro caso, a obtenção de dados de dados é feita diretamente no paciente, como é o caso do mapeamento hepático com o colóide de enxofre marcado com tecnécio metaestável 99m

Tc. No segundo caso, o composto radioativo é administrado ao paciente, e amostras

de sangue ou na excreção são coletadas para análise posterior. Esse processo é usado, por exemplo, no estudo de absorção da vitamina B12 por pacientes com anemia. Os radioisótopos podem ser usados também em terapia, por exemplo, no tratamento de disfunção tireoideana. Quanto aos estudos básicos não clínicos, o radioisótopo, por exemplo, o

14

Cé

usado na avaliação de atividades enzimáticas, na detecção de microrganismos, ou o 3H,

















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1.

FUNDAMENTOS

FÍSICOS

DAS

IMAGENS

CINTILOGRÁFICAS. 1.2 Conceitos gerais sobre radioatividade: Os elementos naturais simples são formados por átomos. Cada átomo possui uma parte central chamada núcleo, composto por partículas com o nome genérico de núcleons. Há dois dois ti tipo poss de part partíc ícul ulas as nucl nuclea eare res: s: as que que poss possue uem m carg cargaa elét elétri rica ca posi positi tiva va,, denominados denominados prótons; o outro, é o tipo das partículas nucleares eletricamente eletricamente neutras que são chamados nêutrons. Fora do núcleo, e gravitando em seu redor, estão os elétrons, que são partículas com carga negativa. O número de prótons do núcleo e o número de elétrons nas órbitas são iguais, o que faz com que o átomo seja eletricamente neutro. A quantidade de prótons do núcleo é denominada denominada número atômico, e designado pela letra Z. O número atômico (Z) expressa a totalidade da carga elétrica positiva do núcleo e é único para cada elemento. É ele quem determina as características químicas do elemento. A quantidade de nêutrons existente no átomo é designada pela letra N. A soma do número de prótons com o número de nêutrons de um núcleo atômico é chamada número de massa, ou massa atômica, e designada pela letra A (A = Z+N). O número de massa confere as características físicas de um determinado elemento. Elementos com igual número atômico (Z) podem ter diferentes números de massa (A). Isso acontece quando os elementos têm núcleos com a mesma quantidade de prótons, mas com quantidades diferentes diferentes de nêutrons. A esses elementos se dá o nome de isótopos. Por exemplo, o hidrogênio tem três isótopos: 1H , 2H, e 3H, todos com só um próton e, portanto, com igual Z e, por isso, com igual comportamento químico, mas todos têm diferentes números de massa (A) porque o primeiro não tem nenhum nêutron, o

















10 Becquerel (Bq). Existem três tipos de radiações que os radioisótopos podem emitir e são elas: 1.2.1 A partícula Alfa (α) composta por núcleos de Hélio, formada por dois prótons e doi doiss nêutr nêutrons ons,, portan portanto to com uma grande grande massa massa e, por isso, isso, com pouco pouco alcan alcance ce (penetração), que, por exemplo, no ar não passa de 3 a 8 cm. Devido a pouca penetração da partí partícul culaa Alfa, Alfa, os isóto isótopos pos emisso emissores res desse desse ti tipo po de radia radiaçã çãoo não têm têm util utilida idade de diagnóstica. Eles não representam perigo quando são fontes de radiação situadas fora do corpo, mas são perigosos como fontes internas porque as partículas Alfas, ao serem absorvidas, produzem intensa ionização, um fenômeno físico que leva à produção de efeitos biológicos indesejáveis; 1.2.2 A partícula Beta (β), cuja massa é aproximadamente 8.000 vezes inferior à massa da partícula Alfa, e por isso, Beta tem maior alcance que Alfa. Embora mais penetrantes penetrantes que a partícula Alfa, as partículas Betas são detidas por poucos milímetros de alumínio ou de tecido orgânico. A incapacidade de Beta atravessar os tecidos a torna sem utilidade no diagnóstico por imagens. Sua utilidade em Medicina Nuclear está no campo da radioimuno-análise no qual o principal isótopo utilizado é o iodo 125 (

125

I), cuja

utilidade médica é a medida necessária à investigação de dosagens hormonais e na terapia. Assim a pouca penetração das partículas Beta, e a conseqüente ionização que resulta de sua absorção, fundamenta a utilização dos elementos emissores de Beta no setor de terapia onde são usados como fontes abertas de radiação como o Fósforo 32 (32P), e também como fontes internas de irradiação como do Samário 153 ( 153Sm), o Estrôncio 89, ( 89Sr) e o Iodo 131, ( 131I).

















11 (201Tl), o índio 111 ( 111In), o Iodo 131 ( 131I) o Gálio 67, ( 67Ga). A capacidade da radiação Gama de atravessar os tecidos faz com que ela possa ser captada no exterior do corpo e fornecer assim, informações sobre a localização do isótopo emissor, fundamento do diagnóstico cintilográfico. Do expos exposto to,, é evide evidente nte que a Medic Medicin inaa Nucle Nuclear ar uti utili liza za isóto isótopos pos radio radioati ativo voss emissores de radiação Gama para o diagnóstico por imagens e usa os isótopos emissores de partículas Betas para a investigação laboratorial ou para terapia com radioisótopos. A radiação Gama é o fundamento para a obtenção das imagens na Medicina Nuclear porque se assemelha aos raios X, diferindo deles por sua origem nuclear e, por ter maior poder de penetração. Quando um isótopo emissor de Gama é administrado e se localiza no interior do corpo de uma pessoa, a radiação Gama emitida atravessa os tecidos do corpo e pode ser captada ou registrada no exterior pelas câmaras Gama que fornecem as imagens chamadas de cintilografias. A radiação Beta é o fundamento na terapia em Medicina Nuclear porque, ao contrário dos raios Gama, a radiação Beta é pouco penetrante penetrante e não pode ser detectada no exterior do corpo humano quando um isótopo emissor de Beta for administrado a uma pessoa. A radiação Beta só atravessa poucos milímetros de tecidos orgânicos e, ao ser absorvida pelas células, produz efeitos biológicos de várias intensidades, até mesmo leva à morte celular, sendo esses efeitos biológicos utilizados com fins terapêuticos. A radiação Beta também é o fundamento em Medicina Nuclear das medidas laboratoriais com radioisótopos. Hoje existem equipamentos de alta sensibilidade na medida da radioatividade e, por isso, capazes de medir pequeníssimas quantidades de substância radioativas. A utilização de emissores de Beta permitiu o desenvolvimento de técnicas de análise in vitro (rádioimuno-análise), sem a necessidade de administrar o radioisótopo aos pacientes. Tais técnicas são usadas para as medidas de substâncias com



















12 (para tratar doenças tireoidianas benignas, como o hipertireoidismo, doença de Plummer e também as doenças malignas, como é o caso das metástases do câncer da glândula tireoidiana, tireoidiana, ou ainda, para ablação do tecido tireoidiano residual). Os isótopos ideais para as medidas in vitro são os emissores de Beta de baixa energia, como é o caso do iodo 125 (125I).

2. INSTRUMENTAÇÃO INSTRUMENTAÇÃO A medicina medicina nuclear nuclear util utiliza iza,, basicame basicamente, nte, a instrumen instrumentaçã taçãoo da Física Física nuclear nuclear adaptada às condições clínicas, isto é, um sistema de detecção de radiação acoplado a mecanismos que permitem registrar a distribuição distribuição espacial e/ou a passagem temporal de radioisótopo dentro de uma pessoa. O detector pode ser um cristal de cintilação – por exemplo, o iodeto de sódio dopado com tálio – NaI(Tl) – ou um detector detector semicondutor, por exemplo, o germânio-lítio germânio-lítio – GeLi. O detector de cintilação, que é o mais usado, tem como propriedade a produção de cintilações dentro do cristal devida à interação da radiação gama com o mesmo. Essas cintilações são detectadas por um tubo fotomultiplicador que produz um pulso elétrico, cuja altura h está relacionada com a energia da radiação Eγ que interagiu com o cristal de cintilação. A Figura 1 esquematiza esse processo. De um eletrodo (dinodo) para



















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Figura1. Esquema dos processos ocorridos dentro do cristal de cintilação e do tubo fotomultiplicador. Se o detector de cintilação for pequeno, com diâmetro da ordem de 5 cm, seu sinal de saída pode ser injetado a um graficador que produzirá curvas (por exemplo, o



















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Figura 2 Esquema do sistema de detecçãp de varredura linear. No final dos anos 50, Hal Anger constitui a primeira câmara de cintilação ou



















15 Uma vez que a atividade atividade gravada pelos scanners é convertida em pulsos elétricos, tais pulsos podem ser gravados em forma digital. Esta informação digital pode alimentar um computador e ser manipulada para produzir informação fisiológica sobre o que está acontecendo acontecendo em um determinado órgão (processamento de dados). Nos estudos in vitro e básicos, além dos cristais sólidos de cintilação, usam-se também cristais de cintilação líquidos, aos quais podem ser adicionadas quantidades muito pequenas de amostras contendo radiação beta. Esse método é empregado na detecção daquele tipo de radiação porque ele é facilmente blindado por qualquer obstáculo – por exemplo, o tubo de ensaio que contém a amostra. Misturando-se o espécime com o detector líquido, a radiação beta interage diretamente com o cristal, produ produzi zindo ndo cinti cintila laçõe çõess que são “vist “vistas” as” pelos pelos tub tubos os fotomu fotomult ltipl iplica icador dores es sendo, sendo, consequentemente, registradas.

3. RADIOFÁRMACOS RADIOFÁRMACOS Para que se possa obter uma cintilografia é importante que o órgão a examinar, contraste com os tecidos e estruturas vizinhas. Isso quer dizer que só o órgão que se deseja estudar deve concentrar o radioisótopo ou, pelo menos, deve concentrar o



















16 Não interferem, entretanto, com a fisiologia normal do órgão estudado, sendo eliminados do organismo pelas vias excretórias naturais.

3.1 Características físico-químicas (radiotraçadadores) - baixa exposição à radiação; - sem reações anafiláticas; - informação funcional e anatômica do órgão estudado; - detecção precoce de doenças (antes de alterações estruturais). Os radiofármacos também são utilizados no tratamento de patologias patologias e disfunções disfunções do organismo humano e trata-se de um procedimento procedimento não invasivo. invasivo. O radionuc radionuclíde lídeoo

99m

Tc é obti obtido do a part partir ir do deca decaim imen ento to radi radioa oati tivo vo de outr outroo

radi radion onuc uclí líde deo, o, o mo moli libd bdên ênio io-9 -99m 9m (ele (eleme ment ntoo

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disponibilizado, no ambiente hospitalar, a partir de geradores de

99

faci facilm lmen ente te

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99m

Tc

pode ligar-se a diferentes substratos ou ligantes, por reação r eação de complexação, originando radiof radiofárm ármac acos os com afini afinidad dadee por difere diferent ntes es órgão órgãos, s, siste sistemas mas ou recep receptor tores es no organismo. O conhecimento da química de complexação do elemento tecnécio é de





















17 Tabela 1. Resumo Resumo de alguns alguns dos radiofár radiofármaco macoss “bem estabeleci estabelecidos” dos” e suas aplicações. Isótopo 99m Tc

Forma química Pertecnetato

U so Estudos dinâmicos

(Na99mTc O4)

cardíacos e cerebral Imagens de: cérebro,

99m

Tc

Soro de albumina humana

placenta, tireóide Estudo dinâmico cardíaco Imagem da: placenta, efusão do pericárdio Imagens dos pulmões

99m

Microesferas de albumina

99m

Macroagregados de albumina Colóide de enxofre

Imagens de: medula

Fosfatos

óssea, fígado, baço Imagens do osso

Tc Tc

99m 95

Tc





















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Figura 3 - Esquema do trajeto da radiação numa radiografia. Uma cintilografia cintilografia convencional é a imagem gravada em um filme ou impressa em um papel fotográfico e obtida pelas radiações produzidas por um isótopo que está no





















19 ser designados como sendo seletivamente captados por determinados órgãos. No órgão individual, lesões como os tumores podem captar seletivamente mais quantidade de isótopo, resultando nas chamadas áreas “quentes” no scan, scan, como no cérebro. Alternativamente, Alternativamente, alguns órgão ou áreas podem falhar na captação do isótopo, resultando nas áreas chamadas “frias”, como ocorre no fígado. A captação pode ser gravada como uma “imagem” pelas máquinas escaneadoras.

5.1 Administração do Traçador A admi admini nist stra raçã çãoo dos dos medi medica came ment ntos os radi radioa oati tivo voss é simp simple les. s. Algu Alguns ns são são administrados por via oral, (na forma de solução ou em cápsulas) como é o caso do iodo radioativo, ( 131I), tanto para a realização de cintilografias da tireóide como para o tratamento do hipertireoidismo e das metástases dos cânceres de tireóide.





















20 isótopos que se mantêm radioativos durante um curto período de tempo. Podemos considerar também que a dose da radiação absorvida pelo corpo num estudo estudo na medic medicina ina nucle nuclear ar não é uni unifo forme rme,, poi poiss os radioi radioisót sótopo oposs tende tendem m a se concentrar em órgãos específicos. O órgão que recebe a maior dose durante um processo e chamado órgão crítico. Essas doses variam de pessoa para pessoa, mesmo quando as atividades administradas forem iguais. Isso porque no cálculo da dose são levados em conta a geometria do órgão, a estatura e o peso do paciente, o metabolismo do composto pelo órgão em estudo, além das características físicas do radioisótopo e do intervalo de tempo em que o radioisótopo ficou no órgão. A radioatividade é um fenômeno físico espontâneo e aleatório, de origem nuclear. Numa substância radioativa, os átomos se desintegram ao acaso e ao fazê-lo emitem radiação e se tornam inertes, isto é, não mais emitirão raios. Dessa forma as substâncias radioativas perdem gradativamente, sua radioatividade e, na medida em que diminui o número de átomos capazes de emitir radiação, aumenta o número de átomos incapazes





















21 eliminação eliminação fisiológica, - fatores que somados constituem o que se chama de “meia vida efetiva” (Tef½). A meia-vida efetiva é então calculada por:

A conseqüência da meia vida efetiva é a redução mais rápida da quantidade de substância substância radioativa aplicada para obtenção de cintilografias cintilografias e, explica a pequena dose de radiação que o paciente sofre durante o procedimento diagnóstico cintilográfico.























22 diagnóstico das neoplasias malignas e de suas metástases, mas essas são apenas duas de suas várias indicações, porque os exames cintilográficos são úteis no diagnóstico, acompanhamento e avaliação terapêutica de inúmeros processos benignos.

6. APLICAÇÕES DA CINTILOGRAFIA CINTILOGRAFIA























23 dobutamina). O estudo feito com stress físico tem a vantagem de ser complementado pelos dados do eletrocardiograma de esforço convencional. Os estudos com dipiridamol dipiridamol apresentam sensibilidade e especificidade semelhantes ao stress físico, obtendo-se a vasodila vasodilataç tação ão da microcir microcircula culação ção e conseque consequente nte solici solicitaçã taçãoo da reserva reserva coronari coronariana ana mesmo em pacientes impossibilitados de alcançar o nível de esforço adequado. As reações adversas ao dipiridamol como bronco espasmo, bloqueios ou mesmo fenômeno de roubo são raras.























24 aval avalia iaçã çãoo de lesõ lesões es bord border erli line ne à cine cineco coro rona nari riog ogra rafi fia, a, dete determ rmin inaç ação ão da lesã lesãoo funcionalmente mais significativa na presença de lesões multiarteriais e avaliação da eficácia da circulação colateral. Avaliação Avaliação terapêutica terapêutica : A cintilografia de perfusão miocárdica deve ser realizada sempre que o raciocínio clínico, baseado na história e quadro angiográfico, necessitar de fundamentação fisiológica para estabelecer a conduta terapêutica. Também indicada na























25 fase chega a 90-95%), declinando até a negativação ao redor de 7 a 10 dias. O estudo tomográfico tomográfico (SPECT) pode localizar e avaliar melhor a extensão da área infartada. infartada. Aplicações clínicas Infarto agudo do miocárdio (IAM): (IAM) : Diagnóstico e localização de infarto agudo do mioc mi ocár árdi dioo em caso casoss com com disc discor ordâ dânc ncia ia dos dos crit critér ério ioss clín clínic icos os,, enzi enzimá máti tico coss e























26 médio de trânsito pulmonar. Acoplando-se uma bicicleta à câmara de cintilação o estudo pode também ser feito durante esforço. Aplicações clínicas Monitoração da função ventricular antes e após procedimentos potencialmente cardiodepressores, como, por exemplo, quimioterapia com adriamicina (doxorubicina)

























27

6.1.4 Cintilografia Cardíaca com Gálio 67

























28 A cintilografia permite uma avaliação mais objetiva do déficit de drenagem

























29 normal a redução maior que 50% na captação em relação a estudo basal. O teste de

























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