BREV BREVE E REFL REFLEX EXÃO ÃO SOBR SOBRE E A POS POSTURA TURA DO PROFI ROFIS SSION SIONAL AL DA SAÚDE, DA DOENÇA E DO DOENTE Refeti intensamente sobre a ousadia, petulância, ou sei lá que rótulo receberei por esse tipo de categorização estabelecida nesse capitulo. E como sempre é escrevendo que nos epomos ao cresciment crescimento, o, se!a pelas cr"ticas, cr"ticas, se!a ainda pelos elogios, elogios, alin#avei$a!u alin#avei$a!ustei% stei% min#as idéias da maneira como me &oi poss"vel idealizá'las. ( importante é estar contribuindo para a discussão que envolve o nosso próprio crescimento enquanto pro)ssionais e como pessoas. E de outr outra a part parte, e, ten# ten#o o plena plena co cons nsci ci*nc *ncia ia,, até até me mesm smo o pela pela reper repercu cuss ssão ão de trab trabal# al#os os anteriores anteriores,, de que tudo que escrevemos escrevemos provoca provoca as mais di&erentes di&erentes reaç+es reaç+es nos n"veis mais imprevis"veis nas pessoas que o apreciam. ão #á como se obter consenso principalmente quando &alamos sobre sobre as peculiaridades peculiaridades #umanas, uma vez que sempre iremos esbarrar esbarrar em conceituaç+es )losó)cas, morais, sociais, etc., que sempre estarão a balizar e dimensionar os nossos escritos. Esse é um trabal#o escrito com muito amor na certeza de não apenas apresentar uma contri contribui buição ção -s discus discuss+e s+ess envolven envolvendo do a temátic temática a sade, sade, mas sobre sobretud tudo, o, por polemiz polemizar ar temas que se mant*m obscuros - nossa análise. Sobre a Postura de atend!ento do Pro"ssona# da Sa$de /grupei as posturas mais comumente observadas pelos pro)ssionais da sade diante dos caso ca soss de urg* urg*nc ncia ia e me mesm smo o naqu naquel ela a que, que, em embo bora ra se se!a !am m co con) n)gu gura rada dass o se sent ntid ido o de emerg*ncia, traz em seu bo!o uma cronicidade que provoca uma simetria na postura de atendimento do pro)ssional da sade em ambos os casos. / denominação que dei para essas post postur uras as &oi0 &oi0 ca calo losi sida dade de pro) pro)ss ssio iona nal, l, dist distan anci ciam amen ento toss cr"t cr"tic icos os,, em empa pati tia a genu genu"n "na a e pro)ssionalismo a&etivo. Esse Esse agru agrupa pame ment nto, o, bem bem co como mo essa essa deno denomi mina naçã ção o são são &ruto &rutoss de uma uma eper eperi* i*nc ncia, ia, não não #ave #avend ndo, o, port portan anto to,, a pret preten ensã são o de es esgo gota tame ment nto o do rol de post postur uras as eis eiste tent ntes es no relacionamento do pro)ssional da sade com o doente e a doença. %a#osdade Pro"ssona# 1alosidade pro)ssional é aquela postura onde o pro)ssional da sade depois de anos de prática com o doente, a doença, adquire uma indi&erença total para a dor do paciente, uma calo ca losi sida dade de que que o impe impede de de se serr toca tocado do,, aind ainda a que que mini minima mame ment nte, e, pelo pelo so&r so&rime iment nto o do paciente. Esse tipo de postura é aquela onde o paciente é tratado pelo pro)ssional da sade apenas como um simples sintoma num total desprezo pela sua dor, e é o que lamentavelmente mais encontramos nas lides da sade. /ssim é cada vez mais comum ouvir'se uma paciente contar que teve o surgimento de câncer no seio e que a in&ormação médica &oi &ria e distante, como se o médico estivesse a comunicar'l#e sobre a necessidade de uma tintura para a cor dos cabelos. (u ainda ainda de paci pacien ente tess que que narr narram am que que rece recebe beram ram a in&o in&orm rmaç ação ão de diag diagnó nóst stico icoss que que certamente irão alterar toda a rotina de suas vidas como se estivessem ouvindo o médico dizer de um novo produto produto contra a caspa. caspa. (u até mesmo daqueles casos onde o pro)ssional pro)ssional da sade simplesmente delega a algum outro membro da equipe a responsabilidade pela in&ormação de um diagnóstico contundente, evitando entrar em contato com o poss"vel so&rim so&riment ento o emocion emocional al do pacien paciente. te. / identi identidad dade e pro)ss pro)ssion ional al nesses nesses cas casos os é prese preserva rvada da !untamente com a própria di)culdade do pro)ssional da sade sade em lidar com a dor do paciente e com a repercussão dessa dor na sua própria vida. 2egundo 3aing, identidade é aquilo pelo
qual a pessoa sente'se a mesma nesse lugar, no passado ou no &uturo0 é aquilo pelo qual se identi)ca. esse sentido, e poss"vel etrapor'se que eiste um grande nmero de pessoas que se sentem as mesmas desde o nascimento até a morte. 4o ponto de vista estritamente emocional, o &ato do pro)ssional da sade adquirir a calosidade pro)ssional diante da dor do paciente c#ega a ser !usti)cável tanto pela quantidade dos atendimentos realizados, como pela &orma como esse so&rimento pode alterar a sua própria vida. 5or outro lado, vemos claramente que muitos pro)ssionais adquirem essa calosidade pro)ssional apenas para preservar a sua identidade pro)ssional. 3aing coloca ainda que todo o relacionamento implica numa de)nição do eu pelo outro e do outro pelo eu. Essa complementaridade pode ser central ou peri&érica, e ter signi)cado mais ou menos dinâmico em di&erentes per"odos da vida. 4essa maneira, é muito di&"cil a contraposição que eiste com grande propulsão social de que o bom pro)ssional é aquele que não se envolve com a dor do paciente, como se &6ssemos capazes diante do so&rimento de acionar algum botão que nos desligasse de todo e qualquer envolvimento que abalasse a nossa estrutura emocional. / identidade da pessoa não pode ser completamente abstra"da de sua identidade para os outros, para si mesma, da identidade ou identidades que !ulga que l#e atribuem, ou que pensa que eles pensam que ela pensa que eles pensam. /ssistimos &requentemente a associação de que o so&rimento do paciente é algo que diz respeito apenas - sua pessoa e aos seus &amiliares, cabendo ao pro)ssional da sade apenas o relacionamento com a doença, não se importando com o so&rimento emocional e &amiliar que ela este!a a imputar -s pessoas envolvidas nesse processo. Eiste a necessidade de se criar um invólucro que protegesse o pro)ssional de todo e qualquer so&rimento emocional que uma determinada doença pudesse l#e provocar. ( nmero de pacientes que se sentem completamente desamparados diante desse procedimento é aterrorizador, pois a in&ormação do diagnóstico é colocada como sendo uma in&ormação sobre determinada doença. 2uas implicaç+es, o modo como o paciente pode reagir emocionalmente diante desse diagnóstico, a desestruturação &amiliar advinda, as consequ*nciassociais e tudo o mais que se quiser arrolar nessa discussão não dirão respeito ao pro)ssional da sade que tem sua prática escorada na calosidade pro)ssional. / sua relação é com a doença7 ( doente e seus &amiliares são eclu"dos em seu imaginário do próprio universo da doença. ( seu imaginário irá preservá'lo de qualquer so&rimento emocional simplesmente ecluindo do rol de suas preocupaç+es a )gura do doente. ão eiste preocupação com poss"veis desatinos emocionais desse paciente. 2ua relação é com os sintomas, diagnósticos, prognósticos, terap*utica e tudo mais que implica no tratamento dessa doença, ecluindo'se de maneira totalitária as implicaç+es da doença na pessoa doente. 8usca'se a e)cácia terap*utica com um vigor e um a)nco cada vez mais di&erenciado. 5esquisas mostram com uma velocidade astral o e&eito de determinadas drogas diante da ocorr*ncia de determinadas doenças. /vanços são obtidos na área tecnológica que permitem diagnósticos da mais alta precisão, com recursos que vão desde a simples ingestão de determinadas drogas até os recursos obtidos através de e&eitos de raios lazer e mesmo de recursos panorâmicos.
o entanto, a emoção que determina o surgimento ou o agravamento de determinadas doenças é desprezada como se não )zesse parte do universo a ser eplorado e considerado na anamnese do pro)ssional da sade. /uto'identidadeé a #istória que a pessoa conta a si mesma a seu próprio respeito. / necessidade de nela crer parece muitas vezes o dese!o de depreciar uma outra #istória, mais primitiva e mais terr"vel. E até mesmo a necessidade de &azer a vida girar ao redor de uma identidade complementar $isto é, sou o )l#o de meu pai, o marido de min#a mul#er% signi)ca temorda &antasia e ódio do que se é. 9 como se estivéssemos ouvindo o pro)ssional da sade a)rmar que não pode se envolver emocionalmente com o paciente e seus &amiliares, pois o compromisso de sua identidade pro)ssional é com a doença, com a qual seu relacionamento ocorre dentro dos limites impostos pelo determinismo pro)ssional: são inclu"dos a" desde códigos de ética até preceitos de e)cácia pro)ssional, que poderiam, eventualmente, ser questionados se uma lágrima escorresse de seus ol#os diante da dor de um paciente. E como se noção de &racasso ou de e)cácia tivesse a ver com o seu envolvimento diante da dor e do so&rimento emocional do paciente. 9 trazido para si a responsabilidade do c#oro diante de um diagnóstico, como se tivesse em si mesmo, em sua prática, o poder de determinar dor e so&rimento ao seu semel#ante simplesmente diante daquilo que &ala ou diagnóstica. esse sentido, o que &alta ao pro)ssional da sade é uma visão mais lcida de que a dor do paciente sempre tem a ver com a perspectiva de um diagnóstico, ou até mesmo com odescon#ecimento desse sobre as reais implicaç+es em sua vida. 5or eemplo, um diagnóstico de alguma cardiopatia, se tiver !unto uma in&ormação acerca das reais limitaç+es que a doença imporá - vida do paciente mostrando'l#e uma &aceta que vá além dos conceitos populares sobre a &atalidade das cardiopatias, certamente l#e trará grande alivio, contribuindo, inclusive, para o seu próprio restabelecimento. 1ontudo se #ouver essa determinação de não'envolvimentocom ele e com seus &amiliares, mas apenas com a doença, por cedo tais aspectos não serão, sequer, considerados, pois implicam em se entrar em contato com os quesitos emocionais do paciente. / busca da identidade pro)ssional esbarra no conceito de que uma pessoa &az de si mesma a partir do en&eiamento de condiç+es e signos eistentes e que atribuem a determinados eerc"cios pro)ssionais determinadas conceituaç+es. 8uber coloca que em todos os n"veis da sociedade #umana, as pessoas con)rmam mutuamente na prática, até certo ponto, suas qualidades e talentos pessoais, e uma sociedade é c#amada #umana na medida em que seus membros con)rmamuns aos outros. Embora suas citaç+es nos remetam ao mais puro &asc"nio )losó)co, ainda sim é pertinente a crença de que eiste a necessidade de alteração nessa con)guração da sade0 para que a dor do paciente se!a escutada de maneira mais #umana, pois essa na verdade é a escora que está a sustentar toda a prática do pro)ssional da sade. ;esmo que este!amos assistindo o desenrolar de práticas que distam completamente desses princ"pios, o importante é que possamos &alar desse processo de #umanização ainda que se!amos como velas que alumiam a escuridão, mas desaparecem completamente diante da luz do sol < no caso representado pelo avanço tecnológico que empobrecede &orma abismosa as nossas relaç+es interpessoais. =á di&erentes n"veis de con)rmação e negação. >ma ação pode ser con)rmada em um n"vel e negada em outro. 1ertas &ormas da re!eição sugerem recon#ecimento limitado < a percepção e a receptividade do que é re!eitado. >ma ação re!eitada é percebida e esta percepção demonstra que é aceita como um &ato. / re!eição direta não é tangencial0 não ridiculariza,
nem invalida de outras maneiras. ão depreda nem eagera a ação original. ão é sin6nimo de indi&erença ou &rieza. / questão de &ato é saber que tipo de atitude esta presente no pro)ssional da sade ao ter como norma de sua conduta esta calosidade pro)ssional que, apenas o a&asta de um relacionamento verdadeiramente #umano, ou, como diz 8uber na capacidade #umana inata de con)rmar seus semel#antes. /o negar a dor do outro, o pro)ssional da sade não apenas nega a dor do seu semel#ante como também a sua própria condição #umana, pois dentre as virtudes #umanas, uma das que mais nos di&erencia de outras espécies é !ustamente aquela que nos capacita a compreender e a apreender a dor do outro naqueles momentos onde a &ragilidade#umana deveria evocar um outra virtude #umana0 a &raternidade. um livro anterior citamos um dos eemplos mais pertinentesda calosidade pro)ssional numa pratica envolvendo mul#eres com câncer no seio. ?ratava'se da descrição de uma atividade realizada !unto ao serviço de (ncologia @inecológica da Real 8enemérita 2ociedade 5ortuguesa de 8ene)c*ncia. este trabal#o era descrita a implantação do 2etor de 5sicologia naquele serviço. E #avia a descrição do contraponto envolvendo, de um lado, a aceitação da equipe medica pela atuação do psicólogo e, de outro, a presença de atitudes bastante dbias em relação aos pacientes. >ma das mais acintosas era aquela que &azia com que uma paciente so&resse mastectomia e tomasse consci*ncia da remoção cirrgica do seio apenas e tão somente quando terminada a cirurgia. Essa atitude tin#a respaldo no corpo cl"nico, que a !usti)cava a)rmando que ela não teriacondiç+es psicológicas para receber o embate dessa in&ormação e que o so&rimento, apesar do &orte impacto provocado pela consci*ncia da aus*ncia de um ou até mesmo dos dois seios, era vivenciado quando tudo !á tivesse terminado em termos cirrgicos. 4essa &orma a equipe acredita estar resolvendo o problema da doença < o câncer no seio ', sendo que poss"veis desestruturaç+es emocionais que essas pacientes viessem a apresentar não diziam respeito ao ob!etivo do trabal#o da própria equipe medica. ( seu bem'estar emocional não era problema da equipe médica e sim do pro)ssinal de psicologia, !á que &azia parte de sua es&era de atuação o &ato de lidar com complicaç+es emocionais. / remoção do seio era tratada como se &osse apenas um c#amusco de cabelo que se corta para se igualar o &ormato de um determinado penteado. /s implicaç+es sobre o conceito de &eminilidade estética, ou mesmo o signi)cado do seio na vida de uma mul#er, nada era considerado, uma vez que se ob!etivava nica e eclusivamente a etirpação do câncer. (utros eemplos poderiam ser arrolados e lamentavelmente temos a concluir que por mais que se &ale e se discuta a #umanização do atendimento #ospitalar e, por conseqA*ncia, do pro)ssional de sade, o que mais assistimos é a total desumanização da )gura do doente. a mesma proporção do avanço tecnológico que assistimos em termos de equipamentos e recursos #ospitalares, numa ordem inversa, mas &elizmente, na mesma simetria assistimos a adoção da calosidade pro)ssional numa total desumanização da prática da sade.
4istanciamento cr"tico Esse tipo de postura é aquele inerente - pratica da psicoterapia, onde aprendemos no rol das técnica psicoterápicas, a necessidade de ter um distanciamento dos problemas trazidos pelos pacientes para que não ocorra mistura entre as quest+es por ele mostradas e a vida pessoal e a&etiva do psicoterapeuta. / di&erença do distanciamento cr"tico e a calosidade pro)ssional
é que no caso da calosidade pro)ssional eiste uma total indi&erença pela dor do outro e no caso do distanciamento cr"tico eiste a necessidade de um certo a&astamento para que a dor do paciente se!a aprendida e compreendida na totalidade de sua ess*ncia. Embora se!a &ato que muitos pro)ssionais ao adotarem o distanciamento cr"tico como postura adequada e ideal para um bom desempen#o pro)ssional na realidade #ospitalar, acaba assumindo a própria calosidade pro)ssional tal a rigidez de suas condutas, ainda assim, distanciamento cr"tico &az com que o pro)ssional possa refetir de maneira serena e segura acerca dos desatinos emocionais do paciente. um outro contraponto entre o distanciamento cr"tico e a calosidade pro)ssional, temos o &ato de que o distanciamento cr"tico é uma postura assumida enquanto desempen#o indispensável a um bom desempen#o pro)ssional, sendo &ruto de refeão pormenorizada sobre sua abrang*ncia e até mesmo implicaç+es na área #ospitalar. / calosidade pro)ssional, ao contrário, é algo que sorrateiramente vai se instalando sobre o pro)ssional de sade sem que ele perceba de &orma lcida a totalidade de sua abrang*ncia e ocorr*ncia. ( distanciamento cr"tico permite que o pro)ssional da sade, - despeito do nmero de pacientes que apresentam a dor e o desespero estampados em seu seio de so&rimento, lide com os aspectos emocionais desses pacientes de maneira lcida, sem com isso desestabilizar'se emocionalmente. E o distanciamento cr"tico que permite com que ele, ainda que compreendendo a dor do paciente, mesmo assim, ten#a condiç+es de a!udá'lo, sem, com, com isso, ter que se escorar no próprio escombro de dor do so&rimento. 3aing coloca que a perda da própria percepção e a capacidade de !ulgar: resultantes de uma &alsa posição $duplamente &alsa, uma vez que a pessoa não percebe%, são compreendidas retrospectivamente. >ma &alsa posição não é obrigatoriamente insustentável num contraponto onde podemos in&erir sequencialmente que o distanciamento cr"tico é resultante de uma certa necessidade de se colocar num &also posicionamento &rente - dor do outro, que é por nós compreendida e seu so&rimento narrado é por nós escutado: mas !amais teremos condiç+es de sentir sua dor e seu so&rimento na mesma dimensão em que por eles são vivenciados. /o a)rmarmos que sabemos qual a atitude a ser esperada de uma pessoa diante de um determinado diagnóstico, queremos dizer que temos alguns dados a partir dos comportamentos passados de outras pessoas diante de diagnósticos semel#antes, que nos permitem predizer seu comportamento em determinadas situaç+es. ada mais. 4esse ponto, a peculiaridade de cada paciente com suas angstias, medos, &antasias e reaç+es espec")cas diante da doença é que terá que ser o )o condutor de qualquer &orma de atendimento e atitude.
8ersc#eid e Baister colocam que o termo CatitudeD permaneceu porque a necessidade prática de eplicar o comportamento eige certa estabilidade e alguns elementos a&etivos e cognitivos identi)cáveis que possam ser ligados ao comportamento social em situaç+es sociais. >ma atitude, em si mesma, não pode ser usada na predição do comportamento. poss"vel predizer comportamento &uturo a partir de acontecimentos observáveis apenas se considerarmos a possibilidade de erro como inerente - própria previsão. 4o contrário, estaremos apenas tecendo uma possibilidade entre as diversas possibilidades inerentes própria condição #umana. E o cuidado necessário para não esboçar toda uma gama de atitudes diante de um determinado paciente a partir de certos diagnósticos. ( próprio modo como o pro)ssional de sade se utiliza de determinado instrumental para abordar o paciente tem no distanciamento cr"tico o coad!uvante necessário para que essa
prática não perca o seu próprio dimensionamento diante da peculiaridade do paciente. ( distanciamento cr"tico também &ará com que o pro)ssional da sade possa concentrar seus es&orços de atuação em aspectos que possa considerar prioritários a partir da interação do paciente de um lado e de outro com a própria avaliação que esse distanciamento permite em sua sub!etividade. 4e outra parte, é também no distanciamento cr"tico que o pro)ssional da sade pode a&erir a abrang*ncia de sua intervenção na medida em que terá como mediador dessa intervenção o seu próprio ol#ar num dimensionamento poss"vel de alteração de sua peer&ormance, se assim se )zer necessário. ;erleau'5ontF coloca que na verdade sabemos aquilo que a interrogação pura não deve ser: o que será, só o saberemos tentando. ( encontro é indubitável, pois sem ele não nos propor"amos nen#uma questão. ão temos que interpreta'lo, de entrada, se!a como uma inclusão naquilo que eiste, se!a como conclusão daquilo que é em nós. 4essa &orma, o encontro permeado pelo distanciamento cr"tico do pro)ssional da sade certamente será um encontro onde a dor do paciente será uma interrogação e nunca uma pro!eção &eita a partir de contato realizado com outros pacientes em outros momentos e circunstâncias. 2erá uma descoberta, uma inclusão naquilo que eiste, ou, ainda, como conclusão daquilo que se trans&orma em nós mesmos diante de cada encontro e contato eperienciado ao longo da vida. ( autor coloca ainda que não me ouço como ouço os outros, a eist*ncia sonora de min#a voz é mal desdobrada0 é antes um eco de sua eist*ncia articular, vibra mais através de min#a cabeça do que lá &ora, mostrando que a própria percepção no quesito voz, está a ter um contraponto com o imaginário, no sentido de &azer de cada relacionamento algo tang"vel pela concepção criada e erigida no imaginário, se!a em termos de atendimento de um doente em &ase terminal, se!a ainda, em qualquer outra &orma de relacionamento interpessoal. a min#a percepção que determina a própria criticidade que irá determinar o pontuamento de como a relação com o paciente se dará e em que n"veis a própria congru*ncia de sua dor e so&rimento serão arqueados no raio de ação do limite determinado pela min#a apreensão do seu &en6meno de dor. (u ainda a &orma como estabeleço as circunstâncias de atuação de modo a abarcar de maneira mais abrangente a perspectiva da con)guração de sua dor e de sua desestruturação emocional. /o epor o seu so&rimento, o paciente não apenas revela a sua dor, mas também a sua con)guração de valores, ou até mesmo a maneira como toca tangencialmente o seu próprio universo perceptivo. Embora não possamos abarcar a totalidade de sua dor no dimensionamento daquilo que ele sente, ainda assim ten#o como compreend*'lo em sua con)guração de desespero. ?orno esse encontro decididamente #umano, onde a dor tang"vel na relação será aliviada, não apenas pela sua compreensão, mas também, e principalmente, pelo aspecto #umano e #umanitário que este encontro apresentará. ;erleau'5ontF ensina ainda que a percepção é o arquétipo do encontro originário imitado e renovado no encontro do passado, do imaginário da idéia. 4e outra parte, porém, o distanciamento cr"tico, se não &or devidamente balizado, pode tornar'se algo tão distante e meramente uma calosidade pro)ssional. ( pro)ssional da sade ao adotar o distanciamento cr"tico precisa sempre ter claro que esse posicionamento &az parte de um instrumental de atuação e que, certamente será algo que irá contra a própria #armonia da intervenção !unto ao doente se não #ouver um cuidado para os limites em que esse distanciamento deve ocorrer. 9 sabido que muitos pro)ssionais ao adotarem um distanciamento cr"tico !unto ao paciente, se por um lado tentam manter um ol#ar de análise que os permite intervir de maneira mais
ampla, por outro, evita entrar em contato com a desestruturação advinda de determinados diagnósticos. 9 importante ter'se muito claro que ao se adotar o distanciamento cr"tico adota' se uma postura de equil"brio, mas não uma indi&erença das condiç+es de adversidades emocionais vividas pelos pacientes. ( distanciamento cr"tico pode ser a postura adequada a ser adotada na prática do pro)ssional de sade, mas deve ser criteriosa nos ponteamentos e balizamentos que se estabelece para essa prática: uma atuação delimitada de maneira #umana, mas onde o ol#ar do pro)ssional da sade mantém'se num distanciamento que o permite perceber as nuances desse relacionamento e assim posicionar'se de maneira plena e aut*ntica. 4e outra parte, ter'se a con&ormidade de que embora viva'se um contato estreitado com a dor e o desespero #umano: ainda assim manter a per&ormance pro)ssional que nos permite atuar em condiç+es tão adversas.
Empatia @enu"na 5odemos de)ni'la como aquela CatitudeD onde o pro)ssional da sade