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Apêndice A – Observação, Memorização e Descrição (OMD) AZEVEDO (2002); GONÇALVES (2008); PEREIRA (2009); MOREIRA (2010) e SOARES (2010) ajudam na apresentação e analise da técnica operacional de Observação, Memorização e Descrição (OMD), conforme se segue: 1. INTRODUÇÃO A OMD, como é comumente conhecida, participa no emprego das demais técnicas operacionais. Consiste em observar com perfeição, memorizar o que se vê e descrever com veracidade. O desenvolvimento desta técnica depende de um contínuo esforço mental dos agentes empregados. 2. OBSERVAÇÃO É o ato pelo qual o agente examina minuciosa e atentamente a pessoa e o ambiente operacional que o cerca por meio da máxima utilização dos sentidos. 2.1 SENTIDOS DA OBSERVAÇÃO Dá-se o nome de sentidos, aos mecanismos que o cérebro utiliza para se manter em contato com o mundo exterior, assegurando sua própria sobrevivência. Utilizando células altamente eficientes e sensíveis. Esses mecanismos são: a visão, audição, tato, olfato e paladar. 2.1.1 Elementos psicológicos da observação Divide-se em três etapas distintas e sucessivas, que são: atenção, percepção e impressão: a) atenção; - é a aplicação cuidadosa da mente a alguma coisa. há muitos estímulos ou ações, cada um deles procurando atrair atenção. Estes estímulos influenciam os sentidos que, por sua vez influenciarão a mente, provocando reações
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do indivíduo. A atenção se divide em dois tipos: involuntária e voluntária. Cada tipo está sujeito à influência de vários fatores. - na atenção involuntária, os sentidos funcionam para nos alertar sobre um fato, sem esforço consciente ou controle do observador. é a menos confiável dos dois tipos de atenção. as testemunhas em estado de excitação, às vezes, observam coisas que na realidade não existem. - a atenção voluntária requer um esforço consciente e uma concentração dos sentidos no fato, existindo controle limitado na aplicação deste tipo de atenção. TIPOS
ESFORÇO
CONTROLE
CONFIANÇA
INVOLUNTÁRIA
Não
Não
Não
VOLUNTÁRIA
Sim
Algum
Sim
- existindo fatores que influenciam a atenção tais como a variação, repetição, interesse, condições orgânicas, condições ambientais e sugestão. b) percepção; - é o segundo elemento psicológico da observação sendo a capacidade de compreender o fato para o qual a atenção foi atraída - a percepção é importante para a memorização, pois ela significa a compreensão, o entendimento do fato. Fundamental para a memorização é a compreensão, utilizando-se a associação de ideias. Percepção é o processo de compreender um fato para o qual a atenção foi despertada e depende de dois fatores: nível mental e nível cultural. c) impressão; - é o terceiro elemento da observação. é a fixação, o registro de uma ideia no cérebro, sendo regida por vários fatores: vocabulário, tempo transcorrido, ocorrência de incidentes similares, condições orgânicas, interesse, repetição e estado de alerta.
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- existindo uma orem de observação: - 1º forma geral de volume; - 2º avaliação das dimensões e proporções; - 3º estrutura geral, aspecto, estilo, cores; - 4º exame das diferentes partes componentes; - 5º exame dos pormenores no interior destas partes. - com objetivo de facilitar a memorização e a descrição deve-se observar pessoas na seguinte ordem: - 1º caracteres distintos (P - particularidades); part icularidades); - 2º aspectos físicos gerais (SCCIAP (SCCIAP – Sexo; Cor; Compleição; Idade; Altura; Peso) – vendo o alvo como um todo; - 3º aspectos físicos específicos – buscando neles, se possível, caracteres distintos; - 4º dados de qualificação. 3. MEMORIZAÇÃO
Com a memorização, recuperam-se de volta os fatos e acontecimentos anteriormente observados e que, graças à memória, ficam retidos no cérebro. Sendo o conjunto de ações e reações voluntárias e metódicas que tem a finalidade de auxiliar na lembrança dos fatos. Existindo basicamente dois tipos de memória: a de curta duração (imediata) e a de longa duração (mediata) Fatores que influenciam a memorização: ATENÇÃO que é a vontade mental de observar um fato ou situação, o INTERESSE que é o que conduz para o estado mental da atenção, a NECESSIDADE que desperta para algum tema e a IMPRESSÃO usando associação e a repetição, para facilitar a recordação ou lembrança. 4. OBJETIVO FINAL DA OMD
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O uso do esquema de Observação + Memorização + Descrição = Identificação correta do alvo. Havendo um processo a seguir observado para tanto: 4.1 ORDEM PARA DESCREVER PESSOAS Abordam-se aspectos abaixo na seguinte ordem: - 1º dados de qualificação - 2º aspectos físicos gerais – SCCIAP - 3º caracteres distintivos – P - 4º aspectos físicos específicos 4.1.1 Dados de qualificação
São todos os dados pessoais que necessitam de uma investigação para serem conhecidos. 4.1.2 Aspectos físicos gerais (SCCIAP)
Refere-se ao conjunto dos aspectos aparentes de uma pessoa, considerando-a como um todo. São os seguintes: a) Sexo: Homem ou Mulher; b) Cútis: Branca, Morena, Parda, Parda Clara, Parda Escura, Preta; c) Compleição (estrutura geral): Fraco, Média ou Magro, Forte, Gordo; d) Idade: Avaliar a idade aparente aproximada, com margem de erro de mais ou menos 5 (cinco) anos; e) Altura: Avaliar a altura aparente aproximada, com margem de erro de mais ou menos 5 (cinco) centímetros; e) Peso: Avaliar o peso aparente aproximada, com margem de erro de mais ou menos 5 (cinco) kilos; f) Particularidades: São todas as outras informações que possam identificar a pessoa (caracteres distintivos, aspectos físicos específicos e dados de qualificação).
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4.1.3 Aspectos físicos específicos São aspectos aparentes do individuo, relativos às diversas partes do seu corpo (físico): a) rosto; - forma: gordo, largo, redondo, comprido, quadrado, oval, fino; - tez: branca, morena, parda, parda clara, parda escura, preta; - peculiaridades: maças salientes, flácidas, cheias ou gordas, ossudas ou delgadas, sorrisos, sinais, etc. b) cabeça; - forma: redonda, em quilha, cocuruto, alta, chata na parte posterior, comprida (pontuda) na parte posterior; - peculiaridades: cabeça chata; c) cabelos; - cor: preto, castanho claro ou escuro, loiro, ruivo, grisalho, branco, castanho claro, levemente grisalho, etc; - espessura: fino ou grosso; - comprimento: curto ou longo; - tipo: liso ondulado, anelado, encaracolado, crespo e carapinha; - oleosidade: seco, oleoso, oleoso sujo; - estilo de penteado: topete na frente e partido à esquerda, bastante crespo, anelado na frente, escovinha, bico – de – viúva, linhas do cabelo reta e redonda, topete grande, sem topete, etc; - peculiaridades: perucas, tingimento, quebradiços e fracos, brilhantina e caspa; - testa: - inclinação: ligeiramente recuada, recuada vertical, proeminente, protuberante; - altura: alta, baixa e média; - largura: larga, estreita ou média; - peculiaridades: cenhos proeminentes, rugas horizontais e verticais.
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- sobrancelhas: - forma: arqueadas, retas, caídas e pontudas; - comprimento: compridas, médias ou curtas, unidas e separadas; - espessura: finas, grossas, ralas, peludas, feitas a lápis; - cor: preto, castanho claro ou escuro, loiro, ruivo, grisalho, branco, castanho claro, levemente grisalho, etc; - colocação: baixas ou altas. - nariz: - base: arrebitado, horizontal e adunco; - largura: largo médio ou estreito; - ponta: pontudo, arredondado, chato, bulboso, bilolado e torcido para o lado; - narinas: invisíveis, pouco visíveis, acentuadas, grossas e finas; - septo: pouco visíveis, muito visíveis, invisíveis; - peculiaridades: cabelos nas fossas nasais, operação plástica, virado para o lado, com veias visíveis, etc. - bigodes: - colocação: alto ou baixo; - comprimento: comprido,curto ou médio; - largura: fino ou grosso; - textura: espesso ou ralo; -forma: horizontal, inclinado, horizontal-inclinado, curvo; - continuidade: separado ou não; - tipos: português, oriental, Hitler, inglês, mexicano, gaúcho, malandro, normal, etc. - boca: - tamanho: grande ou pequena; - forma: cantos caídos ou para cima, entreaberta; - dentes: cor, uniformidade (salientes, encavalados, tortos, separados, longos, curtos), presença ou ausência, dentes postiços;
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- lábios: região supra-labial (curta ou comprida), grossa (grossos ou finos), peculiaridades (disjunção liporinos, arco-cupido, proeminentes, lábio inferior caído, lábio superior pendentes, vermelhos, pálidos, arrocheados; - maxilares: não coincidência, proeminentes; peculiaridades: colocação da língua na fala, distorcida pela fala e ou riso. - queixo: - comprimento: comprido,curto ou médio; - largura: estreito ou largo; - forma: pontudo, quebrado ou arredondado; - contorno (perfil): vertical, normal, saliente, recuado; - peculiaridades: cavidade profunda na linha da gengiva, papada, declínio gradual desde o queixo até o pescoço, covinhas, bipartido, arredondado, encristado. - orelhas: - forma: oval, retangular, redonda, triangular; - proximidade: coladas, afastadas; - tamanho: grandes, pequenas ou médias; - hélice: inicial (comprimento e grau de desenvolvimento), anterior, superior (estreito, largo, ângulos retos ou agudos), posterior; - lóbulo: comprimento ( curto ou comprido), contorno (descendentes, quadrado em forma de golfo). - peculiaridades: queimadas pelo frio, extensão, darwviniana, tubérculo darwviniano, furadas, deformadas, cabeludas. - pescoço: - comprimento: comprido,curto ou médio; - grossura: grosso, fino, taurino, normal; - peculiaridades: papada, pomo-de-adão, saliente, pescoço inclinado, dobras atrás do pescoço. d) toráx; - ombros:
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- tamanho da largura: grandes, pequenos, normais, largos ou estreitos; - inclinação: retos ou caídos; - peculiaridades: ombro direito ou esquerdo caídos, redondos, projetados para frente, caídos, desiguais. - braços: - comprimento: longos ou curtos; - posição: afastados ou colados; - pilosidade: peludos ou lisos; - força: fortes (musculosos), fracos, finos. - mãos: - tamanho: grandes ou pequenas, longas ou curtas; - dedos: compridos ou curtos, grossos ou finos; unhas grandes, pequenas, encravadas, sujas, manchadas; - peculiaridades: adactilia, deformações, coloração das unhas (amarelas de cigarro), calos, gordas, ossudas, macias, peludas; - peito das mãos: - tamanho: largo, médio, estreito; - pilosidade: peludos ou lisos; - abdômen: - tamanho: volumoso (barrigudo), sem barriga, achatado, flácido, duro (com músculos). - cintura: - grossura: fina, média, grossa. - quadris: - tamanho: largo, estreito. - nádegas: - tamanho: grossas, pequena, normais. - coxas: - grossura: grossas, finas, coladas (unidas), separadas.
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- pernas: - comprimento: longas, curtas; - formas: tortas para dentro, tortas para fora; - força: fortes (musculosas), fracas e finas. - pés: - tamanho: grandes e pequenos; - forma: tortas, chatos.
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Apêndice B – Reconhecimento Operacional (Rec Op) AZEVEDO (2002); GONÇALVES (2008); PEREIRA (2009); MOREIRA (2010) e SOARES (2010) ajudam na apresentação e descrição da técnica operacional de Reconhecimento Operacional (Rec Op), conforme se segue: 1. INTRODUÇÃO
Normalmente a técnica de Reconhecimento Operacional é realizada na fase do planejamento, antes da execução propriamente da operação e se destina a coletar subsídios para suprir a necessidade de conhecer um alvo e o ambiente onde será desencadeada a operação. Sendo utilizada no levantamento de dados sobre áreas e instalações, com a finalidade de verificar pormenores que possam orientar o planejamento de uma Op Intlg. 2. NECESSIDADE DE UM REC OP O Encarrega de Caso, ao receber uma missão, fará sua análise e concluirá pela necessidade ou não de se executar um Rec Op, essa análise incluí: - análise da missão; - análise do alvo; - análise do ambiente operacional; - análise de outros dados; - análise dos dados obtidos na coleta do OI. Mesmo no decorrer de uma Op Intlg poderá surgir a necessidade de novo Reconhecimento Operacional.
3. DESENVOLVIMENTO DA MISSÃO DE REC OP
a) estabelecimento da sua finalidade; b) planejamento;
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- Estudo de situação; - Estabelecimento dos dados a serem levantados; c) execução; d) confecção de um relatório. 4. MEMENTO PARA EXECUÇÃO DO REC OP
4.1 DADOS BÁSICOS
São os dados necessários ao planejamento e a execução, de uma forma generalizada, da maioria das técnicas operacionais. Obtenção dos mesmos implica em um procedimento metódico, para evitar que os agentes designados para o reconhecimento tenham que retornar ao local mais de uma vez. Itens que devem ser atendidos, qualquer que seja a finalidade do Rec Op: a) localização exata do alvo (áreas, instalações/outros); b) características do alvo; c) usuários e frequentadores do alvo; d) vias de acesso e fuga; e) meios de transporte; f) comunicação; g) segurança; h) postos de observação (PO); i) área secundária; j) sugestão para EC/Disfarce; 4.2 DADOS ESPECÍFICOS.
Os dados específicos dizem respeito às necessidades peculiares de cada técnica operacional a ser empregado conjuntamente: a) vigilância (sobre objetos); b) comunicações sigilosas; c) fotografia (meios fotográficos)
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d) eletrônica; e) entrevista (do local da entrevista); f) entrada; g) EC. 4.3 FATORES QUE INFLUENCIAM NA EXECUÇÃO DO REC OP
Vários fatores podem influenciar no resultado de um Rec Op: a) nível mental (falta de cuidado na observação, deficiência de memorização, etc); b) antecedentes educacionais; c) antecedentes empíricos; d) antecedentes profissionais; e) condições orgânicas; f) afinidades do agente; g) tempo transcorrido (ao longo do espaço de tempo entre a observação e o registro dos dados). 4.4 CONDUTA DURANTE O RECONHECIMENTO
Uma vez que uma Op será realizada no mesmo local onde foi feito o reconhecimento, é de capital importância a observância de alguns cuidados: a) EC mal empregadas e comportamentos podem comprometer os trabalhos subsequentes; b) as técnicas de OMD e da EC são intrínsecas a realização do Rec Op; c) em princípio, evitar que o agente utilizado no Rec Op volte à área para a missão propriamente dita. 4.5 ALGUMAS REGRAS BÁSICAS DEVEM SER OBEDECIDAS:
a) adotar EC coerentes com o AMBO, que permitam a permanência do agente no local e a execução das ações necessárias ao cumprimento da missão;
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b) ter presente na mente a EC para entrar, permanecer e se retirar da área; c) atuar de forma natural e de acordo com a EC; d) só usar a EC quando for necessário; e) quando uma equipe for realizar o Rec Op, os agentes devem chegar ao local por caminhos diferentes e em horários alternados; f) registrar, adequadamente, em chamar a atenção; g) ir a um local seguro anotar detalhes; h) reunir o máximo de dados na primeira visita; i) observar a área sob diversas condições (se não houver previsão de horário para a ação, enviar agentes em diferentes horários , a fim de observar alguns aspectos peculiares); j) conhecer padrões de referência (para distâncias e alturas). 4.6 RELATÓRIO DE RECONHECIMENTO
É o relatório de agente, no qual se relata os dados obtidos após a execução do Rec Op, quem redige o relatório deve se lembrar de que o mesmo vai ser utilizado por quem não tem na mente as imagens que o redator possui. 4.6.1 Cuidados na confecção do relatório a) do relatório vai depender o planejamento da operação; b) todos os detalhes devem ser relatados; c) apoiar o relatório com croquis, mapas e ou fotografias. 4.6.2 Dados que devem constar em um croqui
Os croquis se destinam a facilitar a visualização pelo, Encarregado de Caso, dos locais reconhecidos. Todo Rec Op deverá ser complementado com croquis em três níveis; a) croqui de 1º nível: refere-se à localização do AMBO reconhecido, no contexto do município, bairro ou de uma área maior;
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b) croqui de 2º nível: refere-se ao detalhamento do ambo propriamente dito, em cima do qual se apresentam os dados básicos levantados no reconhecimento; c) croqui de 3º nível: refere-se a instalação alvo reconhecida, onde serão apresentados o seu detalhamento (portas, janelas, salas, quartos; d) dependendo das instalações alvo reconhecida, pode ser necessário a confecção de mais de um croqui de 3º nível (instalações com mais de um andar) ou um de 4º nível (determinada sala ou quarto de uma casa). 4.6.3 Os croquis devem conter os seguintes itens
a) orientação (por meios de pontos cardeais e pontos de referência); b) escala (aproximada); c) legenda; d) localização exata do alvo; e) postos de observação; f) vias de acesso e fuga (sentidos); g) locais para utilização de transporte (estacionamentos, paradas de ônibus, pontos de táxi); h) meios de comunicações disponíveis (locais); i) órgãos e dispositivos de segurança (locais); j) outros em função dos dados básicos e específicos.
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MODELO DE UM MEMENTO PARA EXECUÇÃO DE UM REC OP
1. Dados Básicos a) Localização exata do alvo; - Endereço completo; - Pontos de referência; - Apoiar com croquis e, se possível, mapas e ou fotografias.
b) Características do alvo; (1) Descrição generalizada; - Área Urbana; - Metrópole; - Favela; - Região Industrial; - Comercial; - Residencial; - Lazer; - Área Rural; - Agrícola; - Pecuária; - Lazer; - Acampamentos.
(2) Descrição Específica; -Dimensões; - Tipo de Construção (colonial, moderna, etc); - Atividade Desenvolvida;
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- Dias da Semana; - Horários, Plantões.
c) Usuários e Frequentadores do Alvo; - Fluxo; - Público Alvo; - Raça; - Idioma; - Regionalismo; - Gírias; - Vestuário; - Reações a Estranhos e ou a EC.
d) Vias de Acesso e Fuga; - Sentido/Direção/Destino; - Fluxo = Maior/Menor – Horários; - Sinaleiras; - Fluidez; - Cobertura; - Segurança; - Condições Climáticas (influências).
e) Meios de Transporte; - Tipos Disponíveis; - Itinerários/Destinos (sentidos); - Locais de Parada/Estacionamentos; - Fluxo; - Dias da Semana;
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- Horários; - Custos; - Normas de Trânsito (particularidades).
f) Comunicações; - Meios Próprios Disponíveis; - Meios Existentes (Formas de Acesso, Periodicidade, Custos).
g) Segurança; - Organizações existentes; - Federais; - Estaduais; - Municipais; - Empresas privadas; - Particulares; - Forma de atuação; - Esquemas ostensivos ou não; - Locais suspeitos; - Local para proteção física do agente; - Dispositivos de segurança (técnicos, mecânicos, eletrônicos).
h) Postos de Observação (PO); - Descrição; - Localização; - Distância do Alvo/ de outro PO;
i) Área Secundária; - Descrição (imóvel de apoio/móvel/outros);
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- Localização;
j) Sugestões para EC/Disfarce; Após o Rec Op, o agente tem condições de sugerir EC/Disfarces a serem empregados no ambiente operacional.
2. Dados Específicos a) Vigilância (sobre área, material/equipamento); - Particularidades do abjeto (tamanho, cor, tipo de material, de que é feito ou construído); - Localização do objeto no croqui; - Outros; b) Comunicações Sigilosas; - Processo possível de ser utilizado; - Localização/Endereço; - Localização no croqui; - Descrição do local (para receptáculo fixo); - Possibilidades de utilização; - Horário possível e ou adequado para realização da comunicação sigilosa; - Defesa contra intempéries; - Outros; c) Fotografia/Filmagem; - Postos de observação para execução de foto/filmagem (distância, condições de luminosidade); - Iluminação do alvo; - Sugestões para métodos e equipamentos fotográficos e ou de filmagem; - Sugestão para camuflagem do equipamento;
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- Possibilidade do emprego de viatura técnica (local e distância); - Horário possível e ou adequado para realização da foto/filmagem; - Outros;
d) Eletrônica (emprego de meios eletrônicos); - Localização exata para implantação de equipamentos; - Existência e localização de equipamentos de defesa eletrônica; - Locações no croqui; - Existência de fiação aparente (cor/tipo); - Linha Telefônica; - Voltagem; - Chave Geral de Iluminação e Alarmes; - Barreiras à Radiofrequência; - Locais que permitam monitoração; - Objetos possíveis de permutar; - Outros;
e) Entrevista; - Movimentação interna (de clientes e funcionários); - Ocorrência de atuação de ambientes dentro do estabelecimento; - Nível de ruído; a) Interno; b) Externo; - Temperatura; - Restrições impostas pelo estabelecimento; - Facilidade de obter uma mesa ou necessidade de se fazer uma reserva; - Possibilidades de emprego de meios eletrônicos;
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- Local para emprego de meios eletrônicos; - Melhor horário para instalação dos meios eletrônicos; - Horário mais adequado para realização de entrevista; - Possibilidades de monitoração; - Local para equipe de monitoração; - Outros; f) Entrada; - Tipos de mecanismo de trancamento; - Detentores das chaves; - Existência de alarmes; - Existência de vigias; - Chave geral; - Sugestões para métodos de entrada a ser empregado; - Horário mais adequado para realização de entrada; - Outros;
g) Estória-Cobertura - Documentação de sustentação necessária ou que podem ser fornecidos pelo OI; - Local a ser utilizado; - Localização no croqui; - Distância da instalação alvo; - Possibilidades de observação; - Horários favoráveis à observação/fotografia/filmagem; - Horários favoráveis à entrada e à saída da instalação de cobertura/ambiente operacional; - Tempo provável de sustentação da EC; - Outros.
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Figura 2 - Exemplo de modelo de croqui
FONTE: Internet (https://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&site)
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Apêndice C – Estória Cobertura (EC) AZEVEDO (2002); GONÇALVES (2008); PEREIRA (2009); MOREIRA (2010) e SOARES (2010) ajudam na apresentação e descrição da técnica operacional de Estória Cobertura (EC), conforme se segue: 1. INTRODUÇÃO
É técnica operacional que trata dos artifícios empregados para encobrir a identidade de pessoas e instalações e dissimular ações, com o objetivo de mascarar seus reais propósitos ou atos nas operações. 2. FINALIDADES
Permitir o calibrado exercício das ações sigilosas de inteligência, na busca sistemática ou exploratória, sem despertar suspeitas no alvo e sem “desvendar”, para o público, os reais objetivos de uma operação de inteligência, encobrindo a identidade dos agentes. Proporcionando efetiva segurança para os agentes, equipes e demais elementos empregados na execução de operações de inteligência, dessa forma justificando de forma convincente a utilização de instalações próprias ou de apoio e a presença de agentes na área do objetivo ou em contato direto com o alvo. Facilitando a obtenção de dados relacionados com os levantamentos básicos para um reconhecimento operacional. A Estória-cobertura é considerada uma importante medida passiva de segurança, é uma identidade de proteção, usada por pessoa, grupo, instalação ou organização para encobrir seus propósitos ou atos, tendo de forma bem pontual a finalidade de: a) o mascaramento da verdade sobre o pessoal, as instalações e os objetivos da Op Intlg; b) preservar a segurança operacional, seja em determinado momento ou período de tempo – face a alvos ou elementos adversos já definidos – seja, em
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caráter permanente, com visão prospectiva e face a alvos ou elementos adversos previsíveis ou, mesmo ainda, completamente desconhecidos. (soares, 2010) 3. CLASSIFICAÇÃO DA EC 3.1 QUANTO ÀS BASES PARA SUA FORMULAÇÃO: 3.1.1 Sobre bases naturais
Utilizam, preponderantemente, dados autênticos sobre as atividades normais e legais de uma organização, ou dos agentes, segundo seu perfil biográfico, familiar e social. 3.1.2 Sobre bases artificiais
Utilizam dados forjados, criados tanto para organizações, quanto para os agentes. 3.2 QUANTO À CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA 3.2.1 Superficiais
Normalmente utilizadas em casos de rotina, com planejamento mental quase imediato. Sua característica principal é a pouca capacidade de resistência às investigações, mesmo sumárias, por parte do alvo. Não deve ser utilizadas sobre alvos que disponham de capacidade de pesquisar dados, nem sobre alvos com os quais o agente manterá contatos duradouros ou frequentes. 3.2.2 Profundas
São aquelas capazes de resistir às mais profundas investigações. Exigem pesquisa, planejamento e preparação minuciosa e técnica com auxilio de ferramentas alocadas de outras áreas de conhecimento.
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Em geral são utilizadas em missões que requerem alto nível de segurança, com possibilidade de graves riscos para o patrocinador. Os agentes são treinados para situações de emergência, valendo-se do “processo da EC dentro da EC”. A sua elaboração deve partir do pressuposto de que o alvo ou a organização adversa têm o interesse e as melhores condições para verificar a sua autenticidade. 3.3 QUANTO PROTEÇÃO LEGAL
3.3.1 Oficiais
Possuem a cobertura/proteção proporcionada por função oficial do governo, por exemplo: Funcionários de embaixadas, Policiais federais, agentes da vigilância sanitária, EMATER etc. 3.3.2 Não-oficiais
Possuem a cobertura proporcionada por atividades não relacionadas com sistema de governos, por exemplo: Atividades comerciais, culturais, científicas, ONG, etc. 4. MONTAGEM DA EC 4.1 CUIDADOS A SEREM TOMADOS NA ELABORAÇÃO 4.1.1 As EC devem ser simples
a) confundir-se com as atividades normais da área; b) não despertar qualquer curiosidade; c) o ideal é o óbvio.
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4.1.2 As EC devem ser montadas de acordo com o ambiente operacional, levando em conta
a) clima; b) hábito dos moradores; c) indumentárias; d) atividades mais comuns; e) tipo físico predominante; f) condições socioeconômicas; g) evitar o absurdo. 4.1.3 As EC devem ser coerentes
a) justificar plenamente todas as ações dos agentes que as tiverem aplicando; b) combinar dados falsos com dados verdadeiros para obter a necessária credibilidade.
4.1.4 As EC devem estar de acordo com os meios disponíveis
Avaliar as disponibilidades em termos de pessoal e de material (número de agentes, equipe especializado, documentações, instalações de apoio).
4.1.5 As EC devem aproveitar os conhecimentos e as aptidões dos agentes
a) considerar os conhecimentos técnicos dos agentes (radioamadorismo, enfermagem, pesca e etc.); b) ausência de conhecimentos técnicos exige treinamento; c) necessidade de se conhecer nomenclaturas utilizadas, gírias peculiares, endereços, detalhes diversos sobre os assuntos da EC.
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5. PLANEJAMENTO DA EC
Na elaboração de uma EC, particularmente das de caráter profundas, não há lugar para improvisações de planejamento, nem para negligencias, em especial quanto ao preparo ou a obtenção da documentação básica a ser fornecida aos agentes envolvidos na operação. 5.1 ESTUDO DE SITUAÇÃO
Confrontar os diversos aspectos da EC com todos os fatores que possam influenciar a sua preparação e posterior execução, considerando a necessidade de realizar reconhecimento e outras ações preparatórias, deve-se chegar a uma decisão. 5.2 PLANO DE OPERAÇÕES
Após a decisão tomada, deve ser elaborado um plano de operações do qual constarão, necessariamente os seguintes dados operacionais: a) alvo; b) ambiente operacional; c) composição dos meios; d) pessoal; e) material utilizado; f) missão aos elementos subordinados; g) treinamentos e reuniões; h) segurança; i) restrições e imposições; j) relatórios; l) comunicações (como passar e receber dados).
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5.3 PREPARAÇÃO DA EC
Concluído o planejamento, inicia-se uma das fases mais importantes da EC: a Preparação, merecendo atenção os seguintes aspectos:
5.3.1 Pessoal
a) seleção dos agentes; b) absorção da estória a ser vivenciada; c) treinamento dos agentes; d) realização de testes de verificação. 5.3.2 Material
Documentação adequada com controle rigoroso do órgão – dependendo do tipo e confecção da documentação poderá ensejar crime. Vestuário considerando os aspectos da EC e do ambiente operacional. Equipamentos podendo variar, desde um simples tabuleiro para venda de frutas, até a escolha e o aluguel de imóveis e outros bens de apoio. 6. EXECUÇÃO 6.1 O SUCESSO DAS EC DEPENDE, BASICAMENTE DE TRÊS FATORES
a) o grau de sensibilidade do alvo; b) o comportamento do agente; c) a segurança proporcionada pela documentação fornecida ao agente.
6.2 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NA EXECUÇÃO
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a) como a verdade sempre tende a aflorar é importante considerar que o tempo pode depreciar a EC; b) em condições normais, o alvo não espera ser iludido por uma EC; c) diante de certas reações ou perguntas do alvo, não partir da premissa de que este desconfiou e está contestando a EC, os agentes devem manter a naturalidade; d) não saturar o alvo com dados comprobatórios da veracidade da EC; e) é preciso crer na própria EC; f) preocupar-se mais com os objetivos da missão do que com a comprovação da EC; g) reajustar as EC, quando necessário; h) os agentes não devem sair à rua sem uma segunda EC – “EC dentro da EC” – uma para iludir o alvo, a outra para proteger-se de conhecidos. 6.3 PROCEDIMENTO NO CASO DE FALHA a) procurar manter a mesma EC; b) ter flexibilidade para lançar mão da EC dentro da EC; c) omitir a sua verdadeira atuação e o vínculo com a instituição, mesmo que esteja completamente desmascarado; d) retirar-se imediatamente da área operacional; e) preservar a instituição (Pública / Privada) a qualquer custo. 6.4 FINAL DA EXECUÇÃO a) a EC não pode ser sumariamente abandonada; b) avaliar as necessidades de segurança em relação ao alvo, aos agentes e, ainda, a elementos não orgânicos empenhados, se for o caso; c) não deixar pistas para o descobrimento do verdadeiro objetivo da operação (não deixar ponta); d) processo de autocrítica, falando para outros agentes seus erros, para que outros não repitam.
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7. CONCLUSÃO
O elemento de operações deve organizar uma coletânea de EC utilizadas em suas operações, ressaltando as falhas e os sucessos, para que possa servir como fonte inspiradora para elaboração, cada vez mais eficiente, de outras EC e para servir de subsídios em futuras operações do mesmo alvo. (Lições aprendidas) A EC é uma mentira útil, planejada, preparada e utilizada para mascarar a verdade, permitir facilidades aos agentes na obtenção do que desejam e preservar a segurança operacional, lembrando que os profissionais que trabalham em operações devem sempre ter em mente que “de tanto ser repetida, uma mentira acaba por se tornar verdade”.
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Apêndice D – Disfarce AZEVEDO (2002); GONÇALVES (2008); PEREIRA (2009); MOREIRA (2010) e SOARES (2010) ajudam na apresentação e descrição da técnica operacional de Disfarce, conforme se segue: 1. INTRODUÇÃO
Conforme MOREIRA (pag 128) apresenta a técnica de Disfarce: [...] é empregado, subsidiariamente, nas Operações de Vigilância móvel ou fixa. No mais das vezes consiste apenas no uso de algum utensílio comum, como óculos, peruca, uniformes, chapéus etc, com o intuito de modificar a aparência física. [...] em programas humorísticos de televisão. Compreendese, também, no Disfarce, o uso de determinados equipamentos, como carrinhos de ambulantes ou veículos caracterizados [...]
É um processo que consiste em caracterizar ou descaracterizar os traços fisionômicos e/ou aparência física de uma pessoa, objetivando dificultar sua identificação. Além de sua utilização para reforçar Estórias-coberturas, o conhecimento dessa técnica permite, também, a detecção de elementos adversos que dela se valem para suas atividades clandestinas. Aliada a outras técnicas e ao uso de documentação especial ela permite realizar a busca dos conhecimentos negados em melhores condições.
2. PRINCIPAIS PONTOS A SEREM DISFARÇADOS
Sendo a descrição de pessoas feita pela observação ordenada dos Caracteres Distintivos, dos Aspectos Físicos Específicos e dos Aspectos Físicos gerais (OMD) e, sendo o Disfarce uma técnica utilizada para dificultar a identificação também de pessoas, é necessário que as modificações, visando a uma completa ou parcial descaracterização dos agentes em campo, sejam feitas segundo a mesma ordem de observação. (SOARES, 2010)
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2.1 A DESCARACTERIZAÇÃO
É a ação ou efeito de, por meio de recursos naturais e/ou artificiais, ocultar os caracteres distintivos de uma pessoa, podendo ser aplicado, ainda a objetos e instalações. 2.1.1 Caracteres Distintivos
São caracteres que individualizam e distinguem as pessoas. 2.1.1.1 Anormalidades dos aspectos físicos específicos
Nariz grande, calvície, sobrancelhas grossas, orelhas grandes, cabelo sarará, estrábica (vesgo), caolho, queixo anormal, cabeça grande, dentes para fora, etc. 2.1.1.2 Anormalidades dos aspectos físicos gerais Gordo, magro, anão, gigante, albino, etc. 2.1.1.3 Marcas Cicatrizes, tatuagens, queimaduras, verrugas, etc. 2.1.2 Aspectos Físicos Específicos a) cabelos; - mudança de penteado; - mudança de cor; - utilização de perucas; - mudança de tipo: encaracolados, lisos;
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- corte; b) sobrancelhas; - torná-las mais finas ou espessas, mais curtas ou alongadas, mais unidas ou separadas ou mudar a cor; c) olhos; - mudança de cor, pelo uso de lentes de contato, uso de óculos, simulação ou dissimulação de olheiras, mudança no formato; d) nariz; - modificação no formato e tamanho pela utilização de massa apropriada, maquiagem ou colocação de postiços; e) bigode, barba, costeleta, cavanhaque; - mudança de cor, mudança do formato, uso de postiços e implantação; f) boca; - modificação no formato e tamanho dos lábios, colocação de enchimentos, simulação de dentes estragados e deformidades, utilização de dentes postiços; g) cútis; - simulação de cicatrizes (baixo e alto-relevo), queimaduras, correção ou acentuação de rugas, mudança de cor. 2.1.3 Aspectos Físicos Gerais (SCCIAP)
Apresentaremos agora os aspectos físicos gerais e algumas modificações que podem ser operadas: a) Sexo; - a caracterização de sexo masculino em feminino e vice-versa, pode ser conseguida pelo uso de vestiário adequado, perucas, enchimentos, maquiagem e atitudes compatíveis com a característica; b) Cor; - modificação pelo uso de bronzeadores e tinturas; c) Compleição;
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- uso de enchimentos, vestuário adequado. Ex.: o elemento que usar roupas listradas na vertical, cabelos lisos e sapatos com salto alto ficará com aparência de alto e magro, ao passo que, se usar roupas com listras na horizontal, cabelos e sapatos com salto baixo, ficará com aparência de baixo e gordo; d) Idade; - o envelhecimento (ou rejuvenescimento) é conseguido pela mudança da cor do cabelo (tinturas ou perucas), acentuação ou dissimulação das rugas, maquiagem, vestuário adequado, postura e atitudes condizentes com a caracterização; e) Altura; - utilização de sapatos com saltos altos (ou baixos), chapéus e roupas listradas (vertical ou horizontal); f) Peso; - por estar diretamente ligado à compleição e à altura, usamos as mesmas modificações de ambos. 3. FATORES CONDICIONANTES
Ao planejarmos a utilização da técnica do Disfarce, devemos levar em consideração os seguintes fatores: a) ambiente operacional; - o disfarce deve se coadunar com a área da missão, ou seja, o elemento disfarçado deve estar de acordo com os hábitos e costumes dos habitantes da área, tanto na vestimenta quanto na maneira de se conduzir. para isso devem-se escolher os agentes que se adaptem à área em questão (urbana, rural etc); b) distância; - é o espaço compreendido entre o agente e o alvo. Quanto MENOR a distância, MAIOR deverá ser o esmero na preparação do disfarce; c) duração da missão;
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- quando a missão é longa deve-se utilizar um tipo de disfarce que resista a este tempo. Com isto surge a idéia de que o disfarce tem um tempo útil de duração e que este tempo deve der observado para o emprego nas Ações Especializadas. Vamos exemplificar: se tivermos uma missão com a duração de dois dias e pudermos escolher entre implantar um bigode de crepe ou colá-lo com esparadrapo, sabendo que o implantado resiste a dois dias e o colado, algumas horas, escolheremos o primeiro processo; d) tempo de preparação; - como, normalmente, as características são feitas pelo uso de material artificial (perucas, implantes, etc.) é necessário que, além do tempo de confecção do disfarce, haja um tempo para adaptação psicológica por parte do agente; e) pessoal; - além, do especialista, os demais agentes, sempre que possível, deverão treinar o uso das mais variadas caracterizações, visando não só a sua adaptação psicológica, como também, a confecção de um álbum fotográfico que contenha as diferentes caracterizações de cada agente; f) material; - sempre que possível, as descaracterizações devem ser feitas a partir do material natural de que o próprio agente dispõe, isto é, mudança do penteado, rinçagem (encrespar/enrolar), raspagem da barba, etc.; visto que permitem uma adaptação psicológica mais rápida por parte do agente; - visando a possíveis descaracterizações ditadas pela evolução de uma Ação Especializada, todo agente deve dispor de um “KIT” que contenha, entre outras coisas, óculos, bigodes, pente, lápis de sobrancelha, etc., de modo que ele mesmo possa rapidamente descaracterizar-se; - deve-se portar, também, outros materiais, como: boné, camiseta, boina, etc; tendo em vista que esse tipo de material, além de ser de fácil transporte, possibilita uma rápida descaracterização. 4. MATERIAIS MAIS USADOS EM DISFARCES
Apresentaremos agora os materiais técnicos utilizados:
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- verniz transparente; - colódio (secagem rápida); - base (para maquiagens); - perucas, barbas bigodes e cavanhaques; - tinta branca de sapato (agrisalhar cabelos); - tinturas; - crepe (cabelo para implante); - massa aguillon (material moldável); - batom; - adornos; - uniformes; - esparadrapo dupla-face; - ferro frisador; - paint-cake (base de pó compacto); - paint-stick (base sob a forma de bastão); - outros materiais (algodão, pincéis, pentes, acetona, etc). 5. PROCESSOS DE DISFARCE
- barba (implante e colocação); - bigode (implante e colocação); - peruca (colocação); - sombrancelha (modificação); - envelhecimento (enrugamento da pele); - implante de costeletas; - implante de pêra; - cicatriz (colocação em baixo e alto relevo); - hematoma; - agrisalhamento dos cabelos, barba e bigode; - utilização de utensílios (óculos, chapéu); - combinação dos processos acima.
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6. APLICAÇÃO DO DISFARCE
Figura 3 – Aplicação de Disfarce Nr 1
Fonte: http://diversao.terra.com.br/gente/de-bigode-e-peruca-schwarzenegger-usa-disfarce
Figura 4 – Aplicação de Disfarce Nr 2
Fonte:http://gshow.globo.com/programas/altas-horas/por-tras-das-cameras
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Figura 5 – Aplicação de Disfarce Nr 3 (Assalto a Banco)
Fonte: http://www.mdig.com.br/?itemid=11646
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Apêndice E– Entrevista AZEVEDO (2002); GONÇALVES (2008); PEREIRA (2009); MOREIRA (2010) e SOARES (2010) ajudam na apresentação e descrição da técnica operacional de Entrevista, conforme se segue: 1. INTRODUÇÃO
É uma conversação mantida com propósito definido, planejada e controlada pelo entrevistador, realizada para a obtenção de dados através da conversação, com propósitos pré-definidos. É uma ferramenta utilizada na coleta de dados durante os trabalhos do setor de operações em busca do dado negado, seu emprego se dará quando não for possível a utilização de processos mais simples para a obtenção dos dados necessários, ou quando for necessário criar oportunidades para a observação pessoal. 2. FINALIDADES
Empregada para consecução dos seguintes objetivos: a) obter dados; b) fornecer dados; c) mudar comportamento; d) confirmar dados. 3. UTILIZAÇÃO DA ENTREVISTA
Quando não for possível utilizar processos mais simples para a obtenção dos dados necessários às ações das operações de inteligência. E quando for necessário criar oportunidades para a observação pessoal, em decorrência de especificidade da operação.
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No seu emprego e utilização se obtém as seguintes vantagens: a) maior aproximação entre o entrevistado, que poderá ser o próprio alvo, colaborador e o entrevistador; b) permite colher de imediato respostas espontâneas, reveladoras e não construídas; c) verificação imediata de pontos obscuros e confusos, eliminando dúvidas. 3.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS
São apresentados como princípios básicos a serem observados para o emprego da técnica: a) observar ao máximo; - as reações físicas, fisiológicas e psicológicas são importantes indícios; b) ouvir com atenção; - as interrupções devem ser feitas com propriedade e de forma bem rápida, com o intuito de realimentar a conversação; - durante uma divagação, detectar um ponto que se ligue com o tema principal e trazê-lo de volta; - atentar para a necessidade de cortesia e da calma, sob pena de se cortar o fluxo de palavras e prejudicar a comunicação; c) perguntar corretamente; - as perguntas devem ser formuladas, no momento oportuno, com gestos e atitudes apropriadas; - memorizar as perguntas mais importantes; d) registrar adequadamente; - memória (OMD _ técnica agregada); - uso camuflado de gravador, mas realizando algumas anotações ostensivas;
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- gravação autorizada pelo entrevistado (pode provocar inibição e timidez); - permite verificações e análises; - registro permanente (uso diverso). 3.2 DESVANTAGENS
Poder de sugestibilidade do entrevistador, gerando o evento na comunicação do “VERDADEIRO FALSO”. Exigindo bastante tempo de preparação para uma satisfatória realização, podendo expor o profissional de inteligência bem como o setor de operações. 3.3 LINGUAGEM E EXPRESSÃO CORPORAL
Os movimentos do corpo, a sua coordenação motora, expressões faciais, movimento das pupilas, rotação dos olhos, piscadas, mãos frias e úmidas (tensão), aperto de mão flácido (falta de entusiasmo e confiança), músculos retesados (medo ou inibição) são as denominadas expressões corporais que constituem os gestos corporais, a forma de transmissão comunicativa do corpo humano, podendo ou não estar em sintonia com sua psique. O corpo esta falando como se encontra realmente naquele momento. 3.4 ÓBICES À COMUNICAÇÃO
Atenção deverá ser dada quanto aos seguintes itens que podem gerar obstruções à comunicação: a) falta de motivação; b) barreiras psicológicas; c) dificuldades de linguagem.
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4. FASES DA ENTREVISTA
A aplicação da técnica de entrevista tem sua metodologia a ser conhecida para seu efetivo resultado, conforme é descrito em suas fases: a) aproximação; b) ataque aos pontos fortes; c) ataque ao objetivo; d) finalização. 4.1 APROXIMAÇÃO
Esta fase visa granjear a confiança do entrevistado, provocando associações agradáveis, visando à eliminar barreiras psicológicas e eliminar tensões. 4.2 ATAQUE AOS PONTOS FORTES
Visa à explorar de maneira sutil os valores cultuados pelo entrevistado e reforçar a aproximação. 4.3 ATAQUE AO OBJETIVO
É a busca do cumprimento da missão, realizado de modo sutil e discreto, baseado na percepção do momento oportuno. Sempre mantendo o controle da entrevista sem ser dominador, mas detendo, sempre, a iniciativa e conduzindo a conversação para o objetivo desejado. Havendo a confirmação de que a pessoa entrevistada está disposta a colaborar e em condições de fornecer com precisão o dado desejado, devemos incentivar a narrativa, deixando o entrevistado contar sua estória e ajudando-o a complementá-la, evitando, ainda, perguntas diretas sobre o caso.
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4.4 FINALIZAÇÃO
É de capital importância esta fase, pois será encerrada a entrevista, buscando um clima amistoso, objetivando permitir contatos futuros. Com a correta aplicação da técnica (metodologia) não deixar vestígios sobre os seus reais propósitos. 5. MODELO DE UM PLANO DE ENTREVISTA (MEMENTO)
1. SITUAÇÃO a) Antecedentes do fato; b) Alvo; - Antecedentes; - personalidade. 2. MISSÃO 3. EXECUÇÃO a) Data, hora, local, condições climáticas e trânsito; b) Registro (Ostensivo ou sigiloso); c) Segurança. (Armada ou desarmada); d) Técnicas Operacionais agregadas (EC, Meios Eletrônicos, Vigilância, Disfarce, e etc); e) Assuntos envolvidos (perguntas básicas); f) Final da entrevista. 4. MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
a) Hospedagem, alimentação e transporte; b) Vestuário.
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5. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE
a) Substituições eventuais; b) Comunicações. 6. RELATÓRIO DA ENTREVISTA
7. ANÁLISE DA ENTREVISTA
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Apêndice F– Recrutamento Operacional AZEVEDO (2002); GONÇALVES (2008); PEREIRA (2009); MOREIRA (2010) e SOARES (2010) ajudam na apresentação e descrição da técnica operacional de Recrutamento Operacional, conforme se segue: 1. INTRODUÇÃO
É o ato de convencer ou persuadir uma pessoa, não pertencente ao órgão de inteligência, a trabalhar em benefício deste. Consistindo no levantamento de nomes (Assinalação) de pessoas com “acesso” real ou potencial a dados de interesse do órgão de inteligência, ou que possam vir a colaborar na execução de operações de inteligência. Realizada com a agregação de várias outras técnicas operacionais para sua aplicação, que irão ajudar a correta identificação do provável recrutado (Assinalação), identificado a sua potencialidade principal ou potencialidade secundária, para fins de recrutamento. 2. FASES DO RECRUTAMENTO OPERACIONAL
Para o correto emprego da técnica de Recrutamento Operacional é necessário entender suas fases de execução que são identificadas a seguir. 2.1 ASSINALAÇÃO
É obtenção de nomes de pessoas com acesso real ou potencial de interesse do setor de operações, ou que possam vir a cooperar na execução de operações de inteligência, com vistas a um futuro recrutamento. 2.2 INVESTIGAÇÃO
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Consiste num levantamento, o mais completo possível, sobre o alvo, destinando-se a avaliar os aspectos de acesso, grau de risco e reais motivações.
2.2.1 Roteiro básico de investigação
a) dados biográficos; b) residência; c) pessoais e da vida privada; d) políticos; f) sobre o emprego; g) de controle (monitoração – vigilância). 2.3 SELEÇÃO
É o momento no qual se decidirá pelo recrutamento ou escolherá o melhor alvo a ser recrutado, na hipótese de mais de um investigado, sendo ponderados os fatores acesso, motivação, grau de risco e o nível do (s) candidato (s). 2.4 APROXIMAÇÃO
Fase na qual o recrutador, valendo-se dos conhecimentos já obtidos, analisados e estruturados dará início a um relacionamento com o alvo. Inicia o primeiro contato pessoal determinando qual é a melhor maneira de se efetuar esse contato (quando? onde? como?). Serve, principalmente, para aprofundar a investigação, agora de forma direta.
2.4.1 Características da aproximação
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a) planejamento detalhado; - local; - horário; - assuntos a serem tratados; b) habilidade do responsável; - conversar e manejar pessoas; - fazer amizades; - interpretar reações humanas; - discrição; - paciência; - capacidade de julgamento. 2.4.2 Planejamento da aproximação
a) quando fazer; b) onde fazer; c) como fazer; d) a necessidade de Estória-Cobertura (em que nível); e) a importância da técnica de extração de dados; f) finalidades – confirmar; - grau de acesso; - riscos à segurança; - motivação; - aptidão para trabalho operacional; g) a importância do relatório de missão; h) a frequência dos encontros; i) a importância do estabelecimento de metas; j) a tomada de decisão sobre o alvo; - o que poderá fazer pelo órgão; - é um bom investimento sob a ótica da segurança; - tem motivos para recusar a proposta; - quanto custará.
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2.4.3 Técnica de extração de dados
Consiste em obter informações de uma pessoa, sem demonstrar o real interesse nas informações, o entrevistado está revelando informações de interesse do interlocutor. 2.5 TREINAMENTO
Objetiva preparar o recrutado para o desempenho de sua missão de forma segura e eficaz. 2.6 UTILIZAÇÃO
Fase na qual o recrutado passa a trabalhar em benefício do órgão. 2.7 CONTROLE
É a atividade técnica operacional de dirigir, treinar, testar, apoiar, comunicar e, quando necessário, terminar o relacionamento com o agente. 2.8 DISPENSA
Fase na qual o recrutado deixa de trabalhar em benefício do órgão, podendo ocorrer por interesse do recrutado. Havendo necessidade de ser produzido um relatório do desligamento.
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Apêndice G – Vigilância AZEVEDO (2002); GONÇALVES (2008); PEREIRA (2009); MOREIRA (2010) e SOARES (2010) ajudam na apresentação e descrição da técnica de Vigilância, conforme se segue:
1. INTRODUÇÃO
Consiste em manter um ou mais alvos sob constante observação, observando sem ser percebido, podendo o alvo ser uma pessoa, um objeto, um veículo, uma casa, ou edifício/instalações diversas. Sendo considerada a técnica mais complexa, a “mãe” de todas as técnicas operacionais, sendo emprega com todas as outras técnicas operacionais em seu apoio. 2. FINALIDADES
A Vigilância é consagrada nos meios dos órgãos operacionais com a finalidade de identificar o alvo e averiguar suas atividades e contatos, localizar e ou controlar alvos e ainda: a) identificar comboio; b) observar atividades e rotinas de instalações e ou áreas; c) confirmar dados; d) estabelecer e ou controlar EC; e) verificar a lealdade de agentes recrutados; f) buscar uma ponta. (vestígios deixados para trás nas operações de inteligência). 3. TERMINOLOGIA a) comboio – pessoa ou equipe encarregada da segurança do alvo, que o segue a distância para detectar possível vigilância;
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b) contra-comboio – agentes que seguem a equipe de vigilância com a finalidade de detectar possível comboio do alvo; c) contato – qualquer pessoa com quem o alvo fala, troca sinais ou objetos enquanto está sob vigilância; d) alvo – pessoas, objetos ou instalações. 4. CLASSIFICAÇÃO Classifica-se a vigilância quanto ao grau de sigilo (em relação ao alvo) e quanto à forma de execução. de controle
Ostensiva
de provocação
Quanto ao grau de sigilo
Sigilosa
a coberto ( o alvo nunca vê o agente)
Fixa a descoberto (o alvo vê o agente)
Quanto a forma de execução
a pé
Móvel
transportada
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4.1 DETALHAMENTO QUANTO AO GRAU DE SIGILO
4.1.1 Ostensiva
É a vigilância com conhecimento do alvo, ressaltando que, em relação ao público, não existe vigilância ostensiva (ela será sempre sigilosa). Podendo ser: a) de provocação; - usada como artifício para provocar uma reação qualquer do alvo, buscando com isso, que o mesmo nos revele o dado pretendido; b) de controle; - usada como forma de tolher as ações de agentes adversos ex: vigilância sobre estrangeiros, para impedir ou dificultar, ao máximo, suas ações. 4.1.2 Sigilosa
É realizada sem que o alvo tenha conhecimento, mantendo assim, seu comportamento habitual e proporcionando dados mais numerosos, completos e de maior amplitude. 4.2 DETALHAMENTO QUANTO A FORMA DE EXECUÇÃO
4.2.1 Fixa
Vigilância Fixa é aquela em que os agentes permanecem em posição estável e adequada observando o alvo, podendo ser: a) a coberto (o alvo nunca vê o agente); - os agentes ocupam um ou vários PO, de onde observam o alvo sem que sejam vistos e sem despertar suspeitas, reduzindo a exposição da equipe na área principal e permitindo a utilização de meios técnicos, tais como binóculos,
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lunetas, teleobjetivas, filmadoras, microfones direcionais, equipamentos de gravação de som e imagem, equipamentos para observação noturna, etc;
b) a descoberto (o alvo vê o agente); - os agentes ocupam posições nas proximidades, potencialmente sob a visão e controle do alvo, misturando-se aos transeuntes e ou locais, postando-se em pontos como bares, pardas de ônibus, bancas de jornal, utilizando-se de disfarces e ou EC, tais como porteiros, vendedores ambulantes, faxineiros, guardacarros, engraxates, etc.
4.2.2 Vigilância Móvel
4.2.2.1 A pé
É aquela em que o agente, a “pé” , se desloca de acordo com a movimentação do alvo, podendo ser mantida por uma equipe com qualquer número de agentes , mantendo o alvo sob observação, tomando notas, identificando contatos e fotografando. Buscando identificar se o alvo tem um “ comboio” (alvo comboiado _ com segurança), etc. Será usado o método A-B-C que é básico para o trabalho de vigilância, onde a função dos agentes é assim descrita: a) POSIÇÃO “A”; - Observar constantemente o alvo, mantendo distância adequada. - Assumir as posições B ou C, de acordo com o andamento do trabalho. b) POSIÇÃO “B” - Detectar possível comboio do alvo. - Orientar o motorista, caso exista viatura se deslocando em apoio à equipe; e
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- Assumir as posições A ou C, de acordo com o andamento da vigilância. c) POSIÇÃO “C” - Deslocar-se em posição paralela a do alvo, atento às mudanças de direção e ou ações do alvo, que deverão ser sinalizadas aos companheiros; e - Assumir as posições A ou B, de acordo com o andamento da vigilância. Figura 6 – Método A B C
Fonte: Arquivo do autor, 2003. 4.2.2.1.1 Peculiaridades quanto a vigilância móvel à pé
a) medidas evasivas; - são usadas com argúcia e bom-senso, aliados a prática e treinamentos constantes, tornam-se eficientes quando um elemento desconfiar que está sendo vigiado; b) evasivas de despistamento;
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- visam despistar e iludir a vigilância. para se livrar da vigilância a pé, um alvo normalmente age com naturalidade, fazendo seus seguidores acreditarem que o perderam; c) procedimentos básicos; - 1º mover-se rapidamente e não parar muito tempo no mesmo local; - 2º sair de um local sem ficar vagando em torno da área, pois poderá ser reencontrado pela vigilância depois de ter se livrado dela; d) tipos de evasiva de despistamento; - entrar em lugares movimentados como bares, lojas de departamentos, com vários acessos e saídas, teatros, estádios de esporte, misturando-se ao público, e sair usando caminhos alternativos; - logo depois de dobrar uma esquina, entrar no interior de um prédio bastante movimentado; - aproveitar os sinais luminosos, atravessando uma rua com grande movimento de veículos quando o sinal estiver mudando para o vermelho; - usar uma pessoa qualquer, que esteja se deslocando na mesma direção, com a mesma aparência física e usando vestuário semelhante para iludir os vigilantes; - usar roupas que possam ter a sua aparência modificada como blusas dupla-face, camisetas por baixo de camisas t-shirt, etc e, após ter entrado em determinado local, sair com a vestimenta modificada (uso de disfarce); - parar na rua para conversar com pessoas simulando contatos, de modo que os agentes tenham que se dividir para segui-los; - aproveitar o tempo que a vista humana leva para se adaptar à escuridão de um cinema, para furtar-se à vigilância, trocando de lugar seguidamente, saindo por outras portas, etc.; e - caminhar rapidamente através de ruas densamente transitadas por pedestres, sem dar voltas ou passar pelos mesmos lugares, combinando este procedimento com outros já citadas. 4.2.2.2 Vigilância Móvel Transportada
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Muitos dos princípios aplicados à vigilância móvel a pé são válidos também para vigilância móvel transportada, com as seguintes peculiaridades: - maior amplitude do ambiente operacional; - maior tempo de duração; - emprego de maior efetivo; - emprego de meios mais especializados; - maior dificuldade de coordenação e controle; - possibilidade de o trabalho evoluir para áreas distintas e com grande variação do ambiente operacional (urbano para rural e vice-versa); - apoio e proteção mais cerrados ao pessoal empenhado; - possibilidade das atividades do alvo ocasionarem a alternância ou simultaneidade das variações da técnica especializada (vigilância fixa ou móvel, a pé e ou transportada); Nesse tipo de vigilância as viaturas empregadas assume o método 1-2-3, conforme abaixo detalhado: a) transporte 1 (viatura, carro); - apenas os ocupantes da viatura da “posição 1” necessitam ter, constantemente, o alvo sob controle visual. o restante do pessoal acompanha o desenvolvimento do trabalho através das transmissões rádios feitas pelo denominado “papagaio” , que ira conduzir toda a vigilância para o alvo, necessitando de um agente que conheça muito bem o ambiente operacional; b) transporte 2 (viatura, carro); - a viatura da “posição 2” deve estar atenta para detectar possível Contra-Vigilância e informar o fato aos demais agentes, ficando condições de assumir as posições 1 e 3; c) transporte 3 (viatura, carro); - os agentes que ocupam a viatura da “posição 3” devem permanecer mais afastados do alvo, dentro do possível, e devem estar prontos para assumirem as posições 1 e 2;
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4.2.2.2.1 Peculiaridades quanto à vigilância móvel transportada
a) evasivas de detecção; - rodar ou estacionar em ruas de pouco tráfego ou deserta e observar os veículos que trafegam nessas vias; - regular a velocidade do carro de forma que ultrapasse um cruzamento quando o sinal mudar para vermelho. observar pelo retrovisor se outro veículo viola deliberadamente ao regras de trânsito ao segui-lo; - fazer retorno em “u” no meio da rua – verificar se outro veículo procede da mesma forma para não perder o contato com o seu carro; - simular pane de carro e parar em uma via de pouco trânsito – observar o procedimento e reação de outros motoristas; - dar várias voltas no mesmo quarteirão, ou ir e voltar pela mesma rua – observando os veículos que o acompanham nessas manobras; - variar a velocidade de deslocamento – verificar quem acompanha a variação; - diante de um sinal luminoso, demorar para arrancar quando a luz verde acender – observar a reação dos motoristas que estão atrás e ao lado de seu veículo; - estacionar durante pouco tempo em lugar movimentado, prosseguir e estacionar novamente – observar se algum veículo repete esse procedimento; - estacionar em zonas suburbanas, onde há poucas casas e distantes umas das outras – observar o procedimento dos outros motoristas; - entrar em rua sem saída e estacionar em seu final; - entrar em local de estacionamento privativo – verificar se algum dos motoristas que entra logo em seguida, precisam apresentar alguma justificativa na portaria ou no local de controle de estacionamento; - na estrada, trafegar em grande velocidade até o topo de uma lombada ou curva, depois reduzir a velocidade ou entrar em um posto de serviços ou restaurantes existentes na margem da estrada – observar o comportamento dos outros motoristas; b) evasivas de despistamento; o alvo pode empregar, principalmente, as seguintes evasivas;
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- dirigir algum tempo em área de tráfego intenso, ou trânsito complicado, como trevos, túneis, etc; - abandonar seu veículo e embarcar noutro em sentido contrário, onde seja difícil manobrar; - aguardar para ultrapassar os sinais luminosos na troca do sinal verde pelo vermelho; - estacionar quando só tiver uma vaga disponível, saindo logo depois;
4.2.2.2.2 Vigilância técnica
A vigilância técnica consiste no emprego de meios auxiliares – mecânicos, eletrônicos, óticos, fotografias, etc – na busca de dados. A utilização desses meios, em gradação variável, abrange desde o simples registro de som e ou imagem, feito automaticamente em determinados locais, até o emprego de complexas e sofisticadas viaturas técnicas. Figura 7 – Método 1 2 3
Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%
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Figura 8 – Viatura técnica
Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%
Figura 9 – Viatura técnica (interior)
Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%
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Apêndice H – Comunicação Sigilosa (Com Sig) AZEVEDO (2002); GONÇALVES (2008); PEREIRA (2009); MOREIRA (2010) e SOARES (2010) ajudam na apresentação e descrição da técnica de Comunicação Sigilosa, conforme se segue: 1. INTRODUÇÃO
São as transmissões sigilosas realizadas no decorrer das operações de inteligência, segundo planos preestabelecidos. Técnica de emprego delicada, haja vista os riscos que apresenta, por comportar, sempre, movimento ou ação entre dois ou mais elementos que trocam mensagens, no ambiente operacional com vários vetores não controlados. 2. PRINCIPIOS BÁSICOS 2.1 CONTROLE
Possibilita a iniciativa de acionar ou fazer parar todo o sistema ou qualquer parte do mesmo, permitindo levantar a eficiência do sistema como um todo, a fim de poder empregar, acertadamente, os meios disponibilizados.
2.2 RENDIMENTO Máximo de resultados, com o mínimo emprego de meios, no menor tempo possível.
2.3 CONTINUIDADE Manutenção do fluxo de mensagens através do estabelecimento de canais e mediante o emprego de várias formas e processos de comunicações (canais normais, suplementares, de emergência, de alarme e de reserva).
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2.4 SEGURANÇA Máximo de compartimentação e sigilo, contudo limitando o rendimento da técnica.
3. CLASSIFICAÇÃO
Para fins de entendimento as comunicações sigilosas podem ter a seguinte classificação: a) forma direta: - processos usuais; - contato pessoal. - passe rápido. b) formas indiretas: - processos usuais; - serviço postal. - serviço de telecomunicações. - impressos. - processos de intermediários; - mensageiro. - vínculo vivo. - encarregado de endereço de conveniência - processos de artifícios; -receptáculo fixo. - receptáculo móvel. 4. FORMAS E PROCESSOS MAIS USADOS 4.1 FORMA DIRETA (PROCESSOS USUAIS - CONTATO PESSOAL - PASSE RÁPIDO)
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No contato pessoal o nível de risco deve determinar o grau adequado de proteção para os contatos que requerem: preparação, profissionalismo e perseverança. E o passe rápido é uma ação que possibilita a passagem de material, com elevado grau de segurança, mesmo estando os envolvidos sob vigilância.
4.2 FORMA INDIRETA (PROCESSOS INTERMEDIÁRIOS E DE ARTIFÍCIOS)
USUAIS
–
PROCESSO
DE
Utilizadas quando não há possibilidade do contato pessoal, acarretando uma interposição pessoal e/ou material entre os interessados, onde os meios empregados (pessoas, objetos ou serviços) possibilitam ocultar dos elementos adversos a relação existente entre os interessados.
Figura 10 – Passe Rápido
Fonte: http://www.viverseguronotransito.com.br/tag/seguranca-2/page/4/
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Apêndice I – Emprego de meios eletrônicos (Eletrônica) AZEVEDO (2002); GONÇALVES (2008); PEREIRA (2009); MOREIRA (2010) e SOARES (2010) ajudam na apresentação e descrição da técnica de Emprego de meios eletrônicos (Eletrônica), conforme se segue: 1. INTRODUÇÃO
É a técnica operacional que utiliza equipamentos eletrônicos em sua execução, empregando técnicos especializados e experientes em eletrônica e em telefonia, a fim de minimizar os riscos inerentes ao emprego dessa técnica operacional e de se obter a máxima eficiência dos equipamentos utilizados. 2. CARACTERÍSTICAS Os equipamentos utilizados apresenta perfil de aplicação de alto teor tecnológico, pelas suas modernas capacidade de duração, volume, autonomia de utilização, configuração para fins de disfarce e emprego dual. A grande característica atualmente destes equipamentos esta na sua versatilidade, além do seu emprego dual. Um mesmo equipamento pode ser utilizado para uma operação de forma ativa, monitorando o deslocamento de um provável alvo, bem como ser empregado para realizar de forma passiva (instalado) a segurança de um ponto de apoio. 3. TIPOS DE EQUIPAMENTO
A gama de produtos oferecidos no mercado agregados com alto valor tecnológico é de expressivo valor, podendo de forma mais generalizada serem divididos e classificados como: a) gravadores digitais; b) transmissores UHF e VHF;