Titus Burckhardt
ALQUIMIA Ciência do cosmos, ciência da alma
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Fons Vitae Louisville entuch!
A "artir da tradu#$o in%lesa de &illiam 'toddart Tradu#$o (amadora, "ara uso "articular) "ara a l*n%ua "ortu%uesa+ Bruno Costa Ma%alh$es
Ilustra#$o da ca"a+ o casamento do rei e da rainha, do sol e da lua, so a in-luência do merc.rio es"iritual/ 0o hiloso"her2s 3ose%arden2, de Arnaldus von Villanova, manuscrito na Bilioteca Vadiana, Vadiana, 't/ 4allen
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F67' VITA8 ALC98M: Filho do escultor su*#o Carl Burckhardt, Titus Titus Burckhardt Burckhardt nasceu em 1;<=/ 'ua >uventude -oi dedicada dedicada a estudos da arte, hist?ria da arte, l*n%uas orientais e a via%ens "elo norte da @-rica e 6riente r?imo/ 8m 1;5 ele tornouse diretor da Urs 4ra-Verla%, 4ra-Verla%, uma editora es"ecialiDada em edi#Ees -acs*m -acs*mile ile de manusc manuscrit ritos os anti%os anti%os// L "erman "ermanece eceuu atG 1;H= 1;H=// AlGm de escrever livros em alem$o, ele traduDiu diversos e im"o im"ort rtan ante tess tra traal alho hoss do ra rae/ e/ 0e seus seus tra traal alho hoss -ora -oram m "ulicados em l*n%ua in%lesa, An Introduction to Sufi Doctrine, Sacred Art in East and West, Moorish Culture in Spain, The Art of Islam, Sienna, Fez City of Islam, Chartres e uma cole#$o de seus ensaios Mirror of the Intellect / 6s .ltimos três, assim como
Aluimia, -oram traduDidos do alem$o "or &illiam 'toddart/
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ALC98M: A editora Fons Vitae or%ulhase de anunciar a "ulica#$o de uma nova edi#$o de Alchemy, dedicada a Madame 8dith Burckhardt/ A realiDa#$o es"iritual tem sido -reuentemente descrita na terminolo%ia da tradi#$o alu*mica, "ela ual a natureDa somria ue diri%e o homem G reconduDida ao ouro, seu estado ori%inal/ Isso tem sido -reuentemente tratado como Kaluimia es"iritualK/ 7esse volume maravilhosamente esclarecedor somos conduDidos a al%umas dessas met-oras ue se têm mostrado .teis "ara estaelecer determinadas atitudes na alma, entre elas+ con-ian#a e resi%na#$o, res"onsailidade e es"eran#a/ or eem"lo+ h uma clara "ertinência sim?lica na se%uinte analo%ia+ ualuer sustncia, ou entidade, sumetida dissolu#$o (isso "ode darse inclusive em um relacionamento) "ode -inalmente ser recristaliDada em uma nova -orma/ 8m outras "alavras, um novo ser G resolidi-icado em uma -orma mais alta e mais nore/
N70IC8 Introdu#$o H 1 A ori%em da aluimia ocidental ; 5 7atureDa e lin%ua%em da aluimia 1; J A saedoria hermGtica 5= 8s"*rito e matGria O< O lanetas e metais H= H A rota#$o dos elementos =5 P 0a materia prima =P = 7atureDa universal 1< ; A natureDa "ode dominar a natureDaR 111 1< 8no-re, merc.rio e sal 15P 11 0o casamento u*micoR 1JP 15 A aluimia da ora#$o 1 1J 6 Athanor 1P 1 A hist?ria de 7icolas Flamel e de sua es"osa 1O= errenelle 1O 6s est%ios do traalho 1H= 1H A Tua de 8smeralda 1P; 1P Conclus$o 1=O Lista cronol?%ica de autores hermGticos e m*sticos 1== citados Bilio%ra-ia de traalhos clssicos 1=;
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I7T360US6 0esde o 'Gculo do Iluminismo atG os dias de ho>e, a aluimia tem sido comumente considerada como a "recursora da u*mica moderna/ or isso, uase todos os estudiosos ue se dedicam a suas oras n$o têm tido motivo "ara ver nela al%o alGm do ue um est%io inicial de -uturas descoertas na rea da u*mica/ 8sse modo unilateral de tratar a aluimia tem "elo menos o mGrito de causar a distin#$o a ser -eita entre seu con>unto de documentos a res"eito de e"eriências artesanais tradicionais na "re"ara#$o de metais, corantes e vidros e os "rocedimentos a"arentemente irracionais ue desem"enham um "a"el na aluimia como tal/ Como esse con>unto de documentos a res"eito das e"eriências artesanais G, como se sae, lon%e de ser insi%ni-icante, a oediência teimosa dos aluimistas a -?rmulas u*micas sem si%ni-icado do seu ma%istGrio n$o "ode deiar de "arecer mais "eculiares/ As "essoas ra"idamente concluem ue o insacivel dese>o de "roduDir ouro "ersistentemente motivou os homens a acreditar em um %rande n.mero de receitas -antsticas, o ue, a em da verdade, n$o s$o nada mais ue uma a"lica#$o "o"ular e su"ersticiosa da -iloso-ia da natureDa dos anti%os como se os aluimistas tivessem tentado, em "arte atravGs de "rocedimentos -*sicos, e em "arte atravGs de evoca#Ees m%icas, tomar "osse direta da materia prima aristotGlica o -undamento de todas as coisas/ 7unca "areceu chamar a aten#$o de nin%uGm como no m*nimo im"rovvel ue uma KarteK assim dessa es"Gcie "oderia, a"esar de suas loucuras e dece"#Ees, ter im"lantado a si mesma "or sGculos a -io nas mais diversas culturas no ocidente e no oriente/ elo contrrio, as "essoas est$o mais inclinadas a adotar o "onto de vista de ue, h atG um sGculo, toda a humanidade estava sonhando um sonho est."ido, cu>o des"ertar veio a"enas com a nossa G"oca/ Como se a -aculdade es"iritualintelectual do homem seu "oder de distin%uir o real do irreal estivesse i%ualmente su>eita a al%uma es"Gcie de evolu#$o iol?%ica/ 8sse modo de olhar "ara a aluimia G contradito "or um determinado "rinc*"io de unidade or%aniDado H
"ela "r?"ria aluimia+ descri#Ees do K%rande traalhoK a%itamse a "artir de vrias culturas e vrios sGculos evidenciam, emora, G em verdade, ha>a uma multi"licidade de s*molos, determinadas caracter*sticas invariveis, ue n$o s$o e"licadas em"iricamente/ 8ssencialmente, a aluimia indiana G idêntica ocidental e a aluimia chinesa, emora arran>ada em uma atmos-era es"iritual com"letamente di-erente, "ode lan#ar luDes em amas/ 'e a aluimia n$o -osse nada alGm de uma im"ostura, a sua -orma de e"ress$o revelaria aritrariedades e loucuras a todo momento mas, na verdade, ela "arece "ossuir todos os sinais de uma Ktradi#$oK %enu*na, ou se>a, uma or%nica e consistente emora n$o necessariamente sistemtica doutrina e um claro cor"o de re%ras estaelecidas e "ersistentemente e"osta "or seus ade"tos/ Assim, a aluimia n$o G nem um "roduto h*rido ou -ruto do acaso da hist?ria humana/ elo contrrio, re"resenta uma "ro-unda "ossiilidade "ara o es"*rito e "ara a alma/ 8ssa tamGm G a "osi#$o da auto denominada K"sicolo%ia "ro-undaK, ue "retende encontrar no simolismo alu*mico uma con-irma#$o de suas "r?"rias teses a res"eito do Kinconsciente coletivoK1/ 0e acordo com essa vis$o, o aluimista, na sua usca sonhadora, traD luD do dia determinados conte.dos da sua "r?"ria alma ue eram desconhecidos, e assim, sem "retender conscientemente -aDêlo, traD um ti"o de reconcilia#$o entre a sua consciência individual, su"er-icial e cotidiana, e o "oder do Kinconsciente coletivoK, ainda n$o -ormado (mas em usca de -orma#$o) / 'u"Wsse ue essa reconcilia#$o daria lu%ar a uma e"eriência de satis-a#$o *ntima, ue su>etivamente tem sede no ma%istGrio alu*mico/ 8ssa vis$o, assim como as "recedentes, G aseada na "remissa de ue a "rimeira inten#$o dos aluimistas G -aDer ouro/ Consideravase ue o aluimista se havia envolvido em al%uma -orma de loucura, ou autoen%ano, e em raD$o disso havia sido levado a "ensar e a a%ir como al%uGm ue est sonhando/ 8ssa e"lica#$o "ossui al%uma "lausiilidade, desde ue, de al%uma -orma, ela se a"roima da verdade a"enas "ara se a-astar dela 1VGase 9erert 'ilerer, roleme der M!stik un thre '!molik, Viena, 1;1+ C/ 4/ Xun%, s!cholo%ie und Alchemie, Yurich, 1; ! 1;O5, ! M!sterium Con>unctionis, Yurich, 1;OO ! 1;OP/
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imediatamente/ Z verdade ue a realidade es"iritual na ual o aluimista traalha G uma es"Gcie de inicia#$o, G al%o de ue o iniciante est mais ou menos inconsciente, G al%o ue est escondido no -undo da alma/ A"esar disso, esse Kse%redo "ro-undoK n$o deve ser con-undido com o caos do assim chamado Kinconsciente coletivoK tanto uando esse conceito al%o elstico tenha al%um si%ni-icado "reciso/ A K-onte de >uventudeK dos aluimistas n$o sur%e em nenhum sio a "artir de um sustrato "s*uico oscuro ela -lui atravGs da mesma -onte do es"*rito/ 8la G escondida dos aluimistas no come#o do seu KtraalhoK, n$o "orue est aaio mas sim "orue est acima do n*vel do "rocesso de consciência mental/ A hi"?tese dos "sic?lo%os se eva"ora na medida em ue se com"reende ue os aluimistas %enu*nos nunca estiveram enredados em nenhum sonho de satis-a#$o de dese>os de -aDer ouro, nem "erse%uiam seu o>etivo como sonmulos, ou "or meio de K"ro>e#EesK "assivas do conte.do inconsciente de suas almas[ elo contrrio, eles se%uiam um mGtodo delierado, cu>a e"ress$o metal.r%ica a arte de transmuta#$o de metais comuns em "rata ou ouro reconhecidamente en%anou diversos "esuisadores n$o iniciados, emora em si mesmo se>a ele l?%ico e, ademais, realmente "ro-undo/
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CANTUL6 1 A 63I48M 0A ALQUIMIA 6CI087TAL A aluimia eiste desde, "elo menos, metade do "rimeiro milênio antes de Cristo, e "rovavelmente desde os tem"os "rGhist?ricos/ \ "er%unta sore como "Wde a aluimia eistir "or milênios em civiliDa#Ees t$o am"lamente se"aradas, como a do 6riente r?imo e a do 8tremo 6riente, a res"osta da maioria dos historiadores "ossivelmente seria a de ue o homem tem re"etidamente -alhado na tentativa de -icar rico ra"idamente uscando -aDer ouro e "rata atravGs de metais comuns, atG ue os u*micos em"*ricos do sGc/ ]VIII -inalmente "rovaram ue os metais n$o "odem ser trans-ormados um em outro/ 7a realidade, entretanto, a verdade G muito di-erente e, "elo menos em "arte, diametralmente o"osta/ 6uro e "rata > eram metais sa%rados antes mesmo de serem trans-ormados em medida de todas as transa#Ees comerciais/ 8les s$o o re-leo terrestre do 'ol e da Lua, e assim tamGm de todas as realidades do es"*rito e da alma ue est$o relacionadas os "ares celestiais/ AtG mesmo na Idade MGdia o valor relativo desses dois metais nores era determinado "ela rela#$o entre os tem"os de rota#$o desses dois cor"os celestes/ TamGm as moedas anti%as usualmente a"resentavam -i%uras ou sinais relacionados ao 'ol ou sua rota#$o anual/ ara o homem dos tem"os "rGracionalistas, a rela#$o entre os metais nores e os dois luminares era ?via, e todo um mundo de no#Ees mecanicistas e os "reconceitos acaaram necessariamente oscurecendo a realidade autoevidente dessa rela#$o e -aDendo com ue ela acaasse "arecendo um acidente estGtico/ 7$o se deve con-undir um s*molo com uma mera ale%oria, nem tentar ver nele a e"ress$o de um instinto coletivo al%o neuloso e irracional/ 6 verdadeiro simolismo de"ende do -ato de ue as coisas, se se "odem modi-icar em raD$o de tem"o, es"a#o, natureDa material, e de vrias outras caracter*sticas limitativas, "odem, "or outro lado, "ossuir e eiir a mesma ualidade essencial/ 8las, assim, a"arecem como diversos re-leos, mani-esta#Ees ou "rodu#Ees ;
da mesma realidade ue, em si mesma, G inde"endente de tem"o e de es"a#o/ Assim, n$o G muito correto diDer ue o ouro re"resenta o 'ol, ou ue a "rata re"resenta a Lua di-erentemente, tratase de ue os dois metais nores e os dois luminares s$o s*molos das mesmas realidades c?smicas e divinas5/ A ma%ia do ouro, assim, vem da sua natureDa sa%rada, ou "er-ei#$o ualitativa, e a"enas secundariamente do seu valor econWmico/ 8m vista da natureDa sa%rada do ouro e da "rata, a oten#$o desses dois metais s? "oderia ser uma atividade sacerdotal, assim como a cunha%em de moedas de ouro e "rata era "rerro%ativa a"enas de determinados lu%ares sa%rados/ 8m sintonia com isso est o -ato de ue os "rocedimentos metal.r%icos relativos ao ouro e "rata, ue -oram "reservados em al%umas assimchamadas sociedades "rimitivas dos tem"os "rGhist?ricos, revelam aundantes sinais da sua ori%em sacerdotalJ/ 7as culturas KarcaicasK, ainda n$o -amiliariDadas com a dicotomia do Kes"iritualK e do K"rticoK, nas uais tudo era visto em rela#$o com a unidade *ntima do homem e do cosmos, a "re"ara#$o dos minGrios era sem"re realiDada como um "rocedimento sa%rado/ Como re%ra, era "rerro%ativa da casta sacerdotal, chamada a esta atividade "or comando divino/ 6nde n$o era assim, como no caso de determinadas trios a-ricanas, ue n$o "ossu*am suas "r?"rias tradi#Ees metal.r%icas, o -undidor ou -erreiro, como um intruso n$o autoriDado na sa%rada ordem da natureDa, ca*a na sus"ei#$o de envolvimento com a ma%ia ne%ra/ 6 ue aos olhos do homem moderno "arece su"ersti#$o e o ue, em "arte, a"enas soreviveu como tal G na verdade um "ressentimento de uma "ro-unda rela#$o entre a ordem natural e a alma humana/ 6 homem K"rimitivoK estava em consciente de ue a "rodu#$o de minGrios no KventreK da terra e a sua violenta "uri-ica#$o "elo -o%o era al%o sinistro, e 58n la ora etnol?%ica de 8/ 8/ 8vansritchard, 7uer 3eli%ion, ca"*tulo ^The rolems o- '!mols_ , 6-ord at the Clarendon ress, 1;OH, se da una ecelente e"licaci?n de lo ue "uede entenderse "or s*molo/ J VGase Mircea 8liade, For%erons et Alchimistes, col/ «orno sapiens!, ar*s, 1;OH/ i"id /
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cheio de "ossiilidades "eri%osas, mesmo ue eles n$o tivessem todas as "rovas de ue a hist?ria da 8ra dos Metais t$o aundantemente nos "roveu/ ara a humanidade KarcaicaK ue n$o se"arava arti-icialmente matGria de es"*rito a che%ada da metalur%ia n$o -oi sim"lesmente uma Kinven#$oK, mas tamGm uma Kreleva#$oK, "orue a"enas um comando divino "oderia autoriDar humanidade o acesso a tal atividade/ 7o in*cio, entretanto, essa revela#$o -oi uma -aca de dois %umes O ela reueria uma "rudência es"ecial "or "arte de uem ela havia sido receida/ Assim como o traalho eterior do metal.r%ico com os minGrios e o -o%o a"resentava al%o de violento em rela#$o a ele, assim tamGm a in-luência ue "esava sore o es"*rito e a alma ue eram inesca"veis neste chamado era de uma "eri%osa e d.ia natureDa/ 8m "articular a etra#$o de metais nores a "artir de minGrios im"uros, "or meio de solventes e de a%entes "uri-icadores como o merc.rio e antimWnio, e em con>un#$o com o -o%o, era inevitavelmente realiDada contra as resistências de somrias e ca?ticas -or#as da natureDa, assim como a conuista da K"rata interiorK ou do Kouro interiorK na sua "ureDa imutvel e luminosidade demanda a conuista de todos os im"ulsos oscuros e irracionais da alma/ ` 6 dilo%o se%uinte, etra*do da autoio%ra-ia de um sene%alês, mostra como em determinadas trios a-ricanas o traalho com o ouro -oi continuamente tratado como arte sa%rada atG os "resentes dias H/ /// Assim ue meu "ai sinaliDou, os dois a"rendiDes come#aram a traalhar o -ole da "ele de carneiro ue estava situado em amos os lados da -ornalha e conectado a ela "or meio de cachimos de arro/// As chamas no -orno es"oucavam e "areciam %anhar vida um %ênio animado e mau/ Meu "ai, ent$o, "e%ou a "anela de -undi#$o com sua lon%a "in#a, e colocoua nas chamas/ 0e re"ente todas as outras ocu"a#Ees na # «$os re%elamos el hierro& En 'l hay fuerza mali(na y utilidad para los hom"res&&&! (Corn, LVII, 5O)/
H Camara La!e, LK8n-ant noir, ar*s, 1;OJ/
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-or>a cessaram, "orue enuanto o ouro estava sendo -undido, e enuanto ele es-riava, era "roiido traalhar nas suas "roimidades uer com o core, uer com o alum*nio, "ara evitar ue uma "art*cula desses metais comuns entrasse na "anela de -undi#$o/ A"enas o a#o "oderia continuar a ser traalhado/ Mas mesmo aueles en%a>ados em al%uma tare-a com o a#o %eralmente deveria terminla ra"idamente ou dei la de lado, "ara >untarse aos a"rendiDes em volta do -orno/// Quando meu "ai sentiu ue seus movimentos estavam come#ando a ser im"edidos "elos a"rendiDes ue se amontoavam em volta, -aDia sinal "ara ue eles se a-astassem/ 7em ele, nem nin%uGm, "oderia "ronunciar nenhuma "alavra/ A uietude era rom"ida a"enas "elo chiado dos -oles e "elo assovio do ouro/ Mas emora meu "ai n$o dissesse nenhuma "alavra, eu saia ue ele -alava "ara si eu "odia vêlo "or seus lios, ue se moviam silenciosamente assim ue ele meia no ouro e no carv$o com uma vara ue, assim ue "e%ava -o%o, era sustitu*da/ 6 ue ele diDia "ara si 8u n$o sei diDer com certeDa, > ue ele nunca me disse/ 6 ue "oderia ser sen$o uma invoca#$o 8le n$o invocava os es"*ritos do -o%o e do ouro, do -o%o e do vento o vento ue so"rava atravGs dos -oles, do -o%o ue vem do vento e do ouro ue estava aliado ao -o%o Certamente ele "edia a>uda e su"licava a sua coo"era#$o e comunh$o certamente ue ele invocava esses es"*ritos ue estavam entre os mais im"ortantes, e cu>o a"oio era muit*ssimo necessrio "ara a -undi#$o/ 6 "rocesso ue acontecia diante de meus olhos n$o era a"enas e "or -ora a -undi#$o do ouro/ 9avia al%o alGm disso+ um "rocesso m%ico ue os es"*ritos "oderiam -avorecer ou atra"alhar/ 0a* "orue a uietude reinou em volta de meu "ai/// 7$o G notvel ue nauele momento uma "euena cora ne%ra sem"re "ermanecia escondida "or aio da "ele do carneiro orue ela nem sem"re esteve l/ 8la n$o vem visitar meus "ais todos os dias, e ela nunca deia de vir uando o ouro est sendo traalhado/ Isso n$o me sur"reende/ 0esde ent$o, em uma noite, meu "ai me -alou sore o es"*rito da nossa trio, e eu achei muito natural ue auela cora estivesse ali, 15
"orue a cora conhece o -uturo/// 6 artes$o ue traalha o ouro deve antes de tudo "uri-icarse, deve lavarse da cae#a aos "Gs, e, durante o traalho deve asterse de rela#Ees seuais///R ` Que eiste um ouro interior, ou melhor, ue o ouro tem uma realidade interior, assim como uma realidade eterior, G a"enas l?%ico "ara o modo contem"lativo de olhar as coisas, ue es"ontaneamente reconhece a mesma KessênciaK no ouro e no 'ol/ Z aui, e em nenhum outro lu%ar, ue as ra*Des da aluimia re"ousam/ As ori%ens da aluimia remontam arte sacerdotal dos anti%os e%*"cios a tradi#$o alu*mica ue se es"alhou "ela 8uro"a e "elo 6riente r?imo, e ue talveD atG mesmo in-luenciou a aluimia indiana, reconheceu como seu -undador 9ermes Trisme%istos, o K9ermes, o três veDes %randeK, ue G identi-icado com o anti%o deus e%*"cio Thoth, o deus ue reina sore toda a arte sacerdotal e cient*-ica, um "ouco como 4anesha no 9indu*smo/ A e"ress$o alchemia deriva do rae al)*imiya, ue "arece derivar do anti%o e%*"cio *+me a re-erência Kterra ne%raK, ue era uma desi%na#$o do 8%ito, e ue "oderia ter sido tamGm o s*molo da matGria"rima dos aluimistas/ 6utra "ossiilidade G ue a e"ress$o deriva do %re%o chyma (K-us$oK ou K-undi#$oK)/ 8m todo caso, os desenhos alu*micos remanescentes mais anti%os est$o em "a"iros e%*"cios/ Que nenhum documento "rimitivo tenha che%ado atG n?s n$o G sur"resa, desde ue G uma caracter*stica essencial de uma arte sa%rada a sua transmiss$o oral ue seu re%istro escrito "ossa ser encomendado G usualmente o "rimeiro sinal de decadência ou do receio de ue a tradi#$o oral ser "erdida/ Assim, G com"letamente natural ue o assimchamado Corpus ermeticum, ue com"reende todos os tetos atriu*dos a ermes)Thoth, tenham che%ado atG n?s em %re%o, e revestido mais ou menos em uma lin%ua%em "latWnica/ Que esses tetos s$o, todavia, ori%inados de uma tradi#$o %enu*na, e ue n$o s$o -arica#Ees "seudoarcaicas dos %re%os, G "rovado "or sua -ecundidade es"iritual/ As evidência su%erem ue a assim chamada KTua de 8smeraldaK G tamGm "arte do Corpus 1J
ermeticum/ A Tua da 8smeralda
declarase uma revela#$o de 9ermes Trisme%istos, e G considerada "elos aluimistas ue escreveram em rae e em latim como nada menos ue a Ktua da leiK da sua arte/ 7$o h nenhum teto "rimitivo da Tua da 8smeralda/ 8la che%ou atG n?s a"enas em tradi#Ees raes e latinas "elo menos tanto uanto se "esuisou atG a%ora mas seu conte.do evidencia sua autenticidade/ 8m aono ori%em e%*"cia da aluimia do 6riente r?imo e do 6cidente est o -ato de ue toda uma sGrie de "rocedimentos artesanais, relacionados com a aluimia e "rovendoa de vrias e"ressEes sim?licas, a"areceu como um con>unto coerente a "artir dos .ltimos tem"os e%*"icios, -inalmente a"arecendo nos livros "rescritivos medievais/ 8ste cor"o de "rocedimentos contGm al%uns elementos claramente derivados do 8%ito/ 8ntre esses "rocedimentos, alGm do traalho do metal e da "re"ara#$o de tinturas, est a "rodu#$o de "edras "reciosas arti-iciais e vidros coloridos, uma arte ue -loresceu no 8%ito/ 0e mais a mais, toda a arte e%*"cia dos metais e minerais, no seu es-or#o "ara etrair o a essência, secreta e "reciosa, de uma KsustnciaK terrestre, mostra uma ?via rela#$o es"iritual com a aluimia/ A Aleandria e%*"cia, em seus .ltimos tem"os, -oi sem d.vida o cadinho no ual a aluimia, >untamente com outras artes e ciências cosmol?%icas, receeu a -orma na ual ela nos G ho>e conhecida, sem "or isso ser alterada em nenhum as"ecto essencial/ ode muito em ter sido nessa G"oca ue a aluimia tamGm aduiriu al%uns temas da mitolo%ia %re%a e asitica/ Isso n$o deve ser considerado um acontecimento arti-icial/ 6 crescimento de uma tradi#$o %enu*na "arecese com um cristal, ue atrai "art*culas hom?lo%as a si "r?"rio, incor"orandoas de acordo com as suas "r?"rias leis de harmonia/ 0essa G"oca em diante, "odemse oservar duas correntes na aluimia/ Uma G "redominante e naturalmente artesanal o simolismo de um Ktraalho interiorK a"arece aui como um com"lemento a uma atividade "ro-issional e G a"enas ocasional e incidentalmente mencionado a outra -aD uso de um "rocesso metal.r%ico eclusivamente como analo%ia/ 8nt$o se "ode atG mesmo "er%untar se esses "rocedimentos -oram 1
utiliDados KeteriormenteK/ Isso -eD com ue al%uns cunhassem a distin#$o entre a aluimia artesanal a ual se acredita se>a mais anti%a e a assimchamada aluimia m*stica, ue se su"Ee de desenvolvimento su"erior/ 7a realidade, entretanto, tratase de dois as"ectos de uma e mesma tradi#$o, na ual o as"ecto sim?lico G sem d.vida o mais arcaico/ 'er sem d.vida uestionado como -oi "oss*vel aluimia, >untamente com o seu -undamento mitol?%ico, ser incor"orada nas reli%iEes monote*stas+ >uda*smo, cristianismo e isl$/ A e"lica#$o "ara isso G ue as "ers"ectivas cosmol?%icas "r?"rias da aluimia, relativas tanto es-era eterna dos metais (e minerais em %eral) uanto ao terreno interior da alma, estavam or%anicamente li%adas com a metalur%ia anti%a, e assim esse -undo cosmol?%ico -oi receido, >untamente com as tGcnicas artesanais, sim"lesmente como uma ciência da natureDa ( physis) no sentido mais am"lo do termo, assim como o cristianismo e o isl$ se a"ro"riaram das tradi#Ees "ita%?ricas na m.sica e na aruitetura, e assimilaram a corres"ondente "ers"ectiva es"iritual/ 0o "onto de vista crist$o, a aluimia era como ue um es"elho natural "ara as verdades relevadas+ a "edra -iloso-al, ue trans-ormava metais em ouro, G um s*molo de Cristo, e a sua "rodu#$o a "artir do K-o%o ue n$o se ueimaK do eno-re, e a K%ua inaalvelK do merc.rio simoliDam o nascimento de Cristo8mmanuel/ AtravGs dessa assimila#$o "ela -G crist$o, a aluimia -oi es"iritualmente -ecundada, enuanto o cristianismo encontrou nela um caminho ue, atravGs da contem"la#$o da natureDa, conduDia a uma verdadeira K(nosis / Ainda com maior -acilidade a arte hermGtica entrou no mundo es"iritual islmico/ 8ste sem"re esteve "ronto, em "rinc*"io, "ara reconhecer ualuer arte "rG islmica ue a"arecesse so o as"ecto de KconhecimentoK (hi*mah) como "atrimWnio dos "rimeiros "ro-etas/ Assim, no mundo islmico, 9ermes Trisme%istos G al%umas veDes identi-icado com 8noch (Idrbs)/ Foi a doutrina da Kunidade da eistênciaK (-ahdat)al)-u./d ) a inter"reta#$o esotGrica da con-iss$o de -G islmica ue deu ao hermetismo um novo eio es"iritual ou, 1O
em outras "alavras, restaeleceu seu horiDonte es"iritual ori%inal em toda a sua "lenitude e liertoua da su-oca#$o do recente KnaturalismoK helen*stico/ 8nuanto isso, o simolismo da aluimia, como resultado da sua incor"ora#$o %radual no tardio e clssico "ensamento sem*tico, desenvolveuse numa variada multi"licidade/ A"esar disso, al%uns tra#os -undamentais, "r?"rios da aluimia como KarteK, "ermaneceram como seu sinal es"ec*-ico atravGs dos sGculos+ acima de tudo, mencionese o "lano "reciso do Ktraalho alu*micoK, as -ases individuais com as uais G caracteriDado "or meio de al%uns "rocessos Ksim?licosK ue nem sem"re "odem ser levados a cao na "rtica/ 8m um "rimeiro momento, a aluimia entrou na civiliDa#$o crist$ ocidental atravGs de BiDncio, e de"ois, e em maior medida, atravGs da 8s"anha rae/ Foi no mundo islmico ue a aluimia alcan#ou a "lenitude de seu -lorescimento/ Xir in 9a!!n, um disc*"ulo do seto 'hiite Imam Xa-ar as'di, -undou no sGc/ ]VIII d/ C/ uma verdadeira escola, a "artir da ual centenas de tetos alu*micos -lu*am/ 'em d.vida ue -oi em raD$o de o nome de Xir terse trans-ormado em uma marca de ualidade de %rande erudi#$o alu*mica, ue o autor da Summa 0erfectionis, um italiano ou catal$o do sGc/ ]III d/ C/, tamGm assumiu o nome, 4ee, na sua -orma latiniDada/ Quando, com o 3enascimento, ocorreu a %rande irru"#$o da -iloso-ia %re%a, uma nova onda de aluimia iDantina alcan#ou o 6cidente/ 7os sGc/ ]VI e ]VII vrios traalhos alu*micos -oram im"ressos, e atG ent$o eistiam a"enas manuscritos ue haviam circulado mais ou menos secretamente/ Como resultado disso, o estudo do hermetismo alcan#ou um novo "atamar -oi em reve, contudo, ue entrou em decadência/ 6 sGc/ ]VII d/ C/ G al%umas veDes considerado como marca do -lorescimento com"leto do hermetismo euro"eu/ 7a realidade, entretanto, a sua decadência > havia come#ado no sGc/ ]V d/ C/ e "rosse%uia sem demora com o desenvolvimento human*stico e > -undamentalmente racionalista do "ensamento ocidental, "elo ual ualuer "ers"ectiva universal, es"iritual e intuitiva, -oi "rivado de seu 1H
-undamento sico/ Z verdade ue "or determinado tem"o, imediatamente anterior era moderna, elementos de uma (nosis %enu*na, ue haviam sido, com di-iculdade, tirados do terreno da teolo%ia tanto "elo desenvolvimento sentimental unilateral dos .ltimos m*sticos crist$os e "ela tendência a%n?stica inerente 3e-orma, encontraram re-.%io na aluimia es"eculativa/ Isso sem d.vida e"lica -enWmenos como os ecos de hermetismo detectados em traalhos de 'hakes"eare, Xako Boehme e 4eor% 4ichtel/ A medicina ue derivou da aluimia durou mais ue a "r?"ria aluimia/ aracelsus chamou a isso de Kspa(yric medicine / 6 termo vem das "alavras %re%as corres"ondentes a Kdivis$oK e Kuni$oK corres"ondendo aos termos alu*micos sol%e et coa(ula/ 8m %eral, a aluimia euro"eia ue se se%uiu 3enascen#a teve um carter -ra%mentrio como uma arte es"iritual, carecia de -undo meta-*sico/ Isso G es"ecialmente verdade a res"eito de seus .ltimos vest*%ios no sGc/ ]VIII d/ C/ mesmo a"esar do -ato de ue entre todos os Kueimadores de carv$oK, homens de real %ênio tais como 7eton e 4oethe se ocu"aram dela, emora sem sucesso/ 7esse "onto "arece o"ortuno diDer cate%oricamente ue n$o "ode haver aluimia Kinde"endenteK e hostil I%re>a, "orue o "rimeiro "rGreuisito de toda arte es"iritual %enu*na G reconhecer tudo o ue a condi#$o humana, na sua su"remacia e na sua "recariedade, necessita em vista de sua salva#$o/ Que ha>a tamGm uma aluimia "rGcrist$ de nenhum modo "rova o contrrio a aluimia sem"re -oi, em ualuer G"oca, uma "arte or%nica de uma tradi#$o com"leta, inte%ral, ue em certo sentido con%re%ava todos os as"ectos da eistência humana/ 7a medida, entretanto, em ue o Cristianismo revelou verdades ue estavam escondidas da anti%uidade "rGcrist$, isso deve ser levado em conta "elos aluimistas cautelosos/ Z, assim, um %rande erro acreditar ue a aluimia ou o hermetismo, "or si s?s, "oderiam "ossivelmente ser uma reli%i$o autosu-iciente, ou mesmo um "a%anismo secreto/ Qualuer atitude dessa es"Gcie deve necessariamente ser vista como racionalismo e humanismo ue "aralisa desde o "rinc*"io ualuer es-or#o em dire#$o ao ma%istGrio interior/ 1P
Z verdade ue Ko 8s"*rito so"ra onde uerK, e nin%uGm "ode, de -ora, im"or delimita#Ees do%mticas em suas mani-esta#Ees mas o 8s"*rito n$o Kso"raK onde ele "r?"rio o 8s"*rito 'anto G rene%ado em ualuer de suas revela#Ees/ 7a realidade, a aluimia, ue n$o G ela mesma uma reli%i$o, reuer a con-irma#$o de uma revela#$o com os seus meios de %ra#a , ue G endere#ada a todos os homens/ 8ssa con-irma#$o consiste no reconhecimento da via e do traalho alu*micos "elos "r?"rios aluimistas como um meio es"ec*-ico de acesso ao si%ni-icado com"leto da mensa%em eterna e salv*-ica da releva#$o/ 7$o devemos nos alon%ar na hist?ria da aluimia, ue, em todo caso, n$o G conhecida em detalhes, sem d.vida em %rande "arte em raD$o de ue a transmiss$o de uma arte esotGrica %eralmente ocorre oralmente/ Um .ltimo "onto deve, a"esar disso, ser mencionado o -ato de ue escritores alu*micos assumam nomes -antsticos, -ora de ualuer rela#$o com a cronolo%ia, ale%adamente como seus autores ou -ontes, em nenhum sentido milita contra o valor dos tetos em uest$o "orue, inde"endentemente do -ato de ue o "onto de vista hist?rico e o conhecimento alu*mico n$o tenham nada a ver um com o outro, esses nomes (como no caso do 4eer latino) s$o indica#Ees de uma dada KcorrenteK da tradi#$o, em veD de "retender ser certi-icados de autoria/ A uest$o sore se dado teto hermGtico G %enu*no ou n$o, vale diDer, se ele "rocede de um conhecimento e e"eriência verdadeiros da arte hermGtica, ou se -oi sim"lesmente coletado aritrariamente, n$o "ode ser determinada nem "ela -ilolo%ia, nem "ela com"ara#$o com a u*mica em"*rica o .nico critGrio G a unidade es"iritual da tradi#$o mesma/
1=
CANTUL6 5 7ATU38YA 8 LI74UA48M 0A ALQUIMIA 7o meu livro a res"eito dos "rinc*"ios e mGtodos da arte sa%radaP, mais de uma veD tive a ocasi$o de mencionar a aluimia, a t*tulo de com"ara#$o, uando se considera a cria#$o art*stica como a"arece dentro da tradi#$o sa%rada, n$o do "onto de vista de seu as"ecto estGtico eterno, mas como um "rocesso interno cu>a meta G o amadurecimento, Ktransmuta#$oK, ou renascimento da alma do "r?"rio artista/ A aluimia tamGm -oi chamada arte "recisamente a Karte realK (ars re(ia) "or seus mestres e, com sua ima%em da transmuta#$o dos metais comuns em ouro e "rata, se "resta como um ma%n*-ico s*molo evocativo do "rocesso interno a ue ela se re-ere/ 8-etivamente a aluimia "ode considerada a arte da transmuta#$o da alma/ Ao diDer isso n$o estou uscando ne%ar ue os aluimistas tamGm conheciam e "raticavam os "rocedimentos metal.r%icos, tais como a "uri-ica#$o e a li%a de metais seu traalho real, entretanto, dos uais estes "rocedimentos s$o meramente o su"orte eterior, ou s*molos o"eracionais, -oi a transmuta#$o da alma/ 6 testemunho dos aluimistas nesse "onto G unnime/ or eem"lo, no The 1oo* of Se%en Chapters, ue -oi atriu*do a 9ermes Trisme%istos, o "ai da aluimia ocidental e do 6riente r?imo, lemos+ Ve>a, eu ari diante de você o ue estava escondido+ 6 traalho alu*mico est em suas m$os e >untamente com você na medida em ue se encontra dentro de você e G duradouro/ Você sem"re ter isso "resente, onde uer ue você este>a, na terra ou no mar///R=/ 8 no -amoso dilo%o entre o rei rae halid e o sio Morienus (ou Marianus) se disse como o rei uestionou o sio sore onde se "oderia encontrar al%o com ue se "udesse realiDar o traalho hermGtico/ A isso Morienus se silenciou, e -oi a"enas a"?s muita hesita#$o ue ele res"ondeu+ f rei, eu lhe di%o a verdade, ue 0eus, em sua miseric?rdia, criou essa coisa PVom &esen heili%er unst in den &eltreli%ionen, 6ri%oVerla%, Yurich, 1;OO, ! r*nci"es et mGthodes de lgart sacrG, L!on, 1;H=/ = Biliothue des hiloso"hes Chimiues, ed/ "or 4/ 'almon, ar*s, 1P1/
1;
etraordinria dentro de você onde uer ue você este>a, est sem"re com você e nunca "ode ser se"arado de você///R ;/ A "artir de tudo isso, veremos ue a di-eren#a entre a aluimia e ualuer outra arte sa%rada G ue o conhecimento alu*mico n$o G alcan#ado visivelmente, na "lano eterno artesanal, como na aruitetura e na "intura, mas a"enas no cora#$o "orue a transmuta#$o de chumo em ouro, ue constitui o traalho alu*mico, de lon%e ultra"assa as "ossiilidades do conhecimento artesanal/ 6 carter miraculoso desse "rocesso e-etuando um KsaltoK ue, de acordo com os aluimistas, a natureDa "or si "r?"ria, a"enas "ode realiDar em um tem"o im"revisivelmente lon%o destaca a di-eren#a entre as "ossiilidades cor"orais e auelas da alma/ 8nuanto uma sustncia mineral cu>a solu#$o, cristaliDa#$o, -undi#$o e auecimento "odem re-letir atG certo "onto as mudan#as da alma deve "ermanecer con-inada em limites de-inidos, a alma, "or sua "arte, "ode su"erar os limites K-*sicosK corres"ondentes, %ra#as ao encontro com o es"*rito, ue n$o G con-inado "or nenhuma -orma/ 6 KchumoK re"resenta o ca?tico, K"esadaK e doentia condi#$o do metal ou do homem interior, enuanto o ouro KluD con%eladaK e Ksol terrenoK re"resenta a "er-ei#$o da eistência metlica e humana/ 7a "ers"ectiva dos aluimistas, o ouro G a e-etiva meta da natureDa metlica todos os outros metais s$o "assos "re"arat?rios, ou e"erimentais, "ara esse -im/ 6 ouro, em si mesmo, "ossui o euil*rio harmonioso de todas as "ro"riedades metlicas e assim tamGm "ossui durailidade/ 6 Kcore n$o encontra sosse%o atG ue se trans-orme em ouroK, disse Mestre 8ckhart, re-erindose, na realidade, alma, ue anseia "or seu "r?"rio ser eterno/ Assim, em contraste com a acusa#$o usual contra eles, os aluimistas n$o "rocuram, "or meio de -?rmulas secretamente conservadas, nas uais a"enas eles acreditam, -aDer ouro de metais ordinrios/ Quem uer ue realmente tenha dese>ado tentar isto "ertence aos chamados Kcharcoal urnersK ue, sem nenhuma cone$o com a tradi#$o alu*mica viva, e "uramente com ase no estudo de tetos ue eles a"enas "odem com"reender no sentido literal, uscaram alcan#ar o K%rande traalhoK/ ;I*d/ II/ 8l relato del dilo%o entre el re! rae Chalid ! el mon>e Morieno o Mariano -ue "roalemente el "rimer teto aluimico traducido del rae al lat*n/
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Como um caminho ue "ode conduDir o homem ao conhecimento do seu "r?"rio ser eterno, a aluimia "ode ser com"arada com o misticismo/ Isso tamGm G indicado "elo -ato de ue as e"ressEes alu*micas -oram adotadas "ela m*stica crist$, e ainda mais "ela islmica/ 6s s*molos alu*micos da "er-ei#$o re-eremse ao conhecimento es"iritual da condi#$o humana, ao retorno ao centro ao ual as três reli%iEes monote*stas chamam de reconuistas do "ara*so terrestre/ 7icolas Flamel (1JJ<11P), ue -oi um aluimista ue recorreu lin%ua%em da -G crist$, escreveu sore a conclus$o do traalho, ue ele Ktrans-orma o homem em om, a-astando dele a raiD de todos os "ecados, es"eci-icamente a coi#a/ 8nt$o ele tornase %eneroso, eni%no, "iedoso, crente e temente a 0eus, inde"endentemente de u$o mal ele havia sido anteriormente "orue, a "artir de ent$o, ele estar sem"re cheio da %ra#a e miseric?rdia com ue ele -oi receido "or 0eus, e com o mais "ro-undo de seus maravilhosos traalhos1 A essência e o o>etivo do misticismo G a uni$o com 0eus/ A aluimia n$o -ala disso/ 6 ue tem rela#$o com o caminho m*stico, entretanto, G a meta alu*mica de reconuistar a noreDa ori%inal da condi#$o humana e o seu simolismo "orue a uni$o com 0eus G "oss*vel a"enas em virtude dauilo ue, a des"eito do aismo incomensurvel entre a criatura e 0eus, une o anti%o ao mais recente e isso G o Kteomor-ismoK de Ad$o, ue -oi KdeslocadoK ou se tornou ine-etivo "ela Queda/ A "ureDa do homem sim?lico deve ser reconuistada antes ue a -orma humana "ossa ser reassumida no seu aruGti"o in-inito e divino/ Com"reendida em seu as"ecto es"iritual, a transmuta#$o do chumo em ouro n$o G nada alGm da reconuista da ori%inal noreDa da natureDa humana/ Assim como a ini%ualvel ualidade do ouro n$o "ode ser "roduDida "ela soma eterior das "ro"riedades dos metais tais como massa, dureDa, cor etc/, assim a "er-ei#$o KadmicaK n$o G uma mera assimila#$o de virtudes/ Z t$o inimitvel uanto o ouro/ 8 o homem ue tenha KrealiDadoK esta "er-ei#$o n$o "ode ser com"arado com os outros/ Tudo nele G ori%inal, no sentido de ue o seu ser est com"letamente acordado e unido com a sua ori%em/ 7a medida em ue a realiDa#$o desse estado 1< Bil, des hil/ Chim/
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necessariamente "ertence via m*stica, a aluimia "ode, de -ato, ser considerada como um ramo do misticismo/ Ademais, o KestiloK da aluimia G t$o di-erente do misticismo, ue G diretamente aseado em uma -G reli%iosa, ue al%uns -oram tentados a chamlo de Kmisticismo sem 0eusK/ 8ssa e"ress$o, entretanto, G "er-eitamente dis"aratada, "ara n$o diDer com"letamente -alsa, "orue a aluimia "ressu"Ee a cren#a em 0eus, e "raticamente todos os mestres d$o %rande im"ortncia "rtica da ora#$o/ 8ssa e"ress$o G verdadeira a"enas na medida em ue a aluimia, em si mesma, n$o "ossui nenhuma armadura teol?%ica/ Assim, a "ers"ectiva teol?%ica t$o caracter*stica do misticismo n$o delimita o horiDonte intelectual da aluimia/ 6 misticismo >udeu, crist$o e mu#ulmano G centrado na contem"la#$o de uma verdade revelada, um as"ecto de 0eus, ou uma KideiaK no sentido mais "ro-undo da "alavra ele G a realiDa#$o es"iritual dessa ideia/ A aluimia, "or sua veD, n$o G "rimeiramente nem teol?%ica (ou meta-isica) nem Gtica ela olha ao con>unto dos "oderes da alma de um "onto de vista "uramente cosmol?%ico e trata a alma como uma KsustnciaK ue deve ser "uri-icada, dissolvida e cristaliDada novamente/ A aluimia a%e como uma ciência ou arte da natureDa, em raD$o disso todos os estados da consciência *ntima s$o vias da uma .nica KnatureDaK ue en%loa tanta as -ormas eternas, vis*veis e cor"orais uanto as -ormas internas e invis*veis da alma/ or tudo isso, a aluimia n$o est isenta de um as"ecto contem"lativo/ 0e -orma al%uma isso consiste em mero "ra%matismo vaDio de intui#$o es"iritual/ A sua natureDa es"iritual e, de certo modo, contem"lativa reside diretamente na sua -orma concreta, na analo%ia entre o reino mineral e o reino da alma essa similaridade "ode a"enas ser "erceida "or uma vis$o ue se>a ca"aD de olhar as coisas materiais ualitativamente intimamente, num certo sentido , e ue com"reenda as coisas da alma KmaterialmenteK o ue uer diDer o>etiva e concretamente/ 8m outras "alavras, a cosmolo%ia alu*mica G essencialmente uma doutrina do ser, uma ontolo%ia/ 6 s*molo metal.r%ico n$o G meramente um im"roviso, uma descri#$o a"roimada do "rocesso interior como todo s*molo %enu*no, G uma es"Gcie de revela#$o/ 55
Com esse modo Kim"essoalK de olhar "ara o mundo da alma, a aluimia colocase em uma rela#$o muito mais "r?ima com o Kcaminho do conhecimentoK ( (nosis) do ue com o Kcaminho do amorK/ orue G "rerro%ativa da %nosis no sentido %enu*no, e n$o no herGtico, da e"ress$o reconuistar a alma individual Ko>etivamenteK, em lu%ar de e"erimentla a"enas su>etivamente/ 0a* "orue tratase de um misticismo -undado no Kcaminho do conhecimentoK, ue "or acaso usou modos de e"ress$o alu*micos, se de -ato n$o assimilou de -ato as -ormas da aluimia com os %raus e os modos de seu "r?"rio KcaminhoK/ A e"ress$o KmisticismoK vem de Kse%redoK ou Ka-astamentoK (do %re%o myein) a essência do misticismo im"ede uma inter"reta#$o meramente racional, e isso soa em no caso da aluimia/ ` 6utra raD$o "or ue a doutrina alu*mica se esconde em eni%mas G ue ela n$o G -eita "ara todos/ A Karte rG%iaK "ressu"Ee uma com"reens$o alGm da ordinria, e tamGm um certo ti"o de alma, sem os uais a "rtica envolve "eri%os relevantes "ara a alma/ K7$o se reconheceK, escreve Arte"hius, um -amoso aluimista da Idade MGdia 11, Kue a nossa arte G caal*stica15 Com isso eu uero diDer ue ela G transmitida oralmente e G re"leta de se%redos/ Mas você, "ore e iludido disc*"ulo, você G t$o in%ênio a "onto de acreditar ue "odemos ensinar clara e aertamente os maiores e mais im"ortantes de todos os se%redos, ao "onto de você "oder inter"retar nossas "alavras literalmente 8u lhe asse%uro, de oa-G ("orue eu n$o sou t$o ciumento como outros -il?so-os), ue uem inter"rete literalmente o ue os outros -il?so-os (isto G, os outros aluimistas) escreveram, "erderse$o a si "r?"rios nos recessos de um lairinto do ual eles nunca esca"ar$o, e uerer$o o -io de 11Arte-ius, "uede ser el nomre latiniDado de un autor rae desconocido/ (VGase 8/ von Li""mann, 8ntstehun% und Ausreitun% der Alchemie, Berl*n, 1;1;/) 0ei? de vivir antes del ao 15O 23 «Ca"alistico! si%ni-ica au*, de acuerdo con la etimolo%*a de la "alara, «transmitido oralmente! /
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Ariadne "ara mantêlos no caminho correto, e levlos com se%uran#a "ara -ora///K1J 8 '!nesios1, ue "rovavelmente viveu no sGc/ IV d/ C/, escreveu+ K(6s verdadeiros aluimistas) a"enas se e"ressam "or s*molos, met-oras e similares, assim eles a"enas "odem ser com"reendidos "elos santos, "elos sios e "or almas dotadas de entendimento/ or essa raD$o, eles oservaram, em seus traalhos, um certo caminho e uma certa re%ra, de tal modo ue o homem sio "ossa entender e, talveD a"?s al%uns tro"e#os, atin%ir tudo o ue G a* descrito secretamenteK1O/ Finalmente 4eer, ue resume toda a ciência alu*mica medieval na sua Summa, declara+ K7$o se "ode e"or esta arte "or "alavras oscuras a"enas "or outro lado, n$o se "ode e"licla t$o claramente ue todos "ossam com"reendêla/ or isso eu a ensino de um modo ue nada "ermanece escondido ao homem sio, emora "ossa re"ercutir em mentes med*ocres como al%o oscuro os i%norantes, "or sua veD, n$o com"reender$o nada///K1H/ Al%uns "odem se sur"reender com o -ato de ue, a"esar dessas advertências, das uais muitos outros eem"los "odem ser -ornecidos, muitas "essoas es"ecialmente nos sGc/ ]VII e ]VIII tenham acreditado ue atravGs do estudo dili%ente dos tetos alu*micos seriam ca"aDes de encontrar uma -?rmula de -aDer ouro/ Z verdade ue os autores alu*micos -reuentemente deiam a entender ue eles "reservam o se%redo da aluimia a"enas "ara "revenir ue al%uGm indi%no aduira um "oder "eri%oso/ 8les assim -aDem uso de uma inevitvel eu*voco "ara manter "essoas desuali-icadas distncia/ Ademais eles nunca -alaram das -inalidades a"arentemente materiais de sua arte, sem mencionar ao mesmo tem"o a verdade/ Quem uer ue se tenha motivado "or "aiEes terrenas -alhar automaticamente em com"reender o essencial de ualuer e"lica#$o/ Assim, no ermetc Triumph est escrito+ KA "edra -iloso-ialK (com a ual se "ode trans-ormar metal em ouro) concede vida lon%a e imunidade a doen#as uele ue a "ossui, e atravGs desse "oder traD mais ouro e "rata do ue todos os mais 1J Bil/ des hil/ Chim/ 1'e ha discutido si son la misma "ersona este 'inesio ! el hom?nimo ois"o de Cirene (JP;1O), ue -ue disc*"ulo de la "lat?nica 9i"atia de Ale>andr*a/ 1O Bil/ des hil/ Chim/ 1 I*d/ 1H Iid
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"oderosos conuistadores tiveram entre eles/ Ademais, esse tesouro tem a vanta%em sore todos os outros nesta vida, es"eci-icamente o de ue auele ue o usu-rui ser "er-eitamente -eliD a mera vis$o disso o -aD -eliD e nunca ser assaltado "elo medo de "erdêlo/K1P A "rimeira assertiva a"arenta con-irmar a inter"reta#$o eterna da aluimia, enuanto a se%unda indica, t$o claro uanto dese>vel, ue a "osse ue aui se discute G interior e es"iritual/ 6 mesmo se encontra no > mencionado no The 1oo* of Se%en Chapters+ KCom a a>uda do 0eus misericordioso, esta "edra (-iloso-al) liertar você e o "rote%er das mais severas doen#as tamGm o "rote%er da tristeDa e dos "rolemas, e es"ecialmente contra tudo o ue "uder "re>udicar o cor"o e a alma/ Levar você das trevas luD, do deserto casa e da indi%ência riueDa/K 1= 6 du"lo sentido ue se "ercee em todas essas assertivas est em rela#$o com a -reuentemente mencionada inten#$o de ensinar o KsioK e de con-undir o KtoloK/ orue o modo de e"ress$o dos aluimistas, com todo o seu taciturno KhermetismoK, n$o G uma inven#$o aritrria, mas al%o inteiramente autêntico, 4eer -oi ca"aD de diDer, em um a"êndice sua -amosa Summa+ KQuando eu "arecia -alar mais clara e aertamente sore nossa ciência, na realidade me e"ressei de modo mais oscuro, e ocultei o o>eto de meu discurso com maior intensidade, e ainda a des"eito de tudo isso, nunca revesti o traalho alu*mico com ale%orias ou eni%mas, mas tratei disso com "alavras claras e inteli%*veis, e descrevi com honestidade, tanto uanto eu o conhecia e a"rendi "or ins"ira#$o divina///K or outro lado, outros aluimistas, "ro"ositadamente, com"useram seus tetos em uma -orma tal ue a leitura deles "ro"orciona a Kse"ara#$o das ovelhas dos caritosK/ 6 .ltimo traalho mencionado G um eem"lo disso, "ois 4eer diD no mesmo a"êndice+ Kor esse meio, declaro ue nesta Summa n$o ensinei nossa ciência sistematicamente, mas a es"alhei aui e ali em vrios ca"*tulos "orue se eu a houvesse a"resentado numa ordem l?%ica e coerente, o malintencionado, ue "oderia usur"ar esse conhecimento, seria ca"aD de a"render t$o -acilmente como as "essoas de oa-G///K 'e al%uGm estuda de "erto a inten#$o a"arentemente metal.r%ica da e"osi#$o de 1P Iid 1= Iid
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4eer, descorir no meio das descri#Ees mais ou menos artesanais dos "rocedimentos u*micos considerveis saltos de "ensamento+ "or eem"lo, o autor, ue n$o havia mencionado "reviamente uma KsustnciaK (em cone$o com o KtraalhoK), de re"ente dir+ KA%ora "e%ue essa sustncia, ue você conhece su-icientemente em, e a coloue no reci"iente///K 6u de re"ente, de"ois salientar ue os metais n$o s$o transmutados em sentido eterior, ele -ala de um KremGdio ue cura todos os metais doentesK, trans-ormandoos em "rata e ouro/ 8m cada uma dessas ocasiEes, a com"reens$o G rudemente levada ao cola"so, e isso de -ato G o "ro"?sito de uma e"osi#$o dessa es"Gcie/ 6 disc*"ulo G levado a e"erimentar diretamente os limites de sua "r?"ria raD$o 4ratio5/ 8nt$o, -inalmente, como 4eer disse, ele "ode olhar "ara dentro de si mesmo+ KVoltandome "ara mim mesmo, e meditando no caminho no ual a natureDa "roduD metais no interior da terra, "erceo auela real sustncia com a ual a natureDa nos "re"arou, de modo a "ermitirmos a"er-ei#o las na terra///K Aui al%uGm notar uma certa similaridade com o mGtodo do Yen Budismo, ue "rocura transcender os limites da -aculdade mental, atravGs da medita#$o concentrada em certos "aradoos enunciados "or um mestre/ 8ste G o limite es"iritual ue os aluimistas devem ultra"assar/ 6s limites Gticos, como temos visto, G a tentativa de uscar a arte alu*mica a"enas "or conta do ouro/ 6s aluimistas insistem constantemente ue o %rande ostculo "ara o seu traalho G a coi#a/ 8sse v*cio G "ara sua arte o ue o or%ulho G "ara Ko caminho do amorK, e o ue o autoen%ano G "ara o Kcaminho do conhecimentoK/ Aui a coi#a G sim"lesmente outro nome "ara o e%o*smo, "ara o a"e%o do "r?"rio e%o no caminho da "ai$o/ or outro lado, a ei%ência de ue o disc*"ulo de 9ermes deva a"enas "rocurar transmutar elementos com a inten#$o de a>udar os "ores necessitados ou "r?"ria natureDa necessitada relemra a "romessa udista de "rocurar a ilumina#$o mais alta a"enas em vista da salva#$o das criaturas/ 'omente a com"ai$o nos lierta da ast.cia do e%o, ue de todo modo "rocura a"enas olhar "ara si "r?"rio/ ` 5H
ode ser o>etado ue a minha tentativa de e"licar o si%ni-icado da aluimia G uma viola#$o do "rimeiro "ressu"osto alu*mico, es"eci-icamente a necessidade de reservar os ensinamentos ao seu "r?"rio dom*nio/ A isso "ode ser res"ondido ue, em todo caso, G im"oss*vel eaurir "or meras "alavras o si%ni-icado dos s*molos ue contêm a chave "ara o mais *ntimo se%redo da aluimia/ 6 ue "ode ser e"licado em lar%a medida s$o as doutrinas cosmol?%icas -undamentais da arte alu*mica, a sua vis$o do homem e da natureDa, e tamGm o seu modo %eral de "roceder/ 8 mesmo se al%uGm -or a"to a inter"retar todo o traalho hermGtico, sem"re haver al%o deiado de lado, ue nenhum traalho escrito "ode transmitir, e ue G indis"ensvel "ara a "er-ei#$o do traalho/ Assim como toda arte sa%rada, no sentido %enu*no do termo (como todo KmGtodoK ue "ode conduDir a uma realiDa#$o dos altos estados de consciência), a aluimia de"ende de uma inicia#$o+ a "ermiss$o "ara em"reender o traalho deve ser otida %eralmente de um mestre, e a"enas em instncias raras, uando as correntes de homem a homem tenham sido ueradas, "ode acontecer ue a in-luência es"iritual salta miraculosamente sore o aismo/ 7o dilo%o entre o rei halid e Morienus, -oi dito a esse res"eito+ K6 -undamento dessa arte G ue uem uer ue dese>e ultra"assla deve receer os ensinamentos de um mestre/// TamGm G necessrio ue o mestre a "ratiue em -rente ao disc*"ulo/// Quem uer ue conhe#a a seuência desse traalho e > o tenha e"erimentado "or si "r?"rio n$o "ode ser com"arado com auele ue a"enas o viu em livros///K 1;/ 8 o aluimista 0enis Yachaire5< escreveu+ KAcima de tudo, %ostaria ue isso -osse com"reendido caso ha>a al%uGm ue ainda n$o a"rendeu ue essa -iloso-ia divina ultra"assa em muito o "oder humano menos ainda "ode ser aduirida atravGs de livros, a menos ue 0eus a introduDa dentro dos cora#Ees "elo "oder do seu 8s"*rito 'anto, ou nos tenha ensinado da oca de um homem vivo///K51
1; Iid 5< Aluimista -rancGs del si%lo ]VI/ 51 Bil/ des hil/ Chim/ II/
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CANTUL6 J A 'AB8063IA 983MZTICA A "ers"ectiva do hermetismo ori%inase da vis$o de ue o universo (ou macrocosmo) e o homem (ou o microcosmo) corres"ondemse como re-leos o ue uer ue ha>a em um deve tamGm, de al%uma maneira, estar "resente no outro/ 8ssa corres"ondência "ode ser melhor com"reendida reduDindoa ao relacionamento m.tuo de su>eito e o>eto, de conhecedor e conhecido/ 6 mundo, como o>eto, a"arece no es"elho do su>eito humano/ 8mora esses dois "olos "ossam ser distin%uidos teoreticamente, eles contudo nunca "odem ser se"arados/ Cada um deles a"enas "ode ser conceido em rela#$o ao outro/ ara o em da clareDa, G necessrio eaminar os vrios si%ni-icados ue "odem ser dados ao termo Ksu>eitoK/ 'e se diD ue a "ers"ectiva ue o homem tem do universo G Ksu>etivaK isso %eralmente si%ni-ica ue a "ers"ectiva em uest$o de"ende da "articular "osi#$o do homem no es"a#o e no tem"o, e do maior ou menor desenvolvimento de sua hailidade e conhecimento a de"endência Ksu>etivaK G aui auela de um indiv*duo ou de um %ru"o de "essoas limitado tem"oral ou es"acialmente/ Contudo, n$o G meramente limitado em cada caso+ G es"eci-icamente limitado em si mesmo, e nesse sentido n$o h al%o como um conhecimento "uramente su>etivo do mundo colocado -ora da es-era do su>eito humano/ 7em a concordncia de todas as "oss*veis oserva#Ees individuais nem o uso de si%ni-icados ue am"lia o alcance dos >u*Dos "odem ir alGm deste mito, ue condiciona tanto o mundo como um o>eto reconhec*vel, como o homem como um ser ue conhece/ A coerência l?%ica do mundo ue -aD de suas m.lti"las a"arências um todo mais ou menos "al"vel "ertence tanto ao mundo como natureDa unitria do su>eito humano/ A"esar disso, todo conhecimento, emora "ossa ser inter"retado "elo indiv*duo ou "ela es"Gcie, tem al%o de asoluto/ 0o contrrio, n$o haveria "onte do su>eito ao o>eto, do KeuK "ara o KtuK, n$o haveria unidade atrs dos in.meros KmundosK como vistos "elos 5=
diversos e muito %randemente variveis indiv*duos/ 8sse elemento incondicional e imutvel, ue G a raiD do Kconte.do de verdadeK mais ou menos escondido em toda "or#$o de conhecimento e sem o ual n$o seria conhecimento em asoluto G o "uro 8s"*rito ou Intelecto, ue como conhecedor e conhecido est$o asoluta e indivisivelmente "resentes em todo ser/ 0e todos os seres neste mundo, o homem G o mais "er-eito re-leo do universal e, no ue diD res"eito sua ori%em, divino Intelecto, e nesse res"eito ele "ode ser considerado como o es"elho ou a ima%em total do cosmos/ Fa#amos uma "ausa "or um momento "ara considerar as di-erentes realidades ue encaram como um es"elho+ "rimeiro e "rinci"almente, h o Intelecto Universal ou 'u>eito TranscendentalR, cu>o o>eto n$o G a"enas o mundo -*sico a"arente, mas tamGm o mundo secreto da alma tanto uando a raD$o as o"era#Ees da raD$o "odem ser o>eto de conhecimento, ao "asso ue o intelecto universal G inca"aD de ualuer o>etiva#$o ue se>a/ Z verdade ue o Intelecto tem conhecimento direto e imediato de si mesmo, mas esse conhecimento est "ara alGm do mundo das distin#Ees, ent$o do "onto de vista da "erce"#$o distintiva (dividida ue est entre o>eto e su>eito), "arece ineistente/ Um "ouco di-erente G o su>eito humano, dotado ue est com as -aculdades do "ensamento, ima%ina#$o e mem?ria, e de"endente da "erce"#$o sensorial, da* ue ele, o su>eito humano, tem como o>eto todo o mundo cor"?reo/ Z do Intelecto Universal ue o su>eito humano etrai sua ca"acidade de conhecimento/ Finalmente h "ro"riamente o homem, com"osto de es"*rito (ou intelecto), alma e cor"o, ue s$o tanto "arte do cosmos ue G o>eto de seu conhecimento, e ue tamGm, em virtude de sua es"ecial cate%oria (sua natureDa eminentemente es"iritual), a"arece como um "eueno cosmos dentro de um cosmos maior, do ual ele G a contra"artida, como uma ima%em re-letida/ Assim, a doutrina da corres"ondência rec*"roca do cosmos e do ser humano G tamGm -undada na ideia do Intelecto Transcendente e .nico, cu>o relacionamento com o ue G comumente chamado de KintelectoK (ou sim"lesmente raD$o) G como a de uma -onte de luD "ara a sua 5;
re-le$o "ara um meio limitado 55/ 8ssa ideia, ue G uma "onte entre cosmolo%ia (a ciência dos cosmos) e a meta-*sica "ura 5J n$o G de modo al%um uma "rerro%ativa es"ecial do hermetismo, emora ela se>a e"osta de um modo "articularmente claro nos escritos de 9ermes Trisme%isto, o KTrês veDes %rande 9ermesK/ 8m um desses escritos est dito a res"eito do Intelecto ou 8s"*rito+ K6 Intelecto (nous) se ori%ina da sustncia (ousia) de 0eus, na medida em ue se "ode -alar de 0eus tendo uma sustncia5 de ue natureDa essa sustncia G a"enas 0eus "ode saer eatamente 5O/ 6 Intelecto n$o G "arte da sustncia de 0eus, mas irradia deste como luD res"landecente vinda do sol/ 7os seres humanos esse Intelecto G 0eus///R 5H/ 7$o se deve deiar en%anar "elo inevitvel de-eito da analo%ia aui em"re%ada/ Quando al%uGm -ala de irradia#$o ou res"landecência do Intelecto de sua -onte divina n$o se uer si%ni-icar al%uma es"Gcie de emana#$o material/ 7o mesmo livro est dito ue a alma ( psy6ue) est "resente no cor"o do mesmo modo ue o Intelecto 4nous5 est "resente na alma, e como a alavra de 0eus ( 7o(os) est "resente no Intelecto/ (Vale diDer, "elo contrrio, ue o cor"o est na alma como a alma est no es"*rito ou intelecto, e o es"*rito est na alavra)/ 0eus G chamado o ai de tudo/ 'er visto u$o "r?imo essa doutrina est da teolo%ia >oanina -ato ue e"lica como o c*rculo crist$o da Idade MGdia -oi ca"aD de ver nos escritos do Corpus ermeticum (assim como naueles de lat$o), as sementes "rG 558l entendimiento se "arece a una lente condensadora ue "ro!ecta la luD del es"*ritu en una direcci?n determinada ! sore un cam"o limitado/ 5J8ntendemos "or Meta-*sica la ciencia de lo no creado/ La ma!or "arte de la «Metaf8sica! aristotGlica es, sim"lemente, cosmolo%*a/ 0istintivo de la verdadera Meta-*sica es su carcter «apof9tico!/ 59emos traducido ousia "or sustancia, de acuerdo con los usos dc la 8scolstica/ 8n realidad, au* se trata de la esencia de 0ios/ 5O8s decir, la sustancia o el ser de 0ios no "uede ser reconocido "or nada ue estG -uera de s* mismo, "ues est ms all de toda dualidad ! de toda di-erenciaci?n entre o>eto ! su>eto/ 5HCor"us 9ermeticum, trad/ "or A/X/ Festu%ire, ar*s, «7es 1elles 7ettres!, 1;O/ Ca"*tulo «Dermes Trism'(iste: sur lIntellect commun, ; Tat! /
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crist$s do 7o(os3< / 8mora a doutrina da unidade transcendente do Intelecto se>a a-irmada "or todas as escrituras sa%radas, n$o ostante ela "ermanece esotGrica nauilo ue n$o "ode ser transmitida "ara todos sem um risco de uma sim"li-ica#$o en%anosa/ 6 "rinci"al "eri%o G ue no seu es-or#o "ara com"reender a ima%ina#$o "ode conceer a unidade do es"*rito e do intelecto como uma es"Gcie de unidade material/ Isso "ode conduDir oscuridade da distin#$o entre 0eus e a cria#$o, assim como uela entre a sin%ularidade essencial de cada criatura individual/ 6 Intelecto Universal n$o G numericamente um, mas um na sua indivisiilidade/ 0esse modo est com"letamente "resente em cada criatura, e a "artir dele cada criatura aduire sua sin%ularidade/ orue n$o h nada ue "ossua mais unidade, com"letude e "er-ei#$o do ue auilo "elo ual G conhecido/ Um eem"lo dessa -alsa vis$o a res"eito do Intelecto .nico "resente em todos os seres G -ornecida "ela o"ini$o -ilos?-ica de ue uando um ser es"iritual, individual, deia o cor"o no momento da morte, ele imediatamente retorna "ara o Intelecto Universal, da* ue n$o h sorevivência se"arada a"?s a morte/ 8ntretanto, auilo ue durante a vida con-ere uma limita#$o individualidade na luD in-inita do intelecto n$o G o cor"o, mas a alma/ A%ora a alma sorevive a"?s a se"ara#$o do cor"o, mesmo uando, durante a vida, ela tenha sido inteiramente orientada em dire#$o ao cor"o e de -ato a"arentou n$o haver nada alGm do ue isso 5=/ 0esde ue o Intelecto, como "olo co%nitivo da eistência universal, n$o G acess*vel ao conhecimento discursivo, o conhecimento dele n$o trans-ormar a e"eriência do mundo "elo menos n$o no cam"o dos -atos/ 6 conhecimento essencial "ode, entretanto, determinar a assimila#$o interior dessa e"eriência, i/e/, a a"reens$o de sua verdade/ ara a ciência moderna, KverdadesK (ou leis %erais) sem as uais a sim"les e"eriência ser nada mais do ue areias 5P As* ve*a los escritos hermGticos, entre otros, san Alerto Ma%no/ 5= 0e au* los tormentos ue, al aandonar el cuer"o, su-ren las almas ue s?lo se han "reocu"ado de lo cor"oral/
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movedi#as s$o a"enas descri#Ees sim"li-icadas de a"arências, .teis mas sem"re Kastra#EesK "rovis?rias/ ara a ciência tradicional, "or outro lado, a verdade G uma e"ress$o ou KcristaliDa#$oK (em uma -orma acess*vel raD$o) da "ossiilidade contida no Intelecto Universal, e desde ue essa "ossiilidade est contida "ermanente e imutavelmente no Intelecto, ela "ode tamGm ser mani-estada no mundo eterior/ A ideia da verdade G assim muito mais asoluta na tradi#$o do ue na ciência moderna sem, contudo, ue as -ormas conce"tuais de verdade, se tenham trans-ormado em um -im em si mesmas, > ue a ca"ta#$o da verdade "ela raD$o e "ela ima%ina#$o n$o G nada mais do ue um s*molo das "ossiilidades contidas no Intelecto eterno/ 0e acordo com o "onto de vista moderno, a ciência G constru*da eclusivamente com ase na e"eriência/ ara o "onto de vista tradicional a e"eriência n$o G nada sem o n.cleo de verdade ue vem do Intelecto, e em torno do ual a e"eriência individual "odese cristaliDar/ Assim, a ciência hermGtica G aseada em determinada tradi#$o sim?lica ue deriva da revela#$o es"iritual/ A e"ress$o Krevela#$oK G usada aui no sentido mais lar%o do ue dado "ela teolo%ia, mas n$o num sentido "uramente "oGtico/ 8m termos hindus, o "rocesso es"iritual em uest$o "ode ser considerado como uma revela#$o de Kse%undo %rauK, como smriti em lu%ar de shruti/ 8m termos crist$os, "odese -alar de uma ins"ira#$o do 8s"*rito 'anto, endere#ada n$o a toda a comunidade de -iGis, mas a"enas a determinadas "essoas ca"aDes de um certo modo e %rau de contem"la#$o/ Foi nesse sentido, de ualuer modo, ue os aluimistas crist$os consideravam a heran#a do hermetismo/ 6 hermetismo G, na verdade, um ramo da revela#$o "rimordial ue, "ersistindo atravGs das eras, estendeuse tamGm ao mundo crist$o e islmico/ As "ossiilidades imutveis contida no Intelecto n$o "odem ser asorvidas imediatamente "ela raD$o/ lat$o chamou essas "ossiilidades de ideias ou aruGti"os/ Far*amos em em "reservar o real si%ni-icado dessas e"ressEes, e n$o a"liclas a meras %eneraliDa#Ees ue, no melhor dos casos, n$o s$o mais ue re-leos das verdadeiras ideias nem ao cam"o "uramente "sicol?%ico, conhecido como Kinconsciente J5
coletivoK/ 8ssa .ltima distor#$o G es"ecialmente en%anosa, "orue envolve uma con-us$o da indivisiilidade do intelecto com a im"enetrailidade da "ro-undidade "assiva e oscura da alma/ 6s aruGti"os s$o encontrados n$o aaio, mas acima do n*vel da raD$o/ 8 tanto G assim ue o ue uer ue a raD$o "ossa discernir a res"eito deles n$o "assa de um as"ecto severamente restrito dauilo ue eles s$o em si mesmos/ A"enas a uni$o da alma com o 8s"*rito ou o seu retorno unidade indivis*vel do es"*rito o"era uma certa re-le$o das "ossiilidades eternas ue têm lu%ar na consciência -ormal/ 6 conte.do do Intelecto, ue G, "or assim diDer, a K-aculdadeK do 8s"*rito, assim re"entinamente KcristaliDaseK, na -orma de s*molos, na raD$o e na ima%ina#$o/ 7o livro do Corpus ermeticum, conhecido como KoimandresK est descrito como o Intelecto Universal revelase a si mesmo a 9ermesThoth+ K/// Com essas "alavras, ele olhoume lon%amente na -ace, o ue me -eD estremecer/ 8nt$o, assim ue ele levantou sua cae#a novamente, eu vi como, no meu "r?"rio es"*rito ( nous), a luD ue consiste de inumerveis "ossiilidades trans-ormouse um in-inito Todo, enuanto o -o%o, cercado e contido "or um "oder sa%rado, atin%iu sua "osi#$o im?vel+ -oi isso o ue eu -ui ca"aD de a"reender racionalmente desta vis$o/// 8nuanto eu estava com"letamente -ora de mim mesmo, ele disse novamente+ você a%ora, no intelecto (nous) viu o aruGti"o, a ori%em e o come#o ue nunca termina///K5; Um s*molo, nos "lanos da alma e do cor"o, G auilo ue re"roduD os aruGti"os es"irituais/ 8m cone$o com esta re-le$o de realidades su"eriores em "lanos in-eriores, a ima%ina#$o "ossui certa vanta%em sore o "ensamento astrato/ 8m "rimeiro lu%ar, G ca"aD de m.lti"las inter"reta#Ees ademais, n$o G t$o esuemtica como o "ensamento astrato e ent$o, na medida em ue se KcondensaK em uma ima%em "ura, aseiase na corres"ondência inversa ue eiste entre o terreno cor"oral e es"iritual, de acordo com a lei se%undo a ual Ko ue est emaio G re-leo do ue est acimaK, como est colocado na Tua de 8smeralda/ 3= Corpus ermeticum , o"/ cit/, ca"*tulo «0oimandr>s!/
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` 7a medida em ue o intelecto humano, como resultado de uma uni$o mais ou menos com"leta com o Intelecto Universal, a-astase da multi"licidade das coisas, e "or assim diDer soe em dire#$o unidade indivisa, assim o conhecimento da natureDa ue o homem otGm de tal intui#$o n$o "ode ser de uma es"Gcie "uramente racional e discursiva/ ara ele o mundo a%ora se mostra trans"arente+ nessa a"arência ele vê o re-leo de KaruGti"osK eternos/ 8 mesmo uando essa intui#$o n$o G imediatamente "resente os s*molos ue saltam dele, contudo des"erta a mem?ria ou a Krecorda#$oK desses "rot?ti"os/ 8sta G a vis$o hermGtica da natureDa/ 6 ue G decisivo "ara este "onto de vista n$o G a natureDa mensurvel e inumervel das coisas, condicionada ue G "elas causas e circunstncias tem"orais G "recisamente suas ualidades essenciais, ue "odem ser ima%inadas como os -ios verticais (urdidura) de um tecido, tomado como re"resenta#$o do mundo, na ual se entrela#am os -ios horiDontais (trama), -aDendo assim do tecido um material uni-icado e com"acto/ 6s -ios verticais s$o o conte.do imutvel ou KessênciaK das coisas, enuanto os -ios horiDontais re"resentam sua natureDa KsustancialK, dominada "elo tem"o, es"a#o e condi#Ees similaresJ 0essa com"ara#$o "odese ver como a vis$o do cosmos aseada na tradi#$o es"iritual num senso KverticalK "ode estar correta, ainda ue ela "ossa "arecer ineata num sentido KhoriDontalK vale diDer, num sentido de oserva#$o discursiva e anal*tica/ Assim, "or eem"lo, n$o G necessrio conhecer todo metal eistente em vista de conhecer diretamente o aruGti"o do metal em si mesmo/ Z su-iciente levar em considera#$o os sete metais mencionados "ela tradi#$o ouro, "rata, core, estanho, -erro, chumo e merc.rio em vista de com"reender a "oss*vel %ama de varia#Ees dentro de um ti"o/ (Aui nos "reocu"amos a"enas com o as"ecto ualitativo do metal)/ Z o mesmo ue considerar o conhecimento dos uatro J< 'ore el simolismo del te>ido, vGase 3enG 4uGnon, Le '!molisme de la Croi, "ar*s, 1;J1/
J
elementosJ1, ue na aluimia desem"enha um "a"el t$o im"ortante/ 8sses elementos n$o s$o os constituintes u*micos das coisas, mas s$o as determina#Ees ualitativas da matGria em si mesma/ Tanto ue no lu%ar de se -alar em terra, %ua, ar e -o%o, "odese tamGm -alar no modo s?lido, l*uido, aGreo ou *%neo da eistência dos materiais/ A evidência anal*tica de ue a %ua consiste em duas "artes de hidro%ênio e de uma "arte de oi%ênio n$o nos diD asolutamente nada sore a essência do elemento %ua/ elo contrrio, esse -ato, ue a"enas "ode ser conhecido circunstancialmente, e "or assim diDer astratamente, na realidade oscurece a ualidade essencial K%uaK/ AlGm disso, a aorda%em cient*-ica a ri%or limita a realidade em uest$o a um "lano determinado, a"esar de ue a intui#$o imediata e sim?lica do elemento des"erta um eco ue ressoa atravGs dos n*veis de consciência, a "artir do cor"?reo ao es"iritual/ A ciência moderna KdissecaK as coisas, com a inten#$o de "ossuir a mane>las no seu "r?"rio n*vel/ 8sse o>etivo est acima de toda a tecnolo%ia/ 6 racionalismo a"e%a se cren#a de ue atravGs dos materiais e das anlises uantitativas, "odese descorir a verdadeira natureDa das coisas/ Caracter*stico desse "onto de vista G a o"ini$o de 0escartas de ue as de-ini#Ees escolsticas do homem como um Kanimal dotado de raD$oK n$o diD nada a res"eito dele, a n$o ser atravGs do estudo de seus ossos, tendEes, tecidos etcJ5/ Como se uma uma sustncia n$o -osse mais "r?ima da realidade, uanto mais am"la -osse[ 6 entendimento anal*tico G, em .ltima instncia, nada mais ue uma -aca ue investi%a na articula#$o das coisas/ FaDendo assim ele "ermite uma vis$o mais clara delas/ Mas a essência n$o G acess*vel mera disseca#$o/ 4oethe entendeu isso muito em uando disse ue o ue a natureDa n$o nos revelou na luD do dia n$o "ode ser retirado -or#a dela "elas Kalavancas e "ara-usosK/
J1 Los hind.es halan de cinco elementos, "ues inclu!en el Gter (akasha), la uintaesencia de los aluimistas/ J50escartes, 7a recherche de la ?'rit' par les lumieres naturelles, citado en Maurice 0umas, 9istoire de la 'cience/ «Encyclop'die de la 0l'iade! , "%/ =1/
JO
` A di-eren#a entre a cosmolo%ia tradicional, a eem"lo da cosmolo%ia hermGtica, e a ciência anal*tica, dominada a"enas "ela raD$o, mostrase mais claramente na sua "ers"ectiva astronWmica/ A mais anti%a conce"#$o do mundo, na ual a Terra G vista como um disco coerto "or um cGu de a?oda estrelada, est cheia de si%ni-icados os mais %erais e "ro-undos si%ni-icados ue s$o tanto menos osoletos uanto esta ima%em do mundo continua sendo verdade, n$o sendo outra coisas ue n$o a e"eriência natural e imediata de todo ser humano/ 6 cGu, "or seu movimento o medidor de tem"o, a determina#$o do dia e da noite e das esta#Ees, a causa do suir e aiar dos luminares, o distriuidor das chuvas, mani-esta o "olo ativo e masculino da eistência/ A Terra, "or outro lado, ue "or in-luência do cGu se -ertiliDa, traD tona "lantas e nutre todas as criaturas vivas, corres"onde ao "olo "assivo e -eminino/ 8sse relacionamento entre o cGu e a Terra, da eistência ativa e "assiva, G o aruGti"o e modelo de vrias dualidades anal?%icas, tal como o "ar conceitual K-orma essencialK ( eidos, forma) e KmatGriaK ou KsustnciaK (hyle, materia), e a dualidade, com"reendida luD de lat$o, do es"*rito ou intelecto ( nous) e alma ( psyche)/ 6 movimento circular dos cGus "ressu"Ee a eistência de eios im?veis e invis*veis, corres"ondentes ao intelecto, ue est "resente imutavelmente em todas as circunstncias do mundo/ 0o mesmo modo, o "ercurso do 'ol tra#a uma cruD re%ular com"osta de "ontos cardinais 7orte e 'ul, Leste e 6este a"?s o ue as ualidades c?smicas ue %overnam toda a vida distriuemse res"ectivamente como -rios e uentes, secos e .midos/ odemos ver mais tarde como essa ordem G re"etida dentro do microcosmo da alma humana/ 6 "ercurso solar, na medida em ue a"arece sore o horiDonte, se%ue um c*rculo cada veD mais lar%o do solst*cio de inverno ao solst*cio de ver$o, e ent$o um c*rculo cada veD mais curto, atG ue todo o ano se transcorra/ Basicamente isso corres"onde a um es"iral ue se vai KlierandoK, e ue a"?s vrias voltas trans-ormase numa es"iral ue se vai KenrolandoK uma ima%em ue -oi retratada numa variedade de sinais, como a es"iral du"la, JH
a es"iral de dois v?rtices, conhecida como o yin)yan( chinês, e n$o menos im"ortante no %ru"o de 9ermes (os caduceus) nos uais duas coras s$o entrela#adas em um eio o eio do mundoJJ/ A o"osi#$o se mani-esta nas duas -ases do curso solar (o ascendente e o descendente), corres"ondendo, em um certo sentido, o"osi#$o entre cGu e Terra com a di-eren#a de ue aui os dois lados s$o m?veis, e ent$o no lu%ar de uma o"osi#$o de causas, tratase de uma uest$o de alternncia de -or#as/ CGu e Terra est$o acima e aaio os dois solst*cios est$o um no 'ul e outro 7orte eles est$o relacionados um com o outro como e"ans$o e contra#$o/ 7?s "odemos mais uma veD nos de"ararmos com essa o"osi#$o, ue tem vrios si%ni-icados, em cone$o com o ma%istGrio alu*mico, onde ela a"arece como o"osi#$o entre o eno-re e o merc.rio/ `
JJ:a"ase, a este res"ecto, 3enG 4uGnon, 7e Sym"olisme de la Croi@ ! Xulius 'chae, Archetyp und Tier*reis, Basilea, 1;O1/
JP
ma forma irlandesa ou an(lo)sa@Bnica dos dois dra(es na 9r%ore do uni%erso& A su9stica no tronco da 9r%ore 46ue corresponde ao ei@o uni%ersal5 representa o mo%imento dos c'us& Cada dra(o ' composto de doze sis e estrelas, 6ue podem corresponder aos doze meses& De uma minuatura do s'@& ?III, e@tra8da das Cartas paulinas de $orthum"erland, na 1i"lioteca da ni%ersidade de WGrz"ur(&
J=
A conce"#$o do universo de tolomeu (na ual a Terra, como um %loo, re"resenta o centro, ao redor do ual os "lanetas %iram em uma variedade de ?ritas e es-eras, cercados "elo cGu de estrelas -ias e, na "arte eterna, "elo em"*reo sem estrelas) n$o a-asta o si%ni-icado da anti%a conce"#$o de universo, e nem retira a e"eriência imediata ue o ser humano tem dela/ Ademais, isso coloca em >o%o um simolismo di-erente, es"eci-icamente auele do carter com"reensivo do es"a#o/ A %radua#$o das es-eras celestes re-lete a ordem ontol?%ica do mundo, se%undo a ual cada n*vel de eistência "rocede de um mais alto, de modo ue um n*vel su"erior KcontGmK o in-erior, assim como a causa KcontGmK o e-eito/ Assim, uanto maior -or a es-era celeste na ual as estrelas se movem, mais "uro, menos condicionado e mais "r?imo da ori%em divina ser o n*vel de consciência a ue isso corres"onde/ 6 em"*reo sem estrelas, ue envolve os cGus estrelados e ue a"arenta com"artilhar seu movimento com o -irmamento das estrelas -ias (a rota#$o mais r"ida e mais re%ular de todas as es-eras), re"resenta o "rimeiro motor ( primum mo"ile) e assim tamGm o Intelecto 0ivino ue aran%e tudo/ 8ssa G a conce"#$o de mundo de tolomeu adotado "or 0ante/ Antes dele > se encontrava em tetos raes/ 9 tamGm um manuscrito hermGtico anWnimo, do sG/ ]II, escrito em latim e "rovavelmente de ori%em catal$ J, no ual o si%ni-icado es"iritual das es-eras celestes ue se aarcam G a"resentada de uma -orma muito "arecida com a da 0ivina ComGdia/ A ascens$o atravGs das es-eras G descrita como uma suida atravGs da hieraruia dos n*veis es"irituais (ou intelectuais), "or meio da ual a alma, ue sucessivamente assimila isso, %radualmente se desloca dos limites do conhecimento discursivo s -ormas de uma vis$o indi-erenciada e imediata na ual su>eito e o>eto, conhecedor e conhecido s$o Julicado en M/ T/ dKAlvern!, 7es p'l'(rinations de lHAme dans lautre Monde dHapr>s un anonyme de la fin du II> si>cle, en «Archi%es distoire doctrinale et litt'raire du Moyen A(e! , 1;<
1;5/ 'e%.n investi%aciones "osteriores de M/T/ dgAlvern!, el manuscrito ue se conserva en la Biliothue 7ationale de ar*s -ue escrito "roalemente en Bolonia, ins"irado en un antecedente es"aol/
J;
um/ 8ssa descri#$o G ilustrada "or desenhos ue demonstram as es-eras celestes como c*rculos concêntricos, atravGs dos uais o homem soe, como se estivesse nas escadas de Xac?, mais alta es-era, o 8m"*reo, no ual Cristo est sentado em seu trono JO/ 6s c*rculos celestes s$o com"lementados em uma dire#$o descendente ou se>a, em dire#$o Terra "elos elementos/ r?imo es-era lunar est o c*rculo do -o%o aaio est o c*rculo do ar, ue con-ina a %ua, ue imediatamente envolve a Terra/ Vale ressaltar ue esse escrito anWnimo, cu>as caracter*sticas hermGticas s$o evidentes, reconhece a validade de todas as três reli%iEes monote*stas, Xuda*smo, Cristianismo e Islamismo/ Isso demonstra claramente como a ciência hermGtica, %ra#as sua lin%ua%em cosmol?%ica sim?lica "ura, aseada na natureDa, "ode ser cominada com ualuer reli%i$o %enu*na, sem con-litos com os res"ectivos do%mas/ Como a revolu#$o do oitavo cGu, o -irmamento de estrelas -ias G a medida sica do tem"o/ 8nt$o o cGu eterno sem estrelas (ue con-ere ao oitavo o seu movimento li%eiramente atrasado, em raD$o da assim chamada "rocess$o dos euin?cios) deve re"resentar a linha divis?ria entre tem"o e eternidade, ou entre todos os modos de dura#$o mais ou menos condicionadosJH e o eterno Ka%oraK/ A alma, ue G re"resentada como ascendendo atravGs das es-eras, uma veD alcan#ado o 8m"*reo, deiar "ara trs o mundo da multi"licidade e das -ormas e condi#Ees mutuamente eclusivas e alcan#ar o 'er indiviso e todo envolvente/ 0ante re"resenta essa "assa%em ue envolve uma com"leta revers$o do "anorama con-rontando a ordem c?smica das es-eras concêntricas, ue am"lia sucessivamente da limita#$o da Terra In-inidade 0ivina, com uma ordem invertida, cu>o centro G 0eus, e ao redor de uem o coro dos an>os %ira, em cada veD maiores c*rculos/ 8les %iram mais ra"idamente onde eles est$o mais "r?imos da ori%em divina em contra"osi#$o com as es-eras c?smicas, cu>o a"arente movimento cresce em "ro"or#$o com sua distncia do centro terrestre/ Com essa Ktrans-orma#$oK da ordem c?smica em ordem divina, 0ante anteci"a o "ro-undo JO VGanse lminas l ! 5 ! la e"licaci?n corres"ondiente de la "%ina OH/ JH 'e%.n Averroes, el movimiento ininterrum"ido del ciclo sin estrellas es la intersecci?n entre tiem"o ! eternidad/
<
si%ni-icado da conce"#$o heliocêntrica/ `
1
Fi(uras 2 e 3& A ascenso da alma atra%'s das esferas& Duas representaes an9lo(as de um manuscrito herm'tico anBnimo do final do s'c& II 4MS 7atin J3JKA da 1i"lioteca $acional de 0arisL pu"licado pela primeira %ez por M& T& dAl%erny nos Ar6ui%os de istria doutrinal e literal da Idade M'dia, 2=NO)N35& A p9(ina =O mostra em seu topo Cristo sentado no trono, so"re as esferas& Ao lado esto as pala%ras: Cr Creato eatorr omni omnium um Deus Deus PCau PCausa sa prim primaP aP ?olun olunta tass di%i di%ina na P ?olunta oluntass di%i di%ina na 4Q Criad Criador or de todas todas as coisa coisas, s, Deus Deus P a 0rimeira causa P a ?ontade di%ina P a ?ontade ?ontade Di%ina5& Qs dois c8rculos mais altos cont+m as pala%ras forma em pot+ncia e mat'ria em pot+ncia& Estes so os dois polos forma e materia prima, Ato 0uro e Recept9culo 0assi%o, 6ue so a6ui conce"idos como possi"ilidades contidas no Ser 0uro, e ainda no manifestadas& Esta ' a razo por 6ue eles repousam do lado de fora fora do uni% uni%er erso so espi espiri ritu tual al,, 6uan 6uando do ele ele ' %ist %isto o na sua sua realid ealidad adee manife manifesta stada da ou criad criada, a, 6ue 6ue ' repr epresen esentad tada a pelo pelo pr@imo c8rculo: Causatum primum esse creatum primum principium omnium creaturarum continens in se creaturas 40rimeiro ser criado, princ8pio de todas as criaturas, contendo todas todas as cria criatur turas as em si mesmo mesmo5& 5& Como Como est9 est9(io (ioss dent dentrro do Esp8rito ni%ersal, se(uem)se dez faculdades intelectuais ou co(niti%as 4intelli(entiae5, aos 6uais correspondem um nmero similar de coros an(elicais& Curiosamente a ordem na 6ual eles aparecem ' e@atamente oposta ; doutrina de Dion8sio a respeito da hierar6uia celesteL de cima para "ai@o, eles so: An(eli, Archa Archan(el n(eli, i, Tro Troni, ni, domina domination tiones es,, %irtut %irtutes es,, prmcip prmcipatus atus, , potestates, Cheru"im, Seraphyn e ordo senorum, 4coro dos ancios5& Essa in%erso da ordem pode ser imputada ao erro de um copista 6ue ti%esse um es6uema teoc+ntrico na ca"ea& A"ai@o dessas dez esferas do esp8rito supra)formal encontram)se 6uatro esferas da alma: Anima cele celesti stis s,, Ani Anima ma ratio rationa" na"ili ilis s,, Ani Anima ma anima animali lis s e Ani Anima ma %e(eta"ilis& At' a6ui a ordem conc+ntrica das esferas pretende)se puramente sim"lica, en6uanto 6ue a sucessi%a 4e cada cada %ez menor enor55 esfe esfera ra do mund mundo o corpo orpora rall de%em e%em ser ser
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ente entendi ndida dass sim" sim"lic lica a e espa espaci cialm almen ente te:: o mundo mundo corpo corporal ral ' en%ol% en%ol%ido ido pelos pelos seus seus c8rculo c8rculoss e@teri e@terior ores: es: $atur $atura a princip principium ium corpori corporis s 4$atur 4$atureza eza como como princ8p princ8pio io dos corpos5 corpos5&& A8 esto esto as esferas astronBmicas, a mais e@terna das 6uais corresponde ; re%oluo de 9rea dos c'us: Spera decima P spera suprema 6ua: fit motus de occidente ad orientem et est principium motus 4D'cima esfera P esfera superior: na 6ual ocorre o mo%imento do Qciden dente ao Qrie riente, e 6ue 6ue ' o prin rinc8pi 8pio de todo o mo%i mo%ime ment nto5 o5&& Dent Dentrro dela dela est9 est9 a esfe esfera ra 6ue 6ue dete determ rmin ina a a processo dos e6uincios: Spera nona Pspera motus octa%e spere 6ua fit motus eius de septentrione ad meridien et e con%erso 4$ona esfera P 6ue mo%e a oita%a esfera, e causa a passa(em do $orte a Sul e %ice)%ersa5& A se(uinte, na ordem descendente, do C'u das estrelas fi@as e das esferas planet9rias: Spera octa%a P spera stellataL Saturnus P spera saturniL upiter P spera io%isL Mars P spera martisL Sol P spera solisL ?enus P spera %enerisL Mercurius P spera mercuriiL 7una P spera lunae& A8 repousam os 6uatro elementos em c8rculos conc+ntricos, ao redor do centro da Terra 4o c8rculo mais e@terno corresponde tanto ao dom8nio dos elementos em si mesmos como ao elemento superior fo(o5: I(nis P corpus corrupti"ilis 6uod est 6uatuor elem elemen enta ta 4Fo(o 4Fo(o P corpo corpo corru corrupt pt8% 8%el el cons consist istent entee nos 6uatr 6uatro o elementos5: aerL ac6uaL terraL centrum mundi& Atra%'s desses c8rculos dos mundos espiritual, ps86uico e corporal o homem ascende a Deus como 6ue por uma escada& A fi(ura inferior continua limitada ao dom8nio dos elementos, e um companheiro o arrasta para cima, se(urando)o pelos ca"elos& Ao lado do (rupo superior est9 escr escrit ito: o: Q mi ma(i ma(ist stUe UerrV 4Qh, 4Qh, meu meu mest mestrre5, e5, ao lado lado do pr@imo: UeV phe"ei 4.o%ens5, ao lado do (rupo do meio: socii socii omnes omnes 4todos 4todos os companh companheir eiros5 os5,, ao lado lado do inferi inferior: or: cetera tur"a 4a multido remanescente5& Trata)se pro%a%elmente de uma refer+ncia a diferentes (raus da sa"edoria ou iniciao& A outra miniatura, na p& X=, repete a mesma ordem, dessa %ez com c8rculos completos, mas apenas com inscries parciais&
J
` A conce"#$o universal na ual o 'ol re"resenta o centro, ao redor do ual est$o os "lanetas, incluindo a Terra, %irando, n$o G uma descoerta ori%inal da 3enascen#a/ Co"Grnico sim"lesmente ressuscitou e sustentou com oserva#Ees uma ideia ue > era conhecida dos anti%os JP/ Como um s*molo, a conce"#$o heliocêntrica G o necessrio com"lemento %eocêntrica/ orue a ori%em divina do mundo vale diDer, o Intelecto jnico ou 8s"*rito atravGs do ual 0eus cria o mundo "ode ser -acilmente considerado como o Todo 8nvolvente (corres"ondente a es"a#os ilimitados), assim como "ode ser considerado como o .nico centro KradianteK de todas a mani-esta#$o/ recisamente em raD$o de ue a ori%em divina est t$o acima de todas as di-erencia#Ees, cada re"resenta#$o dela deve ser com"lementada "ela sua "r?"ria "arte invertida, como se vistas em um es"elho/ A conce"#$o heliocêntrica, entretanto, G de -ato usada "elo racionalismo "ara "rovar ue a conce"#$o %eocêntrica tradicional e todas as inter"reta#Ees es"irituais conectadas com ela s$o "uros en%anos/ 8 da* sur%e o "aradoo de ue uma -iloso-ia ue -eD da raD$o humana a medida da realidade resultou numa conce"#$o astronWmica na ual o homem acaou a"arecendo mais e mais como um %r$o de areia entre outros %r$os de areia, um mero acidente sem ualuer es"Gcie de "rocedência c?smica, enuanto a "ers"ectiva medieval, aseada n$o na raD$o humana, mas na revela#$o e na ins"ira#$o, colocou o homem no centro do cosmos/ 8ssa -la%rante contradi#$o G, a"esar de tudo, -cil de se e"licar/ 6 "onto de vista racionalista esuece com"letamente ue tudo o JP8l sistema heliocGntrico era enseado !a "or Aristarco de 'amos (ca/ J5<5O< a/X/C/)/ 7icols Co"Grnico, en el "r?lo%o, dedicado al "a"a aulo III, de su ora 0e las ?ritas de los astros (1OJ), se re-iere a 9icetas de 'iracusa ! a ciertas indicaciones de lutarco/ Arist?teles, en su liro del cielo, escrie+ «Mientras 6ue la mayor8a Ude f8sicosV opinan 6ue la Tierra est9 em el centro Udel ni%ersoV, los filsofos it9licos, llamados pita(ricos, disienten de ello, pues afirman 6ue en el centro est9 el fue(oL la Tierra, por el contrario, 6ue es uno de los astros, (ira alrededor del centro&&&! 8s de su"oner ue tamiGn ciertos astr?nomos hind.es de la
Anti%edad conoc*an el esuema heliocGntrico del Universo/
O
ue se "ode e"ressar a res"eito do universo "ermanece como conte.do de consciência humana, e ue o homem, "recisamente "orue ele "ode olhar "ara a eistência -*sica a "artir de um "onto de vista su"erior como se ele n$o -osse limitado de -ato a esta terra claramente demonstra ue ele G o centro co%nitivo do mundo, "recisamente "orue o homem G o "ortador "rivile%iado do Intelecto, e "ortanto "ode conhecer essencialmente tudo o ue G, a "ers"ectiva tradicional o coloca no centro do mundo vis*vel, cu>a "osi#$o de -ato corres"onde inteiramente com a e"eriência sensorial imediata/ 7a mesma esteira, es"eci-icamente a da cosmolo%ia tradicional, a conce"#$o heliocêntrica, na ual o homem G, "or assim diDer, "eri-Grico ao 'ol, s? "ode ter um si%ni-icado esotGrico, a saer auele ue 0ante conceeu na sua descri#$o teocêntrica do mundo an%Glico+ do "onto de vista de 0eus, o homem n$o est no centro, mas no limite etremo da eistência/ Que a conce"#$o heliocêntrica "ossa "arecer mais correta a "artir de um "onto de vista -*sico matemtico G em uma indica#$o de ue esse "onto de vista, em si e a seu res"eito, al%o de n$o muito humano/// 8le se recusa a considerar o homem como um todo, como um ser com"osto de es"*rito (intelecto), alma, e cor"o, em ene-*cio de uma considera#$o eclusiva do "lano material uantitativo, e ent$o se trans-orma em re-leo Kin-eriorK do "onto de vista ue vê o homem su" specie aeternitatis/ 7enhuma conce"#$o de mundo "ode estar sem"re asolutamente correta, "orue a realidade da ual nossa oserva#$o toma conhecimento G condicionada, de"endente, e multi"lamente inde-inida/ Acreditar no sistema heliocêntrico como al%o asoluto criou um tremendo vaDio+ o homem -oi "rivado de sua di%nidade c?smica, e -oi trans-ormado em um %r$o de areia sem si%ni-icado entre todos os outros %r$os de areia ao redor do 'ol, mostrouse inca"aD de realiDar uma vis$o satis-at?ria e es"iritual das coisas/ A conce"#$o crist$, centrada na encarna#$o de Cristo, n$o estava "re"arada "ara isso/ 'er ca"aD de ver o homem como um desa"arecente nada no es"a#o c?smico, e ao mesmo tem"o como o seu centro co%nitivo e sim?lico, ecede a ca"acidade da maioria/ H
Mais tarde, uando o 'ol -oi considerado ele "r?"rio dentro de uma corrente sem -im de milhEes de outros s?is (talveD tamGm cercados de "lanetas), talveD com milhares e milhEes de anosluD entre eles, nenhuma conce"#$o, em ualuer sentido real do tem"o, G mais "oss*vel/ A Kconstru#$oK do mundo n$o G mais ima%invel, resultando da* ue o homem "erdeu a sua ca"acidade de se inte%rar num todo dotado de sentido/ Isso "elo meno menoss G o e-ei e-eito to -re -reue uent nte, e, no noss ocid ociden enta tais is,, da conc conce" e"#$ #$oo mode modern rnaa/ 6 modo modo u udi dist staa de ver as coisa oisas, s, u uee sem" sem"re re considerou o mundo como uma areia movedi#a, "ode traDer uma di-erente rea#$o s teses cient*-icas/ 'e o conhecimento cient*-ico anda de m$os dadas com uma valora#$o es"iritual es"iritual das a"arências, a"arências, "odese ver no sucessivo aandono de todos os, "or assim diDer, sistemas -echados, a "rova de ue toda vis$o do mundo n$o G nada mais do ue uma ima%em ou re-leo, e como tal n$o G de modo al%um incond incondic icion ional al// ara ara este este mundo mundo,, o 'ol 'ol ue nossos nossos senti sentido doss "erceem G a soma total de luD e o s*molo natural dauela ori%em divina ue ilumina todas as coisas e em volta de ue todas as coisas %iram/ Ao mesmo tem"o, entretanto, G a"enas um cor"o luminoso, luminoso, e como tal n$o G .nico, mas um entre outros do mesmo ti"o/ Aui n$o G o lu%ar "ara mostrar como cada nova no va conc conce" e"#$ #$oo de mund mundoo G "rom "romov ovid ida, a, nem nem tant tantoo "ela "elass oserva#Ees cient*-icas, como "ela sua KunilateralidadeK l?%ica/ Isso se a"lica tamGm mais recente conce"#$o de es"a#o/ A cosmolo%ia medieval ima%inou a totalidade de es"a#o como uma %rande es-era, imensurvel, es"iritualmente en%loada "elos cGus mais mais eterior eteriores/ es/ Fil?soFil?so-os os raciona racionalist listas as con conside siderar raram am ue o es"a es"a#o #o era era in-in in-inito ito// 0e 0esd sdee u uee cons conside idera rado do,, contu contudo, do, como como ete etens ns$o $o limita limitada da,, "od "odee muito muito em em ser indet indeter ermi mina nado do,, mas mas certamente n$o G in-inito, o "r?imo "asso cient*-ico conduD a um conceito "raticamente inima%invel de um es"a#o curvo -luindo de volta a si mesmo[ A homo%eneidade incondicional de es"a#o e tem"o G aandonada "elos mais recentes matemticos em -avor de uma rela#$o constante entre es"a#o e tem"o/ 'e, contudo, o es"a#o G auilo ue contGm tudo o ue G oservado simultaneamente, e o tem"o G auilo ue constitui a sucess$o de P
oserva#Ees, ent$o automaticamente as estrelas -ias n$o est$o mais se"aradas de n?s "or muitos anosluD, mas est$o situadas onde vis*vel e simultaneamente tem o seu limite mais eterno/ 8m -ace desse "aradoo, deienos sim"lesmente diDer ue em .lti .ltima ma inst instn nci ciaa toda toda conc conce" e"#$ #$oo Kcie Kcient nt**-ic icaK aK de mund mundoo G conde condena nada da a cont contra radi diDe Derrse, se, ao "asso "asso em u uee o si%nisi%ni-ic icad adoo es"iritual es"iritual ue mani-esta a si mesmo, de um modo ou de outro, a todas as coisas vis*veis, e ue se revela a si mesmo de modo tanto mais convincente uanto mais "rimordial e mais ada"tada ao homem a conce"#$o -or, n$o so-re mudan#as de ualuer es"Gcie/ 'e -alamos aui de um si%ni-icado, n$o nos re-erimos a nada na da co conc nceeitua itual/ l/ Usam Usamos os a e" "rress$ ess$oo Ksi% Ksi%ni ni-i -iccad adoK oK,, "o "or r necessidade e se%uindo o eem"lo dos escritos tradicionais, "ara desi%nar o conte.do imutvel das coisas, ue a"enas o intelecto G ca"aD de alcan#ar/ ` or meio meio das oserva oserva#Ee #Eess "reced "recedent entes, es,aa res"eito da conce"#$o astronWmica do mundo, talveD acaamos mostrando ue h dois meios mutualmente o"ostos de olhar "ara o mundo ou "ara a natureDa, num sentido am"lo da "alavra/ 6 "rimeiro, -omentado "ela curiosidade cient*-ica, es-or#ase em dire#$o a uma ineaur*vel multi"licidade de a"arências e, na medida em ue se acumulam as e"eriências, tornamse, em si, m.lti"los e desmemrados/ A outra es-or#ase na dire#$o do centro es"iritual, ue G ao mesmo tem"o o centro do homem e das coisas, enuanto su"orta a si mesmo no carter sim?lico das a"ar a"arên ênci cias as,, a -im -im de "res "resse senti ntirr e cont contem em"la "larr as reali realida dade dess imutveis contidas no Intelecto 0ivino/ 8sse .ltimo "onto de vista leva sim"li-ica#$o, n$o no ue diD res"eito ao ue se "ercee como %rada#$o m.lti"la, mas com res"eito uilo ue considere ser essencial/ A mais "er-eita vis$o com a ual o homem "ode alcan#ar G sim"les, no sentido de ue sua riueDa interior G des"rovida de caracter*sticas di-erenciadas/ 8ssa vis$o su"erior, ou contem"la#$o, tem rela#$o com um teto hermGtico s*ri s*rio, o, do u ual al %o %ost star ar*a *amo moss de cita citarr al%u al%uns ns trec trecho hos, s, como como conclus$o desse ca"*tulo sore o conhecimento hermGtico (o tet tetoo em u ues est$ t$oo -ala -ala de um es" es"elho elho sec secreto reto,, u uee est st =
estaelecido atrs das sete "ortas, ue corres"onde s sete es-eras "lanetrias)+ K 6 es"elho G -eito de modo ue ue nenhum nenh um homem h omem "ode verse a si mesmo materialmente nele, "orue t$o lo%o ele dele se a-asta, esuece sua "r?"ria ima%em/ 6 es"elho re"resenta o Intelecto 0ivino/ Quando a alma nele se vê a si mesma, ela descore a desonra ue h em si mesma, e a a-asta de si/ Assim "uri-icada, ela se assimila ao 8s"*rito 'anto, e o toma como modelo ela se trans-orma no 8s"*rito ela alcan#a "aD e sem"re retorna a esse estado su"erior, no ual se conhece (0eus) e se G conhecido "or ele/ 8nt$o, tendo voltado sem somras, ela G lie ierta de suas "r?"ria "riass correntes tes e da dau ueelas u uee ela com"artilhava com o cor"o/// Qual G o ad%io dos -il?so-os Conhe#ate a ti mesmo[ Isso se re-ere ao es"elho intelectual e co%nitivo/ 8 o ue G o es"elho sen$o o Intelecto 0ivino e ori%inal Quando o homem olhase a si mesmo e vê a si mesmo no es"elho, ele se a-asta de tudo ue su"orta o nome de deuses ou demWnios, e unindose a si mesmo com o 8s"*rito 'anto, trans-ormase em um homem "er-eito/ 8le vê 0eus dentro de si mesmo/// 8sse es"elho est colocado alGm das sete "ortas/// ue corres"onde aos sete cGus, alGm do mundo sens*vel, alGm das doDe mansEes (celestiais) (celestiais)/// /// AlGm AlGm de tudo isso est este olho dos sentidos invis*veis, este olho do Intelecto, ue est oni"resente e alGm de todas as coisas, ent$o se vê esse 8s"*rito "er-eito, em cu>o "oder tudo est contido///K/J=
J= Berthelot, La Chimie au Mo!en A%e, ar*s, 1=;J, 1=;J, II/ 5H55HJ/
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CANTUL6 8'N3IT6 8 MATZ3IA ara os homens da anti%uidade, o ue n?s ho>e chamamos matGria n$o tem o mesmo si%ni-icado atual o mesmo se di%a do conceito e da e"eriência/ Isso n$o uer diDer ue os assim chamados homens "rimitivos a"enas ener%avam atravGs de um vGu de Kima%ina#Ees m%icas e com"ulsivasK, como certos etnolo%istas su"useram, ou ue seu "ensamento era Kal?%icoK ou K"rGl?%icoK/ As "edras eram t$o duras uanto ho>e, o -o%o era t$o uente uanto, e as leis da natureDa, t$o ineorveis uanto/ 6 homem sem"re "ensou lo%icamente, mesmo se, alGm dos dados sensoriais, ou mesmo atravGs deles, ele estava acostumado tamGm a levar em conta realidades de uma ordem di-erente/ A l?%ica "ertence essência do homem, e a sua decom"osi#$o em ima%ina#Ees com"ulsivas, de carter "arcialmente materialista, "arcialmente sentimental, n$o G encontrada em "essoas K"rimitivasK, nem nos selva%ens mais es"iritualmente de%enerados, mas a"enas na decadência de uma cultura eclusivamente urana/ Que a matGria "udesse ser conceida como al%o com"letamente a-astado do es"*rito, como no caso, no mundo moderno, tanto na teoria como na "rtica e n$o ostante certas correntes -ilos?-icas contradit?rias J; n$o G de modo al%um autoevidente/ Isso G resultado de um desenvolvimento mental "articular, "ara o ual 0escartes -oi o "rimeiro a dar e"ress$o -ilos?-ica, sem KinventloK de -ato, -oi "ro-unda e or%anicamente condicionado "ela tendência %eral de reduDir o es"*rito a mero "ensamento e limitlo raD$o discursiva, ue si%ni-ica "rivlo de toda a si%ni-ica#$o su"ramental e, "ortanto, tamGm de toda "resen#a e imanência c?smica/ 0e acordo com 0escartes, es"*rito e matGria s$o duas realidades com"letamente se"aradas, ue %ra#as ordena#$o divina, andam >untas em a"enas um "onto+ o J; Ciertas teor*as modernas ue "retenden entender el desarrollo de las -ormas inor%nicas ! or%nicas como una «e%olucin! del es"*ritu no son, en el -ondo, sino una continuaci?n del materialismo, !a ue atriu!en al es"*ritu, ue en esencia es inmutale, un devenir/
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cGrero humano/ Assim, o mundo material, conhecido como KmatGriaK, G automaticamente "rivado de seu conte.do es"iritual/ 8nuanto o es"*rito, "or sua veD, trans-ormase na contra"artida da mesma realidade "uramente material, "orue o ue ele G em si mesmo, acima ou alGm disso, "ermanece indeterminado/ ara o homem dos tem"os anti%os, matGria era como ue um as"ecto de 0eus/ 7as culturas ue s$o comumente chamadas arcaicas, essa "ers"ectiva era imediata, e relacionada com a e"eriência sensorial, "orue o s*molo da matGria era a terra/ 8ssa re"resentava, na sua realidade "erene, o "rinc*"io "assivo de todas as coisas, enuanto o cGu re"resentava o "rinc*"io ativo e %eracional/ 6s dois "rinc*"ios s$o como as duas m$os de 0eus, e eles est$o relacionados um com o outro como macho e -êmea, "ai e m$e, e n$o "odem ser se"arados um do outro "orue em tudo o ue a terra "roduD o cGu est "resente como "oder criativo, enuanto a Terra, "or sua veD, d -orma e cor"o s leis celestiais/ Assim, o modo arcaico de ver as coisas era Ksens*velK e es"iritual ao mesmo tem"o, "orue a verdade meta-*sica "or trs dela "ermanece inde"endentemente dessa sim"l?ria conce"#$o de universo/ ara a philosophia perenis, ue atG a che%ada do racionalismo era comum tanto no oriente como no ocidente, os dois "rinc*"ios, o ativo e o "assivo, eram, "ara alGm de todas as mani-esta#Ees vis*veis, os "rimeiros e todo determinantes "?los da eistência/ 7essa vis$o, a matGria "ermanece um as"ecto ou -un#$o de 0eus/ 8la n$o G al%o se"arado do es"*rito, mas seu com"lemento necessrio/ 8m si mesma, ela n$o G mais do ue a "otencialidade de receer uma -orma, e todos os o>etos "erce"t*veis a* sustentam a marca da sua contra"artida ativa, o es"*rito ou "alavra de 0eus/ Z a"enas "ara o homem moderno ue a matGria se trans-ormou em uma coisa, e deiou de ser o es"elho com"letamente "assivo do es"*rito/ A matGria se tornou mais com"acta, vale diDer, na medida em ue a%ora arro%ase a si mesma, soDinha, a ualidade da etens$o es"acial, e tudo o ue se relaciona com esta/ 8la se tornou massa inerte, ao contrrio do es"*rito livre/ Z com"letamente eterior e es"iritualmente im"enetrvel/ Z um mero -ato/ 7a verdade, mesmo "ara as "essoas da anti%uidade, a matGria cor"oral "ossu*a esse as"ecto O1
contin%ente e relativamente n$oes"iritual, mas esse as"ecto n$o -eD a mesma a-irma#$o, mas n$o tinha essa "retens$o de ser a .nica realidade/ Acima de tudo, ela nunca -oi considerada como al%o ue "udesse ser estudada "or si mesma, inde"endentemente do es"*rito, a vis$o de ue a etens$o es"acial era a caracter*stica distintiva da matGria teve sua "rimeira e"ress$o -ilos?-ica em 0escartes/ 0a* em diante, a matGria -oi considerada como massa e etens$o/ 6 resultado disso -oi ue o homem uscou com"reender tudo o ue era es"acial, e -inalmente todas as ualidades sensivelmente "erceidas num modo "uramente uantitativo/ 8m certo sentido, isso G "oss*vel, es"eci-icamente na medida em ue isso "ode ser uma vanta%em em uma ciência devotada eclusivamente "ara a mani"ula#$o eterior das coisas/ Contudo, nem a etens$o es"acial, nem ualuer outra ualidade sensorialmente "erceida, "ode ser com"lemente es%otada em linhas "uramente uantitativas/ Como 3enG 4uenon mostrou com maestria, no livro 6 3eino da uantidade e o sinal dos tem"os (LuDac, Londres, 1;OJ), n$o h etens$o es"acial ue n$o "ossua um as"ecto ualitativo tanto uanto um uantitativo/ odese ver isso mais -acilmente nas -ormas es"aciais mais sim"les, como G o c*rculo, o trin%ulo, um uadrado etc/ Cada uma dessas -i%uras têm al%o de .nico, ualitativamente -alando, ue n$o "ode ser su>eito a uma com"ara#$o "uramente uantitativa Z de -ato im"oss*vel reduDir o mundo da "erce"#$o sensorial a cate%orias uantitativas, "ois ele "oderia se desinte%rar em um "uro nada[ Mesmo os mais sim"les Kmodelos de "ensamentoK da ciência em"*rica "or eem"lo, os modelos ue indicam a estrutura dos tomos ou molGculas contGm elementos ualitativos, ou "elo menos de"endem indiretamente desses elementos/ odese e"ressar a di-eren#a entre o vermelho e o aDul em -i%uras e"licando as cores em termos de oscila#Ees e e"ressando isso <8sto es vlido incluso "ara los n.meros, "or cuanto cada n.mero no re"resenta s?lo una cantidad, sino, al mismo tiem"o, tamiGn un as"ecto de la unidad o uno, como lo ue tiene carcter de dos, ires, cuatro, etc/ La di-erencia cualitativa de las -ormas se mani-iesta con la ma!or claridad de las unidades numerales, ! Gsta es la raD?n "or la ue los teoremas "ita%?ricos consideraan a los n.meros sim"les como la e"resi?n de los arueti"os/
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em -i%uras mas um homem ce%o, ue nunca teve uma e"eriência direta das cores, nunca vai conhecer a essência do vermelho e do aDul em virtude dessas -i%uras/ 8 o mesmo se a"lica ao conte.do ualitativo de ualuer outra "erce"#$o sensorial/ 0eienos ima%inar um homem ue -oi surdo e daltWnico desde o nascimento, mas se acostumou com a descri#$o cient*-ica dos sons e cores/ A descri#$o cient*-ica n$o lhe transmitir nem a essência dos sons e das cores, nem a "ro-unda di-eren#a entre os dois ti"os de "erce"#$o sensorial/ 8 o ue G verdade a res"eito das mais sim"les e mais elementares ualidades a"licase, "rimeiro e "rinci"almente, a -ormas ue s$o e"ressEes de uma unidade viva/ Isso, "or sua "r?"ria natureDa, evita n$o a"enas ualuer medida e toda contailidade, mas tamGm, e acima de tudo, ualuer "ers"ectiva ue usue KdisseclaK/ Z sem"re "oss*vel, oviamente, ma"ear, uantitativamente, as -ronteiras de uma -orma "articular, sem com"reender sua essência/ 7o cam"o das artes, nin%uGm contestar isso, mas G -reuentemente esuecido ue isso tamGm G vlido em outros dom*nios a essência, o conte.do, a unidade ualitativa de uma coisa, nunca "ode ser aarcada "or um "rocesso de clculo K"assoa"assoK, mas a"enas "or uma e"eriência com"reensiva e imediata ou Kvis$oK/ 6 conte.do ualitativo das coisas n$o "ertence matGria, ue G meramente um es"elho dele, ue ent$o "ode ser visto, mas n$o ao "onto de ue "ode ser limitado >untamente com o "lano material/ Uma ciência aseada em anlises uantitativas, ue K"ensa atravGs de a#Ees ou a%e atravGs de conceitosK (ao invGs de ver e e"erimentar inte%ral e diretamente), tem necessariamente ue ser ce%a -ertilidade in-inita e essência multi-acetria das coisas/ ara uma tal ciência, o ue os anti%os chamavam de K-ormaK de uma coisa (i/e/, seu conte.do ualitativo) n$o tem "raticamente nenhum "a"el/ 8ssa G a raD$o "ela ual ciência e arte, ue nas eras "rG racional*sticas eram mais ou menos sinWnimas, s$o a%ora com"letamente divorciadas uma da outra/ 8 tamGm "orue a eleDa, "ara a ciência moderna, n$o o-erece o menor acesso em dire#$o ao conhecimento/ A doutrina tradicional ue -aD a distin#$o entre eidos e hyle (ou entre -orma e matGria) G auela ue mais OJ
com"letamente -aD >usti#a ao -ato de ue as coisas têm vrios si%ni-icados em di-erentes n*veis, e ue elas têm ualidades tanto uanto uantidades/ A doutrina tradicionalista, ue e-etivamente discrimina, n$o a"enas divide ou desmemra, mas leva em conta os dois K"?losK na sua com"lementaridade m.tua/ Arist?teles deu uma e"ress$o dialGtica a essa doutrina, mas ele n$o a KinventouK, "ois ela est na natureDa das coisas, e corres"onde "ers"ectiva es"iritual do homem "rimitivo/ A -orma, no sentido "eri"atGtico da "alavra, G a s*ntese das ualidades ue constituem a essência de uma coisa/ Forma si%ni-ica a realidade inteli%*vel de uma coisa, e G astante inde"endente da eistência material das coisas/ 7esse sentido, n$o se deve, "ortanto, con-undir K-ormaK, nesse sentido, com -orma no sentido cotidiano, de al%o ue G es"acialmente, ou de outra -orma, limitado, mais do ue ualuer um deve eui"arar KmatGriaK, ue recee K-ormaK e lhe d eistência -inita, com matGria no sentido moderno do termo/ A ima%ina#$o "ode ser a>udada a com"reender as ideias de K-ormaK e KmatGriaK "ela analo%ia entre artista ou artes$o, ue con-ere certa -orma, "rGconceida em seu intelecto, a uma matGria tal como ar%ila, madeira, "edra ou metal, assim criando uma ima%em do o>eto/ Mas isso n$o "assa de uma com"ara#$o, "orue o material do artes$o n$o G com"letamente sem -ormas/ Mesmo ue ele se>a relativamente Kin-ormeK, ele contudo > "ossui certas "ro"riedades ou ualidades de outro modo, a ar%ila n$o "oderia ser distin%uida da madeira, ou a "edra do metal/ A matGria com"letamente Ksem -ormaK n$o "ode nem ser re"resentada nem ima%inada, "ois ela G "otencialidade "ura (tendente a %anhar -orma) e n$o tem em si mesmo ualuer caractere discern*vel/ 8la somente "ode ser conhecida em rela#$o com K-ormaK/ Mesmo K-ormaK, entretanto, n$o "ode ser re"resentada se"arada da matGria, "orue ualuer -orma ue > -oi revelada "artici"a de uma mat'ria/ Isso se a"lica atG mesmo a uma -orma ima%inada, na medida em ue se "ode diDer ue a ima%ina#$o reveste a essência es"iritual da -orma com um ti"o de KmatGriaK mental/ 8m raD$o de ue a essência de uma -orma, inde"endentemente do seu KrevestimentoK material, "ermanece o mesmo (de tal modo ue se "ode ainda chamar uma -orma O
materialmente limitada de K-ormaK), o conceito "adece de uma certa ami%uidade/ odese reconhecer "rontamente ue em certas circunstncias mesma "alavra forma "ode ser dados dois si%ni-icados o"ostos+ como K-i%uraK eterior de um ser ou um traalho, K-ormaK, no as"ecto KmaterialK das coisas, G o"osta ao es"irito ou conte.do/ Como uma causa ue d -orma, contudo, ue cunha sua marca na matGria, K-ormaK se localiDa do outro lado auele do es"*rito ou essência/ Quando com"aramos o modo cartesiano de ver a matGria como essa doutrina, notamos, entre outras coisas, ue a etens$o es"acial ue 0escartes atriui matGria contradiD a teoria tradicional, "orue a etens$o es"acial, "rivada de ualuer -orma ualitativa, G inima%invel/ Mesmo o sentido, como 3enG 4uenon demonstrou1, G de natureDa ualitativa/ MatGria, entretanto, G em si mesma com"letamente sem -orma/ Tudo o ue ela tem G uantidade, "ura uantidade ue n$o G determinada "or nenhum n.mero -inito, e assim n$o "ode ser alcan#ada de nenhuma maneira/ 8la corres"onde, como 4uen?n tamGm assinalou, a materia si(nata 6uantitate, ue os escolsticos consideraram a ase do mundo cor"oral/ Vale diDer, ela n$o corres"onde matGria"rima, "rivada ue G de todo atriuto, mas a"enas mat'ria secunda relativa, determinada em dire#$o ao mundo cor"oral/ 0a matGria"rima, a sustncia "rimordial, a"enas se "ode diDer ue ela G "uramente rece"tiva, com res"eito causa ue d -orma eistência, e isso G ao mesmo tem"o a raiD da KalteridadeK, "orue G atravGs dela ue as coisas s$o limitadas e m.lti"las/ 7a lin%ua%em *lica, a matGria"rima G re"resentada "elas %uas, sore as uais, no in*cio da cria#$o, o 8s"*rito de 0eus se movia/ Assim como a materia, uando se "rocura a"reendêla, -rustra cada avan#o da raD$o e retirase ao "?lo "assivo da eistência, ent$o a -orma essencial ( forma) "ode ser rastreada no "?lo ativo da eistência, esvaDiandoo sucessivamente de ualuer camada de mani-esta#$o ue G condicionada "or ualuer materia, "or tênue ue se>a/ Arist?teles, ue rastreou os dois conceitos ( forma e mat'ria ou eidos e hyle) a"enas atG onde sua ontolo%ia "ode ser demonstrada lo%icamente, n$o alcan#ou o limite onde suas 1 8n Le 3%ne de la QuantitG et les 'i%nes des Tem"s, ed/ 4allimard, ar*s, 1;J/
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o"osi#Ees "aradoalmente se dissolvem numa unidade su"erior/ 8ntretanto, est claro ue a causa -ormal, corres"ondendo ao Ato "uro, e a sustncia rece"tiva, ue G "uramente "assiva, com"lementamse uma outra reci"rocamente e assim, como as "ossiilidades -undamentais e atem"orais, elas n$o "odem ser se"aradas uma da outra/ 8ssa re-erência de todas as a"arências, aos dois "?los "rimrios oviamente n$o aole o mila%re da cria#$o tratase a"enas de indicar os seus limites "erce"tivos mais etremos/ 6 "?lo ativo "ode tamGm denominarse, de um modo %eral, como KessênciaK, e o "?lo "assivo como KsustnciaK/ 8m um certo sentido, essência corres"onde ao es"*rito ou intelecto, na medida em ue a formae ou "redetermina#Ees essenciais das coisas est$o contidas no Intelecto divino como "rot?ti"os ou KaruGti"osK/ odese o>etar ue a ideia de K-ormaK n$o "ode ser alar%ada em uma dire#$o su"erior sem se aolir a distin#$o mani-esta#Ees K-ormalK e Ksu"ra-ormalK/ Vale diDer, a distin#$o entre o terreno KindividualK e o terreno KuniversalK, ue G auele do 8s"*rito .nico/ A isso se "ode res"onder ue o termo K-ormalK a"enas "ode ser a"licado uilo ue, atravGs de uma -orma, G im"resso em uma sustncia/ 8m si mesma, a -orma "ode ser vista n$o a"enas como limita#$o ou contorno, mas tamGm como K-eieK de ualidades n$o KsustancialK ou KmaterialmenteK determinadas/ 7esse .ltimo sentido, ela "ode ser a"licada atG a as"ectos unitrios do 'er/ AtG mesmo nos escritos dos te?lo%os medievais de todas as três reli%iEes monote*stas, de"aramonos com a e"ress$o Ka -orma de 0eusK ( forma Dei em rae as)s/ratu l)ilYhiyah) "ara a totalidade das ualidades divinas/ A KessênciaK de 0eus, ue revelase a si mesma atravGs dessas ualidades, G nela "r?"ria incondicionada e acima de todas as ualidades/ `
OH
Fi%ura J/ 0ois candelaros da se"ultura de '$o Bernardo, is"o de 9ildesheim (;;J1<55)/ '$o Bernardo, tutor de 6tto III, -ilho da "rincesa iDantina Theo"hano, -undou o-icinas de metalur%ia, ouriversaria, cali%ra-ia e "intura/ 7os "edestais dos dois candelaros encontrados em seu t.mulo, est escrito+ K 1ern-ardus 0raesul candela"rurn hoc puerum suum primo hu.us Artis flore non auro, non ar(ento, et tamen, ut cernis, conflare .u"e"at
OP
(Bernardo, o 'u"erior, no "rimeiro -lorescimento desta arte, "ediu a seu a"rendiD "ara "ro>etar este candelaro n$o em "rata nem em ouro, mas de ualuer modo, como se vê, "ara "ro>et lo)/ 6s dois candelaros consistem em uma mistura de "rata com core e -erro a su"er-*cie a"resenta sinais de dourados/ 6 "edestal de amos os candelaros consistem em três "ares de dra%Ees entrela#ados, sore os uais homens nus est$o caval%ando/ 6s reentos de videira, em volta do eio, rotam dos dentes de um le$o/ 7isto os homens soem, e os "ssaros sentamse neles/ As velas est$o sustentadas "or salamandras/ 6s "ares de dra%Ees re"resentam os dois "oderes "s*uicos "rimrios em seu estado selva%em, ca?tico/ 8les corres"ondem aos caduceus/ A videira ue rota da oca do le$o solar G um s*molo "rimordial da vida, assim como uma -onte de %ua lan#ada a "artir da mscara leonina/ ara o Cristianismo, isso G tamGm um s*molo da "alavra de 0eus/ A salamandra G um animal de -o%o/
O=
Fi(ura N& A flor da sa"edoria& $o o%o herm'tico est9 o dra(o ro"oros, 6ue como sim"olo da $atureza no redimida ou da mat'ria informe, de%ora a sua prpria cauda& 0ara fora do o%o cresce a flor %ermelha de ouro, a flor "ranca de prata e, entre elas, a flor da sa"edoria azul& Em"ai@o est9 o Sol e a 7ua, e entre eles est9 a estrela do Mercrio filosofal& P 09(ina do Manuscrito Al6u8mico de 2##O, na 1i"lioteca da ni%ersidade da 1asil'ia&
7o seu livro The Sceptical Chymist , "ulicado em 1HH1, 3oert Bo!le atacou a doutrina tradicional dos uatro elementos como -undamento de toda a materia cor"oral/ 8le demostrou ue a terra, %ua e ar n$o s$o cor"os indivis*veis, mas s$o com"ostos de vrios constituintes u*micos/ 8le acreditou ue, -aDendo assim, ele haveria destru*do a aluimia em suas ra*Des/ 6 ue ele na verdade destruiu n$o -oi a aluimia verdadeira, mas uma conce"#$o im"er-eita e malcom"reendida da doutrina tradicional dos uatro elementos, > ue os verdadeiros aluimistas nunca consideraram terra, %ua, ar e -o%o como sustncias cor"orais e u*micas, no atual sentido da "alavra/ 6s uatro elementos s$o sim"lesmente as ualidades "rimrias e mais %erais atravGs das uais a sustncia amor-a e "uramente uantitativa de todos os cor"os revelamse em -ormas di-erenciadas/ A essência imutvel de cada elemento tamGm n$o tem nada a ver com ualuer indivisiilidade cor"oral/ 8 na realidade, o -ato de ue a %ua se>a com"osto de hidro%ênio e oi%ênio, e o ar de hidro%ênio e nitro%ênio, de nenhuma -orma altera a e"eriência imediata das uatro Kcondi#EesK -undamentais da materia cor"oral, de ue terra, %ua, ar e -o%o s$o os eem"los mais %erais/ Mesmo os constituintes u*micos nos uais os três "rimeiros itens "odem ser decom"ostos reduDemse a estas cate%orias/ Uma certa di-iculdades em com"reender a doutrina a res"eito dos uatro elementos "ode sur%ir do -ato de ue enuanto esses uatro Kmodos de mani-esta#$oK s$o, de um lado, a di-erencia#$o ualitativa "rimria de materia, eles, contudo, na medida em ue sua rela#$o com os cor"os verdadeiros G considerada, desem"enha o "a"el de sustncias "assivas e ue "odem ser O;
moldadas/ 7esse .ltimo as"ecto, es"eci-icamente como -undamentos materiais ou sustanciais, os uatro elementos "odem ser com"arados como -oi -eito "or ar3Db (3haDes), "or eem"lo com estados mais ou menos densos de sustncias cor"orais, ou atG mesmo com vrios ti"os de vira#$o, emora todas essas analo%ias se>am a"enas a"roimadamente adeuadas, > ue os elementos em si mesmos "ermanecem alGm (ou ao lado) de mani-esta#$o cor"oral, na medida em ue a materia de todo o mundo cor"oral G ela mesma im"erce"t*vel/ 0e tudo isso "odese ver ue uma aluimia consciente de seus -undamentos cosmol?%icos n$o "oderia acreditar ue seria atravGs de "rocedimentos u*micos ue os uatro elementos -oram reduDidos um ao outro, e a suas sustncias comuns su>acentes como a arte hermGtica ensinou/ 'e esse ensinamento era de -ato se%uido em seu sentido real, ela a"enas "oderia distanciar de um n*vel de em"irismo eterior a uma Kdimens$oK ontol?%ica com"letamente diversa/ 0e acordo com os aluimista ocidentais e orientais, os elementos nunca est$o "resentes nos cor"os em sua -orma "ura/ Cada sustncia cor"oral contêm todos os uatro elementos, com a "re"onderncia de um ou outro, e assim im"rimindo seu caractere na a"arência cor"oral/ Assim, a %ua comum n$o G idêntica ao elemento de mesmo nome, emora se>a sua mani-esta#$o mais imediata, e ao mesmo tem"o G essencialmente uma, tanto com ela como com o as"ecto "assivo da sustncia "rimordial ou universal/ 6 -ato de ue em todos os lu%ares, nos vrios n*veis da eistência, h li%a#Ees KverticaisK com os aruGti"os universais, si%ni-ica ue a conce"#$o cosmol?%ica da natureDa e tamGm toda arte nela aseada "ossui uma multi"licidade de si%ni-icados hieraruicamente arran>ada/ A ase comum dos uatro elementos, uando se olha s coisas em %eral e de um modo sintGtico, n$o G nada alGm do ue a materia prima do mundo/ 6lhando s coisas mais eatamente, entretanto, os elementos n$o "rocedem diretamente da matGria"rima, mas de sua "rimeira determina#$o, o Gter, ue "reenche todo o es"a#o i%ualmente, e ue nos escritos alu*micos G chamado tanto de materia, uando uma 6uintaessentia de"endendo se G visto material ou ualitativamente/ H<
A mais com"leta e"osi#$o dos uatro elementos G encontrada na cosmolo%ia hindu de san*hya/ 0e acordo com ela, os elementos cor"orais, ou "hutas, ue "ertencem ao mundo material, no sentido mais am"lo do termo, corres"ondem em n.mero s medidas KessenciaisK ou tanmYtras, ue est$o contidas no su>eito co%nitivo/ Amos os %ru"os de determina#Ees "rimordiais, os tanmYtras tanto uanto os "hutas, derivam, em .ltima instncia do pra*riti (materia prima)/ 8les s$o -iltrados atravGs do ahan*Yra, o principium indi%iduationis ou consciência e%?ica, e divididos nos "?los o>etivos e su>etivos do mundo mani-esto/ 8ssa e"osi#$o dos elementos corres"onde eatamente conce"#$o hermGtica/ 8la tamGm mostra como as a"arências vis*veis "odem ser trans"ostas "ara o cam"o interior, "orue as tais tanmYtras tamGm KmedemK -enWmenos "s*uicos/ 'e os elementos s$o listados na ordem de seu KuilateK ou KsutileDaK, a terra ocu"a o lu%ar mais aio e o ar, o mais alto/ 'e, contudo, eles s$o ordenados de acordo com as dire#Ees do seu movimento, o -o%o ocu"a o lu%ar mais alto a terra G caracteriDada "elo seu "eso+ ela "ossui uma tendência descendente/ A %ua G tamGm K"esadaK, mas tamGm tem a ca"acidade de Ketens$oK/ 6 ar tanto aumenta como se estende, ao "asso ue o -o%o a"enas aumenta/ 0e acordo com a tradi#$o hermGtica, a ordem natural dos elementos G re"resentada tanto "or uma cruD, cu>o "onto central ent$o corres"onde a 6uinta essencia, ou "or c*rculos concêntricos, em cu>o caso a terra G o "onto mediano, e o -o%o o c*rculo mais eterior/ 0e novo, ela "ode ser re"resentada "elas "artes individuais do K'elo de 'alom$oK, ue consiste em dois trin%ulos euilteros, ue se intercedem/ 6 trin%ulo ue a"onta "ara cima △ corres"onde ao -o%o, e o trin%ulo ue a"onta "ara aio ▽ corres"onde %ua/ 6 trin%ulo re"resentando o -o%o, com o lado horiDontal do outro trin%ulo, re"resenta o ar & enuanto o o"osto desse s*molo re"resenta a terra %/ o 'elo de 'alom$o com"leto Y re"resenta a s*ntese de todos os elementos, e assim a uni$o de todos os o"ostos/
H1
` A conce"#$o tradicional de materia como o -undamento "assivo e rece"tivo de toda a multi"licidade e di-erencia#$o torna "oss*vel a"licar o mesmo conceito -ora do dom*nio cor"oral/ Assim, "odese -alar de materia da alma, dado ue o "lano "s*uico tamGm consiste de uma Kim"ress$oK m.lti"la e mutvel de -ormas essenciais, e assim "ossui um "?lo ativo (ou essencial) e "assivo (ou sustancial ou KmaterialK)/ 6 "?lo sustancial da alma, em outras "alavras sua materia, G e"ressado na sua ca"acidade de assumir e manter -ormas, vale diDer, na sua Krece"tividadeK "ura e ilimitvel/ 8ste G o seu lado -eminino e "odese conceêlo uase literalmente, > ue na natureDa da mulher esse as"ecto da alma "redomina, e mesmo se mostra -isicamente/ 7a mulher, alma e no cor"o est$o relativamente -echados um ao outro, como resultado das caracter*sticas K"assivasK comuns a amos um -ato ue enorece o cor"o mas vincula a alma/ As K-ormasK assumidas "ela KsustnciaK ou KmatGriaK da alma vêm tanto de -ora como de dentro/ Isso si%ni-ica ue, em"iricamente, eles vêm de -ora, atravGs dos sentidos/ 8les s$o -ormas essenciais a"enas na medida em ue corres"ondem aos aruGti"os imutveis contidos no Intelecto, ue constitui o conte.do real de todo o conhecimento/ 6 "?lo essencial da alma G assim o Intelecto (ou 8s"*rito)/ 8le G sua K-ormaK/ 8ssa e"ress$o "ode muito em soar "eculiar/ 8la n$o deve ser considerada de modo a si%ni-icar ue o Intelecto em si mesmo tem ualuer K-ormaK "articular/ 'e atG mesmo o termo K-orma essencialK "ode ser a"licado ao Intelecto, G a"enas "orue na sua a#$o sore a materia de uma dada alma ele im"rime a K-orma "essoalK da alma, e ent$o, >untamente com esse .ltimo, -orma o ser "essoal/ elas mesmas raDEes ou se>a, havendo considerado o interrelacionamento do es"*rito e alma, e em raD$o de ue a sin%ularidade ualitativa da "essoa vem do 8s"*rito , G "oss*vel -alar de Kes"*ritoK de um ser "articular, ou de Kes"*ritosK no "lural/ Assim, G no caso de uma luD, de ue um raio ou um -eie de raios G interce"tado numa su"er-*cie re-letora+ a luD em si mesma n$o tem nenhuma dire#$o "articular, ela se es"alha "or todo o es"a#o/ 7o seu relacionamento com a H5
su"er-*cie re-leora, contudo, ela tem uma dire#$o, e "arece, sem ualuer mudan#a essencial de natureDa, como se -osse um raio/ 8nt$o tudo o ue G es"*rito G K-eito de conhecimentoK e com"letamente um com a LuD da Verdade/ 8 ainda uando o es"*rito est "resente na alma, ele a"arece como um ser individual/ Como es"*rito e alma n$o "odem ser circunscritos como duas coisas cor"orais, ualuer com"ara#$o ue se "ossa -aDer "ara transmitir seu relacionamento rec*"roco G de al%uma muito sim"lista e muito im"er-eito/ A"esar disso, tais com"ara#Ees transmitem muito mais do ue um es-or#o de descri#$o "sicol?%ica, ue necessariamente relaciona tudo unicamente ao "lano "s*uico, resultando ue o "?lo es"iritual a"enas G "erceido indiretamente, como um as"ecto "articular do mundo "s*uico/ Isso ocorre, "or eem"lo, na distin#$o "sicol?%ica entre animus e anima, ue tem a mais remota cone$o real entre es"*rito e alma, como G mostrado "elo -ato (entre outras coisas) de ue animus recee uma inclina#$o KracionalK/ 7a realidade, G a"enas uma re-le$o "s*uica e "assiva do es"*rito/ 7o seu livro Qn the Adornment of the Spititual Marria(e (Livro II, Ca"*tulo ), 3u!sroek escreve+ K8m todo homem h, "or natureDa, uma tri"la unidade, ue alGm disso, no caso dos >ustos, G sorenatural/ A "rimeira e mais alta unidade encontrada no homem G 0eus, > ue todas as criaturas de"endem da Unidade 0ivina "ara a "er-ei#$o de seu ser, vida e eistência/ 'e eles "udesse dissolver esse relacionamento, eles cairiam no nada e seriam aniuilados/ 8ssa unidade G em n?s essencialmente natural, uer se>amos ons ou maus/ 'em nossa coo"era#$o, n$o nos -aD nem santos nem emaventurados/ 8nuanto essa unidade est em n?s, ela est ao mesmo tem"o acima de n?s como -undamento e su"orte de nossa vida/ KA se%unda uni$o, ou unidade, est da mesma -orma "resente em n?s naturalmente/ Tratase da unidade das -aculdades su"eriores, uma unidade ue deriva do -ato de ue, considerandose sua atividade, essas -aculdades saltam naturalmente da unidade do "r?"rio 8s"*rito/ 8la continua a mesma unidade ue n?s "ossu*mos em 0eus, mas aui ela G considerada do lado ativo, e n$o do "onto de vista da essência/ 6 HJ
8s"*rito est t$o "resente em uma unidade como em outra, com toda a com"letude do seu ser/ 8ssa se%unda unidade n?s "ossu*mos em n?s mesmos, em acima do terreno dos sentidos/ 0ela derivam o "ensamento, a raD$o, o dese>o e todas as "ossiilidades da atividade es"iritual/ Aui a alma com"orta o nome de es"*rito/ KA terceira unidade ue em n?s est naturalmente consiste no dom*nio das -aculdades in-eriores, ue tem sua sede no cora#$o, a ase -onte da vida animal/ Z no cor"o, e es"ecialmente na a#$o do cora#$o, ue a alma "ossui essa unidade, a "artir da ual todas as atividades do cor"o e os cinco sentidos "rocedem/ Aui leva seu verdadeiro nome, alma, "ois G a K-ormaK do cor"o ue ela anima, o cor"o ue ela -aD viver e mantGm vivo/ K8ssas três unidades ue est$o no homem "or natureDa constituem uma s? vida e um s? reino/ 8m sua unidade in-erior essa vida G sensorial e animal na unidade intermediria ela G racional e es"iritual na unidade su"erior, ela est contida na sua "r?"ria essência/ Isso "ertence a todos os homens "or natureDa///K 3u!sroek caracteriDa a alma no senso literal da "alavra (anima, psy6ue), "or sua tendência em dire#$o s -aculdades sensoriais, atravGs do ue ele -aD men#$o aos n*veis da alma individual em"*rica, em contra"osi#$o ao es"*rito/ Mas o relacionamento es"*ritoalma "ode tamGm ser visto de uma outra -orma/ Quando ele -ala da alma como materia do es"*rito, n?s n$o ueremos a"enas si%ni-icar o mero tecido de uma consciência e%?ica, mas antes a ca"acidade "assiva e rece"tiva ue su>aD em maior "ro-undidade, e ue "recisamente G velada "ela haitual rela#$o -eita entre alma e sentidos/ A "oss*vel con-us$o da alma, considerada como e%o, com o cor"o a torna -ra%mentria e, num certo sentido cristaliDada, e isso a im"ede de re-letir o 8s"*rito livremente e sem distor#Ees/ 6 ue corres"onde alma ca?tica no "lano mineral G a condi#$o dos metais comuns, es"ecialmente o chumo, ue na sua oscuridade e "eso assemelhase a uma massa im"er-eita/ 0e acordo o -amoso m*stico islmico Muh!i 2d0bn in 2Arab, o ouro corres"onde s condi#Ees saudveis e ori%inais da alma ue, livremente e sem distor#Ees, re-lete o H
8s"*rito 0ivino na sua essência, enuanto o chumo corres"onde sua condi#$o KdoenteK, distorcida e KmortaK, ue n$o re-lete mais o 8s"*rito/ A verdadeira essência do chumo G o ouro/ Cada metal comum re"resenta uma uera no euil*rio ue somente o ouro "ossui/ 8m usca de liertar a alma de sua coa%ula#$o e "aralisia, a sua -orma essencial e a sua materia devem ser dissolvidas da sua comina#$o im"er-eita e unilateral/ Z como se o es"*rito e a alma devessem ser se"arados um do outro, com o o>etivo de, a"?s esse Kdiv?rcioK, KcasaremseK novamente/ A materia amor-a G ueimada, dissolvida e "uri-icada, em vista de ser cristaliDada novamente na -orma de um cristal "er-eito/ A -orma da uma alma assim KrenascidaK G distin%u*vel do 8s"*rito ue tudo aarca, na medida em ue continua "ertencente eistência condicionada/ Mas ao mesmo tem"o ela G trans"arente LuD indi-erenciada do 8s"*rito, e em uma uni$o vital com a materia "rimordial de todas as almas "orue o -undamento KmaterialK ou KsustancialK da alma, assim como seu -undamento essencial ou ativo, tem uma natureDa unitria/ Que todas as almas s$o K-eitas de uma sustnciaK "ode ser conhecido do -ato de ue os KmovimentosK (emo#Ees) da alma de todas as criaturas vivas a"esar da imensa variedade de es"Gcies e n*veis de consciência s$o -eitos de maneira similar/ odese diDer ue eles s$o como as ondas de um mesmo mar/ A doutrina e o simolismo alu*micos nunca tiveram em vista a Ketin#$oK com"leta (es"iritual) do individual, como o mo*sha hindu, o nir%ana do Budismo, o fanY u l)fanY8 'u-i, e como a unio mystica ou deificatio crist$ no sentido mais alto dessas duas e"ressEes/ Isso "orue a aluimia G aseada em uma vis$o "uramente cosmol?%ica, e "or isso "ode a"enas ser trans"ortada indiretamente "ara o cam"o meta c?smico ou divino/ 0esde ue, entretanto, as realiDa#Ees alu*micas "odem ser re"resentadas como um caminho "ara o mais alto de todas as metas, ela -oi contudo incor"orada no misticismo crist$o e islmico/ A transmuta#$o alu*mica "ermite o contato direto do centro da consciência humana com auele raio divino ue irresistivelmente atrai a alma "ara cima, e a "ermite saorear "or anteci"a#$o o 3eino dos CGus/ HO
` A a"lica#$o de conceitos mutualmente com"lementares de forma e materia ao mito da alma torna claro em ual senso determinadas in-orma#Ees sens*veis, como os uatro elementos, "odem ser trans"ostos ao "lano "s*uico/ Assim como a materia cor"oral, ue se mani-esta mais -acilmente nos uatro elementos, assim a materia da alma, no seu desenvolvimento, tem diversas tendências mutualmente o"ostas/ 8la tem uma tendência KdescendenteK em dire#$o inGria e densidade terrena ao mesmo tem"o, ela tem a tendência ascendente, como o elemento -o%o, em dire#$o ao 8s"*rito/ 7ovamente, tem uma tendência em rela#$o e"ans$o uma inGrcia tanto "assiva como relativamente inerte, como auela da %ua, ou mais ativa e m?vel, como auela do ar/ A"licada alma, KterraK G auele as"ecto ou tendência ue causa um mer%ulho dentro do cor"o, e ue o vincula a este/ KFo%oK tem o mesmo carter "uri-icador e transmutador do -o%o vis*vel/ K@%uaK G ca"aD de assumir todas as -ormas/ 7a sua natureDa ori%inal e incorru"ta, a %ua G, nas "alavras de '$o Francisco de Assis, umile e preziosa e casta/ ara a alma, o KarK, livre e m?vel, envolve todas as -ormas de consciência/ 6s si%nos dos uatro, derivados do 'elo de 'alom$o, s$o "articularmente claros uando a"licados alma/ A "artir deles, "odese ver ue a "luralidade dos elementos ori%ina se da o"osi#$o do -o%o △ e %ua ▽, ou se>a, do "ar atividade "assividade (ue oviamente corres"onde ao "ar forma)materia)/ Z a mesma o"osi#$o ue encontraremos na -orma do eno-re e do merc.rio/ AtravGs da uni$o dos o"ostos Y a alma se trans-orma em K-o%o -lu*doK e K%ua *%neaK, e ao mesmo tem"o tamGm aduire as ualidades "ositivas dos outros elementos, de maneira ue a sua %ua G Ks?lidaK e o seu -o%o Kn$o se ueimaK "ois o K-o%oK da alma G o ue d solideD sua K%uaK, enuanto K%uaK da alma con-ere ao K-o%oK a suavidade e a uiuidade do KarK/ 6s Kelementos interioresK "odem tamGm ser considerados como ualidades "uras do es"*rito, e, em .ltima instncia, como as"ectos imutveis do 'er/ Vistos "or esse lado, HH
a sua uni$o e reconcilia#$o consiste no -ato de ue em cada ualidade individual dos elementos os outros est$o tamGm contidos, "orue o 'er "uro G ao mesmo tem"o sim"les e ineaurivelmente rico/ 6 si%ni-icado su"erior da aluimia G o conhecimento de ue tudo est contido em tudo, e o seu ma(isterium n$o G outro alGm da realiDa#$o dessa verdade no "lano da alma/ 8ssa realiDa#$o G e-etivada atravGs da cria#$o do KeliirK, ue concentra em si "r?"rio todos os "oderes da alma, e assim atua como um K-ermentoK transmutadorK no mundo "s*uico, e de uma maneira indireta, tamGm no mundo vis*vel/ Assim como n$o h nenhuma sustncia cor"oral ue G com"letamente se"arada dos modos su"eriores de ser, G "oss*vel em certas circunstncias trans"ortar os "oderes "ertencentes a alma ou es"*rito a uma sustncia cor"oral, e ent$o, em determinado sentido, eles se unem a ela/ Assim, o eliir interior dos aluimistas "ode ter, em al%uns casos, uma contra"artida eterior/
HP
CANTUL6 O LA78TA' 8 M8TAI' 6s aluimistas desi%nam os vrios metais atravGs dos mesmos s*molos ue eles atriuem aos "lanetas, e muitas veDes atG mesmo d$o aos metais e "lanetas o mesmo nome/ Ao ouro eles chamam KsolK, "rata, KluaK, ao merc.rio, Kmerc.rioK (uicksilver), ao core, KvênusK, ao -erro, KmarteK, ao estanho, K>."iterK, e ao chumo, KsaturnoK/ As corres"ondências assim estaelecidas demonstram claramente o relacionamento entre a aluimia e a astrolo%ia, uma rela#$o aseada nauela lei ue a Tua da 8smeralda e"ressa nas se%uintes "alavras+ K6 ue est emaio G como o ue est acimaK/ A astrolo%ia e a aluimia, ue na sua -orma ocidental derivam da tradi#$o hermGtica, relacionamse uma outra como cGu e terra/ A astrolo%ia inter"reta o si%ni-icado do Dod*aco e dos "lanetas e a aluimia, o si%ni-icado dos elementos e dos metais/ 6s doDe si%nos do Dod*aco s$o uma ima%em sim"li-icada dos aruGti"os imutveis contidos no Intelecto 0ivino/ 6s elementos -o%o, ar, %ua e terra, "or outro lado, mani-estam simolicamente a "rimeira e -undamental di-erencia#$o da sustncia "rimordial ( materia prima, hyle)/ Considerando ue os "lanetas, em virtude da "osi#$o de um em rela#$o ao outro, mani-estam de modos di-erenciados e tem"orais as "ossiilidades contidas no Dod*aco, e assim re"resentam os caminhos de a#$o do 8s"*rito 0ivino, KdescendoK do CGu terra, os metais, "or sua veD, re"resentam os "rimeiros -rutos da sustncia elemental5, KamadurecidoK "elo 8s"*rito ou Intelecto/ A aluimia ensina ue os metais -oram %erados no ventre escuro da terra, so a in-luência dos sete "lanetas sol, lua e os cinco "lanetas vis*veis a olho nu/ 8sse modo de ver as coisas n$o deve ser considerado uma e"lica#$o -*sica/ 8le indica como as mani-esta#Ees materiais derivam essencialmente mas n$o -isicamente, dos dois "rinci"ais "?los da 58"resado con cierta osad*a, el metal es una -orma es"iritual de la materia cor"oral, mientras ue los "lanetas o los astros re"resentan en %eneral una -orma cor"oral del es"*ritu/
H=
eistência/ 7os re%imes com"lementares de estrelas e metais, > um ti"o de escala ontol?%ica, "ara o ual todos os as"ectos da natureDa "odem ser relacionados/ Isso G verdade n$o a"enas no caso da natureDa Kvis*velK, o macrocosmo, mas tamGm "ara o microcosmo, o ue vale diDer, a constitui#$o "sico-*sica do homem/ Assim como na aluimia h metais interiores, assim tamGm na astrolo%ia h "lanetas interiores/ Uma certa mutailidade no em"arelhamento de metais e "lanetas sur%e do -ato de ue al%umas escolas alu*micas consideram o merc.rio, em raD$o de sua KvolatilidadeK e o seu e-eito sore outros metais, n$o como um metal ou Kcor"oK, mas como um a%ente voltil ou Kes"*ritoK/ 8m tais casos, um metal diverso do merc.rio toma seu lu%ar na escala dos sete metais al%umas veDes uma li%a/ 6 ue G essencial G ue cada um dos sete metais re"resentam um Kti"o de-initivoK, ue inclui todo um %ru"o de metais mutualmente relacionadosJ/ A dualidade dos "?los ativo e rece"tivo da eistência e"ressa no com"lementarismo de cGu e terra, ou de "lanetas e metais, re-letese em cada um dos dois %ru"os no relacionamento entre sol e lua e entre ouro e "rata/ 6 sol, ou ouro, G, de certo modo, a encarna#$o do "?lo ativo e %erador da eistência, enuanto ue a lua, ou "rata, encarna o "?lo rece"tivo, a materia prima/ 6uro G sol sol G es"*rito/ rata, ou lua, G alma/ 6s outros metais, e os outros "lanetas, "artici"am em di-erentes %raus nos dois "?los da eistência/ 7enhum dos "?los mani-estase com"letamente em ualuer um deles/ A %radua#$o das ualidades c?smicas mani-estada ativamente nos "lanetas e "assivamente nos metais G claramente e"ressa nos sete s*molos ue re"resentam tanto "lanetas uanto metais/ 8les est$o listados aui na ordem das ?ritas "lanetrias como vistas da terra+
J Al%unos aluimistas helenos sit.an el electr?n en el lu%ar del mercurio/
H;
R
s
t
q
Lua
Merc.rio
Vênus
'ol
rata
Merc.rio
Core
6uro
v
w
Marte
X."iter
'aturno
Ferro
8stanho
Chumo
8m contra"osi#$o ao modo usual de re"resentar o s*molo de marte com uma seta u (uma -?rmula ue desvia com"letamente do estilo dos outros s*molos), marte G aui re"resentado "or um c*rculo com uma cruD sore ele/ odemos su"or ue marte era anti%amente desi%nado dessa -orma e ue o s*molo atualmente mais usado -oi introduDido com o -im de distin%uilo de vênus, em ma"as do cGu sem uma indica#$o clara de onde estava a "arte su"erior e onde a "arte in-erior/ 6 uso do s*molo anti%o "ara marte como uma desi%na#$o da terra, a"enas sur%iu com a conce"#$o heliocêntrica, e ele n$o G di-erente do s*molo Crist$o do %loo encimado "ela cruD/ Assim, os sete s*molos "lanetrios s$o -ormados a "artir de três -i%uras sicas+ o c*rculo, o semic*rculo e a cruD/ Como o c*rculo G tamGm o s*molo do sol, e o semic*rculo o da lua, essas duas -i%uras "odem ser consideradas como re"resenta#Ees da ?rita com"leta e de meias ?ritas do sol, res"ectivamente/ A inter"reta#$o es"iritual de modo al%um -oi alterada "or isso, > ue a meia ?rita do sol, ue mede uma das duas -ases do ano, est contida na ?rita com"leta, assim como a luD da lua "rocede inteiramente do sol/ A terceira -i%ura sica, a cruD, recorda, astronomicamente -alando, a cruD das uatro dire#Ees do es"a#o, e aluimicamente -alando, os uatro elementos/ Inscritas, as três -i%uras sicas d$o ori%em Kroda CelestialK+ ;/ Assim, nos sete s*molos n?s encontramos uma e"ress$o da hieraruia c?smica inte%ral, ue -oi mencionada acima/ 8ssa hieraruia G o resultado da "olariDa#$o da eistência em um "?lo ativo, ou masculino q e um "assivo, ou -eminino R, e essa ori%em devese ao -ato de ue a in-luência do "rimeiro no .ltimo (ue desem"enha o "a"el da materia P<
"lstica) G im"rimir condi#Ees nesse .ltimo, ue Kse cruDamK mutuamente / Que sol e lua corres"ondam aos dois "?los da eistência "ode ser visto tanto na rela#$o entre a -onte da luD e a su"er-*cie ue a re-lete como no -ato de ue a -orma da lua mudase, enuanto a do sol sem"re "ermanece a mesma/ 6 "orvir "ertence ao lado "assivo, enuanto o Ato uro da 8ssência "ermanece im?vel/ A terceira -i%ura sica dos s*molos "lanetrios, a cruD, G o mais %enGrico dos s*molos ue re"resentam a di-erencia#$o (so a in-luência do "?lo ativo) das "ossiilidades latentes na materia "assiva/ Z a cruD dos uatro elementos/ Z im"ortante lemrar ue o sol, ou ouro, n$o G o "?lo ativo como tal, mas a"enas seu "rinci"al re-leo em um determinado dom*nio/ 6 mesmo G verdade a res"eito da lua, ou "rata, ue corres"onde ao "?lo "assivo/ 8stritamente -alando, o s*molo do "?lo "assivo n$o tem -orma "r?"ria, assim como a materia prima tamGm n$o tem -orma/ 8la "ode assim a"enas ser o com"lemento ou a -ra%menta#$o do s*molo do "?lo ativo, da* "orue o semic*rculo, a lua crescente e a meia?rita solar simoliDam a causa "assiva/ Assim, G essa unidade do ouro em si mesma toda KluD metlicaK ou toda KcorK, enuanto a "rata, como um es"elho, G incolor/ 6s "lanetas (eceto o sol e a luD) e os metais comuns, s$o varia#Ees de um .nico "rot?ti"o, ue se encarna totalmente a"enas no sol e no ouro/ 7eles tanto a causa solar como a causa lunar s$o "redominantes sem, contudo, realiDarem e"ress$o com"leta, "orue as diversas comina#Ees de c*rculo e semic*rculo com a cruD si%ni-ica uma determinada ru"tura do euil*rio ori%inal dos elementos/ Toda ru"tura desse euil*rio (consoante, nesse s*molo, a -i%ura solar ou lunar este>a localiDada acima, aaio ou no tra#o horiDontal da cruD) G associada a uma ualidade di-erente/ Assim, no s*molo de 'aturno (w) ou chumo, o crescente est li%ado "arte in-erior da cruD, no "onto mais aio, vale diDer, de ordem material o chumo, de -ato, sendo o mais denso e Kca?ticoK dos metais/ 7o s*molo de X."iter (v), o crescente est li%ado linha horiDontal/ 0o "onto de vista alu*mico, isso corres"onde "osi#$o intermediria do estanho entre o chumo e a "rata/ 6 s*molo P1
com o crescente na "arte mais alta da cruD n$o eiste/ 8le "oderia corres"onder ao s*molo da lua, "orue onde a causa lunar G "redominante, ela dissolve as di-erencia#Ees elementares, matGria"rima sendo "ura rece"tividade in-orme, como a %ua/ 0e outro lado, h um s*molo (de Vênus ou core t) no ual o sol a"arece sore uma cruD, "orue a causa -ormal ativa n$o dissolve as di-erencia#Ees elementais, mas, em lu%ar disso, as re-or#a, antes de traDêlas ao euil*rio "er-eito, na -orma de ouro/ 0e acordo com Basilius Valentinus, o core contGm um ecesso de "oder solar n$o-iado, como uma rvore ue tem muita resina/ 'eu o"osto, tanto no ue res"eita o seu s*molo como a sua natureDa, G o -erro nele o sol "ode ser encontrado aaio da cruD, e assim escondido na escurid$o da terra/ 7a conce"#$o %eocêntrica, Marte ( U) e Vênus (t) est$o "r?imos um do outro eles s$o o "ar mitol?%ico de amantes/ 6 .nico s*molo, auele de Merc.rio (Mercur! or uicksilver) contGm todas as três -i%uras sicas+ a cruD, o c*rculo e o semic*rculo/ 7ele a causa lunar "redomina sore a solar, ue "or sua "arte K-iaK a cruD dos "ares de o"ostos elementais/ 7?s "odemos voltar -reuentemente a esse s*molo, "orue ele G a chave verdadeira "ara o traalho alu*mico, assim como o Merc.rio, ou 9ermes, G o "redecessor da aluimia/ 8ntretanto, deienos diDer ue esse s*molo e metal a ue ele corres"onde e"ressa materia prima, como o "ortador de todas as -ormas/ 6 metal merc.rio G do mesmo modo o KventreK de todos os metais, enuanto a "rata assemelhase condi#$o vir%inal da "ura materia prima/ Isso tamGm e"lica "orue os aluimistas re"resentam a causa -eminina ou KmateriaK materia na medida em ue isso entra em seu traalho tanto "ela luD (ou "rata) como "elo merc.rio (uicksilver)/ 8sse .ltimo corres"onde ao "oder "rodutivo da materia, seu as"ecto dinmico, assim como o eno-re, o Ko"ostoK do merc.rio, G o "oder ativo da causa solar ou masculina/ 8m certo sentido, a teoria chinesa a res"eito do sol e da lua "ode ser a"licada ao ouro e "rata+ o sol, diDem os chineses, G yan( cristaliDado, e a lua, yin cristaliDado/ 0o mesmo modo, o ouro G Keno-reK cristaliDado ou esttico, e a "rata G Kmerc.rioK cristaliDado/ Z necessrio oservar ue todas essas rela#Ees n$o "odem ser com"reendidas P5
em sentido -*sico, mas no conteto de uma cosmolo%ia ue vai "ara alGm do dom*nio cor"oral/ A sGrie de sete s*molos dos "lanetas e metais "ode ser considerada como uma re"resenta#$o sim"li-icada de um dado dom*nio cosmol?%ico/ 8m todo o dom*nio h o ue "odemos chamar centro, vale diDer, um "onto alto ualitativo, no ual o "rot?ti"o ou causa, ue %overna todo o dom*nio, revela a si mesmo de modo mais com"leto e imediato/ Assim G o ouro entre os metais, a "edra "reciosa entre outras "edras, a rosa ou o l?tus entre as -lores, o le$o entre os uadr."edes, a %uia entre os "ssaros, e o homem entre as criaturas vivas na terra/ 8m cada caso, a mani-esta#$o KcentralK G Kes"lêndidaK, "orue, como s*molo, G t$o com"leta e inte%ral uanto "oss*vel/ elo contrrio, as mani-esta#Ees K"eri-GricasK s$o mais ou menos KsicasK, na medida em ue elas e"ressam a"enas ualidades ou as"ectos incidentais de um "rot?ti"o/ Aui "ode ser notado ue enuanto o homem, na sua natureDa es"ec*-ica, sem"re re"resenta simolicamente o centro do dom*nio terrestre, isso n$o G necessariamente dessa -orma em rela#$o sua individualidade/ 6 animal sem"re "ermanece -iel -orma essencial de sua es"Gcie/ 8m um modo "assivo, ele "artici"a dauele raio do Intelecto 0ivino ue se releva nele, atravGs da sua eistência mesma/ (6 assim chamado KinstintoK dos animais "ertence sua "artici"a#$o "assiva no Intelecto/) 6 homem, "or outro lado, G criado com o "ro"?sito de "artici"ar ativamente do Intelecto 0ivino, do ual ele G o re-leo KcentralK/ A"enas uando ele a%e assim G ue ele G verdadeiramente o centro do mundo terreno, e atG mesmo em "ro"or#$o sua identi-ica#$o com o Intelecto de todas a mani-esta#$o -ormal ou do cosmos inteiro/ A KrealiDa#$oK do centro do mundo terreno G a meta real da aluimia, e tamGm o si%ni-icado mais "ro-undo do ouro/ 6uro G um Kcor"oK como os outros metais, mas a massa, a densidade e a divisiilidade dos 8s de oservar, sin emar%o, ue s?lo un cam"o com"leto de la eistencia "osee un centro indiscutile s?lo el homre es el centro indiscutile de toda la eistencia terrena/ or el contrario, ha! cam"os "arciales con centros relativos ue se mani-iestan a menudo en -ormas diversas, las cuales se com"lementan entre s*/ or e>em"lo, en el reino de las aves tenemos, adems del %uila, el ruiseor, la "aloma, el "avo real, el cisne e incluso la lechuDa, ue, cada uno a su modo, re"resentan un centro/
PJ
cor"os nele -oram transmutadas em ualidades "uras e sim?licas/ 8le G luD encarnada/ 6s "r?"rios aluimistas muitas veDes descrevem a meta do seu traalho como uma KvolatiDa#$o do s?lidoK ou uma Ksolidi-ica#$o do voltilK ou como uma Kes"iritualiDa#$o do cor"oK e uma Kencarna#$o do es"*ritoK/ 6 ouro n$o G nada alGm disso/ A"enas no s*molo do ouro o "onto central do c*rculo G indicado, o ue si%ni-ica ue a"enas no ouro a unidade essencial do aruGti"o, com seu re-leo material, encontra e"ress$o/ 0o mesmo modo, G a"enas no homem "er-eito ue a similaridade da criatura com 0eus G es"iritualmente e-etiva/ ` 7as "alavras da KTua da 8smeraldaK de acordo com as uais o ue est aaio G como o ue est acima, e o ue uer ue este>a em cima G como o ue est aaio h uma re-erência a uma es"Gcie de invers$o, como em um es"elho, nos dois lados/ 7a realidade, a K%radua#$oK dos metais (de acordo com a sua maior ou menor similaridade com o ouro) G inversa uela dos "lanetas, ue %oDam de uma classe su"erior, uanto mais distantes estiverem suas ?ritas do centro da terra/ Uma ece#$o aui G o sol, ue corres"onde ao ouro, e cu>a es-era est no meio entre duas sGries de três ?ritas "lanetrias/ Acima do 'ol, de aio "ara cima, est$o as ?ritas de Marte, X."iter e 'aturno/ Aaio dele, em ordem descendente, em dire#$o Terra, est$o as ?ritas de Vênus, de Merc.rio e a Lua/ 'e, em dire#$o "ara cima e "ara -ora, adicionarmos as estrelas -ias s es-eras "lanetrias, ent$o as sGries "odem ser com"letadas, na dire#$o descendente e na dire#$o do centro, "ela adi#$o da Terra/ 0e um modo ou de outro, mesmo na conce"#$o %eocêntrica, o 'ol re"resenta um centro, inde"endentemente do -ato de ue como -onte de luD "ara todos os "lanetas ele G mesmo o seu centro/ A comina#$o das duas ordens sim?licas (nas uais, de um lado, a maior ou menor lar%ura dos KcGusK G soerana e, "or outro, a "osi#$o central do 'ol) tamGm sur%e na a"lica#$o das ualidades "lanetrias aos seres humanos/ Aui isso aduire um si%ni-icado ue G P
"articularmente instrutivo medida em ue a conce"#$o de mundo comum tanto aluimia como cosmolo%ia G considerada/
'aturno, cu>a ?rita, G a maior do "onto de vista da Terra, corres"onde inteli%ência, ou mais eatamente ao intelecto, enuanto a Lua, cu>a ?rita G a mais "r?ima do centro da Terra, G anlo%a ao Kes"*rito vitalK, ue li%a entre si alma e cor"o/ 8stes s$o os dois "?los etremos da ca"acidade da alma, "orue o es"*rito vital, ue %overna as atividades voluntrias do cor"o, como crescimento e di%est$o, e ue "or essa raD$o tem um carter mais KeistencialK ue KracionalK, G em certo sentido o"osto ao intelecto/ 8ntre esses dois "?los etremos, as outras -aculdades da alma est$o localiDadas/ 8les s$o comumente desi%nados e relacionados aos "lanetas de"endendo de ual lado, o do KconhecimentoK ou o da KvontadeK, levase mais em conta/ 8m todo caso, o 'ol corres"onde a uma -aculdade ue est no meio do caminho entre os dois "?los e em um certo sentido os uni-ica/ 0e acordo com Macroius (ue em seu comentrio ao 'onho de Ci"i$o considera a hieraruia dos "lanetas em cone$o com a doutrina "ita%?rico?r-ica da descida da alma do cGu su"erior terra) o 'ol G anlo%o -aculdade ue anima os cinco sentidos e sintetiDa suas im"ressEes/ 6 'ol G assim o aruGti"o PO
da vida da Kalma sensitivaK/ 0e acordo com outra e mais "ro-unda vis$o das coisas, auela de 2Ad alarbm alXblb, "or eem"lo, no seu livro sore o K9omem UniversalK ( al)insYn al)*Ymil )O, o 'ol G anlo%o ao cora#$o ( al)6al"), o ?r%$o do conhecimento intuitivo, uni-icador, ue transcende com"letamente todas as outras -aculdades da alma/ Assim como o 'ol d aos "lanetas a sua luD, assim a luD do cora#$o (morada do es"*rito ou intelecto) ilumina todas as outras -aculdades da alma/ KInteli%ênciaK G aui usada "ara traduDir ratio no sentido anti%o (e n$o no KracionalistaK) da "alavra (%re%o+ nousL rae+ al)a6l )/ Como -aculdade do "ensamento -undamental e com"reensivo, a inteli%ência, nesse sentido ou o intelecto humano est relacionada ao Intelecto 0ivino ue tudo com"reende/ 7o Intelecto 0ivino, contudo, os dois as"ectos KConhecimentoK e K'erK s$o amos "resentes, enuanto ue no intelecto humano s? h o as"ecto KconhecimentoK, "orue em certo sentido o intelecto humano G se"arado dauilo ue ele conhece/ Quanto maior e mais com"reensiva a sua vis$o mais se"arado do seu o>eto/ 6 Kes"*rito vitalK, de outro lado, G (su>etivamente e de acordo com a e"eriência comum) incondicionalmente imerso na eistência cor"oral/ 8sses s$o os dois limites etremos da consciência individual, e "odese diDer ue essa consciência G dividida entre mente ( nous) e cor"o/ 6 co(ito er(o sum (K"enso, lo%o eistoK) G imediatamente re-utado "elo -ato de ue o "ensamento n$o G ca"aD de aarcar o seu "r?"rio ser/ A e"ress$o KeistoK G tanto a e"ress$o de uma certeDa, transcendente e sem"re "resente, in-initamente acima de todo "ensamento, ou meramente da e"eriência comum da eistência cor"oral e individual, ue n$o -aD nada mais do ue acom"anhar "assivamente o "ensamento, "or mais ue isso "ossa ser envolvido "or uma verdadeira rede de ima%ina#Ees/ 6 conhecimento e o ser s$o re-letidos se"aradamente na consciência individual, como mente e cor"o/ ara liertarse dessa dualidade, a consciência deve retornar ao K'olK do cora#$o/ Como diDem os aluimistas, o Kcor"oK deve de novo tornarse Kes"*ritoK e o Kes"*ritoK, Kcor"oK/ OVGase traducci?n "arcial del autor+ KAd alarbm al0>blb, 0e lK9omme universel, trad/ "or T/ B/, Ar%el ! L!on, 1;OJ/
PH
A res"eito dos outro "lanetas, X."iter G %eralmente com"arado -aculdade da decis$o (em rae+ al) himmah)/ 8le assim re"resenta a -orma es"iritual ou intelectual da vontade/ \ Marte "ertence a cora%em AlXblb a ele atriui a Kima%ina#$o ativaK (al)-ahm)/ Amos os atriutos est$o relacionados vontade do Kdemiur%oK, inclinada "ara a terra/ 0e acordo com Macroius e todos os cosmolo%istas helen*sticos, Vênus G a estrela da "ai$o amorosa/ ara AlXbmb G acima de tudo G o aruGti"o da Kima%ina#$o "assivaK (al)*hiyYl ) , e est relacionado ima%ina#$o ativa de Marte como est a cola "ara o selo/ ara todos os cosmolo%istas, Merc.rio G o aruGti"o do "ensamento anal*tico (al)fi*r ) / \ Lua Macroius atriui a -aculdade de -orma#$o e movimento do cor"o/ Isso G de-inido ainda mais eatamente "or 'anto Alerto Ma%no como motus 6uos mo%et, in se6uendo naturam corporis, ut atrahendo, mutuando, au(endo et (enerando, e esses s$o eatamente os modos de a#$o do es"*rito vital ( spiritus %italis, ar)r/), ue alXblb
atriui Lua/ A hieraruia dos "lanetas G descendente, e a dos metais corres"ondentes, ascendente/ 6s "rimeiros s$o ativos os se%undos, "assivos/ Como matGria inerte, o metal n$o "ode ser s*molo nem da -aculdade Kco%nitivaK nem da KvolitivaK/ Assim, em raD$o de sua natureDa esttica e in-orme, ele G a e"ress$o de um estado similarmente esttico de consciência, vale diDer de uma consciência *ntima ue n$o G limitada "or -ormas mentais/ Isso n$o G outra coisa ue a consciência *ntima do cor"o individual/ Isso G a sua K-orma da almaK/ 0esse KmetalK os aluimistas "odem etrair Kalma metlicaK e o Kes"*rito metlicoK/ A consciência cor"oral ca?tica e Ko"acaK, sorecarre%ada com "aiEes e hitos, G um metal comum/ 7ele alma e es"*rito a"arecem su-ocados, somrios, misturados com a terra/ or outro lado, a consciência cor"oral KiluminadaK (metal KnoreK) G ela mesma um modo es"iritual de eistência/ A alma deve "rimeiro ser etra*da de um metal comum, diDem os aluimistas/ 6 cor"o remanescente deve ser "uri-icado e ueimado atG ue n$o -ica nada alGm de cinDas/ 8nt$o a alma deve ser reuni-icada com ele/ Quando o cor"o G assim KdissolvidoK na alma, ent$o amos constituem uma materia "ura, o 8s"*rito a%e na alma e con-ere a ela uma -orma incorru"t*vel/ Vale diDer, ele transmuta a PP
consciência cor"oral individual de volta sua "r?"ria "ossiilidade "uramente es"iritual, onde, em toda a sua com"letude e de acordo com a sua "r?"ria essência, ela "ermanece im?vel e indivis*vel/ Basilius Valentinus com"ara esse estado com o Kcor"o %loriosoK do ressuscitado/ 8nuanto ue a astrolo%ia, em sua ualidade de ciência te?rica, "arte sem"re do mais alto, ou se>a, dos aruGti"os cu>os s*molos celestes s$o os doDe si%nos do Dod*aco e, aseandose nas "osi#Ees dos "lanetas, os "ro>eta e entrela#a em sentido descendente, a aluimia, como arte ue enorece a matGria KmetlicaK, "arte da matGria ainda sem -orma, vale diDer, do mais aio e, "ortanto, n$o se -unda na -orma essencial, no aruGti"o, mas sim na matGria"rima, ue, como corres"onde sua natureDa "assiva, encontrase KemaioK/ (trecho etra*do da tradu#$o es"anhola n$o consta da tradu#$o in%lesa) Ao lado da hieraruia "lanetria, estaelecida em sentido inverso ordem dos metais, h tamGm uma ordem diversa e mais anti%a dos "lanetas ue G "aralela ordena#$o alu*mica/ Tratase da sua %rada#$o de acordo com KcasasK, cu>a distriui#$o no Dod*aco a"enas %anha si%ni-icado uando seus eios ordinrios est$o localiDados no lu%ar em ue, com toda a "roailidade, ela estava situada no Dod*aco ori%inal de a"roimadamente 5/<<< anos antes de Cristo/ 7o momento em ue o eio do solst*cio "assa entre Le$o e Cncer na "arte su"erior, ent$o, como resultado, as assim chamadas Kcasas "lanetriasK -icam simetricamente arran>adas/ Como Xulius 'chae mostrouH, h muitas su%estEes de ue essa "osi#$o dos cGus -oi -undamental "ara todo o simolismo astrol?%ico/ AlGm disso, "orue o si%ni-icado alu*mico dos s*molos "lanetrios G idêntico ao astrol?%ico, "odese "resumir ue a mesma ocasi$o tamGm assistiu ao nascimento da aluimia na -orma tradicional na ual ela eistiu atG os tem"os modernos/
H X/ 'chae, Archet!" und Tierkreis, Basilea, 1;O1/
P=
As Casas 0lanet9rias, c& a& 3OOO A&C&
Cada "laneta "ossui duas casas ad>acentes, uma esuerda e uma direita, ou uma -eminina e uma masculina, com ece#$o da lua e do sol, ue têm a"enas uma casa cada, e re%em, res"ectivamente, a metade -eminina e a metade masculina do Dod*aco/ 7a "osi#$o in-erior dessa -i%ura dos cGus, nos dois lados do solst*cio de inverno, no lu%ar da escurid$o e da morte, KhaitaK 'aturno, ue corres"onde ao chumo entre os metais/ 'eu s*molo (W) mostra o crescente lunar na "osi#$o in-erior/ 'imolicamente isso re"resenta a imers$o ca?tica da consciência no cor"o/ or outro lado, o s*molo de X."iter, ou estanho (V), ue no crescente ocu"a a "osi#$o su"erior se%uinte, tamGm indica o "rimeiro "asso na "erda da alma a "artir dos "ares de o"ostos elementais/ A KluaK da alma toca aui a linha horiDontal da cruD, ue si%ni-ica a e"ans$o c?smica/ Imediatamente aaio do eio mGdio horiDontal de todo o Dod*aco est$o as duas casas de Marte e, imediatamente, as de Vênus/ 'eus dois s*molos (U e T) s$o como ima%ens es"elhadas um do outro/ 6 s*molo de Marte, ue corres"onde ao -erro, eie uma cristaliDa#$o ou um mer%ulho do es"*rito no cor"?reo/ 7o s*molo de Vênus, ou core, "or outro lado, o KsolK P;
do es"*rito a"arece sore a KrvoreK das tendências elementais/ A cor do ouro se torna vis*vel, mas ainda n$o est "uri-icada/ 'ore ele est$o as duas casas de Merc.rio (ou 6uic*sil%er5& 'eu s*molo (S) G o .nico ue contGm as -i%uras tanto do sol como da lua/ 6 merc.rio ( 6uic*sil%er ) contGm em sua K%uaK lunar o %erme ardente, *%neo, do sol, assim como o "oder ori%inal da alma traD consi%o o %erme do 8s"*rito essencial/ ara os aluimistas, o merc.rio (6uic*sil%er ) G a Km$e do ouroK e o primum a(ens do seu traalho/ 6 sol e a lua colocamse um em o"osi#$o ao outro em suas casas no to"o do Dod*aco/ A lua ( R) G anlo%a alma em seu estado de "ura rece"tividade, e o sol G anlo%o ao es"*rito, ou mais eatamente, alma transmutada e iluminada "elo es"*rito, re"resentando a "er-eita uni$o do es"*rito, da alma e do cor"o/ 6 sol n$o a"enas meramente %overna em sua "r?"ria KcasaK/ 8le tamGm atravessa todo o Dod*aco, suindo atravGs do seu lado KmasculinoK e descendo atravGs do lado K-emininoK/ 6 Ksolst*cioK entre o descendente e o ascendente est no dom*nio de 'aturno, e no seu KcaosK "l.meo a vida do sol e do ouro est escondida/
Finis corruptionis et principio (erationis 4Q fim da corrupo e o comeo da (erao5& A luta entre as duas foras primordiais do sol e da lua, do En@ofre e do Mercrio no c8rculo celestial& P
=<
Do assim chamado Ripley Scro-le, na 1i"lioteca do 1ritish Museum&
6 mito alu*mico do 3ei 6uro, ue deve ser morto e enterrado, a -im de ue "ossa des"ertar de novo "ara a vida, e ue, ascendendo atravGs das sete domina#Ees (rG%imes) alcan#a a sua %l?ria su"rema, n$o G nada alGm de uma e"ress$o desse simolismo astrol?%ico/ 8sse simolismo, entretanto, G a re-le$o c?smica de uma lei secreta+ a centelha divina no homem corres"onde ao sol/ 8la "arece morrer uando a alma entra na casa de 'aturno/ 7a verdade, entretanto, ela sur%e outra veD e, ascendendo atravGs dos sete n*veis de consciência, trans-ormase em um Kle$o vermelhoK o eliir ue tudo transmuta/
=1
CANTUL6 H A 36TAS6 06' 8L8M87T6' Como dito acima, a aluimia es"iritual n$o se envo envolv lveu eu nece necess ssar aria iame ment ntee em o" o"er era# a#Ee Eess metal etal.r .r%i %ica cass concretas, ainda ue tenha -eito uso delas "or analo%ia/ 7$o se deve deve,, contu contudo do su"or su"or u uee ori%i ori%ina nalm lmen ente te o tra traal alho ho inte intern rnoo e eterno andam de m$os dadas, "orue dentro do uadro de uma civiliD civiliDa#$ a#$oo or%ni or%nica, ca, orientad orientadaa em dire#$ dire#$oo meta meta maior maior do homem, uma "ro-iss$o a"enas "ode ter um si%ni-icado uando serve via es"iritual/ Uma -orma sim?lica de e"ress$o, "or sua "art "arte, e, a"en a"enas as enco encont ntra ra sua sua >usti>usti-ic ica# a#$o $o na e" e"er eriê iênc ncia ia imediata/ 0esse modo, G a"ro"riado neste "onto olhar al%uns dos mais sim"les "rocediment "rocedimentos os metal.r%ico metal.r%icos, s, ue sem"re serviram como su"ortes sim?licos "ara a aluimia/ A"arta A"a rtados dos dos "roced "rocedime imentos ntos "uramen "uramente te metal.r%icos (tais como etra#$o de metal a "artir de minGrio mist mistoo ou im"u im"urro, e sua sua -und -undi# i#$$o e, se ne nece cess ssr rio io,, a sua sua com comina ina#$ #$oo com com ou outr tros os meta metais is,, "ara "ara torn tornar ar enG enG-i -ico coss seus seus de-e de -eit itos os es"e s"ec*-i c*-ico cos) s),, h tam tamG Gm m a "rod "roduu#$o #$o da dau uel elas as su sustn stnci cias as u u*m *mic icas as u uee atuam tuam sor soree os metai etaiss (tant tantoo "uri-icandoos ou dandolhes "ro"riedades es"ec*-icas, como uma uma maior aior -usi -usii ili lida dade de,, uma uma maior aior du dure reDa Da ou uma uma co cor r "articular)/ 8ntre 8nt re tais sustncias est$o o antimWnio e o eno-re, assi assim m como como o merc merc.r .rio io u ue, e, emo emora ra meta metall em si mesm mesmo, o, tamGm atua como um solvente de outros metais/ Como a "rodu#$o e o uso desses "rodutos u*mi u*mico coss tam tamGm Gm est$o est$o na com" com"et etên ênci ciaa do doss meta metal.r l.r%i %ico cos, s, veremos ue o o>etivo dessas atividades corres"ondem a todos os intentos e "ro"?sitos dos u*micos modernos/ 0a* "orue o-*cios relacionados, tais como a "rodu#$o de vidros coloridos e "edras "reciosas arti-iciais, e a "re"ara#$o de cunhas, -oram tamGm incor"oradas na tradi#$o asicamente metal.r%ica da aluimia e da sua lin%ua%em sim?lica/ Famos amosos os alu aluim imis isttas, as, co com mo Xi Xirr in in 9a!!n, Au Bakr ar3Db (morto em ;5O) e 4eer, mencionam em seus traalhos toda uma sGrie de o"era#Ees -undamentais =5
ue, ainda ue se>am oviamente u*micas "or natureDa, tamGm servem como s*molos do "rocesso interior, "or causa do seu carter %enGrico e t*"ico/ 0e acordo com Xir, h uatro "rocessos ue %overnam o traalho alu*mico+ "rimeiramente a "uri-ica#$o de sus sust tnc ncia ias, s, ent$ ent$oo sua sua solu solu#$ #$o, o, se%u se%uid idaa "o "orr uma uma no nova va coa% coa%ul ula# a#$o $o e -ina -inalm lmen ente te a sua sua com comina ina#$ #$o/ o/ Ar3 Ar3D Dbb incl inclui ui diversas outras o"era#Ees a maioria delas tamGm encontradas na Summa 0erfectionis 4ee err das das u uai aiss aui aui a"en a"enas as 0erfectionis de 4e menc mencio iona narremos emos as mais mais im"o im"ort rtan ante tes+ s+ vo vola lati tili liDa Da#$ #$oo ou sulima#$o serviram, como continuam a servir ho>e, "ara se"arar uma sustncia eva"orvel de uma mistura, e ent$o otêla em esta estado do "u "uro ro// Co Como mo G sai saido do,, o eno eno-r -ree G "rod "roduD uDid idoo dess dessaa maneira/ 0escens$o, "or outro lado, -oi usada "ara se"arar uma sust sustnc ncia ia -und* -und*ve vell (um (um meta metal) l) "ela "ela dren drena% a%em em,, a "art "artir ir de mine minera rais is n$o n$o-u -und nd*v *vei eis/ s/ A dest destil ila# a#$o $o era era a -ilt -iltra ra%e %em m de sustncias sol.veis/ A ueima ou calcina#$o trans-orma o metal em um ?ido sol.vel, ue, uando dissolvido (dissolu#$o), "ode ser se"arado de sustncias insol.veis com ele misturadas/ 8le ent$o deve ser traDido de volta ao seu estado n$ooidvel, "ela coa%ula#$o e redu#$o renovadas/ 'ustncias volteis "odem ser K-iadasK e tornadas estveis "elo -o%o, e sustncias s?lidas "odem ser tornadas como cera, ou tornaremse -und*veis, "ela incinera#$o/ 7essas o"era#Ees, ao lado de a%entes "uramente minerais, a%entes or%nicos como aDeite e urina tamGm s$o utiliDados/ 'e a aluimia "rtica "ermanece sem o conh conhec ecim imen ento to anal anal*t *tic icoo u uee est est dis" dis"os osi# i#$o $o da u u*m *mic icaa moderna, a sua vis$o, "or essa mesma raD$o, G mais n*tida "ara os as"ectos ualitativos da matGria e "ara as suas trans-orma#Ees/ 7esse as"ecto, seus mGtodos -oram muitas veDes etr etrem emam amen ente te on ons, s, e G "o "oss* ss*ve vell ue eles eles,, al%um al%umas as veDe veDes, s, tenham tido acesso a rea ue a ciência moderna n$o leva em conta/ A natureDa natureDa tem diversas -acetas/ 6 s*m s*mo ollo mais im"ressio sionante G a trans-orma#$o ue uma .nica sustncia "ode so-rer, tornandose sucessivamente l*uida, %asosa e ent$o s?lida novamente ou tendo sido ueradi#a, tornase -le*vel como uma cera ou, "erdendo sua -orma em uma solu#$o, re"entinamente aduire =J
uma nova -orma, desta veD cristalina ou, na mudan#a de seu esta estado do,, ela ela ad dui uirre uma uma no nova va co corr/ 8ssa 8ssa ca"a ca"aci cida dade de de trans-orma#$o, "or "arte de uma .nica sustncia, simoliDa mais mais claram clarament entee do ue ualue ualuerr outra outra coisa coisa a materia prima .nica do cosmos, ca"aD de assumir todas as -ormas e estados "oss*veis, sem uma altera#$o essencial/ Isso tamGm t amGm >o%a luD na natureDa da alma, ue de i%ual modo e"Ee vrios estados e "ro"riedades, todos de al%um modo "ertencendo sua (n$o imediatamente discern*vel) essência/ Assim, no -orno ou al$o de ensaio dos aluimistas, "odese ver em miniatura o K>o%oK da 7atureDa (uer se>a no dom*nio cor"oral, uer se>a no dom*nio "s*uico)/ Ao inter"r inter"reta etarem rem as mudan# mudan#as as cor"or cor"orais ais como e"ress$o de uma lei %eral, os aluimistas remetem, "or um lado, aos uatro elementos, e "or outro s uatro ualidades naturais (uente, -rio, .mido e seco), ue, como modos de a#$o da natureDa, s$o KativosK na sua rela#$o com os elementos/ 6 esuema dessas rela#Ees tamGm -oi mencionado "or Arist?teles/
As uatro ualidades sens*veis s$o assim Km?v Km?vei eisK sK em rela rela#$ #$oo matG matGri ria, a, e "are "arece cem m de -ato -ato tere terem m a ca"acidade ca"acidade de trans-ormar trans-ormar um elemento elemento no seu "r?imo+ assim, G "elo calor ue a %ua G asorvida "elo vento vento G "ela -rieDa -rieDa ue =
ela se con%ela e se torna similar terra s?lida/ 7a realidade, entretanto, n$o s$o os uatro elementos ue se modi-icam, mas a materia cor"oral ue, so a in-luência das ualidades sens*veis, mi%ram atravGs dos estados KelementaisK/ 7esse sentido, e-etivamente a"enas o calor e a -rieDa atuam como -or#as motriDes, e, como a se%unda ualidade n$o G nada alGm de uma ne%a#$o da "rimeira, cuidase ue, em .ltima anlise, G o calor mesmo a ori%em da Krota#$oK/ Z o e-eito do -o%o, soDinho, ue torna a sustncia, no -orno dos aluimistas, sucessivamente l*uida, %asosa, *%nea e, uma veD mais, s?lida/ Assim, ela imita em miniatura o KtraalhoK da 7atureDa mesma/ 6 esuema eso#ado acima tamGm tem um si%ni-icado em rela#$o alma e aui as ualidades e"ans$o, contra#$o, dissolu#$o e solidi-ica#$o tomam os lu%ares de uente, -rio, .mido e seco/ odemos retornar a isso mais tarde/ X se -eD men#$o da corres"ondência entre os uatro elementos e os estados da alma a im"ortncia Kes"eculativaK dessa aluimia no sentido anti%o de speculatio, vale diDer, um Kes"elhamentoK de verdades es"irituais re"ousa no -ato de ue a oserva#$o de um .nico caso vis*vel "ode ser a chave aos %randes ritmos da natureDa/ A "enetra#$o no sustrato invis*vel de uma sustncia individual, ue os u*micos modernos têm como sua meta, n$o contriui "ara essa utilidade, mas "elo contrrio -ornecem in-orma#Ees astante diversas, ue n$o -acilitam uma vis$o total do mundo cor"oral e do mundo da alma/ 6 conte.do da vis$o hermGtica da natureDa "ode ser visto na se%uintes "alavras de Muh!i 2d0bn in 2Arab+ K6 mundo da natureDa consiste de diversas -ormas ue s$o re-letidas em um es"elho .nico ou melhor, G uma -orma .nica, re-letida em diversos es"elhosPK/ 6 "aradoo e"ressado aui G a chave ao si%ni-icado es"iritual das a"arências/ 7$o G "or acaso ue o esuema dos elementos e das ualidades naturais (Kmodos de a#$oK) dados acima assemelhase roda c?smica, cu>o arco G a ?rita solar e cu>os raios s$o as uatro dire#Ees cardinais/ Aluimicamente -alando, o eio da roda G a 6uintaessentia/ AtravGs disso -aDse re-erência tanto ao "?lo P VGase la traducci?n, del autor, de Fuss al9ikam, o"/ cit/ "ie "%/ 1J;/
=O
es"iritual de todos os uatro elementos ou a seu -undamento sustancial comum, o Gter, no ual todos eles est$o contidos indivisivelmente contidos/ ara mais uma veD atin%ir o seu centro, o deseuil*rio dos elementos di-erenciados deve ser re"arado a %ua deve tornarse *%nea o -o%o, l*uido a terra, sem "eso e o ar, s?lido/ Aui, contudo, deiase o "lano das a"arências -*sicas e entrase no reino da aluimia es"iritual/ '!nesios escreveu+ KZ assim claro o ue os -il?so-os uerem diDer uando descrevem a "rodu#$o da sua "edra como altera#$o de natureDas e a rota#$o de elementos/ Você a%ora "ercee ue "or Kincor"ora#$oK o .mido se torna seco o voltil, im?vel o es"iritual, cor"?reo o -lu*do, s?lido a %ua, em sustncia -lame>ante e o ar, al%o como a terra/ Assim, todos os uatro elementos renunciam sua "r?"ria natureDa e, "ela rota#$o, trans-ormamse um em outro/// Assim como no in*cio havia um jnico, assim tamGm nesse traalho tudo vem do jnico e retorna ao jnico/ Isso G o ue uer diDer a retrans-orma#$o dos elementos///K=
= Bil/ des hil/ Chim/
=H
CANTUL6 P 0A MATERIA 0RIMA 0e acordo com os aluimistas, os metais comuns n$o "odem ser transmutados em "rata ou ouro sem "rimeiro serem reduDidos sua materia prima/ 'e os metais comuns s$o considerados como sendo anlo%os ao estado coa%uladoR unilateral e im"er-eito da alma, ent$o a materia prima a ual eles devem ser reduDidos n$o G nada alGm da sustncia -undamentalR su>acente, vale diDer, a alma no seu estado ori%inal, como ainda incondicionada "or im"ressEes e "aiEes, e n$ocristaliDadaR em sua -orma de-initiva/ A"enas uando a alma G lierta de toda a sua ri%ideD, e contradi#Ees internas, ela se trans-orma na sustncia "lstica na ual o 8s"*rito ou Intelecto, vindos do alto, "ode im"rimir uma nova -ormaR uma -orma ue n$o limita ou vincula, mas ao contrrio com"leta, "orue vem da 8ssência 0ivina/ 'e a -orma de um metalR comum G uma es"Gcie de coa%ula#$oR, e assim um %rilh$o, a -orma de um metalR nore G um s*molo verdadeiro, e como tal uma li%a#$o imediata com o seu "r?"rio "rot?ti"o em 0eus/ 0e acordo com os aluimistas, a alma, em seu estado ori%inal de "ura rece"tividade, G -undamentalmente uma com a materia prima do mundo inteiro/ 0e al%um modo isso n$o G sen$o a restaura#$o da "remissa teorGtica de toda a aluimia, es"eci-icamente a corres"ondência rec*"roca entre macrocosmo e microcosmo/ Ao mesmo tem"o, isso G tamGm uma e"ress$o da meta do traalho alu*mico/ A unidade da alma com a mat'ria)prima G verdadeiramente vividaR e conhecida a"enas na medida em ue o traalho tenha "ro%redido "elo caminho ue "roduD sua realiDa#$o/ e aui n?s tocamos no se%redo real da aluimia, "orue tudo o ue G dito a esse res"eito deve necessariamente "ermanecer nada mais ue uma indica#$o e um s*molo/ A materia prima, a sustncia -undamental da alma ( psy6ue), G em "rimeiro lu%ar a sustncia da consciência individual e%?ica e ent$o de todas as -ormas -*sicas, =P
inde"endentemente dos seres individuais e -inalmente do mundo inteiro/ Todas essas inter"reta#Ees s$o vlidas "orue, se a teiaR do mundo n$o G -undamentalmente da mesma natureDa ue auela da alma, todo indiv*duo estaria "reso em seu "r?"rio sonho o ue G um asurdo/ Mesmo se, em rela#$o ao 8s"*rito imutvel, o mundo G um sonhoR, o sonhoR G n$oostante consistente "or si mesmo/ 7?s somos -eitos da mesma matGria dos sonhosR, disse 'hakes"eare, em sua "e#a hermGtica A Tempestade/ A o"osi#$o entre internoR e eternoR, do mundo da alma, e do mundo -*sico, s$o tecidas neste sonho/ 'imolicamente, a matGria"rima "ermanece aaioR, "orue ela G com"letamente "assiva, e ela a"arece como escuraR, "orue como o asolutamente n$o -ormado, ela ilude todo avan#o da inteli%ência/ 8sta G a -onte do desentendimento ue con-unde a materia prima dos aluimistas com o inconsciente coletivoR da "sicolo%ia moderna/ A materia, entretanto ao contrrio dauele malde-inido dom*nio "s*uico n$o G a -onte do im"ulsos irracionais e mais ou menos eclusivamente "s*uicosR, mas, como -oi dito, a ase "assiva de todas as "erce"#Ees/ AlGm disso, a "alavra coletivoR, tal como a a"licam os "sic?lo%os, encerra uma contradi#$o+ ou em, se%undo sua etimolo%ia, desi%na um con>unto de coisas neste eem"lo dis"osi#Ees "s*uicas herdadas , caso em ue G di-*cil com"reender como "ode aui haver ualuer unidade, > ue a heran#a n$o a"enas se acumula mas tamGm se rami-ica ou ent$o G usada im"recisamente "ara si%ni-icar %eralR, no sentido do ue G comum a todo homem mas isso G ent$o a natureDa da alma e do cor"o/ 7este caso, entretanto, resta demostrar como os "sic?lo%os ue oservam e acessam o assim chamado inconsciente coletivoR de cima, de onde ele "arece -aDêlo um o>eto de um estudo o>etivoR n$o "ensa ou a%e, ele "r?"rio, como resultado desse sustrato coletivoR/ 'e>a como -or, a sua "osi#$o continua auela do homem ue, sentado em um arco, dese>a esvaDiar o mar/ odese -aDer uma distin#$o entre, de um lado, a mais ou menos tenerosa camada da consciência, deitada aaio da consciência cotidiana (cu>a camada, de modo al%um, "ode ser com"letamente inconsciente nauilo ue, de al%uma maneira G asorvido conscientemente) e, de outro lado, h a real ==
e "uramente "assiva, e assim em si mesma amor-a, terreno da alma, com a somria camada acima re-erida (ue se assemelha a um ti"o de cre".sculo, com uma tendência decrescente em dire#$o densidade, mais do ue uma noite com"letamente escura) G "reenchida com os sedimentos de im"ressEes "s*uicas e modos com"ortamentais/ 6 verdadeiro -undamento da alma, "or outro lado, n$o G em si mesmo nem escuro nem claro nem tam"ouco um vulc$o com eru"#Ees irracionais/ elo contrrio, uando n$o est com"letamente velado, e ent$o est a"arentemente escuro, G o es"elho -iel do seu "olo com"lementar, o 8s"*rito Universal;, e assim de todas as verdades ue, uando a -or#a latente da ima%ina#$o se a"roima da condi#$o "ura da materia prima, ocasionalmente e"ressa a si mesma na -orma de s*molo/ Isso "ode ocorrer em sonhos, ainda ue raramente, "ois em %eral a conce"#$o de mundo dos sonhos G o rinuedo dos mais variados im"ulsos e como a alma, em estado de sonho, est a mercê de toda sorte de "ossiilidades de in-luência, isso tamGm "ode ser uma endiaradaR ou mesmo satnica distor#$o de s*molos/ 6utro n$o menos im"ortante dos "eri%os da moderna "sicolo%ia "ro-undaR G ue ela con-unde deses"eradamente s*molos verdadeiros com suas distor#Ees/ Isso acontece, "or eem"lo, uando as mandalas do 8tremo 6riente s$o colocadas no mesmo n*vel das "inturas concêntricas do doente mentalO Um simolo verdadeiro nunca G irracionalR/ 6 su"raracionalR nunca deve ser con-undido com irracionalR/ ` Com o intuito de demonstrar ue a materia prima contGm em "otência todas as -ormas de consciência e, assim, todas as -ormas do mundo e-êmero, o aluimistas rae ; Analo%icamente, %oz populi, %o@ Dei , em ue "essoaR, no verdadeiro sentido da "alavra (uma caracter*stica da coletividade ue a coletividade moderna mais ou menos aoliu) corres"onde eatamente ao real -undamento da alma/ O< Como na introdu#$o -eita "or C/ 4/ Xun% na tradu#$o alem$ -eita "or 3ichard &illelm do livro tao*sta The 'ecret o- the 4olden Blossom 0as 4eheimnis der 4oldenen Blte (Munich, 1;5;)/ Al%umas das "inturas de doentes mentais re"roduDidas neste livro e com"aradas com mandalas s$o realmente caricaturas, nas uais ima%ina#Ees in-antis de doutrinas secretas orientais "odem ser detectadas/ 6utras s$o ninharias ino-ensivas e insi%ni-icantes/
=;
do 'Gc/ I], Au2lQsim alIrb escreveu+ (///) A materia prima "ode ser encontrada em uma montanha, ue contGm uma incontvel uantidade de coisas incriadas/ 7essa montanha est todo ti"o de conhecimento ue "ode ser encontrado no mundo/ 7$o h conhecimento, entendimento, sonho, "ensamento, hailidade, inter"reta#$o, considera#$o, saedoria, -iloso-ia, %eometria, "ol*tica, "oder, cora%em, distin#$o, satis-a#$o, "aciência, disci"lina, eleDa, criatividade, via%em, ortodoia, lideran#a, eatid$o, crescimento, comando, autoridade, riueDa, di%nidade, conselho ou ne%?cio ue n$o este>a contido nela/ Mas tamGm n$o h ?dio, malevolência, en%ano, in-idelidade, con-us$o, ilus$o, tirania, o"ress$o, corru"#$o, i%norncia, estu"ideD, aieDa, des"otismo, ou ecesso, e n$o h m.sica, >o%o, -lauta ou lira, ou casamento, nenhuma rincadeira, nenhum memro, nenhuma %uerra, nem mesmo san%ue ou homic*dio ue n$o este>a contido nela (///)RO1/ A montanha em ue a materia prima "ode ser encontrada G o cor"o humano, "ois a redutio sustncia universal "rocede metodicamente da consciência cor"oral, ue deve "rimeiro ser dissolvidaR a "artir de dentro, antes ue o homem "ossa alcan#ar a alma alGm do n*vel das -ormas e n$o sim"lesmente e de modo indireto atravGs de suas e"eriências sensoriais/ Isso e"lica a inter"reta#$o ue Basilius Valentinus -eD da "alavrachave alu*mica V/I/T/3/I/6/L/+ ?isita interiore terraeL rectificando in%enies occultum lapidem (Visite o interior da terra, atravGs da "uri-ica#$o você encontrar a "edra escondidaR)/ 6 interior da terra G tamGm o interior do cor"o, isto G, o centro *ntimo e indi-erenciado da consciência/ A "edra escondida n$o G outra sen$o a materia prima/ ` A "artir do "onto de vista interiorR, a redu#$o dos metais sua sustncia "rimriaR n$o tem nada a ver com uma imers$o sonam.lica da consciência no inconscienteR/ A redu#$oR ocorre a"enas de"ois de um comate rduo contra as tendências con-lituosas da alma, nas uais todos os n?sR ou com"leosR irracionais devem em "rimeiro lu%ar ser dissolvidos/ 6 traalho alu*mico n$o G um O1 Teto -ornecido "or 0r/ '/ 9ussein 7asr, Teheran/
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tratamento "ara doen#as mentais/ 7o caminho a "artir da consciência di-erenciada "ara a indi-erenciada ent$o intervem a escurid$o, corres"ondente ao caos/ 8ssa G a condi#$o da materia ue > n$o est em "osse de sua "ureDa ori%inal, mas cu>as "ossiilidades di-erenciadas continuam con-usas e desordenadas/ Tal G a condi#$o da crueDa materialR/ 'e entretanto a consciência se diri%e a alcan#ar o n*vel mais "ro-undo ela "ercee o es"elho do -undamento da alma, ue, emora n$o se>a alcan#vel em sua realidade sustancialR, entretanto revela sua natureDa isso G re-letir, desemara#adamente, a luD do Intelecto/ 6 caos da alma G como o chumo/ 6 es"elho do -undamento da alma G como a "rata/ TamGm G "oss*vel com"arla a uma -onte "ura/ Tratase da m*tica -onte da >uventude, de cu>as "ro-undeDas emana a %ua da vida, semelhante ao merc.rio/ 8sse G o si%ni-icado das se%uinte nota do aluimista Bernardus Trevisanus+ Aconteceu ue em uma noite eu tinha de estudar em vista de uma dis"uta ue haveria no dia se%uinte/ 7o entanto eu encontrei uma "euena -onte, onita e clara, e com"letamente cercada "or uma linda "edra/ A "edra estava no tronco de um velho carvalho oco, com"letamente cercada "or um muro, "ara "revenir ue de vacas e outros animais irracionais inclu*dos os "ssaros n$o se anhassem na -onte/ Como eu estava muito sonolento, eu me sentei na eira da -onte, e eu vi ue ela estava coerta em cima, e assim com"letamente -echada/ 8nt$o se a"roimou um velho sacerdote e eu lhe "er%untei "or ue a -onte estava com"letamente -echada, "or cima, "or aio e "or todos os lados/ 8le se virou amavelmente em minha dire#$o, e come#ou a res"onder assim+ K'enhor, a verdade G ue essa -onte "ossui um "oder terr*vel, maior ue ualuer outro nesta terra/ 8ste "oder G a"enas "ara o rei deste lu%ar, a uem ela conhece em e ue a conhece/ or duDentos e oitenta e dois anos, o rei se anha com este "oder nesta -onte/ FaDendo isso o rei se re>uvenesce astante a si "r?"rio/ 8nt$o nenhum homem "ode vencêlo (///)R (///) Ao ouvir isso eu retornei secretamente -onte e comecei a arir todas as toda as -echaduras (ue -uncionavam "er-eitamente)/ 8nt$o eu comecei a olhar o livro ue eu havia %anhado (em uma dis"uta) e a"reciar ;1
seu elo es"lendor/ Mas como eu estava astante sonolento, ele caiu na -onte, entristecendome soremaneira, > ue eu dese>ava %uardlo, "ois se tratava de um "rêmio honor*-ico/ 8nt$o eu comecei a olhar ("ara dentro da -onte) atG ue o meu sinal sur%iu/ 8u ent$o comecei a esvaDiar a -onte e eu -iD isso t$o em e t$o cuidadosamente ue a"enas -altava a dGcima "arte ue, a"esar da minha enGr%ica atividade, "ermaneceu como uma massa/ Como eu assim traalhei, "essoas de re"ente come#aram a vir () e "ela minha trans%ress$o eu -iuei "reso "or uatro dias/ Quando, de"ois desses uatro dias, eu deiei a "ris$o, eu -ui de novo olhar a -onte/ 8nt$o eu vi nuvens ne%ras e escuras, ue se mantiveram "or um lon%o tem"o/ Finalmente, entretanto, eu vi tudo o ue o meu cora#$o dese>ava, e eu n$o tive "rolemas a esse res"eito/ 8 você tamGm n$o ter nenhum, se você n$o se "erder em um caminho mal e trai#oeiro, ne%li%enciando essas coisas ue a 7atureDa reuer O5/ ` 6s aluimistas d$o materia prima ue eles consideram tanto a sustncia "rimeira do mundo como a sustncia sica da alma um %rande n.mero de nomes/ 6 o>etivo dessa multi"licidade n$o G tanto "rote%er o hermetismo dos desuali-icados, mas sim sulinhar o -ato de ue esta materia est "resente em todas as coisas, e do mesmo modo ela contGm todas as coisas/ 8les a chamam marR, "orue ela traD dentro de si todas as -ormas, como o mar traD em si as ondas, ou terraR, "orue ela nutre tudo o ue nelaR vive/ 8la G a semente das coisasR, a umidade sicaR ( humiditas radicalis), o hyle/ 8la G vir%emR em raD$o da sua "ureDa e rece"tividade in-initas e meretriDR, "orue ela "arece ara#arse a todas -ormas/ TamGm G com"arada, como > vimos, "edra secretaR, emora em sua "rimeira condi#$o deve ser distin%uida da "edra -iloso-alR, ue G o -ruto de todo o traalho/ A materia prima "ode ser considerada como "edraR, a"enas nauilo ue "ermanece imutvel/ A sua desi%na#$o como "edra lemra o (ohar "ersa e o .a-har rae, ue si%ni-ica literalmente "edra "reciosaR, e em O5 0o 7e 7i%re du Tr'%isan de la philosophe naturelle des m'tau@ , na 1i"l& des& 0hil& chim&
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um sentido meta-?rico G utiliDada "ara si%ni-icar sustnciaR (em %re%o, ousia)/ A materia prima G tamGm o de"?sito de minGrioR de todos os metais/ 0e outro "onto de vista, entretanto, G o homem ue G chamado de"?sito dos mineraisR, a "artir do ual a materia do traalho deve ser etra*da, como Morienus e"licou ao 3ei halid+ aec enim res a te e@trahiturL cuius etiam minera tu e@istis (Isto G etra*do de você, "orue você G sua minaR)/ 7essa condi#$o ca?tica na ual nem G "ura nem modelvel, nem dotada de -ormas claras, a materia G chamada de coisa comumR, > ue, como materia rutaR G encontrada em todo o lu%ar/ Ademais, ao mesmo tem"o, G uma coisa astante "reciosaR, "orue a "artir dela o eliir com o ual se "ode -aDer ouro G otido/ A matGria ruta, ue em com"ara#$o com a materia prima re"resenta a materia secunda G com"arada com o chumo (no ual a natureDa do ouro est escondida) ou com o %elo (ue "ode ser derretido), ou com um cam"o (ue a"enas "roduD -rutos uando est arado e semeado)/ 9enrich unrath disse+ (///) A terra encharcada, .mida, %ordurosa e lamecenta de Ad$o, materia prima, da ual esse imenso mundo, n?s mesmos, e nossa "oderosa "edra -oram criados, -aD a sua a"ari#$o ()OJ/ Como uma rvore, a materia prima est uni-icada com a rvore do mundo, cu>os -rutos s$o o 'ol, a Lua e os "lanetas/ 7a rvoreR da materia crescem o ouro e a "rata, ou todos os metais, ou de novo as variadas -ases do traalho alu*mico, com suas cores sim?licas "reto, ranco e vermelho, e al%umas veDes o amarelo entre o ranco e o vermelho/ Au2l Qsim alIrb escreveu a res"eito desta rvore, ue tem suas ra*Des n$o na terra, mas no mar do universo/ Aui marR G a materia da alma, anima mundi/ A rvore cresce nas terras do 6esteR, "ortanto na terra do 'ol "oente/ 0a* ue materia corres"onde ao 6cidente, assim como -orma, o "rot?ti"o essencial, corres"onde ao 6riente/ A rvoreR "ode assumir a -orma de uma criatura viva, > ue G a -orma interna do homem/ 0ela G otida a materia prima do traalho, "ois no -ruto a ori%em da rvore mesma "ermanece escondida/ OJ 9enrich unrath, Thatrum sapientiae aeternae /
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A materia prima, ue "ode "roduDir a -orma do eliir, G otida a "artir de uma .nica rvore, ue cresce nas terras do 6cidenteR/ 8la tem dois ramos, ue s$o muito altos, "ara ue ualuer um ue coma seus -rutos n$o o -a#a sem traalho e es-or#o, e dois outros cu>os -rutos s$o secos e mais enru%ados ue os dauela/ A -lor do "rimeiro dos dois ramos G vermelha, e a -lor do se%undo est entre o ranco e o "reto/ A rvore tem dois outros ramos, ue s$o mais -racos e mais leves ue os "rimeiro uatro/ A -lor do "rimeiro desses dois ramos G "reta, e a do se%undo G ranca e amarela/ 8ssa rvore cresce na su"er-*cie do oceano, assim como outras "lantas crescem na su"er-*cie da terra/ Quem uer ue coma dessa rvore G oedecido tanto "elos homens como "elos %ênios ( .inn)/ 8sta G a mesma rvore dauela ue Ad$o ue a "aD este>a com ele[ estava "roiido de comer/ Quando ele comeu dela, ele -oi transmutado de uma -orma an%Glica "ara uma -orma humana/ 8sta rvore "ode trans-ormarse em ualuer criatura viva (///)OR/ A materia prima dos aluimistas G tanto a ori%em como o -ruto do traalho, "orue o caos da materia G oscuro e o"aco a"enas na medida em ue as -ormas est$o nele contidas e inclusive rotadasR n$o atin%em seu com"leto desenvolvimento/ Toda "otênciaR ( potentia) G, na essência, im"enetrvel/ Isso G assim no caso de um mineral ue a"arenta ser ruto e o"aco na sua condi#$o amor-a, mas ue, a "artir do momento em ue %anha -orma como um cristal, G claro e trans"arente/ 8ntretanto, n$o se deve concluir a "artir disso ue todas as "ossiilidades -undamentalmente "resentes na alma necessariamente ser$o mani-estadas, "orue, em "rimeiro lu%ar, a sua multi"licidade G ineaur*vel, e, em se%undo, a %rande variedade do conte.do das almas G um ostculo realiDa#$o dessas -ormaR essencial, ou se>a, o estado unitrio e harmonioso da consciência, ue G um "er-eito es"elho do Ato 0ivinoR/ Assim, a verdadeira natureDa da materia prima revelase a si mesma na medida em ue recee e assume a verdadeira -orma/ Assim como a sustncia universal (materia prima) a"enas "ode ser a"reendida "or meio do conhecimento do uro 'er, de ue G somra, assim tamGm o O Teto -ornecido "or 0r/ '/ 9ussein 7asr, Teheran/
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verdadeiro -undamento da alma a"enas "ode ser conhecido em sua rea#$o ao uro 8s"*rito/ A alma a"enas se revela a si mesma uando unida como noiva do Intelecto8s"*rito/ Z isso ue G mencionado uando se -ala do casamento do 'ol e da Lua, do rei e da rainha, do eno-re e do merc.rio/ ` 6 descorimentoR do as"ecto rece"tivo da alma e a revela#$oR do 8s"*rito Criativo vieram ao mesmo tem"o/ 8les n$o "odem ser se"arados um do outro/ A"esar disso, as vrias -ases e as"ectos do traalho interior "odem -aDer re-erência a um ou a outro "olo/ Todo caminho de realiDa#$o es"iritual visa "re"ara#$o do "rodutoR, ou sustncia, rece"tivo, e o traalhoR ou in-luência do Ato es"iritual ou divino sore ele/ 0e"endendo do caminho se%uido, entretanto, a ên-ase tanto doutrinal como "rtica ir re"ousarse tanto em um como em outro dos dois "rocessos internos, e, em vista disso, a meta es"iritual ir ser tamGm de-inida sore o Ato im?velR ou sore o as"ecto imutvel e "uro da alma/ 6 simolismo artesanal da aluimia, ue consiste no enorecimentoR de uma sustncia mineral, reuer ue a alma se>a conceida como uma sustnciaR, e inclusive ue uma ideia de "rimeira sustnciaR (materia prima) se>a colocada no centro de todas as considera#Ees/ Mesmo o e-eito do Intelecto transcendente, ue G ant*"odaR da matGriaR da alma G, na lin%ua%em sim?lica da aluimia, e"ressada sustancialmenteR, como uma trans-orma#$o u*mica/ 6 -ato de ue essa trans-orma#$o eceda "ossiilidades "uramente artesanais indica ue sua ori%em n$o G meramente sustancial/ 6s dois as"ectos ou -ases da realiDa#$o es"iritual s$o claramente ilustrados em determinada -orma tradicional de cruci-io, decorada com s*molo/ Como eem"lo disso, n?s selecionamos uma cruD "rateada relicria, do come#o do 'Gc/ ]III, ue est conservada no monastGrio de 8n%eler% e cu>a decora#$o "rova ue a aluimia esteve li%ada arte da ourivesaria/ 6 cruci-io G decorado com %ravuras em amos os lados/ \ -rente (reconhec*vel "or seu relevo mais "ro-undo) traD ;O
no centro a -i%ura do 'alvador cruci-icado, e nas etremidades dos seus uatro memros re"resenta#Ees dos uatro evan%elistas, >untamente com seus s*molos animais/ 8sta -oi uma com"osi#$o muito di-undida da arte crist$ da Idade MGdia/ Mas aui ela a"arece em uma -orma relativamente natural*sticaR/ 7as cruDes lit.r%icas anti%as, a -i%ura do Cristo, ou do Cordeiro, G cercada a"enas "or uatro animais celestiais, ue con-erem ao simolismo uma %rande austeridade, e ao mesmo tem"o uma %rande am"litude/ 0e um modo semelhante, as costas do cruci-io mostram no centro a 'ant*ssima Vir%em entroniDada com o menino Xesus, e nas uatro etremidades os s*molos dos uatro elementos/ 6 -oto est acima, o ar na direita (do e"ectador), a %ua esuerda e a terra aaio/ 6s dois lados da cruD "odem ser considerados como re"resenta#Ees do essencialR e do sustancialR, do ativoR e do "assivoR, da forma e da materia do cosmos+ a -rente traDendo os "ersona%ens humanos da alavra 0ivina e os seus uatro modos de revela#$oR (os evan%elistas) claramente corres"onde (em sua rela#$o com o simolismo do lado reverso) ao Ato 0ivino ou -orma essencialR do cosmos/ 6 lado o"osto, "or outro lado, corres"onde materia prima, ou melhor, ao mundo ue da* "rocede/ A Vir%em, no centro, simolicamente assume o "a"el do Gter ue, de um determinado "onto de vista hermGtico, deve ser identi-icado com a materia prima/ 6s uatro elementos, "or sua veD, mani-estam as uatro determina#Ees -undamentais da materia prima, e assim tamGm os uatro -undamentos de todo o universo -ormal/ 6 inviolvel euil*rio da materia prima, sua natureDa vir%inalR, tornase claro "ela "osi#$o central dada Vir%em, corres"ondente aos uatro s*molos do -o%o, ar, %ua e terra/
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CruDrelicario del aad de 8n%eler% 9einrich von &artenach, hacia 15< Anverso/ Monasterio de 8n%eler%/
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7a misma cruz& Re%erso&
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Z desnecessrio acrescentar ue a inter"reta#$o cosmol?%ica ue a inter"reta#$o cosmol?%ica dessas ima%ens crist$s n$o G de modo al%um de"reciada em seu si%ni-icado teol?%ico/ elo contrrio, h coincidência entre as duas "ers"ectivasR es"irituais em um e mesmo s*molo con-ere a ele uma im"ortncia ainda maior de amos os "ontos de vista/ Isso revela ainda mais claramente o seu conte.do verdadeiramente meta-*sico, ue d amostras das "ossiilidades com"letamente ilimitadas da "ura contem"la#$o, ue est aerta ao artista e"erimentado na arte hermGtica, e ao mesmo tem"o enraiDado na -G crist$/ A cone$o intr*nseca entre as duas conce"#Ees sim?licas encontradas res"ectivamente na -rente e no verso da cruD encontra e"ress$o na "oma do 8s"*rito 'anto, retratada como ue descendo em dire#$o Vir%em, e no Menino Xesus "resente no seu colo/ A "oma re"resenta a "resen#a do 8s"*rito n$ocriado, so cu>a in-luência a materia prima so-re seu desenvolvimento -ormal, tanto uanto so 'ua somra a Vir%em concee e d luD/ Como o Menino, nascido dela, o 8s"*rito 0ivino %anha -orma/ 8le continua o mesmo em essência, mas se reveste da sustncia dada a 8le "or 'ua m$e/ 8le ada"ta'e aos di-erenciados as"ectos da matGria OO/ A -orma mesma da cruD, ue e"ressa a lei de todo o cosmos, "ode ser encontrada em cada um dos "olos/ Ao mesmo tem"o corres"onde releva#$o udru"la da alavra 8terna e aos dois "ares de o"ostos contidos na materia prima/ Assim, todo traalho es"iritual "rocede tanto do Ato 8ssencial, uanto do 'eu rece"tculo sustancial/ A alma n$o "ode ser transmutada sem a coo"era#$o do 8s"*rito, e o 8s"irito ilumina a alma a"enas na medida da sua "re"ara#$o "assiva e con-ormidade com o seu modo/ A o"osi#$o entre os dois "olos G su"erada a"enas no n*vel mais alto, no "uro 'er/ Aui a sustnciaR rece"tiva mesma n$o G nada mais do ue a "rimeira, imediata e interna determina#$o do 8s"*rito 0ivino, ue assim desce a"enas em dire#$o uele ue > G seu, OO Assim, de acordo com a doutrina dos m*sticos islmicos, a 3evela#$o ( ta.allZ ) de 0eus no cora#$o assume a -orma e a "rontid$o ue a .ltima lhe con-ere/ Ver minha tradu#$o de Fuss al9ikam, de Muh!id0in InK Arab+ La 'a%esae des ro"htes, 8d/ AlinMichel, ar*s, 1;OO/
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assumindo sua -orma e modosOH/ As inter"reta#Ees dadas s uatro ima%ens descritas acima "odem ser com"lementadas "or diversos outros detalhes/ Assim, cada uma das uatro etremidades da cruD tem no -inal três semic*rculos/ 0esse modo, o %ru"o dos uatro evan%elistas e os uatro elementos aumenta "ara o %ru"o dos doDe a"?stolos e os si%nos do Yod*aco/ 7a -rente da cruD, an>os se%uram um c*rculo sore a cae#a do Cristo, enuanto atrs ima%ens de '$o edro e de vrios santos is"os cercam a -i%ura da Vir%em/ 7essas duas dis"osi#Ees, "odem ser reconhecidas as hieraruias celestes e eclesisticas, ue, de acordo com '$o 0ion*sio Areo"a%ita, se colocam -rente a -rente, dando e receendo/ 6utros detalhes se re-erem de modo ainda mais e"l*cito aluimia/ 7o tronco da cruD "odese ver MoisGs sustentando o "olo com uma cora de ronDe/ Tratase tanto de um "rot?ti"o da Cruci-ica#$o no Anti%o Testamento, como um s*molo da -ia#$o alu*mica do merc.rio/ 6 mesmo "rocesso G tamGm e"resso no %ru"o de animais em comate imediatamente ao lado do "G do Cristo cruci-icado/ Certamente o "rimeiro e mais imediato si%ni-icado deste %ru"o G a vit?ria do Le$o de Xud sore os dra%Ees in-ernais/ Mas a mesma ima%em "ode tamGm ser inter"retada como a su>ei#$o do merc.rio voltilR "elo Le$o 'olar do 8no-re/
OH 0ante tinha essa verdade em mente uando chamou a BemAventurada Vir%em de Filha do seu FlhoR ( fi(lia del tuo fi(lio)/ (ara*so, come#o do Canto JJ)/
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A cruz de Cristo crescendo como um l8rio azul para fora da Sant8ssima ?ir(em, 6ue est9 a.oelhada na 7ua crescente& Q l8rio com cinco p'talas corresponde ; 6uintessencia& E a Me de Deus corresponde ; materia prima& E@tra8da de uma miniatura no al6u8mico 1oo* of the oly Trinity, na 1i"lioteca Estatal de Muni6ue&
9 um "aralelo etremo oriental a essa icono%ra-ia crist$ ue, a"esar de distante no es"a#o e no tem"o, serve ainda mais -ortemente "ara re-or#ar a validade universal do 1<1
simolismo em uest$o/ 7?s temos em mente determinada -orma de mandala ue G usada no Shin(on >a"onês, um dos ramos do Mahayana udista/ A mandala consiste em uma ins*%nia "intada dos dois lados/ 8m um lado est a re"resenta#$o do mundo dos indestrut*veisR ou dos elementos diamantinosR, e do outro lado est uma re"resenta#$o do elemento uterinoR/ 7o centro, dos dois lados, est uma das -ormas de mani-esta#$o do %rande iluminadorR o Buddha Mahvairochana, sentado sore o l?tus/ 7a "rimeira re"resenta#$o auela dos "rot?ti"os imutveis o uda tem um semlante contem"lativo/ 'ua cae#a est cercada "or uma aurGola ranca, o s*molo da atividade/ Isso si%ni-ica ue aui o "olo sustancialR G considerado em seu as"ecto dinmico, corres"ondente, na doutrina tao udista, como tendo rela#$o com a essência ativa da n$oa#$o e da essência "assiva da a#$o/ A medita#$o a res"eito da re"resenta#$o "rimeiramente mencionada leva ao conhecimento do modo de lierta#$o do "orvir, enuanto ue a medita#$o a res"eito do se%undo tem como -ruto o conhecimento das uatro ciências cosmol?%icasOP/ ` A inter"reta#$o da materia prima como um es"elho do 8s"*rito Universal "ode tamGm ser encontrada no simolismo etremo oriental do es"elho/ 8s"elhos chineses rituais ou m%icos usualmente tem do seu lado reverso uma re"resenta#$o de um dra%$o celestial/ Isso corres"onde ao 8s"*rito Universal ou Lo%os/ 7o 'hinto, a reli%i$o "rGudista do Xa"$o, o es"elho sa%rado (ue re-lete a ima%em do 0eus solar Amaterasu) G oviamente tamGm um s*molo da alma no seu estado de "ureDa es"iritual, no ual ela "ode receer e re-letir a Verdade su"raconceitual, Verdade ori%inal/ Isso nos leva de volta assimila#$o hermGtica da materia prima com o -undo da alma/ Ainda mais sur"reendente, o mesmo simolismo "ode ser encontrado entre determinados %ru"os ind*%enas norteamericanos, es"eci-icamente os Corvos e os 'hoshonis/ Aui o es"elho G inclusive um es"elho m%ico, "or OP Ver 8/ 'teinniler6erlin, Les 'ectes oudhiues >a"onaises, ar*s, 1;J
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meio do ual o ]am$ "ode encontrar coisas "erdidas ou esuecidas/ (8le as vê nas "ro-undidades do es"elho)/ 7a su"er-*cie do es"elho uma linha vermelha em Di%Da% G "intada, re"resentando um relm"a%o ue, "ara os ind*%enas, G o s*molo 4rande 8s"*rito e da 3evela#$o, assim como G tamGm ("ara os ind*%enas) a %ua voando "elos cGus, e descendo verti%inosamente como um trov$o/
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CANTUL6 = A 7ATU38YA U7IV83'AL Um im"ortante ad%io dos aluimistas G o se%uinte+ A arte G a imita#$o da natureDa no seu modo de o"era#$oR/ 6 modelo "ara o traalho alu*mico G a natureDa/ A natureDa vem em assistência do artistaR ue dominou seu modo de o"era#$o, e a"er-ei#oa, na sua atividadeR, o ue ele come#ou com traalho e es-or#o/ 7atureDaR tem aui um si%ni-icado muito "reciso/ 7$o si%ni-ica sim"lesmente o "orvirR involuntrio das coisas, mas antes um "oder unitrio, um "oder u causa unitrios cu>a essência "ode ser conhecida "ela a"reens$o de seu ritmo todo aran%ente um ritmo ue re%ula tanto o mundo vis*vel uando o invis*vel/ Como a aluimia ocidental %eralmente usa a lin%ua%em da meta-*sica "latWnica, "odemos a ele -aDer men#$o com o -im de a"reciar em toda a sua etens$o tudo o ue est inclu*do nas e"ressEes natura ou physis/ A descri#$o mais si%ni-icativa da natureDa "ode ser encontrada nas 8nGadas (III, =), de lotino, onde ele escreveu+ 'e se "udesse "er%untar natureDa "or ue ela -aD o seu traalho, ela "oderia res"onder assim se realmente ela aceitasse res"onder+ seria mais adeuado n$o "er%untar (ou se>a, n$o investi%ar com a mente), mas a"render silenciosamente, mesmo uando eu estou em silêncio/ ois este n$o G o meu modo de -alar (em contra"osi#$o ao 8s"*rito, ue se revela a 'i Mesmo em "alavras)/ Mas isso você deve a"render, ue tudo o ue acontece G o o>eto da minha contem"la#$o silenciosa, uma contem"la#$o ue minha "osse ori%inal, "ois eu mesmo nasci de uma contem"la#$o (es"eci-icamente a contem"la#$o da alma universal), ue contem"la o 8s"*rito Universal, tanto uanto este contem"la o In-inito)/ 8u amo a contem"la#$o, e auilo ue em mim contem"la imediatamente en%endra o o>eto dessa contem"la#$o/ Assim os matemticos re%istram -i%uras como resultado de sua contem"la#$o/ 8u, entretanto, n$o re%istro nada/ 8u a"enas oservo/ 8 as -ormas do mundo material sur%em, como se elas "rocedessem de -ora de mim///R/ 1<
Assim a natureDa, em sua essência rece"tiva, est relacionada materia prima e, de -ato, ao lado da materia prima (hyle), ela est situada aaio das três hi"?stases co%nitivas do universo "latWnico/ Acima dela est a alma universalR ( psy6ue), e acima desta est o 8s"*rito Universal (nous), ue soDinho contem"la o Uno ine-vel, e ao contem"llo "rocura mani-estlo sem cessar/ Aaio da natureDa est a"enas a materia prima, o -undamento "assivo de toda mani-esta#$o, ue "or ela mesma n$o "artici"a do "orvir, e assim "ermanece eternamente vir%emR/ odese chamar a natureDa o as"ecto materno da materia prima, > ue G ela uem d a luDR/ 8la G o"erativa e m?vel, enuanto ue a materia prima, em si mesma, "ermanece im?vel/ Muh!i 2d0in 2Arai2, o %rande mestreR (ash)shei*h al)a*"ar ) do misticismo islmico, e o %rande enunciador dos "rinc*"ios hermGticos, concee a natureDa universal (ta"iat al)*ull5 como o lado -eminino ou materno do ato criativo/ 8la G o Kso"roK misericordioso de 0eusR (nafas ar) rahm9n), ue con-ere eistência di-erenciada s "ossiilidades indi-erenciadas latentes no n$oserR (adam)/ 8sse so"roR G misericordioso, > ue as "ossiilidades ue est$o em vias de ser mani-estadas est$o > sedentas "or mani-esta#$o mas o mesmo "oder tem um as"ecto oscuro e con-uso/ A multi"licidade, em si mesma, G desilus$o e se"ara#$o de 0eus O=/ A e"lica#$o de In Arai a res"eito da natureDa universal como com"reensiva e maternal, mas ao mesmo tem"o con-usa, como "oder de ori%em divina, G aui de es"ecial im"ortncia, "orue ela constitui uma "onte em dire#$o ideia hindu de sha*ti, o "oder "rodutivo -eminino de 0eus/ 'ore essa ideia de sha*ti est$o aseados todos aueles mGtodos es"irituais tntricos ue est$o mais "roimamente relacionados aluimia do ue ualuer outra arte es"iritual/ 6s hindus, a em da verdade, consideram a aluimia mesma como um mGtodo tntrico/ Assim como [YlZ , o sha*ti G "or um lado a m$e universal, ue amavelmente ara#a todas as criaturas, e "or outro lado G o "oder tirnico ue os conduD destrui#$o, morte, tem"o e es"a#o (ue causa se"ara#$o)/ Al%umas veDes ela G O= Ver a minha tradu#$o de Fussal9ikam, o"/ cit/
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retratada como tendo uma eleDa sulime, al%umas veDes como tendo tra#os ue causam terror/ 'ua cor G escura, como uma essência somriaR/ 6 sha*ti G tamGm mYyY, a arte divina, ue con-ere aos seres suas m.lti"las -ormas e assim tamGm as a-asta da sua .nica e in-inita ori%em/ 8sse modo de considerar o "oder criativo divino "ode "arecer sur%ido de um "onto de vista um "ouco di-erente dauele da teolo%ia escolstica, ainda ue ele n$o contradi%a esse .ltimo, > ue a conce"#$o de ue a eistência G tanto um "resente divino uanto (do "onto de vista do "uro ser) uma limita#$o, tamGm "ode ser encontrada na ontolo%ia clssica ensinada "elos "adres da I%re>a/ A "articularidade da conce"#$o aui descrita, ue comina a meta-*sica de In Arai com a doutrina hindu do sha*ti, G ue elas se atriui amos os as"ectos da eistência (ou do "orvirR), tanto o "ositivo uanto o ne%ativo, a uma .nica e mesma causaraiD, es"eci-icamente a natureDa universal, ue G retratada como sendo tanto maternal como terr*vel/ 8m contra"osi#$o a#$o "essoal de 0eus, ue G o o>eto real da teolo%ia em si mesma, 'ua a#$o ou o"era#$o no mundo G aui re"resentada de um modo im"essoal/ Isso corres"onde inteiramente ao "onto de vista es"ecial da aluimia ue n$o G "or essa raD$o a%n?stica, emora o conceito de natureDaR, como usado e con-undido "elos -il?so-os iluministas, indiretamente deriva da natura hermGtica/ Que essa natura "udesse terse trans-ormado, com a seculariDa#$o e dessacraliDa#$o da ciência, em um va%o e descom"romissado sustituto de 0eus, n$o est inteiramente desconectado com o concomitante estreitamento do horiDonte teol?%ico, ue tornou mais di-*cil uma vis$o simultnea dos as"ectos "essoaisR e im"essoaisR da revela#$o ue 0eus -aD de 'i Mesmo/ 7o ue se re-ere ao traalho eterior da aluimia, a natureDa G o "oder direcionador "or trs de todas as transmuta#Ees a ener%ia "otencialR/ 7a aluimia interna ela a"arece como o "oder maternal, ue lierta a alma da sua eistente i%norante, rida e estGril/ Assim ela G o "oder do dese>o e da ansiedade ue h no momem, e ao mesmo tem"o muito mais, > ue como "otência ineaur*vel, natureDaR desenvolve todas as ca"acidades escondidas na alma, contra ou >untamente 1
com os dese>os ou com o e%o, de"endendo de se esse .ltimo assimila o "oder da natureDa ou se trans-orma em sua v*tima/ 8la G sem"re -eminina tanto como senhora natureDa como tamGm em seu as"ecto terr*vel como o %rande dra%$o ue va%a atravGs de todas as coisas/
A natureza, em forma de mulher e 9r%ore, sai re.u%enescida dos "ales de destilao, 6ue so o Sol e a 7ua& Qs p9ssaros so as \sementes] de ouro e prata& As duas direes de seu %oo representam, respecti%amente, \soluo] e \coa(ulao]& ) Do li%ro Alchemical Manuscript, de 2##O, na 1i"lioteca da ni%ersidade da 1asil'ia&
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0e acordo com uma inter"reta#$o (associada com o nome da natureDaR ainda ho>e), a natureDa traD sem"re al%o de coa#$o/ Isso marca uma di-eren#a essencial entre ela e a o"era#$o do livrear*trio humano/ 8la "ossui este as"ecto tamGm na aluimia, "elo menos em um sentido, "orue, de um certo "onto do traalho, essa coa#$o G transmutada em um ritmo c?smico, ue n$o "rende mas lierta/ 0ante chamou isso de o amor ue move o 'ol e as outras estrelasR/ sicolo%icamente -alando, auilo ue no come#o do traalho a"arece como um "eri%osa e distorcido im"ulso se trans-orma, com o ac.mulo da "er*cia, em uma -or#a ue conduD a consciência a es-eras mais altas/ 8sta G uma lei "resente em toda verdadeira ascesis, distin%uindoa do "uritanismo, > ue na verdadeira es"iritualidade n$o se trata de destruir as -or#as naturais, mas antes de domesticlas, de modo ue elas se trans-ormem em ve*culos do 8s"*rito/ Auilo ue "or si s? deve ser destru*do G a tendência e%o*sta, ue de-orma a %enu*na essência desses "oderes/ 8sse, de -ato, n$o G nem om nem mal em si mesmo, mas naturalmente inocente/ Falase comumente de sulima#$oR, assim em"restando uma e"ress$o alu*mica a um "rocesso "sicol?%ico, ue contudo G com"letamente inca"aD de su"erar determinadas tensEes em ases "uramente "ro-anas, e sem a a>uda de uma arte sa%rada ou da 4ra#a/ odese a"enas -alar de uma etens$o c?smica dos "oderes da alma, em cone$o com uma arte es"iritual %enu*na "ara atin%ir al%o c?smico (e indiretamente divino), o homem deve "rimeiro entrar "or meio do s*molo revelado e de sua a"lica#$o -iel antes ue ele "ossa se "erder a si mesmo, "ara meras aritrariedades, e atin%ir uma lierdade verdadeira/ Z so essa luD ue se devem considerar certos eerc*cios ue imitam ritmos da natureDa, como "or eem"lo a re%ula#$o da res"ira#$o um "rocedimento ue "rovavelmente era considerado "ela aluimia/ 7$o se trata de uma tGcnica automtica, mas al%o ue "ode servir meta da realiDa#$o es"iritual a"enas na esteira de certas condi#Ees eternas e internas/ 7a mesma cate%oria h diversos si%ni-icados es"eciais d.ios "rimeira vista, e de todo modo "eri%osos de des"ertar o "oder interior, tais como a contem"la#$o da senhora natureDa na eleDa de um cor"o -eminino um mGtodo ue G "raticado tanto no tantra como no 1<=
cavalheirismo hermGticoO;/ odese "er%untar com acerto se a distin#$o -amiliar entre desenvolvimento naturalR e a o"era#$o sorenaturalR da 4ra#a tem al%um si%ni-icado do "onto de vista hermGtico/ A res"osta G ne%ativa, no sentido de ue o traalho da 4ra#a n$o se derrama -ora do universo natural e, alGm disso, sem"re tem re"ercuss$o dentro da ordem natural no sentido estrito/ A"esar disso, >usti-icase a distin#$o uando se considera ualuer n*vel da natureDa, cu>a su>ei#$o relativa a com"uls$oR "ode ser sem"re su"erada "ela 4ra#a, ue irrom"e re"entinamente e sem constran%imento, como uma ilumina#$o/ Assim a e"ress$o natureDaR aran%e caso a caso o maior ou menor dom*nio de realidade/ Um teto alu*mico anWnimo, intitulado H< 0urissima Re%elatio diD ue a natureDa como um livroR no ual a"enas auele ue receeu a ilumina#$o de 0eus "ode ler/ TamGm se diD ue ela G uma %rossa madeira na ual muitos "enetraram com o -im de tentar sacar dele os seus sa%rados se%redos/ Mas eles -oram en%olidos, "orue n$o tinham as armas sutis, as .nicas ue "odem conuistar o terr*vel dra%$o ue %uarda o racelete de ouro/ 8 aueles ue n$o -oram mortos tiveram ue re-aDer seus "assos, aterroriDados e coertos de ver%onha e des%ra#a/ A natureDa G tamGm auele mar imenso no ual os ar%onautas se estaeleceram/ 0esventura "ara os marinheiros ue n$o conhecem sua arte[ 8les ue devem via>ar atG o -im da vida sem alcan#ar o "onto/ 8les n$o encontrar$o re-.%io nas terr*veis tem"estades/ Queimados "elo sol e con%elados "elos ventos %Glidos, eles sem d.vida "erecer$o, a menos ue im"lorem a>uda do mais alto e "oderoso 'enhor/// orue n$o G dado a muitos alcan#ar a mar%em da C?luida/// A"enas os sios ar%onautas, ue oservam estritamente as leis da natureDa e s$o com"letamente devotados vontade do Todo oderoso, "odem conuistar o racelete de ouro, com a ual MedGia, a "ersoni-ica#$o da natureDa, ir se render, contra a ordem do seu oscuro "ai, e "ara a %rande raiva do dra%$o O;Ve>a Maurice Aniane, $otes sur lalchimie, yo(a cosmolo(i6ue de la chr'tient' m'di'%ale, em K^o(a, science de lHhomme int'(ral , Cahiers du 'ud, aris, 1;OJ, e X/ 8vola, Metaf8sica del Sesso, Atanr, 3oma, 1;O=/ H< Tradu#$o -rancesa de 3oerto Buchre em 7e ?oile dIsis (aris), 1;51, "/ 1=J/
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sur"reso///R/ MedGia G uma ima%em do lado somrioR da natureDa/ A natureDa universal, como mYyY, tem duas dire#Ees ou movimentos um ue tende a se a-astar do centro es"iritual em dire#$o multi"licidade (e ue no homem est li%ada s "aiEes), e uma ue, a "artir da multi"licidade, conduD de volta dire#$o ao centro es"iritual/ 6 "rimeiro est relacionado aui li%ado MedGia, e o .ltimo Sophia ou saedoria/ Amos s$o -emininos em rela#$o com a vontade humana, sendo amos amantes ou noivas+ /// 8 maldito auele ue, como Xason, tendo vencido com o au*lio de MedGia, deiase seduDir "ela sua "eri%osa ast.cia, e sumete -eiticeira natureDa, no lu%ar de "ermanecer constante e -iel sua noiva divina, a saedoria/ or outro lado, emaventurado auele ue, asse%urado "ela saedoria, sae como seduDir auela natureDa -eiticeira, com o -im de atin%ir seus se%redos, ue ela n$o mais "ode ne%lo, e ue retorna casa, na "osse do racelete de ouro, e -iel ao seu virtuoso noivo///R/ Como os mGtodos tntricos, o traalho alu*mico des"erta um "oder natural terr*vel, e destr?i os des"re"arados e desuali-icados, mas ue eleva o sio em dire#$o su"remacia es"iritual/ 8sse "oder reside no homem, mas seu nome indica ue n$o se trata de al%o individual ou limitado, mas uma "arte ou as"ecto de um ritmo im"essoal e sem -im/ 8ssa G .nica inter"reta#$o irre-utvel ue -oi conservada na e"ress$o natureDaR/
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CANTUL6 ; A 7ATU38YA 608 06MI7A3 A 7ATU38YAR/ 7o mundo das -ormas, o modo de o"era#$oR da natureDa consiste em um ritmo cont*nuo de dissolu#EesR e coa%ula#EesR, ou de desinte%ra#Ees e -orma#Ees, da* ue a dissolu#$o de ualuer entidade -ormal n$o G sen$o a "re"ara#$o "ara uma nova con>un#$o entre a forma e a sua materia& A natureDa a%e como enGlo"e ue, "ara se livrar de "retendentes indi%nos, desenrola noite o vestido de casamento ue ela teceu durante o dia/ 6s aluimistas tamGm traalham desse mesmo modo/ 'e%uindo o ad%io sol%e et coa(ula, ele dissolve as coa%ula#Ees im"er-eitas da alma, reduDindoas sua materia, e as cristaliDa novamente em uma -orma mais nore/ Mas ele "ode realiDar esse traalho a"enas em un*ssono com a natureDa, "or meio de uma vira#$o natural da alma ue des"erta durante o curso do traalho e conecta os dom*nios humano e c?smico/ Assim, "or sua "r?"ria vontade, a natureDa vem em au*lio da arte, de acordo com o ad%io alu*mico+ 6 "ro%resso do traalho a%rada muito natureDaR (operis processio multum naturae placet )/ As duas -ases da natureDa dissolu#$o e coa%ula#$o ue "arecem se o"or a "artir de um "onto de vista su"er-icial mas ue na verdade s$o mutuamente com"lementares "odem, em um certo sentido, ser relacionadas aos dois "olos, essência e sustncia, emora eles, oviamente, n$o este>am "resentes na natureDa como "ura o"osi#$o de Atividade e assividade, mas meramente como re-leEes relativas desses .ltimos/ 7a natureDa G o eno-re alu*mico ue corres"onde ao "olo ativo, e o merc.rio alu*mico ue corres"onde ao "olo "assivo/ 6 eno-re G relativamente ativo G o eno-re ue con-ere -orma/ Merc.rio assemelhase matGria "assiva, ue G assim mais imediatamente relacionado com a natureDa mesma e com o seu caractere -eminino/ 0esde ue o eno-re re"resenta o "olo essencial da sua re-ra#$o natural, diDse ue ele G ativo no modo "assivo, enuanto o merc.rio, em vista do carter dinmico da 111
natureDa, "ode ser chamado de "assivo no modo ativo/ A rela#$o m.tua das duas -or#as "rimordiais G assim similar uela do homem e da mulher na uni$o seual/ 6 melhor s*molo "ara a du"la eno-re merc.rio G o "adr$o chinês :in:an%, com o "olo "reto no v?rtice ranco e o "olo ranco no v?rtice "reto, como indica#$o de ue o "assivo est "resente no ativo e de ue o ativo est "resente no "assivo, assim como no homem est contida a natureDa da mulher e na mulher a natureDa do homem H1/
7a alma o eno-re re"resenta a essência, ou es"*rito, enuanto o merc.rio corres"onde alma mesma, em seu "olo rece"tivo e "assivo/ 0e acordo com Muh!i 2d0bn 2Arai, ue sem"re tem as mais altas inter"reta#Ees em vista, o eno-re corres"onde ao Comando divinoR, vale diDer, ao fiat lu@ "or meio do ual o mundo se trans-ormou em um cosmos a "artir do caos, enuanto o merc.rio re"resenta a 7atureDa universal, a contra"artida "assiva do "rimeiroH5/ Assim, muito emora no dom*nio es"ec*-ico da aluimia os dois "olos a"are#am como -or#as mais ou menos condicionadas, G astante .til recordar seus "rot?ti"os incondicionados, > ue s? assim se "ode entender, "or eem"lo, em ue as"ecto o eno-re corres"onde ao des*%nio es"iritual, e o merc.rio ca"acidade "lsticaR da alma/ 8m um sentido imediato, e em sua inter"reta#$o "sicol?%ica %eral, o des*%nio es"iritual se ori%ina de um ideal e se es-or#a "ara -ormar a alma de acordo com ele/ 8m seu sentido ori%inal, entretanto, ue revela a si mesmo a"enas dentro dos limites de H1 Isto n$o tem a"enas uma ase "sicol?%ica, mas tamGm e acima de tudo ontol?%ica/ H5 Fut/hYt al)Me**iyah/
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uma arte es"iritual tradicional, o des*%nio es"iritual G uma vira#$o vindo do centro do ser, um ato es"iritual ue rom"e atravGs do "ensamento e ue no "lano da alma e-etiva duas coisas+ uma am"lia#$o e a"ro-undamento do senso do serR e uma clari-ica#$o e estailiDa#$o dos conte.dos essenciais da consciência/ 0e acordo com isso, a ca"acidade "lsticaR da alma, ue corres"onde ao Ato do 8s"*rito ori%inal, n$o G meramente a ima%ina#$o "assiva ue assume e desenvolve -ormas, mas uma ca"acidade ue %radualmente se estende "ara alGm dos con-ins da consciência individual vinculada ao cor"o/ ` 6 eno-re, "oder masculino ori%inal, e o merc.rio, "oder -eminino ori%ina, amos em"enhamse na dire#$o da com"letude de seu .nico e eterno "rot?ti"o/ 8sse .ltimo G ao mesmo tem"o a raD$o "ara sua o"osi#$o e da sua m.tua atra#$o tanto uanto as natureDas masculina e -eminina alme>am inte%ridade do estado humano, e como resultado desse "rocura, a se"ararse um do outro e a unirse um com o outro/ or meio dessa uni$o -*sica, amos tentam restaelecer a ima%em de seu "rot?ti"o eterno comum/ 8sse G o casamento do homem e da mulher, eno-re e merc.rio, 8s"*rito e alma/ 7o reino mineral G o ouro ue nasce da uni$o "er-eita dos dois "rinc*"io %eradores/ 6 outro G o verdadeiro "roduto da %era#$o metlica/ Qualuer outro metal G tanto um "arto "rematuro ou um aorto, um ouro im"er-eito e, desse "onto de vista, o traalho alu*mico n$o G sen$o uma "arteira ou a>udante, ue a arte o-erece natureDa, da* ue essa .ltima "ode "er-eitamente amadurecer o -ruto cu>a matura#$o -oi "re>udicada "or certas circunstncias tem"oraisHJ/ Isso "ode ser entendido tanto no sentido mineral como no microc?smico/ Muh!i 2d0in in Arai considera o ouro como s*molo do estado ori%inal e incorru"t*vel (al)fitrah) da alma, a -orma na ual a alma humana -oi criada no come#o/ 0e acordo com a conce"#$o islmica, a alma de toda crian#a inconscientemente se HJ As mais recentes descoertas no cam"o da -iss$o nuclear "arecem con-irmar ue os metais ualitativamente mais aios s$o os mais instveis/ 6 urnio assemelhase ri%orosamente ao chumo/
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a"roima do estado admico, antes de ser conduDida "ara lon%e dele novamente "elos erros im"ostos nela "elos adultos H/ 6 estado incorru"to "ossui um euil*rio interno de -or#as/ Isto G e"ressado "ela estailidade do ouro/ 0e acordo com uma conce"#$o cosmol?%ica am"lamente di-undida > citada "or Arist?teles a natureDa G caracteriDada "or uatro "ro"riedades, mani-estadas no n*vel sensorial "or calor, -rio, umidade e secura/ 6 calor e a secura s$o associados com o eno-re -rieDa e umidade, com o merc.rio/ As duas "rimeiras "ro"riedades, assim, têm o carter "redominantemente ativo e masculino as duas .ltimas, o carter mais "assivo e -eminino/ 6 ue isso si%ni-ica "ode ser visto mais claramente uando se relaciona o calor e"ans$o, o -rio contra#$o, a umidade dissolu#$o, e a secura coa%ula#$o/ 6 calor, ou o "oder de e"ans$o "eculiar ao eno-re, causa o crescimento de uma determinada -orma a "artir do seu centro essencial, e essa -or#a da natureDa G intimamente li%ada com a vida/ A secura do eno-re coa%ula ou -iaR a forma no "lano de sua materia, ent$o ela imita a imutailidade do seu "rot?ti"o de um modo "assivo e material/ 8m outro sentido, o "oder de e"ans$o do eno-re G o dinmico e "ortanto relativamente "assivo as"ecto do Ato essencial, e a coa%ula#$o G o contrrio ou o as"ecto menos "redominante da imutailidade da 8ssência/ 6 Ato "uro G im?vel e a 8ssência verdadeira G ativa/ A -rieDa, ou o "oder de contra#$o, do merc.rio se o"Ee ao "oder de coa%ula#$o do eno-re, na medida em ue envolve as -ormas a "artir do eterior, como se ele -osse, e os "rendesse ra"idamente, como um .tero c?smico HO/ 6 carter .mido e dissolvente do merc.rio, entretanto, assemelhase rece"tividade -eminina ue, como a %ua, "ode assumir todas as -ormas, sem desse modo ser alterado/ As uatro "ro"riedades naturais ou modos de o"era#$oR, ue têm rela#$o de "aridade com o eno-re e o merc.rio, "ode, em suas sucessivas coa%ula#Ees e dissolu#Ees, H 8sta doutrina n$o deve ser con-undida com a o"ini$o de X/X/ 3ousseau de ue o homem G om em si mesmo/ A reca"itula#$o inconsciente do estado "rimordial na crian#a n$o eclui as tendências ne%ativas ou os de-eitos hereditrios/ HO 'ore o "oder de contra#$o do merc.rio, ve>ase 3enG 4uen?n, A 4rande Tr*ade, "ulicado "ela La 3evue de la Tale 3onde, aris, 1;H, ca"*tulo entitulado 8no-re, merc.rio e salR/
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entrar em uma variedade de comina#Ees um com o outro/ A %era#$o a"enas tem lu%ar uando as "ro"riedades do eno-re e do merc.rio mutuamente se "enetram/ Quando a secura do eno-re se >unta unilateralmente com a -rieDa do merc.rio, ent$o a coa%ula#$o e a contra#$o v$o >untas (sem a conseuente a#$o do calor e"ansivo do eno-re ou da umidade dissolvente do merc.rio), se%uese uma com"leta ri%ideD da alma e do cor"o/ 8m termos da vida, esta G a sonolência da idade avan#ada e, no n*vel Gtico, a avareDa/ Mais %enericamente e mais "ro-undamente isto G o encerramento da consciência e%?ica em si mesma, uma condi#$o mortal da alma ue "erdeu a sua rece"tividade e vitalidade ori%inais, tanto es"iritual como sensorialmente/ elo contrrio, uma con>un#$o unilateral de calor e umidade (i/ e/, e"ans$o e dissolu#$o) resulta em uma volatiliDa#$o de "oderes/ Isso se assemelha condi#$o da "ai$o ue consome, v*cio e dissi"a#$o de es"*rito/ Caracteristicamente, os dois ti"os de deseuil*rio usualmente s$o encontrados >untos/ Um %era o outro/ A con%ela#$o das "otências da alma conduD dissi"a#$o, e o -o%o vivo da "ai$o desen-reada traD a morte *ntima/ A alma ue G avara consi%o mesma e se -echa ao 8s"*rito G trans"ortada ao lar%o no v?rtice de im"ressEes dissolventes/ 6 euil*rio criativo a"enas G "roduDido uando o "oder e"ansivo do eno-re e o "oder contrativo do merc.rio mantêm o euil*rio, e uando ao mesmo tem"o o "oder coa%ulante masculino entra em uma -rut*-era uni$o com a ca"acidade dissolvente -eminina/ 8sse G o verdadeiro casamento dos dois "olos do ser, ue s$o re"resentados inter alia "elos trin%ulos interseccionados do selo de 'alom$o Y o si%no ue tamGm simoliDa a s*ntese dos uatro elementos/ As a"lica#Ees dessa lei s$o e-etivamente ilimitadas a"enas al%umas "oucas conseuências "sicol?%icas e vitaisR -oram mencionadas aui/ odese acrescentar ue a medicina tradicional est -undada nos mesmos "rinc*"ios, os uatro elementos ue corres"ondem aos uatro humores HH/
HH Ao ar corres"onde o vermelho constituinte do san%ue ao -o%o, a ile amarela %ua, a -leuma e terra, a ile ne%ra/ Todos os uatro humores est$o contidos no san%ue/
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Fi(ura #& Representao sim"lica do tra"alho al6u8mico& Q dra(o do caos, ou natureza no)domesticada, descansa na 9r%ore da materia prima f8sica, 6ue tem suas ra8zes na terra da materia prima csmica& Qs sete sis correspondem aos sete metais, planetas e fases do tra"alho& Do sol, no topo da fi(ura, emer(em dois raios 6ue representam os poderes masculino e feminino& Entre eles esto e6uili"radas as duas 9(uias 6ue representam o mercrio masculino e feminino& Suas cores so o preto, o "ranco, o amarelo e o %ermelho e ento renem em si mesmos as 6uatro principais cores do tra"alho& Em determinado sentido o dra(o ' o in8cio e 9(uia ' a forma final do mercrio& P De um manuscrito al6u8mico MS N3X da 1i"lioteca ?adian, St& _allen&
A alma, em sua com"leta am"litude, como 11H
desdorada no curso do traalho alu*mico, G %overnada "elas duas -or#as -undamentais, eno-re e merc.rio, ue adormece, no estado ca?ticoR da alma adormecida, como o -o%o na "edra e a %ua no %elo/ Quando eles des"ertam, antes de tudo, mani-estam suas o"osi#Ees em uma certa tens$o eterna/ A "artir desta tens$o, eles continuam a crescer um sore o outro, e na medida em ue eles se tornam livres, eles se com"enetram, > ue eles est$o "redestinados um ao outro como homem e mulher/ A essas duas -ases do seu desenvolvimento est$o relacionadas as duas "rimeiras clusulas da -?rmula hermGtica+ A natureDa se deleita na natureDa a natureDa contGm a natureDa a natureDa "ode dominar a natureDa/R 8ssa .ltima clusula si%ni-ica ue os dois "oderes, uando eles cresceram ao "onto de um aran%er o outro, re.nemse em um "lano su"erior e ent$o sua o"osi#$o, ue "reviamente limitava a alma, a%ora se trans-orma em uma com"lementaridade -rut*-era "or meio da ual a alma aduire dom*nio sore todo o mundo das -ormas e correntes "s*uicas/ Assim, a natureDa, como uma -or#a liertadora, domina a natureDa como tirania e o"ress$o/
11P
Fi%ura H/ A6uila %olans et "ufo (radicus sup& Terra est ma(isteriumR/ A %uia ascendente re"resenta a "arte lierada, es"iritual, da materia alu*mica, e o sa"o a sua esc?ria oscura mas -Grtil/ A lua crescente corres"onde alma "uri-icada enuanto a ser"ente "resa "or um n? G a ima%em da -or#a latente da natureDa/ 0o manuscrito 8%erton =O no Museu Britnico/ 'Gculos ]V]VI/ ` Quando o Ato divino imutvel ue %overna o cosmos G simolicamente re"resentado "or um eio vertical 11=
im?vel, o cursoR da natureDa, em rela#$o a ele, G como uma es"iral ue %ira ao redor desse eio ent$o com cada volta ele concee um novo "lano ou %rau de eistência/ 8sse G o s*molo "rimordial da ser"ente ou dra%$o, ue se -aD %irar em torno do eio da rvore do mundoHP/ Quase todos os s*molos da natureDa "rocedem da es"iral ou do c*rculo/ 6 ritmo desses sucessivos (irar e desenrolar da natureDa, do sol%e et coa(ula alu*mico, G re"resentado "ela du"la es"iral+ , cu>a -orma est tamGm na ase das re"resenta#Ees Doom?r-icas do Sha*ti/ TamGm relacionada a isso G a re"resenta#$o das duas ser"entes ou dra%Ees em dire#Ees mutuamente contrrias em torno de um %ru"o de rvores/ 8las corres"ondem s duas -ases com"lementares da natureDa ou s duas -or#as -undamentais H=/ 8sta G a heran#a anti%a de ima%ens da natureDa sore as uais tanto a aluimia, e determinadas tradi#Ees do 6riente (es"ecialmente o tantrismo) etra*ram/
TamGm se "ode notar aui ue o uso de uma ser"ente ou de um dra%$o como ima%em de um "oder c?smico "ode ser encontrado em todas as "artes do mundo/ Z es"ecialmente caracter*stico dauelas artes tradicionais tais como a aluimia, ue est$o "reocu"adas com o mundo sutil/ Um rG"til se move sem "ernas, e "or meio de um ritmo ininterru"to de seu cor"o, ent$o tratase da incor"ora#$o, "or assim diDer, de uma oscila#$o sutil/ AlGm disso, a sua essência G tanto in-lamvel como -ria, delierada e elemental/ A semelhan#a em uest$o G t$o real ue a maioria, sen$o todas as culturas tradicionais, consideram as ser"entes de "ortadores ocasionais de "oderes "s*uicos sutis/ Basta "ensar nas ser"entes como %uardi$s dos t.mulos na anti%uidade ocidental e etremo oriental/ 7a Iaya)yo(a, um mGtodo es"iritual "ertencente ao dom*nio do tantrismo, cu>o nome si%ni-ica uni$o ( yo(a) alcan#ada atravGs da dissolu#$o ( laya), o des"ertar do Sha*ti dentro do microcosmo humano G com"arado com o HP Ver 3enG 4uen?n, 6 simolismo da cruD/ H= Ver 3enG 4uen?n, o"/ cit/
11;
des"ertar da ser"ente ( [undalinZ ), ue atG ent$o "ermanecia enrolada no centro sutil conhecido como m/YdhYra/ 0e acordo com determinada corres"ondência entre as ordens sutil e cor"oral, esse centro G localiDado na etremidade interior da coluna verteral/ A [undalinZ G des"ertada "or determinados eerc*cios em concentra#$o es"iritual, "or meio dos uais ele %radualmente ascende, em es"iral, o eio es"iritual do homem, traDendo cena mesmo os maiores e mais altos estados de consciência, atG ue -inalmente restaura a "lenitude da consciência do 8s"*rito su"ra-ormalH;/ 7essa re"resenta#$o, ue n$o deve ser considerada literalmente, mas como uma sim?lica emora l?%ica e conseuente descri#$o do "rocesso interior, "odese novamente reconhecer a ima%em da natureDa ou Sha*ti %irando ao redor do eio do mundo/ Que os "oderes em desenvolvimento "odem vir de aioR, est em sintonia com o -ato de ue a "otência ( potentia) como a materia prima em sua "assividade re"resenta a aseR do cosmos, e n$o o "ice/ 7a tradi#$o hermGtica, a natureDa universal, em sua condi#$o latente, G re"resentada da mesma -orma como um rG"til enrolado/ 8sse G o dra%$o Uroorus ue, ondulado dentro de um c*rculo, morde sua "r?"ria calda/ A natureDa, na sua -ase dinmica, "or outro lado, G retratada "or meio das duas ser"entes ou dra%Ees, ue na -orma do em conhecido modelo do Bculo de 9ermes, ou caduceus, %ira a si mesma ao redor de um eio auele do mundo ou do homem em dire#Ees o"ostas/ 8ssa du"lica#$o da ser"ente "rimordial tem tamGm uma contra"artida em laya) yo(a, > ue [undalinZ G tamGm dividida em duas -or#as sutis, IdY e 0in(alY, ue em dire#Ees o"ostas %iram a si mesmas ao redor de Merudanda, o "rolon%amento microc?smico do eio do mundo/ 7o come#o do traalho es"iritual o Sha*ti est "resente nesta -orma dividida, e a"enas de"ois ue as duas -or#as s$o ativadas alternativamente "or meio de uma -orma de concentra#$o aseada na res"ira#$o, [undalinZ des"erta de seu sono e come#a a ascender/ T$o lo%o ela alcan#a o limiar da consciência, as duas -or#as o"ostas se dissolvem com"letamente nela/ 7a aluimia as duas -or#as re"resentadas como ser"entes ou dra%Ees s$o o eno-re ou o merc.rio/ 'eu "rot?ti"o H; Ve>a Arthur Avalon, 6 oder da 'er"ente, Madras, 1;J1/
15<
macroc?smico s$o as duas -ases de aumento e diminui#$o do curso anual do 'ol, se"arado um do outro "elos solst*cios de inverno e de ver$oP A cone$o entre o simolismo tntrico e alu*mico G ?vio+ das duas -or#as 0in(alY e IdY, ue %iram a si mesmas ao redor de Merudanda, a "rimeira G descrita como sendo uente e seca, caracteriDada "ela cor vermelha, e, como o eno-re alu*mico, com"arada com o 'ol/ A se%unda -or#a, IdY, G considerada como sendo -ria e .mida, e na sua "alideD "rateada, G associada com a lua/
Qs sete \sha*ras] ou centros de poder do corpo sutil do homem, com os dois flu@os de poder \Ida] e \0in(ala], 6ue (ira ao redor do ei@o central& Representao tYntrica e@tra8da de Q 0oder da Serpente, de Arthur A%alon& A folha desenhada na ca"ea representa o sha*ra superior: \o lotus de mil p'talas]&
P< Ver Xulius 'chae, o"/ cit/
151
8m seu livro So"re as fi(uras hiero(l8ficas, 7icolas Flameu escreveu a res"eito da rela#$o m.tua do eno-re e do merc.rio+ /// a* est$o as duas ser"entes ue s$o -iadas ao redor do caduceus, ou Bculo de Merc.rio, e "or meio do ual o merc.rio domina seu %rande "oder e trans-orma a si mesmo de acordo com seu des*%nio/ Quem uer ue destrua um, diD 9al! P1, tamGm destr?i o outro, "orue cada um deles somente "ode ser destru*do >untamente com o seu irm$o ("or meio da destrui#$o deles, amos "assam "ara um novo estado)/// A"?s amos terem sido colocados no vasoR do t.mulo (vale diDer, o vaso interior, hermeticamente -echadoR), eles "assam a -erirse um ao outro, com selva%eria, e em raD$o de seu ma%n*-ico veneno e -.ria cruel, n$o se soltam a menos ue o -rio "ossa detêlos atG ue amos, como resultado de seu veneno .mido e -erimentos mortais, s$o anhados em san%ue ("or tanto tem"o uanto a natureDa "ermanece selva%emR, a o"osi#$o das duas -or#as G mani-estada de modo destrutivo ou venenosoR), ent$o eles -inalmente se destroem e sumer%em em seu "r?"rio veneno, ue, a"?s sua destrui#$o, ir transmutlos em %ua viva e "er"Gtua (na ual eles s$o reunidos em um n*vel su"erior), a"?s eles haverem "erdido, com sua ueda e decom"osi#$o, suas -ormas "rimeiras e naturais, com o intuito de aduirir uma -orma sim"les, nova, mais nore, melhor///RP5/ 8ssa -ula com"lementa o mito hermGtico do Caduceu de 9ermes/ 9ermes, ou Merc.rio, %ol"eou com este culo, um "ar de ser"entes ue comatiam entre si/ 6 %ol"e dominou as ser"entes ue, -eridas, se enroscaram em torno da vara e lhes con-eriu o "oder te.r%ico de li%arR e dissolverR/ Isso si%ni-ica a transmuta#$o do caos em cosmos, do con-lito em ordem, atravGs do "oder de um ato es"iritual, ue tanto se"ara uanto une/
P1 rovavelmente o nome rae 2Ali/ P5 6 amor-o, ou sem -orma, G o o"osto de ultra-ormal, ou su"ra-ormal/ 8ste .ltimo n$o carece de -orma, ele a "ossui essencialmente, sem ser limitado "or ela/ or essa raD$o, o su"ra-ormal uer diDer, o 8s"*rito "uro a"enas "ode ser conceido "or meio de uma -orma "er-eita/
155
Q 19culo de ermes, ou Caduceu, de um desenho de ans ol"ein, o o%em&
7a tradi#$o >udaica, como contra"artida ao Caduceu de 9ermes, e ao s*molo hindu de 1rahma)dandaPJ, n?s encontramos o Bast$o de MoisGs, ue realmente se trans-ormou em ser"ente/ 7o misticismo islmico o ast$o de MoisGs, ue, so o comando de 0eusR, se trans-ormou em uma ser"ente e, ao ser a"reendidoR "or MoisGs, retornou -orma de ast$o, G com"arado alma "assiva ( nafs), ue atravGs da in-luência do 8s"*rito 0ivino "ode ser trans-ormada em um "oder "rodi%ioso/ orue ele incor"ora um "oder es"iritual, o Bast$o de MoisGs, trans-ormado em ser"ente, "ode vencer a ser"ente en%endrada "elos -eiticeiros e%*"cios, -eita de "oderes m%icos e "or isso mesmo "s*uicos "orue o es"*rito "revalece sore a alma e seu dom*nioP/ 8sta inter"reta#$o da hist?ria do ast$o de MoisGs, PJ Ver 3enG 4uen?n, o"/ cit/ P Ve>a minha tradu#$o de Fuss al9ikam, ca"*tulo sore MoisGs/
15J
mencionada no Alcor$o, lemra a distin#$o hindu entre %idyY) mYyY (7atureDa Universal em seu as"ecto iluminadorR) e a%idyY)mYyY (7atureDa Universal como "oder de ilus$o)/ 7essa distin#$o, entretanto, tamGm se "ode ver o senso "ro-undo do "rovGrio hermGtico+ a natureDa "ode dominar a natureDaR/ 0o "onto de vista alu*mico, a trans-orma#$o do Bast$o de MoisGs em ser"ente, e sua suseuente solidi-ica#$o, corres"onde eatamente ao sol%e et coa(ula do %rande traalho/
0ar de dra(es, de um talism 9ra"e&
7a arte crist$o medieval h uma re"resenta#$o do Caduceu de 9ermes ue a -ula de Flamel traD vivamente lemran#a/ A -i%ura do "ar de ser"entes, ou dra%Ees, entrela#as e se mordendo mutuamente, tamGm era comum na anti%a arte irlandesa e an%losa$/ 7a escultura romanesca, isto ocorre com muita -reuência e desem"enha um "a"el t$o marcante na decora#$o das constru#Ees sa%radas PO, ue se "ode ra"idamente concluir ue se trata de um ti"o de assinaturaR de determinada escola crist$ hermGtica/ AlGm disso, o mesmo tema est conectado com o s*molo do la#o, cu>o si%ni-icado cosmol?%ico est no -ato de ue uanto mais -ortemente se "ua PO 0e -ato este tema "ode ser encontrado em todas as i%re>as romanescas/
15
o n? mais -irmemente os seus dois com"onentes "ermanecem >untos/ Isso ilustra, inter alia, a m.tua neutraliDa#$o das duas -or#as uando em estado de caosR PH/
0ar de dra(es, do coro romanesco da Catedral da 1asil'ia&
Forma romanesca do caduceu, na porta principal da I(re.a de Saint Michaels, em 0a%ia&
Al%umas veDes um dos dois rG"teis ue re"resentam o eno-re e o merc.rio G alado, enuanto o outro n$o tem asa/ 6u no lu%ar dos dois rG"teis h um le$o e um dra%$o em comate/ A -alta de asas re-erese sem"re natureDa -irmeR do eno-re, enuanto o animal alado, se>a um dra%$o, um %ri-o ou uma %uia, re"resenta o merc.rio voltilR PP/ 6 le$o, ue vence o dra%$o, corres"onde ao eno-re, ue -iaR o merc.rio/ 6 le$o alado, ou um %ri-o leonino, "odem re"resentar a uni$o das duas natureDas, e têm o mesmo si%ni-icado ue a ima%em do andr?%ino masculino e -eminino/
PH Isso e"lica o "a"el dos n?s na ma%ia/ PP Ver 'enior Yadith, Tur"a 0hilosophorum& 1i"l& des& phil& chim&
15O
De um manuscrito al6u8mico de 2##O, na 1i"lioteca da ni%ersidade da 1asil'ia&
Finalmente o dra%$o soDinho "ode re"resentar todas as -ases do traalho, contanto ue ele se>a "rovido de "Gs, aratanas ou asas, ou est sem uaisuer memros/ 0essa -orma considerase ue ele "ode viver tanto na %ua, no ar ou na terra e, como uma salamandra, atG mesmo no -o%o/ 6 s*molo alu*mico do dra%$o, assim, "arecese muito "roimamente com auele do dra%$o universal etremo oriental, ue "rimeiro vive como um "eie na %ua, e ent$o como uma criatura alada elevada aos cGus/ Isso tamGm lemra o mito asteca de QuetDalcoatl, a ser"ente "lumada, ue sucessivamente se move deaio da terra, sore a terra, e no cGu/ Todas essas corres"ondências com ima%ens alu*micas de animais -oram mencionadas com o intuito de mostrar como a saedoria cosmol?%ica dos mais diversos "ovos G re-letida na aluimia, de um modo "articular, e com limites es"ec*-icos/
15H
CANTUL6 1< 87]6F38, M83Cj3I6 8 'AL Z em virtude de sua natureDa, e do "a"el ue eles eercem no o-*cio dos metalur%istas, ue as duas sustncias u*micas normalmente chamadas de eno-re e merc.rio s$o tomadas como s*molo das duas -or#as criadoras "rimrias/ 8las atuam nos metais, mas s$o em si mesmas es"*ritosR volteis/ 6 merc.rio, em "articular, "ode ser s?lido, l*uido ou %asoso/ 8le "ertence aos cor"osR, aos metais e aos es"*ritosR/ 6 carter masculinoR do eno-re "ode ser visto na sua in-lamailidadeR, e tamGm no -ato de ue ele "ode -iar e dar cor ao merc.rio voltil/ A comina#$o dos dois "roduD o Cinare/ A colora#$o, "elo eno-re, corres"onde atriui#$o de -orma/ 6 merc.rio ordinrio "ossui um %rande dese>o de se li%ar aos metais corres"ondentes/ Com o merc.rio, os metalur%istas "odem -aDer ouro e "rata l*uidos/ 6 aml%ama de merc.rio tem sido usado desde os tem"os anti%os "ara dourar o>etos metlicos/ A"?s a a"lica#$o do aml%ama l*uido o merc.rio "ode ser eliminado "elo -o%o, e o dourado "ermanece/ 6 ouro "ode tamGm ser etra*do de outros minerais atravGs da lim"eDa destes com o merc.rio/ 6 si%ni-icado do sol%e et coa(ula alu*mico tamGm "ode ser visto nesse eem"lo artesanal, tamGm como a -un#$o decisiva do -o%o es"iritual/ 0e acordo com a mesma analo%ia, o merc.rio carre%a em si mesmo a semente do 'olR, assim como o mar "rimordial da materia prima, ue os hindus chamam pra*riti contGm o ovo dourado do mundo o hiranya(ar"ha do mito indiano/ 7o "lano da alma o mar "rimordial n$o G nada alGm do ue a anima mundi/ 6 merc.rio, ue anima e dissolve o metalR interior G, em um certo sentido, a reenta#$o desse mar "rimitivo, ue como a m$e de todas as coisas "ermanece inalcan#vel/ or essa raD$o o merc.rio G tamGm conhecido como san%ue maternoR (menstruum), "orue uando ele n$o -lui "ara -oraR e "erece, ele nutre a semente no .tero alu*mico ou athanorR/ 15P
Cristo na forma da 9(ua)dupla do mercrio emer(indo da Sant8ssima ?ir(em 4 m ateria "rima 5& De um manuscrito al6u8mico do s'culo ?I& 1i"lioteca ?adiana, S& _allen&
Tendo em mente o -ato de ue o eno-re em certo sentido corres"onde ao 8s"*rito, e o merc.rio alma, "ode causar uma con-us$o o -ato de ue uase todos os aluimistas chamam o merc.rio um spiritus (es"*ritoR), enuanto al%uns deles ("or eem"lo, Basilius Valentinus) com"aram o eno-re anima (almaR)/ Isso contradiD o ue vem sendo dito acima a"enas a"arentemente "orue na lin%ua%em desses autores alma si%ni-ica a alma imortal, assim sendo a -ormaR essencial e imutvel do homem, enuanto a e"ress$o spiritus n$o si%ni-ica o es"*rito transcendente ou o intellectus a(ens, mas o es"*ito vitalR, auele "oder sutil ue une a alma individual com o cor"o e com o universo cor"oral como um 15=
todo/ 6 es"*rito vital corres"onde ao merc.rio "orue ele est li%ado a"enas "arcial e es"ontaneamente es-era do e%o, e assim re"resenta a materia ainda em -orma#$o/ A e"ress$o rae r/h tamGm "ode ter o mesmo si%ni-icado/ 8la G usada neste sentido "elos cosmolo%istas, inde"endentemente do -ato de ue a mesma "alavra tamGm desi%na o es"*rito meta-*sico/ A raD$o "ara esse du"lo si%ni-icado "ode ser a de ue spiritus como r/h e tamGm (e tamGm o ruah hereu) lemra o movimento do ar na res"ira#$o (em rae, vendoR G rZh)/ or um lado isso "ode re"resentar a res"ira#$o criativa do 8s"*rito universal e, "or outro lado, a moilidade do 8s"*rito vitalR, e sua cone$o com a atmos-eraR sutil deste mundo/ 6 8s"*rito vitalR se "rolon%a "or todo o es"a#oR c?smico/ 8le G assimilado "elos seres como o ar o G na res"ira#$o/ Tratase da constante nutri#$o do cor"oR sutil de seus "oderes vitais/ 6s hindus chamam esse "oder de prYna/ 0eterminadas trios ind*%enas norteamericanas chamam de orenda
etivo ou mesmo c?smico, "odese -acilmente "erder o -io da meada, se n$o se sae ue est na essência da aluimia e tamGm de outros mGtodos similares sem"re a"roimar o dom*nio da alma dos seus "ontos de re-erência cor"orais, e o Universal, de seus tra#os eistenciais concretos/ 7o n*vel cor"oral, o merc.rio est "resente no san%ue e no sêmen/ 8m um n*vel um "ouco mais elevado intermedirio entre o cor"o e a alma ele est no cora#$o e na res"ira#$o/ Tratase ent$o do "ortador da sustnciaR da alma/ 'eu ritmo G a ima%em da solidi-ica#$oR dessa sustncia no cam"o da -or#a da consciência individual, e de sua eventual dissolu#$o no Todo/ A sustncia da alma, "or sua veD, G a "ortadora da realidade es"iritual/ P= Ver aul CoDe, 7Qiseau)Tonnere, aris4eneva, 1;J=/ 0e acordo com Averr?is, ue se aseia em 4aleno, o es"*rito vital G uma sustncia "ura "resente no es"a#o estelar, ue G assimilada "or meio de um "rocesso similar res"ora#$o e G trans-ormada em vida no cora#$o/
15;
0e acordo com o mestre chinês o Ch 2an%ên% , ue incor"orou a aluimia ao Budismo 0h!na (Yen), a a#$o do merc.rio "ode ser conceida de três modos+ de acordo com a "rimeira conce"#$o, o merc.rio G o cora#$o, ue se -aD l*uido "ela medita#$o (dhyYna) e *%neo "elas -a*scas do 8s"*rito, enuanto o chumo, ue ele "ode transmutar, corres"onde ao cor"o/ 0e acordo com a se%unda conce"#$o, o merc.rio G a alma, e o chumo e a res"ira#$o e se%undo a terceira, o merc.rio G o san%ue e o chumo G o sêmen/ 8m cada caso o merc.rio tem o "a"el de elemento dissolvente e vivi-icador/ 8m .ltima anlise, G a sustncia ue -luiR em todas as -ormas "s*uicas e mentais/ 6s aluimistas hindus chamam o merc.rio de sêmen de 'hivaR/ 'hiva G deus como autor de toda transmuta#$o= TalveD o leitor "ossa "er%untar como se "ode, de al%um modo, "rovar o ue, na aluimia interior, G realidade e o ue G meta ima%ina#$o/ 6 critGrio "ara isso est na realiDa#$o alu*mica mesma, ue em .ltima anlise n$o traD nenhum conte.do novo "ara a consciência humana, mas antes revela sua real sustncia, ue "recede toda a e"eriência/ 8m usca de uma melhor e"ress$o "odese chamar isso de a auisi#$o da consciência do serR/ 6 ser n$o G nem o>etivoR, nem su>etivoR, mas inclui amos ou est acima de amos/ A consciência do ser G tamGm necessariamente um conhecimento da unidade, > ue unum et esse con%ertuntur / 8m "rimeira instncia o merc.rio G a"enas a mani-esta#$o da materia prima/ 8m .ltima anlise, entretanto, G a materia prima mesma/ 7o livro de Fra Marcantonio A luz 6ue procede da escurido est dito ue 8u conhe#o em ue o seu merc.rio secreto n$o G outro sen$o o es"*rito vivo, oni"resente e inato ue, na -orma de um nevoeiro etGreo (uma in-luência sutil) continuamente desce do cGu terra (e aos homens da terra) com o -im de im"re%nar os cor"os "orosos da terra/ 8u sei ue ele G suseuentemente nascido no meio do eno-re im"uro (as sustncias cor"orais), e ent$o, tendo tido uma natureDa voltil, ele "ode aduirir uma -irme (i/ e/ Imutvel), e ao -aDer isso ele assume a -orma da umidade P;
P; Ver Micea Zliade, For(erons et alchimistes, ca"*tulo sore a aluimia chinesa/ =< Ve>a Mircea Zliade, o"/ cit/, ca"*tulo sore a aluimia indiana/
1J<
"rimria (humiditas radicalis)/// =1/ 6 eno-re tem a"arentemente dois as"ectos contradit?rios+ como causa -ormativa, ele e-etua, em "rimeiro lu%ar, a coa%ula#$o da sustnciaR ou cor"oR ue ser transmutado, e assim tamGm a sua secura e dureDa/ 8le ent$o a"arece como um im"edimento "uri-ica#$o, e a"enas uando a sustnciaR tenha sido com"lemente dissolvida de sua coa%ula#$o, o eno-re revelase como a causa criativa da -orma nova e noreR/ A dissolu#$o G "atrocinada "elo merc.rio/ Assim, em "rimeira instncia, esse .ltimo e o eno-re traalham com "ro"?sitos contrrios, arreatandolhe sua sustnciaR com o -im, suseuentemente, de o-erecer a si mesmoR a eleR como uma sustncia nova, ilimitada e mais rece"tiva/ 0o "onto de vista "sicol?%ico isso G o mesmo ue ocorre uando a atra#$o da natureDa -eminina dissolve a natureDa masculina do seu tor"or e ao mesmo tem"o suscita, como resultado dessa tens$o entre os dois "olos, seu verdadeiro "oder masculino e ativo/ 9 um mGtodo tntrico ue o"era esse "rocesso alu*mico "elo incremento da atra#$o natural entre o homem e a mulher ao mais alto %rau, e ent$o "romove uma reavalia#$o es"iritual, similar ao Fedeli d2Amore (ao ual 0ante "ertenceu), ue tamGm conheceu e "raticou tal mGtodo =5/ 7o casamento 6u8mico de Christian Rosen*reutz, de Xohann Valentin Andrae, a se%uinte ale%oria G relatada+ um elo unic?rnio, ranco como a neve, adornado "or um colar dourado, a"roimase de uma -onte e se a>oelha, como se dese>asse "restar honras ao le$o ue l estava/ 8sse le$o, ue em "rimeiro lu%ar, em raD$o de sua imoilidade, "arece ser de "edra ou metal, imediatamente a%arra uma rilhante es"ada ue ele mantinha so suas "atas, e a uera em duas/ Amas as "artes caem dentro da -onte/ 8nt$o ele solta um lon%o ru%ido, atG ue uma "oma ranca, com um ramo de oliveira, come#a a voar em sua dire#$o/ A "oma dlhe o ramo de oliveira/ 6 le$o devorao e "ermanece em silêncio/ 6 unic?rnio retorna -eliD e saltitante ao seu lu%ar/ 6 unic?rnio ranco, um animal lunar, G o merc.rio em seu estado "uro/ 6 le$o G o eno-re ue, em "rimeiro lu%ar, como -orma essencial do cor"o, "arece t$o r*%ido =1 1i"l& des& 0hil& Chim& =5 Ver Xulius Zvola, Meta-*sica do seo/
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como uma esttua/ 8le G des"ertado "ela reverência do merc.rio e come#a a ru%ir/ A sua voD G o seu "oder criativo/ 0e acordo com os -isi?lo%os, o le$o traD seus -ilhos natimortos vida "or meio da voD/ 8le uera a es"ada da raD$o e os -ra%mentos dela caem na -onte, onde eles s$o dissolvidos/ 6 le$o a"enas se silencia novamente de"ois ue a "oma do 8s"*rito 'anto lhe deu comer o ramo de oliveiras da 'aedoria 0ivina/
Fi(ura <& Q casamento do en@ofre e do mercrio no %aso herm'tico& Do manuscrito E(erton XN#, no Museu 1ritYnico&
8m certo sentido, o eno-re r*%idoR G o entendimento teorGtico/ 8le contGm o ouro do es"*rito em -orma -Grtil/ 8le deve "rimeiro ser dissolvido em merc.rio antes de "oder se trans-ormar em um -ermentoR vivo, ue "ode transmutar outros metais/ Vale diDer, ele deve liertarse de suas limita#Ees conceituais, e se tornarse com"letamente ativoR/
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Fi(ura Xa& A luta dos dois poderes primordiais: o poder masculino tem o sol como ca"ea, e est9 montado em um leo de en@ofreL o feminino tem a lua como ca"ea e est9 montado em um (rifo de mercrio& Qs ornamentos nos escudos, entretanto, esto in%ertidos: no escudo do poder solar est9 desenha a luaL e na6uele do poder lunar, o sol& De um manuscrito al6u8mico 0h& 2<3 da coleo (r9fica da "i"lioteca central de `uri6ue&
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Fi(ura X"& Representao do tra"alho al6u8mico: em primeiro lu(ar, o material "ruto ' su"metido no tu"o como uma massa, e ento \ser%ido] no %aso herm'tico& Q dra(o, 6ue est9 de%orando sua prpria cauda, representa o poder ainda no redimido da naturezaL a 9(ua ' o \esp8rito] em fase de li"ertaoL na sua ca"ea est9 sentado o cor%o da mortificao& Do mesmo manuscrito&
6 "oder dissolvente e desinte%rante do merc.rio tem um as"ecto terr*vel/ 8le G o dra%$o venenosoR, ue devota tudo G %ua ue -aD estremecer e ue traD o "ressentimento da morte/ Arte"hius escreveu+ todo se%redo est em nosso conhecimento a res"eito de como etrair o merc.rio n$oin-lamvel do cor"o da ma%nGsia/// vale diDer, devese etrair uma %ua viva e n$o e incomust*vel e ent$o coa%ulla com o cor"o "er-eito do sol, ue se dilui nesta %ua em uma sustncia ranca, cremosa, atG ue tudo se trans-orma em ranco/ Mas antes, contudo, o sol ir "erder o seu es"lendor, ser etinto e se tornar ne%ro, como resultado da "utre-a#$o e dissolu#$o (resolutio) ue ele so-re nessa %ua/// =J or outro lado, entretanto, o merc.rio G a %ua da vidaR ( a6ua %itae) e a -onte na ual o sol e a lua, o es"*rito e a alma, devemse anhar "ara serem re>uvenescidos/ Tudo isso tamGm "ode ser dito a res"eito da materia prima, > ue o merc.rio G a sua mani-esta#$o "s*uica mais direta e todos as caracter*sticas a"licveis ao "rimeiro tamGm "odem ser trans"ostas "ara o .ltimo/ '!nesius escreveu+ ///coloue de lado o ue G misturado e tome o ue G sim"les, "orue o .ltimo G a uintessência do "rimeiro/ Lemrese de ue n?s "ossu*mos dois cor"os verdadeiramente "er-eitos (ouro e "rata, es"*rito e alma, cora#$o e mente), ue est$o amos "reenchidos com merc.rio/ Tire deles o nosso merc.rio, e da* você -ar o remGdio chamado uintessência, "orue ele "ossui um "oder duradouro e sem"re vitorioso/ 8le G uma luD viva ue ilumina toda alma ue che%ou a contem"llo/ 8le G o n? e o la#o de todos os elementos ue nele est$o contidos, assim como ele G tamGm o es"*rito ue =J Bili/ des "hil/ chim/
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nutre e anima todas as coisas, e atravGs do ual a natureDa a%e no cosmos/ 8le G o "oder, o come#o, o meio e o -im do traalho, e "ara diDerlhe tudo em "oucas "alavras, meu -ilho, saia ue a uintessência e a coisa escondida ue G a nossa "edra n$o G nada alGm do ue nossa alma viscosa ("orue aderente a todas as coisas), celestial e %loriosa, ue atravGs de nosso ma%istGrio n?s etra*mos de sua mina (o cor"o, ou o ser humano), ue soDinho a "roduD/ 7$o est em nosso "oder "roduDir essa %ua "or meio de ualuer arte, como a natureDa soDinha "ode %erar/ 8ssa %ua G tamGm o vina%re verdadeiramente -orte, ue -aD um es"*rito "uro a "artir do cor"o de ouro/ 8u lhe aconselho, meu -ilho, a des"reDar todas as outras coisas, "orue elas s$o todas v$s, eceto essa %ua ue ueima, alve>a, dissolve e con%ela/ 8la soDinha tem o "oder de decom"or e de %erminar////R=/ Como todo traalho alu*mico tem o merc.rio como seu meio e "onto de "artida, o eno-re e o merc.rio s$o al%umas veDes chamados o merc.rio masculino -eminino du"loR/ Quando a natureDa do eno-re alcan#a seu desenvolvimento no merc.rio, ela G re"resentada "elo s*molo S/ 6 crescente lunar G aui recolocado "elos chi-res do carneiro incandescenteR ( Aries) do Yod*aco/ Tratase da %ua incandescenteR e do -o%o n$oin-lamvelR/ Como > -oi dito, o ouro vivoR G otido atravGs da "er-eita uni$o do eno-re e do merc.rio/ 0e outro "onto de vista, "orGm, cada metal tem três com"onentes, a saer, eno-re, merc.rio e sal/ 6nde uer ue ha>a metalR, diD Basilius Valentinus, h eno-re, merc.rio e sal/// es"*rito, alma e cor"oR/ Assim esses três "oderes ou "rinc*"ios >untos constituem a natureDa do metal ou do homem/ 6 sal G, em certo sentido, o elemento esttico, e assim tamGm neutro, do ternrio/ Trans"osto ao homem, o sal n$o G sim"lesmente o cor"o na sua -orma eterna e vis*vel G a sua -orma "s*uica, e como tal tem um du"lo as"ecto+ "or um lado, o da limita#$o, e "or outro, o de um s*molo/ 6 eno-re "roduD a comust$o, o merc.rio a eva"ora#$o/ 6 sal G a cinDa ue sora e serve "ara -irmar o es"*rito voltilR/ = Bili/ des "hil/ chim/
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7$o a"enas na aluimia, mas tamGm em diversos mGtodos contem"lativos do 6riente e do 6cidente, a consciência cor"oral "uri-icada -aD as veDes de um -iadorR ou su"orte "ara um estado mais elevado do es"*rito, em cu>a res"ira#$o e ori%inalidade ilude todas as limita#Ees conceituais/ Que o cor"o, lierto das -eres da "ai$o, "ossa servir como su"orte a tal estado contem"lativo, >usti-icase tanto o seu carter relativamente esttico, ue se destaca como um "ilar s?lido na corrente das a"arências "s*uicas ue -lui constantemente, e tamGm no -ato de ue, em contraste com o conte.do "uramente su>etivo da consciência, ele re"resenta a, "or assim diDer, interse#$o o>etiva entre o microcosmo humano e o macrocosmo/ 8m um certo sentido, o cor"o G o mais claramente circunscrito, eterno e sim"les de todos os re-leos do cosmo/ 6 mais aio corres"onde ao mais alto, diD a re%ra enunciada na Tua da 8smeraldaR/
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CANTUL6 11 06 CA'AM87T6 QUNMIC6R 6 casamento do eno-re eu do merc.rio, do sol e da lua, do rei e da rainha, G o s*molo central da aluimia/ 'omente com ase na inter"reta#$o desse s*molo G ue se "ode -aDer uma distin#$o entre, de um lado, aluimia e misticismo, e do outro entre aluimia e "sicolo%ia/ 0e um modo %eral, o "onto de "artida do misticismo G auele de ue a alma se tornou se"arada de 0eus e se voltou "ara o mundo conseuentemente, a alma deve ser reuni-icada com 0eus/ 8 isso se -aD descorindo nela mesma a 'ua "resen#a imediata e toda iluminada/ A aluimia, "or outro lado, G aseada na vis$o de ue o homem, como resultado da "erda do seu estado admicoR ori%inal, est dividido dentro de si mesmo/ 8le recu"era sua natureDa inte%ral a"enas uando os dois "oderes, cu>a discordncia tem causado sua im"otência, s$o de novo reconciliados um com o outro/ 8ssa dualidade interna, e a%ora con%ênitaR, na natureDa humana, G, alGm disso, uma conseuência de sua ueda de 0eus, assim como Ad$o e 8va a"enas se tornaram conscientes de sua "osi#$o a"?s a ueda e -oram e"ulsos "ara o curso da %era#$o e da morte/ Inversamente, a recu"era#$o da natureDa inte%ral do homem (ue a aluimia e"ressa "elo s*molo do andr?%ino masculino -eminino) G o "rGreuisito ou de outro "onto de vista, o -ruto da uni$o com 0eus/ 'e a distncia e o relacionamento entre o homem e 0eus G re"resentado "or uma linha vertical, ent$o a distncia entre o homem e a mulher, ou entre os dois "oderes corres"ondentes da alma, G re"resentado "or uma linha horiDontal o ue resulta em uma -i%ura como um T invertido/ 7o "onto em ue as duas -or#as o"ostas est$o alanceadas, uer diDer, no centro da linha horiDontal, esta G tocada "elo eio vertical, descendendo de 0eus, ou suindo a 8le/ Isso corres"onde ao es"*rito su"ra-ormal, ue une a alma com 0eus/
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6 andr?%ino hermGtico rei e rainha ao mesmo tem"o sore o dra%$o da natureDa, entre a rvore do solR e a rvore da luaR/ 6 andr?%ino tem asas e carre%a em sua m$o direita uma cora enrolada e na sua m$o esuerda uma tra#a com três coras/ A sua metade masculina est vestida de vermelho a -eminina, de ranco/ 0o manuscrito de Michael Cochem (ca/ 1OJ<) na Bilioteca Vadiana, 't/ 4allen/
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8mora de acordo com esta ima%em as duas -or#as ou "olos da natureDa humana (o eno-re e o merc.rio do traalho alu*mico interno) este>am no mesmo n*vel, h contudo uma di-eren#a de cate%oria, similar uela ue h nas m$os direita e esuerda, da* ue se "ode diDer ue o "olo masculino est colocado sore o -eminino/ 8 certamente o eno-re, como "olo masculino, desem"enha um "a"el em rela#$o ao merc.rio, o "olo -eminino, ue G similar uele do es"*rito em sua a#$o na alma toda/ Como todo conhecimento ativo "ertence ao lado masculino da alma, e todo o "assivo, ao lado -eminino, a consciência, dominada "elo "ensamento (e "ortanto claramente delimitada), "ode em certo sentido ser atriu*da ao "olo masculino, enuanto todos os "oderes involuntrios e ca"acidades conectadas com a vida como tal a"arece como uma e"ress$o do "olo -eminino/ Isso "ode "arecer assemelharse distin#$o -eita na "sicolo%ia moderna entre o consciente e o inconsciente/ 9, "ortanto, uma tenta#$o de inter"retar o casamento u*micoR (e"ress$o de Valentim Andreae) sim"lesmente como uma inte%ra#$oR dos "oderes inconscientes da alma na consciência e%?ica, como G a-irmado "ela ent$o chamada "sicolo%ia "ro-undaR/ ara estaelecer u$o distante essa inter"reta#$o est da verdade, e em ue etens$o ela deve ser corri%ida, G necessrio recordar o relacionamento tri"artite ue -oi re"resentado acima "or um T invertido/ A verdadeira uni$o dos dois "oderes da alma a"enas "ode ocorrer nauele "onto onde o es"*rito su"ra-ormal, o raio divino, toca seu n*vel comum/ Isso si%ni-ica, contudo, ue o ue o homem considera como o seu "r?"rio euR "ode nunca se tornar o eio de uma inte%ra#$o real, > ue de acordo com as tradi#Ees es"irituais, o euR ue a "sicolo%ia moderna considera como o n.cleo da "ersonalidadeR G "recisamente o ostculo ue im"ede a consciência de ser inundada "ela luD do "uro 8s"*rito ou, em outras "alavras, ue oculta o 8s"*rito de nossa consciência/ Assim o casamento u*micoR n$o G uma individua#$oR, de ualuer maneira n$o no sentido de um "rocesso interior "or 1J;
meio do ual o e%o im"rime em uma onda de instintos coletivos a sua -?rmula "articular uma -orma necessariamente limitada, tanto tem"oral como ualitativamente/ ode muito em ser ue o in-luo de in-luências inconscientes "assadas "ossam am"liar a consciência e%?ica, "orue ela se encontra ao alcance de uma sulima#$o ordinria no sentido "sicol?%ico da "alavra/ A"esar disso ela tem limita#Ees muito em de-inidas, ue s$o de -ato auelas da consciência e%?ica ordinria/
O casamento do rei e da rainha, sol e da lua, sob a influência do mercúrio espiritual. Extraído de “Philosophers´ Rosegarden
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´, de Arnaldo de Vilanova, manuscrito que se conserva na Biblioteca Vadiana, St. Gallen.
A consciência humana "ode a"enas atin%ir dom*nio sore o tem"estuoso mar do inconsciente com o des"ertar de um "oder criativo dentro de si, ue deriva de uma es-era su"erior uela da consciência e%?ica/ 8ssa es-era su"erior G tamGm inconsciente, mas a"enas "rovisoriamente e do "onto de vista da consciência ordinria, > ue em si mesma G "ura luD indivisa/ 8ssa luD G inacess*vel oserva#$o "sicol?%ica, tanto em sua essência uanto em todas as suas emana#Ees, > ue a "sicolo%ia, assim como todas as ciências em"*ricas, G su>eita raD$o, ue atua sore si mesma, e a raD$o n$o "ode "enetrar alGm de si mesma sua -onte de ilumina#$o mais ue um es"elho "ode >o%ar luD no sol/ Z "or isso muito v$o o dese>o de descrever "sicolo%icamente a essência real da aluimia, ou o se%redo do casamento u*micoR/ Quanto mais nos es-or#amos "or eliminar os s*molos e "or sustitu*los "or conce"#Ees cient*-icas de uma es"Gcie ou de outra, tanto mais r"ido auela "resen#a es"iritual desa"arece auela ue G o verdadeiro cora#$o da uest$o, e ue a"enas "ode ser transmitida "or s*molos, cu>a natureDa G ser conceitualmente ineaur*vel/ 8m um sentido, "ortanto, a consciência e%?ica est entre dois dom*nios inconscientes, um aaio, ue na sua natureDa latente e ainda n$o-ormada, nunca "ode se tornar com"letamente consciente, e o outro acima, ue a"enas a"arece como inconsciente visto desde de aioR/ \ medida em ue a luD su"raconceitual atua no dom*nio da alma, o "oder naturalR da consciência in-eriorR G tomado e assimilado/ 6 "rocesso alu*mico tem, assim, um as"ecto du"lo e am*%uo, > ue o desenvolvimento dos dois "oderes -undamentais da alma (eno-re masculino e merc.rio -eminino), traDido tona "ela concentra#$o es"iritual, G ca"aD de re-letir o 8s"*rito n$o conceitual, medida em ue ele inclui os dom*nios involuntrios e nesse sentido naturais/ A raD$o "ara isso G ue a 7atureDa, em seu as"ecto n$oconceitual e mais ou menos inconsciente ou involuntrio, G a ima%em inversa do es"*rito criativo, de acordo com as "alavras da Tua da 8smeralda, se%undo as uais o ue 11
est acima G como o ue est aaio e viceversa/ Assim, os "oderes -undamentais masculino e -eminino est$o ancorados na natureDa inconsciente e instintiva do homem/ 6s dois "oderes e"erimentam o seu com"leto desenvolvimento no "lano da alma, mas realiDam a sua com"letude a"enas no es"*rito, > ue a"enas aui a rece"tividade -eminina alcan#a a sua maior am"litude, e a sua mais "ura "ureDa, e G com"letamente uni-icada ao Ato masculino vencedor/ or outro lado, "odese diDer ue a natureDa involuntria, enraiDada no inconsciente, a"enas alcan#a sua unidade viva medida em ue o 8s"*rito su"raconceitual atua nela/ 6 raio do 8s"*rito atua na natureDa ori%inal como uma "alavra m%ica, e isso n$o se a"lica meramente na natureDa interna, a natureDa da alma (desli%ada da atmos-era "s*uica eterna, nem tanto "elo cor"o como "ela consciência conceitual e%?ica)+ e-etivamente a "resen#a direta do 8s"*rito no homem atua sore todo o amiente sutil ou "s*uico, e atravGs dele "enetra em maior ou menor etens$o tamGm no amiente cor"oral/ Isso e"lica, entre outras coisas, certos mila%res ue ocorrem nas "roimidades dos santos/ 3etornemos ao nosso s*molo ori%inal do T invertido e o am"li-iuemos "ara uma cruD/ A "arte su"erior do eio vertical oviamente indica a ori%em da luD es"iritual/ A "arte in-erior desce atG a escurid$o da natureDa inconsciente/ 6s dois tra#os horiDontais medemR o desenvolvimento dos dois "oderes "olares da alma, ue a aluimia chama de eno-re e merc.rio/ odese diDer a%ora ue atravGs da reconcilia#$o ou casamento dessas duas -or#as inicialmente hostis, a o"osi#$o entre acimaR e aaioR tamGm desa"arece, medida em ue de -ato a escurid$o G dissi"ada "ela luD/ 'e as duas -or#as s$o re"resentadas "or duas ser"entes, %irandose se a si mesmas eio vertical acima, atG ue no n*vel da linha horiDontal elas -inalmente se encontram e se >untam no centro, suseuentemente sendo transmutadas em uma .nica ser"ente er%uida na "arte su"erior da cruD, ent$o temos uma ima%em de como a natureDa oscuraR G transmutada na natureDa luminosaR/ 6 casamento das -or#as masculina e -eminina -inalmente se mistura ao casamento do es"*rito e da 15
alma, e assim como o es"*rito G o divino no humanoR como est escrito no Corpus ermeticum, esta .ltima uni$o est relacionada tamGm com o casamento m*stico/ Assim, um estado se -unde em outro/ A realiDa#$o da com"letude de alma conduD ao aandono da alma ao es"*rito, e assim o s*molo alu*mico tem uma multi"licidade de inter"reta#Ees/ 6 sol e a lua "odem re"resentar os dois "oderes na alma (eno-re e merc.rio) ao mesmo tem"o eles s$o s*molos do 8s"*rito e da alma/ Intimamente li%ado ao simolismo do casamento est o simolismo da morte/ 0e acordo com al%umas re"resenta#Ees do casamento u*micoR, o rei e a rainha, no casamento, s$o mortos e enterrados >untos, a"enas "ara ressuscitarem re>uvenescidos/ Que essa cone$o entre o casamento e a morte est na natureDa das coisas G indicado "elo -ato de ue, de acordo com a e"eriência anti%a, um casamento no sonho si%ni-ica uma morte, e uma morte em um sonho si%ni-ica um casamento/ 8ssa corres"ondência G e"licada "elo -ato de ue ualuer nova uni$o "ressu"Ee a etin#$o de um estado anterior di-erenciado/ 7o casamento do homem e da mulher cada um deles are m$o de "arte da sua inde"endência, ao "asso ue, "or outro lado, a morte (ue em uma "rimeira vista G uma se"ara#$o) G se%uida "ela uni$o do cor"o com a terra e da alma com sua essência ori%inal/ 7o casamento u*micoR, o merc.rio traD em si mesmo eno-re, e o eno-re, merc.rio/ Amas as -or#as morrem, como adversrias e amantes/ 8nt$o a lua mutvel e re-leiva alma unese ao sol imutvel do es"*rito de modo ue ela, ao mesmo tem"o, G etinta e iluminada/
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CANTUL6 15 A ALQUMIA 0A 63AS6 Tanto anto u uan anto to a alu aluim imia ia cont contGm Gm uma uma ciên ciênci ciaa da natu nature reDa Da essa essa .ltim .ltimaa com" com"re reen ende dendo ndo tant tantoo as mani-esta#Ees %rosseiras ou cor"orais como as sutis ou "s*uicas , suas leis e conce"#Ees "odem ser livremente trans"ostas ao dom*nio das outras ciências tradicionais, "or eem"lo a medicina humoral (ue considera o or%anismo humano como um todo indivis*vel) e tamGm corres"ondente ciência da alma e s tera tera"i "ias as a elas elas rela relaci ciona onada das/ s/ Mais Mais im"o im"ort rtan ante te "ara "ara n?s, n?s, na "resente cone$o, G a trans"osi#$o de "ers"ectivas alu*micas ao misticismo, > ue ele o-erece um "aralelo ao ue -oi dito acima a res"eito do casamento u*micoR/ Aui ser -eita a"enas uma reve men#$o a essa trans"osi#$o "articular, "or meio de indica#$o e am"li-ica#$o, sem um es-or#o de "rocurar todas as suas rami-ica#Ees/ 7o uadro do misticismo, a aluimia G, acima de tudo, a aluimia da ora#$o/ ela "alavra ora#$o deve ser entendido nem tanto uma "eti#$o individual, mas sim a articula#$o articula#$o interna e al%umas al%umas veDes tamGm eterna de uma -?rmula ou nome diri%ida a 0eus e evocando a 0eus, assim es"ecialmente as chamadas "reces >aculat?riasR/ A ecelência dessa es"Gcie de ora#$o est no -ato de ue a "alavra ou -rase re"etida, como um meio de concentra#$o n$o -oi escolhida "or um ser humano ou outro, mas sim deriva com"letamente da revela#$o ou contGm um nome divino (se de -ato ela n$o consiste eclusivamente deste nome)/ Assim a "alavra "ronunciada "ela "essoa orante G, %ra#as a sua ori%em divina, um s*molo da "alavra eterna e, em .ltima anlise, em vista de seu conte.do e de "oder de en#$o G Una com esse .ltimo+ 6 -undamento deste mistGrio (ou se>a, a invoca#$o de um nome divino) G, de um lado, ue 0eus e seu nome s$o umR (3amakrishna), e de outro ue 0eus mesmo "ronuncia seu nome nele mesmo, "ortanto na eternidade e -ora de toda a cria#$o/ ortanto, 'ua incom"arvel e incriada "alavra G o "rot?ti"o da "rece >aculat?ria e atG mesmo, em um sentido menos direto, de toda "receR (Frith>o- 'chuon, 1
'tations o- &isdom=O)/ Assim, -undamentalment -undamentalmente, e, o nome divino, ou a -?rmula sa%rada da ora#$o >aculat?ia, est$o relacionados alma "assiva, "assiva, assim como a "alavra divina, o fiat luz , natureDa "assiva ou materia prima do mundo/ Isso nos traD de volta corres"ondên corres"ondência cia (mencionada "or Muh!i Kd0bn in KArai) KArai) ue eiste entre de um lado o comando divino ( al)amr ) e a natureDa (ta"Zah) e "or outro lado eno-re e merc.rio, os dois "oderes -undamentais ue, na alma, s$o (res"ectivamente) relativamente ativo e relativamente "assivo/ 7o seu sentido imediato, e do "onto de vista do mGtodoR, eno-re G a vontade, ue se li%a com o conte.do da "alavra "ronunciada na ora#$o, e a%e de um modo -ormativo sore o merc.rio, ou a alma rece"tiva/ 8m .ltima anlise, "orGm, o eno-re G a luD es"iritual "enetrante contida nas "alavras sa%radas, como o -o%o na "edra, e cu>a a"arência e-etua a real transmuta#$o da alma/ 8ssa 8ssa tran transm smut uta# a#$o $o "ass "assaa "ela "elass mesm mesmas as -ase -asess dete determ rmin inad adas as "elo "elo tra traal alho ho alu alu*m *mic ico, o, "o "ois is a alma alma inicialmente se con%ela ao se a-astar do mundo eterior, ent$o se dissolve como resultado do calor interno, e -inalmente, tendo sido uma corrente mutvel e voltil de im"ressEes, trans-ormase em um cristal im?vel "reenchido de luD/ 8ssa G de -ato a e"ress$o mais sim"les a ual esse "rocesso interior "ode ser reduDido/ 'e se -osse descrevêlo em %randes detalhes seria necessrio re"etir uase tudo o ue -oi dito neste livro sore o tra traal alho ho alu alu*m *mic icoo e rela relaci cion onar ar isso isso com com a a#$o a#$o *ntim *ntimaa da ora#$o, e dentro do uadro da corres"ondente contem"la#$o es"iritual=H/ Bastar aui mencionar ue a aluimia da ora#$o G tratada de um modo "articularmente com"leto dos escritos dos m*sticos islmicos=P/ Aui eles est$o em estreita rela#$o rela#$o ao mGtodo de dhi*r , uma e"ress$o e"ress$o arica ue "ode ser trad traduD uDida ida "o "orr rec recor orda da#$ #$oR oR,, rem remini inisc scên ênci ciaR aR e alus alus$o $oR, R, e tamGm como "rece >aculat?riaR/ 3ecorda#$o tem aui um =O ulic ulicado ado "or Xohn Xohn Murra! Murra!,, Londre Londres, s, 1;H 1;H1/ 1/ Ca"*tu Ca"*tulo lo intitu intitulad ladoo Modes Modes o- "ra!erR/ =H Ve>a Frith>o- 'chuon, ora citada, citada, ca"*tulo 'tations o- &isdomR/ &isdomR/ =P Ver minh minhaa Introduo ; doutrina Sufi , "/ 1<1F-, "ulicada "or Ashra- Lahore, 1;O;/
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sent sentiido da anamnesis "lat "latWni Wnica ca++ A raD$ raD$oo su-ic su-icien iente te "ara "ara a evoca#$o do nome (divino) est em ue isto G uma recorda#$oR de 0eus e isto, em .ltima anlise, G consciência consciência do Asoluto/ 6 nome atualiDa esta consciência e, no -im, o "er"etua na alma e o -ia no cora#$o, e ent$o ele "enetra todo o ser, e ao mesmo tem"o o transmuta e o asorve///R (Frith>o- 'chuon, ora citada)/ A lei sica desse ti"o de aluimia interior "ode ser encontrada na -?rmula crist$ da A%e A%e Maria, a sauda#$o an%Gli an% GlicaR caR// Maria Maria corres corres"ond "ondee tanto tanto materia prima uanto alma em estado de "ura rece"tividad rece"tividade, e, enuanto ue as "alavras do an>o an>o s$o s$o uma uma "rol "rolon% on%a# a#$o $o do fiat lu@ divino/ 6 -ruto do ventre da Vir%emR corres"onde ao eliir miraculoso, "edra -iloso-al, ue G a meta do traalho interno/ 0e acordo com inter"reta#Ees medievais, o an>o cum"rimenta a vir%em mutans E%ae nomem: A%e G, de -ato, o inverso de E%a/ Isso indica a transmuta#$o da alma ca?tica em um es"elho "uro da "alavra divina/ \ o>e#$o de ue o an>o n$o -alou latim, latim, de ue 8va em hereu G [ha--a "odese res"onder ue no dom*nio do sa%rado n$o h acaso, e inclusive aueles -atos ue "arecem mera coincidência s$o, na realidade, "rG ordenados/ Isso e"lica "or ue na Idade MGdia os menores detalhes das 8scrituras, mesmo os nomes, eram estudados e variadament variadamentee inter"retados inter"retados de acordo acordo com o seu simolismo simolismo e com uma ins" ins"iira#$o u uee re>ei >eita ua ual luuer mancha de arti-icialidade/
1H
CANTUL6 1J 6 AT9A763 AthanorR, do rae at)tann/r (-ornoR), G a "alavra usada "elos aluimistas "ara desi%nar o -orno no ual o eliir G "re"arado/ 7os manuscritos alu*micos ele G usualmente re"resentado na -orma de uma "euena torre encimada "or uma a?oda/ 8le contGm um rece"tculo de vidro (usualmente em -orma de ovo), ue "ermanece em uma ca"a de areia ou uma cova cinDa situada imediatamente acima do -o%o/ Tudo isso tem tanto um si%ni-icado literal como sim?lico, "ois emora se>a certo de ue aueles -ornos desse -ormato -oram de -ato usados "ara todo ti"o de o"era#Ees u*micas e metal.r%icas, o verdadeiro athanor atG onde o %rande traalhoR se interessou n$o -oi outro sen$o o cor"o humano, e assim tamGm uma ima%em sim"li-icada do cosmos/ Que o -orno dos aluimistas se>a uma reminiscência do cor"o humano > -oi notado "or outros escritores modernos ue escreveram sore a aluimia==/ Z uma ilus$o, "orGm, tentar estaelecer essa semelhan#a sore uma ase anatWmica, "ois do "onto de vista met?dicoR da aluimia, o cor"oR n$o si%ni-ica o cor"o vis*vel e tan%*vel, mas uma sGrie de "oderes da alma ue tem o cor"o como seu su"orte, e ue s$o acess*veis via consciência cor"oral/ Quando se diD ue o amor haita o cora#$o, assumese uma rela#$o entre a alma e o cor"o similar uele ue, de uma maneira muito mais %radualmente sutil, est na ase do s*molo alu*mico do athanor/ 7ele o tr*"lice envolt?rio (consistindo em um -orno terrestre, cova de cinDas ou reci"iente de vidro) re-ere a outros tantos envolt?rios ou estratosR da consciência cor"oral ou vital/ 6 elemento mais im"ortante no -orno G o -o%o/ 6s aluimistas salientam ue o calor ue transmuta a materia contido nos reci"ientes deve ser tr*"lice, a saer, o calor aerto do -o%o, o calor uni-ormemente distriu*do da cova de cinDas ou de areia (em cu>a vala o reci"iente de vidro est como um ovo em um ninho), e -inalmente o calor latente ue G == Ve>a 9/ / Iranchpr, EnthGllun( der _eheimnisse der -ahren Alchemie , Yurich/
1P
atualiDado na sustncia mesma, um calor ue de"ois disso se torna ativo "or seu "r?"rio direito/ (8sse .ltimo G o ue ho>e "ode ser chamado em um n*vel "uramente -*sico o calor da rea#$o u*mica/)
Athanor, do \Mutus 7i"er]&
6 -o%o corres"onde claramente ao "oder %erativo ue G "rimeiro des"ertado e ent$o domado "ara servir contem"la#$o interior/ A "artir disso "odese imediatamente entender "or ue os aluimistas sem"re se acautelaram contra um -o%o violento e instvel/ Uma chama violenta "ode "er-eitamente consumir as -lores de ouroR/ 6 calor indireto da cova de cinDas, ue "ode ser moderado, envolvente e "enetranteR si%ni-ica a concentra#$o da alma, ue G indiretamente traDida e mantida "elo -o%o aertoR/ A cinDa G matGria viva ueimada, ue n$o "ode mais in-lamarse vale diDer ue n$o G mais alcancvel "elas "aiEes/ Al%umas veDes se diD ue as cinDas devem ser de madeira de carvalho/ 6 carvalho G o s*molo do homem, e es"ecialmente do cor"o humano/ Finalmente o calor ue se desenvolve na matGria enclausurada, e a ual, de acordo com os aluimistas, > est "resente em todos os cor"os e sustncias, e a"enas deve ser des"ertada, G um s*molo da -or#a vital mais interior/ 1=
Athanor, o li%ro de 1asilius ?alentinus: \A respeito da _rande 0edra dos anti(os&&&], 7eipzi( M& DC& ii&
6s mestres aluimistas tamGm -alam de três -o%os+ um arti-icial, um natural e um antinaturalR/ Isso corres"onde distin#$o entre a contem"la#$o met?dica, a vira#$oR da alma ue G "osta em movimento "elo "rimeiro e interven#$o do 8s"*rito es"ontaneamente ocorrida, ue G tamGm descrita como um eno-re incomust*velR, e ue G um modo de %ra#a/ 6 -o%o G revi%orado tanto "or uma corrente de ar ue entra atravGs dos uracos de oi%ena#$o do -orno como "elo uso dos -oles/ Isso G uma indica#$o de ue na concentra#$o es"iritual, como "raticada "elos aluimistas, a 1;
re%ula#$o da res"ira#$o desem"enha um "a"el, assim como na yo(a/ 6 -ato de ue o vaso hermGtico ou ovoR G -eito de vidro ou de cristal, e G assim trans"arente, indica sua cone$o com a alma/ 8le n$o G mais ue consciência de-letida do mundo eterior, ue veio "ara dentro, constituindo, "or assim diDer, uma es-era isolada/ 0urante a euli#$oR, ele deve "ermanecer hermeticamente -echadoR/ 6s "oderes ue s$o desenvolvidos nele n$o devem vaDar, se o traalho alcan#ou seu êito/ 0e"endendo do "rocesso no ual se "retende uslo, o vaso hermGtico "ode ter diversas -ormas/ ode ser estran%ulado no meio, como uma a?ora/ 8le "ode ter uma ou mais "rotuerncias ulosas/ 8le "ode consistir em uma ilha de -iltra#$o, ou "ara o mGtodo secoR de um cadinho aerto/ Cada uma dessas -ormas corres"onde tanto a um uso artesanal como a um determinado as"ecto do traalho es"iritual/ A -orma mais %enGrica do vaso, "orGm, G em -orma de ovo/ A "osi#$o do vaso no cor"o humano corres"onde ao "leo solar/
Athanor, do 7i%ro da Sant8ssima Trindade
Alam"i6ue com "alo
6 ovo hermGtico G o re-leo microc?smico do ovo universalR (hiranya(ar"ha) da mitolo%ia hindu, ue 1O<
re"resenta o emri$oR sutil do mundo vis*vel/ Como o ovo universal, o ovo hermGtico contGm sinteticamente todos os elementos e "ro"riedades a "artir dos uais o mundo cor"oral se desenvolve/ 8ssa G a raD$o "or ue o "ro%resso do traalho alu*mico G com"arado com a cria#$o do mundo/
Recipiente herm'tico 6ue cont'm as tr+s foras prim9rias 4en@ofre, mercrio e sal5 e o dra(o \%ol9til] e \slido] 4ou espiritual e corporal5 da natureza& De 1asilius ?alentinus: \A respeito da _rande 0edra dos anti(os&&&]&
Uma rG"lica muito sin%ular do -orno alu*mico "ode ser encontrada no cachimo sa%rado dos *ndios norteamericanos, ue da mesma -orma re"resentam o cor"o humano/ Como o athanor, ele n$o G tanto uma ima%emR do cor"o, mas uma es"Gcie de "aradi%ma daueles "oderes e "rocessos vitais ue li%am o cor"o com o mundo da alma, e tamGm com todo o cosmos/ ara os indianos, o -o%o ue ueima no -orno, ou no cachimo sa%rado, G derivado do sol/ A materia, entretanto, ue ele consuma e transmuta em -uma#a, vem de todas as coisas e seres/ Antes de encher o cachimo, o sacerdote indiano distriui o taaco sore os di-erentes 1O1
elementos de uma -i%ura %eomGtrica do universo, uma es"Gcie de rosa dos ventos/ 8nt$o ele coloca no cachimo, invocando todos os variados "oderes c?smicos ue esses elementos re"resentam/ 8nt$o, atravGs do o-erecimento da -uma#a, o mundo inteiro, e tamGm toda a alma humana, "ode ser transmutada =;/ A ascens$o da -uma#a simoliDa a ascens$o da alma individual ao In-inito, e assim corres"onde sulima#$o alu*mica/ Quando os *ndios em ora#$o o-erecem seu cachimo "rimeiro aos cGus, e de"ois terra, isso G anlo%o es"iritualiDa#$o do cor"oR e incor"ora#$o da es"*ritoR alu*micos/ 6 -o%o no cachimo sa%rado G revivido "elo ar/ 6 canal do cachimo corres"onde coluna verteral, ou mais eatamente ao canal sutil ue G a via do es"*rito vital/ 8m o"osi#$o ao vaso hermGtico, no ual a materia a"enas se move dentro de um circuito -echado, o o>o do cachimo sa%rado G aerto/ A -uma#a esca"a/ Mas mesmo na aluimia h um "rocesso similar a esse/ 0e acordo com o ent$o chamado mGtodo secoR, a materia G e"osta diretamente ao -o%o, e esse mGtodo G o mais curto, mas tamGm o mais "eri%oso caminho "ara o conhecimento "ro-undo/ 6 cachimo sa%rado dos *ndios G o "rot?ti"o e a %arantia da mais alta di%nidade do homem, sua ca"acidade de reconciliar o cGu com a terra/ 7o mesmo sentido, emora com menos oviedade, tamGm est "resente na -orma do athanor/ ` As considera#Ees se%uintes, ue "odem "arecer sa*das de nossa su>etividade, "odem a>udar a clari-icar a rela#$o m.tua de es"*rito e cor"o/ rimeiramente, deienos recordar ue em determinadas doen#as mentais G im"oss*vel determinar se a causa G mental ou -*sica/ 8m tais casos, de -ato, os dist.rios de euil*rio se se%uem alternadamente/ A doen#a mental resulta em veneno acumulado no cor"o, e esse "or sua veD con-unde ou "aralisa a mente, sem ue se>a "oss*vel saer se a causa inicial "ode ser "rocurada na mente ou no cor"o/ =; Ve>a The Sacred 0ipe, de Black 8lk/ 8ditado "or Xose"h 8"es Bron, Universidade de 6klahoma ress, 1;OJ/
1O5
0eterminadas doen#as, sem d.vida al%uma, sur%em de causas mais -undamentais/ 8las s$o, em certo sentido, condicionadas "elo ti"o humano/ 'emelhante, atG certo "onto, s$o os estados "s*uicos "roduDidos "elos narc?ticos/ Tais estados devem ter um conte.do es"iritual, mas a"enas so condi#Ees "articulares, "orue o narc?tico n$o "ode -aDer nada alGm de induDir um "rocesso interior, ele n$o "ode determinar sua ualidade/ Quando, em determinados cultos, eidas intoicantes s$o usadas "ara "romover estados es"irituais etraordinrios, n$o G a eida intoicante como tal ue "roduD os estados em uest$o/ A sua -un#$o a"enas "ode ser "re"arat?ria/ 6 *m"eto ualitativoR deve vir de um dom*nio di-erente/ A maturidade seual no homem n$o G a verdadeira raD$o "ela ual ele reconhecer a eleDa na mulher/ 8 atG mesmo a ausência dessa maturidade como resultado de um de-eito -*sico "ode muito em indicar ue uma eleDa ue em si mesma G inde"endente da atra#$o seual nunca "enetrar a "orta da consciência/ Finalmente deve ser dito ue mesmo a atividade do cGrero, sem a ual determinadas intui#Ees es"irituais s$o irrealiDveis, G de"endente do cor"o/ 0e outro modo, G tamGm "oss*vel ue estados es"irituais incomuns, "ara os uais a mente como tal n$o est ada"tada, "odem tem"orria ou "ermanentemente dani-icar o cGrero/ 7esse caso ue G mais conhecido em civiliDa#Ees com uma tradi#$o es"iritual o conte.do, "or assim diDer, rom"e o vaso, e isso "rova, em um sentido ne%ativo, u$o im"ortante G a ase cor"oral, -*sica, de uma arte es"iritual/ A intera#$o natural do es"*rito e do cor"o seduD o oservador su"er-icial em dire#$o ao materialismo/ AtG mesmo auele ue vê as "ro"or#Ees verdadeiras das coisas ir "elo contrrio che%ar intui#$o de ue os dois n*veis da realidade corres"ondem um ao outro como "rot?ti"o (es"iritual) e re-leo (cor"oral)/ Todo o cosmos G constru*do simolicamente/ 6 olho n$o "ode vêlo "orue ele G ca"aD, de um certo modo, de -ocaliDar raios de luD ele vê "orue, em um n*vel cor"oral, ele re-lete o olho es"iritual da* "orue ele tamGm tem a mesma -orma ue os cor"os celestes/ 6 ouvido ouve "orue ele assemelhase ao es"a#o c?smico, no ual a 1OJ
"alavra eterna ressoa/ As leis da ac.stica, de acordo com as uais ele G -ormado, n$o G sen$o uma e"ress$o do mesmo "rot?ti"o/ 8nt$o, assim tamGm G ue as -aculdades interiores traalham a"enas em virtude de sua consonncia sim?lica com realidades su"eriores/ A mem?ria n$o seria ca"aD de armaDenar as im"ressEes das coisas se ela, no mesmo "lano da alma, n$o se assemelhasse "ermanência eterna das "ossiilidades "rinci"ais do 0ivino 8s"*rito/ A ima%ina#$o seria sem si%ni-icado se ela, a seu modo, n$o "artici"asse da ca"acidade "lstica da materia prima, e as "alavras n$o teriam si%ni-icado se o 8s"irito n$o -osse a "alavra de 0eus/ Z assim inerente natureDa de uma arte sa%rada, ue naturalmente nasce em -ormato sim?lico, utiliDar o desenho do cor"o em seus traalhos, e mesmo "ara -aDer dele sua ase met?dicaR/ 6 des"reDo ascGtico "elo cor"o se a"lica a"enas ao cor"o como sede das "aiEes, e n$o ao cor"o como s*molo/
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Fi(ura = P Q andr(ino herm'tico representando a unio das duas foras primordiais homem)mulher& A 9(uia corresponde ao mercrio homem)mulher perfeito e harmonioso& Q morce(o e a le"re representam a6ui o sutil e o corpreo& Do manuscrito 0h 2<3 na 1i"lioteca Central, `urich&
1OO
Fi(uras 2O e 22 P A flor 6ue "rota das cinzas e a %ir(em "ranca do eli@ir lunar& Representao das duas fases do tra"alho al6u8mico& De um manuscrito anBnimo anti(o MS Sloane 3#K 0 do Museu 1ritYnico& P Q %aso herm'tico, a6ui, tem 6uase a forma de um corao& Ele est9 so"re a terra& A flor dos s9"ios "rota de tr+s ra8zes, 6ue corresponde aos tr+s princ8pios do en@ofre, do mercrio e do sal&
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Fi(ura 23 P A l9pide do al6uimista $icolas Flamel 4ca& 2JJO) 2N2<5 da I(re.a de St& ac6ues)la)1oucherieL a(ora no Museu Cluny em 0aris& $o painel superior esta Cristo com o (lo"o do mundo, entre o sol e a lua, acompanhado dos apstolos 0edro e 0aulo& $o painel inferior, est9 desenhado o corpo de Flamel em decomposio& Da inscrio consta: Feu 7icolas Flamel,
>adis escrivain a laissie "ar son testament a leuvre de ceste e%lise certaines rentes et maisons uil avoit acuestees et achetees a son vivant "our -aire certain service divin et distriucions dar%ent chascun an "ar aumosne touchans les uinDe vins lostel dieu et autres e%lises et hos"itau de ar*s 'oit "rie "or les tres"assesR/
1OP
CANTUL6 1 A 9I'Tf3IA 08 7IC6LA' FLAM8L 8 08 'UA 8'6'A 833878LL8 AtravGs da ilustra#$o do ue > -oi dito, e como uma "re"ara#$o ao ue ainda resta diDer, uma vers$o com um reve comentrio da -amosa hist?ria de 7icolas Flamel e de sua es"osa errenelle ser re"roduDida aaio/ 8sta hist?ria constitui a "rimeira "arte do livro de Flamel, Qn the hiero(lyphic fi(ures -hich he had depicted in the Cemetery of the oly Innocents in 0aris;<&
3e%istros e documentos a res"eito da vida de Flamel -oram conservados/ 8le nasceu em ontoise em 1JJ< e traalhou em aris como escritor e notrio ".lico/ 'eu escrit?rio estava "rimeiramente situado ao lado da casa morturia do cemitGrio dos santos inocentes, e mais tarde "erto da I%re>a de 'aint XacueslaBoucherie, onde ele mesmo -oi enterrado em 11P/ 'ua se"ultura G "reservada no Museu Clun!/ 6 relato de Flamel est "reocu"ado "rinci"almente com o primus a(ens do traalho alu*mico, sore o ual 'inGsio disse+ A res"eito do primus a(ens, os -il?so-os sem"re -alaram a"enas em "arolas em s*molos, "ara ue sua ciência n$o se>a acess*vel aos tolos "ois se isso acontecesse tudo "oderia se "erder/ 8le deve estar dis"on*vel a"enas "ara almas "acientes e es"*ritos re-inados ue a-astaramse da corru"#$o do mundo e "uri-icaramse a si mesmo da imund*cie viscosa da avareDa///R/ A hist?ria do "r?"rio 7icolas Flamel assim come#a+ 0urante o tem"o em ue, de"ois da morte de meus "ais, eu %anhava a vida atravGs da arte da escrita -aDendo inventrios, "re"arando alan#os e calculando as des"esas dos tutores e de seus "u"ilos eu aduiri "or dois -lorins um livro astante anti%o, %rande e -inamente dourado/ 8le n$o era -eito nem de "a"el nem de "er%aminho, como eram os outros livros, mas ao ue me "arecia estava -eito de casca amansada de rvores >ovens/ A sua encaderna#$o era -eita de core em laminado e ;< Bil/ des "hil/ chim/
1O=
era %ravado com estranhas letras e -i%uras e eu "ensei ue elas eram letras %re%as, ou letras de al%uma l*n%ua anti%a similar/ 0e todo modo, eu n$o "odia lêlo, mas eu saia ue n$o se tratava de letras latinas ou %licas, "orue delas eu com"reendo al%uma coisa/ 0entro, as "%inas de c?rte -oram %ravadas muito hailmente com um instrumento de -erro e uma "er-ura#$o muito onita, e letras em latim, muito claras, ue -oram coloridas com muita dedica#$o/ 6 livro continha três con>untos de sete "%inas, e elas eram >untas (em se#Ees) desse modo, e na sGtima "%ina n$o havia escritos/ A "rimeira sGtima "%ina, no lu%ar de escrito havia uma -i%ura de uma vara, ao redor da ual duas ser"entes estavam enroscadas na se%unda sGtima "%ina havia uma cruD na ual estava -iada uma ser"ente/ 8 na .ltima sGtima "%ina estava re"resentado o deserto no meio do ual havia diversas -ontes muito elas -ora das uais as ser"entes se es"alhavam em todas as dire#Ees///R/ 6s três con>untos de sete "%inas, do livro, relemrava as três "rinci"ais -ases do traalho escurecimento, clareamento e avermelhamento e os sete "lanetas ou metais/ A vara ao redor da ual as duas ser"entes estavam enroscadas G a vara de hermes, com as duas -or#as eno-re e merc.rio ue %overnam o eio es"iritual/ A cora cruci-icada G o s*molo da -ia#$o do merc.rio voltil a "rimeira incor"ora#$oR do es"*rito/ A -ia#$o do merc.rio corres"onde su>u%a#$o da -or#a vital cada veD mais inuieta, ue se dissi"a a si mesma em dese>os e ima%ina#Ees/ Ao mesmo tem"o ela re"resenta a transmuta#$o do "ensamento dominado "elo tem"o em uma consciência im?vel e atem"oral/ A cruD na ual a ser"ente est -iada si%ni-ica o cor"o, n$o como carne e sensualidade, mas como ima%em da lei c?smica, do eio c?smico im?vel/ As -ontes rotando no meio de um deserto ou imensid$o, a "artir da ual as ser"entes emer%em, re"resentam um estado de reconuista da ori%inalidade es"iritual/ Todas as três %ravuras s$o varia#Ees do s*molo da ser"ente, ue sem"re re"resentam o mesmo "oder da alma (ou "oder c?smico)+ 7atureDaR ou sha*ti/ 7a "rimeira "%ina do livro est escrito em letras douradas em caia alta+ AB3A6 6 XU08U, 1O;
3N7CI8, 'AC8306T8, L8VITA, A'T3fL646 8 FILf'6F6/ A6 6V6 XU08U, 0I'83'A06 8LA CfL83A 08 08U' ATZ A 4@LIA, 'AU0ASq8'/ 0/ I/ 6 resto da "%ina estava "reenchido "or maldi#Ees terr*veis (nas uais a "alavra MA3A7AT9A -reuentemente ocorria) contra ualuer um ue lesse este livro, a menos ue se tratasse de um sacerdote sacri-icial ou um doutor nas leis sa%radas/ o homem ue me vendeu este livro n$o saia seu valor e assim tamGm eu uando o aduiri/ 8u "ensei ue ele devesse ter sido tomado dos "ores >udeus, ou talveD tivesse sido achado em al%uma de suas anti%as haita#Ees///R Flamel "ossivelmente est se re-erindo aui a uma das e"ulsEes dos >udeus, ue ocorreram vrias veDes nauela G"oca/ Que o livro "udesse ser de ori%em >udaica G si%ni-icativo, > ue os >udeus -oram a li%a#$o natural entre os mundos crist$o e mu#ulmano/ Z saido ue a renascen#a da aluimia da 8ur"oa na aia Idade MGdia des"ertouse a "artir da in-luência da cultura islmica/ 7a se%unda "%ina o autor consola seu "ovo e o aconselha a a-astarse de todo o v*cio, es"ecialmente da idolatria, e a es"erar com "aciência mansa atG ue o Messias "ossa vir e conuistar todos os reis na terra, e com seu "ovo %overnar eternamente em sua ma>estade/ 'em d.vida ue isso -oi escrito "or um homem muito sio/ 7a terceira "%ina e nas se%uintes, ele ensinou, em lin%ua%em sim"les, a transmuta#$o dos metais "ara auiliar seu "ovo cativo a "a%ar as taas ao im"erador romano e a -aDer outras coisas ue eu n$o vou mencionar/ Ao lado disso ele troue ilustra#Ees de vasos e deu detalhes das cores e de outras uestEes, com ece#$o, sem"re, do primus a(ens do ual ele n$o -alou/ 8m veD disso ele o "intou com %rande hailidade sore toda a su"er-*cie da uarta e da uinta "%inas e emora ele estivesse claramente delineado e retratado, nin%uGm "oderia com"reendêlo se n$o estivesse -amiliariDado com suas tradi#Ees e n$o tivesse estudado com a-inco os livros dos -il?so-os/ A uarta e uinta "%inas estavam assim sem escrita, sendo com"letamente "reenchidas "or elas e emeecutadas miniaturas/ 7a uarta "%ina estava retratado, antes de 1H<
tudo, um >ovem com asas sore seus calcanhares, e com uma vara em suas m$os um caduceu entrela#ado "or duas ser"entes com o ual ele tocou o elmo na sua cae#a/ areceu a mim ue ele re"resentava o deus "a%$o Merc.rio/ 7a dire#$o dele correu e voou um homem velho e "oderoso, em cu>a cae#a havia uma am"ulheta, e ue carre%ava uma -oice em suas m$os como a morte com o ual, re"leto de raiva e -.ria, ele tentava rancar os "Gs de Merc.rio///R Que o deus Merc.rio ou ou metal Merc.rio "ossam ser des"o>ados de sua volatilidade "or 'aturno Cronos, ou "elo tem"o, como o "r?"rio Flamel disse, "ode suscitar duas inter"reta#Ees di-erentes e, em certo sentido, contradit?rias, de"endendo se o tem"o G usado ativamente ou meramente su"ortado ou se a -ia#$o do metal merc.rio G vista como uma morte lenta de seu "oder e-etivo, ou como uma domestica#$o desse .ltimo/ A am"ulheta na cae#a de 'aturno, contudo, "arece su%erir ue o tem"o deve ser dominado ativamente "or meio de um ritmo ue o converter em um eterno a%ora/ 7o outro lado da uarta "%ina estava desenhada uma linda -lor crescendo no to"o de uma alta montanha, ue alan#ava violentamente "elo vento norte/ 8la tinha um talo aDul e -lores rancas e vermelhas, e -olhas rilhantes como um ouro maci#o/ Ao redor dela se aninhavam os dra%Ees e os %ri-os do 7orte///R As cores da -lor re"resentam as três "rinci"ais -ases do traalho, e os seus dois -rutos, es"eci-icamente a "rata e o ouro/ Aui o aDul toma o lu%ar do "reto, em consonncia com a natureDa de uma -lor, mas com o mesmo sentido de escurid$o e noite/ A -lor cresce na montanha solitria do 'er essencial, ue G um com a montanha universal ao redor da ual os cGus circulam, atravGs da ual os eios "olares correm, e ao redor da ual desliDam os dra%Ees dos "oderes c?smicos/ 7a uinta "%ina, havia um arusto de rosas -lorido, no meio de um onito >ardim e inclinado num carvalho oco/ Ao "G do arusto de rosas >orrou uma -onte de %ua ranca, ue caiu de cascatas distncia, de"ois de "assar atravGs das m$os de incontveis "essoas, ue cavaram na terra 1H1
"ara encontrar a -onte mas n$o a encontraram, > ue elas eram ce%as, com a ece#$o de a"enas uma, ue "esava a %ua/ A -onte de merc.rio >orrou da terraR da materia prima, nas ra*Des da rvore -lorescente da alma, ue G "rote%ida "elo tronco do carvalho oco do cor"o/ A %ua da vida -lui "ara todo lu%ar, ainda ue nin%uGm a encontre sen$o o sio ue a "esa sore ela/ oderseia es"erar ue ele "udesse e"erimentla, mas a "esa%em da %ua tem aui o mesmo si%ni-icado ue a ca"tura do merc.rio "ela medida do tem"o/ 6s aluimistas tamGm ensinam a%ora a uni-icar os elementos individuais ou as variadas "ro"riedades naturais um com o outro, de acordo com um relacionamento de-inido de seus "esosR/ Xir in 9a!!n chamou isso de arte da alan#a/ 8 ainda ue "ossa "arecer asurdo "esar elementos, ou mesmo "ro"riedades, como calor, -rio, umidade e secura/ 6 ue se uer diDer "ela "esa%emR alu*mica a"enas "ode ser com"reendido se se "rimeiro trans"Ee a medida de "eso uantitativa e eterior "ara a medida de tem"o ualitativa e interior (i/ e/ 3itmo)/ A "esa%em alu*mica, ue "arece se re-erir massa -*sica, n$o G nada mais ue um dom*nio do ritmo, "or meio do ual os "oderes da alma "odem ser in-luenciados/ 6 ritmo desem"enha um im"ortante "a"el em toda arte es"iritual/ 7a rae o ritmo de um verso G conhecido como o seu "esoR (-azn)/ 0o outro lado da uinta "%ina estava um rei com uma %rande -aca, ue "or meio de soldados ao seu redor causou a morte de um %rande n.mero de >ovens crian#as, cu>as m$es choravam ao "G do homem im"iedosamente armado, enuanto o san%ue -luente era recolhido "elos outros soldados e colocados no lar%o vaso no ual o sol e a lua do cGu vinham se anhar/ Isso "orue essa ilustra#$o recordava a hist?ria das crian#as inocentes mortas "or 9erodes, e "orue -oi "or esse livro ue eu a"rendi a "arte mais si%ni-icativa da arte, ue eu "intei os si%nos hiero%l*-icos dessas ciências sa%radas no CemitGrio dos 'antos Inocentes/ Foi isso o ue estava nas "rimeiras cinco "%inas///R Como o "r?"rio Flamel escreveu nas "%inas se%uintes, o san%ue dos inocentes sacri-icados si%ni-ica o es"*rito mineral contido em todos os metais, e es"ecialmente 1H5
no ouro, na "rata e no merc.rioR/ Isso n$o G sen$o o merc.rio -iloso-alR, ue G a "rimeira mani-esta#$o da materia prima/ 6 san%ue G a matGria -undamental da vida/ 6s santos inocentes s$o como movimentos imaculados ou eala#Ees do 8s"*rito vital ue antes de se desenvolverem em vontade consciente s$o sacri-icados "elo rei "ara "reencher o vaso do cora#$o com o seu san%ue/ 8nt$o, sol e lua, es"*rito e alma, "odem se anhar, ser dissolvidos e ent$o uni-icados nele e, tendo "erdido sua velha -orma, emer%em dele re>uvenescidos/ 8u n$o "osso relatar o ue est escrito em um elo e claro latim em todas as outras "%inas, "ois 0eus me "uniria "or isso, "ois eu "oderia estar -aDendo al%o "ior do ue -eD auele de uem G dito ue dese>ou ue todo homem na terra tivesse a"enas uma cae#a "ara ue ele "udesse cortla com a"enas um %ol"e/ A%ora ue eu tenho esse maravilhoso livro comi%o, eu n$o -a#o nada mais durante o dia e durante a noite ue estudlo/ 8u assim entendi muito em todos os "rocessos ue ele descreve, mas eu n$o saia ual era o material sore o ual eu deveria traalhar/ 8 isso me deiou muito triste e solitrio e me -eD sus"irar incessantemente/ Minha es"osa errenelle, a uem eu amava como a mim mesmo, e com uem eu me casei a"enas recentemente, estava %randemente "reocu"ada sore isso e me "er%untava continuamente se ela n$o seria ca"aD de me tirar destas "reocu"a#Ees ue oviamente "esavam sore mim/ 8u n$o "odia esconder nada dela, e disse lhe tudo, mostrando a ela o lindo livro, com o ual ela se a"aionou tanto uanto eu havia -eito/ 'eu %rande "raDer era olhar sore sua ela ca"a, %ravuras, ima%ens e re"resenta#Ees, das uais, contudo, ela entendia t$o "ouco como eu/ 7$o ostante, -oi "ara mim uma %rande consola#$o ser ca"aD de -alar com ela sore isso, e discutir o ue "oderia ser -eito "ara encontrar a e"lica#$o dos s*molos/ Finalmente eu co"iei todas as -i%uras da uarta e uinta "%inas t$o -ielmente uanto "oss*vel, e eu as mostrei a vrios doutores, ue n$o as entendiam melhor ue eu/ 8u atG mesmo e"liuei a eles ue essas -i%uras haviam sido tiradas de um livro ue ensinava a "rodu#$o da "edra -iloso-al mas a maioria deles riu de mim e da "edra sa%rada, com a 1HJ
ece#$o de um certo mestre Anselmo, um licenciado em medicina, ue estudou esta arte dili%entemente/ 8le estava muito ansioso "ara ver o meu livro, e -eD tudo o ue "odia "ara dar uma olhada nele/ 8u lhe asse%urei, contudo, ue n$o o "ossu*a, mas lhe descrevi tudo o ue nele continha/ 8le me disse ue a "rimeira -i%ura re"resentava o tem"o, ue devorava todas as coisas, e ent$o, se%uindo o n.mero de "%inas do livro, reuerer seia seis anos "ara a"er-ei#oar a "edra/ 0e"ois desse "er*odo, ele asseverou, deverseia %irar a am"ulheta e n$o mais coDinhar/ Quando eu disse a ele ue essa -i%ura "retendia re"resentar a"enas o primus a(ens (como estava escrito no livro mesmo), ele me res"ondeu ue cada um dos seis anos de coc#$o era como um secundus a(ens / 6 primus a(ens, ele disse, cu>a -i%ura estava ali diante de n?s, era sem d.vida nenhum outro ue n$o auela %ua ranca e "esada es"eci-icamente merc.rio ue n$o "oderia ser a#amarcada, e cu>os "Gs n$o "oderiam ser cortados, uer diDer, cu>a volatilidade n$o "ode ser removida eceto "or lon%a coc#$o no san%ue "uro de uma crian#a >ovem/ 7esse san%ue, o merc.rio, unindose com ouro e "rata, "oderia "rimeiro ser transmutado em uma "lanta como auela mostrada na -i%ura/ A"?s isso, atravGs da "utre-a#$o, ele "oderia ser trans-ormado em ser"entes, ue, tendo sido com"letamente secadas e coDinhadas no -o%o, "oderiam desinte%rar em "? e isso era a "edra -iloso-al/ Foi cul"a desse conselheiro ue "or um lon%o "er*odo de vinte e um anos eu tenha cometido milhares de erros, sem entretanto usar san%ue, o ue teria sido cruel e vil/ ois eu descori, no meu livro, ue o ue os -il?so-os chamavam san%ue n$o eram nada alGm do ue o es"*rito mineral contido nos metais, "rinci"almente no sol, na lua e no merc.rio, ue eu continuamente me em"enhava em cominar/ As inter"reta#Ees acima mencionadas, "orGm, eram mais in%ênuas ue eatas/ X ue em todas as minhas atividades eu nunca "ercei os sinais ue de acordo com o livro deviam a"arecer no tem"o certo, eu tive sem"re ue come#ar de novo do come#o/ Finalmente, uando eu "erdi toda es"eran#a de atG mesmo com"reender auelas ima%ens, eu -iD uma "romessa a 0eus e a '$o Tia%o de 4al*cia, e decidi "rocurar a e"lica#$o com al%um sacerdote >udeu ou com outra "essoas nas sina%o%as da 8s"anha///R 1H
'$o Tia%o, o Anci$o, cu>o santurio est em Com"ostela, -oi o "atrono dos aluimistas e tamGm de todas as artes e ciências cosmol?%icas/ Certamente n$o G coincidência ue o ast$o do "ere%rino ("ourdon) de '$o Tia%o um ast$o atravessado "or duas -itas e coroado com um ot$o redondo, como eu "ude ver nas m$os do santo na esttua romanesca em Com"ostela carre%ava uma memorvel similitude com o ast$o de 9ermes/ 8u estaeleci, "ortanto, com a concordncia da minha es"osa errenelle, traDer comi%o uma c?"ia dessas -i%uras, vestido com rou"a de "ere%rino e com o ast$o do "ere%rino, como eu "osso ser visto do lado de -ora da ca"ela, no cemitGrio onde eu "intei as -i%uras hiero%l*-icas, e onde tamGm, nos muros de amos os lados, eu "intei um corte>o no ual todas as cores da "edra s$o vistas em ordem, a"arecendo e desa"arecendo >untamente com uma inscri#$o em -rancês+ Moult plaist ; Dieu 0rocession, selle est faite en d'%otion (Um corte>o a%rada a 0eus %randemente, uando G -eito com devo#$oR)/ A inscri#$o re"etia uase literalmente o come#o do livro do rei 9Grcules;1, ue lidou com as cores da "edra e carre%ava o t*tulo Iris: operis processio multum naturae placet , etc/ 8u escolhi essas "alavras delieradamente, saendo ue o sio com"reenderia a alus$o/ Vestido de "ere%rino, ent$o, eu tomei meu caminho, che%ando -inalmente em Mont>o!e, de onde eu "arti "ara '$o Tia%o de Com"ostela, onde eu cum"ri minha "romessa/ Tendo -eito isso, eu "arti e encontrei no caminho em Le?n, um mercador de Bolonha, ue me a"resentou a um mGdico de ori%em >udia, mas um -iel crist$o chamado mestre Canches , ue vivia l e era conhecido "elos sua erudi#$o/ Quando eu lhe mostrei as ima%ens co"iadas do livro, ele -oi dominado "or admira#$o e ale%ria e me "er%untou se eu saia do "aradeiro do livro do ual elas -oram tiradas/ 8u res"ondi em latim (em cu>a lin%ua%em ele me havia uestionado) e disse a ele ue eu tinha es"eran#a de ue se al%uGm "udesse resolver esses eni%mas "ara mim, eu es"erava encontrar in-orma#Ees "recisas a res"eito do livro/ Com isso ele imediatamente come#ou, com %rande Delo e ale%ria, a e"licar o come#o "ara mim/ 8m reve ele -icou muito ;1 9erakleios I, im"erador de BiDncio (H1<H1)/
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-eliD em escutar onde o livro estava, e eu "or ouvilo -alar a seu res"eito/ 8le "rovavelmente > havia ouvido muito sore o livro, mas, como me disse, "ensavase ue ele estaria com"letamente "erdido/ 7?s decidimos, ent$o, "artir >untos/ 0e Le?n via>amos "ara 6viedo e de l "ara 'anson, de onde tomamos um navio "ara a Fran#a/ 7ossa via%em se%uiu ale%remente, e mesmo antes de alcan#armos o citado reino, ele me e"licou -ielmente a maioria das minhas ima%ens, mostrando, mesmo em "euenos detalhes %randes se%redos (o ue eu achei mais interessante)/ Mas uando che%amos em 6rlGans, auele sio homem -icou muito doente, tomado "or crises de vWmito, ue n$o "araram desde o momento em ue come#aram no mar/ 8le estava muito temeroso de ue eu o deiasse, o ue era com"reens*vel/ 8mora eu n$o tenha deiado sua com"anhia, ele conversava comi%o incessantemente/ Finalmente ele morreu no -inal de sete dias de en-ermidade, o ue me encheume de tristeDa/ 8u o enterrei o melhor ue "ude na I%re>a da 'anta CruD, em 6rlGans, onde ele est atG ho>e/ 0eus tenha sua alma, "ois ele morreu um om crist$o/ 'e a morte n$o me im"edir, eu darei uela i%re>a uma "euena renda, "ara ue todos os dias al%umas missas "ossam ser ditas em ene-*cio de sua alma/ Quer uer ue ueira ver como eu che%uei em casa e como errenelle se ale%rou, ue nos contem"le a amos, na cidade de aris, na "orta da ca"ela de 'aintXacues de la Boucherie, ao lado e "r?imo da minha casa/ 7?s estamos l retratados em a#$o de %ra#as, eu aos "Gs de '$o Tia%o de Com"ostela, e errenelle aos "Gs de '$o Xo$o, a uem ela tanto invocou/ Assim, "ela %ra#a de 0eus, e "ela intercess$o da 'ant*ssima Vir%em, de '$o Tia%o e de '$o Xo$o, eu a"rendi o ue dese>ava, a saer, os "rimeiros "rinc*"ios, emora n$o a sua "re"ara#$o inicial, ue G mais di-*cil ue ualuer coisa neste mundo/ Isso entretanto eu -inalmente a"rendi de"ois de cometer diversos erros, "or um "er*odo de a"roimadamente cinco anos, durante os uais eu continuamente estudei e traalhei como se "ode ver a mim no muro eterno da ca"ela (em cu>os "ilares eu "intei o corte>o), aos "Gs de '$o Tia%o e '$o Xo$o, incessantemente orando a 0eus, com o meu rosrio na m$o, lendo atentamente em um livro, meditando nas "alavras dos -il?so-os e ent$o realiDando as vrias o"era#Ees ue eu etra* de 1HH
suas "alavras/ Finalmente eu encontrei o ue eu tanto uscava, e eu o reconheci imediatamente "elo seu -orte odor e uando eu o tive eu com"letei o traalho (ma(ist>re)/ Tendo a"rendido a "re"ara#$o dos "rimeiros "oderes (a(ens), eu deveria a"enas se%uir meu livro "alavra "or "alavra, e n$o "oderia dar errado nem ue eu uisesse/ 7a "rimeira veD ue eu -iD a "ro>e#$o, eu a a"liuei ao merc.rio e transmutei a"roimadamente uma lira e meia em "rata "ura, ue era melhor do ue auela etra*das das minas um -ato ue eu testei e tenho testado diversas veDes/ Isso aconteceu em 1P de >aneiro de 1J=5, uma se%unda-eira, "r?imo do meio dia, em minha casa, na "resen#a a"enas de errenelle/ Mais tarde, se%uindo o meu livro "alavra "or "alavra, eu com"letei o traalho com a "edra vermelha, sore uma uantidade similar de merc.rio, de novo a"enas na com"anhia de errenelle, na mesma casa, no dia 5O de aril do mesmo ano, s cinco horas da tarde, uando eu e-etivamente transmutei o merc.rio eu ouro, uase na mesma uantidade, ue era claramente melhor ue o ouro comum, > ue mais leve e mais malevel/ Isso eu "osso diDer na verdade/ 0essa -orma eu com"letei o traalho três veDes com a a>uda de errenelle, ue entendeu tanto uanto eu mesmo -iD, "ois ela me a>udou na seuência das instru#Ees e uisesse ela com"letlo inteiramente soDinha, ela "oderia certamente alcan#ar a meta/ 8u > estava mais ue satis-eito de"ois de têlo com"letado uma veD, mas eu encontrei %rande ale%ria em ver e em com"reender o maravilhoso traalho da natureDa nos vasos///R 6 homem e a mulher, ue na -orma natural encarnam os dois "?los do traalho alu*mico (eno-re e merc.rio), "odem "or seu amor rec*"roco uando ele G es"iritualmente elevado e interioriDado desenvolver esse "oder c?smico, ou "oder da alma, ue o"era a dissolu#$o e a coa%ula#$o alu*mica ( sol%e et coa(ula)/
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CANTUL6 1O 6' 8'T@4I6' 06 T3ABAL96 9 vrios modos de se sudividir os m.lti"los est%ios do traalho alu*mico/ Cada um deles carre%a uma sim"li-ica#$o esuemtica do "rocesso total/ A"esar disso, cada um deles G correto no sentido de ue cada um G uma e"ress$o da l?%ica interna do traalhoR/ A mais anti%a sudivis$o G auela ue desi%na os est%ios individuais ou -ases "or di-erentes cores/ Isso "ossivelmente remete a um "rocesso metal.r%ico "articular, tal como a "uri-ica#$o ou colora#$o dos metais/ 0e acordo com esse esuema o ene%recimento (melanosis, ni(redo) da materia ou "edraR G se%uido "or um ranueamento ( leu*osis, al"edo), e esse, "or sua veD, G se%uido "or um avermelhamentoR (iosis, ru"edo)/ 6 "reto G a ausência de cor e de luD/ Branco G "ureDa ele G luD indivisa a luD n$o se uera em cores/ Vermelho G a essência da cor, seu "onto culminante e o seu "onto de maior intensidade/ 8ssa ordena#$o das coisas se torna ainda mais evidente se entre o ranco e o vermelho G inserida toda uma sGrie de cores intermedirias tais como o verde lim$o, o amarelo ocre e o vermelho claro ou, novamente, se se -ala de uma cauda de "av$oR de cores %radualmente desdoradas/ 7este caso a cor ".r"ura G sem"re a ue -echa as sGries/ Z de se notar ue as três "rinci"ais cores "reto, ranco e vermelho (ue tamGm "odem ser encontradas na herldica hermeticamente in-luenciada) desi%na na cosmolo%ia hindu as três tendências -undamentais ( (unas) da materia "rimordial ( 0ra*riti)/ Aui o "reto G simolicamente o movimento descendenteR (tamas), ue -o%e da ori%em luminosa ranco G a as"ira#$o ascendenteR em dire#$o luD ( satt%a) e o vermelho G a tendência em dire#$o e"ans$o no "lano da mani-esta#$o mesma (ra.as)/ Com essas inter"reta#Ees em mente, "odese -icar sur"reso de descorir ue na aluimia n$o G o ranco, mas o vermelho, ue re"resenta o resultado -inal do traalho/ 0e acordo com a doutrina hindu, o cosmos G 1H=
constru*do de tal maneira ue "rimeiramente tamas, a -or#a descendente, >o%a "ara aio a ncora atG a escurid$o, e ent$o ra.as, e"andindose na distncia, desenvolve a multi"licidade e -inalmente satt%a, como uma chama luminosa com dire#$o ascendente, conduD tudo de volta ori%em/ A sim"les com"ara#$o das três cores alu*micas com a cosmolo%ia hindu > G uma clara indica#$o do "onto de vista da aluimia e dos "recisos limites desse simolismo/ 0e"ois da es"iritualiDa#$o do cor"oR ue em certo sentido corres"onde ao ranueamento e sustitui a inicial ne%ritude ou corru"#$o , vem, como um acaamento, a cor"ori-ica#$o do es"*ritoR, com sua cor vermelho".r"uro/ 6 mesmo ritmo "ode tamGm ser trans"osto a outros modos de realiDa#$o es"iritual/ 6 "onto si%ni-icante aui G ue a ên-ase est na mani-esta#$o do 8s"*rito e n$o na transcendência ou na etin#$o da eistência limitada/ or meio da "utre-a#$o, -ermenta#$o e tritura#$o todas elas acontecendo na escurid$o a materia G des"o>ada de sua -orma inicial/ or meio do clareamento, a um ranco "rateado, ele G "uri-icado, e "elo envermelhamentoR ele G colorido novamente e aui a cor si%ni-ica -orma/ 6 "oder "uri-icador G o merc.rio, o "oder coloranteR, o eno-re/ A tr*"lice divis$o, de acordo com as cores, n$o con-lita com a du"la divis$o entre traalho in-eriorR e su"eriorR/ Isso re-lete a > descrita dualidade de materia e -orma, alma e es"*rito, lua e sol/ Tanto a divis$o tr*"lice como a d."lice ocorre na sGtu"la divis$o aseada nos reinos (r'(imes) dos "lanetas e "ro"riedades dos metais/ 9 duas conce"#Ees "rinci"ais da %rada#$o sGtu"la/ 8m duas delas, os traalhos in-eriorR e su"eriorR s$o cominados al%o de -ato "raticvel ent$o "rata e ouro, lua e sol, como "ares, re"resentam o "onto -inal de toda a sGrie, enuanto ue os outros "lanetas ou metais tomam os seus lu%ares na sGrie de acordo com a sua noreDa, vale diDer, sua maior ou menor rela#$o com o ouro ou com o sol/ 8ssa ordem corres"onde hieraruia das casas "lanetrias, como descritas no ca"*tulo O/ esse modelo G a ascens$o do sol a "artir da sua "osi#$o mais in-erior, na casa de 'aturno, no solst*cio de "rimavera, ao seu dom*nio na casa de Le$o, ue "or sua veD re"resenta o solst*cio 1H;
de ver$o/ 7a outra conce"#$o, o traalho in-eriorR, tendo a lua como "onto -inal, "recede o traalho su"eriorR ao "onto de coroa#$o, ue G o sol/ 8ssa .ltima conce"#$o, mencionada "or hilaletes, Bernardus Trevisanus, Basilius Valentinus e "or outros aluimistas e ue em raD$o de sua -orma "articularmente l.cida ser a%ora eaminada em maiores detalhes a"arece da -orma como se%ue/
s
w
v
Merc.rio 'aturno X."iter Merc.rio Chumo 8stanho
R
t
Lua rata
Vênus Core
q Marte Ferro
'ol 6uro
s 6 s*molo de merc.rio, ue vem antes de todos os outros, n$o re"resenta um est%io no traalho, mas antes a chave do todo ent$o o traalho em si mesmo tem a"enas seis -ases/ 0essas as "rimeiras três s$o e"ressadas "or s*molos "uramente lunares, e as .ltimas três "or s*molos "uramente solares/ A"enas o s*molo de merc.rio G andr?%ino, -ormado tanto do sol como da lua/ X -oi dito ue "ara os aluimistas, o merc.rio G o primus a(ens, o real si%ni-icado do traalho, a %ua dissolvente e o alimento "ara o emri$o es"iritual/ 8le G, "or assim diDer, a mani-esta#$o mais direta da materia prima, vista como matGria -*sica sutil ou so"ro vital, ue une o or%anismo cor"oalma individual com o mar c?smico da vida/ 7ele a semente do ouro es"iritual est escondida, assim como o ouro no merc.rio comum/ Trans"osto "ara o modo o"erativoR do misticismo, o ue a"arece neste "onto G a in-luência es"iritual, a %ra#a, ou outra -orma de o"era#$o do 8s"*rito 'anto, ue em certo sentido "enetra de -ora o mundo a"arentemente -echado da consciência e%?ica, e a a-asta de sua coa%ula#$oR metlica/ 7a aluimia, o merc.rio "ode ser considerado como uma en#$o c?smicaR, como Fra Marcantonio disse, constantemente cai do cGu como uma nGvoa -ina, "ara "reencher os "oros da terraR ;5 aui, os "orosR s$o o ue salva os cor"os s?lidos da -ossiliDa#$o e da su-oca#$o G atravGs deles ue a terra res"iraR, assim como o homem ;5 Ver ca"*tulo 1<, 8no-re, merc.rio e salR/
1P<
vive "or manterse aerto s in-luências celestiais "resentes na natureDa/ A inter"reta#$o do si%no de merc.rio como a chave de todo o traalho G con-irmada "elo "a"el do deus Mec.rio, ou 9ermes, nos mistGrios ?r-icos/ 6s mensa%eiros dos deuses acom"anham a alma a"?s sua morte cor"oral ou m*stica atravGs de todos os reinos das somras atG seu lu%ar -inal de descanso/
W 6 "rimeiro est%io do traalho in-eriorR, ue se d so o si%no de 'aturno, corres"onde ao ene%recimentoR, "utre-a#$oR e morti-ica#$oR/ 8le G re"resentado "or uma caveira ou, al%umas veDes, "or uma se"ultura/ Basilius Valentinus disse a res"eito dessa -ase do traalho+ Toda carne nascida na terra ser destru*da e restitu*da de volta terra, "ois ela -oi terra/ Assim o sal terreno "roduDir um novo nascimento atravGs do so"ro da vida celestial/ 6nde uer ue a terra este>a ausente no come#o, n$o "ode haver renascimento em nosso traalho, > ue a terra G o lsamo da natureDa e o sal daueles ue "rocuram o conhecimento de todas as coisasR;J/ 7o come#o de toda a realiDa#$o es"iritual est a morte, na -orma de morrer "ara o mundoR/ A consciência deve se retirar dos sentidos e se voltar "ara dentro/ Como a luD interiorR ainda n$o ressuscitou, esse a-astamento do mundo eterior G e"erimentado como uma no@ profunda/ A este estado o misticismo crist$o a"lica a "arola do %r$o de tri%o, ue deve "ermanecer soDinho na terra e morrer, se G "ara dar -rutos/ 8m diversos ritos iniciticos, essa morte da alma G e"ressada "or um enterro sim?lico, e certas ordens crist$s oservam um costume sin%ular na investidura dos mon%es/ 7os mistGrios "rGcrist$os, a morte do m*stico era -reuentemente traDida no relacionamento com a morte sacri-icial de um deus/ Como o deus, ue -oi morto e desmemrado, o m*stico devolvia seus memros e -aculdades natureDa/ 6s "oderes dos mundos in-eriores dividiam entre si os elementos da alma em"*rica, ue n$o "ertenciam essência imortal e, em determinados casos, esse desmemramento era eecutado na e-*%ie/ 6 m*stico deve e"erimentar, "or si mesmo, a morte sacri-icial de 0eus, "ara com"reender em toda a etens$o ue 0eus, ue era a"arentemente desmemrado no mundo (a -im de con-erir sua vida em sua ;J 0a %rande "edra dos anti%os sios, 8strasur%o, 1HO/
1P1
multi"licidade), na verdade n$o "ereceu nele, mas "ermaneceu imortal, eterno e indivis*vel/ Assim o homem "ode a"enas conhecer sua essência imutvel uando ele renunciou a tudo o ue nele G "erec*vel/ Isso inclui n$o a"enas a carne, mas tamGm a alma imersa na e"eriência sensorialR/ 7o come#o do traalho, o material mais "recioso ue o aluimista "roduD G a cinDa, ue "ermanece a"?s a calcina#$o (calcinatio) do metal ordinrio/ AtravGs dessa cinDa, ue -oi des"o>ada de toda unidadeR "assiva, ele ser ca"aD de ca"turar o es"*ritoR voltil/ 6 "rimeiro est%io do traalho corres"onde ao si%ni-icado mitol?%ico de 'aturno, > ue 'aturnoChronos, ue devorou seus "r?"rios -ilhos, G a divindade ue, atravGs do tem"o e da morte, causa o retorno do ue sur%eR sua ori%em amor-a/
V 6 se%undo est%io do traalho menorR, G dominado "or X."iter, cu>o s*molo eie o crescente lunar >unto ao eio horiDontal da cruD, enuanto ue no caso de 'aturno o mesmo crescente est colocado na "onta de aio do eio+ w/ 'o a in-luência de X."iter, "ortanto, a alma levantouse a si mesma da terra a ual ela retornou e da noite do caos inicial, a -im de desenvolver seu "oder/ 7a lin%ua%em da doutrina hindu, a res"eito das tendências -undamentais da materia (os (unas), deve ser dito ue o "oder da alma (Merc.rio) -oi liertado do tamas e uni-icado ra.as/ Ra.as, contudo, tem o si%ni-icado de e"ans$o e desenvolvimento, ue no "resente caso si%ni-ica ue o "oder sutil -oi dissolvido de sua coa%ula#$o na consciência cor"oral, e tendo sido terra, "or assim diDer, a%ora se trans-ormou em %ua e ar/ Isso corres"onde sulima#$o/ Morenius disse+ Quem uer ue saia como "uri-icar e alve>ar a alma e "ermitirlhe suir acima, haver conservado em o ser cor"o e o liertado de toda a escurid$o, ne%rume e odor malG-ico/// ele ser ent$o ca"aD de traDer de volta a alma ao cor"o, e na hora de sua uni-ica#$o %randes maravilhas ocorrer$o///R/
R Com o terceiro est%io, dominado "ela LuD, a cor ranca G com"letada/ 6 crescente lunar levantouse a si mesmo acima da cruD dos elementos ou tendências c?smicas e dissolveu suas o"osi#Ees/ Todas as "otencialidades da alma, contidas no caos inicial, -oram a%ora com"letamente desenvolvidas e -oram unidas uma com a outra em um estado de "ureDa indivisa/ 8ste G o 1P5
limite mais eterno da solu#$oR, e G se%uido "or uma nova coa%ula#$oR/ 0o "onto de vista crist$o, esse estado da alma corres"onde simolicamente 'ant*ssima Vir%em, em sua "rontid$o "ara receer a alavra 0ivina, e nesse sentido G si%ni-icativo ue a Vir%em se>a -reuentemente retratada entroniDada sore o Crescente/ 7o livro The For(otten Word ;, Bernardus Trevisanus escreveu sore essa realiDa#$o do traalho menorR+ 8u lhe di%o, tendo 0eus como minha testemunha, ue esse Merc.rio, uando ele -oi sulimado, -oi revestido em t$o "uro ranco ue ele "arecia neve no to"o de uma montanha muito alta/ 8le tinha um rilho -ino e cristalino, do ual, uando o vaso -oi aerto, emanou um "er-ume t$o doce ue nada "arecido "oderia ser encontrado na terra/ 8u, contudo, ue -alou a você, sei em ue esse maravilhoso rilho a"areceu ante meus olhos, ue eu touei a natureDa -ina e cristalina com as minhas "r?"rias m$os e com o meu "r?"rio ol-ato eu senti a maravilhosa do#ura/ 8u chorei com ale%ria e es"anto -rente a t$o %rande maravilha/ Bendito se>a o 8terno, Alt*ssimo e 4lorioso 0eus, "ois ele escondeu tantos "resentes maravilhosos nos se%redos da natureDa, e "ermitiu a al%uns homens ue o vissem/ 8u sei ue uando você sae as causas dessa dis"osi#$o, você "ode "er%untar+ ue ti"o de natureDa "ode ser essa ue, vindo de al%o corru"t*vel, a"esar disso, contGm em si mesma al%o de com"letamente celestial 7in%uGm "ode narrar todas as maravilhas/ TalveD, contudo, vir um tem"o no ual eu "oderei -alar a você al%umas coisas es"eciais sore essa natureDa, ue o senhor ainda n$o me "ermitiu comunicar "or escrito/ 'e>a como -or, uando você tiver sulimado esse merc.rio, "e%ue ele -resco e >ovem, >untamente com o seu san%ue, e ent$o ele n$o se tornar velho, e o dê a seus "ais, o 'ol e a Lua, ent$o a "artir dessas três coisas 'ol, Lua e Merc.rio nosso aml%ama "ode ser "roduDido///R/ 0eve -icar claro, a "artir dos s*molos "lanetrios, ue os três est%ios do traalho menorR corres"ondem ao movimento ascendente, "ois "rimeiramente a Lua estava deaio da cruD, ent$o >unto ao seu eio horiDontal, e -inalmente ela reinava soDinha+ em contra"osi#$o, os três est%ios se%uintes do %rande traalhoR descreve o movimento descendente+ t U q, e aui o sol a"arece "rimeiramente sore a cruD, e ent$o cruD aaio uando -inalmente ele -ica soDinho, traDendo tudo de volta ao centro/ 6s "rimeiros três est%ios corres"ondem es"iritualiDa#$o do cor"oR os .ltimos três cor"ori-ica#$o do ; La arole dGlaissGe em Le Voile d2Isis, aris, 1;J1, "/ H1/
1PJ
es"*ritoR ou -ia#$o do voltilR/ 8nuanto o traalho menorR tem como sua meta a reconuista da "ureDa e rece"tividade ori%inal da alma, a meta do traalho menorR G a ilumina#$o da alma "ela revela#$o do 8s"*rito dentro dela/ 8ssa seuência de seis est%ios "ode ser trans"osta a todos os ti"os de realiDa#$o es"iritual, mas a"esar disso continua sendo n$o mais ue um esuema, "ois nenhum dos dois movimentos (o ascendente da alma e o descendente do 8s"*rito), "odem ser inteiramente se"arados um do outro/ 6 desenvolvimento de uma -lor G o traalho do 'ol, mesmo ue o 'ol a"enas comece a ter seu verdadeiro e com"leto e-eito uando a -lor est madura o su-iciente "ara se arir aos raios do 'ol/
T 6 uarto est%io o "rimeiro do %rande traalhoR G dominado "or Vênus/ 8m seu si%no, o 'ol de ouro, e o 8s"*rito, o eno-re incomust*vel, a"arece sore o mastro da cruD/ 6 'ol en%ole a Lua, e o seu "oder -ormador im"rime mais uma veD a cruD dos elementos/ 7o come#oR, diD a Tur"a 0hilosophorum =# , a mulher em cima do homem, e no -im o homem est em cima da mulherR/ rimeiramente o "oder voltilR do Merc.rio -eminino "revalece sore os cor"os s?lidos, cu>a -orma G mani-estada de modo "assivo "elo eno-re/ Mais tarde, entretanto, o "oder -iador do eno-re "revalece sore o Merc.rio voltil e en%endra uma cristaliDa#$o nova, e a%ora ativa, da -orma almacor"o/ 8ssa nova cria#$oR, contudo, ainda n$o G "er-eita, > ue o 'ol es"iritual, como a"arece aui, continua li%ado cruD dos elementos, e esta G a raD$o "ela ual os aluimistas diDem a res"eito do core, o metal de Vênus, ue nele o "oder corante do 8no-re (a essência do ouro) realmente tornase vis*vel, mas ele "ermanece instvel e %rosseiro em raD$o da o"osi#$o contida nos uatro elementos/ U 6 uinto est%io o se%undo do %rande
traalhoR G dominado "or Marte/ 7o si%no de Marte (as raDEes "ara escrever desta -orma > -oram e"licadas) o 'ol ocu"a uma "osi#$o similar da Lua no si%no de 'aturno/ 6s si%ni-icados dos dois s*molos 'aturno e Marte s$o, todavia, o"ostos um ao outro, emora amos e-etivamente re"resentem um ti"o de morte e etin#$o mas so o alan#arR de Marte, n$o h d.vida sore a condi#$o ca?tica "elo contrrio, h aui uma descida ativa do 8s"*rito ao n*vel mais aio da consciência humana, de modo ue o cor"o, em si mesmo, est com"letamente "enetrado "elo eno-re incomust*velR/ ;O 1i"l& des phil& chim&
1P
Assim como o -erro, o metal de Marte, o "oder -iativo do eno-re, emora inteiramente "resente, n$o "ode ainda mani-estar com"letamente o seu rilho, > ue nesse est%io do traalho, o 8s"*rito a"arece sumer%ido no cor"o e como ue etinto nele/ 8ssa G a coa%ula#$o eternaR, e o limiar da realiDa#$o -inal a trans-orma#$o do cor"o em 8s"*rito -eito -orma/ 6 mais alto si%ni-icado contido no s*molo de Marte auele ue se "rolon%a "ara -ora da aluimia mesma G a encarna#$o da alavra 0ivinaR/ 8m um certo sentido, isso im"lica uma certa humilha#$o do 0ivino, > ue como LuDR ele a"arece nas trevas do mundo/ A realiDa#$o alu*mica, todavia, "ode a"enas ser um re-leo distante dessa encarna#$o/ Arte"hius escreveu+ /// As duas natureDas modi-icamse reci"rocamente, o cor"o incor"orandoR o 8s"*rito, e o 8s"*rito transmutando o cor"o em um 8s"*rito colorido (i/ e/ ualitativo) e ranco (i/ e/ "uro)/// -ervêlo (i/ e/ o cor"o) em nossa %ua ranca, ou se>a, no Merc.rio, atG ue ela se>a dissolvida na escurid$o/ Ao -ervêla "or um lon%o tem"o, ela ir "erder sua escurid$o e -inalmente o cor"o dissolvido sur%ir >untamente com a alma ranca, um misturado com o outro/ 8les ir$o se mesclar de tal -orma ue nunca mais novamente ser$o se"arados um do outro/ 8nt$o de -ato o 8s"*rito ir se unir com o cor"o em "er-eita harmonia, e ent$o >untos eles se tornar$o al%o imutvel/ 8ssa G a dissolu#$o do cor"o e a -ia#$o do 8s"*rito, amos os "rocessos constituindo um e o mesmo traalhoR ;H/
Q A realiDa#$o do %rande traalhoR G e"ressada "elo s*molo do 'ol/ 8le G distinto do disco solar como "arte constituinte dos outros s*molos "lanetrios "or ter seu "onto central re"resentado/ Assim o ue estava a"enas inci"iente e "otencialmente "resente nos "rimeiros est%ios G aui mani-esto/ 7a -orma com"leta, ue em si mesma "ermanece -inita, o conte.do in-inito G vis*vel est "resente vis*vel e invisivelmente/ 6 mesmo s*molo tamGm relemra a amêndoa na -ruta, e o emri$o no .tero/ Isso est de acordo com o simolismo %enGtico da aluimia/ 8ssa -ase do traalho G tamGm a realiDa#$o da cor vermelha, da ual 7icolas Flamel, em sua elucida#$o das -i%uras hiero%l*-icasR, escreveu+ 7o cam"o das violetas escuras, um homem ;H Bil/ des/ "hil/ chim/
1PO
violetavermelho se%ura o "G de um le$o vermelhoescarlate, ue tem asas e a"arentemente est carre%ando o homem/ 6 cam"o de violetas escuras si%ni-ica ue a "edra, atravGs de uma cuidadosa -ervura, receeu lindas vestes laran>adas e vermelhas, e ue a sua com"leta di%est$o (indicada "ela cor laran>a) a des"o>ou de suas anti%as vestes cor laran>a/ A cor vermelhoescarlate do le$o voador, ue se assemelha ao "uro e caro escarlate das sementes de rom$, indica ue essa cor est a%ora %enu*na e harmoniosamente com"letada/ Z como um le$o ue devora toda a natureDa "uramente metlica e a trans-orma em sua "r?"ria sustncia, es"eci-icamente em ouro verdadeiro e "uro, mais -ino ue aueles das melhores minas/ 8m raD$o disso, a cor em uest$o tem o "oder de a-astar o homem desse vale de l%rimas, vale diDer, do mal, da misGria e da doen#a, ao levantlo com suas "r?"rias asas da %ua su>a do 8%ito (os "ensamentos ordinrios dos mortais), e ent$o ele ir des"reDar a vida mundana com suas riueDas, e "ensar dia e noite em 0eus e em seus santos, dese>ando o 8m"*reo, e sedento das doces -ontes da eterna es"eran#a/ 0eus se>a louvado eternamente "or nos dar a %ra#a de ver essa maravilhosa e com"letamente "er-eita cor ".r"ura, essa maravilhosa cor dos crisntemos dos cam"os e rochas, essa cor de Tiro;P, rilhante e ardente, inca"aD de ualuer adultera#$o ou mudan#a, sore a ual nem mesmo o CGu ou o Yod*aco tem "oder ou -or#a, e cu>o radiante e o-uscante es"lendor "arece, em certo sentido, comunicar ao homem al%uma coisa su"raceleste, es"antandoo, amedrontandoo, ou aterroriDandoo uando ele o olhaR ;=/
;P 6 ".r"ura G "roduDido em Tiro/ ;= Bil/ des/ "hil/ chim/
1PH
Representao do Mercrio "isse@ual 4\Re"is] res "is5, da \Aurelia Qcculta 0hilosophorum] de 1asilius ?alentinus, e no \Theatrum Chemicum], Ar(entorati, 2K2J, %ol& I?& P Q andr(ino herm'tico se coloca so"re o dra(o da $atureza, 6ue est9 so"re a esfera alada da materia "rima& Q compasso e o es6uadro nas mos do andr(ino correspondem ao C'u e ; Terra, aos poderes masculino e feminino& $o lado masculino est9 ?+nus, Marte e o Sol, e do lado feminino esto Saturno, piter e a 7ua& $o topo est9 o Mercrio perfeito&
8m um teto de Basilius Valentinus h uma re"resenta#$o do andr?%ino masculino-eminino, ue simoliDa a realiDa#$o do traalho alu*mico, com os s*molos dos sete "lanetas, em tal ordem ue os três si%nos solares corres"ondem ao lado masculino do andr?%ino, e os três si%nos lunares, ao lado -eminino, enuanto o s*molo andr?%ino de Merc.rio re"resenta a "edra an%ularR entre as duas sGries/ Isso d ori%em ao se%uinte esuema, no ual os est%ios dos traalhos menorR e maiorR ser$o de novo reconhecidos/
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1PP
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8m um certo sentido (e inde"endentemente do si%ni-icado astrol?%ico dos mesmos s*molos), os s*molos direita "odem ser chamados ativos, e aueles esuerda, "assivos, > ue o traalho menorR e-etua a "rontid$o ou "re"ara#$o da alma, e o traalho maiorR a revela#$o es"iritual/ Contudo, "ara ser ca"aD de reconhecer ue os s*molos individuais corres"ondem um ao outro em "ares, G necessrio recordar ue a ordem de cada sGrie (como descrita atG a%ora) est na dire#$o o"osta dauela da outra, "ois uma delas est suordinada suida da Lua, e a outra, descida do 'ol (esses dois movimentos ocorrem no curso do traalho)/ Quando, "elo contrrio, amos os movimentos s$o vistos em "aralelo, os s*molos ser$o ordenados como se%ue+
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A "artir disso "odese ver claramente ue "ara todo as"ecto ativo h um corres"ondente as"ecto "assivo/ 'aturno re"resenta o reaiamentoR, Marte uma descendência ativaR/ 6 "rimeiro s*molo e"ressa a etin#$o da alma e%?ica, o se%undo a vit?ria do 8s"*rito/ 7o "r?imo n*vel, X."iter corres"onde ao desenvolvimento da rece"tividade da alma, enuanto Vênus corres"onde ao des"ertar do 'ol interior/ A Lua 1P=
e o 'ol, em si mesmos, encarnam os dois "olos em seu estado "uro, e o Merc.rio com"orta amas as essências em si mesmo;;/
;; ara ver como esses seis est%ios constantemente ocorrem como est%ios -undamentais em ualuer es"Gcie de realiDa#$o es"iritual, "odese consultar 'tations o- &isdo, de Frit>o- 'chuon, em es"ecial o ca"*tulo -inal, ue traD o mesmo t*tulo/ (Xohn Murra!, Londres, 1;H1)/
1P;
CANTUL6 1H A T@BUA 08 8'M83AL0A 6 si%ni-icado e estrutura do traalho alu*mico est$o resumidos na Tua de 8smeraldaR ( Ta"ula Smara(dina)/ 8la se a"resenta a si mesma como uma revela#$o de 9ermes Trisme%istos, e como tal -oi aceita "elos aluimistas medievais/ A mais anti%a men#$o a esse res"eito "ode ser encontrada em um teto do sGculo VIII, "or Xir in 9a!!n, e uma tradu#$o latina > era conhecida de 'anto Alerto Ma%no/ 'eu estilo, contudo, indica ue G claramente de ori%em "rG islmica/ 8 como est em com"leto acordo com o es"*rito da tradi#$o hermGtica como os aluimistas concordam unanimidade n$o h raD$o convincente "ara duvidar de sua cone$o com as ori%ens do hermetismo/ Isso deia aerta a uest$o sore se o nome 9ermes re"resentava um nome ou uma -un#$o "ro-Gticosacerdotal decorrente de 9ermesThoth/ Uma tradu#$o da Tua de 8smeraldaR, de sua vers$o latina, G dada aaio/ ara o esclarecimento de certos "ontos, -oi -eita men#$o tamGm vers$o arica 1< 1/ A verdade, certamente e sem d.vida, o ue est aaio G como o ue est acima, e o ue est acima G como o ue est aaio, "ara realiDar os mila%res de al%o/ 5/ Assim como todas as coisas "rocedem do Uno, atravGs da medita#$o desse Uno, ent$o tamGm elas s$o nascidas dessa coisas .nica "or ada"ta#$o/ J/ 'eu "ai G o 'ol e sua m$e G a Lua/ 6 vento o levou em seu ventre e sua "rotetora G a terra/ / Z o "ai de todas as maravilhas do mundo inteiro/ O/ 'ua -or#a G "er-eita se G convertida em terra/ H/ 'e"arar a terra do -o%o e o sutil do %rosseiro, suavemente e com %rande "rudência/ P/ 8le emer%e da terra ao cGu e desce novamente do cGu terra, e assim aduire o "oder das realidades 1<
1=<
acima e das realidades aaio/ 0esse modo você aduirir a %l?ria do mundo inteiro, e toda a escurid$o se a"artar de você/ =/ 8ssa G a -or#a das -or#as, "ois ela conuista tudo o ue G sutil e "enetra em todo o s?lido/ ;/ Assim o "eueno mundo G criado de acordo com o "rot?ti"o do %rande mundo/ 1 A "artir disso, e desse modo, maravilhosas a"lica#Ees s$o -eitas/ 11/ or essa raD$o eu me chamo 9ermes Trisme%istos, "ois eu "ossuo as três "artes da saedoria do mundo inteiro/ 15/ Terminado est o ue eu disse a res"eito da ora do 'olR/ ` 1/ A verdade, certamente e sem d.vida, o ue est aaio G como o ue est acima, e o ue est acima G como o ue est aaio, "ara realiDar os mila%res de al%o/R 7a vers$o latina, o come#o G como se se%ue+ ?erum, sine mendacio, certum et %erissimum, mas a inter"reta#$o de Xir da e"ress$o 7a verdade, certamente e sem d.vidaR (ha66Yn, ya6ZnYn, lY sha**a fih) G clara, "ois as "alavras em verdadeR se re-erem -onte o>etiva da revela#$o, enuanto as "alavras certamente e sem d.vidaR re-eremse a seu re-leo su>etivo no homem/ A "r?ima senten#a (a "arte "rinci"al da "rimeira clusula) tem uma -ormula#$o li%eiramente di-erente na vers$o rae, e a"arentemente d um di-erente si%ni-icado+ 6 mais alto vem do mais aio e o mais aio, do mais altoR/ Isso se re-ere de"endência rec*"roca do ativo e do "assivo, no sentido de ue a -orma essencial n$o "ode ser mani-estada sem a materia "assiva, assim como, "or outro lado, o "assivo "otencialmente "ode a"enas alcan#ar desenvolvimento so a in-luência do "olo ativo/ Ademais, no %rande traalhoR, a e-iccia do "oder es"iritual de"ende da "re"ara#$o do rece"tculoR humano e viceversa/ Tudo isso, "orGm, G a"enas mais um eem"lo da corres"ondência rec*"rocaR de acimaR e aaioR, como o teto latino e"ressa/ ara realiDar os 1=1
mila%res de al%oR, uer diDer, do traalho interior/ AcimaR e aaioR est$o assim relacionados a essa coisa, e se com"lementam em suas rela#Ees/ 5/ Assim como todas as coisas "rocedem do Uno, atravGs da medita#$o desse Uno, ent$o tamGm elas s$o nascidas dessa coisas .nica "or ada"ta#$o/R Isso si%ni-ica ue o traalho hermGtico vem de uma .nica sustncia, se%uindo o "adr$o (e como o inverso, a ima%em sustancialR) da emana#$o do mundo a "artir do jnico 'er 0ivino, "or meio do 8s"*rito Uno/ 8m veD de meditatione unius ("ela medita#$o do UnoR) al%uns manuscritos re%istram mediatione unius ("ela media#$o do UnoR)/ Isso n$o altera essencialmente o sentido, > ue o ue G si%ni-icado aui G ue a luD indivisa e invis*vel do Uno incondicionado G re-ratada na multi"licidade "elo "risma do 8s"*rito/ latino ensinou ue o 8s"*rito (nous) constantemente contem"la a Unidade 'u"rema, sem nunca ser ca"aD de com"reendêlo ou "enetrlo com"lemente, e ue "or essa cont*nua contem"la#$o ele mani-esta o todo multilateralR, assim como uma lente transmite a luD ue ela recee como um -eie de raios/ A e"ress$o rae tad"Zr , ue em al%umas versEes a"arece neste "onto, tem o du"lo si%ni-icado de considera#$oR e e"osi#$oR ou dedu#$oR/ 8m veD de adaptatione ("or ada"ta#$oR) Basilius Valentinus diD con.untione ("or comina#$oR)/ J/ 'eu "ai G o 'ol e sua m$e G a Lua/ 6 vento o levou em seu ventre e sua "rotetora G a terra/R 6 'ol como "ai da "edraR G o es"*rito (nous), enuanto a Lua G a alma ( psy6ue)/ 6 vento o levou em seu ventreR+ 6 vento, ue carre%a a semente es"iritual em seu cor"o, G o so"ro vital, e mais %enericamente a matGria sutilR do mundo intermedirio ue se estende entre o cGu e a terra ou se>a, entre o mundo su"ra-ormal (ou "uramente es"iritual) e o mundo cor"oral/ 6 so"ro vital G tamGm o merc.rio, ue contGm a semente do ouro em estado l*uido A sua "rotetora G a terraR, ou se>a, o cor"o como realidade interna/ 1=5
/ Z o "ai de todas as maravilhas do mundo inteiro/R MaravilhasR G a tradu#$o a"roimada de thelesma, do ual talism$R G derivado/ Um talism$ (do rae tilism) G, estritamente -alando, um s*molo no ual al%uma coisa do "oder do seu "rot?ti"o entrou/ 6 s*molo -oi idealiDado em uma situa#$o c?smica "articular (constela#$o) e com uma concentra#$o es"iritual corres"ondente/ Uma a#$o te.r%ica dessa sorte G aseada na corres"ondência ualitativa entre a -orma vis*vel e o modelo invis*vel, e tamGm na "ossiilidade de tornar essa corres"ondência e-etiva "or meio de uma es"Gcie de condensa#$oR no "lano sutil de um estado es"iritual/ Isso e"lica a similaridade entre o talism$ como o "ortador de uma in-luência invis*vel e o eliir alu*mico como o -ermento da trans-orma#$o metlica/ O/ 'ua -or#a G "er-eita se G convertida em terra/R Vale diDer, uando o es"*rito est incor"oradoR, o voltil se torna -io/ H/ 'e"arar a terra do -o%o e o sutil do %rosseiro, suavemente e com %rande "rudência/R A se"ara#$o da terra, do -o%o e do %rosseiro, si%ni-ica a etra#$oR da alma a "artir do cor"o/ P/ 8le emer%e da terra ao cGu e desce novamente do cGu terra, e assim aduire o "oder das realidades acima e das realidades aaio/R A dissolu#$oR da consciência de toda coa%ula#$oR -ormal G se%uida "or uma cristaliDa#$oR do 8s"*rito, e ent$o ativo e "assivo s$o "er-eitamente unidos/ Assim a luD do 8s"*rito se torna constante/ 0esse modo você aduirir a %l?ria do mundo inteiroR, es"eci-icamente "ela sua uni$o com o 8s"*rito, ue G a -onte de toda a luD/ 8 toda a escurid$o se a"artar de você/R+ Isso si%ni-ica ue a i%norncia, o en%ano, a incerteDa, a d.vida e a tolice ser$o removidas da consciência/ =/ 8ssa G a -or#a das -or#as, "ois ela conuista tudo o ue G sutil e "enetra em todo o s?lido/R 6 1=J
sutil ou o voltil (do rae latZf ) a"enas "ode ser conuistado "ela sua uni$o com o s?lido ou cor"oral, assim como s? se "ode reter um estado de es"*rito associandoo a uma ima%em concreta/ A -ia#$o alu*mica G, a"esar de tudo, mais interior, e G relacionada uilo ue -oi dito acima sore o "a"el da consciência cor"oral como su"orte de estados es"irituais/ AtravGs de sua uni$o com o 8s"*rito, a consciência cor"oral mesma se torna um "oder "uro e "enetrante ue "ode atG mesmo ter um e-eito eterior/ 'ore isso Xabr escreveu+ Quando o cor"o, em seu estado de solideD e dureDa, tiver sido t$o alterado a "onto de se tornar "uro e luminoso, ele se torna como se -osse uma coisa es"iritual, ue "enetra os cor"os, emora ele mantenha a sua "r?"ria natureDa, ue o -aD resistente ao -o%o/ 7esse momento, ele se mistura com o 8s"*rito, "ois ele se tornou "uro e livre, e seu e-eito sore o 8s"irito G tornlo constante/ A -ia#$o do 8s"*rito neste cor"o se%ue o "rimeiro "rocesso, e amos s$o trans-ormados, cada um assumindo a natureDa do outro/ 6 cor"o se torna um 8s"*rito, e assume dele sua "ureDa, rilho, etensiilidade, coloca#$o e todas as outras "ro"riedades do 8s"*rito/ 6 8s"*rito, "or sua veD, tornase um cor"o e aduire deste .ltimo a resistência ao -o%o, a imoilidade e a dureDa/ 0e amos os elementos nasce uma sustncia iluminada, ue n$o "ossui nem a solideD dos cor"os nem a "ureDa dos es"*ritos, mas "recisamente assume uma "osi#$o intermediria entre os dois etremos///R1<1 ;/ Assim o "eueno mundo G criado de acordo com o "rot?ti"o do %rande mundo/R 7a vers$o latina, essa clusula est assim escrita+ Assim o mundo G criadoR/ 6 teto rae, se%uido aui, G oviamente mais com"leto/ 6 "eueno mundoR, "er-eita ima%em do %rande mundoR, G o homem, uando ele realiDou sua natureDa ori%inal, ue -oi -eita ima%em de 0eusR/ 1 A "artir disso, e desse modo, maravilhosas a"lica#Ees s$o -eitas/R 7o teto arico est assim+ 8sse caminho G atravessado "elos siosR/ 1<1Ver aul rauss, a"Zr i"n ayyYn, Cairo, 1;5J/
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11/ or essa raD$o eu me chamo 9ermes Trisme%istos, "ois eu "ossuo as três "artes da saedoria do mundo inteiro/R Trisme%istos uer diDer três veDes %randeR ou três veDes "oderosoR/ As três "artes da saedoriaR corres"ondem s três %randes divisEes do universoR, es"eci-icamente os dom*nios es"iritual, "s*uico e cor"oral, cu>os s*molos s$o o cGu, o ar e a terra/ 15/ Terminado est o ue eu disse a res"eito da ora do 'olR De operatione solis+ do traalho do solR mas isso tamGm "ode si%ni-icar+ a res"eito do traalho do ouroR ou a res"eito da "rodu#$o do ouroR/ Todo o conte.do da Tua da 8smeralda G como ue uma e"lica#$o do 'elo de 'alom$o, cu>os dois trin%ulos, res"ectivamente, re"resentam a essência e a sustncia, -orma e matGria, es"*rito e alma, eno-re e merc.rio, o voltil e o estvel, o "oder es"iritual e eistência cor"oral+
1=O
CANTUL6 1P C67CLU'6 8u es"ero ue a e"osi#$o -eita "ossa servir "ara res%atar o horiDonte es"iritual "r?"rio da aluimia a arte realR das suas sim"li-ica#Ees en%anadoras, inevitavelmente "resentes em uma aorda%em "uramente hist?rica/ Assim como os o>etos no es"a#o "arecem menores uanto mais distantes eles est$o, assim o ue uer ue este>a distante no tem"o a"arece "ara n?s reduDido e sim"li-icado na -orma e uanto maior G o hiato entre uma era e a outra, tanto mais isso acontece/ 8ntre nossa era e a era ual a aluimia "ertence, o hiato G incomensuravelmente lar%o/ Assim, n$o G sur"resa ue o "esuisador moderno, sem ualuer conhecimento das artes es"irituais, ue em certas culturas s$o "raticadas atG ho>e, ve>a a aluimia como se olhasse a "artir do outro lado do telesc?"io/ 8le n$o tem, em re%ra, n$o a"enas o su"orte doutrinal ue "oderia "ermitirlhe com"reender a lin%ua%em sim?lica dos aluimistas, mas o ue G mais relevante ele n$o tem a "ossiilidade de nenhuma com"ara#$o "rtica, ue "oderia tornar claro "ara ele o ue, nesse dom*nio, G "oss*vel e "rovvel/ A natureDa ou se>a, a natureDa cor"oral e "s*uica do homem e das coisas "ode ser aordada "or diversos n%ulos e, sendo assim, cada uma das dimensEesR corres"onde a um dado "onto de vista, tanto l?%ica como "raticamente ineaur*vel/ Assim, "or eem"lo, a u*mica em"*rica moderna "ode ser estendida inde-inidamente sem ue suas descoertas nunca tenham "artido dauela dimens$o ontol?%ica "articular ue G determinada "or suas "remissas/ or outro lado, uma ciência tradicional, como a aluimia, "ode considerar e lidar com as mesmas in-orma#Ees naturais (com n$o menos l?%ica) de um "onto de vista com"letamente di-erente mas do mesmo modo ineaur*vel/ Um eem"lo disso G a medicina tradicional dos chineses, indianos e tietanos, mGtodos os uais s$o astante estranhos s conce"#Ees modernas de natureDa, mas ue n$o s$o, "or essa raD$o, menos e-icaDes/ 1=H
A ciência moderna tem um olhar im"lacvel "ara os erros in-antisR ue eistem mar%emR da cosmolo%ia tradicional mas ue n$o tem conseuências sGrias/ 6 ue n$o se ver, "orGm (mas o ue o olhar de uma arte es"iritual tal ual a aluimia vê como al%o de um si%ni-icado irresist*vel) s$o suas "r?"rias in-ra#Ees astante im"revis*veis em suas conseuências contra o euil*rio do homem e da natureDa, "ara n$o -alar da reivindica#$o com"letamente in>usti-icvel totalidade e do inalcan#vel e uase asoluto re".dio do su"rassens*vel e do incor"?reo, ue caracteriDam a ciência moderna/ 6 relacionamento do homem com o meio amiente natural varia n$o a"enas teoreticamente, mas tamGm "raticamente, e n$o a"enas su>etivamente, mas tamGm do "onto de vista do meio amiente mesmo/ 6 mundo -*sico n$o G inde"endente do "s*uico, muito emora a "ers"ectiva "articular do e%o "ermita ue a es-era "s*uica do ser individual a"are#a como al%o inteiramente se"arado e isolado em si mesmo/ 8m G"ocas e culturas onde a consciência e%?ica G menos coa%uladaR e a rela#$o com meio amiente natural n$o G dominada "or "reconceitos de uma "ers"ectiva "uramente racionalista, "ode acontecer mais -acilmente ue os "oderes da alma eer#am uma in-luência direta e sem interven#Ees mecnicas no mundo eterno/ Isso G es"ecialmente verdade a res"eito de tradi#Ees de -orma arcaicaR "ara as uais -enWmenos como ilumina#$o, chuva, vento e crescimento s$o essencialmente s*molos/ Aui "ode acontecer ue a#Ees "articulares sa%radas "rovouem um eco c?smico eterno/ Isso "ode ser oservado ainda ho>e entre certos "ovos amnicos, tais como os *ndios norteamericanos/ 7?s devemos situar a aluimia em tais cenrios, ue s$o seu larR ori%inal e adeuado, "ara -aDer >usti#a a certos ensinamentos sore o e-eito do eliir, dos uais nem todos devem ser tomados meramente no sentido n$oliteral mais alto/ A transmuta#$o dos metais comuns em ouro n$o G certamente a verdadeira meta da aluimia, e nem "oder ser alcan#ada uando G "rocurada a"enas "ara o seu "r?"rio em/ A"esar disso h evidências em -avor das realiDa#Ees vis*veis do ma%istGrio, ue n$o "odem sim"lesmente ser "ostas de lado com 1=P
um ta"a/ 6 simolismo dos metais G t$o or%anicamente relacionado com o traalho interior da aluimia, ue em "oucos casos em ue ele -oi realiDado internamente, tamGm ocorreu no "lano eterno n$o como resultado de ualuer o"era#$o u*mica, mas como uma o"era#$o eterna concomitante e es"ontnea de um estado es"iritual etraordinrio/ A ocorrência da trans-orma#$o es"iritual G tamGm um mila%re, e certamente um mila%re n$o G menor ue a s.ita "rodu#$o de ouro a "artir de um metal comum/ 6 arueiro >a"onês, iniciado nos mistGrios do Den, "ode atin%ir o alvo de olhos -echados, em raD$o de sua concentra#$o interna e uni$o *ntima com a essência atem"oral no momento do dis"aro1<5/ 0o mesmo modo, a trans-orma#$o -*sica dos metais -oi um s*molo ue mani-estou eteriormente a santidade interna tanto do ouro como do homem do homem, uer diDer, ue com"letou o traalho interno/
1<5Ver 8u%en 9erri%el (Bun%aku 9akushi), `en in the Art of Archery, 3outled%e and e%an aul, Londres, 1;OJ/
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LI'TA C3676Lf4ICA 06' AUT638' 983MZTIC6' 8 MN'TIC6' CITA06' 9ermes Trisme%istos+ data indeterminada, "rGcrist$o lotino+ 5
1=;