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FICHA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA 2 NOME: ___________________________________________________ N. : _____ TURMA: _____ DATA: O
_______________ GRUPO I PARTE A
Leia o excerto da Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, que se apresenta de seguida (correspondente aos versos 778 a 856 do texto original). Ida a Mãe, fica Inês Pereira e o Escudeiro, e senta-se Inês Pereira a lavrar 1 e canta esta cantiga: Si no os hubiera mirado no penara pero tan poco os mirara. Escudeiro vendo cantar a Inês Pereira, mui agastado lhe di!:
5
10
Inês Pereira:
Escudeiro: 15
20
lavrar: &ordar, tecer. (1) lavrar: &ordar, (2) bofé: bofé: &oa -/. que: ainda que. (3) em que: ainda (4) sesudo: a+uiado. sesudo: a+uiado. (5) sopeada: do%inada, su&+ugada (6) leixar: deixar.
25
30
Inês Pereira: Escudeiro:
!s cantais "n#s $ereira e% &odas %e and'veis v!s uro ao corpo de *eos que esta se+a a derradeira. e vos eu ve+o cantar eu vos -arei assoviar -arei assoviar . 2 o-/ senor %eu %arido se v!s disso sois servido &e% o posso eu escusar. as / &e% que o escuseis e outras cousas que cousas que no digo. $or que &radais v!s co%igo er' &e% que vos caleis. %ais sereis avisada que no %e respondais nada e% que3 pona -ogo a tudo porque o o%e% sesudo o%e% sesudo4 tra a %oler sopeada. sopeada.5 !s no aveis de -alar co% o%e% ne% %oler que que se+a ne% so%ente ir igre+a na% vos na% vos quero eu leixar .6 ' vos preguei as +anelas por que vos no ponais nelas estareis aqui encerrada nesta casa ta% -ecada ta% -ecada co%o -reira dudivelas.
ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 1!o "# "#o • $ S"#t%&&"#"
1
Inês Pereira: Escudeiro: 35
!s no aveis de %andar e% casa so%ente u% p#lo se eu disser isto / novelo avei
40
45
50
Moço: Escudeiro: 55
Moço: 60
Escudeiro: Moço:
65
(7) discrição: intelig#ncia, sensate. (8) vós lavrai ficai per i: v!s &ordai e -icai por aB. (7) discrição: rabisco: cacos (@)intelig#ncia, de sensate. uvas que no -ora% (8) Vós lavrai ficai per i: apanados naevindi%a. v!s &ordai -icai por aB.
tru'"s. de (10) (@)túbaras: rabisco: cacos uvas que (11) I: I() . no -ora% apanados na vindi%a. (10) túbaras: tru-as. (11) I: "de.
Escudeiro: Moço:
Escudeiro: 70
Moço: Escudeiro:
75
9ue pecado -oi o %eu $or que %e dais tal priso !s &uscais discri:o7 que culpa vos teno eu $ode ser %aior aviso aior discri:o e siso que guardar eu %eu tisouro ;a% sois v!s %oler %eu ouro 9ue %al -a:o e% guardar isso
Moço:
o:o s partes dal/% %e vou -aer cavaleiro. e v!s tiv/sseis dineiro na% seria sena% &e%. =u 's de -icar aqui ola por a%or de %i o que -a tua senora -ec'o% o que %e v!s deixais na% co%erei eu galinas. aioneces tA&aras10 da terra "11
ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 1!o "#o • $ S"#t%&&"#"
2
Ido o Escudeiro, di! o Mo"o:
Inês Pereira:
enora o que ele %andou na% posso %enos -aer. $ois que te d' de co%er, -ae o que tenco%endou.
?presente, de -or%a clara e &e% estruturada, as suas respostas aos itens que se segue%. 1.
Delimite as seuências centrais da cena a!resentada.
".
O e#certo traça claramente o retrato das três !ersona$ens en%ol%idas. Indiue duas caracter&sticas de cada uma das !ersona$ens' (usti)icando com e#certos do te#to.
*.
Identi)iue o recurso de estilo !resente nos %ersos +, e - e re)ira/se 0 sua e#!ressi%idade.
PARTE
Leia o excerto da Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, que se apresenta de seguida (correspondente aos versos 10@5 a 1144 do texto original). Inês Pereira:
Pero Marues: 5
10
Inês Pereira: Pero Marues: Inês Pereira:
a&eis v!s o que eu queria 9ue quereis %ina %oler 9ue ouv/sseis por praer de ir%os l' e% ro%aria.
Pero Marues: Inês Pereira:
e+a logo se% deter. ste ca%ino / co%prido >ontai Ca est!ria %arido. o-' que %e pra %oler. $asse%os pri%eiro o rio. *escal:ai
Pero Marues: Inês Pereira: 15
Pero Marues: Inês Pereira:
(1) correê: co%ponde. (2) madre: Atero.
% tudo / &oa a concruso. arido, aquele er%ito / u% an+ino de *eos. >orreg#1 v!s esses v/us e ponde
P#e-se Inês Pereira $s costas do marido e di!:
ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 1!o "#o • $ S"#t%&&"#"
*
20
Pero Marues: Inês Pereira: Pero Marues: Inês Pereira: 25
Pero Marues: Inês Pereira:
30
Pero Marues: Inês Pereira:
35
arido assi %e levade. "des vossa vontade >o%o estar no paraBso. uito -olgo eu co% isso. sperade ora esperade olai que lousas3 aquelas pera poer as talas nelas. 9uereis que as leve i. Da aqui e outra aqui. co%o -olgo co% elas. >ante%os %arido quereis u na% sa&erei entoar. $ois eu ei s! de cantar e v!s %e respondereis cada ve que eu aca&arE pois assi se -ae% as cousas.
%anta Inês Pereira:
Pero Marues: Inês Pereira: 40
45
Pero Marues:
arido cuco %e levades e %ais duas lousas. $ois assi se -ae% as cousas. e% sa&edes v!s %arido quanto vos a%o se%pre -ostes perce&ido pera ga%o.4 >arregado ides nossa%o co% duas lousas. $ois assi se -ae% as cousas.
e% sa&edes v!s %arido quanto vos quero se%pre -ostes perce&ido pera cervo.5 ?gora vos to%ou o de%o co% duas lousas. Pero Marues: $ois assi se -ae% as cousas. Inês Pereira:
50
(3) lousas: pedras acatadas. (4) amo: veado. (5) cervo: veado.
E assi se vão e se acaba o dito auto.
?presente, de -or%a clara e &e% estruturada, as suas respostas aos itens que se segue%. 1.
O e#certo a!resentado re)ere/se ao des)ec2o da )arsa de Gil Vicente. 1.1
".
ostre que existe u% paralelo entre a situa:o apresentada no texto ? e a situa:o apresentada no texto , explicando a evolu:o que so-reu "n#s entre as duas cenas.
3on)irme ue a cena )inal ilustra claramente o !ro%4r5io 6Antes uero asno ue me le%e ue ca%alo ue me derru5e7.
ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 1!o "#o • $ S"#t%&&"#"
+
GRUPO II
Leia atenta%ente o texto que se segue.
L="F? >??*? G"L ">;=
8
1
18
"
"8
*
? a&undHncia de situa:Ies dra%'ticas vicentinas e% torno do ena%ora%ento e do casa%ento traia para a cena, natural%ente, u%a presen:a correspondente de -iguras -e%ininas, na %edida e% que a cultura de corte, nas suas %ais diversas -or%as de expresso, desde a po/tica gestualidade, arte dos co%porta%entos re-inados (por exe%plo, sa&er -alar, co%o e quando, sa&er rir, etc.) estava polariada e% torno da pro&le%'tica do senti%ento a%oroso, que i%plicava o processo de ena%ora%ento e as consequ#ncias deleJ e nisto a %uler era central. ra o teatro vicentino era parte integrante dessa cultura de corte e, por isso, co%partilava das respetivas %odalidades diversos pontos de vista, ideias, %odos de linguage%. astar' le%&rar co%o e% todos os casos e% que Gil icente representa a atua:o do o%e% que procura seduir u%a %uler encontra%os essa linguage%, essa ter%inologia, esse %odelo co%porta%ental -requente%ente tra&alado nos Kcancioneiros ou nos tratados de cortesania da /poca. ra, alguns dos %ais conecidos autos, co%o !uem "em Farelos# , $uto da %ndia, Farsa de Inês Pereira ou $uto da &usit'nia, %ostra% ao espetador a -igura da %o:a solteira que vive reclusa dentro de casa, su+eita autoridade da %e, o&rigada ao %odelo de virtude -e%inina identi-icada co% os a-aeres caseiros, co%o varrer, -iar, &ordar, se% poder sair rua sua vontade. ? arte do dra%aturgo espelaastela. Fepare%os co%o o retrato de-rauda, at/ pela co%para:o -inal, a i%age% ideal da %uler cele&riada na linguage% po/tica de corte. as os crit/rios do scudeiro resu%e%asadas e% Gil icente, Pen&nsula ' (evista de Estudos Ib)ricos , n.R 2, $orto, SLT$, 2005, pp. 113 e 136 (co% adapta:Ies).
1.
Para res!onder a cada um dos itens' de 1.1 a 1.8' selecione a o!ç9o correta. Escre%a' na )ol2a de res!ostas' o nmero de cada item e a letra ue identi)ica a o!ç9o escol2ida. 1.1
texto apresentado centra
ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 1!o "#o • $ S"#t%&&"#"
,
".
1."
egundo o texto, a presen:a de -iguras -e%ininas nas pe:as de Gil icente co%prova que ;A< a cultura da corte portuguesa so-ria a in-lu#ncia das in-antas u%anistas. ;< a cultura da corte portuguesa espelava a viv#ncia das %uleres do s/culo U". ;3< a cultura de corte se centrava na te%'tica dos pro&le%as a%orosos. ;D< a cultura de corte -ocava, por vees, a pro&le%'tica do senti%ento a%oroso.
1.*
;o terceiro par'gra-o, a expresso Kvirtude -e%inina (lina 14) / ;A< / sin!ni%o de u%a viv#ncia e% recluso. ;< / sin!ni%o de o&edi#ncia s -iguras paternais. ;3< corresponde K%o:a solteira o&rigada a o&edecer %e. ;D< / de-inida co%o correspondendo ao cu%pri%ento das tare-as do%/sticas.
1.=
egundo o autor, a Karte do dra%aturgo (linas 15<16) evidencia
1.8
>o% a -or%a ver&al Kde-rauda (lina 26), o autor a-ir%a que ;A< o retrato do scudeiro no corresponde a u%a descri:o -iel desse estrato social. ;< o retrato que o scudeiro tra:a de "n#s antes de a conecer engana o pA&lico. ;3< o retrato que o scudeiro tra:a de "n#s antes de a conecer no corresponde ao ideal -e%inino da cultura de corte. ;D< o retrato que o scudeiro tra:a de "n#s antes de a conecer corresponde a u%a viso realista das %uleres do povo.
Res!onda aos itens a!resentados so5re os te#tos do Gru!o I. ".1
"denti-ique os processos -onol!gicos envolvidos na evolu:o dos voc'&ulos. a< i ($arte ?, verso 57) > aB 5< sa&edes ($arte , verso 3@) > sa&ees > sa&eis
"."
>lassi-ique as -un:Ies sint'ticas presentes na expressoE Karido, aquele er%ito O / u% an+ino de *eos. ($arte , versos 2<3)
".*
>lassi-ique o tipo de ora:o su&ordinada envolvida na passage%E Ke eu disser isto / novelo O avei
GRUPO III
K>o% este novo casa%ento, "n#s ca&a por percorrer todos os estados por que a %uler podia passar, deixando de lado as virtudes aconseladas nos tratados dedicados pro&le%'tica da -or%a:o e conduta das %uleres. $arece legBti%o -risar este aspeto, que real:a ainda %ais a i%portHncia po/ticoasadas e% Gil icente, Pen&nsula * (evista de Estudos Ib)ricos , n.R 2, $orto, SLT$, 2005, p. 135.
=endo e% conta a a-ir%a:o apresentada e co% &ase na sua experi#ncia de leitura da Farsa de Inês Pereira, desenvolva u%a e#!osiç9o so&re a viso que a pe:a vicentina apresenta das %uleres e a sua possBvel %oralidade. >onstrua u% texto &e% estruturado, co% u% %Bni%o de cento e vinte ;1"< e u% %'xi%o de cento e cinquenta ;18< palavras.
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