Homenagem
G ostaríam os de ho m enagear nosso querido querido colega Pa u l o
Ba r r o s ,
que, desde o início,
incentivou este projeto, colocando à disposição da comunidade gestáltica o material de pesquisa que nos foi gentiimente cedido por ele, disponível no site w w w .gestaltes gestaltes..com .br, br, Este matenal é de suma importância tanto para esta obra, quanto poderá se r para outras outras em Ge stait-t stait-terapia. erapia.
Gladys, Ticha e Sheila
‘
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SUMÁRIO) Apresentação, 13 Apresentação da Gestait-terapia, IS Introdução à obra, 17 Verbetes + Ag ressão, ressão, 19 19 Ajustamento criativo, 20 Ansiedade, 22 Aqui e agora, 24 . -j~ Assim ilação , 26 (Atualização, 27 Â uto-ap oio, apoio apoio am biental biental e m aturação, aturação, 28 _Au to-regu to-regu lação organ ísm ísm ica, 3 I •* Aw are nes ness, s, 3 2 +■ Ca de ira quente quente (ver Hot seat ), 35 C ad eira eira vazia, vazia, 35 Cam adas da neurose, 38 Cam po (ver Teoria Teoria de camp o), 39 , Caráter, 39 * Ciclo do contato, 42 Co m po rtam rtam ento deli deliberado e espontâneo, espontâneo, 45 Compulsão à repetição, 47 Co m o (ve r Sem ânti ântica, porquê porquê e com o), 48 Ço ncen tração tração (ver Terapia Terapia e técnica técnica de concen tração), tração), 48 Configuração, 48 * C on flit flito o , 50 Confluência , 52 Consciência, 54 Conscientização, dar-se conta, tomada de consciência, 57 Co ntato, 59 Crescim en to, 60 C ura (ve r Do ença, saúde saúde e cura), cura), 62 D ar-se ar-se co nta (ve (ve r Co nscientização, nscientização, dar-s dar-see co nta, tomada de co nsciência), nsciência), 63
D eflexão eflexão (ver M ecani ecanismos smos neu róticos), róticos), 63 D essensibili essensibilização (ve r M ecanismo ecanismo s ne uró ticos), ticos), 63 Diagnóstico, 63 D ialética, ialética, 65 Dialógico, 68 D o e n ç a , sa sa ú d e e c u r a ,‘,‘ 7 0
versus d o m in a d o (topdog), 7 2 D o m in a d o r (underdog) versus D om inâncias (espontâne a, não espontânea e neu rótica), rótica), 74 Ego, 79 Ego , função função (v e r Função id, função ego, função função p ersonalidad ersonalidad e), 80 Ego tism tism o, 80 ' I^C m ergência ergência de necessidades necessidades (ve r N ecessidad ecessidad es, hierarquia de necessidad necessidad es e em ergência ergência de necessidad necessidad es), es), 8 1 E m o ç õ e s, s, 8 1 Energia, 83 Escotom a (ve (ve r Ponto Ponto cego/escotom cego/escotom a), a), 85 Espontaneidade, 85 Estética, 87 \E u -T u e E u -lss -l ss o , 8 9
+
Excitação Excitação /excitam /excitam en to, 92 Existência, 94 Existenciali Existencialism sm o, 97
4-
Experiência, 100 Expe rim rim ento, 102 Fantasia, 109 "7 Feno m enologia, 110
+
|> Eg ura e fundo, I 12 12 Fixação (ve r M ecanism ecanism os ne uró tico tico s), I I 5 Fluidez, I 15 Fron teira teira de con tato, 116 Frustração, I 17 Fu nção e disfun disfun ção de con tato, I 19 Função id, função ego , função perso nalida nalida de , 120 - Funcionam ento saudável saudável e funcionam ento não saudável, saudável, 122 G esta lt, G esta lt ab erta, G estalt fechad a, G esta lt inacabada, 125 G estalti estaltism sm o, 127 127 G estalt-pe estalt-pe da go gia, I 29 Gestalt-terapia, 131
^
H áb ito, I 35 Hierarquia de necessidades (ver Necessidades, hierarquia de necessidades e em ergência de necessidad necessidad es), 136 136 H olism olism o, 136 H om eostase, 137
13 9 H otse at, 139 Id, função (ve r Função id, id, funçã o ego , funçã o pe rson alida alida de ), 141 Indiferença criativa, criativa, pensam ento d ifere ifere nc ial, ial, ponto zero , 141 Instinto nstinto de fom fom e, 142 Introjeção, 145 M aturação aturação (ve (ve r Au to-apo io, apoio am biental e m aturação), 147 Mecanismos neuróticos; 147 M étodo étodo fenom enológico, enológico, 150 M udança (ve r Teo ria ria paradoxal da m udan ça/mud ança), ança), 153 N ecessidad es, hierarquia hierarquia de nece ssida ssida de s, em ergência ergência de necessidades, 155 Neurose, 158 Neutralidade, 160 Ó bv io , I 65 O rganism o (ve (ve r Teo ria ria organísm organísm ica, organ ism o, campo organism organism o/am biente), biente), I 67 Parte e to to d o , I 69 ^ Pensamento diferencial (ver Indiferença criativa, pensamento diferencial, ponto z e r o ) , 17 1 Pe rsona lida lida de , função (ve r Função id, funçã o ego, função perso na lida lida de ), 171 Polaridad Polaridad es, op ostos, forças forças op ostas, 17 1 Ponto cego /escotom a, 173 Porquê (ve (ve r Sem ântica, ântica, porquê e com o), 174 Presente, 174 Prioridade (ver Necessidades, hierarquia de necessidades, emergência de necessidades), 176 Proflexão Proflexão (ve r M ecani ecanismos smos ne uró ticos), ticos), 176 Projeção, 176 Psicose, 177 Psicoterapi Psicoterapiaa de grupo e workshop, I 8 0 Resistência e evitação, 185 Re spo nsab ilida lida de , i 86 -\Retroflexão, 189 Satori, 191 Saúde (ve (ve r Do en ça, saúde saúde e cu ra), ra), 193 Se/f, 193 Sem ântica, ântica, porqu ê e com o, 195 += Ser-no-m und o, 198 198 Sistem a, 199 Si Sist stem em a sensori sensoriom om otor, 2 0 1 Situação inacabada, 202 Sonhos, 205 ' Suporte, 206 Teoria de campo, 209 Te oria oria organís organísm m ica, organismo organismo , cam cam po organism organism o/amb iente, 2 1 I
O Feoria Feoria paradoxal da m udança/mudança, 2 14 T e o r ia ia e t é c n ic ic a d e c o n c e n t r a ç ã o , 2 16 T o m a d a d e c o n s c i ê n c ia ia (v (v e r C o n s c i e n t iz iz a ç ã o , d a r - se se c o n t a , to m a d a d e co nsc iên cia), cia), 2J 8 Totali Totalidad e, 21 8
-j-
V a z io io f é r t i l,l, 2 2 1 Viagem de fantasi fantasia, a, 22 3 V i v ê n c ia ia (v (v e r M é to to d o f en en o m e n o l ó g ic ic o ), ), 2 2 4 (v e r P sicoter sicoterapia apia de grupo e workshop), 2 2 4 Workshop (v Z e n - b u d is is m o , z e n , 2 2 5
- f
APRESENTAÇAO C om imensa satisf satisfação ação vem os concretizada a criação criação , em todos os signif signific icados ados da palavra palavra (obra, cnatividade, invento, instituição de algo novo), do Dicionário de Gestalt-terapia - "Gesta/t "Gesta/tês". ês". Trata-se de um livro livro que co ntribui ntribui pa ra o uso adequado d os term os técn técn icos e científi científicos cos da abordagem abordagem gestálti gestáltica. ca. A form form a d ara com que esses termo s estão definidos definidos organiza organiza os con ceitos ceitos de maneira singular. Baseado nas informações dos criadores da abordagem, a leitura de cada verbete concorre para deixar claros o âmbito e os limites do campo conceituai da Gestalt-terapia tal tal é a sustentação sustentação com que se fazem fazem presentes, N ão bastass bastasse e a novidade da obra, pois pois desco nhecem os q ualquer trabal trabalho ho em Gestaft nos nos m oldes aqui aqui apresentados, apreciam apreciam os também a maneira de desenvolvê-la. Entretecida por diversas mãos dos mais habilidosos tecelões da psicoterapia, esta elabo ração, absolutamente original, vem preencher uma lacuna antiga, alimentar nossa sede de sa ber e contnbuir de forma decisiva para o escopo teórico-prático desta vertente psicológica e psicoterapêu psicoterapêu tica. tica. Nã o tem os dú vida, vida, portanto, portanto, da relevância deste deste trabalho. trabalho. He se m ostra im im portante portante para os Gestalt-terapeutas em geral, sendo mais que um instrumento para profissionais e estudantes, um refúgio para o desconhecimento, para as dúvidas e as questões polêmicas. Acreditamos que ele alcançará tão grande êxito que atravessará as fronteiras do Brasil e conquistará o mundo. N ão poderiamos esp erar nada diferente diferente de uma idéia idéia que tivesse tivesse partido partido das organizadoras organizadoras.. Sobre Gladys D'Acri, idealizadora deste dicionário, os que a conhecem sabem que, além de psicóloga psicóloga clínica, clínica, destaca-se po r sua força em preen de do ra, vontad e e capacidade capacidade de leva r adiante qu alquer projeto . Co m este dicion dicion ário, um um sonho seu antigo antigo se se rea liza. liza. Patrícia Patrícia Albuq uerqu e Lima (Tich a) é capaz de articular articular saber, saber, fazer e e interagir de m aneira firm firm e e delicada, delicada, enriquecend o a todos com sua capaci capacidade dade de com unicação. unicação. Seu jeito jeito d e s er está imp imp resso resso nos contatos, contatos, nos verbetes que escreveu e no em penho para que este sonho se realiz realizasse. asse. Sheila Orgler, além da vasta experiência e da seriedade com que conduz seu trabalho em diferentes se tore s, alia requinte intelectual intelectual à paixão paixão pelas artes, m ais ais especialm ente p ela música, fato que tom tom a seu faz faz er profissional profissional diferenciado diferenciado . Cada qual, com perfil próprio, mergulhou na organização deste livro oferecendo aos leitores o que há de mais im im portante portante para um sistema sistema psicol psicológic ógico o - a clareza clareza dos co nceitos. Parabenizo as organizadoras, minhas particulares e diletas amigas, e agradeço a honra de ter sido escolhida para apresentar Uma criação de tão grande alcance.
Teresinha Mello da Silveira
APRESENTAÇAO DA GESTALT-TERAPIA Origens da Gestalt-terapia' Ao perguntar a qualquer Gestalt-terapeuta a respeito da origem de sua aDordagem, pode m os ob ter duas respostas respostas bastante bastante divergentes e polêm icas: para alguns, alguns, o fundador é Fritz Perls:
grupo de fundadores - o "Grupo dos para outro s, não se pode falar de um fundador, mas de um grupo Sete”, que compreendia um médico, um educador, dois psicanalistas, um filósofo, um escritor e um especialista em estudos orientais. Não se trata, no caso, de uma divergência puramente histórica, mas de duas maneiras diferentes de pensar e praticar a Gestalt-terapia. Além dessa divergência quanto à origem origem , tem tem os também a questão de qual qual livro livro m ais ais bem representa a abordagem. O livro livro da discórdia, discórdia, o mais discut discutido ido e certamen te o que expressa as
an d growth growth in in the human várias contraposições, permanece sendo Gestalt therapy: exc/tement and personality personality (1951), de Perls, Hefferiine e Goodman. Estamos falando mais precisamente da se gunda parte desse livro, escrito por Paul Goodman com base em apontamentos de Fritz Perls, na época com 58 anos. O cham ado G rup o dos Sete, que era con stituído stituído por Fritz Fritz Perls, sua sua esposa, Laura, Paul Paul G oo dm an , Isadore Isadore From , Paul Paul W eisz, Elliot Elliot Shapiro Shapiro e Sylve ster Eastm Eastm an, muito exp erime ntou e aprofundou essa parte do livro, sempre o considerando como a bíblia da Gestalt. O Gestalt therapy foi publicado há 56 anos. E razoável considerar esse evento como o nascimento da G estalt. Foi então que se usou o term o pela prime ira ira Vez, ap esar das discussões discussões entre o grupo. Para Laura, devia chamar-se “Psicanálise existencial”. Esse nome foi recusado por questões mercadológicas (na época, o existencialismo de Sartre era considerado demasiado niilista nos Estados Unidos). Hefferiine queria que o livro se chamasse "Terapia integrativa”; o G rupo dos Sete co m o um todo q ueria ueria cham á-lo á-lo “Terapia experiencial” experiencial” ; Perls Perls queria chamá-l chamá-lo o “terapia de concentração”, para se opor à associação livre da psicanálise. O nom e “G estalt-t estalt-terapi erapia" a" provo cou acalorados debates, princi principalmente palmente com Laura, que que conhecia muito bem a psicologia da Gestalt e não achava esse nome pertinente. Paul Good m an, p or sua sua ve z, com o bom anarquist anarquista, a, achou o term o m uito uito “esotérico “esotérico e e stranho” , por iss isso o mesmo o apoiou. Esse texto veio propor uma nova teoria e mudanças em alguns paradigmas teórico-clínicos da psicoterapia da época.
* Este text o, cedido pela auto ra, é parte do artigo artigo "G estalt-terapia: revisitando revisitando as nossas histórias" . IGT na Rede - Revista Virtual, Rio de Janeiro, Janeiro, n. I , ano ano 1.20 0 4 . Disponível Disponível em : < http://Www.igtpsc.br/artigo http://Www.igtpsc.br/artigo> >.
No período de publicação desse livro nasce, em Nova York, o primeiro Instituto de Gestalt: No ano seguinte, é fundado o Instituto de Cleveland, de onde se originaram, entre outros, Erving e Miriam Polster, e Joseph Zinker, que são reconhecidos como a primeira geração de Gestalt-terapeutas. Principais idéias Rara Perís, a tarefa central da terapia não é fazer os pacientes aceitarem interpretações ar caicas de sua história passada, e sim ajudá-las a se to to m ar vivas para a exp eriên cia imediata ime diata no da psica agora. O por quê da m om ento p resente . É a corda r para o ime diati diatism o e a si sim plici plicidade dade do agora. nálise dá lugar ao o quê e ao como. Preocupa-se mais mais com a estrutura estrutura do que com o conteúdo qu ê e da fala. fala. Esse sistem sistem a m odifi odifica radicalm radicalm ente o que o terapeu ta e o cliente cliente vã o focalizar, focalizar, tom tom ando possível possível com eça r de qualquer pon to, com q ualquer m aterial aterial disponível: um sintom sintom a, um sonho , um suspiro, uma expressão facial, um modo de se sentar etc. Em Gestalt-terapia, qualquer ele m ento ento d esses é o n úcleo do trabal trabalho. ho. Meio e mensagem, forma e conteúdo têm relação quase oposta à da psicanálise tradicional, na qual qual o relato relato do paciente e a interpretação do terapeu ta são são o m ateri aterial básico. A m aneira pela pela qual o paciente se apresenta permanece periférica. A busca de um a solução solução terapê utica trabalhável trabalhável no presente dá à Gestalt-terapia Gestalt-terapia seu ím peto para imp rovisar e exp erim erim entar, m ais ais que exp lilicar. car. A vivência, o acon tecim tecim ento são as me lhores explicações. Ao trocar o local da descoberta do passado para o presente, da lógica das causas para o drama dos e feitos, feitos, P erls erls foi foi mais além além : tom tom ou possível possível para para o paciente em terapia revisar todo todo ■.eu padrão de existência de acordo com a perspectiva do agora. agora. Portanto, a construção que o p.u p.u lente lente faz de sua vida vida se tom a um a escolha, não um fato fato do d estino estino . O que dá co erên cia a todo todo s os con ceitos alheios alheios que Perls Perls tom a em prestados é sua focal focaliização na qualida qualidade de de vida do p resen te. E le se util utiliza de conce itos itos teóricos co m o lentes através das quais examina a dificuldade das pessoas em contatar a situação imediata. A m edida de saúde, p ara Pe rls, rls, é a habili habilidade de ex pe rim rim en tar o que é novo, como novo. Essas Essas elaboraçõ es teó teó ricas ricas integraram ntegraram diversos m odelos de p sicoterapia sicoterapia e as principai principaiss o rien rien tações do h orizonte orizonte cultur cultural al da da época - 1951. Je an Clark Juliano
DICION ÁRIO
D E G E S T A L T - TE R A P I A
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INTRODUÇÃ INTRO DUÇÃ O À OBRA OBRA Este dicionário tem a intenção de apresentar de maneira clara e precisa os principais con ceitos da Gestalt-terapia, propondo-se a ser um veículo de consulta para todos os profissionais e estudantes interessados nessa abordagem. Nesse intuito, os conceitos foram organizados na form form a de verbetes. Para sua execução, convidamos profissionais de quase todas as regiões do Brasil, e até de países vizinhos, que de algum modo estão envolvidos com o desenvolvimento da Gestalt-tera pia do nosso país. Esta obra reúne a maioria dos termos relacionados! Gestalt-terapia, preocupando-se com a contextualização (quando foi introduzido na Gestalt-terapia), conceituação (segundo Perls ou quem o introdu introdu ziu) e evolução do term o na contemporaneidade contemporaneidade (con tribuição tribuição dos princi principai paiss au tores contemporâneos para o termo e/ou do autor do verbete). Apresenta, ainda, referências bibliográf bibliográfica icass de cada ve rbe te, facili facilitando tando a procu ra e o aprofundam ento do term o na lit literatura. eratura. C om o na organização dos verbetes os livros livros Ego, fome fome e agressão agressão e Gestalt-terapia são cons tantem ente citado citado s, adotam adotam os as sigl siglas as EFA e PH G , respectivam ente; e P H G (sem itáli itálico) co) para para nos referirm referirm os aos autores Perls, Perls, H efferl efferline ine e Good m an. Por uma questão de coerência com a própria Gestalt-terapia, um constante construir, esta não é uma obra acabada. Nem tem a pretensão de ser completa, mas de ir-se completando, quem sabe, com futuras edições. edições.
Gladys D’Acri, Patrícia Lima (Ticha) e Sheila Orgler Rio de Jan eiro, julho julho de 2007
a AGRESSÃO Em 1936, Peris Peris partic particiipou do Con gresso
estágios do desenvolvimento do instinto de fome e seus aspectos psicológicos, classificam
Internacional de Psicanálise na Tchecoslová-
do-os como: pré-natal (antes do nascimento),
quia, levando uma contribuição à teoria psica-
pré-dental pré-dental (amam entação), incis incisiv ivo o (m orde r)
nalítíca intitulada “Resistências orais". Na oca
e molar (morder e mastigar). Com base nes
sião, sua contribuição foi muito mal recebida
ses estágios, estágios, d escreve as resistências resistências orais que
por Freud e outros colegas. Desde então,
vão fundamentar a compreensão de proces
Peris passou a criticar a teoria de Freud e a
sos mentais não saudáveis, tais como introje-
prop or uma nova com preensão preensão e atuaçã atuação o do
ção, narcisismo e retroflexão.
traba lho psicanalft psicanalftico. ico. Já em contato com Friedlãnder, atraído pelo pensamento existencial de Martin Bub-
N o livro livro Isto artigo go “M o Isto é Gestalt, em seu arti ral, fronte ira do ego e agressão” , Peris (in (in Stevens, 1977, p. 57) coloca:
ber e tendo trabalhado com Goldstein, publi ca seu prim eiro livro, livro, em 194 2, intitul intitulado ado EFA,
Para viver, viver, um organismo organ ismo precisa cres
que levava com o subtítul subtítulo o U m a revisão revisão da teo
cer física e mentalmente. Para crescer,
ria ria de Freud . O cern e dessa ob ra refere-se às às
pre cisam cis amos os incorpo inc orporar rar substância substâ nciass de
“Resistências orais”, de onde surgem impor
fora fo ra e, para par a torn á-las á-la s assimiláveis,
tantes conceitos, entre eles o da “agressão”.
necessitamos desestruturá-las. Con
Partindo de uma visão holística, na qual o
sideremos a ferramenta elementar da
organismo é visto como um todo indivisível,
desestruturação agressiva, os dentes.
Peris faz um paralelo entre o processo bioló
Para formar as proteínas altamente
gico gico da fom e e da alimentação alimentação e o s processos
diferenciadas da carne humana, te
m entais, entais, o que denom ina “m etabol etaboliismo m en
mos de desestruturar as moléculas do
tal" (Parte II). Inicia analisando o alimentar-se
nosso alimento. Isto ocorre em três es
ao longo do desenvolvimento humano, par
tágios: mordendo, mastigando e dige
tindo da alimentação do embrião até a masti
rindo. Para morder, temos os incisivos,
gação com pleta. De screve então os diferentes diferentes
os dentes da frente que em nossa cul
tura foram parcialmente substituídos pel p el a faca fa ca .
O
prim pr imeir eiroo passo pas so
é
cortar
Portanto, para Perls, a agressão é uma função im im portante portante para para o crescim crescim en to em o
peda pe da ços ço s grande gra ndess em pedaci ped acinho nhos. s. Em
cional saudável. Na medida em que pode
segundo lugar, lugar, moem os os pedacin hos transformando-os em uma massa com a ajuda de nossos molares [...]; final
mos identificar e fazer uso da “agressividade con strutiva”, strutiva”,’’ passamos passamos a ap rim rim orar nosso senso crítico e a desenvolver maior proati-
mente há a desestruturação química
vidade diante da vida. Vamo-nos construindo
no estômago, pelos ácidos solventes
com base no auto-respeito e na coerência interna, o que possibilita o estabelecimento
[...]. Não só os dentes, dentes, mas tam bém os músculos do queixo, mãos e palavras são instrumentos de agressão. Esta re sulta do trabalho orgânico de todas as part pa rtes es da person pers onali alidad dade. e.
Perls discute o conceito apontando que, para a sociedade, a agressão tem como seu equivalente emocional o ódio, confundindo a destruição com aniquilamento. Acrescenta:
de diálogos e relações mais genuínas. Acredito que a agressão descrita por Perls se faça presente na atitude do terapeuta, per meando a relação terapeuta-cliente. Pode mos assim, junto com nosso cliente, mastigar e digerir suas vivências, buscando soluções criati criativas vas - e não temerosas - diant diantee de suas suas escolhas e da verdadeira expressão do Ser. Claudia Ranaldi
pod emoss destruir uma substân [...] não podemo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
cia importante para nós, transforman-
Per l s ,
do-a em nihil, nada. Destruir significa desestruturar, quebrar em pedaços. [...]
F S. Ego. hu nger and agression. Nova York; Random Random House, 1947.
St e v e n s , J. O.
(org,).
Isto è Gestalt. São
Paulo: Summus,
1977.
A agressão tem um duplo objetivo: 1) desestruturar qualquer inimigo amea
VERBETES RELACIONADOS
çador, de forma que ele se torne impo tente; tente; 2) numa num a agressão que se expande,
Instint Instinto o de fom e, Introjeção, Organismo , R etroflexão etroflexão
desestruturar a substância necessária pa ra o crescimento, crescimento, torná-la assimilá assimi lá vel. (Pe rls, in Stevens, 1977, p. 56)
A energia agressiva é essencial para os
A J U S TA T A M E N T O C R IA I A T IV IV O O con ceito ceito de “ajustam “ajustam ento criativo" criativo" foi usado p or Frederick Perls para des creve r" a natureza do contato que o indivíduo mantém
processos de discriminação e diferenciação, que possibilitam ao indivíduo fazer escolhas saudáveis. Digerir experiências vividas, bem
visando à sua auto-regulação sob condições dive rsas. O qualificat qualificativo ivo de “criativo ” refere-
como idéias e conceitos morais, permite que
se ao ajustamento resultante do sistema de
o indivíduo identifique o que é seu e o que é do outro, podendo reter o que lhe serve e
contatos intencionais intencionais que o indivíduo indivíduo m antém antém com seu ambiente, diferenciando-o do siste ma de ajustamentos conservativos desenvol
jog ar fo ra o que qu e lhe é tó xico xic o e faz fa z m al.
na fronteira do campo organismo/ambiente,
> D I C I O N Á R I O DE DE G E S T A L T - T E R A P 1A 1A<
vidos dentro do organismo, o qual constitui a
como inúteis ou nocivos para a manutenção e
maioria das funções reguladoras da homeos-
o crescimento do indivíduo. IO contat contato o aware na fronteira en tre o o rga
tase fisi fisiológi ológica ca (P H G , 199 7)." 7)." "N o ajustam ajustam ento saudável, a criati criatividade vidade pode s er en tendida tendida com o a posse posse pelo indi víduo da aptidão de se orientar pelas novas
nismo e o ambiente é condição prévia consti tuinte do processo de ajustamento criativo:
exigências das circunstâncias, possibilitando
Quando estes processos (as necessida-
inclusive uma ação transformadora. PHG (1997, p. 45)~afirmam que “todo contato é ajustamento criativo do organismo e am
des organísmicas) requerem recursos
biente. Resposta consciente no campo. E o instrumento de crescimento no campo". Es tando o campo (tanto o organismo como o meio) em contínuo processo de transforma ção , sob pressõe s e condições de vida vida con s
do meio para sua realização, estas fi guras desponta desp ontam m na consciência consciê ncia mobilizando as funções de contato do or ganismo, ganism o, que são o instrum in strumental ental que qu e o indivíduo dispõe para ir ao encontro, sentir sentir,, avaliar e selecionar o que se encontra à sua volta. (Ciornai, 1995)
tantem ente m utáveis (Pe rls, rls, 198 8), o contato é sempre novidade, e o processo auto-regulador necessita de awareness da situação e
O ajustamento ajustamento criativo criativo tom tom a-se fundamen fundamen tal para a auto-regulação auto-regulação hum h umana. ana. O s ajusta ajusta
de sco be rta de estratégi estratégias as adaptativas. adaptativas. O papel ativo ativo do indivíduo indivíduo se toma tom a fundamen fundam en
mentos na fronteira podem , contudo, se crista crista
tal e urgente, já que, ante a enorme variedade do ambiente e as próprias mudanças a que ele mesmo está sujeito, nenhum ajustamento seria possível somente por meio da auto-regulação
lizar lizar assum indo form as crônicas de^ reação em determinado âmbito da vivência, ou seja, for mas alienadas alienadas das condiçõ es presentes presente s e atuais. Sendo este o caso, o ciclo de auto-regulação está interrompido neste particular, ficando o in divíduo incapaz de patisfazer suas necessidades e em permanente estado de desequilíbno e
herdada e conservativa. As funções conservativas dispensam o contato consciente com o entorno, processando-se de forma involuntá
tensão, tensão , pela inibi inibição ção temp orária orária ou permanen
ria e irrefletida, como: a síntese de hormônios,
te da capacidade de ajustar-se de forma nova
as funções secretoras das células endoteliais, a circulação, a termorregulação, a periodicidade
num campo sempre novo. ^Em síntese, síntese, pode-se descrever o ajust ajustamen amen
circadiana circadiana do ho m em , entre outras. outras.
to criativo como o processo pelo qual a pessoa
A quase totalidade das necessidades huma
mantém sua sobrevivência e seu crescimento,
nas, porém, implica, para sua satisfação, conta
operando seu meio sem cessar ativa e respon savelmente, provendo seu próprio desenvolvi
to oware, ou seja, consciente da situação. Isso se reflete reflete na percepção do campo (que inclui nclui a
m ento e suas necessidades nece ssidades físicas físicas e psicossociais.
própria pessoa) discriminando tanto as próprias
Diante de condições alteráveis, o mero ajusta
necessidades quanto os recursos disponíveis,
mento do organismo ao meio é insuficiente, re
ou a serem m odific odificados ados e assimilados, assimilados, daqueles elementos do campo que devem ser rejeitados
querendo respostas criativas, justamente nesse encontro específico e singular no campo, por
D I C I O N Á R I O D E G ES T A L T - TE R A P I A
meio da identificação da novidade e assimila ção ou rejeição rejeição do novo na fronteira fronteira de contato contato (P H G , 199 7). E cnati cnativo na medida em qu e "não "não se trata de adaptação a algo que já existe e sim de transformar o ambiente e, enquanto este se transform transform a, o indiví indivíduo duo também se transform transform a e é transformado'' (Silveira, 2005). /
Ro b i n e , J.-M.
Contato y
nes sobre terapia Vientos, 1997.
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de Chile: Cuatro
T M. da. “Cam inhando na corda bamba: a GestaltGestaltterapia de casal e de família". IG T na Rede - Revista Revista Vir Vir tual, Rio de Janeiro, n. 3. ano 2, 2005. Disponível em: < http://Www.igt.psc.br/Artigo http://Www.igt.psc.br/Artigo> > . Acesso em: fev. fev. 2007.
Silveir ilveir a ,
VERBETES RELACIONADOS
A compreensão do conceito de ajusta
Auto-regulação organísmica, Aw ar en es s Contato
mento criativo poae ser ennquecida correlacionando-o com a dinâmica do elemento no campo, descrita pelo filósofo Gilbert Simondon (apud Robme, 1997, p. 194). Ele iden
ANSIEDADE
tifica dois estatutos do elemento no campo:
Este conceito aparece em textos e livros de Gestalt-terapia pnncipalmente por duas
a) como receptor da influência do campo, es
í.om preensões não exclud exclud entes: uma que tra
tá submetido à força deste, ocupando certo
ta a ansiedade como relacionada à excitação;
ponto do gradiente, gradiente, o que p erm ite represen
outra que a trata como' relacionada com o
tar a repartição do campo; b) o elemento in
tempo, espedalmente entre presente e futu
tervém no campo na qualidade de criador e
ro. Uma terceira compreensão, proveniente
ativo, modificando-lhe as linhas de força e a repartição do g radiente. radiente.
do movimento existencial em psicologia, que trata a ansiedade como algo inerente ao ser
Resta afir afirm m ar que am bos os estados (estar
humano, poderia ser mais bem explorada na
subm etido etido à força da totalidade totalidade e e star intervin
abordagem gestáltica.
do no cam po) se desenvolvem desenvolvem de form a si simul
N a obra inicial inicial de Perls, EFA , a ansiedade ansiedade
tânea, e não ora um ora outro, como se pode
é estudada em seu asp ecto co rpo ral, ou seja,
supor pela dualidade utilizada como recurso
como fruto de uma couraça peitoral que
explicativo. Essa reciprocidade entre a função
gera problemas respiratórios. Já nessa épo
de totalidade e a função de elemento é o que
ca, para Perls, a ansiedade derivava de uma
exige do elemento vivo, no caso o sujeito hu
descarga inadequada da excitação, de modo
mano, a função de ajustar-se criativamente.
que a terapêutica recomendada se baseava
Marisete Malaguth Mendonça
na percepção concentrada da contração dos músculos peitorais, na expressão da excita
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ção contida e na reconstrução da respiração,
S. "Relação entre criatividade e saúde na Gestattterapia". Palestra publicada na Revista do I Encontro
C i o r n a i,
espedalmente da capacidade de esvaziamen
Goiano de Gestalt-Terapia do Instituto de Treinamento
to, proporcionada por uma boa expiração
e Pesquisa Pesquisa em Gestalt-Te Gestalt-Terapia rapia (ITGT), Goiânia,
(2002, p. 267-9).
n. I , p.
72-5, 1995. F S. A abo rda gem ge stá ltic a e terapia. São Paulo: LTC, 1988.
Per l s ,
Em outra ob ra de Perls Perls ( 199 7, p . 45 ), a testemunha ocular da
S.; H ef f e r u n e, R.; G o o d m a n , São Paulo: Summus, 1997.
Per l s , F
P Gestait-terapia.
DICION ÁRIO
ansiedade, “fator preponderante na neurose’’, é conceituada como uma patologia, uma “con sequência sequência da interrupção interrupção da excitação excitação do cres
D E G E S T A L T- T E R A P I A
psicologia
“Tenho filmes que mostram que qualquer
anorm ano rmal. al. Para Perls ( 19 7 9 , p. i 51 ), a ansiedade
medo do palco desaparece logo que o pa
é patológic patológica: a: “Eu, “Eu , e não som ente eu, eu , vejo a an
ciente ciente entra entra em co ntato ntato com o presente e ’
siedade como um estado não sadio”. É bastante comum, em Perls e na Gestalt-
larga sua preocupação com o futuro" (Perls,
cimento cnativo”, e é pertinente
k-
terapia, a com preensão da ansi ansiedade edade com o pa
1979, p. 155).' Penso que é preciso ampliar o olhar ges-
tologia tologia da excitação: excitação: A ansiedade ansiedade é a excitação, excitação,
táltico para a ansiedade, de maneira a incluir
o élan vital que carregamos conosco, e que se toma estagnado se estamos incertos quanto
mais claramente as referências da psicotog;a existencial ao tem a, as quais quais co locam , ao lado lado
ao papel que devemos desempenhar” (Perls,
da ansiedade patológica, a ansiedade existen
197 7 , p. 15 ). E ainda Perls Perls quem argumenta: argum enta: “Se as as excitações excitações não puderem pud erem ser transforma transforma das nas atividades específicas, e ficarem estag
ciai, ou ontológica, que é inerente ao ser hu
nadas, então temos o estado que chamamos
ameaça constantemente o não-ser, de modo
de ansiedade, que é uma tremenda excitação
que a ansiedade está inevitavelmente posta
contida, engarrafada" engarrafada" (Pe rls, 19 7 7 , p. 9 5 ). Além de ser excitação contida, a ansiedade tem também relação relação com o presente e o futuro. futuro.
diante dele por toda a sua existência. É essa ansiedade, não patológica, que vi
Segundo Perls ( 19 7 9 , p. 15 3 ), “a ansiedade ansiedade está
uma rua, ao escolhermos um traje para uma
sempre relacionada com o futuro”; ele a define
reunião importante, ao participarmos de um experimento em Gestatt-terapia, ao explorar
como a “tensão entre o agora e o depois” (Perls, 197 9, p. 15 3 ). O que vem ao encontro de uma
mano e não pode ser confundida com a ex citação. Como ser-para-a-morte, ao homem
vemos ao nos protegermos para atravessar
mos nossos valores existenciais. É essa ansie
afirmação sua feita em outro texto: ‘Assim que
dade que Tell Tellegen egen ( 19 8 4 , p. 115) contempla contemp la
você voc ê pula para fora do agora, por po r exem exe m plo, para
quando afi afirma que “para que um experim experim ento
o futuro, o intervalo entre o agora e o depois se enche ench e de excitação excitação conti con tida, da, que é experienciada
não caia no vazio, ‘ou levante ansiedades aci
com o ansiedade” ansiedade” (Perls, 1977, p. I I I ) . Por não conseguir tolerar essa tensão, muitas pessoas
portar em dado momento, é preciso que haja
ma do que o grupo ou uma pessoa possa su suporte (por parte do terapeuta)”. E também
preenchem esse espaço com tentativas de tor nar o futuro seguro, por meio de repetições, de
a essa ansiedade ontológica que Kierkegaard
mesmices. Isso toma o futuro um “vazio estéril"
ansiedade, ansiedade, mas deixar d eixar de arriscar-se arriscar-se é pe rder a
(Perls, 1979, p. 153).
si mesmo. [...] E aventurar-se no sentido mais
Discordando de Goldstein, para quem a ansiedade estaria ligada a expectativas ca
elevado elevado é p recisam recisam ente tom ar consciência consciência de
tastróficas, Perls afirma que a ansiedade está ligada a expectatiyas, sejam elas catastróficas ou positivas, isto é, a ansiedade, que é tam bém “m edo do pa lco” (Pe rls, 1 979, p. 153 ), aparece quando a pessoa sai do presente:
se refere quando diz que "aventurar-se causa
si pró prio” (apud May, 197 8, p. 5 ). Ênio Brito Pinto REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
H eidegger , M. EJ se ry e l tiempo tiempo.. México: Fondo de Cultu
ra Econôm ica, 1974.
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T -T E R A P IA
procura de si mesmo. Petrópolis: Vo Ma y , R. 0 homem à procura
zes, 1978. Pe r l s , F S. ( I 947). Ego. fome e agressão. São Paulo: Sum-
mus, 2002.
________ . Escarafunchando Fritz: dentro lixo. São Paulo: Summus, 1979. ________ . Gestalt-terapia 1977.
explicada. São
e fora da lata de
Na obra EFA, Frederick Perls não empre ga, explicitame explicitame nte, o term o "aqui "aqui e agora”.' agora”.' Todavia, ao criticar as práticas psicanalíticas que fazem do passado a causa dos sintomas prese ntes, Perls (20 0 2 , p. 14 6 ) afirm afirm a não ha
Paulo: Summus,
Pe r l s , E S.; H ef f er l i n e , R.; G o o d m a n , P Gestalt-terapia.
São Paulo: Paulo: Summ us, 1997 . Te l l e g en en , T A. Gestalt e grupos: uma perspecuva sistêmica.
São Paulo: Summus, 1984.
ve r “outra real realiidade a não ser o presente”. O que não significa que desprezasse a importân cia do passado e do futuro na experiência clí nica. Ainda assim, assim , afirma afirma Perls (2 0 0 2 , p. 148 ), o passado só existe enquanto puder se fazer sentir no presente, da mesma forma como o
VERBETES RELACIONADOS
Aqui e agora, Excitação/excitamento, Presente
futuro não é mais que uma possibilidade que se abre na atualidade. atualidade. De acordo com essa constatação, Perls
AQ UI E AGO RA
propõe uma maneira de intervenção clínica em que, em vez de promover a busca “ar
O term o "aqui "aqui e agora” é aplicado aplicado na Gestalt-terapi Gestalt-terapiaa tanto para exp rim rim ir o caráter temporal do sistema self, e das vivências de contato nele estabelecidas, quanto para desig
queológica” no passado pelas causas do so frimento atual, o terapeuta incentiva a “con centração” do consulente nas manifestações
nar um “estilo” de intervenção clínica adotado pelos Gestalt-terapeutas cujo propósito é pro m over a “concentração” “concentração” do consulente1 no
a con hec er na atual atualida idade de da sessão. D essa for ma, o consulente recobra a awareness de seus
modo “como” este, na atualidade da sessão, opera com isso que, para ele, é passado ou futuro. Os dois empregos estão intimamente relacionados, a ponto dê podermos dizer que constituem a mesma noção. Consulente é aquele que vem ao nosso consuitório fazer uma consulta sobre algo que se passa consigo na esperança de que possamos interv ir em em seu favor. O Gestalt-terapeuGestalt-terapeuta, po r sua ve z, não é aquele que responde a essa consulta, consulta, mas alguém alguém que se comp romete em pontuar a “forma” im plicada plicada nessa consulta, consulta, especialm especialm ente no m odo com o esta é proposta. Não se trata de uma prestação de serviço (su gestão) a um “cliente" “cliente" ou de uma intervenção (de cuidado) em benefício de alguém que abre mão de sua autonomia para se torna r “paciente”. Ao pontuar a forma forma da con sulta, sulta, o Gestalt-terapeuta procura implicar o consulente em sua própria consulta. consulta. D e onde segue, enfim enfim , que o consulente é quem consulta, consulta a si mesmo em um campo em que o interlocutor, interlocutor, denom inado Gestalt-terapeuta, Gestalt-terapeuta, permite àquele aperceber-se, tomar posse de seu próprio fluxo de awareness ou do modo como o interromp interromp e.
presentes desse passado, tal como elas se dão
próprios modos de ajustamento, da maneira como se interrompe e das possibilidades que ainda lhe restam ou que a atualidade inaugura para ele lidar com o que tiver restado como situação situação inacabada vinda vinda do passado. É só na obra de PH G ( 19 5 1, p. 5 1) que a expressão “aqui e agora” ganha seu formato definitivo. Os autores acrescentam à forma como Perls concebia a integração das dimen sões temporais no presente uma leitura fenomenoiógica, explicitamente fundamentada no modo como o filósofo Edmund Husserl pro punha à noção de “campo de presença”, da qual “aqui e agora” é uma versão. Em sua tentativa de explicitar de que modo nós vivemos, antes de representá-la, a unidade de nossa inserção operativa no
DICIO NÁR IO DE GESTALT-TERAPIA
mundo da vida, Husserl propõe uma inter
a determinado instante ou lugar, mas ao fato
pretação, segundo a qual toda vez que so
de que, em cada instante e lugar, somos tres
mos afetados por uma matéria impressionai,
passados por uma história que nos lança ao
por exemplo uma nota musical, se essa ex periência foi capaz de dar, às minhas vivên
futuro e, conseqüentemente, àquilo que vem nos surpreender. Cada “aqui e agora" é mais
cias passadas, a ocasião de uma retomada, eia não desaparece tão logo eu ouça outra
do que uma posição determinada. Trata-se de um campo temporal ou, o que é a mesma
nota. A primeira nota permanece “retida” como horizonte de percepções duradouras,
coisa, de um campo de presença do já vivido como horizonte de futuro para a materialida
o que não que r dizer que permaneça inalte inalte rada. A cada nova vivência, aquela cue ficou
de da relação relação organismo/m eio. N o interior interior de de cada aqui e agora, operamos o “contato”, que
retida retida so fre uma pequena m odific odificação. ação. Ainda assim, permanece como fundo disponível à
é justamente essa reedição criativa (ou ajusta m ento criativo) do passado diante diante das po ssibi ssibi
espera de retomada. Razão pela qual o valor
lidades abertas pela atualidade do dado. Nas
de cada nova nota escutada não se restringe às propriedades materiais que essa mesma
palavr palavras as dos autores autores (P H G , 199 7, p. 48):
nota é capaz de mobilizar, mas inclui úm fun do de vivências passadas (por exemplo, no tas já ouvidas), para o qual a nota atual há de
4:Contato é achar e fazer a solução vindoura. A preocupação é sentida
ab rir pe rspec tivas, tivas, possibil possibilida idades des de retom retom a
mento cresce em direção à solução
da (num tod o d e sentido, sentido, que é a m elodia). elodia). E eis que, em tom o de cada vivênci vivênciaa m ate
vindoura, mas ainda desconhecida.
rial, rial, forma-se forma -se um “campo de presença” tem po ral (H us se rl, s.d ., p. 141), em em que o passado passado e
momento atual à medida que este este se se
por p or um p robl ro bl em a atual, atu al, e o exci ex citata-
O assimilar da novidade se dá no transfor ma no futuro, futu ro, -tv -tv
o futuro não estão ausentes, mas com parecem como horizontes virtuais. Esse campo, por sua
O se/f, se/f, por po r sua ve z, é apenas o sistem sistem a
vez, não permanece etemamente. Tão logo um novo dado material surja demandando a
de con tatos tatos no presente transiente, transiente, o fluir de
participação de meus horizontes de passado
um “aqui e agora” em outro, a passagem de um camp o de presença para ou tro, a fronteir fronteiraa
e futuro, o campo de presença se desmancha em proveit prove ito o da configuração configuração de um nov o. Essa
de contato contato em funcionamento - que é outro
passagem assegura à minha própna história
va Hu sserl. Nas pal palavras avras de PH G : “O “O presen te é uma passagem do passado em direção ao futuro, e esses tempos são as etapas de
uma auto-aparição fluida, porquanto, a cada nova apanção, é a mesm a históri históriaa que retom a, mas em uma configuração diferente. PHG (1951) utilizam a expressão “aqui e agora" para elucidar essa unidade de passagem que é o “campo de presença". Com aquela expressão, os autores não querem se referir
nome para a síntese de passagem de que fala
um ato ato do se/f à m edida edida que entra em contato contato com a realidade” realidade” ( 199 7, p. 180 ). De onde se depreende, mais uma vez, que “em psicoterapia procuramos a instiga ção de situações inacabadas na situação atual
D I C I O N Á R I O D E G E ST A L T - T E RA P I A
AQUI E AGORA
26
26
AQUI E AGORA
e, por meio da experimentação atual com
imaginava que estava começando a seguir um
novas atitudes e novos materiais [...], visamos
caminho próprio. Como essa comunicação não foi bem recebida, ele voltou frustrado e, a partir dessa época, iniciou suas críticas à psica
a uma integr integração ação m elho r” ( 199 7, p. 4 8 ). Ou , então, conforme Perls (1973, p. 75-6):
nálise nálise,, marcando o com eço de sua dissidência, dissidência, como menciona em EFA (2002, p. 185):
A terapia terap ia gestáltica é, então, uma um a tera pia p ia “aqui aq ui e ago a gora” ra”, em que qu e pedi pe dim m os ao paci pa cien ente te durante duran te a sessão pa ra voltar volt ar
Minhas Min has experiên expe riências cias em psican psi canális álisee
toda sua sua itenção ao que está fazend faze ndoo
]oram influencia influ enciadas das po r meu próprio
no momento, no decorrer da sessão.
subdesenvolvimento oral. Acreditando,
Pedimos ao ao paciente para não fala fa la r so
como. como. anteriorment anterior mentee fiz, n a tec^ te c^aa da li-
bre seus traumas e problemas da área
bido (especialmente no ideal do caráter
remota do passado e da memória, mas
genital genita l de Reich) Reic h) e não com preend pre endend endoo
pa ra reexperenc reexp erenciar iar seus prob pr oblem lem as e
suas implicações implicações,, fiz fi z dela um tipo de re -
traumas traumas - que são situaçõ situações es inaca ba
ligião ligião fálica, racionalizada e justificada pelo pel o que qu e parecia pare cia um funda fun dam m ento en to cien cie n
das no presente presente - no aqui e agora. agora. Marcos José e Rosane Lorena Müiler-Granzotto
E.
Uçces para uma fenomenologia da consciência
interna do tempo. Trad.
Pedro M. S. Alves. Lisboa: Im prensa Nacional/Casa da Moeda. [s.d.].
Per l s , E S. ( 197 3). A abordagem gestáltica e testemunha ocular da terapia. Rio
Ego, ________ . ( 19 42 ). Ego, mus, 2002.
cada vez mais capaz de assimilar suas partes par tes valiosas vali osas e de descart des cartar ar seus erros e construtos artificiais.
de Janeiro: Zahar, 1977. 97 7.
fome e agressão. São
Paulo: Sum-
R.; G o o d m a n , R ( I9 I9 5 I ).). .São Paulo: Summus, 1997.
Gestalt-tera-
Pe r l s , F; H ef f e r u n e , pia.
canalíticas, entretanto, e ponderando sobre cada pedaço indigesto, tornei-me
R E F E R Ê N C I A S B I B L IO IO G R Á F I C A S Husserl ,
tífico tífico sólido. sólido. Mastigando Mastigan do aass teorias teori as psi-
Em 1942, em Durban, África do Sul, foi publicado pela primeira vez EFA, do qual o capítulo sobre “Resistências orais” tornou-se o n úcleo, e Perls Perls m arcou arcou a im im po rtância rtância da assi assi milação ne sta citação: citação:
VERBETES RELACIONADOS
Ajustamento criativo, Aw are ne ss, Co ncentração, Contato, Fronteira de contato, Presente, Self, Situação inacabada, Vivência
Após as lacunas lacun as terem tere m sido pree pr een n ch i das, das, e termos psicanalíticos dú bios tais tais como libido, libido, instinto instinto de morte e outros serem examinados, o mais vasto esco
A S S IM IM IL A Ç Ã O
po do novo conceito conc eito será ser á dem onstr on strad adoo
A comunicação sobre “Resistências orais" feita feita po r Perls, Perls, em 1936, no Con gresso Inter Inter
na Parte II, que trata da assimilação mental. (2002, p. 40)
nacional nacional de Psicanálise Psicanálise na Tcheco Tch ecoslováqu slováquia, ia, tinha tinha a intenção intenção de co ntribuir com com a teo teo ria de Freud, que defendia a “Resistência anal”, mas Perls não
DIC ION ÁR IO
Essa Parte II do livro trata do metabolismo mental, que estabelece um paralelo entre ali
D E G E S T A L T - T E RA RA ' P I A
L!
L!
mento físico e material psicológico. $jeline_an-
nutritivo, o organismo o assimila r o
do um funcionamento psicológico. Conforme
torna parte de si. Se tóxico, o organis
Perls (2002, p. 198),
mo o cospe for a (rejeita-o)\
r Não devemos ficar satisfeitos em tor nar consciente o material mate rial inconsc inconscient iente, e, em “vomitar" o ma terial inconsc inconscient iente. e. Devemos insistir em que deveria ser remoído e, portanto, preparado para
Pode-se dizer também que o material (conteúd o) não despedaçado , não tri triturado , è um “não -eu", que .^o passar pelo proceso ■V assimil assim ilação ação , torna-se torn a-se "eu "e u ”, proven pro ven do saúd<- <* bem-estar, crescimento e desenvolvimento])
sua assimilação^
Brigite Petei+iant
Assim como a mastigação é a destruição do conteúdo ingerido, no processo organísmico do metabolismo mental, descrito como a digestão do alimento mental, a assimilação
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Pe r l s , F S. (1942). Ego, fome e agressão. São Paulo: Sum
mus, 2002.
________ . Escarafunchando Fritz: dentro e Sum m us, 1979 . lixo. São Paulo: Summ
fora da lata
funciona de forma similar, fazendo que não haja um corpo estranho no organismo do in
egen , T. A. Gestalt e grupos: uma perspectiva sistêmica. Tel l egen
divíduo] Quando um conteúdo é ingerido in
Processo, diálogo e awareness. São Paulo: Yo n t e f , G . M. Processo,
teiro, como no estágio da amamentação, esta é considerada uma introjeção total; e diz-se que é uma introjeção introjeção parcial parcial quando quando som ente
São Paulo: Summ us, 198 4. Summus, 1998. VERBETE RELACIONADO
Introjeção
partes do conteúdo são ingeridas, como no estágio da mordida. Segundo Perls, em Escarafunchando Fritz —
( 1 97 97 9, 9, p . 2 5 0 ) :|:| “A o d es ese st stru tu tu ra ra rm rm o s a c o o mida mental ou real, nós a assimilamos, a tornamos nossa, fazemos que seja parte do processo de crescim en to1'. ! Em EFA (2 (2 00 2, p. 199), diz: diz: “[...] “[...] o ma terial terial introj introjetado etado - ao se r despedaç despedaçado ado - é diferenciado em material assimiláve!”. E G ary Yon tef ( 199 8, p. 28) tradu tradu z desta desta forma: pes soass crescem aboc ab ocan anha hand ndoo um A s pessoa ped p ed aço aç o de tam ta m anho an ho aprop ap ropria riado do (seja
ATUALIZAÇÃO
O
T C Em seus escritos iniciais, Perls ressalta o pro cesso de atualizaç atualização ão do ind indiví ivíduo duo,, partindo partindo d a *^ premissa de què^i pela capacidade de atualização que o organismo prioriza aquil aqu ilo o que satisf satisfaz az ® a sua necessidade necessidade mais m ais prem ente (qu e se desta- Aca - afigura); quando tal tal necessidade necessidade é sati sa tisfeit sfeita,'' a,'' outra surge, surge, e aquel aquelaa deixa deixa de estar estar em evidênevidên- j cia (vai (vai para para o fundo). Surge então então outra figura, figura, 3 e o processo se reinici reiniciaa sucessivam suce ssivamerrtè^ errtè^ Na obra de PHG (1997, p. 84), o pro cesso de auto-regulação organísmica é assim explicado:
comida, idéias ou relacionamentos), mastigando-o (considerando) e des
Cada situação inacabada mais pre
cobrindo se é tóxico ou nutritivo. Se
mente assume a dominância e mobi-
DICIONÁRIO DE GESTALT-TERAP1A
L
hza todo o esforço disponível disponível até que a
necessidade mais urgente energiza o
tarefa seja comp letada; então torna-se torna-se
organismo até ser concretizada, ou é
indiferente e perde a consciência, e a
substituída por uma necessidade mais
necessidade prem ente seguinte passa a
vital. vital. Viver Viver é uma progressão de neces
<ò
exigir atenção.
sidades, satisfeitas ou não, que atin
O
q
21
gem um equ ilíbri ilí brioo hom ho m eostá eo stá tico tic o e vão
* Provavelm ente surgem problemas no oro cesso de atualização atualização quando um a necessicade
em busca do próximo momento e da
o
nova necessidade.
básica não pode ser satisfeita./* Como pano de fundo para entendermos
Portanto, o organism organism o às vezes se exp ressa
melhor esse processo de atualização em Ges-
como figura, às vezes como fundo, e todo o
talt-terapia, temos a abordagem organlsmica
processo é visto de form a holís h olísti tica ca e natural. natural.
de Kurt Ku rt G oldstein, old stein, ^que aponta apon ta a tendê ncia de
Mário Tadeu Bruçó
o organismo se atualizar na busca da autoregulação.| Pela Teoria organlsmica acredita-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
se que, na interação do organismo com o
Pe r l s . R
mundo, ele se atualiza em contato com sua natureza, do melhor jeito possível. Então, "o organismo organismo se atualiza atualiza no m om ento em que as necessidades são satisfeitas segundo uma or
S.; H e f f e r u n e , R.; G o o d m a n , R São Paulo: Summu Sum mus, s, 199 199 7.
J. R Gestalt-terapia: Paulo: Summus, 1985.
Ribeir ibeir o ,
G. M. Processo, Summus, 1998.
Yo n t e f ,
Gestalt-terapia.
refazendo um caminho. São
diálogo
e
awareness. São
Paulo:
dem pré-estabelecida pela própria natureza” (Ribeiro, 1985, p. 109). >
VERBETES RELACIONADOS
Podemos entender, por extensão, que todo tipo de psicoterapia que tem por base o
Auto-regulação organlsmica, Energia, Figura e fundo, Ges talt-terapi talt-terapia, a, Necessidades, Nece ssidades, O rganismo, Teoria Teo ria organls organlsmica mica
equilíbrio organismo/ambiente (como a Gestalt-terapia) leva à realização do movimento que em erge, por po r m eio d a{fjguras natu natura raiis^ atua atua lizando-se. A lei que rege o funcionamento do
A U T O - A P O IO , A P O IO A M B IIEE N T A L E MATURAÇÃO
hom em diz respeito à busca incessante de atuaatua-
No livro A abordagem gestáltica e teste
lizar suas potencialidades, principalmente sua base positiva, positiva, caracterizada caracterizada p o r um impulso de de
munha ocular da terapia, de Fritz Perls (1981),
auto-regulação. Nesse aspecto, sua energia dei
ra, aparecem os conceitos de "auto-apoio” e
vida está diretamente ligada à sua capacidade ^
“apoio ambiental”. No entanto, no Gestalt-
de atualização atualização (Ribe (R ibeiro iro,, 1985 , p. 107-8), 107 -8), Segu Segundo ndo Yontef Yontef ( 1998 , p .^ 8 j:
terapia explicada ( 197 7, p. 49 -50 ), ele ele define define
Mesm o o que qu e é nutritivo nutrit ivo precisa pre cisa ser ^ Mesmo discrimmado de acordo com a neces sidade dominante [...]. Idealmente, a
de forma genérica e sem uma definição cla
assim estes verbetes: Minh Mi nhaa for f orm m ulaç ul aç ão é que qu e amad am adur urece ecer r é transcend transcender er ao apoio ambiental para o auto-apoio . Consideremos Consideremos o feto. Ele
DICI ONÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
recebe recebe todo apoi o da mãe - oxig oxigên ênio io,,
ra, cada vez que o mundo adulto im
comida, calor, calor, tudo. tudo. Assim Assim que a crian
pede pe de a crianç cri ançaa de crescer, crescer, cada cad a vez que
ça nasce já é obrigada a respira respirarr po r si si
ela é mim ada por não ser frustrada o
mesma. [...] O impasse é o ponto onde
suficiente, a criança está presa. Assim,
o apoio ambiental ou o obsoleto apoio
em vez de usar seu potencial para cres cres
interno não é mais suficient suficiente, e, e o auto-
cer, cer, ela agora usará seu potencial poten cial para
apoio autêntico ainda não foi obtido.
controlar control ar o mundo, adultos. Em vez de
O bebê não consegue respirar sozinho
mobilizar seus próprios recursos, ela
- e não há mais suprime suprimento nto de oxigê oxigê
cria dependências. (1977, p. 50-4)
nio pela placenta. Não podemos dizer que o bebê tem u ma escolha escolha porque não
O pensamento de Perls sobre hétero e
há uma tentativa deliberada de pensar
auto-sup orte p arece e scrito para os dias dias atuais. atuais.
o que fazer, mas o bebê ou morre ou aprende a respirar. Deve existir algum
A narjreza nos dá a dica de que um suporte
apoio ambiental ambiental próximo próximo - uma pal
te, do externo para o interno. Pensemos no
mada ou provisão de oxigênio.
bebê no ventre materno, onde recebe, para
nutritivo caminha do próximo para o distan
seu desen volvim volvim ento, tudo de que p recisa recisa do Prosseguindo nes te livro livro , Perl Pe rlss define define "ma
meio externo externo (m ã e ).^ medida medida que que vai vai de
turação” de acordo com conceitos de apoio
senvolvendo seu auto-suporte, se diferencia
ambientai e auto-apoio:
e distancia daquilo que lhe dera suporte ini cialmente (receber pronto do meio), direcio-
^
[...] o processo de maturaç ão é a trans ferê fe rênc nc ia do ap oio oi o am bien bi enta tall pa ra o
nando-se para um a auto-suficiência auto-suficiência (um apo io ancorado ancorado mais mais em si e menos no m eio)~ (
auto-apoio£e~o objetivo da terapia é
Como indivíduo esujeito são elementos de
faze fa ze r que o"pa o" paci cien ente te "não" depe de pend ndaa dos outro outros, s, e descubra d escubra desde o prim ei
um único todo, ele^ estarão em relação de interdependência por toda a vida. Assim, ambos
ro momento que ele pode fazer “ mui
%e influenciam, sem haver relação causai, não
to mais ” do que ele acha que pode. j
podendo um ser responsabilizado pela doen
No processo de crescimento existem
ça do outro. Como um ser-no-mundo, estará
duas escolhas. A criança pode crescer
sempre no meio, mas poderá contar cada vez
e aprender a superar frustrações, ou
mais com seu apoio. Ou, como Sartre (in Cha-
po p o d e ser m im ada. ad a. [...] Sem frustra ção não existe necessidade, não existe razão para mobilizar os próprios re cursos, para descobrir a própria ca paci pa cida dade de,, p ar a fa ze r algum alg umaa coisa; coisa ; e, a fim de não se frustrar, o que é uma experiência muito dolorosa, a criança aprende a ma nipular nip ular o ambiente. ambiente. Ago
r
telet, 197 4, p. 2 0 1) dizia: dizia: “O homem ho mem não é um espírito desencarnado, está em situação, mas é ele quem quem c onfere o va lor”. Peris declarava a importância para a matura
ção do acolhimento e da frustração como con
dições necessárias ao homem para seu cresci m ento. ento . O pulsar entre ent re essas duas possibili possibilidades dades no mundo (contato consigo e com o meio) é
D I C I O N Á R I O D E G ES T A L T - TE R A P I A
que irá propiciar um um eeixo, ixo, gerando um a boa for ma, uma configuração saudável do homem no
mo. ‘A liberdade é escolha de mim-mesmo-
mundo e um bom trânsito deste em seu mun
mundo" (Sa (Sa rtre, in in Ch atelet, 197 4 , p. 20 7).
do, ou, como escreveu Perls (1981, p, 40): "O homem que pode viver em contato ínti íntimo mo com
O que facilita o apoio am biental é um
sua sociedade, sociedade , sem ser se r tragado tragado por p or ela nem dela inincompletamente afastado, é um homem bem in tegrado. É auto-suficiente, porque compreende a relação entre en tre si e a sociedade". sociedade".
J
De ssa form form a, processa o crescim crescim ento tan to para fora quant quanto o para dentro. C om o pode rá o se r am adurecer se se tudo tudo lhe for dado gra ciosamente na boca? Como dizia Perls, esta crença de que “quero dar tudo a meu filho" ou porque não tive nada ou porque gostaria de ter recebido mais do que recebi alimenta mais mais o “bebê cho rão1', do que pro m ove ve r dadeiramente um crescimento saudável. Per m itir tir pulsar entre a frustração frustração e o acolhim acolhim ento é um “todo” que pode gerar um desenvolvi mento saudável ao ser-no-mundo. — Podemos Podemos pensar pensar que, quan quando do oferec oferecemo emo s só benefícios a nossos filhos, clientes, alunos,
no-mundo e ao mesmo tempo descoberta do
ambiente onde se favorece a crença crença de que todos os tipos de experiência geram m elhor percepção e orientação. A exclusão, típica da nossa cultura com para pa rati tiva va e classifica class ificatóri tória, a, orga or ganiz nizaa as coisas em categorias, e assimdescarta uma varte, não é suportiva\É importante que não excluamos tudo aquilo com o qual não conseguimos lidar no momento para, após o contato, assimilar def orm a satisfat satisfatóri ória. a.
-J
Deixo aqui, para ajudar nesta reflexão de auto auto e heterossuporte, um trecho trecho da obra de Armand e N icholi (20 05 ) sobre C . S. Lew is,
Crônicas de de escritor, crítico literário e autor das Crônicas Nárnia e de Shadowlands:
amantes am antes etc ., estamos lhes dando possibili possibilidades dades
O amor é algo mais austero e esplênpara o crescimento e desenvolvendo uma re dido do que a bondade... Há bondade lação de amor/respeito/bondade. Na verdade, | _ no amor; mas amor e bondade não são desse modd não oferecemos a estes a possibi coincidentes coincidentes e, quando a bondade bond ade “é selidade de desenvolverem seus auto-suportes, para pa rada da dos outros elementos elem entos do amor, de desenvolverem suas próprias habilidades ela acaba aca ba envolvend envolvendoo certa indiferença de lidar com as situações reais do mundo, de fund fu ndam am enta en tall em relação rela ção ao seu objeto, am adurece ad urecerem rem . -' .___ e até certo descaso em relação a ele". As capacidades humanas de elaborar e de Lewis destaca que o amor amor,, por sua própró simbolizar geram um homem em contínua pria pr ia natureza, naturez a, dem de m anda an da o aper ap erfei feiço çoaaconstrução. Em sua existência construindo sua mento do ser amado; que a mera bonessência, em contínua transformação. Um ser dade, que tolera qualquer coisa, exceto do futuro que, na existência presente, transsofrimento em seu objeto, está, a esse muta, por meio de suas atitudes, o não-sentido respeito, respeito, no pólo pó lo oposto do amor. em sentido. Cria-se, cnando sua essência. Nes te criar-se, transcende a todo instante a si mes
DICIO NÁR IO DE GESTALT-TERAPIA
Fiávio Fiávio Abreu A breu
R E F E R Ê N C IA IA S B I B L IO IO G R Á F I C A S
ponto de vista sistêmico. sistêmico. Ele o bservara com o,
J. R. C. 5. Lewrs Lewrs e. Freud Freu d dtétotetn dtétotetn e sentido da vida. Viçosa: Ultimato,
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C hatelet ,
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Jan eiro: Zahar, 1981. terapia. Rio de Janeiro:
________ . Gestalt-terapia 1977.
explicada. São
Paulo: Summus,
diante de determinadas lesões no cérebro, este reagia ativando ou substituindo funçõess para co m pletar a função função global. global. O que a Gestalt-terapia trouxe de Gold stein foi a7/isão do ser humano como um todo. como um organismo vivo no qual oco rrem processos de interinter-rel relação ação entre suas partes e que está em permanente re
VERBETES RELACIONADOS
lação com o meio, tomando deste o que
Configuração, Contato, Cresc-nento, Experiência, Frus tração, tração, Ser-no-mundo, Ser-no-mundo, Su pe re
nece ssita ssita
A U T O - R E G U L A Ç Ã O O R G A N ÍS ÍS M IC IC A
deixando o que não nece ssita, ssita, a
serviço da auto-regulação.?Pela auto-regula ção, a necessidade predominante é a que, de alguma forma, organiza nossa percepção e faz algo se transformar em figura, abrindo
O con ceito ceito de auto-regul auto-regulação ação organísorganís-
assim um novo ciclo de experiência. A figura
mica surge com Kurt Goldstein, seguramen te um pouco antes da apresentação de seu
emerge de um fundo, contrasta com ele e
livro, The organism: a holistic approach to
As sim , a forma ção de Ge staiten, a apariç aparição ão
b/o/ogy derived from pathological data in man,
de n ecessidades, ecessidades, tem tem que ve r com um fenô
em 1934. Em 1927, Fritz Perls trabalhou um
meno biológico primário. Os organismos vivem em estado perma
tempo como m édico assist assistente ente de Go ldstein, dstein, na época em que ele pesquisava os distúr
clama pela satisfação de uma necessidade.
bios perceptivos em pessoas com problemas
nente de tensão entre ordem e desordem, en tre equ ilíbri ilíbrio o e desequilíbrio. desequilíbrio. Segundo G o ld
cerebrais. Partindo de seus questionamentos sobre a metodologia atomística adotada pelas
stein (2000), até a^tjusca do equilíbrio seria o que nos move para encontrar maior desen
ciências biológicas, propôs a adoção do pen
volvimento e auto-realizaçãoí6' ■
samento organísmico.
Nesse sentido, é bom revisitar a visão de
Goldstein demonstrou não haver apenas uma mera função nas áreas cerebrais. Ainda
Maslow que distingue dois tipos de necessida des humanas. As necessidades de deficiência
que se possam localizar no cérebro áreas e
são tanto as necessidades de obter ar, água,
centros de funcionalidade distintos entre si,
comida, casa, vestimenta, que são necessida
todas essas áreas e centros estão regulados globalmente, o que permite que sejam dadas
des fisiológicas, quanto as de segurança, amor, pertencimento, que são psicológicas. Por outro
respostas globais a lesões cerebrais específi
lado, o segundo tipo de necessidade é o de de
cas. Segundo Goldstein, o cérebro e, em ge
senvolvimento, podendo ser citada a busca por
ral, os organismos são sistemas que possuem funções inter-relacionadas. Assim, o ponto de
autenticidade, justiça, auto-realização etc., eain da pod em emos os agregar a necessidade necessidade de transcen
vista holístico de Goldstein se baseava em um
dência. De acordo com essa perspectiva, seja o
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T ER A P I A
indivíduo um grupo ou uma nação, pnmeiro é
VERBETES RELACIONADOS
preciso satisfazer as necessidades por deficiên
Expenência, figura e fundo, Homeostase, Necessidades, Organismo
cia, para poder chegar às de desenvolvimento. Segundo Goldstein, a auto-realização é um processo, é u ma ten ten dên cia do organis organism m o, já para pa ra iMaslow, iM aslow, é po d er cheg ch eg ar a re r e aliza r um a etapa de maior possibilidade e hierarquia nas necessidades!" necessidades!" C o nfo rm e a terap terap ia gestálti gestáltica, ca, a auto-regulação é a base para a confiança na fonte da vida, e por meio dela nos dirigimos à realização como a melhor expressão de nós mesmos. E uma forma de reconhecermos o que somos e co nfiar qu e, soltando soltando o co ntrole, chegaremos a ser quem somos, em relação* Pelo expresso até agora, identificamos uma visão relacionai ou sistêmica ao conceito da auto-regulação. Isso estimulou e desenvol veu o paradigm paradigmaa holístico, holístico, em con trapartida trapartida ao paradigma reducionista newtoniano-cartesiano, também chamado mecanicista, dominan te na época em que o conceito foi formulado por Goldstein. Há de se ter em conta que o paradigma emergente não exclui o paradigma dominante, e sim o inclui e o complementa. O conceito da auto-regulação auto-regulação chega à obra da Gestalt-terapia, nos primeiros livros, como idêntico ao conceito de homeostase. No li vro Gestalt-terapia, de PHG, eles se utilizam dessa palavra para se referir à auto-regula ção. Neste dicionário, adiante, encontra-se o verbete Homeostase, que explicita o modo como esse conceito foi inicialmente utilizado nessa abordagem abordagem . Fernando de Lucca
A primeira referência ao termo “awareness" surgiu quando Frederick Perls vivia na
África do Sul. Refletindo sobre a prática da psicanáli psicanálise, se, prop õe a terapia terapia da co ncen tração tração em contraposição ao método da associação íivre utilizado por esta abordagem. Segundo ele, a associação associação livre livre pod eria eria leva r à evitação evitação do tem tem a ou c on flit flito, o, en quanto a sua sua proposta propõe a técnica da concen tração tração no con tato. Dedica a Parte III do livro EFA, de 1947, a dis cutir a evolução da técnica da concentração, com base na psicanális psicanálise, e, definindo definindo com o m eta a recuperação da awareness (Perls, 2002). Nessa obra, trata da concentração no há bito de comer; na percepção visual, em de vaneios, imagens, fantasias. Enfatiza o “estar plenamente presente" e analisa a linguagem, a intuição e a escuta interior. Fala da concentra ção corporal e propõe exercícios para vários sintomas sintomas e distúrbios distúrbios som áticos. áticos. Traz a noção de awareness, a identificação e a assimilação como antídotos da projeção nas neuroses e nos sonhos. Para ele, o “ganho final" dos exer cícios propostos é “o resgate do fluxo natural da formação figura-fundo” (Wysong in Perls, 2002, p. 26-7). Mais tarde , em 1951, quando lançaram lançaram a Gestalt-terapia como abordagem psicológica propriamente dita, PHG (1997, p. 33) defi nem: “Awareness caracteriza-se pelo contato,
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
K. (1934). The organísm: a holistic approach to bío/ogy derived from pathological pathological data in ma n. Nova York: Zone Books, 2000.
in , G o l d s t e in
AW AWAREN RENESS ESS
pelo pelo se ntir (sensaçã (sensaçã o/pe rcepção ), pelo excrtaexcrtamento e pela formação de Gestalten”. A se guir descrevem :
D I C I O N Á R I O D E G E ST A L T - T E RA P I A
O contato como tal é possível sem
awareness é sempre acompanhada de
awareness, mas para a awareness o contato é indispensável. [...] O sentir
form fo rm aç ão de Gestalt. Totalidades Totalid ades sig
determina a natureza da awareness,
tato de aware. A awareness é, em si, a
quer ela seja distante (p. ex., acústi
integração de um problema. (Yontef,
ca), próxima (p. ex., táctil) ou dentro
1998, p. 215 )
nificativas novas são criadas por con
da pele (proprioceptiva). Na última de nossos sonhos e pensamentos.
Define que a awareness pode ser parcial, isto é, um conhecimento que não é acompa
Excitamento [...] abrange a excitação
nhado da presentificação do sentimento, ou
expressão está incluída a percepção
fisioló fis iológic gicaa assim com o emoções emo ções difedif e- ■
vice-versa: em oçõe s que são expressas fisica fisica
nifestações psicológicas do metabolis
mente sem conhecimen to cogniti cognitivo. vo. Aponta os corolános da awareness: I) “Awareness é eficaz apenas quando funda
mo, do mongolismo a Basedow, e nos
mentada e energizada pela necessidade atual
dá a base para uma teoria simples da
dominante do organismo"; 2) 'A
ansiedade. [...] A form fo rm aç ão de GestalNão enxergamos três pontos isola
não está está com pleta pleta sem con hecer diretamente diretamente a realidade da situação, e como se está na si tuação”; tuação”; 3) A awareness é sempre aqui e ago
dos; fazemos um triângulo com eles.
ra e está sempre mudando, evoluindo e se
A form fo rm aç ão de Gestalten completas comp letas e abrangentes é a condição da saúde
transcendendo” (Yontef, 1998, p. 215-7). As recentes contribuições dos Ginger
rendadas. Inclui Inclui a noção freudian freudian a de catexis, o elã vital de Bérgson, as ma
ten sempre acompanha a awareness.
awareness
mental e do crescimento. Só a Gestalt
(1995, p. 254) apontam:
completada pod e ser organizada organizada como
de consciência global no momento presente,
uma unidade (reflexo) (reflexo) de func iona
atenção ao conjuntp de percepção pessoal, corporal e emocional, interior e ambiental, consciência de si e consciência perceptiva”.
mento automático no organismo total
[...]. (P H G , 1997, 1997, p. 33)
“Awareness: tomada
No Brasil, Thérèse Tellegen fala em fluxo Para Yontef (1998, p. 215), “awareness
uma forma de experienciar; é o processo de
associativo associativo focalizado focalizado,, julgando julgando ser se r a mai m aiss ade ade quada das opções po ssíveis. D iz que “nela fica
estar em contato vigilante com o evento mais
implícito o caráter dinâmico e de processo no
importante do campo indivíduo/ambiente, com total apoio sensório motor, emocional,
termo fluxo; a finalidade do método de faci litar a discriminação e de promover a maior precisão no contato com a figura emergente,
cogniti cognitivo vo e ene rgético”, rgético”, A firm firm a que:
é
através do termo focalizado; e associativo, na Um continuum e sem interrupção
medida em que a focalização poderá levar à
de awareness leva a um Ah! A uma
produção d e novas cadeias de relaçõe s de sig sig nificado” (in Lofredo, 1994, p. 128).
percep per cepção ção imed im ediat iataa da unid un idad adee óbvia óbv ia de elementos díspares no campo. A
Para Para Paul Paulo Barros ( 199 4, p . 90 ),
DICIO NÁR IO DE GESTALT-TERAPIA
Awareness, esta palavra estrangeira, que talvez devéssemos traduzir como
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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São Paulo: Summus, Sum mus, 1994. 99 4.
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mais seja seja do que uma relação relação adequ a-
São Pauio: Sum mus, 199 5.
da com os limites. Awareness, a rela-
Lo f f r ed o , A. M. A cara e o rosto. São Paulo: Escuta,
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ção adequa da com a forma. A forma.
Pe r l s , P S. ( 1947 ). Ego, fome e agressão. São Paulo: Sum
A deusa deus a for m a de todos os artistas. A
mus, 2002.
pa ixão ix ão , a veneração, venera ção, a fin alid al id ad e úl-
Pe r l s , F. S.; H efferune , R.; G o o d m a n ,
tima, a dedicação exclusiva de toda
ierapia. São
criação. O segredo de toda realização.
Gestalt-
Pauio: Pauio: Summus, í 997. 99 7.
Yo n t e f , G. M. Processo, diálogo e awareness. São Paulo:
Summus, 1998.
A relação rela ção entre entr e fo f o r m a e conteúdo. conte údo. A fin aliz al izaç ação ão,, a adeq ad equa uaçã ção, o, a iden id entid tidad adee
VERBETES RELACIONADOS
entre for m a e conteúdo. conteúdo. A finalização, o fechamento de toda Gestalt.
Assimilação, Assimilação, Co ntato, Em oções, Figura Figura e fundo, Projeção, Sonhos, Sonh os, Terapia Terapia e técnica de concentração
Neuza Arruda e Myrian Bove Fernandes
DICIO NÁRIO
R ( 195 i).
DE GESTALT-TERAPIA
c C A D E IR IR A Q U E N T E (V ( V E R HOT SEAT)
na filosofia, nas concepções teóricas e meto dológicas da abordagem. Mal compreendida e aplicada, é apenas uma técnica. Com ade
C A D E IR I R A V A Z IA IA
quado m anejo, é um poténte instrum instrum ento
A cadeira vazia vazia foi foi um a técnica amp iamente iamente
terapêutico experiencial e pode se transfor
utilizada utilizada po r Fritz Fritz Perls em seus an os de Esalen
mar num experimento que ajude o cliente a
e se tornou muito famosa. Foi e é muito em
finalizar situações inacabadas antigas ou atuais,
pregada pregada po r tantos outros terape utas, entendi entendi
acabar com evitações, fazer contato contato com com par
da e confundida confundida com o m étodo e com a própria própria
tes de si mesmo dissociadas, conflitos, discre-
Ge stalt-terapi stalt-terapia. a. Segundo Sinay ( 199 7, p. 164 ):
pâncias corporais e verbais, acesso a pessoas inacessíveis, inacessíveis, enco ntro com uma part parte e não de
A cadeira cad eira vazia é a técnica prefe pr eferid rid a
senvolvida e assim por diante.
de Frederick Perls, que a usou espe
A cade ira ira vazia funciona funciona por m eio eio do diá
cialmente a partir de 1964. Ela con
logo entre uma parfè da pessoa e “outro” da
siste em pedir ao paciente para se
vida dela, com outra parte de si mesmo ou
instalar em frente a uma cadeira va
uma situação. O terapeuta percebe o tom de
zia e imaginar um personagem (por
voz, as atitudes, os trejeitos, as mensagens
exemplo, o pai) com quem ele precisa
corporais, faciais, as hesitações, e interage
falar fal ar.. A “cadeira cade ira va zia” zi a” po d e ser uma
compartilhando aquilo que percebe ou “diri
almo fada que pode ser colocada numa
gindo” a cena para o cliente experimentar-se
variedade de lugares de acordo com a
mais integralmente.
posiç po sição ão do cliente. cliente.
Em ge ral, a técn ica da cadeira cadeira vazia está está as sociada sociada à idéia de cade ira quente quente - o hot seat.
A prática da G estalt-terap ia se dá num
Co m o o próprio Perls Perls ( 197 7, p. 105 105 ) explica explica
encontro relacionai, e seu método é feno-
na Introdução da seção “Seminários com so
m enológico enológico e exp eriencial. A cade ira ira vazia vazia é
nhos", no livro Gestalt-terapia explicada: “Ba
um a estratégia estratégia técnica totalm ente em basada
sicam sicam en te, o que estou fazendo é uma terap terap ia
individual no contexto de grupo, mas não se lilim m ita ita
Sua posição é dè que nem toda
interação grupai é terapêutica, e as válidas são aquelas nas quais há um compartilhamento das experiências pessoais. O hot seat seria a escolha das pessoas pessoas do grupo em trabalharem trabalharem alguma questão ou sonho, e a cadeira vazia, o instrum instrum ento p or interm interm édio do qual Fritz Fritz Perls Perls trabalhava fenomenologicamente, propician do a conexão, o contato ou a awareness das partes dissociadas, pouco desenvolvidas ou conflitadas. Fritz desenvolveu assim um instru mento técnico de integração:
F: Ah! Coloque o Sam na cadeira vazia e fale fa le com ele: “Sam, esta é a sua única oportunidade. Tire o máximo proveito que puder” [...] S: É [...] Você está aí sentado todo tenso [...] Para Para que foi que você subiu? F: Troque de lugar. Agora, esc reva um rot r otei eiro ro””. Invente um [...] “escreva roteiro ou diálogo entre en tre dois opostos. Isto é parte da integração dos fragmentos da sua personalidade, e, em geral, elas aparecem como opostos opostos - po r exemplo exemplo,, o dominador e o dominado. Então, res ponda pon da a ele. Quem Qu em está es tá sentado sen tado a í é ele ou ela? (Pe rls, 1977, p. 23 0)
ra vazia: o grupo fica sentado no chão, num carpete ou gm colchões cercados de almofadas alm ofadas d e vários formatos, tex tex tura variável variáve l e cores diversas diversas.. [...] Uti lizamos as almofadas almofad as [...] como “obje tos transicionais', podendo simbolizar, sucessivamente, personagens, partes do corpo, até entidades abstratas. Dei xamos o cliente escolher po r si mesmo o objeto que lhe convém. N a concepção concepção de Joseph Joseph Zink er ( 197 9, p. 124), a cadeira vazia é um experimento que serve para para trabalhar trabalhar com com os “temas “temas reco rren tes, que se relacionam com vozes em confli tos internos ou com nossos choques com as pressões pressõ es am bientais
Possibil Possibilit itaa a apropria apro pria
ção de forças que se opõem, integrando-as criativamente, e a clareza das ambigüidades e polaridades de cada pessoa”. A cad eira eira vazia, vazia, na verdade, com o afirmam afirmam Perls e os demais autores, resgata a possibi lidade de diálogo interno e contato com as histórias, histórias, sentim sentim entos e em oçõ es, as vivên cias infantis e adultas. Principalmente, é uma possibilidade de dar voz às cristalizações e a tudo qu e, fazendo parte do fundo fundo e xperienciai das pessoas, de sua própria vida emocional e
Como Serge e Anne Ginger (1995, p,
inter-reladonal, permanece paralisado. Zinker ( 197 9 , p. 12 4 ) justifi justifica ca po r que a cadeira cadeira va
21) afirmam:
zia é utilizada: “[...] por ser um eficaz dispo [...] objetiva favorecer uma nova ex
sitivo sitivo para re clam ar algo algo do qual a pessoa se
peri pe riên ência cia pessoa pes soal,l, uma um a reela re elabo bora ração ção do sistema individual de percepção e representação mental. mental. Nós, na École Parisiense de Gestalt, Gestalt, ge ralmente ralmente trabalham os mais com gran des des almofadas do que com uma cadei
desapropriou sem se dar conta e aprende a nutrir-se de algo que a princípio parecia difícil, doloroso, repugnante”. Para fazer um contraponto a considera ções tão positi positivas com relação a essa técnica, cita citamos mos Richard Richard H ycn er ( 199 7, p. 47 -8):
DIC ION ÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
acontecendo é uma mera troca de lugares,
“Cadeirq.jazia” é diálogo. A maior ps
, v
part pa rt e d o f Gesta Ge staltlt-ter terap apeut eutas as se refere refe re
uma tarefa tarefa que o cliente cliente cum pre po rque o te
ao trabalho da cadeira vazia como a
rapeuta pediu, ou se está ocorrendo um en
construção de um diálogo entre duas po lari la rida da de s de uma pess pe ssoa oa.. Em sen sen
volvimento de sentimentos e pensamentos. Isso aparece na expressão facial dos clientes,
tido mais restrito, a denominação
em suas lágrimas, olhares, movimentos cor
par p ar ec e errôn err ônea, ea, cons co nsid idera erand ndoo-se se um
porais e no desenvolvimento do trabalho,
aspecto aspecto sempre enfatizado po r Buber: ser surpreendido pel a “alteridade ’ da
pois, durante a troca de lugares, ocorre com frequência um impasse.
outra pessoa, que é sempre diferente
Em geral, terapeutas pouco experien
de mim. Devido a essa alteridade,
tes não conseguem trabalhar bem com essa
nunca nunca posso prever com certeza o q ue a outra pessoa fará. Esse sentido de
técnica. Há sempre o risco de se perder na relação com o cliente e não perceber quan
não saber e de ser surpreend surpreendido ido é fun
do uma Gestalt fixa, rígida, ocupa o primeiro
dam enta l no diálogo genuíno. Parece Parece
plano. Algumas mudanças emocionais não po
suspeito se referir à interação entre
dem prescindir de uma destruição de Gestalt, porém nem tod o cli c lien en te possui a possibil possibilidade idade de reorganizar suas fronteiras. Nesses casos,
duas polaridades da pessoa como um verdadeiro diálogo... O trabalho da
o trabal trabalho ho com a cad eira eira vazia pode con fron fron tá-lo com dilemas com os quais o cliente não
cadeira vazia parece ser um autodiálogo em que ficamos conscientes de
quer, não pode ou não consegue lidar. E isso o terapeuta terapeuta precisa perceber.
que estamos divididos ou de que há ao menos dois pensamentos ou sen
O utro aspecto fundam ental ental diz respeito respeito à gravidade da disfunção do cliente com quem
timentos polares dentro de nós que estão em conflito ; estamos tentando mais restrito, isto não é um diálogo,
trabalhamo trabalhamos. s. O trabalho com a cadeira vazia não deve ser realizado realizado com pessoas pessoas com dis dis
e sim uma espécie de dialética intra-
túrbios mais graves tais como a personalida
psíq ps íqui uica. ca. Entre En tretan tanto, to, com freq fr eqüê üênc ncia, ia,
logo logo genuíno possa pos sa ocorrer ocorrer..
de borderline, estruturas psicóticas em geral, ou com pessoas nas quais se identifique um estado de ansiedade e angústia grande. Em resumo, não deve ser utilizado com pessoas
Em minha experiência de trabalho com a
cuja organização da identidade esteja sendo manti mantida com com m uito uito e sforço.
ouvir ambos os lados. Em sentido
é necessário necessário pas sar pelos imped imen tos intrapsíquicos antes que um diá
cadeira vazia, considero a técnica muito efi ciente, principalmente para trabalhos com situações inacabadas, com situações de con fusão interna e conflitos interpessoais. No entanto, o Gestaft-terapeuta precisa prestar muita atenção para perceber se o que está
DIC ION ÁRIO
Sandra Salomão REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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D E G E S T A L T - T E RA P I A
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, J. B pro ces o cre ativ o en Ia tera pia g ue stá lti ca . Bue
nos Aires: Aire s: Paidós, Paidós, 1979.
com um conceito, que correspondamos a uma fantasia que nós ou outros criamos, quer resulte em uma maldição ou em um ideal” (Perls (Pe rls apud Fagan, Fagan, 1977, 1977 , p. 36 ). É um afas afas tamento tame nto da autenticidade autenticidade do que realm ente se é. O reconhe cimen to da fals falsidad idadee desse
VERBETES RELACIONADOS
Ansiedade, Aw ar en es s, Conflito, Contato, Experimento, Gestalt, Gest alt, Hot seot, Método fenomenológK fenomen ológK Situa ção inacabada
jogo jog o leva ao en co n tro do d espr es praz azer. er. da dor, do r, do desespero, da angustia, e é justamente a relutância em aceitar essas sensações e senti m entos desagradáveis desagradáveis que se rve de passag passagem em à camada seguinte.
CAMADAS DA NEUROSE
Na literatura da Gestalt-terapia, essa ex
Na camada fóbica aparecem as objeções a ser o que se é.
pressão aparece nas transcrições transcrições de sem inários, inários, workshops e palestr p alestras as dadas po r Perls na década
[...] Nós somos fóbicos, evitamos
o
so
de 196 0. Enco ntramos desde o pnm eiro livro livro de Perls, EFA, a conceit conceituação uação de neurose com o
frim fri m ento en to,, especia esp ecialm lment entee o sofrim sof rimen ento to
um “[...] “[.. .] processo de desvitali desvitalização zação e enfraque cimento das funções de grandes grandes partes da per
queremos passar pelo inferno do so
de frustração. Somos mimados e não frim fr im en to: to : conse co nserva rvamo mo-n -nos os imaturos, imatu ros,
sonalidade" (2002, p. 106).
continuamos a manipular o mundo,
A visão de neurose, quer coletiva ou indivi dual, levou Perls a estabelecer, didaticamente, a
em vez de d e sofrer a dor do crescimento crescimento..
(Perls in Stevens, 1977, p. 84)
estrutura da neurose em cinco camadas: pos tiça, fóbica, impasse, implosiva, explosiva. Essa
Nessa camada estão localizados os “não
divisão corresponde a uma aproximação com o p rocesso real real do comportamento neurótico.
devo ”, os “não posso”. O m edo e a evita evitação ção de se r aquil aquilo que se q uer encaminham encaminham a con
A camada postiça, também chamada da dos clichês, é aquela na qual acontecem os
tinuação do processo à terceira camada.
jogos jog os sociais so ciais,, norm no rm as de cum cu m p rim en tos, to s, feli citações etc,: “[...] Se você se encontra com
cimento do que não se é. Isso gera um senti
Na camada do impasse se dá o reconhe m ento de coisifi coisificação, cação, de não se estar vivo, de
alguém, você se envolve numa troca de cli chês: 'Bom-dia', aperto de mão, todos estes
que nada nada se é: “[...] O impasse é o estar en
símbolos sem significados usados num en co ntro” (Perls, 197 7, p. 8 3 ). D á-se, então, o
não exteriorizand exteriorizand o" (Perls in in Steven Steven s, 197 7, p. 4 6 ). O próximo passo passo é implodi implodir. r.
desempenho de papéis, um viver de acordo com conceitos que correspondem a uma fan
A camada implosiva ou da morte “[...] é
calhado, paralisado, nem exteriorizando, nem
onde as energias necessárias à vida se encon
tasia criada pelo próprio indivíduo para satis fazer um ideal pessoal ou social: “São atitudes
tram bloqueadas e investidas sem uso algum”
‘como se ’ que que exigem exigem que vivam vivam os de acordo
da vivem os ”[,., ] uma espécie de paralisi paralisiaa catacata-
(Perls apud Faga Fagan, n, 1980, p, 41 ). Ne ssa cam a
DICIO NÁR IO DE GESTALT-TERAPIA
tônica: nós nos agregamos, agregamos, nos contraímos contraímos e ,.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS» BIBLIOGRÁFICAS»
com prim prim idos, nos implodimo implodimo s" (Perls, (Perls, i 97 7,
C a r d e l l a , B. H. R 0 amor na relaçã relação o terapêutica. São Pau
p. 85). Neste ponto, não há prontidão para o acesso aos recursos genuínos. A implosão oc o rre pelo pelo rece io da explosão; no entanto, o contato com esse medo pode ser o início da explosão: " [ ..] a mínima mínima exteriorização exteriorização , um um leve trem o r já é o com eço da dissolução dissolução da camada imp losivá’. losivá’. (Peris, (Peris, 197 7, p. 4 6 ).
lo: Summus, 1994. hepher d , I. L. (orgs.). Gestal-terapia: teoria, téc Fa g a n , ).; Shepher
nica e aplicações. Rio
de Janeiro: Zahar, i 977. 977 .
Per us , F S. ( 1942 ). Ego. fome e agressão. São Paulo: Sum-
mus, 2002. .
scarafiinchando Fritz: dentro
. .
3áo 3áo Paulo: Summus, Summus , 1979. 1 979.
__ .
Gestait-terapia explicada. São
e
fora da lata de
Paulo: Summus,
i 977.
Na quarta camada, a implosão torna-se explosão. A c om pree n■-e torna-se torna-se exp res são. A explosão:
St “ /£n s . j. O. (org.j. /sto é Gestalt. São Paulo: Summus,
1977. VERBETES RELACIONADOS
Fantasia, Neurose, Psicoterapia de grupo e workshop
pessoa autêntic autênticaa ca [...] é o elo com a pessoa p a z de exper ex perien iencia ciarr e expressar expres sar suas emoções. Existem quatro tipos bási
CAMPO (VER TEORIA DE CAMPO)
cos de explosões da camada da morte. Existe a explosão em pesar genuíno
CARÁTER
se trabalharmos com uma perda ou morte que não tenha sido assimila
Fritz Perls iniciou seu treinamento em psi
da. Existe a explosão em orgasmo,
canálise canálise no ano de 192 7, na cidade cidade de V iena. iena .
em pessoas sexualmente bloqueadas.
N a época, foi analis analisando ando de W ilhelm ilhelm Reich, de
Existe a explosão em raiva, e também
quem, sem dúvida, recebeu grande influência,
a explosão em alegria, riso, alegria de
principalmente no tocante ao corpo, ao ges-
viver. viver. Estas Estas explosões se ligam à per so so
tual, ao olhar, à entonação de voz, à estrutura
nalidade autêntica, ao verdadeiro se lf.
e à forma da fala, destacando-se a influência
(P erls, 1977, p. 85) 85)
do conceito de couraça muscular do caráter.
E passível de observação nas fontes con sultadas que, em todas as vezes que Perls fa lou sobre as camadas da neurose, ele usou exemplos vivenciaís. Isso possibilita o entendi mento de que essa divisão é um recurso teó rico fácilitador da compreensão de um pro
No livro £FA (2002), Perls faz referências aos caracteres oral, anal, genital e paranóide, mas sem de finir finir o conceito co nceito de caráter. caráter. N o prefácio prefácio do livro livro de P H G ( 199 7), Perls Perls traça alg algumas umas referências à contribuição de Reich para as psicoterapias e às suas divergências con ceituais com esse autor. Ele diz:
cesso que ocorre com cada pessoa, devendo ser resguardadas as características individuais de cada caso.
A idéia da couraça muscular de Reich é, sem dúvida, a contribuição mais
Magd Magdaa Cam pos Dudenhoeffer
DICION ÁRIO
importante para a medicina psicosso psicosso--
D E G ES T A L T- T E R AP I A
mática desde Freud. Freud. Discordamos dele (e de Arma Arma Freud) em um ponto: con sideramos a funç ão defensiva da cou raça um engano ideológico. Uma vez que uma necessidade organísmica é condenada, o se lf dirige sua atividade criativa, sob form for m a de agressão, agressão, contra o impulso, repudiado, subjugando-o e controlando-o. [...] Contudo, segui mos Reich de todo o coração quando este muda a ênfase da recuperação daquilo que foi “reprimido” para a reorganiza reor ganização ção das forças força s “repres repressor soras" as",, embora achemos que na recuperação do self haja muito mais coisas envol vidas do que a mera dissolução da couraça muscular do caráter. ( P H G , 1997, p. 34-5)
agir com um conjunto limitado e fixo de respostas. Em o utra pass passage agem m do m esm o capítulo capítulo diz:
Tal pessoa terá a possibilidade de ver uma situação total, uma Gestalt) sem perd pe rder er os detalhes de talhes.. Com Co m esta orie or ient nta a ção desenvolvida, esta em condições de lidar com a realidade, mobilizan do seus próprios recursos. Não mais reagirá com respostas lixas (caráter) e com idéias preconcebidas. (Perls in Stevens, 1977, p. 26) JSIo livro Gestalt-terapia explicada ( 197 7, p/(55)) Perls também fala sobre a noção de caráter:
Em artigo contido no livro Isto é Gestalt,
 medida que a criança começa a de
Perls Perls (in (in Steven s, 197 7, p. 2 1-2) com eça a de
senvolver meios de manipulação, ela adquire o que é chamado de caráter. ÍQua ÍQ uanto nto mais caráter uma pessoa tem tem, \menor é seu potencial. Isto parece um parad par adoxo oxo,, mas a pesso pes soaa com cará ca ráte terr é aquela que é previsível, que tem ape nas um número determinado de res postas pos tas fixas. fixa s.
finir o que é caráter:
Quanto mais o caráter repousa sobre conceit conceitos os pronto prontos, s, formas forma s fixas fixas de com porta po rtame ment ntoo e “com co m putaç pu tação ão””, menos men os é capaz de usar seus sentidos e intui ção. Quando o indivíduo tenta viver de acordo com idéias preconcebidas de como o mundo “deveria” ser, ele se afasta de seus próprios sentimentos e necessidades. O resultado desta alie nação dos sentidos e necessidades é o bloqueio bloqu eio de seu potencial potenc ial e a distorção de sua perspectiva. [...] Pelo menos mais dois fenômenos interferem com o desenvolvimento do potencial genuí no do homem. Um deles deles é a form ação açã o de caráter. O indivíduo então só pode
Na teoria de Perls, a noção de organismo com o um todo é ce ntral, ntral, tanto tanto em relação relação ao funcionamento organísmico quanto à partici pação do organismo em seu meio para criar um campo único de atividades, Para melhor compreensão, imaginemos círculos concên tricos representando as camadas do ciclo homeostático em que o self é o núcleo a partir do qual o organismo tem awareness de sen sações, sentimentos e necessidades; em volta
D I C I O N Á R I O D E G E ST A L T - T E R A PI A
dele, a camada fóbica, que o envolve, repre
Na teoria e prática reichiana, o concei
sentando seus medos; e, em torno desta, a
to energético está inserto na funcionalidade
camada postiça, na qual o organismo se pro
organísmica pela "fórm ula1’: tensão - car ga - descarga descarga energética energética - repouso , m uito uito
tege do contato com o mundo externo, com suas representa^ je s de papéis - as respostas fixas, ou seja, o caráter, No contexto do funcionamento intra-or-
W
sáv e1 pelas pelas sensações sensações e sobrevivência; um quantum ene rgético rgético no céreb ro lím lím bico, res
[diferença entre atividade física e mental. Defi-
ponsável pelos sen tim tim ento s; e um um quantum
I nia atividad atividad e m ental como ativi atividade dade da p essoa toda que se desenvolve num nível mais baixo
energético na porção do cérebro, chamado
de ene e nergia rgia qu e a atividade atividade físi física. ca. Além do holismo em nível organísmico
pela solução de problemas. Esses quantuns energéticos se distribuem e circulam desde
(Ciclo Homeostático do Organismo), Peris acentuou a imp ortância ortância do fato fato de con siderar siderar
a concepção, gestação, parto até os primei ros dez dias de nascimento, e a isso Reich
o indivíduo como parte perene de um cam po mais amplo, incluindo o organismo e seu m eio. Assim co m o Peris Peris protestava protestava contra a l
chamou de "temperamento", que, segundo ele, é imutável. Imutável porque precisaria ser novamente concebido, gestado, parido
noção de divisão divisão corpo-m ente, protestava ;
para contatar o mundo em seus dez primei
também contra a divisão interno-extemo. j Considerava que a questão de as pessoas se rem dirigidas por forças internas ou externas
ros dias de vida em outro campo energético de concepção, gestação, parto e primeiros
não tinh tinh a nenhum sentido sentido em si, uma vez que
có tico tico , núcleo núcleo d epressivo, borderline etc. são
os efeitos causais de um eram inseparáveis dos efeitos causais do outro. Na teoria e prática gestáltica, há um limite
formas de temperamento, a estase energéti ca é chamada de cou raça m uscular e o modo
é esse limite que define a relação entre eles (fronteira de contato). Num indivíduo saudá vel, esse limite é fluido, permitindo contato e
rY> rY>
Homeostático. Para Reich, havia um quantum energético no cérebro ceptiliano, respon-
gânico, P eris insisti insistiaa que os seres hum anos são organism organism os un ifi ificados e que não há nenhu ma
de contato entre o indivíduo e seu meio, e
Cl
semelhante ao que Peris se refere no Ciclo
neocórtex, responsável pelos pensamentos,
cuidados. De acordo com Reich, núcleo psi
como o ser humano lida com essa estase nos seus contatos é chamado d e caráter. Quando Peris considera “a função defen siva da couraça um engano ideológico” ideológico” (PH G ,
“depois afastamento do meio. Contatar cons
1997, p. 35), como em citação anterior, ele se engana porque, segundo a vegetoterapia
titui a formação de uma Gestalt e afastar-se
carátero-anaiítica, um recém-nascido pode
representa seu fechamento. Num indivíduo ne uró tico, tico, as funções de con tato tato e afastamen afastamen
de senv olver couraças auditivas, auditivas, ocu lares, pela pela contração energética dessas áreas nos dez
to estão p erturbadas, e ele se encon tra tra diante diante
primeiros dias de vida, que são anteriores à mobilidade mobilidade (uso da m usculatura usculatura para o m ovi
de um aglomerado de Gestalten que estão, de alguma forma, inacabadas, ou nem plena mente formadas nem plenamente fechadas.
m ento ento em torno dos 6 m eses de idade). idade). N es sa fase, não há, como diz Peris, idéias precon
DICIO NÁR IO DE GESTALT-TERAPIA
42
CARÁTER
cebidas, já que no recém-nascido o cognitivo
gonoterapeuta, trabalho no entrelaçamento
não está completam completam ente formad formad o.
das duas abordagens, que podem se r com
Reich discorda de Perls quando este afir ma: “Ela [a criança] necessita de apoio dire
preendidas como primas-irmãs: consideran do as couraças, mas sem fazer análise do caráter.
cional" (Perls in Steve ns, 197 7). Na verdad verd ade, e, segundo Reich, antes de se r criança criança e xiste xiste um bebê que necessita de contato-referência na relação relação quem cuida cuida diretame nte dele para que esen volva; foco, sensação de acolhi acolhi m ento, de atendimen to de suas necessidades, necessidades, sua auto-estima, além de sentir-se existindo e amado no camDO energético mãe-bebê. No texto citado anteriormente, Perls 197 7, p. 55 ) diz: diz: “Ela sabe sabe com o tortura r sua sua mãe. Ou a criança lisonjeia a auto-estima do outro, de modo que o outro se sente bem e dá alguma coisa em troca". Mas, para Reich, a criança repete o comportamento aprendido de quando se sentiu torturada, isto é, desde os primeiros dias dias de nascida nascida em que seus cho ros deixaram de ser atendidos como expressão
.ne Rodrigues - « F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F IC IC A S
f S. ( 947). mus, <-002.
Ego , fome e agressão
,ão Paulo: Sum-
talt-terapia explicada. São
Paulo: Summus.
Pe r l s ,
________ . 1977
F S H s ef ef e r u n e, R.; G o o d m a n , R São Paulo: Summus. 1997.
Pe r l s ,
J. O, (org). 1977.
St e v e n s .
Isto é Gestalt. São
Gestalt-terapia
Paulo: Summus,
VERBETES RELACIONADOS
Agressão, Ajustamento criativo, Aqui e agora, Aw are nes s. Camadas de neurose. Campo, Contato, figura e fundo, Função e disfunção de contato, Fronteira de contato, Gestalt, Gestalt-terapia, Holismo, Necessidades, Orga nismo, Self
de sensações, sentimentos ou necessidades. Perls afirma que a Gestalt-terapia "descas ca a cebola" referindo-se a um trabalho de fora para dentro, em direção ao seff, e deste para o todo novamente, sem considerar as couraças m usculares usculares citadas citadas po r Reich. A te ra pia pia n eo-reicniana eo-reicniana trabalha trabalha d e den tro p ara fora, incluindo as couraças musculares, indo em direção ao interior novamente, já com outra perspectiva perspectiva da realidade realidade do todo circund circund ante. Perls e Reich usam metodologias dife rentes, entretanto concordam quanto à de
CICLO DO CONTATO
Gestalt-terapia tem sido definida como "terapia "terapia de contato”. contato”. Co ntato que é , ao m es mo tempo, um processo, um modelo e um instrume instrume nto de traba traba lho. A noção de con tato tato é am pla e não é nova : p or isso, se torn a difíc difícilil de ser operacionalizada. Uma existência em ação , cuja essência é de d ifíci ifícill definição, torna o conceito extremamente relativo e subje tivo. Ao longo dos tempos, surgiram novos posicionamentos tentando mostrar o cons-
finição de caráter: um conjunto de respostas fixas. fixas. Não há uma metodologia metodologia m elhor que a
truto "contato” em funcionamento. Todos
outra, já que com ambas podemos trabalhar contato, aqui e agora, figura
do contato de maneira diferente. Uns apre sentam apenas os passos do contato, outros
e fundo, fronteiras de contato, ajustamentos
apresentam os passos e seus bloqueios ou
criativos etc. Como Gestalt-terapeuta e or-
interrupções correspondentes, e ambos os
com
awareness,
DICIO NÁRIO
os autores apresentam o “ciclo” ou “círculo”
D E G E S T A LT - T E RA P I A
m odelos odelos vari variam tanto tanto em núm ero de meca
construto self. self. O ciclo do tontato, na forma
nism nism os de bloqueio quanto quanto no qu e se pode-
atual, é uma organização de Ribeiro (1997),
ria ria cham ar de processo de consciência consciência ou de
que contém nove mecanismos de bloqueio
saúde. Eis algumas das principais denomina
e nove mecanismos de cura, respectivamen
ções históricas de ciclo do contato: Petruska
te. Hoje, o autor está concebendo o ciclo do
Clarkson Clarkson ( 1989 ) fal falaa de 'Ciclo de formação formação
contato como uma teoria do contato, como
e destruição destruição de Ge stalt”, stalt”, e, às vez es, de “C i
algo que se expressa por meio de ciclos, su ■
clo da Saúde". Zinker ; 1979) fala de “Ciclo
perando a limitação das definições de fron
consciência-excitação-contato". Gile Deslile
teira ou contornos do contato, para ser uma
(1999) fala de “Ciclo de Experiência”, Ser-
dimensão da pessoa que evoca, a todo instan
ge e Ann e Ginger ( 199 5) tal talam am de “Ciclo do
te, uma dimensão transcendental humana. A
Contato”. Ribeiro (1995) fala de “Ciclo dos
edição revisada revisada de 0 Ciclo do Contcto traz Contcto traz oito
Fatores de Cura e Bloqueios do Contato” e
m odelos de ciclos ciclos de contato, que funcionam,
Ribeiro Ribeiro ( 199 7) fala fala de “Ciclo do Co ntato e
fenomenologicamente, por uma descrição
Fatores de Cura”,
que pode ser vista, indutiva ou dedutivamen -
para “ciclo", uma vez que os autores têm vi
te, com base na noção de self. Como um dado, aqui e agora, Gestalt
sões diferentes diferentes sob re ele. Entre m uita uitass defini defini
pode ser definida definida como terapia de contato contato e ,
ções, apresento a seguinte: seguinte:
com o uma proposta, G estalt pode se r defini definida da
Não existe, portanto, uma única definição
com o terapia de totali totalidade, dade, enquanto contato contato
f
O Ciclo é, portanto, concebido como
é. o instrumento por meio do qual transcen
um sistema sistema self -eu-mundo. - eu-mundo. Permi-
demos partes, na direção de uma totalidade
te-nos ler a realidade por intermédio
possível. Contato é o instrumento que nos
dele, bem como entender o processo
transporta das partes para a totalidade, da
pe lo qu al este sistema siste ma fo i se estrutu estru tu rando ao longo do tempo. Revela um
quantidade para a qualidad qualidade, e, do imanente imane nte para o transcendente, da matéria para o imaterial.
processo proc esso de relaci rel aciona onamen mento to entre entr e o
Mas de que contato estam os fala falando? ndo? Estam os
self, o eu e o mundo, partindo de um
falando de um contato sem fronteiras, esta
process proc essoo mais mai s primitiv prim itivo, o, fix ação aç ão/fl /flui ui--
mos falando de um processo de imersão total
dez, para uma forma mais complexa
no próprio ser, numa busca ilimitada de nos
de estar no mundo, confluência/reti-
sas possibilidades. De uma maneira macro, o
rada. (R ibe iro, 1997, p. 30)
contato contato se dá no cam po, o nde e xiste xiste um a to talidade potencial, e, de uma maneira micro,
O ciclo ciclo do contato contato é um m odelo teórico que tem no construto “contato" seu princípio
ele se intensifica na fronteira, nas partes, onde encontramos o outro, o diferente,
C reio que devem os falar falar de níveis níveis de conoperacional. Visa.discutir, teoricamente, a no í ção de contato, de ciclo, os mecanismos de 1tato. Estamos indo além do conceito de contato bloqueio do contato e sua relação com os
1como olhar, prestar atenção, tocar, e outras for
“mecanismos de cura”, sob a perspectiva do
mas de relacionamento. Falamos de um con
DICI ONÁ RIO
DE G E S T A L T - T E R A PI A
tato que muda. que transforma, que cura, um processo de ecologia interna, profunda, como uma totalidade viva, um processo de transcen dência. Contato como um dar-se conta ( awa) cognitivo, emocional, motor, contínuo que se expressa no corpo, que fez todo nosso
reness
ser m ergul ergulhar har no ser do o utro à procura de um encontro pleno, de uma forma que totaliza a presença de uma com co m plexa intersubjet intersubjetivi ividade. dade. Consto, assim concebido, éjjqiprocesso
É nesse contexto de impermanência que os m ecanism ecanism os de bloqueio bloqueio e d e saúde fazem fazem do contato pessoa-meio nosso principal ins trumento de mudança, na eterna caminhada entre fluidez e retirada, permeado, aqui e ali, pelos bloqueios transgressores que nos des pistam o horizonte. Somos fluidez e retirada, somos fixação e confluência, e é neste cami nhar entre um e outro que todo nosso ser se revela como id, como eu, como personalida
de se encontrac encontrac.c .com om o ou tro tro e no o utro. N ada fie .1 de tora. Tudo ocorre nos dois lados, não
de, funções que dão visibilidade ao nosso se/f,
só na pessoa ou só no mundo, mas na pessoa-mundo, uma relação de total inter, intra e
Ele é como uma matriz que "ecebe e distri bui toda forma de contato por mecanismos de bloqueio e de saúde. Ele não é processo
transdependência, na qual tudo está incluído am orosamente. É a descoberta plena plena do TU que mora em nós e nele nos fundimos numa
que é nossa função operacional de contato.
inclusão plena. Isso só acontece quando o tu
puro nem estrutura pura. E ambos, ao mes mo tempo. Como sexualidade, vontade, me m ória são são prop riedades riedades várias e variantes variantes com
do homem se encontra encontra com com o TU eterno eterno que
funções específicas de nossa personalidade,
m ora em em cada um de nós. O corpo-pessoa é o lugar lugar onde tudo acontece. O corpo é o iço-tem iço-tem po po r interm interm édio do qual recapirecapi-
assim é nosso se/f. Ele não é um aspecto, ele é um a entidade. entidade. Transcendemos Transcendemos porque som os im im perm a
tulamos nosso ser como uma história viva, vivente e vivificante. E, nele, nosso se/f, proprie
nência. Passamos pelos mesmos lugares, mais de uma vez, embora não do mesmo modo.
dade estruturante de nossa personalidade, é o
O que nos éjjrópriomão-mudar-mudarrros acidentes que nos permitem nos-Identificar mos conosco conosco m esmos, sendcL sem pre. di
lugar do encontro marcado do tempo com 0 espaço e do espaço com o tempo, do igual com o d iferente, iferente, é o lugar do hoje que se abre
ferentes do do dia dia anterior. O etern o re torno ,
continuamente para o horizonte do amanhã.
nossa nossa eterna eterna im permanência e nossa semp re
Díferentemente da ipseidade, que finaliza em nós um processo evolutivo cósmico, nosso , t ' l f é temporal, nasceu conosco, como uma
progressiva transcendência são nossos ciclos de mudança. Retornamos ao ponto de par tida, mas agora carregados de toda a expe
entidade, como um prop proprium rium,, que vai regis
riência anterior. Fluímos, sentimos, somos
trando, dia a dia, nossa caminhada do hoje de 1.ida dia, Nosso jeito de pensar, de sentir, de lazer, de falar, nossa síntese contativo-existen-
conscientes, nos movimentamos, agimos, fazemos contato, nos satisfazemos e nos
cial, é nosso se/f visíve l, uma um a estrutu ra proce ssual que se atualiza cotidianamente, como um
desse nsibilizam nsibilizam o-n os, de fletim fletim os, introjetaintrojetam os, projetamo s, profletim profletim os, retrofletim retrofletim os,
retrato eternamente retocado.
egotizamos, confluímos. Cada ponto marca,
retiramos para um novo ciclo. Fixamo-nos,
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E R A PI A
às vezes, um novo ciclo. Esse é o jogo da
psicoterapia, das quais nos interessa particular
vida; os ciclos de contato registram nosso
mente a que existe comumente entre espon
caminhar e por meio deles nos tornamos presença presença para para nós mesm os. O cicl ciclo o do co n
tâneo e deliberado. Tal dicotomia considera o
tato registra os ciclos do contato que, pela
que é espontâneo como algo especial, que só acontece com algumas pessoas em particular, e o que é deliberado deliberado com o o que necessariamen
intercomunicabilidade de nossos processos, permitem a nosso self ser self ser um ponto de m u
te objetiva algo que não queremos e não nos
dança que registra nossa crença de que não somos uma iiha. e sim uma imensa península
será satisfatóri satisfatório. o. O m énto da Gestalt-terapia nesse aspecto é apontar, de acordo com seus
onde o contato se transforma no princípio
conceitos de self, auto-regulação self, auto-regulação organísmica e
essencial de nossa existência.
ajustamento criativo, que a espontaneidade é jm a qualidade da exp e xp enên en ência cia do d o ser-no -mun -m un--
Jorge Ponciano Ribeiro
do de modo geral geral e que a deliberação é funda funda REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS IBLIOGRÁFICAS
mental para a organização e síntese criativa da
C l a r k s o n , R Gestait couseling in action. Londres: Sage,
experiência exp eriência vivi vivida. da. C onclui-se on clui-se dessa forma form a que
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Paulo: Summus, 1995.
a espontaneidade não é algo especial, só para alguns, e aquilo que é deliberado não significa
Ribeiro ibeiro , J. R 0 ciclo do contato. Brasília: Ser, 1995.
sempre contenção, entrave à consecução de
________ . 0
objetivos ob jetivos ou insatisf insatisfação. ação.
ciclo do contato: temas básicos na abordagem
ges tált ica . São
________ . Do self e
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Z inker , J. EJ proceso creativo en Ia terapia guestáltica. Bue
self, cujo PH G (195 1) colocam colocam a teoria teoria do self, cujo funcionamento baseia-se na diferenciação em três aspectos - id, ego e personalidade personalidade - res ponsáveis por momentos distintos na busca
nos Aires: Paidós, 1979.
do ajustamento criativo. VERBETES RELACIONADOS
Fára a compreensão da noção de com
Aw ar en ess ,
Campo, Confluência, Contato, Egotismo, Existência, Fluidez, Função id, Gestait, Gestalt-terapia, Introjeção, Mecanismos neuróticos, Mudança, Persona lidade, Projeção, Retroflexão, Saúde, Self, Totalidade
portamento deliberado, interessa-nos particu larmente o funcionamento do self, self, conforme proposto por PHG, em seu aspecto funcional denominado ego. O self no m odo de funciona funciona mento do ego é o responsável pelas escolhas
^ C O M P O R T A M E N T O D EL E L IB IB ER ER AD AD O E ESPONTÂNEO
e decisões deliberadas deliberadas - m otoras ou de lingu ingua a gem - que estabelecem lim lim ites ites para a identifi identifi
O ponto inicia iniciall para entend ermos erm os tal tal ex
cação e alienação das possibilidades possibilidades surgidas surgidas na
pressão em Gestalt-terapia é encontrado na
fronteira organismo/ambiente, tomando deci
obra inaugural da abordagem, de autona de
sões e agindo, com com fins de orientação, encam i
PHG (1951), quando destacam na apresenta
nhamento nham ento e resolução da figura figura que se form a.
ção do “piano da obra" (capítulo (capítulo II, item item 5) que
No funcionamento saudável, a delibera
um de seus objetivos é questionar as inúmeras dicotomias “neuróticas" presentes na história da
ção “é a restrição restrição consciente de determinados interesses, percepções e movimentos para
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T E R A P IA
conce ntrar atenção em em outra parte" parte" (PH G ,
Co m isso, isso, todo o p rocesso de ajustamento ajustamento
199 7, p. 18 5 ), perm itindo, itindo, assim assim , que o equ i
criativo estará comprometido, pois a pessoa
líbrio na fronteira organismo/ambiente seja
já não sabe sab e com co m o está se impe im pedind dind o e não
restabelecido com a satisfação da necessidade em ergen te. Co m a satis satisfaç fação, ão, a deliberação deliberação é
pode mais administrar de forma satisfatória suas identifi identificações cações e alienaçõe alienaçõe s. Co nform e
relaxada, permitindo a possibilidade de surgi
exemplifi exemplificado cado por PH G (19 97 p. 78 ):
mento de outra figura de 'nteresse. Porém, se em vez de um desequilíbrio
[...] nosso nosso homem não percebe que está
momentâneo na fronteira de contato enfren
controlando deliberadamente seu cor
tamos um desequilíbrio crônico, uma sensação
po. Trata-se Trata- se do seu corpo, com o qu al
contínua de pengo e frustração, tal deliberação
tem certos contatos externos, mas não
jamais se aprese ap resenta ntará rá comDíetam com Díetam ente relaxada,
se trata dele; ele não sente a si mesmo.
impedindo a finalização da situação; o próprio
Suponna agora que ele tenha muitos
comportamento deliberado toma-se o arran jo possível na fronteira fron teira organism o/ambiente o/am biente (Pimentel, 2003). Outras figuras emergem en quanto aquela situação anterior permanece ina cabada e suprimida, apesar de continuar a existir como parte do fundo. Embora o se/f se ocupe da nova figura, não pode dispor da energia que está sendo utilizada utilizada para repn m ir a excitação excitação que foi suprimida, ou seja, o processo de contato de novas figuras é dificultado pela existência da si tuação inacabada, pois as faculdades perceptivas e musculares não estão completamente livres - estão estão a serviço da supressão deliberada. deliberada. Esse é o funcionamen funcionamento to típico típico na neuro se; “[...] a es trutura do contato neurótico caracteriza-se por um excesso de deliberação, fixação da atenção e músculos preparados para uma resposta espe cífica” (Pimentel, 2003, p. 85). Um estado de vigilância deliberada contra o perigo, por exemplo, com o tempo tomase uma contração muscular crônica que não é mais percebida, uma vez que, embora a excitação suprimida permaneça, na medida em que tal supressão se expressa como um padrão motor, com o tempo ela é aprendida
motivos para chorar. Todas as vezes que se emociona até ficar à beira das lágrimas, ele, não obstante, não “se sente com vontade de chorar", e não chora; isto é porque se habituou, há muito tempo, a não perceb er como está inibindo muscularmente essa essa fun ção e cortando o sentimento. sentimento. A inibição tornou-se rotina, um comporta mento deliberado, padronizado e não perce bido. Em sua obra autobiográfic autobiográfica, a, Perls ( 197 9) traz novamente a temática, contrapondo o que ele denomina de auto-expressão a uma expressão deliberada, deliberada, com o ob jetivo etivo de d es tacar o conflito entre a atenção às necessidades do organismo e às do que ele denominou de auto-imagem: “Freqüentemente temos de interpre tar papéi papéiss - po r exem plo, estar deli deli beradamente se comportando da melhor ma neira -, mas quem quer crescer pode e deve superar a interpretação compulsiva de papéis manipulativos que substitui a auto-expressão honesta” (1979, p. 163).
e esquecida, tornando-se habitual.
D I C I O N Á R I O D E G ES T A L T - TE R A P I A
Luciana Aguiar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS
e muito do que preconizava Freud, associan-
dentro e fora da lata de Pe r l s , F S. Escarafunchando Fritz: dentro
do-as ao “instinto “instinto de m orte". Além do m ais, ais,
lixo. São Paulo: Summus, 1979. er , R.; G o o d m a n , R (1951). GestaltPe r l s , F S.; H ef f er l i n er
terapia. São Paulo: Paulo: Summus, 1997. 1997. imen tel , A Psicodiagnóstico em Gestalt-terapia. São Pau Pimen
lo: Summus, 2003. VERBETES RELACIONADOS
Ajustamento criativo, Auto-reguiação organísmica. Confli to. Energia, Espontaneidade, Excitação/excitamento, Expe riência, Figura e fundo, Função id, função ego, função per sonalidade, Fronteira de contato, Gestalt-rerapia, Neurose, Sei' Ser-no-mundo, Ser-no- mundo, Situação inacabad inacabada a
“■a rep etição é a essênc ia do de senv olvime nto, na medida em que uma ação nova requer a repetição para haver um completo aprendi zad o. U m a repetição repetição mecânica contrapõe-se à criati criatividace vidace : rep etir uma ação até conseguir conseguir dominá-la é a essência do desenvolvimento'' (Pe rls, rls, 20 02 , p, 160). 160).>N a obra de P H G , os autores autores dife difere renci nciam am a repetição neurótica da saudável. Na primei ra, a compulsão “é sinal de que uma situação inacabada no passado ainda está inacabada inacabada no
COM PULSÁO À REPETIÇÃO REPETIÇÃO O fenôm eno da compulsão à repeti repetição ção foi foi descrito por Freud, mas, pela forma como o pai da psicanálise o compreendia, foi criticado por Perls, em seu livro EFA (2002, p. 158):
Ele [ F r e u d ] viu na monotonia das repetições uma tendência à ossificação mental [ . . . ] . Em minha opinião, a construção de Freud contém vários erros. Não partilho de sua opinião quanto à Gestalt da “compulsão à repetição” ter o caráter de rigidez, embora exista uma nítida tendência à ossificação nos hábitos.2 Nesta época, Peris já pensava nas repeti ções sob a influência do "holismo criativo” de Smuts, isto é.^cis repetições compulsivas não são automáticas e mecânicas, “ao contrário, são tentativas tentativas vigorosas de reso lver problemas problemas de vida relev an tes',J, tes',J,(Pe rls, 20 0 2 , p. 160 ), daí uma o rientaçã rientaçã o para a vida. vida. Essa visão visão difere difere
pre se nté f Todas as vezes que uma tensão tensão su ficiente ficiente se acum ula no organis organismo mo para para tom ar a tarefa dominante, tenta-se novamente en con trar uma solução" solução" (P H G , 199 7, p. 10 1)f A questão é que essa tensão que não se com pletou assume um posto de dominância e ne cessita ser completada. Dessa maneira, como não há o fechamento desse processo, que se ria o crescime nto pela assim assim ilação ilação do no vo, o organismo repete a atitude atitude fixad fixad a.'’ a.'’ Cada vez que o organismo repete essa atitude fixada, mais difícil fica o fechamento da situação. A excitação é apenas afastada da atenção e qualquer outro acontecimento é experienciado como confronto, “[...] só que o processo agora é dificultado pelo fundo perturbado da situação inacabada. A pertur bação persistente impede o contato final no novo ajustamento porque não se concede todo o interesse à figura” figura” (P H G , 1997, p. 233). A respeito dessa circularidade, PHG (19 9 7, p. 101) com entam : “[...] é somente po r m eio da assim assim ilação, do acabamento, que ap rendem os algo algo e estam estam os preparados para uma nova situação situação ; mas o que não co n
2 Recomendo Recomend o a leitura do verbete verb ete Hábito. Hábito.
seguiu se com pletar é igno igno rante e não está
a par das coisas, e, portanto, torna-se cada vez mais incompleto". E importante destacar que são as atitu des fixadas que incluem as imagens desatua
VERBETES RELACIONADOS
Assimilação, Contato, Crescimento, Energia, Excitação/ excitamento, Figura e fundo, Gestalt, Holismo. Organis mo, Situação inacabada
lizadas e as concepções abstratas que pare cem infanti nfantis e inadequadas - não o desejo ou instinto,
COMO (VER SEMÂNTICA, PORQUÊ E COMO)
Na repetição saudável, “[...] a tarefa é completada, o equilíbrio é restaurado e o or ganismo se conservou ou cresceu pela assi m ilação de algo algo novo" (P (P H G , 1997, p. 1 01),
CONCENTRAÇÃO (VER TERAPIA E TÉCNICA DE CONCENTRAÇÃO)
como no caso da fome, da pulsação sexual. Nessa perspectiva, as repetições devem ser vistas como investimentos para fechar uma G estalt po r m eio da liberação liberação da energia energia para
CONFIGURAÇÃO
o crescim en to. N o entanto, a impossi impossibil biliidade em desimpedir o primeiro plano favorece a constância de atenção e tensão por parte do organismo, enquanto não houver o fecha
Gestalt-terapia, uma das possíveis formas de tradução do substantivo alemão “Gestalt”. Conforme PHG (1951, p. 33-4), “configu
mento da Gestalt, e “esse esforço é repetida mente inibido por um ato deliberado presen
(Ko rzyb ski) ou todo organizado e sign sign ificati ficativo vo são termos que se assemelham mais de per to à palavra alemã, para a qual não há uma
te" te" (PH G , 1997, p. 103). Em palestra proferida intitul intitulada ada “O “O corpo corp o como expressão” (2006), contribuo: “Desapon tados com suas impossibiiidades; frustrados em suas ações e com grandes expectativas, assim chegam nossos clientes. Cabe a nós ajudá-los a transformar suas compulsões em escolhas atra vés de uma releitura de suas queixas”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS D ' A c r i , G.
“O corpo como expressão”. Palestra profe rida no III Encontro Carioca. Rio de Janeiro, 2006. (Manuscrito não publicado.)
E S. ( 1942 ). Ego, Ego, mus, 2002.
fome e agressão. São
________ . Escarafunchand o F r i a : dentro e lixo. São Paulo: Summus, Summu s, 1979. 97 9. R.; G o o d m a n , São Paulo: Summus, 1997.
Per l s , E S. i H ef f e r u n e,
ração, estrutura, tema, relação estrutural
tradução equivalente em inglês [tampouco em português]". Ou, então, segundo Perls (19 7 3, p. 19): “Um a G estalt é uma form a, uma configuração, o modo particular de or ganização das partes individuais que entram em sua com posição”. posição”. O term o “confi “configuraç guração”, ão”, tal tal com o é em
Glady Gladyss D 'Ac ri
Per l s ,
O term o “configuração “configuração ” signifi significa, ca, para a
Paulo: Sum-
fora da lata de
R Gestalt-terapia.
pregado na língua portuguesa, favorece a descrição dos aspectos dinâmicos envolvidos na formação de uma Gestalt. Trata-se de um modo de nominar o processo de formação de uma totalidade, a qual não é resultante do somatório das partes envolvidas, tampouco é algo apartado dessas partes, como se delas in dependesse. Ao contrário, quando falamos em configuração, temos em vista uma totalidade tal como nosso organismo: este não é o resultado
D I C I O N Á R I O D E G E S T A LT - T E R A PI A
da soma dos órgãos de que somos formados,
tivas a una fenomenologia pura e una filosofia
nem é um desses órgãos. Trata-se Trata-se de uma uni dade que se exprime entre nossos órgãos, que
fenomenológica I ( 19 13), a qual qual serviu serviu de m o
não existe sem eles, mas não é um deles. Nos so organismo é a própria relação dos órgãos
teoria do se/f, na terceira parte do segundo volume da obra de PHG (1951), conforme
entre si, a prévia disponibilidade de um para o
declaração do próprio Goodman (Good man apud Stoehr, 1994). 19 94). Segundo H usserl, us serl,
outro, o sistema espontâneo de equivalência que estabelecem entre si. O u , ainda, ainda, o organi organis s
delo para Goo dm an estabelecer a redação redação da
um todo autêntico é aquele cujas partes ou
m o é a fron fronteira teira viva viva en tre esses órgãos, aquilo aquilo que os faz trocar informações físicas e vitais.
conteúdos estão relacionados de modo de pendente, o que significa dizer: a modificação
O que nos pe rmite entend er a configuração configuração
de uma parte acarreta a modificação das ou
como uma espécie espécie de fronteira fronteira viva. viva. O ra entend ida com o fronteira fronteira viva, viva, a con figuração não se limita a designar nosso orga
tras. No caso de uma totalidade acústica, por exem plo, se m udo a quali qualidade do som, sim sim ul
nismo. A configuração configuração - com o fronteira fronteira viva
taneamente altero sua intensidade, e assim sucessivamente, de modo que passo a dispor
- também existe existe entre os organismos, organismos, entre
de uma nova unidade sonora. Para Husserl,
eles e as coisas inanim inanim adas, en tre eles e as ins ins tituições tituições cu lturais. lturais. O que nos pe rmite falar falar das das configurações como totalidades impessoais e
as Gestalten ou configurações são totalidades autênticas, em que se pode observar, nos ter
genéricas, das quais participamos em diversos
mos de uma relação de dependência entre as partes envo lvidas, lvidas, a vigência vigência de um umaa intencio-
níveis: físico, biológico, vital, social... Nesse sentido, sentido, dizem dizem PH G ( 19 5 1, p. 4 1):
nalidade comunitária, sem porta-voz específi co , mas m as partil partilhada hada p or todo todo s os envo lvido lvido s, tal tal
A experiência se dá na fronteira en-
qual uma fronteira viva. Os psicólogos da forma tomaram para si
tre o organismo e seu ambiente, primordialmente a superfície da pele e
a teoria fenomenológica do todo autêntico e com ela tentaram pensar fenômenos na
e motora. A experiência é funç fu nç ão desdes -
turais, como a percepção. Segundo eles, as discussões discussões fenomenológicas fenomenológicas perm item c om
sa fronteira, e psicologicamente o que é real são as configurações “inteiras”
preender que é a organização dos fatos, percepções e comportamentos, e não os
(whole) desse funcionar, com a obten-
aspectos individuais de que são compostos, que dá aos todos sua definição ou significa
os outros órgãos de resposta sensorial
ção de algum significado significado e a conclusão conclusão de alguma ação.
ção espec ífica ífica e particular (Perls, 19 7 3 , p. I 8). Também chamaram a essa organização es
Essa forma de empregar a noção de con
pontânea de Gestalt ou configuração.
figuração lembra a teoria fenomenológica do
Diferentemente da fenomenologia, en
todo autêntico, a qual foi apresentada por
tretanto, os psicólogos da forma tomaram as Ge stalt stalten en como se elas elas pudessem pudessem se r tradu zidas em termos objetivos, como se elas pu
Husserl, na terceira das Investigaciones lógicas ( 1900-1901), e retomada na obra Ideas rela-
D I C I O N Á R I O D E G E S TA T A L T - TE TE R A P 1 A
dessem ser reduzidas a leis ou regularidades
St o e h r , T. (1994). Here now next: Paul Goodman and
fenomênicas, desprezando o que nelas pu
the origins origins of Gestalt therapy. São
desse haver de intencional. E como se cada G estalt, ou configuração, configuração, exp rim rim isse isse uma
Bass. 1994.
Francisco: Jossey-
combinatória de partes que valesse como lei
VERBETES RELA C IONA DOS
universal universal - e não como se houvesse entre
Gestalt, Gestalt-terapia, Organismo, Parte e todo, Psicoterapia de grupo e workshop, Self, Ibtandaae
as partes envolvidas uma intencionalidace comum. Os fundadores da Gestalt-terapia criticaram essa tentativa de objetivação esta
CONFLITO
beleci belecida da peios psicól psicólogos ogos da form form a. D e ac o r do com estes. PHG tentaram estabelecer
O term o “conflito” “conflito” surge surge pela pela pnm eira eira vez
um retorno ao emprego fenomenológico do
na bibliograra relacionada .1 Gestaft-terapia em
term o “configuração” “configuração” (Ge stalt); o que signi signi fica restitu'r o caráter intencional que define
qual Perls Perls afirma afirma que o qu e deter EFA ( 194 7), na qual
a maneira como as partes de uma Gestalt
é o conflito entre as necessidades biológicas e
estão ligad ligadas as en tre si. O que talvez exp lique lique
as necessidades sociais. A cisão c isão da personali p ersonalidade dade
por que razão, na prática clínica da Gestaltterapia, por exemplo, importa salientar que
acontece quando o indivíduo, ao tentar evitar os
as sessões terapêuticas, os trabalhos de
do conflito em oposição às necessidades orga-
acompanham ento terapêutico e os workshops - entre ou tras tras m odali odalidades de intervenção intervenção
nísmicas, nísmicas, alie alienando nando ou suprimindo suprimindo o desejo.
mina um a personalidade megrada ou neurótica neu rótica
conflitos com o meio, identifica-se com a parte
- são menos repetições estruturadas estruturadas com com
Para evitar conflitos conflitos - para perma per manec necer er
base no passado e mais ajustamentos “cria
dentro dos limites da sociedade ou de
dos” no aqui e agora da sessão. A criação é o
outras unidades
ingrediente intencional de acordo com o qual as partes envolvidas, venham elas ou não do
aquelas aquelas partes de sua persona lidade que levariam a conflitos com 0 meio am
passado, assumem uma configuração única,
biente. biente. [...] Se há uma cisão na persona perso na
form form ando uma total totalidade idade autêntica autêntica - whole,
lidade (por exemplo, entre consciência
na term term inologia nologia de PH G ( 19 5 1, p. 4 1).
e instintos), 0 ego pode ser hostil em re
Marcos José e Rosane Lorena Müller-Granzotto
indivíduo aliena
0
lação ao instinto e amigável em relação à consciência (inibição), ou vice-versa
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(desafio). (Pe rls, 200 2, p. 220)
E. ( 1900-1901). Investigaciones lógicas. V II. Trad. Trad. José Gaos. 2. ed. Madri: Alianza, [s.d.].
H u s s er er l ,
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________ . (1913).
titui-se na identificação do indivíduo com suas
de Janeiro: Zahar, Zahar , 1981.
Ideas relativas a una fenomenologia pura
e una filosofia fenomenológica I. Trad.
José Gaos. 3. ed. México: Fondo de Cultura Econômica, 1986 . R.; G o o d m a n , R (1951). Summu s, 1997. terapia. São Paulp: Summus,
Pe r l s ,
F S.;
H e f f e r u n e,
Gestalt-
DICIO NÁRIO
O processo terapêutico, nesse caso, cons necessidades reais, o que se dá ao assumir a responsabilidade pelo uso de seu sistema sensoriomotor para evitar o contato com as em oções indesejáveis indesejáveis..
DE GESTALT-TERAPIA
Outra referência ao conceito de conflito
emergência de uma figura seguinte
aparece no iivro de PHG (1951). Neste, os au
nítida e vivida. Os excitamentos con
tores referem -se aos con flit flitos os internos de uma
flita fli tant ntes es sempre sem pre tornam torn am dom inantes ina ntes
pessoa podendo ser introjetos de conflitos do meio. Dada à impossibilidade de isolar partes
figura fig urass alternativa altern ativas. s. A tentativa tentati va de
do campo indivíduo/meio, a distinção entre
fu n d o está movim mo vim entad ent ado, o, par p ar a prosse pros se
conflitos internos e externos não é exata.
guir gu ir e chegar che gar a um a solução solu ção fác f ác il [...]
unificar uma única figura quando o
Por exemplo, exemplo, na m edida em que uma
- semelhante tentativa devera resul tar numa Gestalt débil, à qual faltará
criança criança ainda ainda não fica em pé por con
energia. Ao contrário, se o escolhido fo r
ta própria, separada do cam po crian-
o próprio conflito, então a figura será
ça/pais - ela ainda está está mamando,
excitante e cheia de energia, mas esta
aprendendo aprendendo a falar, falar, ainda e economi
rá cheia de destruição e sofrimento. sofrimento.
camente dependente etc. (...]
não nã o
Todo Todo conflito conflito é fundam entalmente entalmen te um
tem sentido falar de distúrbios neu
conflito nas premissas da ação, um
róticos (inanição inconsciente, hos
conflito entre necessidades, desejos,
tilidade, privação de contato) como
fascínio fasc ínios, s, imagens imag ens de si próprio pró prio,, ob
estando dentro da pele ou da psique
jetivo jeti voss alucin alu cinado ados; s; e a fun f un ção çã o do self
de qualquer indivíduo. Os distúrbios
é atravessar esse conflito, sofrer per
estão no campo; é verdade que eles
das, mudar e alterar o que está dado.
derivam dos “conflitos internos” dos
(PH G , 1977, 1977, p. 216) 216)
pais, pai s, e result r esultarão arão,, post p osteri erior orme mente nte,, em conflit conflitos os introjetados introjetados no filho ou filha
A neurose é conceituada como a pacifica
à medida que estes estes se tornem tornem indep en
ção prematura dos conflitos, constituindo-se
dentes. Porém sua essência na relação sentida e perturbada é irredutível às
na tentativa de evitá-lòs, impedindo a solução criativa criativa e a utilização utilização da função de auto-regula
partes. par tes. Desse mo do, do , a criança cria nça e os pa is
ção organísmica organísmica e crescimen to do self.
têm de ser considerados juntamente.
(P H G , 1977, 1977, p. 161) 161)
No momento de conflito e desespero extremos, o organismo responde com
Uma vez que o conflito tem uma função de auto-regulação, prestando-se atenção ao
o mecanismo de supressão, de manei
conflito, permite-se que o ajustamento criativo e a auto-regul auto-regulação ação organísmica prom ovam , es
mais comumente com o sentimento
pontaneamente, uma nova configuração, inte
tro método de repressão temporária.
grando tais experiências ao self, ampliando-o.
(P H G , 1977, 1977, p. 167) 167)
\ Õ conflito é uma perturbação da ho mogeneidade do fundo e impede a
ra impressionante, com o desmaio, e embotado, a paralisia ou algum ou
Todavia, como o mecanismo de supres são implica algum modo de imobilização do
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E RA P I A
organismo, o conflito retoma, e o sofrimento emocional impele o indivíduo para a busca de uma solução. Podemos encontrar outras referências so bre o conceito de "conflito" no livro E proceso creativo creativo en Ia terapia guestáltica bem com o, indi indi
retamente, nos mais diversos textos a e G estaltestaltterapia associados ao conceito de polaridades. Uma boa teoria do conflito inclui inclui tan to o conflito intrapessoal como o inter inter pessoal. pesso al. Parte da noção noç ão de qu e o in divíduo e um conglomerado de forças polares, pola res, todas tod as as qua q uais is se interçeptam interç eptam , po rém ré m não nã o necessa nec essariam riam ente ent e no centro. Podem os dar como exemp lo supersimsupersim-
CONFLUÊNCIA
Termo utilizado por Wertheimer, teórico da psicologia da Gestalt, para explicar o fe nômeno phi e, posteriormente, incorporado à Gestalt-terapia por seu fundador, Frederick Perls. Inicialmente, em seu livro EFA (1947), ele se re fere à con fluência para designar, designar, basea do em sua teoria do metabolismo mental, a “fusão” do leite na boca do íactente, denotan do a ausência de limites do Eu. “Tenho usado o term o confluência desde 194 0. N ão creio que ele tenha entrado na psiquiatria. Como palavra, é-fifcíl entender; como termo não é nem um pouco fácil. E uma das categorias do nada" (Perls, 1979, p. 140).
plifica pli fica do o de uma um a pesso pe ssoaa que qu e contém conté m
I "Confluên "Co nfluência cia signif signific icaa a não -existência -existência ou a
a qualidade de bonda de e também também sua
não-consc não -consciência iência de fronteiras" (Pe (Pe rls, 197 7, p.
polar po lar ida de, de , ou seja, a cruelda cru eldade, de, e a
93). ‘A confluência é a condição de não-con-
característica de dureza e sua polari
tato” (Perls, 199 7, p. p . 252 ) - trata-se trata-se de um
dade, isto é, a ternura. (Zinker, 1977,
vazio estéril, experienciado como nada, dife
p. 158; tradução nossa)
rente do vazio fértil que é experienciado como algo algo em ergindoj A disti distinção nção entre confluêndas confluêndas
Eliane de Oliveira Farah
fome e agressão. agressão. São
Paulo: Sum-
mus, 2002. Per
u
, F
S.;
H ef f er u n e , R.; G o o d m a n , R
terapia. São
são potencialmente contatáveis [...] e as últi mas não podem ser contatadas devido à re
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PERLS, E S. ( 1947 ). Ego, Ego,
saudáveis e as neuróticas é que as primeiras
(1951).
pressão" (Perls, 197 7, p. 25 2). P or repressão, PHG (1997, p. 235) entendem o “processo
Gestalt-
Paulo: Paulo: Summus. 1977 .
Z ink er , J. EJ proceso creativo en Ia terapia guestáltica. Bue
nos Aire s: Paidós, 1977 .
de e squecimen to da inibição inibição deliberada que se tomou habitual”; na verdade, aprende-se e se esquece como se aprende. Fronteira pressupõe contato. E contato
VERBETES RELACIONADOS
A|ustamento criativo, Auto-regulação organísmica. Confi guração, Contato, Emoções, Rgura e fundo, Necessida des, Neurose, Organismo, Sistema sensonomotor, Self
requer consciência. A consciência é o oposto da confluência, na medida em que a primeira requer uma figura de contato que propicia a di ferenciação. ferenc iação. A co nfluência se inicia inicia mediante a dissolução dessa fronteira de relação figura/fun do qu e, por po r sua sua vez, ve z, possibi p ossibililita ta as aquisições, os hábitos, isto é, a constituição do fundo. Portan
DIC IONÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
, para Perl
19 9 7, p. 25 2)
odos os hábit hábit
de segurança básica que dificilmente se tomam
to, to , para Perls Perls ( 19 9 7, p. 25 2), 2) , "todos "todos os hábit hábitos os
de segurança básica que dificilmente se tomam
e aprendizados são confluentes". confluentes". N a sequência
conscientes, no entanto funcionam como fun dos para os planos de fundo. A confl con fluência, uência, des
de formação figura e fundo do processo de
sa forma, “surge para garantir a continuidade da
estabelecimento de contato, mais predsamente entre as fases do pós-contato e pré-conta-
experiência, exp eriência, prolongando prolongando o apego, a pe rtinência rtinência
to subsequente, há um vazio, identificado por
ou o vínculo. vínculo. O que era e ra novo [ ...] foi assi assimil milado ado
Perls como o “vazio fértil", análogo à “indiferen
e retomado para constituir o plano de fundo de
ça criativa” de Friedlànder, e é exatamente onde a confluência alcança sua maior intensidade.
um contato contato posterior” po sterior” (Robine, (Rob ine, 20 06, 06 , p. 102 ).
“Neste momento, opera-se uma confluência
Goodman Goodm an distingue distingue assim assim a confluência confluência sadia sadia,, na qual o plano d e fundo fund o pode novamente ser mobilizado e se transfor transfor mar em primeiro plano, da confluência patológica, patológ ica, na qual qu al o fund fu ndoo perma per mane nece ce como fund fu ndoo p or me meio io d e fixação fixa ção.. (Goo (Goo d
saudável, um momento de dissolução da fron teira de contato organismo/ambiente, já que o movimento impulsivo do contato encontra aqui sua plena realização ao encontrar o objeto es colhido. E um momento de unidade da figura e do fundo" (Robine, 2006, p, 65) e de onde
m an in Ro bine, 2006, p. 103)
poderá em ergir uma nova experiência. experiência. Com uma compreensão mais relacionai do
O pós-contato é a conseqüência conseqüência do con tato, isto é, o crescimento. Essa assimi lação, que pressupõe distanciamento e retração, pode ser interrompida, de novo, pela confluência que busca evitar a separação, que busca manter o orgasmo do d o contato pleno como se não hou vesse um refluxo, uma reconstrução da front fro nteir eiraa depo d epois is de ter te r sido tem t empor porari aria a mente abolida, e recusa a retração, isto é, a temporalidade do contato. [...] É essaa confluência que encontramos des ess des de a origem da construção da Gestalt seguinte: a recusa em destruir a Gestalt (Ibide m , p. 66) preceden prece dente. te. (Ibide
termo, Miriam e Erving Polster, em Gestalt-terareferem-se à con con pia integra integrada da ( 1979 , p. 95 ), referem-se fluência como um “fantasma perseguido pelas pessoas que desejam reduzir as diferenças para m oderar a experiência e xperiência perturbadora da novida novida de e da alteridade". Segundo eles, as relações tipicam tipicamente ente regidas regidas pór esse m ecanismo são es tabelecidas tabelecidas “entre duas pessoas que concordam em não discordar”, embora, freqüentemente, uma das partes ignore as bases que regem o contrato dessa relação. Muitas vezes, concor rem para os relacionamentos confluentes mari do e mulher, pai e filho, chefe e subordinado. Os autores acrescentam que “a culpa é um dos principais sinais de que a confluência foi pertur bada” (Polster; (Po lster; Polster, 19 7 9 , p. 10 6 ), e a outra
N a obra de PH G ( 1997 , p. 252), os auto auto
pessoa “que sente que houve uma transgressão
res ressaltam que )áreas imensas de confluência
contra si experiencia uma justa indignação e um
relativamente permanente são indispensáveis
ressentimento” (Polster; Polster, 1979, p. 107).
como fundo subjacente e inconsciente dos fun dos conscientes da experiência”. São os fundos
Recomendam, como antídoto à confluência, o contato, a diferenciação diferenciação e a articul articulação. ação. E impor impo r
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E R A P IA
UJNt-LUfcNUA
tante ressaltar que é a dissolução da relação figura/fundo, e não da relação sujeito/objeto, que principia o fenômeno da confluência. No livro Gestalt: uma terapia do contato
Pe r l s , E S. (1947). Ego. fome e agressão. São Paulo: Surri-
mus, 2002.
_______ _. Escarafunchando Fritz: dentro e Summus , 1979. 97 9. lixo. São Paulo: Summus,
fora da lata de
(1995), os autores dão uma contribuição à
________ . Gestalt-terapia 1977.
prática prática do G estait-t estait-terapeu erapeu ta, dizendo :
Pe r l s , F S.: H e f f e r l i n e, R.; G o o d m a n , P Gestalt-terapia.
explicada. São
Paulo: Summus,
São Paulo: Paulo: Summus, Summus , 1997. 99 7. Po l s t e r , E.; Ro l s t e r , M. Gestalt-te: Gestalt-te: :aa integr integrada. ada. Belo
A atitu at itu de terapê ter apêut utica ica consis con sistirá tirá es peci pe cial alm m en te em tr abal ab alha ha r nas fr o n teiras do self, no “ território ” de cada um, com sua especificidade, com os limites temporais, com a fluidez das relações (alternância de contatos e rompimentos). Isso implicará um cli
Horizonte: Interlivros, 1979. j.-M . O self desdobrado. Ro b in desdobrado. São Paulo: Summus, in e . j.-M. 2006. VERBETES RELACIONADOS
Consciência, Contato. Experiência, figura e funde funde Ge s talt-terapia, Hábito, Indiferença criativa, Mudança, Vazio fértil.
ma de confiança e de segurança sufi ciente, autorizando o “confluente” a se emancipar sem o tem or de se sentir sentir abandonado ou dissolvido. (Ginger;
CONSCIÊNCIA
No livro de PHG (1951), os autores
G inger, 1995, p. 133)
concebem a fenomenologia, fundamentação
Em outras palavras, onde não há nenhuma
filosófica da Gestalt-terapia, como método de investigação do mundo externo, apontan
necessidade necessidade ou possibil possibilidade idade de m udança é que
do-a como a única forma de conhecer como
estamos em confluência, e, para denunciar sua
este mundo se apresenta à consciência. Tam
existência, Perls compôs a célebre oração da
bém nos dizem: “a perspectiva gestáltica é a
Gestalt, fato que lhe rendeu inúmeras críticas:
abordagem original, não deturpada e natural da vida; isto é, do pensar, agir e sentir do ho
Eu faç o minhas coisas, coisas, você fa z as suas. suas.
mem" (PHG, 1997, p. 32).
Não estou neste mundo para viver de Encontramos uma inconsistência es
acordo com suas expectativas. expectativas. Você não está neste mundo p ara ar a viver
pant pa ntos osaa qu an do ten tam os fa z e r com
de acordo com as minhas.
que o paciente se torne consciente dos
Você é você, e eu sou eu.
meios pelos quais ele suprime. Desco
Se po r acaso nos encontramo s, é lindo. lindo.
brimos qu e está consciente e orgulhoso
Se não, nada há afaze r. (1977, p. 17)
quando usa muitas das suas energias
Gladys D'Acri
contra si próprio, mas percebemos também que ele é, em geral, incapaz
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
de renunciar ao seu autocontrole. Ele
G inger , S,; G inger , A. Gestalt: uma terapia do contato.
esqueceu a maneira como se inibe, a
São Paulo: Paulo: Summus, Summus , 1995.
inibição tornou-se rotina, um com
DIC ION ÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
port po rtam am ento en to padr pa dron oniza izado do,, não nã o tem
possuímos. De nossa experiência consciente
mais consciência de como reprimiu.
podemos olhar para o resto da existência e
(PH G , 1997, 1997, p. 35)
supo r que que há vários vários graus de tomada de cons
“A rotina rotina precisa se se torn ar um a ne cessi
ciência em rodas as coisas. "Ibrnar-se presente, consciência ou excitamento são experiências
dade consciente, novi e excitante para que
similares". Ainda Perls nos diz: “Nada jamais
recobre a habilidade ae lidar com situações
m orre ou ou aesaparece nos do m írios rios da cons cons
99 7 p. 36). “Todo con inacabadas" (P H G , I 997 tato é ajustamento criativo do organismo e
ciência, o que não é vivi vivido do aqui, c. to consci ência, é vivido lá como tensão muscular, emo
ambiente. Resposta consciente no campo
ções incom preensíveis, preensíveis, percepç ão dos outros outros
(como orientação e como manipulação)"
e assi assim m po. jian te .' N ada desap arece, mas é
(PH G , 1997, p. p. 4 5 ). ‘A ‘A consciência consciência não não tem de encontrar o problema; mais exatamente,
deslocado e desarranjado" (Perls in Stevens 197 7, p. 101). “N a unidade da con sciência sciência a
ela é igual ao problema. A consciência es
divisão dentro de si desaparece, assim como
pontânea da necessidade dominante e sua
desaparece a divisão entre o eu e os outros,
organização das funções de contato é a for
entre o eu e o resto do mundo” (Perls in Ste
ma psicológica da auto-regulação organísmica” (PH G , 1997, p. 84 ).
vens, 1977, p. 105). Para Para Latner (apud Pe rls, rls, 199 4, p. 7 0 ), “es
D e acordo acordo com Perl Perls ( 19 9 7 ), só só há uma
tar consciente é ser responsável, seria captar
consciência: o presente. A consciência por sua vez é a experiência do que neste mo
nossa existênci existênciaa tal tal com o se apresenta. A cons
,
mento está à nossa frente. No enfoque ges-
ciência é a experiência do que no momento está à nossa frente, só há uma consciência, o
táltico, evita-se a dicotomia entre consciente
presente”. Em citação sobre Perls neste mes
e inconsciente, o especular sobre o que não
mo livro, lê-se: "Estou seguro de que algum
está está presente. presente. O qu e em erge erge neste mom en to é realmente o que sucede na interação
dia descobriremos que a consciência é uma propriedade do universo: extensão, duração,
entre passado e futuro. E necessário refle
consciência” (apud Perls, 1994, p. 26).
tir sobre o cotidiano, para que se revele a
De acordo com Faga Fagann ( 198 0), o que nos
existência existência de uma con sciênc sciênc ia. O mundo e o sujei sujeito to revel revelam am -se -se reciprocam ente. O m un
permite compreender o agora é a seqüência de conscientização, isto é, a descoberta e a
do é criado de acordo com as necessidades
tomada plena de consciência de cada expe
da pessoa, é organizado à medida que vive. Quando está interessada, a pessoa se torna
riência real e concreta. A conscientização é o eu todo, cônscio daquilo a que o organismo
consciente do que está ocorrendo, já que
se aplica; é concentração espontânea naquilo
isso é parte do processo de descoberta e in
que é excitante excitante e de interesse. A conscientiza conscientiza
venção que consiste na adaptação criativa do
ção refere-se refere-se à e xp eriência imediata mediata e d esen
organi organismo smo com o m eio. eio. Para Perls Perls (in (in Steven s, 19 77, 77 , p. 10 0):
volve-se pela transação organismo/ambiente, que inclui pensamento e sentimento e baseia-
“N ós somo s a tomada de con sciência sciência e não a
se na percepção atual da sit situação uação c orren te.
D I C I O N Á R I O D E G E S TA L T -T E RA P I A
Para Para Baumg ardner ( 19 8 2), a realidade realidade é a
A consciência é subjetiva, mas o desdo
tomada de consciência da experiência que se
bramento da consciência, sobre si mesma,
processa, o tocar, o mover, o fazer real. O
permite ao sujeito tratar-se objetivamente.
ponto de partida fundamental da consciência é que só um fenôm fenôm eno pode ocup ar o p rim rim eiro eiro
A consciência em sua complexidade parado xal é ao mesmo tempo “sempre subjetiva e
plano plano de cada ve z. Merleau-Ponty (1996. p. 296) tratou do
objetivante, distante e Interior, estranha e ín tima, periférica e central, epifenomenal e es
tema da consciência e pontuou: “Quando se
sencial”. “A consciência pode imediatamente
trata da consciência, só posso formar uma
desdobrar-se em consciência da consciência, e pode, portanto, considerar-se também um
noção reportando-me primeiramente a esta consciência que eu sou, e particularmente particularmente não devo em primeiro lugar definir os sentimen
metaponto de vista permanecendo embora ela mesm a" (M orin, 199 6 , p. 178 ).
tos, mas retomar contato com a sensorialidade que vivo no interior". Complementando
Segundo Goswami (2006, p. 84), “numa visão de mundo Paseada no pnmado da cons
essa noção, ele (1996, p. 445) também dis
ciência ( consciousness ), o inconsciente é um
se: “A razão me torn a prese nte aqui e agora agora
equívoco terminológico, porque a consciência
e presente alhures e sempre, ausente daqui
está sempre presente. A percepção (owore-
e de agora e ausente de qualquer lugar e de
ness) surge de um co lapso qu ântico". Ainda se
qualquer tem po . Essa ambiguidade ambiguidade não é uma
gundo gundo Gosw am i (20 0 0, p . 3 18 ): “Con “Con sciênci sciênciaa
imperfeição imperfeição da con sciência ou da e xistência, xistência, é
é fundamento do ser que se manifesta como
sua definição” definição” . Na atualidade, diversos autores refletiram
o sujeito que escolhe, e experimenta o que escolhe, ao produzir o colapso auto-referen-
sobre o papel da consciência, como Wolf
cial da função de onda quântica em presença
(2001), Damásio (2000) etc. Entre estes, po demos destacar Morin (1996, p. 178), para
da percepç percepção ão do cérebro-m ente”.
quem a consciência é
em con sciência sciência é preciso preciso acrescen tar: quem quem
Para Heidegger (1997), quando se fala é interpelado por ela? Manifestamente seria
o produto produto e a produtora de uma reflerefle-
o próprio Dasein (significa “ser o aí", refe
xão; o termo reflexão pode ser consi-
re-se ao ser humano, aberto a si mesmo, e
derado em um sentido análogo ao do
aos demais seres humanos). Essa chamada
espelho ou da lente, mas, ao nível do
alcança o Dasein nessa compreensão coti
espírito espírito,, a reflexão é muito diferen te de um jogo ótico; é o retorno do espírito
diana de si mesmo; ele já tem de sempre ocupar-se (das coisas do mundo). Ele mes
sobre si mesmo através da linguagem;
mo está ocupado com os outros. A consci
este retorno do espírito permite um
ência é uma intimação a si mesmo, ao seu
pen same sa ment ntoo do pens pe nsam am ento en to capa ca pazz de
poder-ser-si-mesmo e, por isso, um chamar
retroagir sobre o pensamento, e per-
ao Dasein para suas possibilidades. A cons
mite correlativamente correlativamente um pensa men -
ciência chama ao si-mesmo do Dasein para
to de si capaz de retroagir sobre si. si.
sair de sua perda no mundo.
D I C I O N Á R I O D E G E S TA I T - T E R A P IA
Segundo Segundo Heidegger ( 199 7, p. 298 ): “Uma
termo como sinônimo da expressão “dar-se
chamada no vazio de que nada se queira é uma um a
conta”, ou então ao processo de “tomada
ficção existencialmente incompreensível".
de consciência”. No sentido literal do di cionário, conscientização é um processo de
Loeci Maria Pagano Galli
conscienti conscientizarzar-se se com o “[...] tom ar consciên consciên REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
cia cia de, te r noção ou idéia idéia de [ ...] ” (H (H olland olland a,
Baumgar dner , R Terapia Gestalt. México: Concepto, 1982.
1975, p. 367).
D amásio . A. 0 mistério mistério da c onsciência. São Paulo: Compa
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de Janeiro: Zahar, i 980.
N o lilivro de P H G , de 1951, encontra mos: “[...] o que se denomina 'consciência' parece ser um tipo especial de awareness.
G oswami , A. 0 médico quântico. quântico. São Pauio: Cultnx, 2006.
uma função-contato e, que há dificuldades e
Janeiro: Rosa ________ . O universo universo autoconsc iente. . .o de Janeiro: dos Ventos, Ventos, 2000 .
demoras de ajustamento. [,..] Todo contato
H eidegger , M. Serytiempo. Chile: Universitária, 1997. La t n e r , J. Fundamentos de Ia Gestalt. Santiago do Chile:
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St e v e n s , J. O. (org.). Isto é Gestalt. São Paulo: Summus,
1977.
orientação e como manipulação) é o instru mento de crescimento no campo” (1997, p. distinção entre estar consciente de algo e a própria awareness. Perls, na obra A abordagem gestáItlca e testemunha ocular da terapia (1981, p. 77),
faz uma ressalva fundamental para a com
W o l f , E A. A con exã o en tre me nte e ma téri a. Um a nova alquimia da Ciência do Espírito.
biente. Resposta consciente no campo (como
44-5). Portanto, há nessa perspectiva uma
Mo r i n , E. Método III. O conhecimento do conhecimento / I . Lisboa:
é ajustamento criativo do organismo e am
São Paulo: Cultrix,
2001.
preensão do conceito de conscientização: “O con scientizar-se scientizar-se forn ece algo algo mais ao consciente. [...] N.ão se trata de conscien te - que é puramente m ental ental - como se a
VERBETES RELACIONADOS
Ajustamento criativo, Auto-regulação organísmica, Con tato, Excitação/excitamento, Experiência, Fenomenologia, Função e disfunção de contato, Gestalt-terapia, Necessi dades, Presente, Teoria de campo
experiência fosse investigada somente atra vés da mente e das palavras". Esse sentido atribuído ao termo por Perls é próximo do entendimento do que é a própria awareness, ou seja, há distinção entre o processo de
CONSCIENTIZAÇÃO, DAR-SE CONTA, TOMADA DE CONSCIÊNCIA
O term o “conscientização" “conscientização" ge ra algumas algumas confusões em função da dubiedade de seus
conscientização e o sentido de estar cons ciente de algo apenas mentalmente. Em sua autobiografia, Perls (1979, p. 88) descreve a proposta da Gestalt-terapia:
sentidos. Alguns autores se utilizam dessa pa lavra como uma form form a de tradução tradução de awareness, um dos conceitos mais importantes
pont po ntoo central da minh mi nhaa abordagem abord agem,,
para a Gestalt-terapia. Outros se referem ao
reconhecendo que a fenomenolo-
Eu fiz da tomada da consciência o
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - TE TE R A P I A
gia gi a é o pass pa ssoo básico bás ico no sentido sen tido de
sona, possibilitando uma vivência de integra
sabermos tudo que é possível saber.
ção. Spangenberg (2004, p, 99), referindo-se ao sentido da palavra awareness, diz: “Signi
Sem consciência nada há. Sem consciência há vazio. ab ord agem ag em ge stál st áltic tic a e testemu Em A abord
fica algo assim como estado de alerta, des pertar, pertar, consciência consciência [. ..] . Foi tradu tradu zida zida com o o 'dar-se conta’, o ‘estar presente’, querendo
nha ocular da terapia (1981, p. 77), Perls dá
recuperar sua qualidade ativa e focalizadora
destaque à importância de uma percepção mais ampla da situação por parte do cara-
[...]”. Ele afirma: “Não podemos atuar sobre o que não nos damos coma: e o m ero fat fato o
peuta. de modo que este “[...] possa
de fazê-lo (de dar-nos conta), lá é transfor mador" (Spangenberg, 200 p. 102). Ainda segundo este autor:
servir
de meio que habilite o paciente a criar sua próp ria ria conscientização". conscientização". C increm ento da conscientização, por meio do processo t e
a
rapêutico, é destacado pois “[...] fornece ao
conta, a, mudando a for m a da O dar-se cont
paciente paciente a com preensão de suas próprias próprias ca
organ ização e foc aliz an do no “co “com m o”,
pacidades e habilidades, de seu equipamento
organiza organiza a experiência, experiência, perm ite o pri
sen sorial, m otor e intelectual" intelectual" (Pe rls, 1981, p. 77 ). A o de screv er um trabal trabalho ho feito feito com o
meiro “insight” insight” do paciente, liberta n do-o de sua condenação à repetição
uso da técnica de hot seat, diz que trabalhar
do abandono, mas deixa ainda intac
fenom enologicam enologicam ente “[...] signif signifiica trabalhar trabalhar
ta a experiência de ‘fechamento” de
na conscientização do processo que ocorre” (Perls, 1981, p. 138).
sua Gestalt Aberta. (Spangenberg, 2004, p. 49)
Segundo as palavras de Perls em Gestaltbases sob re as quais a Ge stalt-terap stalt-terap ia caminha: aqui e com o. [ ...] Tudo está baseado baseado na tom a
E importante compreender a conscienti zação como uma forma de “consciência em ação”, ou seja, dar-se conta de algo nunca é
da de consciência. A tomada de consciência é
um processo dissociado de uma ação. Cons
a única base do conhecimento, comunicação,
ciência3 e ação formam um binômio insepa rável. A tomada de consciência só acontece
terapia explicada (1977): “Estas são as duas
e assim assim po r diante”. Co ntinua ntinua ndo , ele fala fala so bre a "tomada de consciência real": "Enfatizem o como - como vocês se comporta comportam m agor agora,
quando há o contato com o como eu me ex perimento no aqui e agora.
como estão sentados, como conversam, to
Patríci Patríciaa Uma U ma (Ticha)
dos os detalhes do que ocorre agora” (Perls, 1977, p. 69-70). Podemos compreender a conscientiza ção como um estado aware do ser no qual as emoções, os pensamentos e as sensações que ocorrem no contato deste com o meio são plenamente identificados de forma unís
3 Recomendo Recomendo a lei leitur turaa dos dos verbetes verbetes Aware ness e Consciên cia para mais informações sobre o processo de tomada de consciência e o papel da conscientização para o crescimento do ser humano.
D I C I O N Á R I O DE G E S T A L T -T E R A P I A
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
tame nto com relação relação a esta; esta; e rejeição rejeição da no
Ja H o l l a n q a , A. B. N ov o diàonáno Aurélio. Aurélio. I . ed. Rio de Ja
vidade inassim inassim ilável” ilável” (P H G , 1997 , p. 4 4 ). Por
neiro: No va Fronteira, Fronteira, 1975. 975 . Pê r l s , K A abo rda ge m ges tált ica e teste mun ha ocu lar da terapia. Rio
de janeiro: Zahar, 1981. 1981.
________ . Esccrafunchando 1979. ________ . Gestalt-terapia 1977.
Fhtz.
São Raulo: Summus,
essa afirmação pode-se ver que o contato é aigo dinâmico, ativo, e dependerá sempre de jm acord ac ord o en tre as partes pa rtes en voivida vo ividas. s. A d e mais. observa-se qud*o contato é seletivo: ele
Paulo: Summus.
“esco lhe” o que deve se r assi assim m ilado*Percebe-
Pe r l s , F S.; H ef f e r l i n e, R.; G o o d m a n , R (1951). Gestalt-
se ainda que o que é assimilado é aigo novo para o organismo. Outro trecho do livro cor
terapia. São
explicada. São
Paulo: Summus, 1997.
ber g , A. Terapia gestáltica e a imersão da queda. Sr a n g e n be
robora o que foi dito anteriormente: “[...] o contato não pode aceitar a novidade de forma , G jiva jiva ou o u m eram ente se ajustar a ela, oor-
Campinas: Livro Pleno. 2004. VERBETES RELACIONADOS
:e a novidade tem de ser assimilada. Iodo
Ajustamento criativo, Aqui e agora. Awonsness, Teoria Organísmic ganísmica, a, Consciência, Consciên cia, Contato, Gestalt-ter Gestalt-terapia, apia, Hot seot
contato é ajustamento criativo do organismo e ambiente” ambiente” (PH G , 199 7, p. 44 -5). O ato ato de contatar envolve semp re a per cepção clara da sit situação. uação. “O que é difuso, difuso, sem
CONTATO
O uso corriqueiro da palavra “contato", em diferentes contextos, incorre no risco da
pre o mesmo, ou indiferente, não é objeto de contato” (PH (P H G , 199 7 , p. 4 4 ). O contato se fez fez na diferença. Trata-se da negociação entre duas
supe rsim rsim plificação plificação de seu signif signifiicado. O em
partes diferentes que se fundem para poste
prego prego irrefleti rrefletido do do term o tem sido sido o bjeto bjeto
riormente se transformar. Assim é que “con
de polêmicas e controvérsias entre terapeu
tato, o trabalho que resulta em assimilação e crescimento, é a formação de uma figura de
tas gestaltistas. Para a Gestalt-terapia, ele é muito importante e apresenta dimensões particulares coerentes com o escopo teórico
interesse contra urp 'fundo ou contexto do camp o organismo/am organismo/ambient biente” e” (P H G , 199 7, p.
da abordagem.
45). Essa definição evidencia mais uma vez a
Á palavra “co ntato” ntato ” tem sido sido utilizada utilizada para definir cAintercâmbio entre o indivíduo e o
em ergência da novidade, da criação.
am biente biente que o circun circun da den tro tro de um a visão visão
O contato contato sem pre oco rre num limite limite denominado fronteira de contato. A frontei
de totalidade, visto que organismo e meio são
ra une e separa tomando-se mais ou menos
um todo indivisível*Contato, desse modo, re
permeávei, e, dessa forma, favorece, dificulta
fere-se aos cidos de encontros e retiradas no
ou impede o contato.
campo organismo/meio. No livro de PHG (1951), marco inicial
O contato contato é um todo processual. processual. PH G apontam para quatro feses principais no pro
da abordagem ge.stáltica como uma verten
cesso de contato: pré-contato (fese na qual a
te psicológica e psicoterapêutica, os autores explicam que: “Primordialmente o contato é
sensação corporal tom a-se figura); figura); con tato tato (na qual se destaca a ação do organismo no am
da novidade assimilável e compor
biente); contato contato final final (m (m om ento em que a troca
awareness
D I C I O N Á R I O DE DE G E S T A L T - T E R A P I A
ocorre pela flexibilização ou perda temporária
Em obra recente, Ribeiro (2006, p. 93) reafirma a relevância e a força transformadora
das fronteiras); e pós-contato (fase da assimila ção do novo , a qual qual ffavorece avorece o crescim crescim ento). O casal casal Polster ( 197 3), da segunda gera ção de G estalt-t estalt-terapeutas, erapeutas, tra z um a contribui contribui
ção com o mundo. Para eles. o contato como
do contato expressando-se assim: "O contato inclui a experiência consciente do aqui-agora, envolve um a sensa sensação ção dara de estar em , de estar com, de estar para e cria algo diferente do sujeito e do objeto (pessoa ou coisa) com a qual está está em relação".
um todo, com a sua polaricade (isolamento),
Teresinha Mello da Siiveira
ção significativa para conceituar contato, bem como para para com com preender o homem em rel rela
é a função que faz a síntese da necessidade de união união e sepa ração.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS
R.; G o o d m a n , R (1951). terapia. São Paulo: Paulo: Summus, 1997 .
Per l s ,
Ele Ele só po de acontecer entre seres seres se pa
er , M. (1973). E.; Po l s t er São Paulo: Summus, 2001.
Gestait-
Gestalt-terapia integrada.
Ribeir ibeir o , J. R Vade-mécum de Gestalt-terapia: conceitos bá
sicos. São
na união. No momento da união, o senso mais pleno que um indivíduo
H ef f e r l i n e,
Pò l s t e r ,
rados, que precisam ser independentes e sempre se arriscam a ser capturados capturados
E S.;
Z inker , J.
Paulo: Summus, 2006.
C. ( 1994). A bu sc a d a el eg ân cia e m
ps ico te ra pia :
uma abordagem com casais e sistemas íntimos.
tem de si mesmo é movido rapida
São
Paulo: Summus, 2001. \
mente para uma nova criação. (Pols VERBETES RELACIONADOS
ter; Po lster, lster, 200 1, p. 11 2) Segundo eles, o contato é o meio para a pessoa mudar e para mudar a experiência que tem do mundo. A mudança é o resulta do inevitável do contato, na medida em que oco rrem a assi assim m ilação do que é nutriti nutritivo vo e a rejeição do que é nocivo. Z ink er ( 19 9 4 ), discí discípulo pulo de Pe rls, rls, contribui contribui para a comp reensão do signifi significado cado do verb ete em questão quando diz: O contato é a consciência consciência da diferença (o “novo” ou o “diferen te”) te”) na front fro ntei ei ra entre organismo organismo e amb iente; é mar cado pela energia (excitação), maior presen pre sença ça ou aten at ençã çãoo e “intenc int encion ionalialidade” que medeia aquilo que cruza a fronteira e rejeita aquilo que não é assimilável. (Zink er, 2001, p. 97)
Ajustamento criativo, Assimilação, Contato, Crescimento, Figura e fundo, Fronteira de contato, Gestaft-terapia, Mu dança, Organismo, Polaridades, Totalidade
O CRESCIMENTO
No capítulo “Conflito e autoconquista” da obra de PH G ( 199 7), os autores autores denomina denomina ram de “desprendim “desprendim ento criati criativo vo " (p. 16 1) a po ssibil ssibiliidad ede.a-pessoaen tregar-se tregar-se à vivên cia da perda daquil daquilo que não lhe serv e mais e preencher-se com o que já já está está se to rnando. Som ente com base base na despedi despedida da advém a e x periência paradoxal da ampliação de recursos pessoais, a que podemos chamar de vivência de plenitude do crescimento. • O con trário trário da necessidade necessidade de vitória vitória é o “desprendimento criativo". Tentaremos descrever posteriormente essa atitude pecu liar do self espontâ espontâneo neo (Cap ítulo tulo X da obra
D I C I O N Á R I O D E G E S T AL T - T E R AP I A
o de P H G ). Aceitando seu interesse interesse e objeto e
/
Perl Perls descreveu descreveu cresci crescim m ento como a ex
exercendo a agressão, o homem criativamen
periência da ampliação de possibilidades exis
te imparcial excita-se com o conflito e cresce
tenciais. Em vá rios escritos, u tili tiliza za o term o
por meio deste; ganhe ou perca, ele não está
sem pre relacionando-o à fronteira de contato
apegado ao que po dería perde r, pois sabe que
e ao investimento agressivo do indivíduo no
está mudando e já se identifica com o que se
m eio eio externo , fazendo fazendo isso isso de m odo que ob
tomará (PH G , 1997, 1997, p. 1 6 1)°
tenha realização do novo ao ousar arriscar-se
N o C apítulo apítulo X , os autores retomam retomam o ter ter
àquilo que não está aí. \
mo “crescimento", focalizando-o no contexto do campo em que se situa o organismo, ou
f Contatar é, em geral, o crescimento do
seta, seta, a ênrase para a comp reensão do conceito
I organismo. Pelo contato queremos quer emos dizer / a obtenção de comida e sua ingestão,
de crescer pela ótica do âmbito relacionai. Ob servem os qu e os autores fri frisam sam a excitação e o conflito como sinal da energia indispensável ao processo de crescimento, enovelando-o com os conceitos de se/fe de contato.
conflito, comunicar, comunicar, perceber, aprender, locomover-se, a técnica e.em geral toda função fun ção que tenha de ser considerada consider ada primordi prim ordialm almente ente como com o acontecendo na fronteira, no campo organism o/am-
O campo como um todo tende a se
1997, p. 179) 179) \ biente. (P H G , 1997,
completar, a atingir o equilíbrio mais simples possível par a aquele nível de
Desapegando-se de respostas obsoletas,
campo. Contudo, já que as condições
o ser pode alcançar a integração, a qual vem
estão sempre mudando, o equilíbrio
acompanhada da sensação de completude.
par p arci cial al obtid ob tid o é semp se mp re inusita inu sitado; do;
Partes antes alienadas, quando reencontra
é preciso crescer para chegar a ele.
das, passa passam m a form yu m a nova config configura uração, ção,
Um organismo preserva-se somente
fechando uma Gestalt, trazendo um novo
pel p eloo crescimento®A crescimen to®A autop aut opres reserv ervaçã açãoo
sentido à existência, abrindo, portanto, uma
e o crescimento são pólos, porque é somente o que se preserva que pode
nova Ge stalt. stalt. Segundo Segundo Stevens ( 197 7, p. 24 ): -
“O potencial humano é diminuído tanto pelas pelas
crescer crescer pe la assimilação, assimilação, e é somente
ordens apropriadas da sociedade, como pelo
o que continuamente assimila a no
conflito interno”. Essa diminuição decorre da
vidade que pode se preservar e não
sensação de cisão, de fragmentação de par
degenerar. Desse modo, os materiais e
tes da personalidade. personalidade. Essa mesm a experiência
a energia do crescimento são: o esfor
propicia ao indivíduo a redução de recursos
ço conservativo do organismo de per manecer como é; o ambiente novo; a destruição de equilíbrios parciais an teriores e a assimilação de algo novo. 6 (P H G , 1997, 1997, p. 179) 179)
c:
para lidar com suas demandas e com as con
dições para satisfazê-las, redundando no apri-
sionamerr sionamerrto to aos aos chamados chamados “deveria-i “deveria-ismo smo s”.— s”.— Podemos afirmar, então, que çrescer-é-es-
ir cada ve z mais do seu próp rio rio tam tam anh o. As
DICI ONÁR IO
CRESCIMENTO
amar e fazer amor, agredir, entrar em
b l
DE GESTALT-TERAPIA
b l
CRESCIMENTO
sim, “integrando os opostos, tomamo-nos a
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
pessoa comp leta de novo" (in (in Stev en s, 197 7, p. 26). Segundo a perspectiva relacionai, o
Per l s , F S. i H ef f e r u n e, R.; G o o d m a n , F Gestalt-terapia.
São Raulo: Raulo: Summus, Summus , 1997. 99 7. St e v e n s , j.
conceito de crescimento passa pela noção de
O . (org,). (org ,). isto é
Gestalt. São
Paulo: Summus,
1977.
ampliação de possibilidades existenciais e, pa radoxalmente. o ser humano só cresce con
VERBETES RELACIONADOS
servando-se de acordo com sua inserção no contexto de mundo e por meio das relações das quais faz parte. Ficamos então com um le
Configuração, Conflito, Contato, Exdtaçau/exdtamento, Frontara de contato, Gestalt, Organismo, Self
gado de um conceito que é fluido, contínuo,
CURA (VER DOENÇA, SAÚDE E CURA)
e depende da ativação da criatividade nas es colhas colhas que fazemo fazemo s. Luciana Loyola Madeira Soares
I
4
y v
D I C I O N Á R I O D E G ES T A L T -T E R A P I A
d DAR-SE CONTA (VER CONSCIENTIZAÇÃO, DAR-SE CONTA, TOMADA DE CON SCIÊNCIA) SCIÊNCIA)
ras não apenas desse, m as de todos o s term term os da teonza ção e p rática rática em em psicoterapia. psicoterapia. Nesse contexto, com o auxílio da Gran
de enciclopédia Larousse Cultural, resta seguir delineando uma definição de diagnóstico no
DEFLEXÃO (VER (VER MECANISMOS NEURÓTICOS)
DESSENSIBILIZAÇÃO DESSENSIBILIZAÇÃO (VER (VER MECANIS MECANISMOS MOS NEU RÓTICO S)
campo cultural mais amplo da abordagem gestáltica:
Diagnóstico s.m. (Do gr. diagnostikos, hábil em discriminar.) 1. A arte
de conhecer as doenças pelos seus si nais e sintomas. (Sin. DLAGNOSE.)
DIAGNÓSTICO
[encicl.] [encicl.] - 2 . Identifica Identificação ção da natureza natureza de um problema, de uma dificuldade,
O term o “diagnóstico" “diagnóstico" não é explicita explicita
de um mal etc., pela interpretação de
mente definido nas primeiras publicações da
seus indícios exteriores. - 3. Conjunto
Gestalt-terapia; Gestalt-terapia; na ma ioria ioria delas, não é seq uer
de medidas e controles realizado para
mencionado. Apesar disso, seu sentido pode
determinar ou verificar as caracterís
ser depreendido de noções desenvolvidas
ticas técnicas de um sistema, a fim de
por Pe rls rls e seus contem porâneo s ao longo longo de
garan ga rantir tir a manu ma nuten tenção ção ou a melho me lhori riaa
praticam praticam ente todos os capítulos capítulos de suas ob ras,
...]. das instalações [ ...].
por exemplo "padrões de comportamento" e
adj. R elativo elativo ao diagnóstico.
“neuroses”, noções direta ou indiretamente
ENCICL. Med. O diagnóstico é o
associadas a definições tradicionais de “diag
tempo do ato médico que permi
nóstico” em psicoterapia, ou “equilíbrio orga-
te determinar a natureza da doença
nismo/meio” e "fluido processo de formação
observada e classificá-la num quadro
e destruição destruição de Gestalten”, noções renovado
nosológico. Distinguem-se o diagnós
tico tico clínico clínico,, estabelecido pe la conversa conversa
dronização. Se bem que diagnóstico
com o doente, seguida de exame físico
seja um termo mais comum, tem a
completo; o diagnóstico biológico, ba
desvantagem de provocar a analogia
seado nos resultados de análises labo
com o modelo médico e de sugerir
ratoriais, exames radiográficos etc.; o diagnóstico diferencial, que compara
que a finalid ade do processo processo é chegar a um rótulo específico específico..
os sintomas e sinais da moléstia em estudo com os de outras afecções afecçõe s seme sem e
A Gestait-terapia se adequa ao modelo
lhantes, eliminadas por um processo de dedução; e o diagnóstico etiológico,
do pensamento complexo, paradigma da pós-modernidade, que enfatiza a relação
que determina a causa causa da doença. doença.
dinâmica entre os fenômenos universais substituindo simples definições isoladas pelo
É com esse senti sentido do qu e o term o "diagnós "diagnós em geral, reproduzindo o ponto de vista da
delineamento de campos de sentido e de signif signifiicação que seguem se tran tran sform an do , local e globalmente, à medida que novos
m edicina edicina aiopática, aiopática, que sep ara a "doe nça" de
pontos lhes são acrescentados. E essa a
quem a vive, bem como "exterior” de “inte
perspectiva da seguinte seguinte re ferên cia a diagnós tico publicada na Revista de Gestalt, n. 2, do Instituto Sedes Sapientiae:
tico” atravessa a área da psicoterapia ocidental
rior”. Tal ponto de vista é norteado pelo mo delo de pensamento simplificado, paradigma da modernidade, que perpassa os quatro úl timos séculos da história das produções oci dentais, na qual se inscrevem, até hoje, todos
Assim com preend pre endoo o diagnó dia gnósti stico co em
os tipos de fragmentação e isolamento. Daí,
psicoter psic oterapi apia. a. Um sa be r atrav atr avés és da
talvez, a incomum incomum apli aplicação do term o “diag “diag
historicidade, do tempo e espaço onde
nóstico" na lit literatu eratura ra básica de G estait-terap ia,
individualidades se entrecruzam e
abordagem que propõe, desde seus primórdios, redefinições radicalmente críticas dessas
prosseguem prosse guem se dan d an do a conhecer. conhec er. Ain Ai n
formulações. Tal suposição é textualmente confirm confirm ada na década de 19 7 0 , no livro Ges-
meu cliente de dois, três anos, “através” atra vés”
talt-terapia: teoria, técnicas e aplicações (Fa-
segue vivendo; através da história que
gan, 1980, p. 124):
segue se dando entre nós. Diagnosti
Saber, “gnosis atr avéss de, “dia” di a”. “gnosis T atravé
da hoje me surpreendo surpreendo a mais saber de da história q ue ele segue m e contando,
car um ser humano no contexto da
O terapeuta é, sobretudo, um obser vador e construtor de padrões. Logo que é informado de um sintoma ou
psicot psi coter erap apia ia implica, imp lica, pois, pois , p a ra mim, mi m,
de um pedido de mudança e começa
prosseguir pros seguir (re)co (re )conh nhec ecen endo do-o -o a o longo
escutando e observando um pacien
de sua existência, através das relações
te, e respondendo-lhe, inicia-se um
que ele estabelece com e em seu mun
proces pro cesso so a que qu e m e refer ref erir irei ei com co m o p a
do. Através de sua relação comigo,
seguir acompanhando-o, renovando constantemente o d ele saber. Significa Significa
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T ER A P I A
rias clínicas da psicopatologia tradicional com as diversas fases do processo de formação e
através das relações que ele mantém com seus sujeitos e objetos, com os ob-
destruição destruição de Gestalten Gestalten (Burley, 198 7).
jetos jet os-suj sujeito eitoss e sujeitos suje itos-obje -objetos tos de seu com os quais interage nos tempos e es
Aqui e agora, em concordância com a abordagem abordagem gestálti gestáltica, ca, p ode-se fechar o verb e
paço pa çoss que qu e segue percorre perc orrendo. ndo. (Barro
te “diagnóstico”, abrindo-o: recriando, sempre,
so, 1992, p. 55-6)
sentidos.
dia-a-dia, com os eus, os tus, e os issos
Fátima Barroso
Cabe acrescentar à definição anterior a distinção de pelo menos dois níveis de diag nóstico:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
"Diagnóstic stico o em Gestait-teracia'. Comunica Ba r r o s o , F "Diagnó ção proferida em Ciclo de Debates do GT-Rio, Rio de Janeiro, 1995. 995 . (Manuscrito não publicado.)
[...] diagnóstico no sentido amplo, pro cesso continuo de construção conjunta
________ . “Dos bastidores de uma Gestait-terapeuta: re vendo a questão do diagnóstico em psicoterapia”. Revista de Gestalt, São Paulo, n. 2, 1992.
de conhecimento em campo, que não
Bu r l e y , T A Phenomenological th eory o f personality. personality. Pomo-
se atém a categorias preestabelecidas e acomp anha a singularidade singularidade do sujeit sujeitoo
na Valey Mental Health Center. Trad.
livre de Fátima Barroso, 1987 . (Manuscrito não publicado.) publicado.)
em relação, e diagnóstico no sentido
Fa g a n , J.; Shepher hepher d , I. L. Gestalt-terapia: teoria, técnicas e aplicações. Rio
restrito, processo específico que, frente
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a significativas significativas evidências de perd a de
pia". Revista de Gestalt, São Paulo, n. 1, 1991.
vitalidade, estreitamento da existên
Yo n t e f , G. “Gestalt therapy: clinicai phenomenology”.
cia, ou adoecimento conforme con
The G estalt Journal, Nova Nov a
York, v. II, n. 1, 1979. 97 9.
cebido no âmbito da Gestalt-terapia, VERBETES RELACIONADOS
po p o d e incluir inclu ir a corre cor relaçã laçãoo com hipóte hipó te
Contato, Doença, saúde e cura, Gestalt-terapia
ses clínicas descritas pela psiquiatria.
i
(Barroso, 1995) Gestalt-terapeutas de diferentes proce dências e áreas de interesse vêm atualizando suas próprias reflexões sobre diagnóstico por meio de teses de mestrado, de doutorado,
DIALÉTICA
Peris Peris ( 196 9) en tende a vinculação vinculação do pen samento diferencial de Friedlãnder à perspecti va da dialética. dialética. Cu ida, entretanto, en tretanto, de distingui distinguirr
de estudos estudos e publicações publicações de natureza diversa, qu er concebendo -o com com o aspecto aspecto de um pro
essa sua concepção de dialética de concep
cesso mais amplo de contato, com preensão e reorganização de Gestatten, “diagnóstico pro cessual” cessua l” (Frazã o, 1991 , p. 4 3 ), qu er aplican aplican
metendo-se especificamente às concepções
ções meramente especulativas e idealistas, re da dialética de Marx e Engels:
do-o como descrição e acompanhamento das
Minha Min ha intenção in tenção é traçar traça r uma distinção dis tinção
Gestalten produ zidas zidas no processo terapêutico terapêutico (Yontef, (Yontef, 197 9), q ue r correlacionando correlacionando catego catego
clara entre a dialética como um con
DICIO NÁRIO
ceito filosófico e a utilidade de certas
D E G ES T A L T - T ER A P I A
regras como as encontradas e aplicadas na filosofia de Hegel e M arx Estas Estas rere gras coincid co incid em apr oxi mada ma dame ment ntee com o que nós poderiamos chamar “pensamento difer d iferen encia cial” l”. Pessoalmente, Pessoalmente , sou
dialética da realidade, ligadas à totalidade da ra zão, como espírito universal. A versão hegeliana da dialéti dialética ca foi, foi, po r seu turno , reinterpretada reinterpretada por Kar Karii Marx ( 18 18 - 188 3), que manteve manteve o
da opinião de qu e em muitos muitos casos casos este este
método, mas se afastou do idealismo da fun damentação hegeliana. E definiu as bases histó
método é um meio apropriado para
ricas (materialistas) de sua dialética, as Dases de
atingir uma nova compreensão cientí fica , levando leva ndo a resultados em que qu e ouou -
seu materialismo histórico, fundadas essas na realidade histórica, da estrutura e da dinâmica
tros métodos intelectuais, por exemplo
históricas da sociedade, e das sociedades parti
o pensamento em termos de causa e
culares. Em espe cífico, cífico, das relações e "conflit "conflitos os de ciasses”. Marx desenvolve, de acordo com
efeito, fracassaram. (Pe rls, 2002, p. 45)
a dialética de seu materialismo histórico, uma A dialética é uma perspectiva, e metodo logia epistem epistem ológica e práxica, da filosofia filosofia e da
análise crítica do modo de produção do capital e da sociedade capitalista.
ciência ciência.. Rem onta a Sócrates Sócrates (470 -39 9 a .C .) e
Caractensticamente, a perspectiva dialéti
a Plat Platão ão (42 8 -3 4 8 a .C .). N a fil filosofia osofia cláss clássiica
ca entende a realidade com base na perspec tiva da totalidade do real, que envolve o em pírico pírico e o não em pínco - que , ainda ainda que não
dos gregos antigos, a dialética significou o in tercâmb io de idéi idéias as - de prop osições (teses) e co ntraproposições (antíteses), (antíteses), qu e geraria gerariam m
em pírico, pírico, é con creto em suas possibil possibilidades. idades.
sínteses sínteses das proposições con traditóri traditórias as - , em
E entende a realidade empírica como nega
busca do convencimento lógico, por meio do
tiva das possibilidades de suas determinações
diálogo. Ao lado da gramática e da retórica,
não em píricas. píricas. A realidade realidade factual factual e em pírica pírica
a dialética figurou nesse contexto como uma
é contraditoriamente negada, continuamen
das três artes liberais originais. No método
te, por sua vez, numa negação da negação, por suas possibilidades e determinações não
socrático, a dialética se configura na proposta de uma hipótese, que, dadas outras possibili dades, leva a um a contradição contradição e ao abandono da hipótese em questão, no sentido de uma
como negação, dinamicamente processual e contraditória. A totalidade, a processualidade,
perspectiva mais verdadeira. Tradicionalmen
a contradição, a negação e a negação da ne
te, o método dialético sempre esteve ligado
gação são, assim, categorias fundamentais da
à discussão racional, visando à superação de
perspectiva e do pen sar dialéti dialéticos. cos. A realidade realidade
desentendimentos. Na Idade Média (500-
factual e empírica se constitui e deriva das di
1500), a dialética e a retórica estavam estrei
nâmicas de uma totalidade mais ampla, abran gente e absoluta, de modo que, para a pers
tamente ligadas às artes da persuasão. A dialéti dialética ca foi foi reinterpretada p or Hegel
empíricas, das quais continuamente emerge,
( 177 0- 18 31 ), que consti constitui tuiuu uma versão idea idea
pectiva pectiva dialéti dialética, ca, o que existe em piricam piricam ente, de e como fato, pertence, e dinamicamente
lista de uma dialética da natureza e de uma dia
expressa, a totalidade mais ampla e dinâmica,
lética da História, constituintes ambas de uma
que não é empiricamente factual.
DICION ÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
t>1
DIALÉTICA
O fact factual ual,, com o expressão da total totalidade idade,,
ao factual e a suas relações superficiais e estáti
não é estático, está em movimento e, em si,
cas, e na m edida em q ue se interessa interessa pelo pelo que está para além do factual, na totalidade crítica
contém o germe de sua negação e superação. D e m odo que é, intrínseca intrínseca e contraditoriamencontraditoriamente, superado pela em ergência do novo qu e as as
de seus processo s de emergência em ergência e de m udan udan
sim enseja, oriundo este das dinâmicas emer
negação negação e o processo com o princípios princípios básicos básicos
gentes das possibilidades ainda não factuais da
do m ovimento da real realida idade de - e não como ano
totalidade, que a dialética visa considerar e dar conta, epistemoiógic epistemoiógicaa e praxicamente. O novo
malias. como os interpreta a lógica formal.
é a verdade do ve lho na m edida em que o que
gei. Contudo, ainda que mantivesse a meto
existe, factual e empiricamente, traz, intrinseca-
dologia dialética hegeliana, afastou-se de sua
meníe em si, os germes de sua própria nega ção e superação, como expressão das possibi
perspectiva idealista. Entendeu e constituiu,
ça, admitindo e entendendo a contradição, a
em seus estudos da sociedade capitalista, a
constitui. “Todo fato é mais que um mero fato;
própria sociedade histórica como a totalida de dialética. Para ele, não era a consciência
ele é a negação e a restrição de possibilidades reais” (Marcuse, 197 8, p. 2 59 ).
dos homens que determinava sua existência, mas sua existência social que determinava
Para a dialética, portanto, a realida de factual, os fatos são negativos. E, como
sua con sciência. sciência. Para o hom em que pensa dialet dialetic icamente, amente,
tais, sofrem a negação da negação. Negam
é imanente pensar-se a si próprio e pensar as
a totalidade concrescente do real, de onde emergem, e à qual umbilicalmente se ligam,
integrações sociais a que pertence, em suas condições históricas e sociais particulares. Ou
ao mesmo tempo que são negados pelos
seja, pensar-se histórica e existencialmente.
processos de emergência factual das novas dinâmicas da totalidade, que se constituem
Seu pensar é emínentemente critico, na medida em que, potente, ativo e criativo,
como novos fatos, empiricamente reais.
como pensar efetivo, efetiva atualização de
Igualmente negativos estes (da totalidade
possibilidades, em reflexão e teoria, é negati
concrescente do real). E, por sua vez, como
vo dafactualidade constituída. Histórica e exis tencialmente determinado em suas possibili
lidades não empíricas da totalidade de que se
expressão da totalidade, portadores do ger me e da dinâmica de sua própria negação,
dades, seu pensar é contraditório e negativo
em um processo perenemente potente de
com relação à factualidade empírica de suas
negação da negação. As categorias, assim, de totalidade, de pro cesso, de contradição, de negação e de nega
condições dadas. Pensa por contradição, por tência e em sua reflexão, a contradrtoriedade
ção da negação, inerentes à perspectiva, ao
e a negatividade, históricas e existenciais, no
pensar e ao método dialéticos, perfazem uma
que concerne à realidade fática de suas condi ções, negatividade determinada pelas possibi
lógica dialética. Lógica esta que supera a pers pectiva da metafísica e da lógica formai, uma vez que entende que a realidade não se limita
que expressa, nas possibilidades de sua exis
lidades históricas e existenciais nela inerente mente contidas. Pensa assim, contraditória e
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T E R A P I A
negativam negativam ente, de acordo com sua sit situação uação e
terapia nos Estados Unidos, já com o concurso
suas condições históricas particulares, ineren
de Fául Goodman, que enfatizam o vínculo in
temente impregnadas por seus processos de
dissociável entre a realidade existencial da pes
negação e de superação. O pensar pe nsar dialeticame dialeticamente nte negativo negativo é fadado fadado
soa e suas determinações histórico-sociai histórico-sociais. s.
a se negar, a se superar, em uma práxis existen
Esses opostos apresentam, em seu
cial cial e histórica. O critério de verdade do pen
contexto específico, uma granae afi-
sar, do conhecer e do conhecimento, da teo
nidade entre si. Permanecendo aten-
ria, diaíéticos, configura-se, especificamente,
tos no centro, podemos adquirir uma
na negati negativi vidade dade - com relação relação ao m ero pen sar
hab ilidade criativa criativa para ver ambo s os
teorizante - de um a práxis práxis histórica histórica e e xisten
lados de uma ocorrência e comvletar
cial. Práxis existencial e histórica esta que, como
um a metad m etadee inco incompíez mpíeza. a. Evitando uma
tal, não se confunde com a prática empirista e
perspe per specti ctiva va unilatera unila teral, l, obte ob tem m os um a
pragmatista vulgares, uma vez que, necessaria
compreensão muito m ais profund a da
mente, inclui a crítica, a negação e a superação
estrutura e da função do organismo.
das limitações do factual, e a introdução na rea lilidade, dade, no processo d e sua superação, da atua lização crítica de possibilidades.
(Pe rls, 2002, p. 45-6)
A dialéti dialética ca env olve, portanto, portanto, uma postu
Afonso Henrique Lisboa da Fonseca REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ra e uma concepção na realidade, um modo
Go l d m a n n ,
de pensar por contradição, que são em si expressões da própria contraditoriedade e
na .
riegati riegativi vidade dade da dinâm ica do real. E um a prá xis que define a possibilidade do verdadeiro deste pensar; e se supera, ela própria, na negatividade do pensamento e do processo de produção de conhecimento dialéticos, que contêm em si o germe práxico de sua nega ção e sup eração ... Em sua perspectiva alternativa, que transita pelo “pensamento diferencial" de Friedlãnder, Perls Perls ( 194 7) busca sair da m era perspectiva perspectiva da
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Ma r x ,
R S. (1969). mus, 2002.
Pe r l s ,
Ego, fome e agressão. São
Paulo: Sum-
VERBETES RELACIONADOS
Gestalt-terapia, indiferença criativa, pensamento diferen cial, ponto zero
DIALÓGICO
metafísica e da perspectiva de uma ciência de
O term o “dial “ dialógico" ógico" nefere-se nefere-se à atitude atitude rela
causalidade unidirecional, ou positivista, filiandose à perspectiva perspe ctiva de um umaa epistem epistemologia ologia dialéti dialética, ca,
cionai do ser humano e surgiu com Martin Buber, o filósofo filósofo do diálogo. diálogo. Em 192 3, publi p ublicou cou o
mencionando especificamente a dialética mar-
livro Eu e Tu na intenção de pensar e compre
xiana, como compatível com a concepção de Friedlãnder. Isso certamente ajuda a esclarecer
ende en de r a natureza relaci relacionai onai da existência huma na como um processo que acontece na esfer esferaa
certos movimentos da concepção da Gestalt-
do en tre e das atitudes atitudes Eu-T Eu-Tüü e Eu-lsso.
DICIONÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
UIALUC j ICO
UIALUC j ICO
Desde seu início, a Gestalt-terapia enfatizou o tratamento usando a pre sença ativa do terapeuta como seu instrumento principal. [...] Embora a linguagem usada nos primórdios da literatura da Gestalt-terapia tenha sido diferente da deste trabalho, e im precisa pre cisa,, ela e la era e ra uma um a for fo r m a pione pio neira ira de terapia por diálogo. Às vezes isto era abordado sem referência direta à pa lavra lav ra “di “diál álog ogo” o”. [...] Existia Existia uma falta fal ta de elaboração teórica, como ocorria com diversos conceitos da Gestalt-te rapia. Na prática, a Gestalt-terapia mostrou a presença do terapeuta, que é o início do tratamento por diálogo. Com frequência, faltava a esta esta presen presen ça a diretriz de uma explicação explicaçã o teórica teórica clara, (in Y on tef, tef, 1993, p. 235) A filoso filoso fia fia dialógic dialógicaa de B ub er propõe um a postura relacionai no inter-humano, uma on
-h
tologia da relação, uma filosofia do encontro Eu-Tu: Eu-Tu: “Sua proposta proposta de se com preender areaJidade Jidade hum ana através d o pri p rism sm a do 'dialógi 'dialógico' co' é um exem plo do vínculo vínculo entre a experiência experiência vivida e a reflexão, entre o pensamento e a ação” (in Zuben, 2003, p. 146). — Segundo Bu be r (19 7 4, p. 88 ), o dial dialógi ógico co jnc jn c lui lu i a relaçã rela ção o e a atitude atitu de de ir na direçã o _da _d a ou tro, em busca do en con tro da total totaliidade da existência hum ana: “Qu and o, següindcTnõs següindcTnõsso so caminho, encontramos um homem que, se guindo o seu caminho, vem aõ nosso encon tro, temos conhecimento somente de nossa parte do caminho, e não da sua, pois esta nós vivenci vivenciam am os somepte no en contro”. — O pensamento pensamento de Bub er nortei norteiaa a dim dim en são dos problemas filosóficos das relações do sécul éculo o XX:
Ele tinha consciência de que a ênfase tecnocrática da sociedade moderna provoc pro vocaa um distan dis tancia ciamen mento to ma maio ior r entre as pessoas. [...] A ênfase ênf ase exces siva no individual individu al cria uma separação não somente entre as pessoas e em nosso nosso relacionamento relacionamen to com a natureza, mas também dentro de nossa nossa própria psique. psiq ue. A perspe per specti ctiva va dialóg dia lógica ica é um esforço para sanar essas rupturas, (in Hycner, 1988, p. 23) Foi o psicólogo americano Richard Hyc ner quem estruturou os princípios dialógicos desenvolvidos por Buber em uma forma de psicoterapia, a psicoterapia dialógica cuja pro posta é desenvolver uma postura relacionai das polaridades Eu-Tu e Eu-lsso no processo terapêutico. E a busca pela mutualidade de contato que po ssibil ssibiliita o processo de cura: “O dialógico não se limita ao tráfego dos homens entre si; ele ele é - é assim assim que dem onstrou onstrou para para nós - um comp ortam ortam ento dos dos homens umpara-com-o-outro, que é apenas representa do em seu tráfego" tráfego" (Bub er, 197 4, p. 40 ). Portanto, dialógica é uma forma de psico terapia baseada no encontro do terapeuta e seu clien clien te. O ponto cen tral dessa abordagem abordagem é colocar o encontro como tema central da psicoterapia. Uma abordagem dialógica estará sempre com prometida prometida com o encontro ver dadeiro do terapeuta com o cliente:
Antes d e tudo, em uma um a aborda abo rdagem gem dialógica genuína, o terapeuta é visto como “alguém que está a serviço do dialóg dia lógico ico””. Isso significa, no seu senti do mais profundo, que a individuali dade do terapeuta rende-se (pelo me-
DICIO NÁR IO DE GESTALT-TERAPIA
nos momentaneamente) ao serviço do “entre”, (in Hycner, 1988, p. 55-6)
Yo n t e f , G . Processo, diálogo e awareness. São
Paulo: Sum
mus, 1993. Z u b e n , N , A. Martin Eub er - cumplici cumplicidade dade e diálogo. São
Paulo: Edusc, 2003.
A existência humana é relacionai, e, par tindo desse princípio, é de fundamental im portância que a postura do terapeuta seja também relacionai, Não há possibilidade de
VERBETES RELACIONADOS Aw ar en ess , Contato,
Cura, Eu-tu e Eu-isso, Gestait-terapia. Teoria paradoxal da mudança/mucança
encontro dialógico sem que haja uma postura diaiógica por parte do terapeuta. Em Gestaltterapia, o modelo dialógico traduz-se em uma
DOENÇA, SAÚDE E CURA
postura relacionai, sustentada na esperança de
A G estalt-t estalt-terapia erapia surge surge nos anos 195 0 como co mo
atingir, por meio do encontro terapêutico, a
parte do Movimento para o Desenvolvimen
completude do Eu:
to Humano (Human Growth Movement) e, como tal, mostra-se mais preocupada com as
diaiógica também é um mo A relação diaiógica
questões relativas ao crescimento e desenvolvi
delo para o tipo de relação terapêuti ca que é consistente com a teoria da mudança da Gestalt. Um terapeuta que atue a partir de uma orientação diaiógica estabelecerá um diálogo centrado no presente, não critico, que perm pe rm ita a o pac p acie ient ntee tanto tant o intensifi inten sificar car a awareness como obter contato com outra pessoa. [...] Na Gestalt-tera pia, pi a, a awareness é empregada para restaurar a awareness, e essa restau ração pode ser facilitada pela criação criação de um contexto dialógico. (in H ycner;
mento da pessoa em sua totalidade do que em definir especificamente doença e saúde. Já no subtítulo da primeira publicação da abordagem, escrita escrita po r PH G , podemos iden tificar essa preocupação quanto a crescimento: "Gestalt therapy: exciteme nt and G row th inthe human personality" [Gestalt-terapia: estimula ção e crescimento na personalidade humana] (PHG, 1997). Neste livro, considerado o mais impor tante da abordagem, não encontramos, no índice remissivo5, os verbetes Saúde, Doen ça e Cura, embora encontremos os verbe
Jacobs, 199 7, p. 93)
tes Neurose, Conflito, Sintoma, Situação inacabada, Sofrimento, Psicologia e Psicologia
Teresa Cristina Cristina Gom es W aismarck aismarck Amorim Amorim
anormal. No entanto, ao falarem de self, no Capítulo I, dizem que a questão de saúde e
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É um a questão das identificaçõ identificações es e alie nações do sel£ se um homem ho mem se identifi identifi--
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São Paulo: Paulo: Summus, 1997. 99 7.
5 Este índice não existe na edição em português.
DICION ÁRIO
D E G E S T A L T -T E R A P I A
wc
y
uuc c
wc
y
uuc c
ca com seu se lf em formação, não inibe
criativos” criativos” (P H G , 1997, p. 4 5 ), acrescentando acrescentando
seu próprio excitamento criativo e sua
que resulta em assimilação e crescimento. E definem psicologia anormal como “o
busca da solução vindoura; e, inversa nicamente seu seu e portanto não po de ser
estudo da interrupção, inibição ou outros aci dentes no decorrer do ajustamento criativo”
vitalmente interessante, pois dilacera a
(PHG, 1997, p. 45).
mente, se ele aliena o que não é orga
camente sadio, porque está exercendo
A m aneira aneira de con cebe r norm norm al e anormal foi influenciada pelas idéias de Kurt Goldstein.
sua capacidade supenor. supenor. e fará o melhor
neuropsiquiatra, com quem Perls trabalhou
que pude pu derr nas circunstâ circunstâncias ncias difíceis difíceis do
tão logo se formou em medicina. Goldstein
mundo. Contudo, ao contrário, se ele se
vê a doença como “um distúrbio no proces
aliena e, devido a identificações falsas, tenta subjugar sua própria espontanei
so vital do homem (auto-regulação organísmica) diante de uma situação que o coloca
dade, toma sua vida insípida, confusa e
em risco risco ” (Lim (Lim a, 200 5, p. 59 ). Um a vez que
1997, 7, p. 49) dolorosa. (PH G , 199
esses distúrbios, inibições e-interrupções do processo de crescimento estão a serviço da
Essa idéia fica mais clara acrescida do que
sobrevivência psíquica, eles podem ser pen
se encontra algumas páginas antes, no mesmo capítulo. capítulo. Ao discuti discutirem rem a "Estrutura do cresci
sados, em sua origem, como funcionais e saudáveis (Frazão, 1997).
mento”, PHG definem, dedutivamente, "psi cologia" e “psicologia anormal”.
É também de Goldstein a concepção de organismo como uma totalidade, com base no
Partem da idéia de que todo contato é
que Perls esboça uma definição de saúde em
criativo e dinâmico na medida em que, in
seu livro Gestalt-terapia explicada: “Saúde é o
trínseco ao processo de contato, ocorre as
equilíbrio apropriado da coordenação de tudo
similação do novo, que constitui o nutritivo. Não se trata de simples aceitação ou ajus
aquilo aquilo que som som os [„ J ” (19 (19 77 , p. 20 ), enfati enfatizan zan do que saúde não é algo que temos, e sim algo
tamento, e sim de assimilação, que ocorre
que somos e se manifesta em nossa totalidade
pelo ajustamento criativo organismo/meio,
existencial. Dessa forma, os assim chamados
dando-se o ajustamento criativo por inter médio do self.
“distúrbios mentais” não envolvem apenas a di m ensão mental, men tal, mas a pessoa em sua totalidade, totalidade,
Os autores então concluem que “cresci
na medida em que interferem com o processo
mento é a função da fronteira de contato no
de formação e destruição de Gestaften, o que
campo organismo/meio; é através de ajusta mento criativo, mudança e crescimento que
resulta em distorções e desequilíbrios em nossa integração integração básica básica (Latner, (Latne r, 19 7 3 , p. 8 3 ). “São dis
as unidades orgânicas complexas continuam a viver na unidade mais ampla do campo"
túrbios de funcionamento e crescimento do self' (Latner, (Latner, 1973, p. 8 3). Assim Assim , saúde saúde e doença em
(PHG, 1997, p. 45). Feitas Feitas essas essas colocaçõ es, os au tores definem definem
Gestalt-terapia são concebidos não como “es tados”, mas como “processos" que favorecem
psicologia como “o estudo dos ajustamentos
ou dificul dificultam tam o desenvo de senvolvi lvim m ento da pessoa, não
figura/fund figura /fundo, o, nesse caso ele é psicologi
D I C I O N Á R I O D E G E S T A LT - T E R A P I A
se restringindo a noção de desenvolvimento em Gestaft-terapia a fases específicas, e sim a
absorção completa e satisfatória daquilo com que estamos estamos em contato. contato.
um processo de crescimento e transformação constante que ocorre ao longo de toda a vida da pess pe ssoa. oa. “Saúde” e ‘doença”, ou “funcionamento
Saúde é a capacidade de lidar satisfatoria mente com qualquer situação com a qual de paremos, e satisfatória é a resolução que está
saudá sau dável1 vel1' e "não "n ão sau dável” dá vel”,, são são pensado p ensadoss diadialeticamenre. uma vez que um mesmo com
de acordo com a dialética da formação e des truição truição de Gestalten Gestalten (Latner, 197 3, p. 43 ).
portamento pode ser saudável ou não, de pendendo de “a serviço do que” ele está.
Lilian Meyer Frazâo
Latne r ( 19 7 3 ) m enciona al alguns aspectos aspectos
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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indicadores indicadores de funcionamen to saudável:
Fr a z ã c ,
• •
La t n e r ,
com portam ento integrado ntegrado e holísti holístico; co; possibili possibilidade dade de criaçã criação o e destrui de struição ção satis satis fatóri fatóriaa de Ge staften; staften;
•
autenticidad autenticidadee e espontaneidade espon taneidade (não se trata trata sim sim plesm plesm ente de fazer o que qu ere m os, e si sim de estarm estarm os centr centrados ados - em contato pleno conosco e com o meio);
•
conh ecimento ecim ento de nossas necessidades necessidades que estão imersas em nossa existência no aqui e agora, para o que se fazem necessários o
•
conhecim ento e a aceitaçã aceitação o do que som os; rendição ao proc esso;
• •
auto-suporte; integração; que imp lica lica não apenas co nhecimento e aceitação de nossos de sejos, necessidades, comportamentos e habilidades, mas também nos sabermos parte do campo. “Na saúde estamos em contato con osco e com a realidade” realidade” (Pe (Pe ris, ris, 1969, p. 241);
•
•
capacidade de apreender o mundo fenomênico, como ocorre no
awareness:
J. 1973.
The Gestalt therapy book. Nova
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Psicoterapi rapia a e m udança - uma reflexão. 2005. R V A . Psicote 2005. les e (Doutorado ) - Insti Institut tuto o de Comu nicação, nicação, Un i versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de jan eiro .
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Gestalt-terapia explicada. São
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Per l s ,
Paulo: Summus,
R Gestalt-terapia.
_____________. Gestalt therapy: exc iteme nt and growth in the the hum an personality. personality. Nova 'ibrk: Dell, 1951. VERBETES RELACIONADOS
Ajustamento criativo, Aqui e agora, Assimilação, Autoapoio, Auto-regulação organísmica, Aw ar en ess , Campo, Contato, Crescimento, Espontaneidade, Excitação/excitamento, Figura e fundo, Fronteira de contato, Funciona mento saudável, Gestalt-terapia, Mudança, Organismo, Se/f, Se/f, lota lo ta i idade
DOMINADOR (U N D ER D O G ) DOMINADO (T O P D O G )
V ERSU S
momento presente, com o escopo total
Sendo a linguagem de Perls fenomenológica, ele busca a descrição dos fenômenos
de nossos sentidos;
por imagens, metáforas, jogos de palavras,
contato de boa quali qu alidad dade: e: engajamento pleno no processo de forma que propicie
gírias, para se aproximar dos fenômenos e de screvê -los, -los, fato fato que nos ajuda ajuda a não espe
DICION ÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
rar dele análises ou definições rigorosas em suas falas.
deliberadamen te modificar a nós mes
No último capítulo de EF A (1947), inti tulado "Dr. jekyll e Mr. Hyde”, há uma re ferência ao conceito de “dominador versus
decisivo: muitas pessoas d edica m suas
dominado":
si mesmas.
mos ou aos outros. Este é um ponto vidas a realizar sua concepção do que elas devem ser, ser, em vez de realizarem a
Os pa is [...] cometem o erro funda mental de lutar pel a perfeição perfeição em vez vez
Outras referências aparecem em isto é Perls (in (in Steven s, 197 7, p. Gestalt, no qual Perls
de lutar pelo desenvolvimento. Com
24-6 ) coloca: coloca:
sua atitude idealista, ambiciosa, con seguem o opo sto às suas intenções intenções;; de d e
Dominador e dominado são na ver
têm o desenvolvimento... —
dade d ois palhaços representa representando ndo sua
Há um livro famoso que mostra [...]
sina e papéis inúteis no palco do self
os resultados catastróficos do idea
tolerante e mudo. Integração e cura só
lismo, se você compreendê-lo corre
pod p od em ser se r conseguida conse guidass quan qu ando do a ne
tamente; a história de Dr. Jekyll e de
cessidade cessidade de controle controle entre dominad or
Mr. Mr. Hyde. H yde. O Dr. Jekyll Je kyll representa repres enta um
e dominado cessa. [...] Extemamen -
ideal, não um ser humano. [...] O ser
te, dominador e dominado batalham
humano foi diferenciado nos opostos
também pelo controle. Marido e mu
“anjo” an jo” e “de “dem m ônio” ôn io”, o prim eiro eir o lou
lher, lher, terapeuta e paciente, emprega dor
vado e bem-vindo, o outro detestado
e empregado desempenham papéis de
e repelido; mas o primeir o pode existir existir
mútua manipulação.
sem o outro tanto quanto a luz sem a sua sombra. (Pe rls, 2002, p. 375)
A filoso filo sofia fia básic b ásicaa da Gestalt-ter Gesta lt-terapia apia é a da natureza: n atureza: diferenciaç ão e integração. integração. Só a diferenciação leva a polaridades.
Em Gestalt-terapia explicada, Perls (1977, p. 35 -7) retoma o tem a afi afirmando que:
Como dualidades, estas polaridades facilm fac ilm ente en te lutarão luta rão e se paralisar para lisarão. ão. In tegrando os opostos, tomamos a pessoa
se quisermos ficar no centro do nosso
completa de novo.
mundo [...] realmente no nosso cen tro, tro, seremos seremos ambides tros - veremos os dois pólos de todo evento. [...] O con
Em diversas feias, Perls insiste em colocar no centro da temática humana a dualidade,
e dominado nunca é completa, pois
a luta de forças ditas opostas e tão bem re presentadas na expressão "dominador versus
dominado e dominador lutam por
dominado”, ligando-a à busca perfeccionista.
suas vidas. [...] Poderemos levar esses esses
“Qu e isto sto fifique para o hom em! - tentar ser
dois palhaços brigões à reconciliação;
algo algo que não o é - te r ideais ideais que n ão são são atingíveis, ter a praga do perfeccionismo para
flito fli to interno, a luta entre dom inad in ador or
então perceberemos perceberemos que não podemo s
DICION ÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
VERSUS... DOMINADOR (UNDERDOG) VERSUS...
74
74
VERSUS... DOMINADOR (UNDERDOG) VERSUS...
estar livre de c ríticas, ríticas, é ab rir a senda sen da infinita infinita da
dade de Brandeis, Massachusetts, no período
tortura mental" mental" (Perls, 197 9, p. 20 ). Ao enfatizar o sentido amplo da dualida de humana para o conceito de "dominador
em que M asiow asiow exe rcia rcia o cargo cargo diretor do D e
versus dominado", pretendo reanimar o que
publicado publicado em 193 9 nos EU A ), G oldstein amplia amplia
acredito ser a expressão mais ingênua de
o campo de aplicação aplicação de co nceitos da psicol psicologia ogia
Perls: uma m etáfora etáfora faciii faciiitadora tadora da com preen são das muitas dualidades experimentadas
da Gestalt (como “diferenciação figura-fündo", “configuração" “configuração",, “emergência “eme rgência de figuras”) figuras”) para a
por nós, seres hum anos. O s fortes fortes e os fra fra
compreensão do funcionamento do organismo
cos compreendidos em suas contradições e
como um todo . “O fundo é determinado pela
com o exp ressão ressão de um con tínuo tínuo a ser resga resga tado e integrado.
tarefe que o organismo tem de realizar a cada
Abel Guedes REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
R S. ( 1947 ). Ego, fome e mus, 2002.
Pe r l s ,
St e v e n s , j.
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mom ento, to é, pela situaçã situação o em que o ganismo se encontra e pelas demandas com as quais tem de lida lida r” (Gold (G old stein , 19 3 9 , p. I I I- 2, apud Hall; Lindzey, 1978, p. 251).
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Paulo: Sum-
e fora da lata de
explicada. São
Paulo: Summus,
Para ele, todo organismo tem um só obje tivo: auto-atualização. ;0 que parecem ser diferentes impulsos impulsos tais como fome, sexo, poder, realiza
Isto é Gestalt. São
Paulo: Summus,
1977.
ção, curiosidade são meras manifes tações do propósito soberano da vida: auto-atualização. Quando as pessoas
VERBETES REL A C IONA DOS
Conflito, Doença, saúde e cura, Polaridades, opostos, forças opostas, op ostas, Se/f Se/f
estão famintas, da s se auto-atualizam comendo; comendo; quando anseiam anseiam p or poder, poder, auto-atualizam-se obtendo poder. A
DOMINÂNCIAS (ESPONTÂNEA, NÃO N ESPONTÂNEA ESPONTÂNEA E NEURÓTICA) Apesar de o termo “dominância” remeternos à concepção de hierarquia de necessidades necessidades de Abraham M asiow asiow ( 195 4, 19 6 8), o ponto de partida para a compreensão desse conceito na realidade é a teoria organísmica de Kurt Goldstein, neuropsiquiatra alemão que influenciou fortemente o pensamento de Perls e, após imigrar para os Estados Unidos, exerceu influên cia determinante também no pensamento de Masiow, com quem teve contato na Universi
satisfação de uma necessidade par ticular torna-se figura quando é prérequisito para a auto-atualização do organismo como um todo. ( H a l l;l; L i n
dzey, 1978 , p. 2 49 -50 ) <§ <§>
6 Sob re Masiow, todas as biografias consultadas citam citam cla ramente Goldstein como fonte original do conceito de "auto-atualização" (ou "auto-reaJização") e também da perspectiva de hierarquia de necessidades, pois Goldstein postula postulava va que, para entender o m odo com o a natureza natureza e os organismos funcionam, há de se pensar em uma escala ascendente que vai do inferior (mais simples) ao superior (mais com plexo). M asiow, asiow, no e ntanto, inova e se dife dife rencia de Goldstein ao desdobrar essa perspectiva para o estudo de pessoas saudáve saudáve is, criativas criativas e auto-reaiizadoras.
DICIO NÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
75
DOMINÂNCIAS DOMINÂNCIAS (ESPONTÂNEA. NÃ
ESPONTÂNEA...
75
DOMINÂNCIAS DOMINÂNCIAS (ESPONTÂNEA. NÃ O ESPONTÂNEA...) ESPONTÂNEA...)
Goldstein diferencia figuras naturais (ne
avaliação” da obra de PHG (1997, p. 83-4),
cessidades que emergem como figuras, ten
no qual qual os autores definem definem o co nceito de do
do como fundo do qual qual em em ergem o p rocesso de a uto-atualização uto-atualização da totali totalidade dade do organis
minância da seguinte forma:
m o) de figuras figuras não naturais naturais - produ zidas po r
Chamemos a tendência de uma forte
imposições externas, eventos traumáticos e repetições que se tomaram automatizadas.
tensão a sobressair-se proeminente mente e a organizar a awareness e o
Rara ele, uma figura é natural se o compor
comportamento de dominância [...].
tamento que elicia é ordenado, flexível e
Cada situação inacabada mais pre
apropriado à situação; não natural se não é
mente assume a dominância e mobi
autêntica, se representa uma necessidade
liza todo o esforço disponível até que a
im posta e resulta resulta em com portamen to rígi rígido do e mecânico.
tarefa seja completada.
Podemos claramente reconhecer, nessas conceituações, a fundamentação do conceito
Assim , na teoria da Gestalt- terapia, terapia,
de “dominância” na Gestalt-terapia. Aliás, no
processos proce ssos requerem requ erem recursos do meio
prefácio prefácio à edição de 196 9 do livro EFA (200 2), Perls cita os conceitos de “organismo-como-
pa ra sua realizaç reali zação, ão, estas figuras figu ras des po ntam nt am na consciênc consc iência ia mobil mo biliza izand ndoo as
um-todo" e “dominância da necessidade mais
funç fu nçõe õess de contato con tato do organismo organ ismo,, que qu e
emergente" como idéias que foram pilares às
são o instrumental o indivíduo é visto visto
desenvolvidas nesse livro, que marca, segun
como um sistema aberto, em constan
do o próprio pró prio autor, auto r, sua transição da psicanálise psicanálise
te relação de troca com seu ambiente.
ortodoxa à abordagem gestáhfca.
Desejos e necessidades da pessoa as
D e form a geral, na Ge stalt-t stalt-terapia, erapia,
sumem dominâncias [...] que, quan do não equilibradas pelas funções
a dinâm ica da s transaçõe transaçõess organismo/
autônomas do organismo, tornam-se
meio é descrita com o um processo con
figura fig urass de awareness, isto é, gestalts
tínuo de surgimento surgimen to de “figura fig ura s” mo-
que mobilizarão a energia do orga
tivacionais que mobilizam o organis
nismo para pa ra sua completudc. Quando
mo como um todo em sua percepção,
estes estes que o indivíduo dispõe para par a ir ao
orientação e ação. O que surge como
encontro, sentir, avaliar e selecionar o
figura fig ura é aqui aq uilo lo que qu e o organ or ganism ismoo neces sita sita em dado momento para satisfazer satisfazer
que se encontra à sua volta. (Ciornai,
1991, p. 30-9 )
a necessidade m ais premente, e, assim, assim, restabelecer seu estado de equilíbrio.
Dominâncias espontâneas são frutos da
(Telleg (Telleg en , 1984, p. 48 )
sabedoria intrínseca do organismo sobre suas necessidades e evidenciam uma hierar
Essas idéias desdobram-se de forma mais
quia de necessidades. Nas palavras de Perls
explícita no capítulo “Realidade, emergência e
(1977, p. 33-4);
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T- T E R A P IA
A situa sit uação ção mais ma is urgen u rgente te emerge eme rge,, e [...]
sultarem de avaliações arcaicas da situação,
você percebe que ela prevalece sobre
ou seja, experiências inacabadas do passado
qualquer outra atividade. Se de repen
transportada s inco inco nscientem ente pa ra a situa situa
te este lugar pegasse fogo, o fog o seria
ção presente.
mais impor tante que a nossa conversa. conversa.
Defendendo a possibilidade de deixar o
Se você você corre e foge do fogo e de repen
organismo organismo “tom “tom ar conta de si m esm o" sem
te fica sem respiração, seu suprimento
interferência externa e de confiar na sabedoria
de oxigênio coma-se mais importante
intrínseca intrínseca do organismo, organismo, de
que o fogo fo go . Você Você pára pár a e respira, res pira, po rq u e isso isso agora é a coisa mais importante.
curativo que o irabaiho de awareness pode ter
on fiar no efeito efeito
no reconhecimento das dominâncias espon tâneas e no processamento das dominândas
Inspirando-se no vocabulário e modelo
neuróticas, PHG não deixaram de reconhecer
da psicol psicologia ogia da Gestatt, Gestatt, PH G escreve m que
a necessidade ae inibição eventual de domi
o que surge como donwiâncras espontâneas
nândas espontâneas rro convívio soaal. Apon
form ará figuras figuras pregnantes, isto é, vivida s, for
tam que uma configura configuração ção ordenada de domi
tes e energizadas, energizadas, com brilho brilho e nitidez. nitidez.
nândas é cqprtal para a definição de uma ética e
Dom inândas inândas não espontâneas, espontâneas, em contra
um a polít polítiica soaa l ,(RH ,(RH G , 199 7, p. 87 ) e suge
partida, partida, serão aq uelas uelas forçadas forçadas e impo stas (ou (ou
rem també m que das .dominândas dominândas que em er
pela própria pessoa ou pelo m eio). Envo lve
gem no processo de auto-regulação surgem
rão obviam obviam ente m enor m otivação otivação e tenderão
hierarqui hierarquias as de valores, m enaona ndo d oenças,
a ser figuras confusas, desenergizadas e sem
necessidade necessidade de amor, dea uto-e stim stim a, de inde-
brilho, pois implicarão “devotamerrto de cer
pend ênaa, evitação do isolam solam ento e da solidão solidão
ta quantidade quantidade de en ergia, e o desvio d e ce rta
e tc como exemp los de dominândas dominândas que ocu
quantidade de atenção, para a repressão do
pam lugares importantes nessas hierarquias.
setf espontâneo que está buscando buscando exp ressão
No entanto, relendo esses textos, pode
na auto-regu lação” (Pe rls, 197 7, p. 8 4 ). Isso Isso
mos perceber como os autores ora tendem
ocorre mesmo quando a dominância é inibi
a uma compreensão do humano baseada no
da sensatamente, em prol dos interesses da
modelo mais biológico de Goldstein (no qual
pessoa (po (po r exem plo, ao se imped ir que uma
dominândas emergem dos desejos e neces
criança corra à frente de automóveis quando
sidades de um organismo individual), ora a
o sinal está aberto). Porém, freqüentemente
uma compreensão sistêmica, em que domi
essa inibição se dá por questões neuróticas.
nândas podem podem ser emergentes do cam po, de
Dominândas neuróticas não apenas se
um sist sistem em a m ais ais amplo. Percebem Percebem os tamb tamb ém
caracterizam por um excesso de deliberação
como ora defendem o “homem natural”, em
e repressão, como são comumente orienta
uma proposta de retomo ao “ser selvagem”
das por uma busca em atende r a im im posições
(Vinacour, 199 5), ora fala falam m de é tica social,
e exigências externas em detrimento dos
afirmando que é impossível alguém poder ser
movimentos de auto-regulação espontânea
realmente feliz enquanto não sejamos felizes
do organismo organismo , e po r freqü freqü entem ente re-
de mane ira ira mais geral geral (P H G , 199 7, p. 64 ).
DICIO NÁ RIO
1
D E G E S T A L T - T E R A P IA IA
Esses são dilemas com os quais ainda nos debatemos, pois se situam na passagem de
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DICION ÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
e EG O O term o “ego” aparece em em destaque nos primórdios da abordagem gestáltica em EFA, de 1942, mais precisamente no Capítulo 7,
ego é definido como um dos aspectos do se/f, jun to com o id e a pe rsona rso na lidad e. Esses Ess es as pectos são as principais etapas de ajustamento criati criativo vo (PN G , 1997, p. 184-5):
“O ego com com o uma função função do organismo” organismo” . Perls (2002, p, 205) adverte que “o analista
O ego é a identificação progressiva
deve lidar mais com o ego do que com o in
com as possibilidades e a alienação
consciente” e que o “ego é uma função do
destas, a limitação e a intensificação
organismo”, e não uma parte concreta dele.
do contato em andamento, incluindo
O auto r critica critica o c aráter de substância substância dado ao
o comportamento motor, a agressão,
term o p ela psic psicanál anális ise e e afirma: "O ego é uma
a orientação e a manipulação. ( P H G ,
função, uma função de contato, um a form a
1997, p. 297)
ção figura/fundo” (2002, p. 207). Ele prosse gue na enumeração de outras características:
Depreende-se dessa afirmação a ação do
“O Eg o ... ... [é] fugaz, fugaz, interferente; interferente; [funciona] [funciona] na
ego na fronteira de contato, direcionada pelo
awareness do se/f; [é] exemplo de responsa
interesse do indivíduo e responsável pelos ajus
bilidade: [é] o próprio fenômeno de frontei
tamentos criativos. Em sentido oposto, PHG
ra; [é] espontâneo; [é] servo e executivo do
(1997, p. 225) definem a neurose como “a
organism organism o; aparece na ectode rm e; [funciona] [funciona]
perda das funções do ego para a fisiologia se
na identificação e alienação [do organismo]”
cundária sob sob a forma d e hábitos hábitos inacessíveis”. inacessíveis”.
(2 00 2, p . 20 7 ;). Perls Perls já estabelece estabelece aqui aqui aspec
M odernam ente, o co nceito de se/f se/f tem
tos básicos da futura definição de ego na Ges-
sido ampliado e atualizado: ele é o sistema de
talt-terapia: a função do ego nos processos de
contato na fronteira, englobando as funções
identificação e alienação.
necessárias à sua atividade. Há um menor
O conce ito ito de ego é aprof aprofundado undado e re
número de referências diretas ao ego na li
feito feito na obra de P H G , que enfatiz enfatizam am de sde o
teratura gestáltica atual. Essa relativa omissão
início seu papel preponderante no contato. O
da “função ego” é tratada por Erving Polster
no artigo “Response to ‘loss of ego functions,
dos. processos de fronteira de identificação e
conflict and resistance"’, publicado em The respos Gestalt Journal ( 19 9 1). O texto é uma respos
alienação, em item intitulado “Ego e escolha”.
ta às críticas de Douglas Davidove, em artigo
a preocupar os estudiosos da Gestalt-terapia,
da mesma revista, a posições expressas por
ainda ainda que de formas diferentes.
Parece daro que o conceito de ego continua
Érving e Miriam Polster em Gestalt-terapia in Polster assi assim se expressa: tegrada (2 0 0 1). Polster
Enila Chagas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Por todo nosso nosso livro livro [... [ ...jjic jjic a totalmen te claro que, em nossa próp ria lingua lingua gem, enfat en fatiza izamo moss a preo pr eocu cupa paçã çãoo com o processo de escolha, com a integra ção de diversos aspectos da existência da pessoa, com a luta para conseguir conseguir o que é melhor para si mesmo e com as funçõ fun ções es de contato. conta to. [...] Cabe pergun pergun tar, portanto, por que não usamos o termo “ego". Para nós, a palavra “Eu" é uma escolha mais pessoal e menos técn técnic ica. a... Também acreditavamos - e ainda acreditamos - que esse term termo, o, ego, carregava uma bagagem pesada de sua anteriorfixidez na classificação psicanalí psic analítica tica,, incluindo incluin do as implicaçõ impli cações es topográficas da associação do ego com
Ego, fome e agressão. São Paulo: SumPe r l s , F S. ( I94 7), Ego, mus, 2002. Pe r l s , P S.; H efferun e, R.; G oodman , R Gestalt-terapia.
São Paulo: Paulo: Summ us, 1997 . stalt Jour Phiuppson , R Selfin relation. No va York: Th e Ge stalt nal, 2001. Po l s t e r , E. "Response to 'Loss of Ego Functions, Conflict
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Paulo: Summus, 2001. Ro b i n e, j.-M . 0 se/f desdobrado. São Paulo: Summus,
2006. VERBETES RELACIONADO RELACIONADO S Agressão, Ajustamento criativo, Aw ar en es s, Contato, Espontaneidade, Figura e fundo, Fronteira de contato, Função e disfunção de contato, Função id, função ego, função personalidade, Neurose, Organismo, Respon sabilidade, Se/f Teoria organísmica, organismo, campo organismo/ambiente
o id e 0’ superego. (Polster, 1991, p.
53-5; tradução nossa do original em inglês) Por outro lado, temos exemplos de auto res atuais atuais con hecidos, com o Jean-Paul Robine em O se/f desdobrado desdobrado (2006) e Peter Philippson em Se/f in relation (2 0 0 1), que parte partem m da definiç definição ão de PH G ( 19 9 7 ) e estudam estudam em
EGO, FUNÇÃO (VER FUNÇÃO ID, FUNÇÃO EGO, FUNÇÃO PERSONALIDADE)
EGOTISMO Termo cunhado por Goodman (1951),
profundidade o papel do ego no contato. Ro
pouco citado na bibliografia gestáltica, não
bine (2006, p. 69-71) estabelece uma forte
chegando a ser bem-aceito pelos Gestalt-te-
relação relação en tre a perda de funçõ funçõ es-ego do seffe a formação de mecanismos de defesa, já Phi-
rapeutas. Segundo Robine (2006), só apare
lippson (2 0 0 1, p. 32 ) refere-se à importância importância
ce em dois dois estudos: estudos: R. Bum ham ( 198 2) e D . Davidove Davidove ( 199 0).
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T E R A P IA
Refere-se a um controle de si mesmo e do
por PH G ( 1997, p . 256) à retrofl retroflexão: exão: “Qual
ambiente para evitar as surpresas decorrentes deste. "Neuroticamente, o egotismo é um tipo de confluência com a awareness deliberada, é
quer ato de autocontrole deliberado durante
uma tentativa de aniquilação do incontrolávei e do surpreendente” (PHG, 1997, p. 257). Em seu livro Gestalt: uma terapia do conta
um envolvimento dificil é uma retroflexão”. Em sua sua obra 0 self desdobrado (2006), aponta para um paradoxo quando Goodman refere-se ao egotismo egotismo com o perdas das funções de ego e, no entanto, entanto, defi d efine-o ne-o como um “excesso” de ego.
considera deram m o ego to, os Ginger ( 199 5, p. 2 56 ) consi
Gladys D'Acn e Sheila Sheila Orgler Org ler
tismo uma “hipertrofia artificial do ego, que visa encorajar o narcisismo e a responsabilização
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
pessoal pessoal afim de preparar p reparar para a autonom ia". ia".
G inger , S.; G inger , A. Gestalt: uma terapia do contato.
E um voltar-se para si próprio exageradamerrte. No entanto, é de fundamental importância no processo terapêutico por ser considerada uma fase de recuperação narcí-
São Paulo: Summus, 199S. Pe r l s , F. S.; H e f f e r u n e, R.; G o o d m a n , R (1951). Gestaltterapla. São Ro
J.-M. 0 2006.
b in in e ,
Paulo: Paulo: Summus. Summ us. 1997 . self desdobrada.
São Paulo: Summus,
sica necessária durante a terapia. “Eia [fase] é sem dúvida um elemento motor essencial para que o cliente cliente se encarregue de si mesm o e conquiste a auto-suficiência (seff-support)" (Ginger; Ginger, 1995, p. 140). O egotismo egotismo se desfaz com a passagem passagem da independência exagerada para a interdepen dência m adura, isto isto é, awareness de uma rela ção saudável com o meio social.
VE VERBETES RBETES R RELA ELA C IONA IONA DOS Aw are ne ss, Confluência,
Ego, Função id, função ego, fun ção personalidade, Retroflexão, Suporte
I
EMERGÊNCIA EMERGÊNCIA DE NECESSIDADES (VER NECESSIDADES, HIERARQUIA DE NECESSIDADES E EMERGÊNCIA DE NECESSIDADES)
Em Gestalt, quando o egotismo se dis solve e o cliente não mais se compraz
EMOÇÕES
numa atitude de independência exces exces
N a fil filosofia, osofia, as em oçõ es, os sentim sentim entos, o
siva siva em relação ao terapeuta terapeuta e seus pró
espírito espírito são representados p ela Alm a. Em seu primeiro livro, EFA ( 19 4 7 ), Perls P erls cita a palavra palavra
ximos, e volta assim “de “de uma u ma egologia a uma ecologia” ecolo gia” (no sentido de Bateson), retomando retomando a feliz formulação d eR obi-
“alma” referindo-se também às emoções; no entanto, começa a delinear uma concepção
1995, p. 141) ne.7 (Gin g er; Ging er, 1995,
de homem em que alguns de seus aspectos
Robine considera o egotismo um tipo de
como corpo, mente e alma devem ser reco nhecidos como totaiidades integradas.
retroflexão, pois corresponde à definição dada O homem é um organismo vivo e al 7 Jean-Marie Jean-Marie Rob ine. “Q uel avenir pour ia GestaJt-thérapie?". GestaJt-thérapie?". In :______________ . La Gestalt et se s differents champs dápplidápplication. Paris: SFG, 1986.
guns de seus aspectos aspe ctos são cham ch amad ados os de corpo, mente e alma. Se definir
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E R A P IA IA
mos o corpo como a soma de células,
As emoções podem ser descritas como
a mente como como a soma de percepções percepções e
a força motora mais importante para nos
pensam pen sam entos, ent os, e a alm al m a com co m o a som so m a
so comportamento sendo transformada em
das emoções, e mesmo se acrescentar-
energia e expressa na mobilização dos mús
mos uma “integração estrutural” (ou
culos por meio do sistema motor: “Numa
a existência destas somas totais como
situação emocional, a emoção não é sentida
totalidades) a cada um dos três ter-
até que aceitemos o comportamento corpo
mos, ainda compreenderemos quão
ral ral correspo nd ente - é quando cerram os o
artificiais fora fo ra de conf co nfor orm m idad id adee com a realidade tais definições e divisões
punho que começamos a sentir raiva" (PHG, 1997, p. 212). A energia que provém das
são. (Perls, 2002, p. 66-7)
emoções é o excftamento. que, por sua vez,
Perls (2002, p. 69) enfatiza que “nenhu
é fornecido pelo metabolismo do organismo. E por meio das alterações hormonais que é
e
ma emoção, seja raiva, tristeza, vergonha ou nojo, ocorre sem que seus componentes fi
possível a diferenciação de um exdtamento básico em específico. Por exemplo: a raiva e
siológicos, siológicos, bem com o os psicológicos, psicológicos, entrem
o medo são os excitamentos específicos, isto
em jogo”, e confirma a necessidade de pen sarmos no funcionamento de um organismo
é, as emoções que estão ligadas às glândulas supra-renais (adren alina). alina).
em interação com seu ambiente.
A G estalt que do ponto de vista vista da sob re
Nessa época, já expressava mais idéias
vivência tiver maior significância recebe mais
que a Gestalt-terapia desenvolveu poste riorm riorm ente, com o: ‘A awareness de emo ções
exdtamento e, assim, é capaz de emergir e
indesejáveis e a habilidade para suportá-las
frentamento. Em muitos casos, o enfrenta-
são a conditio sine qua non para uma cura
mento requer uma quantidade extraordinária
bem-sucedida; estas emoções serão des carregadas ao se tornarem funções egóicas.
de exdtamento, e isto é experienciado como emoção [...] . O exdtamento sofre sofre uma trans trans
Este processo, e não o processo de recor
formação hormonal que transforma o exd
dar, forma a via régia para a saúde" (Perls,
tamento generalizado indiferente em excita
2002, p. 258).
mentos específi específicos. [. ..] O exdtam ento é tan to uma experiência quanto a forma básica de
Com a evolução da abordagem, Perls aponta para a necessidade de pensarmos no
usar seu exdtamento para orientação e en-
energia organísm organísm ica (Pe rls, 1979 , p. 20 0-1 ).
funcionamento de um organismo em inte
O reconhecimento do que nos acontece
ração com seu ambiente, por combinações integrativas, quando diz: “Uma emoção é a
e nos excita, excita, do que sentim sentim os e pe rcebem os no contat contato o com o campo nos faz faz entend er a
awareness integrativa de uma relação entre
realidade, e esta, por sua vez, não é neutra
organi organismo smo e am biente. biente. (E afigu afigu ra de primeiro
nem indiferente. PHG (1997, p. 47) enfa
plano de combinações diferentes de propriocepções e percepções.) Como tal é uma fun
tizam que “os diferentes gêneros de sen tim tim ento - o praze r e as as dist distiintas emo ções
ção ção do campo” (PH G , 1997 , p. 21 2).
- indicam ndicam um e nvo lvim ento orgânico orgânico que se
DICIO NÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
altera na situação real, e esse envolvimento parte da situação real".
ENERGIA
O term o “energia" perm eia toda a obra obra da Gestalt-terapia. Encontramos a primeira
Emoções são unificações, ou tendên fisio fis iológ lógica ica s com co m situa sit uaçõe çõess am bie ntais nt ais
referência em 1942, em £FA, quando Perls utiliza a palavra “energia” como um aspecto de um a função: 'A concepção ae função abar abar
favo fa vo ráve rá ve is ou desfav des favorá orávei veis, s, e, como com o
ca as coincidênci coincidências as tanto tanto d e um even to como
tal, fornecem o conhecimento último do) dos objetos apropriados às ne
de sua força força p ropulsora - sua dinâm dinâm ica” ica” (Perls, (Perls, 2002, p. 54). Considera que a energia não pode s e r vista vista como uma força inseparável inseparável do do
cessidades, assim como o sentimento
evento, contrapondo-se, assim, a qualquer
estético nos fornece o conhecimento último (adequado) de nossas sensibi
concepção metafísica. Em i 9 5 1, na obra de P H G , os autores des
lidades e seus objetos. Em geral, o in
crevem a energia como uma excitação, julgan
teresse e o excitamento da formação
do “excitamento” um termo lingüisticamente
figur fig ura/f a/fun undo do são testemunh teste munhos os im edia ed ia
adequado, na medida em que abrange tanto a excitação fisiológica quanto emoções indiferen-
cias unificadoras, de certas tensões
indispensável (embora não adequa
tos do campo organismo/ambiente.
(PHG, 1997, p. 48)
ciadas. ciadas. Rara esclarecer esclare cer essa e ssa concep ção, Perls Perls (in (in Fagan, Fagan, 198 0, p. 50 ) acrescenta que:
A Gestalt-terapia propicia um importante “método unitário e combinado” de trabalho para a prática psicoterá pica, quando possibil possibilit itaa “nos con cen trar tanto no m undo dos 'objetos' [...] quanto na liberação da mobilidade corpo
[...] nós temos que obter a nossa pró pri p ri a energ en ergia ia do d o alim al imen ento to e a r que rece bemos bemo s no nosso organismo. organismo. Não temos temos nome para esta energia que criamos.
ral e do apetite, como também na estrutu ra do terceiro elemento, a emoção do se/f (PHG, 1997, p. 214).
Bergson chamou-lhe de élan vital. Freud chamou-lhe de libido ou instin instin
José Amâncio dos Santos Santos N eto
e Reich deu-lhe o nome de orgone. Eu chamo-lhe de excitação porque a
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Per us , E S. (1947). Ego, fome
e agressão. São Ftiulo: Sum-
mus, 2002.
________ . lixo.
Escarafünchando Eritz: dentro
E S.; H e f f e r u n e, K.; G o o d m a n , São Paulo: Paulo: Summu Sum mus, s, 1997,
lógico de excitação. [...] A excitaçã exci taçãoo frequ fre quen ente tem m ente en te é sen s entid tidaa como com o ritmo,
P Gestalt-terapia.
vibração, tremor, afeto. Essa excitação tampouco é criada em seu próprio in
VERBETES RELACIONADOS Aw are nes s, Campo,
pala pa lavr vraa coincide coin cide com o aspecto asp ecto fis io io
fora da lata de
e
São Paulo: Summu Sum mus, s, 1979 .
Pe r i s ,
to de morte (ele tinha duas energias)
Doença, saúde e cura. Energia, Estéti ca, Exdtação/exdtamento, Figura e fundo, Gestalt, Neces sidades, Organismo, Self, Sistema Sistema sensoriomotor.
teresse, mas em relação com o mundo.
Peris busca a compreensão do indivíduo com o um tod o, unifi unificando po r meio meio do con ceito de energia a visão de mente e corpo,
D I C I O N Á R I O O E G E S T A L T - T E RA P I A
conform conform e expõe em A abord ab ordag agem em gestál ges táltica tica e
ções em qualquer fase deste ciclo po
testemunha ocular da terapia (1981, p. 30):
dem determinar patologias. (Zinker,
2004 , p. 89; tradução tradução nossa) Só quero dizer que as atividades que denominamos mentais exigem menos
Podemos o bservar uma m udança udança na des des
dispêndio de substância corporal que
crição do conceito de energia na Gestalt-tera-
as atividades denom inadas físicas. físicas. [...]
pia pia com base no de senvolvimen to da ciência. ciência.
A energia ene rgia qu e o hom ho m em econo eco nomi miza za
Na era moderna, a forma de descrição da
pensa pen sand ndoo nos prob pr oble lem m as em lugar de atuar em toda a situação pode agora
ciência mecanicista adequava-se aos sistemas simples, enquanto a ciência pós-modernatem
ser investida num enriquecimento de
uma visão adequada aos sistemas mais com
sua vida. Esta concepção da vida com
plexos, como os seres vivos. Assim, na obra
post po staa po r níveis d e ativ at iv id ad e acab ac abaa de
Processo, diálogo e awareness, Yontef ( 199 8, p.
uma vez po r todas com o p aralelismo aralelismo
28) esclarece: “Em Gestalt-terapia, o metabo
psicofí psi cofísico sico [...].
lismo é usado como metáfora para o funcio namento psicológico”, e acrescenta que a te
Em 1970, joseph Zinker descreve, em seu livro El proceso creativo en Ia terapia
oria de campo pode fornecer uma linguagem capaz de descrever os fenômenos simples e
guestá gue stáltica ltica,, o ciclo psicofisiológico, que se
complexos. Sem um conhecimento da teoria
relaciona com a satisfação de necessidades,
de campo, observa que:
denominado ciclo de auto-regulação do or ganismo. M ais ais tard e, em 19 94 , passa a fazer uma descrição fenomenológica do processo
[...] muitos teóricos rejeitam todos os conceitos de uma energia física como
intrapsfquico, denominando-o ciclo gestálti-
mecanicista, reducionista e dualista,
co de experiência:
sem perceber que a energia física é um aspecto necessário de uma teoria
No plano intrapsíquico, enraizamo-
holística holística,, e pod e muito b em ser conta
nos na awareness do que é relevante
bilizado na teoria de campo, sem pen
no momento, do que chama nossa
samentos mecanicistas, reducionistas
atenção e se destaca motora ou inte
ou dualistas. [...] Uma perspectiva de
lectualmente. lectualment e. Esse interesse é investido
teoria teoria d e campo p ode fornecer supor supor
de energia, energia, sem a qu al seríamos inca
te teórico para a integração de uma
pazes pa zes de agir. Nossa Nos sa awareness é clara
teoria que abrange o corpo, a mente,
e rica. Quando está suficientemente
as emoções, as interações sociais e os
energizada, podemos nos mover de
aspectos espirituais e transpessoais.
modo decisivo em direção àquilo que
(Yontef, 1998, p. 177)
desejamos [...].a aw areness plen pl en a leva a um contato claro na fronteira entre eu e o meio mei o ambien te.
Interrup
Em síntese, observamo s que a Gestalt-teraGestalt-terapia inicialmente descreve a energia como pro
D I C i O N Á R I O D E G E S T A L T - TE R A P I A
duto da função biológica do organismo, afas tando qualquer concepção metafísica de uma energia independente do funcionamento do se r vivo. Perl Perls preocup ou-se em definir o que q ue é
. Gestalt-terapia: teoria , de Janeiro: Zahar, 1980.
técnica
e
aplicações. Rio
Pe r l s , E S. (1942). Ego, fome e agressão. São Paulo: Sum-
mus, 2002.
energia e de onde ela vem. No entanto, como
________ . Escarafunchando Fritz: dentro e lixo. São Paulo: Summ us, 197 9.
ele m esmo explica, o de senvolvi senvolvim m ento da biofí biofí
Pe r l s , E S . ; H e f f e r l i n e , R.; G o o d m a n , P ( 19 5 1). Gestalt-
sica e da d a ling linguagem uagem na época não e ra adequado para descrever o conceito. Atualmente, com os novos recursos da ciência contemporânea, te mos muito mais possibilidades de descrição.
terapia. São
Ftiulo: Summu Sum mus, s, 1997.
G . Processo, mus, mu s, i 998. 99 8.
Yo n t e =
Z in k e r , j.
fora da lata de
diálogo e awareness. São
Paulo: Sum
( 1970 ). 0
proc proces eso o oreativo en Ia terapia guestálSueno s A ires: Paidós, Paidós, 1994. tica. Suenos
O con ceito *oi *oi profundamen profundamen te ampli ampliado quando os físicos quânticos observaram que
VERBETES RELACIONADOS
as partículas sólidas são intensas concentra
Auto-regulação organísmica, Aw are ne ss, Ciclo do conta to, Emoções, Exdtação/excitamento, Fronteira de conta to, Holismo, Necessidades, Sistema, Teoria de campo
ções de energia, podendo ser ondas ou partí culas, dependendo de como são observadas. Dessa forma, toda a estrutura funciona por meio das relações entre as concentrações de
ESCOTOM A (VER (VER PO NT O CEGO CEGO/ /
energia e tudo tudo passa passa a ser abordado com base base
ESCOTOMA)
na teia de relações. A Gestalt-terapia é considerada uma tera pia pia de processo. N a definiç definição ão de um proces
ESPONTANEIDADE
so, tudo é energia. Tudo é estruturado pelas
De sde a obra de P H G , publi publicada origi origi
forças dinâmicas de um campo, que se move
nalmente em 1951, encontram-se referên
pelo pelo tempo e p elo espaço.
cias ao conceito de espontaneidade, como
Na práxis, a Gestalt é uma abordagem em
i.
a segu inte: inte:
sintonia com o pensamento científico con temporâneo, já que o terapeuta se inclui na
A espo es ponta ntane neida idade de
é
o sentimento de
observação, utilizando-se como seu próprio
estar atuando atuan do no organismo /am /a m bien bi ente te
instrumento dè trabalho. Com base em seus
que está acontecendo, sendo nãó so
sentidos, ele procura observar em seu cliente
mente seu artesão ou seu artefato, m as
onde há mais energia, isto é, como e onde a
crescendo dentro dele. A espontanei
em oção está sendo expressa, o que serve serve de
dade não
orientação para o processo terapêutico.
e nem nada a está arrastando arrastando embora
Rosane Carneiro Porto
ph e r d , I. L. (orgs.). A abordagem gestáltica e Fa g a n , J.; Sh e ph
testemunha ocular da terapia. 2. ed.
Zahar, 1981.
Rio de Janeiro:
diretiva nem autodiretiva, autodiretiva,
seja essencialmente descompromissada, mas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
é
é
um processo de descobrir-e-
inventar à medida que prosseguimos, engajados e aceitando o que vem.
(P H G , 1997, 1997, p. 182) 182)
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - TE R A P I A
ESPOTANEIDAOE
86
O conce ito ito de espontaneidade espontaneidade vem ga ga
estar estar excit excitado ado ou não ser criati criativo vo - p o r
nhando, por meio de seu desenvolvimento, a conotação de uma atitude subjetiva expres
que a espontaneidade é iminentemente
sa por uma conduta caracterizada por natu ralidade e neutralidade conceituai. Esponta neidade é um modo suave de olhar a nova realidade, uma força vital que não se pode conter e emerge para descrever o que a rea
isso isso -, mas no sentido sentido de uma unidade anterior (e posterior) à criatividade e à passividade, contendo ambas. [ . . . ] os extremos de espontaneidaae são por um lado a deliberação e po r outro o re laxamento. (P H G , 1997, 1997, p. 182) 182)
lidade produz nos sentidos. “Espontaneidade é apoderar-se, crescer e incandescer com o
É importante destacar a influência que
que é interessante e nutritivo no ambiente”
teve o teatro para Peris desde sua juventude.
(P H G , 199 7, p. 4 5 ). E uma m anife anifest stação ação da totalidade totalidade interna interna relacionad relacionad a de form a fluida fluida
No livro Escarafunchando Fritz ( 1979), ele faz menção à metodologia do diretor de teatro e
com o mundo, uma atitude em que a unida
seu professor Max Reinhardt, “primeiro gênio
de do ser se expressa alijando toda a frag
criati criativo vo que con heceu ” (Peris, 1979, p. 32 2),
mentação descritiva e experimentada, privi legiando a integração de todas as dimensões
que o influenciou na especial ênfase dada ao
do indiví indivíduo duo ante o que ap arece com o fenô
espontâneo na G estalt-t estalt-terapia. erapia. A espontaneidade é apontada como uma
m eno exterior e interior interior num num m esmo tem tem po
maneira de funcionar na qual vitalidade, fres
e espaço vividos. E fluir, é respeito ao que surge como figura, é respeito em sua má
cor, naturalidade e auto-suporte se conjugam harm onicam ente. O papel papel “confrontativo'’, “confrontativo'’,
xima expressão de naturalidade, criatividade,
na forma peculiar que lhe confere a Gestalt,
indiferença e liberdade. Solomon Friedlãnder, em sua obra Indife
é também uma das manifestações da espon
rença criativa, promove uma visão dos even
taneidade. Cláud io N aranjo (19 9 0, p. 10) con sidera
tos opostos como complementares, a qual contribui para a noção de espontaneidade, de
tico “[...] descansam, por parte do paciente,
forma integrada com o pensamento de Paul Goodman, por quem é considerada uma ex
nos dois fatores transpessoais de tomada de consciência e espontaneidade, enquanto o
pressão ou atitude intermediária entre o ativo
terapeuta contribui com o estímulo e apoio
e o passivo.
da expressão genuína e reforço negativo do patológic patológico o [...]" . O sistema sistema terap euta-c lilien en te
que a Gestalt-terapia e o processo terapêu
O espontâneo é tanto ativo quanto
é afetado por aquilo que, como necessidade,
passivo, tanto desejoso de fa ze r algo
lhe é figura no presente, manifestando-se a
quanto disposto a que lhe façam algo;
espontaneidade no momento do encontro.
ou melhor, está numa posição eqüidis-
O espontâneo é, então, um a figura figura geral. geral.
tante dos extremos (nem passivo, nem ativo), uma imparcialidade criativa;
Uma manifestação que permite canalizar ao terapeuta aquilo que surge no aqui e agora da
um desinteresse não no sentido de não
relação dialógicâ. dialógicâ.
DICION ÁR IO DE GESTALT-TERAPIA
a/
ESTETICA
A espontaneidade, como atitude, pode con
A descri des crição ção da funç fu nção ão da front fro nteir eiraa
tagiar-se de si mesma e a si mesma. Seu fluir
está quase completa, mas temos de
intrínseco é uma expressão de saúde, que per m ite ite vive v iverr em fluida fluida auto-reguiação auto-reguiação organísmica. organísmica.
acrescentar ainda mais dois fenôme
Assim, o terapeuta gestáttico treina, em sua ati
do comportamento estético possuem
vidade profissional e em sua vida pessoal, a es
sorte semeinante à dos assuntos mo-
pontaneidade desenvolvendo seu auto-suporte
rats: tudo que é lindo pertence ao in
.m a atit atitude ude ; ue engloba um u m a confiança básica e intrínsec intrínsecaa em seus recursos - e favorecen favorecen
terior da fronteira, e tudo o que é feio, ao exterior A palav pa lav ra alem al em ã p ara ar a feio fe io
do uma atitude espontânea com aqueles com
é
quem trabalha: seus.pa se us.paciente cientes, s, seja seja-- na terapia in in
quase idèrticos.
dividual dividual ou grupai, grupai, e os grupos de formação nes
[...] Talvez mais fácil de entenaer seja i) sentimento de propried prop riedade ade dentro da
sa abordagem. A Gestalt-terapia tem sua força, sua forma, seu selo, nessa atitude espontânea; portanto, a espontaneidade é uma das conquis tas fundamentais fundamentais a serem alcançadas. alcançadas. Fernando De Lucca8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
le: Cuatro Vientos, 1990. Pe r l s , F S. Escarafunchando Fritz: dentro e fora da lata de
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haesslich. odioso. Amor e beleza são
frontei fron teira. ra. Tudo Tudo que qu e está está dentro dentr o da fron fr on teira é “meu”, meu”, m mee pertence. pertence . Tudo que está fora é seu, não-meu, sejam coisas ou atitudes. (P erls, 1979, p. 331-2)
Porém, a palavra “estética” representa para
N a r a n j o , C . La vieja y Ia novísima Santiago do Ch i novísima Gesta lt. Santiago
lixo. São
nos: estética e propriedade. Os pólos
São Paulo: Summus, Sum mus, 199 7.
Po l s t e r , E.; Fo l s t e r , M. Terapia Terapia guestá ltica. Buenos Aires:
Amorrortu, 1980.
a abordagem gestáltica mais do que um concei to ou um construto teórico, como no caso do conceito de “fronteira de contato”. Estética para a abordagem gestáltica constitui uma proprieda de e um valo r inerentes inerentes ao desenvolvim desenvolvim ento de sua história, história, como também às relações existen tes entre as partes que compõem a construção de sua teoria. Entre essas, com certeza, encon
VERBETES RELA C IONA DOS
Auto-regulaçã Auto-regulação o organísmica, Con sciência, D oença , saúde e cura, Fluidez, Indiferença criativa, Organismo, Suporte, Totalidade
tramos na psicologia da Gestalt uma referência exemplar. Segundo Znker (2001, p. 285-6); A psico ps icolog logia ia d a Gestalt cresceu da in vestigação experimental e fenomeno-
ESTÉTICA Em uma de suas primeiras referências so bre a palavra ‘‘estética", estética", F ritz Perls ( 197 9) a re laci laciona ona ao c on ceito ceito de “fron “fron teira de contato”. Diz ele:
lógica da percepção visual, e devemos reconhecer essa influência específica. Os primeiros psicólogos da Gestalt foc aliza al iza vam va m os princíp pri ncíp ios do ver [...]. Por exemplo, eles estavam interessados em figura-fundo, linhas, formas, con
8 O texto deste deste verbete foi traduzi traduzido do peias peias organi organizador zadoras. as.
tornos, proximidade, profundidade,
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T E R A P IA
pontos pon tos,, cores, planos, plan os, movim mo viment entos os e
Zink er (20 0 1, p. 28 6), em capítul capítulo o escrito escrito
espaço espaços. s. A idéia de form a - especial especial
com a colaboração colaboração de Shane , m ostra-nos ostra-nos que
mente a noção de G estaltquali estaltqualitãten tãten ou
o desenvolvimento de tal visão “não começa
as qualidades da form a - era cen centra tral. l. Resumindo, Resumindo, a psicologia da Gestalt era
com uma abstração como bom e beleza, mas com valores [...]”. Ou seja, a qualidade dessa
uma teoria teoria psicol psicológica ógica e uma metodo
visão visão estética estética estará semp re associada não so
logia feita sob medida para o estudo
mente à forma como se percebe o mundo,
da estética. [...] um psicólogo da Ges
mas também ao conteúdo dos valores que orientam orientam esse pon to de vista. vista.
talt não fica ria surpres surpresoo ao saber que a palav pa lav ra aesthe tic deriva de um apala tic deriva ■-agr -a gr ega eg a qu e significa “ perce pe rceber ber ”
Quando pensamos em valores valores na práti ca d a Gestalt-t Gestalt-terapi erapia, a, procuram os afir
Além disso, a noção de ordem ordem ou organiza organiza ção com o atributo atributo da consciência na maneira de
mações do que é mais importante para nós, nós, do que é precioso para nós, nós, daquilo da quilo
pe rcebe r o m undo confere ao organi organismo smo uma
a que damos valor, daquilo que é sig
qualidade qualidade estética que vai além das concepçõ es de belo e beleza mais frequentemente associa
nificativo para nós em nosso pensar, em nosso trabalho e em nossas relações
das à palavra. palavra. Estéti E stética, ca, aqui, refere-se refere-se àte nd ênên cia natural do organismo em buscar (perceber)
com os outros. (Zink er, 2001, p. 286)
“aquela 'configuração' 'configuração' qu e tive r uma um a organiza organiza
Assim , o c aráter estético estético de ssa visão estará
ção mais estável, ordenada, harmoniosa, livre de fatores supérfluos ou arbitrários" (Tèllegen,
semp re associ associado ado a outro e lemen to de valor, valor, qual seja, seja, a é tica. tica. A boa form a (estética) da
198 4, p. 3 8). A busca é pela m elhor configu configura ra
Gestalt-terapia necessita que o olhar do ho
ção possível, tendo em vista as condições que
mem que a pratique esteja eticamente orien
o campo organismo/meio oferece em dado momento, ou seja, a “boaforma”.
tado para o mundo e/ou para o outro. Não podemos nos esquecer de que partes dessa
A palavra alemã “Gestalt" já traz em seu significado, de difícil tradução para o portu
herança provêm de outras fontes e influên
guês, um pouco desse sentido. Gestalt pode ser entendida com o “form a, figura, figura, estrutura e configuração” (Rhyne, 2000, p. 37). Há, pois, algo de estético já na palavra que representa
cias cias que a abordagem .também recebeu - a psicanálise, a fenomenologia e o existenciaiismo, o pensamento oriental, e em particular o próprio processo de desenvolvimento de sua
a abordagem.
história. história. A Ge stalt-t stalt-terapia erapia se desen volveu , em parte, ao longo longo da segunda segunda m etade do século
Portanto, não parece difícil constatar o quanto essa “herança psicológica única”
X X , um periodo periodo históri histórico co extrem extrem am ente rico rico em transform transform ações políti políticas cas e sociocuiturais sociocuiturais
(Zinker, 2001, p. 285) contribuiu para o de senvolvimento de uma visão de mundo e
que em muito contribuíram para o enriqueci mento estético dela. Entre esses movimentos,
de homem que hoje embasa teórica e este ticam ticam ente a Gestalt-terapia. Gestalt-terapia.
um em particular teve grande influência no desenvolvi desenvolvim m ento da abordagem abordagem - a contracontra-
DICIO NÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
cultura. Segundo Timothy Leary (in Goffman;
desenvolvimento da abordagem fosse esteti
Joy, 2007, p. 10):
cam ente enriquecido e adquirisse adquirisse esse forte “parentesco" com a arte. Como nos mostra
[...] floresc flor escee sempre sem pre e onde ond e quer que r que
L. Perls ( 199 4, p. 24):
alguns membros de uma sociedade es colham estilos de vida, expressões artís
La terapia también es una arte. Tie-
ticas ticas e form as de pensamento e compor
ne más que ver com la arte que con la
tamento que sinceramente incorporam
ciência. Riquiere mucha intuición y
o antigo axioma axio ma segundo segundo o qual a única
sensibuidad y una visión general, es
verdadeira constante é a própria mu
algo muy diferente a una orientación
dança. A marca da contracultura contracultura não é
sin sistema. sistema. Ser artista supone fun cio
uma form a ou estrutura em particular, particular,
nar de una manera holistica, y ser un
mas a fluidez de formas e estruturas,
buen terapeuta supone lo mismo.
[...] com que surge, sofre mutação, se transforma em outras e desaparece desaparece.. Ainda como nos mostra Frazão (1995,
Ronaldo Miranda Barbosa REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS
Fr a z ã o , L. Gestalt-terapia, psicodrama e terapias neo-rei-
p. 13):
chianas no Brasil -
25
anos depois. São
Paulo: Agora,
1995.
A Gestalt-terapia Gestalt -terapia,, desde desd e sempre, esteve ligada aos movimentos de contracultu ra. ra. Quando Perls Perls seform ou em medici na, em 1920 1920,, ele e le participava ativamente do grupo “Bau haus” hau s”, juntame junt amente nte com artistas, poetas filósofos e arquitetos. Este Este grupo, politicame politi camente nte radical, radical, opunha-se à ordem estabelecida e lutava po p o r um estilo de vida menos rígido e menos preso.aos códigos vigentes. Por isso, não podemos deixar de consi derar a estreita relação que a Gestalt-terapia possui possui com as artes, com o uma forte forte fonte de
G o f f m a n , K.; Jo y , D . Contracultura através dos tempos.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. Pe r l s , F S. íscarafunchando Fritz: dentro e fora da lata de lixo. São
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São Fãulo: Summus, 1984. Z inker , J. A busca da elegânáa em psicoterapia. psicoterapia. São Paulo:
Summus, 2001. VERBETES RELACIONADOS
Consciência, Existencialismo, Fenomenologia, Fronteira de contato, Gestaltismo, Hoiismo, Organismo
influência influência estética estética tam bém . Tanto Fritz Fritz quanto Laura Perls sempre estiveram envolvidos com ativi atividades dades artísti artísticas cas - teatro, óp era, pintura,
EU-TU
E
EU-ISSO
dança, música, literatura etc. Sem dúvida,
A G estalt-terapia, estalt-terapia, po r m eio de seu alicer
esse interesse comum por formas criativas de expressão muito contribuiu para que o
ce na psicologia humanista e existencial, re m ete-nos à consideração da existência existência como
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E R A P IA
EU-TU E EU-ISSO
yu
um espaço onde os homens estão sendouns-com-os-outros, onde tecem redes de
‘fronteira ‘fronteira en tre’; mas uma fronteirafronteira-de-co de-co nta. to, onde a experiência tem lugar, não separa
relações nas quais confirmam e desenvol vem suas características especificamente hu
o organismo e seu ambiente; em vez disso limita o organismo, o contém e protege, ao
manas. A mais radicai expressão desse pen samento pertence ao filósofo Martin Buber,
m esmo tem tem po que contata contata o am biente”. biente”.
estúdios^ do misticismo judaico, em especial
oc orre na fronteira de contato contato en tre terapeuta e cliente, que consagra ou não a singularidade
Nesse sentido, o processo terapêutico
de sua vertente nassídica9. Buber enfatiza que a realidade da reiação não ocorre no
do indivíduo no contexto relacionai, depen
homem, mas entre este e o que ihe está de
dendo dos elementos inter-humanos presen
fronte. Na visão buberiana, o significado do
tes, isto é, da integridade e genuinidade da
inter-humano não é, pois, encontrado em um dos parceiros nem nos dois juntos, mas no diálogo que entre eles é estabelecido, no
atitude atitude diaiógica diaiógica assum assumida ida pelo terap euta. euta .
entre vivenciado por ambos. Esse modo de compreender a realidade interacional huma na recebeu o nome de dialógico ou filosofia
o mundo, que acontece no entre, é caracteri
do diálogo, cuja obra mais significativa é o pequeno livro desse autor, editado editado em 1923 e intitulado Eu e tu tu ( 197 4). Em Perls (1979, p. 23), encontramos a
De acordo com o sistema antropológico de Buber, Buber, relaci relacionam onam ento do hom em com zado por duas atitudes fundamentais ou duas palavras-princípio: a palavra-príncípio “Eu-Tu” e a palavra-príncípio “Eu-Isso”. Essas palavras referem-se a posições primárias que o ser humano pode assumir diante das coisas e das pessoas>
utili utilização zação do term term o bu beriano “Eu-Tu" quan do se refere à necessidade de equilíbrio en
ela é “p ortadora de se r”, isto isto é , ao p ronunciá-
tre frustração e apoio no exercício terapêu tico: “Uma vez que o paciente sente a es
la o hom em instaura instaura uma esp ecífica ecífica categoria categoria ontológica em relação à sua humanidade e
sência do aqui-agora e do Eu-Tu ele começa a compreender seu comportamento fóbico”.
à daquele com quem se relaciona. Ela, pois,
Em outra obra, PHG (1951) enfatizam que
com o se r dial dialogai ogai.. Na palavra “Eu-Tu” realiza-se o princípio
o setf não tem tem consciência de si próp rio rio abs abs tratamente, mas como estando em contato com alguma coisa. Seu Eu é polar com rela
A palavra-príncípio situa o homem no ser,
anuncia o princípio ontológico do homem
dialógico; e na palavra “Eu-Isso”, por sua vez, realiza-se o princípio monológico do existen
ção a um Tu e a um Isso. •
te. Ambos os princípios são eticamente legíti
O entre é trazi trazido do também po r Perl Perls ( 199 7, p. 43 ) na seguinte seguinte passag passagem: em: “Q uando nos referimos à 'fronteira' pensamos em uma
mos. Contudo, como foi referido antes, esta belecem diferenças ontológicas nos pólos da relação: na primeira, o Eu é uma pessoa e o outro é um Tu; na segunda, o Eu é um sujeito
9 O hassidismo dismo surgiu surgiu na Polônia, Polônia, no século XV III. Caracte rizava-se por um esforço de renovação da mística judaica (Von Zuben, 2001. p. XXXV).
de experiência e de conhecimento, e o ser que se lhe defronta, um objeto (Von Zuben, p. U I). Portanto, as duas palavras-princípio
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T -T E R A P I A
promovem dois modos de existência: a rela
mana, condição para a sobrevivência e o pro
ção o ntológica ntológica e a e xpe riênc riênc ia objetivante. objetivante.
gresso do homem, embora não possa ser o
O en tre é a categoria categoria ontológica ontológica na qual qual
sustentácul sustentáculo o o ntológico ntológico do ínter-hum nter-hum ano.
se dá a confirm confirm ação dos dois pólos envolvidos envolvidos
Certamente sem o Isso o homem não
na relação; é o lugar de revelação da palavra
pode existir. E uma atitude de conhecimento
proferida pelo ser. Esse intervalo existe entre
e de utilização de meios para a consecução
o Eu e Tu e o Eu e Isso.
de certos fins, e, assim, tão ética e autêntica
Ao pronu nciar o Eu-Tu Eu-Tu o hcm em se cinge cinge
com o a atitude atitude Eu-Tu. Ela se tom a fonte de
diretamente ao Outro, sem intermediário de
degradação do numano quando o homem a
qualquer natureza, isto é, sem nenhum fim
ela se subjuga, pautando sua existência unica
utilitário, movido somente peia reciprocidade
mente pelos valores inerentes a essa atitude.
do enco ntro. E um mom ento de presença, no
Pois sendo o Eu do Eu-lsso o sujeito da expe
qual a totalidad totalidad e de um feia à totalidade totalidade do ou o u
riência, nesse relacionamento o Outro não é
tro, posto que o encontro não se acha parcia-
enco ntrado em sua alteri alteridad dad e. M a expe riência riência
lizado por nenhum objetivo. Como dito an
do mundo, o Isso está presente ao Eu, porém
teriorm en te, a palavra palavra é diri dirigida gida diretamen diretamen te
o Eu não está na presença do Isso. Isso. “O homem
ao Tu, qu e é necessariame nte singular singular e único
não pode viver sem o Isso, mas aquele que
em sua alteri alteridad dad e. Referindo-se à diretivi diretividad dad e
vive somente com o Isso sso não é hom em" (Von
e imediaticidade da presença entre Eu e Tu,
Zuben 1974, p. 39).
sentencia sentencia Buber ( 197 4, p. 13): “lo “lo d o meio é obstáculo. Somente na medida em que todos
Quanto ao Eu-Tu, por sua natureza de abe rtura ao O u tro , é essencial essen cial para a realização realização
os m eios são abolidos abolidos acontece o en con tro". tro".
da condição humana, para o desenvolvimento
Ao pronunciar o Eu-lsso o homem é
da humanidade originária do ser do homem,
movido por um propósito, está visando a uma meta, adquirindo uma experiência, um
possibilitando a revelação do sentido mais ge nuíno da existência. Essa palavra-princípio, ou
conhecimento ou qualquer coisa utilitária,
modalidade de atitude, promove a anulação
que não a relação em si. A intencionalidade
das distâncias ontológicas, intima à reciprocida
do dizer Eu-lsso instaura o mundo do Isso, o
de e institui uma posição ética que não apenas
lugar e o suporte da experiência (Erfahrvng ), da utilização ou uso ( Gebrauchen ). O Eu nessa nessa
se dirige ao homem, como se inicia no próprio hom em , no qual se encontram a raiz raiz e o funda funda
modalidade conhece o mundo, para impor-
mento de sua própria humanidade.
se diante dele, ordená-lo, estruturá-lo, ven
As atitudes Eu-Tu e Eu-lsso são, pois, dois
cê -lo, transformá-lo (Von (Von Zub en , 1974, p. LIV). Conseqüentemente, essa modalidade
modos ontologicamente, e não eticamente, diferentes de vivenciar o entre, ou seja, de
de relacionamento fevorece a construção das
ser-no-mundo-com-os-outros, como já foi
atividades científicas e tecnológicas da história
lembrado anteriormente. Não é possível,
da humanidade, sendo, pois, essencial à sua sob révivência révivência e. ao seu d esenvolvim esenvolvim ento. O
portanto, falar sobre um Eu sem o Tu ou sem o Isso, já que são essas as duas possibilidades
mundo do Eu-lsso é fundamental à vida hu
da realização realização da existência hum ana.
D I C I O N Á R I O D E G E ST A L T - TE R A P I A
É útil útil dist distin ingui guir, r, com V on Zu ben be n ( 197 4, p. X LV III), III), entre relação relação e encon tro. O encon tro é algo atual, acontecendo agora, podendo ser chamado de momento Eu-Tu, enquanto a relação é mais ampla, engloba esse momento que pode ou não acontecer. A relação abre a possibilidade da latênda, dando oportunidade a um encontro dialógico sempre novo. A pessoa pode se preparar para para o enco ntro, m as, como como assinalou Buber, este só acontece pela “graça”. Nessa altura é oportunc -egistrar que o diálogo não se restringe à nreração verbal. ‘A 'palavra falante' de Buber é a palavra em ato, a palavra atuante. Este ato pode se dar via silêncio, expressão corporal, mímica, olhar, comportamento ou postura assumida diante dos eventos da vida. O dialógico dialógico refere-se ao poder transformador do contato inter-humano” (Malaguth, 2003). Especificamente na Gestalt-terapia, en contramos, iniciaimente, referências ao diálo go em Laura Perls, que afirma ter sido mais forte e profundamente influenciada por seu encontro pessoal com Martin Buber e Tillich do que pela análise e pela psicologia da Gestalt, talt, conform e assi assinal nalaa H ycn er ( 199 7). Concluindo a referência à psicoterapia, pode-se dizer que a atitude dialógica está pre sente quando, ainda que exercendo interven ções objetivantes, é priorizada a abertura ao evento relacionai, à alteridade do cliente e à submissão ao entre (atitude Eu-lu). A presença do Tu está e stá subjacente n essa atitude, atitude, na n a qual o in in teresse constante pela pessoa do outro é aquilo que mobiliza a tarefa terapêutica, mesmo du rante o relacionamento Eu-lsso, possibilitando a emergência do momento Eu-Tu, no qual, de acordo com Buber, a cura existencial se dá.
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9aulo: M oraes, : 97 4, p. V -LX X VIII. Yo n t s f , G. Processo, diálogo e awareness. São Paulo: Sum
mus, 1998. VERBETES RELACIONADOS
Auto-apoio, Consciência, Contato, Dialógico, Existência, Existencialismo, Experiência, Fronteira de contato, Frustra ção, Gestaltismo, Organismo, Se/f
E X C IT IT A Ç À O / E X C IT IT A M E N T O Perls, em sua crítica à psicanálise pela ênfase na importância do instinto sexual, en contra na Teoria Teoria organísmica organísmica e em W ilhelm ilhelm Reich o conceito de "excitação” no lugar do de libido. Não temos temos nome para a energia que criamos. Bérgson chamou-lhe élan vital, Freud chamou-lhe libido ou instinto de morte (ele tinha duas energias) e Reich deu-lhe o nome de orgone. Eu chamo-lhe excitação, por p or q u e a p a lav la v ra coin co inci cide de com co m o as as pec p ecto to fis f isio ioló lógg ico ic o d e exci ex cita taçã ção. o. (Perls,
in Fagan, 1980, p. 50)
M arisete arisete Mal M alaguth aguth Mendonça e Virgínia E. Suassuna Martins Costa
D I C i O N Á R I O D E G E S T A L T -T E R A P IA
Em £FA ( 194 2), Perts Perts (20 0 2, p. 123 ) enfatiza enfatiza
um excitamento crescente, sensitivo e inte
a importância de uma visão holística, mostran
ressado; e, inversam ente, aquilo aquilo que não é de
do a “superioridade da concepção organísmica sobre uma abordagem psicológica ou física”. Com o exemplo de um caso clínico de uma
interesse, presente para nós, não é psicologi camente real” (PH G , 199 7, p. 47 ). Não pode existir uma realidade neutra. Segundo eles, “o
pessoa portadora de doença coronária, fez a
interesse interesse e o excitam excitam ento da form form ação figura/ figura/
correspondência entre ansiedade e excitação:
fundo são testemunhos imediatos do campo organism organism o/am biente” biente” (P H G , 1997, p. 48$. 48$.
© quadro de excitação como todos
"$ w
aumentado, a atividade cardíaca au
excitamento mentoss na fronteira d e c é iO s excita tato emprestam sua energia para a
mentad a, o pulso acelerado, a respi respira ra
for fo r m aç ão d e um a figur fig uraa-ob objet jetoo mais
ção intensificada. intensificada. Isto é excitação, mas
nítida e simple simples, s, aproxim ando- se dela, dela,
não ansiedade. [...] Ansie An sieda dade de é igual
avaliando-a, superando obstáculos,
à excitação mais suprimento inade
manipulando e alterando a realidade,
quado de oxigênio. [...] A excita ex citação ção
até que a situação inacabada esteja
é produ zida pelo organismo organismo em situa
completa e a novidade assimilada.
ções que requerem uma quantidade
[...] é, em ge Esse Esse processo de contatar con tatar [...]
extraordinária de atividade (princi
ral, ral, um a seqüência contínua de fundos
pal p alm m en te moto mo tora) ra).. [...] Se a excitação
e figuras, cada fundo esvaziando-se e
é desviada d e seu alvo alvo real, real, a atividade
emprestando sua energia à figura em
motora se desintegr desintegraa e é parcialm ente
form fo rm ação aç ão,, que, p o r suà vez, tornator na-se se
usada pa ra colocar em em açã o os múscu
o fundo para uma figura figura mais nítida; nítida;
los necessários para restringir a ação
o processo inteiro é um excitamento
motora, motor a, pa ra exercer “autoc “autocontro ontrole” le”.
consciente crescente. A energia vem
Mas Ma s rest r estaa bas b asta tant ntee excit ex citaçã açãoo [...]. Im
tanto do organismo como do ambien
ped p ed in d o a descarg des cargaa desta des ta excitaç exc itação, ão, o
te. te. (P H G , 1997, 1997, p. 208)
experimentaram é o metabolismo
sistema motor do organismo não des Muitas Mu itas vezes, vezes, a ansi an sied edad ad e p o d e ser eli e li
Jean-Marie Robine (2006, p. 99), revisan do e expandindo conceitos em 0 self desdo desdo
minada e retransformada em excita
brado, contribui dizendo que:
cansa, mas permanece inquieto. [...]
ção. [...] Pode-se aprender a superar superar a ansiedade pelo relaxamento dos mús
Para que uma figura possa emergir,
culos culos do peito e dando vazão à excita
isto isto é, é, pa ra que um contato tome for
ção. (P e rls, rls, 2002 , p. 126-8)
ma, é necessário que ela seja energizada por seus planos de fundo, que
No livro de PHG (1951), os autores se
“alguma coisa brote” e seja susten-
referem ao excitamento como evidência de realidade: “Contato, formação figura/fundo é
tadora. [...] A figu fi gu ra é consci con sciênc ência ia pe rc ep tu al ( awareness a wareness ) e o p la n o de
DICIO NÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
fu n d o é nã o cons co nsciê ciênc ncia ia ou consci con sciên ên cia marginal, mas simultaneamente
REFERÊNC REFERÊ NC IA IA S BIBLIOGRÁ FIC FIC A S
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O conceito de awareness, tão fundamental a essa abordagem, "caracteriza-se pelo conta to, pelo sentir (sensação/percepção), pelo excitamento e pela formação de Gestalten. [...] Excitamento abrange a excitação fisiológica as sim como emoções indiferenciadas" (Robine, 2006, p. 33).
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Paulo: Summu Sum mus, s, 1997 .
Ro b in J.-M . O self desdobrado. São Paulo: Summus, in e, J.-M.
2006. VERBETES RELA C IONA DOS
A excitação é a form fo rm a indiferenciaindifere nciada e primitiva da emoção, o aumento de mobilização de energia requisitado
Ansiedade, Aw are ne ss , Contato, Emoções, Energia, Figura e fundo, Holismo, Necessidades, Sistema sensoriomotcr Teoria organísmica organísmica
para pa ra o organism o rganismoo responder re sponder a situações sit uações novas. No recém-nascido, esta resposta
EXISTÊNCIA
é maciça e relativamente indireta e, aos poucos, a criança cri ança difere di ferencia ncia as partes part es de
Em m eados dos anos 192 0, Perls passa passa a
seu mundo e, gradualmente, transfor
se interessar pelos temas da existência e da
ma a excitação indiferenciada em ex citação seletiva, seletiva, referindo-se refer indo-se às emoções específicas. (Lo fredo , 1994, p. 146)
Em suma, ritm ritm o, vibração, trem or, afe afe to são formas de expressões da excitação. “Qualquer que seja a excitação necessária para criar e enfrentar a situação, ela provém do organismo, e não existe excitação des necessária’’ (Perls in Fagan; Shepherd, 1973, p. 50). A emoção é a própria linguagem do organismo, é a “força que energiza todas as nossas ações”. Ela modifica a excitação básica de acordo com o contexto: a excitação trans forma-se em emoção específica, e esta se transforma em ação sensoria! e motora, que realiza a satisfação da necessidade. Marisa Speranza
filosofia filosofia existen cialista. cialista. Seu S euss contato s iniciais iniciais se dão por meio de vários autores, embora Buber e Tillich pareçam ser os mais influentes. Já em em seu p rim rim eiro eiro livro, EFA ( 194 7), quan quan do trata da questão das formas de abordar a realidade (Capítulo 4), Perls comenta sobre a importância da questão para os filósofos e or ganiza sua visão em tomo de duas escolas: a que afirma afirma a existência existência do mundo apenas peia peia percepção e a que afirma essa existência inde pendentemente dela. Tema por excelência da filosofia existencial, a relação entre interesse e constituição da realidade é discutida por Peris (2002, p. 75-6) nos seguintes termos: “Os instrumentos da percepção se desenvolvem a serviço de nossos interesses; por conseguinte, o p roblem roblem a deve ria ria ser: o mundo ex iste iste per se, ou apenas na medida em que nossos interes ses estão envolvidos”, ao final do que nos diz:
DICIO NÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
“Todo o problema da existência do mundo foi reduzido à pergunta: pergunta: Q uanto de le existe existe para o
centrando-se apenas no como e agora da ex istên cia11 cia11. Finalme nte tem os a abordagem
indivíduo?” (Perls, 2002, p. 75-6), Na primeira das “Quatro palestras” (in Fagan; Shephe She pherd, rd, 1966 19 66)1 )10 - que, qu e, segundo Faga Fagann
gestaltista, que tenta compreender a exis
e Shepherd, constitui "o mais extenso enun
tência de qualquer evento pelo modo como ocorre, que procura entender o vir-a-ser pelo como, não pelo porquê (Fagan e She
ciado do pensamento de Perls sobre um certo
pherd, 1980, p. 29).
número de questões, desde a publicação de EFA e da obra de PH G Perls Perls descreve quatro quatro
Ao se referir ao trabalho com sonhos no texro “Gestalt-terapia e potencialidades huma
possibil possibilida idades des de abordar ab ordar o estudo do co m por
nas” ( 196 6), Perls Perls com enta sobre um a suspei suspeita: ta:
tam ento: I) científi c ientífica; ca; 2) 2 ) reli religiosa giosa e filosó filosó fica; 3) existencial e 4) Gestalt. Nesse texto, Perls m arca jm a diferenci diferenciação ação em relação ao pen
sejo satisfeito, nem uma profecia do
samento existencial, existencial, pois, em bora entenda que que
futuro. futu ro. Para mim , é uma um a mensagem mensa gem
este se concentra no que é atual na existência,
existencial. Esta diz ao paciente qual
ou no que é (P erls se refere à abordagem abordagem exis
é a situação de vida e especialmente
tencial como “é-ismo”), persiste em uma con cepção de existência que ainda precisa precisa de um a
como modificar o pesadelo da existê existên n
estrutura causai.
Suspeito que o sonho não seja um de
cia, tornando-se torn ando-se consciente e assumin assumin do seu lugar histórico na vida. (Perls
in Stevens, 1977, p. 25) Mas nenh n enhum um dos existencialistas ex istencialistas,, com a possível exceção de Heidegger, pode
Nessa mesma coletânea de autores, no
realmente estender sua idéia existen
texto seguinte, “Terapia de grupo versus te
cial ao comportamento ontológico
rapia individual”, Perls refere-se ao “impasse
- que um a coisa é explicada através de guntan gun tando do “p o r quê?” e, assim, têm de
existencial” como uma situação de paralisia e medo em que o ser humano sente a dificul dade de abandonar as formas habituais com
continuar retrocedendo e procurando
as quais lida com as questões da existência,
apoio: apoio : Sartre no comunismo, comunismo, Buber Bub er no judaí jud aísm smo, o, Tillich no protestantism protesta ntismo, o,
um a situação situação em que “o apoio am bientai bientai não não está disponível e o paciente é, ou acredita
Heidegger, em pequena medida, no
ser, incapaz de lidar sozinho com a vida” (in
sua próp ria existência. existência. Eles Eles ficam fica m p er
nazismo, Biswanger, na psicanálise.
(Fagan e Shep herd, 1980, p. 29) No entanto, a Gestalt se diferencia ria pela dispensa da estrutura causai, con
10 Transcrito Transcrito de palestras palestras feitas tas no Atlanta Atlanta Workshop in Ge s talt therapy, 1966.
Em ou tra pas passag sagem em de um texto do m esmo ano ( 196 6), Perls comenta: '"Iodas as escolas do existencialismo enfa tizam a experiência direta, mas a maioria delas têm uma moldura conceituai. Kierkegaard com sua teologia protes tante. Buber com seu judaísmo, Sartre com seu comu nismo e Biswanger com a psicanálise. psicanálise. A Gestalt-terapi Gestalt-terapiaa é integralmente orrtológica, pois reconhece tanto a ativida de conceituai quanto a formação biológica de Gestaiten. É, portanto, auto-sustentada e realmente experiencial” (in Stevens, 1977, p. 19).
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E R A P IA
Stevens, 1977, p. 34 ). N a seqüência dessa
A ênfase da Gestalt-terapia Gestalt-terapia no “aqui e ago ra” é a ênfase na impo rtância rtância dessa atuali atualidade dade
citação, continua:
da existência, de prestarmos atenção e valori Para Freud, o presente pres ente incluía mais ou
zarm os essa atualidade, atualidade, uma vez qu e estamos
menos as últimas 48 horas. Para mim,
postos no mundo diante da impossibilidade
o presente inclui uma experiência
de outra forma de existência que não esta. É
infantil se ela for vividamente recor
como diz o próprio Fritz, em uma passagem
dada agora; inclui um ruído na rua,
que talvez seja a que mais sucinta e objetiva
uma coceira no rosto, os conceitos de
mente define sua concepção de existência:
Freud e os poemas de R ilke e milhões de outras experiências que, em qual
“Existência é ‘atualidade’ (actuality ).) . É tomarse prese nte’ (in (in Stevens, 197 7, p. 84 ).
quer hora e em qualquer grau, saltam
Peris nunca esteve interessado em de
para pa ra dentro dent ro d a existência, exist ência, d a minh mi nhaa
senvolver aprofundamentos filosóficos em
Stevens, existência no momento, (in Stevens,
relação à fenomenologia e ao existencialis
1977, p. 34)
mo, mas apenas em extrair desses pensa mentos o que fosse necessário e criativo
rafünchando Fritz Fritz (1979), Peris comenta bre
quanto aos dilemas humanos: ‘Aqui, não estou inclinado a me ocupar com questões
vem ente sobre a existência existência autêntica autêntica e, base base
filosóficas mais do que o absolutamente ne
ando-se em Vaihinger (a filosofia do “como
cessá rio rio p ara a solução solução de n ossos problem as
se”), afirm afirm a qu e, "com o seres sociais, levamo levamo s
e por certo não estou querendo participar
uma existência ‘como se’, na qual há uma
de nenhuma discussão meramente verbal"
confusão considerável entre realidade, fantasia
(Peris, 2002, p. 75).
Por fim fim , em sua obra autobiográfica, autobiográfica, Esca-
e fingimen fingimen to” ( 197 9, p. 16).
Paulo Porto
Existência é a realidade fundamental para o existencialism existencialism o, corren te filosófica filosófica do século
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
X X que entende entende a realidade realidade com com o contingên contingên
ph e r d , I. L. (orgs.). Gestalt-terapia: teoria. Fa g a n , J.; Sh e ph
cia e finitude, ou seja, que tem fim e só pode ser apreendida por alguém no instante atual, pois no instante seguinte já não é a mesma. A realidade da existência é a contraposição à realidade das essências metafísicas que, sendo infinitas e universais, não se desgastam com o tempo, permanecendo sempre iguais, inde
técnica e aplicações. Rio
de Janeiro: Janeiro: Zaha r, 1980.
G i a c ó i a Jr ., O. Pequeno dicionário dicionário de filosofia filosofia contem porâ nea. São
Pâulo: Publifolha, 2006.
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________ . Escarafunchando Fritz: dentro e lixo. São Paulo: Summ us, 197 9.
fora da lata de
en s , j. O . (org St e v en (o rg.). .). Isto é Gestalt. São Paulo: Summus,
1977.
pendentemente de quem quer que venha a apreend ê-las. Sendo a realidade realidade fundam ental, ental,
V E R B E T E S R E L A C IO IO N A D O S
então para o existencialismo existencialismo é a e xistência xistência que
Aqui e agora. Auto-apoio, apoio ambiental e maturação, Camadas da neurose, Existencialismo, Fenomenologia, Gestalt, Gestaltismo, Presente, Psicoterapia de grupo e workshop. Sonhos
precede a essência, e não o contrário, como qu er a m etafísic etafísicaa tradicion tradicion al.
DICION ÁRIO
DE GESTALT-TERAPIA
EXISTENCIALISMO
engloba as perspectivas de originais e influen
No primeiro livro de Gestaft-terapia, a
tes autores autores,, desde o século século X IX .
obra de PH G de 1951, não há nenhum a refe refe
Em termos filosóficos, o existencialismo
rência ao pensamento fenomenológico e exis tencial como influências nessa nova aborda
se contrapõe igualmente às perspectivas do
gem . Em 1969, quando publica publica seu segundo
assim, como pontos mais ou menos comuns
livro, Gestaft-terapia explicada, explicada, Perls (1977)
às várias várias p erspectivas erspe ctivas existen existencial cialist istas as - além além
defende que o obietivo da Gestalt-terapia seria promover o processo de crescimento e
dessa contraposição ao Racionalismo e ao
desenvolver o potencial humano apontando
à m etafísica etafísica tradicionais
apenas um caminho para isto: "[, .] tomar-se
to de J. R Sartre de que a existência precede
real, apren cer a assum ir uma uma p osição, osição, desen volver seu centro, compreender a base do
a essência... No sentido de que a existência
existencial existenc ialism ismo o
Existí Existím m os - em intrí intrínseca nseca correlação correlação com o
(Pe rls, 197 7, p. 16).
Racionalismo e do Positivismo. Podemos ter,
Positivismo, e da contraposição à ontologia e o con hecido rep-
não tem um sentido ou valor predefinidos.
Seu alinhamento com a psicologia huma
mundo, como dado originário e pré-reflexi-
nista em oposição ao modelo psicanalftico é
vo. Deste existir, criamo-nos, como o que
declarado, declarado, apesar dessas dessas preocupações a pre
somos, e como o que podemos vir a ser. O
sentadas, e o pensamento existencialista é
sentido, o valor, a potência artística existencial
apontado como fundamental para embasá-la.
de vir-a-ser, com base em nossa afirmação e
Em uma passagem dessa obra, Peris (1977,
criatividade existenciais, em nossa liberdade,
p. 33) expõe: “Considero a Gestalt-terapia
em nossas escolhas e responsabilidade.
atualmente um dos três tipos de terapia exis
A reinterpretação feita por Franz Brentano
tencial. A Logo terapia terapia de Frankl, a terap terap ia do
do p rincípi rincípio o de intencional intencionalidade idade co nfere, tam
D asein, de Biswang er, e a G estalt-terapia. estalt-terapia. O
bém, portanto, um elemento central da con
que é importante é que a Gestalt-terapia é a
cepção da existência e do existencialismo, e
primeira filosofia existencial que se apóia em
de sua atitude. atitude. O princípio princípio de intencional intencionalidade idade
si própria”. Para ele, “o existencialismo deseja
caracteriza particularmente a existência, que
se libertar dos conceitos, e trabalhar com o
se dá, assim, como emergência de ser-no-
princípio da presentificação' (awareness), com (awareness), com afenomenologia”.
mundo, na qual são intrínsecas a participação e a permanência do mundo. A concepção de
O term o “existen “existen cialismo cialismo ” se refere a um
“intencionalidade” de Brentano é radicalizada
marcante movimento, na filosofia e em vá
no conceito de ser-no-mundo, que caracte
rios ramos da cultura, que se caracteriza por
riza o existencial na perspectiva da ontologia
uma compreensão e concepção particulares
fenomenológico-existencial hermenêutica de
da existência. Compreensão e concepção
M . Heidegg er. O existencial se dá, portanto, portanto ,
estas das quais derivam atitudes existenciais
momentaneamente nessa correlação inten
igualmente particulares, em contraposição à
cional, que está para além além da dicotom ia sujeisujei-
ontologia, à metafísica e à cultura tradicionais.
to/objeto e da possibilidade de um sujeito em
Em suas versões modernas, o existencialismo
si, ou de um mundo em si.
DICIONÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
O existencial, existencial, viven viven cial, cial, pode se r entend i do, na perspectiva de R Nietzsche, como for
Podemos pensar um plano no qual se diferenci diferenciem em o existenciali existencialism sm o an terior ao sé
ça, como especificamente ativo e afirmativo.
culo culo X X e o exis existenci tencial alis ism m o do século X X e
Caracteriza-se, dessa forma, como afirmação,
posterior. posterior. O u o utro plano que m arca a disti distin
como essencialmente e em si já afirmativo. A atitude existencial caracteriza-se, portanto,
ção entre existencialismo alemão e existen cialismo francês. Em outro plano, podemos
desde Nietzsche, como uma atitude de afir
pensar em existencialismo filosófico, desig
mação da ‘afirmação", que é a existência, o
nado com a expressão de origem alemã de
existencial. Herança da filosofia de Nietzsche que é também característica dos existencialis-
“filosofia da Existensz ( Existenzphilosophie ); e existencialismo literário, e artístico de modo
rrios rrios subseqüentes. Soren Kierkegaard teve uma marcante
geral; e ainda o existencialismo na psicologia
influência na constituição dos existencialismos na medida em que se opôs ao universalismo
de distinção ainda entre existencialismo re
idealista da filosofia hegeliana para valorizar a
eles, naturalmente, interconexões, diferen
existência individual, a paixão e a su bjetividade bjetividade
ciações ciações e co ntraposições.
e psicoterapia. Podemos pensar num plano ligioso e existencialismo não religioso. Entre
como referências do verdadeiro. Sua filosofia ganha um cunho eminentemente religioso,
de R Nietzsche, de M. Heidegger e de E.
configurando-se quase como uma teologia.
Husserl, j. R Sartre (1905-1980) desenvol
O que não o impedi impediuu de produ zir imp ortan ortan
ve as suas idéias e passa a ser um dos mais
tes elabo rações existenciais existenciais que influenci influenciaram aram todo o existencialismo e, em particular, o exis-
signif signific icati ativos vos represen tantes do existencialis mo. Elabora e cunha, como mencionamos,
tenda lilism sm o religi religioso. oso.
uma das expressões mais significativas do
Na esteira das influências, entre outros,
Os existencialismos se caracterizam por
movimento existencialista: a existência pre
temáticas como Ser e ser, ontológico, ôntico,
cede à essência... Inverte desse modo a re
a condição humana, subjetividade, multiplici
lação que a m etafí etafísica sica tradicional tradicional estabelece
dade, processo, o nada, o sofrimento, afinitu-
entre essência e existência. E entende que é
de , a liberdad liberdad e, a alterídade, alterídade, a autenticidad autenticidad e, a
com base na responsabilidade de seus atos
escolha, o projeto, a transcendência, a angús
e escolhas conscientes, e nas consequên
tia, o possível, a afirmação, a condição huma
cias destes, que o homem se cria, de modo
na, a percepção, a criatividade, a consciência,
eminentemente existencial; que à existência
a interpr interpretaçã etação o com preensiva, preensiva, o pa rado xo... xo...
con fere valor e sentido. S artre de finiu finiu e c riti riti
Essa unidade de idéias, de perspectivas e posturas, de atitudes do existencialismo com
cou a má-fé como a negação da responsabi lidade idade à existência, à liberd liberd ad e, às esco lhas e
porta, também, uma diversidade, e mesmo
decisões. Criticou, em particular, o modo de
contraposições, como observamos. Pode
vida vida de ser-para-outros, que bu sca uma aco
mos, desse modo, abordar o existencialismo
modação à perspectiva dos outros, se obje-
segundo cortes diversos, e até contraposi
tificando dessa forma, e comprometendo a subjetividade, para fugir à responsabilidade.
ções diversas. diversas.
DICIONÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
99
99
Para Para Sartre, a existên existên cia humana é cond ena ção à liberdade. No
existenciaiismo
filosófico
temos
ainda as importantes contribuições de Karl Jaspers (1883-1969), de Martin Buber ( 18 7 8 -19b5) e de Pa Paul Till Tillich ( 18 8 6 -196 -196 5), no âmbito âmbito do existenciaii existenciaiism sm o alemã o. B ub er —m ísti stica jud aica - e Till Tillich ich - protestante protestante - , dois expoentes do existenciaiismo religioso.
EXiSTENCALISMO
doras de Franz Brentano, que propagou suas idéias aos psicólogos da Gestalt, a Husserl e a Heidegger. M. W ertheim ertheim er e K. Go ldstein dstein exerceram importante influência sobre Peds, sintetizador da Gestalt-terapia, e sobre Carl Rogers. M. Heidegger teve grande influência na origem das idéias de Ludwig Bmswanger e M. Boss, que desenvolvem a Dasem análise. Por inter
G abriel M arcei arcei ( 18 8 9 -197 -197 3), francês, francês, igual gual
médio ae Rollo May e de Abraham Maslow,
mente religioso, era católico. Podemos ain
eles fazem transitar da Europa muito do pen-
da citar citar Si Sim one de Beau voir ( 19 0 8 -198 -198 6), francesa, francesa, e Migue Miguell Uram un o y Jugo ( 186 4—
samemo e das posturas existenciais em psico
1936), espanhol. O chamado pós-moder-
ta norte-americana, ou seja, espeaíicamente para Carl Rogers e Fritz Perjs. Martin Buber,
nismo também traz influências importantes
logia e osicoterapia para a psicologia h jmanis-
tes que se desenvolveu na Alemanha a par
com sua concepção da diaiógica, alternativa ao nosso modo Eu-lsso de ser, exerce uma influência muito importante.
tir dos finai finaiss do século X IX , grandemente
Por fim, Otto Rank, psicoterapeuta que
influenciado pela filosofia de E Nietzsche, tinh tinh a um ca ráter fortem en te e xistencial xistencialis ista. ta.
desenvolveu suas idéias de acordo com a perspectiva nietzschiana, também realizou
Esse caráter era potencializado pelas duras condições na Alemanha anterior à Primeira
uma importante conexão entre o existencialismo e as psicologias e psicoterapias de Fritz
e à Segunda Guerras. Foi um movimento que se espalhou da dança e da pintura para
Perls e Carl Rogers.
do existenciaiismo. O Expressionismo, movimento das ar
Afonso H enrique Lisboa da Fonseca Fonseca
o teatro, para a literatura, para a escultura, para a expressão corporal, para a arquitetu
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ra, para o cinem a, e ou tros tros ramos da arte e
Bea u f r et ,
da cu ltura. ltura. N a psicologia psicologia e na psicoterapia, o existencial cialiismo tem também uma influência nfluência marcan te e d ecisiva, ecisiva, com o de senvolvi senvolvim m ento da psi psi cologia e psicoterapia fenomenológico-existencial, que possui como escolas importantes hoje em dia a Gestalt-terapia, a abordagem
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Wahl ,
explicada. São
Paulo: Summus,
existência . Lisboa:
Europa-Amé-
rogeriana e a Das.ein análise. Essas influên
VERBETES RELACIONADOS
cias do existenciaiismo e da fenomenologia em psicologia e psicoterapia se desdobram
Awareness, Crescimento, Dialógico, Eu-Tu e Eu-lsso, Fenomenoiogia, Ser-no-mundo
desde as concepções fundamentais e funda
DICIONÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
EXPERIÊNCIA
partes, neste momento, não podem significar
É dado bastante destaque ao papel da ex periência periência no livr livro o de PH G d e 19 5 1, no qual os autores expõe m : “A “A exp eriência se dá na na fronteira entre o organismo e seu ambiente, primoraialm primoraialm ente a sup erfície erfície da peie peie e os ou
nenhuma outra coisa" coisa" (PH G , 199 7, p. 2 2 1). Na Introdução Introdução da obra de PH G ( 199 7, p. 23), Isadore Fromm e Michael Vincent Miller dizem dizem que : “O local local prim prim ordial da expe riência riência psicológica, para onde a teoria e a prática psicoterapêuticas têm de dirigir sua atenção, é o
tros órgãos de resposta sensorial e motora”. Mais Mais especrfic especrficam am ente: A exp eriência é função função desta desta r'on te ira...” ira...” (PH G , 199 7, p. 4 1). Segun Segun
próprio con tato, o lugar onde se/f e amb iente organizam organizam seu enco ntro e se se envolvem mutua
do PHG (1997, p. 41-3):
m e n te D e sse modo. pode-s pode-see afi afirmar que a experiência psicológica se dá pelo contato e
unificadas definidas, e psicologica
na fron fron teira teira do contato. ab ordagem gem gestáltica gestált ica e testemunha Em A aborda ocular da terapia (1981), Peris apresenta na
mente todo o mais, inclusive as pró
Introdução um dos mais contundentes e elu
prias pri as idéias idéia s d e organi org anism smoo e ambie am bient nte, e,
cidativos relatos de sua visão da realidade do homem contemporâneo e da proposta da Gestalt-terapia diante dessa realidade.
As As •otalid ota lidade adess d e exper exp eriên iên cia nua incluem “tudo” tud o”, mas ma s são estruturas estru turas
é uma abstração ou uma construção possível, possível , ou uma um a pote po ten n cial ci alid idad ad e que qu e se dá na experiência como indício de alguma outra experiência. Falamos
O homem moderno vive num estado
do organismo que se põe em contato
de baixo grau de vitalidade. Embo
com o ambiente, mas o contato é que é
ra, em geral, não sofra profunda
a realidade simples simples e primeira. [...] a
mente, pouco sabe, no entanto, da
experiência é essencialmente contato, o funcion ar da fronteira entre o orga
verdadeira vida criativa. Tornou-se um autôm ato ansioso. ansioso. [...] Este livro
nismo e seu seu am biente [...].
constitui a exploração de um enfo que relativamente novo à totalidade
A nd a neste neste livro, livro, o con ceito ceito de “experiên cia" é novamente discutido em relação ao processo processo de contato. contato. Eles dizem dizem (P H G , 1997,
do tema do comportamento huma
p. 2 2 1): “Seme lhante awareness só é possível com relação a um todo-e-partes, onde cada parte é experienciada imediatamente como compreendendo todas as outras partes e o todo, e o todo é exatamente o todo dessas partes”. Explicado de outra forma, encontra
a partir da crença de que o homem
m os: “A “A expe riência riência não leva em conta quais quais quer outras possibilidades porque é necessá ria e concreta; o concreto é necessário, estas
no - tanto em sua realidade quanto em sua potencialidade. Foi escrito po p o d e viver viv er um a vida vi da m ais ai s p le n a e rica do que a maioria vive agora. [...] O livro tenta juntar a teoria e a aplicação prática dessa teoria aos pr ob lem le m as do coti co tidi dian an o e às técnic téc nicas as psico ps icote terá rápic picas as.. A teor te oria ia em si é ba se ada na experiência e na observação [...]. (Peris, 1981, p. 11-3)
DICIONÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
tWtKIfcNOA
tWtKIfcNOA
Talvez, por isso, seja tão difícil definir o
no sentido da mobilização da consci
que seja experiência para a Gestalt-terapia,
ência e da a ção do organismo no meio, meio,
pois essa abordagem é baseada na própria
para pa ra a efetivação efeti vação e desdobr desd obrame amento nto do
expe riência riência com o a reali realidade concreta da vi vência do homem, que se dá na fronteira de
contato, da auto-regulação e do ajusta mento criativo. (Fon seca, 200 5, p. 81)
contato deste com e no meio, sendo o espa ço psicoterápico o momento experimental da relação dialógica em processo. Segunao Perls ( 19 8 1, p. 3 0 ): ‘A ‘A psicoter psicoterapia, apia, então, deixa de ser um a escavação escavação do passa passado, do, em term os de . repressões, conflitos edipianos e cenas primá
Definindo a proposta metodológica da Gestalt-terapia, partindo desse caráter de va lorização da própria experiência na situação terapêutica, Fonseca nos lembra das palavras de PH G (apud (apud Fonseca, Fonseca, 20 05 . p. 8 1):
rias, rias, para se tom ar uma exp eriência eriência de viver no preserte
A psicoterapia psicote rapia é antes um processo proc esso de
Fonseca (2005, p. 67), em artigo intitulado “A experi expe rim m entação fenom enológico-exi enológico-existenci stencial al em Gestait-terapia", Gestait-terapia", diz que talvez talvez não n ão haja nada nada
situações experimentais de vida que têm um caráter aventureiro como as ex
mais característico “[...] em termos do sentido
plorações ploraç ões do obscuro e do d o desconhecido, que ainda assim são, ao mesmo tempo,
da Gestal Ge stalt-ter t-terapia, apia, quanto o seu caráter especí
seguras, a ponto de possibilitar que a
fica fica e em inentemente experim experim entai”. entai”. Esse Esse cará
atitude deliberada delibe rada possa ser relaxada.
te r basicam basicamente ente experi exp erim m ental da Ge stalt-t stalt-terapia erapia "[...] funda-se numa disposição para assumir afir afirmativ mativamen amen te o vivido, vivido, e o processo herm e
Podemos con ceb era G estalt-t estalt-terapi erapiaa como um convite à experiência. Perls, em Gestalt-
nêutico nêutico de seu desdobram ento, como referen referen
terapia explicada explicada (1977, p. 80), disse: “O
cial cial básico básico d e criação, criação , e de afirmação d a vida, de avaliação e de orientação" (Fonseca, 2005, p. 68). Segundo sua concepção, Fonseca (2005,
que eu faço como psicoterapeuta é trabalhar como catalisador [,..] provocando situações nas quais quais a pessoa po ssa ex p erim en tar...'' tar...''..
p. 7 6) afirm afirm a: A entrega entrega à concretude da exis
Ainda em relação ao papel do psicoterapeu
tência fez parte fundamental da hermenêutica
ta, e le acreditava acreditava que nós, Gestalt-terapeutas, Gestalt-terapeutas,
da Gestalt-terapia. [...] do privilegiamento das condições de uma atitude experimentalmente
"[■■•] pegam os tod to d a a e xp eriên er iên cia e a espelha esp elha m os [...] espelham espelham os [...] - a parte parte que está está
dial dialógica, ógica, que se con stitui stitui o caráte r experimen exp erimen
viva” (Perls, 197 7, p . 80 ). Qu anto à função da
tal da Gestait-terapia [...]”. Quanto ao sentido
técnica nessa abordagem, encontramos: “[...]
da própri próp riaa vivên vivência, cia, esse auto r diz: diz:
m inha técnica evolui cada vez mais no sentido sentido de nunca, nunca interpretar. Apenas espeihar
A vivência, o vivido, eminen em inentem temente ente
( back-feedingl2), back-feedingl2), provendo uma oportunidade
experimentais,.e suscetíveis à afirma ção, experimentativa, perspectivativa, na ação, no campo organismo-meio, configuram-se no processo do contato
11 A expressão back-feeding (“espelhar”) sugere que é papel do psicoterapeuta dar feedbacks (retornos) constantes a seu cliente, p artindo artindo de sua próp ria ria exp eriência. eriência.
DICIONÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
—
1 02
EXPERIÊNCIA
para a outra pessoa descobrir a si mesma”
lidar com evitações, aprender experiencial-
(Perls, 1977 , p, 168). Esse é o convite que
m ente sobre si m esmo e viver a terapi terapiaa como
o Gestalt terapeuta faz a seu cliente: que viva
a vida, num processo contínuo de conscien tização. E desse contexto que surge a noção
suas expe riências riências e se exp erim en te, no aqui e agora, do modo mais espontâneo possível. FStricia FStricia Lim a (Ticha) REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Fo n s e c a ,
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Pe r l s ,
F
5.; H e f f e r l i n e,
(1951). Gestalt-
de “experimento'’. Para explicá-lo como um instrum nstrum ento para para ob ter m aior aior awareness de si mesmo e criar direções mais satisfatórias para o cliente, Frrtz Perls e seus colaboradores es tabeleceram princípios que constituem arot/onale do experimento ainda atualmente. Em term os de sua p ré-história, ré-história, os funda
mentos começam a ser delineados em EFA, de 19 4 2 , livro livro no qual fritz Perls P erls con strói a transição da psicanálise freudiana para a Ges talt-terapia. Perls prenuncia novos princípios e justifi justifica ca a necessidade necessidade de uma nova técnica
VERBETES RELACIONADOS
Aqui e agora. Awaren ess, Contato, Dialógico, Esponta neidade, Fronteira Fronteira de contato, O rganismo, Parte Parte e todo. Presente, Se/f, Sistema sensoriomotor
EXPERIMENTO
para a então denominada terapia da concen tração. Perls (2002, p. 263) diz: “[...] A aplica ção prática de descobertas científicas exige o desenvolvimento de uma nova técnica Sobre a nova técnica técnica encontram encontram os:
A prim prim eira eira concepção formalizada formalizada sobre o
A nova técnica... é teoricamente sim
experimento é ap resentada resentada no p rim rim eiro eiro capítu capítu
ples; ple s; sua m eta et a é recu r ecuper perar ar a “sensaç sen sação ão de nós mesmos”, mesmos”, mas a realizaç ão desta
lo do livro livro de P H G ( 198 0). Parte Parte desse capítul capítulo o foi dedicada a explicá-lo e, no restante do tex to, bem com o em todo o prim prim eiro eiro volum volum e da
meta é, às vezes, muito difícil. Se você está “erradamente” condicionado, se
obra, sua definição aparece entremeada com a exposição de aspectos cruciais sobre a teoria
você tem hábitos háb itos “errado err ados” s”, será muito m uito mais difícil edificar este estado de coi
e a prática da nova abordagem, que objetiva
sas do que adquirir hábitos novos. Só
va superar sup erar as perspectivas dualis dualistas tas vigentes vigentes na
quan do você considerar considerar a aquisição da
psicologia da época, pela adoção de uma lin guagem e uma visão unitárias do homem.
nova técnica que quero demonstrar, com toda a awareness das dificulda
Os autores se dedicam a explicitar como
des que se aproximam, serei capaz
criar um ambiente terapêutico que auxilie o
de auxiliá-lo a adquirir o alfabeto de
cliente a se lançar no processo de aprender a reintegrar partes dissociadas, sensibilizar-se
“sen tir" a si si mesmo [ ...]. ...]. Nossa técnica não éprocedimento intelectual, embo
novamente, testar novos e criativos ajusta
ra n ão possamos ignorar ignorar totalmente o
mentos, ser responsivo ao seu aqui e agora,
intelecto. (Pe rls, 2002 , p. 264)
DICION ÁRIO
O E G E S T A L T -T E R A P I A
IUJ
EXPERIMENTO
De uma forma restrita, o experimento é
(...] Essa terapia é flexível e ela mes
um método de trabalho trabalho específico específico da G estaltestalt-
ma uma um a aventura da vida. vida. O trabalho
terapia. Numa visão mais ampla, há múltiplos
terapêutico [...] não é “descobrir” o
sentidos, pois ele expressa a filosofia holística,
que está errado com o paciente e então
organísmica, fenomenológica, existencialista e experiencial da abordagem, e corresponde às
“cont co ntar ar a ele” el e”. [...] O que é essencial não é o terapeuta aprender algo sobre
suas dim ensões ensõ es científica científica e artísti artística. ca. O pro ces
r paciente e então ensinar isso a ele,
so de defini-lo é extenso e multrfacetado, e se
mas o terapeuta ensinar ao paciente
inici nicia com PH G (19 8 0, p. 16), que, recomen recomen
como aprender sobre ele mesmo. Isso
do ao latim, formulam em dois momentos a
envolve ele estar diretamente aware
precisa intenção do termo:
de como, sendo um organismo vivo, ele 'ealmente funciona. Isso tem como
[...] experimento deriva de experi-
base experiências que são elas mesmas
ri, tentar. Um experimento é a ex peri pe rim m en taçã ta ção, o, tentat ten tativa iva ou especia esp eciall
1980, p. 17; 17; tra nao verbais. (P H G , 1980, du ção no ssa )
*■
observação feita para confirmar ou refutar algo duvidoso, especialmente
A “abord abo rdage agem m clínica” clínic a” [...] a antíte
aquilo sob condições determinadas
se da abordagem experimental. [...]
pe lo expe ex perim rim enta en tado dor. r. Um ato ou o pe
considerando [...] controle das “variá
ração ração emp reendida afim de descobr descobrir ir
veis” introduzidas pelo setting cuida
algum princípio ou efeito desconhe
dosamente simplificado da situação
cido, ou para testar, estabelecer ou
terapêutica comparado com a comple
ilustrar alguma verdade sugerida ou
xidade total do dia-a-dia [...] numa
conhecida; é um teste prático; uma
atmosfera livre de distrações [...] o
prova. pro va. [...] a entrevista terapêutica
tempo está aberto para o que vier a
é experimental de momento-a-mo-
acontecer [...] as penalidades costu
mento, no sentido de “teste isso e veja
meiras para o “mal-comportamento”
o que aco ntece” nte ce”.. O pacien pac iente te é ensina
estão humanamente acolhidas. Na
do a experienciar a si mesmo. “Ex-
medida em que o experimento prosse
per p er ien ie n ciar ci ar ” deriv de riv a d a me sma sm a fon fo n te
gue, o pacie pa cient ntee ousa mais ma is e mais ma is em
latina - experiri, testar, do mesmo
ser ele mesmo [...] quando o setting
je ito it o que qu e a pa lav la v ra “expe ex pe rim ento en to””, e
está organizado com habilidade e as
o dicionário dá a ela o mesmo senti
sessões conduzidas com competência.
do que pretendemos aqui, a saber, o
(Perls, 1980, p. 16)
viver presente po r m eio d e um evento ou eventos, eventos, (tradução nossa)
E sugerida nesse livro a possibilidade de o
A proposta proposta im im plíci plícita ta - o exp erim erim entar - é enunciada p ela fil filoso oso fia fia da abordagem:
DICION ÁRIO
crescim crescim ento pessoal pessoal e a autodescob erta erta acon tecerem dispensando a presença de um te rapeuta. No entanto, quando são formuladas
D E G E 5 T A L T - T ER A P I A
as condições de aplicação do experimento, postulam-se alguns dos princípios que consti
menológica e como tal experiencial e experi mental” (Perls. 1992, p. 149). Continuando:
tuirão tuirão a relação relação terapêu terapêu tica tica em si - um a pre
"Como uma Gestalt-terapeuta, prefiro falar
sença ativa, porém não diretiva do terapeuta. Nesses trechos ficam evidentes as idéias de processo, de respeito pela singularidade e possibilidades do cliente, sua responsabilida
em estilos como uma maneira unificada de expressão e comunicação. Em Gestalt-terapia
de e auto-regulação. auto-regulação. O cliente cliente é con siderado siderado seu pró prio instr instrum um ento de traba traba lho.
há tantos estilos de terapeutas quanto há de clientes” (Pe rls, 199 2, p. 13 3 ). Para Para co ncluir: “[...] Gestalt-terapia não é nem uma técnica específica nem uma coleção de técnicas es
Forneceremos um método pelo qual
pecífic pecíficas as [...] a taref tarefaa da terapia é d esen volver suficiente suporte para a reorganização e re-
você pode conduzir uma investigação
canalização canalização da energia. energ ia. Os O s con ceitos básicos
sistemática e reconstrução da sua si tuação presente. O procedimento está
[...] são são fil filosóficos osóficos e e stéticos stéticos m ais ais do que téc nicas” (Perls, 199 2, p. 149 ; tradução n ossa em
organizado organizado para que ca da passo ofere
todo este parágrafo).
ça uma base necessária para o próxi qualquer situação, você não irá um
E por intermédio de Erving e Miriam Polster (2 0 0 1), e Joseph Joseph Z ink er ( 197 9), discí discípul pulos os de Perls, que o experimento como método
passo pas so à fre nte nt e do d o que q ue você v ocê deseja d esejar. r. [...]
terapêutico e corolário de técnicas foi siste
Nós nos comprometemos afazer nada
matizado e explicado no processo da organi zação da sessão ou do tratamento individual, de casais, casais, fam famílílias ias e grup os. C itando os Polster (2001, p. 239):
mo. Você ocê irá ao seu próp rio ritmo. Em
a você. Ao contrário, nós damos algu mas instruç instruções ões para pa ra qu e, se você dese jar, você vo cê possa pos sa lançar lan çar-se -se nu ma ave a vent ntu u ra pessoal pes soal progre progressiv ssiva, a, aonde, pelo pe lo seu próp pr óprio rio esforço, você po d er á descob des cobrir rir algo para o seu self —[...] organizá-lo
O experimento em Gestalt-terapia é uma tentativa de agir contra o beco
e colocá-lo para uso construtivo para
sem saída do falar sobre, ao trazer
viver sua vid a [ ...]. ...]. (P H G , 198 1980, 0, p. 9)
o sistema de ação do indivíduo para dentro do consultório. Por meio de
O desenvolvim desenvolvim ento da abordagem, efeti efeti vado pelo próprio Fritz Perls, por Laura Perls e inúmeros Gestalt-terapeutas das gerações seguintes, originou cisões, desdobramentos e algumas algumas ênfa ênfases ses no em prego do exp erime nto. Co m o lembra Laura Laura Perls Perls ( 199 2), é possí possível
experimento, o indivíduo é mobiliza do para confrontar confrontar as emergências emergências de sua vida, operando seus sentimentos e ações abortados, numa situação de segurança relativa. Desse modo é cria da uma emergência segura na qual a
haver vários estilos de praticar Gestalt-terapia, e essas diversas possibilidades se referem à
exploração aventureira pode ser sus
forma de entendimento e compreensão do que é “[...] uma abordagem existendal-feno-
rados os dois lados do continuum continuum da
tentada. tentada. Além Além diss disso, o, pode m ser ex pb emergência, enfatizando primeiro o
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T E R A P IA
suporte e depois o correr riscos, depen
tasia tasia [...] com pessoa não disponível
dendo do que pareça mais saliente no
encontro com com [...] que encontre resis
momento momento [...].
tência tência [...] exploração do desconhecido
Segundo Segundo Z inke r (19 79 , p. 108): "[...] a
[...] de aspectos novos de si mesmo (...] mesmo (...] trabalho com sonhos sonhos e lição de casa [...] casa [...]
sessão de terapia pode converter-se em uma
experiências reais da vida. vida. (Polster,
série de pequenas situações de experiência,
Po lster, lster, 200 1, p. 254-79)
que se entrelaçam organicamente umas com as outras, cada uma das quais desempenha
Z ink er (19 7 9, p. 106) destaca algumas algumas
uma função particular para o cliente e contém
metas para o experimento:
uma surpresa em potência, uma descoberta totalmente inesperada tanto para o cliente como o terapeu terapeu ta". Esse autor define: define:
[...] expandir o repertório de comporta compo rta mentos mentos da pessoa; criar condições para pa ra a pessoa se perceber criadora de sua
[...] o experimento da Gestalt-terapia é uma forma de pensar em voz alta,
vida e de sua terapia; estimular uma aprendizagem experimental da pessoa
uma concretização da própria ima ginação gina ção,, um a aventura avent ura criador cria dora. a. [...]
e elaboraç elabo ração ão de d e novos conceitos sobre si ■'
o experimento criativo, se funciona
do comportamento, terminar situaç situações ões inacabadas, superar superar bloqueios no ciclo ciclo '
bem, ajuda a pessoa a arriscar uma nova maneira de expressar-se, ou pelo
mesma a partir p artir de elaborações no plano
consciência-excitação-contato, integrar compreensões intelectuais com expres
menos a leva aos limites, a fronteira ou ponto a par tir do qual ela necess necessita ita
sões motoras, descobrir polaridades /
crescer. (Zinker, crescer. (Zinker, 1979, p. 106)
desconhecidas, integrar forças for ças pessoais
O casal Po lster definiu alguns alguns tipo tipo s clássi
em conflito, conflito, [...] rçihtegrar sentimentos e idéias, estimular [...] vigor e compe
cos de experimentos:
S
tência, atitude explorativa e responsá vel consigo mesma.
[...] a representação representação [...] é a dramati zação de algum aspecto da existência
Para esses autores, o experimento acon
do paciente, que ocorre dentro da cena
tece num momento determinado da sessão,
terapêutica terapêutica [...] a representação pode
e há regras sobre como construir um experi
assumir diversas formas [...] alguns
mento, em que momento utilizá-lo, inclusive
exemplos exemplos [...] situação inacabada do
reconhecendo que experimento é algo que
passad pas sadoo distante, do presente, de uma característica, dç uma polaridade polaridade [...]
vai se desenvolvendo ao longo da sessão e
O comportamento dirigido dirigido [...] uma um a
de vínculo entre terapeuta e cliente, a com
prátic prá ticaa relevante de comportamento compo rtamentoss que ela possa estar evitando evitando [...], a fan
preensão da sua situação, situação, do tem a, entre m ui ui
envolve o aquecimento, o estabelecimento
tos outros aspectos.
DICION ÁR IO DE GESTALT-TERAPIA
106 10 6
EXPERIMENTO
em função do tema, das necessidades do processo do cliente, nos momentos de impasse e no processo da sessão. O experimento é sempre singular, mesmo que estejam sendo utilizadas técnicas de uso corrente. O que qu e ele cem de oeculiar é o seu manejo. (Salomão in
Desde De sde o surgimento surgimento da abordagem abordagem até sua sua morte, Frite Perls desejou criar um método te rapêutico que alcançasse o maior número de pessoas, o que propiciou algumas distorções quanto ao uso e à compreensão do que é o experimento e à diferença entre a instância do método e a esfera das técnicas. Um experimen to construído previamente ou fora da relação terapêutica deve ser compreendido como um
G roism an, 2003, p. 263-4)
trabalho dirigido baseado nos pressupostos teó
As técnicas criadas por Frrtz nos seminá-
ricos. ricos. N esse caso , ele é um a proposição proposição técnica técnica
ios e workshops para seu próprio trabalho
que visa descortinar as muitas possibilidades de perspectiva experiência de 1 ima pessoa. A outra perspectiva ao expenmento ocorre na sessão de psicotera-
fenomenológico foram reproduzidas por te
pia, pia, como um instrumento do m étodo fenome-
co a identidade identidade da abordagem, cu ja ênfase ênfase do
nológico, que surge na relação entre terapeuta e cliente, de acordo com a experiência de am
encontro terapêutico é o aspecto relacionai, a denom inada relação dialógica dialógica entre terapeuta
bos no aqui e agora da sessão. Cada encontro
e clientes clientes - e o foco da awareness é a situação
terapêuti terapêutico co pode gerar um expenmento:
que se organiza no aqui e agora da sessão. O
[...] Um experimento [...] É contato
emocion al com a experiência. experiência. Ele pode po de ser composto de muitas técnicas, que pod p od em preex pre exist istir ir ou ser constru con struídas ídas na na cena terapêutica a partir do que está acontecendo no momento. [...] Certa vez perguntei a Erving e Miriam Polster quando e como fazer um ex peri pe rim m ento en to com o cliente. Eles me res pon po n dera de ram m : quan qu ando do ele fo r o próx p róxim imoo pass pa sso.1 o.133 O terape ter apeuta uta cria cri a inúmera inú merass situações que posteriormente se tornam “técnicas” técnica s”, passíveis de serem reutilizadas em outras ocasiões e/ou não. O que distingue um experimento de uma técnica é que um experimento surge
13 Pergunta Pergunta feita feita durante o treinam treinam ento em G estait-t estait-terapia erapia realizado com o casal Polster.
rapeutas mal treinados, como se fossem o método da Gestait-terapia, colocando em ris
experimento mais básico, portanto, é a pró pria relação. Co m o afirma, afirma, em artigo artigo no The Gesta ltJourPerls ( 199 2, p. 131; tradução tradução nossa): nal, Laura Perls “Nenhu “N enhum m a interpret interpretação ação é necessária necessária enquanto enquanto trabalhamos com o que está disponível na atual presente awareness do paciente e do terapeu ta e o que se toma possível experimentar com, através dessa sempre crescente awareness". E Gary tifontef, em seu livro Processo, diálogo e awareness (1998, p. 236), completa: “ Awarenes Awa renesss é uma forma de experienciar. E o processo de estar em contato atento com o evento mais importante do campo indivíduo/ambiente com apoio energético, cognitivo, emocional e sensoriom riom otortotais [...] a awareness em si mesm a é a integra integração ção de um problema”. Para finalizar, citamos Hycner (1997, p. 46-7), um dos teóricos da relação dialógica em Gestait-terapia:
DICIO NÁ RIO DE G ESTALT-TERAPIA
IU/
EXPERIMENTO
IU/
As “técnicas3 técnic as3’ surgem no contexto da relaç relação. ão. Não há nada na da d e errado com com as técnicas em si mesmas , desde que não
EXPERIMENTO
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[...] Contudo, é sempre necessário que haj a urrià rrià relação relação d e confianca que pe r• haja mita ao terapeuta usar certas técnicas. Sandra Salomão REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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São Pauio: Summus, 1997.
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E R A P IA
1 1 1 m m m
i m m m m m ■
f FANTASIA
Para Para Perls Perls ( 197 9, p. 17 4 ), o term o “fanta “fanta sia” ocupa um lugar preponderante na Gestalt-terapia: talt-terapia: “ele [o term o fantasia] fantasia] é tão im portante para nossa existência social quanto a formação da G estalt para nossa existência existência bio lógica”.. Considera pensamento, imaginação e
pond po nd ênci ên ciaa entre ent re minh mi nhaa antec ant ecipa ipaçã çãoo imaginária e a situação real possa não ser absoluta, assim como a corres pond po ndên ênci ciaa entre entr e a palav pa lav ra “árvor árv ore” e” e o objeto é só aproximada, é suficientemente temente forte pa ra que eu baseie nela nela minhas ações. (Perls, 1981, p. 27)
fantasi fantasia a com o sinôn im os. Peris distingue três zonas de tomadas de
Entendemos que o pensar inclui um número de atividades — sonhar, ima ginar, teorizar, antec an tecip ipar ar —faze fa zen n do o uso máximo de nossa capacidade de manipular símbolos. Para abreviar, vamos chamar tudo isto de atividade de fantasia, em vez de pensamento. (Pe rls, rls, 198 1,p. 26-7)
A atividade atividade fantástic fantástica a é o uso interno da simbolização. A fantasia sempre se relaciona com a reali realidad dad e, cujo sentido sentido é dado pela pela pró pria pessoa, ou seja, não se trata da realidade em si, mas da realidade tal como apreendida
consciênaa, a saber: a consciência consciência de si-m si-m esmo, zona do seff(Z S ); a do mundo, ou zona externa (Z E ); e a que está na zona intermediári intermediária a da fan fan tasia, tasia, ou zona desmilitari desmilitarizada zada (ZD (Z D M ), também também conheada como "a grande área de maya que temos conosco, ou seja, existe uma grande área de fantasia que absorve tanto do nosso excitam ento, tanta energia, tanta força vital vital que sobra so bra muito muito pouco de energia energia para estarmos estarmos em con tato com a reali realidade dade”” (Perls, 197 7, p. p . 7 6 ). Distinguir fantasia fantasia (maya l4) de realidade é uma das formas do funcionamento saudável, pois a confusão entre os dois pode levar à neurose e, em casos casos extremo s, à psicose. psicose.
ou antecipada antecipada pela p rópria pessoa.
Eu antecipo, em fantasia, o que acontecerá na realidad e e, embora emb ora a corres corres--
14 Palavra Palavra sânscrita sânscrita que, segundo o Dicionário Oxford de filosignifica “véu da ilusão ilusão "; traduz um a form form a de sofia { 197 7), significa experiência semelhante à ilusão, ou seja, que se distancia da realidade realidade con creta.
I 10 10
FANTASIA
O objetivo objetivo da p sicoterapia sicoterapia é facilit facilitar ar o
to só no estado de awareness perd pe rdem em
contato consigo mesmo e com o mundo di
essa propriedade? (PH G , 1997, 1997, p. 33)
minuindo a fuga para a fantasia como o único recurso criativo, dessa forma ampliando sua awareness. Segundo Peris Peris ( 197 7, p. 77 ):
Eis, então, a primeira ocorrência do ter mo “fenomenologia” na literatura da Gestaltterapia. Fenomenologia aparece aqui como a
Ao invés d e estarm est armos os divid div idid idos os entre
disciplina por meio da qual PHG pretendem
integrá-los os maya e realidade, pod em os integrá-l e, se m aya e realidade estiverem inte grados, cham ch am arem ar em os essa integra int egração ção
esclarecer em que semdo a noção de aware ness lança as bases para uma nova concepção
le arte. A grande obra-de-arte é real e, ao mesmo tempo, ilusão. Gladys D'Acri e Sheila Orgler
sobre as formas de contato entre o homem, o sem elhante elhante e o mundo - form form as essas essas as as quais denominam de sistema self. Inspirado Inspirado no uso que Edm und H usseri deu à expressão “fenomenologia", Martin Heidegger
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Per l s ,
________ . Escarafunchando Fritz: dentro e lixo. São Paulo: Summus, 1979. ________ . Gestalt-terapia 1977.
explicada. São
fora da lata de
Fhuio: Summus,
estabelece para ela uma nova etimologia. Hei degger degger ( 198 9, § 7) exp lora o fat fato o de o verbo legein (discursa r) - de qu e o substantivo substantivo “logi “logia" a" é derivado derivado - ser sinôni sinônimo mo de apo-phainesthai, o qual, por sua vez, é composto pelo prefixo apo (que significa significa “faze “faze r ve r") e phainesth pha inesth ai (que
é um a form a verbal re flexiva que signif significa ica “manifestar-se desde si"). De onde provém a tra
i „
f!
1
dução da expressão “fenomenologia" (legein ta
VERBETES RELACIONADOS Aware ness,
Contato, Consciência, Doença, saúde e cura, Energia, Excitação/exátamento, Gestalt, Neurose. Psico se, Se/f
base em si mesmo, aquilo que se manifesta, tal como, com base em si mesmo, se manifesta (apophainesthai (apophainesthai ta phainomena).
FENOMENOLOGIA
i
phain omena) omen a) da seguinte forma: fazer ver, com
Fenomenologia, nesse sentido, não é o
inaugural da abordagem que leva o mesmo
estudo estudo do que apa rece, mas o fazer fazer ver - no âmb ito ito de no ssa exp eriência - aquilo aquilo que se
nome, seus autores apresentam a orientação
manifesta desde si, tal como se manifesta des
geral da investigação que propõem:
de si. O que se m anifest anifestaa desde si, po r sua
No Prefácio à obra de PHG (1951), texto
vez, não é uma coisa objetivada, já inscrita [...] deslocar o foco da psiquiatria do
em nosso código natural, em nossas defini
fetich fet ich e do desconh des conhecid ecido, o, da ador ad oraç ação ão
ções espaço-temporais. As coisas naturais se
do “inconsciente” “inconsciente”, p ar a os probl pr oblem em as
mostram de acordo com a nossa definição de
e a fenomenologia fenomenologia da awareness; que fator fat ores es opera op eram m na awareness, e como
natureza, e não de acordo com elas mesmas. Razão pela qual, para a fenomenologia, o ma
faculd fac uld ades ad es qu e p od em oper op erar ar com co m êxi ê xi
nifestar-se desde si implica uma espontanei
DICION ÁRIO OS GESTALT-TERAPIA
dade, a qual as coisas naturais quando muito representam, porém não a esgot esgotam. am.
Ainda assim, PHG mantêm-se fiéis à visa da fenomenológica sobre a noção de inten-
O term o “intendon alidade” alidade” tenta nominar
cionalidade, quando admitem ser a awareness
essa espontaneidade, sem “autor” empírico,
um acontecim acontecim ento em inentem ente tem poral.
mas com base na qual passamos a represen
Nesse sentido, na terceira parte do segun
tar entidades empíricas, sejam estas homens,
do volume da obra de PHG (1951), quando
mulheres, outros animais, plantas ou coisas
descrevem o fluxo de awareness nos termos de um sistema ao qual denominaram se/f,
inanimadas, -azer fenom fenom enologia, enologia, por co nse guinte, é fezer ve r o “primado" “primado" d essa intenciointencio-
seus autores mencionam que a “classificação,
nalidade primeira e impessoal, que se mostra
descrição e análise exaustivas das estruturas
desde si antes m esmo de nossos instrumen instrumen tos
possívei possíveiss do se /f constituem constituem “o tem a da feno
reflexivos reflexivos dele poderem se apoderar - o que justifica jus tifica H u sse ri e H eideg ger, cada cad a qual a seu
menologi menologia" a" (P H G , 1997, p. 184). D e acordo acordo com eles, trata-se trata-se de en tend er o se/f se/f com o a
m odo , terem tentado u tili tilizar zar uma linguagem nguagem
“realização do potencial”, o que significa dizer
própria, diferenciada da linguagem natural ou
que “o presente é uma passagem do passado
científica. Mais ainda, fazer fenomenologia é
em direção ao futuro, e esses tempos são as
faze r ve r a irredutibi irredutibililidade dade desse primado , que
etapas de um ato do self à à medida que entra
nunca conseguimos dominar, tal qual o tem
em contato com a realidade realidade (é provável que a
po, que não pára de escoar. Aliás, para todos
experiência metafísica do tempo seja primor
os fenom fenom enólogos, o temp o é a form form a ínti íntim ma
dialmente uma leitura do funcionamento do
da intendona lidade . O ra, a essa espontaneidade espontaneidade que se re
se// se//)” )” (P H G , 1 997, p. 180). A afirmação lacônica, mas crucial, que re
vela com base em si mesma tal como ela é
conhece, na experiência metafísica do tempo,
vivida a cada instante e de maneira impesso
o sentido sentido profundo do funcionam funcionam ento do self,
al, PHG denominam awareness. já em £FA
não deixa dúvidas sçBre a orientação feno
( 194 2 ), Perls Perls util utilizava o term o “awareness"
menológica das descrições que seus autores
para designar a forma como Kurt Goldstein
pretendem estabelecer. Afinal, a experiência
sintetizava, transpondo-a para o campo das
metafísica do tempo é justamente o tema do
relações organísmicas, a noção fenomeno-
qual se ocupa Husseri em Lições para uma fe
Iggica Iggica de “intend on alidad alidad e”. O que signifi significa
nomenologia da consciência interna do tempo
dizer que, à diferença de Husseri e Heide
( 1893); tema esse que reaparece articulado
gger, os fundadores da Gestalt-terapia não
com a noção de intendonalidade na obra
acreditam ser preciso abandonar o discurso
Ideas (1913), a qual, por sua vez, serviu de
natural para descrever os processos inten
base para Goodman propor a redação defi
cionais. Tal como o fenomenólogo Maurice
nitiva da teoria do se/f segundo ele mesmo
M erleau-Ponty erleau-Ponty (l? 4 5 ), os fundadores fundadores da da
admitiu em carta dirigida a Wolfgang Kòhler
Gestalt-terapia acreditam que a ciência, ela mesma, é capaz de apontar o primado dessa
(Goodman apud Stoehr, 1993, p. 80).
espontaneidade que se revela p or si. si.
de fenomenologia se presta a designar uma
No campo da prática clínica, a noção
DIC ION ÁR IO D E GESTALT-TERAPIA
postura de disponibilidade do terapeuta em relação àquilo que se mostra na sessão com o algo algo “ób vio'', vio'', mas não necessariam necessariam en te ligado a uma causa ou a um agente de terminado. Trata-se dos hábitos inibitórios, dos estados de ansiedade e angústia, das nações motoras e da ordem da linguagem, entre outros acontecimentos espontâneos e inesperados compartilhados na sessão terapêutica. Ao terapeuta importa pontuar o modo “como” esses acontecimentos se mostram desde si na atualidade da sessão, retornem eles do passado, diri dirijam-se jam-se eles ao futuro. A fenomenologia é aqui menos uma m etodologia etodologia de intervenção do q ue um a ati ati tude de concen tração tração naquilo naquilo que se m ostra ostra desde si.
FIGURA FIGURA E FUND O
A concepção de “figura e fundo” em Gestalt-terapia é uma herança da psicologia da Gestalt, conforme afirmam PHG (1951): “Figura/fundo, situação inacabada e Gestalt são os termos que tomamos empresta do da psicol psicologia ogia da Gestalt” ( 199 7, p. 3 4 ). W ertheim er, Kò hler e Koffka, Koffka, funaado res da psicologia da Gestalt, afirmaram que a per cepção não se constitui na mera soma de da dos sensoriais recebidos passivamente pelo indivíduo. Ao contrário, ela é um processo ativo ativo e sem pre se refere a todo todo s (holos) orga nizados sob uma forma ou estrutura de con jun ju n to , um a G e sta st a lt, cujas cu jas p a rtes, rte s, se tom ad as separadamente, não apresentam as mesmas característi características cas do tod o. A percepção está
Marcos José e Rosane Lorena Müller-Granzotto
submetida a certas leis (lei da boa forma, lei
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
do fechamento, lei da semelhança etc.) que
Hiioegger , M. (1927). Ser e tempo. Petrópolis: Vozes,
fazem uma figura emergir de um fundo, o
1989.
qual, ao mesmo tempo, a constitui e a cir
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Paulo: Paulo: Summus, 199 7.
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ah or a y Io q ue vie ne : Paul Go od
man y Ia psicoterapia psicoterapia Ge stalt en tiempos de crisis crisis mun dial. Santia Santiago go
A importância do todo em relação às par tes já já era anun ciada ciada no pensam ento precu rsor de Aristótel Aristóteles, es, qu e, no século século IV a .C ., em sua obra Da política, considerava que o todo é, com efeito, necessariamente anterior à parte
H e f f e r u n e, R.; G o o d m a n , R (1951). Gestalt-
terapia. São
cunscreve (Koffka, 1975).
do Ch ile: Cuatro Vientos, 199 7.
(apud Engelmann, 2002). Para Aristóteles, o importante seria sempre a “forma total”, não os elementos que nunca surgem separados do ser ao qual pertencem (Aristóteles apud Engelmann, 2002). De acordo com PHG (1951), as noções de figura e fundo já estavam presentes em
VERBETES REL A C IONA DOS
Ansiedade, Awareness, Contato, Espontaneidade, Ób vio, Self, Teoria organísmíca, Terapia e técnica de con centração
subsidiando ando uma teoria segundo segundo a EFA ( 19 4 2), subsidi v
qual, “na luta pela sobrevivência, a necessida de mais imp ortante torna-se torna-se figura figura e o rganiza rganiza o comportamento do indivíduo até que seja
DICION ÁRIO
DE GESTALT-TERAPIA
FIGURA E FUNDO
FIGURA E FUNDO
satisfeita, depois que ela recua para o fundo
fundo fica fica perturbada. Enco ntramos ntram os frequ frequente ente
(equilíbrio temporário) e dá lugar à próxima
mente men te ou uma rigidez rigidez (fixação (fixação ) ou um umaa feit feitaa de
necessidade mais importante agora” (PHG,
formação da figura (repressão). Ambas interfe
1997, p. 35). Aqui, vê-se a clara influência do
rem na completação normal de uma Gesiait
holismo de Goldstein na concepção de figura
adequada adequada"" (P (P H G , 199 7, p. 34 ). Q uand o a flui flui--
e fundo para Perls. Na relação figura/fundo, a
dez do processo de formação e destruição de
figura figura tem pregnân cia, brilho brilho,, clareza , vivacida vivacida
figuras é interrompida, a figura ou Gestalt que
de, e se destaca de um fundo difuso e amorfo.
não pôde ser completada toma-se uma situa ção inacabada. Polster e Polster, na obra Gès-
O fundo diz diz respe ito ito ao campo p erceptual, isto é, a tudo que é relativo ao organismo e ao m eio am biente. O signif signific icado ado da figura figura é
afirmam talt-terapia integrada integrada (20 0 1 ,. p. 5 2), afirmam que as situações inacabadas “buscam a inteireza
sempre dado pela relação contextual com o fundo. Para Perls, a vida saudável propriamen
é assaltado por preocupações, comportamen
te dita é a expressão da fiuidez no processo
to compulsivo, temores, energia opressiva e
de formação figura/fundo, no qual as necessi
muitas atividades autoderrotistas”.
e, quando obtém poder suficiente, o indivíduo
dades dom inantes do organismo são satisfei satisfeitas tas
A terapia gestáltica busca restabelecer a
segundo sua emergência]1 'A m aneira aneira com o o
fiuidez fiuidez do p rocesso de formação figura/ figura/fundo fundo
paciente paciente feia, feia, resp ira, m ovimen ta-se, censura,
por meio da análise das estruturas internas da
despreza, busca motivos etc. [...] é a expres
experiência presente
são de suas necessidades dominantes” (PHG, 1997, p. 36). 1
até que o contato se intensifique, a awareness se ilumine e o comporta
A relaç rel ação ão entre en tre figur fig uraa e fund fu nd o na saúde é um processo de emergência
mento se energi energize. ze. E o m ais importan im portan
e recuo permanentes, mas significa tivo tivos. s. Assim, Assim, a interação entre figura
vigorosa é a própria cura, porquanto a figura de contato não é apenas uma
e fundo torna-se o centro da teoria
indicação da integração criativa da
[...]: atenção, atenção , concentração, intere interess sse, e,
experiência, mas &a própria integra
preo pr eocu cupa paçã ção, o, excit ex citam am ento en to e graça gra ça são s ão característicos da formação saudável
te de tudo, a realização de uma Gestalt
1997,, p. 46) ção. (PH G , 1997
de figura/fundo; enquanto confusão,
O s textos tradicionais tradicionais da Ge stalt-t stalt-terapia erapia
tédio, compulsões, fixações, ansie
costumam ocupar-se preferencialmente da
dade, amnésias, estagnação e aca-
figura que emerge em detrimento do fundo
nhamento são indicadores de uma
que a contextualiza e fomece-lhe significado.
fo rm a çã o fig ura/ ur a/fu fund ndoo pertu pe rtu rbad rb ada. a. (PH G , 1997, p. 34)
Polster Polster e Polst Polster er ( 197 6, p. 4 5 ), contempo râ neos de Fritz Perls, afirmavam que o fundo é "[...] difuso e amorfo, e sua função principal é
Na neurose e, de forma mais aguda, na psicose, “[ ...] a elastic elasticidade idade da forma formação ção figura/ figura/
serv ir de contexto para a p ercepção da figura, figura, dando-lhe dando-lhe profundidade profundidade e relevo , p orém sem
D I C I O N Á R I O D E G E S T A LT - T E R A PI A
despertar interesse por si mesmo”. Estudos
no mar, uma onda que se levanta e se faz
mais recentes vêm implementanoo o interes
figura, ganhando significado sob o lampejo da
se pelo fundo, investigando o campo total em
awareness. A fluidez da relação figura/fundo
que se dão as experiências vividas.
é com o a flfluidez da onda no m ar. ar. A onda
Ge stalti staltistas stas como Lynne jaco jaco bs e R ichard ichard
(figura), em nenhum momento, perde as ca
Hycner, por exemplo, têm desenvolvido
racterísticas do mar (fundo). Nunca deixa de
aproxim ações en tre a Ge stalt-t stalt-terapia erapia e a teo
ser m ar. Radicali Radicalizando : a figura figura é, no fundo.
ria
- >ni >niersubjetivi rsu bjetividad dad e. i. :luind :luind o -m e nessa
Penso que a imagem onda/mar consegue
nova vertente, vertente, penso penso que a clara clara com preen
dar conta das complexas relações do indivíduo
são da abrangência e do significado do fundo
com a emergência de >uas necessidades na his
é de fundamental imp ortância na investi investigação gação
tória de sua vida. O m ar se se en crespa em ondas
da constituição da subjetividade. Focalizando
sob o açoite dos ventos e sob a influência das
o arcabouço cultural, proponho uma nova
fases fases da lua. lua. Assim Assim , pode se r concebido com o
m etáfora (on (on da/m ar15 ar15) para re pre se nta r as as
um sistema que faz parte de outros sistemas.
relações figura/fundo: do meu ponto de vis
Nesse sentido, a metáfora onda/mar permite
ta, em se tratando da subjetividade, convém
aproximar a Gestalt-terapia da teoria dos sis
pensar a experiência vivida (figura) como
temas, ampliando sua complexidade, como defendia Thérèse Tellegen, na obra Gestalt e
im ersa num num fundo - um eno rme caldo caldo cultu ral, formado de crenças, valores, costumes, regras, mitos, histórias individuais e coleti
grupos grupos:: uma perspectiva sistêmica ( 1984). Maria Maria Gerciieni Gerciieni C amp os de Araújo (Gercy)
vas etc. - , herança transm transm itida tida p elas elas trocas intersubjetivas. Represento essa articulação
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
como uma onda no mar porque considero
Araújo ,
essa imagem adequada para dar conta da complexidade da formação figura/fundó nas experiências subjetivas. O mar, repleto repleto de toda sorte de se res aquáticos, ora com águas transparentes ao olhar humano, ora com águas mais profun das e opacas (inconscientes?), ora, ainda, com águas insondáveis, representa o fundo (campo perceptual cultural que compõe a história singular e coletiva do indivíduo). A onda (figura) é ondulação no mar. Eia não se destaca do mar; ela se destaca no mar. Cada experiência vivida é uma ondulação
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15 Co nsultar Araújo (20 03 ), no qual essas idéias idéias são discuti discutidas das mais detalhadamente.
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Na
sis têm ica .
teoria
da
Gestalt-terapia,
a
experiência da ansiedade é con siderada como uma constante na pers pe rson on alid al idad adee do d o neuróti neu rótico, co, como co mo um dos traços mais marcantes epresentes.
VERBETES RELACIONADOS
Ansiedade, Doença, saúde e cura, Excitação/excitamenio. Experiência. Fiuidez, Gestalt, Gestaltismo, Holismo, Ne cessidades, Neurose, Organismo, Parte e toGo, Psicose. Situação inacabada
A an sied si edad adee ger a imob im obil ilid idad ad e, uma um a post po stur uraa de evita ev ita ção çã o das da s situa sit uaçõe çõess e de mau funcionamento, portanto, do mecanismo holístico natural da auto-regulação organísmica. [...] a
F1XAÇÁO (VER MECANISMOS NEURÓTICOS)
Gesralt-terapia irá considerar que a ansiedade é uma experiência que gera gera pa ralis ra lis aç ão e queb qu ebra ra do flu x o natur nat ural al de funcionamento do sujeito. (Lim (Lim a,
FLUIDEZ
2005, p. 56)
Para tratarm tratarm os do con ceito ceito d e “fiuidez fiuidez ” na O pensamento holísti holístico co tam tam bém foi ou
Ge stalt-t stalt-terapia, erapia, é imprescindível imprescindível levarmos em consideração a enorme influência da teoria organísmica de Kurt Goldstein nessa aborda
tra importante contribuição adotada por Perls desde EFA. Ele compreendia que a nossa
gem . Já Já em EFA ( 194 2), Perls Perls declara a impor
existência é constituída por múltiplas funções
tância da adoção do conceito de organismo de Goldstein na construção de uma nova te oria psicológica, que se propunha a: a) subs
e energias, sendo que “[...] toda mudança tem po . [...] tudo está em um estado estado de fluxo fluxo
tituir os conceitos psicológicos por conceitos
- m esmo a densidade densidade da mesm a substâ substânci nciaa
organ ísmicos; b) su bstituir bstituir a psicologia psicologia associaassociacionista pela psicologia gestaltista; c) aplicar o
muda com diferenças diferenças de pressã o, gravitaçã gravitação oe temperatura” (Perls, 2002, p. 55).
pensamento diferencial, baseado na indiferen
Essa visão de fiuidez e permanente mu
ça criati criativa va de S. Friedlãnde Friedlãnde r (Perls, 1969, p.
dança é um a visão visão universal. Tudo que é vivo se
14; tradução nossa).
encontra em mudança. O s seres humanos são são
na substância do mundo ocorre no espaço e
Pensar o ser humano dentro do ponto
sistem sistem as vivo vivoss e fluido fluidos. s. A impossibi impo ssibililidade dade de de
de vista organísmico significa assumir que a auto-regulação é o princípio pelo qual o
fluir, fluir, acompanhando o ritmo ritmo da s mudanças que
organismo organismo se atualiza atualiza no m eio. A au to-regu to-regu lação é “[...] um processo holisticamente na
daquilo que Perls reconhecia como neurose:
ocorrem na vida, é um dos principais sintomas
tural do organism organism o, com o um a potenciali potencialida da
Fica evidente que quando Fritz Perls
de intrí intrínseca do ser hum ano” (Lim (Lim a, 2 00 5,
se referia ao papel da fiuidez, da mu
p. 5 5). Q uando há um a inter interrupção rupção no cido cido norm al da auto-regulação, auto-regulação, o indiví indivíduo duo expe rien rien cia ansiedade:
dança permanente na vida do ser hu mano, ele não estava falando de algo interior, uma essência, que se modifi-
DICION ÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
t
cava, mas sim de um mecanismo na-
permanente do homem, encarado como
tural de funcionamento baseado nas
um sistema funcionalmente aberto, a Ges-
necessidades de permanentes modifi-
tait-terapia utilizou-se do conceito de auto-
cações nas ações do sujeito diante do seu intercâmbio com o meio circun-
regulação regulação organísm ica con ceito este tão importante para a compreensão do homem
dante. Não é o sujeito que se modifica,
como um siste sistem m a em em perm anente flu xo ...” ...”
mas sim o sistema total que envolve
2005, p. 56)
(Lima, 2005, p. 208). Para Para fechar este este vero ete, nada m elhor que a tão conhecida frase de Herádito, que diz:
Perls acreditava que um dos papéis da
“Não é possível possível entrar duas duas vezes no m esmo rio” (in (in Ce sta, 20 02 , p. 149 ). Assim com o as
a pessoa e o meio ambiente. (Lima,
psicoteraoia era promover maior fluidez no funcionamento saudável da pessoa por meio do resgate do seu próprio mecanismo de auto-regulação organísmica. Um dos princi
águas, o ser humano precisa fluir e se renovar a cada segundo. Ratrída Ratrída Lima (Ticha)
pais entraves a esse mecanismo ocorre quan
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
do as necessidades necessidades do indivíduo ndivíduo se op õem às necessidades so ciais: ciais:
C osta.
A sociedade exige conformidade através da educação. [...] A fi m de com co m pactu pa ctu ar com os “deve de verí rías as”” da soci so cied edaade, o indivíduo indivíduo apren de a ign orar seus seus própr pr óprios ios sentimen sen timentos, tos, desejo des ejoss e em oções. Então ele também se dissocia de
Alexandre. Herád ito - fragmentos fragmentos dos. Rio de Janeiro: Drfel, 2002.
Lima , R V
A . Psicoterapia e mudança - uma reflexão. 2005. Tese (Doutorado) - Insti Institut tuto o de Com unicação, unicação, U ni versidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro. H S. (1942). mus, 2002.
Pe r l s ,
distorção de sua perspectiva. (Perls in
Stevens, 1977, p. 20 -1) A noção de “saúde” compatível com a
Ego, fome e agressão. São
Paulo: Sum-
___________ . Ego, hunger and aggression. Nova York: Vmtage Books, 1969. J. O. O . (org.). 1977.
St e v en en s ,
ser parte integrante da natureza. [...]
O resultado desta alienação dos sentidos tidos é o bloqueio d e seu poten cial e a
context contextuali ualizaza-
Isto é Gestalt. São
Paulo: Summus,
VERBETES RELACIONADOS
Ansiedade, Auto-regulação organísmica. Emoções, Ener gia, Gestaltismo, Holismo, Indiferença criativa. Necessi dades. N eurose, euro se, Saúde, S aúde, Sistem a, "Teor "Teoria ia organísmica organísmica
FRONTEI FRONTEIRA RA DE CON TATO
teoria da Gestait-terapia é bastante diversa da noção de saúde preconizada pelas ciên cias médicas; ela é “[...] transformada pela
humano na perspectiva da teoria de campo,
idéia de fluidez, sendo o estado saudável do
sendo campo compreendido como a intera
organismo humano um livre fluir de condi ções sem sem pre m utáv eis... eis...”” (Lim (Lim a, 2 00 5, p. 207). “Sustentando esta noção de fluidez
ção organismo/meio. De acordo com PHG (1951), “toda função humana é um interagir num campo organismo/ambiente, sociocultu-
Em Gestait-terapia, compreende-se o ser
D1CIONÁR IO DE GESTAIT-TERA PIA
I 17 17
I 17 17
FRONTEIRA E CONTATO
ral, animai e físico”. E acrescentam: [...] “desse m odo, em q ualquer estudo estudo de ciências ciências do ho
uno consigo; sentir-se mal significa alienação, afastar-se. No sentir-se bem e mal, vemos a
mem, tais como fisiologia humana, psicologia ou psicoterapia, temos de falar de um cam
função discriminatória do organismo: este é o trabalho que na Gestalt-terapia chamamos
po" (PH G , 199 7, p, 43 ). A oco rrência rrência dessa dessa
de fronteira do ego ”. 16
interação organismo/ambiente se dá no que foi denominado de "fronteira”. A fronteira de contato não é algo fixo e não pertence nem ao organismo nem ao meio: é o que os co necta indissociavelmente.
Angela Ang ela Schillings Schillings REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Pe r l s ,
F S.
Ego, fome
e
agressão.
São Paulo: Summus,
2002. R.; G o o d m a n , R (1951). Paulo: o: Summus, 1997. terapia. São Paul
Pe r l s ,
F S.;
Quando dizemos “fronteira fron teira”” pen sa
St e v e n s , j.
mos em uma “fronte fro nteira ira entre en tre””; mas
1977.
a frontei fronteira ra - de - contato, onde a
H ef f e r u n e ,
O . (org (o rg.). .).
Isto é Gestaft. São
Gestalt-
Paulo: Summus,
VERBETES RELACIONADOS
experiência tem lugar, não separa o
Contato, Experiência, Organismo, leoria de campo
organismo e seu ambiente; em vez disso limita o organismo, o contém e protege, ao mesmo mes mo tempo tem po que qu e contata con tata
FRUSTRAÇÃO
o ambiente. Isto é, [...] a fronteira d e
Desde EFA ( 194 7) que Fritz Fritz Perls Perls faz faz refe rências ao termo “frustração’’, considerandoo como um dos ingredientes para embasar a
contato — p o r exemplo, exem plo, a p ele el e sensível - não é tão parte do organis organismo mo como é essencialmente o órgão de uma re
ética das avaliações nos pensamentos e ações
lação específica entre o organismo e o ambiente. (PH G , 1997, 1997, p. 43)
Sendo na fronteira que ocorre a expe riência do organismo com o seu meio, sem que o organismo deixe de ser quem é, ao m esmo tem po que se m odific odificaa pelo contato contato que estabelece com o que não é ele, é nela (fronteira) que podemos perceber de que forma organismo e ambiente se unem e se
humanos (Perls, 2002 p. 94). Frustração é uma tensão que faz parte do desenvolvim desenvolvim entb das relações relações do ser hu mano com seu contexto sociai, inclusive da relação terapêutica. Surge nas situações do dia-a-dia, no contato com o mundo que nos rodeia, nos momentos em que não conse guimos ser satisfeitos em nossos desejos e necessidades: “[...] a tensão surgida da ne
separam. É necessário que exista uma função que “regule” as identificações e alienações na experiência de fronteira organismo/am biente. Perls (in (in Steve ns, 197 7, p . 5 3 ), vai se referir ao trabalho em Gestalt-terapia como um trabalho de fronteira. “Sentir-se bem para o organismo significa identificação, ser
DICION ÁRIO
16 “N a criança criança muito pequena, as as funções funções do ego (e, com elas, as fronteiras do ego) não estão ainda desenvolvidas" (Peris, 200 2, p . 167 ). “A “A fronteira fronteira do ego é flexíve i, se for fixa fixa transforma-se em caráter. [...] Na pessoa sadia, ela se mo difica quando a situação varia; pode ser considerada como um lugar de encontro entre grupos de emoções opostas: rejeições e aceitações; identificações e alienações, emoções positivas vas e negativas. vas. Ta lvez a função básica da fronteira do ego seja a discriminação" discriminação" (Perls in Stevens, Steven s, 197 7, p. 53 -4).
D E G E ST A L T - TE R A P IA
fKUi> I KACyAÜ
18
cessidade de um fechamento é chamada frustração [...]” (Perls, 1979, p. 107).
As dificuldades surgem quando a vivência da frustração gera ansiedade além do que o indivíduo consegue suportar. “Se, contudo, a
Uma relação relação verd adeiram ente satis satis
frustração persistir além da ansiedade que a
fa t ó r ia e saud sa ud áv el entr en tree qu aisq ai sque ue r
criança criança é capaz de sup ortar, ortar, ela se se sen te m uito uito
duas pessoas exige de cada uma a
'm al. [ ...] A criança criança sofreu sofreu um traum traum a, que se
habilidade para misturar simpatia
repetirá sempre que ocorrer uma frustração
com frustração. A pessoa saudável
real” (Perls, 2002, p. 95).
não desconsidera as necessidades dos
Fritz Fritz Perls ficou ficou conhe cido com o um gran
outros nem permite que as suas se
de e hábn hábn "rust "rustrador, rador, e d escre ve a impo rtância rtância
ja m desc de scon onsid sid erad er adas as.. (Perls, 1985,
da frustração na relação terapêutica em con sonância com seu entendimento ao papel da
p. H 7)
frustração no desenvolvimento humano. Ele A v ivência da frustração frustração a princípio princípio não
considera que, por meio da frustração habili
é danosa, podendo sim ser extremamente
dosa, o terapeuta pode proporcionar ao clien
saudável. E fundamental para o processo de
te a oportunidade de entrar em contato com
desenvolvim desenvolvim ento do se r humano que permita permita
suas inibições, bloqueios, medos etc., facili
ao indivíduo, desde criança, viver frustrações,
tando a mobilização de seu próprio potencial
na medida de sua habilidade para assimilá-las.
para lidar com o mundo a seu redor.
Nesse contexto, o Indivíduo pode aprender a sup erar as sit situações uações sociais, em ve z de apenas
Primeiro, o terapeuta proporciona a
manipulá-l manipulá-las as para dim inuir seus seus efeitos efeitos (com o
oportunidade de a pessoa descobrir o
no caso das neuroses).
que necessita [...]. Então o terapeuta deve proporcionar a oportunidade, a
[...] cada vez que o mundo adulto
situação na qual a pessoa possa cres
impede a criança de crescer, cada vez que ela é mimada por não ser
cer. E o meio é frustrarmos o paciente de tal form a qu e ele seja seja forçado a de
fru fr u stra st ra da o. suficien sufi ciente, te, a cria cr ianç nçaa está
senvolver senvolver seu seu próp rio potencial. po tencial. (Perls,
presa. pre sa. Assim, Assim , em vez d e usar us ar seu p o
1977, p. 61)
tencial para crescer, ela agora usará seu seu potencial para controlar o mun
[O terape uta] deve, então, aprender
do, os adultos. Em vez de mobilizar
a trabalhar com simpatia e ao mesmo
seus próprios recursos, ela cria de
tempo com frustração. Pode parecer
pend pe nd ência ên cia s. Ela investe inves te sua energ en erg ia
que estes dois elementos são incompa
na manipulação do ambiente para
tívei tíveis, s, mas ma s a arte do terapeuta é fund fu nd i-
obtenção de apoio. Ela controla os
los num instrumento efetivo. Ele deve
adultos, começando a manipulá-los ao discriminar seus pontos fracos.
ser duro para ser bondoso. Deve ter
(Perls, 1977, p. 55)
ção total, deve ter contato com o cam
uma percepção abrangente da situa
DICI ONÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
I 19 19
FUNÇÃO E DISFUNÇÂO DE CONTATO
po total - tanto de suas própr pró prias ias ne
difundida. Podemos evidenciar esse princípio
cessidades e reações às manipulações
nas primeiras linhas do tema “fronteira de
do paciente quanto das necessidades
contato” presente presente na obra de P H G , na qual qual já
e reações do paciente ao terapeuta. E
fica apontado que uma função de contato está
deve sentir-se livre para expressá-las.
vincul vinculada ada a uma exp eriência sensorial. sensorial.
(Perls, 1985, p. 117)
A experiê exp eriênci nciaa se dá na front fro nteir eiraa en Porém , cabe ressaltar a im im po rtância rtância do uso
tre o organismo e seu ambiente, pn-
adequado da frustração no contato com cada
mordiaimente a superfície da pele e
cliente, cliente, “O paciente paciente excessivam ente frustr frustrado ado
os outros órgãos de resposta sensorial
sofrerá, mas não crescerá. E descobrirá, com a intuição perspicaz e visão distorcida do neu
e motora. A experiê ncia é função des sa fronteira, e psicologicamente o que
rótico, todos os tipos de maneiras para evitar
é real são as configurações “inteiras”
a frustr frustração ação de longo alcance que o terapeuta
desse funcionar, com a obtenção de
lhe impõe” (Perls, 1985, p. 120).
algum significado e a conclusão de al
Márcia Estarque Pinheiro REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Em Gestalt-terapia integrada (1979), no
gestáltica e testemunha testemunha ocular da Per l s , F.S. A abordagem gestáltica terapia. Rio de Janeiro: Zah ar, 198 5.
________ . ( 194 7).
Ego, fome e agressão. São Paulo: Sum-
Escarafunchando Fritz: dentro e fora da lata de
lixo. São Paulo: Summ us, 197 9.
________ .
capítulo 'As funções de contato”, Erving e Mí riam Polster destacam as qualidades dos ór gãos dos sentidos sentidos (olha r, escutar, tocar, c he irar
mus, 2002.
________ .
1997, p. 41) gum a ação. aç ão. (P H G , 1997,
e degustar) como funções de contato, acres centando o falar (que envolve voz e lingua
Gestalt-terapia explicada. São Paulo: Summus,
1977.
gem) e o movimentar-se. Segundo os Polster ( 197 9, p. 125 ): “Esteá “Esteá sete processos são são as as
VERBETES RELACIONADOS
funções de contato. E através destas funções
Ansiedade, Auto-apoio, Crescim ento, Energia, N ecessi dades, Neurose
que o contato pode ser obtido e é através da corrupção destas destas funçõ funçõ es qu e o contato pode ser bloqueado ou evitado”.
FUNÇÃO E DISFUNÇÂO DE CONTATO
Para Para m elhor com com preensão de sses concei concei tos, é necessário integrá-los à idéia de “con
A idéia idéia de “função “função d e co ntato” surge no
tato", “fronteira de co ntato”, considerando-os
livro livro de PH G ( 19 5 1). O binômio “funçã “função/di o/diss-
como um processo gerador de autoconsciên-
função de contato” está muito associado ao
cia sobre os modos de a pessoa se sentir no
princípio fisiológico no qual alguns concertos
mundo (ser-no-m (ser-no-m undo) e consequentem consequentem ente
da Ge stalt-t stalt-terapia erapia se apoiam , na busca de um a
percebe r seus seus modos de relação. relação.
linguagem que a tomasse compreensível aos
O s conce itos itos de “função/disf “função/disfunção unção de
seus interlocutores, considerando o contexto
contato”, com com o têm sido sido expo stos, rep rep re
histórico e cultural no qual a abordagem foi
sentam a possibilidade do contato livre, es
OICIO NÁRI O
D E G ES T A L T -T E R A P IA
pontâneo e, portanto, saudável, ou o con tato interrompido, represado ou imposto, tornando-se uma possibilidade de estabele cim cim ento da neuros e. Assim Assim , a função função de con tato tato é a abertura abertura p or m eio eio d os sentidos sentidos para para vivenciar as trocas com o mundo e a disfunção de contato é o encolhimento, o “embotamento” desse fluxo natural. Na psicoterapia. a pessoa pode am pliar pliar sua awareness (conscientização) sobre o próprio processo e reconhecer suas escolhas. Numa versão mais atualizada, faz-se ne cessário um retorno às bases existencial-fenomenológicas para que a idéia de função/ disfunção não gere um erro de conceito17, o que poderá levar o terapeuta a atuar na re composição de uma função de contato ou na correção de uma disfunção, distanciando-se da proposta genuína da abordagem abordagem . É importante ressaltar que o grande dife rencial da abordagem gestáltica gestáltica é con c on siderar o contato uma experiência vivida e única, com um sentido peculiar para quem o vivência, e é nesse aspecto que está a genialidade de Fritz Perls. Cabe-nos captar sem capturar, expenenciar sem classificar, resgatar sem recu perar, acompanhando a pessoa em seu fluxo lilivre vre em busca busca de si mesm a.
Aw are ne ss,
Contato, Existencialismo, Experiência, Fenomenologia, Fronteira de contato, Neurose, Ser-nomundo
FUNÇÁO ID, FUNÇÃO EGO, FUNÇÃO PERSONALIDADE
Esses conceitos surgem na parte dedicada à teoria do se/f na obra de PHG (1951). Enquanto o se/f é caracterizado como processo brangente e permanente de campo e de ídaptação cnadora, função id, função ego e função personalidade são descritas como “es truturas possíveis possíveis do se/f se/f"" (P H G , 199 7, p. 184 ), com o “aspect “aspectos os do se/f (P H G , 199 7, p. 183 ) ou como “os três principais sistemas parciais - ego, id id e personali personalidade - , que em circuns circuns tâncias específicas parecem ser o se/f (PHG, 199 7, p. 17 7 ), com com o esclarecimento esclarecimento de que, “po r razões razões d iversas de tipo tiposs de p acientes e de métodos de terapia, essas três estruturas par ciais ciais foram foram consideradas nas teorias da psicolo gia gia anormal anormal co m o sendo a função total total do se /f (P H G , 199 7, p. 184 ). Nesse sentido, sentido, as três funções são assim d iferenciadas: iferenciadas: Enquanto aspectos do self num ato simples espontâneo, o Id, o Ego e a
Laura Cristina Cristina de loledo Quadros
Personalidade são as etapas principais principais de ajustamento criativo: criativo: o Id é o fund o
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
F S.; H ef f er u n e , R.; G o o d m a n , R (1951). terapia. São Paulo: Paulo: Summ Summ us, 199 7.
Per l s ,
E.; POl s t e r , M. Gestalt-terapia Horizonte: Interlivros, 1979.
Po l s t er er ,
VERBET ES REL A CIONA D OS
Gestalt-
integrada.
Belo
determinado que se dissolve em suas possib pos sibili ilidad dades, es, inclui inc luindo ndo as excitaç exc itações ões orgânicas e as situações passadas inacabadas que se tornam conscientes, o ambiente percebido d e maneira vaga e os sentimentos incipientes que conectam o organismo e o ambiente. O Ego
17 Con sidera-se sidera-se erro de conceito a adoção de uma perspec perspec tiva mecanicista cartesiana com o predomínio de uma visão utilitarista.
D; l C l O N Á R I O
é a identificação progressiva com as possi po ssibi bilid lidade adess e a alien ali enaç ação ão destas, a
DE GESTA LT-TERA PIA
limitação e a intensificação intensificação do contato
A funç fu nção ão “id ” é concernente concernen te às pulsões
em andamento, incluindo o compor
internas , às necessidades vitais e, espe
tamento motor, a agressão, a orienta
cialmente, sua tradução corporal [...]
ção e a manipulação. A Personalida
a funç fu nção ão “eu”, pelo pel o contrário, é uma um a
de é a figura criada na qual o self se
funç fu nção ão ativa, a tiva, de escolha ou rejeição rejeiçã o de de
transforma e assimila ao organismo,
liberada [...] a função “ persona pers onalid lidade ade””
unindo-a com os resultados de um
é a representação que o sujeito faz de
crescimento
Obviamente,
si mesmo, sua auto-imagem, que lhe
tudo isso isso é somen te o próprio própr io processo processo
per mite mi te se reconhecer como responsável
de figura-fundo, e em um caso simples
pelo pe lo que qu e sente ou pelo que qu e faz. faz .
anterior.
assim não há necessidade de dignificar as etapas com nomes especiais. ( P H G ,
Esses mesmos autores descrevem a va
1997, p. 184)
riação de intensidade ou de precisão das três funções do self saudável s audável conform e os m om en
A observação da parcialidade desses três
tos e a necessidade, ou seja, quando o ajus
conceitos em relação ao de self se encon tra tra
tamento permanente às condições sempre
presente também na crítica a outras linhas
flutuantes do meio físico e social é mantido.
teóricas e práticas, por exemplo na afirma
E também fazem referência às perturbações
ção de que “toda “toda teo teo rização rização , e em particular particular
desse funcionamento que viriam perturbar a
a introspecção, é deliberada, restritiva e abs-
fluidez fluidez norm al das das em oçõ es, do pensamento,
trativa; desse modo, ao teorizar sobre o self,
do comportamento no decorrer do ciclo da
particularmente a partir de introspecções, é
experiência. Assim, a psicose seria sobretudo
o Ego que assoma como estrutura central
“uma perturbação da função ‘id’: a sensibilida
do self (PH G , 199 199 7, p. 186 ). D o mesmo
de e a disponibilidade do sujeito às excitações
modo, na abordagem sobre o teórico freu
externas (perceptivas) ou internas (proprio-
diano ortodoxo, para quem “as enunciações
ceptivas) são perturbadas” (Ginger; Ginger,
conscientes do paciente neurótico contam
199 5, p. 12 8); e a ne uro se, pelo con trário, trário,
muito pouco. [...] Em lugar destes, o teórico
seria “uma p erda da função função ‘ego' ‘ego' ou da função função
dirigedirige-se se ao extrem o o posto e descob re que
‘personalidade’: a escolha da atitude adequa
a parte importante e ativa do aparato ‘men
da é difícil ou desadaptada” (Ginger; Ginger,
tal’ é o Id” (P H G , 19 9 7, p. 18 6 ). E ainda mais
1995, p. 128).
enfaticam enfaticam ente na proposição de que “A “A per
Todavia, não obstante a imp ortância concei
sonalidade na qualidade de estrutura do self
tuai e teórica das três funções, inclusive na psi-
é também em grande parte descoberta-e-in-
copatologia, copatologia, é importante lem brar sua subordi
ventada no próprio procedimento analítico"
nação ao sentido global de self. Se, por exem
(PH G , 1997, p. 187). 187).
plo, a pe rsonalidade rsonalidade pode s e r transparente em
O funci funcionamento "em três m odos” do self
algum momento, é justamente porque ela “é o
na conceptualização gestáltica é também des
sistema sistema do que foi reconhecido” (P (P H G , 199 7,
crito crito pelos Ginger ( 199 5, p. 127 -8):
p. 18 8 ), enquanto o self “não “não é, em absoluto,
DICIO NÁR IO
DE
G E S T AL T - T E R A P IA
122
FUNÇÃO ID, FUNÇÃO EGO...
transparente transparente [ ...] porque sua consciência de self
organismo persiste persiste pela assimilação O organismo
é em termos do outro na situação concreta"
do novo, pel a muda nça e crescimento. crescimento.
(P H G , 199 7, p. 18 18 8 ). Então, para efeitos efeitos do
[...] Todo contato é criativo e dinâ
trabalho trabalho terapêutico terapêutico em Gestait-terapia Gestait-terapia com o
mico. mico. N ão pod e ser rotineir rotineiro, o, estereo
sentido processual do self com o proposto proposto por
tipado ou meramente conservador,
Go odm an, podem -se con siderar rjnçã o id/f id/funun-
pots po ts prec pr ecisa isa lida li darr com o novo. [...]
çáw çáw ego/lunção ego/lunção personalidade com o ab strações strações
Podemos portanto definir: psicologia
(conceituais) (conceituais) po ssíves :om base base na experiência
é o estudo dos ajustamentos criativos.
da situação ou do campo. Mas com o cuidado
Seu tema é a transição sempre reno
sugerido por autores como Robme (2003, p.
vada ntre novid ade e rotina, rotina, resul resul
34 ), que, ponderando ponderando jOí^e as escolhas escolhas m eto
tar.u tar.u> > ’m assimilação assimi lação e crescimento.
dológicas dológicas subjacentes.
:ve rte que "aquil "aquilo o que
em geral eu nom eie
m esmo' pode muitas muitas
vezes ser abordado como uma diferenciação prematura prematura do camp o”.
[...
Por Por outro outro lado, psicopatolo gia é o
estudo das interrupções e inibições ou acidentes no curso dos ajustamentos 1951, p. 230-1; tra criativos. (PH G , 1951,
Claudia Baptista Távora
dução nossa)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS
G inger , S.; G inger , A. Gesta/L uma terapia do contato.
De acordo com esse arcabouço concei tuai, na Gestait-terapia,
São fau lo: Summus, 199 5. Pe r l s , R S.; H e f f e r u n e, R.; G o o d m a n , R (1951). Gestaitterapia. São Paulo: Summ us, 199 7. J.-M . “D o campo à situação". Revista de Gesta/t, Ro b i n e, J.-M São Paulo, n. 12,2003.
[...] func fu ncio iona nam m ento en to saud sa udáv ável el é visto
como o fluxo pleno, contínuo contínuo e energizado de awareness e forma ção figurai, figurai,
VERBETES RELACIONADOS
no qual, qual, por meio de fro de fro nteir nt eiras as p e rm eá
Agressão, Ajustamento criativo, Cam po , Con tato, Figura Figura e fundo, Fluidez, Necessidades, Neurose, Self, Situação
veis e flexíveis, o indivíduo interage
inacabada
criativamente com com seu meio amb iente, desenvolvendo sensibilid ade e recursos par p araa reconh rec onhece ecerr e respon res ponder der às do m i-
FUNCIONAMENTO SAUDÁVEL E FUN CIONAM ENTO NÃO SAUD SAUDÁVE ÁVEL L
nâncias espontâneas que se lhe afigu rem, usando suas funções de contato
N o livro livro de PH G , impressiona impressiona a dim dim ensão
par p araa avali av aliar ar e apr a prop opri riad adam am ente en te a tu ar
estética estética que a fundam entação existencial tom tom a
as possibilidades de contatos mutua
em seus escritos, no sentido dos constantes
mente enriquecedores e satisfatórios,
paralelos paralelos traçados traçados en tre p rocesso s artísticos artísticos e
e de interrompê-los, quando tóxicos
criativos e funcionamento humano saudável,
e intoleráveis. Saúde [seria então] a
entre arte e terapia. Essa fé na capacidade
prev pr evalê alênci nciaa e relativa rela tiva constâ con stânci nciaa des de s
humana de ser o artista sua própria existência
te tipo de funcionamento. ( C i o m a i ,
está encunhada no pensamento gestáltico:
1989, p. 30 -9)
DICIO NÁR IO
D E G E S TA L T - T E RA P I A
23
FUNC IONAM ENTO SAUDÁVE SAUDÁVEL L E... E...
Em outras palavras, é a capacidade hu
1991, p. 30-9), caracterizando-se pela pre
mana de estar sempre criando e recriando
sença de figuras cristalizadas, estereotipadas,
novas form as, vitalizadas vitalizadas e energizadas pelas
sem brilho, desenergizadas e fundamental
dom inâncias nâncias espontâneas que em irjam irjam , e de
mente disfuncionais.
de struir struir ou descon figurar figurar formas jádisfuncioádisfuncio-
Em síntese, poderiamos dizer que, para
nais, reconíigurando-as ou ressigmficando-as
a Gestatt-terapia, funcionamento saudável é
de acordo com a situação. Formas de ser,
aquele que flui criativamente de uma forma
sen tir, tir, olha r, toc ar, pe rceb er, estar,
eiacio-
ção figurai à outra, enquanto funcionamento
nar-se, amar, cativar, trabalhar, responder,
não saudável é o funcionamento caracterizado
o us ar transgred ir, ir, ajustar-se, ajustar-se, enfim enfim , de vive r
por entraves e cristalizações, que impedem a
e conviver, formas de estar consigo e com os
fluidez do processo de contato criador consi
outros no m undo, de form a sem pre fl fluida,
go mesmo, os outros e o mundo,
renovad a e criati criativa. va.
Selma Selma C iornai
Em contrapartida, funcionamento não
R E F E R Ê N C I A S B I B L IO IO G R Á F I C A S
saudável vai ser o funcionamento
Terapia a jornal, C io r n a i, S. “Em que acreditamos?”, Gesta lt Terapi
caracterizado por interrupções, ini-
Cu ritiba, I, p. 30-9 , 1991. Apresentad o no no IIII Encon tro Nacional de Gestalt-terapia, Caxam bu, 1989.
bições e obstruções destes processos,
Disponível em : < http://Www.gestaltsp.com.br/ > .
com a consequente consequente form ação de “fi “fi -
Per l s , E S. The Gestalt approach and eye w itness to to therapy.
No va Yorl Yorlo o Science and Behavior Books, 1973. 1973.
guras gu ras”” fix as, as , fracas fra cas,, confusas, que qu e ao
Pe r l s , E S.; H ef f e r u n e, R.; G o o d m a n , R Gestalt therapy:
não se completarem vão dificultando
exdtement and growth in th e huma n personality. Nova York: Dell, 1951.
progress prog ressiva ivamen mente te as possib pos sibilid ilidade adess de contatos vitalizados e vitalizantes com
VERBETES RELACIONADOS
o presente. (C iorn a i, 1991, p. 30-9) “Doenças" ou “patologias” seriam então a "recorrência crônica deste tipo de funciona
Ajustamento criativo. Assimilação, Aw ore ne ts, Contato, Crescim ento , Do ença, sãúde e cura, Dom inâncias, inâncias, Figur Figura a e fundo, Fluide z, Fron teira de co ntato, Função e disfunção disfunção de contato, Organismo
mento, com a consequente cristalização das dificuldades do indivíduo e empobrecimento de seus contatos com o mundo" (Ciornai,
DICIONÁ RIO
DE
G E S T A L T- T E R A P IA
GESTALT, GESTALT ABERTA, GESTALT FECHADA, GESTALT INACABADA
13
veu em relação à psicanálise, sua formação ini cial. Visando abandonar a postura associacio-
Diante da dificuldade de tradução da pala
nista preponderante na ciência da época, cada
vra alemã “Gestalt'' para as demais línguas, ado
vez mais encontra na psicologia da Gestalt um
ta-se no voca bulário da Gestalt-t Gestalt-terapia erapia o term o
novo recurso teórico. Perls dedicou a edição
no original original.. Fritz Fritz Perls Perls ( 197 7, p . 19) escrev eu :
am ericana ericana do livro livro EFA, publicada publicada em 196 9, a W ertheim ertheim er, e sobre esse autor ele ele diz:
Gestalt é uma palavra alemã para a [...] Wertheimer formula a teoria da
qual não há tradução equivalente em outra língu língua. a. Uma Gestalt Gestalt é uma um a forma, form a,
Gestalt desta maneira: “Existem tota-
uma configuração, configuração, o m odo particular de
lidades lidades cujo comportamento não é de
organização das partes individuais individuais que
terminado pelo de seus elementos indi
entram em e m uma composição composição.. A premis sa básica da psicologia psicologia da d a Gesta Gestalt lt é que a
viduais, viduais, mas onde ond e os processos processos parciais parcia is
natureza natureza humana é organizada organizada em par
seca dessas totalidades. A esperança da
tes ou todos, que é vivenciada pelo in
teoria teoria d a Gestalt Gestalt é determinar a natu
divíduo nestes termos, e que só pode ser
reza de d e tais totalidades" totalidades".. ( 2 0 0 2 , p. 61)
são determinados pela natureza intrín
entendida entendida como uma função das partes ou todos dos quais é feita.
De fundamental importância para a cria ção da abordagem da Gestalt-terapia foram
A Ge stalt-t stalt-terap erap ia surge surge com o resposta às críticas e reformulações que Perls desenvol-1 desenvol-8 1
incorporados da psicologia da Gestalt a visão não determinista de causa e efeito, a noção de organização em um todo não divisível em segmentos particularizados e o conceito de
18 Encontram -se no vocabulário vocabulário da G estalt-terapi estalt-terapia a outros usos associados à palavra “Gestalt", como Gestalt boa, Ge stalt incondu sa, G estalt oculta, Ge stalt frágil frágil etc . No en tanto, considero os descritos aqui como os mais usuais e, portanto, os que descreverei.
Ge stalt stalt com o um a unidade unidade de referência ade quada para pensar os todos sobre os quais o princípio da auto-regulação impera.
b U c ® O
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C / p
GESTALT GESTALT GESTALT GESTALT ABEKIA, (jtb lA L l -ten /u jM ...
Em 1973, Peris escreveu A abordagem abordage m
O contato e a fuga fuga são são as possibili possibilidades dades que
gestáltica gestált ica e testemunha ocular da terapia, in
temos para lidar com as situações que se apre
cluindo em seus primeiros capítulos algumas
sentam pela relação com o meio. Quando há
considerações sobre os pnncipais conceitos
uma solução para essa necessidade, que surgiu
dessa abordagem. N esse livro livro , Peris ( 197 7, p.
com base base no contato contato e ntre o homem e o meio externo, dizemos que houve um “fechamento
24) afirma que:
de G estalt'' estalt''.. Q uand o e ssa solução solução não for viável, falamos que surgiu uma “Gestalt inacabada”.
Para que o indivíduo satisfaça suas ne
Mais tarde, em sua obra autobiográfica,
cessidades, feche a Gestalt, passe para
Peris Peris ( 197 9, p. 107 ) trata trata novamente da idéia idéia
outro assunto, deve ser capaz de ma
do que seria uma Gestalt. Ele diz: “Creio que
nipular a si próprio e a seu meio, pois
à medida que continuarmos, a idéia de Gestalt
mesmo as necessidad necessidades es puramen pura mente te fisio
surgirá. [...] A compreensão da Gestalt é sim
lógicas lógicas só podem pod em ser satisfeitas satisfeitas mediante
ples no no caso de uma m elodia. Se você transpu
a interação do organismo organismo com o meio. meio.
ser um tem a m usical usical de uma escala para para outra, o tema perm anecerá o m esmo , apesar do fat fato o
feris compreendia o processo da auto-re-
de você te r mudado todas as notas”. notas”. Rca evi
gulação como cíclico, havendo permanente
dente dente que aquilo aquilo que Peris Peris com preende como
mente emergência de novas necessidades e
uma Gestalt não é a noção de uma estrutura
resolução das antigas. Entendemos esse ciclo
fixa, e stável. Uma^Gestal Um a^Gestaltt é algo que transcen de
como o ciclo da Gestalt, que, quando é com
o m ero form form ato que um a configur configuração ação assume assume
pletado de modo satisfatório, resulta em um
em determinado m om ento. O que caracteri caracteriza za
fechamento de Gestalt. Em analogia a essa
uma Gestalt é um todo, que não está contido
noção, podemos pensar que, quando não há uma resolução desse ciclo, forma-se uma G estalt incom incom pleta pleta ou ab erta, o que caracteri
nem pode ser explicado pelo simples somató rio rio das partes partes que o com põem /^) Ainda nessa obra, Peris mostra a interliga ção entre os conceitos de “satisfação” e “frus
zaria uma situação inacabada:
tração das necessidades” com o processo de
Só descansamos quando a situação
formação e fecham ento das Gestalten. Segun do suas palavras:
estiver estiver terminada e a Gestalt Gestalt fechada . Esta situação agora está fechada , [...] Esta
Assim esta es tamo mo s de volta vo lta a u m a das da s
e a próxima situaçã situaçãoo inacabad a pode
lei leis básic básicas as de fo rm aç ão de Gesta Gestalt lt
acontecer, o que quer dizer que nossa
-Qa tensão surgida da necessidade
vida nada mais é do que um número
de um fechamento é chamada frus
infinito de situações não terminadas,
tração,
Gestalts incompletas. Logo que acaba
is - suficiente; facere satisfação. S a t is
mos uma situação, surge outra. (Peris,
- fa z e r ; faz fa z e r com qu e sej s ejaa suficiente sufic iente..
1977, p.
Em outras palavras, preenchimento, preenchimento,
3 2 ) 5,
DIC IONÁ RIO
fechamento é chamado
0
DE GESTALT-TERAPIA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
pr eenc ee nche herr-se se at é esta es tarr preenc pre enchid hido. o.
A , Psicoterapia e mudança mudança - uma reflexão. reflexão. 2005. Tese Tese (Doutorado) - Instit nstituto uto de Com unicação, Uni versidade Federai do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro.
Com satisfação, o desequilíbrio é
Uma ,
I
anulado, desaparece. O incidente é
fech fe ch ad o. Assim com co m o o eq uilí ui líbr brio io e a
| descoberta são encontrados em todos
Pe r l s ,
P. V
EA
abordagem gestáltica e testemunha ocular da
terapia. São
os nívei níveiss da existência, existência, tam bém o são
________ . (1969).
a frustração, a satisfação e o fechai mento. mento. ( Perls, 1979, p. 107) \
Paulo: Summus. 1977, Ego, fome e agressão. São
mus, 2002. ___ . Escarafunchando lixo. São Paulo:
As co ntribuições ntribuições do pensam ento sistêmico sistêmico da atualidade íevam a repensar o conceito de y g m eostase 'Jd 'Jde um modo diferent diferentee da da déia de um mecanismo gerador de equiiíbric, ‘A noção de homeostase, valorizada na primei ra cibernética, é substituída pelo conceito de auto-organização, mais apropriado aos siste mas humanos que funcionam distanciados do equilíbrio equilíbrio^ ^ (Lim a, 2 0 0 5 , p. 98 9 8 ). Isso possibil possibili i ta uma visão cada vez mais dinâmica daquilo
Fria: dentro
e
Paulo: Sumda lata de
Summus, Sum mus, 1979.
VERBETES RELA C IONA DOS
Auto-regul Auto-regulação ação organísmica. organísmica. G d o do contato, Co ntato, Frustração, Frustração, Gestaltismo Gestaltismo,, Home Ho meostase ostase Necessidades, Necessidades, Organismo, Parte e todo, Sistema, Situação inacabada, totalidade
GESTALTISMO
Frederick S. Perls, Fritz em seu primeiro livro livro , EFA ( 19 4 2 ), lançado na Á frica frica do Sul, Sul,
entendido como formação e fechamento de quando o autor ainda era psicanalista, recor Gestalten. Gestalten. Sabem os hoje que que“esse “esse m ovim ovim en re aos conceitos da psicologia da Gestalt, ou to de abrir e fechar Gestalten é permanente, , gestal gestaltismo tismo , na tentati tentativa va de rev er e co ntrapor ininterrupto ininterrupto e profundam ente transformad transformad or. £ suas insatisfações com o pensamento psicaA cada ciclo novas configurações se apresen nairtico da época. Por intermédio de Kurt tam, novas possibilidades se evidenciam, e Goldstein, de quem foi assistente em Frankoutras, ou tras, m ais ais antigas, antigas, são reciclada s. ~ furt, Perls Perls aprofunda-se na psicologia psicologia da Ge s Finalizo este verbete, cujo tema nunca talt talt de Kõ hler, Koffka Koffka e W erthe im er. estará fechado, mas apenas temporariamen Goldstein trabalhava com pacientes por te interrompido, com um pequeno trecho de tadores de lesões cerebrais tendo como fun um poema de Perl Perls ( 197 9, p. 24 -5): damentação o gestaltismo, que, entre outros i.
[...] A [...] A vida v ida prossegue, pros segue, fluxo flu xo infinito
conceitos, postula que a interferência em um
de Gestalten incompletas!
elemento (parte) não afeta apenas este. mas a
[...] Uma imagem se expressando, Uma Gestalt total no pa pel pe l projetada.
total totalidade idade ou o organismo co m o um todo . Ao
[...] Nada de ciência seca
Goldstein criou a sua própria teoria, denomi
E tampouco de poesia. poesia.
nada “teoria organísmica".
expand ir o ho rizon rizon te da psicologi psicologiaa da G estalt, estalt,
A psicol psicologi ogiaa da G estalt forneceu a Perl Perls
Gestalt surgindo surgindo de um fundo...
um corpo conceituai básico: todo, parte, figu
Eu vivendo a vida. Ratrida Uma (Ticha)
DIC ION ÁR IO
ra, fundo, Gestalt, situação inacabada, insight,
D E GESTALT-TERAPIA
entre ou tros, o que lhe perm itiu itiu contrapor-se contrapor-se
na criação de condições que permitam sa
ao associacionismo e ao mecanidsmo que ele
tisfazer tisfazer sua necessidade necessidade e de saparece rão tão tão
com preendia com o a base da psicanál psicanális ise e freu
logo tenham sido atendidas.
diana diana da época .
N o prefáci prefácio o do livr livro o de PH G (1 95 1), que
Em EFA , Perls Perls (200 2, p . 61) cita cita W er-
marca o nascimento da Gestalt-terapia como
theimer para definir o gestaltismo: “Existem
uma abordagem psicológica, os autores resu
riiidades cujo comportamento não é deter
mem essa proposta, já apresentada em EFA:
minado po r seus elem ento s individuais, individuais, mas nde os processos parciais são determinados
[...] Na luta pela sobrevivência, a ne
eia natureza intrínseca dessas totaiidades. A
cessidade mais importante torna-se
erança da teoria da Gestalt é determinar a
figur fig uraa e organ org aniza iza o com co m porta po rtam m ento en to do indivíduo ate que seja satisfeita,
natureza de tais totaiidades”. Em oposição à identificação de uma cadeia
depois do que ela recua para o fundo
causai proposta pelo associacionismo, o ges
(equilíbrio temporário) e dá lugar à
taltismo propõe o “como" é constituído um
próx pr óxim im a neces nec essid sidade ade mais ma is impo im porta rtan n te agora. No organismo saudável, essa
dado fenôm eno: - como acontecem acontecem suas suas inter-r inter-rel elações ações
mudança de dominància tem melhor poss po ssibi ibilid lidad adee d e sobre so breviv vivên ência cia.. ( P H G ,
entre as partes; - como e em funç função ão do que o todo todo se
1997, p. 35)
estrutura estrutura desta determinada m aneira. O princípi princípio o é que o “tod “tod o” tem prop rie rie
O gestaltis gestaltism m o po ssibili ssibilitou tou a P erls contribuir
dades intrí intrínseca nseca s com o con junto, diferente da
para a edificação da Gestalt-terapia, enfatizan
soma das partes que o compõem. Portanto,
do o processo “[...] de formação figura/fundo
é o modo de organização dos fenômenos,
no campo campo organismo/ambient organismo/ambiente” e” (P (P H G , 1997 ,
fatos, percepções ou comportamentos que
p. 63).
importa, uma vez que esse “todo” sempre
Para a Gestalt-terapia, o contato com
carregará sua própria singularidade, muito
awareness gera novas totaiidades significa
diferente de seus elem ento s individuais. individuais. Para Para
tivas que possibilitam em si a integração de
Perls, ainda na mesma obra, interesses es
um problema. A formação de Gestalten (fi
pecíficos são determinados por necessidades
guras) completas e a qualidade do contato
esp ecíficas, ecíficas, e aqu eles são são d ecisivos na criação criação
que p ropicia essas form açõ es passam passam a se r as
da realidade subjetiva. Portanto, a realidade
condições de saúde mental e de crescimen
que importa é a realidade dos interesses. De
to. Discorrend Discorrend o a esse respeito, respeito, PH G ( 1997,
um fundo indiferenciado, a necessidade do
p. 45) afirmam que:
m inante do organism organism o se torna, figura, figura, uma realidade subjetiva, contra um fundo indife
[...] Contato, o trabalho que resulta
rente. Para que o indivíduo consiga satisfa
em assimilação e crescimento é a for
zer sua necessidade ou fechar a Gestalt, ele
mação de uma figura figura de interesse interesse con
precisa ser capaz de interagir com o meio,
tra um fundo ou contexto do campo
DICION ÁRIO
DE
G E S T A L T- T E R A P IA
organismo/amb iente. A figura (Ges-
GESTALT-PEDAGOGIA
talt) na awareness é uma percepção,
A Gestait-pedagogia Gestait-pedagogia é um a abordagem abordagem
imagem ou insight claros e vividos; no
pedagógica de proposição relacivamente re
comportamento motor, é o movimento
cente. Foi proposta inicialmente pelo russo
elegante, vigoroso, que tem ritmo, que
radicado na Alemanha, Hilarion Petzold, em
se completa etc.
1977. Seus princípios estão fundamentados na Gestalt-terapia, o que significa estar funda
E possível pe rcebe r que
contato contato com
mentados na psicoiogia humanista e na filo
qualidade associado à fluidez do processo
sofia existencial, e ter a fenomenologia como
de formação figura/fundo gera insight. N a
sua metodologia de trabalho.
obra de PHG (1997, p, 46), os autores são
“Ge stalt-terapia' é um term o que foi foi
enfáticos: “[...] a realização de uma Gestalt
cunhado po r Fritz Fritz
vigorosa é a própria cura, porquanto a figura
195 0. O trabalho trabalho de Peris Peris se constituiu constituiu em
de contato não é apenas uma indicação da
transpor para uma forma de terapia elemen
integração criativa da experiência, mas é a
tos que se originaram originaram na psicologia psicologia da Ge s
própria própria integração”.
talt, da qual foram expoentes Kõhler, Koffka
Para Para Yon tef ( 19 9 8, p . 3 1), Gestalt-ter Gestalt-terapeu apeu ta contemporâneo, “[...] o insight, uma form form a de awareness, é uma percepção óbvia ime diata de uma unidade entre elementos, que no campo aparentam s e r díspares". Seria uma súbita súbita alteração alteração do campo percep tivo, tivo, q ue, ao criar uma Gestalt, possibilita a integração de uma situação.
eris , seu fundador, em
e Wertheimer. Com base em suas experiên cias como psicoterapeuta, Perls foi juntando a essa proposição iniciai idéias, pensamentos e proposições que lhe pareceram pertinentes na tarefe de compor um corpo teórico que satisfi satisfizesse zesse seus anseios de prop or um a nova abordagem psicoterapêutica. Sempre assessorado por sua esposa, Laura, Fritz Perls escreveu livros, dos quais
Roberto Veras Peres
se destacam EFA (1947) e a obra de PHG, sigla cunhada com as iniciais dos três auto
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
res: Perls, Hefferline e Goodman (1951).
Pe r l s , E S. ( I942 ). Ego. fome e ogressáo. São Raulo: Sum
mus, 2002. Pe r l s , E S.; H e f f e r u n e , R.; G o o o m a n , R (1951). Gestalt-
Goodman era professor universitário, ativista político e extremamente preocupado com as questões ligadas à pedagogia, ao ensino
terapia. São Pãulo: Pãulo: Summus, Summ us, 1997 .
Yo n t e f , G . M. Processo, diálogo e awareness. São Paulo:
Summus. 1998.
e à aprendizagem. E provavelmente devido a esse feto que o livro tem uma preocupa ção bastant bastante e grande grande com o d esenvolvim esenvolvim ento
VERBETES RELACIONADOS
pessoal dos indivíduos e que a Gestalt-te
Assimilação, Aw ar en es s, Contato, Crescimento, Doen ça, saúde e cura, Dominâncias, Figura e fundo, fíuídez,
rapia tem uma dimensão de aprendizagem,
Gestalt, Necessidades, Organismo, Parte e todo, Situação
por parte dos clientes, em seu bojo. Segun
inacabada. inacabada. Teoria Te oria organísmica, o rganísmica, Totalidade Totalidade
do Burow; Scherpp (1985, p. 22):
DIC ION ÁRI O
DE
G E S T A L T - T E RA P I A
O principal mérito de Paul Goodman
O s p rincípi rincípios os G estalt-pedagóg estalt-pedagóg icos 19 de
reside no fato de ele ter relacionado
monstram uma grande preocupação com o
pontos pon tos de vista na Gestalt-t Gesta lt-terapi erapiaa com c om
indivíduo no sentido de que ele possa vir a
questionamentos político-pedagógicos.
se desenvolver plenamente do ponto de vis
A diferença em relação a Perls, que
ta pessoal; a Gestalt-pedago Gestalt-pedago gia tem , antes de
se uedicava principalmente à prática
mais nada, uma grande preocupação com a
psico terapêutica, é que Goodman, un-
formação dos indiví indivíduo duo s. A aprendizagem aprendizagem das das
iizando-se iizando-s e á*is á*is perspectivas d a GestaltGestalt-
disciplinas ocorre a partir do momento em
crapia, criticava a sociedade, em espe
que o aluno aluno se enco ntre bem consigo mesm o,
cial o sistema educacional americano.
respeitando-se e sendo rêspeitado, condição que o deixará, naquele momento, nas melho
Foi ■ - oa rtir da fund fund am entação te ó rica ini
res co ndições po ssívei ssíveiss de ap rendizagem rendizagem .
cial da ..estalt-tarap ..estalt-tarap ia que Pe tzold trans pô s os
Um professor que desenvolva seu tra
princípios Gestalt-terapêuticos em princípios
balho balho baseado nos princípios princípios ante riorm en te
Gestalt-pedagógicos, tendo sido seguido por
descritos certamente terá um comportamen
educadores como Olaf-Axe! Burow, Karlheinz
to bastante diferenciado do comportamento
Scherpp, M arti artin Rubeau, He lmu t Q uitm uitm ann,
tradici tradiciona ona l, o que implica implica ele pró prio ter m uito uito
Th ijs Besem s e Suzanne Suzanne Zeu ne r, entre outros.
bem trabalhados os princípios Gestalt-peda
O m ovimen to Gestal Gestalt-pedagógi t-pedagógico co desenvol
gógicos, uma vez que necessitará de habilida
veu-se e xtraordinariamen xtraordinariamen te nos ú lti ltim os anos,
des que lhe permitam fazer leituras adequadas
principalmente nos países de língua alemã.
de seus alunos e ter uma postura promotora
N o Brasii, Brasii, apesar de a Gestalt-t Gestalt-terapia erapia ser uma
de crescim crescim ento pessoal. A esta últi últim m a co rres
abordagem terapêutica divulgada e conhecida,
ponde a postura diaiógica. E é eia o ponto
apenas mais recentemente a Gestalt-peda-
mais importante e controvertido da Gestalt-
gogia tem despertado o interesse dos profis
pedagogia, pois propõe que o professor e a
sionais de saúde e educação.
escola abram mão de uma grande parte de
Cabe faiar aqui da importância de que o
sua autoridade, de forma que a relação entre
professor tenh a m uita uita clareza clareza do tipo de rela rela
professo r e aluno aluno possa se torn torn ar, tanto quan
ção que estabelece com a matéria que se dis
to po ssível, ssível, uma relação relação de en co ntro, ou seja,
põe a lecionar, que idealmente deve se apro
uma relação entre pessoas iguais. E na relação
xim ar tanto quanto quanto possível possível de um a relação relação
de encontro que as partes poderão se mani
diaiógica, fomentando também, tanto quanto
festar de form a autêntica, o q ue significa significa dar
possível, a mesma relação entre seu aluno e
respostas novas em sentido, mesmo que seu
a matéria que ele está veiculando. Isso impli
con teúdo ex plícito plícito seja o habitual habitual (Am atuzz i,
ca que esse professor tenha um bom prepa
1989). Esse tipo de resposta tem possibilida
ro para levar a proposta Gestalt-pedagógica
des terapêuticas terapêuticas e educativas educativas eno rm es, uma
adiante. adiante. N a Alem anha, os cursos de form form ação em Gestalt-pedagogia têm duração de três anos, à sem elhança dos de G estalt-t estalt-terapia. erapia.
DICIO NÁR IO
DE
19 Esses princípios princípios podem podem se r encontrados em Buro w ; Scher pp ( 198 5), em Burow ( 198 8) e em Liiie Liiienthal nthal ( 199 7).
G E S T AL T - T E R A P IA
i-raJ «jU G IA
vez que postula a aprendizagem significativa,
VERBETES RELACIONADOS
que Lili Lilienthai enthai (20 0 4, p. 122 ) assim assim descre ve:
Atualização, Crescim ento , Dialógico, Dialógico, Existencialismo, Existencialismo, Experiência, Fenomenologia, Gestaltismo
É no próprio fluxo do sentimento de “es tar tendo a experiência” experiên cia” que o sujeito se atualiza e busca significad significados os à experiên cia , e não por um trabalho posterior. Um aspecto fundamental em saude e em educaçãOy a posswilidade de alterar o modo como o sujeito está disposto no mundo, abrindo-lhe possibilidade de novos sentidos, se dá pela reflexão na experiência, e não sobre a experiência experiência..
GESTALT-TERAPIA
Gestalt-terapia foi o nome de batismo, decidido por Frederick Perls, para uma nova terapia que desenvolvera, desde 1946. jun to com o grupo de intelectuais que se inti tulava ulava £G ajpa d 2 i
5
e ra 7 (lsadore From, Paul
Go od m an, Paul Paul W eisz, Sylvester Eastman, Eastman, Elliot Shapiro, Ralph Hefferline, Laura e Fritz Pe rls). rls).(Ã (Ã Ge stalt-t stalt-terapia erapia é uma síntese síntese co e
Por isso, a Gestalt-pedagogia pode ser também aplicada à prática de outras áreas como psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, serviço social, fonoaudiologia, odon tologia, enfermagem e medicina, como abor dagem propiciadora de aprendizagem, saúde e desenvolvimento, uma vez que tem uma
rente de várias correntes filosóficas, me todológicas e terapêuticas, formando uma verdadeira filosofia existencial, uma forma particular de conceber as relações do ser vivo com o mundo^l O novo m étodo foi nom eado, sucessi sucessi vamente, como terapia da concentração; te rapia do aqui e agora; psicanálise existencial;
inequívoca vocaçã o (psico)profilát (psico)profilática. ica.
terapia integrativa; terapia experiencial; psicoLuiz Alfredo Alfredo Lilienthai Lilienthai
geriu “G estalt-terap estalt-terap ia'', ia'',,, o qu e suscitou debates
R E F E R Ê N C I A S B I B L IO IO G R Á F I C A S A m a t u z z í, M. M. O resgate da fala autêntica. Campinas:
Rapirus, 1989.
particularmente agitàdos com seus colegas, e, apesar de esse nom e te r sido sido considerado considerado e s
B u r o w , O .-A . Grundlagen der Gestaltpàdagogik.
Dort-
mund: Verlag Verlag Modemes Lem en, 1988 . O .-A.; Scherpp, Scherpp, K. Gestaltpedagogia. São Paulo: Summus, 1985.
Bu r o w ,
L. A. A Ge stalt ped ago gia s ai à s rua s par a tr ab a lhar com crianças e educadores de rua. rua. 1997. Disser tação (Mestrado em Psicologia Escolar e do Desen volvim volvim ento Hum ano) - Insti Instituto tuto de Psicologia cologia da USP (Ipusp), U niversidade niversidad e de São Paul Paulo o (U SP ), São Paulo.
en t h a l , U u en
________ .
drama imaginário. Finalmente, Fritz Perls su
Educa-sáo: uma possibilidade de atenção em
Tese (Doutorado em Psicologia Escolar e do D esenvolvimento H uma no) - Insti Institut tuto o de Psi Psi cologia da USP (Ipusp), Universidade de São Paulo (USP), São Pâuio.
trangeiro e esotérico demais, foi o escolhido por Perls, por motivos de provocação e de
marketing. term o “Ge stalt-t stalt-terap erap ia", portanto, portanto, sur O term ge em 1951, com o lançam lançam ento do livro livro Ges talt therapy - exát ex átem em ent en t and grow growth th in in human human persona personality, lity, escrito por Frederick Perls, Paul Goodman e Ralph Hefferline20.
ação. 2004.
DICIONÁ RIO
DE
20 Essas inform ações açõe s serão m antidas na íntegra, sem a utiliza ção das siglas, por considerarmos material importante do corpo do texto deste deste verbete. (N . das Orgs.)
G E S T A LT - T E R A PI A
É difícil encontrar uma definição sumária
ou "geográficos” e encontrar assim um territó
para Gestalt-terapia, já que a própria teoria
rio rio de liberdade iberdade e de respon sabilidad sabilidad e^ ^Portanto, nessa perspectiva global, holísti-
> propõe uma consciência que não se limite ao
o *
ca, a terapia visa à manutenção e ao desen lvim en to de um bem-estar bem-estar harmonioso, harmonioso, e poral e sensória; enfatiza a experiência vivida,« vo lvim não à cura, à reparação de qualquer distúrbio, o contato e o diálogo,, Impossível reduzir um que subentendería uma referência implícita a conceito assim a poucos parágrafos. Dessa âmbito âm bito do racional, m as incl inclui ui a dimensão dime nsão co r
form a, foi necessária necessária um a cola colagem gem d e con cei tos, organizados sob uma nova Gestalt, para dar um sentido a este verbete.
um estado de “normalidade", posição oposta à do espírito da proona Gestalt-terapia, que valoriza o direito à diferença, a originalidade
A Gestalt Gest alt deve seu surgimen surg imento to às intuições geniais geniais e às crises pessoais daquele daque le
irredutível de cada ser. Na prática, esses onncípios desembo cam em um método específico de trabalho,
que devemos considerar seu principal
uma abordagem fenomenológico-clínica, isto
fund fu nd ador ad or:: Fritz Perls. Perls. De fa to , ela fo i
é, centrada na descrição subjetiva do senti
amplamente articula articulada da e formalizada po p o r Laur La uraa Perls e Paul Pa ul Goodm Go odman, an, e
mento do cliente (sua awareness) em cada caso particular e na tomada de consciência
também por seus primeiros colabora
“intersubjetiva” que está acontecendo entre
dores e pelos continuadores de segun
ele e o terapeuta (processo de contato e suas eventualidad eventualidad es), apoiado apoiado em certo nú m ero de
da e terceira “ger “geraçã ação” o” (Isadore (Isador e From, From,
técnicas, às vezes chamadas de jogos, exercí cios ou experimentos. “Mas é muito frequen
fim Simkin, Simkin , Joseph Jos eph Zinker, Ervin e Miriam Mir iam Polster etc.). (Ging er; Ginger,
1995, p. 44 )
te qu e essas técn técnicas icas - algumas algumas inspiradas inspiradas no psicodrama e várias outras emprestadas de
Gestalt-terapia é uma psicoterapia que en
outras abordagens (análise transacional, por exem plo) - sejam sejam confundi confundidas das com G estalt, estalt,
fatiza fatiza “conce ntrar na estrutura da situação situação con creta; preservar a integridade da concretude encontrando a relação intrínseca entre fatores socioculturais, socioculturais, animais animais e físicos” físicos” (P H G , 199 7, p. 50). É uma atitude básica, que se diferencia
por pessoas que ignoram praticamente tudo a respeito de seus princípios fundamentais” (Ginger; Ginger, 1995, p. 19).
ao mesmo tempo da psicanálise e do comportamentalismo, constituindo uma “terceira via”
Poder-se-ia Poder-s e-ia dizer que a Gestalt propõe,
original: compreender e aprender, mas, sobre tudo,|®
cesso cesso de cura: cura: em psicanálise, s e supõe
criativo de reintegrar as partes dissociadas; ex
modificação do vivido, enquanto em
pandir ao máximo nosso campo vivido e nossa liberdade de escolha, tentar escapar ao deter m inismo inismo alienante alienante do , passado passado e jd o m eio, à
|Gesta estalt lt as modificações modificações do v iv id o -p o r
carga carga de nossos condicionam condicionam entos “h istóricos” istóricos”
pan p an h ad a de uma um a eventu eve ntual al conscien cons cien--
DIC ION ÁR IO
de certa form a, uma inver inversão são do pro que a conscientização acarrete uma
meio da experiência - perm pe rm item ite m uma um a mudança do comportamento, acom
DE GESTALT-TERAPIA
BMHü
■■■
133
GEiTALT-TcRAPIA
tização. Para os psicanalistas, o desa pare pa recim cim ento en to do sintom sin tomaa é um “luxo",
se ap resenta com o u m a terapia terapia existenci existencial-f al-fee-
pa ra os gestaltistas,
a conscientiza-
nomenológica que objetiva aumentar a owcre-
ção que é assim considerada. (Ginger;
ness do cliente, no aqui e agora da relação
Ginger, 1995, p.
terapêutica, e, para isso, utiliza recursos como
é
Em seu aspecto clínico, a Gestalt-terapia
66)
exp erim en tos, frustração frustração , fantasi fantasias as dirgidas, dirgidas, A G estatt-terapia se nutriu, explícita explícita ou
e outros, facilitando o desenvolvimento do
implicitamen implicitamen te, da com binação de num erosas erosas
auto-suporte, a capacidade de fazer escolhas
co rrentes filosófi filosóficas cas e terapêuticas de d iversas iversas
e a organização da própria existência.
fontes: europ éias, am ericanas ericanas ou orientais. orientais. Al
Pierre Pierre '^rraz
gumas deixaram vestígios mais importantes na Gestaft atual: a fenomenologia, o existencia-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
lismo e a psicologia da Gestaft; a psicanálise,
terapia dc G inger , S.; G inger , A . Gestalt: ume terapia Sáo Paulo: Paulo: Summus, 1995.
as filosofias orientais e a corrente humanista. No entanto, ela é mais que uma síntese des
ontato. ontato.
Pé r l s , F. S.; H ef f er er u n e , R.; G o o d m a n , R ( 19 5 1). Gestalt-tera Raulo: Summus, Summ us, i 997. 99 7. ’ pia . São Raulo:
sas tendê ncias; ela. as reconfigurou reconfigurou com o um a
»
jP ^ y
nova G esta lt/E um a visão visão de m undo que que p ri ri
VERBETES RELA C IONA DOS
vilegi vilegia a a relação relação e não os ob jetos, o p rocesso
Aqui e agora, ago ra, Aw are nes s, Conscientização, Contato, Doen ça, saúde e cura, Experiência, Experimento, Existencialismo, Fenomenologia, Gestaltismo, Holismo, Responsabili dade, Te rapia e técnica de concentração
em detrimento ao conteúdo.
DICI ONÁ RIO
DE
GESTALT-TERAPIA
L
h HÁBITO
Também podem ser 'econhecidos como
Considerada uma resistência resistência não em ocio
saudáveis quando, por exemplo, são coo
nal de suma importância, a “força do hábito”
perativos e direcionados para a manutenção
reluta à mudança. Muitas vezes determinado
do holismo? Laura Perls dizia que “os hábitos
por economia de energia, o hábito pode le
bons sustentam sustentam a vida" (Perls, 1979, p, 85 ).
va r ao conflito conflito se n ão atualizado, atualizado, tornando-se
Fazem parte de um processo de crescimen
assim inadequado. No livro EFA, Perls (2002,
to e mudá-los toma-se tarefa difícil quando
p. 25 9) define: “O s hábitos hábitos são estr estratagemas atagemas
implica puxá-los do fundo e “investir energia
econô m icos que aliviam aliviam as tarefas das funções funções
para desintegrar ou reorganizar o hábito"
egóicas, pois a concentração só é possível
(Perls, 1979, p. 85). No entanto, considerá-
num item de cada vez. No organismo sau
los Gestalten integradas é reconhecê-los, em
dável, os hábitos são cooperativos, dirigidos à manutenção do holismo".
princípio, “como dispositivos econômicos da
Entendidos como fixações, os hábitos
natu reza” (Perls, 1979,'. p. 8 5 ), exp lilica ca Perls em sua obra autobiográfica. /
apresentam diferenças em sua dinâmica. É
O caráter e ajjepetição compulsiva são
o sentimento de medo que os mantêm vi vos, mas poderiam ser transformados em
representantes das formas fixadas neuróticas. Além dos hábitos, as lembranças, as abstra
reflexos “condicionados". “Esta compreensão
ções, as técnicas, as memórias são reconhe
implica que uma mera análise dos hábitos é
cidas como outras formas fixadas, embora
tão insuficiente para quebrá-los quanto as
possam possam assum ir uma conotação saudável.
resoluções" (Perls, 2002, p. 159). Em sua
E p or meio da confluência, quando se dis
maioria, os hábitos tomam-se parte da per
solve momentaneamente a fronteira de con
sonalidade, dificultando a mudança de forma
tato, que os hábitos são assimilados e passam
tal que as tentativas tentativas .conscien tes são infrutífe infrutífe
a se tom ar parte do fundo . “Todo hábito hábito não
ras. Algumas circunstâncias contribuem para
contatado é uma segunda natureza; faz parte
esses insucessos como a idade avançada, a
do corp o, não do se/f’ (P H G , 199 7, p. 234 ), e
mudança de ambiente.
é po r isso isso que as tentativas tentativas de mudanças cau
sam mal-estar, mal-estar, pois esses háb itos itos são incorp o rados como naturais, independentemente de estarem estarem ou não correto s; e, fazendo parte do corp o, qu alquer tentati tentativa va de m udança do há bito bito é sentida sentida como um ataque ao corpo . A neurose é definida como “a perda das funçõ es de ego para a fisiolog fisiologia ia secund secu ndária2 ária21
HIERARQUIA HIERARQUIA DE NECESSIDADES (VER NECESSIDADES, HIERARQUIA DE NECESSIDADES E EMERGÊNCIA DE NECESSIDADES)
HOLISMO
sob a form a de hábitos hábitos inacessívei inacessíveis" s" (P H G , I 997, p. 235). Mobilizá-los em prol do pre
O conceito de “holismo" “holismo" é apresentado no livro EFA de Fritz Perls, escrito com a co
cesso pode s er útil: útil: 'A terapia da neurose [...] é o processo deliberado de contatar esses
laboração direta de Laura Perls e publicado original originalmente mente em 194 2, no período em que
hábitos hábitos po r meio de exercícios graduados, de maneira a tom ar a ansiedade ansiedade toleráv toleráv el” (PH G , 1997, p. 235). Quando os hábitos ou qual
o casal residia na África do Sul. E importante com entar que o term term o_“holism o_“holism o” foi foi tirado tirado do evolution on ( 19 26 ), cujo livre( Holism and evoluti cujo autor, autor,
que r outra forma fixada fixada não possuem possuem mais um
Jan Smuts, residia também na África do Sul, exercendo funções bastante significativas no
em prego no presen te, em função da auto-reauto-regulação organísmica, há o esquecimento do conhecimento inútil: “Não é pela inércia, mas pela função que uma forma persiste, e não é pela passagem do tempo, mas pela feita de
Gladys D’Acri
São Paulo: Summus,
mo como “uma nova ferramenta intelectual” condizente condizente com com a concepção concepção de “cam “cam po” . Segundo Perls, o holismo é uma atitude
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
S. 2002.
Ego, fome e agressão.
________ . Escarafünchando Frítz: dentro lixo. São Paulo: Summ us, 197 9. S.;
e fora da lata de
R.; G o o d m a n , R terapia. São Paulo: Summ us, 199 7.
Pé r l s , E
H e f f e r u n e,
sua ida para lá, po is, desde que fo ra assistente assistente direto de Kurt Go ldstein, ldstein, em 19 26 , já con he cia cia e adm irava irava a ob ra desse desse autor. N a Introdu Introdu ção dessa dessa prim prim eira ob ra de Perls ( 19 69 , p. 7 ), ele declara a intenção de utilizar-se do holis
função que uma forma é esquecida” (PHG, 1997, p. 101).
Per l s , H
governo daquele país. No entanto, o contato de Perls com a obra de Smuts era anterior à
(1951). Gestait-
VERBETES RELACIONADOS
Auto-regulaç Auto-regulação ão organísmica, organísmica, Co nflito, Co nfluência, C res cimento, Energia, figura e fundo, Fronteira de contato, Gestalt, Holismo, Neurose, Organismo, Resistência, Se/f
pela qual nos damos conta de que “o mundo consiste consiste per se não apenas de átom os, mas de estruturas que possuem um sentido diferente do que o da m era som som a de suas partes" partes" (Perls, 1969, p. 28 )a . Ele recom endava a leit leitura ura do livro de Smuts não só aos profissionais das áreas biológicas, mas também àqueles das di versas áreas das ciências. Smuts, em sua obra, havia feito uma sé ria crítica ao modelo científico que dominou
21 Fisiologia é o sistema sistema de ajustamento ajustamento conservadvo herdad o. A fisiologia primária diz respeito ao que foi adquirido pela espé cie (filogênese) ao longo dos séculos, e a fisiologia secundária refere-se à orrtogênese, em que se indulo pscoiógico.
22 A tradu tradu ção das citações originais são de exclusiva exclu siva responsa- < biiidade da autora.
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T -T E R A P I A
o século X IX , e, para para contrapor contrapor-se -se a ess essee
de consciência da impossibilidade de
m ode lo, propô s a adoção adoção d | teo ria de campc campcT^) T^)
aplicação de leis causais, em qualquer
com o a m ais ais adequada. Acred itava itava qüe só por
contexto, levou os cientistas das áreas
m eio do con ceito de campo a visão visão da nature za poderia ser restituída de seu caráter fluido
sociais a tentar adaptar estas desco-
e maleável. Para ele, a limitação dos conceitos
à formaçã o de subjetivida subjetividade de humana. humana.
rr-canicistas teve a função de simplificar os
(Lim a , 2005, p. 15)
problemas das ciências e do pensamento da época, mas, se não houvesse uma reconside
Considero aue o pensamento holístico na
ração dessa visão, a ciência continuaria tratan
Gestalt-terapia foi fundamental para que essa
do dos processos da natureza sob uma ótica
abordagem rompesse, definitivamente, com
reducionista e superficial, ' o holismo seria uma tendência sintética do universo em evo
o ponto de vista reducionista e mecanicista. Dessa forma, abre-se a perspectiva para que
luir pela formação de todos (wholes). A reali
hoje em dia possamos usufruir das enormes contribuições que o pensamento sistêmico
dade é orde nada e agregadora. agregadora. Até m esmo as células são sistemas ajustáveis que funcionam em um modelo de auto-organização seme lhante aos sistemas sociais. Para Smuts (1996,
bertas ao campo das relações sociais e
tem trazido às ciências, de modo geral, e mais especificamente à psicologia, reafirmando um olhar complexo sobre a realidade.
p. 97): "Matéria e vida consistem, atômica e
Patrícia Lima (Ticha)
celularmente, de unidades estruturais orde nadamente agrupadas em conjuntos naturais
REFERENCIAS B IBLIOGRÁFICAS IBLIOGRÁFICAS
que denominamos denominamos corpos corpos ou orga nism os^
Lima ima , R V
EF A É importante destacar que já no livro EFA ( 196 9, p. 33 ), Perls apontava algumas algumas diferen
ças entre o pensamento holístico de Smuts e seu próprio ponto de vista. Ele ressaltava que para Smuts as questões relativas relativas a vida vida e m en te eram prioritárias, enquanto para ele os as pectos do corpo, da mente e da alma seriam os mais relevantes. Em minha tese de doutorado, defendi o ponto de vista de que:
A . Psicoterapia e mudança uma reflexão 2005. Tese (Dou torado) - Instit Instituto uto de Com unicação, Un i versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de jane iro. -
.
R S. ( 194 2). Ego huhger and agression Nova York: Vintage Boo ks, i 96^'.
Pe r l s ,
,
.
Sm u t s , j. Holism and evolution and evolution
.
No va York: Gestalt Journal, Journal,
1996. VERBETES RELACIONADOS
Fluidez, Organismo, Sistema, Teoria de campo
HOMEOSTASE
A p ar tir ti r da déca dé cada da d e 50, conceitos conceit os
Ao considerar o conceito de ‘‘homeostase’’
da física, como o de caos, complexi-
na teoria gestáltica, Perls recebeu a influência de Kurt Goldstein, precursor da teoria organís-
dade, indeterminação, fluxo, desordem, etc. começaram cada vez mais a serem serem adotados para tratar tratar dos fen ômenos biológicos e sociais. A tomada
mica. Esta considerava não apenas as funções fisiológicas ou psicológicas, mas o organismo como um todo, em suas funções e ações.
DICIONÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
138
HOMEOSTASE
Assim, ele chamou de processo de auto-regu-
soas aspiram satisfazer, são como bu
lação organísmi organísmica ca o proc esso hom h om eostático, eostático, no
racos racos da personalidade que devem ser
qual os seres vivos buscam a satisfação de suas necessidades (auto-realização) de acordo com
preench pree nchidos idos.. [...] Costumamos dizer
sua interação com o ambiente. Peri Peris ( 198 5, p . 20 ) defi define o p rocesso ho
uma proposta de lidar com essas ne
meostático como "aqueíe pelo qual o organis mo mantém o equilíbri equilíbrio o e, conseqü co nseqü entem ente,
que a Gestalt-terapia é uma tentativa, cessidades. estes desejos, estes buracos que impedem a centragem, a harmo nia do organismo.
sua saúde sob cond ições diversas. A h omeosom eostase é, portanto, o processo através do qual o
Para comoreender melhor o conceito de
organismo satisfaz suas necessidades”. A homeostase (ou processo de auto-re-
homeostase e sua importância na teoria da abordagem zestáltica, devem-se considerar as
gulação organísmica) envolve a totalidade do organismo em sua interação com o ambien
duas necessidades básicas de todos os seres vivos, vivos, apont apontada adass por PH G ( 199 7): sobrevivên
te. Abarca todos os tipos de necessidades e deficiências: fisiológicas (fome, sede, sono,
cia e crescimento, sendo a primeira prioritária em relação à segunda. Todos nós tendemos
temperatura corporal, sexo etc.), psicológicas (amor, confirmação, auto-estima, entre ou
ao crescimento, mas, se nossa sobrevivência
tros), sociais etc. Atende à necessidade sobe rana dos seres vivos de auto-reaiização. Tra-
for ameaçada de algum modo, todo o organis mo se mobilizará a fim de manter a vida, de
ta-se de um mecanismo tão importante que
se tom tom ar criati criativo vo e enco ntrar form form as de resta resta belecer seu equilíbrio e, com isso, garantir sua
a qualidade de equilíbrio/desequilíbrío home
sobrevivência. Esse é o processo homeostáti
ostático está intímamente vinculada àquela de
co primeiro. E esse processo de auto-regula-
saúde/doença do organismo. Ao considerar mos o feto de que estamos, todo o tempo,
ção organísmica que propicia ao organismo se
experimentando inúmeros desequilíbrios que
vida, ainda que po r meio m eio de infini infinitas tas possibili possibilida da
originam necessidades diversas e simultâneas,
des de satisfeção. Peris (1979, p. 78) explicita
concluímos que o processo homeostático se
isso ao afirmar que “qualquer perturbação do equilíbrio organísmico constitui uma Gestalt
realiz realizaa de form form a pe rene em nossa vida. “Iodas as situações inacabadas são fontes
m anter vivo e cre sce r diante diante das vicis vicissi situdes tudes da
geradoras de tensão no organismo, levando
incompleta, uma situação inacabada que força o organismo a se tomar criativo, a encontrar
ao desequilí deseq uilíbrio brio que d eflagra eflagra a necessidade de
meios e formas de restaurar o equilíbrio”.
restabelecimento da homeostase. Diz Ribeiro (1985, p. I 11):
Outro pressuposto fundamental, intima mente vinculado ao concerto de homeostase, é o de “hierarquia de necessidades”. Na me
Quando um desejo se se tom a realidade,
dida em que sofremos simultaneamente uma
uma nova energia nasce no indivíduo.
diversidade de estímulos, os quais geram de
Desejos e necessidades são quase sem
sequilíbrios de diversas naturezas, o equilíbrio
pr e estados esta dos deficit def icitári ários os a que qu e as p es es
homeostático se dará mediante a satisfação
DICION ÁRIO
D E G ES T A L T -T E R A P I A
139
que estiver em primeiro plano em nossa hie rarquia de necessidades. Isso implica uma esca
HOMEOSTASE
auto-reguladora, pois “a doença, as deficiên cias e excessos somáticos têm um alto valor
dom inante. A necessidade necessidade po de ser entendida entendida
na hierarquia de dominância". Este conceito também subjaz a todos os
com o uma um a tensão existente existente no organismo, que
demais pressupostos da teoria gestáltica: con
tende a sobressair-se (dominância), em busca
tato, awareness, fronteira, self, figura/fundo,
de satisfação. Assim, ela organiza a energia dis ponível no organismo no sentida cte sua satisfo-
campo, sintoma, ooiandades, totalidade orga-
la de valores que apontará qual a necessidade
nism nism o/amb iente, iente, ajustamento cnativo e tc.
ção. Quando esta for satisfeita, ela voltará para
Cláudia Uns Cardoso
o fundo e em ergirá ergirá com ò primeira p rimeira necessidade necessidade aquela que anteriormente er^ a segunda na es-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
caia de hierarquia, e assim sucessivamente. Na teona teo na gestáftica, gestáftica, a satisfação satisfação plena da necessida
FtRus.
de implica a capacidade capacidade da pessoa de manipular a si mesma e ao mundo, a fim de retirar dessa interação aquilo que lhe for nutritivo e rejeitar aquilo aquilo que lhe lhe for tóxico. PH G ( 199 7, p. 84 ) descrevem da seguinte forma a hierarquia de necessidades:
F.S. A abordagem
gestdrica e testemunha ocular da Rio de jane jane iro, iro, 1985. terapia. Zah ar: Rio
. Escarafitnchando Fritz: dentro e lixo. São Paulo: Summus, 1979.
fora da lata de
ebl s , F S.; H ef f e r u n e, R .; G o o d m a n , R (1951). GestaltPebl
terapia. São
Paulo: Summus, 1997.
J. R Gestalt-terapia: Pauio: Summus, 1985.
ibeirr o , Ribei
refazendo um caminho. São
V E R B E T E S R E L A C IO IO N A D O S
Cada situação inacabada mais pre mente assume a dominância e mobi liza liza todo o esforço esforço disponível até que a tarefa seja completada; então torna-se
Ajustamento criativo. Auto-regulação organísmica. Aw ore ness, Consciência, Contato, Crescimento, Doença, saúde e cura, Dominândas, Energia, Figura e fundo, Fronteira de contato, Gestalt, Necessidades. Neurose, Organismo, Polaridade, Self, Situação inacabada, Teoria organísmica, lota iidade idade
indiferente e perde a consciência, e a necessidade seguinte passa a exigir
t. H O T SEA T
atenção. [...] O que parece espontanea mente importante de fato organiza
"Terapia "Terapia do hot se a t’’23 refere-se a uma si
realmente a maior parte da energia
tuação na qual o sujeito se vê em evidência
do comportamento; a ação auto-re-
embaraçosa, por motivo não lisonjeiro. Vale
gulad gu ladora ora é mais ma is vivida vivi da , mais intensa
recordar que foram as primeiras investidas
e mais sagaz. sagaz.
nos trabalhos trabalhos exp ressivos em psicoterapi psicoterapia. a.
Na abordagem gestáftica, o conceito de
Perls, em Gestalt-terapia explicada ( 1977 , p. I 10 10 ), apresenta o fenôm eno dizendo:
homeostase também tem relação direta com as concepções de sintoma, neurose, psicoterapia e relação terapeuta-cliente, propostas
Eu uso seis instrumentos para poder funcio fun cionar nar.. Um é a m inha in ha habi ha bilid lidaa-
pela abordagem abordagem gestáf gestáfti tica. ca. PH G ( 199 7, p . 87) sustentam que a neurose é uma experiência
23 Um dos primeiros apelidos dos da Gestait-terapia. Gestait-terapia.
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T E R A P I A
de; outro é o lenço de papel. E há a cadeira quente (hot seat). É para aí que vocês estão convidados, se quise rem trabalhar comigo. E há a cadeira vazia, que trará consigo um bocado da personalidade de vocês e de outros - vamos chamar assim, assim, por enquanto enquanto - encontros interpessoais. interpessoais. Então, Então, te nho meus cigarros, agora mesmo estou com um muito bom, é um Shaman; e o meu cinzeiro. Finalmente, preciso de alguém com vontade de trabalhar: alguém alguém com vontade de ficar fic ar no agora, agora, faze fa zenn do algum trab tr abalh alhoo com sonhos. Estou à disposição. Quem quer real mente trabalhar comigo, e não sim plesm ple smen ente te faze fa ze r de d e mim mi m um palhaç pal haço? o?
e diferenciar o frequente entendimento de ca deira quente e cadeira vazia como sinônimos; compreendo que cadeira quente refere-se à situa situação ção de risco risco e com prom etim etim ento em que o cliente e o terapeuta estão, ao realizarem o experim ento, este sim o procedimen to básico básico da Gestalt-terapia; enquanto cadeira vazia diz respeito à possibili possibilidade dade vivida vivida n o ex perim ento de coiocar, representar ali (na cadeira vazia) quem ou o que emergir durante o trabalho para prese ntificar ntificar o con tato. Traduzido para o português como “cadei ra quente" ( “be rlinda"), rlinda"), hot seat, em seat, em espanhol, virou “banquillo de los acusados"; acusados"; no entanto, ambos os termos sugerem o incômodo, o desconfortável, o perigoso da situação. Imagi no que Frrtz aproveitou a designação repetida pelos participantes de seus grupos e a inte
Graças ao jeito anárquico e não acadêmico
grou com o clarif clarificadora icadora do con trato trato de risco risco
de Peris falar21 sobre seus conceitos, ocorrem
que cliente e terapeuta estabelecem ao inicia
diversos entendimentos para cada um deles.
rem um experimento, no qual desconhecem
C o m hot seat (cadeira (cadeira quen te) não é diferente.
o que farão e se chegarão a uma boa solução;
Alguns autores, como Erving e Miriam Polster
típica típica integraçã integração o e acolhim acolhim ento feitos p or um a
(2 0 0 1), entendem entendem hot seat como como uma técnica
pessoa bruta e provocativa como Peris.
de trabalho individual feita em situação de gru
Abel Guedes
po; Fhulo Barros, no Prefácio da edição brasilei ra de Tomar-se Tomar-se presen te (in Steven s, 19 76 ), re
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS
fere-se a hot seat como como uma técnica básica da
Somatizaçâo o - alextimia alextimia e histeria. Disponí G o u v ê a , G . Somatizaçâ
Gestalt-t Gestalt-terapi erapia; a; já já G raça G ou vêa (20 0 6) afirma afirma que hot seat, seat, ou cadeira vazia, é um trabalho de projeção ativa, em que o terapeuta estimula estimula o cliente a estabelecer um contato mais direto com as próprias introjeções e fantasias, suge rindo o diálogo do cliente com essas mesmas fantasias de forma dramatizada. Vale evidenciar 4 2
vel em: < http://schweder.com/wp-content/uploads/2006/04/0%20que%20e%20Gestaft-Terapia.pdf > . Acesso Acesso em: I4 dez. 2006. Pe r l s , F S. Gestalt-terapia explicada. São Paulo: Summus,
I977. er , E.; Po l s t e r , M. Gestalt-terapia integrada. São Po l s t er
Paulo: Paulo: Summus, 20 0 1. St e v en en s , j. O . Tomar-se presente: experimentos de cres
cimento em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus,
I976. 24 Peris Peris utiliza uma linguagem linguagem feno fenome menológica nológica que b usca, p or meio de imagens, metáforas, jogos de palavras, gírias, a descrição descrição dos fenôm enos, lato que nos ajuda a não esperar dele análises ou definições rigorosas em suas feias.
DICI ONÁ RIO
VERBETES RELACIONADOS
Aqui e agora, Experimento, Psicoterapia de grupo e workshop, Sonhos
DE GESTALT-TERAPIA
ID, FUNÇÃO (VER FUNÇÃO ID, FUNÇÃO EGO. FUNÇÃO PERSONALIDADE)
realiza uma diferenciação em opostos. Esses opostos apresentam, em seu contexto específico, uma grande afinidade entre si. Permanecendo aten-
INDIFEREN INDIF ERENÇA ÇA CRIAT CRIATIVA IVA,, PENSAMENTO DIFERENCIAL, PONTO ZERO
tos ao centro, podemos adquirir uma habilidade criativa criativa para ver ambos os lados de uma ocorrência e completar uma meta de incompleta. incompleta. Evitando Evitando uma
O ponto de partida partida para a com preen
per spectiva spec tiva unilateral, unilat eral, obtem obt emos os uma
são desses conceitos é a obra inicial de Perls,
compreensão muito mais profunda da
EFA
estrutura e da função do organismo.
(1947). Nesse livro, Perls apresentou
algumas propostas de mudanças teóricas ao
(Perls, (Perls, 2002, 2002, p. 45-6)~ 45-6 )~ll
pensamento psicanalrtico da época, mas ainda vinculado à prática e ao ensino da psicanáli
Perls argumentava que, pela adoção do
se, dado que a Gestait-terapia não fora, até
pensamento de Friedlãnder, características ou
esse momento, criada como uma nova escola
eventos que julgamos opostos nada mais são
psicológica. No entanto, Perls já apontava al
do que múltipl múltiplas as diferenciações, diferenciações, que o correm
gumas insatisfações e desavenças com o sis
com base em uma mesma matriz de forma
tema de pensamento psicanalítico de Freud.
ção. O
Sua intenção intenção era p rom ove r uma revisão revisão nele,
que, de acordo com algo não diferenciado (o
adotando como eixo para isso as duas con
“pré-drferente” , term o sugerido por Perls), a
cepções básicas do filósofo Salomom Friedlàn-
diferenci diferenciação ação em opostos se dá e ."o ponto
de r: o pensam ento diferencial e a indiferença indiferença
de onde a difer diferenciação enciação com eça é usualmente
criativa, criativa, que propõ em
chamado de po nto zero ”, sendo que “a situa situa
pensamento diferencia diferenciall pressupõe pressupõe
ção, o campo, é um fator decisivo na sua de ^ [ .... . ] que todo evento se relaciona com
um ponto zero, a partir do qual se
term term inação” (Perls, (Perls, 2002 , p. 50 ). O zero tem tem , ainda, um duplo sentido:
centro.. Se [...] o de um início eo de um centro temos o campo, podemos determinar
ao primeiro capítulo de Ego, fome e agressão” (Perls, 1979, p. 96).
os opostos opostos e inversamente, inversamente, a p art ir dos
Gladys D’Acri e Patrícia Uma (Ticha)
opos opostos tos,, podem os determ inar o campo específico. [...] A indi in difer feren ença ça criativ cri ativaa
REFERENCIAS REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS
não é de forma alguma idêntica a um
Lo f r ed o , A. A ca ra e o ro sto . São
ponto po nto zero absolu abs oluto, to, m as terá ter á sem pre pr e um aspecto de equilíbrio. (Lofredo,
F S. (1947). mus, 2002.
Pe r l s ,
Paulo: Escuta, 1994
Ego, fome e agressão. São
1994, p. 66)
________ . Escarafunchendo Fritz: denuo lixo. São Paulo: Summus, 197 9.
Em seu livro autobiográfico, Escarafun-
VERBETES RELACIONADOS
chando Fritz, Perls Perls ( ! 97 9, p. 9 9) confirm confirm a: “O “O
Campo, Organismo Poiàridade
Paulo: Sum-
2 fora
da iata ae
zero é nulo, é nada. nada. U m pon to de indifer indiferença, ença, o ponto a partir do qual nascem os opostos, Um a indifer indiferença ença que é automaticamente automaticamente cria tiva logo que a diferenciação pnncipia". Fatta
INSTINTO DE FOME dicionário Aurélio ( 197 5 ), a palavr N o Novo dicionário palavraa “instinto” refere-se a um impulso ou estímulo
de interesse e indiferença indiferença criativa criativa não con cor dam entre si; contrariamente, esta última é
interior que leva os an imais a um a ação dirigi dirigida da
plena de interesses direcionados para os dois
à conservação ou reprodução da espécie. O
lados da diferenciação. diferenciação.
instinto de conservação é o que impulsiona os
N o p rim rim eiro eiro cap ítulo tulo do livro livro citado citado , Perls Perls utilizou dois exempios gráficos para explicar
seres vivos a se proteger, proteger, cada um a seu mo do, de tudo que lhes possa causar dano. “Fome" é
o pensamento diferencial. diferencial. No prim eiro, eiro, ele
definida definida com o grande apetite apetite de com er, urgên
m ostra, ostra, por meio de desenho s, que, de uma
cia de alimen to, sofreguídão etc.
mesma superfície plana, podemos criar um buraco, se a cavamos, ou um monte, como
Na Gestalt-terapia, o verbete tem uma conotação especial, pois está diretamente
resultado da terra que foi retirada do bura
relacionado com o sistema de autoproteção
co . N o segundo, ele usa a representação do lãi Gi da filosofia chinesa como um exem
e adaptação dos seres vivos, em especial do
plo de um dos diversos mitos cosmogênicos
ser humano. No Dicionário de Psicologia, Dorin rin (1 9 7 8 , p . 3 2 ) ressa lta a palavra “instinto1 “instinto1’
que compreendem o início do universo a
com o “term o usado para designar designar uma for for
partir de um estágio de não-diferenciação, do qual surge uma progressiva diferenciação
ma de comportamento biologicamente não
em op ostos com plemen tares. tares. A im portânci portânciaa desse capítulo é reconhecida por ele, anos
aprendido. aprendido. [ ...] o term term o envolve impulsos impulsos e reações não aprendidas”. O term o “insti “instinto nto de fom e” foi foi ideal idealiizado
mais tarde, mesmo após considerar desa
por Perls desde os primórdios da Gestalt-te
tualizado o restante do material dessa obra:
rapia, quando, em seu livro EFA, propõe uma revisão da psicanálise. Nessa obra introduz
“Para mim, a orientação da indiferença cria tiva é lúcida. Não tenho nada a acrescentar
novos con ceitos, frutos frutos da reflexão que vinha
D I C I O N Á R I O D E G E ST A L T - T E R A P IA
I4 J
INSTINTO OE FOME
fazendo nos diálogos com sua esposa, Laura,
sua continuação, de um suprimento
nos quais procurava integrar a psicanálise de
de alimento intelectual, social e si
Freud, a análise do caráter de Reich, a teoria
milares, do ambiente. Mas quando
de campo de Kurt Lewin, a teoria organísmica de Goldstein, com quem trabalhara, o
este material exterior não é adequa
holismo de jan Smuts, aspectos da fenome-
pel p el a p er so na lid ad e p o d e pr ejud ej ud icáic á-
noíogia e da filosofia oriental que conhecera
la e até mesmo ser fat al pa ra ela. As As
por meio de Friedlànder, e os estudos so
sim como a assimilação orgânica é
bre a percepção da psicologia da Gestalt de Koífka, Koífka, K õh ler e W ertheimer. ertheimer.
essencial para o crescimento animal,
Em seus primeiros anos de vida profis sional, o casal Peris contou também com a
moral e social social por parte da person a lidade se torna o fat o central em seu
convivência e a amizade de Karen Homey e
desenvolvimento e auto-realização.
a indicação de Emest Jones para um trabalho
(Peris, 2002, p. 163)
damente metabolizado e assimilado
também a assimilação intelectual,
em psicanálise didática na África do Sul, Lá, distanciados do ambiente intelectual que pre
Ao esboçar sua teoria, Peris descreve o instinto de fome: quando a pessoa entra em
valecia na Alemanha, escreveram esse livro que compila as idéias que são a base do que
contat contato o com o alim alim ento, m astiga-o,"[ ...] a ta
posteriormente viria a ser configurado como
refa dos dentes é d estruir a estrutura b ruta ruta do
a Gestaft-terapia. Nessa obra, Peris volta sua atenção para o instinto de fome, que garante
alimento” (Peris, 2002, p. 167). Em seguida
a sobrevivência pessoal, em contraposição à
de r é inibi inibida, da, m enos a criança de senvolverá a
ênfase que Freud dera, ao elaborar a psicaná
habiiidade de enfrentar um objeto, se e quan
lise, ao instinto de sexualidade, que estaria a serviço de garantir garantir a sobrevivência da esp écie. N a segunda parte parte do livro, faz um paralelo paralelo en
do a situação situação exigir” ex igir” (Pe ris, 20 0 2, p. 167). Continua dizendo dizendo que:
tre o metabolismo mental e o metabolismo
Quanto mais triturada uma subs
psicológico, e, ao citar Smuts, expressa a co
tância, maior é a superfície que ela
notação que tem a palavra “assimiiação” para a Gestalt-terapia. Gestalt-terapia.
apresenta à ação química. A tarefa
afirma: “[...] quanto mais a atividade de mor
dos molares é destruir os pedaços de alimento; a mastigação é o últi
Qualquer elemento de um caráter
mo estágio na preparação mecânica
estranho, diferente ou hostil, in
pa p a r a o ata a ta qu e futu fu tu ro p o r substâ sub stânc ncias ias
troduzido na personalidade, cria
químicas, fluidos corporais. A me
conflito interno, impede seu funcio
lhor lhor preparação para a digest digestão ão ade
namento e pode mesmo acabar de-
quada é triturar o alimento numa
sorganizando-a e desintegrando-a
massa quase fluida, misturando-a
completamente.
completamente com saliva. (Peris,
A
personalidade,
como um organismo, depende, para
DICION ÁRIO
2002, p. 168)
D E G E S T A L T -T E R A P I A
No estômago, o alimento já triturado é
Dicionário de psicologia, ressalta que Freud
envolvido pelo ácido estomacal e pela pepsi-
utili utilizou zou o term o “instinto” “instinto” com o impulsos
na, e, seguindo seu curso pelo sistema diges
inatos inatos fundam entais: entais:
tivo, tivo, o alim alim ento n ecessário à sob revivência do do organismo organismo é assim assim ilado po r este, e o restant restante e é descartado. Mais adiante, Perls atribui alguns transtor nos neuróticos e psicóticos a dificuldades vin culadas culadas ao me tabolis tabolism m o m ental. Afirma Afirma :
A fo m e de alime ali mento nto m enta en tall e em ocio oc io-nal se comporta como a fo m e físic fís ica: a: K. Horney observa corretamente que o neurótico está permanentemente ávido por afeto, m as esta avidez nunca é satisfeita. satisfeita. Um fato fa to r decisivo neste neste comportamento do neurótico neurótico é que ele não assimila assimila o afeto que qu e lhe é oferecido. (Perls, 2002, p. 169)
o instinto pode ser descrito como tendo uma origem, um objeto e um fim. fim . É orig o rigina inado do p o r um estado est ado de exex citação interna e seu fim é deslocar essa excitação; desde sua origem até a consecução do seu propósito , o instinto se converte em uma operação mental. Nós o apresentamos como uma certa soma de energia forçando sua passagem em certa direção. (D o rin, 1978, p. 45) [...]
Afirm a que para a psicanáli psicanálise se o “[. ..] Ins Ins tinto de vida é o conjunto de impulsos que visam à reprodução e à conservação da vida’’ e o “Instinto do Ego refere-se a qualquer ins tinto assexual”, em contraposição ao instinto
Portanto, Portanto, o insti instinto de fom e é para a G es
de m orte, que se ria" [...] um impulso impulso primári primário o
talt-terapi talt-terapia a o início de um pro cesso ces so fundamental
cuja finalidade é destruir unidades orgânicas e
de interação organismo/meio que promove a
com tendência destrutivo-masoquista voltada
adaptação ativa e criativa do indivíduo em re
para fora e tom ando a form form a de ag ressão: ressão: Ta-
lação ação ao que o cerca. PH G ( 199 7, p . 42) su su
natos” natos” (D o rin, 1978, p. 45 ).
gerem que "em toda e qualquer investigação Myrian Bove Fernandes
biológica, psicológica ou sociológica temos de partir da interação entre o organismo e seu
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ambiente”, acrescentando a seguir que “[...]
D o r in , E. Dicionário de psicologia. São Paulo: Melhora
qualquer que seja a maneira pela qual teori zamos sobre impulsos, instintos etc. estamos nos referindo referindo sem pre a este cam po interaci interacioonal nal e não não a um animal animal isolado isolado ” (P H G , 1997 , p. 42-3). Afirmam que o campo organismo/ am biente biente hum ano naturalmente não é apenas
mentos, 1978. Ho l l a n o a , A . B.
N o
vo
dicionário da Língua Portuguesa. Portuguesa. I .
ed. Rio de jane iro: Nova Fron teira, teira, 197 5. Pe r l s , E S. Ego, fome e agressão. São Paulo: Summus,
2002. Pe r l s , E S.; H ef f e r l in e, R .; G o o d m a n , R Gestalt-terapia.
São Paulo: Summu s, 199 7.
físico, mas social. Estabelecendo um paralelo entre as vá rias rias abordagens, abordagens, D orin (sic N ew IntroducIntroductory Lectu res, p, 125 , Hog arth Pre ss), no
DIC ION ÁRIO
DE
VERBETES RELACIONADOS
Assimilação, Caráter, Conflito, Contato, Fenomenologia, Gestaltismo Gestaltismo , Ho lism lism o, N euro se, Psicose, Teoria de cam cam po, Teona organísmica
GESTALT-TERAPIA
INTROJEÇÃO
adequadamente metabolizado e assi
Termo cunhado por Ferenczi em 1909,
milado milado pela personalidade pode preju
foi utilizado por Freud em alguns momen
dicá-la dicá-la e até mesmo ser fat al para ela. ela.
tos de sua obra, e por outros autores como Abraham, Melanie Klein e Lacan, que, todavia,
Assim como com o a assimi ass imilaç lação ão orgânic org ânicaa é
o em pregavam a fim fim de d esi esignar gnar sentidos sentidos dis tintos ou diferentes nuanças.
também a assimilação intelectual,
essencial para o crescimento animal,
e
lidade se torna o fato central em seu
9
desenvolvimento e auto-realização.
discorda de algumas noções introduzidas por Freud e Ferenczi, tal como a afirmação de
A partir do desenvolvimento dessas no
Íprocesso normal”ÇpãrãTPerls, “eles ignora
ções, começam-se a discutir “as conseqüên-
vam o fato de que introjeção significa preser
e as variações peculiares ao modo original
var a estrutura de coisas ingeridas, enquanto o organismo ordena sua destruição" (Perls, 2002, p. 194) 194).. . _ J Ainda neste livro, Fritz contribui com o
de contato, a introjeção, e suas repercus
, “esboço de uma teo ria da personalidade”, personalidade”, o
ção parcial e assimilação, correspondendo aos
^ “metabolismo mental”, termo utilizado meta
estágios no desenvolvimento do instinto de
foricamente para funcionamento psicológico,
fo m e^ tla prim prim eira, eira, “a pessoa ou o material material
e introduz, introduz, po r meio de sua teo teo ria ria do desen
introjetado permanece intacto, isolado como
volvimento alimentar e dental, o instinto de
um corpo estranho no sistema”; é o estágio
fome, que propõe a assimilação mental como correlato da assimilação alimentar. Dessa for m a, na Introdu Introdução ção da Parte II, J. C . Sm uts (in (in
da amamentação. Na segunda, “apenas partes de um a personalidade, personalidade, são introjetada s", com o
Perls, Perls, 20 02 , p. 163 ) com enta:
m os; refere-se ao estágio estágio da m ordida, do uso
cias das perturbações da assimilação mental
sões psicopatológicas" (Perls, 2002, p. 25). Inicialmente, Perls apresenta as três fases de absorção do mundo: introjeção total, introie-
metáforas, traços caracterológicos, maneirisdos dentes incisivos. Na terceira, para “obter
^
Qualq Qualq uer elemento elemento de um carát caráter er es es
um funcionamento adequado da personali
tranho, diferente ou hostil, introdu
dade é necessário dissolver, analisar esse ego
zido na personalidade, cria conflito
substancial substancial e reorgan reo rgan izar e assimil assim ilar ar suas suas en er
interno, impede seu funcionamento e
gias gias”” (Perls, 20 02 , p. 195 -7 ). Co rrespo nd e à
po de mesmo mesm o acab ac abar ar desorganizan desor ganizando-a do-a e desintegrando-a completamente. A
destruição, fazendo uso dos dentes molares,
pers pe rson onali alida dade de,, com co m o o organismo, organ ismo, d e
ou real, há a assi assim m ilação ilação e consequ entem ente
pend pe nde, e, p a ra su a continu con tinuaçã ação, o, de um
o crescim crescim ento.*
pois, quando se desestrutura a comida mental
suprimento de alimento intelectual,
Ideaimente, o alimento psicológico ofere
sociais e similares, do ambiente. Mas
cido pelo mundo externo deve ser assimila do, “digeri “digerido” , com o o alim alim ento real. Qu ando
quando este material exterior não é
M
moral e social por parte da persona
Frederick Perls, em sua primeira obra, EFA ( 194 2), também também se apropria apropria do term term o e
que “a introjeção em si mesma pode ser um
p .
D I C I O N Á R I O D E G 6 S T A L T - T E R A P IA IA
14 6
INTROjEÇÁO
esse alimento é absorvido, sem discriminação ou assimila assimilação ção .gu an do é engolido engolido po r inteiro, inteiro,
Em Gestalt-terapia integrada (1973), os Polster acrescentam que “a tnáde impaciên
sem mastigação, chamamos de introjeção.
cia para engolir algo rapidamente, preguiça de ter de trabalhar duro para conseguir algo
A introjeção, pois, pois , é o mecanis me canismo mo neu neu
e ambição por conseguir o máximo possível
rótico pelo qual incorporamos em nós
do m odo m ais rápido po ssível ssível - todas toda s estas estas
mesmos normas, atitudes, modos de agir e pensar, que qu e não são verdad ver dadeira eira--
tendências levam à introjeção” (Polster; Pols ter, 2001, p. 4 i).
mente nossos. Na introjeção colocamos
Finalmente, no trabalho clínico, ao desfa
a barreira entre nós nós e o resto resto do mundo
ze r a introjeção introjeção , liberand liberand o a ene rgia rgia m obiliza obiliza da pela agressão, cabe “focar -se em estabeie-
tão dentro de nós mesmos que pouco sobra de nós. nós. (Perls, 1981, p. 48)
cer dentro do indivíduo um ~enso de escolhas disponíveis para ele, e estabelecer seu poder
Posteriormente, Perls (1951) amplia suas
para diferenciar 'eu' e ‘eles’” (Polster; Polster,
idéias e diz qu e, se o se/f pe rder p arte arte de suas suas
2001, p. 89).
funções de ego, identificação e alienação, o in divíduo divíduo assum irá irá uma personal pe rsonalidade idade “com o se ”
Gladys D'Acri
mantendo uma atitude conformada, infantil e
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS IBLIOGRÁFICAS
condescenden te em relação ao am biente, per
Pe r l s ,
dendo, assim, a oportunidade de desenvolver sua própria pró pria personalidade. personalidade. Se o indiví indivíduo duo
E S. A abo rda gem ge stá ltic a e testemunha oc ular da terapia. Rio R io de Janeiro: Zahar, 1981.
________ . ( 1942 ). mus, 2002.
[...] não puder se auto-identificar e alienar o que não é ele em termos de suas próprias próp rias necessidades necessidades,, confronta confro nta rá um vazio. O ambiente social con tém toda a realid ade que qu e existe, existe, e ele se autoconstitui identificando-se com os
H ef f e r u n e,
E.; Po l s t e r , M. (1973). São Paulo: Summus, 2001.
Po l s t e r ,
Gestalt-
Gestalt-terapia integrada. integrada.
VERBETES RELACIONADOS
Agressão, Assimilação, Energia, Função id, função ego, função personalidade, Instinto de fome, Self, Sistema
padr pa drõe õess desse am bien bi ente te e alie al iena nand nd o o que são potencialmente seus próprios padrõ pa drões. es. (PH G , 1997, 1997, p. 254)
DICION ÁRIO
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Pe r l s ,
E S.;
Ego, fome
D E G E S T A L T - T E R A P IA
MATURAÇÃO (VER AUTO-APOIO, APOIO AMBIENTAL E MATURAÇÃO)
ajustamentos criativos de um campo onde há repressão” (1997, p. 248). Descrevem “[...] os diferentes ‘caracteres’ neuróticos como padrões
MECANISMOS NEURÓTICOS
estereotipados que limitam o processo flexí vel de dirigi dirigirr-se se criat criativ ivam am ente ao nov o” (PH G ,
Em EFA ( 194 2 ), P erls ainda não utili utiliza za o term o “m ecanismos neu róticos", róticos", e sim sim "ini "ini bições essenciais’’ para referir-se à repressão, introjeção, projeção e reiroflexão, destacan do-as também como as principais inibições. Suas idéias de funcionamento do ego nessas inibições essenciais e a importância da relação organismo e meio já prenunciam o que surgí ria, ria, p osteriorm ente, na Gestalt-t Gestalt-terapia. erapia. O conflit conflito o e ntre as necessidades necessidades do ho mem e suas possibilidades de resolução, por meio do contato com o meio, é inevitável.
1997, p. 45). Eles dedicam um capítulo para tratar dos “caracteres “caracteres ne uróticos”, que se carac terizam pelo uso constante de mecanismos es tereotipados de funcionamento auto-regulativo, os mecanismos neuróticos. Defendem a idéia de que “[...] o paciente não tem um. ‘tipo’ de mecanismo, mas, na realidade, uma seqüência de tipos [...] e todo metanismo e característica constituem um meio de viver valioso, se pude rem ao menos continuar a fazer a sua tarefa” (PH G , 1997, 1997, p. 250).
Entendemos ajustamento criativo como a ca
O ajustam ajustam ento criativo criativo é em si o m ecanis
pacidade de executarmos ações na busca da
mo próprio de auto-regulação do organismo
satisfação das necessidades emergentes. Para
hum ano. A exigência exigência básica básica para sua oc or
isso é necessário transpor os impedimentos
rência é a
ocorridos, transformando-os da melhor for
a estabelecer um contato claro e pleno com
ma possível, sem paralisar diante deles, pois a
qualquer evento que ocorra nesta fronteira
“perda de contato contato com o m eio eio quase sempre
homem/meio, considerando a experiência
provoca resultados resultados catastróficos” catastróficos” (Perls, 2 00 2,
sensorial, emocional, intelectual, motora etc.
p. 309).
O bloqueio bloqueio da
Estar
awareness.
awareness
aware
se refere
é explicado por
N o livro livro de PH G ( 19 5 1), os autor autores es dizem dizem
Perls como resultante de repetidos desacor
que “[...] os comportamentos neuróticos são
dos entre as necessidades do indivíduo e as
demandas do m eio. O hom em passa passa a abrir abrir
esses mecanismos surgem como interrup
mão de suas próprias próprias necessidades, necessidades, em nom e das exigências externas, muitas vezes pon
ções de um ciclo básico, o ciclo do contato. Este se inicia com base na percepção de uma sensação, que deflagrará um processo de
tuadas pelas regras sociais da cultura na qual está inserto. A psicologia anormal é apontada como o estudo das interrupções ou inibições que impedem o ajustam ajustam ento criativo. criativo. No livro A abordagem gestáltica e testemunha ocular da terapia , Perls (1981, p. 31) afirma: afirma: “O tipo tipo de relação homem /meio de termina o compo rtam rtam ento do ser humano. Se o relacionamento é mutuamente satisfatório, o comportamento do indivíduo é o que cha mamos de normal, Se é de conflito, trata-se do comportamento descrito como anormal”. Esse padrão de funcionamento ''anormal” tem como característica a adoção recorrente de mecanismo mecanismo s neuróticos entendidos entendidos como res
reconhecimento de uma necessidade. Pelo funcionamento da awareness do indivíduo busca-se, po r uma ação no m eio, satisfazer satisfazer essa necessidade. Como nem sempre essa satisfação é possível, a frustração é um dado inevitável. E fundamental para o pleno funciona mento desse ciclo do contato a possibilidade de a pessoa lidar com a frustração, de modo a buscar outros caminhos para a satisfação da necessidade que surgiu como figura pregnante. O excesso de processos frustrantes no ciclo do contato do indivíduo com o meio é que leva ao aparecimento de uma forma
No entanto, Perls destaca: ‘As psicologias mais
de sofrimento físico e/ou mental. A frustra ção em si é inevitável, sendo saudável para
antigas descreviam a vida humana como um conflito constante entre o homem e o meio”
o indivíduo ter flexibilidade o suficiente a fim de transcender essa situação frustrante. O
(Perls, 1981, p. 3 9 ). Q uanto uan to à Gestalt Ge stalt-tera-terapia, ele diz: “Por outro lado, nós o vemos [o
excesso de frustrações ou a rigidez do indiví duo na busca de novas possibili possibilidades dades de ação no meio é que levam ao mau funcionamen to desse ciclo e, portanto, ao surgimento de processos processos de adoecim adoecim ento.
postas estereotipadas ao estímulos do meio.
conflito] como uma interação entre os dois, dentro da estrutura de um campo constante m ente mutável” (Perls, (Pe rls, 1981, p. 3 9). O u seja, os m ecanismos ecanismos neuróticos são construídos construídos em
N a obra obra de PHG ( 1997 ) enumeram enumeram -se, -se,
um processo de interação e contato homem/ meio. Eles não podem ser compreendidos
inicialmente, cinco mecanismos neuróti cos 25 básicos: I ) co nfluên nfluên cia; 2) introjeção ;
como "sintomas” psicopatologicamente des
3) projeção ; 4) retroflexão retroflexão ; 5) egotismo egotismo .
critos e classificáveis.
Descrito por Goodman, este último, mais tarde, não será desenvolvido por Perls. No
Os mecanismos neuróticos não são, em si, nem bons nem maus. A repetição destes como um padrão comportamental recorren te é que os toma nocivos, transformando-se
livro A abordagem gestáltica e testemunha ocular da terapia (1981), considera apenas os quatro quatro p rim rim eiros. eiros.
em repetições rígidas dos mesmos padrões de funcionamento diante das circunstâncias do meio. E importante ter em mente que
25 Esses Es ses cinco mecanismo me canismoss estão expianados separadam ente ao longo desta obrâ.
DICIONÁRIO DE GESTALT-T6RAPIA
wmmmmm
m m
Posteriormente, Míriam e Erving Polster, representantes da segunda geração de Gestalt-terapeutas, descrevem mais um meca nismo, a deflexão, que é entendida como um dos cinco canais principais de interação resistente. resistente. E um a form form a de evitar o ca lor do do contato, ou o contato direto com o outro. No livro Gestalt-terapia integrada, os Pols te r (19 7 9 , p. 102) afirma afirma m que "a ação fica fica sem alvo; ela é mais fraca e menos efetiva”, Acrescentam que Quem usa a deflexão se envolve corji seu ambiente mediante acertos e er ros, entretanto, para ele isso geral
em vez da especificidade do assunto, pelo uso da linguagem na terceira pessoa, entre outras. Cabe ao terapeuta facilitar o contato do cliente consigo mesmo, transformando, assim, a deflexão em expressão. Sylvia Crocker desenvolve a noção de proflexão, compreendendo-a como uma combi nação de retroflexão e projeção, isto é, fazer ao outro o que gostaria que o outro fizesse a si. si. N o livro livro 0 ciclo do contato, Ribeiro (1995, p. 18) define profl pro flexã exão o com o “processo atra vés do qual desejo que os outros sejam como eu desejo que eles sejam ou desejo que eles sejam como eu mesmo sou, manipulando-os a fim de receber deles aquilo de que preciso,
investe energia suficiente para obter
seja fazendo o que eles gostam, seja subme tendo-m e passivamente passivamente a eles, sempre na es perança perança de ter algo algo em troca” . Esse autor ainda descreve mais dois pro
um retorno razoável, ou a investe sem
cessos de “bloqueio de contato”, conforme
fo c o e a ener en ergia gia se dissip dis sipaa e evap ev apor ora. a.
opta por chamar: fixação e dessensibilização. Define o primeiro como “o processo através do qual m e apego excessivam ente a pessoas,
mente se transforma em muitos er ros ros com apen as alguns acertos - na ma ioria acidentais. Assi Assim, m, ou ele não
Ele termina esgotado e com pou co re torno torno - arruinado. (Polster; Polster,
2002, p. 86) Assim como acontece nos demais canais de resistência, a deflexão só se torna um problema quando a pessoa a utiliza indiscri minadamente.
idéias ou coisas e, temendo surpresas diante do novo e da realidade, sinto-me incapaz de explorar situações que flutuam rapidamente, ficando fixado em coisas e emoções, sem verificar as vantagens de tal situação” (Ri
ram a deflexão “uma das ‘resistências' ou 'per
be iro, 1995 , p. 17 ). já dessensibilização dessensibilização é o “processo pelo qual me sinto entorpecido, frio diante de um contato, com dificuldade para me estimular. Sinto uma diminuição
das da função do eu ’. [ ...] Pode ser, ser, assim assim , uma
sensorial no corpo, não diferenciando estí
fuga fuga do aqui e agora nas lem lem branças, p rojetos, considerações abstratas, no que Peris ‘mastur-
mulos externos e perdendo o interesse por sensações novas e mais intensas” (Ribeiro, 1995, p. 19).
Serge e Anne Ginger (1995, p. 256), no livro Ges talt: uma terapia do contato, conside
bação mental' (mine/ fiicking)". Na prática clínica, eia pode ser perce
Gladys D 'A c ri, Patríci Patríciaa Uma (Ticha) (Ticha) e Sheila Sheila Orgler
bida por verborragia ou silêncio excessivo, pela evitação do olhar, pela generalização
DICIONÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Assim Assim sendo , não é uma alternativa alternativa às teorias
G in ger , S.; G in ger , A . Gestalt: uma terapia do contato.
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pia, pia, p or exem plo. A Gestalt-ter Gestalt-terapia apia oferece
Ego, fome e agressão. São Paulo: Sum
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nica, enquanto a fenomenologia dá a base, os alicerces metodológicos, que podem ser
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utilizados tanto pelas teorias psicológicas (como na aplicação à pesquisa) quanto para as práti práticas psicoterápicas psicoterápicas (com (com o enco ntra
Pauio: Summus, 2002.
mos em Binswanger, ao se propor construir
íbeír o , J. R 0 ciclo do contato. Brasília: Ser, 1995. Ríbeír
uma “antropologia “antropologia fenom eno lógica", lógica", ou seja, VERBETES RELACIONADOS
uma idéia de homem compatível com a fe
Ajustamento criativo, Aqui e agora, Auto-regulação orga-
nom enologia). enologia). A rigor, rigor, fenom eno log ia é uma
nísmica, Aw ar en ess , Campo, Cido do contato, Conflito, Confluência, Contato, Deflexão, Dessensibiiização, Ego,
leitura da realidade tal qual ela é.
Egotismo, Fixação, Fronteira de contato, Frustração, Ges-
A fenomenologia surge como uma crí
talt-terapia, Introjeção, Necessidades, Organismo, Profle-
tica aos modelos dominantes de ciência na
xão, Projeção, Resistência, Retroflexão
sua época, em especial à apropriação destes -
particui particuiarme arme nte, o m odelo das ciênc ciências ias
positivas positivas - para as ditas ditas “ciências do e sp írito” írito”
MÉTODO FENOMENOLÓG1CO
(compreendidas atualmente como ciências A palavra “método” advém do grego jU E xa ( “m e ta”) ta ”) + óô oÇ ( “hódos”) “hód os”) , e re m e te a
humanas e sociais). A crítica crítica se ap lica lica tanto à fi losofia losofia espe culativa culativa qu anto às dem ais ciências,
“caminho”, “direção para um objetivo", defi
propondo uma revisão de seus fundam entos,
nível e ordenad o. E um a mane ira de alcançar alcançar
com base na “dissolução da filosofia no modo
determ determ inado objetivo. objetivo. O m étodo fenom e-
científ científico ico de pe nsar” (C ritelli, 199 6 ). A fen fen o
nológico é um desses caminhos, sendo uma
menologia, em princípio, parte da dissolução
das perspectivas advindas da fenomenologia
de um saber único e estático, de uma “crítica
pura. N esse sentido, sentido, o método fenom fenom enoló-
da razão" razão" (M (M oura, 198 9), p rojetando rojetando tom tom ar a
gico é uma apropriação particular da realida
filosofia uma “ciência de rigor”. Para Husserl
de, baseado em premissas da fenomenologia
(1965, p. I):
com o filosofia. filosofia. Para compreender o sentido do método na fenomenologia fenomenologia é preciso preciso p rim rim eiro eiro com preendê-la em sua especifi especifici cidade. dade. A fenom e nologia não dá conteúdos à psicologia, mas caminhos p ara que sejam alcançado s, ou , nas palavras de Merleau-Ponty (1945, p. I), fe nomenologia “é o ensaio de uma descrição direta de nossa experiência tal qual eia é".
DICIO NÁR IO
DE
É verdade que o ethos dominante da Filosofia moderna mode rna consist consistee justamente justam ente na sua vontade de se constituir como ciência de rigor, por meio de reflexões críticas, em investigações sempre mais penetr pen etran antes tes do método, méto do, em vez de se abandonar irrefietidamente ao im pulso puls o filosófic filos ófico. o. O único fru fr u to maduro mad uro,,
G ES T A LT - T ER A P I A
15!
MÉTODO FENOMENOLÓGICO
porém po rém,, destes esforços, f o i a fu n d a-
remetida ao mundo. Em outras palavras, a
mentação e autonomia das Ciências
intencionalidade designa o fato de que as
naturais e morais como ciências de ri-
essências não têm existência fora dos atos da
gor, gor, e d e novas discipl dis ciplinas inas puram pu ram ente en te
consciência que as constituem. Sujeito e mun do se constituem mutuamente. Sendo assim,
matemáticas.
não há ato de consciência sem um “objeto" E nesse caminho que a fenomenologia se
como correlato (aqui o “objeto” sendo enten
torna um “método", alicerçado fundamental
dido em seu sentido genérico). E, em contra
mente em algumas premissas. Em primeiro
partida, não ná objeto em si. A intencionali
lugar, parte da premissa de que o fenômeno
dade designa o fato de que toda consciência
se dá por si só, ou seja, “surge", “se mos
é consciência -Je-alguma-coisa, e de que toda
tra”, com base nele mesmo. Dessa feita, para
“coisa" é um objeto-para-uma-consciéncia.
acessar o fenômeno, deve-se partir da des
Ao ato da consciência, Husserl dá o nome de
crição. Como salienta Husserl (I96S, p. 29):
noese, e ao seu correlato, noema.
“O verdad eiro m étodo segue a natureza das
Em termos práticos, o método feno
coisas a investigar, mas não segue os nossos preconceitos e modelos”. No contexto das
menológico, alicerçado na intencionalidade, permite acessar o mundo de significados
práticas psi, os melhores exemplos desse as
em correlação a um sujeito que vive neste
pecto do método fenomenológico podem
mundo. Portanto, os objetos deixam de ser
ser encontrados encontrados em Karl Karl Jaspers Jaspers ( 199 7), ao
simples objetos e passam a ser “sentidos”
aplicar a fenomenologia descritiva à com
(“signifi (“significados") cados") para d eterminada subjetivida subjetivida
preensão dos fenômenos psicopatológicos,
de. Em uma perspectiva mais direta, é o que
e, posteriormente, em Ludwig Binswanger
refere Perls, numa clássica epígrafe, quando
( 197 3 ), em sua prop osição da Dasein análise análise
diz: “Uma rosa que me foi presenteada não
como uma compreensão existencial-analrtica
é mais uma rosa. Mas é a rosa que me foi {. presenteada”.
no contexto clínico, como uma "antropologia fenomenológica” (Spiegelberg, 1972).
Tudo isso é possível pelo fato de que, na
Igualmente, as diversas perspectivas de
vida psíquica, para Husserl (seguindo a filosofia
pesquisa qualitativa que se alicerçam na feno
de Dilthey), o feto elementar é a vivência ou
menologia coincidem, em suas práticas me
a experiência vivida. A fenomenologia, como
todológicas, todológicas, ao tom ar com o p rim rim eiro eiro passo
“elucidaçã “elucidação o do puro reino das essências” (Dar-
a descrição, que consiste em apresentar o
tigues, tigues, 20 06 ), com eça sua tarefe tarefe pela exp eriên
fenômeno tal qual este aparece. Isso é pos
cia sensível, sen sível, dado que é pelas vivências vivên cias da cons
sível por causa da segunda premissa, que é a
ciência que essas essências se doam ao espírito.
intencionalidade. A fenomenologia entende a
Por “vivência” designa-se tudo que transcorre,
consciência como um processo ativo (e não passivo, receptivo, como as tendências da psi
a cada mom ento, n o âmbrto âmbrto subjetivo subjetivo da cons ciência individual. A palavra “vivência” é um
cologia introspeccionista da época), ou seja,
neologismo do alemão Eriebnis, do verbo erie-
consciência é ato, e, como tal, está sempre
ben (“vivenciar”), e traz em seu bojo a questão
DICIONÁRIO DE GE-STALT-TERAPIA
m
da imediaticidade da experiência, isto é, como
a fenomenologia como uma perspectiva es
anterior a qualquer interpretação. Para alcançar esse objetivo, ou seja, para
sencialmente ética, da qual inúmeros pen
atingir a experiência imediata, é preciso rea
(bastando citar Sartre, Merleau-Ponty e Heidegger como exemplos diretos).
lilizar zar uma ope ração, denom inada vulgarm vulgarm en te "redução fenomenológica”, e identificada com a palavra grega éizo %rj (“enoche”)26, como o meio pelo qual apreendemos me todicam todicam ente nosso eu pu ro e a vida vida da cons
sadores partem para pensar a “existência"
Em suma, o método fenomenológico pode ser entendido como o procedimento pelo qual, baseado nessas premissas da fenomenología como crítica (epistemologia) e
ciência “na qual e para a qual todo o mundo objetivo é para mim, e é tal como para mim é ” (H u sse rl, 199 2, p. I 5). É po r m eio da re
filosofia, pode-se alcançar o alicerce básico
dução - ou da “colocação “colocação en tre pa rênteses”,
terapeuta lida com as vivências de seu clien
ou, ainda, nas palavras de Husserl (1985), da "colocação "colocação fora de circu circu ito” ito” - do já-sabido, já-sabido,
te, dentro de seu contexto de experiências
do já-conh já-conh ecido, do dado, que se pod e aces
das de sentidos sentidos que só possuem razão de se r
sar a experiência tal qual eia é, ou seja, abstendo-se d e julgamen julgamen tos, valores, idéias idéias p re-
em seus próprios vivi vivido do s. Co m isso, isso, podese dizer que o que caracteriza um método
estabelecidas, é possível atingir o fenômeno
fenomenológico, na prática clínica, pode ser
em sua essência. Como encontramos noutra
associado à ênfase na experiência imediata (que env olve um fluxo fluxo tem po ral de passado, passado,
famosa epígrafe, do fenomenólogo italiano
da experiência humana, a sua vivência. Em um contexto psicoterápico, por exemplo, o
de uma con sciência sciência (sub (sub jetividade jetividade ), carrega carrega
Enzo Paci Paci ( 197 2), "o ob jetivo jetivo da epoche é o desocultamento. O mundo e stá sem pre lá”.
e na busca de uma percepção de totalidade
Tal qual observamos na clínica: o mundo do
dessa expe riência riência (contrariam ente à sua frag frag
cliente cliente e stá sem pre lá, po r trás de tod a uma
mentação em nosso cotidiano).
teia de idéias, de valores, de expectativas, de anseios, de sensações as mais diversas.
presente e futuro, vividos no aqui-e-agora),
Na literatura clássica da Gestalt-terapia, não há referências diretas à fenomenologia.
D a redução chegamos à intersubjetivi intersubjetividada-
Peris se apropria do método fenomenoiógi-
de. O mundo dado é também um mundo de sujeitos que nos são dados. Todo esse
co indiretamente, via Gestalt Psychologie (a chamada “Esco la de Berlim Berlim " o u “psicol “psicologia ogia da
percurso, que nos remete ao nosso mundo-
forma”, de Wertheimer, Kõhler e Koffka, que
próprio, ao nosso “campo fenomenológico”,
toma a fenomenologia como via alternativa
nos dizeres de Kurt Lewin, defronta-nos com o outro que se encontra nesse mundo,
à ciência empírica clássica), como podemos
diante de nós, como um correlato da nossa consciência, como um conjunto complexo de significados. E por isso que consideramos
observar por suas colocações em EFA (2002, p. 44), ao sugerir a substituição da “psicolo gia da associação pela psicologia da Gestalt", mesm o assim, de form a particular particular,, a p artir de sua experiência com Kurt Goldstein. Outras
26 Lê-se “êpoquê”.
leituras leituras indiretas indiretas da fenom fenom enologia podem ser
DICIO NÁ RIO
DE
G E S T A L T - T E R A P IA
M É T OD OD O F E N OM OM E N OL OL t C C O
M É T OD OD O F E N OM OM E N OL OL t C C O
representadas pela influência significativa que
________ . Conferências de Pans. Lisboa: Edições 70, 1992.
adveio dos contatos de laura com os psicó logos gestalti gestaltistas stas alem alemães ães - em especial de
________ , Idées
Wertheimer). Na obra de PHG, observa-se a po sterior influência que sofreu Fritz Fritz Perl Pe rlss tanto tanto de Raul Goodman, um intelectual completo, quanto de Isadore From. na época, estudante de fenomenologia. Essa apropriação indireta é significativa, espedalmente se levarmos em
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VERBETES RELACIONADOS
Aqui e agora, Consciência, Fenomenologia, Gestalt-terapia
C r i t e l u , D. M. An alí tica do sen tido : uma apr ox im aç ão e in
terpretação do real d e orientação fenomenológi fenomenológica. ca. São
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0
que é fenomenologia? São São
Paulo: Centau
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Hu s s e r l ,
como ciência de rigor.
MUDANÇA (VER (VER TEORIA PARADOXAL PARADOXAL DA MUDANÇA/MUDANÇA)
Coimbra:
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E R A P IA
NECESSIDADES. HIERARQUIA DE NECESSIDADES, EMERGÊNCIA DE NECESSIDADES
suas "'ecessidades e retornar a seu equilíbrio, m anter-seanter-se-á á saudável; caso caso con trário, trário, ad oece rá. O organismo organismo tem diferentes necessidades, necessidades,
A noção de que a necessidade necessidade mais mais im im
sejam elas de natureza psicológica, fisiológica
portante do organismo torna-se figura até que
etc. N o entanto, Perls Perls ( 19 8 1, p. 22 ) faz ques
seja satisfeita e aí, então, recua para o fundo,
tão de dizer que “[...] necessidades psicológi
dando lugar a ou tra necessidade, foi apresenta
cas são agrupadas no que poderiamos chamar
da por Fe ris, em 194 2, em seu prim eiro eiro livro, livro,
de correlato psicológi psicológico co do proc esso hom eos
EFA. A teoria organísmica de Kurt Goldstein
tático. tático. N o entanto, quero tornar bern claro que
foi uma im im portante influência influência para a com pre
este processo psíquico psíquico não não pod e ser dvorciado
ensão desse conceito.
do fis fisiol iológico; ógico; que cada um contém elem en
— Para Para P erls, erls, o s com portam entos são go
tos do outro” (grifos nossos).
vernados pelo processo de homeostase, tam
Ainda dentro do processo de auto-regu-
bém chamado de au to-regulação to-regulação organísmica organísmica
lação, vale reafirm ár que “p ara que o indiví indiví
- proc esso p elo qual o organismo satisfaz satisfaz suas
duo satisfaça suas necessidades, feche a Ges-
necessi necessidades. Iod a ve z que o organismo organismo tem
talt, talt, passe para outro assun to, deve ser capaz
qualquer tipo tipo de necessidade, seu equ ilíbri ilíbrio o é
de m anipular a si si próp rio rio e ao seu m eio, pois
perturbado e o organism organism o vai buscar no m eio
m esmo as necessidades pu ram ente fis fisiol iológ óg i
algo algo que o satisfaça satisfaça a fim fim de retom ar seu equ i
cas só podem ser satisfeitas mediante a in
líbrio. Assim afirma Perls (1981, p. 20): “Uma
teração do organismo com o meio” (Perls,
vez que suas necessidades são muitas e cada
1981, p. 24).
necessidade necessidade perturba o eq uilíbri uilíbrio, o, o processo hom eostáti eostático co perdura o tem tem po todo ". —
Perls, em Gestalt-terapia explicada, con trapondo-se às teorias que postulavam os
O con ceito de saúde e doença vai vai estar
instintos, relaciona-os com as necessidades
diretamente relacionado às necessidades do
do organismo: ‘Assim abolimos toda a teo
organismo e à sua satisfação. Se o organismo
ria do instinto e consideramos o organismo
fo r capaz capaz de interagir interagir com seu m eio, satisf satisfazer azer
simplesmente como um sistema que está
em equilíbrio e que deve funcionar adequa damente. Qualquer desequilíbrio é experi
cala cala de valores” , afirmando afirmando que “o organismo organismo saudável parece operar através do que pode
mentado como necessidade a ser corrigida”
riamos chamar uma escala de valores" (Perls,
(Perls, (P erls, 1977 , p. 3 3 ). Ainda Aind a para Perl Pe rls, s, no livro livro A aborda abo rdagem gem gestáltica gestált ica e testemunha testem unha ocular
1981, p. 23). E continua: “Se encarregará
da terapia, “[...] se pudéssemos classificar
de satisfazer a necessidade de sobrevivência
todas as perturbações do equilíbrio orgânico
dominante, antes de cuidar de qualquer uma das outras; age, em primeiro lugar, de acor
encontraríamos milhares de instintos, que se
do com o princípio das coisas fundamentais"
diferenciariam entre si em intensidade” (Perís, 19 8 1, p. 2 4 ). E continua: continua:
(Perls, 198', p. 23). ® Para Pe rls, rls, enquanto o indivíduo indivíduo sau dável é capaz de se concentrar e guiar seu com
cor dar qu e a neces[...] po de m os con cordar propu pro pulso lsora ra em todos todo s os seres vivos e
portamento, obedecendo à sua própria e dispensável hierarquia de necessidad es, . neurótico teria perdido essa habilidade ou
que todos mostram, sempre, duas ten-
sequer a teria desenvolvido. Ele argumenta
dências: sobreviver como indivíduo e
que, quando temos nossa atenção dividida
espécie e crescer. [...] Mas Ma s os modos mod os
entre dois ou mais objetos de interesse, ou
pelos pel os quais qu ais se encont enc ontram ram varia va riam m de situação situação para situação, situação, d e espécie para
se nosso objeto de interesse não é claro, ficamos confusos e não conseguimos nos
espécie, de indivíduo para indivíduo.
concentrar em nenhum deles. O neurótico
(Perls, 1981, p. 22)
é aquele que não consegue se concentrar
O organismo organismo apresenta m uitas uitas e diferen diferen
em suas próprias próprias n eces sidade s.\N s.\N a Terapia' Terapia' é que vai aprender a discriminar entre vá
sidade de sobreviver age como força
tes necessidades. Toda vez que o organismo tem qualquer tipo de necessidade, seu equi
das outras e dedicar-se a uma de cada vez,
líbrio é perturbado e ele vai buscar no meio
de acordo com suas próprias prioridades.
algo algo que a satisfaça satisfaça a fim fim de retom ar seu eq ui
Aprenderá, assim, a reconhecer com clare za suas necessidades e a interagir com seu
líbrio. Levando em conta esse processo, uma pergunta pergunta se imp õe: com o o organism organism o se “or
rias de suas necessidades, distingui-las umas
meio, obedecendo à sua hierarquia de ne
ganiza” quando várias necessidades aparecem simultaneamente? A necessidade dominante,
cessidades cessidades (P (P erls, 19 8 1, p. 3 3 ). Importante salientar que Perls não estabe
segundo a psicologia da Gestait, toma-se “a figura de primeiro plano e as outras recuam,
lecerá nenhum tipo de hierarquia de necessi
pelo menos temporariamente, para o segun do plano” plano” (Pe rls, rls, 1981, p. 23 ). A o primeiro plano sempre caberá a necessidade que exija
dades “fixa”, ou seja, que se adeque a priori a todos os seres humanos. Embora concorde que “a necessidade de sobreviver age como
mais agudamente ser satisfeita.
força propulsora em todos os seres vivos” (Perls, 1981, p. 22), o modo como até mes
E nesse contexto q ue Perls introdu introdu z o con ceito de “hierarquia de necessidades" ou "es
mo essa necessidade se apresentará em cada um vai variar, segundo Perls, de "situação para
D I C I O N Á R I O D E G E ST A L T - T ER A P I A
situação, de espécie para espécie, de indiví duo para indivíduo indivíduo ” (Pe ris, 1981, 198 1, p. 22 ).
Um aspecto importante do conceito de emergência que fica explícito nessa citação
No livro de PHG, os autores afirmam que
é que, nessas situações: situações: “O organismo organismo não
a relação figura e fundo tomar-se-á o centro da teoria apresentadafci termo “emergência" aparece nesse contexto, quando definem que,
tomadecisões. A decisão é uma instituição fei
na saúde, a relação entre figura e fundo “é um processo de emergências e recuos permanen tes, mas signif signiflc lcati ativos' vos',, (P H G , 199 7, p. 34 )lM ais tarde, em Gestalt-terapia explicada, Peris Peris ( 1977, 97 7, p. 33) enfatiza que “a formação da Gestaít, a
ta pelo pelo hom em. O organismo organismo trabal trabalha ha sem pre na base da preferência, e não de decisões” (Peris, 1977, p. 39 ). O term o "em ergência", ergência", citado por Peris, coaduna-se com a definição encontrada enco ntrada em d icion icionários, ários, nos quais se define define a palavra “emergência” como um momento crítico crítico ou fortuito - uma contingência - , isto é,
emergência de necessidades, é um fenômeno
fato imprevisível que escapa ao controle.
biológico primário". Com essa afirmação, con trapõe-se à teoria dos instintos e passa a consi derar o organismo como um sistema que está
[ ° concei conceito to de emergênci emergênciaa vincu vinculla-se a-se di di retamente ao processo de auto-regulação organísmica e traz consequências claras e im
em equilíbrio, no qual qualquer desequilíbrio é
portantes para o processo terapêutico. Peris
experienciado experienciado com o uma necessidad necessidadee a se r cor rigida. Entretanto, reconhece que temos muitas
( 197 7, p. 4 1) acentua que “as situações situações em er
necessidades que buscam ser satisfeitas conco mitantemente. E sobre isso acrescenta:
gentes, inacabadas, virão àtona". Ou seja, na terapia, as situações “em aberto”, que preci sam ser “fechadas ”, surgirão surgirão natu ralm ralm ente, no momento certo, obedecendo ao processo de
pont po ntoo de vista da sobrevivê sobre vivência ncia a situa
auto-regulação do organismoTJ PHG afirmam que na fronteira de contato
ção mais urgente torna-se a contro
existem dois processos de enfrentar emer
ladora, a que dirige e se encarrega. A
gências: ocultação p alucinação. Enfatizam,
situação mais urgente emerge, e, em
inclusive, que são “funções temporárias sau dáveis num campo organismo/ambiente com
Esta é outra lei que descobri, que do
qualquer caso de emergência, emergência, você per outra atividade. (Pe ris, 1977, p. 34)
plicado” (PHG, 1997, p. 72). No entanto, quando falam sobre a possibilidade neurótica
Peris (1977, p. 40) ainda afirma:
na fronteira de contato, referem-se à emer gência crônica de baixo grau, que acontece
cebe que ela prevalece sobre qualquer
quando “existe um desequilíbrio crônico de Se você você fa la em cinco cinco emergência emergências, s, di
baixa baixa tensão tensão , um incôm odo contínuo contínuo de pe ri ri
rei que nenhuma delas é emergência, porq po rque ue se uma um a fosse fos se realme rea lmente nte uma
go e frustração, entremeado de crises agudas ocasionais, e nunca completamente relaxado.
emergência, emergência, ela emergeria, e não exis
[...] que cria uma sobrecarga crônica" (PHG,
tiría nenhuma decisão a ser tomada ou computada. A emergência assumi
1997, p. 73). Em outro momento, citam que, em geral,
ría o comando.
vivemos em um estado de emergência crôni
DICIO NÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
co e que, em função disso, “a maior parte de nossas capacidades de amor e perspicácia, rai va e indignação" fica bastante comprometida (PHG, 1997, p. 64). Thérèse Tellegen, em seu livro Gestalt e grupos: grupos: uma perspectiv pers pectivaa sistêmica sistê mica (1984), brinda-nos com contribuições críticas im portantes a respeito do modelo biológico de Goldstein que foi absorvido por Perls. Ela faz algumas colocações bem contundentes e sig nificativas sobre o limite conceituai desse mo delo quando usado para abarcar caoacidades complexas do ser humano: "Embora Perls afirme insistentemente que a interação orga-
R.; G o o d m a n , R (1951). terapia. São Paulo: Summ us, 199 7.
Pe r l s ,
R S.;
Hefferline,
Gestalt-
T A. Gestalt e grupos: grupo s: uma perspectiva sistêmica. São Paulo: Summus, 1984.
Te l l e g e n ,
VERBETES RELACIONADOS
Auto-regulação organísmica, Doença, saúde e cura, fi gura e fundo, Fronteira de contato, Frustração, Gestalt, Homeostase, Organismo, Sistema, Teona organísmica
NEUROSE
As pessoas com disfunções neuróticas sempre tiveram papel importante no desen volvimento das psicoterapias. Foram elas, com
nismo/meio é física, biológica, psicológica e sodocultural, a linguagem e os exemplos por
seus sofrim sofrim entos e sua consciência consciência de les, que,
ele usados frequentemente se referem ao que é biologicamente vital" (Tellegen, 1984, p. 39; grifos nossos).
os profissionais a se mobilizar para descobrir
clamando por ajuda inquietamente, levaram como lilidar dar com suas expectativas expectativas e necessida des. Os criadores da Gestalt-terapia também traçaram esse caminho.
Tellegen lança perguntas bastante signi ficativas, que merecem ser estudadas com seriedade. Questiona-se sobre “a que se re
tores concebem que “a neurose também
fere o termo 'necessidade’”, usado por Perls
é parte da natureza humana e tem sua an
(Tellegen, (Tellegen, 198 4, p. 5 8 ). Ou tras perguntas perguntas não menos significativas são colocadas: “Se a no ção de Gestalt diferenciando-se em figura e
tropologia”. Apontam o quanto a neurose é
fundo é uma metáfora descritiva válida para
pel im portante de p rodu zir ajustamentos ajustamentos n e
descrever a complexidade dos acontecimen tos da motivação e ação humanas”. E “[...] se o modelo (biológico) chega a elucidar o que
cessári cessários para m anter as as funções funções de segu ran
N o livro livro de PH G ( 199 7, p. I 18 ), os au
sempre uma neurose social, mas sem deixar de levar em em conta que a neu rose tem tem um pa
ça do homem em funcionamento: “[...] nas neuroses, somente essas funções de segu
Perls deseja, que é precisamente a interação de fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais" (Tellegen, 1984, p. 58).
tão funcionando de maneira razoavelmente
Heloísa Costa
saudáve l. São as funções mais respeitáveis de
rança - de sup ressão, distorção, distorção, isolamen isolamen to, repetição repetição - que parecem 'malucas' 'malucas' [...] e s
orientação orientação e manipulação manipulação dentro do m undo, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
especialm especialm ente no mundo social social [ ...] ” (PH G ,
R S. A abordagem gestó/tica testemunha oc ular da Zah ar, 1981. terapia. Rio de jane iro: Zahar,
Pe r l s ,
e
Paulo: SumGestalt-terapia explicada. 2 . ed . São Paulo: ________ . Gestalt-terapia mus, 1977.
1997, p. I 19). Perls Perls (1 9 7 7 , p. 45 ) acreditava que “todos os distúrbios neuróticos surgem da incapacidade do indivíduo encontrar e
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E RA P I A
159 159
NEUROSE
manter o equilíbrio adequado entre e!e e o
sua existência existência e sua relação com o que
resto do mundo
desconhe desc onhece ce o “n “n ad a”, que o angustia
Vaie a pena lembrar que o que Perís co
po p o r não nã o p od er defin de fin i-lo i- lo com clareza, clar eza,
loca sobre as neuroses, em suas últimas fa
quiçá dominá-lo.
las transcritas de exibições e entrevistas, data
3) Da fenomenologia veio a idéia do
da década década de 1970 . N a época, os critérios critérios
self, que, numa sequencia, nos leva a
conven cionais cionais de diagnósti diagnóstico co dos transtornos
concepção de “fron fr ontei teira ra de contato” con tato”,,
neuróticos, e até mesmo psicóticos, seguiam
esta última uma nu avel “gír “gír ia” para pa ra
parâmetros da 9á Revisão da Classificação In
entendermos a intersubjetividade. intersubjetividade.
ternaci ternacional onal das Do enças - C ID -9 - e da 3a Revisão do Manual de Diagnóstico e Esta
4) Dos trabalhos dos psicólogos da
tísti tística ca das Doe nças Mentais Mentais - DSM III, mais mais
theimer, Kojfka Ko jfka e Kõhler
conservadores que seus sucessores, os atuais
“sacada” de que a percepção é um
C ID-1 0 e DSM IV IV Em Gestalt-terapia explica
proces pro cesso so ativo ati vo e criati cri ativo, vo, no qu al se
da, da, Peris (1977, p. 49) define a neurose *[...]
faze fa ze m prese pr esent ntes es fort fo rt es elem el emen entos tos da
como um distúrbio do desenvolvimento”.
pess pe ssoa oa que qu e perc pe rceb ebe, e, mais mai s do qu e do
Gestalt
(Stumpf
Ehrenfels,
Werveio a
Em se falando de critérios diagnósticos,
objeto da percepção. A Gestalt traz traz a
sob o ponto de vista clínico, não há um crité
óbvia idéia de que mudanças na per
rio rio gestálti gestáltico co p róp rio. rio. O que a G estalt-t estalt-terapia erapia
cepção e no comportamento, mesmo
traz de d iferente iferente é a discordânci discordânciaa quanto à li m itação tação do diagnóstic diagnóstico o com o um a m era iden
que voltadas para uma direção éti ca, ca, estéti estética ca e fun cion al de melhora e
tificação sindrômica.
crescimento, são de responsabilidade
Em tópicos, apresentam-se as principais
maior (e mérito também) do clien
contribuições para a compreensão das neuro
te. Isso rompe definitivamente com o
ses na G estalt-terapia, estalt-terapia, segundo a organização
modelo alopá ticodê cura cura como poder
de Buarque, au tor deste deste verbete:
de quem qu em “opera ope ra a cirurgia ciru rgia””, “pre “pres s creve os rem édio éd ios” s”,, as “va “vacin cin as” ou
1) Do contato de Peris com Wilhelm
“suposto supos to sabe sa be r” e as “interp in terp retaçõ ret ações” es”,
Reich destaca-se o resgate da indivi
unilateralmente.
sibilidade mente-corpo, mais tarde
5) O trabalho com o conteúdo, tão
substanciado por Kart Goldstein na
fris fr isad adoo por po r várias vári as moda mo dalid lidad ades es da psi psi
teoria organísmica.
canálise, dá lugar ao trabalho com a
2) Das idéias de Martin Heidegger
form fo rm a. O relato rela to das experiê exp eriênci ncias as neu
destaca-se a noção de que os “sinto
róticas fo i substituído substituído pel a “nova” ex ex
mas neuróticos” e algumas outras
peri pe rim m entaç en taç ão não com o repet re petiçã içãoo des
disfunções não são decorrentes em
sas “vivên “vivências” cias”, e sim com co m o uma nova
“essência” de questões fisiológicas
fo rm a de expe ex perim rim entar en tar seqüênc seqü ências ias de
ou fisiopatológicas. Estes refletem as
percep per cepção, ção, com porta po rtam m ento en to e atitude, atitud e,
questões questões vividas pelo ser humano em
que fluam flu am em d ireção ao crescim cresciment ento. o.
DICION ÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
6) A genial noção de neurose como “distúrbio do crescimento” pessoal e não defeito de personalidade altera, na sua essência, a idéia anteriormente vigente de uma estrutura defeituosa ou de uma tipologia neurótica. Pre valece então a idéia de disfunção, que, pela pe la cont co ntex extu tuali alida dade de din âm ica ic a e con tínua, não se repete e sim se recria a cada instante. Ê aí que se percebe a pesso pes soaa pode po dend ndoo tam ta m bém bé m a cada ca da ins tante ser trabalhada. Rompe-se o mito do trauma como acontecimento origi origi nal, o bigue-bangue transformador da psicot psi coter erapi apiaa numa nu ma “arqu ar queo eolog logia ia””. 7 ) 0 trabalho trabalho com o experimento experimento como mostruário mostruário do privilégio privilégio d a form a so bre o conteúdo e até a transformação de um em outro. outro. O experimen exper imento to passa a ser destacado como marco histórico da evolução das psicoterapias, não como um procedimento ou técnica a ser necessariament necessariamentee realizada realiza da em cada sessão terapêutica. 8) A ruptura da maniqueísta noção de normal ou anormal, saudável ou patológic pato lógico, o, atrel atr elad adaa po r sua vez à desconstrução da rigidez das fronteiras entre neuroses e psicoses, psicoses, entre en tre proce dimentos terapêuticos para um caso e outro ou teorias também para cada uma das situações, como coisas essen cialmente distintas. 9) O abandono da elaboração de “es tratégias de cura” ou “projetos tera pêut pê utico icos” s”foca fo cann d o exclusiva exclusi va e insisten temente temen te os “sin “sintom tomas” as”, com c omoo se a cura fosse fos se decorr dec orrent entee desse de sse confro con fronto nto “ener ene r gia e boa bo a ação aç ão exter ex terna na”” do terapeuta, terape uta,
contra “energia e ação patológica dos sintomas” do cliente cliente.. A noção de cura pass pa ssaa a ser se r atr a trel elad adaa à de crescimento. crescim ento. Não há cura sem crescimento e não há nem um, nem outro, sem o en volvimento e a participação ativa do “cliente" como um todo. 10) O trabalho com a resistência como fenômeno humano genuíno, a ser vivido, compreendido e tornado ativo e criativo. criativo. Sérgio Buarque REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Gestalt-terapia Gestalt-terapia explicada . São
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R Gestalt-terapia.
VERBETES RELACIONADOS
Consciência, Diagnóstico, Doença, saúde e cura, Existên cia, Experimento, Fronteira de contato, Gestait-terapia, Necessidades, Psicose, Resistência, Responsabilidade, Se/f, “leoria organísmica, Vivências
NEUTRALIDADE
Este termo será tratado, aqui, como uma das condições idealizadas para o conhecedor em busca busca do con hecimento. O questiona questiona mento da concepção de "neutralidade" no que se refere à psicologia e à Gestalt-terapia, como ciência do humano, encontra-se pre sente, explícita ou implicitamente, em todos os escritos de Fritz Perls. Em Ferreira (1986, p. 1191) tem os: “N eutralizar eutralizar (D e N eutra! eutra! + izar) I . De clarar ou tom tom ar neutro; 2. Anular Anular,, inutili inutilizar, zar, elim elim inar; 3 . Tom ar inertes as pro priedades de (urna coisa); 4. Tornar-se neu tra!, indiferente, inativo".
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T E R A P I A
N esses term term os, sua util utilização é p rove niente de um modelo de estudo das ciências naturais, que prima por uma visão objetiva do mundo, no qual a psicologia, segundo Fritz Perls, não se adequa, o que deixa claro em seu primeiro livro, junto com Hefferline e Goodman, obra de PHG (1951): "Em outras palavras: não e xiste a chamad a ciên ciência cia objetiva objetiva [...] Em Psicologia, mais do que em qualquer outra ciência, observador e fatos observados são inseparáveis”, ou ainda:
Assumind Assu mindoo que qu e som somos os “eventos even tos espaesp aço-tempo” dentro dos campos mutá veis de nossa existência, estou também de acordo com a tendência atual da ciência ciência.. Da mesma form for m a que Einste Einstein in obteve uma nova compreensão cientí cientí fic fi c a levand lev andoo o se lf humano em consi deração, deração, também podem os obter nova nova compreensão psicológica ao entender a relatividade do comportamento hu mano. (P H G , 1997, 1997, p. 265) Na obra de PH G ( 199 7, p. 70) encontra encontra m os: “Se você se con centrar numa percepção percepção ‘próxim ‘próxim a’, p or exem plo o paladar paladar,, é claro que o gosto da comida e sua boca que a degus ta são a mesma coisa, e, portanto, essa per cepção riunca é neutra no sentimento, mas é ■
que repres represent entaa a realidade tãofielmente fielmen te quanto possível, em qualquer momen to. Entretanto, ao abrirmos um Atlas encontraremos todos os tipos de mapa; alguns dão orientação sobre a geogra fi a de um país, outros sobre so bre a situaçã si tuaçãoo política polí tica e etnográfica. [...] Em outras palavras, palav ras, a rea realid lidade ade em si não existe para pa ra o ser humano. hum ano. É algo diferente diferen te para pa ra cada cad a indivíduo, cad c adaa grupo gru po e cada cad a cultura. A realidade é determinada pe las necessidades e interesses específicos do indivíduo. indivíduo. (P H G , 1997, 1997, p. 76) Co m o aponta aponta Frazão Frazão (in (in P H G , 199 7, p, 10), na Apresentação à edição brasileira do livro de PHG:
Em muitos aspectos, Perls e Goodman inovam e antecipam no tempo ques tionamentos que posteriormente al guns psican psi canalis alistas tas se fari fa riam am . Uma das importantes contribuições da Gestalt-terapia refere-se à visão holísti holística ca do homem , o qual qua l é concebi do como co mo ser biopsicossocial, biopsicossocial, sempre em interação com seu meio, isto é, leva-se em conta não apenas ap enas o qu e ocorre com a pessoa em sua totalidade, mas tam bém o contexto no qual isto ocorre.
sempre agradável ou desagradável, sendo a A concepção de que poderia existir neu
insipidez uma forma de desagrado". A con cepção de Perls de que a percepção não é
tralidade na abordagem de qualquer objeto,
neutra também é colocada de forma muito clara, quando diz:
demanda das ciências naturais, há muito é questionada: “Qualquer pessoa que acompa nhe, ainda que por alto, aquilo que se anda
Cada teo teoria, ria, cada filosofia, é um m apa de onde tiramos orientação para nos sas sas açõ ações. es. Um map a adequad adeq uadoo é aquele
dizendo dizendo sob re a ciência, com certeza terá en contrado contrado com freqü freqü ência a afi afirmação de que a ciência ciência não é neutra” (O live live ira, 20 03 , p. 161).
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E R A P IA
A neutralidade pressupõe uma divisão sujei-
como filosofia filosofia e o método fenom enoló
to/objeto, to/objeto, acredita num ob servado r separado separado
gico tal com c omoo é emp e mpreg regado ado em psi p sico colo lo
do obse rvado com o prem issa issa da objeti objetivi vidade dade científica. “Na concepção clássica da ciência,
gia. (Garcia-Roza, 1974, p. 41)
a idéia de sujeito perturba o conhecimento” (Schnitman, 1996, p. 14). A ciência moderna questiona essa pre
W alter alter Ribeir Ribeiro o (2 (2 00 6 , p. I ), ao lilidar com o tema, coloca:
missa; reconhece a interdeoenaência sujeito/objeto e as implicações decorrentes dessa relação:
Uma das grandes “novidades” para digmáticas que as ciências contem po râne râ ne as estão estã o pr opon op on do é a inclusão inclu são do conhecedor no processo de conhe
Não somos meros reprodutores reprodutores pas si
cimento. [...] Este paradigma consi
vos vos de uma realidade independente de
dera a impossibilidade ontológica de
nossa observação, assim como não te
neutralidade objetiva, o que afetou a
mos liberdade absoluta par a eleger eleger de
arrogância e prepotência daquele que
fo rm a irrestrita irres trita a construç cons trução ão da reali rea li
está no pa pe l de conhecedor.
dade que levaremos a cabo. [...] Essa perspec per spectiva tiva perm pe rm ite perg untar un tar sobre sob re os
E já nos alertava alertava em seu livro Existência —>
conceitos conce itos de “verd ade” ad e”, “ob “obje jeti tivi vida dade de””,
Essência: desafios desafios teóricos e práticos das psico-
“realid rea lidad ade” e”. Sublinha u ma posição posiç ão
terapias relacionais: relacionais:
ética ética fun dad a e enraizada simultane amente na responsabilidade por nos
Esse problema talvez seja maior nas
sas construções do mundo e as ações
abordagens inacabadas por vocação e
que as acompanham [...]. (Schn (Schn itm an,
essência, como a que abraçamos e de
1996, p. 16)
fen demo de mos, s, cujo pa radi ra digm gm a científic cien tíficoo filos ófico, ófic o, além al ém disso, aind ai nd a luta com
Tratando-se da psicologia e, especialmen
resistências cientificistas, essencialis-
te. das abordagens que se baseiam numa
tas, apesar de o modelo desses cien
perspectiva existencial-fenomenológica, essa discussão se intensifica;
tificistas ter sido superado em quase todas as frentes científicas, a começar pe la física. físi ca. (Rib eiro , 1998, p. 23)
Dentre as muitas divergências en contradas em psicologia, uma delas
Eleonôra Torres P restrelo restrelo
se caracteriza pela oposição entre os defensores do método fenomenológico
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
e aqueles que o consideram filosófico e
Fe r r e i r a ,
anticientífico. Acreditamos que este conflito decorre, em grande parte, da não-distinção entre fenomenohgia
DICIONÁRIO
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DE GESTALT-TERAPIA
I 6j
NEUTRALIDADE
I 6j
G a r o a -R o
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NEUTRALIDADE
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Existê ncia— >Essên cia: desafios teáncos e pr c r;-
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VERBETES RELACIONADOS
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1998.
d i c i o n á r i o
de
g e s t a l t
-t e r a p i a
o ÓBVIO Encontramos em EFA (1942) a seguinte observação de Perls (2002, p. 52): “Eu não seria fenomenologista se não conseguisse enxergar o óbvio, ou seja, a experiência do atoleiro. Eu não seria gestaltista se não con seguisse entrar nessa experiência de estar atolado tendo confiança de que alguma figura emergirá do fundo caótico”. Esse conceito assume uma importância ímpar no corpo teórico da Gestalt-terapia,
'inconsciente' desconhecido ou um sintoma, mas como sendo ela mesma aquilo o que é importante’ importante’ (PH (PH G, 1997, p. 51). Em A aborda gem gest álüc a e testem unha ocular da terapia, Perls (1981, p.
132) diz:
“Não temos que cavar à maneira de Freud, no inconsciente mais profundo. Temos que nos dar conta conta do óbvio. Se compreendermos o óbvio, tudo está lá. Cada neurótico é uma pessoa que que não vê o óbvio". Na Introdução da obra de PHG (1951),
quando Perls associa a perda de contato com
os autores expõem a proposta de que é fun
o óbvio, isto é, com a realidade presente e
damenta! para o psicoterapeuta, na relação
com a exp eriência eriência concreta como a forma de
com o paciente, trabalhar “[...] com o que
anunciar os sintomas neuróticos, os furos da
está mais à superfície...” em vez de buscar
personalidade. Essa impossibilidade de não
“[...] extrair expedientes do inconsciente",
enxergar o óbvio vai se construindo ao longo
pois “é precisamente no óbvio que encon
da vida de acordo com sucessivas tentativas
tramos sua personalidade inacabada; e o pa
de evitar tudo que confronta com esses “fu
ciente pode recob rar a vivacidade vivacidade da relação
ros” da personalidade, tudo que não se quer
elástica figura/f figura/fundo undo som ente lidando com o
enxergar. Pe rls aponta que a conseqüência é a
óbvio [...]” (PH G , 1997, p. 36). Baseandc-se Baseandc-se
neurose manifestada como a impossibilidade
nessa importância dada ao trabalho com o
de a pessoa entrar em contato com o óbvio
óbvio, eles definem qual seria a proposta da
de cada situação, çom aquilo que está no ago
psicoterapia gestáltica:
ra. Dessa forma, na Gestalt-terapia, a impor
óawc
tância de considerar a estrutura da experiên
consiste, assim, em an alisar A terapia consiste,
cia concreta não é “como uma pista para um
a estrutura interna da experiência
166
concreta, qualquer que seja o grau de
presente da abordagem gestáltica. Stella Res-
contato desta; não tanto o que está
nick, em capítulo capítulo de sua auto ria, ria, defende que:
sendo experienciado, relembrado, fei
“Para aprendermos sobre nós mesmos, não só temos que ser o fazer, como também te
to, to, dito etc., etc., mas a m aneira com o o que está sendo relembrado é relembrado,
mos que nos observar. Psicoterapia deve ser
ou como o que é dito é dito, com que
uma prática de auto-observação, bem como
express expressão ão fa cial , tom de voz, sintaxe,
de auto-expressão. [...] Todas as formas de meditação [...] possuem em comum c ele
postura, postur a, afeto, afeto , omissão, omiss ão, conside con sideraç ração ão ou falta de consideração para com a 1997, p. 46) outra pessoa etc. etc. (PH G , 1997,
mento de permanecer com a experiência do momento” (p. 297). Na atualidade, os autores das ciências
E imoortante destacar a importância, na formação pessoal e profissional de Perls, da
sociais refletem sobre as influências do pro
Escola de Teatro Expressionista de Max Ren-
de de desenvolvimento tecnológico sobre as
hardt. Todo o trabalho desse dramaturgo es
experiências dos indivíduos. Tem sido dado
tava voltado para a valorização da expe riência
especial destaque ao empobrecimento que o homem tem vivido em relação ao contato
integral do ator, ato r, na qual era fundam fundam ental o foco foco na expressão total do personagem, abrangen
cesso de globalização e da extrema velocida
do uma conscientização de todos os aspectos
consigo mesmo e, conseqüentemente, com o(s) outro(s), seu(s) seme!hante(s). Podemos
óbvios envolvidos na cena: a postura, o tom
pensar que o homem vem desenvolvendo
166
óawc
concreta, qualquer que seja o grau de
presente da abordagem gestáltica. Stella Res-
contato desta; não tanto o que está
nick, em capítulo capítulo de sua auto ria, ria, defende que:
sendo experienciado, relembrado, fei
“Para aprendermos sobre nós mesmos, não só temos que ser o fazer, como também te
to, to, dito etc., etc., mas a m aneira com o o que está sendo relembrado é relembrado,
mos que nos observar. Psicoterapia deve ser
ou como o que é dito é dito, com que
uma prática de auto-observação, bem como
express expressão ão fa cial , tom de voz, sintaxe,
de auto-expressão. [...] Todas as formas de meditação [...] possuem em comum c ele
postura, postur a, afeto, afeto , omissão, omiss ão, conside con sideraç ração ão ou falta de consideração para com a 1997, p. 46) outra pessoa etc. etc. (PH G , 1997,
mento de permanecer com a experiência do momento” (p. 297). Na atualidade, os autores das ciências
E imoortante destacar a importância, na formação pessoal e profissional de Perls, da
sociais refletem sobre as influências do pro
Escola de Teatro Expressionista de Max Ren-
de de desenvolvimento tecnológico sobre as
hardt. Todo o trabalho desse dramaturgo es
experiências dos indivíduos. Tem sido dado
tava voltado para a valorização da expe riência
especial destaque ao empobrecimento que o homem tem vivido em relação ao contato
integral do ator, ato r, na qual era fundam fundam ental o foco foco na expressão total do personagem, abrangen
cesso de globalização e da extrema velocida
do uma conscientização de todos os aspectos
consigo mesmo e, conseqüentemente, com o(s) outro(s), seu(s) seme!hante(s). Podemos
óbvios envolvidos na cena: a postura, o tom
pensar que o homem vem desenvolvendo
da voz, o gestual e a intenção experimentada
um processo de dessensibilização da própria
em cada momento. Podemos perceber um
experiência, de anestesiamento de suas emo
pouco dessa influência quando Perls se refere
ções e das sensações do próprio co rpo . Cada
ao Ge stait stait-t -terapeuta erapeuta em A abordagem aborda gem gestáltigestáltico e testemunha ocular da terapia: “[...] temos m ais facilidade facilidade do q ue o s psicanalistas, psicanalistas, porque p orque
vez mais, o homem se distancia de si próprio.
vemos a pessoa total à nossa frente; e isso
se perde, vivemos como se fôssemos meros
acontece porque a Gestalt-terapia usa olhos e ouvidos e o terapeuta permanece inteiramen nteiramen
reprod utores dos papéis papéis sociais sociais sem te r m aior aprofundamento naquilo que sentimos em
te no agora, [...] A Gestalt-t Gestalt-terapia erapia é e star em
cada momento.
contato contato com o óbvio” (Pe (Pe rls, rls, 19 8 1, p. 82 ).
Co nform e R ichard Sennett ( 199 3), a vida vida pú blica esmaga a privada e o sentido de "íntimo”
O resgat resgatee da exp eriência do óbvio óbvio me pa pa
O utro aspecto aspecto im im portante portante em relação relação à valorização da experiência do óbvio pela
rece de fundamental relevância. Pelo óbvio en tram tram os em contat contato o com o m om ento ento presente, presente,
Gestalt-terapia é a influência do pensamento
com o que está conosco, no aqui e agora de
oriental na construção das referências teó teó ricas ricas
nossa existência. A neurose está instaurada na
e da prática dessa abordagem. No livro Isto
sociedade atual trazendo, como uma de suas
é Gestalt Gestalt (1977), vários autores destacam a grande afinidade entre as práticas meditativas
principais consequências, aquilo que Peris já destacava destacava - o distanci distanciamento amento de nós m esmo s.
e a proposta de concentração na experiência
Quando deixamos de viver o aqui e agora, o
D I C I O N Á R I O D E G E S T A LT - T E RA P I A
í 67
óbvio de cada situação, situação, deixamos de nos autoautoregular, regular, pois pois o contato se tom a em pob recido recido e
ÓBVIO
Se n n e t t , R. 0 declínio do homem público - as tiranias da
intimidade. São Paulo: Paulo: Com panhia das das Letras, 1993. St e v e n s , J. O. (org.). Isto é Gesta/t. São Paulo: Summus,
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DIC ION ÁRI O
ORGANISMO (VER TEORIA ORGANISMICA, ORGANISMO, CAMPO ORGANISMO/AMBIENTE)
D E G E S T A LT LT - T E R A P I A
p PARTE E TO D O Mora ( 198 2), em seu Dicionário de filoso
fia, d estaca que as noções de parte parte e todo po
mos de fundamentação unitária sig nificam que todo o conteúdo está, por fund fu ndam am entaç en taç ão, ão , em conexã con exãoo ddir ireta eta ou
dem ser reconhecidas no campo da filosofia
indireta com qualquer outro conteú
desde Aristóteles. Este chama de todo “àqui
do. (M o ra, 1982, p. 396)
lo no qual não feita nenhuma de suas partes constitutivas e àquilo que contém suas partes
A relação relação entre parte parte e todo todo é um tem tem a cen
componentes de maneira que formem uma
tral para a compreensão da abordagem gestálti-
unidade” unidade” (M ora, 198 2, p. 39 6).
ca. Essa fundamentação fundamentação unitária unitária caracteriza um a
Também Platão discute essas noções e
relação de interdependê ncia estrutural estrutural que se dá
distingue entre “o todo composto de partes”
entre parte e todo, ou a forma como um todo
e “o todo antes das partes” (M (M ora, 198 2, p.
específico se configura como uma totalidade.
396). Essa distinção engendrou as dificuldades
Essa é a definição que mais se aproxima da no
apresentadas pelas noções de todo e parte
ção alemã alemã de "Gestal "Gestalt" t" (P H G , 199 7, p. 33 ).
que deram origem às diversas considerações
Frederick Perls, em EFA (2002, p. 61-3),
filosóficas posteriores, entre céptícas e nomi-
destaca que essa relação de interdependência
nalistas, ou ainda outras, destinadas a provar
estrutural pode ser observada por meio dos
que as partes não têm uma existência real.
conceitos da Psicol Psicologi ogia a da Ge stalt (W ertheim er
Ainda segundo Ferrater Mora, Husserl re
in EIlis, 192 3; Koffka, Koffka, 1975; 19 75; Kõhle r, 1 959), 95 9), da
tom ará essa questão em sua invest investigaç igação ão sob re
Teoria de Cam po (Lew in, 196 5) e do Holismo Holismo
o todo e as partes, partes, definindo definindo o todo como
(Smu ts, 199 9). A caracterização caracterização dessa interde interde pendência entre parte e todo foi demonstrada
um conjunto de conteúdos que es
pelos principais autores dessas escolas.
tão envolvidos numa fundamentação
As noções de parte e todo estão no cerne
unitária e sem auxílio de outros con
do de senvolvimento da Psicol Psicologia ogia da G estalt, em
teúdos. Os conteúdos de semelhantes
que W ertheime rteve o m érito érito de solucionar solucionar um um
conjuntos chamam-se partes. Os ter
dilema da psicologia, a saber, a oposição entre
os princípios explicativos versus a compreensão (Koffka, (Koffka, 197 5, p. 32 3 2 ), A generalidade generalidade da catego catego
Com base nessa compreensão da relação entre pa rte-tod rte-tod o, a abordagem abordagem gestálti gestáltica ca de
ria Gestalt permitiu afirmar a interdependência
senvolveu uma atitude de atenção ao contex
entre os aspectos quantitativos e qualitativos
to, procurando corrigir o equívoco da pers
dos fenômenos, e íorm ular uma psicol psicologia ogia que
pectiva isolacionista. Assim sendo, segundo Perls Perls (19 81 , p. 9 9): “O enfoque gestál gestálti tico co me
permite integrar natureza, vida e mente (Koffka, 1975, 97 5, p. 6 92 ). O valor do trabal trabalho ho de Wertheimer para os fundamentos da Gestalt-terapia foi reconhecido reconhecido p or Perls Perls (20 0 2), que lhe lhe dedica dedica a primeira edição edição da obra EFA. Parti Partindo ndo das propo sições sições d e W ertheim er (in (in Ellis, Ellis, 192 3), Koffka Koffka (1 9 7 5 ), em sua sua obra
habilitou habilitou a buscar a situação situação total, a e xam inar a estrutura do campo, a ve r o problema em seu contexto total, e tratá-lo de modo unificado". Na técnica clínica isso se apresenta como uma terapia de concentração em EFA (Parte
Princípios de psicologia da Gestalt, apresen
III). entendendo esta como uma concentra ção positiva, pela qual todas as funções são
ta a integração das noções de “quantidade", “ordem" e “significado” por meio da catego
dirigidas a um objetivo, e, graças às leis do holismo, “somos capazes de nos concentrar
ria Gestalt, e mostra de que forma, com essa noção, o com portam portam ento pode se r ente entendi ndido do
totalmente nos objetivos que significam a completude de uma totalidade incompleta”
em seu nível nível molar. Co m isso, Koffka Koffka também faz uma crítica ao behaviorismo, dado que
(Perls, 2002, p. 270). Essa concentração positiv positivaa objetiva perm a
este se interessaria pelo nível molecular do
nece no campo da Gestalt incompleta (repri
comportamento, e destaca que a noção de
mida). Segundo Perls (2002, p. 269): “Perse-
“Gestalt'' enfatiza o nível molar de um com
verando nessa concentração, avançamos em
portamento, isto é, seu significado ou sentido derrtro do campo ambiental.
direção ao centro do campo ou ‘complexo’; durante este processo encontramos e reorga
As noções descritas antes sobre "parte" e
nizamo nizamo s as evitações evitações espe cíficas, cíficas, po r exemp io
“todo” são claramente aplicadas em EFA. N o
resistências”. Essa técnica de co nce ntração, awareness,
Capítulo 7, no qual o ego é apresentado como uma função do organismo total, responsável
ou manter-se owore, está fundamentalmen
pela formação de figura figura/f /fundo undo e , d esse m odo,
te alicerçada na noção de que a configura
responsável por discriminar (identificar e alie nar) partes do ambiente para serem assimi
ção completa de um todo possui uma força que impele na direção de sua completude
ladas ou não ao organismo (Perls, 2002, p.
ou totalização.
205-14). E, no capítulo seguinte, quando se
Na parte dedicada à teoria do self, na obra de PHG, os autores apresentam o
destacam também as funções integrativas do ego, conectando as ações do organismo to tal às suas principais necessidades e evocando aquelas aquelas funções do organismo organismo que são neces
modo como uma unidade de figura e fundo desenvolve-se no processo de ajustamento
sárias para a gratificação da necessidade mais
criativo. Lembrando que a noção de “uni dade" está presente em todo o processo
urgent urgentee (Perls, (Perls, 2002 , p. 2 15-2 3).
de contato, mas partícularmente destacando
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T ER A P I A
PA»*E E TODO
que estaríamos conscientes da unidade sub jac en te e n tre as fun fu n çõ es p e rcep rc ep tivas tiv as,, m oto ot o ras e de sentimento somente no contato final
PENSAMENTO DIFERENCIAL (VER INDIFERENÇA CRIATIVA, PENSAMENTO DIFE DIFEREN RENCI CIAL, AL, PO N TO ZERO)
(PH G , 199 7, p. 2 2 1-2), quan quando do entã então o o self pode sentir a si mesmo na interação entre o organismo e o ambiente. Graça Gouvêa
PERSONALIDADE, PERSONALIDADE, FU NÇÃ O (VER (VER FUNÇÃO 1D, FUNÇÃO EGO, FUNÇÃO PERSONALIDADE)
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cendo-o como algo “profundamente enraiza do no organismo humano", rrias passível de levar a “dualismos arbitrários e equivocados" (Perls, 2002, p. 50). Apoiado no pensamento de Friedlãnder, propõe: “[...] os opostos pas sam a existir pela diferenciação de 'algo não diferenciado diferenciado ', para o qual sugiro sugiro o term o 'prédiferente '. O ponto de onde. a diferenci diferenciação ação começa é usualmente chamado ponto zero" (Perls, 2002, p. 50). Essas idéias, idéias, prese ntes já nos primó rdios da articulação articulação do pensam ento de Perls, são reva lilidadas dadas por ele no Prefacio da edição edição de 196 9, quando reafirma suas formulações anteriores a respeito da importância do pensamento em opostos, valorizando-o como ferramenta im portante no processo terapêutico, no sentido de libertar o terapeuta para um trabalho de melhor qualidade. São suas palavras: [...] sem perspectiva adequada, um terapeuta está perdido desde o início.
VERBETES RELA C IONA IONA DO S
O uso da melhor técnica ou do con-
Ajustamento criativo, Aworeness, Campo, Contato, Figura e fundo, G estalt, Gestalt-terapi Gestalt-terapia, a, Ho lism lismo, o, N ecessidades, ecessidades, Organismo, Resistênda, Self, Teoria de campo, Terapia e técnica de concentração, Totalidade
ceito mais engenhoso não impedirá o
DICI ON ÁRIO
pacie pa cie nte nt e de compen com pensar sar os esforços do terapeuta [...] Ego, fome e agressão
DE GEStALT-TERAPIA
facili fac ilitar taráá a aquisi aqu isição ção dessa perspe per specti cti va. Como ela está baseada em em pola
Em term os de util utilização ização do conce ito, ito, po demos citar a obra de PHG (1951), na qual a
ridades e em focalização, o primeiro
questão das polaridades é retomada no Capí
capítulo, embora de leitura difícil, é
tulo IX , “Co nflito e autoco autoco nquista”: o con flit flito, o, como expressão de polaridades em antago nismo, é apresentado numa versão “criativa",
importante. (200 2, p. 36 ; grifo nosso)
estabelecer uma distinção: o conceito de “bipolaridade", como característica básica do uni
como meio para o crescimento e a expansão do se/f. Isso pode ocorrer desde que a pers pectiva dualista seja transcendida e substituída
verso e do ser humano, deve ser distinguido
por uma solução que evite a estagnação, a
de dualidade, que é a cisão do mundo ou do ser hum ano em duas m etades etades incom patíveis patíveis e
acom odação , e possibili possibilite te o vir-a-ser. vir-a-ser.
mutuamente dissociadas.
“Polaridades y conflitos” do livro B proces processo so (19 91, creativo en Ia terapia guestáltíca. Zinker (19
Nota-se uma preocupação de Perls em
Perls encontra no pensamento de Friedlânder uma validação desse modo simples de orientação primária, e em sua autobiografia, Escarafunchando Frítz, retoma a questão e re
conhece a prevalência desse pensamento na filosofia filosofia o riental:
jose jo sep p h Z in k e r trab alha alh a o te m a no capítulo cap ítulo
p. 161) feia em “m uitas uitas polari po laridad dades es integradas integradas e entrelaçadas que se fusionam fusionam entre si” e su gere que o trabalho terapêutico busque a am pliação do autoconceito, no sentido de incluir polaridades egodistônicas e refinar as egossintônicas, abrindo espaço para reavaliações do já estab es tab elecid ele cido o , a fim de adeq ad equá uá-lo -lo às novas no vas configurações configurações do camp o.
[...] qualquer coisa se diferencia em opostos. Se somos capturados capturados por uma u ma
Podemos dizer que o conceito de "pola
dessas forças dessas forças o postas, estamos em uma
ridades” ou “opostos polares" tem um papel-
cilada ou, pelo menos, desequilibrados.
chave na teoria da Ge stalt-terapia. stalt-terapia. N a p rátic rática, a, é sugerido um trabalho que se distancie de
Se ficamos no nada do centro-zero, es tamos equilibrados e temos perspectiva. perspectiva.
uma perspectiva dialética, que privilegia um m ovim ovim ento ento pendular constante constante de tese-an títítese. Ao se definir o ponto zero, abre-se um
Mais tarde ta rde percebi perc ebi que este é o equiva equi va lente ocidental do ensinamento de LaoTse. (Perls, Tse. (Perls, 1979, p. 96) Então, ao conceito de “polaridade” vis to sob uma perspectiva dual, Perls, apoiado no pensamento de Friedlãnder, propõe uma perspectiva que privilegia uma tríade, com a introdução introdução de um eleme nto central - o pon
espaço, um campo e uma possibilidade de equilíbrio e integração entre forças opostas. Em term òs práticos, práticos, talvez talvez possam possam os dizer que a Gestalt-terapia propõe uma passagem do “ou isto ou aquilo" para uma possibilidade ampliada e m ais integradora integradora do “isto e aquilo". Maria Cecília Peres do Souto
to ze ro - , que viabili viabiliza za a difer diferenciação enciação dim i nuindo o risco do dualismo e apontando na direção de integração, e não simples oposi ção de polaridades.
R E F E R Ê N C IA IA S S I B U O G R Á F I C A S Pe r l s ,
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Mé
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incompleta - um escotoma (ponto VERBETES RELACIONADOS
cego cego)) - p a r a a m anifesta anifestação ção psicoló psicoló
Campo, Conflito, Gestalt-terapia, Organismo, Ponto zero, Setf
P O N T O C E G O /E /ES C O T O M A Escotoma (do grego scotoma, escuridão) é uma região do campo visual que não res
gica gi ca da emoçã em oção. o. (Perls, 2002, p. 69;
grifos grifos do au tor) A Gestalt-terapia aproveita todo o co nhecimento sobre os “pontos cegos”, até
ponde adequadamente aos estímulos exter
a nomenclatura, ao demonstrar como uma pessoa, quando atingida por certo tipo de emoção, considerada negativa, torna-se total
nos. Corresponde a um ponto no interior
mente incapaz de analisar o fato com isenção
do olho, descoberto pelo físico francês Edme M ariotte, ariotte, em 1668. 166 8. Esse term o é util utilizado izado com frequ frequ ência na oftalm oftalm ologia, ologia, dem onstran onstran
de julgamento, como se estivesse completa mente cega para ele. Apoiada na ignorância do fato, a pessoa acaba criand criand o situaçõe s real-
do que existe um ponto em que a imagem
m errte errte prejudiciais prejudiciais a si e aos ou tros.
não se forma, conhecido como “ponto cego”.
O terapeuta, com o está fora do proble ma, apresenta a possibilidade de entrar em
A psicologia, psicologia, po r analogia, analogia, utiliza utiliza o term o para p ara indicar algo não percebido pelo ser humano. Nos primórdios da Psicologia da Gestalt, por
contato contato com o acontecido acontecido e , com isenção de juízo ju ízo de valor, va lor, pode po de s e r m ais eficie ef icienn te no re
ocasião do estudo da percepção, foram ob servados pontos cegos; para completá-los, a
conhecimento do evento e da emoção a ele agregada. Mediante urh trabalho bem elabo
m ente tende afo rm arflgu arflgu ras, p or necessi necessidade dade
rado, possibilita ao cliente o reconhecimento do que real realm m ente está está oco rrend rrend o. O pró
de fechamento. Frederick Perls, em seu primeiro livro, EFA ( 194 2 ), referè-se referè-se ao escotom a, est estuda uda do por W. Stekel, em relação ao indivíduo
prio ponto de impasse aparece como ponto cego, impedindo o ser de perceber melhor
neurótico que, diante de certos problemas,
afigura. Todas as vezes que há negação de sen
apresenta sensações físicas, mas se man
timentos, o corpo, de uma forma ou outra,
tém totalmente inconsciente com respeito à emoção em pauta. Há, portanto, uma total
dem onstra onstra o acontecimen to, por intermédio intermédio de áreas perfeitamente conhecidas e outras
inconsciência inconsciência em ocional.
com restriçõe restriçõe s que p arecem m odifi odificar total total
O neurótico não experiencia sensa ções em vez de emoções, mas à custa
mente a estrutura do evento. A résistência ao reconhecimento de uma emoção cria verdadeiros problemas de relacionamento e
D I C I O N Á R I O D E G E S T A LT LT - T E RA P I A
de impossibilidades de percepção de deter m inados aspectos. Um exemplo é quando o indivíduo se
realidade a não ser o presente. Nosso desejo de reter mais do passado ou de antecipar o futuro podería encobrir
apresenta como extremamente sensível a
completamente este senso de realida
variados problemas, porém é incapaz de
de. [...] O present pre sentee é o ponto po nto zero zer o em
de tectar as em oçõ es reais que o estão afli afli
constante constante movimento dos opostos pa s
gindo. Tai indivíduo ndivíduo é refém refém em ocion al, com
sado e futuro. (2002, p. 146-151)
total total descon hecim erto ao que está se se pas sando, apresentando no lugar lugar da em oção
E um conceito básico da abordagem ges-
adequada ao fato respostas sensonais e físi
táltica, que nos leva à idéia de presentificação
cas que atrapalham até mesmo o desenrolar
ou awareness. No livro de PHG (1951) as
da terap terap ia.
sim sim se apresenta este este con ceito: “O “O presente
Quan do o ser dem onstra onstra incapaci incapacidade dade de
é a exp eriência da especifi especificidade cidade em que nos
vive r a parte parte em ocional da vida, fica fica cego p ara
tornamos ao nos dissolver em várias possibi
a totalidade, totalidade, com o tanto tanto se preco niza na G es-
lidade lidade s signifi significati cativas, vas, e a reform a de ssas p os
tait-terapia.
sibil sibilidades idades p ara prod uzir uma nova esp ecifici ecifici □ysette Um a da Silva Silva
dade única única e concreta" ( 199 7, p. 114). Culturalm Culturalm ente, som os induzidos induzidos a agir agir sob
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a influência do pensar, que se baseia no passa
Ko f f k a , K. Princípios de psicologia da Gesmlt. São Paulo:
do ou no futuro. Estar presente vai além do
Cultrix, 1975.
pensar, incluindo a consciência do corpo, do or
Pe r l s , F S. (1942). Ego, fome e agressão. São Paulo: Sum-
mus, 2002.
ganismo, ganismo, que é o ser-aí. ser-aí. O presente se eviden cia pela qualidade de nossa presença. Ainda na obra de PHG (1 99 7, p. 101): 101):
VERBETES RELACIONADOS Aw are ne ss, Camadas da neurose, Contato, Emoções,
Gestalt-terapia
Assim que qu e não tenham tenh am mais um em prego presente, o organismo organi smo descarta desca rta os efeito efeitoss fixados do passado p or meio
POR QU Ê (VER (VER SEMÂNTICA, SEMÂNTICA, POR QU Ê, COMO)
de sua auto-regulação; o conhecimento inútil é esquecido, o caráter se dissolve. A regra funci fun cion onaa em amb a mbos os os sentidos: não épe la inér inérci cia, a, mas pela funçã o que
PRESENTE
uma forma persiste, não é pela passa
Frederick Perls Perls introduz introduz a noção do term o “presente" “presente" já em seu primeiro livro, EFA:
gem do d o tempo, mas m as p ela el a falt fa ltaa de d e funç fu nç ão que uma fo rm a é esquecid esquecida. a.
O centro temporal de nós mesmos
O presente é a fron fron teira teira e também a ar
como eventos espaço-tempo humanos
ticul ticulação ação en tre o passado passado e o futuro. Cham a
consciente conscientess é o presente. presente. Não há outra
mos presente o que nos é dado a presenciar,
DIC ION ÁRIO
D E G E S T A LT - T E R AP I A
ço. Essa é a marca da atitude fenomenológica.
O conflit conflito o e ntre as demandas do p resente resente e as exigências do futuro é uma característica
Segundo Ribeiro (1985, p. 79-81): "Presente
da condição condição hum ana. Todo ato de espe rar en
e aqui e agora se equivalem [...]. O presente
volve incerteza. Tanto o prazer quanto a dor
e o aqui e agora convivem com o organismo
nos liga ligam m ao presen te. A ap reensão, a ambi ambi
e com o passado que são uma história, numa
ção e o sonho nos projetam no futuro. E um
•'eiaçãc •'eiaçãc de figura figura e. fundo, fund o, de todo e p arte, [... ]
grande desafio a contínua e constante atenção
O passado passado e o corpo estão presentes, aqui aqui e
para não se paralisar nos excessos de qualquer
agora, agora, na pessoa pessoa com com o um tod tod o” .
um dos lados. Quando necessidades inadiá
depend endo do lugar lugar que ocupam os no espa espa
O presen te se se m ovimen ta, não não pode
veis estão em jogo, o aqui e agora governa as
ser aprisionado; o passado é irrecobrável
ações. O que pud er ser feito feito para atend atend er a
e o futuro é incerto. Entretanto, quando nos referimos às vivências, algo ocorrido no passado pode ter força de influência no momento. Assim como um projeto futuro pode interferir consideravelmente nas es colhas que se faz no cotidiano, o passado, o presente e o futuro podem dialogar, ne go ciar e re de finir finir os term os dessa relação. relação. O presen te lúcido lúcido n ão está dissoci dissociado ado do passado e do futuro. A capacidade de presentificação é um re médio para a alienação da consciência. Está
essas necessidades, não importando os cus tos futuros, valerá a pena. O enfrentam enfrentam ento, como tomada de consciência, articula a liber dade e a responsabilidade pelo que pertence a cada pessoa, favorecendo a assunção do poder pessoal, distinguindo-se o que é neces sidade, sidade, em ergência ergência e urgência. urgência. Segundo Stevens (19 7 6, p. 106): “O “O que traz a sensação de força e capacidade é a mi nha vontade de me identifi identificar car totalm totalm ente com as minhas experiências e as minhas ações, tor nando-me responsável pelo que sinto e pelo
ligada ao prestar atenção a si, aos outros e à
que faço”. O futuro respond e à .força .força e à ousadi ousadia do
vida. E um exercício de honestidade consigo
nosso querer. A capacidade de sonhar nutre
mesmo, com os sentimentos e as experiên
o no sso p resente. A saúde aponta para para a ca ca
cias, favorecendo uma ampliação do contato
pacidade de identificar o que desejamos e de
consigo, com os outros e com a vida.
realizar, no tempo, esses desejos, articulando o que é provável e o que é possível. Agir no
Quando o tempo presente é rico, re-
presente tendo em vista o futuro futuro en volve an
pa ra do r, com co m sent se nt ido id o d e tot alida ali dade de,,
tecipar con seqüên cias, cias, de line line ar um um caminho caminho
as pessoas podem se rever com mais
e atuar com coerência, consistência e com
fa c ilid il id a d e e m en os dor. Pode Po derão rão,, tal tal
ampliação de consciência.
vez, até se curar, pois curar-se não
“O valo r do presente em relação relação ao futuro futuro
é funçã o da te mpora lidade, mas do
- o desconto do futuro futuro - aumenta de forma forma
aqui e agora, tal como chega à aware-
ness do indivíduo. (Ribeiro, 1999, p.
desprop orcional orcional à medida que o m om ento de saciar uma necessidade ou desejo se avizinha.
75-6)
O rem oto convida à espe ra; o imediato imediato exige exige
D I C I O N Á R I O D E G E S T A LT - T E R A P I A
e co bra satis satisfaç fação ão - é o afã afã da natureza prestes à repleção' (Giannetti, 2005, p. 59). Gláucia Rezende lavares REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
E. 0 valor das Letras, 2005.
G i a n n e t t i,
E S. ( 194 2). mus, 2002.
Pe r l s ,
Paulo: Companhia
Ego. fome e agressão. São
Paulo: Sum-
H ef ^ r l i n e,
J. R Gestaiz-zerapia: Paulo: Summus, Sum mus, i 985. 98 5.
Ribeiro ibeiro ,
________ . Gestalt-terapia Summus, 1999.
Gestalt -
refazendo um caminho. São
de curta duração.
São Paulo:
exige desenvolvimento na direção da expressão, e não da projeção [...] A proj pr ojeç eção ão é essenc ess encialm ialm ente ent e um fe n ô meno inconsciente. A pessoa que está proj pr ojet etan ando do não p o d e
St e v e n s , J. O. Tomar-se presente: experimentos de cres
cimento em Gestalt-terapia.
das emoções e idéias, e não da projeção. Um metabolismo mental saudável
R.; G o o d m a n , P (1951). 99 7. terapia. São Paulo: Summus, ! 997.
Per l s ,
E S.;
do amanhã. São
dia qu e, para um funcionam funcionam ento saudá vel, era necessário o desenvolvimento da expressão
São Paulo: Summus,
1976. VERBETES RELACIONADOS
Aqui e agora, Auto-regulação organísmica, Aw are ne ss, Conflito, Consciência, Contato, Emergência de neces sidades, figura e fundo, Fronteira de contato, Necessi dades, Organismo, Parte e todo, Ponto zero, Presente, Responsabilidade, Responsabilidade, Saúde, Sa úde, Vivências
P R IO IO R ID I D A D E (V E R N E C E S S ID ID A D E S , HIERARQUIA DE NECESSIDADES, E M E R G Ê N C IIA A D E N E C E S S ID ID A D E S )
pe rson rs on alida ali dade de com as quais qu ais se recusa identificar. (Pe rls, 2002, p. 23 0-1)
A medida que a Gestalt-terapia foi se de lineando, percebeu que "por causa da nossa atitude fóbica, ou seja, evitando a tomada de con sciência, sciência, m uito uito m aterial aterial pertencen te a nós mesmos, que é parte de nós mesmos, tem sido dissociado, alienado, rejeitado” (Perls, 1977a, p. 99). Essas partes alienadas com põem nosso potencial, porém estariam dispo níveis como projeções. Peris achava incrível o quanto se projeta, impossibilitando, assim, de perceb er o que realm realm ente está está acontecendo.
P R O F L E X À O (V E R M E C CA A N IS IS M O S NEURÓTICOS)
Contrária à introjeção, a projeção, então, é designada como um mecanismo neurótico no qual existe um a “tend “tend ência a fazer o m eio res ponsável pelo que se origina na própria pes
PROJEÇÃO
soa [...]. A doença da paranóia, que é carac
Importante Imp ortante conceito con ceito da psicologia psicologia e psiquia psiquia
terizad terizad a pe lo sistem sistem a altam altam ente organizado de
tria, Perls dedica ao tema um capítulo em seu primeiro livro EFA ( 194 2), ainda ainda numa numa perspec
ilusões, é o caso extremo da projeção" (Perls, 1981, p. 49).
tiva psicanal psicanalrt rtic ica, a, em e m bora já esboçasse esb oçasse su a teoria
Basicamente, o “não deveria" é uma das
da personalidade, o metabolismo mental. Nessa época, considerava a gênese da
formas de incorporação dos introjetos que
projeção ainda ainda obscura, en tretanto tretanto com pree n
levam o indivíduo ao conflito, de maneira tal que a negação de partes de sua personalida
DICIONÁFUO DE GESTALT-TERAP IA
de é uma das formas possíveis de felblução. N o entanto, não reconh ecend o em si própri próprio o sentimentos e ações, o indivíduo vincuia-se à outra pessoa, resultando numa personalida de cindida entre “suas características reais e o que ele tem consciência a respeito delas. Enquanto isto, ele (indivíduo) está intensa mente consciente dessas características em outras pessoas” (Po lster; Poister, Poister, 200 i , p. 93 ).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS Pe r l s , F.S . A abordagem abordagem gestáltica gestáltica e testemunha ocular da
terapia. Rio
de Janeiro: Jane iro: Zahar, Zah ar, 1981.
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Ego, fome
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explicada. São
Paulo: Summus,
M. Gestalt-terapia Paulo: Summus, 2001.
Po l s t e r , E.; Po l s t er er ,
J. O. (org.). 1977.
St e v e n s ,
Isto é Gestalt. São
Paulo: Sum-
integrada.
São
Paulo: Summus,
"Em geral, são nossas introjeções que nos le vam ao sentimento de autodesvalorização e
VERBETES RELACIONADOS
auto-alienação que produz a projeção... Pro
Camadas da neurose, Conflito, Consciênáa, Emoções, Gestalt-terapia, Introjeção, Mecanismos neuróticos. Seif, Sonhos, Zen-budismo
jetand jeta nd o , espe es pe ra se livra livr a r de suas introjeçõ intro jeções es imaginárias que, de fato, não são de todo in trojeções, e sim aspectos de si mesmo” (Peris, 1977a, p. 99).
PSICOSE
Recuperar as partes alienadas é o ponto cruciai do processo de elaboração e, à me dida que o indivíduo que projeta consegue fantasiar sobre si mesmo, como uma pessoa com as mesmas características que vê nos outros, permite a expansão de sua identi dade. Um trabalho em Gestalt-terapia que expressa essa compreensão da projeção é o trabalho trabalho com sonho s, uma vez que "assumi "assumi mos que cada parte do sonho é uma proje ção. Cada fragmento do sonho, cada pessoa, coisa, estado de espírito, é uma porção de (P eris, in in Stevens, 1977a, p. 25 ; s e f alie aliena nado do"" (P grife no original). “No Zen (Budismo) não se tem a permissão de pintar um único ga lho enquanto a pessoa não tiver se tornado o galho” galho” (P (P eris, 1977 a, p. 99 ). Assim , a arte arte é compreendida como a forma saudável da
Em Prefacio à edição de EFA publicada em 1945, Peris comunica sua esperança em po de r futur futuram am ente co ntribuir ntribuir para a com preen são do funcionamento das psicoses: No presente momento, estou envolvi do num trabalho de pesquisa sobre o mau funcionamento funcionamento do fenômeno fi gura/fu gur a/fundo ndo nas psicoses psico ses em gera g erall e na estrutura da esquizofrenia em parti cular. Ainda é cedo demais para dizer quais serão os resultados; parece que vai resultar em alguma coisa. Espero, portan por tanto, to, que, num futu fu turo ro não muito distante, eu seja capaz de lançar algu ma luz sobre esta misteriosa doença.
(Peris, 2002, p. 38)
projeção: “O patológi patológico co é sem pre a projeção projeção
No entanto, os autores que criaram a
parcial. A projeção total é chamada de expe
Gestalt-terapia abordaram pouco o fenôme
riênc riênc ia artística” artística” (P eris, 1977a, p. 99 ).
no das psicoses, e sem explicar suas razões.
Giadys D’Acri
Até o desfecho desfecho do sécul século o X X , raros text textos os
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T E R A P IA
gestálticos foram produzidos sobre esse im portantíssimo tema. Apesar disso, a visão da Gestatt sobre as psicoses é tão revolucionána quanto sua visão da psicoterap ia, da educaçã ed ucaçã o, do convívio comunitário etc. N a teoria da G estalt-terap ia, a elasti elasticidade cidade
e com o no sso próp rio rio se/f se/f,, isto isto é, com a rea lidade, lidade, e em contato com maya27, um sistema de ilusão essendalmente centrado em torno do ego, por exemplo, os freqüentes sintomas de megalomania e inutilidade”. Diante dessa escassez de material sobre
da formação figura/fundo é o ponto inicial
o tema “psicose”, grande parte do conteúdo
para com preend er a funciona,: funciona,:dade dade das neu
deste verbete é de minha responsabilidade e fruto da minha experiência. A seguir, preten do apresentar, em tópicos, as contribuições
roses e psicoses. A m edida edida que essa dinâ dinâ mica fica perturbada, encontra-se ' frequen uma falta de formação de figura (repressão) [na neurose]. Ambas interferem na com-
sob uma perspeer/a gestáltica, tendo como diretriz o olhar fenomenológico clínico com relação relação ao tem a deste verbete.
pletação normal de uma Gestalt adequada”
1) Em Gestalt estão mantidos os “sinais
(PHG, 1997, p. 34). Goodman (PHG, 1997,
e sintomas” que definem as psicoses, do
p. 23 5) com preendia a psicose psicose com o “distúr “distúr
ponto de vista psiquiátrico clínico. Não há "outros sintomas gestálticos” de psicoses.
temente ou rigidez (fixação) [a psicose], ou
bios das funções de id”. Esse material transcrito do livro Gestalt-
Vale salientar que o ponto de vista clínico é
terapia explicada (1981), é de quando, per
apenas um critério de identificação das dis-
guntado o que teria a dizer sobre a psicose,
funções denominadas em conjunto de psico ses, que não é usado como parâmetro para a estruturação de um projeto terapêutico,
Perls Perls respond eu: Eu tenho muito pouco, ainda, a dizer sobre a psicose. [...] O psic ps icót ótic icoo tem
nem mesmo para nortear o que deve ser necessariamente trabalhado numa sessão.
de, e esta zona morta não consegue
Prevalece a diretriz do que se convencionou chamar de "Aqui e Agora”.
ser alimentada pe la for ça vital. vital. Uma
2 ) Os “sinais “sinais e sintom sintom as" são são vistos vistos com o
coisa que sabemos ao certo é que a
vivências autênticas e genuínas, do campo
energia vital, energia biológica torna-se incontrolável no caso da
da intersubjetividade, mesmo que aparen temente ilógicas e irreais, do ponto de vista
psicos psi cose. e. [...] o psicótico nem mesmo
positivis positivista ta ou físi físico co (de Física). Física). O con ceito ceito
tenta lidar com as frustrações; ele
de "psicose” não se sobrepõe à pessoa que
simplesmente nega as frustrações e
o vivência. 3) Há toda ênfase possível na contextualidade dos “sinais e sintomas” vividos por
uma camada de morte muito gran
se comporta como se elas não existis existis sem. (p. 173-5)
Em seu livro autobiográfico, Escarafunchando Fritz, Perls (1979, p. 332) distingue: “Na saúde esta estam m os em contato com o mundo
27 Raiavra indiana indiana que designa “a filoso filoso fia do 'como s e’. e’ . Maya deve se r contrastada contrastada com a realidade, o mundo observável comum. Ambos podem estar a quilômetros de distância, que é a insanidade, ou podem estar integrados, que é arte’’ (Pdrts, 1979, p. 331).
DICIO NÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
qualquer pessoa em situação situação p sicóti sicótica ca e é fun
sobrepô-la ao enfoque existencial e feno-
damental trabalhar com essas vivências e sob
m enológi enológico co já já m encionado. Até p orque não
esse prisma de contextualidade. Ignorá-las,
se têm elemen tos para pensar que deixar de
evitá-las evitá-las ou tenta r anulá-las anulá-las com o iniciat iniciativa iva do
valorizar as vivências de uma pessoa, seja
terapeuta é ignorar, evitar ou anular uma re
em que condição orgânica e organísmica ela
lação terapêutica criativa, acolhedora e cons
estiver, trate-se de um ato terapêutico ético
trutiva. Assim, nossa tendê ncia é abando nar a
e producente.
obsoleta idéia de que pessoas psicóticas agem
7) O uso adequado adequado de m edicações es es
sem m otivos, otivos, que suas suas condutas não não têm sen
pecíficas pecíficas (antipsicóticos, (antipsicóticos, po r exe m plo) não se se
tido, nada significam ou nem sequer tenham
con trapõe a todo s os fatos m encionado s nesta
que ver com as demais pessoas.
abordagem, sendo preferencial, na medida do
4) Cada pessoa em vivência psicótica é
po ssível, con siderar as possibili possibilidades dades d e e scla
singular e p eculiar. N ão há duas ' psico ses”
recim ento e participação participação do “cliente" n essas essas
iguais em duas pessoas diferentes, nem mes
escolhas e usos.
mo dois "surtos” iguais na mesma pessoa, em
8) Há um m istério; stério; é a ocorrên cia quase quase
m om entos diferentes diferentes de sua existência. existência. A
universal, principalmente nas fases de vivên
busca e o trabalho terapêutico com as dife
cias afetivamente mais intensas (clinicamente
renças e singularidades de cada pessoa é mais
denominadas agudas), de negação da condi
identificador,
e
ção do sofrimento e de dificuldade de adap
terapêutico do que a busca das similaridades,
tação ao convívio convencional em grupo.
em bora estas estas sejam sejam importantes a ponto de
Esse mistério leva à condição de começar
nunca serem “perdidas de vista” como refe
considerável parte dos cuidados terapêuticos
rência co letiva. letiva.
com pessoas psicóticas de modo compul
reconhecedor,
estimulante
5) O enfoque c línico línico busca simil similari aridades dades
sório, contra suas próprias “vontades" e até
entre pessoas que sofrem disfunções psicó
supostamente colocaodo-as em oposição a
ticas. ticas. O enfoque existencial existencial é m ais ais am am plo e
quem lhes qu er m elhorar. O s organici organicistas stas
vai até as diferenças e singularidades. Assim,
compreendem este “prejuízo do senso críti
é m elhor falar em psicoses com o adjetiv adjetivação, ação,
co” como decorrente de afecções ou disfun
do que em psicoses psicoses com o substanti substantivo. vo. Co m o
ções de regiões cerebrais específicas, o que
adjetivo, o que se qualifica como psicótico é
nos parece um reducionismo. Além do que,
um conjunto de situações humanas de grave
essa questão nos põe diante de um dos mais
sofrimento, fragilidade, desestabilização e ris
sérios e polêmicos fenômenos do homem:
cos de agravamento, cronificação e destrui
a po ssibil ssibilidade idade de nos afirm afirm arm os diante do
ção, com prejuízo inclusive das possibilidades
outro, apesar da discordância que aparen
de avaliar avaliar essas essas cond ições.
temente os propõem ou impõem, quando
6) Respeita-se Respeita-se a organici organicidade dade c om o p os
dele dependemos.
sível componente da etiologia policausal das
9) Gostaria de citar alguns autores que
psicoses, como disfunções. Organicidade a
muito contribuíram para uma compreensão
ser identificada e cuidada, entretanto sem
maior da fenomenologia das pessoas que vi
DICIO NÁRIO
D E G E S 7 A L T- T E R A P I A
vem transtornos psicóticos. Alguns deles não
R E F E R Ê N C IA IA S B I B L IO IO G R Á F I C A S
se identificaram como fenomenólogos, mas o
Pe r l s , F
foram até certo ponto. Outros se identifica ram como tal, mas não permaneceram mui to tempo com esse olhar (fenomenológico). Importantíssimo não perder de vista o que fizeram : Karl jasp ers, Eugen Bleuler, Ludw ig
S. ( I 945). £go, £go, fome e mus, 2002.
agressão. agressão. São
________ . Escarafunchando Frítz: dentro e lixo. São Raulo: Summus, 1979. ________ . Gestclt-teropía 1977.
explicada. São
fora da leia de
Fóulo; Summus,
f. S.; H ef f e r u n e , R,; G o o d m a n , R São Paulo: Paulo: Summus, Sum mus, 199 7.
Pe r l s ,
Raulo: Sum-
Gestalt-terapia.
Binswanger, Gregory Bateson, Don Jackman, Ronald Laing, David Cooper, Maxwell Jones,
VERBETES RELACIONADOS
Thomas Szasz, J. Eisenck, Fuller Tòrrey, John
Aqui e jgora, Diagnóstico, Fenomenologia, figura e fun do itraçã itração, o, Função id, Gestalt-terapi Gestalt-terapia, a, N euro se, Saú de, Vivência
Rosen , W ilson ilson van D use n, Jan Jan Fo udraine, Mi-
chel Foucault, Kasanín, entre outros. 10) Mas vale também tam bém salientar que a pa rtir rtir do m om ento em que se va loriza loriza a contextuali contextuali--
P S IC IC O T E R A P IA IA D E G R U P O E
dade, que é um reducionismo da “situação “situação no
W O R K S H C P 28 28
mundo”, quer se dizer que, em função desta, há uma dinâmi dinâmica ca homem -meio — mesmo i|u i|u e suponhamos a existência de fatores gené-
Devemos lembrar que a Gestalt-tera pia iniciou sua prática como psicoterapia
i ic.os c.os e orgânicos— que é contínua e continua continua
individual e, apenas posteriormente, passou a aplicar suas propostas aos grupos, a ponto
m ente ente m utável utável. Q ue a forma e os conteúdos
de vir a ser conhe cida po r al alguns guns com o uma
vivenciados por cada pessoa e que são disfun-
abordagem eminentemente grupai. Confor me Shepard (1977, p. 57), um dos biógra
c.ionais, que podem ser chamados de psicó ticos hoje, não o foram no passado recente ou remoto em determinadas culturas, e que provavelmente, pelo menos em parte, não o serão amanhã. E que os erros, preconceitos e distorções do mau uso do diagnóstico como instrumento hum ano de cuida cuidado do e crescim en to não devam ser usados como arma contra ele, e sim sim a favor de seu seu m elhoram ento. Se ria ria como destruir as psicoterapias em função de seus usos indevidos, praticados por alguns. Q ue se h ou ver a viabili viabilidade dade histórica histórica de criar mos sociedades efetivamente indusivas e to lerantes, teremos oportunidades de convívio
fos de Frítz Perls, as primeiras referências ao seu trabalho com grupos datam do período de dez anos anos ( 194 6-1 95 6) em que vi viveu em Nova York: “Frítz ainda recorria ao divã, mas começava a utilizar cada vez mais os encon tros de cara a cara [...], assim como a ex plorar no campo da terapia de grupo”. Seu trabalho mais sistemático com grupos parece efetivar-se efetivar-se no início início da década de 195 0, tam bém em Nova York, quando fundou, com a esposa, Laura, o primeiro instituto de Ges talt-terapia, no qual ofereciam grupos de ca pacitação de psicoterapeutas.
menos disfundonal e menos patogênico. Sérgio Buarque
DICION ÁRIO
28 Algumas citações citações destes destes verbetes foram p or mim tradu zidas com o fim de proporcionar maior fluidez e melhor compreensão ao texto aqui apresentado.
D Ê G E S T A L T -T E R A P I A
Em 1967, Fritz publicou "Terapia de gru
vida temporariamente entre mim e u
po versus terapia individual", texto hoje clás sico, em que cntica a psicoterapia individual,
paciente paci ente,, mas o resto do gru po é total tota l
questiona a psicoterapia de grupo e propõe
como participantes ativo ativos. s. Na maioria mai oria
Gestalt-terapia: workshops de Gestalt-terapia: os workshops de
das veze vezes, s, eles eles agem como c omo uma audiê au diên n
mente envolvido, embora raramente
cia, que é estimulada pelo encontro a [...] qual é a mensagem que recebemos da terapia de grupo? A terapia de gru
faze fa ze r um pouc po ucoo da autote aut oterap rapia ia silen sile n ciosa. (Pers in Stevens, 1977, p. 35)
po p o nos diz: “Sou “Sou mais m ais econôm ec onômica ica que a terapia individu indi vidual” al”. A terapia terapi a indivi
Essas declarações de Fritz revelam muito
dual retruca: “Sim, mas você é menos eficiente” “Mas", pergunta a terapia de
de sua concepção sobre o trabalho com gru
grupo, quer qu er dizer que você é eficiente?” eficiente?”
tringe as vantagens do trabalho grupai sobre
Você notará que no meu íntimo estas duas terapias imediatamente começam
o individual pelo feto de ser mais econômico,
pos. Inicialmente, percebemos que ele res
a brigar e a entrar em conflito. Du
além de se r igualmente igualmente ineficiente. En tretanto, a “economia” do trabalho grupai não se limita
rante algum tempo, tentei resolver este
ao seu preço, geralmente mais barato, mas ao
conflito em Gestalt-terapia, pedindo a
feto de poder mais facilmente ser usufruído
meus pacientes que se submetessem a
por um maior número de pessoas e de tratar
ambas ambas [...] ultimamente, entretanto,
de questões mais amplas e compatíveis com a
eliminei totalmente as sessões indivi duais, exceto nos casos de emergência.
realidade sociocultural. Sua ineficiência e su
De fato, cheguei à conclusão que toda
penden do da disponibilidade disponibilidade d os participantes participantes
terapia individual é obsoleta e deve
grupais de se aprofundar em suas questões
ria ser substituída por workshops, de
e da habilidade fecilitadora e cooperativa do
Gestalt-terapia. Em meus workshops
psicoterapeuta. A profundidade da psicotera
agora integro o trabalho individual e
pia grupai requer maior confiança, tempo e
grup gr upai ai Entretanto, isto somente some nte tem resultado resultado com o grupo se o encon tro do
habilidade, pois lidamos com as atualidades existenciais dos vários participantes. participantes.
terapeuta com o paciente individual
Fritz Fritz também destacava, em seus workshops,
dentro do grupo fo r efetivo. (Perls in
a prioridade da relação interindividual entre o
Stevens, 1977, p. 29)
psicoterapeuta e o participante grupai sobre
perficialidade também são questionáveis, de
qualquer outra. Essa é uma perspectiva isolacionista e concentradora, várias vezes criticada
Mais adiante, acrescenta:
por ele mesmo em outros profissionais. Perls [...] Em meus workshops de Gestalt,
parecia não co nfiar na capacidade capacidade “terap “terap êutica”
quem sentir necessidade pode traba
e fecilitadora do grupo (que frequentemente
lhar comigo. Estou disponível, mas
sobrepuja as intervenções do psicoterapeuta),
não faço fa ço nada. Uma Uma dupla é desenvol
e deixava de aproveitar as qualidades poten
DICIO NÁ RIO DE GESTALT-TERAPIA
ciais ciais do grupo com o vivên cia com un itária, itária, diadia-
[...] a Gestalt-terapia foi muitas vezes
lógica e cooperativa.
erroneamente igualada a um estilo e
Por outro lado, avançou numa perspecti va comunitária e cooperativa com a fundação
ponto po nto de vista específicos específ icos sobre sob re tera tera
da comunidade de Cowichan, no Canadá (da
nos últimos dez anos de sua vida era
qual infelizmente pouco usufruiu por conta de sua morte, em 1970), criando um espaço
estritamente um modelo de trabalho
propício à vivência psicoterápica psicoterápica e ao trabalho trabalho conjunto, visando à manutenção e ao cuida
(modelo da “cadeira quente”), com
do das necessidades coletivas: 'A divisão entre a equipe e os participantes será superada. O principal é o espírito de comunidade propicia do pela terapia - vam os cham á-la á-la assi assim por enquanto, na fal falta de um a expressão m elho r” (Perls, 1977, p. 106). Posteriormente, reconheceu parcialmen te os limites de sua proposta de trabalho gru pai: “Basicamente, o que eu estou fazendo é uma terapia indivi individual dual em con texto de grupo, mas não se limita a isto. Muitas vezes, o que acontece acontece num grupo acontece po r aco ntece r” (Perls, 1977, p. 105). Ainda no tocante à crítica à prática de Fritz com grupos, podem os destacar as as palavras palavras de Yon tef ( 198 7, p. 9 ), que que stionou stionou sua pro posta e atitude em relação aos participantes de seus grupos:
pia p ia de grupo. O estilo qu e Fritz usou
um-a-um com o terapeuta no grupo os outros participantes como meros observadores [...]. Os modelos de re lação com o grupo eram como os raios de uma roda, com o terapeuta no cen tro e toda interação passando por ele.
(Yontef, 1987, p. 12-3) Especialmente após a morte de Perls, em 197 0, a proposta de trabalho trabalho com grupos em Gestalt-terapia vivendou uma crise, pois: Gestalt-[...] emb ora a teoria básica da Gestalt terapia enfatize o contato e o apoio, isto é, o auto-suporte para o contato e a relação interpessoais, a falta de clareza e consistência consistência da definição d efinição fr e quentemente conduziram à confusão teórica e prática. O auto-suporte era freq fr eque uent ntem em ente en te discu d iscutid tidoo de d e uma u ma m a neira neira que o confundia com a auto-su
[...] A aw areness cândida e ingênua do pacie pa ciente nte e o compor com portam tamento ento resultante
ficiência, ficiên cia, e prega pr egava va-se -se uma um a atitude ati tude
dessa awareness parcam par cam ente en te desenvol
excessivamente negativa com relação
vida eram frequentemente considera
a qualquer qua lquer ind ício de confluência. confluência. Isso Isso
dos com desrespeito e suspeita. [...] A
obscwreceu a importância da interde
terapia era muitas vezes encarada não
pend pe ndên ência cia e coo pera pe ração ção no fun f un cion ci on a
como uma aventura cooperativa do te
mento sadio e normal. Essa confusão
rapeuta e do paciente, mas, sim, como
pod p od e ter sido sid o instigada inst igada p el a negação neg ação
uma aventura entre adversários.
de Fritz e de outros Gestalt-terapeutas de sua interdependência. (Yontef,
Consequentemente,
1987, p. 8)
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T E R A P IA
U t UKUPC' UKUPC'
Partindo de uma perspectiva de grupo
r
<
individualmente orientado, essa limitação foi
propiciando sua detecção e inclusão na comu nidade ou totalidade grupai.
cada vez mais reconhecida e, conseqüente-
Sem dúvida, os grupos como comunida
mente, foram sendo propostas mudanças na
des de aprendizagem cooperativa não são
concepção dos grupos gestálticos. Os grupos
uma panacéia para todo s os m ales. En tretanto,
de mo de:c jm-a-um passara passaram m a ser oerce-
são uma forma efetiva de atuação para psicó-
fcidos como muito tensionantes e extensos para que a experiência intnoessoal fosse assi
>gos, educadores, psicoteraoeutas e outros profissionais comprometidos com a transfor
milada e integrada; muitos participantes, mais
mação so cial, a fim fim de feciirtar feciirtar a essas com uni
do que uma cura para suas neuroses, dese
dades humanas, os grupos, a conscientização
javam apenas ape nas co n h ec er-se er -se um pouco po uco mais e se relacionar relacionar m eiho r entre si. si. Ke pne r ( 198 0,
de sua aiienação e vitimação à manipulação
p. 15) conclui que “este tipo tipo de proc esso de
consumista e às relações de dominação. Ou seja, quando bem conduzido por facilitadores
grupo, [...] entre outras coisas, reforça o culto
conscientes desses riscos e perigos, podem vir
do indivíduo, e cria no relacionamento entre
a ser formas de resistência às tendências so
membros e líderes uma dependência do lí
ciais ciais desagregadoras. O trabalho grupai grupai exige exige toda nossa atenção, afeto, dedicação, estudo
der" (grifos do originai). Co m base nessas nessas constatações, nasceu nasceu o
e conhecimento acerca dos seres humanos e
modeio de crescimento pessoal, que incluía
dos fenômenos característicos aos grupos e à
experiências de aprendizagem aprendizagem e m udança psi psi cológica, cológica, A ênfase passou, cada vez m ais, ais, dos
sua reali realidade sód o-h istórica istórica con creta.
indivíduos aos relacionamentos interpessoais dentro do grupo. Entretanto, nesse modelo, o lílíde de r ainda m antém um papei central cen tral durante o processo grupai, e os m em bros tendem a sair sair dessas dessas expe riênc riênc ias com a crença de que é su ficiente expressarem-se e serem responsáveis por si mesmos com o fim de criar uma vida pessoal, uma família, uma equipe de trabalho ou uma comunidade melhores. Essa crença é não apenas ingênua, mas disfuncionaí, porque negligencia a realidade do meio sodai em que estamos insertos (Kepner, 1980, p. 15-6). Nesse contexto, deve-se destacar o papel do grupo como instância humana, como me diado r entre a particularidade particularidade individual individual e a to talidade social, bem como, dentro do grupo, o papel papel do psicoterapeuta com o fadlrt fadlrtador ador de atitudes cooperativas entre os participantes,
Portanto, devemos ter claro que [...] encaminhar o processo grupai em
direção à realização do projeto grupai básico, a sua razqó de ser explícita (o que não exclui a existência de objetivos implícitos concordantes ou conflitantes com a tarefa básica) requer uma série de decisõe decisões. s. É preciso estabelecer e stabelecer quem parpa rticipa, como se estruturam os trabalhos e qual o tipo de intervenções intervenções que podem favorece favo recerr a produtivi produt ividad dadee do grupo. grupo. São decisões decisões que devem d evem se nortear n ortear sobretudo pela pe la correspondência correspon dência com a tarefa e só secundariamente secundariam ente por teorias e técm técmcn cns. s. (Tellegen, 1984, p. 76)
Creio que o grande dado novo a respeito do processo de grupo gestáltico é a confiança
OICIONÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
no p ode r do grupo com o o utro co-racmt co-racmtaaor aaor
no p ode r do grupo com o o utro co-racmt co-racmtaaor aaor que interfere, intervém, interrompe e trans forma, assumindo um papel que, de início, é privativo do líder, mas, pouco a pouco, trans
_______ . (1967). “Terapia de grupo versus terapia indivi dual" In: Stevens , J.O . (org .). Isto é Gestalt. São Paulo: Summus, 1977, p. 29-36.
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Sc h u t z , W. C . 0 praz er. Ex pa nsã o da c on sciê nc ia hu ma na.
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Confluência, Confluência, C ontato, Cu ra, Gestalt-terapia, Necessidades, Resistência
U U \
D I C I O N Á R I O D E G E S T A LT - T ER A P I A
r RESISTÊNCIA E EVITAÇÃO Mesmo antes de a Gestalt-teraoia se con sagrar como uma abordagem psicoterápica, Fritz Perls, um de seus criadores, emprega o term o “evitação ” para indicar indicar a fuga fuga ou e s cusa ao contato com alguém ou com alguma coisa. Ele defende que “a neurose é carac
o que se evita e em que circunstâncias algo é evitado. As evitações, mesmo quando não são saudáveis, são adaptativas porque repre sentam sentam a m elhor m aneira aneira que o indi indiví víduo duo encontrou para agir agir em determ inada situação. situação. Entretanto, elas conduzem a padrões crista lizados de funcionamento, sendo utilizadas
terizada por diversas formas de evitação,
semp re da mesma form form a em situaç situações ões sem e
principalmente a evitação de contato” (Perls,
lhantes, mas não iguais, sem discriminação de
2002, p. 39). Em outro momento, na mes
quando elas são úteis e quando não são. Sem
ma obra, ele destaca que a evitação é “a ca
diferenciação, qualquer mecanismo de evi
racterística principal da neurose [...]” (Perls,
tação, embora seja um ajustamento criativo,
20 02 , p. 26 8). Nas duas citaçõe citaçõe s, o vocábulo
não p erm ite ite que a pessoa satisfaç satisfaça a suas neces
em questão tem uma conotação referida à
sidades sidades e, dessa form a, traz sofrim sofrim ento.
psicopatologi psicopatologia. a. Co ntud o, a evitação evitação pode se r
“Esses mecanismo s de defesa ou de e vita vita
vista também como uma forma de autopre-
ção do contato podem se r saudávei saudáveiss ou pato
servação: “Tudo que ameaça enfraquecer o
lógicos, conforme sua intensidade, sua malea
todo ou partes da personalidade é sentido
bilidade, o momento em que intervém e, de
como um perigo, como algo hostil que pre
uma maneira mais geral, sua oportunidade”
cisa ser aniquilado pela destruição ou pela
(Ging er; Ginger, Ginger, 1995, p. 132). As evitações evitações
evitação evitação ” (Pe rls, rls, 20 02 , p. 10 9 ). N a reali realidad dad e,
foram chamadas por diferentes autores de
as diversas formas de evitação são utilizadas
mecanismos neuróticos ou mecanismos de
como proteção e comumente chamadas de
resistência. Elas são evidenciadas na fronteira
mecanismos de defesa.
de contato do indivíduo com o ambiente que
Em o utro livro seu, Perls ( 198 8) de ixa cla
o cerca.
ro que nem toda evitação (ou fuga) é pato
Pèris (1947) afirma que as resistências
lógica, lógica, fazend fazend o-se n ecessário ecessário ve rificar rificar sem pre
podem ser sensomotoras ou somáticas, in
telectuais ou emocionais. As primeiras são
Tal é a importância do significado do ver
expressas no corpo físico, como tensões, es-
bete que Polster e Polster (2001, p. 67), na
cotomas, frigidez etc, As segundas envolvem
tentativa de tirar o caráter patológico das evi-
justificativ jus tificativas as,, racion rac ion alizaç õ es, es , co branç bra nças, as, cen ce n suras. Já as resistências emocionais são meca
tações, explicam que “o que normalmente é considerado resistênca não é apenas uma
nismos que restringem ou impedem expres sões emocionais consideradas pelo indivíduo
barreira inerte que deve ser removida, mas uma força criativa criativa para adm inistrar inistrar um um m undo
como desagradáveis ou perigosas. PHG (1951) definem as resistências
difíc difícilil”. ”. E acre scen tai- Em vez de pro cu rar remover a resistência, é m elhor focalizá-l focalizá-la, a, supondo que, no m elhor dos casos, casos, um a pes
como perturbações das funções do ego no processo de contato. Dependendo do mo mento em que houve a interrupção, obser va-se um tipo de mecanismo com denomi
soa cresce ao resistir, e, no pior, a resistência ainda é uma parte de sua identidade' (Polster; Polster Polster,, 2 0 0 1, p. 68).
nação própria: confluência (ocorre antes da excitação); introjeção (ocorre durante a ex citação); projeção (ocorre no momento de confrontar o meio); retroflexão (ocorre du rante rante o conflito conflito e o processo d e destruição); e egotísmo (ocorre no contato final). Outros autores acrescentam outras denominações, como proflexão proflexão e deflexão. deflexão.
Teresinha Melio da Silveira REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS G inger , S.; G inger , A. Gestalt: uma terapia do contato.
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Pe r l s , R S.; H e f f e r u n e , R.; G o o d m a n , R (1951). Gestait-
Cab e especific especificar, ar, porém , logo a princí pio, pi o, que qu e a GestaltGestalt - terapia, terap ia, con traria tra ria
terapia. São
Paulo: Summus, 1997.
Po l s t e r , E.; Po l s t e r , M. Gestalt-terapia integrada. São
Paulo: Summus, 2001.
mente a certas outras outras abordagens, abordagens, não visa atacar, vencer ou “superar” as
VERBETES RELACIONADOS
resistências, mas, principalmente, tor
Ajustamento criativo, Confluência, Contato, Deflexão, Egotismo, Escotoma, Fronteira de contato, Gestalt-tera pia, Introjeção, Mecanismos neuróticos, Necessidades, Neurose, Proflexão, Projeção, Retroflexão
ná-las mais conscientes, mais adapta das à situação do momento [...] essas resistências podem ser normais e ne cessárias ao equilíbrio psicossocial: elas são, no mais das vezes, uma rea
RESPONSABILIDADE
ção saudável de adaptação. Somente suas exacerbações e, principalmente,
Devido à influência da visão existencialista de homem na Gestaft-terapia, entende-se o
sua cristalização em momentos im
particular significado que o conceito de “res
próp pr óprio rioss constitu cons tituem em um com porta po rta
ponsabilidade” assume nessa abordagem. Pára o existendali existendalism sm o sartri sartriano, ano, os se res hum anos
mento neurótico. (Ginger; Ginger,
1995, p. 132-3)
são livres e responsáveis pela condução de suas próprias vidas: “No caso do homem, o
DICION ÁR IO DE GESTALT-TERAPIA
rsc rv
o u u nu nu c
rsc rv
o u u nu nu c
existencialismo postula que: a existência pre
(Peris, 1981, p. 91). 91 ). Para o neurótico, neu rótico, assum assum ir
cede a essência. Por isso, só ele, ao contrário
responsabilidade é correr o risco de ser acusa
dos outros entes, não está predeterminado
do, é como co mo se ele dissesse: dissesse: ‘‘Não sou responsá responsá
quanto ao seu sentido, só ele é livre" (Sá, 2005, p. 324). No entanto, no primeiro livro
vel por minhas atitudes, é tudo culpa da minha neu rose” (Perls, 19 8 1, p. 9 1).
de Gestait-terapia, os autores PHG não fazem
Perls enfatizava a importância de que o psi-
quaisquer referências ao existencialismo ou a algum autor específico desse movimento filo
coterapeuta trabalhasse de modo responsável para pod er ajudar o clien cliente te a assum ir responsaresponsa-
sófico, nem à noção de responsabilidade.
biiicade biiicade po r suas próprias ações açõ es e pela p ela sua vida.
Em Gestait-terapia explicada (1977), en contra-se o conceito de responsabilidade definido por Perls (1977, p. 96) como "ha
Ele dizia: ‘A ‘A responsabil respon sabilidade idade fundam fundam ental do terapeuta é não deixar sem questionamento
bilidade de responder: de ter pensamentos,
qualquer afirmação ou atitude que não sejam representativas do si-mesmo, que sejam evi
reações, emoções numa determinada situa
dência dên cia da feita feita de respo nsabilidad nsabilidadee do d o paciente" paciente"
ção". Em nota de rodapé da tradução brasi
(Perls, (Perls, 19 8 1, p. 92 ). N a busca busca por prom over o
leira leira dessa ob ra, é destacada a im im possibil possibilidade idade de tradução exata para o português da pala
processo de reintegração por parte do cliente, “temos que usar qualquer parcela de respon
vra “responsabilidade”, no sentido que Perls
sabili sabilidade dade que ele de seje assumir. assumir. O mesm o
a confere. No original inglês, responsability (responsabilidade) pode ser desmembrada
se aplica ao terapeuta. Este tem que assumir inteira responsabilidade por suas reações, ao
em dois term term os: response-hability (habilidade de responder por), jogo de palavras que Perls
paciente” (Perl (Pe rls, s, 19 8 1, p. 9 1). Assum Assu m ir responsabili responsabilidade dade por po r nossas atit atitudes udes
passou a utilizar após esse livro.
e poder funcionar na vida de modo coerente
Em relação ao processo da psicoterapia, Peris dtestacava a. importância de desenvolver
com quem realmente somos é o caminho na
ura. movimento de integração e dá tomada da consciência, por meio dO' qual surgiríam:, ‘Au
busca da “re-integração” de nós mesmos. Ser quem realmente somos é o que nos permite
tenticidade, maturidade, responsabilidade pelos
alcançar a verdadeira mudança, segundo os pressupostos da teoria paradoxal da mudança
próprios atos e pela própria vida, capacidade
de Beisser, que afirma: ‘A. mudança não ocorre
para para resp onde on derr e viver v iver no agora, te r a criati criativi vida da de do agora disponível disponível [...] [... ] ” (Perls, 19 7 7 , p. p . 8G} 8G}...
através de um a tentativa coercitiva p or parte do
Ele diz que os mecanismos neuróticos fezem
loy mas acontece se dedicarmos tempo e esfor
que as pessoas esquivem-se da responsabilida de por suas próprias ações: “Se o neurótico se
ço a ser o que som os - a estar estarmos mos plenament plenamentee
dissoaa de si mesmo através da projeção, hv
Fagan; Shepherd, 1980, p. I 10).
trojeção, confluência ou netroflexão, encontra-
O qu e nos faz nos distanciar distanciar de. nó s mes mos é a tentativa desesperada de sermos
se numa posição em que, tendo abdicado da responsabilidade, também abandonou sua ha bili bilidade de resposta e sua liliberdade berdade d e escolha”
indivíduo' ou de uma outra pessoa para mudá-
investidos em nossas posições correntes” (in
aceitos na vida social. Perls, em sua autobio grafia (1979), dizia haver uma grande dife
DICIONÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
rença entre podermos ser responsáveis por
pia, uso as palavras de Shakespeare, em um
nossas ações e o sentido moralista do termo
trecho trecho do soneto “Você aprende":
“responsabilidade" como aquele em que pre cisamos “assumir obrigações ditadas pelo de ve r" (Perls, 1979, p. 139 139 ). O verd ad eiro sen tido de responsabilidade, dentro do ponto de
Aprend Apr endee qu e as circunstân circun stâncias cias e os
ista da Gestalt-terapia, entende a responsabi-
ambientes têm influência sobre nós,
l'dade como uma^èonseqüêncía do processo
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Depois de algum tempo você aprende...
de reflexão sobre si mesmo e sobre nosso papel no mundo, uma atitude espontânea e consequente à awareness. Ser responsável
Começa a aprender que não se deve
é
comparar com os outros, mas com o
algo muito além de agirmos de acordo com as regras e convenções sociais; diz respeito a um
melhor que você pod e ser. Descobre que se leva muito tempo
sentido holístico de integração com a natureza e pertencimento ao holos, à totalidade.
par p ar a se s e to m ar a ppes esso soaa que qu e que q uerr ser, e
O resgate desse sentido sentido de respo nsabilida nsabilida
Apren Ap rende de que qu e o tempo tem po não é algo que
de é hoje fundamental para que a humanida de possa possa “re-pen sar” sobre o alcance d e suas
possa poss a volta vo ltarr p a ra trás. Portanto, plante seu jardim e decore
ações na realidade em que estamos vivendo.
sua alma, em vez de esperar que al-
que o tempo é curto. curto... ..
guém gu ém lhe traga trag a flore flo ress [...].29
Passamos por momentos em que a perda do sentido de ligação em relação à natureza e à vida social mais ampla tem gerado atitudes destrutivas e de total desconsideração com a ecologia do mundo biológico e social. Boff (1999, p. 24) nos alerta para a necessidade de buscarmos uma nova concepção filosófica que seja “holística, ecológica e espiritual. Ela funda uma alternativa ao realismo materialis ta, com capacidade de devolver ao humano o sentimento de pertença à família humana, à Terra, ao universo e ao próprio divino”. De acordo com esse autor, a conseqüência mais grave da perda desse desse sentido sentido de co nexã o com o lõdo é a falta de cuidado que assumimos com aquilo que nos envolve, a feita do sentido
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de responsabilidade pelo que fazemos a nós mesm os e causamos causamos ao ou tro. tro. Para fechar este verbete sobre o sentido de responsabilidade na visão da Gestalt-tera
”
Dispon Dis pon ível em : .
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T- T ER A P I A
189
VERBETES RELA C IONA DOS
RETP.ORIXÃO
traçar uma linha divisória entre ele e
Aw are ne ss, Confluência,
Consciência, Emoções, Existên cia, Existendalismo, Gestalt-terapia, Introjeção, Neurose, Projeção. Retroflexão, Re troflexão, Te oria paradoxal da mudanç mudança/mua/mudança, Totalidade
o mundo, e a esboça nítida e clara, jus tamente no meio - mas no meio de si si própri pró prio, o, (p. 54, grifo nosso)
E importante importante salientar salientar que e sse m ecanismo ecanismo
RETROFLEXÃO
se ongina no processo de contato quando há
Entendendo-se a retroflexão como cur
-erturbaçõ es das funções do ego mais precisa precisa
var-se para trás, pode-se dizer que o sentido desse termo já aparece com o filósofo exis
mente no contato final. Na retroflexão, a inter
tencialista Kierkegaard ao referir-se à relação
de destruição” destruição” (PH G , 199 7, p. 25 2). N a prática prática clíni clínica ca ob serva-se que esse m e canismo aparece por meio, por exemplo, do uso do pronome reflexivo “si mesmo”; das
do eu com o eu : “[A ] com com unicação não vai do do eu para o outro, ou do outro para o eu, mas do eu para o eu” (Pe (Pe ris, ris, 197 9, p. 24 8). Em EFA, quando Pe ris ris (20 0 2, p . 181) ainda ainda
rupção ocorre "durante o conflito e o processo
"alguma função, que originalmente é dirigida
palavras “auto” e “próprio", tais como auto controle e autopunição; das somatizações, entre outros. Durante o processo terapêuti co , verifica-se verifica-se que as retroflexõe s estão sendo
do indiví indivíduo duo para o m undo , muda sua direção direção
desfeitas quando as partes alienadas começam
e se volta para o originador”. Em outras pala
a se integr integrar. ar. Segundo Segundo os Ging er ( 199 5), o que facilita essa integração é o incentivo à ex
nomeia os mecanismos neuróticos como “ini bições essenciais”, define a retroflexão como
vras, a pessoa é um agente ativo e passivo da ação; embora pareçam partes separadas, elas
pressão das emoções. A partir daí, o contato se estabelece e a expressão volta a fluir. fluir.
continuam em ativa ligação. No livro de PHG (1997, p. 255-6), os autores consideram qu e "as energias energias com pro
Gladys D 'Acri e Sheila Sheila Orgler Org ler
i.
metidas voltam-se contra os únicos objetos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
seguros disponíveis no campo: sua própria personalidade e seu próprio corpo. Estas são as retroflexões”. retroflexões”. ,
G inger , S.; G inger , A . Gestalt: uma terapia do comuto,
Com o desenvolvimento da Gestalt-tera pia, as inibições essenciais passam a ser de finidas como mecanismos neuróticos. Em A abordagem gestáltica e testemunha ocular da
Peris diz diz que: terapia ( 197 7), Peris
São Paulo: Paulo: Summus, Summ us, 1995. Pe r l s , E S. ( 197 7). A abo rda gem ge stá lti ca e testemunha ocular da terapia. terapia. São
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Ego, fome e agressão. São
Paulo: Sum
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da Ia to de
Pe r l s , F. S.; H ef f e r u n e, R.; G o o d m a n , R Gestalt-terapia.
São Paulo: Summus, 1997.
O qu arto arto m ecanismo ecanismo neurótico neurótico pod p od e ser chamado retroflexão, o que sig nifica literalmente voltar-se rispida
VERBETES RELA C IONA DOS
Campo, Conflito, Contato, Emoções, Ego. função. Me canismos neuróticos
mente contra. O retroflexor retroflexor sabe como
DICIONÁRIO DE GESTALT-TERAPIA
s SATORI “Satori" é um term o cit c itado ado na b ibliogr ibliografi afiaa
que ele tinha estado num campo de concentração. Falei alemão com ele, e
gestáltica, principalmente por Fritz Peris, em
conduzi-o de volta aos momentos de
sua autobiografia, como alternativa de aware-
desespero, removendo o' bloqueio do
ness. Assim, poderia ser definido como a ca
choro. Ele realmente chorou os olhos,
pacidade de conscientizar a dinâmica do ab
ou melhor, talvez possamos dizer que
soluto, uma dinâmica transcendental na qual uno estamos imersos; a condição de sermos uno
ele chorou a pele. Despertou num es
com o universo, um tipo de awareness que temos concomitante ou simultaneamente
realmente e teve a experiência típica do SATORI, de estar completo e livre
com outras dinâmicas que estamos vivendo
no mundo. Pelo menos deixara atrás
no aqui e agora, como a de nossas potencia
o campo de concentração e estava co
lidades (corpo/organismo), a dinâmica mental
nosco. Os vergões desapareceram [...].
(referenc ial mental e sim bó lico), a indivi individual, dual, a
(Peris, 1979, p. 137)
tado de confusão, e depois despertou
microdinâmica de grupo, a dinâmica de gru po, a m acrodinâm acrodinâm ica ica de grupo grupo e tc.
Peris, talvez talvez influenciado influenciado pela m entalidade entalidade
Fritz Peris relata uma experiência ocorrida
e movimentos culturais dos anos 1960, pro
com um paciente, quando ainda morava na
cura uma saída para o niilismo existencialista
África do Sul, que ele denomina satori:
que parece asfixiá-lo por intermédio de mé todos espirituais e das disciplinas filosóficas ou
Este soldado tinha um profundo de
religiosas do mundo oriental. Para tanto, vai
sespero nos olhos e estava um tanto
ao Japão, buscando ser iniciado na pratica do
atordoado. No exército, é claro, não
zen-budismo.
tínhamos tempo para brincar de psi
Pouco tempo depois, desiste do budismo
canálise ou qualquer outra forma de
zen, justificando que, “assim como o estudo
psicotera psico terapia pia extensiva. Coloq Co loque uei-o i-o sob
da psicanálise cria psicanalistas, o estudo do
efeito de Pentotal e fiquei sabendo
Ze n cria monges Z en ” (Peris, 1979, p. 13 6).
Conclui que o valor dessas disciplinas “reside no aumento da tomada de consciência e na liliberação beração do potencial hum ano” ano ” (Pe rls, 1979 , p. 136), porém a efici eficiênc ênc ia desses m étodos deve se r negada negada:: o zen não po de se r eficiente eficiente porque “não é centrado nas polaridades de contato e retraim retraim ento, o ritm ritm o da vida" vida" (Perls, 1979, p. 136). “Satori ” é uma palavra japonesa que fez referência ao momento em que o pratican te do zen consegue atingir a iluminação por Z a z e n , do Koans ou outras meio da prática do Za práticas, práticas, sendo sendo sem pre um a exp eriência única única e individual. Uma vez atingido o satori, consegue-se entender também a essência do zen,
o qual passa passa a se r prati praticado 2 4 horas po r dia; dia; 0 próprio Se r passa passa a ser zen , e o zen integ integra ra-se no Ser. E um acontecimento religioso na verdadeira acepção da palavra latina “ religare", que significa reiigar entidades afastadas: o mi crocosmos (Ser Humano) religa-se ao macrocosmo s (U n iverso )30 )30. Nas recomendações do mestre Taisen Deshimaru Rôshi, percebemos a proposta de uma vida ascética para atingir o satori ou os 01to sator sat orís, ís, aos quais quais se refere co m o condição condição sine qua non para transformar-se no Grande Homem. A seguir: seguir:
1) Shôyoku ou desejar dese jar pouco. Trata-se de renunciar às honrarias, proventos proventos e necessidades, em suma, desejar pouco ou nada. Não ser ambicioso. Tal é o prim pr imeir eiroo satori. Ter poucos desejos ou limitá-los. Este, o mais alto desejo.
30 Disponív Disponível el em : < http://Www.wikipedia.com/ > . Acesso Acesso em: 12 jul. 2007 .
2) Chisoku: compreender suficien temente. Quando recebemos alguma coisa, se a aceitarmos, será o bastante. bastante. ri. É o segundo sato ri. 3) Gyô: a alegria tranquila, sem ruí ri. do. É o terceiro sato ri. 4) S h ô jiir o esforço. O hábito é neces Zazen cada dia. O quarto sário. Fazer Zazen satori.
5) Fumonen: sem ilusão. Proteger a verdadeira verda deira verdade, verdade, o Dharm a. O con trário é ilusão. ilusão. A verdadeira m editação é voltar à condição normal, tranqüila, do corpo e do espírito. Se o poder da consciência for vigoroso, não seremos dominado dom inadoss pelos cinco ladrões: o sexo, sexo, a incontinência no comer, a obtenção de honras, a presença de desejos, desejos, o enri. sandecimento. É o quinto sato ri. 6) Shüzenjô: samadhi na prática do zazen. Shü: prát pr átic ica; a; Zen: zen de za zen; Jô: sam adh i, estabilidade, estabilidade, imobi im obi lidade. Permanecer no dharma, nun ca em sanran, nunca distraído, assim ri. é zenjô. Assim se atinge o sexto sato ri. 7) Jôriki; a energia produzida por zazen. Jô: samadhi, estabilidade do poder, a força. Quando zazen; R iki: o poder, prat pr atica icam m os o zazen , o poder aumenta. Não se trata trata de um pode r mágico, mágico, mas da verdadeira energia, da energia jus ta. Sétimo satori. 8) Fukero:anão-discussão. Compreen der e aceitar os ensinamentos do Buddha, separar-se separar-se das próprias catego catego rias racionais, da consciência pessoal. Compreender verdadeiramente o as pecto pe cto verídic ver ídicoo do cosmos. Comp Co mpree reen n der que a vida e o nosso mundo não
D I C IO I O N Á R I O 0 6 G E S T A L T - T E R A P IA IA
são mais do que M ujô, impermanèn-
SELF
cia. Tal é o verdadeiro aspecto da vida
Este conceito, cujo sentido comum em língua inglesa é “a personalidade de alguém; a
e do mundo: o oitavo satori. (Rôshi,
1995, p. 71-4)
natureza-base natureza-base de alguém” alguém” (O xfo rd, 1978, p. 788), é utilizado em psicologia e psicoterapia
É provável que essas idéias, acrescidas pe
como referência conceituai geral ao "si mes m o1'. Em G estalt-terapia, rem ete ao cerne da
las preocupações ecológicas, transcendentais e espirituais, tenham dado base para o desen
Universo, onde estamos imersos. Nessa visão,
concepção fenomenológica da constituição da subjetividade. Encontramos as primeiras alu sões ao conceito na obra de autoria de Perls que marca a origem da Gestalt-terapia, o livro EFA (1947). Ali já se anunciava a perspectiva diferenciada de se/f em relação à forma como
o Universo é um grande organismo vivo e age intencionalmente. Para essa corrente teórica,
é concebido em outras abordagens teóricas e práticas no campo da clínica .psicoterapêutica,
nós, seres humanos, fazemos parte dessa na
ou seja, a relação intrínseca entre se/f e campo
tureza cósmica e somos o topo da cadeia de elementos autoconsdentes desse Universo - em outras palavras, palavras, fom fom os “prem iados” com
que cria a base para a concepção de uma sub jetividad e desd e e para sem pre enraizada enraizad a nas relações. Assim se compreende quando Perls
o m aior nível nível de consciência organiz organizada. ada.
( 196 9, p. 3 8) anunci anuncia: a:
volvimento da psicologia transpessoal que re tira, existencialmente falando, o Ser Humano da sua condição de Centro ou Rei da Criação para para tom á-lo parte do m isteri isterioso oso Todo q ue é o
Mil flore s de d e plástico plást ico
Nenhum organismo é auto-suficiente.
Não faze m um deserto florescer florescer..
Ele requer requer o mundo pa ra a gratificação gratificação
Mil rostos vazios
de suas necessidades. Considerar um organismo organismo por ele mesmo implica olhar par p araa ele como uma unidade unid ade artificialartifici al-
Não podem po dem uma sala vazia preenche preencher. r.
(P e rls, 1979, p. 111)
mente isolada, já que existe sempre uma interdependência do organismo e Hugo Ramón Barbosa Oddone
seu ambiente, (tradução nossa)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pe r l s ,
T. D. 0 anel do caminho: palavras ze n. São Paulo: Pensamento, Pensam ento, ! 99 5.
Rô s h i ,
da lata de
de um mestre
Tal noção se alinha com a da psicologi psicologiaa da Gestalt, que postula que “existe primariamen te uma form form ação com preensiv preensivaa - chamada chamada ‘Ge stalt’ (form (formação ação d e figura) figura) - e que as par par tes e pedaços isolados são formações secun
VERBETES RELACIONADOS A m re ne ss , Consciência, Contato, Organismo Aqui e agora, A
dárias” (Pe rls, 1969, p. 27 ; tradução nossa). Naquele texto, não há ainda uma descrição
S A Ú D E (V (V E R D O E N Ç A , SA SA Ú D E E C U R A )
DICIO NÁRIO
wmimmm
DE
sistematizada do se/f, mas o termo já aparece na afir afirm m ação de qu e “apenas onde e quando o
G E S T A L T - T E RA P I A
seff enco ntra o 'estranho' é que o Ego come ça
Em circunstânci circunstâncias as ideais idea is o se lf não tem
a funcionar, a existir, a determinar a fronteira
muita personalidade. [...] O incremen
entre o 'campo' pessoal e o impessoal” (Feris,
to de crescimento e aprendizagem após
1969, p. 143; nossa tradução). Essa formulação inicial cria as condições ne
um bom contato é indiscutível, mas é pequeno. pequ eno. O self encontrou e produziu
cessárias para a posterior caractenzação do self
sua realidade, mas, reconhecendo o que
com o processo processo de fronteira fronteira e função de con ta
assimilou, vê-o novamente como parte
to. É essa a concepção que tom tom a corpo quando
de um vasto campo. (p. 230)
a teo teo ria ria do self é propost propostaa por PH G , em 1951. Jaul Goodman é, entre os três, aquele que se
Essas advertências advertências nos levam levam aos desen vol
dedica especialmente ao desenvolvimento da
vimentos mais recentes do conceito em Ges-
;eoria do self, agora então concebido como
talt-t talt-terapi erapia. a. Autores contem porâneos têm des
a função de contatar o presente transiente concreto" (PH G , 199 7, p. 17 17 7 ), “sistema “sistema com
tacado a complexidade e a riqueza embutidas na concepção do “si-mesmo” de Goodman,
plexo de contatos necessários ao ajustamento
como é o caso caso de W hee ler (20 05 , p. 14 9 ):
no campo im im bricado” (p. 17 9 ), “força que for for ma a G estalt no cam campo” po” (p. (p. 18 0 ), “processo de figura/Tundo em situações de contato” (p.
proces pro cessos sos com o um p eque eq ue no agent age ntee
18 0 ), “espontâneo - nem ativo, nem p assivo assivo
ou subpessoa imerso em algum lugar
- (como fundamento fundamento da ação e da paixão) e
“dentro” dentr o” de nós, nós, entend en tende-o e-o como com o nosso nosso
engajado engajado na sua situação” situação” (p (p . 18 1), e finalm finalm ente como “função-se/f que é “o processo figura/
processo processo básico básico pa ra inte inte g rar o cam po total da experiência. Portanto,
fundo nos contatos-fronteira no campo orga-
resulta mais útil pensar neste proces
nismo/ambiente” (p. 190).
so como ocorrendo, metaforicamente,
O conceito conceito de self é então diferenciado das idéias de entidade fixa, instância intrapsí-
“no limite” da experiência, e não nas profu pr ofund ndeza ezass priv pr ivad adas as e preexis pre existen tentes tes
quica, núcleo, estrutura ou essência encap-
do indivíduo. indivíduo. [...] O “contato” cont ato” produz prod uz
sulada dentro do organismo ou da perso
o ““si si mesmo me smo””, e não o contrário. contrár io. Fora
nalidade. Na parte do texto que fez a critica de teorias psicanalíticas do self, encontramos
desse processo, que inclui a memória
Em vez de considerar o si mesm o e seus
ou o “si “si mesmo mes mo narra nar rado” do”, com o o es
como advertência que "o sentido de self tem tem de ultrapassar a propriocepção de nossa indi
processo so integ rado r no mo. O eu é o proces
vidualidade” vidualidade” (P H G , 1997, p. 194 ), e que “o
e de todo o campo do viver, (tradu
self, consciente no modo médio (nem passi
ção nossa)
tamos cham ando aqui, não há si mes mes
vo, nem ativo), rompe a compartimentalização entre me nte, corpo corpo e mundo ex tern o ” (p.
Também Robine (2003) critica a posição
195). Essas advertências são completadas pela
clássica e individualista enfatizando o legado
conclusão sobre o processo de ajustamento
de Goodman na deslocalização e descentra lização do se/f e privilegiando seu reposiciona
criativo, criativo, quando se afirma afirma qu e:
DICI ONÁ RIO
DE
G E S T A L T- T E R A P I A
mento como fenôm eno de camp o, pois pois “é no
VERBETES RELACIONADOS
vínculo com uma situação, qualquer que seja
Ajustamento criativo, Campo, Consciência, Ego, Figura e fundo, Fronteira F ronteira de contato, co ntato, Função e disfunção disfunção de conta to, Gestalt-terapia, Necessidades, Organismo, Presente, Totalidade
ela, que o self será levado a se desenvolver - ou não" não" (Rob ine, 20 03, p. 32 ). Távora (2005) também desenvolve o conceito de self fazendo f azendo a distinção distinção en tre este e as noções de substância, individualidade, interioridade, eu, consciência, identidade. Em visão contrastante com as tradicionais, essa autora propõe que o self só pode ser visuali zado, para efeitos de sistematização teórica, como um tracejado sem fechamento. Sua visão enfatiza a
SEMÂNTICA, PORQUÊ E COMO SEMÂNTICA
Perls, desde 1942 com a obra EFA, mani festa sua preocupação com o uso das palavras no contato entre os homens. Nesse livro, ele diz: 'A maior parte do contato humano é feita por meio da linguagem. Esta excelente ferra m enta é geralmente tão mal usada, as p alavr alavras as
concepção de subjetividade como fe
contêm tantos significados múltiplos, que se
nômeno, para pa ra o qual não existe estado estado de contorno ou equilíbrio a priori ou
torna difícil uma compreensão dos eventos cotidianos" (Perls, 2002, p. 292). Aponta a
perma per manen nen te, mas sim tensões que qu e re
semântica como uma ciência revolucionária
prese pr esenta ntam m a extensã exte nsãoo ativa ativ a da form fo rm a, totalidade, com outras formas, crian
que pode ajudar a resolver a confusão que é muitas vezes ocasionada pelo uso incorreto das palavras. Quanto à importância da função
do regiões em um campo de potencia
linguística, encontramos:
sua capacidade de relacionar-se, como
121) lidades. (Tá vo ra, 2005, p. 121)
Claudia Baptista Távora
A linguagem não é mero conglomera do, do, mas m as uma organização de significa significa dos, e seu esqueleto é a gramática. A
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS O x
f o r d
desordem mental e emocional produz
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distorção distorção de significado e aplic ação in correta da gramática. Compreender o significa significado do d e certas partes da gramá gr amá tica vai ajudá-lo consideravelmente na anulação de evitações neuróticas.
Revista de Gestatt,
C . B. B . “Do self se lf ao selfing: selfing: o estrutural estrutural e o pro cessual na emergência em ergência da subjetividad subjetividade". e". !n: H o l a n d a , A F ; Fa r i a , N . j. Gestalt-terapia e contemporaneidade. Campinas: Livro Pléno, 2005.
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do Chile: Cuatro Vientos, 2005.
Na ob ra de PH G ( 1997 ), os autore autoress dão dão grande destaque destaque ao papel da feia feia para o homem. hom em. Eles buscam evidendar que a neurose também se mánifesta no modo como o indivíduo se co munica e se expressa: exp ressa: “D a mesma m esma m aneira aneira que
DIC ION ÁRIO
DE
GESTALT-TERAPIA
com outros aperfeiçoamentos, o abuso neuró
Quanto à importância das comunicações
tico consiste em usar uma forma de fala que ‘é
verbais no processo terapêutico, Perls (1977,
em lugar lugar de ’ em v ez de ‘junto co m ’ as facul faculdade dadess
p. 8l)afirm aq u e : “[...] um bom terapeuta terapeuta não não
subjacentes. Isso é o isolamento da personalida
escuta o conteú do do b lablablá lablablá que o paciente
de verbal” (PH G , 1997, p. 128). 128).
prod uz, m as o som , a música, as hesitações. hesitações.
A semântica semântica é apontada apontada por Perls ( 197 9,
A comunicação real está além das palavras".
p. 83) como uma ciência que poderia con
Continuando, ele fez um alerta: “[...] não es
tribu tribu ir para para a área de conhe cim cim ento da psipsi-
cutem as palavras, escutem apenas o que a
coterapia, pois é aquela se propõe a estudar
voz lhe conta, o que os m ovim ovim entos contam, contam,
“[...] o significado do significado". Em seu livro
o que a po stura conta, o q ue a imagem conta"
autobiográfico, autobiográfico, ele fala fala sob re a du biedade que
(Perls, 1977, p. 81).
há na com com unicação unicação verbal: “Ge ralm en te, se
lêllegen (1984) credita parte dessa preo
pensamos no signific significado, ado, tem os duas opiniões opiniões
cupação de Perls com “cuidados semânticos” à
opostas - a objetiva objetiva e a subjetiva. A o bjetiva bjetiva
influên influên aa de Go ldstein ldstein em sua vida vida profissi profissional. onal.
diz que uma coisa ou palavra tem um ou vá
Ela diz que, no acom panhamento dos pacientes pacientes
rios rios signif signific icados ados que podem se r fixados fixados através através
com lesões cerebrais,"[...] Goldstein constatou
de uma definição definição - do co ntrário, ntrário, não haveria haveria
que a pe rda da capacidade capacidade d e abstrair e da ssificar ssificar
lugar lugar para os dicioná dicioná rios" rios" (Pe rls, 197 9, p. 83 ).
resulta em limitação e distúrbios da orientação e
Conclui dizendo:
ação” (lêlleg (lêlleg en , 1984, p. 4 0 ). Citando Citando trech o de Perls retirado do livro EFA, lêllegen lêllegen coloca:
O significado não existe. O significado é
um processo processo criativo, criativo, um desem penho
Se você quiser melhorar [...], estude
no aqui e agora. [...] um significado
semântica, o melhor antídoto contra
se cria relacionando-se uma figura, o
a frigidez do pala dar mental mental.. A pren pren
prim pr imei eiro ro pla no, no , com o fu nd o no qual qu al
da a assimilar o núcleo das palavras,
afigu ra aparece. O fun do é freqüente-
o sentido e o significado da linguagem. linguagem.
mente chamado de contexto, conexão
[...] Apren Ap renda da a mastigar, degustar,
ou situação. Tirar uma afirmação do
saborear o poder contido do logos de
seu seu contexto contexto facilm ente conduz conduz a uma
cada palavra [...] Desordem mental e
falsi fal sida dade de.. (Pe rls, 1979, p. 83)
emociona em ociona l prod uz distorção de signifi signifi rls cado e uso uso errado d e gramática. (Pe rls
Yontef ( 199 8) destacou destacou o papel papel da semân semân
in Tellegen, 1984, p. 40)
tica como uma das três maiores influências intelectuais na vida de Perls. Ele diz, destacan
Duas palavras, em espedal, foram particu
do a obra de Ffiedlãnder Ffiedlãnder e de Sm uts também também
larmente tratadas na obra da Gestalt-terapia:
como influênci nfluências as im im portantes, portantes, que: “[...] A ter-
“Co m o” e “Porquê” . Diante da importância importância que
ceira influên influên cia foi a de A lfred lfred Korzyb ski, o se-
esses term os adquiriram adquiriram na reflexão reflexão de Perls Perls
manticista que influenciou o desenvolvimento
sobre o uso das palavras no contato humano,
intelectual de P erls” (Monte (Montei,i, 19 9 8 , p. 2 4 ).
vam os expô-los a seguir na form a de verbe tes.
DICIO NÁ RIO
DE GESTALT-TERAPIA
|
X
PORQUÊ * Em todos os seus livros, Perls dá desta
Há, entretanto, um modo de fazer perguntas perg untas [...] que me parece parece de pou
que à diferença entre o sentido da palavra
co valor terapêutico. São as perguntas
“porquê" ou do “o quê” e da palavra "como”.
que começam com “po r quê?” [...] As
O “porqu ê” é apontado apontado com o propício para para
pergunt perg untas as “p o r quê?” só produz pro duzem em
um padrão de feia neurótica em que a pessoa
respostas no passado, defesas, racio
busca explicar, explicar, de form a causaiista, causaiista, o seu c om
nalizações, desculpas e ilusão de que
portam portam ento, em vez de entender “com “com o" ela
um evento evento pode ser explicado explicado por uma
funciona nas diferentes situações da vida. Perls
causa única. única. O porq uê não discrimina
entendia entendia o. porquê com o um a armadilha armadilha neu
finali fin alida dade de,, origem orige m ou motivo mot ivo [...] sob
rótica, correspondente a este modo de falar
a máscara da averiguação, contribui
“em lugar de ” em em vez de “junto co m ”. A ati ati
par p ar a a confusão confu são hum hu m ana an a [...].
tude explicativa dos porquês pode distanciar
Patrícia Uma (Ticha)
o indivíduo de sua própria experiência, bus cando reduzi-la em lugar de compreendê-la
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
existencialmente: “[...] o que temos de fezer
Perls, R S. A abor dage m ges tált ica e teste mu nha ocul ar d a
é perceber e lidar com os cornos de cada in terrupção terrupção , mais que com o censo r - que é
porqu ê da o porquê da interrupção postulado por Freud" (Perls,
1981, p. 82).
terapia. Rio de Jane iro: Zah ar, 1981.
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Ego, fome e agressão. São Paulo: Sum-
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________ .
Escarafunchando Fritz: dentro e fora da lata de
lixo. Summ us: São Paulo, Paulo, 197 9.
Perls faz uma referência à importância do uso de “perguntas auto-apoiadoras" por parte do terapeuta, em vez de perguntas do tipo “por quê”. Ele defendia que essas perguntas estimulam o processo de cons cientização por parte do cliente, em vez de afastá-lo de sua experiência, o que muitas vezes acontece com as explicações do tipo
________ .
Gestalt-terapia explicada. São Paulo: Summus,
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L
Processo, diálogo diálogo e awarene ss. São Paulo: Sum Yo n t e f , G . Processo, mus, 1984.'
COMO
“porque iss o ... ... então” . Entre essas essas pergun pergun tas auto-apoiado ras, ele ele apon ta trê s: “O que voc ê está está fazendo? fazendo? O que você sente? O
explicada, Perls (1977, Em Gestalt-terapia explicada, p. 68-9) feia do "como” em Gestalt-terapia:
que você quer?”, sendo que “[...] o pacien te só pode respondê-las à medida que seu
Nós não olhamos mais pa ra o mundo
próprio conscientizar-se se torna possível
em termos de causa e efeito: olhamos
[...] elas o ajudam a conscientizar-se mais”
o mund o como um processo contínuo contínuo
(Perls,
1981, p. 87).
em andamento... Em outras pala
Diferenciando esse tipo de perguntas das
vras, fizemos a transição da causali
perguntas perguntas usadas usadas p or grande parte dos “terape “terape u
dade linear pa ra a concepção de um
tas mais ortod oxo s”, Perls Perls ( 19 8 1, p.
89) dizia:
DICI ONÁ RIO
proce pro cesso sso do porquê? pa p a r a o c o m o .
D E G E S TA L T - T E RA P I A
[...] Se você pergunta como, você
nitivas para o porquê. As perguntas relevantes
olha a estrutura e vê o que está se
podem ser respondidas pelo “como, onde e
pa ssan ss an do ago ra, tem o en ten te n dim di m ento en to
quando" (Perls, 1969).
mais profundo do processo processo.. O como
A Gestalt-ter Gestalt-terapia apia caminha sobre duas per
é tudo que necessitamos para enten
nas, segundo Perls Perls (19 77 ): ‘Ago ‘Ago ra e C om o” . A
der como nós ou o mundo funciona
fim fim d e ou vir o com o, o terapeuta terapeuta deve o uvir o
mos. O como nos dá a perspectiva,
som, a música das comunicações do paciente.
orientação [ . . . ] . Estas são as duas
O foco aprop rado está na qualid qualidade ade da voz,
bases sobre sobre as quais a Gestalt-tera pia
na postura, nos gestos, na linguagem psicosso-
caminha: A q u i e C o m o
Com o
mática, com o conteúdo coiocado em segundo
engloba tudo que é estrutura, com
plano, visto visto que Perls sugeriu sugeriu qu e, em te rapia, “a
port po rtam am ento en to,, tudo tud o que qu e real re alm m en te está
comunicação comunicação verbal do p aciente aciente (o co nteúdo) é
acontecendo - o proce process sso. o.
usualmente ama mentira" (Sm ith, 199 7, p. 7). Maria Cristina Frascaroli
Perls encontrou na orientação de Reich al guns elementos que estão solidamente repre
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
sentados na terapia gestáltica, por exemplo a
Per l s , F S. Ego, hungerandaggression. Nova York: Vintage,
sugestão de Reich de que a resistência do ca ráter é mais bem revelada no como das comu nicações do paciente do que no o quê dessas comu nicações. nicações. A idéia idéia aqui aqui expressada expressada é a de que a forma ou o estilo da comunicação re
1969.
________ .
Gestalt-terapia explicada. São Paulo: Summus,
1977. Press, eic h , W . Character analysis. No va York: Noonday Press, Reic 1949. growing edge o f Gestalt therapy . Nova Smith , E. W. L. The growing
York: The G estalt Journal, 199 7.
flete o caráter e, portanto, é mais importante do que o conteúd conteúd o (Re (Re ich, 19 4 9). Várias pes
VERBETES RELACIONADOS
soas podem dizer ou fazer as mesmas coisas,
Conscientização, Contato, Figura e fundo, Gestait-terapia, Neurose
e, desse modo, a individualidade e a unicidade não são reveladas no teor do comportamen to, mas cada pessoa se porta de acordo com seu próprio consistente “estilo”, traduzindo sua
S E R -N - N O - M U N D O 31
unicidade. unicidade. Seguindo Seguindo essa linha linha de pensam ento,
O term term o refere-se refere-se ao homem concebi concebido do
Perls fez das questões iniciadas com “por que"
pelo existencialismo como um ser concreto,
um tabu. O paciente paciente que pergunta “po r quê”
responsável, consciente consciente e co m preendido, com
está geralmente tentando “fisgar o meio am biente para para lhe lhe dar apoio” (Perls, 199 7, p. 689); ele está pedindo a outra pessoa que pense por ele. O terapeuta que pergunta pergunta “po r quê” está convidando o paciente a racionalizar, justi ficar, ceder, pedir desculpas ou falar tautologias. C om o disse disse Perls, Perls, não existem existem respo stas defi
DIC ION ÁRIO
DE
31 Levando-se em conta o grande grande destaque que o pensam en to de Heidegger tem alcançado nas abordagens psicológi cas de bases fenomenológica e existencial, consideramos de fundamental relevância a inclusão deste verbete neste dicionário de Gestalt-terapia. No corpo de sua obra, Perls faz referências, em diversos momentos, a essa noção de interdependência do ser e do mundo, sem , no errtanto, errtanto, se aprofundar nas implicações implicações da utili utilização zação deste term o. (No ta das organizadoras) organizadoras)
GESTALT-TERAPIA
199
SER-NO-MUNDO
base em si próprio, seu mundo, visto como
ato humano deve se r compreendido de acordo
rede articulada de significações e sentido, e não
com a relação entre o ser e seu mundo.
somente como meio geográfico ou ambiente.
Ari Rehfeid
A origem origem deste term o (ln-der-We!t-sein ( ln-der-We!t-sein)) , assim utilizado, deve-se a Martin Heidegger,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
que o empregou em toda a sua obra, mas
H eidegger , M. Ser e tempo. v. 2. Fetropolis: Vozes, 2001.
principaimente em Ser e tempo, (Sein und
________ .
Z e i t). Em Vom Wesen Wesen des Grundes, Grundes, Heide gger apresenta a história do conceito de “mundo", “[...] através da palavra alemã
Vom Wesen des Grundes [A essência do funda
mento]. Frankfurt am Main: Boioteca de fiiosofia
Contem porânea, i 949 (edição bilí bilíngue). ngue). janeiro: eiro: Zahar, In w o o d , M. Dicionário Heidegger. Rio de jan
2002.
We/t, da grega Cosmos Cosmos e dà latina Mundus [ ...] ” (Inw (Inw oo d, 20 02 , p. 120 ), desde os présocráticos até Kant, em que conclui existi
'ERBETES RELACIONADOS
ixistenca iismo , Gestalt-t Gestalt-terapia erapia
rem : “[...] três três noções de de mundo: a) EN TE S como um todo; [...] b) a comunidade dos homens: [...] c) os homens em relação aos entes como um todo" (Inwood, 2002, p.
S IS IS T E M A Este termo já aparece no livro livro EFA EF A ( 1947) substituindo a palavra “organismo”, palavra
120). Ser-no-mundo (In-der-Welt-sein ( In-der-Welt-sein)) é qua
esta que designa um tipo específico de siste
se equivalente a Dasein (ser aí), em que “aí”
ma, uma organização biológica que tem limi
significa propnamente mundo. Somente ao
tes bem definidos e é capaz de interagir com
hom em é aplicável aplicável o adjetivo adjetivo “mundano” . En
seu meio, ajustar-se e manter seu equilíbrio.
tidades não humanas estão “dentro do mun
“Se chamamos a quantidade total de líquido
do" ou são “pertencentes a um mundo”, mas
requerida pelo organismo organismo equilibr equilibrado ado de A e a
nunca são “mundanas" ou “no mundo". Em
parte parte perdi perdida da de X [;,.] ele experiencia experiencia como
preleções anteriores, Heidegger fala de três
sede [...] um desejo de incorporar a seu siste
submundos: Umwelt (ambiente, o mundo à
ma a quantid quantidade ade de X " (Pe rls, rls, 20 02 , p. 70 ).
nossa vo lta), Mitwelt (mundo (mundo com as pessoas)
Em Gestalt-terapia Gestalt-terapia explicada, explicada, Fritz (1977,
e Selbstwelt (mundo próprio, o precursor do
p. 70) se refere a partes funcionais do corpo
posterior posterior Dasein). O homem (D asein ou serser-
quando utiliza utiliza os term os “sistem “sistem a senso rial” rial” e
no-mundo) não é algo simplesmente dado.
“sist “sistema ema m otor”.
Primariamente é a possibilidade de ser. lodo
N o Minidicionário Aurélio Aurélio encontramos as
homem é o que pode ser e o modo que é
seguintes seguintes definições definições para a palavra “sist “sistem ema”: a”: “ I .
sua possibil possibilidade. idade. O hom em é a possibi possibili lidade dade
Co njunto de elementos, entre os quais quais se possa possa
de ser livre para o seu próprio poder ser
encontrar ou definir alguma relação. 2. Dispo
(Inwood, 2002, p. 120).
sição das partes ou dos elementos de um todo,
Na Gestalt-terapia há uma referência à li
coordenados entre si, e que funcionam como
berdade e singularidade daquele que contesta
estrutura organizada. 3. Plano, método. 4.
um a estrutura estrutura de se r inconsciente, inconsciente, em q ue todo todo
Modo. 5. Costume" (Holanda, 1985, p. 507).
D IC IO N Á R IO
DE
GE STA LT- TE RA PI A
Quando nos referimos ao uso dado à pa
(...) a psicologia humanista renun
lavra “sistema" no campo semântico específico
ciaria também à clivagem cartesiana causa/conseqüência, para adotar um
da Gestalt-terapia, uma boa definição para a
pont po ntoo de vista sistêmico, sistêmic o, em que qu e to
palavra palavra é :
dos os fenôm enos são considerados considerados em Um sistema é um conjunto de com ponent pon entes es e relações relaçõ es que qu e fo rm am um determinado todo, uma unidade pue possui poss ui algum alg umaa eficác efi cácia ia na intera int eração ção
interdependência circular: o homem é um sistema sistema global global ab erto que inclui inclui subsistemas (órgãos, células, moléculas etc.). (Ging er; Ginger, 1995, p. 99)
com seu seu meio e é cap az de man ter uma certa organização diante de alterações internas e externas a que é submetido "
tos próprios à perspectiva da Gestalt-terapia,
(Araú jo , 2007)
e não a seu caminho histórico, visto que exis
■EsSa afirmaç ão d iz res pe ito a alguns aspec
te uma série de linhas psicoterapêuticas que Thérèse Tellegen (1984, p. 56), em seu texto Gestalt e e sistemas, afirma:
compõem o que vem vem a ser conheci conhecido com o abordagem sistêmica, e a Gestalt-terapia não está incluída entre elas. As abordagens que
Não só a psicologia da Gestalt, mas também a teoria do campo e as teorias organísmica organísmicass representam representam os primeiros
compõem esse universo comungam de uma ligação histórico-epistemológica, tendo se de senvolvido senvolvido apoiadas apoiadas em determinadas crenças
modelos sistêmicos em psicologia. Preo cupando-se com a dinâmica inter-relacional de conjuntos conjuntos complexos, sua orga nização, nização, regulação e direção, estas teorias representam enfoque novo, distinto dos
teóricas surgidas a partir das transformações paradigmáticas ocorridas em várias áreas do pensamento científico ocidental ao longo do século X X ? 1. Vale ressaltar que as contribui ções que serviram de base epistemológica
modelos clássi clássico coss da relação r elação cau sa-efeisa-e feito e da transformação de energia. energia. Lei de pregnância pregn ância ou boa bo a for ma , equalização, homeostase são alguns dos termos usa dos para par a referir-se referir-se a processos processos tendentes
para a Gestalt-terapia33 23 certam en te tam tam bém tivera tivera m grande influência influência nas mudanças para
a um equilíbrio dinâmico. A afirmação de que algumas das princi princi pais bases de sustentação da Gestalt-terapia constituem as primeiras expressões de uma perspectiva sistêmica no campo da psicologia faz eco com as colocações de outros autores, como Serge e Anne Ginger, que classificam a Gestalt-terapia Gestalt-terapia com com o uma das abordagens hu manistas com perspectiva sistêmica.
DICIO NÁR IO
DE
32 Entend em os como bases epistem epistem ológicas da Ge stalt-tera pia parte do pensamento filosófico e científico de língua predominantemente germânica característica característica da virada do sécul século o X IX para para o sécul século o XX. 33 Ao longo do século século X X , o correu uma grande grande m udança udança paradigmática em várias áreas do pensamento científico. Essas mudanças foram impulsionadas sobremaneira pelas contribuições contribuições de A lbert Einstein Einstein e pelas descobertas reali zadas por físicos quânticos que evidenciaram as limitações do modelo causai linear característico da ciência clássica, apontando para a necessidade de construção de um mo delo de compreensão menos simplista, que se aproximas se mais das das sutilezas sutilezas dos objetos de e studo. A partir de de então, surgiram várias linhas de pensamento que buscavam dar conta dessa problemática, e essas linhas linhas de pensamen to contribuíram para dar base às abordagens atualmente conhecidas como sistêmicas.
G E S TA L T - T E RA P I A
digmátic digmáticas as citadas citadas an teriorm en te. D essa for
do organism organism o para o m eio” (Perls in in Steven s,
digmátic digmáticas as citadas citadas an teriorm en te. D essa for
do organism organism o para o m eio” (Perls in in Steven s,
ma, podemo s afirma r que a proximidade proximidade des
1977, p. 75).
sas duas verten tes não é casual - está ligad ligada aà
Enquanto o sistem sistem a sensorial nos prov ê de orientação, ou seja, como vemos e sentimos
existência de raízes comuns entre elas. Marcelo Pinheiro
o mundo, o sistema motor nos dá o sentido de manipulação, atuação e controle. Uma vez
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
que organismo e meio mantêm uma relação
Ar a ú j o , O. Teoric geral dos sistemas. Página pessoal de
de reciprocidade, esses sistemas, numa rela
Osnaldo Araújo. Disponível em: < http://www.dea-
ção de interdependência, assumem funções
raujo.ecn.br/cgi-bin/asp/gst02.asp> raujo.ecn.br/cgi-bin/asp/gst02.asp > . Acesso em: I I abr. 2007. G in ger , S.; G in g e r , A Gestalt: uma terapia do contato. São Paulo: Paulo: Summus, Sum mus, 1995. gu esa . Rio de Janeiro: N ova Fronteira, 198 5.
mu s, 1973. terapia. São Paulo: Sum mus, Ego, fome e agressão. São Paulo: Sum
tor manipula o objeto de que necessitamos, “de modo que o equilíbrio orgânico seja reinstaurado taurado e a Ge stalt se com plete” (Pe rls, rls, 1981,
mus, 2002. Escarafunchando Fritz: dentro e fora da lata de
Sum mus, 197 9. lixo. São Paulo: Summus,
________ .
específicas de acordo com as quais o sistema sensorial discrimina o que queremos e o mo
Per l s , R S. A abordagem gestáltica e testemunha ocular da
________ .
vibração, trem or e afeto são manifestaç manifestações ões da excitação, esta se transforma em emoções
Ho l a n d a , A. B. de Minidicionário Aurélio da língua portu
________ . (1947).
distintas na satisfação das necessidades. Ritmo,
p. 32). A sensação não é um fenôm eno passivo, passivo,
Gestalt-t.erapia explicada. São Paulo: Summus,
1977. I èl l eg e n , T. A. Gestalt e grupos: uma perspectiva sistêmica. sistêmica.
mecânico, mas, ao contrário, denota que so mos ativos e seletivos em nosso sentir.
São Paulo: Summus, Sum mus, 198 4.
A sensaç se nsação ão e o movi mo vime ment ntoo são sã o ambos atividades que emergem, não respos
VERBETES RELACIONADOS
Gestalt-terapia, Homeostase, Sistema sensoriomotor, Teo ria de campo , Teoria T eoria organísmica organísmica
tas mecânicas, sempre e onde quer que o organismo encontre situações novas [...]. Man M anipu ipulaç lação ão é o nosso termo (um tanto deselegante) para
SISTEMA SENSORIOMOTOR
toda atividade muscular. Inteligência Em Prefácio à edição de 1945 de EFA, Peris (2002, p. 38) comenta que, com base
é a orientação adequada, eficiência é a manipulação adequada. Para re
no conceito de “couraça” de Wilhelm Reich,
cuperá-las, o neurótico dessensibili-
compreendeu “um aspecto importantíssimo
zado e imobilizado tem que recobrar
da m edicina edicina psicossomá tica tica - a função função do sis sis
sua awareness total; isto é, seu sentir,
tema motor".
contatar, excitamento e formação de
E por meio dos sistemas sensoria! e mo
1997,, p. 37) Gestalten. (P H G , 1997
tor que interagimos com o mundo externo. Co m o afirm afirm a Go ldstein, dstein, “tanto tanto os nervos
Con siderando siderando o se/f com o um sist sistema ema
sensoriais quanto os motores se estendem
de contatos, ele abrange o sistema sensorio-
DIC ION ÁRIO
DE
G E S T A L T - T E R A P IA
motor, bem como as necessidades orgânicas;
de Lewin, Wetheimer e Kõhler. Para
sente emocionalmente a adequação entre
mim, mais importante era a idéia da
ambiente e organismo, e, dessa forma, o se/f
situação inacabada, a Gestalt incom
é percebido como a força que forma a Ges-
pleta. ple ta. (Pe rls, 1979, p. 65-6)
talt talt no campo. C om o afir afirmam mam PH G ( 1997, p. 18 0 ): “[ “ [■■•] é o órgã ó rgão o sen so rial qu e per p erce ce b e, é
Na obra de PHG, temos como o nome
o músculo que se movimenta, é o órgão ve-
mais mais adequado para a Gestalt incom incom pleta pleta o de
getativ getativo o que sofre de um exce den te ou de um
“situação inacabada”, ou seja, auando a pre-
déficit; mas é o organismo-como-um-todo
mência de uma situação assume a dominânaa
em contato com o ambiente que é conscien
e “mobiliza todo o esforço disponível até cue
te, manipula e sente”.
a tarefa seja com pletada” (Pe rls, 1979, p . 84). Gladys Gladys D 'A cn e Sheiia Orgler
As interrupções no fluxo natural de formação de figuras tornam-se situações inacabadas,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
que dão lugar à aparição dos comportamen
Per l s , E S. A abordagem gestáltica e testemunha ocular da
tos neuróticos e psicóticos:
terapia. Rio de Janeiro: Zahar, 198 i .
________ . ( 1945 ). Ego,
fome e agressão. São Paulo: Sum-
mus, 2002. Per l s , E S.: H ef f e r l i n e , R .; G o o d m a n , R Gestalt-terapia.
São Paulo: Summ us, 1997 .
Parece-me que o desequilíbrio surge quando, simultaneamente, o indivíduo e o grupo vivenciam necessidades dife
en s , J. O . (org.). Isto é Gestalt. São Raulo: Summus, St e v en
1977.
rentes, e quando o indivíduo é incapaz de distinguir qual é a dominante. [...] Na situação de conflitos de necessida
VERBETES RELACIONADOS Aw are nes s, Contato, Emoções, Excitação/excitamento,
Necessidade, Organismo, Seif Sistema
des, o indivíduo tem que ser capaz de tomar uma decisão clara. Se o faz, ou fica fi ca em contato, ou foge; foge ; sacrifica tem porar po rar iam ente en te a necessidade necessidad e menos me nos do do
SITUAÇÃO INACABADA
minan te à m ais grav grave. e. Mas quando não
Este conceito aparece na obra de PHG
pod p od e discriminar, quan qu ando do não nã o pod e to
(1951) e, posteriormente, no livro de Perls,
mar uma decisão, ou se sente insatis
Escarafunchando Fritz, pubíicado Fritz, pubíicado pela primeira
feito fe ito com a decisão decisã o que tomou, não nã o fa z
vez na Real People Press em 1969. Neste se
um bom contato, nem uma boa fuga,
gundo livro, de cunho autobiográfico, ele diz:
tanto tanto ele quanto o meio ficam afetados. afetados. (Pe rls rls in M ezzara, 2001, p. 174) 174)
A minha relação com os psicólogos da
Gestalt era muito peculiar. E u admi
Quando as interrupções dos processos se
rava muita coisa no trabalho ades,
dão de form a contínua na vida vida do indivíduo,
especialmente o trabalho inicial de
acabam por sobrecarregá-lo, impedindo que
Kurt Lewin. [...] Não li nenhum dos seus livros-texto, só alguns artigos
se estabeleçam figuras cristalinas e seu corres
DICIO NÁRIO
pondente fechamento:
D E G E S T A L T - T E R A P IA
203
SITUAÇÃO ÍNACA8ADA
Todos os distúrbios neuróticos surgem da incapacidade do indivíduo encon trar e manter o equilíbrio adequado entre ele e o resto do mundo [...] sua neurose é uma manobra defensiva par p araa prote pr otegêgê-lo lo contra contr a a am amea eaça ça de ser barrado por um mundo esmaga dor. Trata-se de sua técnica mais efeti va para par a manter m anter o equilíbrio e o sentido sentido de auto-regulação numa situação em que sente que as probabilidades estão todas contra ele. (Perls in Mezzara,
pleta, “tem de ser completada antes de se dar atenção atenção a qualquer qualquer outra coisa; desse modo , ;
2001, p. 177)
organismo que não cresceu pelo êxito e pela
reguladora é mais vivida, mais intensa e mais sagaz" (PHG, 1997, p, 84). O s autores autores acrescentam acrescentam que: ‘A com pul são neurótica à repetição é sinal de que uma situação inacabada no passado ainda está ina cabada no presente. "Iodas as vezes que uma tensão suficiente se acumula no organismo para tom tom ar a tarefa tarefa dom inante, inante, tenta-se tenta-se nova m ente enco ntrar uma um a solução” (PH (P H G , 1997, p, p, 84). Quando a tensão neurótica não se com
assimilação assume a mesma atitude para fa Quando há dificuldade para alcançar o
zer o mesmo esforço de novo [...] é somente
equilíbrio na relação do indivíduo com seu ambiente, acontece que:
por meio da assimilação, do acabamento, que
[...] a situação inacabada mais pre
aprendemos algo e estamos preparados para uma um a nova situaç situação" ão" (P H G , 1997, p. 101). 101). O trauma trauma também também é entendi entendido do com o
mente assume a dominância e mobi liza liza todo o esforço es forço disponível disponível até que qu e a tarefa tarefa seja completada. [...] Delibera ção, seleção e planejamento estão im plica pli cado doss no comp co mpleta letame mento nto da situa sit ua ção inacabada, mas a consciência não tem de encontrar o problema; mais exatamente, ela é igual ao problema. A consciên cons ciência cia espo es pontâ ntâne neaa da neces sidade dominante e sua organização das funções de contato contato é a form a psico lógica lógica da auto-regulação auto-reg ulação organísmica. organísmica.
uma situação inacabada: O trauma não atrai a repetição, como
(PH G , 1997, 1997, p. 84) Ante uma situação inacabada, é a sabedo ria ria do nosso próprio organismo organismo qu e nos m os
pensa pen sava va Freud. É o esforço esforç o repe r epetido tido do organismo para par a satisfazer sua necessi necessi dade que causa 'a repetição; mas esse esforço é repetidamente inibido por um ato deliberado presente. Â medida que a necessidade ne cessidade obtém expressão, expressão, ela utiliza técnicas desatualizadas (“o re tomo daquilo que foi reprimido”). Se o sentimento for liberado, poderá ou não reviver momentaneamente uma cena antiga; mas de qualquer modo buscará de imediato uma satisfação presente pre sente.. (P H G , 1997, 1997, p. 104) 104)
tra o que é mais .importante em cada ocasião: “[•■•] o que parece espontaneamente impor tante de fato fato organiza realm ente a m aior parte da energia do comportamento; a ação auto-
DICI ONÁ RIO
DE
De acordo com 'ifantef (1998, p. 98): "Qualquer Gestalt incompleta é um assunto pendente que exige resolução. Normaimente,
G E ST A L T - T E R AP I A
isso assume a forma de sentimentos não resol vidos, expressos de m aneira aneira incompleta”. incompleta”.
Du rante o p rocesso terapêutico, “pretendese facilitar a fluidez da relação figura/fundo para
Loffredo Loffredo ( 199 4, p. 51 ) observa que , de de
que os elementos q ue estejam estejam no fundo possam possam emergir permitindo-se que Gestalten incom
acordo com PHG:
pletas sigam seu ciclo de fechamento. E, dessa
Apen Ap enas as o interc int ercâm âmbio bio organi org anismo smo m eio
forma, abram caminho ao surgimento de novas
[...] constitui a situação psicológica,
Gestalten" (Wa llen llen in Faga Fagan, n, 19 7 7 , p. 23 ).
que não pode ser concebida tomando qualquer um deles de forma isolada.
novas Gestalten aconteçam e o indivíduo não
Dela se deriva que a noção de contato contato
permaneça com situações inacabadas:
Para que o fechamento e formação de
é central e em tomo dela gravitam as concepções de desenvolvimento e da
[...] a pessoa deve pode r funcionar no
psicop psi copato atolo logia gia.. [...] Como a forma ção de Gestalten completas e compre
here-and-now here-and-now . As experiências relati
vas ao pass ado e ao futuro diminuem
ensivas é “condição de saúde mental
o montante de energia que a pessoa
e crescimento”, a situação inacabad inac abad a
po p o d e gast ga star ar here-and-now here-and-now , e, quando
subjacente à Gestalt Gestalt incompleta - de pe nd en do da sua relev re levânc ância ia p a ra o
o indivíduo insiste em investir nelas uma energia, bloqueia o processo de
indivíd indivíduo uo - atrapalhará a forma ção
contato direto com a realidade ime
estalten, impedin de novas novas e fortes G estalten,
diata. [...] Estamos a todo instante
do o crescimento e o desenvolvimento
fo rm an d o novas gestalts, porq po rque ue sendo se ndo seres em permanente mudança, esta
do indivíduo.
mos também criando e descobrindo Para W allen (in (in Fagan, 19 7 7 , p. 22 ), nas nas
necessi necessidad dades. es. Tal Tal fa to em si pod ería
interrup interrup ções do proce sso natural de forma forma ção
se transformar num caos, se não fos se uma também natural necessidade
de figura/fundo:
do ser humano de fechar, de comple [...] está operando um tipo de auto-re-
tar coisas. Lidamos muito mal com o
gulaç gu lação ão que, no mom ento, ent o, é a melho me lhor r
incompleto, com o inacabado, porque
organização disponível para o indi
prov pr ovoc ocaa em nós a sensação sen sação do não-e nã o-eu, u,
víduo. Isto se relaciona diretamente
de uma identidade buscada e nunca
ao “princípio princí pio d e pregnâ pre gnância ncia””, que diz
encontrada. (R ibe iro, 1994, p. 20-1)
estar um campo psicológico tão bem Miguel Angel Liello
organizado quanto as condições da estrutura total permitem nesse mo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Lo f f r e d o ,
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Me z z a r a ,
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diálogo e awaren ess. São Paulo: Sum G . Processo, diálogo mus, 1998.
n t e f
É claro, algumas das peças provêm da memória ou realidade, mas a questão importante é o que faz que o sonhador selecione essa peça em particular. (Perls
,
Enquanto Freud, fundador da psicanálise, considerou considerou o so nho a via via régia régia para o incons ciente, Perls o tomou como o caminho real para a integração. integração. O que se pode ded uzir des
VERBETES RELACIONADOS
sa colocação é que o material onírico deveria
Ajustamento criativo. Assimilação, Auto-règulação organísmica, Conflito, Consciência, Contato, Dominâncías, Figura e fundo, Função e disfunção de contato, Necessi dades, Neurose, Organismo, Presente
conter polaridades significativas que, uma vez trazidas ao plano da awareness, awareness, resultariam em uma transformação transformação da posição posição do sujeito sujeito no mundo e em suas múlti múltiplas plas relaçõe relaçõe s. C on siderando-se que a integração não decorre
SONHOS
automaticamente do sorihár, deverá incidir
Depreende-se do conjunto da obra de
sobre o sonho uma intervenção terapêutica
Perls que os sonhos são tomados como ma
capaz de colocar em_ m ovimento a energia
nifestações espontâneas da psique, como é o
psíquica bloqueada em razão de um conflito,
caso d os atos falhos, das fantasi fantasias as e dos ge stos.
ou aprisionada na unilateralidade da orienta
Ainda assim, uma vez que Perls prescinde do
ção da consciência. consciência.
conceito de inconsde nte, genen camente atribui atribui
Para Para Perls, Perls, a d a elemento de um sonho é
ao sonhador a criação das situações retratadas
portador da projeção de uma parte alienada
pelos pelos sonhos - donde se supõe qu e, à noção noção
ou d issociada issociada da pe rsonalidad rsonalidad e. A finalidade finalidade
de inconsden te, ele contrapõe a concepção concepção de
do trabalho terapêutico é a reapropriação,
extratos extratos de consd ênda , que se colocariam colocariam em
por parte do sonhador, das parcelas projeta
relação de reciprocidade: um, como o autor, o
das, com vistas vistas à intensificação intensificação da awareness e awareness e
prod utor e o direto r do do m aterial aterial onírico onírico em sua
à associação associação do conteúdo ao plano plano da senso-
peculiar dramaticidade; outro, como receptor
rialidade, süstentáculo do funcionamento sau
da mensagem existencial nele contida, isto é, o
dável. Segundo Perls, há um potencial oculto
sonhador, tal como se concebe no momento
nos elementos dissociados, que, se retoma
presente. D iz o autor: autor:
dos, maximizam a awareness awareness e recapacitam o sonhador a lidar com as situações emergen-
sonho é, possivelmente, a expressão mais espontânea do ser humano, uma peça pe ça de arte que dnzela dnz elamo moss a partir par tir de nossas nossas vidas. vidas. E cada ca da parte, cada c ada situação no sonho, sonho, é criação do próprio sonhador. sonhador. O
DiC IONÁ RIO
;
ciais de sua vida atual. Perls acredita que podemos reassimilar e recuperar as projeções, bastando que, para isso, nos identifiquemos com a pessoa ou ob jeto jet o que qu e receb rec eb em a p rojeç ro jeção ão . O sonh so nh ad o r dá
DE
GESTALT-TERAPIA
; 206
SONHOS
voz ao objeto, fazendo-o na primeira pessoa. A crença subjacente é a de que o processo de identificação tem maior eficácia do que o método psicanalítico de associações livres, visto por Perls como método de dissociação livre, ou m ero jogo intelectual intelectual (Pe (Pe rls, i 9 74 , p. 55 ). A identifi identificação cação com as partes do sonho perm itir itiría ía que o sonhad or presen ti tifi ficasse casse a si tuação onírica, a ela imprimindo uma espécie de compromisso pessoal, ativando, conseqüentemente, a energia psíquica inerente ao conteúdo dramático. O que se deve ressaltar ressaltar é que, qu e, na literatura literatura primordial da abordagem gestáltica, as formu lações teóricas a respeito dos sonhos resultam empobrecidas quando comparadas com a infi nita beleza do método gestáUfco de exploração do material onírico. A riqueza dos resultados e o impacto da intervenção terapêutica sobre o sonhador atestam a impressionante eficácia do método terapêutico proposto por Perls, além de prover elementos para uma sistematização teórica consistente. Evidências disso podem ser encontradas em Gestalt e sonhos (2002), de minha autori autoria. a. O texto descreve d escreve rigorosa rigorosamen men te o método de experimentos com sonhos na concepção de Frederick Perls e busca honrar as proposições propo sições do fundador fund ador da abordagem gestál gestálti ti ca, mesm m esmo o quando se considera a liberdade liberdade que assumi no tratamento do tema, examinando-o sob a perspectiva da psicologia profunda. Foram considerados tanto os aspectos estáveis e uni formes da estrutura de um experimento, como “nuanças “nuanças e variantes que diversificam diversificam o procedi mento e sinalizam as múltiplas possibilidades de repertório e recursos reservadas ao condutor do experimento” (Lima Filho, 2002). Alberto Pereira Lima Filho Filho
DICION ÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Fa
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Rl
h o
,
A.
Verbatím.
Gestait e sonhos.
técni
Nova York: Bantam
São Paulo: Summus,
2002. VERBETES REL A C IONA D OS Aw are nes s,
Conflito, Consciência, Experimento, Fantasia, Funcionamento saudável, saudável, Po-cr Po-cr caüe s Presente, Projeção
SUPORTE Encontramos o termo “suporte”, na lite ratura gestáltica, intimamente relacionado às funções de contato e à fronteira de contato, considerados conceitos-chave na teoria da Gestalt-terapía. Fritz Perls refere-se ao auto-suporte, prin cipalmente, cipalm ente, em seus escritos dos anos 19 6 0 , publicados na década de 1970, nos Estados Unidos e, po steriorm steriorm ente, no Brasii. Brasii. Relaciona Relaciona o desenvolvimento do auto-suporte (self-sup port) ao potencial da pessoa, à independência pessoal e ao processo de amadurecimento, equiparando equiparando o funcionam funcionam ento n eurótico à fal fal ta do auto-suporte: Amadurecimen Amadu recimento to é o desenvolvimento que se dá de um apoio ambiental à in dependência pessoal (self-support). Â medida que a criança vai crescendo, ela aprende, cada vez mais, a manter-se so bre seuspés, a criar cria r o seu próprio mundo, a ganhar ganh ar seu próprio dinheiro, dinheiro, a tomarse emocionalmente independente. Mas, no neurótico, esse processo não ocorre adequadamente. adequadamente . A criança criança - ou o neu neu rótico infantilóide - usara seu potencial poten cial
DE GESTAIT-TERAPIA
"207
SUPORTE
não para par a conquistar conquistar sua independência, independência,
tão, continua com o desenvolvimento
mas para desempenhar desempenh ar papéis posti postiços ços.. Estes têm a finalidade de mobilizar o
do córtex, a dentição, a postura ereta,
meio para que lhe forneça apoio, apoio, em vez
dade, linguagem e sua utilização, há
de mobilizar o seu próprio própr io potencial poten cial (in
bitos e costumes, até particularmente
Fagan ; Sheph erd, 1978, p. 33 )
defesas que na época de sua formação
coordenação, sensibilidade e mobili
serviam de suporte. suporte. Todas as as experiên Em A abordagem abordage m gestáltica e esiemunha
cias plenamente assimiladas e inte
ocular ocular da terapia. Perls Perls ( 198 8, p. 122 ) rsfere-se rsfere-se
gradas gra das constituem const ituem o fun do da pessoa, pes soa,
ao au to-apoio to-apoio (self-supporí) com o um a das pre pre
que dão sentido às Gestalten que vão
gestáltica missas principais da :e rap ia: “A te rapia gestáltica
emergindo e desta forma dão suporte
estabelece o postulado básico de que feita ao
a uma determinada maneira de viver
paciente auto-apoio, e que o terapeuta simbo
na fronteir a com excitação. excitação.
liza liza o si-me si-me smo incom pleto do paciente. O pri m eiro passo passo na terapia, portanto, é d esco brir o que o paciente paciente necessita".
Fritz Perls, em teto é Gestait (in Stevens, 1977, p . 23 ), volta a reafirma r a correlação correlação
Equipara o auto-apoio aos recursos dis poníveis no presente para lidar com pro blemas e como condição para aquisição da auto-estima; afirma que o objetivo do pro cesso terapê terapê utico está relacionado relacionado ao de sen volvimento de tais recursos:
entre auto-suporte e maturidade: “Eu defino a maturidade como a transição do apoio am biental para o auto-apoio”. Mas lembra que auto-suporte é diferente de auto-suficiência: “Ninguém é auto-suficiente; o indivíduo só pode existir num campo circundante [...]" (in
O objetivo da terapia, então, deve ser lhe dar [ao paciente] meios para que
Stevens, 197 7, p. 3 I) . A pessoa saudável saudável não desconsidera as necessidades necessidades dos o utros nem perm ite ite qu e as suas sejam desconsideradas"
possa pos sa resolver seus prob pr oble lem m as atuais atu ais e qualquer outro problema que sur
(Perls, 1988, p. 117).
ja j a am an hã ou no próx pr óxim imoo ano. Este instrumento é a auto-estima e ele a
Téllegen, Téllegen, em A s psicoterapias psicoter apias hoje (in Porchat,
adquire lidando consigo consigo e seus seus proble prob le mas, com todos os recursos de que dis põe p õe no momento mom ento.. (Perls, 1988, p. 75)
Na literatura contemporânea, Thérèse
1982, p. 85-6), oferece importantes contri buições relativas ao conceito de suporte:
[O homem ] [ ...] ...] é um todo composto 1978, no trabalho trabalho pu
de partes ou dimensões que podemos
blicado com o título “Concepts and miscon-
chamar de orgânica, emocional, cul
ceptions ceptions of Ge stait therapy " ( 197 8), de fine fine o
tural, intelectual. Ele tem memória,
conceito conceito de supo rte: rte:
i.e., acesso a experiências passadas, ele
Laura Perls, Perls, em
tem imaginação, i.e., acesso ao abs Suporte começa pela fisiologia básica
trato, ao simbólico. Ele é um sistema
como respiração, circulação e diges
onde as partes são inter-relacionadas
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T -T -T E R A P I A
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
dinamicamente numa perspectiva de organização e auto-regulação que
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teoria, técnicas e
visa um equilíbrio também dinâmico.
1978.
Suporte é a inter-relação deste todo.
Pe r l s , R
[...] Suporte inclui fisiologia, postura, coordenação, equilíbrio, equilíbrio, sensibilidade, sensibilidade, mobilidade, linguagem, hábitos e cos tumes, habilidades, aprendizagens, ex periên per iência ciass vivida viv idass e defesa def esass adqu ad quirid iridas as ao longo da vida. Este é o suporte, o auto-suporte, essencial pa ra o contato contato..
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P e r l s ...
Isto Isto é G estalt. São
Atualidadess em Gesialt-terapia. In: Po r c h a t , 1ÉLLEGEN, T Atualidade I. (org.). As psi cot era pia s 1982.
hoj e. São
Paulo: Summus,
E é óbvio que a qu alidade da presença presença do interlocutor também [...].
VERBETES RELACIONADOS
"lêll "lêllegen egen (in (in P orchat, 198 2, p. 8 6) men ciona ainda como é experienciada a fa(ta do suporte:
Aqui e agora, Auto-apoio, Auto-regulação organísmica, Contato, Fronteira de contato, Função e disfunção de contato, Gestalt-terapia
[...] como ansiedade, que se manifes ta nas alterações respiratórias, rubor, incômodo, vergonha, desajeitamento, senso de ridículo, rigidez, redução de energia etc. São as descoordenações das funções de suporte e das funções de contato. Se o contato sempre se dá no aqui e agora, agora, o suporte se fundam enta no conjunto de recursos desenvolvidos ao longo da história pessoal de cada um. O contato se passa na fronteira eu/não-eu; eu/nã o-eu; o suporte é tudo que se tem à disposição para esse contato ser ple no e vivificante.
E finalmente enfatiza que “o foco do tra balho em Gestaft é precisamente a articulação das dimensões de suporte e contato" (Têlle gen in Porchat, Po rchat, 198 2, p. 86 ). Beatriz Helena Pâranhos Cardella
DIC ION ÁR IO
—
D 6 GESTALT-TERAPIA
----------------ETÍTTr
t TEORIA DE CAMPO
Frederick Sal Salomon Perls Perls ( 197 7, p. 99) ex
nunca me aceitaram. Eu não era cer tamente um gestaltista puro. puro.
pressa claramente: “Minha ambição tem sido criar uma teoria de campo unificada na psico
Dessa forma, não é possível afirmar que
logia". Quando Perls declara seu desejo em
Perls Perls se apoiou na utilização utilização da Teo ria de C am
realizar tal criação, já existia o trabalho con
po específica de Kurt Lewin e que ele próprio
sagrado de Kurt Lewin, publicado em vários
pretendia criar uma Teoria de Campo, porém
livros livros (Le w in, 1935, 1936, 1946 , 194 7). Tais Tais
não chegou a fazê-lo de forma sistematizada,
livros fundamentaram o que Lewin denomi
como o fez Lewin. Posteriormente, outros no
nou “teoria de campo". No entanto, Perls não
táveis autores da G estalt-terapia estalt-terapia destacam destacam a im
menciona, em nenhum de seus livros, a utili
portância da utili utilização zação de um a Teoria de C am
zação desta.
po, mas já se referindo ao uso específico da
Perls esclarece em seu livro autobiográfi co, Escarafunchando Fritz ( 197 9, p. 81):
teo ria construída con struída po r J
A m inha in ha relação rela ção com os psicólogos psicó logos da Gestalt era muito peculiar. Eu admi
beiro beiro ( 1985 ), G ary Yontef Yontef (199 8), Serge Serge Ginger ( 199 5) e Margherit Margherita a Spagnuo Spagnuolo lo Lobb (200 2).
rava muita coisa no trabalho deles,
Considerando então os dados anteriores,
especialmente o trabalho inicial de
a definição de Teoria de Campo se baseará
Kurt Lewin. Não pude concordar com
naquela construída por Kurt Lewin (1965, p.
eles quando se tornaram positivistas
51 ): “A “A Teo ria ria de Cam po provavelm provavelm ente se
lógicos. Não li nenhum de seus li
caracteriza melhor como um método, isto é,
vros-texto, só alguns artigos de d e Lewin,
um método de analisar relações causais e de
Wertheimer e Kóhler. Para mim, mais
criar construções específicas’’.
importante era a idéia da situação
Como "campo”, Lewin considera o espa
inacabada, a Gestalt incompleta. Os
ço de vida da pessoa, onde “todo comporta
gestaltist gesta ltistas as acadêm aca dêm icos ic os obvia ob viame ment ntee
mento (incluindo ação, pensamento, desejo,
busca, valorização, realização etc) é conce
“C ” signif signific ica a o comp ortamento ortam ento da pessoa; “F",
bido como uma mudança de algum estado
função; “P", pessoa; e “M”, meio. Portanto, o
de um campo numa determinada unidade de
comportamento é uma função da relação da
temp o" (Lew in, 196 5, p. p. X III). III).
pessoa com seu meio.
Lewin nos explica que o sentido principal
A pessoa pode ser representada esque-
de sua teoria é lidar concretamente com as
maticament maticamente e como um campo - por exem
pesquisas das situações vivenciadas pelo(s)
plo, um círculo círculo - dentro dentro de ou tro tro campo
indivíduo(s), descrevendo tais pesquisas com
m aior que é o seu seu espaço de vida, onde psi
uma linguagem mais precisa (operacionalizan-
cologicamente podem ocorrer situações que
do conceitos abstratos por meio de uma lin
a infl influenciam. uenciam. Ambo s os camp os, porém , não
guagem baseada na topologia34), focalizando
são homogêneos, havendo limitações tanto
a situação presente e considerando-a como
no ambiente quanto na própria pessoa, em
uma Gestalt, na qual cada parte do todo só
relação ao alcance dos objetivos desejados.
pode ser relacionada a esse todo, de modo
Em seu espaço de vida, a pessoa experi
que qualquer acontecimento nessa Gestalt
m enta forças que podem se r representadas representadas es-
influenciará todo o campo. Em resumo, para
quematicamente como vetores ou setas, que
Lewin ( 1965 , p. 29 ):
terão um ponto de aplicação, uma direção e uma intensi intensidade. dade. Essas forças são expen m enta-
As afirma afir maçõe çõess básicas básica s de uma um a teoria teo ria
das intemamente como tensões, que buscarão
de campo são (a) o comportamento
ser atendidas no meio. Quando minha ação
deve ser derivado de uma totalidade
visa a al algo desejado, desejado, Lew in dirá que há um a va-
de fat os coexisten coexistentes, tes, (b) esses esses fatos fat os
lência lência positiva positiva (as ações con vergem para aquele
coexistentes têm caráter de um “cam
ponto). Na situação contrária, quando minhas
po p o dinâ di nâm m ico ” enqua enq uant ntoo o estado esta do de
ações se distanciam daquilo que não desejo ou
qualquer parte desse desse sistema sistema depend e
daquilo que me impede de alcançar o dese
de cada uma das partes do campo. A
jad o, o co rre a valên cia negativa. Essa situação
prop pr opos osiçã içãoo (a) (a ) inclui a afirm af irm ação aç ão de
sempre será focada em seus aspectos presen
que temos que lidar em psicologia,
tes. Segun Segundo do Lewin (19 (19 65 , p. 3 1-2):
também, com um conjunto, cujas inter-relações ter-relações não pode m ser representa representa
De acordo com a teoria de campo, o
das sem o conceito de d e espaço espaço.. Dessas proposições anteriores, depreendese sua famosa equação: equação: C = F (P . M ), na qual qual
comportamento não depende nem do pass pa ssad adoo e nem do futuro, mas ma s do ca m p o ppresen resente. te. (Este cam ca m po pre p resen sen te tem uma determ inada dimensão d e tempo tempo.. Inclui “pas “passad sadoo psicológico” psicoló gico” o “pres pr esen en
:4 Segundo Garcia-Roza ( ! 972. p. 25): “A top oiogia é um ramo não-quantftativo da matemática, que estuda as pro priedades das figuras que se mantêm invariantes apesar das deformações métricas por elas sofridas. As alterações quantitat quantitativas ivas não são levadas em conta, impo rtam apenas
que constituem uma das dimensões do espaço de vida existindo num deter minado momento).
as caracter característica ísticas s estruturais estruturais da rela ção par te-tod o".
DICI ONÁ RIO
te psicológico” psicológ ico”,, e o “futuro fut uro psico p sicológic lógico” o”
DE
GESTALT-TERAPIA
Essa
representação
espacial,
entretan
to, não se refere ao espaço físico. Rara Lewin (1965, p. 30), "[...] as relações espadais dos dados psicológicos não podem ser adequa damente representadas por meio do espaço físi físico, co, m as devem ser consideradas consideradas [...] como
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________ . Ego, 2002.
acontecimentos; c) uma perspectiva
________ .
fome e agressão. São Pauio: Summus,
Escarafiinchando Frixz: dentro e fora da lata de
lixo. São Paulo: Paulo: Summ us, 1979.
psicoló psi cológic gicaa e não física; físic a; d) d ) uma um a análise aná lise
___________ .
que começa com a situação como um
Gestalt-terapia explicada. São Pauio: Sum
mus, 1977.
todo; e) uma distinção entre proble-
Pe r l s , R S.; H ef f e r u n e, R.; G o o d m a n , R Gestalt-terapia.
mas sistemáticos e históricos; f) uma
São Paulo: Paulo: Summ us, 1997.
representação matemática do campo.
R ibeir ibeir o , J. R Gestalt-terapia: refazendo um caminho. São
Paulo: Surnmus, 1985.
Acredito que a Teoria de Campo, embora filosoficamente questionável por alguns auto res35 res35, é importante impo rtante para u m a prática ciínica ciínica que utiliza experimentos ou trabalhos psicodramáticos. Tal ajuda se configura na facilitação em traduzir questões afetivas, inter-relacionais ou intra-reladonais abstratas, de uma forma mais precisa precisa em relação relação ao q ue o cliente cliente efetivamen efetivamen
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1
V E R B E T E S R E L A C IO IO N A D O S
Gestart, Gestait-terapia, Parte e todo, Presente, Situação inacabada
te estava estava querendo nos dizer. dizer. C om base em tal precisão, tom a-se mais fácil fácil elabo rar propostas psicodramáticas ou experimentos que efetiva mente atendam às necessidades dos clientes. Hugo Eiídio
TEORIA ORGANISMIC ORGANISMICA, A, ORGA NISMO, CAM PO ORGANISMO/AMB ORGANISMO/AMBIENT IENTE E Esses conceitos estão entrelaçados e foram introduzidos na Gestait-terapia a partir do livro
EFA, no qual Perls propõe uma revisão da psi 35 Sartre Sartre chamará chamará o trabalho de L ewin, assim assim co m o d e
canálise, que inclui a passagem de um paradig
todos os gestalt gestaltist istas, as, de “fetichismo da íotalização", íotalização", que
ma que preconizava o intrapsí intrapsíquico quico para ou tro,
“confina-se em uma complexidade horizontal" (Sartre,
que tinha como centro a noção de organismo.
2002, p. 62).
DICION ÁRIO
D E G E S T A L T- T E R A P IA
O contato contato com a teo teo ria ria organísmica de
descrever a experiência humana no mun
Kurt Goldstein, médico neuropsiquiatra, foi
do. Perls busca nesse livro reorientar a teo
um divisor de águas no trabalho de Perls e
ria freudiana das pulsões para um ponto de
dirigi dirigiuu seu interesse p ara o paradigma paradigma o rganís
vista organísmico, apoiando-se na noção de
m ico. Ele trabalhou trabalhou com G oldstein oldstein em 192 6,
“auto-regulação organísmica”.
na Alem anha. Laura Perls, colabo colabo radora direta na concepção e escrita de EFA, EFA, assim como da criação da futura futura G estalt-terapia, foi aluna e
como W. Reich destacou, é muito di
assistente de Goldstein. A teoria organísmica
fere fe rent nt e da regulação regula ção de instintos instint os p o r
de Goldstein, compendiada em sua obra The The 39/2000 2000)), pro p õ ec eco o ns ide ra organism organism (i 9939/
princ pri ncípio ípio s morais mor ais ou autocon aut ocon trole. trole .
ção da^totalidade como a premissa básica para
mulação de situações inacabadas em
a com preensão preensão do funci funcionamento onamento hu m an cT) Identificado parcialmente com a Psicolo
nosso sistema e à interrupção do ciclo
gia da Gestalt, Goldstein amplia algumas de suas concepções e princípios, focando-se no
[...] auto-regulação organísmica que,
A regulaçã regu laçãoo moral mo ral deve levar lev ar à ac u
organísmico. Esta interrupção é obtida pela pe la contraç con tração ão muscular musc ular e pel a pro p ro du j nCrção de anestesia. (Pe rls, 200 2, p . 85)
orga organi nismo smo como como um tod o^ on ceb e o orga orga nismo como um sistema organizado baseado
Agregando as contribu contribu içõe s da teo ria or
em leis leis de funcionam funcionam ento intrínsecas intrínsecas ao tod o
ganísmica de Go ldstein e da teo ria .rei .reiohiana ohiana
e propõe que qualquer sintoma deva ser ava
de auto-regulação organísmica, Parts (2002,
liado de acordo com a compreensão de que
p. 90) argumenta que o sistema sensorio-
o que afeta uma parte afeta o todo. Supõe
motor é dominado por uma tendência cen
uma unidade unidade corpo e m ente e afirma afirma qu e não
trífuga, o que significa atribuir atividade ao
há um domínio independente ou supremacia
organismo na direção da satisfação da ne-
das partes, tampouco do corpo ou da men te (Go (Go ldstein, ldstein, 1939 /200ü Q '\o tratar tratar das re
cessidade dominante, uma intencionaiidade que o d irige irige ao m undo-. undo-. Já na África do Su l,
lações do organismo com o meio, Goldstein
e tendo conhecido o holismo de Jan Smuts
atribui ao organismo um caráter de atividade,
com sua noção de ecologia que considera
ao qual denomina\))comportamento prefe rido" (Goldstein, 2000, p. 265), indicando
um “organismo-como-um-todo-imbricadono-am biente”, biente”, Perls Perls consoli consolida sua com pre
que o organismo, tomando como referência
ensão do organismo inseparável do mundo.
uma sensação subjetiva de conforto e segu
Ele reafirma mais tarde essa concepção,
rança, e lege, diante diante das das con dições do m eio,
quando define organismo como “qualquer
m aneiras próp rias rias e criativas criativas de reagir, reagir, visando visando
ser vivo que possua possua órgãos, que tenha um a
à regulação.• regulação. • Q
organização e que se auto-regule. Um or
A proposta apresentada apresentada em em EFA é o é o em brião daquilo que seria a Gestalt-terapia, a
ganismo não é independente do ambien
qual tomaria como ponto de partida a no ção de “campo organismo/ambiente” para
DICIO NÁR IO
DE
te. Todo organismo necessita do ambiente para trocar materiais essenciais [...]” (Perls, 1977, p. 19).
GESTALT-TERAPIA
—
O tempo presente presente é apontado apontado por ele ele
qualquer que seja a maneira pela q ual
O tempo presente presente é apontado apontado por ele ele
qualquer que seja a maneira pela q ual
como fator indispensável para pensar em ter
teorizamos teorizam os sobre impulsos, impulsos, instintos instintos
mos organísmicos (Pe rls, 1 942 /200 2, p. 147),
etc., estamos nos referindo sempre a
já que qu e não co nside ns idera ra o ego uma um a sub stância, stân cia,
esse campo interacional e não a um
mas uma função (temporal) exercida quando
1997,, p. 42) animai anim ai isolado. isolado. (PH G , 1997
em contato com o diferente. ‘Apenas onde e quando o seif encontra o 'estranho', o ego
Os autores tomam como referência a
começa a funcionar, passa a existir” (Perls,
estrutura da experiência, uma unidade figu-
2002, p. 212). A função egóica de identifica
ra/fundc ra/fundc armad a po r organi organismo smo e am bien bien
ção é uma função holística que expressa uma
te em interação na fronteira de contato. Ao
tendência a form ar uma unidade unidade (Pe rls, rls, 2 00 2,
discutir a noção de campo organismo/am-
p. 212) com base no encontro com aquilo
biente com base na noção de estrutura em
que é estranho e se dá a partir da agressão
M erleau-Pon erleau-Pon ty (Alvim (Alvim , 2 00 7 ), ressaltam ressaltam os
— considerada po r Perls, Perls, de acordo com o
que, para ser compreendida, a proposta
pensamento diferencial de Salomon Friedlãn-
gestáltica de campo organismo/ambiente
der, uma função biológica biológica que p ossibili ossibilita ta o tra
não pode tom ar com com o pe rspectiva rspectiva o subs subs
balho de assimilação ou alienação.
tancial tancial ou físi físico. co. A estrutura da expe riên riên cia
Partindo dessas idéias e agregando as con-')
ou do comportamento, como propôs Mer
tribuições tribuições de Paul Paul Go odm an, a Ge stait-t stait-terapia/ erapia/
leau-Ponty, é perceptiva, uma configuração
de PHG (195.1) propõe conceber o ser hu-i
da experiência experiência de acordo com a percepção ,
mano como^ uma totalidade organísmica que
uma forma assumida pelo campo que não
não pode ser considerada isoladamente, o
é realidade física, mas objeto de percepção,
que está expresso na noção de “campo orga-
ou seja,, ato de significação.
nismo/ambiente”. :,
M ônica Botelho Bo telho Alvim
r.
Em toda e qualquer investigação bio
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DICIO NÁR IO
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DE
G E S T A L T- T E R A P IA
TEORIA ORGANÍSMICA, ORGANISMO...
L \ ° (
VERBETES RELACIONADOS Agressão, Assimilação, Auto-regulação organísmica, Ex periência, Figura Figura e fundo, fundo , Fron teira de contato, co ntato, Função id, função ego, função personalidade, Gestalt-terapia, Holismo, Necessidades, Pensamento diferencial, Presente, Sis tema tem a sensoriomotor, sensoriomo tor, Situação inacabada, Totali Totalidade dade
TEORIA PARADOXAL DA MUDANÇA/ MUDANÇA
Escrita Escrita em 197 0 p or Arno ld B eisser, e tendo aparecido pela primeira vez no livro de Fagan e Shephero 'íestalt-terabia: teoria.
Mud M udar ar é tornartorn ar-se se o que qu e já é; o áridtJ' áridtJ' é fértil. Não tentar dominar uma dor pela pe la supressão supres são, mas acompanhá-la atentamente, é um meio para não ser dominado por ela; permanecendo no vazio, encontra-se o pleno; plen o; o momento mom ento do caos prenuncia uma nova ordena ção desde que não se tente impor or dem. (Tellegen, 1984, p. 42) Cardella (2002) comenta a influência do
doxal da mudança’’ é uma das teorias mais
pensamento oriental na obra de Perls, princi palmente no que diz respeito aos processos de desenvolvimento e mudança. Segundo
frequentemente referenciadas na literatura
essa autora:
técnicas e aplicações (1980), a “teoria para
da Gestalt-terapia. Be isser (in (in Fagan, Fagan, 1980 , p. 110) 110 ) defi de fine ne resumidamente essa teoria: “Eu chamo-lhe a teoria paradoxal da mudança por motivos que se tomarão óbvios. Em poucas palavras, consiste nisso: a mudança ocorre quando uma pessoa pes soa se toma o que é, não quando tenta con
verter-se verter-se no que não é” (grifos do original). Em relação à mudança propriamen te dita, acrescenta ainda: ainda: ‘A m udança não ocorre através de uma tentativa coerciva por parte do indivíduo ou de outra pessoa para m udá-lo, udá-lo, mas acontece se dedicarmo s tem po e esforço a ser o que somos" (in Fagan, 1980, p. I 10). Segundo Be isser isse r (in Fagan, 1980). 198 0). Perls não fez uma definição clara de teoria da mudança, contudo esta aparece na maior parte de seu trabalho e está implí im plícit citaa nas técn técnicas icas gestál ge stálti ticas. cas. Tellegen (1984) concorda com Beisser que o paradoxo, embora não fique explícito em Perls, na realidade está presente em toda a sua sua linguag linguagem. em. E sob re a m udança diz diz e la:
DICIO NÁR IO
Um tema tem a comum com um às religiões orientais pres pr esen ente te na Gesta Ge stalt-t lt-tera erapia pia é o p a ra doxo. Para a Gestalt-terapia, a pessoa é capaz de crescer tornando-se cada vez mais o que é, e não quando tenta ser o que não é... é... É preciso aceitar afe tos, tos, pensamen pens amentos tos e desejos, desejos, mesmo me smo que sejam desagradáveis e dolorosos, para que a mudança ocorra e para que se experiencie a harm onia e a paz. (Car della, 2002, p. 42) Gary Yontef (1998) relaciona a possibi lidade de mudança ao desenvolvimento do auto-suporte. Ter auto-suporte significa reco nhecer-se e aceitar-se como se é. Diz ele:
Quanto mais você tentar ser quem não é, mais m ais você permanec perm anecee o mesmo. Cres Cres cimento, incluindo a assimilação da ajuda e do am amor or dos outro outros, s, requer autosuporte. suporte. Tentar ser quem não se é não é auto-suporte. (Yontef, 1998, p. 138)
D E G E S T A L T- T E R A P IA
215
TEORIA PARADOXAL PARADOXAL
DA MUDANÇA
/ MUDANÇA
Quando a pessoa chega à terapia, muito
Também cabe ressaltar a importância do
freqüentemente vem com um conflito básico
respeito do terapeuta ao rftmo, às possibilida
entre o que ela “deveria ser” e como ela per
des e aos limites do cliente no processo tera
cebe que é. E o papel do terapeuta encorajá-
pêu tico. tico. Lim a (20 (20 05 , p. 144) nos diz diz a esse
la a ser o que é. A partir daí, ela passa a ter
respeito que:
uma base sólida sólida pa ra se m ovimentar. Na prática, o Gestalt-terapeuta estimula a
Se o outro nos chega usando uma ar
pessoa a experim en tar esses papéis papéis conflituo conflituo
madura pesada, que restringe seus
sos (o que é e o que gostaria gostaria de se r), para que ela possa chegar ao que é; para que lhe seja possíve: possíve: esc olhe r o rum o a segu ir na vida. vida. O utra questão questão que não pode s er esqueci da é a de qu e toda toda m udança implica implica um risco; risco; o risco de sair de uma situação que, embora
movimentos e sua espontaneidade, não é nosso dever deve r retirá-la. Até porque, neste neste ato, podem os no mínimo invadir invadir ou machuca r a outra pessoa. pessoa. Podemos sim é apontá-la, funcionar um pouco
possa até até se r de scon fortáve l, é fam fam iliar; iliar; o ris ris
como espelho, um pouco como mímico
co de “não dar certo" e, até, paradoxalmente
e ir deixando a outra pessoa “se dar
talvez, o risco de "dar certo".
conta” de que está “armada ” Só ela
Sobre isso, isso, Ribeiro Ribeiro (20 0 6, p. 149 ) comen
po de faze fa ze r a escolha esco lha se quer q uer continuar conti nuar assim, assim, ou seja, continu c ontinu ar sendo sempre
ta de form a m uito uito aprop riada: riada:
do mesmo modo, ou se irá se permitir ser diferente.
Trabalhar paradoxalmente é colocar o cliente diante d e suas possibilidades possibilidades reais reais para, ao vivenciar v ivenciar suas suas contradi
Sheiia Sheiia O rgier
ções internas, descobrir que o risco é o cotidiano da existência, e que a pala vra “fác il” não pertence a o vocabulá
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS C a r d e l l a , B. H . R A con str uçã o do psi cot era pe uta - uma
abordagem gestáltica. São Paulo: Summus, 2002.
rio dos adultos, adultos, e sim ao das crianças.
Fa g a n , J.; S h e p h e r d , I. L. Gestalt-terapia: teoria, técnicas e
Zink er ( 1978 , p. 34 ) também nos apont aponta a para essa questão do risco, para a dificuldade
aplicações. Rio de Janeiro: Zahar, 198 0. Lima , R V A . Psicoterapia e mudança - uma reflexão. 2005.
les e (Do utorad o) - Instit Instituto uto de de Comunicação, Un i
de abrirmos mão do que nos é familiar e a
versidade Federai do Rio de janeiro (UFRJ), Rio de
consequen te resistência a isso; isso;
Janeiro. ir o , J. R Vade-mécum de Gestalt-terapia: conceitos bá R i b e ir
sicos. São Paulo: Summus, 2006.
Todo movimento origina resistência.
Te l l e g e n , T. A . Gestalt e grupos: uma perspectiva sistêmica.
Eu experimento esta minha resistên cia interna como uma relutância em
São Pãulo: Summ us, 198 198 4. Yo n t e f , G . M. Processo, diálogo e awareness. São Paulo:
mudar o m odo-como faço as coisas coisas,, do modo como me comporto tipicamente
Summus, 1998. Z i n k e r , J. Creative p rocess in Ge stalt- therapy. Nova York:
Vintage Books, 1978.
no cotidiano. Esta constância me dá (tradução nossa) conforto, (tradução
DICIO NÁR IO
TEORIA PARADOXAL DA MUDANÇA / MUDANÇA
DÊ
216 216
GESTALT-TERAPIA
216 216
TEORIA PARADOXAL DA MUDANÇA / MUDANÇA
VERBETES RELACIONADO RELACIONADOSS
recordações etc. Essa evitação é a caracte
Co nflito, Crescim ento , Gestalt-terapia, Resistência e evievi-
rística principal das neuroses, assim como a
tação, Suporte
concentração doentia das pessoas obsessivas. Segundo Perls, em EFA (2002, p, 269):
TEORIA E TÉCNICA DE CONCENTRAÇÃO
O método de associações livres não é
Fritz Fritz P erls erls utilizou utilizou peia prim eira vez o
confiável e se presta facilm ente ent e a todos todos
term o “terapia terapia da con centração” em EFA
os tipos de evitações. Pela conce ntração
( 194 2). N essa obra, propõe um a revi revisão são da
no sintoma permanecemos no campo
teoria e do método de Freud, dedicando a
e avançamos em direção ao centro do
terceira parte do livro para explicar a tera
complexo, e durante este processo en-
pia da concentração: penetrar exatamente
contramos e reorganizamos evitações
na essência de uma situação com interesse
específicas, por exemplo resistências.
espontâneo e atenção. A concentração per feita tem um apoio natural e organísmico,
Nesse livro, Perls ensina vários exercícios
pois surge como figura no campo perceptuai
simples, como comer mastigando cada boca
do sujeito (aquilo que em dado momento é
do, percebendo o sabor e o material a ser in
do seu interesse para satisf satisfazer azer a necessidade
gerido para a intensificação da concentração.
percebida percebida com o do m inante): “A co ncen tra tra
Tornar-se aware do ato de co m er é o passo passo
ção correta é mais bem descrita pela palavra
inicial para perceber como a mente divaga,
‘fascinação’ ‘fascinação’ ; aqui, o objeto ocup a o prim ei
e lentamente você poderá se concentrar na
ro plano sem nenhum esforço, o resto do
avaliação de situações vitais de sua existência.
mundo desaparece, o tempo e os arredores deixam de existir, não surge nenhum conflito interno ou protesto contra a concentração’’ (Perls, 2002, p. 268).
A terap ia gestál gestálti tica ca tem tem um a p erspec ti ti va h olísti olística ca visando visando ao dese nvo lvim lvim ento e à manutenção do bem-estar, e não somente à cura das doenças, portanto os exercícios
O que é ap arentemente fácil, fácil, o estar consciente do que estamos experimentando a cada momento, não é o que geralmente aco ntece. O que realm realm ente acontece é que interrompemos nossa concentração sempre que surge algo algo desagradável. Para Perls Perls ( 197 7, p. 33), “o neurótico perdeu a habilidade (ou talvez nunca a tenha de senvolvido) de organi organi zar seu comportamento de acordo com uma
propostos por Perls visam ficar atento ao flu xo perm anen te das sensaçõ es físi físicas cas (ex (ex terocep tivas tivas e prop rioc rioc eptivas) dos sentim sentim en tos, da sucessão de imagens que surgem na m ente, enfi enfim , do conjunt conjunto o - o que oc orre no plano plano corp ora l, em ocion ai, raciona raciona l ou comportamental. Para ajuda ajuda r o clien clien te a fazer co ntato, Fritz Fritz
hierarquia hierarquia de necessidades. Literalm Literalm ente, não
colocava quatro quatro qu estões: “O “O que você está está
pode se concen trar". trar". O neurótico neurótico evita evita o con
fazendo fazendo agor agora? O que você sente neste m o
tato tato com o que está fluindo, fluindo, interrom pend o a
mento? O que você quer? quer? O que espera de
con centração, perdend o-se em suas fantasi fantasias, as,
mim?”
DICI ONÁ RIO
DE GESTALT-TERAPIA
A essa concentração contínua, os gestaltis-
percepção correta da realidade. realidade. O que temo s
tas atuais preferem dar o nome de awareness, utilizando a palavra inglesa, ou continuum de conscientização. John Stevens, em Tomar-se criou vá rios rios experim experim entos vi vi presente pres ente (1 9 7 1), criou sando ao crescimento pelo desenvolvimento
disponí disponível vel no m om ento presen te é aquil aquilo com
da concentração, atenção, percepção etc. Para Para torna torna r-se m ais ais profundam ente con scien scien te de seu próp rio rio expe rienciar, rienciar, Stevens divi divide
que podemos entrar em contato: são nossos movimentos, gestos, forma de faiar, postura e expressões que nos colocam colocam em contato contato com a superfíc superfície ie da conduta — o ó bvio, com o dizia dizia Perls. Perls. Yontef ( 199 8) de fine fine e com pleta pleta o senti do dessa terapia terapia de concen tração:
A awareness total é o processo de estar estar em contato vigilante com eventos mais importantes importantes do campo individuo/amindividuo/ambiente com total apoio sensoriomotor, emocional, cognitivo e energético. É o estar em contato com a própria exis tência. (in Y on tef, tef, 1998, p. 31)
a experiência em três tipos de consciência ou zonas de co nsciência: nsciência: 1) Consciência do mundo extenor, ao fa ze r contato contato sensorial por m eio dos cinco cinco sen tidos, percebendo com concentração o que vejo, escuto, cheiro, toco e sinto o gosto. 2) Consciência do mundo interior, fazen do contato sensorial com eventos interiores: o que sinto dentro de mim, as tensões mus culares, os movimentos, o que sinto quando
A percepção percepção co rreta rreta do campo, por meio dos cinco cinco sentidos, e o con hecimen to das ne
me emociono e as sensações corporais que
cessidades cessidades pessoa is do indivíduo indivíduo - suas cren cre n
acompanham os sentimentos. Esses dois tipos de conscientização englo
ças, vivências passadas passadas e atit atitudes udes - conduzem
bam a realidade presente, o que experiencio
a uma esco lha criativa criativa e integrada de ações açõe s no campo vivencíal. vivencíal.
aqui e agora.
Margaret Joode
3) A consciência da atividade da “fantasia", que diz respeito à minha consciência de ima gens, de coisas que não existem na realidade presente e inclui toda a atividade mental: ex plicar, planejar, recordar o passado, antecipar o futuro futuro etc. (in (in Stevens, 1971). Enright (1971) dizia que grande parte do conteúdo da conscientização é um fluxo de imagens de fantasia e fala subvocai36. Muitas vezes, esses produtos de pensamento são divagações que distorcem a conscientização da experiência real e concreta, dificultando a
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS En r
J. “Uma introdução às técnicas 'Gestaít'”. in: Fa g a n , J. (org.). Gestalt-terapia: teoria, técnicas e aplica ções. Rio de Janeiro: Jane iro: Zahar, Zah ar, 19 7 1, p. 149-7 3.
ig h t
,
ph er d , 1.1. Gestalt-terapia: teoria, técnicas e Fa g a n , j.: S h e ph
aplicações.
Rio de Janeiro: Janeiro: Zahar, 1971.
Pe r l s , E S. 4 abordagem gestáltica e testemunha ocular da
R io de Janeiro: Jane iro: Zah ar, terapia. Rio
________ . ( 194 2). mus, 2002.
1977. 97 7.
Ego, fome e agressão. São
e n s , J. Tomar-se St e v en Tomar-se presente . São
G . M. Processo, Summus, 1998.
Yo n t e f ,
36 Segundo Perls (20 02 , p. 59 ), “[.. .] o falar falar subvocai subvocai é apena apenass unna unna forma (. ..] de pensar".
D I C I O N Á R I O D E G E S T A L T - T E R A P IA IA
diálogo e
Raulo: Sum-
Pauío: Sumnnus, I97Í. awareness. São Paulo:
VERBETES RELA RELACI CIONADOS ONA DOS
Posteriormente, na obra de PHG, os auto
Aqui e agora, Aw are nes s, Consciência. Contato, Doença, saúde e cura, Existência, Experiência, Experimento, Fanta sia, Figura e fundo, Hierarquia de necessidades, Hoiismo, Neurose, Óbvio, Presente, Resistência, Sistema, Sistema sensoriomotor
res, ao abordarem o tema tem a “Gestalt-ter “Gestalt-terapia apia e psi p si cologia cologia da G estalt”, afirma afirmam m : “Esta é naturalmen te a tese princi principal pal da psicologia psicologia da G estalt: que se tem de respeitar a totali totalidade dade de fenôm enos que surgem como todos unitários” remetendo-se à visão do “contexto total da situação concreta (tu do todo es estrut truturado urado defini definido” do” (PH (P H G , 199 7. p. 52 ; grifos grifos nossos).
TOMADA DE CONSC IÊNCIA (VER (VER CONSCIENTIZAÇÃO, DAR-SE CONTA, TOMADA DE CONSCIÊNCIA)
De ssa form a, a palavra “totali “totalidade dade”” , no que diz respeito à Gestalt-terapia, parece-nos, sem sombra de dúvida, apresentar sua vinculação à
TOTALIDADE
herança recebida da psicologia da Gestalt por O aparecimento da palavra “totali “totalidade dade”” na
meio de porta-vozes como Smuts e G oldstein: oldstein:
liliteratura teratura da Gestatt-t Gestatt-terapia erapia remo nta ao primeiro
“Peris foi introduzido à Psicologia da Gestalt por
livro escrito por Frederick S. Peris, EFA ( 1947 ),
Kurt Goldstein, de quem foi assistente [...]. A
Nesse primeiro momento, Peris fez uso da pa
Goldstein se deve a concepção do organismo
lavra “totalidade" (do inglês wriofe, no originai)
como um todo” (Loffredo, 1994, p. 49).
como sinônimo do termo “hoiismo", tal qual
M as, as, se caminharmo s um pou co mais para para
cunhado por Jan Smuts em seu livro Holism and
trás, chegaremos à provável nascente de tal
“Ho iismo smo (oXos (oXos - totali totalidade) dade) é Evo/ution ( 192 6): “Hoii
sentido: as idéias de Franz Brentano, que aca
o termo [...] para uma atitude que compreen
baram por influenciar Edmund Husserl. Bren
de que o mundo consiste per se não apenas em
tano, em sua investigação sobre a natureza
átomos, mas em estruturas que têm um signifi
dos atos psíquicos, constatou a distinção entre
cado diferente da soma de suas partes” (Peris,
fenômenos físicos e fenômenos psíquicos, re
2002, p. 63). Ao se referir ao livro de Smuts,
lacionando a estes últimos a:
Peris recomenda sua leitura por apresentar “um exame muito abrangente da importância das to-
[...] experimentação de uma totalida
talidades" (Peris, 2002, p. 63). Poucas páginas antes, no entanto, Peris já
de, que, espontaneamente, se estabele
havia havia citado citado uma formulação de M. W erthei-
ocupasse [...] e eis aqui uma primeira
mer, ao fazer referência à psicologia da Ges-
for m ulaç ul ação ão da noção noç ão feno fe nome meno nológ lógica ica
talt: talt: “Existem “Existem totalidades totalidades cujo com portam ento
de Gestalt. [...] e o rudimento progra-
não é determinado pelo de seus elementos
mático daquilo que, na pena de Hus
individuais, mas onde os processos parciais
serl, transformar-se-á em fenomeno-
são determinados pela natureza intrínseca
logia: descrição dessas vivências que,
dessas dessas totalidades. totalidades. A esperança da teo ria da
espontaneamente, espontaneamente, configuram-se configuram-se para nós como totalidades anteriores às
Gestalt é determinar a natureza de tais totali dades" (Peris, 2002, p. 61).
cia, antes mesmo que um ato dela se
partes par tes.. (Granzotto; Granzotto, s.d.)
DICIO NÁRIO
D E G E S T A L T -T E R A P I A
C. I ✓
TOTALIDADE
Assim sendo, tomando-se a história do nas
harmonia interna do corpo, mente e espírito,
cimento do método fenomenológico (Brenta-
pode ser a tarefa tarefa m ais ais impo rtante rtante do hom em ”
no e Husserl), bem como do percurso trilhado
(in (in Stevens, 197 7 , p. 182 ).
pelos psicólogos da Gestalt, já por este influen
finalizamos com algumas palavras de Perls
ciados, não é difícil entender porque a palavra
(in (in Faga Fagan; n; Sheph erd, 198 0, p. 49 ) acerca da to
“totalidade” pode encontrar equivalência no
talidade intrínseca à humanidade que somos
próprio term o “G e st a if; ou, ainda ainda melhor, por por
e temos:
que totaiidade serve como uma das possíveis opções á delicada tarefa de traduzir a palavra
Somos parte do universo, não distintos
alemã “Gesta lt":
dele. Nós e o nosso meio somos uma
a psicologi psicologia a eidética de
Husserl havia legado, a saber, as essências ou in-
só coisa. Não podemos olhar sem ter
tuições tuições (de totalidades), totalidades), que e les m elhor prefe
algo para onde olhar. Não podemos
riram riram tratar com o estruturas objetivas objetivas chamadas
respirar sem ar. Não podemos viver
Gestalten" (Granzotto; Granzotto; s.d., p. 7),
sem ser parte da sociedade. Portanto,
Burow e Scherpp (1985, p. 58), em Ges-
não podemos, certamente, observar
taltpedagogia: um caminho para a escola e a
um organismo organismo com o se ele fosse capaz
‘A sup osição básica básica da educação, educação, n os dizem : ‘A
de funcion fun cionar ar em isolamento. isolamento.
GestaítGestaít-ter terapia apia é ve r o ser humano como um Ludana Bicalho Bicalho C avanellas avanellas
todo. [ ...] C om o sinônimo sinônimo da palavra palavra totali totali dade, utilizamo utilizamo s os term os un idade, entidade, estrutura e Gestalt".
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS B u r o w , O . -A.: S c h e r p p , K. (orgs.) Gestaltpedagogia: um
Ribeiro Ribeiro (19 94 , p. 16-7 ), em em Gestalt-terapia: o processo grupai, também grupai, também assume essa equipa equipa
caminho caminho para a e scola e a educação. S ã o Rauio: Sum-
mus, 1985. Fa g a n , J.; S h e p h e r d , I. L. Gestaít-terapia: teoria, técnicas e
ração, propond o-nos a seguinte seguinte definição: definição:
aplicações. Rio de jane iro: Zahar, 1980. G r a n z o t t o , M. J. M .; G r a n z o t t o . R. L. “Gênese feno-
A p alav al av ra Gestalt Ges talt sugere um a idéi id éiaa d e
menológica menológica da noção d e Gestatt”. Revista Revista do X Encon
totalidade, de partes que se unem em
tro Goiano da Abordagem Gestáitsca.
um todo convergente e significativo.
Lo f f r e d o , A M. A cara e o rosto. São Rauio: Escuta , i 99 4.
[...] W holeness holeness and Ho lism signi-
Pe r l s , F S . i l 9 4 7 ), ), Ego. fome e agressão. São Paulo: Sum-
mus, 2002.
fica fi cam m que qu e as pessoas pes soas são sã o muito mu ito mais mai s
_____________ . Ego,
que a simples simples soma de suas partes. Em
hunger and aggression. Nova York: The
Gestalt Journal, 1992.
cada um de nós existe um movimento
Pe r l s , F S.; H e f f e r u n e , R.: G o o d m a n , R Gestalt-terapia.
pa p a ra a complet com pleteza, eza, p a ra a totalid tot alidade. ade.
São Paulo: Paulo: Summus, Summ us, 199 199 7. Ri b e ir ir o , J. R Gestalt-terapia: o processo grupai. São Paulo:
Na qualidade de ilustração, podemos ci tar ainda um capítulo intitulado “Totalidade e auto-sustentaçã auto-sustentação” o” , escrito escrito p or Stephen A. Tobin, em Isto é Gestalt, Gestalt, no qual, entre outras considerações, encontramos a idéia de que: “De fato, [penso que] atingir a totalidade, a
DICION ÁRIO
Summus, 1994. S t e v e n s , J. O . (org.). Isto é Gestalt. São Paulo: Summus,
1977.
VERBETES RELA C IONA DOS
Gestatt Gestaltismo, Gestalt-terapia, Holismo, Método fe nomenológico, Organismo, Parte e todo
D E G E S T A L T - T E R A P IA IA
V VAZIO FÉRTIL
Para além de palavra e pensamento está Tao, Tao, origem sem nome nem form a
O conceito de vazio fértil surge pela pri pri
(Lao Tse, 1990,-p. 78)
meira vez em 1951, na obra de PHG , que apresenta os fundamentos teóricos da Ges-
PHG, ao discutirem a pacificação pre
talt-terapia e marca seu início oficial como
matura dos conflitos, referem-se ao vazio
uma abordagem psicoterápica. psicoterápica. Com base no pensamento de Salomon Salomon
fértil relacionando-o ao conceito de
criativa”, Pe rls inicia inicia a gestação gestação do con ceito de
sensibilidade dade da resignação. O contrário do
EFA, quan
“vazio fértil” que há quando alcançamos um
do o define como “algo não diferenciado",
nível de desinteresse (esse vazio é a criativi
para o qual sugere o term o “ pré-diferente"
dade do
(Perls, 2002, p. 50).
onde o p.
Zen Budismo e o Taoísmo foram também fontes que influenciaram o desenvolvimento deste conceito. No Zen budismo maaiana, o estado de vacuidade, ku, é a matriz de todos os fenô men os, o mom ento que ante cede a criação. A vacuidade é o potencial oculto de tudo que em si não é bom ou mau; qu alquer objeto no universo é vazio, e seu' significado lhe é atribuído po r quem o percebe. Vácuo, Vácuo, o Nad a, berço de todos os Possíveis. O
self) é o espaço vazio da resignação, self costumava estar” (PH G, 1997, 168). O self só só pode ser sentido sentido como
potencialidade, já que o campo existente no momento seguinte é sempre rico de novi. dades potenciais e o
selfé o o vazio fértil. Estar vazio é estar aberto a todas as pos sibilidades, garantindo que a Gestalt em iria li vremen te e possa atrair ao campo o que lhe for pertinente.
É isto a que Perls se referiu como “o vazio fértil”. fértil”. É um vazio cheio de potencialidade, esperando pelo desequi-
Í?R3TTH7
líbrio inevitável. Se estamos conscien-
Segundo Segundo Van Van D usen , a chave para a com
tes dele, irá se dissolver, à medida em
preensão da psicopatol psicopatologia ogia é o c onh ecime nto
que as necessidade necessidadess da situação fore m
dos espaços vazios nos indivíduos e de como
aparecendo. Se lhe prestamos atenção, atenção,
estes reagem reagem perante eles. Sabe r como traba
se o atendemos, mantemos a vitali-
lhar esses vazios vazios é fundamentai para uma m u
dade da nossa experiência. Se não o
dança terapêutica. Para eie, o vazio fértil é o centro do processo psicoterápico
■n
Stevens,
197 7, p. 127 ). “N a psicoterapia, psicoterapia, toda ação é o dia e todos os buracos, os defeitos, são
O vazio fértil fértil é a fase fase interme diária diária entre
o vaz io fértil fértil da da noite. O vazio fértii fértii en tra na
o pós-contato e o pré-contato subseqüente:
psicoterapia psicoterapia de form form a que possamo s dissolver
a Ges tait é fechada, fechada, um ciclc está term i
um pouco e sair um pouco mudados para o
nado. Voltamos à ‘estaca zero’, ao vazio fértil
novo dia" dia" (in (in Stevens, 1977, p. 129 ). Co m o
da indiferença indiferença criado criado ra (Friedlãnd (Friedlãnd er), de onde
diz Ribeiro ( 198 5, p . 128 ), o vazio fértil fértil é este este
poderá emergir uma nova experiência” (Gin-
momento de “entrega a si mesmo como úni
ger; Ginger, 1995, p. 131).
ca resposta possível [...] a partir do qual tudo
Peris retoma o conceito de vazio fértii ao
self não sabe, a priori,
o que irá inventar. Esse potencial criativo do
IfSSSOJ
(Latn er, 1972, 1972, p. 69; tradução nossa)
“O
contrário do excitamento do conflito é a in
vazio fértil, em sua primeira obra,
fazem faz emos, os, perd pe rdem emos os as nossas chances.
self.
Friedlãnder, e sua concepção de “indiferença
pode acontecer”.
discorrer sobre a estrutura estrutura da neurose em um dos seminários dirigidos no Esalen Institute,
Vazio Vazio fértil, f a le através de mim
referind referind o-se à passagem passagem da camada im plosiva plosiva
Em estado d e graça quero ver
ou da m orte para a explosiva. Ao faze r um pa
Bênção e verdade sobre mim
líbrio inevitável. Se estamos conscien-
Segundo Segundo Van Van D usen , a chave para a com
tes dele, irá se dissolver, à medida em
preensão da psicopatol psicopatologia ogia é o c onh ecime nto
que as necessidade necessidadess da situação fore m
dos espaços vazios nos indivíduos e de como
aparecendo. Se lhe prestamos atenção, atenção,
estes reagem reagem perante eles. Sabe r como traba
se o atendemos, mantemos a vitali-
lhar esses vazios vazios é fundamentai para uma m u
dade da nossa experiência. Se não o
dança terapêutica. Para eie, o vazio fértil é o
fazem faz emos, os, perd pe rdem emos os as nossas chances.
centro do processo psicoterápico
(Latn er, 1972, 1972, p. 69; tradução nossa)
■n
Stevens,
197 7, p. 127 ). “N a psicoterapia, psicoterapia, toda ação é o dia e todos os buracos, os defeitos, são
O vazio fértil fértil é a fase fase interme diária diária entre
o vaz io fértil fértil da da noite. O vazio fértii fértii en tra na
o pós-contato e o pré-contato subseqüente:
psicoterapia psicoterapia de form form a que possamo s dissolver
a Ges tait é fechada, fechada, um ciclc está term i
um pouco e sair um pouco mudados para o
nado. Voltamos à ‘estaca zero’, ao vazio fértil
novo dia" dia" (in (in Stevens, 1977, p. 129 ). Co m o
da indiferença indiferença criado criado ra (Friedlãnd (Friedlãnd er), de onde
diz Ribeiro ( 198 5, p . 128 ), o vazio fértil fértil é este este
poderá emergir uma nova experiência” (Gin-
momento de “entrega a si mesmo como úni
ger; Ginger, 1995, p. 131).
ca resposta possível [...] a partir do qual tudo
Peris retoma o conceito de vazio fértii ao
pode acontecer”.
discorrer sobre a estrutura estrutura da neurose em um dos seminários dirigidos no Esalen Institute,
Vazio Vazio fértil, f a le através de mim
referind referind o-se à passagem passagem da camada im plosiva plosiva
Em estado d e graça quero ver
ou da m orte para a explosiva. Ao faze r um pa
Bênção e verdade sobre mim Face a fac e com você. você.
ralelo ralelo entre as co ncepçõ es oriental e ocidental do nada, mostra que no Ocidente o nada é
(Peris, 1979, 1979, p .231 )
um vazio vazio - a morte - e que, se é percebi percebido, do, então tem existência; “[...] quando aceitamos
Maria Alice Queiroz de Brito (Lika)
e entramos neste nada, no vazio, descobri mos que o deserto começa a florescer. O vazio estéril torna-se o va zio fértil. fértil. O vazio va zio (empty void) ganha vida, se enche” (Peris, 1977, p. 86). Em Escarafunchando Fritz, ele volta a enfatizar a importância da compreen são do nada para o tratamento da neurose. Peris exemplifica esse fenômeno trabalhando com uma m ulher de m eia-i eia-idade dade que não con seguia seguia libe libe rar a fil filha; ha; “[. ..] com ecei a transfor transfor mar o vazio estéril, que era preenchido por sua filha, num início de vazio fértil, de des coberta da própria substância e valor” (Peris, 1979, p. 279).
DICION ÁRIO
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V E R B E T E S R E L A C IO IO N A D O S
Camadas da neurose. Campo, Conflito, Contato, Excitação/excitamento, Expe riência, G estalt, Gestalt-terapia, in in diferença criativa, Mudança, Neurose, Self, Zen-budismo
VIAGEM DE EANTASIA
mais uma confirmação de que aquilo que você experiencia nestas nestas fantasias fant asias é uma expressão real da sua existência: como você realmente vive, sente, age. Esta técnica é particularmente utilizada com grupos, em bora tam tam bém possa ser usad usada a individualmente. Eficaz com adultos, também
VIAGEM DE FANTASIA
o é com crianças, crianças, qu e, p or conta próp ria, ria, já já a O term o “via “viagem gem de fantas fantasia” ia” nos reme te ao volum volum e I do iivro iivro de PH G , publicado publicado origi origi nalm nalm ente em 19 5 1, o qual contém um a série série
utilizam em suas brincadeiras. Oakiander (1980, p. 25) utilizou-a com crianças e nos diz:
de exp erim en tos que ilustram ilustram técnicas utili utiliza za das em exercícios de crescimento. Entretan to, não há no livro um a referência específica específica à viagem de fantasia, entre os experimentos, o que só vai aparecer no livro de John Stevens,
Tornar-se presente (1976). A viagem de fantasia é uma das técnicas util utilizadas em G estalt-terapia estalt-terapia para faze faze r em er gir eleme ntos do fundo fundo . O procedimento visa visa am pliar pliar a awareness, perm itindo itindo o autoconhecimento pela presentificação de experiências não percebidas. Stevens (19 (19 76 , p. 180) nos diz que:
É valioso tornar-se mais consciente de si próprio, e é muito importante também comunicar esta consciência a alguém; desta forma, sua vida tornase interligada com a de outros num contato honesto [...] proj pr ojeç eção ão numa num a situação de fantasia, reidentificação através da dramatização e diálogo [...] diferentes contextos de fantasia faze fa zem m a diferen dife rença. ça. Você Você descob des cobrirá rirá também que alguns dos seus princi pai p aiss sentim sen timen entos tos e temas tem as reaparec reap arecem, em, apesar das situações diferente... isto é
DICIO NÁRIO
Através da fant fa ntas asia ia podem pod emos os nos diver tir com a criança e também descobrir qual é o processo dela. Geralmente o seu processo processo de fantasia fant asia (a form for m a como fa z as coisas e se move mov e no seu mundo mund o fantas fan tasios ioso) o) é o mesmo mesm o que qu e seu proces proce s so de vida. Podemos Podem os trazer à luz aquilo que é mantido oculto ou o que ela evi ta, ta, e podem os também descobrir d escobrir o que se passa pas sa na vida v ida da criança crian ça a partir par tir da da perspectiva perspect iva dela de la própria pró pria.. Por essas ra zõess encorajamos a fantasia e a utiliza zõe utiliza mos como instrumento terapêutic terapêutico. o. Ao fazermos fazermos uso desse recurso, devem os da r instruções instruções p ara que a pe ssoa fique fique confor tável e com ece a e rrtrar rrtrar em contato com suas suas percepções, sua respiração, enfim, a entrar em contato consigo mesma. A fantasia deve ser narrada com voz calma, pausada, facilitan do a “entrada” na história. No livro de Stevens (1976), temos uma série de exemplos de fantasias dirigidas, das quais quais escolhem os a “Lo ja abandonada abandonada e a loja loja de trocas", em que pedimos para a pessoa “entrar na loja”, escolher um objeto e deixar
DE
G E S T A L T- T E R A P I A
um objeto seu seu em tro ca. V iolet O aklander, no primeiro capítulo do livro Descobrindo crianças ( 1980), apresenta a fantasia da caverna, que pode se r util utilizada em crianças e a dultos. Tratase de uma viagem imaginária na qual o cliente é convidado convidado a passear p or um a flore flore sta, se.nti se.ntirr o ar do campo, o cheiro de m ato, term term inando em uma caverna onde tem uma porta com seu nom e escrito, que é o “seu lugar”. Ao vol tar da fantasi fantasia, a, o cliente cliente faz um desenh o reve lando o que havia nesse lugar. Em seguida, é encorajado a relatar sua experiência, como o que viu viu e seus sentim sentim entos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS J u u a n o , J.
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O a k l a n d e r ,
V
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Descobrindo crianças. São
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Fàuio: Sumnnus,
1980. S t e v e n s , j.
O.
Tomar-se presente.
São Paulo: Summus,
1976. VERBET ES RELA CIONA DOS
Aworeness, Consciência, Contato, Crescimento, Experi mento, Fantasia. Figura e fundo, Gestalt-teraoia, Projeção
VIVÊNC VIVÊNCIA IA (VER (VER MÉ TO DO FENOMENOLÓGICO)
As fantasias podem ser criadas peio tera peuta para facilitar a expressão e o trabalho com aspectos evitados ou ignorados. E Juliano ( 199 9, p. 46 ) que que nos fala fala que “[...] são recursos recursos preciosos para ‘mobilizar’ o fundo, tomando-o
WORKSHOP (VER PSICOTERAPIA DE GRUPO E WORKSHOP)
mais rico, mais consistente. Em geral, funciona enriquecendo o campo perceptual que estava estreitado estreitado po r questões existenciais”. existenciais”. Rosana Zaneila
t u m m m
D IC I O N Á R IO D E G E S T A L T -T -T E R A P IA IA
z ZEN-BUDISMO, ZEN
Perls não só nutriu certa simpatia peio
clínico. Referência importante desse relaciona mento é enco ntrada no no livro Zen budismo e psi
zen-budismo, co m o chegou a viajar viajar ao Japã Japão o
canálise ( 196 0), de autorià conjunta conjunta de D aisetz aisetz
para praticá-io. Em sua autobiografia, refere-
Teitaro Suzuki, maior autoridade acadêmica ja
se ao seu crescente interesse peio zen, por
ponesa do zen, e os psicanalistas Erich Fromm
considerar sua sabedoria, seu potencial e sua
e Richard de M artino. artino. Rara a Gestalt-terapia, tal tal
atitude não moral. É interessante notar que o
interesse transpõ e o nível n ível das possíveis possíveis relaçõe s
seu encontro com o zen ocorre sincronica-
de parentesco para se constituir importante
mente com o seu desencontro com Freud: Freud:
fonte de referências fundamentais. O próprio Perls assim o indica, não só pelas frequentes
[...] depois de 1936, procurei me reo-
citações que faz ao zen, como pela utilização
rientar. A s malditas mald itas e contidas dúvidas sobre o sistema freudiano se espalha ram e me envolveram todo. Tomei-me um cético cético,, quase quas e um niilista niilista - um ne gado ga dorr de d e tudo. Budism Bud ismoo - Zen Zen - uma uma religião sem Deus? É verdade, na épo ca eu aceitava muita coisa do Zen, de um modo frio, intelectual. (Perls,
recorrente de termos próprios do zen, como:
1979, p. 35)
“Koan"; "Satori”; “Vazio” (vazio fértil). Além des sa presença original, também encontramos na literatura da Gestalt-terapia vários autores que recorrem aos conceitos do zen-budismo, do taoísmo e de algumas práticas de meditação oriental, o que confirma a importância do zen como uma influência no desenvolvimento da abordagem gestáltica. A palavra “zen” vem do chinês Ch'na, que
Tais colocações sugerem que, em meio à
deriva do termo sânscrito “D hyana”, que sig
crise que resultari resultariaa no rom pimen to com a psi psi
nifica nifica “meditação". Em term os gerais, o zen é
canálise, Perls tenha buscado no zen alguma forma alternati alternativa va de referência e ap oio.
uma escola do budismo surgida na China, no século VI d .C ., que se expande para o Japã Japão o
O zen-budismo zen-budismo tem sido sido ob jeto jeto de inte inte
no século X II, onde o nde teve grande influência influência na na
resse da psicologia, particularmente no campo
cultura local e de onde se difundiu para o res
mmaimmmmm
•
ZEN-BUOISMO..ZEN
226
tante da Ásia, despertando grande interesse
pelo reflexivo, pelo conceituai. Perls sempre
no Ocidente. Caracteriza-se por práticas di versas que visam à obtenção, do satori, satori, ilumi
insi insisti stiu enfaticam enfaticam ente que esse e ra o elem en to principal de seu método, conforme citado
nação súbita da consciência, estado este que
por Figueiroa Figueiroa ( 19 96 , p. 59 ): “Eu fiz fiz da tomada
transcende o pensamento lógico causai liber
de consciência o po nto central da minha abor
tando o homem do sofrimento.
dagem, recon hecen do que a fenom enologia é
O zen , no contato com a cultura cultura nipônica, nipônica,
o passo básico e indispensável no sentido de sabermos tudo o que é possível saber [...] a
tem grande impacto no campo das habilidades esportivas e artísticas, originando os chamados
tomada de consciência consciência em si - e de si mesmo
Dos (caminhos), ampliando a acessibilidade às
- pode te r efeito efeito de cura", cura",
expenên cias zen . O s principais principais Dos são: HaiKu, ou haicai, composição de micropoemas, que têm no poeta Matsuo Bashô sua maior
isso nos remete às palavras de Suzuki ( 196 9), quando enfatiza enfatiza o contato direto direto com a experiência cotidiana, sem nenhuma outra
expressão; Cha-dô, Cha-dô, conhecido como a cen-
interferência, como a principal idéia do zen.
m ônía do ch á; Kyu-dô, a Kyu-dô, a prática do arco-e-fle-
A questão do óbvio, tão enfatizado por
cha; Kn-dô, Kn-dô, conhecido por nós como ikebana
Perls, aparece com freqüência nas metáforas zen-budistas zen-budistas e taoístas: taoístas: vivem vivem os com o alguém alguém
ou a arte dos arranjos florais; Ken-dô, Ken-dô, o ca minho da espada; Chu-dô, Chu-dô, a arte da caligrafia,
que corre atrás de um touro, sentado sobre ele, ou: é como querer capturar o vento em
entre outros. No Ocidente, o termo “zen” acabou se
uma caixa, e, ao fazê-lo, ele não mais estará lá
descolando de seu sentido original ao se po
(autores (autores d esconh ecidos). ecidos).
pularizar como sinônimo de um estado de
Também uma velha idéia designada WuWei, traduzida como “ação pela não-ação”, ou
bom humor e tranqüilidade. A Gestalt-terapia e o zen-budismo têm como ponto central comum a importância dada à atenção para com a experiência vivi da, nomeada “awareness" “awareness" na Gestalt-terapia, e “meditação” na prática zen. Baseiam-se no mesmo princípio, que é a conscientização constante do presente imediato, segundo Figueiroa gueiroa ( i 99 6); ambo s dão total primazia à
simplesmente “o não-fezer”, é o princípio comumente representado pela Imagem de uma árvore num campo em neve, em que os ga lhos mais finos, flexíveis, ao se inclinarem sob o peso da neve, permitem que esta escorre gue e caia na terra, e assim eles se preservam, enquanto os galhos mais rígidos acumulam-na sobre si até o ponto em que o peso da neve
da real realidade idade vivenciada vivenciada no p resente, o que in
supera a resistência do galho e este se quebra, e ambos caem por terra. Nesse sentido, Perls
clui o próprio ato de conscientizar-se. Apesar
(1977, p. 38) é explícito: “Se você compreen
da grande variedade de métodos e técnicas
der a situação em que se encontra e deixá-la
existentes existentes e possíveis possíveis para prom ov er esse esse
controlar suas ações, então aprenderá a lidar com com av ida” .
experiência, à tomada de consciência direta
estado de atenção, o que importa é sempre o contato direto com o experienciar, direto-
Mauro Figueiroa
no sentido de não intermediado pelo pensar,
DIC IONÁ RIO
DE
GESTALT-TERAPIA
227
REFERÊNC3AS BIBUOGRÁF1CAS
ZEN-BUDISMC, ZEN
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DICI ON ÁRIO
V E R B E TE TE S R E L A O O N A D O S A w a re n es s,
Consciência, Conscientização, Contato. Expenência, Óbvio, r-esente, Vazio fértil
D 6 GESTALT-TERAPIA