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O MISTÉRIO DO DEUS UNO E TRINO “O conhecimento da Trindade na Unidade é o fruto e o fim de toda t oda a nossa vida” (Sto Tomás de Aquino)
“Cristão perfeito é aquele que possui o verdadeiro conhecimento a respeito das relações que intercorrem entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo !"ídimo, o ce#o$ %
SUMÁRIO &'&(')*+F'------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ./ '01+)"234)-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- .5
PRIMEIRA PARTE: A REVELAÇÃO BÍBLICA------------------------------------------------------------ .6 ' 7 E1P E1PS S " +E8E(34) +E8E(34) "E "E2S "E2S 0) 01'*) 01'*) 1ES19 1ES19E01) E01)--------------------------------; < ) "eus "eus dos dos Patriar Patriarcascas---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------= < ) "eus "eus de 9oisés-----9oisés------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------/ < ?poca ?poca da conquista conquista de Canaã-Canaã---------------------------------------------------------------------------------------------------------@ < ?poca ?poca da 9onarquia9onarquia--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5 < ) períod período o pAs7eB pAs7eBílicoílico--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
.: .: .> ;. ;; ;
'' 7 ) 01'*) 01'*) 1ES19E01) 1ES19E01) C)9) P+EP+34) P+EP+34) D +E8E(34) ") "E2S 1+'0)--------1+'0)----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ;6 ; < paternidad paternidade e de "eus "eus no nti#o nti#o 1e 1estamento----stamento----------------------------------------------------------- ;: = < ) Espírito Espírito de ah aheh----eh---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- =. ''' 7
GES2S +E8E( ) P'----------------------------------------------------------------------------------------
'8 7 ) ESPH+'1 ESPH+'1) ) S01) S01) 0) 0)8) 0)8) 1ES19 1ES19E01) E01)-----------------------------------------------------------------------------------------; < ) Espírito Espírito Santo na vida vida de Gesus----Gesus---------------------------------------------------------------------------------------------= < ) Espírito Espírito Santo Santo na vida vida da '#reIa-'#reIa------------------------------------------------------------------------------------------------/ < ) Espírito Espírito Santo Santo na na primeira primeira refleBão refleBão teolA#ica teolA#ica !Paulo !Paulo e Goão$------Goão$--------@ < Sinopse dos dos ditos soJre soJre o ParKclito-----ParKclito------------------------------------------------------------------------------------------
== =@ =@ =5 = =>
8 7 FL+92(S FL+92(S 1+'0'1 1+'0'1M+'S M+'S E 1E+0M+'S 1E+0M+'S------------------------------------------------------------------------------------------------------------ /. 8' 7 +E8E(34) +E8E(34) " 1+'0""E 1+'0""E 0) 9'S1?+ 9'S1?+') ') PS PSC(-C(--------------------------------------------------------------- /; 8'' 7 C+'""E C+'""E < *PE---*PE--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- // % Cf- tamJém tamJém São GerNnimo, Ofício das leituras, 5O feira da ;/O semana-
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SEGUNDA SEGUN DA PARTE: PARTE: A REFLEXÃO SOBRE SOB RE A TRINDADE TRIND ADE ATRAVÉS ATRAVÉS DA HISTÓRIA HISTÓ RIA---- /5 '7
'*+EG '*+EG 01'*------------------------------------------------ ------------------------ ---------------------; < Consideraçõ Considerações es #erais #erais soJre soJre os Padres----Padres------------------------------------------------------------------------------= < s heresi heresias---as----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------/ < terminolo# terminolo#ia ia trinitKriatrinitKria---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------@ < ) ma#istério ma#istério-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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'' 7 2ES14) 2ES14) " )+'*E9 )+'*E9 ") ESPH+'1) ESPH+'1) !) F'(') F'(')2E$---2E$-------------------------------------------------------------- @. ''' 7
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TERCEIRA PARTE: REFLEXÃO SISTEMÁTICA--------------------------------------------------------- @@ '7
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''' 7 P+)CESS4) P+)CESS4) ") ESPH+'1 ESPH+'1) ) S01)S01)------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- @> '8 7 S 0()*' 0()*'S S 1+'0'1M+ 1+'0'1M+'S--'S------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5; 8 7 0()*' 0()*' PS'C)(L*'C PS'C)(L*'C-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5/ 8' 7 ) ESPH+' ESPH+'1) 1) S01) S01) E 0()*' 0()*' PS'C)(L*'C PS'C)(L*'C------------------------------------------------------------------------
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BIBLIOGRAFIA EM PORTUGUÊS: S*+" S*+" C)0*+E*3 C)0*+E*34) 4) P+ P+ ")21+'0 ")21+'0 " F?, "eclaraç "eclaração ão a respeito respeito de certos certos erros erros referentes aos mistérios da Encarnação e da 1rindade, =;V.=V;>6=SCTEFFCWR (-, fé no "eus 2no e 1rino- (oXola, ;>6= !ori#inal alemão, ;>:$8M+')S, 9Xsterium Salutis, vol- ''V;U "eus 2no e 1rino- 8oYes, ;>6=&E+* -, Santíssima 1rindade e a eBperiZncia humana, in +E& //!;>6/$, =>7@:[ /!;>6$, /=/7 /@SE*20") G-(-, nossa idéia de "eus !1eolo#ia !1eolo#ia aJerta para o lei#o adulto, vol- /$- (oXola, ;>66- =O ed- !ori#inal espanhol, ;>6.$F+03 9'+0" 9- "E, ) mistério de "eus em nossa vida- (oXola, ;>65- !1rata7se da doutrina trinitKria de R- +ahner$F)(CT *)9ES C-, doutrina da 1rindade eterna- (umem Christi, ;>6>SCT92S 9-, fé da '#reIa, vol-=, Cristolo#ia- 8oYes, 8oYes, ;>:=- =O ed-, pK#s- ;/7@>9' P--, Pere#rinos da Santíssima 1rindade- / vol-, (oXola, ;>:7;>:692\)W +-, ) "eus dos cristãos- 8oYes, ;>:&'0*E9E+ -9-(-, 1rindade a partir da perspectiva da mulher, in +E& @!;>:$, pK#s- 6/7>>&)FF- (-, 1rindade, a sociedade e a liJertação- =O ed- 8oYes, ;>:F)+1E &-, 1rindade como histAria- Paulinas, ;>:6- !ori#inal italiano, ;>:5$C)" P-, ) evento pascal- 1rindade e histAria- Cidade 0ova, ;>:6- !ori#inal italiano, ;>:@$ &)FF (-, Santíssima 1rindade é a melhor comunidade- 8oYes, ;>::1EPE 8-, 0As somos um- +etiro trinitKrio- 8oYes, ;>::8M+')S, ) "eus de Gesus Cristo- Cidade 0ova, ;>:> !ori#inal italiano, ;>:=$G)T0S)0 E-, quela que é- 8oYes, ;>>5(C2*0, C-9-, ) mistério trinitKrio trinitKrio de "eus- Paulus, Paulus, ;>>6S01&M+&+, (- *- C-, 0otícias de "eus Pai- (oXola, ;>>>R()PPE0&2+*, &-, 1rindade- ) amor em "eus- 8oYes, ;>>>*+'0*S, "-, Creio na Santíssima 1rindade- parecida, SantuKrio, ;>>>&)2+SS F-, 1rindade, in R-T-0eufeld !or#$, ProJlemas e perspectivas de 1eolo#ia "o#mKtica(oXola, s-d-, pK#s- =667/.@ !ori#inal italiano, ;>:/$C9&)0, E-, ssim na terra como na 1rindade- Cidade 0ova, =..."2F)2+, "-7+-, )s mistérios da 1rindade- Companhia de Freud, =... !interpretação psicanalítica$9)(1900, G-, 1rindade e +eino de "eus- 8oYes, =... !ori#inal alemão ;>:.$()+E0WE0, (-F-, 'ntrodução ] 1rindade- Paulus, =..=SES&)^?, &-, !dir-$, TistAria dos do#mas, vol-', (oXola, =..=_E+&'CR,G-, "outrina da 1rindade, in 9anual de "o#mKtica- 8oYes, =..=, vol- '', @=>75;;&'0*E9E+ &'0*E9E+,, 9- Cl- (- < FE((E+, FE((E+, 8-*-, 8-*-, "eus 1rindad 1rindadeU eU vida no coração coração do mundomundo- Paulinas Paulinas < Siquém, =../C)((01ES, G-, fé catAlica- (umen Christi, =../, pp- @/>7@:@C01(9ESS, +-, Contemplando a 1rindade- (oXola, =..@("+', (-F-, ) "eus vivo e verdadeiroU o mistério da 1rindade, São Paulo, (oXola, =..5S'(0ES, 0-, ) dom de "eus- 1rindade em nossa vida- Paulinas, =..("+', (-F-, 1rindade, mistério de comunhão, (oXola, =..>EM OUTRAS LÍNGUAS: "0'?()2 G-, (a 1rinidad 1rinidad X el misterio de la eBistenciaeBistencia- 9adrid, ;>>F)+190 E-, 1he triune *od- (ondon, ;>6=9+*E+'E &- "E, (a 1rinité chrétienne dans l`histoire- &eauchesne, ;>65"22)C CT-, "ieu différent- Paris, Cerf, ;>66 !tradução em espanhol e italiano, ;>6:$ + + 8-, El "ios de los los poJresU el misterio de de "ios en la teolo#ia teolo#ia de la liJeraciAn- Cehila, Cehila, San Gosé, ;>:/ 2E+ G- +1W'0*E+ +1W'0*E+ G-, 'l misterio di "io- Cittadella, ;>:= !tradução espanhola do ori#inal alemão, ;>:=$-
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G^0*E( E-, "ios como misterio del mundo- Si#ueme, ;>:@ !ori#inal alemão, ;>66[ tradução italiana, ;>:=[ tradução francesa, ;>:/$"0'E( 0*E, "alla 1rinit] all`Eucaristia- (`icona della 1rinit] di +uJlev- ncora, ;>:@ !ori#inal francZsU (`étreinte de feu, "esclée, ;>:.$RSPE+ _-, El "ios de Gesucristo- Si#ueme, ;>:5 !ori#inal alemão, ;>:=[ tradução italiana, ;>:@[ tradução francesa, ;>:/$ +'S +EE+) 9-, El "ios de nuestra fe- "ios uno X trino- CE(9, &o#otK, ;>>;9E()11' (-, 2n solo Padre, un solo Si#nore, un solo Spirito- ("C, 1orino, ;>>;9)(1900 G-, 0ella storia del "io 1rinitario- ContriJuti per una teolo#ia trinitaria- ueriniana, ;>>/ 91) -, 1rinitK in conteBto- (S, +oma, ;>>/P'FF+' P-, 'tinerarios de la eBperiencia trinitaria de salvaciAn en Cristo- Tacia el tercer milenio sunciAn, ;>>S1*('0b, -, 'l mistero del "io vivente, E"&, ;>>SS, G-7-, (a 1rinidad, misterio de salvaciAn, Ediciones PalaJra, 9adrid, =...C)WW', l-, 9anuale di dottrina trinitaria, ueriniana, =..>) Secretariado 1rinitKrio de Salamanca puJlica desde ;> a revista “Estudios trinitKrios e, tamJém, a coleção “Semanas de estudios trinitarios !atas dos con#ressos anuais$Cf- verJetes de dicionKriosU "icionKrio crítico de teolo#ia "ictionnaire de théolo#ie catholique"ictionnaire de spiritualitéSacramentum 9undi !em espanhol, in#lZs, francZs e alemão$"ictionnaire &iJlique0uovo "iYionario teolo#ico"icionKrio de teolo#ia V or#- Teinrich Fries- São Paulo, (oXola, ;>:/"icionKrio de conceitos fundamentais de teolo#ia V or#- Peter Eicher- São Paulo, Paulus, ;>>/"icionKrio de teolo#ia fundamental V or#- +ené (atourelle e +ino Fisichella- parecida7SP, SantuKrio, ;>>@Dici!"#i $%&'(ic) O D%*+ c#i+$,- São Paulo, Paulus, ;>>>- Si#laU "1"CBIBLIOGRAFIA SOBRE O ESPÍRITO SANTO C)9&('0 G-, ) Espírito no mundo- 8oYes, ;>6:C)9&('0 G-, ) tempo da ação- 8oYes, ;>:=FE+++) *-, ) Espírito Santo no quarto Evan#elho- (oXola, ;>:=C)0*+ -, Espírito do homem, Espírito de "eus- (oXola, ;>:C)9&('0 G-, ) Espírito Santo e a liJertação- 8oYes, ;>::C)0*+ -, palavra e o Espírito- (oXola, ;>:>&+200E+ F- "-, 1eolo#ia do Espírito Santo- 8ida 0ova, ;>:>SCT_E'WE+ E-, ) Espírito Santo- (oXola, ;>>/C)"'0 8-, Creio no Espírito Santo[ ensaio de pneumatolo#ia narrativa- (oXola ;>>6R()PPE0&2+* &-, ParKcletos[ o Espírito Santo- 8oYes ;>>:S9'( 1-, Pessoa do Espírito Santo- (oXola, ;>>:T'(&E+1T &-G-, Pneumatolo#ia, in 1h- SCT0E'"E+ !or#-$, 9anual de "o#mKtica, 8oYes, =..=, vol-', @./75.._E(RE+ 9-, ) Espírito de "eus- 1eolo#ia do Espírito Santo- Sinodal, =.;.-
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INTRODU!O ; - A "uest#o$ humanidade sempre foi reli#iosa- Se o ateísmo é um fato minoritKrio, hK uma pluralidade ampla de concepções a respeito do ser supremo, chamado de "eus na maneira mais comumEntretanto, vem crescendo a aversão ] fé cristã, o laicismo e o antiteísmoToIe predomina no )cidente a indiferença em relação a "eus ou ]s doutrinas tradicionais0este ltimo caso, cada um pensa "eus, e sua posição diante dele, a seu modoU é o relativismoEsse fenNmeno teve lu#ar devido a vKrios fatoresU 7 informação soJre a variedade de concepções, nas ciZncias, nas reli#iões, no povo[ 7 consciZncia viva dos males atriJuídos, com ou sem fundamento, ] reli#iãoU intolerncia, #uerras, terrorismo[ sentimento de culpa[ despreYo pelo mundo e pela matéria, etc- ) que é mal visto numa reli#ião ou num seu representante é atriJuído ] reli#ião em si7 o afirmar7se da idéia que o homem não pode ser ele mesmo enquanto permanece li#ado a um "eus ou a uma reli#ião estaJelecidaComo o homem não conse#ue viver sem uma referZncia ao Jsoluto, se este não for um "eus, então a idolatria assumirK formas de suplZncia, tornando7se e#olatria, adoração da riqueYa, do pro#resso, do mercado, do praYer, de uma paiBão amorosa, do Estado, do partido, da raça, da nação---tantas criaturas colocadas no lu#ar do "eus vivo e verdadeiroPor sua veY, o a#nosticismo desistiu de che#ar a al#um conhecimento certo a respeito de "eus e de sua vontade para com o homem inda, os que confessam sua fé em um "eus e em uma reli#ião, na prKtica não se atZm necessariamente ao que diYem acatar, faJricando uma reli#iosidade soJ medidaCircula a concepção que Iul#a le#ítimo cada um se relacionar com "eus da maneira como Ele é sentido, Iustificando essa atitude com a convicção de que "eus quer a felicidade do homem, e que Ele o trata com eBtrema condescendZncia, aceitando, sem se importar, com o que realiYamos através da nossa Joa vontade9esmo o povo cristão tem pouca consciZncia vital do "eus 1rindade, prestando7se até mesmo para patolo#ias teolA#icas !cf- &off =7=:[ &in#emer ;67=;[ "1"C ;@;s$)ra, o cristianismo é Evan#elhoU a Joa notícia !mas para quem$ de que "eus eBiste, usa o seu poder para eBpressar o seu amor, tanto que Ele quer se dar a conhecer e se doar a nAs por aquilo que realmente é, faYendo7nos participar da sua vidaSerK essa visão deveras vKlida, proveitosa, verdadeira, le#ítima, capaY de realiYar o ser humano, promovendo sua felicidade Eis o desafio da '#reIa, da fé cristã, da teolo#iaU dar a entender ao mundo que essa é realmente a Joa notícia por eBcelZncia e que não é ima#inação humana"iante dos males do mundo, o que a fé cristã em a oferecer ) "eus criador, salvador, todo interessado na felicidade do homem, esse "eus é assim porque uma comunhão de 1rZs Pessoas, e por ser 1rindade é o fundamento e a raYão de ser de tudo o que eBiste, da maneira como eBiste-
= 7 %ituao atua' do estudo teolA#ico na refleBão do mistério trinitKrioU o processo de transição e de renovação7 s inovações prAprias da cultura atual invadiram o campo teolA#ico- ) tratado soJre "eus 1rino foi a ltima parte da teolo#ia a sentir a renovação que IK havia investido soJre os demais tratados- Ele permanece, por isso, o mais prABimo da eBposição tradicional- 0a mérica (atina, o estudo soJre "eus ainda não foi suficientemente aJordado, de maneira eBplícita e direta[ deiBando de lado a#ora oJras de divul#ação, a eBceção é o recente livro de &off, típica eBpressão de teolo#ia da mérica (atina, ao procurar encontrar na 1rindade a raYão ltima do processo de liJertação e o modelo mais acaJado do viver em sociedade7 )s teAlo#os são unnimes ao considerar insuficiente o modo tradicional de aJorda#em e de eBposição prAprio dos manuais e de outros teBtos escolaresU a eBcessiva limitação ao ma#istério, o #osto apolo#ético, a lin#ua#em eBclusivamente filosAfico7escolKstica, etc, diminuíam a vitalidade de uma #enuína e madura teolo#ia-
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7 )s estudos JíJlicos, patrísticos, litr#icos, histAricos, trouBeram novos elementos de renovaçãoU as fontes e a melhor teolo#ia do passado eram mais trinitKrias do que a teolo#ia do nosso século- teolo#ia anti#a era mais fiel ]s fontes do que a moderna7 9uito se proIeta no presente a respeito da nova confi#uração do tratado, mas os resultados efetivos ainda se apresentam parciais- 0ão é, pois, possível indicar um teBto que responda a todas as aspirações e que equiliJre e inte#re os resultados dos estudos positivos7 s diver#Zncias diYem respeito, o mais das veYes, ao método, aos enfoques e ] lin#ua#em, e não tanto aos contedos-
/7 (ontos )rinci)ais da revis#o: os caminhos da revisão atual !pAs 8aticano ''$7 'nte#ração entre mistério trinitKrio e histAria da salvação- +evelação da 1rindade nas oJras e, especialmente, no mistério pascal- CorrespondZncia e mtuo apelo entre “teolo#ia e “economia7 9aior compenetração entre os dois anti#os tratados de “"eus 2no e “"eus 1rino, visando uma teolo#ia mais realista e vital- !Rasper, pK#s- /5=7/5$7 teolo#ia trinitKria deve iluminar toda a teolo#ia, a fé e a vida cristã- Ela é, em raiY, a teolo#ia inteira e, ao mesmo tempo, o seu cume7 8aloriYação do pluralismo e do diKlo#o entre as vKrias interpretações- Em particular, procura7se uma teolo#ia ecumZnica que inte#re quanto possível o espírito e as formulações de protestantes e ortodoBos7 +espeito e valoriYação da especificidade da refleBão teolA#ica diante dos estudos positivos&usca de uma visão de conIunto, sistematicidade, or#anicidade e metodicidade crítica7 'nterdisciplinaridade com as ciZncias humanasU antropolo#ia, histAria das reli#iões, mitolo#ia, sociolo#ia, filosofia, etc7 uestões em aJerto mais discutidas atualmenteU 7 o valor do conhecimento e da lin#ua#em !"1"C 5.=75.:$[ 7 o ponto de partidaU natureYa, pessoa7suIeito, comunhão[ 7 o sentido do termo “pessoa !"1"C >>76.:$[ 7 o envolvimento de "eus na histAria !"eus se faY 1rindade na histAriag$U a imutaJilidade e a impassiJilidade divinas, o sofrimento do Pai, a histAria de "eus !"1"C =;.s$[ 7 o feminino em "eus !"1"C =;7===[ .7;=$[ 7 o alcance político e social da fé trinitKria[ a sua força liJertadora !"1"C @>:75.=$[ 7 a fé trinitKria como resposta ao ateísmo e secularismo !"1"C 6;76:$[ 7 as novas modalidades da idolatria !"1"C @;:7@=.[ *)0WM(EW F2S, G-'-, Crer, só se pode em Deus. Em Deus só se pode crer, (oXola ;>::$[
7 um espaço mais amplo para a pneumatolo#ia !como disciplina ] parte$[ etc-
PRIMEIRA PARTE: A REVELAÇÃO REVELAÇÃO BÍBLICA BÍBLICA N$. %/0&ic.$i1. 0#21i.: a 0#21i.: a teolo#ia sistemKtica pressupõe a eBe#ese JíJlica, especialmente quando Jusca compreender compreender como a fé foi sendo formada formada ao lon#o da histAria até até che#ar ] maneira atual de propN7la- Se, todavia, os estudos eBe#éticos não podem oferecer conclusões se#uras a respeito, consti constitue tuem m a Jase Jase indisp indispen ensKv sKvel el para para a reta reta compre compreens ensão ão da fé atravé atravéss da sua formaç formaçãoãoPrescindimos Prescindimos aqui da distncia entre acontecimentos acontecimentos e suas variadas e mesmo diferentes versões, e até que ponto elas se manifestam qual atualiYação com Jase em preocupações Jem posteriores- "e fato, não hK revelação através de fatos que não peça interpretação através da refleBão da mente eBpressa em palavras, mesmo afastadas no tempo e em circunstncias diversas- '#ualmente, não compromete a revelação que esta tenha como veículo eBpressivo concepções e eBpressões IK presentes entre pa#ãos, pois 'srael conse#ue formular sua interpretação prApriaA respeito respeito dos estudos atuais sobre o Pentateuco cf. Jean Louis SKA, Introdução à leitura do Pentateuco , Loyola 23.
I * +TA(A% DA R+,+LA!O D+ D+U% NO ANTIGO T+%TA-+NTO !a finalidade desta parte n"o # e$plorar e$plorar todo o A% A%, &as identificar u&a lin'a lin'a (ue le)e direto para a re)ela*"o do +%
3 - O DEUS DOS PATRIARCAS )s antepassados de Jraão eram politeístas !*n /5,=7@[ Gs =@,=-;@7;5$ Jraão adora sA um "eus 7 monolatria monolatria porque Ele o ele#eu e o prote#e liança ! *n ;=,;7/-6[;5[;6,>[ lhe promete terra e descendZncia ;:,;:s ;:,;:s[[ ==,;:[ ==,;:[=, =,/s[ /s[=:,; =:,;/7; /7;5$ 5$ e ser JZnção para todos os povos !*n ;=,/ &G[;:,;:[==,;:[=,@[=:,;@[Sl 6=,;6[Gr @,=[ -c ,13/ At 3,25/ 0l 3,
Jraão chama o seu "eus com o nome nome de “E(
0ome
A A&i.!4. )s patriarcas não adoram o "eus de uma terra, de um territArio, de um Jem ou de um aspecto particular da vida, mas sim a um "eus pessoal, ou seIa, que se li#a a pessoas"eus pessoal meu "eus !a primeira locução$ “meu pela aliança !a relação faY7se concreta$
"eus do clã !pela promessa de descendZncia$ "eus de Jraão, 'saac e GacA "eus de nossos pais, nosso "eus
Jraão se compromete no presente a adorar somente a seu "eusU satisfaY o seu eBclusivismo"eus se compromete a lhe dar no futuro numerosa descendZncia e um territArio prAprio onde morar)s descendentes dos patriarcas invocam o "eus dos Pais como “nosso "eusU nosso, porque sA nascemos pela fidelidade d`quele que nos prometeu a nosso pai Jraão- conquista posterior da terra aJrirK o caminho para a identificação com os deuses da terra-
*n =@, ;=- @=-@:[ =,=@[ =:,;/[ /;,5-=>-@=-5/[ /=,>[ @,;[ EB /, -;/-;5s[ @,5[ ;5,=[ ;:,@-
O N5%
!a aliança é pessoal, mas o nome ainda não é pessoal$
a$ Sentid Sentido o e etimol etimolo#i o#iaa- idéia de poderU poderU uma uma das eBper eBperiZn iZncia ciass mais mais elemen elementar tares es da divindade é a de um poder ou força pela qual o homem se sente suJIu#ado[ a desi#nação da divindade foi, assim, introduYida através da eBperiZncia de um poder superior- 1al denominação é anterior aos patriarcasJ$ 'dentidadeU uem era “E( para os patriarcas TK trZs hipAtesesU 7 nome comumU o #Znero divino, usado na falta de nome prAprio[ 7 nome prAprioU trata7se do deus “El, o mais importante entre os povos semitas, que a#ora se manifesta a Jraão para retomar o seu lu#ar de deus principal, não sA de direito mas tamJém de fato, posto que deuses mais “eBpertos tinham7se tornado na prKtica mais importantes e mais cultuados[ 7 nome prAprio de um deus totalmente desconhecido desconhecido antes)s fatos para apoiar uma ou outra hipAtese, por eBemplo, a denominação dos lu#ares de culto, podem ser interpretados de vKrios modos-
V.#i.!$%+ 6 !5% ) plural “elohim !com o verJo no sin#ular$ não representa necessariamente um resto de primitivo politeísmo e sim, mais provavelmente 7 IK que os heJreus i#noravam completamente as teo#onias 7 indica a percepção primitiva da divindade como uma pluralidade de forças de diferentes tipos- indaU “El ElXon *n ;@, ;:7==[ “El Elohe` *n //, ;:7=.Cf- G-E-9+1'0S 1E++ , Eloim, Deus dos !atriarcas , (oXola ;>:6-
7 - O DEUS DE MOISÉS 8AVÉ
IH9H
IAH9EH
I6%!$i6.6% El, o deus dos pais, manifesta7se a#ora de um modo novo, desconhecido dos heJreus, heJreus, o que implica um novo nome, pelo menos em certa medida- 0ão se trata eBatamente de outro nome, mas sim de precisar a identidade e as características do deus “El1eBtos principaisU EB /, ;/7;5 !elohista$[ , =7;/ !sacerdotal$0ote 0otemo moss a contin continui uida dade de 7 é o deus deus dos dos pais pais,, e a novida novidade de 7 o nome nome novo, novo, e a pro#ressividade da revelação, até che#ar ao nomeU &G /, ;@ a Eu sou aquele aquele que éU ehXe ehXeh, h, ashe asher, r, ehXe ehXeh[ h[ 1E&U 1E&U “serei “serei ;@ J Eu sou sou me me envio enviou u até até vAsU vAsU ehX ehXeh[ eh[ ;5 'ah 'aheh eh,, o "eus "eus de voss vossos os pai pais, s, o "eus "eus de de Jr Jraã aão, o, o "eus "eus de de 'saac 'saac e o "eus de GacA me enviou até vAs !'aheh aquele que é[ escrevendo7se sA as consoantes 'T_T, o tetra#rama sacro$-
Si(!iic.6 "ecorre do conteBto, não tanto da etimolo#ia, de termos ou formas lin#jísticas da fraseU o nome nome 'ah 'aheh eh pare parece ce ser ser uma uma form forma a simp simple less e arca arcaic ica a do verJ verJo o serser- s sent senten ença çass interpretativas podem ser reduYidas a 6U "eus revela al#o de siU
;$ Eu sou o ser suJsistente, o ser é a minha essZncia- ? a interpretação tradicio7nal, desde os (, praticamente aJandonada hoIe, por ser estranha ] cultura heJraica- "epende, porém, do que se entende por “ser=$ Eu sou aquele que estK presente ativamente na vossa histAria !'aheh Ele estK aqui ou convosco$- 8As entendereis quem sou quando virdes com vossos olhos o que estou para faYer por vAs- ? a sentença mais se#uida atualmente !cf- contudo )s ;,> &G$/$ Eu sou aquele que é, ao mesmo tempo imanente !eu estarei lK$, transcendente !como aquele que é$ e transparente na histAria !me revelarei como aquele que é$@$ Eu sou a plenitude de toda a perfeição, o condensado de todos os Jens[ esta interpretação parece alcançar o sentido #enuíno da primeira"eus não quer revelar quem Ele éU 5$ Eu sou misterioso e escondido[ somente eu posso saJer quem souU é a inter7pretação mistérica$ Eu não di#o quem sou porque não quero comprometer minha autonomia e li7Jerdade dando a possiJilidade a que outros possam mandar em mim, por conhecerem o meu nome e eu ser oJri#ado a responderU interpretação mK#ica6$ Eu me recuso a alienar a minha liJerdade revelando revelando o se#redo de meu nome, sA para atender ao pedido de um mortal[ é a mesma interpretação, mas depurada, dos aspectos mK#icos- Se#undo o Gavista, 9oisés vZ "eus pelas costasU EB //,;:7=/) nome 'aheh se torna o nome divino por eBcelZncia, o nome prAprio e definitivo do deus dos pais- fArmula litr#ica “o Senhor esteIa convosco torna7se, em virtude desse conteBto, muito mais si#nificativaU “o Senhor seIa 'aheh, se revele como aquele que é- eBperiZn eBperiZncia cia de "eus "eus como 'aheh é eBperiZn eBperiZncia cia fundantefundante- Deus " #a$e- tal nome são atriJuídas todas as características que distin#uem o deus de 'srael dos demais deuses e que faYem dele um deus inconfundível e muito personaliYado, nico, no sentido de os outros serem muito diferentes pronncia 'aheh é reconstituída, pois os heJreus, quando inventaram sinais para indicar as vo#ais, IK não pronunciavam mais, por respeito, o nome santíssimo de "eus- Em seu lu#ar liam “donai, que quer diYer “meu Senhor ou “Senhor- Com a invenção de sinais para as vo#ais, colocaram deJaiBo das consoantes do tetra#rama sacro as vo#ais de “donai, que lido desta forma soa GeovK- tradução dos ( colocou “RXrios, a vul#ata “"ominus e o portu#uZs “Senhor !cf- E- Wen#er, O Deus da %í&lia, Paulinas, ;>:>, pp- >:7;.=[ 5;756[ P- 9- &E2"E, De acordo com as Escrituras, Cadernos &íJlicos =, Paulinas ;>:=, p-/.$-
O#i(%5 Se#undo a opinião comum !P e E na teoria clKssica$, o nome foi revelado a 9oisés como novidade aJsoluta, pois era completamente desconhecido antes !EB ,/$- "e acordo, porém, com o G !*n @,=[ >,=$ e outras fontes, não JíJlicas, parece que IK era conhecido- Foram propostas vKrias hipAtesesU 7 9oisés 9oisés veio veio a conhec conhecer er o nome nome através através dos quenitas quenitas,, triJo madianit madianita a ] qual qual pertenci pertencia a seu so#ro[ 7 o documento documento Iavista Iavista proIeta proIeta no passado passado o nome mais mais comum no tempo tempo da redação[ redação[ 7 era conhecido conhecido antes antes como como interIeiçã interIeição o do culto, culto, não como como nome[ nome[ 7 emJora conheci conhecido do antes, antes, apenas a#ora receJe receJe novo novo si#nificado[ si#nificado[ 7 conhecido conhecido como um um nome entre entre outros, outros, sA então é apresentado apresentado como nome prAp prAprio rio do "eus de 'srael[ 7 apesar apesar de IK ser conheci conhecido do antes, antes, tamJém no seu si#nific si#nificado, ado, neste neste tempo "eus "eus passa a provar, com #estos concretos, que merece tal nome[ 7 o cult culto o a 'ah 'aheh eh estav estava a prese present nte e desd desde e as ori# ori#en ens, s, mas soment somente e foi foi aceit aceito o pela pelass triJ triJos os Iosefitas por causa da influZncia de 9oisés-
3 - ÉPOCA DA CONQUISTA DE CANAÃ Tavia Tavia anta#o anta#oni nismo smo entre entre 'ahe 'aheh h e &aal, &aal, o que que se podia podia consta constatar tar soJret soJretudo udo na JaaliYação do culto-
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Este é um período de #randes mudanças sAcio7econNmicasU a cultura nNmade torna7se sedentKria e a#rícola- 'srael entra em contato com povos mais adiantados, de onde a tendZncia a aceitar, Iunto com a nova cultura, tamJém a reli#ião e o culto a ela intimamente li#ados- &aal, e não 'aheh, era especialiYado em a#ricultura- ) culto a &aal era, além do mais, eBtremamente atraente- Esse sincretismo podia assumir trZs formasU 7 veneração simultnea de 'aheh e &aal, cada um no seu prAprio campo[ 7 veneração eBclusiva do mais interessante no momentoU &aal[ 7 atriJuição a 'aheh das qualidades !e defeitos$ de &aal'nicialmente o culto simultneo parecia normal, porém com o tempo foi Iul#ado uma infidelidade, pois levava inevitavelmente ao desconhecimento de 'aheh !como narrado no episAdio do touro ou JeYerro de ouro no deserto$ e ] perda da identidade heJraica- ) nome “El podia ser usado para 'aheh porque El era um deus apa#ado e pouco venerado, era um deus “#enérico- GK &aal era um deus muito caracteriYado e venerado, Jem diferente de 'ahehParecem ser deste tempo os nomes “Senhor dos eBércitos saJaot` 789:<; e “El shaddai =9>@? !*n ;6,; &G[ =:,/[ /5,;;[ @/,;@[ @:,/[ @>,=5$- ) primeiro desi#nava o "eus +ei que se senta no trono dos queruJins, dotado de poder soJerano !;Sm @,@[ =Sm ,=$, cuIo povo vence nas Jatalhas- 9as os eBércitos foram espiritualiYados ora como anIos, ora como o conIunto das estrelas !Sf ;,5$, que "eus cria com o poder de sua palavra- 2m si#nificado provKvel do se#undo éU “"eus das montanhas, onde Ele é forte e por isso faY os heJreus vencerem !Eles não possuíam carros e, portanto, não podiam comJater na planície$- )utro si#nificado propostoU “"eus da estepe, eBpressão que dataria da época patriarcal- Em se#uida, amJos foram, em #eral, traduYidos pelos ( com pantocrKtor` !Sl 6>,:-;5[ )s ;=,[ m /,;/[ @,;/$- Essa visão passou no 0ovo 1estamentoU = Co ,;:[ p ;,:[ @,:[ ;;,;6[ ;5,/[;, 5-6-;@[ ;>,- ;5[ =;,==$- Cf- Deus no Anti'o TestamentoU +evista de Cultura &íJlica, nmeros @;7@=, ;>:6-
; - ÉPOCA DA MONAR[ @@,>7=.[ 56, /7;/[ )s =,;:s[ @,;;7;@[;.,;7;.[;/,;7/[ Gr =[ 6,;7=.[ ;.[ ;>,@s[ EY :[;@,;7;;[ Sf ;,@76-
)s atriJutos e nomes divinos são suJmetidos a um processo de afinamento ideolA#ico, eliminando contaminações de reli#iosidade naturalística-
P.+++ 6 M!$%=+5: 7 'aheh é o deus da terra de 'srael, assim como cada nação tem o seu "eus- TK, portanto, uma re#ressão a respeito da idéia primitiva do "eus pessoal- Permanece o enoteísmo e a monolatria- GY ;;, =/s[ "t /=, :[ ; Sm =, ;>[ = +s 5, ;67 'aheh não é um deus como os demais, mas é superior a todos- EB ;5,;;[ Sl :=, ;[ GA ;, [ Sl :>,s7 'aheh é o "eus nico e verdadeiro, pois os outros são falsos e vaYiosU se nada faYem, se não se manifestam, praticamente não eBistem- Sl ;@, ;[ Sl ;;57 'aheh é Senhor do universo inteiro e não sA de 'srael e, portanto, é o nico "eus) desenvolvimento do universalismo soJre o nacionalismo leva ] consciZncia de que não pode haver senão um sA "eus- s afirmações mais claras do monoteísmo são do fim do período e do período se#uinte- Conferir as notas da &íJlia de Gerusalém para "t @, //7/>[ 5,7;.[ , @7>[ 's @.,;=7=[ @;, @-=;7=>[ @=, :-;6[ @/,:7 ;/[ @@,7:[ @@,=@7@5,:-;@7=5[ @,576-
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O D%*+ 1i1U imanente, prABimo, atuante"t 5,=[ Gs /,;.[ ;S ;6,=-/[ ;+s ;6,;[ )s =,;[ 's /6,@[ Gr ;.,;.[ Sl @=,/->[ :@,/"entre os vKrios atriJutos de "eus, é possível reconhecer um deles como raiY dos demais, ] luY do qual todos os outros são considerados e do qual eles parecem derivar- s teolo#ias JíJlicas que admitem essa possiJilidade indicam ora um, ora outro, para essa função, por eB-U o nome 'aheh, a santidade, a #raça !hesed$ e a vidaSe#undo GacoJ, a concepção do Deus io determina a solução de todos os proJlemas relativos ] realidade de "eus- ) atriJuto “vida é o mais importante, porque "eus não muda nunca, permanece sempre o mesmo, Ele é o "eus vivo e verdadeiro ! 8 g$- 'aheh é o nico deus vivo- ssim se define toda a teolo#ia heJraica a respeito de "eus, nas suas características prAprias e na preparação do mistério trinitKrio? provKvel que a qualificação de "eus com o atriJuto da vida não tenha conhe7cido um desenvolvimento histArico notKvel porque, desde o início, condiciona toda a revelação, dando unidade e continuidade ao nti#o 1estamento !GacoJ$Com sua concepção do "eus vivo, 'srael supera os proJlemas concernentes ] eBistZncia de "eus, ] possiJilidade do homem conhecZ7lo e falar dEle- 1ais questões não constituem um proJlema, porque 'srael se move em um nível superior de compreensão ssim, podemos reconhecer os se#uintes traços na concepção do "eus vivoU 7 "eus é a raYão de tudo, fundamento, causa, Senhor aJsoluto, força ativa e poderosa, cuIa plenitude de presença se impõe por si mesma- ) seu ser se impõe com tal evidZncia, que parece intil qualquer demonstração7 Por isso, tudo e todos não cessam de louvK7lo, manifestando sua presença e ação7 Sendo plenitude de vida, nEle não hK teo#onia e mudanças de nenhum tipo- "esde o primeiro instante da criação, IK estK totalmente presente e nunca desfalece, nem morre- ualquer sinal de vida no mundo indica um dom seu7 "eus não constitui um proJlema, a conclusão de um raciocínio, o termo de nossas refleBões ou resposta ]s nossas interro#ações- ? Ele quem interpela e quem se impõe ao nosso questionar- Ele é aquele que sempre surpreende com a intensidade e a plenitude de sua presença7 afirmação “"eus estK vivo é a reação primordial e elementar do homem frente ] eBperiZncia e ao poder que se impõe ] totalidade de sua pessoa7 Somente "eus estK deveras vivo, enquanto que os demais deuses estão mortos e os homens receJem a vida de "eus- aspiração suprema do homem serK aproBimar7se de "eus, estar presente ao presente, compenetrar7se da sua presença !; +s ;6,;$Sendo Ele o 8ivente, mostrarK a sua vida dando a vida aos mortos7 ) antropomorfismo JíJlico é um modo de eBpressar a vida de "eus- ) antropomorfismo não é uma concepção que pensa o ser de "eus em termos humanos, mas é uma forma de dar a entender que "eus tem mais vida do que qualquer homem- 0ão se trata de simples revestimento literKrio ou de um modo de suprir nossa incapacidade de eBpressar a inefaJilidade do divino ! "1"C @7@:$7 Porque vivo, não pode ser representado por ima#ens mortas !aniconismo$, não tem seBo, nem corte, nem filhos- Estes elementos servem para moderar a tendZncia antropomArfica da &íJlia- ) homem é ima#em de "eus, não "eus ima#em do homemg eBpressão “"eus vivo si#nifica, pois, a afirma*o da presena plena e total de Deus em todas as coisas- Então, o nome “El indicarK essa vida, sentida como força e potZncia[ e o nome “'aheh, a mesma vida captada ao mesmo tempo, como continuação e duração, por oposição ]s coisas que passam !"eus dos pais$[ vida como presença ativa, efetiva, histArica, até nos momentos de “morte da humanidade, ou melhor, de “morte dos filhos da promessa-
?7nos difícil, a nAs, modernos, unificar todas essas conotações soJ uma sA idéia e um sA termo- ssim tamJém, a noção de presença não é para nAs tão li#ada ]s eBperiZncias concretas anti#as- ) mundo hodierno seculariYado tende a ne#ar não tanto a eBistZncia de "eus quanto, em primeiro lu#ar, a sua presençaU "eus estK ausente da vida dos homens- )s sinais da sua presença são imediatamente racionaliYados, eBplicados com cate#orias do
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mundo- Para quem tem fé, a noção pode ser recuperada, refletindo7se soJre a eBperiZncia da presença- Conferir &íJlia de GerusalémU "t 5, = e teBtos paralelos-
O D%*+ S.!$ !em heJraico + addos) 7 EBtensão do termo !de quem se diY$U ) termo “santo, usado muitas veYes de modo aJsoluto, pode indicar os deuses, a corte celeste, os anIos, os profetas, os Iustos, os apAstolos, mas, em primeiro lu#ar, é atriJuto de "eus7 Compreensão do termo !o que se diY$U )ri#em e evolução do conceito Podemos distin#uir as se#uintes passa#ensU 7 separado, afastado, ] parte, reservado, privativoU dito de qualquer coisa[ 7 reservado para o culto e eBcluído de outros usosU dito de oJIetos particulares, consa#rados através de um rito[ 7 diferente, superior, melhorU dito do poder e do a#ir de "eus na criação e na histAria, das quais ele é KrJitro[ 7 diferente, superior, melhorU dito do ser de "eus[ 7 impecKvelU dito do comportamento moral de "eus !é o sentido mais comum atualmente$[ 7 superior e melhor no amorU nin#uém saJe amar como "eus !)s ;;, > &G$ s etapas dessa evolução se soJrepõem, de forma que “santo torna7se um conceito compleBo, com muitas conotações, usos e acepções- Cf- (v ;6 &G[ ;:, = &G[ 's 5, ; &G[ , ;75 &G[ EY ; !a santidade de "eus eBpressa através de símJolos$[ )s ;;, > &G) sentido fundamental do termo é o colocado em quarto lu#ar acimaU "eus é santo por ser aJsolutamente diferente, superior, ori#inal, nico, auto7suficiente, inacessível, distante, invisível%, incompreensível, inefKvel 7 em relação a tudo o que não é Ele- ) termo moderno que parece corresponder melhor a essa acepção é “transcendente santidade de "eus indica tamJém, portanto, a impropriedade e a limitação da lin#ua#em humana aplicada a "eus, nunca compreendido nem atin#ido por nossas palavras, pois na revelação Ele sim pode usar nossas palavras“Santo é um atriJuto, uma característica divina, mas que tende a si#nificar a sua essZncia, identificando7se com Ele, passando a ser usado como nomeU o Santo% 9oisés sA pNde ver a Gavé pelas costas !EB //,;:7=/ &G, apesar de //,;;g$[ Elias ;+s ;>,;/-
"eus, sendo santo, santificaU paradoBalmente Ele se denomina “) Santo de 'srael !;@B no proto7'saias e ;B no deutero$ !Pai Santo, Go ;6,;;$- Ele é aquele que quer comunicar a sua santidade tornando santo o seu povo- ) "eus santo tem, assim, uma idéia estranha, tamJém essa acima da compreensão humanaU estaJelecer uma comunhão de vida com o homem- Como é possível, se "eus é tão diferente e superior 'sso sA é possível na medida em que "eus torna santo o homem, comunicando7lhe a sua santidade- “Sede santos porque eu sou santoU EB ;>,[ (v ;;,@@[ ;>,;s[ =.,=[ ==,/;s-
"eus, santo no amor, saJe doar7se como nin#uém, santificando o homem[ este participa da santidade de "eus passivamente !é santificado$ e ativamente !é santificanteU a missão$- partir de então, o homem tem a sua vida e eBistZncia determinadas, definidas e re#uladas pela sua relação com "eus, torna7se transcendente em relação ] vida não diri#ida por "eus !; Pd ;, ;@7=5 &G$ santidade de "eus inspira ao homem vKrios sentimentos e atitudesU 7 temor, respeito, veneração, reverZncia, adoraçãoU não querer mudar "eus e as coisas divinas, não acomodK7las a si mesmo - (v ;.,;7/[ =Sm ,s &G[ Gr ;.,;.7 consciZncia da necessidade de purificação, de transformação no ser e no a#ir para aproBimar7se dEle e do que o representa- isso tendem os preceitos morais e rituais do nti#o 1estamento- !0o 0ovo 1estamento, a #raça torna possíveis os primeiros e o Jatismo torna inteis os se#undos$- (ei da santidadeU (v ;67=-
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7 consciZncia da vocação para ser santo como Ele é santoU não no mesmo #rau, nem do mesmo modo, mas do mesmo tipo de santidade7 deseIo ardente de eBperimentar a santidade divina, que é força de atração- !Santo #ostinhoU “inhorresco et inardesco temo, reverencio[ sinto ardor, fervor, atração$1ema prABimo a este é o do "eus escondido !'s @5,;5 &G$, "eus alto, "eus profundo, de onde o tema do “mistério em S- Paulo- "eus Santo71ranscendente é tão diferente que pode estar presente7imanente no meio do povo mais do que qualquer outro- "eus vivo e verdadeiro "eus presente como SantoU 's ;=,[ Gr ;.,;.[ =/,=/adosh foi traduYido em #re#o !($ por ha#nAs, hK#ios e, em latim, por sanctus, sacer, todos estes termos derivados de uma raiY indoeuropéia, que dK idéia de separação-
Santo é, portanto, separado, transcendente, mas n*o indicaU 7 separação espacial, mas ontolA#ica, pertença a outra cate#oria- "eus não é simplesmente superior, mas é de outra natureYa, emJora semelhante, assim como o homem transcende o animal- transcendZncia, no sentido #enuíno, implica a imanZnciaU nin#uém pode estar tão prABimo do homem como "eus7 incomunicaJilidade, mas vontade e capacidade de comunicar7se, somente quando, como, quanto, porque e enquanto livremente quiser, sem estar suIeito a necessidade interna ou eBterna0o conteBto do monoteísmo ou enoteísmo, Santo não indica, antes de tudo, o nico "eus eBistente, mas o nico "eus desse tipo, o nico diferente de todos -
O*$#+ .$#i>*$+ 6i1i!+? !5%+ % $=$*&+ !aspectos da vida e da santidade de Gavé$ denominação El Elion !"eus ltíssimo$ é aplicada a 'aheh depois que se che#ou a um certo equilíJrio entre o Iavismo e a reli#ião de Canaã !*n ;@, ;:7==$ don, donai é Senhor, soJretudo como autor dos mandamentos, distin#uindo7se de &aal, que é senhor no sentido de patrão, proprietKrio e criador !cf- porém )s =,;: &G$- pAs o eBílio, donai suJstitui, na leitura, o nome 'aheh'aheh é +ei, eBercendo todas as funções coneBas a esse títuloU chefe, conselheiro, caJeça, diri#ente, IuiY, #uerreiro que vence os inimi#os- 0o fim dos tempos reinarK soJre todos os povos- teofania de 'aheh +ei traY estaJilidade e se#urança para o mundo- Conferir os salmos de entroniYaçãoU >/->7>>- 0a verdade, a desi#nação é anterior ao tempo da monarquiaU EB ;5, ;:[ 0m =/, =;[ GY :, =/'aheh é um deus ciumento !el qannK$, capaY de destruir e devorar, pois não admite que se dZ atenção a outros deuses !EB =., 5s[ /@, ;@[ 0m =5,;;[ "t @, =@ &G[ 5,>[ ,;5[ /=, ;-=;[ Gs =@,;>$- ) cime é tamJém Yelo pela felicidade de 'srael !'s /6, /=[ EY />, =5$- 2ma manifestação prABima ]s duas anteriores é a cAlera de 'aheh, potZncia de fria, de destruição e vin#ança, que opera contra 'srael pecador e contra seus inimi#os, que são tamJém inimi#os de 'aheh- !0a ;, =[ 0m ;;, ; &G$- taça da cAlera é uma ima#em particular !Gr =5, ;57=:$-
9as 'aheh é soJretudo misericordioso !rahum$, rico de #raças, lento na cAlera, numa contradição sA aparente, que o caJalismo chamarK de “a direita e a esquerda de "eus- atitude misericordiosa, amorosa, tolerante, prevalece sempre soJre a cAlera !EB ;5,;;[ /@, 76-;@[ =., 5s[ 0m ;@,;:[ "t 6,>s[ Sl ;./, :s[ Gr /, ;=[ 9q 6, ;:[ TJ /,=$- Esse duplo aspecto de 'aheh colérico e consolador, aparece claramente em 0aum aliança com 'srael é eBclusivamente fundada no amor, é um ato de amor tal que qualquer violação da aliança provoca a cAlera violenta de "eus- ? a cAlera de um amante ofendido, mas sempre disposto a perdoar e a consolar, ao menor sinal de arrependimento- !'s @>, ;5U o termo heJraico “rahem indica, de modo particular, o amor visceral, o amor materno para com o filho pequeno$ 'aheh atriJui7se ainda a “hesed, com freqjZncia ao lado da “emet, termos traduYidos de diferentes maneiras, se#undo as &íJlias e os vKrios conteBtosU a #raça e a fidelidade são os correspondentes mais usados, mas não hK tradução satisfatAria- Poderia ser, tamJém, Jeni#nidade e verdade, amor e estaJilidade- idéia central parece ser a de uma força
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ou poder que #arante a permanZncia da aliança, sempre presente na relação entre 'aheh e o povo- Sl @., ;;[ *n =@, =6[ )s =, =;, &G- !cf- tratado da “*raça, antropolo#ia ''$'aheh é Iusto !sadiq$, fiel ao pro#rama estaJelecido por Ele mesmo, fiel ao seu modo de a#ir e pensar porque, nas suas relações com o mundo, a#e se#undo uma norma interior constante para realiYar a salvação do povo eleitoU 's 5,;[ Sl 6, ;. #lAria de 'aheh !kavod, que si#nificaU peso, valor, ful#or, #randeYa, #randio7sidade, di#nidade, prestí#io$- #lAria é a manifestação e eBtensão luminosa e visível da santidade, a forma pela qual a santidade intocKvel se manifesta na presença e nas oJras de "eus na criação e na salvação dos homens, tamJém através de símJolos visuais e sinais cAsmicosU EB ;/,== &G[ =@, ;s, &G[ //,;:-==[ @.,/@s[ ;+s :,;.s[ 's [ EY ; &G[ >7;.[;;,==s[ @/,;7>"ar #lAria a "eus, #lorificK7lo, é reconhecer e confessar a sua #lAria, o valor santo de suas oJras, aquilo de que sA Ele é capaY Palavra !davar$ de 'aheh é uma outra forma da manifestação de "eus, proIeção para fora do seu pensamentoU SJ :, ;5, cf- &íJlia de Gerusalém[ = +s /, ;=) nome 'aheh, ou simplesmente o 0ome, é o que 'aheh concede de si para que o homem possa invocK7lo e seIa atendidoU Sl :, =7>[ "t ;=, 5[ = Sm 6, ;/1emos, ainda, outra manifestação de 'aheh, quando Ele mostra a sua Face !panim$U "t @, /6[ Sl @,6 &G"a paternidade de 'aheh e do Espírito de 'aheh trataremos mais adiante0ão desaparecem completamente na época clKssica os aspectos naturalísticos de 'aheh, o que leva a uma qualificação demoníaca de sua natureYa, vista como portadora de um poder amJí#uo, capaY de destruir e de criar e de produYir o mal e o Jem- Freqjente é a sua teofania atmosférica, carre#ada de lemJranças mitolA#icas do #rande deus celeste cananeu !Sl ;:, >7;;$- Podemos reconhecer, ainda, a presença de restos do poder a#rícola fecundante !Sl 5, :7;.$- Ele é o senhor da chuva, mas tamJém da estia#em e da carestia !; +s ;:[ Gr ;@$'aheh contém em si as raíYes do Jem e do mal, no sentido cAsmico e moral !;Sm =, 76[ "t /=, />[ 's @5, 6[ EB @, =@$- ? 'aheh quem envia um espírito maléfico e um espírito de mentira aos homensU ;Sm ;, ;@s[ ;+s ==, ;>s credita7se que "eus é o "eus de 'srael somente no espaço da terra prometida !;Sm =,;>[Gr ;,;/[ cf- =+s5,;6$-
@ - O PERÍODO PÓS-EXÍLICO ) eBílio não dK ori#em a uma nova reli#ião, mas oJri#a o povo de 'srael a reelaJorar todos os dados do patrimNnio da revelação, inserindo7os numa nova perspectiva, determinada por compleBos fatos histAricos que levam ao sur#ir das típicas formas do Iudaísmo)s heJreus não tZm mais 1emplo nem sacrifícios- Conseqjentemente, a vida reli#iosa por um lado se interioriYa, torna7se adesão espiritual, uma nova visão de "eus, deles mesmos, da histAria, do mundo, mais refleBiva, mais profunda, mais crítica, mais sofrida[ por outro lado, se eBterioriYa soJ formas rí#idas, naquelas oJservncias le#ais que são ainda possíveis, por eBemploU a oJservncia do sKJado, a circuncisão, os ritos de purificação, o matrimNnio somente entre Iudeus, etc) centro da vida reli#iosa se transfere do serviço do culto sacrifical no 1emplo ] Palavra de "eus como (ei escrita- ? o tempo da revisão dos materiais teBtuais e da redação definitiva dos livros canNnicos- Forma7se, sempre mais claramente, uma particular filosofia da histAria ou uma ideolo#ia da histAria sa#rada, que interpreta o eBílio como casti#o de "eus pelo pecado de 'srael !EYequiel, GuíYes$- 1al ideolo#ia leva aos proIetos de restauração, fundados na fidelidade de "eus, incentivados por perspectivas escatolA#icas que prenunciam o tempo futuro da reinte#ração de 'srael nas suas funções de povo santo e #uia dos povos- Se isso favorece o eBclusivismo e o particularismo reli#ioso de 'srael, não impediu o afirmar7se, com menor peso, de uma corrente universalística-
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Com a perda do 1emplo, tamJém a classe sacerdotal perde a importncia- ) ensino da (ei é confiado cada veY mais a lei#os doutos- 0asce a literatura sapiencial e estK sempre mais presente a influZncia helenista s linhas do pensamento teolA#ico permanecem suJstancialmente idZnticas- eBperiZncia do eBílio a#uça a eBi#Zncia de separação entre o sacro e o profano, entre o puro e o impuro- 'aheh é cada veY mais isolado numa santidade aJsoluta e intocKvel- ? de época tardia, porém, a re#ra de evitar pronunciar o nome de 'aheh, suJstituído por RXrios na tradução dos ( e lido donai no uso corrente raJínico- eBe#ese teBtual tende a suprimir as eBpressões eBcessivamente antropomArficas e a atriJuir tais ações a nomes suJstitutivos e a hipAstases de 'aheh os poucos vai se #eneraliYando, por eBemplo, o uso de eBpressões como o “0ome, a “*lAria, a “Presença, o “Céu !; e = 9c$, o “nti#o dos dias !"n$- Contemporaneamente, desenvolve7se toda a trama das teofanias ou hipAstases de 'ahehU *lAria, Presença, Espírito, SaJedoria, etc, que servem para eBplicar a ação de "eus no mundo e na histAria, interpondo um novo limite sacro entre a essZncia divina e o mundo firma7se, de forma sempre mais cate#Arica, a unicidade de "eus, identificado sem hesitações com 'aheh, como eBi#Zncia da distinção de 'srael em meio ]s nações, #arantia de sua missão e como “lição do eBílio- centua7se a polZmica contra os ídolos, de anti#a data, mas a#ora diri#ida contra as nações, pois 'srael parece finalmente imune a essa tendZncia !'s @., ;=7=.[ @;, =;7=>-76[ @@, >7=.[ &r @[ SJ ;/, ;7;>$- Sur#e a teoria da ori#em demoníaca dos deuses !"t /=, ;6[ Sl ;., /6[ &r @, 6$- "eus, diferentemente dos ídolos, é chamado vivente != 9c 6, //[ ;5, @$, rei do mundo != 9c 6, >$, soJerano != 9c /, =@$, eterno !Gt ;=, =>[ ;/,:$-
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II* O ANTIGO T+%TA-+NTO .O-O (R+(ARA!O / R+,+LA!O DO D+U% TRINO revelação do "eus pessoal não tem um valor simplesmente em si mesma, mas enquanto prepara uma plenitude maior de revelação- Foi iniciada com Jraão, tornando7se, assim, o primeiro elo que a li#a com a futura revelação trinitKria; 7 )s heJreus viveram tal preparação sem perceJer que se tratava de uma preparação= 7 Por parte do homem, a preparação consistiu em adquirir condições para entender e aceitar a revelação- Por parte de "eus, em estaJelecer uma economia peda#A#ica de premissas e dados parciais/ 7 0ão se trata de preparação ] 1rindade no nti#o 1estamento- Esta preparação acontece ao lon#o de todo o período histArico do nti#o 1estamento e não, simplesmente, em momentos ou escritos particulares@ 7 lém disso, a literatura não JíJlica contriJui poderosamente para essa preparação5 7 Cristo, propriamente, não anuncia uma 1rindade- Ele manifesta, sem reservas, a realidade completa e profunda do "eus de Jraão- ) conhecimento não aumenta através de noções vindas de fora, mas como amadurecimento e clarificação interna da prApria eBpe7riZncia, iniciada com Jraão e levada ao pleno desenvolvimento 7 "eus sempre a#e como 1rindade, emJora nem sempre de tal maneira que nAs possamos reconhecer esse mistério- 0ão é sA "eus Pai que a#e no nti#o 1estamento6 7 Se "eus não quis revelar7se como 1rindade, não deiBou de “trair7se al#umas veYes !teBtos usados pelos PadresU *n ;,=[ /,==[ ;;,6[;:,=[ 0m ,=@7=[ "t ,@[ 's ,/-:[ # =,5 &G[ Sl /=,[ 6,6s[ SJ >,;s-;6$, com alusões sA compreensíveis no 0ovo 1estamento-
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: 7 1oda a reli#ião é relação entre "eus e o homem- )s trZs termos são, contudo, conceJidos numa infinidade de modos, em particular a imediateY da relação- Em 'srael hK flutuação constante na maneira de entender tal imediateY- 0o início, "eus estK presente quase sensivelmente no meio do povo !G$- os poucos, porém, vai se desenvolvendo uma teolo#ia compleBa, que distin#ue vKrias cate#oriasU 7 o prAprio "eus, ou seIaU essZncia, natureYa, personalidade[ 7 nomes e títulosU 'aheh, El, Shaddai, +ei[ 7 atriJutos, qualidades, características, traçosU Iusto, santo, vivo[ 7 teofaniasU do Sinai, da sarça ardente[ ima#ens do fo#o, da nuvem, etc, !sinais$[ 7 manifestaçõesU palavra B, espírito, saJedoria C, #lAria, face, nome, !a shekinah`$[ 7 hipAstasesU as anteriores, como manifestações personificadas[ 7 criaturas eminentesU anIos e demNniosB Sl 11,/ 14,15s/ Sb 16,12. C Pr 1, 2D33/ ,1D,6/ JE 2,12D2/ Fclo 24/ Sb 6,12 G ,1.
> 7 "e uma concepção in#Znua, che#a7se a uma teolo#ia compleBa e elaJorada- Essa riqueYa de dados, equiliJrados no período clKssico, provoca um duplo processo em tensão dialéticaU por um lado, a preocupação de salvar a transcendZncia de "eus Santo[ por outro, a afirmação do realismo de sua presença na histAria- Se, de certa forma, atriJutos e nomes e al#uma manifestação !#lAria$ tendem a se identificar com "eus mesmo, cada veY mais inacessível e distante, as teofanias e outras manifestações tendem como que a “desprender7se, constituindo7se em hipAstases !ser visto em sua consistZncia prApria, sempre como suIeito e não predicado$, de forma que se possa afirmar a ação de "eus na histAria, sem preIuíYo de sua transcendZnciaCria7se, então, uma situação amJí#ua e instKvelU não é "eus quem se manifesta, mas al#o de "eus, al#o de divino, sem que se che#ue a precisar a relação entre a manifestação de "eus e o prAprio "eus- uer7se, assim, distin#uir entre a essZncia incomunicKvel e as manifestações, mas sem introduYir distinções internas em "eus- nica solução para tal situação oJscura e contraditAria serK ou voltar ] concepção primitiva ou aceitar a pre#ação de Cristo- 9as nem todos advertiam tais proJlemas e, na verdade, a pre#ação de Cristo supera os dados mesmos da questão;. 7 uando falamos de “#lAria de 'aheh, que tipo de relação eBprime a preposição “de Por não possuirmos eBperiZncia de nenhum dos termos, sA a revelação nos iluminarK soJre o tipo de relação- ) nti#o 1estamento Iamais esclarece isso, limitando7se a enriquecer os dados de cada cate#oria- ) que no 0ovo 1estamento serão trZs hipAstases distintas, no nti#o 1estamento são
manifestações de natureYa imprecisa, mas ricas de conotações1- A PATERNIDADE DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO
O .$ 6. 6%!5i!.4, 1odos os povos anti#os atriJuem a "eus o título de Pai- 0isso os heJreus não se distin#uem dos demais, senão por uma maior soJriedade e uma menor freqjZncia de uso"evemos distin#uir dois #rupos de testemunhosU 7 os teBtos, nos quais 'aheh aparece qual Pai de 'srael como nação !EB @,==s !filho primo#ZnitoU então outros povos tamJém são filhos de "eusg$[ "t ;@,;[ /=, 5[ Gr /, ;>s[ 's /, ;5s$ ou, com menor freqjZncia, Pai de al#um indivíduo !do reiU = Sm 6,;@[ Sl :>, =6[ do IustoU Ecl =/, ;-@[ 5;,;.[ SJ =, ;/- ;-;:[ ;@,/[ todos são teBtos tardios$7 a onomKstica usa com #rande freqjZncia nomes teAforos, nomes constituídos de dois elementos, um deles tirado do nome de "eus !El, 'aheh, na forma inteira ou reduYidaU a,o$, o outro desi#nando #rau de parentela !aJ pai[ ah irmão[ am mãe[ dod tio$ l#uns eBemplosU EliXXahu !Elias$, oaJ, JiXXahu !Jias$, EliaJ, etc- !0ão é clara, todavia, a si#nificaçãoU Jiel si#nifica “"eus é meu Pai ou simplesmente “"eus é Pai$Comparando o uso heJraico com o uso dos povos anti#os notamos o se#uinteU 7 quanto ] onomKsticaU com o passar do tempo tornaram7se sempre mais raros- 0ão aparecem nomes compostos com os termos “filho, “mãe, “t io7 quanto aos teBtosU 7 o nico termo de parentela é pai !nunca mãe, irmão, tio---$[
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7 mesmo assim, o termo é raro e sA parece ser usado a partir do século '[ 7 tem, praticamente, sempre sentido coletivo[ 7 a desi#nação é sempre afirmativa e feita por "eus[ não hK invocação por parte do homem- EBceçãoU 's /,;[ @,6[ SJ ;@,/[ Eclo =/, ;-@[ 5;,;.[ 1eBtos especiaisU Sl :>,=6U invocado pelo 9essias[ Gr =,=6U Pai` diri#ido aos ídolos[ Gr /,@ é lamento de "eus por não ser invocado como Pai[ Gr /,;>U promessa de invocação futura-
O#i(%5 % +i(!iic.6 Podemos reconhecer no povo heJreu duas linhas de pensamentoU 7 Concepção comum a todos os povosU "eus é Pai porque é criador !no sentido amplo do termo$, providente, porque tudo vem dEle- ) termo “pai, para os anti#os, evoca autoridade e proteção, não ternura- 'nicialmente os heJreus possuem a mesma mentalidade dos demais semitas !emJora menos entusiasta$- ? eBpressão disso o uso de nomes teAforos- 9as, ] medida que perceJem as eBi#Zncias do Iavismo, vZem o peri#o de confundir 'aheh com os demais deuses e vão aJandonando tal uso, acentuando assim a concepção de um "eus espiritual, santo e nicoCaJe aqui a anti#a concepção de "eus como Pai de deuses e anIosU *n ,=[ GA ;, &G[=,;[ /:,6 !"eus criador dos astros$[ Sl =>,;[:=, !IuíYes comparados aos anIos da corte celeste$[ :>,6-
7 Concepção prApria de 'srael- Consta de trZs traços ori#inaisU 7 'aheh é Pai porque é criador da eBistZncia nacional de 'srael !EB @,=/[ "t /=, [ 's @/,[ 1J ;/,@$- 1al idéia parece ter sur#ido IK no tempo do ZBodo e não depende de influZncia estran#eira- ) título é coerente com o tema da eleição e da aliança !Gr /;, >$7 "eus é Pai porque ama o povo com ternuraU é a contriJuição dos profetas ao tema !na linha de )séias, "euteronNmio, Geremias, = 'saías$- Para os semitas, chamar al#uém de pai si#nifica reconhecer seu domínio e seu direito ilimitado de dispor dos filhos- 1al concepção estK presente, tamJém, entre os heJreus, mas é secundKria !)s =, ;7/-=5[ ;;, ;7;;[ "t ;, /;[ :, 5[ ;@,;[ /=,-;.[ Gr /,@- ;>[ /;, >- =.[ 's ;,=[ @>, ;@7;[ 5@, : &G[ /, ;57;[ @, 67 :[ ,;/[ 9l /,;6[ Sl =6,;.[ ;./[ ;/;,=s$-
parece assim o aspecto maternal, 7 eBpresso com o termo rahamim`, o amor pelo fruto do ventre 7, e esponsal da paternidade divina !)s ;,=7>[ =,@7/,5 &G[ 's 5@,;7;.[ ;,;.[ =,@75[ Gr =,=[ /,=.[ /;,=[ EY ;,:-.$7 paternidade de 'aheh li#a o povo a compromissos de ordem moral- Como Pai, 'aheh multiplica seus Jenefícios na histAria- Como filho, 'srael tem o dever da fidelidade e da santidade de vida- uem deu a 'srael a vida, deu7lhe tamJém um modo santo de viver- !"t :,57[ =Sm 6,;@[ 's ;,=7@[ /.,>[ Gr /,==[ @,==[ 9l ;,[ =,;.[ GA 5,;6[ Pr /,;;7;=[ SJ ;;,>s[ cf- TJ ;=,57;/[ p /,;>$Como dados posteriores ou colaterais podemos reconhecer os se#uintesU 7 "eus criador de tudo e Pai de todos, mas 'srael !incluindo o reino do norteU Gr /;, >-=.$ é o primo#Znito- 's @5,;;7;=[ m >,67 "eus Pai dos autZnticos israelitas, dos Iustos- Eclo @,;.[ =/,;-@[ SJ =,;/-;7;: &G- Pai dos levitasU Sl =>,; !$ 7 "eus como Pai do rei e, portanto, do 9essias, Pai porque lhes confia força e missão particular- ) 9essias e o rei a#em por força de um poder que é pessoal de "eus e concedido por Ele- =Sm 6,;=7;[ ;Cr ==,;.[ Sl =,6[ :>,=67=:0otamos assim duas tendZncias opostas, a alar#ar ou restrin#ir o sentido do termo paternidade divina apresenta7se, portanto, em 'srael, como verdadeira e real, emJora ainda metafArica, pois são tomados em consideração somente aspectos derivados, como o amor, a
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proteção, a aIuda, e não se toma, até então, como referZncia a #eração JiolA#ica individual- "eus é Pai porque escolheu livremente ser Pai e de quem ser Clemente de leBandriaU “Com a sua misteriosa divindade "eus é Pai, mas a ternura que o inclina para nAs, faY com que se torne mãe- ) Pai, ao amar, torna7se maternal“ !uis dies saletur , /6$-
7 - O ESPÍRITO DE IAH9EH E$i5&(i. % .!.&(i.
? [ #re#oU “pneuma neutro[ latimU “spiritus$ ) termo “espírito !heJraicoU “ruah H I veicula a eBperiZncia primitiva do ar em movimento, soJ duas formasU 7 natural, cAsmicoU vento !da Jrisa ao furacão$[ 7 antropolA#ico, interiorU respiração, hKlito, alento, soproEssa Jase nunca desaparecerK, apesar dos #i#antescos desenvolvimentos filosAficos e reli#iosos do termo- Cf- Go /,:[ =., ==% Em #eral #Znero feminino[ masculino emU EB ;.,;/[ GA @,;5[ @;,;[ Ecl ;,[ /,;>uando é se#uido de “santo, de “'aé, de “"eus, e quando não uando em antítese com “carne
C50#%%!+, do termoU nalisando mais a fundo a Jase analA#ica, perceJemos que amJos os aspectos tZm características prAprias que induYem uma intuição das características divinasU 7 7 o vento é ener#ia em movimento que eBiste dentro dele, não vem de fora, de al#um modo ele produY sua força motora[ 7 sua ori#em é misteriosa, desconhecida, emJora tenha uma !Go /,:$[ 7 o vento tem um rumo, uma direção, emJora desconhecida por nAs !Go /,:$[ 7 sua manifestação é imprevisível, de certa forma dK a idéia da liJerdade[ 7 não tem forma, não é visível nem representKvel[ 7 na forma de ar, sua presença parece não se distin#uir da ausZncia, e no entanto estK em tudo sempre !SJ :,;$[ 7 o vento arrasta em seu movimento o que encontra, leva para onde vai, é mais forte do que o homem, produY transformações !Ecle :,:$[ 7 produY efeitos contrKrios, pois aquece e refresca, restaura e provoca arideY[ 7 o ar estK presente em tudo sempre, mas não se identifica com nada[ 7 7 a respiração é íntima e imperceptível, é sinal e sede de vida !para os anti#os$[ 7 na visão primitiva, emJora o ar7sopro esteIa dentro do homem, ele vem de fora, do alto[ 7 é necessKrio para a vida, mais do que o alimento ou a K#ua[ !Se Gesus é o pão e o Espírito é a K#ua, o Espírito é mais necessKrio e universal do que Gesusg$-
7 o homem o sente como um impulso que o anima e move, até de uma forma estranha ] sua consciZncia1rata7se, portanto de realidades misteriosas e que fo#em ao controle do homem, mas das quais ele depende inteiramente- "eus foi identificado como Espírito porque se reconhece que Ele se apresenta como o mais necessKrio, mas tamJém o mais independente e transcendente- ? Espírito e Santo !mas e quando não é chamado de santo$8eIamos a %/$%!+, do termo, para a qual temos duas passa#ensU PrimeiroU "eus, 'aheh, é Senhor do vento e do sopro- Ele é o doador e conserva o dom soJ seu controleU o espírito vem de 'aheh- ) vento que provém das narinas de "eus vai até o íntimo do homem, e por isso ele viveEm decorrZnciaU "eus tem um modo de se comportar parecido com o do vento e do sopro"eus a#e e se manifesta como espírito, porém sem se reduYir a tais manifestaçõesU é o espírito de 'aheh !a eBpressão recorre /:>B no 1 g$- Para estar prABimo do homem, "eus se manifesta de modo semelhante ao vento, com ações irresistíveis que estão acima da capacidade humana, mas tamJém como uma ação íntima, profunda e vital, que transforma misteriosamente a vida- 1oda a veY que o homem eBperimenta uma novidade ou mudança eBtraordinKria e misteriosa, ele a atriJui não simplesmente a 'aheh, mas ao espírito de 'aheh, a 'aheh que se comporta e se manifesta de modo semelhante a uma sua criaturaEm seu sentido teolA#ico primeiro, o espírito é o mesmo 'aheh, reconhecido em termos de potZncia operativa e transformadora- Com o pro#ressivo afirmar7se da tendZncia a preservar a
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santidade de 'aheh, o espírito passa a ser tratado sempre mais como uma realidade autNnoma, mas da qual 'aheh se serve para entrar em contato com o mundo1eBtos principaisU
EB ;5, :7;.[ )s ;/, ;5[ 's @., s[ Go /, : !vento$[ *n , ;6 !&G$[ GA /@, ;@s[ Ecl ;=, 6[ Go =., == !sopro$-
E/0#%++%+ 6. .4, 6 E+0=#i$ 6% I.% !.+ 0%++.+ % 7 CarismKticas transitAriasU IuíYes, herAis !J 3,1/ 6,34/ 11,2/ 14,6.1/15,14D16, profetas eBtKticos ! +& 11, 1. 24D3/ 24,2/ 1S& 1,6s.1/ 1,1D24/ permanentesU profetas !2S& 23,2/ 1Ms 1,12/ 2Ms 2,1D15/ F 2,2/ 3,12.14.24$, reis !1S& ,16/ 11,6/ 16,13.14 NJ$, sKJios !Sb ,.22 NJ/ ,1$Para #arantir a plena eficiZncia de atividades que estão acima da capacidade humana é necessKrio o Espírito !9q /,:$7 9oraisU a oJservncia perfeita e fiel da lei é possível, se o homem receJer o espírito de santidade, que o faY superar a fra#ilidade de sua natureYa humana ! Sl 51, 12D13/ F 36, 2 NJ/ -c 12,1/ Sl 143,1$- "K conhecimento e saJedoria !F$ 31,3/35,31/ Ot 34,/ JE 32,. 7 9essinicasU a ação mltipla e dispersa de "eus não era suficiente para #arantir o cumprimento da promessa- Foi7se criando, assim, a convicção e a esperança de que toda a ação divina iria um dia concentrar7se num sA tempo, para levar a termo o contedo da promessa- Era a espera pela efusão total do Espírito, mais ainda do que a esperança do prAprio 9essiasU 's ;;, ;7> &G[ @=, ;76[ ;, ;7/- Efusão coletivaU 0m ;;,=>[ 's /=,;57=.[ EY /,=@7=:[ />, =67=>[ /6, ;7;@[ Gl /, ;7= &G[ Wc ;=,;.% uanto ao Espírito na criaçãoU *n ;,=[ Gd ;,;@[ GA //,@[ /@,;@s[ Sl //,[ ;.@, =>s[ ;/>,6[ SJ ;,6[ 's /=,;5[ cf- Go ,/- ção do Espírito na histAriaU 's /,;.7;@)s símJolos do ar e da K#ua levam ao simJolismo da nuvem, a velar a transcendZncia da #lAria do "eus SantoU EB ;/,== &G[ =@,;57;:[ //,>s[ @.,/7/:[ ;+s :,;.7;=[ (c ;,/5[ >,/@s[ t ;,> unção com Aleo era o rito que podia acompanhar a comunicação do Espírito !; Sm ;, ;/$, além da imposição das mãos !"t /@,>$- quele que receJia o espírito era chamado “2n#ido, mesmo que faltasse o rito eBterno- ssimU 2n#ido 9essias Cristo- 2n#ido por eBcelZncia serK aquele que receJer a plenitude do Espírito- Por que o Aleo Porque dK força e resistZncia, tem uso medicinal, é penetrante- romatiYado, traY ale#ria e suavidade- Conservado no corno, símJolo da força e instrumento de soproSe o Jraço e a mão simJoliYam a potZncia criadora de "eus, o Espírito de Gavé, o dedo irK indicar as oJras mais refinadasU EB /;,;:[ (c ;;,=.[ =Co /,/uanto aos símJolos para indicar o Espírito cf- Cat'#rCat >@76.;Foi proposta outra eBplicação para o sentido etimolA#ico do termo espírito`- Ele indicaria então o espaço, o espaço vital, uma profundidade e uma amplidão de horiYontes que se aJrem- preposição que lhe condiY é a preposição “em- Por ser espaço, ele torna possível a respiração, o ar dentro e o ar fora) termo espírito`, ao se definir e especificar lentamente, foi adquirindo uma %/$%!+, que foi além de sua aplicação teolA#ica e mesmo reli#iosaU 7 sentido ori#inal, oJsoleto hoIeU vento, sopro, presente, todavia, em termos derivadosU in7 spirar, re7spirar, a7spirar, con7spirar, pneumKtico, pneumonia, e outros7 "eus como espírito, referindo7nos ] natureYa divina imaterial[ 7 o Espírito Santo, terceira pessoa da 1rindade[ 7 os espíritos an#élicos ou demoníacos[ 7 o espírito humano, a alma, a mente, o intelecto[ 7 os espíritos dos falecidos[ 7 o espectro ou fantasma[ 7 um modo de viver ou de pensar, Jom ou mau, uma mentalidade !por eB-U espírito de fé$[ 7 o Espírito Santo presente no Iusto, o estado de #raça0aturalmente, serK muitas veYes difícil entender o sentido preciso do termo e encontrar uma tradução apropriada- )s tradutores não sempre coincidem na interpretaçãoCorrespondentes pa#ãos são por eB-U #Znio, daímon`-
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Cf- 9- *'++", Os sím&olos na %í&lia, Paulus ;>>6, =5:7/@. !o vento$[ /.ss !a nuvem$-
III * 0+%U% R+,+LA O (AI
!&'0*E9E+ 676>$ !completar com as apostilas de cristolo#ia e de antropolo#ia ''$
8%+*+ 2 . #%1%&.4, 6 P.i , com a sua pessoa, ações, #estos e palavras pre#ação é para os poJres e para quem tem ouvidos para ouvirU 7 não é informação para enriquecer a cultura[ 7 não é retArica dotada de todos os ar#umentos para convencer e provar com evidZncia irrefutKvel, tornando oJri#atAria a aceitação[ 7 não é apresentação completa e sistemKtica, pois trata7se de uma peda#o#ia diri#ida aos dAceis para que che#uem, pessoalmente e naturalmente, a certas conclusões não antecipadas em forma de tese ou postulado- ? peda#o#ia diri#ida em primeiro lu#ar a levar a acolher como dom a comunicação pessoal de "eus, vivendo em comunhão com Ele, para que "eus viva no homem a comunhão de vida que o constitui trinitKrioGesus fala em virtude de uma consciZncia profunda de uma realidade que para Ele é tão íntima quanto o prAprio ser- 0ão fala como quem saJe por ter aprendido ou descoJerto recentemente ou como se fosse o resultado de um pro#resso no saJer, independente do crescimento no ser- Esse é o seu modo de saJer e de dar a conhecer"eus é P.i 6+ 5%!+U no início da vida puJlica é esse o aspecto acentuado- Gesus não propõe rupturas com o nti#o 1estamento- Propõe novidades, mas nada que rompa com o nti#o 1estamento, do qual retoma o conceito, intensificando a #ratuidade, a misericArdia e a Jondade do amor paterno para com todos os homens, tirando conclusões prKticas até então inaceitKveis e inima#inKveis, colocando a fé e a salvação em dependZncia não da (ei, mas do conhecimento e da aceitação do amor do Pai !9t >,;/[ ;=,6$- 9esmo quando não fala eBplicitamente do Pai, tudo tem nele a sua raYão de serSe no 1 "eus é visto como Pai do -usto, Gesus ressalta que a perfeição da Iustiça do Pai estK na misericArdia que ama até mesmo os inimi#os !9t 5, @/7@: VV (c ,/$- Se IK no 1 "eus é Pai dos po&res !Sl :,$, Gesus insiste na ProvidZncia em termos que parecem eBa#erados !9t , =57/@ VV (c ;=,==7/=[ 9t ;.,=>7/;$, pois o Pai é #eneroso !9t 6,;;VV(c ;;,;/$ e faY o Jem porque lhe a#rada !(c ;.,=; VV 9t ;;,=[ ;=,/=$Em particular, as parKJolas da misericArdia revelam um Pai até então desconhecido !os Iudeus são o irmão mais velho da parKJola do filho prAdi#oU (c ;5[ 9t ;:,;=7;@$ e Iustificam o comportamento de Gesus que, em sua vida terrena, deve encarnar os sentimentos paternos porque é, com o Pai, uma coisa sA- Pai do pecador !(c ;5$, "eus é ainda Pai atencioso do necessitado !9t =., ;7;$- Por ser o Filho que revela nele quem é o Pai, Gesus a#e por compaiBão ! 9c ;,@;[ ,/@[ :,=[ 9t ;:,=67/5[ =.,/@[ (c 6,;/[;.,//$0a oração "eus quer ser tratado como Pai !9t ,57> VV (c ;;,;/[ 9c ;;,=5$, assim como na esmola !9t ,=7@$ e no IeIum !9t ,;7;:$- ) perdão !9t ,;=-;@s VV (c ;;,@[ 9t ;:,/5[ 9c ;;,=5$ e todas as oJras são motivadas na qualidade de "eus como Pai, da maneira como Ele é Pai !9t 5, ;[ ,;[ ;/,@/$- Por tudo isso, Pai como Ele somente Ele ! 9t =/,>$- 1oda a missão de Gesus se resume em revelar o Pai !Go ;6, /-=$) termo Pai` é especialmente caro a Goão !;;:B$ e a 9ateus !@@B, contra 5B em 9c e ;6B em (c$U “8osso, teu PaiU 5,;-@5-@:[,;-@--:-;@-;5-;:-=-/=[ 6,;;[;.,=.-=>[ ;:,;@[=/,>CompararU 9t 6,=;VV (c ,@[ 9t ;.,/=s VV (c ;=,:s[ 9t ;=,5. VV 9c /,/5[ 9t =.,=/ VV 9c ;.,@.[ 9t =,=>VV 9c ;@,=5- (ucas tem em prAprio somente ;=,/=9c nunca refere meu Pai`- ;;,=5sU vosso Pai`[ :,/:U seu Pai` !do Filho do Tomem$[ ;/,/=U o Pai`- Em compensação é o nico a lemJrar a eBpressão JJK`U 9c ;@,/-
1odavia e portanto, se outros se tornam filhos, Gesus se apresenta como sendo Filho g Oeus # Pai de Jesus de u&a &aneira nica, prEpria, e$clusi)a e concreta !cf. cristoloQiaR
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D Jesus c'a&a Oeus se&pre de PaiT !44$ e& UtH/ 11$ e& Jo, re)elando u&a preferVncia e$clusi)a !n"o usa os tWtulos da piedade XudaicaR o %rono, o Nendito, o +o&e.... (ue le)a o tWtulo a ser pratica&ente u& no&e prEprio. Y Pai # se&pre o seuT Pai. Fle nunca fala de Jos# e Uaria. H Ueu PaiR ,21/1,32D33/11,2/12,5/15,13/ 16,1/1,1.1.35/2,23/25.34 !41Z/26,2.3.42.53/ PaiR 11,25D2/ 24,36/2,1/ Seu PaiR 16,2 !do [il'o do \o&e&/ 13,43 !dos Xustos/ MeferVncias e$clusi)as de LcR 2,4/ 22,2/ 23,34.46/ 24,4.
D A ora*"o de JesusR rea soin'o !Uc 1,35/ 6,46/ 14,32/ Ut 14,23/ Lc 5,16/ 6,12/ 11,1, pois Fle # [il'o nico, se&pre c'a&ando a Oeus de Pai. Pro)a)el&ente se&pre usou o ter&o ara&aico Abb]T ! prEprio sE para o pai biolEQico, Uc 14, 36, para dar a entender o realis&o e a fa&iliaridade confiante de sua rela*"o filial co& Oeus. +o te&po de Jesus, na sinaQoQa os Xudeus X] in)oca)a& a Oeus co&o Pai, &as n"o co& o fa&iliar ^Abb]_/ portanto, e& 'ebraico e n"o na fEr&ula ^&eu Pai_. Ut 11,25D2 `` Lc 1,21s/ Ut 26,3.42/ Lc 22,42/ 23,34.46/ Jo 11,41/ 12,2s/ 1,1.5.11.21.24s. Se Uc # o (ue &enos le&bra Jesus c'a&ando a Oeus de Pai, ele # o nico a le&brar o ^Abb]_, e no &o&ento &enos esperado, na 'ora do abandono da pai$"o !cf. 0n 22,. D Y &odo de Jesus falar e de se co&portarR nunca di Pai nossoT !e& Ut 6, s"o os discWpulos (ue assi& de)e& dier. F&bora todos seXa& fil'os, so&ente Fle te& autoridade para falar e& no&e do Pai e aci&a da Lei !Ut 5, 22.2.32.34.3.44. Fle apresenta a sua )ida inteira co&o u&a obediVncia total e e$clusi)a ao Pai. Y Pai G al#& das Fscrituras, &as n"o Lei D # a nica pessoa a (ue& Fle se refere de for&a constanteR Jo ,54D56/ 2,1. Oiferente&ente dos SinEticos, e& Jo Jesus fala do Pai se&pre co&o Pai deleR so&ente apEs a ressurrei*"o di ... &eu Pai e )osso PaiT !2,1, &arcando a diferen*a da filia*"o. D A sua )ida e a sua &orte constitue& o cu&pri&ento de u&a &iss"o confiada so&ente a Fle e (ue sE Fle pode cu&prirR # o nico en)iado, por(ue nico [il'o. +o fi& resu&e toda a sua obraR Fu l'es dei a con'ecer o teu no&eT !Jo 1,26, o no&e de Pai. D +as par]bolas, Jesus aparece e& posi*"o de sinQular inti&idadeR Fle # o [il'o e [il'o a&ado, os de&ais s"o ser)os !Uc 12, 1D12. +o batis&o e na %ransfiQura*"o, Fle # o [il'o &uito a&ado/ te& todo o a&or por(ue # nico !Ut 3,1/ 1,5. Lucas acentua o estado de ora*"o ao PaiR 3,21/ ,2s. D SE Fle con'ece e a&a o Pai, e por isso sE Fle pode falar do Pai !Ut 11, 25D2H co¶do co& Jo 1, 14s/ 1/ Fclo 24. So&ente Fle pode falar do Pai por(ue so&ente Fle # [il'o. Jo 6,46bR SE a(uele (ue )e& de Xunto de Oeus )iu o PaiTR sE Jesus sabe e pode re)elar (ue Oeus # Pai e co&o Fle # Pai. Jo 1,1R +inQu#& Xa&ais )iu a OeusR o [il'o niQVnito, (ue est] )oltado para o seio do Pai, o deu a con'ecerT, o deu a con'ecer e$ata&ente co&o Pai. H +oteDseR ao Pai aprou)e, o [il'o re)ela o (ue (uiserR s"o iQuais na liberdade e Qratuidade
D Y F)anQel'o de Jo"o cont#& as afir&a*es &ais e$plWcitas e abundantes a respeito das rela*es entre o Pai e o [il'o. Y [il'o # o niQVnito !1,14.1, u& co& o Pai no aQir !5,1D2.3R +o AntiQo %esta&ento XulQar e dar a )ida s"o atribui*es e$clusi)as de a'e' e no ser !1,3.3R usa o neutroR ^'en_R u&a coisa sE/ 14,1s/1,21. ger o [il'o # )er o Pai !14,. 16, 15/ %udo o (ue o Pai te& # &euT/ cf.Ut 11,2/ 2,1. Jo ,5R Antes (ue Abra"o nascesse, F SYT. Portanto, Oeus # Pai por(ue desde toda a eternidade possui u& [il'o iQual a Fle. Oeus # c'a&ado de Pai por Xudeus e crist"os, &as para estes Oeus # Pai por(ue te& u& [il'o iQual a Fle, pois # na rela*"o co& o [il'o (ue Oeus # Pai. Ys paQ"os )Ve& a Oeus co&o Pai para criaturas e escra)os. Y &odo, portanto, co&o Jesus fala do Pai, de Oeus seu Pai, nos obriQa a entender a unidade e unicidade de Oeus, de for&a no)a e co&ple$a. AbreDse no)o capWtulo apEs o enoteWs&o e o &onoteWs&o. ntroduDse a neQa*"o dentro de Oeus, no sentido e& (ue se percebe co& clarea (ue o [il'o n"o # o Pai. A di)indade de Jesus n"o # afir&ada direta&ente, &as dada a entender .
I, * O +%(1RITO %ANTO NO NO,O T+%TA-+NTO nossa tarefa serK esclarecer que o Pai, o Filho e o Espírito são divinos, distintos entre Eles e que apresentam as mesmas características eBpressas no nti#o 1estamento, além de outras novas- Estas novas características definem com maior eBatidão o que foi revelado no
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nti#o 1estamento, indo, porém, além do esperado e do que podia ser previsto, e concluindo um processo de hipostatiYação !processo de diferenciação entre as Pessoas$ que começou e acentuou7se no nti#o 1estamento, sem, no entanto, compor um quadro coerentePara o Espírito, a questão mais delicada é a sua distinção, ou seIa, o poder7se afirmar que Ele não é os outros dois, emJora não menos divino do que as outras Pessoas- Essa ocultação do Espírito é a sua quZnose !cf-Fl =,6$- "e fatoU 7 “Espírito não é nome prAprio, pessoal, de relação, mas nome comum, de atividade ou função[ 7 o termo “espírito tem, pelo menos, cinco acepções no 0ovo 1estamentoU alma, #raça santificante, atriJuto da atividade divina, personificação e pessoa distinta, que é o que se precisa averi#uar- Para essa ltima si#nificação hK teBtos certos e outros apenas provKveis !Cf- &íJlia de Gerusalém, +m ;,>$ e p-=;-
; 7 O E+0=#i$ S.!$ !. 1i6. 6% 8%+*+ 0ão hK no 0ovo 1estamento a preocupação de reconhecer a distinção das Pessoas, mas sim a de eBpressar a presença do Espírito em Gesus, presença plena, ativa, permanente, de maneira que Gesus seIa reconhecido como o 9essias, 7 o que possui e o que dK o Espírito 7 e de que tudo estava diri#ido para Ele, o Gesus de 0aYaré-
Fatos2 0o %atismo !9c ;,>7;; VV 9t /,;/7;6 VV (c /, =;7==$ temosU 7 manifestação oficial de Gesus a 'srael como o 9essias un#ido pelo Espírito- SoJre Ele repousa o Espírito, o que vem a ser um novo início para a histAria- ) simJolismo da pomJa é incerto !referZncia a *n ;,= a *n :,;.s a Ct =,;@[ 5,=$- ) mais importante é que se trata de manifestação visível descida do Espírito Santo é como uma unção, porém em veY do Aleo, é derramado o Espírito Santo “em pessoa- Cf- t ;., /6s[ 's ;,;[ @=,;U Gesus é apresentado como o 9essias, na veste profética do servo de 'aheh7 revelação do modo como Gesus realiYaria sua funçãoU sendo o depositKrio do Espírito, Cristo irK distriJuir o Espírito como princípio de Iustificação e santidade- ) 9essias não possui o Espírito sA para poder a#ir em favor dos homens, mas para distriJuir o que receJeu- )s homens não irão #oYar apenas dos frutos do dom do Espírito, mas receJerão de Gesus o mesmo Espírito que ele possui- Cf- 9c ;,6s[ (c /,;s[ Go ;,/=s- vida eterna vem do Espírito Santo, mas Ele sA vem quando enviado por Gesus- ? por isso que o “sopro vem da Joca de Gesus !Go =.,==$7 ? uma eBperiZncia pessoal de Gesus, que receJe o Espírito como impulso dinmico e interior para a#ir como o 9essias !cf- apostila de cristolo#ia$0a ida p&lica de Gesus, o Espírito é sempre operante- EBpressões que resumem sua vida pJlicaU 7 "eus estava com Ele !por meio do EspíritoU t ;.,/:$7 Gesus é movido pelo Espírito em tudo o que faY apAs o JatismoU 9c ;,;=VV 9t @, ;VV (c @, ;[ (c @, ;@-;:[ 5, ;6[ ;.,=;- Em especial, as curas, a pre#ação e a eBpulsão dos demNniosU 9t @, =/[ :,;s[ ;=,=:7 ---lhe dK o Espírito sem medida !tradução possível$U Go /,/@ !(ecionKrio da missaU espírito em letra minsculag$)s sinAticos referem o fato da presença do Espírito em Gesus e Goão oferece um motivoU o Espírito compete ao 9essias, porque é Filho, um com o PaiEm particular, (ucas é o evan#elista do Espírito- 0o evan#elho e nos tos temos uma descrição rica e variada da sua presença e ação no Cristo e na '#reIa- ? incerta, porém, a interpretação da distinção e personalidade do Espírito- lém dos teBtos IK citados, cf- (c ;, /5[
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9t ;,;:-=. !concepção$[ (c ;., =; cf- 9t ;;,=5 !oração$[ (c ;, ;5 !santificação do &atista$[ ;, @; !'saJel$[ ;, 6 !Wacarias$[ =, =5- =6- /s !Simeão e na$SoJre o símJolo da nuvem na transfi#uração 9c >,6 VV 9t ;6,5 V V (c >,/@ cf- p- =;-
Ditos/ Gesus não fala aJertamente do Espírito- ) pouco que encontramos a respeito permanece quase sA dentro do quadro do 1U Espírito si#nifica a força e poder de "eus7 (c @, ;7=;U discurso inau#ural na sina#o#a de 0aYaré !citação de 's ;,;s$7 9t ;=, =:VV(c ;;,=.[ 9c /, =:sVV 9t ;=, /;sVV (c ;=,;.U ação do Espírito na eBpulsão do demNnio e JlasfZmia contra o Espírito7 9c ;=,/ !o Espírito Santo$ VV 9t ==,@/ !espírito$U inspiração !VV (c =.,@= omiteg$ 7 9c ;/, ;; VV 9t ;.,=. VV (c ;=,;=U o Espírito nas perse#uições7 (c ;;, ;/U pedir o Espírito na oração !cf- 9t 6, ;;$7 9t =:, ;>U o mandato missionKrioTK uma série de teBtos onde os termos “força, poder, virtude poderiam ter sido interpretados posteriormente como “EspíritoU 9c 5, /.[ (c 5, ;6[ , ;>[ =@, @>- Cf- (c ;;, =. comparado com 9t ;=, =:U Espírito ou dedo de "eus indaU 9c ;=,/ VV 9t ==,@/ VV (c =.,@=-
9c /, => VV 9t ;=,/= VV (c ;=,;. foi sempre considerado, na tradição, como tendo especial valor do#mKticoU o Espírito aparece distinto de Cristo e relativo a Ele-
= 7 O E+0=#i$ S.!$ !. 1i6. 6. I(#%. !tos e Paulo$ qui se impõe uma per#untaU se o Senhor pouco falou do Espírito, como é que Paulo e Goão demonstram um conhecimento tão rico e, soJretudo, um reconhecimento tão claro da distinção do Espírito Santo e da sua personalidade 0a formação do do#ma trinitKrio tiveram um papel fundamental as eBperiZncias carismKticas da comunidade primitiva- Por fenNmenos pneumKticos entendemosU 7 os vKrios Pentecostes !t =, ;7@=[ @, /;[ :, ;5-;6[ ;., @@s[;>,$- primeira efusão do Espírito tem, para a '#reIa, a mesma função do Jatismo para a vida pJlica de Cristo- Ds veYes a comunicação do Espírito é si#nificada pela imposição das mãos !t :, ;:$7 as intervenções eBtraordinKrias !carismas$U mila#res, curas, ilustrações, ZBtases, dom das lín#uas, profecias, interpretações, especialmente em Corinto-7 as reações anímicasU paY, ale#ria, cora#em !“parresía$, confiança, fé, etc-, tamJém em meio ]s triJulações !t 5,@.s$7 s conversões, a propa#ação da fé, a unidade e santidade da comunidade primitiva !t =,@;7 @6[ @,/=7/5[ *l /,=:$- Para esses teBtos cf- notas das &íJliasU &G[ 1E&[ &P-
s comunidades de Paulo devem ter conhecido manifestações impressionantes do EspíritoU *l /, =-5[ ; 1s ;, 5[ ; Cor =, @[ = Cor ;=, ;=- Paulo teve de se preocupar em corri#ir as fKceis distorções e eBcessos- 9as essa eBuJerncia parece ter tido #rande importncia no reconhecimento da personalidade do Espírito SantoPode7se presumir que o que levou os cristãos ] persuasão da distinção do Espírito Santo, anKlo#a ] distinção entre o Pai e o Filho, tenha sido a sua manifestação diferente, de ordem carismKtica- ) que começou a acontecer nos vKrios Pentecostes foi diferente de tudo o que acontecera antes, durante a vida de Gesus, e passou a acontecer mesmo sem a presença física visível dEleCarismas, estados interiores de paY, conversões repentinas e profundas, compreensão da palavra e do mistério de Cristo, força nas perse#uições, esperança do +eino---acontecem sA a#ora- Se o Espírito não fosse distinto de Cristo teria se manifestado dessa maneira durante a vida de Gesus e não sem o Cristo visível, apAs a ressurreição- Essa sucessão de etapas induY a atriJuir ao Espírito uma certa “autonomia- Efeitos diferentes indicam que pessoas diferentes os produYem[ efeitos relativos insinuam o nico "eusPorém, do teBto do livro dos tos e das referZncias nas cartas de Paulo ] vida das comunidades, não aparece de maneira clara a distinção e a personalidade do Espírito- 1udo ainda pode ser interpretado no quadro e mentalidade do nti#o 1estamentoU a novidade é que o
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Espírito se manifesta a#ora em Gesus 9essias e na comunidade messinica unida a Ele- ssim, toda a iniciativa apostAlica na difusão do Evan#elho é diri#ida por ação do Espírito !t ;;, =@[ =, @[ ;/, 5=U “cheios do Espírito Santo$? o Espírito que diri#e a '#reIa e su#ere as decisões !@,:U Pedro ao Sinédrio[ :, =>U Filipe[ ;., ;>sU Cornélio[ ;5, =:U Concílio de Gerusalém[ ;,;;U via#em de Paulo$- ) Espírito é a manifestação iluminativa de "eus no #overno da '#reIa nascente- ) Espírito é, portanto !o teBto não oJri#a a ir além disso$, a personificação da ação divina que diri#e os representantes e os memJros da '#reIa que receJeram o poder do alto !(c =@, @>$ e o Jatismo no Espírito !t ;, 5$Cf- t ;, :, &íJlia de Gerusalém) teBto onde IK se prepara a consciZncia da distinção do Espírito ou onde ela IK se encontra em forma emJrionKria é o de tos ;>, ;76, que se refere aos Ioanitas de ?feso que receJem o Jatismo de Gesus e, depois, o dom do Espírito em forma carismKtica- Si#nificativo é o Espírito falando em primeira pessoaU t ;.,;>s[ ;/,=[ =;,;; +a for&a*"o da doutrina teolEQica de Paulo, (ue passare&os a e$a&inar, influWra& )]rios fatoresR a e$periVncia do FspWrito !co&u& e &Wstica, pessoal e co&unit]ria, a cultura Xudaica, rabWnica e 'elenista, a cate(uese e a )ida das co&unidades e o seu esfor*o de co&preens"o e refle$"o pessoal.
/ 7 O E+0=#i$ S.!$ !. 0#i5%i#. #%&%/, $%&'(ic. !Paulo e Goão$
%#o (au'o2
!ho&pletar o estudo co& as apostilas de cristoloQia, antropoloQia e de eclesioloQia
Possui doutrina eBtremamente rica, apresentada aqui esquematicamente7 doutrina de Paulo estK em c!$i!*i6.6% com o nti#o 1estamento, no qual se manifesta a ação de "eus, ora produYindo efeitos eBtraordinKrios, carismKticos, ora transformando a vida pessoal dos homens para que oJservem a (ei7 Para Paulo, o Espírito a#e no C#i+$ c%&%+$% !9essias e Senhor$ e, a partir dEle, no c#i+$,, produYindo neste efeitos carismKticos e, soJretudo, uma vida nova, visando a formação do nico Corpo de Cristo- "entre os primeiros, notemosU a pre#ação !; Cor =,;75$ e os vKrios carismasU profecias, mila#res, curas, interpretações, etc !;1s ;,5[ ;Co ;=,@7;;[ *l /,5[ +o ;5,;:s$- vida comunicada pelo Espírito é uma vida nova, diferente da anterior, que era prApria de #re#os e Iudeus[ é interior, pois provém do alto e reside no coração[ e é espiritual, porque nela o Espírito comunica ao homem o seu modo de comportar7se, todo ele relativo a Cristo ssim cria um homem novo, interior e espiritual, em harmonia com a nova aliança, interior e espiritualEssa vida é interior, pois o Espírito tem sua sede no coração, onde é primícia, #erme e arras e onde procura tornar o homem capaY de oJedecer livremente ] vontade do Pai, manifestada em CristoU esse dom é a caridade !+o 5,5 &G$) Espírito, no coração, não é simples estímulo, #uia, hAspede, consolador, mas é, soJretudo, princípio operativo, ener#ético, eBercendo uma atividade prApria e ori#inal, denominada frutos do Espírito !*l 5, ==$- ) Espírito eBi#e, provoca, requer tais frutos, através dos quais Ele se eBprime, levando o desí#nio do Pai até a sua ltima atuação de poder na ressurreição da carne) Espírito a#e no cristão para formar para Cristo um nico corpo, que é a '#reIa e para, através desta, a#ir no cristão !; Cor ;=, ;/[ Ef =, ;-;:[ @, @$0o dom interior do Espírito temos o fato decisivo da separação entre o nti#o e o 0ovo 1estamentoU o que faY novo o 0ovo 1estamento é o dom interior do Espírito como fruto da +essurreição de Cristo- Com esse dom são cumpridas todas as promessas !EY e Gr$ e a esperança messinica alcança seu oJIetivo != Cor /[ EY ;;, ;>[ /, =[ Gr /;, //[ /=, @.$- o cristão transmitem7se os privilé#ios de 'sraelU a (ei, o 1emplo, a circuncisão, o sacrifício, o ser filho de Jraão, o ser povo eleito-
7 ) Espírito Santo é 6i+$i!$ do Pai e do Filho, com os quais mantém relações de ori#em e missão !; Cor =,;=$- ? Espírito de "eus !+m :, 5- >- ;@[ ; Cor =, ;;-;=-;/$, Espírito do Filho !*l @,$, Espírito do Senhor != Cor /, ;6$, Espírito de Cristo !+m :,>$, Espírito de Gesus Cristo ! Fl ;,;>$, Espírito da Joca do Pai ! = 1s =,:$- Ele tem atividades pessoaisU ensina !; Cor =,;/$, fala !*l @, [ +m :,;5$, haJita, a#e como lhe a#rada ! ; Cor ;=,;;$-
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Se Ele tem, tão somente Ele, certas atriJuições em comum com o Pai e o Filho, por eBemploU haJitar no cristão e haJitar como num 1emplo !=Co ,; o Pai[ ;Co ,;5[ +o :,;.[ Ef /,;6 o Filho[ ;Co /,;[ ,;> o Espírito$, viver !+o ,;; o Pai[ ;Co ;,/.[ =Co 5,;6 o Filho[ +o :, @s[ *l 5,=5 o Espírito$, Iustificar !*l /,;6 o Cristo[ ;Co ,;; o Espírito$, etc-, outras lhe são eBclusivasU ser primícias e arras !+o :,=/[ =Co ;,==[ 5,5[ dito de Gesus em outro sentidoU ;Co ;5,=.-=/$, testemunhar o Filho, diYer JJK no coração do homem, dar a certeYa da ressurreição !+o :,;;$, etc*l @, @7U se o Filho enviado é distinto do Pai, tamJém deverK sZ7lo o Espírito, i#ualmente enviado pelo mesmo Pai+m :, ;@7;U o testemunho é vKlido, porque de pessoa diferente daquele de quem e daquele para quem se presta o testemunho- +eforçar com o seu, o testemunho dos filhos, é al#o estritamente pessoal, que le#itima esse testemunho; Cor =,;.7;= confrontado com 9t ;;, =6U desses dois teBtos forma7se o que São &asílio chamava de “mé#uiston tekmérion !o ar#umento mais forte$U o Espírito é equiparado ao Filho, pois cada um a seu modo é o nico a conhecer o Pai, afirmando7se, assim, o ser distinto e pessoal de cada uma das Pessoas"istinto dos outros dois, o Espírito, na sua quZnose, não é invocado, mas é aquele que nos faY invocarU “JJK !+o :,;5[ *l @,$ e confessarU “Gesus é o Senhor !;Co ;=,/$, aquele que com a '#reIa7esposa clamaU “8em g !p ==,;6$Cf- aindaU TJ =,@[ /,6[ ,@[ >,:-;@[ ;.,;5-=>[ 1# @,5 &G[ ;Pd ;,=-;;s[ @,;@[ =Pd ;,=;[ Gd ;>s-
%#o 0o#o2 formulação do quarto Evan#elho é menos articulada e mais elementar do que aquela que encontramos em Paulo- concepção do Espírito é a mesma, porém eBpressa numa lin#ua#em prApria, veiculando dados pessoais preciosos- 2ma possível or#aniYação dos teBtos tem como critério os símJolos do sopro e da K#ua e o tema das promessasU 7 a K#uaU ;, /=s[ /, /75-/@ !cf-p-=5$[ @, ;.7;@[ 6, /67/> &G[ ;>, /@[ p ==, ;GK no nti#o 1estamento a K#ua é símJolo da vida e do Espírito- 1emos assim trZs analo#iasU vento7sopro, Aleo e K#ua- ) primeiro a possuir o Espírito é o Cristo #lorioso[ d`Ele, a K#ua se derrama soJre todos !;,;:$7 o soproU /,57:[ ;>,/. !o sopro de &orte # na realidade o sopro da )ida dada$[ =., ==7=/7 as promessas do EspíritoU 7 a presençaU ;@, ;7;:----------------------------------------------------------; a promessa 7 o ensinamentoU lemJrar, ensinarU ;@, =5s------------------------------= a promessa conduYir ] plena verdadeU;,;=7;5-----------5O promessa 7 o testemunhoU em favor de GesusU ;5, =s-------------------------/a promessa contra o mundoU ;, 67;;-----------------------------@a promessa cf- sinopse dos 5 teBtos na pK#ina se#uinte[ eBposição ampla no suplemento)Jserve7se queU (emJrar é favorecer a compreensão interior e pessoal do discípulo[ é tornar possível o entendimento do que IK tinham ouvido de GesusEnsinar7lemJrar7conduYir ] verdade é produYir a assimilação interior, a compreensão vinda do interior da pessoa1estemunharU no triJunal da consciZncia do discípulo, o demNnio e o mundo acusam Gesus de impostura[ o IuiY chamado a Iul#ar é o discípulo, que dispõe de um advo#ado, o ParKclito, que defende Gesus e mostra como o demNnio deturpa a sua doutrina- Cf- no suplemento uma eBposição mais detalhada das cinco promessas-
Como se pode notar, a lin#ua#em de Paulo tem ori#em na analo#ia JiolA#ica !vida, crescimento, semente, fruto, colheita, #eração, etc$, enquanto que Goão usa cate#orias mais intelectuais !ensinar, dar testemunho, conhecer$ ou cAsmicas !K#ua, sopro$- 9as, para amJos, o Espírito é o dom interior que harmoniYa o homem em seu íntimo com a vida do Pai e do FilhoSe o Filho é a Palavra, o Espírito é o ouvido no homem para que escute a Palavra- Se Paulo fala da lei interior, Goão fala do ensinamento interior- Se#undo EYequiel /, o Espírito faY viver de acordo com os decretos !a (ei$[ se#undo Geremias /;, o dom é o conhecimento do SenhorP%#+!.&i6.6% e distinção do EspíritoU Ele é todo relativo ao Pai e ao Filho, IK que vem, receJe dEles, ouve e é enviado por Eles- EmJora “pneuma seIa neutro, Goão usa a
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concordncia dos pronomes no masculino !;5, =[ ;, ;/7;@$- Em ;@,;, fala de “outro consolador em paralelo com Gesus- Se#undo Goão, hK dois ParKclitosU Gesus !; Go =,;$ e o Espírito !Go ;@, ;$- ) título “ParKclito sA se encontra no Evan#elho de Goão- Para o Iudaísmo eram parKclitos !advo#ados, defensores, intercessores, assistentes$ os que intercediam Iunto ao triJunal de "eus em favor dos homensU a lei, os anIos, as Joas oJras, os méritos- Se#undo Goão, o Espírito é ParKclito na terra Iunto de nAs e Gesus é ParKclito no céu Iunto do Pai !; Go =,;$- Cf- +o :, =s-/@Em Goão, portanto, assim como em Paulo, o “Espírito é um distinto em "eus, não um não7"eus, outro "eus ou simplesmente lin#ua#em humana soJre "eus- Goão enfatiYa não tanto +.N.R as atividades de cada Pessoa mas, sim, como as trZs Pessoas se relacionam(ual o sentido de ^espWrito_ e& 4, 23s/ 6.63/ 11,13/ 13, 21Z Yutros escritosR 1Jo 2,2 NJ.2 !un*"o/ 3, 24/ 4,13/ 5, 6./ Ap 14, 13/ 22, 1.
V - F3R-ULA% TRINIT4RIA% + T+RN4RIA% Foram usadas soJretudo por Paulo, mas faYem parte do patrimNnio e da criati7vidade da comunidade tendo, muitas veYes, ori#em ou inspiração na catequese oral, nas profissões de fé, nas celeJrações litr#icas s fArmulas trinitKrias !ou triKdicas$ são passa#ens do 0ovo 1estamento onde o Pai, o Filho e o Espírito Santo encontram7se reunidos numa sA afirmação que descreve o modo como cada um dEles participa da oJra da nossa salvaçãoComo são apresentadas as PessoasU 0omesU "eus, Pai[ Filho, Gesus, Senhor !RXrios$[ Espírito !Santo$1ermos equivalentesU 7 símJolosU K#ua, trono, unção, cordeiro, etc7 Jens salvíficosU #raça, amor, paY, vida, comunhão, etc7 atividadesU haJitar, viver , doar, derramar, etc1ipos de teBtoU as denominações e classificações variam entre os autores- EBemplosU 7 fArmulas trinitKriasU os 1rZs são apresentados pelo nome, distintos entre Eles, com relações recíprocas eBplicitadas na oJra da salvaçãoU t =, /=s, /:s[ 5,/.7 /=[6,55s[;.,/:[;;,;57;6[;1s @,7:[=1s =,;/s[; Cor ;,=;s[;=, @7[ *l @, @76[ 1t /, @767 fArmulas ternKrias eBplícitasU não são eBpressas as relações entre as PessoasU 9t =:, ;>[ = Cor ;/, ;/[ Fl /,/7 fArmulas ternKrias implícitasU não aparece o nome de uma ou mais Pessoas, mas al#um termo equivalenteU Go /,/@s[ @,;.-=/[ 5,=.[ ,=6[ p ==,;[Fl =,;s7 trechos com estrutura trinitKria !em termos eBplícitos ou implícitos$U Ef ;, /7;@[ /,;@7;>[ ; Pd ;, /7;=Sentido e valor trinitKrio #rande quantidade e variedade desses trechos eBprime uma mentalidade, um modo constante, espontneo, de pensar e sentir a realidade- Eles não são apresentados para provar uma tese, nem para responder a oJIeções e nem sequer para faYer polZmica com os adversKrios[ os apAstolos se eBprimem assim porque não saJeriam eBpressar7se de outra formaPerceJe7se uma desenvoltura, uma naturalidade, uma ausZncia total de preo7cupação, sinais evidentes de que estão profundamente compenetrados do mistério, tão vivo e evidente que se impõe por força prApriaU deste mistério não se pode n*o falar- 1oda a tentativa de or#aniYar um inventKrio das eBperiZncias e das realidades cristãs encontra inevitavelmente o esquema trinitKrioSA esses 1rZs e sempre Eles estão constantemente Iuntos !nas formas duais sempre dois deles$[ aparecem no mesmo nível ou cate#oria, em perfeita paridade de posição- ordem dos nomes não se#ue esquema rí#ido- 0ão é possível notar nenhum tipo de suJordinação internaU o Espírito não é menos do que o Pai ou do que o Filho- 1ais fArmulas não teriam sentido se um dos 1rZs !o Espírito$ fosse personificação e não Pessoa- 1odas as personificações da Escritura, além de serem menos freqjentes, nunca são associadas ao Pai e ao Filho, e não formam um #rupo ternKrio Jem distinto-
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qui se trata de fArmulas teolA#icas 7 o que "eus é, em si mesmo, ou funcionais 7 o que "eus faY para nAs 8alem para a 1rindade imanente ou sA para a econNmica Em outras palavras, essas fArmulas revelam a intimidade de "eus na relação entre as Pessoas ou narram a relação delas conosco na histAria da salvação )s teBtos falam do a#ir de "eus mas, pelo fato de revelar e comunicar a pessoa a#ente, a economia da salvação revela e comunica a personalidade profunda dos autores da salvação) centro da fé é a #raça- "eus se dK a si mesmo nas suas oJras e, por isso, Ele aparece pelo que verdadeiramente éU 1rindade-
,I 5 A R+,+LA!O DA TRINDAD+ NO -I%T6RIO (A%.AL !Coda[ Forte =>7@.[ >=s[ ;..7;./[ ;.7;.>[ apostilas de Cristolo#ia e antropolo#ia ''$ ) mistério pascal é o mistério central da nossa fé, enquanto economia ou histAria da salvação- 0ele se resolve, se decide, se determina a inteira oJra de "eus- TK de ser considerado, pois, como o momento culminante, o eiBo central que dK sentido e contedo a toda a realidade e que, de al#uma forma, a contém e resume- Por isso, é possível apresentar sistematicamente a atividade das 1rZs Pessoas divinas recorrendo ] estrutura da PKscoa0o sentido mais amplo, PKscoa é o caminho completo percorrido pelas Pessoas enviadas que saem do Pai e a Ele voltam !Go ;/,;[ ;,=:$- 0o sentido mais usual, a PKscoa compreende a morte e a ressurreição de Cristo, até Pentecostes-
O mistério )asca' tem a se7uinte estrutura2 0ase de pro'eta*o 0ase de reali1a*o
!A# 2pars destruens3
4orte 0#67O
2pars construens3 para Cristo para nós
5essurrei*o !entecostes
+%(1RITO
1udo ou é "eus ou é oJra de "eus, tudo ou é 1rindade ou é PKscoa, tudo é ou 1rindade imanente ou 1rindade econNmica- 9as "eus a#e de acordo com o seu ser, de maneira que a PKscoa é como é, porque "eus é 1rindade de um modo preciso- 0ão é apenas a nossa situação ou a nossa necessidade que determinam a estrutura da PKscoa- ssim tamJém a fé se diri#e tanto ao "eus 1rindade que se manifesta na PKscoa, como ao prAprio mistério da PKscoa- 0ão Jasta professar que Cristo morreu e ressuscitou, é necessKrio confessar quem realiYou isso, o Pai, e por que o feYU para doar o Espírito- fé inte#ral li#a as oJras ]s Pessoas e as Pessoas entre elas morte de Cristo constitui a “pars destruensU nela morre o pecado, nela o pecado es#ota o seu processo- lém de se constituir em prova de amor por nAs, na morte de Cristo aparece o amor do Filho pelo PaiU Ele sacrifica tudo para realiYar a vontade do Pai- 1udo receJeu dEle e sA dEle, tudo deiBa por Ele0a morte de Cristo aparece tamJém a força do Espírito, porque é movido pelo Espírito que Gesus se diri#e decisivamente ] cruY !cf- TJ >,;@$- 0a morte, aparece a distinção entre o Pai e o Filho, pois o Pai não intervém, deiBa Gesus ser distinto dEle- Gesus morre porque sem o Pai não é nada, pois tudo o que é Ele o receJeu, e receJeu sA do Pai- morte de Cristo na cruY é uma encarnação, de acordo com a situação histArica do pecado do homem, do eterno e incruento dom sacrifical do Filho ao Pai, na força do Espírito- Gesus não é destruído pelo pecado, com o qual se identificou, por causa da presença do Espírito fé reconhece na morte do Cristo a manifestação !#lAria$ do amor recíproco entre o Pai e o Filho, emitindo o IuíYo, apAs ter considerado o fatoU verdadeiramente o Filho ama o Pai ressurreição de Cristo constitui a “pars construens, o início de uma nova vida e o resumo da nova vida da humanidade- ) Pai acolhe o #esto de Gesus e manifesta a sua admiração ressuscitando7o- ) Pai torna o Filho sua perfeita ima#em, tamJém quanto ] humanidade- ) Pai opera a ressurreição por meio do Espírito, o qual invade a carne morta tomando totalmente posse
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dela e espiritualiYando7a, para que volte ao Pai !cf- +o ;,@$- ) Espírito se manifesta assim em Gesus, tornando7o independente das condições do espaço e do tempo, independente das coisas criadasGesus se torna assimU 7 ) Cristo, o 9essias, o 2n#ido, tendo a plenitude dos dons espirituais != Cor /,;6$7 ) Senhor, em tudo i#ual ao Pai, porque sA Ele possui o dom de que precisamos aJsolutamente !+m ;,/s[ Fl =,;;$7 Espírito que dK vida, pois sA a tem para dar !; Cor ;5,@5[ Go ;,//$Pentecostes é a PKscoa de Cristo feita nossa, a transposição, em nAs, da morte e da ressurreição de Gesus, o novo dão- ) que em Cristo realiYou7se em Jreve tempo, a eBistZncia humana prolon#a e eBplicita- Constituído fonte de vida, a fim de que houvesse um homem capaY de dar o Espírito, Cristo torna7se o dispensador do Espírito, que nos é doado e no qual somos imersos !t =,/=7/[ Go ;,;[ ;,/=s[ /,/@[ 9t /,;;$) Espírito possui a#ora toda a humanidade de Gesus, tendo assim um ponto fiBo de onde a#ir soJre a nossa humanidade- ntes da morte, o Espírito não podia dispor perfeitamente de Gesus, porque Ele estava em forma de Servo- ntes da ressurreição não tinha como a#ir em nAs, pois não havia um homem capaY de salvar a humanidade por comunicação interna de um Jem prAprio, por re#eneração que fosse oJra de "eus e, ao mesmo tempo, oJra da prApria humanidade) Espírito efuso pelo Cristo sentado ] direita do PaiU inaJita o cristão !+m :,>-;$, une7se a nAs !; Co /,;$, nos une a Cristo !; Go /,=@$, de modo que Cristo haJita o cristão !Ef /,;6$ e o Espírito nos transforma em Cristo !+m :,=>[ = Cor /,;:$- ssim, nos tornamos filhos de "eus !+m :,;@7;[ Ef ;,5$, participamos da natureYa divina != Pd ;,@$, somos morada da 1rindade !Go ;@,=@$- ? desta maneira que participamos por união e semelhança da Pessoa eterna e histArica de Gesus, de sua vida, mistérios e ensinamentos1udo isso vem a ser para nAs o sur#ir de um novo ser, novo homem, nova criatura !*l ,;5[ Ef @,=@$, fruto de um novo nascimento !Go /,/75[ ; Go 5, ;75$, re#eneração !; Pd ;,=/$, novo parto !1# ;,;:$, nova criação != Cor 5,;6$, renovação !1t /,5$, sur#ir de uma nova huma7nidade !Cl /,>7;;$, de um novo 'srael !*l /,=67=>$, de um novo céu e nova terra != Pd /,;/$1rata7se de uma transformação que tira o homem de uma situação de oposição a "eus, motivo pelo qual a PKscoa do cristão éU Iustificação !+m @,=@$, santificação, purificação, reconciliação, liJertação, res#ate, remissão dos pecados !1t /,5[ ; Cor ,;;$- Por isso, o homem novo que daí provém é Iusto, santo, ami#o de "eus, cidadão do céu, livre[ é um homem espiritual !; Cor =,;5$, homem interior != Cor @,;[ Ef /,;$, “cristão !o que “estK em Cristo, como Paulo$, “espírito !Go /,[ ; 1s 5,=/$, filho de "eus !; Go /,;[ +m :,;$, templo de "eus e do Espírito !; Cor ,;>$ o novo ser corresponde um novo a#ir, eBpressão concreta do dom do Espírito e da nova vidaU +m :,;@[ Ef =,;. !Joas oJras$[ *l 5,==s !frutos do Espírito$[ +m ,;/) novo ser, vindo do Pai por oJra do Filho e do Espírito, tem uma destinação ltima precisaU ir e voltar ao Pai, pelo Filho, no Espírito- ? a meta da #lorificação !Cl /,@[ +m :,;6$, da manifestação e da revelação !+m :,;>7=;[ ; Go /,=$ economia da salvação manifesta o que a 1rindade éU a 1rindade imanente se reconhece na 1rindade econNmica, que é a sua #lAria- fé não sA é o reconhecimento da verdade e da realidade dos fatos, mas é, soJretudo, o reconhecimento neles da #lAria trinitKria1udo ou é "eus ou oJra de "eus, 1rindade ou PKscoa- 9as, se hK dois termos, se "eus é 1rindade e se a PKscoa é mistério de morte7ressurreição7Pentecostes, se "eus 1rindade se prolon#a na economia, o motivo estK, ainda, na natureYa de "eus, que é caridade- Essa cate#oria é a síntese ltima da realidade- caridade eBplica quem é "eus e o que Ele faY, quem é e o que faY o homem0esse sentido, a caridade é a essZncia do cristianismo&'0*E9E+, :@7>/[ ;.:s, retoma posições de E-G^0*E(, &-F)+1E, G-9)(1900, G-S)&+'0), v-&(1TS+, +-92\)W, Jem interessantes, emJora discutíveis em al#uns pontos-
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DEUS É AMOR - AGÁPE 0o EB /,;@ "eus se apresenta como aquele que é, que estK Iunto do povo- "eus responde ao pedido de 9oisés de manifestar a #lAria !EB //,;:$ declarando7se cheio de compaiBão, amor e piedade !/@,$- 9as no final da revelação tudo é resumido na ;Go @,:-;U “"eus é amorU j km q vw. +evela7se que "eus é amor, não simplesmente amoroso, amante ou amado, não sA que Ele tem ou eBperimenta o amor, não sA que em "eus hK amor) que a revelação chama caridade é uma eBperiZncia ori#inal- Por isso recorreu7se a um termo presente no #re#o, mas pouco usado, pouco valoriYado, apesar de eBpressivo- 0ão se diY que "eus é éros`, o que indicaria carZncia ou necessidade em "eus- 0ão se atriJui a "eus a philía`, o que implicaria uma i#ualdade de natureYa com os homens, nem a stor#hé` eBistente entre consan#jíneos e conterrneos- ) termo usado é escolhido com cuidado !mas hK outras hipAteses entre os eruditosg$U a#Kpe`, um tipo de amor desinteressado, #ratuito, que Iorra da aJundncia do Ser divino, um amor que se determina por ele mesmo, não como reação ]s qualidades ou atitudes da criatura- 2m amor criador de valores, não atraído por valores anteriores e independentes de sua ação- 2m amor que quer, produY o Jem, mira ] perfeição e ] felicidade de quem ama- ? um querer o Jem para al#uém, um querer al#uém como um Jem- "aí sua preferZncia pelos mais necessitados"aí que ele se diri#e a cada um se#undo a sua realidade, numa atenção personaliYadaB Y papa NF+%Y xg ad&ite (ue Oeus seXa ^#ros_!FncWclica Deus caritas est , n . %oda)ia, isso sE # possW)el &odificando o conceito, para (ue e$presse a necessidade de se doar li)re&ente e n"o o i&pulso irresistW)el para receber, e&bora Oeus se co&porte co&o se precisasse receber.
"iY7se que "eus é amor, não que o amor é "eus, o que seria uma diviniYação da nossa eBperiZncia do amor- "iY7se que "eus é amor, para indicar a eBcelZncia e a superioridade em relação a qualquer #rau ou compreensão do amor- revelação da #Kpe divina veio Iunto com a encarnação do Filho e a revelação da 1rindade- "eus amor como 1rindade faY do amor uma qualidade de relação entre pessoas e eBplica que a finalidade de toda a oJra de "eus seIa a participação do homem na comunhão trinitKria) termo caridade` foi muito limitado, no uso corrente, ] oJra assistencial- “mor, por sua veY, foi #eneraliYado a qualquer simpatia, ou então limitado ao deseIo e atração, identificado com o éros`- ) termo latino dilectio` não vin#ou no portu#uZs !dili#ente cuidado, dedicaçãog$, emJora se use o termo predileção`, mas que não possui a força do #re#o a#Kpe`#Kpe`, mais do que sentimento, é uma atitude ou postura de vida na relação entre desi#uais, que no superior se conota de #enerosidade, solicitude, condescendZncia, misericArdia- 0o inferior se conota de #ratidão, de respeito, de admiração, de felicitação, de dAcil receptividade, de pronta dedicação- 1odavia, no uso cristão o termo foi se enriquecendo, assumindo outras formas, como a ternura e o afeto, a acentuação da predileção e da racionalidade, a ale#ria e a eBultação9ais do que se distin#uir de outras formas de amar, ele as enriquece todasPorque "eus é amor, o motivo a consistZncia e a meta do seu plano são tamJém o amorPorque "eus é amor, o seu oJIetivo é que participemos do que ele é, de sua vida? o amor em "eus que diri#e e re#ula todos os atriJutos, que se tornam especificações do amorU ele é amor eterno, amor infinito, amor imenso, amor onipotente, amor sKJio, amor onisciente, Iusto, etc- "eus é onipotente para poder melhor amar, a onipotZncia é a força triunfante do amor, a sua imutaJilidade é a permanZncia do amor- ) amor é a raiY e o oJIetivo de todos os atriJutosuando pune é para melhor amar- Se "eus pune por causa de nossos pecados, "eus é misericordioso por ele mesmoCf- ) tratado das virtudes teolo#ais e o tratado da #raça- encíclica de &E01) 8', Deus " amor, =5V;=V=..5. *uilherme de Saint 1hierrX, Ofício das leituras , =O feira da /O semana do advento
SEGUNDA PARTE: A REVELAÇÃO SOBRE A TRINDADE ATRAVÉS DA HISTÓRIA I * A IGR+0A ANTIGA
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!&'0*E9E+ ;@;7;@=$ !&- 9E20'E+, O nascimento dos do'mas crist*os , (oXola =..5$
; 7 C!+i6%#.4%+ (%#.i+ +>#% + P.6#%+ 7 )s Padres mais anti#os !até 0icéia$ apresentam o dado revelado com palavras simples e comunsPorém, ao tentar oferecer eBplicações, usam com certa freqjZncia uma terminolo#ia imprecisa e variKvel que compromete a fé ori#inal- )s racionalistas modernos #eneraliYaram o fato, atriJuindo ] '#reIa toda uma incerteYa quanto ao do#ma trinitKrio em si, aliKs, insinuando que sA aos poucos foi sendo criada a fé trinitKria, ineBistente no início- ? preciso pois distin#uir entre do#ma, eBplicação e lin#ua#em7 0ão tZm faltado tamJém os que eBa#eram as diferenças e contrastes entre o )riente e o )cidente, entre #re#os e latinos, ima#inando duas teolo#ias paralelas em perpétua oposição recíproca e sempre em contenda- s diferenças que podemos notar, no passado e no presente, entre a tradição #re#a e a latina, não são rí#idas e nem opostas- 1rata7se de acentuações e de preferZncias devido a amJientes e oJIetivos variados- inculturação da fé proporcionou teolo#ias complementares, não hetero#Zneas ou contrastantes7 TK quem acuse os Padres de terem heleniYado o cristianismo- 0a verdade, eles souJeram desfrutar ao mKBimo a cultura do tempo, mas com muito espírito crítico- "aí a prontidão em comJater as heresias, que sacrificavam a fé ] mentalidade #re#a ou Iudaica7 doutrina oficial teria sido o resultado da vitAria política da '#reIa mais poderosa !a de +oma$, sufocando o pluralismo teolA#ico !poderíamos nesse caso manter até hoIe a mesma fé$- Em verdade, a sensiJilidade da fé cristã foi identificando o que era autZntico e o que era distorção7 refleBão soJre o mistério da 1rindade foi essencialmente eclesial- '#reIa, diri#ida pelos Jispos, refletia como um conIunto com vistas a conse#uir uma lin#ua#em nica e a mais clara possível, uma formulação que eBplicitasse o essencial da fé trinitKria impedindo amJi#jidades e distorções que acaJavam esvaYiando a novidade do cristianismo em favor do Iudaísmo ou do pa#anismo- Por que e como a 1rindade não é um aJsurdo 9elhorU como podemos ainda professar o monoteísmo JíJlico e afirmar distinções em "eus 7 Podemos assim resumir o dado do#mKtico inicial haurido da fé da '#reIa eBpressa no 0ovo 1estamentoU
)u aindaU
TK um sA "eus ) Pai, o Filho e o Espírito são o nico "eus ) Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito e o Espírito não é o Pai--mas "eus é um sA) Filho e o Espírito aparecem numa relação nica com "eus7Paiuem são eles se "eus é um sA
'#reIa sempre quis entender essas afirmações num sentido concreto e real !não em sentido moral, coletivo, aJstrato, fi#urado ou metafArico$, sem diminuir a unicidade de "eus e nem al#um dos trZs em relação aos outros- Se não podemos confessar trZs deuses, temos que confessar trZs o quZ indaU apAs tudo o que Gesus feY e disse como fica "eus uem é afinal "eus para Gesus Como se pode resumir tudo em poucas palavras Escritura IK traY todas as respostas e eBplicações ou temos que ir além prKtica da '#reIa vai mostrar que não Jasta repetir o que diY a Escritura, pois esta pode ser interpretada de diferentes maneiras, mas é preciso Juscar eBpressões novas que interpretem autentica e firmemente a fé cristã- (o#icamente, sA quem vive essa fé em sua totalidade pode realiYar essa tarefa- ) keri#ma torna7se assim do#ma= 7 A+ %#%+i.+ !&off =76.[ SES&)2? ',;@@s[;5:7;;[=.7=;;[==67=/.[ +- F+0*')11', 7istória
das eresias.
Conflitos ideoló'icos dentro do cristianismo- Paulus ;>>5[
"1"C /5[ 5:75>.[ :/>7:@/[ ::5[ >..7>./$-
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s heresias constituem eBplicações racionalistas da fé, para facilitar a aceitação ou para envolver a fé em visões culturais pré7conceJidas- Sem entrar nas diferenças internas a cada #rupo, podemos assim esquematiYarU 7 modalismoU entre as pessoas não hK distinção real, mas sA nominal- 2ma nica pessoa se apresenta a nAs de trZs formas ou modos diferentes- 1al recuo para o Iudaísmo chamou7se tamJém, patripassianismo e saJelianismo !de SaJélio, seu principal mentor$7 adocianismoU Cristo era um homem haJitado pelo atriJuto divino do verJo- ) Espírito é a #raça que reside nos cristãos7 triteísmoU cada pessoa é uma entidade distinta e separada- 1rindade é sA um conceito coletivo- 1al visão nunca foi defendida por nin#uém, constituindo mais um peri#o em que se podia cair sem querer7 suJordinacionismoU sA o Pai é plenamente "eus- ) Filho e o Espírito são criados por "eus antes de todos os outros seresg Criaturas eminentes, mas inferiores e suJordinadas ao Pai, deus em relação a nAs, criados que fomos através deles- Entre "eus e o mundo hK, pois, uma realidade intermédia, em parte divina e em parte criada- "e Mrio, seu principal defensor, a heresia tomou o nome de arianismo !"1"C p- ;6.s identifica #rupos$7 heresia dos pneumatNmacos ! os que comJatem o Espírito$ ou macedonianos !discípulos do Jispo 9acedNnio$- Mrio preocupara7se mais em mostrar a inferioridade do Filho, enquanto que depois os macedonianos passaram a comJater soJretudo a divindade do Espírito1odas tZm a mesma raiY, denominada monarquianismoU se "eus é um sA, então os trZs nomes são modos de apresentação do nico !monarquianismo modalista$, ou ainda o Pai somente é "eus plenamente, o Filho e o Espírito são inferiores ao Pai !monarquianismo adocianista ou dinamista$- ) termo monarquia` tem sentido catAlico quando se quer afirmar a unidade da natureYa ou a unidade de princípio no Pai/ 7 T%#5i!&(i. $#i!i$"#i. !&off ;;;7;;6[ "1"C :57:>$ 7 1ertuliano introduYiu o termo “1rindade, mas no sentido do mais anti#o “1ríade !1eAfilo em ;:.$, sem peso teolA#ico, sA para indicar um #rupo de trZs, sem eBprimir o modo prAprio de relação da triunidade7 ? 1ertuliano quem fiBa para a '#reIa latina a terminolo#ia trinitKria com fArmulas claras, precisas e eBatas- ) )cidente não conheceu, a não ser por refleBo, as Krduas disputas da '#reIa #re#a1ertuliano é o primeiro a aplicar o nome “"eus para cada uma das Pessoas7 Persona < PrAsopon zm{|w 0o 0ovo 1estamento 6 veYes, no si#nificado de faceU *l ;,==[ =,-;;[TJ >,=@[ =Co @, "e início lemJremos que todos os termos introduYidos na teolo#ia trinitKria não provZm de um uso filosAfico IK consa#rado, Jastando aplicK7los ao campo da fé- )s termos são tomados da lin#ua#em corrente, analisados e elaJorados de forma ori#inal até serem aptos a eBpressarem a novidade cristã e a veicular a profissão de fé- Essa tarefa foi Krdua pela novidade da fé cristã e pela compleBidade da lín#ua #re#aPersona e prAsopon não tZm eBatamente a mesma etimolo#ia e o mesmo fundo conceitual, mas quando 1ertuliano empre#a o termo “persona para indicar a 1rindade, entende o termo no sentido #re#o, superando porém suas amJi#jidades“PrAsopon é um vocKJulo composto de uma preposição !prAs em direção a, rumo a, virado para$ e da raiY “op com idéia de ver !donde Aptico, oftKlmico---$, para indicar assim o rosto, a face, onde se revelam os sentimentos internos e se eBprime a relação com outrem)ra, na &íJlia é freqjente a eBpressão “face de "eus !“panim$ traduYida pelos ( com “prAsopon !Sl @,6[=,:[ =>,:[ //,-;6[5.,;/ etc-$- Cedo os cristãos entenderam que a face de "eus é o Cristo, pois Ele estK sempre voltado para o Pai e ao mesmo tempo nEle se eBprimem todos os pensamentos e sentimentos do Pai para conosco !cf- Go ;@,>$-
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0o #re#o profano o termo apresentava dois usos diferentesU indicava papel, persona#em, fi#urante numa representação teatral, mKscara !conotando assim o aparente e o representado, por oposição ao real e ao pertencente a vida concreta$ U por este caminho ter7se7ia uma interpretação modalista da 1rindade- )s Padres que o propunham entendiam7no pelo seu uso mais comum, se#undo o qual “prAsopon indica qualquer oJIeto empiricamente numerKvel e distinto concretamente de outros semelhantes) que se queria deiBar Jem claro era, pois, que Pai, Filho e Espírito não são entidades aparentes, simJAlicas, ima#inKrias, ale#Aricas, fi#uradas, aJstratas, #enéricas, ideais, fictícias, hipotéticas, virtuais, suJIetivas, meros nomes ou modos de falar, pura representação, pertencentes a um mundo fora da eBistZncia histArica- )s nomes são tomados como realidades oJIetivas, concretas, reais, individuais, positivas, efetivas, fatuais, por oposição ao mundo das representações suJIetivas interiores ou das criações oJIetivas humanas artificiais- 9as, para tudo isso é mais indicado o termo que se#ue7 TipAstase }m~ !a partir de )rí#enesU SesJojé ;>5$ 0o 0ovo 1estamento 5 veYesU =Co >,@[;;,;6[ TJ ;,/[;;,;[/,;@
1rata7se de um termo compleBo, rico de acepções que podem ser reduYidas a dois si#nificados JKsicosU suJstrato !passivo$ e sustentamento !ativo$- D primeira linha pertencem o sentido de matéria prima, de sedimento, de partes ocultas de um oJIeto qualquer- se#unda linha traY a conotação de força, resistZncia, tenacidade, quase que o ser em questão se mostre irredutível a qualquer redução ou confusão com outros- plicado ]s Pessoas da 1rindade conota que cada um dos trZs possui uma personalidade aJsolutamente inconfundível que não pode trocar, nem diminuir, nem misturar e nem perder- ) correspondente latino é “suJstantia, que porém tem um uso Jem mais restrito, limitando7se ao aspecto de suJstratoPor isso os latinos não entendiam como os #re#os podiam falar de trZs hipAstases !triteísmo$- Por sua veY os #re#os Iul#avam os latinos como modalistas por causa de sua preferZncia por “persona7 2sia |}v
0o 0ovo 1estamento somente no sentido de riqueYas, JensU (c ;5,;=s[ como em 1J :,=;[;@,;/-
? um sinNnimo do precedente quando si#nifica matéria prima de um oJIeto- EBprime soJretudo as características e relações internas, um oJIeto concreto que na anKlise científica resulta ser umTipAstase suJlinha mais a concretude eBterior, a oJIetividade empírica !anKlo#o a “prAsopon$, a relação distinta com outros- "eus é um como “usia, trZs como hipAstase7 “Tomosios |•||€~| 1rata7se de um adIetivo que eBprime a relação entre as pessoas divinas- 0o uso corrente indicava que dois oJIetos eram feitos da mesma matéria prima- 0o uso teolA#ico indica que o Filho é tudo o que o Pai é, que a inteira suJstncia do Filho é a inteira suJstncia do Pai- )s trZs são "eus no mesmo sentido da palavra, uma nica e idZntica suJstncia, numericamente uma[ a tradução comum éU consuJstancial, da mesma suJstncia- ) Pai não pode eBistir sem o Filho e vice7versa- 2ma tradução mais eBata seriaU uma sA suJstncia com, ou como feY TilKrioU “essentiae unus - Cf- &E01) 8', 0", erdade, toler8ncia, 'nstituto +aimundo (lio, São Paulo =..6, pp:7>.-
) sínodo de ntioquia de == condenara o termo por considerK7lo modalista- 9uitos Padres não o queriam por não ser JíJlico- 0ão todos os adversKrios do termo são, pois, necessariamente arianos@7 M.(i+$2#i !1eBtos dos ConcíliosU "S ;=57;=- ;/.[ ;5.7;5;[ @=;[ FC .-5./s[ .-5.>[ @-.=@[ &)FF ::7>/[ F)+1E /7 6[ *- (&E+'*), 7istória dos Concílios ecum9nicos- Paulus ;>>5$-
7 Concílio ecumZnico de 0icéia !/=5$- Preocupa7se em condenar a heresia de Mrio, formula através do termo “homosios a relação entre o Pai e o Filho para diYer que são "eus no mesmo sentido da palavra, introduY Jreves incisos numa profissão de fé anteriorU 2da su&st8ncia do !ai3 ! se todas as coisas vZm de "eus ;Co :,, sA o Filho vem da “usia do Pai$, 2Deus erdadeiro de Deus erdadeiro3, 2'erado, n*o criado3, 2consu&stancial ao !ai3.
7 Concílio ecumZnico de Constantinopla ' !/:;$- "efine a posição do Espírito Santo cuIa divindade era ne#ada pelos macedonianos- D anti#a profissão de fé que diYia simplesmente 2Creio no Espírito Santo acrescentouU 2Senor3, não servo[ no neutro “tA kXrion para distin#uir do Filho[ o seu nome é nome divino[
33 2que dá a ida3 Go ,/[ ;Co ;5,@5[ =Co /,[ +o :,;;U função divina[ anIo[ 2e procede do !ai3 Go ;5,=U nem criado, nem #erado, mas sempre ori#em imanente[ não é 2e com o !ai e o 0ilo " adorado e 'lorificado3/ adorKvel, não adorador[ é o culto supremo[ 2Ele que falou pelos profetas3 t =:,=5[ ;Pd =,=;U presente na histAria, não sA na criação-
7 Concílio ecumZnico Constantinopla '' !55/$U ponto final na questão da terminolo#iaU uma natureYa ou suJstncia, trZs hipAstases ou pessoas ou suJsistZncias, 1rindade consuJstan7cial- 9as no uso corrente impNs7seU “mía usia, treis hXpostKseis !'#reIas #re#as$, uma suJs7tncia, trZs pessoas !'#reIa latina$7 )s ; concílios provinciais de 1oledo, que comJatem todas as manifestações do arianismo e con7sa#ram a teolo#ia de #ostinho- Em 5:> deu7se ao “*lAria ao Pai ! pelo F- no Esp-$ a sua forma atual que acentua a i#ualdade das pessoas- Parece ter inspirado o renomado símJolo “uicumque !"S 6576[ cf- &off >;ss[ "1"C ://s$, composto provavelmente na Espanha entre @/. e 5:>5 < Hi+$'#i. 6. #5.4, 6 6(5.- !SES&)2? ', =;;7==[ "1"C ::57::: $ ) meio século que separa 0icéia de Constantinopla representou o praYo necessKrio para que o conIunto dos cristãos aceitasse plenamente a le#itimidade e a necessidade da nova lin#ua#em racional- )s arianos e simpatiYantes se suJdividiram em vKrios partidosU 7 anomeus ou anomeanos, arianos rí#idos da se#unda #eração, a partir de /55U écio e EunNmio !seus discípulos são denominados eunNmios ou eunomeanos$- Para estes, o Filho é dessemelhante !anAmoios`$ do Pai, #erado não do nada, mas da vontade do Pai- ) Espírito é criado pelo Filho- ) Filho é o demiur#o da criação de todas as coisas, o Espírito santifica e ensina7 homeusianos, tamJém chamados de semi7arianosU !a partir de /5:$ o Filho é homoios, semelhante, ao PaiEles não aceitam o homosios` de 0icéia, mas propõem o homoisios`U o Filho é de natureYa semelhante, não i#ual ao Pai, pois Pai e Filho são diferentes pela relação de ori#em- ) termo de 0icéia soava para eles como uma concessão ao modalismo- pAs /. esse #rupo darK ori#em aos macedonianos7 homeus ou homeanos !entre /5>7/=$U ) Cristo é semelhante !hAmoios`$ ao Pai em tudoSanto tanKsio, a partir de //:, distin#uiu7se na defesa de 0icéia contra os arianos e convencendo os vKrios partidos anti7 arianos a aceitarem o omousios- Sustenta que uma #eração eterna em "eus é perfeitamente pensKvel- +efuta a interpretação dos teBtos JíJlicos invocados pelos arianos- "istin#ue entre “#erar, reservado ao Filho !Sl =,6[ ;;.,/[ Pr :,=5[ Go ;,;:$ e “faYer, aplicado ]s criaturas !*n ;,;[ Go ;,/$- )s termos novos são su#eridos pela EscrituraU “da suJstncia do Pai estK li#ado ao Sl ;;.,/U “"e meu seio te #erei, a Go :,@=U “? de "eus que eu saí, e a Go ;,;:U “o Filho nico, que estK no seio do Pai- s Escrituras Iustificam o termo consuJstancial` quando falam ao mesmo tempo de #eração e de indivisão !Go ;.,=>7/.-/:U “Ueu Pai &e deu tudo/ Fu e o Pai so&os u&/ Fu estou no Pai e o Pai est] e& &i& [ ;@,;.$- tanKsio tem consciZncia de eBpor uma fé que pede ] raYão humana que se aJra a perspectivas novas, a fim de poder descoJrir nelas a inteli#Zncia, ao passo que os arianos “estão persuadidos de que aquilo que eles não conse#uem conceJer não pode serSão &asílio, entre /6.7/6:, provindo dos homeusianos, conse#ue reunir vKrios Jispos do mesmo partido que reconhecem o homoosios` nicenoSoJre o Espírito Santo !em /6>$U “0ão se aJaiBe ao nível dos santificados aquele que santificaSanto TilKrio, no ocidente, procura uma conciliaçãoU mostra aos ocidentais que nem todos os adversKrios do homoousios` são arianos, pois o prAprio termo não estK imune a possíveis interpretações modalistas- Ele traduY o homoousions com essentiae unus`-
II * A 8U+%T!O DA ORIG+- DO +%(1RITO O Fi&i*% cf- "1"C /567//$
Para uma discussão frutuosa é preciso distin#uir quatro aspectosU 7 a doutrina da ori#em do Espírito 7 a eBplicitação dessa doutrina em fArmulas Jreves 7 as definições do#mKticas dos Concílios de (ião e Florença 7 a inserção da fArmula latina no SímJolo niceno7constantinopolitano uanto ]s fArmulas, usa7se denominar fArmula latina a se#uinteU o Espírito procede do Pai e do Filho !a Patre Filioque$, sendo a #re#aU o Espírito procede do Pai por meio do Filho-
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0a verdade a questão é Jem mais compleBa- EBistiam muitas formulações entre #re#os e latinos e por muito tempo nenhuma foi oficial ou do#mKtica- ri#ideY e a separação entre as '#reIas aconteceu sA no tempo de FAcio- '#reIa latina condenou FAcio, não as formulações #re#as, e condenou7o por não ter respeitado sequer a tradição #re#ag l#umas datasU @/; 5:> 5.
) Concílio de ?feso proíJe de introduYir modificações nos símJolos1oledo '''U “ Patre et Filio procedere !"S @6.$- //U 1oledo '8U “eB Patre et Filio !"S @:5$ GK se usa na Espanha cantar o Credo na 9issa com o acréscimo do Filioque para fortificar a posição antiariana- ) uso se propa#a no )cidente@>7=U al#uns no )riente reIeitam a afirmação do papa 9artinho ' que o Espírito procede tamJém do Filho- São 9KBimo prova a identidade suJstancial das formulações #re#a e latina6:=76:6 Carlos 9a#no manda cantar o Filioque- )s teAlo#os de corte condenam a fArmula #re#a proposta pelo Concílio provincial de 0icéia !6:6$6>@ ) papa driano defende a fArmula #re#a, mas o imperador não aceita:.:7:.> ) papa (eão ''' eBplica a doutrina tradicional, defende a le#itimidade da formulação #re#a e manda suprimir o Filioque do Credo da 9issa- 1udo em vãog :6 FAcio ataca com violZncia +oma acusando7a de heresia- firma pela primeira veY que o Espírito procede sA do Pai- "eforma a fArmula latinaU o Espírito procede de dois princípios independentes !Pai e Filho$:: FAcio escreve a “9ista#o#ia do Espírito Santo, ar#umentação contra os latinos, arsenal das polZmicas dos séculos sucessivos;.;@ &ento 8''' aceita introduYir em +oma o canto do Filioque;.5@ Cisma de 9i#uel CerulKrio- ) enviado pontifício lança a eBcomunhão, indo além das faculdades concedidas pelo papa, acusa os #re#os de terem tirado o Filioque do Credo !g$;=6@ Concílio ecumZnico de (ião ''U “) Espírito procede do Pai e do Filho como de um nico princípio e com uma nica espiração- "ecreto assinado pelos #re#os- efZmera união termina em ;=:= com a morte do patriarca 9i#uel 8''';@/>7;@@5 Concílio de FlorençaU ltima etapa do desenvolvimento do#mKtico da doutrina trinitKria e mKBimo esforço para restaJelecer a união das '#reIas- ) Concílio eBplica e aprova as fArmulas #re#a e latina e reconhece a le#itimidade de introduYir o Filioque no SímJolo;@:@ ) Sínodo #re#o repudia o Credo de Florença;5>= Clemente 8''' lemJra que nunca foi imposto aos #re#os o Filioque;6@= &ento '8 dispensa os catAlicos de rito oriental de cantar o Filioque0ão se pense todavia que a separação das i#reIas tenha sua nica ou principal causa numa diver#Zncia doutrinal soJre o Espírito Santo- Enquanto a '#reIa #re#a condenou a partir de uma certa data a doutrina latina !um sínodo oriental em ;@:@ repudiou o credo de Florença$, esta nunca condenou a doutrina #re#a, mas sA a de FAcio, porque infiel ] tradição dos Padres- ToIe em dia hK ainda quem veIa contradição entre as fArmulas #re#a e latina, mas predomina a idéia de sua complementaridade com o deseIo de che#ar a uma fArmula comum que satisfaça a todos-
III * A T+OLOGIA TRINIT4RIA NA IDAD+ -6DIA D parte a questão do Filioque, o desenvolvimento doutrinal é levado adiante por teAlo#os e escolas teolA#icas- 0ão sur#em heresias novas[ as anti#as heresias reaparecem soJ novas formas, mas de forma isolada e circunscrita- )utras questões preocupam mais a '#reIa e os teAlo#os- TK um #rande esforço para conse#uir uma apresentação sistemKtica de toda a tradição da fé com uma metodolo#ia racional ri#orosa utores e escolasU nselmo de osta, +icardo de São 8ictor, +uperto de "eutY, TonArio de utun, nselmo de TavelsJer#, Pedro (omJardo, lJerto 9a#no, Santo 1omKs de quino, leBandre de Tales, São &oaventura--Entre os orientais *re#Ario PKlamas, 0icola CaJasilas-- tendZncia que aos poucos vai dominando na escolKstica não é o tomismo, mas o escotis7mo, o ocamismo e o nominalismo2m autor independente que hoIe al#uns teAlo#os estão tentando reavaliar positivamente é Goaquim de Flores ou de Fiore !Forte 6>7:/$, com sua implicação mtua entre teolo#ia trinitKria e
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compreensão escatolA#ico7apocalíptica da histAria, que alimentou daí para a frente os movimentos eclesiais reformistas e os messianismos político7sociais%% ntecedentes de Goaquim encontra7se em +uperto de "eutYU a criação é o prAprio do Pai, a redenção é o prAprio do Filho, a santificação é o prAprio do EspíritoU este é o eiBo central do terceiro período-
9a#istérioU lém dos vKrios sínodos de 1oledo com sua rica doutrina trinitKria, temos os Sínodos deU &ra#a ' !5;$U condenação do priscilianismo modalista !"S @5;7@5/$(atrão ' !@>$U cristolA#ica com acenos ] 1rindade !"S 5.;s-5.@[ FC @.@5s-@.@:$Soissons !;.>=$U contra +oscelino !triteista nominalista$Sens !;;@.$U contra Jelardo modalista !"S 6=;76=@$+eims !;;@:$U contra *ilJerto Porretano !essZncia distinta das Pessoas$SímJolo de (eão ' !;.5/$ !"S :.7:/$Profissão de fé de 'nocZncio ''' !;=.:$ aos 8aldenses1emos enfim os Concílios ecumZnicos !&off >57;..$(atrão '8 !;=;5$U contra alJi#enses !"S :..7:.=[ FC ..s[6.=;$ e contra Goaquim de Fiore !"S :./7:.:[ FC .=7.$(ião '' !;=6@$U !"S :5.7:5/[ FC .6$Florença !;@/>7;@@=$U "S ;/..7;/.=[ ;//.7;//;[ FC .:7.6/SoJre estes dois cf- mais adiante, no estudo soJre a processão do Espírito0o )riente temos a discussão a respeito de Goão Filiponos !5=.756.$U triteista !"1"C :>/$EspiritualidadeU emJora a piedade cristã torne7se sempre menos trinitKria, fiBando7se soJretudo na humanidade de Cristo, é na 'dade 9édia que sur#em as primeiras manifestações da mística trinitKria com o mestre Eckhart !m-;/=6$ e +uXsJroeeck !m- ;/:;$, da assim chamada escola renano7 flamen#auanto ] )rdem dos 1rinitKrios cf- "1"C ;@[ @5@7@5[ @:>7@>=Santa 1eresa de MvilaU "+"C :5>7:5[ São Goão da CruYU "1"C @>=7@>5-
I, * A T+OLOGIA TRINIT4RIA NA 6(O.A -OD+RNA 0ão se verifica al#um pro#resso oJIetivo no conhecimento da 1rindade, mas um penoso relacio7namento com a cultura seculariYada e laica- '#reIa passa de uma atitude de condenação ao confronto apolo#ético, e deste ao diKlo#o que procura ao mesmo tempo uma consciZncia mais clara e se#ura da prApria identidade e uma aJertura para acolher a cultura moderna9ais do que erros ou doutrinas particulares, a modernidade rea#e de trZs maneiras ao do#maU 7 desinteresseU a 1rindade é irrelevante para a vida !Rant, Schleiermacher$7 releitura, cooptação dentro de um sistema, reinterpretaçãoU o mistério revelado entra como parte de um sistema maior onde é domesticado para novos fins, tornando7se desfi#urado ao mesmo tempo em que parece assumir uma nova vitalidadeU Te#el !"1"C />;7@..$, Schellin#---nova era---Panteísmo, idealismo, racionalismo, evolucionismo, historicismo, modernismo--- são correntes de pensamento onde a 1rindade acha um lu#ar sA a pacto de renunciar ] prApria identidade e inspiração ori#inal7 ne#ação da revelaçãoU a fé na 1rindade tem ori#em simplesmente humana e pode ser eBplicada pelas ciZncias humanas !filosofia, psicolo#ia, sociolo#ia, antropolo#ia, psicanKlise---$uanto ao unitarianismo cf- - P'RW, "1"C >..7>;.9a#istério ;555U Paulo '8 condena os Socinianos antitrinitKrios !"S ;::.$1rento não se ocupa do mistério da 1rindade, pois os reformados mantém a doutrina tradicional !sem porém revitaliYK7lag$-
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;565 Profissão de fé de *re#Ario ''' para a '#reIa russa !"S ;>:$;6@/ Profissão de fé de &ento '8 para os orientais !"S =5=7=5=6$;6>@ Pio 8' condena os erros do Sínodo de Pistoia !"S =>57=>:$;:56 Pio ' condena a doutrina de - *jnther !;6:/7;:/$ que identificava pessoa com consciZncia e dispensava a revelação para o conhecimento da 1rindade;:@ Pio ' no “SílaJo condena o panteísmo e o deísmo !"S =>.;7=>.=$;::6 (eão ''' condena o semiracionalismo de - +osmini !"/==5$8Krios Sínodos ocuparam7se tamJém em condenar a racionaliYação do mistério trinitKrio propos7tas por Termes, *jnther, Frohschammer, +osminiU Paris !;:@>$, &ordéus !;:5.$, ColNnia !;:.$1amJém os reformados estavam atentos a qualquer desvio em matéria de féU assim 9i#uel Servet foi condenado ] fo#ueira por Calvino por causa de sua ne#ação do mistério trinitKriog +enovação da vida e da teolo#ia !cf- apostila de histAria da teolo#ia$ 0o nosso século a fé trinitKria vem retomando o lu#ar central que lhe compete na vida da '#reIaPraticamente todos os movimentos de eBperiZncia e de pensamento traYem sua contriJuição nesse sentidoU movimento JíJlico, litr#ico, místico !ElisaJete da 1rindadeU "1"C @@7@6.$, patrístico, ecumZnico !descoJerta dos teAlo#os ortodoBos$, vKrias formas de pentecostalismo--- ) Conselho mundial das '#reIas che#a a uma formulação trinitKria da fé no Con#resso de 0ova "elhi em ;>;0a teolo#ia sistemKtica tiveram papel de pioneiros os teAlo#os de 1uJin#a no século ' com sua aJertura ] modernidade !F- Chr- &aur, G-E- Ruhn, T-Schell, "-F-Strauss$- Em ;>5 R-+ahner !9Xsterium Salutis$ reaJre de forma nova a especulação trinitKria, mas é entre ;>65 e ;>: que se multiplicam os principais estudos de teolo#ia sistemKtica teolo#ia protestante, especialmente a liJeral, havia descuidado o mistério trinitKrio !por eB-U E &runner$- isso rea#e R-&arth com uma imponente refleBão trinitKria ] Jase de toda a sua teolo#ia9a#istério recente 7 ) Concílio 8aticano '' não se ocupou especificamente da 1rindade, mas não hK pratica7mente assunto que não receJa uma iluminação e uma fundamentação no mistério divinoU quem atua em toda a vida da '#reIa é o "eus 1rindade conhecido através da economia da salvação !cf- 0ereo S'(0ES, in "1"C >;;7>;$7;>5 U “9Xsterium fidei de Paulo 8'U valor perene da terminolo#ia tradicional soJre o mistério trinitKrio !nn- =@7=5$7 +eações ao catecismo holandZs que relativiYa a importncia da 1rindade na vida cristãU resposta da Comissão cardinalíciaU SE")C aJril ;>>, col- ;=>67;/.=- Profissão de fé de Paulo 8' o Credo de !oo de Deus !;>:$ U SE")C setemJro ;>:, col- =667=:/7 =; de fev- de ;>6=U "eclaração da Con#re#ação para a doutrina da fé soJre al#uns erros recentes a respeito dos mistérios da Encarnação e da 1rindade- 1eBto em &off ;..s7 Encíclicas de Goão Paulo ''U ;>6>U 5edemptor ominis !) Filho$ ;>:.U Dies in misericordia !) Pai$ ;>:U Dominum et iificantem !) Espírito$ ;>>@U Carta apostAlicaUTertio millenio adeniente U preparação trinitKria para o ano =...0o campo teolA#ico convém lemJrar os con#ressos trinitKrios anuais que acontecem em SalamancaParticular menção merece o #rande SimpAsio soJre o Espírito Santo celeJrado em +oma em ;>:; com participação de teAlo#os de todas as '#reIasEm toda esta parte histArica consideramos, soJretudo, o desenvolvimento do do#ma e sua eBpressão teolA#ica- Seria importante completar com o estudo da (itur#ia !Jatismal e eucarística$, da confissão dos mKrtires, da arte, da reli#iosidade popular, dos símJolos e da catequese, da eBperiZncia dos santos e da riquíssima produção dos Padres da '#reIa e escritores !homilias, cartas, comentKrios JíJlicos, oJras polZmicas---$Seria interessante eBaminar como os catecismos, anti#os e atuais, para crianças e para adultos, apresentam o mistério trinitKrioSoJre a festa da 1rindade cf- "ionísio &)+)&'), 0esta da SS.Trindade, in "1"C /@@7/@:-
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SoJre a mística trinitKria cf- Santia#o *2E++, 4ística, in "1"C, 56@75:-
TERCEIRA PARTE: REFLEXÃO SISTEMÁTICA I * 8U+%T9+% INTRODUT3RIA% ; 7 )JIetivoU 7 refleBão ordenada !no método e na eBposição$ soJre a realidade em si mesma, aJstraindo de momentos particulares[ 7 refleBão ordenada soJre o material acumulado através da histAria em diKlo#o com o mundo atual para saJer como crer hoIe= 7 9étodoU "entre os vKrios procedimentos destaquemos os se#uintesU ;$ Concentrar a parte sistemKtica no estudo de um ou mais autores do passado !por eBemploU 1omKs de quino$ complementando com teAlo#os contemporneos !9- rias +eXero no curso do CE(9$=$ Partir de modelos que resumam toda a refleBão do passadoU &off !;@7;5[;.=7;;;[=:;s n- 6U partir da Pessoa do Pai, da natureYa nica, da comunhão dos 1rZs, do 8erJo encarnado[ apresentação em &in#emer ;@/7;@$[ Forte !67:[ ;/67;@/$, que introduYem a prApria refleBão num modelo que
eles confi#uraram interpretando a teolo#ia do passado/$ Privile#iar um mistério da féU a cruY !9oltmann$, o mistério pascal !Coda, Forte$@$ +etomar simplesmente o que é comum na refleBão da '#reIa, sem se referir a nenhum modelo, autor ou mistério particular !Schmaus, Rasper--- esta apostila$/7 (in#ua#emU condição terrestre do homem não lhe permite viver eBperiZncias soJrenaturais formulando numa lin#ua#em prApria, direta e específica, a realidade do "eus Santo e transcendente- revelação se serve do que conhecemos neste mundo material para nos introduYir no que não podemos conhecer por nAs mesmosU é o processo analA#ico- s analo#ias são muitas- l#umas permanecem meras su#estões, outras foram mais desenvolvidas, constituindo construções de #rande enver#adura- teolo#ia e a tradição introduYiram analo#ias novas, mas, em #eral, eBplicaram e desenvolveram analo#ias contidas na Escritura- l#umas são desenvolvidas com a eBperiZncia e o Jom senso, outras receJem as contriJuições das ciZncias humanasPodemos reuni7las nos se#uintes #rupos !&off ;=>7;@;$U ;a$ nalo#ia econNmicaU considera as relações e ações das pessoas na histAria- ? a analo#ia por eBcelZncia da +evelaçãoU falar, ver, ouvir, testemunhar, enviar, che#ar, etc=a$ nalo#ia cosmolA#icaU considera as estruturas do mundo que, elaJoradas, são usadas para o mundo de "eus- Foi assim que procedeu a '#reIa ao introduYir termos como hipAstase,
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suJstncia, pessoa, entre outros- 9as tamJém a Escritura aceita esse procedimentoU por eB-U o Espírito < vento/a$ nalo#ia psicolA#ica !cf- mais adiante$, que é a predileta de #ostinho, +icardo de São 8itor e 1omKs de quino- psicolo#ia analítica !Gun#$ deu7lhe novas eBpressões@a$ nalo#ia social e familiar !cf- mais adiante$U descartada pelos anti#os, retoma vi#or hoIe5a$ nalo#ia materialVnatural !trin#ulo, trevo, anéis, círculos, nmeros[ fo#o, velas, rio---$, muitas veYes elaJoradas não sA racionalmente na teolo#ia, mas tamJém artisticamente na poesia, na msica, na pintura-- !*+'0*S ;5>7;=[ &'0*E9E+, Deus:Amor , ;@[ "1"C 576$0aturalmente, essas analo#ias foram comJinadas entre elas de vKrias maneiras@7 questão como foi posta pela '#reIaU 9ais especulativamenteU como não é aJsurdo que ; seIa i#ual a / Se o Pai não é o Filho, como se pode diYer que "eus é um sA Em que consiste a distinção, se são i#uais em tudo o afirmar a distinção não se eBclui a i#ualdade e a unidade Como a diferença não os torna menos i#uais ) que saJemos eBatamente pela fé e revelação e o que é necessKrio admitir para que a fé seIa humanamente assimilKvel e tal que se possa vivZ7la 9ais eBistencialmenteU como ainda ser monoteístas, se o Pai não é o Filho Por que o homem moderno afastou7se da féU pela dificuldade em aceitar um "eus 1rindade, por não entender que "eus é 1rindade ) homem foi levado ] indiferença e ao ateísmo por não crer num "eus 1rindade ) escndalo é a indiferença do homem para com "eus, ou a indiferença de "eus para com o homem, um "eus amor71rindade que mantém no mundo o mal, a inIustiça e a opressão, inclusive através da reli#ião ue proveito real traY para vivZncia da fé a concentração da refleBão7oração7celeJração no mistério trinitKrio 0ão Jasta li#ar7se a "eus eV ou a Gesus dificuldade especulativa nunca é motivo de descrença, mas é um Atimo preteBto quando não se estK disposto a crer- Por outro lado, o mistério trinitKrio nunca é meramente especulativo, pois nele temos o fundamento primeiro da unidade e diversidade de tudo que eBiste- ) homem, na medida em que não crZ num "eus 1rindade, sempre acaJa não saJendo administrar a unidade e a diversidade do mundo- 1rindade realiYa o que nAs humanos Juscamos sem alcançarU o equilíJrio entre a liJerdade pessoal e a intensidade das relações, a doação de si e a preservação da prApria identidade '#reIa considera a doutrina trinitKria como a nica forma possível e conseqjente do monoteísmo e como a nica resposta vKlida ao ateísmo moderno, qualquer que seIa a raYão do seu sur#ir- 9ais do que insistir nas provas da eBistZncia de "eus, a '#reIa deveria proclamar a &oa 0ova do "eus 1rindade, que convoca a humanidade a li#ar a Ele o seu destino fé revelada nos oJri#a a uma constante revisão de nossos conceitos e sentimentos, para não adorarmos mKscaras em veY de pessoas, para não tornarmos "eus manipulKvel !(c ;/,=s$57 presentação inicial da soluçãoU Para conse#uir esclarecer a questão, a 1radição inda#ou a Escritura, faYendo como que um levantamento de tudo o que se diY a respeito dos 1rZs !verJos, preposições, eBpressões---$, analisando minuciosamente cada detalhe nica maneira com que a Escritura distin#ue Pai, Filho e Espírito é atriJuindo a cada um uma ori#em diferente dentro da unidade do ser divino distinção na unidade constituiU 7 uma relação de ori#em !eB-U nascer, proceder, enviar---$ 7 interna a "eus !as Pessoas se relacionam entre si$ 7 se#undo uma ordem precisa !donde a ;O, a =O e a /O Pessoa$ 7 é essa relação diferente que constitui cada Pessoa como distinta das outras duasU é a propriedade pessoal de cada uma-
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1odas as eBpressões que não eBprimem propriamente uma ori#em !por eB-U amar, ouvir, testemunhar, falar---$ foram entendidas como modalidades em que a ori#em se eBplicita, não como tantas diferenças reais- 2ma realidade em si mesma simples e nica se eBplicita numa lin#ua#em variada !é comparKvel ] luY que passa através do prisma$ porque esta não conse#ue dar conta da concentração de vida presente na 1rindadeSendo cada Pessoa constituída por uma relação prApria, a unidade não é rompida porque as relações, de per si, não interferem na suJstncia das coisas, mas simplesmente referem uma coisa a outrasU um oJIeto não muda nem se multiplica por ter relação de compra, venda, por ser dado de presente ou achado1endo que partir de analo#ias, de realidades tão somente semelhantes a "eus, a fé cumpre um #rande esforço para captar o específico e eBclusivo do ser divino- Esse esforço deriva da prApria natureYa de "eus e da fé, mais do que da necessidade de adaptar7se a uma cultura filosAfica-
II * A% (RO.+%%9+% TRINIT4RIA% 7 1erminolo#iaU processão é o mesmo que proveniZncia, derivação, ori#em, procedZncia- 9as processão tornou7se termo técnico ou teolA#ico ao se tratar da ori#em de uma Pessoa divina !em #re#o fala7se de “proJolé ou “prAJasis$1oda a processão supõe dois termosU um princípio ! z‚$, que dK ori#em, e o termo proveniente, ori#inado, que sai do princípio- 0a teolo#ia latina não se usam os termos “causa e “causado para falar dos dois termos !os #re#os falam de “aitía e “aitiatAn$) termo “processão receJeu no uso teolA#ico uma eBtensão diferente e variKvelU 7 ori#em do Filho e do Espírito !'#reIa latina$[ 7 ori#em do Espírito !'#reIa #re#a$[ 7 ori#em de todas as coisas que tZm o primeiro princípio no PaiEsse ltimo sentido #eneralíssimo en#loJa a #eração do Filho, a procedZncia do Espírito, a criação do mundo e a missão das Pessoas na histAria da salvação7 Fundamento dessa lin#ua#emU Go :,@= !o Filho$ Go ;5,= !o Espírito$ Saí de "eus e vim o Espírito procede do Pai ek tu 1heu eBélthon Rai héko to pneuma para tu Patrs ekporeetai eB "eo processi et veni Spiritus a Patre procedit 8ul#ata e as mais anti#as traduções latinas traduYem os dois diferentes termos #re#os por um termo nicoU “processio, aJrindo assim o caminho para a #eneraliYação da terminolo#ia mais específica do 0ovo 1estamento- )s #re#os não reconhecem uma tradução que passa por cima das distinções pessoais7 "outrina da '#reIaU firmações do#mKticas de SímJolos e ConcíliosU TK somente duas processões imanentes em "eus, a do Filho e a do Espírito) Pai não procede de nin#uém !e muito menos da essZncia divina$[ nEle a natureYa divina é possuída como fonte) Filho e o Espírito são "eus, pessoas distintas do Pai, porque receJem a natureYa divina do ) Filho procede por #eração unicamente do PaiPai) Espírito estK em relação de ori#em com respeito ao Pai e ao Filho !apesar de haver desentendimento quanto ] maneira precisa de conceJer a ori#em do Espírito na sua relação com o Filho$Para a fé, portanto, não Jasta confessar que hK um sA "eus em trZs Pessoas distintas, mas é preciso eBplicitar que o nico motivo da distinção é a ori#em diferente que distin#ue cada Pessoa Escritura sA afirma o fato da ori#em, mas não dK nenhuma outra pista para a raYão do fato de que hK trZs Pessoas, nem mais nem menos7 +aYão e modo das processõesU a fé afirma o fato da relação de ori#em que li#a as Pessoas- ) modo e o porquZ de tal ori#em é uma questão teolA#ica desenvolvida com Jase na analo#ia com as realidades deste mundo que eBistem por procederem de um princípio- s processões naturais mais perfeitas são a #eração dos viventes e os processos mentais do conhecer e do querer- Cfmais adiante-
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7 "efiniçãoU por processão divina entende7se, portanto, a ori#em eterna de uma Pessoa da outra, mediante a comunicação da idZntica natureYa divina, ou a derivação da consuJstancialidade a partir da fonte paterna- 0ão hK derivação de natureYa, nem de indivíduo de uma espécie[ sA a Pessoa deriva, a natureYa é comunicada, porque é uma sA e idZntica- s Pessoas divinas são pura relação de ori#emU distin#uem7se porque uma é ori#inante e a outra é ori#inada, porque hK uma que doa e outra que receJe, sendo que o “contedo, o que se doa e receJe, é sempre e sA a nica e total suJstncia divina- ? a fé que nos conduY a esse conceito purificado da relação pura, da qual eBcluímos tudo o que é prAprio do modo humano e criado de ser, para poder entender tal relação de um modo adequado ao "eus que é santo, eterno, espiritual, infinito e imenso, simples, perfeito--7 )rdemU falando de ;O, =O e /O Pessoa não estaJelecemos uma hierarquia, uma classificação de importncia ou valor- 1ais nmeros indicam simplesmente a ordem da relação interna entre as Pessoas- ;O é a que não tem princípio, a =O é a que vem da ;O, a /O a que se li#a ]s outras duas7 ) Pai, por não proceder de nin#uém e de nada, é chamadoU 7 'n#Znito, inascível, em #re#o “a#énnetos!distinto de “a#énetos não feito, que se diY tamJém do Filho e do Espírito$7 Princípio sem princípio, “arkhé KnarkhosU esta característica distin#ue o Pai na 1rindade, constitui o seu modo de ser "eus, de realiYar a essZncia divina, a sua nota pessoal inconfundível, a sua propriedade pessoal7 Fonte ineBaurível da divindade, “pe#aía theAtes- ) Pai é a eterna Iuventude, fecundidade perene e aJsoluta- “0emo tam Pater !1ertuliano$7 Por apropriação !cf- mais adiante$ o Pai é chamado simplesmente "eus, pelo fato que não sA não depende de nenhum princípio eBterno !como tamJém o Filho e o Espírito$, mas nem sequer procede de um princípio divino imanente !diferentemente do Filho e do Espírito$7 1amJém por apropriação, o Pai é chamado mor7Caridade, termo que conota nEle o aspecto de doação total e #ratuita, o ser o primeiro no amor, o não ter outra raYão para amar a não ser por si mesmoU o Pai é iniciativa ativa e #ratuita no total dom de siComo falar de "eus Pai numa sociedade sem pai Se falta a eBperiZncia positiva do pai humano, como conse#uir que se conceJa positivamente a revelação de "eus como Pai !Forte >:[ Rasper esp- ;;7;5[ &in#emer ;;67;=@$- 0a verdade, conceJer a "eus como Pai não é um conhecimento imediato, mesmo para quem se entusiasma por isso, mas é o resultado de um lon#o amadurecimento espiritual na fé !"1"C 5;ss$7 primeira processão é uma *E+34) ) Filho é a =O Pessoa porque procede inteiramente e somente da ;O? Filho porque a sua processão é uma #eração- ? #erado, não criado7 Fundamento 7 )s termos relativos Pai7Filho, o título 2ni#Znito !Go ;,;@-;:[ /,;-;:[ ;Go @,>$ diYem que se trata de ori#em por #eração !vide supra pp-==7=/$7 )s termos 8erJo !Go ;$ e 'ma#em !Cl ;,;5[ TJ ;,/[ SJ 6,=5s$ pressupõem uma derivação de um princípio7 ) concílio de 0icéia ensina claramente que o Filho é verdadeiro Filho, #erado, não criado, e por ser Filho lhe é comunicada a mesma suJstncia do Pai- ? Filho por natureYa, necessKrio, prAprio7 nalo#ia do conhecimento "a Escritura, a 1radição recolheu trZs analo#ias para penetrar no mistério do FilhoU a JiolA#ica !Filho$, a mental !8erJo$ e a especular !'ma#em[ mas as duas anteriores são tamJém um tipo de ima#emg$- analo#ia artística !ima#em artefata$ não foi usada para não dar mar#em ] interpretação ariana de um Filho criado, “faJricado #eração é um ato !processo$ prAprio dos seres vivos, que produYem um ser da mesma natureYa a partir da prApria suJstncia1emos que eBcluir da #eração divina tudo aquilo que é prAprio da criatura terrena, do modo humano de #erarU 7 a circunstncia de tempoU "eus é eterno e a #eração do Filho é eterna como "eusU o Pai é ato eterno, atual, de #erar7 qualquer representação li#ada ] corporeidade materialU a #eração divina é espiritual, imaterial, asseBuada !"1"C ==.$, sem divisão de partes nem crescimento pro#ressivo da suJstncia-
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anti#a profissão de fé empre#a o elemento mais imaterial para tratar dissoU “luY de luY !lumen de lumine[ cf- Sl ;.@,=[ GA /6,=;7=/$7 a idéia de causalidade, que cria dependZncia e suJordinação- "iY7se que o Pai é princípio, não causa, do Filho- !&off parece não ter entendido issoU ;6:-;:/$) fato de termos de purificar os nossos conceitos nos faY penetrar no mistério, na nuvem do conhecimento*erar é, pois, comunicar toda a suJstncia divina[ ser #erado é receJer toda a nica suJstncia divina !cf- "S :.5-;//;$- Pai e Filho são um porque toda a suJstncia do Pai é tamJém a do Filho, são dois porque um #era e o outro é #erado- 1udo é comunicado e receJido, menos o fato de ser Pai ou Filho, pois as Pessoas são aJsolutamente incomunicKveis !são hipAstasesg$-
III - A PROCESSÃO DO ESPÍRITO SANTO !Ca'C =@/7=@:[ Forte ;;@7;/.[ &off =@=7=5=[ ComJlin G-, ) Espírito Santo e a (iJertação, =.67=;6[ vide supra pp- =.s-=/7/.-@.$ 7 ? de fé não somente que o Espírito Santo eBiste, é "eus, /O Pessoa da 1rindade, consuJstancial ao Pai e ao Filho, distinto de amJos, mas especialmente que tudo o que é peculiar ao Espírito tem sua raYão na relação especial de ori#em que Ele tem com as outras duas Pessoas- Ele é "eus procedente e tudo o que Ele é, lhe é comunicado pelos outros dois[ Ele sA é "eus porque receJe a divindade dos outros7 Escritura afirma que a processão do Filho é uma #eração- 0ão hK, porém, nada na Escritura que indique claramente como entender de maneira mais concreta a ori#em do EspíritoU sA se diY que Ele deriva, não se fala do tipo de derivação- processão do Espírito não é #eração porque o Filho é 2ni#Znito- Para preencher essa lacuna cunhou7se entre os latinos o termo “espiração, tirado de Go /,: !8ul#ataU spiritus spirat uJi vult$- ssim se pode diYer que o Espírito procede por espiração !latim spirare` ƒ espirar[ diferente de eBspirare` ƒ eBpirar$7 )s Concílios anti#os não trataram da relação entre natureYa e pessoa e nem da ori#em do Espírito em relação ao Filho- compreensão da fé a respeito da relação do Espírito com o Pai e o Filho deu ori#em a eBposições teolA#icas compleBas mas, tamJém, ao esforço de resumi7las em fArmulas Jreves- Com Joa dose de convenção, tornou7se comum denominar fArmula #re#a a que diY que o “Espírito procede do Pai por meio !#re#oU diK$ do Filho, e latina a que reYaU “) Espírito procede do Pai e do Filho !eB Patre Filioque$? possível, na fé e na teolo#ia, aceitar amJas '#reIa latina, especialmente hoIe, Iul#a que sim, pois as considera complementares- ) que cada uma diY não contradiY a outra, mas a completa[ além disso, amJas pretendem resumir, com diferentes acentuações, uma doutrina suJstancialmente idZntica !8aticano ''U 2+ ;6[ * =$- )s Concílios que disso se ocuparam assim tamJém entenderamU (atrão '8 !ano ;=;5[ "S :..7:.;[ FC ..s$, (ião '' !ano ;=6@[ "S :5.[ FC .6$, Florença !ano ;@/:7;@@5[ "S ;/..7;/.=[ FC .:s$ !Cf- tamJém &off >/7;..$- ) fato, porém, que seIam corretas, não si#nifica que elas apresentem a formulação idealU o caminho não estK fechado a novas formulações fArmula latina se limita a reconhecer um fato na sua #eneralidade- fArmula #re#a situa7se noutro nívelU é mais precisa, articula e matiYa o modo prAprio de cada uma das Pessoas, em particular o que se denomina a “mediação do Filho- )s #re#os estão mais preocupados em acentuar a propriedade do Pai, nico Princípio sem princípio ! z‚$[ os latinos, a participação ativa e real do FilhoComo fArmula, a #re#a é mais precisa teolo#icamente e mais prABima da Escritura e da (itur#ia- latina é mais #enérica e mais adequada para uma situação de luta contra os arianos, pois acentua a i#ualdade entre o Pai e o Filho !como praticamente reconheceram os #re#os ao reformular o “*loria Patri$- mJas podem ser interpretadas erroneamente e, por isso, ao se ponderar o alcance e o valor teolA#ico de cada uma, é preciso levar em conta a intenção e a compreensão de quem a usa0esse sentido, ao acentuarem a i#ualdade Pai7Filho, os latinos não entenderam faYer dEles dois princípios autNnomos do Espírito, nem apa#ar a distinção pessoal entre amJos, nem mesmo equiparar o Filho ao Pai como princípio sem princípio- "e fato, o Filho receJe do Pai o ser princípio
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do Espírito e, por isso, amJos constituem um nico princípio[ o ato espirativo é tamJém nico !Go ;.,/.U “eu e o Pai somos um, tamJém na ori#em do Espírito$- Por sua veY, os #re#os não pretendem reduYir o Filho a mero instrumento passivo do Pai e nem convertZ7lo em um dele#ado decidindo e a#indo por prApria conta) acordo torna7se fKcil do ponto de vista estritamente doutrinal- uando, porém, se quer traYer todo o conteBto cultural, espiritual e eBistencial em que cada uma das fArmulas se situa, torna7se praticamente impossível uma adaptação recíproca- Em todo o caso, a teolo#ia latina conse#ue facilmente aceitar e apreciar a posição #re#a, mas não se pode diYer o contrKrioU nesse aspecto a '#reIa latina é mais catAlica- ) )cidente sA reIeitou a posição de FAcio por não ser conforme ] 1radição7
2ma Joa eBe#ese JíJlica não conse#uiria che#ar a uma interpretação uniforme a respeito da ori#em do Espírito )s #re#os aduYem Go ;5,=, onde sA se diY que o Espírito procede do PaiU “uando vier o ParKclito, que eu vos mandarei do Pai !parK$ o Espírito da verdade que procede do Pai !ekporeetai parK$ Ele me darK testemunho)s latinos oJservam que aí fala7se da missão e não da processão eterna, assim como tamJém notam a freqjente referZncia ao Filho)s latinos citam p ==,;[ Go =.,==[ ;,;/7;5- )s #re#os oJIetam que aí se fala sempre da missão terrena e não da processão eterna- 9as então porque mudaram o “parK` JíJlico para “ek )s latinos insistem que a missão terrena reflete e reproduY a processão eterna)s #re#os oJservam que o Filho encarnado estK soJ a ação do Espírito Santo- Sendo assim, como o Espírito poderia vir do Filho )s latinos respondem que é assim para a humanidade terrena de Gesus, pois apAs a ressurreição é a humanidade #loriosa de Gesus quem envia sempre o Espírito)s #re#os Iul#am errada a tradução latina de Go ;5,=, pois usa um mesmo verJo latino para dois #re#os- )s latinos reconhecem que não é precisa, mas nem por isso errNnea7 posição dos teAlo#os ortodoBos hoIe não é unnime !"1"C /;s$- +esumindoU 7 hK os intransi#entes, para os quais a “heresia do Filioque seria a causa de todos os males e desvios do )cidente, como o Iurisdicismo, a autoridade soJre os carismas[ 7 hK os que consideram o Filioque uma opinião teolA#ica, não um do#ma !não aceitam o Concílio de Florença$[ 7 hK os que consideram o Filioque vKlido na ordem das ener#ias incriadas, mas não na ordem da essZncia divina !uma distinção que o )cidente não aceita--- e nem entende$[ 7 hK os mais ecumZnicos, que reconhecem que as formulações, emJora diver#entes, pretendem si#nificar a mesma coisa suJstancialmente[ 7 hK, enfim, aqueles, tamJém catAlicos, que estão ] procura de uma terceira via, isto é, de uma terceira fArmula que seria comum !cf- Forte pK#-;=5 nota >.[ pK#- ;=> nota ;.=$U Y FspWrito procede do Pai do [il'o Y FspWrito procede do Pai e repousa no [il'o Y FspWrito procede do Pai e irradia pelo [il'o Y FspWrito procede do Pai !Jo 15,26R „|z€~ e recebe do [il'o !Jo 16,14R „ |} •|} …‚•†~R cf. SW&bolo de S.Fpif‡nioR OS 44/ [h 56.
uanto ao tirar o Filioque do SímJolo, todos, orientais e al#uns ocidentais, estão de acordo -
I, * A% ANALOGIA% TRINIT4RIA% 7 analo#ia preferida por muitos hoIe é a familiar ou social, que se Jaseia na estrutura dos #rupos humanos em #eral ou, em particular, na família, na comunidade ou na '#reIa0a verdade, quando se trata de teolo#ia trinitKria, tal analo#ia é muito imperfeita, não deiBando transparecer as relações trinitKrias no que tZm de específico- "e fato, se o Espírito é representado pela mulher7esposa, dever7se7ia concluir que o Filho vem do Espírito[ se é o Filho que é anKlo#o ] mulher, então fica ineBpressa a relação de ori#em entre o Pai e o Filho, pois a esposa não vem do marido-
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Essa analo#ia tem utilidade na antropolo#ia, quando se pretende conhecer não a 1rindade, mas o homem, e oferecer7lhe um ideal de vida '#reIa não pode ser considerada uma analo#ia, dado que não possui uma estrutura interna que reproduYa a ordem trinitKria, a não ser como evocação lon#ínqua !assim, quanto ] or#aniYação eclesial Papa7Jispos7lei#osU todos vZm de Gesus[ ora, seriam os lei#os constituídos tais pelo Papa e pelos Jispos$- qui tamJém, o que vale é o ideal da comunhão trinitKria como revelador da finalidade do homem e do sentido da vida- 9as essa comunhão cada um irK vivZ7la de acordo com a sua estrutura, conhecida em si mesma, por revelação ou pela raYão- 0esta, como em qualquer analo#ia, não se pode pretender corri#ir por dedução o que é fartamente conhecido pela revelação(eonardo &off deu a esta analo#ia uma nova formulação que conse#ue superar os defeitos da eBposição tradicional, evitando transpor para "eus a seBualidade humana- o invés de relacionar cada memJro da família humana a cada Pessoa divina, atriJui7se a cada uma delas tanto a masculinidade como a feminilidade !&off ;5;7;5/$7 mais presti#iosa é a analo#ia psicolA#ica !cf- esquema da pK#- se#uinte$- Seu oJIetivo principal é a compreensão mais adequada do mistério das relações trinitKrias, aprofundando e estendendo o dado revelado, preenchendo as lacunas da nossa compreensão- analo#ia teve, tamJém, uma vasta aplicação em outras questões da teolo#ia, especialmente na antropolo#ia, na escatolo#ia e na espiritualidade- ) descrédito em que essa analo#ia caiu atualmente em parte depende da não compreensão de seus oJIetivos, como se se pretendesse provar o mistério a partir da especulação, mais do que da revelação JíJlica[ em parte deve7se ao fato que hoIe a intenção é oposta ] do passado, sendo nossa preocupação iluminar o mistério humano através da 1rindade, não tanto entender a 1rindade a partir do homem) fundamento dessa analo#ia são dois dados da revelaçãoU o homem é ima#em de "eus, especialmente no aspecto espiritualU a atividade consciente e livre, a inteli#Zncia e vontade, a raYão e o sentimento, pois "eus é espírito- ) outro dado revelado são os prAprios nomes que as Pessoas receJemU 8erJo, SaJedoria, 'ma#em, Palavra[ "om, mor"iY7se, então, que o Filho procede por via intelectual, qual eBpressão do pensamento e da autoconsciZncia paterna, de forma anKlo#a ] atividade do pensar autoconsciente, que produY uma ima#em de si, uma representação, uma idéia, um conceito ! conceJido$- #eração do 8erJo7Filho é comparKvel a uma concepção intelectualCf- Sto TipAlito, Ofício das leituras, =/ de deYemJro-
GK o Espírito procede por via volitiva, como fruto do amor e querer recíproco entre o Pai e o Filho- ) Espírito é o dom por eBcelZncia ! co¶r Ut ,11 co& Lc 11,13$[ ora, a causa e o motivo de todo e qualquer dom é o amor e, por isso, o amor é o dom por eBcelZncia- ) Espírito não é amor no sentido de pessoa amante !tamJém o Pai e o Filho amamg$, nem no sentido de meio ou finalidade do amor divino, mas apenas no sentido de fruto, eBpressão e eBpansão do amor divinoSe o ser de cada um de nAs fosse infinito, perfeito, se a ima#em que temos de nAs correspondesse ao que somos e se conse#uíssemos nos aceitar eBatamente pelo que somos--- sur#iriam tamJém em nAs o que na 1rindade denominamos trZs Pessoas- 'sso não é possível, não sA porque é aJsurdo, mas porque "eus nos criou para participarmos da sua vida, não para constituirmos uma entidade paralela a Ele0ão hK propriamente uma definição do 9a#istério a respeito dessa analo#ia, mas ela faY parte do patrimNnio da '#reIa latina e #re#a !emJora nesta menos desenvolvida$1oledo 'U (eão '''U Paulo 8'U
“) Espírito deve ser entendido como o amor e a santidade do Pai e do Filho !"S 5=6[ FC ./@s$“) Espírito é chamado dom porque procede do amor mtuo entre o Pai e o Filho !"S ///.U Encíclica Diinum illud munus $“Cremos no Espírito Santo, Pessoa incriada, que procede do Pai e do Filho como seu eterno mor !Credo do Povo de "eus, n ;.[ FC .5/.$- ) “cremos indica que se trata de uma doutrina revelada- ) Papa apresenta, assim, uma complementação
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da definição de Florença*re#Ario PKlamas reIeitava o “Filioque, mas admitia a processão do Espírito como amor2m outro modelo de analo#ia psicolA#ica se Jaseia somente na atividade amorosa- Presente em Santo #ostinho, foi desenvolvida por +icardo de São 8ictor !"1"C :.57:.>$ e pelos teAlo#os franciscanos- )Jservam eles que o amor implica trZs elementosU o amante, o amado e o prAprio amor- ) amor é dado no Pai, dado e receJido no Filho, receJido no Espírito, que é o Condilecto, ou então o prAprio amor !Rasper esp- ==6s-=5.[ rias +eXero //@7//6[ Forte /s- >@7>>$- Esse uso da analo#ia parece mais apropriada para a conceituação da pessoa entendida como relação e comunicação de doação7 'vone *eJara !“1rindadeU palavras soJre coisas velhas e novas, Paulinas ;>>@$ parte de uma analo#ia mais ampla do que as anterioresU a realidade inteira, que ao mesmo tempo é dotada de unidade e multiplicidade- 1rindade é vista assim como o símJolo acaJado da or#aniYação do mundo da nossa eBperiZncia-
A ANALOGIA (%I.OL3GI.A Pessoa humana Faculdade
inteli#Zncia
vontade
tividade
pensamento
amor
1érmino
conceito, “verJum “species vicaria idéia
amor% 7 “impressio 7 “pondus
to
intelecção conhecimento
amor
EBpressão
palavra lin#ua#em
atividades vKrias
presença espiritual
Pessoas divinas 'nteli#Zncia
"eus pensa conhece a si mesmo e tudo
8ontade
"eus ama, quer a si e a tudo
amor essencial
Pensamento
Pai conceJe, en#endra, diY ---
mor
Pai e Filho se amam espiram
amor nocional
Conceito
o 8erJo
mor
Espírito mor
Encarnação
missão do Espírito
amor pessoal
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% 7 “affectio toque
atração
conaturalidade ser sensiJiliYado
7 “motio “pondus impulso elã inclinação tensão propensão
, * O +%(1RITO %ANTO + A ANALOGIA (%I.OL3GI.A 7 0o que se refere ao modo e ao porquZ da processão do Espírito, não possuímos dados de Jase tão claros e certos como para a #eração do Filho- Para este contamos com trZs analo#iasU Filho, 8erJo e 'ma#em- uanto ao Espírito, nada temos de equivalente a Filho e a 'ma#em, mas sA a analo#ia do "om7mor ! cf- (c ;;,;/[ Go @,;.[ +o 5,5[ ;5,/.[ *l 5,== $, equivalente a 8erJo- )utrossim, a presença de tal analo#ia na revelação não é tão evidente[ por sua veY, a prApria anKlise psicolA#ica do amor é compleBa, oJscura, não sendo tão fKcil a sua aplicação específica ao Espírito“8erJo indica somente o termo produYido no intelecto, distinto do pensar e do conhecer, ao passo que “amor serve para todas as fases do processo- Por isso, na 1rindade, “8erJo sA se diY do Filho, enquanto que “mor pode ser essencial !"eus é amor$, atividade pessoal !o Pai ama o Filho[ na lin#ua#em técnica diY7se amor nocional$ e fruto do amor pessoal !o Espírito como Pessoa$7 EBiste, pois, em "eus o Espírito porque hK em "eus uma operação imanente volitiva e ao Espírito é comunicada a natureYa divina no seu aspecto de vontade e amorSA amamos o que conhecemosU assim o Espírito7mor procede do Pai e do conhecimento do Pai que é o Filho78erJo processão do Espírito não é uma #eração porque a vontade amante não produY um semelhante a si !como no conhecimento$, mas sim um impulso de identificação com o amado-
analo#ia psicolA#ica permite o uso de outras fArmulas além do “FilioqueU o Espírito procede do Pai no Filho e do Filho no Pai !--- in Filium--- in Patrem$, no sentido que um tem no outro o oJIeto do amor- ssim, emJora o Filho proceda sA do Pai, o Espírito estK presente, não como princípio, mas como complacZncia, a que o Pai encontra no Filho amado, no qual repousa !1omKs de quino, "e Potentia ;.,@,;.$7 través das atividades mentais do conhecimento e do amor, o ser conhecido e amado torna7se presente no suIeito que o conhece e ama- ) conhecido estK presente através de uma ima#em7 representação de si mesmo, enquanto que o amado torna7se presente produYindo no amante uma impressão e um impulso para que ele se diriIa ao amado em vista de uma identificação afetiva, considerando o Jem do outro como prAprio operação da inteli#Zncia termina no espírito, pois o verdadeiro e o falso estão na mente, enquanto que a operação da vontade termina no oJIeto amado, pois o amor procura o oJIeto em si, não a sua representação suJIetiva- Se conhecendo eu possuo o outro, amando sou possuído) homem que conhece e ama a si mesmo estK presente a si mesmo de trZs maneirasU por identidade de natureYa, por conhecimento !ima#em de si$ e por amor !querer e aceitar7se a si mesmo$- )s trZs modos de estar presente a si mesmo são os trZs modos de ser Pessoa em "eus- 0aturalmente, não se verificam em "eus as defasa#ens do ser humano !um é o que sou, outro é como me veIo, outro como me aceito$, pois "eus encontra a perfeição não em si, mas na comunhão trinitKria7 ) Espírito Santo é, assim, "eus impressionado pelo prAprio Jem, "eus impresso em si mesmo, "eus que se move dentro de si ou, ainda, o Pai que se move pelo Filhoho&o e$press"o do a&or &tuo o FspWrito recebeu )]rios no&esR a&or, ˆcaritasˆ, ˆdilectioˆ, ˆbonitasˆ, ˆdonu&ˆ, ˆ&unusˆ, ˆa&icitiaˆ, ˆunitasˆ, ˆ)inculu&ˆ, ˆco&&unioˆ !2ho 13,13, ˆne$usˆ, ˆa&ple$usˆ, ˆco&ple$usˆ, ˆco&ple$ioˆ, ˆcopulaˆ, ˆususˆ, ˆpa$ˆ, ˆfruitioˆ, ˆosculu&ˆ !feito de dois l]bios unidos, o Pai e o [il'o/ O%Oh 41, n-;5$-
7 ) Pai é Pai sA do Filho e o Filho é Filho sA do Pai, enquanto que o Espírito é dos doisU comum aos dois, não tem nome prAprio, pois tamJém o Pai e o Filho são espírito !cf- Go @,=@$ e são santos- o ser dito da /O Pessoa, todavia, o nome “Espírito adquire um matiY particular, indicando o princípio vital interior, o impulso dinmico prAprio da vontade !a equivalZncia entre espírito e imaterialidade vem da filosofia moderna, não do pensamento anti#o e nem da teolo#ia$-
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7 TK nomes que o Espírito Santo receJe por ser Ele a /O Pessoa, aquele que termina, que fecha o círculo trinitKrio, aquele no qual se es#ota e se cumpre a fecundidade trinitKriaU si#ilo, selo, testemunha, perfeição, santificação, consa#ração, #arantia, arras7 Podemos lemJrar aqui vKrias analo#ias patrísticas tiradas da natureYa, onde são claras as relações de proveniZnciaU P.i
Fi&
E+0=#i$
sol fonte raiY
raio rio ramo7planta
esplendor K#ua fruto
Jraço flor mel fo#o Joca do Pai
dedo odor doçura calor sopro da Joca
dão !vem sA de "eus$
Eva !vem de "eus e de dão sem ser sua filha$
"eus
7 Comunhão do Pai e do Filho e ltimo, aquele que fecha a 1rindade, o Espírito é tamJém o que aJre a 1rindade para fora dela, com o nico intuito de conduYir toda a criação para o seu fim ltimo, que é a comunhão trinitKria !Forte >7>>[ ;;=7;;@[ &in#emer ;.67;;.$ triJui7se, assim, ao Espírito tanto a consumação da histAria, como o seu início na humani7dadeU a criação, a encarnação, Pentecostes e a sua ação inicial no indivíduo, pela qual o Espírito é chamado #erme, primícia, #arantia, sinal, arras, semente- ssim como do amor procedem todas as atividades eBternas do homem, de forma anKlo#a são atriJuídas ao Espírito todas as oJras de "eus “ad eBtra- 1ermo final e unificante da eBpansão divina, Ele é tamJém o termo inicial, princípio da eBpansão e aJertura divina para fora[ essa eBpansão sA pode ter como finalidade o que o prAprio Espírito Santo éU a comunhão trinitKria7 ) tão deplorado “esquecimento do Espírito que se diY ter sido prAprio da '#reIa latina deve ser colocado nas suas devidas proporções- ) material teolA#ico acumulado e desenvolvido é variado, amplo e riquíssimoU sA não foi devidamente divul#ado e assimilado em todos os amJientes, ficando pouco presente na pastoral e nas estruturas da '#reIa- Para essa teolo#ia colaJorou não pouco a prApria eBperiZncia e os escritos de muitos santos e mestres espirituais- Se, porém, em certa medida pode7se diYer que a '#reIa esqueceu7se do Espírito, certamente se deve diYer que o Espírito Iamais se esqueceu da '#reIa, suscitando continuamente seus carismas e levando a '#reIa S-&SH('), Ofício das leituras , /O feira a responder com criatividade a novas situaçõesda 6O semana da PKscoa-
,I * (+%%OA +- D+U% !&off :;s- :57:6[ ;@67;5;[ Forte ;@>7;5=[ +atYin#er, Do'ma e anncio, ;667;>=$ ; 7 EBtensão do termoU ) conceito cristão de pessoa acaJou respondendo ao deseIo de inter7pretar de modo unitKrio aqueles que são os prota#onistas e a#entes da histAria da salvação em diKlo#o entre elesU o Pai, o Filho, o Espírito, o homem !terrestre e Jeato, qualquer ser humano em qualquer situação$, o 8erJo encarnado e #lorioso, o anIo e o demNnio- 1odos são pessoas, a saJer, suIeitos da histAria da salvação- ) pensamento moderno, entretanto, restrin#e o termo ao ser humano terrestre= 7 Compreensão do termoU GK vimos que o termo entrou no vocaJulKrio trinitKrio !pK#s- /6s$ indicando uma individualidade empiricamente distinta, concreta, sin#ularEspecialmente no )cidente o termo foi passando por um constante enriquecimento do seu contedo, mesmo apAs a seculariYação do conceito) latim lo#o aJsorveu as conotações do termo #re#o “hipAstase, que indica uma suJsis7tZncia prApria e incomunicKvel !uma pessoa não se torna outra, não deiBa de ser ela mesma$-
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&em cedo a teolo#ia incorporou a conotação Iurídica do termo latinoU pessoa como suIeito de direitos e deveres, por ser racional, responsKvel pelos seus atos-(i#ado a isso entraram as considerações sociaisU suIeito de relações e de atriJuições- "eus e homem são vistos assim como interlocutores, partes de um diKlo#o onde cada um tem as suas eBpressões e funções prAprias través de Santo #ostinho aprofundou7se de modo eBtraordinKrio o rico veio das considerações psicolA#icasU a pessoa como suIeito consciente e livre, centro de elaJoração suJIetiva da realidade oJIetiva[ dotada de capacidade de se desdoJrar na ima#em de si e no que faY de si, através do querer e do a#ir livre- pessoa é, assim, o ser que faY a si mesmo- São, pois, suas características a criatividade, a ori#inalidade, a irrepetiJilidade- pessoa tem capacidade de autotranscendZncia, pois possui e, até mesmo, se torna aqueles com quem se relaciona, assim como pode ser possuída por eles- 0aturalmente, em "eus esse ir além de si não indica carZncia, inferioridade e nem contínuo aperfeiçoamento, mas simplesmente a capacidade de doar7se, pela qual receJe o nome de mor/ 7 "efiniçãoU hK vKrias definições clKssicas de “pessoa, nas quais porém o desenvolvimento semntico fica escondido em proveito da eBatidão e do acume filosAfico“0aturae rationalis individua suJstantia !&oécio$“0aturae intelellectualis !spiritualis$ incommunicaJilis eBistentia !+icardo de São 8itor$“SuJsistens in rationali natura !1omKs de quino$- Cf- G-+1W'0*E+, Do'ma e anncio , ;:s@ 7 nalo#iaU a compreensão analA#ica é a nica possiJilidade e, ao mesmo tempo, a #rande dificuldade para usarmos o termo “pessoa tanto para a 1rindade quanto para o homem- Essa analo#ia constitui talveY o principal oJstKculo no diKlo#o com as reli#iões orientais e com parte da modernidade !por eB-U Fichte, Gaspers$, pois preferem conceJer "eus como suprapessoal ou transpessoal- Ficam lo#icamente aquém da visão cristã os que entendem o "eus pessoal sA em relação ao homem !um "eus unipessoal$ e não de modo trinitKrio)nde estK eBatamente a dificuldade Cada pessoa humana tem a sua prApria suJstncia individual, enquanto que as pessoas divinas não possuem cada uma a sua prApria suJstncia individual- Parece, assim, inevitKvel uma interpretação triteísta dessa lin#ua#em) que pensar pessoa é um ser suJsistente em uma natureYa racional- )ra, é preciso procurar em cada tipo de ser o que nele encontramos de suJsistente, distinto e individual- ) que é distinto em "eus são as relações de ori#em- Por isso, o que constitui a personalidade divina não é a suJstncia, como para nAs, mas a relação de ori#em- Como cada relação não suJsiste numa suJstncia prApria, diY7se que a Pessoa divina é uma relação suJsistente, tão somente “esse ad, uma relação que suJsiste por si, sem se apoiar numa suJstncia ou num ser sA seu5 7 "esenvolvimentoU entre os seres humanos, pai e filho são suIeitos !com nomes prAprios$ que estão em relaçãoU cada um possui suas características pessoais que não dependem da relaçãoEm "eus a relação é a nica fonte de distinção e, tudo o que no Pai não é paternidade, é simplesmente a idZntica realidade que no Filho não é a pura filiação? necessKrio purificar a nossa mente de todas as circunstncias concretas que acompanham as relações humanas, mas que não constituem a relação como tal- Em "eus, Pai si#nifica somente o ato de #erar, pelo fato de dar ori#em a um suIeito #erado- nica, idZntica e indivisa suJstncia divina encontra7se, assim, em trZs modos distintos de suJsistZncia, que são as trZs relações internas- ) do#ma trinitKrio não constitui um aJsurdo e nem uma contradição porque "eus, pelo fato de se constituir como ser aJsoluto, é um, mas por se constituir qual ser relativo é trZsPortanto, as relações não se acrescentam ] suJstncia, mas são a suJstncia toda considerada em relação a si mesma- "eus como aJsoluto é um, como relativo é trZs7
PrecisaçõesU o nome da ;O Pessoa não é *enitor !suIeito de ação$, *enerante !ação$, nem Paternidade !relação em aJstrato$, mas Pai !suIeito concreto em relação$0em toda e qualquer relação constitui uma pessoa em "eus, mas sA as de ori#em, que implicam alteridade e disparidade- São díspares !ou irreversíveis$ as relações de natureYa diferente em cada suIeito como, por eBemplo, as relações entre pai e filho- s relações de amiYade, por sua veY, são
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pares e reversíveis, porque são similares nos dois ami#os- s relações de alteridade !ou de contraposição$ são as que se eBcluem no mesmo suIeito !posso ser pai e mestre da mesma pessoa, mas não pai e filho$- Com Jase nisso formulou7se o tradicional aBioma, derivado de Sto nselmo e consa#rado no Concílio de Florença !"S ;//.[ FC .6=$U “Em "eus tudo é um, a não ser onde hK relação de oposição !'n divinis omnia sunt unum, uJi non oJviat relationis oppositio$ s relações são quatroU a que vai do Pai ao FilhoU paternidade[ a que vai do Filho ao PaiU filiação[ a que vai do Pai e do Filho ao EspíritoU espiração ativa[ a que vai do Espírito ao Pai e ao FilhoU espiração passiva espiração ativa não constitui uma pessoa porque não se opõe ] paternidade e filiação, pois se identifica com elas- São &oaventura chama a ativa simplesmente de espiração e a passiva de processão6 7 )JIeçõesR Nart' e Ma'ner, i&pressionados co& o periQo de interpreta*"o triteWsta !cf. aci&a, ite& 4, propusera& u& &odo de falar (ue XulQara& ser &ais e$atoR e& )e de Pessoa de)erDseDia dier &odos de subsistVncia ou &odos distintos de subsistVnciaT. Fsses teEloQos perdera& de )ista (ue a linQuaQe& teolEQica se liQa e$periVncia crist" e n"o a u&a for&ula*"o abstrata&ente e$ata da realidade de f#. Yra, os trVs di)inos fora& con'ecidos co&o suXeitos (ue se co&unica& e aQe& na 'istEriaR nEs n"o entra&os e& rela*"o co& &odos de subsistVncia, &as co& Pessoas e co&o Pessoas. Al#& disso, a e$press"o proposta te& u& forte sabor &odalista. [orte reprodu u&a dificuldade crWtica bastante repetida ![orte 14R co&o aplicar a &es&a pala)ra !Pessoa a trVs (ue s"o distintos de &odo irredutW)elZ & ter&o assi& Qen#rico n"o seria inade(uadoZ MespostaR Pessoa indica (ue o (ue os trVs tV& e& co&u& !u&a sE pala)ra # Xusta&ente o fato de se distinQuire& de &odo irredutW)el !donde trVs Pessoas, pelas rela*es opostas de oriQe&. Pessoa indica se&pre u&a realidade concreta, irrepetW)el e inef])el e& si &es&a, sE podendo ser identificada, con'ecida e e$pressa no confronto co& o seu relati)o. "evido ] menor clareYa em reconhecer o Espírito como pessoa, com respeito ao Pai e ao Filho, hK teAlo#os que Juscam outras eBpressõesU o Espírito é chamado então de “hXperpersona, “aquele que personaliYa, “o nAs do Pai e do Filho, o “clima entre o Pai e o Filho: 7 Pessoa e morU o Filho, por si sA, não é nadaU tudo receJe do Pai, sA do Pai- sua personalidade consiste em ser tudo o que o Pai é, mas de um modo prAprioU em estado de recepção e acolhida, não em estado de doação como o PaiSe “caridade , dita do Pai, si#nifica doação, dita do Filho si#nifica acolhida, deiBar7se amar- "ita do Espírito é a comunhão, a reciprocidade- ? como um mesmo presente, cuIa suJstncia não é alterada ao ser dado, receJido ou trocado identificação de “Pessoa divina como relação suJsistente alcança a definição JíJlica de "eus como mor- ) supremo mistério de "eus e, portanto, o fundamento da unidade de toda a realidade não é a suJstncia que suJsiste em si mesma, mas o amor que se comunica no que é distinto- ) mKBimo da incomunicaJilidade e o mKBimo da comunicação e comunhão não se contradiYem mas, pelo contrKrio, se sustentam mutuamente- Esse conceito de pessoa !divina e humana$ torna impossível no cristianismo tanto a mística da alteridade !se#undo a qual o homem nunca se comunica com "eus, mas sA com seus derivados$ como a mística da fusão !pela qual o homem se confunde com "eus e nele se perde$- distinção é na medida necessKria para a comunhão plena e re#rada por ela-
,II * A DI,INA :OINON1A "epois que se analisou a maneira como as Pessoas se constituem em sua distinção, podemos a#ora eBaminar a sua vida de um modo mais #loJal e não sA soJ o enfoque da ori#em; 7 spectosU podemos distin#uir seis ao tratar da comunhão divinaU 7 a inseparaJilidade das Pessoas7 a unidade do Princípio no Pai !monarquia do Pai$7 a unidade da natureYa ou consuJstancialidade !“unitas naturae$7 a união do Pai e do Filho na espiração do Espírito !“unitas amoris$7 a comunhão na atividade eBterna ou economia !siner#ia$7 a comunhão das Pessoas pela inaJitação mtuaU a PE+'CL+ESE !ori#em estAica
4 "1"C >@$? somente este ltimo aspecto que iremos a#ora aJordar= 7 EscrituraU vKrios trechos e temas confluem no que foi denominado pericAreseU
7 Goão ;,;-=-;:[ ,56[ :,;-;>-=>[ ;.,/.-/:[ ;/,/=[ ;@,>7;;-=.[ ;5,;.[ ;,/=[ ;6,;.s- =;7 =/-=[ ;Go ;,=[ ;Co =,;.7 o verJo ménein !permanecer$ com suas conotações de ape#o fiel e total, íntimo e profundo, de confidente familiaridade, de fidelidade #enerosa, atenta e disposta a qualquer sacrifício para manter a união, como manifesta a morte de Cristo7 o tema da liançaU a comunhão entre as Pessoas, comunicada ao homem através do dom do Espírito, estaJelece a nova liança- anti#a fArmulaU “Eu serei o vosso "eus e vAs sereis o meu povo, torna7seU “Eu em vAs e vAs em mim, como o Pai estK em mim e eu no Pai- Go ;@,=/U no discípulo, porque antes entre os 1rZs7 vKrios verJos e locuções, como ir e vir, sair e voltar, partir e entrar, entre#ar!se$, manifestar!se$, revelar, mostrar, ouvir, se#uir, conhecer, amar, doar!se$[ ser, viver, estar, permanecerU em, com, ao lado, para, por1odos esses teBtos são interpretados com Jase no princípio que as missões ou a relação entre nAs e Gesus manifesta e continua as relações trinitKrias/ 7 PadresU eles interpretam todos esses teBtos ensinando que cada Pessoa vive na outra sem Iamais se separarem- Falam de “in7eBistentia mtua ou “inaJitação !no sentido latino de haJitar em $, de inerZncia- Para essa doutrina, Goão "amasceno introduYiu um termo IK usado na cristolo#ia para indicar a união das natureYas na Pessoa do 8erJoU a pericórese- 1rata7se de um suJstantivo formado do verJo “perikhoréo, no sentido de rodear al#uém, faYer a corte, ou então precipitar7se soJre, invadir !um eBército que invade e ocupa uma re#ião não deiBando nenhum espaço livre$- ) termo foi traduYido de vKrias maneiras para o latim, distin#uindo7se dois aspectosU ativo !entrar em$ U circumincessio, circuitio, in#ressio, !circulação, circularidade$passivo !estar em$ U circuminsessio, immeatio, immansio@ 7 anKlise psicolA#ica das relações mtuas entre as Pessoas foi tamJém aplicada nos seus trZs aspectosU 7 comunhão intencionalU cada um conhece o outro como a si mesmo e é por Ele conhe7cidoU 9t ;;,=6[ Go ;.,;5[ ;6,=5- 9anifestação mtuaU Go 5,=.[ ;@,=.7=/7 comunhão afetivaU cada um ama os outros, nEles se deleita, com Eles se identifica, nEles tZm seu centro de #ravitaçãoU Go /,/5[ 5,=.[ ;@,/;[ ;5,>[ ;6,=@- mam amar7se, saJem isso e saJem que é mtuo7 comunhão efetivaU cada um vive no outro- Em "eus essa presença é física, é intercom7 penetração, não é sA proBimidade e convivZncia, como entre nAs[ ela é imediata e total, sem mediações !como seIamU palavras, #estos, ações$- 0ada soJra que não seIa invadido e doado, nada é deiBado de fora- “Permanecei em mim, como eu permaneço no PaiU Para nAs esse modo de presença é participado na eucaristia5 7 felicidade suprema da vida divina é essa comunhãoU o amor torna as Pessoas “eBtKticas !ou seIaU tZm o centro fora de si, são “esse ad, não “esse in$- felicidade no homem não é necessKria para "eus, mas é "eus quem eBprime sua felicidade no homem- Paulo 8' !Profissão de fé n->[ FC .5=>$ afirma que o Jem supremo do homem consiste em participar, pela #ratuidade do amor divino, da comunhão trinitKria- liJertação !em qualquer sentido da palavra$ estK suJordinada a essa finalidade e a ela deve conduYir- #lAria trinitKria é o aparecer da comunhão !o PaiU Ef ;,;6[ o FilhoU TJ ;,/[ o EspíritoU ;Pd @,;@$ 7 anKlise teolA#icaU ) movimento das processões não indica somente a ori#em de uma Pessoa da outra, mas tamJém sua volta e repouso na outra- ) movimento completo da vida trinitKria aJran#e, assim, trZs momentosU ori#em volta inaJitação processão tensão repouso SA o primeiro movimento distin#ue as Pessoas, porque os outros dois indicam que a ori#em é interior ] nica suJstncia divinaGo ;,;JU o 8erJo estava voltado para o Pai;,;:U o Filho--- que estK voltado para o seio do Pai;,=:U Saí do Pai e vim ao mundo[ deiBo o mundo e vou para o Pai-
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ação das Pessoas na histAria reproduY o tríplice movimento da vida trinitKria6 7 divina comunhão se apresenta como protAtipo, como o modelo ideal da sociedade humana, da '#reIa e de toda a comunidade humana e reli#iosa- Ela é o sentido e a missão da '#reIa, que é o sacramento da unidade do #Znero humano na unidade da 1rindade, pois a '#reIa é reunida pela unidade da 1rindade[ tal comunhão é o fundamento e o estímulo da caridade fraterna e do apostolado) homem foi criado ] ima#em e semelhança divina, como Jase e eBi#Zncia para che#ar a participar dessa comunhão, Iunto com toda a humanidade: 7 eBposição da comunhão divina é o melhor ponto de partida para a apresentação catequé7tica e pastoral do do#ma- ) mistério trinitKrio não é um teorema, um eni#ma ou uma formalidade, mas uma plenitude de vida- 0ão entendemos a 1rindade porque não conse#uimos ima#inar como é possível amar tanto e se doar até esse ponto- ) "eus7amor é nico e, ao mesmo tempo, trino, na medida em que isso é necessKrio para a perfeita comunhão de vida- Cf- verJete “Catequese no "1"C ;@;7;5 comunhão trinitKria constitui a forma concreta do monoteísmo cristão, da unidade e unicidade de "eus-
,III * A% A(RO(RIA9+% TRINIT4RIA% 7 s trZs Pessoas são uma nica e idZntica suJstncia- 0ão hK possiJilidade de especificação de atriJutos ou de operações, pois sA as relações de paternidade, filiação e espiração são distintasEm particular, toda a atividade eBterna das Pessoas é aJsolutamente comum ]s 1rZs- "eus opera fora de si como um nico princípio de ação- 1rata7se de uma verdade de fé, definida nos Concílios de (atrão '8 !"S :..FC ..$ e de Florença !"S ;//;FC .6/$, anteriormente ensinado em @> no Sínodo de (atrão !"S 5.;FC @.@5$ e no ' de 1oledo !"S 5/;FC .5;s$- s processões imanentes são eBclusivas de cada Pessoa, enquanto que as processões transeuntes ou eBternas são todas comuns ]s 1rZs Pessoas- “ )mnia opera "ei ad eBtra sunt indivisa, toti 1rinitati communias oJras ad eBtra` tZm por finalidade nos faYer participar ad intra` da vida de "eus1odavia, a Escritura, a (itur#ia e os SímJolos falam das Pessoas conferindo a cada uma diferentes atriJutos ou operações eBternas- Como interpretar essa lin#ua#em ue sentido dar a essas eBpressões 0ão facilitam elas um triteísmo larvado ou um suJordinacionismo ariano 7 "uas soluções eBtremas !inaceitKveis, quando constantes e eBcludentes$U 7 tudo é comum na 1rindade !eBceto a propriedade pessoal$- s atriJuições particulares são um modo de falar, puras metKforas, afirmações simplesmente indicativas e convencionais- Se di#o “o Espírito santifica, estou sempre suJentendendo um “tamJém- 1al sentença JanaliYa a lin#ua#em tradicional e não respeita o realismo da comunicação da 1rindade ao homem, distanciando7a de sua vida7 tudo é prAprio e praticamente eBclusivo de cada Pessoa- ssim, quando di#o “o Espírito santifica ou “o Espírito inaJita o cristão , entendo que sA Ele inaJita- Se as demais Pessoas inaJitam, serK “depois, dependentemente, por outro título, impropriamente, sA por causa da nica natureYa, etc1al opinião não leva a sério a unicidade e a consuJstancialidade de "eus7 Solução clKssicaU a doutrina da apropriação !“commune trahere ad proprium$7 propriar quer diYer usar um termo comum com se fosse prAprio- EBiste sempre uma raYão para isso, que #eralmente é a eBcelZncia de uma certa realiYação, a sua qualidade superior !antonomKsia$, ou uma atenção especial que se quer dedicar ] realidade em causa- ) Santo Padre é o Papa, emJora não sA ele seIa santo e padre !por eBemploU numa )rdem reli#iosa é o fundador$- 1al procedimento lA#ico pode ser aplicado ] 1rindade, contanto que se ache outro fundamento, pois uma Pessoa divina não é mais eBcelente ou mais “realiYada do que a outra7 +econhece7se, pois, que sA as propriedades pessoais distin#uem as Pessoas e são prAprias- )s nomes essenciais, os atriJutos, as perfeições, as atividades, as funções, as oJras, as relações com as criaturas, tanto na ordem da natureYa como na ordem da #raça, são comuns ] 1rindade, não são eBclusivas e nem mais prAprias de uma sA ou de duas Pessoas- 9as tudo o que é comum pode ser atriJuído a uma Pessoa, isto é, apropriado, por causa de uma certa afinidade ou semelhança com a característica prApria daquela Pessoa-
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7 1al semelhança chama7se fundamento oJIetivo- Se todas as 1rZs eBistem e a#em sempre em comum, sem especificação de atriJuições, cada uma a#e se#undo o seu modo de ser na 1rindade- Em tudo o que são e faYem, as Pessoas são distintas se#undo o mesmo tipo de distinção que simplesmente as constituem distintas na 1rindade- 1udo o que se diY de "eus é ao mesmo tempo uno e trino[ nada em "eus fica sem ser atin#ido por essa 1rindade- essZncia de "eus não eBiste nem antes nem independentemente das Pessoas, mas sA no modo concreto com o qual cada Pessoa é "eus- Se os atriJutos são comuns, eles são comunicados de uma Pessoa ] outra se#undo uma ordem precisa, assumindo um modo especial em cada uma, modo de ser , não somente de se apresentar)ra, a maneira como haJitualmente entendemos um atriJuto !o que pode em parte variar se#undo tempos, culturas e mentalidades$ pode apresentar uma maior afinidade com o modo como se encontra numa certa Pessoa divina- ? necessKrio, porém, que a afirmação seIa fleBível, de modo que possa ser aplicada ]s outras Pessoas, emJora adaptada ] propriedade de cada uma delas !Por eB-U =Co ;/,;/$7 1oda a nossa dificuldade consiste em ter que conceJer simultaneamente o aJsoluto e o relativo, em ter que pensar o relativo sem referi7lo a uma suJstncia prApria- s propriedades das Pessoas divinas nos fo#em quase que por completoU nAs corri#imos essa imperfeição recorrendo aos atriJutos e atividades, dos quais saJemos mais- ) que é mais distinto em nAs !a suJstncia$ é nico em "eus[ o que é menos distinto em nAs !a relação$ é o nico distinto em "eus- "eus, ao se diri#ir ao homem através da palavra revelada, não podia senão falar através de apropriaçõesCaso especial é o encarnar7se, prAprio sA do 8erJo, e a #raça das missões !cf- adiante$ como autocomunciação de "eus para o homem que é ima#em da 1rindade7 0em todas as apropriações possíveis entraram no uso corrente- ) uso freqjente e eBclusivo pode dar um sentido praticamente prAprio a um termo ori#inariamente apropriado !assim Espírito dito da /O Pessoa$- 1ermos com si#nificação mais ampla e mais ricos de conotações se prestam a uma apropriação mais variada e menos constante !por eBemploU o amor$- nossa mente deverK ser Jastante dtil para saJer dar ao mesmo termo o sentido mais apropriado ] Pessoa de quem se fala l#uns eBemplos de apropriações !"1"C 6@ss$U eternidade unidade unidade poder criação "eus JeleYa7forma i#ualdade verdade saJedoria redenção Senhor fruição harmonia Jondade amor santificação Espírito causa eficiente decisão início memAria esperança causa eBemplar eBecução passa#em conhecimento fé causa final consumação conclusão amor caridade 2ma mesma apropriação pode ser usada para uma Pessoa num sentido e para outra noutro- ) poder, dito do Pai, indica autoridade, dito do Espírito indica eficiZncia- Cf- pK#- 56 n : como entender a apropriação do amor-
I; * A% DI,INA% -I%%9+% 7 palavra “missão “ vem do latim “mittere7missio ! enviar$ de uso freqjente na 8ul#ata para traduYir tanto o #re#o “pémpein como “apostéllein- ) termo indica o fato que as Pessoas foram enviadas para realiYar uma oJra, a economia da salvação, e não simplesmente essa oJra7tarefa em si mesma- palavra foi adotada pela teolo#ia como eBpressão #eneralíssima para sintetiYar e unificar toda a atividade divina em relação ao homem- ? a noção que li#a a 1rindade imanente ] 1rindade econNmica lém de remeter a uma leitura inte#ral do 0ovo 1estamento, podemos indicar al#uns teBtosU Cristo enviado U
*l @,@[ +m :,/[ Go 5,=/ s-/7/:[ ,/:s-@@[ 6,=:s-//[ :,;-=>[ ;;,@=[ ;@,=@[;6,/-:-=;-=/-=5[ ;Go @,>-;@ Espírito enviadoU t =,//[ *l @,[ Go ;@,=[ ;5,=[ ;,6[ (c =@,@>Enviar corresponde a doar, entre#arU a respeito do FilhoU Go /,;s[ do EspíritoU ;@,;[ +m 5,5uem é enviado e dado, se doa, vem, desce, faY7se presente, sai, procede7 missão pode ser definida com Jase nas processões e na comunhão- TK trZs ou quatro maneiras diferentes de se definir a missãoU 7 a continuação livre da processão imanente que constitui a 1rindade[
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7 o prolon#amento temporal da processão eterna[ 7 a mesma processão eterna, pelo fato que a ela se acrescenta um termo humano e tem7poral- manifestação no tempo da processão eterna1rata7se pois de iniciativas livres dentro de um desí#nio amoroso- Para a Pessoa enviada a ori#em divina é a nica fonte, tanto da sua propriedade pessoal, como de sua presença no tempo- quilo que, olhando desde JaiBo, com Jase nas nossas eBperiZncias e conceitos, chama7se #raça, sacramentos, virtudes, litur#ia, '#reIa, revelação, etc, considerado desde cima, a partir da realidade divina, é um modo particular da Pessoa divina manifestar a sua ori#em, é uma missão divina ssim, o Filho não nasce duas veYes, do Pai e em &elém, mas sua nica #eração eterna passa a ter tamJém uma manifestação temporal e histArica7 ) Pai não é enviado porque não se ori#ina de nin#uém- TK somente duas missões porque hK somente duas Pessoas ori#inadas- Cada uma dessas duas missões aJran#e #rande multiplicidade de momentos e de manifestações, a cada uma das quais dK7se tamJém, mas não sempre, o nome de missão- Cada Pessoa é enviada por aquele de quem procede- )s enviados são, portanto, doisU o Filho e o Espírito, os dois ParKclitos7 Sendo "eus #Kpe, podemos reconhecer nas missões como um todo cinco oJIetivos ou contedosU a Pessoa é enviada paraU - manifestar e revelar a vida divina (Jo 14,21; 17,3); ser enviado é dar-se a conhecer na própria origem !mitti est cognosci" (# ser enviado é ser conhecido pela origem $anto %gostinho); - com&nicar-se e doar-se, com&nicando e doando tam'ém o mandante (Jo 14,23); a essoa &e é enviada, doada e entreg&e, vem, é acolhida, poss&*da, fr&*da (cf+ Jo 3,1; 1,17; 1.,/; 17,23); - ina'itar o homem seg&ndo &ma presen0a ativa nova (Jo 14,23); a misso é, pois, sempre da ordem da gra0a so'renat&ral; - ass&mir o homem na vida divina, no movimento de volta das essoas, de modo &e o homem viva nelas e elas nele (Jo 14,3; 1Jo 1,3)+ homem retorna ao ai pelo ilho no sp*rito+ - com t&do isso, transformar a pessoa em imagem mais semelhante ao 5e&s 6rindade, diviniada (Jo 17,22; 1Jo 3,2; 8m 9,2/; 2:o 3,19; l 3,21; :l 3,4)+
0a missão são dadas as Pessoas e não são conferidos simplesmente dons ou efeitos criados- "aí que parece ser insuficiente a lin#ua#em das apropriações- Se#undo a teolo#ia clKssica, as 1rZs a#em sempre em comum mas, quando se trata de missões, tornam o homem capaY de ir se diri#indo a cada Pessoa divina de maneira diferenciada, personaliYada7 s missões podem ser visíveis, eBteriores, histAricas ou invisíveis, interiores !mas não sem efeitos visíveisg$, se#undo o modo de manifestação- São visíveis a Encarnação e Pentecostes, !nos mila#res e carismas até hoIe $[ invisível é a vida da #raça, a inaJitação trinitKria, todo o ato soJrenatural- 9issão invisível do FilhoU *l =,=.[ Ef /,;67 s missões divinas suscitam no homem uma série de atos cuIo oJIeto é Gesus, a palavra, o amorU procurar, encontrar, deter7se Iunto de, se#uir !Go ;,/57/>$, permanecer na palavra !:,/;$, em "eus !;Go @,;$, vir !,/@[ ;,/>$, ir !5,@.$, acolher !5,@/$, escutar, aprender !,@5$, ver !;,/>[ ;=,@5[ ;@,6->$, crer, conhecer !;.,/:$, compreender !;@,=.$- Cada missão do Espírito corresponde no homem a uma visita, um toque, um perfume--- se#undo uma analo#ia com os sentidosU ver, ouvir, sentir, cheirar, tocar !;Go ;,;7/$7 uantas são as missões invisíveis do Espírito TK missão quandoU 7 os atos virtuosos assinalam um pro#resso intensivo na #raça e nas virtudes teolo#ais[ 7 hK manifestações novas eBtensivas da #raça, como o martírio, os carismas, a vida místicaCada uma dessas manifestações si#nifica um envio do Espírito7 ) Pai envia o Filho e o Espírito ] '#reIa, o Filho e o Espírito enviam a '#reIa ao mundoU assim a missão da '#reIa continua as missões divinas !(* /7@[ ;/[ ;6[ * =[ SC $ qui falamos sA da missão em #eral- ? tarefa de toda a teolo#ia analisar as formas concretas da missão das Pessoas7 ) oJIetivo específico da missão do Espírito é inclinar o coração do homem para a vontade do Pai, faYendo com que ele a ame e a cumpra livremente, como o seu maior Jem, que a aJrace e a assimile de modo a encontrar nela sua felicidade- ) Espírito conduY o homem ] meta da comunhão
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com o Pai através da assimilação ao Filho7'ma#em7Palavra7SaJedoria, operando no coração a PKscoa do 8erJo encarnado- !Cf- pK#s- =67=>$Filho78erJo7'ma#em 'manentes
procedem7voltam7repousam Espírito7"om7mor
7 Processões 1ranseuntes
;O criação =O criação
U Saída < “EBitus U 8olta < “+editus 9'SSQES
; * O (RO.+%%O ANAL3GI.O DO .ON<+.I-+NTO + DA LINGUAG+- T+OL3GI.A !Forte ;=7;6[ cf- apostila de teolo#ia fundamental$ 7 ) "eus transcendente falou de si para comunicar7se aos homens, usando lin#ua#em humana, dentro de determinada cultura- ) homem, por sua veY, fala a "eus, fala de "eus, representa7o de muitas formas- 9as, qual é o alcance e o valor oJIetivo dessas nossas afirmações soJre "eus, soJre as realidades divinas té onde vai a correspondZncia entre realidade, termos e idéias Estamos falando de "eus ou de nossas representações soJre o divino Pensamos "eus ou proIetamos realidades humanas em "eus Como pode o "eus transcendente se comunicar com o homem terreno ue valor tZm atualmente comunica7ções divinas feitas em outras culturas 0o que se se#ue tomamos em consideração somente a lin#ua#em conceitual e não a simJAlica7 resposta para estas questões estK no reconhecimento e na valoriYação do processo analA#ico do conhecimento- 1rata7se de um conhecimento e de uma lin#ua#em Jaseados na percepção das semelhanças !analo#ia$ que hK entre seres essencialmente diferentes- 1eolo#icamente, o fundamento estK na constituição do homem qual ima#em e semelhança de "eus e na realidade da #raça, qual autocomunicação pessoal de "eus- Conhecemos o que nos é semelhante, na medida da semelhançaU ora, "eus feY o homem ] sua ima#em e se feY semelhante a ele na encarnação7 Supondo7se a revelação e o conhecimento da revelação, eis o que podemos afirmar a respeito de "eusU ;$ Podemos ne#ar as imperfeições prAprias das criaturasU "eus não é infeliY, não é pecador, não é mau, e assim por diante=$ Podemos afirmar qualidades que sA se encontram em "eus e nunca faYem parte do nosso mundo de eBperiZnciaU é assim que diYemos que "eus é, por eBemplo, eterno, infinito, imenso, imutKvel- 0a verdade, nunca iremos nos dar conta do contedo dessas afirmações, pois tudo o que conhecemos é temporal, limitado e finito[ sA afirmamos por oposição ao que conhecemos e, por isso, tais conceitos são conceitos ne#ativos- 0unca poderemos ter al#um contato com a eternidade como tal, por isso o que conceJemos a respeito dela é sA por oposição ao tempo, do qual temos eBperiZncia e que podemos conceJer em si mesmo/$ Podemos atriJuir a "eus, de um modo confuso, oJscuro, impreciso e inadequado, tudo aquilo que encontramos de Jom neste mundo, sempre nos lemJrando que em "eus tudo é melhor e perfeito, sem que possamos esclarecer com precisão como a qualidade em questão se encontra em "eus concretamente9ais tecnicamenteU "eus possui virtualmente todas as perfeições mistas das criaturasPerfeições mistas são qualidades muito li#adas a um tipo concreto de ser, contendo, portanto, limitações e correspondendo a conceitos fechados[ daí ser sempre possível pensar7se al#o de melhor na mesma ordem- ssim o ser corpAreo, racional, etc"eus possui tais perfeições ou qualidades virtualmente, a saJerU Como Criador é causaU al#o deve haver nEle de parecido com a criatura, mas não temos condições de determinar o que é-
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"eus se comporta como se tivesse aquela qualidade mas, na realidade, tem outra- "eus vZ, enBer#a e por isso falamos dos olhos de "eus[ mas o que faYemos com o olho, "eus faY ainda melhor sem ter olhos, de um modo que nos permanece desconhecido@$ Podemos conceJer as qualidades divinas de modo positivo, porém imprAprio, quando se trata de atriJuir7lhe as perfeições simples ou puras das criaturas- Perfeições simples são conceitos aJertos, aJstratos, aJran#entes, sem limitações, que não tZm outros superiores na sua ordem e que, portanto, não representam realidades perfectíveis como tais[ sirvam como eBemplo o amor, a liJerdade, a JeleYa, a inteli#ZnciaPor positivo e imprAprio entende7se o que representa uma qualidade em si mesma, não sA por oposição, mas tamJém não no modo concreto em que ela se encontra em "eus- ssim, falamos que "eus é PaiU a “formalidade pai é a mesma em "eus e na criatura, mas "eus é Pai num #rau superior e, soJretudo, no modo como pode ser Pai quem é eterno, infinito, imenso, ser trinitKrio, etc) modo prAprio das perfeições divinas sA pode ser pensado de modo ne#ativo !ou seIa, não é como em nAs$ e relativo !proporcional ao que é divino$- "ado que formulamos conceitos positivos, diYemos que "eus é co#noscível[ mas como tais conceitos são imprAprios, diYemos que "eus é incompreensível e inefKvel5$ Gamais conse#uimos pensar em "eus, mesmo revelado, através de conceitos positivos prAprios, a saJer, aqueles que representam as qualidades divinas no seu modo concreto de ser7 ) a#nosticismo não admite o ponto @ acima, i#norando a analo#ia- !"iYer que "eus se arrepende, que é Jom ou ruim, dK na mesma$7 ) antropomorfismo presume conse#uir conceitos prAprios a respeito de "eus !não reconhece a impossiJilidade do item 5$- ssim, as perfeições divinas são conceJidas sem transcendZnciaU Jondade perfeita, mas no modo humano--7 1oda a afirmação a respeito de "eus supõe trZs passos sucessivosU 8ia affirmationis seu causalitatisU "eus é Jom8ia ne#ationis seu remotionisU não do Ieito humano8ia eminentiae seu eBcellentiaeU "eus é Jom no mais alto #rau possível, no modo proporcional ao seu ser infinito, eterno, santo, e assim por diantePara conhecer Jem uma qualidade deveríamos conhecer todasg ) processo indicado não é de mera formulação de frases, mas o resultado de lon#a vivZncia e meditação de cada passo7 uadro esquemKticoU ualidades imperfeições perfeições ne#ativas perfeições mistas perfeições simples
criaturas
"eus
sim
não !ou por metKfora$ metafAricas prAprias sA dEle prAprias virtuais formalmente em amJos modo imperfeito modo perfeito
7 respeito de "eus o que não conhecemos é Jem mais, e o pouco que conhecemos é mal conhecido !mesmo apAs a revelaçãog$- dmitir a prApria i#norncia, dar7se conta dela apAs todo o esforço para conhecer melhor a "eus, é o sumo conhecimento !docta i#norantia$“Pois entre o Criador e a criatura não se pode oJservar tamanha semelhança que não se deva oJservar diferença maior ainda !Concílio (atrão '8U "S :.[ FC .5$7 EBistem, a respeito, duas tendZncias teolA#icas !se eBcludentes tornam7se errNneasg$U teolo#ia apofKtica ou apofatismoU quer salvar a transcendZncia de "eus, acentuando o carKter ne#ativo e eBtremamente precKrio do nosso conhecimento- Presente no Iudaísmo, nos ortodoBos e protestantes, na cultura e na filosofia moderna, no esoterismoteolo#ia catafKtica, mais confiante na afirmação do conhecimento de "eus e de sua comunicaçãoPresente, emJora de formas diferentes, nos anti#os, na teolo#ia catAlica, nas reli#iões naturalistas-
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7 doutrina eBposta tem como fundamentos teAricosU 7 os princípios de participação e causalidade7 o início empírico de todo o conhecimento espiritual7 a definição do homem como ima#em de "eus7 o realismo da comunicação da #raça7 a necessidade de se evitar os inconvenientes do a#nosticismo e do antropomorfismo-
;I * O% ATRIBUTO% D+ D+U% o estudarmos o mistério trinitKrio respondemos ] per#unta soJre quem é "eus, soJre sua personalidade- 9as permanece a questão soJre o que "eus é, soJre como Ele é, soJre sua caracteriYação e sua descrição+espondeu7se através do aprofundamento dos nomes divinos !aheh$, de sua essZncia ou natureYa !escolhendo um dos atriJutos como o mais eBpressivoU eterno, onipotente, infinito---$, ou, ainda, tomando uma nica eBpressão considerada mais aJran#ente !"eus transcendente, o totalmente )utro, o Jsoluto, Ser suJsistente, to Puro, 9otor imAvel---$- 2ma terceira aJorda#em aprofunda analiticamente, um por um, todos os atriJutos aplicKveis a "eusEsta parte não tem receJido as devidas atenções na teolo#ia contempornea- teolo#ia clKssica é Iul#ada eBcessivamente presa ] metafísica escolKstica, aJstrata e racionalista, prApria da cultura #re#a helenista- Procura7se valoriYar mais a eBperiZncia e a lin#ua#em JíJlica de "eus, sua interpretação em outros conteBtos culturais assim como, na atualidade, especialmente no mundo dos poJres- Fala7se mais de comportamentos e atitudes divinas do que de atriJutos- 1odavia, as recentes considerações JíJlicas, pastorais e trinitKrias não deram lu#ar ainda a uma apresentação sistemKtica nova- 0ão se põe em dvida !em #eralg$ o valor e a verdade das formulações da teolo#ia clKssica, mas tão somente sua correspondZncia a toda a renovação da teolo#ia e ] realidade do mundo contemporneo8amos percorrer sumariamente os dados mais importantes, nunca nos esquecendo que se trata de atriJutos de um "eus tripessoal que, em tudo o que é, é 1rindade[ os atriJutos são sempre relativos, sA eBistem no modo particular e prAprio como cada Pessoa divina é "eus s declarações do#mKticas encontram7se no Concílio de (atrão '8 !"S :..FC ..$ e no 8aticano ' !"S /..;FC /.;>$PE+FE'34)- Ela é não sA ética, mas entitativa, sendo que "eus é reconhecido como fonte de todos os Jens e meta de todos os deseIos- Sl ;@5,/[ ;@6,5[ 9t 5,@:[ (c ;:,;>[ t ;6,=5[ +m ;;, //7/[ 1# ;,;6[ Go ;@,:'0F'0'""E ou '0F'0'12"E- Para muitos modernos trata7se de um verdadeiro nome de "eus- ? preciso superar o sentido espacial !eBtensão e nmero$ e não tomar infinidade como sinNnimo de indefinido, pois se trata de ne#ar todo o limite prAprio da criatura contin#ente- "eus infinito é ines#otKvel, ineBaurível, inatin#ível- D questão de como podem coeBistir o infinito com o finito, o pensamento cristão responde recorrendo ao princípio de participaçãoU se "eus é tudo, pode haver al#o que não é "eus somente como participação de sua perfeição- 1anto mais que "eus é perfeição como amor, como doação de si- filosofia #re#a considerou tal característica !Kpeiron`$ como imperfeiçãoS'9P('C'""E- "eus não é uma unidade formada de partes ou de princípios constitutivos, de #enérico e concreto, de possiJilidade e atividade- Em "eus não hK nada de material ou corpAreo- ) cristianismo sempre reIeitou qualquer forma de dualismo no ser divino- GK vimos como essa
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característica foi importante na '#reIa dos Padres no comJate ]s heresias trinitKrias, que entendiam o mistério recorrendo a noções coletivas ou aJstratasEm "eus as perfeições não são distintas umas das outras !assim, por eBemplo, "eus é Iusto porque misericordioso$, emJora os nossos conceitos dessas perfeições seIam distintos entre eles !seria como se víssemos no espectro as vKrias cores mas nunca o Jrancog$'921&'('""E- escritura fala com freqjZncia da fidelidade divina, que é a imutaJilidade da sua vontade- qui estendemos a visão ao ser de "eus !Sl ;.=, =6s$- 0ão se trata de imoJilidade ou de inércia, mas de imutaJilidade num ser que não pode deiBar de ser vitalidade infinita- 'ma#em JíJlica são as montanhasU 's @.,;=[ Sl >.,=[ ;=5,;sE1E+0'""E- 0ão se trata de duração sem fim, mas de ausZncia de sucessão- 0ão é mero domínio soJre o tempo, mas posse simultnea de todo o prAprio ser !'s @;,@[ @.,=:[ Sl >.,=[ ;>=,=7 =:[ "t /=,@.[ 1J ;/,-;=[ = Pd /,:[ p ;.,$'9E0S'""E- )0'P+ESE03- 0e#a7se em "eus a eBtensão do espaço, pois Ele é trans7cendente mas, ao mesmo tempo, estK no espaço de modo repletivoU Ele enche o espaço sem que este o limite ou incida soJre Ele- 1ema caro ] &íJliaU ; +s :,=6[ GA ;;,67>[ Sl /,76[ >5,@75[ ;/5,[ ;/>,67;.[ SJ ;,6[ Gr =/,=/s[ &r /,=@s[ t ;6,=@7=:-- 1radição reconheceu trZs modos de presença de "eus na criaturaU suJstancial ou física, dinmica ou operativa !"eus estK onde a#e$, intencional !presença por conhecimento e amor$, sem falar da presença por #raça ou comunicação pessoal- "eus é, pois, imanente e não sA transcendente- ntes estão as criaturas em "eus, do que "eus nelas)s atriJutos vistos até a#ora !eBceto o da perfeição$ são ditos ne#ativos !conhecemo7los por ne#ação de características das criaturas, não por eles mesmos$, incomunicKveis e entitativos8eIamos os positivos, comunicKveis e operativos8'"- Para a concepção JíJlica cf- pK#s- ;;s- Filosoficamente o atriJuto conota a interioridade, a espontaneidade, a autonomia de atividades prAprias- "eus é causa eficiente, eBemplar e final de tudo o que cria- ) aspecto supremo da vida, qual princípio individual e interno de desenvolvimento, são as atividades da consciZncia e da liJerdade, como se#ue'01E('*0C'[ )0'SC'0C'- ;Sm =,/[ =+s 5,=5s[ Gr ;;,=.[ m @,;/[ Sl >@,;;[ ;/>[ Cl =,/[ ;Go /,=.- São temas JíJlicos anKlo#osU SaJedoria, (uY, Espírito, ProvidZncia- ) conhecimento divino é atividade suJstancial, intuitiva, imediata, simples, compreensiva e completa, aJran#endo a si mesmo, a todo o real, ao possível, o futuro necessKrio, o livre, o futuro condicionado !futuríveis$- "eus conhece as criaturas nEle mesmo, não em dependZncia de informações que receJe delas- compreensão deste ltimo princípio, especialmente em relação ]s ações livres do homem, foi motivo de lon#as disputas entre tomistas e molinistas8)01"E- "eus ama infinitamente a si mesmo e tudo o mais por participar de sua Jondade- ma querendo e faYendo o Jem desinteressadamente- maior perfeição ou qualidade das criaturas é efeito e demonstração do seu amor, não causa dele !nAs amamos porque encontramos qualidades, "eus ama ao dar as qualidades$- 1udo eBiste e acontece por vontade de "eus, mas é preciso inda#ar como "eus quer cada coisa que quer, quais os modos de sua vontade, por inspiração direta ou através das criaturas eVou da '#reIa- "istin#ue7se a vontade em si mesma !o JeneplKcito, o a#rado, o que é conforme ao seu ser, “voluntas Jeneplaciti-$ e a manifestação da vontade !“voluntas si#ni$ que pode acontecer de vKrias maneirasU ordem, proiJição, conselho, ação, permissão, promessa- 0este assunto temos que tomar particular cuidado para não nos deiBarmos levar por antropomorfismosProJlema particularmente Krduo é a compreensão da relação em "eus entre ('&E+""E e necessidade, pois "eus quer a si mesmo necessariamente e tudo o mais livremente- 9as nAs tamJém procuramos a felicidade necessariamente e não nos sentimos coa#idos por causa disso)s sentimentos que atriJuímos a "eus são as vKrias colorações de sua vontade amorosa de JemU #Kudio, deseIo, complacZncia, “cimes , dor---
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(i#ados ] vontade reconhecemos vKrios outros atriJutos de "eusU S01'""EU G2S1'3U &)0""EU F'"E('""EU
é o amor sA do Jem[ a harmonia entre vontade e ser[ a eBclusão de complacZncia no mal"eus reconhece e recompensa o Jem e o mal como tais[ trata tudo e todos se#undo o ser e a realidade de cada umJeni#nidade, clemZncia, lon#animidade, indul#Zncia, paciZncia, condescen7dZncia, JenevolZncia, amaJilidade, misericArdia !entendida sempre como um comportamento ativo, não como mero sentimento$veracidade, lealdade, retidão, sinceridade, tenacidade, constnciaU "eus não en#ana nem se en#ana, mantém propAsitos e promessas, não manipula nem instrumentaliYa a verdade, não propõe erros em vista de utilidade prKtica, não eBi#e fé sem necessidade ou sA para provar a virtude do homem, não esconde a realidade-
)0'P)10C'- ? a possiJilidade e a capacidade de realiYar fora de si tudo o que não é contraditArio e aJsurdo- Sua capacidade é ines#otKvel, sempre podendo realiYar coisas diferentes e novas- 1udo o que eBiste é demonstração dessa onipotZncia- "eus não pode faYer o que estK em contradição com o seu ser !não pode faYer o mal, não pode contradiYer o que IK feY ou prometeu$Contrariamente ao que ensinaram os nominalistas, "eus não a#e caprichosamente, arJitrariamente, pois sua onipotZncia se#ue a inteli#Zncia, a compreensão, e é fundamentada em motivos- s coisas não são como são sA porque "eus quis discricionariamente assim, mas porque Ele teve motivos para querer e um plano coerente de ação- Este é o fundamento da teolo#ia especulativa, pois, de outra feita, sA poderia haver teolo#ia positivaSoJre a onipotZncia cf- por eB-U "t /=,;/[ m @,;/[ 's 5:,;@[ 9q ;,/7[ Sl ;:,:7;-/@[ GA >,:9anual clKssicoU &- &+1900, 1eolo#ia "o#mKtica ', EP ;>@, pK#s-;5>7=56%%%
C)9P(E9E01)SU "eus na literaturaU "1"C 5.:75=."eus na icono#rafia U "1"C @;@7@;:"eus na (itur#iaU "1"C 5=.75/.-
S U P L E M E N T O (hf. es(ue&a p.2 PROMESSAS DO ESPÍRITO SANTO NO EANGEL!O DE JOÃO Por cinco )ees, durante a lti&a ceia !Jo 13D1, o e)anQelista Jo"o refere pro&essas relati)as )inda e &iss"o do FspWrito Santo Xunto aos discWpulos. Y cli&a Qeral do discurso re)ela u& lti&o colE(uio, u& discurso de despedida, no (ual Jesus dei$a a sua 'eran*a, o seu leQado, o seu testa&ento aos discWpulos, tudo o (ue ele recebeu do Pai e (ue ele &ultiplicou ao lonQo de sua &iss"o terrestre !cf. Ut 25,14D3. +a 'ora da despedida Jesus pro&ete dei$ar o FspWrito Xunto co& o &anda&ento do a&orR assi& Fle continuar] presente, n"o dei$ando seus discWpulos na orfandade. honfiaD os uns aos outros e confiaDos ao FspWrito. ‰uanto 'istoricidade dos ditos, bastaDnos ad&itir u&a autenticidade do sentido do (ue Jesus fe e ensinou durante a sua )ida terrena na carne, lu do (ue Fle realia na co&unidade co&o ressuscitado Qlorioso no FspWrito. +essas cinco pro&essas pode&os identificar os seQuintes ele&entosR 1 A identidade do FspWritoR D os no&esR o FspWrito o Santo !2Š, FspWrito da )erdade !1Š, 3Š, 5Š pro&essa, Par]clito !1Š G 4Š pro&essa/ na 5Š ^Fle_ e(ui)ale a Par]clito pela leitura sinEtica. D as e$pressesR outro Par]clito !1Š, ele )e& !5Š/ a concord‡ncia Qra&atical no &asculino, apesar do neutro ^pneu&a_.
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2 As rela*es entre as Pessoas di)inasR D o FspWrito e os outros doisR Jesus roQa e o Pai d] o FspWrito !1Š Y Pai en)ia e& no&e de Jesus !2Š Jesus en)ia de Xunto do Pai !3Š Y FspWrito procede do Pai !3Š Jesus en)ia !4Š Y FspWrito )e& !5ŠR o aspecto da rela*"o # a(ui ausente. D o Pai e JesusR %udo o (ue o Pai te& # de Jesus !5Š. D Jesus e o FspWrito !5ŠR Y FspWrito recebe !to&a de Jesus Y FspWrito ou)e de Jesus Y FspWrito fala o (ue ou)iu Y FspWrito Qlorifica Jesus. 3 As rela*es do FspWrito co& os discWpulosR Fstas aparece& atra)#s do uso das preposi*es !^en_, ^&et']_, ^par]_ 1Š for&as )erbais distinQuindo as trVs fasesR passado, presente e futuroR tudo o (ue Jesus era e faia, o FspWrito far], &as seQundo o seu &odo !efica e interior ad)#rbiosR aQora, e& se&el'an*a, aberta&ente. A &iss"o do FspWrito # Presen*a efica e interiorR estar co&, per&anecer !1Š ho&o Uestre !2Š e 4ŠR ensina, recorda, condu plena )erdade, anuncia. ho&o %este&un'a !3Š e 5ŠR teste&un'a a fa)or de Jesus, refuta o &undo. Y discWpulo, por sua )e, hon'ece, )V, co&preende, acol'e !1Š, d] teste&un'o !3Š. 4 As rela*es do FspWrito co& o &undo Y &undo n"o )V, n"o con'ece, n"o pode acol'er o FspWrito !1Š Y FspWrito confunde o &undo !refuta, &ostra a sua culpa !4Š.
PRIMEIRA PROMESSA" J# 1$% 1&-1' 16 Fu roQarei ao Pai e )os dar] outro Par]clito para (ue esteXa se&pre con)osco, 1 Y FspWrito da )erdade (ue o &undo n"o pode acol'er, por(ue n"o o )V ne& o con'ece. gEs o con'eceis, por(ue per&anece Xunto de )Es e estar] e& )Es.
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A identidade do FspWrito co&o pessoa # recon'ecW)el na e$press"o ^outro Par]clito_, e& referVncia a Jesus, (ue por pri&eiro &erece tal tWtulo. Se a Jesus Par]clito atribuiDse car]ter pessoal, ta&b#& ao FspWrito Par]clito de)e ser recon'ecida a &es&a caracterWstica. YutroT # e$presso co& ^]llos_ e n"o co& ^'#teros_. Apesar do uso pro&Wscuo desses adXeti)os no QreQo 'elenWstico, diferente&ente da #poca cl]ssica (ue os distinQuia, a escol'a de ^]llos_ insinua u&a personalidade diferente, e n"o so&ente alQu#& nu&erica&ente distinto. Fssa pro&essa cont#& trVs &odalidades, seQundo a preposi*"o e a for&a )erbalR D estar co&R preposi*"o ^&et']_ ^•Žq_R presen*a efica, pela (ual Jesus Qarante o V$ito da &iss"o a eles confiada de teste&un'as e continuadores de sua &es&a &iss"o/ D estar e&R co& a preposi*"o ^w_R presen*a interior no teste&un'o !3Š e 4Š e no ensina&ento !2Š e 5Š. Y )erbo ^estar_ G ^#stai_ no presente Qra&atical te& sentido futuro/ D estar XuntoR co& a preposi*"o ^zq_R est] Xunto por(ue est] e& JesusR os discWpulos recon'ece& (ue Jesus possui o FspWrito Santo e n"o o espWrito do &al co&o pensa& os fariseus. Fsta pri&eira pro&essa # Qeral, pro&ete u&a presen*a cuXo contedo e propEsito passa a ser especificado nas (uatro pro&essas seQuintes.
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SEGUNDA PROMESSA" J# 1$%& O Es)*+i,# Mes,+e e +e.a/0# a# )assad# 26 Y Par]clito, o FspWrito Santo (ue o Pai en)iar] e& &eu no&e, )os ensinar] tudo e )os recordar] tudo o (ue eu )os disse.
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D Ybser)eDse o ne$o a partir do )ersWculo 1. DMela*es entre o Par]clito, Jesus e o PaiR D dentidadeR o Par]clito # o FspWrito Santo/ Y FspWrito o SantoR sE a(ui usado co& duplo artiQo, o (ue acentua a personalidade do FspWrito/ a concord‡ncia, por sua )e, se d] no &asculino ^e“einos_, pelo sentido !n"o # usado o fe&inino, n"o pelo QVnero Qra&atical neutro. D Mela*"o co& o PaiR o )erbo ^p#&po_Den)iar !na 1Š corresponde a ^dar_ # usado ta&b#& para indicar a &iss"o do [il'o e usado pelo [il'o para tratar da sua &iss"o. Fntre o Pai e o Par]clito '] a &es&a inti&idade (ue o te&a da &iss"o re)ela entre o Pai e o [il'o. FspWrito no futuro co& inter&edi]rio !26Rno&e/ 16R ora*"o. [il'o no passado, se& inter&edi]rio. D Mela*"o co& o [il'oR en)iado e& seu no&e !pela sua ora*"o 14,16. Y no&e do Pai # a pessoa en(uanto re)elada e dada a con'ecer por Jesus. ndica a uni"o estreitWssi&a entre o Pai e o [il'o na &iss"o do FspWrito e a &edia*"o de Jesus. A ora*"o # infalW)el por(ue o &es&o Jesus, co&o &ediador necess]rio, est] associado a essa opera*"o de en)iar. Uandar e& no&e de Jesus ” ele &anda por (ue& # confessado pelo discWpulo co&o [il'o de Oeus. D A ati)idade do FspWritoR 1 D Fsia+ !Œ~Œ‚ Œ~Œ‘~wR trans&itir ensina&ento. D o (ue ensinaR q}R tudo o (ue Jesus disse !e fe Y (ue Jesus disse estando co& os discWpulos !16,13.15 o &es&o (ue Jesus tin'a ensinado, e& sua ati)idade prEpria e tWpica de Uestre Œ~Œq„…|R 6,5/ ,14.2/ ,2. Jesus ensina e re)ela o Pai assi& co&o a prEpria filia*"o !1,3/ 1,2, n"o ensina particulares &ist#rios, n"o # &estre da Lei. Jesus ensina por(ue ou)iu, recebeu, aprendeu do Pai, di o (ue o Pai l'e ensinouR ,2/ ,16s/ 14,24/ 2Jo R Jesus n"o # autodidata e ne& aprendeu dos 'o&ens. Por sua )e, o FspWrito ensina Jesus por(ue aprendeu de Jesus. Fn)iado e& no&e de Jesus, o ensina&ento do FspWrito # subordinado ao de Jesus. Y ensina&ento de Jesus deri)a do Pai !oriQe& sua autoridade e contedo. Y ensina&ento do FspWrito )e& de Jesus, (ue l'e d] autoridade e contedo!16,13D15. Jesus X] ensinou tudo, o FspWrito n"o ensina no)idades !15,15. Uas se no fato e no contedo do ensino o FspWrito # iQual ao [il'o, # diferente no &odo, co&o seQue. D o &odo e o luQar do FspWritoR ensina&ento interiorianteR ^w }•vw_ !1Š pro&essa Fnsina&ento interior, in)isW)el, na inteliQVncia da f#, na consciVncia e no cora*"o. &a doutrina n"o condicionada pelos li&ites do espa*o e do te&po ou pela &entalidade do ou)inte/ ensina&ento irresistW)el. assi& pelo teor da 1Š pro&essa, pelo &odo co&o de fato acontece, pelo (ue Jesus n"o p–de cu&prir na sua )ida terrena. D a finalidadeR produir u&a f# )i)a, a assi&ila*"o e apropria*"o pessoal do ensina&ento de Jesus, le)ar ao Wnti&o do cora*"o e da &ente, dar co&preens"o e e$periVncia, a interpreta*"o autVntica, a inteliQVncia profunda. A obra do FspWrito torna sup#rfluo o ensina&ento &era&ente e$terior, pois # co&o u&a un*"o !1Jo 2,2.2. Y Eleo torna os &o)i&entos espont‡neos, f]ceis, n"o desQastantes, sua)esR as
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passaQens torna&Dse lEQicas, as interpreta*es e concatena*es passa& a ser r]pidas e n"o for*adas. Y FspWrito liQa sua)e&ente o AntiQo e o +o)o %esta&ento, os fatos e os ditos de Jesus, o Jesus 'istErico e o hristo da f#, o passado co& o presente e o futuro, a orde& da cria*"o co& a da reden*"o, o natural co& o sobrenatural, a naturea co& a Qra*a, a QreXa co& a 'u&anidade, Jesus co& a co&unidade dos discWpulos, a ra"o e a f#, e assi& por diante. A pessoa percebe (ue os ensina&entos de Jesus n"o s"o absurdos, anti(uados, estran'os, i&pratic])eis, abstratos, frios. Y discWpulo passa a XulQar tudo desde dentro, n"o de fora. OaW (ue pessoas inteliQentes e cultas nada entende& da f#, (uando n"o acata& a un*"o do FspWrito. Y FspWrito le)a a superar o &o&ento intelectual e infor&ati)o e abre para acol'er )ital&ente o ensina&ento. Y FspWrito torna possW)el o )i)er as pala)ras de Jesus, per&anecer na pala)ra !,31/ 15,. FspWrito da )erdade, d] )erdade a sua for&a co&pleta no cora*"o do discWpulo. 2 G Re2#+da+R n"o repetir, rea)i)ar a &e&Eria, a )" co&placVncia no passado, para )i)er de renda. +"o se trata si&ples&ente de sal)ar o passado do es(ueci&ento. D A ana&n#se, le&bran*a, recorda*"o, &e&orial, X] no A%, di respeito a Oeus e ao 'o&e&. Oeus le&bra ” de&onstra &ais u&a )e sua fidelidade s pro&essas. \o&e& le&bra ” D esti&ula a reno)a*"o, atualia*"o, o re)i)er no presente a inter)en*"o di)ina passada/ D to&a consciVncia (ue a e$istVncia de cada u& est] inserida no plano de Oeus/ consciVncia dos de)eres do presente e esperan*a no futuro/ D Adapta*"oR re)i)er o passado nas condi*es do presente, inserir o presente no &o)i&ento (ue )e& do passado e condu ao futuro. Acontece na prece, na &edita*"o da Pala)ra, na celebra*"o cultualR o encontro co& o Oeus )i)o (ue aQe tornando possW)el o dar )ida ao fato passado. +o +% tal celebra*"o # a eucaristia, )i)ida co& consciVncia e coerVnciaR faei isto e& &e&Eria de &i&T. D A &e&EriaDrecorda*"o e& Jo"oR D 2,1 !liQa dito do A% co& a )ida de Jesus/ 15,2 !liQa fatos e ditos de Jesus/ 16,4 !liQa )ida do discWpulo co& ditos e fatos de Jesus/ 13,1 !liQa passado e presente e futuro co& Pessoa de Jesus/ apesar das diferen*as entre eles, '] coerVncia e o discWpulo entende (ue tudo te& o seu )alor e con)eniVncia. 2,1.22/ 12,16R A ressurrei*"o torna possW)el descobrir o siQnificado e o alcance dessas realidadesR le&brar # crer e entender o (ue foi obXeto de e$periVncia sensW)el. Le&brar # dar a entender co& base nos no)os fatos (ue )"o surQindo. D a continuidade da &e&EriaR o Pai le&braDse de Jesus, Jesus le&bra do Pai, Jesus le&bra dos discWpulos, os discWpulos le&bra&Dse de JesusR o FspWrito Qarante essa continuidade. D a ati)idade do FspWrito Santo na &e&EriaR Y FspWrito le&bra aos discWpulos tudo o (ue Jesus re)elou !pala)rasDditos e a*esDQestos, sinais e ensina&entos, doutrina e obra. Y FspWrito le&bra colocando de no)o diante do (ue # e)ocadoDre)i)idoR D ditosR d] a co&preens"o da f#, encai$ando tudo e tornando tudo transparente e lu&inosoR doutrinaDensina&ento inserido no conte$to prEprio, inteliQVncia espiritual profunda, assi&ila*"o personaliada. Jesus dei$a de ser considerado eniQ&]tico, inco&preensW)el, escandaloso, distante e estran'o. Fle # o (ue d] teste&un'o de si. D feitosR o FspWrito realia u&a atualia*"o )ital, reapresenta*"o da realidade le&brada co&o a*"o eficaR le&bra pala)ras de Jesus (ue s"o pala)ras de Oeus (ue l'e d] o FspWrito se& &edida, pala)ras de )ida eterna, (ue s"o espWrito e )ida. 14,1.12R o Pai realia a obra no discWpulo. Y FspWrito torna as pala)ras presentes e ati)as, operantes/ (uando acontece, o discWpulo )V (ue X] tin'a sido dito e entende &el'or o (ue fora dito. D o AutorR o FspWrito reatualia a presen*a de hristo, pala)ra do Pai, re)ela*"o co& a sua pessoa. +a LiturQiaR a ora*"o epicl#tica torna presente Jesus/ d] o contato co& a Pessoa presente na a*"o litrQica. A ora*"o do FspWrito e da QreXaDFsposa far] Jesus )oltar !Ap 22,1. A le&bran*a &antida contWnua pelo FspWrito na(uele (ue escuta obter] a resposta deseXada.
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Se& o ensina&ento do FspWrito atra)#s da recorda*"o, a doutrina e a*es de hristo per&aneceria& e$ternas ao crente. Se& Jesus n"o se con'ece o Pai, se& o FspWrito n"o se con'ece Jesus. hf. Lc 2,1.51/ 3,15/ 1,32/ 22,1/ 24,2.32.
QUINTA PROMESSA" JO 1&%1-1 O Es)*+i,# Mes,+e e +e.a/0# a# 4u,u+# 12 %en'o &uito a dier, &as n"o podeis aQora co&preender. 13 Fle, (uando )ier, o FspWrito da )erdade, gos conduir] )erdade plena Pois n"o falar] de si &es&o Uas dir] tudo o (ue ti)er ou)ido F )os anunciar] as coisas futuras. 14 Fle &e Qlorificar] pois receber] do (ue # &eu e e )os anunciar]. 15 %udo o (ue o Pai te& # &eu. Por isso )os disseR Fle receber] do (ue # &eu e )os anunciar].
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D \] afir&a*es aparente&ente contraditErias, &as (ue de)e& ser interpretadas nu&a se(œVncia proQressi)aR 15,15R tudo dei a con'ecer 16,12R %en'o &uito a )os dier D &as n"o podeis aQora co&preender 1,26R dei e darei a con'ecer 16, 25R dar a con'ecer e& se&el'an*a e aberta&ente. \], portanto, dois perWodos sucessi)osR Jesus d] tudo a con'ecer e& dois &o&entos sucessi)os de re)ela*"o.
- C#du5i+ 6 7e+dade ).ea , inteira, total, !o ^p]sa_ do )rs. 13 refereDse ao ^poll]_ do )rs. 12. Y )erbo # ^|Œ‚~_, (ue nos Lxx D indica a a*"o de Oeus (ue, co&o pastor, condu do FQito a srael. D associado a )erdade, )ia , FspWritoR conduir )erdade a ser aprendida tendo por suXeito ati)o o FspWritoR Sl 25,5/ 43,3/ 6,11/ 143,1/ conduir )idaR Ap ,1. D o Pai Quia co&o Pastor no A%. Jesus aplica a si a i&aQe& do pastor/ no Ap # o cordeiro (ue& Quia. +o te$to # o FspWrito o Quia/ Se Jesus # o ^odEs_, o ca&in'o, o FspWrito # o ^odeQEs_R o Quia no ca&in'o. A )erdade # plena (ualitati)a&ente (uando assi&ilada pelo discWpulo/ (uando praticada/ Fla # plena (uantitati)a&ente (uando se estende a no)as pessoas e assu&e no)as for&as de e$press"o. Jesus # pleno de Qra*aR 1,14/ ele disse a )erdadeR , 32. 4. 45/ ele # a )erdade e ca&in'oR 14,6/ o FspWrito # Quia )erdade plena e& Jesus, # Quia nesse ca&in'o. Y FspWrito produ a inteliQVncia da f# e da Fscritura, o FspWrito Quia a elas. Fle condu )erdade plena por(ue n"o fala de si &es&o, isto #, n"o busca alQu& prEprio interesse, por(ue n"o o te&. Assi&, # preciso ter a &es&a disposi*"o para acol'er seu ensina&ento. D Au2ia+" coisas futuras, as (ue est"o para )irR futuras e& rela*"o ao &o&ento no (ual Jesus falaR a sua pai$"o e ressurrei*"o, o (ue # &euT. Yra, a ressurrei*"o # o inWcio do definiti)o, # o definiti)o X] realiado nele, # a &eta da 'istEria tirada do futuro e colocada no centro da 'istEria. A orde& escatolEQica X] estar] concentrada e& Jesus. Y futuro #, portanto, o te&po da QreXa, (ue anuncia Jesus !5,15R o (ue acontece nela est] no plano do Pai, continua a ressurrei*"o de hristo. Fsse futuro co&bina co& a re)ela*"o e& dois te&posR 4,25/ 16, 13. 25.
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A(uilo cuXo sentido o FspWrito torna aberto e &anifesto # o (ue para Jesus constitui obXeto de ciVncia perfeitaR 1,4. Y FspWrito anuncia dando esperan*a para o futuro. ‰uando o futuro for presente o FspWrito &estre dar] co&preens"o e capacidade de discerni&ento do (ue faer. F& Oaniel o )erbo e(ui)ale a e$plicar e interpretar alQo obscuro, u& son'o &isterioso, u&a profecia difWcil de ser entendida. D G.#+i4i2a+R # transfiQurar Jesus aos ol'os dos discWpulos. Y FspWrito d] a con)ic*"o (ue sua QlEria n"o # )", falsa, ne& aparente. A QlEria de Jesus # a &anifesta*"o e a realia*"o nos discWpulos da rela*"o de co&un'"o entre o Pai e o [il'o !1,1.22.24. Y )erbo ^Qlorificar_ ser)e para descre)er as rela*es entre as trVs PessoasR o Pai Qlorifica o [il'o, o [il'o o Pai, o FspWrito Qlorifica Jesus. hada u&a &ostra a QlEria, isto #, o )alor, as (ualidades da outra pessoa e d] a capacidade de aprecia*"o. Jesus tudo recebe do Pai e tudo co&unica aos 'o&ens (ue o acol'e&R assi& # (ue Qlorifica o Pai. Y FspWrito Qlorifica o [il'o por(ue d] aos 'o&ens o (ue recebeu do [il'o, tudo o (ue Jesus te& e opera. ,1R ta&b#& o FspWrito # )erdadeiro !FspWrito da )erdade por(ue &ostra o outro, n"o a si &es&o !a nossa id#ia # )erdadeira (uando corresponde ao outro, (ue # a realidade obXeti)a. As rela*es entre o Pai, o [il'o e o FspWrito s"o e$pressas co& os )erbosR lalein ” falar/ a“ouein ” ou)ir/ do$]ein ” Qlorificar/ la&b]nein ” receber/ ananQ'#llein ” anunciar. %odos esses )erbos era& atribuWdos a Jesus pelos F)anQel'os, aQora s"o atribuWdos ao Par]clito. ^[alar_ era ati)idade tWpica de JesusR 4,26/ ,1. %al falar de)e le)ar f#, # realiado e& no&e do Pai !,16D1/ ,2/ 12,4s por(ue o Pai o en)iou !3,34. ^Fscutar_R Jesus ou)e o Pai !3,32/ 6,3,15,15, di o (ue ou)iu !,26.4. Assi& ta&b#&, o FspWrito n"o falar] a n"o ser o (ue ou)iu !16,13. Para Jesus o )erbo # e$presso no te&po passado ou presente, e # u& ou)ir sE do Pai. Y FspWrito te& o )erbo no futuro, sendo (ue ele ou)e do [il'o e do Pai. ^Meceber_, e(ui)ale e& Jo"o co& fre(œVncia a acol'erR a atitude positi)a dos 'o&ens e& rela*"o a Jesus, na sua pala)ra e no seu teste&un'o. Jesus acol'e o Pai, recebe do PaiR o &anda&ento !1,1, o poder !Ap 2,2, o teste&un'o e a QlEria. Y discWpulo acol'e a &"e !1,2. \], pois, constante paralelis&o e analoQia na rela*"o entre Jesus e o Pai e entre Jesus e o FspWrito. Pela e na Qlorifica*"o entra na inteliQVncia da f# o &ist#rio das rela*es pessoais di)inas. Ao conduir os discWpulos )erdade plena, o FspWrito re)ela, Qlorifica Jesus, recebendo dele o (ue # do Pai e do [il'o, anunciando aos discWpulos, ensinando e le&brando o (ue Jesus disse e fe. ‰uanto identidade pessoal do espWrito noteDse de no)o no )s.13 a concord‡ncia no &asculino para o neutro ^pneu&a_. Ybser)eDse a e&erQVncia da personalidade do FspWrito da 1Š 5Š pro&essaR 1Š Fle )e& pela ora*"o do [il'o, 3Š )e& do Pai en)iado por Jesus, 4Š )e& en)iado por Jesus, 5Š )e&, se& &en*"o de (ue& o en)ia.
TERCEIRA PROMESSA 1% &-8 O Es)*+i,# ,es,eu9a e ad7#:ad# de de4esa e 4a7#+ de Jesus 26 ‰uando )ier o Par]clito, (ue Xunto do Pai )os en)iarei. o FspWrito da )erdade (ue )e& do Pai, ele dar] teste&un'o de &i&. 2 F )Es ta&b#& dareis teste&un'o, por(ue estais co&iQo desde o princWpio.
w Œ ‹…Ž | zq„…| jw ‹•†{ }•~ w z |} zm, | w}• …Žv | z |} z| „|z€~, „~ w| •z}z‚~ z~ •|}. „~ }•~ Œ •z}z~, m~ _z •_•|} .
Y conte$to n"o pre)V a aQ]pe, &as o Edio do &undo. E7ia+" co& o )erbo ^p#&po_R # Jesus (ue& en)ia o FspWrito. PercebaDse a proQressi)idade das declara*esR Jesus pede !1Š, o Pai en)ia no no&e de Jesus !2Š, Jesus en)ia de Xunto do Pai !3Š. +o te$to da (uarta pro&essa !16, te&os o ponto de c'eQada da proQress"o do des)ela&ento da transcendVncia e da di)indade de JesusR Fu o en)iarei a )EsT, se& &es&o u&a referVncia ao PaiR o FspWrito # o en)iado e Jesus # (ue& en)ia. +o en)iar o FspWrito, Jesus se encontra Xunto do Pai, apEs ter passado do &undo. Para poder en)iar o FspWrito, Jesus de)e estar Xunto do Pai e ter concluWdo sua obra. Fn)ia co&o 'o&e& ressuscitado, Qlorificado, (uando realia na 'u&anidade o (ue # prEprio de sua di)indade.
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i+" o )erbo ^#rc'est'ai_ # usado por Jo"o para tratar da oriQe& de Jesus e de sua &iss"o. Assi& e& ,2/ ,14.42/16, 2.2/1,/ 1,3, ora co& a preposi*"o ^e“_, ora co& a preposi*"o ^par]_. P+#2ede+" - co& a preposi*"o ^par]_, indicando (ue o FspWrito est] Xunto do Pai, te& sua oriQe& nele, # en)iado por ele, recebe dele o seu ser. D Y )erbo ^e“poreest'ai_ e(ui)ale a ^e$#rc'est'ai_R cf. Ut 1,21 e Uc ,2/ At 1,21 e ,2/ Ap 1,15 e 1,21. F(ui)ale a ser doado, en)iado. Y FspWrito se encontra e& rela*"o ao Pai, nu&a situa*"o an]loQa do [il'oR trataDse da )inda 'istErica e te&poral do Par]clito no &undo, n"o direta&ente da oriQe& eterna, inte&poral, intradi)ina do FspWrito. Uas a &iss"o te&poral oferece funda&ento para re&ontar rela*"o eterna intradi)ina. ‰uando passou para a profiss"o de f# constantinopolitana, a preposi*"o foi &udada de ^par]_, &ais ade(uada para indicar a &iss"o, para ^e“_, &ais apropriada para indicar a oriQe& da pessoa. D +oteDse ta&b#& (ue os )erbos ^ir_ e ^)ir_ no presente te& siQnificado de futuro !assi& e& portuQuVsR eu )en'o ou )ou, c'eQo a&an'". geXa&Dse aQora os seQuintes te$tos, onde o )erbo # associado i&aQe& da ]Qua !(ue n"o aparece e& 15,26, e& clara referVncia ao FspWritoR Ap 22,1R |•mw €Œ| ˜{ „|z}m•w|w „ |} Žzmw|} |} Ž|} „~ |} zwv|} Mio de ]Qua )i)a procedendo do trono de Oeus e do cordeiro FspWrito Santo procede do Pai e do [il'o Jo 4,14R a ]Qua (ue Xorra !^allE&enon_ para a )ida eternaR o FspWrito presente no crente (ue condu co&un'"o co& o Pai e o [il'o Jo , 3sR do seu seio correr"o !^r'esousin_ rios de ]Qua )i)a Jo 1,34R saiu !^e$#lt'en_ sanQue e ]Qua. F& todos os te$tos Jesus est] presente co&o fonte da ]Qua. Da+ ,es,eu9#% Xunto aos discWpulos e e& fa)or de Jesus. D Y te&a do teste&un'o e& Jo"o. A &iss"o de Jesus, continuada pela QreXa, se desen)ol)e dentro do (uadro de u& Qrande processo entre Jesus e o &undo, e& analoQia co& os processos Xudiciais. Oentro desse processo '] teste&un'as e& fa)or de JesusR Jo"o NatistaR 1,s/ o prEprio e)anQelistaR 1,35/ 21,24/ a &ul'er da Sa&ariaR 4,3/ a &ultid"oR 12,1/ as FscriturasR 5,3/ as obras de JesusR 5,36/ 1,25/ o PaiR 5,32.3/ ,1/ o prEprio JesusR 3,11.32s/ ,/ ,14.1D1/ 13,31/ 1,3/ Fnfi&, o Par]clito, (ue presta u& teste&un'o an]loQo ao de Jesus. Fle teste&un'a e& fa)or de Jesus co&o Jesus d] teste&un'o do Pai. Assi&, o &ist#rio total de Jesus na sua pro)eniVncia do Pai e na sua Qlorifica*"o Xunto do Pai # obXeto do teste&un'ar !&artyrein e do crer !pisteuein do discWpulo. hf. 1Jo 5,6D. %e&os, assi&, a corrente dos teste&un'osR o Pai confir&a Jesus, Jesus confir&a o (ue )iu e ou)iu do Pai, a sua &iss"o e a sua )olta, o Par]clito atesta (ue Jesus # o [il'o e est] Xunto do Pai. F& continuidade, os discWpulos pode& dar teste&un'o de Jesus !15,26. Ao lonQo do processo o teste&un'o do Par]clito a respeito de Jesus !obras e Fscritura te& por obXeto de ilu&inar e refor*ar a f# dos discWpulos !16,1R para (ue n"o )os escandalieisT/ 2D4R perseQui*"o contra os discWpulos. Y teste&un'o dos discWpulos # o &es&o de Jesus e do FspWrito, na continuidade da sucess"oR hristo )encedor Xunto do Pai, Sen'or do &undo e da cria*"o. Y teste&un'o dos discWpulos # efeito, fruto, &anifesta*"o do teste&un'o do Par]clito. D A uni"o entre o FspWrito Santo !teste&un'o interior e o discWpulo !teste&un'o pblico no teste&un'o e& fa)or de JesusR Uc 13,11/ Lc 24,4s/ At 1,/ 5,3D32/ 6,1R o FspWrito # operante na ati)idade de teste&un'o dos apEstolos. grs. 2bR Por(ue estais co&iQo desde o princWpioT ” At 1,21s. +"o se trata de &era con)i)Vncia e$terior, &as de co&un'"o de )ida na ades"o profundaR )i)er co& hristo. %a&b#& o FspWrito est] co& Jesus desde o co&e*oR 1,32s. Y FspWrito d] teste&un'o por(ue unido a ele desde o co&e*o e por(ue en)iado por ele/ o discWpulo d] teste&un'o por(ue unido ao Par]clito e a Jesus. Y FspWrito, operando o teste&un'o sobre Jesus no discWpulo, o &o)e in)enci)el&ente procla&a*"o da pessoa e obra de Jesus.
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ho&o se )V, o teste&un'ar corresponde ao ensinar, &as teste&un'ar conota a apresenta*"o dos fatos dos (uais se te& e$periVncia direta, en(uanto (ue ensinar # des)elar o sentido e a finalidade, # e$plicar, interpretar, relacionar.
QUARTA PROMESSA 1&% 8-11 O Es)*+i,# ,es,eu9a de a2usa/0# 2#,+a # ud# e 4a7#+ d#s dis2*)u.#s Fu )os diQo a )erdadeR ……_{ w …‚Ž~w …‹{ }•~ wR # de )osso interesse (ue eu parta, }•™‹z~ }•~ w vw { ‹…Ž{. pois se eu n"o for, w z • ‹…Ž{, n"o )ir] a )Es o Par]clito. j zq„…| |}„ …€~ z| }•. ‰uando eu for, en)i]DloDei a )Es. w Œ |z}Ž{ ‹•†{ }|w z| }•. F )indo, confundir] o &undo „~ …Ž{w „~ w| …‹‘~ |w „m•|w (uanto ao pecado, Xusti*a e ao XuWo. ›z~ •zv „~ z~ Œ~„|€w „~ z~ „zv{. ‰uanto ao pecado, z~ •zv •w , por(ue n"o crVe& e& &i&/ m~ |} ~€|}~w ~ •‹/ 1 ‰uanto Xusti*a, z~ Œ~„~|€w Œ‹, por(ue )ou para o Pai e n"o &ais &e )ereis/ m~ z| |w ‹z }q{ „~ |}„‹~ Ž{z~ •/ 11 ‰uanto ao XuWo, z~ Œ „zv{, por(ue o PrWncipe deste &undo est] XulQado. m~ | qz{w |}ž „m•|} |€|}ž „‹„z~~. D A )a+,ida de JesusR Por (ue # preciso (ue Jesus parta para (ue o FspWrito possa )irZ Y F)anQel'o afir&a a necessidade para o be& dos discWpulos, &as n"o oferece u&a e$plica*"o. %eoloQica&ente pode&os recon'ecer (ueR D o ato de en)iar o FspWrito # especifica&ente di)inoR Jesus o realiar] (uando na Qlorifica*"o se &anifestar plena&ente a sua di)indade/ D o FspWrito # en)iado (uando a 'u&anidade de Jesus se encontra Xunto do Pai, pois o FspWrito procede do Pai e do [il'o, aQora do Pai e do [il'o feito 'o&e& Qlorioso/ D a tarefa do FspWrito # toda relati)a de Jesus. Y aperfei*oa&ento e aprofunda&ento da f# sE pode ser realiado (uando o obXeto dessa f# G o Sen'or G X] ti)er alcan*ado a sua condi*"o celeste perfeita. bo& para )Es (ue eu )]TR a )inda, a presen*a e a ati)idade do Par]clito # u&a realidade &el'or para os discWpulos do (ue a presen*a fWsica de Jesus. D o te&a da 'ostilidade e da )e+se:ui/0#R esta le)a ao processo durante o (ual # dado o teste&un'o. +os SinEticos Jesus pro&ete a assistVncia do FspWrito nas perseQui*esR Ut 1,1D25/ Lc 12,11s. F& &eio ao Edio do &undo, os &aus tratos, o esc‡ndalo, o FspWrito defende o discWpulo perseQuido e l'e d] for*a para teste&un'ar Jesus. F& Jo"o te&os acenos e& 13,16/ 15,2/ 1,14. Y te&a # desen)ol)ido e& 15,1D16,4. S"o &oti)os da perseQui*"oR a falta de f# no Pai !15,21/ 16,3/ o Edio a hristo !15,1/ a reprodu*"o no crente da e$periVncia de hristo !15,2. A futura 'istEria da QreXa # pre)ista lu do dra&a de hristo. Oiferente&ente dos sinEticos, nestas pro&essas de Jo"o o teste&un'o do FspWrito # interior, # anterior atua*"o dos discWpulos e # de outra orde&. Y FspWrito n"o se pe a inspirar a autodefesa do discWpulo para (ue confunda o ad)ers]rio, &as preser)a a f# do discWpulo do esc‡ndalo na 'ora e& (ue a f# dele for colocada pro)a, no &o&ento e& (ue o discWpulo e$peri&entar a tenta*"o da d)ida e o periQo da defec*"oR o Par]clito aQir] e& suas &entes dando o teste&un'o e& fa)or de Jesus. Oe fato, e& todo o F)anQel'o a atua*"o do FspWrito # interior ao discWpulo/ # feita u&a distin*"o entreR o Espírito d] teste&un'o e vós também dareis teste&un'o/ 16,1sR escandaliar, le)ar ao pecado da perda da f#, ou pelo &enos colocar e& d)ida o acerto da f#, # considerado u& ato de culto. D Y te&a do )+#2ess#; Jo"o e$pri&e o &ist#rio da re)ela*"o de hristo atra)#s de u& )ocabul]rio de e$tra*"o forense e de conceitos XurWdicos. o pano de fundo (ue interpreta toda a 'istEria co&o processo entre Jesus, o en)iado do Pai, e o &undo co& seus aliados e& todas as for&asR Xudeus !as autoridades Xudaicas, o &undo paQ"o e W&pio, o prWncipe deste &undo. co&o se o processo diante de Pilatos ti)esse u&a for&a transcendente, iniciada antes e prolonQada depois. o confronto entre lu e tre)as, )ida e &orte, )erdade e &entira, liberdade e escra)id"o.
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Y te&a # desen)ol)ido no F)anQel'o co&o u& dra&a, aparece e& for&a de contro)#rsias entre Jesus e o Xudeus. Fnt"o, a fa)or de Jesus teste&un'a&R o Pai, Abra"o !,56, Uois#s !5,46s. Y ]pice do processo se d] diante de Pilatos, (uando aparente&ente Jesus # derrotado, en(uanto na realidade # o de&–nio a ser derrotado !12,31s/ 16,33. Y processo continua na 'istEriaR # en)iado o FspWrito para (ue o discWpulo possa recon'ecer (ue Jesus )enceu e para (ue continue )encendo. F& srael o siste&a processual conte&pla)aR o Xui, o acusado e as teste&un'as. +"o 'a)ia pro&otor ne& ad)oQado, sendo (ue o Xui e&itia a senten*a apEs ou)ir as teste&un'as a fa)or e as contra. +esse sentido o Par]clito # ad)oQado e presta teste&un'o. +a )is"o do e)anQelista para o processo contWnuo de Jesus diante do &undo, te&os o seQuinte (uadroR &a nica sess"o contWnuaR o desenrolar da 'istEria & tribunalR a consciVncia do discWpulo & JuiR o prEprio discWpulo & acusadoR Jesus Y acusadorR o de&–nio atra)#s do &undo A acusa*"oR i&posturaR Jesus n"o # ne& [il'o e ne& en)iado de Oeus, ne& Uessias e ne& Sal)ador, pois te& pacto co& o de&–nio atra)#s da &aQia, desrespeita e Lei e # blasfe&o As pro)asR propria&ente n"o '], pois )iQora a &entira, a distor*"o e deturpa*"o de tudo o (ue Jesus fe e disse, o cinis&o e a &]Df#/ a &entira consiste e& dar sentido inaceit])el ao (ue Jesus disse e fa, ou ent"o, consiste na pretens"o de interpretar o sentido ^autVntico_ e ^bo&_ da atua*"o de Jesus. Oiante desse (uadro, o discWpuloDJui iria ine)ita)el&ente condenar Jesus e& sua consciVncia. O]Dse ent"o a inter)en*"o do Par]clito (ue defende Jesus teste&un'ando e& fa)or dele ao &es&o te&po e& (ue passa a acusar o &undo. ho& essa inter)en*"o o discWpulo te& condi*es para absol)er Jesus e procla&]Dlo Sen'or, seu Sen'or. Y &undo acusa Jesus, e e& seQuida acusa ta&b#& a QreXa co&o i&postora, apresentandoDse co&o )Wti&a das &aldades da QreXa e dos discWpulos. Y &undo distorce, in)enta, au&enta, tira do conte$to, acentua u& aspecto/ Pretende dar a lti&a e &el'or e &ais autVntica )ers"o dos fatos/ Pretende ter co&petVncia para adaptar, neutraliar e reno)ar os ensina&entos de Jesus/ F$erce coa*"o !&uitas )ees se& (ue assi& pare*a, press"o, &assifica*"o, pri)ando as pessoas de discerni&ento para (ue assi& acredite& e& (ual(uer &entira. Sedu, enQana, deslu&bra co& suas propostas alternati)as, &uitas )ees as &es&as da QreXa, por#& X] corro&pidas, ou atribuindo a si o (ue aprendeu e recebeu da QreXa. Y Par]clito a2usa o &undo. Y )erbo ^el#nc'ein_ siQnifica descobrir ou pro)ar a culpa, o erro, a falta, # traer a pro)a obXeti)a do erro !3,2s. ,46, # de&onstrar a culpa do &undo, confundindoDo. +"o siQnifica si&ples&ente con)encer, pois se trata de arQu&enta*"o interior e& pro)eito do discWpulo, e por outro lado, o &undo n"o se dei$a con)encer pela )erdade. A &orte de Jesus parece ser o seu fracasso. %irando o discWpulo do &undo das aparVncias, o Par]clito o fa penetrar no plano da realidade, (ue co&porta u&a co&preens"o oposta da (ue te& o &undo a respeito do processo. \] dois aspectos no teste&un'o do FspWritoR D dar aos discWpulos a certea Wnti&a de (ue est"o na )erdade e (ue sua f# # aQrad])el a Oeus/ D de&onstrar aos discWpulos (ue o assalto do &undo contra Jesus e contra o apeQo deles a Jesus # inXusto e infundado, e$press"o de presun*"o ceQa e &aliQna. ho& essa de&onstra*"o o discWpulo sai )encedor do &undo, )itEria interior e espiritual, (ue consiste si&ples&ente no fato de crer !1Jo 5,4. gitEria de Jesus obtida l] onde o &undo tenta derrot]Dlo, na consciVncia dos seus discWpulos. +esse processo (ue continua se& cessar, o FspWrito reto&a na consciVncia do discWpulo os pontos da acusa*"o (ue condenara& JesusR ,12R i&postor, enQanador/ ,4s.52R possesso/ 1,33.36R blasfe&ador/ 11,4D 5R periQo para a na*"o/ 1,46/ ,24R pecador. Y FspWrito &ostra ao discWpulo (ue o pecado # do &undo, (ue a &orte de Jesus # e$press"o da Xusti*a de Oeus, e (ue o )erdadeiro condenado # o de&–nio. honfundir (uanto ao )e2ad#R o pecado consiste e& n"o crer e& Jesus !1,5.1s/ 3,1s/ ,24, # a incredulidade. Jesus foi acusado de ser pecador !,24. Y FspWrito de&onstra (ue o )erdadeiro pecador # (ue&
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n"o crV e& Jesus. Y ^el#nc'ein_ corresponde ao ^&artyrein_ de Jesus !,. +"o # u& con)ite penitVncia, &as sE de&onstra*"o do pecado e da condena*"o do &undo. honfundir (uanto
O TERMO PAR=CLITO Y correspondente eti&olEQico latino do QreQo par]clito # ^adD)oQado_, alQu#& (ue # c'a&ado perto para prestar u&a aXuda !^Dclito_ )e& do )erbo ^“al#o_, (ue siQnifica c'a&ar, ^)ocare_ e& lati&/ a preposi*"o ^par]_ corresponde ao latino ^ad_, no sentido de ^Xunto de_. Poderia ser entendido co&o aXudante, au$iliar, secret]rio, colaborador, &inistro, defensor, consolador, intercessor e si&ilares. +as nossas lWnQuas, ^ad)oQado_ passou a ter u& sentido be& &ais especWfico. Y ter&o n"o se encontra nos Lxx. +"o '] correspondente 'ebraico !e s 5, ZR Ÿ=>¡. Maro e& QreQo. FncontraDse e& [ilon, no sentido de intercessor Xunto a Oeus e& fa)or dos pecadores. +os escritos rabWnicos indica o ad)oQado defensor Xunto a Oeus. Y conte$to # XurWdico, forense. A no)idade de Jo"o # atribuir ao Par]clito a fun*"o de ensina&ento &aQisterial prof#tico no te&po presente, identific]Dlo co& o FspWrito de Jesus. %al re)ela*"oDensina&ento # feita nu& conte$to de contradi*"o, de oposi*"o, nu& processo, o (ual re)ela a naturea dos protaQonistas e dos fatos. +os outros escritos do +% falta o tWtulo de Par]clito, &as est] presente a ati)idade correspondente. Se o no&e # Par]clito, a ati)idade # e$pressa co& o )erbo ^para“alein_ !1 )ees e o substanti)o ^par]clesis_ !2 )ees, no sentido de e$ortar, confortar, ani&ar, consolar. Fsses ter&os est"o ausentes e& Jo"o, &as presentes e& Paulo, e& Atos e outros escritos. +os e)anQel'os sinEticos, co&o ta&b#& e& alQu&as outras passaQens, do&ina, no uso )erbal, o sentido de roQar, suplicar, i&plorar, interceder. Fsse uso # coerente co& a fun*"o (ue Paulo atribui ao FspWrito, de ser a fonte da ora*"o do crist"o no Wnti&o do cora*"o !Mo ,15.26D2. Yutrossi&, ta&b#& e& Paulo o FspWrito # teste&un'a para o discWpulo, co&o e& Jo"o, &as para darDl'e a consciVncia de ser fil'o de Oeus !Mo , 16. Se o FspWrito # o ^outro Par]clito_, isso # afir&ado e& rela*"o a*"o anterior de Jesus Xunto aos discWpulos. +a pri&eira )e (ue o tWtulo aparece !14,16 o FspWrito )e& pelo c'a&ado orante de Jesus. Por outro lado, Jesus # Par]clito no c#u, Xunto ao Pai, en(uanto (ue o FspWrito # Par]clito na terra, Xunto aos discWpulos. Fle foi c'a&ado por Jesus para ficar co& os discWpulos. Por sua )e Jesus # Par]clito por(ue c'a&ado pelo Pai na ressurrei*"o