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Introdução às redes de Computadores Explicando de forma bem simples, computadores formam uma rede quando estão conectados entre si, permitindo que os dados de um computador possam ser enviados para os demais. Praticamente todos os computadores modernos estão ligados a algum tipo de rede. Mesmo um PC doméstico ou de um pequeno escritório, operando sem outros PCs por perto, geralmente tem um modem para acessar a Internet, a rede mundial de computadores. Nos locais onde existem pelo menos dois computadores, é muito vantajoso que ambos sejam conectados formando uma pequena rede. É o caso, por exemplo, das redes domésticas. Ao ser comprado um novo PC, o usuário pode optar por não se desfazer do PC antigo. Se esses dois PCs forem ligados formando uma rede, será possível que ambos compartilhem uma mesma impressora ou uma mesma conexão com a Internet. Um dos PCs poderá armazenar arquivos no disco rígido do outro. Será possível utilizar certos jogos de forma simultânea, por exemplo, jogos decorrida e luta cada usuário no seu próprio PC. Até mesmo usuários que possuem dois PCs, sendo um de mesa e outro portátil, são convenientes ligá-los em rede para transferência de dados e compartilhamento de impressora. Em redes simples, comuns em pequenas empresas, os computadores poderão usar o disco rígido, impressora e conexão com a Internet, centralizados em um computador principal, chamado servidor. Em redes maiores poderão existir inúmeros servidores, centralizando arquivos, disponibilizando impressoras, scanners, unidades de backup, conexão com a Internet e outros recursos, para todos os demais computadores da rede. É possível trocar mensagens (correio eletrônico) entre os usuários dos PCs da empresa, ou mesmo fazer comunicações diretas, em tempo real, usando recursos de som e vídeo.
Redes domésticas 1-2 Como montar e configurar sua rede de PCs As redes domésticas são formadas por PCs, notebooks, impressoras e conexões com a Internet. Muitas vezes são chamadas de “rede doméstica ou de pequena empresa”, já que as redes implantadas em pequenas empresas, formadas por apenas uma ou duas salas, possuem estrutura semelhante. Na maioria dos casos existem apenas dois PCs, mas este número pode ser um pouco maior. No exemplo da figura 1, um computador antigo foi ligado a um computador novo. Este computador novo, por sua vez, possui uma impressora e um modem para conexão com a Internet. O PC antigo até pode ter sua própria conexão com a Internet, porém pode ser vantajoso que uma única conexão seja compartilhada entre os PCs da rede. Desta forma dois usuários podem usar a Internet ao mesmo tempo, utilizando uma única linha telefônica. Fiura 1
Nesta pequena rede, o PC antigo pode ter acesso ao disco rígido do PC novo. Normalmente este acesso não é feito de forma indiscriminada. O responsável por esta pequena rede deve definir áreas do seu disco rígido que podem ser acessadas pelo outro PC. Por exemplo, pode ser criada uma
2 pasta no disco rígido do PC novo na qual o usuário do PC antigo poderá ter pleno acesso, armazenando seus arquivos. Digamos ainda que no PC novo exista uma pasta na qual estão armazenadas fotos feitas com uma câmera digital. Esta pasta poderá ter seu acesso liberado para o PC antigo. As pastas de um computador que podem ser acessadas por outro computador da rede são chamadas de pastas compartilhadas. Na pequena rede do nosso exemplo, além do compartilhamento de pastas temos o compartilhamento de impressora e o compartilhamento de conexão com a Internet (ICS, ou Internet Connection Sharing). O computador que oferece recursos a outros computadores da rede é chamado de servidor. No exemplo da figura 1, o servidor é o PC novo. Os compartilhamentos podem ser protegidos por senhas, evitando que usuários não autorizados tenham acesso a áreas particulares. Digamos que o PC antigo seja Capítulo 1 – Introdução às redes de computadores 1-3 utilizado por duas pessoas, João e Maria. No PC novo podemos ter pastas separadas para cada usuário, por exemplo, C:\Arquivos de João e C:\Arquivos de Maria. Essas pastas podem ser protegidas por senhas, evitando assim que João tenha acesso aos arquivos de Maria, e vice-versa. Se não houver interesse em proteção de dados por senhas, podemos deixar as senhas desabilitadas, o que normalmente ocorre em redes domésticas. Já nas empresas, mesmo pequenas, o uso de senhas é muito mais importante. Figura 2
Uma rede doméstica também pode ser incluir um notebook, como vemos na figura 2. Em geral os notebooks são muito mais caros e mais limitados que um PC comum. O notebook pode ser ligado a um outro PC para utilizar sua impressora, seu drive de CD-ROM sua conexão com a Internet e uma área do seu disco rígido. Os notebooks modernos são bem equipados e podem dispensar este tipo de conexão. Podem ser ligados a uma impressora comum, possuem drive de CD-ROM e modem, sendo assim auto-suficientes. Ainda assim a sua ligação em rede é vantajosa, permitindo transferir rapidamente, grandes quantidades de dados, fazendo uma ligação “casaempresa”. Uma outra aplicação: muitos profissionais liberais trabalham em casa ou no seu pequeno escritório, usando seu computador principal, e copiam o trabalho para um notebook, permitindo assim transportá-lo e mostrá-lo aos clientes. As redes domésticas podem ser implementadas usando qualquer versão do Windows. O Windows 95, o Windows 98 e o Windows ME permitem construir o tipo mais simples de redes, as chamadas redes ponto-a-ponto. PCs equipados com o Windows XP e Windows 2000 também podem ser usados neste tipo de rede. Essas redes são adequadas tanto ao ambiente doméstico quanto às pequenas empresas. Para redes de maior porte, é mais vantajoso utilizar as redes do tipo cliente-servidor. Os PCs usados neste tipo de rede podem usar qualquer versão do Windows, entretanto aqueles usados como servidores precisam usar um sistema operacional apropriado, como o Windows 2000 Server ou o Linux. 1-4 Como montar e configurar sua rede de PCs
Redes corporativas Redes domésticas normalmente utilizam a arquitetura ponto-a-ponto, a única disponível nos sistemas operacionais Windows de uso doméstico. Não faz sentido instalar em um ambiente doméstico, um PC equipado com um sistema caro como o Windows 2000 Server, apenas para implantar uma rede com arquitetura cliente servidor. As redes ponto-a-ponto implantadas com o Windows são de uso muito mais simples e instalação automática. Sua utilização está ao alcance mesmo dos usuários principiantes. Já as grandes redes utilizadas em empresas de porte médio e grande são baseadas na arquitetura cliente-servidor. Sua instalação, configuração e utilização é um pouco mais complicada para o administrador (o profissional responsável por “tomar conta” da rede). É preciso entender as classificações que os computadores recebem em uma rede, de acordo com a sua utilização: Servidor: É um computador que oferece recursos para outros computadores da rede. Exemplos desses recursos são impressoras e unidades de disco. Cliente: É um computador que utiliza os recursos de outro computador. Estação de trabalho:
3 É um computador que pode ser utilizado para aplicações normais, executando programas em geral. Um computador pode fazer parte uma, duas ou até três dessas categorias. Considere o exemplo da pequena rede da figura 3, formada por dois computadores. O indicado como “MICRO 1” tem uma conexão com a Internet que é usada por ele próprio e também pelo “MICRO 2”. Digamos ainda que áreas do disco rígido do “MICRO 1” sejam acessadas pelo “MICRO 2”. Finalmente, considere que a impressora ligada no “MICRO 2” é usada por ele próprio e também pelo “MICRO 1”. Capítulo 1 – Introdução às redes de computadores 1-5 Figura 3
Temos
então as seguintes classificações: a) Ambos os PCs são estações de trabalho, visto que pode ser utilizados normalmente, cada um por seu usuário. Nas redes de maior porte temos computadores classificados como servidores de dedicados, ou simplesmente servidores. São computadores cuja única finalidade é oferecer recursos para serem usados por outros computadores da rede. Já nas redes domésticas e nas redes mais simples, onde o número de PCs é muito reduzido, não faz sentido ter um servidor dedicado. b) Em relação ao acesso à Internet e ao acesso a arquivos, o MICRO 1 é um servidor (não dedicado), e o MICRO 2 é um cliente. c) Em relação ao acesso à impressora, o MICRO 2 é servidor (não dedicado) e o MICRO 1 é cliente. Como podemos ver, neste pequena rede ambos os PCs são servidores não dedicados, são clientes e são estações de trabalho. Nas grandes redes os PCs dividem-se em duas categorias: a) Servidores dedicados. Todos os servidores são usados exclusivamente para oferecer recursos para outros computadores da rede. Eventualmente um servidor de arquivos pode ser cliente de um servidor de impressão, para emissão de relatórios impressos. Esses servidores não são usados para trabalhos normais, apenas para tarefas administrativas da rede (controle de senhas, backups, relatórios diversos, ajustes de desempenho, etc.), e não para trabalhos normais, por isso não são classificados como estações de trabalho. Como um típico servidor de uma grande rede é sempre dedicado, não é necessário usar o termo servidor dedicado. Chamamos esses computadores simplesmente de servidores. b) Estações de trabalho (em inglês, Workstations). São todos os demais computadores da rede, que não operam como servidores. Esses computadores são sempre clientes dos servidores. São usados para execução de tarefas normais, atendendo exclusivamente o seu usuário. Como são clientes dos servidores, podem ter acesso aos recursos oferecidos por esses servidores. 1-6 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 4
A figura 4 mostra a estrutura de uma pequena rede corporativa, com 7 computadores e um servidor. Esses 7 computadores operam como estações de trabalho. Dois deles possuem impressoras próprias (chamadas de impressoras locais). O servidor pode ser um PC comum, porém mais rápido e com boa quantidade de memória e um disco rígido de generosa capacidade. Para obter
4 maior desempenho, muitas vezes são usados PCs especiais, construídos especialmente para operar como servidores. Normalmente são PCs avançados, que além de possuírem um ou mais processadores rápidos, muita memória e discos rígidos de alta capacidade e desempenho, oferecem recursos especiais como dispositivos de backup, fonte de alimentação dual e gabinete especial para acomodar inúmeras placas e drives. Em geral possuem também discos rígidos duais, que são tolerantes a falhas. Os mesmos dados são gravados simultaneamente em dois discos. Se um disco falhar, os dados estarão a salvo no segundo disco. O servidor do nosso exemplo está ligado a duas impressoras. As impressoras para uso corporativo, com alta velocidade de impressão, são muito caras para serem dedicadas a um só usuário. Ligadas no servidor podem atender a todos os usuários da empresa. Note que os computadores da figura 4 estão interligados através de um dispositivo chamado HUB. Este é apenas um exemplo de dispositivo usado para a ligação de computadores em redes. Os hubs são indicados para redes pequenas, mas para redes mais complexas são usados outros dispositivos concentradores mais sofisticados. Redes ponto-a-ponto Capítulo 1 – Introdução às redes de computadores 1-7 A Microsoft costuma usar o termo “rede doméstica ou para pequena empresa” como um sinônimo de rede ponto-a-ponto. Essas redes são indicadas para pequenos ambientes, formados por uma ou duas salas, onde todos os computadores estão bem próximos. Não existe uma regra fixa para o número máximo de computadores que podem ser usados em uma rede deste tipo. Tecnicamente é possível formar uma rede ponto-a-ponto usando dezenas de computadores, entretanto existirão dificuldades de gerenciamento e segurança que só são vencidas com o uso de uma rede mais “profissional”, baseada na arquitetura cliente-servidor. Neste tipo de rede, qualquer computador pode operar como servidor. Não existe portanto a obrigatoriedade do uso de um servidor dedicado, apesar de normalmente existir um. Pouca manutenção é exigida neste tipo de rede, e não é necessário a presença de um profissional exclusivamente para administrar a rede. O sistema operacional utilizado pode ser o próprio Windows, mesmo nas versões para uso pessoal, como o 95, 98, Millennium ou XP. A instalação deste tipo de rede é bem simples, baseado no uso de um Assistente de configuração, de uso quase automático. Quando o número de computadores se torna maior, a rede ponto-a-ponto apresenta uma série de desvantagens. Seu gerenciamento se torna mais difícil e sua segurança é precária. Por exemplo, um usuário poderia gravar dezenas de Gigabytes de arquivos no servidor, deixando o disco rígido praticamente cheio, o que o deixa inoperante. Este é apenas um exemplo de vulnerabilidade apresentado pelas redes ponto-aponto. São problemas que não preocupam no caso de uma rede doméstica, ou em uma pequena empresa com meia dúzia de computadores. Redes cliente-servidor As redes com muitos computadores devem utilizar a arquitetura cliente-servidor. Não existe uma regra fixa que defina um número mágico a partir do qual este tipo de rede é mais indicado. É possível montar uma rede cliente-servidor usando apenas dois computadores, entretanto esta não é a escolha mais sensata neste caso. O servidor normalmente requer a presença de um profissional especializado, o administrador. Não é justificável a contratação deste profissional para atuar em redes muito pequenas. Neste tipo de rede, as estações de trabalho acessam os recursos disponíveis em um servidor dedicado. Este servidor (ou servidores, em redes maiores) deve usar um sistema operacional apropriado para este tipo de rede, como o Windows NT, Windows 2000 Server e o Linux. O servidor é operado apenas pelo administrador da rede, usando seus próprios dispositivos de entrada-e-saída (monitor, teclado e mouse), ou então a partir de uma estação de trabalho. É possível definir contas de usuários com diversas restrições de acesso. Por exemplo, certos usuários podem ter permissão para usar o servidor apenas em determinados horários. Cada usuário pode ter permissão para utilizar apenas um determinado espaço em disco, evitando a sobrecarga do servidor que poderia esgotar a capacidade do seu disco. O servidor é capaz de gerar relatórios sobre as atividades 1-8 Como montar e configurar sua rede de PCs de cada usuário, o que pode alertar o administrador sobre tentativas de quebra de segurança. Do ponto de vista de hardware, não existe diferença entre uma rede ponto-a-ponto e uma rede cliente servidor, exceto pelo maior número de equipamentos. Os mesmos cabos, concentradores, computadores e dispositivos podem formar qualquer um dos dois tipos de rede. A diferença está no sistema operacional utilizado pelo servidor, e na configuração do software de acesso à rede feita nos clientes. É até mesmo possível que uma rede opere em modo híbrido. Digamos que em uma rede cliente-servidor, um usuário precisa utilizar a impressora de um outro usuário, entretanto a referida impressora não é um recurso compartilhado da rede. No caso de sistemas Windows, o usuário desta impressora pode instalar o serviço de Compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft e passar a operar como um servidor de rede ponto-a-ponto. Sua impressora poderá ser acessada pelo outro usuário, exatamente como ocorreria em uma rede ponto-a-ponto. Terminado o uso, o usuário do computador que tem esta impressora pode desinstalar este serviço de compartilhamento.
Custo de implantação de redes pequenas Para ligar computadores em rede, normalmente são usados cabos apropriados, placas de interface e concentradores (como os já citados hubs). Os equipamentos são relativamente baratos no caso de redes pequenas, que não necessitam de servidores dedicados. O custo é ainda menor no caso de pequenas redes formadas por dois computadores. Neste caso especial não é preciso utilizar hubs. Basta ligar os dois computadores diretamente usando um cabo de rede do tipo “crossed”, encontrado com facilidade nas revendas de informática. Os cabos de rede mais usados são os do tipo UTP (par trançado), com conectores RJ-45. Podem ser encontrados nas modalidades normal e crossed. Os do tipo crossed são usados para ligar diretamente dois computadores, sem o uso de hubs. Os do tipo normal são usados nas ligações entre cada computador e o hub ou concentrador utilizado. Capítulo 1 – Introdução às redes de computadores 1-9
5 Figura 5
Alguns PCs modernos possuem interface de rede integrada. Se ambos os PCs envolvidos tiverem interfaces de rede, bastará comprar o cabo. Mesmo quando os PCs não possuem interface de rede, o custo da instalação é pequeno, já que as placas e rede são bem baratas. igura 6 É possível ainda implantar redes de dois PCs de várias outras formas econômicas, ligando-os pela interface serial ou paralela. O desempenho será inferior ao obtido com placas de rede, mas ainda assim adequado para diversas aplicações. O tipo de abo utilizado é vendido como “cabo laplink serial” ou “cabo laplink paralelo”. Para armar a rede de dois PCs ligados por este tipo de cabo, usamos o programa conexão direta via cabo, que acompanha o Windows. 1-10 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 7 Cabo laplink.
Finalmente, é possível conectar dois PCs em rede utilizando as interfaces USB, encontradas em todos os PCs atuais. Neste caso não basta usar um cabo USB, é preciso adquirir um dispositivo apropriado, conhecido como USBUSB bridge. Figura 8
Quando a rede possui mais de dois computadores, não é possível usar métodos alternativos de conexão, como o cabo RJ-45 crossed, cabos laplink e o USB-USB bridge. É preciso usar em cada computador, uma placa de rede, ligada por um cabo J-45 até um hub ou outro tipo de concentrador. igura 9
Capítulo 1 – Introdução às redes de computadores 1-11 A tabela que se segue mostra o custo aproximado dos equipamentos de rede citados aqui:Dispositi vo Custo aproximado Vejamos então alguns exemplos de custos envolvidos na implantação de pequenas redes: a) Dois PCs que já possuem placa de rede solução mais indicada neste caso é ligá-los através da interface de rede. Bastará comprar o cabo UTP/RJ-45 crossed, e o custo total ficará na faixa de R$10. (Dois PCs que não têm placa de rede ligálos por um cabo laplink são a soluções mais barata, os custos ficará na faixa de R$ 0. O desempenho é satisfatório para a maioria das aplicações (cerca de 100 kB/s). muito maior entretanto será o desempenho obtido com o uso de placas de rede cerca de 10 MB/s). Valerá a pena portanto comprar uma
6 placa de rede para cada PC ligá-los por um cabo UTP/RJ-45 crossed. O custo total será de cerca de R$ 70. c) Quatro PCs Esses PCs podem ser ligados através de um hub de 4 portas. Os hubs de 8 portas custam praticamente o mesmo preço e ainda têm a vantagem de permitir futuras instalações de novos computadores na rede. Cada computador precisará de uma placa de rede e um cabo UTP/RJ-45 (R$ 40 por computador). Com 4 computadores e um hub, o custo total será de cerca de R$ 360.
Aplicações das redes Vimos que o custo de implantação de redes é relativamente pequeno, no caso de redes domésticas e redes para pequenas empresas. A ligação de computadores em rede é muita vantajosa pois traz inúmeros novos recursos, tanto em redes pequenas como em redes corporativas. Compartilhamento de arquivos Com este recurso, o usuário tem ao seu dispor, não apenas as unidades de disco do seu computador, mas também unidades virtuais localizadas em um servidor. Essas unidades são na verdade pastas (diretórios) do servidor que são configuradas para compartilhamento. As pastas podem ser configuradas para serem acessadas por qualquer usuário (veja por exemplo, a pasta “Arquivos para TODOS”, na figura 10). 1-12 Como montar e configurar sua rede de PCs Podem ainda ser configuradas para serem usadas apenas por um usuário específico, protegidas através de senhas (veja no exemplo da figura 10, a pasta “Arquivos de Laércio”). Figura 10
O compartilhamento de arquivos traz inúmeras vantagens. É possível por exemplo copiar grandes quantidades de dados entre computadores diferentes, sem utilizar disquetes ou outro meio de armazenamento. Fica fácil desta forma trabalhar em grupo em ambientes empresariais, já que os arquivos centralizados podem ser utilizados com facilidade por várias pessoas. Cada pasta compartilhada pode ser configurada para uso geral (todos os usuários podem acessá-la), para uso específico de um único usuário ou para acesso por grupos de usuários selecionados. No sistema Windows, o acesso a pastas e impressoras compartilhadas é feito pelo ícone Meus Locais de Rede. Compartilhamento de impressoras Uma impressora conectada a um servidor (que pode ser dedicado ou não) pode ser configurada como compartilhada. Isto significa que outros computadores da rede poderão utilizá-la. Assim como ocorre no caso do compartilhamento de arquivos, as impressoras compartilhadas também podem ser configuradas para limitar o acesso dependendo do usuário. Poderão ser de uso geral, de uso específico para um usuário ou para um grupo de usuários. Impressoras de rede aparecem na pasta de impressoras do Windows, assim como ocorre com as impressoras locais. No exemplo da figura 11 temos três impressoras instaladas: FAX: É o serviço de fax do Windows. Com ele qualquer documento pode ser enviado por fax, como se estivesse sendo impresso. Basta abrir o documento desejado com o seu aplicativo (por exemplo, um texto feito com o Microsoft Word) e comandar Imprimir. Escolhemos então a impressora a ser usada e indicamos “FAX”. O documento será enviado por fax, da mesma forma como se estivesse sendo enviado a uma impressora comum. Capítulo 1 – Introdução às redes de computadores 1-13 HP Laser Jet Series II: Esta é uma impressora local, ou seja, ligada no próprio computador. HP 7550 Plus: Note que o ícone desta impressora é um pouco diferente, possui um cabo de rede ligado a ele. Isto indica que se trata de uma impressora de rede, ligada em um servidor. No nosso exemplo, o servidor tem o nome de SW2000 (em uma rede, cada computador precisa ter um nome).gura 11
7 Ao comandarmos uma impressão podemos sempre selecionar a impressora desejada. Na figura 12 comandamos uma impressão com o Microsoft Word e indicamos a impressora a ser usada como “\\SW2000\HP 7550 Plus”. O nome completo da impressora de rede inclui o nome do computador (no nosso caso, SW2000) e o nome da impressora (no nosso caso, HP 7550 Plus). De um modo geral, é usada a forma: \\Nome do computador\Nome da impressora Não é necessário entretanto conhecer esta sintaxe. Basta selecionar a impressora na lista, que já aparece com o nome completo. Figura 12
1-14 Como montar e configurar sua rede de PCs Graças ao compartilhamento de impressoras, não é necessário que cada computador da rede tenha a sua própria impressora local. Em redes maiores, certos computadores até podem ter uma impressora local para a listagem de documentos sigilosos, porém o trabalho pesado pode ser feito em uma impressora de rede. Existem impressoras a laser de alto desempenho e alto custo. Produzem em poucos minutos, listagens que pequenas impressoras a jato de tinta demorariam horas para gerar. Impressoras deste tipo são muito caras, entretanto seu uso é justificável em grandes redes, já que estarão disponíveis para um grande número de usuários. Este também é o caso das impressoras a laser coloridas. São muito caras e produzem listagens com excepcional qualidade. São melhores que as impressoras a jato de tinta no que diz respeito à velocidade de impressão e à qualidade. Uma única impressora pode ser ligada em uma rede, ficando disponível para vários usuários. É claro que em uma pequena rede doméstica, o compartilhamento de impressora também é um recurso interessante. Não é preciso ter uma impressora para cada computador, e não é preciso usar caixas comutadoras de impressoras. Basta deixar a impressora ligada a um dos micros e configurá-la como compartilhada. Esta operação é bastante simples e está ilustrada na figura 13. Basta abrir a pasta de impressoras, clicar na impressora local com o botão direito do mouse e no menu escolher a opção Compartilhamento. Não se preocupe, este é um capítulo de introdução. Nos próximos capítulos mostraremos com detalhes todas essas operações. Figura 13
Compartilhamento de conexão com a Internet Compartilhamentos resultam em redução de custos, já que um único recurso caro pode atender a um grande número de usuários. Em um ambiente empresarial, praticamente todos os computadores têm acesso à Internet, mas não é necessário que cada um deles tenha um modem e ocupe uma linha telefônica. Em geral existe uma conexão de alta
8 velocidade entre um servidor e a Internet, e através deste servidor os demais PCs da rede acessam a Internet. Felizmente não apenas as grandes redes Capítulo 1 – Introdução às redes de computadores 1-15 podem contar com este recurso. Até uma pequena rede doméstica com apenas dois micros pode ter um deles ligado à Internet por meios convencionais (modem e linha telefônica, ou outros tipos de conexão), e esta conexão pode ficar disponibilizada para os demais PCs da rede. Este recurso foi introduzido no Windows 98 Segunda edição e está também presente no Windows ME, Windows 2000 e Windows XP. Trata-se do ICS (Internet Connection Sharing, ou Compartilhamento de conexão com a Internet). Uma só conta, um só modem e uma só linha telefônica podem atender a dois ou mais computadores simultaneamente. É claro que quanto maior é o número de computadores, menor será o desempenho, já que os dados de todos os computadores passarão por uma única conexão. Ainda assim para redes muito pequenas, como é o caso das redes domésticas, este tipo de compartilhamento é bastante eficiente. Figura 14
A figura 14 mostra o compartilhamento de conexão com a Internet em uma pequena rede de 4 micros, interligados através de um hub. Um dos micros possui conexão com a Internet. Note que este micro é o responsável pela ligação entre duas redes, uma interna (formada pelos 4 micros) e uma externa (a Internet). Chamamos genericamente de Gateway, os equipamentos responsáveis pela conexão entre redes. Qualquer tipo de conexão com a Internet pode ser compartilhada através de uma rede. Em redes maiores, é usada uma conexão de alta velocidade para ser compartilhada entre todos os computadores. Desta forma todos eles ficam conectados à Internet de forma permanente. Para pequenas redes como a da figura 14, é aceitável usar uma conexão telefônica comum no servidor para a ligação com a Internet. Não é preciso usar equipamentos os softwares especiais. O próprio Windows (98SE ou superior) e modens comuns podem ser usados. Esta configuração é bastante adequada a pequenas redes domésticas (figura 15). Uma vez feita à conexão, os usuários de ambos os micros podem usar a Internet simultaneamente. 1-16 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 15
Muitos prédios são atualmente ligados à Internet via rádio. Nesta configuração, um servidor instalado no prédio pelo provedor de acesso é ligado aos apartamentos ou salas comerciais por uma rede interna. Sendo assim, cada computador é ligado à Internet não por um modem, mas por uma placa de rede. Esta configuração nada mais é que uma rede para compartilhamento de conexão com a Internet. No capítulo 7 mostraremos como compartilhar um modem para permitir o acesso à Internet por vários computadores da rede, utilizando apenas uma linha. Serviços de backup Em redes domésticas não existe preocupação com backup. Não existem em geral dados vitais a serem protegidos. Mesmo quando o usuário teve muito trabalho para gerar ou reunir os dados, raramente existe preocupação com o backup. Por exemplo, um usuário doméstico pode colecionar músicas MP3 durante alguns anos e acabar reunindo alguns Gigabytes dessas músicas. Seria conveniente fazer um backup, usando por exemplo um gravador de CDs. Na maioria das vezes entretanto isso não é feito. Usando uma pequena rede, um computador poderia fazer o backup utilizando o disco rígido de
9 um servidor. Este servidor poderia ter um gravador de CDs, no qual esses arquivos seriam gravados, para maior segurança. Em ambientes corporativos, a situação é bem diferente. Dados vitais de uma empresa não posem ser perdidos, caso contrário o prejuízo será grande. Por isso nesses ambientes profissionais existe preocupação com o backup. Muitos servidores possuem meios especiais de armazenamento para backup, como unidades de fita magnética e discos óticos. Esses dispositivos também podem ser compartilhados através da rede, permitindo que todos os usuários os utilizem. Outro método de backup comum consiste em cada usuário fazer uma cópia de seus arquivos importantes para o servidor. O administrador da rede, por sua vez, providencia o backup dos arquivos existentes no servidor. Capítulo 1 – Introdução às redes de computadores 1-17 Figura 16
Dependendo da capacidade, as unidades de fita magnética podem custar dezenas de milhares de dólares. As fitas magnéticas usadas nas unidades mais avançadas armazenam entretanto centenas e até milhares de Gigabytes, possibilitando o backup dos dados de inúmeros computadores. Jogos É uma verdadeira praga em um ambiente empresarial. Imagine por exemplo cinco funcionários, todos eles utilizando um jogo de corridas como o Need for Speed, ou um jogo de lutas como o Return to Wolfenstein Castle. Cada jogador não está competindo apenas com oponentes artificiais gerados pelo jogo. Está na verdade jogando contra seus colegas de trabalho. Através da rede, cada cópia do jogo operando em um computador envia informações sobre a localização e as ações do seu usuário. Também recebe informações semelhantes vindas dos outros usuários do jogo. Neste ambiente chamado de multiplayer, todos os usuários participantes fazem parte do mesmo mundo virtual, e interagem entre si. É claro que é perigoso jogar assim no trabalho. O chefe pode chegar e usuário perde o seu emprego. Um dos primeiros jogos a operarem no modo Multiplayer foi o DOOM 2 (figura 17). Operava no modo MS-DOS e fez muito sucesso em meados da década de 1990. Podia ser utilizado por até quatro jogadores em rede, ou dois através de conexão direta pelas interfaces seriais. No exemplo da figura 17, executamos o jogo em três computadores no modo multiplayer. Designamos os jogadores como A, B e C. Neste figura temos a visão das telas do jogador A e do jogador C. Como mostra a figura, o jogador A vê os jogadores B e C. O jogador C vê os jogadores A e B. Não está mostrado, mas o jogador B vê na sua tela, os jogadores A e C. É possível jogar de forma cooperativa (todos juntos contra um inimigo comum) ou uns contra os outros. 1-18 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 17
Praticamente todos os jogos de corridas e lutas produzidos a partir de estão operando em modo multiplayer, através de uma rede, ou então via Internet. Na figura 18 vemos um outro jogo bastante popular no final da década de 1990, o Jedi Knight. Figura 18
Para quem gosta de jogos, é bem interessante usá-los através de uma rede. Com uma pequena rede doméstica você poderá lutar contra um oponente real (seu irmão ou um colega, por exemplo). Também poderá usar jogos de corrida, e até jogos como futebol e outros esportes. Note que é necessário que cada computador tenha uma cópia
10 do jogo a ser utilizado. Correio eletrônico Computadores que têm acesso à Internet podem enviar e receber mensagens eletrônicas (e-mails). Dentro de uma empresa, o número de mensagens internas tende a ser muito maior que o de mensagens externas. A conexão com a Internet é bastante poupada quando as mensagens trocadas entre dois membros da mesma rede podem ser transmitidas através da própria rede, sem o uso da rede externa (Internet). Os programas de correio eletrônico podem portanto estabelecer uma conexão com um servidor de e-mails interno, o que torna a troca de mensagens bem mais rápida. Troca de mensagens O correio eletrônico é uma forma bem eficiente de comunicação, pois não interrompe o receptor para o atendimento das mensagens. O receptor lerá suas mensagens em um instante oportuno, e não precisará interromper outras atividades. Existem entretanto casos em que a comunicação deve ser feita de forma imediata, Capítulo 1 – Introdução às redes de computadores 1-19 com urgência. Através de uma rede é possível trocar este tipo de mensagem, em tempo real. As mensagens podem ter a forma de texto, ou então podem ser usados recursos de som e vídeo, através de câmeras e microfones. Fi gura 19
Acesso remoto Através de uma rede, um computador pode controlar outro computador. É o que chamamos de acesso remoto. Digamos por exemplo que você trabalha em uma empresa de médio ou grande porte e que precisa utilizar o seu computador que está localizado em outro andar, ou mesmo em outro prédio. Você pode utilizar um computador qualquer da rede para estabelecer uma conexão com o seu computador, através do fornecimento de uma senha. O conteúdo da tela do seu computador será mostrado na tela do computador que você estiver utilizando. Desta forma é possível, por exemplo, um administrador controlar um servidor a partir de uma estação de trabalho. É possível ainda prestar suporte técnico para outros usuários sem ter que ir até o local onde está o computador deste usuário. Até recentemente este recurso era implementado com programas especiais, como o PC Anywhere, da Symantec. O Windows XP traz esses recursos embutidos, tornando fácil o acesso remoto e dispensando o uso de softwares adicionais. 1-20 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 20
Vale a pena montar uma rede Quem nunca utilizou os recursos de uma rede pode se dar ao luxo de manter um pequeno grupo de computadores funcionando de forma isolada. Entretanto por menor que seja o número de computadores, serão muitas as vantagens de ligálos em rede, o que irá oferecer novos recursos como os que citamos neste capítulo. Ao fazer uso desses recursos, você nunca mais conseguirá usar computadores de forma
11 isolada. Mesmo no caso de dois PCs que formam a maioria das domésticas, esta ligação é muito vantajosa, simples, barata e fácil de usar.___
Hardware de redes Uma rede é formada por componentes de hardware e de software. Entre os componentes de hardware estão os computadores e seus periféricos, os cabos, as placas de interface, os hubs e demais concentradores. Existem ainda os componentes de software, que são os sistemas operacionais, os aplicativos e utilitários de rede, os protocolos de comunicação, serviços e clientes. Neste capítulo apresentaremos os principais componentes de hardware, e no próximo, os componentes de software. Os componentes de software de uma rede são independentes dos componentes de hardware. Por exemplo, as mesmas placas de rede, cabos e hubs que formam uma rede ponto-a-ponto (por exemplo, usando um servidor com Windows 9x/ME) podem ser usados para montar uma rede cliente-servidor (por exemplo, usando um servidor com o Windows 2000 Server). Portanto uma mesma infra-estrutura de hardware poderá ser usada para diferentes softwares de rede.
Cabos e conectores A maioria das redes de microcomputadores utilizam cabos e placas tipo Ethernet. Para quem toma contato com este termo pela primeira vez, cuidado. Não confunda Ethernet com Internet. A Internet é a rede mundial de computadores. Ethernet é um padrão elétrico usado na comunicação entre os dispositivos de uma rede local. Podemos encontrar três tipos de cabos Ethernet: Par trançado (Twisted Pair - 10BaseT, 100BaseT) Coaxial fino (Thin Ethernet - 10Base2) Coaxial grosso (Thick Ethernet - 10Base5) Desses três tipos, o mais usado atualmente é o par trançado. É usado em praticamente todas as redes modernas, desde pequeno até grande porte. Portanto ao implantar uma nova rede será preciso adquirir placas de rede, cabos e outros equipamentos compatíveis com o par trançado. Os cabos coaxiais são bastante parecidos com os usados por antenas de TV. Este tipo de cabo caiu em desuso desde meados da década de 1990, entretanto você pode 1-2 Como montar e configurar sua rede de PCs precisar trabalhar com eles se estiver fazendo manutenção ou expansões em uma rede antiga. Os conectores existentes nas placas de rede, usados com cada um desses tipos de cabos são chamados de: BNC - Para Thin Ethernet AUI - Para Thick Ethernet RJ-45 - Para Twisted Pair Figura 1
Todas as placas de rede modernas possuem um conector RJ-45, como a mostrada na figura 1. A figura mostra também o conector RJ-45 macho, na ponta do cabo de rede. Existem placas um pouco mais antigas que possuem um conector BNC. Outras possuem conectores BNC e RJ-45, como no exemplo da figura 2. Figura 2
Normalmente as placas de rede possuem dois LEDs indicadores de status: Capítulo 2 –Hardware de redes 2-
12 3 LINK: Indica que a placa está corretamente conectada ao seu hub, através do cabo de rede. Este LED ficará apagado quando existir algum problema no cabo, como um mau contato, por exemplo. ACTIVITY: Indica que existe atividade em andamento na placa, que pode estar transmitindo ou recebendo dados. Cabos 10Base2 Este é outro nome para designar cabos Thin Ethernet. Também é comum chamar este cabo de RG-58. Seus conectores são do tipo BNC. A figura 3 mostra os componentes utilizados nas conexões com cabos Thin Ethernet. Os conectores ”T” são acoplados ao conector BNC da placa de rede, e nele são conectados os cabos que ligam o PC aos seus vizinhos. O terminador deve ser ligado no último conector “T” da cadeia. F igura 3
O cabo Thin Ethernet deve formar uma linha que vai do primeiro ao último PC da rede, sem formar desvios. Não é possível portanto formar configurações nas quais o cabo forma um “Y”, ou que usem qualquer tipo de derivação. Todas as ligações devem ter o aspecto da figura 4. Apenas o primeiro e o último PCs do cabo devem utilizar o terminador BNC. No exemplo desta figura, os são ligados por duas seções de cabos. Em cada um deles, são usados conectores “T” para permitir as conexões nas placas. O PC #2 liga-se aos outros dois através de duas seções de cabo Ethernet. Os PCs numerados como #1 e #3, localizados nas extremidades, possuem terminadores BNC. 1-4 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 4
Na figura 5 vemos o detalhe da conexão dos cabos na placa de rede. O conector T é ligado à placa, e nele são feitas às ligações com os cabos que ligam o computador aos outros dois elementos da cadeia. Vemos ainda na figura a conexão existente nos computadores da extremidade da cadeia, nos quais existem terminadores. Figu ra 5
Mais uma vez lembramos que o uso de cabos Thin Ethernet caiu em desuso. Você não irá usá-los em redes novas, mas poderá precisar dar manutenção em redes antigas baseadas neste tipo de cabo. Redes formadas por cabos Thin Ethernet são de implementação um pouco complicada. É preciso adquirir ou construir cabos com medidas de acordo com a localização física dos PCs. Se um dos PCs for reinstalado em outro local é preciso utilizar novos cabos, de acordo com as novas distâncias entre os PCs. Pode ser preciso alterar duas ou mais seções de cabo de acordo com a nova localização dos computadores. Além disso, os cabos coaxiais são mais caros que os do tipo par trançado. Apesar dessas desvantagens, os cabos Thin Ethernet apresentam um atrativo. Não necessitam do uso de hubs, equipamentos que são necessários quando conectamos três ou mais computadores através de par trançado. Mesmo com a vantagem de dispensar hubs, o cabo coaxial caiu em desuso devido às suas desvantagens: custo elevado, instalação mais difícil e mais fragilidade. Se algum distraído retirar o terminador do cabo, toda a rede sai do ar. Cabos 10Base5
13 Capítulo 2 –Hardware de redes 2-5 Este é o outro nome usado pelos cabos Thick Ethernet. O conector encontrado na placa de rede é chamado AUI (Attachment Unit Interface). Este conector não é entretanto ligado diretamente ao cabo da rede. Sua ligação é feita de um cabo adicional (AUI drop cable). Este cabo é finalmente ligado à rede, através de um dispositivo chamado transceiver. Os cabos Thick Ethernet são muito raros. Caíram em desuso no início da década de 1990, e você praticamente não os encontrará, mesmo em redes mais antigas, já que na maioria das instalações de rede os equipamentos já foram atualizados. Neste tipo de cabeamento, o conector AUI de 15 pinos da placa de rede é ligado através de um cabo a um dispositivo chamado MAU (media attachment unit, ou media Access unit, ou multistation access unit). Este dispositivo tem principal função, transmitir e receber da rede os sinais gerados e recebidos pelo conector AUI. Por isso é também chamado de transceiver. As demais portas da placa de rede (ligadas aos conectores RJ-45 e BNC) possuem transceivers embutidos na própria placa (onboard). A porta AUI necessita de um transceiver externo para que opere com maior corrente e permita usar cabos mais longos. Cada MAU por sua vez é fixado ao cabo da rede propriamente dito. As seções deste cabo formam uma cadeia, de forma similar à formada por cabos Thin Ethernet. São usados terminadores nas extremidades. Fi gura 6
Na figura 7 vemos a ligação entre o conector AUI e da placa de rede e o MAU. Observe que a placa de rede deste exemplo possui além do conector AUI, conectores BNC e RJ-45. Esta característica é comum nas placas de rede que possuem conector AUI. 1-6 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 7
Par trançado 100BaseT Também chamado UTP (Unshielded Twisted Pair – par trançado não blindado). Neste cabo existem quatro pares de fios. Os dois fios que formam cada par são trançados entre si. É o tipo de cabo mais barato usado em redes, e é usado em praticamente todas as instalações modernas. O par trançado é o meio físico mais utilizado nas redes modernas, apesar do custo adicional decorrente da utilização de hubs e outros concentradores. O custo do cabo é mais baixo, e a instalação é mais simples. Basta ligar cada um dos computadores ao hub. Cada computador utiliza um cabo com conectores RJ-45 em suas extremidades. As conexões são simples porque são independentes. Para adicionar um novo computador à rede, basta fazer a sua ligação ao hub, sem a necessidade de remanejar cabos de outros computadores. Fi gura 8
A figura 8 mostra um conector RJ-45 na extremidade de um cabo de par trançado. Para quem vai utilizar apenas alguns poucos cabos, vale a pena comprá-los prontos. Muitas lojas montam esses cabos sob medida. Para quem vai precisar de muitos cabos, ou para quem vai trabalhar com instalação e manutenção de redes, vale a pena ter os recursos necessários para construir cabos. Devem ser comprados os conectores Capítulo 2 –Hardware de redes 2-7
14 RJ-45, algumas um rolo de cabo, um alicate para fixação do conector e um testador de cabos. Não vale a pena economizar comprando conectores e cabos baratos, comprometendo a confiabilidade. Entre as melhores marcas de conectores citamos a AMP, e entre as melhores marcas de cabos de rede citamos os da Furukawa. A figura 9 mostra em detalhes os conectores RJ-45, bem como a numeração dos seus contatos. Fig ura 9
Apesar do conector RJ-45 ter oito fios, as conexões por rede Ethernet usam apenas quatro fios. Entre os fios de números 1 e 2 a placa envia o sinal de transmissão de dados, e entre os fios de números 3 e 6 a placa recebe os dados.Fig ura 10
1-8 Como montar e configurar sua rede de PCs Para quem faz instalações de redes com freqüência, é conveniente adquirir testadores de cabos, como os que vemos na figura 10. Lojas especializadas em equipamentos para redes fornecem cabos, conectores, o alicate e os testadores de cabos, além de vários outros equipamentos. Os testadores da figura 10 formam uma dupla, e são vendidos juntos. Para testar um cabo, conectamos em cada um dos testadores, uma extremidade do cabo. Pressionamos o botão ON/OFF e observamos os LEDs indicados no testador menor. Os quatro LEDs deverão acender seqüencialmente, indicando que cada um dos quatro pares está firme e com contato perfeito. Figur a 11
A figura 11 mostra um hub, um dos tipos de equipamento que ligam os computadores em redes que utilizam par trançado. Existem hubs padrão Ethernet (10 Mbits/s) e Fast Ethernet (100 Mbits/s). Existem ainda os modelos duais, que permitem conexões com velocidades diferentes na mesma rede (10 Mbits/s e 100 Mbits/s). Podemos encontrar hubs com conexões para 4, 6, 8, 12, 16, 24 ou 32 computadores. Os hubs e outros tipos de concentradores possuem em geral uma porta adicional chamada Uplink. Esta porta é usada para conectar os hubs (ou outros concentradores) entre si. Observe na figura 11 que a porta 8 tem uma indicada uma ligação com a porta adicional, que é o Uplink. Na verdade o Uplink é uma repetição desta porta (no nosso exemplo, da porta 8). Não é permitido fazer conexões simultâneas em ambas as portas. No hub do nosso exemplo, se a porta Uplink for usada, a porta 8 deve ficar sem conexão. Mais adiante mostraremos como são feitas as ligações com o uso da porta Uplink. Capítulo 2 –Hardware de redes 2-9 Fi
15 ura 12
Se você precisa implementar uma rede em que alguns computadores utilizam placas de 10 Mbits/s (computadores antigos) e outros utilizam placas de 100 Mbits/s, tome cuidado com o tipo de hub que vai adquirir. Existem modelos mais simples que, ao detectarem que existe pelo menos uma placa operando a 10 Mbits/s, obrigam todas as placas de 100 Mbits/s a reduzirem sua velocidade para 10 Mbits/s. Existem modelos de melhor qualidade que dividem as conexões em dois barramentos, um para cada velocidade. Desta forma, dois computadores equipados com placas de 100 Mbits/s poderão trocar dados nesta velocidade. Apenas quando um dos computadores envolvidos na comunicação utiliza placa de 10 Mbits/s esta velocidade será utilizada.
Montagem de cabos Para montar cabos de rede com par trançado e conectores RJ-45, é preciso utilizar um alicate apropriado, como o que vemos na figura 13. Este alicate é encontrado em lojas especializadas em acessórios para redes, e é normalmente chamado de alicate crimpador. 1-10 Como montar e configurar sua rede de PCs F igura 13
Este alicate é mostrado em detalhes na figura 14. Possui duas lâminas e uma fenda para o conector. A lâmina indicada com (1) é usada para cortar o fio. A lâmina 2 serve para desencapar a extremidade do cabo, deixando os quatro pares expostos. A fenda central serve para prender o cabo no conector. Fig ura 14
São as seguintes as etapas da montagem do cabo: 1) Use a lâmina (1) para cortar o cabo no tamanho necessário 2) Use a lâmina (2) para desencapar o cabo, retirando cerca de 2 cm da capa plástica. É preciso alguma prática para fazer a operação corretamente. A lâmina deve cortar superficialmente a capa plástica, porém sem atingir os fios. Depois de fazer Capítulo 2 –
Hardware de redes 2-11 um leve corte, puxe o cabo para que a parte plástica seja retirada. A operação é
16 mostrada na figura 15.Figur a 15
3) Você identificará quatro pares de fios: a) Verde / Branco-verde b) Laranja / Branco-laranja c) Azul / Branco-azul d) Marrom / Branco-marrom OBS.: Branco-verde significa “fio branco com listras verdes”. Em alguns cabos este fio é verde claro, ao invés de branco listrado de verde. O mesmo se aplica aos outros três pares, com as respectivas cores. 4) Procure separar os pares na ordem indicada no item 3. O
par laranja / brancolaranja deverá ser desmembrado. O fio branco-laranja ficará depois do par verde/branco-verde. Depois virá o par azul/branco-azul. Depois virá o fio laranja, e finalmente o par marrom/branco-marrom. Desenrole agora os pares e coloque os fios na seguinte ordem, da esquerda para a direita: Branco-verde Verde Branco-laranja Azul Branco-azul Laranja Branco-marrom Marrom 1-12 Como montar e configurar sua rede de PCs Figur 16
5) Use a lâmina (1) do alicate para aparar as extremidades dos 8 fios, de modo que fiquem todos com o mesmo comprimento. (O comprimento total da parte desencapada deverá ser de cerca de 1,5 cm. 6) Introduza cuidadosamente os 8 fios dentro do conector RJ-45 como mostra a figura 17. Cada um dos oito fios deve entrar totalmente no conector. Observe ainda na figura 17, o ponto até onde deve chegar à capa plástica externa do cabo. Depois de fazer o encaixe, confira se os 8 fios estão na ordem correta. Figura 17
7) Agora falta apenas “crimpar” o conector. Introduza o conector na fenda apropriada existente no alicate e aperte-o. Nesta operação duas coisas acontecerão. Os oito contatos metálicos existente no conector irão “morder” os 8 fios correspondentes, fazendo os contatos elétricos. Ao mesmo tempo, uma parte do conector irá prender com força a parte do cabo que está com a capa plástica externa. O cabo ficará definitivamente fixo no conector. Finalmente use o testador de cabos para verificar se o mesmo está em perfeitas condições. Testando o cabo Testar um cabo é relativamente fácil utilizando os testadores disponíveis no mercado. Normalmente esses testadores são compostos de duas unidades independentes. A vantagem disso é que o cabo pode ser testado no próprio local onde fica instalado, muitas vezes com as extremidades localizadas em recintos Capítulo 2 –Hardware de redes 2-13
17 diferentes. Chamemos os dois componentes do nosso kit de testador e terminador. Uma das extremidades do cabo deve ser ligada ao testador, no qual pressionamos o botão ON/OFF. O terminador deve ser levado até o local onde está a outra extremidade do cabo, e nele encaixamos o outro conector RJ45. Figura 18
Uma vez estando pressionado o botão ON/OFF no testador, um LED irá piscar. No terminador, quatro LEDs piscarão em seqüência, indicando que cada um dos quatro pares está corretamente ligado. Observe que este testador não é capaz de distinguir ligações erradas quando são feitas de forma idêntica nas duas extremidades. Por exemplo, se os fios azul e verde forem ligados em posições invertidas em ambas as extremidades do cabo, o terminador apresentará os LEDs piscando na seqüência normal. Cabe ao usuário ou técnico que monta o cabo, conferir se os fios em cada conector estão ligados nas posições corretas. Montagem e teste de conectores RJ-45 fêmea na parede Ao montar uma rede em uma pequena sala, os cabos são muitas vezes passados ao longo da parede, fixados no rodapé. Muitas vezes os cabos vão de uma sala a outra, totalmente à vista. Apesar do aspecto deste tipo de instalação ser ruim, funciona bem. Apenas devemos evitar passar cabos de rede próximos à fiação da rede elétrica. As instalações são entretanto mais organizadas quando os cabos de rede passam dentro de condures próprios, por dentro das paredes. Nunca passe cabos de rede por condutores que já sejam usados pela fiação da rede elétrica. Esses condutores são instalados na parede durante uma obra anterior à instalação da rede e dos computadores. É preciso quebrar a parede, passar os condutores e instalar as caixas de tomadas, cimentar, fazer o acabamento e pintar. 1-14 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 19
Existem alternativas para este tipo de instalação. Em muitas empresas é usado um “piso falso”. Basta levantar as placas e passar os cabos sob o piso. Se não for o caso, podemos deixar o cabeamento de rede externo mas usar canaletas para proteger os cabos e dar um acabamento melhor. Nos pontos onde serão feitas as conexões, usamos caixas externas com tomadas de rede. Figura 20
Tanto na tomada embutida como na externa (figuras 19 e 20) encontramos conectores RJ-45 fêmea. O cabo da rede deve ser ligado internamente a esses Capítulo 2 –Hardware de redes 2-15 conectores e fixado com a ajuda de uma ferramenta de inserção apropriada. Na figura 21
18 iremos o aspecto do interior do conector RJ-45 fêmea. OBS.: O conector RJ-45 macho também é chamado de plug RJ-45. O conector RJ-45 fêmea também é chamado de jack RJ-45. igura 21
a figura 22 vemos a ferramenta usada na fixação do cabo neste conector. Trata-se de uma ferramenta de impacto. Uma peça chamada blade (lâmina) faz simultaneamente o corte do excesso de fio e a fixação no conector.
gura 22
Para montar este conector, siga o seguinte roteiro: 1-16 Como montar e configurar sua rede de PCs 1) Use um alicate crimpador para desencapar cerca de 3 cm do plástico que envolve o cabo. 2) Encaixe cada um dos fios nas posições corretas, usando o esquema da figura 23.Em caso de dúvida, use a indicação das cores existente no próprio conector. Os fios devem ser totalmente encaixados nas fendas do conector, como vemos
em detalhe na figura 24. Figura 23 Ordem das ligações dos fios no conector.
Figura 24 Detalhe do encaixe dos fios no conector.
3) Para cada uma das 8 posições do conector, posicione a lâmina da ferramenta de inserção, como vemos na figura 25. A lâmina tem uma extremidade cortante que deverá eliminar o excesso de fio. Cuidado para não orientar a parte cortante na posição invertida. Capítulo 2 –Hardware de redes 2-17 igura 25
4) Uma vez pronto o conector, devemos testálo. A seção completa de cabo terá conectores RJ-45 fêmea em suas duas extremidades. Conecte nesses pontos dois pequenos cabos com conectores RJ-45 macho, previamente testados. Use então o mesmo procedimento usado nos testes de cabos de par trançado, já mostrado neste capítulo. 5) Depois que os conectores forem montados e testados, podem ser encaixados no painel frontal, conhecido como “espelho”. Finalmente este espelho deve ser aparafusado na caixa, e a instalação estará pronta. Ligação por par trançado sem hub É possível ligar dois computadores em rede utilizando par trançado, sem utilizar um hub. Para isso é preciso usar um cabo trançado (crossed). Este cabo possui plugs RJ- 45 em suas extremidades, porém é feita uma inversão nos pares de
19
transmissão e recepção. Para isso, um plug RJ-45 é montado da forma padrão. O outro deve ser montado de acordo com o diagrama da figura 26. Figura 26 Ligações em um dos conectores do cabo crossed.
O funcionamento deste cabo é baseado nas inversões dos sinais TD e RD (transmissão e recepção): 1-18 Como montar e configurar sua rede de PCs TD+ e TD- do primeiro conector ligados em RD+ e RD- do segundo conector RD+ e RD- do primeiro conector ligados em TD+ e TD- do segundo conector O método de teste deste tipo de cabo é o mesmo para cabos comuns. A única diferença é que a seqüência de acendimento dos LEDs será alterada. Ao invés dos LEDs acenderem na ordem 1o, 2o, 3o, 4o, acenderão na ordem 2o, 1o, 3o, 4o. Lembre-se que neste cabo, apenas um dos conectores deve ter as conexões feitas invertidas, como indicado na figura 26. O outro conector deve ter as conexões normais.
Placas de rede A figura 27 mostra uma típica placa de rede PCI com um conector RJ-45. Normalmente essas placas possuem na sua parte traseira, além do conector, LEDs para monitoramento da comunicação. Isto facilita a identificação de problemas, como por exemplo, um mau contato no cabo. Figu ra 27
As placas de rede mais comuns são os modelos PCI de 32 bits e 33 MHz, como a da figura 27. Também encontramos modelos PCI de 66 MHz e de 64 bits. Essas placas mais avançadas são usadas em servidores de alto desempenho. A figura 28 mostra um exemplo deste tipo de placa. Observe o seu conector PCI (64 bits), maior que o encontrado na maioria das placas, que são de 32 bits. Capítulo 2 –Hardware de redes 2-19 Figura 28
A maioria das placas de rede possui apenas um conector RJ-45. Podemos entretanto encontrar modelos sofisticados, usados em servidores, dotados de dois ou quatro conectores RJ-45, como a mostrada na figura 29.Figura 29
20 As placas de rede PCI de 32 bits com um conector RJ-45, como a mostrada na figura 27, são relativamente baratas. Tome cuidado entretanto com as “pechinchas”. Existem alguns modelos no mercado, ainda mais baratos, porém operam apenas com 10 Mbits/s. As placas modernas devem operar com 100 Mbits/s. OBS.: Existem equipamentos de rede Ethernet de 1000 Mbits/s (ou 1 Gbits/s) e de 10 Gbits/s. Futuramente serão utilizados em ampla escala nas redes, mas atualmente são usados apenas em conexões mais críticas, como a ligação entre servidores de alto desempenho. Os cabos Thin Ethernet caíram em desuso,
portanto é muito difícil encontrar placas de rede modernas com conectores BNC. A maioria delas opera com 10 Mbits/s e usa o barramento ISA de 16 bits. A placa da figura 30 se enquadra neste caso, porém além do conector BNC, possui ainda um conector RJ-45. 1-20 Como montar e configurar sua rede de PCs Fig
ura 30
Todas as redes novas usam cabeamento UTP (par trançado), mas ainda encontramos muitas redes antigas ainda em operação, baseadas no cabo coaxial 10Base2. Quem trabalha com manutenção de redes poderá precisar lidar com este tipo de cabeamento. Placas de rede e outros equipamentos baseados no cabeamento UTP são encontrados com facilidade em praticamente todas as lojas de hardware, entretanto os equipamentos baseados em cabos coaxiais são encontrados apenas nas lojas especializadas em equipamentos para redes. Essas lojas comercializam as placas, os cabos, conectores, alicates crimpadores, hubs e outros dispositivos para o padrão 10Base2.
Hubs e switches A figura 31 mostra um hub, equipamento usado para ligar os computadores em redes que utilizam par trançado. Os modelos mais comuns seguem os padrões Ethernet (10 Mbits/s) e Fast Ethernet (100 Mbits/s). Existem ainda os modelos duais, que permitem conexões com velocidades diferentes na mesma rede (10 Mbits/s e 100 Mbits/s). Podemos encontrar hubs com conexões para 4, 6, 8, 12, 16, 24, 32, 48 e até 64 computadores. Figura 31
A maioria dos hubs suporta operar com 100 Mbits e com 10 Mbits, como o da figura 31 (observe a indicação “EZ Hub 10/100”). Se você precisa implementar uma rede em que alguns computadores utilizam placas de 10 Mbits/s e outros utilizam placas Capítulo 2 –Hardware de redes 2-21 de 100 Mbits/s, tome cuidado com o tipo de hub que vai adquirir. Existem modelos mais simples que, ao detectarem que existe pelo menos uma placa operando a 10 Mbits/s, obrigam todas as placas de 100 Mbits/s a reduzirem sua velocidade para 10 Mbits/s. Existem modelos de melhor qualidade que dividem as conexões em dois barramentos, um para cada velocidade. Desta forma, dois computadores equipados com placas de 100 Mbits/s poderão trocar dados nesta velocidade. Apenas quando um dos computadores envolvidos na comunicação utiliza placa de 10 Mbits/s esta velocidade será utilizada. Os hubs são dispositivos relativamente baratos e podem ser usados para conectar computadores e formar uma pequena
21 rede. Os hubs podem ser conectados uns aos outros, formando redes maiores. Existem aparelhos chamados switches, com aspecto externo similar ao dos hubs, porém com desempenho maior. Os dados que trafegam em um hub são retransmitidos para todos os computadores que nele estão conectados. Se existirem por exemplo 8 computadores conectados por um hub, e quatro deles estiverem transmitindo dados para os outros quatro, cada par de computadores só poderá usar em média 25% do tráfego total da rede. Cada computador terá que “esperar a sua vez”. Por exemplo, em uma rede de 100 Mbits/s, cada conexão será feita a 100 Mbits/s, mas não ocorrerá em 100% do tempo, e sim em cerca de 25% do tempo – supondo volumes de dados iguais. Tudo se passa como se cada uma das quatro transmissões estivesse ocorrendo a apenas 25 Mbits/s. Os switches são dispositivos concentradores com desempenho mais elevado. Eles estabelecem ligações independentes entre os computadores conectados. No nosso exemplo, com 4 computadores transmitindo dados para outros 4, cada um deles utilizará 100% da taxa de transmissão da rede, já que as conexões são independentes. Fig ura 32
A figura 32 mostra as conexões internas de um hub de 8 portas. Todas elas ficam ligadas fisicamente a um único barramento interno. Apenas um dispositivo pode transmitir dados a cada instante, enquanto os demais o recebem. Os dados são acompanhados de um endereço, portanto apenas o dispositivo que é endereçado faz a recepção dos dados. Os demais dispositivos ignoram os dados que chegam 1-22 Como montar e configurar sua rede de PCs acompanhados de um endereço que não é o seu. O fato do hub utilizar um barramento compartilhado resulta em queda de desempenho quando são feitas muitas transmissões com elevadas quantidades de dados. É o que ocorre, por exemplo, quando dois ou mais PCs estão acessando grandes volumes de dados em um servidor. Figura 33
Um switch é capaz de estabelecer conexões internas independentes, como se fosse uma “central telefônica”. No exemplo da figura 33, o computador 1 está transmitindo e recebendo dados do computador 3. Da mesma forma temos as ligações entre os computadores 2-5, 4-8 e 6-7. Essas conexões internas são reconfiguradas de acordo com a origem e o destino dos dados. Como podemos ver, o switch tem a mesma função que o hub, porém opera de forma mais inteligente e mais eficiente. Para redes muito pequenas, é aceitável usar um hub de 4 ou 8 portas. Para ligar quatro computadores, pode ser interessante optar por um hub de 8 portas, deixando assim portas disponíveis para uma eventual expansão, com a inclusão de novos computadores na rede. A diferença de preços é muito pequena, por isso vale muito a pena partir logo para 8 portas. Além disso hoje também é pequena a diferença entre hubs e switches de 8 portas. Pode ser interessante optar por um switch ao invés de um hub, o que resultará em um desempenho maior. F igura 34
Capítulo 2 –Hardware de redes 2-23 A figura 34 mostra um switch de 48 portas. Hubs e switches de 8 portas são relativamente baratos, mas os preços aumentam bastante nos modelos com mais portas. Uma solução interessante é ligar esses dispositivos em cascata. Por exemplo, dois hubs de 8 portas equivalem a um hub de 14 portas (seriam 16, mas duas são usadas na conexão entre os hubs). Mais adiante mostraremos como são feitas essas conexões.
Racks
22 Os hubs e switches mais simples são do tipo desktop, ou seja, são instalados sobre uma mesa (em alguns casos até mesmo sob a mesa). É o caso do modelo mostrado na figura 31. Existem entretanto modelos que podem ser montados em racks (rackmount). São indicados para redes de maior porte, o que resulta em um cabeamento mais organizado. Existem ainda racks fechados, que podem ser trancados com chave, evitando que pessoas não autorizadas tenham acesso ao cabeamento. As figuras 34 e 35 mostram exemplos de switches do tipo rackmount. Possuem largura padrão de 441 mm (17,44 polegadas), e são montados em racks de 19 polegadas. A instalação no rack é feita através de duas presilhas laterais (brackets), como mostra a figura 36. Normalmente os dispositivos para montagem em rack são acompanhados dessas presilhas.OBS.: Existem também os racks de 23 e de 24 polegadas, porém seu uso é mais restrito. Os racks de 19 polegadas são de longe, os mais comuns no mercado.
Figura 35
1-24 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 36 l
Uma vez estando com os brackets laterais instalados, o dispositivo pode ser aparafusado ao rack, como mostra a figura 37. Fig ura 37
A figura 38 mostra alguns racks do tipo aberto (rack coluna). Na parte direita vemos alguns equipamentos de rede montados neste tipo de rack. Capítulo 2 –Hardware de redes 225 Figura 38
Os racks fechados tem estrutura similar à dos racks abertos. A diferença é o seu gabinete externo que cobre todo o conjunto. Normalmente esses racks possuem um sistema de ventilação interna. Fi
23 Racks fechados.
Patch panel Em redes pequenas, os hubs e switches podem ficar instalados em mesas ou prateleiras, e deles partem os cabos que vão diretamente aos computadores. Este tipo de instalação se torna desorganizado quando o número de nós da rede (computadores, servidores, impressoras e outros dispositivos) é muito grande. Para 1-26 Como montar e configurar sua rede de PCs manter o cabeamento organizado, são usados racks como os que já apresentamos. Os cabos que partem do rack e vão para os computadores da rede não são entretanto ligados diretamente nos hubs e switches. Ao invés disso são ligados em painéis instalados nos racks, chamados patch panels. Desses painéis partem cabos curtos que fazem a ligação com os hubs e switches.
gura 39 Fig ura 40
Podemos encontrar patch panels com diversos números de portas, como 24, 48 e 96. Cada porta é um conector RJ45 fêmea (Jack RJ-45). Esses conectores são ligados a cabos que vão até os pontos onde serão conectados os computadores (ou de uma forma mais geral, os nós da rede). A princípio uma rede com n nós deve ter no mínimo n portas nos patch panels. Sempre é bom entretanto, em uma rede bem planejada, ter conectores disponíveis mesmo em locais onda ainda não existem computadores instalados. Quando for feita uma futura instalação, não será mais necessário instalar novos cabos. Todos os cabos de rede, sejam eles usados ou não, devem ser ligados nos patch panels. Pequenas seções de cabos com conectores RJ- 45 macho (plug RJ-45) farão as ligações dos hubs e switches às portas dos patch panels. Desta forma é fácil remanejar as conexões de rede sem alterar o cabeamento. Todas as ligações ficam concentradas no rack.
Conexão entre hubs e switches Quando um hub ou switch está com todas as suas portas ocupadas e precisamos instalar novos nós na rede, uma solução é trocá-lo por um modelo com mais portas. Esta solução é cara, já que os preços desses aparelhos aumentam muito quando possuem muitas portas. Uma solução simples e barata é ligar hubs e/ou switches em cascata. A figura 41 mostra o exemplo da conexão de dois dispositivos de 8 portas. O método de conexão é válido tanto para hubs quanto para switches. Capítulo 2 –Hardware de redes 2-27
24 Figura 41
Os hubs e switches possuem uma porta normalmente chamada uplink. Esta não é uma nova porta, e sim uma repetição de uma das portas, porém com os sinais de TD e RD (transmissão e recepção) invertidos. No exemplo da figura 41, a porta uplink é compartilhada com a porta 1. Não é permitido usar ambas ao mesmo tempo. Nas conexões entre um hub/switch e um computador, os pinos TD e RD são naturalmente invertidos. Ou seja, o TX do hub é ligado no RX da placa de rede, e o RD do hub é ligado no TD da placa de rede. Isto faz com que os dados transmitidos pelo hub sejam recebidos pela placa de rede, e que os dados da placa de rede sejam recebidos pelo hub. Observe a figura 42, onde são mostradas as conexões entre um hub e uma placa de rede. Note que no hub, os pinos 1 e 2 são de recepção, enquanto na placa de rede, os pinos 1 e 2 são de transmissão. Da mesma forma, os pinos 3 e 6 do hub são de transmissão, enquanto os pinos 3 e 6 da placa de rede são de recepção (o mesmo diagrama é válido para switches). Figura 42
Se dois hubs ou switches fossem ligados diretamente pelas suas portas normais, teríamos as ligações 1-1, 2-2, 3-3 e 6-6. Os pinos TD de um hub estariam então 1-28 Como montar e configurar sua rede de PCs ligados aos pinos TD do outro hub, enquanto o RD de um hub estaria ligado ao RD do outro. A conexão não funcionaria, já que o par de transmissão de um dispositivo deve estar sempre ligado ao par de recepção do outro. Para resolver este problema, os hubs e switches possuem a porta uplink, na qual os papéis dos pinos de transmissão e recepção são trocados. Na porta uplink, os pinos 1 e 2 são de transmissão, enquanto os pinos 3 e 6 são de recepção, ou seja, um esquema inverso ao de uma porta normal (figura 43). Graças a esta inversão, um hub/switch pode estabelecer uma conexão direta com outro hub/switch. Figura 43
Portanto nesta conexão, ligamos uma porta normal de um dispositivo à porta uplink do outro dispositivo, como mostra a figura 41. Ligamos à porta 1 do hub #1 à porta uplink do hub #2. Note que como a porta 1 do hub #1 está em uso, sua porta uplink não pode ser usada (lembre-se que essas portas são compartilhadas). Da mesma forma, como a porta uplink do hub #2 está em uso, a sua porta 1 deve ficar sem conexão. conexão. Figur a 44
É possível que você encontre um hub ou switch que não tenha porta uplink. Neste caso a ligação em cascata também pode ser feita, usando as portas normais, entretanto na ligação
25 entre os hubs deve ser usado um cabo crossed. Observe na figura 44 que a inversão deste cabo liga corretamente os pinos TD e RD dos dispositivos.
KVM switch Capítulo 2 –Hardware de redes 2-29 Este não é um equipamento que faz parte da rede, mas é útil pela economia de espaço que oferece. Trata-se de um dispositivo através do qual podemos controlar vários computadores usando um único teclado (K), monitor de vídeo (V) e mouse (M). Usando um KVM switch de o portas, um único monitor, teclado e mouse são ligados a 8 computadores. Normalmente este recurso é usado para gerenciar servidores de rede. É grande a economia de espaço, e também a redução de custo que o mesmo oferece. Normalmente esses dispositivos possuem em seu painel, uma chave ou botão seletor para escolher qual dos computadores será conectado. Também é possível fazer a comutação através de uma seqüência de teclas (por exemplo, Shift-Control-Alt-5, ENTER; para selecionar a porta 5). Figura 45 Um KVM switch de 4 portas.
O modelo mostrado na figura 45 tem quatro portas. Possui conexões para vídeo, mouse serial, mouse PS/2 e teclado PS/2. O primeiro grupo de conectores destina-se à conexão do teclado, mouse e monitor. Os quatro restantes são ligados aos quatro computadores controlados, através de cabos apropriados. O gerenciamento de servidores não precisa ser feito necessariamente no servidor. Pode ser feito remotamente pelo administrador da rede, usando uma estação de trabalho. Existem entretanto operações que não podem ser feitas desta forma, como alterações no Setup e a própria inicialização do servidor. Etapas que não podem ser feitas remotamente podem ser feitas pelo KVM switch, economizando com o custo do teclado, mouse e principalmente do monitor, além do espaço que seria ocupado por esses dispositivos que seriam raramente utilizados.
Servidor de impressão 1-30 Como montar e configurar sua rede de PCs Em redes de qualquer porte, podemos ter um computador equipado com várias impressoras, operando como servidor de impressão. Este computador pode usar várias portas paralelas, graças ao uso de placas apropriadas, como a da figura 46. Esta placa é produzida no Brasil pela Naxos Tecnologia (www.naxos.com.br). Fi gura 46 Placa PCI com duas portas paralelas.
Uma outra solução para conectar várias impressoras em um PC é utilizar impressoras USB. Cada porta USB pode ter até 127 dispositivos conectados. Os PCs modernos possuem duas, quatro ou seis portas USB, e ainda é possível instalar placas de interface USB PCI, aumentando o número de portas. Desta forma é possível ligar inúmeras impressoras USB em um só computador. Uma outra solução bem mais barata que usar um computador dedicado como servidor de impressão é usar um dispositivo como o Print Server DP-303 da D-Link (figura 47). Este dispositivo é ligado à rede por um conector RJ-45, como se fosse um computador. Possui três portas paralelas padrão IEEE-1284, e desta forma suas três impressoras ficam disponíveis para acesso através da rede. Um outro modelo, o DP-101P+, é mais simples, permite conectar uma única impressora. Em ambos os casos, não é necessário ter um servidor dedicado para a conexão das impressoras, graças ao uso desses pequenos “servidores de impressão”. F
26 igura 47 Print Server DP-303, da D-Link.
Capítulo 2 –Hardware de redes 231
Bridges O bridge (ponte) é um equipamento de rede que já caiu em desuso há vários anos. Sua função é agora desempenhada pelo switch. Surgiu da necessidade de segmentar redes muito grandes, ou reunir duas redes, formando uma rede maior. Na época em que eram usados, eram comuns as redes com cabo coaxial. Essas redes têm um grande problema: o desempenho cai muito quando o número de nós (computadores, por exemplo) é grande. Como todos compartilham o mesmo barramento, cada nó precisa esperar a sua vez de transmitir e receber dados. Esta característica também está presente nas conexões com hub, pois apesar dos nós serem ligados em portas separadas, todas compartilham o mesmo barramento. Normalmente é possível identificar, mesmo nas redes grandes, grupos de computadores entre os quais existe um alto tráfego localizado. Por exemplo, os computadores de um departamento podem trocar muitos dados diretamente uns com os outros, utilizar impressoras de rede e servidores no próprio departamento. Imagine agora dois departamentos independentes, A e B, como vemos na figura 48. Se ambos compartilhassem o mesmo cabo (ou o mesmo hub), computadores de um departamento teriam que esperar sua vez para acessar o barramento, porém com um número grande de nós concorrendo pelo mesmo barramento. O problema seria menor se cada departamento tivesse uma rede independente. O desempenho da rede de cada departamento seria maior, entretanto não seria possível que ambos os departamentos tivessem acesso a um servidor central, nem que troquem dados diretamente entre si. A solução para o problema é a interligação das duas redes através do bridge, como mostra a figura.Figura 48
O bridge faz a interface entre duas redes. Monitora os dados da rede A, e de acordo com o endereço recebido em cada pacote de dados, identifica o nó destino. Se o destino for um dos nós da própria rede A, o pacote de dados será ignorado. Se o destino for um nó da rede B, os dados serão passados para esta rede. O mesmo ocorre no sentido de B para A. Em outras palavras, o bridge transmite dados de uma rede para outra, mas apenas quando reconhece que o nó destino está na outra rede. 1-32 Como montar e configurar sua rede de PCs Ao mesmo tempo em que permite um maior desempenho em cada rede parcial devido ao menor número de nós, o bridge permite o tráfego seletivo de dados entre as duas redes. Bridges caíram em desuso, mas sua função nas redes modernas é desempenhada pelo switch, da mesma forma como os nós são normalmente ligados através de um hub, substituindo o cabo coaxial. Na figura 49 vemos a ligação entre quatro departamentos em uma rede moderna. Em cada departamento, os nós são ligados através de um hub (barramento compartilhado). Cada um desses barramentos é conectado aos demais através do switch. F igura 49
Outro dispositivo usado nas antigas redes com cabo coaxial que caiu em desuso é o repetidor. Sua função é amplificar os sinais elétricos para que possam atingir distâncias maiores. Nas antigas redes 10Base2 (cabo coaxial), um segmento completo podia ter no máximo 185 metros. Para atingir distâncias maiores, repetidores eram utilizados. Normalmente os cabos eram muito longos, mesmo sendo a rede instalada em áreas pequenas, já que o cabo precisava fazer várias voltas para passar por todos os
27 computadores e demais nós da rede. Os cabos UTP (par trançado) usados atualmente podem ter no máximo 100 metros, porém acabam atingindo distâncias maiores, já que não precisam dar voltas para passar por todos os nós. Apenas uma ligação direta é feita entre o hub (ou switch) e cada nó da rede. Aliás, os hubs e switches desempenham hoje a função dos repetidores, pois além de transmitir os sinais elétricos, também fazem a sua amplificação. Partindo de um switch central, com conexões a hubs, e estes por sua vez ligados aos nós da rede, é possível atingir uma distância máxima de 200 metros em cada direção. Seria possível instalar computadores em um círculo com diâmetro de 400 metros. Um cabo coaxial passando por vários computadores, mesmo podendo ter um comprimento máximo de Capítulo 2 –Hardware de redes 2-33 185 metros, dificilmente conseguiria cobrir um número razoável de computadores em um raio de 50 metros.
Roteadores O roteador tem uma função que lembra um pouco a do bridge. Enquanto o bridge é usado para conectar subredes em uma rede local (lembre-se que esta função é atualmente executada pelo switch), o roteador faz a conexão entre duas redes diferentes, que podem inclusive ter características físicas e protocolos diferentes. Uma aplicação muito comum atualmente é a ligação entre uma rede local e a Internet.Fi gura 49
Você já observou que fisicamente os hubs e switches são bastante parecidos. O mesmo ocorre com os roteadores. O produto mostrado na figura 49 é um roteador multifunção. Tem 8 portas RJ45 que operam como um switch. Tem uma porta para conexão com Internet de banda larga, uma porta serial para ligação com um modem externo (para o caso da conexão de banda larga não estar disponível) e uma porta paralela (funciona como servidor de impressão). Com este dispositivo é possível portanto formar uma pequena rede com conexão à Internet e impressora. O número de nós pode ser aumentado com o uso de mais switches ou hubs em cascata. 1-34 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 50
Na figura 50 vemos como o roteador é usado na conexão entre redes diferentes. Temos três redes, A, B e C, que podem estar geograficamente separadas, ou então próximas. Ao receber um pacote de dados, o roteador descobre em qual das redes, A, B ou C, está o nó destino, e faz o envio pela porta correta. Note que esta função é muito parecida com a do switch, entretanto o roteador é mais inteligente. Na figura 51 vemos seis redes (A até F), conectadas através de três roteadores (1, 2 e 3). Para enviar uma informação de um computador da rede A até um computador da rede F, vários caminhos podem ser seguidos através das redes e dos roteadores. Os roteadores são capazes de trabalhar de forma cooperativa, determinando o caminho mais rápido para a entrega da informação. Por exemplo, os caminhos A-1-B-3-F e A- 1-D-3-F a princípio são equivalentes, entretanto será mais rápida a passagem pela rede B caso a rede D esteja congestionada. Da mesma forma, pode ser mais rápido seguir um caminho aparentemente mais longo, como A-1-C-2-E-F, caso as redes B e D estejam congestionadas. Capítulo 2 –Hardware de redes 2-35 Fig
28 ura 51
Em redes de porte pequeno e médio, é normalmente usado no máximo um roteador para conexão com a Internet.
Redes sem fio Estão se tornando cada vez mais comuns as redes sem fios, apesar dos equipamentos ainda serem mais caros e oferecerem velocidades inferiores às obtidas com o cabeamento convencional. As redes sem fio atuais operam com apenas 11 Mbits/s. Mesmo sendo inferior aos 100 Mbits/s oferecidos pela rede Ethernet comum, esta velocidade é bastante satisfatória para a maioria das aplicações. Figura 52
Redes sem fio podem ser construídas com diversas configurações. Seu principal equipamento é o Access Point, uma espécie de hub que opera com radiofreqüência. Pode ser ligado a uma rede normal, em geral através de um conector RJ-45, e 1-36 Como montar e configurar sua rede de PCs oferece acesso aos computadores da área, desde que equipados com placas de rede ou cartões PCMCIA sem fio. No capítulo 8 mostraremos mais detalhes sobre os equipamentos usados atualmente em redes sem fio.
Capítulo Componentes de software de uma rede Componentes de software Os sistemas operacionais modernos, como o Windows e o Linux, possuem embutidos os recursos de software necessários à implantação de uma rede. As redes não são portanto um recurso opcional, e sim uma característica presente em todos os sistemas de computação modernos. Além dos recursos de software que acompanham o sistema operacional, é preciso de drivers e utilitários oferecidos pelos fabricantes de hardware pare redes. Drivers da placa de rede Este é um módulo de software que raramente apresenta problemas. O Windows é acompanhado de drivers para inúmeros modelos de placas de rede. O mesmo ocorre com o Linux. Quando a versão do Windows é antiga, é possível que o mesmo não tenha drivers nativos para placas de rede novas. Suponha por exemplo que queremos instalar uma placa de rede equipada com um chip lançado em 2001, em um computador com o Windows 98. Como a placa não existia na época do seu lançamento, o Windows não possuirá os drivers apropriados. Isto não é problema, basta acessar o site do fabricante da placa de rede e fazer o download dos drivers. Se a placa for nova, nem será preciso ter este trabalho, já que são vendidas juntamente com os drivers. Podemos checar a funcionalidade dos drivers de uma placa de rede através do Gerenciador de
29 dispositivos (figura 1). Estamos usando como exemplo o Windows XP, mas em outras versões do Windows o procedimento é bem parecido. Usamos o comando Sistema no Painel de controle, e a seguir selecionamos Hardware e Gerenciador de Dispositivos. Aplicamos um clique duplo em Adaptadores de rede e veremos a indicação da placa instalada. 3-2 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 1
No nosso exemplo estamos usando uma placa equipada com o chip Realtek RTL8029. Note que em geral aqui aparece o nome do chip principal utilizado na placa, e não o nome da placa propriamente dita. Portanto se você precisar de drivers, poderá procurar tanto no site do fabricante da placa como no site do fabricante do chip. Aplicando um clique duplo sobre a placa no Gerenciador de dispositivos, chegamos ao seu quadro de propriedades (figura 2). Observe na sua guia Geral, a indicação Este dispositivo está funcionando corretamente. Em geral quando existem problemas, a solução é a instalação de drivers corretos. Figura 2
Capítulo 3 –Componentes de software de uma rede 3-3 Na guia Driver (figura 3) encontramos informações e comandos relacionados com a instalação dos drivers. Usamos o botão Atualizar driver para fazer a instalação de novos drivers. O botão Reverter driver reinstala um driver anterior, caso a instalação
de um novo driver resulte em problemas. O botão Desinstalar desativa os drivers da placa. Figura 3 Na maioria dos casos o Windows instala os drivers corretos para a placa de rede. Em inúmeras situações entretanto a placa de rede aparece com problemas no Gerenciador de dispositivos, causados pela falta de drivers, como no caso da figura 4. Aqui usamos como exemplo o Windows 98SE. Observe a
30 indicação “Intel Pro/100 VE Network Connection”, com um “X” sobre o ícone da placa, o que indica problemas. Figura 4
3-4 Como montar e configurar sua rede de PCs Quando uma placa de CPU possui interface de rede integrada (onboard), encontramos os drivers de rede no CD-ROM que acompanha esta placa. Se o CD que acompanha a placa de CPU foi perdido, ou se seus drivers forem muito antigos, obtenha drivers mais novos no site do fabricante da placa de CPU. Os principais fabricantes de placas de rede e chips para essas placas são: 3COM: www.3com.com D-Link: www.dlink.com Intel: www.intel.com Cisco: www.cisco.com SMC: www.smc.com Realtek: www.realtek.com Adaptec: www.adaptec.com Se você estiver usando uma placa de CPU com interface de rede onboard, busque os drivers no site do fabricante desta placa. Por exemplo, o endereço da Asus é www.asus.com, o da Soyo é www.soyo.com, etc. Você encontrará uma lista bem extensa em www.laercio.com.br. Se a sua placa de CPU for da PC Chips, você poderá encontrar os drivers em www.pcchips.com e www.amptron.com. Protocolos de comunicação Os protocolos de comunicação são uma espécie de “linguagem” através da qual vários computadores e outros dispositivos podem transmitir e receber dados. No caso de redes, o protocolo mais comum é o TCP/IP, seguido pelo IPX/SPX e pelo NetBEUI. Como o protocolo TCP/IP é o mais usado, é instalado automaticamente pelo Windows. Podemos verificar os protocolos e outros componentes de rede instalados através do quadro de propriedades de rede. No Windows 9x/ME, basta clicar em Meus Locais de Rede (ou Ambiente de Rede) com o botão direito do mouse e no menu apresentado escolher a opção Propriedades. No Windows XP/2000, este quadro é obtido em duas etapas. Clique em Meus Locais de Rede com o botão direito do mouse e escolha no menu a opção Propriedades. Será mostrado um quadro com as conexões de rede disponíveis (rede local e conexões por modem). Clique o ícone da conexão de rede com o botão direito do mouse e escolha no menu a opção Propriedades. Será mostrado um quadro como o da figura 5. A figura foi obtida no Windows XP, usando o estilo de exibição clássico (nas figuras 1, 2 e 3 foi usado o “estilo XP”). Este quadro é bastante parecido com os correspondentes nas demais versões do Windows. Capítulo 3 –Componentes de software de uma rede 3-5 Figura 5
Neste quadro estão indicados os componentes de rede que apresentaremos neste capítulo. Além da placa de rede (D-Link DFE-530TX+ PCI Adapter), cujos drivers podem ser atualizados com o botão Configurar, encontramos ainda outros componentes, entre os quais o protocolo TCP/IP. Neste quadro podemos adicionar e remover componentes de rede, usando os botões Instalar e Desinstalar. Cada componente selecionado na lista pode ser configurado, através do botão Propriedades. É bastante útil marcar o quadro “Mostrar ícone na área de notificação quando conectado”. Isto fará com que seja apresentado na barra de tarefas, ao lado do relógio, o ícone da conexão, similar ao que é exibido nas conexões com a Internet.Figura 6
31 Aplique um clique simples sobre o ícone da conexão na barra de tarefas e será mostrado um quadro de status, como o da figura 7. É indicado se o computador está conectado, a velocidade e o tempo de conexão, o número de pacotes de dados enviados e recebidos. Com o botão Propriedades, temos acesso ao mesmo quadro mostrado na figura 5. Com a guia Suporte temos algumas informações adicionais sobre a configuração do protocolo, o endereçamento do computador e dos servidores. 3-6 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 7
Assim como ocorre com outros protocolos, o TCP/IP envia dados em grupos definidos, chamados pacotes. Cada pacote tem entre outras informações, o endereço do nó de origem e do nó destino. São os chamados “endereços IP” de cada estação. Usamos a guia Suporte e obtivemos no nosso exemplo, algumas informações que incluem os endereços IP do computador e dos servidores que utiliza (figura 8). Figura 8 É mostrado o endereço físico, que é o endereço armazenado na placa de rede. Todas as placas, hubs, switches e outros produtos possuem endereços únicos. São formados por códigos que identificam o fabricante, o modelo e o número de série. No protocolo TCP/IP são usados endereços IP, que podem ser escolhidos no próprio computador ou atribuídos automaticamente por um servidor. No nosso exemplo o computador usa o endereço 10.0.0.4. Serviços de rede Capítulo 3 –Componentes de software de uma rede 3-7 Um servidor é um componente da rede, normalmente um computador, capaz de disponibilizar seus recursos para outros computadores. Os recursos normalmente compartilhados são arquivos e impressoras. Encontramos nas diversas versões do Windows, o Serviço de compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft. Note que este serviço não é instalado como padrão. É preciso fazer a sua instalação manualmente, através do quadro de propriedades de rede. Partindo deste quadro (figura 5), clicamos em Instalar. Selecionamos a opção Serviço e clicamos em Adicionar. Será apresentada uma lista, na qual podemos selecionar este serviço. Figura 9
32 Figura 10
Uma vez instalado, podemos configurar as impressoras e pastas do servidor para que sejam acessadas por outros computadores da rede. Clientes de rede Assim como alguns nós da rede operam como servidores, outros (a maioria deles) operam como clientes. Um cliente nada mais é que um computador capaz de acessar recursos em um servidor. Também chamamos de cliente, o componente de software que possibilita a um computador acessar os serviços disponibilizados em um servidor. Em todas as versões do Windows encontramos o Cliente para redes Microsoft. Dependendo da versão do Windows, este cliente pode ser instalado 3-8 Como montar e configurar sua rede de PCs automaticamente, desde que exista uma placa de rede presente durante a instalação do Windows. Caso este cliente não seja instalado, devemos fazer a sua instalação de forma manual. Isto é feito através do quadro de propriedades de rede (ou da conexão), já mostrado na figura 5. Usamos os comandos Instalar e será apresentado um quadro como o da figura 9. Selecionamos a opção Cliente e clicamos em Adicionar. Finalmente escolhemos na lista apresentada a opção Cliente para redes Microsoft e clicamos em OK. O cliente será instalado e será preciso reiniciar o computador. O Windows é acompanhado ainda de um Cliente para redes Netware, necessário para o funcionamento em redes Novell. Depois que estão instalados a placa de rede, o protocolo e o cliente, podemos configurar o computador cliente para acessar os recursos disponíveis nos servidores. No caso de servidores, depois de instalados os serviços de compartilhamento, podemos configurá-los para disponibilizar seus arquivos e impressoras para acesso pelos outros computadores, que operam como clientes. Utilitários e aplicativos de rede Uma vez estando à rede instalada, com seu hardware e respectivos drivers, seus protocolos, serviços e clientes, seu uso não depende de programas adicionais, e sim de configurações. Entretanto o gerenciamento da rede fica melhor quando contamos com a ajuda de alguns programas adicionais, chamados utilitários de rede. Alguns desses programas fazem parte do Windows, outros devem ser obtidos separadamente. A figura 11 mostra o programa PING, um utilitário de rede que serve para testar se o caminho entre dois nós está em perfeitas condições. Digamosque queremos testar se um determinado computador pode se comunicar com um outro, cujo endereço IP é 169.254.42.24. Este endereço pode ser descoberto através das propriedades da conexão, como mostramos na figura 8. Uma vez conhecendo o endereço, usamos a partir do Prompt de comando (ou seja, o PING é um programa para o MS-DOS), digitamos: PING 169.254.42.24 O nó receptor enviará um pacote de resposta para o nó transmissor, caracterizando que as conexões de ambos os equipamentos estão em perfeitas condições. Capítulo 3 –Componentes de software de uma rede 3-9
33 Figura 11
Não é necessário executar o programa PING para usar a rede, entretanto este simples programa pode ser de grande utilidade para testes. Por isso é classificado como um utilitário de rede. Outro utilitário de rede é o WINIPCFG. Este programa acompanha o Windows, mas deve ser usado através do comando Iniciar / Executar / WINIPCFG. O programa apresenta algumas informações sobre a conexão de rede, como o endereço IP da placa de rede (figura 12). Lembre-se que no Windows XP e no Windows 2000, essas mesmas informações podem ser obtidas pelo quadro de propriedades da conexão, já mostrado nas figuras 7 e 8. Figura 12
O Monitor do sistema (figura 13) é um programa que acompanha o Windows 9x/ME. No Windows XP e no Windows 2000, seu aspecto é diferente, como mostraremos mais adiante. Este programa apresenta um gráfico de vários eventos e recursos do sistema. Por exemplo, podemos monitorar ao longo do tempo, o uso do processador e da memória. No caso de redes, podemos monitorar as taxas de transmissão e recepção da rede, número de arquivos abertos e diversos outros itens. Essas informações são úteis para o levantamento de eventuais problemas na rede. 3-10 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 13
No Windows XP, pressione Control-Alt-Del, e no quadro apresentado, selecione a guia Rede. Será apresentado um gráfico mostrando a taxa de utilização da rede ao longo do tempo (figura 14).Figura 14 Os utilitários de rede servem em geral para monitoração, diagnóstico e informações gerais sobre a rede. Para fazer configurações não é necessário usar tais programas, pois todos os comandos necessários já são integrados ao Windows. Já os aplicativos são programas também úteis, mas não para técnicos e administradores de rede, e sim para usuários comuns. Navegadores para a Internet (ex: Internet Explorer) e Capítulo 3 –Componentes de software de uma rede 3-11 programas de correio eletrônico (ex: Outlook Express) são exemplos de aplicativos de rede. Vejamos como exemplo de aplicativo de rede, o Windows Messenger, programa encontrado no Windows XP, nas versões Home e Professional. Trata-se de um programa que engloba as funções do ICQ, com recursos de videoconferência, como conversação por áudio e vídeo, e ainda o compartilhamento de controle da
34 área de trabalho. Ao usarmos este comando, seremos inicialmente cadastrados no Passport.NET, uma espécie de central mantida pela Microsoft. Através desta central podemos realizar várias funções, entre elas, localizar pessoas na Internet, como ocorre no ICQ. A comunicação é feita entre dois computadores que utilizam o Windows XP. No primeiro computador checamos se o destinatário está on-line e comandamos um “convite” para conexão. Podemos a partir daí trocar mensagens digitadas, além de utilizar a comunicação por áudio e vídeo. Um comando provoca a exibição da área de trabalho do primeiro computador no segundo computador. Este recurso pode ser utilizado, por exemplo, para que o usuário do segundo computador preste suporte no primeiro. O usuário do primeiro computador pode permitir que o segundo também tenha acesso à sua área de trabalho. A partir de então ambos os usuários controlam o primeiro computador. Fica assim extremamente fácil para um usuário mais avançado ajudar um colega menos experiente com eventuais problemas. A tela do usuário que presta suporte mostrará a área de trabalho do primeiro computador, além de uma janela para comunicação por texto, e ainda voz e vídeo, caso ambos os PCs utilizem câmeras. Figura 15
A figura 15 mostra o aspecto da tela da assistência remota obtida com o Windows Messenger. Vemos como fica a tela no computador do usuário que presta assistência. A maior parte da tela apresenta uma visão comprimida da tela do primeiro computador. Sobre ela podemos realizar praticamente todos os comandos, como se estivéssemos realmente operando o primeiro computador. Este é mais um recurso 3-12 Como montar e configurar sua rede de PCs que antes estava disponível com softwares como o PC Anywhere, e agora sendo incorporado no Windows XP, tende a ser mais popular. Um outro aplicativo de rede interessante é o PC Anywhere, da Symantec. Este aplicativo permite controlar um computador à distância, através de uma rede, pela Internet ou por conexão serial ou paralela. A tela do primeiro PC é reproduzida de forma exatamente igual na tela do segundo PC, no qual pode ser feito todo o controle. Temos ainda programas para enviar mensagens de texto e voz, programas de vídeoconferência e vários outros aplicativos. Não podemos esquecer também dos jogos, que não são necessariamente aplicativos de rede, e sim aplicativos que utilizam a rede para o modo multiplayer.
Conclusão Poderíamos apresentar mais detalhes sobre equipamentos e softwares de rede. Entretanto procuramos dar um toque prático ao livro, e com as informações apresentadas até aqui já temos condições de partir para a instalação de pequenas redes, como veremos no capítulo seguinte.
4 Montando uma rede ponto-a-ponto Mostraremos agora como instalar uma pequena rede ponto-a-ponto. Este tipo de rede é classificado pela Microsoft como “rede doméstica ou para pequenas empresas”. Pode ser montada a partir do Windows 95, 98, ME e XP. Não requer os
35 recursos de rede cliente-servidor, disponíveis no Windows 2000. Oferece um razoável grau de segurança para instalações em áreas restritas e com poucos usuários, e praticamente não exige cuidados especiais de administração.
Cabeamento No caso de redes com apenas dois computadores, bastará um único cabo crossed com conectores RJ-45 para ligar os dois computadores. Este cabo pode ser comprado pronto em lojas de informática, ou feito sob medida (várias lojas confeccionam cabos de rede sob medida), ou ainda produzido pelo próprio usuário. Se a intenção é apenas formar uma pequena rede com poucos micros, não aconselhamos que seja “criada a infra-estrutura” para construir cabos, que consiste no custo do alicate, do cabo, dos conectores e dos diversos conectores inutilizados durante o processo de aprendizado da confecção de cabos. Figura 1
4-2 Como montar e configurar sua rede de PCs O ideal é usar placas de rede com conectores RJ-45 e com velocidade de 100 Mbits/s. Nada impede entretanto que sejam aproveitadas placas mais antigas que operam com apenas 10 Mbits/s. Note que neste caso o desempenho da rede será bastante reduzido, mas ainda assim aceitável para copiar arquivos, compartilhar impressoras e conexões com a Internet. A transferência de arquivos será cerca de 20 vezes mais demorada que a de um disco rígido moderno, porém 200 vezes mais rápida que uma conexão com a Internet com linha discada. A conexão a 10 Mbits/s é portanto bastante adequada para aplicações domésticas e de pequenas empresas. Ainda assim, levando em conta que uma placa de rede de 100 Mbits é bem barata (menos de 50 reais), vale a pena descartar as placas antigas e comprar novas. Mesmo as placas de rede antigas possuem conectores RJ45. Alguns modelos entretanto possuem apenas conectores BNC. Será preciso fazer a ligação entre os dois PCs usando uma seção de cabo coaxial (10Base2). Este cabo pode ser comprado em lojas especializadas em equipamentos para redes, juntamente com os conectores “T” e terminadores necessários. A figura 2 mostra como ficaria a conexão entre dois computadores por cabo coaxial. Como mostramos no capítulo 2, este esquema pode ser usado para conectar um número maior de computadores. A rede com este tipo de cabo coaxial não utiliza hubs, e requer um conector “T” para cada computador e terminadores para serem usados nos dois computadores da extremidade da cadeia. Pode ser vantajoso aproveitar placas de rede antigas para formar uma pequena rede, mesmo com a baixa transmissão oferecida pelo cabo10Base2 e com as dificuldades de expansão próprias deste tipo de cabo. Por outro lado temos a economia resultante de dispensar a compra de placas novas e pela dispensa do uso de hub. Figura 2
Existe mais uma desvantagem no aproveitamento de placas antigas. A maioria delas requerem o barramento ISA, não encontrado nos PCs novos. Se for preciso instalar um PC novo nesta rede, terá que ser usada uma placa de rede com conector BNC e com o barramento PCI, o que pode ser muito difícil de encontrar à venda. Outro problema é que o Windows XP não possui drivers para placas de rede muito antigas, e os fabricantes dessas antigas placas não criaram drivers para o Windows XP. Leve Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-3 em conta também que essas placas antigas são de difícil instalação, já que não contam com o recurso Plug and Play. Nosso conselho é portanto que sejam descartadas placas de rede antigas e que sejam usadas novas, que devem ter conector RJ-45 e usarem o barramento PCI. Se a placa de rede for de 10 Mbits/s, pode ser usada, porém fique preparado para o desempenho baixo. Uma rede moderna com mais de dois computadores necessita de um hub ou switch (a menos que se trate de uma rede sem fio, que exige outros equipamentos). Quando o tráfego na rede é pequeno podemos usar um hub, entretanto a diferença entre os preços de hubs e switches é atualmente muito pequena, portanto vale a pena optar pelo switch. A figura 3 mostra uma pequena rede com um servidor e sete estações de trabalho. Mesmo sendo uma rede ponto-a-ponto, nada impede que um dos computadores seja configurado como um servidor dedicado. Se a esmagadora maioria dos acessos à rede é feito entre cada estação e o servidor, então não será possível que no mesmo instante duas ou mais estações tenham acesso ao servidor (na verdade todas acessam, mas com compartilhamento de tempo, o que reduz o desempenho). Nesta situação, o “gargalo” é o próprio servidor, e não existe diferença entre usar um hub ou switch.
36 igura 3
Se por outro lado forem comuns os acessos entre estações diferentes (na rede ponto-aponto, as estações podem operar como servidores), será mais vantajoso utilizar o switch. Devido ao chaveamento de circuitos do switch, será possível por exemplo o computador 3 enviar dados para a impressora do computador 7 ao mesmo tempo em que o computador 4 acessa um arquivo no computador 8. Essas transferências são feitas de forma simultânea com o uso do switch, e cada uma delas terá a taxa de 100 Mbits/s. Se fossem feitas através de hub, cada estação teria que esperar a sua vez de transmitir seus pacotes de dados, e a taxa de transferência média cairia bastante. Portanto se for intenção transferir muitos dados entre estações diferentes, o uso do switch é fundamental para ter um bom desempenho. Para redes muito pequenas podem ser usados hubs ou switches de 4 ou 5 portas. Tome cuidado, pois hubs muito baratos normalmente operam com apenas 10 4-4 Como montar e configurar sua rede de PCs Mbits/s. Certifique-se de que você está mesmo comprando um hub ou switch de 100 Mbits/s. Essas indicações de velocidade ficam normalmente no próprio painel frontal do dispositivo.
O quadro de configurações de rede A instalação e a configuração de placas e demais componentes que formam uma rede são feitas através do comando Rede (Windows 9x/ME) ou Conexões de rede (Windows XP) no Painel de Controle. Quando o PC ainda não possui componentes de rede instalados, o quadro de propriedades de rede tem o aspecto mostrado na figura 4. Os componentes apresentados são instalados de forma automática durante a instalação do Windows. Você poderá encontrar pequenas diferenças, dependendo da versão do Windows que estiver utilizando. Figura 4
No Windows XP, o quadro de configurações de rede é obtido da seguinte forma: Use o comando Conexões de rede no Painel de Controle, clique com o botão direito do mouse no ícone da conexão de rede local e escolha a opção Propriedades. Será apresentado um quadro como o da figura 5. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-5 Figura 5 Configuração da rede no Windows XP.
No Windows 9x/ME, além da guia Configuração, mostrada na figura 4, temos ainda a guia Identificação, mostrada na figura 6. Nela são mostrados o nome e a descrição do computador e o nome do grupo de trabalho. Mais adiante mostraremos como configurar esses parâmetros. Figura 6 Identificação do computador na rede.
No Windows XP, este quadro é obtido por um processo um pouco diferente. Usamos o comando Sistema no Painel de controle e selecionamos a guia Nome do computador (figura 7).
37 4-6 Como montar e configurar sua rede de PCs Fi gura 7
Clicamos agora no botão Alterar da figura 7, e teremos acesso ao quadro da figura 8, onde podemos modificar o nome do computador e o grupo de trabalho. O campo “Descrição do computador” pode ser alterado diretamente pelo quadro da figura 7. ura 8 Note que no quadro da figura 8 existe a indicação “Domínio”. Esta opção é usada quando instalamos o computador em uma rede cliente-servidor, na qual o servidor utiliza um sistema como o Windows 2000, por exemplo. Quando os computadores estão instalados em uma rede sem domínio, dizemos que fazem parte de um Grupo de trabalho. Portanto o domínio está ligado a redes cliente-servidor, enquanto o grupo de trabalho está ligado a redes ponto-a-ponto. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-7
Instalando uma placa de rede Todas as placas de rede modernas são Plug-andPlay, ou seja, são identificadas automaticamente pelo sistema operacional (no caso, o Windows). O sistema designa automaticamente os recursos de hardware necessários ao funcionamento da placa: endereços de E/S, endereços de memória e linhas de IRQ. O Windows possui drivers nativos para centenas de modelos de placas de rede. Além disso as placas novas são acompanhadas de drivers que podem ser usados quando o Windows não possui drivers apropriados. Esses drivers estão em um disquete ou CD-ROM que acompanha a placa, e também podem ser obtidos no site do fabricante da placa de rede. No nosso exemplo utilizaremos uma placa D-Link modelo DFE-530TX, de 100 Mbits/s (figura 9). Sua instalação é similar à de outros modelos de placas de rede. Figura 9
O Windows 9x/ME detectará a placa e executará o Assistente para adicionar novo hardware. Serão oferecidas ao usuário as opções de procurar um driver que acompanha o Windows ou outro a ser selecionado de uma lista de marcas e modelos. Poderá ser usado o botão Com disco para utilizar drivers fornecidos em um disquete ou CD-ROM que acompanha a placa. O assistente encontrará os drivers apropriados no disquete que acompanha a placa ou entre os drivers nativos do Windows. Será também pedida a colocação do CD-ROM de instalação do Windows, já que a instalação de uma placa de rede implica automaticamente na instalação de outros componentes de rede. No Windows XP, a instalação é ainda mais simples, pois este sistema possui drivers nativos para esta placa. A instalação
38 será automática, sem intervenção do usuário. Apenas no caso de placas de rede para as quais o Windows XP não possui drivers, será preciso fornecer o disquete ou CD-ROM com os drivers do fabricante. Note que é necessário que os drivers sejam próprios para o Windows XP. Vamos então detalhar os passos da instalação dos drivers da placa de rede. Quando o Windows detecta uma placa pela primeira vez, é apresentado o Assistente para 4-8 Como montar e configurar sua rede de PCs adicionar novo hardware (o nome varia um pouco dependendo da versão do Windows). Se ao seguir os passos do assistente não conseguimos instalar os drivers, podemos tentar novamente a partir do Gerenciador de dispositivos. Se a placa de rede constar no Gerenciador de dispositivos na seção Adaptadores de rede, porém com uma indicação de problemas (um X vermelho ou um ponto de exclamação preto/amarelo), aplique-lhe um clique duplo e selecione a guia Driver (a figura 10 mostra esta guia no Windows XP). Se constar na seção Outros dispositivos como PCI Ethernet controller, normalmente com a indicação de um ponto de interrogação amarelo, aplique-lhe também um clique duplo e a seguir clique no botão Reinstalar driver. Figura 10
Seja qual for o caso, chegaremos ao assistente para atualização de hardware (figura11). Seu aspecto irá variar de acordo com a versão do Windows, porém os comandos são semelhantes. Portanto este assistente é executado nas seguintes situações: a) Quando a placa é detectada pela primeira vez (Novo hardware encontrado) b) Quando vamos atualizar um driver de uma placa já reconhecida como de rede c) Para instalar o driver de uma placa que consta em “Outros dispositivos”. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-9 Figura 11
Assistente para atualização de
Neste assistente é sugerido o uso da opção “Instalar o software automaticamente”. Note entretanto que nem sempre este método funciona. É indicado para os casos em que o Windows possui drivers nativos para a placa. Ao ser usado, o assistente procurará entre os drivers nativos do Windows (figura 12), um que seja próprio para a placa que
39 está sendo instalada (figura 12). Figura 12
O Assistente poderá encontrar os drivers, ou então poderá dar um à indicação como a da figura 13, informando que não foi possível localizar um driver, ou que não encontrou um driver menor que aquele que já está instalado. Neste caso temos que usar o botão Voltar e escolher o método de instalação manual. Voltando então ao quadro inicial do Assistente, escolhemos a opção “Instalar de uma lista ou local específico” (figura 14). Devemos ter providenciado o disquete ou CD-ROM no qual estão os drivers. Se for feito o download dos drivers a partir do site do fabricante da placa, devemos descompactá-los previamente em um diretório vazio qualquer. No nosso exemplo, fizemos à descompactação no diretório C:\TEST. Figura 14
No próximo quadro (figura 15) marcamos a opção “Pesquisar mídia removível” caso
os drivers estejam em um disquete ou CD-ROM que acompanha a placa. Se fizemos o download dos drivers e os descompactamos em um diretório, temos que indicá-lo com a opção “Incluir este local na pesquisa”. No nosso caso preenchemos o diretório C:\TEST onde estão os drivers. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-11 F igura 15 Indicando o local onde podem ser encontrados os drivers da placa de rede.
Existe ainda uma opção indicada como “Não pesquisar – escolherei o driver a ser instalado”. Este recurso nem sempre funciona, e deve ser evitado. Com ele podemos forçar manualmente o uso de um driver alternativo. Por exemplo, o driver de um chip antigo pode algumas vezes funcionar com uma versão mais nova deste mesmo chip. Esta prática não é recomendável, e deve ser usada apenas em emergências. Ao encontrar os drivers, o Assistente o apresentará em uma lista de drivers compatíveis encontrados. É possível que em um disquete, por exemplo, exista mais de um driver para a mesma placa (os drivers para Windows 2000 e Windows XP são compatíveis, e em alguns
40 casos, os do Windows ME e 98). Selecionamos então o driver mais apropriado e será efetivada a sua instalação.Figura 16 Terminada a instalação devemos reiniciar o computador. Estará terminada a instalação da placa, e devemos passar à instalação dos demais componentes de rede. 4-12 Como montar e configurar sua rede de PCs Depois que as placas de rede estão instaladas e conectadas ao hub ou switch, podemos usar o programa WINIPCFG para descobrir os endereços IP de uma placa, por exemplo, a usada no servidor. Usamos a seguir nos demais computadores, o programa PING para testar a conexão entre cada um deles e este servidor. Mais adiante detalharemos como este teste é feito.
Testando conexões PING
com
as o
É muito frustrante fazer todas as configurações de software de uma rede da forma correta e ainda assim não ver a rede funcionar. Um cabo mal conectado ou frouxo,uma placa de rede problemática ou qualquer outro problema de ordem elétrica podem impedir a correta comunicação entre as placas de rede dos PCs da rede. Para evitar problemas é altamente recomendável testar as conexões usando o programa PING, encontrado em todas as versões do Windows, a partir do prompt do MS-DOS. Devemos inicialmente escolher um computador para ser endereçado pelos demais. Usemos por exemplo, aquele que vai ser usado como servidor. Usamos então o programa WINIPCFG para descobrir o endereço IP deste computador. Usamos: Iniciar / Executar / WINIPCFG Será apresentado um quadro como o da figura 17. Observe que está selecionada a placa VIA PCI 10/100Mb Fast Ethernet Adapter. Certifique-se de que aqui está indicada a placa de rede correspondente à conexão que você deseja testar. Um computador pode ter outras placas que usam endereços IP, e todas são indicadas pelo WINIPCFG. Observe que no nosso exemplo está indicado como endereço de auto-configuração, 192.168.0.1. Este endereço será usado no programa PING dos demais computadores da rede. Ao usarmos sob o prompt do MS-DOS, o comando PING 192.168.0.1 será testada a transmissão e recepção de pacotes entre o computador de teste e aquele que tem o endereço especificado. Figura 17
Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-13 A figura 18 mostra o teste feito com o PING. Usamos um outro computador da rede para “disparar” pacotes para o servidor, cujo endereço é 192.168.0.1. Cada um dos pacotes enviados teve um pacote recebido correspondente, e o tempo de resposta foi em média 3 ms.
41 Quando o PING não consegue receber a resposta, apresenta a mensagem de erro: HOST DE DESTINO INALCANÇÁVEL Devemos nesse caso checar as conexões físicas, verificar os cabos, hubs e switches e repetir o teste. Figura 18
Clientes e servidores no Windows 9x/ME As configurações que mostraremos agora aplicam-se tanto aos clientes quanto aos servidores. Na próxima seção mostraremos as configurações adicionais que devem ser feitas para os servidores. Dependendo da versão do Windows, vários componentes de rede podem ser instalados automaticamente. Outros componentes são adicionados automaticamente quando instalamos os drivers da placa de rede. Você deve usar o quadro de propriedades de rede para rever, adicionar e configurar os componentes necessários. Para chegar a este quadro no Windows 9x/ME, use o comando Redes no Painel de controle, ou então clique com o botão direito do mouse no ícone Ambiente de rede (ou Meus Locais de rede) e no menu apresentado escolha a opção Propriedades. A figura 19 mostra o aspecto deste quadro. 4-14 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 19
São os seguintes os componentes de rede existentes neste quadro: Clientes para redes Microsoft Este componente permite que um determinado PC da rede seja capaz de ter acesso a recursos de outros computadores (impressoras e arquivos). Adaptador de rede Dial-Up - Representa o modem que será usado nas conexões com a Internet por linha discada. Este componente é adicionado à configuração da rede durante a instalação do Windows, mesmo antes de conectarmos o modem ao computador. Interface de rede Este é um dos componentes de hardware usados na rede. Além dele, existe ainda o meio físico (em geral cabos). O meio físico, seja qual for o seu tipo, não aparece no quadro de configuração da rede. Isto significa que o Windows supõe que, se a placa de rede está instalada, todas as suas ligações estão corretamente realizadas. No nosso exemplo, a interface de rede aparece como DLink DFE 530TX+ PCI Adapter. Protocolo TCP/IP - Este é o protocolo de comunicação usado nas conexões com a Internet. Este protocolo é instalado automaticamente, mesmo antes da instalação da placa de rede e do modem. Podemos usá-lo também como padrão na nossa rede, tornando desnecessário instalar outros protocolos como IPX/SPX e NetBEUI, a menos que o computador esteja sendo adicionado a uma rede já existente na qual esses protocolos são usados. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-aponto 4-15 Podemos encontrar outros componentes de rede. Alguns deles também são instalados automaticamente, dependendo da versão do Windows. Outros são instalados manualmente. Por exemplo: Logon para produtos Microsoft - Este componente permite que o logon do usuário na rede seja feito de forma automática, sem que seja preciso digitar o nome do usuário e a senha para acesso à rede a cada sessão do Windows. Protocolo IPX/SPX – As redes Netware (Novell) usam o protocolo IPX/SPX. Caso o PC não esteja sendo configurado para operar em uma rede Netware, este componente não precisa ser instalado. Note que a maioria dos jogos que funcionam através de rede exigem este
42 protocolo. No quadro de configurações da rede, os protocolos aparecem associados às placas nas quais serão utilizados. Por exemplo, TCP/IP ==> Adaptador Dial-Up significa que este protocolo será utilizado através do modem. A princípio todos os protocolos são associados a todas as placas de comunicação presentes (adaptador de rede e adaptador Dial-Up). Para melhorar o desempenho da rede e evitar problemas de lentidão na comunicação podemos remover as associações que não serão utilizadas. Digamos que nossa rede irá usar os protocolos TCP/IP e IPX/SPX, e que o modem será usado para acesso à Internet. Deixamos então ativadas as seguintes associações: Adicionando um protocolo Para fazer a instalação de um protocolo, partimos do quadro de configurações de rede (figura 19) e usamos o botão Adicionar. Será apresentado um quadro como o da figura 20. Clicamos em Protocolo e a seguir no botão Adicionar. Figura 20
Será apresentado um quadro como o da figura 21, onde temos vários tipos de protocolos disponíveis. 4-16 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 21
Identificando o computador na rede Também será preciso designar uma identificação do computador na rede. Esta designação é feita durante o processo de instalação do Windows, mas convém revelo, já que durante a instalação muitos usuários não preenchem os campos apropriados. Para isto selecionamos a guia Identificação no quadro de propriedades de rede (figura 22). Figura 22
Neste quadro temos que preencher os seguintes campos: Nome do computador - Este é o nome que o computador terá dentro da rede. Cada computador da rede precisa ter um nome, através do qual é distinguido dos demais. Pode ter até 15 caracteres. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-aponto 4-17 Grupo de trabalho - Os computadores de uma rede podem ser divididos em grupos de trabalho. Cada computador só permite visualizar, por default, os computadores que pertencem ao mesmo grupo. É possível acessar outros grupos de trabalho, através de comandos similares aos que usamos para pesquisar arquivos em diretórios. A divisão em grupos de trabalho é útil em redes com muitos computadores, facilitando a localização rápida de computadores do mesmo grupo. Em redes pequenas é mais sensato configurar todos no mesmo grupo de trabalho. O nome default é WORKGROUP, ou então um nome formado pelas primeiras letras do nome da empresa, fornecido durante a instalação do Windows. Descrição do computador - Esta parte da identificação não é usada para endereços dos computadores na rede. Serve apenas como um comentário para facilitar aos usuários à identificação dos computadores. Um nome como PC0521 é usado pela rede para identificar um computador, mas é mais fácil para o usuário localizar um computador com o auxílio de descrições como “Computador do José Carlos – setor de compras”.
Servidores no Windows 9x/ME
43 As configurações mostradas na seção anterior aplicam-se tanto para clientes quanto para servidores. No caso de servidores, temos que fazer uma configuração adicional, que é a instalação dos serviços de compartilhamento. Instalando o serviço de compartilhamento Um cliente é um computador que acessa recursos de outros computadores. Um servidor é um computador cujos recursos (normalmente arquivos e impressoras) podem ser acessados por outros computadores. Um PC pode operar apenas como cliente, ou apenas como servidor, ou simultaneamente como cliente e servidor. Para configurar um servidor, primeiro devemos configurá-lo como cliente, como mostramos na seção anterior. A seguir instalamos o serviço de compartilhamento de arquivos e impressoras. Para isso partimos do quadro de propriedades da rede. Clicamos em Adicionar, depois em Serviço e a seguir no botão Adicionar. Será apresentado o quadro da figura 23, no qual selecionamos a opção Compartilhamento de arquivos e impressoras para redes Microsoft. 4-18 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 23
Voltando ao quadro de configurações de rede, clicamos no botão Compartilhamento de arquivos e impressoras. Será apresentado o quadro da figura 24, no qual indicamos os tipos de compartilhamentos que serão habilitados (arquivos e impressoras). Não necessariamente devemos deixar ambas as opções habilitadas. Por exemplo, se um PC vai ser usado como cliente, mas queremos liberar apenas a sua impressora para uso por outros computadores, devemos deixar marcada no quadro da figura 24, apenas a opção de compartilhamento de impressoras.Figura 24 Observe que também no caso de servidores, é preciso preencher os campos da guia de identificação. Se você ainda não fez este preenchimento, faça-o agora. Depois de clicar em OK e fechar os quadros, será pedida a colocação do CD-ROM de instalação do Windows. Terminada a cópia dos arquivos, o Windows deverá ser reinicializado. Na área de trabalho do Windows você encontrará o ícone Meus locais de rede (Windows ME e XP) ou Ambiente de Rede (Windows 95 ou 98). Ao ser clicado, será apresentada uma janela como a da figura 25. Esta janela dá acesso aos demais computadores da rede. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-19 Figura 25
Assistentes de Windows 9x/ME
rede
no
Você pode configurar a sua rede de forma manual, como acabamos de mostrar. Existe entretanto uma forma mais fácil. Consiste em usar o Assistente de rede doméstica, um recurso que foi introduzido a partir do Windows ME. Para usá-lo é preciso que pelo menos um dos computadores da rede tenha instalado o Windows ME ou XP (usaremos no nosso exemplo o Windows ME). Em todos os computadores que têm este sistema, basta usar o assistente. Nos computadores que têm o Windows 95 ou 98, temos que usar um disquete de configuração que é gerado quando usamos o Assistente de rede nos computadores com Windows ME/XP.Figura 26
44 Recomendamos que seja inicialmente configurado o servidor, ou então o computador que será usado para a conexão com a Internet. O Assistente de rede doméstica é encontrado na pasta Meus locais de rede, ou então com: Iniciar / Programas / Acessórios / Comunicações / Assistente de rede doméstica O Assistente será executado (figura 27). Temos que responder algumas perguntas simples e clicar em Avançar. 4-20 Como montar e configurar sua rede de PCs Fura 27
O uso do assistente é padronizado em computadores que irão operar como cliente ou servidor, seja no Windows XP/ME, seja no Windows 95/98. A primeira pergunta é sobre o a conexão com a Internet (figura 28). O computador pode usar a Internet a partir de uma conexão por rede, ou por conexão direta através de um modem, ou simplesmente não ter conexão com a Internet. No nosso exemplo, o computador que está sendo configurado tem uma conexão com a Internet via modem. Esta conexão poderá ser compartilhada pelos outros computadores da rede. Figura 28
O Assistente pergunta também se esta conexão com a Internet poderá ser compartilhada com os demais computadores (figura 29). No nosso exemplo, permitiremos que este compartilhamento seja feito. Devemos ainda indicar o dispositivo que conecta o computador à rede doméstica, que no caso é a placa de rede. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-21 Figura 29
45 A seguir (figura 30) temos que decidir se esta conexão com a Internet pode ser iniciada automaticamente por qualquer computador da rede, ou se a conexão deve ser feita manualmente por este computador. No caso de escolhermos a conexão automática, temos que indicar o nome e senha para acesso à Internet. Figura 30 No próximo quadro (figura 31) o Assistente perguntará o nome do computador e o grupo de trabalho. São as mesmas informações que já aprendemos a preencher manualmente na guia de Identificação do quadro de propriedades de rede. Usamos um nome para o computador e um para o grupo de trabalho. No nosso exemplo o grupo de trabalho será MSHOME, mas podemos usar um outro nome qualquer. É recomendável que todos os computadores desta rede doméstica usem o mesmo grupo de trabalho. 4-22 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 31
As configurações seguintes (figura 32) dizem respeito à PCs que irão operar como servidores (dedicados ou não) de arquivos e de impressoras. Inicialmente é perguntado se desejamos compartilhar a pasta Meus Documentos e suas subpastas. Estamos assim supondo que o conteúdo desta pasta será acessado por outros computadores, desde que seja fornecida a senha apropriada. Ao lado deste item temos o botão Senha, que ao ser usado, apresenta o quadro da figura 33, no qual deverá ser cadastrada uma senha para acesso a esta pasta. Figura 32
Não precisamos necessariamente compartilhar a pasta Meus documentos. Podemos deixar este item desmarcado, e posteriormente definir de forma manual, quais pastas deverão ser compartilhadas na rede e quais são as respectivas senhas. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-23 Figura 33
Outro item importante da figura 32 é o compartilhamento da impressoras. O quadro mostra
46 as impressoras instaladas no computador que está sendo configurado. Para que esta impressora seja acessada por outros computadores, basta marcá-la no quadro.
Figura 34
Assistente permite ainda que seja criado um disquete de configuração (figura 34) para ser usado em computadores com Windows 95 ou 98. Crie este disquete se a sua rede tiver computadores com esses sistemas. Ignore esta etapa se os demais computadores usam o Windows ME ou XP, sistemas nos quais usamos diretamente o Assistente de rede doméstica, sem a necessidade de uso deste disquete. O Assistente concluirá o seu trabalho e pedirá ao usuário que reinicie o computador. Depois do próximo boot, será mostrado um quadro como o da figura 35, informando que as configurações foram feitas com sucesso. Nos demais computadores da rede temos que usar o Assistente de rede doméstica (Windows ME/XP) ou o disquete de configuração que foi criado (Windows 95/98). 4-24 Como montar e configurar sua rede de PCs igura 35
Se clicarmos em Meus locais de rede / Toda a rede / Mshome (o nome do nosso grupo de trabalho), já poderemos ver um ícone que representa o computador que acabamos de configurar (figura 36). Conforme novos computadores são configurados na rede, o grupo de trabalho apresentará cada um deles.Figura 36 Se clicamos no ícone deste computador veremos os seus recursos que estão compartilhados. No nosso exemplo habilitamos durante a configuração da rede, a pasta Meus documentos impressora (figura 37).
e
a
47
capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-25 Figura 37
Se quisermos que outras pastas deste computador sejam compartilhadas na rede, usamos o comando Compartilhamento (figura 38). Partimos do Windows Explorer ou Meu Computador e selecionamos a unidade de disco desejada. Clicamos na pasta a ser compartilhada com o botão direito do mouse e no menu apresentado escolhemos a opção Compartilhamento. Figura 38 .
Será então apresentado um quadro como o da figura 39. Marcamos a opção Compartilhado como e indicamos o nome que esta pasta terá na rede. Podemos usar o nome original da pasta (no nosso exemplo a pasta é Capture) ou então outro nome qualquer. Indicamos também se o acesso será permitido somente para leitora, ou se o acesso será completo (leitura e escrita) ou dependente de senha (alguns usuários poderão apelas ler, outros poderão também gravar). 4-26 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 39
Depois de preencher a senha, uma janela pedirá a sua confirmação. A pasta estará então compartilhada, e seu ícone passará a ser uma “mão segurando uma pasta” (figura 40). A pasta passará a constar também entre os recursos compartilhados visualizados a partir de Meus locais de rede, tanto neste computador quanto nos demais computadores da rede. Figura 40
48 Configurando outros PCs com Windows ME Nos demais PCs da rede que estejam equipados com o Windows ME ou XP, usamos o mesmo programa para a configuração, ou seja, o Assistente de rede doméstica. Deixamos entretanto o caso do Windows XP para uma outra seção deste capítulo. Se tentarmos acessar a rede em outros computadores, antes de fazer a sua configuração, teremos uma mensagem de erro como a da figura 41. Clicamos em Meus locais de rede e Toda a rede. O Windows informa que a rede não está acessível. igura 41
Antes de configurar a rede, não esqueça de usar o programa PING para testar a conexão deste computador com aquele que já foi configurado. Será preciso indicar o endereço IP do primeiro computador, que já faz parte da rede. Use naquele computador o programa WINIPCFG para descobrir o seu endereço IP e fazer o teste, conforme já mostramos neste capítulo. O Assistente pode ser encontrado na pasta Meus locais de rede ou a partir de: Iniciar / Programas / Acessórios / Comunicações / Assistente de rede doméstica Este assistente fará as mesmas perguntas já feitas no primeiro computador, entretanto daremos respostas um pouco diferentes. Sobre o acesso à Internet (figura 42), indicaremos que a conexão será feita pela rede, através do primeiro computador configurado. Aquele computador tem um modem e está ligado à Internet por linha telefônica, e já foi configurado para permitir que outros computadores da rede compartilhem a sua conexão. 4-28 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 42
A seguir serão apresentados os mesmos quadros já mostrados para o primeiro computador. Temos que dar um nome para o computador e para o grupo de trabalho. Usaremos MSHOME, o nome sugerido pelo Assistente. Quando for apresentado o quadro que pergunta sobre compartilhamentos de pastas e impressoras, deixamos todas as opções desmarcadas. Desta forma as pastas e impressoras deste computador não poderão ser
49 usadas por outros. Nada impede que mais tarde configuremos manualmente pastas e impressoras neste computador para que sejam acessadas por outros. OBS.: Se não forem habilitados os compartilhamentos, não será instalado o Serviço de compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft. Se decidirmos criar compartilhamentos, devemos executar novamente o Assistente de rede doméstica e habilitar essas opções, ou então usar o quadro de propriedades de rede e clicar em Compartilhamento de arquivos e impressoras, habilitando então cada um deles. Será perguntado se o usuário deseja criar um disquete de configuração. Este disquete é necessário para configurar
computadores com Windows 95 ou 98, mas não é preciso criá-lo agora, pois já foi criado quando configuramos o primeiro computador. O Assistente concluirá seu trabalho e pedirá para reiniciar o computador. Depois do próximo boot, um quadro informará que este computador foi configurado com sucesso. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-29 Figura 43
Podemos então abrir neste computador a pasta Meus locais de rede (figura 43). As pastas compartilhadas no primeiro computador aparecerão automaticamente nesta janela. Podemos clicar em uma das pastas compartilhadas (no nosso exemplo temos as pastas mydocuments e capture, como vemos na figura 43). Será então pedida a senha para acesso. É a mesma senha que foi criada quando habilitamos o compartilhamento no primeiro computador. Figura 44
A impressora do primeiro computador pode ser acessada pela pasta Meus locais de rede, mas também aparece na pasta de impressoras do computador que acabamos de configurar. A figura 45 mostra esta pasta de impressoras, na qual podemos observar que o ícone da impressora tem um cabo e um conector “T”, o que indica que trata-se de uma impressora de rede. 4-30 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 45
Configurando outros PCs com Windows 95/98 No disquete de configuração de rede que é gerado quando usamos o Assistente para rede doméstica existe um programa SETUP.EXE. Este programa nada mais é que uma cópia do próprio assistente, adicionado de configurações relativas ao servidor.
50 Figura 46 O Assistente de rede doméstica Exe ctado em um computador com o Windows 98.
Este assistente perguntará sobre o uso da conexão com a Internet, assim como ocorreu com os outros computadores (figura 46). Perguntará também o nome do computador e do grupo de trabalho (figura 47). Lembre-se que o nome do computador é definido pelo usuário durante a instalação do Windows, e pode ser alterado pelo quadro de propriedades de rede (guia Identificação) ou então através deste Assistente. O grupo de trabalho é configurado automaticamente com o nome da empresa, que é informado durante a instalação do Windows. Também podemos alterar o nome do grupo de trabalho pelo quadro de propriedades de rede ou por este Assistente. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-31 Figura 47
O Assistente perguntará se pastas e impressoras deste computador devem ser compartilhadas, exatamente da mesma forma como já explicamos para o primeiro computador. Finalmente o Assistente terminará seu trabalho e pedirá ao usuário que reinicie o computador. Depois do próximo boot será apresentado um quadro informando que a configuração foi feita com sucesso. Figura 48
Se abrirmos agora a pasta Ambiente de rede (no Windows 95 e 98, este era o nome que hoje tem a pasta Meus locais de rede) serão mostrados os ícones Toda a rede e dos computadores que possuem recursos compartilhados. No nosso caso, o computador de nome P2VIA (o primeiro que configuramos) é o único que tem pastas e impressoras compartilhadas. Aplicando um clique duplo sobre seu ícone podemos ver as pastas e impressoras compartilhadas (figura 48).
51 4-32 Como montar e configurar sua rede de PCs Você observou que as configurações de todos os computadores são feitas de forma bastante parecida com o Assistente de rede doméstica. Note que não existe uma hierarquia entre os computadores, como ocorre nas redes cliente-servidor. Todos os computadores da rede ponto-a-ponto possuem níveis hierárquicos semelhantes. É verdade que temos PCs que operam apenas como clientes, outros apenas como servidores, ou como uma mistura de cliente e servidor. Entretanto qualquer um dos computadores pode ser configurado para oferecer recursos compartilhados, característica dos servidores. O Windows XP também tem um Assistente de rede doméstica, como mostraremos mais adiante. Vejamos antes como fazer a configuração da rede ponto-a-ponto de forma manual.
Preparação para a rede no Windows XP Neste ponto os computadores já devem estar com as placas de rede instaladas e com todos os cabos conectados. Não importa se a configuração da rede será feita de forma manual ou automática, convém fazer antes algumas checagens. Antes de mais nada, o ícone da conexão de rede mostra quando os cabos não estão conectados corretamente. Partindo da pasta Meus Locais de rede, clique em Exibir conexões de rede. Se o cabo estiver desconectado ou o hub estiver desligado, o ícone da conexão de rede irá informar o ocorrido, como vemos na figura 49. Figura 49
Portanto verifique a instalação física (cabos, hub, etc.). Se você pretende que um computador disponibilize sua conexão com a Internet para outros computadores, é preciso que o mesmo seja antes configurado para acesso à Internet e testado. A janela de conexões de rede deverá mostrar o ícone da conexão com a Internet (figura50). Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-33 Figura 50
Assim como fizemos com o Windows 9x/ME, podemos testar a conexão física entre computadores usando o programa PING. Para isso precisamos descobrir o endereço IP do computador que será endereçado no envio de pacotes de dados. Para descobrir este endereço, clicamos no ícone da conexão (figura 50) com o botão direito do mouse e no menu apresentado escolhemos a opção Status. No quadro de status selecionamos a guia Suporte (figura 51). No nosso exemplo, a placa tem o endereço 169.254.143.190. Usamos este endereço nos comandos PING a serem usados nos demais computadores da rede. Fig ura 51 OBS.: Os endereços das placas de rede podem ser alterados dinamicamente quando existe na rede um computador operando como servidor DHCP. É o caso das redes que possuem um computador que compartilha o acesso à Internet, e em redes com o Windows 2000 Server. Cabe a este servidor definir os endereços a serem usados por cada computador da rede. Quando não existe um servidor DCHP, as placas de rede usam um endereço
52 automático. Existe ainda a opção do usuário configurar manualmente o endereço a ser usado por cada placa de rede. Recomendamos que seja usado o endereço automático. Outra providência que deve ser tomada é a instalação da impressora, o que possibilitará
o seu uso pelos demais computadores da rede. Nada impede entretanto que um computador seja instalado na rede ainda sem impressora, e que esta 4-34 Como montar e configurar sua rede de PCs impressora seja instalada posteriormente. Na ocasião da instalação da impressora, o Assistente perguntará se desejamos torná-la disponível para acesso via rede.
Configuração manual no Windows XP Na figura 52 vemos a pasta Conexões de rede, depois que está instalada a placa de rede, o modem e que foram configuradas conexões com a Internet. No nosso exemplo foram criadas conexões com dois provedores de acesso: NITNET e BOL. Figura 52
Clicamos no ícone da conexão de rede com o botão direito do mouse e no menu escolhemos a opção Propriedades. Será apresentado o quadro da figura 53. Nele podemos ver os componentes de rede que estão instalados. Esses componentes são automaticamente adicionados ao sistema quando instalamos uma placa de rede. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-35 Figura 53
O protocolo TCP/IP é instalado como padrão, e é suficiente para permitir o acesso à Internet e para ser usado na própria rede. Não é necessário portanto instalar outros protocolos, a menos que o computador seja instalado em uma rede que utiliza outros protocolos. Para instalar um novo protocolo, usamos no quadro da figura 53, o botão Instalar. Será apresentado o quadro da figura 54, no qual selecionamos o item Protocolo e clicamos em Adicionar.Figura 54 Neste ponto aparece uma lista com os protocolos suportados pela conexão. A lista apresentada no Windows XP é menor que a de outras versões do Windows. No exemplo da figura 55, selecionamos o protocolo IPX/SPX, usado em redes Novell. OBS.: A maioria dos jogos que funcionam em rede utilizam o protocolo IPX/SPX.
53 4-36 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 55
O quadro de configurações de rede passará a indicar os protocolos recém instalados (figura 56). Podemos desinstalar protocolos usando o botão Desinstalar, ou então simplesmente desmarcando o protocolo na lista. Por este método, o protocolo continuará instalado e disponível para outras conexões, porém não será mais usado para a conexão configurada. Figura 56
As conexões com a Internet via modem também possuem um quadro de configurações de rede. Para chegar a ele usamos o mesmo processo mostrado na figura 52, porém com as conexões Dial-Up. Podemos então selecionar a guia Rede (figura 57). Uma conexão com a Internet necessita apenas do protocolo TCP/IP. O Agendador de pacotes QoS deve permanecer ativo em todas as conexões. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-37 Figura 57
Para adicionar um serviço de rede, usamos no quadro de configurações de rede o botão Instalar, e no quadro seguinte (figura 58) escolhemos o item Serviço e clicamos em Adicionar. Figura 58
Será apresentada uma lista de serviços de rede. No Windows XP existem dois serviços disponíveis, e o mais usado é o Compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft. Note que este componente de rede é instalado automaticamente, mas podemos removê-lo caso o PC não vá operar como servidor. Se mudarmos de idéia, podemos instalar novamente este recurso, como mostramos na figura 59.
54
4-38 Como montar e configurar sua rede de PCs Também é instalado automaticamente no Windows XP, o Cliente para redes Microsoft. Se este componente não for necessário, podemos removê-lo. Se mudarmos de idéia podemos fazer novamente a sua instalação a partir do quadro de configurações de rede. Usamos Adicionar e no quadro apresentado (figura 58) selecionamos o item Cliente e clicamos em Adicionar. Será apresentada a lista de clientes disponíveis (figura 60). Os clientes que acompanham o Windows XP são os de rede Microsoft e de redes Netware.Figura 60 Conforme já mostramos no início deste capítulo (figuras 7 e 8), é preciso definir o nome do computador, o nome do grupo de trabalho e opcionalmente a descrição do computador. Essas informações são introduzidas pelo usuário durante a instalação do windows XP, mas podemos alterá-las usando: Painel de controle / sistema / nome do computador Como vimos, em uma rede ponto-a-ponto, as configurações de clientes e servidores são muito parecidas. As configurações que mostramos até aqui permitem que um Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-aponto 4-39 computador opere como servidor e cliente. Para que opere apenas como cliente, basta que estejam instalados os seguintes componentes de rede: Um protocolo de acesso, como o TCP/IP Cliente para redes Microsoft Agendador de pacotes QoS Se um PC não vai operar como servidor, não é necessário que esteja instalado o componente “Compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft”. Uma vez estando com todos os PCs da rede configurados, podemos abrir a pasta Meus Locais de Rede e verificar os recursos disponíveis em outros PCs que estejam operando como servidores (figura 61). Esta pasta registra automaticamente os recursos da rede que podem ser acessados pelos PCs que operam como clientes. Figura 61 Podemos clicar em “Exibir computadores do grupo de trabalho”, e o quadro passa a ter o aspecto mostrado na figura 62. Desta forma cada elemento representa um computador. Na pasta Meus Locais de Rede, a representação é mais detalhada, pois dentro de um mesmo computador podem existir vários recursos compartilhados (drives, pastas e impressoras).
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Ao clicarmos em um computador específico na figura 62, são apresentados os recursos compartilhados naquele computador. No caso do computador “Laércio-30”, temos os recursos compartilhados mostrados na figura 63.
F
igura 63
O Assistente de rede do Windows XP Para configurar a rede com o uso deste assistente, abra a pasta de conexões de rede e clique em Configurar uma rede doméstica ou de pequena empresa. Também podemos chegar a ele usando: Todos os programas / Acessórios / Comunicações / Assistente para configuração de rede Entrará em ação o Assistente para configuração de rede (figura 64). Este programa lembra um pouco o seu similar do Windows ME. Capítulo 4 – Montando uma rede ponto-a-ponto 4-41 Figura 64
O Assistente pede ao usuário que leia uma lista de verificação, na qual estão explicadas várias etapas iniciais, como a instalação das placas de rede e dos cabos, a determinação dos recursos a serem compartilhados, a localização dos computadores, etc. A maioria dessas etapas já
56 foram explicadas neste capítulo.
ra 65
Estamos supondo que o primeiro computador que estamos configurando tem uma conexão com a Internet através de um modem, e que esta conexão será compartilhada com os demais computadores da rede. O Assistente apresenta o quadro da figura 65, no qual indicamos esta opção de conexão. Em um outro quadro devemos indicar qual é a conexão a ser usada. No caso será a conexão Dial-Up feita pelo modem instalado. Figura 66
No próximo quadro podemos dar um nome e uma descrição para o computador. A descrição funciona apenas como um comentário para facilitar a sua visualização por parte do usuário. O nome é mais importante, e será usado para o endereçamento do computador na rede. Quando instalamos o Windows XP, o computador recebe um nome dado pelo programa de instalação. No nosso exemplo, o computador recebeu o nome LVC-10Y1IJ5XSHE. Podemos alterar o nome neste momento. Usaremos o nome P4MSI. A seguir o Assistente perguntará o nome do grupo de trabalho. Usaremos o nome sugerido, MSHOME. Figura 67
Finalmente o Assistente apresentará uma lista com todas as configurações escolhidas pelo usuário (figura 67). Podemos revisálas e clicar em Voltar se quisermos fazer alguma alteração. Clicamos em Avançar para prosseguir com a configuração. O Assistente levará alguns minutos configurando a rede, e ao terminar perguntará se desejamos gerar um disquete de configuração. Este
57 disquete deverá ser usado para incluir na rede, computadores que usam o Windows 95, 98 ou ME. Finalmente o Assistente terminará o seu trabalho e pedirá que o computador seja reiniciado. 4-43 Esta configuração fará com que a pasta Documentos compartilhados seja automaticamente configurada para ser compartilhada na rede. Esta pasta aparecerá para os demais computadores da rede como SharedDocs em XXX, onde XXX é o nome do computador. Todos os computadores da rede que usam o Windows XP terão suas pastas Documentos compartilhados configuradas para serem compartilhadas com os demais PCs da rede. Este é exatamente o objetivo desta pasta, armazenar arquivos que poderão ser acessados por outros usuários do mesmo computador ou de outros computadores da rede. Figura 68
Podemos configurar outras pastas para que também sejam compartilhadas na rede. Para isso basta clicar na pasta desejada com o botão direito do mouse e no menu apresentado escolher a opção Compartilhamento e segurança (figura 68). Será apresentado o quadro da figura 69, no qual marcamos a opção “Compartilhar esta pasta na rede”. Podemos ainda marcar a opção “Permitir que usuários da rede alterem meus arquivos”, para que o conteúdo da pasta compartilhada possa ser alterado ou removido, e que possam ser armazenados novos arquivos. Deixamos esta opção desmarcada se quisermos que esta pasta seja acessada apenas para leitura. Podemos ainda indicar um nome com o qual a pasta aparecerá na rede. 4-44 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 69
No computador ao qual esta pasta pertence, seu ícone será o já conhecido das pastas compartilhadas (mão segurando uma pasta). Os demais computadores poderão visualizar esta pasta a partir de Meus locais de rede (figura 70). Quando uma conexão com a Internet é compartilhada com outros computadores da rede, é iniciada automaticamente quando qualquer um desses computadores precisa acessar a Internet. Isto pode ser um incômodo para o usuário do computador no qual é feita a conexão. No Windows XP, não apenas programas como o Internetgur Explorer e o Outlook Express exigem conexões. O próprio sistema operacional também faz
58 conexões, bem como vários outros aplicativos, como Windows Media Player. Podemos entretanto eliminar essas conexões automáticas. Passarão a ser feitas manualmente pelo usuário do computador que tem o modem. Para isso clicamos no ícone da conexão (pasta Conexões de rede) com o botão direito do mouse e escolhemos no menu a opção Propriedades. Selecionamos então a guia Avançado0 (figura 71).
Figura 71
Podemos agora desmarcar a opção “Estabelecer uma conexão dial-up sempre que um computador da rede tentar acessar a Internet”. Isso evitará que sejam feitos conexões automáticas pelo Windows e por aplicativos. Apenas quando algum usuário quiser usar a Internet, pedirá ao usuário do computador que tem a conexão para que faça a ligação. É claro que este procedimento só é prático em redes domésticas ou muito pequenas. Ainda neste quadro de configurações, temos a opção de ativação o Firewall do Windows XP. Este software protege a rede interna contra acessos indevidos feitos por hackers. Basta marcar a opção “Proteger o computador e a rede limitando ou impedindo o acesso a este computador através da Internet”.
Mistura de sistemas Podemos ter em uma mesma rede, computadores com Windows XP, ME, 98 ou 95. Faça sempre a configuração usando o Assistente de configuração de rede do próprio sistema operacional. No caso do Windows 98 ou 95, você pode usar o disquete de instalação de rede, gerado pelos assistentes do Windows XP ou do Windows ME, ambos configuram a rede corretamente.
Rede cliente-servidor com o Windows 2000 Server Mostraremos neste capítulo como configurar uma rede cliente-servidor com o Windows 2000 Server. Este sistema é derivado do Windows NT e faz parte da linha de sistemas Microsoft para servidores. Foi lançado em diversas versões, com características bem diferentes: Windows 2000 Professional – Esta versão destina-se ao uso em estações de trabalho, e não como servidor. A partir dela foi criado o Windows XP. Windows 2000 Server – Esta é a versão básica do Windows 2000 Server. Permite operar com até 4 processadores e 4 GB de memória. É ideal para redes cliente servidor de médio e pequeno porte. Windows 2000 Advanced Server – Esta versão é indicada para redes de maior porte. Permite operar com até 8 processadores e 8 GB de memória. Permite que múltiplos servidores operem em conjunto, permitindo aumentar o desempenho em função do número de servidores. Windows 2000 Datacenter Server – Tem os recursos da versão Advanced e pode operar com até 32 processadores e 32 GB de memória. A família de sistemas para servidores continuará a crescer com novas versões, porém a maioria dos
59 recursos e comandos disponíveis manterão compatibilidade com o Windows 2000. Portanto os ensinamentos apresentados aqui certamente serão aproveitados para novas versões.
Componentes de hardware Não existe diferença na parte física da rede quando é usada a arquitetura cliente servidor. A mesma infra-estrutura de cabos, hubs, switches e outros equipamentos de rede aplica-se tanto para redes ponto-a-ponto como a redes clienteservidor. A única diferença fica por conta do servidor, que precisa ser dedicado. Lembramos que em redes ponto-a-ponto podemos usar um servidor dedicado, o que é altamente recomendável, porém não é obrigatório. Em redes domésticas, por exemplo, o servidor pode ser usado como estação de trabalho. Nas redes cliente-servidor, o servidor é dedicado. Deve ter seu tempo livre para executar apenas as tarefas de atendimento dos demais computadores, fornecendo o acesso a arquivos, impressoras, à Internet, além de gerenciar todas as permissões de acesso. Assim como ocorre nas redes ponto-aponto, o acesso à Internet pode ser centralizado através do servidor. Podemos ter o servidor operando como simultaneamente como firewall e roteador para acesso à Internet, ou podemos ter um módulo separado, com firewall e roteador (normalmente integrados), deixando o servidor menos congestionado. No capítulo 7 daremos mais detalhes sobre as formas de conexão possíveis. Usaremos no nosso exemplo o compartilhamento da conexão a partir de um modem no servidor, usando acesso por linha telefônica.Figura 1
Conceitos importantes Redes cliente-servidor são um pouco mais complexas que as redes ponto-a-ponto. As configurações não são automáticas, e o instalador precisa ter conhecimentos técnicos sobre diversos conceitos. É um grande contraste em comparação com as redes ponto-a- ponto, que podem ser configuradas de forma automática através de assistentes, não necessitam de administrador e o responsável pela sua montagem nem mesmo precisa ter conhecimentos teóricos sobre redes, protocolos e outros elementos. Protocolos e endereços Entre os diversos protocolos utilizados em redes, o TCP/IP é o mais comum. É usado na Internet e é instalado automaticamente com o Windows. Os dados trocados entre dois computadores quaisquer da rede são acompanhados de um cabeçalho Capítulo 5 – Montando uma rede cliente-servidor 5-3 contendo o endereço de destino e o endereço de origem. Cada endereço é formado por 4 bytes (32 bits). Convencionou-se escrever esses endereços como uma seqüência de quatro números decimais separados por pontos. Cada um desses números, sendo formados por 8 bits, pode assumir valores entre 0 e 255. Por exemplo: 192.168.0.18 Esses endereços são chamados de endereços IP, e “IP” significa Internet protocol. Nos acessos à Internet, esses números são usados para endereçar sites. Existem entretanto certas faixas de endereços que não são usadas na Internet, e sim, são reservadas para uso em redes locais. São as seguintes as faixas reservadas para uso local: Classes internas Endereço inicial Endereço final Classe A 10.0.0.0 10.255.255.255 Classe B 172.16.0.0 172.31.255.255 Classe C 192.168.0.0 192.168.255.255 Ao montar uma rede será preciso definir as faixas de endereços a serem usadas pelas máquinas. Quando usamos o Assistente de rede doméstica no Windows ME, esta escolha é feita automaticamente. No Windows 2000 Server, temos que fazer esta escolha manualmente. Para isso é preciso respeitar certas regras de distribuição de endereços. Se você não quer perder tempo nem esquentar a cabeça, configure sua rede como classe A. Você poderá usar para suas máquinas, qualquer endereço entre 10.0.0.0 e 10.255.255.255. Esta é inclusive a escolha padrão do Windows 2000 Server. Para escolher outras classes é preciso conhecer um pouco mais, como mostraremos agora: Redes classe A – Essas redes podem ter até 16 milhões de endereços. Apenas grandes empresas receberam a permissão para uso dessas redes. Por exemplo, o serviço de correios dos Estados Unidos recebeu a rede A de número 56, e usa portanto os endereços entre 56.0.0.0 e 56.255.255.255. A IBM recebeu a rede 9 (9.0.0.0 a 9.255.255.255), a HP recebeu a rede 15, a Ford recebeu a rede 19, e assim por diante. Você poderá usar uma rede classe A de número 10 (10.0.0.0 a 10.255.255.255). A diferença é que esta faixa de endereços será de uso interno, ou seja, os roteadores que fazem à conexão da rede interna com a Internet ignoram esses endereços. Redes classe B – Essas redes podem ter até 65.534 máquinas. Elas utilizam endereços entre 128.x.x.x e 191.x.x.x. Essas classes são usadas por redes de médio porte, como universidades (apesar de algumas como MIT e Stanford usarem redes
60 A, as de números 18 e 36, respectivamente). Existem 16.384 faixas de endereços para redes classe B. Destas, 16 são usadas para redes locais classe B. São elas: 172.16.0.0 – 172.16.255.255 172.17.0.0 – 172.17.255.255 172.18.0.0 – 172.18.255.255 172.19.0.0 – 172.19.255.255 ... 172.30.0.0 – 172.30.255.255 172.31.0.0 – 172.31.255.255 Se você decidir usar uma rede classe B, terá que escolher uma das 16 opções acima. Digamos que você escolha a faixa 172.18.0.0 a 172.18.255.255. Poderá então escolher para suas máquinas, endereços que começam com 172.18 e variar apenas os dois últimos números. Redes classe C – Cada uma dessas redes pode ter até 254 computadores. Os endereços IP reservados para essas classes vão de 192.0.1.0 a 223.255.254.255. São cerca de 4 milhões de redes possíveis, sendo que delas, 256 são reservadas para redes internas, que você poderá utilizar. São elas: 192.168.0.0 – 192.168.0.255 192.168.1.0 – 192.168.1.255 192.168.2.0 – 192.168.2.255 192.168.3.0 – 192.168.3.255... 192.168.254.0 – 192.168.254.255 192.168.255.0 – 192.168.255.255 Se você escolher por exemplo a terceira faixa, terá que utilizar endereços que começam com 192.168.2 e variar apenas o último número. OBS.: em cada uma das redes, dois endereços são reservados, sendo um para a própria rede e um para broadcast (mensagem simultânea para todos os nós).
Active Directory Um dos principais desafios dos desenvolvedores de redes é criar métodos seguros para controlar o uso dos recursos disponíveis pelos diversos usuários da rede. O Active Directory é um novo método de controle criado pela Microsoft para o Windows 2000 Server. Tomando um exemplo bem simples, imagine que o usuário Bernardo fez logon em um certo computador da rede, e que no servidor exista uma pasta de uso específico desta usuário, chamada Arquivos de Bernardo. A validação do logon (usuário e senha) e a permissão do acesso desta pasta por este usuário é feita com base no Active Directory. Esta é a tarefa mais simples possível, existem muitas outras tarefas bastante complexas. Podem ser gerenciados usuários, grupos, computadores e máquinas em geral, servidores, pastas, impressoras e sites. Domínio Domínio é um grupo de máquinas que acessam e/ou compartilham recursos entre si. A noção de domínio é muito parecida com a de grupo de trabalho. Ambos são visualizados a partir de Ambiente de rede ou Meus locais de rede. O acesso aos recursos compartilhados é controlado por um computador chamado controlador de domínio. Este deve utilizar o Windows 2000 Server, mas os demais computadores do domínio podem usar outros sistemas, como o Windows 2000 Professional, Windows XP e Windows 9x/ME. A figura 2 mostra os computadores do domínio LABO, usado na nossa rede. Nela o computador de nome SW2000 é o servidor de domínio. Nele é feita a autenticação dos usuários que fazem logon na rede. Uma vez autenticados, esses usuários podem acessar os recursos compartilhados existentes nos computadores do domínio, desde que esses recursos estejam configurados com permissões para esses usuários. A maioria dos recursos compartilhados estão no próprio servidor, entretanto nada impede que existam recursos em outras máquinas do domínio. Figura 2 .
DHCP Em uma rede, cada máquina deve ter seu endereço. Existem dois métodos de definição do endereço IP: manual e automático. O endereço manual é programado no quadro de propriedades de rede. Aplicamos um clique duplo sobre o protocolo TCP/IP e será mostrado um quadro com diversas guias. A figura 3 mostra o resultado em PCs com Windows 9x/ME. Na guia Endereço IP marcamos a opção Especificar um endereço IP. Podemos então preencher o endereço manualmente. Também é preciso preencher a máscara de sub-rede. Para endereços classe A, o padrão é 255.0.0.0. A outra opção é Obter um endereço IP automaticamente. Ao ser usada, o endereço IP será definido por um servidor DCHP (Dynamic Host Configuration Protocol). Um computador com o Windows 2000 Server irá operar como servidor DCHP. Desta forma não precisamos configurar manualmente endereços IP para cada computador da
61 rede. Deixamos todos na configuração automática (que é inclusive a opção padrão) - Obter um endereço IP automaticamente. Note que para esta configuração automática funcionar corretamente, o servidor DCHP deve estar ativo. Portanto é preciso ligar o servidor antes dos demais PCs da rede. Figura 3
DNS e WINS O Windows 2000 Server permite que um computador opere como servidor DNS (Domain Naming System) e WINS (Windows Internet Naming Service). Tratam-se de dois processos usados para a conversão entre nomes e endereços. Digamos por exemplo que um computador tenha endereço 10.0.0.3. O acesso fica muito mais fácil se os usuários da rede não precisarem memorizar esses números, e sim um nome mais amigável, como \\Servidor2. Dependendo do software utilizado, a conversão de nomes para endereços pode ser feita por um ou outro sistema. O WINS é o sistema mais antigo, usado nas redes Microsoft até meados dos anos 90. O DNS é o sistema mais novo, usado também na localização de sites na Internet. Graças ao DNS, programas terão acesso a recursos da rede a partir dos seus nomes. Graças ao WINS, computadores com sistemas mais antigos poderão ter acesso aos recursos do servidor.
Instalando o Windows 2000 Server A instalação do Windows 2000 Server consiste em executar um boot com o seu CDROM de instalação e seguir o assistente de instalação. Podemos ter instalados mais de um sistema operacional no computador, usando por exemplo, o Windows XP e o Windows 2000 Server. Entretanto é altamente recomendável que o servidor seja totalmente dedicado, e que aplicativos comuns não sejam usados. Desta forma o servidor estará o tempo todo disponível para o atendimento dos demais computadores da rede. Recomendamos portanto que o disco rígido seja formatado na ocasião da instalação, utilizando o sistema NTFS. Podemos usar o disco rígido inteiro como um único drive C, ou dividi-lo em dois ou mais drives lógicos. Esta divisão é feita pelo programa de instalação do sistema. Para realizar o boot através do CD-ROM de instalação do Windows 2000 Server, pode ser necessário alterar o CMOS Setup do computador. É preciso encontrar o comando que define a seqüência de boot, e então programá-lo para que o CD-ROM seja usado antes do disco rígido (ou seja, o boot só seria feito pelo disco rígido se não existir CD-ROM no drive). Em alguns Setups existem opções como A:, C:, CDROM; C:, A:, CDROM, e assim por diante. Em outros Setup temos os itens First boot device, Second boot device, third boot device e fourth boot device, e cada um deles pode ser programado com as opções Floppy, HD e CD-ROM. Enfim, escolhemos uma opção que deixe o CD-ROM ser usado antes do disco rígido. A figura 4 mostra a tela inicial do programa de instalação do Windows 2000 Server. É bastante parecido com o do Windows XP e o do Windows 2000 Professional. Teclamos ENTER para dar início à instalação. Figura 4
será apresentado um contrato de licença. Devemos teclar F8 para concordar com o contrato e prosseguir com a instalação. O programa irá checar o estado do disco rígido. Verificará quais são as partições existentes para que possamos escolher em qual delas será feita à instalação. Quando um disco rígido é novo, todo o seu espaço será indicado como “Espaço não particionado”, ou seja, não
62 existirão partições. No nosso exemplo o disco rígido já havia sido usado. Existe uma partição única, formatada com FAT32, com pouco mais de 38 GB, dos quais cerca de 22 GB estão livres. Recomendamos que esta partição seja excluída e que seja criada uma nova partição formatada com NTFS. Conforme explica a tela da figura 5, teclamos “D” para remover a partição. O programa avisará que os dados da partição antiga serão perdidos. É preciso confirmar a escolha para que a partição seja removida. O processo dura apenas alguns segundos, e ao seu término, toda a capacidade do disco será indicada como “Espaço não particionado”, como vemos na figura 6. Podemos agora teclar ENTER para instalar o Windows 2000 Server neste espaço. Figura 6
Na tela seguinte escolhemos a opção “Formatar a partição utilizando o sistema de arquivos NTFS”. O programa fará então a formatação, operação que irá demorar vários minutos, dependendo da capacidade e da velocidade do disco rígido. Terminada a formatação será feita automaticamente a cópia dos arquivos de instalação na partição criada ou selecionada (figura 7). Este processo também é demorado, apesar de ser mais rápido que a formatação. O computador será reiniciado, e o boot desta vez deverá ser feito pelo disco rígido. Se você alterou o CMOS Setup para permitir o boot pelo CD-ROM, altereo novamente para que o boot seja feito pelo disco rígido. Em muitos computadores, o boot pelo CD-ROM só é feito mediante confirmação (“Press any key to boot from CD-ROM”.). Nesse caso basta não pressionar uma tecla e o boot pelo CD-ROM será ignorado. Seja como for, se após o boot for apresentada uma tela como a da figura 4, o programa de instalação estará sendo executado desde o início. Você deve cancelar a operação e retirar o CD-ROM do drive para que o boot seja feito pelo disco rígido. Quando aparecer a primeira tela gráfica do Windows 2000 Server, você pode colocar novamente o CD-ROM no drive, pois ele será necessário no restante da instalação. A tela gráfica do Windows 2000 Server estará operando neste momento no modo VGA, com resolução de 640x480 e 16 cores. Os próximos passos da instalação são explicados a seguir: Instalação de dispositivos O Assistente de instalação levará alguns minutos para instalar e configurar dispositivos como teclado, mouse, monitor e placa de vídeo. O processo demora alguns minutos e a tela poderá piscar ou apagar por alguns segundos. Configurações regionais A localidade do sistema e dos usuários será definida como Brasil (a menos que você esteja usando uma versão em inglês). Podemos clicar no botão Personalizar para alterar essas configurações. O layout do teclado é definido como padrão na versão brasileira, como Brasil/ABNT. O teclado ABNT é aquele que tem um “Ç” ao lado da tecla ENTER. Se o teclado não for desse tipo, demos que alterá-lo. Para isso basta clicar em Personalizar, marcar o item “Português-Brasil”, clicar em Propriedades e selecionar o layout Estados Unidos Internacional. Nome e organização 5-10 Como montar e configurar sua rede de PCs Um quadro perguntará o nome do usuário que está fazendo a instalação e o nome da organização (empresa). Este usuário terá poderes de administrador do sistema. Chave e licenciamento Será pedida a chave do produto, que é o código existente na parte traseira da embalagem do CD-ROM de instalação. Pedirá também o modo de licenciamento do sistema. Existe dois modos de licenciamento: por servidor e por estação. Em redes com o Windows 2000 Server, é preciso comprar não apenas o sistema operacional usado no servidor e os sistemas usados nas estações de trabalho, mas também as licenças de uso que permitem acessar o servidor a partir dos clientes. No modo de licenciamento por estação, cada computador da rede precisa ter uma licença adquirida. Este método é indicado para redes que possuem mais de um servidor. No modo de licenciamento por servidor, o número de clientes poderá variar, e o servidor admitirá um número máximo de conexões com clientes. Este método é indicado para redes que possuem apenas um servidor. O Windows 2000 Server é vendido com licenças embutidas para clientes, e o custo total dependerá do número de licenças para clientes. No nosso exemplo escolheremos o modo de licenciamento por servidor. Nome do computador e senha do administrador O assistente de instalação perguntará o nome do computador. Será dado automaticamente um nome complicado, como LVC-FTTI5VM9G7L. Podemos alterar o nome neste momento para algo mais amigável, como SW2000 ou outro nome de nosso agrado. Também será preciso criar uma senha para o administrador do sistema. Escolha dos componentes a serem instalados Será apresentada uma lista de componentes do Windows, na qual podemos escolher quais devem ser instalados. Esta lista é similar à obtida quando usamos o comando Adicionar/Remover programas, no Painel de controle. Podemos deixar selecionados os itens sugeridos pelo assistente. Novos componentes serão instalados na medida em que forem necessários durante o uso normal do sistema. Data, hora e fuso horário Assim como ocorre nas demais versões do Windows, será perguntada a data, à hora e a zona de tempo que define o fuso horário. Na versão em português é usado automaticamente o horário de Brasília. Se usarmos a versão em inglês poderemos alterar para Brasília, o fuso horário que vigora na maior parte do Brasil. Configurações de rede Serão feitas a seguir as configurações de rede. O assistente perguntará se devem ser usadas às configurações típicas ou personalizadas. As configurações típicas são indicadas para a maioria dos casos, e incluem: Cliente para redes Microsoft Compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft
63 Protocolo TCP/IP Se for necessário utilizar outros componentes de rede, como por exemplo um protocolo adicional, podemos usar as configurações personalizadas e escolher os componentes desejados. Será perguntado o domínio ou grupo de trabalho. Em redes com o Windows 2000 Server usamos normalmente uma rede com domínio, e esta deve ser a opção escolhida aqui. Indicamos então o nome do domínio do qual o computador deve ser membro. No nosso exemplo usaremos o domínio LABO. Será preciso digitar o nome de um usuário com poderes de administrador, bem como a sua senha. Poderá ser o usuário que foi cadastrado durante o processo de instalação. Note que este comando não cria o domínio, e sim adiciona o computador a um domínio já existente. Como estamos instalando o primeiro servidor, o domínio ainda não existe, e será apresentada uma mensagem de erro, indicando que o domínio é inválido. Podemos então prosseguir e ingressar no domínio mais tarde, através do programa de configuração do servidor. Instalação dos componentes selecionados A próxima etapa demorará vários minutos. É a instalação dos componentes selecionados e das configurações escolhidas anteriormente. Aguarde até o assistente apresentar um quadro indicando que concluiu o seu trabalho. Clique em Concluir e será executado um novo boot. Não esqueça de retirar o CD-ROM de instalação. O primeiro boot O Windows 2000 Server já está instalado, mas será ainda preciso fazer diversas configurações. Será preciso configurar o servidor, criar contas de usuários, compartilhamentos, etc. A mensagem “a rede está sendo iniciada” é apresentada durante alguns minutos. A seguir é apresentado um quadro indicando que devemos pressionar Control-Alt-Del. No Windows 2000 Server, esta seqüência provoca a exibição de um quadro de logon, onde devemos preencher o nome do usuário e a senha. O usuário deverá ser Administrador, e a senha é a que criamos quando instalamos o sistema. Será apresentada a velha e conhecida área de trabalho do Windows. A interface gráfica do Windows 2000 Server é muito parecida com a do Windows 9x/ME. Figura 8
Também será executado automaticamente o Assistente de configuração do servidor. Antes de configurar o servidor é preciso checar se todos os itens de hardware foram instalados corretamente. Certos dispositivos podem ainda não estar operacionais devido à falta de drivers. Devemos então fechar o assistente para fazer as configurações de hardware necessárias. Instalação de drivers A primeira coisa a fazer é instalar os drivers do chipset da placa mãe (ou placa de CPU). Esses drivers permitem que os recursos da placa mãe funcionem corretamente. Se não forem instalados podem ocorrer problemas de mau funcionamento nos acessos a disco, nos acessos à placa de vídeo, no gerenciamento de energia e a queda de desempenho do disco rígido. Esta é uma etapa muito importante, que até mesmo muitos técnicos esquecem de cumprir. O grande problema é que o Windows não avisa quando os drivers existentes não são adequados, ou quando os drivers do fabricante estão ausentes. Se a placa de CPU for de fabricação recente, é possível que os drivers existentes no CD-ROM que acompanha sejam adequados. O ideal entretanto é obter os drivers mais atualizados, no site do fabricante da placa mãe. Figura 9
A figura 9 mostra o programa de instalação que acompanha as placas Asus. A placa do nosso exemplo é uma TUV4X, que possui um chipset da VIA Technologies. A placa de CPU é portanto acompanhada do “VIA 4 in 1 drivers”, que é a primeira opção do menu. Escolhemos esta opção para instalar os
64 drivers do chipset. Será preciso reiniciar o computador depois desta instalação.
Figura 10
Devemos a seguir checar o Gerenciador de dispositivos. No exemplo da figura 10, vemos que existem dois dispositivos com problemas (indicados com um ponto de interrogação). Esses dispositivos fazem parte da placa de som. Vários modelos de placas de som podem apresentar este problema. Basta usar o método padrão de atualização de driver e usar o CD-ROM que acompanha a placa de som. No caso de placas de CPU com som onboard, os drivers de som estão no CD-ROM que acompanha esta placa. Muito importante é checar no Gerenciador de dispositivos a situação da placa de som e da placa de rede. Vemos na figura 10 que a placa de rede é reconhecida como: D-Link DFE-530TX PCI Fast Ethernet Adapter Se a placa de rede não estiver indicada no item Adaptadores de rede, o servidor não poderá ter acesso à rede. Será preciso instalar os drivers da placa de rede. Menos crítica mas também importante é a placa de vídeo. Se seus drivers não forem instalados, o Windows usará um driver VGA padrão e o modo gráfico estará limitado a 640x480 com 16 cores. No nosso exemplo (figura 10) vemos que a placa de vídeo está indicada como: S3 Inc. Trio 3D A placa estará portanto pronta para operar com resoluções mais elevadas e com maior número de cores. A falta desses recursos não é crítica para um servidor, entretanto para trabalhar melhor com os comandos do Windows 2000 Server, é ideal usar uma resolução de 800x600. Instale os drivers da placa de vídeo se necessário, e declare a marca e o modelo do monitor.
Configurando o servidor Sempre que o Windows 2000 Server é iniciado, é executado o Assistente de configuração do servidor (figura 11). Este programa também pode ser executado com o comando: Iniciar / Programas / Ferramentas administrativas / Configurar o servidor Figura 11 OBS.: Conecte o servidor no hub ou switch onde será usado antes de realizar o boot, para que o assistente não “reclame” que a rede não foi encontrada. Aliás, a
maioria dos programas necessários à configuração e administração do servidor são encontrados neste menu de ferramentas administrativas. Na figura 11, marcamos a opção “Este é o único servidor da rede” e clicamos em Avançar. O Assistente avisa então (figura 12) que serão instalados três módulos importantíssimos para o funcionamento do servidor; Active Directory
65 DHCP DNS Esses três componentes são absolutamente necessários para o funcionamento do servidor. O DNS é um serviço de nomes para o protocolo TCP/IP. Graças a ele as máquinas da rede podem endereçar umas às outras usando nomes, ao invés de endereços TCP/IP.
Figura 12
A seguir o Assistente pergunta (figura 13) o nome do domínio. Este nome é composto de duas partes, separadas por um ponto. A primeira parte pode ser o nome da empresa ou outra identificação similar. No nosso exemplo usaremos LABO. A segunda parte é usada para a formação de nomes de sites na Internet. É necessário que este nome seja registrado no órgão gestor apropriado (no caso do Brasil, a FAPESP). Quando o rede não vai receber acessos externos, usamos a terminação LOCAL. Figura 13
Note que para computadores com sistemas compatíveis com o Active Directory, o nome do domínio será composto das duas partes (no nosso exemplo, LABO.LOCAL). Este será portanto o nome do domínio para computadores com Windows 2000 e Windows XP. Para computadores com sistemas que utilizam serviços de nomes baseados no NetBIOS (Windows 9x/ME), o nome será visto apenas com a primeira parte (no nosso caso, LABO).
Figura 14
O Assistente apresentará o quadro da figura 14, e está pronto para instalar os componentes necessários. O processo demorará vários minutos, e será pedida a colocação do CD-ROM de instalação do Windows 2000 Server. Terminada a instalação, o computador será reiniciado. Este processo de
66 boot também será demorado. Depois do boot e do logon habitual, o Assistente de configuração da rede será executado, agora com o aspecto mostrado na figura 15. Se não quisermos mais que seja executado automaticamente a cada inicialização do Windows, basta desmarcar a opção “Mostrar esta tela ao inicializar”. F igura 15
Configurando o servidor DHCP Dentro do “servidor físico” no qual está instalado o Windows 2000 Server, podem existir vários “servidores lógicos”. Servidor de arquivos, servidor de impressão, servidor DNS, servidor WINS e servidor DHCP são alguns exemplos. Esses servidores são softwares que podem ser instalados em um mesmo computador, fazendo com que passe a oferecer diversos serviços. O servidor DCHP é o software que faz com que o computador passe a oferecer o serviço de distribuição de endereços IP para os demais PCs e dispositivos da rede. A vantagem em usar um servidor DHCP é que o administrador não precisa configurar manualmente o endereço IP de cada computador da rede. Todos os endereços serão distribuídos automaticamente pelo servidor DHCP. Apenas o servidor precisa ter seu endereço IP configurado. Para fazer esta configuração, abra a pasta Meus locais de rede e clique em conexões dial-up e de rede. Lá estará o ícone da conexão de rede (desde que a placa de rede esteja instalada corretamente). Clique neste ícone com o botão direito do mouse e escolha no menu a opção Propriedades. Será apresentado o quadro de propriedades de rede. Aplique agora um clique duplo no item Protocolo TCP/IP. Será apresentado o quadro da figura 16. 5-18 Como montar e configurar sua rede de PCs Figura 16
O quadro já deverá estar preenchido com a configuração padrão do Windows, como mostra a figura 16: Usar o seguinte endereço IP: 10.10.1.1 Máscara de sub-rede: 255.0.0.0 Usar os seguintes endereços de servidor DNS: 127.0.0.1 O protocolo TCP/IP nos computadores da rede também precisam ser configurados. Em cada cliente, no quadro de propriedades de rede aplicamos um clique duplo no protocolo TCP/IP. A figura 17 mostra o quadro obtido no Windows XP. Marcamos a opção “Obter um endereço IP automaticamente” e programamos o endereço 10.10.1.1 para o servidor DNS. Figura 17
No Windows 9x/ME, o quadro de configurações TCP/IP é um pouco diferente. Existem guias separadas para o endereço IP e para o DNS. Programe-os como mostramos na figura 17. O próximo passo é ativar o DHCP no servidor. Isso pode ser feito diretamente pelo comando Rede/DHCP no Assistente de configuração da rede, ou então clicando em: Iniciar / Programas /
67 Ferramentas administrativas / DHCP
Figura 18
Se existir apenas o item DHCP na parte esquerda do console da figura 18, cliqueo com o botão direito do mouse e escolha no menu a opção Adicionar servidor. Será apresentado um quadro como o da figura 19. Basta marcar a opção “Este servidor DHCP autorizado” e clicar em OK. Figura 19
Aplique um clique simples sobre o servidor (no nosso exemplo, SW2000) e use o comando Ação / autorizar. As demais configurações serão feitas automaticamente. Clicando em Concessões ativas (figura 20), veremos as indicações dos computadores que obtiveram endereço IP automático a partir do servidor DHCP.
Figura 20
Se o servidor já estiver indicado no painel da esquerda, observe a pequena seta no seu ícone. Se a seta for verde, então o servidor DHCP está pronto para funcionar. Se a seta for vermelha, clique no ícone do servidor com o botão direito do mouse e no menu apresentado use a opção Autorizar. Espere alguns segundos para que a seta se torne verde. Pressione a tecla F5 ou use o comando Ação / Atualizar. Incluindo as estações de trabalho no domínio
68 Cada um dos computadores da rede deverá ser configurado não apenas para usar endereços IP automáticos como já mostramos, mas também para ingressar no domínio do servidor. No Windows XP, esta configuração é feita da seguinte forma: a) Clique em Meu computador com o botão direito do mouse e escolha no menu Propriedades. Um outro processo mais rápido é pressionar simultaneamente as teclas Windows e Pause. b) No quadro apresentado selecione a guia Nome do computador e clique em Alterar. Será mostrado o quadro da figura 21. c) Preencha o nome do computador, marque a opção Domínio e indique o nome do domínio a ser usado. No caso do Windows XP e do Windows 2000, deve ser usado o nome completo, que no nosso caso é LABO.LOCAL. No Windows 9x/ME usamos apenas LABO. A alteração estará efetivada depois do próximo logon. Figura 21
No Windows 9x/ME, o ingresso no domínio é feito pelo quadro de propriedades de rede. Para isso use o comando Redes no Painel de controle, ou então clique no ícone Meus locais de rede (ou Ambiente de rede) com o botão direito do mouse e no menu apresentado escolha a opção Propriedades.Aplique um clique duplo em Cliente para redes Microsoft e programe o quadro apresentado como mostramos na figura 22. Marque a opção “Efetuar logon no domínio do Windows NT” e indique a primeira parte do nome do domínio (LABO, e não LABO.LOCAL). Logon no servidor Depois que uma estação de trabalho está configurada para efetuar logon no servidor, o Windows apresentará um quadro para preenchimento de nome de usuário, senha e domínio. Será preciso ter uma conta no servidor para fazer o logon. Enquanto as contas de acesso aos usuários das estações de trabalho não são criadas, você pode fazer logon usando uma das contas pré-definidas. Use por exemplo a conta de administrador que você já utiliza para fazer logon no próprio servidor. Depois que uma estação de trabalho estiver testada, pode ser liberada para utilização por um ou mais usuários da rede. Será preciso entretanto criar contas para esses usuários, como veremos mais adiante. Ainda na fase de testes, use a conta de administrador (ou crie uma conta comum no servidor para realizar esses testes – é mais seguro). Uma boa opção é usar a conta de Convidado, que já é pré-definida no servidor. Basta apenas ativá-la e definir uma senha. Para isso use no servidor: Iniciar / Programas / Ferramentas administrativas / Usuários e computadores do Active Directory
No painel da esquerda (figura 24), selecione o item USERS e procure na lista da direita, o nome Convidado. Clique-o com o botão direito do mouse e no menu apresentado escolha a opção Ativar conta. A seguir clique novamente com o botão direito do mouse e no menu apresentado escolha a opção Redefinir senha. Você
69 poderá então usar esta conta para fazer logon nas estações de trabalho, para efeito de testes.
ura 22 Figura 23 Figura 24 Ativando a conta Convidado no servidor.
Uma vez feito o logon em uma estação de trabalho, podemos pesquisar em Meus locais de rede (ou Ambiente de rede) até chegar ao servidor. Clicando no servidor veremos os recursos compartilhados. No momento aparecerão apenas às pastas NETLOGON e SYSVOL, como vemos na figura 25. São duas pastas de sistema, e não devem ser utilizadas nas estações de trabalho. Seu acesso é totalmente bloqueado. Novos ícones aparecerão quando forem criados compartilhamentos no servidor. Figura 25
O logon no Windows XP tem um visual diferente do mostrado na figura 23, porém as informações são as mesmas. Será preciso indicar o nome do usuário, e o domínio.
Contas de usuários
70 Você encontrará praticamente todos os comandos para gerenciamento do servidor através do menu: Iniciar / Programas / Ferramentas administrativas Será mostrado o menu que vemos na figura 26. Usaremos agora o comando Usuários e computadores do Active Directory. Figura 26
Será mostrada a janela que vemos na figura 27. Trata-se de um console bastante parecido com o do Windows Explorer. Na parte esquerda temos as diversas categorias, na qual selecionamos Users. Na parte direita vemos os itens da categoria selecionada. São mostrados usuários, grupos, computadores, impressoras e outros objetos do Active Directory. Figura 27
rede cliente-servidor 5-25 Criando contas de usuários Para criar usuários, clicamos em Users ou então na parte direita do console usando o botão direito do mouse e no menu apresentado escolhamos a opção Novo / Usuário. Será apresentado um quadro como o da figura 28. Preenchemos o nome, as iniciais, o nome completo e o nome que será usado no logon. Figura 28
No quadro seguinte (figura 29) criamos uma senha para o usuário. É interessante marcar a opção “O usuário deve alterar a senha no próximo logon”. Desta forma este usuário poderá fazer logon na rede, mas será orientado para alterar a senha imediatamente. Isto evita que administradores tenham acesso às senhas dos usuários.
71 Figura 29
O usuário recém-criado passará a constar na lista de usuários, como vemos na figura 30. Podemos gerenciar a conta, aplicando um clique duplo sobre a mesma na lista. Com o quadro de propriedades que é apresentado podemos alterar senhas, registrar 5-26 Como montar e configurar sua rede de PCs informações pessoais, definir os grupos aos quais pertence, etc. Neste momento já será possível fazer logon em uma estação da rede utilizando esta conta. Figura 30
Uma das guias importantes do quadro de propriedades de um usuário é a Membro de (figura 31). Podemos fazer com que qualquer usuário seja membro de grupos. Grupos são conjuntos de usuários com determinadas características. A vantagem em agrupar usuários é a facilidade no gerenciamento. Podemos por exemplo definir que uma certa pasta compartilhada pode ser utilizada por todos os usuários de um determinado grupo. Basta então especificar o grupo. Não é preciso especificar individualmente cada usuário. Vários controles podem ser feitos com usuários e com grupos, facilitando bastante o gerenciamento do servidor. Note que um mesmo usuário pode pertencer a vários grupos diferentes. Por exemplo, o gerente do departamento de vendas de uma empresa pode pertencer ao grupo GERENTES (que reuniria todos os gerentes de todos os departamentos) e ao grupo VENDAS (que reuniria todas as pessoas do departamento de vendas). Figura 31
Na guia Conta deste quadro de propriedades temos o nome do usuário e alguns controles relativos à segurança. É possível por exemplo definir os horários nos quais é permitido a um usuário fazer logon. Para isso selecionamos a guia Conta e clicamos em Horário de logon. Será apresentado o quadro da figura 32.
72
Figura 32
Podemos então delimitar horários e dias nos quais o logon será permitido ou negado. No exemplo da figura 32, marcamos de segunda a sextafeira, de 8:00 às 19:00. Ainda na guia Conta temos o botão Efetuar logon em. Com ele podemos indicar em quais computadores da rede o usuário poderá fazer logon. Podemos por exemplo obrigar cada usuário a fazer logon apenas no seu próprio computador, ou em um grupo de computadores, ou em todos os computadores. Criando grupos Para ilustrar a criação de grupos, suponha que tenhamos criado 4 contas de usuários, com nomes Bernardo, Bárbara, Diego e Yan. Vamos criar um grupo chamado JOVENS e nele inscrever esses usuários. Para isso clicamos em USERS com o botão direito do mouse e no menu apresentado escolhemos NOVO / GRUPO. Será apresentado o quadro da figura 33, no qual escolhemos um nome para o grupo. É preciso indicar também o Escopo do grupo e o Tipo de grupo. Você pode utilizar as opções sugeridas, que são Escopo global e Grupo de segurança. Os escopos o grupo dizem respeito ao uso em um só domínio e em múltiplos domínios. O escopo global é mais abrangente que o local, porém não faz diferença quando a rede tem um só domínio. O grupo de distribuição é usado apenas para efeito de endereçamento, por exemplo, para enviar uma mensagem de correio eletrônico para todos os usuários de um grupo. Já o grupo de segurança permite definir permissões para acesso a recursos da rede. Figura 33
O grupo estará então criado. Para incluir usuários basta aplicar um clique duplo no grupo e selecionar a guia Membros (figura 34). Clicamos em Adicionar e será apresentada a lista de usuários. Selecionamos nesta lista os usuários desejados. Note que também é possível que um grupo tenha como membros, outros grupos. Ao clicarmos em Adicionar no quadro da figura 34, serão apresentadas não apenas os usuários, mas também os outros grupos que podem ser adicionados a esta grupo. Também é possível pelo quadro da figura 34, fazer com que um grupo seja membro de outro grupo, usando a guia Membro de. a 34
Um outro método para adicionar usuários a um grupo é selecioná-los na lista completa (USERS), clicandoos e mantendo a tecla Control pressionada, e a seguir clicar na seleção com o botão direito do mouse e
73 escolhendo a opção Adicionar membros a um grupo. A lista de usuários e grupos pode se tornar muito extensa, o que é ruim em redes grandes. Podemos entretanto utilizar filtros. Basta clicar no ícone do “funil” na barra de ferramentas do console (figura 30). Será apresentado o quadro da figura 35, no qual selecionamos o tipo de objeto que queremos visualizar. F igura 35
Registrando computadores O registro de computadores no Active Directory é muito importante. Com ele é possível, por exemplo, indicar em quais computadores um usuário pode fazer logon. Clicando em Computadores, o console de gerenciamento do Active Directory mostrará os computadores registrados na rede. O registro de computadores é feito da mesma forma como registramos usuários. Clicamos em Computers com o botão direito do mouse e o menu apresentado escolhemos Novo / Computador. Figura 36
Será apresentado um quadro como o da figura 37. Damos um nome ao computador e podemos indicar um usuário ou grupo de usuários que podem fazer o logon neste computador.
igura 37
Cotas de disco Para evitar que usuários sobrecarreguem o servidor com imensas quantidades de dados, podemos estabelecer cotas de disco para os usuários. Definimos para todos os usuários, um limite máximo que pode ser usado. Usuários ou grupos individuais podem receber cotas maiores, como mostraremos adiante. Para usar cotas de disco, é necessário que a unidade esteja formatada com o sistema NTFS. Partindo de Meu computador, clicamos o ícone da unidade de disco com o botão direito do mouse e escolhemos no menu a opção Propriedades. No quadro de propriedades, selecionamos a guia Cota (figura 38). Marcamos as opções “Ativar gerenciamento de cota” e “Limitar espaço em disco a”. Indicamos então o espaço destinado ao usuário (no nosso exemplo, 100 MB) e o nível de
74 notificação. Uma vez atingido este nível, o usuário será avisado que o disco está “quase cheio”. Se o limite for atingido, o usuário poderá continuar usando ou poderá receber mensagens de “disco cheio”, sendo negado espaço adicional. Isso depende do uso da opção “Negar espaço em disco para usuários excedendo o limite de cota”. F igura 38
Clicando no botão Entradas de cota podemos dar cotas diferentes para usuários selecionados. Usamos então o comando Cota / Nova entrada de cota. Será apresentada a lista de usuários e grupos. Podemos selecionar vários deles, mantendo a tecla Control pressionada. Na figura 39, selecionamos quatro usuários.
F igura 39
A seguir será apresentado o quadro da figura 40. Note que o usuário está indicado como , já que selecionamos quatro usuários. Podemos agora preencher novos valores para os limites. Note que a cota global no nosso exemplo foi definida como 100 MB por usuário, mas estamos dando aos usuários selecionados, a cota de 200 MB.
Figura 40
A lista de entradas de cota terá agora o aspecto mostrado na figura 41. Note que os usuários selecionados recebem agora a cota de 200 MB. Podemos fazer mais modificações sobre esta lista. Clicando em um usuário com o botão direito do mouse e escolhendo no menu a opção Propriedades, podemos modificar mais uma vez a cota para o usuário selecionado.
75
F igura 41
Usando o servidor O próximo passo é criar compartilhamentos no servidor, e configurar os clientes para acessarem esses recursos compartilhados. A operação poderá variar um pouco dependendo do sistema operacional utilizado na estação de trabalho. Por isso deixamos o assunto para o capítulo 6. Lá mostramos como criar compartilhamentos em redes ponto-a-ponto e cliente-servidor, usando servidores com vários sistemas operacionais. Também mostramos como acessar esses recursos utilizando estações de trabalho operando com diferentes sistemas. Abordamos o Windows 95, 98, ME, XP, 2000 Professional e 2000 Server.
Compartilhamento de modems Em uma rede de computadores, normalmente não são usadas conexões com a Internet individuais para cada máquina. Normalmente existe um roteador através do qual é feito o acesso, que pode então ser compartilhado com todos os computadores da rede. É possível utilizar um roteador autônomo, ou então integrado a um computador da rede, operando como servidor para acesso à Internet. Neste capítulo mostraremos o compartilhamento de conexão com a Internet integrado ao Windows. Este recurso tornou-se disponível a partir do Windows 98SE. Entretanto é permitido que computadores com versões anteriores do Windows operem como clientes neste compartilhamento. A primeira coisa a ser feita é a configuração da conexão no computador que irá compartilhá-la com os outros. Depois que o modem ou outro dispositivo de conexão estiver instalado e testado, e depois que já é possível navegar na Internet usando este computador, iremos configurar o compartilhamento desta conexão com os computadores da rede. O computador que é ligado fisicamente à Internet opera como um roteador.
Endereços IP de uma rede ponto-a-ponto Vimos no capítulo 5 que os endereços IP dos computadores de uma rede operando com o Windows 2000 Server são designados pelo servidor DHCP. Este servidor é na verdade um módulo de software que integra o Windows 2000 Server. Já no capítulo 4 não nos preocupamos com DHCP nem com endereços IP em geral. Nas redes ponto-a-ponto ou em qualquer rede onde não existe servidor DCHP, cada computador pode configurar seu endereço automaticamente, em função da marca, modelo e número de série da placa de rede. Portanto o endereço IP de um computador pode ser definido por três métodos diferentes: a) Endereço particular automático Este endereço é chamado de LINKLOCAL ou APIPA (Automatic Particular IP Address), e tem sempre a forma 169.254.xx.xx. Endereços nessa faixa formam uma subrede classe B, podendo ter até 64k máquinas. Quando um PC com o Windows está programado para usar um endereço de IP automático, é feita uma busca a um servidor DHCP durante a inicialização do sistema. Se este servidor não é encontrado, é utilizado um endereço particular automático. Os dois primeiros números são fixos (169.254), e os outros dois são criados internamente, em função de vários parâmetros, entre os quais o
76 número de série da placa de rede. É muito difícil que dois computadores gerem o mesmo endereço particular automático. Este probabilidade é maior no caso de redes grandes, entretanto neste tipo de rede sempre existirá um servidor DHCP para criar endereços únicos. b) Endereço configurado por DHCP Para que este endereçamento seja usado, é preciso que exista um servidor DHCP na rede, e que o computador que recebe o endereço esteja com o protocolo TCP/IP configurado para “Receber endereço IP automaticamente”. Na inicialização do Windows, será procurado o servidor DHCP. Se for encontrado, a máquina receberá o endereço IP dado por este servidor. Se não encontrar, duas coisas poderão acontecer. Primeiro, a máquina pode simplesmente usar o endereço particular automático (169.254.xx.xx). Segundo, a máquina pode utilizar o endereço IP que recebeu da última vez do servidor DHCP, mas isso só ocorre no Windows 9x/ME. Se você usar o programa WINIPCFG (Windows 9x/ME) ou clicar no ícone da conexão de rede no Windows 2000/XP, depois em Status e Detalhes, verá diversas informações sobre o endereço IP e servidor DHCP (figura 1). Note que estão indicadas as datas de obtenção da concessão e vencimento da concessão.Figura 1
Computadores com Windows 9x/ME poderão utilizar endereços IP que ainda estejam válidos, ou seja, que ainda não venceram, mesmo quando não encontram o servidor DHCP na sua inicialização. Desta forma a rede pode operar por um período antes do vencimento, mesmo com o servidor DHCP desligado. Também é possível que esses computadores renovem automaticamente seu endereço IP. Isto permitirá que esses computadores continuem funcionando em rede, mesmo se o servidor DHCP não for usado. Computadores com Windows 2000/XP ignoram endereços IP obtidos por DHCP, mesmo que ainda não tenham vencido, caso o servidor DHCP não seja encontrado. Usarão então um endereço particular automático. c) Endereço IP configurado manualmente Qualquer computador pode operar com endereço IP fixo, ficando independente de um servidor DHCP. Dessa forma podem funcionar na rede mesmo que o servidor DHCP esteja forma do ar, ou mesmo quando não existe um servidor DHCP. Endereços incompatíveis Como vimos, um computador pode operar com endereço IP na forma 169.254.xx.xx (endereço particular automático) quando não existe um servidor DHCP disponível e quando seu endereço foi programado como automático nas propriedades do protocolo TCP/IP. Pode ainda utilizar endereços automáticos definidos por um servidor DHCP. O Windows 2000 Server atribui como padrão, endereços na forma 10.x.x.x, como vimos no capítulo 5, porém outras faixas de endereços podem ser escolhidas. O serviço de compartilhamento de conexão com a Internet, disponível no Windows 98SE, Windows ME, Windows 2000 e Windows XP possui um servidor DHCP embutido, que usa endereços automáticos na forma 192.168.0.xx. Desta forma os computadores que têm seus endereços IP configurados de forma automática receberão do computador que oferece a conexão com a Internet, endereços automáticos como 192.168.0.2, 192.168.0.3, etc. O endereço 192.168.0.1 é reservado para o computador que tem a conexão com a Internet para ser compartilhada com os demais computadores da rede. Um problema sério ocorre quando ligamos os computadores da rede e o servidor DHCP não está ligado. Se esta rede nunca tivesse usado o compartilhamento de conexão com a Internet, seus endereços seriam do tipo 169.254.xx.xx. Se o compartilhamento de conexão com a Internet foi configurado em toda a rede, os endereços serão da forma 192.168.0.xx, configurados por DHCP. Se agora forem ligados diversos computadores mas com o servidor DHCP desligado, alguns computadores irão manter o último endereço IP obtido por DCHP (192.168.0.xx), outros usarão o endereço particular automático (169.254.xx.xx). Teremos então a rede dividida em duas sub-redes incompatíveis, uma com endereços 169.254.xx.xx e outra com endereços 192.168.0.xx. Este é um problema muito comum em redes ponto-a-ponto. Suponha que temos cinco computadores (A, B, C, D e E), e que ao abrirmos Meus locais de rede / Toda a rede / Workgroup em todos eles, aparecem apenas os computadores A, B e C nas janelas apresentadas por esses três computadores, e apenas D e E nas janelas apresentadas por esses dois computadores. Deveriam aparecer os cinco computadores nas janelas apresentadas por todos eles. Esta divisão é resultado do uso de endereços IP pertencentes à subredes diferentes, tipicamente 169.154.xx.xx em um grupo e 192.168.0.xx em outro grupo. O compartilhamento de conexão com a Internet é de utilização extremamente simples e automática, entretanto não possui recursos de ajuste. A rede funcionará bem desde que o servidor seja sempre ligado antes dos demais computadores. Se você não pode garantir que o servidor será sempre ligado antes dos demais computadores (o que pode ocorrer em uma rede ponto-a-ponto, mas nunca em uma rede clienteservidor), então é melhor abrir mão das configurações automáticas e programar os clientes de forma manual. É preciso então que você escolha um dos dois caminhos:1) Ligue sempre o servidor antes dos demais computadores. Esses
77 computadores poderão então operar com endereçamento IP automático. O endereço IP de cada computador da rede será fornecido pelo servidor DHCP, que é o computador que compartilha o acesso à Internet. Outras configurações como endereços de Gateway e de servidor DNS serão também obtidos automaticamente. Você praticamente não terá trabalho algum para configurar os demais computadores, precisa apenas garantir que o servidor será sempre ligado antes dos demais computadores. 2) Se você não pode ou não quer garantir que o computador que compartilha seu modem (servidor DHCP) será sempre ligado antes dos demais computadores, então terá que abrir mão da configuração automática de endereços IP. Terá então que fazer algumas configurações manuais, como mostraremos mais adiante neste capítulo.
Configurando o servidor Existirão pequenas diferenças dependendo do computador usado como servidor. No Windows 98SE, será preciso executar o software ICS (Internet Connection Sharing). No Windows ME e no Windows XP o compartilhamento do modem é feito através do Assistente de configuração de rede. Em qualquer um desses sistemas, é preciso que algumas providências sejam tomadas para que o modem seja compartilhado: a) A rede tem que estar funcionando com o protocolo TCP/IP. b) O modem tem que estar instalado e já operando com conexões com a Internet. c) O logon da conexão com a Internet deve estar configurado para que o nome do usuário e a senha sejam fornecidos automaticamente, se você quiser que a conexão seja feita automaticamente quando algum computador da rede solicitar acesso à Internet. Também deve ser configurada para iniciar automaticamente, sem a apresentação do quadro de conexão. Capítulo 7 – Compartilhamento de modems 7-5 No Windows XP (figura 2), clique na conexão e marque a opção “Salvar este nome de usuário e senha”, no quadro apresentado quando clicamos na conexão. A seguir clique em Propriedades, selecione a guia Opções e desmarque todas as opções de discagem (solicitar nome e senha; solicitar número de telefone; incluir domínio de logon). Essas configurações podem ser desfeitas se necessário. Clique novamente no ícone da conexão com o botão direito do mouse e no menu escolha Propriedades. Selecione a guia Opções e marque novamente as opções que você desativou. Figura 2
No Windows ME, quando for apresentado o quadro de discagem, marque as opções Salvar senha e Conectar automaticamente. Para desfazer essas configurações, clique na conexão e depois em Cancelar. Será novamente apresentado o quadro de conexões onde você poderá desmarcar a opção Conectar automaticamente, se assim desejar. No Windows 98, marque a opção Salvar senha no quadro de discagem. Para que a conexão seja feita imediatamente sem a apresentação deste quadro, use o comando Conexões / Configurações na janela de Acesso à rede dial-up. Desmarque a opção “Solicitar informações antes de discar”. Marque-a novamente por este mesmo processo, se não quiser mais a discagem automática. Confirme se a conexão com a Internet é iniciada automaticamente quando um programa necessita. No Internet Explorer, use Ferramentas / Opções da Internet / Conexões, e marque a opção “Sempre discar a conexão padrão” (figura 3). Execute o Internet Explorer novamente e verifique se a discagem agora é feita automaticamente. Esta mesma configuração de discagem precisará ser feita nos demais computadores da rede, porém a opção a ser usada será “Nunca discar uma conexão”, já que o acesso será feita pela rede.7-6 Como montar e configurar sua rede de PCs
78 Figura 3
d) Com as configurações indicadas no item (C), o servidor estará apto a fazer uma discagem automaticamente sempre que um computador da rede precisar acessar a Internet. A conexão com a Internet neste computador deve também estar configurada para desconectar automaticamente depois de um período de inatividade. Para fazer esta conexão, abra a pasta Meu Computador / Acesso à rede dial-up (Windows 9x/ME) ou Conexões de rede (Windows XP/2000). Clique no ícone da conexão com o botão direito do mouse e escolha no menu a opção Propriedades. No caso do Windows XP, a selecione a guia Opções e escolha o valor desejado para “Tempo ocioso antes de desligar” (figura 4). No Windows ME, selecione a guia Discando e marque a opção “Ativar desconexão por tempo ocioso”, e indique o tempo desejado. No Windows 98, selecione a guia Geral, clique no botão Configurar ao lado do modem, selecione a guia Conexão e marque a opção “Desconectar chamada se ociosa por mais de”, e preencha o número de minutos. Como vemos, as configurações nos diferentes sistemas ficam em lugares diferentes, mas sempre estarão lá. Figura 4
Execute o Internet Explorer e verifique se a conexão está sendo feita de forma automática. Finalize o Internet Explorer e verifique se a conexão termina automaticamente depois do período de inatividade programado. Note que quando é feita uma conexão de forma automática, o processo de logon no provedor pode demorar vários segundos, e até minutos. Se a linha estiver ocupada ou se ocorrer erro na conexão, será feita uma pausa e uma nova tentativa de conexão. O usuário do computador cliente que solicitou o acesso pode não saber disso, principalmente quando localizado em uma sala diferente. Será freqüentemente mostrada uma mensagem de erro, do tipo “Página não encontrada”. Nesse caso o usuário deve aguardar um pouco (um minuto, por exemplo) e tentar novamente o acesso (por exemplo, clicando no botão Atualizar do navegador). Isso normalmente dará tempo para
79 que uma nova ligação seja tentada. Este problema não ocorrerá nas conexões permanentes, ativas 24 horas por dia (conexões a cabo e ADSL, por exemplo). Também não irá ocorrer nas conexões discadas mas de uso intenso, quando a probabilidade de uma conexão ativa já existir é mais alta. Agora você poderá configurar este computador para compartilhar sua conexão com a Internet. No Windows 98SE, será preciso executar o programa Compartilhamento de conexão com a Internet. No Windows ME/XP você irá executar o Assistente de configuração de rede. Detalharemos a seguir essas etapas.Fiura 5 Gateways e roteadores são dispositivos que têm a capacidade de ligar redes diferentes. O computador ligado fisicamente à Internet irá operar como Gateway. Ao ser usado como estação de trabalho (além de servidor), ele próprio permitirá acesso à Internet, e permitirá que este acesso seja compartilhado com os demais computadores da rede. Seja qual for o sistema operacional que você usar, poderá ser checada a comunicação através do programa PING. Use o programa WINIPCFG para verificar os endereços IP usados por cada computador. No Windows XP, clique no ícone da conexão e escolha no menu a opção Status. Clique em Suporte e detalhes. Em ambos os casos, serão apresentadas diversas configurações sobre elementos do protocolo TCP/IP. Você verá que o gateway, depois de configurado, estará usando o endereço 192.168.0.1. Os demais computadores da rede, depois de configurados, estarão usando endereços automáticos 192.168.0.2, 192.168.0.3, e assim por diante. O programa PING pode ser usado para testar as conexões entre cada um dos computadores. Você pode fazer um teste mais fácil, simplesmente navegando pela rede a partir de Meus locais de rede / Grupo de trabalho, e clicando no computador desejado. Seja paciente, pois quando um computador recebe um endereço IP novo de um servidor DHCP, irá demorar alguns minutos até que apareça no grupo de trabalho. Clique em atualizar algumas vezes até que todos os computadores apareçam. Lembre-se que dependendo da versão do sistema operacional, computadores que não têm instalado o serviço de compartilhamento de arquivos e impressoras não aparecerão no grupo de trabalho. Mesmo assim será possível a partir desses computadores, acessar um servidor que tenha arquivos e impressoras compartilhadas (normalmente é o caso do gateway). O PING sempre poderá ser usado para testar a comunicação entre dois micros quaisquer. Se ao usar este teste ocorrer um erro (Host de destino inacessível), significa que existe algum problema no cabeamento, ou então nos endereços IP usados na rede. Lembre-se que para usar o compartilhamento de conexão com a 7-9 Internet, todos os computadores deverão usar endereços 192.168.0.x. Alguns deles poderão estar ainda usando endereços diferentes (169.254.xx.xx) enquanto ainda não estiverem configurados, ou se forem ligados antes do servidor. Configurando o gateway no Windows 98SE Use o comando Adicionar/Remover programas no Painel de controle. Selecione Instalação do Windows, Ferramentas para a Internet e marque o item Internet Connection Sharing (figura 6).
80 Figura 6Terminada a instalação, será executado automaticamente o Assistente de compartilhamento de conexão com a
Internet (figura 7). Clique em Avançar. O Assistente pedirá que seja colocado um disquete. Este disquete será usado para configurar as conexões nos outros computadores da rede. O disquete será gravado e o Assistente será concluído. Será preciso reiniciar o computador. Figura 7 Note que este disquete não necessariamente precisará ser usado. Você poderá usá-lo em computadores com Windows 95, 98 e 98SE. Não será preciso usá-lo em computadores com versões mais novas do Windows. A configuração dos clientes praticamente independe do sistema operacional usado no servidor. Mais adiante mostraremos como fazer essas configurações. Se usarmos agora no servidor, o comando Painel de controle / Opções da Internet / Conexões, encontraremos um botão Compartilhamento. Ao ser clicado, é apresentado um quadro como o da figura 8. As configurações já estão prontas, mas podemos aqui fazer algumas mudanças, como desativar o compartilhamento, mostrar um ícone na barra de tarefas e escolher os adaptadores usados na conexão com a Internet (adaptador dial-up) e com a rede. Este quadro poderá ser mostrado novamente quando clicarmos no seu ícone na barra de tarefas. 8
Configurando o gateway no Windows ME Neste sistema usamos o Assistente para configuração da rede. Durante o uso do assistente, é perguntado se a conexão deve ser compartilhada com outros computadores da rede, como vemos na figura 9. Devemos ainda indicar o dispositivo que conecta o computador à rede doméstica, que no caso é a placa de rede. Isto fará com que através desta conexão de rede, os demais computadores tenham acesso à ligação com a Internet. igura 9 A seguir (figura 10) temos que decidir se esta conexão com a Internet pode ser iniciada automaticamente por qualquer computador da rede, ou se a conexão deve ser feita manualmente por este computador. No caso de escolhermos a conexão automática, temos que indicar o nome e senha para acesso à Internet. Quando é usada a conexão automática, o computador que é fisicamente ligado à Internet
81 fará a conexão sempre que algum computador da rede necessitar de uma conexão, o que ocorre por exemplo, no uso de navegadores e programas de correio eletrônico. Por isso é necessária a configuração mostrada na figura 10. Com o nome do usuário e senha (cadastrados no provedor de acesso à Internet) esta conexão poderá ser feita de forma automática. Em redes muito pequenas, sobretudo a doméstica, formada na maioria das vezes por dois ou três computadores em uma sala, é viável configurar a conexão para que seja feita manualmente, e não automaticamente. Para isso marcamos na figura 10 a opção: “Não, vou digitar meu nome de usuário e senha neste computador e conecta-lo primeiro...”. Configurando o gateway no Windows XP / Windows 2000 A configuração no Windows XP é ainda mais fácil. No Windows 98SE e no Windows ME, o ICS não é instalado como padrão. É preciso fazer a sua instalação, como vimos nos itens anteriores. No Windows XP este componente é instalado como padrão, mas fica desativado. Podemos ativá-lo de duas formas: pelo Assistente de configuração de rede, ou diretamente no quadro de propriedades da conexão. Ao usarmos o Assistente para configuração de rede no Windows XP, um dos quadros apresentados é o da figura 11. É perguntado sobre a conexão do computador com a Internet. Marcamos a opção mostrada na figura, “Este computador se conecta diretamente à Internet. Os outros computadores da rede se conectam a Internet por meio deste computador”. Isto irá configurar a conexão com a Internet no gateway para que seja compartilhada com os outros computadores da rede. Se a rede já está funcionando, não é preciso (apesar de ser permitido) usar novamente o Assistente para configuração de rede só para habilitar o compartilhamento de conexão com a Internet. Podemos ativá-lo diretamente nas propriedades da conexão. Para isso abrimos à pasta de conexões de rede, clicamos na conexão com o botão direito do mouse e escolhemos no menu a opção Propriedades. No quadro apresentado (figura 12) selecionamos a guia Avançado. Figura 12
Marcamos então as seguintes opções: a) Proteger o computador e a rede limitando ou impedindo o acesso a este computador através da Internet – Esta opção ativa o Firewall nativo do WindowsXP. b) Permitir que outros usuários da rede se conectem através da conexão deste computador com a Internet – Esta opção ativará o compartilhamento de conexão com a Internet. c) Estabelecer uma conexão dial-up sempre que um computador da rede tentar acessar a Internet – Esta opção fará com que a conexão com a Internet seja automática. A desconexão será feita após o período de inatividade programado, como mostramos anteriormente neste capítulo. Deixe esta opção desmarcada se não quiser que as conexões sejam feitas de forma automática. Após essas configurações, o computador já estará pronto para compartilhar sua conexão. Também estará operando como servidor DHCP, usando o endereço 192.168.0.1 (figura 13).
82 Figura 13
O compartilhamento de conexão com a Internet também está disponível no Windows 2000 Professional e no Windows 2000 Server. Sua habilitação é feita pelo mesmo processo (figura 12) mostrado para o Windows XP.
Configurando clientes
os
Antes de configurar o acesso à Internet nos computadores clientes, é preciso que a rede propriamente dita esteja configurada. Se a rede já foi configurada manualmente, verifique se está funcionando, se é possível acessar pastas compartilhadas no servidor (veja o capítulo 6). Ligue o servidor e a seguir iniacialize cada computador cliente que será configurado. É preciso checar se seus endereços IP estão corretos. Em computadores com Windows 95, 98 e ME, use o programa WINIPCFG (figura 14). Selecione o adaptador de rede e clique em Mais informações. Devem estar indicados um servidor DNS, um servidor DHCP e um gateway padrão, todos com endereço 192.168.0.1. Cada cliente deverá estar usando um endereço atribuído pelo servidor DHCP que agora está instalado no gateway. Esses endereços serão 192.168.0.2, 192.168.0.3, e assim por diante. O computador do nosso exemplo recebeu o endereço 192.168.0.5.
Figura 14 . Se você esqueceu de ligar o servidor, o endereço IP do computador poderá estar desatualizado, com 00.00.00.00 ou com um endereço na faixa 169.254.xx.xx. Clique em Renovar tudo para que o WINIPCFG contacte o servidor e obtenha seu novo endereço. Em computadores com o Windows XP, cheque o Status da conexão de rede, clique em Suporte e Detalhes. Será mostrado um quadro como o da figura 15. Note que o computador do nosso exemplo recebeu o endereço 192.168.0.4. Estão indicados o servidor DNS, servidor DHCP e gateway padrão com o endereço 192.168.0.1.
Figura 15
Você poderá usar em cada servidor, o comando PING para testar a conexão com o servidor (PING 192.168.0.1). Poderá visualizar o servidor a
83 partir de Meus locais de rede / Toda a rede / Workgroup. Se você não quiser garantir que o servidor será sempre ligado antes dos demais computadores, precisará configurar manualmente os endereços IP (endereços estáticos). Devemos acessar as configurações do protocolo TCP/IP, através do quadro de propriedades de rede, e programar: Endereço IP - Use valores acima de 192.168.0.200, para não conflitar com os endereços automáticos Gateway padrão - Use o valor 192.168.0.1, o endereço do servidor Os clientes devem ser agora configurados para usarem a conexão compartilhada. Esta configuração pode ser feita de três formas: a) Manual b) Usando o assistente de configuração de rede c) Usando o disquete de configuração de rede Configurando manualmente os clientes Os programas que usam a Internet (navegadores e de correio eletrônico) são capazes de utilizar conexões diretas (via modem) ou através de rede. Basta avisar ao Windows que esses programas agora devem obter suas conexões através da rede. O método de configuração manual é o mesmo para o Windows 95, 98, ME, 2000 e XP. É feita com o comando: Painel de controle / Opções da Internet / Conexões
gura 16
Será mostrado o quadro da figura 16. Programamos antes de mais nada, o método a ser usado para obter a conexão com a Internet: a) Nunca discar uma conexão – Esta opção permite o acesso à Internet através de rede. É usada em computadores que não possuem modem, ou que o possuem mas não queremos que seja usado. b) Discar sempre que uma conexão de rede não for encontrada – Com esta opção, o acesso será feito a princípio pela rede, mas o modem será utilizado caso o acesso à Internet via rede esteja inoperante. c) Sempre discar a conexão padrão – O acesso à Internet via rede será ignorado, e o modem será sempre utilizado. Para acessar a Internet pela rede, marque uma das duas primeiras opções. A seguir clique em Configurações da LAN. Será apresentado o quadro da figura 17. Figura 17
84 Devemos marcar as seguintes opções: Detectar automaticamente as configurações Usar um servidor Proxy para a rede local Clicamos em OK e iniciamos o navegador. Na barra de status do navegador aparecerá à mensagem “Detectando servidor Proxy”. O servidor fará a conexão e já será possível navegar no cliente. Se for apresentada uma mensagem de “página não encontrada”, significa que o navegador esgotou seu tempo de espera enquanto o servidor fazia a conexão. Clique em Atualizar no navegador para recarregar a página. A partir daí o servidor já estará conectado à Internet e a navegação será normal. Usando o Assistente para configuração de rede 7-18 Como montar e configurar sua rede de PCs O Windows ME e XP possuem um assistente de configuração de rede. Eles permite além da configuração da rede, a ativação do acesso à Internet nos clientes através da rede. Para isso basta usar o assistente de configuração de rede e quando for perguntado sobre o método de acesso à Internet, indicamos que é feito através da rede. A figura 18 mostra esta etapa do assistente no Windows ME. Ao ser perguntado sobre a conexão com a Internet, respondemos “Usar uma conexão com outro computador em minha rede doméstica que fornece acesso direto ao meu provedor de serviços de Internet”. O Assistente de rede do Windows XP tem um quadro de configuração análogo.Figura 18
Usando um disquete de configuração Tanto o Assistente para compartilhamento de conexão com a Internet do Windows 98SE como o Assistente de configuração de rede do Windows ME e XP oferecem a opção de gerar um disquete de configuração. Este disquete é necessário quando configuramos clientes com Windows 95, 98 e 98SE. Esses sistemas não têm um assistente de configuração de rede, não sendo possível informar que o acesso à Internet será feito pela rede (exceto se usarmos a configuração manual, já apresentada). Você poderá portanto usar nesses sistemas, o disquete de configuração que foi gerado quando configuramos o servidor. Use esse disquete apenas em clientes com sistemas iguais ou anteriores ao do servidor. Não é recomendável usar, por exemplo, o disquete gerado no Windows ME para configurar um computador com Windows XP. Os sistemas mais novos que o usado no servidor sempre terão um Assistente de configuração de rede próprio, dispensando o uso deste disquete de configuração.
Redes sem fio Aplicações das redes sem fio Redes sem fio (wireless) utilizam ondas de rádio, luz infravermelha ou a laser para transmitir dados pelo ar. É difícil dizer com certeza absoluta se no futuro este tipo de rede irá substituir as redes em fio. Pelo que tudo indica, parece que não. As redes com cabeamento têm custos menores e atingem taxas de transmissão mais elevadas. Redes sem fio operam com taxas menores e têm custo mais elevado. Sua grande vantagem é a flexibilidade de instalação. É indicado o seu uso sempre que for inviável ou muito difícil a instalação de cabos. Imagine as seguintes situações em que pode ser interessante instalar redes sem fio, ao invés de utilizar cabos: a) Em uma exposição de informática, na qual não existe infra-estrutura pronta para um cabeamento normal. b) Em uma sala de reuniões onde computadores são instalados de forma provisória, utilizando as tomadas de força já existentes, mas não havendo disponibilidade de cabeamento. Pode ser possível instalar um hub e interligar os computadores, mas pode ser inviável ter acesso à rede principal. c) Em uma residência, onde pode ser inviável quebrar paredes para instalar cabos, ou fixar cabos através dos rodapés. d) Em situações nas quais é necessário ter mobilidade do computador usado. A ligação de computadores em uma rede sem fio torna viável qualquer tipo de instalação em que é necessária mobilidade, além de permitir instalações não permanentes, evitando obras e instalações adicionais que seriam feitas se fosse utilizado cabeamento convencional. O problema do custo Os dispositivos usados em redes sem fio são consideravelmente mais caros que equipamentos convencionais. O custo de implementação de uma rede sem fio pode ser entretanto bem mais baixo quando levamos em conta que não é necessário fazer uma obra para instalar cabos. Não é preciso contratar pedreiro, eletricista e pintor. O técnico que normalmente faria a instalação dos cabos da rede normalmente está capacitado a configurar a rede sem fio. Levando em conta esses fatores, o custo total da implementação de uma rede sem fio pode ser inferior ao de uma rede comum. É claro que se no local da instalação já existir infra-estrutura de rede, não é necessário instalar uma rede sem fio. Podemos utilizar uma rede convencional. Velocidade menor Os dois padrões mais usados atualmente nas redes sem fio são o IEEE 802.11b (11 Mbits/s) e IEEE 802.11a (54 Mbits/s). São velocidades inferiores aos 100 Mbits/s obtidos com redes Fast Ethernet. São entretanto velocidades aceitáveis para acesso a arquivos em um servidor e para compartilhamento de conexão com a Internet. Lembre-se que há poucos anos atrás, as próprias redes Ethernet operavam (e muitas ainda operam) a 10 Mbits/s. Note que essas velocidades citadas para os padrões 802.11a e 802.11b são valores máximos. Por exemplo, o 802.11b tem alcance de 100 metros, mas a taxa pode assumir valores menores, como 5,5 Mbits/s e 2 Mbits/s na medida em que a distância aumenta. O alcance por sua vez pode variar bastante, dependendo dos obstáculos. Em um ambiente aberto, o alcance pode chegar a 200 ou 300 metros. Em ambientes fechados, paredes e lajes bloqueiam parte do sinal. Com o sinal atenuado, o alcance é menor. Ao instalarmos
85 uma rede sem fio, pode ser necessário testar o alcance através de utilitários que indicam a potência do sinal recebido do Access point. Pode ser portanto necessário instalar mais de um Access point, de acordo com a potenciado sinal.
Compatibilidade com redes convencionais A diferença entre uma rede sem fio e uma rede convencional está nas interfaces, nos drivers e no meio físico. Redes convencionais utilizam placas de rede e concentradores, normalmente no padrão Ethernet. Utilizam cabos de diversos tipos, sendo o mais comum o UTP categoria 5 operando com taxas de 100 Mbits/s. Nas redes sem fio o meio utilizado é o ar. São usadas placas de rede e cartões PCMCIA especiais que operam com ondas de rádio ou outros tipos de onda eletromagnética. Comparando as duas redes, vemos que nas camadas superiores não existe diferença. Os protocolos utilizados (TCP/IP, por exemplo) são os mesmos, e não fazem distinção entre um tipo ou outro de rede. Usamos portanto as mesmas técnicas para configuração de redes ponto-a-ponto e cliente-servidor, as mesmas configurações de software, os mesmos comandos de compartilhamento, logon e acesso a recursos compartilhados. Todos os ensinamentos dos capítulos 4, 5 e 6 aplicam-se portanto às redes sem fio.Graças a esta compatibilidade, quem sabe montar uma rede convencional está praticamente apto a montar uma rede sem fio. Basta conhecer os equipamentos utilizados e fazer a sua instalação.
Configurações de redes sem fio Uma rede pode ser 100% sem fio. Seus computadores podem ter cada um, uma placa ou cartão de rede equipado com uma antena. Todos os computadores trocam dados entre si utilizando as ondas de rádio ou outro método que dispense fios. Podem ser usados notebooks ou computadores de mesa. Cada um desses computadores pode ter uma impressora a ser compartilhada com os outros, ou pode ser ainda usado um servidor de impressão sem fio. Na figura 1 temos uma rede sem fio formada por quatro computadores, sendo que um deles tem uma impressora que é compartilhada com os outros. Figura 1
Na maior parte das ocasiões, uma rede sem fio é instalada sobre uma rede convencional. Funciona como uma expansão da rede normal. Os dispositivos adicionais operando sem fio podem assim ter acesso aos demais recursos da rede (figura 2). É preciso utilizar um dispositivo chamado Access point (ponto de acesso). É ligado à rede local através de um cabo UPT e um conector RJ-45. Este dispositivo é encarregado de transmitir para os computadores da rede sem fio, dados provenientes da rede, e vice-versa. É possível usar vários Access points, aumentando assim a área de cobertura da rede sem fio. Figura 2 Computadores ligados sem fio a uma rede convencional.
Os modelos mais simples de Access points possuem apenas um conector RJ-45 para ligação na rede convencional. Outros modelos são mais sofisticados, com conexões para Internet e impressoras. Mesmo o modelo mais simples permite uma ligação com um Internet Gateway, através do qual podemos ter uma conexão com a Internet. Esta conexão é compartilhada com os demais computadores da rede sem fio (figura 3). Figura 3
Equipamentos
86 Nos computadores da rede sem fio é preciso utilizar placas apropriadas. Na figura 4 vemos uma placa PCI para rede sem fio. Existe na parte traseira uma antena de cerca de 15 centímetros. Esta antena é similar à utilizada por telefones sem fio. Figura 4
Nos notebooks utilizamos cartões PCMCIA como o que vemos na figura 5. Esses cartões possuem uma antena embutida. Existem normalmente LEDs indicadores da qualidade do sinal recebido. Os fabricantes oferecem além das placas de rede sem fio PCI, placas adaptadoras como a da figura 6. Essas placas são conversoras de barramentos PCMCIA para PCI. Permitem portanto ligar em um computador de mesa, placas PCMCIA que normalmente são usadas em notebooks.
Figura 5 Figura 6
A figura 7 mostra o tipo mais simples de Access point. Além da conexão para o adaptador AC, possui uma única conexão RJ-45 para ser ligado à rede cabeada. Uma vez conectado passa a enviar e receber sinais para os PCs da rede sem fio no seu raio de alcance. Figura 7
Na figura 8 vemos um servidor de impressão para rede sem fio. Este modelo possui três portas paralelas nas quais instalamos até três impressoras que podem ser acessadas pela rede sem fio. Desta forma, não apenas as impressoras ligadas aos computadores da rede sem fio podem ser usadas, mas também aquelas que são ligadas a este servidor. É claro que quando uma rede sem fio é acoplada a uma rede Capítulo 8 – Redes sem fio 8-7 convencional, as impressoras desta rede também podem ser usadas pelos computadores da seção sem fio. igura 8
Podemos ainda encontrar produtos com múltiplas funções. O DI-713P, mostrado na
87 figura 9, é um Access point que possui uma conexão para Internet, na qual pode ser ligado um dispositivo WAN, como um modem a cabo. Também funciona como Firewall, tem uma porta para conexão de impressora, três portas RJ-45 para ligação na rede convencional, ou então para formar uma pequena rede híbrida, com a ligação direta de até três computadores. Permite ainda a conexão com um modem externo. Este modem pode ser usado quando não existem conexões de banda larga disponíveis, e também como uma conexão de reserva, para o caso da conexão de banda larga estar inoperante.
Figura 9
A figura 10 mostra uma pequena rede formada com um Access point de múltiplas funções, como o DLink DI-713P. É ligado à Internet através de um modem a cabo 8-8 Como montar e configurar sua rede de PCs ou DSL, e também por um modem convencional, para o caso de falha na conexão de banda larga. Tem uma conexão com impressora e duas conexões RJ-45 para cabeamento convencional. Podemos conectar computadores diretamente nessas portas ou então ligar uma delas a um hub ou switch, integrando o dispositivo a uma rede maior. Note ainda que esteja mostrada na figura 10 a ligação de um computador à rede sem fio através da porta USB. Os fabricantes de dispositivos para redes sem fio oferecem normalmente várias opções de conexão, entre elas interfaces para rede sem fio dos tipos PCI, PCMCIA e USB.Figura 10 Note entretanto que se existe uma rede convencional com acesso à Internet disponível, não faz sentido utilizar um dispositivo com o DI-713P. Existem outros Access Points mais baratos por dispensarem as conexões diretas com a Internet. Tipicamente um Access point forma uma sub-rede de classe C, com 256 endereços. Descontando os dois endereços de “uso interno” da sub-rede, podemos ter até 252 dispositivos sem fio ligados na rede.
Padrões 802.11a e 802.11b
88 O IEEE-802 é um conjunto de padrões relacionados com redes Ethernet. Os padrões 802.11a e 802.11b especificam as redes Ethernet sem fio. A tabela a seguir mostra algumas características desses dois padrões.802.11a 802.11b Taxa máxima 54 Mbits/s 11 Mbits/s Alcance 50 m 100 m Freqüência 5 GHz 2,4 GHz Os dispositivos 802.11a e 802.11b não são compatíveis, já que operam com bandas de radiofreqüência diferentes. Ao implantar uma rede sem fio é preciso portanto decidir qual dos dois padrões será usado. Existem entretanto Access point com o recurso Dual band, que são capazes de operar com ambos os tipos de dispositivos. Com eles podemos formar uma rede sem fio com dispositivos 802.11a e 802.11b. Desta forma é possível montar uma rede baseada no padrão 802.11b (os dispositivos são mais baratos), e posteriormente trocar o Access point por um modelo dual band (por exemplo, o D-Link DWL-6000AP) e acrescentar dispositivos 802.11a, mantendo os dispositivos 802.11b originais.
Conexão direta via cabo Conexão direta via cabo Este é um recurso que permite criar uma rede doméstica com dois computadores, sem usar placas de rede. Basta conectar os dois computadores por um cabo apropriado, encontrado com facilidade no mercado brasileiro, por menos de 10 reais. Pode ser usado no Windows 95, 98, ME, 2000 e XP. Trata-se da Conexão direta via cabo (DCC, ou Direct Cable Connection). Através de cabos apropriados, este recurso utiliza as interfaces seriais ou paralelas dos dois PCs para implementar uma pequena rede. Como a velocidade obtida com essas interfaces é muito baixa em comparação com genuínas interfaces de rede, não é recomendável o uso deste recurso de forma intensiva, como método de implementação de uma rede de baixo custo. Não devemos, por exemplo, usar este recurso para, a partir de um PC, editar um arquivo localizado no outro PC. O acesso e a transferência de dados para este arquivo serão muito lentos. É viável utilizá-lo, por exemplo, como um método para transferir arquivos entre os dois PCs, desde que o volume de dados não seja muito grande. Para transferir grandes volumes de dados com muita freqüência, a melhor coisa a fazer é implantar uma pequena rede, através de um cabo Ethernet e placas de rede. O custo da implantação desta pequena rede é muito baixo, basta usar duas placas de rede e um cabo UTP/RJ-45 crossed, como mostramos no capítulo 4. Quando a quantidade de dados a serem transferidos não é muito grande, e quando essas transferências não são freqüentes é interessante usar a conexão direta via cabo. No Windows 9x/ME, a Conexão Direta Via Cabo é um programa que pode ser encontrado no menu Programas/Acessórios/Comunicações. Caso este programa não esteja presente, será preciso realizar a sua instalação. Usamos o comando Adicionar/Remover Programas no Painel de Controle. Selecionamos a guia Instalação do Windows, e a seguir, Comunicações, onde o programa pode ser encontrado. No Windows 2000/XP, a Conexão direta via cabo é ativada por um método um pouco diferente, através do assistente de configuração de rede, como veremos mais adiante. Apesar desta conexão ter métodos de instalação no Windows XP diferente dos que vigoram no Windows 9x/ME, sua utilização é bastante similar, e ambas são compatíveis. Podemos ter por exemplo um cliente usando o Windows XP e um servidor usando o Windows ME, e vice-versa. Neste tipo de conexão, um computador opera como cliente (convidado), acessando os recursos do outro, que opera como servidor (host). O convidado pode acessar arquivos, impressoras e a conexão com a Internet disponíveis no host. A conexão direta via cabo permite que o cliente tenha acesso a arquivos e impressoras compartilhadas no servidor. Não permite entretanto compartilhar uma conexão com a Internet. Para compartilhar uma conexão com a Internet entre dois computadores conectados por DCC, é preciso usar softwares adicionais, como o Winroute, encontrado em www.lpt.com. A conexão direta via cabo deve
89 ser utilizada em âmbito doméstico ou pessoal. Não é recomendável usá-la em um computador de uma rede maior. Ao ligarmos, por exemplo, um PC portátil em um outro PC que já faça parte de uma rede, estamos na verdade adicionando um novo computador à rede já existente, operação que deve ser feita somente com autorização e suporte do administrador da rede. Requisitos para usar a Conexão direta via cabo Na Conexão Direta Via Cabo, um PC será o Servidor, e o outro será o Cliente. O Cliente terá acesso a pastas e impressoras compartilhadas do Servidor. O Servidor poderá continuar sendo usado normalmente, mesmo durante uma conexão. É preciso que estejam instalados os seguintes componentes de rede: Adaptador Dial-Up Um protocolo de comunicação Cliente para redes Microsoft OBS.: Os protocolos de uso mais comum, como o TCP/IP, o IPX/SPX e até mesmo o já obsoleto NetBEIU podem ser usados. Entretanto na ligação entre um PC com Windows 9x/ME e um com o Windows 2000/XP, recomendamos que seja usado o protocolo IPX/SPX e que seja ativado o “suporte NETBIOS no protocolo IPX/SPX”, como veremos mais adiante neste capítulo.
Esses três componentes são necessários para que um PC opere como cliente nesta conexão. O PC que irá operar como servidor precisa que esteja também instalado o “Compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft”. Figura 1 Note que o componente “Adaptador Dial-Up” neste caso não se refere ao modem, e sim à interface paralela. Trata-se de uma espécie de interface virtual que pode ligar um protocolo de comunicação com um dispositivo físico, como um modem ou porta aralela. e você for configurar manualmente esses componentes, não esqueça de usar no quadro de propriedades de rede, a guia Identificação, e indicar um nome para o computador e um nome para o grupo de trabalho. usando esses componentes não estão presentes, o próprio programa Conexão direta ia cabo faz a sua instalação. Se esta instalação for feita pelo programa, será preciso reiniciar o Windows e repetir o uso do programa. A instalação desses componentes ode ser feita de forma manual, através do quadro de configurações de Rede. Configurando o servidor DCC no Windows 9x/ME A primeira coisa a fazer é instalar, através do Painel de Controle, o programa conexão direta via cabo (DCC). Este programa não é instalado de forma automática usando fazemos a instalação do Windows. A instalação deve ser feita no servidor e o cliente. Devemos usar: painel de controle / Adicionar e remover programas / Instalação do Windows / Comunicações /Conexão direta via cabo Figura 2
A seguir usamos o quadro de configuração de rede do Painel de Controle para ns talar os seguintes componentes de rede: Adaptador Dial-Up Um protocolo qualquer operando sobre o adaptador Dial-Up Cliente para redes Microsoft Compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft.Figura 3
90 Se você instalar esses componentes manualmente, não esqueça de definir um nome ara o computador e para o grupo de trabalho, na guia de identificação do quadro da igura 3. O cliente e o servidor não precisam necessariamente usar o mesmo grupo e trabalho. o host é preciso ainda criar compartilhamentos de pastas, drives e impressoras para que possam ser acessados pelo cliente durante a conexão. Esses compartilhamentos são criados pelos processos usuais já mostrados no capítulo 6, e podem ser configurados antes mesmo da instalação do DCC. ma vez que a rede esteja configurada podemos usar o programa e configurá-lo como Servidor. Será mostrado o quadro da figura 4. Figura 4
Temos que indicar neste quadro que o computador irá operar com Host (Servidor). seguir usamos o botão Avançar, e chegaremos a um quadro onde temos que indicar qual é a interface a ser utilizada. É apresentada uma lista com todas as interfaces seriais e paralelas disponíveis. Devemos escolher o mesmo tipo de interface m ambos os PCs que serão conectados. (Se o servidor usar a interface paralela LPT1), obrigatoriamente o cliente deverá ser também configurado para usar a interface paralela. Figura 5
Depois de definir a porta a ser usada, é apresentado um quadro onde podemos definir uma senha para a conexão. O uso de senha é opcional, e normalmente é necessário. Normalmente este tipo de conexão é usado por um só usuário com dois computadores, quase sempre para realizar transferências de arquivos. Se os dois computadores forem usados por usuários diferentes, pode ser interessante criar uma senha para a conexão. Basta marcar no quadro da figura 6 a opção “Utilizar proteção por senha” e clicar em Definir senha. Figura 6
Clicamos então em Concluir. Será apresentado o quadro da figura 7, e o Host ficará guardando que o cliente faça a conexão. Se quisermos desistir de estabelecer uma comunicação com o convidado agora, basta clicar em Fechar.Figura 7
91
Se neste momento o convidado já estiver configurado e estabelecer a conexão, o quadro apresentado pelo host assumirá o aspecto mostrado na figura 8. Para interromper a conexão clicamos em Fechar. igura 8
Ao usarmos este programa novamente no host, é apresentado o quadro da figura 9. ara dar início à operação, basta usar o botão Escutar. Se quisermos alterar a configuração do programa, como por exemplo, transformar o Servidor em Cliente, ou especificar o uso de outra porta, ou alterar a senha, basta usar o botão Alterar. igura 9
Configurando o cliente DCC no Windows 9x/ME Antes de usar um PC como cliente nesta conexão, temos que instalar os seguintes componentes de rede, através do quadro de configurações de rede no Painel de controle: Adaptador Dial-Up Protocolo igual ao do servidor, operando sobre o adaptador Dial-Up. Cliente para redes Microsoft OBS.: Se esses componentes não estiverem instalados, o próprio programa irá pedir a sua instalação. É preciso fazer as instalações necessárias, reiniciar o computador e repetir o programa DCC. Podemos agora configurar o programa. Ao ser usado
pela primeira vez, é apresentado um quadro como o da figura 10, no qual selecionamos a opção Convidado. Clicamos em Avançar. Figura 10
Será apresentada uma lista das portas que podem ser usadas para a conexão. É permitido usar portas seriais e paralelas. Devemos obviamente usar o mesmo tipo de porta no Host e no Convidado, e ambos devem estar ligados pelo cabo paralelo apropriado. Figura 11
Terminada esta rápida configuração, o programa estará pronto para ser usado. Um quadro indicará que a configuração foi feita com êxito (figura 12). Podemos agora clicar em Concluir. O programa entrará agora em operação e estabelecerá contato com o Host (figura). 13). Se não quisermos utilizar a conexão agora, basta clicar em Fechar. Figura 13
Caso tenha sido definida uma senha para acesso ao Host durante a sua configuração, será apresentado um quadro como o da figura 14. Temos que preencher o nome do usuário (esta informação não é importante, a conexão depende apenas da senha e do grupo de trabalho), a senha que foi configurada no Host e o seu grupo de trabalho. Lembre-se que o nome do grupo de trabalho é configurado com a guia de identificação do quadro de propriedades de rede. Ambos os computadores devem
92 usar o mesmo nome para o grupo de trabalho. No nosso exemplo, usamos MSHOME.
igura 12 Figura 14
Dependendo do protocolo de comunicação utilizado, o programa poderá pedir que seja informado o nome do computador (Host), como vemos na figura 15. Isto ocorre por exemplo quando são usados os protocolos TCP/IP ou IPX/SPX. Se for usado o protocolo NetBEUI, este quadro não é apresentado. O Host é automaticamente identificado. Figura 15
Uma vez informando o nome do host, será automaticamente apresentada uma janela com os recursos compartilhados. No nosso exemplo (figura 16), o Host tem duas pastas e uma impressoras compartilhadas. F igura 16
Uso do DCC Windows XP
no
Tanto a conexão direta via cabo existente no Windows 2000 como à do Windows XP são compatíveis com as do Windows 9x/ME. Da mesma forma, tanto o Host quanto o convidado podem usar qualquer um dos sistemas citados aqui: Windows 95, 98, ME, 2000 e XP. Apenas a configuração no caso do Windows 2000 e do Windows XP é um pouco diferente. Mostraremos aqui como fazer a configuração do Host e do Convidado no Windows XP. No Windows 2000, as configurações são semelhantes.
93 Configurando um Host DCC no Windows XP O DCC no Windows XP não é um programa específico, como ocorre no Windows 9x/ME. No Windows XP seu uso consiste em criar uma conexão especial. Partindo da pasta Meus Locais de rede, clique em Exibir conexões de rede e a seguir em Criar uma nova conexão. Entrará em ação o Assistente para novas conexões Figura 17
No próximo quadro (figura 18), o Assistente perguntará o tipo de conexão a ser criada. Selecione a opção “Configurar uma conexão avançada”. Este tipo de conexão permite a utilização de cabos paralelos, seriais e ainda por dispositivos de transmissão e recepção por raios infravermelhos.
Figura 18
No próximo quadro (figura 19), marque a opção “Conectar-me diretamente a outro”. “computador”. 9-12 Como montar e configurar sua rede de PCs F igura 19
A partir do próximo quadro (figura 20), existirão configurações diferentes para o servidor (Host) e para o cliente (Convidado). Marquemos a opção Host e cliquemos em Avançar. No próximo quadro escolheremos o tipo de interface a ser usada. Em uma lista encontraremos as opções Paralelo direto, Serial e infravermelho (este último, se estiver disponível no computador). No nosso exemplo usaremos o cabo paralelo direto, o mesmo usado nas conexões direta via cabo do Windows 9x/ME.
94
Figura 20 Figura 21
No próximo quadro temos que cadastrar usuários e computadores que terão acesso a este Host pela conexão direta por cabo paralelo. A programação será um pouco diferente, dependendo do sistema operacional a ser usado pelo convidado.
Figura 22
a) Para convidados que usam o Windows 2000/XP: Clique em Adicionar e cadastre um nome de usuário. A senha é opcional. b) Para convidados que usam o Windows 9x/ME: Clique em Adicionar e cadastre o nome do computador convidado. O nome do computador é encontrado no sistema convidado, na guia Identificação do quadro de propriedades de rede. Não use senhas, caso contrário o logon não ocorrerá com sucesso na conexão com um convidado que use o Windows 9x/ME. Em ambos os casos, clicamos em Adicionar no quadro da figura 22, e será apresentado o quadro da figura 23. Para convidados que usem o Windows 9x/ME, preencha simplesmente no campo “Nome do usuário”, o
95 nome do computador que será conectado. No nosso exemplo usamos NOTEBOOK, mas note que qualquer nome pode ser usado. Isto não significa que apenas notebooks possam usar este tipo de comunicação. Para convidados que usem o Windows 2000/XP, preencha um nome de usuário. É permitido utilizar senhas. Lembramos que em geral não é necessário usar senhas na conexão direta via cabo, já que os computadores envolvidos estarão normalmente na mesma sala, e quase sempre utilizados pela mesma pessoa, portanto os cuidados com segurança podem ser dispensados. Figura 23
O Assistente então conclui seu trabalho. A conexão foi criada com sucesso. Podemos encontrar a nova conexão na janela Conexões de rede.
Figura 24
Na figura 25 vemos a janela Conexões de rede, na qual estão indicadas as conexões Dial-Up (no nosso exemplo, BOL), as conexões de rede local de alta velocidade (Ethernet) e na área Recebidos, a nossa conexão direta por cabo paralelo. Podemos fazer alterações na sua configuração, bastando clicar no ícone com o botão direito do mouse e escolher no menu a opção Propriedades. Note que no momento o ícone da conexão tem a indicação “Não há clientes conectados”. Figura 25
O quadro de propriedades apresentado tem as guias Rede, Geral e Usuários. Na guia Usuários (figura 26) fazemos uma configuração que é absolutamente necessária quando usamos convidados que usem o Windows 9x/ME: marcamos a opção “Nunca exigir senha de dispositivos conectados diretamente, como PCs de mão”. Na verdade quando usamos este recurso, nenhum computador convidado que utilizar esta conexão terá que informar senha. Se não tomarmos esta providência, será apresentado no convidado a mensagem de erro “Cabo paralelo desconectado”, mesmo depois do fornecimento da senha. Lembramos que para convidados com Windows XP/2000 podem perfeitamente utilizar senhas na conexão.
96 Figura 26
Quando uma conexão for estabelecida com um cliente, na janela aparecerá Conexões de rede, um segundo ícone, ao lado da conexão que criamos. As indicações desses dois ícones dependerá de como foi feito o logon: a) Logon sem senha: Teremos as indicações “Conexões de entrada – 1 cliente conectado” e “Acesso não autenticado – conectado paralelo direto”. b) Logon com senha: Teremos as indicações “NOME – Conectado paralelo direto” e “Conexão de entrada – 1 cliente conectado” (NOME é o nome do usuário cadastrado quando criamos a conexão). Figura 27
Neste momento será possível acessar as pastas e impressoras compartilhadas no Host, a partir do Convidado. Configurando um Convidado DCC no Windows XP Um computador com Windows XP é configurado como Convidado em uma conexão direta via cabo serial ou paralelo, através do comando Criar nova conexão, similar ao já apresentado para o Host. Nos quadros apresentados pelo Assistente para novas conexões, escolhemos: Configurar uma conexão avançada Conectar-se diretamente a outro computador Convidado Os quadros apresentados para as três conexões acima são os mesmos já apresentados para o Host. A partir da indicação do computador como Convidado, os quadros apresentados pelo Assistente serão diferentes. Figura 28
O Assistente pergunta o nome do computador Host (figura 28). Este nome será usado para designar a conexão, cujo ícone será criado na pasta Conexões de rede. Será perguntado qual é o meio físico a ser usado na conexão (cabo paralelo direto, cabo serial ou infravermelho).
97 Usaremos no nosso exemplo o cabo paralelo direto. O Assistente terminará então seu trabalho. Para estabelecer a conexão, basta clicar no seu ícone, localizado na pasta “Conexões de rede” (figura 29). Observe que nesta pasta as conexões são agrupadas por tipo. A conexão por cabo paralelo no Convidado aparece com o tipo “Direto”, como vemos na figura. Observe a indicação “P4MSI Desconectado – Paralelo direto”. Figura 29
Para estabelecer uma conexão com o Host, basta aplicar um clique duplo no seu ícone, exatamente como fazemos para conectar o computador com a Internet. Será apresentado um quadro como o da figura 30, com campos para indicação de nome e senha. Devemos preencher esses dados e
clicar em Conectar-se. Figura 30 Iniciando a conexão.
A conexão será estabelecida em poucos segundos. O ícone da conexão no Host mudará como já mostramos na figura 27. No convidado, o ícone da conexão passará a constar como “Conectado” (figura 31).
igura 31
A partir deste ponto podemos encontrar o computador Host partindo de Meus Locais de rede. Se o computador Host não aparecer, digite na barra de endereço da janela Meus locais de rede, o nome do computador Host, precedido por “\\”. No nosso exemplo digitamos: \\P4MSI A janela mostrará então os recursos compartilhados no Host (figura 32). Podemos agora utilizar todos os comandos de rede para acesso a arquivos e impressoras. Figura 32
98
Conexão pelas portas seriais Todas as conexões diretas mostradas neste capítulo podem ser feitas tanto por cabos paralelos como por cabos seriais. Use a conexão serial apenas em último caso, pois sua taxa de transmissão é bem menor que a oferecida pelas conexões por porta paralela. Você observou que em todas as conexões criadas aqui, sempre existia um quadro para selecionamento da porta a ser usada. Em todos os casos escolhemos a porta paralela, mas podemos também usar portas seriais. Sob o Windows 9x/ME, a operação de conexão é idêntica. No Windows 2000/XP, a operação de conexão será parecida com a de uma ligação com a Internet, inclusive fazendo referências a “discagem” e “modems”, que na verdade não existem. Depois de estabelecida à conexão, o uso será idêntico ao da conexão paralela. No Windows 9x/ME, a comunicação serial por DCC é muito lenta, feita à taxa fixa de 28.800 bits por segundo, mais lenta que uma ligação via Internet. Já no Windows 2000/XP, podemos regular a velocidade da conexão serial. No Host, abra a pasta Conexões de rede, clique no ícone da conexão com o botão direito do mouse e escolha no menu a opção Propriedades. Selecione a opção “Cabo de comunicação entre dois computadores” e clique em Propriedades. Figura 33 .
Será apresentado um quadro como o da figura 34, no qual podemos escolher a taxa de transmissão a ser usada pela interface serial na conexão direta via cabo. Host e convidado devem usar a mesma taxa de transmissão. A taxa máxima disponível dependerá do chip existente na placa de CPU, no qual estão as interfaces seriais (Super I/O). Alguns chips suportam até 115.200 bps, outros chegam taxas maiores, como 230.400 bps, 460.800 bps e 921.600 bps.Figura 34 Configurações semelhantes devem ser feitas no computador Convidado. Clicamos no ícone da conexão com o botão direito do mouse e escolhemos no menu a opção Propriedades. Na guia Geral (figura 35), selecione “Cabo de comunicação entre dois computadores” e clique em Configurar.
99
Figura 35
Será apresentado um quadro no qual indicamos entre outras opções, a velocidade máxima a ser usada na comunicação. Para evitar problemas, é conveniente usar a mesma taxa no Host
e no Convidado. Figura 36
Cabos direta
para
conexão
Os cabos a serem usados nas conexões seriais e paralelas são encontrados com facilidade nas lojas de informática. São chamados normalmente de: Cabo de Laplink Serial Cabo de Laplink Paralelo O Laplink é um antigo programa de comunicação que possibilitava a transmissão de arquivos entre dois PCs, usando as interfaces seriais e paralelas. Seus cabos funcionam também na Conexão Direta Via Cabo do Windows. Muitas lojas de informática vendem esses cabos. Em caso de dificuldades, você mesmo pode construir esses cabos, ou então pedir ajuda a um colega com experiência em soldagem eletrônica. A figura 37 traz os esquemas do cabo paralelo e do cabo serial para usar na Conexão Direta Via Cabo. Figura 37
Para construir um cabo serial, é preciso adquirir conectores fêmea, tipo DB-25 ou DB-9, conforme forem os conectores seriais dos PCs a serem ligados. Para construir um cabo paralelo é preciso usar dois conectores tipo DB-25 macho e realizar as ligações mostradas na figura 37. Ao adquirir cabos prontos, certifique-se de que realmente tratam-se de cabos para Laplink. Existem, por exemplo, certos cabos paralelos que possuem ligações diferentes. Um deles, serve para ligar um PC a uma caixa comutadora de impressoras. Cabos como este possuem ligações correspondentes pino-a-pino, ou seja, o pino 1 de um conector é ligado ao pino 1 do outro conector, e assim por diante.
Solução de problemas
100 Quando algo ocorre de errado, a conexão direta via cabo apresenta uma mensagem de erro, como “Cabo não conectado”. Não significa necessariamente que o cabo não esteja conectado. Outras situações que impedem a conexão resultam na mesma mensagem. São as seguintes as causas mais comuns de erros: 1) Cabo inadequado Verifique se você está mesmo usando um cabo Laplink compatível. Use um multímetro para checar as conexões entre os pinos, caso você tenha dúvida. Use o esquema da figura 37. 2) Protocolos errados Na ligação entre computadores com Windows 9x/ME, a princípio qualquer protocolo pode ser usado. Experimente habilitar no Host e no Convidado, inicialmente o protocolo TCP/IP. Se continuar com problemas, instale em ambos o protocolo NetBEUI. Finalmente, experimente usar o protocolo IPX/SPX. No quadro de propriedades de rede, aplique um clique duplo sobre o protocolo IPX/SPX sobre o adaptador Dial-UP e marque a opção “Ativar suporte a NetBIOS”. 3) Senhas Não use senhas para as conexões entre computadores com sistemas 9x (95, 98 e ME) e NT (2000 e XP). 4) Host não aparece em Meus locais de rede É possível que o Host não apareça em Meus Locais de rede, e nem no grupo de trabalho ao qual pertence. Para resolver o problema, abra uma janela qualquer (Meu Computador, por exemplo), e digite na barra de endereço, o nome do computador,precedido por “\\”. Veja por exemplo a figura 32.
Ligando dois PCs via modem Acessando um computador via modem É possível formar uma rede de dois PCs ligados através de um modem. Este tipo de conexão é utilizado há muitos anos, e centenas de softwares já foram desenvolvidos para este fim. Atualmente com o uso difundido da Internet e do correio eletrônico, a necessidade de tal conexão é bem mais reduzida. Ainda assim continua disponível, fazendo parte integrante do Windows. Mostraremos neste capítulo como conectar dois computadores para formar uma pequena rede. Já mostramos que este tipo de conexão pode ser feita de diversas formas, inclusive através de interfaces seriais e paralelas (capítulo 9). Quando os computadores estão separados por uma distância grande, a conexão por modem pode ser utilizada. Note entretanto que os modems oferecem uma velocidade de comunicação extremamente reduzida, se comparada com a oferecida por placas de rede, e mesmo com as interfaces seriais e paralelas. É interessante observar que não apenas o servidor dial-up irá operar como servidor. O computador que faz a ligação também poderá ter seus arquivos e impressoras acessados por aquele que atende a ligação. Em todas as versões do Windows, as conexões Dial-Up permitem que um computador use o modem para discar para outro e ter acesso aos seus recursos, utilizando protocolos, clientes e serviços de rede. Os mesmos comandos de ativação de compartilhamentos e acessos a recursos compartilhados (capítulo 6) são usados neste tipo de conexão. Já o computador que irá “atender a chamada” precisa estar preparado para operar como servidor dial-up. São as seguintes as restrições para que um computador opere desta forma: Servidor dial-up no Windows 95 Este recurso não é nativo do Windows 95. Podia entretanto ser adicionado com a instalação do pacote Microsoft Plus para Windows 95, vendido separadamente. Atualmente nem o Windows 95 nem o Microsoft Plus são comercializados. Muitos usuários do Windows 95 compraram o Microsoft Plus, não por causa do servidor dual-up, mas para ter seus outros recursos. Portanto se você tem um computador com o Windows 95, é muito possível que também tenha o Microsoft Plus, ou que consiga obter este antigo pacote de software com relativa facilidade. Servidor dial-up no Windows 98 e no Windows ME A maioria dos recursos do Microsoft Plus, incluindo o servidor dial-up, foram integrados ao Windows 98 e mantidos em novas versões, como no Windows 98SE e no Windows ME. Esses sistemas estão portanto prontos para operar como servidor dial-up. Servidor dial-up no Windows 2000 e no Windows XP A princípio parece que esses sistemas não têm um servidor dial-up. Na verdade possuem este recurso, apesar de não usar este nome. Podemos configurar um PC com esses sistemas para operar como servidor dial-up com o comando Criar nova conexão, e especificando “conexão avançada”, como mostraremos mais adiante neste capítulo.
Instalando o software do servidor No Windows 98/ME, o software necessário para que um PC opere como servidor Dial-Up é instalado através do Painel de Controle. Usamos a seguinte seqüência: Painel de Controle Adicionar/Remover Programas Instalação do Windows Comunicações servidor de rede Dial-Up Marcamos então o item Servidor de rede dial-up (figura 1). Será feita a leitura dos
101 arquivos necessários a partir do CD-ROM de instalação do Windows. Terminada a leitura devemos reinicializar o computador. Figura 1
Configurando o servidor no Windows 9x/ME Usamos o comando Rede do Painel de Controle e fazemos à instalação dos seguintes componentes, caso ainda não estejam presentes: Compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft Um protocolo de comunicação qualquer Adaptador Dial-Up É também preciso habilitar o compartilhamento de arquivos e impressoras, como já mostramos no capítulo 6. Caso o computador ainda não esteja instalado na rede Microsoft, é preciso utilizar as demais etapas da instalação desta rede. Selecionamos a guia Identificação e preenchemos os campos Nome do Computador, Grupo de trabalho e Descrição do computador (este último é opcional). Terminada a configuração de rede, podemos reinicializar o computador. Neste momento o Servidor Dial-Up já está instalado, mas ainda não está ativo e nem totalmente configurado. Para fazer a sua configuração restante e a sua ativação, abrimos a janela Meu Computador e a seguir, Acesso à rede Dial-Up. Quando usamos o Acesso à Rede Dial-Up pela primeira vez, é apresentado um assistente de instalação para criar uma nova conexão. Seu uso não é necessário quando queremos usar um PC como Servidor, e sim, como cliente. Como estamos no momento configurando um servidor, usamos o botão Cancelar. Para habilitar o funcionamento do servidor, usamos o comando Servidor de rede Dial-Up, localizado no menu Conexões, como mostra a figura 2. Figura 2
Será apresentado o quadro da figura 83. Neste quadro, marcamos a opção Permitir acesso externo, para que o servidor “atenda às ligações” de possíveis clientes DialUp. Quando quisermos desativar a rede, basta marcar a opção Nenhum acesso externo.
Figura 3
A seguir usamos o botão Alterar senha. É totalmente desaconselhável operar sem senha, pois desta forma qualquer usuário que souber o telefone poderá ligar para este servidor e ter o acesso permitido.
102
Figura 4
Ainda na figura 3, usamos o botão Tipo de servidor. Marcamos então a opção PPP, Internet, Windows NT/2000, Windows ME.
Figura 5
O servidor estará então configurado e ativado. Veremos então na barra de tarefas, ao lado do relógio, o ícone do Servidor DialUp (figura 6). Quando este ícone está presente, o PC está pronto para atender ligações e estabelecer conexões. Para desativar o servidor, voltamos ao quadro da figura 3 e marcamos a opção Nenhum acesso externo. O ícone desaparecerá da barra de tarefas e as ligações não serão atendidas.Figura 6 Finalmente, devemos indicar quais são os drives, ou pastas, ou impressoras compartilhadas neste servidor, ou seja, que poderão ser acessados através da rede DialUp. Esses compartilhamentos são feitos exatamente da forma como já explicamos no capítulo 6. Normalmente neste tipo de conexão, o objetivo é acessar recursos que estão no PC que atende a chamada (servidor dial-up). Nesse caso o computador que faz a chamada opera apenas como cliente. Entretanto uma vez estabelecida à conexão, os papéis podem ser invertido. Tanto o computador que faz a chamada pode acessar recursos daquele que atende, como o que atende pode acessar recursos naquele que faz a chamada. Para isso é preciso que o computador que faz a chamada esteja também configurado com o serviço de compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft. Outro detalhe interessante: mesmo quando um PC opera como servidor Dial-Up, pode continuar sendo usado normalmente. O usuário do PC servidor poderá saber com facilidade quando outro PC estabeleceu uma conexão, já que o modem emite os mesmos sons característicos de outros tipos de conexão (fax, Internet, etc.). Na barra de tarefas, ao lado do relógio, será apresentado um pequeno ícone que representa a conexão. Uma outra forma de monitorar a conexão de um servidor é usando o comando Servidor Dial-Up no Acesso à Rede Dial-Up. Desta vez o quadro apresentado (figura 7) indica no seu campo Status, o nome do usuário do computador cliente. É possível até mesmo cancelar uma conexão, bastando para tal usar o botão desconectar usuário, também mostrado na figura 7.
103 Figura 7
Configurando cliente dial-up
o
A configuração de um computador para operar como Cliente em uma conexão Dial-Up é bastante simples, e bem parecida com a configuração para acesso à Internet. Através do comando Rede do Painel de Controle, devemos fazer a instalação dos seguintes componentes: Adaptador Dial-Up Protocolo de comunicação, o mesmo usado pelo servidor Cliente para redes Microsoft Note que antes de configurar a rede é preciso instalar e testar o modem. Podemos testar o modem utilizando por exemplo os utilitários Discagem Automática e Hyperterminal, fornecidos junto com o Windows. Se o modem já está funcionando para acesso à Internet, não é preciso fazer mais testes. O PC já estará apto a operar como cliente Dial-Up. Depois de terminada a configuração de rede, abrimos o item Acesso à Rede Dial-Up na janela Meu Computador. Clicamos no ícone Fazer Nova Conexão. Temos que usar este comando para definir os parâmetros necessários à conexão com o servidor. Entrará em ação um assistente para criar nova conexão, como o mostrado na figura 8. gura 8
Podemos neste momento dar um nome à conexão, ou deixar o nome sugerido pelo assistente (Minha conexão). Ao clicarmos sobre o botão Avançar, é apresentado um quadro para o preenchimento do número do telefone do servidor. Depois de fornecer este número, clicamos em Avançar. Está concluída a criação da nova conexão, e devemos clicar sobre o botão Concluir. A janela do Acesso à Rede Dial-Up apresentará agora a nova conexão criada. Uma vez criada a conexão, falta apenas fazer algumas alterações na sua configuração, para informar qual é o tipo de servidor que atenderá a ligação. Clicamos sobre o ícone da conexão com o botão direito do mouse e no menu apresentado, selecionamos a opção Propriedades. Será mostrado um quadro no qual selecionamos a guia Tipo do servidor. Figura 9
Tipo de servidor Dial-Up: PPP: Internet, Windows NT/2000/ME Efetuar logon na rede Ativar compactação de software Protocolo: usar o mesmo do servidor O quadro mostrado na figura 9 é válido para o Windows 95 e
104 98. No Windows ME essas configurações estão divididas em duas guias: Tipos de servidor e Segurança. Para ligar para o servidor Dial-Up, basta aplicar um clique duplo sobre o ícone que representa a conexão criada. O procedimento é idêntico ao de uma ligação com um provedor de acesso à Internet. O PC cliente fará a ligação, o servidor atenderá, e será mostrado um quadro para fornecimento de nome e senha. Podemos agora ter acesso ao computador que fez o atendimento da chamada. Partindo de Ambiente de rede ou Meus locais de rede, clicamos em Toda a rede e no grupo de trabalho. Se o computador não aparecer no grupo, podemos digitar seu nome diretamente na barra de endereços. Por exemplo, para acessar os recursos compartilhados do computador de nome AXP-MSI, digitamos na barra de endereços: \\AXP-MSI Figura 10
Lembre-se que em uma conexão por modems modernos, mesmo que sejam no padrão V.90, que teoricamente operam a 56k bps, a comunicação entre dois micros se dará no máximo a 33.600 bps (ou 44.000 bps com modems V.92). Essas taxas equivalem a pouco mais de 3 kB/s e 4kB/s, respectivamente. São bem inferiores às taxas obtidas por outros meios, como os 4 Mbits/s em uma conexão paralela no Windows XP, ou os 100 Mbits/s da maioria das redes. Ler um arquivo de 10 MB em uma rede Ethernet levará cerca de 1 segundo. Ler este mesmo arquivo através de uma conexão dial-up demorará cerca de 50 minutos. Evite portanto usar este recurso para transferir arquivos grandes.
Configurando o servidor no Windows XP A conexão entre dois computadores por modem pode ser feita com qualquer versão do Windows, em ambos os computadores. Podemos por exemplo ter o servidor com Windows XP e o cliente com o Windows 9x/ME, ou vice-versa, ou ambos com Windows XP, ou ambos com Windows 9x/ME. Mostraremos agora como configurar o servidor no Windows XP. É preciso que estejam inicialmente feitas todas as configurações válidas para o servidor no Windows 9x/ME, ou seja: Compartilhamento de arquivos e impressoras em redes Microsoft Um protocolo de comunicação qualquer O modem deve estar instalado e testado O modem precisa estar instalado e testado. Se o modem já foi usado em conexões com a Internet, não será preciso fazer testes adicionais. Já estará pronto para funcionar na conexão entre dois computadores. Partindo de Meus locais de rede / Exibir conexões de rede, clicamos em Criar uma nova conexão. Será executado o Assistente para novas conexões, no qual escolhemos a opção Configurar uma conexão avançada (figura 11). Figura 11 Para criar uma conexão por modem.
No quadro seguinte (figura 12) escolhemos a opção Aceitar conexões de entrada. Este tipo de conexão é necessário para que seja feito o atendimento das chamadas.
105 Figura 12
Indicamos a seguir o tipo de dispositivo a ser usado nesta conexão. Marcamos então o modem indicado na lista. Note que este quadro é o mesmo usado para configurar a conexão direta via cabo.
Figura 13
Assistente perguntará se a conexão poderá ser feita por VPN (Virtual Private Network). Usamos a opção “Não permitir…”. Capítulo 10 Figura 14
Será apresentado um quadro com uma lista de usuários. Clicamos em Adicionar e será apresentado o quadro da figura 15. Indicamos um nome para o usuário, o seu nome completo e uma senha. Figura 15
A lista de usuários terá agora o novo usuário cadastrado. Podemos marcar nesta lista, quais usuários poderão estabelecer uma conexão dial-up. No nosso exemplo marcamos apenas o usuário Bernardo. Para alterar a senha de um usuário, basta marcá-lo na lista e clicar em Propriedades. Figura 16
A seguir será apresentado o quadro da figura 17, no qual podemos fazer configurações de rede. Podemos ainda marcar, entre os componentes de rede instalados, quais serão utilizados por esta conexão. Figura 17
Estará terminado o trabalho do Assistente. O
106 computador já poderá atender chamadas por modem e estabelecer conexões. Aparecerá na pasta de Conexões de rede, um ícone de nome “Conexões de entrada”. Quando o computador atende uma ligação, passam a existir dois ícones na pasta de conexões. Um deles é o Conexões de entrada, fixo. O outro aparece apenas quando existe conexão ativa, e seu nome é igual ao nome do usuário que fez a conexão. Na figura 18 vemos ícone BERNARDO, indicado como Conectado. Representa a conexão com o computador remoto. Ao clicarmos neste ícone com o botão direito do mouse teremos as opções Desconectar e Status. Figura 18
Ao escolhermos a opção Status é apresentado um quadro como o da figura 19, similar ao de outros tipos de conexão de rede. Temos indicações do número de bytes transmitidos e recebidos, bem como a velocidade e a duração da conexão. Podemos usar aqui o botão Desconectar.
Figura 19
A
o
guia Detalhes mostra algumas outras informações relativas à conexão, como os endereços IP do cliente e do servidor, o dispositivo usado, o protocolo utilizado, o método de compactação de dados e protocolo de autenticação.
Figur 20 .
Configurando o cliente no Windows XP
Computadores com Windows 2000 e XP também podem discar para um servidor dial-up e ter acesso aos seus recursos compartilhados. Assim como ocorre nas outras versões do Windows, o computador deve estar configurado: O modem deve estar instalado e testado Protocolo de comunicação, o mesmo usado pelo servidor Cliente para redes Microsoft Partindo então da janela Conexões de rede, usamos o comando Criar nova conexão. Será executado o Assistente para
107 novas conexões, no qual escolhemos a opção Conectar-me a uma rede em meu local de trabalho.
Figura 21
Selecionamos no quadro seguinte (figura 22), a conexão dial-up, utilizada para linhas telefônicas e ISDN.
Figura 22
O Assistente perguntará o nome da empresa (usado para nomear a conexão). Perguntará ainda o telefone a ser discado. Finalmente perguntará se a conexão poderá ser feita por qualquer pessoa ou apenas pelo usuário que está fazendo a configuração (Administrador ou equivalente). Será concluído o trabalho do Assistente. O ícone da nova conexão estará na janela de conexões, juntamente com as conexões de rede e as conexões com a Internet. Para fazer a discagem basta clicar no ícone da conexão. Será apresentado o quadro de conexão, do mesmo tipo usado para as ligações para provedores de acesso à Internet. Será preciso digitar o nome e a senha, os mesmos configurados no servidor.
Figura 23
A partir daí, tudo é parecido com o que ocorre nas conexões com a Internet. A pasta de conexões de rede mostrará o ícone da conexão criada, na seção Dial-Up. No nosso exemplo a conexão chama-se LVC, como vemos na figura 24.
108
Figura 24
Incompatibilidades na autenticação A autenticação é o processo que ocorre no início de uma conexão, quando é preciso identificar o usuário através de nome e senha. Alguns protocolos usam nome e senha, outros usam apenas senha. Tanto os clientes como os servidores no Windows XP estão preparados para o fornecimento de nome e senha durante a autenticação. Já o servidor do Windows 9x/ME não utiliza nome de usuário no processo de autenticação. Utiliza apenas a senha. Isto pode causar um pequeno problema quando usamos um cliente dial-up com Windows XP, ligado a um servidor com Windows 9x/ME. Note na figura 25 que o cliente com Windows XP sempre irá informar o nome e senha. Figura 25
O cliente com Windows 9x/ME também informa nome e senha, entretanto apenas a senha é levada em conta por um servidor baseado nesses sistemas. Para compatibilizar um cliente usando Windows XP com um servidor usando Windows 9x/ME, é preciso fazer um pequeno ajuste. Na pasta Conexões de rede, clique no ícone da conexão com o botão direito do mouse e escolha no menu a opção Propriedades. Selecione a guia Segurança, como vemos na figura 26.
Figura 26
Nas opções de segurança, marque Avançada e clique em Configurações, como vemos na figura 26. Será apresentado o quadro da figura 27, no qual devemos marcar a opção “Permitir versão do MSCHAP mais antiga para servidores com Windows 95”. Note que esta configuração é necessária não apenas no Windows 95, mas também no Windows 98 e Windows ME. Isto permitirá que seja usado o protocolo de
109 autenticação MS-CHAP, compatível com o servidor do Windows 9x/ME. Desta forma o processo de autenticação ocorrerá sem problemas. Figura 27
apítulo
11 Noções sobre hardware de PCs As peças que formam um PC Uma das tarefas envolvidas na montagem de redes é a instalação de placas de rede. É possível instalar essas placas sem ter conhecimentos básicos sobre hardware de PCs. Basta desconectar o computador da tomada (não basta desligar, é preciso retirar da tomada, saiba que as placas ATX permanecem parcialmente energizadas, a menos que desconectemos o computador da rede elétrica), retirar alguns parafusos, encontrar um slot livre e encaixar a placa de rede. Devemos então aparafusar a placa no gabinete, fechar o gabinete e pronto. As próximas etapas são a instalação dos drivers da placa de rede, e a seguir usar as demais configurações já ensinadas neste livro. Apesar de ser fácil “espetar uma placa em um slot”, o usuário que não tem conhecimentos superficiais sobre o interior de um PC corre o risco de insucesso na sua instalação. Por exemplo, pode ser preciso remanejar algumas placas, ou desconectar alguns cabos, sendo necessário conectar tudo novamente ao término da instalação da placa de rede. Para dar a você maior segurança nas suas incursões ao interior do computador, daremos neste capítulo noções básicas sobre seu hardware. Processador O processador é o componente responsável por executar os programas. Quanto mais rápido é o processador, mais rápida será a execução dos programas. Alguns exemplos de processadores são: Pentium 4, Pentium III, Celeron, K6-2, Athlon e Duron. Em todas as placas de CPU modernas, podemos retirar o processador original e instalar um processador novo, de maior velocidade, desde que seja compatível com a placa. Figura 1
RAM RAM é a principal memória na qual são executados os programas e processados os dados. A quantidade de memória de um PC é medida em megabytes (MB). 1 MB equivale a cerca de 1 milhão de bytes. A memória de um PC pode ser aumentada através da instalação de módulos adicionais.Figura 2 .
110 Disco rígido
Assim como a memória RAM, o disco rígido armazena programas e dados, porém existem algumas diferenças. O disco rígido tem uma capacidade milhares de vezes maior. A expansão do disco rígido consiste em adicionar um segundo disco, ou retirar o original e instalar um de maior capacidade.
Figura 3
Placa mãe Também chamada de “Placa de CPU”, é a placa de circuito mais importante de um PC. Nela ficam localizados o processador, a memória RAM e outros circuitos de grande importância. Quando um PC está muito ultrapassado, pode ser necessário trocar a placa de CPU para permitir a instalação de processadores mais novos.
Figura 4 OBS.: Algumas placas de CPU possuem interface de rede integrada (onboard).
Placa de vídeo É a placa que gera as imagens que aparecem no monitor. Existem muitas placas de CPU com circuitos de vídeo embutidos (onboard), dispensando o uso de uma placa de vídeo. O vídeo onboard é lento para uso com jogos 3D e programas
111 gráficos sofisticados. Portanto muitas vezes torna-se necessário instalar uma nova placa de vídeo, o que é um upgrade bastante comum.
Figura 5
Modem O modem serve para conectar o computador a uma linha telefônica, por exemplo para acessar a Internet. Muitos PCs usam modems de baixa qualidade ou integrados na placa de CPU. Depois de passar por problemas freqüentes nas conexões com a Internet, muitos usuários acabam optando por este tipo de upgrade, instalando um modem de boa qualidade. Figura 6
O
Drive de CD-ROM drive de CD-ROM permite usar discos CD-ROM. É bastante barato, mas não permite gravar dados. Existem entretanto modelos (chamados drives de CD-RW) que permitem gravações.
Figura 7
Placa de som É uma placa responsável por captar e gerar sons. Todos os PCs atuais utilizam sons, portanto a placa de som é obrigatória. Existem muitas placas de CPU com “som onboard”, que dispensam o uso de uma placa de som. Muitos usuários adeptos de jogos fazem um upgrade nesta placa, desativando a placa antiga (ou o som onboard) para instalar uma placa de som mais sofisticada, com recursos que dão maior realismo aos jogos.
112 Figura 8
Placa de rede Esta placa permite que PCs próximos possam trocar dados entre si, através de um cabo apropriado. Ao serem conectados desta forma, dizemos que os PCs formam uma rede local. Isto permite enviar mensagens entre os PCs, compartilhar dados e impressoras. As melhores placas de rede são as da 3COM, Intel e D-Link.
Figura 9
Gabinete É a caixa externa do computador. No gabinete são montados todos os dispositivos internos, como placa de CPU, placa de vídeo, placa de som, drive de disquetes, drive de CD-ROM, disco rígido, etc. Os gabinetes possuem ainda no seu interior a fonte de alimentação. É uma caixa metálica com circuitos que recebem a tensão da rede elétrica (110 ou 220 volts) e geram as tensões em corrente contínua necessárias ao funcionamento do computador.gura 10
Processadores O processador é o componente eletrônico mais importante de um PC. São poucos os fabricantes, e também poucos os modelos disponíveis no mercado. Cada modelo é produzido com diversas opções de velocidade. Velocidade do processador A velocidade de um processador é medida em MHz (megahertz) ou em GHz (Gigahertz). Essas duas grandezas têm o seguinte significado: 1 MHz = 1 milhão de ciclos por segundo 1 GHz = 1000 MHz = 1 bilhão de ciclos por segundo O ciclo é a unidade mínima de tempo usada nas operações internas do processador. É correto dizer que quanto maior é o número de MHz, maior será o número de operações realizadas por segundo, ou seja, mais veloz será o processador. Os processadores modernos apresentam clocks na faixa dos gigahertz (GHz), e em breve cairá em desuso a indicação em MHz. Por exemplo, apesar de serem valores iguais, é mais comum usar 2,2 GHz que 2200 MHz. Periodicamente surgem no mercado processadores que não têm sua velocidade medida em MHz, e sim por um índice comparativo. Por exemplo, um Athlon XP 1900+ não opera com 1,9 GHz, e sim com 1,6 GHz. Entretanto seu desempenho rivaliza com o de um Pentium 4 de 1,9 GHz, daí o uso desta designação. Clock externo Os processadores operam com dois clocks diferentes: clock interno e clock externo. O clock interno está relacionado com o número de operações que o processador realiza por segundo. O clock externo está relacionado com o número de acessos externos (à memória, por exemplo) feitos a cada segundo. Nos últimos anos foram fabricados processadores com clocks externos de 66, 100, 133, 200, 266 e 400 MHz. Outros valores mais elevados estão sendo usados pelos processadores recém lançados. Soquetes e slots Cada processador exige um tipo de placa de CPU. Esta diferença é devida ao soquete utilizado pelo processador. Existem placas de CPU equipadas com Socket A, outras com Socket 370, outras com Slot 1, e assim por diante. Os soquetes dos
113 processadores modernos são do tipo ZIF (figura 11). Este tipo de soquete possui uma alavanca lateral que, ao ser levantada, permite a colocação ou a retirada do processador sem força sobre os seus pinos. Figura 11 Um soquete para processador.
A figura 12 mostra processadores próprios para encaixe em soquetes ZIF. Seu encapsulamento é chamado PGA (Pin Grid Array). Seus contatos parecem uma espécie de “cama de pregos”.
Figura 12
A figura 13 mostra um slot para processadores que usam o formato de cartucho. Finalmente vemos na figura 14 um processador com encapsulamento em forma de cartucho.
igura 13
Figura 14
Placas de CPU Para que um PC seja rápido e confiável, é preciso que use uma placa de CPU de alto desempenho e alta qualidade. Se você vai comprar um PC novo ou trocar a sua placa de CPU, tome muito cuidado. Escolha uma placa produzida por um fabricante de boa reputação. Não use placas de segunda linha. Slots para expansão Os slots são conectores que servem para encaixar outras placas (placas de expansão) sobre a placa de CPU. Os três principais tipos de slot são: PCI, AGP e ISA.Normalmente as placas de CPU possuem três ou quatro slots PCI. O slot AGP é usado para a instalação de uma placa de vídeo 3D padrão
114 AGP, de alto desempenho. Os slots ISA são obsoletos, mas por questões de compatibilidade foram mantidos nas placas de CPU, até pouco tempo. Figura 15
Padrões AT e ATX Até a metade dos anos 90, todas as placas de CPU eram do “padrão AT”. A partir de então entraram no mercado as placas “padrão ATX”, mais comuns hoje em dia. Placas de CPU no padrão AT são hoje obsoletas. Ao substituir uma placa de CPU AT, devemos adquirir uma nova placa de CPU no padrão ATX, e também um gabinete e fonte de alimentação ATX. F gura 16
A figura 17 mostra os conectores existentes na parte traseira de uma placa de CPU ATX. Encontramos conectores para teclado e mouse, conectores USB e os conectores das portas seriais e paralelas. No caso de placas com som e vídeo integrados, encontramos neste bloco, os conectores correspondentes.
Figura 17
Quando a placa de CPU também tem uma interface de rede integrada (onboard), este bloco possui ainda o conector RJ-45 apropriado, normalmente localizado sobre os conectores USB. Conector da fonte de alimentação Este conector pode ser encontrado em duas versões: AT e ATX (figura 18). As fontes de alimentação AT e ATX possuem conectores correspondentes aos encontrados nessas placas de CPU. Figura 18
Conectores para o painel do gabinete Os gabinetes possuem um painel frontal com diversas chaves e LEDs. Podemos citar, por exemplo, o botão RESET, o LED que indica o acesso ao disco rígido e o LED que indica que o computador está ligado (Power LED). Na parte traseira deste painel, no interior do gabinete, estão ligados diversos fios, nas extremidades dos quais existem conectores que devem ser ligados na placa de CPU, em locais apropriados (figura 19). Figura 19
Soquetes para as memórias Aqui existirão pequenas diferenças, dependendo das memórias utilizadas. Em PCs antigos eram usadas memórias SIMM de 72 vias. Entre 1997 e 2001 eram mais comuns as memórias SDRAM com encapsulamento DIMM/168. A partir de 2002 a SDRAM ainda era muito usada, mas
115 tornaram-se comuns as memórias DDR (encapsulamento DIMM/184) e em menor escala, a RDRAM. Figura 20
Bateria As placas de CPU possuem uma bateria, em geral de lítio, em forma de moeda, que serve para manter em funcionamento o relógio permanente, e também os dados de configuração de hardware (chip CMOS). As baterias de lítio duram de dois anos a cinco anos, e depois disso precisam ser substituídas. Um sintoma de bateria fraca é quando o relógio do computador atrasa muito. Estando ainda mais fraca, ocorre perda de setup.igura 21 BIOS O BIOS é um programa que fica armazenado em uma memória ROM, na placa de CPU. O BIOS entra em ação assim que o computador é ligado, contando a memória, checando e inicializando vários dispositivos de hardware, e finalmente dando início ao processo de boot. É possível fazer o upgrade do BIOS, que consiste em gravar uma nova versão deste programa nesta memória. As versões novas de BIOS são fornecidas pela Internet, no site do fabricante da placa de CPU. A atualização de BIOS deve ser feita apenas sob recomendação do fabricante.Figura 22 OBS.: As placas de rede possuem um soquete para a instalação de uma ROM opcional (BIOS da placa de rede). Sua função é realizar o boot remoto, ou seja, buscar o sistema operacional através da rede, a partir de um servidor.
Conectores das interfaces A figura 23 mostra dois conectores das interfaces IDE. Em cada uma dessas interfaces podemos conectar dois dispositivos IDE. Os dispositivos IDE mais comuns são o disco rígido e o drive de CD-ROM. Podemos portanto instalar em um PC típico, até 4 dispositivos IDE, como discos rígidos, drives de CD-ROM, gravadores de CDs, etc.
Figura 23
Existem conectores similares aos da figura 23, porém menores, para a ligação do drive de disquetes. Nas placas de CPU padrão AT existem ainda conectores que dão acesso às interfaces seriais e paralelas.
Figura 24
Jumpers e DIP switches Os jumpers são pequenas peças plásticas, internamente metalizadas, que servem para serem encaixadas em pinos metálicos existentes na placa de CPU (ou em qualquer outro tipo de placa), fazendo assim,
116 um contato elétrico entre esses dois pinos. As microchaves (dip switches) têm função semelhante. Servem para informar às placas, diversas de suas opções de funcionamento. Placas de CPU e dispositivos IDE (disco rígido, drive de CD-ROM, etc.) possuem jumpers de configuração. Figura 25
As placas de rede modernas normalmente não possuem jumpers. Já as placas mais antigas, sobretudo as que não eram Plug and Play, possuem vários jumpers para indicação dos recursos de hardware, como IRQ, endereços de E/S, etc. Coolers O cooler é uma peça metálica ligada a um ventilador, que deve ser acoplado ao processador para dissipar o seu calor. Cada processador deve utilizar um cooler apropriado. Processadores mais quentes necessitam de coolers maiores, ou seja, com maior capacidade de dissipação de calor.
Figura 26
Conexões e configurações de hardware Para quem vai abrir um PC para fazer instalações, é importante conhecer suas principais conexões, bem como configurações de hardware. Ligação da fonte na placa de CPU ATX Na figura 27 vemos a conexão da fonte de alimentação ATX, em uma placa de CPU ATX. Devido à diferença entre os formatos dos pinos é impossível fazer esta conexão de forma invertida.
Figura 27
Ligação da fonte nos drives e no disco rígido Na figura 28 vemos a conexão da fonte no disco rígido. Normalmente as fontes possuem três ou mais desses conectores. Todos eles são idênticos, e você pode ligar qualquer um deles em qualquer dispositivo que possua este tipo de conector. Preste muita atenção neste encaixe. O conector da fonte só entra na posição correta, mas se um usuário distraído tentar fazer a conexão invertida, forçando o conector, acabará conseguindo, o que causará a queima do disco rígido e possivelmente da placa de CPU. Figura 28
Na figura 29 vemos o detalhe da ligação da fonte de alimentação em um drive de
117 disquetes. Preste muita atenção nesta conexão, pois se você tentar encaixá-lo “de cabeça para baixo”, ou então deslocado para o lado, a conexão será feita, e quando você ligar o computador, o drive queimará. Também podem queimar a placa de CPU e outros dispositivos do computador. Figura 29 Lembre-se portanto que: Conexões da fonte de alimentação feitas de forma errada resultam na queima de vários componentes de hardware do PC! Conexão de cabos flat Os cabos flat são usados para ligar disco rígido, o drive de CD-ROM o drive de disquetes e outros dispositivos às respectivas interfaces. Existe uma regra simples para fazer qualquer conexão de cabos flat: O fio vermelho do cabo flat deve ser encaixado no pino 1 do conector A figura 30 mostra a conexão de um cabo flat em um drive de disquetes. O fio vermelho deve ser alinhado com os pinos 1 e 2, que é o lado oposto ao dos pinos 33 e 34. Esses números são indicados junto ao conector no drive. Figura 30
As conexões do disco rígido e do drive de CD-ROM são similares. O fio vermelho deve corresponder ao pino 1 do conector, que normalmente é aquele localizado próximo ao conector da fonte. Instalação de módulos de memória Devemos posicionar o módulo sobre o soquete e forçá-lo para baixo com cuidado (figura 31). Duas pequenas alças plásticas existentes no soquete travarão o módulo. Para retirá-lo basta forçar as alças laterais e o módulo levantará. Segure o módulo pelas bordas para não danificá-lo com a eletricidade estática das suas mãos.
Figura 31
Encaixando o processador no soquete ZIF Devemos evitar tocar nas “perninhas” do processador, caso contrário poderemos danificá-lo com eletricidade estática. Inicialmente levantamos a alavanca. Colocamos o processador no seu soquete, observando a sua orientação correta. Podemos agora abaixar a alavanca e travá-la (figura 28). Figura 32
Encaixando processadores em forma de cartucho O processo é o mesmo para todos os processadores de cartucho (figura 33), como as
118 versões antigas do Athlon, Celeron e Pentium III e Pentium II. Encaixamos o processador no seu mecanismo de retenção e aplicamos força para baixo, para que o encaixe seja feito no slot. Figura 33
Cuidado com a eletricidade estática! Se não tomarmos cuidado, poderemos danificar placas e chips com o simples toque de nossas mãos, devido à nossa eletricidade estática. Antes de manusear as peças, toque as duas mãos em uma janela metálica, não pintada. Se não for possível, toque a fonte de alimentação do computador. Se a fonte for pintada, toque em outra parte do interior do gabinete que seja de metal, e não pintada. Repita esta descarga a cada 15 minutos. Segure as peças sem tocar nos circuitos. As figuras 34 e 35 mostram exemplos de formas certas e erradas de segurar placas e drives. Figura 34 igura 35
Conexão das partes de um PC Conhecendo essas conexões você poderá desmontar parcialmente o PC para poder fazer pequenas instalações. Por exemplo, para instalar memórias pode ser preciso desconectar alguns cabos, e mesmo retirar algumas placas de expansão. Conexões das partes de um sistema padrão AT Podemos ver as conexões de um sistema AT na figura 36. Estamos representando um PC completo, com exceção do gabinete. No centro de tudo está à placa de CPU. Nela estão ligados diversos dispositivos: Teclado, drive de disquetes, disco rígido, drive de CD-ROM, painel do gabinete, fonte de alimentação, placa de vídeo.Figura 36 Conexão das partes em um sistema padrão ATX As conexões de um sistema ATX (figura 37) são muito parecidas com as de um sistema AT, exceto pelo formato da placa de CPU e pelas conexões existentes na sua parte traseira. ra 37
O modelo OSI Os ensinamentos deste capítulo não são estritamente necessários para quem quer apenas instalar e operar uma pequena rede. Nem são necessários para quem vai utilizar os recursos de uma rede, mesmo que seja de grande porte. São entretanto fundamentas para quem deseja se tornar um especialista em redes. Daremos algumas noções sobre os sinais elétricos usados em comunicação de dados, e do modelo OSI, usado total ou parcialmente pela maioria das redes modernas.
Sinais elétricos Um sinal elétrico é uma tensão que varia ao longo do tempo. Os sinais elétricos úteis são aqueles que transmitem algum tipo de informação. Este é o caso dos sinais elétricos que trafegam em uma rede de computadores, mas existem vários outros tipos. Podemos classificar os sinais elétricos em duas categorias: analógicos e digitais. Sinais analógicos
119 Os sinais analógicos podem assumir uma infinidade de valores ao longo do tempo, e cada um desses valores tem significado. Por exemplo, nos sinais elétricos que representam os sons captados por um microfone, uma tensão mais elevada corresponde a um som mais alto. Uma variação mais rápida representa um som agudo, enquanto uma variação mais lenta representa um som grave. Os sinais elétricos analógicos mais comuns são aqueles que representam o som. São captados por microfones, são amplificados e enviados para alto-falantes. Também são analógicos os sinais de vídeo que são gravados em uma fita de VCR, ou que são captados por uma antena de TV. Existem inúmeros outros tipos.Figura 1 Um sinal elétrico pode sempre ser representado por um gráfico do valor da sua tensão em função do tempo, como vemos na figura 1. Sinais digitais Praticamente todos os sinais elétricos usados em computação são digitais. A maioria dos sinais analógicos utilizados em computação são digitalizados para que possam ser processados e armazenados. Um sinal digital também é representado por uma tensão que pode assumir uma infinidade de valores. Cuidado: muitos textos ensinam que um sinal digital pode assumir apenas dois valores, 0 e 1. Na verdade o sinal elétrico não é matematicamente perfeito a ponto de representar apenas dois valores. Esta infinidade de valores é entretanto interpretada como uma seqüência numérica. Considere por exemplo a transmissão da seqüência de bits 1011010111 por uma interface serial. São usadas tensões de +12 volts e –12 para representar os bits 1 e 0, entretanto essas voltagens não assumem valores exatos, e nem variam instantaneamente. Os sinais digitais portanto não são matematicamente perfeitos. Demoram um certo tempo para executar as transições entre os valores que representam, e ao atingirem esses valores, oscilam levemente até estabilizarem. Os valores também não são exatos: ao invés de +12 volts podemos ter +11,5 volts, +12,37 volts ou qualquer outro valor próximo. Além disso a tensão é superposta a pequenos ruídos e interferências elétricas, que desde que não tenham valor muito acentuado, não prejudicam a qualidade do sinal digital. Figura 2
O importante é que apesar de exibirem tensões não muito precisas, podem ser destacadas faixas de tensão bem distintas, que representam valores numéricos. Ao interpretarmos os sinais digitais, devemos esquecer as tensões e trabalhar apenas com os números que representam. Por isso muitos textos ensinam que os sinais digitais assumem apenas dois valores. Corrigindo, esses sinais representam apenas dois valores numéricos, tipicamente 0 e 1, apesar de assumirem uma infinidade de valores de voltagem. Transmissão paralela e serial Muitos equipamentos usados em computação transmitem e/ou recebem vários bits de dados simultaneamente. Uma impressora paralela, por exemplo, recebe 8 bits de cada vez. Um disco rígido transmite e recebe 16 bits de cada vez. A transmissão paralela é portanto aquela na qual vários bits caminham juntos, usando fios independentes. Tem a vantagem de ser potencialmente mais rápida, já que são transmitidos bits de forma simultânea. Existe entretanto um problema: é difícil e caro transmitir bits simultâneos por distâncias muito longas. O cabo do disco rígido, por exemplo, tem apenas 40 centímetros. Não seria possível utilizar este método para um periférico situado a vários metros de distância. O outro problema sério é que a transmissão paralela exige cabos mais complexos, com vários condutores. Além disso, é mais sensível a interferências eletromagnéticas. Figura 3
Em contraste com a transmissão paralela, temos a transmissão serial. Consiste em enviar os bits, um de cada vez. No passado, as técnicas de transmissão serial resultavam em baixas
120 velocidades, já que é transmitido apenas um bit de cada vez. Em compensação é possível atingir facilmente distâncias maiores. Os cabos podem ser mais simples e baratos, assim como os seus conectores. Fica mais fácil fazer uma blindagem eletromagnética ou usar fios trançados, o que reduz drasticamente as interferências captadas. A transmissão serial tem sido tradicionalmente usada pelas interfaces seriais, pelo teclado e pelo mouse.igura 4 Hoje em dia existem métodos de transmissão serial extremamente rápidos. Não existem problemas de sincronização e interferência entre bits como ocorre na transmissão paralela. Todo o esforço dos projetistas pode ser concentrado em produzir pulsos digitais de duração cada vez menor, o que resulta em elevadas taxas de transmissão. É fácil e barato transmitir algumas centenas de milhões de bits por segundo utilizando cabos trançados simples, muito parecidos com os utilizados por telefones. Utilizando cabos de fibra ótica chegamos à faixa de alguns bilhões de bits por segundo. A transmissão serial é hoje tão eficiente que já substitui com vantagens as transmissões paralelas, mesmo para distâncias curtas. Citamos como exemplos, os barramentos USB e Firewire, ambos seriais e de alta velocidade. Sinais diferenciais As interfaces de rede padrão Ethernet, usadas na maioria das redes modernas, utilizam sinais diferenciais. Este é um método de transmissão praticamente imune a ruídos e interferências eletromagnéticas. Ao invés de transmitir um único sinal elétrico, são transmitidos dois sinais, sendo que um é igual ao outro, mas com o sinal algébrico invertido. Podemos entender o seu funcionamento com o diagrama da figura 5. Figura 5
Nas transmissões normais, o sinal elétrico (analógico ou digital) é transmitido em um fio, e um segundo fio é usado para a conexão do terra (GND). Na saída do transmissor, a tensão é representada por V. Ao longo do fio é captado um sinal de erro (e), igual à soma das interferências elétricas sofridas no caminho. O sinal V+e chega ao receptor, ou seja, a tensão original, contaminada por um sinal de erro. Um transmissor diferencial envia seu sinal elétrico duas vezes, por dois fios diferentes. Os sinais são +V e –V. Cabe ao receptor diferencial, calcular a diferença dos sinais recebidos e dividir o resultado por 2. Teríamos então [+V – (-V)]/2 = V. A vantagem deste processo é a eliminação do erro captado. Se ao longo do caminho ocorre interferência, ambos os fios captarão o mesmo sinal de erro e. As tensões que chegam ao receptor são portanto +V+e e –V+e. O receptor calcula a diferença e divide por 2, e o resultado é: [(+V+e) – (-V+e)]/2 = V. O sinal de erro é algebricamente cancelado pelo receptor. Desta forma o método diferencial permite atingir distâncias maiores. O par de fios usado na transmissão diferencial é normalmente trançado. A vantagem deste trancamento é que, pelo fato de um fio ter uma corrente sempre igual à do outro mas com sentido contrário, o campo eletromagnético emitido por um fio é cancelado pelo campo eletromagnético emitido pelo outro fio. Desta forma é gerada baixíssima interferência de um par para os pares adjacentes. Interfaces USB e Firewire utilizam transmissão diferencial digital. Os monitores VGA/SVGA usam transmissão diferencial analógica, ou seja, cada componente de cor é enviada através de um par diferencial. Temos então no cabo do monitor, três pares trançados: Vermelho+/Vermelho-, Verde+/Verde-, Azul+/Azul-. Cabos coaxiais usados em rede não usam o método diferencial. Entretanto o sinal é envolvido por uma blindagem que é o fio de terra. Esta blindagem evita que interferências sejam captadas. Já os cabos UTP usados na maioria das redes modernas possuem quatro pares trançados, sendo que dois deles são usados. Um par faz a transmissão de dados (TD+ / TD-), e o outro faz a recepção (RD+ / RD-). Banda base e modulação A banda base é a faixa de valores de freqüência que um sinal elétrico contém. Os sinais sonoros, por exemplo, possuem freqüências entre 0 e 20 kHz. Quando um sinal é transmitido eletricamente exatamente como é na sua forma original, dizemos que se trata de uma transmissão em banda base. É o caso por exemplo da transmissão dos sinais de voz captados por um microfone. O fio do microfone, assim como os circuitos do amplificador, os fios da caixa de som e o próprio alto falante, são capazes de operar exatamente com as mesmas freqüências do sinal de voz: 0 a 20 kHz. Nem sempre o meio utilizado na transmissão de um sinal é capaz de transportar as freqüências contidas em um sinal. Não podemos por exemplo
121 ligar um sinal de voz amplificado em uma antena e irradiá-lo por ondas eletromagnéticas. As freqüências que formam um sinal de voz são muito baixas para uma irradiação eficiente através de antenas. Além disso seria necessário usar uma antena gigantesca. Como é possível então, transmitir e sintonizar estações e rádio? Esta transmissão é possível graças a uma técnica chamada modulação. Em uma transmissão por AM, por exemplo, a freqüência do sinal sonoro é somada com a freqüência de um sinal de alta freqüência chamado de portadora. Se a portadora tiver por exemplo, 860 kHz, as freqüências de voz com 1KHz serão convertidas em 861 kHz, às freqüências de 2 kHz serão convertidas em 862 kHz, e assim por diante. Na verdade o processo é bem mais complicado que isso, mas o fato é que uma onda eletromagnética com cerca de 860 kHz pode ser transmitida com relativa facilidade atingindo quilômetros de distância. Em redes de computadores e transmissão de dados em geral, alguns sinais são transmitidos em banda base, outros são transmitidos com modulação. Considere por exemplo uma rede Ethernet operando com 100 Mbits/s. A maior parte das freqüências deste sinal digital ocupa a faixa de 0 a 200 MHz – existem componentes de freqüência com valores superiores, mas com intensidade menor. Essas freqüências são transmitidas facilmente através de um par trançado, desde que respeitado o limite de distância (100 metros, para redes Fast Ethernet). Considere agora uma rede sem fio, operando a 11 Mbits/s. A maior parte das suas freqüências ficam na faixa de 0 a 22 MHz. Ocorre que se fossem transmitidas diretamente, essas freqüências iriam interferir com estações de rádio AM, telefones sem fio, estações de rádio amador e diversos outros meios de comunicação. Também sofreriam interferências dessas transmissões de rádio. Para evitar esses problemas, as comunicações são feitas utilizando faixas de freqüência privativas para cada categoria. Uma rede sem fio operando no padrão 802.11b, por exemplo, usa uma faixa em torno de 2,4 GHz. O sinal digital é portanto modulado com uma freqüência nesta faixa (portadora) e transmitido sem causar nem sofrer interferências de outros meios de comunicação. Figura 6
A figura 6 mostra três canais independentes usados em uma rede sem fio IEEE 802.11b. É usada a faixa entre 2400 MHz e 2483 MHz. Esta faixa pode utilizar três canais simultâneos, usando portadoras de 2412 MHz, 2437 MHz e 2462 MHz. Largura de banda digital Em se tratando de transmissão de dados digitais, a largura de banda tem um significado bem diferente. A largura de banda de um sinal analógico é a máxima freqüência contida neste sinal. Sinais de voz podem ser transmitidos com razoável qualidade com uma largura de banda de 5 KHz. A qualidade é excelente se for usada uma banda de 10 KHz. Com 20 kHz é possível transmitir som de alta fidelidade. Quando falamos de sinais digitais, a sua banda não é a faixa de freqüências que representa, e sim, o número de bits transportados a cada segundo. Em uma rede Fast Ethernet, por exemplo, a largura de banda (bandwidth) é 100 Mbits/s. Em transmissões paralelas é comum medir a largura de banda em MB/s (megabytes por segundo) ou kB/s (kilobytes por segundo), enquanto nas transmissões seriais é comum medir a banda digital em Mbits/s (megabits/s) ou kbits/s (kilobits por segundo). A tabela abaixo mostra a largura de banda digital de alguns dispositivos.Dispositivo Banda digital Todas essas larguras de banda são teóricas. Na prática não podem ser sustentadas por muito tempo, já que em geral não e possível operar 100% do tempo na taxa máxima. Por exemplo, em uma rede Fast Ethernet, são usados bits adicionais para endereçamento e correção de erro, resultando em taxas médias menores.
Transmissão de dados Vimos que existem circuitos eletrônicos capazes de enviar sinais elétricos que representam bits. Seqüências de oito bits formam bytes, e seqüências de bytes formam blocos de dados. O objetivo é transferir dados entre máquinas diferentes. Várias técnicas devem ser utilizadas para permitir uma comunicação confiável. Protocolos Quando duas máquinas trocam dados entre si, ambas precisam utilizar a mesma linguagem, ou seja, o mesmo protocolo. Por exemplo, na comunicação entre um computador e uma impressora, cada byte transmitido é acompanhado de um sinal chamado STROBE. A impressora, por sua vez, ao receber este STROBE, lê o dado e o guarda na sua memória para
122 posterior impressão. Envia então ao computador um sinal de reconhecimento chamado ACK. Esta linguagem simples baseada em STROBE-DADO-ACK é um protocolo de comunicação entre o computador e a impressora. Como cada byte é acompanhado de sinais de STROBE e ACK, dizemos que este é um protocolo orientado a caracter. Cada caracter transmitido será impresso, e se a transmissão for interrompida, será impresso até o último caracter enviado. Nas redes e outros meios que operam com velocidades mais elevadas, os protocolos são orientados por blocos, e não por caracteres. Este tipo de transmissão é mais eficiente que a de bytes (ou caracteres) individuais. Quando o transmissor precisa enviar um bloco, são necessários os seguintes dados: Cabeçalho – conjunto de bytes que indica o início de um bloco – É o conjunto de dados que são transmitidos Finalização – bytes adicionais que delimitam o fim do bloco Os mais variados protocolos utilizam diferentes métodos para a formação do cabeçalho e da finalização. O cabeçalho pode incluir, no caso de rede, uma identificação do transmissor e do receptor. Em alguns protocolos pode incluir também o número de bytes do bloco. A finalização pode ter um caracter delimitador e um código para detecção de erros. O receptor por sua vez, ao receber o bloco de dados, envia ao transmissor uma resposta de reconhecimento. O transmissor saberá então que aquele bloco foi recebido com sucesso, e poderá enviar o próximo bloco. Podemos representar uma transmissão de dados através de um diagrama como o da figura 7. Nele estão indicados o cabeçalho, os dados e a finalização. Figura 7
Endereçamento Nos protocolos mais simples, o cabeçalho e a finalização podem ser formados por um único byte. Por exemplo, na comunicação entre um computador e um periférico, não é necessário identificar o transmissor e o receptor, já que são únicos. Já nos barramentos nos quais são conectados múltiplos dispositivos (USB, SCSI, Firewire), é preciso que no cabeçalho exista uma identificação do receptor, ou melhor do “alvo”. Não é preciso identificar o mestre ou host, que será no caso, o computador ou a interface utilizada. Já o alvo (que pode ser origem ou destino da informação) precisará ser identificado, já que podem existir vários. Nas redes de computadores, várias máquinas podem ser origem e várias podem ser destino dos dados. Portanto nos protocolos de rede é preciso que o cabeçalho contenha identificações para o transmissor e para o receptor. As placas de rede, por exemplo, possuem um endereço embutido que as diferenciam de todas as demais placas de rede do planeta. Este endereço possui indicações do fabricante, modelo e número de série. Desta forma é virtualmente impossível que duas placas de rede tenham o mesmo endereço. Controle de erro A maioria dos meios físicos usados em comunicação de dados estão sujeitos a erros por diversas causas. É verdade que o uso do par diferencial reduz bastante à interferência, principal causadora de erros. Outros fatores entretanto podem ser causadores de erros, que precisam portanto ser detectados para que possam ser corrigidos. A maioria dos protocolos de comunicação utiliza um mecanismo de detecção de erros. Esses mecanismos consistem em adicionar no final de um bloco de dados, bytes adicionais para checagem, análogos aos dígitos verificadores que usamos em documentos e em números de contas bancárias. O mecanismo de checagem mais simples é o checksum. Consiste em somar os valores de todos os bytes transmitidos, e enviar esta soma no final do bloco de dados. O receptor faz então a mesma soma e verifica se a sua soma é igual à soma feita pelo transmissor. Se for igual, enviará uma resposta de confirmação ao transmissor. Se for diferente, enviará uma resposta negativa, indicando erro. O transmissor deverá então repetir a transmissão e aguardar pelo reconhecimento do receptor. Existem métodos de detecção de erros mais eficientes, mas o princípio é o mesmo. O CRC (Cyclic Redundance Check) é um valor numérico que também é calculado em função dos dados transmitidos, porém seu cálculo é mais complexo. São usadas fórmulas baseadas em conceitos avançados da matemática, possibilitando detectar erros com maior eficiência, ao invés de usar a simples soma dos bytes transmitidos. Colisão A colisão pode ser considerada como uma “trombada” de sinais elétricos em uma rede. Ocorre quando duas ou mais máquinas enviam dados simultaneamente em um meio que só permite uma transmissão de cada vez. Nas rede Ethernet, o mesmo cabo é compartilhado entre diversas máquinas. Todas podem enviar seus dados, mas não de forma simultânea. Mesmo quando aparentemente duas ou mais máquinas estão transmitindo, na verdade uma só transmite enquanto as outras esperam. Ao final de cada bloco transmitido por uma máquina, as demais têm chance de transmitir. Tudo é feito de tal forma que todas podem transmitir seus pacotes aos poucos, porém em intervalos de tempo intercalados. Quando uma estação da rede precisa transmitir um bloco, verifica antes se a rede está em repouso. Se existir uma transmissão em curso, a estação espera até que o bloco termine e que a rede fique novamente livre. Uma vez com a rede livre, a estação transmite seus dados, mas ao mesmo tempo faz a sua leitura. Se os dados lidos forem diferentes dos dados transmitidos, fica caracterizado que ocorreu uma colisão, ou seja, duas ou mais estações tentaram transmitir ao mesmo tempo. As estações envolvidas devem retransmitir automaticamente seus dados, entretanto esta nova tentativa de transmissão poderá resultar em nova colisão. Para evitar este problema, as estações que detectam colisão aguardam um intervalo de tempo aleatório (porém pequeno) antes de tentarem novamente a transmissão. Sendo aleatório o intervalo de tempo, uma estação fatalmente irá esperar menos que a outra, e iniciará a sua transmissão. A outra, ou as outras estações envolvidas na colisão mas que esperaram intervalos de tempo aleatórios menores detectarão que o barramento está agora ocupado, e irão esperar pela sua vez. Este método é chamado CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access with Collison Detection).
Topologias de rede
123 A topologia de uma rede é a forma pela qual as suas diversas estações estão conectadas. Existem alguns padrões clássicos que mostraremos a seguir: barramento, estrela, anel e árvore. Barra Todas as máquinas da rede são ligadas ao longo de um barramento, formando uma linha. Este é o caso das redes Ethernet com cabo coaxial. A figura 8 mostra alguns computadores ligados em rede através de um cabo coaxial. Mostra também a representação da rede através de um grafo. O grafo é um conjunto de nós interligados por ramos. No caso das redes, os nós são os computadores, hubs, switches e outros equipamentos. Os ramos são as seções de cabos que os interligam. Figura 8
Estrela As estações da rede são ligadas a um nó central. Este nó pode ser um hub ou switch, no qual são ligadas as estações. Uma rede Ethernet com cabos UTP recai nesta categoria, desde que exista apenas um dispositivo concentrador. Quando existem mais de um hub ou switch, a topologia é a de árvore, como mostraremos adiante. A figura 9 mostra uma rede em estrela bastante típica. É formada por um hub ou switch, no qual estão ligados oito computadores. O grafo que representa esta rede tem uma topologia de estrela. O hub ou switch é o nó central, no qual estão ligados os demais nós que representam os computadores. Figura 9
Anel Nas redes em anel as estações foram uma cadeia fechada. Citamos como exemplo as redes Token Ring, criadas pela IBM.
Neste tipo de rede, cada computador é ligado ao anterior e ao posterior, e o último é ligado ao primeiro, formando um ciclo fechado, como vemos na figura 10. O grafo que representa esta rede também é mostrado na figura. Figura 10
Árvore É equivalente a várias redes em estrela ligadas entre si. É o caso de conexões de múltiplos hubs ou switches. O primeiro nó da rede da figura 11 é o switch. Nele estão ligados quatro hubs, e em cada um deles são ligados por sua vez, quatro computadores. Figura 11
LAN e WAN Existem redes de vários portes. As mais simples podem ter
124 apenas dois PCs, como é o caso das redes domésticas. Redes em pequenas empresas podem ter alguns poucos computadores. Em médias empresas podem existir dezenas. Em empresas maiores podemos ter centenas ou milhares de computadores. Em um caso extremo, temos a Internet, formada por milhões de computadores. Chamamos de rede local (Local Area Network, ou LAN), aquela que fica localizada em um espaço geográfico bem restrito, como um prédio. É possível interligar seus computadores, por exemplo, usando cabos Ethernet, hubs e switches. Uma rede que ultrapassa os limites geográficos de um prédio é chamada de Wide Area Network (WAN). Não podem ser usados padrões como o Ethernet para formar este tipo de rede. São usados outros protocolos, meios de comunicação e equipamentos específicos para este tipo de rede. A Internet é uma rede do tipo WAN.
Divisão em camadas Um dos mais importantes aspectos na comunicação de dados é a independência entre os módulos envolvidos. Entre os vários assuntos estudados neste livro, você observou vários casos em que os componentes são independentes. Por exemplo: a) O compartilhamento de arquivos e impressoras é independente do protocolo de comunicação utilizado. b) Protocolos como o TCP/IP, IPX/SPX e NetBEUI funcionam tanto em redes Ethernet de 10 ou de 100 Mbits/s. Também funcionam com a conexão direta via cabo, serial ou paralelo, e também em conexões via modem, e ainda em redes sem fio. c) Programas diferentes (ex: Internet Explorer e Outlook Express) podem utilizar a mesma conexão com a Internet, com o mesmo protocolo. d) A navegação na Internet funciona de forma independente do modem utilizado. Pode ser usado um modem a cabo, ou uma conexão por linha telefônica, ou por ISDN ou qualquer outro tipo. e) Os mesmos protocolos de comunicação usados em uma rede ponto-a-ponto podem ser usados em redes cliente-servidor. f) Os protocolos citados funcionam com placas de rede de qualquer marca e modelo. g) A visualização de um arquivo HTML ocorre da mesma forma, quer tenha sido lido da Internet, quer tenha sido lido de um disco rígido (navegação off-line). Esses exemplos servem para mostrar que os componentes de hardware e software usados em comunicação de dados (o que engloba as redes) operam de forma independente e modular. Todos os sistemas de comunicação são desenvolvidos de forma que possam ser divididos em partes independentes como esta, o que traz inúmeras vantagens. Quando as redes Ethernet de 10 Mbits/s deram lugar às redes de 100 Mbits/s, ou quando o cabo coaxial deu lugar ao par trançado, não foi preciso alterar os protocolos como o TCP/IP, IPX/SPX e outros que operam em nível similar. Nem foi preciso alterar comandos do sistema operacional para lidar com compartilhamentos. A independência entre os componentes de rede torna a sua evolução mais rápida. Dizemos que os módulos de nível inferior (ou físico) são aqueles mais próximos do hardware e do meio de comunicação. Os módulos de nível superior são aqueles mais próximos do usuário, como navegadores e programas de correio eletrônico. Um trabalho escolar Vamos ilustrar este conceito de independência entre módulos utilizando um exemplo bem simples. Este exemplo poderia ser considerado como um “trabalho escolar” em um curso de ciência da computação. O objetivo é construir uma interface capaz de transmitir e receber bytes, criar um software para transmitir e receber blocos de dados e criar um software para transmitir e receber arquivos. O trabalho poderia ser dividido em três grupos: 1) Parte física e transmissão/recepção de bytes Seria construído algum tipo de interface capaz de transmitir e receber bits, que agrupados corretamente formariam bytes. Poderia ainda ser usada uma das interfaces já disponíveis no computador, como a serial ou a paralela. Esta interface deve operar em conjunto com um “driver” que fornece aos protocolos de nível superior, dois comandos: TXBYTE e RXBYTE, que fariam respectivamente a transmissão e a recepção de bytes. 2) Protocolo de comunicação para transmissão e recepção de blocos Este módulo de software deve ser capaz de tomar um conjunto de bytes e transmitido pela interface do nosso trabalho. Chamemos esta função de TXBLOCK. Deve ser também capaz de receber um bloco de dados que chegam pela interface, o que seria uma função que vamos chamar de RXBLOCK. Por simplicidade, essas funções podem operar sem controle de erro, o que é válido se a distância entre as máquinas que se comunicam for pequena. Vamos chamar este protocolo imaginário de PTE (protocolo do trabalho escolar). 3) Aplicativo para transferência de arquivos Utilizando as funções TXBLOCK e RXBLOCK, deve ser criado um aplicativo capaz de transmitir e receber arquivos. Note que graças à independência entre esses três módulos, as três equipes podem trabalhar de forma independente. Uma equipe precisa saber apenas quais são as funções que devem oferecer para os níveis superiores, ou utilizar dos níveis inferiores. Por exemplo, a equipe que cria o protocolo PTE deve usar as funções TXBYTE e RXBYTE e oferecer ao nível superior, as funções TXBLOCK e RXBLOCK. Apenas a equipe (1) deve trabalhar com hardware. As equipes (2) e (3) têm seu trabalho independente do hardware, ou seja, não precisam saber o tipo de hardware a ser utilizado na conexão. As três equipes devem trabalhar com software. A equipe (1) tem parte do seu trabalho em hardware, parte em software. O tipo de software que vão utilizar é aquele que chamamos de software básico. Será criado uma espécie de driver para a interface de comunicação. A equipe (2) é especializada no protocolo. Este tipo de software também é considerado como software básico. Nessas situações são utilizadas linguagens de execução rápida como Assembly ou C.
125 A equipe (3) irá operar com um software aplicativo. Deverá se preocupar com detalhes como interface com o usuário e acesso a arquivos. Este software pode ser criado com qualquer linguagem de programação de alto nível, normalmente usadas para criação de aplicativos. A figura 12 ilustra a arquitetura deste nosso sistema de comunicação “acadêmico”. São representados os dois computadores envolvidos na comunicação, a conexão físicas entre ambos e as camadas que formam o sistema. Figura 12
A figura mostra claramente que a camada 1 fornece as funções TXBYTE e RXBYTE para a camada 2, e que existe uma conexão física (cabo e interfaces) entre as camadas 1 dos dois computadores. A camada 2 oferece as funções TXBLOCK e RXBLOCK para a camada 3, e utiliza as funções TXBYTE e RXBYTE da camada 1. Note que existe uma conexão virtual entre as camadas 2 de ambos os computadores. Esta conexão virtual é justificada pelo fato de tudo se passar como se a função TXBYTE de um computador se comunicasse diretamente com a função RXBYTE do outro computador, e vice-versa. A equipe que desenvolve o software da camada 2 não precisa se preocupar com a conexão física. Pode considerar que está fazendo uma comunicação direta (virtual) entre as camadas 2 de ambos os computadores, usando as funções TXBYTE e RXBYTE, como mostra a figura 13. Figura 13
Da mesma forma, existe uma conexão virtual entre as camadas 3 de ambos os computadores. Essas equipes podem considerar que a função TXBLOCK se1 comunica diretamente com a função RXBLOCK do outro computador, e vice-versa. Figura 14
A equipe (3) pode agora desenvolver inúmeros aplicativos de transmissão de dados. Podem criar programas para enviar dados diretamente para a impressora do outro computador, visualizar seus diretórios e acessar seus arquivos (uma espécie de compartilhamento de arquivos e impressoras). Podem criar programas para enviar mensagens diretamente à tela do outro computador (chat), ou enviar mensagens de correio eletrônico. Um outro aplicativo poderia controlar diretamente o outro computador, assim poderíamos controlar um computador à distância. Utilizando as funções TXBLOCK e RXBLOCK, inúmeras equipes poderiam criar inúmeros aplicativos. O que é melhor disso tudo é que se as equipes que trabalham nas camadas 1 e 2 fizerem modificações, todos os aplicativos continuarão funcionando. Não será preciso alterar os aplicativos que operam na camada 3, se a camada 1 passar a utilizar uma interface mais rápida, ou se a camada 2 passar a utilizar correção de erro no seu protocolo. Da mesma forma, nem os aplicativos da camada 3 nem o hardware a os drivers da camada 1 precisarão ser alterados se a equipe da camada 2 fizer modificações para tornar seu protocolo mais eficiente, introduzindo correção de erros ou compressão de dados, por exemplo. A camada 2 pode se tornar mais sofisticada a ponto de ser interessante subdividi-la, mas desde que as suas ligações com os demais módulos (TXBLOCK, RXBLOCK, TXBYTE e RXBYTE) sejam mantidos, as alterações internas não afetarão o funcionamento das demais camadas. Finalmente, eventuais modificações na camada 1 (o uso de uma interface mais rápida, por exemplo)
126 não afetarão o funcionamento das camadas superiores, desde que sejam mantidas as ligações, que no caso são as funções TXBYTE e RXBYTE. A divisão de um sistema de comunicação em camadas foi aqui ilustrada através de um trabalho escolar. Nenhum professor iria incentivar o desenvolvimento deste sistema a ponto de adotá-lo em larga escala, porém seu uso em laboratório é bastante útil para ensinar aos alunos os princípios de funcionamento de uma rede. A maioria dos sistemas de comunicação modernos adota também um modelo dividido em camadas. Trata-se do modelo OSI, composto de 7 camadas, que será abordado a seguir.
O modelo OSI Os sistemas de comunicação modernos são baseados, total ou parcialmente, em um modelo de 7 camadas criado pela ISO (International Standards Organization). Este modelo é chamado de OSI (Open System Interconnection), mostrado na figura 15. Figura 15 .
12-18 Como montar e configurar sua rede de PCs Apesar de ser mais complexo que nosso modelo acadêmico de três camadas, o modelo OSI têm características em comum: a) Cada camada de um computador se comunica indiretamente com a camada semelhante no outro computador, através de conexões virtuais. b) Apenas a camada 1 (física) tem uma comunicação direta real com a camada correspondente do outro computador. c) Cada camada usa os serviços da camada inferior. d) Cada camada oferece serviços para a camada superior. e) As camadas de nível mais baixo estão mais próximas do hardware. As camadas de nível mais alto estão mais próximas do usuário. f) Todas as camadas utilizam protocolos de algum tipo, sempre adequados ao tipo de função que realizam. e) As camadas são independentes entre si. Alterações em uma camada não se refletem nas demais. Módulos diferentes podem ser desenvolvidos por equipes e por fabricantes diferentes. Os livros sobre redes de computadores e comunicação de dados para profissionais, sobretudo os adotados em cursos superiores, dedicam no mínimo um capítulo inteiro para explicar o modelo OSI. Alguns livros mais “pesados” dedicam um capítulo inteiro para cada camada do modelo OSI. Esta não é obviamente a função deste livro, portanto mostraremos resumidamente cada uma das sete camadas. 1 - Physical layer (camada física) Esta camada especifica detalhes físicos como níveis de tensão, modulação, conectores, distâncias máximas que os cabos podem utilizar. Não existe preocupação com o significado dos dados, nem com os endereços, CRCs e outros valores. Dispositivos que operam no nível 1 tratam de bits individuais, sem ter preocupação com o byte ao qual pertencem e qual é o seu significado. O hub é um dispositivo de rede que opera exclusivamente na camada 1. Simplesmente repete os sinais recebidos para todas as portas, sem levar em conta o seu significado. Os transceptores (transmissores e receptores) existentes na placa de rede são circuitos que pertencem à camada 1. 2 - Data link layer (camada de link de dados) Também chamada de camada de enlace, esta camada é responsável pela transmissão e recepção de frames, que são conjuntos de dados acompanhados de informações de endereçamento e correção de erros. Esta camada é responsável por detectar e corrigir erros. Por exemplo, as colisões são detectadas aqui. Os dados que são passados para a camada superior (camada de rede) são portanto isentos de erros. Também é feito aqui o controle dos dados no buffer do receptor. Quando o transmissor envia dados em velocidade maior que o receptor pode armazenar ou processar, esta camada faz a sincronização para que o buffer do receptor não fique cheio. O receptor terá como avisar ao transmissor que faça uma pausa até que os dados recebidos sejam armazenados ou processados. 3 - Network layer (camada de rede)
127 Esta camada leva em conta o fato de existir uma rede com inúmeras máquinas, e possivelmente inúmeros caminhos para serem usados pelos dados. Note que a camada 2 não leva em conta esse aspecto. Ao ser usada, supõe que o transmissor e o receptor já estão interligados. A camada de rede vai se preocupar, por exemplo, com os caminhos que os dados precisam percorrer ao longo de sub-redes, switches, roteadores, etc. Também é feita aqui a compatibilização de redes diferentes. Um roteador que faz a ligação entre a Internet e uma rede local, por exemplo, é um dispositivo que opera na camada 3, fazendo a compatibilização entre essas duas redes. 4 – Transport layer (camada de transporte) As camadas 5, 6 e 7 operam em alto nível, e são totalmente independentes da rede. As camadas 1, 2 e 3 estão vinculadas à rede e aos dispositivos de rede. A camada 4 faz a interface entre esses dois grupos. Esta camada leva em conta que vários processos diferentes podem estar utilizando a rede simultaneamente. Por exemplo, podemos usar simultaneamente um navegador e um programa de correio eletrônico, ou ainda ter várias janelas abertas no navegador, todas recebendo dados. A camada 4 fornece os mecanismos para que cada fluxo de dados chegue ao processo correto. Uma outra função importante desta camada é compatibilizar o tamanho do bloco usado na rede com o tamanho de bloco usado nas camadas de nível superior. Um bloco grande recebido da camada 5 é aqui dividido em blocos menores, compatíveis com a camada 3. Os blocos são então transmitidos individualmente. Ao receber blocos, a camada 4 os coloca na ordem e verifica se todos estão presentes. Quando o conjunto de dados está completo, é enviado para a camada 5. 5 – Session layer (camada de sessão) As camadas 5, 6 e 7 são ditas de alto nível, e ficam mais próximas do usuário e dos aplicativos que usam a rede. A camada 5 é encarregada do gerenciamento do fluxo de dados. É responsável por exemplo por recomeçar uma transmissão do ponto onde parou, caso seja interrompida. Também define se um aplicativo pode enviar e receber dados ou se opera em uma única direção. Pode suspender o fluxo de dados e reiniciar posteriormente. 6 – Presentation layer (camada se apresentação) 12-20 Como montar e configurar sua rede de PCs Esta camada leva em conta a codificação dos dados, e também faz eventuais conversões. Leva em conta por exemplo o código usado para a representação de caracteres (ex: ASCII / UNICODE). Compressão de dados e criptografia também podem ser feitos nesta camada. 7 – Application layer (camada de aplicação) Esta camada é a porta de entrada para a rede ou o sistema de comunicação, da forma como é vista pelos aplicativos que usam este sistema. Em outras palavras, fornece um conjunto de funções para serem usadas pelos aplicativos que operam sobre o modelo OSI. Representação da rede no modelo OSI Note que as camadas do modelo OSI são formadas por elementos de software e hardware, existentes nos computadores e equipamentos que usam a rede. Por simplicidade mostramos apenas duas máquinas envolvidas na comunicação, mas o modelo OSI leva em conta também a existência de uma rede entre essas duas máquinas. O modelo ficaria então com o diagrama mostrado na figura 16. A rede propriamente dita (excluindo as máquinas), formada por equipamentos como hubs, switches, roteadores, etc., utiliza nesses equipamentos, as camadas 1, 2 e 3. Um computador estabelece a comunicação através da ligação entre a sua camada 1 e a camada 1 da rede. A rede tem dispositivos de camadas 1, 2 e 3. A rede é encarregada de encontrar o caminho até a camada 1 da segunda máquina. O padrão OSI foi proposto para uma uniformização das redes, entretanto nem todos os sistemas o seguem à risca. O TCP/IP, por exemplo, usado na maioria das redes modernas, não segue o modelo OSI, apesar de também ser dividido em camadas com uma configuração bastante parecida.