Cristianismo Equilibrado John R. W. Stott Editora: CPAD
Conteúdo: UNIDADE, LIBERDADE E C ARIDADE............................... ................................................................ ................................. ..... .........2 ....2 INTELECTO E EMOÇÃO.................. EMOÇÃO................................................... .................................................... ................... ..... .......5 ..5 TRADIÇÃO E LIBERDADE................... LIBERDADE................................................... ......................................... ......... ..... .......... .......12 ..12 EVANGELIMO EV ANGELIMO E AÇÃO OCIAL............................................ OCIAL.................................................. ...... ..... .......... ......21 .21
Unidade, Liberdade e Caridade Minha preocupação é chamar a atenção para uma das gran gr ande dess trag tragéd édia iass da cris crista tand ndad adee cont contem empo porân rânea ea,, que que é esp especi ecialm alment ente visív isível el no meio de todos dos nós que que som somos chamados (e, na verdade, é como nós nos chamamos) cristãos evang evangéli élicos cos.. Numa Numa nica nica palavr palavra! a! essa essa tragé tragédia dia chama chama"s "see polari#ação. $erei mais especí%ico so&re o que quero di#er. ' pano de %undo para a tragédia é a nossa su&stancial concordância no histórico cristianismo &í&lico. Nossa união nos nos %und %undam amen ento toss da %é cris cristã tã é cois coisa a gr gran ande de e gl glor orio iosa sa.. rem remos os em eus eus *a *ai, i, in%i in%ini nito to e pess pessoa oal, l, sant santo, o, cria criado dorr e sustentador do +niverso. remos em esus risto, o nico eus eus"h "hom omem em-- em seu seu nasc nascim imen ento to virg virgin inal al , em sua sua vida vida enca encarn rnad ada, a, na auto autori rida dade de do seu seu ensi ensino no,, em sua sua mort mortee epiatória, na sua ressurreição histórica, e em seu retorno pessoal / terra. remos no 0spírito $anto por cu1a inspiração esp especi ecial as 0scri scritu tura rass %ora %oram m escr escriitas tas e por por cu1a cu1a gr gra aça pecadores são ho1e 1usti%icados e nascidos de novo, trans%ormados na imagem de risto, incorporados 2 3gre1a e enviados para servir no mundo. Nestas e em outras grandes doutrinas &í&licas, permanecemos %irmes pela graça de eus, e permanecemos 1untos. ontudo, nós não somos unidos. Nós nos separamos uns dos outros por assuntos pouco importantes. 4lgumas das quest5es que nos dividem são teol eológicas- outras temp temper eram amen enta tais is.. 6eol 6eolog ogic icam amen ente te,, por por eem eempl plo, o, pode podemo moss discordar na relação eata entre so&erania divina e responsa& responsa&ilid ilidade ade humana, humana, na7ord na7ordem7 em7 e ministéri ministério o pastoral pastoral da igre1a (se deve ser episcopal, pres&iteriano ou independente) e até onde os crentes podem envolver"se numa 8mis 8m istu tura ra77 deno denomi mina naci cion onal al sem sem que que se comp compro rome meta tam m a si mesmos e a %é que pro%essam- nas relaç5es relaç5es 3gre1a"0stado3gre1a"0stado- em quem est/ quali%icado para ser &ati#ado e no volume volume de /gua a ser usadousado- em como como interpr interpreta etarr pro%eci pro%ecia, a, em quais quais dons dons esp espiri irituai tuaiss est estão disp dispo onív níveis eis ho1e e quai quaiss são os ma mais is impo import rtan ante tes. s. 0sta 0stass são são algu alguma mass da dass ques quest5 t5es es nas nas quai quaiss crentes crentes igualmen igualmente te dedicado dedicadoss e &í&licos &í&licos discor discordam dam entre entre si. $ão $ão quest5es quest5es que que os re%orma re%ormador dores es chamam chamam de 8adia% 8adia%ori oria7, a7,
Unidade, Liberdade e Caridade Minha preocupação é chamar a atenção para uma das gran gr ande dess trag tragéd édia iass da cris crista tand ndad adee cont contem empo porân rânea ea,, que que é esp especi ecialm alment ente visív isível el no meio de todos dos nós que que som somos chamados (e, na verdade, é como nós nos chamamos) cristãos evang evangéli élicos cos.. Numa Numa nica nica palavr palavra! a! essa essa tragé tragédia dia chama chama"s "see polari#ação. $erei mais especí%ico so&re o que quero di#er. ' pano de %undo para a tragédia é a nossa su&stancial concordância no histórico cristianismo &í&lico. Nossa união nos nos %und %undam amen ento toss da %é cris cristã tã é cois coisa a gr gran ande de e gl glor orio iosa sa.. rem remos os em eus eus *a *ai, i, in%i in%ini nito to e pess pessoa oal, l, sant santo, o, cria criado dorr e sustentador do +niverso. remos em esus risto, o nico eus eus"h "hom omem em-- em seu seu nasc nascim imen ento to virg virgin inal al , em sua sua vida vida enca encarn rnad ada, a, na auto autori rida dade de do seu seu ensi ensino no,, em sua sua mort mortee epiatória, na sua ressurreição histórica, e em seu retorno pessoal / terra. remos no 0spírito $anto por cu1a inspiração esp especi ecial as 0scri scritu tura rass %ora %oram m escr escriitas tas e por por cu1a cu1a gr gra aça pecadores são ho1e 1usti%icados e nascidos de novo, trans%ormados na imagem de risto, incorporados 2 3gre1a e enviados para servir no mundo. Nestas e em outras grandes doutrinas &í&licas, permanecemos %irmes pela graça de eus, e permanecemos 1untos. ontudo, nós não somos unidos. Nós nos separamos uns dos outros por assuntos pouco importantes. 4lgumas das quest5es que nos dividem são teol eológicas- outras temp temper eram amen enta tais is.. 6eol 6eolog ogic icam amen ente te,, por por eem eempl plo, o, pode podemo moss discordar na relação eata entre so&erania divina e responsa& responsa&ilid ilidade ade humana, humana, na7ord na7ordem7 em7 e ministéri ministério o pastoral pastoral da igre1a (se deve ser episcopal, pres&iteriano ou independente) e até onde os crentes podem envolver"se numa 8mis 8m istu tura ra77 deno denomi mina naci cion onal al sem sem que que se comp compro rome meta tam m a si mesmos e a %é que pro%essam- nas relaç5es relaç5es 3gre1a"0stado3gre1a"0stado- em quem est/ quali%icado para ser &ati#ado e no volume volume de /gua a ser usadousado- em como como interpr interpreta etarr pro%eci pro%ecia, a, em quais quais dons dons esp espiri irituai tuaiss est estão disp dispo onív níveis eis ho1e e quai quaiss são os ma mais is impo import rtan ante tes. s. 0sta 0stass são são algu alguma mass da dass ques quest5 t5es es nas nas quai quaiss crentes crentes igualmen igualmente te dedicado dedicadoss e &í&licos &í&licos discor discordam dam entre entre si. $ão $ão quest5es quest5es que que os re%orma re%ormador dores es chamam chamam de 8adia% 8adia%ori oria7, a7,
quest quest5es 5es 8indi% 8indi%eren erentes tes7. 7. esta esta %orma, %orma, em&ora em&ora prete pretend ndemo emoss continuar de%endendo nossa própria convicção das 0scrit 0scritura uras, s, em con%o con%ormi rmidad dadee com a lu# que que nos tem sido sido dada da da,, proc procur urar arem emos os não não pres pressi sion onar ar dogm dogmat atic icam amen ente te a consci9ncia de outros crentes, mas tratar a cada um com li&erdade, em amor e respeito mtuo. Não se pode %a#er coisa melhor do do que mencionar mencionar o %amoso %amoso epigrama epigrama atri&uído atri&uído a um um cert certo o :upe :upert rt Melden Meldeniu iuss e cita citado do por por :i :ich chard ard ;ate ;ater. r. 0m coisas essenciais, unidade- nas não"essenciais, li&erdade- em todas as coisas, caridade. 0stamos, tam&ém, temporariamente.
separados
uns
dos
outros
0squecemo"nos , 2s ve#es , que eus ama a diversidade e tem criado uma rica pro%usão de tipos humanos, tempe empera ram mento entoss e perso rsonali nalid dad adees. 4lé 4lém diss disso, o, o nosso sso temperamento tem mais in%lu9ncia na nossa teologia do que gera ge ralm lmen ente te imag imagin inam amos os ou ad admi miti timo mos. s. 0m&or 0m&ora a a noss nossa a compreen compreensão são da verdade verdade &í&lic &í&lica a dependa dependa da ilumina iluminação ção do 0spíri 0spírito to $anto, $anto, ela é inevi inevitav tavelm elment entee colo colorid rida a pelo pelo tipo tipo de pessoa que somos, pela época na qual vivemos e pela cultura a que perten tencemos. 4lguns de nós, por disposição e %ormação, são são mais intelectuais que emocionaisemocionais- outros, outros, mais mais emocionais emocionais que intelectuais. intelectuais. :epetindo, :epetindo, a disposição mental de muitos é conservadora (detestam mudanças e sentem"se ameaçados), enquanto outros são, por nature#a, re&eldes 2 trad tradiç ição ão (o que que eles eles dete detest stam am é mono monoto toni nia, a, cons consid ider eran ando do mudança como algo próprio de sua nature#a).
íntimo da sua estratégia, suponho ser este ho&&is %avoritos.
um dos seus
*or 8%alta de equilí&rio7, entendemos o deleite que sentimos em ha&itar em uma ou outra das regi5es etremas da verdade. $e pudéssemos apoiar"nos em am&os os pólos, simultaneamente, ei&iríamos um saud/vel equilí&rio &í&lico. 0m lugar disto, tendemos a 8cair em etremos7. omo 4&raão e =ó, nos separamos uns dos outros. 0mpurramos outras pessoas para um pólo, enquanto que o pólo oposto é mantido como nossa propriedade. 6eologicamente %alando, ninguém na história da igre1a &ritânica nos preveniu melhor deste perigo do que harles $imeon, pro%essor do >ing?s ollege e p/roco da igre1a @olA 6rinitA, em am&ridge, no início do século passado. onsidere esta conversa imagin/ria com o apóstolo *aulo, que ele incluiu numa carta para um amigo em BCDE. 84 verdade não est/ no meio e nem no etremo, mas nos dois etremos. 4qui estão dois etremos! calvinismo e armenianismo. " *aulo, como te situas em relação a elesF No meio"termo intermedi/rioF " Não. " Nos etremosF " Não. " omo entãoF " Nos dois etremos! ho1e eu sou um calvinista convicto! amanhã, um convicto armeniano. " ;em, &em, *aulo, compreendo a tua esperte#a! vai a 4ristóteles e aprende o meio termo intermedi/rioG $imeon continua! " 8Mas, meu irmão, eu sou um desventurado. *rimeiramente li 4ristóteles e gostei muitomas, desde que comecei a ler *aulo, tenho captado algo de seus estranhos conceitos, oscilaç5es (não vacilaç5es) de um pólo para o outro. Hs ve#es, sou um poderoso calvinista e, outras, um dé&il armeniano. esta %orma, se etremos te deleitarem, sou a pessoa certa para ti- lem&ra"te somente! não é para um etremo que devemos ir, mas para am&os7" um ad/gio que harles $mAth descreveu como 8tão naturalmente desconcertante para a mente inglesa7(Memoirs o% the =i%e o% the Ier. harles $imeon, editado por Jillian arus BCKL, p. . $imeon and hurch 'rder por harles $mAth, BOK, p. BCE). 4s palavras de $imeon são sa&edoria para ho1e. $e1am
nossas polari#aç5es &asicamente teológicas ou temperamentais, devemos evit/"las. Meu irmão, permita"me dar quatro eemplos da inutilidade de polari#aç5es desnecess/rias, o que ser/ %eito nos capítulos seguintes.
INTELECTO E EMOÇÃO ' primeiro eemplo situa"se no campo do intelectual e do emocional. 4lguns crentes são tão %riamente intelectuais que se questiona serem eles mamí%eros de sangue quente, para não di#er seres humanos, ao passo que outros são tão emocionais que se dese1a sa&er se são possuidores de uma porção mínima de massa cin#enta. 0u me sinto constrangido a di#er que o mais perigoso dos dois etremos é o anteintelectualismo de depois a entrega ao emocionalismo. Iemos isto em algumas pregaç5es evangelísticas, que não consistem em outra coisa senão em um apelo para decisão com pouquíssima, ou nenhuma pregação do evangelho e pouca, ou nenhuma, argumentação com o povo a respeito das 0scrituras, 2 maneira dos apóstolos. 4 mesma tend9ncia é evidente na atual &usca de eperi9ncias emocionais, vividas de primeira mão, e na ealtação da eperi9ncia como critério da verdade, ao passo que a verdade deveria ser sempre o critério da eperi9ncia. ' meu receio é que esta tend9ncia se1a um legado semicristiani#ado do eistencialismo secular. ' que parece 6er %iltrado na consci9ncia p&lica da %amosa distinção de Martin @eidegger entre eist9ncia 8aut9ntica7 e 8inaut9ntica7 é que devemos a&andonar cada convenção e disciplina e cada estilo de vida imposto que ameace a nossa autenticidade pessoal. evemos, acima de tudo, escolher que seremos nós mesmos, pensando e %a#endo somente o que nos pareça ser aut9ntico no momento. H lu# deste princípio, tenho ouvido 1ovens crentes argumentando assim! 8Ninguém pode esperar que eu creia numa doutrina só porque est/ nas 0scrituras- só crerei se a doutrina autenticar"se a mim como verdadeira. Ioc9 não pode esperar
que eu v/ 2 igre1a, que leia a ;í&lia ou que ore só porque estes são deveres cristãos- eu somente posso %a#er estas coisas se sentir vontade. 0 eu não posso, possivelmente, amar o meu próimo (para não di#er o inimigo) só porque sou ordenado a %a#er isto, mas somente se o 0spírito $anto produ#ir um relacionamento de amor com o próimo, aut9ntico e real7. 4o lado da corrente insist9ncia na eperi9ncia eistencial, segue uma descon%iança, um menospre#o ou intelecto. 4 %uga da ra#ão é um sinal distintivo da vida secular contemporânea (pelo menos é assim nos 0stados +nidos). ' pro%essor :ichar @o%stadter documentou isto muito &em em seu livro 84nti"intelellectualism in 4merican =i%e7 (4ntiintelectualismo na vida americana) (Iintage, BOD). 0 um impressionante eemplo, recente, pode ser encontrado em oe McPinness, quando, so& o título 86he $elling o% the *resident BOC7 (4 Ienda do *residente, BOC), ele relata a campanha eleitoral de :ichard Nion, em BOC. 's organi#adores da campanha %icaram convencidos de que Nion perdera a eleição para >ennedA, em BO, porque >ennedA tinha uma imagem televisiva &em melhor que a de Niton. 0ntão, consultaram Marshall Mc=uham para orient/" los em como %a#er com que Nion se 8pro1etasse eletronicamente7, e como trans%orm/"lo de 8um advogado seco e sem graça7 em um 8ser humano a%etuoso e animado7. 8*olítica7" o pro%essor Mac=uham assegurou"lhes " 8é apenas uma ci9ncia racional7. 80leiç5es7" insistiu " 8não são ganhas na &ancada eleitoral apresentada, mas nas imagens. 8Qaça os eleitores gostarem da cara do su1eito7 e a campanha est/ virtualmente ganha7. 0sta é, naturalmente, uma situação séria, quando uma nação desenvolvida é, então, levada a a&dicar de sua responsa&ilidade política, deiar de de&ater os assuntos do dia ou %ormar sua opinião e votar, não pelo que os candidatos são, mas pelo que vulgarmente é chamado de reação 8instintiva7 aos candidatos. *orém , este tipo de antiintelectualismo é muito mais sério na igre1a evangélica, pois a *alavra de eus ensina que a nossa ra#ão é parte da
imagem divina na qual eus nos criou. 0le é o eus racional que nos %e# seres racionais e nos deu uma revelação racional. Negar nossa racionalidade é, portanto, negar nossa humanidade, vindo a ser menos do que seres humanos. 4s 0scrituras proí&em que nos comportemos como cavalos e mulas que são 8sem entendimento7, e ao contr/rio, ordenam que se1amos 8maduros7 em nosso entendimento7 $l. RD!O, 3 o. BK!D. e %ato, a ;í&lia nos di# constantemente que cada /rea da vida cristã é dependente do uso cristão de nossas mentes. *ermita"me dar um eemplo! o eercício da %é. Muitos acham a %é e inteiramente irracional. Mas as escrituras nunca colocam %é e ra#ão uma contra a outra, como sendo incompatíveis. *elo contr/rio, %é somente pode nascer e crescer em nós pelo uso de nossas mentes! 8em ti con%iarão os que conhecem o teu nome7 ($l O!B)- a con%iança deles &rota do conhecimento da %idelidade do car/ter de eus. Novamente, em 3saías D!R! 86u conservar/s em pa# aquele cu1a mente est/ %irme em ti, porque ele con%ia em ti7. 4qui, con%iar em eus e manter a mente em eus são sinSnimos e uma per%eita pa# é o resultado. H lu# desta 9n%ase &í&lica a respeito do lugar da mente na vida cristã, o que é que devemos di#er para a geração moderna dos antiintelectuais, os emocionaisF $into muito ter de di#er que eles estão se autoproclamando intensamente, como sendo crentes mundanos. *ois 8mundanismo7 não é apenas uma questão (como %ui ensinado a acreditar) de %umar, &e&er e dançar, nem tampouco aquela velha questão so&re em&ele#ar"se, ir a cinemas, usar minissaias, mas o espírito do século. $e a&sorvemos sem qualquer eame os caprichos do mundo (neste caso, o eistencialismo), sem que primeiro su1eitemos isto a uma rigorosa avaliação &í&lica, 1/ nos tornamos crentes mundanos. 86emos como princípio %undamental7, disse JesleA para um dos seus primeiros críticos, 8que renunciar o uso da ra#ão é renunciar 2 religião, que 8religião e ra#ão seguem de mãos dadas7 e que 8toda religião irracional é %alsa religião7(citado por :.J. ;urtner, :. 0. hiles em 84
ompend o% JesleA?s 6heologA7, BOEK, p. D). $into"me na o&rigação de acrescentar, contudo, que se o antiintelectualismo é perigoso, a polari#ação oposta é quase igualmente perigosa. +m hiperintelectualismo /rido e sem vida, uma preocupação eclusiva com ortodoia não é cristianismo do Novo 6estamento. Não h/ dvida de que os crentes primitivos eram pro%undamente motivados pela eperi9ncia de esus risto. $e o apóstolo *aulo pode escrever so&re a 8ecel9ncia do conhecimento de risto esus, meu $enhor7, e o apóstolo *edro pode di#er que os crentes 8alegram"se com go#o ine%/vel e glorioso7 (Qp. R!C- 3 *edro B!C), ninguém pode %acilmente acus/"los de tristonhos ou insensíveis. 4 verdade é que eus nos %e# criaturas, tanto emocionais, como racionais. Não somos apenas mamí%eros de sangue quente, mas seres humanos, capa#es de sentimentos pro%undos de amor e de ira, de compaião e de temor. 0screvo so&re isto com convicção pessoal, pois, de alguma %orma, diverge da educação que rece&i em escola particular da 3nglaterra. Não tenho a menor intenção de morder a mão que me alimentou, pois reconheço o quanto devo aos privilégios educacionais que me %oram concedidos. ontudo, sinto"me crítico daquela característica distintiva da tradição da escola particular, conhecida como 8o l/&io superior rígido7. Iisto que o primeiro sinal eterno de pro%unda emoção interna é geralmente o tremor do l/&io superior, mant9"lo rígido é reprimir as emoç5es e cultivar as virtudes (mais masculino que %eminino, mais anglo"saão que latino) de coragem, vigor e autocontrole. ' que não poderia acontecer era um rapa# chorar em p&lico- choramingo era reservado 2s moças e crianças. esde aqueles dias de pré"guerra, contudo, tenho lido o Novo 6estamento muitas ve#es e desco&erto que esus não teve o acanhamento de demonstrar suas emoç5es. 0m duas ocasi5es di%erentes somos in%ormados de que 0le, na realidade, caiu em prantos em p&lico, primeiro ao lado do tmulo de um amigo e, depois, na impenitente erusalém. Neste caso, então, esus não %oi educado no mesmo sistema, da escola particular &ritânicaG
$e é um perigo negar nosso intelecto, é um perigo tam&ém negar nossas emoç5es. Mesmo assim, é o que muitos de nós estamos %a#endo. 4lvin 6o%%er escreve so&re alguns 1ovens americanos que estão ei&indo os sintomas do que ele chama de 8choque do %uturo7. 0le se re%ere a uma pequena aldeia marítima em reta, cu1as K ou E cavernas estão ocupadas por 8trogloditas americanos, desertores7! rapa#es e moças que, na maior parte, desistiram de %a#er qualquer es%orço maior para en%rentar a alta velocidade eplosiva das compleidades da vida. +m repórter visitou"os em BOC e comunicou"lhes a notícia do assassinato de :o&ert Q. >ennedA. :esposta! sil9ncio! 8Nenhum choque, nenhuma emoção, nenhuma l/grimaG7 T este o novo %enSmeno! esertores dos 0stados +nidos e desertores das emoç5es. 0u compreendo o não" envolvimento, o desencanto e, mesmo o não" comprometimento. *orém, para onde %oi todo o sentimentoF7 (Quture $hocU, *an ;ooUs BOLB, p.RRB). *amela @ans%ord ohnson, que %e# a reportagem dos horrores s/dicos dos assassinatos dos 8Moors7, escreveu que assassinos por lucro ou grati%icação são quase sempre destituídos daquilo que os psicólogos chamam de 8comoção7 " capacidade de penetrar nos sentimentos dos outros- e continuou di#endo! 8corremos o risco de criar uma sociedade sem qualquer comoção, na qual ninguém se preocupe com o ouro, senão consigo mesmo, ou com outra coisa que não auto"satis%aça instantâneamente. *rocuramos seo sem amor, viol9ncia por 8pra#er7. 0stamos encora1ando o entorpecimento da sensi&ilidade...7 ('n 3niquitA, McMillan BOL, pp. BC e DK). +ma das causas da insensi&ilidade da nossa sociedade é a televisão, pois ela tra# para os nossos lares, numa seqV9ncia que nunca p/ra, cenas de viol9ncia, &rutalidade e tragédia que assaltam tão poderosamente nossas emoç5es de maneira tal que não conseguimos suportar. Qa#emos, então, duas coisas! ou nos levantamos e desligamos o aparelho, ou %a#emos pior! permitimos que a imagem continue a &rilhar na tela, mas desligamos o nosso interior do que est/ sendo mostrado.
ontinuamos assistindo, mas sem nos emocionalmente.
envolver
6alve# eu possa dar um eemplo pessoal, desta ve# não a respeito da televisão, mas de um concerto da peça 8' Messias7, de @andel, no :oAal 4l&ert @all.
4través do amor, intelecto cresce %amiliari#ado com a realidade.
“Intelecto dá estabilidade ao trabalho do amor. Levantai e lançai os fundamentos de um novo mundo. Enlaçando intelecto ao amor”.
3sto est/ per%eitamente certo. *orém, o intelecto não é prerrogativa do 'cidente, nem o amor (ou emoção), do 'riente. 4lgumas naç5es ou raças podem verdadeiramente ter mais de intelecto e outras mais de emoção, mas intelecto e emoção não podem estar restritos a alguns temperamentos ou algumas culturas, pois am&os são parte de toda a humanidade que eus criou. 4m&os " intelecto e emoção " pertencem 2 aut9ntica eperi9ncia humana. 0m particular, nada coloca o coração tão em %ogo como a verdade. 4 verdade não é %ria e seca. *elo contr/rio, é cheia de calor e paião, e em qualquer que se1a o momento em que novas perspectivas da verdade de eus surgem diante de nós, não podemos ser apenas contemplativos. $omos movidos a responder, se1a em penit9ncia, ira, amor, ou adoração. *ense nos dois discípulos a caminho de 0mas- na primeira p/scoa, / tarde, quando o $enhor ressuscitado %alava com eles.
risto as a&re para nós, para que captemos verdades novas, nossos coraç5es devem arder dentro de nós. omo Q.J. Qa&er disse! 86eologia pro%unda é a melhor lenha para a devoção, pega %ogo, que é uma &ele#a e, uma ve# acesa, queima por muito tempo7(citado por :alph P. 6urn&ull, em 4 Minister?s '&stacles, BOK, ;aUer BOLD, p. OL). 0sta com&inação verdadeira de intelecto e emoção deveria ser visível, tanto na pregação como na compreensão da *alavra de eus. Ninguém epressou isto melhor do que o r. MartAn =loAd ones, que &em de%ine o que é pregação! 8=ógica em %ogoG :a#ão eloqVenteG $ão contradiç5esF Flaro que nãoG :a#ão acerca da verdade tem de ser poderosamente eloqVente, como voc9 pode veri%icar no caso do apóstolo *aulo e de outros. T teologia em %ogo. 0 uma teologia que não tra# %ogo (eu a%irmo), é uma teologia de%eituosa. *regação é teologia vinda através de um homem em %ogo7 (*reaching and *reachers, @odder W $toughton BOLB, p. OL).
TRADIÇÃO E LIBERDADE 4 $egunda polari#ação desnecess/ria na igre1a contemporânea re%ere"se a 8conservadores7 e 8radicais7. evemos começar pela de%inição dos termos. *or 8conservador7 estamo"nos re%erindo 2s pessoas que estão determinadas a conservar ou preservar o passado e são, por isso, resistentes a mudanças. *or 8radical7 re%erimo"nos 2s pessoas que estão em re&elião contra o que é herdado do passado e estão, por isso, %a#endo agitaç5es por mudanças. eiai"me, agora, de%inir mais precisamente em que sentido cada crente deveria ser um conservador e um radical, ao mesmo tempo! ada crente deveria ser conservador porque toda a 3gre1a é chamada por eus para conservar sua revelação, para 8guardar o depósito7 (3 6m. !D- 33 6m B!BK), para 8&atalhar pela %é que uma ve# %oi dada aos santos7, d R. 4 tare%a da 3gre1a não é continuar inventando novos evangelhos, novas teologias, novas moralidades e novos cristianismos, mas, antes, ser uma
guardiã %iel do nico 0vangelho eterno, pois a auto"revelação de eus alcançou sua consumação no seu Qilho esus risto e no testemunho apostólico de risto, preservado no Novo 6estamento. 3sto não pode ser alterado de %orma alguma! T imut/vel em verdade e autoridade. 's quatro autores do livro 8ProXing into +nion7 (rescendo em +nião) epressaram este ponto com vigor! 84 primeira tare%a da 3gre1a é manter as &oas"novas intactas. T melhor %alar do h/&ito mental que esta vocação requer como 8conservacionista7 do que como 8conservador7, pois a $egunda palavra pode %acilmente sugerir uma tend9ncia antiqu/ria! por ser antigo, por ser velho, e uma resist9ncia cega ao pensamento novo, e não é a&solutamente a respeito disso que estamos %alando. 4ntiquarianismo e o&scurantismo são vícios da mente cristã, mas conservadorismo est/ entre as suas virtudes7 ($*> BOL, p. BR). 4lguns crentes, contudo, não limitam o conservantismo deles 2 teologia &í&lica que pro%essam. ' %ato é que são conservadores por nature#a. 0les são conservadores na política e na perspectiva social, no estilo de vida, no estilo de vestir, no estilo de cortar o ca&elo, no estilo da &ar&a, em qualquer outro tipo de estilo que se mencione. Não estão apenas atolados na lama, a lama deles endureceu como concreto. Mudança de qualquer tipo é an/tema para eles. $ão como o duque ingl9s, o qual teria dito durante seus dias de estudante na +niversidade de am&ridge! 8
(em&ora, sendo um crente, opte pela não"viol9ncia). +m radical reconhece a rapide# com que a cena do mundo est/ mudando ho1e. 0le não se sente ameaçado por isto, nem é seu primeiro instinto comportar"se como o rei anute e tentar prender a mudança da maré crescente. 4lvin 6o%%er de%ine 8choque do %uturo7, a epressão que ele inventou, como paralelo a 8choque cultural7, nestes termos! 8choque do %uturo é a desorientação vertiginosa produ#ida pela chegada prematura do %uturo. *ode &em ser a mais importante moléstia de amanhã...7 (p.BO). Mas o radical não %ica chocado com isto. $a&endo que mudanças são inevit/veis, ele d/"lhes as &oas"vindas e se a1usta para a chegada de qualquer mudança. 0 até mesmo a inicia. *arece então 2 primeira vista, que conservadores e radicais estão em oposição e que não podemos %a#er outra coisa senão polari#ar nesta questão. Mas não é &em assim. Não é &em entendido que nosso $enhor esus risto %oi conciliatoriamente um conservador e um radical, em&ora em es%eras di%erentes. Não eiste a menor dvida de que ele %oi um conservador em sua atitude para com as 0scrituras. 4s 0scrituras não podem ser anuladas, 8nem um 1ota ou um til se omitir/ da lei, sem que tudo se1a cumprido7, (o. B!BLMt. E!BL,BC). +ma das principais queias de esus contra os líderes 1udeus da sua época re%eria"se ao desrespeito por parte deles pelas 0scrituras do Ielho 6estamento e 2 %alta de uma verdadeira su&missão 2 sua autoridade divina. Mas esus pode tam&ém ser verdadeiramente descrito como um radical. 0le %oi um crítico morda# e destemido do tradicionalismo 1udeu, não somente devido 2 insu%iciente lealdade que havia para com a *alavra de eus, mas, tam&ém, devido 2 lealdade eagerada 2s próprias tradiç5es humanas. esus teve a temeridade de lançar %ora séculos de tradiç5es que tinham sido herdadas, 8as tradiç5es dos anciãos7, para que a *alavra de eus pudesse ser apreciada e novamente o&edecida. (Mc. L!B"BR). 0le %oi, tam&ém, muito ousado nas violaç5es das convenç5es sociais. 3nsistiu em preocupar"se com todas as /reas da comunidade que eram normalmente menospre#adas! %alou com mulheres em p&lico, o que não era aceito nos seus dias, convidou
crianças para que viessem a 0le, em&ora na sociedade romana crianças re1eitadas %ossem geralmente 8a&andonadas7 ou deiadas ao relento, o que levou os discípulos a acharem que ele não gostaria de ser incomodado por elas. 0le permitiu que prostitutas o tocassem (os %ariseus a%astavam"se delas horrori#ados) e 0le mesmo, na realidade, tocou num leproso intoc/vel (os %ariseus apedre1avam"nos para que %ossem mantidos 2 distância). estas e de outras maneiras, esus recusou"se a ser preso por costumes humanos! sua mente e consci9ncia estavam presas unicamente 2 *alavra de eus. *or conseguinte, esus %oi uma com&inação nica do conservador e do radical! conservador em relação 2s 0scrituras, e radical no eu escrutínio (seu escrutínio &í&lico) de todas as outras coisas. 'ra, o discípulo não est/ acima do seu mestre, como esus %reqVentemente di#ia. *ortanto, se esus pode com&inar conservadorismo e radicalismo, assim podemos nós, que a%irmamos segui"lo. Ierdadeiramente, devemos %a#9" lo, se %ormos leais a 0le. @/ uma necessidade urgente para que mais 8 :s 8surgem na 3gre1a- agora, não mais representando as iniciais para católicos romanos, mas para conservadores radicais. T uma necessidade que cristãos evangélicos desenvolvam um discernimento mais crítico entre o que não é possível ser modi%icado e o que pode, e mesmo deve ser. eiai"me dar um eemplo do que não é possível ser modi%icado! 0ra costume, nos dias passados, ter o *ai Nosso, os e# Mandamentos e o redo dos 4póstolos pintados na parede leste de muitas igre1as inglesas, para ser visto e lido por todos. Na igre1a de uma vila, as letras tinham %icado des&otadas e um pintor desenhista %oi contratado para retoc/"las. Na ocasião oportuna (assim a estória é contada), o conselho da igre1a %icou alarmado com a conta que lhe %oi apresentada. 4contecendo isso antes da implantação do decimal, a conta %oi lida como segue!
sistema
Pela rearaç!o do Pai Nosso "# s. Pelos tr$s %andamentos novos "&s. Por ter feito um 'redo comletamente novo "(s )d.
*or outro lado, em&ora tenhamos autoridade para alterar o redo ou os Mandamentos que eus tem revelado, todavia (como =eighton Qord disse corretamente, em BOEO, no ongresso 4mericano so&re 0vangelismo, em Minne/polis) 8eus não est/ preso ao ingl9s do século de#essete, nem aos hinos do século de#oito, nem / arquitetura do século de#enove, nem aos clich9s do século vinte7, nem (alguém pode adicionar) a muitas outras coisas. 0m&ora 0le mesmo nunca mude, nem tampouco sua revelação, 0le é, tam&ém, o eus que age, chamando sempre o seu povo para empreendimentos novos e venturosos. Mais particularmente, todos nós necessitamos discernir com clare#a entre 0scrituras e cultura. 4s 0scrituras são a *alavra de eus eterna e imut/vel, mas cultura é uma mistura de tradição eclesi/stica, convenção social e criatividade artística. $e1a qual %or a 8autoridade7 que a cultura possa ter, ela é derivada da 3gre1a e da comunidade, não podendo eigir uma imunidade ao cristianismo ou re%orma. *elo contr/rio, cultura muda de época para época e de lugar para lugar. 4lém do mais, nós crentes, que di#emos dese1ar viver so& a autoridade da *alavra de eus, deveríamos su&meter nossa cultura contemporânea a um contínuo escrutínio &í&lico. =onge de ressentirmo"nos com a mudança cultural ou de resistirmos a ela, deveríamos estar na linha de %rente, 1unto aqueles que tra&alham por uma modi%icação progressiva, para %a#er com que a mudança realmente epresse, cada ve# mais, a dignidade do homem e se1a mais agrad/vel ao eus que os criou. Numa recente visita aos 0stados +nidos, %iquei impressionado com um grupo de estudantes que encontrei em 6rinitA 0vangelical ivinitA $hooll, em eer%ield, llinois. 0les pertenciam aos mais diversos grupos, mas achavam"se unidos no compromisso para com o cristianismo &í&lico, no desencanto com muito do cristianismo americano contemporâneo e na determinação de desco&rir uma aplicação radical do cristianismo &í&lico aos grandes assuntos do dia. e modo
que eles se reuniam num grupo de estudo e oração, do qual surgiu a coligação ristã do *ovo (6he *eople?s hristian oalition), cu1o órgão o%icial é o 86he *ost"4merican7. ' primeiro nmero pu&licado em %evereiro de BOLB tinha uma representação do $enhor esus na primeira %olha, coroado com espinhos, manietado e envolto com as estrelas e listas da &andeira americana. Muitos pensaram que o retrato %a#ia paralelo com a &las%9mia. Mas eu não compartilhei com a mesma reação. *elo contr/rio, achei que %oi uma epressão genuína que eles tinham pela honra de risto. im Jallis pu&licou no seu editorial! 84 o%ensa da religião esta&elecida é a proclamação e a pr/tica de uma caricatura de cristianismo inculturado, domesticado e sem vida, que nossa geração %/cil e naturalmente re1eita. Nós achamos que a igre1a americana est/ cativa dos valores e estilo de vida da nossa cultura. ' cativeiro da igre1a americana tem resultado na desastrosa equação! a maneira americana de vida somada 2 maneira cristã de vida7. 0atamente o mesmo poderia ser dito da epressão cultural do cristianismo em outras partes do mundo. 0ste é um dos principais pro&lemas em muitas igre1as do 6erceiro Mundo, que %oram esta&elecidas por miss5es da 0uropa e da 4mérica do Norte, e estão agora procurando suas próprias identidades indígenas. 0stas igre1as con%rontam"se com dois pro&lemas culturais. ' primeiro di# respeito 2 cultura nativa ou tri&al, talve# especialmente na Y%rica. 's líderes nacionais reconhecem que alguns costumes a%ricanos tradicionais re%letem a origem pagã e são incompatíveis com a %é, amor e 1ustiça cristã. ' segundo pro&lema di# respeito 2 cultura estrangeira (se1a européia ou americana) que, muito %reqVentemente, %oi importada para o 6erceiro Mundo com o 0vangelho. T, em parte, porque esta invasão cultural tem parecido para muitos como uma a%ronta 2 própria dignidade nacional, é que muitos deles chegaram ao 8%ora com a religião do homem &ranco7. Naturalmente, o clamor est/ errado. ristianismo não pertence ao homem &ranco e, nem tampouco, a qualquer outro grupo de homens. esus risto é $enhor de todas as raças, países e épocas, sem qualquer discriminação. ontudo, é certo para os a%ricanos, asi/ticos e latinos americanos procurar desenvolver suas próprias
epress5es indígenas da verdade cristã. Nesse sentido, o r. :ené *adilha %e# um apelo eloqVente no ongresso 3nternacional so&re 0vangeli#ação Mundial, em =ausanne, em 1ulho de BOLK, quando atacou o que chamou de 8cristianismo cultural7. *or conseguinte, líderes cristãos de igre1as 1ovens necessitam de grande sa&edoria para discernir não apenas entre cultura nacional e cultura importada, mas, tam&ém, entre o que em am&as as culturas é honr/vel a risto e o que não é- o que tem valor e o que não tem. 0les precisam, tam&ém, coragem para reter uma coisa e re1eitar a outra. ' cristianismo europeu cu1as raí#es alcançam, aproimadamente, D anos, est/, tam&ém, pro%undamente enrai#ado na cultura dos séculos. Não é sem sentido que podemos %alar so&re luteranismo, anglicanismo, pres&iterianismo, metodismo e, mesmo, irmanismo. ada um deles é uma %orma tradicional ou cultural do cristianismo histórico que colore não somente nossos %ormul/rios doutrin/rios, mas nossa liturgia (ou %alta de liturgia) e msica- o %ormato e a decoração dos nossos templos, nossos métodos pastorais e evangelísticos, e tudo o que %a#emos como igre1a. 6udo isto deve ser su&metido 2 investigação &í&lica regular e crítica. *ortanto, quando resistimos a mudanças " se1am elas na igre1a ou na sociedade devemos perguntar"nos se são, na realidade, as 0scrituras que estamos de%endendo (como é nosso costume insistir ardorosamente) ou, se ao contr/rio, é alguma tradição apreciada pelos anciãos eclesi/sticos ou de nossa herança cultural. 3sto não quer di#er que todas as tradiç5es, simplesmente por serem tradicionais, devam a qualquer custo ser lançadas %ora. 3conoclasmo sem crítica é tão estpido quanto conservantismo em crítica, e é algumas ve#es mais perigoso. ' que eu estou en%ati#ando é que nenhuma tradição pode ser investida com uma espécie de imunidade diplom/tica 2 eaminação. Nenhum privilégio especial pode ser"lhe reivindicado.
&í&lica, que é portanto, a&erta 2 re%orma. $e é 8não"&í&lica7 no sentido de ser claramente contr/ria 2s 0scrituras, então devemos atacar o assunto cora1osamente e tra&alhar muito para sua a&olição. $e é 8não" &í&lica7 no sentido de não ser requerida pelas 0scrituras, então devemos mant9"la so& revisão crítica. Mas %reqVentemente do que a maioria de nós sa&e ou procura admitir, nós revestimos nossas idéias e costumes culturais com uma autoridade, verdade e imuta&ilidade que somente pertencem 2s 0scrituras. Mas são parte da nossa segurança.
poderemos aplicar para toda a cultura (na 3gre1a e na sociedade) um cristianismo &í&lico radical e procurar o que nós cremos que poderia ser mudado para melhor, so& a orientação de eus. 's nossos re%ormadores da igre1a da 3nglaterra do século de#esseis entenderam &em este princípio, pelo menos na sua aplicação 2 re%orma eclesi/stica. Na pequena impressão do =ivro de 'ração comum h/ um pre%/cio intitulado 8as erimSnias7, que eplica porque algumas são a&olidas e outras retidas. 3sto %oi incluído no primeiro =ivro de 'ração re%ormado de BEKO, que %oi provavelmente composto pelo próprio arce&ispo rammer. 0le considera que, 8neste nosso tempo, as mentes dos homens são tão di%erentes que alguns pensam que é um grande pro&lema de consci9ncia a&andonar, por menor que se1a, as cerimSnias, pois eles estão presos aos costumes antigos, mas, por outro lado, alguns são tão modernos que inovariam todas as coisas e, assim, despre#ariam as antigas, de maneira que somente o que é novo lhes é %avor/vel?. $imilarmente ao pre%/cio, que eplica os princípios que regeram a revisão do 8=ivro de 'ração7 em BD, começa! 86em sido s/&ia por parte da igre1a da 3nglaterra, desde a primeira compilação da =iturgia *&lica, manter um equilí&rio entre os dois etremos, de rigide# demasiada em recusar, e de %acilidade demasiada em admitir, qualquer alteração disto. 8*ossa eus dar"nos esta mesma sa&edoria ho1e e, tam&ém, dar"nos a coragem de aplic/"la não somente para os assuntos eclesi/sticos, mas tam&ém nos assuntos sociais, éticos e políticosG 6alve# eu poderia epressar"me em termos &iológicos para di#er que nós necessitamos de moscas vare1istas cristãs para a%erroar"nos e impelir"nos a agir em &usca de mudanças e, tam&ém de cães de guarda cristãos que latirão, alta e longamente, se mostramos qualquer sinal de comprometimento da verdade &í&lica. Nenhum dos dois, moscas vare1istas e cães de guarda, são companhias %/ceis de se conviver com eles, nem tampouco acham eles a companhia um do outro compatível. ontudo, as moscas vare1istas não devem picar os cães de guarda, nem devem os cães de guarda comer as moscas vare1istas. 0les devem aprender a coeistir na 3gre1a de eus e a eecutarem seus
papéis ao concentrar a atenção em nós, a maioria do povo de eus, que, desesperadamente, necessitamos do ministério de am&os. 6endo advertido so&re os perigos de mudanças demasiadas ou de nenhuma, concluo este capítulo di#endo que o perigo maior (pelo menos entre os evangélicos) é con%undir cultura com 0scrituras, ser conservador e tradicionalista demais, estar cego a todas as coisas, na 3gre1a e na sociedade, que desagradam a eus e que deveriam, portanto, desagradar"nos, ter os pés enterrados no status quo e resistir %irmemente 2 mais descon%ort/vel de todas as eperi9ncias! M+4NZ4$.
EVANGELISMO E AÇÃO SOCIAL 0u mudo, agora, da polari#ação entre o conservador e o radical, para a do estruturado e o não"estruturado. 4s estruturas seculares estão desmoronando em todos os lugares. @/ uma re&elião mundial contra %ormas institucionais rígidas e um sentimento universal 2 procura de li&erdade e %lei&ilidade. 4 igre1a cristã, considerada em muitas parte do mundo como uma das principais estruturas do tradicionalismo, não pode escapar a este desa%io de nossos tempos. 4lém disso, o desa%io vem tanto de dentro como de %ora. Muitos 1ovens crentes estão requerendo um novo e não"estruturado tipo de cristianismo, despo1ado dos o&st/culos eclesi/sticos que tem sido herdados do passado. *ermita"me classi%icar as tr9s epress5es principais desta onda. :e%erem"se 2 igre1a e seu ministério, 2 direção de cultos p&licos, e ao relacionamento com os outros crentes. T perigoso generali#ar. 6odavia, alguém pode di#er, em primeiro lugar, que muitos estão procurando igre1as que não tenham cerimSnia %ia. Prupos de crentes estão, agora, li&ertando"se em muitas partes do mundo, li&ertando"se da tradição e %a#endo as coisas 2 sua maneira.
0m segundo lugar, h/ um dese1o por cultos in%ormais, nos quais o ministro não mais domina, mas onde a participação da congregação é incentivada, onde o órgão é su&stituído pelo violão e uma liturgia antiga, pela linguagem de ho1e, onde h/ mais li&erdade e menos %ormalidade, mais espontaneidade e menos rigide#. 0m terceiro lugar, h/ uma re1eição de denominacionalismo e uma nova 9n%ase &astante corrente em cortar os laços que os prendem ao passado e mesmo a outras igre1as do presente. 0les querem chamar"se 8crentes7 mas sem qualquer rótulo denominacional. $em dvida, estas tr9s eig9ncias tem alguma lógica. 0las são %ortemente sentidas e poderosamente mani%estadas. Não podemos simplesmente consider/"las como irresponsa&ilidades loucas do 1ovem. @/ uma ampla &usca para o livre , o %leível, o espontâneo, o não"estruturado. 4 geração dos crentes mais velhos e tradicionais precisa entender isso, ser solid/ria e acompanhar, na medida do possível, o que est/ acontecendo. 6odos nós concordamos em que o 0spírito $anto pode ser (e 2s ve#es tem sido) aprisionado em nossas estruturas e su%ocado por nossas %ormalidades. ontudo, h/ algo a ser dito em relação ao outro etremo. =i&erdade não é sinSnimo de anarquia.
Primeiro ! uma ire!a e"#ru#urada. 's crentes pertencem a di%erentes origens denominacionais e apreciam tradiç5es di%erentes. ontudo, a maioria (talve# todos nós) concorda em que o Qundador da 3gre1a tencionou que ela tivesse uma estrutura visível. Ierdadeiramente, a 3gre1a tem o seu aspecto invisível, em que somente, 8o $enhor conhece os que são seus7, (33 6m. D!BO). Mas não podemos re%ugiar"nos na doutrina da invisi&ilidade da 3gre1a verdadeira para negar que esus risto tinha em mente que seu povo %osse visto e conhecido como tal. 0le mesmo insistiu no &atismo como a cerimSnia
de iniciação na sua 3gre1a, e &atismo é um ato visível e p&lico. 0le tam&ém instituiu sua ceia como a re%eição da comunhão cristã, pela qual a 3gre1a identi%ica a si mesma e eercita disciplina so&re os mem&ros. 4lém disto, 0le seu re&anho.
consagrou pastores para alimentar o
*ortanto, sempre que voc9 tiver &atismo, a ceia do $enhor e um pastorado, ou, em termos tradicionais, um ministério e ordenanças, voc9 tem estrutura. *ode ser que se1a mais simples e mais %leível do que em muitas denominaç5es históricas, mas continua uma estrutura clara e de%inida. e mais a mais, seu valor pode ser %ortemente discutido em termos de 6er"se um ministério e ordenanças que se1am reciprocamente reconhecidos pelas di%erentes igre1as.
Seundo! adora$%o &orma'( 0m particular, sou completamente a %avor da adoração espontânea, eu&erante, alegre e &arulhenta do 1ovem, ainda que, algumas ve#es, possa ser doloroso, como eperimentei uma ve#, em ;eirute, quando o meu ouvido direito estava a apenas algumas polegadas do trom&one. 4lguns de nossos cultos são por demais %ormais, sérios e maçantes. 4o mesmo tempo, em algumas reuni5es modernas, a quase total noção de rever9ncia pertur&a"me. *arece que alguns acham que a principal evid9ncia da presença do 0spírito $anto é o &arulho. 6emos nos esquecido de que uma pom&a é tanto um em&lema do 0spírito quanto o vento e o %ogoF
Ter)eiro ! um *rin)+*io de )one%o . 4 maioria de nós dese1aria insistir em, pelo menos, um certo grau de independ9ncia para a igre1a local que, em con%ormidade com o Novo 6estamento, é uma mani%estação local e visível da 3gre1a universal. 0 a igre1a local (não apenas a igre1a universal), é chamada o templo de eus e o corpo de risto! a igre1a local! (3 o. R!B- BD!DL ) e a igre1a universal! (0%. D!BO"DD- K!BK"B). ontudo, é possível levar este princípio da autonomia da igre1a local longe demais e, virtualmente, ignorar todos os crentes do passado e do presente.
comunhão. 4 igre1a primitiva apresenta"nos um eemplo saud/vel neste assunto. =emos que imediatamente depois do dia de *entecostes, os crentes cheios do 0spírito $anto estavam 8unânimes todos os dias no 6emplo, partindo o pão em casa7, (4t. D!K). 4ssim, eles não re1eitaram imediatamente a igre1a institucional. 0les procuraram re%orm/"la em con%ormidade com o 0vangelho. 0 eles simplesmente complementavam as reuni5es %ormais de oração do 6emplo com reuni5es em suas próprias casas. *arece"me que cada congregação deveria incluir no programa tanto cultos mais %ormais na igre1a quanto reuni5es in%ormais de comunhão nos lares. 's mais antigos mem&ros tradicionais da igre1a, que amam a liturgia, precisam eperimentar a li&erdade do culto no lar, ao passo que os mais novos, que amam o &arulho e a espontaneidade, precisam eperimentar a seriedade e rever9ncia dos cultos %ormais da igre1a. 4 com&inação é muito saud/velG 4 -uar#a polari#ação desnecess/ria di# respeito 2s nossas re"*on"abi'idade" e.ane'+"#i)a" e "o)iai". 6em sido sempre uma característica dos evangélicos ocupar"se com evangelismo. 6anto assim que não é raro encontrarmo"nos com uma con%usão de termos, como se 8evangélico7 e 8evangelístico7 signi%icassem a mesma coisa. Na nossa 9n%ase evangélica em evangelismo, temos compreensivelmente reagido contra o tão %alado 8evangelho social7 que su&stitui salvação individual por melhoramento social e, apesar do not/vel testemunho da ação social dos evangélicos do século de#enove, nós mesmos temos suspeitado de qualquer envolvimento deste tipo. 'u, se temos sido ativos socialmente, temos tido a tend9ncia de concentrar"nos nas o&ras de %ilantropia (cuidando dos acidentes de uma sociedade doente) e tomado cuidado para evitar política (as causas de uma sociedade doente). 4lgumas ve#es, a polari#ação na igre1a tem parecido ser completa, com alguns eclusivamente preocupados com evangelismo e outros com aç5es político"sociais. omo um eemplo para o primeiro, tomarei alguns grupos do tão %alado 8*ovo de esus7. 'ra, estou muito longe de querer ser
crítico de todo o movimento. ontudo, uma das minhas inmeras hesitaç5es di# respeito 2s comunidades de esus que parecem ter re1eitado a sociedade e se retirado para a comunhão individual, %a#endo cultos evangelísticos ocasionais, no mundo %ora da comunidade. Iernon Jishart, um ministro da 3gre1a +nida do anad/, escreveu so&re o *ovo de esus em Novem&ro de BOLD, num artigo da revista 8'&server7, órgão o%icial da sua igre1a. 0le descreveu o movimento como 8uma reação ao pro%undo mal"estar cultural e social7 e uma tentativa para 8vencer uma depressão do espírito humano7 causada pela tecnocracia materialista. Mostrou"se admirador do genuíno #elo cristão por eles mani%estado! 8omo crentes primitivos, eles simplesmente vivem de uma maneira amorosa, estudando as 0scrituras, partindo o pão 1untos e compartilhando os recursos?. 0 ele reconheceu que o intenso relacionamento pessoal deles com esus, e de um para com o outro era um antídoto 2 despersonali#ação da sociedade moderna. 4o mesmo tempo, ele viu este perigo! 8Ioltar"se para esus pode ser uma tentativa desesperada de desviar" se do mundo no qual ele encarnou. omo as drogas, a religião de esus pode ser uma %uga de nossa tecnocultura7. Nesta ltima %rase, Iernon Jishart colocou o dedo no pro&lema principal! $e esus amou o mundo de tal maneira que entrou nele através da encarnação, como podem seus seguidores proclamar que amam o mundo procurando escapar deleF $ir QredericU atherXood escreveu! 8*rocurar melhorar a sociedade não é mundanismo, mas amor. =avar as mãos da sociedade não é amor, mas mundanismo7 (3s :evolution harngeF, editado por ;rian Pri%%ths, 3I*, BOLD, p. RE). 4 polari#ação oposta parece ter sido evidente na 4ssem&léia da omissão do onselho Mundial de 3gre1as so&re Missão e 0vangelismo Mundial, reali#ada em ;angUoU, em 1aneiro de BOLR. *or ter sido intitulada 8$alvação ho1e7, muitos tiveram a esperança de que uma de%inição nova de salvação surgiria, quer seria tanto %iel 2s 0scrituras como relevante para o mundo moderno. *orém, %icamos decepcionados! 's documentos preparatórios e a própria con%er9ncia tentaram rede%inir salvação em termos quase
inteiramente sociais, econSmicos e políticos. T verdade que houve re%er9ncias 2 salvação pessoal do pecado e que o propósito da convocação para uma moratória de de# anos no envio de dinheiro e pessoal mission/rio para as igre1as do 6erceiro Mundo %oi a1ud/"las a tornarem"se auto" su%icientes. ontudo, a impressão geral de ;angUoUi é que o la&or mission/rio e evangelístico estão sem apoio nos círculos ecum9nicos , ao passo que a missão real da igre1a, segundo o onselho Mundial de 3gre1as , é identi%icar"se com os atuais movimentos de li&ertação! 8Nos vemos as lutas por 1ustiça econSmica, li&erdade política e renovação cultural como os elementos da li&ertação total do mundo, através da missão de eus 8(;angUoU 4ssem&lA BOLR, p. CO). estes dois etremos, a %alha característica dos evangélicos encontra"se mais na primeira que na $egunda polari#ação. Nós certamente não estamos con%undindo 1ustiça com salvação, mas temos %reqVentemente %alado e nos comportado como se pens/ssemos que nossa nica responsa&ilidade cristã para com uma sociedade não convertida %osse evangelismo, a proclamação das &oas"novas de salvação. Nos ltimos anos, contudo, tem havido &ons sinais de mudança. 6emos %icado desiludidos com a mentalidade da 8tentativa a&andonada7 com a tend9ncia de escolher não participar da responsa&ilidade social e com a tradicional o&sessão %undamentalista da 8micro"ética7 (a proi&ição de coisas mínimas) e a neglig9ncia correspondente da 8macro" ética7 (os grandes pro&lemas de raça, viol9ncia, po&re#a, poluição, 1ustiça e li&erdade). 6em havido tam&ém, um recente reconhecimento dos princípios &í&licos para a ação social cristã, tanto teológica quanto ética. 6eologicamente, tem havido um redesco&rimento da doutrina da criação. 6endemos a ter uma &oa doutrina da redenção e uma péssima doutrina da criação. Naturalmente, temos tido uma rever9ncia de l/&ios 2 verdade de que eus é o riador de todas as coisas, mas, aparentemente, temos estado cegos para as implicaç5es disto. Nosso eus tem sido por demais 8religioso7, como se o seu principal interesse %osse cultos de adoração e oração %reqVentados por mem&ros de igre1as. Não me entenda mal! eus tem pra#er nas oraç5es e
louvores do seu povo. Mas, agora, começamos a v9" lo, tam&ém (como a ;í&lia sempre o retratou), como o riador, que est/ interessado tanto pelo mundo secular quanto pela 3gre1a, que ama a todos os homens e não somente os crentes, e que tem interesse na vida como um todo, e não meramente na religião. 0ticamente, h/ um redesco&rimento da responsa&ilidade do amor pelo próimo, que é o seguinte mandamento! 84mar nosso próimo como amamos a nós mesmos7. ' que isto signi%ica na pr/tica ser/ determinado pela de%inição das 0scrituras so&re 8o nosso próimo7. ' nosso próimo é uma pessoa, um ser humano, criado por eus. 0 eus não o criou como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar"nos eclusivamente com seu &em"estar %ísico), em tampouco um corpo"alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar" nos com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive). NãoG eus %e# o homem um ser espiritual, %ísico e social. omo ser humano, o nosso próimo pode ser de%inido como 8um corpo"alma em sociedade7. *ortanto, a o&rigação de amar o nosso próimo nunca pode ser redu#ida para somente uma parte dele. $e amamos nosso próimo como eus criou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu &em"estar total, e &em"estar do seu corpo, da sua alma e da sua sociedade. Martin =uther >ing epressou isto muito &em! 8:eligião trata tanto com o éu como com a terra... ing r. *or oretta >ing, @odder BOL, p. BDL). 0u acho que deveríamos adicionar que 8uma religião seca como poeira7, é na realidade, uma religião %alsa.
T verdade que o $enhor esus ressurrecto deiou a Prande omissão para a sua 3gre1a! pregar, evangeli#ar e %a#er discípulos. 0 esta comissão é ainda a o&rigação da 3gre1a. Mas a comissão não invalida o mandamento, como se 8amar/s o teu próimo7 tivesse sido su&stituído por 8pregar/s o 0vangelho7. Nem tampouco reinterpretar amor ao próimo em termos eclusivamente evangelísticos. 4o contr/rio, enriquece o mandamento amar o nosso próimo, ao adicionar uma dimensão nova e cristã, nomeadamente a responsa&ilidade de %a#er risto conhecido para esse nosso próimo. 4o rogar que deveríamos evitar a escolha mais do que ing9nua entre evangelismo e ação social, eu não estou supondo que cada crente deva estar igualmente envolvido em am&os. 3sto seria impossível. 4lém disso, devemos reconhecer que eus chama pessoas di%erentes e as dota com dons apropriados 2 sua chamada. ertamente cada crente tem a responsa&ilidade de amar e servir o próimo 2 medida que as oportunidades se mani%estam, mas isto não o ini&ir/ de concentrar"se " con%orme sua vocação e dons " em alguma incum&9ncia particular, se1a alimentando o po&re, assistindo ao en%ermo, dando testemunho pessoal, evangeli#ando no lar, participando na política local ou nacional, no serviço comunit/rio, nas relaç5es raciais, no ensino ou em outras &oas o&ras. 0m&ora cada crente, individualmente, deva desco&rir como eus o tem chamado e dotado, aventuro"me a sugerir que a igre1a evangélica local, como um todo, deve preocupar" se com a comunidade secular local como um todo. +ma ve# que isto se1a aceito, em princípio. rentes individuais, que compartilham as mesmas preocupaç5es, seriam incentivados a 1untar"se em 8grupos de ação e estudo7. Não para ação sem estudo prévio, nem para estudo sem ação conseqVente, mas para am&os. 6ais grupos, com responsa&ilidade, considerariam em oração um pro&lema particular, com a intenção de agir atacando o pro&lema. +m grupo poderia estar preocupado com o evangelismo num novo con1unto ha&itacional, no qual (até onde é conhecido) não mora nenhum crente, ou com uma seção particular da comunidade local " uma rep&lica para estudantes, uma prisão,
estudantes recém"%ormados etc. +m outro grupo poderia dedicar"se aos pro&lemas dos imigrantes e das relaç5es raciais, de uma %avela de /rea e de ha&itaç5es de%icientes, de um asilo para velhos desamparados ou de um hospital- de pessoas idosas que t9m pensão, mas se sentem sós, de uma clínica local de a&orto, ou de uma casa de prostituição. 4 possível lista é quase intermin/vel. Mas se os mem&ros de uma congregação local %ossem compartilhar as responsa&ilidades evangelísticas e sociais da igre1a em con%ormidade com seus interesses, chamadas e dons, muito tra&alho construtivo poderia certamente ser %eito na comunidade. 0u não conheço qualquer outra declaração de nossa dupla responsa&ilidade cristã, social e evangelística, melhor do que aquela %eita pelo r. J.4 . Iisser! 80u creio7, disse ele, 8que com respeito 2 grande tensão entre a interpretação vertical do 0vangelho como essencialmente preocupada com o ato da salvação de eus na vida dos indivíduos e a interpretação hori#ontal disto, como principalmente preocupada com as relaç5es humanas no mundo, devo %ugir daquele movimento oscilatório mais do que primitivo de ir de um etremo para o ouro. +m cristianismo que tem perdido sua dimensão vertical tem perdido seu sal e é, não somente insípido em si mesmo, mas sem qualquer valor para o mundo. Mas um cristianismo que usaria a preocupação vertical como um meio para escapar de sua responsa&ilidade pela vida comum do homem é uma negação do amor de eus pelo mundo, mani%estado em risto. eve tornar"se claro que mem&ros de igre1a que de %ato negam suas responsa&ilidades com o necessitado em qualquer parte do mundo são tão culpados de heresias quanto todos os que negam este ou aquele artigo da Qé7. ' meu argumento neste livreto tem sido a %avor de um cristianismo &í&lico equili&rado, no qual se evitam as polaridades comuns do mundo cristão " e especialmente do mundo evangélico. *recisamos en%ati#ar, tanto o intelecto como o emocional, lem&rando que nada coloca o coração em %ogo como a verdade- tanto o conservador como o radical,