Concílio de Cartago, 417 – Cânones sobre o pecado e a graça [A Igreja Africana negou seu reconhecimento às decisões da Palestina. Dois sínodos em 416 novamente condenaram Celéstio, no que foram aprovados por Inocêncio I. Mas o Papa Inocêncio morrendo, seu sucessor, o Papa Zósimo, deu apoio a Pelágio e Celéstio. O Concílio de Cartago, porém, definitivamente condenou as idéias pelagianas. Mais uma vez conseguiram-se editos imperiais contra os hereges e, finalmente, Zósimo concordou com o ponto de vista africano. Muitos bispos, porém, subscreveram com reticências e dezoito foram depostos.]
1. Se alguém disser que Adão, o primeiro homem, foi criado mortal, de modo que, pecando ou não, teria teria morrid morrido o por causas causas natura naturais is e não como como conseq conseqüênc üência ia do pecado, pecado, seja anátema. 2. Se alguém disser que os recém-nascidos não necessitavam de ser batizados, nem que eles são batizados para a remissão dos pecados, mas que nenhum pecado original provém de Adão para ser lavado no batismo da regeneração, tanto que nestes casos a fórmula batismal “para remissão dos pecados” deve ser tomada num sentido fictício e não em seu verdadeiro sentido, seja anátema. 3. Se alguém interpretar as palavras do Senhor “na casa de meu Pai há muitas moradas” no sentido de que há no reino dos céus um lugar intermediário, ou outro determinado lugar, onde onde goza gozarã rão o a bembem-av aven entu tura ranç nçaa as cria crianç nças as mort mortas as sem sem o bati batism smo, o, – cond condiç ição ão indispensável para a entrada no reino dos céus, ou seja, na vida eterna, – seja anátema. 4. Se alguém disser que a graça, mediante a qual Jesus Cristo nosso Senhor justifica o homem, apenas serve para remissão dos pecados já cometidos e não para prevenção contra pecados futuros, seja anátema... 5. Se alguém disser que esta graça... apenas nos ajuda a não pecar, revelando-nos os mandamentos e ensinado-nos o que devemos desejar ou evitar, mas não concedendo a vontade e o poder de fazer aquilo que reconhecemos como sendo bom... seja anátema. 6. Se alguém disser que a graça da justificação nos é concedida para podermos mais facilmente, com a ajuda da graça, fazer por livre arbítrio aquilo que se nos ordena, como sendo sendo possív possível el cumpri cumpri-lo -lo sem auxílio auxílio da graça, graça, embora embora como como maior maior dificu dificulda ldade, de, seja seja anátema. 7. Se alguém interpretar as palavras de São João “se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos e a verdade não está em nós” (1Jo 1.8), como simplesmente expressão de humildade e não como reconhecimento da verdade absoluta, seja anátema. 8. Se alguém disser que os santos, orando a oração dominical “perdoa-nos nossas dívidas”, não oram em seu próprio favor, pois lhes é desnecessária tal petição, mas a favor dos pecadores do rebanho de Deus, ... e por esta razão não dizem singularmente “perdoa-me minhas dívidas”, mas no plural “perdoa-nos nossas dívidas”, – indício claro que não é para si que oram, mas para os demais, – seja anátema.
9. Se alguém disser que os santos dizem “perdoa-nos nossas dívidas” puramente por humildade, não expressando a verdade, seja anátema
Henry Bettenson, Documentos da Igreja Cristã (SP: ASTE/Simpósio, 1998), pp. 111-113.