Ciclo da Porta da Morte
A Estrela dos Elfos Margareth Weiss Weiss – Tracy Hickman
Título original: Elven Star (Volume (Volume 2 The Death Gate Cycle)
© 1990 by Margaret Weis and Tracy Hickman Publ Publis ishe hed d by ar arra rang ngem emen entt with with Bant Bantam am Book Books, s, a difusion of Bantam Doubleday DELL Publishing Group, Inc., New York. © Grupo Editorial Ceac, S.A 1991
ISBN: 84-413-0275-8 (Obra completa) 84-413-0643-5 (volume 52) Depósito legal: B. 141481997
“Seu estandarte sobre mim era o amor.” Cântico do Salomão
PRÓLOGO “...tínhamos a nosso alcance o domínio do mundo. Nossos antigos inimigos, os sartan, assistiam impotentes nosso auge. A certeza de que seriam obrigados a viver sob nosso comando era mortificante para eles, amarga como o absinto, e decididos a tomar medidas drásticas, cometeram um ato de desespero quase impossível de conceber. Para não não perm permit itir ir que domi dominá náss ssem emos os o mund mundo, o, os sart sartan an o destruíram. “Em seu lugar, criar ara am quatro novos mundos, formados com os elementos do velho: Ar, Fogo, Terra e Água. Os povos do mundo que sobreviveram ao holocausto for foram tra rans nsp por orta tad dos par ara a est estes mund mundos os par ara a que os habitassem. Nós, o antigo inimigo, fomos jogados em uma prisão mágica conhecida como o Labirinto. “Segundo os registros que descobri no Elo, os sartan esperavam que a vida na prisão nos “reabilitasse”, que sairíamos do Labirinto, com nossa natureza — dominante e que eles denominavam cruel — apaziguada. Mas algo saiu errado. Nossos carcereiros sartan, aqueles que deveriam controlar o Labirinto, desapareceram. E o próprio Labirinto tomou seu lugar, e, da prisão, transformou-se transformou-se em verdugo. “São incontáveis os filhos de nosso povo que morreram nesse lugar espantoso. Gerações inteiras foram aniquiladas. Mas, antes de ser destruída, cada uma delas cons co nseg egui uiu u ganh ganha ar ter errreno eno ao La Lab birint rinto o e dei eix xar seus eus
descendentes um pouco mais perto da liberdade. Por fim, graças a meus extraordinários poderes mágicos, consegui derrotar o Labirinto e fui o primeiro a escapar de suas armadilhas. Atravessei a Porta Final e emergi neste mundo, conhecido como o Elo. Aqui, vi o que os sartan tinham feito conosco e descobri a existência de quatro novos mundos e as rel elaç açõe õess ent entre el eles es.. Mas Mas o que é ma mais is imp importa rtante: nte: descobri a Porta da Morte. “Retornei ao Labirinto — continuo fazendo isso com freq freqüê üênc ncia ia — e util utiliz izei ei minh minha a ma magi gia a para para co comb mbat ater er e esta estabi bili liza zarr dive divers rsas as part partes es dele dele,, prop propor orci cion onan ando do assi assim m refúgios seguros para o resto de minha gente, que ainda luta por libertar-se libertar-se de seu cativeiro. Quem consegue, chega ao Elo e trabalha para mim, levantando levantando a cidade cidade e prepara preparando-se ndo-se para o dia em que de novo ocuparemos o lugar que nos corresponde como donos do universo. Com este fim, decidi mandar exploradores a cada um dos quatro mundos, através da Porta da Morte.” 1 “(...) Escolhi Haplo entre o grande número de patryns a me meu u serv serviç iço o por por dive divers rsas as ra razõ zões es:: sua sua sens sensat atez ez,, sua sua rapi ra pide dezz de pens pensam amen ento to,, sua sua ca capa paci cida dade de de fala falarr co com m fluidez diversos idiomas e seu domínio da magia. Haplo demonstrou sua capacidade em sua primeira viagem ao Ariano, o mundo do ar. Não só fez tudo que pôde para perturbar a ordem desse mundo e para precipitá-lo em uma guerra devastadora, mas me trouxe abundantes e valiosas informações, assim como um jovem discípulo, um menino extraordinário extraordinário chamado Bane. “Estou muito satisfeito com Haplo e seu talento. Se o vigio com certa severidade é devido a essa desafortunada tendência a pensar por sua conta. Eu não digo nada, pois no momento esse traço de seu caráter me é de incalculável valor. Na realidade, não acredito que nem ele mesmo se dê conta de seu defeito. Haplo imagina ser dedicado a mim, sacrificaria sua vida por mim sem duvidar. Mas uma coisa é 1
O Senhor do Elo, História dos patryn depois da Destruição do Mundo. (N. do A.)
oferecer a própria vida, e outra diferente é oferecer a alma. Reunificar os quatro mundos e derrotar aos sartan... que doces serão essas vitórias! Mas muito mais doce será o espetáculo de Haplo e seus congêneres, con gêneres, ajoelhados a minha fren frente te,, me rec econ onhe hece cend ndo o em seus seus co cora raçõ ções es e em suas suas mentes como seu amo e senhor absoluto”.2 “Haplo, meu querido filho.” “Esp “Esper ero o que me per erm mita cham chamáá-lo lo assi assim m. É tão tão querido para mim como os filhos que gerei, talvez porque acredito ter desempenhado um papel fundamental em seu nascimento... ou renascimento. Não há dúvida de que te arranquei das garras da morte e o devolvi à vida. Afinal, o que faz um pai natural para ter um descendente, salvo compartilhar alguns breves momentos de prazer com uma mulher? “Tinha a esperança de ajudá-lo a ganhar tempo em sua viagem a Pryan, o reino do Fogo. Por azar, os obse observ rvad ador ores es me avis avisar aram am que que o ca camp mpo o má mági gico co está está desm desmor oron onan ando do nas nas ce cerrca cani nias as da port porta a quat quatrroc ocen ento toss e sessenta e três. O Labirinto desencadeou uma praga de formigas carnívoras que matou centenas dos nossos. Devo ir combatê-las e, portanto, estarei ausente quando você partir. partir. Não é preciso dizer que gostaria que você estivesse a meu lado, mas sua missão é urgente e não quero afastá-lo de seu dever. “Minhas instruções são parecidas com as que te dei ao par arti tirr para para o Aria Ariano no.. É obvi obvio, o, oc ocul ulta tará rá das das pes pessoas soas nor normais os seus eus poder oderes es mágic ágicos os.. Co Como mo no Aria iano no,, devemos manter em segredo nossa volta ao mundo. Se os sartan me descobrirem antes que esteja preparado para levar a cabo meus projetos, moverão céu e terra (como já fizeram uma vez) para impedi-lo. “Lembre-se, Haplo, que você é um observador. Se for poss possív ível el,, não não inte interv rven enha ha dir diretam etamen ente te para para al alte tera rarr os acon ac onte teci cim mento entoss do mund mundo; o; atue atue só atr através avés de me meiios 2
Extrato dos diários privados do Senhor do Elo. (N. do A.)
indiretos. indiretos. Quando me apresentar nesses mundos, não quero escu escuta tarr ac acus usaç açõe õess de que meus eus agen agenttes co com meter eteram am atr atroc ocid idad ades es em me meu u nome nome.. Seu Seu trab trabal alho ho no Aria Ariano no foi foi excelente, meu filho, e se volto a citar esta precaução, façoo apenas como aviso. “Sabemos pouco à respeito de Pryan, o mundo do Fogo, ogo, exce ceto to que que sua sua exten xtensã são o par parec ece e ser ser imen imensa sa.. Os indí ndício cios que os sartan rtan nos nos dei deixara xaram m descr escrev evem em uma uma gigantesca bola de rocha que envolve um núcleo de fogo, parecida com o mundo antigo mas muitíssimo maior. maior. É esse tamanho o que me desconcerta. Por que os sartan sentiriam necessidade de fazer tão incrivelmente imenso esse planeta? E há outra coisa que não entendo: onde está o sol? Seu dever, Haplo, será encontrar resposta para estas e outras perguntas. “A vasta imensidão das terras de Pryan me leva a pens pensar ar que que seus seus habi habita tant ntes es deve devem m esta estarr divi dividi dido doss em pequenos grupos, isolados entre si. Apóio-me para isso no cálculo do número de seres das raças que os sartan devem ter transladado para Pryan. Inclusive com uma explosão demográfica sem precedentes, elfos, humanos e anões não poderiam de modo algum ter se expandido até ocupar um espaço tão enorme. Em tais circunstâncias, de nada me serviria um discípulo que pudesse unificar os povos, como o que trouxe do Ariano. “Envio-o a Pryan com a missão principal de investigar. investigar. Descubra tudo que puder desse mundo e de seus habitantes. E, assim como no Ariano, procure com diligência qualquer sinal dos sartan; embora, salvo uma exceção, não tenha encontrado nenhum com vida no mundo do Ar, é possível que fugissem dali e se exilassem em Pryan. “Tome cuidado, Haplo. Seja discreto e prudente. Não faça nada que possa atrair a atenção sobre você. Abraço-o de todo todo co cora raçã ção. o. E espe esperro estr estrei eitá tá-l -lo o em me meus us braç braços os quando retornar, são, salvo e triunfante. “Seu amo e pai.”3 3
Haplo, Pryan mundo do Fogo, vol. 2 de Diários da Porta da Morte. (N. do A.)
CAPÍTULO 1
MANSÃO DE YRENI, DANDRAK, REINO MÉDIO Calandra Quindiniar estava sentada atrás da enorme mesa de madeira polida, somando os lucros do último mês. Seus dedos brancos dirigiam com rapidez o ábaco co,, deslizando as contas para cima e para baixo, e seus lábios murmuravam as somas em voz alta enquanto escrevia as cifras no velho livro de contabilidade encadernado em pele. Sua caligrafia era muito parecida com a própria Calandra: fina, reta, precisa e fácil de ler. Sob Sobre sua ca cabe beça ça gira rav vam quatr uatro o co conj njun unto toss de plum plumas as de cis cisne que ma mant ntin inha ham m o ar em movi ovime ment nto o. Apes Apesar ar do mo morrma maço ço de me meta tade de de cicl ciclo o no exter xterio ior, r, o interior da casa permanecia fresco. A mansão se achava na máxima elevação da cidade e recebia, graças a isso, a brisa que mais abaixo era sufocada pela selva. Era a maior mansão da cidade, depois do palácio real. (Lenthan Quindiniar tinha dinheiro suficiente para fazer uma casa maior até que o palácio real, mas era um elfo humilde que que co conh nhec ecia ia muit muito o bem bem seu seu luga lugarr.) As esta estadi dias as er eram am espaçosas e arejadas, com tetos altos e numerosas janelas e possuía um sistema de ventiladores mágicos, ao menos um por cômodo. Os salões, muito amplos, achavam-se no segundo andar e estavam belamente mobiliados. Algumas persianas os deixavam frescos e na penumbra durante as horas brilhant hantes es do ciclo. Quando se produzia uma tormenta, as persianas eram levantadas para deixar passar a refrescante brisa carregada de umidade. Pai aith than an,, o irmã irmão o ma mais is novo novo de Ca Cala land ndra ra,, esta estava va sentado em uma cadeira de balanço perto do escritório. Balançava-se para frente e para trás indolentemente, com
um leque na mão, e estudava o movimento das plumas de cisne sobre a cabeça de sua irmã. Do estudo, Paithan podia divisar vários ventiladores mais: o do salão e, mais à frente, o da cozinha. Viu-os girar no ar e entre o rítmico tremor das plumas, o estalo das contas do ábaco e o leve rangido da cadeira de balanço, caiu em um estado quase hipnótico. Uma violenta explosão que sacudiu os três pisos da casa fez Paithan se levantar de um salto. — Maldição! — resmungou, observando com irritação uma fina nuvem de yeso4 que caía do teto em sua bebida gelada. Sua irmã bufou e não disse nada. Fez uma pausa para soprar o pó de gesso que se depositara na folha do livro de contabilidade, mas não interrompeu seus cálculos. Ouviu-se então um gemido de terror procedente do piso inferior. — Deve ser a nova criada — comentou Paithan han ficando em pé. — É melhor tranqüilizá-la e dizer que são apenas as experiências do nosso pai... — Nã Não o fará fará nada nada diss disso o — repli eplico cou u Ca Cala land ndra ra sem sem leva le vant ntar ar a vist vista a e sem sem para pararr de escr escrev ever er.. — Fica cará rá aí sent entado e esperará que eu termine as contas; logo, repassaremos os detalhes de sua próxima viagem a norint . Já é suficientemente pouco o que faz para ganhar a vida, sempre perdendo tempo em Orn e com seus amigos da nobreza. Além disso, a garota é humana; e muito feia. Calandra se concentrou de novo em suas somas e subtrações. Paithan voltou a acomodar-se de bom grado na cadeira de balanço. “Deveria ter imaginado — pensou o jovem elfo — que se Calandra contratasse uma humana seria algum despropósito com cara de porco. Isso é o que se chama amor fraternal. Ah!, enfim, muito em breve vou viajar e então, minha querida Calandra, o que os olhos não vêem...”
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Elaborado com um composto de depósitos de cálcio procedentes dos ossos de animais, mesclados com outros elementos orgânicos orgânicos até formar uma massa dúctil e manejável. (N. do A.)
Paithan se balançou na cadeira, sua irmã continuou mur murmura urando ndo e os vent ventiila lad dor ores es co cont ntin inua uarram gira rand ndo o tranqüilamente. Os elfos adoravam a vida e por isso a envolviam de magia em quase todas as suas criações. es. As plumas prod produz uzia iam m a ilus ilusão ão de esta estarrem pres presas as à asa asa do cisn cisne. e. Enquanto as contemplava, Paithan pensou que constituíam uma boa analogia de sua família: todos os seus membros viviam viviam na crença crença ilusór ilusória ia de ainda estar estarem em vincula vinculados dos a algo, talvez até uns aos outros. Suas aprazíveis meditações foram interrompidas pela aparição de um elfo sujo de fuligem, desalinhado e com as pontas dos cabelos chamuscados, que entrou na sala aos saltos e esfregando as mãos. — Desta vez não foi ruim, não é? — comentou. De baixa estatura para um elfo, era evidente que em outra época tinha sido obeso. Nos últimos tempos, suas carnes carnes se tornaram tornaram fofas, fofas, e sua pele, cítrica cítrica e ligeiram ligeiramente ente torcida. Embora a capa de fuligem ocultasse, o cabelo cinza que rodea odeava va a extens tensa a ca calv lva a indi ndica cava va que que esta estava va na maturidade. Se não fosse pelas cãs, teria sido difícil calcular a idade do elfo pois sua pele era lisa, sem uma ruga. E olho ol hoss bril brilha hant ntes es;; muit muito o bril brilha hant ntes es.. O rec ecém ém-c -che hega gado do esfregou as mãos e olhou alternada e nervosamente para seus filhos. — Desta vez não foi ruim, não é? — repetiu. — Certamente que não, chefe — assentiu Paithan, de bom humor. humor. — Um pouco mais e caio de costas. Lenthan Quindiniar lhe dirigiu um sorriso espasmódico. — Calandra? — insistiu. — Voc ocê ê co cons nseg egui uiu u deix deixar ar a aj ajud udan ante te de co cozi zinh nha a histérica e causou novas rachaduras no teto, se for a isso ao que se refere, pai — replicou Calandra, fazendo um gesto irritado. — Você co com meteu um erro! — o ábaco disse de repente. Calandra dirigiu um olhar de raiva ao aparelho,
mas este se manteve firme. — Quatorze mil seiscentos e oitenta e cinco mais vinte e sete não são quatorze mil seis seiscen cento toss e doze doze.. São São quat quator orze ze mil mil sete setecen cento toss e doze doze.. Você esqueceu de puxar uma. — Fique satisfeito que eu só tenha cometido um erro! Viu o que fez fez, pai ai?? — exclam clamou ou Ca Callandr andra. a. Lenth enthan an se mostrou bastante abatido durante alguns instantes, mas recuperou o ânimo em seguida. — Agora não falta muito — comentou, esfregando as mão mã os. — Dest Desta a vez, vez, o fog foguete uete subi ubiu ac aciima da minha nha cabeça. Acredito que estou perto de encontrar a mistura adequada. Vou ao laboratório outra vez, meus queridos. Estarei ali se alguém precisar de mim. — Isto é muito provável! — murmurou Calandra. — Vamos, deixe o chefe tranqüilo — disse Paithan, observando com ar divertido o elfo sujo de fuligem que, depois de uma hesitação, retrocedia entre os belos móveis até desaparecer por uma porta traseira da cozinha. — Por acaso prefere prefere vê-lo como estava depois da morte morte de nossa nossa mãe? — Preferiria vê-lo normal, se está se referindo a isso, mas suponho que é pedir muito. Entre os namoros de Thea e o estado mental do pai, somos os bobos da cidade. — Nã Não o se preo preocu cupe pe,, quer querid ida a irmã irmã.. Possi ossive velm lmen ente te alguns zombam, mas o farão sem emp pre às esco cond ndiidas enquanto for você que arrecada o dinheiro dos Senhores da Thillia. Além disso, se o velho recuperasse o juízo, voltaria a cuidar do negócio. — Ora! — Resmungou Calandra. — Não utilize essas expressões. Já disse que não as suporto. É o que acontece quando se anda por aí com amigos como esses seus. Um grupo de indolentes... — Erro! — Informou o ábaco. — Tem que... — Já vou corrigir! — Calandra franziu o cenho, cons co nsul ulto tou u a últi última ma anot anotaç ação ão e, co com m um gest gesto o irri irrita tado do,, voltou a somar as quantidades.
— Deixe que essa... essa coisa se encarregue das contas — Paithan apontou para o ábaco. — Não confio nas máquinas. Silêncio! — exclamou Calandra quando seu irmão se dispunha a acrescentar algo mais. Paithan permaneceu em silêncio por alguns momentos, abanando-se, enquanto se perguntava se teria energia suficiente para chamar o criado e lhe mandar trazer um copo de ambrosia fria... um que não estivesse cheio de gess gesso. o. Entr Entret etan anto to,, dado dado seu seu ca cará ráte ter, r, o jo jove vem m el elfo fo er era a incapaz de ficar calado muito tempo. — Fal alan ando do de Thea Thea,, onde onde el ela a está está?? — per pergunt guntou ou,, volt voltan ando do a cabeç cabeça a co como mo se espe espera rass sse e vê-l vê-la a em emer ergi girr de debaixo de alguma das capas que protegiam vários móveis da sala. — Na cama, é obvio. Ainda não é a hora do vinho — respondeu sua irmã, referindo-se ao período do final de cada ciclo5 conhecido como “arrebatamento” em que os elfos deixavam o trabalho e relaxavam tomando um copo de vinho com especiarias. Paithan balançou-se para frente e para trás. Estava se aborrecendo. O nobre Durndrun ia sair com um grupo para navegar pel elo o lago da árvore e oferec ece eria um jantar campestre a seguir e, se Paithan quisesse participar, já era hora de vestir-se adequadamente e se por a caminho. Até sem ser de berço nobre, o jovem elfo era suficientemente rico, bonito e encantador para fazer nome entre a aristocracia. Faltava-lhe a educação da nobreza mas era preparado o bastante para reconhecer e não tentar fingir ser algo diferente do que era: o filho de um comerciante de classe média. O fato de que esse pai comerciante de classe média fosse, precisamente, o elfo mais rico de toda Equilan, mais rico até (assim se dizia) que a própria rainha, comp co mpens ensav ava a suas suas oc ocas asio iona nais is qued quedas as na vulg vulgar arid idad ade. e. O 5
A sociedade élfica de Equilan mede o tempo da seguinte maneira: uma hora tem cem minutos, vinte e uma horas são um ciclo, cinqüenta ciclos são uma estação, e cinco estações, um ano. A medição do tempo varia de um lugar a outro em Pryan, segundo as condições meteorológicas locais. Ao contrário do mundo de Ariano, onde existe o dia e a noite, em Pryan nunca há sol. (N. do A.)
jovem elfo era um bom camarada que gastava o dinheiro com prodigalidade. prodigalidade. “É um diab diabo o inte intere ress ssan ante te;; co cont nta a as hist histór ória iass ma mais is extravagantes”, havia dito um dos nobres. A educ educaç ação ão de Pai aith than an vinh vinha a do mund mundo, o, não não dos dos livros. Depois da morte de sua mãe, uns oito anos atrás, e a posterior queda de seu pai na loucura e na enfermidade, Pai aitthan han e sua irmã mai aiss vel elha ha se encar ncarrregar egaram am dos negócios familiares. Calandra ficava em casa e controlava a cont co nta abili bilid dade ade da prósp ósper era a em emp presa esa de ar arma mame ment ntos os.. Embora fizesse mais de cem anos que os elfos não iam à guerra, os humanos ainda gostavam de praticá-la, e mais ainda gostavam das armas mágicas que os elfos criavam. Paithan se encarregava de sair pelo mundo, negociar os contratos, assegurar-se que os envios eram entregues e manter os clientes satisfeitos. Devido a isso, tinha viajado por todas as terras da Thillia e em uma ocasião se aventurou até aos próprios territórios dos reis do mar, para o norint . Os nobres elfos, pelo contrário, raramente abandonavam suas propriedades nas copas das árvores. Muitos deles nem sequer tinham pisado nas partes inferiores de Equilan, seu próprio reino. Devido a isso, Paithan era considerado uma maravilhosa raridade e era cortejado como tal. Pai aith than an tinh tinha a co cons nsci ciên ênci cia a de que que os nobr nobres es e as damas o viam como um macaco doméstico. A alta sociedade elfa não o aceitava totalmente. Ele e sua família eram convidados ao palácio real uma vez ao ano, em uma concessão da rainha a quem mantinha as arcas cheias, mas isso era tudo. Nada disso preocupava Paithan. Em compensação, compensação, o fato de que alguns elfos que não tinham a metade da preparação e não tinham nem a quarta parte de suas riquezas olharem para os Quindiniar por cima do ombro porque estes não podiam reconstruir sua árvore genealógica até o tempo da Peste incomodava Calandra com co mo uma uma flec flecha ha no pei peito. to. Não enco encont ntra rava va nenh nenhum uma a virt virtud ude e na “nobr nobrez eza” a” e, ao me meno noss na fren frente te do irmã irmão, o,
deixava patente o desdém que lhe inspirava. E a irritava muitíssimo que Paithan não compartilhasse seus sentimentos. Paithan, achava os nobres elfos quase tão divertidos como co mo el eles es o co cons nsid ider erav avam am.. Sabia abia que, ue, se prop propus uses esse se matrimônio a qualquer uma das filhas de um dos duques, haveria abraços e soluços e lágrimas ante a idéia de que a “querida filha” se casasse com um plebeu... e o casamento seria seria celebra celebrado do logo logo que a etiqueta etiqueta cortes cortesã ã permiti permitiss sse. e. Afina final, l, as ca casa sass nobr nobres es prec precis isav avam am de dinhe dinheir iro o para para se manter. O jo jove vem m el elfo fo não não tinh tinha a inten ntençã ção o de se ca cassar ar;; ao menos, no momento. Procedia de uma família de aven aventu turrei eirros e migr migran ante tess cujo cujoss ante antepa pass ssad ados os er eram am os exploradores elfos que tinham descoberto a omita. Ficara quase uma estação completa em casa e era hora de viajar outra vez, razão pela qual estava ali sentado junto a sua irmã, quando deveria encontrar-se remando em um bote acom ac ompa panh nhad ado o de al alg guma uma dam daminha nha enca encant ntad ador ora. a. Mas Callandr Ca andra a, abs abstraí traíd da em seus eus cá cállculo culoss, par arec eciia ter ter se esquecido de sua presença. Paithan decidiu de repente que, se ouvisse estalar outra vez as contas do ábaco, ia se “chatear” (outra expressão de “seu uso” que provocaria a irritação de Calandra). Paithan tinha uma notícia para sua irmã que estivera guardando para um momento como aquele. Uma notícia que provocaria uma explosão parecida com a que tinha sac acud udiido a ca casa sa um mo mome ment nto o ant antes, es, mas que tirar irariia Cala Ca land ndra ra de sua sua co conc ncent entra ração ção.. Assi Assim, m, Paith aithan an pode poderi ria a escapar dali. — O que você acha de nosso pai ter mandado chamar um sacerdote humano? — perguntou. Pela primeira vez desde que entrara na habitação, sua irmã interrompeu seus cálculos, levantou a cabeça e olhou para ele. — O que?
— Nosso pai mandou chamar um sacerdote humano. Pensei que você soubesse. — Paithan piscou repetidamente, aparentando inocência. Nos olhos escuros de Calandra apareceu um fulgor. Seus lábios se apertaram. Depois de secar a pluma com meticuloso cuidado em um pano manchado de tinta que utilizava expressamente com tal propósito, deixou-a com delicadeza em seu lugar correspondente, sobre o livro de contabilidade, e voltou a cabeça para seu irmão, dedicando-lhe toda a sua atenção. Cala Ca land ndra ra nunc nunca a tinh tinha a sido sido bela bela.. Toda oda a bele beleza za da família, dizia-se, tinha sido reservada e concedida a sua irmã menor. Calandra era tão magra que seu aspecto era quase cadavérico. (Quando criança, Paithan tinha recebido uma palmadas ao perguntar se sua irmã prendera o nariz em algum lugar.) Agora, parecia que toda sua cara tinha sido sido co comp mpri rimi mida da em uma uma pren prensa sa.. Usav Usava a o ca cabe belo lo pres preso o para trás num coque apertado no alto da cabeça, preso com três pentes de pontas agudas e aspecto atroz. Sua pele tinha uma palidez mortal, pois raramente abandonava o interior da casa e, quando o fazia, usava um guarda-sol como proteç eçã ão. Suas uas roupas sever evera as eram sempre confeccionadas segundo o mesmo patrão: abotoadas até o queixo e com saias que se arrastavam arrastavam pelo chão. Calandra nunca tinha se importado em não ser bela. A beleza era impo import rtan ante te para para a mulh mulher er que que pret pretend endes esse se apan apanha harr um homem, mas Calandra não queria nenhum. — Afinal — Calandra gostava de dizer, — o que são os homens além de seres que gastam seu dinheiro e se metem em sua vida? “Todos, exceto eu”, pensou Paithan. “E isso porque Calandra cuidou de me educar como devia.” — Não acredito — disse ela. — Claro que sim. — Paithan Paithan estava se divertindo. — Já sabe que o sex... perdão, foi um deslize... que nosso pai está louco o bastante para fazer algo. — Como você soube?
— Porque na última hora de jantar fiquei no bar do velho velho Rory Rory tomand tomando o uma taça rápida rápida antes antes de ir para para a casa de... — Não me interessa para onde foi — cortou Calandra, em cuja testa apareceu uma ruga. — Rory não te contou esse rumor, não é? — Creio que sim, querida irmã. O louco de nosso pai estava no bar, falando de seus foguetes, e saiu com a notícia de que tinha chamado ch amado um sacerdote humano. — No bar! — Calandra arregalou os olhos, aterrada. — Muita... muita gente ouviu? — Certamente que sim! — respondeu Paithan, animadamente. — Era sua hora de costume, já sabe, justo a hora do vinho, e o local estava abarrotado. Calandra soltou um gemido rouco e seus dedos se fech fechar aram am em tor torno do ma marrco do ábac ábaco, o, que que prot protes esto tou u sonoramente. — Talvez nosso pai tenha... imaginado — murmurou. Ent Entretan etanto to,, sua voz soo oou u deses esespe perrança ançada da.. Às veze vezess, Lenthan Quindiniar estava muito ligado em sua loucura. Paithan moveu a cabeça. — Não — disse. — Falei com o homem dos pássaros. Seu ánsar 6 levou a mensagem a Gregory, Senhor da Thillia. A nota nota dizi dizia a que que Lenth enthan an Quin Quindi dini niar ar de Equi Equila lan n quer queria ia consultar um sacerdote humano a respeito de viagens às estrelas. Comida, alojamento e quinhentas pedras. 7 Calandra lançou um novo gemido, mordeu o lábio e exclamou: — Seremos assediados! — Não, não. Eu acho que não. — Paithan sentiu certo remorso por ser a causa daquele desgosto. Acariciou os dedo dedoss duros uros de sua sua irmã irmã.. — Dest Desta a vez vez poss possiv ivel elme ment nte e ter terem emos os sort sorte, e, Ca Cal. l. Os sace sacerrdote dotess huma humano noss vive vivem m em 6
Ave voadora da família dos gansos do mar utilizados para comunicações a longa distância. Um ganso selvagem devidamente treinado, voa entre dois pontos sem jamais se perder. perder. (N. do A.) 7 Medi Me dida da de muda mudanç nçaa de Equi Equila lan. n. É um pape papell de troc trocaa pelo pelo equi equiva valen lente te em pedr pedras as,, que que são são extremamente escassas escassas e só podem ser encontradas no fundo do mundo de Pryan. (N. do A.)
monastérios. Sua principal ocupação é intervir em política e tentar nos fazer voltar para os Senhores Perdidos. — Tem certeza disso? — As bochechas pálidas de Calandra tinham recuperado parte da cor. — Bom, não muito — reconheceu Paithan, — mas estive muito tempo com os humanos e os conheço bem. Por um lado, não gostam de vir a nossas terras, e tampouco gostam de nós. Não creio que devamos nos preocupar com a aparição desse sacerdote. — Mas, por que? — Calandra quis saber. — Por que nosso pai fez uma coisa assim? — Porque os humanos acreditam que a vida veio das estrelas, as quais segundo eles, são na realidade cidades e pregam que algum dia, quando em nosso mundo reinar o caos, os Senhores Perdidos retornarão e nos conduzirão a elas. — Tolice! — replicou ela, crispada. — Todo mundo sabe que a vida provém de Peytin Sartan, Matriarca do Paraíso, que criou este mundo para seus filhos mortais. As estrelas são suas filhas imortais, que nos vigiam. — A elfa pareceu contrariada ao compreender as conseqüências do que est estava ava dize dizend ndo: o: — Você não não ac acha ha que nos nosso pai acredita no que acaba de me dizer, não é? Seria... É uma heresia! — Par arec ecee-me me que que está está co come meça çand ndo o a ac acrredit editar ar — assentiu Paithan com ar mais sombrio. — Se parar para pensar, Calandra, para ele faz sentido. Já estava experimentando o emprego de foguetes para transportar merrca me cado dori rias as ante antess que que noss nossa a mã mãe e mo morr rres esse se.. Entã Então, o, ela ela morre e nossos sacerdotes lhe dizem que ela foi para o céu para ser uma das filhas imortais. Nosso pobre pai perde um par araf afus uso o e tem a idéi déia de utili tiliza zarr os fogue oguettes para para ir encon encontr tráá-la la.. Depo Depois is,, perd perde e outr outro o para parafus fuso o e deci decide de que que talvez ela não seja imortal, mas apenas viva lá em cima, sã e salva, em uma espécie de cidade. — Orn bendito! — Calandra emitiu um novo lamento. Permaneceu em silêncio por alguns instantes,
contemplando o ábaco e movendo entre os dedos uma das contas. — Vou Vou falar com ele — disse por fim. Pai aith than an se esfo esforrço çou u em ma mant nter er o domí domíni nio o de sua expressão. — Sim, talvez seja uma boa idéia, Cal. Vá falar com ele. Calandra ficou em pé, com um sussurro cerimonioso da saia. Fez uma pausa e olhou para seu irmão. — Íamos falar do próximo próximo embarque... — Isso pode esperar até manhã. O que temos nas mãos é muito mais importante. — Ora! Não precisa fingir que está tão preocupado. Sei o que você quer, Paithan. Cair em uma dessas farras amalucadas com seus amigos da nobreza em lugar de ficar em ca casa sa,, cuid cuidan ando do do negó negóci cio o co como mo deve deveri ria. a. Mas Mas tem tem razão, razão, embora embora seja provável provável que não tenha juízo suficiente suficiente para saber. Isto é mais importante. — Abaixo deles soou uma explosão abafada, um estrondo de pratos caindo e um grito vindo da cozinha. Calandra suspirou. — Vou falar com ele, embora eu duvide que sirva de algo. Se conseguisse que ele ficasse de boca fechada... Fechou o livro de contabilidade com um golpe forte. Com os lábios apertados e as costas rijas, encaminhou-se par ara a a porta rta do extrem emo o opos oposto to da co cozi zinh nha. a. Tinha nha os quad quadri riss tão tão firm firmes es co como mo as co cost stas as;; nada nada de atra atraen ente tess balanços de saia para Calandra Quindiniar. Paithan abanou a cabeça. — Pobre chefe — murmurou. Por alguns momentos, sentiu verdadeira pena dele. Depois, agitando o ar com o leque, foi para seu quarto vestir-se.
CAPÍTULO 2
EQUILAN, COPA DAS ÁRVORES Depois de descer as escadas, Calandra atravessou a cozinha, situada na parte baixa da mansão. O calor aume aument ntav ava a clar claram amen ente te ao pass passar ar das das ar arej ejad adas as plant plantas as superiores à zona inferior, mais fechada e carregada de umidade. A criada, com os olhos avermelhados e a marca de cozinheira cruzando o rosto, estava recolhendo irritada os fragmentos da louça que acabara de derrubar no chão. Tal como tinha dito a seu irmão, a criada era uma humana realmente feia e seus olhos chorosos e lábios inchados não contribuíam em nada para melhorar seu aspecto.
Entretanto, a verdade é que, aos olhos de Calandra, todos os humanos eram feios e desajeitados, pouco mais que brut brutos os e sel selvag vagens ens. A huma humana na er era a uma uma escr escrav ava, a, comprada junto com um saco de farinha e uma panela de pedra. Dali em diante, trabalharia nas tarefas mais humildes às ordens de uma chefa, a cozinheira, durante quinze das vinte e uma horas do ciclo. Compartilharia um minúsculo quarto com a garçonete da planta baixa, não teria nada de sua propriedade e ganharia uma miséria com a qual ual, quan uando fosse uma anciã ciã, poder eriia comprar a liberdade. E, apesar de tudo isso, Calandra tinha a firme crença de que tinha feito um tremendo favor à humana ao trazê-la para viver entre gente civilizada. A visão da moça em sua cozinha avivou as brasas da ira de Calandra. Um sacerdote humano! Que loucura. Seu pai deveria ter mais juízo. Uma coisa era ficar louco e outra esquecer o menor sentido de decoro. Calandra cruzou a a despensa, abriu com energia a porta da adega e desceu os degraus cobertos de teias de aranha que conduziam ao porão fresco e escuro. A mansão dos Quindiniar se elevava em uma planície de musgo que crescia entre as capas de vegetação mais altas do mundo de Pryan. O nome n ome Pryan significava reino do Fogo ogo em uma uma língu íngua a que, que, supos uposta tame ment nte, e, as prim primei eira rass gentes que chegaram àquele mundo utilizavam. A denominação era acertada, pois o sol de Pryan brilhava constantemente, mas outro nome ainda mais preciso para o planeta seria Reino Verde pois, devido ao sol permanente e às chuvas freqüentes, o chão de Pryan estava coberto por uma capa de vegetação tão densa que eram poucos os habitantes do planeta que o tinham visto. Suce Sucess ssiivas vas ca cam madas adas de folh folhag agem em e de dive diverrsas formas de vida vegetal se dirigiam para cima, dando lugar a numerosos níveis escalonados. Os leitos de musgo eram incriv incrivelm elment ente e gross grossos os e re resis sisten tentes tes;; a grande grande cidade cidade de Equilan fora edificada em cima de um deles e sobre suas superfície, de cor verde parda, estendiam-se lagos e até
mesmo mesm o oc ocea eano nos. s. Os ra ramo moss supe superi rior ores es das das ár árvo vorres se elevavam sobre elas formando imensos bosques impenetráveis como selvas. E era ali, nas copas das árvores ou nas planícies de musgo, onde a maioria da civilizações de Pryan tinham erguido suas cidades. c idades. As planícies de musgo não cobriam completamente o planet planeta, a, mas era eram m inter interro romp mpida idass em lugar lugares es conheci conhecidos dos como “muros de dragão”. Neles, o espectador se encontrava frente a um abismo de vegetação, ante uma sucessão de troncos cinzas e uma selva de ervas, arbustos e folhas que desciam até se perder de vista na impenetrável obscuridade das regiões inferiores. Os muros de dragão eram lugares co collossais e espant espantoso osos, s, onde onde poucos poucos se atrevi atreviam am a aprox aproxima imarr-se. -se. A água água dos dos ma marres de musg musgo o desp despen enca cava va pela pela bor orda da das das enormes gretas e caía na escuridão com um rugido que fazia tremer as poderosas árvores. Tormentas perpétuas se desencadeavam ali. Enormes extensões de todos os tons ton s de verde se estendiam até onde a vista alcançava o radiante céu cé u azul azul no hori horizo zont nte. e. Todos odos aque aquele less que que al algu guma ma vez vez tinh tinham am cheg chegad ado o até até a bor borda, da, e co cont ntem empl plav avam am aque aquela la massa de selva impenetrável abaixo de seus pés, sentiamse pequenos, insignificantes e frágeis. Em ce cert rtas as oc ocas asiõ iões es,, se o obse observ rvad ador or co cons nseg egui uiss sse e reuni eunirr a co cora rage gem m sufi sufici cien ente te para para pass passar ar al algu gum m temp tempo o observando a selva que se abria abaixo dele, era possível que vis visse o sini inistro tro movi oviment ento de um co corrpo sinuos nuoso o serp serpen ente tean ando do entr entre e os ra ramo moss e esco escorr rreg egan ando do entre entre as intensas sombras verdes com tal rapidez que o cérebro cheg chegav ava a a duvid uvidar ar do que que o ol olho ho ca capt ptav ava. a. Eram Eram esta estass criaturas, os dragões de Pryan, que davam seu nome às impressionantes quedas. Poucos eram os exploradores que os tinham visto, pois os dragões eram tão precavidos p recavidos ante a presença dos pequenos seres estranhos que habitavam as copas das árvores, es, como preca cav vidos se mostravam humanos, anões e elfos ante a visão dos dragões. Não obstante, existia a crença de que estes eram animais de
grande inteligência, enormes e sem asas, que levavam sua vida muito, muito abaixo, talvez até no chão do planeta de que falavam as lendas. Lenthan Quindiniar nunca tinha visto um dragão. Seu pai, tinha visto vários. Quintain Quindiniar for fora um explo xplora rado dorr e inve invent ntor or le lend ndár ário io que que aj ajud udar ara a a fund fundar ar a cidade élfica de Equilan e tinha criado numerosas armas e outros artefatos que despertaram imediatamente a cobiça dos dos habi habita tant ntes es huma humano nos. s. Quin Quinta tain in tinh tinha a util utiliz izad ado o a já cons co nsid ider eráv ável el fort fortun una a fami famili liar ar,, apoi apoiad ada a na om omit ita a8, para estabelecer uma companhia comercial que a cada ano se tor orna nava va mai aiss prósp ósper era. a. Apes pesar do êxito ito da em emp presa, esa, Quintain não havia se contentado em ficar tranqüilamente em ca casa sa e co cont ntar ar os lucr lucros os.. Quan Quando do Lenth enthan an,, seu seu filh filho o único, teve idade suficiente, Quintain cedeu o negócio e voltou para suas explorações. Nunca mais tiveram notícias dele e todos tinham concordado, transcorrido uma centena de anos, que tinha morrido. Lenthan tinha em suas veias o sangue aventureiro de sua família mas nunca se permitiu entregar-se às viagens, pois se viu obrigado a se ocupar dos assuntos do negócio. Ele também possuía o dom da família para fazer dinheiro, mass em nenhu ma nenhum m mo mome ment nto o sent sentir ira a que que aquel aquele e dinh dinhei eiro ro fosse dele. Afinal se limitava a continuar o negócio em lugar do pai. Lenthan tinha procurado durante muito tempo o modo de deixar sua própria marca no mundo mas, por azar, não restava muito a explorar. Os humanos dominavam as terras ao norint , o oceano Terinthiano impedia a expansão para o est e para o vars, e os muros de dragão dragão fechavam a marcha para o sorint . Para as aspirações de Lenthan, só restava uma direção para onde ir: para cima. Calandra entrou no laboratório do porão segurando a saia para não sujá-la de pó. A expressão de seu rosto teria 8
Pedra ímã. Quindiniar foi o primeiro a descobrir e reconhecer suas propriedades, que, pela primeira vez, tornaram possíveis as viagens por terra. Até o descobrimento da omita, os viajantes não tinham modo de saber que direção seguiam e se perdiam irremediavelmente na selva. A localização da pátria é um segredo de família que se guarda zelosamente. (N. do A.)
azedado o leite. De fato, esteve a ponto de gelar o sangue de seu pai. Quando Lenthan viu sua filha naquele lugar que tant tanto o lhe desag esagra rad dava, ava, em empa pali lid dec eceu eu e se aproximou imou nervoso do outro elfo presente no cômodo. O elfo sorriu e fez uma reverência superficial. A expressão de Calandra se nublou ao vê-lo. — Quan Quanto to.. .... quan quanto to me al aleg egrro em vê-l vê-la a por por aqui aqui,, quer queria ia.. .... — balb balbuci uciou ou o pobr pobre e Le Lent nthan han,, depo deposi sita tand ndo o um pote de um líquido pestilento sobre uma mesa imunda. Calandra enrugou o nariz. O musgo que cobria as paredes e o chão emitia um aroma acre e almiscarado que não não co comb mbin inav ava a bem bem co com m os dive divers rsos os ar arom omas as quím químic icos os,, sobretudo sulfurosos, que impregnavam o laboratório. — Querida Calandra — disse o elfo que acompanhava seu pai, — espero que esteja bem de saúde. — Estou, Professor Astrólogo. Agradeço o interesse e também espero que se encontre bem. — Pois é, o reumatismo me incomoda um pouco, mas é algo a esperar na minha idade. “Quem Quem der era a ess esse reum eumati atismo o levas evassse, vel velho charlatão!”, murmurou Calandra para si mesma. “O que esta bruxa veio fazer aqui?”, perguntou-se o astrólogo. Lent Le ntha han n fico ficou u entr entre e os dois dois co com m uma uma expr xpressã essão o desventurada e culpada, embora não tivesse idéia, ainda, do que tinha feito. — Pai — disse Calandra com voz severa, — quero falar com você. A sós. O astrólogo fez outra reverência e começou a retirarse. Lenthan, vendo que ficava sem apoio, segurou-o pela manga. — Vamos, Vamos, querida, Elixnoir faz parte da família... — Certamente, come o suficiente para ser parte dela — cortou Calandra, esquecendo a paciência e deixando-se levar pelo terrível mau humor que a tomara ao receber not notíci ícia da cheg chegad ada a do sac ace erdote ote human umano o. — Com ome e o suficiente para fazer parte várias vezes!
O astrólogo se empertigou, e seus olhos a olharam por cima de um nariz longo e quase tão comprido e magro com co mo as ponta ontass do ma mant nto o azul azul escu escurro entr entre e as quai uais aparecia. — Calandra! Lembre-se que ele é nosso convidado! — Exclamou Lenthan, escandalizado ao ponto de repreender sua filha maior. — E um Professor Feiticeiro! — Co Conv nvid idad ado, o, sim, sim, niss nisso o tem tem ra razã zão. o. Elix Elixno noir ir não não perde nunca uma boa comida, nenhuma ocasião de provar nosso vinho nem de ocupar nosso quarto de hóspedes. Em comp co mpen ensa saçã ção, o, duvi duvido do muit muito o de sua sua me mest stri ria a nas nas ar arte tess mágicas. Ainda não o vi fazer outra coisa além de murmurar quatro palavras sobre essas poções pestilentas que que você você prep prepar ara, a, pai, pai, e depo depois is afas afasta tarr-se -se dela delass para para contemplar como borbulham e soltam fumaça. Vocês dois, qualquer dia desses colocarão fogo na casa! Feiticeiro! Sei! Ele só faz, pai, te encher a cabeça com blasfêmias sobre pessoas que viajavam às estrelas em naves com velas de fogo... — Tra rattaa-se se de fei feitos tos cien cienttífico ficos, s, jovenz venzin inha ha!! — inte interv rvei eio o o astr astról ólog ogo o. As pont pontas as da barb barba a trem tremia iam m de indignação. — O que fazemos, seu pai e eu, são investigações científicas e não tem nada a ver com religiões ou... — Como não? — Interrompeu-o Calandra, lançando a estocada verbal diretamente ao coração de sua vítima. — Entã Então o, por que meu pai mand andou trazer azer um sac acer erd dote ote humano? Os olhos lhos do ast astról ólog ogo o, peque equeno noss com omo o co cont ntas as,, arregalaram-se de surpresa. A capa engomada se virou de Callandr Ca andra a par ara a o desve esvent ntur urad ado o Lent enthan, han, que par arec eceu eu desconcertado com as palavras da filha. — Isso é verdade, Lenthan Quindiniar? — perguntou o feiti feiticei ceirro, enfur enfureci ecido do.. — Mand Mandou ou cham chamar ar um sace sacerd rdot ote e humano? — Eu... eu... — foi só o que Lenth nthan co cons nse eguiu uiu balbuciar.
— Assim, o senhor me enganou — declarou o astrólogo. A cada momento que passava, aumentava sua indignação e, com ela, parecia crescer o pescoço da capa. — Me fez acreditar que compartilhava nosso interesse pelas estrelas, seus ciclos e suas posições no céu. — E assim era! É! — Lenthan retorceu as mãos enegrecidas de fuligem. — Afirmava estar interessado no estudo científico de como estas estrelas regem nossas vidas... — Blasfêmia! — exclamou Calandra, com um estremecimento em seu corpo ossudo. — E agora, em vez disso, descubro-o associado a um... um... Faltaram as palavras ao feiticeiro. O pescoço bicudo da capa pareceu fechar-se em torno de seu rosto de modo que só ficaram à vista, acima dela, seus olhos brilhantes e enfurecidos. — Nã Não! o! Por favo favor, r, deix deixee-me me expli xplica car! r! — Gras Grasno nou u Lenth nthan. — Vej eja a, meu filho me fal falou da crença dos humanos na existência de gente que vive nessas estrelas e pensei que... — Paithan! — Calandra exclamou, identificando um novo culpado. — Que Que vive vive gent gente e lá lá!! — resmu esmung ngou ou o astr astról ólog ogo, o, desdenhoso, com a voz sufocada atrás da roupa engomada. — Pois me parece possível... e, certamente, explica por que os antigos viajaram às estrelas e concorda com os ens ensiname nament nto os de nos nossos sace sacerrdotes otes de que, ue, quand uando o morremos, tornamo-nos um com as estrelas. Sinceramente, sinto falta de Elithenia... Disse isto com uma voz desventurada e suplicante que despertou a piedade de sua filha. A seu modo, Calandra amava sua mãe, assim como amava seu irmão e a sua irmã mais nova. Era um amor severo, inflexível e impaciente, mas amor e a moça se aproximou e pousou seus dedos magros e frios no braço do pai.
— Vamos, pai, não se altere. Não tinha intenção de inqui nquiet etáá-llo, mas ac acrredi edito que deve deveri ria a ter ter discu iscuti tido do o assunto comigo antes de... de fazê-lo com os paroquianos do boteq otequi uim m da Água Água Dour Dourad ada! a! — Ca Cala land ndra ra não não pôde ôde reprimir um soluço. Tirou um decoroso lenço e cobriu com ele a boca e o nariz. As lágrimas de sua filha produziram o efeito (perfeitamente calculado) de esmagar Lenthan Quintiniar com co mple leta tame ment nte, e, co como mo se o tives ivesssem ent enter erra rad do doze oze palmos abaixo9 do musgo. O pranto de Calandra e o tremor das pontas da capa do feiticeiro eram muito para o velho elfo. — Vocês têm razão — declarou, olhando-os alternadamente com ar pesaroso. — Percebo que cometi um engano terrível. Quando o sacerdote chegar, mandarei que parta imediatamente. — Quando chegar! — Calandra ergueu os olhos, já secos, e observou seu pai. — Como assim quando chegar? Paithan Paithan me disse que não viria... — E como ele sabe? — perguntou Lenthan, perplexo. — Falou com ele depois de mim? — O elfo levou uma mão cerrúlea ce úlea ao bol olsso do co cole lete te de seda eda e tir tirou uma uma fol folha enru enrug gada ada de papel apel.. — Olhe, lhe, quer uerida ida — ac acrresce escent ntou ou,, mostrando a carta. Calandra a agarrou e a leu com olhos febris. — “Quando me vir, estarei aí. Assinado, o Sacerdote Humano.” Ora! — Calandra devolveu a carta a seu pai com desprezo. — Isto é ridículo... Tem que ser uma brincadeira de Paithan. Ninguém em juízo perfeito mandaria uma carta assim. Nem sequer um humano. O Sacerdote Humano! Por favor! — Talvez não esteja em seu juízo perfeito, como você disse — disse o Professor Astrólogo em tom sinistro. Um sacerdote humano louco estava a caminho.
9
Profundidade a que são enterrados no musgo os elfos mortos. (N. ( N. do A.)
— Que Orn tenh tenha a pied piedad ade e de nós nós! — murmurou urou Calandra, agarrando o canto da mesa do laboratório para sustentar-se. — Vamos, vamos, querida — disse Lenthan, passando o braço pelos seus ombros. — Eu cuidarei disso. Deixe tudo em minhas mãos. Não precisa se preocupar com nada. — E, se eu puder ser de alguma ajuda — o Professor Astrólogo cheirou o ar; da cozinha chegava o aroma de um assado de targ, — ficarei feliz em colaborar também. Até poderia esquecer de certas coisas ditas no calor de uma discussão agitada. Calandra não deu atenção a tenção ao mago. Tinha recuperado o domínio de si mesm esma e seu únic nico pens ensament ento era encontrar o quanto antes aquele seu irmão desprezível para lhe arrancar uma confissão. Não tinha nenhuma dúvida — melhor dizendo, tinha poucas dúvidas — que tudo aquilo era obra de Paithan, uma amostra do que entendia por uma brin brinca cade deir ira a pesa pesada da.. Provav ovavel elme ment nte, e, pens pensou ou,, naqu naquel ele e instante estaria rolando de rir às suas costas. Continuaria rindo quando lhe cortasse sua renda pela metade? Deixando o astrólogo e seu pai para que explodissem naqu naquel ele e porã porão, o, se assi assim m quis quises esse sem, m, Ca Cala land ndra ra subi subiu u a escada com passos enérgicos e atravessou a cozinha, onde a escrava se escondeu atrás de um trapo de secar até que o horrível espectro tivesse desaparecido. Subiu ao terceiro níve nívell da ca casa sa,, onde onde esta estava vam m as quar quarto tos, s, dete deteve ve-s -se e em frente a porta do quarto de seu irmão e chamou sonoramente. — Paithan! Abra a porta agora a gora mesmo! — Ele não está — disse uma voz sonolenta vindo do fundo do corredor. Calandra lançou um olhar furioso à porta fechada, chamou de novo e forçou um par de vezes o trin trinco co.. Nã Não o escut escutou ou nenh nenhum um ruíd ruído. o. Virou irou-s -se, e, co cont ntin inuo uou u avançando pelo corredor e entrou no quarto de sua irmã mais nova. Vestida com uma camisola que mostrava seus ombros leitosos e o suficiente de seus seios para despertar
o interesse, Aleatha estava recostada em uma cadeira em fren frentte a pent pentea ead dei eira ra,, esco escova vand ndo o o ca cab bel elo o com ges gesto languido enquanto se admirava no espelho. Este, potenci potenciali alizad zado o por meios meios mágico mágicos, s, sussur sussurrav rava a elo elogio gioss e galanteios e oferecia algumas sugestões sobre a quantidade correta de carmim. Cala Ca land ndra ra paro parou u na entra entrada da do quar quarto to,, quas quase e sem sem falar de tão escandalizada. — O que pretende, sentada meio nua a plena luz do dia e com as portas totalmente abertas? E se algum servo passasse? Alea Aleath tha a er erg gueu ueu os ol olho hos. s. Exec Execut utou ou o mo movi vime ment nto o lentamente, com frouxidão, sabendo o efeito que produzia e desfrutando-o plenamente. A jovem elfa tinha os olhos de um azul claro, vibrante, mas que — sob a sombra de suas grossas pálpebras e de suas pestanas longas — escureciam até adotar um tom púrpura. Por isso, quando os abria como naquele instante, davam a impressão de mudar completamente de cor. Eram muitos os elfos que tinham escrito sonetos dedicados àqueles olhos e corria o rumor de que um até morrera por eles. — Ah! Já aconteceu de um dos criados me ver — respondeu Aleatha sem se alterar. — O mordomo. Eu o vi perambular pelo corredor ao menos três vezes na última meia hora. Aleatha tinha uma voz modulada e grave, que sempre soava como se estivesse a ponto de adormecer profundamente. Isto, combinado com as grossas pálpebras, dava-lhe um ar de doce lassidão fizesse o que fizesse e fosse onde fosse. Durante a febril alegria de um baile real, Aleatha prescindia do ritmo da música e dançava sempre lentamente, quase como em sonho, com o corpo completamente rendido a seu par e produzindo neste a deli delici cios osa a impr impres essã são o de que, que, sem sem seu seu fort forte e braç braço o co como mo apoio, a moça ca caiiria ao chão. Seus olhos lângu nguidos permaneciam fixos nos do bailarino, com uma leve faísca no fundo daquele púrpura insondável, e incitavam o homem
a imaginar o que conseguiria se aqueles olhos sonolentos se abrissem de par em par. — Você é o assunto de Equilan, Thea hea! — disse Cala Ca land ndra ra em tom tom ac acus usad ador or,, le leva vand ndo o o le lenç nço o ao nari nariz. z. Aleatha estava molhando de perfume o pescoço e os seios. — Onde estava na última hora escura?10 Os olhos púrpura se abriram de par em par ou, ao menos, bastante mais que antes. Aleatha não desperdiçaria nunc nunca a co com m uma uma irmã o efei efeito to que provo ovoca cava va o gest esto completo. — Desde quando se preocupa com onde estou? Que abelha te picou hoje, Cal? — Hoje? Já é quase a hora do vinho! Você dormiu a metade do dia! — Se quer mesmo saber, estive com o nobre Kevanish Kevanish e fomos f omos à Escura... — Kevanish! — Calandra emitiu um gemido agitado. — Aquele descarado! Desde o duelo, não é recebido em nenhuma das casas decentes. Foi por culpa dele que a pobre Lucillia se suicidou, e pode-se dizer que assassinou o irmão dela. E você, Aleatha... se for vista em público junto a ele... — Calandra engasgou. — Tolice. Lucillia foi uma estúpida ao pensar que um homem como Kevanish podia apaixonar-se realmente por ela. E seu irmão foi ainda mais estúpido ao exigir uma reparação. Kevanish Kevanish é o melhor arqueiro de Equilan. — Existe algo que se cham hama honra, Aleatha! — Cala Ca land ndra ra par parou atrá atráss da ca cade deir ira a de sua sua irm irmã e fech fechou ou ambas as mãos sobre o respaldo, com os nódulos brancos da pressão. Parecia que, com um mínimo movimento e a qualqu qualquer er instant instante, e, poderi poderia a fechá-l fechá-las as com igual igual força força em torno do frágil pescoço de sua irmã. — Por acaso nossa família já esqueceu? 10
A hora escura não é realmente “escura”, se por isso se entender que caía a noite. Refere-se ao período do ciclo em que as pessoas decentes fecham as persianas e se deitam para descansar. descansar. Entretanto, também é nessa hora que os níveis inferiores e “mais escuros” da cidade ganham vida, e por isso a referência ganhou umas conotações bastante sinistra. (N. do A.)
— Esquecer? — murmurou Thea com sua voz sonolenta nta. — Não, querida Cal, nada foi foi esquec uecido. Simplesmente, faz muito tempo que a família pagou por ela. Com Co m uma absoluta falta de reca catto, Alea eattha se levantou da cadeira e começou a desatar os laços de seda que que ma mant ntin inha ham m quas quase e fech fechad ada a a par arte te fron fronta tall de sua sua camisa de dormir. Calandra contemplou o reflexo de sua irmã irmã no espe espelh lho o e viu viu ma marrca cass aver averme melh lhad adas as na ca carrne branca dos ombros e do peito: as marcas dos lábios de um amante ardente. Enojada, Calandra deu meia volta e cruzou o quarto com passos rápidos parando junto à janela. Aleatha sorriu com indolência para o espelho e spelho e deixou que a camisola deslizasse para o chão. O espelho se desfez em comentários extasiados. — Você estava procurando Paithan? — Recordou-lhe sua irmã. — Entrou voando no seu quarto como um morcego das profundezas, vestiu-se e saiu voando outra vez. Acho que ia para a casa do Durndrun. Eu também fui convidada, mas não sei se vou ou não. Os amigos dele são uns chatos. — Esta família está afundando! — Calandra apertou as mãos. — Nosso pai manda cha chamar um sacerdote humano! Paithan parece um vagabundo que só se preocupa com as farras! E você... Você terminará solteira e grávida e até pode se suicidar como a pobre Lucillia! — Nã Não o ac acrredit edito, o, quer querid ida a Ca Call — repli eplico cou u Alea Aleath tha, a, afastando a camisola com o pé. pé . — Para se suicidar é preciso muita energia. — Admirando seu esbelto corpo no espelho, que o encheu de elogios, franziu o cenho, ergueu a mão e tocou uma campainha feita com a casca de ovo de pássaro cantor cantor.. — Onde Onde está minha minha criada? criada? Preoc Preocupe upe-se -se menos menos com a família, Cal, e mais com o serviço. Nunca vi gente mais folgada. — É minha culpa! — Suspirou Calandra, e fechou as mãos mã os co com m for força ça,, le leva vand ndoo-as as ao aoss lá lábi bios os.. — Deve Deveri ria a ter ter obrigado Paithan a ir à escola. Deveria teer prestado mais
atenção e não deixá-la tão solta. E deveria ter impedido as loucuras de nosso pai. Mas então, quem teria administrado o negócio? Quando comecei a dirigi-lo, a situação não era nad nada boa oa!! Ter eria iam mos nos nos arrui ruinado nado!! Arrui ruinado nado!! Se o tivéssemos deixado nas mãos de nosso pai... A donzela entrou correndo na quarto. — Onde você estava? — perguntou Aleatha, com sua habitual lassidão. — Sinto muito, senhora. Não ouvi a campainha. — Não a toquei. Mas deveria saber quando preciso de você. Pegue o vestido azul. Na próxima hora escura ficarei em casa. Não, espere. O azul, não. O verde com rosas de musgo. Acho que aceitarei o convite de Durndrun, finalmente. Poderia ocorrer algo interessante e, pelo menos, poderei atormentar o barão, que morre de amor por mim. E agora, Cal, que história é essa de sacerdote humano? É bonito? Calandra exalou um profundo soluço e afundou os dentes no no lenço. lenço. Aleatha Aleatha olhou pra pra ela e, aceitando aceitando a bata bata vaporosa que a criada lhe punha sobre os ombros, cruzou o quar quarto to indo indo até até sua sua irmã irmã.. Alea Aleath tha a er era a tão tão al alta ta quan quanto to Calandra, mas sua silhueta era suave e bem torneada onde a de sua irmã era ossuda e angulosa. O cabelo cinzento emoldurava o rosto de Aleatha e lhe caía pelas costas e sobre os ombros. A moça nunca enfeitava o cabelo segundo a moda. oda. Assim co com mo resto esto de sua figu figurra, o cabel abelo o da Alea Aleath tha a semp sempre re esta estava va desa desali linha nhado do,, semp sempre re prod produz uzia ia a impr impres essã são o de que que ac acab abar ara a de leva levant ntar ar-s -se. e. Pouso ousou u suas suas mãos suaves nos ombros trêmulos de Calandra e murmurou: — A flo flor das horas fec fechou suas pétalas a est estas alturas, Cal. Continue esperando inutilmente que volte a se abrir e logo estará tão louca como nosso pai. Se nossa mãe estivesse viva, talvez as coisas fossem diferentes... — A voz de Aleatha se quebrou e se aproximou ainda mais da irmã. — Mas não foi assim. E não há mais o que fazer —
acrescentou, encolhendo seus ombros perfumados. — Você fez o que devia, Cal. Não podia nos deixar morrer de fome. — Creio que você tem razão — respondeu Calandra sec ecam amen entte, rec eco ordand ando que a donzel nzela a co cont ntiinua nuava no quar quarto to.. Nã Não o quer queria ia disc discut utir ir seus seus assu assunt ntos os pess pessoa oais is na presença dos servos. Endireitou os ombros e estirou umas rugas imaginárias de sua saia rígida e engomada. — Você não ficará para o jantar? — Não Não.. Se quiser, quiser, aviso a cozinheira. cozinheira. Por Por que não me acompanha a casa do barão Durndrun, irmã? — Aleatha deu alguns passos até a cama, sobre a qual a donzela estava colocando um jogo de roupa interior de seda. — Randolfo irá. Sabe que ele nunca se casou, Cal? Você lhe quebrou o coração. — Melhor dizer que lhe quebrei o bolso — replicou Cala Ca land ndra ra co com m voz voz seve severa ra enqu enquan anto to se co cont ntem empl plav ava a no espe espelh lho, o, co comp mpun unha ha o pent pentea eado do onde onde o co coqu que e tinh tinha a se desfeito ligeiramente e voltava a cravar em seu lugar os três pentes de prender cabelos. — Randolfo não me queria, mas cobiçava nosso negócio. — É possível. — Aleatha parou por alguns instantes em meio ao vestir-se. Seus olhos púrpura se voltaram para o espelho e se cravaram no reflexo do olhar de sua irmã. — Mas ao menos lhe faria companhia, Cal. Você está sozinha a muito tempo. — E você acha que vou permitir que apareça um homem que se aproprie e estrague o que levei tantos anos para consolidar, só para ver seu rosto a cada manhã, goste ou não? Muito obrigado, mas não. Há coisas piores que estar sozinha, Thea. Os olhos púrpura de Aleatha escureceram até adquirir um tom quase vermelho ve rmelho vivo. — Não sei quais — respondeu em voz baixa. Sua irmã não chegou a ouvi-la. Aleatha afastou o cabelo do rosto, sacudindo de cima ao mesmo tempo as sombras lúgubres que velavam seus olhos. — Quer que diga a Paithan que você quer falar com ele?
— Não se incomode. Deve estar quase sem dinheiro e com certeza virá ver-me à hora do trabalho. Agora, tenho que que revis evisar ar umas umas co cont ntas as.. — Ca Cala land ndra ra ca cami minh nhou ou para para a porta. — Procure voltar em uma hora razoável. Antes da manhã, pelo menos. Aleatha sorriu com a ironia da irmã maior e baixou suas pálpebras carregadas de sono com ar recatado. — Se quiser, Cal, não voltarei a encontrar o barão Kevanish. Calandra parou e deu meia volta. Seu rosto severo resplandeceu de alegria, mas se limitou a dizer: — Não tenho a menor esperança de que o faça! Ao sair do quarto, bateu a porta com violência. — De qualquer modo, Kevanish está ficando enfadonho... — acrescentou Aleatha para si mesma. Voltou a rec ecos osta tarr-se -se em fren frente te a pent pentea eade deir ira a e estu estudo dou u suas suas feições perfeitas no espelho.
CAPITULO 3
GRIFFITH, TERNCIA, THILLIA
Calandra voltou a concentr Cal ntrar-se nos livros de cont co ntab abil ilid idad ade e co como mo antí antído doto to rec econ onfo fort rtan ante te co cont ntra ra as extravagâncias e caprichos de sua família. A casa estava em silêncio. Seu pai e o astrólogo continuavam com suas coisas no porão mas, sabendo que a filha estava ainda mais perto de explodir que sua pólvora mágica, Lent enthan considerou conveniente postergar qualquer outro experimento com a dita substância. Depois do jantar, Calandra mandou mandou um servente com uma mensagem para o homem dos pássaros, que deveria enviá enviá-l -lo o a maese Rol olan and d de Grif Griffi fitth, no bar A Flor Flor do Bosque. “O embarque chegará a princípio da colheita.11 O pagamento se efetuará na n a entrega da mercadoria. Calandra Quindiniar.” O homem dos pássaros prendeu a mensagem na pata de uma ave de cores brilhantes, que tinha sido treinada para voar até aquela parte da Thillia, e a soltou no ar. Ela tomou o rumo norint-vars, em uma travessia que a levaria sobre os campos e mansões da nobreza élfica e sobre o lago Enthial. A ave mensageira deslizou sem esforço pelos ares, apro aprove veit itan ando do as co corr rren ente tess que que fluí fluíam am entr entre e as ár árvo vore ress gigantescas. Só tinha um objetivo: chegar a seu destino, onde seu par a esperava preso em uma gaiola. Durante o vôo não precis cisava se preocupar com a presenç ença de predadores, pois não era apetitoso para nenhum deles, já que segregava um óleo que mantinha secas suas plumas dura durant nte e as freq freqüen üente tess torm torment entas as e que que er era a um venen veneno o mortal para qualquer outra espécie. 11
Em Prya Pryan, n, o nome nome das das esta estaçõ ções es é dado dado pela pela part partee do cicl cicloo dos dos cult cultiv ivos os que que corr corres espo pond nde: e: renascimento, semeadura, crescimento, colheita e aragem. A rotação de colheitas é uma descoberta humana. Os humanos, com sua habilidade na magia dos elementos — em contraste com as dotes dos elfos para a magia mecânica — são muito melhores que estes nos trabalhos agrícolas. (N. do A.)
Voo oou u a baix baixa a al altu tura ra sobr sobre e as ter terra rass que que os el elfo foss cultivavam nos leitos de musgo mais altos, formando um desenho de linhas artificialmente retas. Escravos humanos aravam os campos e recolhiam as colheitas. O ave não estava especialmente faminta, pois tinha sido alimentada antes da partida, mas um rato seria um bom aperitivo para o jantar. Entretanto, não descobriu nenhum e continuou sua viagem. Logo, os campos cultivados dos elfos deram espaço à sel elv va. Os arroios alimentados pel ela as chu chuvas diárias for forma mav vam ca caud udal alos osos os rio ioss sobre bre os lei eito toss de musg usgo. Serpenteando entre a selva, os rios encontravam às vezes alguma greta nas capas superiores do musgo e formavam quedas que se precipitavam para as profundezas insondáveis. Em fren frente te ao aoss ol olho hoss da ave ave co come meça çara ram m a flut flutua uarr nuve nuvens ns vapo vaporo rosa sass e ganho ganhou u altu altura ra,, subi subind ndo o ac acim ima a das das torm torment entas as e da chuv chuva. a. Final inalme ment nte, e, a ma mass ssa a de nuvens nuvens negr negras as e dens densas as,, sacu sacudi dida da pelo peloss rel elâm âmpa pago gos, s, oc ocul ulto tou u totalmente a terra. Entretanto, a ave, guiada pelo instinto, não perdeu o rumo. Abaixo dela se estendiam os bosques do barão Marcins; os elfos lhes tinham dado esse nome, mas nem eles nem os humanos tinham reclamado direitos sobre aquelas selvas impenetráveis. A tormenta desabou e passou, como vinha acon ac onte tece cend ndo o desd desde e temp tempos os imem imemor oria iais is,, quas quase e desd desde e a criação do mundo. O sol brilhava agora com força, e a mensageira distinguiu terras cultivadas: Thillia, o reino dos humano humanos. s. De cima, cima, viu três três das torre torress re resp splan landec decent entes, es, banhadas pelo sol, que apontavam as cinco divisões do reino da Thillia. As torres, antigas para a medida do tempo dos humanos, eram construídas de tijolo de cristal cujos segr segred edos os de fabr fabric icaç ação ão tinha tinham m sido sido desc descob ober erto toss pelo peloss feiticeiros humanos durante o reinado de Georg o Único. Estes segr egredos, assim co com mo muitos dos feiticeiros, perderam-se na devastadora Guerra de Amor que aconteceu após a morte do velho rei.
A ave utilizou as torres como referência para orientarse e desceu rapidamente, sobrevoando a baixa altura as terras dos humanos. Situado em uma ampla planície de musgo salpicada aqui e ali de árvores que foram conservadas para proporcionar sombra, o país era plano, mas entrecruzado de caminhos e salpicado de pequenas populações. Os caminhos eram muito transitados, pois os humanos sentiam a curiosa necessidade de andar constantemente de um lugar a outro, necessidade que os sedentários elfos nunca tinham entendido e que consideravam própria de bárbaros. Naqu Na quel ela a part parte e do mund mundo, o, a ca caça ça er era a muit muito o ma mais is propícia e a mensageira dedicou alguns breves instantes a recuperar forças com um rato de bom tamanho. Depois de se alimentar, limpou as garras com o bico, arrumou as plumas e reiniciou o vôo. Quando viu que as terras planas começavam a dar espaço a uma densa selva, ganhou novo ânimo pois se aproximava do fim da sua longa viagem. Esta Estava va sobr sobre e a Ter ernc ncia ia,, o rei eino no ma mais is a nori norint nt.. Quan Quando do chegou à cidade murada que circundava a torre de tijolos de cristal da capital da Terncia, captou a áspera chamada de sua companheira. Desce em espiral até o centro da cidade e pousou, finalmente, na luva de couro que protegia o braço de um falcoeiro thilliano. O homem recuperou a mensagem, viu o nome do destinatário e deixou à fatigada ave ave na ja jaul ula a de sua sua co comp mpan anhe heir ira, a, que que a rec eceb ebeu eu co com m suaves bicadas. O falcoeiro entregou a mensagem a um cavaleiro que, vários dias mais tarde, entrou em uma aldeia remota e semi-cercada que se elevava nos confins da selva e deixou o recado na única estalagem do lugar. Sentado em seu banco favorito d'A Flor do Bosque, maese Roland de Griffith estudou o fino pergaminho de quin. Depois, com um sorriso o empurrou sobre a mesa para uma moça que estava sentada a frente dele. — Aqui está! O que havia dito, Rega? Rega?
— Graças a Thillia! É só o que posso dizer. — O tom de voz de Rega era lúgubre; em seu rosto não havia o menor sorriso. — Pelo menos, agora tem algo para mostrar ao velho Barbanegra e talvez ele nos deixe em paz por algum tempo... — Onde ele deve estar? — Roland olhou para a flor das horas12 em um vaso de barro. Quase vinte de suas pét pétal alas as est estavam avam fech fechad adas as.. — Já pass assou da sua hora hora habitual. — Ele virá, não se preocupe. Isto é muito importante para ele. — Sim, por isso o atraso me preocupa. — Proble oblema mass de co cons nsci ciên ênci cia, a, por por ac acas aso? o? — Rega ega puxou a jarra de kegrot e procurou à garçonete com o olhar. — Não, mas não gosto de tratar estes assuntos aqui, em lugar público... — É o melhor. Assim fica tudo sobre a mesa, bem claro. Não podemos levantar suspeitas. Ah! Ali está ele. O que lhe disse? A porta do botequim se abriu e o sol da hora dos jogo de dados banhou a silhueta de um anão. Foi uma visão imponente e, por um instante, quase todos os paroquianos pararam de beber, de jogar ou de conversar para observálo. Um pouco mais alto do que o habitual entre seu povo, o anão tinha a pele clara e apresentava uma hirsuta cabeleira negra e uma barba que se destacava entre os humanos. As sobrancelhas negras e espessas que se juntavam sobre seu nariz e os cintilante cintilantess olhos produzi produziam am uma impres impressão são de perp perpét étua ua fer feroc ocid idad ade e que lhe era muit uito úti útil em ter terra rass estranhas. Apesar do calor, usava uma camisa de seda com list listra rass bran branca cass e verm vermel elha hass e, em cima cima dela dela,, a pesa pesada da arma ar madu dura ra de co cour uro o de seu seu povo povo,, co com m bril brilha hante ntess ca calç lças as vermelhas metidas nas robustas botas de cano alto. 12
Planta de floração perpétua cujas pétalas se fecham a cada ciclo seguindo o ritmo do ciclo climático. Todas as raças utilizam utilizam esta planta para determinar determinar as horas do dia, embora em todas seu nome seja diferente. Os humanos utilizam a própria planta, enquanto os elfos desenvolveram artefatos mecânicos mágicos que imitam seus movimentos. (N. do A.)
Os presentes no bar trocaram sorrisos e comentários irôn irônic icos os sobr sobre e a indu indume ment ntár ária ia cham chamat ativ iva a do rec ecém ém-chegado mas, se soubessem algo sobre a sociedade dos anões e sobre o significado das cores brilhantes de sua roupa, não teriam rido de maneira alguma. O anão parou na soleira da porta do bar e piscou, ofuscado pelo sol do exterior. — Barb Barban aneg egra ra,, me meu u am amig igo! o! — Excl Exclam amou ou Rol olan and, d, levantando-se do assento. — Aqui! O anão anão entr entrou ou pesa pesada dame ment nte e no bar bar e seus seus ol olho hoss for foram de um ca cant nto o a outr outro, o, desaf esafia iand ndo o co com m o ol olha harr a qualquer um que se atrevesse a dizer algo. Os anões eram uma raridade na Thillia. O reino dos anões estava longe, ao norint-est das terras dos humanos, e havia pouco contato entre os povos. Entretanto, aquele anão estava há cinco dias no povoado e sua presença tinha deixado de ser uma novidade. Griffith era um povoado sórdido situado no limite dos dos dois dois rei eino nos, s, nenh nenhum um dos dos quai quaiss o rec ecla lama mava va.. Seus Seus habitantes faziam o que queriam, o que agradava muito a maioria deles, pois quase todos vinham de lugares da Thillia onde fazer a própria vontade costumava conduzir à forca. O povo de Griffith talvez se perguntasse o que um anão fazia em seu povoado, mas ninguém faria a pergunta em voz alta. — Taberneiro, mais três! — Roland pediu aos gritos, levantando sua jarra. — Temos motivos para brindar, meu amigo — disse ao anão, que tomou assento com parcimônia. — Sim? im? — grun grunhi hiu u o anão anão,, obs obser erva vand ndo o o ca cassal al.. Roland, com um sorriso, ignorou o evidente desconforto de seu convidado e lhe colocou a frente mensagem. — Não sei ler o que está escrito aí — declarou o anão, voltando a jogar sobre a mesa o manuscrito de quin. A chegada da garçonete com o kegrot os inte interrrom ompe peu. u. Dist Distri ribu buír íram am as jar arra ras. s. Desa Desarrruma rumada da,, a faxineira passou um trapo engordurado por cima da mesa,
dirigiu um olhar de curiosidade ao anão e se afastou com seu andar indolente. — Sinto nto mui muito, to, esqu esquec ecii que não não sabe abe le lerr el elfo fo.. O embarque está a caminho, Barbanegra — disse Roland em voz voz baix baixa a e co com m um gest gesto o desp desprreo eocu cupa pado do.. — Cheg Chegar ará á durante o próximo aro. — Meu nome é Drugar. É isso que diz o papel? — O anão tocou a mensagem com seus dedos rechonchudos. — Claro que sim, Barbanegra, meu amigo. — Não sou seu amigo, humano — murmurou o anão, mas o fez em sua língua e falando com sua própria barba. Logo, entreabriu os lábios no que quase podia passar por um sorriso. — Mas a notícia é excelente. — Sua voz pareceu cheia de animosidade. — Bebamos a isso. — Roland ergueu a jarra e deu uma suave cotovelada em Rega, que estava observando o anão com a mesma desconfiança que este tinha demonstrado. — Ao nosso trato. — Beberei a isso — assentiu o anão depois de meditar na respost resposta a por alguns instantes, instantes, aparentement aparentemente. e. Elevou Elevou a jarra e repetiu: — Ao nosso trato. Roland bebeu a sua sonoramente. Rega tomou um gole. Ela nunca bebia em excesso já que um dos dois tinha que que perm perman anece ecerr sóbr sóbrio io.. Além Além diss disso, o, o anão anão não bebi bebia, a, apenas se limitava a umedecer os lábios. Os anões não apreciam o kegrot , que todo mundo reconhece frouxo e insípido em comparação com sua exce cellent ente bebi ebida fermentada. — Estava me perguntando, sócio — insistiu Roland, inclinando-se para frente e curvando-se sobre a jarra, — que destino vão dar a essas e ssas armas. — Por caso tem problemas de consciência, humano? Roland lançou um olhar azedo para Rega, que ao escutar suas próprias palavras na boca do anão, deu de ombros e afastou a vista, dizendo em silêncio o que outra resposta podia esperar de uma pergunta tão estúpida.
— Pagarei o suficiente para que não faça perguntas, mas vou dizer o que faremos, porque porque meu povo é honrado. — Tanto anto que que têm têm que que trat tratar ar co com m co cont ntra raba band ndis ista tas, s, Barb Barban aneg egra ra?? — Rol olan and d sorr sorriu iu,, paga pagand ndo o ao anão anão co com m a mesma moeda. As negras sobrancelhas deste se juntaram em um gesto alarmante e os olhos negros emitiram fogo. — Eu teria tratado de forma aberta e legal, mas as leis de sua terra o impedem. Meu povo necessita dessas armas. Não soube do perigo que vem do norint ? — Os reis do mar? Roland fez um gesto à garçonete. Rega pôs sua mão sobre a dele, advertindo-o para que fosse com tato, mas Roland a rechaçou. — Ora! Não! — O anão soltou uma gargalhada de desprezo. — Falo do norint . Muito longe nessa direção, só que agora já não tão longe. — Nã Não o ouvi ouvimo moss abso absolu luta tame ment nte e nada nada,, Barb Barban aneg egra ra,, velho amigo. Do que se trata? Rega viu que o rosto do anão adquiria um ar sombrio e o fogo de seus olhos se nublava de medo, e a mulher sabia ou adivinhava o sufic ficiente sobre o caráter da Barbanegra para entender que o anão não tinha experimentado o medo freqüentemente em sua vida. — Humanos... do tamanho de montanhas. Vêm do norint e destroem tudo em seu caminho. Roland esteve a ponto de engasgar e pôs-se a rir. O anão pareceu inchar literalmente de raiva e Rega cravou as unhas no braço de seu companheiro. Roland, com dificuldades, reprimiu a risada. — Sint Sinto o muit muito, o, am amig igo, o, sint sinto o muit muito, o, ma mass já tinh tinha a ouvido esta história de lábios de meu querido pai quando ainda estava vivo. Os titãs vão nos atacar... E suponho que os Cinco Senhores Perdidos da Thillia voltarão ao mesmo tempo. — Ergueu a mão por cima da mesa e deu uns tapinhas no ombro do irritado anão. — Guarde o segredo, meu me u am amig igo o. Desd Desde e que que tenh tenham amos os noss nosso o dinh dinhei eirro, não não importa o que façam nem a quem matem.
O anão voltou voltou a avermelha avermelharr e puxou puxou o braço braço com um gesto brusco. — Você não tem que sair, querido? — disse Rega com toda atenção. Roland se levantou. Era um homem alto e musculoso, loiro e atraente. A garçonete, que o conhecia bem, roçou seu corpo com o seu quando ficou em pé. — Com licença. Tenho que visitar uma árvore. Este maldito kegrot me subi ubiu à cabeça — comentou, e se afastou abrindo caminho pelo bar, que estava enchendo rapidamente de gente e de barulho. Rega esboçou seu melhor sorriso e rodeou a mesa para sentar-se ao lado do anão. A mulher era quase o rever everso so da mo moed eda a compa compara rada da ao seu seu ma mari rido do.. De baix baixa a estatura e figura cheia, estava vestida para o calor e para ocup oc upar ar-s -se e dos negóc egóciios co com m uma uma blus lusa de linh linho o que deixava à vista mais do que ocultava; amarrada sob os seios, deixava a mostra a cintura. Calças de couro pelos joelhos cobriam suas pernas como uma segunda pele. Sua pele, de um intenso tom bronzeado, brilhava com um fino filme de suor sob o calor do botequim. Os cabelos castanhos, repartidos no centro da cabeça, caíam-lhe pelas costas magras e brilhantes como a casca de uma árvore molhada pela chuva. Rega percebeu que não despertava a menor atração físi física ca no anão anão.. Pro rova vave velm lmen ente te porq porque ue não não tinh tinha a barb barba, a, pensou com um sorriso, recordando o que tinha ouvido sobr obre as mulhe ulherres anãs nãs. Em co comp mpen enssaç ação ão,, o rec ecém ém-chegado parecia ansioso por explicar aquele conto de fadas que seu povo tinha imaginado. À mulher não gostava que um cliente partisse zangado, de modo que disse: — Perdoe o meu marido, senhor. Bebeu um pouco além da conta. Gostaria de ouvir mais sobre os titãs. — Titãs itãs.. .... — O anão anão par parec eceu eu sabo saborrea earr a pala palavr vra, a, estranha a seus lábios. — É assim que os chamam em seu idioma? — Creio que sim. Nossas lendas falam de humanos gigantescos, grandes guerreiros, criados há muito tempo
pelos deuses das estrelas para servi-los. Entretanto, tais seres não são vistos na Thillia desde antes da época dos Senhores Perdidos. — Não sei se esses... titãs... são os mesmos ou não — respondeu Barbanegra com um movimento de cabeça. — Em nossas lendas não existem tais criaturas. As estrelas não nos interessam, já que vivemos nas entranhas da terra e ra rara rame ment nte e as vemo vemos. s. Em noss nossos os mito mitoss apar aparec ecem em os Fer errreiro eiros, s, que que co cons nstr truí uíra ram m este este mund mundo o no prin princí cípi pio o dos dos tempos junto com Drakar, o pai de todos os anões. Diz a lenda que um dia os Ferreiros voltarão e nos permitirão construir cidades de tamanho e magnificência inimagináveis. — Mas, se acreditam que esses gigantes são os... os Ferreiros, para que querem as armas? O rosto dele escureceu, suas rugas se tornaram mais profundas. — Parte do meu povo continua acreditando nessas lend le ndas as,, ma mass outr outros os de nós nós fal falam amos os co com m os refug efugia iado doss procedentes das terras a norint . E nos relataram terríveis epis episód ódio ioss de dest destru ruiç ição ão e de mo mort rte. e. Em minh minha a opin opiniã ião, o, talvez as lendas estejam erradas. Por isso a provisão de armas. A princípio, Rega pensou que o anão estava mentindo. Ela e Roland achavam que Barbanegra queria util utiliz izar ar as ar arma mass para para atac atacar ar al algu guma ma co colô lôni nia a huma humana na isolada nos campos mas, ao ver como os olhos negros do anão nublavam e ao escutar o tom grave e aflito de suas palavras, Rega mudou de opinião. Ao menos uma coisa era certa: Barbanegra acreditava na existência daquele inimigo fantástico e essa era a verdadeira razão de ter adquirido o armamento. A idéia era reconfortante. Era a primeira vez que que Rol olan and d e el ela a co cont ntra raba band ndea eava vam m ar arm mas e, diss disses esse se Roland o que dissesse, a mulher ficou aliviada ao saber que não seria responsável pela morte de seus semelhantes. — Ei, Ei, Barb Barban aneg egra ra!! O que está está faze fazend ndo, o, tent tentan ando do conquistar minha esposa? — Roland sentou do outro lado
da mesa. Outra jarra o esperava e tomou um longo gole de kegrot . Rega percebeu a expressão carrancuda e sombria do rosto do anão e lançou um rápido e doloroso chute em Roland por baixo da mesa. — Está Estáva vamo moss fala faland ndo o de mito mitoss e lend lendas as,, quer querid ido. o. Ouvi dizer que os anões gostam muito de canções, senhor, e meu marido tem uma voz excelente. Gostaria de escutar a balada da Thillia? Conta a história dos senhores de nossa terra e como os cinco reinos se formaram. formaram. O rosto do Barbanegra Barbanegra se iluminou. — Sim, eu adoraria ouvi-la! A mulh mulher er agra agrade dece ceu u às estr estrel elas as por por ter ter dedi dedica cado do algum tempo em estudar estudar tudo que pudera encontrar encontrar sobre a sociedade dos anões. Estes, mais que apreciar a música, sentiam absoluta paixão por ela. Todos os anões tocavam inst instru rume ment ntos os musi musica cais is e a ma maio iori ria a er era a dota dotada da de uma uma excelente voz e ouvido perfeito. Só tinham que escutar uma canção uma vez para guardar a melodia e, com uma vez eram capazes de recordar toda a letra. Roland tinha uma magnífica voz de tenor e cantou a bala balada da,, de enca encant ntad ador ora a belez beleza, a, co com m uma uma sens sensib ibil ilid idad ade e deliciosa. Os paroquianos do botequim pediram silêncio aos gritos para escutá-lo e, quando chegou à estrofe final, entre a multidão de homens rudes havia muitos que tinham os olhos cheios de lágrimas. O anão escutou com arrebatada atenção, e Rega, com um suspiro, compreendeu que tinha outro cliente satisfeito. Do pensamento e do amor tudo nasceu um dia: terra, ar, céu e insondável mar. Das antigas trevas se abriu a luz, e, liberta para sempre, seu resplendor se elevou. Com voz reverente, cinco irmãos falaram de obrigações reais e cargas preciosas. Seu rei, agonizante sob o jugo da fortuna, de cada um exige o cuidado de suas terras.
Cinco grandes reinos, nascidos de uma terra. A cada bom príncipe sua parte concede. Legados da vontade do monarca falecido, para que governem com justiça e valor. Ao primeiro os campos, os mansos arroios, os ventos sussurrantes que balançam as ervas. Ao outro o mar, o domínio das naves, e as ondas que a tudo suavizam. O terceiro de troncos e amenos prados, véus de verdor que escurecem a vista. Ao quarto, senhor das colinas e os vales, onde estão as planícies férteis e produtivas. O último, do sol fez f ez seu brilhante lar, no alto com seu ardente calor, duraria para sempre. Dos cinco se lembrou o leal coração do monarca, fiel a toda palavra e aos grandes reis do passado. Todos os filhos governaram com a melhor intenção, cuidando da herança como bons soberanos. Com justiça e firmeza, dotados de grande sabedoria, provocavam palavras de gratidão em todas as bocas. Mas o cruel destino estragou seus puros corações e os levou a voltar-se em armas contra si. Cinco homens consumidos pela casta mulher e cinco ânimos comovidos por um amor estridente. Doce como o cor coração de uma poesia nasce sceu a formosa mulher. Sutil como toda a arte da natureza, seu maravilhoso coração inflamou todos eles. Quando cinco homens orgulhosos, irmãos de berço, contemplaram aquele olhar, olhar, seu amor transbordou. Pela doce Thillia, cinco amores jurados, outros tantos reino partiram à guerra. Cinco exércitos chocam, os arados transformados em espadas, camponeses da terra, às ordens da paixão. Irmãos, um dia justos e amorosos guardiões lançaram sal ao mar e feriram as terras.
Thillia se elevou na planície ensangüentada com os braços estendidos e as mãos muito abertas. Com o coração repleto de pena, afligida de vergonha fugiu muito longe sob a amorosa superfície do lago. A perfeição chorou sua alma perdida, os cinco irmãos cessaram sua luta vã. Clamaram ao alto, seus corações em um só, e prometeram resgatá-la sob seu luto guerreiro. Cheios de fé se encaminharam com passo humilde para a Thillia, que dormia no fundo. As ondas agitadas gritaram seu valor e os reino choraram sua sombra na água. Do pensamento e do amor tudo nasceu um dia: terra, ar, céu e insondável mar. Das antigas trevas abriu passagem a luz, e, liberta para sempre, seu resplendor se elevou.
Rega terminou terminou de contar a história: — O corpo da Thillia foi recuperado e colocado em uma urna sagrada no centro do reino, em um lugar que pert perten ence ce ao aoss cinc cinco o rei eino nos. s. Os co corp rpos os de seus seus am aman ante tess nunca foram recuperados e daí surgiu a lenda de que algum dia, quando a nação estiver em terrível perigo, os irmãos voltarão para salvar seu povo. — Goste osteii mui muito da ca canç nção ão!! — exclam clamou ou o anão anão,, desc descar arrregan egando do co com m for força o punh punho o sobr sobre e a me mesa sa para para expressar sua aprovação. Até chegou a tocar no antebraço de Roland com um de seus dedos curtos e rechonchudos; era a primeira vez que tocava em algum dos dois humanos durante os cinco dias em que estava com eles. — Gostei muitíssimo! Gravei bem a melodia? — Barbanegra cantarolou a toada com uma profunda voz de baixo. baixo. — Sim, senhor! Perfeito! — exclamou Roland, muito surpreso. surpreso. — Quer que lhe ensine a letra? — Já a guardei. — Barbanegra tocou na testa. — Sou um aluno aplicado.
— Certamente nte que sim! — respondeu Roland, nd, piscando para a mulher. Rega lhe devolveu o gesto com um sorriso. sorriso. — Eu gostaria de ouvi-la outra vez, mas tenho que ir — disse o anão com sinceridade, levantando-se da mesa. — Devo levar a boa notícia a minha gente. — Acrescentou: — Eles se sentirão muito aliviados. Depois, levou as mãos a um cinturão que rodeava seu corpo, desabotoou-o e o jogou sobre a mesa. — Aí está a metade do dinheiro, conforme o combinado. A outra metade, na entrega. Roland se apressou a fechar a mão em torno do cinto e empurrá-lo para Rega por cima da mesa. A mulher o abriu, olhou o conteúdo, contou-o rapidamente e assentiu. — Muito bem, meu amigo — disse Roland sem se incomodar em ficar em pé. — Nos encontraremos no lugar combinado no final do aro. Tem Temer eros osa a de que o anão anão se ofend ofendes esse se,, Rega ega se leva le vant ntou ou e este estend ndeu eu a mã mão o (com (com a pal alma ma aber aberta ta para para demonstrar que não ocultava nenhuma arma, seguindo o ancestral gesto humano de amizade). Os anões não têm ess esse co cosstum tume, poi oiss entr entre e el eles es nunc nunca a se regis egisttra rarram enfre enfrent ntam ament entos os.. Barb Barban aneg egra ra esta estava va a temp tempo o sufi sufici cien ente te entre os humanos para reconhecer a importância daquele aperto de mão. Fez o que se esperava dele e abandonou o bote botequ quim im ra rapi pida dame ment nte, e, esfr esfreg egan ando do a mã mão o no co cole lete te de couro e cantarolando a melodia da balada da Thillia. — Não foi ruim para uma noite de trabalho — murmurou Roland, colocando o cinturão e ajustando-o com muita dificuldade, pois sua cintura era esbelta e o anão, muito robusto. — Não graças a você! — murmurou Rega. A mulher tirou o raztar 13 da bainha redonda que tinha presa à coxa e 13
Baseado em um brinquedo infantil conhecido como bandalor, bandalor, o raztar foi transformado em arma pelos elfos. Uma caixa redonda que se acopla à palma da mão contém sete pontas de madeira unidas a um gatilho mágico. Um gancho, enroscado em torno do gatilho, ajusta-se pelo outro extremo ao dedo do meio. Com um rápido movimento de mão, o pino é impulsionado para frente e as pontas se estendem magicamente. Outro gesto e as pontas são recolhidas na palma da mão. Os peritos em seu uso podem enviar a arma a mais de quinze palmos de distância e rasgar com suas afiadas garras a carne do
começou a afiar à vista de todos suas sete pontas, ao mesmo tempo dirigia um expressivo olhar aos paroquianos no botequim que pudessem sentir um interesse excessivo por seus assuntos. — Tirei suas castanhas do fogo. Se não fosse por mim, Barbanegra teria partido. — Ah! Eu poderia arrancar a barba dele e não teria se atrevido a se ofender. Não podia se permitir isso. — É verdade — assentiu Rega em tom inusualmente sombrio e pensativo. — Estava realmente assustado, não é.? — E se estava? Melhor para o negócio, irmãzinha — replicou Roland, animado. Rega lançou um severo olhar ao redor. — Não me chame chame de irmã irmãzi zinh nha! a! Logo Logo esta estarrem emos os viajando com o elfo e um deslize deste colocaria tudo a perder! — Sinto muito, “querida esposa”. — Roland fechou o kegrot e moveu a cabeça, pesaroso, quando a garçonete olhou. Com tanto dinheiro, era preciso ficar bastante alerta. — Os anões projetam um ataque a algum assentamento humano. no. Provavel elm ment ente contr ntra os reis do mar. Não poderí poderíamo amoss tentar tentar lhes lhes vender vender o próx próximo imo carre carregam gament ento o também? — Você não acha que os anões atacarão a Thillia, não é? — Está tendo crises de consciência? O que importa isso? Se esses anões não atacarem a Thillia, atacarão os reis do mar. E se não forem eles a atacar, a própria Thillia atacará a si mesma. Aconteça o que acontecer, como disse antes, tudo será bom para o negócio. O casal deixou um par de moedas de madeira sobre a mesa e abandonou o botequim. Roland caminhava a frente, com a mão no punho da espada, de afia fiada folha de madeira. Rega o seguia a um par de passos de distância para lhe proteger as costas, como de costume. O casal produzia um efeito impressionante e tinha vivido em Griffith oponente sem que este tenha tempo de saber o que o golpeou. (N. do A.)
tempo suficiente para conseguir uma reputação de dureza, astú astúci cia a e esca escass ssa a tend tendênc ência ia à pied piedad ade. e. Vár ário ioss olho olhoss os segui eguira ram m, mas ning ningué uém m os inco incom modou odou.. Os ol olho hoss e o dinheiro chegaram sãos e salvos à cabana que chamavam de casa. Rega fechou a pesada porta de madeira e passou cuidadosamente o ferrolho. Levantou uma mesa de madeira de três pernas e a colocou contra a porta. Afastando com um chut chute e um tap tapete ete esfa esfarrrapad apado o que co cob bria ria o chão chão,, desc descob obri riu u uma uma tamp tampa a e, ao abri abri-l -la, a, sur surgiu giu um burac uraco o escavado no musgo. Roland guardou o cinto do dinheiro no fossa, fechou a tampa e voltou a colocar o tapete e a mesa. Rega tirou um pedaço de pão rançoso e uma fatia de queijo mofado. — Falando de negócios, o que você sabe desse elfo, o tal Paithan Quindiniar? Roland arrancou um pedaço de pão com seus fortes dentes e levou um pedaço de queijo à boca. — Nada — murmurou, mastigando. — É um elfo, o que significa que será uma flor, exceto pelo que se refere a você, minha encantadora irmã. — Sou Sou sua enca encant ntad ador ora a espo esposa sa,, não não esqu esqueç eça. a. — Rega, com ar brincalhão, acariciou a mão de seu irmão com uma das pontas de madeira do raztar . Depois, cortou com a garra outra fatia de queijo. — Acha mesmo que dará certo? — Certamente. O sujeito que me contou diz que isso não não fal falha nunca unca.. Os el elfo foss são louco oucoss pel pelas mulhe ulherres humanas. Vamos nos apresentar como marido e mulher, mas nosso matrimônio não é muito apaixonado. Você sente falta de afeto, flerta com o elfo e o enrola até que, quando puser a mão em seus seios ardentes, vai recordar-se de repente que é uma respeitável mulher casada e põe-se a gritar como uma possessa. Então apareço, muito furioso lhe cortando suas bicudas... hum... orelhas, e ele compra sua vida cedendo sua mercadoria pela metade do preço. Depois a vendemos aos anões ao preço real, mais uma pequena
comissão, e teremos a vida solucionad nada durante as próximas estações. — Mas, as, depoi epoiss dess essa sac acan anag agem em,, ter terem emos os que que enfrentar a família Quindiniar... — Sim, faremos isso. Ouvi dizer que a elfa que cuida do negócio e dirige à família é uma velha dissimulada de caráter azedo. Seu irmãozinho não se atreverá a contar que tentou destruir nosso lar feliz. E podemos nos assegurar de que, em nossa próxima transação, os Quindiniar obtenham alguns benefícios extras. — Exposto assim, parece bastante fácil — reconheceu Rega. Ergueu uma bota de vinho, deu um gole e passou o pele ao irmão. — Pelo nosso feliz matrimônio, meu amado esposo. — Pela infidelidade, minha querida esposa. Entre risadas deram um novo gole à bota. Drug Drugar ar sai aiu u do bar ar,, ma mass não não aban aband donou onou Griff riffiith imediatamente. Ocultou-se à sombra de uma palmeira e aguardou ali até que o homem e a mulher apareceram à port porta a do loca local. l. Gost Gostar aria ia muit muito o de segu seguii-lo los, s, ma mass esta estava va consciente de suas limitações. Os anões, com seus andar curt curto, o, não não são são feito feitoss para para pers perseg egui uiçõ ções es disc discre reta tas. s. Além Além disso, naquela cidade humana, era impossível que alguém como ele pudesse passar despercebido entre a multidão. Contentou-se em segui-los atentamente com o olhar enquanto se afastavam. Drugar não confiava no casal, mas tampouco teria acreditado na Santa Thillia mesmo que ela aparecesse a sua frente. Desagradava-lhe depender de um intermediário humano e teria preferido tratar diretamente com os elfos, mas isto era impossível. Os atuais Senhores da Thillia tinham fechado um acordo com os Quindiniar pelo qual a família não venderia suas armas mágicas e inteligentes aos anões nem aos reis bárbaros do mar. Em troca disso, os thillianos garantiam a compra de determinada quantidade de armas a cada estação.
O acordo era conveniente para os elfos e, se alguma arma élfica terminava nas mãos dos reis do mar ou dos anõe anões, s, não não seri seria a por por culpa culpa dos dos Quin Quindi dini niar ar,, ce cert rtam amen ente te.. Afina final, l, co como mo Ca Cala land ndra ra co cost stum umav ava a repet epetir ir co com m irri irrita tação ção,, como podiam esperar que ela fosse capaz de distinguir um humano traficante de raztares de um legítimo representante dos Senhores da Thillia? Para ela, todos os huma humano noss tinh tinham am o me messmo aspect pecto o. Assim co com m suas uas moedas. Pouco ouco ante antess de Rolan oland d e Rega ega desa desapa pare recer cerem em da vista de Drugar, o anão ergueu uma pedra negra, com uma runa gravada, que usava pendurada em uma tira de couro em torno de seu pescoço. A pedra era lisa e arredondada, desgas desgastad tada a de tanto tanto esfre esfregágá-la la amoro amorosam sament ente, e, e muito muito velha, mais que o pai de Drugar, que era um dos habitantes mais idosos de todo Pryan. Tomando-a entre seus dedos, Drugar ergueu a pedra até que, de sua perspectiva, ficaram ocultas atrás dela as silhu ilhuet etas as de Rol olan and d e Rega. ega. O anão anão risco iscou u ent então um desenho no ar com o amule uleto e murmuro urou alguma umas palavras acompanhando os gestos, que reproduziam a runa gravada na pedra. Quando terminou, voltou a guardar a pedr pedra a má mági gica ca deba debaix ixo o das das dobr dobras as de suas suas roupa oupass co com m gesto reverente e dirigiu algumas palavras em voz alta ao cassal, que se dispunha a dobrar uma esquina e não ca demoraria para desaparecer da vista do anão. — Não entoei a runa por gostar de vocês... nenhum dos dois. Só lhes proporcionei este feitiço de proteção para ter certeza de conseguir as armas armas que meu povo necessita. Quan Quand do tiv tiver ermo moss ter erm minad inado o a tra rans nsaç ação ão,, rom omp per erei ei o encantamento. E que Drakar leve a ambos. Depo Depois is de cusp cuspir ir no chão chão,, Drug Drugar ar se inte interrnou nou na sel elva va,, abr abrind indo ca cam minho nho com gol olp pes de facã facão o ent entre a vegetação fechada.
CAPITULO 4
EQUILAN, LAGO ENTHIAL Calandra Quindiniar não se iludia em relação aos dois humanos com quem estava negociando. Supunha que eram cont co ntrraban aband dista istass ma mass não não se impo mportav rtava. a. Afina finall, par ara a Calandra era impossível imaginar que um humano pudesse fazer fazer um negóc negócio io honr honrad ado. o. Em sua sua opin opiniã ião, o, todo todoss er eram am contrabandistas, vagabundos e ladrões. Por isso lhe pareceu gracioso — como poucas vezes lhe parecia — ver Aleatha sair da casa e cruzar o pátio de musgo para o escorregador. O vento que soprava entre as copas das árvores levantou o delicado vestido e o inchou em torno dela em vaporosas ondas verdes. A moda élfica da época ditava cinturas largas e rodeadas, golas altas e rígidas e saias retas. Uma moda que não favorecia Aleatha e que, portanto, ela não seguia. O vestido tinha um amplo decote que deixava à vista seus ombros esplêndidos e tinha um talhe brandamente recolhido para cobrir e realçar seus seios. Caindo em suaves dobras, as capas de tecido fino a
env envol olvi viam am co como mo uma uma nuve nuvem m sal alpi pica cada da de prímu rímullas, as, acentuando seus movimentos graciosos. Aquele tipo de roupa tinha causado furor nos tempos da sua mãe. Qualquer outra elfa — “inclusive eu mesma”, pensou Calandra — vestida daquela maneira teria parecido desarrumada e fora de moda. Aleatha, ao contrário, fazia a moda atual parecer antiquada e feia. Por fim, viu-a chegar ao abrigo dos escorregadores. Estava de costas para ela, mas Calandra soube muito bem o que que sua sua irm irmã esta estava va faze fazend ndo o. Alea Aleath tha a sorr sorria ia par ara a o escravo humano que a ajudava a subir no veículo. O sorriso de Aleatha era a de uma perfeita dama, com os olhos baixos como era devido e o rosto quase oculto sob o chapéu de aba larga, adornado de rosas. Sua irmã nunca poderia acusá-la. Mas Calandra, que vigiava das janelas do piso superior, conhecia muito bem os truques de Aleatha. Embo Embora ra suas suas pálp pálpeb ebra rass conti continu nuas asse sem m baix baixas as,, os olho olhoss púrpura não estavam e olhavam para o humano atrás das longas pestanas negras. Tinha os lábios carnudos entreabertos e movia o inferior contra a fileira de dentes supe superi rior ores es,, pequ pequen enos os e muit muito o bran branco cos, s, umed umedec ecen endo do-o -o constantemente. O escravo humano era alto e musculoso, endurecido pelo trabalho. Estava com o torso nu sob o calor de metade de ciclo e vestia calças de couro justas que os huma humano noss co cost stum umav avam am usar usar.. Ca Cala land ndra ra viu viu o sor orri riso so do home homem m em respo espost sta a ao de Alea Aleath tha, a, viu-o viu-o demo demora rarr um tempo excessivo para ajudá-la a montar no escorregador, e viu que sua irmã conseguia roçar seu corpo no do humano enqua enquant nto o subi subia a no estr estrib ibo. o. A mã mão o enluv enluvad ada a de Alea Aleath tha a inclusive permaneceu alguns instantes mais do necessário entre os dedos do escravo. Por fim, a moça teve o desplante de aparecer na janela do veículo, com a aba do chapéu voltada para cima, e agitar a mão em direção a Calandra. O escra cravo segu eguiu o olhar da Aleatha, lem emb brou subitamente do seu dever e se apressou em ocupar sua posição. O veículo era feito com folhas de bentan, tecidas
até até forma formarr uma uma cesta cesta re redo dond nda a aber aberta ta na fren frente te.. Vár ário ioss ganchos prendiam a parte superior da cesta, pendurada de uma grossa mola que saía da casa e entrava na selva. Quando acionados, os ganchos puxavam a mola, aproximando o veículo da casa. Ao voltar para seu estado norma normal, l, os gancho ganchoss deixar deixariam iam que a cesta cesta escor escorre regas gasse se mola abaixo, levando o veículo até uma encruzilhada onde Aleath Aleatha a tomari tomaria a outra outra daquel daquelas as cestas cestas,, cujos cujos gancho ganchoss a conduziriam a seu destino. O escravo pôs em marcha o escorregador com um empu em purr rrão ão e Ca Cala land ndra ra viu viu sua sua irmã irmã desa desapa pare recer cer entre entre a fron frondo dosa sa vege vegeta taçã ção, o, co com m sua sua saia saia ver verde onde ondean ando do ao vento. Calandra dirigiu um sorriso desdenhoso ao escravo, que permanecia em sua posição contemplando o veículo com co m admi admira raçã ção. o. Que Que estú estúpi pido doss er eram am aquel aqueles es huma humano nos. s. Nem Ne m sequ sequer er ente entend ndia iam m quan quando do algu alguém ém zomb zombav ava a dele deles. s. Alea Aleath tha a er era a diss dissol olut uta a ma mas, s, pelo pelo me meno nos, s, seus seus rom oman ances ces eram com elfos de sua raça. Só flertava com os humanos porque era divertido observar suas reações animalescas. Aleatha, assim como sua irmã mais velha, preferiria beijar um cão da casa a beijar um humano. Pai aith than an er era a outr outra a hist histór ória ia.. Ca Cala land ndra ra volt voltou ou para para trabalho, tomando nota de enviar à nova criada da cozinha para trabalhar na oficina do arco cintilante. Com as costas apoiadas no veículo, desfrutando do vent vento o fres fresco co que que golp golpea eava va seu seu rosto osto enqu enquan anto to desc descia ia rapi ra pid dam amen ente te ent entre as ár árvo vorres, es, Ale leat atha ha se imag imagiinou nou ofer oferec ecen endo do a ce cert rta a pess pessoa oa pres presen ente te na fest festa a do nobr nobre e Durndrun o relato de como tinha despertado a paixão do escravo humano. É obvio, sua versão do acontecido seria ligeiramente diferente. “Juro, meu senhor, que sua mão se fechava sobre a minha com tal força força que acreditei acreditei que ia esmagá-la esmagá-la.. E esse
animal teve o atrevimento de esfregar seu corpo suado contra o meu!” “Ter “T errí rível vel!”, !”, re respo sponde nderia ria seu interl interlocu ocutor tor,, com suas suas pálida pálidass feiçõe feiçõess élfica élficass averm avermelh elhada adass de indign indignaçã ação.. o.... Ou seri seria a de excita citaçã ção o ante ante o pens pensam amen ento to dos dos dois dois co corp rpos os apertados um contra o outro? Então se aproximaria um pouco dela. “E o que você fez?” “Ign “Ignor orei ei-o -o,, é obvi obvio. o. É a me melh lhor or ma mane neir ira a de trat tratar ar essas bestas... além do chicote, é obvio. Mas, claro, não ia açoitá-lo eu...” “Não, mas eu poderia fazê-lo...” fa zê-lo...” acrescentaria o nobre com galhardia. “Oh, Thea! Você sabe que suas brincadeiras deixam os escravos loucos.” Aleatha deu um ligeiro salto. De onde tinha saído aque aquela la voz voz pert pertur urba bado dora ra?? Um imag imagin inár ário io Paith aithan an.. .... que que inva invadi dia a seus seus pens pensam amen ento tos. s. Segu Segura rand ndo o o chap chapéu éu que que o vento estava a ponto de lhe arrancar da cabeça, Aleatha tomou nota mentalmente de assegurar-se de que seu irmão estivesse em outra parte antes de começar a relatar aquela sedut edutor ora a aven aventu tura ra.. Pai aitthan han er era a um bom ra rap paz e não não estragaria a brincadeira de sua irmã deliberadamente, mas era melhor não arriscar. A ce cest sta a cheg chegou ou ao fina finall da co cord rda, a, dete detend ndoo-se se na encr encruz uzil ilha hada da.. Outr Outro o escr escrav avo o huma humano no,, basta astant nte e feio feio — Aleatha não se dignou a olhá-lo duas vezes, — ajudou-a a descer. — Para a casa do barão Durndrun — indicou friamente, e o escravo a acompanhou a um dos escorregadores que esperavam na encruzilhada, cada um dos quais pendia de uma mola que se dirigia a uma parte dist distin inta ta da selv selva. a. O escr escrav avo o ac acio iono nou u os port portad ador ores es e o veículo sulcou os ares para as sombras, cada vez mais profu profunda ndas, s, trans transpor portan tando do sua passag passageir eira a às víscer vísceras as da cidade de Equilan. As cestas eram o meio de transporte dos ricos, que pagavam uma cota aos governantes da cidade para utilizá-
los. Quem não podia pagar utilizava as oscilantes pontes que ligavam a selva. Tais pontes conduziam de uma casa a outra, de uma loja a outra, das casas às lojas e vice-versa. Tinh Tinham am sido sido estend estendid idas as quando quando os primei primeiro ross habita habitante ntess elffos fund el undaram Equil uilan, para co com munica carr as poucas moradias e oficinas edificadas nas árvores com propósitos defe defens nsiivos vos. Co Com m o cresci escime ment nto o da cid cidade, ade, aum aumento entou u também o sistema de pontes, sem ordem nem planejamento, para manter conectada cada casa com as vizinhas e com o coração da cidade. Equilan tinha prosperado e também seus habitantes. Milh Milhar ares es de el elfo foss vivi viviam am na cida cidade de,, que que tinh tinha a quas quase e o mesmo número de pontes. Percorrê-la a pé era extraordinariamente complicado, inclusive para quem tinha vivido ali toda sua vida. Ninguém uém que tivess esse ce cerrta importância na sociedade élfica perambulava pelas pontes. Exce Exceto to,, poss possiv ivel elme ment nte, e, em al algu guma ma co corrrer eria ia teme temerá rári ria a dura durant nte e a hora hora escu escura ra.. Nã Não o obst obstan ante te,, aque aquela lass pont pontes es cons co nsti titu tuía íam m uma uma exce cele lent nte e defe defesa sa fren frente te ao aoss vizi vizinh nhos os humanos, humanos, que, em tempos tempos remotos, remotos, tinham tinham cobiçad cobiçado o com olhos invejosos as moradias arborícolas élficas. Os humano humanoss constru construíam íam suas suas cidade cidadess dire diretam tament ente e sobre as planícies de musgo, nunca nas árvores. Em certa ocasião tinham enviado uma força para invadir Equilan mas quan quando do os gran grande dess e desa desaje jeit itad ados os guer guerre reir iros os huma humano nos, s, ves vestido tidoss co com m suas suas vol volumos umosas as ar arm maduras uras de co cour uro o e empunhando suas espadas de madeira, olharam para as est estrei eittas passagens ens de madeira presas com corda confeccionada com fios de trepadeira que balançavam a milhares de palmos acima do leito de musgo, deram meia volta imediatamente e retornaram para sua terra. Os elfos tinham descoberto que se levava certo tempo em aclimar os escravos humanos à vida nas copas das árvores, e que a maioria deles nunca parecia sentir-se confortáveis lá em cima. Com o tempo, Equilan se tornou mais rica e mais segura, e seus vizinhos humanos de norint decidiram que
seria melhor deixar os elfos em paz e brigar entre si. A Thillia ficou dividida em cinco reinos, cada um deles inimigo dos outros, e os elfos tiraram proveito do fornecimento de armas a todos os bandos em conflito. As famílias reais e as de classe média que tinham alcançado riqueza e poder se mudaram para a parte mais alta das árvores. O lar de Lenthan Quindiniar se elevava na colina14 mais elevada de Equilan, sinal de posição social entre seus iguais de classe média mas não entre a realeza, que construía suas mansões à beira do lago Enthial. Mesmo que Lenthan pudesse comprar e vender a maioria das casas do lago, nunca permitiriam que vivesse ali. Para ser sincero, Lenthan não desejava isso. Estava muito satisfeito de viver onde vivia, com uma boa vista das estrelas e um claro entre a vegetação para lançar seus foguetes. Aleatha, ao contrário, tinha decidido viver junto ao lago. A condição de nobre poderia ser adquirida com seu encanto, seu corpo corpo e sua sua parte da herança quando quando seu pai morrress mo esse. Ent Entretan etantto, o que Ale leat atha ha ai aind nda a não não tinha inha decidido era qual dos duques, condes, barões ou príncipes comprar. Todos eram tão chatos... A tarefa que tinha a sua fre frente era como ir as compras, procur curar um menos nos aborrecido que o resto. O escorregador depositou delicadamente Aleatha na bela mansão onde o barão Durndrun oferecia a recepção. Um escravo humano se dispôs a ajudá-la a descer mas um jov jovem em nobr nobre, e, cheg chegan ando do ao me mesm smo o temp tempo, o, priv privou ou-o -o da honra. O nobre era casado mas, mesmo assim, Aleatha lhe dedi dedico cou u um sor sorriso riso doce doce e enca encant ntad ador or.. O jo jove vem m fico ficou u fas fascina cinado do e se afas afasto tou u co com m Alea eattha, ha, dei deixand xando o que o escravo se ocupasse de sua esposa. A casa do barão Durndrun, como todas as do lago Enth Enthia ial, l, el elev evav avaa-se se no bor borda supe superi rior or de uma uma gran grande de conc co ncav aviidade dade de musg usgo. As mans ansõe õess da nob nobreza eza el elfa fa est estavam divididas ao longo daquel uela borda superior 14
Leitos de musgo que crescem na própria copa das enormes árvores árvores da selva. (N. do A.)
enquanto a residência de Sua Majestade, a rainha, ocupava o extremo mais afastado, separada da cidade onde resid esidia iam m seus seus súdi súdito tos. s. Todas odas as outr outras as ca casa sass tinh tinham am a fachada orientada para o palácio, como se lhe rendessem perpétua homenagem. No centro do terreno estava o lago, sustentado sobre um gros grosso so le leit ito o de musg musgo o que que os braç braços os le lenh nhos osos os das árvores gigantescas embalavam. Devido a seus leitos de musgo, a maioria de lagos da zona tinha uma cor verde, nítida e cristalina. Mas, graças a uma estranha espécie de peixes que nadava no lago (presente do pai de Lenthan Quindiniar à Rainha), as águas do Enthial ofereciam um vibrante e assombroso tom azul e eram consideradas uma das maravilhas de Equilan. Os jardins do barão Durndrun se estendiam da casa até a borda do lago. Seguindo o costume élfico, os jardins eram er am cuid cuidad ados os e cult cultiv ivad ados os para para que que ofer oferec eces esse sem m um aspecto de silvestre abandono. Arco íris de flores competiam com os que o sol formava ao transpassar a úmida atmosfera, competindo entre si para criar os efeitos mais maravilhosos. Samambaias davam sombra às pálidas bochechas das donzelas elfas. Grande número de orquídeas caia das árvores ou se elevava da vegetação putrefata que formava uma grossa capa sobre o leito de musgo. Aves e animai animaiss terre terrestr stres es (só (só os mais mais vistos vistosos, os, inter interess essant antes es e pací pacífi fico cos) s) pula pulava vam m entr entre a luxu luxuri rios osa a folh folhag agem em.. Algu Alguns ns caramanchões com bancos de madeira de teca, importada a al alto to preç preço o das das ter terra rass huma humana nass pró próxima ximass ao oc ocea eano no Terinthiano, ofereciam uma esplêndida panorâmica do lago e dos terrenos do palácio real em e m frente. Aleatha não prestou a menor atenção à vista, pois já a tinh tinha a co cont ntem empl plad ado o em outr outras as oc ocas asiõ iões es.. Seu Seu obje objeti tivo vo agora era consegui-la para si. Ela e o nobre Daidlus já se conheciam, mas até aquele momento Aleatha não tinha percebido que ele era esperto, inteligente e moderadamente atraent ente. Sentada junt unto ao jovem adm admirad irador or em um dos banc bancos os de teca teca,, Alea Aleattha tinha inha
começado a contar sua história do escravo quando uma voz jov jovia iall a inte interrrom ompe peu, u, assi assim m co como mo ac acon onte tece cera ra em seu seu diálogo imaginário. — Ah! Aqui está você, Thea. Ouvi dizer que tinha vindo. E você é Daidlus, não é? Sabe que sua mulher o está procurando? Não parece muito contente... O nobr nobre e Daid Daidlu luss tamp tampou ouco co o par parec ecia ia.. La Lanç nçou ou um olhar colérico a Paithan, que o devolveu com o ar inocente e ligeiramente nervoso de quem só pretende ajudar um amigo. Aleatha esteve tentada a reter o nobre e livrar-se de Paithan, mas pensou que seria engraçado deixar a panela cozinhar em fogo lento antes de aplicar todo o calor. Além disso, tinha que falar com seu irmão. — Me sint sinto o enve enverg rgon onha hada da,, me meu u senh senhor or — diss disse, e, ruborizando deliciosamente. — Estou afastando-o de sua famíl família ia.. Fui muit muito o egoí egoíst sta a e inco incons nseq equen uente te,, ma mass esta estava va desfrutando tanto de sua companhia... Paithan cruzou os braços sobre o peito, apoiou-se no muro do jardim e observou a cena com interesse. Daidlus replicou, entre protestos, que poderia ficar com ela para sempre. — Não, não, meu senhor — disse Aleatha com um ar de nobre altruísmo. — Vá ver sua esposa. Eu insisto. Depois disto, estendeu a mão para que o jovem nobre a beijasse. Daidlus o fez com mais ardor do que as normas de urbanidade teriam considerado correto. — Mas... eu gostaria tanto de ouvir o final da história... — protestou o frustrado Daidlus. — Ouvirá, meu senhor — respondeu Aleatha entr entrea eabr brin indo do as pálp pálpeb ebra rass e seus seus ol olho hoss bril brilha hand ndo o em faíscas azuladas. — Ouvirá. O jovem nobre conseguiu sair de seu lado. Paithan sentou-se no banco junto a sua irmã e esta tirou o chapéu e se abanou com ele. — Sinto muito. Thea. Interrompi algo?
— Sim, mas é melhor assim. As coisas aconteceram muito depressa. — Daidlus está bem casado, sabe? E tem três filhos pequenos. Aleatha deu de ombros, aquilo não lhe interessava. — Um divór vórcio cio ser eriia um escâ escând ndal alo o trem tremen end do — continuou Paithan, cheirando uma flor que ficou muito bem na lapela do longo traje de linon branco. De linhas folgadas, a ja jaqu quet eta a ca caía ía sobr sobre e ca calç lças as do me mesm smo o teci tecido do bran branco co,, fechados nos tornozelos. — Absolutamente. O dinheiro de nosso pai o acalmaria. — Teria que dá-lo a Rainha. — É obvio. O dinhei eirro de nosso pai também se encarregaria disso. — Calandra ficaria furiosa. — Não. Ela estaria muito contente de me ver transformada em uma respeitável mulher casada. Não se preocupe comigo, querido irmão. Você tem outros assuntos com que se preocupar. preocupar. Calandra estava a sua procura. — Ah, Ah, é me mesm smo? o? — respo espond ndeu eu Pai aith than an,, tent tentan ando do aparentar indiferença. — Sim, e a expressão de seu rosto poderia ter aceso um desses infernais aparelhos de nosso pai. — Que azar. azar. Deve ter falado com o chefe, não é? — Sim, creio que sim. Não falei muito com ela porque não queria deixá-la furiosa. Do contrário, ainda estaria ali. Disse algo sobre um sacerdote humano, acho. Eu... Orn bendito! O que foi isso? — Um trovão. — Paithan ergueu a vista para a densa vege vegettaç açã ão que os imped mpedia ia de obs obser erva varr o cé céu. u. — Uma Uma tor orm ment enta dev deve est estar se apr aproxim ximando ando.. Que Que azar azar,, isso significa que vão cancelar o passeio de barco. — Não foi um trovão. É muito cedo. Além disso, notei que solo tremeu, você não? — Talvez seja Cal, que vem me ver.
Paithan tiro Paithan tirou u a flor da da lapela lapela e ficou brincando brincando com com ela, desfolhando-a e lançando as pétalas ao regaço de sua irmã. — Fico feliz que isto o divirta tanto, Paithan. Vamos ver o que dirá quando ela reduzir sua mesada à metade. Por certo, que história é essa de sacerdote humano? Paithan se acomodou no banco e cravou os olhos na flor que estava esquartejando. Seu rosto juvenil adquiriu uma seriedade inabitual. — Veja, Thea. Ao voltar de minha última viagem, a mudança de nosso pai me surpreendeu. Você e Cal não percebem porque estão sempre com ele, mas... pareceu-me tão... não sei... cinza, acredito. E abatido. — Pois o viu em um de seus momentos mais lúcidos — disse Aleatha com c om um suspiro. — Sim, e esses malditos foguetes que constrói nunca ultr ultrap apas assa sam m as co copa pass das das ár árvo vore ress, e muit muito o me meno noss se aproximam das estrelas. E não para de falar da morte de nossa mãe... Enfim, você já sabe como estão as coisas... — Sim, sei como estão. — Aleatha juntou as pétalas no re rega gaço ço e, inco incons nsci cient entem emen ente te,, form formou ou co com m elas elas uma uma tumba em miniatura. — Eu queria que se animasse, de modo que disse a primeira tolice que me veio à cabeça. “Por que não chama um sacerdote humano?”, propus. “Essa gente sabe muito das estrelas, pois afirmam vir delas. Dizem que elas são, na realidade, cidades.” Acrescentei outras besteiras e minhas pala palavr vras as — Pai aith than an par arec ecia ia mo mode dest stam amen ente te sati satisf sfei eito to cons co nsiigo mesmo esmo — fize fizera ram m que nos nosso pai se sent sentiisse melhor. Não o tinha visto tão ativo desde o dia em que seu foguete caiu no meio da cidade e provocou o incêndio do lixo. — Estupendo, Paithan! Como você não vai demorar par ara a viaj viajar ar nova novame ment nte, e, tanto anto faz faz o que ac acon onte tece cerr. — Aleatha lançou as pétalas ao vento com um gesto irritado. — Mas Calandra e eu teremos que viver com esse humano,
e já temos o suficiente com a presença do velho astrólogo luxurioso! — Sinto muito, Thea. Juro que não pensei que se importasse. Paith aithan an pare pareci cia a co cons nstr tran angi gido do e verd verdad adei eira rame ment nte e estava. Ele era um explorador despreocupado. Sua irmã mais velha uma fria comerciante. Sua irmã menor egoísta e desumana. A única chama que ardia em todos eles era o amor e o afeto que professavam entre si. Um amor que, desafortunadamente, não estendiam ao resto do mundo. Paithan tomou a mão de sua irmã e a apertou entre seus dedos. — Além disso — disse, — esse sacerdote humano nunca virá. Eu o conheço, sabe? E... O leito de musgo se ergueu de repente sob seus pés e voltou a descer. O banco onde estavam sentados deu uma sacudida e uma súbita onda agitou a plácida superfície do lago. Um estrondo que recordava um trovão mas que parecia vir do chão acompanhou a vibração do terreno. — Isto não é nenhuma tormenta! — exclamou Alea Aleath tha, a, olhan olhando do ao re redo dorr co com m expr expres essã são o alar alarma mada da.. Ao longe se ouviam gritos e exclamações. Paithan se levantou com a expressão muito séria. — Acho que é melhor voltar para casa, Thea — disse, e lhe estendeu a mão. Aleatha se moveu com tranqüila presteza, recolhendo suas saias vaporosas em torno das pernas com calma rapidez. — O que deve ser isso? — Não tenho a menor idéia — respondeu Paithan, cruzando o jardim rapidamente. — Ah, Durndrun! O que foi isso? Algum novo jogo? — Quem Quem dera dera foss fosse! e! — O nobr nobre e anfi anfitr triã ião o par parec ecia ia muit muito o preo preocu cupa pado do.. — O trem emor or produz oduziu iu uma uma gra rand nde e rachadura na parede da cozinha e minha mãe está histérica do susto. O estrondo começou de novo, desta vez mais potente. O chão foi sacudido novamente e seguiu-se um
tremor. Paithan retrocedeu cambaleando até segurar-se em uma uma ár árv vor ore. e. Ale leat atha ha,, pál áliida mas sem sem desco escom mpor or-s -se, e, agarrou-se a uma liana pendurada junto ao banco. O nobre Dur Durndru ndrun n per perdeu deu o equi equilí líbr brio io e este esteve ve a pont ponto o de ser ser esmagado sob uma estátua que caiu de seu pedestal. O tremor durou o tempo que um elfo demorava para respirar três vezes e, em seguida, cessou. Do musgo surgiu então um cheiro estranho. O cheiro de umidade rançosa e fria. O aroma da escuridão. O aroma de algo que vivia na escuridão. Paithan foi ajudar o barão a levantar-se. — Acho que deveríamos nos armar — disse Durndrun em um sussurro, para que só Paithan o ouvisse. — Sim — respondeu Paithan no mesmo tom, enquanto dirigia um olhar para sua irmã. — Eu ia propor o mesmo. Aleatha ouviu e entendeu o que diziam. Um calafrio de medo percorreu seu corpo. A sensa nsaçã ção o foi muito agradável. Certamente, todo aquilo acrescentava interesse a uma tarde que tinha esperado ser aborrecida como de costume. — Se me desculparem — disse, dobrando a aba do chapéu para que a favorecesse ao máximo, — voltarei para dentro, talvez possa ser de alguma ajuda à senhora da casa. — Obriga Obrigado, do, Aleath Aleatha a Quindi Quindinia niarr. Fico muito muito grato grato.. Como ela é valente — acrescentou o barão, contemplando à moça enquanto ela se dirigia à casa sem companhia. — A metade das mulheres correm por aí gritando, tomadas por um ataque de nervos, e a outra metade desmaiou. Sua irmã é uma mulher admirável! — Sim, é mesmo? — respondeu Paithan, a quem não tinha escapado que Aleatha estava aproveitando a ocasião. — Que armas você tem? Enquanto voltavam apressadamente para a casa, o nobre olhou para o jovem elfo que corria junto a ele.
— Quindiniar...? Quindiniar...? — Durndrun se aproximou aproximou ainda mais e lhe segurou o braço. — Você acha que isto está relacionado com esses rumores que nos contou outra noite? Sabe, sobre os... os gigantes... Paithan pareceu levemente envergonhado. — Eu falei de gigantes? Por Orn, o vinho que nos deu naquela noite era muito forte, Durndrun! — Talve alvezz os rumo rumorres não não seja sejam m apen apenas as rumo rumore res, s, afina afinall — murm murmur urou ou Durn Durndr drun un em tom tom lúgu lúgubr bre. e. Paith aithan an pensou na origem daquele estrondo e naquele cheiro de escuridão. Moveu a cabeça em negativa ne gativa e disse: — Acho que vamos desejar ter a frente alguns uns gigantes, senhor. Agora mesmo, eu adoraria escutar um desses contos humanos para dormir. Os dois dois cheg chegar aram am ao edif edifíc ício io,, onde onde co come meça çara ram m a revisar o catálogo de armamento do arsenal. Outros elfos que assi ssistiam tiam à fest festa a se unir uniram am a el eles es entr entre e grit ritos e exclamações, com um comportamento não muito melhor que que o de suas suas mulh mulher eres es na opin opiniã ião o de Pai aith than an.. Esta Estava va observando-os com uma mescla de diversão e impaciência quando, de repente, percebeu que todos eles o contemplavam, e que seus rostos estavam extraordinariamente extraordinariamente sérios. — O que acha que devemos fazer? — perguntou o barão Durndrun. — Eu... eu... bem... — balbuciou Paithan, olhando com ar confuso para os membros da nobreza elfa. — Vamos, estou certo que vocês... — Vamos, vamos, Quindiniar! — Cortou-lhe Durndrun. — Você é o único de nós que esteve no mundo exterior, o único com experiência neste tipo de assunto. Necessitamos de um chefe e vai ser você. “E, “E, se ac acon onte tecer cer algo algo,, terã terão o algu alguém ém para para culp culpar”, ar”, pensou Paithan, mas não disse isso em voz alta embora em seus seus lábi lábios os apar aparec eces esse se dura durant nte e um segu segund ndo o um sorr sorris iso o irônico.
O trovão começou de novo, desta vez com tal potência que muitos dos elfos caíram de joelhos. Entre as mulheres e crianças que tinham sido conduzidos à casa em busc busca a de abri abrigo go se elev elevar aram am grit gritos os e gemi gemido dos. s. Paith aithan an escutou o estalo de ramos ao se quebrarem na selva, e o coro de roucos grasnidos das aves assustadas. — Olhem! Olhem para isso! No lago! — gritou a voz ásper era a de um dos nobres, situado na última fil fila da multidão. Todos se voltaram para onde indicava. As águas do lago se agitavam e ferviam, e no centro, serpenteando para o alto, viam-se as escamas reluzentes de um enorme corpo verde. Uma parte daquele corpo sobressaía da água, para voltar a mergulhar nela. — Ah! Era o que eu pensava — murmurou Paithan. Paithan. — Um dragão! — excla clamou o barão Durn urndrun. Agar garrou-s ou-se e ao jo jove vem m el elfo fo e ac acrresce escent ntou ou:: — Por Orn, Quindiniar! O que vamos fazer? — Creio — respondeu Paithan com um sorriso — que o melhor será ir para dentro e tomar o que, provavelmente, será nossa última taça.
CAPITULO 5
EQUILAN, LAGO ENTHIAL Aleatha lamentou imediatamente ter ido para junto das mulheres. O medo é uma enfermidade contagiosa e o salão fedia a pânico. Provavelmente, os homens estavam
tão assustados como as mulheres, mas ao menos mantinham uma aparência de coragem... se não por eles mesm me smos os,, ao me meno noss pelo pelo que que os outr outros os pens pensar aria iam. m. As mulheres não só podiam deixar-se levar pelo terror, mas também era isso o que se esperava delas. Mas até o medo tinha suas normas de etiqueta. A matrona da casa — mãe do barão Durndrun e proprietária absoluta da mansão já que seu filho ainda era solteiro — tinha prioridade nas demonstrações de histeria. Ela era a mais velha, de classe mais alta, e estava em sua cassa. Ne ca Nenh nhum uma a das das dama damass pres presen ente tes, s, port portan anto to,, tinh tinha a direito a mostrar-se tão tomada de pânico como ela. (A esposa de um simples duque, que tinha desmaiado em um canto, estava condenada ao ostracismo.) A matrona jazia prostrada em um sofá enquanto sua fax faxinei neira cho chora rava va junto unto a el ela a e lhe lhe aplica licava va divers versos os remédios: banhos de água de lavanda nas têmporas, tintura de rosa no peito, que subia e descia com tremor enquanto a mulher tentava em vão recuperar o fôlego. — Oh... Oh... Oh...! — ofegava, apalpando o coração. As esposas dos convidados a rodeavam, retorcendoas mãos, os, abra abraça çand ndoo-sse de vez em quan quand do e sol olttando ando soluços afogados. Seu medo servia de inspiração para as cria crianç nças as,, que até até entã então o tinh tinham am mo most stra rado do uma uma lige ligeir ira a curiosidade, mas que agora choramingavam em coro e se metiam entre as pernas de todo o mundo. — Oh... Oh... Oh...! — gemeu a matrona, exibindo uma leve cor arroxeada. — Dê-lhe uns tapas — disse Aleatha com frieza. A faxineira pareceu tentada a fazê-lo, mas as esposas dos nobre nobress conseg conseguir uiram am re recup cupera erarr-se de seu pânic pânico o em temp tempo o sufi sufici cien ente te par ara a se mo most stra rare rem m esca escand ndal aliz izad adas as.. Aleatha deu de ombros, virou-se e saiu para as grandes janelas que serviam de portas e se abriam para o espaçoso terraço de onde se contemplava o lago. Atrás da moça, as convulsões da matrona pareciam ir diminuindo.
Possivelmente tinha ouvido a sugestão da Aleatha e visto a mão crispada da criada. — Nos últimos minutos não ouvimos nenhum ruído — mur murmurou urou a espo espossa de um co cond nde. e. — Tal alve vezz já tenha enha acabado. A resposta ao comentário foi um silêncio cheio de inquietação. Aquilo não tinha terminado. Aleatha sabia e as outr outras as mulh mulher eres es reuni eunida dass na sala sala tamb também ém sabi sabiam am.. No mome mo ment nto o rei eina nava va a ca calm lma, a, ma mass er era a um silê silênc ncio io tens tenso, o, carrregad ca egado o e ter errrível ível que fez fez Ale leat atha ha sent sentiir falt falta a dos gemidos da matrona. O estrondo se elevou de novo, desta vez com mais força. A casa estremeceu alarmantemente. As cadeiras se move mo vera ram m de luga lugarr e os pequ pequen enos os ador adorno noss ca caír íram am das das mesas, fazendoo-sse em pedacinhos no chão. As que puderam, agarraram-se ao que encontraram; as que não tinh tinham am onde onde apoi apoiar ar-s -se, e, per perdera deram m o equi equilí líbr brio io e ca caír íram am também. Da janela, Aleatha viu elevar-se do lago aquele corpo verde e escamoso. Por sorte, nenhuma das mulheres na sala percebeu a presença daquele ser. Aleatha mordeu os lábios para não soltar um grito de pavor. Em um abrir e fechar de olhos, a criatura desapareceu com tal rapidez que a moça chegou a duvidar de que realmente tivesse visto algo ou se fora mera alucinação causada por seu próprio medo. O trovão cessou e Aleatha viu os homens correndo para a casa, com seu irmão à frente. A moça abriu as portas e desceu depressa a ampla escadaria. — Paithan! O que foi isso? — perguntou ao irmão, agarrando-o pela manga da casaca. — Um dragão, creio — respondeu ele. — O que será de nós? — Imagino que todos vamos morrer — disse Paithan depois de pensar alguns momentos. — Mas não é justo! — protestou Aleatha, chutando o chão com um gesto de raiva e impotência.
— Não, suponho que não. — As palavras de sua irmã lhe pareceram bastante estranhas em sua situação, mas Paithan Paithan lhe acariciou a mão com um gesto tranqüilizador. tranqüilizador. — Vam amos os,, Thea Thea,, voc ocê ê não não vai des desmai aiar ar co como mo as out outra rass mulheres, não é? É impróprio que alguém como você se deixe levar pela histeria. Aleatha levou as mãos às bochechas e notou a pele quent quente e e aver averme melh lhad ada. a. Seu Seu irmã irmão o tinh tinha a ra razã zão, o, pens pensou. ou. Devia parecer um despropósito. Depois de uma profunda inspiração, obrigou-se a relaxar, alisou o cabelo e voltou a compor as dobras desordenadas de seu vestido. O rubor foi desaparecendo de seu rosto. — O que vamos fazer? — insistiu com voz firme. — Nos armar. Será inútil, Orn sabe, mas ao menos poderemos manter o monstro a distância durante algum tempo. — E a Guarda da Rainha? Do outro lado do lago, distinguia-se o regimento da Guar Guarda da da Rainh ainha a desd desdob obra rand ndo-s o-se. e. Todos odos os sold soldad ados os corriam para ocupar suas posições. — A guarda protege Sua Majestade, Thea. Os soldados não podem abandonar o palácio. Tenho Tenho uma idéia: pode levar às outras mulheres e as crianças para o porão e... — Não! Não vou morrer como um rato no buraco! Paithan olhou fixamente para sua irmã, medindo seu valor. — Está bem, Aleatha. Há outra coisa que pode fazer. Algué lguém m tem tem que ir à cida cidad de e al aler erta tarr o exér érci cito to.. Não podemos abrir mão de nenhum homem e as outras mulheres não estão em condições de viajar. É uma missão perigosa; o meio de transporte mais rápido é o esco escorr rreg egad ador or e se essa essa best besta a ro romp mper er noss nossas as linh linhas as de defesa... Aleatha Aleatha imaginou imaginou com toda clareza clareza a enorme enorme cabeça do dragão dragão er ergue guendondo-se se e agitan agitando-s do-se e violen violentam tament ente e até
romper os cabos que sustentavam o veículo sobre o vazio. Viu-se caindo vertiginosamente... Mas logo se imaginou presa com a proprietária da casa em um porão escuro e mau ventilado. — Eu vou. — Aleatha começou a recolher as saias. — Espere, Thea. Escute. Não tente descer no centro da cidade, pois se perderia ali. Procure o posto de guarda do lado de vars. As cestas a levarão até uma parte do caminho e depois terá que seguir a pé, mas verá o posto desde a primeira encruzilhada. É uma fortificação construída nos ramos de uma árvore karabeth. Diga-lhes que... — Paithan! — Durndrun saiu da casa correndo, com o arco e um flecha na mão e apontando para o lago com a outra. — Quem diabos está lá embaixo? Todos não haviam voltado conosco? — Era Era o que eu acred crediitav tava — ass assent entiu Pai aith than an,, forçando a vista para onde indicava o barão. O reflexo do sol nas águas do lago era ofuscante mas conseguiu ver, sem a menor duvida, uma figura que se movia à beira da água. água. — Deixe Deixe esse arco arco aqui. aqui. Irei Irei até lá. lá. É fácil fácil termos termos deixado alguém para trás na confusão. — Você pensa... pensa em ir até lá? Com o dragão? — O nobre contemplou Paithan com assombro. Como sempre fazia na vida, Paithan tinha se apresentado como voluntário sem pensar. Mas, antes que tive tivessse temp tempo o de ac acrresce escent ntar ar que, que, de repen epentte, tinh tinha a rec ecor orda dado do que que tinh tinha a outr outro o co comp mprrom omis isso so,, Dur Durndru ndrun n se apressou a colocar o arco e a aljava com as flechas nas mãos do jovem elfo enquanto murmurava algo a respeito de uma medalha de valor. Póstuma, sem dúvida. — Pai aith than an!! — Alea Aleath tha a segu segurrou seu seu braç braço o. O el elfo fo tomo tomou u a mã mão o da mo moça ça entr entre e seus seus dedo dedos, s, aper aperto touu-a a e, depois, depositou-a na mão de Durndrun.
— Aleatha se ofereceu para alertar os Guardiães das Sombra 15 para que venham nos resgatar. — Que valentia! — Murmurou o nobre, beijando a mão gelada da moça. — Que ânimo! — acrescentou, e contemplou Aleatha com crescente admiração. — A mesma que têm todos que ficam aqui, meu senh senhor or.. Tenho enho a sens sensaç ação ão de esta estarr fugin fugindo do.. — Alea Aleath tha a suspirou profundamente e dirigiu um olhar frio para seu irmão. — Tome cuidado, c uidado, Pait. — O mesmo digo eu, Thea. Com a arma a rma disposta, Paithan Paithan se dirigiu d irigiu correndo para o lago. Alea eattha o viu afastar-se -se e notou no peito uma uma sensação horrível, sufocante. Uma sensação que já tinha experimentado uma vez em sua vida, na noite em que sua mãe morrera. — Permita-me que a escolte, querida Aleatha. — O barão Durndrun não soltava sua mão. — Nã Não, o, me meu u senh senhor or.. Nã Não o diga diga toli tolice ces! s! — repli eplico cou u Alea Aleath tha a imed imedia iata tame ment nte. e. Tinha inha um nó no estô estôma mago go e o coração apertado. Por que Paithan tinha partido? Por que a abandonara? Só desejava escapar daquele lugar horrível. — Você é necessário aqui. — Aleatha! Que valente e bela você é! — O barão Durndrun a atraiu para si; seus braços a rodearam e seus lábios lhe roçaram os dedos. — Se, por algum milagre, escapamos deste monstro, quero que se case comigo. Aleat Aleatha ha deu deu um salt salto, o, tran transt stor orna nada da pelo pelo me medo do.. O barão Durndrun era um dos nobres de mais alta estirpe e um dos elfos mais ricos de Equilan. Sempre a tinha tratado com cortesia, mas sempre tinha se mostrado frio e distante. Paithan tivera a amabilidade de informar sua irmã que o barão a considerava “muito amalucada e com um comportamento indecoroso”. Ao que parecia, tinha mudado de idéia. 15
O exército élfico se divide em três ramos: a Guarda da Rainha, os Guardiães das Sombras e a Guarda da Cidade. Os Guardiães das Sombras se mantêm nas regiões inferiores da cidade e, são peritos em enfrentar os diversos monstros monstros que vivem sob as planícies de musgo. (N. do A.)
— Meu senhor! Por favor, tenho que ir! — Aleatha se debateu, embora não muito, para se soltar do braço que rodeava sua cintura. — Eu sei e não vou impedir impedir que vá. Mas prometa prometa que será minha, se sobrevivemos. sobrevivemos. Aleat Aleatha ha ce cess ssou ou seus seus esfo esforç rços os e baix baixou ou seus seus olho olhoss púrpura, com ar tímido. — Estamos em circunstâncias terríveis, meu senhor. Não agim agimos os ra raci cion onal alm mente ente.. Se sai airrmos desta esta,, não não o cons co nsiidera derarrei obr obrigad igado o por por est esta prom promes essa sa.. Mas — se aproximou ainda mais dele, e sussurrou — prometo ao meu senhor que o aceitarei se voltar a me fazer esse pedido. Afast fastan ando do-s -se e por por fim, fim, Alea Aleath tha a fez fez uma uma el eleg egan ante te reverência, deu meia volta e pôs-se a correr, graciosa e veloz, pela grama de musgo para o abrigo das carruagens. A moça sabia que o barão a seguia com o olhar. “Ele é meu”, pensou. “Serei a esposa de Durndrun e mandarei sua mãe para ser a primeira dama de companhia da rainha.” Enquanto corria, com as saias recolhidas para não tropeçar, Aleatha sorriu. Se a matrona da casa havia ficado histérica por causa de um dragão, como reagiria quando rec eceb ebes esse se a notí notíci cia! a! Seu Seu únic único o filh filho, o, sobr sobrin inho ho de Sua Sua Majestade, unido em matrimônio com Aleatha Quindiniar, uma rica plebéia. Seria o escândalo do ano. Mas, naquele momento, só podia rogar à bendita Mãe Peytin que saísse com vida. Paithan continuou sua descida pelo jardim inclinado, em direção ao lago. O chão começou a vibrar outra vez e parou para olhar rápido ao seu redor, procurando algum indí ndício cio do dra rag gão ão.. Ent Entretan etanto to,, o trem emor or par arou ou quas uase imediatamente e o jovem elfo retomou a marcha. Est Estava ava esp espant antado ado co cons nsiigo mesm esmo, com aque aquela la demonstração de valentia. Era um perito no uso do arco, mas aquela pequena arma não lhe seria de muita utilidade
frente a um dragão. Pelo sangue de Orn! O que estava faz fazend endo al alii? Dep Depoi oiss de pens ensar ser eria iam mente ente,, enq enquant uanto o espiava atrás de algumas moitas para ver melhor o lago, chegou à conclusão que não era uma questão de valentia. Só agia agia impu impuls lsio ionad nado o pela pela curi curios osid idad ade, e, aque aquela la me mesm sma a curiosidade que sempre tinha causado problemas em sua família. Fosse quem fosse a pessoa que perambulava junto ao lago, tinha desconcertado Paithan. Este podia ver agora que se tratava de um homem e que não era nenhum convidado. Na realidade, não era um elfo. Era um humano, e bastante vel velho, ho, a julga ulgarr por seu asp aspec ectto. Um anci ancião ão de longo ongoss cabelos grisalhos que lhe caíam sobre as costas e longa barba branca que lhe chegava ao peito. Estava vestido com uma túnica larga, suja e de cor cinzenta. Um gorro cônico, amassado e com a ponta rasgada, sustentava-se incertamente sobre a cabeça. E o mais incrível era que parecia ter saído do lago. De pé junto à borda, desprezando o perigo, o velho torcia a barba para escorrer a água e, voltado para o lago, murmurava algo. — Um escravo, sem dúvida — disse Paithan. — Deve estar aturdido e desorientado. Embora não entendo por que alguém conservaria um escravo tão velho e decrépito. Ei, você! Velho! Pai aith than an enco encome mend ndou ou sua sua al alma ma a Orn Orn e se la lanç nçou ou abertamente caminho abaixo. O ancião não lhe deu atenção e, pegando um longo cajado de madeira que tinha visto tempos melhores, começou a bater na água com ele. Pai aith than an quas uase pôde ôde ver ver o co corp rpo o ser erp pente entean antte e esca escamo moso so subi subind ndo o das das prof profun unde deza zass do lago lago azul azul.. No Noto tou u uma pressão no peito, um ardor nos pulmões. — Não! Ancião! Pai... — Gritou, falando em humano e utilizando o tratamento habitual com que os humanos se dirigiam a seus anciões. — Pai! Afaste-se daí! Pai! — Hein? — O ancião se virou e olhou para Paithan com olhos confusos. — Filho? É você, rapaz? — Soltou o
cajado e abriu os braços. O movimento o fez cambalear. — Me dê um abraço, filho! f ilho! Venha Venha com seu pai! Paithan tentou deter seu próprio impulso de segurar o ancião, que cambaleava para a beira da água. Entretanto, o elfo el fo esco escorrregou egou sobr sobre e a er erva va úmid úmida a e lhe lhe falh falhar aram am os joelhos. O velho perdeu seu precário equilíbrio e, agitando os braços, caiu no lago com c om um grande barulho. — Esta não é a maneira que um filho deve tratar seu velho pai! — O humano olhou para Paithan, enfurecido. — Me jogar no lago! — Eu não sou seu filho, velho! E foi um acidente. — Paithan puxou o ancião, arrastando-o para cima. — Vamos! Temos que partir daqui em seguida! Há um dragão E... O humano parou de súbito e Paithan, desequilibrado, quase caiu. Puxou o braço do ancião para que continuasse avançando, mas foi como tentar mover um tronco de vortel. — Não vou sem meu chapéu — declarou o ancião. — Pelo bendito Orn! — Paithan trincou os dentes. Vol olto tou u o ol olha harr para para o la lago go co com m uma uma ca carreta eta de temo temor, r, esperando ver a qualquer momento que a água começava a ferver outra vez. — Esqueça o gorro, velho idiota! Há um dragão em... — Olhou de novo para o humano e exclamou, exasperado: — Mas ele está na sua cabeça! — Não minta, filho — replicou o ancião com teimosia. Inclinou-se para recolher o cajado e o gorro lhe caiu sobre os olhos. — Deuses! E agora fiquei cego de repente! — acrescentou com voz assustado, erguendo as mãos para medir o que tinha a sua frente. — É o chapéu! — Paithan se aproximou de um salto, agarrou o chapéu do velho e o arrancou da cabeça. — O chapéu! — repetiu agitando-o a frente do seu nariz. — Esse não é o meu — protestou o ancião, observando o objeto com receio. — Você o trocou. O meu tinha um aspecto muito melhor... — Vamos! — exclamou de novo, reprimindo a vontades de rir.
— O cajado! — gritou o velho, negando-se a sair de onde estava plantado. Paithan acariciou a idéia de deixar o velho para que criasse raízes no musgo, se era isso que queria, mas o elfo não suportava a idéia de ver um dragão devorando ninguém... mesmo um humano. Voltou sobre seus passos depressa, recuperou o cajado, colocou-o na mão do ancião e continuou puxando-o para a casa. O elfo receou que o velho humano tivesse dificuldades para chegar até ali, pois o caminho era longo e morrro ac mo acim ima. a. Pai aith than an ouvi ouviu u si me mesm smo o resp espiran irando do co com m esforço e sentiu as pernas cansadas pela tensão. O ancião, ao contrário, parecia possuir uma resistência extraordinária e avançava resolutamente, deixando buracos onde apoiava o cajado no musgo. — Ah, acho que algo está nos seguindo! — exclamou de repente o ancião. — Sim? — Paithan se virou. — Onde? — O velho agitou o cajado e quase deixou Paithan sem sentidos. — Pelos deuses que lhe darei com isto... — Basta! Já é suficiente! — O elfo agarrou o cajado que o ancião continuava movendo de um lado para outro. — Não há nada aqui. Pensei que havia dito que... que algo nos seguia. — Se não for assim, por que me leva correndo por esta maldita encosta? — Há um dragão no la... — O lago! — O humano ficou com a barba arrepiada e suas sobrancelhas grossas ficaram eriçadas. — Jogou-me na água de propósito! — O velho levantou o punho e o agitou no ar em direção ao lago. l ago. — Já o acerto, a certo, verme! Venha! Venha! Saia para onde eu possa vêê-llo! — Deixou cair o cajado e começou a levantar as mangas de suas roupas sujas e úmidas. — Já estou pronto. Sim, senhor. E desta vez vou lançar um feitiço que tirará seus olhos das órbitas!
— Espere um momento! — Paithan notou que o suor começava a gelar sobre a pele. — Está dizendo que... que esse dragão é... seu? — Meu? É obvio que é meu! Não é uma espécie de réptil escorregadio? — Quer dizer que... que o dragão está sob seu controle? — Paithan começou a respirar um pouco melhor. — Então, deve ser um feiticeiro. — Devo...? — O humano pareceu muito surpreso com a notícia. — Tem que ser um mago, e muito poderoso, para controlar um dragão. — Bom, eu... hum... veja filho. — O ancião começou a coçar a barba com evidente desconforto. — Essa é uma questão série entre nós... o dragão e eu. — O que quer dizer? — Paithan notou que começava a se formar um nó no seu estômago. — Sobre quem controla quem. Não que eu tenha alguma dúvida a respeito, certamente; o que acontece é que... hum... que o dragão costuma se esquecer disso. O elfo não errara: aquele velho humano estava louco. Paithan tinha que encontrar um dragão e um humano louco. Mas, no bendito nome da Mãe Peytin, o que aquele velho louco estava fazendo no lago? — Onde está, sapo inchado? — Continuou gritando o feiticeiro. — Saia! Não servirá vai adiantar se esconder! Um grito agudo interrompeu o falatório. — Aleatha! — exclamou Paithan, Paithan, voltando a vista para o alto da colina. — Socorro! Por favor... — O grito terminou com um gemido afogado. — Já vou, Thea! — O elfo saiu de sua momentânea paralisia e pôs-se a correr para a casa. — Ei, moço! — gritou o velho, com os braços cruzados, contemplando encolerizado como ele se afastava. — Onde acha que vai com meu chapéu?
CAPITULO 6
EQUILAN,
LAGO ENTHIAL Paithan se uniu a um grupo de homens que, conduzido pelo barão Durndrun, corria para onde tinha se ouvido o grito. Ao dobrar a esquina da asa norint da casa, o pelotão parou de súbito. Aleatha estava imóvel em uma pequ pequen ena a co coli lina na de musg musgo. o. Diant Diante e dela dela,, inte interp rpon ondo do seu seu corpo enorme entre a elfa e o abrigo dos escorregadores, achava-se o dragão. Era um ser enorme, cuja cabeça se elevava até as copas das árvores. Seu corpo se perdia nas sombras da sel elva va e car arec eciia de asas asas,, poi oiss tinh tinha a pass assado ado tod toda sua exist xistên ênci cia a na escu escurridão idão da vege vegeta taçã ção o impen mpenet etrá ráv vel el,, desl desliz izand ando o entre entre os tron tronco coss das das giga gigant ntes esca cass ár árvo vore ress de Pryan ryan.. Suas uas fort fortes es pata patas, s, dota dotada dass de gran grande dess garr garras as,, podiam abrir caminho na selva mais fechada ou derrubar um homem com um golpe. Quando avançava, sua larga cauda se agitava como um chicote e cortava a vegetação como uma foice, formando trilhas que eram bem conhecidas (e imensamente temidas) pelos aventureiros. aventureiros. Seus Seus olhos lhos enor enorm mes, es, ver vermel elho hoss e intel nteliigent gentes es,, esta estava vam m fix fixos em Alea Aleath tha. a. O drag dragão ão não não se mo most stra rava va ameaçador; suas grandes mandíbulas não estavam abertas, embora fossem visíveis as presas superiores e inferiores sobressaindo sobressaindo de suas fauces. Uma língua vermelha aparecia e desa desapa pare reci cia a velo velozm zmen ente te entr entre e os dent dentes es.. Os home homens ns armados observavam aquela aparição, sem saber o que fazer. fazer. Aleatha permanecia muito quieta. O dragão inclinou a cabeça, observando-a. Paith aithan an abri abriu u ca cami minh nho o até até co colo locar car-s -se e na fren frente te do grupo. O barão Durndrun estava soltando furtivamente o gati gatilh lho o de uma uma mo mola la de susp suspen ensã são o. A ar arma ma desp desper erto tou u enquanto Durndrun começava a levá-la ao ombro. A seta preparada para o disparo perguntou: — Objetivo? Objetivo? — O dragão — ordenou Durndrun.
— O dragão? — A flecha pareceu alarmada e disposta a iniciar um protesto, um problema que as armas inteligentes costumavam apresentar. — Por favor, consulte o manual do usuário, seção B, parágrafo três. Cito: “Não utilizar contra um adversário cujo tamanho seja superior a...” — Aponte para o coração... — O que? — O que pretende fazer com isso? — Paithan agarrou o jovem nobre pelo cotovelo. c otovelo. — Posso colocar um bom dardo nos olhos... — Está louco? Se errar o dragão ele se lançará sobre Aleatha! Dur Durndr ndrun est estava ava pál álid ido o e tinh tinha a uma uma expr xpress essão preocupada, mas continuou preparando o arco. — Sou um excelente atirador, Paithan. Fique de lado. — Não! — É nossa única chance! Maldito seja, Paithan, eu gosto disso tão pouco como você, mas... — Desculpe, filho — exclamou a suas costas uma voz irritada. — Está amassando meu chapéu! Paithan aithan soltou soltou uma praga. praga. esquece esquecerara-se se do ancião ancião humano, que abria caminho entre o grupo de elfos tensos e carrancudos. — Já não se tem respeito pelos anciões! Acham que todos somos velhos decrépitos, não é? Pois uma vez tive um feitiço que lhes teria feito cair de costas! Agora mesmo não recordo bem como era... Sino de fogo? Não, não era isso isso.. .... Já sei! sei! Cí Círrculo culo de fogo fogo!! Nã Não, o, tamp tampou ouco co er era a isso isso.. Enfim, já me lembrarei! E você, moço... — O ancião estava enfurecido. — Olhe como deixou meu chapéu! — Pegue o maldito chapéu e... — Paithan começou a responder sem perceber, em sua irritação, que o ancião havia falado em correto elfo. — Silêncio! — sussurrou sussurrou Durndrun. O drag dragão ão havi havia a vira virado do a ca cabe beça ça le lent ntam amen ente te e os estava observando, com os olhos entrecerrados.
— Você! — exclamou o dragão com uma voz que sacudiu os alicerces da casa do barão. O ancião estava tentando devolver certa forma ao gor gorro a base base de panc pancad adas as.. Ao escu escuta tarr o ensu ensurrdece decedo dorr “Você!”, dirigiu para um lado e outro sua vista nublada e fina finallme ment nte e dist isting inguiu uiu a eno enorme ca cabe beça ça ver verde que se elevava à altura das copas. — Desg Desgra raça çado do!! — excl exclam amou ou o anci ancião ão.. Co Com m pass passo o inseguro, retrocedeu um pouco enquanto erguia um dedo tremulo e acusador para o dragão. — Sapo monstruoso! Você tentou me afogar! — Sapo! — O dragão ergueu ainda mais a cabeça e cravou as patas dianteiras no musgo, fazendo tremer o chão. Aleatha caiu e gritou. Paithan e Durndrun aproveitaram a distração do dragão para correr em ajuda da moça. Paithan se agachou junto a ela, protegendo-a com seus braços. O barão Durndrun cobriu os irmãos com a arma levantada. Da casa chegou a seus ouvidos o lamento das mulheres, convencidas de que aquilo era o fim. O dragão baixou a cabeça e o vento agitou as folhas das árvores. A maioria dos elfos se atirou ao chão; só um punhado de valentes permaneceu firme. Durndrun disparou um dardo. Com um grito de protesto, a seta se chocou cont co ntra ra as esca escama mass ver verdes, des, rico ricoch chet eteo eou u nela nelas, s, ca caiu iu no musgo e escorreu sob a vegetação. O dragão não pareceu percebê-la. Sua cabeça parou a poucos palmos do ancião e exclamou: — Você, imitação de feiticeiro! Tem muita razão ao dizer que tentei afogá-lo! Mas agora mudei de idéia. Morrer afo afogado ado ser eriia bom dem emai aiss par ara a voc ocê, ê, rel elííquia uia roí oída da!! Quando estiver satisfeito de carne de elfo, começando com este aperitivo loiro que tenho a minha frente, vou limpar os ossos de todos eles... — É mesmo? — replicou aos gritos o ancião. Ajustou o gor orrro na ca cabe beça ça,, jogou ogou o ca caja jad do ao chão chão e, de novo novo,, começou a arregaçar as mangas. — Veremos!
— Vou disparar agora, aproveitando que ele não está olhando — cochichou Durndrun. — Paithan, você e Aleatha corram quando eu... — Não diga besteiras, Durndrun! Não podemos lutar cont co ntra ra essa essa cria criatu tura ra!! Espe Esperre para para ver ver o que o huma humano no consegue. Diz ele que controla c ontrola o dragão! — Paithan! — Aleatha cravou as unhas no seu braço. — Esse humano é um velho louco! Escute o barão! — Silêncio! A voz do ancião começou a elevar-se em um tom vibrante e agudo. Com os olhos fechados agitou os dedos em direção ao dragão e iniciou um canto, balançando-se para frente e para trás ao ritmo das palavras. O dragão abriu a boca; seus dentes perversamente afiados brilharam na penumbra e sua língua se agitou entre eles, num gesto ameaçador. Aleatha fechou os olhos e ocultou o rosto no ombro de Durndrun, deslocando a mola de suspensão, que lançou um grito de protesto. O barão afastou a arma, passou o braço em torno da mulher e abraçou-a com força. — Paithan, você conhece a língua humana. O que ele está dizendo? Quando era jovem saí a procurar o amor e as coisas que sonhava. Empreendi a marcha sob o céu nublado e com um gorro na cabeça. Parti com grandes intenções confiando na intervenção divina; mas nada podia me preparar para as coisas que finalmente aprendi. A princípio procurei batalhas desejando o estrépito das espadas, mas nos conduziram como ganho e jamais chegamos a presenciar um combate. Estive no campo durante horas,
entre as lanças e as flores; decidi que era tempo de partir e escapuli em plena noite. estive vagando sem rumo, vi guerras, reis e cabanas, conheci muitos homens atraentes que ainda não beijaram uma garota. Sim, percorri o mundo inteiro vi homens bêbados e serenos mas nunca vi ninguém que bebê tanto como o nobre Bonnie.
Paithan soltou um suspiro e disse. — Eu não... não tenho certeza. Suponho que deva ser... magia. — Começou a procurar pelo chão algum ramo de bom tamanho ou algo que pudesse utilizar como arma. Não lhe parecia o melhor momento para explicar ao nobre que o ancião estava tentando enfeitiçar o dragão servindose de uma das canções de botequim mais populares da Thillia. Vivi em palácios reais e um rei me levou a seus aposentos para que aprendesse os usos cortesãos e observasse o poder da nobreza. Aceitei o oferecimento do bom rei, mas lhe esvaziei o cofre e com a bolsa carregada de ouro a transbordar desapareci de sua vista. Depois conheci uma dama em um canto discreto e escuro, eu era muito hábil com as palavras e nos fez muito tarde conversando. A mulher me ofereceu seu leito essa noite mas a família me exigiu o matrimônio,
assim, com preço posto a minha cabeça, fugi da casa com as primeiras luzes do alvorada. estive vagando sem rumo, vi guerras, reis e cabanas, conheci a muitos homens atraentes que ainda não beijaram uma garota. Sim, percorri o mundo inteiro, vi homens bêbados e serenos mas nunca vi ninguém que bebê tanto como o nobre Bonnie.
— Por Orn bendito! — exclamou Durndrun, ofegando. — Está funcionando! Paithan ergueu a cabeça e viu, assombrado. A cabeça do drag dragão ão tinh tinha a co come meçad çado o a mo move verr-se -se ao co comp mpas asso so da música. O anci ancião ão co cont ntin inuo uou u ca cant ntan ando do a hist histór ória ia do nobr nobre e Bonnie Bonnie em incont incontáve áveis is estro estrofes fes.. Os elfos elfos perman permanece eceram ram imóveis, temendo que o menor gesto pudesse romper o feitiço. Aleatha e Durndrun se apertaram um pouco mais um co cont ntra ra o outr outro o. O drag dragão ão tinh tinha a as pálp pálpeb ebra rass semi semi-fechadas e a voz do ancião ficou mais doce. A criatura pareci parecia a quase quase adorm adormeci ecida da quando quando,, de re repen pente, te, abriu abriu os olhos e ergueu de novo a cabeça. Os elfo elfoss agar agarra rara ram m suas suas ar arma mas. s. Durn Durndr drun un co colo locou cou Aleatha atrás dele. Paithan empunhou um ramo. — Céus, meu senhor! — Exclamou o dragão, contemplando o velho. — Está totalmente ensopado! O que aconteceu? O humano pareceu envergonhado: — Bem, eu... — Tem que tirar imediatamente ess essas roupas molh mo lhad adas as,, senh senhor or,, ou pega pegará rá uma uma pneu pneumo moni nia a mo mort rtal al.. Necessita de um bom fogo e um banho quente. — Já tive água suficiente com...
— Por favor, senhor. Eu sei o que é o melhor. — O dragão virou a cabeça de um lado para outro. — Quem é o dono desta bela mansão? Durndrun dirigiu um breve olhar de interrogação a Paithan. — Responda! — sussurrou o jovem elfo. — Bem... sou eu. — O nobre parecia desorientado, como se estivesse em dúvida se havia alguma norma de etiqueta que estabelecesse o modo adequado de apre aprese sent ntar ar-s -se e a um enorm enorme e ré répt ptil il.. Por fim, fim, deci decidi diu u ser ser conciso e ater-se à pergunta. — Sou... sou Durndrun. O barão Durndrun. Os olhos avermelhados do dragão se concentraram no aristocrata balbuciante. — Desculpe-me, senhor. senhor. Lamento interromper interromper a festa, mas conheço meus deveres e é imperioso que meu mago receba atenção imediata. É um ancião frágil e... — A quem está chamando de frágil, monstro infestado de carrapatos... — Suponho que meu mago será hospedado em sua casa, não é, senhor? — Hospedado? — Durndrun piscou, desconcertado. — Hospedado? Mas o que... — É obvio que o convida! — resmungou Paithan, em tom colérico. — Ah, claro! Entendi! — murmurou o barão. Fez uma rever everên ênci cia a ante ante o huma humano no e ac acrresce escent ntou ou:: — Será Será uma uma gran grande de honr honra a para para mim mim rec eceb eber er.. .... hum. hum... .. co como mo el ele e se chama? — murmurou murmurou para Paithan. — Que me crucifiquem se eu souber! — replicou este. — Descubra! Paithan se aproximou aproximou furtivamente do ancião. — Obrigado por nos resgatar... — Ouviu do que me chamou? — Perguntou o humano. — Frágil! Vou lhe ensinar quem é frágil! Vou...
— Senhor, por favor! O barão Durndrun, esse cavalheiro, ficará encantado em convidá-lo para sua casa se tiver a amabilidade de nos dizer seu nome... — É impossível. Desconcertado, Paithan perguntou: — O que é impossível? — É impo mpossíve sívell ac acei eittar o co conv nviite. te. Tenho enho outr outros os compromissos anteriores. — Por que essa demora? — interveio o dragão. Paithan dirigiu dirigiu um olhar inquieto à criatura. — Desc Descul ulpe pe-m -me, e, anci ancião ão,, ma mass não não co comp mpre reend endo o e. e... .. veja, não queremos irritar o... — Estou sendo esperado — declarou o ancião. — Sou esperado em outro lugar. A casa de um colega. Prometi que iria e um feiticeiro não quebra jamais sua palavra. Se o fizer, acontecem coisas terríveis ao seu nariz. — E poderia me dizer onde está sendo esperado? Trata-se de seu dragão, sabe? Parece... — Excessivamente solícito? Um mordomo de filme de série B? Uma mãe judia? Exato — replicou o humano em tom tom lúgu lúgubr bre. e. — Semp Semprre fica fica assi assim m quan quando do está está sob sob o feitiço. Deixa-me louco. Eu o prefiro da outra maneira, mas tem o irritante costume de comer as pessoas se não o mantenho subjugado. — Por favor, ancião! — exclamou Paithan, desesperado, ao ver que os olhos do dragão começavam a emitir um fulgor avermelhado. — Para onde pretende ir? — Está bem, rapaz, está bem. Não se excite. Vocês, jovens, sempre apressados. Por que não me perguntou isso antes? Para a casa de Quindiniar. De um sujeito chamado Lenth enthan an Quin Quindi dini niar ar.. Ele Ele me co conv nvid idou ou — ac acrresce escent ntou ou o anci ancião ão,, co com m ar al alti tivo vo.. — “Se “Se prec precis isa a um de sace sacerrdote dote humano.” Na verdade, eu não sou sacerdote. sace rdote. Sou um mago. Todos os sacerdotes tinham saído para arrecadar recursos quando a mensagem chegou... — Pelas orelhas de Orn! — murmurou Paithan. Paithan. Tinha a estranha sensação de encontrar-se no meio de um sonho.
Se fosse assim, já era hora de Calandra lhe jogar um copo de água na cara. Virou-se para Durndrun. — Eu... sinto muito, barão, mas o... o cavalheiro já tem outro compromisso. compromisso. Se alojara na casa de... de meu pai. Alea eattha se pôs-se a rir e Durndrun lhe deu uns tapi tapinh nhas as nerv nervos osos os no om omb bro, pois pois per erce ceb beu um tom histérico em sua gargalhada. A moça, entretanto, limitou-se a jogar a cabeça para trás e continuou rindo, ainda mais forte. O dragão, aparentemente, considerou que a risada era er a dirigida a ele e entr ntrec ece errou seus olhos, com ar ameaçador. — Thea! Basta! — Ordenou Paithan. — Controle-se! Ainda estamos em perigo! Não confio em nenhum dos dois e não sei qual deles está mais louco, se o dragão ou o velho. Aleatha enxugou as lágrimas que lhe tinham saltado dos olhos. — Pobre Calandra! — Murmurou com uma risada. — Pobre Cal! — Cavalheiro, peço que se lembre que meu mago continua com essas roupas ensopadas — trovejou o dragão. —. Pode pegar um resfriado e é muito propenso a adoecer dos pulmões. — Meus pulmões não tem problemas... problemas... — Se me disser a direção da casa — continuou o dragão, fazendo-se de mártir, — irei na frente para lhe preparar um banho quente. — Não! — Gritou Paithan. — Quer dizer... — Tentou pens pensar ar em al alg go, mas seu cé cérrebr ebro já tinh tinha a probl oblem emas as suficientes para adaptar-se à situação. Desesperado, virouse para o humano. — Os Quindiniar vivem em uma colina com vistas para a cidade. Imagine o efeito da presença de um dragão, surgindo de repente entre nossa gente... Não pretendo ser grosseiro, grosseiro, mas não poderia lhe dizer que... — Que se meta em outra parte? — O ancião emitiu um suspiro. — Talvez valha a pena tentar. Ei, Cyril!
— Senhor? — Sou perfeitamente capaz de preparar meu próprio banho. E não me resfrio nunca! Além disso, não pode sair faze fazend ndo o ca camb mbal alho hota tass pela pela cida cidade de dos dos el elfo foss co com m esse esse enorme corpo escamoso. Deixaria estes anjos gelados de susto. — Anjos, senhor? — O dragão inclinou ligeiramente a cabeça e lançou um olhar enfurecido. — Esqueça! — O ancião fez um gesto com uma de suas mãos nodosas e ordenou à criatura: — Agora, vá para outra parte até que eu o chame. — Muito bem, senhor — respondeu o dragão em tom sentido. — Se é isso o que quer, realmente. — Sim, sim. Vamos, parta logo. — Eu só quero cuidar de si e dos seus interesses, senhor. — Certamente. Eu sei. — Significa muito para mim, senhor — acrescentou o dragão. Depois, começou a mover seu corpo pesado mole para a selva, mas fez uma pausa e voltou sua cabeça gigantesca, olhando para Paithan. — Cuidará para que meu mago fique calçado para andar por terrenos úmidos? — Paithan assentiu, como se tivesse um pacote na língua. — E de que se abrigue bem e enrole o lenço ao pescoço e leve o gorro até as orelhas? E que tome seu remédio todo dia, ao despertar? Meu mago sofre transtornos intestinais, sabe? Paithan agarrou o anci ncião pelo braço, ele tinha começado de novo a soltar maldições e parecia a ponto de lançar-se contra o dragão. — Minha família e eu cuidarem emo os dele, Cyr Cyril — conseguiu dizer por fim. — Afinal, é nosso convidado de honra. Aleatha tinha afundado o rosto em um lenço. Era difícil perceber se estava rindo ou chorando. — Obrigado, senhor — assentiu o dragão, com gesto solene. — Deixo o mago em suas mãos. Cuide dele como é devido; do contrário, não gostará das conseqüências.
As enormes garras dianteiras do dragão escavaram o musgo, jogando pedaços para o alto, e a criatura desapareceu lentamente no buraco que ia criando. Os elfos escutaram, vindo de muito abaixo, o rangido de enormes ramo ra moss ao part partir irem em-s -se e e, fina finalm lmen ente te,, um golp golpe e surd surdo. o. O tremor continuou por alguns momentos e, por fim, tudo ficou quieto e silencioso. Depois, as aves voltaram a emitir seus primeiros gorjeios, hesitantes. — Estamos a salvo, se permanecer ali embaixo? — perguntou Paithan ao humano com voz nervosa. — Não é provável que se liberte do feitiço e cause problemas, não é? — Não, não. Não se preocupe com isso, rapaz Sou um feiticeiro poderoso. Muito poderoso! Eu até sabia um feitiço que... — De verdade? Que interessante! E agora, se quiser me acompanhar... Paithan conduziu o ancião para o abrigo dos esco escorrrega egador dores. es. O jovem ovem el elfo fo co cons nsiider derou prefer eferív ível el abandonar aquele lugar o mais rápido possível. Além disso, era provável que a festa terminasse. Embora reconhecesse que tinha sido uma das melhores de Durndrun. Sem dúvida, falariam dela durante o resto da temporada de atividades sociais. O bar barão se apr aproximo ximou u de nov novo de Alea Aleattha, ha, que que enxugava as lágrimas com o lenço, e lhe ofereceu o braço. — Posso acompanhá-la até o escorregador? escorregador? — Como quiser, barão — respondeu Aleatha, apoiando a mão em seu braço enquanto um belo rubor cobria suas bochechas. — Quando seria um bom momento para uma visita? — perguntou Durndrun em um sussurro. sussurro. — Uma visita, barão? — A seu pai — respondeu ele em tom muito sério. — Tenho que lhe pedir uma coisa. — Pousou a mão sobre as dela e a atraiu para si. — Algo que diz respeito a sua filha. Aleatha olhou para a casa pela extremidade do olho. A mãe de Durndrun estava em uma janela, observando-os.
A velha matrona parecia cia mais alarmada que ante nte a presença do dragão. Aleatha baixou os olhos e lançou um tímido sorriso. — Quando quiser, barão. Meu pai está sempre em casa e se sentirá muito honrado h onrado em recebê-lo. Paithan ajudou o ancião a introduzir-se no escorregador. — Desculpe, mas ainda não sei seu nome, senhor — comentou enquanto se sentava ao lado do feiticeiro. — Ah, não? — respondeu este com ar alarmado. — Não, senhor. O senhor ainda não me disse. — Co Coiisa rui ruim.. m... — O fei feitice ticeiiro co coço çou u a bar arb ba. — Esperava que soubesse. Tem certeza que não? — Claro, senhor. — Paithan virou a cabeça, inquieto, desejando que sua irmã se apressasse. Entretanto, Aleatha e o barão Durndrun demoravam a chegar. chegar. — Hum... Bem, vejamos... — murmurou o ancião para si mesmo. — Fiz... Não, esse não posso usar. reclamariam cont co ntrra mim. im. “Bol Bola de ca cab bel elo o”. Não ão;; não não soa digno igno o bastante. Já sei! — Exclamou, dando uma cotovelada em Paithan. Paithan. — Zifnab! — Saúde! — Não, não! Esse é meu nome: Zifnab. O que aconteceu, filho? — O ancião lhe dirigiu um olhar raivoso, com as sobrancelhas arrepiadas. — Não é um bom nome? — Sim... sim, claro que sim. É um... hum... um nome muito bonito. Realmente... Realmente... bonito. Ah, aqui está, Aleatha! — Obrigado, barão — disse ela, deixando que Durndrun a ajudasse a subir na carruagem. Sentou-se atrás de Paithan e do ancião e dirigiu um sorriso ao seu admirador. — Eu os acompanharia até sua casa, meus amigos, mas creio que terei que procurar os escravos. Parece que esses covardes fugiram tão logo viram o dragão. Que bons sonhos iluminem sua hora escura. Meus respeitos a seu pai e a sua irmã.
O barão Durndrun despertou os operários, açulandoos pessoalmente, e deu com suas próprias mãos o empurrão que pôs em marcha o veículo. Aleatha voltou a cabeça e o viu ali plantado, contemplando-a com olhos encantados. A moça se acomodou no escorregador e alisou as dobras de seu vestido. — Parece que as coisas lhe saíram bem, Thea — comentou Paithan com um sorriso, virando-se no assento e dando um golpezinho afetuoso nas suas costelas. Aleatha levantou a mão para arrumar o penteado, que tinha se desordenado. — Ah! Esqueci o chapéu. Enfim, acho que Durndrun me comprará outro novo! — Quando será o casamento? — O quanto antes... Um ronco interrompeu suas palavras. A moça apertou os lábios e dirigiu um olhar de desagrado ao ancião, que tinha adormecido profundamente com a cabeça apoiada no ombro de Paithan. — Antes de que a matrona da casa tenha tempo de tirar isso da cabeça do filho, não? — O elfo piscou. Aleatha franziu a testa. — Sem dúvida tentará, mas não conseguirá nada. Meu casamento será... — Casamento? — Zifnab despertou com um salto. — Casamento, você disse? Oh, não, querida. Temo Temo que não vai ser possível. Não há tempo, sabe? — Como não, vidente? — replicou Aleatha com um tom tom zomb zombet etei eirro. — Por que que não não have haveri ria a temp tempo o para para o casamento? — Porque, meus filhos — proclamou o feiticeiro, e sua voz mudou de repente, ficando sombria e carregada de tristeza, — vim a anunciar o fim do mundo.
CAPÍTULO 7
NAS COPAS DAS ÁRVORES, EQUILAN — Morte! — Exclamou o ancião, sacudindo a cabeça. — Morte, ruína e..., e... Como era mesmo? Não consigo me lembrar... — Destruição? — disse Paithan. Zifnab lhe dirigiu um olhar de agradecimento. — Sim, isso. Ruína e destruição. Espantoso! Espantoso! — O humano agarrou Lenthan Quindiniar pelo braço. — E você, senhor, será quem conduzirá seu povo em frente! — Eu...? — replicou Lenthan, e lançou um nervoso olha ol harr para para Ca Cala land ndra ra,, co conv nven enci cido do de que que sua filh filha a não não permitiria permitiria isso. — E para onde tenho ten ho que conduzi-los? — Em frente! — Insistiu Zifnab, contemplando um frango assado, com olhos famintos. — Incomoda-se... Só um pedaço. Revolver tanta coisas com os mistérios da magia desperta o apetite, sabe? Calandra bufou, mas não disse nada. Paithan piscou para sua irmã irada e lhe disse: — Vam amos os,, Ca Cal. l. Este Este huma humano no é noss nosso o hósp hósped ede e de honra. honra. Tome feitic feiticeir eiro, o, sirva sirva-se -se.. Quer Quer algo algo mais? mais? Alguns Alguns tohahs? — Não, obrigado... — Sim! — interveio uma voz que soou como o rumor de um trovão deslizando pelo chão. Os outros presentes à
mesa pareceram se alarmar. Zifnab se encolheu em seu assento. — Tem que comer verduras, meu senhor. — A voz parecia surgir do chão. — Pense em seu intestino! Da cozinha chegou até seus eus ouvidos um grito, seguido de um lamento desconsolado. — É a faxineira. Já voltou com sua histeria — disse Paithan. Deixou o guardanapo a um lado e ficou em pé. Queria escapar dali antes de que sua irmã descobrisse o que estava acontecendo. — Só vou... — Quem disse isso? — Calandra o agarrou pelo braço. — ... olhar, se me soltar... — Não se excite tanto, Cal — interveio Aleatha com sua habitual frouxidão. — Foi só um trovão. — Meu intes ntesttino ino não não é de sua sua ma malldita ita co cont nta! a! — Exclamou o ancião, dirigindo suas palavras para o chão. — Eu não gosto da verdura... — Se foi só um trovão — a voz de Calandra estava carregada de ironia, — este desgraçado está falando de seus seus inte intest stin inos os co com m seus seus próp própri rios os sapa sapato tos. s. Está Está louc louco. o. Paithan, Paithan, leve-o leve- o daqui. Lenth enthan an dirig irigiu iu um ol olha harr de súpl úplica a seu seu filh filho o. Paithan Paithan olhou de esguelha e sguelha para Aleatha, que deu de ombros e moveu a cabeça. O jovem elfo voltou a agarrar o guardanapo e se afundou de novo em seu assento. — Não está louco, Cal. Está falando com... com seu dragão. E não podemos levá-lo porque o dragão não ficaria nada satisfeito. — Seu dragão. Calandra apertou os lábios e cerrou seus olhos. Toda a família, assim como o astrólogo hospedado na casa, que ocup oc upav ava a o outr utro extr xtrem emo o da mesa esa, co conh nhec ecia ia aque aquella expressão. expressão. Seus irmãos a denominavam em e m privado “a cara de limão”. Quando estava naquele humor, Calandra podia ser terrível. Paithan manteve a vista no prato, amontoando um pouco de comida com o garfo e abrindo um buraco no cent ce ntrro. Alea eath tha a co cont ntem emp plou sua própri ópria a imagem agem na
supe superf rfíc ície ie do bule bule de por porce cela lana na e incl inclin inou ou um pouc pouco o a cabe ca beça ça,, admi admira rand ndo o o refle eflex xo do sol sol em seus seus ca cabe belo los. s. Lenthan tentou desaparecer ocultando a cabeça atrás de um vaso aso de flo flores. es. O astr astról ólog ogo o se co cons nsol olou ou co com m uma uma terceira ração de tohahs. — É ess essa best esta que que ater aterrrorizo rizou u a ca cassa do bar arão ão Durn urndrun? — O olhar de Calandr ndra varreu a mesa. — Querem dizer que o trouxeram trouxeram para cá? Para minha casa? O tom gelado de sua voz parecia rodear de branco seu rosto, assim como o gelo mágico rodeava os copos de vinho cristalizados. Paithan deu um ligeiro chute em sua irmã menor por debaixo da mesa e procurou seu olhar. — Não demo demora rarrei em part partir ir outr outra a vez. vez. Vol olto to para para minhas viagens — murmurou o moço para si mesmo. — E eu logo serei proprietária de minha própria casa — replicou Aleatha, sem elevar mais a voz. — Parem de cochichar. Vamos todos terminar assassinados em nosso próprio leito — exclamou Calandra, cada vez mais furiosa. Quanto mais ardente era sua fúria, mais fria soava sua voz. — Suponho que ficará satisfeito então, Paithan! E você, Aleatha, ouvi falar dessa tolice de se casar... Deli Delib ber erad adam amen entte, Ca Cala land ndra ra dei eix xou a fras frase e sem acabar. A justaposição das duas idéias mencionadas sem tempo de respirar — o casamento e serem assassinados em suas próprias camas — deixava poucas dúvidas em relação ao que pretendia dizer. Ninguém se moveu, salvo o astrólogo (que meteu na boca um tohah com manteiga) e o ancião. Sem a menor idéia, aparentemente, de que era o pomo da discórdia, o huma humano no esta estava va part partin indo do para para os quar quarto toss de um fran frango go assado. Ninguém disse uma palavra. No silêncio, com toda nitidez, esc escutou-se -se o tinido musical de uma péta étala mecânica “abrindo” a hora. O silêncio ficou incômodo. Paithan viu seu pai afundar no assento com ar abatido e pensou de novo em como parecia fraco e cinza. O pobre velho não tinha outra coisa
além de seus projetos absurdos. Por ele, podia continuá-los, afinal, afinal, que mal havia nisso? Decidiu arriscar arriscar-se -se a receber receber a cólera de sua irmã. — Bem... Zifnab, para onde dizia que meu pai vai conduzir... nosso povo? Calandra o fulminou com o olhar mas, como Paithan tinha previsto, seu pai se reanimou para ouvi-lo. — Sim, isso. Onde? — pergunto ntou Lenthan han com acanhamento, ruborizando. O humano levantou uma pata do frango, apontando para cima. — Par ara a o teto teto?? — per erg gunto untou u Lenth enthan an,, um pouc pouco o desconcertado. O ancião levantou ainda mais a pata de frango. — Para os céus? Para as estrelas? Zifnab assentiu, incapaz de falar por alguns instantes. Pedaços de frango lhe escorregavam escorregavam pela barba. — Meus foguetes! Eu sabia! Ouviu isso, Elixnoir? — Lenthan se voltou para o astrólogo elfo, que tinha parado de comer e observava o humano com ar desconfiado. — Meu querido Lenthan, faça o favor de considerar isto de maneira racional. Seus foguetes são maravilhosos e estamo estamoss fazend fazendo o consi consider deráve áveis is progr progress essos os ao mandámandá-los los acima das copas das árvores, mas disso a falar que levem alguém às estrelas... Deixe que explique. Aqui temos uma representação de nosso mundo segundo as lendas que nos leg le gar ara am nos nossos sos ante antep pass assados ados e que nos nossas própri óprias as observações confirmaram. Passe-me Passe-me esse figo. — Sustentou o fruto no alto e continuou: — Pois bem, isto é Pryan e este é nosso sol. Elix Elixno noir ir ol olho hou u de um la lado do e outr outro, o, sent sentin indo do fal falta imediatamente de outro sol. — Um sol — disse Paithan, cortando uma tangerina. — Obrigado — replicou o astrólogo. — Se importa... Faltam-me mãos. — Ce Cerrtam tament ente. — Pai aitthan han est estava ava se divert vertin ind do imensamente. Não se atreveu a olhar para Aleatha pois, se
o fizesse, com certeza cairia na gargalhada. Seguindo as instruções de Elixnoir, colocou com gesto sério a tangerina a curta distância do figo. — E agora... — O astrólogo levantou um torrão de açúcar e, sustentando-o a grande distancia da tangerina, o fez girar em torno do figo, — isto representa uma das estrelas. Note quão longínqua está de nosso mundo! Pode imaginar que enorme distancia teria que percorrer... — Ao menos sete tangerinas — murmurou Paithan para sua irmã. — Bem que acreditava em nosso pai quando isso significava comer grátis — assentiu Aleatha com voz fria. — Lenthan! — O astrólogo apontou para Zifnab com ar severo e declarou: — Esse humano é um charlatão! Eu... — A quem está chamando de charlatão? A voz do dra rag gão estr estrem emec eceu eu a ca cassa. O vinh vinho o se derramou dos copos, manchando a toalha. Os adornos das mesinhas auxiliares, pequenos e frágeis, caíram ao chão. Do estúdio chegou o ruído de uma estante ao cair. Aleatha olhou por uma janela e viu uma moça saindo da cozinha aos gritos. — Acredito que não terá que preocupar-se preocupar-se mais com a criada, Cal. — Isto é intolerável! Calandra ficou em pé. A geada que cobria seu nariz se estendeu ao resto resto de seu rosto, rosto, congelando congelando as feições feições e gelando, ao mesmo tempo, o sangue dos que a observavam. Seu corpo magro, seco, parecia um armação de peça peçass angu angulo losa sass cujo cujoss agud agudos os vért vértic ices es podi podiam am ferir ferir quem se aproximasse. Lenthan se encolheu visivelmente. Paith aithan an,, co com m uma uma ca care reta ta nos nos lábi lábios os,, co conc ncent entrrou-s ou-se e em dobrar o guardanapo até formar com ele um chapéu de três bicos. Aleatha suspirou e tamborilou na mesa com suas longas unhas. — Pai — disse Calandra com voz terrível, — quando terminarmos terminarmos de jantar, quero que esse velho e seu... seu...
— Cuidado com o que diz, Cal — disse Paithan sem erguer a vista. — Não vá provocar o dragão ou ele nos destrói a casa. — Quero que saiam de minha casa! — As mãos de Calandra se fecharam em torno do respaldo da cadeira, com os nódulos brancos. Seu corpo estremeceu sob o vento frio de sua ira, o único vento gelado que soprava naquela terra tropical. Logo, sua voz se elevou em um grito: — Você me ouviu, humano? — Hein? — Zifnab olhou ao seu redor. Ao ver sua anfi anfittriã, riã, sor orri riu u e sac acud udiiu a ca cabe beça ça.. — Não ão,, obri obriga gad do, querida. Não poderia comer mais um pedaço. O que tem que sobremesa? Paithan soltou meio riso e sufocou a outra metade atrá atráss do guar guarda dana napo po.. Ca Cala land ndra ra se vir virou e saiu saiu da sala sala furiosa, com as saias rangendo em torno de seus tornozelos. — Vamos, Cal — chamou Paithan com voz conciliadora. — Sinto muito, não queria rir... rir... Ouviu-se uma portada. — Na realidade, Lenthan — disse Zifnab, fazendo um gesto com o osso de frango, que tinha deixado limpo, — não vamos utilizar os fog foguetes etes.. Não são grandes o bastante. Teremos que transportar muita gente, entende? E para isso será necessário uma nave grande. Muito grande. — deu umas pancadinhas no nariz com o osso, em atitude pensativa, e acrescentou: — E, como diz esse sujeito do pescoço duro, as estrelas estão muito longe. — Se me desculpar, Lenthan — interveio o astrólogo elfo, enquanto ficava em pé, lançando fogo pelos olhos, — eu também vou me retirar. — ... sobretudo agora que parece que não haverá sobremesa — disse Aleatha em voz alta o bastante para assegurar-se de que o astrólogo a ouviria. Assim foi; as pontas do pescoço da capa vibraram visivelmente e seu nariz adquiriu um ângulo que parecia impossível.
— Mas não se preocupe — continuou Zifnab placidamente, sem fazer o menor caso da comoção que se levantou em torno dele. — Teremos uma nave, um veículo grande. Aterrissará precisamente no jardim dos fundos e terá um homem no comando. Um homem jovem. Com um cão cã o. Muit uito ca cala lad do; o hom homem em,, não o cã cão o... ... E co com m al alg go estranho nas mãos, pois sempre as mantém enfaixadas. Por isso temos que continuar lançando esses seus foguetes, compreende? São muito importantes, esses foguetes. — Sério? — Lenthan continuava desconcertado. — Vou embora! — exclamou o astrólogo. — Pro rome mess ssas as,, prom promes essa sas. s... .. — Paith aithan an susp suspir irou ou e tomou um gole de vinho. — Sim, claro que são importantes. Sem eles, como ele iria nos encontrar? — acrescentou o ancião. — Quem? — quis saber Paithan. Paithan. — O homem nessa nave. Preste atenção! — replicou Zifnab, com irritação. — Ah! Esse! — Paithan se inclinou para sua irmã e murmurou, murmurou, em tom confidencial: — O dono do cão. — Veja, eja, Lenthan enthan.. .... Posso osso chamá chamá-l -lo o pelo pelo nome nome?? — perguntou o ancião educadamente. — Pois bem, Lenthan, nece necess ssit itam amos os de uma uma nave nave gran grande de porq porque ue sua sua espo esposa sa desejará voltar a ver todos os seus filhos juntos. Passou muito tempo, sabe? E cresceram muito. — O que? — Lenthan empalideceu e o olhou com os olhos ondulando de ira. Levou uma mão tremula ao coração e acrescentou: — O que você disse? Minha esposa? — Blasfêmia! — exclamou o astrólogo. astrólogo. O leve zumbido dos ventiladores e o suave murmúrio das pás emplumadas eram os únicos sons da sala. Paithan tinha deixado o guardanapo na bandeja e a contemplava, carrancudo. — Pela primeira vez, concordo com c om esse estúpido. Aleatha se levantou e se deslocou até ficar atrás do assento de seu pai, sobre cujos ombros pousou as mãos.
— Pai — murmurou, com uma ternura na voz que ningu nguém mais da família tinha ouvido — foi foi um dia exaustivo. exaustivo. Não acha que deveria deitar-se? deitar-se? — Não, querida. Não estou cansado. — Lenthan não tinha afastado os olhos do ancião. — Por favor, o que dizia de minha esposa? Zifn Zifnab ab não não deu am amos osttra rass de ouvi ouvi-l -lo o. Dur Durante ante o silêncio anterior, o ancião tinha abaixado a cabeça para frente até apoiar a barba no peito e tinha fechado os olhos. Sua única resposta foi um ronco baixo. Lenthan estendeu a mão para ele. — Zifnab... — Pai, por favor! — Aleatha segurou suavemente a mão mã o de Lenth enthan an,, eneg enegrrec ecid ida a e chei cheia a de cica cicattrize rizess de queima queimadur duras. as. — Nosso Nosso convid convidado ado está está exaus exausto to.. Paithan aithan,, chame os criados para que levem o feiticeiro aos seus aposentos. Os irmãos trocaram um olhar. Os dois tinha tido a mesma idéia. “Com um pouco de sorte, poderíamos tirá-lo de casa às esco escond ndid idas as nest nesta a noit noite. e. Poder odería íamo moss jogáogá-lo lo ao seu seu próprio dragão para que o devorasse. Depois, pela manhã, não seria difícil convencer convencer nosso pai de que era apenas um velho humano louco.” — Zifnab! — repetiu Lenthan, sacudindo a mão de sua filha e agarrando a do feiticeiro. O velho despertou bruscamente. — Quem...? — perguntou, olhando a seu redor com olhos nublados. — Onde...? — Pai! — Silêncio, minha pequena. Agora, deixe-nos filha e vá brincar por aí. Papai está ocupado. E, senhor, estava dizendo algo a respeito de minha esposa... Aleatha olhou para Paithan com ar suplicante. Seu irmã irmão o não não pôde ôde faze fazerr outr outra a co cois isa a al além ém de enco encolh lher er os ombr om bros os.. Mord Morden endo do os lábi lábios os e repri eprimi mind ndo o as lágr lágrim imas as,, Aleatha deu uns tapinhas no ombro de seu pai e saiu
correndo da sala. Uma vez fora da vista dos comensais, levou a mão à boca e rompeu em soluços... ... A menina estava em frente a porta da quarto de sua mãe. A garotinha estava sozinha; estava assim a três dias e cada vez se sentia mais assustada. Tinham enviado Paithan Paithan para a casa de alguns parentes. — O menino é muito agitado — tinha ouvido alguém dizer. dizer. — A casa tem que estar tranqüila. Assim, não tinha ninguém com quem falar, ninguém que lhe desse atenção. Queria ver sua mãe — a sua bela mãe, que brinca cav va e cantava ava para ela, — mas não a deixavam entrar no quarto. A casa estava cheia de gente estr estran anha, ha, cura curand ndei eiro ross co com m suas suas cesta cestass de plan planta tass co com m aromas estranhos e astrólogos que observavam o céu pelas janelas. A casa estava silenciosa, terrivelmente silenciosa. Os cria criado doss chor chorav avam am enqu enquan anto to rea eali liza zava vam m suas suas tar tarefas efas,, enxugando as lágrimas com o avental. Uma das faxineiras, ao ver ver Alea Aleath tha a sent sentad ada a no co corr rred edor or,, diss disse e que que al algu guém ém deveria cuidar da pequena, mas ninguém o fez. Cada vez que abria a porta do quarto da mãe, Aleatha se levantava de um salto e tentava entrar, mas o adulto que saia — quase sempre um curador ou seu ajudante — a impedia. — Mas eu quero ver a mamãe! — Sua mãe está doente. Precisa de muita tranqüilidade. Não quer incomodá-la, não é querida? — Não a incomodaria. — Aleatha estava certa disso. Podia ficar calada e quieta. Estava assim a três dias. Quem penteava os seus belos cabelos? Aquele era um trabalho reser eserva vado do a Alea Aleath tha, a, que que a me meni nina na rea eali liza zava va toda todass as manhãs com cuidado para não puxar os nós, desembaraça çan ndoo-o os del eliicadamente co com m o pente de tartaruga marinha e incrustações de marfim que tinha sido um presente de casamento de sua mãe.
Ent Entretan etantto, a por ortta per erma mane neci cia a fech fechad ada, a, co com m a tranca passada, e Aleatha não conseguia entrar. Até que uma noite, a porta se abriu e não voltou a ser fechada. Aleatha compreendeu que já podia entrar, se quisesse, mas de repente teve medo. — Papai? — perguntou ao homem que estava junto à porta, sem reconhecê-lo. Lenthan não olhou para ela. Seus olhos não viam nada. Tinha o olhar perdido, as bochechas fundas, o passo vacilante. De repente, com um violento soluço, caiu ao chão e ali ali fico ficou, u, imóv imóvel el.. Os curan curande deir iros os ac acud udir iram am co corr rren endo do,, levantaram-no e o levaram pelo corredor até seu quarto. Aleat Aleatha ha se afas afasto tou u de seu seu ca cami minh nho, o, aper aperta tand ndo-s o-se e contra a parede. — Mamãe! — gemeu depois. — Quero a minha mãe! Calandra saiu ao passadiço. Foi primeira a perceber a presença da pequena. — Mamãe se foi, Thea — murmurou. Estava muito pálida, mas tranqüila. Em seus olhos não havia lágrimas. — Estamos sozinhas... Sozinha. Sozinha... Não, outra vez, não. Nunca mais. Alea Aleattha ol olho hou u em tor orno no do quar uarto vazi azio em que que estava e voltou para a cozinha. Não havia ninguém. — Paithan! — exclamou, correndo escada acima. — Calandra! Viu luz por baixo da porta do estúdio de sua irmã e apressou o passo para ela. A porta se abriu e apareceu Pai aitthan. han. Seu rosto osto,, quas uase sem emp pre al aleg egrre, tinha nha uma uma expr xpress essão somb sombri ria. a. Ao ver ver Alea Aleath tha, a, deudeu-lh lhe e um tris triste te sorriso. — Eu... estava procurando você, Pait. — Aleatha se sentiu mais tranqüila. levou as mãos geladas às bochechas, que que ar ardi diam am,, para para devo devolv lver er a esta estass a pali palide dezz que que tant tanto o realçava sua beleza. — É um momento ruim? — Sim, bastante ruim. — Paithan sorriu.
— Vamos dar um passeio pelo jardim. — Sint Sinto o muit uito, Thea hea, ma mass tenho enho que prepar eparar ar a bagagem. Calandra me obrigou a partir amanhã. — Amanhã! — Aleatha franziu o cenho, irritada. — Não pode fazer isso! Durndrun deve vir falar com papai e depois celebraremos a festa de compromisso e você não pode faltar... — Sinto muito, Thea, mas não posso fazer nada. — Paithan se inclinou para frente e a beijou na bochecha. — Negócios são negócios, você sabe. — Pôs-se a andar de novo pelo corredor, encaminhando-se ao seu quarto. De repente se virou, moveu a cabeça em direção à porta do estúdio de Calandra e acrescentou: — Ah! Um conselho: não entre aí agora. Aleatha retirou lentamente a mão do trinco. Ocultos atrás das dobras sedo edosas da túnica ca,, seus dedos se fecharam com força. — Tenha uma doce hora sombria, Thea — desejou seu irmão, antes de penetrar em seu quarto e fechar a porta. Uma explosão, procedente da parte de trás da casa, fez vibrar as janelas. Aleatha apareceu em uma delas e viu seu pai e ao ancião humano no jardim, disparando foguetes alegremente. Atrás da porta do estúdio lhe chegou o suave ruído das saias de Calandra, o som de seus sapatos de salto alto. Sua irmã estava perambulando de um extremo ao outro do quarto. Mau sinal. Como Paithan havia dito, não era bom momento para interromper os pensamentos de sua irmã. Da janela, Aleatha viu o escravo hum humano, que vadiava em seu posto junto ao abrigo dos escorregadores cont co ntem empl plan ando do a expl explos osão ão dos dos fogu foguet etes es.. Sob Sob o olha olharr da moça, o escravo estirou os braços por cima da cabeça com um bocejo. Os músculos ficaram marcados em suas costas nuas nuas.. O huma humano no asso assobi biav ava, a, um feio feio co cost stum ume e daqu daquel eles es bárbaros. Faltando tão pouco para a hora sombria, ninguém ia util utiliz izar ar os esco escorr rreg egad ador ores es e muit muito o em brev breve, e, quan quando do começasse a tormenta, daria por encerrado seu turno.
Alea Aleath tha a co corrreu pelo pelo co corrredor edor até até seu seu quar quarto to.. Ao entrar, parou em frente ao espelho para dar uns retoques em seu cabelo exuberante. Jogou um xale sobre os ombros e, rec ecup uper eran ando do o sor sorriso riso,, desc desceu eu a esca escada da co com m pass passo o ligeiro. Pai aith than an viaj viajou ou muit muito o ce cedo do,, part partiu iu sozi sozinh nho, o, co com m a inten ntençã ção o de unir nir-se -se à ca carravan avana a da co come merrcian ciante tess nos nos subúrb úrbios de Equilan. Calandra levantou cedo para despedir-se. Com os braços cruzados energicamente sobre o peito, olhou-o com uma expressão severa, fria e distante. Seu mau humor não tinha melhorado durante a noite. Os dois estavam sozinhos. Se Aleatha estava acordada àquela hora do dia, era só porque ainda não se deitara. — Bem, Bem, Paith aithan, an, tome tome cuid cuidad ado. o. Vigi Vigie e os escr escrav avos os quando cruzar a fronteira. Você sabe que esses animais tentarão fugir no momento em que sentirem a presença de seus semelhantes. Suponho que perderemos alguns, mas é inevitável. Tente reduzir ao mínimo nossas perdas: siga as rotas mais afastadas e evite, se puder, as terras civilizadas. É menos provável que escapem se não tiverem uma cidade nas proximidades. — Farei isso, Calandra. Pai aith than an,, que que já tinh tinha a rea eali liza zado do muit muitas as viag viagen enss a Thillia, sabia muito mais do assunto que sua irmã. Cal fazia o mesmo discurso toda vez que partia, o que se transformou em um ritual entre ambos. O rapaz escutou, sorriu e assentiu placidamente, sabendo que dar aquelas inst instru ruçõ ções es tran tranqü qüil iliz izav ava a sua irmã irmã e a fazi fazia a sent sentir ir que que conservava o controle sobre aquela parte do negócio. — Vigie especialmente esse tal Roland. Não confio nele. — Você Você não confia em nenhum humano, Cal. — Ao menos, de nossos outros clientes sabia com certeza que eram desonestos, sabia que trapaças tentariam para nos extorquir. Desse Roland e sua esposa não conheço nada. Teria preferido fazer negócios com nossos clientes
costumeiros, mas este casal fez a melhor oferta. Receba o pagamento antes de entregar uma só folha e tenha certeza de que o dinheiro é verdadeiro, e não uma falsificação. — Farei isso, Cal. — Paithan relaxou e se apoiou em um poste da grade. O discurso ia se prolongar um pouco mais. Poderia ter dito a sua irmã que, em sua maior parte, os humanos eram honrados até a estupidez, mas sabia que Cal não acreditaria nele. — Transf ansfor orm me o dinhei nheirro em matér atéria iass primas imas o quan quanto to ante antes. s. Leve eve a list lista a do que que nece necess ssit itam amos os;; não não a perca. E assegure-se de que a madeira para as espadas é de boa qualidade, e não como essa que Quintin trouxe da última vez. Tivemos que jogar mais da metade fora. — Alguma vez eu trouxe um carregamento ruim, Cal? — replicou Paithan com um sorriso. — Não, e é melhor que não comece a fazer isso agora. — Calandra achou que algumas mechas de cabelo esca escapa pava vam m do co coqu que e e volt voltou ou a esma esmagá gá-l -los os afund afundan ando do energicamente a forquilha para prendê-los. — Hoje em dia, tudo está ruim. Se era pouco ter que cuidar de nosso pai, agora você acrescentou um velho humano louco! Isso para não falar de Aleatha e essa paródia de casamento... Paithan pousou os dedos sobre o ombro ossudo da irmã. — Deixa Thea fazer o que quiser, quiser, Cal. Durndrun Durndrun é um rapaz bastante agradável. Ao menos, não vem atrás dela pelo dinheiro... — Hum! — soprou soprou Calandra, Calandra, afastando-se afastando-se do contato do irmão. — Deixe que ela se case com o barão, Cal... — Deixar! — Exclamou Calandra. — Minha opinião vale muito pouco nesse assunto, pode estar certo! Claro, para você é muito fácil ficar aí plantado com esse sorriso. Não estará aqui para enfrentar o escândalo... e nosso pai, é claro, é mais que inútil.
— O que é isso, querida? — disse uma voz suave a suas costas. Lenthan Quindiniar tinha aparecido na porta, acompanhado do ancião. — Dizia que você não servirá para tirar da cabeça de Aleatha essa idéia louca de... de casar-se com o barão Durndrun — replicou Calandra, sem humor para agradar seu pai. — E por que não podem se casar? — Disse o pai. — Se eles se querem... — Quer Querer er al alg guém uém? Thea Thea?? — Paitha ithan n soltou ltou uma uma gargalhada. Ao perceber a expressão desconcertada de seu pai e o gesto carrancudo de sua irmã, o rapaz decidiu que era hora de se colocar em marcha. — Preciso me apressar. Quintin pensará que cai pelo musgo ou que algum dragão me comeu. — O elfo se inclinou e beijou a irmã na bochecha. — Você permitirá que Thea leve o assunto a sua maneira, não é? — Não creio que tenha muitas opções. Desde que nossa mãe morreu, ela sempre fez o que quis. Lembre-se Lembre-se do que lhe disse e tenha boa viagem. Calandra se aproximou e o beijou no queixo. O beijo foi quase tão brusco como a bicada de um ave e o jovem elfo teve que se conter para não levar a mão à zona e esfregá-la energicamente. — Adeus, pai. — Paithan lhe apertou a mão e acrescentou: — Boa sorte com os foguetes. Lenthan lhe dirigiu um sorriso radiante. — Viu os de onte ntem à noite? Elevaram-se -se como centelhas brilhantes sobre as copas das árvores. Consegui uma boa altura. Com certeza o brilho pode ser visto na Thillia. — Estou certo disso, pai. — virou-se para o ancião humano. — Zifnab... — Onde... — O feiticeiro se virou para um lado e para outro. Paithan Paithan pigarreou e manteve o rosto imperturbável. — Não, não, ancião. Falei com você. O nome. — O moço estendeu a mão para ele. — Lembra-se? Zifnab...
— Ah! Ah! Pra raze zerr em co conh nhec ecêê-lo lo,, Zifn Zifnab ab — repli eplico cou u o ancião, apertando-lhe a mão. — Sabe de uma coisa? Esse nome me soa bastante familiar. Somos parentes? Calandra lhe fez um gesto com a mão. — É melhor que você vá agora, Pait. — Despeça-se de Thea por mim — disse Paithan. Sua irmã soltou um suspiro e sacudiu a cabeça com um gesto sombrio. — Tenha boa viagem, filho — disse Lenthan em tom nostálgico. — Sabe? Às vezes acho que eu deveria viajar também. Acho que me faria muito bem... Ao perceber o olhar sombrio de Calandra, Paithan se apressou a interrompê-lo. — Deixe as viagens por minha conta, pai. Você tem que ficar aqui e trabalhar nos foguetes para salvar nosso povo e todo o resto. — Sim, tem razão — disse Lenthan com ar de importância. — Já está na hora de voltar ao trabalho. Você vem, Zifnab? — O que? Ah! Falava comigo? Sim, sim, meu querido collega. co ega. Vou em um minut inuto o. Tal alv vez dev deva aume aument ntar ar a quan quanti tida dade de de cinz cinza a de ma made deir ira a de zinc zinco. o. Acre Acredi dito to que que assim conseguiremos mais potência na subida. — Sim, claro. Como não pense nsei nisso antes! es! — Lenthan exibiu um sorriso radiante, fez um vago gesto de despedida com a mão para seu filho e entrou correndo na casa. — É prováv ovável el que que fiqu fiquem emos os sem sem sobr sobran ance celh lhas as — murmurou o humano, — mas conseguiremos maior altura. Bom, parece que você vai partir, não? — Sim, ancião. — Paithan sorriu e, com um cochicho confidencial, acrescentou: — Não permita que toda essa morte e destruição se inicie em minha ausência. — Não se preocupe. — O ancião olhou-o com olhos que, ue, de repe epente, nte, tor orna nara ram m-se -se desco esconc ncer erta tant ntem emen ente te ard ar dilo lossos e ma mallici iciosos osos.. Afund fundan and do um de seus eus dedos edos
nodosos no peito do moço, murmurou: — A morte e a destruição chegarão com você!
CAPÍTULO 8
O ELO Haplo andou lentamente em torno da nave, inspecionando-a atentamente para certificar-se de que tudo estava pronto para o vôo. Ao contrário dos construtores e primeiros donos da nave dragão, não inspecionava os cabos guia e os arranjos que controlavam as asas gigantescas. Seu olhar atento percorria o casco de madeira, mas não revisava o calafetado. Quando suas mãos percorreram as asas, não procuravam rasgos ou rupturas. O que estudava com tanta atenção eram os estranhos e complicados signos que tinham sido esculpidos, bordados, pintados e gravados a fogo nas asas e no exterior da nave. Até Até o últi último mo ca cant nto o esta estava va co cobe bert rto o de fant fantás ásti tico coss desenhos: espirais e elipses, linhas retas e curvas, pontos e risc riscos os,, cír círculo culos, s, quad quadra rado doss e traç traços os em zigu ziguez ezag ague ue.. O patryn murmurou as runas, passando a mão sobre os signos mágicos. Os encantamentos não só protegeriam a nave, mas também a fariam voar. Os elfos que tinham construído a nave — denominada Asa de Dragão em honra à viagem do Haplo ao mundo de
Ariano — não teriam reconhecido aquele produto como seu. A nave de Haplo, que se apropriara durante sua estadia naquele mundo, fora destruida em sua entrada na Porta da Morte devido à perseguição de um antigo inimigo, viu-se obri obrig gado ado a abando andona narr Arian riano o ra rap pidam damente ente e só tinha nha reco corrrido às runa unas indi ndispensáve áveis para sua própria sobrevivência (e a de seu jovem passageiro) através da Porta da Morte. Entretanto, uma vez no Elo, o patryn pudera dedicar tempo e magia para modificar a nave e adequá-la a suas próprias necessidades. A em emba barc rcaç ação ão voad voador ora, a, dese desenh nhad ada a pelo peloss elfo elfoss do império de Tribos, tinha utilizado à princípio a magia élfica, combinada com a mecânica. O patryn, que a tinha dotado de uma força extraordinária graças a sua magia, desembaraçou-se por completo dos elementos mecânicos. Haplo limpou a galera da confusão de arneses e arranjos que os escravos usavam para mover as asas, fixou estas em posição totalmente aberta, bordou e pintou runas na pele pele de dragã dragão o para para lhe propo proporc rcion ionar ar força força ascens ascension ional, al, estabilidade, velocidade e proteção. As runas reforçaram o casco de madeira de tal modo que não existia força capaz de quebrá-lo ou lhe abrir uma brecha. Os signos mágicos gravados nos cristais das clarabóias da ponte impediam que estes se rompessem e, ao mesmo tempo, permitiam uma visão sem obstáculos do que havia do outro lado. Haplo penetrou pela escotilha de popa e percorreu os passadiços da nave até a ponte. Ao entrar, olhou ao sua redor com satisfação, notando como o poder de todas as runas convergiam ali, concentrando-se naquele ponto. Tam També bém m al alii tinh tinha a el elim imin inad ado o todo todoss os co comp mple lex xos mecanismos desenhados pelos elfos como ajuda à navegação e a pilotagem. A ponte, situado no “peito” do dragão, era agora uma câmara espaçosa e vazia, exceto por um assento confortável e um grande globo de obsidiana pousado na coberta. Hapl Ha plo o se apr aproximo ximou u do glob globo o e se agac agacho hou u para para estudá-lo criticamente. Teve o cuidado de não tocá-lo. As
runa runass escu esculp lpid idas as na supe superf rfíc ície ie da obsi obsidi dian ana a er eram am tão tão sensíveis que até o menor fôlego sobre elas podia ativar sua magia e expulsar a nave ao ar prematuramente. O patryn estudou os signos, repassando mentalmente a magia que representavam. Os feitiços de vôo, navegação e amparo eram complexos. Levou horas recitar todas as runas e, quando terminou, estava tenso e dolorido, mas satisfeito. Não tinha encontrado o menor defeito. Levan evanttou-s ou-se e co com m um grunhi unhid do e fle flexion xiono ou seus eus músculos doloridos. Depois de ocupar o assento, contemplou a cidade que logo abandonaria. Uma língua úmida lambeu sua mão. — O que aconteceu, rapaz? — perguntou, olhando para um cão negro com manchas brancas de raça indefinida. — Achou que me esqueci de você? O cão sorriu e meneou a cauda. Aborrecido, ficara dormindo durante a inspeção e se alegrou de que seu amo volt voltas asse se a lhe dar dar aten atençã ção o. As sobra obranc ncel elha hass bran branca cas, s, desenhadas sobre olhos castanhos claros, proporcionavam ao animal uma expressão de inteligência fora do comum. Haplo acariciou as orelhas sedosas do cão e dirigiu um vago olhar ao mundo que se estendia a frente dele... O Senhor do Elo percorreu as ruas de seu mundo, um lugar construído para ele por seus inimigos e que, precisamente por isso, era muito apreciado. Cada um de seus pilares de mármore artisticamente esculpidos, cada uma de suas elevadas torres de granito, cada um de seus esbeltos minaretes e prósperos templos, era um monu mo nume ment nto o ao aoss sart sartan an,, um mo monu nume ment nto o à iron ironia ia.. E ao Senhor do Elo gostava de perambular entre tudo aquilo, rindo em silêncio. O senhor do lugar não estava acostumado a rir alto. Um traço característico de quem estivera aprisionado no Labirinto é que raras vezes riem e, quando o fazem, a alegria nunca chega a iluminar o olhar. Nem sequer quem
escapou da prisão infernal e alcançou o maravilhoso reino do Elo jamais ri. ri. No mesmo mesmo instante instante em que atravessam a Porta da Morte, sai a seu encontro o Senhor do Elo, que foi o primeiro a escapar. E só lhes diz três palavras: “Não esqueça nunca.” E os patryn não esquecem. Não esquecem os de sua raça ra ça que que co cont ntin inuam uam pres presos os no La Labi biri rint nto. o. Nã Não o esqu esquec ecem em seus seus am amig igos os e par parente entess mo mort rtos os pela pela viol violên ênci cia a de uma uma magia transformada em paranóia. Não esquecem quantas feridas feridas sofre sofreram ram em suas suas própr próprias ias carnes carnes.. Também ambém ele eless riem em silêncio enquanto perambulam pelas ruas do Elo. E, quando se encontram com seu senhor, inclinam-se como demonstração de reconhecimento e respeito. respeito. O Senhor do Elo é o único dos patryn patryn que se atreve atreve a retornar ao Labirinto. E, até para ele, esta volta é trabalhosa. Ninguém conhece a procedência do Senhor do Elo. Ele nunca faz referência ao assunto e não é uma pessoa a que seja fácil acessar ou fazer perguntas. Ninguém sabe sua idade embora se conjecture, por certos comentários, que tem muito mais de noventa portas16 16. É um homem de inte inteli ligê gênc ncia ia agud aguda, a, rá rápi pida da e fria fria.. Suas Suas habi habili lida dade dess mágicas produzem um temor reverencial entre os próprios patr patryn yn,, cujo cujoss co conh nhec ecim imen ento toss de ma magi gia a lhes lhes fari fariam am ser ser considerados autênticos semideuses nos diversos mundos. Desde sua fuga retornou ao Labirinto em muitas ocasiões com objetivo de criar naquele inferno, mediante sua magia, uma série de refúgios para seus congêneres. E cada vez, quan quando do se disp dispõe õe a entr entrar ar,, este este ser ser frio frio e ca calc lcul ulis ista ta é tomado de um tremor que estremece seu corpo. Cruzar de novo novo a Últim ltima a Por ortta lhe exige ige um gra rand nde e esfo esforrço de vontade pois sempre o assalta, do mais profundo de sua 16
Antigamente, no Labirinto, a idade de uma pessoa era calculada pela quantidade de Portas que tinha cruzado tentando escapar. Este sistema foi normalizado mais adiante pelo Senhor do Elo para poder conservar um registro exato da população patryn. Quando um destes emerge do Labirinto, o Senhor do Elo o submete a um extenso interrogatório e, segundo os detalhes que proporciona, adjudica-lhe uma idade determinada. (N. do A.)
mente, o temor de de que o Labirinto Labirinto vencerá vencerá e o destr destruirá. uirá. Que desta vez não encontrará o caminho de saída. Naquele dia, o Senhor do Elo se encontrava perto da Última Porta. Em torno dele estava sua gente, os patryn que já tinh tinha am co cons nseg egui uido do esca escap par ar.. Co Com m seus eus co corp rpos os cobertos de runas tatuadas que constituíam seu escudo, sua arma e sua armadura, um punhado deles tinha decidido penetrar no Labirinto acompanhando a seu amo. Este não lhes disse nada, mas concordou com sua presença. Adiantou-se até a Porta, esculpida em lustroso azeviche, e apoiou as mãos em um signo mágico que ele mesmo tinha desenhado. A runa emitiu um resplendor azul ao contato com seus dedos, os signos mágicos tatuados no reverso de suas mãos responderam emitindo também uma luz do mesmo tom azul e a Porta, que não tinha sido feita para abrir para dentro, somente para fora, cedeu a uma ordem dele. Frente aos patryn reunidos apareceu uma panorâmica do Labirinto, com suas formas estranhas e imprecisas, em perpétua mudança. O Senhor do Elo contemplou quem o rodeava. Todas os olhares estavam fixos no Labirinto. O patryn observou como seus rostos perdiam a cor, como seus eus punho unhoss se fech fechav avam am e o suor uor banha anhava va sua pel ele e coberta de runas. — Quem vai entrar comigo? — perguntou, olhando-os um a um. Todos os patryn tentaram sustentar o olhar de seu senhor, mas nenhum conseguiu e, finalmente, o último dele deless baix baixou ou a vist vista. a. Algu Alguns ns vale valent ntes es quis quiser eram am dar dar um passo adiante, mas os músculos e os tendões não podem entrar em ação sem um ato de vontade e a mente de todos aqueles homens e mulheres estava sobressaltada com a lemb lembra ranç nça a do terr terror or.. Sacud Sacudin indo do a ca cabe beça ça,, muit muitos os dele deless chorando abertamente, todos desistiram de seu propósito. propósito. O Senhor do Elo se aproximou do grupo e pousou as mãos sobre suas cabeças em gesto conciliador. conciliador. — Não se envergonhem de seu medo. Utilizem-no, pois lhes dará forças. Faz muito tempo tentamos conquistar
o mundo e governar todas essas raças fracas, incapazes de governar a si mesmas. Então, nossa força e nosso número eram er am gran grande dess e esti estive vemo moss a pont ponto o de al alca canç nçar ar noss nosso o objetivo. Aos sartan, nossos inimigos, só restou um meio para nos vencer: destruir o próprio mundo, fracionando-o em outros quatro mundos separados. Divididos por aquele caos, caímos em poder dos sartan e estes nos prenderam no Labirinto, uma prisão que eles mesmos tinham criado, com a esperança de que saíssemos dali “reabilitados”. “reabilitados”. “Conseguimos sair, mas as terríveis penalidades que supo suport rtam amos os não não nos nos abra abrand ndar aram am e debi debili lita tara ram m co como mo nossos inimigos tinham previsto. O fogo pelo qual passamos nos forjou em um aço frio e afiado. afiado. Somos uma folha capaz de atravessar nossos inimigos. Somos um fio que ganhará uma coroa. “Voltem. Retornem as suas tarefas. Tenham presente sempre o que acontecerá quando retornarmos aos mundos separados. E levem sempre com vocês a lembrança do que deixamos para trás. Os patryn, consolados, já não se sentiam envergonhados. Viram seu amo entrar no Labirinto, viramno atravessar a Porta com passo firme e resolvido, e o honraram e adoraram como a um deus. A Porta começou a fechar-se atrás dele, mas ele a deteve com uma ordem áspera. Perto dela, estendido no chão de barriga para baixo, acabava de descobrir um jovem patryn. Seu corpo musculoso, tatuado de símbolos mágicos, mostrava os sinais de terríveis feridas; feridas que, ao que parecia, ele mesmo tinha curado empregando sua própria mag ma gia, mas que o tinham nham dei eix xado ado quase uase sem sem vida. ida. O Senhor do Elo, em um nervoso primeiro exame do patryn, não encontrou o menor sinal de que este respirasse. Agachouhou-sse, levou a mão ao pesc escoço do jovem procurando o pulso e ficou surpreso ao escutar junto a si um rosnado. Uma cabeça hirsuta se elevou junto ao ombro do jovem caído. O Senhor percebeu com assombro que era um cão.
O ani animal tam amb bém tinh tinha a sofr ofrido ido gra rav ves fer feridas idas.. Embora Embora ro rosna snass sse e ameaça ameaçador dorame amente nte e tives tivesse se a valent valente e intenção de proteger o jovem, não podia sustentar a cabeça ergu er guid ida a e o foci focinh nho o lhe lhe ca caía ía sem sem for força sobr sobre e as pata patass ensangüentadas. Entretanto, os rosnados não cessaram. “Se lhe fizer mal”, parecia dizer o animal, “enco “e ncont ntra rare reii de algu algum m jeit jeito o as forç forças as nece necess ssár ária iass para para despedaçá-lo.” Com um leve sorriso — uma expressão muito estranha nele, — o Senhor do Elo ergueu a mão em gesto apaziguador e acariciou o pelo suave do cão. — Fique ique tran tranqü qüil ilo, o, ra rapa paz. z. Nã Não o vou vou ma mach chuc ucar ar seu seu dono. O cão se deixou convencer e, arrastando-se sobre o ventre, conseguiu levantar a cabeça e esfregar o focinho contra o pescoço do jovem. O contato com o nariz frio despertou o patryn. Este ergueu o olhar, viu o estranho indivíduo que se inclinava sobre ele e, seguindo o instinto e a vontade que lhe tinham mantido com vida, fez um esforço para levantar-se. — Não precisa de nenhuma arma contra mim, filho — disse o Senhor do Elo. — Está é a Última Porta. Mais à frente existe um novo mundo, um lugar de paz e segurança. Eu sou seu dono e te acolho. O jovem patryn se apoiou nas nas mãos, osciland ando ligeiramente, ergueu a cabeça e olhou para o outro lado da Porta. orta. Seus Seus olhos, olhos, nublad nublados, os, logo logo pudera puderam m distin distingui guirr as mara ma ravi vilh lhas as daqu daquel ele e mund mundo. o. Em seu seu rosto osto se dese desenh nhou ou lentamente um sorriso. sorriso. — Consegui! — murmurou com um sussurro rouco entre seus lábios manchados de sangue coagulado. — Eu os venci! — Eu disse o mesmo quando cheguei a esta Porta. Como se chama? O jovem engoliu e pigarreou antes de responder. — Haplo.
— Um bom nome. — O Senhor do Elo passou os braços pelas axilas do ferido. — Vamos, deixe que te ajude. Para sua surpresa, Haplo o rechaçou. — Nã Não. o. Quer uero... ... cruz cruzar ar essa essa port porta. a... .. co com m minh minhas as próprias forças. O Senhor do Elo não disse nada, mas seu sorriso aume aument ntou ou.. Le Leva vant ntouou-se se e se pôs pôs de lado lado.. Trinca rincand ndo o os dent dentes es de dor, dor, Ha Hapl plo o fico ficou u em pé co com m gra rand nde e esfo esforrço ço.. Parou por um momento, enjoado, e se sustentou cambaleando. O Senhor do Elo deu um passo para ele, temendo que voltasse a cair, mas Haplo o rechaçou de novo estendendo uma mão. — Cão! — Disse com voz fraca. — A mim! O animal se levantou, fraco, e se aproximou de seu amo mancando. Haplo apoiou a mão na cabeça do cão para manter o equilíbrio. O animal suportou o peso com paciência e com os olhos fixos em Haplo. — Vamos — disse este. Juntos, passo a passo com andar hesitante, os dois avan avança çara ram m par ara a a Por orta ta.. O Senho enhorr do Elo Elo, adm admirad irado, o, seguiu-os. Quando os patryn do outro lado viram aparecer o jov jovem em,, não não apl aplaudi audira ram m nem nem gritar itaram am viva vivas, s, mas lhe dedicaram respeitoso silêncio. Ninguém se ofereceu para ajudá-lo, embora todos percebessem que cada movimento lhe causava dor. Todos sabiam o que representava atravessar aquela última porta por si mesmo, ou com a única ajuda de um amigo fiel. Haplo entrou no Elo, piscando sob o sol ofuscante. Com um suspiro, ajoelhou. O cão ganiu e lhe deu uma lambida no rosto. O Senhor do Elo se apressou a ajoelhar-se ajoelhar-se junto ao jovem. Haplo ainda estava consciente e o Senhor tomou a mão, pálida e fria. — Não se esqueça nunca! — cochichou-lhe, apertando a mão contra seu rosto. Haplo ergueu os olhos para o Senhor do Elo e sorriu...
— Bem, cão — murmurou o patryn, olhando ao seu redor em uma última comprovação do estado da nave, — acredito que já está tudo pronto. O que me diz, rapaz? Está preparado? O animal levantou as orelhas e lançou um sonoro latido. — Está bem, está bem. Temos a bênção de meu Senh Senhor or e rec eceb ebem emos os suas uas últi últim mas inst nstruçõ ruções es.. Agor ora, a, vejamos como este pássaro voa. Estendeu as mãos sobre a pedra de governo da nave e começou a recitar as primeiras runas. A pedra se levantou da coberta, sustentada pela magia, e se deteve sob as palmas das mãos de Haplo. Uma luz azul se filtrou através de seus dedos, competindo com o fulgor vermelho que as runas de suas mãos emitiam. Haplo derrubou todo seu ser na nave, alagou o casco com co m sua sua ma magi gia, a, noto notouu-a a pene penetr trar ar nas nas asas asas de pele pele de dragão como se fosse sangue, dando-lhes vida e energia para guiar e controlar a nave. Sua mente se elevou e levou consigo à embarcação. Pouco a pouco, esta começou a sair do chão. Pilotando-a com os olhos, o pensamento e a magia, Haplo subiu aos ares a mais velocidade da que os construtores da nave poderiam imaginar e sobrevoou o Elo. Deitado aos pés de seu amo, o cão suspirou e se resignou à viagem. Talvez recordasse sua primeira travessia da Porta da Morte, uma viagem que quase tinha sido fatal. Haplo fez algumas manobras de teste e, voando a esmo sobre o Elo, desfrutou de uma insólita panorâmica da cidade pela visão de pássaro (ou, melhor, de dragão). O Elo era uma criação extraordinária, uma maravilha de co cons nstr truç ução ão.. Passe asseiios lar arg gos, os, or orllados ados de árvor rvores es,, estendiam-se de um ponto central até o horizonte impreciso do longínquo Limite. Edifícios assombrosos de mármore e cristal, aço e granito, adornavam as ruas. Parques e jardins, lagos e tanques, proporcionavam lugares de serena beleza por onde passear, pensar e meditar. Ao longe, perto do
Limi Limite te,, este estend ndia iamm-se se suav suaves es co coli lina nass e verd verdes es ca camp mpos os,, preparados para a semeadura. Entre Entretan tanto, to, não havia havia agricu agriculto ltore ress que cultiv cultivass assem em aqueles terrenos. Nem se via ninguém perambulando pelos parques. Nem havia trânsito pelas ruas. Toda a cidade, os campos, jardins e edifícios, estavam vazios e sem vida, esperando. Haplo conduziu a nave em torno do ponto central do Elo, um edifício de agulhas de cristal — o mais elevado da cidade, — que seu amo tinha tomado como palácio. Dentro de suas agulhas de cristal, o Senhor do Elo tinha encontrado os livros abandonados pelos sartan, livros onde se narrava a Separação e a formação dos quatro mundos e em suas páginas se falava do encarceramento dos patryn e das esperanças dos sartan na “redenção” de seus inimigos. O Senhor do Elo tinha aprendido por si mesmo a ler aqueles livros e assim tinha descoberto a traição dos sartan que tinh tinha a co cond ndena enado do seu seu povo povo à tort tortur ura. a. Le Lend ndo o os livr livros os,, o Senhor tinha traçado seu plano de vingança. Haplo inclinou as asas da nave em saudação ao seu senhor. senhor. Os sartan tinham previsto que os patryn ocupariam aquele mundo maravilhoso... depois de sua “r “reabilitação eabilitação”, ”, é obvi obvio. o. Ha Hapl plo o sor sorriu riu e se ac acom omod odou ou me melh lhor or no asse assent nto. o. Depois, soltou a pedra de governo, deixando que a nave voasse com seus pens ensamento ntos. Logo, o Elo estaria povoado ado, mas não só pelos patryn. Em breve, o Elo acolheria elfos, humanos e anões, as raças inferiores. Uma vez transportados para lá através da Porta da Morte, o Senhor do Elo destruiria os quatro mundos espúrios criados pelos sartan e voltaria a instaurar a velha ordem. A única exceção seria que desta vez seriam os patryn que governariam por direito próprio. Uma Uma das missõe ssõess de Ha Hapl plo o em suas uas viag viagen enss de investigação era observar se havia algum sartan vivo em qual qualqu quer er dos dos quat quatrro mund mundos os.. Ha Hapl plo o surp surprree eend ndeu eu a si mesmo mesmo deseja desejando ndo descob descobrir rir mais mais algum. algum... .. Algum Algum sartan sartan que que não não foss fosse e uma uma pobre obre imit imitaç ação ão de semi semide deus us co como mo
Alfr Alfred ed a quem quem havi havia a enfr enfren enta tado do no mund mundo o de Aria Ariano no.. Desejava que toda a raça dos sartan estivesse viva, para que que foss fossem em test testem emun unha hass de sua sua próp própri ria a e esma esmaga gado dora ra derrota. — E quando os sartan virem tudo que construíram ruir, depois que virem passar para nosso poder às raças que esperavam dominar, será o momento de dar o justo castigo aos nossos inimigos. Desta vez, seremos nós que os jogaremos no Labirinto! Haplo desviou o olhar para o caótico torvelinho negro com co m nerv nervur uras as verm vermel elha hass que que ac acab abav ava a de apar aparec ecer er ao long longe. e. Le Lemb mbra rança nçass do horr horror or surg surgir iram am das das nuve nuvens ns para para tocá-lo com suas mãos espectrais e Haplo as combateu utilizando como arma o ódio. Em vez de ver a si mesmo, imaginou a luta dos sartan, viu-os vencidos onde ele tinha triunfado, viu-os morrer onde ele tinha escapado com vida. O latido de advertência cia do cão o tirou de seus pensamentos sombrios. Haplo percebeu que, perdido neles, quas quase e tinh tinha a se prec precip ipit itad ado o no La Labi biri rint nto. o. Ra Rapi pida dame ment nte, e, colocou as mãos sobre a pedra de governo e fez a nave virar. A Asa de Dragão sulcou de novo o céu azul do Elo, livre dos tentáculos da maléfica magia que tinham tentado capturá-lo. Haplo voltou seus olhos e pensamentos para o céu sem estrelas e pilotou a nave para o ponto de passagem, para a Porta da Morte.
CAPITULO 9
DO CAHNDAR AO ESTPORT, EQUILAN Paithan esteve muito atarefado com os preparativos para a viagem com a caravana e as palavras do ancião sumiram de sua mente. Reun euniu-se -se com Quintin, seu capataz, nos limites de Cahndar, a Cidade da Rainha. Os
dois dois elfos elfos inspec inspecion ionara aram m o comboi comboio, o, certif certifica icando-s ndo-se e que arcos, molas de suspensão e raztars, guardados em cestos, esta estava vam m bem bem pres presos os ao aoss tyr tyros17. Pai aith than an abri abriu u al algu guns ns cestos para inspecionar os brinquedos que tinham colocado por cima, e se assegurou de que não se visse o menor rastro das armas ocultas. Tudo parecia em ordem. O jovem elfo felicitou Quintin por seu excelente trabalho e prometeu recomendá-lo a sua irmã. Quando Paithan e a caravana ficaram prontos para a viag viagem em,, as flo flores das das hora horass indi ndica cava vam m que que a hor hora do trab trabal alho ho já esta estava va bast bastan ante te avan avançad çada a e que que logo logo seri seria a meioo-cciclo. Depois de ocupa upar seu luga ugar à cabeça da caravana, Paithan deu a ordem de marcha. Quintin montou no primeiro dos tyros, ocupando a cadeira situada entre os chif chifrres. es. Com gra rand ndes es dram amas as e lis lisonja onjass, os escr escrav avos os convenceram os outros tyros a avançar em fila atrás de seu líde líderr e o co comb mboi oio o inun inundo dou u as terr terras as selv selvag agen ens. s. Lo Logo go,, a civilização ficou para trás. Paithan impôs um passo rápido e a caravana avançou em boa marcha. Os caminhos entre as terras humanas e élficas estavam bem cuidados, embora fossem um tanto trai traiço çoei eiro ros. s. O co comé mérrcio cio entr entre e os reino einoss er era a um negó negóci cio o lucr lucrat ativ ivo. o. As terr terras as huma humana nass er eram am rica ricass em ma maté téri rias as prim rimas: as: madei adeira rass de tec eca a e de esp espada, ada, trep trepad adei eirras e mant ma ntim imen ento tos, s, enqu enquan anto to que que os el elfo foss er eram am peri perito toss em tran transf sfor orma marr este estess recurs ecursos os em prod produt utos os elab elabor orad ados os.. As caravanas entre os reinos iam e vinham diariamente. Os mai aior ores es peri perig gos par ara a as ca carravan avanas as er eram am os ladr ladrões ões human humanos os,, os anim animai aiss selv selvag agen enss e as poss possív ívei eiss quedas nos esporádicos abismos entre os leitos de musgo. Entretanto, os tyros eram animais especialmente adequados para viajar por terrenos difíceis, razão pela qual Paithan os tinha escolhido apesar de seus defeitos (muitos condutores, em particular os humanos, são incapazes de 17
O tyro é uma aranha gigante de corpo encouraçado e oito patas. Seis delas lhe servem para subir pelas árvores e por seus próprios fios, enquanto que as duas dianteiras terminam em uma “mão” articulada que utiliza para levantar e manipular os objetos. A carga é colocada na parte traseira do tórax, entre as articulações das patas. (N. do A.)
lidar com os tyros, animais muito sensíveis que se enroscam formando uma bola e se zangam quando alguém fere sua sensibilidade). O tyro podia arrastar-se pelos leitos de musgo, subir nas árvores e saltar ravinas tecendo sua teia sobre o vazio e mantendo-se suspensos nela. As teias de tyro eram tão fortes que algumas tinham sido transf transform ormada adass em pontes pontes perman permanent entes, es, mantid mantidas as pelos pelos elfos. Paithan aithan tinha tinha percor percorrid rido o aquela aquela ro rota ta muitas muitas vezes. vezes. Estava Estava famili familiari arizad zado o com seus seus perig perigos os e prepa preparad rado o para para eles; em conseqüência, não lhe preocupavam muito. Não se sent entia esp espec eciial alme ment nte e preo preocu cup pado ado co com m os ladr adrões. es. A caravana era numerosa e estava bem provida de armas élfi élfica cas. s. Os band bandol olei eiro ross huma humanos nos co cost stum umav avam am atac atacar ar os viajantes solitários e, sobretudo, os de sua própria raça. Apesar disso, Paithan sabia que se os ladrões descobrissem a verdadeira naturez ureza a da carga que transp nsportavam estariam dispostos a correr grandes riscos para se apoderar dela, pois os humanos tinham em grande consideração as arma ar mass fab fabrica ricada dass pel elos os el elfo foss, em esp espec eciial as ar arm mas “inteligentes”. A mola de suspensão, por exemplo, era parecida com a humana, consistia de um arco fixo em um eixo de madeira, com um mecanismo para esticar e soltar a corda. A “flecha” era um dardo que a magia élfica tinha dotado de inteligência e que era capaz de reconhecer visualmente um alvo al vo e diri dirigi girr-se -se para para el ele e sozi sozinh nho. o. O ar arco co má mági gico co,, uma uma vers versão ão muit muito o me meno norr da mo mola la de suspe uspens nsão ão,, podi podia a ser ser leva le vado do à cint cintur ura, a, guar guarda dado do sob sob uma uma ca capa pa,, e podi podia a ser ser disparado com uma mão. Nem os humanos nem os anões podiam produzir armas inteligentes com sua magia, e os ladrões que as vendiam no mercado negro pediam preços exorbitantes exorbitantes por elas. Mas Mas Paith aithan an tinh tinha a toma tomado do preca precauç uçõe õess para para evit evitar ar roubo oubos. s. Quin Quinti tin, n, um elfo elfo que que trab trabal alha hava va para para a famí famíli lia a desd desde e que que Pai aith than an er era a um me meni nino no,, tinh tinha a em emba bala lado do os cest ce stos os pess pessoa oalm lmen ente te e só el ele e e Pai aith than an sabi sabiam am o que que
transp transport ortava avam m re realm alment ente e sob sob as boneca bonecas, s, barq barquin uinhos hos e caixas de surpresas. Os escravos humanos, cujo dever era conduzir os tyros, acreditavam levar um carregamento de brinquedos e não mortíferos brinquedos para adultos. Particularmente, Particularmente, Paithan considerava tudo aquilo uma prevenção desnecessária. As armas dos Quindiniar eram de grande qualidade, superior até às que os elfos fabricavam normalmente. O proprietário de uma mola de suspensão Quindiniar devia conhecer uma palavra chave para ativar sua magi agia e só Pai aitthan han possuí ssuía a tal tal infor nform maç ação ão,, que que transmitiria ao comprador quando chegasse o momento. Entr Entret etan anto to,, Ca Cala land ndra ra esta estava va co conv nven enci cida da de que que ca cada da humano era um espião, um ladrão e um assassino que só esperava a ocasião de lançar-se ao roubo, a violação, a pilhagem e o saque. Paithan aithan tinha tinha tentad tentado o conven convencer cer Cal Caland andra ra que sua sua atitude era incoerente: por um lado, dedicava aos humanos uma inteligência e uma astúcia extraordinárias e, por outro, sustentava que eram pouco mais que animais. — Na realidade, os humanos não são muito diferentes de nós, Cal — tinha co com mentado em uma uma mem emo orável ocasião. Jamais havia tornado a usar um argumento seme semelh lhan ante te.. Ca Cala land ndra ra tinha tinha se alar alarma mado do tant tanto o co com m sua sua atit atitud ude e que que tinh tinha a pens pensad ado o seri seriam amen ente te em proi proibi birr suas suas aventuras em terras humanas. A terrível ameaça de ter que ficar em casa tinha bastado para que o jovem não voltasse a mencionar o assunto. A prim primei eira ra etap etapa a da viag viagem em er era a simp simple les. s. O únic único o obstáculo seria o golfo do Kithni, a grande extensão de água que dividia as terras élficas dos territórios humanos, mas ainda ficava muito longe, ao vars. Paithan se acomodou ao ritmo da marcha, desfrutando do exercício e da oportunidade de voltar a ser ele mesmo. O sol iluminava as árvores com mil tons de verde, o aroma de um milhar de flores perfumava o ar e as breves e freqüentes pancadas de chuva refrescavam o calor que a marcha produzia. Às vezes
ouvi ouvia a o ruíd ruído o de al algu gum m anim animal al que fugi fugia a da bei beira do caminho, mas não prestava grande atenção à fauna da selv selva. a. Depo Depois is de have haverr enfre enfrent ntad ado o um drag dragão ão,, Paith aithan an decidiu que era capaz de fazer frente a qualquer animal. Entretanto, foi durante aquele tranqüilo período que as palavras do ancião começaram a lhe zumbir na cabeça. A morte e a destruição chegarão com você!
Em certa certa ocasião, ocasião, quando quando era era pequeno, pequeno, uma abelha abelha tinha entrado no ouvido de Paithan. O zumbido quase o deixara louco até que sua mãe tinha conseguido extrair o inseto. Assim como a abelha, a profecia de Zifnab tinha ficado presa no cérebro de Paithan, repetindo uma e outra vez, e não parecia que ele pudesse fazer grande coisa para livrar-se dela. Tratou de lhe tirar importância, zombando do ancião. Afinal, este parecia tão louco como seu pai. Entretanto, quando já tinha conseguido convencer-se, Paithan lembrou dos olhos do feiticeiro. Ardilosos, inteligentes, indecifravelmente tristes. Era essa tristeza que inquietava Paithan, que lhe produzia um calafrio que sua mãe teria atribuído a alguém que se erguia da tumba. Isso lhe evocou lembranças de sua mãe. E Paithan recordou, do mesmo modo, que o ancião havia dito que sua sua mãe queria queria ver seus filhos. O jovem elfo sentiu uma pontada que em parte era doce e, em parte, estava carregada de remorsos e inquietação. E se as crenças de seu pai fossem certas? E se realmente pudesse reencontrar-se com sua mãe depois de tantos anos? Soltou um grave assobio e moveu a cabeça. — Sinto muito, mãe. Creio que você não ficaria muito satisfeita. Sua Sua mã mãe e quer queria ia que que Paith aithan an re rece cebe bess sse e educ educaç ação ão formal; que todos os seus filhos a recebessem. Elithenia era feiticeira da fábrica de armas quando Lenthan Quindiniar a tinha conhecido e lhe tinha entregado seu coração. Apesar de ter fama de ser uma uma das mulhe ulherres mais belas de Equilan, Elithen henia nunca se sentiu bem entre a alta
soci socied edad ade, e, co cois isa a que que Le Lent ntha han n jama jamais is tinh tinha a co cons nseg egui uido do entender. — Suas Suas roupa oupass são são as ma mais is espl esplênd êndid idas as,, quer querid ida. a. Suas jóias, as mais caras. O que têm esses nobres que os ponha onha ac acim ima a dos Quind uindiiniar niar?? Diga-m ga-me e e hoj hoje me messmo mandarei comprá-lo! — O que têm não é algo que se possa comprar — tinha respondido sua esposa, com voz triste. — Do que se trata? — Eles sabem da coisas. E por isso a mulher tinha decidido garantir que seus filhos também soubessem das coisas. Para isso contratou uma uma gove goverrnant nanta a que que dess desse e a seus seus pequ pequen enos os a me mesm sma a educ educaç ação ão que que rec eceb ebia iam m os filh filhos os de um nobr nobre. e. Mas Mas os resul re sultad tados os tinham tinham sido sido decepc decepcion ionant antes. es. Cal Caland andra, ra, desde desde muito jovem, soube exatamente o que queria da vida e aprendeu da governanta o que necessitava: o conh co nhec eciiment ento nece necesssár áriio par ara a manip anipul ula ar pess essoa oass e números. Paithan não sabia o que queria, mas sabia muito bem bem o que não queri ueria: a: odia odiav va as abor aborrrec ecid idas as liçõ ções es,, escapava da governanta sempre que possível e, se não podia fazê-lo, perdia o tempo de mil maneiras. Aleatha, cons co nsci cien ente te de seus seus rec ecur urso soss desd desde e peq pequena uena,, la lanç nçav ava a când câ ndid idos os sor sorriso risos, s, esco escond ndia ia-s -se e no regaç egaço o da mulh mulher er e cons co nseg egui uiu u que que nunca nunca lhe lhe exig exigis isse se apre aprend nder er outr outra a co cois isa a além de escrever seu nome. Depois da morte da mãe, seu pai tinha conservado a gover governan nanta. ta. Foi Cal Caland andra ra quem quem desped despediu iu a mulher mulher para para economizar dinheiro, e assim terminou a instrução escolar dos irmãos. — Não, temo que minha mãe não não fic ficaria muito cont co nten ente te co cono nossco — murmu urmurrou Pai aith than an,, sent entindondo-sse inexp nexpli lica cave velm lmen ente te culp culpad ado o. Ao per erce ceb ber o que que tinha inha pensado, pôs-se a rir um tanto envergonhado e sacudiu a cabeça. — Se não acabar com estas divagações, terminarei tão louco como meu pobre pai.
Para livrar-se de lembranças desagradáveis, Paithan subiu nos chifres do primeiro tyro e ficou conversando com o capataz, um elfo de muito bom julgamento e de grande experiência. Desde aquele momento até a hora da tristeza dessa noite, o primeiro ciclo depois da hora da corrente, Paithan não voltou a pensar em Zifnab e na profecia. E, quando o fez, foi só momentos antes de cair no sono. A viagem até o Estport , de onde zarpava a balsa, foi aprazível e desprovida de incidentes, e Paithan se esqueceu por completo da profecia. O prazer de viajar, a embriagadora consciência de liberdade depois da sufocante atmosfera de sua casa, levantaram o ânimo do jovem elfo. Ao fim de alguns ciclos, Paithan voltou a rir abertamente do velho feiticeiro e de suas idéias absurdas, e deleitou Quintin com anedotas de Zifnab durante os descansos na marcha. Quando por fim chegaram ao golfo de Kithni, Paithan quase não podia acreditar. A viagem tinha parecido muito curta. O golfo de Kithni era um lago enorme que formava a fronteira entre a Thillia e Equilan, e ali Paithan encontrou o primeiro atraso. Estavam reparando um das balsas e só havi havia a uma uma em serv serviç iço. o. Ao lo long ngo o da co cost sta a musg musgos osa a se alin al inha hava vam m vári várias as ca cara rava vana nass espe espera rand ndo o para para efet efetua uarr a travessia. Quan Quando do chega chegara ram, m, Paith aithan an envi enviou ou o ca capa pata tazz para para descobrir quanto teriam que esperar. Quintin retornou com uma senha e disse que poderiam cruzar em algum momento do ciclo seguinte. Paithan deu de ombros. Não tinha muita pressa e pare pareci cia a que que os reuni eunido doss ali ali tira tirava vam m o má máxi ximo mo prov provei eito to daquele contratempo. O mole da balsa tinha adquirido o aspecto de um mercado. Os viajantes perambulavam pelo lugar visitando conhecidos, trocando notícias e comentando as últimas tendências do mercado. Paithan se ocupou em instalar e alimentar os escravos, de elogiar e felicitar os tyros e de verific ficar a segurança da mercadoria que transportava. Depois, deixando tudo nas mãos competentes do capataz, decidiu juntar-se a festa.
Um fazendeiro empreendedor, informado da situação dos dos viaj viajan ante tes, s, tinh tinha a inst instal alad ado o uma uma ca carrroç oça a co com m vári vários os tonéis de vingin caseiro, esfriado com gelo 18. O vingin era uma bebida for forte, el ela aborada ada com uvas prensadas e reforçada com um líquido destilado de tohahs fermentados, muito do gosto de Paithan. Ao ver um numeroso grupo reunido em torno do tonel, o jovem elfo se aproximou dos bebedores. Entre eles havia alguns velhos amigos e Paithan foi foi ac acol olhi hido do co com m entu entusi sias asmo mo.. Os viaj viajan ante tess ac acab abam am por por conhecer-se nos caminhos e às vezes viajam juntos, tanto por razões de segurança como por companhia. Humanos e elfos abriram lugar para Paithan e puseram em sua mão uma jarra fria, cristalizada. — Puntar, Ulaka, Gregor... Gregor... Fico feliz em voltar a vê-los. — O elfo saudou seus antigos camaradas e foi apresentado aos que não o conheciam. Sent Sentan ando do-s -se e sobre obre um fard fardo o junt junto o a Greg Gregor or,, um humano corpulento e ruivo de barba crespa, Paithan tomou um gole de vingin e, por um instante, agradeceu mentalmente que Calandra não pudesse vê-lo. Depois das saudações, vários dos presentes se interessaram por sua saúde aúde e a de sua famí famíllia ia;; o jovem ovem el elfo fo resp espond ondeu às perguntas e devolveu a cortesia. — O que transporta desta vez? — perguntou Gregor, entornando uma jarra em um longo trago. Depois, com um arroto de satisfação, devolveu a jarra ao fazendeiro para que a voltasse a enchê-lo. — Brinquedos — respondeu Paithan com um sorriso. Risadas satisfeitas e piscadas de cumplicidade. c umplicidade. — Entã Então, o, deve deve le levá vá-l -los os a norint — co come ment ntou ou um humano, que tinham apresentado como Hamish. — Exato — assentiu o elfo. — Como soube? 18
O gelo não existe de forma natural em nenhuma das terras conhecidas de Pryan. Começou a ser um artigo artigo de uso comum depois de sua descoberta descoberta,, durante durante os experimento experimentoss mágicos dos humanos humanos com o clima. O gelo é um dos poucos produtos fabricados pelos humanos para o qual existe demanda nas terras élficas. (N. do A.)
— Andam precisando de “brinquedos” por lá, conf co nfor orme me ouvi uvimo moss — resp espond ondeu Ha Ham mish. sh. As ris risadas adas cesssar ce aram am e outr utros hum humanos anos co conc ncor ord dar aram am co com m suas uas palavras com ar sombrio. Os mercadores elfos, perplexos, quiseram saber o por que daquilo. — Há guerra com os reis do mar? — aventurou Paithan, entregando ao fazendeiro sua jarra vazia. — Uma notícia assim alegr egraria Calandra. Enviaria uma uma ave mensageira para comunicar-lhe. Se algo podia deixá-la de bom humor era uma guerra entre os humanos. Já imaginava contar os benefícios que lhe reportaria. — Não — respondeu Gregor. — Os reis do mar têm seus próprios problemas se for certo o que ouvimos. Alguns humanos desconhecidos, chegados do outro lado do mar em tosc toscas as em emba barc rcaçõ ações es,, atra atracar caram am co como mo náufr náufrag agos os às costas do país dos reis do mar. À princípio, estes acolheram os refugiados, mas continuaram chegando mais e mais e agora é difícil alimentá-los e abrigá-los. — Que Que fiqu fiquem em por por lá — inte interv rvei eio o outr outro o me merrca cado dorr humano. — Nós já temos problemas suficientes na Thillia, para para re receb ceber er estran estranhos hos.. Os mercad mercador ores es elfos elfos escuta escutavam vam com co m o sor sorriso riso de co comp mpla lacê cênc ncia ia de quem quem não não se sent sente e afetado pelo que escuta, exceto no que se refere a seus negócios. Com Co m mai aiss hum humanos anos cheg chegan and do à regiã ião o só pod podia significar um aumento dos benefícios. — Mas... de onde saem esses humanos? — perguntou Paithan. Houve uma acalorada discussão entre os humanos, que só terminou quando Gregor declarou: — Eu sei de primeira mão, pois falei com algum deles. Dizem vir de um reino conhecido como Kasnar, que está muito longe ao norint de nossas terras, do outro lado do mar Sussurrante. — Por que fugiram de sua pátria? Por acaso alguma grande guerra está acontecendo por lá? — insistiu Paithan, pergun perguntan tando-s do-se e mental mentalmen mente te se seria seria muito muito difíc difícil il freta fretarr
um navio para transportar um carregamento de armas tão longe. Gregor moveu a cabeça em negativa, arrastando sua barba vermelha sobre o peito colossal. — Não se trata de uma guerra — respondeu com voz grave. — Falam Falam de destruição. De destruição total. Ruína, morte e destruição. Paithan notou umas pegadas pisando sua tumba e sent sentiu iu um form formig igam amen ento to nas nas mã mãos os e pés. pés. Devi Devia a ser ser o vingin, pensou, e deixou imediatamente a jarra na mesa. — Do que se trata ent então? Dragões? Não posso acreditar. Quando se ouviu que um dragão atacasse um assentamento? — Não, até os dragões fogem dessa ameaça. — Então, o que é? Gregor olhou ao seu redor com ar solene antes de responder. — Titãs. Paithan e outros elfos se olharam, boquiabertos, e finalmente caíram na gargalhada. — Grego egor, velho enrolão! Desta vez me pegou direitinho! — Paithan enxugou as lágrimas que escorriam de seus seus ol olho hos. s. — Eu pago pago a pró próxima xima ronda onda.. Refug efugia iado doss e náufragos...! Os humanos permaneceram em silêncio, com expressões cada vez mais sombrias e abatidas. Paithan os viu trocar olhares lúgubres e conteve sua hilaridade. — Vamos, Gregor, uma brincadeira é uma brinc rincad adei eira ra!! Rec econ onhe heço ço que já esta estava va ca callcul culand ando os possíveis benefícios para meus cofres. Creio que todos o fazíamos fazíamos — acrescent acrescentou, ou, apontando com um gesto gesto para os outros elfos, — mas já é suficiente. — Infelizmente não é uma brincadeira, meus amigos — respondeu Gregor. — Eu falei com essa gente. Vi o terror em seus rostos e o ouvi em suas vozes. Seres gigantescos, de fei feiçõ ções es e co corp rpo o idên idêntticos icos aos huma humano noss, mas cuj cuja estatura ultrapassa as copas das árvores, apareceram em suas terras procedentes do norint . São capazes de partir as
rochas com sua voz e destroem tudo em seu caminho. Agarram os humanos em suas mãos enormes e os jogam ao chão ou os espremem entre seus dedos até matá-los. Não há arma capaz de detê-los. detê-los. As flechas lhes fazem o mesmo efei efeitto que que a pica cada da de um mosq osquit uito. As esp espadas adas não não penetram em sua pele curtida, embora não lhes causassem muito dano se o fizessem. O peso das palavras de Gregor era opressivo para os presentes e todos o escutavam em atento silêncio, embora alguns ainda continuassem movendo a cabeça em gesto de incre incredul dulid idade ade.. Outro Outross mercad mercador ores es,, ao observ observar ar a solen solene e reuni eunião ão,, apr aproxima ximara ram m-se -se par ara a ver o que ac acon onte teci cia a e acrescentaram seus próprios rumores aos que já corriam entre os reunidos. — Kasnar era um grande império — continuou Gregor, — e agora desapareceu, completamente arrasado. De uma naçã nação o anti antiga game ment nte e pode podero rosa sa só re rest stou ou um punh punhad ado o de gent gente e que que fugi fugiu u em suas suas em emba barrca caçõ ções es atra atravé véss do ma marr Sussurrante. O faze fazend ndei eirro, vend vendo o que suas uas vend vendas as de ving vingin in diminuíam, colocou a torneira em um novo tonel. Todos se levantaram para encher de novo a jarra e começaram a falar de uma vez. — Titãs? tãs? Os seg seguid uidor ores es de São ão?? Ora, Ora, isso sso não não é apenas uma lenda! — Não seja sacrílego, Paithan. Se acredita na Mãe 19, tem que acreditar em São e seus seguidores, que governam a Escuridão. — Sim, Sim, Umba Umbar, r, todo todoss sabem abemos os que você você é muit muito o religioso! Se alguma vez entrasse em um dos templos da Mãe, provavelmente ele cairia em cima de você! Escute Gregor egor,, você você é um hom homem sens ensato; ato; não não me diga iga que acredita em duendes e espíritos. 19
Peytin, Matriarca do Paraíso. Os elfos acreditam que Peytin criou um mundo para seus filhos mortais. Para governá-lo, designou seus primogênitos, os gêmeos Orn e Obi. O filho menor, São, sentiu ciúmes deles e, depois de reunir os ambiciosos e belicosos humanos, empreendeu uma guerra contra seus irmãos. Esta guerra causou; a separação do mundo antigo. São foi banido para baixo e os humanos foram expulsos do antigo mundo e enviados a Pryan. Peytin criou uma raça, a élfica, e a enviou para restaurar a pureza pureza do mundo. (N. do A.)
— Não, mas acredito no que vejo e ouço. E vi coisas terríveis nos olhos dessa gente. Paithan observou fix fixamente seu interlocut cutor. Conhecia Gregor a anos e sempre tinha considerado aquele huma humano no co como mo uma uma pess pessoa oa vale valent nte, e, sinc sincer era a e dign digna a de confiança. — Está bem. Aceito que tenham fugido de algo, mas por que temos que nos inquietar tanto? Seja o que for, é impossível que cruzem o mar Sussurrante. — Esses titãs... — O que forem... — ... poderiam descer através dos reinos anões de Grish, Klag e Thurn — prosseguiu Gregor em tom carregado de maus presságios. — De fato, chegaram rumores de que os anões estavam preparando-se para uma guerra. — Sim. Uma guerra contra os humanos, e não contra demônios gigantescos. Essa é a razão de seus dirigentes terem exposto esse embargo de armas. Greg Grego or deu deu de om omb bros, os, quas uase ar arrreben ebenttand ando as costuras de sua camisa justa; depois, sorriu e seu rosto barbudo pareceu partir-se em dois, com uma negra fenda de orelha a orelha. — Aconteça o que acontecer, Paithan, os elfos não têm com que se preocupar. Os humanos os deterão. Nossas lendas dizem que o Deus Cornudo nos submete a prova constantemente, nos enviando adversários dignos de nos enfrentar. Talvez, nesta batalha, os Cinco Senhores Perdidos retornem para nos ajudar. Foi dar um gole, fez uma careta e virou a jarra. Estava vazia. — Mais vingin! — exigiu. O granjeiro elfo abriu a torneira, mas não saiu nada. Golpeou os tonéis. Todos devolveram um deprimente som oco. Entre suspiros, os mercadores se levantaram, despedindo-se. — Paithan, meu amigo — disse Gregor, — perto do embarcadouro há um botequim. Agora estará abarrotado,
mas acredito que poderíamos conseguir uma mesa. — O corpulento humano flexionou os músculos e pôs-se a rir. rir. — Certam Certament ente e — assent assentiu iu Paithan aithan imedia imediatam tament ente. e. Seu capataz era um elfo competente e os escravos estavam exaustos. Não era provável que houvesse problemas. — Você encontra um lugar onde possamos nos sentar, e eu pagarei as duas primeiras rodadas. — Parece-me justo. Cambaleando ligeiramente, os dois se abraçaram (o braç braço o de Greg Gregor or quas quase e sufo sufoca cand ndo o o esbe esbelt lto o el elfo fo)) e se dirigiram para o mole. — Ouça, Gregor, você que esteve em tantos lugares — comentou Paithan, — ouviu falar de um feiticeiro humano chamado Zifnab?
CAPITULO 10
VARSPORT, THILLIA THILL IA Paithan e sua caravana puderam cruzar na balsa no ciclo seguinte. A travessia demorou um ciclo inteiro e o elfo não desfrutou da viagem, pois teve que suportar os efeitos da ressaca do vingin. Os elfos tinham fama de maus bebedores, de não ter a menor resistência para o álcool, e Paithan sabia muito bem que não devia seguir o ritmo de Gregor. Mas recordou a si mesmo que estava na farra, que não havia ali nenhuma Calandra que o olhasse seve everamente por tomar um segundo copo de vinho no jantar. Além disso, o vingin tinha emba em baci ciad ado o a le lemb mbra ranç nça a do feit feitic icei eirro huma humano no,, de sua sua estúpida profecia e dos lúgubres contos sobre gigantes de Gregor. O estalo estalo constante constante do cabrestan cabrestante te giratóri giratório, o, os bufos e chiados dos cinco javalis que puxavam e os constantes gritos do humano que conduzia os animais retumbavam como explosões na cabeça do elfo. O cabo que caia da embarcação por cima da água, recoberto de uma substância gordurosa e escorregadia, passava por cima de sua sua cabeç cabeça a e desa desapa pare reci cia, a, enros enrosca cand ndo-s o-se e em torn torno o do cabrestante. Apoiado em um fardo de mantas à sombra de
um toldo, com uma uma compressa úmi úmida sobre a test esta dolorida, Paithan contemplou a água que deslizava sob a quilha do navio, compadecendo-se de si mesmo. A balsa do golfo de Kithni estava em funcionamento fazia fazia sess sessen enta ta anos anos.. Paith aithan an lemb lembra rava va tê-l tê-la a vist visto o aind ainda a menino, em companhia do avô, durante a última viagem que os dois tinham feito antes que o velho desaparecesse para sempre na mata. Então, Paithan havia considerado a balsa como o invento mais maravilhoso do mundo e ficara tremendamente desconcertado ao saber que os humanos eram seus criadores. Com voz paciente, seu avô tinha explicado aquela sede humana pelo dinheiro e pelo poder que se conhecia como ambição, conseqüência da lamentável brevidade de suas suas vida vidas, s, e que que impu impuls lsio ionav nava a todo todo tipo tipo de esfo esforrça çada dass empresas. Os el elfo foss se apr apressa essara ram m a apr aprovei oveita tarr o serv serviç iço o de balsa, já que aumentava de forma notável o comércio entre os dois dois reino einos, s, ma mass co cont ntin inua uava vam m olha olhand ndo o para para ele ele co com m suspeita. Não tinham a menor duvida de que a balsa, como a maioria das empresas humanas, terminaria mal de um modo mo do ou outr outro. o. Enqu Enquant anto o não não chega chegass sse e esse esse mo mome ment nto, o, entre entretan tanto, to, os elfos elfos permit permitiam iam magnan magnanima imamen mente te que os humanos lhes prestassem prestassem serviço. Sentindo-se sonolento pelo chapinho da água e os vapores de vingin que ainda flutuavam em sua cabeça, Pai aith than an fico ficou u dorm dormin indo do sob sob o ca calo lorr. Ante Antess de sumi sumirr no sonho, sonho, lembrou lembrou vagamente vagamente o Gregor Gregor metido em uma briga e quase provocando que os matassem (a ele e a Paithan). Quan Quando do desp desper erto tou, u, Quin Quinti tin, n, o ca capa pata taz, z, sacu sacudi dia-o a-o pelo pelo ombro. — Auana! Auana20 Quindiniar! Acorde! O navio está ancorando. Paithan se levantou com um gemido, sentia-se um pouco melhor. Embora a cabeça continuasse pulsando, ao menos não tinha mais a impressão de que ia perder os 20
Palavra élfica que significa “Chefe”. (N do A)
sentidos ao menor movimento. Ficou em pé cambaleando e atravessou a abarrotada co cob berta, onde nde os escravos perm perman anec ecia iam m agac agacha hado doss sobr obre o piso piso de ma made deir ira, a, ao descoberto e sem nenhuma proteção contra o sol ardente. Os escr escrav avos os não não pare pareci ciam am se impo import rtar ar co com m o calor calor.. Só usav usavam am uma uma tang tanga, a, indu indume ment ntár ária ia ac acei eitá táve vell já que que não não havi havia a escr escrav avas as.. Paith aithan an,, que que tinha tinha co cobe bert rto o até até o últi último mo centímetro de sua pele branca, contemplou a pele morena, quas quase e negr negra, a, daqu daquel eles es huma humano noss e rec ecor ordo dou u a enor enorme me distancia que havia entre as duas raças. — Calandra tem razão — murmurou para si mesmo. — Não são mais que animais e nem toda a civilização do mundo mudará este fato. Não deveria ter me juntado ao Gregor ontem à noite. De hoje em adiante, ficarei com os de minha própria raça. Paithan manteve esta firme resolução durante, mais ou menos, uma hora. Para então, sentindo-se muito melhor, estar de novo em companhia de um Gregor machucado mas sorridente enquanto ambos permaneciam na cauda, esp esper eran ando do a vez vez de apr apresen esenta tarr seus seus doc ocum umen ento toss às autoridades do porto. Paithan se mostrou alegre e animado dura durant nte e a lo long nga a espe espera ra.. Quan Quando do Greg Gregor or o deix deixou ou para para passar na inspeção da alfândega, o elfo surpreendeu a si mesmo escutando a conversa de seus escravos humanos, que que pare pareci ciam am sent sentir ir uma uma ridí ridícul cula a exci excita taçã ção o ao volt voltar ar a encontrar-se encontrar-se em sua pátria. Se tanto apreciavam sua terra, como se deixaram vender como escravos?, perguntou-se Paithan ociosamente, guardando sua vez em uma fila que se movia com a lentidão de uma lesma do musgo enquanto os funcionários de al alfâ fând ndeg ega a hum humanos anos fazi faziam am inum numer eráv ávei eiss per ergu gunt nta a absurdas e manuseavam a mercadoria dos mercadores que lhe precediam. Durante a espera surgiram brigas, geralmente entre humanos que, quando eram surpreendidos com uma carga de contrabando, pareciam adotar a atitude de que a lei deve aplicar-se aplicar-se a todos, menos a eles mesmos. Os mercadores elfos raras vezes tinham
problemas nas fronteiras pois, ou obedeciam escrupulosamente as leis ou, como Paithan, recorriam aos meios sutis e discretos para ignorá-las. Por fim, um dos funcionários indicou que se apr aproxima ximass sse. e. Paith aithan an e seu seu ca capa pata tazz avan avança çara ram m co com m os escravos e os tyros. — Que ca carrga está levando? — disse o homem, olhando fixamente para os cestos. — Brinquedos mágicos, senhor — respondeu Paithan com um sedutor sorriso. O funcionário observou-o atentamente. — Bom momento para trazer brinquedos... — murmurou. — A que te refere, senhor? — A esses rumores de guerra, é claro. Não me diga que não ouviu comentários a respeito! — Nenhuma palavra, senhor. Com quem luta utam atua atualm lmen ente te?? Co Com m a Str Strethi ethia, a, possi ossive velm lmen ente te,, ou co com m a Dourglasia? — Nada disso. Não esbanjaríamos nossos dardos com essa escória. Corre o rumor de que guerreiros gigantes vêm do norint . — Ah, isso! — Paithan deu de ombros com ar cond co ndes esce cend nden ente te e ac acre resc scent entou ou:: — Ouvi Ouvi algo algo a respe espeit ito, o, mas não lhe dei importância. Os humanos, estão preparados para fazer frente a um risco assim, não é? — É claro que sim — declarou o funcionário. Suspeitando que era objeto de uma brincadeira, cravou a vista no elfo. Paithan tinha uma expressão angelical quando explicou, com língua suave como a seda: — As crianças adoram nossos brinquedos mágicos e falt falta a pouc pouco o para para a fest festa a da Sant Santa a Thil Thilli lia. a. Voc ocê ê não não vai vai querer que os pequenos se decepcionem, não é? — inclinou-se para frente com ar confidencial e acrescentou: — Creio que você seja avô, estou errado? O que acha de ganhar alguns presentes e nos esquecemos dos trâmites rigorosos?
— Sou avô avô, é ce cerrto — resp espond ondeu o func funcio ioná nárrio io,, carrancudo e severo. — Tenho dez netos, todos menores de quatro anos, e todos eles vivem em minha casa. Abra esses cestos! Paithan percebeu que tinha cometido um erro tático. Com o suspiro do inocente condenado injustamente, voltou a dar de ombros e se encaminhou ao primeiro dos cestos. Quintin desatou as correias com solícita e serviçal presteza. Os escravos próximos à ce cen na observavam com uma expressão expressão que Paithan reconheceu como de alegria contida, o que lhe inquietou muito, por que diabos davam aqueles sorrisos? sorrisos? Era quase como se soubessem... O funcionário de alfândegas elevou a tampa do cesto. Um montão de brinquedos de cores gritantes brilhou à luz do sol. O humano, com um olhar de soslaio a Paithan, afundou a mão no cesto. Retir etirou ou-a -a imed imedia iata tame ment nte e co com m uma uma exclam clamaç ação ão,, sacudindo os dedos. — Algo me mordeu! — disse em tom acusador. Os escr escrav avos os expl explod odir iram am em risa risada das. s. O ca capa pata taz, z, surp surpre reso so,, est estalou o chico cotte ao seu redor e não demorou para restaurar a ordem. — Lamento muitíssimo, senhor. — Paithan se apressou a fechar o cesto. — Deve ter sido uma caixa de surpresas. Gostam muito de morder. Lamento realmente. — E vai vend ender ess esses brinquedo edos malévolos às crianças? — exclamou o funcionário, chupando o polegar ferido. — Alguns pais desejam certa carga de agressividade nos nos brin brinqu qued edos os,, senh senhor or.. Nã Não o quer querer erá á que que os pequ pequen enos os sejam uns fracos, não é? Hum... senhor... eu inspecionaria com especial cuidado esse cesto. Aí estão as bonecas. O funcionário de alfândegas afastou a mão, titubeou e o pensou melhor. — Está bem, sigam sigam em frente. Suma daqui. daqui. Paithan deu a ordem a Quintin, que pôs imediatamente os escravos a puxar das rédeas dos tyros.
Fac ace e às rec ecen ente tess ma marrca cass de chic chicot otad adas as na pele pele,, algu al guns ns dos dos escr escrav avos os co cons nser erva vava vam m ai aind nda a a expr xpressã essão o zombeteira e Paithan se admirou por aquele estranho traço de caráter dos humanos que os fazia fazia aproveitar aproveitar da desdita desdita alheia. Os documentos de embarque foram inspecionados e aprovados rapidamente e Paithan os guardou no bolso de seu capote de viagem, fechado com um cinturão. Depois de uma cortês reverencia reverencia ao funcionário funcionário,, dispunha-s dispunha-se e a correr correr atrás de sua caravana quando notou uma mão que lhe agarrava o braço. Seu bom humor começou a desaparecer rapidamente. Notou uma pontada nas têmporas. — Sim, senhor? — disse enquanto se voltava, com um sorriso forçado. O funcionário de alfândegas se inclinou para ele. — Quanto quer por dez dessas caixas surpresa? A viag viagem em por ter erra rass hum humanas anas tra rans nsco corrreu sem sobre sobressa ssalto ltos. s. Um dos escrav escravos os fugiu, fugiu, mas Paithan aithan tinha tinha previsto tal eventualidade levando consigo mais homens do que precisava, e a maioria deles não lhe preocupava pois tinha escolhido deliberadamente a humanos que deixavam famí famíli lia a em Equi Equila lan. n. Ao que que par parec ecia ia,, um escr escrav avo o tinh tinha a escolhido a liberdade, ao invés de voltar com sua mulher e seus filhos. Sob a influência das histórias de Gregor, a profecia de Zifn Zifnab ab com omeç eço ou a tort tortur uráá-llo de nov novo. Pai aith than an tent tentou ou descobrir todo o possível sobre os gigante ntes que se aproximavam e, em cada botequim que visitou, encontrou algu alguém ém co com m algo algo que que co comen menta tarr a respe espeit ito. o. Entre Entreta tant nto, o, pouco a pouco foi convencendo-se de que se tratava de um mero rumor sem fun fundamento. Além de Grego egor, não encontrou um só humano que tivesse falado realmente e pessoalmente com algum dos refugiados. — O tio de minha mãe conheceu três deles, e contou a minha mãe o que lhe disseram e...
— O filho do meu segundo primo estava em Jendi no mês passado quando chegavam os navios e falou com meu primo, que o contou ao seu pai, e ele me contou. — Um mendigo que estava ali... Finalm nalmen ente te,, Pai aith than an cheg chegou ou co com m ce cert rto o al alív ívio io à conclusão de que Gregor tinha vendido caramelo de soom.21 O elfo afastou de sua mente a profecia de Zifnab. Completa, C ompleta, definitivamente. Paithan cruzou a fronteira de Marcinia com a Terncia sem que os sentinelas sequer olhassem para os cestos. Estuda Estudaram ram os docum document entos os de embar embarque que assina assinados dos pelo pelo funcionário de Varsport com gestos aborrecidos e lhe deram passagem. O elfo aproveitava da viagem e não se apressou. Fazia um tempo especialmente bom e os humanos, em sua maior parte, eram amistosos e corteses. É claro, encontrou esporádicos comentários hostis que chamavam os elfos de “ladrões de mulheres” e “asquerosos escravagistas” mas Paithan, que não se alterava por nada, fez ouvidos surdos ou os desculpou com uma gargalhada e um oferecimento de pagar a rodada seguinte. Paithan aithan se senti sentia a atraíd atraído o pelas pelas mulher mulheres es humana humanass tanto quanto qualquer elfo mas, tendo viajado longamente por terras humanas, sabia que flertar com uma delas era a maneira mais fácil de arriscar-se a perder uma das orelhas (e talvez outras partes de sua anatomia). Assim, conseguiu dominar seus impulsos e se contentou lançando olhares de admi admira raçã ção o ou rouba oubarr um brev breve e beij beijo o em al algu gum m ca cant nto o escuro. Se a filha do hospedeiro ia a sua porta no meio da noite, desejosa de comprovar a lendária capacidade dos varões elfos, Paithan sempre tinha cuidado de tirá-las de sua cama ao chegar a hora brumosa, antes que alguém se levantasse para iniciar a jornada. O el elfo fo e sua ca cara rav vana ana cheg chegar aram am ao des destino tino,, ao peq pequeno ueno e insos nsosso so povo ovoado ado de Griff riffiith, th, com al algu gum mas semanas de atraso em relação à data prevista. Paithan se 21
Expressão élfica que significa agir com certa uma falsidade. O caramelo de soom é um produto humano muito apreciado pelos elfos, elfos, que são terrivelmente gulosos. O caramelo tem um sabor delicioso, mas comido em excesso pode ter penosas conseqüências no sistema digestivo dos elfos. (N. do A.)
sent sentia ia bast bastan ante te sati satisf sfei eito to da trav traves essi sia, a, co cons nsid ider eran ando do o quan quanto to er era a ar arri risc scad ado o viaj viajar ar pelo peloss esta estado doss thil thilli liano anoss em permanente conflito. Quando chegou ao botequim A Flor do Bosq Bosque ue,, oc ocup upou ou-s -se e de al aloj ojar ar os escr escrav avos os e os tyr tyros no estábulo, procurou um lugar para o capataz e alugou um quarto na estalagem para ele. Na Flor do Bosque não estavam habituados a alojar hósp hósped edes es elfo elfos, s, por por isso isso o prop propri riet etár ário io estu estudo dou u por por um longo momento o dinheiro de Paithan e fez soar a moeda sobre a mesa para assegurar-se de que era de madeira nobre. Depois de comprovar que o dinheiro era autêntico, o homem se mostrou mais cortês. — Como disse que se chama? — Paithan Quindiniar. — Hum. Hum... .. — O tabe taberrneir neiro o grun grunhi hiu. u. — rec eceb ebii duas duas mensagens para você. Uma foi entregue em mãos; a outra chegou por um ave mensageira. — Muito obrigado — respondeu Paithan, lhe entr entreg egan ando do outr outra a mo moed eda. a. A atit atitud ude e serv servil il do dono dono do botequim se intensificou notoriamente. — Deve estar com fome, senhor. Sente-se na sala comum e trarei algo para molhar o gogó. — Que não seja vingin — disse Paithan, e se foi para a sala com as cartas na mão. Uma das missivas era de humana; o elfo percebeu porque vinha em um fragmento de pergaminho que já havia sido sido utili utilizad zado o anteri anteriorm orment ente. e. Tentara entaram m apagar apagar o escri escrito to original, mas não conseguiram. Depois de desatar a cinta, suja e desfiada, Paithan desenrolou a carta e, com alguma dificuldade, leu a mensagem escrita sobre o que parecia ter sido uma notificação de impostos. “Quindiniar, “Quindiniar, chega com atraso. A presente.... ...a você. tivemos que sair ... viagem ... ter contente ao cliente. Voltaremos...” oltaremos...”
O elfo se aproximou da janela e observou o pergaminho na luz mas não houve modo de decifrar quando voltariam. Assinava a carta, com um tosco gancho de ferro, um tal Roland Hojarroja. Paithan tirou do bolso os documentos de embarque e procurou o nome do cliente. Ali estava consignado, com a caligrafia precisa e direita de Calandra. Roland Hojarroja. O elfo deu de ombros, jogou a carta no lixo e, em seguida, lavou as mãos e a consciência. O dono do local se apressou a lhe levar uma jarra de cerveja espumante. Paithan a provou e comentou que era exce excele lent nte; e; suas suas pala palavr vras as deix deixar aram am o tabe tabern rnei eirro muit muito o satisfei feito e seu esc escravo de por vida (ou, ao meno enos, enquanto tivesse dinheiro). Sentado em um reservado, com os pés sobre a cadeira que tinha em frente, Paithan se acomodou e abriu o outro pergaminho. A carta era de Aleatha, quem devia tê-la escrito por amor.
CAPÍTULO 11
MANSÃO DO QUINDINIAR, EQUILAN “Meu querido Paithan: Paithan: “Suponho que se surpreenderá por receber notícias minhas, pois não sou muito amante das cartas. Entretanto, estou certa de que não se ofenderá se disser a verdade: me ocorreu te escrever por puro aborrecimento. Certamente, espero que este noivado não dure muito, ou ficarei louca. “Sim “Sim,, quer querid ido o irmã irmão; o; aban abando donei nei me meus us “c “cos ostu tume mess lice licenc ncio ioso sos” s”.. Ao me meno nos, s, no mo mome ment nto o. Quan Quando do for for uma uma “respeitável mulher casada'' tenho intenção de levar uma vida mais interessante; só será preciso ser mais discreta que antes. “Como tinha previsto, nosso enlace provocou um bom escândalo. A mãe do barão é uma velha presunçosa que esteve a ponto de colocar c olocar tudo a perder. perder. A muito bruxa teve a coragem de contar a Durndrun que eu tinha tido uma caso com o conde R... que freqüentava certos estabelecimentos e que até tinha relações com os escravos huma humano nos. s. Em resum esumo, o, diss dissee-lh lhe e que que eu er era a indi indign gna a de gozar ozar do dinhei nheirro de Durn urndrun drun,, de sua sua ca cassa e de seu sobrenome. “Felizmente, eu tinha imaginado que aconteceria algo assim e consegui do meu “amado” a promessa de que me mant ma nter eriia cien ciente te das ac acus usaç açõe õess que sua sua queri uerida da mã mãe e for formula mulass sse e e me dari daria a a opor oportu tuni nida dade de de as rebat ebater er.. Durndrun cumpriu sua palavra, mas lhe ocorreu vir me ver, precisamente, em plena hora brumosa. Por Orn que, se for um co cost stum ume, e, vou vou tirá tirá-l -lo o em segu seguid ida! a! Mas Mas já não não havi havia a remédio e tive que fazer ato de presença. Por sorte, ao
contrário de algumas, eu sempre tenho bom aspecto ao despertar. “Encontrei Durndrun no salão, com ar muito sério e sério, sério, acomp acompanha anhado do de Cal Caland andra, ra, que pareci parecia a diver divertir tir-se -se muito com a situação. “Cal nos deixou sozinhos — o que é perfeitamente correto entre casais prometidos, sabe? — e, acredite ou não, querido irmão, o barão começou a me lançar à cara as acusações de sua mãe! “Naturalmente, eu estava preparada para isso. “Uma vez entendido o conteúdo exato das queixas (e sua fonte), deixei-me cair ao chão, desmaiada. (Desmaiar como sé deve é uma arte, sabe? É preciso cair sem se machucar e, preferivelmente, sem causar-se desagradáveis arranhados nos cotovelos. Não é tão simples como parece.) Ao ver isso, Durndrun se alarmou muito e se viu obrigado — é óbvio — a me pegar em seus braços e me depositar no sofá. “Recuperei “R ecuperei os sentidos bem a tempo de impedir que o barão pedisse ajuda aos criados e, ao vê-lo inclinado sobre mim, chamei-o de “descarado” e cai em e m lágrimas. De novo, ele se sentiu obrigado a tomar-me em seus braços. Eu, entre soluços incoerentes sobre minha honra manchada e sobre como poderia amar um homem que não confiava em mim, tentei afastá-lo, me assegurando de que, na agit agitaç ação ão segu seguin inte te,, me ra rasg sgas asse se a túni túnica ca e o barã barão o descobrisse que tinha posto a mão em um lugar inconveniente. “Ah, de modo que é isso o que pensa de mim!”, disselhe, e me joguei de novo sobre o sofá, não sem me assegu egurar de que, em meus frenéti éticos intentos por consertar o rasgo, só fizesse piorar ainda mais as coisas. Minh Minha a únic única a preo preocu cupa paçã ção o er era a que que Durn Durndr drun un cham chamas asse se ajuda. Por isso impedi que minhas lágrimas degenerassem em histeria. “Quando ficou em pé, observei pela extremidade do olho a luta que se debatia em seu peito. Sosseguei meus
soluços e voltei a cabeça, olhando-o através de um véu de cabelos loiros e com um tênue brilho sedutor nos olhos. “Reconheço que fui o que alguém poderia tachar de irresponsável”, irresponsável”, disse com voz apagava, “mas é que não tive uma mãe que me guiasse. Estou a muito tempo procurando alguém a quem querer e honrar com todo meu coração e agora que tinha encontrado...” “Não pude continuar. Afundei o rosto na almofada empapada em lágrimas e estendi o braço. “Vá!”, disse-lhe. “Sua mãe tem razão! Não mereço seu amor!” “Bem, Pait, estou certa de que já adivinhou o resto. Em menos do que se demora para dizer “matrimônio”, tinha o barão Durndrun a meus pés... suplicando meu perdão! Eu lhe concedi outro beijo e um longo e detido olhar antes de cobrir recatadamente os “tesouros” que não conseguirá até a noite de bodas. “Durndrun estava tão arrebatado de paixão que até falou de expulsar sua mãe de casa! Tive que pôr em ação toda minha capacidade de persuasão para convencê-lo de que acabaria querendo essa velha bruxa como à mãe que nunca conheci. Tenho alguns planos para a matrona. Ela ainda não sabe, mas vai cobrir minhas pequenas escapadas quando a vida de casada ficar f icar muito aborrecida. “Assi Assim, m, enco encont ntrro-me o-me a ca cami minh nho o do alta altarr. O barã barão o Durndrun falou com sua mãe em tom autoritário, pondo em seu conhecimento que íamos casar e declarando que, se não gostava da idéia, iríamos viver em outra parte. Isto, é claro, não me pareceu nada bem, pois a principal razão de me casar com ele é a casa, mas não me preocupou muito. A velha idolatra seu filho e cedeu em seguida, tal como eu estava certa que faria. “O ca cassam amen ento to ac acon onte tece cerá rá dent entro de uns uns quatr uatro o meses. Gostaria que fosse antes, mas é preciso cumprir certas formalidades e Calandra insiste que todo seja feito como co mo é devi devido do.. Enqu Enquant anto o cheg chega a o mo mome ment nto, o, não não re rest sta a outro remédio além de dar a impressão de que sou uma
donzela modesta e bem educada e ficar prudentemente em casa. Estou segura de que você rirá ao ler isto, Paithan, mas asseguro que não estive com nenhum homem em todo o mêss pass mê assado ado. Quan Quand do cheg chegar ar a noit noite e de bodas odas,, até até o próprio Durndrun me parecerá apetecível! “(Nã “(Não o esto estou u nada nada segu segura ra de pode poderr resis esisti tirr tant tanto o. Suponho nho que você não terá percebido, mas um dos escr escrav avos os huma humano noss é um exem empl plar ar ma magn gníf ífic ico o. É muit muito o inter nteres esssant ante fal falar co com m el ele e e até até me ens ensinou nou al alg gumas umas palavras nesse idioma animalesco que utilizam. Falando de animais, acha que será verdade o que dizem dos machos humanos?) “Lamento os borrões destas últimas linhas. Calandra entrou no quarto e tive que esconder a carta entre a roupa interior antes que a tinta secasse. Imagine o que Cal teria feito se lesse a última parte? “Por sorte, não é preciso que se preocupe. Pensando bem, acho que não seria capaz de ter uma relação com um humano. Não leve a mal, Pait, mas como pode suportar toc ocar ar a suas uas mulhe ulherres? es? Enfi Enfim, m, supo uponho nho que par para um homem é diferente. “Se estiver se perguntando que fazia Cal levantada estas horas tão inoportunas. Era por causa dos foguetes, que não a deixavam dormir. “Falando dos foguetes, a vida em casa foi de mal a pior desde que você partiu. Nosso pai e esse velho feiticeiro louco passam toda a hora de trabalho no porão, preparando seus projéteis, e toda a hora escura no jardim de trás, disparando-os. Acho que superamos todas as marcas no núme númerro de cria criad dos que nos nos aban aband donar onaram am.. Ca Call se viu viu obri obriga gada da a paga pagarr gran grande dess soma somass a vári várias as famí famíli lias as da cid cidade, ramos abaixo de nossa mansão, devido aos incên ncênd dio ioss ca caus usad ados os em suas uas mo mora rad dia iass. Noss osso pai e o feiticeiro enviam os foguetes para cima com a pretensão de que “o homem das mãos enfaixadas” os verá e saberá onde pousar!
“Ah, Paithan! Estou segura de que estará rindo, mas fal falo séri sério. o. A pobr pobre e Ca Call está está ar arra ranc ncan ando do os ca cabe belo loss de frustração e temo que eu não estou muito melhor. É obvio, nossa irmã está preocupada com o dinheiro e o negócio e pela pela visi visita ta do pref prefei eito to co com m uma uma peti petiçã ção o para para que que nos nos desfaçamos do dragão. “Estou preocupada ada com nosso pobre pai. Esse ardiloso humano tem nosso pai totalmente encantado com essa tolice da nave e de encontrar nossa mãe. Nosso pai não fala de outra coisa. Está tão excitado que não come e está mais magro a cada dia. Cal e eu estamos certas de que o velho feiticeiro tem algum plano, talvez fazer-se com a fortuna de nosso pai. Mas, se for assim, ainda não fez nenhum movimento suspeito. “Cal tentou em duas ocasiões subornar Zifnab, ou como quer que se chame, oferecendo mais dinheiro do que a maioria de humanos vêem em toda sua vida em troca de que vá embora e nos deixe em paz. Na segunda vez, o velho agarrou sua mão e, com uma careta de tristeza, diss dissee-lh lhe, e, “Mas “Mas,, quer querid ida a minh minha, a, se o dinh dinhei eiro ro não não tive tiverr importância...”. “Não “N ão tem tem impor ortâ tânc nciia! Que o dinhei nheirro não não tem importância! Até aquele momento, Cal o tinha tido por um louco mas, depois disso, considera-o um louco furioso e está convencida de que deveria estar encerrado em alguma parte. Acredito que ela mesma o faria, se não temesse a reação de nosso pai. “E houve um dia em que o dragão esteve a ponto de se solta. Lembra-se que o velho tem sob um feitiço sobre essa essa cria criatu tura ra (Orn (Orn sabe sabe co como mo e por por que) que)?? Tínha Tínhamomo-no noss sentado a tomar o café da manhã quando, de repente, produziu-se produziu-se uma terrível comoção fora fo ra da casa; esta tremeu t remeu como se fosse cair, os ramos se quebraram e as lascas se cravaram no leito de musgo, e apareceu pela janela da cozinha um feroz olho encarnado que nos olhou.
“Pegue egue outr outro o pão-d pão-doc oce, e, anci ancião ão!” !”,, diss disse e co com m voz voz ameaçadora. “Com muito mel. Precisa engordar, estúpido. Igual ao resto dessa carne roliça e suculenta que te rodeia!” “Cintilavam-lhe os dentes e a saliva gotejava de sua língua bífida. O humano estava pálido como um fantasma. Os escassos criados que ainda restavam em casa correram para a porta dando gritos. ““Viva!”, exclamou o dragão. “Comida rápida!” “O olho desapareceu. Corremos à porta principal e vimos a cabeça do dragão descer, com as mandíbulas a ponto de fechar-se sobre a cozinheira. ““Não! Ela não!”, gritou o feiticeiro. “Ela sabe fazer mara ma ravi vilh lhas as co com m o fran frango go!! Agar Agarrre ao mo morrdomo domo.. Nunc Nunca a gostei dele”, virou-se para nosso pai e acrescentou: “Não sabe ficar em seu lugar.” “Mas não pode deixar que coma c oma a todo o pessoal!” “Por que não?”, gritou Cal. “Que coma a todos! O que importa isso?” “Deveria ter visto Cal, irmão. irmão. Dava medo. Ficou Ficou tensa, rígida, e se limitou a ficar no alpendre dianteiro, com os braços braços cruzados cruzados e as feições duras duras como como pedra. pedra. O dragão dragão parecia brincar com suas vítimas, vítimas, empurrando-as como se fossem cordeiros, cordeiros, observando como se escondiam atrás das árvores e lançando-se sobre elas quando saíam em campo aberto. “E se lhe entr ntrega egarmos o mordomo e um par de criados? Para lhe temperar os ânimos, por assim dizer...” “Eu... temo que não”, respondeu respondeu nosso pobre pai, que tremia como uma folha. O humano exalou um u m suspiro. “Tem “T em razã azão, supon uponho ho.. Não devo abus abusar ar de sua hospitalidade. Embora seja uma lástima, porque os elfos são muito fáceis de digerir. Mas sempre fica com fome, depois.” O ancião começou a arregaçar as mangas. “Anões, não. Não voltarei a deixar que coma um anão, depois da última vez. Tive que passar a noite acordado ao seu lado. Vejamos. Como era esse feitiço? Bem... preciso de uma bola
de excrementos de morcego e uma pitada de enxofre. Não, um momento. Acho que me confundi de encantamento...” “E, depois disto, o velho começou a caminhar pelo jardim, com toda a calma do mundo em meio daquele caos, faland falando o consi consigo go mesmo mesmo sobre sobre excr excreme emento ntoss de morceg morcego. o. Então já tinha chegado um grupo de cidadãos, armados até os dentes. O dragão ficou encantado de ver tanta gente, e gritou não sei o que sobre “um bufê livre”. Cal estava plantada no alpendre, gritando: “coma a todos!”. Nosso pai retorceu as mãos e se jogou em um sofá. “Envergonho-me de dizer, Pait, mas me pus a rir. Por que me acontece isto? Devo ter alguma tara que me faz romper a rir quando um desastre acontece. Desejei com todo meu coração que estivesse presente para nos ajudar, mas não estava. Nosso pai não servia para nada e Cal não esta estava va muit muito o me melh lhor or.. Dese Desesp sper erad ada, a, desc descii co corr rrend endo o ao jardim e agarrei o feiticeiro pelo braço no mesmo instante em que se dispunha a elevá-los ao a o ar ar.. “Não tem que cantar algo?”, perguntei-lhe. “Já sabe, não sei o que sobre o conde Bonnie!” “Era só o que tinha entendido da cantilena. O humano pisc piscou ou e seu seu rosto osto se ilum ilumin inou ou.. Depo Depois is,, vir virou-s ou-se e e me lançou um olhar furioso, com a barba arrepiada. O dragão, enquanto isso, perseguia os cidadãos pelo jardim. “O que você quer?”, perguntou-me o velho, furioso. “Quer se encarregar de meu trabalho?” “Não, eu...” “Não “N ão coloq coloque ue o nari narizz nos nos assu assunt ntos os de feiti feiticei ceiro ros” s”,, insistiu com voz altissonante, “porque somos gente sutil e fácil de encolerizar. Não é meu; disse-o um mago meu amigo. Um tipo competente em seu trabalho, que sabia muito sobre joalheria. E tampouco era mau em foguetes. Embo Embora ra não não er era a el eleg egan ante te em sua indu indume ment ntár ária ia,, co como mo Merlin. Vejamos, como se chamava...? Raist... Não, esse era o jovem tão irritante que sempre estava dando machadadas e salpicando sangue. Muito desagradável. O nome do outro era Gand... Gand não sei o que...”
“Pus-me a rir como uma louca, Pait! Não pude evitar. Não tinha idéia do que o sujeito estava tagarelando. Era tudo tão ridículo! Devo ser uma pessoa realmente perversa. “O dragão!” Agarrei o ancião e o sacudi até que seus dentes chacoalharam. “Detenha-o!” “Zifnab me lançou um olhar doído. ““Ah, sim!, para você é muito fácil falar. Você não tem que suportá-lo depois!” “Depois com um novo suspiro, começou a cantar com voz aguda e tremula que atravessa a cabeça como uma fura furade deir ira. a. Co Como mo da vez vez ante anteri rior or,, o drag dragão ão le leva vant ntou ou a cabeça e olhou para o feiticeiro. Os olhos da criatura se nublaram os olhos e não n ão demorou para começar a balançarbalançarse ao ritmo da música. De repente, o dragão arregalou os olhos, olhou para o velho e deu um salto. “Senhor!”, disse com voz ensurdecedora. “O que faz aqui fora, no meio do jardim, em roupa de dormir? Não tem vergonha?” “A cabeça do dragão serpenteou sobre o jardim e se abat abateu eu sobr sobre e noss nosso o pobr pobre e pai, pai, que tinh tinha a se enco encolh lhid ido o debaixo do sofá. Os cidadãos, vendo distraída à criatura, começaram a levantar suas armas e a aproximar-se dela cautelosamente. “Perdoe-me, maese Quindiniar”, disse o dragão com voz rouca e ressonante. “É tudo minha culpa. Esta manhã não não cheg chegue ueii a temp tempo o de aten atende derr me meu u am amo o.” O drag dragão ão volt voltou ou a ca cabe beça ça para para o anci ancião ão feit feitic icei eirro. “Senh “Senhor or,, tinh tinha a preparado a levita malva com as calças de raias finas f inas e...” “Levita-a malva?”, interrompeu-o o velho, gritando. “Acaso se viu alguma vez Merlin passear por Camelot e lançar encantamentos vestido com uma levita malva? Por todos os sapos, creio que não! Não conseguirá que...” “Perdi “P erdi o resto da conversa, pois tive que me dedicar a convencer os cidadãos de que voltassem para casa. Na realidade, não teria me aborrecido acabar com o dragão, mas era evidente que suas armas não podiam lhe causar dano e havia a possibilidade de que quebrassem o feitiço.
Por certo, foi pouco depois desta cena, à hora do almoço, que chegou o prefeito com a petição. “Depois disso, Pait, algo parece ter se quebrado no interior de Cal. Agora, nossa irmã não faz o menor caso da pres presenç ença a do feit feitic icei eiro ro e seu seu drag dragão ão.. Simp Simple lesm smen ente te,, age age como se não existissem. Não dirige a palavra ao humano; nem sequer olha para ele. Passa todo o tempo na fábrica ou encerrada em seu escritório. Tampouco fala com nosso pai, embora ele nem tenha percebido pois está muito atarefado com seus foguetes. “Bom, Paithan, por enquanto são essas as novidades. Tenho que concluir para me deitar. Amanhã vou tomar chá com a mãe de Durndrun e acredito que trocarei minha taça pela sua, apenas para o caso dela ter colocado um pouco de veneno. “Ah! Quase me esqueci. Cal diz que o negócio vai de vento em popa, devido aos rumores de problemas proce proceden dentes tes do norint . La Lame ment nto o não não ter ter pres presta tado do ma mais is atenção, mas já sabe quanto me aborrece falar de negóc negócio ios. s. Supo Suponho nho que que isso isso sign signif ific ica a ma mais is ganh ganhos os ma mas, s, como diz o ancião, o que importa o dinheiro? “ Volte logo, Pait, e me salve desta casa de loucos! “Sua irmã que te quer, “Aleatha”
CAPITULO 12
GRIFFITH, TERNCIA, THILLIA Concentrado na carta de sua irmã, Paithan percebeu vaga vagame ment nte e que que algu alguém ém entr entrav ava a no bote botequ quim im,, ma mass não não levantou a vista até que uma bota, com um enérgico chute, tirou-lhe a cadeira em que apoiava os pés. — Já era hora! — disse uma voz no idioma dos humanos. Paithan ergueu a vista e encontrou o olhar de um humano alto, musculoso, de boa compleição e com uma longa cabeleira loira presa na nuca com uma tira de couro. O homem tinha a pele muito bronzeada exceto onde as roupas a cobriam e Paithan pôde apreciar que, naturalmente, era branca e corada como a de um elfo. Seus olhos azuis eram francos e amistosos e em seus lábios havia um sorriso amistoso. Vestia os calções de couro com franjas e a túnica de pele sem mangas habituais entre os humanos. — Quincejar? — Disse o indivíduo, estendendo a mão. — Sou Roland. Roland Hojarroja. Prazer em conhecê-lo. Paithan dirigiu um rápido olhar à cadeira, derrubada no meio do botequim em conseqüência do chute. “Bárbaros”, pensou. Mas de nada serviria se zangar, de modo que fico cou u em pé, e apertou a mão do humano segu seguin indo do aque aquele le estr estran anho ho co cost stum ume e que el elfo foss e anõe anõess achavam tão ridículo.
— Meu nome é Quindiniar. Me acompanha em uma bebida, por favor — respondeu, sentando-se de novo. — O que gosta de tomar? — Fala nosso idioma bastante bem, sem esse estúpido ceceio da maioria dos elfos. — Roland agarrou outra cadeira e sentou-se. — O que você está bebendo? — Agar garrou a ja jarrra quas uase chei cheia a de Paitha ithan n e far farej ejou ou seu conteúdo. — Isso está bom? Normalmente, a cerveja por aqui aqui par parec ece e mijo mijo de bode bode.. Ei, Ei, tabe tabern rnei eirro! Tra raga ga outr outra a rodada! Quan Quando do cheg chegar aram am as bebi bebida das, s, Roland oland elev elevou ou sua sua jarra. — Pelos brinquedos! Paithan tomou um gole. O humano bebeu a sua de um gole. Piscando e secando as lágrimas, acrescentou com olhos chorosos: — Não está ruim. Vai terminar a sua? Não? Eu me encarrego disso então. Não posso permitir que se desperdice. — Esvaziou a outra jarra e, quando terminou, deixou-a sobre sobre a mesa com um u m forte golpe. — Pelo que estamos brindado? Ah, já recordo! Pelos brinquedos. Já era hora, como dizia. — Roland se inclinou para frente, lançando seu fôlego de cerveja ao nariz do Paithan por cima da mesa. — Os meninos estavam impacientes! Fiz tudo que pude para aplacar os pequenos... Suponho que entende a que me refiro, não é? — Nã Não o esto estou u muit muito o segu segurro — respo espond ndeu eu Pai aith than an brandamente. — Quer tomar outra jarra? — Certamente. Taberneiro! Mais dois! — Por minha conta — acrescentou o elfo ao observar o gesto carrancudo do proprietário do local. Roland baixou a voz. — Os me meni nino nos. s... .. Os co comp mpra rado dorres, es, quer quer dize dizer, r, os anões... estão realmente impacientes. O velho Barbanegra queri ueria a me ar arra ranc ncar ar a ca cab beç eça a quan quand do lhe lhe diss isse que o embarque se atrasaria. — Está vendendo as... os brinquedos aos anões? anõe s?
— Sim. Há algum problema, Quinpar? — Quindiniar. Não, só que agora entendo como pode pagar um preço tão alto. — Cá entre nós, os idiotas teriam pago o dobro para conseguir o que vendemos. Estão muito excitados por não sei que contos infantis sobre uns gigantes humanos. Mas você mesmo verá ... Roland deu um longo gole na cerveja. — Eu? — Paithan sorriu e moveu a cabeça de um lado e outro. — Deve ter se confundido. Uma vez que tenha pago, os “brinquedos” são seus. Preciso voltar para minha casa. Nestes tempos estamos muito ocupados. o cupados. — E como acha que vamos transportá-los? — Roland passou a manga pelos lábios. — Levando os cestos em cima da cabeça? Vi seus tyros no estábulo. Tudo está perfeitamente embalado e podemos ir e voltar em pouco tempo. — Sinto muito, Hojarroja, Hojarroja, mas isto não estava incluído no trato. Pague o dinheiro e... — Mas... não acha que o reino dos anões ser eriia fascinante? Iss Isso foi foi dito pel ela a voz de uma mulher, atrás de Paithan. — Quincehart — disse Roland, fazendo um gesto com a jarra. — Apresento-lhe minha esposa. O elfo ficou em pé educadamente e se virou para a mulher. — Meu nome é Quindiniar. — Prazer em conhecê-lo. Sou Rega. Era uma humana de baixa estatura, cabelos negros e olhos escuros. Sua roupa, de couro com franjas como a de Roland, cobria seu corpo e deixava pouco deste à imag imagin inaç ação ão.. Seus Seus ol olho hos, s, prot proteg egid idos os por por umas umas lo long ngas as pestanas negras, pareciam cheios de mistério. Estendeu-lhe a mão e Paithan tomou-a na sua mas, em vez de estreitá-la como co mo a mulh mulher er par parec ecia ia esper esperar ar,, le levo vouu-a a ao aoss lá lábi bios os e depositou um beijo em seus dedos.
A humana ruborizou e deixou que sua mão permanecesse alguns instantes na do elfo. — Veja isto, marido. Você nunca me tratou assim! — Porque é minha mulher — replicou Roland dando de ombros, ombros, como se aquilo aquilo resolves resolvesse se a questão. questão. — SenteSentese, Rega. O que quer tomar? O de costume? — Um copo de vinho para a moça — Paithan pediu. Cruzou o botequim, voltou com uma cadeira e a colocou junto à mesa para que Rega a ocupasse. Ela deslizou para o assento com a agilidade de um animal. Seus movimentos foram rápidos, limpos e decididos. Rega ega lançou um sorriso ao el elffo, com a cabeç eça a lige ligeir iram amen ente te incl inclin inad ada a e o ca cabe belo lo,, escu escurro e bril brilha hant nte, e, acariciando seu ombro nu. — Convença Quinspar a ir conosco, Rega. A mulher manteve os olhos e o sorriso fixos no elfo. — Não tem que ir a algum lugar, Roland? — Tem razão. Estou cheio dessa maldita cerveja. Roland se levantou e saiu do botequim em direção ao pátio traseiro. O sorriso de Rega se alargou. Paithan viu dentes afiados, muito brancos, entre lábios que pareciam ting tingid idos os com o suco uco de al alg guma uma frut fruta. a. Quem Quem beij beijas assse aqueles lábios, provaria a doçura... — Eu gostaria que nos acompanhasse. Não vamos longe. Conhecemos a melhor trilha, passando pelas terras dos reis do mar, mas pelas regiões desabitadas. Por onde vamos, não há guardas de fronteira. O caminho é traiçoeiro às vezes, mas você não parece uma pessoa a quem incomoda um pouco de risco. — A mulher se aproximou um pouco mais e o elfo captou um leve aroma almiscarado que envolvia sua pele lustrosa de suor. Sua mão deslizou sobre a de Paithan. — Meu marido e eu nos aborrecemos tanto em nossa própria companhia... Pai aith than an per perce cebe beu u prem emed edit itaç ação ão em sua sua atit atitud ude e sedutora. Era lógico que percebesse: sua irmã, Aleatha, era uma mestra naquela arte e poderia dar lições para aquela humana. Para o elfo, tudo aquilo pareceu muito divertido e,
certa certame ment nte, e, um ver verdade dadeir iro o entr entret eten enim imen ento to depo depois is dos dos longos dias de viagem. Contudo, em algum canto de sua ment me nte, e, não não dei eix xou de per erg gunta untarr se a mulhe ulherr esta estari ria a disposta a entregar o que estava oferecendo. “Nunca estive no reino dos anões”, refletiu Paithan. “Nenhum elfo esteve ali. Talvez valha a pena ir.” Viu surgir uma uma imagem de Calandra; os lábios apertados, o nariz ossudo muito pálido, os olhos cham chamej ejan ante tes. s. Ficar icaria ia furio furiosa sa.. Uma Uma viag viagem em co como mo aque aquela la atrasaria sua volta por um mês, pelo menos. “Mas Cal, escute”, ouviu-se dizer. “Estabeleci contato comercial com os anões. Contato direto. direto. Sem intermediários que levem uma fatia...” — Espero que venha conosco. — Rega apertou sua mão. O elfo percebeu que a humana possuía uma força incomum em uma mulher, e que a palma da mão era áspera e calejada. — Apenas nós três não poderíamos dominar tantos tyros... — respondeu evasivamente. — Não nece cesssitamos de todos. — A mulher er era a prática, eficiente. Sua mão se atrasou uns instantes entre os dedos do elfo. — Suponho que trouxe brinquedos de verdade como cobertura, não é? Venda-o -oss. Depois carregaremos as... hum... a carga mais valiosa em apenas três tyros. Bem Bem, aqui aquilo lo podia odia func funciionar onar.. Pai aitthan han teve teve que reconhecer. Além disso, a venda dos brinquedos pagaria de sobra obra a via iag gem de vol volta de seu ca cap pataz ataz,, Qui Quintin ntin.. Os benefícios podiam moderar a fúria de Calandra. — Sendo assim, como poderia me negar? — respondeu, apertando um pouco mais sua mão cálida. No outr outro o extr xtrem emo o do bote botequ quim im soou soou uma uma panc pancad ada a e Rega ega retirou retirou a mão, ruborizada. — Meu mar ariido — murm urmurou urou.. — É ter erri rive velm lmen ente te ciumento! Roland cruzou de novo o local enquanto fechava a correia da braguilha. Ao passar pelo balcão, apropriou-se de
três jarras de cerveja destinadas a outros paroquianos e as levou para a mesa. Deixou-as cair sobre ela com estrépito, salpicando a tudo e a todos, e sorriu. — Bom, Quinsinard, minha esposa conseguiu convencê-lo? Você vem conosco? — Sim — confirmou Paithan, pensando que Hojarroja não se comportava como os maridos ciumentos que o elfo tinha conhecido. — Mas tenho que enviar de volta meu capataz e os escravos. Minha família necessita deles em Equilan. E me chamo Quindiniar. — Boa idéia. Quanto menos gente conhecer nossa rota, melhor. melhor. Ouça, importa-se que o chame de Quin? — Meu nome é Paithan. — Estupendo, Quin. Um brinde pelos anões. Por suas barbas e seu dinheiro. Que fiquem as umas, que eu e u ficarei o outro! — Roland se pôs-se a rir. — Vamos, Rega. Pare de beber esse suco de uva. Você sabe que não o suporta. Rega voltou a ruborizar. Com um olhar de desaprovação a Paithan, afastou o copo de vinho. Levando uma jarra de cerveja aos lábios tintos de suco, deu conta de seu conteúdo a grandes goles com ar experiente. “Que diabos!”, pensou Paithan, e bebeu sua cerveja de um gole.
CAPÍTULO 13
EM ALGUM LUGAR SOBRE PRYAN As lambidas de uma língua áspera e úmida e insist insistent entes es ganid ganidos os tirar tiraram am Haplo Haplo de sua incons inconsciê ciênci ncia, a, sentou-se com ar pensativo e com seus sentidos atentos ao mund mundo o que que o rodea odeava va,, em embo bora ra sua sua me ment nte e co cont ntin inua uass sse e tratando de se recuperar dos efeitos da sacudida que o tinha deixado desacordado. desacordado. Percebeu que estava na nave, deitado no camarote do capitão; havia um colchão estendido sobre um beliche de madeira presa ao casco da nave. O cão se deitou no cama de armar junto a ele, com os olhos brilhantes e a língua pendurada. Pelo visto, o animal se cansara e tinha deci decidi dido do que que seu seu dono dono esta estava va inco incons nsci cien ente te por temp tempo o suficiente. Ao que parecia, tinham conseguido. De novo haviam cruzado a Porta da Morte. O patr atryn não não se mo move veu u e prende endeu u a respi espirraç açã ão, aguç aguçan and do o ouvid uvido o e out outros senti entido dos. s. Não per perce cebe beu u nenhum hum perigo, ao contrário da última vez em que
atra atrave vess ssar ara a a Por orta ta.. A nave nave se ma mant ntin inha ha equi equili libr brad ada a e, embora não houvesse a menor sensação de movimento, concluiu que estava voando porque não tinha efetuado as modificações necessárias em suas instruções mágicas para que aterr aterris issas sasse. se. Observ Observou ou que várias várias runas runas brilh brilhava avam, m, anunciando que estavam ativadas. Estudou-as e viu que seus seus sign signos os má mági gico coss esta estava vam m re rela laci cion onad ados os com o ar ar,, a pressão e a manutenção da gravidade. Pareceu-l u-lhe estranho e se perguntou por que teriam entrado em ação. Hapl Ha plo o relax elaxou ou e ac acar aric icio iou u as or orel elha hass do cã cão. o. Uma Uma brilhante luz solar entrava pela escotilha do teto. Virando-se o patr patryn yn bisb bisbil ilho hoto tou u pela pela ja jane nela la para para obse observ rvar ar o novo novo mundo em que tinha chegado. ch egado. Não viu nada, exceto o céu e, muito longe, como um círculo de chamas brilhantes através da bruma, o sol. Ao menos, aquele mundo tinha um sol; de fato, tinha quatro. Lembrou que seu amo e senhor tinha dúvidas sobre aquele ponto e se perguntou brevemente por que os sartan não tinham incluído aqueles sóis em seus mapas. Talvez fosse porque, como Haplo tinha descoberto, a Porta da Morte estava localizada no centro daquele amontoado de sóis. Levantou-se da cama e se dirigiu à ponte. As runas do casco e das asas evitariam que a nave se chocasse contra qualquer qualquer objeto, mas não custava custava se assegurar assegurar de que não estava flutuando em frente a algum bloco gigantesco de granito. Logo comprovou que não era assim. A visão da ponte most mo stra rava va uma uma enor enorme me exten xtensã são o de ar vazi vazio o até até onde onde alcançava sua vista, em todas as direções: acima, abaixo e de ambos os lados. Haplo se agachou acariciando a cabeça do cão com ar ausente para que o animal ficasse quieto. Aquilo não estava em seus cálculos e não estava seguro do que fazer. De algum jeito, aquele vazio brumoso e de um tom azulado ligeiramente tingido de verde era tão aterrador como a feroz tormenta perpétua em que se viu lançado ao penetrar no mund undo de Arian riano o. O sil silênci êncio o que o envo envolv lvia ia ago agora
resultava tão perturbador como o estrondo ensurdecedor do Torvelinho. Torvelinho. Ao menos, a nave não era sacudida como um brinquedo nas mãos de um menino e a chuva não açoitava o casco, já prejudicado pela passagem através da Porta da Morte. Desta vez, o céu estava sereno, sem nuvens... e sem um só objeto à vista, salvo o sol ardente. Aquel uele cé céu u esp espaç aço oso produz oduzia ia um efei efeitto quas uase hipnótico sobre Haplo, e o patryn se obrigou a afastar o olhar dele. Depois, avançou até a pedra de governo da nave. Colocou as mãos sobre ela, uma de cada lado, e completou assim o círculo: a mão direita sobre a pedra, a pedra entre as mãos, a mão esquerda na pedra, a mão unida ao braço, o braço ao corpo, o corpo ao braço direito, e o braço à mão outra vez. Pronunciou as runas em voz alta. A pedra começou a emitir um resplendor azul entre suas mãos e a luz fluiu através delas. Haplo pôde ver as veias vermelhas de sua vida. A luz se tornou mais brilhante, até que quase não podia continuar obser erv vandoo-a a, e entrecerrou os olhos. O resplendor aumentou ainda mais e, de repente, alguns raios de potente luz azul surgiram da pedra em todas as direções. Haplo se viu obrigado a afastar o olhar, virando a cabeça para proteger-se do brilho ofuscante. Mas tinha que cont co ntiinuar nuar ol olha hand ndo o par para a pedr edra, tinha nha que que co cont ntin inua uarr observando. Quando um dos raios de navegação encontrasse uma massa sólida, uma possível terra onde atra atraca car, r, rico ricoch chet etear earia ia,, volt voltar aria ia para para a nave nave e ace acend nder eria ia outr outra a runa runa da pedr pedra, a, que que adqu adquir irir iria ia uma uma co corr verm vermel elha ha.. Haplo poderia então dar um rumo preciso à nave. O patryn esperou. Nada. A pac aciiênci ência a er era a uma uma virt virtud ude e que sua ra raça ça tinh tinha a aprendido a praticar no Labirinto e que tinha assimilado a base base de golp golpes es e de pena penali lida dade des. s. Se al algu guém ém per perdia dia a calm ca lma, a, se agia agia impu impuls lsiv iva a ou co com m prec ecip ipit itad adam amen ente te,, o Labirinto dava conta dele. Se tivesse sorte, esse alguém morria morria.. Se não, não, se conseg conseguis uisse se sobre sobreviv viver, er, re receb cebia ia uma
liçã lição o que que lhe lhe pers perseg egui uiri ria a pelo pelo resto esto de seus seus dia ias. s. Mas Mas aprendia. Sim, ele aprendia... Haplo aguardou, com as mãos na pedra. O cão se sentou a seu lado com as orelhas levantadas, os olhos alerta e a boca aberta em um sorriso de espera. Passou algum tempo. O cão se deitou no chão com as patas dianteiras estendidas e a cabeça erguida, sem deixar de olhá-lo e varrendo o chão com sua cauda pelu peluda da.. Passo assou u ma mais is temp tempo o. O cã cão o boce bocejo jou u e apoi apoiou ou a cab ca beç eça a ent entre as pat patas; as; ol olha hava va par ara a Ha Hap plo co com m ar de recri re crimin minaçã ação. o. Haplo Haplo contin continuou uou espera esperando ndo,, com as mãos mãos sobre a pedra. Os raios azuis tinham parado fazia um bom tempo. O único objeto que podia ver era o amontoado de sóis, reluzentes como uma moeda superaquecida. O patryn começou a se perguntar se a nave ainda voava. Não tinha como saber. Sob o controle da magia, os cabos não rangiam, as asas não vibravam e a nave não prod produz uzia ia o me meno norr ruíd ruído. o. Ha Hapl plo o preci precisa sava va de pont pontos os de referência, pois não havia nuvens nem n em terra alguma à vista. Não havia nenhum horizonte pelo qual guiar-se. O cão se deitou de lado e adormeceu. As runas permaneceram apagadas e sem vida sob suas mãos. Haplo notou que os afiados dentes do medo começavam a lhe roer por dentro. Disse a si mesmo que estava reagindo como um estúpido e não havia absolutamente nada a temer. “Precisamente isso”, respondeu uma voz dentro de sua cabeça. “Não há nada em lugar algum.” Será que a pedra não funcionava? A pergunta cruzou sua mente, mas Haplo a rechaçou imediatamente. A magia não falhava jamais. Quem a utilizava podia fracassar, mas Haplo estava seguro de ter ativado os raios corretamente. Imag Imagiinounou-os os via iajjando ando a incrí ncríve vell vel eloc ocid idad ade e no vaz vazio io,, afastandoo-sse até uma distância tremenda. Se não voltassem, como devia interpretar isso? Haplo meditou no assunto. Um raio de luz que brilha na escuridão de uma caverna ilumina o caminho até certa
distância, até que enfraquece e termina por desaparecer completamente. O raio é brilhante e concentrado quando surge de sua fonte, mas quando se afasta dela começa a decompor-se, a desagregar-se. Um calafrio percorreu sua pele e lhe arrepiou os pelos dos braços. O cão se levantou de repente, sentou-se sobre os quartos traseiros e mostrou as presas com um rosnado baixo. Os raios azuis eram incrivelmente poderosos. Teriam que viajar a uma distância tremenda antes de enfraquecerem a ponto de não poderem retornar. retornar. Ou teriam enc encontr ntrado algum tipo de obstáculo ulo? Haplo retirou lentamente as mãos da pedra. Acomodou-se junto ao cão e o acariciou. O animal, percebendo a inquie uietaçã ção o de seu amo, olhouhou-o o c om ansiedade, golpeando a coberta com a cauda e perguntando o que fazer. — Não sei — murmurou Haplo, observando o ar vazio e deslumbrante. Pela primeira vez em sua vida, sentia-se totalmente impotente. No mundo Ariano, tinha enfrentado uma batalha desesperada por sua vida e não tinha sentido o terror que sentia agora. No Labirinto enfrentara incontáveis inimigos muito superiores a ele em tamanho e em força — e, às veze vezes, s, em inte inteli ligê gênc ncia ia — e nunc nunca a tinh tinha a sucu sucumb mbid ido o ao pânico que começava a surgir em seu interior. — Já chega de tolices! — disse em voz alta, levantando-se de um salto com uma energia que assustou ao cão e o fez retroceder, saindo do caminho. Haplo percorreu a nave olhando por todas as janelas, olhando por todas as frestas e vãos, com a desesperada esperança de ver algo no céu azul esverdeado iluminado por aqueles malditos sóis ofuscantes. Subiu à coberta e saiu junto às enormes asas da nave. A sensação do vento lhe açoitando o rosto proporcionou a primeira indicação de que est estava ava se moven ovend do pel elos os ar ares es.. Agar arra rado do à am amu ura rad da, colocou a cabeça para fora do casco e contemplou o infinito vazio que se estend endia abaixo del ele e. E de repente nte se
perguntou se estaria olhando realmente para baixo. Talvez estivesse voando invertido e o que via estava acima. O patryn não tinha como saber. O cão ficou próximo da escada, levantou a cabeça e soltou um ganido. O animal tinha medo de subir. Haplo por um instante se imaginou caindo da coberta, caindo e caindo interminavelmente, e compreendeu que o cão não queria correr tal risco. As mãos do patryn, agarradas à amurada, estavam banhadas em suor. Com um esforço, retirou-as e voltou para baixo correndo. Uma Uma vez na ponte onte,, ca cam minho inhou u por el ela a co com m passo asso agitado e amaldiçoou sua covardia. — Maldição! — exclamou, ao mesmo tempo em que descarregava descarregava o punho contra a madeira. As runas tatuadas em sua pele impediram que se machucasse. O patryn nem sequer teve a satisfação de sentir dor. Furioso, dispunha-se a golpear de novo o casco quand uando o um lati atido sec eco, o, imp imper eriioso oso o detev eteve. e. O cã cão o se ergueu sobre as patas traseiras e pulou, suplicando que parasse. Haplo viu sua própria imagem refletida nos olhos aquo aquoso soss do anim animal al,, viu viu um home homem m agit agitad ado, o, à beir beira a da loucura. Os horrores do Labirinto não tinham quebrado seu ânimo. Por que, então, isto tinha que fazê-lo? fa zê-lo? Só porque não tinh tinha a idéi idéia a de par ara a ond onde ia, porque não não er era a ca cap paz de distinguir onde era acima e onde abaixo, a baixo, por aquela horrível sensação de estar condenado a vagar sem fim por aquele espaço vazio verde-azulado? “Basta!”, disse a si mesmo. Exalou um profundo suspiro e deu uns tapinhas no cão. — Está bem, moço, já me sinto melhor. melhor. Está bem. O cão voltou em pé, olhando para seu dono com inquietação. — Controle — disse Haplo. — Tenho que recuperar o controle. — A palavra lhe surpreendeu. — Controle. Perdi o controle; isto foi o que me aconteceu. Até no Labirinto,
sempre tive o domínio da situação, sempre tive a poss possib ibil ilid idad ade e de faze fazerr al algo go que afet afetas asse se me meu u própri óprio o destino. Quando enfrentei os caodín estava em inferi inferiori oridad dade e numéri numérica, ca, estava estava derro derrotad tado o antes antes de lutar, lutar, mas tive uma chance de agir. No fim, escolhi morrer, mas então você apareceu — acariciou a cabeça do animal — e decidi continuar vivendo. Agora não há nada que possa fazer, ao que parece. Não tenho a menor chance de agir... agir... Ou tinha? O pânico recuou; o terror desapareceu. E um raciocínio frio, lógico, encheu o espaço deixado. Haplo cruzou a ponte até a pedra de governo. Pôs as mãos sobre ela pela segunda vez, colocando-as sobre outra série de runa runass dife difere rent ntes es,, e pron pronunc uncio iou u as pala palavr vras as má mági gica cas. s. Os raios azuis surgiram de novo em todas as direções, desta vez com outro propósito. Nest Ne sta a oc ocas asiã ião o não não proc procur urav avam am ma maté téri ria, a, ter terra ou rocha. Agora procuravam sinais de vida. A espe espera ra foi foi inte interm rmin ináv ável el e Ha Hapl plo o já co come meça çava va a sent entir-s ir-se e de novo novo lança ançad do ao abi abismo neg negro do me med do quando, de repente, os raios voltaram. Haplo observou a cena, desconcertado. As luzes chegavam de todas direções, bombardeando-o e caindo sobre a pedra de cima, de baixo, de todas os lados. Aquilo era impossível, não fazia sentido. Como podia estar rodeado de vida por toda parte? Evocou a imagem do mund mundo o de Prya Pryan n co confo nform rme e tinh tinha a vist visto o no diag diagra rama ma dos dos sartan: uma esfera flutuando no espaço. Os raios deveriam ter ter cheg chegad ado o de uma uma só dir direç eção ão.. Ha Hapl plo o se co conc ncen entr trou ou,, est estudou udou as luzes uzes e, por por fim fim, dec eciidiu diu que os ra raiios que que cheg chegav avam am de trás trás de seu seu om ombr bro o esqu esquer erdo do er eram am ma mais is pote potent ntes es que que outr outros os.. Sent Sentiu iu-s -se e aliv alivia iado do e resol esolve veu u voar voar nessa direção. Haplo levou as mãos a outro ponto da pedra e a nave começou a virar lentamente, alterando o rumo. A cabine, até até aque aquelle mom omen entto ilumi uminad nada pelo pelo bril rilho dos sói óiss, come co meço çou u a escu escurrec ecer er e as somb sombra rass se al alar arga gara ram m na coberta.
Quando o raio ficou alinhado com o ponto certo da pedra, a runa emitiu uma brilhante cintilação avermelhada. O rumo foi estabelecido e Haplo retirou retirou as mãos. Com um sorriso, sentou-se junto ao cão e relaxou. Fizera tudo que podia. Agora navegavam para algo vivo, fosse o que fosse. Em relação aos outros sinais recebidos, tão tão desco esconc ncer erttante antess, Ha Hap plo só podi podia a supor upor que que tinh tinha a cometido algum engano. Não os cometia freqüentemente, mas decidiu que podia perdoar-se, perdoar-se, dadas as circunstâncias.
CAPITULO 14
EM ALGUM LUGAR DE GUNIS “Conhecemos as melhores rotas”, Rega havia dito a Paithan. Mas não existiam rotas melhores que outras. Só havia uma uma. E nem nem Rega ega nem nem Rol olan and d nunc nunca a a tinh tinha am vis visto. to. Nenhum dos dois irmãos tinha estado no reino dos anões, detalhe que não revelaram ao elfo. — O que pode ter de especial? — Roland havia dito a sua irmã. — Será como qualquer outra rota através da selva. Mas não era e, depois de alguns ciclos de viagem, Rega começou a pensar que tinham cometido um engano, ou vários. O caminho, onde podia ser chamado assim, era muito recente. Tinha sido aberto na selva por mãos anãs, o que significava que avançava por baixo dos níveis superiores das enormes árvores, onde humanos e elfos se sentiam mais confortáveis. O caminho dava voltas e voltas através de regiões sombrias e escuras. Nas escassas ocasiões em que a luz do sol chegava até eles, parecia refletida através de um telhado de vegetais. Lá em emba baix ixo, o, o ar par parec ecia ia pres preso o pelo peloss ra ramo moss que que ficavam acima. Era rançoso, quente e úmido. As chuvas torr torren enci ciai aiss sobr sobre e as co copa pass das das ár árvo vore ress desc descia iam m até até ali, ali, filtradas através de incontáveis ramos, folhas e leitos de musgo. A água não era clara e fresca, mas tinha uma cor escu escura ra e um inten ntensso sabor abor de mus musgo. Era Era um mund mundo o diferente, deprimente, e ao fim de um penton 22 de marcha, os dois humanos do grupo estavam profundamente fartos 22
Medida de tempo humana, equivalente a uma quinzena. (N do A)
dele. O elfo, sempre interessado em novos lugares, achava tudo emocionante e mantinha sua habitual atitude corajosa. Entr Entret etan anto to,, a tril trilha ha não não tinh tinha a sido sido aber aberta ta para para a passag passagem em de carava caravanas nas carre carregad gadas. as. Com freqü freqüênci ência, a, as trepadeiras, árvores e sarças eram tão fechadas que os tyros não podiam atravessá-los com a carga sobre seus corp co rpos os co cour uraç açad ados os.. Quan Quando do tal tal co cois isa a acont aconteci ecia, a, os três três tinham que descarregar as cestas e arrastá-las pela selva, sem deixar de encher os ouvidos dos tyros com adulações para convencê-los a seguir em frente. Em vári várias as ocasi ocasiõe ões, s, o ca cami minh nho o se inte interr rrom ompi pia a na beira de um leito de musgo cinza e hirsuto e era preciso descer até profundidades ainda mais escuras, pois os anões não tinham construído pontes que cruzassem os precipícios. Ao chegar a um deles, foi preciso descarregar de novo os tyros para que pudessem estender seus fios e descer por sua conta. Os pesados cestos de mercadoria teriam que ser levados nas costas. Jun Junto tos, s, co com m os braç braços os quas quase e desc descon onju junt ntad ados os,, os humanos se prepararam e foram dando corda lentamente, tran transp spor orta tand ndo o a baga bagage gem. m. A ma maio iorr part parte e do trab trabal alho ho corresp espondia a Roland. nd. O corpo magro e a escassa musculatura de Paithan serviam de pouco. Finalmente, este se encarregou de fixar a corda em torno do ramo de uma árvore e amarrá-la com firmeza enquanto Roland, com uma for força que que ao el elfo fo par parec eceu eu ma mara ravi vilh lhos osa, a, oc ocup upav avaa-se se do descida dos cestos sem ajuda alguma. Primeiro baixou Rega, para que ela desamarrasse os cestos quando chegassem ao fundo e para se assegurar de que os tyros não fugiriam. A sós no fundo do precipício, entre entre aquel aquelas as temp tempes estu tuos osas as trev trevas as cinz cinza a esve esverd rdea eada das, s, acompanhada de grunhidos e bufos e da súbita chamada horripilante do vampiro, Rega agarrou o raztar e amaldiçoou o dia em que tinha permitido que Roland a metesse naquele assunto. Não só pelo perigo, mas também por outra razão: algo completamente imprevisto, inesperado. Rega estava se apaixonando. apaixonando.
— Os anões realmente vivem em lugares assim? — perguntou Paithan olhando cada vez mais para cima, mas sem sem nem nem seq sequer uer assi assim m co cons nseg egui uirr ver ver o sol sol atra atravé véss da densa massa de musgo e ramos que o cobria. — Sim — respondeu Roland lacônicamente, não muito disposto a tratar o assunto por receio de que o elfo lhe fize fizess sse e ma mais is perg pergun unta tass sobr sobre e os anõe anõess dos dos que que esta estava va preparado para responder. Os três três esta estava vam m desc descan ansa sand ndo o depo depois is de cruz cruzar ar o maior dos precipí precipícios cios que tinham tinham encontrado encontrado até então. então. As cordas de cânhamo não tinham alcançado o fundo e Rega tivera que subir em uma árvore para desamarrar os cestos, que tinham ficado pendurando a alguns palmos do chão. — Nossa, suas mãos estão cobertas de sangue! — exclamou Rega. — Ora, não é nada! — Disse Paithan, olhando com tristeza para as palmas cheias de arranhões. — escorreguei quando já estava no último lance de corda. — É este maldito ar úmido — murmurou Rega. — Ten Tenho ho a impr impres essã são o de esta estarr vive vivend ndo o no fund fundo o do ma marr. Venha, deixe-me cuidar delas. Roland, querido, traga um pouco de água. Rol olan and, d, rendi endido do de esgo esgota tame ment nto o sobr sobre e o musg musgo, o, lançou um olhar furioso a sua “esposa”: “ por que eu?”, dizia sua atitude. Rega devolveu a seu “marido” um olhar de resposta que parecia replicar: “deixe-me a sós com ele e não reclame, a idéia foi sua”. Roland, vermelho de raiva, ficou em pé e entrou na selva levando o odre da água. Aquela era a ocasião perfeita para que Rega continuasse sua manobra de sedução. Era evidente que Paithan a admirava, tratando-a com indefectível cortesia e respeito. De fato, Rega nunca tinha conhecido um homem que a tratasse tão bem. Mas ao ter aquelas mãos finas e brancas de dedos longos e esbeltos entre as suas, curtas e morenas, com os dedos rechonchudos, Rega se sentiu de
repente tímida e desajeitada como uma menina em seu primeiro baile. — Seu contato é muito agradável — disse Paithan. Rega ruborizou, ergueu os olhos para ele sob suas longas pestanas negras e encontrou os de Paithan, que a contemplavam com uma expressão incomum no despreocupado elfo: seu olhar era grave, sério. “Oxalá não fosse a esposa de outro homem.” “Não sou!”, quis gritar Rega. A mulh mulher er noto notou u um trem tremor or nos nos dedo dedos, s, retir etirou ou-os -os rapidamente e se virou para procurar algo em sua bagagem. “O que está me acontecendo?”, pensou. “ É um elfo! Só nos interessa seu dinheiro! Isto é tudo que importa!” — Tenho um ungüento de casca de sporn. Acho que vai arder, mas amanhã pela manhã estará curado. — A ferida que sofro não se curará jamais. A mão de Paithan acariciou o braço de Rega com gesto doce e carinhoso. Rega ficou completamente imóvel e deixou que a mão deslizasse sobre sua pele, braço acima, despertando à sua passagem um verdadeiro incêndio de paixões. A pele ardia e as chamas se estendiam pelo peito e lhe oprimiam os pulmões. A mão do elfo deslizou depois pelas costas da mulher até rodeá-la pela cintura para atraíla para el ele e. Rega, agarrada com for força ao frasco de ungüento, não opôs resistência mas não olhou para Paithan em nenhum momento. Era incapaz de fazê-lo. Tudo aquilo acabaria bem, pensou. A pele do elfo era suave, os braços magros, o corpo ágil. Rega tratou de ignorar o fato de que o coração lhe pulsava como se fosse sair do peito. “Roland voltará e nos encontrará... nos beijando... e nós dois... dois... estamos estamos brincando com este elfo...” elfo...” — Não! — exclamou Rega, e escapou do abraço de Paithan. Paithan. A pele ardia mas, inexplicavelmente, foi tomada de um calafrio. — Não... não faça isso!
— Sinto muito — murmurou Paithan, retirando o braço imediatamente. Também ele respirava agitado, a respiração rápida. — Não sei o que me aconteceu. Você é uma mulher casada e eu me excedi. Rega não respondeu, manteve-se de costas para o elfo, desejando mais que tudo no mundo que ele a estreitas estreitasse se em seus braços mas consciente consciente de que voltaria voltaria a rechaçá-lo se o fizesse. “É uma loucura”, pensou, secando uma lágrima com as costas da mão. “deixei que homens que não me importavam me tocassem e agora este... que eu quero... não posso...” — Não voltará a acontecer, prometo — acrescentou Paithan. Rega compreendeu que ele falava sério e amaldiçoou seu coração, que se encolhia e agonizava ante tal perspectiva. Diria a verdade. Já tinha as palavras nos lábios, mas se conteve. O que ia dizer? Que Roland e ela não eram casados, que eram irmãos, que tinham mentido para surpreender o elfo elfo em uma uma relaç elação ão inde indeco coro rosa sa,, que que tinh tinham am plan planej ejad ado o submetê-lo a chantagem? Rega imaginou seu olhar de asco e de ódio. Certamente a abandonaria. “Seria “Seria melhor melhor que o fizesse”, fizesse”, sussurrou sussurrou-lhe -lhe a voz fria e dura da lógica. “Quais as possibilidades de ser feliz com um elfo? Mesmo que encontrasse enco ntrasse um modo de dizer-lhe que está livre para aceitar seu amor, quanto duraria? Ele não a quer de verdade; nenhum elfo pode amar um humano de verdade. Só está se divertindo. Não seria mais que um passatempo, um romance que duraria um par de estações, quan quando do muit muito. o. Depo Depois is,, a aban abando dona nari ria a para para retor etorna narr ao aoss seus e você seria uma proscrita entre sua própria gente por ter se entregado às carícias de um elfo.” “Não”, replicou Rega. “Paithan me ama. Vi isso em seus olhos e tenho uma prova disso: não tentou me forçar em seu desejo.”
“Muito bem”, insistiu a vozinha irritante. “Digamos que tem razão e que ele a quer. O que acontece então? Os dois se tornarão proscritos. Ele não pode voltar para seu povo e você, tampouco. Seu amor é estéril, pois elfos e humanos não podem ter filhos. Os dois vagarão pelo mundo em solidão. Os anos passam e você ficará velha e queb quebra rada da,, enqu enquan anto to el ele e se ma mant ntém ém jo jove vem m e chei cheio o de vida...” — Ei, Ei, o que que está está ac acon onte tece cend ndo o aqui aqui?? — exclam clamou ou Roland, surgindo inesperadamente dentre os arbustos. Ao ver a cena, ficou paralisado. — Nada — respondeu Rega com voz fria. — Já vou descobrir — murmurou Roland, aproximando-se de sua irmã. Esta e o elfo estavam um em cada ca da extr xtrem emo o da pequ pequen ena a clar clarei eira ra do bosq bosque ue,, o ma mais is afastados possível um do outro. — O que aconteceu, Rega? Vocês brigaram? — Não aconteceu nada! Me deixe em paz! — Rega elevou a vista para as árvores escuras e retorcidas, rodeou o corpo com os braços e estremeceu visivelmente. — Este não é um lugar muito romântico, sabe? — acrescentou em voz baixa. — Vam amos os,, irmã irmãzi zinh nha! a! — Insi Insist stiu iu Rol olan and d co com m um sorriso. — Você faria amor em uma pocilga, se o homem pagasse o suficiente. Rega deu-lhe um bofetão. O golpe foi duro e preciso. Roland Ro land olhou-a perplexo, ao mesmo tempo em que levava a mão à bochecha dolorida. — Por que fez isso? Era só uma piada... Rega virou-se sobre os calcanhares e abandonou a cla clarei eirra. Ao chegar a bei eirra da vegetação, virou-se novamente e jogou um objeto para o elfo. — Tome, ponha isto nos arranhões. “Tem razão”, disse a si mesma enquanto entrava na selva para chorar sem que a vissem. “Deixarei as coisas como estão. Entregaremos as armas, ele partirá e assim tudo acabará. Eu sorrirei e não lhe darei a entender em
nenhum momento que significa para mim mais que um flerte...” Paithan, pego de surpresa, agarrou o frasco bem a temp tempo o de evit evitar ar que que ca caís ísse se ao chão chão.. Depo Depois is,, viu viu Rega ega desa desapa pare recer cer na ma mata ta e ouvi ouviu-a u-a abri abrirr camin caminho ho entre entre os arbustos. — Mulh Mulher eres es!! — resmu esmung ngou ou Rol olan and, d, esfr esfreg egan ando do a bochecha dolorida e meneando a cabeça. Levou o odre de água até o elfo e o depositou a seus pés. — Deve ser o período. Paithan aithan rubori ruborizou zou intens intensame amente nte e lançou lançou um olhar olhar envergonhado ao humano. Roland piscou o olho. — O que aconteceu, Quin? Disse algo inconveniente? — Em minha nha ter terra, os hom homens ens não não fala falam m desta estass coisas — respondeu o elfo. — Ah, não? — Roland olhou para o lugar por onde Rega tinha desaparecido; depois, olhou de novo para o elfo e seu sorriso sorriso aumentou. aumentou. — Suponho Suponho que, em sua terra, são muitas as coisas que os homens não fazem. O acesso de fúria de Paithan se transformou em um sentimento de culpa. Ele os teria visto juntos? Seria aquela sua maneira de lhe avisar que mantivesse as mãos quietas? O elfo teve que engolir o insulto, pelo bem de Rega. Aco como modo douu-se se no chão chão e co come meço çou u a apli aplica carr o ungü ungüen ento to sobre as palmas das mãos, esfoladas e ensangüentadas. Quando o líquido escuro tocou a carne viva, Paithan não pôde evitar uma careta de dor. Entretanto, acolheu esta dor com satisfação; ao menos, ela era preferível à que roia seu coração. Paithan tinha se divertido com as ligeiras insinuações de Rega durante o primeiro par de ciclos de trajeto até que, de repen epente te,, deudeu-se se co cont nta a de que que esta estava va dele deleit itan ando do-s -se e muito com aqueles flertes. Com excessiva excessiva freqüência, tirava o chapéu admirando com grande atenção o movimento dos músculos de suas pernas bem torneadas, o quente fulgor de uma chama em seus olhos pardos, o gesto de passar a
língua por seus lábios tintos de suco quando a humana estava imersa em profundos pensamentos. A segunda noite de viagem, quando Rega e Roland tinham levado suas mantas ao outro extremo da clareira de bosque e se deitaram um ao lado do outro sob a luz mortiça da hora da chuva, Paithan tinha notado que se mordia de ciúm ciúmes es.. Não import portav ava a que nunc nunca a os surp urpree een ndes desse beijando-se ou sequer acariciando-se com afeto. De fato, o casal se tratava com uma despreocupada familiaridade que era desconcertante, até mesmo entre casais. Depois, no quarto ciclo de marcha, tinha chegado à conclusão de que Roland — apesar de ser um tipo bastante agradável para o que se esperava de um humano — não apreciava o tesouro que tinha por mulher. Paithan se sentiu satisfeito com aquela descoberta, pois pois lhe lhe prop propor orci cion onav ava a uma uma desc descul ulpa pa para para deix deixar ar que que crescessem e florescessem seus sentimentos pela humana, quando sabia perfeitamente que deveria tê-los arrancado pela raiz. Nos ciclos transcorridos, a planta tinha florescido completamente e as raízes se enroscavam agora em torno de seu coração. Muito tarde, deu-se conta do dano que tinha causado... a ambos. Rega o amava. Estava certo disso: tinha notado no tremor de seu corpo e o tinha visto naquele único e breve olhar que a humana tinha dado. Mas Paithan, cujo coração deveria estar dando saltos de alegria, sentia-se embotado de dese desesp sper ero. o. Que Que loucu loucura ra!! Que Que estú estúpi pida da louc loucur ura! a! Sim, Sim, claro, podia obter dela alguns momentos de prazer, como tinha feito com tantas mulheres humanas. Amava-as e, em seguida, deixava-as. Elas não esperavam nada mais, não queriam nada mais. E ele tampouco. Até aquele momento. Mas, o que desejava? Uma relação que os separaria de suas respectivas vidas? Uma relação contemplada com aversão por ambos os mundos? Uma relação que não lhes daria nada, nem sequer filhos? Uma relação que, em pouco tempo, chegaria a um amargo e inevitável final?
“Não”, pensou. “De uma coisa assim não pode sair nada bom. Partirei. Voltarei para casa. Darei os tyros de presente. Calandra ficará furiosa comigo de qualquer modo, se for por uma causa ou por outra. Irei agora mesmo.” Mas continuou sentado, aplicando o ungüento com gest gesto o ause ausent nte. e. Acr Acredit editou ou ouvi ouvirr um pran pranto to ao lo long nge e e, embora tentasse não prestar atenção ao som, chegou um momento em que não pôde suportar. — Acho que sua esposa está chorando — disse Roland. — Talvez algo esteja errado. — Rega chorando? — Roland deixou de alimentar os tyros e olhou para ele com expressão divertida. — Não, deve ter sido um pássaro. Rega nunca chora; não derramou uma lágrima nem sequer quando a feriram em uma briga com raztares. Viu a cicatriz? Está aqui, na coxa esquerda... esquerda... Pai aith than an fico ficou u em pé e se inter nterno nou u na sel elv va, em direção contrária a que Rega Rega tinha tomado. Roland seguiu o elfo com a extremidade do olho até que que desa desapa parrece eceu u e, depo depois is,, co come meço çou u a ca cant ntar arol olar ar uma uma canção obscena que naquela época corria de boca em boca pelos botequins. — Ele se apaixonou como um adolescente inexperiente — confiou aos tyros. — Rega o está levando com mais calma do que o habitual, mas suponho que sabe o que tem nas mãos. Afinal nal, o sujeito é um elfo. De qualquer forma, sexo é sexo. Os bebês elfos devem vir de alguma parte e não acredito que seja do ar. Em compensação, as mulheres elfas... Puaj! São pura pele e ossos; é como se alguém levasse um pau para a cama. Não é de estranhar que o pobre Quin siga Rega com a língua de fora. É só uma questão de tempo. Um par de ciclos mais e o pega pegarrei co com m as ca calç lças as ar arri riad adas as.. Entã Então o aj ajus usta tarrem emos os as cont co ntas as co com m o el elfo fo.. Embo Embora ra seja seja uma uma pena pena.. .... — refle efleti tiu u Roland. Jogou o odre da água no chão, apoiou as costas em uma uma ár árvo vorre e se esti estirrou para para al aliv ivia iarr a rigi rigide dezz de seus seus músculos. — Começo a gostar do sujeito.
CAPÍTULO 15
O REINO DOS ANÕES, THURN Amantes da escuridão, das cavernas e dos túneis, os anões de Pryan não construíam suas cidades nas copas das árvores como os elfos, nem nas planícies de musgo, como faziam os humanos. Os anões abriam caminho para baixo através da sombria vegetação, procurando a terra e a rocha que eram sua herança, embora esta não fosse mais que uma uma vaga vaga le lemb mbra ranç nça a de um temp tempo o passa assado do em outr outro o mundo. O reino de Thurn era uma enorme caverna de vegetação. Os anões viviam e trabalhavam em casas e oficinas esculpidas como nichos nos troncos de gigantescas árvores chaminé, assim chamadas porque sua madeira não queimava facilmente e a fumaça das fogueiras dos anões podia subir através de condutos naturais que os troncos tinham no centro. Ramos e raízes formavam ruas e caminhos iluminados com tochas de chama vacilante. Elfos e humanos viviam em um dia perpétuo. Os anões viviam em uma noite sem fim, uma noite que amavam e cons co nsid ider erav avam am uma uma bênç bênção ão,, ma mass que que Drug Drugar ar temi temia a que que estivesse a ponto de se tornar permanente. O anão recebeu a mensagem de seu rei durante a hora de comer. O fato de que chegasse precisamente então lhe deu uma idéia da importância de seu conteúdo, pois a hora da comida era um momento em que alguém devia
prestar plena e total atenção à alimentação e ao muito importante processo digestivo posterior. posterior. Durante a ingestão dos mantimentos era proibido falar e, na hora seguinte, só se tratavam de temas agradáveis para evitar que os sucos esto estoma maca cais is se azed azedas asse sem m e prov provoc ocas asse sem m tran transt stor orno noss gástricos. O mensag mensageir eiro o re real al se descul desculpou pou profu profusam sament ente e por distrair Drugar da comida, mas acrescentou que o assunto era muito urgente. Drugar saltou de sua cadeira, derrubando os copos e pratos de barro e fazendo seu velho criado grunhir e dizer coisas terríveis para o estômago do jovem anão. Drug Drugar ar,, que que teve teve a lúgu lúgubr bre e sens sensaç ação ão de sabe saberr o motivo da chamada, esteve a ponto de lhe replicar que os anõe anõess podi podiam am dar dar-se -se por por afor afortu tuna nado doss se toda todass as suas suas preocupações se reduzissem a uma má digestão. Entr Entret etan anto to,, guar guardo dou u silê silênc ncio io.. Entr Entre e os anõe anões, s, os velh velhos os eram tratados com respeito. respeito. A casa de seu pai no tronco era contigua à sua e Drug rugar não não teve teve que and andar muit uito. Cobri obriu u a dist istânci ância a correndo mas ao chegar à porta parou de repente, sentiu medo de entrar; não queria ouvir o que tinha o dever de conhecer. De pé na escuridão, enquanto acariciava a pedra rúnica que levava em torno do pescoço, suplicou ao Um Anão não que lhe dess esse co corragem agem e, depoi pois de exal alar ar um profundo suspiro, suspiro, abriu a porta e penetrou na sala. A casa de seu pai era exatamente igual à sua, que por sua vez era idêntica às outras moradias dos anões de Thurn. A madeira da árvore tinha sido alisada e polida até adquirir um quente tom amarelado. O solo era plano e as par ared edes es se el elev evav avam am até até for forma marr um teto teto em arco co.. O mobi mo bili liár ário io er era a muit muito o sing singel elo. o. Ser Ser re reii não não prop propor orci cion onav ava a nenhum privilégio especial, só mais responsabilidades. O rei era a cabeça do Um Anão e, embora a cabeça pensasse pelo corpo, não era certamente mais importante para este que, por exemplo, o coração ou o estômago (o órgão mais importante, na opinião de muitos anões).
Drugar encontrou seu pai sentado à mesa, com os pratos meio cheios a um lado. Tinha na mão um pedaço de casca cujo lado liso estava profusamente coberto com as letras enérgicas e angulosas da escrita dos anões. — O que houve, pai? — Os gigantes se aproximam — disse o velho anão. Drugar era fruto de um matrimônio tardio de seu pai. Sua mãe, mãe, embora embora mantiv mantivess esse e re rela lações ções muito muito cordi cordiais ais com o progenitor de Drugar, tinha própria casa como era costume entre as anãs quando seus filhos alcançavam a maturidade. — Os exploradores os viram. Os gigantes varreram Kasnar: as pessoas, as cidades, tudo. E vêm para cá. — Possivelmente o mar os deterá — disse Drugar. — Sim, o mar os deterá, mas não por muito tempo — continuou o velho anão. — Os exploradores dizem que não são hábeis com as ferramentas. f erramentas. As poucas que têm utilizam para destruir, não para criar. Não pensarão em construir naves. Mas darão a volta e virão por terra. — Talvez não dêem a volta. Pode ser que só queriam se apropriar de Kasnar. Drugar disse por pura esperança, não por convencimento. E assim que as palavras saíram de seus lábios, compreendeu que essa esperança era vã. — Não se apropriaram de Kasnar — replicou seu pai com um suspiro aflito. — Eles o destruíram. Por completo. Seu objetivo não é conquistar, é destruir. destruir. — Então, pai, já sabe o que devemos fazer. Temos que ignorar esses estúpidos que dizem que os gigantes são nossos irmãos. Temos que fortificar a cidade e armar nosso povo. Escute, pai. — Drugar se inclinou para o ancião e baixou a voz, embora na casa do monarca não houvesse ninguém mais. — Entrei em contato com um traficante de armas humano. Arcos e molas de suspensão elfos! Serão nossos! O velho anão olhou para seu filho e no fundo de seus olhos, até aquele momento escuros e carentes de brilho, acendeu-se uma chama.
— Exce Excele lent nte! e! — Este Estend ndeu eu o braç braço o e pous pousou ou seus seus dedos nodosos sobre a mão forte de seu filho. — É atrevido e rápido de pensamento, Drugar. Será um bom rei. Mas não acredito que as armas cheguem a tempo — acrescentou, meneando a cabeça e coçando a barba de cor cinza aço que lhe caia quase até o joelho. — Será melhor que sim, ou alguém vai pagar! — grunhiu Drugar. O jovem ovem se le leva vant ntou ou e com omeç eçou ou a pass assea earr pel ela a pequ pequen ena a sal ala a às escu escura ras, s, co cons nstr truí uída da muit muito o abai abaix xo das das planícies de musgo, o mais longe possível do sol. — Porei em ação o exército... — Não — disse o ancião. — Pai, não seja teimoso... — E você não seja kadak!23 — O vel elho ho monar onarca ca levantou o cajado, nodoso e retorcido como seus próprios braços e pernas, e apontou com ele para seu filho. — Disse que você seria um bom rei. E não teria dúvi úvida se... soubesse dominar seu fogo. A chama de seus pensamentos arde e se eleva muito alto mas, em lugar de manter o fogo controlado, deixa que ele lance lanc e labaredas a esmo. Drugar franziu suas grandes sobrancelhas e que lhe escureceram a expressão. O fogo de que falava seu pai ardi ar dia a em seu seu inte interi rior or,, esqu esquen enta tand ndo o pala palavr vras as mo mord rdaz azes es.. Drug Drugar ar luto lutou u co cont ntra ra seu seu temp temper eram amen ento to:: as pala palavr vras as lhe lhe rasgavam os lábios, mas conseguiu segurá-las atrás deles. Amava e respeitava seu pai, embora considerasse que o ancião estava ruindo debaixo daquele golpe terrível. — Pai, o exército... — ... se voltará contra si mesmo e os anões lutarão entre si — prognosticou o monarca, com voz tranqüila. — É isso o que você quer, Drugar? O anciã cião se levantou. Sua estatura já não er era a impressionante: as costas encurvadas já não se endireitavam, as pernas não sustentavam mais o corpo sem 23
Peça de madeira empapada em resina que se acende rapidamente quando se pronuncia a runa adequada. (N. do A.)
ajuda. Mas Drugar, imponente ao lado de seu pai, viu tanta dignidade na figura cambaleante, tanta sabedoria em seu olhar apagado, que voltou a se sentir como um menino. — A metade do exército se negará a empunhar as armas contra seus “irmãos”, os gigantes. O que você fará então, Drugar? Vai ordenar que vão à guerra? E como fará que cump cumprram a sua ordem em,, filh filho? o? Mand Mandan and do à outr outra a metade do exército que tome as armas contra eles? Não faça isso! — O velho monarca golpeou o chão com o cajado e as paredes de palha vibraram sob sua cólera. — Que não chegue nunca o dia em que o Um se rompa! Que não cheg chegue ue nunc nunca a o dia em que que o co corp rpo o vert verta a seu seu próp própri rio o sangue! — Perdoe-me, pai. Não tinha pensado nisso. O rei anci ancião ão suspi uspirrou. ou. Seu co corrpo se enco encollheu heu e afundou sobre si mesmo. Cambaleando, agarrou a mão de seu filho e, com a ajuda deste e do cajado, deixou-se cair de novo na cadeira. — Contenha sua fúria, filho. Contenha-a ou destruirá tudo udo a sua pass assagem agem,, incl ncluind uindo o a si me mesm smo o, Drug rugar ar.. Incl Inclus usiv ive e você você me messmo. Ago Agora ra,, vá ter erm minar inar de co com mer er.. Lamento ter interrompido. interrompido. Drugar deixou seu pai e retornou para sua casa, mas não voltou a sentar-se à mesa, pôs- se a caminhar para cima e para baixo pela casa. Tentou com todas as suas forças controlar o fogo que lhe queimava por dentro, mas foi inútil. Uma vez avivadas, as chamas do temor por seu povo não eram fáceis de aplacar. Não podia nem queria desobedecer o ancião que além de seu pai era também seu rei. Apesar disso, Drugar decidiu não deixar que o fogo se apagasse totalmente. Quando ndo o inimigo cheg hegasse, encontraria uma chama ardente, não cinzas apagadas e frias. O exército anão não foi mobilizado mas Drugar, em particular e sem conhecimento de seu pai, preparou planos de batalha e incitou todos os anões que tinham a mesma opinião que ele para que tivessem as armas à mão. Do
mesmo mesm o mo modo do,, ma mant ntev eve-s e-se e em estr estrei eito to co cont ntat ato o co com m os explo xplora rado dorres para para segu seguir ir,, me medi dian ante te seus seus info inforrme mes, s, os progressos dos gigantes. Chegados ao obstáculo intr ntrans ansponí poníve vell do mar Sussu ussurrrant ante, os inv invasor asores es se encaminharam por terra para o leste, avançando inexoravelmente inexoravelmente para seu objetivo... fosse ele qual fosse. Drugar não acreditava que o propósito dos gigantes fosse aliar-se aos os anões. Thurn ouviu rumores sombrios de matanças de anões nas populações do Grish e Klan, para o norint , mas era difícil seguir a pista dos invasores e as not notíci ícias dos explo lora rad dor ores es (os esca escasssos info nforme que que chegavam) eram confusos e não faziam muito sentido. — Pai — suplicou ao velho rei, — é preciso que me dei deixe co conv nvoc ocar ar o exércit cito! Co Com mo pod podem emos os co cont ntiinuar nuar ignorando estas mensagens? Com um suspiro, o ancião anc ião respondeu: — São os humanos... O conselho decidiu que são os refugiados humanos que, fugindo dos gigantes, cometem essas loucuras. Dizem que os gigantes se aliarão a nós e que então chegará a hora de nossa vingança! — Interroguei pessoalmente os exploradores, pai — insistiu Drugar com crescente impaciência. — Com os que restaram. Cada dia chegam menos informes e os poucos exploradores exploradores que voltam, fazem-no cheios de pânico. — É mesmo? — perguntou seu pai, olhando-o com ar perspicaz. — E o que contam que viram? Drugar titubeou, frustrado. — Está bem, pai! Até agora, não viram nada, na verdade! — Eu também os ouvi, filho — assentiu assentiu pesadamente pesadamente o anci ncião. — Ouvi esses rumores sobre “a selva em movimento”. Como posso me apresentar ao conselho com tal argumento? Drugar esteve a ponto de dizer a seu pai onde podia meter o consel elh ho e seus próprios argumento ntos, mas percebeu que uma resposta tão brusca não serviria para nada, exceto para irritar ainda mais o ancião. O monarca
não tinha culpa; Drugar sabia que seu pai tinha defendido a mesma posição que ele sustentava. O conselho do Um, formado pelos anciões da tribo, não quisera escutá-lo. Com os lábios apertados para que não escapassem de sua boca palavras ardentes, Drugar abandonou furioso a casa de seu pai e pôs-se a andar pela vasta e complexa série de túneis escavados na vegetação, encaminhando-se para para cima cima.. Quand Quando o em emer ergi giu, u, entr entrea eabr brin indo do os olho olhos, s, nas nas regiõ egiões es banh banhad adas as pelo pelo sol, sol, co cont ntem empl plou ou a selv selva. a. Ali Ali fora fora havia algo. E vinha em direção a el ele es. E Drugar não acre ac redi dita tava va que que o fize fizess sse e co com m espí espíri rito to frat frater erna nal. l. O anão anão aguardou, com uma sensação de crescente desespero, a chegada das armas élficas, mágicas e inteligentes. Se aque aquele less doi oiss huma humano noss o tinha inham m engan nganad ado o... ... Drugar jurou pelo corpo, a mente e a alma do Um que, se assim fosse, os faria pagar com a vida.
CAPÍTULO 16
EM OUTRA PARTE DO GUNIS — Não suporto mais isso! — declarou Rega. Tinham transcorrido dois ciclos mais e a viagem os tinha levado ainda mais para baixo, para as entranhas da selva, muito longe do nível das copas, muito longe do sol, do ar puro e da chuva refrescante. A caravana se achava a beira de uma planície de musgo. O caminho cruzava uma profunda ravina cujo fundo se perdia nas sombras. Deitados de barriga para baixo na borda do escarpado de musgo, os dois humanos e o elfo escrutinavam de cima sem poder ver o que havia abaixo deles. A densa folhagem e os ramos das árvo ár vorres sobr obre suas uas ca cab beç eças as imp impedi ediam tota totallme ment nte e a
passagem da luz solar. Se continuassem descendo, teriam que viajar em uma escuridão quase absoluta. — Falta muito? — perguntou Paithan. — Para chegar até os anões? Um par de jornadas, calculo — respondeu Roland, sem deixar de escrutinar as sombras. — Calcula? Não tem certeza? O humano ficou em pé e explicou: — Aqui embaixo, a gente perde a noção de tempo. Não há flores das horas, nem de nenhum n enhum outro tipo. Paithan não fez comentários e continuou contemplando o abismo, como se estivesse enfeitiçado pela escuridão. — Vou Vou ver o que os tyros estão fazendo. Rega ega se le leva vant ntou ou,, la lanç nçou ou um ol olha harr pene penetr tran ante te e expressivo ao elfo e fez um gesto a Roland. Juntos e em silên ilênci cio, o, os dois dois irmão ãoss se afas afasttar aram am do prec eciipíci pício o e retor etorna nara ram m a pequ pequena ena clar clarei eira ra no bosq bosque ue onde onde tinha tinham m amarrado os tyros. — Isto não está certo. Tem que lhe dizer a verdade — murmurou Rega, puxando a correia de um dos cestos. — Eu? — replicou Roland. — Baix Baixe e a voz! voz! Está Está bem, bem, temo temoss que que dizer izer-l -lhe he a verdade. — E que parte da verdade pensa lhe revelar, querida esposa? Rega olhou de soslaio para seu irmão. Depois, afastou o rosto. — Só... Só... só reconhec reconhecer er que nunca nunca percorr percorremos emos este este caminho. Admitir que não sabemos onde diabos estamos nem para onde vamos. — O elfo irá embora. — Espl Esplên êndi dido do!! — Rega ega deu deu um enér enérgi gico co puxã puxão o à corrrei co eia, a, prov provoc ocan ando do o gemi gemido do de protes otesto to do tyr tyro. — Tomara que o faça! — O que aconteceu? acontec eu? — perguntou Roland. Rega olhou ao seu redor e estremeceu.
— É este lugar. Eu o odeio. Além disso... — voltou a concentrar a vista na correia e passou os dedos por ela ausente, — há o elfo. É muito diferente do que você me tinha pintado. Não é prepotente nem arrogante. Não tem medo de sujar as mãos. E não é um covarde. Faz o que lhe corresponde e fez as mãos em migalhas com essas cordas. É um sujeito animado e divertido. Até cozinha, o que é muito mais do que você faz, az, Roland! Paithan han é... é encantador. Não merece... o que tramamos. Roland percebeu uma onda de rubor que subia pelo pescoço moreno de sua irmã até tingir de carmesim suas bochechas. Rega manteve o olhar baixo. Roland agarrou-a pelo queixo e obrigou-a a virar o rosto para ele. Sacudindo a cabeça de um lado para outro, soltou um longo assobio. — Parece que você se apaixonou por ele! Furiosa, Furiosa, Rega afastou a mão com um golpe. — Nada disso! Afinal, ele é um elfo! Assustada com seus sentimentos, nervosa e tensa, furiosa consigo mesma e com seu irmão, Rega disse isso com co m ma maiis ener energi gia a da que que prete etendi ndia. Ao pronun onunci ciar ar a palavra “elfo” franziu os lábios como se a cuspisse com repug re pugnânc nância, ia, como como se tivess tivesse e prova provado do algo algo asquer asqueroso oso e nauseabundo. Ou, ao menos, assim foi como soou a Paithan. O elfo se levantara de sua posição sobre o precipício e voltava ava para informar a Roland que as cordas lhe pareciam muito curtas e que não poderiam baixar a carga. Paithan avançava com movimentos ligeiros e ágeis próprios dos el elfo foss, sem a idéi déia prem emed edit itad ada a de surp urpree eend nder er a conversa dos humanos. Entretanto, foi precisamente isso o que aco cont ntec eceu eu.. Cheg Chegou ou a seus eus ouvid uvidos os co com m niti nitid dez a decl declar araç ação ão fina finall de Rega ega e, imed imedia iata tame ment nte, e, agac agachou hou-s -se e entre as sombras de um brinco de evir, oculto atrás de suas largas folhas, e prestou atenção ao a o diálogo. — Escute, Rega, já que chegamos tão longe, proponho que levemos o plano até o final. O elfo está louco por você! Cairá na armadilha. Surpreenda-o a sós em algum
canto cant o escu escurro e incit ncitee-o o a um co corrpo a co corrpo. po. Entã Então o eu apareço e ponho a salvo sua honra, ameaçando contar a todo mundo. Ele solta o dinheiro para nos manter calados. Entre isso e a venda das armas, viveremos estupendamente até a próxima estação. — Roland acariciou afetu afetuos osam amen ente te a long longa a ca cabe bele leir ira a negr negra a de sua sua irmã irmã.. — Pense ense no dinhei dinheiro ro,, garota garota.. Passamo assamoss fome fome muitas muitas vezes vezes para deixar escapar esta oportunidade. Como você disse, ele é um elfo. Paith aithan an sent sentiu iu o estô estôma mago go se encol encolhe herr. Deu Deu me meia ia volt volta a e se afas afasto tou u entr entre e as ár árvo vorres co com m ra rapi pide dezz e em silêncio, sem se preocupar em olhar muito bem que direção tomava. Não chegou a ouvir a resposta de, mas tanto fazia. Prefe Preferi ria a não não vê-l vê-la a diri dirigi girr um sorr sorris iso o de cump cumpli lici cida dade de a Roland; se voltasse a ouvi-la pronunciar a palavra “elfo” naquele tom de desprezo, seria capaz de matá-la. Apoiado em uma árvore, enjoado e com vertigem, Paithan ofegava e se assombrou com seu comportamento. Não podia acreditar na sua reação. O que importava tudo aquilo, afinal? Que aquela mulher estivera brincando com ele... Mas se tinha descoberto seu jogo no bar, antes até de empreender a viagem! Como era possível que se deixasse cegar daquele modo? Tinha sido ela. E ele tinha sido bastante estúpido para pensar que a humana estava se apaixonando por ele! Todas Todas aquelas conversas ao longo da travessia... Paithan tinha lhe contado histórias de sua terra, de suas irmãs, de seu pai e do velh velho o feiti feiticei ceirro louc louco. o. Ela Ela tinh tinha a rido rido,, tinh tinha a pare pareci cido do inte interressa essada da.. E em seus seus ol olho hoss tinh tinha a vist visto o um bril brilho ho de admiração. E haviam aquelas ocasiões em que se haviam tocado, por pura casualidade, o roçar de seus corpos, o encontro de suas mãos ao procurar o mesmo odre de água. E aquela vibração das pálpebras, aqueles suspiros, aquele rubor na pele. — Trabalhou muito bem, Rega! — Resmungou para si mesm me smo, o, aper aperta tand ndo o os dent dentes es.. — Real ealme ment nte e bem! bem! Sim, Sim,
estava louco por você! Teria caído na armadilha! Mas agora não! Agora sei muito bem o que é, pequena vadia! — O elfo fechou com força os olhos, contendo as lágrimas, e apoiou todo seu peso na árvore. — Bendita Peytin, Sagrada Mãe de todos nós! Por que me fez isto? Possivelmente foi a prece, uma das poucas que o elfo fez em sua vida, mas lhe assaltou uma pontada de culpa. Paithan sabia desde oprincípio que Rega pertencia a outro homem e, apesar disso, tinha flertado com ela na presença do próprio Roland. O elfo teve que reconhecer que tinha acha ac hado do muit muito o dive divert rtid ida a a idéi idéia a de sedu seduzi zirr uma uma espo esposa sa debaixo do nariz do marido. “Esse é o seu castigo”, ela parecia lhe dizer. Mas a voz da deusa tinha um tom parecido com o de Calandra e só conseguiu deixá-lo mais furioso. “Só “Só quer queria ia me dive divert rtir”, ir”, just justif ific icou ou para para si me mesm smo o. “Nunca teria permitido que as coisas fossem tão longe, claro que não. E certamente não tinha intenção de... de me apai apaix xonar onar.” .” Est Este últi últim mo pens ensam amen entto, ao menos enos,, er era a verdade e fez Pai Paithan than acreditar em todo o resto. — O que houve, Paithan? Paithan? Aconteceu algo? O elfo abriu os olhos e virou a cabeça. Rega estava a sua frente e erguia uma mão para segurar seu braço. Com um gesto brusco, afastou-a, fugindo ao contato. — Nada — respondeu, contendo-se. — Mas voc ocê ê está está co com m um asp aspec ecto to hor horrível! vel! Está Está passando mal? — Rega tentou segurá-lo outra vez. — Está com febre? Paith aithan an se afas afasto tou u outr outro o pass passo. o. Esta Estava va disp dispos osto to a golpeá-la, se lhe tocasse. — Sim. Não. Hum... febre, não. Foi... um enjôo. A água, talvez. Deixe-me... deixe-me um momento sozinho. Sim, já se sentia melhor. Totalmente curado. Pequena vadia. Custava-lhe muito dissimular seu rancor e desprezo e por isso manteve a vista afastada dela, fixa na selva. — Acho que eu deveria ficar com você — disse Rega. — Não parece nada bem. Roland está procurando outro
caminho para descer ou um lugar onde o precipício não seja tão fundo. Creio que demorará bastante para voltar... voltar... — É mesmo? — Paithan olhou para ela com uma expressão tão estranha e penetrante que desta vez foi ela quem quem deu deu um pass passo o para para trás trás.. — Rea ealm lmen ente te demo demora rará rá muito para voltar? — Eu não... — titubeou Rega. Paithan se lançou sobre ela, agarrou-a pelos ombros e a beijou com força, afund afundan ando do os dent dentes es em seus seus lábi lábios os ca carn rnud udos os.. Tinha inham m sabor de suco de uvas e sangue. Rega se debateu, tentando se soltar. soltar. É obvio: tinha que fingir certa resistência. — Não lute! — sussurrou-lhe. — Eu te quero! Não posso viver sem você! O elfo esperava que ela se derrete derretesse, sse, que gemesse, gemesse, que o cobrisse de beijos. Então apareceria Roland, confuso, horrorizado e magoado. Só o dinheiro acalmaria a dor da traição. “Então começarei a rir!”, pensou. “Rirei dos dois e direi onde podem enfiar o dinheiro!” Passando um braço pelas costas da mulher, o elfo apertou o corpo seminu desta contra o seu. Com a outra mão, tentou acariciá-la. Uma violenta joelhada na virilha fez o elfo dobrar-se de dor. Punhos contundentes o golpearam suas clavículas, faz fazend endoo-o o retr etroc oced eder er e ma mand ndan ando do-o -o ao chão chão ent entre a vegetação. Inflamada de ira, com olhos chamejantes, Rega se plantou junto a ele. — Nem pense em voltar a me tocar! Não se aproxime de mim! Nem me dirija mais a palavra! Seus cabelos negros se arrepiaram como a pele de um gato assustado. Virou-se e se afastou a grandes passos. Enqu Enquan antto rodav odava a de dor pel pelo chão chão,, Pai aith than an teve teve que reconhecer que aquilo o deixara absolutamente perplexo. perplexo. Ao vol olttar de sua busca usca por uma uma pass assagem agem mai aiss conveniente, Roland avançou silenciosamente pelo musgo com a esperança, uma vez mais, de surpreender Rega e
seu “amante” em uma situação comprometedora. Chegou ao lugar do caminho onde tinha deixado sua irmã e o elfo, aspirou profundamente profundamente para lançar o grito de indignação de um marido ultrajado e olhou, oculto atrás das folhas de um frondoso arbusto. Imediatamente, soltou o ar com gesto de decepção e desespero. desespero. Rega ega esta estava va sent sentad ada a na beir beirad ada a do preci precipí píci cio o de musgo, encolhida como um esquilo de lombo arrepiado, com as costas curvadas e os braços em torno dos joelhos. Observou seu rosto de perfil e, ante sua expressão sombria e turbulenta, quase imaginou todo seu corpo rodeado de espinhos como um ouriço. O “amante” de sua irmã estava o mais longe possível dela, no outro extremo da clareira, e Rolan oland d perc perceb ebeu eu que que esta estava va incl inclin inad ado o em uma uma post postur ura a bast bastan ante te estr estran anha ha,, co como mo se prot proteg eges esse se al algu guma ma part parte e dolorida do corpo. — Esta é a maneira mais estranha de seduzir alguém que eu já vi! — Murmurou Roland para si mesmo. — O que tenho tenho que fazer com esse esse elfo? elfo? Pinta Pintarr a cena? cena? Talv Talvez ez os bebês elfos apareçam realmente no porta da casa em plena noite! Ou talvez seja isso que ele pensa. Será preciso que esse elfo e eu tenhamos uma conversa de homem para homem. — Ei! — Gritou, aparecendo de entre a selva acom ac ompa panh nhad ado o de um gran grande de estr estrép épit ito. o. — Encon Encontr trei ei um lugar, um pouco mais abaixo, onde sobressai da parede de musgo uma plataforma de rocha. Podemos levar os cestos até lá e depois baixá-los até o fundo. O que aconteceu? — acrescentou olhando para Paithan, que caminhava curvado e com movimentos cautelosos. — Ele caiu — disse Rega. Rega. — É mesmo? — Roland, que tinha ficado no mesmo estado depois de um encontro com uma garçonete pouco amistosa, observou sua irmã com suspeita. Rega não se negara a levar adiante o plano para seduzir o elfo mas, quanto mais pensava nisso, recordava que tampouco havia dito explicitamente que o cumpriria. Apesar disso, não se
atreveu a dizer mais nada. O rosto de Rega ega parecia petrificado e pelo olhar que dirigiu a seu irmão também poderia transformá-lo em estátua. — Sim, eu cai — Paithan afirmou com voz cuidadosamente inexpressiva. — Eu... hum... tropecei em um ramo. — Que Que azar azar!! — Rol olan and d deudeu-llhe uma uma pisca cad da de cumplicidade. — Sim, azar! — repetiu Paithan. O elfo não olhou para Rega, nem esta para ele. Com o rosto tenso e as mandíbulas cerradas, os dois tinham a vista fixa em e m Roland. Mas nenhum dos dois parecia vê-lo. Roland ficou totalmente desconcertado. Não acrredit ac editav ava a no que que lhe lhe esta estava vam m dize dizend ndo o e gost gostar aria ia de interrogar sua irmã e lhe tirar a verdade, mas não podia levar Rega para uma conversa sem despertar as suspeitas do elfo. E, além disso, Roland não estava muito seguro de desejar um encontro a sós com Rega quando esta ficava daquela maneira. O pai de Rega tinha sido o açougueiro do povoado e o de Roland, o padeiro. (A mãe de ambos, apesar de todos os seus deslizes, sempre tinha procurado que sua famíli família a estive estivess sse e bem ali alimen mentad tada.) a.) Havia Havia moment momentos os em que Rega mostrava uma assombrosa semelhança com seu pai. Este era um desses momentos. Roland quase pôde vêla a frente de uma cabeça de gado recém sacrificada, com um brilho sedento de sangre no olhar. O humano gaguejou e fez um gesto vago com a mão. — O... hum... o lugar que encontrei fica nessa direção, não muito longe daqui. Acha que poderá chegar c hegar até lá? — Sim! — Paithan trincou os dentes. — Vou cuidar dos tyros — interveio Rega. — O elfo poder eriia ajudá-la -la com os anim nimais... — apontou Roland. — Nã Não o prec precis iso o da aj ajud uda a de ning ningué uém! m! — repli eplico cou u Rega. — Ela não precisa da ajuda de ninguém! — assentiu Paithan com um murmúrio.
Rega se afastou em uma direção e o elfo o fez na direção contrária. Nenhum dos dois se voltou para olhar para para o outr outro. o. Rolan oland d fico ficou u sozi sozinho nho no me meio io da clar clarei eira ra,, acariciando a barba castanha. — Enfim, parece que eu estava errado — murmurou para si mesmo. — Ela não gosta do elfo. E me parece que seu desagrado começa a provocar a mesma reação em Paithan. Paithan. As coisas pareciam ir ir bem entre entre eles... O que terá acon ac onte teci cid do? Quand uando o Rega ega está está co com m ess esse humo humorr, não não adianta falar com ela. Mas deve haver algo que eu possa fazer... Ouviu a voz de sua irmã suplicando e adulando os tyros, tentando convencer os animais a se moverem. E viu Pai aitthan, han, que ava avançav nçava a ca cap peng engant ante junto unto a borda do despenhadeiro de musgo, voltar a cabeça e dirigir um olhar de aversão a Rega. Rega. — Só me ocorre uma coisa que posso fazer — continuou murmurando Roland. — Continuar incentivando os encontros entre eles. Cedo ou tarde, algo acontecerá.
CAPÍTULO 17
NAS SOMBRAS, GUNIS — Tem certeza de que isso é uma rocha? — perguntou Paithan, escrutinando na penumbra uma cornija de cor branca cinzenta que aparecia abaixo de sua posição, apenas visível entre uma touceira de folhas e trepadeiras. — Claro que tenho certeza — respondeu Roland. — Lembre-se Lembre-se que nós já fizemos esta rota anteriormente. — É que não o ouvi falar nessa formação de rocha tão alto na selva. — Lembre-se que já não estamos tão alto. Descemos um trecho considerável desde o início da viagem. — Escutem! Ficar aqui contemplando a paisagem não vai nos levar a parte alguma — interveio Rega com os braços cruzados. — Já estamos com ciclos de atraso em rel elaç ação ão à data ata da entr entreg ega a e podem odem ter ter ce cert rtez eza a que o
Barbanegra vai exigir um desconto por isso. Se está com medo, elfo, eu desço! — Não ão,, eu faço faço isso — repl eplico cou u Pai aitthan. han. — Peso eso menos que você, se a cornija for instável, poderei... — Que pesa menos que eu! — interrompeu-o ela. — Por acaso está dizendo que estou gor...? — Vocês dois descerão — interveio Roland em tom conciliador. — Primeiro baixarei os dois até a cornija; de lá, você, Paithan, ajudará Rega a descer até o fundo. Depois, irei baixando os cestos até a rocha e você se encarregará de passá-los a minha ir... ir... hum... a minha esposa. — Olhe, Roland, eu acho que o elfo deveria baixar a você e a mim e... — Sim. Também acho que essa é a melhor solução... — Tolice! — co corrtou Roland, nd, satisfei feito co com m seu estratagema e tramando novos planos para o casal. — Eu sou o mais forte dos três e o trecho até a cornija é o mais longo da descida. Têm algo a dizer sobre isto? Paithan dirigiu um olhar furioso ao humano, observou seu rosto atraente e seus poderosos bíceps e manteve a boca boca fech fechad ada. a. Rega ega não não ol olho hou u seq sequer uer para para seu seu irmã irmão; o; mordendo o lábio, cruzou os braços e cravou a vista nas sombras da selva que se adivinhava a seus pés. O elfo fixou uma corda em torno de um ramo grosso, amarrou o outro extremo à cintura e saltou da borda do precipício quase sem dar tempo a Roland para agarrar a corda e controlar sua descida. Desceu aos saltos, amortecendo agilmente com as pernas os golpes contra as paredes verticais de musgo, acima Roland segurava a corda para que Paithan não oscilasse muito. De repente, desapareceu a tensão da corda e se escutou a voz do elfo vinda muito abaixo: — Muito bem em!! Já chegu eguei! — Depois de alguns instantes de silêncio, os humanos voltaram a ouvir sua voz, entre desgostosa e enojada. — Isto não é uma rocha! É um maldito cogumelo! — Um quê? — gritou Roland, olhando pelo precipício.
— Um cogumelo! Um cogumelo gigante! Ao perceber o olhar irado sua irmã que lhe dirigia, Roland deu de ombros. — Como ia saber? — murmurou. murmurou. — De qualquer modo, parece ser bastante resistente para utilizá-lo de plataforma — prosseguiu Paithan depois de outra breve pausa. Os dois humanos captaram algo mais a respeito de terem “uma sorte incrível”, mas as palavras se perderam entre a vegetação. — É tudo o que precisávamos saber — comentou Roland com ar corajoso. — Muito bem, ir... — Par are e de me cham chamar ar assi assim! m! Ho Hoje je fez fez isso isso duas duas vezes! O que está querendo? — Nada. Sinto muito. É só que tenho muitas coisas na cabeça. Vamos, é sua vez. Rega amarrou a corda à cintura, mas não desceu imediatamente pela borda. Jogando um olhar à selva atrás de si, estremeceu e esfregou os braços. — Odeio tudo isto. — Você outra coisa além de repetir isso e já está ficand ficando o pesada pesada.. Tampouc ampouco o me entusi entusiasm asma, a, mas quanto quanto antes terminarmos, antes poderemos voltar para onde o sol brilha. — Não... não é só a escuridão. Trata-se de algo mais. Algo anda ruim, não está sentindo? Está muito... silencioso. silencioso. Roland fez uma pausa, olhou ao seu redor e prestou atenção. Sua irmã e ele tinham enfrentado tempos difíceis juntos. O mundo exterior se mostrou esquivo e os dois irmãos tinham aprendido a confiar unicamente um no outro. Rega possuía uma percepção intuitiva, quase animal, em rel elaç ação ão às pess pessoa oass e à natu naturreza. eza. As pouc poucas as veze vezess que que Roland, o maior dos dois, ignorava seus conselhos ou as advertências de sua irmã, tinha se lamentado depois. O humano conhecia a fundo os bosques e, agora que prestava aten atençã ção o à vege vegeta taçã ção, o, tamb também ém ele ele perc perceb ebia ia o estr estran anho ho silêncio.
— É possível que aqui embaixo reine sempre esta calma — disse. — Não corre a mais leve brisa e, como estamos acostumados ao murmúrio do vento nas folhas... — Não, não é só isso. Não se escuta o menor som dos animais, nem se vê o menor rastro de sua presença. E já faz quase um ciclo que os ruídos pararam. Até de noite. Até os páss pássar aros os em emud udece ecera ram. m. — Rega ega me mene neou ou a ca cabe beça ça.. — É como se todas as criaturas da selva se escondessem. — Talve alvezz seja seja porq porque ue esta estamo moss pert perto o do reino eino dos dos anões. Sim, tem que ser isso, neném. O que mais poderia ser? — Não sei — respondeu Rega, escrutinando atentamente as sombras. — Não sei. Enfim, espero que tenh tenha a ra razã zão o. Vam amos os lá lá!! — ac acrresce escent ntou ou de repen epente te.. — Acabemos com isso de uma vez! Roland ajudou sua irmã a saltar pela borda do prec precip ipíc ício io e Rega ega desc desceu eu co com m a me mesm sma a faci facili lida dade de que Paithan. Ao chegar embaixo, o elfo ergueu as mãos para ajudá-la a pousar no cogumelo, mas o olhar que lhe lançou com seus olhos escuros o avisou que era melhor que se afastasse. Rega aterrissou agilmente na ampla plataforma formada pelo cogumelo e em seus lábios apareceu uma leve leve ca care reta ta de asco asco ao obse observ rvar ar a desa desagr grad adáv ável el ma mass ssa a branca cinzenta em que apoiavam os pés. A corda, que Roland soltou de acima, caiu a seus pés formando um rolo. Paithan começou a prender a corda em um ramo da parede do precipício. — A que está preso este cogumelo? — perguntou Rega em um tom de voz frio, desprovido de emoção. — Ao tronco de alguma árvore enorme — respondeu Paithan no mesmo tom, enquanto apontava para as estrias da casca de um tronco mais grosso que o elfo e a humana juntos. — É firme? — quis saber ela, olhando para o vazio, com co m inqu inquie ieta taçã ção o. Abai Abaix xo se divi divisa sava va outr outra a plan planíc ície ie de musgo. A distância não era excessiva se alguém descesse
com a corda firmemente amarrada à cintura mas, sem ela, a queda seria longa e desagradável. — Eu, se fosse você cê,, não co com meçaria a saltar — Paith aithan an diss disse. e. Rega ega escu escuto tou u o co come ment ntár ário io irôn irônic ico o e lhe lhe lançou um olhar furioso; logo, voltou a cabeça para cima e gritou: — Depressa, Roland! O que está fazendo? — Um momento, querida! Tenho um pequeno problema com um dos tyros. Rol olan and d, co com m um sor orrriso, iso, sent entou-s ou-se e na bei beira do precipício, apoiou as costas em um ramo e relaxou. Com uma vara, açulava de vez em quando um dos tyros para fazê-lo mugir. Rega franziu o cenho, mordeu o lábio e ficou na beira do co cog gumel umelo, o, o mai aiss longe onge possí ossíve vell do el elfo fo.. Pai aitthan, han, assobiando, prendeu sua corda em torno do ramo, provou-a e começou a amarrar a de Rega. Não queria olhar para ela, mas não pôde evitar. Seus olhos não deixavam de se desviar para ela, de dizer ao seu coração coisas que este não tinha o menor interesse em escutar. “Olhe para ela”, diziam-lhe. “Estamos em meio desta terra maldita por Orn, só nós dois em cima de um cogumelo pendurado em um abismo, e está, mais fria que o lago Enthial. Você Você nunca conheceu c onheceu outra mulher igual!” “E com sorte”, sussurrou-lhe ao ouvido outra vozinha maliciosa, “nunca “nunca voltará a encontrar!” “Que Que ca cabe belo loss suav suaves es.. .... Que Que aspe aspect cto o terã terão o quan quando do solta essa trança e os deixa cair sobre os ombros nus e se esparramam sobre seus seios...? Seus lábios... o beijo foi tão doce como eu imaginava...” “Por que não se joga no precipício?”, aconselhou-o a vozi ozinha nha incom ncomod oda. a. “Eco “Econo nom mize ize toda oda est esta agon agoniia. Ela Ela aceitou seduzi-lo, chantageá-lo. Você está sendo estúp...” Rega ega ofeg ofegou ou e retr etroc oced edeu eu invo involu lunt ntar aria iame ment nte e indo indo agarrar-se com ambas as mãos ao tronco que tinha a suas costas.
— O que aconteceu? — Paithan soltou a corda e se aproximou dela. Rega tinha a vista fixa à frente, concentrada na selva. Paithan seguiu a direção do olhar. — O que é? — perguntou. — Não está vendo? — O que? Rega piscou e esfregou os olhos. — Não... não sei. — Sua voz expressava perplexidade. perplexidade. — Parecia que... que a selva se movia! — Pode ser o vento — replicou Paithan, Paithan, quase irritado, sem querer reconhecer o medo que tinha sentido, nem o fato de que não o tinha sentido por si mesmo. — Sente alguma corrente de ar? — insistiu ela. Não, não sentia. A atmosfera era calorosa e opressiva; o ar estava imóvel. Veio-lhe à cabeça a imagem inquietante de um dragão, mas não se sentia o chão vibrar. Não se ouvia o ruído surdo das criaturas que viviam entre a vegetação. Paithan não captava som algum. Tudo estava silencioso. Muito silencioso. De repente, acima deles, surgiu um grito: — Ei! Voltem aqui! Malditos tyros! — O que aconteceu? — uivou Rega virando e, aproximando-se da ponta do cogumelo tanto quanto lhe pareceu prudente, tentou sem êxito ver o que acontecia. — Roland! — A voz se quebrou de medo. — O que aconteceu aí em cima? — Esses tyros estúpidos fugiram! As exclamações de Roland desapareceram na distância. Rega e Paithan ouviram o barulho de ramos e trepadeiras ao quebrar-se e as fortes pisadas de Roland, que faz fazia iam m o tronco onco vibra ibrarr. Dep Depoi oiss, rei eino nou u de novo novo o silêncio. — Os tyros são animais dóceis. Não se deixam levar pelo pânico — afirmou Paithan. — Nunca fogem, a menos que vejam algo que realmente os aterrorize. — Roland! — Uivou Rega. — Deixe-os ir!
— Cale-se, Rega. Ele não pode fazer isso... Os tyros estão com as armas... — Por mim tanto faz! — gritou ela, frenética. — Por mim, podem ir todos para o inferno: as armas, os anões, o dinheiro e você! Roland! Volte! — Descarregou os punhos sobre o tronco da árvore enquanto acrescentava: — Não nos deixe presos aqui embaixo! Roland! — O que foi foi iss isso...? ...? — Rega ega se virou, ou, ofeg ofega ante. nte. Paithan, muito pálido, estava observando a selva. — Nada — disse com uma careta tensa. — Mentira. Você viu! — Replicou ela com um gemido. — Viu como a selva se movia! — É imp imposs ossível. vel. É uma uma ilus lusão de óti ótica ca.. Esta Estam mos cans ca nsad ados os,, não não dor orm mimos imos o sufic uficiient ente e os olhos hos nos nos enganam... Um grito aterrador fendeu o ar acima deles. — Rol olan and! d! — exclam clamou ou Rega. ega. Aper Aperta tand ndo o o co corp rpo o cont co ntrra a ca cassca da ár árvo vorre, suas uas mão ãoss se afer aferrrar aram am à madeira e tentaram escalar o tronco. Paithan e puxou-a. Furiosa, a humana se debateu em seus braços. Depois de outro grito rouco, chegou a seus ouvidos um chamado: — Reg...! A palavra foi cortada por um gemido sufocado. De repente, falharam as pernas a Rega e ela caiu contra Paithan. O elfo a sustentou e levou uma mão a sua cabe ca beça ça,, pres pressi sion onan ando do o rosto osto mo more reno no co cont ntra ra seu seu peit peito. o. Depo Depois is de a tran tranqü qüil iliz izar ar,, volt voltou ou a apoi apoiáá-la la na ár árvo vorre e colocou-se a frente dela, protegendo-a com o corpo. Quando ela percebeu o que fazia, tentou afastá-lo para um lado. — Não, Rega, fique onde está. — Quero ver, maldito seja! Vou lutar... — Em sua mão brilhou o raztar . — Não sei contra o que — sussurrou Paithan. — Nem como! O elfo se afastou e Rega apareceu atrás dele, com os olhos arregalados. Voltou a encolher-se contra o peito do
elfo, deslizando o braço em torno de sua cintura. Abraçados, os dois contemplaram como a selva se movia em silêncio, envolvendo-os. Não conseg conseguir uiram am distin distingui guirr nenhum nenhuma a cabeça cabeça,, nem olhos, braços, pernas ou corpo algum, mas os dois tiveram a profunda impressão de que estavam sendo observados, ouvidos e localizados por seres terrivelmente inteligentes e extremamente extremamente malévolos. E, então, Paithan han os viu. Ou, mais que vêê-llos, percebeu que uma parte da selva se separava do resto e avançava para ele. Mas enquanto não a teve muito perto, com a cabeça quase à altura da sua, o elfo não percebeu que estava frente ao que parecia um humano gigantesco. Paithan viu a silhueta de duas pernas e dois pés caminhando sobre a vegetação. A cabeça do ser mons mo nsttruos ruoso o est estava ava quas uase à al alttura ura do co cog gumel umelo o ond onde esta estava vam m e a cria criatu tura ra avan avança çava va dir diretam etamen ente te para para el eles es,, olhando-os com fixidez. Até aquele simples ato de dar uns pass passos os prod produz uzia ia horr horror or,, apar aparen ente teme ment nte, e, a cria criatur tura a não não podia ver o que perseguia. O ser carecia de olhos; em seu lugar, no centro da face, parecia ter um grande buraco perfurado rodeado de pele. — Não se mova! — disse Rega co com m um gemido entre entreco cort rtad ado. o. — Nã Não o fale fale!! Possi ossive velm lmen ente te não não pode pode nos nos localizar. Paithan a abraçou com força e não respondeu. Não queria acabar com suas esperanças. Um momento antes, os dois tinham armado tal alvoroço que até um elfo cego, surdo e bêbado poderia tê-los descoberto. O gigante se aproximou e Paithan compreendeu por que lhe tinha produzido a impressão de uma porção de selva em movimento. Seu corpo estava coberto de folhas e trepadeiras dos pés a cabeça, e sua pele tinha a cor e a textura da casca de uma árvore. Até mesmo quando ele estava muito próximo, Paithan custou diferenciá-lo do fundo
selvagem. A cabeça bulbosa estava nua, calva e esbranquiçada, destacava-se do que tinha ao redor. redor. O elfo lançou um rápido olhar em torno de si e viu vint vinte e ou trin trinta ta daqu daquel eles es giga gigant ntes es em emer ergi gind ndo o da ma mata ta e desl desliz izan ando do para para el eles es co com m mo movi vime ment ntos os ágei ágeiss e em um silêncio absoluto, sobrenatural. Paithan, arrastando Rega consigo, retrocedeu até que suas costas se chocaram com o tronco da árvore. Foi um gesto desesperado e inútil, pois era evidente que não havia escapatória. As cabeças os miravam fixamente com seus espa espant ntos osos os bura buraco coss vazi vazios os e escu escurros. os. O giga gigant nte e ma mais is próximo pousou suas mãos na borda do cogumelo e deu uma sacudida. A precária plataforma tremeu sob os pés de Paithan. Outro gigante se uniu ao primeiro, erguendo seus dedos enormes até agarrar o cogumelo. Paithan contemplou as mãos imensas e, com uma espécie de terrível fascinação, viu que estavam cobertas de sangue seco. Os gigantes puxaram o cogumelo, este tremeu de novo e Paithan ouviu a árvore se rasgar. A ponto de perder o equilíbrio, o elfo e a humana se abraçaram. — Paithan! — Gritou Rega, quebrando a voz. — Eu sinto muito! Eu te quero! Quero de verdade! Paithan quis responder, mas não pôde. O medo lhe tinha prendido a garganta, tinha-o deixado sem fôlego. — Beije-me! — ofegou ela. — Assim não verei como... O elfo tomou o rosto de Rega entre suas mãos, lhe obstruindo a visão. Depois, ele também fechou os olhos e apertou seus lábios contra os dela. E o mundo pareceu afundar sob seus pés.
CAPITULO 18
EM ALGUM LUGAR SOBRE PRYAN Haplo, com o cão a seus pés, estava sentado perto da pedra de governo, na ponte, escrutinando o exterior pelas clarabóias da Asa de Dragão com gesto cansado e desesperado. Quanto tempo deviam estar voando? Um dia, respondeu-se a si mesmo com amarga ironia. Um longo, estúpido, aborrecido e interminável dia. Os patr patryn yn não não poss possuí uíam am apar aparel elho hoss para para me medi dirr o tempo, pois não necessitavam deles. No Elo, sua sens ensibil bilidad idade e má mág gica ao mund mundo o que os rodea odeava va lhes hes prop propor orci cion onav ava a uma uma co cons nsci ciên ênci cia a inat inata a da pass passag agem em do temp tempo. o. Entr Entret etan anto to,, Ha Hapl plo o sabi sabia a por por expe experi riênc ência ia que que ao pass assar pel ela a Por orta ta da Morte rte e ent entra rarr em outr outro o mund undo alte al tera rava va a ma magi gia. a. Quan Quando do se ac acli lima mata tass sse e àque àquele le novo novo mundo, seu corpo recuperaria a percepção mágica perdida mass, no mo ma mome ment nto, o, não não tinh tinha a a me meno norr idéi idéia a de quant uanto o tempo tinha transcorrido desde sua entrada em Pryan. Haplo não estava acostumado àquela luminosidade permanente. Até no Labirinto existiam dia e a noite. Muitas vezes, o patryn tivera razões para amaldiçoar o cair da noite, pois com ela chegava a escuridão e sob sua proteção espreitavam os inimigos. Agora, em compensação, teria se prost ostra rad do de joe oelh lhos os e supl uplicad icado o uma uma bendi endita ta pausa ausa daquele sol ardente, uma bendita sombra que lhe
permitisse permitisse descansar e dormir, dormir, mesmo que fizesse isso com grandes precauções. O patryn se alarmou ao surpreender-se, depois de passar outra “noite” acordado, considerando seriamente a possibilidade possibilidade de arrancar os olhos. Ness Ne sse e inst instan ante te,, tinh tinha a co comp mprree eend ndid ido o que que esta estava va ficando louco. O terror diabólico do Labirinto não tinha conseguido vencê-lo e, o que outros considerariam um paraíso — paz e tranqüilidade e luz eterna — iam conseguir isso agora. — Era de esperar — murmurou. Soltou uma gargalhada e se sentiu melhor. Por enquanto tinha afastado a loucura, embora soubesse que ela continuava rondando. Ao menos tinha comida e água. Enquanto restasse um pouco de ambas, poderia obter mais com um encantamento. Por azar, a comida era sempre a mesma, pois pois só podia odia repr eproduz oduzir ir a ma maté téri ria a que que já tinh tinha, a, e não não estava a seu alcance modificar sua estrutura para fazer aparecer outra diferente. Logo esteve tão farto de carne seca e ervilhas que teve que obrigar-se a comer algo. Não tinha previsto levar um sortido de mantimentos variados. Nem ver-se preso no paraíso. Hap Ha plo lo,, home homem m de aç ação ão obrig brigad ado o à inati nativi vida dad de, passava a maior parte do tempo olhando fixamente pelas janelas da nave. Os patryn não acreditavam em deuses, mas viam a si mesmos como o mais próximo que existia de seres divinos (embora dessem a contra gosto a mesma consideração a seus inimigos, os sartan). Assim, Haplo não podia suplicar a ninguém que aquilo terminasse. Só podia esperar. Quan Quando do avis avisto tou u as nuvens nuvens pela pela prim primei eira ra vez, vez, não não disse nada, negando-se a aceitar — nem sequer ao cão — a esperança de que talvez pudessem escapar de sua prisão alad al ada. a. Podia odia trat tratar ar-s -se e de uma uma ilus ilusão ão de ótic ótica, a, de uma uma des dessas mira rag gens ens que fazi faziam am ver ver água água onde nde só havi havia a deserto. Afinal, Afinal, não era mais que um ligeiro obscurecimento do ar azul esverdeado a um tom cinza c inza esbranquiçado.
Deu uma rápida volta em torno da nave para comparar a cor do ar em frente a proa com o do vazio que deixavam atrás e com o dos flancos. flanc os. E foi então, ao levantar a cabeça para o céu da coberta superior da nave, que viu a estrela. — Este é o fim — disse ao cão, piscando sob a luz branca que brilhava sobre ele na nebulosa distancia verde azulada. — Os olhos me enganam... Como era possível que não tivesse visto nenhuma estrela até então? Isso, se realmente fosse uma estrela... Lembrou que a bordo, em alguma parte, havia um artefato que os elfos utilizam utilizam para ver a grandes distancia. O patryn poderia ter utilizado a magia para potencializar sua visão mas, ao fazê-lo, teria que confiar novamente de sua própria percepção. Em vez disso, teve a impressão — por confusa que fosse — que, se colocasse um objeto neutro entre seus olhos e a estrela, o objeto lhe revelaria a verdade. Revolveu a nave até encontrar a luneta, guardada em uma gaveta como curiosidade. Levou-a ao olho e focou a luz brilha ilhant nte, e, quas uase esp esper era ando ndo que des desapar aparec eces essse. Entretanto, apareceu ante ele, aumentada e mais brilhante, com uma brancura imaculada. Se era uma estrela, por que não a tinha visto antes? E onde estavam as outras? Conforme seu amo tinha contado, o mund mundo o anti antigo go esta estava va ro rode dead ado o de inco incont ntáv ávei eiss estr estrel elas as mas, durante a separação do mundo realizada pelos sartan, todas elas tinham desaparecido, desapareceram. Segundo seu amo e senhor, não deveria haver estrelas visíveis em nenhum dos novos mundos. Preocupado e pensativo, Haplo voltou para a ponte. Seria melhor mudar o rumo, voar para a luz, investigá-la... Afinal, não podia ser uma estrela... Seu amo havia dito. Colocou as mãos sobre a pedra de governo, mas não pronunciou as palavras que davam vida às runas. Em sua mente surgiu uma dúvida. E se meu amo estiver errado?
Haplo agarrou a pedra com força e as bordas afiadas das das runa runass crav cravar aram am-s -se e na ca carrne desp desprroteg otegid ida a de suas uas palmas. A dor foi um castigo adequado por ter ter duvidado de seu seu am amo, o, por por duvi duvida darr daqu daquel ele e que que os tinh tinha a salv salvad ado o do Labirinto infernal, daquele que os conduziria à conquista dos mundos. Seu amo, com seus conhecimentos de astronomia, havia dito que não haveria estrelas. Voaria para aquela luz para investigá-la. Teria fé. Seu amo não nunca tinha errado. Mas continuou sem pronunciar as palavras mágicas. E se voasse para a luz e seu amo estivesse errado a respeito daquele mundo? E se fosse semelhante ao antigo, um planeta orbitando um sol em um espaço frio, negro e vazio? Se fosse assim, podia terminar voando em um nada, sulc sulcan ando do um nada nada até até que que a mo mort rte e o al alca canç nças asse se.. Pel elo o menos, agora tinha avistado o que esperava e acreditava que eram umas nuvens. E onde havia nuvens, podia haver terra. “Meu amo é meu dono”, pensou o patryn. “Obed Obedece ecere reii inco incond ndic icio iona nalm lmen ente te em tudo tudo.. Ele Ele é sábi sábio, o, inteligente e onisciente. Obedecerei-o. E...” Haplo tirou as mãos da pedra de governo. Dando meia volta com gesto mal-humorado, aproximou-se de uma das clarabóias e observou o exterior. — Ali está, moço — murmurou. O cão, ao perceber o tom de preocupação na voz de seu amo, lançou um ganido de simpatia e varreu o chão com o rabo para indicar que est estava a seu dispor se necessitasse. — Terra! — Continuou Haplo. — Por fim! Conseguimos! Já não restava nenhuma dúvida. As nuv nuvens ens se abriram e, abaixo delas, pôde ver uma massa verde escura. Ao aproximar-se mais, percebeu que nela se distinguiam vári várias as tona tonali lida dade des, s, zona zonass que que ia iam m de cinz cinzen ento to até até um verdeverde-azu azull intens intenso o e um verde verde esmera esmeralda lda pinta pintalga lgado do de amarelo.
— Como posso voltar atrás, agora? Uma parte de sua mente lhe disse que fazê-lo seria ilóg ilógic ico. o. Ater terriss rissar aria ia al ali, i, esta estabe bele lece ceri ria a co cont ntat ato o co com m os habi habita tant ntes es co como mo lhe lhe tinh tinha a or orde dena nado do e lo logo go,, ao part partir ir,, poderia investigar à luz resplandecente. Sim, er era a um plano coer ere ente e Haplo se sent entiu aliviado. O patryn não era dado a perder tempo em recri re crimin minaçõ ações es ou anális análises es profun profundas das sobr sobre e seus seus própr próprios ios atos e se concentrou com calma na tarefa de preparar a nave para a aterrissagem em.. Ao perce ceb ber a crescent ente excitação de seu amo, o cão começou a pular em torno dele, mordiscando-o e dando saltos. Entretanto, sob a excitação, o júbilo e a sensação de vitó vitóri ria a fluí fluía a uma uma co corrrente ente oc ocul ulta ta muit muito o ma mais is somb sombri ria. a. Aquel Aqueles es últim últimos os instan instantes tes haviam haviam trazid trazido o uma re revel velaçã ação o terr terrív ível el e Ha Hapl plo o se sent sentia ia sujo sujo e indi indign gno. o. Atrev trever era-s a-se e a pensar que seu amo e senhor podia errar. A nave continuou aproxima aproximando-se ndo-se da massa massa verde verde e, pela primeira vez, Haplo se deu conta da velocidade a que tinha viajado. A terra parecia vir para cima e se viu obrigado a recanalizar a magia das runas das asas em uma manobra que reduziu a velocidade e tornou mais lenta a descida. Começou a distinguir árvores e grandes extensões ver verdes des, dese desert rtas as,, que que par parec eciiam adeq adequa uada dass para para uma uma aterr aterriss issage agem. m. Enquant Enquanto o sobre sobrevoa voava va um mar, mar, divis divisou ou ao long lo nge e outr outras as exten xtensõ sões es de água água,, la lago goss e rios rios,, apen apenas as visíveis devido à espessa teia de vegetação que as rodeava. Mas não encontrou nenhum sinal de civilização. Continuou voando sobre as copas das árvores e não viu cidades, nem castelos, nem muralhas. Por fim, cansado de contemplar o interminável oceano verde sob a quilha, Hap Ha plo se dei eix xou ca caiir no chão chão fren frente te a um dos am amp plos mirantes da ponte. O cão adormeceu. Não se viam navios nos mares nem barcos nos lagos. Não havia caminhos que cruzassem as planícies abertas, nem pontes que saltassem os rios.
Segundo os registros deixados pelos sartan no Elo, aquele mundo devia ser habitado por elfos, humanos e anões, e talvez até pelos próprios sartan. Mas, se era assim, onde estavam? Sem dúvida, já deveria ter visto algum sinal de sua presença. Ou talvez não... Pela primeira vez, Haplo começou a fazer uma idéia da imensidão daquele mundo. Embora estivesse povoado por dezenas de milhões de habitantes, podia passar toda a vida buscando-os sem jamais encontrá-los. Sob o denso doss dossel el de ár árvo vorres podi podiam am oc ocul ulta tarr-se -se cida cidade dess inte inteir iras as,, invisíveis ao olho que as buscasse de cima. Não haveria modo das descobrir, de detectar sua existência, somente aterrissando e tentando penetrar naquela densa massa de vegetação. — Isso é impossível! — murmurou para si mesmo. O cão despertou e acariciou a mão de seu amo com seu focinho frio. Haplo esfregou o pelo suave e apertou sem perceber suas orelhas. O animal, com um suspiro, relaxou e fechou os olhos. — Precisaria de um exército para explorar esta terra! E possivelmente nem assim encontraria nada. Talvez não deveríamos nos incomodar... incomodar... Ei? O que...? Um momento! O patryn ficou em pé de um salto, alarmando o cão, que começou a ladrar. Com as mãos na pedra de governo, Haplo fez a nave virar lentamente enquanto observava com aten atençã ção o uma uma pequ pequena ena ma manch ncha a de verd verde e cinz cinzen ento to ma mais is clara que o resto. — Sim! Ali! — exclamou excitado, apontando o lugar pela janela como se estivesse apresentando sua descoberta a centenas de pessoas, em lugar de fazê-lo a um simples cão. Cont Co ntra ra o fund fundo o ver verde, er eram am cla clara ram ment ente vis visíveis veis pequenos pontos de luz, de diferentes cores. Haplo as tinha visto pela extremidade do olho e tinha dado a volta para cerrtifi ce tifica carr-se. -se. Dep Depoi oiss de uma uma breve eve paus ausa, os brilh rilhos os reapareceram. Podia ser um fenômeno natural, pensou, e
se obrigou a tranqüilizar-se, consternado ante a falta de domínio sobre si mesmo. Não importava. Aterrissaria e descobriria o que era. Ao menos assim sairia daquela maldita nave e respiraria ar fresco. Haplo desce ceu u em círculos, guiado pelo ponto ntos lumino luminosos sos.. Quando Quando esteve esteve abaix abaixo o das copas copas mais mais altas, altas, contemplou uma vista que lhe teria feito dar graças a seu deus por tão milagrosa era, isso se acreditasse em algum deus ao qual agradecer. Jun Junto à zona limpa se elevava uma espéc éciie de estrutura, construída evidentemente por mãos inteligentes. Os bril brilhos hos proce procedi diam am daqu daquel ele e luga lugarr. E agor agora a podi podia a ver ver gente, pequenas silhuetas como insetos na planície verde cinze cinzent nta. a. As faís faísca cass lumi lumino nosa sass co come meça çara ram m a fica ficarr ma mais is freqüentes, como se estivessem excitadas também. Parecia que as luzes se elevavam do grupo reunido lá em baixo. O patry atryn n se disp ispôs a entr entrar ar em co cont ntat ato o co com m os habi habita tant ntes es daqu daquel ele e novo novo mund mundo o. Já tinh tinha a uma uma hist histór ória ia preparada, parecida com a que tinha contado a Limbeck, o anão, no Ariano. Vinha de outra parte de Pryan, e seu povo (conforme se fossem apresentando as circunstâncias) fazia exatamente o mesmo que eles: combater para libertar-se de seus opressores. Uma vez ganha a batalha em sua terra, Haplo tinha vindo para ajudá-los a conseguir a liberdade. Naturalmente, havia a possibilidade de que aquela gente — elfos, humanos e anões — vivessem em paz e tranqüilidade, que não tivessem opressores, que a vida se desenvolvesse placidamente sob o governo dos sartan e que que não não nece necess ssit itas asse sem m se libe libert rtar ar de ning ningué uém. m. Ha Hapl plo o meditou sobre aquela possibilidade e não demorou para rechaçá-la com um sorriso. Os mundos mudavam, mas um fato fato perm permane aneci cia a o me mesm smo o. Simp Simple lesm sment ente, e, não era da
natu nature reza za dos dos me mens nsch ch24 vive viverr em har harmo moni nia a co com m outr outros os mensch. O patryn via já com clareza as pessoas no chão e per perce cebe beu u que tamb também ém o tinh tinha am vis visto. to. Algun lgunss saí aíam am apress apressada adamen mente te do edifíc edifício, io, olhand olhando o para para o céu. céu. Outro Outross corriam por uma ladeira para o lugar onde brilhavam as luzes luzes.. Co Come meço çou u a dist distin ingu guir ir o que que pare pareci cia a uma uma gran grande de cidade oculta sob os amplos ramos de uma árvore. Por uma fres fresta ta da vege vegeta tação ção selv selvag agem em,, viu viu um lago lago ro rode dead ado o de edifícios enormes com hortas cultivadas e vastas extensões de grama. A distância se reduziu ainda mais e Haplo viu que os presentes contemplavam seu dragão alado, cujo corpo e cabeça estavam tão bem pintados que, de baixo, devia parecer de carne e osso. Notou que muitas testemunhas evitavam aventurar-se na zona limpa, onde era já evidente que que Ha Hapl plo o iria iria pous pousar ar.. As pess pessoa oass se re refug fugia iava vam m sob sob a proteção das árvores, curiosas mas muito precavidas para aproximar-se mais. Na realidade, o patryn se surpreendeu ao ver que toda aquela gente não fugia em pânico ante sua aparição. Mais ainda; vários dos presentes, dois deles em partic particula ular, r, parara pararam m abaixo abaixo da nave, nave, com a cabeça cabeça volta volta para cima e uma mão erguida para proteger os olhos do brilho do sol. Haplo viu que um dos dois, uma figura envolta em roupas largas de tons escuros, apontava para uma zona plana e limpa gesticulando com os braços. Se não fosse muito improvável, o patryn teria dito que estavam esperando sua aparição. — Estou há muito tempo aqui em cima — disse para o cão. Com as patas firmemente plantadas na coberta da ponte, o animal ladrava freneticamente para as pessoas reunidas sob o casco. O patr patryn yn não não disp dispun unha ha de temp tempo o para para co cont ntin inua uarr contemplando a cena. Com as mãos na pedra de governo, 24
Termo usado por sartan e patryns para denominar as raças inferiores: elfos, humanos e anões. Aplica se a todas elas. (N do A)
conjur conj uro ou as runa unas par ara a diminu minuir ir a mar arch cha a da Asa Asa de Dragão, deixar a nave suspensa no ar e pousá-la no chão sã e salva. Pela extremidade do olho, viu que a figura de roupa escura saltava, agitando no ar um gorro velho e desajeitado. A nave tocou o chão e, para surpresa e alarme de Hapl Ha plo, o, co cont ntin inuo uou u desc descen endo do.. Esta Estava va afun afunda dand ndo! o! Ha Hapl plo o per perce cebe beu u entã então o que que não não esta estava va em ter terra firm firme, e, e sim sim pousado em um leito de musgo que cedia sob o peso da nave voadora. voadora. Já se dispunha dispunha a ativar ativar a magia magia para deter a descida da embarcação quando esta ficou assentada por fim, balançando quase como num berço . Por fim fim, depoi epoiss de uma uma trav traves esssia que que lhe tinh tinha a parecido durar séculos, Haplo tinha chegado ao seu destino. Chegou às janelas, mas estavam enterradas sob o espesso musgo e não se via nada além de uma massa de folhas verde-cinzentas contra o cristal. Teria que sair pela coberta superior. De cim cima lhe cheg chegar aram am voze vozess frac fracas as,, mas Hapl aplo considerou que a nave teria semeado tal temor reverencial entre os nativos que estes não se atreveriam a aproximarse. Se o fiz fizess essem em,, le leva vari riam am um sust usto. O patr atryn tinha nha levantado um escudo mágico em torno do casco e quem o tocasse acreditaria, por uma fração de segundo, que lhe tinha caído um raio em cima. Uma vez chegado ao seu destino, Haplo voltou a ser ele mesmo. Seu cérebro voltou a pensar, a guiar seus atos, a dirigi-lo. Vestiu-se de modo que todo seu corpo, tatuado de signos mágicos, ficasse a salvo de olhares. Para isso, calçou botas de couro, suaves e flexíveis, ajustadas sobre calças também de couro, uma camisa de manga longa, fechada no pescoço e nos punhos e, por cima, um colete de pele. Por último, amarrou um lenço ao pescoço, introduzindo introduzindo as pontas sob a camisa. As tatuagens não se estendiam pela cabeça nem pelo rosto osto,, pois pois sua sua ma magi gia a poder oderia ia pert pertur urba barr os proc proces esso soss mentais. Surgindo de um ponto do peito acima do coração,
as runas ocupavam todo o resto de seu corpo, percorrendo o tronco até os rins, as coxas, as panturrilhas e o peito do pé, pé, ma mass não não a pla lant nta. a. Cí Círrcul culos, os, esp espira raiis e co com mple lex xos dese desenh nhos os em verm vermel elho ho e azul azul rodea odeava vam m seu seu pesc pescoç oço, o, este estend ndia iamm-se se por por seus seus om ombr bros os,, desc descia iam m pelo peloss braço braçoss e cobriam tanto a palma como as costas de suas mãos, mas não os dedos. Assim, as únicas zonas de sua pele livres de tatuagens mágicas eram o crânio, para que seu cérebro pude pudess sse e guia guiarr a ma magi gia, a, os ol olho hos, s, ouvi ouvido doss e boca boca,, para para poder perceber o mundo exterior, e os dedos das mãos e as plantas dos pés, para conservar o tato. A última precaução de Haplo, uma vez que a nave tinha aterrissado e ele não necessitava mais das runas para pilo pilotá tá-l -la, a, foi foi envo envolv lver er as mã mãos os co com m fort fortes es banda andage gens ns.. Ajustou a atadura em torno do punho e cobriu toda a palma, passando o tecido entre os dedos e deixando-os descobertos. Uma enfermidade da pele, tinha explicado Haplo aos mens me nsch ch em Aria Ariano no.. Nã Não o er era a dolo dolorrosa, osa, ma mass as púst pústul ulas as avermelhadas e cheias de pus que a doença provocava era er am repu epulsivas. No Ariano, depois de escutar suas uas expl explic icaçõ ações es,, todo todoss tinh tinham am trat tratad ado o de evit evitar ar suas suas mã mãos os enfaixadas. Bom, quase todo mundo. Um homem tinha adivinhado que mentia; um homem, depo depois is de subm submet etê-l ê-lo o a um feit feitiç iço, o, tinha tinha exam examin inad ado o as ataduras e descoberto a verdade. Mas aquele homem era um sartan, Alfred, e já suspeitava do que ia descobrir. descobrir. Haplo tinha percebido que Alfred prestava uma atenção fora do normal a suas mãos, mas não tinha se incomodado... o que tinha sido um erro quase fatal para seus planos. Desta vez, o pat patryn ryn sabia abia o que que devia evia vigi igiar ar;; des desta vez, vez, est estava ava preparado. Conjurou uma imagem de si mesmo e a inspecionou atentamente, dando uma volta completa em torno daquele Haplo simulado. Por fim, deu-se por satisfeito. Não se via nem sinal das runas. Dissolveu a imagem. Colocou em seu
lugar as bandagens das mãos, subiu à coberta superior, abriu a escotilha e saiu, deslumbrado, sob o sol brilhante. O murmúrio de vozes se apagou ante sua aparição. Haplo se levantou na coberta e olhou a seu redor, parando um instante para aspirar profundamente aquele ar fresco, embo em bora ra terr terriv ivel elme ment nte e úmid úmido. o. Abai Abaix xo de si viu viu algu alguma mass cabeças levantadas, algumas bocas abertas, alguns olhos assombrados. Eram elfos, com uma exceção. A figura de amplas roupas de cor arroxeada arroxeada era um humano, um velho com um comprido cabel elo o grisalho e longa barba branca ca.. Ao cont co ntrá rári rio o dos dos outr outros os,, o anci ancião ão não não o co cont ntem empl plav ava a co com m assombro e temor. Radiante, virava-se para um lado e a outro enquanto alisava a barba. — Eu lhes disse! — ouviu-o exclamar. — Não lhes disse? Suponho que acreditarão ac reditarão agora! — Cão, aqui! — Haplo soltou um assobio e o animal apareceu na coberta, trotando. Sua presença provocou uma nova onda de assombro entre os presentes. Haplo não se preocupou em jogar a escadilha; a nave afundara tanto no musgo — com as asas pousadas sobre este — que pôde saltar ao chão sem problemas. Os elfos reunidos em torno da Asa de Dragão se afastaram apressadamente, observando o piloto da nave co com m incredulidade e suspeita. Haplo aspirou profundamente e se dispôs a contar a história que tinha preparada. Sua mente, trabalhando a marchas forçadas, evocou o idioma dos elfos. Mas não teve chance de falar. Antes que o fizesse, o ancião correu até ele e estreitou uma de suas mãos enfaixadas. — Nosso salvador! Bem a tempo! — Exclamou, sacudi udindo seu braço energicament ente na tradicional saudação humana. — Teve um bom vôo?
CAPITULO 19
NA FRONTEIRA DE THURN Roland, estendido no chão, se contorceu para mudar de posiçã ção o tentando aliviar a dor de seus músculo ulos enri enrije jeci cido dos. s. A ma mano nobr bra a deu deu resul esulta tado do dura durant nte e al algu guns ns instantes, mas braços e nádegas não demoraram para doer de novo, só que em pontos diferentes. Com uma careta no rosto osto e co com m mo movi vime ment ntos os diss dissim imul ulad ados os,, tent tentou ou solt soltar ar as trepadeiras que lhe atendiam os punhos mas a dor o forçou
a desistir. As cordas eram mais resistentes que o couro e tinham deixado seus punhos em carne viva. — Não desperdice suas forças — disse uma voz. Roland voltou voltou a cabeça para ver quem falava. — Onde você está? — Do outro lado da árvore. Essas cordas são de liana de pytha e não poderá soltá-las. Quanto mais tentar, mais apertarão. Vigi Vigian ando do de ca cant nto o de olho olhoss seus seus ca capt ptor ores es,, Rolan oland d cons co nseg egui uiu u ar arra rast star ar-s -se e em torn torno o do gran grande de tron tronco co até até descobrir, do outro lado, a figura de um humano de pele morena vestido com roupas de cores brilhantes. O homem estava firmemente amarrado com trepadeiras em torno do peito, dos braços e das mãos. Do lóbulo de sua orelha esquerda pendia um aro de ouro. — Andor — se apresentou, com um sorriso. Tinha um lado da boca inchado e meio rosto manchado de sangue seco. — Roland Hojarroja. Você é um rei do mar? — acrescentou, fazendo referência ao brinco. — Sim. E você é da Thillia. O que estavam fazendo nas terras de Thurn? — Thur Thurn? n? Nã Não o est estam amos os em Thur Thurn n. Estáv stávam amos os a caminho das Terras Ulteriores. — Nã Não o banq banque ue o espe espert rto o co comi migo go,, thil thilli lian ano. o. Sabe Sabe muito bem onde estamos. De modo que estão comercializando com os anões... — Andor fez uma pausa e passou a língua pelos lábios. — Quanto daria para beber algo... — Sou um explorador — explicou Roland, lançando um olhar precavido a seus captores para assegurar-se de que não o observavam. — Podemos falar livremente. Não se importam. E não é preciso ocultar nada, sabe? Não vamos viver o bastante, então para que se importar. — O que...? O que quer dizer?
— Esses gigantes matam tudo o que encontram pela frente... Vinte pessoas, em minha caravana. Todos mortos. Os animais, inclusive. Por que os animais? Eles não tinham feito nada. Não faz o menor sentido, não é? Mortos? Vinte pessoas mortas? Roland olhou severamente para o outro prisioneiro pensando que talvez estivesse mentindo, que só pretendia afugentar um thilliano das rotas comerciais dos senhores do mar. Andor apoiou as costas na casca da árvore, com os olhos fechados. Roland obse observ rvou ou o suor suor que que esco escorrria ria por por sua sua face face,, as ol olhe heir iras as escuras em torno de seus olhos fundos, os lábios cinzentos. cinzentos... .. Não, ele não mentia. mentia. O coração coração se encolheu de medo ao lembrar do grito frenético de Rega, chamando-o, e engoliu para tirar da boca o gosto amargo. — E... e você? — conseguiu articular. articular. Andor se estirou, abriu os olhos e voltou a sorrir. Foi um sorriso torcido, devido ao inchaço da boca, e a Roland pareceu atroz. — Eu tinha nha me afastado do acampamento para atender uma chamada da natureza. Ouvi a luta, os gritos... Quando chegou a hora escura... Deus das Águas, que sede! — Voltou a passar a língua pelos lábios. — Fiquei imóvel. Que outra coisa podia fazer? Ao chegar a hora escura, voltei para lá dando a volta. E os encontrei: meus sócios comerciais, meu tio... — Andor moveu a cabeça de um lado e para outro. — Pus-me a correr. Tratei de me afastar, mas me agarraram e me trouxeram aqui pouco ante ntes de aparecerem com você. É estranho que possam ver tão bem, sem olhos. — Quais... que diabos são? — perguntou Roland. Roland. — Não sabe? São titãs! Roland soltou um gemido. — Essas são histórias de crianças...! — Sim, crianças...! — Andor se pôs a rir. — Meu sobr sobrin inho ho tinh tinha a sete sete anos anos.. Enco Encont ntre reii seu seu co corp rpo. o. Tinha inha a cabeça destroçada, como se alguém a tivesse esmagado e smagado de uma pisada. — Iniciou Iniciou uma gargalhada gargalhada estridente, estridente, um uivo
que lhe rompeu na garganta nta, seguido de uma tosse agônica. — Acalme-se — sussurrou Roland. Andor tomou ar com um estremecimento. estremecimento. — São titãs, asseguro-lhe. Os mesmos destruíram o império de Kasnar. Arrasaram tudo ali! Não ficou um só edifício em pé, uma só pessoa com vida exceto os que conseguiram fugir de seu avanço. E agora se dirigem para o sul através do reino dos anões. — Mas os anões os deterão, sem dúvida... Andor suspirou, fez uma careta e moveu o corpo. — Corre o rumor de que os anões estão aliados com eles, que adoram esses açougueiros. Os anões planejam deix deixar ar que que os titã titãss siga sigam m sua sua ma marrcha cha e nos nos dest destru ruam am;; então, os anões se apropriarão de nossas terras. Rolan oland d lemb lembro rou u vaga vagame ment nte e que que Barb Barban aneg egra ra tinh tinha a comentado algo de seu povo e os titãs, mas já fazia muito tempo e, além disso, ele estava muito carregado de cerveja nessa noite. Pela extremidade do olho captou um movimento que o impu impuls lsio iono nou u a vira virarr-se. -se. No am ampl plo o espa espaço ço aber aberto to onde onde esta estava vam m am amar arra rado doss os dois dois huma humano noss apar aparec ecer eram am ma mais is gigantes, deslocando-se mais silenciosos que o vento e sem que uma só folha se movesse durante a sua passagem. Rolan oland d obse observ rvou ou co com m ca caut utel ela a os rec ecém ém chega chegado dos, s, que traziam vultos nos braços. Reconheceu uma cabeleira escura... — Rega! — sentou-se, lutando com raiva para livrarse das cordas. — Viajam em grupo? — Andor sorriu, torcendo a boca. — E levavam um elfo com vocês! Deus das Águas, se lhes tivéssemos pego... Os titãs levaram seus cativos até a árvore próxima a que Roland estava amarrado e os depositaram delicadam delicadamente ente no chão. Roland ficou ficou aliviado aliviado ao observar observar que os captores tratavam seus prisioneiros com delicadeza. Tanto Paithan como Rega estavam inconscientes e tinham
as roupas cobertas do que parecia ciam fragmentos de cogumelo, mas nenhum dos dois parecia ferido. Roland não viu sinal algum de sangue, contusões ou ossos quebrados. Os titãs amarraram os cativos com movimentos ágeis e expe experi rient entes es,, obse observ rvar aram am-no -noss dura durant nte e algu alguns ns inst instan ante tess como se os estudassem e, por fim, deixaram-nos em paz. Depois, reunidos no cent entro da clareira, os gigantes formaram um círculo e pareceram conferenciar, voltando suas enormes cabeças de um lado e para outro para falar entre si. — Que grupo mais espantoso — murmurou Roland. Arrastando-se para mais perto de Rega, apoiou sua cabeça no pei eitto de sua irmã e escu escuttou os bat batimen imento toss do seu seu coração, fortes e regulares. Com umas ligeiras cotoveladas, tentou despertá-la. — Rega! Rega! A mulher agitou as pálpebras. Ao abri-los, viu Roland e pest pestan anej ejou, ou, surp surpre reend endid ida a e co confu nfusa sa.. A lemb lembra rança nça do pânico invadiu seu olhar. Tentou mover-se, descobriu que est estava amarrada e contev nteve e o fôl fôlego em um gemido apavorado. — Rega! Silêncio! Fique quieta. Não, não tente! Essas malditas lianas apertam ainda mais se tentar se libertar. libertar. — Roland! O que aconteceu? O que são esses...? — Rega voltou a vista para os titãs e estremeceu. — Os tyros devem ter farejado esses seres e fugiram. Eu ia atrás deles quando a selva ganhou vida ao meu redor. Só tive tempo de gritar. Eles me agarraram e me deixaram sem sentidos. — Paithan e eu estávamos no... na plataforma. Os gig gigante antess vier vieram am e apoi apoiar aram am as mã mãos os no co cog gumel umelo o e começaram a sacudi-lo... — Vamos, Vamos, vamos. Já passou. Quin está bem? — Não sei... parece que sim. — Rega observou suas roupas cobertas de esporos e murmurou: — O cogumelo deve ter amortecido nossa queda. Paithan! — Acrescentou em um sussurro, inclinando-se para o elfo. — Paithan, está me ouvindo?
— Aiii! — O elfo recuperou a consciência com um gemido. — Faça-o se calar! — grunhiu Andor. Os titãs tinham deixado de olhar uns para os outros e deslocaram sua cega atenção aos prisioneiros. Um a um, com movimentos lentos e ágeis sobre o chão selvagem, os gigantes se aproximaram aproximaram deles. — Acabou-se! — murmurou Andor com voz lúgubre. — Nos veremos no inferno, thilliano. Alguém soltou um lamento doloroso; doloroso; Roland não pôde definir se fora Rega ou o elfo. Não pôde afasar os olhos dos gigantes o tempo suficiente para averiguar. Notou o corpo tremulo de Rega, apertado contra o seu, e o movimento do musgo lhe indicou que Paithan, preso como o resto deles, tentava arrastar-se para a mulher. Olhando atentamente para os titãs, Roland não viu nenhuma razão para sentir medo. Eram enormes, cerrtamente, mas não se mostravam especialmente ce nte ameaçadores ou agressivos. agressivos. — Escute, irmãzinha — sussurrou a Rega pelo canto dos lábios, — se quisessem nos matar, já o teriam feito. Fique calma. Não parecem muito inteligentes e acredito que podemos sair desta. And Andor sol olto tou u uma uma gar arga gallhad hada, uma uma gar arg gal alha hada da esp espantosa, arrepi epiante. Os titãs, uma dezena deles, reuniram-se em torno de seus prisioneiros, formando um semicírculo. As cabeças sem olhos estavam voltadas para eles. E chegou a seus ouvidos uma voz muito suave, muito pacífica, muito doce. Onde está a cidadela?
Roland ergueu a vista para eles, perplexo. — Eles disseram algo? — perguntou. Podia jurar que suas bocas não se moveram. — Sim, eu ouvi! — respondeu-lhe Rega, espantada. Onde está a cidadela?
Voltaram a escutar a pergunta, no mesmo tom de voz agra agradá dáve vel, l, co como mo se as pala palavr vras as foss fossem em suss sussur urra rada dass na mente. Andor soltou de novo sua risada enlouquecida. — Não sei! — gritou de repente, sacudindo a cabeça para frente e para trás. — Não tenho idéia de onde está a maldita cidadela! Onde está a cidadela? Para onde devemos ir?
As palavras tinham agora um tom de urgência; já não eram um sussurro e sim um grito que retumbava dentro de seu crânio. Onde está a cidadela? cidadela? Para onde devemos ir? Digamnos!
Incômodo a princípio, o grito que perfurava a cabeça de Roland se tornou rapidamente mais e mais doloroso. Procurou em seu torturado cérebro, tentando desesperadamente recordar, recordar, mas jamais tinha ouvido falar de alguma “cidadela”, ao menos não na Thillia. — Per ergu gunt ntem em.. .... ao ao.. .... elfo elfo!! — co cons nseg egui uiu u ar arti ticu cula lar, r, filtrando as palavras entre seus dentes, cerrados por causa daquela dor insuportável. Um grit grito o ter terríve rívell atrá atráss de si revel evelou ou que que os titã titãss tinh tinham am segu seguid ido o sua sua indi indica caçã ção. o. Paith aithan an tent tentou ou resis esisti tir, r, rolando pelo chão e retorcendo-se de dor, enquanto gritava algo em elfo. — Basta! Basta! — suplicou Rega e, de repente, as vozes cessaram. Em suas cabeças reinou de novo o silêncio. Roland deix deixou ou de agit agitar ar-s -se, e, esgo esgota tado do.. Paith aithan an jazi jazia a no musg musgo, o, soluça soluçando ndo.. Rega, ega, com os braços braços firmem firmement ente e amarr amarrado ados, s, enco encolh lheu eu-s -se e a seu lado ado. Os titãs itãs co cont ntem emp plar aram am seus eus prisioneiros e um deles, sem qualquer aviso, agarrou um ramo caído e golpeou com ele o corpo preso e indefeso de Andor. O rei do mar não teve chance de gritar; o impacto esmagou a caixa torácica, rasgando seus pulmões. O titã levanto ntou o ramo e desc escarrego egou um novo golpe, que afundou o crânio do humano desgraçado.
Uma chuva de sangue quente salpicou Roland. Os olhos de Andor olhavam fixamente para seu assassino. O senh senhor or do ma marr tinh tinha a mo morrrido rido co com m aque aquele le desa desagr grad adáv ável el sorriso nos lábios, como se celebrasse alguma brincadeira espantosa. Seu corpo se agitou com os estertores de sua agonia. O titã continuou descarregando golpes, empunhando o ramo coberto de sangue, até reduzir o cadáver a uma massa sanguinolenta. Depois de o deixar irreconhecível, o gigante se voltou para Roland. Roland. Aturdido e apavorado, Roland reuniu toda sua força em um último esforço e se impulsionou para trás, derrubando Rega. Rastejando pelo musgo, curvou-se sobre ela para protegê-la com seu corpo. Rega Rega ficou imóvel, muito imóvel, e seu irmão pensou que talvez tivesse desmaiado. Esperou que assim fosse. Assim seria mais fácil... muito mais fácil. Paithan jazia perto deles, olhando para o que tinha restado de Andor com olhos arregalados. O elfo tinha o rosto de um tom cinzento e parecia ter parado de respirar. Roland se preparou para receber o golpe, rogando que o primeiro o matasse. Escutou o rangido do musgo debaixo dele e notou uma mão que surgia do chão e o agarrava pela fivela do cinturão, mas aquela mão não lhe pareceu real, não tão real como a morte que se abatia sobre ele. O inesperado puxão através do musgo o devolveu bruscamente à consciência. Soltou um grito, balbuciou e lutou, como um sonâmbulo que caísse de bruços em um charco gelado. A queda terminou brusca e dolorosamente. Abriu os olhos. Não estava submerso em água, estava em um túnel escuro que parecia escavado na grossa capa de musgo. Uma mão forte o empurrou e uma folha afiada o liberou das cordas. — Vamos, vamos! Eles são bastante estúpidos, mas nos seguirão! — Rega... — murmurou Roland, tentando voltar. — Está aqui! Ela e o elfo! Vamos, Vamos, em frente!
Rega caiu quase em cima, empurrada por trás. A mulher bateu a bochecha contra o ombro de seu irmão e ergueu a cabeça, outra vez consciente. — Corram! — ordenou a voz. Rolan oland d agar agarrrou sua sua irmã irmã,, ar arra rast stan andodo-a a co cons nsig igo. o. A frente deles se estendia um túnel estreito que se internava no musgo. Rega abriu a marcha, avançava engatinhando. Roland a seguiu. O temor ditava a seu corpo o que devia fazer para escapar, pois seu cérebro parecia bloqueado. Confuso, medindo o caminho entre a escuridão verde cinzenta, engatinhou, se arrastou e chapinhou em sua fuga. Rega, cujo corpo era mais magro, abria caminho pelo túnel com facilidade; de vez em quando, detinha-se para olhar para trás, procurando com os olhos o elfo, que avançava atrás de Roland. O rosto de Paithan mostrava uma palidez espectral e maiis par ma arec eciia um fant fantas asm ma que um ser vivo, ivo, mas não não deixava de avançar, empregando mãos, joelhos e ventre como um réptil. Atrás dele, a voz não deixava de lhes apressar. — Em frente, vamos! A tensão não demorou para afetar Roland. Doíam-lhe os músculos, os joelhos estavam em carne viva e o ar lhe queimava os pulmões. “Já estamos a salvo”, pensou. “O túnel é muito estreito para esses monstros...” Um estrondo, como se mãos gigantescas estivessem rasgando o chão, impulsionou Roland a continuar a marcha. Com Co mo um mang angust usta ca caça çand ndo o uma uma ser erp pent ente, os tit titãs esta estava vam m abri abrind ndo o o musg musgo, o, alar alarga gand ndo o o pass passad adiç iço o para para localizá-los. Os fugitivos continuaram descendo pelo túnel, caindo e rodando em ocasiões, quando o caminho ficava muito ingreme e a escuridão os impedia de ver para onde iam. O temo temorr de seus seus per erse seg guid uidor ores es e a voz insi nsistent tente e lhes lhes impulsionou além dos limites de sua resistência até que um gemido gemido e um golpe golpe surdo surdo a suas costas costas indicou indicou a Roland Roland que as forças tinham finalmente abandonado o elfo.
— Rega! ega! — exclam clamo ou. Sua irm irmã par aro ou, virou-s ou-se e lentamente e o olhou com ar cansado. — O elfo desmaiou. Venha me ajudar! A mulher assentiu, sem fôlego para falar, e voltou atrás arrastando-se. Roland agarrou-a pelo braço e a sentiu tremer de cansaço. — Por que pararam? — perguntou a voz. — Olhe o... elfo...! — respondeu Roland entre entrecor cortad tadame amente nte.. — Está.. Está.... acabad acabado. o. Todos odos estamo estamos.. s.... Descanso. Precisamos... Precisamos... um descanso. Rega ega se deix deixou ou ca cair ir junt junto o a el ele, e, ofeg ofegan ando do e co com m pontadas nos músculos. O sangue rugia nos tímpanos de Rolan oland; d; os bati batime ment ntos os do seu seu co cora ração ção lhe lhe impe impedi diam am de ouvi ouvirr se seus seus pers perseg egui uido dore ress aind ainda a esta estava vam m atrá atráss dele deles. s. Embo Embora ra pouc pouco o impo import rtas asse se muit muito, o, pens pensou ou,, se os ouvi ouvia a chegar ou não. — Descansaremos um pouco — disse a voz áspera. — Mas só um momento. Para baixo. Temos que ir mais para baixo. Roland olhou ao seu redor, piscando para eliminar as grandes manchas e faíscas que apareciam ante seus olhos. De qualquer modo, não havia muito que ver. A escuridão era densa, intensa. — Com certeza... não nos seguirão... tão longe... — Vocês Vocês não os conhecem. São terríveis. Aquela voz... Agora que a escutava com mais atenção, soava-lhe conhecida... — Barbanegra? É você? — Já lhe disse que me chamo Drugar. Drugar. Quem é o elfo? — Paithan — se apresentou o elfo, apoiando-se nas paredes do túnel até se agachar. — Paithan Quindiniar. É uma honra conhecê-lo, senhor; quero lhe expressar meu agradecimento por... — Deixe de cortesias agora, elfo! — Grunhiu Drugar. — Para baixo! Temos que continuar descendo!
Roland flexionou as mãos. As almas estavam sangrando, cheias de arranhões produzidos produzidos ao apoiá-las nas paredes ásperas do túnel de musgo. musgo. — Rega? — chamou, preocupado. preocupado. — Sim, posso continuar. — Roland ouviu-a suspirar. Depois, sua irmã se afastou dele e começou a engatinhar de novo. Roland também exalou um profundo suspiro, secou o suor dos olhos e continuou a marcha, embrenhando-se mais e mais na escuridão.
CAPITULO 20
OS TÚNEIS, THURN Os fugi fugiti tivo voss avan avançar çaram am se ar arra rast stan ando do pelo pelo túne túnel, l, sempre descendo, e a voz continuou insistindo: “Vamos, “Vamos, em frente!”. Suas mentes perderam logo a consciência de onde estavam ou o que faziam. Transformaram-se em autômatos que se moviam nas sombras como brinquedos de corda, sem pensar em seus atos, muito esgotados e aturdidos para que se importarem. importarem. Em um dado momento, invadiu-os uma sensação de imensidão. Ao estender a mão, já não tocavam as paredes do túnel. O ar, embora estagnado, tinha um surpreendente frescor e cheirava a umidade e a viço. — Chegamos ao fundo — anunciou o anão. — Agora, podem descansar. Cairam ao chão, estendidos de costas, ofegantes, e esticaram os músculos para aliviar as caibras causadas pela penosa marcha. Drugar não voltou a abrir a boca. Se não fosse por sua respiração estertórea, poderiam ter pensado que já não estava com eles. Por fim, um pouco recuperados, começaram a perceber melhor o lugar onde estavam. O mate ma teri rial al sobr sobre e o qual qual esta estava vam m este estend ndid idos os,, foss fosse e o que que fosse, era duro e resistente, escorregadio e ligeiramente áspero ao tato. — O que é esta substância? — perguntou Roland, levantando-se um pouco. Afundou a mão, tirou um punhado e o deixou correr entre os dedos. — O que imp impor orta ta?? — repl eplico icou Rega. ega. Em sua voz ofeg ofegan antte havi avia um tom tom agudo udo. — Não supor uporto to ist isto! A escuridão... É terrível! Não posso respirar! Estou sufocada...!
Drugar pronunciou algumas palavras no idioma dos anões, que soaram como o barulho de rochas se chocando. Imediatamente, acendeu-se uma luz cujo brilho foi doloroso para o resto do grupo. O anão sustentou no alto uma tocha. — Melhor assim, humana? — Não, não muito — respondeu Rega. Sentado-se e olhou ao seu redor com um gesto de temor. — A luz só tor torna ma mais is escu escura ra a escu escuri ridã dão o. Odei Odeio o este este luga lugar! r! Nã Não o suporto estar aqui embaixo! — Prefere voltar para cima? — perguntou Drugar. Rega empalideceu empalideceu e arregalou arregalou os olhos. — Não — murmurou, e mudo udou de posição para aproximar-se de Paithan. O elfo iniciou o gesto de passar o braço pelos ombros da huma humana na para para re reco confo nfort rtáá-la la,, ma mass olho olhou u para para Rolan oland. d. Depois, avermelhando, ficou em pé e se afastou alguns passos. Rega o seguiu com o olhar. — Paithan? Ele não se voltou. Afundando a cara entre as mãos, Rega soluçou amargamente. — Isso onde está sentado é terra — disse Drugar. Drugar. Roland estava desconcertado, sem saber o que fazer. Sabi Sabia a que, que, co como mo “m “mar arid ido o” dela dela devi devia a apr aproxima ximarr-se -se e consolar Rega; entretanto, tinha a impressão de que sua presen esença ça só pio iora rari ria a as co cois isas as.. Além Além disso, sso, senti entia a a necessidade de consolar a si mesmo. Ao olhar para as suas roupas à luz da tocha, viu as manchas vermelhas que o cobriam. Era sangue. O sangue de Andor. — Terra — repetiu Paithan. — Lama e rochas... Quer dizer que estamos realmente ao nível do chão? — Sim — interveio Roland. — Onde estamos? — Isto é um k'tark , uma encruzilhada de caminhos, em sua sua líng língua ua — respo espond ndeu eu Drug Drugar ar.. — Aqui qui se junt juntam am vár áriios túnei úneiss. Nó Nóss o co cons nsid ider eram amo os um bom lugar ugar de reunião. Há reservas de comida e água. — Apontou vários vult vultos os,, apen apenas as visí visíve veis is sob a luz luz pisc piscan ante te da toch tocha. a. — Sirvam-se.
— Eu não tenho fome — murmurou Roland enquanto esfr esfreg ega ava fren frenet etiica came ment nte e as ma manc ncha hass de sang sangue ue da camisa. — Mas agradeceria por um pouco de água. — Sim, água! — Rega levantou a cabeça e as lágrimas de suas bochechas brilharam à luz da tocha. — Eu pego — ofereceu o elfo. Os vultos eram barricas de madeira. O elfo tirou a tampa de uma delas, aproximou a cabeça e cheirou seu conteúdo. — Água — informou. Encheu uma cabaça e levou-a a Rega. — Beba — disse-lhe com doçura, enquanto sua mão lhe acariciava o ombro. Rega tomou a cabaça e bebeu com avidez. Seus olhos estavam fixos no elfo, e os dele nos seus. Roland, ao vê-los, sentiu um nó sinistro em suas vísceras. Tinha cometido um engano: sua irmã e o elfo se gostavam. Gostavam-se muito. E aquilo não estava nos planos. Não lhe importava um centimo que Rega seduzisse um elfo, mas não ia tolerar que se apaixonasse por ele. — Ei! — exclamou. — Eu também quero beber. Paith aithan an se leva levant ntou. ou. Rega ega lhe lhe entre entrego gou u a ca caba baça ça vazia com um fraco sorriso. O elfo retornou até a barrica de água. Rega lançou um olhar zangado e penetrante para seu irmão. Roland o devolveu, carrancudo. Rega jogou para trás sua cabeleira escura. — Quero partir! — declarou. — Quero sair daqui! — Ce Cert rtam amen ente te — re repl plic icou ou Drug Drugar ar.. — Já lhe lhe diss disse: e: volte por onde viemos. Estarão esperando. Rega estremeceu. Reprimindo um grito, escondeu o rosto entre seus braços cruzados. Paithan protestou: — Não é necessário ser tão duro com ela, anão. Nós tive tivem mos uma uma exper xperiiênci ência a assus ssusta tad dor ora! a! E, por isso sso — acrescentou, olhando ao seu redor, — aqui embaixo não me sinto muito melhor! — É como o elfo diz... — interveio Roland. — Você salvou nossa vida. Por que?
Drugar acariciou um machado de madeira que tinha pendurado ao cinto. — Onde estão as molas de suspensão? — Já imaginava — assentiu Roland. — Pois bem, se essa foi a razão de ter nos salvado, perdeu seu tempo. Terá que reclamar com esses gigantes. Mas talvez já o tenha feito! O senhor do mar me disse que vocês, os anões, adoram estes monstros. Disse-me que seu povo vai se aliar a esses titãs para depois se apropriarem das terras dos humanos. É certo isso, Drugar? Para isso queria as armas? Rega ergueu a cabeça e olhou para o anão. Paithan tomou um lento sorvo de água, com a vista fixa em Drugar. Roland ficou tenso. Não gostou do brilho nos olhos do anão, e do sorriso gelado que apareceu em sua boca. — Meu povo... — murmurou Drugar. — Meu povo já não existe! — O que? Explique, Barbanegra, maldito seja! — Está muito claro — interveio Rega. — Olhe para ele, Roland. Pobre Thillia! Está dizendo que todo seu povo morreu! — Pelo sangue do Orn! — resmungou Paithan em elfo, com espanto. — É certo isso? — Exigiu saber Roland. — É verdade o que diz? Seu povo... morto? — Olhe para ele! — gritou Rega, Rega, a beira da histeria. h isteria. Aturdidos Aturdidos e cegos por seus próprios próprios temores, nenhum deles viu grande coisa no anão. Com os olhos já bem abertos, viram que Drugar estava as roupas rasgadas e manc ma ncha hada dass de sang sangue ue.. Sua Sua barb barba, a, semp semprre muit muito o bem bem cuidada, estava rasgada e suja; o cabelo despenteado. No antebraço tinha uma ferida longa e com aspecto ruim, um fio de sangue coagulado corria por sua face. Suas mãos acariciavam o machado. — Se tivé tivéss ssem emos os re receb cebid ido o as ar arma mass — murm murmur urou ou Drugar com o olhar vazio e fixo nas sombras que se moviam nos túneis, — poderíamos te-los enfrentado. E meu povo ainda estaria vivo.
— Não foi nossa culpa. — Roland levantou as mãos, mostrando as palmas. — Viemos o mais rápido possível. O elfo... — indicou Paithan, — o elfo chegou tarde. — Eu não sabia de nada! Como ia saber? Foi esse maldito caminho que tomamos, Hojarroja, para cima e para bai aix xo por ravi avinas nas enor enorm mes e sel elv vas inter nterm mináv návei eiss... ... Conduziu-nos diretamente até esses malditos... — Ah! Agora vai jogar toda a culpa em mim...? — Cheg Chega a de discus scusssõe õess! — Grit Gritou ou Rega ega. — Nã Não o importa de quem seja a culpa! Só interessa sair daqui! — Sim, tem razão — disse Paithan, tranqüilizando-se e baixando a voz. — Tenho que voltar e avisar meu povo. — Ora! Os elfos não têm com que se preocupar. Meu povo povo sabe saberá rá co como mo enfr enfrent entar ar esse essess mo mons nstr tros os!! — Rolan oland d olhou para o anão e deu de ombros. — Não se ofenda, Barb Barban aneg egra ra,, me meu u am amig igo, o, ma mass al algu guns ns bons bons guer guerrrei eirros, os, alguns guerreiros de verdade, e não um grupo de gente com as pernas cortadas à altura dos joelhos, não terão nenhum problema para destruir esses gigantes. — O que me diz de Kasnar? — Replicou Paithan. — O que fizeram os guerreiros guerreiros humanos desse império? — Camponeses! Fazendeiros! — Roland fez um gesto depreciativo. — Nós, os thillianos, somos guerreiros! Temos experiência. — Em esmurrar uns aos outros, talvez. Ali em cima não parecia tão valente! — Pegaram-me despreparado! O que esperava que eu fizesse, elfo? fo? Cairam em cima de mim antes que pudesse reagir. Está bem; talvez não possamos abate-los com uma flechada, mas garanto que, quando tiverem cinco ou seis lanças cravadas nesses buracos da cabeça, não terão vontade de continuar fazendo perguntas estúpidas a respeito de nenhuma cidadela... ...Onde estão as cidadelas?
A pergunta ressoou na mente de Drugar, fustigou-o como um martelo, cada sílaba como um golpe que lhe causava dor física.
De seu posto de observação em uma das milhares de casas anãs, Drugar contemplou a imensa planície de musgo ond onde seu pai e a mai aior oriia de seu povo ovo tinha inha saído ído ao encontro da vanguarda de gigantes. Não, “vanguarda” não era o termo correto. A noção de vanguarda implica uma ordem, um movimento dirigido. Para Drugar, pareceu que o reduzido grupo de gigantes tinh tinha a trop tropeç eçad ado o ca casu sual alme ment nte e co com m os anõe anões, s, que que tinh tinha a topado com eles sem querer e que se distraíram por alguns instantes de seu objetivo principal para... para perguntar uma direção? “Não “N ão saia saia,, pai! pai!”, ”, tinha tinha tent tentad ado o supl suplic icar ar ao velh velho. o. “Deixe-me falar com eles, já que insiste em tamanha tolice. Você fique aqui, onde estará a salvo.” Entretanto, Drugar sabia que, se dissesse algo assim para seu pai, este seria capaz de lhe fazer provar o cajado com o qual andava. E teria muita razão ao fazê-lo, reconheceu Drugar. Afinal, seu pai era o rei e ele devia estar a seu lado. Mas não estava. — Pai, ordene que ao povo que fique em casa. Você e eu iremos tratar com esses... — Não, Drugar. Todos formamos o Um. Eu sou o rei, mas sou apena enas a cabeça e todo o corpo deve estar presen esentte par ara a escu escuta tar, r, tes testemu temunh nhar ar e par arti tici cipa parr da conversa. Assim é desde o tempo da nossa criação. — A face do ancião relaxou com uma careta de causar pena. — Se este é realmente nosso fim, que se diga que caímos como vivemos: unidos. O Um se apresentou, surgindo de suas moradas na sel elv va, e se reuniu na imens ensa planíc nície de musgo que formava o teto de sua cidade, piscando, cerrando os olhos e amal am aldi diço çoan ando do o bril brilho ho do sol. sol. Le Leva vado doss pela pela em emoçã oção o de receber seus “irmãos”, cujos enormes corpos eram quase do tamanho de Darkar, seu deus, os anões não perceberam que muitos de seus concidadãos ficavam para trás, perto da
entr entrad ada a de sua sua cida cidade de.. Drug Drugar ar tinh tinha a post postad ado o al alii seus seus guerreiros, guerreiros, com a esperança de poder cobrir c obrir uma retirada. O Um viu a selva avançar sobre o musgo. Meio cegos pelo sol, ao qual não estavam acostumados, os anões viram como as sombras entre as árvo ár vore ress ou até até os próp própri rios os tron tronco coss desl desliz izav avam am co com m pés pés silenciosos pelo musgo. Drugar franziu o cenho e observou os gigantes tentando distinguir quantos eram, mas foi como cont co ntar ar as folh folhas as em um bosq bosque ue.. Per erpl plex exo, o, aniq aniqui uila lado do,, pergun perguntou tou-se -se apavor apavorado ado como como combat combateri eria a algo algo que não podi podia a ver ver. Co Com m ar arma mass má mági gica cas, s, ar arm mas él élfi fica cas, s, ar arma mass inteli inteligen gentes tes que que procu procurav ravam am sua presa presa,, talvez talvez os anões anões tivessem alguma chance. O que devemos fazer?
A voz que lhe soava na cabeça não era ameaçadora. Era triste, lastimosa, frustrada. Onde está a cidadela? O que devemos fazer?
A voz exigia uma resposta. Estava desesperada por obtê-la. Drugar experimentou uma estranha sensação; por um inst instan ante te,, apes apesar ar do me medo do,, co comp mpar arti tilh lhou ou a tris triste teza za daqu daquel elas as cria criatu tura ras. s. La Lame ment ntou ou sinc sincer eram amen ente te não não pode poderr ajudá-las. — Nunca ouvimos falar de nenhuma cidadela, mas ficaríamos felizes em nos unir a sua busca, se lhes parecer bem... Seu pai não teve chance de pronunciar uma palavra mais. Movendo-se em silêncio, agindo sem aparente raiva nem malícia, dois dos gigantes ergueram as mãos, agarraram ao velho monarca e o despedaçaram. Depois, jogaram os pedaços sanguinolentos ao chão, com gesto despreocupado, como se fossem lixo. Em seguida, com a mesma mesma ausência ausência de ferocidade ferocidade e de premeditação premeditação,, os titãs se dedicaram a matar sistematicamente os anões. Drugar contemplou a cena, aflito e incapaz de reagir. Com a mente paralisada pelo horror do que tinha presenciado e não pudera evitar, o anão agiu por instinto.
Seu Seu co corp rpo o fez fez o que que devi devia, a, sem sem respo espond nder er a nenh nenhum uma a ordem consciente. Agarrou um corno de Kurt, o levou aos lábios e tocou um chamado estridente, avisando seu povo para que voltasse para seus abrigos, que se salvassem. Ele Ele e seus seus guer uerrei eirros, os, al algu guns ns dele deless posta ostado doss nos nos ramos das árvores, lançaram suas flechas nos gigantes. Aguç Aguçad ados os dard dardos os de ma made deir ira, a, ca capa paze zess de atra atrave vess ssar ar o humano mais corpulento, ricocheteavam na pele grossa dos gigantes. Estes reagiram à chuva de setas como se fosse uma uma nuve nuvem m de mo mosq squi uito tos, s, livr livran andodo-se se dela delass ao aoss tapa tapass enquanto davam uma pausa na carnificina. A retirada dos anões não se produziu p roduziu em desordem. O corp co rpo o er era a um e al algo go que que ac acon onte tece cess sse e a um indi indiví vídu duo, o, acontecia a todos. Assim, detinham-se para ajudar os que caíam. Os velhos ficavam para trás, implorando aos jovens que procurassem refúgio. Os fortes levavam os fracos. Por tudo isso, os anões foram presa fácil. Os gigantes os perseguiram, alcançaram rapidamente e os destruíram sem piedade. A planície de musgo ficou empapada de sangue. Os corpos se empilhavam. Alguns pendiam das árvores onde tinham sido lançados; a maioria tinha ficado irreconhecível. irreconhecível. Drug Drugar ar agua aguarrdou dou até até o últi último mo mo mome ment nto o ante antess de proc procur urar ar abri abrigo go,, depo depois is de se asse assegu gura rarr que que os pouc poucos os ainda co com m vida naquel ela a planíc nície espantosa tinham conseguido escapar. Nem sequer então quis partir. Dois de seus homens tiveram que arrastá-lo à força até os túneis. Acima deles puderam ouvir o rangido dos ramos ao quebrar ar--se. Parte do “teto” da cidade escavada na vegetação afundou. Quando o túnel pelo qual avançavam caiu, Drugar e o que restava de seu exército se voltaram para enfrentar o inimigo. Já não era necessário correr ou procurar refúgio. refúgio. Já não havia ha via lugar onde ficar a salvo. Quan Quando do Drug Drugar ar rec ecup uper erou ou a co cons nsci ciên ênci cia, a, tiro tirou u um pedaço da seção da galeria parcialmente afundada caído sobre ele. Em cima dele se empilhavam os corpos de vários de seus homens. Enquanto afartava os restos dos anões,
parou para escutar, atento a qualquer ruído que revelasse a presença dos titãs. Só ouviu silêncio. Um silêncio inquietante, carregado de presságios. Durante o resto de seus dias, continuaria ouvindo aquele silêncio e, com ele, a palavra que sussurrava em seu coração: — Ninguém... — Eu os levarei ao seu povo — disse Drugar de repen epente te.. Eram Eram as prim primei eira rass pala palavr vras as que que pron pronun unci ciav ava a depois de um longo tempo. Os human humanos os e o elfo elfo inte interr rrom ompe pera ram m suas suas mútu mútuas as recriminações, voltaram-se voltaram-se e o olharam para ele. — Co Conh nheç eço o o ca cami minh nho o. — Aponto ontou u par ara a onde nde as trevas eram mais densas e acrescentou: — Esses túneis... conduzem à fronteira de Thillia. Estaremos a salvo se nos mantivermos aqui embaixo. — Todo... todo o trajeto? Aqui embaixo? — protestou Rega. — Pode voltar para cima, se quiser! — recordou-lhe Drugar, indicando um passadiço. Rega olhou para onde ele apontava, engoliu em seco com um calafrio e moveu a cabeça negativamente. — Por que? — quis saber Roland. — Isso — assentiu Paithan, — por que faria algo assim por nós? Drugar contemplou-os com uma chama de ódio nos olhos. Sim, odiava aqueles humanos, odiava seus corpos esquálidos, seus rostos imberbes. Odiava seu cheiro, sua mania de superioridade; odiava seu tamanho. — Porque é meu dever — respondeu. O que acontece a um anão, acontece acon tece a todos. A mão de Drugar, oculta sob a barba, procurou algo sob o cinto. Seus dedos se fecharam em torno da faca de caça de osso de vampiro. Uma terrível alegria inundou o peito do anão.