Texto elaborado pela monitoria de Fisiologia Humana da UFPE 2015.2
AULA PRÁTICA COMENTADA – FUNÇÕES SENSITIVAS HUMANAS 1. SENSIBILIDADE EXTEROCEPTIVA 1.1 Sensibilidade Táctil: Exp. 1 – Colocar uma moeda sobre a superfície cutânea do antebraço e observar cronometrar! o tempo em "ue persiste a sensaç#o de tato e press#o$ ou se%a$ o tempo &asto at' a adaptaç#o dos receptores.
Propriedade envolvida: Mecanismo de Adapta!o. Adaptação pode ser definida como “Deixar de perceber um determinado estímulo, porém o mesmo mesmo permanece com a mesma intensidade”. intensidade”. ste mecanismo est! associado " intensidade do estímulo aplicado e ao n#mero de receptores ativados. $em como ao tipo de receptor %&! receptores 'ue não se adaptam ( dor, PA, )* + -evisando: a adaptação dos receptores sensoriais podem ser: enta %/0nica1 2 /ransmitem informaç3es en'uanto o estímulo tiver presente ou pelo menos por minutos ou 4oras5 4 oras5 mant6m o cérebro constantemente informado sobre o estado do corpo c orpo e o meio ambiente. x: -eceptores de fusos musculares. -!pida %7!sica1 2 8ão estimulados 'uando ocorre mudança de força do estímulo5 são receptores de velocidade. x: -eceptores t!teis. 9o experimento: Deixamos de sentir a moeda em + minutos. 8e ns mud!ssemos a intensidade do estímulo, acrescentando outra moeda, iríamos ativar novamente al;uns receptores adicionais, porém o tempo para deixar de sentir as duas moedas, seria menor, pois um n#mero proporcionalmente menor de receptores precisaria ser ativado ativado com o acréscimo da +< moeda. 1.( )iscriminaç#o Espacial: Estimular diferentes pontos da superfície cutânea do membro superior com dois estímulos i&uais simultâneos e levemente afastados entre si duas pontas de um compasso afastadas ( mm! e verificar se o paciente percebe um estímulo *nico ou dois estímulos separados. +fastar &radativamente$ de ( em ( mm$ os estímulos um do outro e verificar o limite em "ue s#o percebidos duas sensaç,es separadas. -ntercalar estímulos duplos com estímulos simples uma ponta!$ se necessário$ para o paciente n#o adivin/ar0 o estímulo. erificar este limiar em diferentes re&i,es cutâneas no sentido distal2axial.
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Propriedade envolvida: "ampo recepti#o -esultados esperados: Polpa di;ital
=,+ mm
Antebraço
+,= a >,= cm
sc!pula
>,= a ?,= cm
@omo é codificada a localiação de um estímuloB Pela ativação dos campos receptivos das fibras neurais. * taman4o do campo receptivo é um fator importante na determinação da resolução espacial, e podem ser ;randes e pe'uenos. @ampo receptivo: é a !rea sensorial de um neur0nio aferente. ntão tudo 'ue for da'uele neur0nio ir! abran;er determinada !rea. 8e o campo receptivo for pe'ueno si;nifica 'ue tem uma sensibilidade maior pra identificar + pontos do 'ue a'uelas 'ue t6m campos receptivos ;randes. 8e eu fier um estímulo supralimiar numa !rea, esse neur0nio ser! ativado. 8e eu fier outro estímulo supralimiar a mesma !rea ... eu s vou ativar a mesma célula. Cesmo 4avendo dois estímulos, se eles são supralimiares eu s percebo uma reposta... por'ue o potencial de ação é do tipo tudo2ou2nada, uma ve 'ue o potencial de ação acontece ele acontecer! com sua capacidade m!xima não importa a intensidade do estímulo. ntão “abrindo” a vareta a uma pe'uena distncia, posso ativar duas células sensoriais, tendo, desse modo, a percepção de dois pontos %7i;ura >1
A
B
Figura – A! Ca"#$ r%&%#'i($ #%)u%*$. B! Ca"#$+ r%&%#'i($+ gra*,%. 3rito$ 4árcia do 5ascimento.
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9ormalmente nas re;i3es da extremidade, 4! maior 'uantidade de campos receptivos %pe'uenos1. E medida 'ue se aproxima do eixo do corpo, o n#mero desses campos receptivos diminuem e seu taman4o aumenta, sendo maior a dificuldade de perceber dois pontos. xceção: @om as “varetin4as” fec4adas, o experimentador pode sentir F! dois pontos no antebraço... a raão para este fen0meno é 'ue coincidentemente eleGela pode ter atin;ido duas células e assim, dois neur0nios... porém essa c4ance é muito menor do 'ue na ponta dos dedos.
1.6 Topo&n7sia:
erificar se o paciente locali8a um estímulo cutâneo de ol/os fec/ados. Estimular um determinado local com a ponta de uma caneta$ exercendo aí uma leve press#o. 9edir ao paciente para locali8ar de ol/os fec/ados! o local do estímulo com uma caneta de outra cor. 4edir as distâncias entre as duas marcaç,es. 9ode se fa8er a m'dia de várias tentativas tentativas do paciente para o mesmo mesmo estímulo. estímulo.
Propriedade envolvida: "ampo recepti#o$ %nibi!o &ateral -esultados esperados: Hnibição ateral: ocorre para percebermos a localiação precisa dos estímulos. xemplificando: Im neur0nio J é estimulado %pela ponta de uma caneta1 K propa;a o potencial de ação e libera seus neurotransmissores para diversos lu;ares K também para os neur0nios adFacentes K tornando2os neur0nios mais ne;ativos K conse'uentemente conse'uentemente inibidos. ssa se'u6ncia de eventos nos d! a percepção de 'ue o estímulo inicial foi mais forte, e dessa maneira, podemos perceber com mais acur!cia onde o estímulo aconteceu. 8intetiando: a acentuação do contraste da atividade elétrica de células viin4as adiciona precisão " localiação dos estímulos %7i;ura L1.
Figura - – I*ii/0$ La'%ra. 3rito$ 4árcia do 5ascimento.
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ste evento é mais presente na pele e menos fre'uente nas vísceras, por isso não conse;uimos localiar uma dor exata numa víscera. 'or re(erida) re(erida) fre'uentemente, a pessoa sente dor em parte do corpo 'ue fica distante do tecido causador da dor. Por exemplo, a dor em r;ãos viscerais ;eralmente é referida " !rea na superfície do corpo. * con4ecimento dos diferentes tipos de dor referida é importante para o dia;nstico clínico, pois em v!rias doenças viscerais o #nico sinal clínico é a dor referida. Mecanismo da dor re(erida) A re(erida) A fi;ura M mostra o prov!vel mecanismo por meio do 'ual ;rande parte da dor é referida. 9a fi;ura, ramos das fibras para a dor visceral faem sinapse na medula espin4al, nos mesmos neur0nios de se;unda ordem %N e +1 'ue recebem os sinais dolorosos da pele. Ouando as fibras viscerais para a dor são estimuladas, os sinais dolorosos das vísceras são conduidos pelo menos por al;uns dos mesmos neur0nios 'ue conduem os sinais dolorosos da pele, e a pessoa tem a sensação de 'ue as sensaç3es se ori;inam na pele propriamente dita. dita.
Figura 2 – M%&a*i+"$ ,a ,$r r%3%ri,a % 4i#%rag%+ia r%3%ri,a. edição. P!;. M++.
1. Sensibilidade T'rmica:
Exp. 1 – Testar com dois tubos de ensaio á&ua fria e á&ua "uente! diferentes locais da superfície cutânea. 9osicionar os dois tubos transversalmente ao sentido dos nervos. ;bter as informaç,es do paciente "uanto ao tipo de estímulo.
Qton e &all, N+<
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Propriedade envolvida: Fibra axonal dos neur*nios -esultado esperado: primeira sensação R friaS 9a epiderme, existem diversos receptores para o frio e calor. Porém sua distribuição não é uniforme, e pode variar de indivíduo para indivíduo %exemplo: pessoas “friorentas” ou “calorentas”1, como em !reas do corpo de uma mesma pessoa %'uando temos muito frio nas mãos, si;nifica 'ue ten4o mais receptores para o frio nesses membros1. membros1. A forma como percebemos as sensaç3es térmicas %frio e calor1 est! associada com o tipo de fibras axonais dos dos receptores: Frio) fibras Frio) fibras mieliniadas finas 2 AT "alor : fibras não mieliniadas 2 @ Por isso, a sensação de frio instala2se mais rapidamente 'ue a de calor.
Exp. ( – Colocar o dedo indicador de uma m#o em á&ua &elada e o da outra em á&ua "uente$ durante dois minutos. Em se&uida$ colocar ambos os dedos em á&ua < temperatura ambiente. ; paciente deve observar "ual ' a sensaç#o nos dedos "ue vieram
dos
diferentes
estímulos
iniciais$
devido
<
adaptaç#o
pr'via
dos
receptores$ respectivamente respectivamente ao frio e ao calor.
Propriedade envolvida: +eceptores t,rmicos -esultado esperado: 'uando colocamos no dedo na !;ua " temperatura ambiente ( o dedo 'ue estava no copo de !;ua fria sentimos a sensação de calor e no dedo 'ue estava no copo de !;ua morna sentimos a sensação de frio. Aplicação pr!tica: xemplo N 2 'uando colocamos a mãe no con;elador e depois na !;ua corrente, iremos sentir a sensação de calor. xemplo + ( uma pessoa 'ue c4e;a numa sala com ar condicionado, a mesma ter! sensação de frio.
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5r63i&$ 1 – R%&%#'$r%+ '7r"i&$+ % +ua %8&i'a/0$.
9a temperatura de NLU, ;randes 'uantidades de receptores para o frio estarão ativados. Ouando coloco este dedo em temperatura ambiente %+LU@1 o n#mero de células ativas para o frio ser! menor. Possivelmente, apenas metade das células serão ativadas para frio e ainda sim nesta nova temperatura, o individuo poder! ativar al;uns receptores para o calor. Desse modo, sob a temperatura de +LU @, o individuo sente “menos frio”, o 'ue é interpretado pelo mesmo como sentir calor. * mesmo princípio se aplica na temperatura de >LV@, ;randes 'uantidades de receptores para o calor são ativados e posteriormente na temperatura ambiente, o individuo tem a sensação de frio, por'ue 4! uma densidade menor das células para o calor. Portanto, o 'ue fa com 'ue a sensação térmica varie é o n#mero de células ativadas.
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9 : SENSIBILIDADE PROPRIOC;PTICA< PROPRIOC;PTICA< (.1 +valiaç#o da 9osiç#o 9osiç#o +rticular +rticular Sensibilidade das atitudes se&mentares – movimentos ativos ou batiestesia: e"uivale a sensibilidade articular e muscular. Consci=ncia exata da posiç#o das partes do corpo e relaç#o de uma parte com a outra. ; paciente deve estar com os ol/os fec/ados. Colocar o braço direito do paciente em determinada posiç#o e pedir ao paciente para colocar o braço es"uerdo em posiç#o semel/ante. >a8er o mesmo teste com outras articulaç,es. ;bservar os erros e acertos.
Propriedade envolvida: +eceptores sensoriais articulares De um modo ;eral, este se;mento de experimento tem o obFetivo de avaliar nossa propriocepção, 'ue é definida como a capacidade 'ue temos de perceber cada parte do nosso corpo bem como os obFetos 'ue estão ao nosso redor. ste fen0meno acontece em raão de receptores articulares, musculares %c4amados de fusos musculares1 musculares1 e r;ão tendinoso de ;ol;i. De maneira ;eral, o resultado esperado é 'ue todos consi;am, por'ue ns temos receptores sensoriais em todas as articulaç3es 'ue fa ns percebemos nosso corpo %movimento, %movimento, se estou se;urando um obFeto, obFeto, e etc1. stes receptores sensoriais articulares estão comprometidos em indivíduos 'ue sofreram AW@, dist#rbios cerebelar, a;nosias, dentre outras patolo;ias.
(.( +valiaç#o do 4ovimento: >a8er o paciente tocar um determinado ob%eto "ue ele este%a vendo. 9edir a ele para fec/ar os ol/os e movimentar o seu braço b raço para um lu&ar arbitrário. 9edir para o paciente tocar novamente o ob%eto$ a&ora de ol/os fec/ados. ?epetir o teste para outras posiç,es do ob%eto. ;bservar os erros e acertos.
Propriedades envolvidas: +eceptores articulares - Fuso muscular Cesmo de ol4os fec4ados ns conse;uimos encontrar uma cadeira, um obFeto devido aos receptores articulares %F! referido1 X fuso muscular %'ue detecta o 'uanto o m#sculo deve se estender para alcançar o obFeto, ou seFa, detecta o comprimento do m#sculo1.
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(.6 +valiaç#o da car&a car&a muscular: muscular: 3aro&nosia: capacidade de con/ecer medir! o peso dos ob%etos. 9e&ar dois ob%etos de peso aproximado aproximado e colocar colocar na palma da m#o do paciente$ paciente$ estando estando este com os ol/os fec/ados. 9edir ao paciente para informar "ual ' o ob%eto mais pesado. 9rimeiro$ fa8er o teste com as m#os e braços apoiados apoiados na mesa. Em se&uida$ reali8ar o teste teste com as m#os e braços livres. ;bservar se /á diferença entre as duas situaç,es.
Propriedades envolvidas: rg!o Tendinoso de /olgi T/ * r;ão tendinoso de ol;i est! localiado prximo as articulaç3es, e é estimulado pela contração muscular. 9a situação N ( braços apoiados: o m#sculo est! encurtado, ou seFa, não se contrai fortemente, e dessa dessa forma, é mais difícil perceber a diferença de peso. 9a situação + ( mãos livres: o individuo tende aplicar uma força maior para se;urar o obFeto, este estímulo indu a contração do m#sculo 'ue ativa as células sensoriais */. 8intetiando...'uanto maior o estímulo %obFetos pesados1 maior ser! a contração e posteriormente ativação do */. Dessa forma, conse;uimos detectar o peso dos obFetos mais facilmente, na situação + onde as mãos estão livres.
R%3%r=*&ia+ ii$gr63i&a+ •
@ABT;5$ +rt/ur C D+$ Fo/n E. Tra'a,$ ,% 3i+i$$gia M7,i&a. 1(G ediç#o. Elsevier$ (H11. Capítulo I – ?eceptores Sensoriais e Circuitos 5euronais para o processamento das informaç,es. Capítulo J – Sensaç,es somáticas -: ;r&ani8aç#o &eral$ as sensaç,es de tato e de posiç#o corporal. Capítulo K – Sensaç,es somáticas --: )or$ cefaleia e sensaç,es t'rmicas.
•
3?-T;$ 4árcia do 5ascimento. 5ascimento. Sistemas Sensorias: Sensorias: propriedades &erais da recepç#o recepç#o sensorial.
)isponível
em
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