As Leis de Organização Plástica
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I-Introdução:
Conforme Conforme você aprende aprende os elementos elementos das artes, artes, um um por por um, um, atravé atravéss de de estudo estudo,, observação e desenho, você passa por um processo natural de crescimento. Você expande a lógica da natureza para dentro de você mesmo. Conforme você desenvolve a maestria sobre estes elementos, você se torna uma personalidade mais profunda, mais rica, com uma habilidade de ver além da superfcie das coisas. ! ritm ritmoo est" est" prese present ntee nos nos dife difere rent ntes es proce process ssos os da vida vida,, bem bem com como nos nos comunicativos, inclusive nos visuais. #ste estudo investiga o próprio conceito de ritmo visual, os diferentes sentidos do termo e os distintos nomes atribudos ao mesmo fen$meno. %arte de pressupostos da semiótica discursiva, considerando&o um fen$meno estético textual e atribuindo&lhe o estatuto de sintaxe, por sua ocorrência articuladora de elementos.
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1- Conceitos Fundamentais:
'o incio da década de ()*+, um grupo de pintores, entre os uais -héodore ousseau, Charles&/rançois 0aubign1 e 2ean&/rançois 3illet, se estabeleceu no povoado francês de 4arbizon com a intenção de reproduzir as caractersticas da paisagem local. Cada um com seu estilo, enfatizaram em seus trabalhos o simples e ordin"rio, ao invés dos aspectos grandiosos da natureza. 3illet foi um dos primeiros artistas a pintar camponeses, dando&lhes um destaue até então reservado a figuras de alto nvel social. !utro importante artista francês freuentemente associado ao realismo foi 5onoré 0aumier, ardente democrata ue usou a habilidade como caricaturista a favor de suas posiç6es polticas. 1.1- Artes Plásticas: 7rtes pl"sticas é a designação dada ao con8unto constitudo pela aruitetura, a escultura, as artes gr"ficas e o artesanato artstico. 7s artes pl"sticas são caracterizadas, tal como as restantes artes, tanto global como individualmente, pelo efeito recproco da forma e do conte9do. 'a evolução dos estilos artsticos se verificam caractersticas especiais de desenvolvimento histórico. Cada época, como a rom:nica, a gótica, a barroca ou renascentista, tem estilos caractersticos regionais ;nacionais< e individuais, com evolução própria e ligados a individualidades artsticas isoladas, cu8a investigação é do foro da história da arte. ! fato de o princpio da harmonia inerente a uma obra de arte nem sempre estar ligado = concepção corrente de beleza determinada pelos ideais cl"ssicos, 8" se observa na arte das culturas pré&históricas> separação entre superfcie e forma, por exemplo, nas imagens rupestres e utenslios da era glaciar. #ncontra&se tanto na arte dos povos primitivos, ue serve as finalidades do culto m"gico, como na arte popular, nas obras de arte das igre8as e cortes ocidentais e na expressão imagstica das crianças, sendo a finalidade de todos os ramos da educação artstica auxiliar o desenvolvimento do impulso inconsciente da criação. 7 lógica da progressão do desenvolvimento de formas estilsticas através das fases da 8uventude, maturidade, idade adulta e avançada, bem como a import:ncia do contexto de relaç6es sociais, polticas e religiosas, são também fatores determinantes de todas as artes e obras artsticas, uer tenham por finalidade servir, educar, criticar ou apenas sugerir ou retratar as relaç6es temporais. 1.-
!eoria da "estalt so#re as leis de organizaç$es %lástica
7 psicologia da ?estalt em trabalhos das décadas de (@*+ e (@A+ levantou muitas das hipóteses ue são estudadas pelos cientistas da visão atualmente. 7s leis de organização da ?estalt têm guiado os estudos sobre como as pessoas percebem componentes visuais como padr6es organizados ou con8untos, ao invés de suas partes componentes. ?estalt é uma palavra alemã ue significa BconfiguraçãoB ou BpadrãoB. 0e acordo com essa teoria, h" seis fatores principais ue determinam como nós agrupamos coisas de acordo com a perceção visual. 5
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1..1- Pro&imidade
!s ob8etos mais próximos entre si são percebidos como grupos independentes dos mais distantes. 'a figura abaixo h" uatro grupos, sendo ue os três grupos da direita ainda podem ser agrupados entre si, distinguindo&se do grupo da esuerda. 1..'- (imilaridade ou semel)ança
'o desenho abaixo, é mais f"cil distinguir linhas ;e não colunas<, parecendo ue os crculos brancos se agrupam entre si, o mesmo acontecendo com os negros, apesar de a dist:ncia entre as linhas e entre as colunas ser a mesma. 1..4- Fec)amento
'ossos cérebros adicionam componentes ue faltam para interpretar uma figura parcial como um todo. 1..*- (imetria
#lementos simétricos são mais facilmente agrupados em con8untos ue os não simétricos. 'a figura abaixo as duas figuras da esuerda, simétricas são mais facilmente percebido como um grupo, ue o par da direita, em ue uma das figuras não é simétrica. 1..+- ,estino comum
tens movendo&se no mesmo sentido são mais facilmente agrupados entre si. 1..- Continuidade
Dma vez ue um padrão é formado, é mais prov"vel ue ele se mantenha, mesmo ue seus componentes se8am redistribudos. -ambém 8" foi demonstrado ue certas diferenças individuais, como a acuidade visual ou habilidades espaciais também podem afetar a perceção visual. 5" também outros fatores ue podem influenciar a interpretação das coisas vistas, como a personalidade, estilos cognitivos, sexo, ocupação, idade, valores, atitudes, motivação, crenças, etc. Conceito E o complemento de uma ideia sugerida pelo autor da propaganda despertando em uem vê, o dese8o de possuir ob8eto. E o estmulo ue o cérebro recebe para imaginar como o comercial seria completado se bem elaborado cria a necessidade do consumidor. !s consumidores tendem a perceber os ob8etos como o todo e o cérebro d" continuidade ao ue est" incompleto. 7 perceção é a imagem mental ue se forma com a a8uda das experiências e das necessidades. # o resultado de um processo de seleção é interpretação das sensaç6es. #x> Fuando lemos algumas frases, logo completamos com o ue vem em seguida> Ggua mole em pedra dura........... ;tanto bate até ue fura< 6
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%au ue nasce torto .................... ;nunca se endireita< Casa de ferreiro............................ ;espeto é de pau< 1.'-
Perceção isual %erceção visual, no sentido da psicologia e das ciências cognitivas é uma de v"rias formas de perceção associadas aos sentidos. E o produto final da visão consistindo na habilidade de destetar a luz e interpretar ;ver< as conseuências do estmulo luminoso, do ponto de vista estético e lógico.
'a estética, entende&se por perceção visual um conhecimento teórico, descritivo, relacionado = forma e suas express6es sensoriais. Dm tipo de talento, uma caracterstica desenvolvida como uma habilidade de um escultor ou pintor ue diferencia os pontos relevantes e não&relevantes de sua obra. %ara ue depois de pronta & em uma an"lise mais detalhada & possa explicar os atributos ali contidos. 1.4- !eorias da %erceção isual ! maior problema no estudo da perceção visual é ue o ue as pessoas veem não é uma simples tradução do estmulo da retina ;ou se8a, a imagem na retina<. 7ssim, pessoas interessadas na perceção têm tentado h" muito tempo explicar o ue o processamento visual faz para criar o ue realmente vêem. ! psicólogo 2ames 2. ?ibson desenvolveu um modelo teórico da visão ue difere radicalmente do de 5elmholtz. ?ibson considera ue h" perceção visual suficiente em ambientes normais para proporcionar uma perceção verdadeira ;perceção acurada do mundo<. ?ibson troca, em sua teoria, a inferência pela coleta de informaç6es. 7pesar da maior parte dos pesuisadores atualmente se sentirem mais próximos da teoria da inferência inconsciente de 5elmholtz, as teorias de ?ibson têm um papel importante na identificação do tipo de informação ue est" disponvel ao sistema visual. 1.*•
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!i%os de %erceção isual
%erceção de formasH %erceção de faces e emoç6es associadas. Dm tipo especializado de perceção de formasH
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%erceção de profundidade, orientação e movimentoH
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%erceção de coresH ;ou visão em preto e branco<
•
%erceção de intensidade luminosa
1.+-
,ireitos do artista %lástico 7 Iei n. @.J(+ de (@ de fevereiro de (@@), no artigo KL, estabelece serem obras intelectuais protegidas as criaç6es do esprito, expressas por ualuer meio ou fixadas em ualuer suporte, tangvel ou intangvel, atualmente conhecido ou ue se invente no futuro, compreendendo&se entre elas as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética, as ilustraç6es, cartas geogr"ficas e outras da mesma naturezaH os pro8etos, esboço e obras pl"sticas concernentes = geografia, engenharia, topografia, 7
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aruitetura, paisagismo, cenografia e ciênciaH as obras fotogr"ficas e as produzidas por ualuer processo an"logo ao da fotografia. 7s citadas obras intelectuais são conceituadas em uase todo o mundo ou mais propriamente nos pases ue subscreveram a Convenção de 4erna, pelas express6es Bcriaç6es visuaisB ou Bartes visuaisB, definindo, assim o campo criativo desenvolvido pelos criadores de obras de artes pl"sticas, criação gr"fica e obras fotogr"ficas. !s pases ue mantém estabelecidas sociedades de gestão coletiva desses direitos sob um modelo configurado internacionalmente pela CM7C ;Confederação nternacional de Mociedades de 7utores<, a exemplo da 707?% & Mocieté des 7uteurs 0ans les 7rts ?raphiues et %lastiues, constituda desde (@N* e da V#?7% & Visual #ntidad de ?estión de 7rtistas %l"sticos, constituda em (@@+, congregam em seus uadros, como associados, os criadores das obras de artes pl"sticas, das obras de criação gr"fica e obras fotogr"ficas sob o conceito de criadores visuais. 1.-
/itmos Me partirmos do pressuposto greimasiano da imanência do sentido, teremos por hipótese, ue o fen$meno do ritmo visual revela, fortuitamente, uma intencionalidade de dar forma e organizar estruturas em torno da manutenção da continuidade e da coerência das imagens. %ortanto, estudar o ritmo visual implica ir atr"s dos efeitos de sentido, 8" ue as imagens visuais estão permanentemente fazendo circular significaç6es. %or outro lado, a bibliografia escassa ou não consolidada sobre o tema é um forte sinalizador de lacuna teórica. 7 noção de ritmo visual, diluda em esparsos textos sobre diferentes linguagens, demanda uma exploração mais detida e especifica em relação a sua efetiva participação na sintaxe O e na significação O da visualidade.
(.)& Os distintos ti%os de ritmo 0O ritmo e a re%etição 7ntes de esuadrinhar as diferentes concepç6es de ritmo entre os autores do campo da visualidade, percebe&se a necessidade de uma breve digressão sobre o conceito de repetição. Fuando alguém diz ue uma composição visual é rtmica, parece acompanhar tal leitura o pressuposto de ue o dado ob8eto analisado apresenta elementos discretos ue se repetem, se8a na dimensão temporal ou espacial. #m outras palavras, existe uma organização rgida e perceptvel da disposição de um mesmo paradigma dentro do sintagma. 1.2-
O ritmo na sinta&e isual
7o abordar a composição visual, Mouza ;(@KK, p. *N&*K<, declara ue a satisfação diante da imagem é obtida pela sua variedade visual, ue Pretém o nosso interesseQ. %ara evitar a monotonia, os elementos ordenam&se pelo ritmo, Puma recorrência de variaç6es, as mais das vezes sob a forma de destaues e intervalos, com bastante similaridade para estabelecer continuidade e um plano de ordenamentoQ. %ara %erazzo e Valença ;p. )K&(+R<, são conceitos aplic"veis =s imagens visuais> simetria, integração, igualdade, espaços intermedi"rios, largura constante, proximidade e uniformidade de fundo. ! ritmo e seu sentido ficam sub8acentes aos demais fen$menos visuais.
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itmo é como uma sucessão de elementos, de formas, de ob8etos, de cores e de movimentos ue se repetem constantemente. %odendo ser> crescente, decrescente, alternado ou radial, simétrico e assimétrico. itmo Crescente itmo Mimétrico. 7zule8o. itmo 7lternado
1.13- O ritmo na comunicação isual
E a tradução, em meio visual, da expectativa produzida por uma repetição. ! ritmo comporta aspectos cognitivos devido = previsibilidade de suas ocorrências. %odemos dizer ue as primeiras civilizaç6es, por exemplo, se estabeleceram devido ao trabalho realizado sobre os ritmo naturais. 7ssim ocorreu com o #gito antigo. 7 previsibilidade dos perodos de cheia do 'ilo permitiu aos egpcios construir um sofisticado sistema de irrigação das terras ribeirinhas, a ual foi a base material de sua extraordin"ria cultura milenar. 7través do ritmo h" uma analogia entre a imagem e a poesia assim como com a m9sica. imas visuais são obtidas com o uso de elementos disposto ritmadamente sobre o suporte. ! ritmo conduz o olhar, embala e seduz. 5" uma tendência da perceção em acompanhar a direção sugerida por um ritmo. . O unierso %lástico: os seis elementos seus 5uali6icadores materiais t7cnicas e atiidades e&%ressias.
'o incio, 0eus, numa decisão sem disputas, escolheu a reta e a curva para imprimir sobre o mundo a divindade do criador. 7ssim 0eus, o ue tudo sabe, concebeu um mundo fsico cu8a natureza toda est" contida dentro das polaridades de linhas curvas e retas. 3ateriais -écnicas Fualidades essenciais e ualidades simbólicas dos elementos 'vel da essência .1- . Ponto
! ponto geométrico é um ser invisvelB 'ão possui dimensão e, portanto é imaterial. #le é a forma mais concisa, concentrada e absoluta possvel, de onde tudo se origina. E o alfa e o $mega, o incio e o fim, o silêncio e a palavra. E o grande D3 de onde tudo nasce. E indivisvel, não conhece a polaridade, é a unidade, o todo. Coloca&se no plano ou no espaço sem indicar movimento, ao contr"rio, marca uma localização est"tica com precisão absoluta. Mua tensão concêntrica enfatiza sua estabilidade e o estar fechado em si mesmo. 'ão revela nenhuma tendência e é como um mundo isolado do seu em redor. 9
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. - Lin)a 8ss9ncia
7s origens din:micas da linha ficam ressaltadas nas colocaç6es de %hillipe Mers, na introdução do livro de SandinsT1, B%onto, linha e planoB, de como a linha é Buma força exterior ;ue< pode forçar o ponto numa direção, destruindo a sua tensão concêntrica, fazendo dele um ser novo, submetido a novas leisB e de como ela possui como Bcaracterstica essencial a intervenção de uma ou de v"rias forças exteriores ue permitem a passagem do est"tico ao din:micoB. .'- (u%er6cie 08ss9ncia 7 superfcie é o suporte, a base, onde os outros elementos podem se manifestar. 7 superfcie é extremamente generosa e se doa para ue os outros elementos da arte possam se expressar e normalmente BdesapareceB para a nossa consciência. #la é o primeiro elemento a ter uma realidade concreta, na seuência ponto, linha e plano. 7 linha e o ponto são imateriais enuanto a superfcie pode ser tocada.
'- Conclusão
'o ue se refere =s denominaç6es, encontramos para o mesmo procedimento sint"tico> repetiçãoH contrasteH ritmo propriamente ditoH cadênciaH altern:nciaH redund:nciaH seuencialidadeH movimentoH padrãoH modeloH móduloH intervaloH similitudeH subdivisão, entre outros. #sta diversidade é o primeiro indcio da abrangência do fen$meno nos domnios da linguagem. Conforme constatado, portanto, aspectos e fen$menos rtmicos revelam&se também nos produtos das chamadas linguagens visuais. U luz da semiótica pl"stica, o ritmo configura&se como procedimento da linguagem visual, e como tal imbricado na significação de diferentes textos. 'estes, elementos paradigm"ticos alinham&se em relaç6es ditas sintagm"ticas, e na aruitetura de tais relaç6es manifestam&se aspectos rtmicos. 7s diferentes interpretaç6es do ritmo nos textos visuais, abordadas a partir do princpio do paralelismo entre os planos da expressão e do conte9do, proposto por 58elmslev, partem do pressuposto semiótico de ue todo conte9do apenas se revela através de sua expressão.
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4- /e6er9ncias ;i#liogra6ia
57I#, '. C. 7bstraction in art and nature. 'e WorT> 0over %ublications, (@@*. --#', 2. -he art of color. 'e WorT> 2ohn Xile1 Y Mons, (@@K. 27CSM!', C. Collor me beautiful. 'e WorT> 4allantine, (@)N. 273#M, V. Ianguage of the line> a reinvented art&form of the Xaldorf Mchools. 2ournal for XaldorfZudolf Mteiner #ducation, 'e [ealand, v.), n.R, november R++J. 0isponvel em http>ZZ.aldorflibrar1.orgZindex.php\ option]com^contentYvie]articleYid]JR*>language&of&the&line&a&reinvented&art& form&of&the&aldorf&schoolsYcatid](RK>articlesYtemid]N 7cesso em R+Z+JZR+(R.
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