Obstrução da Via Aérea por Corpo Estranho
» Carlos Aguiar Funchal, 26 de Março de 2013
Objetivos Objetivo Geral : • Desenvolver competências no Suporte Básico de Vida à vítima com Obstrução da via Aérea por corpo estranho (OVACE).
Objetivos específicos/operacionais: • Identificar as causas e sinais da obstrução parcial e total da via aérea; • Diferenciar as várias manobras de desobstrução de vias aéreas por corpo estranho; • Simular a sequência de atuação perante uma OVACE, no adulto e no bebé (< 1 ano).
Obstrução da Via Aérea / Asfixia A Obstrução da Via Aérea é uma emergência absoluta que se não for reconhecida e resolvida leva à morte em minutos. Pode causar asfixia (qualquer situação em que o ar não chegue aos pulmões) e posterior paragem respiratória. INEM, 2011
Se não se atuar imediatamente (4 a 6 minutos) as células do cérebro são privadas de sangue oxigenado, provocando a morte da vítima ou lesões cerebrais irreversíveis. INEM, 2011
Obstrução da Via Aérea CAUSAS
Obstrução por corpo estranho: • Alimentos ou qualquer objeto sólido.
Edema dos tecidos da via aérea: • Alergia; • Neoplasia; • Inflamação da epiglote.
INEM, 2011
Obstrução por Corpo Estranho A obstrução da via aérea pode ser parcial ou completa.
SINAIS DA VÍTIMA PARCIAL
TOTAL
Agarra a garganta;
Agarra a garganta;
“Está sufocado/engasgado?” – “Sim.”
Incapaz de falar, pode acenar.
Consegue falar, tossir e respirar Não respira/ respiração (pode haver respiração ruidosa/ tosse inaudível/ ruidosa). inconsciente; Cianose. INEM, 2011
Técnica de desobstrução - Adulto Na obstrução parcial encorajar a vítima a tossir; não deve ser feita qualquer outra manobra enquanto a vítima conseguir tossir.
Na obstrução total com a vítima consciente, iniciar de imediato: Pancadas interescapulares
Escola Nacional de Bombeiros, 2012
Técnica de desobstrução - Adulto Pancadas interescapulares • Colocar-se atrás da vítima e segurá-la com uma das mãos pela cintura enquanto esta se inclina para a frente (com uma das pernas entre as da vítima); • Com a outra mão aberta aplicar 5 pancadas secas e para a frente entre os omoplatas. Verificar se o corpo estranho se desalojou;
• Se a obstrução se mantiver aplicar 5 compressões abdominais. Cruz Vermelha Portuguesa, 2006
Técnica de desobstrução - Adulto Compressões abdominais/ Manobra de Heimlich
Escola Nacional de Bombeiros, 2012
• Coloque-se por trás da vítima, com uma das pernas entre as pernas desta; • Fechar uma das mãos em punho e colocar o polegar sobre o abdómen, entre o umbigo e o apêndice xifóide, e colocar a outra mão sobre a primeira; • Fazer pressão para dentro e para cima; • Após cinco compressões abdominais sem sucesso, alternar com cinco pancadas interescapulares até desobstrução ou até a vítima ficar inconsciente. Cruz Vermelha Portuguesa, 2006
Algoritmo de Obstrução da Via Aérea no Adulto AVALIAR O TIPO DE OBSTRUÇÃO
OBSTRUÇÃO PARCIAL
• Encorajar a tossir; • Manter a vigilância até ineficácia da tosse ou libertação do objeto.
OBSTRUÇÃO TOTAL
Consciente: •5 pancadas interescapulares; • 5 compressões abdominais.
Inconsciente: • Ligar 112; • Iniciar RCP.
Cruz Vermelha Portuguesa, 2006
Técnica de desobstrução – Criança/Bebé Na criança/bebé as obstruções da via aérea são mais frequentes do que no adulto e a sua causa está relacionada com todo o tipo de objetos – brinquedos ou alimentos; Se a criança está a tossir de forma eficaz, encorajá-la a tossir e não executar manobra. Se a tosse não é eficaz, pedir de imediato ajuda e fazer uma avaliação do estado de consciência da criança/bebé. Cruz Vermelha Portuguesa, 2006
Técnica de desobstrução – Criança/Bebé Vítima consciente, com obstrução, mas incapaz de tossir: 5 pancadas interescapulares. Se não forem eficazes, fazer de seguida: • Criança – 5 compressões abdominais; • Bebé – 5 compressões torácicas. Não fazer compressões abdominais pelos riscos envolvidos. Repetir a sequência de 5 pancadas interescapulares seguidas de 5 compressões abdominais (crianças) ou 5 compressões torácicas (bebé), até desobstruir ou ficar Cruz Vermelha Portuguesa, 2006 inconsciente.
Escola Nacional de Bombeiros, 2012
Pancadas interescapulares no Bebé • Colocar o bebé em decúbito ventral (de barriga para baixo) com a a cabeça mais baixa; • Apoiar o bebé no antebraço ou sobre as pernas.
• Executar até 5 pancadas no meio das costas, entre as omoplatas. Se não forem eficazes, alternar com 5 compressões torácicas, até desobstruir ou ficar inconsciente.
Cruz Vermelha Portuguesa, 2006
Escola Nacional de Bombeiros, 2012
• Apoiar o maxilar inferior do bebé com uma mão entre o polegar e os dedos indicadores e médio, evitando os tecidos moles.
Compressão torácica no Bebé • Colocar dois dedos da mesma mão sobre o terço inferior do esterno; • Realizar 5 compressões torácicas (comprimir o esterno aproximadamente um terço da profundidade do tórax); Cruz Vermelha Portuguesa, 2006
Escola Nacional de Bombeiros, 2012
Algoritmo de Obstrução da Via Aérea Criança/Bebé AVALIAR O TIPO DE OBSTRUÇÃO
OBSTRUÇÃO PARCIAL Tosse eficazmente
• Encorajar a tossir; • Manter a vigilância até ineficácia da tosse ou libertação do objeto.
Cruz Vermelha Portuguesa, 2006
OBSTRUÇÃO TOTAL Tosse ineficaz
Consciente: •Ligar 112; •5 pancadas interescapulares (Bebés+crianças); •5 compressões abdominais (crianças); •5 compressões torácicas (bebés até 1 ano).
Inconsciente: •Fazer 5 insuflações iniciais; • Iniciar RCP.
Compressão torácica Na vítima grávida ou muito obesa, bem como nas crianças com menos de um ano, a compressão abdominal é substituída pela compressão torácica.
Cruz Vermelha Portuguesa, 2006
Conclusão
• Simulação: 3 grupos de 3 formandos e 1 de 4 formandos. Similuar a sequência de atuação perante uma OVACE no adulto e na criança (<1ano) • Ficha de Avaliação.
Bibliografia • Cruz Vermelha Portuguesa (2006). Manual de Socorrismo (6ª ed.). Mem Martins: Edição da Escola de Socorrismo da Cruz Vermelha Portuguesa; • Escola Nacional de Bombeiros (2012). Poster Suporte Básico de Vida – Obstrução da Via Aérea por Corpo Estranho. (On-line) in http://www.enb.pt/formacaodeempresas/index.php?option=com_content&vie w=article&id=72&Itemid=155 (16 de Fevereiro de 2013); • INEM (2011). Manual de Desfibrilhação Automática Externa. (On-line) in http://www.inem.pt/files/2/DAE/489907.pdf (16 de Fevereiro de 2013).