ACULDADE INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ Credenciada e recredenciada exclusivamente para EAD pelas Portarias MEC nº 2694/2004 e nº 135/2013 Sede Maringá: Rua dos Gerânios, 1893 - Borba Gato | CEP: 87060-010 - Fone: (44) 3225-1197 / (44) 3034-4488 site: www.insep.edu.br www.insep.edu.br // e-mail:
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CUR SO DE PEDAGOGIA
MÓDULO:
M E T TO DO LOG I A D D E E S T TU U D O E E D D E P P E S QU I S A
Agosto/2010
DIRETOR ADMINISTRATIVO ADMINISTRATIVO Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling
COORDENADORA DE GRADUAÇÃO Profª. Me. Janaína Ciboto Mulati
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAL Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling Profª. Me. Nelci Gonçalves Dorigon Profª. Esp. Márcia Helena Leonel
FORMATAÇÃO Wérica Patrícia Gonçalves da Silva
Nenhuma parte deste fascículo pode ser reproduzida sem autorização expressa do IEC e dos autores.
Direitos reservados para: INSTITUTO INSTITUTO PARA PARA O DESENVOLV DESENVOLVIMENT IMENTO O DA EDUCAÇ EDUCAÇ O E DA CIDADANIA CIDADANIA Av. Carlos C. Borges, 1828 – Borba Gato CNPJ – 02.684.150/0001-97 CEP: 87060-000 - Maringá – PR – Fone: (44) 3225-1197 e-mail:
[email protected]
DIRETOR ADMINISTRATIVO ADMINISTRATIVO Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling
COORDENADORA DE GRADUAÇÃO Profª. Me. Janaína Ciboto Mulati
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAL Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling Profª. Me. Nelci Gonçalves Dorigon Profª. Esp. Márcia Helena Leonel
FORMATAÇÃO Wérica Patrícia Gonçalves da Silva
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METODOLOGIA DE ESTUDO E DE PESQUISA Graduação em Pedagogia
Í nd ice I
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
–
II
–
III
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS .................................................................................. 4
–
CONTEÚDO ......................................................................................................... 6 UNIDADE 1
–
ESTUDO, CIÊNCIA E PESQUISA ..................................................... 6
1 Métodos de estudo .......................................................................................... 6 2 O conhecimento científico e outros tipos ti pos de d e conhecimento ....................... ............................... ........... ...14
UNIDADE 2
–
ELABOR AÇÃO E LEITUR A DE AR TIGOS CIENTÍFICOS .................. .............. .... 22
1 Escrevendo Escrevend o um artigo científico cientí fico ................................................... .............................. ......................................... .................... 22 2 Leitura e interpretação de textos científicos................ ........................ ................. ................. ................ .............. ......35
UNIDADE 3
–
PR OJETO DE PESQUISA e MONOGR AFIA ..................................... ................................ ..... 39
1 Processo de pesquisa pesqu isa ...................... ........................................... ...................... ......................................... .................... 39 2 Projeto Projet o de pesqui p esquisa sa ........................................... ...................... .......................................... ........................................... ........................ ..43 3 Elaboração Elabor ação de monografia monogr afia .......................................... .................... ............................................ ..................................... ............... 50
IV
–
ANEXOS ............................................................................................................ 55
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METODOLOGIA DE ESTUDO E DE PESQUISA Graduação em Pedagogia
I
–
INTRODUÇÃO A disciplina de Metodologia de Estudo e de Pesquisa tem por objetivos provocar
reflexões sobre o processo de estudo e sobre o conhecimento científico, distinguindo-o de outros conhecimentos, e orientar sobre técnicas e procedimentos para se poder planejar, realizar pesquisas científicas e publicar seus resultados. O pedagogo tem necessidade de situar-se dentro do contexto das ciências. Seus principais ramos estão presentes na educação básica e são objeto de estudo de outras disciplinas do curso. Este módulo tem caráter instrumental, isto é, propiciará um entendimento introdutório sobre o que segue. Pretende-se aprofundar aspectos do estudo individual e em grupo, acentuando-se as características da educação à distância. A partir de uma noção inicial sobre o que é ciência e sobre o processo de pesquisa, procura-se entender noções básicas sobre como se prepara (projeto) e como se realiza uma pesquisa científica (técnicas e procedimentos). É necessário comunicar à comunidade científica o que e como se pesquisou, bem como o resultado obtido. Teremos orientações para produzir, bem como para ler e interpretar tais tipos de texto. Todos esses passos são orientados por regras estabelecidas e aceitas pela comunidade científica. Cada área ou ramo das ciências tem normas e procedimentos próprios, obedecendo, porém, a princípios e diretrizes gerais comuns a todos. Neste módulo
estudaremos
esses
aspectos
comuns,
ajudando
a
identificar
mais
especificamente caminhos para as ciências sociais. O estudo deste módulo, portanto, será dividido em unidades sobre a pesquisa, a saber: I – Ciência e pesquisa, II – Elaboração e leitura de artigos científicos e III – Projeto de pesquisa e monografia.
II
–
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS Este módulo servirá para você aprofundar seus conhecimentos sobre os métodos
de estudo, ciência, elaboração de projeto de pesquisa, leitura e estudo de textos científicos e normas para elaboração de monografia e art igos científicos. Observe que, para você fazer uma boa leitura de um texto científico você precisa entender as regras da comunicação e dos caminhos da produção científica. Para ser um leitor crítico, não é suficiente fazer críticas, mas aprofundar critérios e fundamentos para a crítica.
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METODOLOGIA DE ESTUDO E DE PESQUISA Graduação em Pedagogia
Leia os textos antes das aulas, faça as atividades e vá para as aulas para debater, aprofundar os conhecimentos e, juntamente com os colegas, fazer uma síntese do que foi estudado. As atividades individuais deverão ser respondidas por escrito e entregues para o professor, pois farão parte do dossiê. Para os alunos que frequentarem as aulas presenciais, os trabalhos realizados em grupo também farão parte do dossiê. O dossiê terá peso 4 na média final. No último encontro será realizado o exame individual, com peso 6 na média final.
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METODOLOGIA DE ESTUDO E DE PESQUISA Graduação em Pedagogia
III
–
CONTEÚDO
UNIDADE 1
ESTUDO, CIÊNCIA E PESQUISA Objetivo geral Apresentar noções sobre algumas formas de conhecimento, métodos de estudo e de pesquisa.
Competências Ao concluir esta unidade, o estudante deverá ser capaz de: - conhecer
alguns métodos de estudo e estar apto a desenvolver seu próprio
método, de forma a facilitar sua aprendizagem; - distinguir ciência de senso comum, mito, filosofia e tecnologia; - entender o que é pesquisa e seus diferentes objetivos; - distinguir entre pesquisa quantitativa e qualitativa; - conhecer técnicas de observação, questionário e entrevista.
1 Métodos de estudo Estudar é o ato de aplicar nossa inteligência para aprender algo, é construir conhecimentos. O processo de estudar é trabalhoso, penoso, exaustivo e exige empenho, dedicação, perseverança, esforço. Logo, é muito importante estabelecermos metas. Antes de conhecermos alguns métodos de estudo vamos fazer algumas considerações sobre por que estudar?
Visualizar o futuro Antes de iniciar seus estudos procure lembrar quais eram os seus sonhos e objetivos ao decidir iniciar este curso. Pensar no futuro é fundamental, pois assim iremos encarar o estudo como um meio de alcançar nossas metas de realização pessoal e profissional, um meio de construirmos um futuro com sucesso. O segredo do sucesso está na motivação. Um estudante desmotivado dedica pouco tempo ao estudo. Sem motivação aprendemos pouco e esquecemos logo depois.
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METODOLOGIA DE ESTUDO E DE PESQUISA Graduação em Pedagogia
Um estudante motivado consegue concentrar-se melhor nas atividades que estão sendo desenvolvidas. Tudo que é significativo e interessante para o estudante permanece mais tempo na memória e pode ser recordado com facilidade.
Construir autoconfiança A autoconfiança permite uma reação positiva perante as dificuldades ou pequenos fracassos. Todos nós temos limitações, medos e às vezes duvidamos de nossa capacidade. Acredite em você! Lute, acredite que você pode! Não existe matéria difícil. Algumas requerem mais tempo de estudo do que outras, mas nenhuma é “um bicho de 7 cabeças”. Ca da vez que conseguimos derrubar uma
barreira, nos tornamos mais fortes. Com esforço é possível atingir nossos objetivos de vida, realizar nossos sonhos. É preciso não só acumular conhecimentos, mas saber utilizá-los em nosso próprio benefício. A autoconfiança é construída passo a passo, com pequenos êxitos, baseados no esforço diário. O importante é não desistir na primeira dificuldade. Ao vencê-la basta acreditar que quem foi forte o suficiente para vencer uma, poderá vencer todas as demais.
Estudar é ir à procura do assunto estudado em diversas fontes !!! Muitas pessoas se dizem "estudantes", mas na verdade desconhecem o verdadeiro sentido da palavra ESTUDAR. Quando o estudante se depara com um assunto novo, o ideal é se despir de qualquer ideia pré-concebida e ir buscar conteúdo em diversas fontes. Quando se deparar com assuntos polêmicos, procure autores que são favoráveis, procure entender sua linha de raciocínio, quais os motivos que o levam a adotar essa postura. Faça o mesmo com os que são contrários. Assim, você terá em mãos um conteúdo significativo para conseguir se posicionar como leitor. Quando você estuda algo, terá uma opinião própria, não dependendo de opiniões alheias para tirar suas conclusões. Deixe de lado o “achismo”.
Seu posicionamento sobre qualquer assunto deve sempre estar embasado em argumentos. Ao responder as questões dos dossiês, não se contente com o conteúdo da apostila, pois ela é apenas um guia para iniciar o assunto. Busque outras fontes, só assim você vai fixar o assunto. Não vale a pena decorar, pois isso é momentâneo. A meta do estudante deve ser sempre aprender, que é diferente de decorar. Decorando conteúdo,
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METODOLOGIA DE ESTUDO E DE PESQUISA Graduação em Pedagogia
você pode até fazer uma boa prova, mas o esquecerá logo. Lembre-se, qual é o seu verdadeiro objetivo? Mas afinal de contas: Como estudar? Muitos dos problemas de aprendizagem existentes entre os estudantes são hoje explicados pela ausência ou uso inadequado de métodos de estudo. A metodologia oferece instrumentos necessários para alcançar sucesso nos estudos. No ensino à distância não medimos o rendimento do aluno pela quantia de horas que passa na sala de aula, mas pelo conhecimento que reteve no auto-estudo. O segredo é ter uma boa capacidade de concentração, é estar realmente interessado em apreender as informações disponíveis. Nunca parta do princípio que esta matéria ou assunto é difícil e você não vai conseguir aprender. Você pode!!! Exija o máximo de você. Se conseguir aprender sozinho não vai se esquecer facilmente. Vá até o seu limite e lembre-se, os professores e tutores do INSEP estarão sempre dispostos a ajudá-lo nas suas dificuldades. Existem algumas técnicas que auxiliam o estudante a alcançar seus objetivos. A seguir daremos algumas sugestões de métodos de estudo, os quais deverão servir de base para que você descubra qual o seu método de estudo. Ao descobri-lo, seguramente o sucesso será alcançado e perceberá que pode ultrapassar seus limites.
Ambiente propício – prepare o seu local de estudo. Descubra quais os estímulos do meio ambiente que podem contribuir para tirar a sua atenção e, em seguida, busque estratégias para eliminá-los ou evitá-los. Organize o seu local de estudo considerando os seguintes aspectos:
se possível, deixe um local exclusivamente dedicado ao estudo;
organize todo o material necessário nesse local (para evitar interrupções);
o local deve ser sossegado, confortável, sem barulho, e com boa iluminação;
evite locais em que existam pessoas conversando;
deixe fora do local de estudo (ou desligado) tudo aquilo que normalmente tira sua atenção (TV, aparelho de som, jogos de computador, etc.).
Quem não traça seus objetivos não sabe para onde quer ir. É muito importante despertar a vontade de querer saber mais, de sentir prazer em descobrir coisas novas. Sem esta vontade você não chegará a nenhum lugar. Para que
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isto aconteça você deve saber aonde quer chegar, enfim, ter os seus objetivos bem definidos. Você deve ter autodisciplina, isto é, ter domínio sobre fatores que surgem como barreiras quando nos propomos a estudar, como: pensamentos, imaginação, emoções e impulsos não relacionados ao assunto. A constância vence as impressões de falso cansaço que frequentemente nos assaltam no momento de estudo. Uma das grandes vantagens do ensino à distância é a flexibilidade que você tem de escolher o seu horário de estudo, mas para obter sucesso nessa modalidade é muito importante que realmente separe um tempo significativo para se dedicar ao estudo. A escolha deste período é individual, pois cada pessoa tem os seus compromissos pessoais no decorrer da semana. Mas se faz necessário um empenho para descobrir seus horários vagos, os períodos em que você se sente mais "disposto", pois existem pessoas que trabalham melhor à noite, outros logo ao amanhecer e, separe pelo menos duas horas diárias para estudo. Não é bom que você estude horas sem um intervalo. Descansar alguns minutos de hora em hora ajuda a descansar a mente e manter a concentração durante o estudo. O seu horário de estudo deverá funcionar como um guia para levá-lo a trabalhar com regularidade. O cumprimento de um horário favorece a aquisição de autodisciplina, que é fundamental para o sucesso nos estudos e na vida. Manter a regularidade no horário de estudo implica em certa dose de sacrifício, mas traz enormes recompensas como eliminar a preguiça de estudar, pois o estudo vai se tornar um hábito prazeroso e também previne a fadiga, as confusões e a ansiedade de quem guarda o estudo para a última hora. Você, como um bom estudante deve dar prioridade ao trabalho escolar, mas isso não significa que deve se tornar um “escravo do estudo”. É importante que você desenvolva atividades desportivas, recreativas e separe um tempo para o convívio com amigos e familiares. O tipo de alimentação ingerida é muito importante. Tenha horários fixos para sua alimentação. Faça uma alimentação equilibrada com variedade e qualidade. Evite gorduras, frituras, refrigerantes e tudo que contenha muitos conservantes. Dê preferência a frutas, verduras, legumes, alimentos naturais que contenham fibras. Beba muita água, ela é essencial para o bom funcionamento de todo o seu organismo. Uma boa alimentação além de evitar doenças, vai deixar você com mais disposição, facilitando sua concentração e garantindo um melhor aprendizado.
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METODOLOGIA DE ESTUDO E DE PESQUISA Graduação em Pedagogia
A prática de exercícios físicos auxilia a manter corpo e mente saudáveis. Pelo menos três vezes por semana, separe pelo menos uma hora para a prática de exercícios. O descanso é fundamental para o sucesso do aprendizado. Portanto, durma pelo menos 8 horas diárias para recuperar as energias. Se as atividades durante a semana forem bem programadas, você poderá aproveitar os fins de semana para se divertir. Afinal, o lazer é importante e ninguém é de ferro !!! Envolver-se nas tarefas com muita concentração é o segredo. Ao ler o conteúdo a ser estudado procure captar o essencial. Leia tantas vezes quantas forem necessárias, até conseguir respostas para as seguintes questões: Quais as ideias principais que o autor está querendo transmitir para mim? O que eu já sabia e quais as novidades sobre o assunto que o texto está me trazendo? Com a bagagem que já possuo, concordo com as opiniões do autor? Como posso aplicar este estudo na prática? Você deve sempre se portar diante de um texto como um “bom leitor”, isto é,
aquele que manifesta espírito crítico perante aquilo que lê. O dicionário é uma fonte rápida e segura para tirar dúvidas e devemos tê-lo sempre por perto. Você deverá recorrer a ele sempre que encontrar palavras ou expressões desconhecidas ou de sentido duvidoso, pois você só poderá captar as ideias de um texto se compreender as palavras usadas pelo autor. Pesquise, sublinhe, faça anotações, desenhos, mapas, associações. Veja algumas dicas: Pesquise – pesquisar outras fontes é de fundamental importância para o aluno que estuda na modalidade à distância. A pesquisa permite que você não se prenda à apostila e amplie seus conhecimentos sobre o assunto estudado, buscando novidades, argumentos para poder discutir e analisar os fatos com mais profundidade. O ato aparentemente simples de pesquisar vai ajudar você a ter mais conhecimento sobre fatos, argumentos bem fundamentados e, por este motivo, ser visto como uma pessoa inteligente, interessada, destacando-se do grupo. Sublinhe – sublinhar é uma forma de prestar mais atenção, de destacar as ideias principais do texto. Quem sublinha lê duas vezes. Sublinhando você pode fazer revisões rápidas quando precisar.
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ao sublinhar dê prioridade a definições, fórmulas, esquemas, termos técnicos e outros elementos que sejam a chave da ideia principal;
não abuse de traços e/ou cores. Destaque, por parágrafo, uma ou duas frases. Sublinhar tudo é o mesmo que não sublinhar nada.
Anote – faça anotações à margem do texto. Essas anotações podem ser:
seus comentários críticos a respeito do texto;
reações expressas com pontos de exclamação (surpresa ou entusiasmo), pontos de interrogação (dúvida ou discordância);
palavras que resumam o essencial de um parágrafo;
referências a outras ideias sobre o assunto, do mesmo autor ou de autores diferentes.
Resuma – um resumo bem feito é aquele em que você seleciona e reformula as ideias principais do texto, usando frases bem articuladas. O resumo ajuda a:
compreender o texto;
descobrir e registrar as ideias-chave do texto;
reconstruir o texto, de uma forma pessoal, respeitando o pensamento do autor.
Um bom resumo deve ser:
Breve – um bom resumo não deve ultrapassar um quarto do texto original;
Claro – ideias apresentadas de forma “limpa”, sem confusão;
Rigoroso – reproduzir as ideias sem erros ou distorções.
Original – utilizar a sua forma de linguagem (original), isto é, linguagem própria de cada leitor, mas sendo fiel ao conteúdo transmitindo pelo autor.
Atenção! Resumir não é comentar. Aprender a resumir é fundamental para comunicar o que sabemos, com rapidez e eficiência.
Vantagens do estudo em grupo Ensino à distância não significa necessariamente que você tenha que estudar sozinho. É muito importante cuidar das relações humanas, as relações inter-pessoais favorecem a confiança mútua, a cooperação e a produtividade do trabalho.
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Nos trabalhos em grupo, você exercita o diálogo como uma forma correta de ultrapassar conflitos. As principais regras para trabalhar em grupo são:
escute os outros, sem os interromper desnecessariamente;
exercite o auto-domínio, controlando os impulsos momentâneos;
seja tolerante, compreendendo as limitações de membros do grupo;
corrija, se necessário, mas sem ofender;
elogie ideias e atitudes dos demais membros do grupo, isso servirá de combustível para que surjam novas ideias e comentários, tornando o trabalho mais interessante e menos cansativo;
use seu bom humor, acalmando e descontraindo o ambiente, se ocorrem momentos de discordância e/ou tensão.
O trabalho em grupo favorece o rendimento intelectual, pois as pessoas do grupo se estimulam mutuamente. O simples debate de ideias e a reflexão em grupo fazem progredir melhor a aprendizagem. Então, promova encontro com seus colegas de curso. Todos vão ganhar com isto. Além de ajudarem você a esclarecer suas dúvidas, o trabalho em grupo favorece a prevenção do individualismo e o excesso de competitividade. Além disso, o trabalho em grupo é cada vez mais importante para a vida profissional, já que os grandes projetos são desenvolvidos por equipes multidisciplinares. Ao aplicarmos os exames, claramente distinguimos dois tipos de atitudes dos alunos ao preparar-se para os testes: um é o aluno que se preparou através de estudos organizados e o outro é o aluno que deixou para estudar apenas na véspera do exame. O estudo “à última hora” não é aconselhável porque a info rmação apenas fica
registrada na memória a curto prazo, e por pouco tempo. Este tipo de estudo, impede que você desenvolva as suas capacidades de relacionar, compreender e aplicar conceitos e conhecimentos de forma inteligente. O estudo “de véspera” trás m ais ansiedade e tensão
na hora da prova. O ideal é que você se prepare para o exame ao longo do tempo e no dia anterior à prova. Descanse, durma bem, pois o sono regular é indispensável à concentração e à capacidade de raciocinar com clareza. Se você estiver cansado na hora da prova, tenderá a precipitar-se nas respostas, sem realizar uma leitura adequada do solicitado nas questões. Se você seguiu as etapas acima descritas, estudou de forma organizada e programada ao longo do tempo, na véspera da prova irá apenas realizar uma revisão
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final, fazer uma leitura cuidadosa dos sublinhados dos textos, das notas pessoais e dos apontamentos, esquemas e resumos que anteriormente realizou. Essa leitura será suficiente para você relembrar os conteúdos principais. Algumas dicas para realizar um bom exame:
é comum uma certa tensão no início do exame. Ao receber sua prova, leia todas as questões com atenção, pois ao perceber que tem domínio sobre o que está sendo solicitado, seu estado de tensão irá diminuir, facilitando o fluxo de ideias;
a leitura das questões com atenção é extremamente importante. Muitas vezes o insucesso num teste deve-se ao fato de o aluno não responder exatamente àquilo que lhe é pedido. Assim, é necessário que o aluno saiba exatamente o que significam expressões como: analisar, averiguar, comparar, avaliar, definir, estabelecer, explicar, interpretar, justificar, descrever, enumerar, resumir, i lustrar, caracterizar, entre outras;
para dar uma boa resposta, você deve identificar com clareza aquilo que lhe é solicitado e responder sem fugir ao tema. Uma boa prova não é necessariamente uma prova extensa. Na avaliação é geralmente valorizado o essencial, não os pormenores.
Não acredite que drogas ou álcool possam estimular a sua concentração ou facilitar a lembrança dos conteúdos. Isso é um mito equivocado, pois tais substâncias alteram as ondas cerebrais. O segredo de uma boa capacidade de concentração é, então, estar realmente mobilizado para apreender as informações disponíveis. Escolher uma tarefa como prioritária é essencial para que a mesma possa ser compreendida. Nesse caso, certas interferências externas devem ser afastadas. Para encerrarmos esta unidade, lembre-se que vivemos em uma era em que existe uma inversão de valores nas mais diferentes áreas. No estudo não é diferente. Estudar bastante não está fora de moda como muitos querem que acreditemos. Aproveite todo o seu tempo livre para buscar novas informações e fique sempre informado. Não se engane, é muito bom ser reconhecido por ser estudioso, conhecedor de vários assuntos. Não estamos falando apenas de matérias básicas como português, matemática, ciências, etc. Elas têm grande importância em nossa formação, mas é necessário também saber das atualidades, conhecer pelo menos mais uma língua, informática, teatro, cinema, música etc. Aprenda a valorizar todos os conteúdos que chegam até você, seja através de jornais, telejornais, revistas, internet, entre outros.
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Não fique de braços cruzados deixando o tempo passar. Conhecimentos novos surgem todos os dias. Aprenda a aprender e tudo que você tiver que fazer, faça da melhor forma possível. Só uma pessoa ganhará com isso: VOCÊ. Que bom que o conhecimento é infinito e que você está disposto a aprender sempre. Desenvolva seu próprio método de estudo, seja persistente nessa trajetória e estará direcionando sua vida para conquistar seus sonhos e seu sucesso estará garantido. Siga em frente, estaremos torcendo por você!!! Seu sucesso é também o nosso!!!
REFERÊNCIAS Como estudar . Disponível em:
. Acesso em: 13 jul. 2007. Como estudar . Disponível em: . Acesso em: 15 jul. 2007. Como estudar corretamente. Disponível em:. Acesso em: 13 jul. 2007. GROHS, Simone Janner; SILVA Sílvia Silveira da. Como estudar sozinho. Disponível em:. Acesso em: 13 jul. 2007.
Métodos de estudo. Disponível em:. Acesso em: 13 jul. 2007.
2 O conhecimento científico e outros tipos de conhecimento Prof. João Bento de Goes
Parece-nos, à primeira vista, que os conhecimentos que temos são todos da mesma natureza e têm as mesmas características. Entretanto, numerosas são as pesquisas, teorias, posicionamentos relativos ao conhecer humano. Podemos identificar vários tipos de conhecimento como o artístico, o religioso. Neste texto pretendemos apresentar de modo sucinto algumas noções sobre o senso comum, o mito, a filosofia, a teologia, a ciência e a tecnologia.
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1.1 O senso comum O homem, desde o início de sua existência, convive com a natureza e com outros homens. Para sobrevivência, para se situar e para agir, precisa cada vez mais compreender o mundo que o rodeia, a sociedade dos mesmos homens e a si mesmo. Ele precisa entender a realidade, o que ela é, como se organiza, como funciona. Esses conhecimentos exigem sempre mais dele a observação, a investigação, a reflexão, o questionamento do que pensava saber, a experimentação e outros meios de verificação. Para funcionar e poder ir avante o conhecimento exige a retenção, a memória, tanto individual quanto social. Esse processo sempre existiu espontaneamente. Costuma-se chamá-lo de senso
comum Desde as constatações empíricas através dos sentidos, as intuições, os sentimentos, a imaginação, tal processo foi se aperfeiçoando historicamente. Manifestase de extrema importância para a sobrevivência e desenvolvimento do indivíduo, de cada sociedade e da espécie. Ele significa tanto os conhecimentos recebidos por herança cultural através da tradição, como a identificação de alimentos e de normas para o relacionamento entre as pessoas, quanto os conhecimentos novos construídos no dia a dia pelos grupos, sociedades ou individuo. É a necessidade de resolver problemas, encontrar soluções, esquivar-se de dificuldades, agir para sobreviver e aperfeiçoar-se. Esses novos conhecimentos, transmitidos, poderão modificar elementos da cultura existente, criar novas tradições ou serem simplesmente negados pela sociedade. As pessoas envolvidas nessas novidades podem ser também excluídas ou possivelmente constituir um grupo de oposição, que com o tempo poderá predominar. O senso comum faz classificações, testa a realidade, experimenta. Seus limites se colocam no número acentuado de crenças não questionadas e no grau de subjetividade, na falta de sistematização, na pequena preocupação com a precisão do próprio conhecimento e da linguagem, pela limitação dos recursos investigativos, pela predominância dos objetivos práticos.
1.2 O mito Há ainda uma outra maneira de o ser humano interagir com a realidade. Não é só compreender e realizar. O homem intui e sente as coisas, situações, fenômenos e acontecimentos. Sente-se seguro ou ameaçado. É um intuir e um sentir , que não precisam de comprovações, mas de aceitação. O mito é uma intuição que busca compreender a realidade, fundamentando-se nas emoções e na afetividade. Mais que Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná
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interpretação do mundo, ele é a expressão dos desejos ou temores e angústias, que nos aproximam ou afastam das coisas. Sua principal função é de situar e tranquilizar o homem diante das ameaças do mundo. Este é um exemplo clássico de mito. Pandora, a primeira mulher, sai para levar o castigo de Zeus a Prometeu, por ter roubado dos deuses o fogo e tê-lo entregue aos homens. Traz uma caixa fechada, com proibição de abri-la. Não resistindo à curiosidade, ela a abre e saem todos os males que afligem a humanidade. Assustada, ela a fecha rápido e dentro da caixa permanece a esperança, que permite ao homem suportar o sofrimento e a dor. É comum entre os mitos gerados nas várias culturas aparecerem relatos referentes a deuses, que explicam ou dominam as energias, forças, potencialidades do universo, da natureza que nos envolve e do próprio homem. As questões do bem e do mal, do sentido da vida e da morte, da felicidade ou condenação, do destino, da origem do universo, dos seres vivos e do homem, dos sofrimentos, do poder, da riqueza, dos fenômenos da natureza são, entre outros, temas sempre presentes nos mitos dos vários povos. Os mitos não podem ser confundidos com histórias inventadas, lendas ou superstições. São um modo criativo e intuitivo de expressar conhecimento ou reflexão sobre um assunto importante para a compreensão do mundo, do homem e de suas existências, com uma carga acentuada de sentimentos. São um modo de superar os medos, encontrar segurança e conviver com os mistérios que nos circundam. Quase sempre revelam grande sabedoria e bom senso. A própria Bíblia e outros livros considerados sagrados por religiões apresentam relatos em forma de mitos. O mito sempre existiu desde as comunidades primitivas. Fez-se básico entre os gregos e romanos, imortalizando-se na literatura, tornando-se célebre objeto de estudos científicos atuais. O mito permanece sempre presente nas atividades e crenças humanas, mesmo após o surgimento da ciência, desempenhando papel importante nos ideários sociais, políticos e mesmo científicos. Encontramos exemplo na crença de que a ciência é a única forma de conhecimento válido e que trará o progresso e o bem estar humano. As concepções culturais que temos de mãe, aniversário, morte, futebol, os ideários políticos projetados para o futuro, com os vários tipos de crença e de rituais que nos fazem sentir bem e superar nossos males, são alguns exemplos de pensamento mítico que nos acompanham.
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1.3 A filosofia Entre os gregos formou-se a filosofia como uma reação ao pensamento mítico dominante. A ideia básica é que através da razão o homem é capaz de conhecer o mundo, a si mesmo e sua própria capacidade de conhecer. O mundo, o homem e seu próprio conhecer obedecem leis universais que regem o ser, o movimento e suas relações. Este pensamento, com o evoluir histórico, foi fazendo surgir estudos sobre aspectos (objetos) específicos da realidade a ser desvendada e racionalmente entendida: o mundo físico (a terra, os astros e suas propriedades), os seres vivos, a organização e o processo de conhecimento, as relações sociais e políticas, o questionamento e a análise dos costumes. Organizam-se, assim, as várias áreas de estudo da filosofia tais como ontologia, cosmologia, lógica, psicologia, epistemologia, ética, que acompanham o desenvolver histórico especialmente do mundo ocidental. A interpretação da realidade, buscando os fundamentos de sua inteligibilidade através de questionamentos, da busca de evidências e argumentos racionais, da análise e inter-relação coerente entre as várias dimensões, caracteriza o pensamento filosófico. Mesmo os filósofos que puseram em dúvida a capacidade de o homem atingir a verdade (o conhecimento do objeto tal como é), especialmente depois do surgimento da ciência, fundamentam seu pensamento em tentativas de demonstração racional.
1.4 A teologia A teologia surge como análise e reflexão a respeito de um ser superior que dá origem ao homem e ao universo, fundamentando a explicação de seu ser, existência, funcionamento, ordem, beleza e destino. No mundo ocidental surgiu entre os gregos como uma das áreas da filosofia. É a chamada teologia natural, que São Paulo considera necessária a todo homem: conhecer o criador a partir de reflexões sobre as criaturas. No contexto bíblico, a teologia aparece como reflexão e tentativa de elucidar racionalmente os dados revelados. Neste sentido, ela se refere ao estudo de tudo que seja objeto da revelação de Deus. Historicamente, entre os cristãos, a teologia nasce e se desenvolve intimamente ligada a investigações filosóficas. Mostra características e modos de analisar a revelação conforme diferentes concepções e tendências filosóficas que surgem no decorrer dos séculos. No mundo moderno e contemporâneo, o desenvolvimento científico tem grande influência, juntamente com a filosofia, nas reflexões teológicas.
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1.5 A ciência A palavra ciência tem origem no latim: scientia, que significa conhecimento, saber. Corresponde a palavras gregas como episteme, mathema. Traz consigo a ideia de segurança ou certeza no conhecimento. Diferencia-se de opinio, opinião, que mais se refere ao parecer ou julgar de cada um, sem fundamento suficiente para ser seguro, o que no grego corresponde a doxa. A ciência experimental surgiu no século XVII, com Francis Bacon, como reação ao pensamento filosófico, no sentido de procurar na experimentação (método indutivo) a demonstração das possíveis leis da natureza, em vez de basear-se nos argumentos puramente racionais (dedutivos) da filosofia. Esse posicionamento traz algo novo como proposta: a pesquisa experimental planejada e organizada. Aproxima-se, entretanto, epistemologicamente, da posição filosófica historicamente denominada realismo, empirismo, positivismo, em que o conhecimento é considerado verdadeiro se estiver correspondendo às características do objeto estudado. A partir da ideia da experimentação, que seria o modo de controle para verificar a realidade, desenvolveu-se a ideia de que para fazer ciência é necessário pesquisar e construir modos de poder controlar o processo de verificação. Cada ciência deve, dentro de suas características, estabelecer regras para testar a veracidade do conhecimento. Na mesma época de Bacon, Descartes buscava fundamentos para o conhecimento científico (método) numa posição filosófica contrária, que historicamente teve denominações de idealismo, racionalismo, apriorismo, em que o conhecimento só pode ser considerado válido se obedecer regras do próprio processo de conhecer, como evidência e coerência lógica. O desenvolvimento das ciências processou-se no contexto da discussão das duas epistemologias, ora pendendo mais para uma das tendências ora mais para outra. A partir da epistemologia crítica de Kant (século XVIII), especialmente no início do século XX desenvolve-se grande esforço de superação dessas oposições. Piaget procurou fazer da análise epistemológica, além de filosofia, uma ciência que pudesse controlar a verificação dos processos de conhecimento do ser humano e dos grandes ramos de conhecimento científico. Os grandes ramos das ciências modernas e atuais foram surgindo na medida em que apareciam condições históricas e possibilidades de verificação dos dados através de experimentações ou de outras técnicas de controle de verificação, que foram sendo construídas para responder às características e necessidades específicas de cada área e
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ciência. A preocupação com racionalidade dos conhecimentos nessas várias áreas tem suas raízes na história do pensamento filosófico. As primeiras ciências a se firmarem dentro dessas novas concepções foram a astronomia, a física, a química, a biologia. As ciências sociais se formaram em tempo mais recente (século XIX) com a sociologia, a psicologia, a antropologia. Ciências como a matemática, a história, a geografia, ciências da linguagem têm origem remota, entretanto, a partir das novas concepções de ciência vêm passando por profundas modificações metodológicas e conceituais, especialmente a partir do século XIX. As ciências, para poderem cumprir seu papel de controlar seus testes de realidade, foram se subdividindo, delimitando cada vez mais seu objeto de pesquisa. Constroem-se processos novos e específicos para verificação: experimentos (onde são possíveis), observação, inferências, equiparações, analogias e outros. A interdisciplinaridade entre as ciências, bem como o desenvolvimento de novas tecnologias ajudam na construção de novos meios para testar a veracidade das hipóteses. Diante disso aparecem possibilidades de construção de novas ciências. O que chamamos de Metodologia e Técnicas de Pesquisa refere -se exatamente ao estudo das concepções de pesquisa, seus procedimentos e técnicas usadas para produzir um conhecimento que se chame científico, distinguindo-o de outros tipos de conhecimento como o filosófico, o das artes, o mito, o senso comum, a religião, a teologia. Podemos resumir as características do pensamento científico em algumas palavras: sistematização, teoria, projeto (objetivos, processos, meios e instrumentos), rigor na verificação (testabilidade), precisão no objeto de estudo e na linguagem, questionamento contínuo da teoria.
1.6 A tecnologia O desenvolvimento do conhecimento científico deve muito à motivação para encontrar novos modos de fazer, geridos e impulsionados pelo novo tipo de economia surgido na Europa no início da idade moderna. Historicamente caminharam juntos os estudos para conhecer a natureza e o homem, em suas numerosas dimensões, e os estudos para construir novos tipos de instrumentos, técnicas, procedimentos que correspondessem melhor à eficiência, à rapidez e diminuição de custos na realização de inumeráveis tipos de ações, tanto na produção como na prestação de serviços. Chamamos de tecnologia à produção intencional de novos conhecimentos referentes ao
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fazer, suas técnicas e instrumentação. A tecnologia parte do conhecimento científico e caminha junto com a ciência no processo de pesquisa.
Conclusão Os saberes construídos pelo senso comum saem da pré-história, continuam percorrendo os caminhos da história e assim sempre será. O conhecimento da natureza (desde a descoberta do fogo, o uso de instrumentos, invenção da roda, a descoberta e o uso de metais), quanto os conhecimentos sociais (desde as normas rudimentares das comunidades humanas até a complexidade dos Estados atuais) têm sua origem no senso comum. Também os mitos continuam desempenhando seu papel na vida humana e na história. Até entre os cientistas que julgam poder conhecer tudo pela experiência, o mito tem seu papel. A própria ideia de ciência como o super conhecimento do homem não deixa de ser mítica, trazendo segurança e esperanças para a vida. A história o vem confirmando. A ciência não é tão poderosa assim. Entretanto tem desempenhado uma extraordinária função na vida humana, tanto para o bem quanto para o mal. O pensamento e a metodologia científica, em contínua evolução histórica, existentes desde o início da era moderna, têm influenciado profundamente as sociedades e culturas. Dinamizaram e marcaram horizontes para o desenvolver do conhecimento tecnológico e recebem grande contribuição deste para poder continuar aperfeiçoando-se. A sociedade do conhecimento, em processo de mundialização e de transformação das culturas, surgiu basicamente em decorrência do tipo de economia existente e da contribuição da ciência e da tecnologia. Com todas suas contribuições para o bem e para o mal do homem. A filosofia não perdeu seu papel de questionamento. Cresceu sua função de abrir perspectivas maiores de visão de conjunto, que ajudem superar os limites que cada ciência se impôs como campo de pesquisa. Emerge com nova força a necessidade de compreender melhor o homem, a sua história, a ciência, a tecnologia. A vida humana não se satisfaz com os conhecimentos das várias áreas científicas e das tecnologias. Perguntas básicas como quem é o homem e qual seu destino? que é o universo, a natureza e qual seu fim? como poderão se integrar o homem e a natureza? têm
parcialmente respostas em numerosas ciências. Falta, todavia, uma visão globalizante, que busque as coerências necessárias à sobrevivência, conservação e possível aperfeiçoamento humano, à conservação da vida em geral, à ética do ser e das relações.
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Em perspectiva semelhante, a teologia reivindica o direito de ampliar e aprofundar essas e outras temáticas, buscando exercer papel de abrir mais perspectivas para o homem e de apontar novas dimensões necessárias, baseadas nos dados da revelação. Talvez se possa dizer que os numerosos tipos de conhecimento precisam desempenhar no mundo atual papel auxiliar na construção de condições melhores de vida para todos os homens, com mais igualdade, justiça e f raternidade.
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UNIDADE 2
ELABORAÇÃO E LEITURA DE ARTIGOS CIENTÍFICOS Objetivo geral Formar noções de elaboração de artigos científicos e de leitura, análise e interpretação de um texto de acordo com as diretrizes científicas.
Competências Ao concluir esta unidade, o estudante deverá ser capaz de: - distinguir um artigo científico dos
demais tipos de trabalhos científicos;
- reconhecer os diversos tipos em que se dividem esses artigos; - assimilar noções básicas para elaboração de um artigo; - conhecer a estrutura básica para elaboração de um artigo; - entender as regras da comunicação e dos caminhos da produção científica; - escrever de forma correta as referências de documentos impressos e eletrônicos; - compreender
que escrever é uma arte que se desenvolve através de muita leitura
e da experiência do autor; - identificar os diferentes tipos de textos; - realizar uma análise textual e temática; - preparar
o leitor para num futuro próximo ser capaz de realizar uma análise
interpretativa, problematização e uma síntese pessoal.
1 Escrevendo um artigo científico
Artigo
Segundo a ABNT (NBR 6022/2003), “artigo é um texto com autoria declarada, que
apresenta e discute ideias, métodos, processos, técnicas e resultados nas diversas áreas do conhecimento, e que é destinado à divulgaçã o em periódicos”. O artigo científico é um texto publicado em periódico científico, com objetivo de divulgar resultados de um estudo ou pesquisa, servindo como principal meio de comunicação entre os cientistas e estudiosos de uma determinada área. Os principais objetivos de escrever um artigo é comunicar os resultados de pesquisas, ideias e debates de uma maneira clara, concisa e servir como um meio de comunicação e de intercâmbio de ideias entre cientistas e estudiosos de uma Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná
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determinada área de conhecimento. O artigo científico torna público e aberto ao debate o conhecimento elaborado em pesquisa ou estudo referente às ciências. Normalmente os conhecimentos são classificados em 8 grandes áreas: Ciências Exatas e da Terra; Ciências Biológicas; Engenharias; Ciências da Saúde; Ciências Agrárias; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Humanas e Linguística, Letras e Artes. Os artigos científicos são publicados em periódicos científicos que, em sua maioria, possuem um quadro de consultores, revisores e editores responsáveis pela qualidade do material publicado e asseguram que os trabalhos ali publicados são importantes e inovadores. O artigo é uma das formas mais rápidas de divulgar os resultados obtidos em uma pesquisa ou estudos, que poderão ser objetos de conhecimento, ensino e pesquisa. Devem obedecer às normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Tipos de Artigos
Alguns periódicos dividem seus artigos da seguinte forma: Artigo original/científico: quando apresenta temas ou abordagens próprias ou assuntos inéditos. Geralmente relata resultados de pesquisa e é chamado em alguns periódicos de artigo científico. É resultado de uma investigação concluída e deve atender aos princípios de objetividade e clareza da questão norteadora. Artigo de revisão: quando aborda, resume, analisa e/ou discute informações já publicadas. Geralmente é resultado de pesquisa de revisão de literatura. É uma avaliação crítica sistematizada da literatura ou reflexão a cerca dos principais fatos e ideias publicados sobre um determinado tema, devendo conter conclusões. Relato: quando inclui descrições de experiências acadêmicas, assistenciais e de extensão (Relato de Experiência). Plano de tratamento de um paciente, ajudando os profissionais de saúde e da área acadêmica Relato de Caso Clínico. Artigo de Atualização: informações publicadas sobre tema de interesse para determinada especialidade. Comunicação: um relato conciso dos resultados parciais ou conclusivos de um trabalho. Sua finalidade é informar ao leitor sobre um trabalho que está sendo desenvolvido e que será posteriormente publicado ou já concluído e publicado.
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Estrutura recomendada para artigos
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS – são elementos que identificam o artigo e compreende as seguintes partes: Título É o termo ou expressão indicativa do conteúdo do artigo. Autoria São as pessoas físicas responsáveis pela redação do artigo. A ordem de disposição dos nomes dos autores deve ser determinada pelo grau de participação de cada um na redação do trabalho. Resumo Descreve sinteticamente o trabalho “com um todo”, abordando o tema, o objetivo
geral, metodologia utilizada e resultado final do trabalho. Normalmente é escrito após a finalização de todo o trabalho, não deve ultrapassar 250 palavras e deve inteirar o leitor do que trata o artigo. O resumo além de apresentar o trabalho, deve motivar o leitor mostrando sua importância, os principais resultados e sua contribuição para a ciência. Palavras-chave São termos representativos do conteúdo do trabalho. Auxilia na i ndexação do artigo e sua recuperação nas bases de dados. Nota de rodapé Na primeira página do artigo, deve contar na nota de rodapé a qualificação maior do(s) autore(s), seguido da afiliação institucional e do endereço eletrônico, indicados por asterisco(s) ao lado direito do nome do(s) autores. Para ilustrar, observe os elementos pré-textuais do artigo do Anexo VII, página 52.
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ELEMENTOS TEXTUAIS Introdução Nesta seção é apresentado o tema, o problema, a definição do assunto abordado, sua justificativa, relevância da escolha e o enquadramento teórico. Devem ser descritos fatos históricos e/ou trabalhos clássicos que abordem a temática escolhida. Corpo / Desenvolvimento É a essência do artigo, parte em que se faz a exposição ordenada e pormenorizada do assunto tratado. Divide-se em:
Material e Método: explicação das etapas realizadas para elaboração de estudo
ou para responder à hipótese de pesquisa, indicando quais foram os materiais e os métodos utilizados no desenvolvimento da pesquisa.
Resultados: os resultados obtidos no estudo ou na pesquisa devem ser
apresentados de forma objetiva e lógica, apresentados de acordo com a proposta metodológica e sua interpretação coerente dos resultados, bem como dos objetivos apresentados.
Discussão: debate do tema estudado ou exposição das consequências teóricas
e as aplicações práticas da pesquisa realizada, traçando uma relação entre o observado e os resultados obtidos. Os resultados devem ser analisados e interpretados de forma crítica e, se possível, comparado com a literatura, fornecendo elementos para as conclusões. Conclusão / Considerações Finais Resume sinteticamente os resultados obtidos nos estudos ou em relação à hipótese e objetivos estabelecidos inicialmente. Nesta seção o autor se posiciona, mostra seu ponto de vista e, diante da experiência adquirida no desenvolvimento do trabalho, pode sugerir novas pesquisas, indicar problemas a serem resolvidos e/ou propor soluções. Para ilustrar, observe os elementos textuais do artigo do Anexo VII, páginas 52 a 58.
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ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS – complementam o artigo e dividem-se em: Título em língua estrangeira. Resumo em língua estrangeira. Versão do resumo escrito em língua inglesa (Abstract) ou espanhola (Resumen). Palavras-chaves em língua estrangeira. Versão das palavras-chave do artigo para o inglês (Key words) ou espanhol (Palavras Clave). Observe os elementos textuais do artigo do Anexo VII, páginas 58 e 59. Você vai encontrar o título do artigo, o resumo e as palavras chave do artigo da página inicial (52), traduzidas para o inglês e para o espanhol.
Notas explicativas Utilizadas para apresentação de comentários e esclarecimentos. Numerada em algarismos arábicos e apresentadas no final do artigo (opcional). Referências É a relação da literatura utilizada ao escrever. São os documentos efetivamente citados no trabalho. Glossário Relação de termos técnicos utilizados no texto, apresentado em ordem alfabética, com os seus respectivos significados. Utilizado para facilitar a compreensão do leitor. Apêndice Elaborado pelo autor e tem a finalidade de complementar o texto principal. Anexos Não elaborado pelo autor do texto principal e tem o objetivo de auxiliar na fundamentação, comprovação ou ilustração do artigo. Dados do primeiro autor No final do artigo informam-se referências para contato como o principal autor do trabalho, com o endereço (residencial ou profissional), telefone (opcional) e e-mail. Exemplo: Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná
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Endereço para correspondência: Matheus Esdras Carmo dos Reis. Endereço: Rua São Paulo, 103. Bairro São Caetano. Itabuna – BA. CEP: 45607-145. E-mail: [email protected].
Como fazer referência do material citado?
Um texto é sempre elaborado a partir de outros textos, pois novos conhecimentos se produzem a partir de conhecimentos e descobertas anteriormente realizados. Atenção, esse conjunto de textos deve servir para atualizar nossos conhecimentos sobre o assunto, servindo de inspiração, jamais deverão ser copiados, pois copiar trabalhos elaborados por outros autores denomina-se plágio, e plágio é crime. As literaturas utilizadas ao escrever devem ser devidamente citadas no texto e relacionadas no final do trabalho com o título “Referências”. De acordo com ABNT, NBR 6023/2002:
Os autores são referenciados pelo sobrenome (em letras maiúsculas) seguido de vírgula e as iniciais dos nomes acompanhadas de ponto (Exemplo: MORAES, A. J.);
Se houver mais de um autor, serão separados por ponto e vírgula;
As referências devem ser dispostas em ordem alfabética;
As referências devem ser alinhadas à margem esquerda do texto;
Modelos de referências:
Modelo de referências de documentos impressos e eletrônicos – NBR 6023/2002 Livros
MATOS, E. L. M.; MUGIATTI, M. M. T. F. Pedagogia hospitalar : a humanização integrando educação e saúde. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
Capítulo de livros CRUZ, F. M. M. Emergências clínicas na infância. In: COSTA, M. C. O.; SOUZA, R. P. (Org.). Avaliação e cuidados primários da criança e do adolescente. Porto Alegre: ArtMed, 1998. p. 211-224. Artigos de periódicos
REIS, M. E. C; SOUZA, M. K. B.; LAVINSKY, A. E. Telenovela brasileira: um meio de veiculação de questões de saúde. Ciência, Cuidado e Saúde. Maringá, v. 3, n. 3, p. 303-310, 2004.
Publicação em Eventos
CAMPOS, R. M. Estágio Programado. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTÁGIOS, 1., 1997, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR, 1997. CD-ROM.
Trabalhos acadêmicos, dissertações e teses
MATHIAS, T. A. de F. A saúde do idoso em Maringá: análise do perfil de sua morbimortalidade. 2002. 184 f. Tese (Doutorado em Epidemiologia)Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
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Entidade
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Manual da classificação estatística internacional de doenças, lesões e causas de óbitos. 8th ed. Washington, D. C.: Organização Pan-Americana da Saúde, 1969.
Documentos eletrônicos
GOLDIM, J. R. Ética aplicada à pesquisa em saúde. Porto Alegre: UFRGS, 2003. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2005.
Referência - Livro: Autores
Título do livro (negrito)
Sub-título do livro
MATOS, E. L. M.; MUGIATTI, M. M. T. F. Pedagogia hospitalar : a humanização integrando educação e saúde. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2007. Ano publicação do livro Edição
Cidade da editora
Nome da editora
Referência - Capítulo de Livro: Autor
Título do capítulo
Organizadores do livro
CRUZ, F. M. M. Emergências clínicas na infância. In: COSTA, M. C. O.; SOUZA, R. P. (Org.). Avaliação e cuidados primários da criança e do adolescente. Porto alegre: ArtMed, 1998. p. 211-224. Páginas do capítulo
Cidade da editora
Título do livro (negrito)
Ano publicação do livro
Nome da editora
Referência - Artigo: Autores
Título do artigo
Sub-título do artigo
REIS, M. E. C; SOUZA, M. K. B.; LAVINSKY, A. E. Telenovela brasileira: um meio de veiculação de questões de saúde. Ciência, Cuidado e Saúde. Maringá, v. 3, n. 3, p. 303-310, 2004. Título do periódico ne ri to
Cidade
Volume
Fascículo
Paginação
Ano ublica ão
Referência - Publicação em eventos: Autor
Título do trabalho
Nome do evento
Numeração
Ano evento
CAMPOS, R. M. Estágio Programado. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTÁGIOS, 1., 1997, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR, 1997. CD-ROM. Cidade evento
Cidade editora
Instituição
Ano evento
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Meio divul a ão
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Referência de Trabalhos acadêmicos, dissertações e teses: Sobrenome do autor
Tipo documento
Grau
Título do trabalho ne ri to
MATHIAS, T. A. de F. A saúde do idoso em Maringá: análise do perfil de sua morbimortalidade. 2002. 184 f. Tese (Doutorado em Epidemiologia)-Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. Ano ublica ão
Número páginas
Ano defesa
Instituição
Cidade
Referência de Entidades: Título ne ri to
Nome da entidade
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Manual da classificação estatística internacional de doenças, lesões e causas de óbitos. 8th ed. Washington, D. C.: Organização Pan-Americana da Saúde, 1969. Ano
Edição
Cidade
Organização
Referência de Documentos eletrônicos: Nome do autor
Título
Cidade
Instituição
Ano
GOLDIM, J. R. Ética aplicada à pesquisa em saúde. Porto Alegre: UFRGS, 2003. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2005. Endereço eletrônico
Data acesso
Exemplo de como fazer referência de um livro: Abaixo temos a capa (Figura 1) e a ficha catalográfica (Figura 2) do livro “Projetos de Pesquisa: estratégias de ensino e aprendizagem em sala de aula”. Imagine que você
está escrevendo um projeto e ao escrever seu texto você fez algumas citações do mencionado livro. Se você citou deverá listar a referência no final do trabalho.
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Figura 1
Figura 2
De acordo com o modelo apresentado na página 24 (Referência - Livro) a referência é feita na seguinte ordem: Sobrenome do autor (letras maiúsculas) e iniciais dos nomes do autor. Caso haja mais de um autor, os nomes deverão estar separados por ponto e vírgula. Olhe na Figura 1 e localize o nome do autor. Achou? O nome do autor é Jorge Santos Martins. Logo a referência será MARTINS, J. S. Muito bem, a seguir coloque o nome do livro (apenas a primeira letra maiúscula). Se o livro apresentar um subtítulo, após o título deverá ser colocado dois pontos (:) e o subtítulo com todas as letras minúsculas. De acordo com nosso exemplo, a referência ficará assim: MARTINS, J. S. Projetos de pesquisa: estratégias de ensino e aprendizagem em sala de aula. Note que o nome do livro é escrito em negrito. Caso haja subtítulo, este não deverá ser destacado. A seguir localize na ficha catolográfica (Figura 2) a cidade da editora, o nome da editora e o ano de publicação do livro. Acrescente essas informações à referência. Não esqueça que a referência é justificada à esquerda. Se você seguiu corretamente o exemplo, a referência completa deste livro ficará assim:
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MARTINS, J. S. Projetos de pesquisa: estratégias de ensino e aprendizagem em sala de aula. Campinas: Armazém do Ipê, 2005.
Apresentação de Tabelas e Figuras
TABELAS Tabelas apresentam dados significantes exatos, normalmente trabalhados estatisticamente. Contribuem para a compreensão do texto, melhor visualização dos dados, principalmente quando a quantidade de dados é grande. Se retiradas de algum documento, deve-se citar a fonte logo abaixo da tabela.
FIGURAS As ilustrações contribuem visualmente para ajudar na compreensão de conceitos e dados significantes. Compreendem desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas e outros.
Citações
É a menção que se faz no texto de uma informação extraída de outra fonte, para esclarecimento do assunto em discussão ou para ilustrar ou sustentar a afirmação realizada. Segundo a ABNT (NBR 10520/2002) as citações podem ser:
Citação direta, literal ou textual é a transcrição de parte de uma obra do autor consultado. No texto, logo após a transcrição, deve-se indicar o sobrenome do autor e o ano de publicação da obra de onde foram extraídas as informações. Se possível, também devemos indicar o número da página de onde foi copiado o texto. O sobrenome e data acima mencionados poderá aparecer tanto no início, como no meio ou fim do parágrafo. Até 3 linhas, a citação deve ser mantida no corpo do texto. Exemplo: Cicco (1999, p. 13) define estresse como “[...] o resultado de uma reação que nosso organismo tem quando estimulado por fatores externos desfavoráveis”.
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Com mais de 3 linhas deve aparecer com 4 cm de recuo à esquerda, em espaço simples, letra menor do que a utilizada no texto, sem aspas, terminando na margem direita do artigo. Exemplo: As discussões sobre as questões de saúde veiculadas pelas telenovelas permitem a reflexividade, promovida pelos meios de comunicação de massa, conforme afirma Almeida (2003, p. 211): A reflexividade é um processo que coloca em xeque a tradição e a manutenção de padrões tradicionais, e é promovida pelos meios de comunicação de massa, pelos livros de auto-ajuda, pelos movimentos sociais que questionam a tradição. [...].
Nas citações diretas podem ser indicadas supressões, interpolações, ênfase ou destaques. Supressões - a supressão de uma parte do texto citado é simbolizada por [...] e podem surgir no início, meio ou fim da citação. Exemplo: Segundo Paulo Freire (1994, p. 161), "[...] transformar ciência em conhecimento usado apresenta implicações epistemológicas porque permite meios mais ricos de pensar sobre o conhecimento [...]". Interpolações - quando ao citar um texto se fizer necessário um acréscimo ou comentário, este deverá ser escrito entre colchetes [ ] Exemplo: A OMS [Organização Mundial de Saúde] alertou, esta sexta-feira, para a probabilidade de o vírus da gripe das aves se alastrar por todo o mundo, como aconteceu no último Inverno, altura em que apanhou muitos países europeus de surpresa. Entretanto, na Ásia o vírus está a ganhar terreno. Ênfase ou destaque grifo é o destaque de palavra(s) ou frase(s). Se houver necessidade de destacar (negrito ou itálico) uma parte do texto citado para chamar a atenção do leitor, devemos informar que o destaque não consta no texto original, acrescentando à referência o texto “grifo nosso”. Caso o destaque já faça parte da obra consultada utilizar a expressão “grifo do autor”.
Exemplo:
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“A zona do cérebro chamada ínsula poderá estar na origem da dependência dos fumantes [...]” (MACHADO, 2005, p. 9, grifo nosso).
Citação indireta ou livre é a que reproduz a ideia do autor consultado. É redigida pelo autor do trabalho com base em ideias do outro(s) autor(es). Apesar de ser livre, deve ser fiel ao sentido do texto original. Deve-se indicar a fonte (sobrenome do autor e ano) de onde foram extraídas as ideias. Exemplos: Sodré (1998) afirma que a apropriação da realidade feita pela telenovela se dá a partir de parâmetros morais da instituição familiar, ajustando seus conteúdos ideológicos a determinadas tendências comportamentais socialmente existentes. Este trabalho foi desenvolvido a partir dos princípios éticos da Pesquisa Envolvendo Seres Humanos preconizados na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996).
Citação de citação é a citação direta ou indireta de um texto em que não se obteve acesso ao documento original, mas do qual se tomou conhecimento apenas por citação em outro trabalho. Para este tipo de citação utilizamos a expressão “apud”, que
indica em que texto foi encontrada e equiv ale a “citado por”. No texto devemos citar o sobrenome do autor do documento não consultado, seguido da expressão “apud” e o
sobrenome do autor do documento efetivamente consultado. Exemplo: No texto: Em estudo anteriores, Souza (1977, p. 79) apud Silva (1 998, p. 128) afirma que [...] Em estudo anteriores, Souza (1977, p. 79 apud SILVA, 1998, p. 128) afirma que [...] Em estudo anteriores, (SOUZA, 1977, p. 79 apud SILVA, 1998, p. 128) afirma que [...]
Nas referências: SILVA, N. A importância da auto-estima. São Paulo: Atlas, 1998. SOUZA, B. D. Como enfrentar os problemas na adversidade. Rio de Janeiro: Ed. Saber, 1998.
Sistema de chamada
Todas as citações indicadas no texto devem obedecer a um determinado padrão que chamamos de sistema de chamada. É a forma que utilizamos para referenciar as
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citações utilizadas no texto. O sistema de chamada pode ser realizado de duas formas: autor-data ou Numérico. Ao se optar por um sistema de chamada, deve-se adotá-lo até o final, para fins de uniformidade do texto e correlação com as referências em notas de rodapé ou no final do trabalho. Sistema alfabético (autor-data) A chamada é realizada pelo sobrenome do autor. Se a chamada for realizada dentro do texto o sobrenome do autor é escrito com apenas a primeira letra maiúscula e ano de publicação e página entre parênteses. Se a citação for entre parênteses, o sobrenome do autor será escrito em letras maiúsculas, seguido do ano de publicação e a página. Exemplo: Na perspectiva de Sodré (1998, p. 303), é incontestável que as telenovelas [...] Este trabalho foi desenvolvido a partir dos princípios éticos da Pesquisa Envolvendo Seres Humanos preconizados na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996, p. 55). Sistema numérico As citações são numeradas em algarismos arábicos, de forma sequencial, sobrescrita e entre parênteses. Neste tipo de chamada a referência vem em nota de rodapé no final da página em que foi citada. Exemplo: No texto: Verificou-se que os consumidores demonstram possuir bons hábitos na compra dos alimentos, com ressalva para a conferência da data de validade [...] (1). No rodapé: (1)
MAURÍCIO, A. A.; MATIOLI, G. Diagnóstico das etapas de compra, armazenamento e preparação
de alimentos perecíveis por pais de escolares de uma cidade do Noroeste do Paraná. Ciência,
Cuidado e Saúde, v. 3, n. 3, p. 253-259, set/dez. 2004.
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Lembre-se Um bom artigo deve ser elaborado
O texto deve manter uma sequência
com clareza, frases curtas, simples e
lógica e os parágrafos devem estar
de preferência afirmativas, evitando-
interligados.
se
gírias,
expressões
regionais,
abreviaturas e jargões.
Sempre que citar, liste nas referências.
Ao escrever um artigo científico tenha em mãos a norma vigente da ABNT, atualmente NBR 6022/2003.
Escrever é uma arte que se
Escrever é um desafio que
desenvolve através de muita leitura e
pode tornar-se uma conquista.
da experiência do autor.
2 Leitura e interpretação de textos científicos A leitura de um texto científico exige muito mais atenção do que a leitura de um texto de outro gênero. Ler um artigo científico é diferente de uma leitura de entretenimento ou distração, a qual é realizada sem maiores preocupações com o aspecto do saber. É diferente também de uma leitura informativa, cujo objetivo é tomar conhecimento, de modo geral, do que ocorre no mundo, mas sem aprofundamento e visa apenas o divertimento, passatempo, lazer. A leitura de um artigo científico é uma leitura formativa para aprender algo novo ou aprofundar os conhecimentos já obtidos. O texto científico utiliza conceitos, teorias, uma linguagem mais complexa e uma ordem de raciocínio com a qual o estudante que começa a cursar uma universidade ainda não está acostumado. Para aproveitar melhor suas leituras, você deve seguir algumas diretrizes importantes, esquematizadas aqui. Em primeiro lugar, você deve ter claro em sua cabeça os objetivos de sua leitura. A leitura do texto deve ser capaz de: Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná
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permitir uma compreensão global do significado do texto permitir uma interpretação crítica do texto auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico fornecer instrumentos para o trabalho intelectual Para tanto, Severino (2000) sugere as três seguintes etapas de leitura: Análise Textual Análise Temática Análise Interpretativa
Análise textual É só o primeiro contato com as ideias do autor, uma leitura prévia que não visa sua compreensão total, mas dar uma visão de conjunto do texto. Devemos observar o seguinte: Quem é o autor? Qual sua formação? Há quanto tempo realiza pesquisas com o tema? O próprio livro normalmente traz informações sobre o autor. Outra forma de obter esses dados é realizando uma pesquisa na Plataforma Lattes do CNPq www.cnpq.br. Esta plataforma contém o currículo de um grande número de pesquisadores do país. Esses cuidados são necessários para que o leitor consiga fazer uma seleção dos principais trabalhos elaborados na área pesquisada, considerando que o volume de produções bibliográficas é imenso e é necessário realizar uma triagem seletiva. A leitura deve ser feita com concentração, em lugar tranquilo e durante a leitura, o leitor deve: marcar o texto: o ideal é tirar uma cópia do artigo que se pretende ler para que possamos fazer marcas, sublinhar linhas ou parágrafos, fazendo marcas nas margens ou anotando observações nos cantos do papel. Esta é uma forma de destacar as principais ideias e tudo que o leitor julgar importante no texto, facilitando sua localização na releitura. levantar vocabulário: anote as palavras que não entendeu e procure no dicionário seu significado. Ao terminar esta leitura o leitor deve buscar informações complementares sobre os fatos citados no texto, sobre as doutrinas e linhas de pensamento apresentados e mesmo sobre o próprio autor. A análise textual é o primeiro contato com o texto e ao final dessa fase, devemos ser capazes de elaborar um esquema do texto, sem maiores aprofundamentos. Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná
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Análise Temática Nesta fase devemos analisar a posição do autor. É o momento de verificar se compreendemos a mensagem, não é o momento de criticar, concordar ou discordar com o autor. Nesta etapa devemos reter qual o tema do texto, qual o problema que o autor coloca, qual é a ideia central e quais são as ideias secundárias e finalmente qual a tese do autor, pois não se escreve apenas para demonstrar um problema, mas também para buscar solucioná- lo. O leitor deve observar “De que forma o autor resolve o problema apresentado? O que ele propõe para solucionar as dificuldades relacionadas? Qual é a tese por ele sustentada?”.
Devemos procurar reconstruir o raciocínio do autor, recuperando seu processo lógico.
Análise Interpretativa É onde se faz a interpretação da mensagem do autor, se realiza uma reflexão crítica sobre as ideias apresentadas, assumindo uma posição própria sobre a problemática discutida no texto. Num primeiro momento devemos analisar o pensamento do autor, tanto em relação à sua própria obra, quanto em relação ao conhecimento geral sobre o assunto, ou seja, comparando com outros autores que examinaram o mesmo fato. Depois, passamos à interpretação do texto, averiguando se o autor respondeu a todos os problemas propostos. A partir desse momento, temos que constatar se existe conexão lógica entre as ideias do autor, isto é, se enquanto leitores, de posse dos mesmos argumentos, conseguimos chegar ao mesmo raciocínio do autor. Finalmente, é o momento de fazemos uma crítica do texto, que não significa uma análise depreciativa, mas sim nos posicionarmos enquanto leitores perante o texto, de modo a concordar ou discordar com o que foi dito, averiguando se o autor solucionou o problema de forma satisfatória. Logo, a análise interpretativa é a mensagem que o autor deixa em forma de pensamento sobre o assunto. Para fazer uma análise interpretativa é necessário já ter acumulado algumas leituras anteriores sobre o tema em questão. Se este é o primeiro texto que você vai ler sobre um tema, contente-se em ficar só com as duas primeiras etapas de leitura (análise textual e temática). Com o tempo e muita leitura você conseguirá seguir para as próximas etapas.
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Problematização Esta é outra etapa que só se pode fazer após um acúmulo significativo de leituras sobre o tema. Para realização desta etapa é necessário conhecer bem o assunto, ter lido outros autores sobre o assunto e conhecer as críticas que se fazem àquele autor e àquelas ideias, assim é possível começar a problematizar o assunto. Na prática, isso significa levantar e discutir problemas com relação à mensagem do autor e de outros autores estudados. Esses problemas identificados servem de “provocação” para nova pesquisa, que você ou outro poderão realizar. Para escrever um artigo, monografia ou relatório de pesquisa temos que ter passado por esta etapa, que é o alvo e a motivação para realizar a pesquisa. Tanto o artigo, monografia ou relatório irão demonstrar na revisão bibliográfica os fundamentos em que se baseiam os problemas ou questões a se resolver através da pesquisa.
Síntese pessoal Por fim, o leitor poderá fazer a sua própria síntese a respeito do assunto. Vale lembrar que no início de um curso superior, o ideal é que se faça bem as duas primeiras etapas de leitura. Com o tempo, será possível avançar para as demais. O esperado é que após alguns semestres, o graduando esteja realizando as cinco etapas descritas.
Referências CURTY, M. G.; CURTY, R. G. Artigo científico: estrutura e apresentação na comunicação em Enfermagem. Ciência, Cuidado e Saúde, Maringá-PR, v. 3, n. 3, p. 311-320, set./dez. 2004. REIS, M. E. C.; SOUZA, M. K. B.; LAVINSKY, A. E. Novela brasileira: um meio de veiculação de questões de saúde. Ciência, Cuidado e Saúde, Maringá-PR, v. 3, n. 3, p. 303-310, set./dez. 2004. SEVERINO, 2000. Leitura de texto científico. Disponível em: . Acesso em: 18 out. 2006.
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UNIDADE 3
PROJETO DE PESQUISA e MONOGRAFIA Objetivo geral Formar noções da metodologia para elaboração de projeto de pesquisa e elaboração de monografia.
Competências Ao concluir esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:
- elaborar um projeto de pesquisa; - realizar uma pesquisa; - apresentar o resultado da pesquisa em f orma de monografia; - escrever um texto científico dentro das normas da ABNT.
1 Processo de pesquisa Em primeiro lugar é necessário desmistificar o termo pesquisador. Pesquisador não é um gênio ou uma pessoa super dotada de conhecimentos. Eu e você podemos realizar uma ou várias pesquisas e a melhor maneira de se saber como fazer uma pesquisa é realmente realizando uma. Existem vários métodos de se realizar uma pesquisa, mas nenhuma fórmula mágica, como a de uma receita de bolo. Não pense que os pesquisadores são infalíveis. Quando lemos o resultado final de uma pesquisa, neles não estão embutidas as facilidades e dificuldades, as dúvidas e certezas que fizeram parte desse processo. Existe uma razoável diferença entre o produto final publicado e todo o processo seguido para que esse resultado fosse alcançado. É relatado apenas o êxito, ou seja, o produto final, mas é bem possível que tenha havido algumas dificuldades no percurso. É importante que o principiante entenda que provavelmente não exista uma pesquisa perfeita e definitivamente concluída. Há sempre algo para continuar sendo pesquisado, e/ou aprofundado. Os diversos problemas que surgem no processo de pesquisa também são um aprendizado, colaboram para o amadurecimento científico e não devem servir como desencorajamento. Todos os pesquisadores têm como objetivo chegar a um produto final bem acabado, com bons resultados, mas nem sempre é possível. Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná
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Tenha sempre em mente que é melhor ter realizado um trabalho de pesquisa cujos resultados não foram satisfatórios, do que nunca ter realizado uma pesquisa. Pesquisar é um processo crescente de aprendizagem.
Para que realizar uma pesquisa? Primeiro é necessário entendermos que existem pesquisas nas diferentes áreas do conhecimento como: saúde; agrárias; biológicas; engenharias; exatas e da terra; humanas, letras e artes e sociais aplicadas. Cada uma dessas áreas tem suas especificidades na forma de desenvolver pesquisa, mas o objetivo geral é comum, ou seja, pesquisar para beneficiar o ser humano. Esse benefício pode ser para melhorar a saúde, para facilitar as tarefas, para ajudar a solucionar problemas cotidianos ou, no caso das ciências sociais, contribuir para o desenvolvimento do próprio homem, bem como aquisição de conhecimento. Richardson (1989) cita que para adquirir conhecimento, a pesquisa pode ter os seguintes objetivos: a) pesquisar para resolver problemas – nesse caso o pesquisador está interessado em descobrir a resposta para um problema específico. Ex: detectar a eficiência de um determinado método. b) Pesquisar para formular teorias – no campo das ciências sociais, em sua maioria as pesquisas são de natureza exploratória, as quais tentam descobrir relações entre fenômenos, estudar problemas cujos pressupostos teóricos não estão claros, como não apenas conhecer o tipo de relação existente, mas verificar se realmente existe essa relação. c) Pesquisas para testar teorias – é a formulação precisa onde se testa a teoria formulada anteriormente. É necessário que as teorias sejam testadas e confirmadas várias vezes.
Problema de pesquisa O problema de pesquisa é aquilo que se quer pesquisar a respeito de um determinado tema. Pode ser qualquer questão não solucionada e que pode ser discutida em alguma área do conhecimento. Os problemas de pesquisa não devem conter juízo de valor ( bom, ruim...). Exemplos de problema: Em que medida a escolaridade determina o grau de produtividade de um indivíduo em uma determinada empresa?
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De que forma técnicas de dinâmicas de grupo podem facilitar a integração entre funcionários de uma empresa?
Abordagem do Problema - Métodos Quantitativos e Qualitativos De uma forma bem superficial denominamos como método a escolha que o pesquisador faz dos procedimentos sistemáticos que irá utilizar em sua pesquisa para descrever e explicar os fenômenos estudados. Gil (1999, p. 26) define método científico como o caminho utilizado para se chegar a determinado fim ou um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicas para atingir o conhecimento. Cada método de investigação tem suas normas e o trabalho de pesquisa deve ser planejado e executado dentro das normas do método escolhido, pois cada método tem uma sistemática e uma forma de abordar o problema. Por isso é importante a escolha do método apropriado para cada tipo de estudo. Segundo Richardson (1989) “... é a natureza
do problema ou o seu nível de aprofundamento que, de fato, determina a escolha do método.”
Método Quantitativo – caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no tratamento dessas por meio de técnicas estatísticas Teixeira e Pacheco, (2005). Esse método tenta garantir a precisão dos dados e resultados. Método Qualitativo – não adota um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema para sua generalização. Não pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas. Utiliza-se do processo de problematização – objeto e contexto. Teixeira e Pacheco (2005, p. 60)
Técnicas de Pesquisa Muitas são as técnicas utilizadas nas ciências sociais para realizar pesquisas. As mais comuns são: a) Questionário – pode ser realizado na forma de formulários, testes ou enquetes. Nessa técnica elaboram-se, por escrito, várias questões, com objetivos variados, como por exemplo, qual a opinião, a expectativa, as crenças etc. de um determinado grupo. Em uma análise bem superficial, o questionário realizado de forma quantitativa possibilita atingir um número significativo de pessoas, com baixo custo, garantindo o anonimato do entrevistado. Por outro lado, traz a desvantagem de excluir os analfabetos e/ou pessoas
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com baixo grau de escolaridade, não garantindo a representatividade da amostra nas respostas. Também deve ser levado em consideração que os itens do questionário podem ter significado diferente para cada sujeito pesquisado. A técnica de questionário também pode ser utilizada na forma qualitativa. b) Observação – a observação pode ser considerada como um método de investigação e é uma das técnicas de levantamento de dados mais utilizadas juntamente com a entrevista. Pode ser utilizada de forma exclusiva na coleta de dados ou conjugada com outras técnicas e também pode estar presente em outros momentos da pesquisa. A técnica de observação pode ser: observação simples ou não-participante – o investigador permanece alheio à comunidade ou grupo pesquisado; observação sistemática – descreve de forma precisa um fenômeno e o teste de hipóteses e é realizado a partir de um plano específico para a organização e registro das informações; observação assistemática – a tarefa de observar é mais livre, sem fichas e cumpre um plano de observação que é determinado pelos objetivos da pesquisa; observação participante ou direta – é considerada como um método de investigação e é realizada com participação real do observador na vida da comunidade ou grupo estudado. Como o pesquisador se enquadra como um dos membros do grupo tem maiores condições de compreender melhor os seus elementos. Ao contrário do que parece a facilidade dessa técnica é apenas aparente, pois exige um cuidadoso preparo do observador para cada tipo de estudo, de forma que o envolvimento do pesquisado (no caso da forma direta ou participante) não leve a uma visão distorcida do fenômeno e não provoque alterações no ambiente ou no comportamento das pessoas envolvidas.
c) Entrevista – é um valioso instrumento de coleta e tem como objetivo dizer ao entrevistado o que se pretende e por que se está fazendo a entrevista. Nesta técnica o entrevistador deve registrar exatamente o que foi dito. Também é possível registrar o não-verbal, isto é, as reações do entrevistado durante a entrevista (risos, emoção, lágrimas, pausas etc.). Os autores consideram basicamente três formas de entrevistas:
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Estruturada – as questões são formuladas de uma forma mais rígida e força uma escolha entre as opções, objetivando a obtenção de resultados uniformes; Não-estruturada ou não-diretiva – enfoca um tema específico mas de forma livre. Não é elaborado em forma de perguntas. Seu objetivo maior não é determinar a frequência do ocorrido e sim procurar entender “o que ocorre”. Nessa técnica é possível detectar atitudes, opiniões e motivações; Semi-estruturada ou guiada – técnica desenvolvida a partir de um esquema básico para guiar a entrevista, mas sem uma forma rígida. Nessa técnica já se conhece antecipadamente os aspectos que se deseja pesquisar, logo o entrevistador formula alguns pontos, os quais vai explorando ao longo da entrevista.
A escolha do método e das técnicas de pesquisa A escolha do tipo de entrevista pode variar de acordo com a especificidade dos dados que o pesquisador pretende obter. Na hora da escolha deve-se considerar: a intenção do pesquisador a natureza do problema os objetivos da pesquisa o nível de aprofundamento desejado A diferença entre os vários tipos de pesquisa não está somente na técnica ou método de coleta de dados, mas também na atenção especial ao informante, na importância de manter o mesmo observador e nas anotações de campo, as quais vão além das respostas fornecidas por escrito ao pesquisador. GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999 RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social. 2 ed. São Paulo. 1989, 287 p. TEIXEIRA, Rubens de França; PACHECO, Maria Eliza Corrêa. Pesquisa Social e a valorização da abordagem qualitativa no curso de administração: a quebra de paradigmas científicos. Cadernos de Pesquisa em Administração, São Paulo: FEA/USP v. 12, n. 1, 55-98, 2005.
2 Projeto de pesquisa Segundo Prochonw, Schaffer (1999), projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo.
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Normalmente um projeto é uma busca de respostas a um problema concreto. Logo, o resultado do projeto deverá ser uma contribuição para a solução de problemas, transformando IDEIAS em AÇÕES. Ao “projetarmos” devemos observar:
Qual é o problema a resolver ou transformar - deve ser mensurável? Quais são as pessoas e instituições que irão colaborar na elaboração deste projeto? Qual será a fonte de financiamento? Escolha do tema: escolher um tema do qual gostamos, pois o trabalho de pesquisa é árduo e, às vezes, cansativo. Se não simpatizarmos com o tema, não conseguiremos o empenho e a dedicação necessária. Delimitação do tema: a escolha do tema deve determinar o lugar que ocupa no tempo e no espaço. Não devemos formular temas exageradamente amplos, geralmente resumidos em uns poucos vocábulos, tais como: A violência; Falta de Segurança; A Fome; O Meio Ambiente; A Internet; A televisão; A Música Popular Brasileira; Os meios de comunicação. Devemos evitar temas apoiados em palavras e sentido muito amplo, como por exemplo: "influência" e "atualidade". Ao escolhermos temas amplos corremos o risco do resultado final do trabalho não ter sido amplo o suficiente para abranger a proposta inicial. Um projeto de pesquisa típico possui normalmente entre 5 e 10 páginas, e constitui-se das seguintes partes: a) Capa b) Resumo c) Introdução d) Caracterização do Problema e Justificativa e) Objetivos f) Metodologia g) Cronograma h) Orçamento i) Referências
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a) Capa A capa deve identificar o projeto e o proponente. Nesta parte são apresentados os dados essenciais à identificação do projeto, tais como: Instituição, Título, Nome do aluno e do Orientador, Área temática (administração, ciências contábeis, economia, publicidade e propaganda, secretariado), Cidade e Ano. Exemplo: 3 cm
NOME DA INSTITUIÇ O EM QUE SER DESENVOLVIDO O PROJETO
T TULO 3 cm
2 cm
Nome do autor Área: nome da área de conhecimento Cidade Ano 2 cm
b) Resumo Esta é a última parte do projeto a ser redigida. Deve conter, no máximo, 20 linhas, posicionando o leitor sobre o tema abordado, a justificativa, os objetivos, o método e a forma de análise dos resultados.
c) Introdução A Introdução deve ser sintética e deve apresentar o tema de pesquisa, as razões de ordem teórica e/ou prática que tornam o estudo relevante e, portanto justificam a sua execução. Apresentar o problema enfocado, em relação a outros trabalhos publicados sobre o mesmo assunto e o estado atual em que se encontra o tema investigado. Não usar extensas revisões da literatura, apenas referências com base em publicações recentes selecionadas e resumidas anteriormente.
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d) Caracterização do Problema e Justificativa Na justificativa o pesquisador deve apresentar o estado da arte, o ponto no qual se encontram as pesquisas científicas sobre o tema. Fundamentar, através de citações, as descobertas e avanços registrados na literatura pelos principais autores ou correntes interpretativas que estudam o tema. Neste item o proponente deve tentar “convencer” o leitor do valor do tema
escolhido, mostrando a importância do tema na atualidade ou a necessidade de mais conhecimento nesta área específica. A justificativa deve apresentar respostas à questão Por quê? - Por que executar o projeto? - Por que ele deve ser aprovado e implementado? Devemos considerar também os seguintes aspectos: Relevância científica - O que essa pesquisa pode acrescentar à ciência? Relevância social: Que benefício pode trazer à comunidade? Quais os benefícios econômicos, sociais e ambientais a serem alcançados pela comunidade e os resultados para a região? Interesse: O que levou à escolha do tema? Viabilidade: Quais as possibilidades concretas desta pesquisa? Projetos semelhantes: existem outros projetos sendo desenvolvidos nessa região ou nessa temática?
e) Objetivos Para redigir os objetivos deve-se começar de forma direta, anunciando para o leitor/avaliador quais são os objetivos da pesquisa, como por exemplo: O objetivo desta pesquisa é... ; Pretende-se ao longo da pesquisa verificar a relação existente entre... ; Este trabalho enfocará... .
É nesta parte que se aborda o problema, bem como as hipóteses que motivarão a pesquisa científica. A pergunta que se deve formular é: " O que se pretende pesquisar?
Alguns autores separam o objetivo geral dos específicos, nestes casos: Objetivo geral significa traçar as principais metas que nortearão a pesquisa. Qual o produto final que o projeto quer atingir.
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Objetivos específicos são as ações que se propõe a executar dentro de um determinado período de tempo e se referem a partes ou etapas a serem atingidas para se realizar o objetivo geral. Também podem ser chamados de resultados esperados e devem se alcançados até o final do projeto. A formulação da hipótese é a ideia geral a ser comprovada no decorrer da pesquisa. São respostas provisórias, anteriores à pesquisa. Deve ser fundamentada em conhecimento prévio, ser verificável e formulada por uma afirmação. A pesquisa científica deverá comprovar a adequação da hipótese, comprovando se ela, de fato, é uma solução coerente para o problema científico anteriormente formulado.
f) Metodologia A metodologia deve descrever as formas e técnicas que serão utilizadas para executar o projeto. O método é a ponte que liga o objeto de estudo às conclusões, ou seja, a descrição formal dos métodos e técnicas a serem utilizados na pesquisa. Nesta etapa devemos perguntar: Com o s erárealizada a p esq uis a?
Deve responder, a um só tempo, às questões: Como? Com que? Onde? Quanto? No projeto poderá ser utilizada uma combinação de duas ou mais técnicas ou instrumentos de pesquisa. Nos casos de coleta de dados deve-se explicitar como estes serão coletados e como irão ser analisados. É necessário que o proponente tenha clareza de sua proposta metodológica: se for realizar um estudo descritivo, deverá optar por análises estatísticas descritivas básicas; se for realizar um estudo experimental, deverá utilizar, além da anterior, também a estatística inferencial; ou ainda, se for realizar um estudo qualitativo, deverá indicar também a forma de análise: por exemplo, análise de conteúdo, análise fenomenológica, etc. É importante que o pesquisador busque referências de metodologias que foram empregadas em projetos semelhantes, verificando sua aplicabilidade e deficiências, pois é uma metodologia bem definida que dará ao avaliador a certeza de que os objetivos propostos pelo projeto estão em condições de serem alcançados.
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g) Cronograma É a previsão do ritmo de desenvolvimento da pesquisa, procurando prever o tempo necessário para cada uma das fases. É um planejamento das atividades ao longo do tempo que se dispõe para a pesquisa. O cronograma é muito importante dentro de um projeto, pois funciona como uma importante ferramenta para controlar o tempo de trabalho e o ritmo de produção, bem como para o orientador ou a agência financiadora acompanhar o andamento da pesquisa. Nesta fase deve-se elaborar a seguinte pergunta: Quando as d iferentes etapas da p esqui sa s erão finalizadas?
O cronograma é elaborado em uma disposição gráfica das épocas em que as atividades deverão ser realizadas, permitindo uma rápida visualização da sequência em que devem acontecer, demonstrando a viabilidade do projeto ser executado no prazo previsto. Exemplo: Levantamento Bibliográfico Coleta de Dados Processamento dos Dados Análise dos Resultados Discussão/Conclusão Redação do trabalho
Mar Abr Mai Jun Jul X X X X X X X
Ago Set Out Nov Dez
X X
X X
X
X
h) Orçamento Nesta etapa descrevemos as despesas com o setor pessoal, materiais e serviços de terceiros necessários para o desenvolvimento do projeto e indica-se a proveniência e a quantidade dos recursos a serem empregados. A pergunta a ser respondida nesta etapa é: C o m q u a n t o ? Quais s erão os gastos e quais as fo ntes de rec urso s?
O orçamento é um resumo financeiro do projeto, no qual se indica como, com o que e quando serão gastos os recursos e quais as fontes de financiamento. Existem diferentes tipos de despesas que podem ser agrupadas, por exemplo: material de consumo material permanente obras e instalações
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serviços de terceiros recursos humanos custeio (diárias e hospedagem)
i) Referências Nas referências relacionam-se os livros, artigos e outras publicações citadas durante a apresentação do projeto. Devem ser utilizadas referências que possam conceituar o problema, ou servir de base para a ação. As referências mencionadas no projeto dão ao orientador ou financiador uma noção de quanto o autor está inteirado do assunto que está se propondo a pesquisar. As referências deverão estar de acordo com as normas da ABNT.
Aspectos Gráficos: texto redigido em fonte tamanho 12 e espaçamento 1/5. fonte para os títulos é a Arial e para o texto a fonte Times New Roman ou similares com Serifa, que facilitam a leitura de texto longos. tamanho papel é A4 e as páginas devem ser numeradas no canto superior direito, tendo início naquelas referentes aos elementos textuais. Capa e sumário não são numerados, muito embora entrem na contagem de páginas.
Referências BIANCHI, Álvaro. Pequeno e despretencioso guia para a confecção de projetos de pesquisa. . Acesso em: 10 nov. de 2006. PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini. O trabalho monográfico como iniciação à pesquisa científica. In: CARVALHO, Maria Cecília M. de. Construindo o saber. Metodologia científica: fundamentos e técnicas. 7. ed. Campinas: Papirus, 1998. PROCHNOW, M.; SCHAFFER, W. B. Pequeno manual para elaboração de projetos. Rio do Sul, 1999. ( Apostila de curso).
Projeto de Pesquisa: etapas de elaboração. . Acesso em 11 de nov. de 2006.
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3 Elaboração de monografia
Monografia
Consiste na redação de um texto sobre tema relevante em uma determinada área, buscando trazer uma contribuição para o processo do conhecimento. A atividade não deve ser considerada apenas como um exercício metodológico ou exigência formal. Trata-se de um trabalho da maior relevância que estimula o estudo aprofundado, a observação cuidadosa, a análise, a reflexão, a habilidade de escrever textos profissionais e a interlocução sistemática com o orientador. A monografia é também uma oportunidade privilegiada para produzir e sistematizar um conhecimento que deverá ser útil para a formação de alunos e para o trabalho de profissionais da área abordada. Logo, a monografia é um trabalho original, que pode ser uma revisão crítica da literatura, um estudo de caso ou uma pesquisa e pode ser classifica em: Monografia acadêmica: Trabalhos de caráter eminentemente didático, organizados pelos acadêmicos em uma disciplina específica, na preparação de Seminários ou de Iniciação Científica, solicitada pelos professores do Curso. Monografia científica: Trabalhos apresentados ao final de cursos de pós-graduação Lato sensu (especialização) e Strico sensu (mestrado e doutorado). No mestrado este trabalho é denominado “dissertação” e no doutorado “tese”. Trata -se de um tratamento
escrito, original, de assunto específico, com metodologia definida, que expresse o resultado de uma pesquisa pura ou aplicada.
Etapas para realização de uma monografia
Segundo PÁDUA (p. 165, 2002), as etapas para realização do trabalho monográfico são:
Projeto de Pesquisa – fase de planejamento da pesquisa que envolve os
seguintes passos: Seleção
do tema e formulação do problema a ser pesquisado
Levantamento
da(s) hipótese(s) que leve(m) à solução/explicação do problema
Levantamento
bibliográfico inicial
Indicação
dos recursos metodológicos que serão utilizados para a coleta de dados
Elaboração
do cronograma de atividades
Coleta de dados – recursos metodológicos:
Pesquisa experimental Pesquisa
bibliográfica
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Pesquisa documental Entrevistas Questionários
e formulários
Observação Estudo
de caso
Relatórios
de estágio
Análise dos dados
Classificação
e organização das informações coletadas
Análise
e tratamento estatístico dos dados, nas pesquisas quantitativas
Análise
dos dados nas pesquisas qualitativas
Estabelecimento
das relações existentes entre os dados: análise qualitativa e
análise quantitativa
Elaboração escrita
Estrutura
definitiva da apresentação da pesquisa: elaboração final do plano de
assunto – introdução, desenvolvimento e conclusão. Redação
final
Apresentação
gráfica geral do trabalho
Estrutura da parte escrita da monografia
Na maioria das vezes, o aluno tem dificuldades de estruturar uma monografia para apresentar. Alguns tomam como referência a forma de uma apostila ou de um livro. No entanto, cada tipo de documento tem sua própria f orma de ser redigido e apresentado.
Introdução
Justificativa Objetivos Metodologia Referência
teórica
É a formulação clara e objetiva do tema investigado e deve ser apresentado em um escopo mais abrangente, iniciando o leitor no assunto que será tratado. Mostrar os aspectos e elementos que fazem do tema algo relevante e que mereça ser tratado pelo trabalho. Apresentar um breve do histórico do assunto e metodologia
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utilizada para o desenvolvimento do trabalho. Abordar também a referência teórica, de forma rápida, relativa a trabalhos anteriores realizados sobre o mesmo assunto.
Desenvolvimento
Descrição
da população estudada
Descrição
dos procedimentos e das técnicas utilizadas na coleta da dados
Organização Análise
e apresentação dos dados obtidos
e interpretação dos dados
Importância
da pesquisa realizada
É a organização lógica do trabalho, expondo as ideias principais. Nesta seção deve ser composta pela explicação, discussão, demonstração, argumentação, e analise do objeto ou tema estudado. Também é demonstrado o propósito da pesquisa, a exposição dos dados coletados.
Conclusão
Resume
sinteticamente os resultados obtidos em relação à proposta inicial
(objetivos) Posicionamento Seleciona
do autor demonstrando seu ponto de vista
os dados mais importantes e aqueles que podem sugerir ideias para
uma nova pesquisa Verifica
se os objetivos foram alcançados
Consiste no resumo completo, sintetizado da argumentação dos dados e dos exemplos constantes nas duas primeiras partes do trabalho. Deve constar a síntese de toda a reflexão.
Redação
A redação consiste na expressão, por escrito, dos resultados da investigação. Consistem em uma exposição bem fundamentada do material recolhido, estruturado, analisado e elaborado de forma objetiva, precisa e clara. O trabalho científico utiliza linguagem técnica (acadêmica e didática), cuja finalidade é transmitir conhecimentos. A linguagem científica deve ser a mais didática possível. Requer linguagem perfeita em ralação às regras gramaticais, evitando não só o vocabulário popular, vulgar, mas também o pomposo. Sua finalidade é a objetividade e deve ser impessoal.
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Regras para redação
Saber
o que vai escrever e para quê
Escrever
sobre o que conhece
Concatenar Respeitar Evitar
vocabulário técnico estritamente necessário
repetição de detalhes supérfluos
Manter Rever
as regras gramaticais
argumentação demasiadamente abstrata
Utilizar Evitar
as ideias e informar de maneira lógica
a unidade e o equilíbrio das partes
o que escreveu
Estilo
Clareza
e objetividade
Linguagem Frase
direta, precisa e acessível
s curtas e concisas
Simplicidade
, evitando estilos prolixo, retórico ou confuso
Vocabulário adequado
Evitar
Afirmar
algo sem provar
Descrever
ideias que não são suas sem citar o autor
Generalizar
algo sem conhecer profundamente todo o assunto (ser autoridade no
assunto) Concluir Criticar
algo precipitadamente
algo com autoridade que não tem
Regras básicas
Utilizar
redação técnica, isto é, não utilizar frases de efeito ou de publicidade, nem
linguagem coloquial. Legendar
figuras, tabelas, equações, gráficos etc.
Destacar
os capítulos.
A
conclusão é fundamental, pois sem ela o trabalho não existe cientificamente.
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Apresentação gráfica Formato e margens
Modelo de capa
3 cm
NOME DA INSTITUIÇ O
NOME DO AUTOR
3 cm
2 cm
T TULO
2 cm
Modelo de folha de rosto
Cidade Ano
Modelo de folha de rosto NOME DO AUTOR
NOME DO AUTOR
T TULO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à (IES), como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em (área)
TÍTULO
Dissertação apresentada à (IES) como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em (área). Orientador: Co-orientador:
Orietador: ___
Cidade Ano
Cidade Ano
Referência PÁDUA, E. M. M. O trabalho monográfico como iniciação à pesquisa científica. Capítulo 5. In: CARVALHO, M. C. M. (org.). Construindo o saber . Metodologia científica: fundamentos e técnicas. Campinas: Papirus, 2002. CURY, M. G.; CRUZ, A. C.; MENDES, M. T. R. Apresentação de trabalhos acadêmicos, dissertações e teses. 2. ed. Maringá: Dental Press Editora, 2006.
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IV
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ANEXOS
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Anexo 01 Livro
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Anexo 02 Capítulo de livro
Capítulo 7
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Anexo 03 Artigo de periódico científico
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Anexo 04 Artigo de periódico de informação
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Anexo 05
Documento eletrônico 1
Desafios da televisão e do vídeo à escola esc ola
[1]
José Manuel Moran Diretor Acadêmico da Faculdade Sumaré-SP e Assessor do Ministério de Educação para avaliação de cursos a di stância [email protected]
Estamos deslumbrados com o computador e a Internet na escola e vamos deixando de lado a televisão e o vídeo, como se já estivessem ultrapassados, não fossem mais tão importantes ou como se já dominássemos suas linguagens e sua utilização na educação. A televisão, o cinema e o vídeo - os meios de comunicação audiovisuais - desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante. Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostram-nos modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e privilegiam alguns valores em detrimento de outros. A informação e a forma de ver o mundo predominantes no Brasil provêm fundamentalmente da televisão. Ela alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que crianças e jovens – e grande parte dos adultos - levam a para sala de aula. Como a TV o faz de forma mais despretensiosa e sedutora, é muito mais difícil para o educador contrapor uma visão mais crítica, um universo mais mais abstrato, complexo e na contra-mão da maioria como a escola se propõe a fazer. A TV fala da vida, do presente, dos problemas afetivos - a fala da escola é muito distante e intelectualizada - e fala de forma impactante e sedutora - a escola, em geral, é mais cansativa. O que tentamos contrapor na sala de aula, de forma desorganizada e monótona, aos modelos consumistas vigentes, a televisão, o cinema, as revistas de variedades e muitas páginas da Internet o desfazem nas horas seguintes. Nós mesmos como educadores e telespectadores sentimos na pele a esquizofrenia das visões contraditórias de mundo e das narrativas (formas de contar) tão diferentes dos meios de comunicação e da escola. Na procura desesperada pela audiência imediata, fiel e universal, os meios de comunicação hiper-exploram nossas emoções, fantasias, desejos, medos e aperfeiçoam continuamente estratégias e fórmulas de sedução e dependência. Passam com incrível facilidade do real para o imaginário, aproximando-os em fórmulas integradoras, como nas telenovelas e nos realityshows como o Big-Brother e semelhantes.
http://www.eca.usp.br/prof/moran/desafio.htm
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12/05/2007
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Anexo 06 Documento eletrônico 2
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SESu – Secretaria de Educação Superior PROGRAMA INCLUIR
APRESENTAÇÃO O Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação Superior, publicou o Edital INCLUIR 04/2008, que convoca as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) a apresentarem
propostas
de
cr iação,
reestruturação
e
consolidação de Núcleos de Acessibilidade na Instituição que atuarão na implementação da acessibilidade às pessoas com deficiência em todos os espaços, ambientes, materiais, ações e processos desenvolvidos na instituição, buscando i ntegrar e
CONTATO Dúvidas, sugestões ou maiores informações sobre o Programa INCLUIR podem ser obtidas através dos telefones:
articular as demais atividades da instituição para a inclusão educacional e social das pessoas com deficiência, no âmbito do Programa de Acessibilidade na Educação Superior - INCLUIR, promovendo, inclusive, o cumprimento disposto no Decreto nº 5.296/2004, nas Portarias MEC e nº 5.626/2005, e no referido Edital.
(61) 2104-8671 / 2104-9831 ou
Este edital tem por objetivo promover ações que garantam o
[email protected]
acesso e permanência de pessoas com deficiência nas Instituições Federais de Educação Superior; apoiar a criação, reestruturação e/ou consolidação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de ensino superior; implementar a política de acessibilidade plena de pessoas com deficiência na educação superior; promover a eliminação de barreiras pedagógicas, atitudinais, arquitetônicas e de comunicações e a efetivação da política de acessebilidade universal.
http://portal.mec.gov.br/sesu/index.php?option=content&task=view&id=557<emid=303 Acesso: 01/08/08
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Anexo 07
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