AFIAÇÃO DE FERRAMENTAS versão preliminar
SENAI-RJ • Moveleira
AFIAÇÃO DE FERRAMENTAS
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira Presidente
Diretoria Corporativa Operacional Augusto Cesar Franco de Alencar Diretor
SENAI – Rio de Janeiro Fernando Sampaio Alves Guimarães Diretor Regional
Diretoria de Educação Andréa Marinho de Souza Franco Diretora
AFIAÇÃO DE FERRAMENTAS
SENAI-RJ 2003
Afiação de Ferramentas 2003 SENAI – Rio de Janeiro Diretoria de Educação
FICHA TÉCNICA Gerência de Educação Profissional Gerência de Produto Produção Editorial Pesquisa de Conteúdo e Redação Revisão Pedagógica Revisão Gramatical e Editorial Colaboração Projeto Gráfico Editoração Eletrônica
Luis Roberto Arruda Carlos Bernardo Ribeiro Schlaepfer Vera Regina Costa Abreu Luiz Paiva da Rocha Alda Maria da Glória Lessa Bastos Mário Élber dos Santos Cunha Demetrius Vasques Cruz Artae Design & Criação g-dés
Edição revista do material Coleção Básica do SENAI de Marcenaria, SENAI-DN.
Material para fins didáticos Propriedade do SENAI-RJ Reprodução, total ou parcial, sob expressa autorização SENAI-RJ GEP – Gerência de Educação Profissional Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca 20270-903 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (0xx21) 2587-1116 Fax: (0xx21) 2254-2884
[email protected] http://www.firjan.org.br
Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................11 UMA PALAVRA INICIAL ................................................................13
1 USANDO A TRAVADEIRA.............................................................17 Uma ferramenta especial ............................................................................................... 19 Travar e afiar serra e serrote ....................................................................................... 20 Praticando............................... ........................................................................................... 22 Travar com travadeira simples ............................................................................................. 22 Travar com travadeira tipo alicate ou revólver................................................................ 25 Travar com repuxo e martelo.............................................................................................. 26 Afiar serra e serrote............................................................................................................... 27
2 SERRAS EM PONTO DE CORTE...................................................31 Serras de fita: características e tipos........................................................................... 33 Praticando............................... ........................................................................................... 34 Soldagem forte com aparelho elétrico ............................................................................... 34 Soldagem elétrica a topo........................................................................................................ 36
Afiação e travamento dos dentes ............................................................................... 37 Serras circulares: dentes e ângulos de corte ........................................................... 38 Afiação e travamento...................................................................................................... 40 Fresa: principais tipos e afiação .................................................................................... 46
3
PEDRAS QUE AMOLAM E AFIAM ................................................49 Esmerilhadora e rebolo.................................................................................................. 51 Pedra de afiar.................................................................................................................... 53 Praticando.............................. ............................................................................................ 54 Amolar e afiar ferramentas.................................................................................................... 54
Afiação de formão, bedame e goiva ............................................................................ 58
4
LIMAS PARA TRABALHO DE AFIAÇÃO.....................................61 Classificação e emprego................................................................................................. 63 Virador de fio ................................................................................................................... 66 Praticando.............................. ............................................................................................ 67
5
GUME AFIADO PARA APLAINAR E FURAR ..............................75 Ferramentas de aplainar................................................................................................. 77 Facas para plainas e desempenadeira.......................................................................... 78 Praticando.............................. ............................................................................................ 79 Afiar facas .................................................................................................................................. 79
Brocas e puas.................................................................................................................... 81 Praticando.............................. ............................................................................................ 81 Afiar broca helicoidal.............................................................................................................. 81 Afiar brocas paralelas.............................................................................................................. 84 Afiar puas................................................................................................................................... 86
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há mais de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos. Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade, capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os resultados. Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a atualização continua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à autoaprendizagem. Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma formação flexível e modularizada. Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária ao seu desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto. Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos. Seja bem-vindo!
Andréa Marinho de Souza Franco Diretora de Educação
Afiação de Ferramentas – Apresentação
Apresentação A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante. Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo desafios, renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de encontrar novas e rápidas respostas. Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem atualização constante durante toda a vida; e os docentes e alunos do SENAI-RJ incluem-se nessas novas demandas sociais. É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e de aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente. São exatamente esses propósitos que nos levam, agora, ao seu encontro através do Curso de Afiação de Ferramentas. Nosso desejo é o de que ele possa atender aos seus interesses tanto pessoais quanto profissionais. Este material didático, de que ora você inicia a leitura, foi organizado com objetivo muito especial, ou seja, o de orientar seus estudos durante a realização do Curso. Por isso mesmo, nele constam os conteúdos básicos relativos às técnicas de afiação de ferramentas, distribuídos em cinco partes, conforme você pode verificar no Sumário. Tal divisão em partes constitui apenas um recurso didático, ou melhor dizendo, uma forma de apresentação dos assuntos que permite ao aluno realizar uma leitura agradável, de fácil compreensão e, principalmente, que favorece a sua aprendizagem. Enfim, esperamos que você encontre, neste material, prazer pelo estudo e, é claro, que tenha sucesso no Curso e na vida profissional.
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Afiação de Ferramentas – Uma Palavra Inicial
Uma palavra inicial Meio ambiente... Saúde e segurança no trabalho... O que é que nós temos a ver com isso? Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho. As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como produz. É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo, para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor dessas indústrias. Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que, quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente. O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos SENAI-RJ – 13
Afiação de Ferramentas – Uma Palavra Inicial
de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma obviamente não é sustentável. Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe. Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição. Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de conserto e vida útil dos produtos. As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição como também buscar novas formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo. É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar com elas. Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes financeiros, para sua reputação ou para sua segurança. A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável. Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos. De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva, de outro cabe aos empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos de proteção. A redução do número de acidentes só será possível, à medida que cada um – trabalhador, patrão e governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de todos. 14 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Uma Palavra Inicial
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas que possam levar à melhoria de condições de vida para todos. Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente... faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, saúde e segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho. Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, a saúde e a segurança no trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável. Vamos fazer a nossa parte?
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Usando a travadeira Nesta Seção... Uma ferramenta especial Travar e afiar serra e serrote Praticando
1
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
Usando a travadeira Travar e afiar ferramentas faz parte do dia-a-dia do marceneiro, pois seus instrumentos de trabalho precisam estar sempre em perfeitas condições, para evitar atraso ou outros prejuízos no amolamento do serviço. Para realizar esse tipo de operação, costuma-se usar, entre outros instrumentos, a travadeira. Seu princípio de funcionamento e principais características, além das formas de utilização da ferramenta, são os assuntos que vamos tratar daqui para a frente. Confira!
Uma ferramenta especial A travadeira é uma ferramenta especial, com a qual se faz o travamento desejado dos dentes das serras e serrotes, assegurando, dessa forma, a sua simetria. O tipo mais simples é constituído por uma capa de aço temperado, com vários rasgos, correspondendo às várias espessuras das lâminas de serra ou serrote, podendo ter, ainda, um cabo no seu prolongamento (Fig. 1).
1 d
d2
Fig. 1
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Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
Seu princípio de funcionamento baseia-se na ação das alavancas, em que uma força pode ser multiplicada pela diferença dos braços d1 e d2 da Fig. 1. Assim, se d2 é três vezes maior que d1, a força na extremidade de d1 também é três vezes maior, portanto o esforço necessário para virar o dente acaba reduzido à mesma proporção. Esse tipo, por sua simplicidade, requer certa habilidade ou prática, a fim de obter um travamento uniforme, pois não há meios de controlar a inclinação dos dentes. No entanto, existem outros tipos de travadeira mais aperfeiçoados, em que a travação é feita automática e semi-automaticamente, oferecendo vantagens no rendimento e uniformidade dos dentes. Geralmente, apresentam-se em forma de alicate ou revólver, com dispositivos de regulagem para as várias espessuras de lâminas e tamanhos de dentes, e que controlam automaticamente a inclinação deles, mediante o acionamento de uma alavanca ou gatilho. Esses tipos, embora bastante diferentes na sua forma, também estão baseados no mesmo princípio de funcionamento da travadeira simples, já descrito anteriormente (Figs. 2 e 3). pino de pressão parafuso de regulagem parafuso de regulagem parafuso de regulagem
gatilho
Fig. 2
Fig. 3
Travar e afiar serra e serrote Travar é inclinar os dentes alternadamente, uns para a esquerda e outros para a direita da lâmina (Fig. 4), de modo que o rasgo efetuado seja maior que a espessura da lâmina, fazendo com que ela possa correr livremente (Fig. 5).
lâmina
rasgo
Fig. 4
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Fig. 5
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
O desgaste provocado pelo trabalho contínuo dos dentes da serra e do serrote faz com que percam o fio, dificultando o corte e apresentando um brilho em sua ponta.
Fig. 6
Fig. 7
Fig. 8
Afiar, portanto, é fazer o fio, aguçando a parte cortante dos dentes por meio de lima adequada, rebolo ou esmeril (Figs. 6, 7 e 8). Geralmente, essas operações são executadas pelo marceneiro, que deve conhecê-las muito bem, pois a eficiência das ferramentas depende de perfeita travação e de boa afiação, sendo, em alguns casos, desnecessário travar, ao afiar. Todavia, é sempre preciso afiar, após travar as ferramentas. No item seguinte, você vai encontrar uma série de procedimentos para travar e afiar serra e serrote. Não deixe de adotá-los no seu dia-a-dia, pois as ferramentas precisam de cuidados, para ser eficientes.
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Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
Praticando Travar com travadeira simples Faça assim... • Prenda a lâmina, de modo que a travadeira possa ser usada convenientemente (Figs. 9, 10 e 11). mordente
Fig. 10
Fig. 9
Fig. 11
• Escolha o rasgo da travadeira de acordo com a espessura da lâmina. • Coloque o rasgo da travadeira no primeiro dente e incline-o.
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Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
• Para facilitar o trabalho e manter a uniformidade da trava, introduza o rasgo da travadeira somente até a metade do dente (Fig. 12).
Fig. 12
• Obedeça ao sentido da inclinação já existente nos dentes.
A inclinação deve ser, no máximo, a metade da espessura da lâmina, e deve-se iniciar sempre do cabo para a ponta (Fig. 13). No caso de lâminas de serra de fita, toma-se um ponto de referência, ao iniciar a travação.
1/2 E E
Fig. 13
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Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
• Incline o segundo dente no sentido contrário ao do anterior (Fig. 14). 2E
1/2 E
E
1/2 E
Fig. 14
• Prossiga o travamento até o final, inclinando os outros dentes sucessiva e alternadamente. • Trave os dentes que estão no trecho A do suporte, mudando, sempre que preciso, a posição do serrote.
A
Fig. 15
As serras só ficam bem-travadas, se as pontas dos seus dentes estão simetricamente alinhadas (Fig. 16).
Fig. 16
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Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
Travar com travadeira tipo alicate ou revólver Faça assim... • Regule a travadeira de acordo com a trava desejada. • Coloque a travadeira sobre os dentes e ajuste a regulagem. • Faça coincidir o pino de pressão com o primeiro dente, aperte o gatilho e trave na direção do cabo para a ponta. • Vire a lâmina e trave o segundo dente (Fig. 17).
Fig. 17
• Repita a operação, até travar quatro ou cinco dentes. • Verifique se os dentes estão na inclinação desejada e corrija a regulagem, caso necessário. • Continue travando dente sim, dente não (Fig. 18).
Fig. 18
• Vire a lâmina, para travar os demais dentes que ainda restam.
Esse tipo de travadeira serve, também, para travar dentes sem a necessidade de prender a lâmina.
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Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
Travar com repuxo e martelo Faça assim.... • Aperte ou apóie a lâmina (Figs. 19 e 20).
lâmina apertada
lâmina apoiada sobre topo de madeira
Fig. 19
Fig. 20
• Coloque o repuxo no lado do dente próximo à ponta (Fig. 21) e bata com o martelo dente sim, dente não (Fig. 22).
Fig. 21
Fig. 22
• Repita a operação anterior, batendo no lado contrário. • Bata somente na parte apertada ou apoiada. • Mantenha o alinhamento da trava com pancadas uniformes.
O repuxo de seção triangular pode ser feito de lima triangular usada.
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Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
Afiar serra e serrote
Ao realizar essa operação, tome cuidado para não se ferir nos dentes do serrote ou da serra.
• Prenda o serrote ou a serra. • Coloque a lâmina com os dentes bem próximos ao suporte, a fim de que não haja vibrações (Figs. 23 e 24).
suporte
Fig. 23
Fig. 24
Inicie a afiação.
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Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
• Verifique, com a régua, se os dentes estão na mesma altura (Fig. 25) e, se necessário, retifique, usando lima chata murça, passando-a sobre os dentes (Fig. 26).
Fig. 25
Fig. 26
• Escolha a lima adequada para limar os dentes (Fig. 27).
Fig. 27
• Mantenha a posição da lima em ângulo reto com a lâmina (Figs. 28 e 29).
º 0 9
Fig. 28
9 0 º
Fig. 29
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Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
• Assente a lima corretamente no ângulo que será afiado (Fig. 30).
Fig. 30
• Afie, dando tantas passadas quantas forem necessárias, até o dente ficar com aresta cortante. • Use o maior comprimento possível da lima.
A pressão da lima sobre a lâmina é feita apenas durante o avanço; no retorno, a lima deve correr livremente.
• Termine a afiação, limando da esquerda para a direita os demais dentes, sucessivamente (Fig. 31). fio
Fig. 31
Use lima bem engastada no cabo.
Existem dentes cuja afiação é feita em 60º, mais apropriados para serrar madeiras no sentido transversal.
• As lâminas de serras com dentes grandes podem ser afiadas manualmente, em rebolo apropriado (esmeril).
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Serras em ponto de corte Nesta Seção... Serras de fita: características e tipos Praticando Afiação e travamento dos dentes Serras circulares: dentes e ângulos de corte Afiação e travamento Fresa: principais tipos e afiação
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Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
Serras em ponto de corte Efetuar recortes variados, TRAÇAR e REFIAR madeira, ou realizar cortes em linha reta são tarefas que costumam ocupar boa parte do tempo do marceneiro. Por isso, é importante manter os instrumentos cortantes sempre bem-preparados e afiados. Nos itens que se seguem, você vai conhecer as principais características desses instrumentos bem como as maneiras corretas de proceder o travamento e a afiação, o que vão deixá-los em ponto de corte.
Serras de fita: características e tipos Constituem-se de lâminas dentadas, tipo sem-fim, que se movimentam sobre dois volantes, um acionado e outro motriz (Fig. 1).
Fig. 1
Classificam-se em dois tipos segundo o seu emprego pela indústria madeireira: serras de fita estreitas, usadas principalmente em marcenarias, e serras de fita largas, mais utilizadas nas serrarias. Vamos, a seguir, conhecer um pouco mais a respeito do primeiro tipo devido ao largo emprego pelos marceneiros. SENAI-RJ – 33
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
Serras de fita estreitas Possuem largura entre 6 e 50mm, destinando-se à execução rápida de recortes variados bem como a traçar e refiar madeira. Suas lâminas são fornecidas em rolos e, por esta razão, mesmo novas necessitam de emenda, para ser usadas. De outra forma, efetuam-se também emendas, quando as serras em uso são rompidas. A execução de emendas é feita através de dois processos: soldagem forte, com prata ou latão, feita em extremidades chanfradas; soldagem elétrica a topo, feita em extremidades de topo. O item seguinte apresenta os procedimentos que você deve adotar em ambos os processos.
Praticando Soldagem Forte com Aparelho Elétrico Faça assim... Preparação da emenda • Corte e lime os topos da fita, de modo que numa das extremidades haja coincidência com o fundo do dente, e na outra, com a ponta (Fig. 2).
ponta
fundo
Fig. 2
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Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
• Junte as pontas, colocando uma sobre a outra com a diferença exata de um dente (Fig. 3), e lime, formando os chanfros (Fig. 4).
Fig. 3
Fig. 4
Os chanfros, depois de prontos, devem ser protegidos contra gorduras ou outras impurezas, bem como do contato manual.
– Soldagem • Coloque as extremidades da lâmina no aparelho de solda, com o dorso perfeitamente alinhado e os chanfros exatamente superpostos, fixando-as com grampos (Fig. 5).
Fig. 5
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Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
• Passe fluxo de solda nos chanfros e intercale entre as duas superfícies uma fita de solda prata ou latão, com a mesma largura dos chanfros. • Ligue a máquina, até derreter a solda; para, então, desligá-la, pressione o mordente sobre a emenda, enquanto se soltam os grampos laterais. • Após esfriar, limpe os resíduos com lima e coloque a lâmina novamente no aparelho, ligando apenas por alguns segundos, até a emenda atingir a cor azulada, fazendo, assim, o revenimento. • Finalmente, lime o excesso de solda das superfícies, deixando a emenda com espessura igual ao restante da lâmina.
Soldagem elétrica a topo Este processo é muito empregado em serras de até 150mm de largura novas ou usadas. Faça assim... – Efetue a soldagem, usando uma corrente de baixa tensão e elevada intensidade transmitida às extremidades da lâmina, que devem ficar em perfeito contato e pressionadas uma contra a outra, quando incandescentes (Fig. 6).
Fig. 6
Realize, em seguida, o revenimento, ligando várias vezes o aparelho apenas por algumas frações de segundo, para que o resfriamento se processe lentamente.
Em alguns aparelhos, o processo transcorre automaticamente, sendo o tempo definido pelos diagramas de revenimento da cada máquina.
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Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
Afiação e tratamento tratamento dos dentes O formato e o tamanho dos dentes variam de acordo com o tipo de operação e a natureza da madeira a ser cortada, todavia os marceneiros, de modo geral, usam um único tipo de dente (Fig. 7).
0
a
5º
2 5 º
3 0 º
6 0 º
Fig. 7
Sua afiação e travamento podem ser feitos por processo manual, usando lima e travador simples, como defesa na afiação dos serrotes ou em máquinas afiadoras especiais. As últimas possuem a grande vantagem de executar o trabalho com rapidez bem como efetuar afiação e travamento mais uniformes, conforme vimos anteriormente. Para afiar serras estreitas, as máquinas afiadoras são geralmente equipadas com limas, e, para o tipo de dente já descrito na Fig. 7, usam-se limas triangulares com canto arredondado, que afiam simultaneamente o peito e o dorso do dente (Fig. 8).
Fig. 8
As propriedades de corte podem ser melhoradas, passando a lâmina duas vezes pela máquina. Na primeira passagem, os dentes são desbastados, e, na segunda, lima-se apenas levemente, para alisar as superfícies e eliminar as rebarbas.
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Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
A altura da trava deve abranger apenas a metade da altura do dente, e a inclinação não deve ultrapassar a metade da espessura da fita (Fig. 9). e/2
e/ 2
2 / h
h
e
Fig. 9
Serras circulares: dentes e ângulos de corte Enquanto as serras de fita têm como principal componente a lâmina dentada, as circulares possuem discos dentados. dentados. Esses discos trabalham em máquinas muito solicitadas nas marcenarias, carpintarias e serrarias pela rapidez e perfeição na execução de cortes em linha reta. São usadas para efetuar cortes longitudinais, paralelos, transversais, oblíquos, etc. As formas dos dentes bem como os ângulos de corte variam de acordo com o tipo de operação e natureza da madeira a ser serrada, conforme apresentado a seguir.
Dente bico-de-papagaio bico-de-papagaio
Fig. 10
Usa-se a forma de dente bico-de-papagaio para desdobrar e bitolar pranchas e tábuas. O ângulo de ataque dos dentes varia de 15º a 25º, sendo 15º para serrar madeira dura e seca, 20º para serrar madeira semi dura e 25º para madeira verde ou mole.
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Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
Na prática, estes ângulos são determinados, riscando retas que, partindo das pontas dos dentes, vão tangenciar círculos feitos ao redor do centro da serra (Fig. 11).
20º
25º 15º
Fig. 11
Dente destopadeira destopadeira
Fig. 12
Os dentes no formato da Fig. 12, isto é, de destopadeira e, são indicados para serviços em que a serra deve cortar nos dois sentidos, para a frente ou para trás, a fim de destopar a madeira, sendo empregados especialmente nas máquinas que usam serras pêndulas. Destopadeira – máquina usada para cortar o topo de tábuas, regularizando-as ou atribuindo-lhes inclinação conveniente
Dente inclinado
Fig. 13
O tipo inclinado é usado para cortes em geral.
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Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
Afiação e travamento travamento Esse tipo de operação pode ser feito tanto por processo manual quanto em afiadores especiais, conforme veremos a seguir. seguir.
Afiar manualmente manualmente O primeiro passo dessa operação é verificar se todas as pontas dos dentes mantêm a mesma distância em relação ao centro da serra. Caso tal não aconteça, é preciso limar os dentes, até que, estando o disco de serra preso em seu eixo, e sendo movimentado para trás manualmente, todos os dentes toquem levemente uma lima apoiada num suporte sobre a mesa da máquina (Fig. 14).
Fig. 14
Outro processo também usado é inverter o disco de serra e fazê-lo girar normalmente em seu eixo, enquanto se atrita, contra os dentes, um bastão abrasivo. Deve-se, neste caso, movimentar transversalmente o bastão, para que não se formem sulcos, danificando as bordas dos dentes (Fig. 15). No entanto, esse último processo só deve ser executado por pessoa experiente e que tome todas as precauções necessárias para evitar acidentes.
Fig. 15
O passo seguinte é desbastar os dentes, dando-lhes a forma original para receber a trava.
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Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
O travamento manual pode ser feito com um travador simples (Fig. 16), através de repuxo (Fig. 17), ou com aparelho manual de travar (Fig. 18).
Fig. 17
Fig. 16
Fig. 18
Para qualquer tamanho de serra circular, as dimensões do travamento devem ser sempre iguais: 0,3 a 0,6mm de deslocamento lateral, para serrar madeiras secas ou duras, e 0,6 a 0,8mm para madeiras verdes ou moles. A altura é sempre a mesma, devendo limitar-se à ponta do dente, aproximadamente um terço da sua altura (Fig. 19).
Fig. 19
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Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
O peito do dente deve ser afiado, formando um ângulo reto com a face da serra (Fig. 20), e a parte posterior precisa receber pequena inclinação, aproximadamente de 10º, somente para que a ponta travada sobressaia ligeiramente (Fig. 21).
º 0 9
Fig. 21
Fig. 20
O corte produzido por uma serra, com a face posterior do dente afiada corretamente, deve apresentar uma aparência conforme a indicação da Fig. 22, e nunca da forma apresentada na Fig. 23, como geralmente acontece.
Fig. 22
Fig. 23
Outro defeito bastante comum, que ocorre quando se afiam circulares manualmente, é o apresentado nas Figs. 24, 25 e 26. Nelas, você pode observar que os ângulos de ataque e de incidência se apresentam ora maiores, ora menores do que o normal. Esse tipo de ocorrência deve ser evitado a todo custo, como também as descontinuidades no acabamento do fundo dos dentes, responsáveis pela formação de trincas.
Fig. 24
42 – SENAI-RJ
Fig. 25
Fig. 26
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
As circulares com dentes tipo inclinado possuem ângulo de ataque nulo e ângulo de incidência de 60º (Fig. 27). Ambos são afiados simultaneamente e com inclinação lateral aproximadamente de 10º no sentido da trava.
60º
10º
10º
Fig. 27
As circulares com dentes de destopadeira possuem ângulos negativos aproximadamente de 25º para ambos os lados (Fig. 28). Sua afiação é feita com inclinação lateral, de cerca de 30º no sentido da trava.
25º
25º
50º
30º
Fig. 28
SENAI-RJ – 43
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
Afiar usando máquina A afiação dos discos de serra com máquinas afiadoras especiais, dotadas de rebolos abrasivos, é bem mais prática, rápida e uniforme em todos os dentes (Fig. 29).
Fig. 29
Atualmente, existem discos de serra com dentes de metal duro (Fig. 30).
Fig. 30
44 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
As referidas máquinas surgiram da necessidade de aumentar a resistência do gume das circulares para o corte de aglomerados, compensados, capas folheadas, bem como para obter cortes mais precisos e de melhor acabamento. Além dessas vantagens, há uma outra, ou seja, a duração do gume destas ferramentas é 10 a 20 vezes maior do que a das circulares comuns. Sua afiação, porém, só pode ser feita em afiadoras especiais e com a utilização de rebolos diamantados. Apresentamos, a seguir, os principais tipos e ângulos recomendados para afiação bem como as respectivas aplicações (Fig. 31).
α
γ
ε Fig. 31
– Ângulo de corte: varia de 0º a 25º; para cortes longitudinais, usa-se um ângulo de 25º; para cortes transversais, 10º; para o corte de aglomerado, 15º; para chapas de fibra, 25º. – Ângulo de inclinação frontal: depende do tipo de material e da largura de corte. Em média, deve-se considerar um ângulo de 10º. – Ângulo de folga ou incidência.
SENAI-RJ – 45
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
Fresa: principais tipos e afiação São ferramentas de corte algo semelhantes às serras circulares, porém com menor número de dentes, usadas nas plainas, tupias e moldureiras, para a fabricação de assoalhos, forros, paredes, portas, janelas, etc. (Fig. 32).
Fig. 32
As fresas mais empregadas comportam quatro dentes, que cobrem a maior parte das necessidades. Existem, porém, fresas com seis, oito, doze e até dezesseis dentes, para os casos especiais em que haja problema de acabamento.
Tipos mais comuns Fresa com dentes retos paralelos ao eixo – usada para executar rebaixos e canaletas em aglomerados e madeiras no sentido longitudinal (Fig. 33).
Fig. 33
46 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
• Dentes cruzados – para abrir canaletas em madeira no sentido transversal (Fig. 34).
Fig. 34
• Fresa com dentes riscadores ou pré-cortadores – utilizada para a usinagem de materiais revestidos de plástico ou outro material mole (Fig. 35). dente reto
riscador esquerdo
riscador direito
Fig. 35
• Fresas com dentes perfilados – englobam todas as fresas para a fabricação de molduras usadas na construção civil, com as mais variadas formas (Fig. 36).
Fig. 36
SENAI-RJ – 47
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
Afiação A afiação de fresas deve ser feita exclusivamente em afiadoras especiais (Fig. 37) ou na afiadora retificadora universal. A orientação técnica quanto ao procedimento é fornecida pelo manual de utilização que acompanha cada tipo de máquina.
Fig. 37
Para as fresas de aço rápido, por exemplo, devem ser utilizados rebolos de óxido de alumínio ou carboneto de silício; já as fresas com dentes de metal duro devem ser afiadas com rebolos diamantados.
A afiação deve ser feita de modo que os ângulos originais da fresa sejam mantidos. No caso das fresas perfiladas, afia-se somente a parte frontal dos dentes.
48 – SENAI-RJ
Pedras que amolam e afiam Nesta Seção... Esmerilhadora e rebolos Pedra de afiar Praticando Afiação de formão, bedame e goiva
3
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
Pedras que amolam e afiam É sempre bom lembrar que, com o uso contínuo, as ferramentas acabam perdendo uma qualidade essencial, ou seja, a de apresentar gume com fio cortante e livre de rebarbas. E, quando isso acontece, é prejuízo certo: maior esforço físico do marceneiro e menor rendimento no trabalho. Por isso, amolar e afiar as ferramentas, várias vezes durante o serviço, ainda é o melhor remédio. E uma das receitas que costuma dar bons resultados é o uso de pedras, sobre as quais vamos tratar daqui para a frente.
Esmerilhadora e Rebolo A esmerilhadora ou máquina de esmerilhar também é chamada de esmeril (Fig. 1). No entanto, este último nome não é conveniente, pois o esmeril propriamente dito é um mineral granulado que, pela sua dureza, é usado, às vezes, nos trabalhos de desbaste por atrito. protetor contra fagulhas
motor elétrico rebolo
rebolo
recipiente para água
caixa do rebolo apoio da ferramenta
articulação do apoio base chave do motor
Fig. 1
SENAI-RJ – 51
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
A esmerilhadora trabalha em alta rotação com rebolo de diâmetro proporcional bem como espessura e granulação adequadas, conforme veremos adiante. Em virtude da alta rotação da máquina, deve-se evitar o aquecimento excessivo da ferramenta em desbaste, resfriando-a freqüentemente em água.
Na máquina de esmerilhar, a potência do motor elétrico mais usual é de 1HP (o motor gira em alta velocidade), sendo a rotação mais usual de 1.450 e 1.750 rpm. O rebolo, referido anteriormente, também é muito usado para amolar ferramentas, porque oferece o ângulo de afiação desejado (Fig. 2)
furo
guarnição
Fig. 2
No que diz respeito à sua natureza, os rebolos abrasivos são pedras circulares, constituídas de pó abrasivo agregado artificialmente. Esse pó e o aglomerante que o agrega são determinados em função do fim a que se destinam as pedras. Assim, temos rebolos para aço comum, rebolos para metal duro, etc. Existe, ainda, grande variedade de formas de rebolos, algumas das quais você pode observar na Fig. 3.
Fig. 3
52 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
Pedra de afiar Outra ferramenta que se costuma usar, seja para desbaste, seja para assentar o fio, é a pedra de afiar, composta de abrasivos artificiais muito finos que, aglomerados e prensados, recebem as mais variadas formas (Fig. 4). Vejamos, a seguir, suas diversas utilidades.
Fig. 4
As pedras usadas pelos marceneiros, para afiar ferros de plaina, formões, raspadores, etc., têm forma retangular, aproximadamente com 200 ϫ 50 ϫ 25mm (Fig. 5).
Fig. 5
Para a afiação de goivas e ferramentas de tupia (ferros), os marceneiros costumam usar pedras cuja característica é possuir um bordo mais espesso que o outro e cantos arredondados (Fig. 6).
Fig. 6
SENAI-RJ – 53
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
Determinadas pedras artificiais apresentam duas faces de granulação diferente: uma serve para desbaste e a outra para assentar o fio (Fig. 7).
Fig. 7
Para que a afiação seja perfeita, a superfície da pedra de afiar deve ser mantida plana, o que é conseguido utilizando toda a sua extensão, evitando, assim, deformações. Mas, se a superfície da pedra deixar de ser plana, deverá ser retificada em lixa de ferro, rebolo ou chão cimentado, com água e areia fina.
Lubrificantes para pedra de afiar Na afiação das ferramentas, a pedra de afiar só deve ser usada lubrificada. Essa lubrificação tem as seguintes finalidades: evitar que os poros da pedra sejam obstruídos, permitir a remoção das partículas de metal arrancadas pela ação do abrasivo e facilitar o deslize da ferramenta que está sendo afiada. No entanto, o lubrificante, varia conforme a natureza da pedra e seu grau de dureza, sendo especificado pelo fabricante. Usam-se, geralmente, óleo fino, querosene, água, etc.
Praticando Amolar e afiar ferramentas Esse tipo de operação deixa o gume com fio cortante livre de rebarbas, permitindo, assim, que o marceneiro possa executar seu trabalho com menor esforço físico, melhor qualidade e menor rendimento.
54 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
Faça assim...
Amolar a ferramenta
Não se descuide. Ao trabalhar no esmeril, use óculos ou máscara de proteção.
– Segure e encoste a ferramenta na espera, apoiando o chanfro no rebolo (Fig. 8).
rebolo
ferramenta
espera
Fig. 8
– Faça uma leve pressão sobre a ferramenta.
Durant e o tra bal ho do esmeril, o desbaste dev e ser paralelo ao gume (Fig. 9). Termine de amolar, deixando um pequeno filete polido o mais próximo possível do gume (Fig. 10).
filete polido
Fig. 9
Fig. 10
SENAI-RJ – 55
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
O controle do paralelismo deve ser feito desde o início.
• Esfrie com freqüência em água para melhor rendimento bem como para evitar o aquecimento da ferramenta e a perda da têmpera. • Mantenha a espera bem-regulada e o controle da ferramenta. • Utilize o rebolo em toda a sua espessura, desgastando-o por igual (Fig. 11).
espessura
Fig. 11
Afiar a ferramenta
Cuide da sua segurança. Ao trabalhar no esmeril, use óculos ou máscara de proteção.
56 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
• Empunhe a ferramenta (Fig. 12), apóie o chanfro sobre a pedra (Fig. 13) e afie, até perceber com o tato dos dedos pequena rebarba no gume pelo lado liso da ferramenta (Fig. 14).
Fig. 13
Fig. 12
Fig. 14
• Vire a ferramenta, colocando-a bem-apoiada e com o chanfro para cima (Fig. 15).
Fig. 15
• Repita os movimentos anteriores, até que a rebarba seja eliminada. • Movimente a ferramenta em toda a extensão em círculos, a fim de manter o desgaste por igual da pedra de afiar.
SENAI-RJ – 57
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
A pedra deve trabalhar umedecida com óleo afinado com querosene. Após várias afiações da ferramenta, o chanfro ficará abaulado, havendo necessidade de amolar novamente. Ao amolar a ferramenta, não a deixe queimar. Não force demasiado a ferramenta contra o rebolo.
Afiação de formões, bedames, goivas Essas ferramentas de corte são muito usadas em marcenarias e carpintarias, na execução de encaixes em geral. Caracterizam-se pela forma e largura de suas lâminas (Figs. 16, 17 e 18).
espiga chanfro
lâmina
anel de metal
anel
gume encosto
cabo
Fig. 16
cabo lâmina
chanfro
anel
gume anel de metal
Fig. 17
haste
anel
gume
chanfro
espiga
lâmina
Fig. 18
58 – SENAI-RJ
cabo
anel de metal
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
O ângulo da cunha apropriado para estas ferramentas é de 25º a 30º, e o seu gume deve formar um ângulo reto com a sua borda (Figs. 19 e 20).
25º 30º
90º
L
Fig. 19
Fig. 20
A afiação do formão e do bedame pode ser feita tanto em rebolo simples como em esmerilhadora (Figs. 21 e 22).
rebolo ferramenta
espera
Fig. 21
Fig. 22
SENAI-RJ – 59
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
A utilização da esmerilhadora faz com que haja necessidade de refrigerar várias vezes o gume da ferramenta, para evitar o aquecimento e a perda da têmpera. Após o desbaste, o acabamento do gume deve ser feito, atritando a cunha da ferramenta sobre a superfície plana de uma pedra de afiar, também já vista anteriormente. No entanto, os movimentos, devem ser feitos para a frente e para trás, ou, ainda, em círculos, utilizando toda a superfície da pedra, a fim de manter um desgaste uniforme (Figs. 23 e 24).
Fig. 23
Fig. 24
60 – SENAI-RJ
Limas para trabalho de afiação Nesta Seção... Classificação e emprego Virador de fio Praticando
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Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
Limas para trabalho de afiação São muitos os instrumentos de que o marceneiro pode dispor, para afiar suas ferramentas. Mas, cada qual tem suas particularidades e fins diferentes. As limas, por exemplo, são de diversos tipos, alguns dos quais se apresentam bastante eficientes para a afiação e, até mesmo, para ser aproveitados na construção do virador de fios. Todas essas características e formas de aplicação dessa ferramenta você vai conhecer logo a seguir.
Classificação e emprego Ferramentas de aço temperado, com superfícies picadas em estrias ou dentes, as limas servem para desbastar material (Fig. 1).
picado
talão
borda
anel metálico
ponta
espiga
corpo
cabo de madeira
face
Fig. 1
Dessa maneira, quando uma lima é atritada contra a superfície de um material mais macio, acaba por desgastá-lo, arrancando pequenas partículas. São três os fatores que influem em sua classificação: picado; seção ou forma; comprimento. Vamos vê-los a seguir. SENAI-RJ – 63
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
Picado Pode ser simples ou cruzado, sendo as limas classificadas em murça (Figs. 2 e 5), bastardinha (Figs. 3 e 6), bastarda (Figs. 4 e 7) e grosa (Fig. 8). picado simples
Fig. 2 – Lima murça
picado cruzado
Fig. 5 – Lima murça
Fig. 6 – Lima bastardinha
Fig. 3 – Lima bastardinha Fig. 7 – Lima bastarda
Fig. 4 – Lima bastarda
Fig. 8 – Lima grosa
Seção ou forma Observe, nas Figs. 9 a 16, os tipos mais usados, segundo o fator seção.
Fig. 9 – Lima paralela Fig. 13 – Lima chata
Fig. 10 – Lima de bordos redondos
Fig. 14 – Lima faca
Fig. 11 – Lima quadrada Fig. 15 – Lima redonda
Fig. 12 – Lima meia-cana Fig. 16 – Lima triangular
64 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
Comprimento De acordo com tal fator, as limas mais usuais variam de quatro a doze polegadas. No que diz respeito ao uso dessas ferramentas nos trabalhos de afiação, a lima mais empregada é a murça de picado simples, porque permite obter um gume mais eficiente e produzir acabamento liso. É importante destacar ainda que, durante o trabalho com lima, os cavacos prendem-se entre as estrias do picado, dificultando o corte. Torna-se necessário, portanto, removê-los com uma escova ou carda para lima (Fig. 17).
Fig. 17
Adote os seguintes cuidados, para melhor conservar as limas. • Não as coloque em contato com outras ferramentas, para que seus dentes não se choquem nem se danifiquem. • Proteja-as contra a oxidação (ferrugem). • Mantenha a lima com o seu cabo bem engastado na espiga, para evitar acidentes. • Ao retirar o cabo, proceda conforme apresentado na Fig. 18.
Fig. 18
SENAI-RJ – 65
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
Virador de fio Também chamado de afiador, é uma ferramenta usada para virar o fio da lâmina raspadeira (raspador). Na verdade, trata-se da própria técnica de afiação da raspadeira, que consiste em puxar um fio nas arestas da lâmina com o auxílio do afiador (virador de fio), para obter raspagem perfeita na madeira, quando restam imperfeições deixadas pelas máquinas ou pela plaina. As Figs. 19, 20 e 21 mostram como se vira o fio, passando o virador no gume da lâmina. Confira!
Fig. 19
Fig. 20
Fig. 21
O próprio marceneiro pode fazer o virador de fio. Nesse caso, costuma aproveitar uma lima triangular ou redonda já usada, da qual retira o picado, polindo-a em seguida. As limas prestam-se muito bem para este fim em função da têmpera que possuem. Observe, também, as Figs. 22 e 23, que ilustram o virador de fio e as diferentes seções que podem apresentar.
Fig. 22
66 – SENAI-RJ
Fig. 23
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
A eficiência do virador de fio depende da superfície bem-polida, limpa e protegida contra a oxidação ou ferrugem.
Praticando Em marcenaria, são utilizados dois tipos de raspadeira ou raspador: o de quatro fios (Fig. 24) e o de dois fios (Fig. 25).
fio fio
Fig. 24
Fig. 25
Para realizar essa operação, siga os passos apresentados a seguir. Observe que os procedimentos de números 1 a 6 se aplicam aos dois tipos de raspadeira e somente no último há uma distinção. Portanto, fique atento. Faça assim... 1º. Prenda a lâmina na prensa ou no suporte (Figs. 26 e 27).
Fig. 26
Fig. 27
SENAI-RJ – 67
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
2º. Lime, de modo que evite vibrações da lâmina (Figs. 28 e 29).
Fig. 28
Fig. 29
A pressão da lima é feita apenas durante o avanço; no retorno, deve correr livremente, deslizando sobre o canto da lâmina. O movimento deve ser dado apenas com os braços. A lima deve estar livre de graxa e óleo. Use lima chata murça de dez polegadas. Cuidado para não ferir a mão no canto da lâmina.
3º. Termine de limar, verificando com o esquadro se as extremidades estão levemente abauladas (Figs. 30, 31 e 32).
9 0 º
Fig. 30
68 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
º 5 7
Fig. 31
Fig. 32
As arestas do canto limado devem ficar bem vivas (com rebarba), para obter melhor fio.
5º. Passe o canto limado na pedra de afiar, até ficar polido (Figs. 33 e 34).
ângulo limado
Fig. 33
Fig. 34
SENAI-RJ – 69
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
Verifique se a pedra está bem firme sobre o banco. Movimente em diversos sentidos, para não formar sulcos na pedra (Fig. 35).
Fig. 35
5º. Assente a face da lâmina na pedra, movimentando-a, até retirar a rebarba (Fig. 36).
Fig. 36
Repita as operações anteriores, até que as arestas fiquem livres das rebarbas. As últimas passadas devem ser feitas conforme as Figs. 33 e 34.
70 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
6º. Assente o fio com afiador (virador), dando duas ou três passadas (Fig. 37).
Fig. 37
Deve-se ter cuidado de passar o afiador (virador) em todo o comprimento paralelo à face da raspadeira (Fig. 38).
Fig. 38
7º. Vire o fio, pressionando com o afiador (virador) em todo o comprimento da lâmina (Fig. 39).
Fig. 39
SENAI-RJ – 71
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
• No raspador de quatro fios, na primeira passada, o afiador deve ser conservado em 90º em relação à face da lâmina, conforme você pode observar na Fig. 39. Nas seguintes, inclina-se um pouco o afiador, de forma que, na última passada, ele esteja a 85º em relação à raspadeira (Fig. 40).
6 5 º
Fig. 40
• No raspador de dois fios, na primeira passada, o afiador deve ser conservado no ângulo do chanfro (Fig. 41). Nas seguintes, inclina-se um pouco o afiador, de forma que, na última passada, ele esteja em 80º em relação à raspadeira (Fig. 42).
º 0 8
ângulo do chanfro
Fig. 41
72 – SENAI-RJ
Fig. 42
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
• Encoste a lâmina na aresta do banco, de modo que o chanfro fique virado para o afiador (Figs. 43 e 44).
Fig. 43
Fig. 44
A lubrificação é essencial para o afiador trabalhar sem atrito. Adote essa prática!
SENAI-RJ – 73
Gume afiado para aplainar e furar Nesta Seção... Ferramentas de aplainar Facas para plainas e desempenadeira Praticando Brocas e puas Praticando
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Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
Gume afiado para aplainar e furar Plaina, rebote, garlopa, desbastador e brocas são ferramentas muito usadas pelo marceneiro e, por isso mesmo, necessitam de cuidados especiais, a fim de manter seus gumes sempre cortantes. Somente assim, podem realizar os serviços de aplainamento e furação na medida certa. Os instrumentos de que você dispõe, para afiar essas ferramentas, bem como as maneiras de usá-los são os assuntos de que vamos tratar daqui para a frente.
Ferramentas de aplainar O ferro de plaina compoe-se de duas partes: capa ou contraferro (aço doce) e ferro propriamente dito, onde se faz o gume (lâmina de aço de baixo teor de carbono). Observe, na Fig. 1, os ângulos determinados de posição e afiação do ferro.
a
a – ângulo de ataque b – ângulo de corte
c
b
c – ângulo de afiação d – ângulo de folga
d
Fig. 1
O ângulo de afiação equivale aproximadamente a 30º, e você pode obtê-lo, fazendo um chanfro no ferro duas vezes maior que a sua espessura.
SENAI-RJ – 77
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
Facas para plainas e desempenadeira São ferramentas de cortes usadas geralmente em cabeçotes rotativos de plainas, no aparelhamento de superfícies de madeira, através de cepilhamento mecânico (Figs. 2 e 3).
Fig. 3
Fig. 2
A afiação de tais ferramentas é feita em máquinas especialmente projetadas para esse fim: as afiadeiras de facas para plainas e desempenadeiras, bem como de fresas para tupia (Figs. 4 e 5).
Fig. 4
78 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
Fig. 5
Para operar esse tipo de máquina, você deve adotar os procedimentos indicados a seguir.
Praticando Afiar facas Faça assim... • Alinhe a faca e fixe-a no suporte da máquina, dando a inclinação conforme o ângulo desejado. • Ligue a máquina e aproxime a faca lentamente, até tocar o rebolo, movimentando o carro de uma à outra extremidade. • Dê novo avanço a cada movimento de vaivém e em toda a extensão da faca, até completar a afiação. • Retire a faca da máquina e proceda ao acabamento, passando uma pedra de afiar na face esmerilhada. • Retoque, levemente, as duas faces que formam o gume até o desaparecimento completo das rebarbas.
SENAI-RJ – 79
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
O ângulo de corte usado nas facas de plaina de corte rotativo pode variar de 38º a 40º (Fig. 6). As cepilhadeiras com facas estáticas usam ângulo de 36º.
0 º a 4 3 8 º
Fig. 6
As pesquisas demonstraram que a maior durabilidade do gume de uma faca é apresentada antes da afiação. Portanto, tomando como base esse fator igual a 100%, têm-se os valores médios de durabilidade do gume que se seguem. Espessura retirada na afiação
Durabilidade
Trabalho realizado
0mm
100%
20.000m
0,01mm
90%
18.000m
0,18N 0,24mm
30%
6.000m
0,45N 0,50mm
5%
1.000m
O gume perfeito das facas das plainas possui grande influência na obtenção de cepilhamento uniforme. Porém, no cepilhamento simples, a montagem das facas nos cabeçotes torna-se de vital importância para o resultado da operação. Há vários aparelhos para a montagem e ajustamento de facas; mas, assim mesmo, dificilmente se conseguem ajustagens com erro máximo de 0,01mm, a precisão necessária à operação. Existem diversos fatores de erro que o aparelho de ajuste não pode compensar totalmente. Pequenos erros 80 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
ou defeitos das facas, chavetas e entalhes dos cabeçotes deformados, por exemplo, podem causar a modificação de posição das facas, quando se apertam os parafusos de fixação. A montagem correta é, portanto, tão importante quanto a própria afiação. Nota-se, daí, a necessidade de tirar o mínimo possível de material durante as afiações. Infelizmente, há que contar sempre com alguma perda de material, por ser impossível, na prática, ajustar todas as facas com as tolerâncias ideais, mesmo contando com ótimos aparelhos.
Facas semelhantes às das plainas são usadas também pelos tornos laminadores, porém com ângulo de corte 22º.
Brocas e puas Afiar essas ferramentas é fazer com que o gume delas volte a cortar nas melhores condições possíveis. Tal operação costuma ser feita por meio do rebolo (esmeril) ou lima murça, que já estudamos anteriormente. Sua afiação requer do operador conhecimentos sobre os ângulos adequados e habilidade manual, para deixar as ferramentas em boas condições de corte. A seguir, você vai encontrar os procedimentos indicados para realizar a referida operação.
Praticando Afiar broca helicoidal • Inicie a afiação da broca. • Encoste a broca no rebolo, girando-a convenientemente (Figs. 7 e 8).
Fig. 7
Fig. 8
SENAI-RJ – 81
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
Movimente a broca, conforme indica a Fig. 9, determinando seu ângulo.
Fig. 9
Use óculos ou máscaras de proteção (Figs. 10 e 11).
plástico
Fig. 10
82 – SENAI-RJ
Fig. 11
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
• Verifique o ângulo da broca, usando transferidor (Fig. 12).
4 5
9 0
0
1 3 5
Fig. 12
• Repita, se necessário, os itens anteriores tantas vezes quantas forem necessárias, até afiar o primeiro gume. • Se preciso, corrija a posição, para obter os ângulos desejados. • Afie o outro gume, fazendo a verificação e as correções finais (Fig. 13).
0 9
4 5
4 5
5 3 1
9 0
1 3 5
Fig. 13
SENAI-RJ – 83
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
Afiar brocas paralelas • Prenda ou apóie a broca (Figs. 14 e 15).
mordente de cobre
Fig. 14
Fig. 15
• Afie a broca com a lima murça de canto vivo. • Lime na inclinação desejada (Fig. 16).
Fig. 16
84 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
O fio (gume) deve ficar ligeiramente abaulado para maior durabilidade do corte (Fig. 17).
face
45º
Fig. 17
• O ângulo de ponta deve ser de 160º a 180º, e o ângulo de afiação (gume), de 45º a 55º, de acordo com a dureza da madeira (Fig. 18).
a
180º
º 0 6 1
45º a 55º
Fig. 18
SENAI-RJ – 85
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
Afiar puas • Segure a pua com a ponta para cima, apoiando-a no canto do banco (Fig. 19).
Fig. 19
• Afie as facas externas da pua (Fig. 20).
Fig. 20
As facas externas devem ser afiadas pelo lado de dentro e mantidas na mesma altura. Afie as facas internas, apoiando a ponta roscada a pua sobre o banco, e limando-as (Fig. 21).
86 – SENAI-RJ
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
Fig. 21
• Lime o necessário, conservando o ângulo de afiação. • Mantenha o gume das facas internas na mesma altura.
SENAI-RJ – 87