Iago Soares Otoni Pereira – Antropologia IV – Prof.: Lea Peres – FAFICH/UFMG FAFICH/UFMG Sobre a alegoria etnográfica
Notas e leit!ra "#A es$rita etnogr%fi$a & aleg'ri$a tanto no n()el e se! $onte*o +o ,!e ela i- sore as $!lt!ras e s!as ist'rias0 ,!anto no e s!a for1a +as i1pli$a23es e se! 1oo e te4t!ali-a25o06 +p. 780 Se! $ar%ter aleg'ri$o n5o & 1era1ente astra25o o! interpreta25o9 1as ta1&1 press!posto a etnografia. Por alegoria entene1os !1a ist'ria ,!e se refere a !1 par5o e i&ias o! e)entos9 !1a representa25o interpretati)a. Portanto9 os relatos9 por 1ais etalaos e realistas9 s5o se1pre #1et%foras e4tensas9 par3es e asso$ia23es ,!e aponta1 para signifi$aos ai$ionais $oerentes6 +p. 70. "A g!inaa r!1o a ret'ri$a9 na etnografia presente9 )ai e1 $ontra$orrente ao ro1antis1o e ao positi)is1o9 ,!e a nega)a1 $o1o e4press5o art(sti$a o! $o1o 1eio e atingir a )erae $ient(fi$a. "#As alegorias $!lt!ralistas e !1anistas est5o por tr%s as fi$23es $ontrolaas sore iferen2a e si1ilit!e ,!e $a1a1os e relatos etnogr%fi$os +...0 O ,!e se ); n!1 relato etnogr%fi$o $oerente9 a $onstr!25o fig!raa o o!tro9 est% $one$tao e1 !1a !pla estr!t!ra $ont(n!a9 $o1 a ,!al se entene.6 +p. 7<0. =ssa estr!t!ra per1ite a s!posta $o1preens5o $o1preens5o aleia atra)&s a il!s5o a si1ilariae. "A $ontro)&rsia Mea/Free1an: Mea/Free1an: Mea $onstr!i! !1 relato aleg'ri$o a aoles$;n$ia sa1oana propono li23es 1orais > so$ieae a1eri$ana. Free1an $ontesta a )is5o e Mea os sa1oanos !tili-ano !1a enor1e 1assa e aos e1p(ri$os ,!e9 enfi19 $onstit!e1 por si !1a alegoria $ontr%ria9 !1a li25o 1oral ,!e prop3e a nat!re-a ionis(a$a o o1e1. "Co1o os i)ersos n()eis o traalo $ient(fi$o – e4pli$a25o9 interpreta25o9 et$. – s5o ig!al1ente aleg'ri$os9 pere"se a ?!stifi$a25o para priori-ar !1 n()el9 e assi1 os traalos passa1 a !s$ar ao 1%4i1o a pl!raliae os is$!rsos. "@!anto > ;nfase e Sosta9 e1 se! traalo sore os B!ng $a1ao Nisa9 >s e4peri;n$ias ini)i!ais: ini)i!ais: #H% !1a is$repn$ia real. Pois ao 1es1o te1po ,!e a ist'ria e Nisa $ontri!i para 1elores generali-a23es generali-a23es sore os B!ng9 s!a espe$ifi$iae 1es1a e as $ir$!nstn$ias $ir$!nstn$ias parti$!lares e s!a elaora25o $ria1 signifi$aos ,!e resiste1 >s e1anas e !1a $i;n$ia tipifi$aora6 +p.
e4e1plo9 Nisa n5o & !1a infor1ante forne$eno )eraes $!lt!rais > SostaE se! is$!rso & o e !1a tia a !1a 1!ler 1ais ?o)e1 e ine4periente9 o! se?a9 o is$!rso entre ois pap&is so$iais a so$ieae B!ng. "O $ar%ter iogr%fi$o $o1 ,!e a narrati)a e Nisa ,!anto s!a )ia & apresentao & !1a ei25o a narrati)a e s!a )ia e Nisa – para possiilitar a alegoria entre esta 1!ler B !ng e a e4peri;n$ia fe1inina e1 nossa pr'pria $!lt!ra. Sosta9 entretanto9 re1o)e! siste1ati$a1ente e s!a ora se! pr'prio esfor2o e ei25o e te4to – in$l!ino o fato e ,!e foi & $onstr!25o ela a estr!t!ra in&4i$a o li)ro9 one a )ia e Nisa & apresentaa. "@!anto > alegoria > e4peri;n$ia fe1inina: #A afir1a25o as ,!aliaes +e opress3es0 $o1!ns > 1!ler e ,!e $r!-a1 as linas &tni$as9 ra$iais e e $lasse torna"se prole1%ti$a. =9 para alg!ns9 a 1!ler & )ista9 n5o $o1o !1 l'$!s e e4peri;n$ia9 1as $o1o !1a 1!t%)el posi25o s!?eti)a n5o re!t()el a ,!al,!er ess;n$ia6 +p. <<0. "Car%ter !plo o traalo e $a1po: laorat'rio $ient(fi$o +o?eti)o0 e rito e passage1 +s!?eti)o0E o s!?eti)o era antes o1itio9 para resol!25o aparente o $onflitoE at!al1ente a ten;n$ia & tra-;"lo > tona9 fa-eno notar o $ar%ter aleg'ri$o os is$!rsos. "#Os te4tos etnogr%fi$os n5o s5o apenas9 o! n5o preo1inante1ente9 alegorias. Na )erae9 $o1o )i1os9 eles l!ta1 para li1itar o ?ogo e se!s e4tra"signifi$aos9 s!orinano"os a f!n23es 1i1&ti$as e referen$iais6 +p. <0. "=str!t!ras interpretati)as ta1&1 s5o istori$a1ente $onstr!(as e te1 $ar%ter $oer$iti)o9 logo9 n5o % #li)re ?ogo6 e interpreta25o o te4to etnogr%fi$o pelo leitor. "A ,!est5o a nat!re-a e9 por e4e1plo9 !1 g;nero9 !s!al1ente re1ete > !s$a pela orige1 e !1 par5o $!lt!ral espe$(fi$o e nossa so$ieae9 e nos )olta1os aos nati)os $o1o nosso #passao etnogr%fi$o6 ,!e poe nos 1ostrar e ,!e ponto parti1os. =ssa apropria25o retrospe$ti)a arange at& 1es1o =)ans"Prit$ar $o1 se! Os N!er – alegoria pol(ti$a a so$ieae !t'pi$a pr&"estatal. aJ1on Killia1s aponta para o sa!osis1o $o1 a organi$iae o per(oo anterior9 e $o1o este sa!osis1o & !1a $onstante. =sta no25o en)ol)e !1a $o1ple1entariae $o1 a nostalgia $r(ti$a: efini25o a sit!a25o $o1o r!pt!ra $o1 a anterior. "Alegoria $o1!1 na antropologia: a a entropia9 o! o en4ergar a erro$aa gra!al as so$ieaes trai$ionais. ela a);1 a alegoria o resgate9 o! a i&ia a trans1iss5o os par3es $!lt!rais para o terreno a es$rita )isano se! sal)a1ento. =ssa alegoria est% essen$ial1ente e1renaa na pr'pria alegoria etnogr%fi$a9 !1a )e- ,!e ela se
$onstit!i! pela transi25o o oral para o es$rito. =sta sit!a25o est% 1!ano9 e a par%ola es$rita por Cliffor 1ostra $o1o a ponte oral"es$rito n5o & pri)il&gio o etn'grafo. "0O pes,!isaor n5o & ne1 o *ni$o ne1 o pri1eiro transfor1aor o oral"es$rito. 0Os infor1antes ta1&1 l;e1 e es$re)e1. 80A istin25o e poer entre po)os letraos e n5o"letraos ro1pe!"se. "Contesta25o e erria sore a pr'pria es$ri25o entre es$rita e oraliae: toos os po)os !1anos es$re)e19 !1a )e- ,!e ins$re)e1 se! 1!no e1 atos e rit!ais9 te4t!ali-ano"o. =ssa issol!25o $ontesta a pr'pria a!toriae o etn'grafo $o1o pro!tor e )eraes $!lt!rais. Comentário
Cliffor $on$l!i se! est!o sore a nat!re-a aleg'ri$a o relato etnogr%fi$o $o1 !1a longa $ita25o9 e one e)e ser tirao o sentio essen$ial o ,!e ele props e1 too o artigo. e $erta for1a9 se! te4to a$aa por $onstit!ir"se e1 !1a alegoria e1 si9 o! !1a s(ntese e i)ersas alegorias9 !1a )e- ,!e prop3e !1a estr!t!ra 1oral pr'"aleg'ri$a. interessante $o1parar a no25o a etnografia $o1o alegoria e a etnografia $o1o i%logo. As !as )is3es s5o iferentes9 e1ora possa1 $oe4istir. A pri1eira enfati-a a signifi$a25o $!lt!ral a etnografia e1 nossa $os1ologiaE a seg!na9 o $ontato e a 1*t!a infl!;n$ia as $!lt!ras atra)&s a $ria25o e !1 !ni)erso )irt!al e $oes5o. A iferen2a se fa- 1ais gritante ,!ano Cliffor aora $!rta1ente a ,!est5o a interpreta25o e !1 te4to es$rito. =1 !1a )is5o e i%logo9 aina % #?ogo interpretati)o69 !1a )e- ,!e aina % os i%logos o$!ltos e1 pro$esso. Naa 1!a notar a $oer$iti)iae os 1oelos e interpreta25o. O enteni1ento a etnografia $o1o alegoria & *til9 para nos le1rar ,!e n's so1os nati)os e1 ess;n$ia – e nosso traalo $ient(fi$o & ta1&1 1(ti$o. Mas & pre$iso le1rar ,!e & !1a fa$eta9 e n5o o too9 esse pro$esso. Por,!e o 1ais i1portante a etnografia n5o & o i1pa$to e a asor25o e se!s li)ros sore nossa $!lt!raE & o i1pa$to e !as +1ais0 $!lt!ras ,!e se epara1.