Capítulo x
Intervenções Breves (IB) em Instituição Silvia Ancona-Lopez 1 “...as respostas não vêm sempre ue são precisas! e mesmo suce"e muitas vezes ue ter "e #icar simplesmente $ espera "elas % a &nica resposta poss'vel. (os% Sarama*o p. +,) A importncia e a e#ic/cia "as 0sicoterapias Breves (0B) não % coloca"a em "&vi"a! o2e em "ia! principalmente no m3ito "as instituições "e sa&"e mental. 4a ver"a"e! como lem3ra 5osi"a (16) a maioria "as t%cnicas "e 07 sur*iu “"a pr/tica institucional "e seus proponentes (...) e representa a #orma como ca"a um "eles respon"eu $s contin*ências "e sua reali"a"e (p. 1). 8m sua cui"a"osa revisão "o movimento "as 0B a mesma autora aponta para a ten"ência nos pa'ses "esenvolvi"os “"e se 3uscar t%cnicas ue contam com estrat%*ias 3em-"e#ini"as e ue se apliuem a p&3licos-alvo espec'#icos enuanto nos “pa'ses sul-americanos! apesar "o interesse crescente por t%cnicas 3reves prevalece o empirismo com ue ca"a pro#issional procura correspon"er $ ampla "eman"a e9istente no campo "a sa&"e mental (p. 77). A concepção "o tra3alo psicol:*ico em instituições não % clara e ao se "e#rontar com "i#icul"a"es para "eterminar seu papel! temeroso "e construir um novo “mo"us ope1;;
ran"i! o psic:lo*o pre#ere “a
onacesi! 1;! p. +6+). 8ste não % o caso "as 0B! ue 2/ contam em nosso pa's com pro#issionais reconeci"amente competentes! no entanto! outras possi3ili"a"es "e atuações 3reves no campo "o aten"imento psicol:*ico ain"a se mostram incipientes. 8m instituições "e sa&"e mental nem sempre % poss'vel esta3elecer as con"ições necess/rias para um aten"imento em psicoterapia 3reve. ?/ situações em ue não se po"e prever a permanência "o cliente= nauele local e nem mesmo propor
um n&mero limita"o "e sessões. @utras vezes ocorrem imprevistos ue e9i*em a intervenção ime"iata "o pro#issional.+ o mesmo mo"o! a primeira vez ue se rece3e um paciente! inevitavelmente estaremos "iante "e uma inc:*nita uanto a possi3ili"a"e "e po"er continuar a aten"ê-lo! @ ue #azer nestas circunstncias @s v'cios estruturais "a or*anização "os serviços "e sa&"e em *eral e a con"ição multi-para"i*m/tica "a psicolo*ia tornam a situação "o pro#issional ue neles atua! no m'nimo! incCmo"a. 8 comum ue o psic:lo*o se2a solicita"o “a e9ercer seu o#'cio sem in"icações te:ricas su#icientes (Ancona-Lopez! >.! 1D) para "ar conta "a situação por ue em psicolo*ia “#ora "e al*uns limites estreitos as atuações se "e#rontam com o "esconecimento. (i"em! p. ;) As con2unturas institucionais! na maioria "as vezes! levam ao rompimento "o contrato (compreen"i"o no seu senti"o mais amplo) "e#rontan"o o pro#issional com lacu1;E
nas te:ricas! o3ri*an"o-o a euili3rar-se nos limites entre teoria e pr/tica e e9i*in"o uma atitu"e #le9'vel e inventiva em3ora necessariamente respons/vel. Fomo aponta Gi*ueire"o(1;)! ater-se a uma teoria em um campo move"iço po"e a#astar o psic:lo*o "e suas e9periências e vivências! 3louean"o sua sensi3ili"a"e! mas con#iar apenas nos recursos pessoais e no conecimento intuitivo ou pr%-re#le9ivoD % arriscar-se $ repetição! $ rotina e a inter#erências su32etivas ue po"erão "esalo2ar o psic:lo*o "o seu papel. Su*ere o mesmo autorH .! 1D! p.;) % comum ue o psic:lo*o! temen"o a#astar-se "a coerência te:rica! limite sua aç$o empo3recen"o um encontro rico "e possi3ili"a"es., 0aralelamente! no entanto! a pr/tica po"e ser perce3i"a “como local privile*ia"o para apontar insu#iciências! iatos e con#litos nos conecimentos e9istentes ou para *erar um novo sa3er (i3i"em). iversos autores! mormente os ue se*uem a orientação cen#ra"a na pessoa! comoH >a#ou" (17J)! >orato (17J)! Scmi"t (17J) e Amatuzzi (1E) ou ain"a >ai"a (17)! psicanalista! Farvalo "a Silva (1+) psic:lo*a social! e os #enomen:lo*osK Ancona-Lopez! >. (1D)! Fupertino (1;)! Giscer (1J+) e 5eia (1;) entre outros! têm sinaliza"o ue para o aten"imento em instituições % necess/rio a3ertura para a vivência "os con#litos e para um 1;J
novo sa3er! cui"an"o "e evitar a arma"ila "a repetição acr'tica "o conecimento te:rico esta3eleci"o. A tare#a "o psic:lo*o consiste! portanto! em não permitir ue a teoria atue como camisa "e #orça limitante! o ue "esumanizaria o contato! mas em encontrar seu estilo pessoal! como propõe mais uma vez Gi*ueire"o (1;)! usan"o a teoria como #onte "e uestionamentos! incorporan"o-a como instrumento e não como con"ição para compreen"er e "eterminar uma ação no mun"o. 8 neste espaço "e transição! em ue o psic:lo*o % intima"o a operar antes mesmo ue se con#i*ure um campo claro "e atuação! ue se inserem o ue camo de Intervenções Breves (IB). A e9pressão Intervenções Breves! se*un"o 5osi"a (16)! "esi*na "i#erentes mo"ali"a"es "e aten"imento 3reve incluin"o as psicoterapias. tilizo neste te9to a mesma e9pressão para "iscutir uma #orma "e atuar na cl'nica psicol:*ica ue não se caracteriza como psicoterapia em3ora possa apresentar momentos terapêuticas. ispor-se a um aten"imento em IB % colocar-se como psic:lo*o cl'nico *eral e portanto permanecer "ispon'vel $s "i#erentes "eman"as ue se apresentarem! sem enua"r/-las em proce"imentos tra"icionalmente consa*ra"os e sem a o3ri*atorie"a"e "e percorrer "etermina"os passos para prosse*uir no aten"imento. A atuação caracteriza-se por ser uma "isposição mais "o ue uma t%cnica ou! melor ain"a! uma pr%-"isposição para a a3ertura e recepção "o ue se apresentar. 8m termos pr/ticosH uan"o o cliente vem $ procura "e amparo psicol:*ico! ele uer ser aten"i"o em suas necessi"a"es! pouco importan"o so3 ue nome este aten"imento se realize. 0or seu la"o! #reMentemente! o pro#issional! procuran"o enua"rar-se em al*uns "os r:tulos tra"icionais "e aten"imento (psico"ia*n:stico! psicoterapia! aconselamento! orientação! etc.)! poster*a suas possi3ili"a"es "e a2u"a encaminan"o o cliente para al*um tipo "e tra3alo psicol:*ico sistematiza"o. esta #orma o primeiro 158
contato com o cliente a"uire o car/ter "e coleta "e "a"os e or*anização "e in#ormações "eslocan"o-se para o aten"imento posterior o acolimento "a pro3lem/tica apresenta"a. @ psic:lo*o não conse*ue ver o novo ue le % trazi"o pois a3ituou-se a pensar "e #orma #ra*menta"a! privile*ian"o mais a especiali"a"e ue tem a o#erecer "o ue as necessi"a"es "o cliente. 0o"e-se aui #azer um paralelo com o ue uran"ir Greire Fosta relata em seu livro ?ist:ria "a 0siuiatria no Brasil (17)H “@ psiuiatra não mais se "ispõe a ouvir! 8le passa a #alar antes "e escutar! a 3uscar! antes "e ser procura"o. 4ão mais acompana a loucura! antecipa-a. (p. E,)
Se o psic:lo*o se "ei9ar orientar pela crença "e ue to"o contato seu com um paciente % uma ação "e intervenção e ue esta intervenção po"e e "eve se um momento si*ni#icativo para am3os! ele não envere"ar/ pelo camino mais #/cil ue % o "e! ao t%rmino "a primeira entrevista! encaminar o cliente para aten"imento psicoter/pico. 0elo contr/rio! a"otar/ uma atitu"e ue se apro9ima "a postura "o conselheiro ue! se*un"o Scmi"t (17J)! na relação "e a2u"aH
"os aten"imentos mas! não % aleia aos ue se orientam pelas linas umanistas e #enomenol:*icas. Fuzzo (1E)! por e9emplo! re#erin"o-se a uma proposta inova"ora "e aten"imento em comuni"a"e popular #eita por Amatuzzi! (1E)! aponta ue % poss'vel “a#irmar a i"enti"a"e "o psic:lo*o em am3ientes não tra"icionais! respon"en"o "e mo"o mais a"eua"o $ reali"a"e 3rasileira! on"e muitos precisam "o pro#issional! mas poucos têm recursos para custear as altas "espesas "e um aten"imento usual "e consult:rio (1E! p. 7).@ mesmo po"e ser "ito com relação a certos aten"imento em instituições psicol:*icas ue o3ri*am o pro#issional a su3verter os proce"imentos mais tra"icionais ou a aten"er em situações e espaços ue não correspon"em ao tra3alo recomen"a"o. 0or outro la"o al*umas constantes po"em ser perce3i"as mesmo nestes casosH um mo"o "e mane2o "a relação terapeuta-paciente! e o mo"o "e comunicação utiliza"o ue têm por #unção "e#inir uma esp%cie "e 2o*o ue "i#erencie esta relação "e ualuer outro contato interpessoal. II Oue inuietação pro#un"a! ue "ese2o "e outras coisas! Oue nem são pa'ses nem momentos! nem vi"as! Oue "ese2o talvez "e outros mo"os "e esta"os "e alma me"ece interiormente o instante lento e lon*'nuoP= (Alvaro "e Fampos)
>eta#:ricamente as IB po"em ser enten"i"as como um caminar ao la"o "o cliente na me"i"a em ue se vai construin"o o percurso. 4a pr/tica se caracterizam por uma multiplici"a"e "e atuações! em3ora um "os seus mo"os mais usuais se "ê na primeira entrevista! ou se2a! no momento em ue o cliente vem em 3usca "e aten"imento. 1E6
>inas re#le9ões so3re a atuação em intervenções 3reves partem "a a3or"a*em #enonienol:*ica-e9istencial em3ora a proposta ue aui #aço tena se inspira"o no plantão psicol:*ico ue nasceu no Serviço "e Aconselamento 0sicol:*ico "o Instituto "e 0sicolo*ia "a S0! on"e ain"a acontece. Bartz (1J) relata e9periência semelante ocorri"a por al*uns meses no ##istiruto Se"es Sapientiae e "escreve! ain"a! os plantões ue realiza na niversi"a"e São >arcosE. Apesar "e al*umas "i#erenças na con"uQo to"os estes plantões e9i*em "o pio#issional “"isponi3ili"a"e para se "e#rontar com o não-plane2a"o e com a possi3ili"a"e (nem um pouco remota) "e ue o encontro com o cliente se2a &nico(p. J;) visan"o “#acilitar ao cliente uma visão mais clara "e si mesmo e "e suas perspectivas ante a pro3lem/tica ue vive e *era um pe"i"o "e a2u"a. (>a#ou"! 17J! p. JE). A #enomenolo*ia se caracteriza por ser uma "escrição "o ser umano e não uma teorização so3re ele. 8 muito mais #iloso#ia "o ue psicolo*ia e! como tal! uestiona as "iversas teorias enriuecen"o-as ao apontar lacunas e pontos para re#le9ão! em3ora possa utilizar-se "e al*umas "elas como au9iliares para a compreensão "o omem. “Fertamente era o "estino "a #enomenolo*ia e a #onte "e sua riueza não po"er se "eter e se imo3ilizar em nenuma "e suas #ormas! mas #ecun"ar sem cessar novos "om'nios! como se na"a pu"esse permanecer-le estrano. (Iarti*ues! 1+ !p. 1EJ). 4a pr/tica cl'nica as teorias passam a ocupar um lu*ar secun"/rio para a compreensão "o cliente! pois são enten"i"as comoH “mo"os poss'veis "e atri3uir si*ni#ica"os $ e9periência "o su2eito! (ue são) em <ima instncia vali"a"os por ele mesmo. (Ancona-Lopez! >.! 1;! p. ,). 1E1
4esta a3or"a*em ca3e ao terapeuta mostrar ao seu cliente como o perce3e! isto %! como o cliente se mostra a ele! o ue % um corol/rio "e como se mostra ao mun"o e "e como seu mun"o % constitu'"o. “8 o ue na #eliz e9pressão "e 0i*ueire"o= po"e ser cama"o "e
n*ulo. (AnconaLopez! ;.! 1E). Fompartilar suas percepções % "ar ao paciente a oportuni"a"e "e contest/-las e "e! em con2unto com ele! trazer $ luz a trama "e si*ni#ica"os ue #oi sen"o teci"a no "ecorrer "e sua vi"a! ue o envolve e ue in"ica como ele se constitui e ao seu mun"o. Ao iluminar o ue se mostrava o3scuro sur*e a oportuni"a"e "e trans#ormar o aten"imento psicol:*ico em uma ocasião pass'vel "e a3rir perspectivas e possi3ilitar mu"anças positivas para o cliente permitin"o ue se2am encontra"os novos si*ni#ica"os para sentimentos e "i#icul"a"es. A psicolo*ia #enomenol:*ica-e9istencial postula ue o cliente se perce3a como coparticipante "o aten"imento psicol:*ico! colocan"o-se como cola3ora"or "o psicoterapeuta na ela3oração "a compreensão so3re a pro3lem/tica trazi"a. 0ropõe uma atitu"e ativa "o psic:lo*o em uma sessão interativa ue li"a com os aspectos relacionais terapeutaNpaciente e em ue am3os 3usuem compartilar o enten"imento "a situação. m encontro psicol:*ico si*ni#icativo po"e ser a oportuni"a"e "o cliente apro9imar-se "o ue ele mesmo %! em um mo"o pr:prio ou autêntico e! a partir "a'! entrever as possi3ili"a"e e9eM'veis e escoler al*umas "entre elas. A ca"a vista "e olos ue lançar so3re seu campo "e possi3ili"a"es! o paciente estar/ se reavalian"o! interpretan"o! compreen"en"o e escolen"o. @ cliente % a &nica pessoa ue conece seu campo "e e9periências e apenas ele po"er/ relat/-las! e retirar seu senti"o! a partir "a constelação "e suas vivências! percepções! i"%ias! sentimentos e mem:rias. Seu relato 1E+
po"e manter-se em um patamar o32etivo! pr/tico! e9terior a ele ou po"e partir "e seus sentimentos! valores e "o senti"o ue "/ $s suas vivências pautan"o-se por um re#erencial interno su3ietivo (Stiles! 17J). 4o primeiro caso! % necess/rio a2u"/-lo a caminar "o e9terior para o interior na crença "e ue con#ront/-lo com suas am3ivalências! sentimentos inconsistentes e e9periências "esvaloriza"oras po"e permitir reaval'ação e aceitação. 4o se*un"o caso! acompanan"o seu relato 3usca-se o senti"o ue ele "/ $s suas vivências. @ papel "o psic:lo*o % o "e clarear e reor"enar o ue o paciente traz! "esvelan"o auilo ue! "e certo mo"o! ele 2/ sa3e mas não est/ po"en"o reconecer como seu. @u se2a! % preciso tra"uzir os si*ni#ica"os ue ele "/ as suas vivências para ue tena a oportuni"a"e "e ressi*ni#ic/-las. ma "as maiores #orças "as cama"as a3or"a*ens cola3orativas est/ no #ato "e ue elas capacitam o cliente a criar uma nova consciência "o papel si*ni#icativo e crucial ue po"e "esempenar ao escoler a natureza e uali"a"e "o cui"a"o ue le % "ispensa"o. 0ermite-le reconecer-se como o melor 2uiz "e suas necessi"a"es (Fain! 17). 4este senti"o a a3or"a*em #enornenol:*ica "esmisti#ica o papel "o psicoterapeuta tiran"o-le o po"er "e senor "o conecimento para "evolver a potência ao cliente procuran"oH “esta3elecer uma
relação sim%trica com o paciente! reconecer seu "ireito "e acesso $s in#ormações ue le "izem respeito! esta3elecer um processo participativo "e aten"imento! e9primir racioc'nios e conclusões te:ricas em lin*ua*em acess'vel ao cliente! respeitar suas "ecisões uanto ao mo"o "e se*uir os encaminamentos propostos. (Ancona-Lopez! >.! 1;! p. 7E). Se*un"o Rno3el (17E)! o o32etivo "a psicoterapia 3reve #ocal %H “a2u"ar a (...) a3rir uma nova possi3ili"a"e! um novo camino. (p16;). 8! nas intervenções 3reves! ue 1ED
novos caminos! novas possi3ili"a"es se po"eriam "ar o"os e uaisuer! mas o mais #reMente talvez se2am peuenas a3erturas "o coti"iano! ue po"em anunciar *ran"es rupturas. São certezas ue #icam a3ala"as! coisas ue pareciam necess/rias ue se mostram "escart/veisK são situações ou pap%is ue po"em ser vivi"os "e outro mo"o. “Ouan"o % ue me "esato os laços ue me "ei Ouan"o serei um #acto Ouan"o % ue me serei (Gernan"o 0essoa) Fomo a#irmei acima! as IB po"em se "ar em in&meras situações mas seu mo"o mais #reMente % na primeira entrevista! ou se2a! uan"o o cliente vem em 3usca "e aten"imento. 8ste % o momento "e acolê-lo consi"eran"o ue % uma ocasião ue costuma re#letir uma crise na sua situação e9istencial! crise ue o terapeuta "eve reconecer. @ conceito "e crise est/ sempre li*a"o a i"%ia "e al*um tipo "e "eseuil'3rio em3ora a2a peuenas "i#erenças entre os autores. Se*un"o 5osi"a (16). citan"o To*aUsVi (17+) a “intervenção na crise consiste em restaurar o euil'3rio a"aptativo "o su2eito! anterior $ crise! e! uan"o posstvel! melor/-lo. 8sta mo"ali"a"e terapêutica aplica-se $s pessoas ue ain"a não atin*iram o est/*io "e emer*ência! mas ue correm o risco "e "escompensação (p. ;). 0ara Simon (17)! as crises ocorrem uan"o o in"iv'"uo en#renta eventos (#atores) internos ou e9ternos aos uais não sa3e como respon"er. / >o##att! a"otan"o uma a3or"a*em temporal! "iz ue a criseH “se mani#esta pela invasão "e uma e9periência "e paralisação "a continui"a"e "o processo "e vi"a. e repente nos sentimos s:s! o #uturo se nos apresenta vazio 1E,
e o presente con*ela"o. (17+! p. 1D). 0ara este autor! o ue a"oece na situação "e crise “% o processo "e viver (i"em! p. 1,) pois a pessoa per"e a noção "e continui"a"e! não se reconece e não sa3e mais como atuar. Willi%ron (1D) enten"e ue o instante em ue uma pessoa #az o pe"i"o "e a2u"a psicol:*ica po"e ser enten"i"o como um momento "e crise ue #avorece rearran2os no euil'3rio intraps'uico e interpessoal pois o cliente! impulsiona"o pelas suas "i#icul"a"es! vem em 3usca "e trans#ormações. o mesmo mo"o Spoerl (apu" 0eter! 1+) propõe ue se aproveite a car*a emocional particularmente #orte "a primeira consulta! por consi"er/la como uma psicoterapia "e intervenção &nica! #ocalizan"o a sessão so3re o pro3lema principal! se*un"o o conceito "o enriuecimento "a personali"a"e *raças $ crise. Fon#orme Willi%ron (1,) “ a i"%ia #un"amental % ue um *ran"e n&mero "e pacientes não espera o3ri*atoriamente uma mu"ança pro#un"a uan"o "e sua vin"a ao psiuiatra mas! mais #reMentemente! um al'vio ime"iato. Fom e#eito na *ran"e maioria "os casos! o paciente "eci"e consultar-se uan"o est/ em crise! @ mo"o como esta crise ser/ trata"a % ue % a uestão.. (p. 1D). 8m ualuer "estas a3or"a*ens! no entanto! o ue #ica claro % ue na situação "e crise o cliente vai procurar a2u"a pois as estrat%*ias "e vi"a "as uais se utilizava “2/ não se a"aptam $s novas circunstncias (>o##att i3i"em! p. 1,) ou se2a! uan"o ele se "/ conta "e ue al*o não vai 3emH o paciente encontra-se "ivi"i"o entre "uas ten"ênciasH a esperança "e reencontrar o esta"o anterior! solução mais #/cil! e a esperança "e! #inalmente! encontrar #orças para mu"ar (con#orme Willi%ron! 1,! p. 1D)16. izen"o "e 1E;
outro mo"o! o ue o cliente procura % recuperar o anti*o euil'3rio em3ora tam3%m coe9ista nele o "ese2o "e mu"ança para uma nova vi"a. X neste espaço "e am3ivalência ue o terapeuta "ever/ atuar. A primeira entrevista a"uire um senti"o especial nas instituições não somente por ser a porta "e entra"a1= "as mesmas mas por ser tam3%m! na maioria "as vezes! a porta "e entra"a "o universo psi pois os clientes "esconecem “o ue % um serviço psicol:*ico! uma vez ue este tipo "e tra3alo não tem repercussão em seu universo cultural e e"ucacional (Larra3ure! 17E! p. ED). Se o paciente não se sentir mo3iliza"o pelo primeiro aten"imento talvez não prossi*a na sua 3usca "e a2u"a. sualmente a porta "e entra"a "as instituições % constitu'"a pela tria*em. As entrevistas "e tria*em! "e mo"o *eral! costumam ser “pouco mais ue uma coleta "e "a"os so3re os uais se or*aniza um sum/rio racioc'nio cl'nico ue vai orientar o encaminamento (Ancona-Lopez! S.! 1E) p. 11) levan"o o psic:lo*o “a
manter uma atitu"e investi*a"ora e res*uar"an"o suas impressões so3re o cliente. 4este caso (...) o processo per"er/ muito "e seu senti"o e mesmo "e interesse ou utili"a"e para o cliente (i"em! p. 1+). ma mu"ança na atitu"e "os psic:lo*os ue atuam em instituições po"e lev/-los a trans#ormar estas entrevistas em um processo "e intervenções 3reves "an"o aos clientes oportuni"a"e "e se en*a2arem no seu pr:prio aten"imento! toman"o-os respons/veis pelo seu pro3lema e avalian"o com eles ual o alcance "e uma intervenção ime"iata ou uais as possi3ili"a"es "e encaminamento. @ simples acolimento 2/ tem si*ni#ica"o importante para muitos clientes. 8nten"o por acolimento uma "etermina"a "isposição a#etiva "o psic:lo*o! não valorativa ou avaliativa! uma atitu"e e uma escuta ue 1EE
si*ni#iuem "ar a*asalo! ospe"ar! rece3er! a"mitir! aceitar (lDuarue "e ?olan"a! 17J). São os casos em ue po"er e9pressar o so#rimento 2/ provoca um al'vio ou mesmo certa tranMili"a"e ue po"er/ levar a al*uma clareza com relação a situação vivi"a! crian"o con"ições para mo"i#icações. 8 como se e9pressou >aria L&cia! D; anos! ao t%rmino "e sua primeira entrevistaH “0ra mim #oi 3om. Fonse*ui #alar muita coisa ue teno para "izer e ue não consi*o "izer para as outras pessoas! pra *ente coneci"a. Aui % *ente "i#erente. Yi ue me a2u"ou. @ peito #icou alivia"o ma "imensão mais pro#un"a "o acolimento po"e ser e9pressa pelas palavras! "e >erleau-GontZH (1J1)o pr:prio su2eito pensante est/ numa esp%cie "e i*norncia "e seus pensamentos enuanto não os #ormulou para si a #ala! nauele ue #ala não tra"uz um pensamento 2/ #eito mas o realiza (p. 177) ou como "iz 5eia “o #ato "e #a3rmos 2/ % uma toma"a "e consciência na me"i"a em ue cumprimos o pensamento e "esta #orma entramos em contato com ele (1,! p. 1DD). @utro aspecto importante "esta mesma uestão relaciona-se ao #ato "e ue a maioria "a população socialmente "es#avoreci"a (ue! no Brasil! % uem mais procura aten"imento psicol:*ico em instituições) não reconece seus "ireitos! o ue a leva a su3meter-se a um n&mero enorme "e pessoas a uem atri3ui autori"a"e. 0ara estes in"iv'"uos! ue costumam posicionar-se umil"emente #rente aos outros! serem rece3i"os com respeito! serem ouvi"os e terem um aten"imento interessa"o e "i*no! permite ue se recolouem no mun"o em uma postura mais cr'tica! menos su3missa e at% reivin"ica"ora! o ue les a3re novas perspectivas e a possi3ili"a"e "e ultrapassar seus limites. Fristina! ue na 3usca "e aten"imento psicol:*ico! 2/ avia passa"o por v/rias entrevistas "e tria*em em "i#erentes instituições relatouH Goi um aten"imento muito 3omK como nunca tive. 4unca tive para me sentir assim le*al. 4a maioria 1EJ
"os lu*ares a *ente #ica esperan"o e na"a acontece. Aui não. Gui aten"i"a lo*o. Ouer sa3er Aui me senti *ran"e. Ouan"o a *ente vai tratar "e um pro3lema uer ser trata"a como *ente. 8u ve2o isto no rosto "e to"os aui. Gico at% emociona"a (seus olos se encem "e l/*rimas). 4a mesma "ireção % #un"amental a2u"ar os clientes a acre"itar nas suas percepções e sentimentos e a "ar importncia $s suas intuições pr%-re#le9ivas. GreMentemente! ce*am "esilu"i"os! "ecepciona"os! "escrentes "e suas capaci"a"es para mane2ar os #atos "a vi"a % com um imenso sentimento "e "esvalorização "e si mesmos. Se o psic:lo*o les mostrar o ue vê "e positivo em suas atitu"es! comportamentos ou sentimentos! po"erão esta3elecer uma 3ase "e con#iança em suas sensações e percepções ue les criar/ as con"ições para ressi*ni#icar suas vivências! e9periências e relações pessoais. m relacionamento armCnico consi*o mesmo! o ue inclui aceitar suas potenciali"a"es assim como suas limitações! % "ecisivo para iniciar um processo "e "esenvolvimento pessoal! ou se2a! a ampliação "o campo "e possi3ili"a"es. X comum ue os clientes 2/ tenam passa"o por v/rios aten"imentos ue pouco senti"o #izeram para eles! ten"o visto a su3missão imposta pelos serviços "e sa&"e "a comuni"a"e alia"a a in#ormações incompletas e aceitas. 8m al*uns casos os pacientes (e aui este termo se mostra muito a"eua"o) passam por um sem-n&mero "e pro#issionais e por tantos serviços ou setores ue terminam por per"er o senti"o "o seu aten"imento mostran"o[se "esorienta"os e sem nenum "om'nio so3re o ue est/ acontecen"o com eles. 4estas situações um "os pap%is "o psic:lo*o "eve ser o "e recoler as "iversas passa*ens "o cliente pela sua ou por outras instituições! or*aniz/-las para ele e "ar-le os esclarecimentos necess/rios. Ler e “tra"uzir um relat:rio ue não #oi compreen"i"o! eliminan"o #antasias! me"os ou a m/ interpretação "e in#ormações! po"e ter um si*ni#ica"o muito importante nas "ecisões ue o cliente "ever/ tomar para en#rentar suas "i#icul"a"es. 8 necess/rio ter uma 1E7
atenção especial com a lin*ua*em procuran"o ue se apro9ime "a lin*ua*em "o paciente ue! usualmente! em instituições! #ala "e #orma muito simples e concreta. São aspectos 3/sicos e cui"a"os aparentemente simples ue "evem ser toma"os no momento "a entra"a "o cliente mas ue po"em in#luenciar seu "estino e seu percurso "entro e #ora "auela instituição. >uitas pessoas solicitam psicoterapia por in"icação "e um m%"ico! por e9emplo! sem estarem realmente motiva"os para o aten"imento por não compreen"erem sua necessi"a"e. o ponto "e vista pr/tico % necess/rio tra3alar em uma a3or"a*em psico-e"ucacional! eluci"an"o o ue % um aten"imento psicol:*ico! "i#erencian"o-o "e outros aten"imentos! uais são as possi3ili"a"es "auela instituição! esclarecer e 2usti#icar! se #or o caso! a necessi"a"e "e consultar outros
pro#issionais ou "e passar por e9ames paralelos. o ponto "e vista psicol:*ico % necess/rio “salientar os aspectos positivos! a"aptativos! sau"/veis em "etrimento "os patol:*icos (5eia!1, p.1,+)! levan"o o cliente a valorizar seu "iscernimento! para ue possa voltar a ter "om'nio so3re sua vi"a autonomia para imprimir "ireções a sua e9istência. 4ão % poss'vel in"uzir ualuer mo"i#icação no outro! mas estas virão "ele pr:prio se estiver "ispon'vel para tanto! @ primeiro sinal "e ue e9iste al*uma "isponi3ili"a"e para a mu"ança % o #ato "e o cliente ter i"o $ consulta! mesmo com to"as as resistências ue possa trazer consi*o. Foncor"o com Forrêa (1E) uan"o "izH “os *anos po"em ser potencializa"os uan"o a motivação para a mu"ança % i"enti#ica"a pelo terapeuta (p. 1,) e esta! se*un"o Foelo Gilo (1;)! “uan"o "emarca"a e incentiva"a pelo terapeuta propicia uma melor compreensão "o paciente so3re seus pa"rões mal-a"aptativos e! conseMentemente! maior controle so3re eles. (p. D+). A cura! como "estaca Foelo Gilo (1;)! não % o o32etivo "os aten"imentos 3reves mas “3ons resulta"os! ain"a ue limita"os! sempre serão poss'veis. @ papel "o 1E
terapeuta % o "e permanecer ao la"o "o cliente! limpan"o seu camino! "esenrolan"o e clarean"o o ue ele "iz para ue possa se perce3er "e forma um pouco mais or*aniza"a e a partir "a'! a3rir-se para novos mo"os "e ser. As intervenções 3reves po"em ce*ar a isto ao permitir ao cliente ue compreen"a a pro3lem/tica ue est/ vivencian"o e ao "ar-le a possi3ili"a"e "e apropriar-se "e sua "i#icul"a"e ou "oença na me"i"a em ue e aperce3a "e ual % sua real "eman"a. Fomo lem3ra Forrêa (1E) os clientes vêem “com uma per*unta ue normalmente esperam ue o pro#issional respon"a e esperam! i*ualmente! ue esta resposta se2a r/pi"a e les "% 3oas soluções...(p.1D). Se*un"o 5eia (1;)! a primeira sessão “*eralmente se "esenvolve a partir "auilo ue (os clientes) trazem como sen"o a per*unta ue ao psic:lo*o ca3e compreen"er. “Fompreen"er (continua a mesma autora) % participar "e rim si*ni#ica"o comum! "o pro2eto "o cliente! "e sua a3ertura e limitações para o mun"o. 8 importante i"enti#icar os acontecimentos e a #orma como se "esenvolveram em relação a seu conte9to! *eran"o a per*unta! precipitan"o a crise e levan"o ao pe"i"o "e aten"imento. (p. 1+6) 4a pr/tica isto se tra"uz pelo #ato "e ue muitos clientes se re#erem a al*o "istante "e sua maior "i#icul"a"e! outros se apresentam como interme"i/rios ou em3ai9a"ores "o aten"imento "e uma terceira pessoa uan"o! na ver"a"e! são eles pr:prios ue estão pe"in"o a2u"a. @ ue ocorre % ue o cliente ini"a relatan"o o motivo ue o levou a procurar aten"imento [ o ue se convencionou camar "e uei9a mani#esta (em contraposição a uei9a latente). Ouan"o a procura % para o aten"imento "e
crianças! por e9emplo! estas uei9as estão relaciona"as a pro3lemas escolares ou a "ist&r3ios "e comportamento mas no "ecorrer "o aten"imento outras uei9as vão sur*in"o e! normalmente! 1J6
li*am-se mais "iretamente $uele ue #ala. @u se2a! mesmo ue o pro3lema se re#ira $ mna outra pessoa o si*ni#ica"o ue uem o est/ e9pressan"o le "/ vai in"icar ual % a real "eman"a ue se encontra mascara"a no pe"i"o "e aten"imento a um terceiro. A tare#a "o psic:lo*o ser/ a " e clarear esta "eman"a! e9plicitan"o-a e #ocalizan"o o aten"imento no cliente presente. As intervenções #eitas pelo psic:lo*o "evem "iri*ir-se principalmente $ 3usca "a compitensão "e como se "/ a e9istência "o cliente (sua vi"a coti"iana! seus uestionamentos o32etivos e su32etivos) e! "evem pertencer ao campo "e possi3ili"a"es "o cliente! mar*ean"o auilo ue este não compreen"e uma vez ue se estiverem "istantes "este campo po"erão ser recusa"as ou não ser enten"i"as por ele (5eia! 1;) impe"in"o ue a sessão se trans#orme em um aten"imento psicol:*ico si*ni#icativo. Ouan"o a ver"a"eira "eman"a vem $ luz o cliente po"e se "ar conta "e ue % capaz "e encontrar sozino outros mo"os "e mane2ar a situação ou ue necessita "e a2u"a pro#issional para #azê-lo. 0eter (Spoerl! 1+) "iz ue se a primeira entrevista levar o cliente a ressi*ni#icar al*um(uns) momento(s) "e sua vi"a e a apropriar-se "e seu sintoma! serão elimina"as as #ronteiras entre o "ia*n:stico e a psicoterapia e estar/ cria"o o cen/rio necess/rio para ue possa instalar-se um processo psicoter/pico A partir "a primeira entrevista al*umas possi3ili"a"es se "elineiam no m3ito "as intervenções 3reves. >uitas vezes uma &nica sessão % su#iciente para ue o cliente perce3a ue não uer ou não est/ su#icientemente motiva"o para um aten"imento psicol:*ico! como no caso "e mães ue trazem os #ilos porue a pro#essora su*eriu ou e9i*iu! mas em3ora não concor"em com o encaminamento nem tenam a cora*em "e assumir isto. @ casal Bernar"o e L'*ia! por e9emplo! procurou! muito preocupa"o! uma cl'nicaescola para aten"imento "e seu #ilo >arco! "e seis anos "e i"a"e. A pro#essora insistia ue ele tivesse acompanamento psicol:*ico "evi"o a sua a*itação "urante as aulas. 4a entrevista com os pais #ica 1J1
claro ue eles não viam "i#icul"a"es no #ilo mas temerosos "e não estarem perce3en"o o pro3lema ueriam o aten"imento. “A pro#essora "eve ter os seus
motivos. 4ão vamos "ei9ar "e #azer o ue ela pe"iu. 0o"e ser ue a2a al*um pro3lema ue n:s não estamos en9er*an"o. @ tra3alo com este casal "esenvolveu-se na "ireção "e "iscutir com eles uanto coneciam o #ilo e "e apontar as in#ormações ue traziam e ue in"icavam ue! no caso! a sua percepção com relação a >arco não parecia "istorci"a mas! sim! ue a e9i*ência "a pro#essora provavelmente era muito *ran"e. Ao #inal "a sessão eles resolveram ue voltariam $ escola para compreen"er melor o encaminamento! ue "iscutiriam o assunto entre eles para "eci"ir se retornariam $ cl'nica. Goram evi"entes o al'vio ue sentiram por po"erem e9pressar suas "&vi"as com relação a con"uta "a pro#essora e a satis#ação ue tiveram ao ver ue suas percepções so3re o #ilo #oram aceitas e valoriza"as. 4ão mais retornaram. ar ouvi"o aos pais evitou! neste caso! a atuação usual "e encaminar a criança para psico"ia*n:stico. este mo"o #oi evita"o um so#ri"o per'o"o "e espera em ue #icariam a*uar"an"o o aten"imento "o #ilo ven"o re#orça"a a sua postura su3missa "iante "a pro#essora. L'*ia e Bernar"o sentir-se-iam mais inse*uros uanto as suas percepções! o ue sem "&vi"a se re#letiria no papel "e pais e na pr:pria criança ue continuaria sen"o vista como necessita"a "e a2u"a. o ponto "e vista "a instituição #oi evita"o ue um cliente a mais #icasse em #ila "e espera ou ue se ocupasse um pro#issional ue po"eria ser mais necess/rio para outro cliente. Al%m "isso #oi rompi"o o esuema tra"icional ue! no caso "e crianças! *eralmente se centra no aten"imento a elas! colocan"o os pais como meros receptores "e in#ormações "a"as por al*u%m ue “sa3eria mais so3re seu #ilo "o ue eles pr:prios. Gaço aui um parênteses para mencionar ue o aten"imento em IB po"e ser *rupal! o ue al%m "e aten"er a uma "eman"a institucional (um n&mero maior "e clientes 1J+
em uma mesma sessão) tem! como 2/ tive a oportuni"a"e "e "iscutir em outra ocasião (Larra3ure! 17E)! aspectos interessantes a serem consi"era"os! @ relacionamento entre os mem3ros "o *rupo costuma se "ar por i"enti#icação apoio com os sentimentos "ecorrentes "as uei9as e "as "inmicas pessoais e #amiliares! ou ain"a "e reconecimento por semelança ou oposição atrav%s "a comparação entre as pro3lem/ticas apresenta"as! o ue torna a vivência muito rica. @uvin"o as "i#icul"a"es "os outros! muitos pacientes recolocam seus pro3lemas em novos patamares! visualizan"o-os em nova "imensãoK al%m "isso a soma "e "iversas e9periências acrescenta perspectivas at% então não e9istentes. 4os casos em ue i"enti#icações se esta3elecem #acilmente os pacientes #azem suas colocações inte*ra"as no conte9to "e um assunto *eral! ca"a um ouvin"o o ue o outro "iz! completan"o ou emitin"o sua opinião! sen"o #reMentes as tentativas "e a2u"a e compreensão em relação $ pro3lem/tica aleia. 8stas trocas mostram-se muito 3en%#icas! permitin"o ue al*uns clientes encontrem novas
#ormas para li"ar com suas "i#icul"a"es. Geco parênteses. 8m certos casos! uan"o o cliente est/ mal in#orma"o! "esor*aniza"o com os aspectos pr/ticos "e sua vi"a ou com as "iversas orientações ue vem rece3en"o nos seus pe"i"os "e a2u"a! % necess/rio a"otar uma postura "iretiva ue o au9ilie nas situações pr/ticas. @utras vezes po"e aver a necessi"a"e "e se tomar al*uma atitu"e ime"iata como um lau"o psicol:*ico! por e9emplo! para manter uma criança na escola. Gazer um lau"o psicol:*ico em tempo 3reve! "es"e ue este não se limite a uma avaliação intelectual! sem consi"erar os outros aspectos envolvi"os! % evitar os mesmos aspectos aponta"os no e9emplo "a"o acima. \s vezes su*ere-se ao cliente mais "e um encontro se2a para completar orientações pr/ticas se2a para sensi3iliz/lo para um aten"imento posterior! porue se perce3e ue ele est/ so#ren"o muito ou ansioso com o ue est/ viven"o. 1JD
A2u"/-lo a resta3elecer uma certa tranMili"a"e po"e ser a 3ase necess/ria para ue possa iniciar um caminar mais criativo. 8m outras situações o pr:prio cliente encontra caminos alternativos. >arta % uma muler "e trinta e poucos anos ue se apresentou $ psic:lo*a "izen"o ue se sentia muito culpa"a "es"e ue avia a3an"ona"o o #ilo com sua mãe no 4or"este e viera tra3alar em São 0au]o. isse ue no momento o menino morava em sua casa mas eles mal conversavam e ela sentia ue ele não a amava! o ue a #azia sentir-se #racassa"a como mãe. Forou muito "urante a sessão voltan"o sempre ao tema "e ue não cui"ara "o #ilo por muitos anos. A psic:lo*a per*untou-le se ela se "ava conta "c Oue na ver"a"e não a3an"onara o #ilo mas procurara #azer o melor por ele "ei9an"o-o com a av: enuanto tra3alava para po"er enviar "ineiro para sustent/-lo. >ostrou-le tam3%m! ue assim ue tivera con"ições camara-o para morar com ela. >uito espanta"a! >arta "isse ue nunca pensara nisso! ue sempre se vira como urna p%ssima mãe porue seu pai a recriminava por ter se separa"o "o mari"o e ter "ei9a"o o #ilo para ir tra3alar na ci"a"e *ran"e. A partir "a' ela começou a relatar os seus sucessosH os m:veis ue conse*uira comprar! as coisas ue pa*ava para o #ilo e os elo*ios ue rece3ia como #uncion/ria "e limpeza "e uma #irma. Yisivelmente alivia"a! a*ra"eceu muito e 2/ com uma postura "i#erente "espe"iu-se mas pe"iu para retornar na pr:9ima semana. 4o encontro se*uinte contou ue al*uma coisa avia mu"a"o no seu relacionamento com o #ilo. isse ue eles aviam conversa"o v/rias vezes e ue o menino "eitara a ca3eça no seu colo para ver televisão. Galou ue não estava com raiva "o pai! porue ele era um omem "o sertão e não po"ia enten"er ue uma muler lar*asse o mari"o! mas ue não se impressionava mais com o ue ouvira "ele. isse tam3%m ue estava ven"o as coisas "e outro mo"o e ue “ia "ar uni! tempo para verse precisava mesmo "e aten"imento psicol:*ico. nuanto isso procuraria mu"ar sua atitu"e com 1J,
o #ilo! mostrar o uanto *ostava "ele! esperan"o ue ele tam3%m mu"asse. Se precisasse! voltaria. A psic:lo*a ale*rouse com ela pelo ue "a estava sentin"o! apoiou-a na sua "ecisão e colocou-se $ "isposição caso ela uisesse voltar. Wustavo veio pe"ir aten"imento para sua muler! Luciana. isse ue ela so#rera um AYF e ue "epois "isto não conversava com ele! não le "ava atenção e pouco cui"ava "a casa. 4a sua opinião ela precisava a3rir-se com al*u%m e por isso ueria ue #osse aten"i"a por um psic:lo*o. 4o "ecorrer "a sessão ele e o terapeuta vão se "an"o conta "e ue Wustavo % ue precisa #alar! ue est/ se sentin"o muito s: e ue na ver"a"e nunca teve muito "i/lo*o com a muler. Ao #inal "o encontro Wustavo pe"e aten"imento psicoter/pico para si! in"ican"o ue #ora capaz "e con#rontar-se com a ver"a"eira "eman"a aproprian"o-se "e al*umas "e suas "i#icul"a"es. an"o se #az necess/rio o encaminamento para uma outra instituição este "eve ser cerca"o "e cui"a"os trans#orman"o-se em um processo ue camo "e encaminamento respons/vel. Foncor"o com Bartz (1J) uan"o "iz ue encaminar “% colocar o cliente em aten"imento ou ativi"a"es a"eua"as ue possam promover o "esenvolvimento! solucionar ou amenizar seus pro3lemas ou "i#icul"a"es! o ue “"i#ere "a conotação ue o3teve nos meios p&3licos institucionais! on"e si*ni#ica ser sucessivamente
Oualuer atuação em instituição volta"a para a comuni"a"e mais carente mant%m-se em "ois patamares um pra*m/tico e o outro volta"o para os aspectos psicol:*icos mas esta "upla escuta % um "os aspectos ue mais "i#erencia a ativi"a"e "e “intervenções 3reves "as psicoterapias. ?/ circunstncias em ue se po"e propor tra3alar 2unto como cliente al*uma uestão ue se mostre mais emer*ente. 4esta situação o mais pro"utivo % uma atitu"e ativa e participante visto ue poucos encontros serão propostos (*eralmente entre "ois e seis). 4este caso % necess/rio emprestar "as psicoterapias 3reves a noção "e “foco” para ele*er um entre as possi3ili"a"es "e temas ue o cliente traz. 4a orientação #enomenol:*ica a eleição "o #oco resulta "o "esenvolvimento "o
"i/lo*o e "a interação com o cliente! ue se esta3elece a partir "o campo relacional. Apro9imase "o ue Willi%ron (1D) cama "e “a #ocalização pelo paciente ( p. +6). Isto %! a uestão "o #oco não % toma"a como tema porue se vai constituin"o no campo terapêutico e ali mesmo estar/ vi*oran"o mas po"e ser enten"i"o como a ip:tese “priva"a (Wii%ron! 1D) ue o psic:lo*o vai #azen"o a respeito "o ue o cliente traz e ue! "e al*um mo"o! est/ presente na sua escuta "e mo"o não tematiza"o. @ papel "o psic:lo*o % o "e e9plicitar o ue se anuncia no "iscurso "o cliente mas est/ oculto! mostran"o uais são os pressupostos "as suas vivências! "iri*in"o a atenção "ele para a #unção e si*ni#icação "os sintomas ou "a pro3lem/tica ue apresenta. @s clientes ten"em a colocar em cena o con#lito ue os trou9e $ consulta! mesmo ue mascara"o so3 outrotema. @ con#lito atual! na concepção #enomenol:*icoe9istencial! re#lete o campo "e possi3ili"a"es ue a pessoa veio constituin"o no "ecorrer "a sua vi"a! Isto %! na atuali"a"e 1JE
"o con#lito estarão implica"os seu passa"o e as possi3ili"a"es ue antevê como futuras.
Ao t%rmino "e ca"a sessão! % necess/rio #azer uma s#ntese "a compreensão "o ue ocorreu nauele encontro. Tetomar o ue #oi "ito (pelo cliente e pelo psic:lo*o)! ue senti"o teve o ue #oi "ito e ue caminos se a3rem a partir "ali! @ psicoterapeuta "eve entre*ar ou "evolver ao cliente o ue % "ele=E! procuran"o consoli"ar o ue #oi vivi"o "urante o aten"imento! isto %! espera-se ue o cliente reviva as e9periências ue ocorreram "urante auele encontro. Gecar o aten"imento "esta maneira permite ue "e se i"enti#iue com um processo completo com in'cio! meio um #im claramente "elimita"o! a partir "o ual o cliente "ever/ tomar "ecisões so3re o encaminamento #uturo. @u se2a! o psic:lo*o participa ativamente "urante as consultas mas "eve "ei9ar claro ao #inal ue apenas e tão- somente o cliente po"er/ "eci"ir o rumo a "ar a sua vi"a! por%m! sempre "ei9an"o a3erta a possi3ili"a"e "e ue ele volte a procur/-lo se assim o uiser. @ movimento "e ter i"o 3uscar a2u"a e "e encontrar-se na situação inusita"a "e revelar-se a um "esconeci"o! intro"uz uma estranl-teza no coti"iano "o cliente ue le "/ a oportuni"a"e "e ouvira s^ mesmo! po"en"o lev/-lo a perce3er-se "e #orma "i#erente. Fonsi"eran"o a ocasião em ue o cliente vem para o aten"imento como um momento em ue! "e al*um mo"o se sente limita"o em suas possi3ili"a"es (pois não conse*ue superar suas "i#icul"a"es)! as IB po"em constituir-se em uma oportuni"a"e para ue perce3a ue o campo no ual circunscreveu sua vi"a não % &nico nem "e#initivo. A percepção "e ue as imposições "o coti"iano não são necess/rias mas contin*entes po"e proporcionar a li3eraçã" "e certas amarras constituin"o-se em urna a3ertura para o novo! As “intervenções 3reves! se não levarem o cliente ao "esenvolvimento po"em mostrar-le al*uns "os seus potenciais para ue "eles se aproprie e! uem sa3e!
passe a cultiv/-los para vê-los "esa3rocar! 1JJ
Referências Bibliográficas
A>A__I >. >. - 0sicolo*ia na comuni"a"eH uma e9periência. Fampinas! Al'nea! 1E. A4F@4A-L@08_! > - @s cen/rios ue se apresentam ao psic:lo*o o2e em dia, 0alestra apresenta"a no II 8ncontro 4acional "e Supervisores "e 8st/*io em 0sicolo*ia. 4ISI4@S! São Leopol"o! TS! E a 16 "e outu3ro "e 1D! (apostila) p. A4F@4A-L@08_! >. - Intro"uzin"o o psico"ia*n`stico *rupal intervent2voH urna 2st:r2a "e ne*ociações. InH A4F@4A-L@08_! >. 8". 0sico"ia*n:sticoH processo "e intervenção. São 0aulo! Fortez! 1;! p. E;-11,. A4F@4A-L@08_! S. - A porta "e entra"aH "a entrevista "e tria*em $ consulta psicot:*ica. São 0aulo! 1E! 17+ p. ese (outora"o) 0Fs0. BAT_! ;. - 0lantio psicn1:*ico aten"imento criativo $ "eman"a "e emer*ência. 1J (no prelo)! apostila - l;p. BATO8 ?@LA4A! A. - icion/rio "a l'n*ua portu*uesa. São 0aulo! 4ova Gronteira! 17J FAI4! .. - e clients sole in "ia*nosisH tree approaces. 0ersoncentere" revieU! v. ,! n.+! p. 1J1-1;+! 17. FA>0@S! A. InH 08SS@A! 8. - Gicções "o interl&"ioN0oesias "e lvaro "e Fampos. InH @3ra 0o%tica. Tio "e aneiro! 4ova A*uilar! 1+! p. 1;-,D6. FATYAL?@ "a SILYA! T. - A #ormação em psicolo*ia para o tra3alo na sa&"e pu3lica. lnH FA>0@S! G. F. 7. 0sicolo*ia e sa&"e. São 0aulo! #lucitec! 1+! p.+;,6. F@8L?@ GIL?@! . W. - 0rocesso e aliança terapêutica "e pacientes 3o"e!Iine em psicoterapia 3e=ve psico"inrnica. Fampinas 1;! 1++p issertação (>estra"o). 0FFA>0. F@TT8A! L. F. F. - Wrupo "e orienta#lo a paisH um estu"o #enonienol:*ico-e9istencial. Fampinas 1E! 1JE p. issertação (>estra"o). 0FFA>0. F@SA!. G. - ?ist:ria "a 0siuiatria no BrasilH uma corte i"eol:*ico. Tio "e aneiro! benon! 17. F08TI4@! F. >. B. - @ res*ate "o mar*inalH ativi"a"es impertinentes para psicol:*os em #oroiaço. São 0aulo! 1;! +; p. ese (outora"o) GFS0. ATIF8S! A. - @ ue % a #enomenolo*ia São 0au2o! 8". >oraes! 1+ GIW8IT8@! L. F. - eorias e pr/ticas na psicologia cl'nicaH um es#orço "e interpretação. InK GIF8IT8@! FF. 8". a epistemolo*ia $ %tica
"as pr/ticas e "iscursos psicol:*icos. Tio "e aneiro! YozesH 1;! p. 7;-J GISF?8T! F. - 0ara"i*m can*es Uic allov sarin* o# results. 0ro#essional 0sZcolo*Z! v. ,! n. D! p. DE,-DE! 1J+. 178
FILLIXT@4! 8. - Intro"ução $s psicoterapias 3reves. ra". "e >aira Girer anis São 0aulo! >artins Gontes! 1D. WILLIXT@4! 8. - Is premier entretien en psZcot%rapie. ra". "e >aira #irer anis! 0aris! l2uno"! 1,. W__@! T.S.L. - 0re#/cio. InH A>A__I >. >. 8". 0sicolo*ia na comuni"a"eH uma e9periência. Fampinas! Alinea! 1E! p. J-7. R4@B8L! >. - 0sicoterapia 3reve! São 0aulo! 80! 17E. LATTABT8! 7. A. L. - Wrupos "e espera. InH >AF8@! T. >. 8".! 0sicolo*ia e instituiçãoH novas #ormas "e aten"imento. São 0aulo! Fortez! 17E! pED- 7;. >A?G@! >. - A vivência "e um "esa#ioH plantão psicol:*ico. InH T@_8>B8TW! T. L. 8". Aconselamento psicol:*ico centra"o na pessoa. São 0aulo! 8.0..! 17J! p. J;-7D. >AA! ;.- A Fl'nica em Instituição. ornal "o FT0)6E! 17! p. ;. >8TL8A-0@45! >. - Genomenolo*ia "a percepção. Tio "e aneiro! Greitas Bastos! 1J1. >@GGA! A. - erapia "e criseH teoria temporal "o psiuismo. São 0aulo! Fortez! 17+. >@4AF?8SI! 5. - Te#le9ões so3re o uso "o psico"ia*n:stico em instituições. InH A4F@4A-L@08_! >. 8i 0sico"ia*n:stico processo "e intervenção. São 0aulo! Fortez! 1;! p. 1E-+6 >@TA@!?. .0.- A3or"a*em centra"a na pessoaH teoria ou atitu"e na relação "e a2u"a InH T@_84B8TW! T. L. c". Aconselamento psicol:*ico centra"o na pessoa. São 0aulo! 8.0..! 17J! p. +, - ,,. 08SS@A! G. 4ovas poesias 2%"itas inH @BTA 0@XIFA! Tio "e aneiro! 4ova A*uiar! 1+! p. EE-J+,. 088T! . - 0r%mier entretien et construction "e la ipotse psZco"irrnmiue. Arcives suisses "e neurolo*ie et psZciatrie. v. 1,D! n.;! p. +;;-+E,! 1+. T@FAdSRI! AS. Furrent status o# 3rie# psZcoterapZ. Builetin o# te >ennin*erFlinic. (17+)! v!,En. ,!p. DD1-D;1. InH 5@S?IA! 8! >.0. 0sicoterapias psico"inãmicas 3reves e crit%rios psico"ia*n:sticos. São 0aulo! 80! +6. SATA>AW@! . - 8nsaio so3re a ce*ueira. São 0aulo! Fia. "as Letras! 1E. SF?>I! >IS. - Aconselamento psicol:*icoH notas intro"ut:rias. InH T@S8>B8TW! T. L 8". Aconselamento psicol:*ico centra"o na pessoa! São
0aulo! 80! 17J. p.l,-+D. SI>@4! T. - 0sicolo*ia cl'nica preventivaH novos #un"amentos. 80! São 0aulo! 80! 17. S0@8TL! @?. - A3stractH Sin*le-session psZcoterapZ. iseases o# te nervous sZstem. (17;) v. DE p. +7+-+7;. InH 088T! . 8". 0remier entretien et construction "e l=Zpotse psZco"inamiue! Arcive Suisses "e 4eurolo*ie et L=sZciatrie. v. 1,D! n!;! p. +;;-+E,! 1+. 1J
SIL8S! d. B. - A #ever mo"cl o# "iclosure. lnH 8L8TWA! Y. . B8TW! . ?. 8"s. Sel# "i"nse. eorZ! resec a!" terpZ. 4eU 5orV! 0lenum 0res! 17J. p. +;J-+JJ. 58?IA! F.5. - 0sico"ia*n:stico #enomenol:*ico e9istencialH espaço "e pa#tVipaçao e m"ça. So 0aulo! 1,. Dl6p! ese (outora"o) rcs0 58?IA G.Y. - Te#ormulação "o papel "o psic:lo*o nopsico"ia*n:tico #enomenol:*ico-e9istencial e sua repercussão so3re os pais. InH A4F@4A-L@08_! >. Ed. Psicodignótio rocesso de intevenço. São 0aulo! Fortez! 1;! p. 11;-1D,. 5@S?IA! 8. >. 0. - 0ioterapi pio"in!ica 3reves e crit%rios psio"ia*nEstVo. São 0uIo! 80! 16!
