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ANÁLISE DAS GARRAFADAS INDICADAS PELOS RAIZEIROS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE –PB. 1
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Vanderléia Dos Santos Dantas ; Ivan Coelho Dantas ; Thiago Pereira Chaves ; Delcio de Castro 4 5 6 Felismino ; Humberto Silva , Govinda Deva dos Santos Dantas .
RESUMO
Existe um grande número de espécies vegetais em todo o mundo usadas desde tempos préhistóricos na medicina popular dos diversos povos. Hoje, as suas propriedades são estudadas nos laboratórios das empresas farmacêuticas, a fim de isolar as substâncias que lhes conferem propriedades medicinais e assim, produzir novos fármacos. Com base no exposto, realizou-se um estudo com o objetivo de analisar a indicação terapêutica pelos raizeiros que comercializam plantas e garrafadas nas feiras e mercados na cidade de Campina Grande – PB, confrontando o conhecimento popular com o conhecimento científico através da comprovação dos princípios ativos das referidas plantas. Adotaram-se os métodos de procedimento descritivo e o correlacional, sendo identificados 10 raizeiros, catalogadas 40 tipos de garrafadas e citadas 79 espécies de plantas utilizadas no preparo destas. Concluiu-se que o solvente mais utilizado é o vinho-branco, que a casca é a parte da planta mais utilizada na confecção das garrafadas e que entre as garrafadas, as mais indicadas é para inflamação da próstata, seguida de garrafada para inflamação do útero; Unitermos: raizeiros, plantas medicinais, garrafadas e princípios ativos. ANALYSIS OF BOTTLES INDICATED BY RAIZEIROS IN CAMPINA GRANDE CITY - PARAÍBA ABSTRACT There is a large number of plant species around the world, used since pre-historic times in popular medicine of different peoples. Nowadays, those properties are studied in laboratories of pharmaceutical companies in order to isolate substances that confer medicinal properties and produce new drugs. Based on that, we realized a study which proposes to examine the therapeutic indication by rooters whose trade plants and bottles (which contains the plant and an alcohol solution) in fairs and markets in the city of Campina Grande - PB, confronting popular from scientific knowledge through the proof of principles assets of these plants. It was adopt methods of procedure and descriptive correlational. Ten rooters were identified, said 79 types of plants used in bottles and catalogued 40 types of bottles. It was concluded that the most utilized solvent is the whitewine and also that the peel is the most used part of plant to manufacturing bottles. Including these bottles the indication is to use frequently in the case of inflammation at the prostate followed by inflammation at the uterus.
Uniterms: medicinal plants and active ingredients. 1
Especialista em Meio Ambiente, UEPB/CCBS,
[email protected] [email protected];; Farmacêutico, MSc em Saúde Coletiva, UEPB, Av. das Baraúnas, 361, Campus Universitário, Bodocongó Campina Grande,
[email protected] 3 Biólogo, Prefeitura Municipal de Campina Grande,
[email protected] [email protected];; 4 Agrônomo, Dr. Genética,
[email protected] 5 Agrônomo, Dr. Em agronomia. 6 Enfermeira, Prefeitura Municipal, Jardim de Seridó-RN. 2
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INTRODUÇÃO Por falta de assistência médica a população recorre à alternativa das preparações caseiras. Essa inclusão de pessoas que procuram as plantas medicinais dá-se devido às mesmas serem adeptas da medicina natural ou pela exclusão de boa parte da população por não terem condições financeiras de procurarem assistência e tratamentos acompanhados pelo médico. O acesso aos medicamentos é um ponto importante para inclusão social, de busca da igualdade e do fortalecimento do sistema único de saúde, que desde 1988 vem sendo fortalecido e desenvolvido sobre os pilares da universalização, da integralidade, da descentralização e da participação popular, em busca da máxima constitucional: “saúde é um direito universal de todos os cidadãos brasileiros” e para isso é necessário aumentar o acesso da população aos serviços de saúde e aos insumos terapêuticos, particularmente os medicamentos. Para isso, faz-se necessária a formulação de políticas públicas que assegurem esses direitos constitucionais. Segundo Dantas (2002), há muito tempo as ervas medicinais são usadas na cura de vários problemas que afligem a humanidade. Vários cientistas, médicos e estudiosos afirmam, durante séculos, que existe a possibilidade de encontrar nas plantas remédios para todo tipo de doenças, bastando para isso descobrir as propriedades existentes nas plantas e o uso que se pode fazer delas, de acordo com a enfermidade a ser tratada. O Diário Oficial da União nº 119, do dia 23 de junho, publicou o DECRETO Nº 5.813, DE 22 DE JUNHO DE 2006, aprovando a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que estabelece entre outras diretrizes: Segundo Dantas (2002) a etnobotânica, aplicada ao estudo de plantas medicinais, como vem sendo praticada modernamente, trabalha em estreita relação com outras disciplinas, como por exemplo, a etnofarmacologia e a antropologia médica, na medida em que contextualiza o uso da plantas dentro de um “sistema” médico. O mesmo autor afirma ainda que, a Etnobotânica aparece como uma vertente interdisciplinar que compreende o estudo e a interpretação do conhecimento, definição cultural, manejo e usos tradicionais dos elementos vegetais. Os estudos etnobotânicos vão além do que pode pretender a investigação botânica, uma vez que suas metas se concentram em torno de um ponto fundamental que é a significado ou o valor cultural das plantas em determinada comunidade humana. No seio do povo é possível encontrar, atualmente, praticantes da medicina popular, que é o primeiro estágio para o desenvolvimento da fitoterapia. Entre os praticantes estão os raizeiros que, segundo Nogueira (2005), é aquele que lida especificamente com ervas medicinais, sabendo como prepará-las e usá-las para curar doenças diversas. Entre os medicamentos preparados pelos raizeiros estão as garrafadas, que são definidas por Camargo (1985) como sendo uma combinação de plantas medicinais, cujo solvente utilizado é geralmente aguardente ou vinho branco e raramente água, onde podem ser também acrescentados elementos de origem animal ou mineral. As garrafadas são bebidas medicamentosas que tem como Solventes bebidas alcoólicas, onde se adiciona vários tipos de plantas medicinais. Essas medicamentosa caseira tendo como Solvente vinho ou cachaça, água, mel ou “água Rabelo”, e partes de vegetais, cascas, frutos, folhas, raízes ou flores, secas ou verdes, os quais ficam em maceração de três a vários dias. Os raizeiros têm por prática enterrar a mistura. A união do conhecimento científico no universo popular, faz com que estes saberes unidos, se completem. Segundo Nogueira (2005), são inúmeras as variedades de ervas medicinais utilizadas nas garrafadas, cujo número varia de duas até dezenove espécies diferentes e de outros complementos. As garrafadas são soluções constituidas basicamente por dois componentes distintos, o solvente e os solutos. Os raizeiros usam como solvente o vinho, cachaça, vinho-branco, água, que são os Solventes utilizados para a confecção das garrafadas.
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Esse artigo tem como objetivo estudar os tipos de garrafadas indicadas e comercializadas pelos raizeiros de Campina Grande-PB e suas utilizações; relacionar os tipos de plantas e veículos utilizados pelos raizeiro para cada tipo de garrafada e reconhecer as plantas utilizadas nas garrafadas por nome cientifico. MATERIAL E MÉTODOS Delimitação geográfica, temporal, sujeitos e objetos da pesquisa O trabalho desenvolveu-se na cidade de Campina Grande, onde a pesquisa de campo foi realizada in loco, entre os raizeiros localizados na Arca Titão, Arca da Catedral, feira central, feira da liberdade e Mercado da Prata, totalizando 10 raizeiros. Métodos de procedimento Nesse estudo adotou-se como método de procedimentos o descritivo e o correlacional. O método descritivo foi utilizado quando do estudo das garrafadas junto aos raizeiros, através da aplicação de questionário, dos tipos de garrafadas, Solventes utilizados e do levantamento e classificação das plantas medicinais. O método correlacional foi adotado quando foram estabelecidas as comparações entre o uso popular e o conhecimento científico. Coleta e caracterização da amostra A coleta dos dados deste estudo foi realizada nos locais onde os raizeiros comercializam as plantas medicinais, e a amostra objeto deste estudo compreendem 40 garrafadas. Inicalmente, e após manifestação do livre consentimento pelos entrevistados, utilizou-se ficha de orientação ao cadastramento bibliográfico para reconhecimento do uso popular e científico das plantas medicinais utilizadas nas garrafadas indicadas e comercializadas pelos raizeiros. Na segunda fase, também se utilizou ficha para constatar o nome popular e nome científico das plantas medicinais comercializadas, bem como, os princípios ativos e uso comprovado dos mesmos, consultou-se bibliografia especializada nas respectivas áreas do conhecimento correlato. RESULTADOS Plantas medicinais utilizadas pelos raizeiros na confecção de garrafadas. Quando questionados sobre quais as plantas medicinais que utilizam em garrafadas, Tabela 01 os 10 ervatários citaram 79 plantas. Dos 79 vegetais citados pelos raizeiros, houve maior incidência da aroeira, com 20 %, seguida da quixabeira com 13,9 % e a catuaba com 12,7% do número de citações. TABELA 01. Distribuição por nome popular, nome científico, freqüência e porcentagem dos vegetais citados pelos raizeiros. NOME POPULAR NOME CIENTIFICO F 1 PORCENTAGEM Agave americana L. Agave 1 0,4 Rosmarinus officinalis L. Alecrim 1 0,4 Ameixa 8 3 Ximenia americana L Angico 3 1,1 Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Myracrodruom urundeuva Fr. All Aroeira 16 5,9 Ruta graveolens L Arruda 1 0,4 Babatenô 14 5,2 Stryphnodendron coriaceum Benth Babosa 8 3 Aloe vera L Barriguda 2 0,8 Ceiba glaziovii (Kuntze) K.Schum Operculina macrocarpa Horgan Batata-de-purga 1 0,4
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Bom-nome Cabacinha Cavalinha Cabeça-de-nego Cajueiro-roxo capitaozinho Cardeiro Cardo-santo carrapicho Carua catingueira Catuaba Cedro Coco-catole Copaíba Cravo-da-india Cumaru Cuminho Dente-de-leao espinheirasanta Eucalipto Favela
Maytenus rigida Mart Luffa operculata Cogn Equisetum hiemale L Cayaponia tayuya Cong. Anacardium occidentale L Gomphrena demissa Mart Cereus jamacaru DC Argemone mexicana L Não identificado Pseudananas sagenarium Camarg. Caesalpinia pyramidalis Tul Anemopaegma mirandum DC Cedrela fissilis Vell. Syagrus cearensis Noblick Copaiba cearensis Hub Syzygium aromaticum (L) Merril et Perry Amburana cearensis (Fr. All.) A. Smith Cuminum cyminum L. Taxaracum officinale Weber. Maytenus ilicifolia Mart. ex. Reiss.f. Eucalyptus citriodora Hook. Cnidosculus phyllacanthus (Mart.) Pax.
Hoff. Fedegoso Gengibre Gergilim Gogoia Guaraná Imbaúba ipepaconha Ipê-roxo Jatobá Juca Jurema Junco Jurubeba-roxa Jurubeba-branca Losna Macaiba Macela Malva-rosa Mão-fechada Marapuama Mastruz Mororo Mustarda Mutamba
Heliotropium indicum L Zingiber officinalis Rosc. Sesamum orientale L Solanum aculeatissimum Jacq Paullinia cupana H.B.K Cecropia palmata Willd Hybanthus ipecacuanha (L) Oken Tabebuia avellanedae Lor. Ex. Griseb. Hymenaea Courbaril L Caesalpinia ferrea Mart. Ex Tul Mimosa acutistipula Benth Cyperus esculentus L Solanum albidum Dum Solanum panniculatum L Artemisia absinthium L Acrocomia aculeata Lodd Egletes viscosa Cass Pelargonium graveolens Art. Selaginella convoluta Spring Ptychopetalum olacoides Benth Chenopodium ambrosioides L. Bauhinia cheilanta Steud Brassica integrifólia G. E. Schulz Guazuma ulmifolia Lam
&
5 2 1 5 9 7 2 1 1 1 1 10 1 8 2 1 6 1 2 2 2
1,8 0,8 0,4 1,8 3,4 2,6 0,8 0,4 0,4 0,4 0,4 3,7 0,4 3 0,8 0,4 2,2 0,4 0,4 0,8 0,8
9
3,4
2 1 5 1 3 2 2 9 8 6 2 2 1 2 1 1 1 1 3 2 1 5 1 1
0,8 0,4 1,8 0,4 1,1 0,8 0,8 3,4 3 2,2 0,8 0,8 0,4 0,8 0,4 0,4 0,4 0,4 1,1 0,8 0,4 1,8 0,4 0,4
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Nó-de-cachorro Oiticica Parreira(japecanga) pegapingo Pereiro Quebra-pedra quinaquina Quixabeira
Heteropteris aphrodisiaca O. Mach Licania rigida Benth Smilax Japicanga Griseb Boerhaavia diffusa L Aspidosperma pirifolium Mart Phyllanthus niruri L Coutarea hexandra (Jack) Schum Sideroxylon obtusifolium (Roem. &
Schult.)
T. D. Penn. Romã Sabugueiro Saião Sena Sucupira Tambor Tipi Ubiratam Unha-de-gato
Punica Granatum L Sambucus australis Cham & Schlecht Bryophyllum calycinum Salisb Cássia angustifolia Vahl Bowdichia Virgilioides H.B.K. Enterolobium contortisiliquum (Vell) Morong Petiveria alliacea L. Bombax coriaceum Mart Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. &
Schult.); DC. Urinana Urtiga-branca Uxi-amarelo Velame-branco
Zornia diphylla Pers Cnidosculus urens L Endopleura uchi (Huber) Cuatrec Croton campestris ST.Hill.
1 2 1 5 1 4 3
0,4 0,8 1,8 1,8 0,4 1,4 1,1
11
4,1
5 1 2 1 5
1,8 0,4 0,8 0,4 1,8
1
0,4
1 3
0,4 1,1
4
1,4
5 6 2 2 Citações 267
1,8 2,2 0,8 0,8 100,0%
1. F = Freqüência de vezes que a planta foi citada entre os raizeiros
SOLVENTE: Quanto aos Solventes utilizados nas garrafadas observa na Figura 1, que foram citados 7 tipos diferentes, sendo 56% citações para vinho (chavante), 16% citações para cachaça, 14% citações para mel, e os menos citados foram água rabelo e Wisky com 2% cada. 5%
2%
5%
2%
16%
Água água Rabelo Cachaça Mel Vinho branco 14% Vinho de mesa
56% Wisky
FIGURA 01 Distribuição percentual dos Solventes usados nas garrafadas
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GARRAFADAS Foram catalogados 40 tipos de garrafadas de acordo com os dez raizeiros entrevistados, com indicações variadas com se ver a seguir. Os dados exibem que 16 % das pessoas procuram as garrafadas para combater inflamação da próstata, 10,4% especificamente para inflamaçao do útero, 9 % para cisto no ovário e para problema específico da uretra, 7,5 % para problema de inflamaçao urinária e para “pegar menino”. como mostra a tabela que segue: TABELA 02 – Valores de freqüência e porcentagem dos tipos de garrafadas por enfermidades citadas pelos raizeiros. INDICAÇÕES FREQUÊNCIA PORCENTAGEM Abortiva 4 6 Antiinflamatória 3 4,5 Câncer 2 3 Cistos no ovário 6 9 Corrimento vaginal 2 3 Diarréia 1 1,5 Dores musculares 1 1,5 Energética 3 4,5 Inflamação no útero 7 10,4 Furúnculos 1 1,5 Gastrite 2 3 Impotência sexual 3 4,5 Inflamação da próstata 11 16,4 Inflamação urinária 5 7,5 Para pegar menino (engravidar) 5 7,5 Inflamação na uretra 4 6 Problema de coluna 1 1,5 Problemas no pulmão 1 1,5 Reumatismo 2 3 Inflamação nos Rins 2 3 Sangue grosso 1 1,5 Total 100% Em relação as partes da planta utilizada em garrafadas,Tabela 03, observa-se a casca representa 48,7%, sendo a parte da planta mais utilizada pelos raizeiros, seguido da raiz com 18,5% e sendo o capítulo (0,3%) como a parte da planta menos utilizada. TABELA 03: Valores de freqüência e porcentagem das partes da planta utilizada em garrafadas. FREQÜÊNCIA PORCENTAGEM Bulbo 2 0,7 Capitulo 1 0,3 Casca 134 48,7 Folha 41 15 Casca-do-fruto 5 2 Flor 2 0,7 Semente 20 7,2 Raiz 51 18,5
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Toda-planta Fruto Óleo Caule
7 7 2 3
2,6 2,6 0,7 1
CONCLUSÃO Na análise das garrafadas utilizadas e comercializadas como medicinais nas cidade de Campina Grande –PB, conclui-se que: O Solvente mais utilizado é o vinho-branco; A casca é a parte da planta mais utilizada na confecção das garrafadas; Que entre as garrafadas, as mais indicadas é para inflamação da próstata, seguida de garrafada para inflamação do útero; • • •
REFERÊNCIAS Bandeira, M.A, et.al. (2000). A. Identificação de Chalconas Diméricas nos rotos e Renovos de Aroeira-do-sertão, (Myracrodruom urundeuva Allemão) . In: Simpósio de plantas medicinais do brasil, 16., 2000, Recife, Anais... Recife: UFPE. BRASIL. DECRETO Nº 5.813, DE 22 DE JUNHO DE 2006. Disponível na Internet em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5813.htm. acesso em agosto 2006.
Camargo, M.T.L. de A. (1985). Medicina popular. São Paulo: ALMED. Dantas, I.C. (2002). O raizeiro e suas raízes : um novo olhar sobre o saber popular. Campina Grande. 134 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Centro de Pós-Graduação, Universidade Estadual da Paraíba. Nogueira, A.J. (2005). Medicina Popular . Rio de Janeiro: Prefeitura Municipal.