2
1.o Trimestre de 2013
peouenosfrutos
Maracujá Roxo Proteção de pomares – uma inevitabilidade A framboesa Kweli afirma-se no Sudoeste Alentejano
José Carvalho e o sonho de criar uma exploração de morangos
. e t n e m a d a r a p e s o d i d n e v r e s e d o p o ã n e , 3 1 0 2 e d e r t s e m i r t o . 1 o d , 6 o . n c e t o r g A a d e t n a r g e t n i e t r a p z a f o t n e m e l p u s e t s E
editorial | índice | ficha técnica
«Com décadas de atraso
sente-se, cada vez mais, a necessidade deste tipo de organização. Fica lançada a semente.»
Fica lançada a semente
O
extraordinário crescimento crescimento da área cultivada com pequenos frutos tem feito erguer várias vozes que clamam a necessidade de se criarem associações e organizações de produtores. Porém, por cada um que defende o associativismo surge outro que lembra o triste histórico de tantas associações e cooperativas de agricultores que não conseguiram atingir os objetivos propostos, e quantas vezes foram de má memória. Contudo, o setor dos pequenos frutos tem sido um exemplo que, salvo exceções, conseguiu fugir à regra, havendo diversas associações e organizações de produtores, nomeadamente na região Sul de Portugal, que têm conseguido criar sinergias entre os seus sócios e alcançar Perante um universo de pequenos e médios produtores, bastante dispersos, numa situação de quase completa falta de recursos humanos realmente preparados, parece-nos parece-nos que a união de produtores e a partilha de meios de produção, por exemplo ao nível da logística, é algo que se torna evidente. Mas mais evidente ainda, e sobretudo urgente, é a investigação. Num momento em que, ressalvando os esforços relativamente isolados realizados em Odemira e em Viseu, na investigação de variedades e práticas culturais em pequenos frutos, não se pode já, como no passado, esperar que o Estado Estado desempenhe este papel, caberá às corporações desempenhá-lo. Em Espanha, principalmente na região de Almeria, encontramos os agricultores unidos em torno de institutos cooperativos de investigação, que têm como missão estudar e recomendar práticas e tecnologias agronómicas, assim como, também, a investigação na inovação, com o desenvolviment desenvolvimentoo de produtos e variedades, inclusivamente com o registo de variedades registadas e patentes. Com décadas de atraso sente-se, cada vez mais, a necessidade deste tipo de organização. Fica lançada a semente.
1
EDITORIAL ENTREVISTA
2
José Carvalho e o sonho de criar uma exploração de morangos
PRODUÇÃO 5 6 8 10 12
Herbicidas na produção de Pequenos Frutos O mirtilo Proteção de pomares – uma inevitabilid inevitabilidade ade Maracujá Roxo Influência das condições climáticas na instalação de um pomar de mirtilos
14
Zuilen & Costa querem fruta portuguesa para colocar no mercado europeu
16
First Fruits consagra-se na produção de framboesa e diz «sim» à continuidade
18
Projar,, especialista em substrato para viveiros Projar «Ouvir, assessorar e solucionar»
MERCADOS 20
Mercados de Pequenos Frutos Cotações produtores
EVENTOS 21 22 24 26
Grandes ideias para pequenos frutos
27
ATUALIDADES
Estação Agrária de Viseu ensina a cultivar cultivar mirtilo Tecnologia de produção de Framboesa e Amora e Pós-colheita Aprendizagens em torno do Mirtilo
SIGA-NOS NO FACEBOOK!
BERNARDO SABUGOSA PORTAL MADEIRA DIRETOR | Doutorado em Ciências Agrárias
www.facebook.com/AgrotecRevista
Diretor
Gestão de Tecnologias de Informação
Proprietário e editor
INPI
Bernardo Sabugosa Portal Madeira
[email protected]
Jorge Pissarra
[email protected]
Registo n.º 502988
Diretor Executivo
Design
António Malheiro
[email protected]
Luciano Carvalho
[email protected]
Publindústria, Lda. Empresa Jornalística Registo n.º 213163 NIPC: 501777288 Praça da Corujeira, 38, 4300-144 Porto, PORTUGAL Tel. +351 225 899 620 . Fax +351 225 899 629
[email protected] www.publindustria.pt
Redação
Assinaturas
Daniel Faiões
[email protected] Tel. +351 225 899 620
Tel. +351 220 104 872
[email protected] www.engebook.com
Comercial e Marketing
Colaboraram neste número
Helder Marques
[email protected] Tel. +351 225 899 627
Catarina Castro Abreu, Clara Vasconcelos, Margarida Matos, Marta Marques, Pedro Sampaio, Sandra Velho,
Foto da Capa Sede da Redação
Daniel Faiões
Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38, 4300-144 Porto, PORTUGAL Tel. +351 225 899 620 . Fax +351 225 899 629
Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores
Impressão e Acabamento
Avda. de San Xoán, 32 - 36995 POIO (Pontevedra)
Este suplemento faz parte integrante da Agrotec n.o 6, do 1.o trimestre de 2013, e não pode ser vendido separadamente
peouenosfrutos
1
entrevista
«Ter 200 mil plantas por hectare em vez de 60 mil é uma diferença muito grande» POR: DANIEL FAIÕES
PF: Quando arrancou o projeto? JC: Nasceu em outubro de 2008, mas só começámos as obras em 2011, que terminaram em outubro do mesmo ano. PF: De que tinha mais receio nessa altura? JC: O facto de não termos nenhuma sensibilidade para o mercado agrícola poderia ter sido um entrave. No entanto, à medida que nos fomos introduzindo, fomos conhecendo e precavendo para certas situações. De qualquer das formas, o maior receio era entrar num mercado que nunca tínhamos explorado.
José Carvalho é um jovem de 31 anos, formado em Gestão de Marketing, que em 2008 teve o sonho de criar uma exploração de morangos, a Hortivolátil. Para isso, arregaçou mangas, informou-se sobre o setor e ergueu um complexo de estufas em sistema de hidroponia suspensa que lhe valeu o prémio internacional de melhor jovem agricultor europeu. Neste momento, a ambição passa por produzir cerca de 150 toneladas daquele fruto por ano. A revista Agrotec procurou-o, em Mouquim, Vila Nova de Famalicão, no sentido de compreender o que o conduziu à conquista do prémio ao qual concorreram inúmeros projetos europeus.
PF: Já tinham, nessa fase, alguma ideia de como iam escoar o produto, o preço a que iam vendê-lo, etc.? JC: Começámos precisamente por aí. Fizemos um estudo de ciais clientes e, nessa fase, entrámos logo em contacto com as grandes superfícies, uma vez que produção. Fizemos o contrato de fornecimento e arrancámos.
Pequenos Frutos (PF): Quais são as origens do seu interesse pela agricultura? Houve alguma influência familiar? José Carvalho (JC): Não há tradição familiar. Foi em conversa com o meu pai que surgiu a ideia de montar umas estufas. Aí começou uma investigação sobre o que plantar e, mais tarde, sobre técnicas de produção, já que não tinha qualquer conhecimento sobre esta área.
PF: Qual a área cultivada e o investimento efetuado? JC: Esta exploração representa um hectare e teve um investimento de cerca de 500 mil euros, sendo 46% suportado pelo PRODER - Programa de Desenvolvimento Rural do Continente.
PF: Foi uma aposta ou uma alternativa de emprego nos tempos de crise que hoje se vivem? JC: Um pouco dos dois. Para fugir ao mercado de emprego, que está completamente parado hoje em dia, e foi uma aposta, sem dúvida. Decidimos investir e atirarmo-nos de cabeça para este projeto.
PF: Os terrenos foram mais um encargo ou eram propriedade da família? JC: As terras já estavam na família.
2
peouenosfrutos
PF: O que o levou a apostar na cultura do morango? JC: Fizemos um estudo sobre os produtos que poderiam ter interesse cultivar nesta zona de Famalicão. Nunca quisemos entrar pela parte hortícola porque temos muitos amigos que produzem e conhecemos os seus problemas. Chegámos ao morango através de muita pesquisa. Soubemos que não havia produção de morango nesta zona e decidimos que seria uma boa aposta. Só mais tarde é que começámos a pesquisar sobre as formas de produção, as técnicas de produção e chegámos a esta que encontrámos em Espanha. PF: Quais as espécies de morango que produz? JC: São de várias qualidades, mas as de maior incidência são Festival, Portola e Albion.
entrevista
PF: Na fase de arranque, que tipo de acompanhamento é que teve? JC: A informação é-nos dada por engenheiros da área. Nesta zona não há quase ninguém que tenha experiência em exploração de morango. Fomos aprendendo e as pessoas que nos deram sas e foram-se informando com outras.
PF: A que se deve a preferência por estas em particular? JC: Esse foi um problema que tivemos no início. Ninguém nos abriu a porta e não sabíamos bem que variedades devíamos explorar. Fomos arriscando. À medida que íamos fazendo plantações, íamos experimentando novas variedades e acabámos por fazer boas e más apostas. Hoje em dia, já sabemos aquilo que queremos, mas foi tudo à custa da experimentação. PF: O morango criado em sistema de hidroponia ganha propriedades distintivas daquele que é produzido em solo? JC: Não há grandes diferenças. Simplesmente temos um controlo muito mais apurado daquilo que o morango leva. Não estamos dependentes do que a terra lhe dá. PF: Qual o tempo de vida de cada planta? JC: Ideialmente é de um ano. De um ano para o outro perdem alguma produtividade. O terceiro ano é muito fraco. Eu estou esperançado de chegar às 750 gramas por planta. Na planta temos sempre flor, fruto maduro e fruto a crescer. Está sempre em produção em contínuo, com a planta sempre a trabalhar.
PF: Quais foram os principais obstáculos à concretização do projeto e de que forma foram contornados? JC: O investimento é o principal obstáculo, porque é enorme. Depois, faltou muito apoio técnico. Foi muito difícil encontrar informação sobre o morango. Se houvesse alguém que nos tivesse ajudado, que estivesse por dentro, tinha sido muito mais fácil e tenho a certeza que tínhamos poupado muito dinheiro. PF: Que erros cometeu e que não tinha cometido se houvesse esse apoio técnico? JC: Principalmente na escolha das variedades. Tivemos três variedades que foram totalmente falhadas e, hoje, sabemos que é derivado ao clima. Dão-se bem em climas do sul, mas por cá não têm qualquer hipótese, porque não têm o número de horas de calor necessário à produção em pleno. Agora, já sabemos qual o apoio nutricional que devemos dar à planta. Na altura, era um bocado baseado noutras culturas.
PF: Baseou a sua exploração nalguma que tivesse conhecido? JC: Sim. A exploração que vimos em Espanha era uma espécie de «show room». Acabámos por ter de fazer muitas alterações técnicas para conseguir rentabilizar ao máximo esse modelo, usando o nosso terreno da melhor forma. Desde a inclinação das mangas de cultivo até ao número de mangas que se põe por vãos de 10 metros. PF: O que é que o seu projeto tem de verdadeiramente inovador? JC: É o facto das bandas de produção serem oscilantes, o que faz com que possamos ocupar o espaço a 100% e permite-nos colocar 200 mil plantas por hectare. Se compararmos com a cultura tradicional, que mete 60 a 65 mil por hectare, é uma diferença muito grande. PF: Foi esta a principal razão
europeia? JC: Foi por tudo: por ser hidroponia suspensa, por ser nesta região em concreto e pelo sistema utilizado.
«...há um aumento na rentabilidade dos trabalhadores, que trabalham numa posição ergonomicamente mais “simpática”. Não têm de andar curvados e isso afeta bastante a rentabilidade.»
peouenosfrutos
3
entrevista
«O facto de estarem a uma altura mínima de 1,20m permite-nos uma limpeza muito maior. Como não estão em contacto nem com o solo nem com plásticos, faz com que haja maior limpeza na produção. Como é lógico isso ajuda a diminuir o aparecimento de pragas.»
PF: Já começou a exportar a produção? JC: Ainda não, mas o interesse é precisamente esse: exportar o produto todo assim que haja mais volume de produção. Neste momento, ainda não temos essa capacidade. Os transportes estão muito caros e não vale a pena mandar pouco produto. PF: Que recomendações dá a quem inicia um projeto? O que é que precisa de ler, que explorações deve visitar? JC: Primeiro tem de ter a sorte que alguém lhe abra a porta, que é o que fazemos aqui. Facultamos os conhecimentos que temos porque também temos interesse que haja mais pessoas a explorar o morango. Também recomendo muito cuidado na aquisição de terras.
PF: Em concreto, como é que funciona o sistema de hidro ponia suspensa? JC: de uma base nutritiva que faz a nutrição das plantas. Neste caso, é um circuito fechado que faz todo um reaproveitamento da água e nutrientes que não são absorvidos pelas plantas. Há uma enorme economia tanto em água como em nutrientes. Apesar de termos de ser nós a incluir os nutrientes na água, isso permite-nos ter um controlo absoluto da nutrição da planta.
PF: Quantas pessoas trabalham aqui? JC: Nas fases mais complicadas, temos 7 pessoas que vêm para a colheita, plantação e limpeza.
PF: Como surge o enquadramento do prémio? o primeiro inverno, sentimos JC: Fizemos uma candidatura necessidade de aquecimento. É espontânea ao prémio de melhor um investimento que vamos fazer jovem agricultor em Portugal, brevemente. A iluminação tamum concurso feito pela Conbém estamos a estudar, pois isso federação dos Agricultores de permite-nos enganar a planta e Portugal (CAP). Depois, fui a aumentar o número de horas de Bruxelas representar Portugal dia, o que é bom para a produção. no Congresso Europeu de jovens agricultores, uma iniciativa dos PF: A cultura do morango é eurodeputados Nuno Melo e suscetível ao aparecimento de Esther Garcia. pragas? JC: Menos, mas também. O PF: Qual é a importância facto de estarem a uma altura de receber esta distinção mínima de 1,20m permite-nos além-fronteiras? uma limpeza muito maior. Como JC: Foi o reconhecimento e não estão em contacto nem com a visibilidade que nos proo solo nem com plásticos, faz porcionou. Estamos a tentar com que haja maior limpeza na fomentar que haja mais gente produção. Como é lógico isso empenhada neste tipo de culajuda a diminuir o aparecimento tura de morango para que nos de pragas. possamos agrupar no sentido
PF: O que é que está automatizado nesta exploração? JC: Temos tudo automatizado, desde as regas à climatização das estufas. Controlamos, cá dentro, a temperatura e a humidade e, no exterior, o vento, chuva e radiação solar. Este ano, que passámos
de exportar para o Norte da Europa. Já tivemos mais de 600 pessoas que visitaram a exploração e algumas delas querem apostar nisto.
sustentabilidade da exploração recorrendo a este método? JC: Intensidade de produção por metro quadrado. Também há um aumento na rentabilidade dos trabalhadores, que trabalham numa posição ergonomicamente mais «simpática». Não têm de andar curvados e isso afeta bastante a rentabilidade. As plantas, por estarem ao alto, têm um ganho de 2 a 3 graus em relação ao solo, o que é muito bom para elas e permite-nos fugir às geadas. PF: O sistema NGS como funciona, exatamente? JC: O sistema é espanhol, patenteado e nós descobrimo-lo em fase de estudo. Ao acreditar nele, também ajudámos a desenvolvê-lo. Tem havido uma colaboração contínua. PF: O que é que falhou em Espanha para este sistema não ter si do implementado de uma forma tão sustentada e produtiva? JC: Em Espanha, era apenas um show room sem interesse na produção. Servia mais para o mostrar a potenciais clientes. Em vez de uma manga por calha, eles usavam duas. Tinha duas armações de ferro e nós acreditámos que com uma manga conseguíamos fazer o mesmo com menos trabalho.
4
peouenosfrutos
PF: Qual a produção anual e o volume de negócio? JC: Esperamos chegar às 150 toneladas por ano.
produção
Herbicidas na produção de Pequenos Frutos POR: SANDRA VELHO
O uso de pesticidas na agricultura exige grandes até casos de incorreta aplicação de pesticidas, o que poderá pôr cuidados e respeito pelas normas e legislação estando, acima de tudo, em causa riscos para a saúde do de qualidade, publica-se a lista das substâncias ativas e marcas aplicador e do consumidor. de herbicidas cuja aplicação está autorizada à data de publicação
N
o caso da produção de pequenos frutos esses cuidados devem ser redobrados, uma vez que são produtos quase sempre consumidos frescos (não descascados) e apenas com uma ligeira lavagem, grande parte destinados ao mercado internacional e a clientes muito exigentes, sujeitando-se a produção Pequenos Frutos que há falta de informação entre produtores, e
desta revista (noutro número serão publicados outros produtos De sublinhar, no que a herbicidas diz respeito, que são muito poucas as substâncias autorizadas havendo, inclusivamente, fases de produção e produtos (como a groselha) para os quais não existe, ainda, nenhum herbicida que esteja autorizado. Porém, de referir que a homologação de outros herbicidas poderá ser obtida a requerimento de interessados e junto da Direção Geral de Alimentação e Veterinária.
Cultura
Infestantes
Marca
Dose
Substância Ativa
Condições aplicação
Morango
Monocotiledóneas
CAMPUS TOP
250 g.s.a/ha
Fluazifope-P-butilo
Deve ser aplicado em pós- emergência da cultura e das infestantes quando estas se encontram desenvolvidas. Não deve ser apli
FUSILADE MAX MONARK Monocotiledóneas
TARGA GOLD
50-150
Quizalofope-P-etilo
Após emergência das infestantes.
Monocotiledóneas e dicotiledóneas
REGLONE
300-800
Diquato
Aplicar antes da instalação da cultura ou em pós sementeira/plantação. Após plantação não atingir a cultura.
Monocotiledóneas e dicotiledóneas
ORDAGO
EC 1320-1980
Pendimetalina
tivo e antes da emergência das infestantes, em tratamento dirigido ao solo.
STOMP 33 E STOMP AQUA TRAMPLE ACTIVUS
WG 1320-1980
tivo em tratamento dirigido ao solo.
CS 1137,5-1365 L p.c./ha
ACTIVUS WG
Monocotiledóneas e dicotiledóneas anuais e vivazes
BASTA S
525-750g s.a./ha
Glufosinato de amónio
Aplicar antes da instalação da cultura
Mirtilo
Vivazes
BASTA S
900-1500 g.s.a./ha
Glufosinato de amónio
Aplicar apenas antes da instalação da cultura
Pitanga
Anuais
MONTANA
720-1440g.s.a./ha
Glifosato(sal de isopropilamónio)
1440-3600g.s.a./ha
Glifosato(sal de isopropilamónio)
720-1440g.s.a./ha
Glifosato(sal de isopropilamónio)
1440-3600g.s.a./ha)
Glifosato(sal de isopropilamónio)
Vivazes
Maracujá
Anuais
MONTANA
Vivazes
Ginja
Monocotiledóneas e dicotiledóneas anuais e vivazes
BASTA S
450-1500g.s.a./ha
Glufosinato de amónio
Monocotiledóneas e dicotiledóneas anuais e vivazes
ROUNDUP SUPRA
270-3 600 g .s .a./ha
Gl ifosato (sal de isopropilamónio)
Framboesa
TARGA GOLD
50-60g.s.a./ha
Quizalofope-P-etilo
Amora
TARGA GOLD
50-60g.s.a./ha
Quizalofope-P-etilo
Groselha
-
-
-
Nenhum
Fonte : Direção Geral Alimentação Veterinária.
peouenosfrutos
5
produção
O mirtilo POR: SOFIA DIAS Berrysmart
O mirtilo é uma espécie que está a despertar um interesse geral, desde produtores, consumidores a investigadores, face ao atrativo retorno económico e às suas propriedades nutracêuticas.
P
ortugal despertou para a baga azul, e pouco mais parece haver para além do pequeno mirtilo como recurso na atividade agrícola. A corrida às candidaturas ao Proder nos últimos dois anos para pedidos de apoio à Instalação de Jovens Agricultores na cultura dos mirtilos foi colossal e prevêem-se produções de 15.000 toneladas, caso todos os projetos sejam implementados e produzam nas condições normais da cultura. Os números apresentados poderão não ser reais, face às lacunas na recolha da informação e falta tratamento de dados por parte das entidades competentes. Pelos dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), Portugal está integrado desde o ano de 2004 nos 20 maiores produtores de
6
peouenosfrutos
mirtilo a nível mundial, ocupando o 17.o lugar numa tabela liderada pelos EUA. As produções dos últimos seis anos mostram um 2004 a apresentar 100 toneladas e 2009 com 250 toneladas. A área de produção que rondará os 45 hectares, poderá aumentar exponencialmente face à «febre» que este fruto tem causado no setor agrícola, e atualmente não existem plantas nem em qualidade para a instalação dos novos agricultores. Na verdade, esta onda de crescimento na cultura do mirtilo fez surgir um grande número de «experts» um pouco por todo o lado e basta uma noite no Google para qualquer pessoa se dizer conhecedora da cultura e nas suas exigências de produção. Na
sequência disso, veem-se na web erros cruciais em novas plantações que terão graves consequências a médio longo prazo, sendo que qualquer empresa de canalização ou renovação de interiores, assim como certas cooperativas que em nada têm a ver com os pequenos frutos, se propõem a ser grandes especialistas de algo que há dois meros anos nem sonhavam existir. técnico aos produtores na instalação e manutenção das explorações agrícolas, por forma a auxiliar o seu caminho até ao sucesso como empresários e produtores agrícolas. Para além disso, as nossas características edafo-climáticas são diversas, o que leva necessariamente a diferentes formas de instalação, preparação e correção dos terrenos, escolha de variedades, escoamento de produto, etc. Mesmo recor possuir sentido crítico e conhecimento agrícola para que as escolhas sejam as mais acertadas possíveis. A comunicação social tem vindo a apresentar jovens empresários agrícolas, provenientes das mais variadíssimas áreas e que se estão a instalar na agricultura um pouco por todo o país, dando a imagem que este é um setor onde qualquer pessoa se transformará num empresário de sucesso, sem que para isso necessite de deter conhecimentos técnicos agrícolas. Na verdade, a agricultura foi, durante anos, vista como um setor menor, com intervenientes de baixa escolaridade e baixos rendimentos, sem vista para um futuro inovador e promissor. Acontece que a agricultura requer intervenientes com e a biologia, bem como a política, os mercados e o marketing, para que tenha um futuro sustentável e empresarial de sucesso, tomando está a sentir em toda a Europa. Só assim os projetos e os seus promotores poderão conseguir atingir os objetivos propostos em fase de candidatura. A organização do setor e dos seus protagonistas deve ser clara e séria, características que escasseiam na área da produção dos mirtilos em Portugal. Associações e empresas de variadas regiões surgem em busca de protagonismo sem se preocuparem com o futuro sustentável do setor e dos seus produtores vendo uma forma rápida de fazer dinheiro na elaboração de projetos mal fundamentados e irrealistas ou na comercialização de fatores de produção de duvidoso interesse à cultura. Como será a comercialização quando todas as explorações
produção
clientes que tão bem acolhidos são na hora de passar os cheques e que depois são abandonados? todos os intervenientes tenham consciência da sua responsabilidade e não contribuam para o insucesso e falência de muitos daqueles que se «Para a Berrysmart, empresa fundada com um dos primeiros jovens agricultores de mirtilos instalaram ou ainda se vão instalar. Para a Berrysmart, empresa funem Portugal e que tanto tem sido criticado pela honestidade e frontalidade com que exprime as dada com um dos primeiros jovens suas ideias, é importante a transparência e apoio agricultores de mirtilos em Portugal aos jovens que procuram na agricultura uma e que tanto tem sido criticado pela atividade alternativa, mas séria e responsável, para honestidade e frontalidade com que exprime as suas ideias, é importante setores e na criação de emprego.» a transparência e apoio aos jovens que procuram na agricultura uma atividade alternativa, mas séria e se encontrarem em ano cruzeiro? Estarão os preços do fruto aceitáveis que se fazem sentir nos outros setores e na criação de emprego. Esperamos que daqui a 5 anos os mirtilos sejam uma grande fatia para a viabilidade económica das explorações? Com tantas pequenas representativa na economia agrícola de Portugal e que todos de mone distanciadas explorações agrícolas, conseguirão os produtores e as unidades fruteiras de expedição manter a qualidade exigida pelos mercados externos para que todos obtenham os melhores rendimentos possíveis? Serão estes mais tarde responsabilizados pelos seus
Saudações mirtileiras
PUB
Os pequenos frutos com projeto de futuro.
OS NOSSOS SERVIÇOS APOIO AO INVESTIMENTO NA AGRICULTURA APOIO TÉCNICO AGRÍCOLA
APOIO À GESTÃO DE EMPRESAS AGRÍCOLAS
www.severdovouga.pt Largo da Estação Edifício Vougapark, Piso 2 3740-070 Sever do Vouga Portugal
T: (+351) 234 597 020 (+351) 914 101 946 E:
[email protected]
SERVIÇOS DE SUBSTITUIÇÃO
FORMAÇÃO AGRÍCOLA
produção
Proteção de pomares – uma inevitabilidade POR: PEDRO.SAMPAIO
[email protected] | 937 540 839 | 227 676 500
A COTESI S.A. orgulha-se de ao longo dos seus 70 anos de vida, já ter operado nos 5 continentes, com soluções de proteção para os mais variados tipos de culturas e circunstâncias. Hoje e como sempre, posicionamo-nos como o principal agente económico nacional nesta área, bem como um dos mais competentes à esfera global. O nosso aporte de conhecimento, permite-nos replicar as melhores soluções para os nossos clientes, aliando-se a sensibilidade própria em entender as suas necessidades e objetivos.
mente, uma das que mais prejuízos causa é, sem dúvida, relativa aos acidentes atmosféricos. Estes agentes atmosféricos pontuais, como é o caso do granizo, não produzem só prejuízos nos frutos, mas também nos troncos ou folhas, sendo que os seus danos não são facilmente mensuráveis e podem prolongar-se por várias campanhas. acidente meteorológico é o seu caráter de imprevisibilidade. Não existem formas nem poções mágicas para se conseguir antecipar estes eventos, mas mesmo que o fosse, como se poderia atuar no sentido de proteger a cultura e assim assegurar a sua proteção? Facto também relevante é a cada vez maior incidência destes episódios, que são bem demonstráveis pelos relatos de alguns agricultores. Não é pois de estranhar que os prémios dos seguros de colheita têm subido exponencialmente, sendo que ao mesmo tempo apresentam menores coberturas. Surge assim, neste contexto caótico, uma maior procura por soluções, que permitam a proteção real da cultura.
A NOSSA PROPOSTA Os mais conservadores apontam, sistematicamente, como principal entrave à instalação das coberturas o custo do seu investimento sendo estes os mesmos que deixam muitas vezes de medir os custos dos prejuízos causados. Para um correto esclarecimento, importa analisar a incidência do custo da instalação dos materiais versus mão de obra, numa instalação tipo Anti Granizo com redes MOVPROTEC®.
Olival. Cobertura Aberta de Anti Granizo. Argentina, 2009.
P
ORQUÊ PROTEGER? De forma sistemática, a proteção que os nossos projetos preconizam, passam sobretudo por quatro grandes áreas de prevenção: – Controlo de infestantes; – Acidentes Atmosféricos (Granizo, Geadas, Sol, Chuva e Vento); – Ataques de Fauna (Pássaros, Insetos, Roedores); – Gestão Hídrica (Excesso,
8
peouenosfrutos
O nosso objetivo passa assim pela criação do melhor ambiente possível para a planta, que se reflita no seu aumento de produtividade versus qualidade, mas que otimize também a gestão das explorações, via redução dos fatores de produção, sejam eles Em suma o objetivo passa pela redução das perdas, estas intimamente ligadas às receitas da exploração. De todas as quatro grandes áreas citadas anterior-
Percentagem de cada grupo no investimento total de uma cobertura Anti Granizo
são óbvia que mais de 75% do investimento é relativo à montagem e estrutura e que apenas cerca de 20% é relativo às redes de proteção, as únicas peças da instalação que terão que ser substituídas, quando dependerá assim, entre outros, da taxa de incidência dos raios ultravioleta, um dos principais fatores de degradação dos plásticos. É assim
produção
expectável que, durante a vida útil do pomar, sejam apenas necessárias 3 substituições da rede, sendo que os restantes componentes não irão necessitar de tais substituições, apenas trabalhos de manutenção. As redes MOVPROTEC ® fornecidas pela COTESI S.A., são construídas de forma a garantir as melhores performances, nomeadamente ao nível: – Aditivação UV e Térmica; – Permeabilidade ao Ar e Água; – Resistência Mecânica; – Estabilidade Dimensional.
Pomar de Maças. Cobertura Fechada de Anti Granizo. França, 2011.
Pomar de Cerejas. Cobertura Aberta de Anti Granizo. Itália, 2010.
e qualidade dos materiais que são, maior parte das vezes, a principal razão pela discrepância dos preços no mercado. A proteção realizada pelas redes irá provocar alterações ao nível do microclima do copado do pomar, pela percentagem de sombra que a própria tela induz, assim como pela perturbação dos circuitos convencionais de arejamento, estes com ligações diretas a humidade relativa. Desde logo, pode contar-se com um conjunto de benefícios criados seu conjunto, irão influenciar decisivamente a cultura no seu normal desenvolvimento.
Uva de Mesa. Cobertura Aberta de Anti Granizo. Portugal, 2010.
De forma resumida poderemos contar com as seguintes alterações, mediante a cor da tela: – Sombreamento de cerca de 6-16%; – Aumento de temperatura 1,5 – 2,5ºC; – Redução da incidência das geadas entre 10 – 20 %; A Evapotranspiração Potencial, um dos principais parâmetros agronómicos com importância no desenvolvimento vegetal, também é afetado dado que através deste tipo de coberturas se consegue reduzir não só a radiação solar líquida, mas também a velocidade do vento, originando que o balanço energético seja mais favorável em qualquer condição climática. As maturações dos frutos por consequência dão-se de forma muito mais harmoniosa, assegurando-se assim não só os níveis de açúcar e acidez, mas sobretudo incrementando o grau de complexidade dessas mesmas maturações.
OTIMIZAÇÃO E ECONOMIA NA GESTÃO DA SUA EXPLORAÇÃO As alterações climáticas a que todos temos assistido, têm tido também implicações altamente tura porque afetam o seu normal
desenvolvimento. Os verões extremamente quentes, bem como os granizos e chuvadas fortes fora de época que antes eram pontuais, têm vindo a ganhar intensidade e periocidade. Estes factos numa agricultura contemporânea e competitiva, sorte e ao acaso do futuro. Agentes económicos que possuam ou queiram realizar contratos de fornecimento dos seus produtos com parâmetros mínimos de quantidade e qualidade, têm que fazer face a este tipo de fenómenos pelo lado da prevenção e não pelo lado da reação, porque a frieza e crueldade dos mercados assim o obrigam. A COTESI S.A. ao propor soluções de proteção cultural, não faz mais do que comercializar projetos que, eles próprios, são uma garantia de sustentabilidade económica para as explorações. Assim, desde logo, não nos pelas operações de comercialização pura e dura, mas antes sermos um parceiro estratégico no desenvolvimento de novas aplicações, sejam elas a simples proteção física ou mesmo passando pela pilotagem da cultura, sempre em função dos objetivos estratégicos propostos pelos nossos clientes.
peouenosfrutos
9
produção
Maracujá Roxo POR: BERNARDO MADEIRA
Um dos frutos exóticos que melhor se adaptou ao sul e norte litoral de Portugal é o maracujá roxo (Passiflora edulis). É fruto redondo, tendo aproximadamente o tamanho de um ovo grande, de peso médio entre os 60 e os 150 gramas, de sabor doce, acidez variável de acordo com a variedade, estado de maturação e local de produção, sendo apenas comestível o conteúdo, que tem um forte e muito agradável aroma a... maracujá.
A
s cascas têm usos medicinais e podem ser consumidas por animais. A floração, exuberante, produz belo efeito ornamental em jardins. O género deve o seu nome “Passiflora”, ao facto de se ter encontrado uma simbologia entre as suas flores e a paixão de Cristo, da seguinte forma: os três estigmas seriam os três pregos de gavinhas eram os açoites usados para o martirizar e a flor a coroa de espinhos. Planta nativa da América do Sul, ocorrendo em matas do Brasil e Argentina, trata-se de uma espécie sub-tropical, sendo as variedades roxas muito tolerantes ao frio e à geada, podendo ser cultivadas sem receio do Algarve ao Minho, onde as temperaturas mínimas invernais não baixam, habitualmente dos 0 ºC, podendo suportar episódios de algumas horas de -4 ºC, mas nestes casos deve acautelar-se o uso de sistemas de rega por aspersão para evitar os danos do frio ou abrigos, polituneis, como os que se usam para a framboesa (técnica que permite obtenção de maiores rendimentos). Embora existam já alguns pomares industriais no Algarve e vários ensaios de média dimensão (cerca de 1ha) na região de Braga e Viana do Castelo (ao ar livre e em abrigo), é a Madeira que lidera a produção nacional. O maracujá tem, quer no mercado nacional quer internacional, um escoamento regular, que não é mais fluído em Portugal em
virtude das elevadas cotações que o fruto atinge, pela falta de produção e pelo abastecimento estar, quase totalmente, suportado pela fruta importada, sendo frequente, dependendo da época do ano, apresentar-se entre os 4 e os 10€/kg.
2 m
5 m
10
peouenosfrutos
INSTALAÇÃO DO POMAR A forma mais prática de instalação de um pomar de maracujá é a plantação, em março ou abril, de plantas enraizadas em alveólos ou em vasos. Tratando-se de uma planta trepadora, de caules herbáceos, providos de gavinhas, deve assegurar-se um suporte por onde as plantas possam trepar, podendo orientar-se a plantação em ramada ou em “bardo”, como na vinha. Nas regiões mais frias a produção em bardo (basta um a dois arames, à altura máxima de 1,6 a 2m de altura), é mais recomendada, sobretudo, por garantir uma maior exposição da fruta e da cortina de vegetação ao sol, obtendo-se, assim, uma melhor maturação, fruta mais doce e menos ácida, além da facilidade de colheita, podendo aproveitar-se os bardos de vinhas abandonadas. Na cultura em bardo as plantas são instaladas a intervalos que vão dos 2 a 5 metros na linha e 2,5 a 3m nas entrelinhas, guiadas por estaquinhas de cana
produção
fazer-se com o tomate e o feijão, desde o solo até ao primeiro arame, ao qual a planta se agarrará por meio das sua gavinhas, formando, depois, uma cortina retumbante. Durante a formação da guia principal deverão ser eliminadas crescimento de apenas uma haste até à altura do arame, e quando se ultrapassa, cerca de 30 centímetros a altura deste, é feita a desponta (corte da gema do ápice), estimulando-se a rebentação de ramos laterais, escolhendo-se então duas hastes que serão orientadas sobre o arame, mantendo os ramos que surgem a partir destes deixados retumbar pendurados no arame, como se se tratasse de uma cortina. Como a planta tem uma duração produtiva relativamente curta, até 3 anos, deve-se acautelar a constante renovação da plantação. Deve-se manter uma faixa livre de infestantes de cerca de 1 metro para cada lado da planta, não faltando as regas diárias no verão, mas não excessivas, sendo os bolores da raiz temíveis inimigos da cultura, sendo esta uma das razões para nunca se realizarem mobilizações do solo, (herbicidas, capinagens e uso de plásticos para proteção contra infestantes). O pH do solo deve encontrar-se entre os 6 e os 7,5, procedendo-se a correções se necessário, e a uma abundante fertilização de fundo, rica em estrumes bem curtidos.
A cultura do maracujá apresenta uma média de produção das 10 a 15 toneladas/hectare, tendo, contudo, um potencial superior às 30 toneladas por hectare, em excelentes condições produtivas e usando variedades melhoradas australianas ou brasileiras.
NOTAS FINAIS A polinização é um dos aspetos melindrosos da cultura, sobretudo pelo facto de a flor só estar recetiva apenas durante um dia e exigir a presença de elevado número de abelhões ou bezouros ( Bombus spp.) pelo que a presença destes na plantação deve ser reforçada, eventualmente com a instalação de colmeias deste inseto, e mesmo assim, por vezes pode ser de recomendar que se assegure manualmente a polinização (para atingir o máximo potencial produtivo). De notar que a abelha doméstica, Apis mellifera, em caso de falta de abelhões, pode ser um problema para a polinização, pois “rouba” grande quantidade de pólen sem, efetivamente, realizar a polinização. É uma planta de rápida instalação, mas com um ciclo produtivo inferior a 3 anos. Além da necessidade de renovação de plantas é conveniente planear uma rotação de culturas, por exemplo, a cada 6 anos, para evitar a prevalência de doenças, sendo a amora, por exemplo, uma das culturas que poderá aproveitar a infraestrutura tutora e de rega.
PUB
produção
Influência das condições climáticas na instalação de um pomar de mirtilos POR: CLARA VASCONCELOS Técnica da AGIM
Palavras-chave: solo, clima, drenagem e historial da parcela. Instalar um pomar de mirtilos requer conhecimento sobre a cultura. É necessário fazer um planeamento prévio, saber onde, como e quando plantar.
i i
i i
.
l
E
leger a parcela para a instalação da cultura não é tarefa fácil. Esta deve reunir as condições adequadas ao bom desenvolvimento das plantas. Assim, para a escolha da parcela deve ser tido em consideração o seguinte: – Os antecedentes culturais da parcela; – A quantidade de horas de frio; – O pH do solo; – As características do solo; – A flora envolvente; – O rigor dos invernos; – As geadas tardias; – A predominância do vento; – A radiação solar; – A humidade relativa do ar; – Os cursos e linhas de água envolventes.
12
peouenosfrutos
Outro aspeto crucial é fazer uma adequada preparação do solo antes da plantação, o que passa por executar uma boa drenagem da parcela, a qual pode garantir a produtividade e a longevidade do pomar. Uma boa cular e as podridões nas raízes, facilitando o seu crescimento e a sua distribuição no solo, contribui para uma melhor disponibilidade de água e nutrientes no solo, favorece a micorrização, o equilíbrio da solução do solo e o arejamento, e ajuda a manter a temperatura do mesmo. Executados os trabalhos de preparação do terreno, e feitas as correções necessárias, de acordo com os resultados das análises do solo, é fundamental planear a plantação. O primeiro passo é planear a distribuição das variedades na parcela, de acordo
por ordem de maturação das variedades: à entrada do pomar devem ser plantadas as variedades mais precoces, logo a seguir as variedades de média estação e, por último, as variedades mais tardias (ou vice-versa), evitandose o ensombramento. O segundo passo é proceder à marcação das a armação do terreno em camalhões ou solo raso, consoante a opção do produtor. Uma das muitas vantagens da armação do solo em camalhão, (que é onde se vai localizar a maior parte do volume das raízes) é permitir o escorrimento da água da chuva, evitando o encharcamento e a compactação do solo, favorecendo o seu arejamento e contribuindo para uma melhor atividade biológica. «O camalhão é um seguro de vida
produção
para a plantação» (Jornada Mirtilo: uma janela de oportunidades, Juan Carlos Rubio). Preparado o terreno para receber as plantas, resta agora saber quando é a melhor altura para fazer a plantação. Se o produtor optar por adquirir plantas muito jovens (ainda muito pequenas), convém que a plantação seja efetuada no início da prima-
vera, com temperaturas mais amenas, para uma melhor e mais rápida adaptação ao solo. No entanto, se o produtor optar por adquirir plantas de um ano (em vaso de um litro ou de dois litros), a plantação poderá ser efetuada no outono ou na primavera. Neste caso, se a plantação for efetuada no outono, e como a atividade das raízes começa muito antes da parte aérea, permite que, no período de rebentação, a planta já se encontre bem estabelecida no solo. O outono e a primavera são as melhores épocas de planta se possa efetuar noutra época do ano. Importa referir que, mais importante que a época de plantação é garantir as condições favoráveis para o bom estabeleci-
mento das plantas no pomar. Uma adequada instalação do pomar é condição do sucesso produtivo do mesmo e, consequentemente, da rentabilidade que o produtor pode retirar. Feita a plantação, é fundamental cumprir todas as operações culturais no momento certo, tais como: o controlo das infestantes, a poda, a monda das flores (primeiro e segundo ano da plantação), a fertilização, o acompanhamento da rega, a apanha do fruto, etc. A adequada manutenção do pomar, as boas práticas culturais e o acompanhamento técnico contínuo, são condições essenciais, para se obter uma excelente qualidade do fruto, uma redução de custos e a longevidade do pomar.
PUB
produção
Zuilen & Costa querem fruta portuguesa para colocar no mercado europeu POR: CATARINA CASTRO ABREU
A Zuilen & Costa dedica-se à produção de pequenos frutos, mas não o quer fazer sozinha. Querem contar com outros produtores para colocar cada vez mais fruta portuguesa no mercado europeu. É que para além do cultivo da groselha, amora, framboesa e mirtilos, a Zuilen & Costa fornece plantas de frutos de bagas e materiais auxiliares de qualidade aos seus parceiros a custos competitivos, partilhando o seu know-how e conhecimentos técnicos para otimizar as produções.
N
inguém melhor do que Nijswin van Zuilen, o sócio holandês da Zuilen & Costa, para explicar o modelo de negócio que rege a atividade desta empresa: “A Zuilen & Costa tem dois objetivos essenciais: produzir pequenos frutos e vendê-los, recorrendo também à venda da produção de outras empresas que se queiram associar a esta ideia de negócio. A ideia, conta, começou quando os sócios notaram que “existem muitos produtores interessados em produzir pequenos frutos, mas que precisam de materiais de plantação a custos mais justos". Nesse sentido, a Zuilen & Costa estabelece acordos com unidades de produção fabris e produtores na Europa, de modo a que possa fornecer aos produtores portugueses todos os equipamentos e materiais que precisam para cultivarem frutos macios. Além disso, Carlos Costa, o responsável pela Zuilen & Costa em Portugal, faz todo o acompanhamento técnico aos novos produtores. A maioria da produção da Zuilen & Costa incide sobretudo na groselha da variedade Junifer em Portugal e trabalha com outros produtores nacionais que cultivam mirtilos e framboesas. “Os principais clientes da empresa”, avança Zuilen, “estão situados na
14
peouenosfrutos
Holanda e Bélgica, mas também em Espanha e Portugal, nomeadamente supermercados e empresas de exportação”, na Europa. Para fazer chegar os produtos frescos a todos os clientes, a Zuilen & Costa trabalha com uma empresa de transportes portuguesa, que garante que o fruto vai chegar em boas condições ao local de destino. Além disso, "todos os produtores devem ter pedimos aos nossos parceiros que nos forneçam a previsão da safra esperada, para sabermos que quantidade de fruta podemos esperar e quando estará disponível", diz Zuilen, como
Nijswin van Zuilen
condição para conseguir vender através do canal da Zuilen & Costa. “É ainda necessário ter sempre as análises de resíduos para garantir aos nossos clientes que vendemos frutos seguros”, conclui.
produção
«A Zuilen & Costa
tem dois objetivos essenciais: produzir pequenos frutos e vendê-los, recorrendo também à venda da produção de outras empresas que se queiram associar a esta ideia de negócio.»
Para Zuilen, “a grande vantagem de ser um produtor da Zuilen & Costa passa pelos muitos contactos na Europa, a quem conseguem fazer chegar a fruta por um bom preço. A Berrybrothers, empresa sediada na Holanda e principal cliente da Zuilen & Costa, tem mais de 15 anos de experiência na venda de frutos vermelhos.
BERRYBROTHERS, O PARCEIRO HOLÂNDES Em 1980, os irmãos Jan e Karin van Zuilen arrancaram com a sua primeira plantação num terreno em Betuwe, Holanda. Em cerca de três hectares começaram a
crescer morangos, framboesas e groselhas. Até 1998, os irmãos vendiam a sua fruta em leilões, mas decidiram que queriam participar mais ativamente no processo de comercialização dos seus produtos e estabeleceram a Berryfresh nesse mesmo ano. A fruta era empacotada e comercializada sob esse nome para a base de clientes que acumularam comunicação entre os produtores e os clientes e a visão sobre os altos e baixos na produção, a Berryfresh desenvolveu um bom relacionamento com seus clientes e cresceu de forma constante. Em 2000, decidiram estabelecer operações de cultivo no Chile, para serem capazes de atender à demanda de clientes, fornecendo groselhas durante todo o ano. entraram na empresa em 2005. monitores, os processos de vendas e começam a exportar para outros países da União Europeia. Por isso, o nome da empresa também mudou de Berryfresh mente se tornou num verdadeiro negócio de família.
Em 2007, Berrybrothers adicionou uma nova instalação de armazenagem a frio, que pode acomodar até 400 mil quilos de fruta. Dois anos depois, arrancam com a produção em Portugal com o nome Zuilen & Costa. Com o gerente português, Carlos Costa, é cultivada a groselha para ser exportada para a Holanda no início da época - meados de maio. modernas instalações de frio, as bagas têm as melhores condições de armazenamento, o que permite fornecer groselhas de alta qualidade durante todo o ano. A zona de frio e a estação de embalagem foi concluída em julho de 2007, onde existe uma capacidade de refrigeração e embalagem. A Berrybrothers embala todos os tipos de fruta de acordo com os desejos do cliente, com tampas e/ou adesivos e em unidades de embalagem com 125-500 gramas.
PUB
produção
First Fruits consagra-se na produção de framboesa e diz «sim» à continuidade POR: MARTA MARQUES
Pioneira na produção de Kweli e Imara no concelho de Odemira, a empresa First Fruits, a funcionar desde 2001, é um exemplo de sucesso na exportação de pequenos frutos. 95% da sua produção está já a ser orientada para o mercado em fresco.
L
16
peouenosfrutos
network e
«No início escolhemos o nome porque, em cada campanha, somos os primeiros a colher groselha, mas ainda hoje continua a fazer sentido quando plantamos, pela primeira vez, novas variedades que não existem no país».
«Cada variedade tem a condução e a poda da cultura não forem efetuadas da melhor forma podem causar prejuízo».
KWELI E IMARA: UMA PLANTAÇÃO EM EXPANSÃO MAS SEM “MANUAL DE INSTRUÇÕES”
produção
«A Kweli adapta se facilmente a temperaturas mais quentes e a Imara – caracterizada pela cor mais avermelhada – distingue-se por suportar melhor o inverno». cut back
PRODUÇÃO PIONEIRA DIRECIONADA PARA A EXPORTAÇÃO
A QUALIDADE GARANTIDA NO SABOR
peouenosfrutos
17
produção
Projar, especialista em substrato para viveiros
«Ouvir, assessorar e solucionar» POR: SARA PELICANO
«Temos a preocupação de ouvir e conhecer o mercado. Desenvolvemos os produtos depois de ouvirmos os clientes».
»
E
« » « » « » «
18
peouenosfrutos
«Temos soluções do cadeia de produção, por exemplo no viveirismo, desde a produção das plantas mãe até à produção da planta para venda».
« »
COCO E TURFA PARA OS PEQUENOS FRUTOS «
produção
«Apesar de sabemos que não é uma boa altura para a comercialização de produtos caros, a empresa tem também sempre em atenção as preocupações ambientais».
» « »
« »
« » « »
Testar antes de comprar «Os » « » « »
PROJAR – VIVEIRISMO, JARDINAGEM E RESTAURAÇÃO AMBIENTAL › › › › › › › ›
peouenosfrutos
19
mercados
Mercados de Pequenos Frutos Cotações produtores A campanha do morango teve um turbulento início de 2013. Um inverno muito rigoroso implica, necessariamente, uma retração do consumo do conjunto de pequenos frutos, o que se está a refletir negativamente nas cotações destes, sendo o morango o mais afetado.
S
ó o mercado de exportação, com morango do Algarve, está a conseguir fazer face a um início de ano difícil, com cotações muito deprimidas e uma oferta nacional que se retraiu muito, e ainda não se refez, em consequência dos
temporais de janeiro, que destruíram grandes áreas no sul do país. Os mercados de framboesa continuam animados, com a oferta a não conseguir satisfazer a procura. As cotações mantiveram-se altas, ainda que algo inferiores ao observado no ano de 2012, para o mesmo período, embora a fruta de categoria II, principalmente dirigida para o mercado nacional, se tenha cuvete). Já no caso da amora a procura manteve-se satisfeita pela oferta, melhor categoria. Ainda não se iniciou a campanha da groselha nem do mirtilo.
PUB
20
peouenosfrutos
eventos
Foram cerca de 250 os participantes do Seminário Pequenos Frutos que, no passado dia 24 de janeiro,
A
enorme afluência explicase, naturalmente, pela ânsia de conhecimento que o cidadão comum, mas também o produtor ,ainda tem sobre desperta, neste momento, um imenso interesse e origina, por O seminário contou com disponibilizaram os seus conhecimentos perante uma atenta e Graham Moore, da Haygrove, ou José Martino, da Espaço
Visual, foram alguns dos oradores que abrilhantaram o primeiro painel, onde se falou essencial em torno do mercado dos peque Ainda da parte da manhã, foram discutidas e aprofundadas noções relativas ao controlo de pragas, bem como a importância da fertilização em culturas de pequenos frutos. Esta última comunicação foi apresentada por Luís Ángel Lopez, representante O período da tarde serviu para analisar a importância da tecno-
logia ao serviço da agricultura, como foram os exemplos deixados pela O último painel serviu para discutir alguns tipos de estruturas que Tim Crossman, da Haygrove, conduziu uma comunicação que versou sobre a importância da escolha do túnel certo, no que à produção Houve ainda tempo para Rui Marques, da Cotesi, explicar as funções dos agrotêxteis na proteção de culturas. Segundo o próprio, é importante preservar e acautelar “a sobremesa dos pássaros”, numa referência aos pequenos frutos - protegendo-a de eventuais Para além destas, houve ainda outras comunicações que pretenderam dar um esclarecimento completo àqueles que hoje em dia olham para a produção de pequenos frutos como uma oportunidade de negócio ou mesmo uma paixão para continuar a alimentar. Se pretender obter mais informação acerca do que foi dito e discutido, pode descarregar as comunicações do Seminário Pequenos Frutos no link: http://seminariopequenosfrutos.wordpress.com, escolhendo a opção “Comunicações”.
peouenosfrutos
21
eventos
Estação Agrária de Viseu ensina a cultivar mirtilo POR: MARGARIDA MATOS
Face a um crescente interesse na cultura do mirtilo, a Estação Agrária de Viseu instalou um campo experimental dedicado a este pequeno fruto. O objetivo é acompanhar todo o ciclo da cultura, reunir informações e partilhá-las depois com os produtores. Até ao momento, já se realizaram naquele campo de ensaio demonstrações sobre a plantação e a poda. Agora em março, a Estação Agrária de Viseu vai também instalar uma variedade de morango e de framboesa para estudar a adaptação destas culturas à região.
O
campo de ensaio da cultura do mirtilo foi instalado nos terrenos da Estação Agrária de Viseu, numa àrea de 1200 m2, com cerca de 400 plantas, de 20 variedades. A plantação aconteceu no parceria com a Planasa, empresa de viveiros. Este projeto tem como objetivo principal conhecer a adaptação das variedades às condições edafoclimáticas da região, para que depois se possam dar respostas concretas aos produtores e potenciais interessados. Está integrado num trabalho mais amplo que tem vindo a ser desenvolvido pela Direção Regional de Agricultura
22
peouenosfrutos
e Pescas do Centro, no sentido de aprofundar o conhecimento técnico sobre este pequeno fruto. Para já, o terreno é constituído por um conjunto de 10 variedades do Norte (Duke, Bluegold, Chandler, Legacy, Elliot, Bluecrop, Huron, Draper, Liberty e Aurora), cerca de 8 do Sul (Rebel, Misty, Star, Sharpblue, Camelia, Suziblue, Biloxi e O’neal) e 2 Rabbiteye, concretamente, Oclockonee e Powder Blue. Mas é possível a introdução de novas variedades, logo que estas surjam no mercado. Nesta fase da plantação, foi também iniciado o trabalho de caracterização de toda a fenologia, para se conhecerem os hábitos de
INTERESSE NA CULTURA TRAZ CONSIGO MUITAS DÚVIDAS A Estação Agrária de Viseu conta com um grupo de trabalho responsável pela cultura do mirtilo, constituída por Arminda Lopes, Cecília Palmeiro e Sérgio Martins, técnicos superiores do Ministério da Agricultura. De acordo com esta equipa, o projeto “foi, em parte, desencadeado pela grande afluência de potenciais interessados na cultura, e pela desconhecia as particularidades da produção deste fruto”. Uma vez que se trata de uma cultura sem grande histórico na região, as dúvidas mais comuns vão desde a seleção das variedades à comercialização, passando por todas as questões inerentes à instalação e condução de uma cultura. A prova do interesse no mirtilo tem sido a adesão às várias iniciativas desenvolvidas que têm contado com cerca de 100 a 150 pessoas.
eventos
AS SOLUÇÕES TÉCNICAS ADOTADAS
A primeira ação de formação aconteceu em maio, em Oliveira do Hospital, com a visita à propriedade da experiente produtora de mirtilos, Cecília Palmeiro. Face ao elevado número de jovens agricultores candidatos ao programa PRODER, “prevê-se que, num futuro próximo, se atinja uma área plantada de 200 hectares”, dedicados a esta cultura, na região de Dão e Lafões, avança ainda a equipa. Além disso, com o intuito de estudar plantado, agora em março, uma variedade de morango e framboesa.
Sistema de rega Para responder às necessidades hídricas da cultura do mirtilo foi instalado, no campo experimental, um sistema de rega gota a gota, com gotejadores auto compensantes e com um débito de 2.3 litros por hora, espaçados de 50 centimetros. Inicialmente, a plantação foi apenas contemplada com um tubo por camalhão mas, entretanto, vai ser introduzido um segundo. Compassos Como a equipa não conhecia o comportamento de cada uma das variedades, escolheu um compasso idêntico para todas
as plantas, de forma a não pôr o estudo em causa. Assim, 2,7 metros x 1 metros foi o compasso eleito. No entanto, segundo a equipa de técnicos: “ambicionamos, num futuro próximo, ter para cada uma das variedades do campo”.
Poda No dia 31 de janeiro, na ação de demonstração fez-se uma ligeira lançamentos por planta. A poda foi efetuada em todo o campo, deixando uma planta por cada variedade por podar, para se comparar a resposta.
PUB
eventos
Tecnologia de Produção de Framboesa e Amora e Pós-colheita Foi uma plateia cheia aquela que assistiu, com grande interesse, à palestra técnica sobre tecnologias de produção de amora e framboesa que decorreu em Ponte da Barca, no dia 11 de fevereiro 2013.
S
essão organizada pela empresa de consultoria agronómica Contamais e apadrinhada pessoalmente pelo Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca, Vassalo de Abreu, que sublinhou que o apoio da instituição à instalação de jovens agricultores, nomeadamente na área dos pequenos frutos é uma das prioridades do
24
peouenosfrutos
município, e que tem já resultados dados, uma vez que este é já um dos municípios do país que apresenta maior área plantada na campanha 2012/13 com o complexo mirtilo/framboesa, sendo também líder de destaque na produção, por exemplo, de pimento “padron”. A sessão teve como oradores principais Daniel Gonçalves, um
dos especialistas nacionais na produção de amora e Justino Sobreiro, representante da Van Amerongen, empresa holandesa líder na conceção e produção de soluções de conservação pós-colheita de fruta, incluindo pequenos frutos. Daniel Gonçalves fez uma preleção focada nas tecnologias de produção de amora e framboesa, descrevendo variedades, cuidados e práticas culturais que permitem, ou aumentar a produtividade ou a rentabilidade da cultura. Para este especialista a produção destes pequenos frutos em Portugal só fará sentido apostando na “qualidade”, que foi uma das palavras mais ouvidas na sua apresentação, em que sublinhou que a fruta portuguesa merece a preferência dos mercados internacionais, algo que é extremamente importante não se perder e é uma grande mais valia para o conjunto dos produtores nacionais. Do ponto de vista técnico, Daniel Gonçalves sublinhou a diferença entre variedades remontantes e não remontantes de framboesa (algo que, pelo melhoramento genético, ainda não se conseguiu totalmente na amora), e que se traduz, essencialmente, na diferença entre destacando as cultivares Tulameen e o conjunto Glen (Ample, Lyon e outonal, em ramos do próprio ano, melhor adaptadas à cultura em abrigo, sendo as variedades Autumn Bliss (uma clássica), Polka, Erika, Amira, Galante, Heritage e Kweli, alguns exemplos das mais populares e recomendadas. Foi ainda feita uma descrição dos diferentes tipos de condução especializada para a produção em contraciclo, ou de produção forçada, técnicas melhor adaptadas às regiões quentes. No que toca à produção de Amora, área em que tem maior número de publicações, nomeadamente no primeiro número da Pequenos Frutos, o especialista descreveu as várias formas de condução, fazendo a distinção entre variedades prostradas e eretas,
eventos
descrevendo as suas qualidades, abordando alguns cuidados e técnicas a ter e empregar na produção, sublinhando a boa adaptação destas plantas (silvas), a todo o território nacional e à produção, quer em abrigo quer ao ar livre, em que se podem alcançar, potencialmente, produções anuais elevadíssimas. Porém, advertiu o técnico, que para quem se instala é fundamental ter muito cuidado na escolha das variedades, quer em termos de produtividade e resistência a doenças, mas sobretudo à “qualidade” da fruta e à sua aceitação pelos mercados. Tal como Daniel Gonçalves, Justino Sobreiro sublinhou a importância fulcral a dar à pós-colheita, especialmente da framboesa e da amora, em que
a grande fragilidade e perecibilidade destes frutos pode ter, como consequência, elevadas perdas caso não se respeitem cuidados criteriosos na apanha da fruta, nomeadamente a sua abaixamento de temperatura para próximo dos 0ºC), devendo esta ser feita nas duas horas subsequentes à colheita, para o que a presença de câmara improvisadas com contentores ou carrinhas, é fundamental em preciso da atmosfera de uma câmara de armazenamento de fruta (sobretudo redução da presença de oxigénio e aumento da concentração de dióxido de carbono) pode, sobretudo
para quem pretende reter mirtilo, morango, cereja e groselha na exploração na procura de preços de mercado mais favoráveis, permitir o extraordinário prolongamento da vida útil destes frutos em até, por exemplo, 8 meses no caso da groselha vermelha, 2,5 meses no mirtilo, 2 meses em cereja e 21 dias no morango, sendo a framboesa e a amora os frutos em que esta técnica tem tido menos sucesso.
PUB
eventos
Foi por terras de Sever do Vouga, Santa Maria da Feira e Albergaria que se desenrolou mais uma atividade em torno do mirtilo. Organizada pela parceria estabelecida entre a Associação para a Gestão, Inovação e Modernização do Centro Urbano de Sever do Vouga (AGIM) e a Espaço Visual, consultores de engenharia agronómica, lda., a ação contou com 51 participantes, apesar de ter havido mais inscritos.
Aprendizagens em torno do Mirtilo
N
este encontro marcaram presença potenciais jovens agricultores, em fase de decisão para se instalarem nesta atividade agrícola, bem como outros que já enveredaram pela mesma. Entre os participantes houve alguns com projetos apresentados ou com investimentos já realizados e com necessidade de consolidar os seus conhecimentos, aprender pormenores ou recolher experiências. « à informação, traduzida na transmissão de experiências de investimento, recentes ou antigas, pormenores de exploração ou mesmo técnicas culturais», como explicou José Martino, da Espaço Visual. A isso juntou-se a proximidade com alguns pares, com os quais partilham dúvidas e anseios, transformando esta jornada numa «ação de partilha, diálogo e conhecimento». A organização aproveitou para fazer esclarecimentos e demonstrações sobre as técnicas mais avançadas na cultura do mirtilo, assim como a descrição de práticas que não devem ser implementadas. Os participantes consolidaram conhecimentos que de outra forma demorariam muito tempo a assimilar, porque tiveram a oportunidade de ver com os próprios olhos as explorações, fazer questões in loco e obter respostas no imediato. As dúvidas eram as mais variadas, nomeadamente desde os custos de investimento, operações necessárias para uma adequada
26
peouenosfrutos
implantação de mirtilos, escolha de variedades, sua distribuição no ter reno ou sistemas de rega e fertirrigação. Também houve oportunidade para aprofundar temas como o controlo de infestantes, o Glogalgap, produções e produtividades, problemas decorrentes de instalação de plantações em zonas mal drenadas, produções e produtividades em plantações adultas, redes antipássaros, camalhões, etc. Todas estas questões foram dissipadas no terreno, entre os produtores e a organização. Para além disso, aproveitaram as viagens de autocarro, enquanto viajavam de exploração em exploração, para criar um espaço de esclarecimento e debate. Segundo José Martino, a visita correu pelo melhor e os objetivos foram cumpridos na sua plenitude. «As pessoas mostraram-se muito satisfeitas e abertas a participar na repetição desta visita no próximo mês de maio, com o objetivo de se visitados», concluiu. A visita incluiu ainda uma passagem pela Fundação Bernardo Barbosa de Quadros, a plantação de mirtilo mais antiga em Sever do Vouga. Plantada em 1990 e com uma superfície de 6338m², esta exploração conta com as variedades precoces de O´neil, Patriot e Duke; meia estação-Bluecrop e rabbiteyes-Reveille. A distribuição faz-se por lotes de variedades e os compassos são de 2 metros entre linhas e 1 metro entre plantas.
atualidades
Mercado nacional de agroquímicos caiu 5,4% em 2012
Em 2012 as vendas de produtos totalizaram 109,5 milhões de euros, representando um decréscimo de 5,4% relativamente ao ano anterior.
As características climatológicas registadas em 2012, inverno muito pouco chuvoso seguido duma primavera igualmente muito seca, ditaram uma importante queda de 7,9% nas vendas de produtos
a 10%. com o ano anterior, com um ligeiro aumento de 0,5%. As vendas de produtos orientados para o controlo de pragas das pomóideas e das solanáceas, tais como o bichado, a Tuta absoluta estabilidade. Pela positiva, destaque para os acaricidas que registaram uma subida acima dos 50%. Igualmente em queda, as vendas acumuladas de herbicidas em particular os herbicidas para cereais de pragana e os herbicidas A queda da área semeada de batata também contribui para este comportamento.
PUB
MAIOR RESISTÊNCIA
Saúde Interior, Beleza Exterior YaraLiva™ Calcinit é uma fonte de Nitrato de Cálcio Superior Solúvel que mantêm a fruta e a verdura fresca durante mais tempo.
Melhorando a estrutura celular, ñao só se prolonga a vida pós-colheita, como também se c onsegue maior resistência e firmeza do fruto, maior crescimento das raízes e uma cultura de melhor qualidade em geral. O aumento da qualidade da cultura incrementará a rentabilidade da mesma.
YaraLiva™
[email protected] // www.yara.es
Calcinit™
atualidades
Food Chain Partnership continua a crescer mundialmente
a companhia aproveitou para mercados globais de ceria com algumas iniciativas, envolvendo alguns parceiros depende, para todos os parceiros, da destes produtos em maior produtor e exportador de melões. e técnicos.
com vinho
Hidroponia conta com novos
De acordo com a Mercer’s, o novo produto é “uma mistura de gelado delicioso com vinho excelente para criar uma sobremesa adulta
‘Nutrient Film Techni atendendo às necessidades habitualmente produzidas neste sistema. seu processo de crescimento. alimentar.
maior de idade, já que cada embalagem de gelado contém 5% de A companhia permite encomendas online, já que só está presente nos EUA e no Reino Unido. http://www.mercersdairy.com
28
peouenosfrutos