Ser sal da terra e luz do mundo significa que a igreja tem uma missão entre os homens.
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Mas essa missão é de natureza evangelística ou social?
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A missão cristã no mundo
John Stott
Digitalizado por: jolosa
DadosInternacionaisdeCatalogaçãonaPublicação CIP-Brasil.Catalogaçãonafonte S888m
Stott,JohnR.W.
DadosInternacionaisdeCatalogaçãonaPublicação CIP-Brasil.Catalogaçãonafonte S888m
Stott,JohnR.W. . Amissão Amissãocristã cristãnomundo/ nomundo/ JohnR. JohnR. W.Stott..Stott.- São Paul Paulo: o: EditoraCandeia,2008. 128p.;21cm. ISBN 978 85 73521 73-3
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1. MissãodaIgreja. 2. Trabaíhode Evangeiização.3. Salvação.4.Cristianismo Salvação.4.Cristianismo eoutrasReligiões.5. eoutrasReligiões.5. Conversão- Conversão- Cristianismo Cristianismo I. Título. Título. 07:0283
CDU: 269
Copyright © 1975 by JJohn ohn R. W. Stott.Originalmente publicado por InterVarsity Press sob titulo Christian Mission in the Modem World. Tra Tradu duzi zido do e pub publilica cado do com com per perm missã issão o de de InterVarsity Press, RO, Box1400, Downers Grave, IL, 60515, USA. Todos To dos os dire direit ito os reser reserv vados ados na líng língua ua port portug ugue uesa sa por Editora Candeia. Candeia. . Coordenação editorial e projeto gráfico: ' Magno Paganelli Tradu Tradução ção:: Ros Rosel elen ene e Sant’ Sant’A Anna nna Revisão: Daniel da Silva 1a Edição: 2007 2a Edição: 2008
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A r t e E d i t o r i a l
Ponifiii
Esta é uma edição conjunta de Rua Tiro ao Pombo, 402 / 2983 - Freguesia do Ó 02844-060 - São Paulo - SP eóitora<5>arteeditonal eóitora<5>arteeditonal.. com. br www.arteeditorial.com.br www.candeia.com.br
SUMARIO
Prólogo ...............................................................................................7 Prefácio 9 .............. Introdução: As palavras e seussignificados seus significados ........................ . 1 1 1. M iss ão .................................................. . . . . . ' ..................... 15 Duas visões extremas ................................................................... 15 Uma síntese bíblica? ........................ .2 0 A Grande Comissão .................................................. 22 A relação entre evangelizaçãoe evangelização e ação social. .......................25 28 O Grande Mandamento ................................. Implicações Práticas ....................................................................30 2. Evangelização ............................... 35 .........................................35 A prioridade da evangelização O significado da evangelização ............................... 37 Existe um Evangelho do NovoTestamento? Novo Testamento? ............................ 40 Os ev even entos tos do Evan Ev ange gelho lho ... 44 As testemunhas do Evangelho. .................................. 45 As afirmações do Evangelho ................. 48 As prom pr om essas ess as do do Evang Ev angelho. elho. . . ......................................... . 5 0 As exigências do Evangelho ............................... . . ..............51 O contexto contex to da evangelização evan gelização.. 54 3. Diálogo ........................................................................................5 7 Visões extremas ............................................... 57 O diálogo na Bíblia ........................................................................59 O argumento contra o diálogo ....................................................... 62
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A MisMn Çajçfà No MtiNtin
0 lugar do elêntico .................................................................................68 68 O argumento a favor do diálogo ................................. ............. 70 Diálogo com os hindus ........................ 73 Diálogo com os muçulmanos .................................................. 75 Diálogo na Grã-Bretanha industrial .............................. 78
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4. Salvação. ................................................... 81 A centralidade da salvação. ..........................................................81 81 Salvação e saúde física ........................................................................ 83 Salvação e libertação política ............................................................. 87 A Teologia da Libertação ........................................ 90 A Questão Hermenêutica .........................................................................93 93 Salvação e liberdade pessoal ....................................- ............................99 'Libe 'Liberta rtação ção do julgamento julgam ento para aadoção aadoção................................ 101 ................................ 102 Libertação de si mesmo para o serviço Libertação da queda para a glória ........................... . 1044 10 5. Conversão .................................................................................... ' 1 0 7 A aversão contemporânea pela ‘conversão’................ 107 Conversão e Regeneração ......................................................................111 Conversão e Arrependimento.................... 1155 11 Conversão e Igreja Igr eja 7 .. ............... 1166 11 Conversão e. Sociedade .............................................. 1188 11 Conversão e Cultura. . .....................................................................120 120 Conversão e Espírito Santo ................................................... 1222 12
PRÓLOGO
Todo Todoss os anos, um visitante visita nte ilustre é convidado convidado para proferir proferir uma um a série de palestras públicas conhecidas como as Palestras Chavesse sobre M issões M un undia diaisV isV no Wycli Wycliff ffee Hall, Oxford. Oxford. As Palestr Pa lestras as Chavess Chavessee de de 197 19755 foram ministrad m inistradas as por John Stott para um u m a audiência aud iência lotada (para não dizer abarrotada), vinda tanto da universidade da cidade, quanto do próprio Wycliffe Hall. Fico satisfeitíssimo que, agora, as palestras estejam disponíveis na forma de livro, para um públi pú blico co m uito ui to m a is ampl am ploo e sinto sin to-m -mee ho h o n rad ra d o po porr ter te r sid s idoo con c onvi vida dado do pa p a r a escr es crev ever er este es te prólog pró logo. o. O objetivo objetivo de John Stott S tott é exam exa m inar ina r o significado bíbli bíblico co de algum algu m as das grandes palavras-chave que estão no centro do debate contemporâneo sobre a missão m issão cristã. Nesse Nesse debate, debate, a interpretação interp retação de missão, popular em alguns círculos dentro do movimento ecumênico, difere profundamente daquela que tem sido sustentada tradicionalmente por muitos evangélicos2 Algumas vezes, a diferença pareceu chegar a tamanho impasse que discussões posteriores foram inúteis, não havendo sequer esperança de qualquer progresso em djreção a uma conciliação. A saída saíd a que se coloca coloca é que os dois lados reúnam-se reúna m-se num estudo estud o conjunto dass Escrituras, da Esc rituras, par p araa corrigir corrigir e enriquecer tanto tan to o próprio próprio entendimento entendim ento de missão qua quanto nto o dos outros, por intermédio intermédio de uma um a compreensão compreensão 1 NT: NT: O título título destas d estas palestras palestras é dado em memória do Bisp o F. F. J. J. Chavasse, Chava sse, de yclilifffe Hal Halll e de seu filho, Bispo Christopher Liverpool, que foi o Diretor do Wyc Peter' er'ss College. ollege. Chavasse, que fo i Mestre no St Pet
ongresso Intern Internacional acional de Evangeli Evangelização zação 2 NT: Nomenclatura usada a partir do Congresso Mundial, realizado em Lausane, Suíça, em 1974, para designar o grupo dos evangélicos evan gélicos que, que, em oposição opo sição à tendência tendência ecumênica e liberal liberal do Concili oncilioMun Mundial dial de Igrejas, declarou sua total submissão à autoridade inerrante das Escrituras Sagradas, Sagradas, com todas todas as implicaç im plicações ões que tal tal declaração desencadeou.
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mais profunda do tema missionário bíblico e de uma submissão mais completa a ele. As palestras de John Stott, e, agora, seu livro, constituem constituem um a notável contribuiçã contribuiçãoo ppara ara essa empreitada. empreitada. Depo De pois is de assis as sistir tir às palestras, pale stras, qu quatro atro adjetivos insistem insiste m em voltar à m inha mente, m ente, o que, acho, acontecerá aco ntecerá com os os leitores deste liv livro ro.. O primeiro deles é bíblico. Stott bíblico. Stott vai direto às Escrituras, trabalha pesa pe sado do no tex te x to e, de m an anee ira ir a ho h o n e s ta, ta , te n t a nã nãoo ab aboo rdá rd á -lo -l o com um a interpretação prévia, mas sim extrair o significado próprio do texto. Em segundo lugar, apresenta-se o adjetivo claro. claro. O expositor é um pensador p ensador exato e rigoro rigoroso so que, de m aneira tenaz, tra ba balha lha co com m ambigüidades e obscuridades, e nos compele a enfrentar assuntos teológicos de maneira lógica e precisa. Na seqü se qüên ênci cia, a, o terce ter ceiro iro ad adje jetiv tivoo é j é juu s t o . Ele Ele não hes h esita ita em criticar criticar o que é antibíblico na moderna teologia radical, mas também não pou po u pa as a s a titu ti tudd e s an anti tibb íbli íb lica cass que q ue,, a lgu lg u m a s vezes, vez es, se escon esc onde dem m ent e ntre re ,as pressuposições e atitudes dos evangelicais. As críticas de Stott apresentam um nível superior de qualidade na medida em que o autor evita qualquer injustiça para com aqueles que se tornam seu alvo. Além disso, confere equilíbrio às suas críticas pelo reconhecimento das coisas boas e verdadeiras, as quais, aqueles de quem ele discorda, estão dizendo e defendendo. Em quarto lugar, John Stott é construtivo. Ele construtivo. Ele fala e escreve com a cortesia e calorosa amizade, as quais os cristãos devem uns aos outros, quando estão discutindo suas diferenças. Ele não fica preo pr eocu cupa pado do em def d efen ende derr sua su a pró pr ó p ria ri a posiç po sição ão,, ne nem m d e rru rr u b a r a posi p osiçã çãoo dos outros. Em vez disso, nos convida a aprender juntos mais da verdade de Deus e juntos abrir-nos mais completamente para a revelação bíblica de Jesus Cristo. É dessa maneira que as discussões ecumênicas podem ser positivas e frutíferas, e podem ajudar a igreja a ser renovada em unidade para o cumprimento de sua missão. É bom que q ue ess e ssaa con c ontrib tribuiç uição ão par p araa um en ente tend ndim imen ento to ecumê ecu mênic nicoo prove pro venh nhaa de uma fonte evangelical ev angelical.. De Dese sejo jo que este livro livro seja am plam ente lido tan to por evangelicais evangelicais quanto qua nto por radicais modernos, m odernos, pois todos nós nós pode po dem m os a p ren re n d e r m u ito it o dele. del e. , J. P. H icki ic kinn bo both thaa m , Diretor, Wycliffe Wycliffe Hall, H all, Oxford. Oxford.
PREFÁCIO
Àlém do meu compromisso pessoal com a evangelização, tanto a evangelização por meio meio da igreja igreja local local - desde que iniciei iniciei um a missão m issão na Universidade de Camb Cambri ridg dge, e, em 195 19522 - qua quanto nto a evangelização na universidade, unive rsidade, há h á quatro qu atro experiências.especí experiências.específicas ficas que contribuíram pa p a ra qu quee eu escr es crev eves esse se e ste st e livro. livr o. . Primeiro, em 1968, participei como “conselheiro” da Quarta Assembléia do Concilio Mundial de Igrejas, em Uppsala. Tendo sido encaminhado para a Seção II (“Renovação em Missão”), fui imediatamente a rrastad o para p ara o denso denso debate contemporâneo contemporâneo sobre sobre o significado significa do de missão. miss ão. • Depois disso, ainda que não tivesse sido possível participar da Conferência ‘Salvação Hoje’, em Bangkok, em janeiro de 1973, naturalmente acompanhei o evento com profundo interesse e preo pr eocu cupa paçã ção. o. Q ua uand ndo, o, no a n o seg se g u inte in te,, fui fu i co conv nvid idad adoo p a ra faze fa zerr a pa p a les le s tra tr a a n u a l Bake Ba ker, r, em em Melbourne (em memória do Bispo Donald Baker, Professor de Novo Testamento e o primeiro Diretor do R do Rid idle leyy College, em College, em Melbourne), escolhi como tema ‘Salvação Ontem e Hoje’. O conteúdo dessa palestra encontra-se reproduzido, com permissão, e aumentado, no capítulo 4. Em terceiro lugar, lugar, o Comitê Comitê de Planejame Planeja mento nto do Congresso Mundial Mund ial de Evangelização, Evangelização, em Lausane, Lausa ne, em julho de 197 1974, 4, pediu-me para fazer faze r um discurso de abertura abertu ra sobre sobre “a natureza nature za da d a evangelização bíblica” bíblica”,, e para procurar prover uma definição bíblica das seguintes palavras: “missão”; “evangelização”; “diálogo”; “salvação” e “conversão”. Assim, quando, em quarto lugar, o Cônego Jim Hickinbotham, Diretor do Wycliffe Hall, Oxford, Hall, Oxford, convidou-me para proferir, em 1975, as Palestras Chavasse, pareceu-me pareceu-me apropriado aprop riado tomar tom ar as mesmas cinc cincoo pa p a lav la v ras ra s e lab la b o rar ra r n o q u e h a v ia ten te n tad ta d o e s b o ç a r em L au ausa sane ne.. Sou muito agradecido ao Diretor, ao corpo docente e aos estudantes do Wycliffe Wycliffe Hall Ha ll pela pela gentil acolhida e pela pela valiosa atenção dispensadas dispensa das
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a mim, e pelo estimulante período de perguntas e respostas que seguiram cada ca da palestra. Sou também tamb ém muito grato a Jim Jim Hickinbotham pelos pe los g en enèè roso ro soss term te rmos os em qu quee escr es crev eveu eu seu se u prólogo pról ogo.. Mesmo Mesmo que não queira me ocultar ou esconder que sou um cristão cristão de convicção convicção évangelical, este livro nã nãoo é um exercíc exercício io de propa pro paga gand ndaa de um partido. Não tenho nenhum outro interesse pessoal, senão o de continuar continu ar procurando descobrir o que o Espírit Espíritoo está es tá falando por meio meio da Palavra às igrejas. Nada encorajou-me m ais no Wycliffe Ha Hall ll do que ouvir ou vir o comentário final fin al do Dire Direto tor, r, de que ele achav ach avaa que eu havia sido “escrupulosamente justo” em relação àqueles de quem tinha me aventurado a discordar. Esse foi certamente meu objetivo. Além disso, se sou crítico de outros, desejo também ser crítico de mim mesmo e de meus companheiros evangelicais. A vida é uma pere pe regg rin ri n ação aç ão de a p ren re n d iza iz a d o , u m a viag vi agem em de de desc scoo b e rta rt a s, n a q u al nossas visões erradas são corrigidas, nossas noções distorcidas são ajustadas, ajustad as, nossas opiniõe opiniõess superficiais superficiais são aprofundadas aprofun dadas e um po pouc ucoo de nossa vasta ignorância é diminuída. Talvez, a maior necessidade no atual debate ecumênico seja encontrar uma hermenêutica bíblica de comum acòrdo, pois, sem isso, um consenso mais amplo sobre o significado e o dever de “missão” provavelmente nunca será alcançado.
INTRODUÇÃO: PALAVRAS E SEUS SIGNIFICADOS
Todos os cristãos, em todo lugar, qualquer que seja seu pano de fundo cultural ou sua convicção teológica, em algum momento, prec pr ecis isam am p a rar ra r para pa ra p en ensa sarr sobr so bree as a s relaç re laçõe õess ent e ntre re a igrej ig rejaa e o mund mu ndo. o. Seja Seja o no nosso sso contexto específ específico ico o secularismo pós-cristão do chamado mundo livre, seja alguma forma de marxismo no bloco comunista ou, ainda, uma cultura permeada pelo hinduísmo, budismo ou islamismo, islamism o, em alguma algu ma nação na ção do Ter Terce ceir iroo Mundo, as mesm m esmas as questões qu estões inevitáveis perturbam a consciência cristã: qual deve ser a relação da igreja com o mundo? Qual é a responsabilidade cristã em relação aos parente par entes, s, amigos am igos e vizinhos vizinh os não-cristão não -cristãoss e, e, na verdade, em relação relação a toda comunidade não-cristã? Para responder a essas questões, a maioria dos cristãos faria algum algu m uso us o do termo “missão”. “mis são”. Dificilme Dificilmente nte pode-se pode-se discutir disc utir as relações igreja-mundo e omitir-se o conceito de “missão”. Mas haveria uma ampla divergência em nosso entendimento sobre qual é nossa “missão” e que papel a “evangelização” desempenha em missão e, também tam bém,, que papel o “diálogo” “diálogo” desem dese m pen penha ha na n a evangelização. evangelização . Tem Temoo ainda que divergiríamos não apenas em nosso entendimento da natureza d natureza dee missão, evangelização eva ngelização e diálogo, mas tam bém em nosso entendimento do objetivo de objetivo de todos os três. Possivelmente, os termos “conversão” e “salvação" figurariam em algum lugar de nossa definição de objetivos, mas, uma vez mais, haveria pouco consenso em relação ao significado dessas palavras. Minha tarefa, então, é tom ar o grupo de cinc cincoo palavras palavra s - missão, evangelização, evangelização, diálo diálogo, go, salvação salvaçã o e conversão conversão - e ten tar ta r defini-las biblicamente. biblicamente. Como de decla clarei rei em Lausane, Lau sane, estou esto u ansioso ans ioso que meu propósito não seja mal-entendido. Estamos todos conscientes de que durante os últimos poucos anos, especialmente desde a Quarta Assembléia do Concilio Mundial de Igrejas, em Uppsala, em 1968, as relações entre cristãos cr istãos ecumênicos ecumênicos e evangelicais (se é que posso usar esses termos como uma denominaç deno minação ão conveniente, conveniente, pois reconhe reconheço ço que eles não são de maneira m aneira
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alguma mutuamente excludentes) têm endurecido e se tornado algo semelhante seme lhante a um confronto. confronto. Não Não tenho tenh o o desejo desejo de de piorar essa ess a situação. Nem, espero espe ro eu, e u, devo recorre reco rrerr a exp e xped edie ient ntes es dú dúbi bios os de colocar colo car alg a lgum umas as ba b a liz li z a s ecu ec u m ên ênic icas as do bo bolic liche he teoló teo lógi gico co em lin li n h a , a fim de d erru er rubá bá-las com bolas evangelicais bem direcionadas, de maneira que, ao final, possamos todos aplaudir nossa vitória fácil! Note bem, pois crei creioo que alguns algun s pensam pen samentos entos ecumênicos correntes são equivocados equivocados.. Mas, Mas, então, tranqüilamen tranqü ilamente, te, creio creio que algumas algum as de nossas noss as formulações formulações evangelicais tradicionais também se constituem em um equívoco. Muitos Muitos cristãos ecumênicos ecumênicos não parecem ter começado começado a aprende ap renderr a viver sob a autoridade da Escritura. Nós, evangelicais, pensamos que temos feito isso - e não há dúvida de que nós, sinceramente, queremos - mas, algumas vezes, somos muito seletivos em nossa submissão, e, em outras, as tradições dos anciãos evangelicais pare pa rece cem m de deve verr m ais ai s à c u ltu lt u ra do q ue à s E scri sc ritu tura ras. s. M inh in h a prin pr inci cipa pall preoc pre ocup upaç ação ão,, po p o rtan rt anto to,, é traz tr azee r tan ta n to o pen pe n sam sa m en ento to ecumê ecu mênic nicoo qu q u an anto to o evangelical ao mesmo indep in depend endente ente e subjetivo teste, a saber, saber, o da revelação bíblica. Meu Meu ponto de partida, en entretan tretanto, to, não é a Palavra de Deu Deus, s, mas m as a sabed sab edoria oria de Ali Alice ce - d t Alice Alice no País das Maravilhas, Maravilhas, isto é, ou mais pre p recc isam is am e n te de de Al Alic icee n o P a ís do Espe Es pelh lho. o. Você Você talvez se lembre do seu espirituoso diálogo com Humpty Dumpty3. “Quando uso uma palavra - disse Humpty Dumpty em tom de desprezo, ela significa exatamente aquilo que eu quero que signifique... nem mais nem menos. - A qpestão - ponderou ponderou Alice - é saber se o senhor senh or p poo d e fazer as pa p a lav la v ras ra s dize di zere rem m co cois isas as dife di fere rent ntes es.. - A questão - repl replic icou ou Humpty Dumpty Dumpty - é saber quem é que que m and anda. a. É só isso iss o .” . É instrutivo inst rutivo pond ponderar erar sobre ess e ssaa conversa. Alic Alicee e Hu Hump mpty ty Dumpty começaram come çaram a discutir discu tir a pa palav lavra ra ‘glória’ gló ria’ (a qual Humpty Hum pty Dumpty tinha tin ha falado a Alice, com um sorriso desdenhoso, que certamente ela não havia ha via entendido, entendid o, até a té que ele revelasse revelas se a ela o seu significado), significado), e, depois, depois, a palavra palav ra ‘impenetrabilidade’ (para a qual q ual Humpty H umpty Dumpty Dumpty apresentou tantos significados que chegou a acrescentar: ‘Ouando eu faço uma pa p a lav la v ra tra tr a b a lh a r tan ta n to a ssim ss im - exp explic licou ou H ump um p ty Du Dum m pty pt y - pa pago go 3 NT: Conforme tradução para o português de Sebastião Uchoa Leite, publicada pela pe la Fontanna/Summus Editor Editora, a, Rio R io de Janei Janeiro, ro, 1977.
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sempre extra), e, finalmente, o poema poem a ‘Jag ‘Jagua uada darte’ rte’ (que (que levou levou Humpty Hum pty Dumpty a dizer dize r que algum a lgum as palav p alavras ras são ‘como como uma um a palavfa-v pala vfa-valise4 alise4:: dois significados embrulhados numa palavra só’). Os norte-americanos bem que poderiam apelidar Humpty Hum pty Dumpty Dumpty de ‘seg ‘segun undo do-an -anista’, ista’, pois ele ele era uma um a estra es tranh nh a mistu ra de sabedoria e tolice, sensatez e falta de senso. Ele estava inteiramente certo de que algumas algum as palavras sã palavras sãoo como como palavras pala vras-valis -valisee e que outras ou tras merecem merecem um pagam ento extra devid devidoo à quantidade qua ntidade de trabalho que elas têm que desenvolv desenvolver. er. Mas, ele ele estava esta va completam com pletamente ente errado em imagin ima ginar ar que era o mestre das da s palavras e que que poderia, poderia, arbitrariam ente, impor significados a elas, de acordo com sua própria escolha caprichosa. Contudo (ouso dizer dizer isso), isso), alguns algun s teólogos modernos m odernos parecem ser tão peíversos quanto qu anto Humpty Dumpty Dumpty no seu uso de palavras bíblica bíblicas. s. Se tivesse apenas uma fração da imaginação de Lewis Carrol, acho que poderia tentar uma paródia intitulada ‘Malícia no país das maravilhas’ ou Aventuras na Fantasia da Teologia’. Não se d iscu is cute te q ue o tem t empo po m u d a o sign si gnifi ifica cado do d a s p a lav la v ras. ra s. “O ideal de um ‘inglês atemporal”’, escreveu C. S. Lewis em uma de suas Cartas a Malcom Malcom (Collins), “é pura falta de senso. Nenhuma linguagem viva pode ser atemporal. É a mesma coisa que se querer também um rio sem movimento.” Ne N e n h u m e s c r ito it o r m o d ern er n o d e m o n s tro tr o u isso is so de m a n e ira ir a m ais ai s vigorosa que Alvin Toffler, em seu F seu Fuu ture tu re Sh Shoo ck (Choque Futuro. Bodley Head, 1970). Ele tem uma seção fascinante sobre a trarísitoriedade da linguagem humana chamada ‘O semi-literato Shak Sh akes espe peare are’’ (pp. (pp. 159-162), 159-1 62), na n a qual qu al cita Stua St uart rt Berg Flexne Flexner, r, o editorchefe da Ra R a n d o n H o u s e D i e t i o n a r y o j t h e E n g l i s h L a n g u a g e (.Dicionário Randon House da Língua Inglesa): Inglesa ): “se, de repente, Shakespeare se materializasse hoje em Londres ou em Nova Iorque, seria capaz de entender, em média, cinco de Cada nove palavras do nosso nos so vocabulário. O poeta seria um semiliterato.” sem iliterato.” . Aquilo Aquilo que os senhores senh ores Lewis Lewis,, Flexn F lexnerê erê Toffl Toffler er estão estã o dizendo é que o significado das palavras se modifica. Aquilo que uma palavra quer 4 NT: No N o original em i ng lês, o vocábu vocá bulo lo traduzido co com m o “palavra-vali se” se ” é cun hado por Lewi Le wiss Carroll, Carroll, que po portmanteau (na verdade, um termo em francês), cunhado sé inspirou numa valise grande de couro, com dois compartimentos. Essas palavras-valise (portmanteaux) são aquelas formadas pela mistura de partes de duas outr outras as palav palavras. ras. N o texto de Carrol Carroll, l, um exemplo exem plo é “lesmolisa “lesm olisas”, s”, que significa “lisas como lesmas”.
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dizer hoje provavelmente é diferente daquilo que significou ontem e, ainda ain da mais, antes ant es de ontem onte m e no dia di a anterior. anterior. Todav Todavia, ia, o reconhecimento de que o significado de hoje é diferente do significado de ontem não nos garante que não confundiremos os dois, ou ler o significado de hoje na palavra de ontem. Ao contrário, a palavra de ontem, tem o significado de ontem, e a palavra de hoje, o significado de hoje. Quando Quand o esse princípio princípio elementa elem entarr é aplicado à interpre inte rpretaçã taçãoo bíbli bíblica, ca, ela é agraciada com uma expressão um tanto grandiosa: “exegese gramático-histórica”. Negativamente, isso indica que não temos liberdade liberdade de impor sobre sobre palavras bíblicas bíblicas significados significados que elas nunc nuncaa pre p rete tenn d e ram ra m carr ca rreg egar ar.. P o siti si tivv a m e n te, te , cabe ca be a n ó s a d isc is c ipli ip linn a de estuda estu darr as palavras tan to em seu contexto contexto gramatical quanto qu anto em seu seu ambiente histórico. São a Gramática e à História juntas que determinam o significado das palavras, enquanto que doutores treinados na interpretação de documentos o confirmarão. E. D. Hirsch resume resum e esse conceito conceito em seu livro livro Validity Validity in Interpretation Interpre tation (Validade em Interpretação. Interpretação. Yale University Press, 1967): “um texto significa aquilo que o autor quis dizer.”
1. MISSÃO
A primeira palavra que temos a considerar é “missão”. Antes de tentar uma definição bíblica talvez seja útil darmos uma olhada na existente polarização polarização contemporânea.
DUAS VISÕES EXTREMAS A visão mais antiga e mais tradicional tem sido a de igualar missão e evangelização, missionários e evangelistas, missões e pr p r o g r a m a s e v a n g e lís lí s tic ti c o s . M esm es m o q u e a C o m issã is sãoo de M issõ is sõee s Mundiais e Evangeli Evangelizaçã zaçãoo não tenha tenh a distinguido em em sua su a constit co nstituição uição entre “missão” e “evangelização”, ela chegou a definir seu objetivo como o de “promover a proclamação do evangelho de Jesus Cristo pa p a ra o m un undo do todo to do,, a fim de qu quee todo to doss os h o m e n s crei cr eiam am ne nele le e sejam salvos”. Como Philip Potter afirmou em sua palavra ao Comitê Central do Concilio Mundial de Igrejas, reunido em Creta, em 1967, “a literatura ecumênica desde Amsterdã tem usado “missão”, “testem un ha ” e “evangelização” “evangelização” de maneira ma neira intercambiável. intercambiável. Em sua forma extrema, essa visão mais antiga de missão consistindo exclusivamente de evangelização também concentrou-se em proclamação verbal. O missionário foi freqüentemente caricaturado caricaturad o co como mo estando em pé pé,, debaixo debaixo de um a palmeira, usando usan do um chapéu dp palha, e pregando, o evangelho evangelho pa para ra um grupo de nativos doentes, sentados respeitosamente no chão, em volta dele. Assim, a imagem tradicional do missionário era a do pregador, e de certo mbdo, um tipo paternalista de pregador. Essa ênfase na prio pr iori rida dadd e da preg pr egaç ação ão do d o eva e vang ngel elho ho,, em alg a lguu n s caso ca sos, s, de deix ixou ou pouco espaço até mesmo para a fundação de escolas cristãs. Philip Crowe contou-n conto u-nos os n a Conferência Conferência de de Islington, e m J 968, de um certo R. R. N. N. Cust que argumentou em 1888 que o dinheiro para missões “foi coletado com o propósito de converter almas, nã nãoo de dar da r forma a um intelecto”. Ele modificou levemente sua posição em 1894, incluindo
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que “um “um evangelista evan gelista leigo, leigo, um a evangelista evan gelista mulher mulher,, um evangelista evange lista médico, sempre que estiverem pregando o evangelho, estarão desempenhando um trabalho substantivo”. Todavia, acrescentou: “quando se propõe propõe ter um um superin su perintend tendente ente indu in dustrial strial piedoso ou um fabricante evangélico de azulejos, ou um criador de gado de raça pe p e rten rt encc en ente te à u m a igre ig reja ja sim si m ples pl es,, ou u m p lan la n tad ta d o r de d e n a b o s, prefiro pre firo não dar minha opinião” (Mission iti the Modem World (.Missão no Mun M undo do Mod M odern erno), o), Patmos, 1968). Entretanto, esse é um exemplo extremo. A maioria dos adeptos da visão tradicional de missão consideraria educação e trabalho médico como perfeitamen perfeita mente te próprios, e, de fato, como acessór ace ssórios ios muito mu ito úteis ao trabalho evangelístico. Freqüentemente, encontramos esse tipo de compaixão cristã pelo ignorante e pelo doente, ainda que, algumas algum as vezes, vezes, nos deparemos com com cristãos cristãos que usam abertamente essa estratégia como “plataformas” ou “trampolins” para a evangelização - hospitais hosp itais e escolas escolas providenciando providenciando que seus pacientes pacientes e alunos sejam uma conveniente audiência cativa para o evangelho. Em qualquer um dos casos a missão em si mesma foi entendida em termos de evangelização. Essa visão tradicional está longe de estar morta e enterrada. O chamado “Movimento para Jesus” encorajou a formação de comunidades cristãs, nas quais jovens evangélicos zelosos, oriundos do mundo ímpio, se integram. È muito fácil que comunidades como essas degenerarem em grupos isolados ou até mesmo em estabelecimentos estabelecim entos quase qua se monásticos. monástico s. Assim, Assim, o único contato con tato que cristãos desse tipo têm com o mundo (ao qual eles se referem como total e irremediavelmente ímpio) é por meio de incursões evangelísticas ocasionais. O imaginário apocalíptico é natural para eles. O mundo é como um edifício em chamas, eles dizem; a única obrigação cristã é m ontar um a operação de resgate, resgate, antes an tes que seja tarde demais. Jesus Jesus Crist ristoo está voltando voltando a qualquer qua lquer moment momento; o; não n ão há h á nen nenhum hum a razão para alterar as estruturas estru turas da socied sociedade, ade, pois pois ela está condenada con denada e prest prestes es a ser destruída. Além Além disso, disso, qualqu qu alquer er tentativa tenta tiva de melhorar a sociedade sociedade está fadad f adadaa a ser improdut improdutiva, iva, já que homens não renovados não podem podem construir um novo mundo. A única esperança do homem está em nascer de novo novo.. Só en então tão se conceberia que a sociedade pudesse pudess e ser restaura resta urada. da. Mas agora é tarde demais agora para isso. Esse tipo de pessimismo de negação do mundo é um estranho fenômeno que ocorre ocorre com aqueles que dizem crer em Deus. Deus. Entretanto,
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a imagem que eles têm têm de Deus Deus é apenas apena s parcialmente form ada pela revelação bíblica. Esse Deus não é o Criador que no início deu ao homem um “mandato cultural” de subjugar e governar a terra, que institui as autoridades autoridad es governantes governan tes como como seus “ministros” para dirigi dirigirr a sociedade e manter justiça, e que, como o Pacto de Lausane estabeleceu, por ser “o Criador e o Juiz de todos os homens”, está preo pr eocu cupa pado do com “jus ju s tiç ti ç a e recon rec onci cilia liaçã çãoo em tod to d a soci so cied edad adee hu h um ana” (parágrafo (pará grafo 5). v No ex extre trem m o opo o posto sto de dess ssee conc co nceit eitoo umbi um bilic lical al de m issã is sãoo con c onsi sist stin indd o apenas de evangelização está o ponto de vista ecumênico padrão, pelo pel o m en enos os de desd sdee m eado ea doss do doss a n o s 60, e o tra tr a b a lho lh o prep pr epaa rató ra tóri rioo pa p a ra a Asse As sem m bléi bl éiaa de U pp ppsa sala la.. A pub p ublic licaç ação ão em 19 1967 67 d os rela re lató tóri rioo s dos grupos de trabalho da Europa Ocidental e da América do Norte sobre “a estrutura missionária da congregação”, intitulados The Chu hurc rchhf o r Others Others (A Igreja para pa ra Outros. Outros. WCC), WCC), deu vazão a todo um novo vocabulário de missão. A tese desenvolvida nesses relatórios foi que Deus opera no processo histórico, que o propósito de sua missão, da tnissio Dei, Dei, é o estabelecimento da sha sh a lom lo m {p {paa z , em hebraico) no sentido de harmonia social, e que essa sh essa shaa lom lo m (a qual, conforme sugerido, é idêntica ao Reino de Deus) é exemplificada na “emancipação das raças negras, n egras, na n a preocupação preocupação com com a humanização human ização nas relações industriais, nas várias tentativas de desenvolvimento rural, na busca de ética profissional e de negócios e na preocupação pela pe la h o n e stid st idaa d e e inte in tegg rid ri d ad adee inte in tele lecc tual tu al {The {The Chur Church chf o r Others [A Igre Ig reja ja pa p a r a Ou Outro tross], p. 15). Além Além disso, ao trabalh trab alhar ar em direção direção a esse alvo, alvo, Deus Deus u sa “homens hom ens e mulheres tanto ta nto dentro den tro quan qu anto to fora fora das da s igrejas”, ig rejas”, e o papel especial especial da . igreja na missão de Deus é “apontar para a obra de Deus na história do mundo mun do”” (p. 16 16), ), descobrir desc obrir o que ele está fazendo, faze ndo, agarra aga rrar-se r-se nisso nis so e envolver-se envolver-se nessa obra. obra. Argumentou-se Argum entou-se que o principal principal relacionamento de Deus é com o mundo, tanto que a verdadeira seqüência não deve mais ser encontrada na fórmula “Deus-igreja-mundo”, mas sim na fórmula “Deus-mundo-igreja” (p. 16). Sendo assim, “é preciso deixar que o mundo mun do providencie providencie a age a gend ndaa para pa ra as igrejas” igreja s” (p. 20) 20) - as igrejas levando a sério o mundo e procurando servi-lo de acordo com suas necessidades sociológicas contemporâneas. O Professor J. G. Davies, que foi membro do grupo de trabalho da Europa Ocidental, expressou idéias similares em seus dois-livros Worship and Mission {Adoração e Missão. Missão. SCM, 1966) e Di e Dialo alogu guee
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with the World {Diálogo com o Mundo. Mundo. SCM, 1967). Ele equiparou humanização, reconciliação, sha sh a lom lo m e o estabelecimento do Reino de Deus Deus como como sendo juntos jun tos o objetivo objetivo de de missão mis são Dia (D ialo logu guee [Diálog [Diálogo], o], pp. 12-16). 12-16) . “D “Daí, aí, mis m issã sãoo est e stáá pre p reoc ocup upad adaa com a supe su pera raçã çãoo de disp di sput utas as industriais, com o fim das divisões de classes, com a erradicação da discriminação racial (p. 14). De fato, “é a nós exigido entrar em par p arce ceri riaa com Deus n a h istó is tórr ia p a ra ren re n o v a r a soci so ciee d a d e” (p. (p. 15). 15). Muito dessa tentativa de reconstrução de “missão” foi citada na obra D obra Drr a fts ft s fo f o r S e c tio ti o n s {Esboços {Esb oços d a s Se Seçõ ções es), ), que foi publicada em pre pr e p araç ar ação ão p a ra U pp ppsa sala la.. M issã is sãoo foi vi v i s t a como com o o proc pr oces esso so hist hi stór óric icoo de renovação da sociedade, e o tema de Uppsla foi “Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21.5). Mas esse versículo da Palavra de Deus é uma afirmação escatológica. Ela foi proferida do trono (na visão de João), João), quase qua se im ediatam edia tamente ente depois depo is que o novo céu céu e a nova terra te rra apareceram. Contudo Contudo,, por muitas mu itas vezes ela foi foi usad a em Uppsala como uma expressão, não de esperança futura, mas de realidade presente, não da regeneração final do universo, mas da “aceleração da mudança social e política”. Fora o uso equivocado das Escrituras, o que temos a dizer sobre a identificação ide ntificação da m issão de Deus Deus com com a renovação renov ação social? Podemos fazer uma crítica dividida em quatro pontos. Primeiro, o Deus que é Senhor da história é também o Juiz Juiz da história. É um a atitude atitu de ingênua considerar todos os movimentos revolucionários como sinais de s t a t u s q u o envolve renovação divina. Depois da revolução, o novo st mais injustiça e opressão que aquele que ele substituiu. Em segundo lugar, as categorias bíblicas de sh s h a lo m , a nova criatur cria turaa e o Reino Reino de Deus Deus nã nãoo devem ser se r identificados identificado s com renovação social. É verdade que no Velho Testamento sh s h a l o m (paz) freqüentemente indica bem-estar político e material. Mas a tese de que os autores do Novo Testamento apresentam Jesus Cristo como conquistando esse tipo de paz e conferindo-a à sociedade como um todo poderia poderia ser susten sus ten tad a como um a exegese bíblica bíblica séria? Assumir que todas tod as as profecias do Ve Velho lho Testamento são cumpridas cum pridas ehi termos literais e materiais é cometer exatamente o engano que os contemporâneos de Jesus cometeram ao tentarem tomá-lo à força e torná-lo rei (J (Joã oãoo 6.15). O entendim ente ndim ento que o No Novo vo Testamento Testam ento tem do Velho Testamento é que o seu cumprimento transcende a s categorias nas quais as promessas foram dadas. Assim, de acordo com os apóstolos, a paz que Jesus prega e dá é algo mais profundo e
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mais rico, a saber, a reconciliação e comunhão com Deus e uns com os outros (i.e Efésios 2.13-22). Além disso, ele não concede isso a todos os homens, mas somente àqueles que pertencem a ele, isto é, para pa ra s u a com c omun unid idad adee de redim re dimido idos. s. De Dessa ssa mane ma neira ira,, shal sh alom om é a bênção que o Messias traz tra z ao seu povo. povo. A nova criação criação e a nova hu m anidade anid ade devem ser v ista s naq naquele ueless que estã e stãoo em Cris Cristo to (2Corint (2Corintios ios 5.17); e o Reino de Deus Deus deve ser recebido como como por uma um a criança cria nça (Marcos (Marcos 10.15). 10.15). Certamente, é nossa obrigação cristã recomendar por argumento e exemplo os padrões justos do reino para aqueles que ainda não o recebera receberam m ou ainda a inda não entraram entrara m nele. nele. Dess D essaa maneira, vemos a justiça do reino reino imiscuindo-se nos segmentos segm entos do mundo e, assim, assim , de algum a maneira, diminuindo as fronteiras entre os dois. Todavia, o reinó per p erm m an anec ecee d isti is tinn to d a soci so cied edad adee ímpi ím piaa e o ver v erda dadd eiro ei ro a cess ce ssoo a ele depende do novo novo nascim ento espiritual. espiritual. Em terceiro lugar, a palavra “missão” não pode ser usada de maneira man eira apropriada aprop riada para incluir incluir todas as coisas coisas que Deus Deus está fazendo fazendo no mundo. Em sua providência e graça, ele está, de fato, ativo em todos os hom ens e em todas as sociedades, sociedades, quer qu er eles eles reconheçam reconheçam ou não. Mas está e stá não é sua “missão. “Missão” diz respeito ao seu povo redimido e àquilo para o que ele o envia ao mundo para fazer. Em quarto lugar, a preocupação de Uppsala com mudança social deixou pouco ou nenhum espaço para a preocupação evangelística. Foi esse desequilíbrio, d esequilíbrio, contra con tra o qual, se é que posso fala f alarr de de maneira man eira pess pe ssoo al, al , s e n ti qu quee t in h a qu quee p r o tes te s tar ta r n a s e ssã ss ã o p len le n á ria ri a n a qu quaa l o relatório da Seção II “Renovação em Missão” foi apresentado. ‘A Assembléia Assem bléia dedicou sua su a zelosa atenção aten ção à fome fome,, à pobreza e às injustiças injustiça s do mundo mun do contemporâneo”, disse eu. “E fez muito bem. Eu mesmo fui tocado por isso. Mas não encontro uma preocupação ou uma f compaixão comparável à fome espiritual do homem. A prioridade número um da igreja permanece os milhões e milhões que (com (comoo Cris Cristo to e seus apóstolos apósto los declaram vez após vez), sem Cris Cristo to,, estão estã o perecendo. O Co Conc ncili ilioo Mundial Mundia l de Igrejas profess pro fessaa o conhecim co nhecimento ento de Cristo como Senhor. Bem, o Senhor Jesus Cristo enviou sua igreja para pregar as boas-novas e fazer discípulos; não vejo esta Assembléia como um todo ansiosa ans iosa por obedece obedecerr este mandamento. mandam ento. O Senhor Jesus Jesus
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chorou sobre a cidade impenitente que o havia rejeita rejeitado; do; não vejo vejo esta Assembléia vertendo lágrimas lágrim as semelhantes àquelas.”
UMA SÍNTESE BÍBLICA? A partir da visão tradicional de missão como exclusivamente evangelísti evange lística ca e da visão ecumênica ecum ênica corrente como como o estabelecimento estabelecimento d a sh s h a lom lo m , perguntamo p erguntamo s se há um a m aneira melho melhorr, um modo mais mais equilibrado e mais m ais bíblico bíblico de de definir a missão mis são da d a igreja e de estabelecer uma relação entre as responsabilidades evangelísticas e sociais do povo de Deus. Os de dele lega gado doss pa p a ra a reu re u n ião iã o da d a Comiss C omissão ão sobr so bree Missões Miss ões Mundiais e Evangelização, na cidade do México, em dezembro de 1963, detectaram o problema, mas se declararam incapazes de encontrar uma solução .para ele. Em um relatório da Seção III, eles confessaram confessa ram o seguinte: “O debate retornou vez após vez para o relacionamento entre a ação de Deus na Igreja e através da Igreja e tudo que Deus está fazendo no mundo, aparentemente de maneira independente da comunidade cristã. Seria possível estabelecer uma distinção entre a ação providencial de Deus e a ação redentora de Deus? Fomos capazes de estabelecer a tese e a antítese neste debate, mas não pudemos encontrar o caminho por meio do qual chegaremos à verdade, a qual, sentimos, está para além desta dialética.” (Witness in Six Continents [Testemunho em Seis Continentes], Continentes ], editado por R. K. Orchard, Edimburgo, House Press, p. 157). Muitas pessoas vieram para Uppsala desejando uma genuína reunião de mentes, por meio das quais essa tensão pudesse ser resolvida. resolv ida. Em um a das d as con conferên ferências cias de abe a bertu rtura, ra, Dr. W. A. Vissert’ Hoof expressou o desejo de que a Assembléia tratasse esse assunto “positiva e ecum enicam ente” - “positivamente, “positivamente, no sentido sen tido de dar uma direção clara de orientação para nosso movimento” e “ecumenicamente, ecumenicam ente, no sentido de verdadeiram verdad eiramente ente ouvirmos uns un s aos outros”. Ele continuou a dar sua contribuição dizendo o seguinte:
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“Eu creio que, em relação à grande tensão entre a interpretação vertical do Evangelho como essencialmente preocupado com a ação salvadora de Deus na vida de indivíduos, e a interpretação horizon ho rizontal, tal, como como principalmen principa lmente te preocupada preocu pada como os relacionamentos hum anos no mundo, precisamos precisamos nos livrar desta oscilação bastante primitiva de ir de um extremo a outro, que não é digna de um movimento que, por natureza, busca abraçar a verdade do e v a n g e l h o e m s u a c o m p le tu d e . Um c r i s t i a n i s m o q u e per p erdd eu s u a d imen im ensã sãoo v erti er tica call pe perd rdeu eu seu se u s a l e n ã o é apenas ape nas insípido insípido em si si mesmo, mas tam bém inútil inú til para o mundo. Mas, Mas, um cristianismo que usa a preocupação preocupação vertical como um meio de escapar de sua responsabilidade pela vida comum do homem e de estar envolvido diretamente nela é uma negação da e n ca rn a ç ã o , do do a m o r de Deus m an a n i f e s t a d o e m C r is t o ” {Rela {Relatór tório io de Uppsala 68, e 68, editad ditadoo por po r Norman Goodal Goodall,l, WCC, Genebra, 1968, pp. 317-18).
Mas, infelizmente, o que o México deixou sem terminar Uppsala não completou e o desejo do Dr. Vissert’ Hooft não foi realizadq. A velha polarização continuou. Todos nós deveríamos ser capazes de concordar que a missão emerge primariamente primariam ente da naturez na tureza, a, não da igreja, igreja, mas da do própri próprioo Deus. O Deus vivo da Bíblia é um Deus que envia. Penso que foi Johannes Blauw, em seu livro The The Missionary Nature o ft h e Church (A Na N a tur tu r e z a M issi is sioo ná nári riaa d a Igreja Igr eja.. McGraw-Hill, 1962), que usou pela pe la p rim ri m eira ei ra vez a p a lav la v ra “cen “ce n tríf tr ífuu g a ” pa p a ra de desc scre reve verr a m issã is sãoo da igreja. Depois disso, o Professor J. G. Davies aplicou o termo para o próp pr óprio rio Deus. “D eu eus”, s”, escr es crev eveu eu ele, é um u m “Ser cent ce ntrí rífu fugg o” ( Worship a nd Mission Miss ion [Ado [Adora raçã çãoo e Missão], 1966 1966,, p. p. 28). 28). Essa é um a dramática dramá tica figura de linguagem. Contudo, é apenas um outro meio de dizer que Deuss é amor Deu amor,, sempre alcançando alcançan do outros ou tros num nu m a obra de auto-doação. auto-doação. Assim, Ele enviou Abraão adiante, ordenando-o que fosse de sua terra nata n atall e de sua parentela p arentela para p ara o grande desconheci desconhecido, do, prometendo prometendo abençoá-lo, se ele obedecesse (Gênesis 12.1-3). Então, enviou José pa p a ra o Egito Eg ito,, rev re v og ogan ando do a té m esm es m o a crue cr ueld ldad adee de s e u s irm ir m ão ãos, s, a fim fim de preservar um remanescente reman escente fiel fiel na terra durante dur ante o per perío íodo do de
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fome fome (Gênesus 45.4 4 5.4 -8). -8 ). Dep Depois ois,, enviou en viou Moisés ao seu povo oprimido oprimido no Egito, com boas novas de libertação, dizendo a ele: “Venha, Eu lhe enviarei a Faraó a fim de que você liberte o meu povo do Egito” (Êxodo (Êxodo 3.10). 3.10 ). Depois do êxodo e do estabelec estab elecim imento ento do povo de Israel, enviou uma sucessão contínua de profetas com palavras de aviso e de prom pro m essa ess a para pa ra seu po povo vo.. Com Como foi foi dito atrav atr avés és de Jeremias: “De Desde sde o dia que seus pais saíram da terra do Egito, até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas, todos os dias, começando de madrugada, eu os enviei. Mas não me destes ouvidos.:. (Jeremias 7.25, cf 2Crônicas 36.15, 36.15 , 16 16). ). Depois Depois do cativeiro cative iro babilônico, babilô nico, ele graciosamente enviou-os de volta à terra prometida e enviou mais mensageiros com eles e para eles, a fim de ajudá-los a reconstruir o templo, templo, a cidade e a vida nacional. Então, finalmente “quan quando do veio veio a plen pl enit ituu d e do doss tem te m po pos, s, Deus en envi vioo u seu se u Filho”;e Filh o”;e de depo pois is d isso is so o Pai e o Filho Filho enviaram enviara m o Espírito Espírito no Dia do Pentecoste (Gálatas 4.4-6; João João 14.26; 15.26; 16.7; Atos 2.33). Tudo isso isso compõe compõe o pano de fundo bíbli bíblico co essencial p ara qualquer qualq uer compreensão do que seja missão. A missão fundamental é a missão de Deus, Deus, pois foi ele quem enviou env iou seu s euss profetas, pro fetas, seu Filho, Filho, seu Espírito. Espírito. Dentre essas missões, a missão do Filho é central, pois foi a culminância do ministério dos profetas e envolveu em si mesma, como seu clímax, o envio do Espírito. E agora o Filho passã a enviar J também, da mesma maneira como ele foi enviado. Já durante seu ministério público, enviou primeiramente os apóstolos e depois os setenta como uma espécie de extensão de seu próprio ministério de preg pr egaç ação ão,, e n sino si no e cu cura ra.. E n tão, tã o, de depo pois is de s u a m orte or te e ress re ssuu rre rr e ição iç ão,, ele ele ampliou o escopo escopo da missão m issão pa para ra incluir todos os que o consideram Senhor e á si mesmos seus discípulos. discípulos. Pois Pois outros estavam estav am presentes com os doze quando a Grande Comissão foi dada (i.e. Lucas 24.33). Não po pode dem m os res re s trin tr ingg ir s u a ap aplic licaç ação ão som so m e n te p a ra os ap após ósto tolo los. s.
A GRANDE COMISSÃO O que acabamos acab amos de dizer leva-nos à consideração dos termos da Grande Comis Comissão são.. A que o Senhor Senh or Jesus comiss co missiono ionouu seu pov povo? o? Não há nenhu nen hum m a dúvida de que a maioria das versões da Grande Grande Comis Comissão são ' (pois parece que ele repetiu-a de várias formas, em várias ocasiões) coloca co loca a ênfase sobre a evangeliza ev angelização. ção. “Ide “Ide por todo o mundo mu ndo e pregai o evangelho a toda criatura” é o mandamento conhecido do “final mais longo” do evangelho evangelh o de Marcos, Marcos, o qual qua l parece ter te r sido adicionado adicionad o
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por po r alg a lguu m escr es crib ibaa tard ta rdio io,, de depo pois is qu quee a co conc nclu lusã sãoo orig or igin inal al de Marco Ma rcoss foi foi perdida (Marco (Marcoss 16.15). 16.15). “Ide Ide e fazei discípulos de todas toda s as a s nações, na ções, ba b a tiz ti z a n d o -os -o s e e n s ina in a n d o -os -o s ...” .. .” é a form fo rmaa a p r e s e n tad ta d a po porr M ateu at euss (Mateus (Mateus 28.19, 20), 20), enqu e nquanto anto Lucas traz no fim de seu evangelho a pa p a lav la v ra de Cristo de “qu “quee o a rre rr e p en endd im en ento to e o pe perd rdão ão de pe peca cado doss deve de ve ser pregado pregad o em seu nome para p ara todas tod as as na naçõ ções” es” e no começo começo de Atos Atos que seu povo povo recebesse recebesse poder para tornar-se torna r-se testem te stem un unha ha até os confins da terra ter ra (Luca (Lucass 24.47; Atos 1.8) 1.8).. A ênfase ênfa se cum c umulativ ulativaa parece clara. clara. Ela parece estar colocada sobre sobre a pregação, sobre o testem un unho ho e sobre o fazer discípulos; discípulos; muitos m uitos deduzem d eduzem a partir p artir daí da í que a missão da igreja, de acordo com a especificação do Senhor ressurreto, é exclusivamente a missão de pregação, conversão e ensino. De fato, confesso que eu mesmo mesmo argumentei argum entei nes n essa sa linha lin ha no Congresso Congresso Múndial de Evangelização, em Berlim, em 1966, ao tentar expor as três pri p rinn cip ci p ais ai s ve vers rsõõ es d a G rande ran de Comissã Com issão. o. Atualmente, Atualm ente, entretanto en tretanto,, me expressaria expressa ria de maneira mane ira diferente. diferente. Não Não é apenas que a comissão inclui a tarefa de ensinar aos convertidos todas as coisas que Jesus havia anteriormente ordenado (Mateus 28.20), e que a responsabilidade social está entre as coisas que ele ordenou. Agora percebo mais claramente que não apenas as conseqüências, mas a real comissão em si si mesma mesm a deve deve ser entendida incluindo a responsabilidade evangelística, a menos que qu eiramos ser culpados de distorcer as palavras de Jesus. A forma crucial na qual a Grande Comissão foi entregue a nós (apesar de ser a mais negligenciada porque é a mais difícil) é a joa jo a n ina in a . Jes J esus us h av avia ia an ante tecc ipad ip adoo esse es se fato fa to em su a oraç or ação ão no cenácu cen áculo, lo, quan qu ando do ddisse isse ao Pai Pai: ‘Assim como como tu me enviaste ao mundo, mundo , também tam bém eu vo voss enviei ao mundo mun do (João (João 17.18). Agora, provavelm prova velmente ente no mesmo cenáculo, mas depois de sua morte e ressurreição, Ele transformou sua oração declarativa numa comissão e disse: “Paz seja convosco! Assim como o Pai vos. enviou, eu também vos envio” (João 20.21). Nes N essa sass d u a s sent se nten ença ças, s, Jesu Je suss fez fe z mai m aiss que q ue d e lin li n e a r u m vag v agoo par p aral alel eloo entre a su a missão m issão e a nossa. no ssa. Deliberadamente e precisam ente ele fe fez modelo da nossa, dizendo “como o o Pai me enviou, de sua missão o modelo assim assim Eu vos envio”. Portanto, nosso entendimento da missão da igreja deve ser deduzido de nosso entendimento da missão do Filho. Por que e como o Pai enviou o Filho? Logicamente, o propósito principal da vinda do Filho ao mundo foi único. Talvez seja parcialmente por esta razão que os cristãos
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têm hesitado em pensar a sua missão em qualquer sentido comparáv comparável el à dele. Pois o Pai enviou o Filho para ser o Salvador do mundo e, no fim, fim, para fazer a expiação expiação de nossos nosso s pecados e para nos trazer traz er a vida eterna (ljoão 4.9,10,14). De fato, ele mesmo disse que tinha vindo “para buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10). Não podemos copiálo nessas coisas. Não somos salvadores. Apesar desses fatos, tudo isso ainda é uma declaração inadequada de por que ele veio. É melhor começar com algo mais geral e dizer que ele veio para servir. Seus contemporâneos tinham familiaridade com a visão apocalíptica do filho do homem recebendo domínio e sendo servido por po r tod to d o s os po povo voss (Daniel (Dan iel 7.14) 7.1 4).. M as Jesu Je suss s a b ia qu quee tin ti n h a qu quee servir an tes que fosse servido, servido, e suporta sup ortarr sofrimento sofrimen to an tes que recebesse domínio. Assim, ele fundiu duas imagens do Velho Testamento Testam ento aparen apa rentem tement entee incompatíveis: o filho filho do do homem de Daniel Daniel e o servo sofredor sofre dor de Isaías. Isaía s. Jesus Jes us declarou: d eclarou: “o Filho Filho do homem hom em veio, veio, não para ser servido servido,, mas m as para p ara servir e da darr sua vida como resgate resgate de muitos” (Marcos 10.45). A oferta de resgate pelo pecado foi um sacrifício que somente ele poderia oferecer, mas isso constituiu o clímax de um a vida de serviço, serviço, a qqua uall nós também tam bém podemos ter. ter. “Eu estou no meio de vós”, ele disse em outra ocasião “como aquele que serve” (Lucas 22.27). Assim, deu-se a si mesmo pelos outros em serviço altruísta, e tal serviço abrangeu uma ampla variedade de formas, de acordo com as necessidades dos homens. Certamente, ele preg pr egou ou,, p rocl ro clam aman ando do a s b o a s -no -n o v a s do Rein R einoo de De Deus us e en e n s ina in a n d o a chegada e a natureza do Reino, como entrar nele e como ele se expandiria. Mas ele serviu tanto em atos quanto em palavra, a tal pon po n to qu quee se s e ria ri a impo im poss ssív ível el s e p a rar ra r ob o b ras ra s e pa p a lav la v ras ra s no m inis in isté téri rioo de Jesus. Ele alimentou bocas famintas e lavou pés imundos; curou o doente, confortou o aflito e até mesmo restaurou o morto à vida. Agora, nos envia, diz ele, como 0 Pai o tinha enviado. Portanto, nossa missão, como a dele, deve ser uma: a de servir. Ele esvaziouse a si mesmo de sua condição e assumiu a forma de servo, e suà atitu de humilde dev devee estar es tar presente pre sente em nós (Filipensis 2.5-8). 2.5-8). Ele Ele nos prov pr ovid iden enci ciou ou o m od odel eloo pe perf rfei eito to de servi ser viço ço e en envv ia s u a igre ig reja ja p a ra o mundo, pa para ra ser um a igreja igreja que serve. serve. Não é esse essenci nciía íall para p ara nós restabelecer essa ênfase bíblica? Em muitas de nossas atitudes e iniciativas iniciativa s cristãs temos tido a tendênc ten dência ia (especialmente, (especialmente, n a Europa e na América do Norte) de sermos chefes em vez de servos. Contudo, pare pa rece ce qu quee é em n o s so pa papp el de serv se rvos os q ue p od odem emos os e n c o n tra tr a r a verdadeira síntese da evangelização e da ação social. Pois ambos
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devem ser para nós, como indubitavelmente foram para Cristo, autênticas expressões do amor que serve. Então, há um outro aspecto da missão do Filho que deve ser colocado em paralelo com a missão da igreja, especificamente que, a fim de servir, ele foi enviado p enviado paa ra o m u n d o . Ele não apenas desceu como um visitante de um espaço exterior, ou chegou como um alienígena trazendo su a cultura alienígena cons consig igo. o. Ele Ele assum ass um iu nossa no ssa humanidade, nossa carne e sangue, nossa cultura. Ele realmente tornou-se um de nós e experimentou experimentou nossa no ssa fraqueza, nosso sofrimento sofrimento e nossas tentações. Ele chegou a suportar nosso pecado e morrer a morte destinada a nós. E agora envia-nos “para o mundo”, para que nos identifiquemos Com outros, da mesma maneira com que se identificou conosco conosco (sem perde perder, r, contudo, contudo, nos n ossa sa identida ide ntidade de cristã), p ara ar a tonarmo-nos tonarm o-nos vulneráveis do mesmo modo que ele se tomou. tomou . Certam Certamente, ente, essa é uma das falhas mais características nossas, como cristãos, incluindo nós que somos chamados cristãos evangelicais, que raramente parecemos levar a sério esse princípio da Encarnação. “Da mesma maneira que nosso Senhor assumiu nossa carne”, declara o relatório da Cidade do México, de 1963, “assim ele chama sua Igreja a assumir o mundo secular. Isso é fácil da se dizer e sacrificial de se fazer” (Witness (Witness in S ix Conti C ontinents nents - Testemunho em Seis Continentes, p. 151). Para nós, nó s, é mais ma is na n a tura tu rall gritarm grit armos os o ev evan ange gelho lho par p araa as a s pes p esso soas as de uma .longa distância do que nos envolvermos profimdamente em suas sua s vidas, do que nos imaginarmos imaginarm os dentro da cultura cultu ra delas e de seus prob pr oble lem m as e sent se ntir irm m os soli so lidd aria ar iam m en ente te s u a s dores dor es.. Contudo, Cont udo, nã nãoo se pode esca es capp ar d e ssa ss a impli im plicaç cação ão do exemplo exem plo de no noss ssoo Senhor. Senho r. Co Como mo o Pacto de Lausanne declarou: ‘Afirmamos que Cristo envia seu povo redimido para pa ra o mundo, mu ndo, assim a ssim como como o Pai Pai o enviou, enviou, e que isso requer re quer uma penetração de igual modo profunda e sacrificial” (parágrafo 6).
A RELAÇÃO ENTRE EVANGELIZAÇÃO E AÇ Ã O SOCIAL SOC IAL Qual deve ser, então, a relação entre evangelização e ação social dentro de nossa responsabilidade cristã integrãl? Mesmo que admitamos que não temos liberdade nem para concentrar na evangelização, excluindo a preocupação social, nem para fazer do ativismo social um substituto da evangelização, ainda assim pre p reci cisá sám m os d efin ef inir ir a rela re laçç ão en entr tree os dois. dois . T en ento touu-se se l e v a n tar ta r três tr ês m aneiras ane iras principais de se fazer isso: isso:
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Primeiro, considerar a ação social como um meio de d e evangeliz evangelização. ação. Nesse caso, ca so, ev evang angeliz elizaçã açãoo e a conq co nquu ista is ta de conve co nvertid rtidos os são s ão os objetivos princ pr incipa ipais is em vista vis ta,, m as a ação aç ão social soc ial é úm ú m a útil út il prep pr epara aração ção,, um meio efetiv efetivoo para que se alcancem esses fins. Em süa formã mais ostensiva, isso faz do trabalho social (seja através da doação de alimentos, de remédios ou da educação) educação) o açúcar açúca r da pílula, pílula, a isca do anzol, enquanto, em sua su a melhor forma forma,, isso is so dá ao a o evangelho a credibilidade credibilidade que que ele não teria, caso a prática não fosse realizada. Em ambos os casos, o cheiro da hipocrisia ronda nossa filantropia. Um real motivo oculto impelenos a nos engajarmos nessa linha. E o resultado de fazer de nosso progr pro gram amaa social o mei m eioo para ou outro tross fins são os chamados “cristãos de arroz”, os os quais qua is nós mesmos geramos. Isso é inevitável inevitável se nós mesmos temos sido “evangelistas de arroz”. Eles ficam decepcionados conosco. Não surp su rpree reend ndee o que Gh Ghand andii diss di ssee em 1931: “Creio Creio que q ue proselit pro selitism ismoo sob a fachada de trabalho humanitário, para dizer o mínimo, não é saudável. Por Por que que eu deveria mudar mu dar de religiã religiãoo porque um u m médico médico que que prof pr ofes essa sa o cris c ristia tiani nism smoo curou cur ou-m -mee de alg al g uma um a doe doença nça...? ...? A segunda maneira de relacionar evangelização e ação social é melhor. Ela toma a ação social, não como úm meio de evangelização, mas como uma manifestação de evangelização, evangelização, ou, pelo menos, do evangelho que está sendo proclamado. Nesse caso, a filantropia não está anexada à evangelização, até certo ponto, artificialmente, pelo lado de fora, fora, mas aparece como sua su a expressão natur n atural. al. PodePode-se se quase que dizer que a ação social torna-s torn a-see o “sacramento “sacram ento”” da evangelização, evangelização , pois po is ela el a to r n a a m e n sag sa g e m s ign ig n ific if icaa tiv ti v a m e n te visí vi síve vel.l. J. H erm er m an Bavinck, em seu famoso fam oso livro A livro Ann Intr In trod oduc uctio tionn to th t h e Scien Sci ence ce ofMis ofM issi sion on {Uma {Uma Introdução Introduçã o à Ciênc Ciência ia de Missões. Missões. Publicado em 1954 1954,, na Holanda, e em 1960, pela Pr pela Pres esby byte tería ríann a n d Refo Re form rmed ed P u b lish li shín íngg Co.) .) defende essa visão. Medicina e educação são mais que “um meio legítimo e necessário de criar uma oportunidade para a pregação”, escreve ele, pois po is “esse es sess serviç ser viços os s ã o m otiv ot ivad adoo s pe pelo lo próp pr óprio rio am o r e compa com paixã ixão; o; assim, deixam de ser simplesmente preparação, e exatam exa tamente ente naquele momento mom ento tornam-se tornam -se pregação” (p. 113) 113).. Não devemos he hesit sitar ar em em concordar com esse ponto de vista em toda sua extensão, pois há um forte forte precedente precedente para ele ele no ministér m inistério io de Jesus. Jesus. Suas S uas palavras p alavras e atos fizeram fizeram parte um do do outro, outro, as palavras palavra s interpretand interp retandoo os atos e os atós dando corpo às palavras. Ele não apenas anunciou as boas-novas do reino; reino; ele praticou pratico u “sinais “sina is visíveis do do reino”. Se as pessoa pes soass não nã o fossem crer em suas palavras, disse ele, então deixassem-nas crer nele “por amor das próprias obras” (João 14.11).
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O Bispo John Joh n V. Taylor assu m e um u m a posição po sição m ais ou o u menos m enos semelhante, em sua su a contribuição contribuição para a série série “Chris “Christian tian Foundations" (Fundamentos Cristãos) Cristãos) intitulada For Ali A li the th e World {Par {Paraa o Mundo Mu ndo Todo. Todo. Hodder e Stoughton, 1966). Ele escreve sobre uma “tripartite apresentação do evangelho” (p. 43), significando que os cristãos são chamados para “articular o evangelho por. meio da maneira que eles falam (proclamação), (proclamação), por meio do do que eles são (testemunho) (testemun ho) e por meio do que eles fazem (serviço)” (p. (p. 40). Isso també tam bém m é um a verdade verdad e dita di ta de mane ma neira ira acurad acu rada. a. Contudo, Contudo, isso deixa-me deix a-me incomodado, pois faz do serv serviço iço uma subdivisão da evangelização, um aspecto da proclamação. Não posso pos so ne nega garr que bo boas as ob obra rass de d e amo am o r tinh tin h a m um u m valo va lorr evidente evid ente qu quan ando do realizadas por Jesus e, de fato, fato, têm um valor evidente evidente quando realizadas por nó nóss (cf Mateu Mat euss 5.16). Todavia, nã nãoo po poss ssoo me forçar forç ar a acei ac eita tarr que essa é a única úni ca ou mesmo a maior m aior justificativa para elas. elas. Se for assim, então ainda, e, de certo modo, conscientemente, elas são um meio para se atingir um fim. Se boas obras são a pregação visível, então elas estão esperando esperan do um retomo; mas se boas obras são s ão amor amo r visível visível,, então elas não estão estã o “esperando nad n adaa em troca” troca ” (Luc (Lucas as 6.35 6.35). ). Isso leva-me ao terceiro modo de estabelecer a relação entre evangelização e ação social, social, o qual creio creio ser o modo modo verdadeiram verd adeiram ente cristão, ou seja, que a açã o social é p é par arce ceir iraa da d a eva e vang ngel eliz izaç ação ão.. Como pa p a r c e iro ir o s , os dois fazem parte um do outro ainda que sejam independentes. Cada um se firma em seus próprios pés, em seus próp pr ópri rios os d irei ir eito tos, s, u m ao lado la do do ou outr tro. o. Pois cad ca d a u m tem te m um fim em si mesmo. Ambos são expressões expressõe s de am a m or genuíno. genuíno . Como omo o Congresso Congresso Evangélico Nacional Anglicano em Keele estabeleceu em 1967, “Evangelização e servi serviço ço compassivo fazem parte conjuntame conjun tamente nte da missã missãoo de De Deus us”” (par (parág ágra raffo 2.20 2.20)). _ ' O apóstolo João João ajudou-me ajudou-me a entender enten der isso pelas palavras p alavras de sua pri p rim m eira ei ra cart ca rta: a: “Ora, aq aquu ele el e qu quee p o s s u ir recu re curs rsos os d e ste st e m un undo do e vir v ir seu irmão padecer necessidades e fechar-lhe o seu coração, como pode pod e p erm er m an anec ecer er ne nele le o a m o r de Deu Deus? s? Filh Fi lhin inho hos, s, n ã o am emo em o s de pala pa lavv ra, ra , ne nem m de lín lí n g u a , m a s de fato fa to e de v e rda rd a d e ” ( l j o ã o 3 .17, .1 7,18 18). ). Aqui, o amor- em ação jorra de uma situação dupla: primeiro “ver” um irmão irmã o em necessidade e, e, segundo, “ter” os os meios para satisfazer sa tisfazer a necessidade. Se não relaciono o que “tenho” com o que “vejo”, não poss po ssoo diz di z er q ue sou so u h a b ita it a d o pelo am o r de Deu Deus. s. Além Alé m diss di sso, o, esse es se princ pr incípi ípioo apl a plic icaa-se se qu q u a lqu lq u e r que qu e sej s ejaa a n a ture tu rezz a da ne nece cess ssid idad adee vista vis ta.. Posso ver necessidade espiritual (pecado, culpa, perdição) e ter o conhecimento do evangelho evangelho para pa ra satisfazê-la. Ou, Ou, talvez, talvez, a necessidade
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que eu veja seja doença ou ignorância ou lugares inóspitos para se morar, e tenha a competência médica, educacional ou social para resolver isso. Ver a necessidade e possuir a solução compelem o amor am or p ara ar a agir agir,, e dependerá depen derá do que “virmo “virmos” s” e do do que “tiverm “tivermos” os” pa p a ra qu quee a a ção çã o seja se ja ev evaa n g e líst lí stic icaa o u de n a tur tu r e z a soci so cial al,, ou ou,, de fato, fa to, polít po lític ica. a. Isso Is so n ã o sign si gnif ific icaa qu quee p a lav la v ras ra s e ob obra ras, s, e v an angg eliz el izaç ação ão e ação social, social, sejam parceiros parceiros tão inseparáveis inseparáv eis que todos nós devemos nos engajar em ambos o tempo todo. As situações variam e haverá tempos quando o destino destino eterno de uma pessoa se rá a questão qu estão mai m aiss urgente, pois pois não podemos nos esquecer de de que homens hom ens sem Cri Crist stoo estão perecendo. Mas, certamente, haverá outros tempos quando a necessidade necessidade m aterial aterial de uma um a pessoa pesso a é tão premente que ela não será capaz de ouvir ouv ir o evangelho, se o compartilha com partilharm rmos os com ela. O homem que caiu entre os salteadores necessitava, acima de tudo, naquele momento, de curativos de óleo para suas feridas, não de folhetos evangejísticos em seus bolsos! Semelhantemente, nas palavras de um missionário em Nairobi, citadas pelo Bispo John Taylor, “um homem faminto n ão tem ouvido ouv idos” s” (p. (p. 37). 37). Se no nosso sso inimigo está com fome, nosso mandato bíblico não é evangelizá-lo, mas alimentá-lo (Romanos (Romanos 12 12.2 .20) 0)!! Assi Assim, m, também tamb ém há um a diversidade de chamados cristão crist ãoss e cada cristão cris tão deve ser se r fiel fiel ao seu se u próprio cham ado ado.. O médico médico não de deve ve neg ligen ligen ciar a p rática da da,, m edicina edicina por cau sa da evangelização, nem o evangelista ser distraído do ministério da pa p a lav la v ra pelo m inis in isté téri rioo d a s m e sas, sa s, como com o os ap apóó s tolo to loss rap ra p ida id a m e n te descobriram (Atos 6).
O GRANDE MANDAMENTO Retornemos agora agor a à Grande Comi Comissã ssão. o. Tentei Tentei argum arg um en entar tar que sua su a forma joanína, de acordo com a qual a missão da igreja deve ter como modelo a missão do Filho, implica que somos enviados ao mundo para servir, e que o serviço humilde que temos que prestar significará para nós, da mesma maneira que significou para Cristo, tanto tan to palavras p alavras co como mo ação, ação, um a preocupação por causa cau sa da fome e da doença tanto do corpo quanto da alma; em outras palavras, tanto evangelização quanto atividade social. Mas, supondo que alguém continue convencido de que a Grande Comissão diz respeito exclusivamente à evangelização, o que fazer? fazer? Arris Arriscoco-me me a dizer que algum as vezes - talvez porque essa ess a foi foi a última instrução que Jesus Jesus deu-nos deu-nos antes ante s de retornar ao Pai Pai - damos um lugar por demais proeminente à Grande Comissão em nosso
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pe p e n sam sa m en ento to cris cr istã tão. o. Por favor, favor, nã n ã o me en e n ten te n d a mal. ma l. Creio firm fi rmem emen ente te que a igreja toda está sob a obrigação de obedecer a comissão do Senhor de levar o evangelho a todas as nações. Mas também estou pre p reoo c u p a d o em q u e n ã o de devv e m o s c o n s ide id e r a r isso is so co com m o a ú n ica ic a instrução que Jesus deixou-nos. Ele também citou Levíticos 19.18 “ame o seu próximo como a ti mesmo”, e chamou essa passagem de “o segundo segun do e grande gra nde mand m andam amento ento”” (segundo em importância, impo rtância, apenas ape nas em relação relação ao supremo m and andam amento ento de am ar a Deus Deus com com todo todo nosso ser), ser), e elaborou o assu as sunn to no Sermão Serm ão do Monte. Monte. Ali Ali,, Ele Ele insistiu insi stiu que no vocabulário de Deus o nosso próximo inclui o nosso inimigo, e que amar significa “fazer o bem”, isto é, dar de nós mesmos ativa e construtivam con strutivam ente pa para ra,, servir servir ao bem -estar de nosso próximo próximo.. Aqui, então, há duas instruções de Jesus - um grande màndamento: “ame a seu próximo” e uma grande comissão: ide e fazei discípulos”. Qual a relação entre as duas? Alguns de nós se comportam como se considerássemos as duas como idênticas, de maneira que se compartilhamos o evangelho com alguém, consideramos que completamos nossá responsabilidade de amá-lo. Mas não. A Grande Comissão Comissão nem exp expli lica, ca, nem exaure, nem substitu sub stituii o Grande Mandam Man damento. ento. O que ela faz é adicionar adicion ar à exigência de amor ao próximo e de serviço ao próximo uma nova e urgente dimensão cristã. Se amamos verdadeiramente nosso próximo, sem dúvida compartilharemos com ele as boas-novas de Jesus. Como é possível afirmarm afirm armos os que o amamo ama mos, s, se conhecemos o evangelho evang elho e o privamos dele? Igualmente, entretanto, se amamos verdadeiramente nosso próx pr óxim imoo n ã o de deve vem m os p a r a r n a ev evan ange geli liza zaçã ção. o. No Nosso sso próx pr óxim imoo n ã o é nem um a alma sem sem corp corpoo que deve devemos mos am ar apenas su suaa alma, nem um corpo sem alma que devemos nos preocupar apenas com o seu bem b em -est -e star ar;; ne nem m m esm es m o u m corpo cor po com alm al m a, iso is o lad la d o d a socied soc iedad ade. e. Deus criou o homem, que é meu próximo, como um corpo com uma alma em uma comunidade. Portanto, se amamos nosso próximo, inevitavelmente precisamos estar preocupados com seu total bemestar, o bem de sua alma, de seu corpo e de sua comunidade. Além disso, essa é a visão do homem como um ser social, e também como um ser s er psicossomático, psicossomático, o que nos obriga a acrescentar um a dimensão po p o l í t i c a à nossa preocupação social. A atividade humanitária pre pr e o cu cupp a-se a- se com os d e s a s tre tr e s de u m a soci so cied edad adee do doen ente te.. Devemos estar preocupados com a medicina preventiva ou com a saúde comunitária também, o que significa a busca por melhor estrutura social, na qual paz, dignidade, liberdade e justiça sejam garantidas
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pa p a ra tod to d os os ho hom m en ens. s. E nã n ã o h á r a z ã o pe pela la q u a l, p e rsis rs isti tinn d o n e s sa bu b u sca, sc a, n ã o de deva vam m os d a r as a s m ã o s a tod to d o s os h o m e n s de bo b o a von vo n tad ta d e , mesmo se eles não forem cristãos. Pararesumir, somos enviados ao mundo, como Jesus, para servir. Pois essa é a expressão natural de nosso amor pelo nosso próximo. Nós am am o s. Nós va vam m os. os . Nós serv se rvim imos os.. E nis n isso so n ã o tem te m o s (ou nã nãoo deveríamos ter) nenhum motivo oculto. É verdade que o evangelho ressente-se da falta de visibilidade, visibilidade, se nós meramen me ramente te o pregamos, e ressente-se resse nte-se da d a falta fal ta de credibi credibilidad lidade, e, se nós que o pregamos pregamo s estivermos interessados apenas em almas, sem qualquer preocupação com ò be b e m -est -e staa r dos do s corpo cor pos, s, d a s s itu it u a ç õ e s e das da s co com m u n idad id adee s da d a s pe pess ssoo as. as . Contudo, a razão de nossa aceitação da responsabilidade social não é, primordialmente, conferir ao evangelho nem visibilidade nem credibilidade, credibilidade, de cuja falta ele se resse res sentir ntiria ia se isso não nã o acontecesse, acontecess e, mas, em vez disso, é a compaixão simples e natural que sentimos pelo pel o n eces ec essi sita tadd o . O am a m or n ã o tem te m n eces ec essi sidd a d e de just ju stif ific icaa r-se r- se a si mesmo. Ele simplesmente se expressa em serviço onde quer que perc pe rceb ebaa a n eces ec essi sidd ad ade. e. “Missão”, então, náo é uma palavra que engloba todas as coisas que a igreja igreja faz. faz. Declarar que “a igreja é missão” miss ão” soa bem, mas m as constitu co nstituii um exager exagero. o. Pois Pois a igreja igreja é tanto tan to uma um a comunidade com unidade de adoração quanto qua nto uma comunidade de serviço e, conquanto adoração e serviço façam part pa rtee u m do outro, eles el es não nã o devem ser se r con confund fundidos idos.. Nem, como já vimos, a “missão” inclui todas as coisas que Deus faz no mundo. Pois Deus, o Criador, está constantemente ativo em seu mundo em providência, em graça e em julgamento, julgamen to, muito além dos propósitos pelos quais ele enviou seu Filho, seu Espírito e sua igreja ao mundo. “Missão” abarca a dupla vocação da d a igreja de serviço serviço de ser “o sal sa l da d a terra te rra”” e a “luz do mundo”. mund o”. Pois Cris Cristo to envi en viaa seu povo povo ao mundo m undo para ser s er seu sal e envia seu envia seu povo ao mundo para p ara ser su a luz. luz. (Mateu (Mateuss 5.13-16).
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS Concl Co ncluin uindo, do, talvez seja útil conside co nsiderar rar quais qu ais os prováveis princípios princípios realísticos realísticos desse entendime entend imento nto de “missão”. Os cristãos evangelicais estão agora se arrependendo do seu pietismo inicial cuja tendência era de nos manter isolados do mundo secular, e está aceitando que temos umá um á responsabili responsab ilidade dade tanto ta nto socia sociall quanto qu anto evangelíst evangelística. ica. Mas Mas o que isso isso signifi significa ca na prática? prática? Gostari Gostariaa de explorar explorar três áreas áre as vocacional, local e nacional.
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Começo com a vocação, que para mim significa uma profissão cristã para a vida toda. Freqüentemente, nos é dada a impressão de que se um jovem cristão está e stá realmente realm ente interessado interes sado em servir a Crist Cristoo ele, ele, indubitavelmen indubitavelmente, te, será se rá um missionário no estrangeiro, estrangeiro, e que que se ele ele não está tão interessado interessa do assim a ssim ele ele ficará ficará em em casa e se se tornará torn ará um pasto pa stor, r, e qu quee se lhe lh e f a lta lt a a de dedi dica caçã çãoo p a ra ser se r u m pa pasto stor, r, ele sem se m dúvida servirá como um médico ou como um professor, enquanto que aqueles que terminam em assistência social ou na mídia ou (pior de tudo) na política não estão longe de apostatarem da fé! Do meu ponto de vista, isso precisa precisa urgentemente urgentem ente ganha gan harr uma um a perspectiv perspectivaa mais verdadeira nessa matéria de vocação.Jjesus Cristo chãmâ a todos os seus discípulos para “ministrar”, isto é, para o serviço. Ele mesmo é o Servo por excelência, e chama-nos para sermos servos também. Uma coisa, então, é certa: se somos cristãos, precisamos gasta ga starr nossa no ssass vidas no serv serviç içoo de Deus Deus e dos homens. A ún única ica diferença entre nós repousa na natureza do serviço a que somos chamados pa p a ra pres pr esta tar. r. A lgun lg unss são sã o de fato fa to ch chaa m a d o s p a ra sere se rem m m issi is sioo n ário ár ios, s, evangelistas ou pastores, e outros para as grandes profissões do direito, da educação, da medicina e das ciências sociais. Mas outros são cham ados para pa ra o co comér mérci cio, o, para a indú in dústria, stria, para p ara a agropecuária, pa p a ra a co conn tab ta b ilid il idad adee e pa p a ra o sis s iste tem m a b an ancá cári rio, o, p a ra o gove go vern rnoo loca lo call ou para o parlamento, e para a mídia, enquanto ainda há muitas jove jo vens ns qu quee en enco conn tram tr am s u a voca vo caçã çãoo no n o lar, n a m a tern te rnid idaa d e sem segu se guir ir uma carreira independente também. Em todas essas esferas, e em m uitas outra o utrass além além dessas, é possível possível para os cristãos desempenharem sua profissão de maneira cristã, e não considerá-la nem como um mal necessário (necessário, isto é, para sobrevivência), nem mesmo como um lugar útil para evangelizar ou para ganhar dinheiro para evangelização, mas como vocação cristã, como o meio pelo qual Cris Cristo to chamou-os chamou-o s para p ara ga g a sta st a r suas su as vidas vid as no serviço serviço dele. dele. Àlém Àlém disso, disso, uma parte do chamado será tentar manter os padrões de justiça, de integridade, de honestidade, de dignidade humana e de compaixão de Cristo numa sociedade que não os aceita mais. Quando qualquer comunidade se deteriora, a culpa deve ser atrelad atre ladaa ao meio a que ela perten pertence: ce: não n ão à comunidade que está indo mal, mal, mas m as à igrej igrejaa què está falhando falh ando em sua responsabilidade, como como sal da terra, de impedi-la de se deteriorar. E o sal será eficaz apenas se ele permear a sociedade, apenas se os cristãos entenderem novamente a ampla diversidade dos chamados divinos, e se muitos pe p e n e tra tr a r e m p rofu ro fu n d a m e n te n a s o c ied ie d a d e sec se c u lar, la r, a fim de n e la servirem servire m a Cris Cristo to.. '
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Para esse fim, eu pessoalmente gostaria de ver as reuniões dos responsáveis cristãos por despertar vocações que visitam escolas, colégios e igrejas não recrutando apenas para o pastorado, mas apresentando diante dos jovens a emocionante variedade de oportunidades disponíveis hoje para servir a Cristo e aos seres hum hu m ano anos, s, seus seu s companheiros. Gostari G ostariaa também de ver conferê conferências ncias vocacionais regulares, não apenas conferências missionárias missionárias cujo apelo principal é para se tornar um missionário transcultural, nem conferências ministeriais, ministeriais, as quais se concentram em ordenação past pa stor oral al,, mas m as con conferê ferênci ncias as de missão as missão as quais apresentam a amplitude amplitude bíb b íbli lica ca d a m issã is sãoo de De Deus, us, a p lic li c a n d o -a p a r a o m u n d o de ho hoje, je, e desafiam os jovens a dar suas vidas, sem reservas, para o serviçoem algum algum setor da missão cristã. cristã. Uma segunda aplicação diz respeito à igreja local. Aqui, mais uma vez nossa tendência tem sido a de ver a igreja como uma comunidade de adoração adoração e de testemu testemunho nho,, com com sua su a responsabilidade respo nsabilidade na região ou no distrito sendo largamente restrita ao testemunho evangelístico. Mas, se a igreja local é “enviada” à sua área como o Pai enviou o Filho ao mundo, sua missão de serviço é mais ampla que evangelização. evang elização. Uma vez que a igreja igreja local local como como um todo reconhece reconhece e aceita essa dimensão mais completa de sua responsabilidade, ela está preparada pára uma verdade adicional. Mesmo que todos os cristãos seja sejam m chamados em termo sgerais sgera is para esses tipos de serviço, quais sejam, para testemunhar de Cristo e para atuar como o bom samaritano quando a oportunidade se apresentar, nem todos os cristãos cristãos são chamados cham ados ou para dar da r suas sua s vidas ou para pa ra gasta r todo todo o seu tempo em ambos. É claramente claram ente impossível impossível que todos façam todas as coisas que precisam ser feitas. Portanto, deve haver uma especialização, de acordo com os dons e com o chamado de Cristo para pa ra cada ca da um. um . A lgun lg unss mem m embr bros os da igreja igr eja local, lo cal, sem s em dú dúvid vida, a, receb rec eberam eram o dom para a evangelização e são chamados para evangehzar. Más, pode po derí ríam amos os a g o ra dize di zerr com igu ig u a l co conv nvicç icção ão q ue o ch cham am ad adoo e os dons de Cris Cristo to pa para ra outros outro s aponta apo ntam m para a direção do trabalho trabalh o social? social? Poderíamos nos liberar a nós mesmos da tarefa de curar os feridos (poi (poiss essa é a situação) por supor que todo cristão realmente realm ente sincero sincero irá devotar devotar todo todo o seu tempo na tarefa de gan ha r almas? A doutrina bíblic bíb licaa do co corp rpoo de Cristo, com dife di fere renn tes te s m embr em bros os com d on onss p a ra cumprir diferentes funções, deveria ser suficiente para dar-nos essa liberdade liberdade mais ma is ampla? -
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Uma vez que esse princípio tem sido bem aceito, deveria ser poss po ssív ível el p a r a g rup ru p o s de c ris ri s tão tã o s p reo re o c u p a d o s com isso is so,, em cad ca d a congregação, unir-se a uma variedade de “grupos de estudo e ação”. Por Por exemplo, exemplo, um poderia concentrar-se concen trar-se em visitação visita ção de casa-em-casa, casa-em -casa, outro em penetração evangelí evangelísti stica ca de algum segmento particular aind a não alcançado alcançad o (p. ex. ex. um botei de e studan stud ante te ou um clube clube de jovens, um colégio ou um café), outro em relações comunitárias entre imigrantes, outro ou tro em estabelecer um a associação de moradores para pa ra ajudar os que não têm moradia, outro, em visitar pessoas idosas ou doentes, ou ajudar deficientes físicos e mentais, enquanto outros pode po deri riam am tra tr a b a lh a r com q u e stõ st õ e s p olíti ol ítico co-s -soc ocia iais is o u étic ét icoo-so soci ciai ais, s, tais tai s como aborto (se houve houverr um a clínica clínica de abo aborto rto na área) ou relações trabalhistas (se a área for industrial) ou permissividade e censura (se lojas de pornografia ou cinemas estão infringindo a lei na vizinhança). Deliberadamente Deliberadamente usei a expressão “grupos de estudo e ação” porque nós cristãos temos uma um a tendência tendênc ia de dar nossa noss a opinião a partir de uma posição de ignorância, e precisamos conhecer com precis pre cisão ão as a s comp c omplexi lexidad dades es de noss no ssoo tem t emaa ante an tess de reco re com m en enda darr algu al gum ma ação responsável, seja evangelística ou social, ou ambas, para a igreja local. Meu terceiro terceiro exemp exemplo lo de de tomar tom ar seriamente seriame nte um entendime entend imento nto mais amplo de missão missã o leva-nos pa para ra a cena ce na nacional. Mesmo que iniciativas devam ser tomadas em nível local, seria uma força considerável pa p a r a os g rup ru p o s de e stu st u d o e ação aç ão se a lgu lg u m tipo tip o de rede red e n acio ac ionn a l pu p u d e s s e s e r e s t a b e l e c i d a . A t u a lm e n t e , n a I n g l a t e r r a , e x iste is tem m organizações nacionais para o trabalho jovem (p. ex., Pa P a thfi th finn d e r s e ara missões estrangeiras (as várias sociedades sociedades missionárias) missionárias),, CYFA), p CYFA), para pa p a ra de dese senv nvol olvi vim m en ento to e a jud ju d a de p aíse aí sess e s tra tr a n g e iro ir o s (p. (p. ex., TEAR Fu F u nd nd), ), ou ou para um ou dois outros propósitos, mas não para missão num nu m sentido sentid o mais amplo. O Conselho Conselho Evangélico Evangélico da Igreja Igreja Anglicana e a Aliança Evangélica começaram a conversar sobre um “fórum de reflexões” que poderia procurar desenvolver desenvolver um a estratég ia nacional pa p a ra a ev evan angg eliz el izaç ação ão do doss brit br itââ n ico ic o s. Espe Es pero ro qu quee isso is so crie raíz ra ízee s em contextos locais por fazerem a ligação entre “grupos de estudo e ação” evangelísticos uns com os outros. Talvez não devesse haver apenas uma preocupação evangelística, mas também por missão no sentido mais amplo. Ou talvez esse seja um trabalho para o Projeto Shaftesbury Sha ftesbury ou para o Fest Festiva ivall de Luze Luzess ou alguma algu ma outra out ra organização. Penso que um ou dois grupos centrais de influência deveriam ser estabelecidos, a pa partir rtir desse tipo de rede de de grupos grupo s locais. Atualmente,
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ouvimos muito sobre “alienação”, não apenas no sentido clássico econômico desenvolvido por Marx, mas na sentido mais geral de incapacidade. Jimmy Reid, o líder marxista das docas, que se tornou reitor da Universidade de Glasgow Glasgow em em 1972, falou sobre isso dura nte seu discurso de pòsse: pòsse: ‘Alienação é o grito dos hom ho m ens que se sentem vítimas vítim as das d as forças econômicas cegas, cegas, fora de seu controle, a frustração de pessoa pess oass comuns com uns excluídas do processo decisório.” E isso é verdade. Muitas pessoas pes soas sentem-se escravos im potentes do “siste “siste m a”. Mas os os cristãos não podem simplesmente aquiescer num sentimento de) impotência. Concordo particularmente com Barbara Ward que, do meu ponto de vista, proferiu proferiu o discurso mais brilh an ante te em Uppsala, Uppsala, dizendo: “Os cristãos atingem o espectro inteiro de nações ricas e, po p o rta rt a n to, to , os c rist ri stãã o s form fo rmam am u m g rup ru p o de infl in fluu ê n c ia, ia , ou po pode dem m formar um grupo de influência influência de incompreens incom preensível ível importância." Ela Ela estava estav a falando faland o especificamente especificamente sobre ajuda p ara o desenvolvi desenvolvimento. mento. Se podemos aceitar esse conceito mais amplo de missão, como serviço cristão no mundo, compreendendo tanto a evangelização quanto qua nto a ação social - um conceito conceito estabelecido estabelecido a partir par tir do model modeloo da missão m issão de nosso Salvador no mundo - então os cristãos cristãos poderiam, poderiam, sob a direção de de Deus, Deus, ter um impacto muito m uito maior m aior sobre a sociedade, um impacto compatív compatível el com nossa força força numérica num érica e com com as demand dem andas as radicais da comissão de Jesus Cristo.
2. EVANG ELIZAÇÃ ELI ZAÇÃO O
Até aqui tenho sugerido que a palavra “missão” é propriamente uma um a palavra abrangen ab rangente, te, abarcando abarcan do todas as coisas que De Deus us enviou enviou seu povo ao mundo para fazer. Portanto, ela inclui evangelização e responsabilidade social, já que ambos são expressões autênticas do amor que deseja servir ao homem em sua necessidade.
A PRIORIDADE DA EVANGELIZAÇÃO Penso que devemos concordar com a declaração do Pacto de Lausane que diz que “na missão de serviço sacrificial da igreja, a evangelização evange lização é primordial” primordia l” (parágrafo 6, A 6, A Igreja Igre ja e a Evan Ev ange geliz lizaç ação ão). ). Os cristãos deveriam sentir uma aguda dor de consciência e comp co mpai aiJc Jcão ão,, quando quan do seres hum h um an anos os são s ão oprimidos ou negligenciados de alguma maneira, seja o que está sendo negado a eles, liberdade civi civil, l, respeito racial, educação, assistê ass istênc ncia ia médica, emprego, emprego, comida adequada, vestimenta ou moradia. Qualquer coisa que destrói a dignidade humana deve constituir uma ofensa para nós. Mas existe algo algo tão destrutivo destrutivo da dignidade hum an anaa quanto a alienação de de Deu Deus, s, por po r meio me io d a ign ig n orân or ânci ciaa ou d a rejeiç rej eição ão do ev evan ange gelh lho? o? E, a m an anee ira ir a como como podemos mante m anterr liberdad liberdadee política e econômica é tão importante imp ortante com co m a salvação eterna? As du duas as coisas são certamente certame nte desafios para o amor am or cristão. Mas, Mas, atentem aten tem par p araa o que que o apóstolo apósto lo Paulo diz diz quando escreve com ênfase solene sobre sua preocupação por seus companheiros judeus.- “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência consciência:: que tenh tenhoo grande gran de tristeza tristez a e incessante incess ante dor no coraçã coração; o; por p orqu quee e u m esmo esm o d e s e jari ja riaa s e r a n á tem te m a , sep se p a rad ra d o de Cristo, po porr amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne” (Romanos 9.1-3). Qual era a causa de sua angústia? Quando eles pe p e rde rd e ram ra m s u a ind in d e p e n d ê n c ia jud ju d a ica ic a n a c ion io n a l e e n tra tr a r a m sob so b o domínio infernal infern al de de Roma? Quando foram freqüenteme freqüente mente nte desprezados
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e odiados odiado s pelos gentios, socialmente socialme nte boicotados e destituído destitu ídoss de iguais oportunidades? Não. “Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha min ha súplica a Deus a favor deles é pa para ra que sejam salvos” salv os” (Romanos (Romanos 10.1), e o contexto deixa claro, longe de qualquer dúvida, que a “salvação” “salvação” que Paulo desejava desejava p ara eles era sua s ua aceitação diante dian te de Deus (v (v. 2-4). O fato de pouco poucoss de nó nóss sentirm sen tirmos os essa es sa ago a goni niaa interior inte rior ' - se é que alguém realm ente sente isso - é um sinal de no nossa ssa imaturidade espiritual. Além disso, em nossa preocupação evangelística, nosso maior peso pe so de deve ve ser se r por p or aq a q u eles el es a qu quem em Pete Pe terr Wagner, da d a Esco Es cola la de Missõ Mi ssões es Mundiais do Seminário de Fuller e do Instituto de Crescimento de Igrejas chama de “o Quarto Mundo”, a saber, as mais de 2 bilhões e 700 milhões de pessoas não alcançadas do mundo5. Em relação a elas, o Pacto de Lausane diz: “Causa-nos vergonha ver tanta gente esquecida; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a igreja”. Isso é um eco do que John R. Mott disse em conexão com a grande Conferência Missionária Mundial em Edimburgo, em 1910. Em seu livro The Decisive Decisive H ou ourr ofM issões issõ es Cristãs Cristãs (A Hora Decisiv Decisivaa das Missões Cristãs), Cristãs ), escrito antes de ele partir de Edimburgo e também, é claro, antes que a euforia tivesse sido apagada pela Primeira Guerra Mundiàl, ele referiu-se aos milhões de pessoas nãocristãs no mundo: “É tarefa da igreja fazer com que essa longa e pe p e rm a n e n te e x o rta rt a ção çã o seja se ja c o m plet pl etam am en ente te rem re m o vid vi d a. Seu Se u plan pl anoo de ação, para ser adequado, precisa providenciar a evangelização de toda essa multi mu ltidão.” dão.” Depois da. Segunda Guerra Mundial, o Bispo Stephen Neil foi um daqueles que tentaram manter a evangelização no coração do movimento ecumênico. No livro intitulado The Ch Chur urch ch 's W itness to Godd 's Design {O Testemunho Go Testem unho da Igreja pa para ra o Plano de Deus), Deus), que foi foi publicado publicado em preparação prepa ração para p ara a Assembléia de Amsterdã Am sterdã em 194 1948, 8, na qual o Concilio Mundial de Igrejas passou a existir oficialmente, ele escreveu: “O problema da missão da igreja está na crise do movimento ecumênico. Se um movimento ecumênico não é pri p rim m ordi or dial alm m en ente te um u m a est e stra raté tégg ia de evan ev ange geliz lizaç ação ão pa p a ra todo to do o mundo mun do,, então en tão ele ele não é nada na da senão sen ão um inte i nteres ressa sante nte ex exerc ercíci ícioo acadêmico”. acadêmico”. Dr. Philip Potter Potte r revelou ao Comitê Central do Coric Coricíli ílioo Mundia Mun diall em Creta, Creta, em agosto de 1967 que o Concilio Mundial de Igrejas havia sido 5 NT: NT: Estatíst E statística ica divulgada no Congresso Con gresso Internaci Internacional onal de Evang Ev angelizaç elização ão Mundial, em Lausanne, Suíça, em 1974.
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“caçado” por causa dessas palavras. A integração do Conselho Missionário Miss ionário Intern In ternacio acional nal com o Co Conc ncil ilio io M undial undia l de Igrejas em Nova Nova Deli, em 1961, foi planejada para tornar a evangelização um ponto central na preocupação preocup ação ecum ênica, m as poucos ,diriam que e ssa intenção foi bem sucedida. Ainda que o chamado de Bangkok por uma um a “m oratória” orató ria” - ou suspensão temporária - de dinheiro dinheiro e de missionários missioná rios tivesse sido sido parcialmente mal interpretado, sem dúvida alguma, a impressão final foi que o Concilio Mundial de Igrejas, pa p a ra d izer iz er o míni mí nim m o, n ão e s tâv tâ v a m ais ai s e n tus tu s ias ia s m a d o com a tare ta refa fa missionária da igreja. O próprio Pacto de Lausane afirmou que “a redução de missionários estrangeiros e de dinheiro num país evangelizado alguma algu mass vezes talvez seja necessá nece ssária”, ria”, mas ma s acrescentou que as razões para passos tão drásticos drástico s Ser Seria iam m somente para pa ra “facilitar o crescimento da igreja nacional nacio nal em autonom auton omia, ia, e para pa ra liberar recursos pa p a ra á rea re a s a ind in d a nã nãoo ev e v a n g e liz li z a d as”. as ”. Esses Ess es p a s sos so s n ão seri se riam am d ad adoo s pa p a r a red re d u z ir o a lca lc a n c e m iss is s ion io n á rio ri o . Ao c o n trá tr á rio ri o , iss is s o p od odee ser se r constatado na declaração de que “Deve haver um fluxo cada vez mais livre livre de missionários entre en tre os seis continentes num espírito espírito de abnegação e prontidão em servir” (parágrafo 9 The Urgency of Ev E v a n g e list li stic ic Task [A Urgên U rgência cia d a Tarefa E v a n g elís el ísti tica ca]) ])..
O SIG N IFICA D O DE EVANGELIZAÇÃO EVANGELIZAÇÃO . Garantida, então, a prioridade da evangelização, como ela deve ser definida? definida? Em poucas palavras, p alavras, euangelizomai significa euangelizomai significa levar ou anunciar o.euangelion, as o.euangelion, as boas-novas. Uma ou duas vezes no Novo Testamento ela é usada para itens comuns, e se poderia quase que dizer, para itens “seculares”, como quando o anjo Gabriel contou a Zacarias Zaca rias as boas-novas boas-no vas de que Isabel estava para ter um filho filho (Luca (Lucass 1.19) 1.19),, e quando quan do Timóteo Timóteo trouxe a Paulo as bo as-nov as-n ovas as do amor am or e da fé que que os tessalonicenses estavam demonstrando dem onstrando (lTessalonicens (lTessalonicenses es 3.6). 3.6). O uso regular do do verbo relaciona, relaciona, entretanto entre tanto,, as a s boas-novas b oas-novas aos cristãos. É cristãos. É a expansão do evangelho que constitui a evangelização, e esse fato capacita-nos a iniciar negativam ente por declarar o que a evangelização não é. Primeiro, a evangelização não deve ser definida em termos dos receptores do receptores do evangelho, mesmo que, é claro, seja assumido que eles serão suficientemente “nã não-c o-cristã ristãos” os” pa para ra ouvir o evangelho. Há alguns algu ns anos, estava em moda distinguir entre “missão” e “ evangelização”, sugerindo-se que missão é dirigida àqueles que nunca ouviram o evangelho, enquanto que evangelização diz respeito às pessoas do
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mundo mund o cristão. cristão. Mas não, pois pois todos todos aqueles que não nasceram nas ceram de novo em Cristo, tenham eles ouvido o evangelho ou não, tenham eles até mesmo m esmo sido batizados batiza dos ou não, precisam ser “evange “evangelizados”, lizados”, isto isto é, precisam ouvir ou ouvir melhor as boas-novas. Dr. Ralph Winter, outro membro da Faculdade da Escola de Missões Mundiais do Seminário de Fuller, distinguiu entre três tipos de evangelização: “E1 ", „E_2 „E_2 » e “e_ 3 ”. a evangelização E-l é compartilhar com partilhar o evangelho evangelho com outros outr os da mesm m esmaa língua língu a e cultura. A evangelização evang elização E-2 E-2 é procuràr procurà r alcançar pessoas de uma língua ou cultura similar, enquanto a evangelização E-3 é uma atividade transcultural. (Let (Let theE arth Hedr His H is Voice [Que [Que o M un undo do Ouça Su S u a Voz], Voz], o volume o volume de referência oficial do IC ICOWE, 1975 1975,, pp. 215 - 216). Essa Es sa é uma um a distinç dist inção ão útil, ú til, que leva o fator cultural a sério. Mas, observe que o Dr, Winter, de maneira acertada, chama todas as três atividades de “evangelização”. Segundo, evangelização não deve ser definida em termos de resultados, resultados, pois essa não é a maneira como a palavra é usada no Novo No vo T e s t a m e n t o . N o r m a l m e n t e o v e rb o e s t á n a v o z m é d ia. ia . Ocasionalmente, ele é usado de maneira absoluta, por exemplo, “ali eles evangel evan gelizara izaram m ”, significand signifi candoo que “ali, “ali, eles pregar pre garam am o evangelho” (Atos 14..7 cf Romanos 15.20). Usualmente, entretanto, algo é acrescentado; Algumas vezes é a mensagem men sagem que eles pregaram, isto é, eles eles “iam “iam por toda parte pa rte evangelizando a palavra, palav ra, enqu en quanto anto Fili Filipe pe em Samaria “os evangelizava a respeito do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo” (Atos 8.12). Algumas vezes, entretanto, o que é acrescentado são as pessoas para quem o evangelho foi pregado ou os lugares onde ele foi pregado. Por exemplo, os apóstolos “ eva ng elizaram eli zaram m uitas aldeias dos sa m ar itan o s” e Fil Fil i pe “evangelizava todas as cidades”, ao longo da costa Palestina (Atos 8.25, 40). Nã Nãoo há menção m enção nesses ness es versículos se a palavra palav ra que fo foi “evangelizada” “evangelizada ” foi crida ou se os ha bitante bita ntess das d as cidades e das vilas “evangeliz “evang elizad adas” as” se converteram. “Evangeliza “Evan gelizar”, r”, na acepção do No Novo Testamento, não significa ga ganh nh ar convertidos, da man m aneira eira como ocor ocorre re quando nós usam os a palavra. Evangelizaç Evangelização ão é o anúncio das boasnovas, independentemente dos resültados. Talve Talvezz voc vocêê se lembre que o famoso fam oso lema le ma do Movimento Voluntário Voluntário Estudantil Estud antil - “a evangelização evangelização do mundo m undo nesta n esta geração” - foi foi criti criticado cado por po r es e s s a razã ra zãoo . O P rofe ro fess ssoo r Gus G usta tavv Warn Wa rnec eckk ata a tacc o u e s s a q u e s tão tã o n a 9a Conferência Conferência de Missões Contin C ontinenta entais, is, em Bremen, em maiò m aiò de 1897 1897,, argumentando argumen tando qu quee esse esse pensamento pensam ento era ingenuam ingenuamente ente otimista e uma pre p revv isão is ão u m t a n to co conn fian fi ante te n a força for ça h u m a n a de q ue o m u n d o seri se riaa
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ganho para Cristo naquela geração. Mas John Mott partiu para a defesa do lema. Ele defendia que a “evangelização do mundo” não significava nem sua conversão nem sua cristianização, e isso não encorajou uma pregação superficial e não deveria ser tomado como um a profeci profeciaa (Th (Thee Evangelization Evan gelization o fth ft h e Worl Worldd in in th is Generation Generation [A Eva E vann ge geli liza zaçã çãoo do d o M un undo do n e s ta Geração], Geração], de John Mott, 1901, citado por po r H an anss Ho Hoeke ekend ndijk ijk.. n a Inte In terr n a tio ti o n a l Rev R evie iew w o f M i s s i o n s [Rev [R evist istaa In I n ter te r n a c ion io n a l d e Missõ Mi ssões] es],, n°223, p. 26). Como William Rickey Hogg escreve escreve em seu E seu Ecc u m ê n ica ic a !Fo !F o u n d a tio ti o n s {Fun {F unda dam m en ento toss Ecum Ec umên ênic icos os.. Harper, 1952), o lema foi “um chamado à responsabilidade, não à prof pr ofec ecia ia do fato fa to”” (p. 88). Contudo, várias definições de evangelização incluíram, sem constrangimento, uma referência à conversão. Kagawa disse que “evangelização significa a conversão das pessoas do mundanismo pa p a ra a p ieda ie dadd e c r istã is tã”. ”. Willl W illliam iam Temple diss di ssee qu quee “evan “ev ange geli liza zaçã çãoo é ganhar os homens para o reconhecimento de Cristo como Salvador e Rei, de maneira que eles possam dar a si mesmos ao serviço na comunh com unhão ão de sua su a Igreja”. A Assembléia Assem bléia de de Evanston, Evansto n, em 1954, falou falou de evangelização como a tarefa de “levar as pessoas a Cristo como , Salvador e Senhor, para que elas possam compartilhar de sua vida eterna”. Mas, evangelização não é nem converter as pessoas nem ganhá-las nem levá-las a Cristo, ainda que esse seja o seu alvo prim pr imei eiro ro.. Evan Ev ange geliz lizaç ação ão é p reg re g a r o ev evan ange gelh lho. o. O Dr. J. I. Packer, em seu ensaio A ensaio A Evan Ev ange geliz lizaç ação ão e d Sob S ober eran ania ia de De D e u s (Cultura Cristã, 2002), criticou a famosa definição de evangelização formulada em primeiro lugar na Inglaterra, em 1919, pelos pe los Arceb Ar cebisp ispos os do “Comitê “Comitê de Cons Co nsul ulta ta do Traba Tra balho lho Evan Ev angel gelíst ístico ico da Igreja”, Igreja”, iniciada iniciada da seguinte m aneira: “evangelizar é apresen apre sentar tar Jesus Crist Cristoo no poder do do Espírito Espírito Santo, de tal forma que os homens home ns venham venh am depositar a sua confiança em Deus, por meio dele.” Dr/Packer dirige sua su a atenção à sentença se ntença “apresen “apre sentar tar Jesus Jesus Cris Cristo to...... de tal forma que os os homens venham.. ”Isso ” Isso é definir evangelização evangelizaçã o em termos de sucesso. Mas, evangelizar não é apenas pregar e esperar que alguma coisa aconteça. “Mas o modo de saber se de fato você está evangelizando não é perguntar se existem converções conhecidas como resultado do seu testem teste m un unho ho.. O que se deve deve pergu pe rgunta ntarr é se voc vocêê está es tá sendo fiel fiel em em divulgar a mensagem do evangelho.” (p. 37). Ele acrescenta que “os resultados da pregação dependem não dos desejos e das intenções, m as da vont vo ntad adee de Deus Deus Todo-Poderoso”. Agora, é claro, nosso no sso objetivo objetivo é que'algum que'alg um a coisa coisa aconteça e que as pessoas respondam respond am e crei creiam. am. É
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por po r isso is so qu quee insi in sist stim imoo s com elas el as p a ra “se recon re concil ciliar iarem em com De Deus” us” (2Corinti (2Corintios os 5.20). 5.20). Ao mesmo tempo, tem po, nã nãoo podemos podem os confun co nfundir dir um ob objet jetivo ivo (o que queremos que aconteça) com uma conseqüência (aquilo que realmente acontece). Se quisermos ser biblicamente precisos, temos de insistir que a essência da evangelização repousa sobre a proc pr ocla lam m ação aç ão fiel do ev evan ange gelh lho, o, e, de fato fa to com u m a v isã is ã o pe pers rsua uasi siva va.. Não Nã o som so m o s ind in d ife if e r e n tes te s a o s r e s u l ta d o s . D e seja se jam m os v er p esso a s convertidas. Mas ainda é evangelização se, de fato, homens forem pe p e rsu rs u a d ido id o s a a b r a ç a r o ev evan angg elh el h o o u nã não. o. A dian di ante te,, tece te cere reii m ais ai s comentários sobre o elemento da “persuasão”. Em terceiro lugar, lugar, a evangelizaçã eva ngelizaçãoo não dev devee ser se r definida definid a em termos de métodos. E métodos. Evangeli vangelizar zar é an anun unciar ciar as boas-novas, não importa como como o anú anúncio ncio é feito. feito. É levar as boas-n boa s-nov ovas, as, qu qualqu alquer er que seja o método. método. Em diferentes diferentes graus grau s podemos evangelizar pela pela palavra palav ra da no nossa ssa boca (tanto para indivíduos, grupos ou multidões); por meio de material impresso, figura ou filme; por meio de boas obras de amor (Mateus 5.16); por po r meio meio de um lar la r centrado centra do em Jesus Crist Cristo; o; por meio de uma vida transformada; e mesmo por uma vibração por Jesus quase sem pal p alav avra ras. s. Co Contu ntudo do,, pelo pe lo fat f atoo de eva e vang ngel eliz izaç ação ão ser se r fun fu n d a m e n talm ta lm e n te um anúncio, algum a lgum averbalização averb alização se faz faz necessária, já que o conteú conteúdo do das boãs-novas tem de ser comunicado com precisão. Depois desses aspectos negativos, voltamos para a declaração posi po sitiv tivaa que q ue eva e vang ngel eliz izaç ação ão pod podee e deve se s e r defin de finid idaa ap a p e n a s em e m termo ter moss d a mensagem. mensagem. Portanto, a evangelização bíblica torna o evangelho bíblico bíblic o indi in disp spen ensá sáve vel.l. A tual tu alm m en ente te,, n a d a a t r a s a m ais ai s a ev evan ange geliz lizaç ação ão do que a disseminada perda de confiança na verdade, relevância e pode po derr do evan ev ange gelh lho. o. Qu Quan ando do ele deix de ixaa de d e ser s er as a s bo boas as-n -noo v as de Deus e, em vez disso, transforma-se em “boatos de Deus” {Rum {Rumor or ofAn ge gels ls [Boatos [Boatos dos do s Anjos], Anjos] , de Peter Ber Berge ger, r, Alan Lane, poster p osteriorm iormente ente Penguin, Penguin, 1968, p. 120) dificilmente podemos esperar que a igreja exiba muito entusias entu siasm m o evangelístico. evangelístico. Paulo Paulo dizia que estava est ava “ansioso” “ansioso ” pa para ra pregar o evangelho em Roma... e foi convencido de que o evangelho era o pode po derr de d e Deus p a ra a salv sa lvaç ação ão.. (Rom (R omano anoss 1 .14 .1 4 -16 -1 6 ).
EXISTE UM EVANGELHO DO NOVO TESTAMENTO? Qual é, então, o evangelho do Novò Testamento? Antes que assum ass umam amos os uma um a posiç posição ão para responder essa questão, questão , dois dois problemas problemas pre p reli lim m ina in a res re s lev le v a n tam ta m -se -s e dia d iann te de nós n ós.. Prime Pri meiro iro,, ex e x iste is te,, de d e fat f ato, o, um
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evangelho evang elho do Novo Novo Testamento? Não há m uitos? É bem conhecido o fato de que a escola de de Tübingen baseou muito da sua interpretação do Nov Novo Testamento na suposta sup osta discordância fundam fund amental ental entre en tre Pedr Pedroo e Paulo, Paulo, e, e, mais m ais recentemente, a tend ência de alguns estudiosos estudio sos tem sido sido descobrir vários pontos po ntos de vista, de alguma algum a maneira, que um é a variação do outro. . Certamente, o Novo Testamento não nos apresenta nenhum estereótipo duro d uro e infle inflexív xível. el. Há diferenças claras clara s das da s ênfases ênfa ses devido devido ao temperamento, a formação do autor e a revelação do Espírito Santo. As diferenças são tantas que o apóstolo Paulo ousou usar a expressão expre ssão “meu evangelho”, qu quan ando do se referia ao “mistério” “mistério” especial que a ela estava sendo desvendado. Há também um desenvolvimento histórico no mesmo autor. Prova disto é o conteúdo do que o apóstolo Paulo escreve nas suas últimas cartas que reconhecidamente é diferente daquilo que foi escrito anteriormente. Diferentes situações também exigem diferentes tratamentos. A abordagem apostólica foi “situacional”, isto é, uma resposta sensível a cada desafio particular. O sermão de Paulo na sinagoga sina goga de Antioquia divergiu divergiu amplame ampla mente nte de seu discurso no Areópa Areópago go em Atenas; da mesma mesm a maneira man eira aconteceu com com a carta aos ao s romanos romano s e as que ele ele escreveu aos corínt coríntios. ios. Entretanto, Entretan to, mesmo aceitando todas to das essas e ssas variações, e a despeito de toda a rica diversidade de formulações teológic teológicas as no Nov ovoo Testa Testament mento, o, há h á apenas ape nas uma um a única ún ica tradição apostólica apostólica bási bá sica ca do ev evang angelh elho. o. Paulo Pau lo insi in sist stee com os gál g álaa tas ta s qu quee os ap após óstol tolos os de Jerusalém haviam estendido a ele “a destra de comunhão”, como um sinal de reconhecimento de sua missão e de sua mensagem (Gálatas 1.2;2.9). Nos mesmos capítulos ele afirma veementemente que não há outro evangelho e invoca invoca a maldição de Deus sobre qualqu qua lquer er um, angélico angélico ou apostólico apostólico - e até sobre sobre ele ele mesmo - que presumisse presum isse pregar um evangelho diferente. Posteriormente, na primeira carta aos coríntios, depois de fazer um resumo do evangelho e apresentar uma lista das apariçõe apar içõess de Jesus ressurret ress urreto, o, Paulo conclui: conclui: “Portanto, “Portanto, seja eu, ou ou sejam eles, assim as sim pregamos pregam os e assim ass im crest c restes es”” (ICorintios 15.11). 15.11). Esse Esse grupo de prono pro nome mess pe pess ssoa oais is - eu, eles, nó nóss e vós - é m uito ui to impr im pres essio siona nante nte.. É uma um a asserçã ass erçãoo de que ele ele e os os apóstolos de Jerusalém Jerusalém estavam esta vam de acord acordoo em relação relaç ão ao evangelho; que, junto, todo o grupo grup o apostólico proclamouo, e que, junta, toda a igreja cristã havia recebido e crido nele. Há apenas ape nas um evange evangelho lho.. A segunda segu nda questão preliminar é se o evangelho do Novo Novo Testamento Testamento é sujeito a mudan m udanças, ças, pelo fato de ter sjdo sjdo culturalm cul turalm ente condicionado
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ou se ele é imutável. Não pode haver contestação ao fato de que, segundo o propósito de Deus, sua revelação alcançou sua culminância no primeiro século A. D. em Cristo e no testemunho apostólico apostólico de Cri Crist stoo e, e, portanto, no que é para p ara nós um u m a cultu ra antiga an tiga mesclada de ingredientes hebraicos, gregos e romanos. Nem pode haver qualquer qualq uer dúvida de que, que, a fim de que entendam entend amos os su a revelação, revelação, temos que pensar retrospectivamente, em termos daquela cultura. Mas o fato de que Deus revelou-se a si mesmo em termos de uma cultura particular não nos dá uma prerrogativa de rejeitar sua revelação, mas, êm vez disso, aponta-nos o princípio correto pelo qual interpretá-la, e também uma.solene responsabilidade de reinterpretá-la em termos significativos para nossa própria cultura. Mas há apenas apen as um evangelho evangelho e, e, em sua essência, essência, ele ele nunca nun ca muda. m uda. Deixe-me dizer algo mais sobre revelação e cultura. Estou argumentando que evangelização deve ser definida em termos da mensagem men sagem que compartilhamos com partilhamos com outros. Tem Temos os bo boas as nova n ovass para comunicar. comunicar. Assim, Assim, se ocorre ocorre evangelização, evan gelização, deve haver have r comunicação - um a comunicaçã comunicaçãoo verdadeira entre revel revelaçã açãoo antig a e cu ltura ltura moderna. Isso significa que nossa mensagem deve ser ao mesmo tempo fiel fiel e contem porânea. porâ nea. Primeiro, éla deve ser fiel - ou seja, fiel fiel às Escrituras. Encontramos nossa noss a mensagem mensag em primeiramente, não em alguma situação existencial, mas na Bíblia. O Dr. Visseft Hooft, num artigo intitulado Ev E v a n g e lis li s m in t h e n e o - p a g a n S i t u a t i o n (,Evangelização no Contexto Neo-Pagão) escreveu: “Nã Nãoo crei creioo que qu e evangelização evang elização seja adeq uadam ente descrita como como resposta respo sta às questões que estão'sendo feitas pelos homens, por mais profundas que essas questõe que stõess possam po ssam ser. ser. Pois Pois evangelização, em primeiró lugar, é a transmissão da pergunta de Deus para o homem. E a pergu pe rgunta nta é e con continua tinua sendo send o se queremos aceitar Jesus Cristo como o único Senhor da Vida.” ( I n t e r n a t io i o n a l R e v i e w o f M i s si s i o n [ R e v is is ta ta In I n ter te r n a c io n a l d e M issõ is sõee s], s] , Vol. LXIU, n°249, jan. 1974, p. 84). < Mas ele continua dizendo que precisamos “tentar relacionar a pe p e r g u n ta de Deus De us à situ si tuaa ç ã o ex exis iste tenn c ial ia l dos do s ho h o m e n s e m o s tra tr a r que. qu e. à medida que respondem à pergunta pergu nta de Deu Deus, s, eles eles encontram encon tram ao a o mesmo tempo a resposta para suas preocupações mais profundas”.
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Agora, é comparativamente fácil sermos fiéis, se não nos pr p r e o c u p a m o s em s e r m o s c o n t e m p o r â n e o s , e é f á c i l s e r m o s contemporâneos contem porâneos se não nã o nos preocupamos preocupam os em sermos sermos fiéis. fiéis. É a busca bu sca de uma combinação de verdade e relevância que exige muito de nós. Contu Con tudo do,, nada, nad a, a n ã o ser es sa combinaçã combinação, o, pode salvarsalvar-nos, nos, por um lado, de um legalismo insensível de formas e esquem as e, por outro lado, de um a traiçoeira traiç oeira deslealdad deslea ldadee q revelação de Deus. Deus. “Verd “Verdade ade e opor op ortun tunida idade de”” (para citar cita r o Bispo Bispo Phillips Phillips Brooks Brooks)) contribuem pa para ra a comunicação, comunicação, e sem comunicação comunicação não há evangelização, evangelização, não nã o há real compartil com partilhar har das boas nova novas. s. Voltamos agora para nossa primeira questão: qual é o imutável evangelho do Novo Testamento? E, ao responder essa pergunta, pode po dere rem m os ind in d ica ic a r seu se u po pode derr c o n tem te m p orân or âneo eo?? A prim pr imei eira ra e m elho el horr resposta seria dizer que a Bíblia toda é as boas novas de Deus, em toda sua admirável relevância. “Bíblia” e “evangelho” são termos quase alternativos, pois a função principal da Bíblia, em toda a sua extensão e amplitude, é testemunhar de Jesus Cristo. Contudo, a revelaçã revelaçãoo de Deu Deuss gravada na sÉ scritura scr iturass foi foi destilada destilada para p ara nós nas n as bo b o a s n o v a s qu quee os a p ó sto st o los lo s p rocl ro clam amar aram am.. E q u a is são sã o elas el as?? Já faz 40 an a n os que C. C. H. H. Dodd Dodd lecionou três au a u lâs lâ s no K no Kin ingg 's Col Colleg lege, e, em Londres, as quais foram posteriormente publicadas sob o título de The Apostolic Preaching and its Developments (.A Pregação Ap A p o stó st ó lic li c a e S e u s D esdo es dobr bram amen ento tos. s. Hodder, 1936). Sua distinção entre kerygma and didachê, entre a proclamação do evangelho e a instruç ins trução ão ética étic a dos convertidos, tornou-se tornou -se bem conhecida. Além Além disso, sua reconstrução do do kerygma, como o que foi pregadq prega dq pppr pr Paulo (pp. (pp. 13-21) e o conteúdo dos discursos atribuídos a Pedro em Atos (pp. 21^30) e seu reconhecimento de uma extraordinária “coincidência” entre os dois (pp. 30-38) também tornou-se difundida. Todas as recons rec onstruç truções ões posteriores poste riores ficam dev devendo endo à reconstr reco nstruçã uçãoo de C. C. H. Dod Dodd, d, e pode-se perceber com muita facilidade que minha própria reconstrução recons trução é ap apen enas as uma reorganização reorgan ização da dele, dele, com com a adição de . pou p ouca cass co cois isas as qu quee o escrito esc ritor, r, po porr u m lap la p so, so , omiti om itiu! u! Tudo concorre para que, numa única palavra, as boas novas d^inas-sejam “Jesus”. No dia do Pentecostes, depois de citar Joel, Pedro Pedro começou propriamente propriam ente seu sermão serm ão dizendo: dizen do: “Homens de Israel Israel,, ouçam estas palavras: Jesus...” (Atos 2.22). Sua primeira palavra foi “Jesus”, Jesus” , e “Jesus” Jesu s” dev devee ser tam bém a n ossa os sa primeira prime ira palavra. Jesus Cris Cristo to é o coração e a alm a do evangelho. Quando Filipe Filipe sentou-s sen tou-see ao
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lado do etíope, etíope, a Bíblia diz claram clara m en ente te que “ele “ele an anun uncio ciou-lh u-lhee Jesus”, Jesu s”, isto é, ele compartilhou com o etíope as boas novas de Jesus (Atos 8.35), Semelhantemente, Paulo começou seu grande manifesto aos romanos descrevendo a si mesmo como separado para o evangelho de Deus...com respeito ao seu Filho... Jesus Cristo, nosso Senhor (Romanos 1.1 -4). -4). E todos nós devemos ser profundam profu ndamente ente agradecidos que a personalidade de Jesus retém seu poderoso domínio sobre as mentes dos homens. Hindus e muçulmanos, marxistas revolucionários, judeus ortodoxos e a vigorosa contracultura do Ociden Ocidente te - todós sentem se ntem fascinação por ele; ele; ninguém pode escapar •de seu encanto. Mas comó os apóstplos apresentaram Jesus? As boas novas anun an unciad ciad as por eles eles contêm pelo menos meno s cinco cinco elementos.
OS EVENTOS DO EVANGELHO Primeiro, Primeiro, é claro, aconteceram aconte ceram os eventos do êvangelho. êvangelho. Pois Pois certas cer tas “coisas” coisa s” tinham tinh am “acontecido” acontecido” em Jerusalém e tinham tinha m “sido cumpridas” cum pridas” entre entr e eles eles (Lucas (Lucas 1.1;24.14,18), 1.1;24.14 ,18), as qua q uais is ninguém ningué m poderia pod eria negar negar.. Em Em parti pa rticu cula lar, r, Jes J esuu s de Naza Na zaré ré tin t in h a sido sid o crucif cru cifica icado do e tin ti n h a ress re ssus usci cita tado do.. Assim, Paulo faz faz um resumo resum o da tradiçã tra diçãoo do evangelho: “Antes de tudo vos entreguei o que também recebi, que Cristo morreu pelos nosso no ssoss pecados..., e que foi sepultadb, sepu ltadb, e ressuscito ressu scitouu ao terceiro dia... dia...,, e apareceu...” (ICorintios 15.3,4,5). Ele réaljnente menciona quatro eventos - morte, sepultamento, ressurreição e aparição de Jesus. Contudo; fica claro que sua ênfase repousa sobre dois fatos, especificamente que Cristo morreu (e foi sepultado a fim de provar isso) e que Cristo ressuscitou (e foi visto a fim de provar isso). A aparição comprovou a realidade da ressurreição, assim como o sepultamento comprovou a realidade de sua morte. O mesmo destaque sobre a ressurreição de Jesus fica claro no discurso de Atos. Algumas vezes, o apóstolo Pedro começou com uma referçncia à vida e ao ministério de Jesus homem (Atos 2.23;3:22; 2.23;3:22;’’l0.36-39; l0.36 -39; 13.23-25) 13.23-25),, e algum as vezes vezes passou pas sou a falar fala r de sua exaltação, de seu reino e de sua volta. Mas, tanto a mensagem de Pedr Pedroo como á de Paulo Paulo focalizaram fo calizaram a morte mo rte e a ressurreiç res surreição ão de Jesu Jesus. s. Os dois eventos foram reais, objetivos e históricos. E, certamente, a resposta correta à disposição existencial de hoje é não criar um existencialismo cristão paralelo que despreza a histó h istória ria em favor favor da experiência, e que transforma a ressurreição num encontro interior
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com a realidade, mas, em vez disso, oferecer à mente moderna, que se afunda afun da na areia movediça movediça da subjetividade, o fundam fund amento ento ob objet jetivo ivo de Jesus Cristo, cuja morte e ressurreição são sólidos eventos históricos. , Entretanto, os apóstolos apóstolos não apresentaram a mort m ortee e a ressurrei ressurreição ção do Senhor meramente comó eventos históricos, mas como eVentos significativos, como eventos salvadore salva dores. s. Paulo foi claro ao dizer que “ele “ele morreu morr eu por no nosso ssoss pecados” pecad os” (ICorintios 15.3; 15.3; Gálatas Gá latas 1.4) 1.4) e que foi “ressuscitado para nossa justificação” (Roanos..4.25). Algumas vezes se diz que, em contraste, o apóstolo Pedro, em seus primeiros discursos em Atos, não apresentou a doutrina da cruz, mas proc pr ocla lam m o u-a u- a como com o u m a h istó is tórr ia n ã o teoló te ológic gica. a. E ssa ss a é a po posi siçã çãoo de C. H. Dodd, por exemplo (op. Cit, p. Cit, p. 31). Todavia, pode-se questionar se isso est e stáá coerente co erente com com as implicações do que Pedro Pedro disse. Primeiro, Primeiro, ele ele refere-se à cruz tan ta n to como como “o “o determinad determ inadoo desígnio e presciência de D eus”, quanto qua nto como o trabalho traba lho de “mãos de iníquo iníq uos” s” (Ato (Atoss 2.23), a e se a cruz foi parte de um propósito divino, ela deve ter tido um significado. significad o. Em segund segu ndoo lugar, ele chamou cham ou Jesus de “servo” de Deu Deus, s, que deve ser uma alusão ao servo sofredor que suportou o pecado de muitos (Atos 3.13;4.27;8.32,33). Terceiro, há a surpreendente descrição da crucificação com Jesus “pendurado” em um “madeiro” (Atos 5.30; 10.39; 13.29). Esse exemplo de relato apostólico volta a Deuteronômió 21.23 que diz que qualquer homem pendurado no madeiro estavá sob a maldição de Deus, e também antecipou adoutrina do utrina desenvolvida desenvolvida de Cris Cristo to suportando suportand o o nosso no sso pecado e mesmo a maldição maldição da lei, lei, que encontramos posteriormente posteriormente tanto na s cartas de Paulo quanto qua nto na nass de Ped Pedro ro (Gálatas 3.10,13 3.10,13 e lPedro lP edro 2,24). 2,24). Certamente, a ressurreição foi também mais que um evento histórico. Foi uma prerrogativa divina de Jesus. “Vós o matastes”, Pedro repe repetiu tiu vá várias rias vezes (Atos (Atos 2.23,24;3 2.23 ,24;3.15 .15;5.3 ;5.30,3 0,31), 1), “mas “m as Deus o ressuscitou" ressusc itou",, revertendo revertendo assim o veredito veredito dos homens, hom ens, arrebatandoarreb atandoo do lugar luga r de maldição e exaltand exa ltando-o o-o à sua mão direita como Sen Senho hor, r, Cristo Cristo e Salvador Salvad or (Atò (Atòss 2.23,24 2.2 3,24;3.13-1 ;3.13-15;5.30 5;5.30,31). ,31). »
AS TESTEMUNHAS D O EVANGELHO O segundo elemento da mensagem dos apóstolos são as testemunhas do evangelho, pelo pe lo qu quee p rete re tend ndoo d e sig si g n a r a ev evid idên ência cia à qual q ual eles apelaram para sua s ua autenticação. Esse Esse elemento era era dupl duplo, a fim de que pe pela la boca boca de de du as testem unh unhas as a verdade verdade do testemunho
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pu p u d e s s e s e r e s tab ta b e lec le c ido id o . 0 p rim ri m e iro ir o e ra a s é s c r itu it u r a s do Velho Testamento. Paulo enfatizou isso pela repetição em sua sucinta declaração do evangelho (ICorintios 15.3,4): “Cristo morreu pelos nossos pecadòs, segundo segun do as Escritu Es crituras...” ras...” e “ressu “ressuscitou scitou no tercei terceiro ro dia, segundo as E scrituras”. scritura s”. E Pedro Pedro continuou citando a s Escrituras em seus sermões de Atos Atos para pa ra dem de m on onstrar strar que o Cri Crist stoo da expectativa expectativa do Velho Testamento era Jesus. Certamente, podemos dizer com confiança que os apóstolos tinham aprendido do próprio Jesus essa, verdade do cumprimento das Escrituras em sua morte e ressurreição, ressurreição, pa p a rcia rc ialm lm e n te d u r a n t e seu se u m inis in isté téri rioo pú públ blic icoo m as, as , esp es p e cial ci alm m e n te, te , depois de sua ressurreição, como Lucas relata. Eles nunca esqueceriam suas palavras de que “todas as coisas escritas sobre mim na Lei de Moisés e nos profetas e nos Salmos deveriam ser cum pridas”. Então, ele ele abriu as su suas as mentes para que entendessem as Escrituras e disse-lhes: disse-lhes: “assim está es tá escrito escrito que o Cris Cristo to hav havia ia de padecer, e res re s susc su scit itaa r no terce te rceiro iro dia d ia (Lucas 24.4 24 .444-46 46). ). De Dessa ssa mane ma neira ira,, os apóstolos esclareceram que eles não eram inovadores. Elas não haviam inventado aquela aq uela mensagem. m ensagem. Co Como Paulo Paulo declarou mais tarde, tarde, ao se levantar no julgamento diante de Agripa: “Mas, alcançando socorro de Deus, permaneço até o dia de hoje, dando testemunho, tanto tan to a pequeno como como a grande, nad nadaa dizendo senão o que os profetas profetas e Moisés disseram haver de acontecer, isto é, que o Cristo deveria padece pad ecer, r, e, sen se n d o o prim pr imei eiro ro d a ress re ssuu rre rr e ição iç ão d os m o rtos rt os,, a n u n c iari ia riaa a luz ao povo e aos ge ntio nt ios” s” (Ato (Atoss 26.22,23). 26.22 ,23). . A ênfase na nass E scrituras tem outro signific significado. ado. Desde Desde a morte m orte de de Jesus, sua ressurreição e seu subseqüe sub seqüente nte derrama de rramame mento nto do Espír Espírit ito, o, tudo isso foi foi o cumprim cumprimento ento da profecia messiânica, messiânica , ficando ficand o evidente que um a nova era havia despontado despo ntado e que Cri Crist stoo a havia ha via introduzido. Como C. H. Dodd declarou: “O kerygma paulino kerygma paulino e a proclamação dos fatos da morte e da ressurreição de Cristo, num cenário escatológico que dá significado.aos significado.aos fato s”, na verdade, um significado significado “salvador” “salva dor” (o p . Cit., Cit., pp. 16, 30). Mas as Escrituras formam apenas a primeira testemunha dos eventos: havia uma segunda: a evidência dos próprios olhos dos apóstolos. apósto los. O próprio próprio Jesus havia ha via relacionado relaciona do o testem tes tem un unho ho apostólico apostólico po p o rvir rv ir com o tes te s tem te m u n h o prof pr ofét étic icoo do Velho T esta es tam m en ento to,, q u a n d o acrescentou à sua referência às Escrituras “vós sois testemunhas desta de stass coisas” co isas” (Luc (Lucas as 24.48). E ele repetiu isso an antes tes de sua ascensão: “e sereis minhas testemunhas” (Atos 1.8). Eles sabiam que tinham sido qualificados qualificados de de m aneira única únic a para pa ra testem teste m un ha r de Cris Cristto, não
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ap enas apen as porque eles haviam ha viam esta es tadd o “com ele desde o início” início” (Mar (Marcos cos 3.14; João João 15.26; 15.26; Atos 1.21,22) mas, especialmente, especialme nte, porque eles tinha tin ham m visto a cruz e o Cristo ressurreto com seus próprios olhos. Assim, Pedro Pedro inclui regularmente em seus se us sermões a referência referência do do testemunh testem unhoo dos apóstolos ap óstolos:: “A este Jesus Deus ressuscitou ressus citou,, do que todos nós somos testem tes tem un unha has” s” (At (Atos 2.32); “...matastes “...ma tastes o Autor da vida, a quem Deus Deus ressuscitou ressusc itou dentre den tre os mortos, mortos, do que nós somos testem tes tem un ha has” s” (At (Atos os 3.15); “Or “Ora, a, nó nóss somos somo s testem tes tem un ha hass destes deste s fato fa tos” s” (Ato (Atoss 5.32). 5.32). Dirigindo-se a Cornélio, Pedro foi ainda mais explícito: “e nós somos testemunhas de tudo que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; Jerusalém; ao qual qu al também tiraram a vida, pendurando-o penduran do-o no madeiro. madeiro. A este Deus ressuscitou no terceiro dia, e concedeu que-fosse manifesto, não a todo povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que comemos e beb b ebem em os com ele, ele , d e po pois is qu quee r e s s u r g iu d e n tre tr e os m o rto rt o s; e n o s mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por po r Deu Deuss Juiz J uiz de viv v ivos os e de m o rto rt o s ” (Atos 10 10.39 .39-4 -42) 2).. Assim, os apóstolos após tolos juntararíi ao testem teste m un unho ho dos profetas do Velh elho Testamento o testemunho deles próprios, o qual, mais tarde, veio a ser gravado no Novo Testamento. A importância para nós, hoje, dessa dupla autenticação não é difícil de ser percebida. Já observamos a fascinação que a pessoa de Jesus exerc exercee sobre nossos contemporâneos e isso freqüentemente freqüentemen te dános um ponto de identificação com eles. Mas, de que Jesus estamos falando? Mesmo Paulo em seus dias reconheceu a possibilidade de m estres estarem estar em proclamando proclam ando “outro Jesus”, Jesu s”, que não o Jesus que ele ele havia pregado (2Corintios 11. 4). E há muitos “Jesuses” pelo mundo hoje. Há o, o, Jesus do m ito ito b ultim an ian o e o Jesus ag itado r revolucionário, o Jesus su p ersta er starr e o Jesus palhaço palh aço de circ circo. o. E contra essas reinterpretações humanas que precisamos urgentemente recuperar recup erar e restabelecer o Jesus autêntico, a utêntico, o Jesus da h istória, que é o Jesus das Escrituras. Isso significa, então, que não temos liberdade de pregar Jesus Cristo de acordo com nossa própria fantasia, ou mesmo de acordo com nossa própria experiência. Nosso testemunho pessoal de fato corrobora o testemunho dos autores bíblicos, especialmente o dos apóstolos. Mas o testemunho deles é o primário, pois eles estaVam “com Jesus” e conheciam-no e testemunharam do que ouviram com seus próprios ouvicjos e viram com seus próprios olhos. Nosso testemunho é sempre secundário e subordinado ao deles. Dessa
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maneira, não h á como escapar do do trabalho contínuo dos estudiosos conservadores conservado res que procuram defender defen der a confiabilidade confiabilidade do retrato do Jesus do evangelho e restabelecer restabelecer a confiança pública pública no testem unh unhoo apostólico. Nossa responsabilidade na evangelização não é nem de criar um Cris Cristo to particular particular que não está nas Escrituras, Esc rituras, nem enfeitar ou manipular aquele que está nas Escrituras, mas testemunhar fielmente daquele único Cristo, da maneira como Deus o apresentou ao mundo no admirável testemunho unificado do Velho e do Novo Testamentos.
AS AFIRMAÇÕES DO EVANGELHO Em terceiro lugar, havia e ainda há afirmações do evangelho. Quando David Anderson foi Diretor do Wycliffe Hall, Hall, escreveu em 1966 para aluno alu noss veteranos sobre um a conferênc conferência ia na qual p ensino e a pregação de doutrina haviam sido discutidos. Muitos estavam dizendo que “os “os dias de sermões sermões de autoridade tinha tin ham m agora passad p assado” o” e que “nós “nós devíamos devíamo s apres ap resen entar tar o evangelho em termos aceitáveis à atitude atitud e questionad óra de nosso tempo”. tempo”. .. “Mas”, co contin ntinuo uouu David David And Anderson, erson, “Basil “Basil Mitchell Mitchell (um de nossos nos sos filósofos filósofos de Oxf Oxfor ord) d) divergiu des d esse se ponto de vista. Quando ia à igreja, disse ele, queria ouvir uma palavra de real autoridade do pregador, e não um a série série de proposições proposições de qu qualidad alidade. e. A Palavra de Deus é uma palavra que vem de Deus e uma palavra sobre Deus: não é uma palavra de opiniões huipanas e o pregador não está es tá cumprindo cum prindo seu papel, se estiver ' falhando falhando em ap resen tár ao seu po povo vo ks grandes 1 a f i r m a ç õ e s d o e v a n g e l h o ”. /
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Quais são, então, as afirmações do evangelho? Co Como mo vimos, elas estão estã o centra ce ntrada dass em Jesus Cris Cristo to.. Elàs dizem respeito não simplesmente simplesmen te àquilo que ele f ele f e z há mais de dezenove séculos, mas àquilo que ele é hoje é hoje em conseqüência do que foi feito. O Cristo histórico é o Cristo contemporâneo. Em termos do Novo Testamento, a afirmação fundam fun dam ental enta l é que “Jesus “Jesus é Senhor”. Senh or”. Se com com a tua tu a boca confessares quq “Jesus é Senhor”, Paulo escreveu, “e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10.9). De fato, o fim para o qual Jesus, morreu e ressuscitou era “que elé pu p u d e s s e ser se r o Sen S enho horr dos do s m o rto rt o s e do d o s viv v ivoo s” (Rom (R oman anos os 1 4 .9): .9 ): “Pelo que Deus o exaltou sobremaneira sobrem aneira e lhe deu o nome que está acima
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de todo o nome, nom e, para pa ra que ao a o nome nom e de Jesus Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debpixo da terra e toda língua confesse que “Jesus Cristo é Senhor” (Filipenses 2.9-11). Essa é uma afirmação essencialmente cristã, pois ninguém pode fazer isso senão pela iluminaç ilum inação ão do Espírito S a n to '(1 Coríntios Coríntios 12.3). 12.3). A insistên insi stênçia çia de Paülo Paülo nnesse essess textos tex tos é que o senhorio senh orio de Cris Cristo to ou sua su a soberania so berania é um a conseqüência conseqüência direta de sua morte morte e ressurre ressurreição. ição. Pedro Pedro ensinòu ensin òu a mesma m esma coisa em seus se us sermões em Atos. Atos. É este es te Jesus que morreu e a quem Deus ressuscitou que agora está “exaltado à mão direita de Deus” (Atos 2.32,33 cf 3,13;4.11). Isso foi o cumprimento da grande promessa messiânica ‘Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés" (Salmo 110.1), que não apenas vislumbrou a obra completa do Salvador, da qual, agora, ele está descansando, como o autor de Hebreus mostra mo stra (Hebreus 10.12), 10.12), mas também tam bém vòlta-se para o triunfo triunfo final que, agora, ele ele está esperando. Con Contu tudo, do, isso está garantido. garan tido. Já em antecipação, Pedro pôde dizer a Comélio, ainda que fazendo um pa p a rên rê n tese te se,, “Ele é Sen S enhh o r de tud tu d o ” (Atos 10.36). 10.3 6). A “mão direita de Deus”, ao lado da qual Cristo “está assentado” é, então, en tão, símbolo símbolo da autoridad auto ridadee universal, un iversal, por. intermédio da qual ele ele é capaz tan to de conferir conferir bênçãos quan q uanto to de requerer subm issão. Primeiro, a bênção. Foi depois de sua exaltação à mão direita de Deus que ele “recebeu do Pai a promessa do “Espírito Santô” e derramou sobre sobre a sua su a igreja igreja essa bênção bênção distinta da nova dispensação dispensação (Atos 2.33). De acordo com a profecia de Joel, a qual Pedro disse ter sido cumprida, foi foi o próprio próprio Deus Deus que havia hav ia prometido: “Eu derramarei do meu Espírito sobre so bre toda a cãrn c ãrn e” (v (v. 17 17). ). Contudo, sabendo saben do disso, Pedro não hesita em atribuir o derramamento a Jesus, que ocupa a posi po siçã çãoo de sup su p rem re m a h o n r a e a u tori to ridd a d e à m ão d ire ir e ita it a dó Pai. 1 S d o seu trono trono Jesus Jesus derrama bênçãos bênçãos sobre sobre o seu po povo, el ele também espera que esse mesmo povo seja submisso a ele, que dobre o seu joelho diante dele. “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa cas a de Israel de Israel de que a este Jesus que vós crucificaste, Deus Deus o fez Senhor e Cristo” (v. 36). Essas palavras constituíram o clímax do sermão de Pedro. Elas atingem o coração dos seus ouvintes e leva-os a clamar por instruções sobre o que fazer. Eles precisavam se arrepender, disse Pedro. Deus havia revertido o julgamento áeles sobre Jesus, pois eles o haviam matado, mas Deus o havia , ressuscitado dentre os mortos. Agora eles precisavam reverter o julg ju lgaa m e n to de dele less tam ta m bé bém m . Eles El es de devi viam am ren re n d e r a v id a po porr comple com pleto, to,
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individual e social, social, sob o soberano senhorio de Jesus. Jesus. Estar E star em seu reino reino ou sob seu domínio domínio traz tanto tan to bênção bênção qu quanto anto exigênci exigências. as. ' Assim, Assim, a declaração simbólica de que Jesus está es tá “à direito direito de Deus” contém as duas grandes afirmações de que ele é Salvador (cqm (cqm autorida auto ridade de para p ara dar d ar salvação) e que é Senhor (co (com m autoridade autoridad e pa p a ra ex exig igir ir subm sub m issã is são) o).. As dua du a s são sã o un u n ida id a s por p or Pedro Ped ro e m seu se u seg s egun undo do discurso no Sinédrio: “Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão rem issão de pecados" (Ato (Atoss 5.31). 5.31). Além disso, as duas afirmações são parte da absoluta singularidade de Jesus Cristo. Se, na cultura atual em crescente sincretis sincretismo, mo, nos perguntarem pergu ntarem onde repousa repou sa a singularidad sin gularidadee de Jesus, Jesus, acho que devería de veríamo moss responder: respo nder: “Jesus é Senho Sen hor” r” e “Jesu “Jesuss é Salvad Sal vador”. or”. Teologicamente falando, essas afirmações expressam as grandes doutrinas dou trinas da d a encarnação e da d a expiação, expiação, e não há h á nad n ad a comparável comparável a elas na ética das religiões. Os ditos “avatores" (“evoluções" ou as chamadas “encarnações”) do Hinduísmo não apenas não têm fundamento fundame nto histór históric ico, o, mas sua s ua natureza nature za incidental incidental e sua plurali pluralidade dade colocam-nos colocam-nos fora do postulado central ce ntral do cristianism o de que, apenas apen as uma vez, e em fato passível de verificação histórica, Deus tornou-se homem em Jesus. E as repetidas repe tidas prom essas ess as no Alcorão Alcorão do perdão do compassivo e misericordioso Alá são todas feitas para pessoas merecedoras dèlas, cujos cujos méritos foram avaliado s segundo seg undo o padrão de Alá, enquanto o evangelho é as boas-novas de misericórdia para aqueles que não as merecem. O símbolo da religião de Jesus é a cruz, cruz, não as a s escalas m eritórias. eritórias. O mundo ainda ain da está esperando para ouvir essas afirmações do evangelho, e para ouvi-las no tempo pre p rese senn te, te , de deve ve-se -se fala fa larr de d e form fo rmaa clar cl araa ao ho honí níem em de ho hoje je qu que, e, “Jesu Je suss é Senhor” e “Jesus é Salvador”.
AS PROMESSAS DO EVANGELHOEm quarto lugar, nos voltamos logicamente das afirmações do evangelho para as promessas do evangplho, evangplho, as quais Cristo agora oferece e, de fato, declara àqueles que vêm a ele. Pois as boas-novas dizem respeito não apenas àquilo que Jesus uma vez f vez f e z (morreu e ressuscitou), nem apenas àquilo que ele agora é é (exaltado à mão direita de Deus como Senhor e Salvador), mas também àquilo que ele agora oferece oferece como um resultado de tudo isso. E qual é esse resultad o? No finál de de seu sermão sermã o do Pentecostes, Pedro Pedro prometeu à
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multidão que ela iria receber dois grandes dons de Deus, especificamente, “o perdão de pecados” e “o dom do Espírito Santo”. O perdão é um ingrediente essencial da salvação oferçcida no evangelho. O Senhor Senho r ressurreto ordenou que “a remissão rem issão de pecados” fosse proclama proclamada da para pa ra todas as nações com com base no seu nome (Luc (Lucas as 24.47), e o correto entendimento de sua declaração: “çe vocês perd pe rdoa oare rem m os pe peca cado doss de d e a lgu lg u n s , eles el es serã se rãoo p e rdo rd o a d o s” (João 20. 2 0.23 23)) foi sempre que eles pregassem os termos do perdão divino com intrepidez e autoridade. autorida de. Certamente, foi isso que os apóstolo apó stoloss fizeram. fizeram. “A rrependei-vos", b rad ou Pedro, Pedro, “e “e conv ertei-vos ertei-vos pa ra serem cancelados os vossos pecados” (Atos 3.19). E ele mesmo assegurou a Comélio: Comélio: “por meio de seu se u nome, todo o que nele crê recebe remissão remis são de pecados” pecado s” (Ato (Atoss 10.43). 10.43). De De m aneira ane ira sem elhante, elhan te, Paulo declarou na sinagoga em Antioquia: “se vos anuncia remissão de pecados por intermédio deste d este hottiem" hottiem" (Ato (Atoss 13.38) 13.38).. Por mais ma is que essa es sa mensagem mensage m seja impopular hoje hoje,, o perdão perdão aind a indaa é a maior necessidade do homem e parte indispensável das boas-novas. Mas Cristo oferece mais do que pçrdão de nosso passado. Ele oferece também uma nova vida no presente pela íegeneração e habitação do Espírito Santo, que é também a garantia da nossa herança heran ça futura fu tura no céu. céu. Não podemos separar as d uas promessas do evangelho evan gelho que o próprio próprio Deus ajuntou, ajunto u, ou seja, o perdão e o Espírito. Espírito. As duas pertencem à “salvação" que, Pedro insistiu, estavam em Jesus Cristo Cristo apena ape nass (Ato (Atoss 4.12) 4.12) e as du duas as fázem parte da d a “libertação" “libertação" que o homem moderno está es tá ago agora ra procurando. Verdadei Verdadeira ra liber liberdade dade é mais que libertação da culpa; é libertação de si mesmo, daquilo que Malcom Malcom Muggeridge Muggeridge Chama Chama de “a escura esc ura pequ p equena ena prisão do mèu próp pr óprio rio ego ego”. ”. Uma Um a ve vezz res re s g a tad ta d o s d a cu culp lpaa e do ego, po pode dem m os no noss oferecer ao serviço de Deus e do homem. E apenas nesse serviço pode po dem m os e n c o n tra tr a r a v e rda rd a d e ira ir a liber lib erda dade de..
AS EXIGÊNCIAS DO EVANGELHO Em quinto lugar, voltamo-nos para as exigências do evangel evangelho. ho. Deslocamo-nos daquilo que Jesus fez, daquilo que ele é e de suas pro p rom m e s sas sa s p a ra a q u ilo il o q u e ele req re q ue uerr de nó nóss ho hoje. je. Já vim vi m os qu quee a pri p rim m eira ei ra p a lav la v ra de Pedro Pe dro em resp re spoo s ta à q u e s tão tã o nev n evrá rálg lgic icaa pro p ropo post staa pela pe la m u ltid lt idãã o foi que qu e ela el a de d e v ia “arre “ar repp e n d er-s er -see ”. Mais Ma is u m a vez, e s s a foi foi a primeira palavra na conclusão conclusã o de de seu segundo segund o sermão: “Portanto, Portanto, arrependei-vos" (Atos 3.19). E Paulo encerrou seu sermão para os
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atenienses com a declaração de que Deus “agora, porém, notifica aos hom ens que qu e todos em toda parte pa rte se arrepend arrep endam am”” (Ato (Atoss 17 17.3 .30) 0).. Arrepènder-se era voltar-se de seus pecados, e em particular de seu cruel pecado de rejeitar re jeitar Jesus. A metanoia ou metanoia ou “m “m ud udanç ançaa de mentè" mentè" era, então, um a reversão da opinião que tinham tinha m acerca acerca de Jesus Jesus e de de sua su a atitu de em relação a ele. ele. Eles Eles o haviam repudiado e expressado sua rejeição na crucificação e agora deviam crer nele como Senhor e Salvador e expressar a aceitação disso por meio do batismo. Pois, ainda que o batismo signifique, sem dúvida, mais do que isso, ele não pode significar menos. Eles deviam ser batizados “no nome de Jesus Cristo”, isto é, deviam submeter-se humildemente ao batismo exatam ente em nome daquele daquele que, anteriormente, anteriormente, tinham tinha m procurado procurado pa p a r a d estr es trui uir. r. N ad adaa p od oder eria ia s e r m a is claro cla ro do q ue e s s a pú públ blic icaa e pe p e n ite it e n te c o n fiss fi ssão ão de fé em Jesu Je sus. s. Além Alé m d isso is so,, õ a rrep rr epen endd im en ento to e ba b a tis ti s m o intr in troo d u z iu-o iu -oss n a n o v a c o m u n ida id a d e d e Jesu Je sus. s. Nã Nãoo h a v ia conversão sem qüe tivessem, se tornado membros de uma igreja, como explorarei com maior profundidade no capítulo 5. O preletor em Lausane que deu maior m aior ênfase para pa ra ã indispensável necessida nece ssidade de de arrepe arre pend ndim imen ento to foi Dr. René Pàdilla, da Argentina. Argentin a. Ele Ele também insistiu insis tiu na n a dimensão dim ensão social do do arrependim ento. Na seção de seu documento publicado antes do Congresso, intitulado “Evangelização “Evangelização e ética do arrependime arrepe ndimento”, nto”, ele ele escreveu: escreveu: “E sta nova no va realidade realida de (a chegada cheg ada do Reino) Reino) coloca coloca o homem em posição posiçã o de crise crise - ele ele não nã o pode continu con tinuar ar a viver como como se nada na da tivesse acontecido; acontecido; o Reino Reino ddee Deus Deus dem anda uma um a nova mentali m entalidade, dade, um a re-orientação re-orientação de todos os seus valores, isto é, arrependimento.” Também, “a m uda udança nça imposta envo envolve lve um novo estilo estilo de vida. Sem ética não há arrependimento genuíno. E sem arrependimento não há salvação.” Além disso, ‘Arrependimento é muito mais que o relacionamento pa p a r t i c u l a r e n tre tr e o ind in d ivíd iv íd u o e D eu eus. s. T r a tata - s e de u m a c o m p leta le ta reorientaç reorientação ão de vida no mundo - entre entre os hom ens - em resposta resposta à obra de Deus em Jesus Cristo” (L e t the th e Earth H ea earr H is Voic Voicee [Qu [Que o Mu M u n d o Ou Ouça ça a s u a Voz] Voz] Worldwide Publications, 1974, pp. 128-9). Assim, a responsabilidade social torna-se um aspecto não de m issão cristã ap enas, ena s, mas também tam bém de conversão conversão cristã. É impossível impossível ser verdadeiramente convertido a Deus (como consideraremos no último capítulo) sem ser, com isso, convertido ao nosso próximo. Convers Conv ersão ão inclui inclui tanto tan to fé quanto qua nto arrependimento. arrepend imento. É verdade que o mandamento de Pedro para a multidão era para “arrepender-se”, em vez de “crer”. “crer”. Contudo, aqueles aque les que receberam a pa palav lavra ra de Pedr Pedro, o,
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arrependeram-se e foram batizados, nos versos seguintes aparecem como os que “creratn” (Atos 2.44). “Todo o qüe nele crê recebe remissão de pecados”, disse Pedro a Cornélio (Atos 10.43). Crê no Senhor Sen hor Jesus Jes us Cristo Cristo e serás salvo”, Paulo disse diss e ao carcereiro ém Filip Filipos os (Atos 16.31). Assim, Assim, as dem d em and andas as do evangelho evangelho são arrependim arrepe ndimento ento e fé - e ba b a tis ti s m o (em pú públi blico co). ). Isso Is so lêva lê va-m -mee a m e n c ion io n a r u m a co conn tro tr o v é rsia rs ia em certos círculos evangélicos. Alguns têm sido tão determinados em manter m anter a dou doutrina trina da justific justificáção áção somente pela fé fé que não têm sido capazes de, juntamente com «la, acomodar o aspecto do arrependimento. Eles distinguem precisamente entre a aceitação de Jesus como Salvador e a rendição a ele como Senhor e chegam até mesmo a promulgar a grotesca noção de que insistir na rendição ju n tam ta m e n te com a ace ac e ita it a ção çã o é dist di stoo rcer rc er o ev evan angg elho el ho.. E sse ss e de dese sejo jo consciencioso de proteger o evangelho de todas toda s as a s perversões é muito louvável. E, sem dúvida, a justificação acontece somente pela graça, somente em Cristo, somente pela fé. Além do mais, devemos ser cuidadosos em nunca definir a fé de tal maneira a atribuir a ela algum mérito. O único valor da fé repousa sobre seu objeto (Jesus Cristo), não sobre si mesma. Contudo, fé salvadora não é “uma aceitação aceitaçã o de Jesus Cristo Cristo como como Salvador” Salva dor” dentro de um tipo de vácuo místico místico e-sem e-sem nenhum nen hum a consciência, consciência, tanto do Cri Crissto que está sendo aceito aceito qua q uanto nto das implica implicações ções concretas concretas dessa dess a aceitação. Fé salvadora é um total, penitente e submisso compromisso com Cristo, e seria inconceb inconcebíve ívell para pa ra os apóstolos apó stolos que qua qualquer lquer pessoa pesso a pudesse pu desse crer em Jesus como Salvador sem submeter-se a ele cómo Senhor. Já vimos que aquele que está exaltado à direta de Deus é Jesus, o Senhor e Salvador. Não podemos retalhar esse Jesus em partes e, então, responder a apenas uma dessas partes. O objeto da fé salvadora é a pe p e sso ss o a inte in tegg ral ra l e indivi ind ivisív sível el de no n o sso ss o S e nh nhor or e Salva Sa lvador dor,, Jesu Je suss Cristo. Acrescento um outro ponto antes de terminar a questão das demandas dem andas do evangel evangelho. ho. Não podemos deixar deixar escapar a nota tan to de urgência urgênc ia quanto de autoridade na qual qu al os os apóstolos transm transm itiram itiram o chamado para o arrependimento arrependimen to e fé fé. Eles Eles estavam conscientes conscientes não apenas ape nas dé que a co convo nvocaç cação ão tinha tin ha vindo do trono onde Jesus reinava, reinava, mas também de que esse mesmo Jesus iria retornar como Juiz. O Deus que “agora... notifica aos homens que todos em toda parte se arrepe arre pend ndam am ” já havia ha via fixado o dia do julgamento julgam ento e apon ap ontado tado o Jui Juiz. z. Ele é Jesus, o mesmo que havia morrido e ressuscitado (Atos 17.30,31,-3.20,-10.42;13.40,41).
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O CONTEXTO DA EVANGELIZAÇÃO' A evangelização, então, consiste em compartilhar as boas-novas com outros. As boa boas-no s-novas vas são Jesus. E as boas-n b oas-novas ovas sobre o Jesus que anunciamos são que ele morreu pelos nossos pecados, e que ressuscitou ressusc itou da d a morte m orte e que, em conseqüência disso, reina rein a como como Senhor e Salvador à direta de Deus, e tem autoridade tanto para requerer arrependimento e fé quanto para oferecer a bênção de perdão de pe p e c a d o s e o d o m d o E s p í r i t o S a n t o a t o d o s a q u e l e s q u e se arrependerem , crèrem crèrem e forem forem batizados. batizad os. Tudo isso isso está es tá em harmon harm onia ia com as E scrituras scritu ras do Vel Velho ho é do Novo Novo Testamentos. Testam entos. É m ais que qu e isso, É precisamente o que “proclamar o Reino de Deus” significa. Pois, cümprindo as Escrituras, o Reino Reino de Deus Deus adentrou aden trou a vida dos homens por po r meio m eio d a m orte or te e re r e ssu ss u rre rr e ição iç ão de Jes J esus us.. Esse Es se Reino Re ino o u go gove vern rnoo de de Deus é exercido do trono por Jesus, que oferece salvação e reqüer obediência. Essas são as bênçãos e as demandas do Reino. Cómo - Jesus havi ha viaa estabelecido bem no início início de seu ministério min istério público público:: “O “O tempo temp o está est á cumprido e o reino reino de Deus está próximo: arrependei-vos arrepend ei-vos e crede no evangelho” (Marcos 1.15). Finalmente, tendo tentado definir evangelização em termos do evangelho, acho que preciso preciso dizer algum a coisa sobre seu contexto, pois po is a p rocl ro clam am a ção çã o do e v a n g e lho lh o n ã o p od odee s e r v i s t a como com o u m a atividade isolada. Há algum as coisas que a preced precedem em e outras que a seguem. Aquilo que a precede pode ser, de maneira justa, chamada de “presença” e, aquilo que a següe, de “persuasão”. Peter Wagner, em seu livro Fr F r o n tie ti e r s in M i s s i o n a r y S t r a t e g y (Fronteiras em Es E s tra tr a tég té g ia M issi is sion onár ária ia)) (Mo (Moody dy,, 1971), popularizo popu larizouu o que ele chama cha ma dé “evangelização 3-P” consistindo de três palavras: “presença, pro pr o cla cl a m ação aç ão e p e r s u a s ã o ” (p. (p. 154). A inda in da q u e n ã o e stej st ejaa sati sa tisf sfee ito it o de incluir todas as três numa definição estrita de evangelização, contudo a presença presen ça deve certam ente preceder preceder a evangelização, evangelização, assim a ssim como a persuasão deve vir posteriormente a'ela. A noção de “presença cristã” nem sempre tem recomendado a si mesma pórque seus defensores têm algumas vezes falado de uma “presença silenciosa” silencio sa” ou de um “autêntico autên tico silêncio”. silêncio”. Nã Nãoo há dúvida de que há ocasiões quan q uando do é mais cristão perm ahecer ahec er em silêncio silêncio do do que falar falar.. Contudo, Contudo, a presença presen ça cristã no mundo m undo é planejad a por Deus Deus pa p a ra lev le v a r à proc pr ocla lam m ação aç ão c ris ri s tã a o m un undo do.. Ao m esm es m o tem te m po po,, tem te m os que recon reconhec hecer, er, com com vergonh verg onha, a, que a ênfase ecumênica sobre o silêncio silêncio é, río río mínimo, parcialmente parcialm ente um a reação justificável justificável contra algu m as de nossas impetuosas e agressivas formas de evangelização. Se,
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entretanto, falando de maneira geral, não deve haver presença sem proc pr ocla lam m ação aç ão,, p reci re cisa sam m o s igu ig u a lm e n te a firm fi rm a r qu quee n ã o de deve ve h a v e r proc pr ocla lam m ação aç ão sem se m pres pr esen ença ça.. A prim pr imei eira ra pa pala lavv ra de com c omis issã sãoo do Sen S enho horr ressurreto não foi “pregai” mas “ide". E ir para o mundo significa pres pr esen ença ça.. Além disso, significa ser a presença visível da igreja, a qual apresenta um aspecto atrativo. Como Samuel Escobar escreveu em seu documento docu mento para p ara o Congr Congress essoo de Lausane: “A igreja primitiva prim itiva não era perfeita/ mas evidentemehte foi uma comunidade que chamou a atenção dos homens hom ens por causa cau sa das da s diferenças diferenças qualitativas qualitativa s de sua vida. vida. A mensagem não era apenas ouvida da parte dela, mas era também vista n a maneira ma neira como ela ela vivia” (Let (Let theE the E arth ar th H ea earH rH is Voie Voieee [Q [Que o Mun M undo do Ouça 'a S u a vo voz], z], p. p. 308). Não pode haver evangelização sem igrej igreja. a. A mensagem mensag em vem de um u m a comunidade comu nidade que lhe dá corpo corpo e que que acolhe em sua comunhão àqueles que a aceitam. Esse fato imediatamente traz um desafio à igreja. Dr. Visser’t Hooft, em 1949, referiu-se referiu-se ào “efeito efeito bumerangu bum erangue” e” da que questão stão evangelística: evangelística: , “A igreja que deveria chamar o mundo à ordem é, repentinam ente, cham ch am ada à ordem. ordem. A questão ques tão que ela lançaria ao mundo: “Você sabia que você pertence a Cristo? volta atrás como um eco. A igreja descobre que ela não pode verdade verd adeiram iramente ente evangelizar, que sua mensagem não irá conven convencer cer ninguém, ninguém, a menos que ela se deixe ser transformada e ser renovada, a menos me nos que ela se torne torn e aquilo que ela crê” (citado (citado por Philip Philip Pott Potter er,, em su s u a mensag m ensagém ém de 1967 para par a o Comi Comitê tê Central do Concilio Mundial de Igrejas, em Creta).
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A ou outra tra palavra pala vra é “persu asão”. asã o”. Anteriormente, mencionei a crítica crítica de J. I. Packer à definição de evangelização dos Arcebispos. Peter Wagner criticou, criticou, então, a crítica de Jim Jim Packer e insiste insis te que persu p ersuasã asãoo é parte da evangelização. Em resposta, devemos certamente aceitar que Paulo descreveu sua pregação evangelística por meio dá declaração “persuadim persua dimos os os hom en ens” s” (2Co (2Cori rinti ntios os 5.11), e que muitas m uitas vezes, em7Atos, Lucas descreve-o fazendo isso, acrescentando que muitos eram “persuadidos”. Isso não está em discussão, mas fazer da persuasão dos homens uma parte de nossa definição de evangelização é confundir a atividade com seus objetivos. Nosso
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objetivo objetivo é de fato “ap apre rese sent ntar ar Jesus Cristò Cristò no ppoder oder do Espírito Santo”, Sa nto”, de forma que homens possam ser persuadidos a vir a ele em pe p e n itê it ê n c ia. ia . O C on ongr gres esso so M u n d ial ia l de Berli Be rlim m , em 19 1966 66,, d e c laro la rouu corretam ente que “evangelização “evangelização é a proclamação do evangelho com o propósito de persuadir persu adir os pecadores pecado res perdidos .e condenados conden ados a co colo locar car su a confiança co nfiança em Deus...” Deus...”.. Nós temos a liberdade de man m anifesta ifestarr nosso prop pr opós ósit ito: o: co conn tud tu d o n ã o é de n o s s a a lça lç a d a d e term te rm ina in a r o resultado. Alguns falam de “persuasão” como se o resultado pudesse ser assegurado por esforços humanos, quase como se ela fosse outra pa p a lav la v ra p a ra “coerção “coer ção”.,Mas ”.,Mas não n ão.. Nos N ossa sa re r e spo sp o n sab sa b ilid il idad adee é de serm se rmos os fiéis, os resultados estão nas mãos do Deus Todo-Poderoso. Não creio cre io q ue p o s s a co conn clui cl uirr m ais ai s a p rop ro p ria ri a d a m e n te do q ue c ita it a r o parágrafo 4 do Pacto de Lausane intitulado A N a t u r e z a d a Evangeli Evan gelizaçã zação-. o-. “Evangelizar é difundir as boas-no bo as-novas vas de que Jesus Jesus Cris Cristo to morreu pelos pelos nosso n ossoss pecados e que ressu scitou dos mortos segundo as Escrituras, e de que, como Senhor Sen hor e Rei Rei,, ele agora ag ora oferece oferece o perdão perd ão de pecados p ecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e crêem crêem.. A no nossa ssa presença cristã no mundo m undo * é indispensável à evangelização, e o mesmo se dá eom aquele tipo de diálogo cu cujo jo propósito prop ósito é ouvir ouv ir com com sensibilidade, à fim de compreender. Mas a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo Cristo histórico histó rico e bíblico bíblico como como Salva S alvado dorr e Senhor, Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pe p e s s o a lm e n te e, a s sim si m , se reco re conn cili ci liar arem em com Deus. Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o; direito direito de esconder esconde r o custo do discipulado. Jesus ainda ain da convida todos os que queiram segui-lo a negarem-se a si mesmos, a tomarem sua cruz e identificarem-se com sua nova comunidade. Os resultados da evangelização evange lização incluem a obediência obediência a Cris Cristo to,, o ingresso em sua su a igreja igreja e um serv serviç içoo responsável no m und o.”
3. DIÁLOGO ^
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Meu argum ento até aqui foi foi que “missão” indica o servi serviço ço altru ísta que Deus envia seu povo ao mundo para fazer, e inclui tanto evangelização como ação político-social; que, dentro desse conceito amplo de missão, uma certa urgência é vinculada à evangelização pa p a ra o q ue se dev devee d a r prio pr iori ridd ad ade; e; e q ue “evan “ev ange geliz lizaç ação ão"" sign si gnif ific icaa anuncia anu nciarr ou proclamar as boas-novas boas-n ovas de Jesus. Jesus. Isso leva-nos leva-nos à terceira terceira pa p a lav la v ra: ra : “d “diá iálo logo go”” e p a ra u m a q u e stã st ã o : Há a lgu lg u m espa es paço ço p a ra o diálogo diálogo na n a proclamação das boas-novas? boas-no vas? É bem conhecido conhecido o fato de que, há umã década, o conceito de “diálogo com homens de outras crenças” tornou-se a moda ecumênica, e que que os evangeliçais tenderam a reagir prontam pronta m ente contra co ntra isso. isso. Nossa reação negativa nega tiva é justificada? justificada? E, de qualquer forma, quais os resultados disso?
VISÕES EXTREMAS Posições extremas foram assumidas de ambos os lados desse debate. Cristãos Cristãos evangeliçais sempre enfatizaram enfatiza ram - e, segund segundoo meu pont po ntoo de vis vi s ta, ta , de d e um a ma m a n e ira ir a co c o rret rr etaa - a nec n eces essi sida dadd e ind i ndis ispp en ensá sávv el de pregar o evangelho, pois Cristo designou sua igreja para ser a mensageira das boas-novas. Uma eloqüente convocação para a pro p rocl claa m a ção çã o foi fo i rec re c en ente tem m en ente te div di v u lga lg a d a pelo pe lo Dr. Dr. Marty Ma rtynn Lloyd-Jon Lloyd -Jones es em sCu livro P livro Pre reac achi hing ng a n d P r e a c h e r s {Pregação e Pre P rega gado dore res6 s6.. Ed. Fiel Fiel,, 1984). Seu primeiro ca pítu lo intitu la-se: la-s e: “A prim azia da pre p regg a ção çã o " , e em s u a p r im e ira ir a p á g in a ele escreve-, “p “paa r a mim, mi m, o trabalho trab alho de pregação é o mais alto, o maior e o mais glorioso chamado que alguém algu ém pode rec receb eber er.. Se você ainda ain da quise q uiserr algum a coisa a mais, m ais, diria, sem nenhuma hesitação, que a mais urgente necessidade na igreja cristã hoje é a verdadeira pregação, e é, obviamente, a maior necessidadè para o mundo também” (p. 9). Na verdade, pelo fato de o problema essencial do homem ser sua rebelião contra Deus e sua necessida nec essidade de de salvação, salvação , “a pregação é primeira tare fa da d a igreja” (p (p. 25). À sua apaixonada defesa da pregação, Dr. Lloyd-Jones algumas
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vezes acrescentou sua aversão ao conceito de diálogo: “Deus não é -assunto para ser discutido ou debatido. Crendo o que cremos sobre Deus, Deu s, nãô podemos, sob nen hu hum m a circunstância, circunstân cia, permitir pe rmitir que que ele ele se se torne objeto de discussão discu ssão ou o u debate.ou de bate.ou investigação...como investigação...como se fosse uma proposição filosófica” (pp. 46, 47). E o mesmo vale para pa ra o evangelho: o evangelho é apropriado para p ara a proclamação, não para discussjões agradáveis. Agora, se por “discussão” temos em mente o trabalho de diplomatas inteligentes na mesa de conferências, cujo objetivo é satisfazer (ou mesmo acalmar) a todos, e cujo método é atingir um consenso por meio de comprometimentos, concordo plenamente com o Dr. LÍoyd-Jones. O evangelho é uma revelação não negociável, de Deus. Certamente, pode po dem m os d isc is c u tir ti r seu s eu sign si gnif ific icad adoo e inte in terp rpre reta taçã çãoo , co c o n tan ta n to qu quee no n o sso ss o pro p ropp ó sito si to s eja ej a e n ten te n d ê -lo -l o m a is firm fi rm em e n te e rec re c o m e n d á -lo -l o m a is aceitavelmente aos outros. Mas não temos liberdade de ocupar uma posi po siçã çãoo de d e julg ju lgaa m e n to sob so b re ele, o u a lte lt e r a r s u a su s u b s tân tâ n c ia. ia . Pois ess e ssee é o evangelho de Deus e nã nãoo o nosso no sso e sua verdade é para ser recebida recebida,, não criticada, é para ser declarada, não discutida. Isso posto, entretanto, é necessário acrescentar que, propriamente entendido, “diálogo” e “discussão” são duas coisas diferentes. No o u tro tr o ex extre trem m o, h á u m a cres cr esce cent ntee a v ersã er sãoo pe pela la pregaç pre gação ão,, ou, pe p e lo m e n o s , p e la p r e g a ç ã o do tip ti p o a u t o r i t á r i a e d o g m á tic ti c a . A pr p r o o lam la m á ç ã o é c o n s i d e r a d a a r r p g a n t e ; a m a n e i r a h u m i ld e de comunicação é o caminho do diálogo. Seria difícil encontrar um expoente mais articulado dessa visão que o Professor J. G. Davies, de Birrningham. Em seu pequeno livro D livro Dial ialog ogue ue wit w ithh th e World {Diálogo {Diálogo com o Mundo. Mundo. SCM, 1967), ele escreve: “O monólogo é totalmente deficiente em humildade.- ele assume que sabemos tudo e que temos meramente que declarar isso, transmitir ao ignorante, enquanto que prec pr ecis isám ámos os b u s c a r a v erda er dade de jun ju n tos, to s, qu quee n o s s a v e rdad rd adee talve tal vezz p o ssa ss a ser corrigida e aprofundada, à medida que ela encontra as verdades daqueles com quem estamos em diálogo” (p. 31). Mais adiante ele diz que “o monólogo...é deficiente em abertura” (p. 31), enquanto que “o diálogo envolv envolvee completa abe a bertu rtura ra”” (p (p. 55). 0 Professor Davie Daviess continua: s
“P a r t ic ip a r d e u m d iá lo g o d e s s a m an an e i r a é n ã o apen ap en as difíci difícil, l, é perigoso. Complet Completaa abertu abe rtura ra significa que, toda vez vez que iniciamos um diálogo, diálogo, no ssa fé está es tá êm jogo. Se inicio um diálogo com um budista, para fazer isso com abertura, preciso reconhecer que o
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resultado resu ltado não pode sèr predeterminado, nem para pa ra ele, ele, nem para mim. O budista pode vir a aceitar a Jesus còmo cò mo Senho Senhor, r, mas eu posso vir a aceitar ace itar a autoridad e de Buda, Buda, ou mesmo m esmo nós dois podemos term inar como como agnósticos. A menos què haja reais reais possibilidades, nenhum de nós estará sendo completamente aberto ao outro...Viver dialogicamenfe é viver perigosa go sam m en ente te...” ...” (p. (p. 55).
Quanto a mim, reputo isso como um exagero, sem qualquer moderação. É verdade que a boa pregação cristã é sempre dialógica, no sentido que ela se engaja às m entes dos ouvintes e fala fa la a eles eles com com relevância. Mas não nã o é verdade verda de dizer diz er que todo monólogo é orgulhoso. orgulhoso . O evange eva ngelista lista que proclama o evangelho não n ão e stá dizendo que “sabe tudo”, mâs apenas que o evangelho foi conÇado a ele. Como creio e devo de vo argum entar em seguida, devemos devemos também estar esta r desejando desejando iniciar um diálogo. diálogo. Ao Ao fazermos fazermos isso, devemos aprender ap render do outro tant ta ntoo sobre suas crenças como também (ao ouvir sobre sua reação crítica ao cristianismo) sobre certos aspectos da nossa própria fé. Mas não devemos cultivar uma “abertura” total, na qual suspendemos de fato nossa no ssass co convi nvicçõ cções es concernentes à verdade do evangelho e nosso compromisso pessoa pes soall com com Cris Cristo to.. Tentar fazer isso seria se ria destr de struir uir nossa no ssa pró p rópr pria ia inte in tegr grid idad ade, e, como c rist ri stãã o s.
DIÁLOGO NA BÍBLIA Nesse diálogo diálog o sobre o diálogo, diálog o, talvez talv ez dev devam amos os começar come çar com uma um a definição. Não encontrei uma definição mais simples e direta que a estabel esta belecid ecidaa no Congresso Nacional Naci onal Evangélico Anglicano, em Keele Keele,, em 1967: “Diálogo é uma conversa em que cada parte é séria na sua aborda abo rdagem gem - tanto em rel relaç ação ão ao assuntò quanto à outra pessoa pessoa - e deseja deseja ouvir e apre ap renn d ei-t ei -tan an to qua q uanto nto a falar e a instruir” (parágraf (parágrafoo 553) 3).. Depoi Dep oiss dess de ssaa defini d efinição, ção, é impo im portan rtante te observa ob servarr qüe qüe o próprio próprio Deus Deus vivo da revelação bíblica dialoga com o homem. Ele não apenas fala, fala, m as também tamb ém escuta. Ele Ele faz perguntas pergu ntas e espera pelas respóstas. respó stas. Desde que sua pergunta ecoou entre as árvores do jardim do Éden “onde você está es tá?? ”, De Deus us tem tem estado estad o procurando sua su a criatu ra decaída e colocando questões ques tões para p ara ela. Obviamente, a abordagem abordag em do Infinito Infinito ao finito, finito, do Criador Criador à criatura, do Santo San to ao pecador tem sido de uma um a graciosa grac iosa auto-exposição. E ntretan to, a forma forma que .sua revelação revelação tem
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tomado tem sido freqüentemente dialógica. “Cinge os teus lombos como homem”, Ele disse a Jó. “Eu te perguntarei, e tu me farás saber” (Jó 38.3;40.7). E suas comunicações á Israel por intermédio dos profetas foram repletas de perguntas. “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor;” “Que injustiça acharam vossos pais em mim, para de mim se afastarem...? “Por que contendeis comigo?” ^ ‘Acaso nã nãoo sabeis? sab eis? Porventura Porve ntura não ouvis? Não Não vos tem sido anunciad anun ciadoo desde o princ princípi ípio? o? Ou não aten a tentaste taste s para p ara os fundam fundam entos da terra?” terra ?” “Como eu te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel?” (Isaias -1 -1.18; Jeremias 2.5,29; 2.5 ,29; Isaias Isa ias 40.21; 40.21 ; Oseias 11 : 8)
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Jesus, Jesus, que co como mo um menino men ino foi foi encontrado rio templo “assen tado tad o no meio dos mestres, ouvindo-os e interrogando-os” (Lucas 2.46), durante seu ministério público, também estabeleceu sérias conversações com indivíduos como Nicodemos, com a mulher samaritana e com as multidões. Raramente, se é que alguma vez isso aconteceu, ele falou num estilo bombástico, do tipo “ou pegue ou largue larg ue”. ”. Em vez disso, seja explicita oü implicitamente, imp licitamente, ele ele estav a constantem constan temente ente dirigindo dirigindo perguntas pergun tas às mentes é consciênci consciências as de seus seus ouvintes. Por exemplo, “Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?” (Mateus 21.40), Outra vez, “Qual destes três te parece ter sido 0 próximo do homem que caiu nas mãos dos salteado saltea dores? res?”” (Luc (Lucas as 10.36). 10.36). Mesmo Mesmo depois de sua su a ascensão, ascen são, quand q uandoo se revelou a Saulo de Tarso no caminho de Damasco, e o cegp e pro p ross tra tr a d o fari fa rise seuu pa pare rece ce ter te r sid s idoo esm e sm a g a d o p ela el a vis v isão ão,, Je J e sus su s dirig di rigiu iu-lhe uma pergunta racional: “Por que me persegues?” e provocou a contraco ntra-resp resposta osta:: “Quem és és tu, tu , Sen S enho hor?” r?” e “Que “Que farei, Senh or?” or? ” (Ato (Atoss 9.4,5:2 9.4 ,5:22.1 2.10): 0): t ' Quando, mais tarde, Saulo começou suas grandes viagens missionárias como Paulo, o apóstolo, vale a pena observar qüe a forma de diálogo constituiu uma parte integral de seu método. Pelo menos Lucas u sa freqüentem énte o verbo verbo dialegomai para dialegomai para descrever descrever
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um aspecto da evangelização de Paulo, Paulo, especialmente especialmente dura nte a sua su a segunda e terceira expedições. É verdade que há uma relativa incerteza sobre o exato significado do verbo. No grego clássico, ele significava “conv “conversar” ersar” ou “dis “discu cutir” tir” e era particularm particu larmente ente associado associad o à chamada “dialética” como um meio de instrução e persuasão desenvolvida de diferentes mane m aneiras iras por p or Sócrates, Sócrates, Platão e Aristóteles. Aristóteles. Nos e v an angg elh el h o s, ele foi um u m a ve vezz u s a d o n a d isc is c u ssã ss ã o a rgu rg u m e n tati ta tivv a dos apóstolos para saberem quem era o maior dentre eles (Marcos 9.34). Em referência ao ministério de Paulo, Gottíob Schrenk, no Dicionário Técnico de Kittel (Erdmans), diz que o verbo se refere ao ato de “ministrar sermões ou aulás religiosas”, mas não apresenta nenh ne nhum um a referência referênc ia à “disp u ta”. ta ”. O Léxi Léxico co Arndt-Gingr Arndt-Gingrich, ich, por outro lado, mesmo que adm ita que algum as vezes signifique signifique “simplesmente “simplesmente falar ou pregar” (Hebreus 12. 5), afirma que a forma verbal é usada pa p a r a “au “a u la s qu quee tin ti n h a m a ten te n d ê n c ia de term te rm ina in a r em d isc is c u s s õ e s ”. O contexto certamente certamen te sugere isso também. , Assim, na sinagoga de Tessalônica, por três semanas “Paulo... arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos;" e dizendo, “este é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio”. Lucas Lucas então entã o acrescenta: acresc enta: ‘Alguns deles forám persua per suadid didos.” os.” (Ato (Atoss 17.1 4). Aqui cinco verbos são colocados juntos - arrazoar, expor, demonstrar, demonstrar, an unc unciar iar e persuadir - o que sugere sugere que Paulo estava realmente debatendo com os judeus, ouvindo e respondendo as, objeções deles à sua mensagem. Em Atenas, a Bíblia diz que ele “discutiu” tanto “na sinagoga com os judèus e os gentios piedosos como co mo também tam bém na praça, todos os dias, entre os que se encontravam encontravam ali” (Atos 17.17). Esse é um acréscimo importante, porque mostra que sua abordagem racional foi com gentios passantes casuais e também com judeus jude us na n a sinagoga. sinagog a. Em Co Cori rint ntoo “todos “todos os sábado sáb ados, s, ele ele discorria discorria na n a sinagoga, persuad p ersuadindo indo tanto judeus, judeu s, como gregos” (Ato (Atoss 18.4 18 .4), ), enq ua uanto nto qu e ; em Éféso Éféso,, ele primeir primeiroo “freqüentou a sinagoga sinagog a por po r trê tr ê s mes m esee s ond o ndee fal f alav avaa o u sad sa d a m e n te, te , d iss is s e rta rt a n d o e pers pe rsuu ad adin indo do,, com respeito ao reino de Deus” e, então, por dois anos “passou a discorrer diariamente na escola de Tirano”, possivelmente por cerca de Cinco longas horas por dia (Atos 19.8-10 cf 18.19). Paulo também usou o mesmo método na pregação cristã, pois du ran ra n te o famoso “partir do pão” em Trôade Trôade,, du duran rante te o qual qua l o jovem jovem Êutico, vencido pelo sono, caiu, com conseqüências quase desastrosas, dialegomai é dialegomai é outra vez usado para p ara descrever o discurso discurso
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de Paulo (Atos 20.7, 9). O último exemplo também é interessante, porq po rque ue enco en cont ntra ram m os Pauío Pau ío esta es tabe bele lece cend ndoo u m diálo d iálogo go com o procu pro curad rador or Félix, argumentando com ele em particular sobre “justiça, autocontrole ê juízo vindouro”, até que Félix ficou amedrontado e terminou term inou a conversa (Ato (Atoss 24.25). Em resumo, resumo, então; e ntão; podemos podem os dizer que Paulo incluiu um certo grau de diálogo na maioria, senão em todas ais suas pregações para cristãos e não-cristãos, para judeus e gentios, para multidões e para indivíduos, em ocasiões formais e informais. De De fato, fato, para p ara acrescen acre scentar tar um texto final, final, Paulp parece ter esperado esperad o que todos os discípulos de Jesus se envolvessem em contínuo diálogo com o mündo mü ndo,, pois po is ele exortou os o s Colossenses: “A vo vossa ssa pa p a lav la v ra seja se ja sem se m pre pr e ag agra radd á v e l, tem te m p e rad ra d a com sal, sa l, p a r a sab sa b e rde rd e s comó deveis responder respon der a cada cad a um u m ” (Coloss (Colossense ensess 4.6). Aqui os cristãos estão em tal contato com “os de fora” (v. 5), e são capazes tanto de falar com eles (com uma palavra agradável e temperada com sal) quanto de responder suas questões. O tipo de “diálogo’’ que fazia parte do ministério de Paulo era, entretanto, muito diferente daquilo que a palavra significa atualm atua lmente ente.. Pois Pois o diálogo diálogo de Paulo Paulo era claramente claram ente um a parte de sua pro p rocl clam amaç ação ão e s u b o rdin rd inaa d a a ela. el a. Além d isso is so,, o a s s u n t o do diálo di álogo go com o mundo era aquele que ele mesmo sempre escolhia, especificamente, Jesus Cristo, e seu objetivo foi sempre a conversão a Jesus Cris Cristo to.. Se essa es sa aind a indaa fosse a prática atua lmen lm ente, te, poucos que , têm alguma hesitação quanto ao diálogo discordariam dele. Mas, freqüentemente, freqüenteme nte, o moderno diálogo dos cristãos cristão s com os não-cristãos pare pa rece ce ch chee ira ir a r incr in cree d u lid li d a d e em vez v ez de fé, co c o m p rom ro m etim et imen ento to em vez v ez de proclamação. proclamação. É mom ento ago agora ra de investigarm investigarmos os esse argume argu mento nto contra o diálogo. diálogo. Depoi Depoiss disso, procurarei expor alguns algu ns argum arg umentos entos a favor do verdadeiro diálogo. Então, E ntão, concluirei com com alguns algun s exemplos contemporâneos.
O ARGUMENTO CONTRA O'DIÁLOGO O argum argu m ento cristão conservado co nservadorr contra o diálogo como como próximo do limite de negar a Jesus pode ser melhor compreendido historicamente. A Conferência Missionária Mundial de Edimburgo, em 1910 1910,, aconteceu num nu m a atmosfera atm osfera de grande confiança. confiança. Não cheg chegoo a chamar isso de “àutoconfiança” porque certamefttê a confiança dos participantes estava colocada em Deus. Entretanto, eles confiantemente predisseram o iminente colapso das religiões não-
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cristãs. Temple Gairdener, em seu relatório oficial da conferência, escreveu: escreveu: “O espetáculo espetác ulo do avanço da igreja cristã por meio das m uitas uita s linhas de ação para a conquista con quista das cinc cincoo grandes gran des reli religiõ giões es do mundo moderno é de singular interesse e grandeza” {Edimburgo 1910, p. 135). Essa disposição foi vigorosamente sa.cqdida pelo início da Primeira Guerra Mundial, quatro quatr o anos an os mais m ais tarde. E> n a segun se gunda da conferência conferência missionária missio nária em Jerusalém, Jerusalém, em 192 1928, 8, a atm osfera já era diferente. Os delegados estavam cientes do crescimento do secularismo, e até mesmo chegaram a sugerir que era necessária uma frente religiosa comum contra esse inimigo universal. Dez an anos os m ais tarde, em 1938 1938,, a terceira conferência m issionária ission ária ecumênica ocorreu em Tambaram, perto de Madras, na índia. O homem-ch hom em-chave ave dess d essaa reun re união ião foi o holand hola ndês ês Henrik Kra Kraeme emer, r, cujo cujo livro livro The Christian Chris tian Message Messa ge in a ríon-Christian ríon-Christian World World (A M (A Men ensa sage gem m Cristã Cri stã num nu m Mundo Mu ndo Não Não-Cr -Cris istã tão) o) foi foi escrito e publicado üm pouco antes da assembléia. assem bléia. Parcialmente Parcialmente sob a influência da dialética dia lética de Karl Karl Barth, Barth, na qual ele opõe religião à revelação e a religiosidade doiiomem çontra a Palavra de Deus, Kraemer enfatizou que havia uma “descontinuidade” fundamental entre as religiões do homem e a revelação de Deus. Ele rejeitou, de um lado, as missões cristãs agressivas e, de outro, a noção de que Cristo era o cumprimento de religi religiões ões não-cristãs não-c ristãs (popularizada (popu larizada pela obra The The Crow Crownn ofH indu in duism ism [A Cor Coroa oa do Hind H induís uísmo mo]] de R. N. Farquhar, OUR 1913). Em lugar de tudo isso, ele exortou ao anúncio descomprometido do evangelho, ainda que “de maneira persuasiva e vitoriosa” (p. 302). Ainda, convocou a igreja a tomar novamente a posse de sua fé “em toda a suaa sing ularida su ula ridade de e -adequação e poder” e acrescen tou: “Somo “Somoss intrépidos o suficiente pa para ra convocar homens home ns para p ara fora de stas (lei (leiaase outras religiões) para os pés de Cristo. Agimos dessa maneira por p orqu quee crem cr emos os qu quee som so m en ente te ne nele le e s tá a p len le n a salv sa lvaa ç ã o de qu quee o homem precisa” (citado por James A. Scherer em sua contribuição pa p a ra P ra Prr o tes te s ta n t CrosS-Currents CrosS-Curr ents in Miss Mi ssio ionn {Pro {P rote test stan ante tess em M issõ is sões es], ], Abingdon, 1968, p. 34). Assim que Conferê Conferênci nciaa de Tambaram Tamb aram terminou, term inou, as neg negras ras nuvens nuv ens da tempestade da Segunda Guerra Mundial e do novo paganismo que ela ameaçou desencadear, já estavam escurecendo o horizonte. Quando a guerra terminou, e a atividade ecumênica começou novamente, “o vindouro diálogo entre o Oriente e o Ocidente” que Kraemer Kraemer havia previs previsto to já hav havia ia sido abafado por outra o utrass vozes. vozes. Tanto Tanto os teólogos teólogos protestan prote stantes tes qua q uanto nto os o s catól católicos icos começaram com eçaram a elaborar a
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relação entre o cristianismo e as outras religiões de maneira muito diferente da de Hendrik Hendrik Kraemer. Kraemer. Em 1 9 6 3 , H. R. Schelette escreveria esc reveria que “qualquer pessoa que determina seu estilo de vida individual e ético na base de um autêntico desejo de viver uma vida humana de acordo com uma ordem ordem fundamentada na verdade verdade,, alcan a lcança ça a salvação" (citado por Carl F. Halencreutz em Ap A p p roa ro a ch ches es toA to A íen íe n o fO the th e r F a ith s \Abordagem a Pessoas de Outras Crenças ], WCC, 1969, p. 78). Na mesma linha, KarI Rahner em sua obra Theologi Theological cal Inv estiga tio tio ns V (Inve In vestig stigaa çõ ções es Teológicas T eológicas V. Darton, Longman and Todd), começou a popularizar a idéia de o não-cristão sincero ser preferivelmente considerado um “cristão anônimo”: “o cristianismo hão confronta o membro de uma religião fora dò círculo cristão apenas como um mero não-cristão, mas como alguém que já pode e deve ser considerado, em um aspecto ou outro, como um cristão anônimo’1. Conseqüentemente, “a proclamação do evangelho, não simplesmente transforma alguém absolutamente destituído da graça de Deus e de Cristo num cristão, mas também transforma um cristão anônimo em alguém que também sabe sobre sua fé cristã nas profundidades de seu ser dotado de graça, por reflexo objetivo e pela profissão de fé...”. Esse pensamento está alinhado com o que Raymond Pannikar escreveu em seu livro The Unknown Christ ofHinduism (O Cristo Desc D escon onhe hecid cidoo do H ind in d u ísm o . Darton, Longman and Todd) e com a visão do Professor John Macquarrie que recomendou a substituição das missões competitivas (adeptos de outras religiões tentando converter uns aos outros) por uma missão comum, assumida por todas as grandes religiões juntas em pròl das “massas carentes de amor da humanidade”. Uma das crenças fundamentais dos estudiosos ecumênicos que pensam e escrevem dessa maneira atualmente é que Cristo já está presente em todos os lugares, incluindo as outras religiões. Sendo assim, na visão deles, é uma atitude presunçosa do missionário cristão cristã o falar fa lar de de “levar” Cris Cristo to com com ele para um u m a determinada determ inada situação situ ação;; o que ele faz é primeiramente “encontrar” o Cristo que já está ali e, então, então , talvez, “desvendá-lo”. Alguns Alguns vão ainda aind a mais longe. longe. Eles não apenas negam que os missionários levam Cristo com eles, ou podem ser o meio meio de auto-reve auto -revelação lação de Cri Crist stoo para o não-cris não -cristão tão;; eles chegam chega m a sügerir que que é o não-cristã não -cristãoo que que é o portador da mensagem m ensagem de Crist Cristoo para o cristão. Por exemplo, durante as discussões sobre “diálogo” na Seção II, em Üppsala, um dos secretários do Concilio Mundial fez a seguinte seguin te proposição: prop osição: “nesse ne sse diálogo, Cristo Cristo fala por meio meio do irmão, _
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corrigindo nosso limitado e distorcido entendimento da verdade”. Se essa afirmação tivesse sido aceita, não apenas o não-cristão teria sido considerado como “o irmão:’, mas a única referência a Cristo falando no diálogo teria sido o seu discurso aos cristãos por meio dos nãos-cristãos. Isso teria virado a evangelização de cabeça para baixo e teria apresentado o diálogo como como a proclamação proclam ação do evangelho evangelho ao cristão pelo não-cristão! Felizmente, como resultado da pressão exercida pelos cristãos evangelicais, a proposição foi alterada para o seguinte: “Cristo fala neste diálogo, revelando-se a si mesmo para aqueles que não o conhecem, e corrigindo corrigindo o conhecimento conhecimen to limitado e distorcido daqueles que, porventura, já o conhecem”. Pessoalmente, não acho que deva haver alguma objeção a essa última formulação. Mas, Cristo está presente no mundo não-cristão? Em nossa crescente sociedade pluralista e nessa época sincretista, essa é a questão teológica básica de que não se pôde escapar. Seria fácil responder com um simples “sim” ou “não”. Em vez disso, precisamos nos questiona que stionarr quanto ao que os apóstolos de Cris Cristo to ensinara ens inaram m sobre esse tema crucial. Teceremos algumas considerações sobre as declarações declaraç ões de Pedro, Pedro, Paulo e João, uma a uma. ' Pedro começou seu sermão a Cornélio dizendo: “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, enj qualquer nação aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável” (Atos 10.34,35). A partir dessa asserção, alguns têm argumentado que os religiosos sinceros e que as pessoas justas são salvas, especialmente porque a história começa com uma declaração de um anjo a Cornélio: “as tuas orações e as,tuas esmolas subiram para memória diante de Deus” (v. 4). Mas tal dedução é inadmissível. Declarar que um homem que teme a Deus e que pratica a justiça é aceitável a ele, não pode significar que ele é “aceito” no sentido de ser “justific “justificado”. ado”. 0 resto da história deixa isso claro. Esse Es se homem sincero, temente a Deus e justo ainda precisa ouvir o evangelho. De fato, quando, mais tarde, Pedro relata para a igreja de Jerusalém o que havia acontecido, ele registra especificamente a promessa divina a Cornélio sobre Pedro, a saber, que “te dirá palavras mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua Casa” (Atos 11.14). E a igreja de Jerusaléím reagiu rea giu ao relato rel ato de Pedro dizendó: “Logo, Lo go, també tam bém' m' aos a os gentios foi por Deus concedido o arrependimento para a vida” (Atos 11.14). Fica claro, então, que; mesmo que, em algum sentido, “aceitável” para Deus, Cornélio, antes de sua conversão, não tinha nem “salvação” nem “vida”.
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Em seus dois sermões para audiências gentias, em Listra e em Atenas, o apóstolo Paulo falou da atividade providencial de Deus no mundo mundo pagão. pa gão. Mesmo que que no passad pass adoo Deus Deus tivesse permitido a todas to das as naçõe n açõess “andarem “anda rem em seus próprio próprioss caminh cam inhos", os", ele disse, “contudo, “contudo, não se deixou sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem” parâ todas as a s pess p essoas oas,, especialmente especialmente “dando-lhes “dando-lhes do do céu chuvas e estações estaçõe s frutíferas, enchendo os seus corações de fartura e alegria”. (Atos 14.16,17). V Para os. filósofos atenienses, Paulo acrescentou que Deus, o Criador, era o mantenedor de nossa vida (“pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais”) e o senhor da história (“havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites de sua habitação”) pretendendo que os homens “busquem a Deus se, porventura, tateando 'ç possam achar”. Pois “ele não está longe de cada um de nós” já que’, como os poetas gentios haviam dito, “nele vivemos, e nos movemos,' e exfstimos” e “dele também somos geraç ge ração ão”. ”. Oque essas ess as verdades ve rdades é o conheciment conhecimento1 o1dos atenien ate nienses ses sobre sobre elas elas,, fizeram, fizeram, entretanto, entreta nto, não foi foi capacitá-los capaci tá-los a encontrar en contrar a Deus Deus mas, em vez disso, tornar a idolatria deles inescusável. Pois, não tendo levado isso em conta no passado, Deus “agora...notifica que todos em toda parte parte se arrependam” (At (Atos os 1 7.2 2 -31 -3 1 ). Paulo trabalhou com essa questão nos primeiros capítulos de Romanos; Ali, ele apresenta muito claramente o conhecimento liniversal de Deus e da bondade no mundo gentio. De um lado, a “natureza invisível de Deus, especificamente seu eterno poder e sua. divindade” são sã o “clarame “clara mente nte percebidos percebidos nas cois c oisas as que ele fez”, fez”, porq porque ue Deus lhes manifestou isso (Romanos 1.19,20), De outro lado, os homens sabem alguma coisa da lei moral de Deus, pois ele não as tinha escrito apenas apen as em tábuas tábu as de pedra pedra no Sinai; ele as tinha tin ha escrito escrito também nos corações dos homens, na natureza moral que eles têm pela criação (2.14,15). Então, em algum nível, diz Paulo, todos os homens conhecem a Deus Deus (1.2 (1 .211 ), conhecem a lei lei de Deus e “conhecem “conhecem os decretos de Deus” de que os que quebram a lei “merecem morrer” (1.32). Essa revelação de Deus para todos os homens, chamada “gera ge ral” l” porque porque foi foi feita para pa ra todos to dos os homens, homen s, e “n atur at ural al”” porque porque foi foi dada por intermédio da natureza e na natureza humana, não é, entretanto entret anto,, suficiente suficiente para salvá-los. salvá-l os. É suficiente suficiente apena ape nass para condenálos como seres “indesculpáveis” (1.20; 2.1; 3.19). Pois o significado integral dos primeiros capítulos de Romanos é que, mesmo que os homens conheçam a Deus, eles não o honram como Deus mas, por
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causa de sua impiedade, suprimem a verdade que conhecem (1.18,21,25,28). Voltemo-nos agora para João, e especialmente, para o prólogo do quarto evangelho. Aqui, ele descreve Jesus como “o Logos de Deus”, e como “a luz dos homens” (João 1.1-3). Ele tambéin afifma que a luz está continuaménte brilhando nas trevas e que as trevas não prevaiecem contra ela (v. 5). Em seguida, ele aplica esses grandes axiomas ao processo histórico da revelação, falando do Logos, a quem, mais adiante, identifica como Jesus Cristo: ‘A verdadeira luz que, vinda ao mundo, ilumina a todo o homem”. De fato, “ele estava no mundo o tempo todo (w. 9,10). Realmente, ele “veio” ao mundo muito tempo antes (v. 11), ele já “estava” nele e “estava” continuamente “vindo” em direção a ele. Além disso, sua presença' no mundo foi (e ainda é) uma presença iluminadora. Ele é a luz real, da qual todas as outras luzes não passam de tipos e sombras, e, sendo a luz, ele “ilumina” todo homem”. Assim, “todo homem”, a Escritura nos dá garantia para afirmarmos isso, possui algum grau de luz pela sua razão e consciência. E não devemos hesitar em declarar que todas as coisas boas, belas e verdadeiras, em toda a história e /em toda to da a terr te rra, a, vieram vie ram de Jesus Jesu s Cristo, mesmo mes mo que os homens hom ens sejam seja m ignorantes dessa origem. Ao mesmo tempo, precisamos acrescentar que essa luz universal não é uma luz salvadora. Por um lado, ela é apenas apena s uma um a sombra, em comparação com paração com a plenitu plenitude de da luz luz garantida para aqueles que seguem a Jesus como “a luz do mundo”, e para aqueles a quem é dada “a luz da vida” (João 8.12). Por outro lado, os homens sempre “amaram mais as trevas do que a luz porque as suas obras eram más”. Devido a sua contundente rejeição da luz, os homens estão sob condenação (João 3.18-21). O testemunho, então, de Pedro, Paulo e João é uniforme. Todos os três declaram a constante atividade de Deus no mundo não-cristão* Deus não deixou-se a si mesmo seni testemunho. Ele.se revela na natureza. Ele não está longe de nenhum homem. Ele oferece aluz a todos os homens. Mas o homem rejeita o conhecimento que tem, preferindo as trevas à luz, e não reconhece o Deus que ele conhece. Esse conhecimento não n ão o salva; salva ; ele condena-o por sua su a desobediên desobediência. cia. Até mesmo sua religiosidade é uma tentativa de escapar do Deus de quem ele tem medo e de quem ele se envergonha de encontrar.
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O LUGAR DO ELÊNTIGO Não negamos, portanto, que h á elementos de verdade nos sistemas siste mas não-cristãos, os quais são vestígios da revelação geràl de Deus na natureza. G que veementemente negamos é que eles sejam suficientes pára a salvação salva ção e (mais veementemente veementemente ainda) que que a fé cristã e outras fés não-cris nã o-cristãs tãs sejam alternativas alternativa s e caminhos igualmente váliijos váliijos para se chegar a Deus. Mesmo que haja um lugar importante para o “diálogo" com os homens de outras fés (como, logo em seguida, demonstrarei), há também uma necessidade de “embate” com eles e até at é mesmo mesm o de “confronto”,v “confronto”,vno que procuramos mostr mo strar ar as a s inadequações e falsidades da religião não-cristã e demonstrar a adequação e a verdade, o valor absoluto e o propósito do Senhor jesus Cristo. Esse procedimento é tecnicamente chamado de “elêntico”6, do verbo • grego elengchein, “convencer”, “condenar” ou “repreender”, e, então, chamar ao arrependimento. J. H. Bavinck dedica toda a Parte II de seu livro An A n IntrodUction IntrodU ction to the th e Sc Scien ience ce ç fM iss is s io n s {Uma Introd In troduç ução ão à Hodder er and Stougton, Stougton, 1954 19 54), ), a esse assun ass unto to e desc descrev revee Ciênci Ciênciaa de Missões. M issões. Hodd a natureza, o lugar, a tarefa e as linhas gerais do elêntico. Ele o define como “a ciência que desmascara todas as falsas religiões pagãs como pecado contra Deus e... Convoca os pagãos ao conhecimento do único Deus Deus verdadeir verdadeiro” o” (p (p. 2 2 2 ). Ele considera essa ess a ciência tão tã o importante que recomenda que èla deveria “ter uma posição de respeito dentro do contexto de uma faculdade teológica” (p. 232). Pará um entendimento completo completo dessa tese, devo devo recomendar ao leitor as cinqüenta páginas em que que ele ele cuidadosamente cuidadosame nte trat tr ataa desse assun ass unto. to. Desej Desejoo apenas apen as dirigir dirigir a atenção agora para alguns dos seus pontos principais. Primeiro, o propósito do elêntico não é “mostrar o absurdo do paganismo”, e menos ainda ridicularizar ridicularizar outras religiõ religiões es ou seus adeptos. Ele diz respeito piincipalnüente à “condenação e desmascaramento do pecado e à chamada à responsabilidade” (p. 26). “Em todo o elêntico a preocupação é sempre com a questão mais importante: ‘Que tipo de relacionamento você tem com Deus?’ “ (p. 223). Em seguida, o fundamento para essa tarefa é a própria Bíblia, pois “a Bíblia, da primeira à última página, é uma tremenda declaração contra o paganismo, contra as tendências de paganização mèsmò mèsm ò no própr próprio io Israel. Em resumo, resu mo, contr c ontraa a corrupçã corru pçãoo da religião”. religião”. A Bíblia também ensina-nos “a respeito do coração humano.e seu 6 NT: NT: O vocábulo vocábu lo ainda ainda não consta do léxi lé xico co oficial ofic ial da língua líng ua portugues portuguesa. a.
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sorrateiro esforço de buscar a Deus e, ao mesmo tempo, escapar dele" dele" (p. (p. 2 4 4 ). ^ Em terceiro lugar, lugar, o elêntico elêntico não é a atividade severa ou negativa nega tiva que parece ser. ser. Ele “pode “pode realme real mente nte se exercida exer cida apen ap enas as vem em con c onta tato to pessoal com os adeptos de de outras religiões". religiões". Assim, Assim, “na prática, nunca nun ca estarei preocupado com o budismo, mas com unia pessoa real e seu se u budismo; nun ca e starei stare i em con tato ,com o Islã, m as com ütn ütn muçulmano e se s e u islamismo” (p. 240). Além disso, esse Contato pessoal também deve ser um contato pleno de amor. “Na medida medida em que que zombo de de súa sú a tola tol a superstição, superst ição, eu o desprezo; não encontrei ainda a chave de sua alma. alm a. Se entendo que o que ele faz demonstra dem onstra um comportamento perceptivelmente ingênuo e infantil, também o desprezo e continuo a desprezá-lo vez após vez, àinda que de maneiras diferentes; somente quando realmente chego-me para perto dele, posso,- em nome de Jesus, posicionar-me contra ele e convencê-lo do pecado, da mesma maneira que Cristo1fez comigo e ainda faz a cada dia” dia ” (p. (p. 2 4 2 -3). -3 ). '
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Um quarto e último ponto é que, em última análise, o elêntico é obra do Espírito Santo. É ele quem “convence” do pecado, da justiça e do do juízo (Jo (J o ã o l6.8 l6 .8-1 -100 ). “Somente “Somente ele ele pode pode chama cha marr ao arrependi arrependimento mento,, pois somos apenas instrumentos em suas mãos” (p. 229). O conceito exato de “elêntico" está em desarmonia com a atual atitude de timidez e tolerância. Mas nenhum cristão que aceita a vjsão bíblica do pecado da idolatria, de um lado, e do propósito de Jesus Jes us Cristo, do outro ou tro,, pode esca es cap p ar disso. disso . Além do mais, ma is, apen ap enas as aque aq ueles les que que vêem a necessida nec essidade de do elêntico elêntico podem também perceber perceber a necessidade- do diálogo e podem entender o seu lugar legítimo. Apenas quando estivermos seguros de qüe um verdadeiro diálogo com com um não-cristã nã o-cristãoo não é um sinal de sincretismo, mas m as é totalmente consistente com a nossa fé, no propósito de Jesus Cristo, estaremos prontos para considerar os argumentos pelos quais ele pode ser recomendado, que é o que veremos a seguir.
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O ARGUMENTO A FAVOR DO DIÁLOGO Primeiro, o verdadeiro diálogo é uma marca de autenticidade. Deixe-me Deixe-me citar a declaração decla ração de Uppsala:
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“Um diálogo cristão com uma outra pessoa não implica nem na negação da singularidade de Cristo, nem em nenhuma perda perda de seu compromisso pessoal com Cristo, mas, em vez disso, que uma abordagem g e n u in a m e n te c r i s t ã d eve ev e s e r h u m a n a , p e s s o a l, relevante releva nte e humilde. hum ilde. Por intermédio do diálogo, compartilhamos nossa humanidade comum, em sua dignidade e em sua queda, e expressamos nossa preocupação comum por essa es sa human h umanidade” idade” (Relatório (Relatório II, parágrafo 6).
Se não fazemos nada na da além de proclamar, proclamar, à distância di stância,, o evangelho para as pessoas, nossa autenticidade pessoal está nos limites da suspeita. Quem somos nós? Aqueles que nos ouvem não sabem. Pois estamos desempenhando um papel (o de pregador) e, por tudo que eles sabem, talvez estejamos usando uma máscara. Além disso, estamos tão longe que eles não podem nem mesmo ver-nos direito. Mas, quando nos assentam assen tamos os ao a o lado deles, deles, como Fili Filipe pe na carruagem carruage m do etíope, ou os encontramos face a face, fica estabelecido um , rela re laci cion onam amen ento to pesso pe ssoal. al. N ossa os sass defé de fésas sas caem ca em por terr te rra. a. Começamos Começ amos a ser vistos e conhecidos pelo que somos. As outras pessoas passam a reconhecer que também somos seres humanos, igualrpente pecadores, igualmente necessitados, igualnjente dependentes da graça de que estam est amos os falando. E à medida que a conversã conv ersãoo se desenvolve, não apenas nos tomamos conhecidos pelo outro, mas passamos a conhecê-lo também. Ele também é um ser humano, com pecados e dores dores e frustrações e convicções. Passamos Passamo s a respeitar suas convicções convicções e a sentir com ele as suas dores. Ainda queremos compartilhar as boas-novas com ele, pois nos preocupamos profundamente com isso, mas também nos preocupamos com aquele com quem queremos compartilhar. Conforme declaração do relatório do México: “o verdadeiro diálogo com uma pessoa de uma outra fé requer uma preocupação tanto com o evangelho quanto com a outra pessoa. Sem o primeiro, o diálogo se torna uma agradável conversa. Sem o segundo, ele se torna irrelevante, não convincente ou arrogante” (W itness itness in S ix Conti Co ntinents nents [Test [Testemunho emunho em em Se Seis is Çonti Ç ontinentes nentes], 1964,
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p. 1 4 6 ). O diálogo diálogo coloca a ^ va ng eliza ção num num con texto autenticamente humano. ; Em segundo lugar, o verdadeiro diálogo é uma marca de humildade. Não quero dizer com isso que a proclamação é sempre , árrogànte, pois a verdadeira proclamação consiste na apresentação de Jesus Cristo como Salvador e Senhor, e não, em nenhum grau ou sentido, na exibição de nós mesmos. Em vez disso, o que quero dizer e que, à medida que ouvimos a outra pessoa,, nosso respeito por ela, como um ser se r humano feito feito à semelhança seme lhança de Deus Deus,, cresce cre sce/A /A distância entre nós diminui à medida que nos lembramos de que, se ela é decaída e pecadora, nós tarnbém o somos. Além disso, percebemos que não podemos jogar fora todas as suas preciosas convicções com uma impetuosa e insensível' rejeição. Temos que reconhecer humildemente que algumas de suas concepções erradas podem ocorrer por nossa culpa, ou, pelo menos, que sua contínua rejeição de Cristo pode ser, na realidade, uma rejeição da caricatura de Cristo que ela viu em nós ou em nossos companheiros cristãos. À medida que a ouvimos, ouvim os, pode pode ser que que tenham ten hamos os muitas m uitas lições desconfortáveis para aprender. Nossa atitude para com ela muda. Antes de tudo, pode haver algum prolongado sentimento de superioridade do qual somos anteriormente inconscientes. Mas agora, não temos mais nenhum desejo de ganhar pontos ou obter a yitória. Nós a amamos demais para aliínentarmos nosso ego às suas cqstas. Humildade em evangelização é uma graça bonita. Em terceiro lugar, o verdadeiro diálogo é uma marca de integridade. Pois, na conversação, ouvimos sobre os verdadeiros problemas e crenças de nosso amigo e despojamos nossas mentes das falsa f alsass imagens que que porventura porventura possamos ter acolhido. acolhido. E estamos determinados também em sermôs verdadeiros. O Bispo Stephen Neill distingue entre diálogo e “discussão amigável”. Num artigo sobre Bangkok, publicado na The Churchmam (O Homem da Igreja ), em dezembro de 1973, ele escreve: “Qualquer pessoa educada na tradição platônica do diálog diálogoo conhece bem a intensa inten sa seriedade envolvida envolvida nisso; Sócrates e seus interlocutores estivam preoc preocupa upados dos com uma um a coisa apenas a penas - que a verdade verdade devia emergir. Essa é a preocupação do parceiro cristão crist ão em diálogo. Se Cris Cristo to é a Ver Verda dade de,, ent e ntão ão á única coisa coi sa que importa é que Crist Cristoo deve deve emergir; mas ma s Crist Cristoo
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como a Verdade faz exigências categóricas de total, incondicional é exclusivo compromisso com ele. Pode muito bem acontec aco ntecer er que eu descubra no diálogo quão inadequado é o meu próprio compromisso; mas, em termos do respeito pela liberdàde e pela dignidade do parceiro, não posso esperar ou exigir dele um padrão . inferior àquele àque le que espero e exijo de mim mesmo. Como Como m ostra a experiência, é extremamen extrema mente te dif difíc ícil il encontrar encon trar em qualquer uma das religiões e das anti-religiões não-cristãs um parceiro que e§teja preparado para se envolver èm um diálogo nesse nível de seriedade”. Contudô, tal integridade é essencial para que um verdadeiro diálogo aconteça. Em quarto lugar, o verdadeiro diálogo é uma marca de se s e n sib si b ilida ilid a d e . A evangelização cristã cai em descrédito quando se degenera em estereótipos. É impossível evangeíizar usando-se fórmulas fixas. Forçar a conversa por meio meio de linhas predetermina predeterminadas, das, a fim de se alcançar um objetivo predeterminado é apresentar-se - deploravelment deploravelmentee carente de sensibilidad sensibilidadee em em relação às à s verdadeiras necessidades de nosso amigo e à direção do Espírito Santo. Tal falta dê sensibili sensibilidade dade é, portanto, u m a falta falt a tanto tan to de fé quanto quan to de amoL amoL O diálogo, entretanto entre tanto,, para par a citar cit ar o Côneg Cônegoo Max Ma x Warren “em “em sua su a essência essê ncia,, é uma tentativa de um ‘ouvir’ mútuo, ouvir a fim de entender. A compreensão é sua recompensa” (de um escrito não publicado P resen sence ce a n d P rocla ro clam m a tion [Presença e P roclam roc lamaç ação ão ], lido intitulado Pre na Consulta Européia sobre Estudos de Missões, em abril de 1968). É esse o ponto que tomamos do Pacto de Lausãne, o qual contém duas referências ao diálogo. De um lado, ele diz firmemente que “rejeitamos rejeit amos como co mo depreciativo depreciativ o de Cristo Cristo e do evangelh evan gelhoo todo tod o é qualquer tipo de sincretismo ou de diálogo cujo pressuposto seja o de que Cristo fala igualmente por intermédio de todas as religiões e ideologias” (parágrafo 3). Más, por outro lado, ele diz com igual firmeza quç “o tipo de diálogo cujo propósito é ouvir com sensibilidade, sensibilidade, a fim de compreender” compreende r”,, é réalmen réal mente te “indispensável para a evangelização” (parágrafo 4). O princípio foi estabelecido séculos atrás no Livro de Provérbios; “Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha" (Provérbios 18.13). Em conclusão, tendo discorrido sobre alguns dós argumentos contra e a favor dò lugar do diálogo na evangelização, gostaria de
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dar alguns exemplos em três diferentes contextos: o primeiro entre os hindus, na índia; o segundo, entre os muçulmanos, no mundo árabe e o terceiro, nas áreas industriais da Grã-Bretanha.
DIÁLOGO COM OS HINDUS Meu primeiro exemplo é E. Stanley fones, o missionário metodista americano que foi para a índia e que foi bem-sucedido, no período entre as duas grandes guerras. Ele era um prolífico escritor. Seus dois livros mais conhecidos, nos quais descreveu os fundamentos de seu trabalho, são provavelmente The The Christ Christ ç fth e Indian Indian Road \ 0 Cris Cristo da Estrada Ind iana. iana . Abingdon Press, 1925) e Christ at the Ffiu F fiunn d Table T able {Cristo n a Mesa M esa Red R edoo nd nda. a. Hodder and Stougton, 1928). Foi Foi durante uma um a de suas sua s missões que que um hindu hindu convidou-o convidou-o para uma cerimônia do chá em sua casa, a fim de que tivesse a oportunidade de se encontrar com alguns dos líderes hindus dá comunidade local. Eles se assentaram em círculo no chão e cçnver cçn versara saram m . Stanley Jones perguntou-lhes perguntou-lhes qual seria a reação deles deles se Cristo viesse direto para a índia, dissociado do ocidentalismo. O prefeito da cidade interrompeu: “Eu ouço você falar sobre encontrar a Cristo. O que você quer dizer com isso? Em resposta Stanley Jones contou cont ou a histór h istória ia de sua su a conversã con versão. o. “Agora contecon te-me me", ", disse o prefei prefeito, to, “como eu poderia ericontrá-lo” ( Ro pp. 19, 19 , R o u h d Table Ta ble [Mesa [Mesa R ed edoo n d a ] , pp. 2 0 ). Além dessa des sa conversa, as famosas fam osas “Confe Conferê rênci ncias as da Mesa Redonda” Redonda” cresceram. Ele convidaria cerca de quinze adeptos de outras fés principalmente pessoas formadas, tais como juizes, oficiais do governo, gove rno, médicos, advogados advoga dos e líderes líderes religiosos - e cinco cinco ou seis cristãos, na sua maioria indianos. indianos. , No diálogo que se desenvolveu, a ênfase não foi nem sobre as civilizações civilizaçõ es rivais do Oriente Oriente e do do Ocide Ocidente nte,, nem sobre as a s Escritu E scrituras ras rivais hindu e cristã, e nem mesmo sobre as personalidade rivais de Krishna e Cristo, mas sobre o que a religião de cada homem . significava para ele, em sua própria experiência. Isso foi criticâdo, por exemplo, por Hendrik Kraemer, sem que pudéssemos reagir, pois concordamos que o testemunho humano parece ter eclipsado testem tes temunho unho obje objetiv tivoo de de Crist Cristoo nas Escritura Escri turas. s. Entreta En tretanto nto,, Deus Deus honrou honrou isso. Certa vez, um hindu que havia escrito de uma maneira dura sobre o cristianismo, usando a última munição suprida pela Associação Raeionalista da Grã-Bretanha, da qual ele era membro, foi desafiado a falar de um nível pessoal mais profundo e fídou
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imediatamente desconcertado e silencioso. silencioso. Então, um jovem cristão, descalço e usando usan do roupas simples, simples, falou naturalmen natura lmente te do que que o Senhor Jesu Je suss sig si g n ific if icaa v a p a ra ele. el e. “Hav “H avia ia milên mi lênio^ io^ de cu ltu lt u ra soci so ciâl âl e espiritual entre o resto do grupo e eSse jovem", escreveu Stanley Jones, Jon es, m as ningu nin guém ém pôde con co n test te staa r a reali re alidad dade, e, a aute au tent ntici icida dade de com que ele falou {Round Táble [Mesa Redonda], p. 52). Dois Dois aspectos aspecto s particulares particu lares do método “Mesa “Mesa Redonda", de Stanley Jones, Jon es, me im i m pressi pre ssion onam am.. O primeiro primei ro é a insis in sistê tênc ncia ia na hone ho nesti stida dade de e respeito mútuo. Muitos dos escritos ocidentais sobre hinduísmo têm sidò muito polêmicos e têm se concentrado injustamente no sistema de castas e na idolatria, nas crianças carentes e nos abusos dos rituais hindus no templo, em vez de ifocalizar o pensamento filosófico do Upanishad e dô Bhagavad Gita. “Sinto que seria injusto”, escreveu Stanley Jones, “se não deixasse esses representantes exporem e interpretarem sua própria fé... A cada um foi dada a chance de explicar, da melhor maneira .possível, a sua própria fé” ( ibid .,., pp. 8 , 9). No começo de cada conferência, Stanley Jones dizia: “Deixemos que todos sejam perfeitamente livres, pois somos um círculo familiar; queremos que cada um sinta-se em casa, pois ouviremos com reverência e respeito respeito ao que cada cad a homem tem para compartilhar” com partilhar” (p. (p. 22). Como resultado disso, a antiga “batalha das mentes” deu lugar a uma atmosfera de “píofunda seriedade” (p. 23). .
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“Tentamos entender ente nder com simpatia sim patia o ponto de vista vis ta da outra pessoa” (p. 48). ‘As coisas mais profundas da religião precisam de uma um a atmosfera atmo sfera de simpatia. Numa atmosfera atmosfe ra de debate debate e controvérsia as coisas mais profundas, e portanto, as verdadeiras coisas da religião, murcham e morrem”, (p. 15). “Os cruzados conquistaram Jerusalém e, no final, descobriram que Cristo não estava lá. Eles o tinham perdid perdidoo exatam exa tamen ente te por meio dó dó espírito espírito e dos métodos pelos quais procuraram servi-lo. Muitos cruzados m ais mo modernos e m ais refinados term in am n a m esm a esterilidade esterilid ade de V itór it ória ia”” (p (p. 11). 11) .
Contudo,,isso não significa que Stanley Jones era indiferente aos resultados das Conferências da Mesa Redonda, pois ele era um
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evangelista. evangelis ta. O segundo ponto ponto impressionante sobre essas essa s conferências é que, nelas, toda a supremacia de Jesus Cristo podia ser percebida com clareza.
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“Não houve uma única situação quê eu me lembre em que, antes do encerramento da Conferência da Mesa Redonda, Crist Cristoo hão estivesse esti vesse no comándo co mándo moral e espiritual da situação.” “No final, todas as outras coisas tinham sido deixadas de lado como irrelevantes e Cristo tinha assumido o controle da situação” (p. 50). “Ningu “Ninguém ém podia participar particip ar dessa de ssass conferências conferê ncias e não sentir que Cris Cristo to era o Senhor Senhor de toda a situação, situa ção, não por asserções barulhentas ou por meio de arrazoados de advogados inteligentes, mas por aquilo que ele é e faz” (p. 56).
No encerramento encerram ento de uma conferência, con ferência, um hindu confessou: confe ssou: “Hoj “Hoje, e, oito de de nós falaram falar am e nenhum de nós encontrou a Deus; Deus; cinco de vocês cristãos falaram e todos vocês parecem terem-no encontrado. Isso é muito extraordinário” (p. (p. 55 5 5 ). Durante outra conferência, um advogado hindu hindu levantou-se, pegou as flores que enfeitavam enfeitavam a mesa, mesa , atravess a travessou ou a sala andando, colocou-as aos pés de um cristão e, tocando os pés dele, disse: “Você encontrou a Deus. Você é meu guru” (p. 56).
DIÁLOGO COM OS MUÇULMANOS Meu segundo exemplo diz respeito não ao mundo hindu, mas ao muçulmano. Tem havido uma respeitável sucessão de eruditos e dedicados missionários cristãos entre os muçulmanos. Basta mencion men cionar ar apenas apena s os o s nomes de Henry Martyn Martyn,, Samuel S amuel Zwener e Tçm Tçmpl plee Gairdner para se perceber que grandes homens de Deus dedicaram suas sua s mentes e suas sua s vidas à tarefa de comunicar Cri Crist stoo aos seguido seguidores res de Maomé. Em nossa n ossa geraçã ge ração, o, um dos nomes màis conhecidos neste neste meio é o Bispo Kenneth Cragg, cuja abordagem dialógica aos muçulmanos parece ter sido a principal inspiração dos livros dá série “Pre “Presen sença ça Cristã” que o Côneg Cônegoo Max Warren editou. A declara de claração ção . completa de Kenneth Cragg aparece em seu livro {The Call f f o the th e M ina in a ret re t [O [O Ch Cham amad adoo do M inare ina rete te\, Lutterworth, 1956). Ele interpreta
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o chamado de Muezzin não apenas como um chamado explícito de orar pelos muçulmanos, mas também como, implicitamente, um chamado aos cristãos para responderem ao desafio do mundo muçulmano. Assim, esse livro é dividido em duas partes principais; na primeira, intitulada “O Minarete e o Muçulmano”, ele expõe a essência da fé muçulmana, e na segunda, “O Minarete e o Cristão", ele apresenta seu chamado para nós, dividindo-o em cinco tipos um chamado chama do para entende entender, r, servi servir, r, restaura resta urarr (a tentativa tenta tiva de restaurar restaura r a situação s ituação na qual os muçulmanos são tão profun profundament damentee suspeitos suspeitos em relação aos cristãos), interpretar interpretar e ter paciênc paciência. ia. Ao ler o livro, especialmente duas ênfases me deixaram impressionado. A primeira é a ênfase que o Bispo Gragg dá para o qqe ele chama de “ambição para o entendimento” (p. viii),JSe quisermos ser se r enterf enterfdid didos, os, devemos priméi p riméirame ramenteJu nteJutar tar para pa ra enten entender der.. E o tipo de entendimento visado por ele não é meramente o conhecimento acadêmico que pode ser adquirido pelo estudo do Islamismo, mas uma consciência muito mais íntima que advém do mais completo envolvimento com os muçulmanos. Ele'advém de pessoas, pess oas, não apen ap enas as de livros livros que que possam pos samos os vir a entende entender. r. O cristão “deve deve esforçar-se para p ara penetrar pe netrar na vida diária dos muçulmanos, muçulm anos, como crentes, adeptos e homens” (p. J89). Para começar, começar, os cristãos cristã os devem entender o que o Islamismo significa significa para os muçulmanos. Devemos “procurar conhecê-lo, tanto quanto possível, de dentro. Desejamos ouvir no minarete a quem .é dirigido o cumprimento a cada nascer do sol e a quem é dedicada a saudação feita por milhões de homens contemporâneos a cada, dia que declina, e, então, entrar com eles, pela porta da mesquita, em seu mundo de significado” (p. 34). Mas, em seguida, os cristãos precisam entender também ò que o cristianismo cristianismo significa significa para os muçulmanos. muçulm anos. O cristão precisa sentir a vergonha das d as Cruzadas e da amarga ama rga polêmica mediev medieval al contra o Islã, e entender a aversão dos piuçulmanos ao secularismo e imperialismo ocidental, e sua completa não compreensão do injusto patrocínio de Israel, à custa dos árabes. O cristão precisa também esforçar-se para entender o que o Bispo Cragg chama de os “enormes mal-entendi mal-entendidos” dos” muçulmanos (p. (p. 319 3 19)) da teolog teologia ia cristã - da doutrin doutrinaa de Deus e da Trindade, de Cristo e da cruz, e da salvação. Mas, o chamado do minarete pâra os cristãos não é apenas para eriten/Jer. É, também, em segundo lugar, para agir, tanto negativa quanto quan to positivamente. O Bispo Graigg Graigg u sa a palav pa lavra ra “recuperar” recup erar” para indicar o trabalho de restituição que os cristãos cristã os têm que desempe desempenhar nhar..
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“Entre os fatores que contribuíram para a ascensão do Islamismo”, ele escreve, “está es tá a falha fal ha cristã cris tã da igreja. A falha em amor, amor, em pureza é em fervor, a falha do espírito. O islamismo se desenvolveu num ambiente de cristianismo imperfeito” (p. 245), até mesmo de um cristianismo delinqüente” (p. 262). Assim os cristãos “anseiam por desfazer a alienação e por fazer emendas no passado, através de uma restituição tão completa quanto possível do Cristo, para quem o islamismo é um estrangeiro. O objetivo não é, como pensavam os cruzados, a retomada de posse daquilo que o cristianismo havia perdido, mas a restauração para os muçulmanos do Cristo a-quem eles não conhecer conheceram” am” (pp. 2 4 5 -2 4 6 ). ; Que Que fiqu fiquee claro que que a restau rest auraç ração ão não é territorial... territoria l... v A resta re sta uraç ur ação ão é espiritual. espiritual. Ela não tem como obje objeti tivo vo ter o mapa mais cristão, mas sim fazer Cris Cristo to mais • amplamente conhecido... A restauração não significa tomar de volta as catedrais das mesquitas, mas devolver o Cristo... Restaurar o Cristo que transcende a tudo isso” (pp. 256-7). O conceito concei to de “res “restau tauraç ração ão”” do do Bispo Cragg Cragg já tornou-se torno u-se positivo. positivo. Isso conduz ao próximo chamado, que é por interpretação. “Se Cristo é o que é, ele precisa ser anunciado. Se o Islamismo é o que é, o “imperativo” é irresistível. Onde quer que haja mal-entendido, o testemunho deve penetrar: onde onde quêr que haja haj a obscurecimento da beleza • da cruz de Cristo, ele precisa ser desvendado: onde quer que que hottien hottienss tenham tenh am deixado de conhecer conhe cer a Deus Deus em Cristo, ele precisa ser trazido de volta a eles” (p. 334). ‘Apresentamos Apresen tamos a Cristo Cristo pela única e suficiente razão raz ão que ele merece ser apresentado” (p. 335). Assim, Assim , O Bispo Crag Craggg dedica-se ao trabalho de interpre inte rpretaçã taçãoo e, ao fazer isso, percor percorre re cinco cinco áreas teológicas fundam entais - as
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Escrituras, a pessoa de Jesus, a cruz, a doutrina de Deus e a igreja. Ao longò de sua exposição, ele suplica por paciência, por “páciência com os monumentais mal-entendidos que precisam, de alguiha maneira, ser removidos” (p.335), na verdade, por “aquele trabalho de paciência que é a missão cristã” (p. 347). O Bispo Stephen Nei Neill ll escreve de maneira ma neira semelhante semelh ante com palavra pala vrass tocantes em seu capitulo sobre o Islamismo, em seu livro Christian Fa F a ith a n d O the th e rF a iths ith s (Fé C ristã e O u tras tra s F és) (OUR 1961).
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“Os cristãos cristã os precisam persistir em seu sério convite ao verdadeiro diálogo; precisam exercitar uma paciência sem fim e se recusa rec usarr a serem desencorajados. E o peso de todo o seu convite conv ite precisa prec isa ser se r ‘Considere Considere Jesu Je sus’ s’...N ...Não ão temo te moss nenh ne nhum umaa outr ou traa m ensa en sage gem m ... Não é o caso de que os müçulmanos müçulm anos viram Jesus de Nazaré e rejeitaram-no; eles nunca o viram e o véu da falta de entendimento genuíno e do preconceito está ainda sobre a face deles...” (p. 65,66,69).
DIÁLOGO NA GRÃ-BRETANHA INDUSTRIAL Meu terceiro terceiro exemplo exemplo de diálogo diálogo cristão leva-nos para a Grã-Bretanha pós-cristã e, segundo o Bispo David Sheppard, para as massas industriais não alcançadas de nosso próprio país. Todos sabem muito bem que depois de seu trabalho como pároco em Islington, o Bispo serviu por onze anos como diretor do Centro Familiar Mayflower, em Canning Canning Town Town,, ante a ntess de se tom to m ar Bispo de de Woolwic Woolwich, h, em 1 9 6 9 e, então, Bispo de Liverpool. Minhas citações são extraídas de Seu livro B u ilt (iConstruí (Hodder and Stougton Stou gton),), publicado as City City (i Construído do como u m a Cida Cidade de)) (Hodder em 1974. Sua enorme preocuparão é.que: “a vida da igreja em grandes cidades tem sido , m arca ar cad d a por sua su a falt fa ltaa de habilid hab ilidade ade de esta es tabe bele lece cerr uma presença cristã forte e enraizada na localidade entre grupos Tjue Tjue a sociedade deixa sem' sem ' voz e sem póder” (p. 11). 11 ). , ‘Ao longo dos ano a nos, s, grande gra ndess esforços têm tê m sido feitos feitos por muitas igrejas em áreas urbanas e industriais... Mas, a despeito disso, é muito raro encontrarmos
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igrejas com raízes locais e com uma liderança local forte” forte ” (p. (p. 3 6 ). ' Conseqüentemente, m issões urba nas “não “não são um assu nto t Conseqüentemente, marginal para os cristão crist ãos” s” mas, ma s, em vez disso, “uma das priorida prioridades des atualmente na obra de Deus” (p. 16). ‘A lacuna entre a igreja e o mundo, e especialmente especialm ente o mundo do trabalho trabalh o manual man ual e da indústria, indústria , éliistóricamente grande e, contemporaneamente, enorme” (p. 254). Existe alguma coisa que pode ser feita em relação a isso? Sendo o homem modesto que é, David Sheppard não nos conta nenhuma história dramática de sucesso. Mas, estabelece certos princípios básic bá sicos os inere i nerentes ntes:: “A igreja que fará de Jesus Jesu s Cristo e suas sua s declarações uma u ma proposição proposição séria e adulta necess ne cessitará itará de pelo pelo menos menos quatro características: uma igreja da área e pela área; uma igreja que que crê e que que adora; adora ; qma q ma vida comum que providencia providencia uma um a comunhão comun hão acolhedora e reflexiva e, líderes locais capazes de tomar decisões” (p. 256). Então, depois dos princípios, ele dá algumas ilustrações de como uma igreja de classe trabalhadora pode emergir. Ele escreve primeiro da necessidade dè “construir pontes”. Os cristãos têm que ter preocupação suficiente suficiente para dar d ar prio priorid ridade ade em em sua su a agenda “para “para reunir-se com outras pessoas na comunidade” e, juntos, identifica identificarem rem e, então, entã o, atacarem ataca rem alguns dos dos importantes importantes proble problemas mas sociais de sua própria localidade (p. 258). De “construir pontes”, o autor passa para o passo seguinte da “amizade”. “amizad e”. ContaConta-nos nos que que em 1 9 6 0 ele ele e sua esposa Grace Grace tomaram uma decisão: “separamos “separamos todas as a s quintas-feiras quintas-feiras à noite, como casal, para encontrarmos casais que não freqüentavam a igreja, mas com ,quem ,quem tính tí nham amos os um bom relac re lacion ionam amen ento”. to”. Em quin qu inta tass alte al tern rnad adas as eles visitavam os casais e proporcionavam algum tipo de entretenimento em suas próprias casas.
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“Dissemós Dissemós nos convites que haveria uma um a discussão no final de cada reunião. Em nosso- apartamento, sempre havia uma música de fundo, pois uma visita à cas c asaa de um pastor é uma aventura preocupante preocupante para pesso pe ssoas as de fora fora da igreja, e sentar-s sen tar-see em silêncio para ouvir alguma exposição exposiçã o deve ser evitado. evitado. Uma U ma xícara^ de chá, um pouco de conversa descomprometida, algumas algum as vezes um jogo barulhento barulhento chamado Pit, Pit, outra
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xícara de chá e alguns sanduíches e meia-hóra de discussão. Em noites como essa, depois de alguns já terem ido para casa, no ambiente familiar, muita conversa conversa boa começava por por volta da 22 2 2 h 3 0 ” (p. (p. 259 2 59 ). De construir pontes, passando pela amizade expressa em noites informais informais de de discussões discussões sem ten são, eles passaram a uma u ma “pesq “pesqui uisa sa de grupo” mais séria. “Cinco Casais vieram. Eles já tinham a ' autoconfiança de que não seriam tomados como tolos, quaisquer que fossem as idéias que que express exp ressasse assem. m. Aprend Aprendi, i, então, quão poderosa é a arma do aprendizado quando um “grupo de discussão” surge e seus membros membros perce percebem bem que que outros sentem a vida da d a mesma mesm a maneira que ejes" eje s" (p. (p. 26 2 6 0 ). Dépoi Dépoiss de de dois anos ano s e meio, David David Sheppard podia podia escrever que “vários casais locais haviam se tornado cristãos”. O Cônego Cônego David David Edwa E dwafds, fds, fazendo fazen do a resenh rese nhaa do .livro Church Times (Tempos da Igreja) (25 de janeiro de 1974) comentou: “Seu livro é preeminentemente um chamado à paciência na vida réal e em amor genuíno. Ele nos convoca a perseverar perseverando.” Espero e creio que esses três exemplos, ainda que de contextos muito muito difere diferente ntess - hindus, hindus, muçulmanos e pós-cristãos - ilustram ilustram as mesmas marcas de um verdadeiro diálogo cristão, as quais chamei de autenticidade, autenticid ade, humildade, integridade e sensibilidade. O diálogo é . um sinal de genuíno amor cristão, porque indica nòssa firme determinação de livrar livrar nossas no ssas mentes dos preconcei preconceitos tos e caricaturas caricatu ras que possamos ter em relação às outras pessoas; lutar para ouvir com os seus ouvidos e ver com os seus olhos e também entender o , que os impede de ouvir ouv ir o evang eva ngel elho ho e ver ve r a Cristo; ter te r empa em patia tia com eles em todas as suas dúvidas, temores e dificuldades. Ninguém expressou isso melhor que o Lorde Ramsey de Cantebury em sua pequena crítica da teologia secular chamada Im a g e s Old a n d N ew em nossa noss a tarefa de ¥ (Ima gens Vel Velha hass eN ovas. SPCK, 1 9 6 3 ). Ele insiste em “irmos e nos colocarmos com empatia amorosa dentro das dúvidas do inseguro, das questões do inquiridor e da solidão daqueles que perderam o caminho” (p. 14). Pois tal sentimento de empatia irá envolver ouvir, e ouvir significa diálogo. Isso, uma vez mais, é o desafio da Encarnação, de renunciar a evangelização dos slogans inflexíveis e, em vez disso, nos envolver sensivelmente nos verdadeiros dilemas dilemas dos homens. ~
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4. SALVAÇÃO
“Missão” é a tarefa tare fa que Deu Deuss envia seu povo a cumprir no mundo, e a “evangelização” evangeliz ação” é um trabalho primordi primordial al desta missão mis são sácrificial: compartilhar as boas novas sobre Jesus. O “Diálogo” é uma conversação extremamente séria, intimamente relacionada à evangelização. De um lado, é uma atividade em si mesma, cujo objetiv objetivoo e o entendimento mútuo. De oútro, sabendo-se saben do-se que o cristão cristã o é constrangi constra ngido do a testem test emun unhar har de Cris Cristo to pel peloo amor, amor, o diálogo também funciona como uma preliminar preliminar à evangelização. evangeli zação. De fato, o testemunho evangelístico deV deVe ser apresentado num autêntico autên tico contexto cont exto humano e cristão..O uso da franqueza não còihpromete a integridade do diálogo, por se pensar que eíe agora tem um motivo escuso e tem se degenerado para constituir um exercício em relações públicas, cujo real objetivo é a conversão da outra pessoa. Essa'franqueza, ao contrárjo, preserva a integridade integridade do diálogo diálogo por por preservar a integrid integridade ade do cristão que participa dele. Pois o cristão não estaria senao verdadeiro nem consigo mesmo nem com seu parceiro de diálogo se escondesse tanto sua fé rio Senhor Jesus quanto seu desejo de que seu parceiro se juntasse a ele em submissão a Jesus. Tal submissão, em penitência e fé, é o caminho da “salvação”, que é a quarta palavra a ser consideràda por nós. O que significa “salvação”?
A CENJRALIDADE DA SALVAÇÃO Deixe Deixe que que essa palavra caià ca ià despretensiosamente no meio de de uma conversa e certamente provocará uitt certo ;constrangimento, um sorriso amarelo ou mesmo uma careta. Algumas pessoas acham a linguagem sobre a salvação ou constrangedora ou engraçada, enquanto outras declaram que ela é uma herança, que perdeu significado, significado, de um antigo glossário glossá rio religioso religioso trádicional. trádicional. Seguramente, então, se òs cristãos devem continuar a usá-la, deve ser traduzida erh linguagem mais moderna. Isso é bom, e até mesmo essencial,
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com a condição de que permaneçamos fiéis à revelação bíblica. Pois tradução é uma coisa (átualização dos termos termos)) e nova composiç composição ão é algo bem diferente. A integridade do tradutor repousa em sua determinação determina ção de subordinar subordinar seu trabalho trabalh o à intenção original do autor autor.. Ele pode pode até discordar pessoalmente do autor, autor, mas m as não n ão tem permissão para corrigi-lo. Tradução não manipulação. Talvez eu deva dar a esse capítulo o título de “salvação, ontem é hoje”, hoje”, pois pois minha preocupação é garantir garan tir que que as tentativ ten tativas as modernas de reconstrução reconstru ção dêem realmente conta con ta daquilo daquilo que os autores auto res bíblic íblicos os estavam escrevendo. A Terceira Assembléia da Comiísão sobre Missões Missões Mundiais Mundiais e Evangelização, Evangeliz ação, que que aconteceu acontece u em Bangkok, de 9 a 12 de janeiro de 1 9 7 3 , foi foi iriiediat iriiediatamente amente precedida' por uma Conferência Mundial intitulada Salvação Hoje. Hoje. É isso que aciona a questão se a interpretação de Bangkok de “Salvação Hoje” é fiel ao entendimento de salvação ontem, ou seja, ao ensino de Jesus e de seus apóstolos sobre aquilo que é “salvação”. Talvez seja bom reconhecer, ao mesmo tempo, quão vital é essa questão. que stão. Pois Pois não se trata tr ata de exagero exage ro dizer que que o cristianismo cristianism o é uma religião de salvação. O Deus da Bíblia é um Deus que continua vindo para resgatar seu povo, que já tomou a iniciativa de salvá-lo. Seis vezes nas n as epístolas ep ístolas pastorais pastora is ele é chamado cham ado de “De “Deus, us, nosso Salvador". “‘Deus’ e ‘Salvador’, são sinônimos a'o longo de todo o Novo Testamento", escreve Michael Green {The {The M ean eaning ing Sa lvation [O Signif Sign ificado icado da Salvação], Hodder and Stoughton, 1965, pag. 16). O mesmo poderia ser dito sobre o Novo Testamento, pqis a missão de Jesus Jes us foi foi uma um a m issã is sãoo de resg re sgat ate. e. Ele “veio ao mundo mu ndo para pa ra salv sa lvar ar pecadore peca dores” s” (1Timóteo 1 .15 .1 5 ). “O Pai enviou enviou seu Filho como o Salvador do mund mundo” o”-- (1João 4.1 4 ). Seu nome nome incorpora incorpora exatame exata mente nte essa missão, pois “Jesus” significa “Deus, o Salvador” ou “Deus é salvação” (Mateus la21), e seu título completo é “nosso Senhor e Salvador Jesu Je suss Cristo” (2Ped (2Ped!ro !ro 3 .1 8 ) . Por isso a Bíblia é um H e ilges se ja, u m a hist hi stór ória ia dos ilg esch chich ichte te , ou seja, poderosos atos salvadores de Deus. De fato, é mais que uma crônica do passado; é um manual contemporâneo de salvação, “que podem tornar-te sábio para a salvação através da fé em Cristo Jesus” (2Timóteo 3.15). E, é claro, o evangelho é chamado de “as boasnovas da vossa sálváção” (Efésios 1.13), e até mesmo, “o poder de Deus para a salvação para todos os qué crêem” (Romanos 1.16), pois é através do keiygma que Deus escolhe “salvar aqueles que crêem” (ICorintios 1.21). Essa proeminência do tema da salvação no
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cristianismo obriga-nos a perguntar qual é a obra de Deus, qual é o papel papel de Cristo, Cristo, o que a Escri E scritu tura ra revela re vela e o que o evangelho oferece. Devo iniciar com dois aspectos negativos.
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Primeiro, salvação não significa saúdé psico-física. Tomou-se moda logo logo depois da Segunda Guerra Guerra Mundial Mundial equiparar salvaçã salv açãoo com saúde, sa úde, e especialmente com “holjsmo”, holjsmo”, entendi entendido do como um tipo de saúde integral abarcando corpo, alma e espírito. Um dos principais principais proponentes p roponentes des d essa sa visão vis ão foi foi Phyllis Phyllis Garlic Garlick k que que ministrou as aulas James Long em Oxford, sob o título The The W holenes holenesss ofM an (O Hom Homem em H olístico) olístico) (Highway Press). Mais tarde, ela desenvolveu sua tese em seu livro sobre a inter-relação da religião e da medicina intitulado Man M an 's Se Sear arch ch f foo r H eá eálth lth ( 4 Bu B u sca sc a do d o Hom Ho m em po p o r S a ú d e ), publicado publicado pela Editora Highwa Highway, y, em 1 9 5 2 . . Sua ênfase é que cura física e mental “é a própria essência do‘ evangelho da graça de Deus" (pag. 148). Ele não vai tão longe a ponto de dizer que cura eqüivale a salvação, mas chega bem perto disso. “O poder salvador da graça de Deus é para o homem como um todo” (pag. 154). Continua dizendo que ‘“buscar e salvar’... implica uma concepção de, de, cura que que não cessa ces sa na cura e no alívio alívio daquel daquelee que está es tá sofrendo, sofrendo, mas m as tem como alvo uma personalidade revigorada, revigorada, renovada e restaurada” (pag. 126). Seu capítulo final é chamado “Holismo: uma idéia cujo tempo é agora”. Nesse capítulo, ela expõe seu enten e ntendim dimento ento do propósito de Cristo Cristo em termos de “vid “vida”, a”, em vez de “salvação”, “Cristo veio, não pára preservar a vida, inas para desenvolvê-la até sua plenitude; para fazer de cada pedacinho do homem um todft” (pag. 139). Evelyn Frost, em seu primeiro livro Christian Healing (Cura Cristã), 1940, realmente referiu-se à saúde física com um aspecto presente da vida eterna. Ela escreveu sobre a “grande verdade cristã de que há uma vida'eterna para o hçmem como um todo” (pag. 361). Segue dizendo que “a cura cristã para o corpo e almà tanto quanto para o espírito é uma parte integral do evangelho cristão” (pag. 363) . Posteriormente, esses conceitos ganharam expressão no livreto The H ea eali ling ng Chu Churc rchh ( 4 Igre Ig reja ja d a Cu Cura), ra), publicado em Genebra, em 1 9 6 5 , como relatório de de uma conferência em Tübin Tübingen gen no ano anterior. anterior. Uma crítica aguda agud a a ele ele apareceu em 1970 19 70,, distrib distribuí uída da pela pela Associação Médica Cristã de Londres, sob o título de The Healing Church: an
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am biguous biguou s an d m islea isleadin dingg con concep ceptt (A (A Igreja Igreja da Cu Curra: um conceito conceito esc ritoo pelo Dr Dr. Stan St anley ley G. G. Browne, Brow ne, o renomad reno madoo ambíguo am bíguo e enganoso), enganoso), escrit especialista na pesquisa da cura da lepra. Deixe-me tentar esclarecer o ponto que estou me àventurando a criticar criti car no pensa pe nsame mento nto de Frost Fro st e Garli Garlick. ck. Não Não estou negando nega ndo que, dê dê acordo com as Escrituras* Escrituras* a doença é um intruso alienígena no mundo mundo bom de Deus, nem que ela é freqüentemente atribuída às atividades malignas de Satanás, nem que Deus cura através de meios naturais e algumas vezes sobrenaturalmente (pois toda cura é cura divina), nem que as curas milagrosas de Jesús foram sinais de seu Réino, nem que ele mostrou tanto indignação em relação à doença quanto compaixão em relação ao doente, nem que problemas de saúde física, dor e morte não nã o tefão tefã o luga lu garr nos novos corpos e no novo universo que que Deus um dja irá criar. Pois creio e espero que essas verdades sejam lugar Comum. Iria mais adiante em dizer que uma medida maior de saúde sempre segue uma experiência de salvação. Agora que a medicina psicossomática atribui muitas coisas ao estresse, enquanto que a medicina social atribui outras às causas do meio ambiente, é de se esperar que a salvação, porque freqüentemente leva ao alívio do estresse e à elevação da qualidade do meio ambiente, também, algumas algum as vezes, traga trag a cura cu ra da mente e do corpo. corpo. Além Além disso, todos os cristãos cristã os deveriam deveriam ser capazes cap azes de afirmar alegremente alegremente com Paulo que que a vida de Jesus pode pode ser manifestad man ifestadaa em nossa no ssa carne c arne mortal (2Corin (2Corintio tioss 4 .1 0 ,1 1 ) e que que o pode poderr de de Jesus é feito feito perfe perfeit itoo em nossa no ssass fraquezas humanas (2Corintios 12.9,10; 4.7). Pois nossa nova vida,em Cristo pode freqüentemente trazer um novo senso de bem-estàr físico e emocional. O que realmente nego é que essa cura, ou, de fato, qualquer qualquer tipo tipo de de cura - natural natu ral qü sobrenatural sobrenatural - ou seja ou ou esteja esteja incluída no que a Bíblia entende por salvação, que é agora oferecida à humanidade por Cristo através do evangelho. É claro que, na consumação dos séculos, Deus irá redimir a totalidade da criação incluindo nossos corpos humanos, e isso pode muito bem ser denominado salvação completa e final; mas, afirmar que cura esteja tão prontamente quanto instantanea instant aneame mente nte dispo disponí níve vell hoje como salvação, ou que esse tipo de cura é parte da salvação que Deus oferece a nós em Cristo Cristo pela fé agor ag ora, a, ou qu quee cter em Crist Cristoo implica em nunca ficar doente, é uma tentativa de antecipar a ressurreição ressurreiç ão e redenção de nossos n ossos corpos. Apenas depois depois disso é que que doenças e morte não mais existirão.
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Alguns teólogos radicais modernos -têm procurado reinterpretar salvação em termos de saúde psicológica em vez de física. Tome-se como exemplo o Bispo John Robinson, n ao bm H on onest est to to Go Godd {Hone {Honessto Tendp p descart des cartado ado a noçã n oçãoo do Deus Deus pessoal pa p a ra com De Deus. us. SCM, 1 9 6 5 ). Tend e transcendente e substituído essa noção pelo que chamou de “fundamento de nosso ser”, ele pergunta o que “reconciliação” pode significar onde pão há Deus para que alguém se reconcilie com ele. Em resposta, ele tomá a frase da Parábola do Filho Pródigo que diz “ele caiu em si" e propõe que, já que Deus é o fundamento de nosso ser, a salvação é um jprocesso que está a caminho para nós. Salvação torna-se um tipo de integração psicológica, a plenitude de uma personalidade equilibrada. Sem dúvida, muitas personalidades desintegradas realment realmentee encontram uma um a nova integração através da reconciliação com Deus. Mas não podemos identificar reconciliação com integração. Além disso, não há justificativa hermenêutica para se afirmar que “ele caiu em si” eqüivale a “ele veio para seu pai”, pois, na parábola de Jesus, eles não são a mesma coisa, mas sim dois dois estágios estág ios distintos e consecutivos na restaura resta uração ção do fil filho ho pró pródig digo. o. Um resultado da confusão entre sa lvação lvaç ão e saúde é que que os papéis papéis de médico e de pastor também ficam confusos. Ou o médico substitui o pastor, ou o pastor transforma-se num psiquiatra amador. Em seu perceptivo livreto Will Hospital Replace the Church? {O Hospital: Um substituto da Igreja?. Associação Médica Cristã, 1969) o Dr. Martyn Lloyd-Jones, que desistiu de ser médico para se tornar um pastor, concorda que o hospital tem corretamente assumido a cura do doente. Então, acrescenta: “O hospital não é capaz, não pode ser, capaz, e nunca será capaz de assumir as funções da Igreja! É impossível para ele fazer isso... A autêntica tarefa da igreja não é primord primordialme ialmente nte de tornar as a s pessoas pes soas saudáveis... sua tarefa essencial essencial é restaurar homens para o correto relacionamento com Deüs... O problema problema real do homem homem não é simplesmente sua s ua enfermidade física, física, mas que ele é rebelde'’. ■A essa altura de minha argumentação, alguns podèm querer replicar que a. palavra “salvação” é usada no Novo Testamento, particularmente nos evangelhos, para denotar uma libertação física. Eles Eles estão corretos corretos - pelo elo menos verbal verbalment mentee - e precisamos precisamos examinar exam inar esse ponto. Sozo é usada para libertação da cegueira (no caso do cego cego Bartimeu, Marc Marcos os 10. 1 0.52 52), ), da lepra lepra (Lucas (Lucas 17.19 17 .19 ) e da hemorragia| hemorrag ia| (Marcos 5.34). Em cada caso Jesus disse ao sofredor “a tua fé te salvou'’, o que, todas as vezes, a Versão Autorizada traduz como “a
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tua tu a fé te fez pleno pleno”. ”. O mesmo foi dito da multidão mu ltidão que esta es tava va doente com doenças não especificadas. Tantos quantos tocaram toca ram as vestes de Cristo, segundo somos informados, “foram curados”, o que, no grego, é esozonto , “foram « a lvo lv o s ” e n a Versão Vers ão A utori ut oriza zada da “foram feitos plenos” (Marcos 6.56; Atos 14.9; Tiago 5.15). Mas sozo so zo é também usado para libertação de afogamento (“Salva-nos, Senhor, pois estamos per perecen ecendo do”, ”, Mateu Mateuss 8.25 8.2 5 ; 14.30 14 .30;; Ato Atoss 2 7 .20 .2 0 ,31 ,3 1 ,34 ,3 4 e 43 ; 28.4) 28 .4) e mesmo da morte (“Salve-se a si mesnío e desça da cruz!... Ele salvou salvou outros mas não n ão po podp salvar-se a si mesmò” mesmò” Marcos Marcos 1 5 .30 .3 0 ,3 i ; João Joã o 1 2 .2 7 ; H ebre eb reus us,5 ,5.7 .7). ). Tudo isso é verdade. Mas o que isso prova? Iremos argumentar, então, a partir desses usos do verbo “salvar”, que onde quer que o Novo Novo Testamento prometa salva sa lvação ção para o que crê, ele ele está es tá ofere oferecendo cendo não apenas libertação do pecado, mas também um tipo de seguro abrangente abrangen te contra con tra doenças doe nças físicas de todo todo o tipo, tipo, incluind incluindoo afogamento e até mesmo mesm o morte? Não. Não. Seria impossível impossível reconstruir reconstru ir a doutrina bíblica bíblica da salvação nesses termos. Salvação pela fé em Cristo crucificado e ressurreto é moral e não material, um resgate do pecado, não dos problemas físicos, e a razão pela qual Jesus disse “a tua fé te salvou” para as a s duas categorias.de categorias.de pessoas p essoas é que que spas sp as obras de resgate físi físico co (de doenças, afogamento e morte) eram sinais intencionais de suai salvação, e eram assimuentendidos pela igreja primitiva. Precisamos nos lembrar de que os milagres de Jesus eram constantemente cham ados de s e /n m , sinais do do seu seu reino reino,, sinais de de sua salvação. Além disso, os apóstolos reconheceram-nos como tais, e nãoihá dúvida de que usaram essas histórias de milagres em suã' pregação e ensino. As famosas palavras de Jesus “a tua fé te salvou” foram pronunciadas para a mulher decaída que ungiu seus pés e a quem ele perdoou (Lucas 7.48-50). Elas também foram pronunciadas ao homem cego, ao leproso sofredor e à mulher que sofria de i hemorragia, não porque a cura significou salvação para eles, mas porq porque ue a cura constituiu uma parábola dram atizada dessa de ssa salvação. salva ção. A interpretação da crítica formal formal do evangelho evangelho sugere enfaticamente enfaticame nte um uso evangelístico e vangelístico desses desse s eventos tão tã o conhecidos. conh ecidos. Por Por exemp exemplo, lo, o pecado é uma um a doença moral m oral crônica interi interior or,, que nenhum ser humano huma no pode curar, e se buscamos remédios humanos não iremos melhorar, mas, em vez disso, piorar. Assim, deixe o pecador levantar suas mãos em fé e deixe-o apenas tocar as vestes de Cristo e ele será feito pleno, isto é, salvo. Além disso, as tempestades das paixões pecaminosas e mesmo a ira de Deus ameaçam engolfar-nos? Então,
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gritemos a Jesus Cristo Cristo “Salva “Salva-nos -nos,, Senhor, Senhor, pois estamos estam os perecendo”, perecendo”, e imediatamente ele irá acalmar a tempestade, e não pereceremos, mas seremos salvos, e passaremos a gozar a paz e a calma de sua salvação. salvaçã o. Essa Es sa é maneira como como a igreja igreja primiti primitiva va usou essas ess as histórias de libertação física. Eles creram que Jesus queria que fossem ilustrações da salvação, não promessas de segurança ou saúde. NDe maneira manei ra semelhante, semelh ante, o apóstolo apóst olo Pedro, Pedro, depois depois de haver have r curado o paralítico congênito fora da porta do Templo, podia passar direto s e s o ta i , , RVS “foi dos meios pelos quais “este homem foi salvo” ( se s o ter te r ia) ia ) em curado”) para a firmação de que “Não há salvação ( so nenhum outro; outro ; porque porque abaixo abai xo do céu não existe ex iste nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvòs (sothenai); Átos 4.9,12. A cura do homem foi um “sinal notável” (4.16) de sua salvação.
SALVAÇÃO SALVAÇÃO E LIBERTAÇÃO P O L ÍTIC ÍT IC A
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Vamos agora para o meu segundo aspecto negativo, o de que a salvãç sal vãção ão não é libertação sócio-política. ‘ A segunda tentativa mais importante de de reconstrução da doutrina doutrina da salvação coloça a categoria principal do homem não em suas doenças físicas e mentais, mas em suas sua s estruturas estru turas políticas e sociais. Isso, portanto, reinterpreta a salvação como a libertação de pessoas excluídas e marginalizadas da fome, da pobreza e da guerra, da dominação colonialista, da tirania política, da discriminação racial e da exploração econômica, dos guetos, das prisões políticas e da selvagem tecnologia do mundo moderno. Não doença, mas opressão é o problema; assim, salvação é justiça, não cura. O exemplo recente mais impressionante dessa formulação vem da já mencionada Assembléia Assembléia Ecumênica Ecumên ica de de Bangkok, Bangkok, de de janeiro de 19 7 3 ; todavia, todav ia, talvez seja útil rastrear alguns passos que levaram a isso. Quando o Conselho Missionário Internacional foi incorporado ao Concilio Mundial de Igrejas, em Nova Deli, em 1961, o objetivo da Comissão de Missões Mundiais e Evangelização foi definido como o de “promover até o fim a proclamação do evangelho de Jesus Cristo a todo o mundo, para que todo homem creia nele e seja salvo”, enquanto que suas funções foram declaradas como sendo as de incluir oração e exortação, de forma que as igrejas completassem “a tarefa evangelística não terminada” e promovessem “a expansão do evángelho no mundo”. Fica claro a partir dessas expressões/que a
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salvação naquele tempo era uma libertação pessoal dó pecado pel# fé, fé, como resultado da proclamação proc lamação do evangelho. ; Dois anos mais tarde, em dezembro dé 1963, á referida Comissão teve sua primeira reunião na Cidade do México., Nesse evento, foi» levantada a questão: “Qual é a forma e o conteúdo da salvação que Cristo oferece aos homens no mundo secular?” (Witness in Six Continehts [Testemunho em Seis Continentes ], pag. 153). Contudo, foi reconhecida a falta de capacidade de s e dar uma resposta; satisfatória a essa questão. Então, em 1968, os dois relatórios sobre “estrutura missionária da congregação” foram publicados juntos, The cH urchfor urch for O thers thers (A Igre Ig reja ja' ' um, da Europa Ocidental, intitulado The pa p a r a O utros utro s), e o òutro, da América do Norte, intitulado The Churc C hurchh J b r th e W orld (A Igre Ig reja ja p a r a o M u n d o ). Esses relatórios foram: formadores do pensamento expresso na Seção U da Assembléia de Uppsala, realizada mais tarde no mesmo ano. Neles, “o objetivo de missão” foi definido como “humanização”. Cristo foi considerado como o “verdadeir “verdadeiroo homem, o cabeça cabe ça da nova humanidade hum anidade”” e a s s i m “onde onde quer que homens e mulheres fossem levados para restaurar; relacionamentos pôr amor ao próximo, em serviço e sofrimento por amor de uma justiça e liberdade maior”, essas coisas deviam ser reconhecidas como “sinais da plenitude da humanidade”, que Cristo f o r Othe O thers rs \AIg \A Igrr e ja p a r a Outro O utross] , estava est ava provide providencia nciando ndo [The Chúrch fo 78). ). Os Esboços Esb oços da d a s Seções, publicados em preparação para pag. 77, 78 Uppsala, Uppsala, citavam citava m extensivamente esses dois dois relatórios e emprestaram emprestaram deles a noção de que o objetivo de missão pode ser igualmente bem definid definidoo em termos termo s ou de “nov “novaa huma h umanida nidade” de” ou de estabelecimento estabelecimen to s h a lom lo m " (paz, da “ sh (paz, vista como “um acontecimento social, um evento de relações interpessoais”) ou do Reino de Deus. Em resposta à questão questã o da Cidad Cidadee do do México México sobre a relação entre a açã a çãoo de Deu Deuss n o : mundo, sem contar con tar com a ação açã o da igreja, igreja, eles deram um grande peso peso para par a esse es se último e sobre sobre a obrigação da igrejá igrejá de de “fazer “fazer da agenda do mundo a sua preocupação”. Muito desse pensamento ficou refletido no relatório rel atório final final da Seção S eção II de Uppsala, mesmo mesm o que ele ele tivesse sido, de alguma maneira, suavizado durante o processo de composição. Outro documento que influenciou muito em-Uppsala foi o relatório! d a Conferência sobré Igreja e Sociedade que havia ocorrido em Genebra, em 1966, com sua ênfase no tema do desenvolvimento do ' mundo. Em 1970, ocorreu uma Consulta Ecumênica sobre D e s e n v o lvim lv im e n to em Montreaux, e um documento preparatório] apresentado por um membro da equipe de teologia de missão e.
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desenyolvimento da Comissão sobre Missões Mundiais e Evange Eva ngelização lização,, incluiu a segu seguinte inte decla ração raç ão:: “A “A salva sa lva ção çã o da humanidade em Cristo, Cristo, realizada realiza da por Deu Deuss abran ab range geu u desenvolvimento desenvolvimento de todas as a s crenças dos homens, instituições e estrut es truturas uras... ... Verda Verdade deiro iro desen-volvimento é a batalha para a plenitude do homem tanto individual quanto corporativa.” íFrom Mexico City to Bangkok [Da Cidad Cidadee do M éxico éxico a B ang angkok], kok], pag. 197). O retomo ao conceito do “holismo” do homem é significativo, concebido agora mais em termos sócio-políticos que psico-físicos. Durante os cinco anos entre Uppsala (1968) e Bangkok (1973), a ênfase ecumênica passou da humanização e desenvolvimento para os movimentos de libertação secular, e o “Programa de Combate ao Racismo” (lançado em 1966) ganhou impulso. Tanto em Uppsala quanto em Bangkok nenhuma conciliação conciliaçã o dos pontos disputados foi foi alcançada, e o Relatório da Assembléia contém posições autoexcludenteS. Ficou declarado declarad o que “a “a ' salva sal vação ção é a libertação liberta ção de indivíduos,. do pecado, através de Jesus Cristo, çom todas as suas [Assembléi éiaa de Bangko Ba ngkokk 19 1973, 73, pag. 102) e que “nossa conseqüências” [Assembl concentração sobre as implicações sociais, econômicas e políticas do evangelho não negam de nenhuma maneira m aneira as dimensões eternas etern as e pessoais da salv s alvação ação”” (pag. (pag. 87) 8 7).. Contud Contudo, o, essa é a impressão que o Relatório, como um todo, deixa transparecer. Na seção sobre “salvação e justiça sòcial numa humanidade dividida”, aparecem as seguintes asserções: ‘A salvação que Jesus Cristo trouxe, e na qual participamos, oferece uma plenitude abrangente nessa vida dividida... É a salvação da alma e do corpo, do indiv indivíd íduo uo e da sociedade, da humanidade humanida de e “da criação criaç ão que geme" gem e" (Romanos 8.19)... Pelo fato de a culpa ser tanto individual quanto coletiva, o poder libertador de Deus muda tanto as pessoas quanto as estruturas... Portanto, vemos a lutas por justiça econômica, liberdade política e renovação cultural como elementos dentro da ' completa libertação do mündó através da missão de Deus” (pags. 8 8 ,89 ,8 9 ). Assim, a salvação salvaç ão é libertaçã libertação, o, e libertaçã libertaçãoo muda igualmen igualmente te pessoas e estruturas. Não apenas a equação é muito dúbia (como veremos adiante), mas o relatór relatório io continua a delinea delinearr “salva “salvação ção em quatro quatro dimensões - econômica, econômica, política, política, social e pessoal” - e chega a afirmar que, num certo sentido, “salvação é a paz das pessoas no Vietnã, a independência da Angola, a justiça e a reconciliação na Irlanda do Norte e a libertação do cativeiro, do poder na comunidade do Atlântico Norte”, exatam exa tament entee da mesma mes ma maneira que é “conversão “conve rsão
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pe p e sso ss o a l, n a lib li b e rta rt a ç ão p a r a a e s p e ran ra n ça, ça , de u m a soc so c ied ie d ad adee d e c a ída íd a ” ou são “novos estilos de vida, no meio de interesse próprio e falta de amor am or”” (pags. 89,90). 89,90 ). ; • Esse breve breve esboç esboçoo histórico histórico do pensam pensa m ento ecumênico ecumênico duran dur ante te os 10 an anos os,, do Méx Méxic icoo (1963) (1963) até a té Bangkok Bangko k (1973), mostrou mos trou que a ênfase ên fase recaiu recai u sobre sobr e palav ras-chav e como com o “hum an izaçã o” , “desenvolvimento”, “holismo” e “justiça”. Deixe-me dizer, ao mesmo tempo, que coisas como a libertação dos homens de qualquer forma de opressão não são ape a pena nass um objeti objetivo vo desejável, desejável, agradável agradáve l a Deus Deus,, o Cri Criad ador or,, mas m as que qu e os cristãos cristão s deveriam d everiam estar es tar ativam ente envolvidos envolvidos em persegui-los, ao lado de outros homens de compaixão e boa vontade. Pois Deus criou todos os homens è se preocupa com todos eles. Ele pretende que os seres humanos vivam juntos em paz, liberdade, liberdade, dignidade dign idade e justiça. E ssas coisas, em qualq uer sociedade, sociedade, são a preocupação de Deus, pois o Deus da Bíblia é um Deus de ju s tiç ti ç a tan ta n to q u a n t o de just ju stif ific icaç açãã o , q u e o d eia ei a a inju in juss tiç ti ç a e a tira ti rann ia. ia . Além Além disso, disso, nós evangelicais ev angelicais temos temos sido freqüentemente freqüentem ente culpados cu lpados de não assumir nossas responsabilidades sociais e políticas. Somos culpados por essa negligência. Devemos nos arrepender disso e não •temermos desafiar a nós mesmos e uns aos outros que Deus pode estar chamando chaman do muito mu ito mais cristãos cristãos para ouvirem ouvirem seu chamado para se envolverem no mundo secular da política, da economia, da sociólogia, das relações raciais, da saúde comunitária, do desenvolv desenvolviment imento, o, e de de um a grande grand e qquan uantidad tidadee de outras ou tras áreas área s como essas, em nome de Cristo.
A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO Não m u ito it o tem te m po a n te s d a reu re u n ião iã o de Ban B angk gkok ok,, a ve v e rsã rs ã o o rig ri g inal in al em espanhol do livro de Gustavo Gutierrez, A Gutierrez, A Teology Teolog y o f Libe Li bera ratio tionn (A Teologia Teologia da Libertaç Libe rtação) ão),, foi foi publicada no Peru. Isso aconteceu acon teceu em 1971, mesmo que a tradução em inglês não tenha circulado na América até 1973 ou na Grã-Bretanha (SCM) até 1974. Trazendo o subtítulo “História, Política e Salvação”, essa é a mais completa e a mais cuidadosa cuidado sa ten tativa já feita para interpretar a salvação bíbli bíblica ca em termos term os de libertação libertaç ão do oprimido.7 oprim ido.7 O pan panoo de fundo fund o do livro é 7A “Teolog “T eologia ia da Libertação” é u m produto autêntico da América Am érica Latina. Latina. Começand Com eçandoo com co m a realidade realidade histórica em ve z de começar com eçar com a Escritur Escrituraa ou com co m a tradição tradição,, e recorrendo à ajuda ajuda das ciências ciênc ias s ociais, ocia is, ela e la expressa express a seu vigoroso vigor oso protesto contr contraa as teologias da América do Norte e da Euro Europa. pa. Seus expoentes mais conhecidos,
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dividido em três partes: América Latina, o “continente oprimido”, a Igreja Católica Romana e seu a g g i o m a m i e n t o e a teoria econômica marxista. Admiro a profunda compaixão de Gustavo Gutierrez pelo explorado, sua insistência em solidariedade pelo pobre, sua ênfase em ‘‘prax ‘‘praxis” is” social em vez de teoriza teo rização ção pouco prática, e seu chamado ch amado para a igreja por “um compromisso mais evangélico, mais autêntico, mais concreto e mais eficaz com ã libertação" (pag. 145). Várias vezes ele cita com aprovação o famoso ditado de Marx de que “os filósofos filósofos têm apenas intepretado o mun m undo do...; ...; o importan importante, te, entretanto, é mudá-lo”. Não devemos discutir o objetivo que, com precisão, ele define, “libertação de tudo que limita o homem de sua auto-satisfação, libertação de todos os impedimento impedimentoss para o exercício dè sua liberdade” liberdade” (pag. 27). Isso é completamente bíblico. Deus fez o homem a sua própria imagem,- devemos nos opor a tudo que o desumaniza. Outra vez, “o objetiv objetivoo não n ão é apenas ape nas de melhores m elhores condições de vida; é muito mais que isso: a contínua criação, eterna, de uma nova maneira de revolução ução cu ltur ltural al perm ane anente" nte" (pag. 32). ser um homenü, uma' revol Quais são os meios para se alcançar esse ftfh? Um dos temas recorrentes do livro é que a história é o processo no qual o homem cresce em autoconsciê autoco nsciência; ncia; “gradualmente gradualm ente ele ele toma toma as rédeas de seu próprio destino” (pag. 29), ganha sua liberdade, e assim cria uma nova socieda sociedade de (pag. (pag. 3 6 ,3 7 ) . Em termos termos sociológi sociológicos cos e tecnológicos, tecnológicos, o homem de fato “atingiu sua maioridade”. Ele agora possui, de maneira man eira completa com pleta,, aquele “domínio” domínio” que Deus Deus disse a ele para par a exercer exerc er no iní iníci cioo da criação cria ção (Gên (Gênes esis is 1.2 6-28 6- 28 ). ^ Tudo Tudo isso - a necessidade do honte hontem m de se libertar libertar e de se realizar e de de assumir assum ir responsabili responsabilidade dade peía reconstrução reconstruçã o de de sua sociedade - é bíblico e correto. Tanto os- fins quanto os meios são bem definidos. É quand quandoo o auto a utorr começa a fazer faze r teologia teologia,, tentar apresentar a presentar a libertação libertação além de Gustav Gu stavoo Gutierrez, Gutierrez, são Rubem AlVe AlVess (TheologyofH ofHumanHope Hope[Teologia pression-Libera berattion: AChallenge hallenge da Espe Esperan rança ça do Hom H omem em]) ]) e Hugo Assmann Assmann (Opression-Li to Christians hristians [Opressão-L [Opressão-Liber ibertaç tação: ão: Um Desa D esafio fio para para os Cristão Cr istãos]). s]). O Professor Orlando Orlando Costas faz uma distinção entre os dois dizfen izfendo do que “se Alves Alv es é o profeta dò movimento, e Assmann é o apologista, então Gutierrez é o responsável pela teologia sistemática” (The Church and Its Mission: A Shattefing Critique from the Third World [A Igreja e süa Missão: Uma Severa Crítica vinda do Terceiro Mundo], Mundo], Coverdale, 1974, pag. 223 223). ). ; 8 NT: Vocábulo italiano que, traduzido para o português, significa modernização.
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social como se isso fosse o que a Escritura apresenta como salvação, e então descartar a evangelização em favor da ação política, que relutante, mas ma s decididamente - deixo deixo de de fazer companhia a ele. ele. Ele mesmo faz uma pergunta perg unta básica: b ásica: Oue Oue relação há entre salvação e processo histórico histórico de libertação do homem? Trata-se, ele acrescenta, da “clássica questão da relação entre... fé e ação política ou, em outras palavras, entre o Reino de Deus e a construção do mundo” (pag. 45). Ele reluta em identificar os dois. Mas chega bem perto disso e, a fim de realizar essa identificação, entrega-se a algumas exegeses exegeses extremam ente dúbias. Fazendo Fazendo isso, ele elimina a distinção entre e ntre igreja greja e mundo, cristão e não-cristão, a fim de que possa aplicar para todos os homens o ensino en sino bíblico bíblico sobre a obra salvad sa lvadora ora de Deus. Deus. Quer esteja consciente co nsciente disso ou não, escreve escreve que “todos “todos os homens hom ens são em Crist Cristoo eficazmente eficazmente chamados chamad os para p ara a comunhão com unhão com Deus”. Deus”. Na verdade, ousa ou sa acrescentar que esse é “o tema tem a paulino pau lino do senhorio universa un iversall de Cris Cristo to,, em quem todas as coisas existem e foram salvas” (pag. 71). Isso também “dá valor religioso, numa maneira completamente nova, à ação social do homem na história, cristão e não-cristão semelhantemente. A construção de uma sociedade justa tem valor em termos do Reino ou, numa fraseologia mais corrente, participar no processo de libertação já é, num certo sentido, uma obra de salvação” (pag. 72). No cap ca p ítu ít u lo inti in titu tu l a d o “E n c o n tra tr a n d o Deu Deuss n a H istó is tóri riaa ”, ele el e m ais ai s uma vez universaliza a obra e a presença de Deus. Começando com a imagem do “templo” dà Escritura, continu co ntinuaa a fazer faz er as declarações declarações,, não autorizadas nem mesmo por suas próprias premissas, que “o Espírito, enviado pelo Pai e pelo Filho para levar à realização da obra da d a salvação, habi ha bita ta todo hom em” em ” (pag. (pag. 93). 93). Insiste que, “desde “desde que Deus Deus se tornou torno u homem, homem, a hum anidade, anidad e, cada homem, a história h istória é o templo tem plo vivo de D eu eus” s” (pag. (pag. 194). E a libertaç libe rtação ão de Cristo Cristo cria um novoo povo nov povo escolhido escolhido que, dessa d essa vez, inclui toda a hum h um an anida idade de”” (pa (pag. g. 158) 15 8).. Não há absolutam ab solutam ente nenh n enh um a justificativa justificativa bíbli bíblica ca para tais declarações. Ao contrário, os autores do Novo Testamento constantem ente contradi contradizem zem essa es sa noção, noção, insistindo n a distinção distinção entre entre aqueles que estão em Cristo e aqueles que não estão; aqueles que têm o Espírito Espírito e aqu aqueles eles que não têm (Romanos 8.9; 8.9; ljoão ljo ão 5.12). 5.12). Não h á lugar, luga r, en entã tão, o, no esqu es quem emaa de Gutierrez, Gutierr ez, p a ra a con convers versão? ão? Sim, mas trata-se fundamentalmente de “conversão para o próximo” (pag. 194). Ele já afirmou que o “homem é salvo se ele se abre para
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Deus e para os outros, mesmo se não estiver totalmente consciente de que ele está fazertdo isso”. A luta para ser altruísta e “criar uma fraternidade fraternidade autêntic autê nticaa entre os os homens” é em si mesma uma um a resposta à graç gr açaa de Deus, Deus, quer as pessoas pessoa s envolvidas confessem Cris Cristo to como com o Senhor ou não” (pag. 151). “Na verdade, a única maneira de amar a Deus é amar am ar meu vizinho, a única maneira de conhecer a Deus Deus é fazer justiça’’ just iça’’ (pag. 194-6). Agora, certamente, um verdadeiro amor e conhecimento de Deu Deuss deve desembocar desembocar em amo a morr e justiça jus tiça para com o nosso nos so próximo, próximo, mas inverter os elementos e fazer do conhecimento de Deus a conseqüência de se fazer justiça, e mesmo igualar as duas coisas, é exatamente exatamen te a mesma coisa que a doutrina doutrina de salvação pelas boas obras obras.. O autor continua insistindo que além e através da “luta contra a rvo hom homem em" " miséria, injustiça in justiça e exploração, explora ção, o objetivo objetivo é a criação d e um nervo (pag. 146). Ele sabe que essa é uma expressão tanto marxista quanto bíblica. Mas não demonstra nenhum embaraço em que, mesmo que as palavras sejam as a s mesmas, m esmas, o sentido sentido no qual qual elaã elaã são usad us adas as pode pode ser ser diferente. O “novo home ho mem” m” ou a “nova nova huma humanid nidade ade”” de que Paulo escreve é criação de Deus, através da morte de Cristo e dom de Deus para aqueles que estão pessoalmente em Cristo (Efésios 2.15,16; 2Corintios 5.17). É difícil acreditar que Dr. Gutierrez pense seriamente que essa “criação” seja a mesma do marxismo, a de uma nova ordem social e estilo de vida para todos os homens, quer sejam cristãos ou não.
A QUESTÃO HERMENÊUTICA Ainda que a libertação da opressão e a criação de uma sociedade nova e melhor sejam definitivamente fruto da boa vontade de Deus para com o homem, contudo contudo é necessário acrescentar acresce ntar que que essas essa s coisas não constituem a “salvação” que Deus está oferecendo ao mundo, em Jesus Cristo Cristo e através atr avés de Jesus Crist Cristo. o. Elas Ela s poderiam ser incluídas na “missão de Deus”, como vimos até aqui, em cristãos dándo-se a si mesmos para servir nesses campos. Mas chamar libertação sóciopolítica de “salvação”, e chamar ativismo social de “evángelizaçâo” - é ser culpado culpado de de uma grosseira confusão teológica teológica.. É niisturar o que que as Escritu Es crituras ras mantêm separad se paradoo - Deus, Deus, o Criador Criador e Deus, Deus, o Redentor, o Deus do cosmos e o Deus da aliança, do mundo e da igreja, graça comum e graça salvadora, justiça e justificação, a reforma da sociédade e a regeneração do horiiem. Pois a salvação oferecida no evangelho de Cristo diz respeito a pessoas em vez de estruturas. É a libertação de outro tipo de jugo que não o político e a opressão econômica.
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Talve Talvezz em nenhum nen hum outro momento essa confusão co nfusão ten ha sido mais evidente evidente em Bangkok do que quando quan do aanalog nalog ias foram foram estabelecidas estabelecidas entre o Presidente Presiden te Mao e Jesus Cris Cristo to.. Um dos documentos docum entos publicados ‘em preparação prepa ração pa para ra a conferência conferência tinh tin h a co como mo título Salvation Today and Contemporary Experience (Salvação Hoje e Experiência Contemporânea). Contemporânea). Em uma determinada página, alguém declara ter “sido sido salvo por Mao”, Mao”, enq enquan uanto to que, na n a página p ágina seguinte, ou tra pessoa diz ter sido salva por Jesus Cristo. De maneira semelhante, um delegado americano disse: “O Presidente Mao é o Messias de Deus pa p a r a os c h ine in e s e s ” e u m g ran ra n d e p ô ste st e r a p a rec re c e u certo ce rto d ia no qu quad adro ro de avisos da conferência que, depois de uma referência à “neurose compulsivá” do Ocidente em converter a China, trazia-, “Salvação? Deus salve a China da conve co nversão!” rsão!” Agora, Agora, pode muito m uito bem ser s er possível dizer que Mao “salvou” a China, no sentido de dar a ela uma nova identidade nacional. Mas, pode-se apenas dizer isso caso se façam vistas grossas à espantosa perda de vidas humanas e liberdade, através atravé s das d as quais q uais tal “salvação” “salvação” nacional foi foi obtida. obtida. E é infantilidade nos limites da blasfêmia equiparar esse tipo de “salvação” à obra salvadora salva dora de nosso Senhor Jesus Cri Crist sto. o. A profunda apreensão com os correntes escritos ecumênicos é basi ba sica cam m en ente te herm her m en enêu êutic ticaa e diz respeito resp eito ao a o trat tr ataa m en ento to dad d adoo à Escritu Escr itura ra tanto tan to do Velho lho quanto qua nto do No Novo vo Testamento, na n a qual seus proponen p roponentes tes tentam se apoiar. Vários críticos de Bangkok têm aludido ao uso equivoca equivocado do das Escrituras nas assembléias assemb léias ecumênicas. Eles Eles,, algumas algum as vezes, vezes, são sã o arbitraria ar bitrariam m ente seletivos seletivos (omitindo o que é inconvenient inconveniente), e), e outras vezes extremamente descuidados (torcendo o que parece conveniente, conveniente, a fim de dar suporte su porte a um u m a teoria teo ria preconceb preconcebida ida). ). O Padre Jerome Haber, um católico romano americano, do Secretariado do Vaticano, foi convidado para avaliar a conferência de Bangkok no seu encerramento. Ele Ele falou em francês, mas m as foi traduzido traduzid o da seguinte maneira: “Estou aterrorizado de que voc vocês ês possam discutir ‘Salvação Hoje’ dia após dia... sem terem ouvido o que o apóstolo Paulo diz sóbre isso. Não ouvi ninguém falar em justificação pela fé. Não ouv o uvii nin n ingg u ém fala fa larr de vid v idaa e ter te r n a ” (citado (cita do po porr A rth rt h u r Gla G lass sser er em The The Evangelical Response Respon se to Bang B angkok kok \A resposta re sposta evangelic evangelical al para Ba B a n g k o k ], ], Biblioteca William Carey, 1973, pag. 92). De m an aneira eira sem elhan elh ante, te, o Bispo Steph en Neill Neill escreveu: “A salvação que é concebida concebida em em termos termos puram p uramente ente tridimension tridim ensionais ais acaba não sendo send o salvação de forma nenhu ma. ma . Talve Talvezz a fraqueza fraquez a mais grave dessa Assembléia seja que seu título tenha sido erradamente
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esco escolh lhid idoo-,, dificilmente dificilmente se encon en contra trará rá nas n as pági p áginas nas e nos procedimentos da assembléia qualquer coisa sobre salvação, no sentido do termo Churchma rchmann [OH om omem em d a Igreja] Igreja] , dezembro no Novo'Testamento” {The Chu de 1973). A principal evidência bíblica mencionada em relação à posição de Bangkok foi foi extraíd extra ídaa do Velho elho Testamento, Testamen to, especificamente quando da libertação de Israel dos opressores egípcios. Gustavo Gutierrez apoia-se firmemente na mesma interpretação do Êxodo. O povo de Israel era escravo. “O ponto de partida é a opressão na forma de exploração econômica e através de uma política de controle populacional” {Biblical Perspectives on Salvation {Perspectivas Bíb B íblica licass sob so b re S alva alv a çã ção] o],, pag. 3). Em seu limite, eles “gemeram” e clamaram a Deus, e Deus falou a Moisés que conhecia a opressão deles e tinha “descido para livrá-los (ou libertá-los) da mão dos egípcios” (Êxodo 3 .7.7 - 1 0 ). Anos depois, no Mar Verm Vermelh elhoo foi-lhes foi-lhes dito dito para “ficarem firmes e verem a salvação do Senhor”. Quando o resgate foi completado, foi escrito “assim o Senhor salvou a Israel”, e Israel tornou-se conhecido como “o povo a quem o Senhor havia redimido" (Êxodo (Êxodo 14 1 4 .13 .1 3 ; 14.3 14 .300 ; 15.13 15 .13). ). O comentário elaborad elaboradoo antes de Bangkok Bangkok sobre esse ensino bíblico faz a pergunta crucial se isso pode ser aplicado “a cada grupo de pessoas oprimidas” e se isso pode ser relacionado como “o tipo de libertação que Deus deseja trazer para todos òs que sofrem tiraniás”. O referido comentário não responde a essas questões. Mas certamente, a resposta deve ser “não”. Certamente, toda forma de opressão opressã o é odiosa para pa ra Deus Deus.. Certamente Certamente também, Deus está ativo na história de todas as nações. Tanto que sua palavra pa lavra atrav atr avés és de Amós Amós formulou formulou uma analogia an alogia entre Israel, de de um lado, e os fílisteus e sírios, de outro: “Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e de Caftor os filisteus, e de Quir os sírios? (Amós 9.7). Mas isso foi para assegurar que Israel não podia monopolizar Yaweh como sè ele fosse uma deidáde tribal; isso não nega o relaciona relac ionamen mento to especial que Deu Deus, s, havia ha via estabelecido entre ele mesmo e seu povo Israel. Ao contrário, foi mais uma vez através de Amós que Deus Deus assegu ass egurou rou a singularidade - e, portanto, a implicação im plicação moral moral - desse relacionamento; relacionam ento; “De todas toda s as famílias famílias dá terra somente a vós vós outros vos escolhi, portanto eu vos punirei por todâs as vossas iniqüidades iniqüidades”” (Amó (Amóss 3.2 3. 2 ; Salmo 14 1 4 7 .20 .2 0 ). É esse esse mesmo relacionament relacionamentoo especial que está por trás do Êxodo. Deus resgatou seu povo do Egito em cumprimento à sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó, e em antecipação à sua renovação no Mònte Sinai (Êxodo 2.24; 19.4.
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6). Ele não fez nenhuma aliánça com os sírios nem com os filisteus, nem fez com que alguma atividade providencial na vida nacional deles os tomasse o povo da aliança. Nas Escrituras, “salvação” e “aliança” sempre fazem parte uma da outra. Daí que, no Novó Testamento, Testamento, o Exodo toma-s tom a-see uma figura figura de de nossa noss a redenção do peca pecado do através de Cristo, não uma promessa de libertação para todos as minorias politicamente oprimidas. . Podemos não ter nenhuma nenhu ma objeção objeção para pa ra o uso da palav ra “salvação" num sentido político, desde que fique claro que não estamos falando teologicamente sobre salvação de Deus em Cristo e através de Cristo. Por exemplo, não há necessidade de estabelecer um embate com Alexarider Solzhènitsyn que, em sua famosa “Cãrta aos Líderes Soviéticos" (datada de 5 de setembro de 1973 e publicada no Ocidçnte-eirt março de 1974), expõe o que ele considera “para o bem e salvação de nosso povo”. Mas quando o Novo Testamento trat tr ataa das promessas prom essas de sâlvaç sâlv ação ão do Velh elho Testamento, Testament o, ele as interpreta em termos morais e não em termos materiais. Talvez, o exemplo B e n e d ictu ic tuss no qual “a trombeta dé mais impressionante seja o Be salvação" que Deus levantou, de acordo com sua promessa através dos profetas “que deveríamos ser salvos dos nossos inimigos”, seja entendido em térmos de servir a Deus “em santidades justiça", enquanto João íiatista “irá adiante do Senhor para preparar seus caminhos, para dar ao seu povo conhecimento da salvação salva ção,, no redim redimiilo de seus pecados” (Lucas 1 .67.6 7-79 79 ). , Outra passagem bíblica popular usada em Bangkok foi a citação do Senhor Jesus de Isaías, na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está est á sobre mim, pelo pelo que que me ungiu para pa ra evangeli evan gelizar zar os pobres; pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em libe liberd rdad adee os oprimidos..." oprimidos..." (Lucas 4 .18 .1 8 ). Aqui Aqui,, três categorias princi principai paiss de de pessoas são mencionadas - os pobres, pobres, os cativos e os cegos - e assu m iu-se em Bangkok Bangkok que que,,/ hteralmente, as condições físicas jestãõ contempladas. Mas, tão facilmente podemos considerar que isso está garantido nesse texto? É verdade que durante seu ministério Jesus abriu os olhos dd cego, cego, e, sem dúvida, o cego deve tocar a nossa compaixão cristã hoje. Mas a restauração milagrosa da vista realizada por Cristo Foi um sinal dei que ele era a luz do muncjo; dificilmente isso pode ser tomado como uma instrução para que que desempenhemo desempenhemoss curas cur as milagrosas milagros as similares hoje. Jesus também ministrou ao pobre e tinha algumas coisas desconcertantes a dizer aos ricos. Contudo, todos sabem muito bem
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que “o pobre” no Velho Testamento não era apenas o necessitado, mas também o piedoso piedoso cuja cuja esper es peran ança ça e confiança estav es tavam am em Deu Deus, s, A primeira primeira bem-aventuranç bem-ave nturançaa não n ão pode pode ser entendida entendida como se a pobreza pobreza material fosse uma condição para receber o Reino de Deus, a menos que estejamos preparados para virar o evangelho de cabeça para baixo. E o que dizer a respeito dos cativos e oprimidos? Não há evidência de que Jesus literalmente tenha esvaziado as prisões da Palestipa. Ao contrário, o principal prisioneiro de que ouvimos falar 0oão 0o ão Batista) foi foi deixado deixado na prisão e, depoi depois, s, executado. 0 que que Jesus realmente fez, fez, entretanto entret anto,, foi foi libertar pessoas da escravidão escravidã o espiritual espiritual do pecado pecado e de Satan Sat anás, ás, e prometer que que a verdade iria trazer traz er liberda liberdade de aos ao s seus discípulos. . Por favor, não me entenda mal. Pobreza material, cegueira física e aprisionamento aprisionam ento injusto, tòdos são s ão condições que em diferentes diferentes graus grau s desumanizam os seres humanos. Eles devem provocar nossa preocupação cristã e estimular-nos para agir para o alívio daqueles que que sofrem sofrem por caus ca usaa disso. Para mim, entretanto, en tretanto, a questão q uestão é que que à libertação dessas coisas não é a salvação para a qual Cristo morreu e ressuscitou, garantindo-ã para o homem. A Tenho um outro comentário exegético para fazer em relação à tentativa de interpretar salvação em termos de libertação social. Ele diz respeito às instruções que os apóstolos deram aos escravos no Novo Testamento. Ainda que não ataquem diretamente a instituição da escravidão, Paulo Paulo insiste insiste que que os o s escravos deve devem m ser tratado trat adoss “com justiça e eqüidade” (Colossenses 4.1). Isso era uma declaração revolucionária, pois o conceito conceito de de “jus “justiç tiça” a” para escravos escrav os nunca tinha sido contemplado rio Império Romano. De fato, é essa demanda por justiça que minou a instituição escravista, e, ao final, destruiu-a. Além disso, mesmo que Paulo não incite escravos à rebelião, desobediência civil ou auto-libertação, ele os encoraja, se puderem ganhar liberdade, a tirar proveito da sitqação. Ele assim reconhece que escravidão é uma ofensa à dignidade humanai. “Não se transformem em escravos de homens”, ele escreve. Mas, então, acresc acr escenta enta est e stas as significativas significativas palavras: palav ras: “o que que foi foi chamado chamad o no Sen Senho hor, r, sendo escravo, é liberto do Senhor; ... Irmãos cada um permaneça diante de Deus Deus naquilo naquilo que que fostes cham ados” ados ” (ICorintios 7 .20 .2 0 -2 4 ). A importância desse ensino deve deve ficar clara. Escravos que que podem podem ganhar ganha r sua liberdade social devem fazer isso, pois essa é a vontade de Deus para eles les.- Mas, se eles não pudérèm, faça-o faç a-oss lembrar lemb rar que, em Cristo Cristo,, qualquer que seja a condição social deles, ainda são homens livres!
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A escravidã escrav idãoo deles não pode inibir inibir sua su a mais profunda liberdade liberdade como seres humanos que foram libertados por Jesus Cristo, nem pode destruir sua dignidade como aqueles a quem Deus aceitou. Eles podem até mesmo permanecer em sua escravidão “com Deus”. Não há duvida duvida de que esteja me abrindo abrindo para a antiga acusa acu saçã çãoo do embuste embuste religioso, de “mais ópio para o povo”. Mas tal acusação não seria justa. Ela nunca seria legitimada ao usar aquelas duas palavras “com Deus" para tolerar opressão oü para justificar aquiescência acrítica dessâs coisas. Ao mesmo tempo, elas podem transformar todas as situações. Pois elas nos falam que Jesus Cristo dá uma liberdade interior do espírito que mesmo o mais opressivo tirano não pode destruir. Pense em Paulo na prisão-, ele não estava livre? Até aqui, tenho sido amplamente negativo. Tentei argumentar a partir das Escri E scritura turas, s, que a “salvação “salva ção”” por que Cri Cristo sto uma um a vez vez morreu para ganha ga nharr e agora oferece oferece aos homens não é nem cu ra psico-físi psico-física ca nem libertação sócio-política. Ao rejeitar essas reconstruções que alguns tentaram fazer, procurei também me guardar de mal entendidos. É necessário equilibrar mçus pontos negativos com três asserçõe asse rçõess positivas. Primeira: Primeira: Deus Deus está muito muito preocupado preocupado com com essas essa s duas áreas, especificamente nossos corpos e nossa sociedade. Em segundo lugar, um dia tanto o corpo quanto a sociedade serão redimidos. Receberemos novos corpos e viveremos em uma nova sociedade. Em terceiro lugar, enquanto isso não acontece, o amor compele-nos a lutar nas duas esferas, procurando promover saúde física (através de meios terapêuticos e preventivos) e procurar criar uma ordem social radicalmente diferente que trará ao homem liberdade, dignidade, justiça e paz. Contudo, tendo enfatizado a importância dessas coisas para Deus e, portanto, para nós, ainda temos que afirmar que elas não são á salvação que Deus está Oferecendo aos seres humanos agora. O Pacto de Lausanne expressa a tensão claramente: ‘Afirmamos que Deus é o Criador Criador e o Juiz Juiz de todos os homen ho mens. s. Portanto,.devem Portan to,.devemos os partilhar o seu interesse pela justiça e pela reconciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todp tipo de opressão. Porque a humanidade foi criada à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade, possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada... Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação,
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afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte de nosso dever cristão. Pois ambos são expressões necessárias de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor am or por nossò próximo, e de de nossa nos sa obediência obediência a Jesus Cris Cristo to.. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão é de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam...” (parágrafo 5).
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SALV SA LVAÇ AÇÃO ÃO E LIB LI B E R D A D E PESSOAL
O que é salvação, então? É liberdade pessoal. É verdade que ela, algumas vezes, resulta na melhora da saúde física e mental, como já vimos ánteriormente. É verdade também que ela tem conseqüências sociais dé longo alcance, como diz o Pacto de Lausane: “a salvação que alegamos possuir deve transformar-nos na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta” (parágrafo 5). Contudo, a salvação em si meSma, aquela salvação que Cristo dá ao seu povo, é libertação do pecado em todas as suas vis manifestações e libertação para uma nova vida de serviço, até que, finalmente, alcancemos “agloriosa liberdade dos filhos de Deus”. Wem W emer er F o h e r e Georg Foher, no artig ar tigoo que escre es creve vera ram m junt ju ntos os p ara ar a o ittel el,, concordam concorda m que as palavras pala vras da salva s alvação ção Dicion D icionário ário Teológico Teológico de Kitt são primordialmente negativas e enfatizam aquilo de que somos salvos. Assim, na língua grega, salvação era primeiramente “um agudo ato dinâmico, no qual deuses ou homens arrebatam outros, à força, de sérios perigos”, sejam perigos de batalhas e do mar,- de condena cond enação ção judicia judiciall ou de de doença. Daí, Daí, na literatura literatu ra grega, gre ga, médicos, médicos, / filósofos, filósofo s, juizes, juiz es, genera gen erais, is, govern gov ernad adore oress e espe e specia cialme lmente nte o imperador, imperador, são achados entre os “salvadores” humanos. O verbo mais comum para salvação no. Velho Testamento tem a idéia básica de largueza ou espaço como oposta ao aperto de algumas opressões. Isso indica, então, libertação de alguns aprisionamentos para a amplitude “através da intervenção salvadora de uma terceira parte em favor favo r do oprimido oprimido e em oposição opo sição ao opresso opr essor”. r”. “A “A idéia”, idéia”, continua Georg Foher, “não éUe auto-ajuda, nem de cooperação com o oprimido. A ajuda é de tal natureza que o oprimido estaria perdido sem ela”. Pode ser uma cidade sitiada que é resgatada do exército inimigo, uma nação, de um regime estrangeiro, o pobre, da injustiça, ou indivíduos, de algumas calamidades pessoais.
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Tudo Tudo issò é um importante pano de fundo fundo para nosso nos so entendimento entendimento da salyação de Deu D eus. s. Ele é o Deus vivo, o Salvador; ídolos estão mortos e não podem salvar. E quando Deus salva seu povo, não apenas resgata-o do opressor, mas salva-ó para si mesmo. “Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre as asas de águias, e vos cheguei a mim” (Êxodo 1 9 .4). .4 ). Esse é o tema já mencionado mencionado de de que “salvação” e “aliança” são parte unia da outra. De maneira similar, a “nova canção” de louvor a Cristo no céu declara: “foste morto e com o teu sangue compraste para DeuS os que procedem de toda tribo, tribo, língua e n ãçãó ãç ãó ...” (Apoca (Apocali lipse pse 5 .9). .9 ). . Agora, liberdade é uma palavra popular atualmente, assim como salvação é impopular. Mas, infelizmente, a maioria das preleções sobre liber liberdadè dadè é negativa, negativa , oá dicionários a definem definem negativamente. negativam ente. Um diz que ela é “a ausência de obstáculo, restrição, confinamento, repressão”. Outro diz que para ser livre é preciso estar “não escravizado, escraviza do, não preso, não restrito, não n ão imped impedid ido” o”.. E os dicionários dicionários estão apenas refletindo o uso comum. Mas nunca devemos definir liberdade em termos puramente negativos. De fato, a insistência em um entepdimento positivo de liberdade é uma contribuição distintamente cristã ao corrente debate. O Lorde Michael Ramsey escreveu: “Sabemos que queremos libertar os'homens de algo. Mas, sabemos pa p a ra o q u e queremos libertar os homens?” Ele continua insistindo que nossa luta por essas liberdades “as quais mais palpavelmente palpavelmente agitam agi tam nossos noss os sentimentos” sentim entos” (liberda (liberdade de de perseguição, perseguição, prisão arbitrária, discriminação racial, fome é pobreza) sempre deveriam estar “no contexto do debate mais radical e mais revolucionário revolucionário da libertação libertaçã o do homem de de si mesmo parâ a glória de Deus”. “Tal “Tal liberdade”, ele ele segue dizendo, dizendo, “é vist vi staa de maneira man eira perfeita apenas em Jesus: Ele é livre de alguém e livre para alguém. Ele é livre de si mesmo, e livre para Deus” ( Freedom, Fa F a ith a n d tk t k e F u tu r e [Liberdade, [Liberdade, Fé e o F uturo utu ro ], SPÇK, pag. 15 e 12). Devemos então examinar agora a doutrina da salvação no Novo Testamento, em suas três fases ou tempos, que são familiares a nós, e, em cada caso, observar como ós aspectos negativos e positivos se complementam. “Libertação” é uma boa tradução de “salvação”, porque sugere o estado de liberdade para a qual ô liberto é levado.
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LIBERTAÇÃO DO JULGAMENTO PARA A ' ADOÇÃO
Em suâ su â fase passa p assada, da, “salvação" “salvação " é a libertação dò justo julgamento de Deus sobre o pecado. Não se trata apenas de que tínhamos sentimentos de culpa e consciência culpada* e encontramos alívio para eles em Jesus Cristo. Trata-se de que éramos realmente e objetivamente culpados diante dia nte de Deus Deus e que agora ago ra recebemos receb emos a livre livre remissão de nossa culpa, que causava os sentimentos ruins e a consciência pesada. A razão pela qual o evangelho é “o poder de Deus para a salvação" é que nele “a justiça de Deus é revelada” (especificamente, (especificamente, sua justa jus ta maneira m aneira dé declarar dec larar justo aquele que que era injusto), injusto), e a razão razã o para ess e ssaa revelação da justiça de Deus Deus n. n.o evangelho da “ira de Deus.i. do céu contra toda perversidade e impiedade dos homens que pela sua impiedade suprime a Verdade”. Essa seqüência lógica de pensámento em Romanos 1.16-18 liga o poder de Deus, a justiça de Deus e a ira de Deus. Isso porque sua ira é revelada contra o pecado, porque sua justiça é revelada no evangelho e seu poder através do evangelho para os que crêem. Nessa fase passada, “salvação” é o equivalente de “justificação”, que, em si mesma, é o oposto de condenação. Todos os que estão “em sè sosm sm en enoo i (Efésios 2.8,9), os que foram salvos, assim Cristo”'são sèso como são dikaiothentes (Romanos 5.1) os que foram justificados.,De fato, Romanos 10.10 especificamente equipara os dois, pois “o homem crê com seu coração e então é ju s tifi ti ficc a d o , e ele confessa com seus lábios e então é salv sa lvoo j Essa justificação tomou-se possível apenas por po r cau ca u sa do sacrifício sacrifício propiciatório propiciatório dé dé Cri Crist stoo (Romanos (Romanos 3 .24 .2 4 -2 6 ). Não Não h á “pois cond condena enação ção para pa ra os que estão es tão em Crist Cristoo Jesus Jes us”” apenas apen as porque porque Deus enviou seu próprio Filho “em semelhança de carne pecaminosa e como oferta pelo pecado” e “condenou o pecado na carne”, isto é, na came na qual Jesus veio (Romanos 8.1-3). Obviamente, a ira de Deus não é como a ira do homem, nem a propiciação de Cristo é como a propiciação dos pagãos. Mas, um a vez que todos os elementos indign indignos os foram eliminados, a saber, saber, o conceito da ira arbitrária arbitrá ria de uma deidad deidadee vingativa aplacada pelas insignificantes ofertas de homens, somos deixados com a propiciação cristã, na qual o próprio amor de Deus enviou seu querido filho para satisfazer sua ira santa contra o pecado (ljoão 2.2; 4.10). Entretanto, na revelação da primeira fase da salvação, os apóstolos vão mais longe do que a propiciação da ira de Dèus e até mesmo mais longe do que a justificação do pecador, realizada por
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Deus, para chegai em sua aceitação como justo, aos olhos de Deus. Paulo enfatiza que somos salvos d a ira e pa p a ra a adoção de filhos. Deus Deus enviou enviou seu ,Filho ,Filho não ape a penas nas para pa ra nos redimi redimir, r, mas m as também para nos adotar em sua família. Nosso juiz torna-se nosso pai, e o própri pró prioo Espírito Santo cap ac ita-n o s a clam ar “Aba, “Aba, Pai”, testemunhando assim com nosso n osso próp próprio rio espírito espírito que que realmente somos seus filhos. Dessa mançira, então, não somos mais escravos, mas filhos (Romanos 8.14-17). Agora somos livres para vivermos como homens livres. Em seu recente e tocante livro O Conhecimento Conhecimento de D eus (Mundo Cristão, 2006), o Dr. J. I. Packer èscreveu: “Somos convidados a focalizar focaliz ar a mensagem mensage m do Novo Testamento em três palavras pala vras e minha minha proposta é que elas deveriam ser adoção por intermédio da prop pr opicia iciaçã ção-, o-, não acho que jamais vá encontrar um sumário do evangelho mais rico e mais fértil do que esse”.
LIBERTAÇÃO DE SI MESMO PARA O SERVIÇO Voltamo-nos Voltamo-nos agora ago ra para a fase presente da salvação. salvaçã o. Pois Pois salvação salva ção no Nova Testamento é tanto tan to um processo presente quanto qu anto uma um a dádiva recebida no passado. Se você me perguntar se sou salvo, e se eu pensar biblieamente antes de responder, poderia sinceramente responder tanto “sim” quanto “não”. Sim, fui realmente salvo pela graça pura de Deus, de sua ira e de minha culpa e condenação. Mas, não, ainda não sou salvo, pois o pecado ainda habita dentro de mim e meu corpo ainda não está redimido. Essq é a tensão comum no Novo Testamento entre o “já” e o “ainda não”. É bem conhecido que o verbo sozo so zo.. é algumas vezes usado no Novo Testamento no tempo presente, tanto quanto no aoristo e no perfeito. Os cristãos são hpi sozomenoi (“aqueles que estão-sendo salvos sa lvos””), Isso é apenas parcial porqu porquee se reconhece reconhece qüe nossa noss a salvação sa lvação ainda não foi levada à sua completude. Hoi H oi sozo so zom m e n o i (“aqueles que que estão es tão sendo sendo salvos” salv os” é contrastado contras tado com ho hoii apollum apollum enoi {“aqueles que estãó perecendo"), pois eles ainda hão perecéram e n ó s ainda não alcançamos o céu (ICorintios 1.18; 2Co 2.15, Atos 2.47). Outra razão para o tempo presente é que, durante o interválo entre nossa justificação e nossa glorificação, existe o processo chamado santificação, a transformação gradual do crente pelo Espírito Santo na imagem de Cris Cristo to,, “de “de glória em glória” (2Corjntios (2Corjntios 3.1 8 ) até que, no fim, sejamos completamente conformados à imagem do Filho de Deus (Rotnanos 8.29; ljoão 3.2).
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Além disso, desde qüe Jesus Cristo, em cuja imagem estamos sendo transformados, é o “segundo homem” ou “segundo Adão” (Rm. 5 ê I Co. 15), o pioneiro da nova humanidade, nós que estamos em Cristo fazemos parte dessa nova humanidade. Tornar-se cristão é, num sentido sentido verdadeiro verdadeiro,, tornar-se humano porque porque nada desumaniza desum aniza mais que a rebelião contra Deus ou humaniza mais que a reconciliação com Deus e a comunhão com Ele. Mas, afirmar alegremente que salvação inclui humanização não é, de maneira alguma, a mesma coisa que dizer que humanização (resgatar homens do processo de desumanização da sociedade moderna) é igual à salvação. O argumen argu mento to ecumênico parece parece ser o seguinte: Salvação, Salva ção, de acordo acordo com o Novo Novo Testamento torna to rna o homem'huma homem'humano,no,- portanto, porta nto, tudo que faz o homem humano é salvação. Mas esse tipo de raciocínio é deficiente deficiente tanto tan to em lógica quanto em teologia. Alguém Alguém poderia também dizer: “Exercício físico faz faz com que o homem homem fique em forma, form a, portanto p ortanto qualquer coisa que o faz ficar em forma é, exercício”. Ou “aspirina alivia a dor, portanto qualquer coisa que alivia a dor é aspirina”. Salvação, como um processo presente, é expressa em dois mandamentos apostólicos surpreendentes. “Desenvolvei a vossa salvação”, Paulo escreve, convocando os filipenses a exibir em sua vida prática prá tica diária a salvação salva ção que que Deus Deus está se desenvol desenvolvendo vendo dentro dentro deles (Filipenses 2.12,13), enquanto o apóstolo Pedro enfatiza a necessidade de seus leitores de “crescer para salvação” (lPedro 2.2). Desd Desdee qúe no versículo anterior anterio r ele havia falado a eles ele s para pa ra colocarem de lado tpda malícia, engano, hipocrisia, inveja e toda sorte de maledicência, é evidente que considera essas coisas como sendo infantis e que a “salvação” para a qual deseja qüe os cristãos cresçam é, uma um a vez mais, a semelh se melhança ança de Cris Cristo to no comportamento. comportamen to. Nessa salvação presente, também devemos enfatizar o positivo. Estamos sendo libertos da escravidão da auto-centralização para a liberdade do serviço. Jesus falou de sermos escravos do pecado e hão há escravidão pior do que o aprisionamento em si mesmo. Lutero descreveu o homem decaído como o “homo in se incurvatus”, o “homem curvado ou inclinado sobre si mesmo”. Jesus Cristo nos liberta dessa prisão.. Ele avisa-nos que, se insistirmos em “salvar-nos a nós mesmos, agarrando-nos èm nossa própria vida de egoísmo, iremos nós perder. Em contraste, apenas se estivermos preparados para perdernos a nós meçmos, ao dar-nos em serviço a ele e aos outros, verdadeiramente verdadeiramente iremos iremos nos encontrar encon trar (Mar (Marcos cos 8.35 8.3 5 ). É apenas quando quando morremos que vivemos, apenas quando servimos é que somos livres.
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Essa Es sa salvaçã salv açãoo presente, presente, essa e ssa libertação dos dos grilhões grilhões de de nossa noss a própri própriaa auto-centralização para a liberdade do serviço traz mais demandas radicais do que estamos freqüentemente preparados para reconhecer. Citando uma vez mais o Pacto de Lausane, “os resultados da evangelizáção evange lizáção incluem a obediência obediência a Cristo Cristo,, o ingresso em sua s ua igreja igreja e o serviço responsável no mundo” mundo” (parágrafo 4). 4 ). A menos que estejamos verdadeiramente libertos da servil conformidade cóm a tradição, çom a convenção e com o materialismo burguês da cultura secular, secular, a menos menos que nosso discipulado seja radical o suficiente para fazer-nos críticos das atitudes estabelecidas, e indignados contra todas as formas de opressão, e a menos que sejamos agora livres e desprendidamente devotados á Cristo, à igreja e à sociedade, dificilmente clamaremos para senhos senh os salvos, ou mesmo para entrarmos no processo de de sermos sermos salvos. Salvação Salva ção e Rei Reino no de Deus eus são sinônimos sinônimos (Marcos 1 0 .23 .2 3 -27 -2 7 ), e no Reino, a autoridade de Jesus é absoluta. É impossí impossível vel entender a totalidade dessa des sa fase presente, p resente, da maneira m aneira como ela é descrita rio Novo Testamento, sem nos sentirmos envergonhados de nossas falhas cristãs contemporâneas. Tendemos tanto em gloriar-nos em nossa salvação passada como uma dádiva gratuita já recebida que negligenciamos o chamado para “crescer para a salvação” e para dar-nos a nós mesmos, dç todo o coração, junto com nossos n ossos companheiros companhe iros cristãos crist ãos,, para p ara o serviço de Deus Deus e do do homem. Não devemos resistir resist ir á declaraç dec laração ão de Uppsala de de que que a própria própria , igreja é uma situação prioritária para a missão, à qual Philip Potter aludiu em seu relatório de Bangkok, quando disse que “a igreja que seria aquela a levar a salvação hoje precisa ela mesma ser salva, liberta de de tudo que que é fals falses es para dar da r vazão va zão à natu n atureza reza revolucionária, (Internationa ona l Review qfM ission ission firme e renovadora do evangelho” (Internati [Revista [Revista Internac Intern acion ional al de Mis M issões] sões],, vol. lxxii, pag. 152).
LIBERTAÇÃO DA QUEDA PARA A GLÓRIA Em terceiro luga lugar, r, a salv sa lvar arão ão de Deu Deus, s, que é tanto tan to um dom quanto quanto um processo contínuo, é também objeto de nossa esperança cristã. Fomos salvos na esperança de sermos salvos, e a “esperança de salvação” é o capacete que o soldado cristão usa (Romanos 8.24; ITessalonicens ITessalonicenses es 5.8) 5 .8).. A cada dia, essa salvação salva ção está m ais perto, perto, pois pois “a noss n ossaa salvação está es tá ago a gora ra mais m ais perto do que quando no prin princí cípi pioo crem os” (Romanos 13.1 13 .11; 1; lPedro 1 .5,9 .5 ,9 ). Entretanto, não nutrim nutrimos os o tipo tipo de de visão utópic utópicaa
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que Gustavo Gutierrez descreve em seu capítulo “Escatologia e Política”. Ao contrário, “rejeitamos como um sonho auto-confíantee orgulhoso a noção de que o homem pode algum dia construir uma utopia na terra. Nqssa confiança cristã é de que Deus aperfeiçoará seu Reino e desejamos com ansipsa expectativa aquele dia e o novo / céu e a nova no va terr te rraa n a qual qua l a just ju stiç içaa irá h abit ab itar ar è Deus D eus irá i rá rein re inar ar para pa ra L a u san sa n n e C ov oven enaa nt [Pacto d e L a u san sa n n e], e] , parágrafo 13). sempre” ( La Como será, então^essa salvação final? Para começar, será uma libertação da ira vindoura (Romanos 5.9; ITessalonicenses 1.10; 5.9). Mais Mais do que isso, ela el a incluirá “a redenção de nossos noss os còrpos”. Pois Pois nossos corpos compartilham com toda a criação uma “escravidão à queda”, que faz a criação gemer como se estivesse em trabalho de parto e faznos gemer interiormente também. Ansiamos por nossos novos corpos os quais serão libertos de sua fragilidade física (uma natureza decaída e mortal) e pelo novo novo universo universo (no qual não haverá opressão, opr essão, mas apenas justiça). E ssa ss a prospecção do Novo Novo Testamento também faz uma um a descrição em termos positivos, em vez de fazê-la somente em termos negativos. Pois nosso gemido interior é um forte desejó por nossa “adoção como filhos”, quando nossa filiação será revelada em sua completude. De ‘ maneira simila similar, r, toda á criação cria ção não n ão será se rá apenas ape nas “liberta liberta de sua escravidão à queda” qued a” , porém “obter “obteráá a liberdade gloriosa dos filhos filhos de Deus” (ver Roman Romanos os 8.188.1 8-25 25 ; 2Ped 2Pedro ro 3.13) 3.1 3).. Tente Tenteii mostrar mos trar que que em cada fase da salvação salva ção pessoal as Escrituras não colocam tanto sua ênfase em nosso resgate (da ira, do eü, da queda e da morte) quanto na liberdade que esse resgate irá trazer liberdade para viver com Deus como nosso Pai, liberdade para darnos a nós mesmos m esmos para pa ra o serviço de de outros e, finalmente, a “liberd liberdade ade da glória” quando, livrès de todas as limitações de nossa existência carnal, estivermos prontos para devotarmo-nos, sem reservas, para Deus e um para o outro. Estamos salvos? Sim e “nos regozijamos” (Romanos 5.2, 3,11). Estamos salvos? Não, e neste corpo com toda a criação, “gememos interiormente”, enquanto esperamos pela consumação dos séculos. Regozijamo-nos e gememos: essa é a experiência paradoxal dos cristão cris tãoss que foram salvos e que que estão estã o sendo salvos, salvo s, e que, que, ao mesmo tempo, ainda serão salvos. Assim, o evangelho é as boas-novas de salvação e, como Paulo, precisámos ser capazes de declarar decla rar que que não nos envergonhamos dele dele.. Pois, como Michael Green corretamente diz no fim de seu cuidadoso estudo The The M ea nin g o f Salvat Salvatiion (O Significado d a fSalvaçãó), fSalvaçãó), “há
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ainda uma fome por salvação no mundo atual" (pag. 240). E as boas-novas de Deus são ainda seu poder para a salvação daqueles que crêem. Ele ainda, salva os que crêem através do kerygma, a proclam pro clam ação açã o de Jesus Cristo Cristo.. , Finalmente, Finalmen te, precisamos precisam os demons dem onstrar trar aquilo aquilo que que pregamos. Conta Conta-se que o Dr. Rhadakrishnan, filósofo hindu e antigo presidente da índia, comentpu com alguns cristãos: “Vocês dizem que Jesus Cristo é o seu salvador, mas vocês não parecem ser mais ‘salvos’ do que - qualquer qualquer outra pesspa p esspa.” .” Nossa mensagem m ensagem de Salvação está est á prestes a cair em ouvidos surdos se não mostrarmos evidências de salvaçãp numâ vida e num estilo de vida transformado. Isso não se aplica a ninguém mais diretamente do que ao pregador do evangelho. ‘A pregação prega ção mais m ais efetiva”, efe tiva”, escreve John Poult Poulton on em seu A Toda To dayy S o r t o f Eva E vann g e lism lis m (Um Tipo a tu a l de d e Eva E vann g e lizaçã liza çãoo ) (Lutterworth, 1972), “vem daqueles que que incorporam as a s coisas cois as que que estão es tão dizendo. dizendo. Eles são sã o a sua mensagem... Os cristãos.... prçcisam parecer com aquilo sobre o que estão falando. Esse é o po p o v o que comunica primordialmente, não nã o palavras p alavras ou idéias... idé ias... A autenticidade penetra profundamente profundamente nas pessoa pe ssoas... s... O que que eles comunicam ago ra é basicamente b asicamente autenti au tenticidade cidade pessoal (pag. 60,61). E autenticidade cristã pessoal éuma autêntica experiência de salvação.
5. CONVERSÃO
“Missão” é um amável am ável serviço que Deu Deuss envia seu se u povo ao mundo mundo para realizar. realizar. Ela inclui inclui tanto evangelização evangeliz ação quanto quan to ação social, pois pois cada um deles é, em si mesmo, uma autêntica expressão de amor e um não precisa do outro para justificar-se. Contudo, devido à aterradora perdição do homem, há uma urgência premente quanto a nossa tarefa evangelística. A natureza da “evangelização” é uma fiel proclamação das boas-novas. O “diálogo” é sua etapa preliminar necessária, visto que o ouvir precisa preceder a proclamação, e a “salvação”, que é seu objetivo, é a liberdade por meio de Cristo, com inolvidáveís implicações sociais, em antecipação à escatológica “liberdade da glória”, quando Deus fará novas todas as coisas. Nossa quinta palavra é “conversão”. Ela denota a resposta que as boasnovas exigem, sem a qual a salvação não pode ser recebida.
A AVE R SÃO CO NTE M POR ÂN EA PO R "CONVERSÃO" .
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“Conversão” Conversão” é outra palavr pal avraa impopular hoje. hoje. É claro cla ro que em alguns círculos sempre ela soou desagradável. Ingleses esnobes da classe média alta, por exemplo, têm a tendência de considerar conversão como decidi decididament damentee necessária necessá ria para as classes clas ses mais m ais baixas, baixa s, as quais quais compõem a esfera de ação aç ão do Exército E xército da Salvação, Salva ção, mas difici dificilme lmente nte uma necessidade para os respeitáveis pilares da Igreja Anglicana como eles. Nos círculos da High Church9, conversão também tem freqüentemente sido associada como terrível fenômeno dò “entusiasmo evangelical”. O Bispo J. R. H. Moorman, de Ripon, escreveu em seu 9 NT: Ramo Ram o da Igreja Igreja Anglicana Anglicana que enfatiza a formalidade formalidade e o ritua rituall na observância observância BroadChurch, para religiosa. Mais adiante, encontraremos, ainda, as denominações Br indicar um grupo dentr dentroo da Igiejá Anglica Anglicana, na, com idéias liberais qtianto à doutr doutrina ina e L comunhão; e, também também, Lo , owChurch, para para caract caracteriz erizar ar o segmento segmento que, ém oposição oposição H à High Church, enfatiza a simplici s implicidade dade na observância de sua prática prática religiosa.
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livro A H isto is torr y o f t h e Chu Churçh rçh q fE n g la n d [Unia H istó is tóri riaa d a Igreja Ig reja An A n g lica lic a n a . A. & C. Black, 1963) sobre “aquele extraordinário, porém excêntrico sacerdote da Cornuália" dos meados do século XIX, çhamado R. S. Hawker de Morwenston. Ele não considerava a si mesmo ligado nem à Hig nem à Lo H ighh ch chuu rch rc h i nem à Bro B road ad nem L o w Chu Church rch em seu sacerdócio, jjí que seu prinçipal interesse era a rgreja do Oriente, a qual, segundo cria, era a mãe dos cristãos da Cornuália. Sua pequena comunidade (à qual ele se dedi dedicou cou por 41 anos) era cheia de contrabandistas, bandidos ou ladrões, e sua igreja cheia de atividade e de raças. Nos cultos de domingo, ele costumava vestir manto, luvas-alvas e escarlates e, no dia de seu casamento, usou “um casaco clerical púrpura, uma camisa de pescadpr azul, botas de chuva até o quad quadri rill e um chapéu cor-de-rosa - sem ab a b à.” Talvez não seja surpreendente que ele não cria na conversão. De acordo com S. Baring-Gould, seu biógrafo, ele a considerava como “um espasmo espas mo dos gânglios” gâng lios” (Moorman, (Moorman, p. p. 36 3 6 0 ). NãP sei onde onde localizar localizar os gânglios com certeza, mas também duvido que R. S. Hawker o teria ter ia sabido! sabido ! . ‘ Há uma um a segunda razão raz ão pela qual qual as pessoas desenvolveram desenvolveram uma certa aversão pela noçãp de conversão. Isso diz respeito à impressão de imperialismo arrogante que, algumas vezes, alguns evangelistas dão. Se, em algum momento, nossa evangelização desce ao nível de “cons co nstru truçã çãoo de impéri império”, o”, “negó “negócio cio lucrativo” lucrat ivo” ou “jogar “joga r a isc is c a ” (porqu (porquee nos gabamos das dimensões do peixe que pegamos), então, é claro que levamos a palavra “conversão” ao descrédito. É por causã do seu significado de “a tentativa deliberada de maquinar conversões” que o Professor J. (5. Davles chega a escrever o seguinte: “Ficaria feli felizz se o termo conversão pudesse ser tirado dó vocabulário vocabu lário cristão cris tão”” (D ialogue ialogue w ith the th e World World [Diál [Diálogo ogo com o M undo], SCM, 1967, p. 54). Pura Pura essas essa s formas pervertidas de evange evangeliza lização ção^ ^ entre e ntretan tanto, to, seria melhor aplicar o termo “proselitismo”, pois evangelização'e proselitismo são atividades ativid ades enfatica en faticame mente nte diferentes. Concord Concordoo que ' seja difí difíci cill encontrar encon trar uma um a definição definição satisfatória satisfa tória para p ara cada ca da uma um a delas, tanto que o Bispo Leslie Newbigin escreveu: “tem-se a tendência de concluir que a única distinção viável é que evangelização é aquilo que fazemos e proselitismo é aquilo que outros fazem” {The {The Fina F inalit lityy o f C hrist [Oprop pr opós ósito ito de d e Cri C rist sto], o], SCM, 1964, p. 88). O Comitê Central do Concilio Mundial de Igfejas lançou alguma luz sobre essa questão em sua declaração de 19 60 , intitulada intitulada Christian Withess, Proselytism an d Reli Religious gious Libert Libertyy in the S ettin ettin g q fth e WCC (Testemunho (Testemu nho Crist Cristão, ão,
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Pro P rose selitis litism m o e Libe L iberd rdad adee Re R e ligio lig iosa sa n o C on ontexto texto do Con C oncilio cilio Mu M u n d ial ia l Proselitismo é a corrupção corrup ção do testemunho. testemunh o. O testemunho d e Igre Ig rejas jas)) -.-. “Proselitismo é corrupto quando adulação, suborno, pressão indevida ou intimidação intimidação é usada usad a - sutil sutil ou abertamente - para forjar forjar aparente conversão; quando colocamos o sucesso de nossa igrejá antes da honra de Cristo; quando o estrelismo pessoal ou coletivo substitui o amor am or por por todas tod as as a s almas alm as individuais individuais com com quem quem estamos estam os preocupados. preocupados. Tal corrupção do testemunho cristão indica falta de confiança no poder do Espírito Santo, falta de respeito pela natureza humana e falta de reconhecimento do verdadeiro caráter do evangelho” ( WCC Central Commitee Minutes [Minutas do Comitê Central do Concilio M u n d ial ia l d e Igre Ig rejas jas], ], 1960, p. 214, citado por Philip Potter em sua mensagem men sagem ao a o Comi Comitê tê Central Central em Creta, Creta, em agosto de 19 6 7). 7) . Aliás, o Pacto de Lausane inclui uma declaração um pouco semelhante; a essa es sa.. É a confissão de que que somos culpados de de “mundanismo” sempre sempre que, “na ânsia de conseguir resultados para o evangelho, temos comprometido nossa mensagem, temos manipulado os nossos ouvintes com técnicas de pressão, e temos'estado excessivamente preocupados com com as esta e statístic tísticas as,, e até mesmo as utilizando de forma forma desonesta” (parágrafo 12). Contra esse uso de coerção e de espírito inconveniente de triunfalismo, pode-se pode-se dar d ar as boas-vindas para a insistência do Bisp Bispoo J. C. Hoekendijk sobre qualid qua lidad ades es opos op osta tas: s: “Evang “Eva ngel eliz izar ar é sem se m ear ea r e esperar^ em humildade respeitosa e em esperança antecipada: em humildade, porque a semente que semeamos tem que morrer, em esperança, porque esperamos que Deus despertará essa semente e dará a éla seu próprio corpo” ( The Church Inside Out [A Igreja às Av A v e ssa ss a s], s] , SCM, 1967, p. 21). Se um senso de superioridade e formas de evangelização mal orientadas são duas razões para uma tomada de posição contra a “conversão", uma terceira razão são as doutrinas de sincretismo e universalismo. Pois Pois ó sincretismo declara de clara que nenhuma religião religião tem um-propósito, enquanto que o universalismo declara que nenhum homem está perdido. A forma mais plausível na qual essas idéias são apresentadas hoje é a que parede magnificar a obra de Jesus Cristo. Por exemplo, um dos comitês de trabalho que estudou “a estrutu est rutura ra missionária da cpngregação”, cpngregação”, em.Bos em.Bossey sey,, em 1 96 4 , relatou: ‘A Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo é o Êxodp para todos os homens. Agora, toda a humanidade está liberta da escravidão e em aliança com Deus. Pela ressurreição do Novo Homem, Jesus Cristo,
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todo homem foi feito membro da nova humanidade” (Planningjor ed itad adoo por po r T hom ho m as Wieser, M issio iss ionn [Plan [P laneja ejand ndoo p a r a M issõ is sõ e s] , edit Epworth, Epworth, 1 9 66, 66 , p. 5 4 ). Esse relatório nos informa informa que “há uma um a intensa discussã disc ussãoo nesse parágrafo” parágra fo” e que vários acréscimos foram propost propostos. os. Contudo, ele permanece inalterado como sendo uma declaração descomprometida da salváção universal já conquistada por Jesus Cristo. Se fosse verdade que todo? os homens estão salvos, então a única função deixada para a evangelização seria a de informar o ignorante sobre essas boas-novas, e a conversão cessaria de indicar uma mudança de qualquer tipo, exceto na consciência do homem, a respeit respeitoo de sua verdadeira ident identidad idade. e. Entretanto, En tretanto, as Escrituras Escritura s não dão suporte a essa visão. É verdade que Deus é descrito como tendo realizado algo objetivo e decisivo por intermédio da cruz. Assim, “Deus... por meio de Cristo reconciliou-nos consigo mesmo” e “Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo”. Mas isso não significa que todos os homens foram reconciliados com Deus. Pois agora ele nos comissiona a ministrar a mensagem de reconciliação. E esse ministério e mensagem não são para informar as pessoas que que elas já estão estã o reconciliadas, reconciliadas, entretanto, entretan to, em vez diss disso, o, para apelar às pessoas, em nome de Jesus que: “Reconciliem-se com Deus”. Que validade teria tal apelo se àqueles que o ouvem já estivessem reconciliados com Deus e que simplesmente não sabiam disfco? Nunca devemos expor a obra de reconciliação de Deus em Cristo Cristo e por intermédio intermédio de Cristo Cristo que que tal maneira man eira elimine a necessidade necessida de contemporânea de todos os homenS serem reconciliádos com Deus. Como James Denney expressou: “É em virtude de algo já consumado em sua cruz que Cristo é capaz de fazer o apelo que faz para nós, e obter a resposta pela qual recébemos a reconciliação” (The The Death Death q f Christ [A Morte de Cristo ], Tyndale, p. 86). Assim, se formos verdadeiramente verdadeiram ente bíblico bíblicoss ém nosso no sso entendimento, entendimento, precisamos tomar duas verdades juntas; primeiro, a de que Deus esta es tava va “em “em Crist Cristo" o" reconciliando o mundo consigo mesmo e, segundo, que nós precisamos estar “em Cristo” se queremos receber a reconciliação (2 (2CorintiQS 5 .1 8 -2 1 ; cf v. 17, Romanos 5 .11 .1 1 ). Além Além disso, é nossa noss a solene obrigação afirmar que aqueles a quem quem anunciamos o evangelho e endereçamos nosso apelo estão “perece “perecendo”. ndo”. Proclamamos a eles as a s boas-nov boa s-novas as de Jesus, não porqu porquee já estão salvos, mas a fim de que possam ser salvos da perdição. Nossa No ssa responsabilidade responsabilidade é “pregar a paz p az”, ”, no no sentido da paz prometida prometida com Deus por intermédio de Jesus Cristo para aqueles que se
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arrependem e crêem. Pregar paz no sentido de anunciar palavras suaves sua ves àqueles que que ainda aind a estão em rebelião contra con tra Deus Deus,, e no sentido ' de dizer “paz, “paz, paz quando não há paz” pa z” - esta es ta é a palavra pa lavra de um um falso profeta, não n ão de um veídadeiro evangelista evang elista de Jesus Crist Cristo. o. O evangelho traz aviso e promessa, da retenção de pecados, tanto quanto de remissão de pecados (João 20.23). “Notai, pois,” alertou o apóstolo Paulo, Paulo, “que não vos sobrevenha sobreven ha o que está es tá dito nos profetas: profe tas: Ved Vede, ó desprezadores, máravilhai-vos e desvanecei...” (Atos 13.40,41). “Perecer” é uma palavra terrível. Da mesma mãneira, “inferno” também é. Podemos, e penso que devemos, preservar uma certa reverência e agnosticismo humilde sobre a exata natureza do inferno, e, também, também, sob s ob re^ re ^ ex ata at a natureza do céu. céu. Ambo Amboss estão para além de de nosso nos so entendimento. ente ndimento. Mas devemos ser se r claros é definido definidoss que que 0 inferno inferno é uma realidade eterna horrorosa. Não é dogmatismo dizer que seja inconveniente inconven iente falar fal ar sobre o inferno; é loquacidade e frivolidade. Com Como podemos pensar sobre o inferno sem lágrimas nos olhos?
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Se, então, a resposta ao evangelho é necessária, essa resposta é chamada “conversão”. O que significa isso? No Novo Testamento, o verbo epistrepho, está est á geralmente na n a voz passiva ou na voz média e, e, por essa razão, por seis vezes ele é traduzido por “ser convertido” (Atos 3 .19 .1 9 ). Mas, ao mesmo tempo, tempo, ele tem um sentido ativo e significa “voltar“voltarse”. Quando usado em contextos comuns, seculares, seu primeiro significado é “virar-se”, como, por exemplo, quando Jesus virou-se no meio da multidão para ver quem o havia havi a tocado (Marcos (Marcos 5,3 5, 3 0 ). O outro significado significado que o verbo verbo apresen apre senta ta é “retom ret omar”, ar”, como. uma um a saud s audação ação não desejada retoma par aquele que a praticou (Mateus 10.13), ou quando o demônio determina voltar para a casa que ele havia deixado vazia (Mateus 12.44), mesmo que o verbo mais usado para “retomar” seja hupostrepho, como os pastores de Belém retomaram para suas ovelhas; e a famíli famíliaa sagrada, para Nazaré Nazaré (Lucas 2 .20 .2 0 ,39 ,3 9 ). ’ Quando o mesmo verbo é usado teologicamente, é evidente que seu significado básico não é alterado. altera do. Ele ainda significa virar-se de uma um a direção para outra, ou tra, ou retom re tom ar de um lugar para outro. Assi Assim, m, os cristãos podem ser descritos com tendo “se voltado dos ídolos para Deus" (ITessalonicenses 1.9; Atos 14.15), também, depois de “se desgarrarem como ovelhas”, como tendo “agora retornado para o Pastor e Bispo Bispo das vossa vo ssass a lm a s” (1 Ped Pedro 2 .25 .2 5 ). Logo que voltar-se
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dos ídolos e do pecado é usualmente chamado de “arrependimento”, e voltar-se para Deus e para Cristo, de fé, chegamos à interessante equação bíblica de que “arrependimento + fé = conversão". Qual Qual é, então, a relação entre convérsão convé rsão e regeneração oü o novo nascimento? Certamente, cada um é parte do outro como faces da mesma mesm a moeda. moed a. Podemos afirmar, afirmar, sem qualquer receio receio de contradição, contrad ição, que que todos os convertidos convertidos são sã o regenerados e todos os regenerados sã o convertidos. convertidos. É impossível impossível considerar ou experimentar expe rimentar um sem o outro. outro. Entretan Ent retanto, to, eles devem devem ser s er distinguidos um do outro outro teologicamente. Três diferenças podem ser mencionadas. Primeirg Primeirg,, regeneraçã regen eraçãoo é um ato de Deu Deus, s, enquanto que conversão conve rsão é um ato do homem. Regeneração é um nòvo nascimento, um nascime nasci mento nto “do alto” (anothem), um nascimento “do Espírito". É umá obra peculiar do Espírito Santo que, por sf mesmo, infunde vida naquele que está morto. Conversão, por outro lado, é aquilo que fazemos quando nos arrependemos e cremos. É verdade que tanto arrependimento e fé são dons de Deus, e não poderíamos nem nos arre arrepe pend ndfe ferm rmos os e nem nem crermos sem a graç gr açaa de Deus Deus (Atos (Atos 1 1 .18 .1 8 ; 18.2 18 .27) 7).. Contudo, o que a graça de Deus faz é tanto nos libertar das trevas e da escravidão escrav idão quanto capacita capa citar-no r-noss para p ara o arrependimento e fé. fé. Duv Duvid idoo que precisemos pensar muito sobre qual deles vem primeiro. As Escrituras parecem concordar que a prioridade é ora para um, ora para pa ra outro. O que é realmente realm ente importante im portante é que eles eles são sã o inseparáveis. inse paráveis. Segundo, a regeneração é inconsciente, enquanto a conversão é normalmente normalmen te consciente. A última não é sempre sempre consciente no sentido sentido de que é'um ato consciente conscie nte lembrado, pois pois muitas pessoas pes soas cresceram cre sceram ' num lar cristão, amam a Deus e crêem em Jesus Cristo desde a sua mais ma is tenra te nra idade idade e não consegue c onseguem m se lembrar do período período em que que não criám ou do momento que passaram a crer. Para esses, precisamos afirmar com o Dr. Packer, que “q fato de ser convertido importa mais que a conversão como experiência” (em E v a n g e lic li c a ls T o d a y , [EvangelioaisHoje], editado por J. C. King, Lutterworth, 1973, p. 22). Para os adultos, entretanto, o voltar-se dos ídolos para o Deus vivo, e do pecado para Cristo, é um ato consciente de penitência e fé. Mas, a regeflerâção é inconsciente. Seus resultados podem ser conscientemente experimentados, experimen tados, em termos de de segura seg urança nça,, libertação, comun com unhã hãoo co comi Deus, Deus, amor, aleg al egria ria e paz. Ainda que que a real passag pass agem em da morte para a vida não seja uma experiência sentida. Como John Owen descreve em seu grande livro (do século dezessete) Pn P n e u m a tolo to logg ia (Pneumatologia) ou A D isco isc o u rse rs e c o n c e m ing in g to th e
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H o ly S p i r i t (Um D isc is c u r s ç s o b r e o E s p írit ír itoo S a n to ) , & obra de regeneração do Espírito Santo “é em si mesma secreta e escondida, e possível de ser descoberta apenas em seus efeitos” (rodapé da 4a edição, 1835; veja a passagem completa, pp. 76-83, na qual o autor esboça tanto tan to as diferenças diferenças quanto as identid identidades ades do novo-nasci novo-nascimento mento em experiên exp eriências cias de pessoas pess oas). ). De fato, é isso qüe nosso Senhor parece ter querido dizer quando disse a Nicodenios: “o vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (João.3.8). O próprio novó nascimento é uma obra misteriosa. Suas conseqüências, entretanto, são claras. Uma analogia com o nascimento físico pode ser útil. Não estávamos conscientes do processo de nascer; nossa auto-consciência foi desenvolvida subseqüentemente. De maneira similar similar,, a razão raz ão pela pela qual podemos saber que que nascem nasc emos os de novo novo não é que que estávam está vam os conscientes no momento que que tudo estava esta va ocorre ocorrendo, ndo, mas que sabemos que nossa atual auto-consciência cristã, ou nossa consciência de Deus, sendo um sinal de vida espiritual, só pode terse originado de um nascimento espiritual. diferença entre regeneração regeneraçã o e conversão conversã o é que a primeira primeira / A terceira diferença é uma obra de Deus instantânea è completa, enquanto que o voltarse em arrependimento e fé, o qual chamamos “conversão” é mais um processo que um evento. Não pode haver dúvida sobre o caráter súbito do novo nascimento. A imagem do nascimento deixa isso muito claro. Pois, ainda que meses de gestação precedem-no e anos de crescimento seguem-no, o nascimento em si mesmo é um evento de crise. Nascemos ou não nascemos, à medida que estamos vivos ou mortos. Além disso, o nascimento é uma experiência completa. Uma vez que nascemos, nunca mais poderemos nascer mais do que no primeiro momento de emergência do ventre materno. O mesmo acontece com o novo nascimento. Para citar John Owen mais uma vez, a regeneração “não é... sujeita a graus, de maneira que um seja mais regenerado que outro. Todos aqueles que são nascidos de Deus, o são de maneira exatamente iguâl, ainda que um pode ser mais bonito que outro, por ter a imagem de seu Pai çeleste mais evidentemente impressa em si, ainda que não mais verdadeiramente. Os homens podem ser mais santos ou menos santos; mais santificados ou menos santificados; sa ntificados; mas eles não n ão podem podem ser maiS regenerados ou ou menos regenerados” (p. 78). Há uma evidente graduação em relação a muitas conversões, entretant entre tanto. o. As pessoas começam a ter probl problemas emas ém sua su a consciência
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e perceber a necessida ne cessidade de de arrependimento. arrependime nto. O Espírito Santo San to começa com eça a abrir seus olhos e elas começam a ver em Jesus Cristo, o Salvador de que precisam. Elas podem, então, entrar num período de luta, num misto de resistência e de rendição. Como Àgripa, podem tornarse “quase persuadidas” ou como o pai do menino epiléptico, simultaneamente crente e descrente. Mesmo Saulo de Tarso, que é considerado o exemplò mais notável de uma história de conversão repentina, na verdade, precisa ser melhor analisado. Não podemos imaginar que ele tivesse tido seu primeiro contato com. Jesus Cristo na estrada de Damasco, pois aparentemente ele tinha estado perseguindo Jesus por algum tempo. Somerset Maugham usou uma metáfora diferente para enfatizar â variedade de “formas” sob as quais a conversão acontece: “com alguns homens, é necessário úm cataclisma, como uma pedra que é quebrada em pedaços pela fúria de uma torrente,- mas, com outros, ela ocorre gradualmente, como v uma pedra que é desgastada pelo incessante pingar de uma gota d’água” (The Mooti and Sixpence \A lua e o meio centavo], edição Pingüim, p. 5 3 ). , Não há nenhuma dúvida de que na experiência de muitas pessoas haja um ponto no no qual a volta chaníada ch aníada conversão tom to m a-se a-s e completa, completa, e fé fé inicial inicial transform trans forma-se a-se em fé salvadora. salvad ora. Além disso, algumas algum as vezes, as pessoas estão con conscientes scientes nesse m om omento. ento. Contudo, Contudo, o Espíri Espírito to San Santo to é um Espírito gentil; ele freqüentemente toma tempo para tirar as pessoas do seu auto-aborto e còlocá-las em Cristo. E mesmo então, depois de justamente sermos descritos como “cristãos convertidos”, sua su a obra está es tá longe longe de estar esta r encerrada. Pois, Pois, ainda que que a regeneração não possa crescer, o arrependimento e a fé, que compõem a conversão podem e, de fato, devem crescer. Precisamos de uma penitência mais profunda e uma um a fé mais forte. A conversão conversã o é apenas apen as um começo. Diante Diante de nós há h á uma um a vida de crescimento em direção à maturidade em Cris Cristo to,, e uma vida de transformação em direção à imagem de Cristo. Algumas vezes, sugere-se que a conversão é um fenômeno psicológico comum a várias religiões. Wílliam James, por exemplo, em suas famosas Conferências de Gifford, The Varietie Varietiess çfR eligiou elig iou s Exp E xper erien ience ce (As V arieda arie dade dess de Exp Ex p eriê er iênn cias cia s Re R e ligio lig iosa sas) s) (1902), dizia: gradua l ou instantân insta ntâneo, eo, pelo pelo qual qual uma “A conversão é um processo, gradual pessoa, pes soa, até aquele ponto dividi dividida da e conscientemen conscien temente te errada, erra da, inferi inferior or e infeliz infeliz,, torna-se torna- se unificada un ificada e conscientemente, conscientem ente, correta, corre ta, superior superior e feliz, pelo estabelecimento de um relacionamento correto com o objeto do sentimento religioso”. De maneira similar, em Bangkok, a Seção I
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to u q u e: “A (Culture and Identity {Cultura e Identidade J) re l a tou conversão, como um fenômeno, nãô é restrita à comunidade cristã; isso também acontece em outras religiões, tanto quanto em certas comunidades políticas e ideológicas" [Bangko [Bangkokk A ssem bly \Assem blãa de Bangkok], 1973, p. 75). Se determinada decisão é considerada apenas como uma mudança de fidelidade partidária, junto com o senso de libertação psicológica que segue um período de tensão e luta, a conversão também o é. Mas, Mas, os cristãos a crescentarão crescen tarão que há dimensões singulares na experiência de de converrâ con verrâòò cristã, já que que nela, nela, Deus, pelo seu Espírito, regenera a pessoa envolvida e “o objeto de sentimento religioso” (para emprestar uma expressão de William Jame Ja mes) s) jtão jt ão é nenhum nen hum outro ou tro s e n ã o o Senho Se nhorr Jesus Jes us Cristo. Depo Depois is de de tentar ten tar defini definirr conversão, tanto em si mesma mesm a quanto quan to em sua relação com a regeneração, precisamós agora explorar certas implicações implicações dessa dess a mudança mud ança radical. '
REGENERAÇÃO REGENERAÇÃO E AR RE PE ND IM EN TO Primeiro, consideremos a conversão e o Senhorio de Cristo. Vimos no segundo capítulo sobre a evangelização que arrependimento e fé são exigências duplas do evangelho, e já observamos no presente capítulo que que a s duas juntas jun tas constituem con stituem a conversão. É o elemento elemento do do arrependimento que está lamentavelmente ausente em muitas pregações evangelísticas modernas, ainda que tivesse sido proeminente ria mensagein de nosso Senhor (Marcos 1.15; Lucas 13.3,5) e dos apóstolos (AtOS 2.38; 3.19; 17.30). 0 que que é necessário necessá rio na pregaçã pre gaçãoo de arrependimento arrependimento hóje hóje é tanto a integridade quanto o realismo. Em toda nossa evangelização deve haver integri integridade. dade. Nossa ânsia â nsia em ganha gan harr convert convertidos idos algumas alguma s vezes vezes induz-nos a emudecer em udecer o chamado cham ado ao a o arrependimento. arrependimento. Mas, esconder esconder deliberadamente esse aspecto de nossa mensagem é tanto desonesto quanto uma demonstração de visão estreita. O próprio pró prio Jesus nrinca atenuou o custo do discipulado, mas, em vez disso, convocou futuros discíp discípulos ulos a “assentarem-se “assentarem -se e a calcularem calcularem os custo cu stos” s”,, pois pois ele ele estava requerendo que eles, se quisessem segui-lo, negassem a si mesmos, tomassem sua cruz e morressem. Qualquer tipo de “decisionismo” atraente que sacrifica a honestidade no altar das estatísticas está prestes a c ausar au sar também também outros desastres, desa stres, vítimas vítimas de nossa próp própri riaa insensatez insen satez.. Temós Temós a obrigação obrigaçã o de ensinar ensina r que que a nova vida em Cris Cristo to irá inevitavelmente trazer em sua esteira novas atitudes, novas
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ambições e novos padrões. Pois, na conversão cristã, não apenas as velhas coisas passam, mas, no lugar delas, novas cojsas vêm ( 2 C o r i n t i o s 5 .1 7 ). < ■ ■Somando-se Somando -se à integri integridade dade de nossa no ssa pregação de arrependiment arrependimentoo e de senhorio de Cristo, o realismo também é requerido de nós. Não é suficient suficientee chama cha marr pessoas ao arrependi arrependimento mento em termos vagos, como se a conversão pudesse acontecer num tipo de vácuo místico, do qual a vida vid a real pudesse p udesse Ser Ser sugada. Quando Quando pregou pregou seü bátismo bátism o dé arrepend arrependiment imento, o, João Batista Ba tista insistiu insistiu que que as pessoas que que o aceitavam “precisavam dar frutos dignos de arrependimento”. Os ricos deveriam Compartilhar sua riqueza excedente com aqueles que passam privação. Os coletores de impostos precisariam substituir extorsão por probi probidad dade. e. E soldados nunca nu nca deveriam u sar sa r seu poder para roubar as pessoas, mas, ma s, em vez disso, disso, ser contentes com seus salários (Lucas (Lucas 3 .8,1 .8 ,100 -1 4 ), Evidentemente, Evidentemente, Jesus fez fez o mesmo, pois pois havia hav ia ficado ficado muito muito claro á Zaqúeu que, para élé, discipulado envolveria devolver seus ganhos ilícitos. Então, ele resolveu dar metade de seu capital para os pobres, pobres, presumivelmente presum ivelmente porque porque a maioria daqueles da queles a quem havia hav ia roubado, nunca poderia ser encontrados novamente. Nós também precisamos explicar detalhadamente, em termos termos realistas rea listas e concretos, concretos, as implicações contemporâneas do arrependimento, da conversão e do senhorio senh orio de Jesus Jes us Cristo. •
' CO C O N V E R SÃ O E IGREJ IGREJA A A segunda implicação da conversão é tomár-se membro de uma igreja local. Algumas vozes influentes levantam-se atualmente, entretanto, para dizer que, não necessariamente, deve-se exigir dós convertidos úma ligação á uma igreja. O Dr. M. M. Thomas, em seu Salvation and Humanization {Salvação e Humanização) (CLS, Madras, 1971), por exemplo, argumentou a favor do que ele chamou de “um “umaa comunhão comu nhão secul se cular ar centrada centra da em Crist Cristo, o, fora da igreja” e - no contexto da índia índia - “uma um a comunhão com unhão de fé fé e de ética centrada em Cristo, na comunidade religiosa hindu”. Ele elaborou sua posição acrescentan acresce ntando do que que “conversão a Cris Cristo to”” não necessariam nece ssariam ente implic implicaa “conversã conv ersãoo à comunidade cris c ristã tã”. ”. Em vez disso, os convertidos devem devem prociirar prociirar construir construir “uma comunhão comu nhão de fé centradâ cen tradâ em Cristo, dentro da sociedade, da cultura e da religião na qual vivem, transformando suas su as estrutu es truturas ras e valores, de dentro para fora”. Em sua visão, visã o, poderia poderia estar incluída até mesmo uma rejeição ao batismo, como tendo se
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tornado “um sinal não primordial de incorporação a Cristo, mas de proselitismo a uma comunidade sócio-político-religiosa”. Um convertido convertido oriundo do do hinduísmo hinduísmo não nã o deveria ser obrigado a se sepa se parar rar “da comunidade hindu no sentido social, legal e religioso”. Por mai? revolucionárias que as proposições do Dr. Thomas possam parecer, penso que precisamos respondê-las com simpatia. O pano de ftmdo para seus argumentos é o desenvolviménto desastroso na índia índia e em todo lugar - usualmente chamado cham ado de “comunalis “comunalismo”. mo”. Trata-se do surgimento de uma comunidade cristã que, em vez de estar espalhada ao longo da comunidade não-cristã como sal e luz, tqrna-se isolada dela como uma entidade cultural distinta, com vida própria. Posteriormente tecerei mais algxwis comentários sobre essa questão cultural. . Uma segunda razão pela qual se pode entender a posição de M. M.-Thomas diz diz respeito ao público público da igreja igreja à qual se espera espe ra que os convertidos se agreguem. Como Philip Potter falou ao Comite Central do Concilio Mundial de Igrejas, em sua reunião de 1967, em Creta: “Há uma difundida desilusão com a congregação pelo nível que ela tem apresentado. Pessoas que se envolveram era experimentos de evangeliza evan gelização ção em cidades grandes observam que que ‘a pobreza pobreza espiritual espiritual e a falta de preparo da igreja é tal que ninguém pode desejar que um grande número daqueles que, agora, estão do lado de fora, entrem da maneira como estão’.” Isso é verdade. Suponho que todos nós estejamos desencantados com o st s t a t u s qu quoo eclesiástico. Contudo, certamente, à luz de tudo isso, nossa obrigação cristã é procurar a renovação da igreja, e não evitá-la ou abandoná-la. Pois ela ainda permanece a igreja igreja de Deus, Deus, a menos me nos que, é claro, ela tenh te nhaa apostata apos tatado do totalmente totalm ente da verdade revelada revelad a de Deus. Deus. Mesmo Mesmo a igreja igreja dos coríntios com suas facções cheias de rancor, com sua imoralidade tolerada, com sua falta de ordem em relação à adoração e com suas incertezas doutrinárias era, apesar de tudo isso, considerada por Paulo como “a igreja de Deus que está em Corinto” (ICorintios 1.2). O Bispo Leslie Newbigin contribuiu com uma sensível resenha do livro do Dr. M. M. Thomas, para a edição de 1971 da Relig R eligio ionn a n d propôs algumas algum as questões penetrantes. penetrantes. Soríety So ríety (Religião (Religião e Sociedade Sociedade) , e propôs Em suas su as mais mai s recentes correspondências com Dr Dr. Thomas Thom as (publicadas (publicadas em A s ia F o cu cuss [Ásia em Foco], 4otrimestre de 1972), o Bispo Leslie descreveu suas propostas como “muito irrealistas” e acrescentou que “um homem religiosamente, culturalmente e socialmente pàrte da comunidade hindu é um hindu”.
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Desse debate contemporâneo, precisamos voltar para a Bíblia e parâ seu consistente testemunho de que, por meio do processo histórico, Deus chamou e ainda está chamando um povo para si, um povo que deve ser distinto do mundo em suas convicções e padrões, enquanto ainda iiperso nele. De acordo com a çarta aos Efésios, essa comunidade redimida é central central tan ta n to para para o evangelho evange lho quan qu anto to para para a história. Além disso, a partir do Dia do Pentecostes, quando o povo de Deus tornou-se ó corpo de Cristo cheio do Espírito Santo, os apóstolos esperavam que os convertidos se ligassem a ele. A convocação de Pedrò para o povo era de que aquele dia exato não era apenas de arrepe arrependiment ndimentoo etf etfé - como se a conversão deles deles pudess pudessee persisti persistirr como como uma transaçã trans açãoo indivi individual dualist istaa - mas também de batismo batismo e, então, eles seriam salvos daquela “geração perversa “e seriam “acrescen acre scentado tados” s” à nova comunidade comunidade do Espírito Espírito (Atos (Atos 2.4 2. 4 0 -4 7 ). Algum Algum tipo tipo de transferê tran sferência ncia de uma comunidade comunidad e para .outr .outraa (posteriormente (posteriormen te deverei qualificar o que significa “transferência”) era assim contemplada desde o início. A necessidade de incorporação pelo batismo na igreja foi claramente reconhecida em Bangkok: ‘A conversão cristã... introduz as pessoas na comuni comunidade dade cristã...A conversão conversão cristã reúne reúne as pessoas à comunidade de adoraç ad oração, ão, à comunidade de ensino e à comunidade comunidade de serviço a todos os homens" (p. 76). De fato, ainda que sem dúvida exista uma certa “comunidade humana” fora de Cristo, e que milhões de pessoa s estejam procuran do, por por ela ela hoje hoje na tecn oc racia despersonalizada do Ocidente, contudo precisamos continuar sustentan suste ntando do que que “a comunhão com unhão crist cri stã” ã” é algo diferent diferentee em qualida qualidade. de. Ela tem uma origem e uma qualidade sobrenaturais, pois envolve comunhão com Deus e com seu povo. Uma congregação desse tipo, que convida pessoas à conversão e, assim, a se tornarem membros da igreja, precisa exibir visivelmente “a graça de Cristo”, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo”.
C O N VE RS ÃO E SOCIEDADE Em terceiro lugar, precisamos examinar a relaçã.o entre conversão e responsabilidade social. O relatório da Seção I de Bangkok incluiu a declaração de que “tonyersão pessoal sempre leva à ação social” (p. 76). Isso acontece dessa maneira, ou, pelo menos deveria ser assim. Pois um convertido a Jesus Cristo vive para o mundo tanto quanto para a igreja. Penso que a tendência das igrejas àe
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“eclesiastizar" seus membros levaram muitos cristãos modernos a compreensivelmente desconfiarem da cotiversâó e da ligação a uma igreja. A conversão não pode tirar o convertido do mundo mas, em vez disso, disso, enviá-lo de volta a ele, ele, a mesma pessoa, no mesmo mundo, mundo, e, contudo, uma nova pessoa com novas convicções e com novos padrões. Se o primeir primeiroo mandam ma ndamento ento de Jesus foi “vinde!’ “vind e!’’,’, o segundo" segundo " foi “ide!”, isto é. devemos voltar ao mundo do quãTviemos.mãs volta vo ltarr como embaix em baixado adores res de Cristo. risto. ’ O relatório The Church fo f o r O thers the rs A igreja igr eja pa r a O utros) utro s) aludiu a essa tensão: ' “A visão, visão, bíblica de con ve rsão con side ra um movimento dupk», o abandono dã preocupação com o próprio interesse e a virada em direção ao interesse do próximo (Filipenses (Filipenses 2 .3). .3 ). Trata-se Trat a-se de um movimento de dar meia volta em relação ao mundo, pois os termos do mundo, mundo, baseado base ado?? em interesse inte resse próprio; próprio; não podem podem mais ser aceitos. Ao mesmo tempo, é uma guinada em direção ao mundo, agora visto da perspectiva da esperança, à luz dos propósitos de Deus” (p. 75). Com sua su a costumeira costum eira simplicidad simplicidade, e, Lorde Lorde Michae Michaell Ramse Ra mseyy resumiu as alternativas em uma das tarefas exigidas para sua ordenação, intitulada intitu lada “O Sacerdote Sacerdo te e a Política”. Política ”. Ele disse:
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“Sugiro que haja três procedimentos em amplo contraste. É possível pregar o evangelho de conversão sem nenhum sinal de seu contexto social. É possível pregar um evangelho evangelho social que omite omite a realidade da conversão a Cristo. Que sua sábia opção seja a de pregar o evangelho evangelho da conversão, conversão , deixando d eixando claro que que é o homem in teg ra l, com todos os seu s relacionamentos, que é convertido a Jesus como o Senhor de tudo que ele é e faz”. (The (The Chri Ch rist stian ian P riest Today Tod ay [O Sac Sacerdo erdote te Cristão Hoje], Hoje], SPCK, 1972, p. 37).
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O compromisso çom Cristo envolve compromisso con> o mundo ao qual e por qúern ele veio.
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Em outubro de 1973, durante o curso de uma missão nã Universidade de Dar-es-Sa Dar-e s-Salaam laam,, foi-me fo i-me dado o priv privilég ilégio io de uma um a breve audiência com o então Presidente Julius Nyerere. Conversamos sobre o grau de envolvimento cristão iio desenvolvimento nacional da Tanzânia. Mwalimu (como os tanzânios chamam seu líder com afetuoso respeito) então disse com grânde ênfase: “Eu ínesmo estou envolvido. Todo cristão deve estar envolvido. Algumas vezes pergunto a pessoas que se dizem “cristãos comprometidos” com o que elas estão estã o comprometidas. Crist Cristoo era comprometido comprometido com pessoas. pess oas. Nós também devemos ser. “
CONVE CO NVE RSÃO E CULT URA Em quarto lugar, parto para a questão de conversão e cultura humana. huma na. Já tocam os nisso n isso quando discutimos discutimos a ligação ligaçã o a uma u ma igreja igreja local. Dèixe-me agora introduzir o assunto da seguinte maneira: Algumas pessoas pensam e falam sobre sobre conversão como se isso não envolvesse nenhuma grande transformação, e pouca, se alguma, mudança no estilo de vida do convertido. Outros parecem esperar uma mudança completa como se, virtualmente, ocorresse uma fumigação no convertido de todas as supostas contaminações de sua cultura original. original. É verdade que a conversão con versão envolve arrependimento, arrependimento, e arrependimento é renúncia. Contudo, isso não requer que o convertido retire-se de sua cultura original e adentre a subcultura cristã que é totalmente distinta, Algumas veies, parecemos esperar que ele se retire completamente do mundo real! Tanto na cultura Ocidental quanto na Oriental é vital que aprendamos a distinguir entre Escritura e cultura, e entre aquelas còisas na cultura que sâo inerentémente más e precisam, portanto, ser renunciadas por amor a Cristo e aquelas coisas que são boas e neutras e podem, portanto, ser conservadas, e mesmo transformadas e enriquecidas. No Ocidente, de acordo com os autòres de God's Live L ive(y (y People Peo ple (<0A legre leg re Pov P ovoo d e D eu euss) (Fontana, 1971),
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“nossa no ssass congregaç cong regações ões exigem de cada ca da novo membr membroo não apepas uma conversão mas também uma mudança de cultura. Ele tem que abandonar alguns de seus comportamen compo rtamentos tos contemporâneos e acéit ac éitar ar os os modelos modelos mais antigos antig os que prevalecem prevalecem entre a maioria da congre con gregaç gação. ão. O novo cristão cris tão tem que aprender aprende r os velhos hinos e apreciá-los. Ele- tem que aprender a
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linguagem linguagem do do púlpit púlpito. o. Ele Ele tem q u e compa rtilhar rtilhar " algumas algum as opiniõe opiniõess políticas políticas conservadoras. conservad oras. Ele tem que que se vestir um pouco fora dé moda... Em resumo, ele tem que voltar atrás duas gerações e suportar o que se pode chamar de uma dolorosa circuncisão cultural” (p. (p. 2 0 6 ). ■ ' y ' De maneira semelhante, o Bispo David Sheppard escreve que “pouçòs são capazes de ser tão objetivos quanto o gerente de loja que diz que as igrejas exigem que você realize uma mudança brusca no comportamento da classe class e média, m édia, em vez de de aprender a maturidade maturidade cristã” (Built as a City {Construído como uma Cidade], p. 50). No Terceiro Mundo também, e onde quer que uma Religião nãocristã domine a cultura de um país, o cristãos precisam de uma grandè sabedoria para discernir entre o que pode ser conservado e o que deve ser renunciado. Em muitos casos, os noyos convertidos adotam uma atitude negativa demais em relação à sua cultura original. original. Isso pode pode ter sérias conseqüências. co nseqüências. Cristãos Cristãos que que se separam inteiramente da sociedade na qual eles foram criados podem ficar sem raízes e sentir-se inseguros e pod podem em até mesmo - com as restrições convencionais convencionais removidas - cair em licenciosid licenciosidade ade moral. Podem até chegar a desenvolver um “comunalismo” cristão que lhes dê uma um a nova seguranç segu rançaa para viver viver,, mas m as que os os desliga de de seus amigos e de seus parentes. Além disso, eles podem criar oposição. Quando vistos como minando a tessitura tessitu ra da sociedade tradicional, tradicional, os cristãos^ cristãos^ são considerados como fanáticos fanático s perigosos perigosos e podem podem provocar violenta hostilidade irracional. Desde os primórdios da igreja, tem havido exemplos disso, como quando quando os judeus judeus acusar acu saram am Estev Es tevão ão de ensino ensino “que esse ess e Jesus de Nazaré irá... mudar mud ar os costumes costume s que Moisés deixou deixou para nós” e quando alguns mercadores de Filipos acusaram Paulò e Silas d e “perturbar a cidade” porque “eles propagavam costumes que n ão podemos receber nem pratica prat icarr porqu porquee somos rom ro m anos an os”” (Ato (Atoss 6.14;' 16.20,21). Em ambos os casos, mesmo que um contexto fosse judeu e o outro romano, o assunto estava relacionado com “costumes”, “costum es”, tanto o abandono abandono de costumes costum es antigos como a introdução de novos. A cultura consiste de costumes, e as pessoas sentem-se ameaça am eaçadas das quando seus seus costumes são perturbados perturbados.. É claro que, que, em Um Sentido, Jesus Cristo é sempre um perturbador da paz, porque desafia todos os costumes, as convenções e as tradições herdados, e insiste que a vida, como um todo, precisa estar sob seu escrutínio e
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Julgam Julg ament ento. o. Còntudo, não n ão é nec n eces essá sári rioo que parte pa rte de nos n ossa sa submi sub missã ssãoo .seja iconoclasta e, por isso, destrua a cultura do passado, por nenhuma razão melhor, além do fato de ela ser antiga ou fazer parte de nossa vida an tes da conversão. A cultura é ambivalente por porqu quee o hómem em si mesmo é ambivalente. Como o Pacto de Lausane express exp ressou ou esse ess e conceito co nceito ^“Pelo fato de o homem ser s er cria cr iatu tura ra de Deus, Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada com o pecado, e parte dela é demoníaca” (parágrafo 10). Assim “a culturá precisa sempre ser testada e julgada pela Escritura”, e precisamos de discernimento para avaliá-la. Escrevendo cont c ontra ra um pano pan o de fundo fundo muçulmano, muçulm ano, o Bispo Kenneth Kenneth Cragg resume bem a relação entre conversão e cultura: “O batismo, ao traze t razerr pessoas para p ara dèntro dèntro da igreja, igreja, significa significa a sua s ua incorporarão pela fé em uma comunhão sobrenatural de Cristo. Propriamente entendido; isso não “desculturaliz “descul turaliza” a” o novo novo crente; isso “eclesializao”. Esse processo de “eclesialização”, à medida que seu impacto aumentã, alimenta criativamente todas as áreas de seu contexto. 0 novo cristão torna-se responsável diante de Cristo por sua antiga estrutura e em relação à sua antiga estrutura na nova verdade. Mas, a partir daí, ele não se “torna estrangeiro”. Tudo que não é incompatível com Cristo vai com ele para o. batismo. Conversão não é ‘migração’; ‘mig ração’; é a descoberta descobe rta pessoal pes soal do significado do Cris Cristo to universal dentro dentro da antiga antig a estrutura estru tura de raça, língua e tradição” (TheCallofthe M ina in a ret re t [O [O C ham hamado ado d o M ina in a rete re te ], Lutterworth, 1956, p. 336).
CONVERSÃO CONV ERSÃO . E O ESPÍRITO ESPÍRITO SA N TO O quinto e último aspecto da conversão a ser desenvolvido é sua relação com a obra do Espíri Espírito to Santo. Essa Ess a é a nota na qual acredito acredito ser justo concluir, pois muito do que tenho escrito pode parecer centrado demais no homem e um èxagercrde auto-confiança. Tenho estabelecido que missão é aquilo que n ó s somos enviados a fazer no mundo. Em evangelização, n ó s fazemos a proclamação e no diálogo, n ó s praticamos o ouvir. Salvação é aquilo qu 6 n ó s desejamos que nossos amigos recebam, E. conversão descreve (mesmo no Novo Testamento) aquilo que n ó s fazemos, tanto quando nos voltamos pará Cris Cristo to quanto quando levamos outros para pa ra Cristo Cristo.. Assim, é dito às pessoas em Atos Atos para se voltarem voltarem para o Senhor Senhor (9.3 5 ; 11 .21 ), e o próprio Jésus falou dé nossa necessidade de “voltarmo-nos” e nos
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humilharmos cómo crianças, crianças , se desejamos algum dia entrar en trar no Rein Reinoo de Deus (Mateus 18.3,4). João Batista também estava para “levar muitos dos filhos de Israel para o Serihor seu Deus” (Lucas-1.-16), enquanto que o apóstolo Paulo estava para “levar” muito gentios “das trevas para luz e do poder de Satanás para o poder de Deus” (Atos 26.17,18,20 e Tiago 5.19,20)’. Mas toda essa linguagem de atividade humana induz seriamente a erro, caso se considere que o fim da missão é uma obra humana e a conversão uma façanha humana. A É exatamente essa a impressão qué freqüentemente damos, entretanto. Nessa época de pragmatismo, a igreja facilmente desliza para a perspectiva do mundo e supõe que a chave do sucesso evangelístico é a eficiência do negócio. Assim, publicamos manuais de instrução sobre evangelização do tipo “faça você mesmo” e aperfeiçoamos nossas metodologias eclesiásticas. Note bem que eu mesmo acredito em eficiência, e nunca encontjei uma razão pela qual os cristãos devam ser notados pela sua ineficiência! Ao mesmo tempo, nunca devemos degradar a evangelização meramente ou mesmo princ principalme ipalmente nte a uma u ma técnica a ser aprendi aprendida da ou uma um a fórmu fórmula la a ser recitada. Algumas pessoas parecem olhar com prazer adiante no tempo, quando o trabalho evangelístico da igreja for computadorizado e quando o trabalho inteiro da igreja for feito pòr máquinas em vez de pessoas, e a evangelização do mundo’for o triunf triunfoo máximo m áximo da tecnologia tecnologia humana. huma na. Em contraste contra ste com a atitude orgulhosa de auto-confianç auto-co nfiançaa da época época moderna, a confiança humilde dos apóstolos no poder do Espírito Santo desta de staca ca-se -se em ousado auxílio. au xílio. Eles criam (e devemos crer com com eles) que o homem está morto em delitos e pecados, cego para a verdade espiritual, e escravo do pecado e de Satan Sa tanás. ás. Em coriseqííênc coriseqííência ia disso, éle não pode pode converter-se a si mesmo ou ou salvar-se salv ar-se a si mesmo. mesmo. Nem qualquer qualque r outro homem pode pode “convertê-lo" “convertê-lo" ou salvá-lo. salvá -lo. Apenas o Espírito Espírito Santo S anto pode pode abrir seus seu s olhos, iluminar suas trevas, trev as, libertálo de de su á escravidão escravid ão e convertê-lo convertê-lo para p ara Deus Deus e trazê-l trazê-loo da morte para a vida. Certamente, arrependimento e fé são plenamente declarados no Novo Testamento como sendo parte do homem (Atós 2,38; 16.31; 17.30), mas, como vimos, eles são também o dom de Deus (Atos 11.18; Efésios 2.8; Filipenses 1.29). E por mais perplexo? que essa antinomia possa nos deixar, e necessário que declaremos isso em nosso mundo centrado no homem, de maneira que possamos nos humilhar hum ilhar diante dian te de Deus. Deus. :
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Estamos todos familiarizados com o desenvolvimento das modernas técn icas psicológicas - em public publicid idade ade (ab erta e subliminar), em propaganda dê governos, na indução deliberada de histeria em m assa, ass a, naquele ataque ataq ue mais m ais ímpio ímpio sobre sobre a personalidade personalidade humana hum ana Chamad Chamadoo “lavage “lavagem m cerebral”. Mas os cristãos precisam tomar tom ar a deixar claro que, para além de toda dúvida, evangelização é Um tipo de atividade totalmente diferente (qualquer que seja a opinião do Dr. Wiliiam Sargent em seu famoso lrvro B a t t l e j b r th e M in d ' [Batalhapela mente], Heinemann, 1957). Precisamos nos recusar a tentar fazer com que as pessoas entrem no Reino de Deus à força. Esse tipo de tentativa tentativa é um insulto à dignid dignidade ade dos dos seres humanos e uma um a usurpação usurp ação pecamino pe caminosa sa das prerrogativas do Espírito Santo. Além Além disso, é, ainda, improdutivo. Pois um resultado inevitável da evangelização por meios ilegítimôs (o que Paulo chama de “vergonhosos e astu tos caminh cam inhos”, os”, 2Corin 2Corintios tios 4 .2) .2 ) é a perda perda dá igrej igrejaa ^daq ^daque uelç lçss cuja conversão conve rsão foi foi assim “maquinada”. “maquin ada”. Algumas palavras de cuidado precisam agora ser acrescentadas, a fim de que não fhçamos deduções indesejáveis dá necessidade da obra do Espírito Santo na evangelização. Deixe-me mencionar brevemente quatro conclusões que a confiança confianç a no Espírito Santo não pode justificar. A primeira é relaxo na preparação. “Não há necessidade de me preparar antes de pregar”, alguns argumentam“Devo confiar no Espírito Santo para me dar as palavras. O próprio Jesu Je suss prom p romete eteu u que na n a h ora or a e x a ta nos daria da ria o que deve de vería ríamo moss fala fa lar”. r”. Esse tipo de conversa soa plausível, até que nos lembremos que a citarão enganosa das Escrituras é um jogo do diabo. Jesus estava se referindo ao momento de perseguição, não de proclamação, e ao corte, m o ao púlpito, banco dos dos réus, réus, na sala da cort púlpito, na igreja. A confiança no Espírito Santo não é suposta para salvar-nos dos custos da preparação. prepara ção. O Espírito Espírito Santo S anto pode, pode, de fato, nos dar d ar o dom da da palavra se formos chamados, de repente, para falarmos e não houver oportunidade oportunidade para p ara nos preparar preparar.. Mas ele pode clarifica cla rificarr e dirigir dirigir nosso noss o pensamento em nosso estudo. De fato, à experiência sugere que ele e xecu xe cuta ta um trabalho trab alho melhor no escritório do que no púlpito púlpito.. * Além disso, a confiança no Espírito Santo não pode justificar um anti-intelectualismo generalizado. As palavras “arrogantes e de sabedoria”, às qúais Paulo Paulo renunciou, renunciou, não n ão eram pregação de doutrina ou o uso de sua mente, mas a sabedoria popular do mundo e da extrava ex travagan gante te retórica dos gregos. Em contraste contra ste ao prime primeir iroo tip tipó, ó, ele el e determinou ser leal à loucura da mensagem da cruz, e, em contraste
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com o segundo, declarou que confiaria em sua fraqueza humana para pa ra que que houvesse hou vesse “a demons dem onstraçã traçãoo do Espírito e de poder” (1 Corin Corintio tioss 2.1 -5). -5 ). Mas Paulo não era e ra anti-intelectual. Seus sermões serm ões eram cheios de substância doutrinária e raciocínio. Ele e seus companheiros apóstolos não eram apenas arautos anunciando as boas-novas; eles eram advogados fazendo a argüição de um caso. Como Wolfart Pannemberg escreveu: “Uma mensag m ensagem em diferente diferente não convin c onvincente cente não pode pode ' conseguir o poder de convencer simplesmente pelo apelo ao Espírito Santo... O convencimento da mensagem de Cristo pode ser proveniente de seu conteúdo. Quando esse não é o caso, o apelo ao Espírito Santo não ajuda em nada ao pregador... A argumentaç argum entação ão e à operação op eração do Espírit Espíritoo Santo não estão em competição uma um a com com a outra. Ao Ao confiar no 1 Espírito, Paulo, de maneira alguma deixou de pensar oú de argumentar (Basic Questions in Theology [Questõès Básicas em Teologia], Vol. II, SCM, 1971, pp, 34, 35). Em terceiro lugar, a confiança no Espírito Santo não pode ser usad us adaa para p ara justificar irrelevância. Alguns Alguns dizem dizem com um ar de pied piedad adee que o próprio Espírito Santo é em sí mesmo a completa e satisfatória solução soluçã o para pa ra o problem problemaa da comunicàçã comu nicàção, o, e, de fato, que que quando ele ele está es tá presente presente e ativo, então en tão a comunicação comu nicação deixa de ser um probl problem ema. a. O que tal declaração significa? Temos nós a liberdade de sermos tão obscuros, confusos e irrelevante quanto desejarmos, e o Espírito Santo irá deixar todas as coisas claras? Usar o Espírito para racionalizár nossa preguiça está mais para blasfêmia do que para piedade. É claro que sem Espírito to Santo todas ás á s nossas nossa s explicações são sã o fúteis fúteis.. se m o Espíri Mas isso nãò é o mesmo que dizer que com o Espírito Santo elas sejam também fúteis. Pois o Espíritd Santo escolhe operar através delas. A confiança confian ça no Espír Espírito ito Santo Sa nto não pod podee ser usad us adaa como uma . estratégià para livrar-nos do trabalho dos estudos bíblicos e contemporâneos. v Em quarto lugar, a confiança no Espírito Santo não justifica a supressão de nossa persona personalida lidade. de. Algun Algunss parecen pa recenum umagin aginar ar que que se o Espírito Santo estiver em pleno controle, eles precisar eliminar
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totalmente totalm ente a si mesmos. Mas que que tipo de doutrina do Espírito Espírito é essa? essa ? Nosso entendimento de inspiração bíblica deve proteger-nos desse engano. Pois no processo que chamamos de “inspiração”, o Espírito pão suprime a personalidade dos autores humanos, mas primeiro ã amolda e, então, u sa-a sa -a completamente. completamente. Mèsmo que que os comunicadores comunicadores cristãos modernos não possam reclamar uma inspiração comparável, eles podem estar certos de que o mesmo Espírito Santo não tem o desejo desejo de obliterar a personalidade deles também. . O que é proibido para nós é toda modificação retórica, toda invenção de efeito deliberada, toda artificialidade, toda hipocrisia e interpretação, toda permanência em frente ao espelho para conscientemente planejar nossos geStos e caretas, toda autopropaganda e auto-confiança. Mais positivamente, temos que ser autênticos, ser naturais, desenvolver e exercitar os dons que Deus nos deu e, ao mesmo tempo, depositar nossa confiança não em nós mesmos, mas no Espírit Espíritoo Santo que se digna digna a a tuar tu ar através atrav és de nós. Em toda a sua história, a igreja cristã parece ter oscilado de um extremo a outro. outro. Em alguns momentos, ela é tão mundana munda na que chega ao extremo da auto-confiànça, como se a evangelização fosse meramente meram ente uma questão de eficiência eficiência de negócios e técnica hum ana. Em outros momentos, ela se toma tão espiritual que vai para o extremo oposto da auto-depreciação, como se a evangelização fosse inteiramente obra do Espírito Santo e que não temos nada para oferecer. Mas, um verdadeiro entendimento bíblico do propósito do Espírito operar por intermédio- dos homens pára levar outros à .conversão iria nos libertar desses dois extremos, tanto da auto confiança, quanto do auto-desprezo, do orgulho e da preguiça. O que a Escritura coloca diante de nós é a necessidade de uma combinação apropriada apropriada de humildad humildadee e humanidade - a humildade humildade para deixar Deus ser Deus, reconhecendo que somente elé pode dár vistas ao cego e vida ao morto, e a humanidade para sermos nós mesmos, da maneira como ele nos fez, não suprimindo nossa individua individualidad lidadee pessoal, mas ma s exercendo exe rcendo nosso n ossoss dons dados d ados por Deus Deus e oferecendooferecendo-nos nos a Deus Deus como instrumentos de justiça justiç a em suas su as mãos. Fico imaginando se alguma coisa é maisnecçssária para a missão cristã no mundo de hoje do que a essa saudável fusão de humildade e humanidade em nossa confiança no poder do Espírito Santo;
Será que o modo como ent endem
Será que o modo como ent endemos endem os a presença e a participação crist cr ist ã no mundo mund o é, é, de f at o, a expr express essão ão bíblica bíbli ca da vont on t ade ad e de Deus Deus?? No N o s ú l t i m o s a n o s , a m i s s ã o d a ig r e j a t e m s id o d e f i n i d a e m du as m aneiras q uase excludentes excludentes.. De De um lado, estão aqueles que dizem que o negócio da igreja é a evangelização e discipulado apenas; de outro lado, estão aqueles que se concentram qua se que exclusivam ente no n o bem -estar socia sociall . O autor, por intermédio de uma cuidadosa definição de iss ão, evangelização, diál diálogo, ogo, salvação e cinco termos - m issão, conversão - tenta ju j u n tar esses doi do i s grupos e m ostrar que a m issão da igreja igr eja realm ente inclui am bos. Mesmo que não tenha o desejo de dissimular ou de esco nd er que é um cristão de “convicção “convicção ev an ge lical”, John R. R. W Stott escreve que, “este livro não é um exercício de p r o p a g a n d a d e p a r t i d o n e n h u m . “N ã o t e n h o q u a l q u e r i n t e resse p es so al”, diz el ele, “a não ser o de co n tinu ar procuran do descobrir o que o Espírito está dizendo por meio das Escrituras para as igrejas”.
“E le fa la e escreve escreve co com m a cortesia cortesia e calorosa amizade, amizade, as quais os cristãos devem uns aos outros, quando estão discutindo discutindo suas su as dferenças. ” J. E H icken botha m
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